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Medresumo 2016 Modulo 06 Organizacao Morfofuncional Sistema Cardiovascular PDF
Medresumo 2016 Modulo 06 Organizacao Morfofuncional Sistema Cardiovascular PDF
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www.medresumos.com.br Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF - CARDIOVASCULAR
ARTÉRIAS INTERSEGUIMENTARES
São ramificações da aorta que passam entre os somitos, levando sangue a estes e seus derivados. Na região do
pescoço os vasos se unem para formar a artéria vertebral, que migra para a região cefálica. As da região do tórax
persistem como artérias intercostais, localizadas entre as costelas. As da região lombar formam artérias lombares.
ARTÉRIA VITELÍNICA
As artérias vitelínicas passam para o saco vitelino e, mais tarde, para o intestino primitivo, o qual se forma pela
parte do saco vitelino que foi incorporado. Permanecem três artérias derivadas da artéria vitelínica: tronco celíaco (irriga
o intestino anterior), mesentérica superior (irriga o intestino médio) e mesentérica inferior (irriga o intestino posterior).
ARTÉRIA UMBILICAL
A artéria umbilical transporta sangue pobre em oxigênio para a placenta para a reoxigenação. As partes
proximais dessa artéria tornam-se as artérias ilíacas internas e as artérias vesicais superiores. As partes distais obliteram
após o nascimento e se tornam os ligamentos umbilicais mediais.
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OBS: O exame cardíaco usando ultrassonografia de alta resolução em tempo real geralmente é realizado entre 18 e 22
semanas de gestação, pois nesse período o coração do bebê já é suficientemente grande e funcional.
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primum, perfurações que se unem formando o forame secundum. Esse garante um fluxo contínuo de sangue oxigenado
do átrio direito para o esquerdo. Uma membrana muscular cresce craniocaudalmente da parede ventrocefálico do átrio,
imediatamente a direito do septum primum – o septum secundum.
Essa membrana faz uma separação incompleta dos átrios formando uma escavação oval – o forame oval.
A parte cranial do Septum Primum desaparece gradualmente, e sua parte caudal forma a válvula do Forame Oval.
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As cristas se unem e formam uma parede espiralada em 180º, sendo chamado de septo aorticopulmonar. O
septo divide o tronco arterial em dois vasos, a Aorta e o Tronco pulmonar.
O Bulbo Cardíaco é incorporado às paredes dos ventrículos, dando origem ao “Cone Arterial” (Infundíbulo),
entrada para o Tronco Pulmonar e ao “Vestíbulo Aórtico”, entrada para a Aorta.
Na diástole o coração está relaxado, abrem-se as cavidades cardíacas, entra o sangue nos átrios e depois nos
ventrículos, mas não reflui o sangue para trás da artéria para o coração porque as valvas pulmonar e aórtica estão
fechadas nesse momento.
Na sístole o coração se contrai e o sangue deve ir dos ventrículos para as artérias, então as valvas pulmonar e
aórtica estão abertas, O sangue não reflui para trás em direção aos átrios porque na sístole ventricular as valvas mitral e
tricúspide se fecham.
CORRELAÇÕES CLÍNICAS
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Ectopia do coração: Como o próprio nome sugere, o coração está em um local anormal, de forma parcial ou
completamente exposta na superfície do tórax, podendo até mesmo fazer protrusão através do diafragma, para a
região do abdome. Nesses casos, a morte precoce ocorre em questão de minutos ou horas após o parto, devido às
infecções as quais o indivíduo está sujeito a paradas cardíacas ou a hipoxemia. A causa mais comum é a falta de
desenvolvimento adequado do esterno e da cavidade pericárdica por fusão incompleta das pregas laterais, durante a
formação da parede torácica na quarta semana de desenvolvimento. O procedimento cirúrgico consiste em cobrir o
coração com a pele.
Defeitos do septo atrial e ventricular: são defeitos na formação dos orifícios nas paredes (septos) que
separam o coração em um lado esquerdo e em um lado direito. Em ambos os tipos, o sangue que retorna ao coração
oriundo dos pulmões não segue o circuito completo. Ele é enviado de volta aos pulmões ao invés de ser bombeado
para o resto do organismo. Consequentemente, a quantidade de sangue nos vasos sanguíneos pulmonares aumenta,
acarretando dificuldade respiratória, dificuldade para se alimentar, sudorese. O diagnóstico é feito através do
eletrocardiografia, ultrassonografia, radiografia e cateterismo cardíaco. Os defeitos podem ser reparados
cirurgicamente.
Defeitos do septo atrial: A forma mais comum do DSA é o forame oval patente. Um forame oval patente, em
especial quando associado a outros defeitos, tais como, estenose ou atresia da pulmonar, provoca um desvio de
sangue para o átrio esquerdo causando cianose. Outra manifestação clínica é a insuficiência ventricular direita.
Defeitos do septo ventricular: O defeito do septo ventricular membranoso é o mais comum. É frequente
durante o primeiro ano, 30% a 50% dos DSV muito pequenos fecharem-se espontaneamente. A maioria dos
pacientes com um grande DSV tem um desvio de sangue maciço da esquerda para a direita. Grandes DSV com
excessivo fluxo sanguíneo pulmonar e hipertensão pulmonar, resultam em dispneia e insuficiência cardíaca no início
da infância.
Tetralogia de Fallot: A cianose é um dos sinais clássicos da tetralogia. Essa anomalia ocorre quando a divisão
do tronco arterial é tão desigual que o tronco pulmonar não tem luz no nível da válvula pulmonar. Toda a saída do
ventrículo direito é através da aorta. A corrente sanguínea pulmonar fica dependente, geralmente, de um ducto
arterial patente. O reparo cirúrgico primário é o tratamento de escolha no início da infância. Consiste em quatro
anomalias:
Estenose pulmonar (obstrução do fluxo do
ventrículo direito) – dificuldade na passagem
de sangue pobre em oxigênio para os
pulmões.
Defeito do septo ventricular – ocorre quando
existe um orifício entre os dois ventrículos.
Dextroposição da aorta - desalinhamento
para a direita da aorta ao sair do coração
Hipertrofia do ventrículo direito – devido ao
excessivo trabalho, o músculo aumenta de
massa, principalmente de espessura.
Estenose e atresia aórtica: Neste caso, as bordas da válvula estão usualmente fusionadas, formando uma
estreita abertura. Pode ser congênita ou pode se desenvolver após o nascimento. A estenose valvular causa um
trabalho extra para o coração, o que resulta em hipertrofia do ventrículo esquerdo e sons cardíacos anormais (sopro
cardíaco). O estreitamento da aorta resulta da persistência do tecido que normalmente degenera quando a válvula se
forma.
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CIRCULAÇÃO FETAL
A oxigenação ocorre na placenta. O pulmão não
realiza a função de trocas. O sangue oxigenado e rico em
nutrientes retorna da placenta pela veia umbilical. Ao se
aproximar do fígado, cerca de metade do sangue sob alta
pressão passa diretamente para o ducto venoso. A circulação
do sangue através do DV é regulada por um esfíncter
próximo à veia umbilical. Após um pequeno trajeto na VCI, o
sangue entra no átrio direito do coração. Como a VCI contém
sangue pobremente oxigenado vindo dos membros inferiores,
do abdome e da pelve, o sangue que entra no átrio direito
não é tão bem oxigenado quanto o que vem da veia
umbilical. A maior parte do sangue da VCI é direcionada para
o átrio esquerdo. Aí ele se mistura com uma pequena
quantidade de sangue pobremente oxigenado que está
retornando dos pulmões pelas veias pulmonares. Os pulmões
fetais extraem oxigênio do sangue, o qual passa então do
átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo e deixa o coração
através da aorta ascendente. As artérias para o coração,
cabeça, pescoço e membros superiores recebem sangue
bem oxigenado. O fígado também recebe da veia umbilical. A
pequena quantidade de sangue bem oxigenado da VCI que
sobra no átrio direito se mistura ao sangue pouco oxigenado
da VCS e passa para o ventrículo direito. Esse sangue deixa
o coração através do tronco pulmonar. Cerca de 10% desse
sangue vai aos pulmões, mas a maior parte dele passa
através do ducto arterial para a aorta descendentes e vai
para o corpo fetal, retornando para a placenta através das
artérias umbilicais.
Somente um pequeno volume de sangue da aorta ascendente entra na aorta descendente. Aproximadamente
65% do sangue na aorta descendente passam para as artérias umbilicais e retornam para a placenta para reoxigenação.
Os 35% restantes suprem as vísceras e a parte inferior do corpo.
CIRCULAÇÃO NEONATAL
Ao nascimento ocorrem importantes ajustes
circulatórios, quando cessa a circulação do sangue fetal
através da placenta e os pulmões se expandem e começam
a funcionar. Dentre as mudanças está o fechamento do
ducto nervoso, do forame oval e do ducto arterioso. Em
virtude do aumento da circulação sanguínea, a pressão no
átrio esquerdo torna-se mais alta do que no átrio direito.
Todo o sangue do ventrículo direito flui agora para as
artérias pulmonares. O DA se contrai ao nascimento, mas
em um bebê a termo há um pequeno desvio de sangue, via
DA, da aorta para o tronco pulmonar por 24 a 48 horas. As
artérias umbilicais contraem-se ao nascimento impedindo a
perda de sangue do bebê.
O fluxo sanguíneo continua através da veia
umbilical, transferindo o sangue fetal da placenta para o
bebê. O fechamento dos vasos fetais é inicialmente uma
alteração funcional. Mais tarde, o fechamento anatômico
resulta da proliferação de tecidos epitelial e fibroso.
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O sistema circulatório é constituído por dois componentes distintos: o sistema sanguíneo ou cardiovascular
(cuja função é transportar sangue em ambas as direções entre o coração e os tecidos) e sistema linfático (que tem
como função colher a linfa, o excesso de fluido extracelular dos tecidos e leva-lo de volta para o sistema cardiovascular).
O primeiro, constituído por túbulos que carregam sangue bombeado pelo coração, é um sistema fechado. Já o
segundo se inicia em capilares muito pequenos, absorvendo líquidos e excretas que saem da corrente sanguínea e não
conseguem voltar pela mesma, voltando por meio dos vasos linfáticos.
SISTEMA CARDIOVASCULAR
É um sistema fechado por onde percorre o sangue responsável por nutrir e retirar os metabolismos do corpo.
Esse sistema é dotado de uma bomba muscular que renova a energia mecânica do sangue constantemente, o coração,
responsável por enviar sangue para dois circuitos distintos: o circuito pulmonar (que leva o sangue de e para os
pulmões) e o circuito sistêmico (que distribui o sangue de e para todos os órgãos e tecido do corpo). Devido a ação
desta bomba, os vasos vão se tornar mais espessos e resistentes, diferentemente dos vasos linfáticos.
OBS: A pequena circulação é a pulmonar, aquela que leva sangue venoso do ventrículo direito para realizar a hematose
trazendo sangue arterial para o átrio esquerdo. A grande circulação é a sistêmica, que leva sangue arterial para nutrir
todos os tecidos do corpo (inclusive o pulmonar) saindo do ventrículo esquerdo, retornando ao átrio direito com sangue
venoso.
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Arteriosclerose: pouca produção de fibras elásticas na parede dos vasos devido às células envelhecidas,
tornando-as mais enrijecidas.
Aterosclerose: depósito de gordura (ateromas) junto a parede dos vasos, podendo evoluir para AVCs.
ARTÉRIAS
São vasos sanguíneos que recebem sangue do coração. Estão classificadas em três tipos: elásticas
(condutoras), musculares (distribuidoras) e arteríolas, de acordo com seu tamanho relativo em referência as suas túnicas
médias.
• Artérias Elásticas (condutoras): são artérias mais calibrosas, com maior pressão, apresentando grande
quantidade de fibras elásticas intercaladas às fibras musculares na túnica média. Suas células endoteliais
contêm corpúsculos de Weibel-Palade (importante para coagulação). As lâminas elásticas são pouco
desenvolvidas. São exemplos: aorta, tronco pulmonar, artérias ilíacas.
• Artérias Musculares (distribuidoras): dão continuidade às artérias elásticas com pressão interna menor. A
túnica média é um pouco menor comparada com a artéria elástica. As lâminas elásticas são bem desenvolvidas.
Estão representadas, por exemplo, por artérias que partem da aorta.
• Arteríolas (vasoconstricção e vasodilatação): são mais finas, caracterizada pela vasoconstricção e
vasodilatação. Possui a túnica média bem fina.
• Metarteríolas: são arteríolas terminais que impedem a passagem de sangue para os capilares, o levando
diretamente para as vênulas, caso o corpo necessite de sangue em pouco tempo. As células musculares não
são contínuas, circulando o endotélio do capilar. As lâminas elásticas são totalmente desenvolvidas.
CAPILARES
Vasos mais numerosos formados a partir das extremidades terminais das arteríolas. Possuem apenas endotélio na
túnica íntima e ainda lâmina basal. Essas células endoteliais estão unidas por zonas de oclusão. Apresentam pericitos
estimulando a contração. Apresentam funções de favorecer as trocas metabólicas do sangue com os tecidos e são
importantes na fisiopatologia dos processos inflamatórios.
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OBS: Anastomoses arteriovenosas: são regiões em que acontece uma ligação direta da arteríola sem que seja
necessária uma interligação por capilares. Nesses casos, a camada muscular das arteríolas torna-se mais espessas.
VEIAS
São vasos que levam sangue de volta para o coração. Como não somente as veias são muito mais numerosas
do que as artérias, mas em geral, o diâmetro de sua luz também é bem maior (quase 70% do volume total de sangue
fica nestes vasos).
Por não terem altas pressões como ocorre nas artérias, existe um sistema de válvulas nesses vasos que ajudam
no movimento de repouso venoso.
Defeitos de Válvulas: crianças que tiveram febre reumática podem, mais tarde, apresentar a doença da valva
cardíaca em consequência de cicatrizes das valvas causadas pelo episódio. Nesses casos, acontece uma
incompetência das valvas (principalmente a mitral e a valva aórtica), dificultando seu fechamento ou abertura.
Aneurisma: alterações que podem ocorrer em qualquer vaso do sistema cardiovascular, em que a luz do vaso
aumenta.
Veias varicosas: veias dilatadas de forma anormal devido à perda de tônus muscular, da degeneração da
parede dos vasos e da incompetência das valvas.
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CORAÇÃO
Bomba muscular formada por quatro cavidades (dois átrios e dois ventrículos), constituídas basicamente por
tecido epitelial, muscular, conjuntivo e um tecido epitelial externo. Essa configuração se continua, concomitantemente,
por todo decorrer dos vasos.
ESQUELETO DO CORAÇÃO
O esqueleto do coração é rico em fibras colágenas, sendo responsável por fornecer sustentação ao órgão, que
possui uma grande atividade motora. É constituído por tecido conjuntivo denso, possuindo três componentes principais:
• Anéis Fibrosos: formados em torno da base da aorta, da artéria pulmonar e dos óstios atrioventriculares.
• Trígono Fibroso: formado primariamente na vizinhança da área da cúspide da valva aórtica, na região do septo
cardíaco.
• Septo Membranoso: constitui a porção superior e membranácea do septo interventricular.
ENDOCÁRDIO
O endocárdio, um epitélio pavimentoso simples, e o tecido conjuntivo subendotelial subjacente revestem a luz do
coração. Seus aspectos principais são:
É formado por T.E.R. Simples Pavimentoso, tendo como função manter a luz do órgão sem ondulações e
irregularidades.
Mais profundamente, existe a camada conjuntiva subjacente, a camada subendocárdica, composta por fibras
colágenas, com presença marcante de fibroblastos e macrófagos. É nessa camada em que se encontram as
fibras de Purkinje (células musculares estriadas cardíacas diferenciadas) do sistema de condução elétrica do
coração, disseminando o impulso de contração do coração.
MIOCÁRDIO
Representa a espessa camada média do coração, composta por células de
músculos cardíaco dispostas em espirais complexas em torno dos orifícios das
câmaras.
Camada mais espessa do coração.
Presença de fibroblastos e tecido fibroso.
Fibras musculares estriadas uninucleadas ou binucleadas com presença de
discos intercalares (unem, rigidamente, uma fibra a outra).
EPICÁRDIO
O epicárdio, homólogo da adventícia dos vasos, coincide com o pericárdio visceral que recobre o coração,
aderindo-se, intimamente, a ele.
Constituída de T.E.R. Pavimentoso simples denominado mesotélio.
Camada mais externa do coração.
Local onde há maior depósito de tecido adiposo.
Presença de fibras colágenas.
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NÓ ATRIOVENTRICULAR / NODO AV
Localizado na parede do septo, logo acima da valva tricúspide. É responsável pela propagação do impulso dos
átrios para os ventrículos, ocasionando um retardo desse impulso, fazendo com que a contração ventricular n seja igual
com a contração atrial.
FIBRAS DE PURKINJE
Grandes células cardíacas modificadas localizadas na camada subendocárdica formam as fibras de Purkinje,
que transmitem os impulsos para as células musculares cardíacas localizadas no ápice do coração, onde tem inicio a
contração do miocárdio ventricular.
SISTEMA LINFÁTICO
Inicia-se em pequenos capilares linfáticos formados por células epiteliais
em fundos de saco. Esses capilares desaguam seu conteúdo em vasos linfáticos,
que desembocam em ductos linfáticos (ducto torácico – restante do corpo - e o
ducto linfático direito – linfa do quadrante superior direito).
Os linfonodos estão interpostos ao longo do trajeto dos vasos linfáticos e a
linfa precisa passar por eles para ser filtrada e limpa de materiais em partículas.
Linfócitos são adicionados à linfa e ela sai desses linfonodos por meio dos vasos
linfáticos eferentes.
Os vasos linfáticos podem ser classificados como:
• Capilares Linfáticos: vasos de parede delgada constituídas por uma única
camada de células endoteliais e uma lâmina própria incompleta.
• Vasos Linfáticos Pequenos e Médios: possuem valvas com espaçamento
próximo.
• Vasos Linfáticos Grandes: assemelham-se estruturalmente às pequenas
veias, exceto por sua luz ser maior e sua parede ser mais fina. Possuem
uma delgada camada de fibras elásticas abaixo do endotélio e uma fina
camada de células musculares lisas.
FATORES DE RISCO
Histórico familiar de doença coronariana
Idade (a partir dos 60 anos)
Presença de fatores que predispõem a aterosclerose: Hipertensão; Tabagismo; Diabetes; Hipercolesterolemia.
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Obesidade
Estresse
Sedentarismo
TIPOS DE INFARTO
1. Transmural 2. Subendocárdico
Toda ou quase toda a espessura da parede Limitada ao terço interior ou no máximo a metade da
ventricular parede ventricular, podendo se estender lateralmente
Área irrigada por uma única artéria coronária Pode ir além da área de uma única artéria coronária
Associado a aterosclerose coronariana Formação da placa
Alteração da placa Formação de trombo que lisa antes que a necrose se
Estenose / Trombose estenda
Redução da PA
BASES DA ISQUEMIA
• Aterosclerose coronariana
• Alteração da morfologia de uma placa ateromatosa
• Exposição ao colágeno subendocárdico
• Ativação plaquetária (adesão, agregação, ativação e liberação de
agentes agregadores)
• Trombose
• Vasoespasmo
• Perda do suprimento sanguíneo consequências bioquímicas,
morfológicas e funcionais.
RESPOSTA DO MIOCÁRDIO
• Morte celular
• Cessação da glicólise aeróbica em segundos
• Perda de contratilidade dentro de 60 segundos após isquemia
• Relaxamento miofibrilar
• Depleção de glicogênio
• Tumefação mitocondrial e celular
• Apenas isquemia intensa (20 a 40 minutos) leva a danos irreversíveis (necrose).
• Reconstituição do tecido por tecido fibroso (fibroblastos), inclusive com angiogênese.
ALTERAÇÕES HISTOLÓGICAS
• 0 – ½ h sem alteração.
• ½ - 4 h geralmente sem alteração. Ondulação variável das fibras na borda.
• 4 – 12 h início da necrose por coagulação; edema; hemorragia.
• 12 - 24 h continuação da necrose por coagulação
picnose dos núcleos
miócitos com hipereosinofilia
necrose marginal com faixas de contração
início do infiltrado neutrofílico
• 1 - 3 dias necrose por coagulação
perda dos núcleos e das estriações
infiltrado intersticial de neutrófilos
• 3 – 7 dias início da desintegração das miofibrilas mortas
morte de neutrófilos
fase inicial da fagocitose das células mortas pelos macrófagos na borda da área infartada.
• 7 – 10 dias fase avançada da fagocitose das células mortas
fase inicial da formação do tecido de granulação fibrovascular nas margens.
• 10 - 14 dias tecido de granulação
novos vasos sanguíneos
deposição de colágeno
• 2 – 8 semanas aumento da deposição de colágeno
diminuição da celularidade.
• > 2 meses cicatriz colagenosa densa.
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O sistema circulatório é constituído por um conjunto fechado de tubos, no interior dos quais circulam livremente
humores. Os Vasos Sanguíneos e Linfáticos representam o sistema de tubos, enquanto que aos humores
correspondem o sangue e a linfa. A circulação do sangue é garantida pela existência de um órgão central, o coração,
que através de sua contração rítmica impulsiona-o através da rede vascular.
IMPORTÂNCIA FUNCIONAL
A função primordial do sistema circulatório é levar oxigênio e nutrientes a todos os tecidos do Corpo Humano.
Entretanto, também acumula outra importante tarefa, remover os resíduos originados pelo metabolismo celular, dos
locais onde foram produzidos, conduzindo-os até os órgãos destinados a sua eliminação do nosso organismo.
As trocas entre o sangue e os tecidos são realizadas por processo de permeabilidade seletiva em nível dos
capilares, vasos de reduzido calibre, paredes muito finas e porosas, especialmente adaptados para esse fim.
A parte fluída do sangue, o plasma, atravessa as paredes dos capilares, em direção aos espaços intercelulares.
Quando o plasma alcança os espaços intercelulares passa a ser denominado de linfa, circulando entre as células,
distribuindo os nutrientes e recolhendo as excretas do metabolismo celular.
Depois de realizar as trocas com o tecido, a Linfa é recolhida pelos capilares e Vasos Sanguíneos, ou pelos
linfáticos, retornando a circulação sanguínea junto com os resíduos produzidos pelas células durante seu metabolismo.
DIVISÃO ANATÔMICA
CORAÇÃO
É um órgão muscular oco, subdividido internamente por seu esqueleto fibroso, em 04 câmaras, duas superiores
(Átrios) e outras duas inferiores (Ventrículos). Funciona como uma bomba aspirante e premente.
Aspirante, porque suga o sangue de 06 Veias encontradas em
sua base (Veia Cava Superior, Veia Cava Inferior, e Veias
Pulmonares) para o interior das câmaras superiores, durante o
relaxamento do Músculo Cardíaco (Diástole).
Premente, porque empurra o sangue das câmaras inferiores
(Ventrículos) para o interior de Artérias (Aorta e o Tronco
Pulmonar), associadas às referidas câmaras, durante a
contração do Músculo Cardíaco (Sístole), e assim impulsiona o
fluído ao longo da Circulação Sistêmica (Coração-Corpo-
Coração), ou da Circulação Pulmonar (Coração-Pulmão-
Coração).
Está localizado no interior da cavidade torácica, num espaço entre os dois pulmões denominado mediastino.
Apresenta disposição oblíqua de seu longo eixo, com 2/3 do seu volume à esquerda do plano mediano, e o 1/3 restante
situado à direita do referido plano. Encontra-se por cima do m. diafragma, por diante do esôfago, da porção torácica da
a. aorta e da coluna vertebral, por trás das cartilagens costais e do osso esterno.
A manutenção da posição do coração no Tórax é garantida através dos seguintes meios de fixação:
• Continuidade com os Vasos da base:
Artéria Aorta
V. Cava Superior
V. Cava Inferior
Tronco Pulmonar
Vv. Pulmonares
O principal constituinte das paredes do coração é o miocárdio, sendo o mesmo revestido por duas outras
túnicas: uma interna o endocárdio e a outra externa o epicárdio.
O miocárdio é composto pelo tecido muscular estriado cardíaco, que apesar de apresentar estriações
transversais semelhante aos Mm. esqueléticos, seu funcionamento independe da nossa vontade.
O endocárdio corresponde à túnica íntima do coração, é composta de células endoteliais escamosas e contínua
com o revestimento endotelial dos vasos.
OBS: O pericárdio é uma bolsa fechada, formada por uma membrana fibroserosa que recebe o coração e vasos da
base. Encontra-se no mediastino médio, está fixado anteriormente a parede do esterno pelos ligamentos esterno
pericárdico; unido posteriormente por tecido conjuntivo frouxo as estruturas do mediastino posterior e inferiormente com
o diafragma através do ligamento do pericárdio frênico. Esse saco fechado é formado por duas camadas: A camada
mais externa, pericárdio fibroso, e uma camada interna chamada de pericárdio seroso. O pericárdio seroso é uma
membrana fina e brilhosa que recebe o nome de lâmina parietal do pericárdio seroso. Essa lâmina se reflete ao coração
e nos grandes vasos, passando a ser chamada de Lâmina visceral do pericárdio seroso. Entre essas duas lâminas
existe uma cavidade (espaço virtual) que contém uma fina película de líquido, que permite ao coração se movimentar
sem atrito.
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Margem direita
Ápice
Base
Faces: Esternocostal; Diafragmática; Pulmonar.
ÁTRIO DIREITO
Câmara cuboide e alongada, encontra-se
dividido em duas partes, uma lisa que corresponde à
direção das veias cavas, o seio da veia cava, e uma
expansão desta, que corresponde a aurícula direita.
Para estudo anatômico, apresenta seis
paredes:
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CIA = Comunicação Interarterial. Complicação neonatal em que ocorre persistência do forame oval, causando
mistura do sangue arterial com o venoso no recém-nascido. Complicações: Insuficiência Cardíaca; arritmias;
Hipertensão Pulmonar.
ÁTRIO ESQUERDO
Câmara cuboide alargada, encontra-se dividido em duas partes, uma lisa que corresponde a desembocadura
das 04 Vv. Pulmonares, e sua expansão que corresponde a aurícula direita.
Apresenta, para estudo anatômico, cinco paredes:
Parede anterior: Óstio Atrioventricular Esquerdo
Parede posterior: Óstios das Vv. Pulmonares
Parede lateral: Mm. Pectinados
Parede medial: Impressão produzida pela Fossa Oval
VENTRÍCULO DIREITO
Suas paredes apresentam-se menos espessas que a do esquerdo (1/3 da espessura). Sua capacidade é de 85
ml. A cavidade do ventrículo direito, apresenta a forma de um triângulo de base superior.
A base deste triângulo está voltada para cima, e nela iremos encontrar dois orifícios: Óstio atrioventricular direito,
permite a comunicação com o átrio direito. Este óstio está provido de um conjunto de três válvulas (anterior, posterior,
septal), que vão constituir a valva Atrioventricular Direita.
As válvulas representam dispositivos orientadores da corrente sanguínea que impedem o refluxo do sangue do
Ventrículo para Átrio. Para exercer esta função, as válvulas associam-se aos músculos papilares (2) através de finos
filamentos, as cordas tendíneas (3).
Medialmente ao Óstio Atrioventricular encontramos o Óstio do Tronco Pulmonar, guarnecido pela Valva do
Tronco Pulmonar.
VENTRÍCULO ESQUERDO
Ocupa uma pequena porção da face esternocostal, entretanto representa a metade da face diafragmática. Este
ventrículo é maior e apresenta paredes mais espessas quando comparado ao direito. A forma do ventrículo esquerdo se
assemelha a do direito.
Na base do triângulo, assim como no direito, nós iremos observar a existência de dois orifícios: Óstio
Atrioventricular esquerdo, guarnecido da Valva Atrioventricular Esquerda.
A Valva Atrioventricular esquerda é constituída por 02 válvulas, e apresenta as mesmas relações que a direita, como
também função semelhante.
Medialmente ao Óstio Atrioventricular Esquerdo encontramos o Óstio da A. Aorta, guarnecido pela Valva da
Aorta.
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Valvas cardíacas
Sístole ventricular Diástole ventricular
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CIRCULAÇÃO PULMONAR
Tem a função de conduzir o sangue, pobre em oxigênio, do Ventrículo Direito até os pulmões, onde se verificam
as trocas gasosas entre o sangue e o ar atmosférico, denominada de Hematose.
CIRCULAÇÃO SISTÊMICA
Tem a função de conduzir o sangue oxigenado, vindo dos pulmões, para as células, onde através de difusão, os
nutrientes irão atravessar dos capilares para o espaço intercelular.
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As veias intermédias do cotovelo e do antebraço são calibrosas e superficiais, sendo frequentemente utilizadas
para injeções endovenosas; em punções para coleta de sangue; transfusões de sangue e plasma; e também
para Cateterismo.
SISTEMA PORTA
A veia porta hepática (às vezes chamada simplesmente de veia porta) é uma veia porta no corpo humano
que drena sangue do sistema digestivo e de suas glândulas associadas. É formada pela união da veia esplênica
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com a veia mesentérica superior e se divide em ramos direito e esquerdo antes de entrar no fígado (note que é um
raro caso em que uma veia se divide, ao invés de confluir). É importante ressaltar que a veia porta do fígado drena
sangue para o fígado, e não do fígado. O sangue que entra no fígado vindo da veia porta deve ser filtrado, para depois
alcançar a veia cava inferior através das veias hepáticas.
As tributárias da veia porta hepática incluem: veia gástrica esquerda e veia gástrica direita, veia esplênica (onde
desemboca a veia mesentérica inferior).
CORAÇÃO
Faces: diafragmática , esternocostal, pulmonar
Base
Ápice do coração
Pericárdio seroso:
Lâmina parietal
Lâmina visceral
Face esternocostal:
Auricula do átrio direita
Auricula do átrio esquerdo
Sulco coronário
Ventrículo direito
Sulco interventricular posterior
Ventrículo esquerdo
Ramo interventricular anterior da a. coronária esquerda
Face diafragmática:
o Átrio direito
Veia cava superior
Veia cava inferior
o Átrio esquerdo
veias pulmonares direita
Veias pulmonares esquerda
o Ramo interventricular posterior da A. Coronária direita
o Ventrículo direito
o Sulco interventricular anterior
o Ventrículo esquerdo
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Arco aórtico
Tronco braquiocefálico: cárotida
comum direita e subclávia direita
A. Cárotida comum esquerda
A. Subclávia esquerda
A.vertebral direita e esquerda
Sistema porta
V. Porta
V. Mesentérica superior
V. Mesentérica inferior
V. Esplênica
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O coração é o órgão central do aparelho circulatório que trabalha como uma bomba muscular cuja função é
impelir o sangue para todas as partes do corpo.
É composto por 4 câmaras:
Câmaras direitas (átrio e ventrículo direitos): recebem o sangue venoso e encaminham para os pulmões
Câmaras esquerdas (átrio e ventrículo esquerdos): recebem o sangue oxigenado dos pulmões e bombeiam-no
para todo o corpo.
OBS: Curiosidades:
Bate cerca de 100 mil vezes por dia (frequência média normal: 60 a 100 batimentos por minuto);
Bombeia 74 mil litros de sangue/dia;
Aos 70 anos já bateu cerca de 2,5 bilhões de vezes;
Sistema circulatório mede cerca de 111.000 km.
PERICÁRDIO
Saco fibrosseroso de parede dupla que envolve o coração e as raízes dos grandes vasos, estando situado no
mediastino médio, composto por dois sacos:
Pericárdio fibroso: saco fibroso externo.
Pericárdio seroso: saco seroso interno, dividido em duas lâminas (uma parietal e outra visceral).
PERICÁRDIO FIBROSO
Fixado ao centro tendíneo do diafragma pelo Ligamento pericardiofrênico
Fixado ao esterno pelos Ligamentos esternopericárdicos
Posteriormente liga-se às estruturas do mediastino posterior por tecido conjuntivo frouxo
Revestido internamente pela lâmina parietal do pericárdio seroso
OBS: O pericárdio fibroso não se separa do pericárdio seroso parietal durante a dissecação.
OBS: A cavidade do pericárdio entre as camadas opostas das lâminas parietal e visceral do pericárdio seroso são
contínuas, assim como as pleuras parietais e visceral do pulmão.
PERICÁRDIO SEROSO
Composto por duas laminas:
Parietal: Serosa brilhante aderida ao pericárdio fibroso.
Visceral: constitui a Lâmina externa da parede do coração (o epicárdio), reflete-se do coração e grandes vasos
como a lâmina parietal.
IRRIGAÇÃO DO PERICÁRDIO
O suprimento sanguíneo do pericárdio é feito a partir da artéria pericardiofrênica (ramo delgado da A. torácica
interna, proveniente da A. subclávia, que se termina em A. musculofrênica e epigástrica superior). Contribuições
menores são feitas pelas A. musculofrênicas (ramo terminal da artéria torácica interna), Aa. Bronquiais, esofágicas e
frênicas superiores (ramos da aorta porção torácica). A lâmina visceral do pericárdio seroso é suprida pelas artérias
coronárias.
CORAÇÃO
É o órgão mais importante do sistema circulatório. É uma bomba propulsora de sangue divida em câmaras: dois
átrios e dois ventrículos. Ele bombeia o sangue tanto para a pequena circulação (circulação pulmonar) quanto para a
grande circulação (circulação sistêmica).
Átrio direito: recebe o sangue “venoso” das veias cavas superior e inferior proveniente da grande circulação, e
bombeia para o ventrículo direito, através da valva tricúspide.
Ventrículo direito: recebe o sangue do átrio direito e o bombeia para o tronco pulmonar, através da valva
pulmonar para dar início à pequena circulação.
Átrio esquerdo: recebe o sangue “arterial” das veias pulmonares, e bombeia para o ventrículo esquerdo, através
da valva mitral.
Ventrículo esquerdo: recebe o sangue do átrio esquerdo e o bombeia para a aorta, através da valva aórtica.
CICLO CARDÍACO
Diástole: relaxamento ventricular
o Valvas atrioventriculares abertas
o Valvas aórtica e pulmonar fechadas
PAREDE CARDÍACA
Endocárdio: endotélio vascular
Miocárdio: camada muscular
Epicárdio: lâmina visceral do pericárdio seroso
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BASE DO CORAÇÃO
Voltada para os corpos vertebrais T6 a T9. Estende-se superiormente até o tronco pulmonar e inferiormente até
o sulco atrioventricular ou coronário. É composto pelo AE e AD. Nela, é visível um sulco que divide os átrios dos
ventrículos: o sulco coronário ou átrio ventricular.
ÁPICE DO CORAÇÃO
Situa-se posteriormente ao 5° EICE, sendo composto pela porção ínfero-lateral do VE.
M ARGENS DO CORAÇÃO
Direita: AD, VCS e VCI
Esquerda: VE e AE
Superior: Átrios e Aurículas
Inferior: VD e VE
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ÁTRIO ESQUERDO
Forma a maior parte da base do coração, possuindo uma parede lisa. Apenas a sua aurícula (esquerda)
apresenta-se com músculos pectíneos, formando a margem
esquerda.
Óstio das 4 veias pulmonares
Septo interatrial
Óstio da valva atrioventricular esquerda ou mitral
Válvula da fossa oval
VENTRÍCULO ESQUERDO
Forma o ápice do coração, a face pulmonar, a
margem esquerda e parte da face diafragmática. Seu
miocárdio é 2x mais espesso que no VD (por trabalhar
com pressões bem mais altas), com cavidade cônica
maior que do VD.
Valva atrioventricular esquerda ou mitral (4ª
cartilagem costal) com válvulas (Anterior e
Posterior)
Músculos papilares (Anterior e Posterior)
Cordas tendíneas
Trabéculas cárneas
Vestíbulo da aorta
Valva aórtica (3°EIC) c/ válvulas semilunares:
Direita, Esquerda e Posterior.
Seios da aorta: Coronários D e E, e Não coronário
Porção ascendente da aorta.
Vestíbulo da aorta
Valva aórtica (3°EIC) c/ válvulas semilunares:
Direita, Esquerda e Posterior. Cada válvula
apresenta: Nódulo e Lúnula.
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OBS: Focos de ausculta cardíaca: São regiões no tórax de fácil ausculta das bulhas cardíacas (que nada mais são
que a representação semiológica dos sons de abertura e fechamento das valvas cardíacas). Os cinco focos das valvas
podem ser distinguidos em suas respectivas regiões, descritas na figura abaixo.
Origina-se no seio aórtico direito. Volta-se para a direita no sulco atrioventricular (ou coronário), encoberta pela
aurícula direita, até a margem direita do coração, onde se encurva para a face diafragmática, continuando no sulco
coronário. Durante seu trajeto, vai emitir alguns ramos:
Ramo do cone arterial: primeiro ramo da ACD. Parte para suprir o infundíbulo.
Ramo do nó sinoatrial: coberto pela aurícula direita, sobe em direção da veia cava superior.
Ramos ventriculares anteriores do ventrículo direito
Ramo Marginal direito: corre na margem direita do coração.
Ramo interventricular posterior ou descendente posterior: Irriga os ventrículos e septo interventricular.
Anastomosa-se, boca a boca, com ramos da ACE.
Ramo do nó atrioventricular: pequeno ramo profundo que nasce já na face diafragmática.
A artéria coronária direita é responsável por suprir: Átrio direito, Ventrículo direito (>), Face diafragmática do
ventrículo esquerdo, 1/3 posterior do septo interventricular, Nó sinoatrial ou sinusal (60%) e Nó atrioventricular (80%).
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Origina-se no seio aórtico E. Volta-se para a esquerda no sulco atrioventricular entre a aurícula esquerda e o
tronco pulmonar com o nome de Tronco da Coronária Esquerda. Na extremidade esquerda do sulco coronário divide-se
em dois ramos:
Ramo interventricular anterior ou descendente anterior (DA): corre no sulco interventricular anterior em direção
ao ápice e origina:
o Ramos septais para a porção anterior do septo interventricular;
o Ramos diagonais para a parede anterior do ventrículo esquerdo.
Ramo circunflexo: segue no sulco coronário em torno da margem esquerda até a face posterior. Emite:
o Ramo marginal esquerdo;
o Ramos para a porção diafragmática do VE.
A artéria coronária esquerda é responsável por suprir: Átrio esquerdo, Ventrículo esquerdo (>), Parte da Face
esternocostal do VD, 2/3 anteriores do septo interventricular, Nó sinoatrial ou sinusal (40%) e Feixes do sistema de
condução atrioventricular.
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NÓ ATRIOVENTRICULAR
Localizado na região inferior do septo interatrial, próximo ao óstio do seio coronário. Inervado pelo plexo
cardíaco (estímulo simpático acelera a condução e parassimpático lentifica).
FEIXE ATRIOVENTRICULAR
Transmite o impulso do átrio, a partir do nó atrioventricular, para o ventrículo, atravessando o esqueleto fibroso
do coração. Tem trajeto no septo interventricular. Depois, divide-se em ramos direito e esquerdo na junção da parte
membranácea e muscular.
Ramo direito
Ramo esquerdo
o Divisão ântero-superior
o Divisão póstero-inferior
Ramos subendocárdicos (fibras de Purkinje)
INERVAÇÃO DO CORAÇÃO
A inervação do coração é feita a partir de fibras nervosas autônomas provenientes do plexo cardíaco, oriundo
do nervo vago, formado entre a traqueia, a aorta e tronco pulmonar.
Inervação simpática: fibras dos gânglios
paravertebrais cervical e torácico superior dos
troncos simpáticos. O suprimento simpático é
proveniente das fibras pré-ganglionares e fibras
pós-ganglionares (as fibras pós-ganglionares
terminam no nó sinoatrial e atrioventricular). O
estímulo simpático do tecido nodal aumenta a
frequência cardíaca e a força de suas contrações.
Esse estímulo também dilata das artérias
coronárias inibindo sua constrição (fornece mais
oxigênio e nutrientes para o miocárdio durante
períodos de atividade aumentada).
Inervação parassimpática: fibras do nervo vago. O
suprimento parassimpático é proveniente de fibras
pré-ganglionares do nervo vago e fibras
parassimpáticas pós-ganglionares também
terminadas nos nós sinoatrial e atrioventricular e
diretamente nas artérias coronárias. O estímulo
dos nervos parassimpáticos diminui a frequência
cardíaca, reduz a força do batimento cardíaco e
constringe as artérias coronárias, economizando
energia entre períodos de demandas aumentadas.
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BIOFÍSICA: HEMODINÂMICA
A circulação corpórea pode ser considerada como um sistema hidráulico real, ou seja, não-ideal, pois existem
forças dissipadas como o atrito com as paredes dos vasos (endotélio), além do atrito entre as próprias laminas
(camadas) do sangue em movimento.
Logo, o sistema sanguíneo pode se enquadrar em estudos da hidrodinâmica – ramo da física que estuda os
sistemas hidráulicos que apresentam líquido em movimento – a partir do momento que é comparado a um sistema
fechado não-ideal movido pelo trabalho de uma bomba (coração), com fluido (sangue) em circulação.
Sendo:
F1 = F2 F Fluxo [cm³/s; m³/min]
v1 x A1 = v2 x A2 L Espaço [centímetro; metro]
Ou seja: v x A = constante (k) T Tempo [segundo; minuto]
Logo: A Área seccional
Se A1/A2=1V2=V1 v Velocidade
Se A1/A2>1V2>V1
Se A1/A2<1V2<V1
A expressão dimensional de fluxo significa que a grandeza física fluxo é derivada de duas grandezas
fundamentais: espaço (elevado a 3ª potencia) e tempo (elevado a menos 1). Por exemplo, o débito cardíaco (volume de
-1
sangue que o coração bombeia pelo ventrículo esquerdo a cada minuto) é 5 l.min (cm³=1ml).
Na figura acima, tem-se um sistema condutor ideal, ou seja, sem atrito. Considera-se que o fluxo que passa por
A1 (maior área seccional) deve passar em mesma quantidade por A2 (menor área seccional). Logo, tem-se que quanto
menor a área de escoamento do líquido, maior será a velocidade desse escoamento para que o fluxo permaneça
constante, bem como o contrário é verdadeiro, uma vez que o fluxo que passar por A1 é igual ao fluxo que passa por A2
(F1=F2).
O princípio da continuidade de fluxo certamente pode ser aplicado ao sistema real que é a circulação
sanguínea. Por exemplo, como ocorre no caso de uma estenose, em que a luz do vaso diminui e o fluxo nesse local se
torna mais intenso.
OBS: A verificação da pressão arterial na artéria braquial é proporcionada por uma estenose (compressão) produzida
pelo manguito, aumentando a velocidade do fluxo (pois diminui a área), podendo ser auscultado pelo estetoscópio o
fluxo turbulento (ver velocidade crítica do sangue mais adiante).
OBS²: Se o sistema circulatório fosse considerado ideal, em um caso de estenose nas coronárias por placas
ateromatosas (placas de gordura), o paciente não morreria de infarto do miocárdio, pois o fluxo continuaria constante
com o aumento da velocidade ao passar pela luz reduzida dos vasos, não havendo, então, sofrimento do miocárdio.
Porém, como a circulação é um sistema real, o fluxo perde velocidade e volume ao passar pelas áreas obstruídas dos
vasos.
OBS³: O sibilo é um som de “assobio” auscultado em caso de pacientes com asma. Isso ocorre devido o processo
alérgico que ocorre na asma, em que a parede dos brônquios e a musculatura lisa das vias respiratórias se contraiam e
a velocidade do ar (energia cinética) é dissipada na luz reduzida da via em forma de som, como ocorre no próprio ato de
assobiar: diminui-se a área e aumenta-se a velocidade do ar.
4
OBS : Embolia, clinicamente, é a presença de um corpo estranho na circulação, podendo ser líquida, gasosa ou sólida
(como um coágulo).
Ex: HENEINE (2000): Calcular a velocidade de fluxo nas secções A1, A2 e A3 sabendo que as áreas seccionais são
respectivamente 10, 20 e 100 cm²:
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Na secção 1:
v1 = F1/A1
v1 = 100 cm3.min-1/10cm2
v1 = 10 cm.min-1
Na secção 2:
v2 = F2/A2
v2 = 100 cm3.min-1/20cm2
v2 = 5 cm.min-1
Na secção 3:
v3 = F3/A3
v3 = 100 cm3.min-1/100cm2
v3 = 1 cm.min-1
FLUXO ESTACIONÁRIO
Fluxo estacionário é definido como um fluxo constante, ou seja, o fluxo que entra numa determinada área
seccional é igual ao que sai (figura acima).
O fluxo sanguíneo deve ser considerado um fluxo aproximadamente estacionário, que se for quebrado, aumenta-
se o risco de causar edemas (pulmonar ou na grande circulação). Como por exemplo, o fluxo de sangue na artéria aorta
(menor e mais rápida passagem de sangue) deve ser igual ao fluxo de sangue que passa no somatório da área da luz de
todos os capilares (área bem maior, mas com velocidade menor), em um valor de 5l/min. Ou seja, o fluxo sanguíneo, por
ser um sistema real, deve se manter aproximadamente constante.
A figura acima representa a área seccional total de diversos territórios da circulação. Perceba que a soma da
área seccional total dos capilares é bem maior do que a área seccional da aorta por serem bem mais numerosos. Nas
grandes artérias, onde a área seccional é menor, a velocidade deve ser maior. Quando o sangue chega aos capilares,
de área total máxima, diminui a sua velocidade. Mesmo assim, o fluxo, em cada uma dessas regiões é de 5l/min.
Capilares: ↑Área ↓Velocidade
Fluxo Aórtico = Fluxo Capilar
Aorta: ↑Velocidade ↓Área
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Tipo de Vaso
Parâmetro
Circulatório Aorta Capilares Cava
Diâmetro 2,0cm 8m 2,4cm
Número 1 2 bilhões 2
Área (.r2) 3,0cm2 2.200cm2 4,5cm2
X X X
Velocidade 28cm/s 0,04cm/s 19cm/s
Fluxo (V x A) 84ml/s 88ml/s 86ml/s
5
OBS : O fluxo de sangue que entra no pulmão deve ser o mesmo que sai (também fluxo
estacionário) para não gerar edemas.
6
OBS : Débito sistólico: volume de sangue que o coração bombeia a cada batimento.
Débito Sistólico = Vol. Bombeado
Batimento
7
OBS : Débito cardíaco: volume de sangue que é bombeado do coração a cada minuto.
Débito Cardíaco = Vol. Bombeado
Minuto
8
OBS : Mecanismo de Frank Starling: em condições normais, o coração bombeará todo
sangue que a ele chegar (figura ao lado esquerdo), sem que haja acúmulo de sangue nos
vasos. Em outras palavras, o débito cardíaco deve ser igual ao retorno venoso (volume de
sangue que volta ao coração através átrio direito). O coração é uma bomba que se adapta ao
volume de sangue que for dado para ser bombeado, mantendo, em parte, o fluxo adequado.
Isso acontece porque há um estiramento maior nas fibras do miocárdio devido ao maior
volume do sangue, representando em uma maior energia potencial armazenada,
proporcionando uma maior força elástica, dando conta a esse excesso de sangue.
Ex: HENEINE (2000): Um paciente tem um desvio de 1% no regime estacionário da circulação pulmonar. Calcular o
volume de sangue acumulado no pulmão durante 10 minutos, sabendo que o débito sistólico e a frequência cardíaca
são respectivamente 81ml/batimento e 90 batimentos/minuto.
O desvio no regime estacionário é de 1%. Portanto, a cada batimento cardíaco, 1% de sangue é retido no
pulmão. Portanto, o volume desviado a cada batimento vale:
1% de 81ml = 0,81ml.bat-1
Volume Acumulado = 0,81ml.bat-1 x 90 bat.min-1 x 10min = 720ml
Obs: Isso mostra a importância do regime estacionário, uma vez que, com um desvio de apenas 1% de sangue,
em 10 minutos, produziu, praticamente, 1 litro de sangue acumulado no pulmão (edema pulmonar).
9
OBS : Ao doar sangue, o doador deve ingerir líquidos para não haver quebras no regime estacionário.
Edema na grande circulação: se houver quebra no regime estacionário na grande circulação, ocorrerá a
formação de edemas, como no caso da gravidez (inchaço nos membros inferiores) em que há compressão de
vasos durante o crescimento do útero, impedindo, assim, um eficaz retorno venoso; bem como no caso de
grandes hemorragias.
Edema Pulmonar (pequena circulação): Ao aumentar o volume de sangue que entra no pulmão, geralmente
acontece a chamado estase (ou estagnação) fisiológica, o que significa que haverá excesso de sangue
estagnado na luz de vasos pulmonares. Com isso, ocorre aumento da Pressão Hidrostática na luz desse vaso,
acarretando no extravasamento do plasma para o meio intersticial do pulmão, que por sua vez passa para os
alvéolos, fazendo com que o indivíduo se “afogue no seu próprio plasma”, podendo produzir óbito.
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Pode-se concluir que o atrito “lentifica” o fluxo, e por ser um sistema real, o sangue deveria parar. Porém, o fluxo
não para porque a energia mecânica do sangue é periodicamente renovada pelo coração. Ou seja, na medida que o
sangue escoa, ele perde energia devido ao atrito, tendo sua energia renovada pelo coração de maneira que esse fluxo
não pare. A energia mecânica é produzida pelo coração exato momento da sístole, em que o coração realiza trabalho*
para esvaziar os ventrículos.
O sangue que escoa nos vasos apresenta praticamente quatro tipos de energia: energia mecânica (Ec + Ep),
energia dissipada e energia gravitacional.
A energia cinética é a energia da velocidade, tendo sempre o mesmo sentido do fluxo. Quanto maior a
velocidade do fluxo, maior será a energia cinética.
A energia potencial é representada pela pressão.
A energia dissipada do atrito tem sempre sentido contrário ao movimento.
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ENERGIA POTENCIAL
É a energia armazenada pelo sangue, que
mantém o fluxo sanguíneo constante mesmo durante
a diástole do coração, sendo representada pela
pressão que o sangue exerce sobre as paredes dos
vasos.
A figura ao lado mostra a variação de pressão
arterial em diferentes áreas da circulação.
Energia potencial, do ponto de vista físico, é a
energia armazenada por um corpo. Bem como ocorre
com o sangue, que se o coração parasse (como na
diástole), por causa dessa energia potencial
(pressão), a circulação sistêmica ainda tem condições
de continuar até ter sua energia dissipada por
completo ou ser renovada pela contração sistólica.
ENERGIA CINÉTICA
O seu vetor praticamente não diminui porque o componente que mais diminui é a energia potencial, explicando a
queda de pressão que o sangue exerce nas diferentes regiões do corpo.
EQUAÇÃO DE BERNOUILLI
É a equação que descreve a energia total que um fluido qualquer apresenta quando ele escoa dentro de um
condutor. Ou seja, tomando a hidrodinâmica como base, em um fluído ideal, não viscoso e incompressível, onde se
despreza o atrito entre o fluído e as paredes do condutor, a energia total (ET) do fluído que escoa é dada pela soma da
energia cinética do fluído (K); mais a energia posicional gravitacional (U); mais o trabalho realizado sobre o fluído (W).
ET = K + U + W
40
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b) A energia cinética tomada por unidade de volume V1 que passa na secção é dada por:
K1 m.v21 m.v21 1
= = x
V1 2 2 V1
V1
K1 m.v21
=
V1 2V1
c) Sabendo que a densidade (d) é a razão entre massa e volume (d=m/V), a energia cinética por unidade de volume V 1 pode ser
reescrita:
2
K1 d.v 1
=
V1 2
m= massa do fluído
Ep= U1 = m.g.h1 g= aceleração da gravidade
h1= altura em relação ao nível de referência
b) A energia posicional (U1) tomada por unidade de volume V1 que passa na secção A1 é dada por:
U1 m.g.h1.
=
V1 V1
c) Sabendo que a razão entre massa e volume representa a densidade (d=m/V), a energia posicional por unidade de volume V 1
vale:
U1
= d.g.h1
V1
Como o sistema acima é ideal, a ET na secção P1 (plano mais elevado) é a mesma da secção P2. Admitindo
que o trabalho realizado sobre o fluido é representado pela pressão, tem-se de modo geral:
2
ET dv
d.g.h P
V 2
= + +
Energia
Energia Pressão Pressão
Posicional
Total Cinemática Estática
Gravitacional
a) Admitindo-se que o fluído em escoamento é ideal e incompressível, pode-se ignorar a energia dissipada de
atrito entre o fluído e as paredes do condutor. Neste caso, a energia total do fluído na secção A1 (ET1) deve ser
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igual à energia total do fluído na secção A2 (ET2). Isto é, a energia total do fluído é conservada durante o
escoamento (figura anterior, 20.1). Assim, pode-se dizer que:
ET1 = ET2
K1+U1+W 1 = K2+U2+W 2
2 2
dv 1 dv 2
+ d.g.h1 + P1 = + d.g.h2 + P2
2 2
b) Se o vaso condutor estiver totalmente na horizontal (no mesmo plano), a energia posicional gravitacional
poderá ser desprezada, pois a altura do vaso em relação ao nível de referência não varia (h 1=h2). Assim, temos:
2 2
dv 1 dv 2
+ d.g.h1 + P1 = + d.g.h2 + P2
2 2
A equação de Bernouilli fica resumida a:
2 2
dv 1 dv 2
+ P1 = + P2
2 2
Estenose: é uma diminuição na luz do vaso causada por algum corpo (como placas de ateromas) ou por
compressão, podendo causar isquemia e necrose.
Segundo o regime da continuidade, o fluido que escoa dentro de uma situação de estenose tem uma maior
velocidade (se a área diminui a velocidade do fluido deve aumentar, pois v x A = cte). Como a velocidade está
aumentando, consequentemente a energia cinética do fluido também aumenta. Em contrapartida, segundo a
equação de Bernouilli, a pressão deve diminui (d x v²/2 + P = cte). Isso significa que, quando o sangue passa
por dentro de um seguimento estenosado, a pressão deve diminuir (↓A ↓P ↑v).
Aneurisma: é uma dilatação da luz do vaso. Nesse caso, como a área de secção aumenta, a velocidade do
fluxo diminui, mas para mantê-lo constante, a pressão aumenta (↑A ↑P ↓v). Com o aumento da pressão em um
segmento acometido de aneurisma, a tendência desse segmento é aumentar ainda mais podendo romper-se.
EFEITO VENTURI
Considere o sistema ao lado em que escoa um fluído ideal,
incompressível e não viscoso. Note-se que há um estrangulamento da
área seccional A2, portanto A1>A2. Pelo princípio da continuidade, a
velocidade de fluxo v2 deve ser maior que a velocidade v1, uma vez que
o fluxo é constante em todas as secções do condutor.
Considerando o princípio de conservação da energia do
fluído entre as secções A1 e A2 (figura ao lado), pode-se dizer que:
ET1=ET2
2 2
dv 1 dv 2
+ P1 = + P2
2 2
Como a velocidade na secção A2 é maior que na secção A1, a equação de Bernoulli prevê que a pressão na
secção A2 deve diminuir, já que ET1=ET2 (conservação da energia total do fluído). Note-se que há tubos verticais ligados
42
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às paredes do condutor; e que estes tubos registram a diferença de pressão “a” entre as secções A 1 e A2. Esta variação
de pressão do fluído, observada quando a área do condutor varia, é chamada de “Efeito Venturi”, ou seja, no
estrangulamento de um condutor, a velocidade aumenta, porém a pressão diminui.
Em caso de asma alérgica, a musculatura lisa dos brônquios contrai, diminuindo a luz do mesmo. Pelo princípio
da continuidade do fluxo, a pressão nessa região diminui. Em casos severos, a pressão é tão baixa que o
pulmão pode chegar a colabar (atelectasia), ou seja, colapso do pulmão devido a um “vácuo” gerado dentro do
alvéolo.
Outra maneira de prever o Efeito Venturi é a seguinte: considere o sistema da FIGURA 5A, onde existe um
estrangulamento na luz do tubo:
1 2 1 2
dv 1 + P1 = dv 2 + P2
2 2
1 1
P1 P2
2 2
= dv 2 dv 1
2 2
1
P1 P2
2 2
= d (v 2 v 1)
2
Observando a FIGURA 5A, nota-se que A1>A2. Pelo princípio da continuidade de fluxo, sabe-se que v2 > v1.
2 2
Portanto, a diferença de velocidade (v 2 - v 1) deverá ser sempre positiva. Consequentemente, a diferença de pressão
(P1P2) deverá ser positiva também. Para que a diferença de pressão (P1P2) seja positiva, obviamente é necessário que
P1 seja maior que P2 (P1>P2). Portanto, a pressão P2 na área estrangulada diminui em relação à pressão P 1 da área
normal.
Considere o sistema da FIGURA 5B, onde A2>A1. Pelo princípio da continuidade, v1 > v2. Portanto, a diferença de
velocidade (v 2 v 1) deverá ser sempre negativa. Assim, a diferença de pressão (P1P2) também será negativa. Para
2 2
que a diferença (P1P2) seja negativa, é necessário que P2 seja maior que P1 (P2>P1). Como resultado, a pressão P2 na
área larga do tubo é maior que a pressão P1 na área normal.
10
OBS : O Efeito Venturi só é válido para tubos em que a área seccional varia, ou seja, a pressão só varia se a luz do
tubo variar.
11
OBS : As leis da hidrodinâmica podem ser aplicadas à circulação sempre com alguns limites, como por exemplo,
fisicamente, a pressão nos capilares (maior área total) deveria ser maior que a pressão aórtica (menor área). Isso não
ocorre por causa do atrito, uma vez que o sangue perde energia mecânica até chegar aos capilares. Embora o aumento
da área capilar não eleve a pressão como nas artérias, pelo menos há uma atenuação da queda dessa pressão,
justamente por causa do efeito hidrodinâmico: quando maior a área, maior será a pressão.
12
OBS : O aumento de pressão não é considerado Efeito Venturi.
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TIPOS DE FLUXO
O escoamento normal da circulação sanguínea
ocorre de forma laminar, ou seja, divido em camadas
que circulam de forma silenciosa. Como na bureta do
exemplo ao lado, onde o corante, quando escoado
lentamente, desce silenciosamente em camadas.
Quando o sangue ultrapassa uma determinada
velocidade crítica, o fluxo sanguíneo passa a ser
turbulento e ruidoso (som chamado sopro), como o que
ocorre na bureta ao lado com um fluxo maior.
Geralmente ocorre em casos de fístulas (como a
atrioventricular), em que a área diminui e a velocidade
aumenta, fazendo com que o fluxo torna-se turbulento.
13
OBS : O fluxo pode estar normal e apresentar sopro em
casos de exercícios físicos prolongados.
VELOCIDADE CRÍTICA
Vc = Re x
dxr
Ex: HENEINE (2000): Sabendo que a densidade do sangue é de 1,06.103 Kg/m3, calcular a velocidade crítica de
-2 -3
escoamento do sangue que circula na aorta, cujo raio é de 1,25.10 m. ( sangue = 2,8.10 Pa.s):
-
OBS: 1 Pa = 1 N.m ²
-2 -
1 N.m² = 1 Kg. m.s .m ²
-1 -2
1 Pa = 1 Kg. m .s
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A pressão sistólica é a pressão máxima, cujo valor normal nas artérias é de 120mmHg e a pressão
diastólica é a pressão mínima, período em que os ventrículos relaxam, cujo valor normal é de 80mmHg. Segundo
critérios da organização mundial da saúde, quando a pressão sistólica é maior ou igual a 140mmHg e a diastólica
estando maior ou igual a 90mmHg, seria já suspeita de hipertensão.
À medida que o indivíduo envelhece, a pressão arterial tende a
aumentar. Isso acontece devido ao processo de arteriosclerose, ou seja, a
elasticidade das artérias é bem menor, e já não consegue distender mais
como em um indivíduo jovem. Essa rigidez da parede das artérias contribui
para que a complacência aórtica (distensão normal da aorta no momento
da ejeção sistólica) diminua. Do ponto de vista físico, complacência é a
variação de volume em função de uma variação de pressão: a aorta é
complacente porque, quando se empoe uma determinada pressão, ela
altera seu volume.
Complacência = ΔV
ΔP
O gráfico acima, além de mostrar o aumento da pressão arterial com o decorrer dos anos, ele mostra a pressão
arterial média que está muito mais próxima da pressão diastólica do que da sistólica. Isso ocorre pois o período de
diástole é mais longo que o período de sístole.
Por isso que têm-se uma preocupação muito maior com a pressão diastólica do que com a sistólica, por
exemplo: é muito melhor ter uma pressão de 140/80 (hipertensão sistólica) do que 100/90 (hipertensão diastólica), uma
vez que esta ultima é mais maléfica, pois a pressão diastólica contribui mais para pressão arterial média, ou seja, ela
retrata melhor a situação da pressão arterial.
LEI DE POISEUILLE
Explica porque ocorre um grande aumento da condutância sanguínea quando o diâmetro do vaso aumenta,
explicando também os fatores que regulam este fluxo:
O fluxo é diretamente proporcional ao gradiente de pressão (ΔP),
F = x P x r4
que representa a diferença entre a pressão na aorta (100mmHg) e na
veia cava (≈0mmHg): ΔP = Pa – Pv = 100mmHg. 8 x L x
O fluxo é diretamente proporcional a 4ª potencial do raio (r);
O fluxo é inversamente proporcional ao comprimento do tubo (L)
e a viscosidade do líquido ().
No choque anafilático (alérgico), ocorre liberação de histamina pelos mastócitos, que age na musculatura lisa
dos vasos, gerando uma vasodilatação arteriolar generalizada, o que provoca uma queda grave da pressão
arterial. Isso ocorre porque se aumentar o volume do compartimento vascular (contendo 5 litros
constantemente), a tendência da pressão é sempre diminuir (espaço maior para mesma quantidade de sangue),
caindo o gradiente de pressão e diminuindo o fluxo, podendo causar um colapso circulatório.
Se o raio do vaso cresce um número x, o fluxo aumenta muito mais, pois a proporção é exponencial (ver figura
abaixo). No caso de hemorragias agudas, o organismo promove uma vasoconstrição para tecidos menos
importantes (pele, músculos) e desvia a circulação do sangue para tecidos mais importantes (coração, cérebro e
pulmão).
Ex: HENEINE (2000): Determinar a variação percentual do raio e do fluxo em um vaso cujo raio varia de 1cm para 1,2
cm.
F = rfinal4 rinicial4
F= (1,2)4 (1,0)4 = 2,1 1,0 = 1,1
F%= 1,1 (x100) = 110%
*Note-se que um crescimento de apenas 20% no raio aumenta o fluxo em 110%
CIRCULAÇÃO EXTRACORPÓREA
Como foi visto pela Lei de Poiseuilli, quanto maior for o comprimento do vaso,
menor será o fluxo (ver figura ao lado direito). Isso ocorre pois o fluido encontrará mais
resistência do atrito com o aumento do comprimento que ele deverá percorrer.
Em condições fisiológicas normais, o comprimento dos vasos corpóreos não
varia. Porém, há determinadas situações clínicas em que o comprimento do tubo varia e
o fluxo também, como no caso da circulação extracorpórea.
A circulação extracorpórea é induzida artificialmente em processos cirúrgicos
(ver figuras abaixo), como em cirurgias cardíacas, em que não se pode trabalhar com o
coração em funcionamento. Nesse caso, desvia-se o sangue das veias cavas através
de um sistema artificial (sistema de tubos, pulmões artificiais e bomba extracorpórea)
sendo ele devolvido a altura da aorta para circular pelo restante do corpo. Devido a
isso, conclui-se que, nesses casos, há um aumento do comprimento do tubo por onde o
sangue vai percorrer, diminuindo assim, o fluxo. Aí onde entra a importância da bomba
extracorpórea, que servirá como compensador dessa queda no fluxo, fazendo-o
aproximar-se do fluxo estacionário.
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Anemia profunda: a falta de hemácias no sangue diminui a viscosidade do mesmo, aumentando o fluxo.
Determinados pacientes com anemia profunda podem apresentar sopros nas grandes artérias, pois a
viscosidade do sangue cai a tal ponto que a velocidade do fluxo aumenta, chegando a ultrapassar a sua
velocidade crítica, tornando-se turbulento.
Ex: HENEINE (2000): Um segmento da aorta medindo 10cm apresenta um gradiente de pressão de 2,5 Pa. Sabendo
que o raio aórtico mede 1,25cm, calcular o fluxo no segmento (viscosidade do sangue = 2,8.10-3 Pa.s.):
OBS: Em casos de febre, a viscosidade do sangue diminui. Enquanto em uma hipotermia, a viscosidade aumenta.
.P. r4
F=
8. L.
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iii. Então, a velocidade de fluxo em escoamentos reais pode ser escrita como:
.P. r4 1
v= x
8. L. r2
v = r2 x P
8xLx
P .P. r4
=
R 8. L.
P. 8. L.
R=
.P. r4
R = 8. L.
. r4
Ex: HENEINE (2000): A pressão do sangue cai de aproximadamente 100mmHg nas artérias para 15mmHg nos
capilares. Calcular a resistência sabendo que o fluxo arterial é de 85ml/s.
Ex²: HENEINE (2000): Um portador de hipertensão apresenta uma pressão arterial média de 220 mmHg. Qual a
resistência periférica do paciente se o débito cardíaco é de 5 litros/min.
Ou seja, é necessário um trabalho 2,46 vezes maior que o normal para circular o mesmo volume de sangue.
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FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR
A miosina é um protótipo de uma molécula motora – é uma proteína que converte energia química em forma de
ATP em energia motora, gerando assim força e movimento. As células musculares possuem uma estrutura interna mais
organizada que qualquer outra célula do organismo. Contém centenas de padrões finos e cilíndricos denominados
miofibrilas. Cada miofibrila é constituída de arranjos lineares repetidos de unidades contráteis, denominados
sarcômeros.
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SINCÍCIO MUSCULAR
Diferentemente de qualquer outro órgão, as fibras que compõe o coração devem funcionar de maneira uniforme
e regulada. Dessa maneira, o coração é considerado um sincício, isto é: um conjunto de células que se fundem,
perdendo parte de sua membrana, e formando uma única massa citoplasmática multinucleada. Deste modo, as células
do sincício cardíaco são formadas por várias células musculares cardíacas interconectadas de tal modo que, quando
uma dessas células é excitada, o potencial de ação se propaga para todas as demais, passando de célula para célula
por toda a treliça de interconexões.
Na verdade o coração é formado por dois sincícios: o sincício atrial, que forma as paredes dos dois átrios, e o
sincício ventricular, que forma as paredes dos dois ventrículos. Os átrios estão separados dos ventrículos por um
tecido fibroso que circunda as aberturas das valvas atrioventriculares (A-V) entre os átrios e os ventrículos. Quando o
impulso é criado no nodo sinoatrial (localizado no átrio direito), normalmente, ele não é passado diretamente para o
sincício ventricular. Ao contrário, somente são conduzidos do sincício atrial para o ventricular por meio de um sistema
especializado de condução chamado feixe A-V. Essa divisão permite que os átrios se contraiam pouco antes de
acontecer a contração ventricular, o que é importante para a eficiência do bombeamento cardíaco.
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Em resumo, na despolarização, ocorre a abertura de canais rápidos de sódio, associado à abertura dos canais
lentos de cálcio. O influxo de cálcio inicia após o fechamento dos canais de sódio e perdura por 0,2 a 0,3 segundos. Este
influxo de cálcio inibe a abertura dos canais de potássio retardando a repolarização por 0,2 a 0,3 segundos, que é o
tempo de duração do Platô. Após este tempo, os canais lentos de cálcio se fecham e a repolarização procede
normalmente, através do efluxo de íons potássio. A membrana não se repolariza imediatamente após a despolarização,
permanecendo a despolarização em um platô por alguns milissegundos, antes que se inicie a repolarização (Músculo
atrial platô de 0.2 s; Músculo ventricular platô 0.3 s).
O potencial de platô regula a contração cardíaca fazendo com que os átrios se contraiam antes que os
ventrículos. O platô, em resumo, é responsável por:
Aumentar a duração do tempo da contração muscular de 3 a 15 vezes mais do que no músculo esquelético.
Permitir que os átrios se contraiam antes da contração dos ventrículos.
Manter uma assincronia entre a sístole atrial e a sístole ventricular
VELOCIDADE DE CONDUÇÃO
A velocidade de condução do sinal excitatório do potencial de ação nas fibras musculares atriais e ventriculares
é de cerca de 0,3 a 0,5 m/s, cerca de 1/10 da velocidade nas fibras musculares esqueléticas. A velocidade de condução
no sistema de condução especializado (fibras de Purkinje) é de 4m/s, permitindo a rápida condução do sinal excitatório
pelo coração.
PERÍODO REFRATÁRIO
O período refratário consiste no intervalo de tempo durante o qual um
estímulo elétrico não pode excitar uma área já excitada do músculo cardíaco. O
período refratário normal do ventrículo é de 0,25 a 0,30s, o que corresponde à
duração do potencial de ação. Existe um período refratário relativo de 0,05 s,
durante o qual o músculo fica muito mais difícil de ser excitado do que o normal,
podendo ser excitado por um sinal excitatório muito intenso. O período
refratário absoluto do músculo cardíaco é de 0,25 a 0,30 s.
Quando a regra imposta pelo período refratário não é obedecida, o
coração entra em arritmia.
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ACOPLAMENTO EXCITAÇÃO-CONTRAÇÃO
O termo “acoplamento excitação-contração” refere-se ao mecanismo pelo qual o potencial de ação faz com que as miofibrilas
do músculo de contraiam. Os túbulos T (transversos) são invaginações da membrana celular para o interior da célula, ao nível da
linha Z. O estímulo que chega na membrana da fibra é transportada para o interior da célula por meio desses túbulos para que haja
uma despolarização do retículo endoplasmático muscular. Os túbulos T do músculo cardíaco têm um diâmetro 5 vezes maior do que
os do músculo esquelético, visto que a maior parte dos íons cálcio para o mecanismo de contração do miocárdio provém do líquido
extra celular. O retículo sarcoplasmático, por sua vez, é menos desenvolvido do que o do músculo esquelético.
O mecanismo de contração do músculo cardíaco é o mesmo do músculo esquelético, diferenciando apenas com relação à
origem dos íons cálcios para o inicio da contração. Além dos íons cálcio que são liberados das cisternas do retículo sarcoplasmático
2+
(RS) para o sarcoplasma, grande quantidade de íons Ca também se difunde dos túbulos T para o sarcoplasma durante o potencial
de ação, proporcionando uma maior força de contração. Essas duas medidas fisiológicas são o bastante para uma eficácia maior na
contração da fibra cardíaca.
A duração da contração do músculo cardíaco é uma função da duração do potencial de ação da fibra muscular: Músculo
atrial cerca de 0.2 segundos e Músculo ventricular cerca de 0.3 segundos.
AUTOMATISMO
Automatismo é a capacidade da fibra muscular cardíaca de gerar sinais elétricos com um
ritmo determinado. É causado pela permeabilidade natural da membrana da fibra muscular aos íons
sódio pelos canais de vazamento do Na+. Ao atingir o limiar de excitação, ocorre a abertura de canais
lentos de cálcio, iniciando o potencial de ação.
As células capazes de autogerar estímulos estão localizadas no nodo sinoatrial (SA), no
nodo atrioventricular (AV) e nas fibras de Purkinje.
CONDUTIBILIDADE
Condutibilidade é a capacidade da fibra muscular cardíaca em conduzir seu próprio estímulo
elétrico. Ocorre de maneira rápida nas fibras especializadas de condução: vias internodais, feixe AV
(ou Feixe de Hiss) e fibras de Purkinje. A condução também ocorre em todo o músculo atrial e
ventricular, pelos discos intercalares.
CONTRATILIDADE
A contratilidade á a capacidade da fibra muscular cardíaca em se contrair após um estímulo elétrico. Atende ao “princípio do
tudo ou nada”.
EXCITABILIDADE
Excitabilidade é a capacidade da fibra muscular cardíaca em se excitar quando estimulado. No repouso a excitabilidade é
alta. Durante a fase de despolarização e de repolarização, a excitabilidade é muito baixa ou quase nula.
OBS: Efeito da frequência cardíaca sobre a duração da contração. Quando a frequência cardíaca aumenta, a duração de cada
ciclo cardíaco, incluindo a fase de contração e a fase de relaxamento, diminui. A duração do potencial de ação e o período de
contração (sístole) também diminuem, mas não em grau percentual tão alto como na fase de relaxamento (diástole). Na frequência
cardíaca normal de 72 batimento/min, o período de contração e de cerca de 40% do ciclo total. Com frequência cardíaca três vezes
maior que a normal, esse período é de cerca de 65% do ciclo total, o que significa que o coração, contraindo com frequência muito
rápida, algumas vezes não permanece relaxado por tempo suficiente para permitir o enchimento completo das câmaras cardíacas
antes da contração seguinte.
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Em situações de estresse, o coração sofre ação do sistema nervoso simpático, que aumenta a frequência
cardíaca, aumentando, assim, o aporte sanguíneo para o cérebro (no intuito de permitir uma melhor fluência na fisiologia
cerebral) e para os músculos. Isto acontece ao mesmo tempo em que o sistema nervoso simpático retarda os
movimentos peristalticos e o processo da digestão, desviando o sangue necessário à realização desse processo para
órgãos nobres, como o coração e o cérebro.
OBS: Portanto, durante os exercícios físicos, a atividade simpática aumenta o fluxo sanguíneo para o coração
(promovendo aumento da frequência cardíaca e da frequência respiratória), desviando sangue do aparelho digestivo,
para que esta bomba envie suprimento arterial para necessário ao cérebro, permitindo a este centro nervoso a
capacidade de adaptar o restante do corpo a novas taxas de metabolismo. Por esta razão, diz-se que é contra-indicada
a realização de exercícios após as refeições, uma vez que o fluxo sanguíneo seria desviado da circulação entero-
gástrica, predispondo a congestões.
A localização dos gânglios pertencentes ao sistema parassimpático é geralmente perto dos órgãos-alvo,
podendo chegar até a estarem dentro destes órgãos (como ocorre no plexo de Meissner e Auerbach, no trato
gastrointestinal).
As duas fibras do sistema nervoso parassimpático (pré e pós-ganglionar) são colinérgicas (ambas secretam
acetilcolina). Portanto, o neurotransmissor, tanto da fibra pré ganglionar como da pós ganglionar, é a acetilcolina, e os
receptores podem ser nicotínicos ou muscarínicos.
Em situações relaxantes ou de repouiso, a atividade parassimpática reduz a frequência cardíaca (reduzindo a
pressão sanguínea) e a frequência respiratória, reduzindo o metabolismo do corpo, permitindo o desvio de sangue para
o sistema digestório para obtenção contínua de nutrientes na digestão, no intuito de gerar um aporte energético para
uma possível atuação futura do sistema nervoso simpático.
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OBS: Quando a medula adrenal recebe ACh, por seus receptores nicotínicos, ela secreta para
a corrente sanguínea adrenalina (80%) e noradrenalina (20%).
OBS: Deve-se observar que na parede das artérias, há a presença de músculo liso (com
receptores alfa e beta adrenérgicos para o sistema nervoso simpático e muscarínicos para o
sistema nervoso parassimpático). Em situações de estresse, quando há liberação de
noradrenalina, se houver estimulação de receptores alfa, ocorre uma vasoconstricção,
enquanto que no coração, a noradrenalina estimula receptores beta para aumentar a
frequência cardíaca e a contratilidade para dar conta do aumento da demanda metabólica. Já
nos brônquios, com ação da noradrenalina e receptores beta, há uma broncodilatação
para aumentar a demanda de O2.
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CICLO CARDÍACO
É o período que decorre entre o início de um batimento cardíaco até o início do batimento seguinte (contração
atrial contração ventricular relaxamento ventricular). É iniciado pela geração de um potencial de ação no nodo
sinoatrial (marca-passo natural do coração) que se propaga por todo o coração. O ciclo cardíaco consiste de um
período de relaxamento em que o coração se enche de sangue seguido por um período de contração, quando o coração
se esvazia:
Sístole: Período de contração da musculatura, durante o qual o coração ejeta o sangue. Dura cerca de 0,15
segundos.
Diástole: Período de relaxamento da musculatura, durante o qual o coração se enche de sangue. Dura cerca de
0,30 segundos.
O ciclo cardíaco inicia-se com a geração espontânea de um potencial de ação no nodo SA. Este estímulo
propaga-se para os átrios (através das junções abertas) e para o nodo AV (através das vias internodais). Os átrios se
contraem, enquanto no nodo AV ocorre um breve atraso na transmissão do estímulo para os ventrículos. Após a
contração atrial, o estímulo propaga-se do nodo AV para os ventrículos através do feixe AV e das fibras de Purkinje,
ocorrendo então a contração ventricular. Após a sístole, o coração relaxa e inicia-se o enchimento dos ventrículos.
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OBS: O impulso elétrico se propaga do NAV pelo feixe de HIS e seus ramos até o sistema de Purkinje, permitindo que os ventrículos
se contraiam da ponta (ápice do coração) para a base. No ECG, essa fase é representada pelo QRS, que significa a despolarização e
contração ventricular, caracterizando o início da sístole.
2. Período de ejeção: Com o aumento da pressão intraventricular, as válvulas semilunares se abrem nesta
fase e o sangue é ejetado durante a contração ventricular. Com a contração ventricular, a pressão
intraventricular ultrapassa a pressão das grandes artérias, abrindo as válvulas semilunares. Grande
quantidade de sangue flui dos ventrículos para as grandes artérias, com rápida diminuição do volume e
pressão intraventricular. Com a saída de sangue para as grandes artérias, a pressão intraventricular
reduz até torna-se menor que a pressão diastólica das grandes artérias, resultando no fechamento das
válvulas semilunares. Depois de atingir o pico de pressão ventricular, o fluxo sanguíneo de saída dos
ventrículos diminui ainda mais, com diminuição do volume intraventricular (volume sistólico final).
Quando a pressão intraventricular fica menor que o gradiente nas grandes artérias, o fluxo de retorno das
grandes artérias fecha as válvulas semilunares.
OBS: No ECG, o período de ejeção compreende o intervalo entre o final do QRS e o término da onda T.
3. Período de relaxamento isovolumétrico (isométrico): No início desta fase as válvulas AV estão fechadas
e as válvulas semilunares estão fechadas. As válvulas AV ainda estão fechadas, porém os átrios estão com
pressão aumentada. A pressão intraventricular continua caindo bruscamente até atingir um valor próximo
da pressão atrial. O volume intraventricular diminui um mínimo (volume sistólico final).
OBS: No ECG, não existe deflexão no ECG. O período de relaxamento isovolumétrico é representado pelo final da
onda T.
1. Fase de Enchimento rápido: ao final da sístole, após a fase de ejeção, há uma diminuição da pressão
intraventricular com o fechamento das válvulas semilunares. Com VAV aberta, o sangue acumulado no
átrio flui rapidamente para o ventrículo. Representa o primeiro 1/3 da diástole. O volume sanguíneo
dentro do ventrículo aumenta rapidamente, porém a pressão não eleva-se o bastante para abrir VS.
2. Diastase: Pequena quantidade de sangue acumulado no átrio flui lentamente para o ventrículo, durante o 1/3 médio da
diástole. O volume sanguíneo dentro do ventrículo aumenta lentamente, porém a pressão não se eleva o bastante para abrir
VS. É uma fase de enchimento lento dos ventrículos, onde o sangue flui diretamente das veias para os ventrículos.
3. Sístole Atrial: Antes da sístole atrial o sangue fluiu passivamente dos átrios para os ventrículos pelas
válvulas AV abertas. Os átrios se contraem para encher os ventrículos antes da contração ventricular.
Ocorre no 1/3 final da diástole. O volume sanguíneo dentro dos ventrículos aumenta, bem como a
pressão, porém não o bastante para abrir as válvulas semilunares. Representa o volume diastólico final.
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OBS: O impulso elétrico chegando ao nodo sinoatrial resulta em despolarização e contração dos átrios. A onda P representa a
despolarização atrial. O segmento PR representa um atraso na despolarização do NAV. Este atraso na condução permite o
enchimento completo dos ventrículos com a contração atrial.
As válvulas semilunares pulmonar e aórtica funcionam de modo muito diferente das válvulas A-V. Primeiro,
as pressões altas nas artérias, ao fim da sístole, provocam o fechamento abrupto das válvulas semilunares, quando
comparadas com o fechamento bem mais suave das válvulas A-V. Segundo, em razão de seus orifícios menores, a
velocidade de ejeção do sangue, pelas válvulas aórtica e pulmonar, é muito maior que pelas válvulas A-V, com orifícios
maiores. Além disso, as válvulas A-V estão fixadas por cordas tendíneas, o que não ocorre com as semilunares. Estas
se abrem quando o sangue, que foi ejetado do coração, tende a voltar por gravidade.
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maior a força de contração e maior a quantidade de sangue bombeada para a aorta. Outro modo de expressar esse
mecanismo é: dentro dos limites fisiológicos, o coração bombeia todo o sangue que nele chega, sem permitir o
represamento excessivo de sangue nas veias.
Efeito dos íons Potássio: o excesso de potássio nos líquidos extracelulares faz com que o coração fique
dilatado e flácido, reduzindo a frequência cardíaca. Grande quantidade, também, pode bloquear a condução do
impulso cardíaco dos átrios para os ventrículos pelo feixe A-V. Esses efeitos resultam, em parte, do fato de a alta
concentração de potássio, nos líquidos extracelulares, diminuir o potencial de repouso da membrana das fibras
cardíacas. À medida que o potencial de membrana diminui, a intensidade do potencial também diminui, tornando
a contração cardíaca progressivamente mais fraca.
Efeito dos íons Cálcio: o excesso de íons cálcio causa efeitos quase exatamente opostos aos íons potássio,
fazendo com que o coração entre em contração espástica. Isso é causado pelo efeito direto dos íons cálcio na
excitação do processo contrátil cardíaco. Inversamente, a deficiência de cálcio causa flacidez cardíaca, similar
ao efeito do excesso de potássio. Entretanto, afortunadamente, os níveis de íon cálcio no sangue, normalmente,
são regulados dentro de uma faixa estreita pelo organismo.
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DÉBITO CARDÍACO
É o volume total de sangue bombeado pelo coração por unidade de tempo. É expresso em litros/minuto. Seus
valores dependem de dois fatores: volume de sangue e número de batimentos do coração por minuto. É proporcional a
superfície corpórea.
Débito Cardíaco = Débito Sistólico x Frequência Cardíaca
O débito cardíaco varia muito com o nível da atividade do corpo. Portanto, os seguintes fatores, entre outros,
afetam diretamente o débito: o nível do metabolismo do corpo, o exercício, a idade da pessoa e o tamanho corporal.
Para jovens sadios, o debito é, em média, de 5,6 l/min.
OBS: Para indivíduos obesos com insuficiência cardíaca, é recomendável a eles perder peso para não sobrecarregar o
coração: com o excesso de tecido adiposo, o coração deverá trabalhar mais para oxigenar esse tecido adequadamente
(além do efeito aterogênico nas artérias de uma dieta hipercalórica).
OBS: Na insuficiência da câmara cardíaca esquerda (↓débito sistólico), para compensar a redução do débito cardíaco,
há um aumento da frequência cardíaca.
VOUME SISTÓLICO
Volume sistólico é o volume de sangue que o coração ejeta a cada batimento. O volume ejetado no coração
humano varia em torno de 70 ml (mililitros). O valor do volume sistólico resulta de uma interação complexa entre a força
com que a fibra se contrai (contratilidade cardíaca), o volume de sangue que chega previamente à contração (pré-
carga) e a resistência que o sistema circulatório impõe à ejeção do sangue (pós-carga). Este mecanismo particiopa de
um sistema mais amplo, que estabelece o controle do débito cardíaco (o volume de sangue que o coração ejeta a cada
minuto).
Volume Sistólico = VDF - VSF
VDF Volume Diastólico Final. Quantidade de sangue no ventrículo no final da diástole. O enchimento
ventricular é função do retorno venoso e da condução da diástole. Se um ou ambos os fatores aumentam, a VDF
também aumenta.
VSF Volume Sistólico Final. Quantidade de sangue no ventrículo após a sístole. O esvaziamento do ventrículo
é função da força de contração ventricular.
O volume sistólico é influenciado por três fatores: quantidade de sangue que retorna ao coração (pré-carga); a
pressão (força) que o ventrículo tem que vencer para ejetar o sangue (pós-carga); a contratilidade miocardica.
Pré-carga: corresponde ao comprimento das fibras do miocárdio no fim da diástole e logo antes da sístole.
Clinicamente, está relacionado ao volume de sangue no ventrículo antes da sístole. Pré-cargas elevadas indicam
possíveis insuficiências cardíacas ou hipervolemia. Redução da pré-carga pode significar hipovolemia. Fatores
que aumentam a pré-carga: constrição venosa, contração muscular, ingestão de líquidos, posição de
Trendelenburg (posição em que a cabeça está em nível mais baixo que as pernas), transfusão de sangue,
albumina, calças MAST (meias-calças de compressão pneumática que aumentam a pressão nos membros
inferiores). Fatores que diminuem a pré-carga: diuréticos, flebotomia (causa sangramento), desidratação,
dilatação venosa (estocando sangue na periferia), aumento da pressão intratorácica.
Pós-carga: corresponde a tensão que a parede do ventrículo exerce contra a resistência encontrada pelo
sangue para deixar o coração durante a sístole. A pós-carga é influenciada pela pressão aórtica e diastólica,
complacência do sistema arterial, resistência vascular periférica, volume de sangue circulante, a integridade da
valva aórtica. Fatores que aumentam a pré-carga: estenose aórtica, vasoconstrição, hipertensão, epinefrina,
noraepinefrina. Fatores que diminuem a pós-carga: anti-hipertensivos (inibidores de ACE e α-adrenérgicos
antagonistas).
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OBS: A viscosidade do sangue aumenta a pós-carga, dificultando o débito cardíaco. Este é um dos motivos que faz com
que o cigarro seja contraindicado aos cardiopatas, uma vez que o cigarro aumenta o hematócrito (como um meio que o
organismo encontra para suprir a dificuldade de transporte de O 2), além do fato de que a nicotina causa vasoconstricção.
O centro cardíaco regulatório possui dois subcentros: o centro inibitório que reduz a frequência cardíaca (por
meio do nervo vago); e o centro acelerador que aumenta a frequência cardíaca (por meio da divisão simpática do SNA).
O controle a longo prazo consiste em variações lentas e controladasdo fluxo, ao longo de dias, semanas ou
meses. Essas variações podem ser geradas pelo aumento ou diminuição nas dimensões físicas e no número de vasos
sanguíneos que suprem os tecidos.
AGENTES VASOCONSTRICTORES
Norepinefrina e Epinefrina: a norepinefrina é um hormônio vasoconstritor particularmente poderoso. A
epinefrina tem menor potência e, em alguns casos, provoca ligeira vasodilatação (como o que ocorre para dilatar
as artérias coronárias durante aumento da atividade física). Quando o SNA simpático é estimulado, durante um
estresse ou exercício físico, as terminações nervosas liberam norepinefrina, que excita o coração, as veias e
artérias. Além disso, fazem com que a glândula suprarrenal secrete tanto norepinefrina quanto epinefrina no
sangue.
Angiotensina: é uma das mais potentes substâncias vasoconstrictoras conhecidas. O seu efeito consiste em
contrair, fortemente, as pequenas arteríolas, aumentando a resistência periférica total, com consequente
elevação da pressão arterial. Devido a esse efeito, além de vários efeitos da angiotensina sobre os rins e o
córtex da supra-renal, esse hormônio desempenha papel fundamental na regulação da pressão arterial por meio
do sistema renina-angiotensina.
Vasopressina: também denominado de hormônio antidiurético, é ligeiramente mais poderosa que a
angiotensina como constritora. A vasopressina é formada no hipotálamo, mas transportada à corrente sanguínea
pela hipófise posterior. Ela é secretada, principalmente, após quadros de hemorragias graves, na tentativa de
restabelecer a pressão arterial perdida devido à hipovolemia. Além disso, a vasopressina desempenha função de
suma importância para aumentar, acentuadamente, a reabsorção de água no sangue, a partir dos túbulos renais.
Endotelina: é outra substância de elevado poder constritor. Após graves lesões do vaso sanguíneo, é,
provavelmente, a subsequente liberação local de endotelina e a vasoconstricão que impede a ocorrência de
sangramento extenso em determinadas artérias de pequeno calibre.
AGENTES VASODILATADOES
Bradicinina: substâncias denominadas cininas, que causam poderosa vasodilatação, são formadas no sangue e
nos líquidos teciduais de alguns órgãos. São pequenos peptídeos que provocam intensa dilatação arteriolar,
bem como aumento da permeabilidade capilar.
Histamina: é liberada praticamente em todos os tecidos do corpo quando eles estão lesados ou sofrem
inflamação ou reação alérgica. A maior parte da histamina liberada provém dos mastócitos nos tecidos lesados e
dos basófilos no sangue. A histamina tem potente efeito vasodilatador sobre as arteríolas e, como a bradicinina,
tem a capacidade de aumentar, acentuadamente, a porosidade capilar, permitindo o extravasamento de liquido e
de proteínas plasmáticas no tecido. Em casos patológicos, a dilatação arteriolar e o aumento da porosidade
capilar, produzidos por efeitos da histamina, desencadeiam na formação de edemas.
OBS: Esta distensibilidade é importante para o fluxo sanguíneo acontecer de forma estacionária. Em casos de
aterosclerose, em que há depósitos de placas de gordura (ateromas) na túnica intima das artérias, acontecem reações
químicas nesse local, culminando em fibrose das camadas arteriais, enrijecendo a parede, aumentando, assim, a
resistência periférica devido a perda da complacência (amortecimento) arterial.
A pressão sistólica é a pressão máxima, cujo valor normal nas artérias é de 120mmHg e a pressão
diastólica é a pressão mínima, período em que os ventrículos relaxam, cujo valor normal é de 80mmHg. Segundo
critérios da Organização Mundial da Saúde, quando a pressão sistólica é maior ou igual a 140mmHg e a diastólica
estando maior ou igual a 90mmHg, já estamos diante de um quadro de hipertensão.
A PA média corresponde à média de todas as pressões por um determinado intervalo de tempo. A PA média é
mais próxima da pressão diastólica. 60% da PA média determinada pela PAD e 40% pela PAS.
Em outras palavras, a PAM nada mais é que o acréscimo de 1/3 da diferença entre as pressões sistólica e
diastólica ao valor da PAD. Portanto, a pressão de perfusão normal (para o nosso exemplo) é de 93,3 mmHg (isto é, a
pressão média).
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OBS: Quando um indivíduo fica em posição ortostática por um tempo excessivo, pode
ser que haja uma falência das válvulas venosas devido ao aumento excessivo da
pressão hidrostática, das pressões venosa e capilar. Isso causa um extravasamento
de líquido para o interstício, gerando edema, difusão inadequada de substância,
músculos fracos e doloridos, pele gangrenosa e ulcerada.
OBS: A medição direta da PVC se faz por meio da introdução de cateter (Swan-Gans) na veia subclávia/jugular interna
até o átrio direito. Pode-se fazer uma conexão do cateter a um sistema de soro especializado em UTIs.
MICROCIRCULAÇÃO
É na microcirculação onde ocorrem as mais importantes funções da circulação: transporte de nutrientes pra os
tecidos; remoção dos produtos de excreção celular; troca de nutrientes; e a coleta de catabólitos.
Arteríola Metarteríola Capilares Vênulas
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OBS: A vasomotricidade, que produz um fluxo intermitente de sangue nos capilares é um produto da contração das metarteríolas e
esfíncteres pré-capilares. A abertura e fechamento das metarteríolas e esfíncteres dependem do nível de O 2 tecidual: como o músculo
liso necessita de oxigênio para permanecer contraído, pode-se admitir que a força de contração dos esfíncteres irá aumentar com o
aumento na concentração de O2. Como consequência, quando a concentração de oxigênio no tecido aumenta acima de um
determinado nível, os esfíncteres pré-capilares se fecham até que as células teciduais consumam o excesso de oxigênio. Entretanto,
quando o excesso de oxigênio é utilizado, e sua concentração cai para nível suficientemente baixo, os esfíncteres abrem-se mais uma
vez, dando início a novo ciclo.
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OBS: Ganho Infinito: a volta da pressão arterial ao ponto de equilíbrio é o princípio do ganho infinito para o controle
da pressão arterial pelo mecanismo renal-líquido corporal.
Renina: enzima proteolítica (que quebra Angiotensinogênio angiotensina I), sintetizada no aparelho
justaglomerular a partir de baixas concentrações de Na+ na mácula densa.
Aldosterona: promove reabsorção de sódio e excreção de potássio; consequentemente, provoca reabsorção de
água. Administração contínua em pessoas com níveis normais do íon no organismo produz retenção de sódio,
ganho de peso, aumento da pressão sanguínea. Sua secreção é controlada pela angiotensina II.
Angiotensina II: No córtex da glândula adrenal, emite o sinal para aumento da secreção de aldosterona e
aumenta o tamanho das células da zona glomerulosa. Nos rins, promove manutenção do volume vascular pela
constrição dos músculos lisos dos vasos sanguíneos, causando diminuição da filtração glomerular, o que
aumenta a reabsorção de bicarbonato de sódio pela estimulação do antiporte H+/Na+ e do simporte HCO3-/Na+.
Estimula o centro da sede.
Em resumo, o SRAA é um sistema hipertensivo (que trabalha a favor de um balanço positivo), aumentado à
resistência periférica, aumentando a sede, aumentando a reabsorção de água e Na+. Esse é o motivo de se usar
medicamentos que bloqueiam o SRAA para prevenção da hipertensão (como por exemplo: inibidores da ECA, como o
captopril; bloqueadores de angiotensina II; etc).
HEMOSTASIA
Hemostasia (que é diferente de homeostasia) é o processo fisiológico encarregado de “parar” o sangramento e
iniciar o reparo tecidual. Do ponto de vista didático, podemos dividir este processo em dois grandes momentos:
• Hemostasia primária: formação do tampão plaquetário pela adesão e agregação plaquetária; vasoconstrição.
• Hemostasia secundária: formação do coágulo para estabilizar o trombo plaquetário; Reparo tecidual.
A rede de fibrina, formada neste processo de hemostasia, tem apenas a função de estabilizar o instável tampão
plaquetário, de modo que toda a cascata da coagulação tem como função principal formar estruturas que estabilizem e
fixem o tampão plaquetário no local da lesão até que o endotélio seja reparado.
Quando há uma lesão endotelial, três eventos simultâneos acontecem: (1) liberação de substâncias
vasoconstrictoras (entre elas, as tromboxanas e tromboplastina); (2) adesão de plaquetas no local exposto da lesão; (3)
desencadeamento da cadeia de coagulação, no intuito de estabilizar o agregado de plaquetas no local da lesão. Durante
todos estes eventos, há a liberação de fatores de crescimento que induzem o reparo do tecido lesado.
HEMOSTASIA PRIMÁRIA
É caracterizada pela formação do tampão plaquetário, que se dá por meio de três processos: ocorre a adesão
plaquetária no local da lesão, fazendo com que haja uma ativação dessas plaquetas, o que culmina na secreção de
substâncias que promovem a agregação plaquetária. Esse processo de dá de maneira cíclica, de modo que um grupo de
plaquetas promova, cada vez mais, a agregação de outros grupos.
As plaquetas, além de uma grande variedade de receptores,
apresentam grânulos citoplasmáticos, nos quais encontramos
infusões de serotonina, adenosinadifosfato (ADP) e de tromboxanos,
além de alguns fatores da coagulação.
A adesão é iniciada pela lesão endotelial do vaso, que
imediatamente expõe o colágeno subendotelial às plaquetas
circulantes. Esta adesão é mediada pela interação entre a
glicoproteína Ia/IIa (GP Ia/IIa) da membrana das plaquetas com as
fibrilas do colágeno (presente na túnica média do vaso, exposto a
partir da separação das células endoteliais que se dá na lesão). Esta
ligação é estabilizada por uma proteína plasmática denominada de
Fator de von Willebrand (sua carência gera a Doença de Von
Willebrand), que é fundamental não na coagulação sanguínea, mas
age apenas na fase de adesão plaquetária (hemostasia primária).
Os fatores que estimulam a adesão plaquetária são: colágeno e o Fator de von Willebrand. Já os fatores que
inibem são: NO e prostaciclinas, duas substâncias vasodilatadoras.
À medida que as plaquetas vão passando pelo processo de adesão ao local lesionado, vai ocorrendo o processo
de agregação onde ocorre uma intensa modificação estrutural nas plaquetas, as quais emitem pseudópodes (o que
facilita o contato entre as plaquetas e a melhor exposição de seus receptores) e liberam o conteúdo dos seus grânulos.
Na superfície das plaquetas existem inúmeros receptores que irão favorecer tanto a sua adesão ao endotélio
lesado como a agregação com outras plaquetas para que conjuntamente ocorra a formação do trombo plaquetário. Esta
ativação mediada pela adesão e subsequente agregação promove a liberação dos constituintes dos grânulos
plaquetários. Os principais componentes são: ADP, serotonina, Fator V, trombospondina. Estas substâncias ao se
ligarem aos seus receptores plaquetários ativam a cascata da cicloxigenase levando a produção de tromboxana (TXA 2).
A produção de tromboxana ativa a liberação de cálcio. A liberação de cálcio ativa a glicoproteína IIb/IIIa, o que favorece
a agregação plaquetária e o início da cascata da coagulação, pois estas glicoproteínas interagem com uma molécula de
fibrinogênio, aderindo as plaquetas entre si.
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Via extrínseca: é ativada quando há um dano tecidual e inicia com a liberação de fatores teciduais chamados de
tromboplastina. Esta é responsável por clivar o fator VII (inativo) em fator VIIa (ativo e apresentando como co-
2+
fatores Ca e os fosfolipídeos de membrana da plaqueta). Este apresenta alta afinidade pelo fator X (também
2+
inativo), clivando-o e formando fator Xa. O fator Xa (apresentando como co-fatores: Ca , fator V liberado pelos
grânulos da plaqueta, fosfolipídios de plaquetas), forma ativa do fator X, cliva a protrombina, dando origem aos
passos tardios da cascata da coagulação: a protrombina (que é o fator II), clivada pelo fator Xa, forma a trombina,
que age e ativa o fibrinogênio (fator I), convertendo-se em fibrina (que forma uma rede não tão densa).
OBS: Ao observar o tempo em que uma amostra de plasma do paciente reage com uma aplicação de tromboplastina,
verifica-se o chamado tempo de protrombina, que avalia, portanto, a via mais fisiológica da cascata da coagulação.
Via intrínseca: ocorre quando há uma lesão vascular, o que expõe as fibras de colágeno subendotelial. Esta
exposição faz com que o fator XII (inativo) seja convertido em fator XIIa, que por sua vez, ativa o fator XI,
convertendo-o em fator XIa. Este (utilizando o cálcio como co-fator), cliva o fator IX em fator IXa, que é a forma
2+
ativa. Este fator IXa (que tem como co-fatores o Ca , fator VII da via extrínseca e os fosfolipídeos das plaquetas),
cliva o fator X em fator Xa, que culmina nos mesmo passos tardios da via pré-citada: o fator Xa cliva a protrombina
em trombina, responsável por converter o fibrinogênio e fibrina.
OBS: Observe no esquema que a trombina, além de clivar o fibrinogênio, ativa o fator Va e o fator VIIIa, que agem como
co-fatores do fator Xa e do fator IXa, respectivamente. Ela é responsável ainda por clivar o fator XIII, convertendo-o em
fator XIIIa. Este é responsável por promover uma agregação maior da rede de fibrina, estabilizando e fortalecendo a
rede de fibrina previamente formada.
OBS: Pacientes hemofílicos apresentam deficiência de fator VIII, que funciona como um efetivo co-fator para a ativação
do fator IXa, que participa da via intrínseca da coagulação, demonstrando que, de fato, o grande risco para estes
pacientes são os cortes.
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REGULAÇÃO DA COAGULAÇÃO
A regulação da coagulação deve ser feita de maneira estrita e rigorosa. Este controle no nosso organismo é
realizado pelos seguintes mecanismos:
Sistema da antitrombina III: a
antitrombina III é uma proteína que
inibe o fator X (via comum), o fator VII
(via extrínseca) e a trombina (fator II).
Ela representa, portanto, nosso
anticoagulante natural, funcionando
como uma inibidora de proteases. Se a
antitrombina III estiver ligada à
heparina (presente nos grânulos dos
mastócitos e na membrana endotelial),
a atividade da antitrombina aumenta ao
máximo, comprovando o efeito
9
anticoagulante da heparina (ver OBS ).
A deficiência de antitrombina III
coagula bem mais o sangue, porém de
forma não fisiológica.
Sistema da proteína S: a proteína C
presente no sangue, ao se ligar com a
trombomodulina (presente nos
grânulos das plaquetas), é clivada e
ativada pela proteína S. Na forma
ativa, a proteína C cliva e inibe a ação
do fator V (que é um co-fator da ação
do fator X) e do fator VIIIa.
Sistema fibrinolítico: As enzimas do sistema fibrinolítico são todas serinoproteases, ao passo que os inibidores
da fibrinólise são membros da superfamília de proteínas designadas serpinas (inibidores de proteases séricas).
Embora a plasmina degrade não somente a fibrina, mas, também, o fibrinogênio, fator V e fator VIII, em
condições fisiológicas, a fibrinólise ocorre como processo que é altamente específico para a fibrina, portanto de
ativação localizada e restrita, e não sistêmica, cumprindo, assim, sua função de remover o excesso de fibrina do
intravascular de modo equilibrado. Esta especificidade dependente de fibrina é resultado de interações
moleculares específicas entre os ativadores do plasminogênio, o plasminogênio, a fibrina, e os inibidores da
fibrinólise.
Integridade endotelial: não existe coagulação quando temos um endotélio intacto. As células endoteliais podem
produzir sob o efeito da trombina, IL-1, fatores teciduais como TNF, os quais têm atividade pró-coagulante. Por
outro lado, as membranas das células endoteliais compostos semelhantes à heparina que ligam antitrobina III e
inibem a coagulação. As células endoteliais produzem fatores ativadores do plasminogênio. Portanto, a fisiologia
é o resultado da integração deste equilíbrio.
SISTEMA FIBRINOLÍTICO
O sistema fibrinolítico ou sistema plasminogênio/plasmina é composto por diversas proteínas (proteases séricas
e inibidores), que regulam a geração de plasmina, uma enzima ativa, produzida a partir de uma pró-enzima inativa
(plasminogênio), que tem por função degradar a fibrina e ativar metaloproteinases de matriz extracelular.
Este sistema é o mais fisiológico dos reguladores da coagulação. O plasminogênio é ativado por um fator
tecidual de ativação, sendo convertido em plasmina. Esta é responsável por quebrar a rede de fibrina. Quando a rede
começa a ser quebrada, passa a circular no sangue uma substância chamada de dímero D (de fundamental cunho de
dosagem em casos de fibrinólises aumentadas, como no tromboembolismo pulmonar).
Pacientes que formam trombos em
demasiado, devem ser induzidos a uma fibrinólise
por agentes fibrinolíticos. Estes são usados, por
exemplo, na primeira hora do infarto agudo do
miocárdio. Eles lisam rapidamente os trombos ao
catalisar a formação da serina protease, plasmina, a
partir de zimogênio, plasminogênio. Quando
administrada por via IV, produzem um efeito lítico
generalizado, ou seja, tanto os tromboêmbolos-alvo,
como os trombos hemostáticos protetores. Os
exemplos de agentes fibrinolíticos (utilizados, por
exemplo, na prevenção de êmbolos pulmonares,
trombose venosa profunda, infarto agudo do
miocárdio, etc) são:
Estreptoquinase: liga-se ao plasminogênio
e o complexo leva a formação de plasmina.
Uroquinase: Enzima sintetizada pelos rins
que ativa a plasmina.
t-PA, alteplase, reteplase: Ativam o
plasminogênio ligado a fibrina.
OBS: O ácido aminocaproico é uma droga que inibe uma fibrinólise intensa por ser um poderoso inibidor da ativação
do plasminogênio em plasmina.
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Estas ondas seguem um padrão rítmico, tendo denominação particular. Qualquer alteração no ciclo cardíaco
será convertida em uma anomalia nas ondas no eletrocardiógrafo. Para que isto fosse visto, foi necessário criar as
chamadas linhas de derivações, baseadas na padronização das posições
de eletrodos na pele do paciente a ser avaliado.
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ONDAS DE DESPOLARIZAÇÃO
1. Como vimos, a célula encontra-se em repouso quando ela está
polarizada, em que a face interna de sua membrana apresenta cargas
negativas e a face externa cargas positivas. O potencial de membrana
de repouso é perdido quando há um estímulo, fazendo com que as
cargas elétricas se invertam: a célula torna-se positiva dentro e negativa
no exterior. Veja a fibra ao lado (A), em que metade esquerda encontra-
se despolarizada e a metade direita polarizada. A corrente elétrica flui da
área despolarizada para a área polarizada. O eletrodo direito está sobre
a área negativa e o eletrodo esquerdo sobre a área positiva, causando
uma DDP. O ECG registra uma onda positiva afastando-se na linha de
base.
2. Quando toda a fibra foi despolarizada (B), os eletrodos direito e
esquerdo estão sobre uma área negativa, sem DDP, retornando a onda
de despolarização para a linha de base. O ECG, nesse momento,
registra uma onda positiva retornando à linha de base.
ONDAS DE REPOLARIZAÇÃO
1. O potencial de ação retornará ao potencial de repouso, tornando a célula negativa no interior e positiva no
exterior. Metade direita da fibra (C) fica repolarizada e metade esquerda continua despolarizada. O eletrodo
direito está sobre uma área positiva e o eletrodo esquerdo sobre uma área negativa, causando uma DDP. O
ECG registra uma onda negativa afastando-se da linha de base.
2. Quando toda a fibra for repolarizada (D), os eletrodos direito e esquerdo estarão sobre uma área positiva, sem
DDP entre eles, fazendo com que a onda da despolarização retorne à linha de base. O ECG registra, nesse
momento, uma onda negativa retornando à linha de base.
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Serão definidas e detalhadas agora cada onda, complexo, intervalo e segmento do ECG normal.
ONDA P
A onda P é devida aos potenciais elétricos gerados durante a despolarização
dos dois átrios, antes de se contrair. A sua primeira metade representa a despolarização
do átrio direito e a segunda metade, do átrio esquerdo. A amplitude da onda P é, em
média, de 0.25 mV, apresentando um tamanho normal de 2,5mm de altura.
Duração: em DII, de 0,08 a 0,10 segundos (2 quadradinhos e meio).
Morfologia: onda arredonda e monofásica, podendo apresentar pequenos entalhes (depressão próximo ao seu
vértice) devido à diferença relativamente normal da contração dos dois átrios. Na taquicardia, apresenta-se
pontiaguda.
Amplitude: em DII, de 2,5 a 3,0 mm (0,25 a 0,3mV).
Polaridade: Positiva em DI, DII e DIII. Negativa em aVR.
Como foi visto, cada metade da onda P representa um átrio. Por esta razão,
algumas patologias envolvendo os átrios de forma isolada podem ser facilmente
detectadas no ECG.
A estenose mitral (redução do diâmetro da valva atriovetrnciular esquerda) pode
ser causada pela cardite pós-estreptocócica, como manifestação tardia da febre
reumática. Esta condição faz com que se acumule cada vez mais sangue no atrio
esquerdo, aumentando a sua sobrecarga e, a longo prazo, o seu tamanho. A
hipertrofia atrial esquerda produz um alongando a onda P no ECG.
A hipertrofia atrial direita pode ocorrer em casos de hipertensão pulmonar, que
reflete na insuficiência ventricular direita e, tardiamente, na insuficiência atrial
direita, a qual cursa com uma hipertrofia atrial que se mostra, no ECG, na forma
de uma onda P espiculada na sua primeira metade.
Na estenose aortica, devido à pouca saída de sangue do ventrículo, há um refluxo do mesmo para o átrio, o que
também aumenta as suas fibras. Isso ocorre por exemplo em pacientes hipertensos (PA maior que 140/90). Nesse
caso, haverá alteração também na onda QRS.
Em casos de comunicação interatrial (CIA) – doença congênita em que não há a oclusão do forame oval
embrionário – a onda P é prolongada devido ao aumento de carga sanguínea a ser bombeada pelos atrios.
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INTERVALO PR
É o intervalo que corresponde desde o início da onda P até início do complexo QRS, ou seja, início da contração
atrial ao início da contração ventricular. Significa o registro gráfico da despolarização de praticamente todo o sistema de
condução: transmissão do impulso desde o nó sinoatrial até os ramos do feixe de His e de Purkinje (por se tratar de um
pequeno contigente de fibras em comparação ao músculo cardíaco, se mostra na forma de uma linha isoelétrica).
É um indicativo da velocidade de condução entre os átrios e os ventrículos e corresponde ao tempo de condução
do impulso elétrico desde o nódo atrio-ventricular até aos ventrículos. Este intervalo é necessário para manter o ritmo
cardíaco necessário para que os átrios e ventrículos se contraiam em tempos diferentes.
Duração: de 0,12 a 0,20s (3 a 5 quadradinhos).
o Maior que 0,20s: Bloqueio atrio ventricular de estímulo de 1º grau (BAV 1º)
o Menor que 0,12s: Síndrome de Pré-excitação; Síndrome de Wolf-Parkinson-White (causada por uma
fibra que conecta previamente as fibras de condução dos átrios com os ventriculos).
A Síndrome de Wolff-Parkinson-White é caracterizada por uma arritmia cardíaca causada por um sistema de
condução elétrico anômalo, que faz com que os impulsos elétricos sejam conduzidos ao longo de uma via acessória
das aurículas até os ventrículos, diminuindo o retardo que ocorreria no nó AV. É tambem uma forma de taquicardia,
formada por uma condução atrioventricular adicional que impede condução normal do estímulo do átrio até o nódulo
atrioventricular, causando o que chamamos de taquicardia supraventricular. A correção é cirúrgica, sendo necessária
a ablação deste segmento acessório.
O intervalo PR é assim chamado, mesmo não compreendendo a própria onda R (mas sim o início da onda Q),
pois nem todas as derivações possuem a onda Q, mas todas possuem a onda R.
SEGMENTO PR
Linha isoelétrica correspondente entre o fim da onda P e o início do complexo QRS, representando o atraso
normal que acontece quando o estímulo elétrico do coração alcança o nó AV. Este atraso, como já vimos, é necessário
para que haja a contração ventricular logo depois de completada a contração atrial, isto é: para que haja uma harmonia
de contração entre os dois sincícios cardíacos. Tem duração média de 0,08s (2 quadradinhos).
COMPLEXO QRS
Complexo, como vimos, é um conjunto de ondas. O complexo QRS consiste na representação gráfica da
despolarização ventricular, ou seja, da contração dos ventrículos. É maior que a onda P em amplitude pois a massa
muscular dos ventrículos é maior que a dos átrios. Anormalidades no sistema de condução geram complexos QRS
alargados e representam situações de emergência.
Duração: 0,10 a 0,12 segundos. Maior que 0,12s Bloqueio de um ramo D ou E do Feixe de His. Nestes
casos, apresenta entalhes importantes.
Polaridade: depende da orientação do vetor SÂQRS (que representa o vetor de despolarização ventricular).
Vale salientar que, no complexo QRS, a primeira onda positiva sempre será a onda R, independente da
derivação; a primeira onda negativa antes do R é a onda Q; a primeira onda negativa depois de R é a onda S.
Morfologia normal: de V1 a V6, nesta ondem, a onda R aumenta e a onda S diminui em amplitude (r, rS, rS’, Q,
qR, qRs).
Amplitude: baixa voltagem: 5mm; R+S em V2 ≤ 9mm.
A doença de Chagas causa bloqueio atrioventricular total (BAVT), causando um bloqueio no sistema de condução
do impulso entre o átrio e o ventrículo, alargando o complexo QRS.
Se o complexo QRS estiver alargado, isso representa algum bloqueio no ramo direto ou esquerdo do Feixe de
His, ou a prórpia ausência desse ramo. Isso faz com que o impulso, para ser propagado a todo o ventrículo, seja
passado de célula em célula, a ponto de que o ventrículo se contraia de forma errada e ineficiente, alargando o
complexo QRS devido a demora de propagação do impulso a toda a massa muscular. 5% da população nasce com o
ramo direito do Feixe de His bloqueado.
A repolarização auricular não costuma ser registrada, pois é encoberta pela despolarização ventricular
(registrada pelo complexo QRS), evento elétrico concomitante e mais potente.
SEGMENTO ST
O segmento ST é a linha isoelétrica que representa o intervalo entre o fim do complexo QRS (Ponto J) e o início
da onda T. Corresponde ao período entre fim da contração ventricular e o início da repolarização ventricular, sendo
representada por uma linha isoelétrica.
O desnivelamento do segmento ST é aceitável em até 1 mm; mais do que isso, podemos suspeitar das
seguintes alterações, que devem ser diferenciadas por meio da clínica do paciente ou por marcadores bioquímicos.
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Alterações primárias da repolarização ventricular: são as alterações causadas por doenças coronarianas. Um
infradesnivelamento nessa linha (mais que 1mm) é sinal de isquemia subendocárdica; um supradesnivelamento nessa
linha é sinal de infarto agudo do miocárdio (isquemia subepicárdica).
Alterações secundárias da repolarização ventricular: caracterizada por uma sobrecarga ventricular. A sobrecarga do
ventrículo direito ou um bloqueio de ramo pode provocar um infradesnivelamento do segmento ST; já o supradesnivelamento
é sugestivo de sobrecarga ventricular esquerda.
ONDA T
Onda arredondada que representa o final da repolarização ventricular, correspondendo, portanto, ao fim do
segmento ST. O seu parâmetro mais importante é a morfologia.
Duração: a medida está inclusa no intervalo QT.
Morfologia: é arredondada e assimétrica, em que a primeira porção é mais lenta.
o Simétrica, pontiaguda e positiva hiperpotassemia, isquemia subendocardica.
o Simétrica, pontiaguda e negativa isquemia subepicárdica.
Amplitude: menor do que a amplitude do QRS.
Polaridade: positiva na maioria das derivações: DIII, aVR, V1 e em crianças: V1, V2 e V3.
INTERVALO QT
Início da contração ventricular até o fim da repolarização ventricular. Corresponde ao início do complexo QRS
até o fim da onda T. O aumento em duração da onda QT significa aumento da repolarização, o que predispõe à arritmia.
Duração: entre o início do QRS e o fim da onda T normal: 0,30 – 0,46 seg. A duração do intervalo QT pode ser
calculada pela fórmula de Bazett (QT corrigido): QTcorrigido = QTmedido / √R-R.
QT > 0,46 Síndrome do QT longo, morte súbita, SMSI.
O prolongamento do intervalo QT (Síndrome do QT Longo Congênita) é um fator de risco para morte súbita independentemente
da idade do paciente, de história de infarto do miocárdio, da frequência cardíaca e de história de uso de drogas; os pacientes com
intervalo QTc de > 0,44s têm 2 a 3 vezes maior risco de morte súbita que aqueles com intervalo QTc < 0,44s. A taxa de
mortalidade em pacientes com SQTL não tratados varia de 1 a 2% por ano. A incidência de morte súbita varia de família para
família como uma função do genótipo.
DERIVAÇÕES ELETROCARDIOGRÁFICAS
Na superfície do corpo existem diferenças de
potencial consequentes aos fenômenos elétricos gerados
durante a excitação cardíaca. Estas diferenças podem
ser medidas e registradas. Para isto são utilizados
galvanômetros de tipo particular que constituem as
unidades fundamentais dos eletrocardiógrafos.
Os pontos do corpo a serem explorados são
ligados ao aparelho de registro por meio de fios
condutores (eletrodos). Dessa forma, obtêm-se as
chamadas derivações que podem ser definidas de
acordo com a posição dos eletrodos.
A ideia básica é observar o coração em
diferentes ângulos, ou seja, cada derivação, representada
por um par de eletrodos (um positivo e um negativo),
registra uma vista diferente da mesma atividade cardíaca.
As derivações podem ser definidas de acordo com a
posição dos eletrodos (chamados eletrodos exploradores)
no plano frontal (formando as derivações periféricas –
bipolares ou unipolares) e no plano horizontal (formando
as derivações precordiais, unipolares).
3
OBS : Teoria do Dipolo. O ECG é o registro gráfico da projeção dos vetores de ativação
elétrica do coração, em linhas de derivação. Dipolo é o fenômeno elétrico resultante de
dois pontos justapostos e de cargas contrárias. Chama-se de dipolo ao conjunto formado
por duas cargas de mesmo módulo, porém de sinais contrários, separadas por uma
distância d. O dipolo como grandeza vetorial apresenta: módulo (produto de uma das
cargas pela distância entre elas), direção (eixo do dipolo, linha unindo os dois polos) e
sentido (do polo negativo para o polo positivo).
O eletrodo positivo do ECG que “olha” para a ponta da seta vetorial (resultante da
despolarização cardíaca) registra uma onda positiva. O eletrodo positivo que “olha” para a
cauda da seta registra uma onda negativa.
4
OBS : O sentido de despolarização do coração se dá de cima para baixo e da esquerda para a direita.
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Logo, todo ECG é composto por 12 derivações que permitem uma visão tridimensional do potencial de ação
cardíaco, de forma que as ondas sejam as mesmas para todas elas.
Para conseguir estudar o coração de forma tridimensional, devemos dividir as derivações em dois planos:
Derivações no Plano Frontal (Derivações de Membros ou Periféricas). Medem a diferença de potencial entre
os membros (bipolares) ou entre certas partes do corpo e o coração (unipolares). Coloca-se um eletrodo em
cada braço (direito/esquerdo) e um na perna esquerda, formando um triângulo (conhecido como triângulo de
Einthoven). Na perda direita, coloca-se o fio terra, para estabilizar o traçado. Deslocam-se as três linhas de
referência, cruzando com precisão o tórax (coração) e obtém-se uma intersecção, formando as derivações
bipolares DI, DII e DIII. Em seguida, acrescentam-se outras três linhas de referência nesta intersecção, com
ângulos de 30º entre si e obtêm-se as derivações unipolares dos membros: aVR (direita), aVL (esquerda) e aVF
(pé). Neste caso, usa-se “eletrodos de presilhas”.
Derivações no plano horizontal (Derivações precordiais). Têm-se, com elas, uma visão como em um corte
transversal do coração. São as derivações V1, V2, V3, V4, V5 e V6. Neste caso, usa-se “eletrodos de sucção”.
Medem a diferença de potencial entre o tórax e o centro elétrico do coração (nódulo AV), e vão desde V1 (4º
espaço intercostal, na linha paraesternal direita) a V6 (5º espaço intercostal, na linha axilar média esquerda). Em
todas essas derivações, considera-se positivo o eletrodo explorador colocado nas seis posições diferentes sobre
o tórax, sendo o polo negativo situado no dorso do indivíduo, por meio da projeção das derivações a partir do
nódulo AV.
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A medição correta da frequência cardíaca por meio do ECG deve ser feita por meio dos seguintes passos:
1. Métodos para a sua determinação
a) Método Correto: 1500/nº de quadrados pequenos entre duas ondas R (intervalo RR), sabendo que 1 minuto
tem 1500 quadrados pequenos (0,04 segundos x 1500 = 60 segundos).
b) Método Prático: 300/nº de quadrados grandes entre duas ondas R, sabendo que 1 minuto tem 300 quadrados
grandes (0,20 x 300 = 60 segundos).
c) Método por observação das linhas verticais e a onda R: é
um modo que se leva em consideração as linhas escuras
verticais que delimitam um lado do quadrado grande e a onda
R. Esse método é feito da seguinte forma: primeiramente deve-
se procurar no eletrocardiograma uma onda R que coincida
exatamente na linha vertical escura. Achado a linha escura
rente a onda R, marca-se as linhas escuras adiante delas com
números decrescentes: 300 – 150 – 100 – 75 – 60 – 50, que
correspondem ao número de batimentos cardíacos por minuto.
Caso a próxima onda R coincidir na linha vertical escura (como na figura, 50), siginfica a frequência cardíaca do
coração no momento do registro (como na figura, 50 bpm). Caso não haja uma relação direta entre a onda R e a
linha, faz-se uma aproximação.
d) Regra de Três: Cada intervalo RR corresponde a um batimento. Para facilitar o cálculo, o papel é composto
também de “quadradões”, que possuem cinco “quadradinhos” de 1 mm cada. Logo, 5 X 0,04 s = 0,2 s. A onda
percorre o “quadradão” em 0,2 s. Precisamos saber a distância em “quadradinhos” ou “quadradões” do intervalo
RR. Imaginemos uma distância entre o intervalo RR sendo de, aproximadamente, 4 quadradões, ou 4 X 0,2 s =
0,8 s. Se eu sei que um batimento (intervalo RR) gasta 0,8 s, quantos batimentos eu terei em um minuto (60s)?
1 batimento ---- 0,8 s
x batimentos ---- 60 s
x = 60/0,8 = 75 batimentos
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Para determinação do eixo, o procedimento básico inicial é observar as derivações DI e aVF, que são as
derivações que estão direcionadas para o sentido normal da despolarização cardíaca. Se o QRS for positivo (isto é,
estiver voltado para cima) em DI, o vetor aponta para o lado positivo (isto é, lado esquerdo do indivíduo). Se QRS for
positivo em aVF, o vetor aponte para baixo na metade positiva da esfera. Neste caso, a localização do vetor resultante
principal será na faixa normal entre 0 a 90º. Qualquer situação diferente desta, haverá um desvio de eixo. Além disso,
caso o QRS seja negativo em V2, o vetor aponta para trás (situação normal).
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Em resumo, a localização do eixo médio do QRS pode ser facilmente obtido seguindo os seguintes passos:
1. Observar a polaridade do complexo QRS nas derivações DI e aVF.
2. Determinar o quadrante do vetor de ativação.
3. Procurar uma derivação isoelétrica (+/-).
4. O eixo estará na derivação perpendicular à derivação isoelétrica:
DI ∟ aVF (DI é perpendicular a aVF)
DII ∟ aVL (DII é perpendicular a aVL)
DIII ∟ aVR (DIII é perpendicular a aVR)
5. Caso não haja derivação isoelétrica, deve-se observar as derivações que cruzam por fora do quadrante
determinado no passo 2 e selecionar o eixo perpendicular a ele que estiver mais próximo da polaridade de DI ou
aVF no traçado do ECG. Por exemplo:
Determinado que o eixo está no quadrante entre 0º a 90º (DI+ e aVF+) e o ECG não mostrou nenhum
QRS isoelétrico em nenhuma derivação, devemos:
Olhar DIII (sempre optar por observar DIII primeiro)
Em caso de DIII (-): o eixo estará acima de aVR (+30º e 0º).
Em caso de DIII (+/-): o eixo estará sobre aVR (+30º).
Em caso de DIII (+): o eixo estará abaixo de aVR (+30º e +90º). Em caso de DIII positivo, devemos
observar aVL (e seu vetor perpendicular DII).
Olhar aVL
Em caso de aVL (+): o eixo estará acima de DII (+60º e 30º). Em caso de aVL positivo, devemos
observar DIII (e seu vetor perpendicular aVR).
Em casos de aVL (+/-): o eixo estará sobre DII (+60º).
Em caso de aVL (-): o eixo estará abaixo de DII (+60º e 90º).
1
Exemplo – Definição do quadrante de angulação do eixo elétrico
do coração.
A definição do eixo elétrico do coração é importante para
observar e diferenciar patologias ou variações anatômicas que possam
acometer este órgão, prevenindo o profissional de realizar falsos
diagnósticos.
Para isso, definem-se quatro quadrantes a partir de duas
derivações: DI e aVF. O eixo elétrico estará diretamente relacionado
com o complexo QRS para essas duas derivações. Com isso, tem-se
que o coração normal está entre os ângulos 0º e 90º. Quando ele
estiver desviado para a esquerda, tem-se que o eixo está entre 0º a -
90º, e quando estiver desviado para a direita, entre 0º e 180º.
Com isso, para iniciarmos o nosso treinamento de localização
do eixo elétrico cardíaco, observaremos os seguintes exemplos
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Nos casos em que o complexo QRS estiver positivo em DI (figura A) e isoelétrico em aVF (figura E), o
o
eixo estará coincidindo com o eixo horizontal, com sentido voltado para 0 .
Nos casos em que o complexo QRS estiver isoelétrico em DI (figura B) e positivo em aVF (figura D), o
eixo estará coincidindo com o eixo vertical, com sentido voltado para +90º.
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O plasma humano contém mais de 500 proteínas identificáveis. Entre essas, estão presentes proteínas
carreadoras, anticorpos, enzimas, inibidores enzimáticos, fatores da coagulação e proteínas com outras funções. A
avaliação das concentrações de proteínas séricas e as proporções das diferentes frações de proteína têm considerável
valor no diagnóstico em desordens agudas e crônicas.
A eletroforese de proteínas (EFP) no soro é uma técnica simples para separar as proteínas do soro. É o teste de
triagem mais utilizado para investigação de anormalidades das proteínas séricas. Em condições normais, são separadas
cinco bandas do soro: albumina, alfa-1, alfa-2, beta e gamaglobulinas. Eventualmente, pode ser observada a
presença da pré-albumina. O reconhecimento de paraproteínas, normalmente encontradas nas gamopatias benignas ou
malignas é o uso diagnóstico mais importante para a EFP. Quando alteradas, as bandas apresentam-se com padrões
conhecidos para importantes patologias.
A banda da albumina é relativamente homogênea, porém as demais são compostas por uma mistura de
diferentes proteínas. Informações adicionais podem ser encontradas nos títulos referentes às diferentes proteínas que
compõem as bandas identificadas pela eletroforese como: albumina, alfa-1-antitripsina, alfa-1-glicoproteína ácida,
haptoglobina, ceruroplasmina, entre outras.
METODOLOGIA
MATERIAL E REAGENTES
Fonte de Energia: pode ser a mesma cuba, sendo dotada de dois eletrodos: um positivo e outro negativo. As
proteínas vão correr no sentido NEGATIVO POSITIVO
Cuba e ponte para eletroforese: aparelho onde será depositada parte da solução tampão e sobre ela, põe-se a
ponte com a fita de acetato celulose sobre ela.
Fitas de acetato de celulose: inicialmente, passa 15min numa solução tampão (pH 9,5 ± 0,2) e depois
conservada em metanol à 40% para não ressecar. O tratamento em fita de acetato serve para retirar a condição
de isoeletricidade entre as proteínas, para que elas obtenham cargas para que seja possível a sua migração na
fita.
Aplicador: aparelho especialmente elaborado para colher pequena parte da amostra do soro para ser aplicada
na fita.
Espectrofotômetro ou Densitômetro
Tampão veronal (pH 8,5)
Corante: Ponceau´S
Descorante: ácido acético 5%
Eluente: ácido acético 80%
Desidatrante: metanol
Solução Transparentizadora: 84 mL de metano
1mL de Glicerol
15 mL de ácido acético glacial
TÉCNICA
1. Colocar cerca de 100 mL do tampão em cada compartimento da cuba.
2. Retirar as fitas de acetato de celulose da solução conservante (metanol 40%) e colocar na solução tampão por
cerca de 20 minutos.
3. Retirar o excesso do tampão, enxugando-a entre duas folhas de papel de filtro e adaptá-la na ponte de
eletroforese.
4. Aplicar a amostra na fita e aguardar 5 minutos, para completa absorção da amostra. Ligar a fonte na corrente
elétrica durante 45 minutos.
5. Desligar a fonte e colocar em solução corante (Ponceau´S) durante 5 minutos.
6. Transferir a fita para a solução descorante (ácido acético a 5%), lavando várias vezes, para tirar o excesso do
corante.
7. A quantificação das frações pode ser feito pelo método da eluição (espectrofotômetro) ou transparentização
(densitometria).
8. Eluição:
a) Identificar 6 tubos : Branco, albumina, alfa-1-globulina, alfa-2-globulina, β-globulina e gamaglobulinas.
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b) Colocar 2,0 mL de solução eluente (ácido acético 80%), em cada tubo, com exceção do tubo
correspondente a albumina que será 4,0 mL (após a leitura da absorbância, multiplicar por 2).
c) Cortar as frações separadamente e colocar nos tubos correspondentes. Agitar até a completa
dissolução. Para o branco, cortar uma parte da fita onde não haja fração proteica.
d) Efetuar a leitura no filtro verde (520nm).
Concentração da amostra:
Concentração da Amostra (g /dL) =Absorbância do Teste x [PADRÃO]
Absorbância do Padrão
PROTEÍNAS PLASMÁTICAS
• Albumina: sintetizada pelo fígado
• Imunoglobulinas: produzidas pelos plasmócitos da medula óssea como parte de uma resposta imune.
• Valor de Referência:
Proteína total: 6,0 a 8,0 g/dL
Albumina:3,5 a 5,5 g/dL
Globulinas: 1,5 a 2,5 g/dL
• Posições dos valores na fita de acetato de celulose com relação aos pólos dos eletrodos:
FITA DE ACETATO DE CELULOSE: (POLO -)Gama β α2 α1 albumina (POLO +)
83
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1
OBS : O aumento das gamaglobulinas significa uma
gamopatia, que pode ser do tipo policlonal (aumento
relacionado a vários tipos de imunoglobulinas,
apresenta um pico difuso) ou monoclonal (aumento
relacionado a um tipo de imunoglobulina,
característica do mieloma múltiplo e do calazar, e
apresenta um pico fino na eletroforese).
OBS²: Na cirrose hepática, devido ao aumento de
gama-β-imunoglobulinas, não há uma separação
nítida dessas duas frações (banda β larga).
OBS³: Na síndrome nefrótica há uma diminuição
nas taxas de albumina (devido a sua perda nos
glomérulos) e aumento de alfa-globulinas.
4
OBS : Quando α1 e α2 estão aumentadas, tem-se uma fase aguda de uma doença. Quando α1 e α2 estão elevadas
associadas ao aumento das gamaglobulinas, tem-se uma fase de cronicidade.
ALBUMINA
É a proteína mais abundante no plasma, respondendo por cerca de 60% da concentração total de proteínas. É
sintetizada exclusivamente pelo fígado, aparecendo primeiro no citoplasma dos hepatócitos como um precursor
chamado pró-albumina. Possui um papel muito importante em diversas funções do organismo, como o transporte de
diferentes substâncias e em especial a manutenção da pressão oncótica.
Foram descritas mais de 20 variantes genéticas de albumina. O tipo mais comum é chamado albumina A. Essas
albuminas variantes podem resultar em uma faixa de albumina larga na eletroforese de proteína de soro ou podem dar
origem a duas faixas distintas (bisalbuminemia). Nenhuma dessas variantes foi ainda associada a manifestações
patológicas. Na rara síndrome de ausência congênita de albumina, os pacientes podem apresentar edema moderado,
mas podem poupar as consequências hemodinâmicas com a utilização de mecanismos compensatórios, como o
aumento das globulinas do plasma, que assumem algumas das funções da albumina. O problema bioquímico principal
nesses pacientes é uma alteração no metabolismo lipídico, com aumento de colesterol, fosfolipídios e outras
lipoproteínas.
A albumina tem carga elétrica negativa;ao ser colocada no eletrodo negativo da cuba de eletroforese, ela é a
proteína que mais “corre”, afastando-se do polo negativo para chegar
ao positivo.
FUNÇÕES DA ALBUMINA
Manutenção da pressão osmótica;
Transporte de hormônios tireoideanos;
Transporte de hormônios lipossolúveis;
Transporte de ácidos graxos livres;
Transporte de bilirrubina não conjugada;
Transporte de fármacos e drogas;
Aumento da libido;
União competitiva com ions de cálcio;
Controle do pH.
CORRELAÇÕES CLÍNICAS
• Hipoalbuminemia: níveis de albumina abaixo de 3,5 mg/dL resulta na formação de edema.
• Hiperalbuminemia:
Condição rara, podendo ocorrer na desidratação
Uso prolongado do torniquete na coleta de sangue venoso
• Analbuninemia: edema moderado, acredita-se que as concentrações das outras proteínas plasmáticas
aumentam e compensam a deficiência relativa da albumina.
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Distribuição anormal ou diluição: A hipoabuminemia pode ser induzida pela superidratação ou pelo aumento da
permeabilidade capilar (septicemia).
Excreção anormal ou degradação: Síndrome nefrótica, enteropatias, queimaduras hemorragias.
ALFA-1-GLOBULINAS
A alfa-1-antitripsina responde por cerca de 90% das proteínas que correm na faixa das alfa-1-globulinas. A
deficiência da alfa-1-antitripsina está associada ao enfisema pulmonar e à cirrose hepática. Só é detectável pela
eletroforese quando homozigótica; os estados heterozigóticos só podem ser identificados por técnicas imunoenzimáticas
que também são utilizadas para confirmação das deficiências homozigóticas.
É uma das proteínas de fase aguda e pode ser encontrada em outros fluidos orgânicos, como lágrimas, sêmen,
bile e líquido amniótico. Nos 10% restantes, estão a alfa-1-glicoproteína ácida, a alfafetoproteína e outras proteínas. Os
níveis se elevam nas doenças inflamatórias agudas e crônicas, neoplasias, após traumas ou cirurgias e durante a
gravidez ou estrogenioterapia. Nos hepatocarcinomas, a elevação pode acontecer pelo aumento da alfafetoproteína.
Alfa-1-glicoproteína ácida (65%): elevada nos processos inflamatórios agudos. Nunca chega ao pico que a
albumina chega pois não tem afinidade a corantes proteicos.
Alfa Lipoproteína (HDL)
Alfa-fetoproteína: origem placentária e fetal.
ALFA-2-GLOBULINAS
Incluem a haptoglobina, a alfa-2-macroglobulina e a ceruloplasmina. Raramente encontram-se alterações nessa
banda eletroforética, já que a diminuição de um componente é compensada pelos demais mesmo dentro da faixa de
referência.
Níveis elevados de alfa-2-macroglobulina associados à diminuição da albumina acontecem na síndrome
nefrótica. Os níveis de haptoglobina e de ceruloplasmina podem apresentar-se elevados em numerosas situações que
levam à reação de fase aguda. Os níveis de haptoglobina apresentam-se diminuídos nas hepatopatias graves, na
anemia megaloblástica, nas situações de aumento da hemoglobina livre, como na hemólise de eritrócitos ou na
reabsorção de grandes hematomas e na terapia com estrogênios e corticoides. Os níveis de ceruloplasmina aumentam
na estrogenioterapia e se encontram diminuídos na doença de Wilson, na desnutrição, na síndrome nefrótica e nas
enteropatias com perda de proteína.
Alfa-2-macroglobulina
Função: transporte hormonal e inibidor das enzimas proteolíticas.
Significado clínico: Aumenta na síndrome nefrótica.
Haptoglobina (50%).
Alfa-1-antiquimiotripsina (elevada nos processos inflamatórios agudos).
Alfa-2-macroglubulina:
Função: transporte hormonal e inibidor das enzimas proteolíticas
Significado clínico: aumentado na síndrome nefrótica, hemólises, hepatite, neoplasias e cirrose.
Haptoglobina:
Função: formar complexo proteico com a hemoglobina livre plasmática.
Significado clínico: aumentado nos processos inflamatórios agudos e diminuído nas doenças
hemolíticas.
BETA-GLOBULINAS
Composta pelas beta-lipoproteínas (LDL), transferrina, C3 e outros componentes do complemento, beta-2-
microglobulina e antitrombina III. A redução dessa banda não é frequente. A anemia por deficiência de ferro leva ao
aumento da transferrina. O hipotireoidismo, a cirrose biliar, as nefroses e alguns casos de diabetes mellitus podem se
evidenciar pelo aumento de colesterol e consequente aumento das beta-lipoproteínas (LDL). A beta-globulina está
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frequentemente elevada nos casos de icterícia obstrutiva e menos frequentemente em alguns casos de hepatite. Quase
sempre, está elevada nos casos de cirrose hepática. Nesses casos, pode aparecer junto com sobreposição ou fusão das
bandas beta e gama pelo aumento de IgA, que ocorre nas cirroses hepáticas, infecções de pele ou trato respiratório e na
artrite reumatoide. Elevações causadas provavelmente pelo aumento dos componentes do complemento podem ocorrer
em hipertensão maligna, doença de Cushing, poliarterite nodosa e carcinomas.
Transferrina:
o Função: transporte de ferro plasmático
o Significado clínico: aumentado na deficiência de ferro e reduzido nas hepatopatias crônicas
Complemento C3:
o Significado clínico: aumentado nos processos inflamatórios agudos
Beta-lipoproteína (LDL)
o Função: transporte do colesterol
GAMAGLOBULINAS
Composta pelas imunoglobulinas, predominantemente pela IgG. As imunoglobulinas A,M,D,E e proteína C
reativa encontram-se na área de junção beta-gama. A ausência ou a diminuição da banda gama indica
imunodeficiências congênitas ou adquiridas. O aumento dessa banda sugere o aumento policlonal das gamaglobulinas
associadas a doenças inflamatórias crônicas, reações imunes, doenças hepáticas ou neoplasias disseminadas.
As principais características das gamaglobulinas são:
Migram desde a zona beta;
Deficiência no uso da quimioterapia;
Aumentado nos processos crônicos, doenças hepáticas e mieloma.
Bandas oligoclonais podem eventualmente ser observadas em infecções virais crônicas, em algumas infecções
bacterianas como as pneumonias por pneumococos e as hepatites crônicas ativas.
Tuberculose, sarcoidose, linfogranuloma venéreo e sífilis terciária são doenças crônicas que levam ao aumento
dessa banda. Artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico e outras colagenoses podem apresentar níveis normais a
acentuadamente aumentados, dependendo da fase de atividade da doença. Níveis aumentados também são
encontrados em linfomas malignos, doença de Hodgkin e leucemia linfocítica crônica. Tipicamente, a macroglobulinemia
de Waldenström e o mieloma múltiplo exibem um pico homogêneo, que pode ou não resultar do aumento total da área
gama.
As hepatopatias cursam frequentemente com aumento da banda das gamaglobulinas. Na hepatite, verifica-se
um aumento das beta e gamaglobulinas com redução da albumina. Nas cirroses, o padrão mais sugestivo consiste na
elevação da gamaglobulina de base ampla, juntamente com a fusão da beta e da gamaglobulina, sem a individualização
dos picos da chamada ponte beta-gama. Apenas cerca de 20% dos cirróticos apresentam a fusão completa, e cerca de
3% apresentam a fusão parcial.
As características particulares de cada imunoglobulina são:
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GAMOPATIAS
Tipo policlonal: forma não específica em uma grande variedade de infecções: aumento difuso das várias
imunoglobulinas em toda região das gama globulinas observada na eletroforese de proteínas.Ex: Hepatopatia
crônica, cirrose hepática (beta larga: fusão da beta-gamaglobulinas), hepatite crônica.
Monoclonal:
Denominada de Paraproteína
Caracteriza-se pela elevação de uma determinada imunoglobulina, formando um pico estreito na fração
gamaglobulinas.
Proliferação de um só tipo de clone de plasmócitos que vão sintetizar um único tipo de imunoglobulina.
Ex:mieloma múltiplo, macroglobulinemia de Waldenström, calazar.
MIELOMA MÚLTIPLO
O mieloma múltiplo (MM) É uma doença dos plasmócitos (Discrasia Plasmocitária Maligna). Esses plasmócitos
se proliferam de forma desordenada, e passam a produzir imunoglobulinas e citocinas (responsáveis por boa
parte das manifestações clínicas características da doença: anemia e ativação dos osteoclastos e inibição dos
osteoblastos, que promovem as lesões ósseas).
Epidemiologia: Homens, negros, >50-60 anos
Características:
Redução da produção da série branca e da série vermelha e de formação de plaquetas
Metastase óssea, apresentando dor óssea
Diminuição da produção de imunoglobulinas normais
Consequências:anemia e susceptibilidade à infecção
Manifestações clínicas:
Anemia de doença crônica
Lesões ósseas líticas
Hipercalcemia (aumento de cálcio no sangue)
Insuficiência renal
Em 50% dos casos de mieloma as cadeias leves são produzidas em maior quantidade do que as pesadas
Em 15% dos casos; apenas cadeias leves
Tratamento: diz-se que MM não tem cura; o que se faz, é terapia para aumentar a sobrevida.
Drogas supressoras da medula óssea
Plasmaférese (substituição do plasma do paciente por plasma normal, com retenção dos seus próprios
componentes celulares)
EXEMPLOS
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O sangue é um tecido conjuntivo líquido, produzido na medula óssea vermelha, que flui pelas veias, artérias e
capilares sanguíneos dos animais vertebrados e invertebrados. O sangue é um dos três componentes do sistema
circulatório, os outros dois, são o coração e os vasos sanguíneos. Seu pH é aproximadamente igual a 7,4, corresponde a
7% do peso corporal, em um adulto o volume corresponde em média a 5 L. É um tecido conjuntivo especializado,
formado por elementos figurados e o plasma
FUNÇÕES GERAIS
Função Primária: Transporte de nutrientes do sistema gastrointestinal para todas as células do corpo; transporta
também metabólitos, como também hormônios e outras moléculas sinalizadoras.
Transporte de oxigênio ou dióxido de carbono, através das hemácias. Transporta também eletrólitos.
Ajuda na termorregulação corpórea;
Há a existência de mecanismos de proteção – Coagulação – interromper o fluxo sanguíneo em regiões lesadas.
Mediadores: plaquetas.
Defesa imunológica: leucócitos.
COMPOSIÇÃO SANGUÍNEA
Têm-se dois constituintes, uma parte líquida, aquosa, que é chamada de plasma e uma parte celular, onde estão
as hemácias, leucócitos e plaquetas, que são chamados de elementos figurados do sangue.
O plasma possui nutrientes, carboidratos, lipídeos, proteínas e tem hormônios. A parte dos elementos figurados,
que é o precipitado, a parte celular ou derivada de células são os eritrócitos (glóbulos vermelhos), os leucócitos e as
plaquetas, que estão relacionadas com o processo de coagulação.
Composição do plasma:
90% Água
Sais inorgânicos, íons, gases
1% Compostos orgânicos (aminoácidos, vitaminas, hormônios, glicose)
9% Proteínas (albumina, globulinas e , e proteínas de coagulação)
:
OBS Em uma centrifugação, temos: 55% correspondente ao plasma; 1% a camada leucocitária: Leucócitos e Plaquetas;
Camada vermelha representando as hemácias, corresponde a 44%;
:
OBS Hematócrito: Conjunto dos elementos figurados.
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Dosagem de Hemácias
3
Homens: 4,5 – 6 milhões/mm
3
Mulheres: 4 – 5 milhões/mm
OBS: Pessoas que vivem em grandes altitudes têm um número maior de hemácias.
:
OBS Boa parte do CO2 é transportada pelo plasma, na forma de íon bicarbonato. A
hemoglobina fetal é a HbF(2 cadeias alfa e gama peptídicas). Quando a criança
nasce ocorre a substituição para a hemoglobina adulta, que é a HbA.
Tipos de hemoglobinas:
HbA1 (2 alfa e 2 beta peptídeos)- representa cerca de 97% das hemoglobinas adultas;
HbA2 (2 alfa e 2 delta peptídeos) – 1%
HbF (2 alfa e 2 delta) - resquícios da hemoglobina fetal (presente até o 6º mês de vida).
Anemia Falciforme: Resulta de uma mutação pontual de um único locus da cadeia beta(a valina é incorporada
na sequência em vez do glutamato) formará a hemoglobina anormal HbS. Isso gera hemácias mais frágeis, com
mais tendência a hemólise.
HEMATOPOIESE
Já se sabe que a medula óssea com atividade hematopoiética é denominada medula óssea vermelha (medula
metabolicamente ativa), devido à presença de grande quantidade de hemácias e precursores eritróides. O restante dos
ossos contém a denominada medula óssea amarela, preenchida por tecido adiposo, porém com potencial para voltar a
produzir células sanguíneas sob determinados estímulos.
Sabemos que todos os elementos do sangue (hemácias, plaquetas e leucócitos) originam-se de uma única
célula progenitora, denominada célula-tronco (stem cell ou célula-mãe). Estas células apresentam duas propriedades
que as distinguem das demais células do organismo – elas são pluripotentes e autoperpetuantes. Isso significa que as
células-tronco são capazes de produzir células de diferentes linhagens por mitose e, diferentemente do conceito
tradicional de mitose (em que uma célula dá origem a duas idênticas, morfologicamente e funcionalmente iguais), a
célula tronco, ao se dividir, produz uma célula de linhagem sanguínea (a depender da necessidade do organismo) e
outra semelhante a si, mantendo a quantidade de células-tronco na medula óssea.
A célula tronco, existente apenas em pequena quantidade na medula óssea, tem a capacidade de se reproduzir
quando necessário e dar início a um processo de diferenciação em múltiplas linhagens celulares hematológicas. O
transplante de medula óssea (ou "transplante de células-tronco"), a grande revolução da terapia hematológica nas
últimas décadas, baseia-se na propriedade de um pequeno grupo de células-tronco do doador produzir novamente todas
as células hematológicas, reconstituindo a medula óssea do receptor. Assim, um paciente com leucemia pode ser
tratado com doses absurdamente altas de quimioterápicos, capazes de destruir quase todas as células de sua medula,
recebendo em seguida estas células progenitoras.
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Inicialmente, a célula-tronco se diferencia em dois tipos de células comissionadas, cada uma comprometida com
à formação de uma grande linhagem hematológica: a célula comissionada de tecido mieloide (que dará origem às
hemácias, plaquetas, granulócitos e monócitos) e a célula comissionada de tecido linfoide (que dará origem aos
linfócitos). Estas células, diferentemente da célula-tronco que as originou, não apresentam a pluripotencialidade – ou
seja: uma célula de tecido mieloide não é capaz de formar linfócitos, assim como a célula de linhagem linfoide não forma
eritrócitos, plaquetas, granulócitos ou monócitos.
A diferenciação das células troncos em cada um dos componentes se dá através de fatores de crescimento,
produzidos por órgãos como o fígado e os rins, obedecendo a estímulos do meio. Por exemplo:
A eritropoetina (EPO) é produzida no rim quando há baixa concentração de O 2 e estimula a diferenciação da
célula totipotente para Unidade Formadora de Colônias de Eritrócitos (CFU-E).
Fatores como a IL-1 e o TNF (fator de necrose tumoral) agem sobre células estromais da medula, estimulando-
as a produzirem o fator de estímulo à formação de colônias granulocíticas (G-CSF) e granulocíticas/
macrofágicas (GM-CSF).
Os fatores de crescimento podem agir na diferenciação e na regulação do crescimento de células mais
maduras, através da inibição da apoptose.
Estes fatores são usados na prática clínica para estimular a produção em casos de produção ineficaz pela
medula.
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OBS: As células mais imaturas apresentam alta síntese protéica (para formação da hemoglobina), enquanto as mais
maduras vão adquirindo ferro e, por fim, perdem os núcleos e originam as hemácias. O tipo de hemoglobina varia de
acordo com a fase da vida: na vida fetal precoce, surgem as hemoglobinas embrionárias; na fetal tardia surge a
hemoglobina fetal (constituída por 2 cadeias a e duas g); aos 3-6 meses de vida ocorre a conversão da hemoglobina
para a adulta, HbA, constituída por duas cadeias a e duas b. A HbF tem maior afinidade para O2 que a HbA. A
concentração aumentada de CO2 diminui a afinidade da hemoglobina por O2, permitindo a liberação de oxigênio para o
tecido.
Em condições normais, devemos encontrar apenas eritrócitos e reticulócitos no sangue periférico. Desta forma, o
reticulócito funciona, para o médico hematologista, como um “espelho” da função da medula óssea: quanto mais
reticulócitos estiverem presentes no sangue periférico, significa dizer que maior é a atividade medular. Pacientes que
sofreram hemorragia severa, por exemplo, com cerca de 7 a 10 dias, apresentarão uma grande quantidade de
reticulócitos em seu sangue periférico.
Desta forma, é fácil de identificar que uma possível causa desta anemia foi uma hemorragia ou uma hemólise,
desde que haja uma grande quantidade de reticulócitos no sangue periférico. Por exemplo, se um paciente apresenta
anemia, mas possui um grande número de reticulócitos no sangue, significa dizer que a medula óssea está perfeita
(anemia regenerativa), trabalhando normalmente para suprir a falta de hemácias. Entretanto, na carência de
componentes básicos para formação de células do sangue (como ferro, vitaminas, DNA, etc.) ou na presença de
tumores, os reticulócitos estarão reduzidos (caracterizando as anemias arregenerativas), assim como as hemácias.
Os reticulócitos, embora sejam maiores que as hemácias, conseguem exercer a mesma função que elas.
Contudo, a diferença de tamanho não é capaz de diferenciar estas células em exames laboratoriais. A indicativa de
“presença de policromatofilia” em um hemograma de um paciente com anemia, por exemplo, indica a presença de
reticulócitos, caracterizando, assim, uma anemia regenerativa.
Em resumo, três condições clínicas podem causar esta reticulocitose na decorrência de uma anemia:
Sangramentos (hemorragias);
Hemólise;
Paciente que fez uso de medicamentos e suplementos para melhorar a função sanguínea cerca de uma semana
antes da realização do exame.
No que diz respeito à hemácia, esta apresenta, normalmente, cerca de 7µm (enquanto que o reticulócito
apresenta, aproximadamente, 9µm). A hemácia é uma célula anucleada que tem cerca de 90 - 120 dias de sobrevida. O
fato de uma hemácia ser maior que a outra (macrocitose) diminui a sobrevida da maior, pois o baço, responsável pela
hemocaterese, é extremamente rigoroso quanto ao diâmetro da hemácia: o diâmetro dos capilares do baço varia de 1 a
3µm. O reticulótico, independente de seu tamanho, é resistente a esta seleção, e consegue sobreviver por 48 horas até
perder seu RNA, diminuir e formar a hemácia.
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Como podemos ver neste esquema, as células formadas até o mielócito inclusive (mieloblasto, pró-mielócito e
mielócito) são agrupadas no chamado compartimento mitótico (em comum, todas estas células se formam por mitose
e não realizam fagocitose de agentes estranhos). Já as células que vão desde os metamielócitos até os segmentados
são células do chamado compartimento de reserva medular (CRM), e que existem na medula óssea com o objetivo de
suprir uma necessidade na vigência de um processo infeccioso, por exemplo. Isso se faz importante pois, diferentemente
das hemácias, os granulócitos vivem apenas poucas horas: o segmentado neutrófilo, por exemplo, vive apenas 6 horas.
Por esta razão, na vigência de uma infecção, não seria possível a medula óssea fabricar uma grande demanda
de granulócitos para debelar esta infecção em poucas horas. Daí a necessidade deste compartimento de reserva celular
medular.
2
OBS : É comum observar no hemograma de pacientes com infecção grave (apendicite, colecistite, amigdalite grave, pneumonia, etc.)
uma maior produção de granulócitos. Os médicos, ao analisarem o hemograma, procuram logo a eventual presença de “desvio”. O
termo “desvio para esquerda” significa a liberação e aumento das células do compartimento de reserva medular. Isso ocorre porque,
em situações normais, as células encontradas no sangue periférico serão apenas segmentados neutrófilos (cerca de 75%) e, no
máximo, bastonetes (1 – 5%). Quando há “desvio para esquerda” (esquerda com relação ao esquema da granulocitopoese
apresentado anteriormente, como era mostrado em hemogramas mais antigos), quer dizer que mais células do compartimento de
reserva estão alcançando o compartimento vascular periférico no intuito de atender melhor à emergência infecciosa. Portanto, o termo
“desvio para esquerda”, no que diz respeito ao hemograma, quer dizer aumento de segmentados, bastonetes e metamielócitos (no
máximo, podemos encontrar até mielócitos) no sangue periférico, traduzindo uma resposta da medula óssea frente a uma infecção,
fazendo com que haja uma maior produção de neutrófilos jovens no sangue, aumentando a porcentagem de bastões, metamielócitos
e mielócitos, com relação aos segmentados.
3
OBS : Também pode ocorrer desvio para direita. O termo "desvio para direita" significa um aumento das formas maduras de
neutrófilo, ou seja, maior percentual de segmentados (polimorfonucleares) e menor percentual de bastões. O "desvio para direita" é
característico da anemia megaloblástica (muito embora a ausência deste desvio jamais poderá descartar o diagnóstico da anemia
megaloblástica). Quando presente em um paciente com anemia macrocítica, passa a ser um dado sugestivo.
As células segmentadas, assim que são formadas, passam a ocupar a circulação periférica ao longo de 6 horas,
aproximadamente (tempo que dura a sua sobrevida). Na vigência de uma infecção localizada, os segmentados de todo o
corpo são destinados para este foco no intuito de debelá-lo. Após 6 horas, os segmentados se aderem às paredes dos
vasos com o objetivo de alcançar os tecidos, onde vão sofrer catabolismo e serem destruídas.
Durante este período em que os segmentados se encontram na circulação, eles passam a integrar o
compartimento circulante; quando ele se encontra aderido às paredes dos vasos, eles passam a constituir o
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compartimento marginal (nesta forma, estes leucócitos não são determinados ou mensurados pelo hemograma, mas
4
na presença de uma infecção, eles podem retornar ao compartimento circulante – vide OBS ). Contudo, estes
compartimentos sempre estão em renovação constate: assim que um leucócito passa a integrar o compartimento
marginal, outro leucócito ocupa seu lugar no compartimento circulante.
ERITROGRAMA
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Hematócrito: corresponde ao percentual de hemácias que ocupam o plasma sanguíneo. Valores muito abaixo,
podem indicar um quadro de anemia, valores acima podem deixar o sangue muito espesso, podendo até formar
coágulos.
V.C.M. (Volume Corpuscular Médio ou também chamado de Volume globular médio): informa o tamanho
das hemácias. Esse dado nos ajuda a diferenciar os diferentes tipos de anemia. Por exemplo, a anemia por
carência de ácido fólico (anemia megaloblástica) gera hemácias grandes, enquanto que anemia por carência de
ferro (anemia ferropriva) gera hemácias pequenas. O alcoolismo é a causa de gerar macrocitose das hemácias,
sem que haja anemia, necessariamente.Podem ser:
o Microcíticas: indica hemácias muito pequenas;
o Macrocíticas: indica hemácias grandes;
HCM (hemoglobina corpuscular média ou HGM hemoglobina globular média): Indica o peso da
hemoglobina dentro das hemácias.
RDW: índice que avalia a diferença de tamanho entre as hemácias. Por exemplo, em casos de ausência de
ferro, esse índice pode vim alto.
OBS: Note que existem diferenças importantes entre alguns valores de referência da mulher e do homem. Estas
diferenças podem ser explicadas por, pelo menos, dois fatores: (1) presença da menstruação no sexo feminino; (2) nas
amostragens, a mulher se mostra menor (no que diz respeito a massa corporal) do que o homem.
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Valores altos de leucócitos (leucocitose) indicam, principalmente, uma infecção (embora possam estar
relacionados com quadros neoplásicos, como na leucemia). Quando essa contagem é baixa (leucopenia), pode ser
indício de infecção viral.
GRANULÓCITOS
Neutrófilos:
3
o 60 – 70% leucócitos (1900 – 6700/mm );
o Possuem três tipos de grânulos:
Específicos: possuem enzimas que os ajudam a
exercer sua função antimicrobiana.
Azurófilos (corresponde ao lisossomo): apresentam
hidrolases ácidas, mieloperoxidase, agente
antibacteriano lisozima.
Terciário: apresentam gelatinase e catepsina.
o Função dos neutrófilos
Importantes agentes fagocitários ajudam também a dar início ao processo inflamatório.
São importantes na defesa imunocelular.
Possuem enzimas, como a lactoferrina, também sintetizam H2O2 e O2 os quais servem como
compostos reativos matando microorganismo no interior dos neutrófilos.
o Seu aumento indica infecção bacteriana ou viral
Eosinófilos:
3
o Menos de 4% da população de leucócitos (45 – 400/mm ).
o Dois tipos de grânulos:
Externum: envolve a proteína internum.
Internum ou Cristalóide: contém a proteína básica
principal, proteína catiônica eneurotoxinas, as
quais são agentes eficientes no combate a
parasitoses.
o Encontramos também lisossomos no citoplasma (grânulos azurófilos)
o Outras funções do Eosinófilos: Participa de reações inflamatória, alérgica ou na defesa do organismo à
invasão de parasitoses; Fagocitam o complexo antígeno-anticorpo.
o Indicam casos de processos alérgicos ou viral, o seu aumento além do normal indica processos
alérgicos, ou caso de parasitose.
Basófilos:
o A função dessas células estará muito atrelada à
resposta alérgica.
o Formam menos de 1% da população de leucócitos (0
3
– 100/mm );
o Possuem vários receptores superficiais no
plasmalema para imunoglobulina E.
o Grânulos:
Granulos Específicos: Contêm heparina, histamina, fatores quimiotáticos para eosinófilos,
neutrófilos e peroxidase.
Grânulos não-específicos: São lisossomos.
o Normalmente aparece apenas 1%, acima disso indica processo alérgico.
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OBS: Atente para não confundir os mastócitos com os basófilos, ambos possuem grânulos contendo heparina e
histamina, porém originam-se de células distintas, mesmo sendo na medula óssea.
AGRANULÓCITOS
Linfócitos
o Constituem cerca de 20 – 25% do total de leucócitos
3
(900 – 3500/mm );
o Citoplasma escasso e periférico;
o São divididos em três categorias: Linfócitos B
(representa 80% dos linfócitos circulantes), linfócitos T
(representa 15%) e células nulas (o resto)
Função linfócitos B: Essas células são responsáveis pelo sistema imunológico mediado pelos
fluidos do corpo. Diferenciam-se em plasmócitos e estes que produzirão os anticorpos. Lembre-
se, que eu tenho células específicas ligadas em guardar a informação dos antígenos invasores,
chamamos de linfócitos B de memória.
Função dos Linfócitos T: Entram em contato com células alteradas por vírus ou células
estranhas e matam (esse tipo de linfócito T é o citotóxico). Podem ser auxiliadoras (CD4) ou
também supressoras.
Células Nulas: São as células tronco e natural killer, esta última mata células estranhas e as
alteradas por vírus, sem a intervenção dos linfócitos T, ou do timo.
o São as principais linhas de defesa contra infecções por vírus e contra o surgimento de tumores. São
eles também os responsáveis pela produção dos anticorpos.
OBS: Linfócitos Atípicos: são aqueles com morfologia diferenciada, normalmente devido a uma invasão viral, ou
infecção bacteriana. Deve-se atentar que o termo “linfócitos atípicos” não tem, necessariamente, relação direta com
câncer.
Monócitos:
o Maior das células circulantes do sangue;
o Representa de 3 a 8% da população de leucócitos;
3
o (90 – 800/mm )
o Núcleo grande e reniforme, célula oval;
o Permanecem na circulação somente por alguns dias,
depois cruzam o endotélio e se diferenciam em
macrófagos
OBS: A maturação de alguns linfócitos ocorrerá nos seguintes órgãos: Timo, baço, linfonodos, tonsila, nódulos linfoides
e segue a seguinte sequência:
Linfoblasto Prolinfócito Linfócito
PLAQUETAS
As plaquetas são observadas em relação à quantidade e a seu tamanho. Seu
número normal é de 150.000 à 400.000 por microlitro de sangue. O tamanho de uma
plaqueta varia entre 1 a 4 micrometros.
Características:
Fragmento celular;
Anucleadas, discoides, derivadas dos megacariócitos da medula óssea;
Possuem duas regiões, uma mais externa e clara, chamada de hialômero é
nessa região que encontramos um sistema de túbulos. A outra região mais
escura é chamada de granulômero.
A função das plaquetas está relacionada com a coagulação sanguínea
(hemostasia primária).
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As porfirinas são compostos cíclicos formados por 4 anéis pirrólicos caracterizados pela grande afinidade a íons
metálicos (Fé++ hemoglobina; Mg clorofila).
Em outras palavras, as porfirinas são uma classe de moléculas orgânicas com uma
estrutura geral de macrociclo tetrapirrólico (formado por quatro anéis pirrolo), ligados por
ligações metínicas (-CH-), que possui no seu centro um espaço apropriado para acomodar
um íonmetálico. Este se liga a quatro átomos de azoto presentes no centro. Os
representantes mais comuns desta classe de compostos são o grupo hemo, que contém
ferro, a clorofila, que contém magnésio, e os pigmentos biliares.
As porfirinas são pigmentos de cor púrpura e de origem natural. A estrutura em anel
da porfirina é a razão pela qual todos os derivados porfíricos absorvemluz a um comprimento
de onda próximo dos 410 nm, dando-lhes a sua cor característica. A presença adicional de
um íon metálico pode afetar esta propriedade devido ao fenômeno de transferência de carga
dos átomos de azoto para o metal, que possui uma energia na gama da radiação visível.
Os derivados metálicos da porfirina comportam-se frequentemente como compostos de coordenação, em que o
íon metálico ligado aos azotos pode ter capacidade de ligar mais um ou dois grupos químicos no eixo perpendicular ao
plano do anel da porfirina.
Há porfirinas de origem natural que, no macrociclo, apresentam substituintes nas posições β-pirrólicas, e
porfirinas sintéticas, onde os substituintes encontram-se nas posições meso do esqueleto porfirínico.
GRUPO HEME
O grupo heme (protoporfirina IX de ferro) encontra-se em proteínas
(denominadas, por esta razão, proteínas hémicas) como a hemoglobina, a
mioglobina, a catalase e os citocromos.
Na hemoglobina, assim como na mioglobina, o ferro tem a função de
ligar uma molécula de oxigênio, possibilitando o seu transporte na corrente
sanguínea para todo o organismo.
Na catalase, o ferro tem uma função catalítica, aliada à sua capacidade
de mudar o seu estado de oxidação; neste caso, o ferro catalisa a dismutação do
peróxido de hidrogénio.
Em proteínas como os citocromos, o grupo hemo serve de meio de
transporte eletrónico entre proteínas, recebendo um ou dois eletrons de uma
proteína e transferindo-os para outra. Proteínas contendo um ou mais grupos
hemo têm uma coloração entre o cor-de-rosa e o vermelho.
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Duas moléculas de ALA se unem, já no citosol, e por desidratação, formam o porfobilinogênio, por meio da
enzima ALA Desidrase (essa enzima é inibida pelo metal chumbo). O porfobilinogênio, já como um anel pirrólico, se une
com mais 3 compostos iguais, por meio da ação da enzima uroporfirinogênio sintase, formam o uroporfirinogênio III,
liberando 4 moléculas de amônia (NH4+) que serão transformadas em uréia no fígado.
1
OBS : Intoxicação por chumbo (Pb) inibe a ezima PBG-Sintetase(ALA-desidrase), causando quadros de anemia
microcrômica.
Através da enzima uroporfirinogênio III descarboxilase, o uroporfirinogênio III sofre uma descarboxilação,
originando o coproporfirinogênio III. Este volta à mitocondria e é oxidado pela coproporfirinogênio oxidase, originando
o protoporfirinogênio IX, que será oxidado (perdendo 6H+), para formar a protoporfirina IX. A protoprofirina recebe
um íon Fe++ cedido pela ferroquelatase, formando, então grupo Heme.
2
OBS : A enzima reguladora da biossíntese do heme é a ALA sintetase: é modulada negativamente por altas
concentrações celulares de heme (o heme se liga a uma proteína apo-repressora a, a nível de DNA, regula
negativamente a transcrição da enzima 1). Baixos níveis de heme ativa a produção da ALA sintetase.
3
OBS : Defeitos da ferroquelatase ou carência do íon Fe++, causa a chamada anemia ferropriva.
4
OBS : Os compostos originados a partir da protoporfirina, incluindo a mesma, são compostos que apresentam
pigmentação. Os compostos anteriores são incolores.
PORFIRIAS
Constituem um grupo de patologias severas, sendo doenças metabólicas causadas por distúrbios de alguma das
enzimas da biossíntese do grupo heme. Em geral, os defeitos são de origem genética e, por isso, são hereditários. Até
então, não foram relatadas deficiências das enzimas ALA sintasee PBG Sintetase.
TIPOS DE PORFIRIAS
Porfirias primárias:
Formas neurológicas e/ou psiquiátricas: o paciente relata dores intensas semelhante a “facas
incandescentes” perfurando partes variadas do corpo e apresenta espasmos musculares decorrentes da
ação tóxica dos substratos das enzimas acometidas sobre o sistema nervoso; a urina geralmente
apresenta cor roxa ou púrpura.
Formas cutâneas associadas à fotossensibilidade cutânea
Porfirias secundárias ou adquiridas: defeito metabólico decorrente de uma inibição enzimática secundária à
toxina ou droga.Ex: intoxicação por chumbo: inibição da porfobilinogêniosintase, resultando no aumento de ALA
(ácido amino levulínico).
5
OBS : Deficiência na enzima coproporfirinogênio oxidase causa uma baixa concentração de heme, deixando a produção
de ALA e dos demais intermediários aumentada, causando um acúmulo desses compostos. Clinicamente, o paciente
apresenta anemia profunda (produção inadequada de heme), fraqueza muscular, dores intesas devido à neurotoxidade
do acúmulo de ALA e porfobilinogênio. Apresentam também acúmulo de uroporfobilinogênio na própria pele, e quando
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ocorre exposição a luz solar, esses porfirinogênios são oxidados a suas profirinas, que ao se acumularem, formam
radicais livres de O2 na pele, que começam a causar ulcerações (fotossensibilidade).
DEGRADAÇÃO DO HEME
A hemoglobina (frequentemente abreviada como Hb) é uma metaloproteína que contém ferro presente nos
glóbulos vermelhos (eritrócitos) e que permite o transporte de oxigênio pelo sistema circulatório. A hemoglobina é um
tetrâmero composto de dois tipos de cadeias de globina. Cada uma dessas cadeias contém cerca de 141 aminoácidos.
Existem quatro grupos heme por proteína; estes possuem um íon de ferro no seu centro, que liga a molécula de O 2. É
uma proteína alostérica, pois a ligação e a liberação do oxigênio são reguladas por mudanças na estrutura provocadas
pela própria ligação do oxigênio ao grupo heme.
A principal forma de degradação do grupo heme provém da
degradação diária da hemoglobina (em torno de 2 milhões de
hemácias são degradadas diariamente). As hemácias têm uma
sobrevida de 120 dias. Um adulto de 80Kg renova cerca de 6g de
hemoglobina diariamente. A degradação de hemoglobina resulta
em três produtos:
1) Globina:
Reutilizada na forma de seus AA constituintes.
Incorporada às proteínas plasmáticas
PIGMENTOS BILIARES
Por tanto, a degradação do heme leva à formação de pigmentos biliares: biliverdina e bilirrubina.
BILIRRUBINA
Composto tetrapirrólico de cadeia aberta. É um produto da degradação das hemoproteínas (hemoglobina,
mioglobina e citocromos).Aproximadamente 75% da bilirrubina provêm da hemoglobina dos eritrócitos, que são
fagocitados pelas células mononucleares do baço, medula óssea e fígado.
A bilirrubina é o principal produto do metabolismo do heme da hemoglobina. Cerca de 70% a 80% da bilirrubina
são provenientes da destruição dos eritrócitos velhos, 15% de fontes hepáticas, e o restante é proveniente da destruição
de hemácias defeituosas na medula óssea e nos citocromos.
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Bilirrubina Direta
Conjugada com o ácido glicurônico
É solúvel em água
Pode ser filtrada pelos glomérulos
Eliminada na urina
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OBS : Nas anemias hemolíticas, há um predomínio de bilirrubina indireta devida a hemólise maciça.
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OBS : Um aumento dos níveis de bilirrubina sérica (hiperbilirrubinemia) reflete-se numa cor amarela das escleras, das
mucosas e da pele à qual se chama icterícia. Acompanhando os mecanismos envolvidos no metabolismo da bilirrubina,
é possível correlacionar o aumento de seus níveis séricos com alterações de uma das etapas do seu metabolismo. Os
níveis séricos da bilirrubina indireta são determinados pela velocidade de produção e pela velocidade de remoção dessa
bilirrubina da circulação. Os distúrbios que alteram a capacidade de depuração do fígado estão ligados à captação e/ou
conjugação hepática. Os aumentos de bilirrubina indireta não levam ao aumento da bilirrubina na urina. Os níveis séricos
da bilirrubina direta são determinados pela capacidade de excreção da bilirrubina pelo fígado, ou seja, pela integridade
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fisiológica do hepatócito e da permeabilidade das vias biliares intra- e extra-hepáticas. Patologias que alterem essas
funções cursam com aumento da bilirrubina direta, e muitas vezes da bilirrubina indireta, e com a presença de bilirrubina
na urina.
Bilirrubina Total 1,0 mg/dl
Bilirrubina Direta 0,4 mg/dl
Bilirrubina Indireta 0,6 mg/dl
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OBS : Feses esbranquiçadas e urina escura são sinais clínicos que determinam a não formação do estercobilinogênio.
Isso é característica de uma icterícia obstrutiva, em que algum agente físico (como um cálculo biliar por exemplo), esta
obstruindo o sistema biliar, impedindo a passagem na bilirrubina conjugada para o intestino. A bilirrubina acumulada nos
canalículos biliares será regurgitada ao fígado, causando icterícia.
ANÁLISES BIOQUÍMICAS
Os metabólitos da bilirrubina são responsáveis pela coloração marrom das fezes. Se a bilirrubina não atingir o
intestino, as fezes adquirem uma cor pálida. No intestino, a bilirrubina é metabolizada pelas bactérias, produzindo a
estercobilinogênio ou coprobilinogênio. Este é parcialmente reabsorvido e excretado na urina como urobilinogênio.
Icterícia: é caracterizada por uma coloração amarelada de pele e mucosas devida a uma acumulação de bilirrubina
no organismo. Pode ser causada por:
Hemólise: Um aumento na degradação de hemoglobina produz a bilirrubina, que sobrecarrega o
mecanismo de conjugação.
Incapacidade do mecanismo de conjugação no interior do hepatócito
Obstrução do sistema biliar
Classificações da Icterícia
1. Icterícia Pré-hepática: produção aumentada de bilirrubina causada por hemólise, causando uma
hiperbilirrubinemianão-conjugada. Também é característica da icterícia fisiológica nos neonatos, que
ocorre devido a uma imaturidade do fígado (mais especificamente da enzima UDP-glicuroniltransferase)
do recém-nascido. Pode ser causada também por anemia hemolítica, incompatibilidade ABO/Rh e
envenenamento por picada de cobra (causa hemólise). Neste tipo de Ictericia aumenta bastante a
quantidade de sais biliares, e consequentemente a quantidade de bilirrubina transformada em
urobilinogênio pelas bactérias intestinais, o que provoca fezes bastante escuras. Além disso também
aumenta a reabsorção entérica urobilinogênio e a sua consequente excreção pela urina escurecendo-a
(pode-se diferenciar da coluria porque a espuma é branca). Sua característica laboratorial se dá por:
bilirrubina total elevada; predomínio de bilirrubina indireta; ausência de bilirrubina na urina; fosfatase
alcalina normal; AST levemente aumentada e ALT normal; LDH e Gama glutamiltransferase normais;
Urobilinogênio presente na urina; Urobilinogênio fecal (estercobilina) presente. Sendo mais específico, as
condições que apresentam elevação da bilirrubina não conjugada no sangue são:
Anemia hemolítica: Na hemólise intensa, a hiperbilirrubinemia não conjugada é discreta (<
4 mg/dL). A capacidade do fígado de metabolizar a bilirrubina é elevada.
Icterícia Fisiológica Neonatal: Resulta de uma hemólise acelerada e de um sistema
hepático imaturo para captação, conjugação e secreção da bilirrubina. Atividade reduzida da
UDP-glicuroniltransferase. Redução na síntese do ácido UDP-glicurônico.
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OBS : O recém-nascido pode apresentar icterícia que geralmente se inicia após as primeiras 24 ou 48 horas de vida,
chamada icterícia fisiológica do recém-nascido, desaparece espontaneamente após poucos dias e deve-se a um
metabolismo hepático pouco maduro. A causa é uma deficiência temporária na conjugação da bilirrubina pela deficiência
da enzima UDP-glicuroniltransferase. A icterícia neonatal tem como significado clínico:
Icterícia nas primeiras 24 horas de vida:
Investigação para excluir hemólise
Incompatibilidade sanguínea
Uso de fototerapia
Icterícia Tardia: após 10 dias de nascimento
Erro inato do metabolismo
Defeito estruturais dos dutos biliares
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OBS : O tratamento da hiperbilirrubinemianão-conjugada se dá por meio da fototerapia (luz ultravioleta que isomeriza a
bilirrubina em uma forma atóxica): acima de 8,0 mg/dL; ou por exosanguíneo transfusão para impedir o dano cerebral
icterícia nuclear(>20 mg/dL).
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OBS : O Kernicterus é um quadro caracterizado quando a bilirrubina não conjugada é lipossolúvel e atravessa a
barreira hematoencefálica, causando encefalopatia, dano cerebral e morte.
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3. Icterícia Pós-hepática: Causada devido ao bloqueio de algum ducto do sistema biliar. Há a formação
normal da bilirrubina livre e conjugada (elevação de bilirrubina direta). Caracterizada pela ausência de
urobilinogênio na urina.Suas características laboratoriais são: bilirrubina total elevada; bilirrubinúria;
predomínio de bilirrubina direta; ausência de urobilinogênio; fosfatase alcalina bastante aumentada; AST,
ALT e Gama glutamiltransferase elevadas.
Síndrome Crigler-Najjar, Tipo II: Anomalia mais leve do sistema de conjugação. A bilirrubina mantém-se < 20
mg/dL. É um tipo benigno, que pode responder ao tratamento com fenobarbital.
Síndrome de Gilbert: há um defeito na captação de bilirrubina pelas células do parênquima hepático.É muito
frequente e ocorre em 5 a 7% da população. É causada por uma mutação no gene UGT-1A1, localizado no locus
2q37 (sendo a mutação mais frequente a (TA)7TAA, que está presente em até 36% dos africanos e 7% dos
asiáticos). Como resultado da mutação (que tem mecanismos variados de herança), a atividade da enzima UDP-
glucuronil-transferase está reduzida em graus variados (o que faz com que a síndrome se manifeste
diferentemente de pessoa para pessoa), mas geralmente em torno de 25% do normal, reduzindo a
transformação da bilirrubina indireta (não conjugada) em bilirrubina direta (conjugada).
Hiperbilirrubinemia Tóxica: Disfunção hepática induzida por toxinas causadas pelo clorofórmio, tetracloreto de
carbono, acetaminofeno, vírus da hepatite, cirrose e envenenamento. Ocorre lesão das células parenquimatosas
hepática; obstrução biliar intra-hepática e presença de hiperbilirrubinemia conjugada.
Síndrome de Rotor: Condição rara caracterizada por hiperbilirrubinemia conjugada crônica. Há uma histologia
normal do fígado, e a causa ainda não identificada.
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CLASSIFICAÇÃO
Podem ser encontradas circulando na corrente sanguínea quatro diferentes tipos de lipoproteínas:
quilomícrons, VLDL, LDL e HDL. O que diferencia uma da outra é o conteúdo que cada uma carrega. Esse grupo pode
ser classificado quanto a dois critérios:
Quanto à densidade:
Quilomícrons: são sintetizados no intestino delgado (enterócitos). São ricos em TGL provenientes da dieta.
Possui um conteúdo proteico muito pequeno (cerca de 1% a 2% de sua massa), sendo então considerada
uma molécula leve. Apresentam, principalmente 3apoproteínas: Apo B48, Apo CII e CIII, Apo E, Apo AI e
AII.
VLDL (VeryLowDensityLipid): Sintetizada no fígado (hepatócitos). Transporta majoritariamente os TGL
endógenos (sintetizados pelo próprio organismo a partir do excesso de carboidratos). Apresenta
principalmente 2apoproteínas: Apo B100 e Apo CIII.
LDL (LowDensityLipid): Transporta majoritariamente o colesterol livre. Tem como principal apoproteína
associada aApo B100.
HDL (High DensityLipid): também sintetizada pelo fígado, transporta principalmente fosfolipídios e ésteres
de colesterol. De todas as lipoproteínas, é a que tem maior conteúdo proteico, daí sua designação como
“alta densidade”. Tem como principais apoproteínas: Apo AI, Apo CII e a Apo E.
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OBS : Quanto maior o conteúdo proteico, maior a densidade.
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APOLIPOPROTEÍNAS
Para se tornar solúvel, o lipídio precisa se ligar às apoproteínas (ou apolipoproteínas). São as principais
componentes das lipoproteínas, sendo classificadas de acordo com a designação alfabética de A a E. São responsáveis
pelo reconhecimento da partícula pelos receptores.
TIPOS DE APOPROTEÍNAS
A-I (28.300) - principal proteína da HDL.
90 –120 mg% no plasma; ativadora da LCAT (Lecitina colesterol aciltransferase, responsável
pela esterificação do colesterol)
D (32.500) - HDL
8 – 10 mg %; também chamada de colesterol ester proteína transfererase (CETP)
H (50.000) – quilomícrons; também conhecido como β-2-glicoproteína I (envolvido no metabolismo dos TG).
QUILOMÍCRONS
Os quilomícrons (QM) são lipoproteínas de densidade muito baixa (menor que 1.006). São responsáveis por
transportar os triglicerídeos da dieta do intestino para os tecidos periféricos. Suas principais características são:
Densidade <1.006
Diametro 80 - 500 nm
Triglicerides da dieta
ApoB-48, apoA-I, apoA-II, apoA-IV, apoC-II/C-III, apoE
Eletroforese: não migra, permanecendo no ponto de aplicação.
A meia-vida é curta, inferior a uma hora.
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VLDL
A VLDL é uma partícula rica em TGL sintetizados no fígado (TGL endógeno). É um pouco mais denso que os
QM, possuindo como apoproteínas: Apo B100, Apo E e as Apo CII e CIII. As principais características da VLDL são:
Densidade >1.006
Diâmetro 30 - 80nm
Transporta triglicerídeos endógeno
ApoB-100, apoE, apoC-II/C-III
Migração na eletroforese: pré-betalipoproteína
Formado no fígado como VLDL nascente (contém: triglicerídeos, apoEand apoB-100)
SÍNTESE DA VLDL
A síntese da VLDL ocorre no fígado, ao receber os
TGL endógenos com a apo B100. A VLDL nascente
apresenta uma grande quantidade de TGL, os quais foram
sintetizados pelo fígado a partir da degradação dos QM
remanescentes. A VLDL é então lançada no sangue.
No sangue, a HDL doa a apo CII e apo E para a
VLDL. A apo CII ativa então a lipoproteína lipase, que
começa a digerir os TGL da VLDL, fazendo dela uma
partícula menor, a VLDL remanescente (ou IDL –
lipoproteína de densidade intermediária). A apo CII é então
devolvida para a HDL. É dessa forma que o organismo
estoca o excesso de lipídios e carboidratos no tecido
adiposo.
A VLDL remanescente tem dois destinos:
Ser absorvida pelo fígado e metabolizada;
Grande parte da VLDL forma a LDL (rica em colesterol) por meio da enzima Triglicerídeo Lipase Hepática
(HTGL).
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IDL
Densidade: 1.006 - 1.019
Diâmetro: 25 - 35nm
Ésteres de colesterol e triglicerídeos
apoB-100, apoE, apoC-II/C-III
Eletroforese: pre-β
LDL
Lipoproteína de baixa densidade, formada a partir da
VLDL da circulação. É chamada de "colesterol ruim" ou
"colesterol mau", porque em altas taxas ela está relacionada
com a aterosclerose, e, portanto está também indiretamente
relacionada ao infarto e AVC, por exemplo. Em geral, o LDL
transporta colesterol e triglicerídeos do fígado e intestino
delgado às células e tecidos que estão necessitando destas
substâncias. Suas principais características são:
Densidade: 1.019 - 1.063
Diâmetro: 18-25nm
Ésteres de colesterol
ApoB-100
Migração na eletroforese: Beta
Valores de Referência:
Desejável: < 130 mg/dL
Risco moderado: 130-159 mg/dL
Alto risco: >160 mg/dL
SÍNTESE DA LDL
Na verdade, a LDL é formada a partir da VLDL remanescente, após a digestão dos TGL. Por isso, a LDL
transporta principalmente o colesterol livre, tendo como função distribuir o colesterol às células. Todos os nossos tecidos
reconhecem a LDL através de receptores para a apo B100, que captam a LDL circulante, retirando-a da circulação
sanguínea (endocitose mediada por receptor).
O colesterol é um excelente componente de membrana, sendo de grande importância no organismo. Além disso,
nas glândulas suprarrenais e órgãos sexuais, é precursor dos hormônios esteroides.
METABOLISMO DA LDL
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HDL
Chamada de lipoproteína de alta densidade por ter um grande conteúdo proteico, sendo a principal proteína
constituinte da HDL a apo A. Ela faz o transporte do colesterol dos tecidos para o fígado. É chamada de "colesterol
bom", porque se acredita que ela seja capaz de retirar ateromas das artérias. Suas principais características são:
Densidade: 1.063-1.210
Diâmetro: 5-12nm
Ésteres de colesterol e fosfolipídeos
apoA-I, apoA-II, apoC-II/C-III andapoE
Migração eletroforética: posição alfa
Função: faz o transporte reverso do colesterol (transporta o colesterol dos tecidos perifericos para o fígado).
TIPOS DE HDL
HDL nascente: partículadiscoide
o Contem: colesterol, fosfolípideos, apoA-I, apoA-II, apoE.;
o É formado no fígado e no intestino
o O HDL adquire o colesterol nos tecidos periféricos e pela ação de LCAT é esterificado, formando uma particula
esférica denominada HDL3.
HDL3
o Composto de colesterol, ésteres de colesterol, fosfolipídeos, apoA and apoE.
o Pela ação da CETP, (Proteína transferidora de ésteres de colesterol) os ésteres de colesterol são transferidos
para o VLDL, quilomícrons e remanescentes em troca de triglicerídeos.
o O triglicerídeo adquirido aumenta o tamanho da partícula que é denominada de HDL2.
o A enzima lipase hepática hidrolisa o fosfolipídeos e triacilglicerol, permitindo que o colesterol esterificado seja
liberado no fígado.
o A partícula se torna mais densa e forma a HDL3.
METABOLISMO DA HDL
Diferentemente da LDL, que é
formada a partir da VLDL, a HDL é
sintetizada independentemente. A HDL
pode ser formada no fígado e no intestino
delgado. Ao ser formada, apresenta um
formato discoidal por possuir uma
bicamada fosfolipídica.
A HDL, bastante rica em lecitina,
apresenta ainda a Apo AI. Essa
apoproteína capta uma enzima
plasmática conhecida como LCAT
(lecitina colesterol aciltransferase).
A HDL transporta então os ésteres de colesterol, que se localizam mais no interior da lipoproteína por serem
mais apolares, tornando-se menos disponíveis, então, para se livrarem (colesterol bom). A HDL faz uma troca de
colesterol esterificado por TGL com os quilomícrons e VLDL, tornando-se uma partícula maior e menos densa.
A HDL nascente, recém-formada no fígado, tem formato discoide, devido ao seu conteúdo de lipídios
hidrofóbicos. Na medida em que é metabolizada, se enriquecendo de ésteres de colesterol, adquire uma forma mais
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esférica, passando a ser designada como HDL2. Esta é captada pelo fígado, tendo seu conteúdo de colesterol secretado
pela bile. Quando maior for o conteúdo de colesterol HDL 2 de um paciente, mais favorável, pois significa que está
havendo uma boa esterificação e esse colesterol tende a ser excretado pelo fígado.
FUNÇÕES DA HDL
Transfere proteínas para outras lipoproteínas (apo C e apo E).
Adquire lipídeos de outras lipoproteínas.
Adquire colesterol dos tecidos periféricos.
Converte colesterol em ésteres de colesterol pela ação da LCAT.
Transfere ésteres de colesterol para outras lipoproteínas (VLDL e quilomícron em troca de triglicerídeos pela
ação da CETP) as quais as transfere para o fígado.
Este processo é chamado de transporte reverso do colesterol.
CORRELAÇÕES CLÍNICAS
Aterogênese: é caracterizada por acúmulo de células espumosas na região da íntima arterial. Fatores de risco como
Hipertensão Arterial, Tabagismo, Diabetes Mellitus, Dislipidemias (hipercolesterolemia), sexo masculino e idade
avançada predispõem à maior formação de placas em coronárias e aorta, nas quais tem sido observado maior
número de eventos coronarianos agudos e acidentes vasculares cerebrais.
Hipercolesterolemia familiar: doença genética caracterizada pela carência de receptores de LDL normais, que
passam a não captar o colesterol devidamente, causando uma hipercolesterolemia. Pacientes acometidos
apresentam um alto risco de desenvolver doenças coronarianas.
Hipertrigliceridemiafamilar: causada por defeito genético envolvendo a lipoproteína lipase ou por defeito em seu
co-fator (a Apo CII).
Abetalipoproteinemia: doença genética rara que se caracteriza pela incapacidade do organismo em sintetizar a
apo B, gerando uma carência de produção de quilimícrons e de VLDL. A gordura que seriam transportadas por
essas lipoproteínas passam a se acumular nos hepatócitos e enterócitos como gotículas de gordura. Os pacientes
apresentam deficiências de vitamina lipossolúvel e um déficit neurológico.
Analfaproteinemia: incapacidade de sintetizar a apo A. Os pacientes não sintetizam, com isso, a HDL, elevando os
níveis de colesterol no sangue, por não serem capazes de degradar o colesterol no fígado. Apresentam déficit
neurológico e armazenamento de ésteres de colesterol em sítios anormais.
Estetose Hepática: Acúmulo de lipídios em células ou tecidos onde normalmente não ocorre, geralmente em
consequência de distúrbios metabólicos. Os lípides são quase sempre triglicérides. O fígado é o órgão que mais
frequentemente sofre esteatose, o que reflete seu papel central no metabolismo das gorduras. A esteatose hepática
não é uma doença. É uma alteração morfofisiológica dos hepatócitos que ocorre em consequência de diversas
desordens metabólicas. No ser humano, é observada principalmente em três situações:
Desnutrição crônica.
Diabetes mellitus descompensado.
Alcoolismo crônico.
TERAPIA MEDICAMENTOSA
Sequestrantes de ácidos biliares
o Ação: liga-se a ácidos biliares no intestino impedindo sua reabsorção êntero-hepática. Depleção do
estoque de colesterol nos hepatócitos, formando mais receptores B-E que captam LDL-c.
Aumentaatividade da enzima HMG-CoA-redutase, aumentando biossíntese de colesterol e de VLDL-c,
aumentando níveis de triglicérides.
o Indicação: em crianças, gestantes e mulheres na idade reprodutiva sem controle contraceptivo
adequado.
Vastatinas
o Ação: inibe por competição a HMG-CoA-redutase, reduzindo depósitos de colesterol. Maior formação de
receptores B-E removendo LDL-c, IDL-c e VLDL-c do sangue. Melhora função endotelial, com benefícios
de vasorreatividade e na trombogenicidade
o Indicação: hipercolesterolemia isolada.Não é indicada para gestantes ou lactantes.
o Reações Adversas: miopatias, aumento das enzimas hepáticas.
Fibratos
o Ação: aumenta atividade da lipase lipoproteica levando a hidrólise dos triglicerídeos. Reduz síntese de
VLDL-c e mobilização dos ácidos graxos do tecido adiposo.
o Indicação: hipertrigliceridemias isoladas e dislipidemias mistas.
o Efeitos adversos: modificar perfil de coagulação e fibrinólise, reduzindo risco tromboembólico;
potencializa anticoagulantes e hipolipemiantes.
Ácido Nicotínico
o Ação: reduz produção de VLDL-c e lipólise periférica, reduzindo oferta de ácidos graxos livres, levando a
menor produção de IDL-c e LDL-c . Reduz o catabolismo de HDL-c e apolipoproteína A-I.
o Indicação: hipercolesterolemia isolada, hipertrigliceridemia isolada, dislipidemia mista com ou sem
hipoalfalipoproteinemia (níveis baixos de HDL-c) e lipoproteína A elevada.
o Efeitos colaterais: rubor facial, hiperglicemia, hiperuricemia, dispepsia e hepatotoxicidade.
Ômega-3
o Diminuem a produção de VLDL no fígado.
o Tem atividade antitrombótica e, por isso, interage com anticoagulantes aumentando o risco de
hemorragias.
o Dose mínima de 4g/dia.
o Podem ser usados como adjuvantes aos fibratos nas hipertrigliceridemias ou como alternativa em
pacientes intolerantes.
Orlistat
o Inibidor das lipases intestinais. Atua ligando-se covalentemente aos sítios catalíticos das lipases gástrica
e pancreática.
o Diminui a absorção de triglicerídeos ingeridos em 30%
o Dose recomendada de 360 mg/dia
o Não se conhece definitivamente o papel do seu uso na prevenção da aterosclerose.
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