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UNIJORGE

Curso: Psicologia
Discente: Raiane da Mota Rodrigues

Fichamento: Psicometria: Fidedignidade dos testes- Capítulo 7

Também conhecida por outros nomes, tais como precisão e confiabilidade, a


fidedignidade de um teste diz respeito à característica que ele deve possuir, qual seja, a
de medir sem erros.

Em outras palavras, isso significa que o mesmo teste, medindo os mesmos sujeitos na
mesma situação, produzem resultados idênticos. Por exemplo, a correlação entre as
duas medidas deve ser 1. Então quanto mais um teste se afaste de 1 maior é a ausência
de correlação e, portanto, estará presente o erro, fato presente em qualquer medida.

A análise da precisão de um instrumento psicológico quer mostrar precisamente o


quanto ele e afasta do ideal de correlação, determinando um coeficiente que, quanto
mais próximo de 1, conforme o exemplo dado acima, menos erro o teste comete ao ser
utilizado.

Dentro da TCT o coeficiente de fidedignidade é definido estaticamente como a


correlação entre os escores dos mesmos sujeitos em duas formas paralelas de um teste,
T¹ e T². Deste modo, o coeficiente de fidedignidade se define como função da covariância
entre as formas do teste pelas variâncias das mesmas.

Existem três tipos de delineamentos (procedimentos experimentais de coleta da


informação) e dois tipos ou modelos de análises estatísticas dos dados coletados
(correlação e técnicas alfa) para a estimação da fidedignidade dos testes.

a) Delineamentos:
I. Uma amostra de sujeitos, um mesmo teste e uma única ocasião: aplica-se a
uma amostra aleatória de sujeitos um teste numa única ocasião e se analisam
os dados em termos da consistência interna dos itens através de análises
estatísticas, quais seja: a) analise das duas metades ou b) analise pelas
técnicas alfa.
II. Uma amostra de sujeitos, dois testes e uma única ocasião: aplica-se a uma
amostra aleatória de sujeitos duas formas paralelas do teste ou dois testes
paralelos (T1 e T2) numa única ocasião e faz-se a análise da correlação entre
as distribuições dos dois testes ou formas paralelas.
III. Uma amostra de sujeitos, um mesmo teste e duas ocasiões; aplica-se a uma
amostra aleatória de sujeitos e um teste na ocasião 1(01) e replica-se à
mesma amostra o mesmo teste em uma ocasião ulterior (02) e faz-se a
correlação entre os dois conjuntos de dados.
b) Técnicas estatísticas: existem basicamente duas técnicas estáticas para a
estimação do coeficiente de fidedignidade: a correlação simples e as técnicas
alfa. A primeira trabalha com a correlação e as segundas com a variância.
I. A correlação: utilizam-se os dados coletados via um dos três
procedimentos ou técnicas empíricas de coleta da informação
(delineamentos). Cada um dos delineamentos acima expostos apresenta
vantagens e desvantagens. Por serem diferentes os procedimentos
empíricos utilizados por estes delineamentos, os coeficientes de
fidedignidade que deles resultam tomam nomes diferentes, embora
estejam querendo falar da mesma coisa. O coeficiente de correlação
expressa o nível de relação ou correspondência que existe entre dois
eventos, tais como evento i e evento j, e vem designado como rij. Um
coeficiente de 0 indicaria que não haveria nenhuma relação entre o que
aconteceu na primeira aplicação e na segunda. Se, por outro lado, a
classificação dos sujeitos se mantém mais ou menos a mesma em ambas
as aplicações, há correspondência entre as aplicações.
Todas está técnica e delineamentos apresentam problemas, que às vezes
podem ser difíceis de serem superados, porém isso não tornam as
técnicas inúteis; apenas o pesquisador deve demonstrar que, no seu
caso, eles não ocorreram ou que sua ocorrência não teve influência
importante.
II. Coeficientes alfa: visam verificar a consistência interna do teste através
da análise da consistência interna dos itens, isto é, verificando a
congruência que cada item do teste tem como o restante dos itens do
mesmo teste. Embora não tenha sido o primeiro a trabalhar com este
tipo de análise, foi Cronbach quem propôs este coeficiente geral que
reflete o grau de covariância dos itens entre si, servindo assim de
indicador da consistência interna do próprio teste.
A obtenção do coeficiente alfa demanda o cálculo de três parâmetros: a)
a variância total do teste; b) a variância de cada item individualmente; c)
a soma das variâncias destes itens.
A fórmula de Cronbach mostra que, se todos os itens variarem do mesmo
jeito, isto é, se não houver variância entre os itens individualmente, o alfa
será igual a 1; quer dizer, que os itens serão totalmente homogêneos, de
fato idênticos, produzindo exatamente a mesma variância. O coeficiente
alfa vai de 0 a 1, o 0 indicando ausência total de consistência interna dos
itens e o 1, presença de consistência de 100%. Quanto menor a variância
do item, mais preciso o item é.

Conhecendo-se o coeficiente de fidedignidade, calculado por alguma das técnicas acima


expostas, é possível se fazer alguma estimação de qual seria o escore verdadeiro (V) dos
sujeitos no texto e, assim, delimitar o tamanho do erro (E) existente no escore total (T).
As técnicas mais conhecidas para esta estimação são: a) Desigualdade de Chebychev; b)
Estimação do V via distribuição normal dos erros; c) Estimação via modelo da regressão
linear.

É como a aplicação de mais de um teste aos mesmo sujeitos para fins de seleção,
treinamento, orientação acadêmica, encaminhamento psicológico, etc., que produzem
tipicamente um perfil psicológico. Os resultados dos sujeitos nos diversos testes serão
normalmente diferentes. Então se pergunta se estas diferenças são confiáveis ou como
podem ser comparadas. Para isso existe o coeficiente de confiança das diferenças, pois
comprara os resultados dos diferentes testes em termos dos respectivos desvios
padrões é considerado um erro, a menos que os sujeitos ou os testes sejam escolhidos
aleatoriamente. Estas comparações são executadas levando-se em conta o seguinte
raciocínio: Para dois testes A e B, a confiabilidade das diferenças entre seus escores (A
– B = d) é expressa por uma formula.

Além das características dos próprios itens e do teste, há outros fatores externo ao
conteúdo do teste que afetam a fidedignidade do mesmo. Dois destes fatores são
particularmente relevantes: a) a variabilidade da amostra b) o comprimento do teste.

Por fim, como conclusão do capitulo em questão, o autor afirma que qualquer
coeficiente que se queira usar, entre as dezenas apresentados, produz a estimação da
fidedignidade dos testes desejados pelo então usuário, de modo que praticamente,
todos estes índices da parafernália estática na estimação da fidedignidade produzem os
mesmos resultados, sendo, portanto, nas palavras do próprio autor, uma matriz de
curiosidade acadêmica ou jogo artístico.

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