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Prefeitura Municipal de Guarulhos do Estado de São Paulo

GUARULHOS-SP
Assistente de Gestão Pública

AG046-N9
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OBRA

Prefeitura Municipal de Guarulhos do Estado de São Paulo

Assistente de Gestão Pública

EDITAL DE ABERTURA N° 06/2019-SGE01

AUTORES
Língua Portuguesa - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco
Matemática - Profº Bruno Chieregatti e João de Sá Brasil
Conhecimentos de Informática - Profª Ovidio Lopes da Cruz Netto
Conhecimentos Específicos - Profª Silvana Guimarães
Noções de Direito Constitucional - Profº Ricardo Razaboni
Noções de Direito Administrativo - Profº Fernando Zantedeschi
Lei Orgânica do Município - Elaboração Interna

PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO
Elaine Cristina
Leandro Filho

DIAGRAMAÇÃO
Renato Vilela
Thais Regis

CAPA
Joel Ferreira dos Santos

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SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA

Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários)....................................................................... 01


Sinônimos e antônimos. Sentido próprio e figurado das palavras............................................................................................. 11
Pontuação.......................................................................................................................................................................................................... 13
Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, artigo, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção:
emprego e sentido que imprimem às relações que estabelecem............................................................................................... 16
Concordância verbal e nominal................................................................................................................................................................. 57
Regência verbal e nominal........................................................................................................................................................................... 63
Colocação pronominal.................................................................................................................................................................................. 68
Crase.................................................................................................................................................................................................................... 68

MATEMÁTICA

Resolução de situações-problema, envolvendo: adição, subtração,multiplicação, divisão, potenciação ou radi-


ciação com números racionais, nas suas representações fracionária ou decimal.................................................................. 01
Mínimo múltiplo comum; Máximo divisor comum............................................................................................................................ 09
Porcentagem..................................................................................................................................................................................................... 11
Razão e proporção......................................................................................................................................................................................... 13
Regra de três simples ou composta......................................................................................................................................................... 16
Equações do 1.º ou do 2.º graus; Sistema de equações do 1.º grau............................................................................................ 19
Grandezas e medidas – quantidade, tempo, comprimento, superfície, capacidade e massa............................................ 32
Relação entre grandezas – tabela ou gráfico;Tratamento da informação – média aritmética simples......................... 36
Noções de Geometria – forma, ângulos, área, perímetro, volume, Teoremas de Pitágoras ou de Tales...................... 53

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

MS-Windows 7: conceito de pastas, diretórios, arquivos e atalhos, área de trabalho, área de transferência,
manipulação de arquivos e pastas, uso dos menus, programas e aplicativos, interação com o conjunto de
aplicativos MS-Office 2010............................................................................................................................................................................. 01
MS-Word 2010: estrutura básica dos documentos, edição e formatação de textos, cabeçalhos, parágrafos, fontes,
colunas, marcadores simbólicos e numéricos, tabelas, impressão, controle de quebras e numeração de páginas,
legendas, índices, inserção de objetos, campos predefinidos, caixas de texto......................................................................... 09
MS-Excel 2010: estrutura básica das planilhas, conceitos de células, linhas, colunas, pastas e gráficos, elaboração
de tabelas e gráficos, uso de fórmulas, funções e macros, impressão, inserção de objetos, campos predefinidos,
controle de quebras e numeração de páginas, obtenção de dados externos, classificação de dados............................ 17
MSPowerPoint 2010: estrutura básica das apresentações, conceitos de slides, anotações, régua, guias, cabeçalhos
e rodapés, noções de edição e formatação de apresentações, inserção de objetos, numeração de páginas, botões
de ação, animação e transição entre slides.............................................................................................................................................. 29
Correio Eletrônico: uso de correio eletrônico, preparo e envio de mensagens, anexação de arquivos.......................... 37
Internet: navegação na Internet, conceitos de URL, links, sites, busca e impressão de páginas........................................ 41
SUMÁRIO

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Relações pessoais no ambiente de trabalho: hierarquia................................................................................................................ 01


Organização do trabalho na repartição pública: economia de suprimentos......................................................................... 36
Comunicação interpessoal e solução de conflitos............................................................................................................................ 01
Excelência no atendimento ao cidadão; o enfoque na qualidade; o atendimento presencial e por telefone.......... 45

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (com as alterações introduzidas pelas Emendas
Constitucionais); Dos Princípios Fundamentais (arts. 1º a 4º)...................................................................................................... 01
Dos Direitos e Garantias Fundamentais (arts. 5º ao 17);................................................................................................................ 02
Da Organização do Estado; Da Organização político-administrativa da República Federativa do Brasil (arts. 18 e 19)... 15
Da Administração Pública (arts. 37 a 41);............................................................................................................................................. 16
Da Organização dos Poderes; Do Poder Legislativo (arts. 44 a 47, 59); Do Poder Executivo (arts. 76 a 83); Do
Poder Judiciário. Disposições gerais. (arts. 92 a 100)....................................................................................................................... 23

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Conceito, fontes e evolução.................................................................................................................................................................. 01


Da administração Pública: conceito, princípios, finalidade....................................................................................................... 08
Administração Pública direta e indireta, entidades políticas e administrativas, órgãos e agentes públicos,
poderes e deveres do administrador público................................................................................................................................. 14
Ato Administrativo: conceito, requisitos, atributos, classificação, espécies, motivação e invalidação.
Procedimento Administrativo............................................................................................................................................................... 19
Contrato administrativo: conceito, características, espécies, inexecução e extinção...................................................... 26
Licitação: conceito, finalidade, princípios, modalidades, dispensa e inexigibilidade, procedimento, anulação e
revogação..................................................................................................................................................................................................... 35

LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO

Capítulo II – Dos direitos do habitante do Município..................................................................................................................... 01


Titulo V – Da Administração Pública Capitulo II – Da Descentralização Administrativa.................................................... 01
Capitulo III – Dos servidores públicos municipais............................................................................................................................. 01
Titulo VI – Dos Atos Municipais Capitulo I – Da publicação Capitulo II – Do registro Capitulo III – Da forma........ 04
Titulo VII – Dos Bens Municipais.............................................................................................................................................................. 05
Titulo XI – Das Finanças e do Orçamento............................................................................................................................................. 05
ÍNDICE

LÍNGUA PORTUGUESA

Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários)................................................................................. 01


Sinônimos e antônimos............................................................................................................................................................................................ 11
Sentido próprio e figurado das palavras........................................................................................................................................................... 11
Pontuação...................................................................................................................................................................................................................... 13
Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e
sentido que imprimem às relações que estabelecem.................................................................................................................................. 16
Concordância verbal e nominal............................................................................................................................................................................. 57
Regência verbal e nominal...................................................................................................................................................................................... 63
Colocação pronominal.............................................................................................................................................................................................. 68
Crase................................................................................................................................................................................................................................ 68
Compreender significa
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS Entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
TIPOS DE TEXTOS (LITERÁRIOS E NÃO O texto diz que...
LITERÁRIOS) É sugerido pelo autor que...
De acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
ção...
O narrador afirma...
Interpretação Textual
Erros de interpretação
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio-
nadas entre si, formando um todo significativo capaz de  Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se
produzir interação comunicativa (capacidade de codificar sai do contexto, acrescentando ideias que não
e decodificar). estão no texto, quer por conhecimento prévio
do tema quer pela imaginação.
Contexto – um texto é constituído por diversas frases.  Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com atenção apenas a um aspecto (esquecendo que
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a um texto é um conjunto de ideias), o que pode
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interli- ser insuficiente para o entendimento do tema
gação dá-se o nome de contexto. O relacionamento entre desenvolvido.
as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de  Contradição = às vezes o texto apresenta ideias
seu contexto original e analisada separadamente, poderá contrárias às do candidato, fazendo-o tirar con-
ter um significado diferente daquele inicial. clusões equivocadas e, consequentemente, er-
rar a questão.
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe-
rências diretas ou indiretas a outros autores através de Observação: Muitos pensam que existem a ótica do
citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas em
uma prova de concurso, o que deve ser levado em consi-
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação deração é o que o autor diz e nada mais.
de um texto é a identificação de sua ideia principal. A par-
tir daí, localizam-se as ideias secundárias (ou fundamen- Coesão e Coerência
tações), as argumentações (ou explicações), que levam ao
esclarecimento das questões apresentadas na prova. Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre
Normalmente, em uma prova, o candidato deve: si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de
 Identificar os elementos fundamentais de uma ar- um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um
gumentação, de um processo, de uma época (nes- pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o
que se vai dizer e o que já foi dito.
te caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os
São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre
quais definem o tempo).
eles, está o mau uso do pronome relativo e do prono-
 Comparar as relações de semelhança ou de dife-
me oblíquo átono. Este depende da regência do verbo;
renças entre as situações do texto.
aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer tam-
 Comentar/relacionar o conteúdo apresentado
bém de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
com uma realidade.
semântico, por isso a necessidade de adequação ao an-
 Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. tecedente.
 Parafrasear = reescrever o texto com outras pa- Os pronomes relativos são muito importantes na in-
lavras. terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que
Condições básicas para interpretar existe um pronome relativo adequado a cada circunstân-
cia, a saber:
Fazem-se necessários: conhecimento histórico-literá- que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden-
rio (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura te, mas depende das condições da frase.
e prática; conhecimento gramatical, estilístico (qualidades qual (neutro) idem ao anterior.
do texto) e semântico; capacidade de observação e de quem (pessoa)
síntese; capacidade de raciocínio. cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
o objeto possuído.
LÍNGUA PORTUGUESA

Interpretar/Compreender como (modo)


onde (lugar)
Interpretar significa: quando (tempo)
Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. quanto (montante)
Através do texto, infere-se que... Exemplo:
É possível deduzir que... Falou tudo QUANTO queria (correto)
O autor permite concluir que... Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria
Qual é a intenção do autor ao afirmar que... aparecer o demonstrativo O).

1
Dicas para melhorar a interpretação de textos Sei que a palavra da moda é precocidade, mas eu acre-
dito em conquistas tardias. Elas têm na minha vida um
 Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral gosto especial.
do assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos Quando aprendi a guiar, aos 34 anos, tudo se transfor-
candidatos na disputa, portanto, quanto mais infor- mou. De repente, ganhei mobilidade e autonomia. A ci-
mação você absorver com a leitura, mais chances dade, minha cidade, mudou de tamanho e de fisionomia.
terá de resolver as questões. Descer a Avenida Rebouças num táxi, de madrugada, era
 Se encontrar palavras desconhecidas, não inter- diferente – e pior – do que descer a mesma avenida com
rompa a leitura. as mãos ao volante, ouvindo rock and roll no rádio. Pegar
 Leia o texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas a estrada com os filhos pequenos revelou-se uma delícia
forem necessárias. insuspeitada.
 Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma Talvez porque eu tenha começado tarde, guiar me pare-
conclusão). ce, ainda hoje, uma experiência incomum. É um ato que,
 Volte ao texto quantas vezes precisar. mesmo repetido de forma diária, nunca se banalizou in-
 Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as teiramente.
do autor. Na véspera do Ano Novo, em Ubatuba, eu fiz outra des-
 Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor coberta temporã.
compreensão. Depois de décadas de tentativas inúteis e frustrantes,
 Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de num final de tarde ensolarado eu conquistei o dom da
cada questão. flutuação. Nas águas cálidas e translúcidas da praia Bra-
 O autor defende ideias e você deve percebê-las. va, sob o olhar risonho da minha mulher, finalmente con-
 Observe as relações interparágrafos. Um parágra- segui boiar.
fo geralmente mantém com outro uma relação de Não riam, por favor. Vocês que fazem isso desde os oito
continuação, conclusão ou falsa oposição. Identifi- anos, vocês que já enjoaram da ausência de peso e esfor-
que muito bem essas relações. ço, vocês que não mais se surpreendem com a sensação
 Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou de balançar ao ritmo da água – sinto dizer, mas vocês se
seja, a ideia mais importante.
esqueceram de como tudo isso é bom.
 Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou
Nadar é uma forma de sobrepujar a água e impor-se a
“incorreto”, evitando, assim, uma confusão na hora
ela. Boiar é fazer parte dela – assim como do sol e das
da resposta – o que vale não somente para Interpre-
montanhas ao redor, dos sons que chegam filtrados ao
tação de Texto, mas para todas as demais questões!
ouvido submerso, do vento que ergue a onda e lança
 Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia princi-
água em nosso rosto. Boiar é ser feliz sem fazer força, e
pal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão.
isso, curiosamente, não é fácil.
 Olhe com especial atenção os pronomes relativos,
Essa experiência me sugeriu algumas considerações so-
pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc.,
chamados vocábulos relatores, porque remetem a bre a vida em geral.
outros vocábulos do texto. Uma delas, óbvia, é que a gente nunca para de apren-
der ou de avançar. Intelectualmente e emocionalmente,
SITES de um jeito prático ou subjetivo, estamos sempre incor-
Disponível em: <http://www.tudosobreconcursos. porando novidades que nos transformam. Somos gene-
com/materiais/portugues/como-interpretar-textos> ticamente elaborados para lidar com o novo, mas não
Disponível em: <http://portuguesemfoco.com/pf/ só. Também somos profundamente modificados por ele.
09-dicas-para-melhorar-a-interpretacao-de-textos-em- A cada momento da vida, quando achamos que tudo já
-provas> aconteceu, novas capacidades irrompem e fazem de nós
Disponível em: <http://www.portuguesnarede. uma pessoa diferente do que éramos. Uma pessoa capaz
com/2014/03/dicas-para-voce-interpretar-melhor-um. de boiar é diferente daquelas que afundam como pedras.
html> Suspeito que isso tenha importância também para os re-
Disponível em: <http://vestibular.uol.com.br/cursinho/ lacionamentos.
questoes/questao-117-portugues.htm> Se a gente não congela ou enferruja – e tem gente que já
está assim aos 30 anos – nosso repertório íntimo tende a
se ampliar, a cada ano que passa e a cada nova relação.
Penso em aprender a escutar e a falar, em olhar o outro,
EXERCÍCIOS COMENTADOS em tocar o corpo do outro com propriedade e deixar-se
tocar sem susto. Penso em conter a nossa própria frustra-
LÍNGUA PORTUGUESA

1. (EBSERH – Analista Administrativo – Estatística – ção e a nossa fúria, em permitir que o parceiro floresça,
AOCP-2015) em dar atenção aos detalhes dele. Penso, sobretudo, em
conquistar, aos poucos, a ansiedade e insegurança que
O verão em que aprendi a boiar nos bloqueiam o caminho do prazer, não apenas no sen-
Quando achamos que tudo já aconteceu, novas capaci- tido sexual. Penso em estar mais tranquilo na companhia
dades fazem de nós pessoas diferentes do que éramos do outro e de si mesmo, no mundo.
Assim como boiar, essas coisas são simples, mas preci-
IVAN MARTINS sam ser aprendidas.

2
Estar no interior de uma relação verdadeira é como estar Em “c”: haver sempre tempo para aprender a ser mais
na água do mar. Às vezes você nada, outras vezes você criterioso com seus relacionamentos, a fim de que eles
boia, de vez em quando, morto de medo, sente que pode sejam vividos intensamente = incorreta – ser menos
afundar. É uma experiência que exige, ao mesmo tem- objetivo nos relacionamentos.
po, relaxamento e atenção, e nem sempre essas coisas Em “d”: haver sempre tempo para aprender coisas no-
se combinam. Se a gente se põe muito tenso e cerebral, vas, inclusive agir com o raciocínio nas relações amo-
a relação perde a espontaneidade. Afunda. Mas, largada rosas = incorreta – ser mais emoção.
apenas ao sabor das ondas, sem atenção ao equilíbrio, a Em “e”: ser necessário aprender nos relacionamentos,
relação também naufraga. Há uma ciência sem cálculos porém sempre estando alerta para aquilo de ruim que
que tem de ser assimilada a cada novo amor, por cada pode acontecer = incorreta – estar sempre cuidando,
um de nós. Ela fornece a combinação exata de atenção e não pensando em algo ruim.
relaxamento que permite boiar. Quer dizer, viver de for-
ma relaxada e consciente um grande amor. 2. (BACEN – TÉCNICO – CONHECIMENTOS BÁSICOS –
Na minha experiência, esse aprendizado não se fez ra- ÁREA 1 e 2 – CESPE-2013)
pidamente. Demorou anos e ainda se faz. Talvez porque
eu seja homem, talvez porque seja obtuso para as coi- Uma crise bancária pode ser comparada a um vendaval.
sas do afeto. Provavelmente, porque sofro das limitações Suas consequências sobre a economia das famílias e das
emocionais que muitos sofrem e que tornam as relações empresas são imprevisíveis. Os agentes econômicos rela-
afetivas mais tensas e trabalhosas do que deveriam ser. cionam-se em suas operações de compra, venda e troca
Sabemos nadar, mas nos custa relaxar e ser felizes nas de mercadorias e serviços de modo que cada fato econô-
águas do amor e do sexo. Nos custa boiar. mico, seja ele de simples circulação, de transformação ou
A boa notícia, que eu redescobri na praia, é que tudo se de consumo, corresponde à realização de ao menos uma
aprende, mesmo as coisas simples que pareciam impos- operação de natureza monetária junto a um intermediário
síveis. financeiro, em regra, um banco comercial que recebe um
Enquanto se está vivo e relação existe, há chance de me- depósito, paga um cheque, desconta um título ou ante-
lhorar. Mesmo se ela acabou, é certo que haverá outra cipa a realização de um crédito futuro. A estabilidade do
no futuro, no qual faremos melhor: com mais calma, com sistema que intermedeia as operações monetárias, por-
mais prazer, com mais intensidade e menos medo. tanto, é fundamental para a própria segurança e estabili-
O verão, afinal, está apenas começando. Todos os dias se dade das relações entre os agentes econômicos.
pode tentar boiar. A iminência de uma crise bancária é capaz de afetar e
contaminar todo o sistema econômico, fazendo que os
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-mar-
titulares de ativos financeiros fujam do sistema financeiro
tins/noticia/2014/01/overao-em-que-aprendi-boiar.html
e se refugiem, para preservar o valor do seu patrimônio,
em ativos móveis ou imóveis e, em casos extremos, em
De acordo com o texto, quando o autor afirma que “To-
estoques crescentes de moeda estrangeira. Para se evitar
dos os dias se pode tentar boiar.”, ele refere-se ao fato de
esse tipo de distorção, é fundamental a manutenção da
credibilidade no sistema financeiro. A experiência brasi-
a) haver sempre tempo para aprender, para tentar relaxar leira com o Plano Real é singular entre os países que ado-
e ser feliz nas águas do amor, agindo com mais cal- taram políticas de estabilização monetária, uma vez que a
ma, com mais prazer, com mais intensidade e menos reversão das taxas inflacionárias não resultou na fuga de
medo. capitais líquidos do sistema financeiro para os ativos reais.
b) ser necessário agir com mais cautela nos relaciona- Pode-se afirmar que a estabilidade do Sistema Financei-
mentos amorosos para que eles não se desfaçam. ro Nacional é a garantia de sucesso do Plano Real. Não
c) haver sempre tempo para aprender a ser mais criterio- existe moeda forte sem um sistema bancário igualmente
so com seus relacionamentos, a fim de que eles sejam forte. Não é por outra razão que a Lei n.º 4.595/1964, que
vividos intensamente. criou o Banco Central do Brasil (BACEN), atribuiu-lhe si-
d) haver sempre tempo para aprender coisas novas, in- multaneamente as funções de zelar pela estabilidade da
clusive agir com o raciocínio nas relações amorosas. moeda e pela liquidez e solvência do sistema financeiro.
e) ser necessário aprender nos relacionamentos, porém Atuação do Banco Central na sua função de zelar pela
sempre estando alerta para aquilo de ruim que pode estabilidade do Sistema Financeiro Nacional. Internet: <
acontecer. www.bcb.gov.br > (com adaptações).

Resposta: Letra A. Ao texto: (...) tudo se aprende, Conclui-se da leitura do texto que a comparação entre
mesmo as coisas simples que pareciam impossíveis. / “crise bancária” e “vendaval” embasa-se na impossibilida-
Enquanto se está vivo e relação existe, há chance de de de se preverem as consequências de ambos os fenô-
LÍNGUA PORTUGUESA

melhorar = sempre há tempo para boiar (aprender). menos.


Em “a”: haver sempre tempo para aprender, para ten-
tar relaxar e ser feliz nas águas do amor, agindo com ( ) CERTO ( ) ERRADO
mais calma, com mais prazer, com mais intensidade e
menos medo = correta. Resposta: Certo. Conclui-se da leitura do texto que
Em “b”: ser necessário agir com mais cautela nos rela- a comparação entre “crise bancária” e “vendaval” em-
cionamentos amorosos para que eles não se desfaçam basa-se na impossibilidade de se preverem as conse-
= incorreta – o autor propõe viver intensamente. quências de ambos os fenômenos.

3
Voltemos ao texto: Uma crise bancária pode ser com- De acordo com o autor do texto Lastro e o sistema ban-
parada a um vendaval. Suas consequências sobre a cário, a reserva fracional foi criada com o objetivo de
economia das famílias e das empresas são imprevisí- a) tornar ilimitada a produção de dinheiro.
veis. b) proteger os bens dos clientes de bancos.
c) impedir que os bancos fossem à falência.
3. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018) d) permitir o empréstimo de mais dinheiro
e) preservar as economias das pessoas.
Lastro e o Sistema Bancário
Resposta: Letra D. Ao texto: (...) Com o tempo, os
[...] banqueiros se deram conta de que ninguém estava in-
Até os anos 60, o papel-moeda e o dinheiro depositado teressado em trocar dinheiro por ouro e criaram mano-
nos bancos deviam estar ligados a uma quantidade de bras, como a reserva fracional, para emprestar muito
ouro num sistema chamado lastro-ouro. Como esse me- mais dinheiro do que realmente tinham em ouro nos
cofres.
tal é limitado, isso garantia que a produção de dinheiro
Em “a”, tornar ilimitada a produção de dinheiro = in-
fosse também limitada. Com o tempo, os banqueiros
correta
se deram conta de que ninguém estava interessado em
Em “b”, proteger os bens dos clientes de bancos = in-
trocar dinheiro por ouro e criaram manobras, como a
correta
reserva fracional, para emprestar muito mais dinheiro do Em “c”, impedir que os bancos fossem à falência =
que realmente tinham em ouro nos cofres. Nas crises, incorreta
como em 1929, todos queriam sacar dinheiro para pagar Em “d”, permitir o empréstimo de mais dinheiro =
suas contas e os bancos quebravam por falta de fundos, correta
deixando sem nada as pessoas que acreditavam ter suas Em “e”, preservar as economias das pessoas = incorreta
economias seguramente guardadas.
Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o padrão- 4. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018) A
-ouro. Desde então, o dinheiro, na forma de cédulas e leitura do texto permite a compreensão de que
principalmente de valores em contas bancárias, já não
tendo nenhuma riqueza material para representar, é a) as dívidas dos clientes são o que sustenta os bancos.
criado a partir de empréstimos. Quando alguém vai até b) todo o dinheiro que os bancos emprestam é imaginá-
o banco e recebe um empréstimo, o valor colocado em rio.
sua conta é gerado naquele instante, criado a partir de c) quem pede um empréstimo deve a outros clientes.
uma decisão administrativa, e assim entra na economia. d) o pagamento de dívidas depende do “livre-mercado”.
Essa explicação permaneceu controversa e escondida e) os bancos confiscam os bens dos clientes endividados.
por muito tempo, mas hoje está clara em um relatório
do Bank of England de 2014. Resposta: Letra A.
Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo é Em “a”, as dívidas dos clientes são o que sustenta os
criado assim, inventado em canetaços a partir da con- bancos = correta
cessão de empréstimos. O que torna tudo mais estra- Em “b”, todo o dinheiro que os bancos emprestam é
nho e perverso é que, sobre esse empréstimo, é cobrada imaginário = nem todo
uma dívida. Então, se eu peço dinheiro ao banco, ele in- Em “c”, quem pede um empréstimo deve a outros
venta números em uma tabela com meu nome e pede clientes = deve ao banco, este paga/empresta a outros
clientes
que eu devolva uma quantidade maior do que essa. Para
Em “d”, o pagamento de dívidas depende do “livre-
pagar a dívida, preciso ir até o dito “livre-mercado” e tra-
-mercado” = não só: (...) preciso ir até o dito “livre-mer-
balhar, lutar, talvez trapacear, para conseguir o dinheiro
cado” e trabalhar, lutar, talvez trapacear.
que o banco inventou na conta de outras pessoas. Esse é
Em “e”, os bancos confiscam os bens dos clientes endi-
o dinheiro que vai ser usado para pagar a dívida, já que a vidados = desde que não paguem a dívida
única fonte de moeda é o empréstimo bancário. No fim,
os bancos acabam com todo o dinheiro que foi inventa- 5. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEIRO
do e ainda confiscam os bens da pessoa endividada cujo GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018) Observe a charge abai-
dinheiro tomei. xo, publicada no momento da intervenção nas atividades
Assim, o sistema monetário atual funciona com uma de segurança do Rio de Janeiro, em março de 2018.
moeda que é ao mesmo tempo escassa e abundante. Es-
cassa porque só banqueiros podem criá-la, e abundante
porque é gerada pela simples manipulação de bancos
LÍNGUA PORTUGUESA

de dados. O resultado é uma acumulação de riqueza e


poder sem precedentes: um mundo onde o patrimônio
de 80 pessoas é maior do que o de 3,6 bilhões, e onde
o 1% mais rico tem mais do que os outros 99% juntos.
[...]
Disponível em https://fagulha.org/artigos/inventan-
do-dinheiro/
Acessado em 20/03/2018

4
Há uma série de informações implícitas na charge; NÃO ram a aceitar a responsabilidade de cuidar do dinheiro de
pode, no entanto, ser inferida da imagem e das frases a seus clientes e a dar recibos escritos das quantias guar-
seguinte informação: dadas. Esses recibos passaram, com o tempo, a servir
como meio de pagamento por seus possuidores, por ser
a) a classe social mais alta está envolvida nos crimes co- mais seguro portá-los do que portar dinheiro vivo. Assim
metidos no Rio; surgiram as primeiras cédulas de “papel moeda”, ou cé-
b) a tarefa da investigação criminal não está sendo bem- dulas de banco; concomitantemente ao surgimento das
-feita; cédulas, a guarda dos valores em espécie dava origem a
c) a linguagem do personagem mostra intimidade com instituições bancárias.
o interlocutor; Casa da Moeda do Brasil: 290 anos de História,
d) a presença do orelhão indica o atraso do local da char- 1694/1984.
ge;
e) as imagens dos tanques de guerra denunciam a pre- Depreende-se do texto que duas características das
sença do Exército. moedas se mantiveram ao longo do tempo: a veiculação
de formas em sua superfície e a associação de seu valor
Resposta: Letra D. monetário a atributos como beleza.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. Depreende-se do texto que duas


características das moedas se mantiveram ao longo
do tempo: a veiculação de formas em sua superfície e
a associação de seu valor monetário a atributos como
beleza = errado (é o inverso).
Texto: (...) a associação dos atributos de beleza e ex-
NÃO pode ser inferida da imagem e das frases a se- pressão cultural ao valor monetário das moedas, que
guinte informação: quase sempre, na atualidade, apresentam figuras re-
Em “a”, a classe social mais alta está envolvida nos cri- presentativas da história, da cultura, das riquezas e do
mes cometidos no Rio = inferência correta poder das sociedades.
Em “b”, a tarefa da investigação criminal não está sen-
do bem-feita = inferência correta 7. (Câmara de Salvador-BA – Assistente Legislativo
Em “c”, a linguagem do personagem mostra intimida- Municipal – FGV-2018-adaptada) “Hoje, esse termo
de com o interlocutor = inferência correta denota, além da agressão física, diversos tipos de impo-
Em “d”, a presença do orelhão indica o atraso do local sição sobre a vida civil, como a repressão política, familiar
da charge = incorreta ou de gênero, ou a censura da fala e do pensamento de
Em “e”, as imagens dos tanques de guerra denunciam determinados indivíduos e, ainda, o desgaste causado
a presença do Exército = inferência correta pelas condições de trabalho e condições econômicas”. A
manchete jornalística abaixo que NÃO se enquadra em
6. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – NÍVEL SUPERIOR – nenhum tipo de violência citado nesse segmento é:
CONHECIMENTOS BÁSICOS – CESPE-2014)
a) Presa por mensagem racista na internet;
As primeiras moedas, peças representando valores, ge- b) Vinte pessoas são vítimas da ditadura venezuelana;
ralmente em metal, surgiram na Lídia (atual Turquia), no c) Apanhou de policiais por destruir caixa eletrônico;
século VII a.C. As características que se desejava ressaltar d) Homossexuais são perseguidos e presos na Rússia;
eram transportadas para as peças por meio da panca- e) Quatro funcionários ficaram livres do trabalho escravo.
da de um objeto pesado, em primitivos cunhos. Com o
surgimento da cunhagem a martelo e o uso de metais Resposta: Letra C. Em “a”: Presa por mensagem ra-
nobres, como o ouro e a prata, os signos monetários pas- cista na internet = como a repressão política, familiar
saram a ser valorizados também pela nobreza dos metais ou de gênero
neles empregados. Em “b”: Vinte pessoas são vítimas da ditadura vene-
Embora a evolução dos tempos tenha levado à substi- zuelana = como a repressão política, familiar ou de
tuição do ouro e da prata por metais menos raros ou gênero
suas ligas, preservou-se, com o passar dos séculos, a as- Em “c”: Apanhou de policiais por destruir caixa eletrô-
LÍNGUA PORTUGUESA

sociação dos atributos de beleza e expressão cultural ao nico = não consta na Manchete acima
valor monetário das moedas, que quase sempre, na atua- Em “d”: Homossexuais são perseguidos e presos na
lidade, apresentam figuras representativas da história, da Rússia = como a repressão política, familiar ou de gê-
cultura, das riquezas e do poder das sociedades. nero
A necessidade de guardar as moedas em segurança le- Em “e”: Quatro funcionários ficaram livres do traba-
vou ao surgimento dos bancos. Os negociantes de ouro lho escravo = o desgaste causado pelas condições de
e prata, por terem cofres e guardas a seu serviço, passa- trabalho

5
8. (MPE-AL – ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO – etc. é chamado à criação de um mundo pacificado, um
ÁREA JURÍDICA – FGV-2018) mundo sob a égide de uma cultura da paz.
Oportunismo à Direita e à Esquerda Mas, o que significa “cultura da paz”?
Construir uma cultura da paz envolve dotar as crianças e
Numa democracia, é livre a expressão, estão garantidos os adultos da compreensão de princípios como liberdade,
o direito de reunião e de greve, entre outros, obedecidas justiça, democracia, direitos humanos, tolerância, igualda-
leis e regras, lastreadas na Constituição. Em um regime de de e solidariedade. Implica uma rejeição, individual e co-
liberdades, há sempre o risco de excessos, a serem devi- letiva, da violência que tem sido percebida na sociedade,
damente contidos e seus responsáveis, punidos, conforme em seus mais variados contextos. A cultura da paz tem de
estabelecido na legislação. procurar soluções que advenham de dentro da(s) socie-
É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos cami- dade(s), que não sejam impostas do exterior.
nhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo, da Cabe ressaltar que o conceito de paz pode ser aborda-
ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados em se do em sentido negativo, quando se traduz em um estado
beneficiar do barateamento do combustível. de não guerra, em ausência de conflito, em passividade e
Sempre há, também, o oportunismo político-ideológico
permissividade, sem dinamismo próprio; em síntese, con-
para se aproveitar da crise. Inclusive, neste ano de eleição,
denada a um vazio, a uma não existência palpável, difícil
com o objetivo de obter apoio a candidatos. Não faltam,
de se concretizar e de se precisar. Em sua concepção po-
também, os arautos do quanto pior, melhor, para desgas-
tar governantes e reforçar seus projetos de poder, por mais sitiva, a paz não é o contrário da guerra, mas a prática da
delirantes que sejam. Também aqui vale o que está delimi- não violência para resolver conflitos, a prática do diálogo
tado pelo estado democrático de direito, defendido pelos na relação entre pessoas, a postura democrática frente
diversos instrumentos institucionais de que conta o Estado à vida, que pressupõe a dinâmica da cooperação plane-
– Polícia, Justiça, Ministério Público, Forças Armadas etc. jada e o movimento constante da instalação de justiça.
A greve atravessou vários sinais ao estrangular as vias de Uma cultura de paz exige esforço para modificar o pen-
suprimento que mantêm o sistema produtivo funcionan- samento e a ação das pessoas para que se promova a
do, do qual depende a sobrevivência física da população. paz. Falar de violência e de como ela nos assola deixa
Isso não pode ser esquecido e serve de alerta para que as de ser, então, a temática principal. Não que ela vá ser
autoridades desenvolvam planos de contingência. esquecida ou abafada; ela pertence ao nosso dia a dia e
O Globo, 31/05/2018. temos consciência disso. Porém, o sentido do discurso, a
ideologia que o alimenta, precisa impregná-lo de pala-
“É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos ca- vras e conceitos que anunciem os valores humanos que
minhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo, da decantam a paz, que lhe proclamam e promovem. A vio-
ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados em lência já é bastante denunciada, e quanto mais falamos
se beneficiar do barateamento do combustível.” Segundo dela, mais lembramos de sua existência em nosso meio
esse parágrafo do texto, o que “precisa acontecer” é
social. É hora de começarmos a convocar a presença da
paz em nós, entre nós, entre nações, entre povos.
a) manter-se o direito de livre expressão do pensamento.
b) garantir-se o direito de reunião e de greve. Um dos primeiros passos nesse sentido refere-se à ges-
c) lastrear leis e regras na Constituição. tão de conflitos. Ou seja, prevenir os conflitos potencial-
d) punirem-se os responsáveis por excessos. mente violentos e reconstruir a paz e a confiança en-
e) concluírem-se as investigações sobre a greve. tre pessoas originárias de situação de guerra é um dos
exemplos mais comuns a serem considerados. Tal mis-
Resposta: Letra D. Em “a”: manter-se o direito de livre são estende-se às escolas, instituições públicas e outros
expressão do pensamento. = incorreto locais de trabalho por todo o mundo, bem como aos
Em “b”: garantir-se o direito de reunião e de greve. = parlamentos e centros de comunicação e associações.
incorreto Outro passo é tentar erradicar a pobreza e reduzir as de-
Em “c”: lastrear leis e regras na Constituição. = incorreto sigualdades, lutando para atingir um desenvolvimento
Em “d”: punirem-se os responsáveis por excessos. sustentado e o respeito pelos direitos humanos, refor-
Em “e”: concluírem-se as investigações sobre a greve. = çando as instituições democráticas, promovendo a liber-
incorreto dade de expressão, preservando a diversidade cultural e
Ao texto: (...) há sempre o risco de excessos, a serem o ambiente.
devidamente contidos e seus responsáveis, punidos, É, então, no entrelaçamento “paz — desenvolvimento —
conforme estabelecido na legislação. / É o que precisa direitos humanos — democracia” que podemos vislum-
acontecer... = precisa acontecer a punição dos excessos.
brar a educação para a paz.
Leila Dupret. Cultura de paz e ações sócio-educativas:
LÍNGUA PORTUGUESA

9. (PC-MA – DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL – CES-


PE-2018) desafios para a escola contemporânea. In: Psicol. Esc.
Educ. (Impr.) v. 6, n.º 1. Campinas, jun./2002 (com adap-
Texto CG1A1AAA tações).

A paz não pode ser garantida apenas pelos acordos polí- De acordo com o texto CG1A1AAA, os elementos “ges-
ticos, econômicos ou militares. Cada um de nós, indepen- tão de conflitos” e “erradicar a pobreza” devem ser con-
dentemente de idade, sexo, estrato social, crença religiosa cebidos como

6
a) obstáculos para a construção da cultura da paz.
b) dispensáveis para a construção da cultura da paz.
c) irrelevantes na construção da cultura da paz.
d) etapas para a construção da cultura da paz.
e) consequências da construção da cultura da paz.

Resposta: Letra D. Em “a”: obstáculos para a construção da cultura da paz. = incorreto


Em “b”: dispensáveis para a construção da cultura da paz. = incorreto
Em “c”: irrelevantes na construção da cultura da paz. = incorreto
Em “d”: etapas para a construção da cultura da paz.
Em “e”: consequências da construção da cultura da paz. = incorreto
Ao texto: Um dos primeiros passos nesse sentido refere-se à gestão de conflitos. (...) Outro passo é tentar erradicar a
pobreza e reduzir as desigualdades = etapas para construção da paz.

10. (PC-SP - PAPILOSCOPISTA POLICIAL – VUNESP-2013) Leia o cartum de Jean Galvão

(https://www.facebook.com/jeangalvao.cartunista)

Considerando a relação entre a fala do personagem e a imagem visual, pode-se concluir que o que o leva a pular a
onda é a necessidade de

a) demonstrar respeito às religiões.


b) realizar um ritual místico.
c) divertir-se com os amigos.
d) preservar uma tradição familiar.
e) esquivar-se da sujeira da água.

Resposta: Letra E. Em “a”: demonstrar respeito às religiões. = incorreto


Em “b”: realizar um ritual místico. = incorreto
Em “c”: divertir-se com os amigos. = incorreto
Em “d”: preservar uma tradição familiar. = incorreto
Em “e”: esquivar-se da sujeira da água.
O personagem pula a onda para que não seja atingido pelo lixo que se encontra no mar.

11. (PM-SP - SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR – VUNESP-2015) Leia a tira.


LÍNGUA PORTUGUESA

(Folha de S.Paulo, 02.10.2015. Adaptado)

7
Com sua fala, a personagem revela que

a) a violência era comum no passado.


b) as pessoas lutam contra a violência.
c) a violência está banalizada.
d) o preço que pagou pela violência foi alto.

Resposta: Letra C. Em “a”: a violência era comum no passado. = incorreto


Em “b”: as pessoas lutam contra a violência. = incorreto
Em “c”: a violência está banalizada.
Em “d”: o preço que pagou pela violência foi alto. = incorreto
Infelizmente, a personagem revela que a violência está banalizada, nem há mais “punições” para os agressivos.

12. (PM-SP - ASPIRANTE DA POLÍCIA MILITAR [INTERIOR] – VUNESP-2017) Leia a charge.

(Pancho. www.gazetadopovo.com.br)

É correto associar o humor da charge ao fato de que

a) os personagens têm uma autoestima elevada e são otimistas, mesmo vivendo em uma situação de completo confi-
namento.
b) os dois personagens estão muito bem informados sobre a economia, o que não condiz com a imagem de criminosos.
c) o valor dos cosméticos afetará diretamente a vida dos personagens, pois eles demonstram preocupação com a apa-
rência.
d) o aumento dos preços de cosméticos não surpreende os personagens, que estão acostumados a pagar caro por eles
nos presídios.
e) os preços de cosméticos não deveriam ser relevantes para os personagens, dada a condição em que se encontram.

Resposta: Letra E. Em “a”: os personagens têm uma autoestima elevada e são otimistas, mesmo vivendo em uma
situação de completo confinamento. = incorreto
Em “b”: os dois personagens estão muito bem informados sobre a economia, o que não condiz com a imagem de
criminosos. = incorreto
Em “c”: o valor dos cosméticos afetará diretamente a vida dos personagens, pois eles demonstram preocupação com
a aparência. = incorreto
Em “d”: o aumento dos preços de cosméticos não surpreende os personagens, que estão acostumados a pagar caro
por eles nos presídios. = incorreto
Em “e”: os preços de cosméticos não deveriam ser relevantes para os personagens, dada a condição em que se
encontram.
Pela condição em que as personagens se encontram, o aumento no preço dos cosméticos não os afeta.

13. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR – FGV-2018)


LÍNGUA PORTUGUESA

Texto 1 – Além do celular e da carteira, cuidado com as figurinhas da Copa


Gilberto Porcidônio – O Globo, 12/04/2018

A febre do troca-troca de figurinhas pode estar atingindo uma temperatura muito alta. Preocupados que os mais afoi-
tos pelos cromos possam até roubá-los, muitos jornaleiros estão levando seus estoques para casa quando termina o
expediente. Pode parecer piada, mas há até boatos sobre quadrilhas de roubo de figurinha espalhados por mensagens
de celular.

8
Sobre a estrutura do título dado ao texto 1, a afirmativa Em “c”: a falta de muitas figurinhas no álbum; = incor-
adequada é: reto
Em “d”: a reclamação ser apresentada pelo pai e não
a) as figurinhas da Copa passaram a ocupar o lugar do pelo filho; = incorreto
celular e da carteira nos roubos urbanos; Em “e”: uma criança ajudar a um adulto e não o con-
b) as figurinhas da Copa se somaram ao celular e à car- trário. = incorreto
teira como alvo de desejo dos assaltantes; O humor está no fato de o álbum ser sobre um tema
c) o alerta dado no título se dirige aos jornaleiros que incomum: assuntos sociais.
vendem as figurinhas da Copa;
d) os ladrões passaram a roubar as figurinhas da Copa 15. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018) Obser-
nas bancas de jornais; ve a charge abaixo.
e) as figurinhas da Copa se transformaram no alvo prin-
cipal dos ladrões.

Resposta: Letra B. Em “a”: as figurinhas da Copa


passaram a ocupar o lugar do celular e da carteira nos
roubos urbanos; = incorreto
Em “b”: as figurinhas da Copa se somaram ao celular e
à carteira como alvo de desejo dos assaltantes;
Em “c”: o alerta dado no título se dirige aos jornaleiros
que vendem as figurinhas da Copa; = incorreto
Em “d”: os ladrões passaram a roubar as figurinhas da
Copa nas bancas de jornais; = incorreto
Em “e”: as figurinhas da Copa se transformaram no
alvo principal dos ladrões. = incorreto
O título do texto já nos dá a resposta: além do celular No caso da charge, a crítica feita à internet é:
e da carteira, ou seja, as figurinhas da Copa também
passaram a ser alvo dos assaltantes. a) a criação de uma dependência tecnológica excessiva;
b) a falta de exercícios físicos nas crianças;
14. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUS- c) o risco de contatos perigosos;
TIÇA AVALIADOR – FGV-2018) d) o abandono dos estudos regulares;
e) a falta de contato entre membros da família.

16. (TJ-SC – ANALISTA ADMINISTRATIVO – FGV-


2018) Observe a charge a seguir:

A charge acima é uma homenagem a Stephen Hawking,


O humor da tira é conseguido através de uma quebra de destacando o fato de o cientista:
expectativa, que é:
a) ter alcançado o céu após sua morte;
a) o fato de um adulto colecionar figurinhas; b) mostrar determinação no combate à doença;
b) as figurinhas serem de temas sociais e não esportivos; c) ser comparado a cientistas famosos;
LÍNGUA PORTUGUESA

c) a falta de muitas figurinhas no álbum; d) ser reconhecido como uma mente brilhante;
d) a reclamação ser apresentada pelo pai e não pelo filho; e) localizar seus interesses nos estudos de Física.
e) uma criança ajudar a um adulto e não o contrário.
Resposta: Letra A. Em “a”: a criação de uma depen-
Resposta: Letra B. Em “a”: o fato de um adulto cole- dência tecnológica excessiva;
cionar figurinhas; = incorreto Em “b”: a falta de exercícios físicos nas crianças; = in-
Em “b”: as figurinhas serem de temas sociais e não correto
esportivos; Em “c”: o risco de contatos perigosos; = incorreto

9
Em “d”: o abandono dos estudos regulares; = incorreto A produção da obra acima, Os Retirantes (1944), foi realiza-
Em “e”: a falta de contato entre membros da família. = da seis anos depois da publicação do romance Vidas Secas.
incorreto Nessa obra, ao abordar a miséria e a seca claramente vis-
Através da fala do garoto chegamos à resposta: de- tas através da representação de uma família de retirantes,
pendência tecnológica - expressa em sua fala. Cândido Portinari

Resposta: Letra D. Em “a”: ter alcançado o céu após a) apresenta uma temática, assim como a descrição dos
sua morte; = incorreto personagens e do ambiente, de forma sutil e dinâmica.
Em “b”: mostrar determinação no combate à doença; b) permite visualizar a degradação da figura humana e o
= incorreto retrato da figura da morte afugentada pelos persona-
Em “c”: ser comparado a cientistas famosos; = incor- gens.
reto c) apresenta elementos físicos presentes no cotidiano dos
Em “d”: ser reconhecido como uma mente brilhante; retirantes vítimas da seca e aspectos relacionados à de-
Em “e”: localizar seus interesses nos estudos de Física. sigualdade social.
= incorreto d) utiliza a linguagem não verbal com o objetivo de cons-
Usemos a fala de Einstein: “a mente brilhante que es- truir uma imagem cuja ênfase mística se opõe aos fatos
távamos esperando”. da realidade observável.

17. (TJ-PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – FUNÇÃO ADMI- Resposta: Letra C. Em “a”: apresenta uma temática, as-
NISTRATIVA – IBFC-2017) sim como a descrição dos personagens e do ambiente,
de forma sutil e dinâmica.
Texto II Em “b”: permite visualizar a degradação da figura hu-
mana e o retrato da figura da morte afugentada pelos
personagens.
Em “c”: apresenta elementos físicos presentes no coti-
diano dos retirantes vítimas da seca e aspectos relacio-
nados à desigualdade social.
Em “d”: utiliza a linguagem não verbal com o objetivo de
construir uma imagem cuja ênfase mística se opõe aos
fatos da realidade observável.
A obra retrata, de forma nada sutil, os elementos físicos
de uma família vítima da seca.
A observação dos elementos não verbais do texto é res-
ponsável pelo entendimento do humor sugerido. Nesse
Linguagem Verbal e Não Verbal
sentido, a evolução do homem e do computador, através
de tais elementos, deve ser entendida como: O que é linguagem? É o uso da língua como forma de
expressão e comunicação entre as pessoas. A linguagem
a) complementar. não é somente um conjunto de palavras faladas ou escritas,
b) semelhante. mas também de gestos e imagens. Afinal, não nos comuni-
c) conflitante. camos apenas pela fala ou escrita, não é verdade?
d) antitética. Então, a linguagem pode ser verbalizada, e daí vem a
e) idealizada. analogia ao verbo. Você já tentou se pronunciar sem utilizar
o verbo? Se não, tente, e verá que é impossível se ter algo
Resposta: Letra D. As imagens mostram um con- fundamentado e coerente! Assim, a linguagem verbal é a
traste entre o desenvolvimento do computador e do que utiliza palavras quando se fala ou quando se escreve.
homem; enquanto aquele vai se tornando mais “fino, A linguagem pode ser não verbal, ao contrário da verbal,
elegante”, este fica sedentário, engorda. A palavra “an- não utiliza vocábulo, palavras para se comunicar. O objeti-
titética” significa “oposta, oposição”. vo, neste caso, não é de expor verbalmente o que se quer
dizer ou o que se está pensando, mas se utilizar de outros
18. (TRF-2.ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA meios comunicativos, como: placas, figuras, gestos, objetos,
ADMINISTRATIVA – CONSULPLAN-2017) cores, ou seja, dos signos visuais.
Vejamos: um texto narrativo, uma carta, o diálogo, uma
entrevista, uma reportagem no jornal escrito ou televisiona-
do, um bilhete? = Linguagem verbal!
LÍNGUA PORTUGUESA

Agora: o semáforo, o apito do juiz numa partida de fu-


tebol, o cartão vermelho, o cartão amarelo, uma dança, o
aviso de “não fume” ou de “silêncio”, o bocejo, a identificação
de “feminino” e “masculino” através de figuras na porta do
banheiro, as placas de trânsito? = Linguagem não verbal!
A linguagem pode ser ainda verbal e não verbal ao
mesmo tempo, como nos casos das charges, cartoons e
anúncios publicitários.

10
Alguns exemplos: B) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e di-
Cartão vermelho – denúncia de falta grave no futebol. ferentes na escrita:
Placas de trânsito. acender (atear) e ascender (subir); concertar (harmoni-
Imagem indicativa de “silêncio”. zar) e consertar (reparar); cela (compartimento) e sela (ar-
Semáforo com sinal amarelo advertindo “atenção”. reio); censo (recenseamento) e senso (juízo); paço (palácio)
e passo (andar).
SITE
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/redacao/ C) Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou
linguagem.htm> perfeitas): São palavras iguais na escrita e na pronúncia:
caminho (subst.) e caminho (verbo); cedo (verbo) e cedo
(adv.); livre (adj.) e livre (verbo).
SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS. SENTIDO  Parônimos = palavras com sentidos diferentes,
PRÓPRIO E FIGURADO DAS PALAVRAS porém de formas relativamente próximas. São pa-
lavras parecidas na escrita e na pronúncia: cesta
(receptáculo de vime; cesta de basquete/esporte) e
Semântica é o estudo da significação das palavras e das sesta (descanso após o almoço), eminente (ilustre)
suas mudanças de significação através do tempo ou em e iminente (que está para ocorrer), osso (substan-
determinada época. A maior importância está em distin- tivo) e ouço (verbo), sede (substantivo e/ou verbo
guir sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia) e ho- “ser” no imperativo) e cede (verbo), comprimento
mônimos e parônimos (homonímia / paronímia). (medida) e cumprimento (saudação), autuar (pro-
cessar) e atuar (agir), infligir (aplicar pena) e infringir
1. Sinônimos (violar), deferir (atender a) e diferir (divergir), suar
(transpirar) e soar (emitir som), aprender (conhecer)
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto - e apreender (assimilar; apropriar-se de), tráfico (co-
abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir. mércio ilegal) e tráfego (relativo a movimento, trân-
Duas palavras são totalmente sinônimas quando são sito), mandato (procuração) e mandado (ordem),
substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto (cara emergir (subir à superfície) e imergir (mergulhar,
e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas quando, afundar).
ocasionalmente, podem ser substituídas, uma pela outra,
em determinado enunciado (aguadar e esperar). 4. Hiperonímia e Hiponímia
Observação:
Hipônimos e hiperônimos são palavras que perten-
A contribuição greco-latina é responsável pela exis-
cem a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo o
tência de numerosos pares de sinônimos: adversário e
antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e hemiciclo; hipônimo uma palavra de sentido mais específico; o hipe-
contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e diálogo; rônimo, mais abrangente.
transformação e metamorfose; oposição e antítese. O hiperônimo impõe as suas propriedades ao hipô-
nimo, criando, assim, uma relação de dependência se-
2. Antônimos mântica. Por exemplo: Veículos está numa relação de hi-
peronímia com carros, já que veículos é uma palavra de
São palavras que se opõem através de seu significado: significado genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões.
ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - censurar; Veículos é um hiperônimo de carros.
mal - bem. Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em
quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A utili-
Observação: zação correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, evita
A antonímia pode se originar de um prefixo de sen- a repetição desnecessária de termos.
tido oposto ou negativo: bendizer e maldizer; simpático e
antipático; progredir e regredir; concórdia e discórdia; ativo REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
e inativo; esperar e desesperar; comunista e anticomunista; SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
simétrico e assimétrico.
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
3. Homônimos e Parônimos
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
 Homônimos = palavras que possuem a mesma Paulo: Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
LÍNGUA PORTUGUESA

grafia ou a mesma pronúncia, mas significados dife-


rentes. Podem ser ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua
A) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e dife- Portuguesa – 2.ª ed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000.
rentes na pronúncia:
rego (subst.) e rego (verbo); colher (verbo) e colher SITE
(subst.); jogo (subst.) e jogo (verbo); denúncia (subst.) e de- http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,-
nuncia (verbo); providência (subst.) e providencia (verbo). -antonimos,-homonimos-e-paronimos

11
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Exemplos de variação no significado das palavras: Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
literal) reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido Paulo: Saraiva, 2010.
figurado)
Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figura- SITE
do) http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denotacao/
As variações nos significados das palavras ocasionam
o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo POLISSEMIA
(conotação) das palavras.
Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir
A) Denotação multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de
um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra,
Uma palavra é usada no sentido denotativo quando
mas que abarca um grande número de significados den-
apresenta seu significado original, independentemente
tro de seu próprio campo semântico.
do contexto em que aparece. Refere-se ao seu signifi-
Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per-
cado mais objetivo e comum, aquele imediatamente
cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de
reconhecido e muitas vezes associado ao primeiro signi- algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se
ficado que aparece nos dicionários, sendo o significado em consideração as situações de aplicabilidade. Há uma
mais literal da palavra. infinidade de exemplos em que podemos verificar a ocor-
A denotação tem como finalidade informar o recep- rência da polissemia:
tor da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo O rapaz é um tremendo gato.
um caráter prático. É utilizada em textos informativos, O gato do vizinho é peralta.
como jornais, regulamentos, manuais de instrução, bu- Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
las de medicamentos, textos científicos, entre outros. A Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
palavra “pau”, por exemplo, em seu sentido denotativo é sobrevivência
apenas um pedaço de madeira. Outros exemplos: O passarinho foi atingido no bico.
O elefante é um mamífero.
As estrelas deixam o céu mais bonito! Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de
computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em
B) Conotação comum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando de “entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”,
apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes que pode ser utilizada representando “tecido”, “prisão” ou
interpretações, dependendo do contexto em que este- “jogo” – o sentido comum entre todas as expressões é o
ja inserida, referindo-se a sentidos, associações e ideias formato quadriculado que têm.
que vão além do sentido original da palavra, ampliando
sua significação mediante a circunstância em que a mes- 1. Polissemia e homonímia
ma é utilizada, assumindo um sentido figurado e simbó-
lico. Como no exemplo da palavra “pau”: em seu sentido A confusão entre polissemia e homonímia é bastante
conotativo ela pode significar castigo (dar-lhe um pau), comum. Quando a mesma palavra apresenta vários sig-
nificados, estamos na presença da polissemia. Por outro
reprovação (tomei pau no concurso).
lado, quando duas ou mais palavras com origens e sig-
A conotação tem como finalidade provocar sentimen-
nificados distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos
tos no receptor da mensagem, através da expressividade
uma homonímia.
e afetividade que transmite. É utilizada principalmente
A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode
numa linguagem poética e na literatura, mas também
significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é
ocorre em conversas cotidianas, em letras de música, em polissemia porque os diferentes significados para a palavra
anúncios publicitários, entre outros. Exemplos: “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma palavra polis-
Você é o meu sol! sêmica: pode significar o elemento básico do alfabeto, o tex-
Minha vida é um mar de tristezas. to de uma canção ou a caligrafia de um determinado indiví-
Você tem um coração de pedra! duo. Neste caso, os diferentes significados estão interligados
porque remetem para o mesmo conceito, o da escrita.
LÍNGUA PORTUGUESA

#FicaDica 2. Polissemia e ambiguidade


Procure associar Denotação com Dicionário:
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na
trata-se de definição literal, quando o termo
interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode
é utilizado com o sentido que consta no di-
ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma interpreta-
cionário.
ção. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à colocação
específica de uma palavra (por exemplo, um advérbio)
em uma frase. Vejamos a seguinte frase:

12
Pessoas que têm uma alimentação equilibrada fre- Resposta: Letra E. “o país teve de recorrer a um pro-
quentemente são felizes. grama de racionamento”. Assinale a opção que apre-
Neste caso podem existir duas interpretações diferen- senta a forma de reescrever esse segmento, QUE
tes: ALTERA O SEU SENTIDO ORIGINAL.
As pessoas têm alimentação equilibrada porque são feli- Em “a”: O Brasil foi obrigado a recorrer a um progra-
zes ou são felizes porque têm uma alimentação equilibrada. ma de racionamento = mesmo sentido.
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela Em “b”: O país teve como recurso recorrer a um pro-
pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma inter- grama de racionamento = mesmo sentido.
pretação. Para fazer a interpretação correta é muito im- Em “c”: O Brasil foi levado a recorrer a um programa
portante saber qual o contexto em que a frase é proferida. de racionamento = mesmo sentido.
Muitas vezes, a disposição das palavras na construção Em “d”: O país obrigou-se a recorrer a um programa
do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo, de racionamento = mesmo sentido.
comicidade. Repare na figura abaixo:
Em “e”: O Brasil optou por um programa de raciona-
mento = mudança de sentido (segundo o enunciado,
o país não teve outra opção a não ser recorrer. Na
alternativa, provavelmente havia outras opções, e o
país escolheu a de “recorrer”).

PONTUAÇÃO.

Os sinais de pontuação são marcações gráficas que


(http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto- servem para compor a coesão e a coerência textual, além
-cabelo-e-pinto. Acesso em 15/9/2014). de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas.
Um texto escrito adquire diferentes significados quando
Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras, pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação
mas duas seriam: depende, em certos momentos, da intenção do autor
Corte e coloração capilar do discurso. Assim, os sinais de pontuação estão direta-
ou mente relacionados ao contexto e ao interlocutor.
Faço corte e pintura capilar
1. Principais funções dos sinais de pontuação
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- A) Ponto (.)
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São  Indica o término do discurso ou de parte dele,
Paulo: Saraiva, 2010. encerrando o período.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa  Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Com-
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. panhia). Se a palavra abreviada aparecer em final
de período, este não receberá outro ponto; neste
SITE caso, o ponto de abreviatura marca, também, o
http://www.brasilescola.com/gramatica/polissemia.
fim de período. Exemplo: Estudei português, mate-
htm
márica, constitucional, etc. (e não “etc..”)
 Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego
do ponto, assim como após o nome do autor de
EXERCÍCIO COMENTADO uma citação:
Haverá eleições em outubro
1. (SUSAM-AM – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napo-
FGV – 2014) “o país teve de recorrer a um programa de ra- leão Mendes de Almeida) (ou: Almeida.)
cionamento”. Assinale a opção que apresenta a forma de  Os números que identificam o ano não utili-
reescrever esse segmento, que altera o seu sentido original. zam ponto nem devem ter espaço a separá-los,
bem como os números de CEP: 1975, 2014, 2006,
a) O Brasil foi obrigado a recorrer a um programa de 17600-250.
racionamento.
LÍNGUA PORTUGUESA

b) O país teve como recurso recorrer a um programa de B) Ponto e Vírgula (;)


racionamento.
c) O Brasil foi levado a recorrer a um programa de racio-
 Separa várias partes do discurso, que têm a mes-
namento.
ma importância: “Os pobres dão pelo pão o traba-
d) O país obrigou-se a recorrer a um programa de racio-
lho; os ricos dão pelo pão a fazenda; os de espíritos
namento.
generosos dão pelo pão a vida; os de nenhum espí-
e) O Brasil optou por um programa de racionamento.
rito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA)

13
 Separa partes de frases que já estão separadas Usa-se a vírgula:
por vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor;
outros, montanhas, frio e cobertor. 1. Para marcar intercalação:
 Separa itens de uma enumeração, exposição de A) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua
motivos, decreto de lei, etc. abundância, vem caindo de preço.
Ir ao supermercado; B) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão
Pegar as crianças na escola; produzindo, todavia, altas quantidades de alimen-
Caminhada na praia; tos.
Reunião com amigos. C) das expressões explicativas ou corretivas: As in-
dústrias não querem abrir mão de suas vantagens,
C) Dois pontos (:) isto é, não querem abrir mão dos lucros altos.
 Antes de uma citação = Vejamos como Afrânio
Coutinho trata este assunto: 2. Para marcar inversão:
A) do adjunto adverbial (colocado no início da ora-
 Antes de um aposto = Três coisas não me agra-
ção): Depois das sete horas, todo o comércio está de
dam: chuva pela manhã, frio à tarde e calor à noite.
portas fechadas.
 Antes de uma explicação ou esclarecimento: Lá
B) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vi-
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
vendo a rotina de sempre. C) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15
 Em frases de estilo direto de maio de 1982.
Maria perguntou:
- Por que você não toma uma decisão? 3. Para separar entre si elementos coordenados
(dispostos em enumeração):
D) Ponto de Exclamação (!) Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
 Usa-se para indicar entonação de surpresa, cóle- A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e ani-
ra, susto, súplica, etc.: Sim! Claro que eu quero me mais.
casar com você! 4. Para marcar elipse (omissão) do verbo: Nós que-
 Depois de interjeições ou vocativos remos comer pizza; e vocês, churrasco.
Ai! Que susto!
João! Há quanto tempo! 5. Para isolar:
A) o aposto: São Paulo, considerada a metrópole bra-
E) Ponto de Interrogação (?) sileira, possui um trânsito caótico.
 Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres. B) o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze-
vedo) Observações:
Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expres-
F) Reticências (...) são latina et coetera, que significa “e outras coisas”, seria
 Indica que palavras foram suprimidas: Comprei dispensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o
lápis, canetas, cadernos... acordo ortográfico em vigor no Brasil exige que empre-
 Indica interrupção violenta da frase: “- Não... que- guemos etc. predecido de vírgula: Falamos de política,
ro dizer... é verdad... Ah!” futebol, lazer, etc.
 Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este As perguntas que denotam surpresa podem ter com-
binados o ponto de interrogação e o de exclamação:
mal... pega doutor?
Você falou isso para ela?!
 Indica que o sentido vai além do que foi dito: Dei-
xa, depois, o coração falar...
Temos, ainda, sinais distintivos:
 a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), se-
G) Vírgula (,) paração de siglas (IOF/UPC);
 os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas
Não se usa vírgula pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira
Separando termos que, do ponto de vista sintático, opção aos parênteses, principalmente na matemá-
ligam-se diretamente entre si: tica;
 o asterisco (*) = usado para remeter o leitor a
1. Entre sujeito e predicado: uma nota de rodapé ou no fim do livro, para subs-
LÍNGUA PORTUGUESA

Todos os alunos da sala foram advertidos. tituir um nome que não se quer mencionar.
Sujeito predicado
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2. Entre o verbo e seus objetos: Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce-
O trabalho custou sacrifício aos reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
realizadores. Paulo: Saraiva, 2010.
V.T.D.I. O.D. O.I. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.

14
SITE 2. (SERES-PE – AGENTE DE SEGURANÇA PENITEN-
http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/ CIÁRIA – CESPE – 2017 – ADAPTADA)
http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-vir-
gula.htm Texto 1A1AAA

Após o processo de redemocratização, com o fim da di-


tadura militar, em meados da década de 80 do século
EXERCÍCIOS COMENTADOS passado, era de se esperar que a democratização das
instituições tivesse como resultado direto a consolidação
1. (STJ – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O CAR- da cidadania — compreendida de modo amplo, abran-
GO 1 – CESPE – 2018 – ADAPTADA) gendo as três categorias de direitos: civis, políticos e
sociais. Sobressaem, porém, problemas que configuram
Texto CB1A1CCC mais desafios para a cidadania brasileira, como a violên-
cia urbana — que ameaça os direitos individuais — e o
As audiências de segunda a sexta-feira muitas vezes re- desemprego — que ameaça os direitos sociais.
velaram o lado mais sórdido da natureza humana. Eram No Brasil, o crime aumentou significantemente a partir
relatos de sofrimento, dor, angústia que se transporta- de 1980, impacto do processo de modernização pelo
vam da cadeira das vítimas, testemunhas e réus para mi- qual o país passou. Isso sugere que o boom do consumo
nha cadeira de juíza. A toga não me blindou daqueles colocou em circulação bens de alto valor e, consequente-
relatos sofridos, aflitos. As angústias dos que se senta- mente, aumentou as oportunidades para o crime, inclusi-
vam à minha frente, por diversas vezes, me escoltaram ve porque a maior mobilidade de pessoas torna o espaço
até minha casa e passaram a ser companheiras de noites social mais anônimo, menos supervisionado.
de insônia. Não havia outra solução a não ser escrever. Nesse contexto, justiça criminal passa a ser cada vez mais
Era preciso colocar no papel e compartilhar a dor da- dissociada de justiça social e reconstrução da sociedade.
quelas pessoas que, mesmo ao fim do processo e com a O objetivo em relação à criminalidade torna-se bem me-
sentença prolatada, não me deixavam esquecê-las. nos ambicioso: o controle. A prisão ganha mais impor-
Foram horas, dias, meses, anos de oitivas de mães, fi-
tância na modernidade tardia, porque satisfaz uma dupla
lhas, esposas, namoradas, companheiras, todas tendo
necessidade dessa nova cultura: castigo e controle do
em comum a violência no corpo e na alma sofrida den-
risco. Essa postura às vezes proporciona controle, porém
tro de casa. O lar, que deveria ser o lugar mais seguro
não segurança, pois o Estado tem o poder limitado de
para essas mulheres, havia se transformado no pior dos
manter a ordem por meio da polícia, sendo necessário
mundos.
dividir as tarefas de controle com organizações locais e
Quando finalmente chegavam ao Judiciário e se sen-
com a comunidade.
tavam à minha frente, os relatos se transformavam em
Jacqueline Carvalho da Silva. Manutenção da ordem pú-
desabafos de uma vida inteira. Era preciso explicar, justi-
ficar e muitas vezes se culpar por terem sido agredidas. blica e garantia dos direitos individuais: os desafios da
A culpa por ter sido vítima, a culpa por ter permitido, a polícia em sociedades democráticas. In: Revista Brasilei-
culpa por não ter sido boa o suficiente, a culpa por não ra de Segurança Pública. São Paulo, ano 5, 8.ª ed., fev. –
ter conseguido manter a família. Sempre a culpa. mar./2011, p. 84-5 (com adaptações).
Aquelas mulheres chegavam à Justiça buscando uma
força externa como se somente nós, juízes, promotores No primeiro parágrafo do texto 1A1AAA, os dois-pontos
e advogados, pudéssemos não apenas cessar aquele ci- introduzem
clo de violência, mas também lhes dar voz para reagir
àquela violência invisível. a) uma enumeração das “categorias de direitos”.
Rejane Jungbluth Suxberger. Invisíveis Marias: histórias b) resultados da “consolidação da cidadania”.
além das quatro paredes. Brasília: Trampolim, 2018 (com c) um contra-argumento para a ideia de cidadania como
adaptações). algo “amplo”.
O trecho “juízes, promotores e advogados” explica o d) uma generalização do termo “direitos”.
sentido de “nós”. e) objetivos do “processo de redemocratização”.

( ) CERTO ( ) ERRADO Resposta: Letra A. Recorramos ao texto (faça isso


SEMPRE durante seu concurso. O texto é a base para
Resposta: Certo. Ao trecho: (...) Aquelas mulheres encontrar as respostas para as questões!): (...) abran-
chegavam à Justiça buscando uma força externa como gendo as três categorias de direitos: civis, políticos e
LÍNGUA PORTUGUESA

se somente nós, juízes, promotores e advogados, pu- sociais. Os dois-pontos introduzem a enumeração dos
déssemos não apenas cessar aquele ciclo de violência direitos; apresenta-os.
(...). Os termos entre vírgulas servem para exemplificar
quem são os “nós” citados pela autora ( juízes, promo- 3. (ANEEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE –
tores, advogados). 2010) Vão surgindo novos sinais do crescente otimismo
da indústria com relação ao futuro próximo. Um deles
refere-se às exportações. “O comércio mundial já está
voltando a se abrir para as empresas”, diz o gerente exe-

15
cutivo de pesquisas da Confederação Nacional da Indús-
tria (CNI), Renato da Fonseca, para explicar a melhora CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO,
das expectativas dos industriais com relação ao mercado ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO,
externo. ADVÉRBIO, PREPOSIÇÃO E CONJUNÇÃO:
Quanto ao mercado interno, as expectativas da indústria EMPREGO E SENTIDO QUE IMPRIMEM ÀS
não se modificaram. Mas isso não é um mau sinal, pois
RELAÇÕES QUE ESTABELECEM.
elas já eram francamente otimistas. Há algum tempo, a
pesquisa da CNI, realizada mensalmente a partir de 2010,
registra grande otimismo da indústria com relação à de-
manda interna. Trata-se de um sentimento generalizado. Adjetivo
Em todos os setores industriais, a expressiva maioria dos
entrevistados acredita no aumento das vendas internas. É a palavra que expressa uma qualidade ou caracterís-
O Estado de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adapta- tica do ser e se relaciona com o substantivo, concordando
ções). com este em gênero e número.
As praias brasileiras estão poluídas.
O nome próprio “Renato da Fonseca” está entre vírgulas Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos
por tratar-se de um vocativo. (plural e feminino, pois concordam com “praias”).

( ) CERTO ( ) ERRADO 1. Locução adjetiva


Locução = reunião de palavras. Sempre que são neces-
Resposta: Errado. Recorramos ao texto (lembre-se de sárias duas ou mais palavras para falar sobre a mesma coisa,
fazer a mesma coisa no dia do seu concurso!): (...) diz o tem-se locução. Às vezes, uma preposição + substantivo tem
gerente executivo de pesquisas da Confederação Nacio- o mesmo valor de um adjetivo: é a Locução Adjetiva (expres-
nal da Indústria (CNI), Renato da Fonseca, para explicar são que equivale a um adjetivo). Por exemplo: aves da noite
a melhora das expectativas. O termo em destaque não (aves noturnas), paixão sem freio (paixão desenfreada).
está exercendo a função de vocativo, já que não é uti-
lizado para evocar, chamar o interlocutor do diálogo. Observe outros exemplos:
Sua função é de aposto – explicar quem é o gerente
executivo da CNI. de águia aquilino
4. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO de aluno discente
TRABALHO – CESPE – 2014 – ADAPTADA) A correção de anjo angelical
gramatical do trecho “Entre as bebidas alcoólicas, cerve-
jas e vinhos são as mais comuns em todo o mundo” seria de ano anual
prejudicada, caso se inserisse uma vírgula logo após a de aranha aracnídeo
palavra “vinhos”. de boi bovino
( ) CERTO ( ) ERRADO de cabelo capilar
de cabra caprino
Resposta: Certo. Não se deve colocar vírgula entre
sujeito e predicado, a não ser que se trate de um apos- de campo campestre ou rural
to (1), predicativo do sujeito (2), ou algum termo que de chuva pluvial
requeira estar separado entre pontuações. Exemplo: O
de criança pueril
Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa!
Os meninos, ansiosos (2), chegaram! de dedo digital
de estômago estomacal ou gástrico
de falcão falconídeo
de farinha farináceo
de fera ferino
de ferro férreo
de fogo ígneo
de garganta gutural
LÍNGUA PORTUGUESA

de gelo glacial
de guerra bélico
de homem viril ou humano
de ilha insular
de inverno hibernal ou invernal

16
de lago lacustre
de leão leonino
de lebre l eporino
de lua lunar ou selênico
de madeira lígneo
de mestre magistral
de ouro áureo
de paixão passional
de pâncreas pancreático
de porco suíno ou porcino
dos quadris ciático
de rio fluvial
de sonho onírico
de velho senil
de vento eólico
de vidro vítreo ou hialino
de virilha inguinal
de visão óptico ou ótico

Observação:
Nem toda locução adjetiva possui um adjetivo correspondente, com o mesmo significado: Vi as alunas da 5ª série.
/ O muro de tijolos caiu.

2. Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):


O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando
como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).

3. Adjetivo Pátrio (ou gentílico)


Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe alguns deles:

Estados e cidades brasileiras:

Alagoas alagoano
Amapá amapaense
Aracaju aracajuano ou aracajuense
Amazonas amazonense ou baré
Belo Horizonte belo-horizontino
Brasília brasiliense
Cabo Frio cabo-friense
Campinas campineiro ou campinense
LÍNGUA PORTUGUESA

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4. Adjetivo Pátrio Composto
Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
Observe alguns exemplos:
África afro- / Cultura afro-americana
Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
América américo- / Companhia américo-africana
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
China sino- / Acordos sino-japoneses
Espanha hispano- / Mercado hispano-português
Europa euro- / Negociações euro-americanas
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
Grécia greco- / Filmes greco-romanos
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros

5. Flexão dos adjetivos


O adjetivo varia em gênero, número e grau.

6. Gênero dos Adjetivos


Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos
substantivos, classificam-se em:

A) Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemento: o moço norte-americano,
a moça norte-americana.
Exceção: surdo-mudo e surda-muda.

B) Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como para o feminino: homem feliz e mulher feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino: conflito político-social e desavença político-social.

7. Número dos Adjetivos

A) Plural dos adjetivos simples


Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos subs-
tantivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins, boa e boas.
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra
que estiver qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a
palavra cinza é, originalmente, um substantivo; porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo.
Ficará, então, invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza.
Motos vinho (mas: motos verdes)
Paredes musgo (mas: paredes brancas).
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).

B) Adjetivo Composto
É aquele formado por dois ou mais elementos. Normalmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas o últi-
mo elemento concorda com o substantivo a que se refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso um dos
elementos que formam o adjetivo composto seja um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará invariável.
LÍNGUA PORTUGUESA

Por exemplo: a palavra “rosa” é, originalmente, um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará
como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um substantivo adjeti-
vado, o adjetivo composto inteiro ficará invariável. Veja:
Camisas rosa-claro.
Ternos rosa-claro.
Olhos verde-claros.
Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.

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Observação: Por exemplo: O concurseiro é muito esforçado.
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer  Sintética: nessa, há o acréscimo de sufixos. Por
adjetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre in- exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo.
variáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste, vesti-
dos cor-de-rosa. Observe alguns superlativos sintéticos:
O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois ele-
mentos flexionados: crianças surdas-mudas. benéfico - beneficentíssimo

8. Grau do Adjetivo bom - boníssimo ou ótimo


Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a in- comum - comuníssimo
tensidade da qualidade do ser. São dois os graus do ad- cruel - crudelíssimo
jetivo: o comparativo e o superlativo.
difícil - dificílimo
A) Comparativo doce - dulcíssimo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica
fácil - facílimo
atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais caracte-
rísticas atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser fiel - fidelíssimo
de igualdade, de superioridade ou de inferioridade.
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade B.2 Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade
No comparativo de igualdade, o segundo termo da de um ser é intensificada em relação a um conjunto de
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto seres. Essa relação pode ser:
ou quão.  De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de
todas.
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Su-  De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de
perioridade todas.

Sílvia é menos alta que Tiago. = Comparativo de In- O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente,
ferioridade
antepostos ao adjetivo.
O superlativo absoluto sintético se apresenta sob
Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de
duas formas: uma erudita - de origem latina – e outra
superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São popular - de origem vernácula. A forma erudita é cons-
eles: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/supe- tituída pelo radical do adjetivo latino + um dos sufixos
rior, grande/maior, baixo/inferior. -íssimo, -imo ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo;
a popular é constituída do radical do adjetivo português
Observe que: + o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo.
 As formas menor e pior são comparativos de su- Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo com
perioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os terminados em
mau, respectivamente. –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, cheio – cheíssimo.
 Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
(melhor, pior, maior e menor), porém, em compa- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
rações feitas entre duas qualidades de um mesmo Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
elemento, deve-se usar as formas analíticas mais reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
bom, mais mau,mais grande e mais pequeno. Por Paulo: Saraiva, 2010.
exemplo: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
elementos. Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
Pedro é mais grande que pequeno - comparação de ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
duas qualidades de um mesmo elemento.
Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de In- SITE
ferioridade http://www.sopor tugues.com.br/secoes/morf/
Sou menos passivo (do) que tolerante. morf32.php

B) Superlativo Advérbio
LÍNGUA PORTUGUESA

O superlativo expressa qualidades num grau muito


Compare estes exemplos:
elevado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou rela-
O ônibus chegou.
tivo e apresenta as seguintes modalidades:
O ônibus chegou ontem.
B.1 Superlativo Absoluto: ocorre quando a quali-
dade de um ser é intensificada, sem relação com outros Advérbio é uma palavra invariável que modifica o
seres. Apresenta-se nas formas: sentido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de
 Analítica: a intensificação é feita com o auxílio de tempo, de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e
palavras que dão ideia de intensidade (advérbios). do próprio advérbio.

19
Estudei bastante. = modificando o verbo estudei temente, entrementes, imediatamente, primeira-
Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio mente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes,
(bem) à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um ad- quando, de quando em quando, a qualquer mo-
jetivo (claros) mento, de tempos em tempos, em breve, hoje em
dia.
Quando modifica um verbo, o advérbio pode acres- C) Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, de-
centar ideia de: pressa, acinte, debalde, devagar, às pressas, às cla-
Tempo: Ela chegou tarde. ras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos
Lugar: Ele mora aqui. poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em
Modo: Eles agiram mal. geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em
Negação: Ela não saiu de casa. vão e a maior parte dos que terminam em “-men-
Dúvida: Talvez ele volte. te”: calmamente, tristemente, propositadamente,
pacientemente, amorosamente, docemente, escan-
1. Flexão do Advérbio dalosamente, bondosamente, generosamente.
D) Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto,
Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apre- efetivamente, certo, decididamente, deveras, indu-
sentam variação em gênero e número. Alguns advérbios, bitavelmente.
porém, admitem a variação em grau. Observe: E) Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum,
de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.
A) Grau Comparativo F) Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, pro-
Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo vavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo,
modo que o comparativo do adjetivo:
quem sabe.
 de igualdade: tão + advérbio + quanto (como):
G) Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em ex-
Renato fala tão alto quanto João.
cesso, bastante, mais, menos, demasiado, quanto,
 de inferioridade: menos + advérbio + que (do
quão, tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo,
que): Renato fala menos alto do que João.
nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo,
 de superioridade:
extremamente, intensamente, grandemente, bem
A.1 Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato
(quando aplicado a propriedades graduáveis).
fala mais alto do que João.
A.2 Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato H) Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, so-
fala melhor que João. mente, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo:
Brando, o vento apenas move a copa das árvores.
B) Grau Superlativo I) Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, tam-
O superlativo pode ser analítico ou sintético: bém. Por exemplo: O indivíduo também amadurece
B.1 Analítico: acompanhado de outro advérbio: Re- durante a adolescência.
nato fala muito alto. J) Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por
muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer
de modo aos meus amigos por comparecerem à festa.
B.2 Sintético: formado com sufixos: Renato fala al-
tíssimo. Saiba que:
Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se
Observação: ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Ficarei
As formas diminutivas (cedinho, pertinho, etc.) são o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos
comuns na língua popular. tarde possível.
Maria mora pertinho daqui. (muito perto) Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente,
A criança levantou cedinho. (muito cedo) em geral sufixamos apenas o último: O aluno respondeu
calma e respeitosamente.
3. Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido
2. Classificação dos Advérbios
Há palavras como muito, bastante, que podem apare-
De acordo com a circunstância que exprime, o advér- cer como advérbio e como pronome indefinido.
bio pode ser de:
A) Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, aco-
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro
lá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde,
advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito.
perto, aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, de-
LÍNGUA PORTUGUESA

Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo


fronte, nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures,
e sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros.
aquém, embaixo, externamente, à distância, à dis-
tância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à
esquerda, ao lado, em volta.
B) Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora,
amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente,
antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora,
sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constan-

20
Quanto a sua função sintática: o advérbio e a locução
#FicaDica adverbial desempenham na oração a função de adjunto
adverbial, classificando-se de acordo com as circunstân-
Como saber se a palavra bastante é advérbio cias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao advér-
(não varia, não se flexiona) ou pronome bio. Exemplo:
indefinido (varia, sofre flexão)? Se der, na Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad-
frase, para substituir o “bastante” por “muito”, verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
estamos diante de um advérbio; se der para Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi-
substituir por “muitos” (ou muitas), é um dade e de tempo, respectivamente.
pronome. Veja:
1. Estudei bastante para o concurso. (estudei REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
muito, pois “muitos” não dá!) = advérbio Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
2. Estudei bastantes capítulos para o concurso. reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
(estudei muitos capítulos) = pronome indefinido Paulo: Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
4. Advérbios Interrogativos SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como?
por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referen- SITE
tes às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja: http://www.sopor tugues.com.br/secoes/morf/
morf75.php

Interrogação Direta Interrogação Indireta Artigo


Como aprendeu? Perguntei como aprendeu.
O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo-
Onde mora? Indaguei onde morava.
-se como o termo variável que serve para individualizar
Por que choras? Não sei por que choras. ou generalizar o substantivo, indicando, também, o gê-
Aonde vai? Perguntei aonde ia. nero (masculino/feminino) e o número (singular/plural).
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as va-
Donde vens? Pergunto donde vens. riações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
Quando voltas? Pergunto quando voltas. “uma”[s] e “uns]).

5. Locução Adverbial A) Artigos definidos – São usados para indicar se-


res determinados, expressos de forma individual: O
Quando há duas ou mais palavras que exercem fun- concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam
ção de advérbio, temos a locução adverbial, que pode muito.
expressar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordi- B) Artigos indefinidos – usados para indicar seres de
nariamente por uma preposição. Veja: modo vago, impreciso: Uma candidata foi aprova-
A) lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, da! Umas candidatas foram aprovadas!
para dentro, por aqui, etc.
B) afirmação: por certo, sem dúvida, etc. 1. Circunstâncias em que os artigos se manifestam:
C) modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão,
em geral, frente a frente, etc. Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do
numeral “ambos”: Ambos os concursos cobrarão tal con-
D) tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde,
teúdo.
hoje em dia, nunca mais, etc.
Nomes próprios indicativos de lugar (ou topônimos)
admitem o uso do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de
A locução adverbial e o advérbio modificam o verbo,
Janeiro, Veneza, A Bahia...
o adjetivo e outro advérbio:
Quando indicado no singular, o artigo definido pode
Chegou muito cedo. (advérbio)
indicar toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem.
Joana é muito bela. (adjetivo)
No caso de nomes próprios personativos, denotando
De repente correram para a rua. (verbo) a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso
Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais do artigo: Marcela é a mais extrovertida das irmãs. / O
mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio:
LÍNGUA PORTUGUESA

Pedro é o xodó da família.


Essa matéria é mais bem interessante que aquela. No caso de os nomes próprios personativos estarem
Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso! no plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias,
O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advér- os Incas, Os Astecas...
bio: Cheguei primeiro. Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a)
para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (do
artigo), o pronome assume a noção de “qualquer”.

21
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda) 2. Classificação da Conjunção
Toda classe possui alunos interessados e desinteressa-
dos. (qualquer classe) De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as
Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é fa- conjunções podem ser classificadas em coordenativas e
cultativo: Preparei o meu curso. Preparei meu curso. subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados
A utilização do artigo indefinido pode indicar uma pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse
ideia de aproximação numérica: O máximo que ele deve isolamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de
ter é uns vinte anos. sentido que cada um dos elementos possui. Já no segun-
O artigo também é usado para substantivar palavras do caso, cada um dos elementos ligados pela conjunção
pertencentes a outras classes gramaticais: Não sei o por- depende da existência do outro. Veja:
quê de tudo isso. / O bem vence o mal. Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo.
Podemos separá-las por ponto:
2. Há casos em que o artigo definido não pode ser Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo.
usado:
Antes de nomes de cidade (topônimo) e de pessoas Temos acima um exemplo de conjunção (e, conse-
quentemente, orações coordenadas) coordenativa –
conhecidas: O professor visitará Roma.
“mas”. Já em:
Espero que eu seja aprovada no concurso!
Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a pre-
Não conseguimos separar uma oração da outra, pois
sença do artigo será obrigatória: O professor visitará a a segunda “completa” o sentido da primeira (da oração
bela Roma. principal): Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período te-
mos uma oração subordinada substantiva objetiva direta
Antes de pronomes de tratamento: Vossa Senhoria (ela exerce a função de objeto direto do verbo da oração
sairá agora? principal).
Exceção: O senhor vai à festa?
3. Conjunções Coordenativas
Após o pronome relativo “cujo” e suas variações: Esse
é o concurso cujas provas foram anuladas?/ Este é o can- São aquelas que ligam orações de sentido completo
didato cuja nota foi a mais alta. e independente ou termos da oração que têm a mesma
função gramatical. Subdividem-se em:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- A) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e
Paulo: Saraiva, 2010. não), não só... mas também, não só... como também,
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- bem como, não só... mas ainda.
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.SAC- A sua pesquisa é clara e objetiva.
CONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. Não só dança, mas também canta.
30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- B) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, ex-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São pressando ideia de contraste ou compensação. São
Paulo: Saraiva, 2010. elas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no
entanto, não obstante.
SITE Tentei chegar mais cedo, porém não consegui.
http://www.brasilescola.com/gramatica/artigo.htm
C) Alternativas: ligam orações ou palavras, expres-
sando ideia de alternância ou escolha, indicando
fatos que se realizam separadamente. São elas: ou,
Conjunção ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja, tal-
vez... talvez.
Além da preposição, há outra palavra também inva- Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.
riável que, na frase, é usada como elemento de ligação:
a conjunção. Ela serve para ligar duas orações ou duas D) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração
palavras de mesma função em uma oração: que expressa ideia de conclusão ou consequência.
O concurso será realizado nas cidades de Campinas e São elas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por
São Paulo. conseguinte, por isso, assim.
A prova não será fácil, por isso estou estudando muito. Marta estava bem preparada para o teste, portanto
LÍNGUA PORTUGUESA

não ficou nervosa.


1. Morfossintaxe da Conjunção Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão.

As conjunções, a exemplo das preposições, não exer- E) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração
cem propriamente uma função sintática: são conectivos. que a explica, que justifica a ideia nela contida. São
elas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto.
Não demore, que o filme já vai começar.
Falei muito, pois não gosto do silêncio!

22
4. Conjunções Subordinativas
#FicaDica
São aquelas que ligam duas orações, sendo uma de-
las dependente da outra. A oração dependente, intro- Você deve ter percebido que a conjunção con-
duzida pelas conjunções subordinativas, recebe o nome dicional “se” também é conjunção integrante.
de oração subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha A diferença é clara ao ler as orações que são
introduzidas por ela. Acima, ela nos dá a ideia
começado quando ela chegou.
da condição para que recebamos um telefo-
O baile já tinha começado: oração principal
nema (se for preciso ajuda). Já na oração: Não
quando: conjunção subordinativa (adverbial tem-
sei se farei o concurso. Não há ideia de
poral)
condição alguma, há? Outra coisa: o verbo da
ela chegou: oração subordinada
oração principal (sei) pede complemento (ob-
jeto direto, já que “quem não sabe, não sabe
As conjunções subordinativas subdividem-se em in-
algo”). Portanto, a oração em destaque exerce
tegrantes e adverbiais: a função de objeto direto da oração principal,
sendo classificada como oração subordinada
Integrantes - Indicam que a oração subordinada por substantiva objetiva direta.
elas introduzida completa ou integra o sentido da prin-
cipal. Introduzem orações que equivalem a substantivos,
ou seja, as orações subordinadas substantivas. São elas:
que, se. D) Conformativas: introduzem uma oração que ex-
Quero que você volte. (Quero sua volta) prime a conformidade de um fato com outro. São
elas: conforme, como (= conforme), segundo, con-
Adverbiais - Indicam que a oração subordinada soante, etc.
exerce a função de adjunto adverbial da principal. De O passeio ocorreu como havíamos planejado.
acordo com a circunstância que expressam, classificam-
-se em: E) Finais: introduzem uma oração que expressa a fi-
nalidade ou o objetivo com que se realiza a oração
A) Causais: introduzem uma oração que é causa da principal. São elas: para que, a fim de que, que, por-
ocorrência da oração principal. São elas: porque, que (= para que), que, etc.
que, como (= porque, no início da frase), pois que, Toque o sinal para que todos entrem no salão.
visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde
que, etc. F) Proporcionais: introduzem uma oração que ex-
Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios. pressa um fato relacionado proporcionalmente à
ocorrência do expresso na principal. São elas: à
B) Concessivas: introduzem uma oração que expres- medida que, à proporção que, ao passo que e as
sa ideia contrária à da principal, sem, no entanto, combinações quanto mais... (mais), quanto me-
impedir sua realização. São elas: embora, ainda nos... (menos), quanto menos... (mais), quanto me-
que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por nos... (menos), etc.
O preço fica mais caro à medida que os produtos es-
mais que, posto que, conquanto, etc.
casseiam.
Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
Observação:
C) Condicionais: introduzem uma oração que indica
São incorretas as locuções proporcionais à medida
a hipótese ou a condição para ocorrência da prin-
em que, na medida que e na medida em que.
cipal. São elas: se, caso, contanto que, salvo se, a
não ser que, desde que, a menos que, sem que, etc.
G) Temporais: introduzem uma oração que acrescen-
Se precisar de minha ajuda, telefone-me.
ta uma circunstância de tempo ao fato expresso na
oração principal. São elas: quando, enquanto, antes
que, depois que, logo que, todas as vezes que, desde
que, sempre que, assim que, agora que, mal (= as-
sim que), etc.
A briga começou assim que saímos da festa.

H) Comparativas: introduzem uma oração que ex-


LÍNGUA PORTUGUESA

pressa ideia de comparação com referência à ora-


ção principal. São elas: como, assim como, tal como,
como se, (tão)... como, tanto como, tanto quanto, do
que, quanto, tal, qual, tal qual, que nem, que (com-
binado com menos ou mais), etc.
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem.

23
I) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
a consequência da principal. São elas: de sorte que,
de modo que, sem que (= que não), de forma que, A) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo ale-
de jeito que, que (tendo como antecedente na oração gria, tristeza, dor, etc.: Ah, deve ser muito interes-
principal uma palavra como tal, tão, cada, tanto, ta- sante!
manho), etc. B) Sintetizar uma frase apelativa: Cuidado! Saia da mi-
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do nha frente.
exame.
As interjeições podem ser formadas por:
FIQUE ATENTO!  simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô
 palavras: Oba! Olá! Claro!
Muitas conjunções não têm classificação
 grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu
única, imutável, devendo, portanto, ser clas-
Deus! Ora bolas!
sificadas de acordo com o sentido que apre-
sentam no contexto (destaque da Zê!). 1. Classificação das Interjeições

Comumente, as interjeições expressam sentido de:


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A) Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido!
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Atenção! Olha! Alerta!
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. B) Afugentamento: Fora! Passa! Rua!
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- C) Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva!
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São D) Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah!
Paulo: Saraiva, 2010. E) Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem!
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Ânimo! Adiante!
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. F) Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva!
G) Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá!
SITE H) Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamen-
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf84. te! Essa não! Chega! Basta!
php I) Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Quei-
ra Deus!
Interjeição J) Desculpa: Perdão!
K) Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena!
Interjeição é a palavra invariável que exprime emo- L) Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê!
ções, sensações, estados de espírito. É um recurso da M) Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus!
linguagem afetiva, em que não há uma ideia organizada Quê! Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz!
de maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas N) Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios!
sim a manifestação de um suspiro, um estado da alma de- Puxa! Pô! Ora!
corrente de uma situação particular, um momento ou um O) Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade!
contexto específico. Exemplos: P) Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!
Ah, como eu queria voltar a ser criança! Viva! Olá! Alô! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me,
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição Deus!
Hum! Esse pudim estava maravilhoso! Q) Silêncio: Psiu! Silêncio!
hum: expressão de um pensamento súbito = interjei- R) Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa!
ção
O significado das interjeições está vinculado à maneira Saiba que:
como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o senti- As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não so-
do que a expressão vai adquirir em cada contexto em que frem variação em gênero, número e grau como os no-
for utilizada. Exemplos: mes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e
voz como os verbos. No entanto, em uso específico, al-
Psiu! gumas interjeições sofrem variação em grau. Não se trata
contexto: alguém pronunciando esta expressão na rua; de um processo natural desta classe de palavra, mas tão
significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando! só uma variação que a linguagem afetiva permite. Exem-
Ei, espere!” plos: oizinho, bravíssimo, até loguinho.

Psiu! 2. Locução Interjetiva


LÍNGUA PORTUGUESA

contexto: alguém pronunciando em um hospital; signi-


ficado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça silêncio!” Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem
Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio! Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus!
puxa: interjeição; tom da fala: euforia Toda frase mais ou menos breve dita em tom excla-
mativo torna-se uma locução interjetiva, dispensando
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte! análise dos termos que a compõem: Macacos me mor-
puxa: interjeição; tom da fala: decepção dam!, Valha-me Deus!, Quem me dera!

24
1. As interjeições são como frases resumidas, sinté-
ticas. Por exemplo: Ué! (= Eu não esperava por #FicaDica
essa!) / Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe)
2. Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é As palavras anterior, posterior, último, antepe-
o seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras núltimo, final e penúltimo também indicam
classes gramaticais podem aparecer como inter- posição dos seres, mas são classificadas como
jeições. Por exemplo: Viva! Basta! (Verbos) / Fora! adjetivos, não ordinais.
Francamente! (Advérbios)
3. A interjeição pode ser considerada uma “palavra-
-frase” porque sozinha pode constituir uma men- C) Fracionários: indicam parte de uma quantidade,
sagem. Por exemplo: Socorro! Ajudem-me! Silêncio! ou seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois
Fique quieto! quintos, etc.
4. Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi- D) Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação
tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo: dos seres, indicando quantas vezes a quantidade
Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-ta- foi aumentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
que! Quá-quá-quá!, etc.
5. Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” 2. Flexão dos numerais
com a sua homônima “oh!”, que exprime admira-
ção, alegria, tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
do “oh!” exclamativo e não a fazemos depois do uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/
“ó” vocativo. Por exemplo: “Ó natureza! ó mãe pie- duzentas em diante: trezentos/trezentas, quatrocentos/
dosa e pura!” (Olavo Bilac) quatrocentas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão,
variam em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS cardinais são invariáveis.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramá-
tica – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus primeiro segundo milésimo
Barbosa Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. primeira segunda milésima

SITE primeiros segundos milésimos


http://www.sopor tugues.com.br/secoes/morf/ primeiras segundas milésimas
morf89.php
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando
NUMERAL atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do es-
forço e conseguiram o triplo de produção.
Numeral é a palavra variável que indica quantidade Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
numérica ou ordem; expressa a quantidade exata de pes- flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses
soas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa deter- triplas do medicamento.
minada sequência. Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e
número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/
Os numerais traduzem, em palavras, o que os núme- duas terças partes.
ros indicam em relação aos seres. Assim, quando a ex-
pressão é colocada em números (1, 1.º, 1/3, etc.) não se Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma
trata de numerais, mas sim de algarismos. dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem É comum na linguagem coloquial a indicação de grau
a ideia expressa pelos números, existem mais algumas nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização
palavras consideradas numerais porque denotam quan- de sentido. É o que ocorre em frases como:
tidade, proporção ou ordenação. São alguns exemplos: “Me empresta duzentinho...”
década, dúzia, par, ambos(as), novena. É artigo de primeiríssima qualidade!
O time está arriscado por ter caído na segundona. (=
1. Classificação dos Numerais
segunda divisão de futebol)
A) Cardinais: indicam quantidade exata ou determi-
3. Emprego e Leitura dos Numerais
LÍNGUA PORTUGUESA

nada de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns car-


dinais têm sentido coletivo, como por exemplo:
Os numerais são escritos em conjunto de três algaris-
século, par, dúzia, década, bimestre.
mos, contados da direita para a esquerda, em forma de
B) Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém
ou alguma coisa ocupa numa determinada se- centenas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma
quência: primeiro, segundo, centésimo, etc. separação através de ponto ou espaço correspondente a
um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456.

25
Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar exagero intencional, constituindo a figura de linguagem conhe-
cida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
No português contemporâneo, não se usa a conjunção “e” após “mil”, seguido de centena: Nasci em mil novecentos
e noventa e dois.
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.

Mas, se a centena começa por “zero” ou termina por dois zeros, usa-se o “e”: Seu salário será de mil e quinhentos
reais. (R$1.500,00)
Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)

Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até dé-
cimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo;

Ordinais Cardinais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)

Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)

#FicaDica
Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por associação. Ficará mais fácil!

Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)

Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma
e outra”, “as duas”) e são largamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência. Sua uti-
lização exige a presença do artigo posposto: Ambos os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O artigo só é
dispensado caso haja um pronome demonstrativo: Ambos esses ministros falarão à imprensa.

Quadro de alguns numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
LÍNGUA PORTUGUESA

nove nono nônuplo nono


dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos

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catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo
ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.php

Preposição

Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, nor-
malmente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na
estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreen-
LÍNGUA PORTUGUESA

são do texto.

1. Tipos de Preposição

A) Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com,
contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
B) Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições, ou seja,
formadas por uma derivação imprópria: como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.

27
C) Locuções prepositivas: duas ou mais palavras va- Meio = passeio de barco.
lendo como uma preposição, sendo que a última Origem = Nós somos do Nordeste.
palavra é uma (preposição): abaixo de, acerca de, Conteúdo = frascos de perfume.
acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de, Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais.
graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por
cima de, por trás de. Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas lo-
cuções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução pre-
A preposição é invariável e, no entanto, pode unir-se positiva por trás de.
a outras palavras e, assim, estabelecer concordância em
gênero ou em número. Exemplo: por + o = pelo / por + REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
a = pela. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Essa concordância não é característica da preposição, Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
mas das palavras às quais ela se une. Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
Esse processo de junção de uma preposição com ou- reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
tra palavra pode se dar a partir dos processos de: Paulo: Saraiva, 2010.
 Combinação: união da preposição “a” com o ar- Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
tigo “o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
aos. Os vocábulos não sofrem alteração.
 Contração: união de uma preposição com outra SITE
palavra, ocorrendo perda ou transformação de fo- http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
nema: de + o = do, em + a = na, per + os = pelos,
de + aquele = daquele, em + isso = nisso. Substantivo
 Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” preposi-
ção + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal Substantivo é a classe gramatical de palavras variá-
do pronome “aquilo”). veis, as quais denominam todos os seres que existem,
sejam reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e
fenômenos, os substantivos também nomeiam:
#FicaDica  lugares: Alemanha, Portugal
 sentimentos: amor, saudade
O “a” pode funcionar como preposição, prono-  estados: alegria, tristeza
me pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-  qualidades: honestidade, sinceridade
-los? Caso o “a” seja um artigo, virá preceden-  ações: corrida, pescaria
do um substantivo, servindo para determiná-lo
como um substantivo singular e feminino: A 1. Morfossintaxe do substantivo
matéria que estudei é fácil!
Nas orações, geralmente o substantivo exerce fun-
ções diretamente relacionadas com o verbo: atua como
núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto di-
Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois reto ou indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda,
termos e estabelece relação de subordinação entre eles. funcionar como núcleo do complemento nominal ou do
Irei à festa sozinha. aposto, como núcleo do predicativo do sujeito, do obje-
Entregamos a flor à professora! = o primeiro “a” é ar- to ou como núcleo do vocativo. Também encontramos
tigo; o segundo, preposição. substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e de
Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o adjuntos adverbiais - quando essas funções são desem-
lugar e/ou a função de um substantivo: Nós trouxemos a penhadas por grupos de palavras.
apostila. = Nós a trouxemos.
2. Classificação dos Substantivos
2. Relações semânticas (= de sentido) estabeleci-
das por meio das preposições: A) Substantivos Comuns e Próprios
Observe a definição:
Destino = Irei a Salvador.
Modo = Saiu aos prantos. Cidade: s.f. 1. Povoação maior que vila, com muitas
Lugar = Sempre a seu lado. casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil,
Assunto = Falemos sobre futebol. toda a sede de município é cidade). 2. O centro de uma
LÍNGUA PORTUGUESA

Tempo = Chegarei em instantes. cidade (em oposição aos bairros).


Causa = Chorei de saudade. Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas
Fim ou finalidade = Vim para ficar. e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada
Instrumento = Escreveu a lápis. cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substan-
Posse = Vi as roupas da mamãe. tivo comum.
Autoria = livro de Machado de Assis Substantivo Comum é aquele que designa os seres de
Companhia = Estarei com ele amanhã. uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino,
Matéria = copo de cristal. homem, mulher, país, cachorro.

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Estamos voando para Barcelona. batalhão soldados
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da cardume peixes
espécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio – caravana viajantes peregrinos
aquele que designa os seres de uma mesma espécie de
forma particular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil. cacho frutas
cancioneiro canções, poesias líricas
B) Substantivos Concretos e Abstratos colmeia abelhas
B.1 Substantivo Concreto: é aquele que designa o
ser que existe, independentemente de outros seres. concílio bispos
congresso parlamentares, cientistas
Observação:
Os substantivos concretos designam seres do mundo elenco atores de uma peça ou filme
real e do mundo imaginário. esquadra navios de guerra
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, enxoval roupas
Brasília.
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantasma. falange soldados, anjos
fauna animais de uma região
B.2 Substantivo Abstrato: é aquele que designa se-
res que dependem de outros para se manifestarem ou feixe lenha, capim
existirem. Por exemplo: a beleza não existe por si só, flora vegetais de uma região
não pode ser observada. Só podemos observar a beleza
frota navios mercantes, ônibus
numa pessoa ou coisa que seja bela. A beleza depende
de outro ser para se manifestar. Portanto, a palavra bele- girândola fogos de artifício
za é um substantivo abstrato. horda bandidos, invasores
Os substantivos abstratos designam estados, quali-
dades, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem junta médicos, bois, credores, exa-
ser abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida minadores
(estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade júri jurados
(sentimento).
legião soldados, anjos, demônios
 Substantivos Coletivos leva presos, recrutas
malta malfeitores ou desordeiros
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha,
outra abelha, mais outra abelha. manada búfalos, bois, elefantes,
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. matilha cães de raça
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
molho chaves, verduras
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne- multidão pessoas em geral
cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, nuvem insetos (gafanhotos, mosqui-
mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas tos, etc.)
palavras no plural. No terceiro, empregou-se um subs-
tantivo no singular (enxame) para designar um conjunto penca bananas, chaves
de seres da mesma espécie (abelhas). pinacoteca pinturas, quadros
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
quadrilha ladrões, bandidos
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que,
mesmo estando no singular, designa um conjunto de se- ramalhete flores
res da mesma espécie. rebanho ovelhas
repertório peças teatrais, obras musicais
Substantivo coletivo Conjunto de:
réstia alhos ou cebolas
assembleia pessoas reunidas
romanceiro poesias narrativas
alcateia lobos
revoada pássaros
acervo livros
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sínodo párocos
antologia trechos literários selecionados
talha lenha
arquipélago ilhas
tropa muares, soldados
banda músicos
turma estudantes, trabalhadores
bando desordeiros ou malfeitores
vara porcos
banca examinadores

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3. Formação dos Substantivos A) Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo
se faz mediante a utilização das palavras “macho”
A) Substantivos Simples e Compostos e “fêmea”: a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a terra. macho e o jacaré fêmea.
O substantivo chuva é formado por um único ele- B) Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes
mento ou radical. É um substantivo simples. a pessoas de ambos os sexos: a criança, a teste-
A.1 Substantivo Simples: é aquele formado por um munha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o in-
único elemento. divíduo.
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja C) Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros:
agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois ele- indicam o sexo das pessoas por meio do artigo: o
mentos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto. colega e a colega, o doente e a doente, o artista e
A.2 Substantivo Composto: é aquele formado por a artista.
dois ou mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, pas-
satempo. Substantivos de origem grega terminados em ema
ou oma são masculinos: o fonema, o poema, o sistema, o
sintoma, o teorema.
B) Substantivos Primitivos e Derivados  Existem certos substantivos que, variando de
B.1 Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva gênero, variam em seu significado:
de nenhuma outra palavra da própria língua por- o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz); o cabeça
tuguesa. (líder) e a cabeça (parte do corpo); o capital (dinheiro) e
B.2 Substantivo Derivado: é aquele que se origi- a capital (cidade); o coma (sono mórbido) e a coma (ca-
na de outra palavra. O substantivo limoeiro, por beleira, juba); o lente (professor) e a lente (vidro de au-
exemplo, é derivado, pois se originou a partir da mento); o moral (estado de espírito) e a moral (ética; con-
palavra limão. clusão); o praça (soldado raso) e a praça (área pública);
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora).
4. Flexão dos substantivos
6. Formação do Feminino dos Substantivos Bifor-
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá- mes
vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por
exemplo, pode sofrer variações para indicar: Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno
Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo: - aluna.
meninão / Diminutivo: menininho  Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a
ao masculino: freguês - freguesa
A) Flexão de Gênero  Substantivos terminados em -ão: fazem o femini-
Gênero é um princípio puramente linguístico, não de- no de três formas:
vendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz respeito 1. troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
a todos os substantivos de nossa língua, quer se refiram 2. troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
a seres animais providos de sexo, quer designem apenas 3. troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
“coisas”: o gato/a gata; o banco, a casa. Exceções: barão – baronesa, ladrão - ladra, sultão -
Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e sultana
feminino. Pertencem ao gênero masculino os substanti-
vos que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns.  Substantivos terminados em -or:
Veja estes títulos de filmes: acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
O velho e o mar troca-se -or por -triz: = imperador – imperatriz
Um Natal inesquecível  Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa:
Os reis da praia cônsul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poe-
tisa / duque - duquesa / conde - condessa / profeta
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que - profetisa
podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:  Substantivos que formam o feminino trocando o
A história sem fim -e final por -a: elefante - elefanta
Uma cidade sem passado  Substantivos que têm radicais diferentes no mas-
As tartarugas ninjas culino e no feminino: bode – cabra / boi - vaca
 Substantivos que formam o feminino de maneira
5. Substantivos Biformes e Substantivos Unifor- especial, isto é, não seguem nenhuma das regras
LÍNGUA PORTUGUESA

mes anteriores: czar – czarina, réu - ré

1. Substantivos Biformes (= duas formas): apresen- 7. Formação do Feminino dos Substantivos Uni-
tam uma forma para cada gênero: gato – gata, ho- formes
mem – mulher, poeta – poetisa, prefeito - prefeita
2. Substantivos Uniformes: apresentam uma única Epicenos:
forma, que serve tanto para o masculino quanto Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
para o feminino. Classificam-se em:

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Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
Isso ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma
forma para indicar o masculino e o feminino. Gênero dos Nomes de Cidades - Com raras exce-
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma para ções, nomes de cidades são femininos: A histórica Ouro
designar os dois sexos. Esses substantivos são chamados de Preto. / A dinâmica São Paulo. / A acolhedora Porto Ale-
epicenos. No caso dos epicenos, quando houver a necessida- gre. / Uma Londres imensa e triste.
de de especificar o sexo, utilizam-se palavras macho e fêmea. Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
A cobra macho picou o marinheiro.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. 10. Gênero e Significação

8. Sobrecomuns: Muitos substantivos, como já mencionado anterior-


Entregue as crianças à natureza. mente, têm uma significação no masculino e outra no fe-
minino. Observe: o baliza (soldado que à frente da tropa,
A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo mas- indica os movimentos que se deve realizar em conjunto; o
culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem que vai à frente de um bloco carnavalesco, manejando um
o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o bastão), a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite
sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: ou proibição de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (par-
A criança chorona chamava-se João. te do corpo), o cisma (separação religiosa, dissidência), a
A criança chorona chamava-se Maria. cisma (ato de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzen-
ta), a cinza (resíduos de combustão), o capital (dinheiro),
Outros substantivos sobrecomuns: a capital (cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma (cabeleira), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro),
boa criatura. a coral (cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de na administração da crisma e de outros sacramentos), a
Marcela faleceu crisma (sacramento da confirmação), o cura (pároco), a
cura (ato de curar), o estepe (pneu sobressalente), a estepe
9. Comuns de Dois Gêneros: (vasta planície de vegetação), o guia (pessoa que guia ou-
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. tras), a guia (documento, pena grande das asas das aves),
o grama (unidade de peso), a grama (relva), o caixa (fun-
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
cionário da caixa), a caixa (recipiente, setor de pagamen-
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma
tos), o lente (professor), a lente (vidro de aumento), o mo-
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme.
ral (ânimo), a moral (honestidade, bons costumes, ética),
A distinção de gênero pode ser feita através da análi-
o nascente (lado onde nasce o Sol), a nascente (a fonte),
se do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o subs-
o maria-fumaça (trem como locomotiva a vapor), maria-
tantivo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante;
-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala (poncho), a
um jovem - uma jovem; artista famoso - artista famosa;
repórter francês - repórter francesa. pala (parte anterior do boné ou quepe, anteparo), o rádio
(aparelho receptor), a rádio (emissora), o voga (remador),
A palavra personagem é usada indistintamente nos a voga (moda).
dois gêneros. Entre os escritores modernos nota-se acen-
tuada preferência pelo masculino: O menino descobriu B) Flexão de Número do Substantivo
nas nuvens os personagens dos contos de carochinha.
Com referência à mulher, deve-se preferir o feminino: Em português, há dois números gramaticais: o singu-
O problema está nas mulheres de mais idade, que não lar, que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural,
aceitam a personagem. que indica mais de um ser ou grupo de seres. A caracte-
rística do plural é o “s” final.
Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
fotográfico Ana Belmonte. 11. Plural dos Substantivos Simples

Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e


)pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o “n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã –
maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural).
proclama, o pernoite, o púbis. Exceção: cânon - cânones.
Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, Os substantivos terminados em “m” fazem o plural
a cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a em “ns”: homem - homens.
LÍNGUA PORTUGUESA

libido, a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa). Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o
plural pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz
São geralmente masculinos os substantivos de ori- - raízes.
gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o Atenção:
telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, O plural de caráter é caracteres.
o eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o tra-
coma, o hematoma.

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Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexio- B) Flexiona-se somente o segundo elemento,
nam-se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quin- quando formados de:
tais; caracol – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
males, cônsul e cônsules. palavra invariável + palavra variável = alto-falante e
Os substantivos terminados em “il” fazem o plural alto-falantes
de duas maneiras: palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-
1. Quando oxítonos, em “is”: canil - canis -recos
2. Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.
C) Flexiona-se somente o primeiro elemento,
Observação: quando formados de:
A palavra réptil pode formar seu plural de duas ma- substantivo + preposição clara + substantivo = água-
neiras: répteis ou reptis (pouco usada). -de-colônia e águas-de-colônia
substantivo + preposição oculta + substantivo = ca-
Os substantivos terminados em “s” fazem o plural valo-vapor e cavalos-vapor
de duas maneiras: substantivo + substantivo que funciona como deter-
1. Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o minante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses tipo do termo anterior: palavra-chave - palavras-chave,
2. Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam in- bomba-relógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-
variáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. -rã, peixe-espada - peixes-espada.

Os substantivos terminados em “ão” fazem o plural D) Permanecem invariáveis, quando formados de:
de três maneiras. verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
1. substituindo o -ão por -ões: ação - ações verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os
2. substituindo o -ão por -ães: cão - cães saca-rolhas
3. substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
13. Casos Especiais
Observação:
Muitos substantivos terminados em “ão” apresen- o louva-a-deus e os louva-a-deus
tam dois – e até três – plurais:
aldeão – aldeões/aldeães/aldeãos an- o bem-te-vi e os bem-te-vis
cião – anciões/anciães/anciãos o bem-me-quer e os bem-me-queres
charlatão – charlatões/charlatães cor-
rimão – corrimãos/corrimões o joão-ninguém e os joões-ninguém.
guardião – guardiões/guardiães vilão
– vilãos/vilões/vilães 14. Plural das Palavras Substantivadas

Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras
o látex - os látex. classes gramaticais usadas como substantivo apresen-
tam, no plural, as flexões próprias dos substantivos.
12. Plural dos Substantivos Compostos Pese bem os prós e os contras.
O aluno errou na prova dos noves.
A formação do plural dos substantivos compostos Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
depende da forma como são grafados, do tipo de pa-
lavras que formam o composto e da relação que esta- Observação:
belecem entre si. Aqueles que são grafados sem hífen Numerais substantivados terminados em “s” ou “z”
comportam-se como os substantivos simples: aguar- não variam no plural: Nas provas mensais consegui mui-
dente/aguardentes, girassol/girassóis, pontapé/ponta- tos seis e alguns dez.
pés, malmequer/malmequeres.
O plural dos substantivos compostos cujos elemen- 15. Plural dos Diminutivos
tos são ligados por hífen costuma provocar muitas dú-
vidas e discussões. Algumas orientações são dadas a Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” fi-
seguir: nal e acrescenta-se o sufixo diminutivo.
A) Flexionam-se os dois elementos, quando for-
mados de: pãe(s) + zinhos = pãezinhos
LÍNGUA PORTUGUESA

substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores


animai(s) + zinhos = animaizinhos
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per-
feitos botõe(s) + zinhos = botõezinhos
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-ho- chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
mens
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras farói(s) + zinhos = faroizinhos
tren(s) + zinhos = trenzinhos

32
colhere(s) + zinhas = colherezinhas Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços,
bolsos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, so-
flore(s) + zinhas = florezinhas ros, etc.
mão(s) + zinhas = mãozinhas
Observação:
papéi(s) + zinhos = papeizinhos Distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas molho (ó) = feixe (molho de lenha).
funi(s) + zinhos = funizinhos
Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
pai(s) + zinhos = paizinhos
Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsa-
pé(s) + zinhos = pezinhos mes, as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
pé(s) + zitos = pezitos Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do
singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probida-
16. Plural dos Nomes Próprios Personativos de, bom nome) e honras (homenagem, títulos).
Usamos, às vezes, os substantivos no singular, mas
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas com sentido de plural:
sempre que a terminação preste-se à flexão. Aqui morreu muito negro.
Os Napoleões também são derrotados. Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em cape-
As Raquéis e Esteres. las improvisadas.

17. Plural dos Substantivos Estrangeiros C) Flexão de Grau do Substantivo

Substantivos ainda não aportuguesados devem ser Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir
escritos como na língua original, acrescentando-se “s” as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
(exceto quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os 1. Grau Normal - Indica um ser de tamanho consi-
shorts, os jazz. derado normal. Por exemplo: casa
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de 2. Grau Aumentativo - Indica o aumento do tama-
acordo com as regras de nossa língua: os clubes, os cho- nho do ser. Classifica-se em:
pes, os jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, Analítico = o substantivo é acompanhado de um
os réquiens. adjetivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
Observe o exemplo: Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo in-
Este jogador faz gols toda vez que joga. dicador de aumento. Por exemplo: casarão.
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
3. Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tama-
18. Plural com Mudança de Timbre nho do ser. Pode ser:
Analítico = substantivo acompanhado de um adje-
Certos substantivos formam o plural com mudança tivo que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
de timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo in-
fato fonético chamado metafonia (plural metafônico). dicador de diminuição. Por exemplo: casinha.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Singular Plural
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
corpo (ô) corpos (ó) Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
esforço esforços reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
fogo fogos CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
forno fornos Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição –
fosso fossos
São Paulo: Saraiva, 2002.
imposto impostos
olho olhos SITE
http://www.sopor tugues.com.br/secoes/morf/
osso (ô) ossos (ó)
LÍNGUA PORTUGUESA

morf12.php
ovo ovos
poço poços Pronome
porto portos
posto postos Pronome é a palavra variável que substitui ou acom-
panha um substantivo (nome), qualificando-o de alguma
tijolo tijolos forma.

33
O homem julga que é superior à natureza, por isso o tima a principal flexão, uma vez que marca a pessoa do
homem destrói a natureza... discurso. Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é
Utilizando pronomes, teremos: O homem julga que é assim configurado:
superior à natureza, por isso ele a destrói... 1.ª pessoa do singular: eu
Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de ter- 2.ª pessoa do singular: tu
mos (homem e natureza). 3.ª pessoa do singular: ele, ela
Grande parte dos pronomes não possuem significa- 1.ª pessoa do plural: nós
dos fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação 2.ª pessoa do plural: vós
dentro de um contexto, o qual nos permite recuperar a 3.ª pessoa do plural: eles, elas
referência exata daquilo que está sendo colocado por
meio dos pronomes no ato da comunicação. Com ex- Esses pronomes não costumam ser usados como
ceção dos pronomes interrogativos e indefinidos, os de- complementos verbais na língua-padrão. Frases como
mais pronomes têm por função principal apontar para as “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu
pessoas do discurso ou a elas se relacionar, indicando- até aqui”- comuns na língua oral cotidiana - devem ser
-lhes sua situação no tempo ou no espaço. Em virtude evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua for-
dessa característica, os pronomes apresentam uma for- mal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspon-
ma específica para cada pessoa do discurso. dentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. -me até aqui”.
[minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala] Frequentemente observamos a omissão do pronome
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias
[tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se fala] formas verbais marcam, através de suas desinências, as
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fizemos
[dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem boa viagem. (Nós)
se fala]
B) Pronome Oblíquo
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme- sentença, exerce a função de complemento verbal
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência (objeto direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. (ob-
através do pronome seja coerente em termos de gênero jeto indireto)
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto,
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado. Observação:
O pronome oblíquo é uma forma variante do prono-
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da
me pessoal do caso reto. Essa variação indica a função
nossa escola neste ano.
diversa que eles desempenham na oração: pronome reto
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordân-
marca o sujeito da oração; pronome oblíquo marca o
cia adequada]
complemento da oração. Os pronomes oblíquos sofrem
[neste: pronome que determina “ano” = concordância
variação de acordo com a acentuação tônica que pos-
adequada]
suem, podendo ser átonos ou tônicos.
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = con-
cordância inadequada]
2. Pronome Oblíquo Átono
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, são precedidos de preposição. Possuem acentuação tô-
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos. nica fraca: Ele me deu um presente.
Lista dos pronomes oblíquos átonos
1. Pronomes Pessoais 1.ª pessoa do singular (eu): me
2.ª pessoa do singular (tu): te
São aqueles que substituem os substantivos, indi- 3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
cando diretamente as pessoas do discurso. Quem fala 1.ª pessoa do plural (nós): nos
ou escreve assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se 2.ª pessoa do plural (vós): vos
os pronomes “tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar 3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
a quem se dirige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer
referência à pessoa ou às pessoas de quem se fala.
Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun-
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto
LÍNGUA PORTUGUESA

ou do caso oblíquo.

A) Pronome Reto
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sen-
tença, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos
flores.
Os pronomes retos apresentam flexão de número,
gênero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa úl-

34
A combinação da preposição “com” e alguns prono-
FIQUE ATENTO! mes originou as formas especiais comigo, contigo, consi-
Os pronomes o, os, a, as assumem formas es- go, conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos
peciais depois de certas terminações verbais: frequentemente exercem a função de adjunto adverbial
1. Quando o verbo termina em -z, -s ou -r, o de companhia: Ele carregava o documento consigo.
pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas:
mesmo tempo que a terminação verbal é su- Ela veio até mim, mas nada falou.
primida. Por exemplo: Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido de
fiz + o = fi-lo inclusão), usaremos as formas retas: Todos foram bem na
fazeis + o = fazei-lo prova, até eu! (= inclusive eu)
dizer + a = dizê-la
As formas “conosco” e “convosco” são substituídas
2. Quando o verbo termina em som nasal, o por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pes-
pronome assume as formas no, nos, na, nas. soais são reforçados por palavras como outros, mesmos,
Por exemplo: próprios, todos, ambos ou algum numeral.
viram + o: viram-no Você terá de viajar com nós todos.
repõe + os = repõe-nos Estávamos com vós outros quando chegaram as más
retém + a: retém-na notícias.
tem + as = tem-nas Ele disse que iria com nós três.

3. Pronome Reflexivo
B.2 Pronome Oblíquo Tônico São pronomes pessoais oblíquos que, embora fun-
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos cionem como objetos direto ou indireto, referem-se ao
por preposições, em geral as preposições a, para, de e com. sujeito da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe
Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função de a ação expressa pelo verbo.
objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica forte. Lista dos pronomes reflexivos:
Lista dos pronomes oblíquos tônicos: 1.ª pessoa do singular (eu): me, mim = Eu não me
1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo lembro disso.
2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo 2.ª pessoa do singular (tu): te, ti = Conhece a ti mesmo.
3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela 3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo = Gui-
1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco lherme já se preparou.
2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco Ela deu a si um presente.
3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas Antônio conversou consigo mesmo.

Observe que as únicas formas próprias do pronome tô- 1.ª pessoa do plural (nós): nos = Lavamo-nos no rio.
nico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As 2.ª pessoa do plural (vós): vos = Vós vos beneficiastes
demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto. com esta conquista.
3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo = Eles se
As preposições essenciais introduzem sempre pronomes conheceram. / Elas deram a si um dia de folga.
pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso reto. Nos
contextos interlocutivos que exigem o uso da língua formal,
os pronomes costumam ser usados desta forma: #FicaDica
Não há mais nada entre mim e ti.
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela. O pronome é reflexivo quando se refere à mes-
Não há nenhuma acusação contra mim. ma pessoa do pronome subjetivo (sujeito): Eu
Não vá sem mim. me arrumei e saí.
É pronome recíproco quando indica recipro-
Há construções em que a preposição, apesar de surgir cidade de ação: Nós nos amamos. / Olhamo-
anteposta a um pronome, serve para introduzir uma oração -nos calados.
cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o verbo pode ter O “se” pode ser usado como palavra expletiva
sujeito expresso; se esse sujeito for um pronome, deverá ou partícula de realce, sem ser rigorosamente
ser do caso reto. necessária e sem função sintática: Os explora-
Trouxeram vários vestidos para eu experimentar. dores riam-se de suas tentativas. / Será que eles
Não vá sem eu mandar. se foram?
LÍNGUA PORTUGUESA

A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!”


está correta, já que “para mim” é complemento de “fá- C) Pronomes de Tratamento
cil”. A ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil São pronomes utilizados no tratamento formal, ceri-
para mim! monioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (por-
tanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira
pessoa. Alguns exemplos:

35
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques ou
Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais
Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e religio- Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
sos em geral teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior
à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, profes- 4. Pronomes Possessivos
sores de curso superior, ministros de Estado e de Tribunais,
governadores, secretários de Estado, presidente da Repúbli- São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
ca (sempre por extenso) (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de universidades (coisa possuída).
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1.ª pessoa do
Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais singular)
até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários de
igual categoria
Vossa Meretíssima (sempre por extenso) = para juízes NÚMERO PESSOA PRONOME
de direito singular primeira meu(s), minha(s)
Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento ce-
singular segunda teu(s), tua(s)
rimonioso
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus singular terceira seu(s), sua(s)
Também são pronomes de tratamento o senhor, a se- plural primeira nosso(s), nossa(s)
nhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empre-
gados no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tra- plural segunda vosso(s), vossa(s)
tamento familiar. Você e vocês são largamente empregados plural terceira seu(s), sua(s)
no português do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é
de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma Note que:
vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou A forma do possessivo depende da pessoa gramatical
literária. a que se refere; o gênero e o número concordam com o
objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribuição
Observações: naquele momento difícil.
1. Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de
tratamento que possuem “Vossa(s)” são empregados Observações:
em relação à pessoa com quem falamos: Espero que 1. A forma “seu” não é um possessivo quando resul-
V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro. tar da alteração fonética da palavra senhor: Muito
2. Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da
obrigado, seu José.
pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram que
2. Os pronomes possessivos nem sempre indicam
Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu
posse. Podem ter outros empregos, como:
com propriedade.
A) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha.
3. Os pronomes de tratamento representam uma forma
B) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40
indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores.
anos.
Ao tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por
exemplo, estamos nos endereçando à excelência que C) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem
esse deputado supostamente tem para poder ocupar lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela.
o cargo que ocupa. 3. Em frases onde se usam pronomes de tratamento,
4. Embora os pronomes de tratamento dirijam-se à 2.ª o pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa Ex-
pessoa, toda a concordância deve ser feita com a celência trouxe sua mensagem?
3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessi- 4. Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi-
vos e os pronomes oblíquos empregados em relação vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus
a eles devem ficar na 3.ª pessoa. livros e anotações.
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promes- 5. Em algumas construções, os pronomes pessoais
sas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos. oblíquos átonos assumem valor de possessivo: Vou
5. Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos)
ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, 6. O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu, pró-
ao longo do texto, a pessoa do tratamento escolhi- prio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-lo,
da inicialmente. Assim, por exemplo, se começamos para que não ocorra redundância: Coloque tudo
a chamar alguém de “você”, não poderemos usar nos respectivos lugares.
LÍNGUA PORTUGUESA

“te” ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, verbo na


terceira pessoa. 5. Pronomes Demonstrativos

Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos São utilizados para explicitar a posição de certa pa-
teus cabelos. (errado) lavra em relação a outras ou ao contexto. Essa relação
pode ser de espaço, de tempo ou em relação ao discurso.
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular

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A) Em relação ao espaço:  o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que”
Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da e puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s),
pessoa que fala: aquilo.
Este material é meu. Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te
Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da indiquei.)
pessoa com quem se fala:
Esse material em sua carteira é seu?  mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): va-
riam em gênero quando têm caráter reforçativo:
Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
distante tanto da pessoa que fala como da pessoa com Eu mesma refiz os exercícios.
quem se fala: Elas mesmas fizeram isso.
Aquele material não é nosso. Eles próprios cozinharam.
Vejam aquele prédio! Os próprios alunos resolveram o problema.

B) Em relação ao tempo:  semelhante(s): Não tenha semelhante atitude.


Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em  tal, tais: Tal absurdo eu não cometeria.
relação à pessoa que fala: 1. Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides
Esta manhã farei a prova do concurso! eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este.
(ou então: este solteiro, aquele casado) - este se re-
Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado, po- fere à pessoa mencionada em último lugar; aquele,
rém relativamente próximo à época em que se situa a à mencionada em primeiro lugar.
pessoa que fala: 2. O pronome demonstrativo tal pode ter conotação
Essa noite dormi mal; só pensava no concurso! irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um afastamen- 3. Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em
to no tempo, referido de modo vago ou como tempo com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste,
remoto: desta, disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que esta-
Naquele tempo, os professores eram valorizados. va vendo. (no = naquilo)

C) Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se 6. Pronomes Indefinidos


falará ou escreverá):
Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discur-
fazer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se fa- so, dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando
lará: quantidade indeterminada.
Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática, Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém-
ortografia, concordância. -plantadas.
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa
Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma
fazer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou: imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser
Sua aprovação no concurso, isso é o que mais deseja- humano que seguramente existe, mas cuja identidade é
mos! desconhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em:

Este e aquele são empregados quando se quer fazer A) Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o
referência a termos já mencionados; aquele se refere ao lugar do ser ou da quantidade aproximada de seres
termo referido em primeiro lugar e este para o referido na frase. São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, bel-
por último: trano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo.
Algo o incomoda?
Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Pau- Quem avisa amigo é.
lo; este está mais bem colocado que aquele. (= este [São
Paulo], aquele [Palmeiras]) B) Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um
ser expresso na frase, conferindo-lhe a noção de
ou quantidade aproximada. São eles: cada, certo(s),
certa(s).
Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Pau- Cada povo tem seus costumes.
LÍNGUA PORTUGUESA

lo; aquele está mais bem colocado que este. (= este [São Certas pessoas exercem várias profissões.
Paulo], aquele [Palmeiras])
Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou Note que:
invariáveis, observe: Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora pro-
Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), nomes indefinidos adjetivos:
aquela(s).
Invariáveis: isto, isso, aquilo.
Também aparecem como pronomes demonstrativos:

37
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns,
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s),
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias.
Menos palavras e mais ações.
Alguns se contentam pouco.

Os pronomes indefinidos podem ser divididos em variáveis e invariáveis. Observe:


 Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário, tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pou-
ca, vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer*, alguns, nenhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros,
quantos, algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas.
 Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, algo, cada.

*Qualquer é composto de qual + quer (do verbo querer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra cujo plural é
feito em seu interior).
Todo e toda no singular e junto de artigo significa inteiro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as:
Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira)
Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades)
Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro)
Trabalho todo dia. (= todos os dias)

São locuções pronominais indefinidas: cada qual, cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que), seja
quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (= certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
Cada um escolheu o vinho desejado.

7. Pronomes Relativos

São aqueles que representam nomes já mencionados anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem as
orações subordinadas adjetivas.
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros.
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros = oração subordinada adjetiva).

O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra
“sistema” é antecedente do pronome relativo que.
O antecedente do pronome relativo pode ser o pronome demonstrativo o, a, os, as.
Não sei o que você está querendo dizer.
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem expresso.
Quem casa, quer casa.
Observe:
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas,
quantas.
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde.

Note que:
O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser substi-
tuído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu antecedente for um substantivo.
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual)
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais)
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais)

O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamente
para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que podem ter várias classificações) são pronomes relativos.
Todos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por motivo de clareza ou depois de determinadas preposições:
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual me deixou encantado. O uso de “que”, neste caso, geraria
LÍNGUA PORTUGUESA

ambiguidade. Veja: Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, que me deixou encantado (quem me deixou
encantado: o sítio ou minha tia?).
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas dúvidas? (com preposições de duas ou mais sílabas utiliza-se
o qual / a qual)

O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou
de ser poeta, que era a sua vocação natural.

38
O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda com o seu antecedente (o ser possuidor), mas com o consequente
(o ser possuído, com o qual concorda em gênero e número); não se usa artigo depois deste pronome; “cujo” equivale
a do qual, da qual, dos quais, das quais.
Existem pessoas cujas ações são nobres.
(antecedente) (consequente)

Se o verbo exigir preposição, esta virá antes do pronome: O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui! (referiu-se a)

“Quanto” é pronome relativo quando tem por antecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo:

Emprestei tantos quantos foram necessários.


(antecedente)

Ele fez tudo quanto havia falado.


(antecedente)
O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre precedido de preposição.

É um professor a quem muito devemos.


(preposição)

“Onde”, como pronome relativo, sempre possui antecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A casa
onde morava foi assaltada.

Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou em que: Sinto saudades da época em que (quando) morávamos
no exterior.

Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras:


 como (= pelo qual) – desde que precedida das palavras modo, maneira ou forma:
Não me parece correto o modo como você agiu semana passada.

 quando (= em que) – desde que tenha como antecedente um nome que dê ideia de tempo:
Bons eram os tempos quando podíamos jogar videogame.

Os pronomes relativos permitem reunir duas orações numa só frase.


O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste esporte.
= O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.

Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de gente
que conversava, (que) ria, observava.

8. Pronomes Interrogativos

São usados na formulação de perguntas, sejam elas diretas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos,
referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo impreciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e variações),
quanto (e variações).
Com quem andas?
Qual seu nome?
Diz-me com quem andas, que te direi quem és.

O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo
quando desempenha função de complemento.
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia lhe ajudar.
Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso
LÍNGUA PORTUGUESA

reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce função de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo.
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso. O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para
a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe).
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, di-
ferentemente dos segundos, que são sempre precedidos de preposição.
A) Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu estava fazendo.
B) Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o que eu estava fazendo.

39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Quando o verbo estiver no futuro do presente ou fu-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa turo do pretérito, contanto que esses verbos não estejam
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos:
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento em
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São prol da paz no mundo.
Paulo: Saraiva, 2010. Repare que o pronome está “no meio” do verbo “reali-
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- zará”: realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma pa-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. lavra que justificasse o uso da próclise, esta prevaleceria.
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, Veja: Não se realizará...
Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira
nessa viagem.
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – (com presença de palavra que justifique o uso de pró-
São Paulo: Saraiva, 2002. clise: Não fossem os meus compromissos, EU te acompa-
nharia nessa viagem).
SITE
http://www.sopor tugues.com.br/secoes/morf/ Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo.
morf42.php A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não
forem possíveis:
9. Colocação Pronominal  Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
Quando eu avisar, silenciem-se todos.
Colocação Pronominal trata da correta colocação dos  Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal:
pronomes oblíquos átonos na frase. Não era minha intenção machucá-la.
 Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não
se inicia período com pronome oblíquo).
#FicaDica Vou-me embora agora mesmo.
Levanto-me às 6h.
Pronome Oblíquo é aquele que exerce a fun-  Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo
ção de complemento verbal (objeto). Por isso, no concurso, mudo-me hoje mesmo!
memorize:  Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a
OBlíquo = OBjeto! proposta fazendo-se de desentendida.

10. Colocação pronominal nas locuções verbais


Embora na linguagem falada a colocação dos prono-
mes não seja rigorosamente seguida, algumas normas  Após verbo no particípio = pronome depois do
devem ser observadas na linguagem escrita. verbo auxiliar (e não depois do particípio):
Tenho me deliciado com a leitura!
Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo. Eu tenho me deliciado com a leitura!
A próclise é usada: Eu me tenho deliciado com a leitura!
 Não convém usar hífen nos tempos compostos e
 Quando o verbo estiver precedido de palavras nas locuções verbais:
que atraem o pronome para antes do verbo. São elas: Vamos nos unir!
Iremos nos manifestar.
A) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém,  Quando há um fator para próclise nos tempos
jamais, etc.: Não se desespere! compostos ou locuções verbais: opção pelo uso
B) Advérbios: Agora se negam a depor. do pronome oblíquo “solto” entre os verbos = Não
C) Conjunções subordinativas: Espero que me expli- vamos nos preocupar (e não: “não nos vamos preo-
cupar”).
quem tudo!
D) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se 11. Emprego de o, a, os, as
esforçou.
E) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a oportu-  Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral,
nidade. os pronomes: o, a, os, as não se alteram.
F) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito. Chame-o agora.
 Orações iniciadas por palavras interrogativas: Deixei-a mais tranquila.
Quem lhe disse isso?
 Orações iniciadas por palavras exclamativas:  Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoan-
Quanto se ofendem! tes finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos:
LÍNGUA PORTUGUESA

 Orações que exprimem desejo (orações optativas): (Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho.
Que Deus o ajude. (Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa.
 A próclise é obrigatória quando se utiliza o pro-
nome reto ou sujeito expresso: Eu lhe entregarei o  Em verbos terminados em ditongos nasais (am,
material amanhã. / Tu sabes cantar? em, ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se para
no, na, nos, nas.
Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do Chamem-no agora.
verbo. A mesóclise é usada: Põe-na sobre a mesa.

40
FIQUE ATENTO!
#FicaDica
O verbo pôr, assim como seus derivados (com-
Dica da Zê! por, repor, depor), pertencem à 2.ª conjugação,
Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que sig- pois a forma arcaica do verbo pôr era poer.
nifica “antes”! Pronome antes do verbo! A vogal “e”, apesar de haver desaparecido do
Ênclise – “en” lembra, pelo “som”, /Ənd/ (end, infinitivo, revela-se em algumas formas do
em Inglês – que significa “fim, final!). Pronome verbo: põe, pões, põem, etc.
depois do verbo!
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do ver-
bo 2. Formas Rizotônicas e Arrizotônicas

Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acen-
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. to tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, amo,
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce- por exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São não cai no radical, mas sim na terminação verbal (fora do
Paulo: Saraiva, 2010. radical): opinei, aprenderão, amaríamos.

SITE 3. Classificação dos Verbos


http://www.portugues.com.br/gramatica/colocacao-
-pronominal-.html Classificam-se em:
A) Regulares: são aqueles que apresentam o radi-
Observação: Não foram encontradas questões cal inalterado durante a conjugação e desinências
abrangendo tal conteúdo. idênticas às de todos os verbos regulares da mes-
ma conjugação. Por exemplo: comparemos os ver-
VERBO bos “cantar” e “falar”, conjugados no presente do
Modo Indicativo:
Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, número,
tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o canto falo
nome de conjugação (por isso também se diz que verbo
é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre cantas falas
outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenôme- canta falas
no (choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer).
cantamos falamos
1. Estrutura das Formas Verbais cantais falais
cantam falam
Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar
os seguintes elementos:
A) Radical: é a parte invariável, que expressa o signi- #FicaDica
ficado essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-
-ava; fal-am. (radical fal-) Observe que, retirando os radicais, as desi-
B) Tema: é o radical seguido da vogal temática que nências modo-temporal e número-pessoal
indica a conjugação a que pertence o verbo. Por mantiveram-se idênticas. Tente fazer com
exemplo: fala-r. São três as conjugações: outro verbo e perceberá que se repetirá o
1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática fato (desde que o verbo seja da primeira
- E - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir). conjugação e regular!). Faça com o verbo
C) Desinência modo-temporal: é o elemento que “andar”, por exemplo. Substitua o radical
designa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo: “cant” e coloque o “and” (radical do verbo
falávamos (indica o pretérito imperfeito do indicativo) andar). Viu? Fácil!
/ falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo)
D) Desinência número-pessoal: é o elemento que B) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações
designa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o no radical ou nas desinências: faço, fiz, farei, fizesse.
LÍNGUA PORTUGUESA

número (singular ou plural):


falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam Observação:
(indica a 3.ª pessoa do plural.) Alguns verbos sofrem alteração no radical apenas
para que seja mantida a sonoridade. É o caso de: corrigir/
corrijo, fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo. Tais altera-
ções não caracterizam irregularidade, porque o fonema
permanece inalterado.

41
C) Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação completa. Os principais são adequar, precaver, compu-
tar, reaver, abolir, falir.
D) Impessoais: são os verbos que não têm sujeito e, normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os
principais verbos impessoais são:

1. Haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se ou fazer (em orações temporais).
Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia = Existiam)
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão)
Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz)

2. Fazer, ser e estar (quando indicam tempo)


Faz invernos rigorosos na Europa.
Era primavera quando o conheci.
Estava frio naquele dia.

3. Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, ama-
nhecer, escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido
figurado. Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal,
ou seja, terá conjugação completa.
Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)

4. O verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo: Já passa das seis.

5. Os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição “de”, indicando suficiência:


Basta de tolices.
Chega de promessas.
6. Os verbos estar e ficar em orações como “Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem referência
a sujeito expresso anteriormente (por exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso, classificar o sujeito como
hipotético, tornando-se, tais verbos, pessoais.

7. O verbo dar + para da língua popular, equivalente de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uma apostila?

E) Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural.
São unipessoais os verbos constar, convir, ser (= preciso, necessário) e todos os que indicam vozes de animais
(cacarejar, cricrilar, miar, latir, piar).

Os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada:
Teu irmão amadureceu bastante.
O que é que aquela garota está cacarejando?

Principais verbos unipessoais:

 Cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário):


Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos bastante)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova)

 Fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei à Europa)
LÍNGUA PORTUGUESA

Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a vejo. (Sujeito: que não a vejo)

F) Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em que,
além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é
empregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar. Observe:

42
Infinitivo Particípio Regular Particípio Irregular
Aceitar Aceitado Aceito
Acender Acendido Aceso
Anexar Anexado Anexo
Benzer Benzido Bento
Corrigir Corrigido Correto
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
Misturar Misturado Misto
Morrer Morrido Morto
Murchar Murchado Murcho
Pegar Pegado Pego
Romper Rompido Roto
Soltar Soltado Solto
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Vagar Vagado Vago

FIQUE ATENTO!
Estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/
dito, escrever/escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.

G) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois,
fui) e ir (fui, ia, vades).

H) Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo prin-
cipal (aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é
expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar todos!


(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora!


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Observação:
Os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.
LÍNGUA PORTUGUESA

43
4. Conjugação dos Verbos Auxiliares

4.1. SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pret. Imp. Pret.mais-que-perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

4.2. SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

4.3. SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês
4.4. SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles
4.5. ESTAR - Modo Indicativo

Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres. Fut.do Preté.


LÍNGUA PORTUGUESA

estou estive estava estivera estarei estaria


estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

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4.6. ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

4.7. ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

4.8. HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

4.9. HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


ja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

4.10. HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


LÍNGUA PORTUGUESA

haver haver havendo havido


haveres
haver
havermos
haverdes
Haverem

45
4.11. TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Preté.mais-q-perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

4.12. TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
Tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

I) Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já
implícita no próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:
 Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a refle-
xibilidade já está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.

A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela
mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula
integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço
da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo. Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respec-
tivos pronomes):
Eu me arrependo, Tu te arrependes, Ele se arrepende, Nós nos arrependemos, Vós vos arrependeis, Eles se arrependem.
 Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto re-
presentado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele
mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os
pronomes mencionados, formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa: A garota pen-
teou-me.

Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática.
Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente prono-
minais - são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à
do sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo:
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me (objeto direto) – 1.ª pessoa do singular.

5. Modos Verbais
LÍNGUA PORTUGUESA

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro.
Existem três modos:
A) Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu estudo para o concurso.
B) Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Talvez eu estude amanhã.
C) Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estude, colega!

46
6. Formas Nominais

Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes (substantivo, adje-
tivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:

A) Infinitivo
A.1 Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de subs-
tantivo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)

O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Por exem-
plo:
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.

A.2 Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do singular, não
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu)
1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós)
2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós)
3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles)
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.

B) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Por exemplo:


Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo)

Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.

Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundismo), ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio:
1. Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando futebol.
2. – Sim, senhora! Vou estar verificando!
Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada, pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no momento da
outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um futuro em andamento,
exigindo, no caso, a construção “verificarei” ou “vou verificar”.
C) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica, geralmente, o re-
sultado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames,
os candidatos saíram.

Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função
de adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela turma.

(Ziraldo)
8. Tempos Verbais
LÍNGUA PORTUGUESA

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos
tempos.

A) Tempos do Modo Indicativo


Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.

47
Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele
estudou as lições ontem à noite.
Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara as
lições quando os amigos chegaram. (forma simples).
Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.
Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se ele
pudesse, estudaria um pouco mais.

B) Tempos do Modo Subjuntivo


Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse
o jogo.
Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele
vier à loja, levará as encomendas.

FIQUE ATENTO!
Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)

No próximo final de semana, faço a prova!


faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)

Tabelas das Conjugações Verbais

1. Modo Indicativo

1.1. Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

1.2. Pretérito Perfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
LÍNGUA PORTUGUESA

cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS


cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

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1.3. Pretérito mais-que-perfeito

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

1.4. Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3ª. conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

1.5. Futuro do Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

1.6. Futuro do Pretérito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
LÍNGUA PORTUGUESA

cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS


cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

49
1.7. Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

1.ª conjug. 2.ª conjug. 3.ª conju. Desinên. pessoal Des. temporal Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

1.8. Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de
número e pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

1.9. Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número
e pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
LÍNGUA PORTUGUESA

cantaREM vendeREM partiREM R EM

50
C) Modo Imperativo

1. Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

2. Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

Que eu cante ---


Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles

 No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem,
pedido ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
 O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).
3. Infinitivo Pessoal

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

 O verbo parecer admite duas construções:


Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).
LÍNGUA PORTUGUESA

 O verbo pegar possui dois particípios (regular e irregular):


Elvis tinha pegado minhas apostilas.
Minhas apostilas foram pegas.

51
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.php

VOZES DO VERBO

Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando
se este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três as
vozes verbais:

A) Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa pelo verbo:
Ele fez o trabalho.
sujeito agente ação objeto (paciente)

B) Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo a ação expressa pelo verbo:


O trabalho foi feito por ele.
sujeito paciente ação agente da passiva

C) Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo, agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
O menino feriu-se.

#FicaDica
Não confundir o emprego reflexivo do verbo com a noção de reciprocidade:
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Nós nos amamos. (um ama o outro)

1. Formação da Voz Passiva

A voz passiva pode ser formada por dois processos: analítico e sintético.
A) Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte maneira:
Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exemplo:
A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos: os alunos pintarão a escola)
O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho)

Observações:
 O agente da passiva geralmente é acompanhado da preposição por, mas pode ocorrer a construção com a pre-
posição de. Por exemplo: A casa ficou cercada de soldados.
 Pode acontecer de o agente da passiva não estar explícito na frase: A exposição será aberta amanhã.
 A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar (SER), pois o particípio é invariável. Observe a transformação
das frases seguintes:

Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo)


O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito perfeito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz ativa)

Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)


O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indicativo)
LÍNGUA PORTUGUESA

Ele fará o trabalho. (futuro do presente)


O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)

 Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa.
Observe a transformação da frase seguinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)

52
B) Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - Mantêm-se adequados o emprego de tempos e modos
ou pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª pessoa, verbais e a correlação entre eles, ao se substituírem os
seguido do pronome apassivador “se”. Por exemplo: elementos sublinhados na frase acima, na ordem dada,
Abriram-se as inscrições para o concurso. por:
Destruiu-se o velho prédio da escola. a) tivessem acrescentado − trariam − contribuírem
b) acrescentassem − têm trazido − contribuírem
Observação: c) tinham acrescentado − trarão − contribuiriam
O agente não costuma vir expresso na voz passiva d) acrescentariam − trariam− contribuíram
sintética. e) tenham acrescentado − trouxeram − Contribuíram

1.1 Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva Resposta: Letra E.


Questão que envolve correlação verbal. Realizando as
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar alterações solicitadas, segue como ficariam (em des-
substancialmente o sentido da frase. taque):
O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa) Em “a”: tivessem acrescentado – trariam − contribui-
Sujeito da Ativa objeto Direto riam
Em “b”: acrescentassem – trariam − contribuiriam
A apostila foi comprada pelo concurseiro. Em “c”: tinham acrescentado – trouxeram − contri-
(Voz Passiva) buíram
Sujeito da Passiva Agente da Passiva Em “d”: acrescentassem – trariam − contribuíram
Em “e”: tenham acrescentado – trouxeram − Contri-
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva; buíram = correta
o sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo
ativo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo
2. (TST – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA APOIO
tempo.
ESPECIALIZADO – ESPECIALIDADE MEDICINA DO
Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos.
TRABALHO – FCC – 2012) Está inadequado o emprego
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
do elemento sublinhado na seguinte frase:
mestres.
a) Sou ateu e peço que me deem tratamento similar ao
Eu o acompanharei.
que dispenso aos homens religiosos.
Ele será acompanhado por mim.
Quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não b) A intolerância religiosa baseia-se em preconceitos de
haverá complemento agente na passiva. Por exemplo: que deveriam desviar-se todos os homens verdadei-
Prejudicaram-me. / Fui prejudicado. ramente virtuosos.
Com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir, c) A tolerância é uma virtude na qual não podem pres-
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva, cindir os que se dizem homens de fé.
porque o sujeito não pode ser visto como agente, pacien- d) O ateu desperta a ira dos fanáticos, a despeito de
te ou agente paciente. nada fazer que possa injuriá-los ou desrespeitá-los.
e) Respeito os homens de fé, a menos que deixem de
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS fazer o mesmo com aqueles que não a têm.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Resposta: Letra C.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- Corrigindo o inadequado:
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Em “a”: Sou ateu e peço que me deem tratamento
Paulo: Saraiva, 2010. similar ao que dispenso aos homens religiosos.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Em “b”: A intolerância religiosa baseia-se em precon-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. ceitos de que deveriam desviar-se todos os homens
verdadeiramente virtuosos.
SITE Em “c”: A tolerância é uma virtude na qual (de que)
http://www.sopor tugues.com.br/secoes/morf/ não podem prescindir os que se dizem homens de fé.
morf54.php Em “d”: O ateu desperta a ira dos fanáticos, a despeito
de nada fazer que possa injuriá-los ou desrespeitá-
-los.
Em “e”: Respeito os homens de fé, a menos que dei-
EXERCÍCIOS COMENTADOS
LÍNGUA PORTUGUESA

xem de fazer o mesmo com aqueles que não a têm.

1. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS- 3. (TST – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA APOIO
TRATIVA – FCC – 2012) As vitórias no jogo interior talvez ESPECIALIZADO – ESPECIALIDADE MEDICINA DO
não acrescentem novos troféus, mas elas trazem recom- TRABALHO – FCC – 2012)
pensas valiosas, [...] que contribuem de forma significativa Transpondo-se para a voz passiva a construção Os ateus
para nosso sucesso posterior, tanto na quadra como fora despertariam a ira de qualquer fanático, a forma ver-
dela. bal obtida será:

53
a) seria despertada. c) Aos governantes mais responsáveis não...... (ocorrer)
b) teria sido despertada. tomar decisões sem medir suas consequências.
c) despertar-se-á. d) A toda decisão tomada precipitadamente...... (cos-
d) fora despertada. tumar) sobrevir consequências imprevistas e injustas.
e) teriam despertado. e) Diante de uma escolha,...... (ganhar) prioridade, reco-
menda Gramsci, os critérios que levam em conta a dor
Resposta: Letra A. humana.
Os ateus despertariam a ira de qualquer fanático
Fazendo a transposição para a voz passiva, temos: A Resposta: Letra C.
ira de qualquer fanático seria despertada pelos ateus. Flexões em destaque e sublinhei os termos que esta-
belecem concordância:
4. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS- Em “a”: A nenhuma de nossas escolhas podem deixar
TRATIVA – ESPECIALIDADE SEGURANÇA JUDICIÁ- de corresponder nossos valores éticos mais rigorosos.
RIA – FCC – 2012) Em “b”: Não se poupam os que governam de refletir
...ela nunca alcançava a musa. sobre o peso de suas mais graves decisões.
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma Em “c”: Aos governantes mais responsáveis não ocor-
verbal resultante será: re tomar decisões sem medir suas consequências. =
Isso não ocorre aos governantes – uma oração exerce
a) alcança-se. a função de sujeito (subjetiva)
b) foi alcançada. Em “d”: A toda decisão tomada precipitadamente cos-
c) fora alcançada. tumam sobrevir consequências imprevistas e injustas.
d) seria alcançada. Em “e”: Diante de uma escolha, ganham prioridade,
e) era alcançada. recomenda Gramsci, os critérios que levam em conta
a dor humana.
Resposta: Letra E.
Temos um verbo na voz ativa, então teremos dois
7. (TRT 23.ª REGIÃO-MT – ANALISTA JUDICIÁRIO –
na passiva (auxiliar + o verbo da oração da ativa, no
ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC – 2016 ) ... para quem
mesmo tempo verbal, forma particípio): A musa nun-
Manoel de Barros era comparável a São Francisco de As-
ca era alcançada por ela. O verbo “alcançava” está no
sis...
pretérito imperfeito, por isso o auxiliar tem que estar
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o da
também (é = presente, foi = pretérito perfeito, era =
frase acima está em:
imperfeito, fora = mais que perfeito, será = futuro do
presente, seria = futuro do pretérito).
a) Dizia-se um “vedor de cinema”...
5. (TST – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA APOIO b) Porque não seria certo ficar pregando moscas no es-
ESPECIALIZADO – ESPECIALIDADE MEDICINA DO paço...
TRABALHO – FCC – 2012) Aos poucos, contudo, fui che- c) Na juventude, apaixonou-se por Arthur Rimbaud e
gando à constatação de que todo perfil de rede social é um Charles Baudelaire.
retrato ideal de nós mesmos. d) Quase meio século separa a estreia de Manoel de Bar-
Mantendo-se a correção e a lógica, sem que outra al- ros na literatura...
teração seja feita na frase, o elemento grifado pode ser e) ... para depois casá-las...
substituído por:
a) ademais. Resposta: Letra A.
b) conquanto. “Era” = verbo “ser” no pretérito imperfeito do Indicati-
c) porquanto. vo. Procuremos nos itens:
d) entretanto. Em “a”: Dizia-se = pretérito imperfeito do Indicativo
e) apesar. Em “b”: Porque não seria = futuro do pretérito do In-
dicativo
RESPOSTA: Letra D. Em “c”: Na juventude, apaixonou-se = pretérito perfei-
Contudo é uma conjunção adversativa (expressa opo- to do Indicativo
sição). A substituição deve utilizar outra de mesma Em “d”: Quase meio século separa = presente do Indi-
classificação, para que se mantenha a ideia do perío- cativo
do. A correta é entretanto. Em “e”: para depois casá-las = Infinitivo pessoal (casar
elas)
6. (TST – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
LÍNGUA PORTUGUESA

TRATIVA – FCC – 2012) O verbo indicado entre parên- 8. (TRT 20.ª REGIÃO-SE – ANALISTA JUDICIÁRIO –
teses deverá flexionar-se no singular para preencher ade- ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC – 2016) Aí conheci o
quadamente a lacuna da frase: escritor e historiador de sua gente, meu saudoso amigo
Alcino Alves Costa. E foi dele que ouvi oralmente a his-
a) A nenhuma de nossas escolhas...... (poder) deixar de tória de Zé de Julião. Considerando-se a norma-padrão
corresponder nossos valores éticos mais rigorosos. da língua, ao reescrever-se o trecho acima em um único
b) Não se...... (poupar) os que governam de refletir sobre período, o segmento destacado deverá ser antecedido
o peso de suas mais graves decisões. de vírgula e substituído por

54
a) perante ao qual c) [...] país que transformou a infância numa bilionária in-
b) de cujo dústria de consumo...
c) o qual d) E, mesmo que se esforcem muito [...]
d) frente à quem e) Hoje há algo novo nesse cenário.
e) de quem
RESPOSTA: Letra D.
Resposta: Letra E. que nos ajude = presente do Subjuntivo
Voltemos ao trecho: ... meu saudoso amigo Alcino Alves Em “a”: que conseguissem = pretérito do Subjuntivo
Costa. E foi dele que ouvi oralmente... = a única alter- Em “b”: que proliferaram = pretérito perfeito (e também
nativa que substitui corretamente o trecho destacado é mais-que-perfeito) do Indicativo
“de quem ouvi oralmente”. Em “c”: que transformou = pretérito perfeito do Indicativo
Em “d”: que se esforcem = presente do Subjuntivo
9. (TRT 14.ª REGIÃO-RO E AC – TÉCNICO JUDICIÁ- Em “e”: há algo novo nesse cenário = presente do Indi-
RIO – FCC – 2016) “Isto pode despertar a atenção de ou- cativo
tras pessoas que tenham documentos em casa e se dis-
ponham a trazer para a Academia, que é a guardiã desse 12. (TRT 23.ª REGIÃO-MT – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
tipo de acervo, que é muito difícil de ser guardado em FCC – 2016) O modelo ainda dominante nas discussões
casa, pois o tempo destrói e aqui temos a melhor técnica ecológicas privilegia, em escala, o Estado e o mundo...
de conservação de documentos”, disse Cavalcanti. Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma
O termo sublinhado faz referência a verbal resultante será:

a) pessoas. a) é privilegiado.
b) acervo. b) sendo privilegiadas.
c) Academia. c) são privilegiados.
d) tempo. d) foi privilegiado.
e) são privilegiadas.
e) casa.
Resposta: Letra C.
Resposta: Letra B.
Há um verbo na ativa, então teremos dois na passiva
Ao trecho: a guardiã desse tipo de acervo, que (o qual)
(auxiliar + o particípio de “privilegia”) = O Estado e o
é muito difícil de ser guardado...
mundo são privilegiados pelo modelo ainda dominante.
10. (TRT 14.ª REGIÃO-RO E AC – TÉCNICO JUDICIÁ-
13. (TRT 23.ª REGIÃO-MT – TÉCNICO JUDICIÁRIO
RIO – FCC – 2016) O marechal organizou o acervo... – FCC – 2016) Empregam-se todas as formas verbais de
A forma verbal está corretamente transposta para a voz acordo com a norma culta na seguinte frase:
passiva em:
a) Para que se mantesse sua autenticidade, o documento
a) estava organizando não poderia receber qualquer tipo de retificação.
b) tinha organizado b) Os documentos com assinatura digital disporam de al-
c) organizando-se goritmos de criptografia que os protegeram.
d) foi organizado c) Arquivados eletronicamente, os documentos poderam
e) está organizado contar com a proteção de uma assinatura digital.
d) Quem se propor a alterar um documento criptografado
Resposta: Letra D. deve saber que comprometerá sua integridade.
Temos: sujeito (o marechal), verbo na ativa (organizou) e) Não é possível fazer as alterações que convierem sem
e objeto (o acervo). Como há um verbo na ativa, ao comprometer a integridade dos documentos.
passarmos para a passiva teremos dois (o auxiliar no
mesmo tempo que o verbo da ativa + o particípio do Resposta: Letra E.
verbo da voz ativa = organizado). O objeto exercerá Em “a”: Para que se mantesse (mantivesse) sua autenti-
a função de sujeito paciente, e o sujeito da ativa será cidade, o documento não poderia receber qualquer tipo
o agente da passiva (ufa!). A frase ficará: O acervo foi de retificação.
organizado pelo marechal. Em “b”: Os documentos com assinatura digital dispo-
ram (dispuseram) de algoritmos de criptografia que os
protegeram.
11. (TRT 20.ª REGIÃO-SE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – Em “c”: Arquivados eletronicamente, os documentos
LÍNGUA PORTUGUESA

FCC – 2016) Precisamos de um treinador que nos ajude poderam (puderam) contar com a proteção de uma as-
a comer... sinatura digital.
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o Em “d”: Quem se propor (propuser) a alterar um docu-
sublinhado acima está também sublinhado em: mento criptografado deve saber que comprometerá sua
integridade.
a) [...] assim que conseguissem se virar sem as mães ou Em “e”: Não é possível fazer as alterações que convie-
as amas... rem sem comprometer a integridade dos documentos
b) Não é por acaso que proliferaram os coaches. = correta

55
14. (TRT 21.ª REGIÃO-RN – TÉCNICO JUDICIÁRIO – c) prolonga o processo de morrer procurando distanciar
FCC – 2017) Sessenta anos de história marcam, assim, a a morte.
trajetória da utopia no país. d) Ela é proibida por lei no Brasil,...
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma e) E como seria a verdadeira boa morte?
verbal resultante será:
Resposta: Letra E.
a) foram marcados. Em “a”: Existe grande confusão = substantivo
b) foi marcado. Em “b”: o médico ou alguém causa ativamente a mor-
c) são marcados. te = pronome
d) foi marcada. Em “c”: prolonga o processo de morrer procurando
e) é marcada. distanciar a morte = substantivo
Em “d”: Ela é proibida por lei no Brasil = substantivo
Resposta: Letra E. Em “e”: E como seria a verdadeira boa morte? = ad-
Temos um verbo (no tempo presente) na ativa, então jetivo
teremos dois na passiva (auxiliar [no tempo presente]
+ particípio de “marcam”) = Assim, a trajetória da uto- 17. (PC-SP – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP –
pia do país é marcada pelos sessenta anos de história. 2014) As formas verbais conjugadas no modo impera-
tivo, expressando ordem, instrução ou comando, estão
15. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO destacadas em
– SOLDADO PM 2.ª CLASSE – VUNESP – 2017) Consi-
dere as seguintes frases: a) Mas há outros cujas marcas acabam ficando bem ní-
Primeiro, associe suas memórias com objetos físicos. tidas na memória: são aqueles donos de qualidades
Segundo, não memorize apenas por repetição. incomuns.
Terceiro, rabisque! b) Voltei uns cinquenta minutos depois, cauteloso, e
Um verbo flexionado no mesmo modo que o dos verbos quase não acreditei no que ouvi.
empregados nessas frases está em destaque em: c) – Ei rapaz, deixe ligado o microfone, largue isso aí, vá
pro estúdio e ponha a rádio no ar.
a) [...] o acesso rápido e a quantidade de textos fazem d) Bem, o fato é que eu era o técnico de som do horário,
com que o cérebro humano não considere útil gravar precisava “passar” a transmissão lá para a câmara, e
esses dados [...] o locutor não chegava para os textos de abertura, pu-
b) Na internet, basta um clique para vasculhar um sem- blicidade, chamadas.
-número de informações. e) ... estremecíamos quando ele nos chamava para qual-
c) [...] após discar e fazer a ligação, não precisamos mais quer coisa, fazendo-nos entrar na sua sala imensa, já
dele... suando frio e atentos às suas finas e cortantes pala-
d) Pense rápido: qual o número de telefone da casa em vras.
que morou quando era criança?
e) É o que mostra também uma pesquisa recente condu- Resposta: Letra C.
zida pela empresa de segurança digital Kaspersky [...] Aos itens:
Em “a”: há = presente / acabam = presente / são =
Resposta: Letra D. presente
Os verbos das frases citadas estão no Modo Imperati- Em “b”: Voltei = pretérito perfeito / acreditei = preté-
vo (expressam ordem). Vamos aos itens: rito perfeito
Em “a”: ... o acesso rápido e a quantidade de textos Em “c”: deixe / largue / vá / ponha = verbos no modo
fazem = presente do Indicativo imperativo afirmativo (ordens)
Em “b”: Na internet, basta um clique = presente do Em “d”: era = pretérito imperfeito / precisava = preté-
Indicativo rito imperfeito / chegava = pretérito imperfeito
Em “c”: ... após discar e fazer a ligação, não precisamos Em “e”: fazendo-nos = gerúndio / suando = gerúndio
= presente do Indicativo
Em “d”: Pense rápido: = Imperativo 18. (PC-SP – AGENTE DE POLÍCIA – VUNESP – 2013)
Em “e”: É o que mostra também uma pesquisa = pre- Em – O destino me prestava esse pequeno favor: com-
sente do Indicativo pletava minha identificação com o resto da humanida-
de, que tem sempre para contar uma história de objeto
achado; – o pronome em destaque retoma a seguinte
LÍNGUA PORTUGUESA

16. (PC-SP – ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLI-


CIAL – VUNESP – 2014) Assinale a alternativa em que a palavra/expressão:
palavra em destaque na frase pertence à classe dos adje-
tivos (palavra que qualifica um substantivo). a) o resto da humanidade.
b) esse pequeno favor.
a) Existe grande confusão entre os diversos tipos de eu- c) minha identificação.
tanásia... d) O destino.
b)... o médico ou alguém causa ativamente a morte... e) completava.

56
Resposta: Letra A. Resposta: Letra E.
Completava minha identificação com o resto da huma- Há quem acredite que alcançará o sucesso profissio-
nidade, que (a qual) tem sempre para contar uma his- nal quando obtiver um diploma de mestrado, mas há
tória de objeto achado = pronome relativo que retoma aqueles que divergem de opinião e procuram investir
o resto da humanidade. em cursos profissionalizantes.

19. (PC-SP – AGENTE DE POLÍCIA – VUNESP – 2013) 22. (PC-SP – AUXILIAR DE NECROPSIA – VUNESP –
Considere o trecho a seguir. 2014) Considerando que o adjetivo é uma palavra que
É comum que objetos ____________ esquecidos em locais modifica o substantivo, com ele concordando em gênero
públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados e número, assinale a alternativa em que a palavra desta-
se as pessoas __________ a atenção voltada para seus per- cada é um adjetivo.
tences, conservando-os junto ao corpo.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectiva- a) ... um câncer de boca horroroso, ...
mente, as lacunas do texto. b) Ele tem dezesseis anos...
c) Eu queria que ele morresse logo, ...
a) sejam ... mantesse d) ... com a crueldade adicional de dar esperança às fa-
b) sejam ... mantém mílias.
c) sejam ... mantivessem e) E o inferno não atinge só os terminais.
d) seja ... mantivessem
e) seja ... mantêm Resposta: Letra A.
Em “a”: um câncer de boca horroroso = adjetivo
Resposta: Letra C. Em “b”: Ele tem dezesseis anos = numeral
Completemos as lacunas e depois busquemos o item Em “c”: Eu queria que ele morresse logo = advérbio
correspondente. A pegadinha aqui é a conjugação do Em “d”: com a crueldade adicional de dar esperança
verbo “manter”, no presente do Subjuntivo (mantiver): às famílias = substantivo
É comum que objetos sejam esquecidos em locais pú- Em “e”: E o inferno não atinge só os terminais = subs-
blicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados tantivo
se as pessoas mantivessem a atenção voltada para
seus pertences, conservando-os junto ao corpo.
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL.
20. (PC-SP – ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLI-
CIAL – VUNESP – 2013) Nas frases – Não vou mais à
escola!… – e – Hoje estão na moda os métodos audiovi- Os concurseiros estão apreensivos.
suais. – as palavras em destaque expressam, correta e Concurseiros apreensivos.
respectivamente, circunstâncias de
No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra na
a) dúvida e modo. terceira pessoa do plural, concordando com o seu su-
b) dúvida e tempo. jeito, os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo
c) modo e afirmação. “apreensivos” está concordando em gênero (masculino)
d) negação e lugar. e número (plural) com o substantivo a que se refere: con-
e) negação e tempo. curseiros. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa,
número e gênero se correspondem. A correspondência
Resposta: Letra E. de flexão entre dois termos é a concordância, que pode
“não” – advérbio de negação / “hoje” – advérbio de ser verbal ou nominal.
tempo. 1. Concordância Verbal

21. (PC-SP – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP – É a flexão que se faz para que o verbo concorde com
2013) Assinale a alternativa que completa respectiva- seu sujeito.
mente as lacunas, em conformidade com a norma-pa-
drão de conjugação verbal. 1.1. Sujeito Simples - Regra Geral
Há quem acredite que alcançará o sucesso profissional O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo
quando __________ um diploma de mestrado, mas há em número e pessoa. Veja os exemplos:
LÍNGUA PORTUGUESA

aqueles que _________ de opinião e procuram investir em


cursos profissionalizantes. A prova para ambos os cargos será aplicada às 13h.
3.ª p. Singular 3.ª p. Singular
a) obtiver … divirgem
b) obter … divergem Os candidatos à vaga chegarão às 12h.
c) obtesse … devirgem 3.ª p. Plural 3.ª p. Plural
d) obter … divirgem
e) obtiver … divergem

57
1.1.1. Casos Particulares mos”, ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso
não ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de
A) Quando o sujeito é formado por uma expressão tudo e nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia.
partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de, Nos casos em que o interrogativo ou indefinido esti-
metade de, a maioria de, a maior parte de, grande ver no singular, o verbo ficará no singular.
parte de...) seguida de um substantivo ou pronome Qual de nós é capaz?
no plural, o verbo pode ficar no singular ou no Algum de vós fez isso.
plural.
A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia. E) Quando o sujeito é formado por uma expressão
Metade dos candidatos não apresentou / apresenta- que indica porcentagem seguida de substantivo, o
ram proposta. verbo deve concordar com o substantivo.
25% do orçamento do país será destinado à Educação.
Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos 85% dos entrevistados não aprovam a administração
dos coletivos, quando especificados: Um bando de vân- do prefeito.
dalos destruiu / destruíram o monumento. 1% do eleitorado aceita a mudança.
Observação: 1% dos alunos faltaram à prova.
Nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a  Quando a expressão que indica porcentagem não
unidade do conjunto; já a forma plural confere destaque é seguida de substantivo, o verbo deve concordar
aos elementos que formam esse conjunto. com o número.
25% querem a mudança.
B) Quando o sujeito é formado por expressão que 1% conhece o assunto.
indica quantidade aproximada (cerca de, mais de,
menos de, perto de...) seguida de numeral e subs-  Se o número percentual estiver determinado por
tantivo, o verbo concorda com o substantivo. artigo ou pronome adjetivo, a concordância far-se-
-á com eles:
Cerca de mil pessoas participaram do concurso.
Os 30% da produção de soja serão exportados.
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenida-
Esses 2% da prova serão questionados.
de.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últi-
F) O pronome “que” não interfere na concordância;
mas Olimpíadas.
já o “quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa
do singular.
Observação: Fui eu que paguei a conta.
Quando a expressão “mais de um” se associar a ver- Fomos nós que pintamos o muro.
bos que exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório: És tu que me fazes ver o sentido da vida.
Mais de um colega se ofenderam na discussão. (ofende- Sou eu quem faz a prova.
ram um ao outro) Não serão eles quem será aprovado.
C) Quando se trata de nomes que só existem no G) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve as-
plural, a concordância deve ser feita levando-se sumir a forma plural.
em conta a ausência ou presença de artigo. Sem Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encan-
artigo, o verbo deve ficar no singular; com artigo taram os poetas.
no plural, o verbo deve ficar o plural. Este candidato é um dos que mais estudaram!
Os Estados Unidos possuem grandes universidades.
Estados Unidos possui grandes universidades.  Se a expressão for de sentido contrário – nenhum
Alagoas impressiona pela beleza das praias. dos que, nem um dos que -, não aceita o verbo no
As Minas Gerais são inesquecíveis. singular:
Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira. Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga.
Nem uma das que me escreveram mora aqui.
D) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos,  Quando “um dos que” vem entremeada de subs-
muitos, quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou tantivo, o verbo pode:
“de vós”, o verbo pode concordar com o primeiro
pronome (na terceira pessoa do plural) ou com o 1. ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atraves-
pronome pessoal. sa o Estado de São Paulo. ( já que não há outro rio
Quais de nós são / somos capazes? que faça o mesmo).
LÍNGUA PORTUGUESA

Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? 2. ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão po-
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino- luídos (noção de que existem outros rios na mesma
vadoras. condição).

Observação: H) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o


Veja que a opção por uma ou outra forma indica a verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém diz Vossa Excelência está cansado?
ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fize- Vossas Excelências renunciarão?

58
I) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se D) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concor-
de acordo com o numeral. dância é feita no plural. Observe:
Deu uma hora no relógio da sala. Abraçaram-se vencedor e vencido.
Deram cinco horas no relógio da sala. Ofenderam-se o jogador e o árbitro.
Soam dezenove horas no relógio da praça.
Baterão doze horas daqui a pouco. 1.2.1. Casos Particulares

Observação:  Quando o sujeito composto é formado por núcleos


Caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino, sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no singular.
torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito. Descaso e desprezo marca seu comportamento.
O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas. A coragem e o destemor fez dele um herói.
Soa quinze horas o relógio da matriz.
 Quando o sujeito composto é formado por nú-
cleos dispostos em gradação, verbo no singular:
J) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um se-
sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do sin-
gundo me satisfaz.
gular. São verbos impessoais: Haver no sentido de
 Quando os núcleos do sujeito composto são
existir; Fazer indicando tempo; Aqueles que indi-
unidos por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural,
cam fenômenos da natureza. Exemplos: de acordo com o valor semântico das conjunções:
Havia muitas garotas na festa. Drummond ou Bandeira representam a essência da
Faz dois meses que não vejo meu pai. poesia brasileira.
Chovia ontem à tarde. Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de
1.2. Sujeito Composto “adição”. Já em:
Juca ou Pedro será contratado.
A) Quando o sujeito é composto e anteposto ao ver- Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olimpíada.
bo, a concordância se faz no plural:
Pai e filho conversavam longamente. Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam
Sujeito no singular.

Pais e filhos devem conversar com frequência.  Com as expressões “um ou outro” e “nem um
Sujeito nem outro”, a concordância costuma ser feita no singular.
Um ou outro compareceu à festa.
B) Nos sujeitos compostos formados por pessoas Nem um nem outro saiu do colégio.
gramaticais diferentes, a concordância ocorre da seguin-
te maneira: a primeira pessoa do plural (nós) prevalece  Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural
sobre a segunda pessoa (vós) que, por sua vez, prevalece ou no singular: Um e outro farão/fará a prova.
sobre a terceira (eles). Veja:
Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.  Quando os núcleos do sujeito são unidos por
Primeira Pessoa do Plural (Nós) “com”, o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos re-
cebem um mesmo grau de importância e a palavra “com”
Tu e teus irmãos tomareis a decisão. tem sentido muito próximo ao de “e”.
O pai com o filho montaram o brinquedo.
Segunda Pessoa do Plural (Vós)
O governador com o secretariado traçaram os planos
para o próximo semestre.
Pais e filhos precisam respeitar-se.
O professor com o aluno questionaram as regras.
Terceira Pessoa do Plural (Eles)
Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se
Observação: a ideia é enfatizar o primeiro elemento.
Quando o sujeito é composto, formado por um ele- O pai com o filho montou o brinquedo.
mento da segunda pessoa (tu) e um da terceira (ele), é O governador com o secretariado traçou os planos
possível empregar o verbo na terceira pessoa do plural para o próximo semestre.
(eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no lugar O professor com o aluno questionou as regras.
de “tomaríeis”.
C) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, Com o verbo no singular, não se pode falar em sujeito
LÍNGUA PORTUGUESA

passa a existir uma nova possibilidade de concordância: composto. O sujeito é simples, uma vez que as expres-
em vez de concordar no plural com a totalidade do sujei- sões “com o filho” e “com o secretariado” são adjuntos
to, o verbo pode estabelecer concordância com o núcleo adverbiais de companhia. Na verdade, é como se hou-
do sujeito mais próximo. vesse uma inversão da ordem. Veja:
Faltaram coragem e competência. “O pai montou o brinquedo com o filho.”
Faltou coragem e competência. “O governador traçou os planos para o próximo semestre
Compareceram todos os candidatos e o banca. com o secretariado.”
Compareceu o banca e todos os candidatos. “O professor questionou as regras com o aluno.”

59
Casos em que se usa o verbo no singular: O Verbo “Ser”
Café com leite é uma delícia!
O frango com quiabo foi receita da vovó. A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o
sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordân-
Quando os núcleos do sujeito são unidos por expres- cia pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo
sões correlativas como: “não só... mas ainda”, “não somen- do sujeito.
te”..., “não apenas... mas também”, “tanto...quanto”, o verbo
ficará no plural. Quando o sujeito ou o predicativo for:
Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
Nordeste. A) Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo
Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a notícia. SER concorda com a pessoa gramatical:
Quando os elementos de um sujeito composto são re- Ele é forte, mas não é dois.
sumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é Fernando Pessoa era vários poetas.
feita com esse termo resumidor. A esperança dos pais são eles, os filhos.
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante B) nome de coisa e um estiver no singular e o outro
na vida das pessoas. no plural, o verbo SER concordará, preferencial-
mente, com o que estiver no plural:
1.2.2 Outros Casos Os livros são minha paixão!
Minha paixão são os livros!
O Verbo e a Palavra “SE”
Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há duas Quando o verbo SER indicar
de particular interesse para a concordância verbal:
A) quando é índice de indeterminação do sujeito;  horas e distâncias, concordará com a expressão
B) quando é partícula apassivadora.
numérica:
É uma hora.
Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”
São quatro horas.
acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e
Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilô-
de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na tercei-
metros.
ra pessoa do singular:
Precisa-se de funcionários.
 datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
Confia-se em teses absurdas.
estar expressa ou subentendida:
Quando pronome apassivador, o “se” acompanha ver-
bos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e indiretos Hoje é dia 26 de agosto.
(VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o Hoje são 26 de agosto.
verbo deve concordar com o sujeito da oração. Exemplos:
Construiu-se um posto de saúde.  Quando o sujeito indicar peso, medida, quantida-
Construíram-se novos postos de saúde. de e for seguido de palavras ou expressões como
Aqui não se cometem equívocos pouco, muito, menos de, mais de, etc., o verbo SER
Alugam-se casas. fica no singular:
Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
#FicaDica Duas semanas de férias é muito para mim.
Para saber se o “se” é partícula apassivadora
ou índice de indeterminação do sujeito, tente  Quando um dos elementos (sujeito ou predica-
transformar a frase para a voz passiva. Se a fra- tivo) for pronome pessoal do caso reto, com este
se construída for “compreensível”, estaremos concordará o verbo.
diante de uma partícula apassivadora; se não, o No meu setor, eu sou a única mulher.
“se” será índice de indeterminação. Veja: Aqui os adultos somos nós.
Precisa-se de funcionários qualificados.
Tentemos a voz passiva: Observação:
Funcionários qualificados são precisados (ou Sendo ambos os termos (sujeito e predicativo) repre-
precisos)? Não há lógica. Portanto, o “se” des- sentados por pronomes pessoais, o verbo concorda com
tacado é índice de indeterminação do sujeito. o pronome sujeito.
LÍNGUA PORTUGUESA

Agora: Eu não sou ela.


Vendem-se casas. Ela não é eu.
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção
correta! Então, aqui, o “se” é partícula apassi-  Quando o sujeito for uma expressão de sentido
vadora. (Dá para eu passar para a voz passiva. partitivo ou coletivo e o predicativo estiver no plu-
Repare em meu destaque. Percebeu semelhan- ral, o verbo SER concordará com o predicativo.
ça? Agora é só memorizar!) A grande maioria no protesto eram jovens.
O resto foram atitudes imaturas.

60
O Verbo “Parecer” Observação:
O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução Os dois últimos exemplos apresentam maior clareza,
verbal (é seguido de infinitivo), admite duas concordân- pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos
cias: dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado
 Ocorre variação do verbo PARECER e não se fle- no plural masculino, que é o gênero predominante quan-
xiona o infinitivo: As crianças parecem gostar do do há substantivos de gêneros diferentes.
desenho. Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o ad-
 A variação do verbo parecer não ocorre e o infini- jetivo fica no singular ou plural.
tivo sofre flexão: A beleza e a inteligência feminina(s).
As crianças parece gostarem do desenho. O carro e o iate novo(s).
(essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho
aas crianças) C) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:
O adjetivo fica no masculino singular, se o substanti-
vo não for acompanhado de nenhum modificador:
FIQUE ATENTO! Água é bom para saúde.
Com orações desenvolvidas, o verbo PARE- O adjetivo concorda com o substantivo, se este for
CER fica no singular. Por exemplo: As pare- modificado por um artigo ou qualquer outro determinati-
des parece que têm ouvidos. (Parece que as vo: Esta água é boa para saúde.
paredes têm ouvidos = oração subordinada
substantiva subjetiva). D) O adjetivo concorda em gênero e número com os
pronomes pessoais a que se refere: Juliana encon-
trou-as muito felizes.
Concordância Nominal E) Nas expressões formadas por pronome indefinido
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE
A concordância nominal se baseia na relação entre no- + adjetivo, este último geralmente é usado no mas-
mes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se culino singular: Os jovens tinham algo de misterioso.
ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes F) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se: função adjetiva e concorda normalmente com o
nome a que se refere:
normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um
Cristina saiu só.
termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.
Cristina e Débora saíram sós.
A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as
seguintes regras gerais:
Observação:
Quando a palavra “só” equivale a “somente” ou “ape-
A) O adjetivo concorda em gênero e número quando
nas”, tem função adverbial, ficando, portanto, invariável:
se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas
Eles só desejam ganhar presentes.
denunciavam o que sentia.

B) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, #FicaDica


a concordância pode variar. Podemos sistematizar
essa flexão nos seguintes casos: Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”.
Se a frase ficar coerente com o primeiro,
 Adjetivo anteposto aos substantivos: trata-se de advérbio, portanto, invariável; se
O adjetivo concorda em gênero e número com o houver coerência com o segundo, função de
substantivo mais próximo. adjetivo, então varia:
Encontramos caídas as roupas e os prendedores. Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo
Encontramos caída a roupa e os prendedores. Ele está só descansando. (apenas descansan-
Encontramos caído o prendedor e a roupa. do) - advérbio
Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula
Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de depois de “só”, haverá, novamente, um ad-
parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. jetivo:
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar. Ele está só, descansando. (ele está sozinho e
Encontrei os divertidos primos e primas na festa. descansando)

 Adjetivo posposto aos substantivos: G) Quando um único substantivo é modificado por


LÍNGUA PORTUGUESA

O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo dois ou mais adjetivos no singular, podem ser usa-
ou com todos eles (assumindo a forma masculina das as construções:
plural se houver substantivo feminino e masculi-  O substantivo permanece no singular e coloca-se
no). o artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura
A indústria oferece localização e atendimento perfeito. espanhola e a portuguesa.
A indústria oferece atendimento e localização perfeita.  O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos. antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos. portuguesa.

61
1. Casos Particulares Alerta - Menos

É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É per- Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem
mitido sempre invariáveis.
Os concurseiros estão sempre alerta.
 Estas expressões, formadas por um verbo mais um Não queira menos matéria!
adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se
referem possuir sentido genérico (não vier prece- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
dido de artigo). Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce-
É proibido entrada de crianças. reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Em certos momentos, é necessário atenção. Paulo: Saraiva, 2010.
No verão, melancia é bom. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
É preciso cidadania. Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Não é permitido saída pelas portas laterais. Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
 Quando o sujeito destas expressões estiver deter-
minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto SITE
o verbo como o adjetivo concordam com ele. http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint49.php
É proibida a entrada de crianças.
Esta salada é ótima.
A educação é necessária.
São precisas várias medidas na educação. EXERCÍCIOS COMENTADOS

Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - 1. (POLÍCIA FEDERAL – ESCRIVÃO DE POLÍCIA FE-
Quite DERAL – CESPE – 2013) Formas de tratamento como
Vossa Excelência e Vossa Senhoria, ainda que sejam em-
Estas palavras adjetivas concordam em gênero e nú- pregadas sempre na segunda pessoa do plural e no femi-
mero com o substantivo ou pronome a que se referem. nino, exigem flexão verbal de terceira pessoa; além disso,
Seguem anexas as documentações requeridas. o pronome possessivo que faz referência ao pronome
A menina agradeceu: - Muito obrigada. de tratamento também deve ser o de terceira pessoa, e
Muito obrigadas, disseram as senhoras. o adjetivo que remete ao pronome de tratamento deve
Seguem inclusos os papéis solicitados. concordar em gênero e número com a pessoa — e não
Estamos quites com nossos credores. com o pronome — a que se refere.

Bastante - Caro - Barato - Longe ( ) CERTO ( ) ERRADO

Estas palavras são invariáveis quando funcionam Resposta: Certo. Afirmações corretas. As concordân-
como advérbios. Concordam com o nome a que se refe- cias verbal e nominal ao se utilizar pronome de trata-
rem quando funcionam como adjetivos, pronomes adje- mento devem ser na terceira pessoa e concordar em
tivos, ou numerais. gênero (masculino ou feminino) com a pessoa a quem
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) se dirige: “Vossa Excelência está cansada(o)?” – con-
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. cordará com quem está se falando: uma mulher ou um
(pronome adjetivo) homem / “Vossa Santidade trouxe seus pertences?” /
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio) “Vossas Senhorias gostariam de um café?”.
As casas estão caras. (adjetivo)
Achei barato este casaco. (advérbio) 2. (PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA – CONHECIMEN-
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo) TOS BÁSICOS CARGOS DE TÉCNICO MUNICIPAL –
NÍVEL MÉDIO – CESPE – 2017)
Meio - Meia
Texto CB3A2BBB
A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo,
concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi O reconhecimento e a proteção dos direitos humanos
meia porção de polentas. estão na base das Constituições democráticas modernas.
Quando empregada como advérbio permanece inva- A paz, por sua vez, é o pressuposto necessário para o re-
LÍNGUA PORTUGUESA

riável: A candidata está meio nervosa. conhecimento e a efetiva proteção dos direitos humanos
em cada Estado e no sistema internacional. Ao mesmo
#FicaDica tempo, o processo de democratização do sistema in-
ternacional, que é o caminho obrigatório para a busca
Dá para eu substituir por “um pouco”, assim do ideal da paz perpétua, não pode avançar sem uma
saberei que se trata de um advérbio, não gradativa ampliação do reconhecimento e da proteção
de adjetivo: “A candidata está um pouco dos direitos humanos, acima de cada Estado. Direitos
nervosa”. humanos, democracia e paz são três elementos funda-

62
mentais do mesmo movimento histórico: sem direitos A forma verbal “surge” poderia, sem prejuízo gramati-
humanos reconhecidos e protegidos, não há democra- cal para o texto, ser flexionada no plural, para concordar
cia; sem democracia, não existem as condições mínimas com “velocidade, persistência, relevância, precisão e fle-
para a solução pacífica dos conflitos. Em outras palavras, xibilidade”
a democracia é a sociedade dos cidadãos, e os súditos se
tornam cidadãos quando lhes são reconhecidos alguns ( ) CERTO ( ) ERRADO
direitos fundamentais; haverá paz estável, uma paz que
não tenha a guerra como alternativa, somente quando Resposta: Errado. O verbo está concordando com o
existirem cidadãos não mais apenas deste ou daquele termo “combinação”, por isso deve ficar no singular.
Estado, mas do mundo.
Norberto Bobbio. A era dos direitos. Trad. Carlos Nelson 5. (TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL-
Coutinho. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004, p. 1 (com adapta- -DF – CONHECIMENTOS BÁSICOS – ANALISTA DE
ções). ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – ARQUIVOLOGIA –
CESPE – 2014 – ADAPTADA) (...) Há décadas, países
Preservando-se a correção gramatical do texto CB3A- como China e Índia têm enviado estudantes para países
2BBB, os termos “não há” e “não existem” poderiam ser centrais, com resultados muito positivos.(...)
substituídos, respectivamente, por A forma verbal “Há” poderia ser corretamente substituída
por Fazem.
a) não existe e não têm.
b) não existe e inexiste. ( ) CERTO ( ) ERRADO
c) inexiste e não há.
d) inexiste e não acontece. Resposta: Errado. O verbo “fazer”, quando empre-
e) não tem e não têm. gado no sentido de tempo passado, não sofre flexão.
Portanto, sua forma correta seria: “faz décadas”
Resposta: Letra C.
Busquemos o contexto:
- sem direitos humanos reconhecidos e protegidos, não
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL.
há democracia = poderíamos substituir por “não exis-
te”, inexiste (verbo “haver” empregado com o sentido
de “existir”)
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação
- sem democracia, não existem as condições mínimas
que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome
para a solução pacífica dos conflitos = sentido de “exis-
(regência nominal) e seus complementos.
tir”. Poderíamos substituir por inexiste, mas no plural, já
que devemos concordar com “as condições mínimas”.
1. Regência Verbal = Termo Regente: VERBO
A única “troca” adequada seria o verbo “haver” – que
pode ser utilizado com o sentido de “existir”. Teríamos:
sem direitos humanos reconhecidos e protegidos, ine- A regência verbal estuda a relação que se estabele-
xiste democracia; sem democracia, não há as condições ce entre os verbos e os termos que os complementam
mínimas para a solução pacífica dos conflitos. (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (ad-
juntos adverbiais). Há verbos que admitem mais de uma
3. (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚS- regência, o que corresponde à diversidade de significa-
TRIA E COMÉRCIO EXTERIOR – ANALISTA TÉCNICO dos que estes verbos podem adquirir dependendo do
ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) Em “Vossa Exce- contexto em que forem empregados.
lência deve estar satisfeita com os resultados das nego- A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar,
ciações”, o adjetivo estará corretamente empregado se contentar.
dirigido a ministro de Estado do sexo masculino, pois o A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar
termo “satisfeita” deve concordar com a locução prono- agrado ou prazer”, satisfazer.
minal de tratamento “Vossa Excelência”. Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de
“agradar a alguém”.
( ) CERTO ( ) ERRADO O conhecimento do uso adequado das preposições
é um dos aspectos fundamentais do estudo da regência
Resposta: Errado. Se a pessoa, no caso o ministro, for verbal (e também nominal). As preposições são capazes
do sexo feminino (ministra), o adjetivo está correto; de modificar completamente o sentido daquilo que está
mas, se for do sexo masculino, o adjetivo sofrerá fle- sendo dito.
xão de gênero: satisfeito. O pronome de tratamento Cheguei ao metrô.
LÍNGUA PORTUGUESA

é apenas a maneira como tratar a autoridade, não re- Cheguei no metrô.


gendo as demais concordâncias. No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no
segundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado.
4. (ABIN – AGENTE TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA –
CESPE – 2010 – ADAPTADA) (...) Da combinação entre A voluntária distribuía leite às crianças.
velocidade, persistência, relevância, precisão e flexibilida- A voluntária distribuía leite com as crianças.
de surge a noção contemporânea de agilidade, transfor- Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado
mada em principal característica de nosso tempo. como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto (ob-

63
jeto indireto: às crianças); na segunda, como transitivo C) Verbos Transitivos Indiretos
direto (objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto Os verbos transitivos indiretos são complementados
adverbial). por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exigem
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos uma preposição para o estabelecimento da relação de re-
de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é um gência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de terceira
fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes pessoa que podem atuar como objetos indiretos são o “lhe”,
formas em frases distintas. o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam os prono-
mes o, os, a, as como complementos de verbos transitivos
A) Verbos Intransitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não representam
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos de terceira
importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes.
aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:
Chegar, Ir Consistir - Tem complemento introduzido pela prepo-
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver- sição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos
biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para iguais para todos.
indicar destino ou direção são: a, para.
Obedecer e Desobedecer - Possuem seus comple-
Fui ao teatro. mentos introduzidos pela preposição “a”:
Adjunto Adverbial de Lugar Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
Eles desobedeceram às leis do trânsito.
Ricardo foi para a Espanha.
Adjunto Adverbial de Lugar Responder - Tem complemento introduzido pela pre-
posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a
quem” ou “ao que” se responde.
Comparecer
Respondi ao meu patrão.
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por
Respondemos às perguntas.
em ou a.
Respondeu-lhe à altura.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o
último jogo.
Observação:
O verbo responder, apesar de transitivo indireto quan-
B) Verbos Transitivos Diretos
do exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva
Os verbos transitivos diretos são complementados por analítica:
objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição O questionário foi respondido corretamente.
para o estabelecimento da relação de regência. Ao empre- Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente.
gar esses verbos, lembre-se de que os pronomes oblíquos
o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complemen-
podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas ver- tos introduzidos pela preposição “com”.
bais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após Antipatizo com aquela apresentadora.
formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e Simpatizo com os que condenam os políticos que gover-
lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos. nam para uma minoria privilegiada.
São verbos transitivos diretos, dentre outros: aban-
donar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, D) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos
admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxi-
liar, castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, de- Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa-
fender, eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem des-
prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar. taque, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São ver-
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente bos que apresentam objeto direto relacionado a coisas e
como o verbo amar: objeto indireto relacionado a pessoas.
Amo aquele rapaz. / Amo-o. Agradeço aos ouvintes a audiência.
Amo aquela moça. / Amo-a. Objeto Indireto Objeto Direto
Amam aquele rapaz. / Amam-no.
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la. Paguei o débito ao cobrador.
Objeto Direto Objeto Indireto
Observação:
LÍNGUA PORTUGUESA

Os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito
para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos com particular cuidado:
adnominais): Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto) Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua car- Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
reira) Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau hu- Paguei minhas contas. / Paguei-as.
mor) Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.

64
Informar curso linguístico muito importante, pois além de permitir
Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto a correta interpretação de passagens escritas, oferece
indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. possibilidades expressivas a quem fala ou escreve. Dentre
Informe os novos preços aos clientes. os principais, estão:
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os no-
vos preços) Agradar
Na utilização de pronomes como complementos, veja Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari-
as construções: nhos, acariciar, fazer as vontades de.
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos pre- Sempre agrada o filho quando.
ços. Aquele comerciante agrada os clientes.
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou
sobre eles) Agradar é transitivo indireto no sentido de causar
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento
Observação: introduzido pela preposição “a”.
A mesma regência do verbo informar é usada para os O cantor não agradou aos presentes.
seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir. O cantor não lhes agradou.

Comparar O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indire-


Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite to: O cantor desagradou à plateia.
as preposições “a” ou “com” para introduzir o comple-
mento indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com Aspirar
o) de uma criança. Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, ins-
pirar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
Pedir Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (As-
na forma de oração subordinada substantiva) e indireto pirávamos a ele)
de pessoa. Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pes-
soa, as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são
utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”.
Pedi-lhe favores.
Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (=
Objeto Indireto Objeto Direto
Aspiravam a ela)

Assistir
Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres-
Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
tar assistência a, auxiliar.
tantiva Objetiva Direta As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
A construção “pedir para”, muito comum na lingua-
gem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na lín- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen-
gua culta. No entanto, é considerada correta quando a ciar, estar presente, caber, pertencer.
palavra licença estiver subentendida. Assistimos ao documentário.
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa. Não assisti às últimas sessões.
Essa lei assiste ao inquilino.
Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz
uma oração subordinada adverbial final reduzida de infini- No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é in-
tivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa). transitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de
Preferir lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto in- conturbada cidade.
direto introduzido pela preposição “a”:
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais. Chamar
Prefiro trem a ônibus. Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, so-
licitar a atenção ou a presença de.
Observação: Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá chamá-la.
Na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes, Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
LÍNGUA PORTUGUESA

um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere pre-
existente no próprio verbo (pre). dicativo preposicionado ou não.
A torcida chamou o jogador mercenário.
Mudança de Transitividade - Mudança de Signifi- A torcida chamou ao jogador mercenário.
cado A torcida chamou o jogador de mercenário.
Há verbos que, de acordo com a mudança de transiti- A torcida chamou ao jogador de mercenário.
vidade, apresentam mudança de significado. O conheci- Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal:
mento das diferentes regências desses verbos é um re- Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.

65
Custar Querer
Custar é intransitivo no sentido de ter determinado Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter
valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adver- vontade de, cobiçar.
bial: Frutas e verduras não deveriam custar muito. Querem melhor atendimento.
Queremos um país melhor.
No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração re- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição,
duzida de infinitivo. estimar, amar: Quero muito aos meus amigos.

Muito custa viver tão longe da família. Visar


Verbo Intransitivo Oração Subordinada Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mi-
Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo rar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo.
Custou-me (a mim) crer nisso. O gerente não quis visar o cheque.
Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
tantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como
objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
A Gramática Normativa condena as construções que O ensino deve sempre visar ao progresso social.
atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-
pessoa: Custei para entender o problema. -estar público.
= Forma correta: Custou-me entender o problema.
Esquecer – Lembrar
Implicar Lembrar algo – esquecer algo
Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (prono-
A) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
minal)
implicavam um firme propósito.
B) ter como consequência, trazer como consequência,
No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou
acarretar, provocar: Uma ação implica reação.
seja, exigem complemento sem preposição: Ele esque-
ceu o livro.
Como transitivo direto e indireto, significa compro-
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me,
meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São,
econômicas.
No sentido de antipatizar, ter implicância, é transiti- portanto, transitivos indiretos:
vo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com Ele se esqueceu do caderno.
quem não trabalhasse arduamente. Eu me esqueci da chave.
Eles se esqueceram da prova.
Namorar Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.
Sempre tansitivo direto: Luísa namora Carlos há dois
anos. Há uma construção em que a coisa esquecida ou
lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre
Obedecer - Desobedecer leve alteração de sentido. É uma construção muito rara
Sempre transitivo indireto: na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la
Todos obedeceram às regras. em textos clássicos tanto brasileiros como portugueses.
Ninguém desobedece às leis. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa constru-
ção várias vezes.
Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
“lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas. Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
Não lhe lembram os bons momentos da infância? (=
Proceder momentos é sujeito)
Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter
cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa Simpatizar - Antipatizar
segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto São transitivos indiretos e exigem a preposição
adverbial de modo. “com”:
As afirmações da testemunha procediam, não havia Não simpatizei com os jurados.
como refutá-las. Simpatizei com os alunos.
LÍNGUA PORTUGUESA

Você procede muito mal.


A norma culta exige que os verbos e expressões que
Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo- dão ideia de movimento sejam usados com a preposi-
sição “de”) e fazer, executar (rege complemento introdu- ção “a”:
zido pela preposição “a”) é transitivo indireto. Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
O avião procede de Maceió. Cláudia desceu ao segundo andar.
Procedeu-se aos exames. Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.
O delegado procederá ao inquérito.

66
2 Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse
nome. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em
conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de
um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os
nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.

Se uma oração completar o sentido de um nome, ou seja, exercer a função de complemento nominal, ela será
completiva nominal (subordinada substantiva).

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação:
Os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a;
paralelamente a; relativa a; relativamente a.

67
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce- COLOCAÇÃO PRONOMINAL.
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa “Prezado Candidato, o tópico acima foi abordado em:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pro-
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- nome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. e sentido que imprimem às relações que estabelecem”

SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61. CRASE.
php

A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais


idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a”
EXERCÍCIO COMENTADO com o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos
pronomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo e
1. (POLÍCIA FEDERAL – AGENTE DE POLÍCIA FEDE- com o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as
RAL – CESPE – 2014 – ADAPTADA) quais). Casos estes em que tal fusão encontra-se demar-
O uso indevido de drogas constitui, na atualidade, sé- cada pelo acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo,
ria e persistente ameaça à humanidade e à estabilidade à qual, às quais.
das estruturas e valores políticos, econômicos, sociais e O uso do acento indicativo de crase está condiciona-
culturais de todos os Estados e sociedades. Suas con- do aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal
sequências infligem considerável prejuízo às nações do e nominal, mais precisamente ao termo regente e termo
mundo inteiro, e não são detidas por fronteiras: avançam regido. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome -
por todos os cantos da sociedade e por todos os espaços que exige complemento regido pela preposição “a”, e o
geográficos, afetando homens e mulheres de diferen- termo regido é aquele que completa o sentido do termo
tes grupos étnicos, independentemente de classe social regente, admitindo a anteposição do artigo a(s).
e econômica ou mesmo de idade. Questão de relevân- Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela
cia na discussão dos efeitos adversos do uso indevido
contratada recentemente.
de drogas é a associação do tráfico de drogas ilícitas e
Após a junção da preposição com o artigo (destaca-
dos crimes conexos — geralmente de caráter transna-
dos entre parênteses), temos:
cional — com a criminalidade e a violência. Esses fato-
Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contrata-
res ameaçam a soberania nacional e afetam a estrutura
da recentemente.
social e econômica interna, devendo o governo adotar
uma postura firme de combate ao tráfico de drogas, ar-
O verbo referir, de acordo com sua transitividade,
ticulando-se internamente e com a sociedade, de forma
classifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos re-
a aperfeiçoar e otimizar seus mecanismos de prevenção
e repressão e garantir o envolvimento e a aprovação dos ferimos a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposição
cidadãos. a + o artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o
Internet: <www.direitoshumanos.usp.br>. pronome demonstrativo aquela (àquela).

Observações importantes:
Nas linhas 12 e 13, o emprego da preposição “com”, em Alguns recursos servem de ajuda para que possamos
“com a criminalidade e a violência”, deve-se à regência confirmar a ocorrência ou não da crase. Eis alguns:
do vocábulo “conexos”.  Substitui-se a palavra feminina por uma masculina
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a
( ) CERTO ( ) ERRADO crase está confirmada.
Os dados foram solicitados à diretora.
Resposta: Errado. Ao texto: (...) Questão de relevância Os dados foram solicitados ao diretor.
na discussão dos efeitos adversos do uso indevido de
drogas é a associação do tráfico de drogas ilícitas e dos  No caso de nomes próprios geográficos, substi-
crimes conexos — geralmente de caráter transnacional tui-se o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso re-
— com a criminalidade e a violência. sulte na expressão “voltar da”, há a confirmação da
crase.
LÍNGUA PORTUGUESA

O termo está se referindo à associação – associação do Faremos uma visita à Bahia.


tráfico de drogas e crimes conexos (1) com a criminalidade Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada)
(2) (associação daquilo [1] com isso [2])
Não me esqueço da viagem a Roma.
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja-
mais vividos.

68
Nas situações em que o nome geográfico se apresen-  Constata-se o uso da crase se as locuções prepo-
tar modificado por um adjunto adnominal, a crase está sitivas à moda de, à maneira de apresentarem-se
confirmada. implícitas, mesmo diante de nomes masculinos:
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas Tenho compulsão por comprar sapatos à Luis XV. (à
praias. moda de Luís XV)
 Não se efetiva o uso da crase diante da locução
adverbial “a distância”: Na praia de Copacabana,
#FicaDica observamos a queima de fogos a distância.
Entretanto, se o termo vier determinado, teremos
Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou uma locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedes-
A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a tre foi arremessado à distância de cem metros.
Campinas. = Volto de Campinas. (crase pra  De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade
quê?) -, faz-se necessário o emprego da crase.
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!) Ensino à distância.
Ensino a distância.
 Em locuções adverbiais formadas por palavras re-
Quando o nome de lugar estiver especificado, ocor- petidas, não há ocorrência da crase.
rerá crase. Veja: Ela ficou frente a frente com o agressor.
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo Eu o seguirei passo a passo.
que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”
Irei à Salvador de Jorge Amado. Casos em que não se admite o emprego da crase:

A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s), Antes de vocábulos masculinos.


aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
regente exigir complemento regido da preposição “a”. Esta caneta pertence a Pedro.
Entregamos a encomenda àquela menina.
(preposição + pronome demonstrativo) Antes de verbos no infinitivo.
Ele estava a cantar.
Iremos àquela reunião. Começou a chover.
(preposição + pronome demonstrativo)
Antes de numeral.
Sua história é semelhante às que eu ouvia quando O número de aprovados chegou a cem.
criança. (àquelas que eu ouvia quando criança) Faremos uma visita a dez países.
(preposição + pronome demonstrativo)
Observações:
A letra “a” que acompanha locuções femininas (ad-  Nos casos em que o numeral indicar horas – fun-
verbiais, prepositivas e conjuntivas) recebem o acento cionando como uma locução adverbial feminina –
grave: ocorrerá crase: Os passageiros partirão às dezenove
 locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às horas.
pressas, à vontade...  Diante de numerais ordinais femininos a crase está
 locuções prepositivas: à frente, à espera de, à pro- confirmada, visto que estes não podem ser empre-
cura de... gados sem o artigo: As saudações foram direciona-
 locuções conjuntivas: à proporção que, à medida das à primeira aluna da classe.
que.  Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quando
essa não se apresentar determinada: Chegamos to-
Cuidado: quando as expressões acima não exercerem dos exaustos a casa.
a função de locuções não ocorrerá crase. Repare: Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto
Eu adoro a noite! adnominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos
exaustos à casa de Marcela.
Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer  Não há crase antes da palavra “terra”, quando essa
objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não indicar chão firme: Quando os navegantes regressa-
preposição. ram a terra, já era noite.
Contudo, se o termo estiver precedido por um de-
Casos passíveis de nota: terminante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase.
LÍNGUA PORTUGUESA

Paulo viajou rumo à sua terra natal.


 A crase é facultativa diante de nomes próprios fe- O astronauta voltou à Terra.
mininos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.
 Também é facultativa diante de pronomes posses-  Não ocorre crase antes de pronomes que reque-
sivos femininos: O diretor fez referência a (à) sua rem o uso do artigo.
empresa. Os livros foram entregues a mim.
 Facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja Dei a ela a merecida recompensa.
ficará aberta até as (às) dezoito horas.

69
 Pelo fato de os pronomes de tratamento relativos quando entrou em vigor a LRF, esses estados, como os
à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, o demais, estão sujeitos a regras precisas para a gestão do
uso da crase está confirmado no “a” que os antece- dinheiro público, para a criação de despesas e, em par-
de, no caso de o termo regente exigir a preposição. ticular, para os gastos com pessoal. Por que, tendo des-
Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia. cumprido algumas dessas regras, estariam interessados
 Não ocorre crase antes de nome feminino utiliza- em torná-las ainda mais rigorosas?
do em sentido genérico ou indeterminado: Não foi a lei que não funcionou, mas os responsáveis
Estamos sujeitos a críticas. pelo dinheiro público que, por alguma razão, não a cum-
Refiro-me a conversas paralelas. priram. De que adiantaria, então, tornar a lei mais rigoro-
sa, se nem nas condições atuais esses responsáveis estão
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS sendo capazes de cumpri-la? O problema não está na
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa lei. Mudá-la pode ser o pretexto não para torná-la mais
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. rigorosa, mas para atribuir-lhe alguma flexibilidade que
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce- a desfigure. O verdadeiro problema é a dificuldade do
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São setor público de adaptar suas despesas às receitas em
Paulo: Saraiva, 2010. queda por causa da crise.

SITE Internet: <http://opiniao.estadao.com.br> (com adapta-


http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-cra- ções).
se-.html
O emprego do acento grave em “às receitas” decorre da
regência do verbo “adaptar” e da presença do artigo de-
finido feminino determinando o substantivo “receitas”.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
( ) CERTO ( ) ERRADO
1. (POLÍCIA FEDERAL – AGENTE DE POLÍCIA FEDE-
Resposta: Certo. Texto: O verdadeiro problema é a di-
RAL – CESPE – 2014 – ADAPTADA) O acento indicativo
ficuldade do setor público de adaptar suas despesas às
de crase em “à humanidade e à estabilidade” é de uso
receitas em queda por causa da crise = quem adapta,
facultativo, razão por que sua supressão não prejudicaria
adapta algo/alguém A algo/alguém.
a correção gramatical do texto.
3. (FNDE – TÉCNICO EM FINANCIAMENTO E EXE-
( ) CERTO ( ) ERRADO
CUÇÃO DE PROGRAMAS E PROJETOS EDUCACIO-
NAIS – CESPE – 2012) O emprego do sinal indicativo de
RESPOSTA: Errado. Retomemos o contexto: (...) O
crase em “adequando os objetivos às necessidades” justi-
uso indevido de drogas constitui, na atualidade, séria e fica-se pela regência do verbo adequar, que exige com-
persistente ameaça à humanidade e à estabilidade das plemento regido pela preposição “a”, e pela presença de
estruturas e valores políticos (...). artigo definido feminino antes de “necessidades”.
O uso do acento indicativo de crase é obrigatório, já
que os termos “humanidade” e “estabilidade” comple- ( ) CERTO ( ) ERRADO
mentam o nome “ameaça” – “ameaça a quê? a quem?”
= a regência nominal pede preposição. RESPOSTA: Certo. Adequar o quê? – os objetivos
(objeto direto) – adequar o quê a quê? – a + as (=às)
2. (TCE-PA – CONHECIMENTOS BÁSICOS – AUDI- necessidades – objeto indireto. A explicação do enun-
TOR DE CONTROLE EXTERNO – EDUCACIONAL – ciado está correta.
CESPE – 2016)
4. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA-SE – TÉCNICO JUDICIÁ-
Texto CB1A1BBB RIO – CESPE – 2014 – ADAPTADA) No trecho “deu
início à sua caminhada cósmica”, o emprego do acento
Estranhamente, governos estaduais cujas despesas com grave indicativo de crase é obrigatório.
o funcionalismo já alcançaram nível preocupante ou que
estouraram o limite de gastos com pessoal fixado pela ( ) CERTO ( ) ERRADO
Lei Complementar n.º 101/2000, denominada Lei de Res-
ponsabilidade Fiscal (LRF), estão elaborando sua própria RESPOSTA: Errado. “deu início à sua caminhada cós-
LÍNGUA PORTUGUESA

legislação destinada a assegurar, como alegam, maior ri- mica” – o uso do acento indicativo de crase, neste
gor na gestão de suas finanças. Querem uma nova lei de caso, é facultativo (antes de pronome possessivo).
responsabilidade fiscal para, segundo argumentam, for-
talecer a estrutura legal que protege o dinheiro público
do mau uso por gestores irresponsáveis.
Examinando-se a situação financeira dos estados que
preparam sua versão da lei de responsabilidade fiscal,
fica difícil aceitar a argumentação. Desde maio de 2000,

70
c) a dispersão e a menor capacidade de conservar con-
teúdos.
HORA DE PRATICAR! d) a distração e a possibilidade de haver colaboração de
colegas e chefes.
(TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉDIO
e) o isolamento na realização das tarefas e a vigilância
- VUNESP – 2017 - ADAPTADA) Leia o texto, para res-
constante dos chefes.
ponder às questões de 1 a 7.
2. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos executivos
no setor de tecnologia já tinham feito – ele transferiu sua DIO - VUNESP – 2017) Assinale a alternativa em que a
equipe para um chamado escritório aberto, sem paredes nova redação dada ao seguinte trecho do primeiro pará-
e divisórias. grafo apresenta concordância de acordo com a norma-
Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas ele -padrão: Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos
queria que todos estivessem juntos, para se conectarem executivos no setor de tecnologia já tinham feito.
e colaborarem mais facilmente. Mas em pouco tempo fi-
cou claro que Nagele tinha cometido um grande erro. a) Muitos executivos já havia transferido suas equipes
Todos estavam distraídos, a produtividade caiu, e os nove para o chamado escritório aberto, como feito por Ch-
empregados estavam insatisfeitos, sem falar do próprio ris Nagele.
chefe. b) Mais de um executivo já tinham transferido suas equi-
Em abril de 2015, quase três anos após a mudança para pes para escritórios abertos, o que só aconteceu com
o escritório aberto, Nagele transferiu a empresa para um Chris Nagele fazem mais de quatro anos.
espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu próprio es- c) O que muitos executivos fizeram, transferindo suas
paço, com portas e tudo. equipes para escritórios abertos, também foi feito por
Inúmeras empresas adotaram o conceito de escritório Chris Nagele, faz cerca de quatro anos.
aberto – cerca de 70% dos escritórios nos Estados Uni- d) Devem fazer uns quatro anos que Chris Nagele trans-
dos são assim – e até onde se sabe poucos retornaram feriu sua equipe para escritórios abertos, tais como foi
ao modelo de espaços tradicionais com salas e portas. transferido por muitos executivos.
Pesquisas, contudo, mostram que podemos perder até e) Faz exatamente quatro anos que Chris Nagele fez o
15% da produtividade, desenvolver problemas graves que já tinham sido feitos por outros executivos do se-
de concentração e até ter o dobro de chances de ficar tor.
doentes em espaços de trabalho abertos – fatores que
estão contribuindo para uma reação contra esse tipo de 3. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
organização. DIO - VUNESP – 2017) É correto afirmar que a expressão
Desde que se mudou para o formato tradicional, Nagele – até então –, em destaque no início do segundo pará-
já ouviu colegas do setor de tecnologia dizerem sentir grafo, expressa um limite, com referência
falta do estilo de trabalho do escritório fechado. “Muita
gente concorda – simplesmente não aguentam o escri- a) temporal ao momento em que se deu a transferência
tório aberto. Nunca se consegue terminar as coisas e é da equipe de Nagele para o escritório aberto.
preciso levar mais trabalho para casa”, diz ele. b) espacial aos escritórios fechados onde trabalhava a
É improvável que o conceito de escritório aberto caia em equipe de Nagele antes da mudança para locais aber-
desuso, mas algumas firmas estão seguindo o exemplo tos.
de Nagele e voltando aos espaços privados. c) temporal ao dia em que Nagele decidiu seguir o exem-
Há uma boa razão que explica por que todos adoram um plo de outros executivos, e espacial ao tipo de escritó-
espaço com quatro paredes e uma porta: foco. A verdade rio que adotou.
é que não conseguimos cumprir várias tarefas ao mesmo d) espacial ao caso de sucesso de outros executivos do
tempo, e pequenas distrações podem desviar nosso foco setor de tecnologia que aboliram paredes e divisórias.
por até 20 minutos. e) espacial ao novo tipo de ambiente de trabalho, e tem-
Retemos mais informações quando nos sentamos em um poral às mudanças favoráveis à integração.
local fixo, afirma Sally Augustin, psicóloga ambiental e
design de interiores. 4. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
(Bryan Borzykowski, “Por que escritórios abertos podem ser ruins DIO - VUNESP – 2017) É correto afirmar que a expressão
para funcionários.” Disponível em:<www1.folha.uol.com.br>. Aces- – contudo –, destacada no quinto parágrafo, estabelece
so em: 04.04.2017. Adaptado) uma relação de sentido com o parágrafo
1. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- a) anterior, confirmando com estatísticas o sucesso das
DIO - VUNESP – 2017) Segundo o texto, são aspectos
LÍNGUA PORTUGUESA

empresas que adotaram o modelo de escritórios aber-


desfavoráveis ao trabalho em espaços abertos compar- tos.
tilhados
b) posterior, expondo argumentos favoráveis à adoção
do modelo de escritórios abertos.
a) a impossibilidade de cumprir várias tarefas e a restri-
c) anterior, atestando a eficiência do modelo aberto com
ção à criatividade.
base em resultados de pesquisas.
b) a dificuldade de propor soluções tecnológicas e a
d) anterior, introduzindo informações que se contrapõem
transferência de atividades para o lar.
à visão positiva acerca dos escritórios abertos.

71
e) posterior, contestando com dados estatísticos o for- patinadores, maracatus, big bands, corredores evangéli-
mato tradicional de escritório fechado. cos, góticos satanistas, praticantes de ioga, dançarinos
de tango, barraquinhas de yakissoba e barris de cerveja
5. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- artesanal.
DIO - VUNESP – 2017) Assinale a frase do texto em que Tenho estado atento às agruras e oportunidades da ci-
se identifica expressão do ponto de vista do próprio au- dade porque, depois de cinco anos vivendo na Granja
tor acerca do assunto de que trata. Viana, vim morar em Higienópolis. Lá em Cotia, no fim da
tarde, eu corria em volta de um lago, desviando de patos
a) “Nunca se consegue terminar as coisas e é preciso levar e assustando jacus. Agora, aos domingos, corro pela Pau-
mais trabalho para casa”, diz ele. (6.º parágrafo). lista ou Minhocão e, durante a semana, venho testando
b) Inúmeras empresas adotaram o conceito de escritório diferentes percursos.
aberto... (4.º parágrafo). Corri em volta do parque Buenos Aires e do cemitério
c) Retemos mais informações quando nos sentamos em da Consolação, ziguezagueei por Santa Cecília e pelas
um local fixo, afirma Sally Augustin... (último parágra- encostas do Sumaré, até que, na última terça, sem que-
fo). rer, descobri um insuspeito parque noturno com bastan-
d) Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas te gente, quase nenhum carro e propício a todo tipo de
ele queria que todos estivessem juntos... (2.º parágra- atividades: o estacionamento do estádio do Pacaembu.
fo). (Antonio Prata. “O paulistano não é de jogar a toalha. Prefere esten-
e) É improvável que o conceito de escritório aberto caia dê-la e deitar em cima.” Disponível em:<http://www1.folha.uol.com.
em desuso... (7.º parágrafo). br/colunas>. Acesso em: 13.04.2017. Adaptado)

6. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- É correto afirmar que, do ponto de vista do autor, o pau-
DIO - VUNESP – 2017) Na frase – É improvável que o listano
conceito de escritório aberto caia em desuso... (7.º pará-
grafo) – a expressão em destaque tem o sentido de a) busca em Ipanema o contato com a natureza exube-
rante que não consegue achar em sua cidade.
a) sofra censura. b) sabe como vencer a rudeza da paisagem de São Paulo,
b) torne-se obsoleto. encontrando nesta espaços para o lazer.
c) mostre-se alterado. c) se vê impedido de realizar atividades esportivas, no
d) mereça sanção. mar de asfalto que é São Paulo.
e) seja substituído. d) tem feito críticas à cidade, porque ela não oferece ati-
vidades recreativas a seus habitantes.
7. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- e) toma Ipanema como um símbolo daquilo que se pode
DIO - VUNESP – 2017) O trecho destacado na passagem alcançar, apesar de muito andar e andar.
– Todos estavam distraídos, a produtividade caiu, e os nove
empregados estavam insatisfeitos, sem falar do próprio 9. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
chefe.– tem sentido de: DIO - VUNESP – 2015)

a) até mesmo o próprio chefe. Ser gentil é um ato de rebeldia. Você sai às ruas e insis-
b) apesar do próprio chefe. te, briga, luta para se manter gentil. O motorista quase
c) exceto o próprio chefe. te mata de susto buzinando e te xingando porque você
d) diante do próprio chefe. usou a faixa de pedestres quando o sinal estava fechado
e) portanto o próprio chefe. para ele. Você posta um pensamento gentil nas redes so-
ciais apesar de ler dezenas de comentários xenofóbicos,
8. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- homofóbicos, irônicos e maldosos sobre tudo e todos.
DIO - VUNESP – 2017) Inclusive você. Afinal, você é obviamente um idiota gentil.
O problema de São Paulo, dizia o Vinicius, “é que você Há teorias evolucionistas que defendem que as socieda-
anda, anda, anda e nunca chega a Ipanema”. Se tomar- des com maior número de pessoas altruístas sobrevive-
mos “Ipanema” ao pé da letra, a frase é absurda e cômi- ram por mais tempo por serem mais capazes de manter
ca. Tomando “Ipanema” como um símbolo, no entanto, a coesão. Pesquisadores da atualidade dizem, baseados
como um exemplo de alívio, promessa de alegria em em estudos, que gestos de gentileza liberam substâncias
meio à vida dura da cidade, a frase passa a ser de um tris- que proporcionam prazer e felicidade.
te realismo: o problema de São Paulo é que você anda, Mas gentileza virou fraqueza. É preciso ser macho pacas
anda, anda e nunca chega a alívio algum. O Ibirapuera, o para ser gentil nos dias de hoje. Só consigo associar a
LÍNGUA PORTUGUESA

parque do Estado, o Jardim da Luz são uns raros respiros aversão à gentileza à profunda necessidade de ser – ou
perdidos entre o mar de asfalto, a floresta de lajes bati- parecer ser – invencível e bem-sucedido. Nossas fragili-
das e os Corcovados de concreto armado. dades seriam uma vergonha social. Um empecilho à car-
O paulistano, contudo, não é de jogar a toalha – prefere reira, ao acúmulo de dinheiro.
estendê-la e se deitar em cima, caso lhe concedam dois Não ter tempo para gentilezas é bonito. É justificável
metros quadrados de chão. É o que vemos nas aveni- diante da eterna ambivalência humana: queremos ser
das abertas aos pedestres, nos fins de semana: basta li- bons, mas temos medo. Não dizer bom-dia significa que
berarem um pedacinho do cinza e surgem revoadas de você é muito importante. Ou muito ocupado. Humilhar

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os que não concordam com suas ideias é coisa de gente a) Talvez ele seje um caso de sucesso empresarial.
forte. E que está do lado certo. Como se houvesse um b) A paralização da equipe técnica demorou bastante.
lado errado. Porque, se nenhum de nós abrir a boca, nin- c) O funcionário reinvindicou suas horas extras.
guém vai reparar que no nosso modelo de felicidade tem d) Deve-se expor com clareza a pretenção salarial.
alguém chorando ali no canto. Porque ser gentil abala e) O assessor de imprensa recebeu o jornalista.
sua autonomia. Enfim, ser gentil está fora de moda. Estou
sempre fora de moda. Querendo falar de gentileza, ima- 13. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL
ginem vocês! Pura rebeldia. Sair por aí exibindo minhas I – CESGRANRIO-2018) O grupo em que todas as pala-
vulnerabilidades e, em ato de pura desobediência civil, vras estão grafadas de acordo com a norma-padrão da
esperar alguma cumplicidade. Deve ser a idade. língua portuguesa é:
(Ana Paula Padrão, Gentileza virou fraqueza. Disponível em:
<http://www.istoe.com.br>. Acesso em: 27 jan 2015. Adaptado) a) admissão, infração, renovação
b) diversão, excessão, sucessão
É correto inferir que, do ponto de vista da autora, a gen- c) extenção, eleição, informação
tileza d) introdução, repreção, intenção
e) transmissão, conceção, omissão
a) é prerrogativa dos que querem ter sua importância re-
conhecida socialmente. 14. (MPE-AL - TÉCNICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO –
b) é uma via de mão dupla, por isso não deve ser pratica- FGV-2018) “A crise não trouxe apenas danos sociais e
da se não houver reciprocidade. econômicos”; se juntarmos os adjetivos sublinhados em
c) representa um hábito primitivo, que pouco afeta as re- um só vocábulo, a forma adequada será
lações interpessoais. a) sociais-econômicos.
d) restringe-se ao gênero masculino, pois este representa b) social-econômicos.
os mais fortes. c) sociais-econômico.
d) socioeconômicos.
e) é uma qualidade desvalorizada em nossa sociedade
e) socioseconômicos.
nos dias atuais.
15. (IBGE – ANALISTA CENSITÁRIO – AGRONOMIA –
10. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
FGV-2017) “É preciso levar em conta questões econômi-
DIO - VUNESP – 2015) No final do último parágrafo, a
cas e sociais”; se juntássemos os adjetivos sublinhados
autora caracteriza a gentileza como “ato de pura desobe-
em forma de adjetivo composto, a forma correta, no con-
diência civil”; isso permite deduzir que
texto, seria:
a) assumir a prática da gentileza é rebelar-se contra có- a) econômicas-sociais;
digos de comportamento vigentes, mesmo que não b) econômico-social;
declarados. c) econômica-social;
b) é inviável, em qualquer época, opor-se às práticas e d) econômico-sociais;
aos protocolos sociais de relacionamento humano. e) econômicas-social.
c) é possível ao sujeito aderir às ideias dos mais fortes,
sem medo de ver atingida sua individualidade, no 6. (PC-RS – ESCRIVÃO E INSPETOR DE POLÍCIA – FUN-
contexto geral. DATEC-2018 - ADAPTADA) Sobre os vocábulos expan-
d) há, nas sociedades modernas, a constatação de que sível, fácil, considerável, artificial, multiplicável e acessível,
a vulnerabilidade de alguns está em ver a felicidade afirma-se que:
como ato de rebeldia.
e) obedecer às normas sociais gera prazer, ainda que isso I. Todos são flexionados da mesma forma quando no plu-
signifique seguir rituais de incivilidade e praticar a in- ral.
tolerância. II. Apenas um assume forma diferente dos demais quan-
do flexionado no plural.
11. (EBSERH – ANALISTA ADMINISTRATIVO – ESTA- III. Todos devem ser acentuados em sua forma plural.
TÍSTICA – AOCP-2015) Assinale a alternativa correta em Quais estão corretas?
relação à ortografia dos pares.
a) Apenas I.
a) Atenção – atenciozo. b) Apenas II.
b) Aprender – aprendizajem. c) Apenas III.
c) Simples – simplissidade. d) Apenas I e II.
LÍNGUA PORTUGUESA

d) Fúria – furiozo. e) Apenas II e III.


e) Sensação – sensacional.
17. (ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO BARRO
12. (BADESC – TÉCNICO DE FOMENTO A – FGV-2010) BRANCO-SP – TECNÓLOGO DE ADMINISTRAÇÃO PO-
As palavras jeitinho, pesquisa e intrínseco apresentam LICIAL MILITAR – VUNESP-2010)
diferentes graus de dificuldade ortográfica e estão corre-
tamente grafadas. Assinale a alternativa em que a grafia __________ moro fora do Brasil. Sou baiana e, cada vez que
da palavra sublinhada está igualmente correta. volto a Salvador, fico chocada, constrangida e enojada

73
com essa prática _________ e, _________ não dizer, machista dos meus conterrâneos – não se veem mulheres fazendo
xixi na rua. Mas, antes de prender os___________, tente encontrar um banheiro público em Salvador. Se encontrar, tente
entrar – normalmente estão trancados –, e tente então não passar __________. Vamos copiar a Europa na proibição, mas
também na infraestrutura.
(Seção “Leitor”, Veja, 14.07.2010. Adaptado)

Os espaços do texto devem ser preenchidos, correta e respectivamente, com:

a) A dez anos … sub-desenvolvida … por quê … cidadões … mau


b) Há dez anos … subdesenvolvida … por que … cidadãos … mal
c) Fazem dez anos que … subdesenvolvida … porque … cidadões … mau
d) São dez anos que … sub desenvolvida … porquê … cidadãos … mal
e) Faz dez anos que … sub-desenvolvida … porque … cidadães … mau
18. (PM-SP - TECNÓLOGO DE ADMINISTRAÇÃO POLICIAL MILITAR – VUNESP-2014) Leia a tira de Hagar, por Chris
Browne, e assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas, em conformidade com as regras
de ortografia.

(Folha de S.Paulo, 08.02.2014, http://zip.net/bdmBgf)

a) porque ... por que ... porque ... atraz


b) por que ... por quê ... por que ... atraz
c) por que ... por que ... porque ... atráz
d) porque ... porquê ... por que ... atrás
e) por que ... por quê ... porque ... atrás

19. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018)

A frase do menino na charge – “naum eh verdade” – mostra uma característica da linguagem escrita de internautas que
é:
LÍNGUA PORTUGUESA

a) a sintetização exagerada;
b) o desrespeito total pela norma culta;
c) a criação de um vocabulário novo;
d) a tentativa de copiar a fala;
e) a grafia sem acentos ou sinais gráficos.

74
20. (TJ-SP – ADVOGADO - VUNESP/2013) a) artigo e pronome.
A Polícia Militar prendeu, nesta semana, um homem de b) artigo e preposição.
37 anos, acusado de ____________ de drogas e ____________ c) preposição e artigo.
à avó de 74 anos de idade. Ele foi preso em __________ d) pronome e artigo.
com uma pequena quantidade de drogas no bairro Ira- e) preposição e pronome.
puá II, em Floriano, após várias denúncias de vizinhos.
De acordo com o Comandante do 3.º BPM, o acusado 24. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO
era conhecido na região pela atuação no crime. – FGV-2017)
(www.cidadeverde.com/floriano. Acesso em 23.06.2013. Adaptado)
Texto 1 - “A democracia reclama um jornalismo vigoroso
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, e independente. A agenda pública é determinada pela
as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectiva- imprensa tradicional. Não há um único assunto relevan-
te que não tenha nascido numa pauta do jornalismo de
mente, com:
qualidade. Alguns formadores de opinião utilizam as
redes sociais para reverberar, multiplicar e cumprem as-
a) tráfico … mal-tratos … flagrante
sim relevante papel mobilizador. Mas o pontapé inicial é
b) tráfego … maltratos … fragrante
sempre das empresas de conteúdo independentes”.
c) tráfego … maus-trato … flagrante (O Estado de São Paulo, 10/04/2017)
d) tráfico … maus-tratos … flagrante O texto 1, do Estado de São Paulo, mostra um conjunto
e) tráfico … mau-trato … fragrante de adjetivos sublinhados que poderiam ser substituídos
por locuções; a substituição abaixo que está adequada é:
21. (CAMAR - CURSO DE ADAPTAÇÃO DE MÉDICOS
DA AERONÁUTICA PARA O ANO DE 2016) De acordo a) independente = com dependência;
com seu significado, o conjunto de características for- b) pública = de publicidade;
mais e sua posição estrutural no interior da oração, as c) relevante = de relevância;
palavras podem pertencer à mesma classe de palavras d) sociais = de associados;
ou não. Estabeleça a relação correta entre as colunas a e) mobilizador = de motivação.
seguir considerando tais aspectos (considere as palavras
em destaque). 25. (PC-SP - AUXILIAR DE NECROPSIA – VUNESP-2014)
Considerando que o adjetivo é uma palavra que modifica
(1) advérbio o substantivo, com ele concordando em gênero e núme-
(2) pronome ro, assinale a alternativa em que a palavra destacada é
(3) conjunção um adjetivo.
(4) substantivo
a) ... um câncer de boca horroroso, ...
( ) “Não há prisão pior [...]” b) Ele tem dezesseis anos...
( ) “O lugar de estudo era isso.” c) Eu queria que ele morresse logo, ...
( ) “E o olho sem se mexer [...]” d) ... com a crueldade adicional de dar esperança às fa-
( ) “Ora, se eles enxergavam coisas tão distantes, [...]” mílias.
( ) “Emília respondeu com uma pergunta que me espan- e) E o inferno não atinge só os terminais.
tou.”
26. (TRE-AC – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMI-
A sequência está correta em NISTRATIVA – AOCP-2015) Assinale a alternativa cujo
“que” em destaque funciona como pronome relativo.
a) 1 – 4 – 2 – 3 – 2
b) 2 – 1 – 3 – 3 – 4 a) «É uma maneira de expressar a vontade que a gente
c) 3 – 4 – 1 – 3 – 2 tem. Acho que um voto pode fazer a diferença”.
d) 4 – 2 – 4 – 1 – 3 b) “Ele diz que vota desde os 18...”.
c) “Acho que um voto pode fazer a diferença”.
22. (EBSERH – TÉCNICO EM FARMÁCIA- AOCP-2015) d) “... e acreditam que um voto consciente agora pode
Assinale a alternativa em que o termo destacado é um influenciar futuramente na vida de seus filhos e netos”.
pronome indefinido. e) “O idoso afirma que sempre incentivou sua família a
votar”.
a) “Ele não exige fatos...”.
b) “Era um ídolo para mim.”. 27. (TRF-1.ª Região – ANALISTA JUDICIÁRIO – INFOR-
LÍNGUA PORTUGUESA

c) “Discordo dele.”. MÁTICA – FCC- 2014-ADAPTADA) No período O livro


d) “... espécie de carinho consigo mesmo.”. explica os espíritos chamados ‘xapiris’, que os ianomâmis
e) “O bom humor está disponível a todos...”. creem serem os únicos capazes de cuidar das pessoas e
das coisas, a palavra grifada tem a função de pronome
23. (EBSERH – TÉCNICO EM FARMÁCIA- AOCP-2015) relativo, retomando um termo anterior. Do mesmo modo
Em “Mas o bom humor de ambos os tornava parecidos.”, como ocorre em:
os termos destacados são, respectivamente,

75
a) Os ianomâmis acreditam que os xamãs recebem dos Um neurocientista de uma equipe que pesquisa esse as-
espíritos chamados “xapiris” a capacidade de cura. sunto afirma que se busca reforçar a ideia de que a me-
b) Eu queria escrever para os não indígenas não acharem mória não pode ser considerada um papel carbono, ou
que índio não sabe nada. seja, de que ela não reproduz fielmente um acontecimen-
c) O branco está preocupado que não chove mais em to. “Nossa esperança é que, ao propor uma explicação
alguns lugares. neural para o processo de geração das falsas memórias,
d) Gravou 15 fitas em que narrou também sua própria haja aplicações práticas nas cortes de justiça, por exem-
trajetória. plo”, diz o cientista. “Jurados e magistrados precisam de
e) Não sabia o que me atrapalhava o sono. evidências de que, por mais real que aparente ser, um
fato recordado por uma testemunha pode não ser verda-
28. (PETROBRAS – ENGENHEIRO(A) DE MEIO AM- deiro. A memória humana não é como uma memória de
BIENTE JÚNIOR – CESGRANRIO-2018) De acordo com computador, não está certa o tempo todo.”
as normas da linguagem padrão, a colocação pronominal O neurocientista relatou que quase três quartos dos pri-
está INCORRETA em: meiros 250 americanos que tiveram suas condenações
penais anuladas graças ao exame de DNA haviam sido
a) Virgínia encontrava-se acamada há semanas. vítimas de falso testemunho ocular. Um psicólogo entre-
b) A ferida não se curava com os remédios. vistado afirmou que, dependendo de como se conduz
c) A benzedeira usava uma peruca que não favorecia-a. uma acareação, ela pode confundir a pessoa interrogada.
d) Imediatamente lhe deram uma caneta-tinteiro verme- Correio Braziliense, 26/7/2013 (com adaptações).
lha.
e) Enquanto se rezavam Ave-Marias, a ferida era circun- O trecho “a memória não pode ser considerada um papel
dada. carbono” poderia ser corretamente reescrita da seguinte
forma: não pode-se considerá-la papel carbono.
29. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018) A
frase em que se deveria usar a forma EU em lugar de ( ) CERTO ( ) ERRADO
MIM é:
32. (PC-MS – DELEGADO DE POLÍCIA – FAPEMS-2017)
a) Um desejo de minha avó fez de mim um artista; De acordo com os padrões da língua portuguesa, assina-
b) Há muitas diferenças entre mim e a minha futura mu- le a alternativa correta.
lher;
c) Para mim, ver filmes antigos é a maior diversão; a) A frase: “Ela lhe ama” está correta visto que “amar”
d) Entre mim viajar ou descansar, prefiro o descanso; se classifica como verbo transitivo direto, pois quem
e) Separamo-nos, mas sempre de mim se lembra. ama, ama alguém.
b) Em: “Sou te fiel”, o pronome oblíquo átono desem-
30. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE LE- penha função sintática de complemento nominal por
GISLATIVO MUNICIPAL – FGV-2018-ADAPTADA) O complementar o sentido de adjetivos, advérbios ou
segmento em que a substituição do termo sublinhado substantivos abstratos, além de constituir emprego de
por um pronome pessoal foi feita de forma adequada é: ênclise.
c) No exemplo: “Demos a ele todas as oportunidades”, o
a) “deixou de ser uma ferramenta de sobrevivência” / dei- termo em destaque pode ser substituído por “Demo
xou de ser-lhe; lhes” todas as oportunidades”, tendo em vista o em-
b) “podemos definir violência” / podemos defini-la; prego do pronome oblíquo como complemento do
c) “Hoje, esse termo denota, além de agressão física, di- verbo.
versos tipos de imposição” / denota-los; d) Em: “Não me ..incomodo com esse tipo de barulho”,
d) “Consideremos o surgimento das desigualdades” / te.mos.um clássico emprego de mesóclise.
consideremos-lo; e) Na frase: “Alunos, aquietem-se! “, o termo destacado
e) “ao nos referirmos à violência” / ao nos referirmo-la. exemplifica o uso de próclise.

31. (MPU – Conhecimentos Básicos para os Cargos de 33. (PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA – VU-
11 a 26 – CESPE-2013) NESP-2014)
Recordar algo nunca ocorrido é comum e pode aconte-
cer com pessoas de qualquer idade. Muitos indivíduos Compras de Natal
sequer percebem que determinadas lembranças foram
LÍNGUA PORTUGUESA

criadas, pois as cenas e até os sons evocados pelo cé- A cidade deseja ser diferente, escapar às suas fatalidades.
rebro surgem com a mesma nitidez e o mesmo grau de __________ de brilhos e cores; sinos que não tocam, balões
detalhamento das memórias reais. que não sobem, anjos e santos que não __________ , estre-
De acordo com alguns neurocientistas, quando a pessoa las que jamais estiveram no céu.
se recorda de uma sequência de eventos, o cérebro re- As lojas querem ser diferentes, fugir à realidade do ano
constrói o passado juntando os “tijolos” de dados, mas inteiro: enfeitam-se com fitas e flores, neve de algodão
somente o ato de acessar as lembranças já modifica e de vidro, fios de ouro e prata, cetins, luzes, todas as coi-
distorce a realidade. sas que possam representar beleza e excelência.

76
Tudo isso para celebrar um Meninozinho envolto em po- 37. (TRE-PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMI-
bres panos, deitado numas palhas, há cerca de dois mil NISTRATIVA – FCC-2017) A substituição do elemento
anos, num abrigo de animais, em Belém. sublinhado pelo pronome correspondente, com os ne-
(Cecília Meireles, Quatro Vozes. Adaptado) cessários ajustes no segmento, foi realizada de acordo
com a norma padrão em:
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e a) quem considera o amor abstrato = quem lhe consi-
respectivamente, com: dera abstrato
b) consideram o amor algo ingênuo e pueril = conside-
a) Se enche … movem-se ram-lhe algo ingênuo e pueril
b) Se enchem … se movem c) parece que inviabiliza o amor = parece que inviabili-
c) Enchem-se … se move za-lhe
d) Enche-se … move-se d) o ressentimento é cego ao amor = o ressentimento
e) Enche-se … se movem lhe é cego
e) o amor não vê a hipocrisia = o amor não lhe vê
34. (PC-SP - AGENTE DE POLÍCIA – VUNESP-2013)
Assinale a alternativa correta quanto à colocação pro- 38. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE LE-
nominal, de acordo com a norma-padrão da língua por- GISLATIVO MUNICIPAL – FGV-2018)
tuguesa.
Texto 1 – Guerra civil
a) O passageiro ao lado jamais imaginou-se na situação Renato Casagrande, O Globo, 23/11/2017
de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida.
b) O homem se indignou quando propuseram-lhe que O 11.º Relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pú-
blica, mostrando o crescimento das mortes violentas no
abrisse a bolsa que encontrara.
Brasil em 2016, mais uma vez assustou a todos. Foram
c) Nos sentimos impotentes quando não conseguimos
61.619 pessoas que perderam a vida devido à violência.
restituir um objeto à pessoa que o perdeu.
Outro dado relevante é o crescimento da violência em
d) Para que se evite perder objetos, recomenda-se que
alguns estados do Sul e do Sudeste.
eles sejam sempre trazidos junto ao corpo.
Na verdade, todos os anos a imprensa nacional destaca
e) Em tratando-se de objetos encontrados, há uma ten-
os inaceitáveis números da violência no país. Todos se
dência natural das pessoas em devolvê-los a seus do-
assustam, o tempo passa, e pouca ação ocorre de fato.
nos.
Tem sido assim com o governo federal e boa parte das
demais unidades da Federação. Agora, com a crise, o ar-
35. (CONCURSO INTERNO DE SELEÇÃO PARA O CUR- gumento é a incapacidade de investimento, mas, mesmo
SO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS - PM/2014) A em períodos de economia mais forte, pouco se viu da im-
frase – Sem nada ver, o amigo remordia-se no seu canto. plementação de programas estruturantes com o objetivo
– está corretamente reescrita quanto à flexão verbal, à de enfrentar o crime. Contratação de policiais, aquisição
pontuação e à colocação pronominal em: de equipamentos, viaturas e novas tecnologias são me-
a) Se remordia, o amigo, no seu canto, sem que nada didas essenciais, mas é preciso ir muito além. Definir me-
visse. tas e alcançá-las, utilizando um bom método de traba-
b) O amigo, sem que nada vesse, se remordia no seu lho, deve ser parte de um programa bem articulado, que
canto. permita o acompanhamento das ações e que incentive o
c) Remordia-se, no seu canto, o amigo, sem que nada trabalho integrado entre as forças policiais do estado, da
visse. União e das guardas municipais.
d) Se remordia no seu canto o amigo, sem que nada
vesse. O segmento do texto 1 em que a conjunção E tem valor
adversativo (oposição) e NÃO aditivo (adição) é:
36. (PM-SP - SOLDADO DE 2.ª CLASSE – VU-
NESP-2017- ADAPTADA) Assinale a alternativa em que a) “...crescimento da violência em alguns estados do Sul
o trecho está reescrito conforme a norma-padrão da lín- e do Sudeste”;
gua portuguesa, com a expressão destacada substituída b) “Todos se assustam, o tempo passa, e pouca ação de-
pelo pronome correspondente. corre de fato”;
c) “Tem sido assim com o governo federal e boa parte
a) ... o prazer de contar aquelas histórias... → ... o prazer das demais unidades da Federação”;
LÍNGUA PORTUGUESA

de contar-nas... d) “...viaturas e novas tecnologias”;


b) ... meio século sem escrever livros. → ... meio século e) “Definir metas e alcançá-las...”.
sem escrevê-los.
c) ... puxo a mesinha... → ... puxo-lhe... 39. (ALERJ-RJ – ESPECIALISTA LEGISLATIVO – AR-
d) ... livro que reúne entrevistas e textos de Ernest He- QUITETURA – FGV-2017) “... implica poder decifrar as
mingway... → ... livro que reúne-as... referências cristãs...”; a forma reduzida sublinhada fica
e) O médico que atendia pacientes... → O médico que convenientemente substituída por uma oração em forma
lhe atendia... desenvolvida na seguinte opção:

77
a) a possibilidade de decifrar as referências cristãs; Instituída por Getúlio Vargas para outro Brasil — ainda
b) a possibilidade de decifração das referências cristãs; agrário, com indústria e serviços incipientes —, a CLT tem
c) que se pudessem decifrar as referências cristãs; sido defendida por sindicatos em nome da “preservação
d) que possamos decifrar as referências cristãs; dos direitos do trabalhador”.
e) a possibilidade de que decifrássemos as referências Na vida real, longe das ideologias, a CLT, em função dos
cristãs. custos que impõe ao empregador, é, na verdade, eficien-
te instrumento de precarização do próprio trabalhador.
40. (COMPESA-PE – ANALISTA DE GESTÃO – ADMI- O Globo, Editorial, 22/8/2013 (com adaptações).
NISTRADOR – FGV-2018) “... mas já conhecem a brutal
realidade dos desaventurados cuja sina é cruzar fronteiras A conjunção “se” tem valor condicional na oração em que
para sobreviver.” A forma reduzida de “para sobreviver” está inserida.
pode ser nominalizada de forma conveniente na seguinte
alternativa: ( ) CERTO ( ) ERRADO

a) para que sobrevivam. 43. (PC-RS – DELEGADO DE POLÍCIA – FUNDA-


b) a fim de que sobrevivessem. TEC-2018 - ADAPTADA) Observe a frase: “com o gover-
c) para sua sobrevida. no criando leis e começando a punir quem agride o meio
d) no intuito de sobreviverem. ambiente” e avalie as afirmações seguintes:
e) para sua sobrevivência.
I. O sujeito das formas verbais criando e começando é
o mesmo.
41. (MPU – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O CAR- II. O sujeito de punir é inexistente.
GO 33 – TÉCNICO ÁREA ADMINISTRATIVA - NÍVEL III. O sujeito de agride é representado pelo pronome in-
MÉDIO – CESPE-2013) definido, portanto, classifica-se como indeterminado.
O Ministério Público é fruto do desenvolvimento do es-
tado brasileiro e da democracia. A sua história é marcada Quais estão corretas?
por processos que culminaram na sua formalização insti-
tucional e na ampliação de sua área de atuação. a) Apenas I.
No período colonial, o Brasil foi orientado pelo direito b) Apenas II.
lusitano. Não havia o Ministério Público como instituição. c) Apenas III.
Mas as Ordenações Manuelinas de 1521 e as Ordena- d) Apenas I e II.
ções Filipinas de 1603 já faziam menção aos promotores e) Apenas II e III.
de justiça, atribuindo a eles o papel de fiscalizar a lei e
de promover a acusação criminal. Existiam os cargos de 44. (PROCESSO SELETIVO INTERNO DA SECRETARIA
procurador dos feitos da Coroa (defensor da Coroa) e de DE DEFESA SOCIAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO-PE
procurador da Fazenda (defensor do fisco). – SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR - FM-2010) A frase:
A Constituição de 1988 faz referência expressa ao Minis- “Começa vacinação contra gripe A.”, só não está correta-
tério Público no capítulo Das Funções Essenciais à Justiça. mente analisada em:
Define as funções institucionais, as garantias e as veda-
ções de seus membros. Isso deu evidência à instituição, a) O sujeito é classificado como simples
tornando-a uma espécie de ouvidoria da sociedade bra- b) O núcleo do sujeito é vacinação.
sileira. c) O verbo é classificado como intransitivo.
Internet: <www.mpu.mp.br> (com adaptações). d) Vacinação é um substantivo abstrato.
e) O objeto direto é vacinação contra gripe A.
No período “A sua história é marcada por processos que
culminaram”, o termo “que” introduz oração de natureza 45. (TRF-4.ª REGIÃO – TÉCNICO ADMINISTRATIVO –
restritiva. ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC-2014)

( ) CERTO ( ) ERRADO No campo da técnica e da ciência, nossa época produz


milagres todos os dias. Mas o progresso moderno tem
42. (MPU – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O CAR- amiúde um custo destrutivo, por exemplo, em danos irre-
GO 33 – TÉCNICO ÁREA ADMINISTRATIVA - NÍVEL paráveis à natureza, e nem sempre contribui para reduzir
MÉDIO – CESPE-2013) a pobreza.
LÍNGUA PORTUGUESA

Uma legislação que tenha hoje 70 anos de vigência en- A pós-modernidade destruiu o mito de que as humani-
trou em vigor muito antes do lançamento do primeiro dades humanizam. Não é indubitável aquilo em que acre-
computador pessoal e do início da histórica revolução ditam tantos filósofos otimistas, ou seja, que uma educa-
imposta pela tecnologia digital. Isso não seria proble- ção liberal, ao alcance de todos, garantiria um futuro de
ma se esse não fosse o caso da Consolidação das Leis liberdade e igualdade de oportunidades nas democracias
do Trabalho (CLT), destinada a regular um dos universos modernas. George Steiner, por exemplo, afirma que “bi-
mais impactados por esta revolução, o das relações tra- bliotecas, museus, universidades, centros de investigação
balhistas. por meio dos quais se transmitem as humanidades e as

78
ciências podem prosperar nas proximidades dos campos veram-se de tal forma a adequarem-se às necessidades
de concentração”. “O que o elevado humanismo fez de e vontades humanas. Contudo, o homem não mediu as
bom para as massas oprimidas da comunidade? Que uti- possíveis consequências que tal desenvolvimento pudes-
lidade teve a cultura quando chegou a barbárie?” se causar de modo a provocar o desequilíbrio ao meio
Numerosos trabalhos procuraram definir as característi- ambiente e a própria ameaça à vida humana.
cas da cultura no contexto da globalização e da extraordi- Desse modo, a preocupação com o meio ambiente é
nária revolução tecnológica. Um deles é o de Gilles Lipo- questionada, sendo centro de tomada de decisões, dian-
vetski e Jean Serroy, A cultura-mundo. Nele, defende-se te da grave problemática que ameaça romper com o equi-
a ideia de uma cultura global − a cultura-mundo − que líbrio ecológico do Planeta. E não apenas nos tradicionais
vem criando, pela primeira vez na história, denominado- meios de comunicação, tais como jornais impressos, rádio,
res culturais dos quais participam indivíduos dos cinco televisão, revistas, dentre outros, como também nos espa-
continentes, aproximando-os e igualando-os apesar das ços virtuais de interatividade, por meio das novas mídias,
diferentes tradições e línguas que lhes são próprias. as quais representam novos meios de comunicação, tem-
Essa “cultura de massas” nasce com o predomínio da ima- -se o debate sobre a problemática ambiental.
gem e do som sobre a palavra, ou seja, com a tela. A in- O capitalismo foi reestruturado e a partir das transforma-
dústria cinematográfica, sobretudo a partir de Hollywood, ções científicas e tecnológicas deu-se origem a um novo
“globaliza” os filmes, levando-os a todos os países, a to- estabelecimento social, em que por meio de redes e da
das as camadas sociais. Esse processo se acelerou com a cultura da virtualidade, configura-se a chamada socieda-
criação das redes sociais e a universalização da internet. de informacional, na qual a comunicação e a informação
Tal cultura planetária teria, ainda, desenvolvido um indivi- constituem-se ferramentas essenciais da Era Digital.
dualismo extremo em todo o globo. Contudo, a publici- As novas mídias, por meio da utilização da Internet, estão
dade e as modas que lançam e impõem os produtos cul- sendo consideradas como novos instrumentos de prote-
turais em nossos tempos são um obstáculo a indivíduos ção do meio ambiente, na medida em que proporcionam
independentes. a expansão da informação ambiental, de práticas susten-
O que não está claro é se essa cultura-mundo é cultura táveis, de reivindicações e ensejo de decisões em prol do
em sentido estrito, ou se nos referimos a coisas comple- meio ambiente.
tamente diferentes quando falamos, por um lado, de uma No ciberespaço, devido à conectividade em tempo real, é
ópera de Wagner e, por outro, dos filmes de Hitchcock e possível promover debates de inúmeras questões como a
de John Ford. construção da hidrelétrica de Belo Monte, o Novo Código
A meu ver, a diferença essencial entre a cultura do passa- Florestal, Barra Grande, dentre outras, as quais ensejam por
do e o entretenimento de hoje é que os produtos daquela tomada de decisões políticas, jurídicas e sociais. [...]
pretendiam transcender o tempo presente, continuar vi- Vislumbra-se que a Internet é um meio que aproxima pes-
vos nas gerações futuras, ao passo que os produtos deste soas e distâncias, sendo utilizada por um número ilimitado
são fabricados para serem consumidos no momento e de pessoas, a custo razoável e em tempo real. De fato, a
desaparecer. Cultura é diversão, e o que não é divertido Internet proporciona benefícios, pois, além de promover a
não é cultura. circulação de informações, a curto espaço de tempo, mui-
(Adaptado de: VARGAS LLOSA, M. A civilização do espetáculo. Rio de tos debates virtuais produzem manifestações sociais. Assim
Janeiro, Objetiva, 2013, formato ebook) sendo, tem-se a democratização das informações através
dos espaços virtuais, como blogs, websites, redes sociais, jor-
Possuem os mesmos tipos de complemento os verbos nais virtuais, sites especializados, sites oficiais, dentre outros,
grifados em: de modo a expandir conhecimentos, promover discussões e,
por vezes, influenciando nas tomadas de decisões dos go-
a) ... nossa época produz milagres todos os dias. // ... o vernantes e na proliferação de movimentos sociais. Desse
mito de que as humanidades humanizam. modo, os cidadãos acabam participando e exercendo a ci-
b) Essa “cultura de massas” nasce com o predomínio... // dadania de forma democrática no ciberespaço. [...]
Um deles é o de Gilles Lipovetski... Faz-se necessária a execução de ações concretas em prol
c) A pós-modernidade destruiu o mito de que... // ... nos- do meio ambiente, com adaptação e intermédio do novo
sa época produz milagres todos os dias. padrão de democracia participativa fomentado pelas novas
d) Essa cultura de massas nasce com o predomínio... // ... mídias, a fim de enfrentar a gestão dos riscos ambientais,
e nem sempre contribui para... dentre outras questões socioambientais. Ainda, são ne-
e) ... as ciências podem prosperar nas proximidades... // A cessárias discussões aprofundadas sobre a complexidade
pós-modernidade destruiu o mito de que... ambiental, agregando a interdisciplinaridade para escolhas
sustentáveis e na difusão do conhecimento. E, embora haja
46. (TRF-2.ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA inúmeros desafios a percorrer com a utilização das tecno-
ADMINISTRATIVA – CONSULPLAN-2017) logias de comunicação e informação (novas TIC’s), enten-
LÍNGUA PORTUGUESA

de-se que a atuação das novas mídias é de suma impor-


Internet e as novas mídias: contribuições para a proteção tância, pois possibilita a expansão da informação, a práxis
do meio ambiente no ciberespaço ambiental, o debate e as aspirações dos cidadãos, contri-
buindo, dessa forma, para a proteção do meio ambiente.
A sociedade passou por profundas transformações em (SILVA NUNES, Denise. Internet e as novas mídias: contribuições para
que a realidade socioeconômica modificou-se com ra- a proteção do meio ambiente no ciberespaço. In: Âmbito Jurídico, Rio
pidez junto ao desenvolvimento incessante das econo- Grande, XVI, n. 115, ago. 2013. Disponível em: http://ambito - juridico.
com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=13051&revis-
mias de massas. Os mecanismos de produção desenvol- ta_caderno=17. Acesso em: jan. 2017. Adaptado.)

79
Analise os trechos a seguir. a) A conexão é feita por meio de uma plataforma especí-
fica, e os conteúdos, podem ser acessados pelos dis-
I. “[...] adequarem-se às necessidades e vontades huma- positivos móveis dos passageiros.
nas.” (1º§) b) O mercado brasileiro de automóveis, ainda é muito
II. “Contudo, o homem não mediu as possíveis consequên- grande, porém não é capaz de absorver uma presença
cias [...]” (1º§) maior de produtos vindos do exterior.
III. “Desse modo, a preocupação com o meio ambiente é c) Depois de chegarem às telas dos computadores e ce-
questionada, [...]” (2º§) lulares, as notícias estarão disponíveis em voos inter-
IV. “[...] por meio das novas mídias, as quais representam nacionais.
novos meios de comunicação, [...]” (2º§) d) Os últimos dados mostram que, muitas economias
apresentam crescimento e inflação baixa, fazendo com
Os verbos que, no contexto, exigem o mesmo tipo de que os juros cresçam pouco.
complemento verbal, foram empregados em apenas e) Pode ser que haja uma grande procura de carros im-
portados, mas as montadoras vão fazer os cálculos e
a) I e II. ver, se a importação vale a pena.
b) I, III e IV.
c) II e IV. 50. (MPU – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE-2010)
d) II, III e IV. Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e
47. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL traficantes que possam ser encontrados em uma rua es-
I – CESGRANRIO-2018) O sinal de dois-pontos (:) está cura da cidade são o cerne do problema criminal. Mas os
empregado de acordo com a norma-padrão da língua danos que tais criminosos causam são minúsculos quan-
portuguesa em: do comparados com os de criminosos respeitáveis, que
vestem colarinho branco e trabalham para as organiza-
a) A diferença entre notícias falsas e verdadeiras é maior ções mais poderosas. Estima-se que as perdas provoca-
no campo da política: é menor nas publicações rela- das por violações das leis antitrust — apenas um item de
cionadas às catástrofes naturais. uma longa lista dos principais crimes do colarinho bran-
b) A explicação para a difusão de notícias falsas é que co — sejam maiores que todas as perdas causadas pelos
os usuários compartilham informações com as quais crimes notificados à polícia em mais de uma década, e
concordam: pois não verificam as fontes antes. as relativas a danos e mortes provocadas por esse crime
c) As informações enganosas são mais difundidas do que apresentam índices ainda maiores. A ocultação, pela in-
as verdadeiras: de acordo com estudo recente feito dústria do asbesto (amianto), dos perigos representados
por um instituto de pesquisa. por seus produtos provavelmente custou tantas vidas
d) As notícias falsas podem ser desmascaradas com o quanto as destruídas por todos os assassinatos ocorridos
uso do bom senso: mas esperar isso de todo mundo é nos Estados Unidos da América durante uma década in-
quase impossível. teira; e outros produtos perigosos, como o cigarro, tam-
e) As revistas especializadas dão alguns conselhos: não bém provocam, a cada ano, mais mortes do que essas.
entre em sites desconhecidos e não compartilhe notí- James William Coleman. A elite do crime. 5.ª ed., São Paulo: Manole,
cias sem fonte confiável.
2005, p. 1 (com adaptações).

48. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL


Não haveria prejuízo para o sentido original do texto
I – CESGRANRIO-2018) A vírgula está empregada cor-
nem para a correção gramatical caso a expressão “a cada
retamente em:
ano” fosse deslocada, com as vírgulas que a isolam, para
imediatamente depois de “e”.
a) A divulgação de histórias falsas pode ter consequên-
cias reais desastrosas: prejuízos, financeiros e cons-
( ) CERTO ( ) ERRADO
trangimentos às empresas.
b) As novas tecnologias, criaram um abismo ao separar
quem está conectado de quem não faz parte do mun- 51. (PC-SP - AUXILIAR DE NECROPSIA – VU-
do digital. NESP-2014) Assinale a alternativa cuja frase está correta
c) As pessoas tendem a aceitar apenas as declarações que quanto à pontuação.
confirmam aquilo que corresponde, às suas crenças.
d) Os jornalistas devem verificar as fontes citadas, cruzar a) O médico, solidário e comovido, apertou minha mão e
dados e checar se as informações refletem a realidade. entendeu o pedido de minha mãe.
e) Os consumidores de notícias não agem como cientis- b) A diferença entre parada cardíaca e morte, não é ensi-
nada, aos médicos nas faculdades.
LÍNGUA PORTUGUESA

tas porque não estão preocupados em conferir, pon-


tos de vista alternativos. c) Prof. Alvariz, chefe da clínica sabia qual a diferença en-
tre, parada cardíaca e morte.
49. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES- d) O aborto de fetos anencéfalos motivo de muita revol-
GRANRIO-2018) A vírgula foi plenamente empregada ta, foi bastante contestado.
de acordo com as exigências da norma-padrão da língua e) Iniciei assim que o velhinho teve uma parada cardíaca,
portuguesa em: os processos de reanimação.

80
52. (TRF-4.ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA a) Separar o aposto.
ADMINISTRATIVA – FCC-2014) Quanto à pontuação, a b) Delimitar o sujeito.
frase inteiramente correta é: c) Delimitar uma nova oração.
d) Separar o vocativo.
a) Para Edward Said, a linguagem, é o terreno de onde e) Marcar uma pausa forte.
partem os humanistas uma vez que, é nela, que se
estabelecem não apenas as relações de sentido, mas 56. (MPU – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O CAR-
também o desafio de o leitor divisar e compartilhar, as GO 33 – NÍVEL MÉDIO – CESPE-2013)
escolhas produzidas pelo escritor. O Ministério Público é fruto do desenvolvimento do es-
b) Para Edward Said, a linguagem é o terreno de onde tado brasileiro e da democracia. A sua história é marcada
partem os humanistas uma vez que é nela, que se por processos que culminaram na sua formalização insti-
estabelecem não apenas as relações de sentido, mas tucional e na ampliação de sua área de atuação.
também o desafio, de o leitor divisar e compartilhar, as No período colonial, o Brasil foi orientado pelo direito
escolhas produzidas pelo escritor. lusitano. Não havia o Ministério Público como instituição.
c) Para Edward Said, a linguagem, é o terreno de onde Mas as Ordenações Manuelinas de 1521 e as Ordena-
partem os humanistas, uma vez que é nela que se es- ções Filipinas de 1603 já faziam menção aos promotores
tabelecem, não apenas as relações de sentido, mas de justiça, atribuindo a eles o papel de fiscalizar a lei e
também o desafio de o leitor divisar e compartilhar as de promover a acusação criminal. Existiam os cargos de
escolhas produzidas pelo escritor. procurador dos feitos da Coroa (defensor da Coroa) e de
d) Para Edward Said a linguagem é o terreno, de onde procurador da Fazenda (defensor do fisco).
partem os humanistas, uma vez que é nela que se A Constituição de 1988 faz referência expressa ao Minis-
estabelecem não apenas as relações de sentido mas, tério Público no capítulo Das Funções Essenciais à Justiça.
também, o desafio de o leitor divisar, e compartilhar as Define as funções institucionais, as garantias e as veda-
escolhas produzidas pelo escritor. ções de seus membros. Isso deu evidência à instituição,
e) Para Edward Said, a linguagem é o terreno de onde
tornando-a uma espécie de ouvidoria da sociedade bra-
partem os humanistas, uma vez que é nela que se
sileira.
estabelecem não apenas as relações de sentido, mas
Internet: <www.mpu.mp.br> (com adaptações).
também o desafio de o leitor divisar e compartilhar as
escolhas produzidas pelo escritor.
Em “No período colonial, o Brasil foi orientado”, a vírgula
após “colonial” é utilizada para isolar aposto.
53. (TRF-3.ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC-2016-ADAPTADA) Sem que
se altere o sentido da frase, todas as vírgulas podem ser ( ) CERTO ( ) ERRADO
substituídas por travessão, EXCETO em:
57. (CAMAR - CURSO DE ADAPTAÇÃO DE MÉDICOS
a) Não se trata de defender a tradição, família ou pro- DA AERONÁUTICA PARA O ANO DE 2016) “Os astrô-
priedade... nomos eram formidáveis. Eu, pobre de mim, não desven-
b) Fiquei um pouco desconcertado pela atitude do meu daria os segredos do céu. Preso à terra, sensibilizar-me-ia
amigo, um homem... com histórias tristes [...]”. Nas alternativas a seguir, os vo-
c) Mas, como eu ia dizendo, estava voltando da Europa... cábulos acentuados do trecho anterior foram colocados
d) ... como precipitada, entre nós, de que estaria morto... em pares com palavras também acentuadas graficamen-
e) Mas a música brasileira, ao contrário de outras artes, te. Dentre os pares formados, indique o que apresenta
já traz... igual justificativa para tal evento.

54. (TRF-1.ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – INFOR- a) céu / avô


MÁTICA – FCC-2014-ADAPTADA) b) astrônomos / álibi
... a resposta a um problema que sempre atormentou ad- c) histórias / balaústre
ministradores: o recrutamento e a retenção de talentos. d) formidáveis / ínterim
O segmento introduzido pelos dois-pontos apresenta
sentido 58. (MINISTÉRIO DA DEFESA COMANDO DA AERO-
NÁUTICA ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁU-
a) restritivo. TICA EXAME DE ADMISSÃO AO CFS-B 1-2/2014) Rela-
b) explicativo. cione as colunas quanto às regras de acentuação gráfica,
c) conclusivo. sabendo que haverá repetição de números. Em seguida,
d) comparativo. assinale a alternativa com a sequência correta.
LÍNGUA PORTUGUESA

e) alternativo.
(1) Põe-se acento agudo no i e no u tônicos que formam
55. (PROCESSO SELETIVO INTERNO DA SECRETARIA hiato com a vogal anterior.
DE DEFESA SOCIAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO- (2) Acentua-se paroxítona terminada em i ou u seguidos
-PE - SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR - FM-2010 - ou não de s.
ADAPTADA) “– Mas não é minha cabeça que eles querem (3) Todas as proparoxítonas devem ser acentuadas.
degolar a cada jogo, François.” O uso da vírgula destacada (4) Oxítona terminada em e ou o, seguidos ou não de s,
neste trecho tem a função de: é acentuada.

81
( ) íris 63. (PC-RS – ESCRIVÃO E INSPETOR DE POLÍCIA –
( ) saída FUNDATEC-2018 - ADAPTADA) Relacione a Coluna 1
( ) compraríamos e a Coluna 2, associando os vocábulos às respectivas re-
( ) vendê-lo gras de acentuação gráfica.
( ) bônus
( ) viúvo Coluna 1
( ) bisavôs 1. Monossílabo tônico terminado em -o, -e, -a, seguidos
ou não de s.
a) 2 – 1 – 3 – 4 – 2 – 1 – 4 2. Proparoxítona.
b) 1 – 2 – 3 – 4 – 1 – 1 – 4 3. Oxítona terminada em -o, -e, -a, -em, seguidos ou não
c) 4 – 1 – 1 – 2 – 2 – 3 – 2 de s.
d) 2 – 2 – 3 – 4 – 2 – 1 – 3 4. Regra do hiato.
59. (TRANSPETRO – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR –
CESGRANRIO-2018) Em conformidade com o Acordo Coluna 2
Ortográfico da Língua Portuguesa vigente, atendem às ( ) Atrás.
regras de acentuação todas as palavras em: ( ) Último.
( ) Irá.
a) andróide, odisseia, residência ( ) Três.
b) arguição, refém, mausoléu ( ) Também.
c) desbloqueio, pêlo, escarcéu ( ) Está.
d) feiúra, enjoo, maniqueísmo ( ) Conteúdo.
e) sutil, assembléia, arremesso
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de
60. (ALERJ-RJ – ESPECIALISTA LEGISLATIVO – ARQUI- cima para baixo, é:
TETURA – FGV-2017-ADAPTADA) Entre as palavras
abaixo, retiradas dos textos 1 e 2, aquela que só existe a) 1 – 2 – 3 – 4 – 1 – 2 – 2.
com acento gráfico é: b) 3 – 1 – 2 – 3 – 4 – 3 – 2.
c) 1 – 2 – 2 – 1 – 1 – 4 – 1.
a) história; d) 3 – 3 – 1 – 1 – 4 – 3 – 4.
b) evidência; e) 3 – 2 – 3 – 1 – 3 – 3 – 4.
c) até;
64. (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR-PI – CURSO DE
d) país;
OFICIAIS – ENGENHEIRO CIVIL – NUCEPE-2014-A-
e) humanitárias.
DAPTADA) No trecho: “material altamente inflamável e
tóxico”, as palavras destacadas recebem acento gráfico.
61. (MPU – TÉCNICO – SEGURANÇA INSTITUCIONAL
Também devem receber esse acento as palavras:
E TRANSPORTE – CESPE-2015) A palavra “cível” recebe
acento gráfico em decorrência da mesma regra que de-
a) tórax e rúbrica.
termina o emprego de acento em amável e útil.
b) revólver e púdico.
c) alí e cadáver.
( ) CERTO ( ) ERRADO d) cajú e cálice.
e) bíceps e fétido.
62. (PC-RS – DELEGADO DE POLÍCIA – FUNDA-
TEC-2018 - ADAPTADA) Sobre acentuação gráfica de 65. (TJ-MG – OFICIAL JUDICIÁRIO – COMISSÁRIO DA
palavras, afirma-se que: INFÂNCIA E DA JUVENTUDE – CONSULPLAN-2017) A
sequência de vocábulos: “Islâmico, vitória, até, público”
I. sustentável, climáticas e reciclá-los são acentuados pode ser empregada para demonstrar exemplos de três
em virtude da mesma regra. regras de acentuação gráfica diferentes. Indique a seguir
II. A regra que determina o acento gráfico em país e con- o grupo de palavras que apresenta palavras cuja acen-
tribuído é diferente da que justifica o acento gráfico em tuação tenha as mesmas justificativas das palavras do
resíduos e início. grupo anteriormente apresentado (considere a mesma
III. O vocábulo viés é acentuado por ser um monossílabo ordem da sequência apresentada).
tônico terminado em e – acrescido de s.
a) atípica, aparência, é, vítimas
LÍNGUA PORTUGUESA

Quais estão corretas? b) típico, província, será, Nínive


c) famílias, público, diários, várias
a) Apenas I. d) violência, próprios, já, violência
b) Apenas II.
c) Apenas III. 66. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018-ADAP-
d) Apenas I e II. TADA) Duas palavras que obedecem à mesma regra de
e) Apenas II e III. acentuação gráfica são:

82
a) indébita / também; 70. (BADESC – TÉCNICO DE FOMENTO A – FGV-2010)
b) história / veículo; De acordo com as regras gramaticais, no trecho “a exor-
c) crônicas / atribuídos; bitante carga tributária a que estão submetidas as empre-
d) coíba / já; sas”, não se deve empregar acento indicativo de crase,
e) calúnia / plágio. devendo ocorrer o mesmo na frase:

67. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – a) Entregue o currículo as assistentes do diretor.


VUNESP/2013) Assinale a alternativa com as palavras b) Recorra a esta empresa sempre que precisar.
acentuadas segundo as regras de acentuação, respecti- c) Avise aquela colega que chegou sua correspondência.
vamente, de intercâmbio e antropológico. d) Refira-se positivamente a proposta filosófica da com-
panhia.
a) Distúrbio e acórdão. e) Transmita confiança aqueles que observam seu de-
b) Máquina e jiló. sempenho.
c) Alvará e Vândalo.
d) Consciência e características. 71. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO BANCÁRIO –
e) Órgão e órfãs. CESGRANRIO-2018) De acordo com a norma-padrão da
língua portuguesa, o sinal grave indicativo da crase deve
68. (FUNDASUS-MG – ANALISTA EM SERVIÇO PÚBLI- ser empregado na palavra destacada em:
CO DE SAÚDE - ANALISTA DE SISTEMA – AOCP-2015)
Observe o excerto: “Entre os fatores ligados à relação do a) A intenção da entrevista com o diretor estava relacio-
aluno com a instituição e com os colegas, gostar de ir à nada a programação que a empresa pretende desen-
escola (...)” e assinale a alternativa correta com relação volver.
ao emprego do acento utilizado nos termos destacados. b) As ações destinadas a atrair um número maior de
clientes são importantes para garantir a saúde finan-
a) Trata-se do acento grave, empregado para indicar a ceira das instituições.
supressão do advérbio “a” com o pronome feminino c) As instituições financeiras deveriam oferecer condições
“a” que acompanha os substantivos “relação” e “es- mais favoráveis de empréstimo a quem está fora do
cola”. mercado formal de trabalho.
b) Trata-se do acento agudo, empregado para indicar a d) As pessoas interessadas em ampliar suas reservas fi-
nasalidade da vogal “a” que acompanha os substanti- nanceiras consideram que vale a pena investir na nova
vos “relação” e “escola”. moeda virtual.
c) Trata-se do acento circunflexo, empregado para assi- e) Os participantes do seminário sobre mercado financei-
nalar a vogal aberta “a” que acompanha os substanti- ro foram convidados a comparar as importações e as
vos “relação” e “escola”. exportações em 2017.
d) Trata-se do acento agudo, empregado para indicar a
supressão da preposição “a” com o artigo feminino 72. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
“a” que acompanha os substantivos “relação” e “es- CESGRANRIO-2018) O emprego do acento indicativo
cola”. de crase está de acordo com a norma-padrão em:
e) Trata-se do acento grave, empregado para indicar a
junção da preposição “a” com o artigo feminino “a” a) O escritor de novelas não escolhe seus personagens
que acompanha os substantivos “relação” e “escola”. à esmo.
b) A audiência de uma novela se constrói no dia à dia.
69. (BADESC – ANALISTA DE SISTEMA – BANCO DE c) Uma boa história pode ser escrita imediatamente ou
DADOS – FGV-2010) Na frase “é ingênuo creditar a à prazo.
postura brasileira apenas à ausência de educação ade- d) Devido à interferências do público, pode haver mu-
quada” foi corretamente empregado o acento indicativo danças na trama.
de crase. e) O novelista ficou aliviado quando entregou a sinopse
Assinale a alternativa em que o acento indicativo de cra- à emissora.
se está corretamente empregado.
73. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES-
a) O memorando refere-se à documentos enviados na GRANRIO-2018) De acordo com a norma- -padrão
semana passada. da língua portuguesa, o acento grave indicativo da crase
b) Dirijo-me à Vossa Senhoria para solicitar uma audiên- deve ser empregado na palavra destacada em:
LÍNGUA PORTUGUESA

cia urgente.
c) Prefiro montar uma equipe de novatos à trabalhar a) Os novos lançamentos de smartphones apresentam,
com pessoas já desestimuladas. em geral, pequena variação de funções quando com-
d) O antropólogo falará apenas àquele aluno cujo nome parados a versões anteriores.
consta na lista. b) Estudantes do ensino médio fizeram uma pesquisa
e) Quanto à meus funcionários, afirmo que têm horário junto a crianças do ensino fundamental para ver como
flexível e são responsáveis. elas se comportam no ambiente virtual.

83
c) O acesso dos jovens a redes sociais tem causado enor- 77. (TRF-4.ª REGIÃO – TÉCNICO ADMINISTRATIVO
mes prejuízos ao seu desempenho escolar, conforme – ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC-2014-ADAPTADA)
o depoimento de professores. Substituindo-se o elemento grifado pelo que se encon-
d) Os consumidores compulsivos sujeitam-se a ficar ho- tra entre parênteses, o sinal indicativo de crase deverá
ras na fila para serem os primeiros que comprarão os ser acrescentado em:
novos lançamentos.
e) As pessoas precisam ficar atentas a fatura do cartão a) ... que uma educação liberal, ao alcance de todos...
de crédito para não serem surpreendidas com valores (dispor de todos)
muito altos. b) ... por meio dos quais se transmitem as humanida-
des... − (ciências humanas)
74. (PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA – VU- c) ... a todas as camadas sociais. − (qualquer classe so-
NESP-2014) cial)
A cada ano, ocorrem cerca de 40 mil mortes; segundo d) ... se nos referimos a coisas completamente diferen-
especialistas, quase metade delas está associada _____ tes... − (uma coisa completamente diferente)
bebidas alcoólicas. Isso revela a necessidade de um com- e) ... são um obstáculo a indivíduos independentes. (cria-
bate efetivo _____ embriaguez ao volante. ção de indivíduos independentes)
As lacunas do trecho devem ser preenchidas, correta e 78. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – CESGRAN-
respectivamente, com: RIO-2018) De acordo com as exigências da norma-pa-
drão da língua portuguesa, o verbo destacado está cor-
a) às … a retamente empregado em:
b) as … à
c) à … à a) No mundo moderno, conferem-se às grandes me-
d) às … à trópoles importante papel no desenvolvimento da
e) à … a economia e da geopolítica mundiais, por estarem no
topo da hierarquia urbana.
75. (PC-SP - AGENTE DE POLÍCIA – VUNESP-2013) b) Conforme o grau de influência e importância interna-
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, cional, classificou-se as 50 maiores cidades em três
o acento indicativo de crase está corretamente empre- diferentes classes, a maior parte delas na Europa.
gado em:
c) Há quase duzentos anos, atribuem-se às cidades a
responsabilidade de motor propulsor do desenvol-
a) A população, de um modo geral, está à espera de que,
vimento e a condição de lugar privilegiado para os
com o novo texto, a lei seca possa coibir os acidentes.
negócios e a cultura.
b) A nova lei chega para obrigar os motoristas à repensa-
d) Em centros com grandes aglomerações populacionais,
rem a sua postura.
realiza-se negócios nacionais e internacionais, além
c) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à puni-
de um atendimento bastante diversificado, como jor-
ções muito mais severas.
d) À ninguém é dado o direito de colocar em risco a vida nais, teatros, cinemas, entre outros.
dos demais motoristas e de pedestres. e) Em todos os estudos geopolíticos, considera-se as ci-
e) Cabe à todos na sociedade zelar pelo cumprimento da dades globais como verdadeiros polos de influência
nova lei para que ela possa funcionar. internacional, devido à presença de sedes de grandes
empresas transnacionais e importantes centros de
76. (PM-SP - SOLDADO DE 2.ª CLASSE – VUNESP-2017) pesquisas.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectiva-
mente, as lacunas do texto a seguir. 79. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL
I – CESGRANRIO-2018) A palavra destacada atende às
Quase 30 anos depois de iniciar um trabalho de atendi- exigências de concordância da norma-padrão da língua
mento _____ presos da Casa de Detenção, em São Paulo, portuguesa em:
o médico oncologista Drauzio Varella chega ao fim de
uma trilogia com o livro “Prisioneiras”. Depois de “Es- a) Atualmente, causa impacto nas eleições de vários paí-
tação Carandiru” (1999), que mostra ________ entranhas ses as notícias falsas.
daquela que foi ________maior prisão da América Latina, b) A recomendação de testar a veracidade das notícias
e de “Carcereiros” (2012), sobre os funcionários que tra- precisam ser seguidas, para não prejudicar as pes-
balham no sistema prisional, Varella agora faz um retrato soas.
das detentas da Penitenciária Feminina da Capital, tam- c) O propósito de conferir grandes volumes de dados
bém na capital paulista, onde cumprem pena mais de resultaram na criação de serviços especializados.
LÍNGUA PORTUGUESA

duas mil mulheres. d) Os boatos causam efeito mais forte do que as notícias
(https://oglobo.globo.com. Adaptado) reais porque vem acompanhados de títulos chama-
tivos.
a) à … às … a e) Os resultados de pesquisas recentes mostram que
b) a … as … a 67% das pessoas consultam os jornais diariamente.
c) a … às … a
d) à … às … à
e) a … as … à

84
80. (PETROBRAS – ENGENHEIRO(A) DE MEIO AM-
BIENTE JÚNIOR – CESGRANRIO-2018)
GABARITO
Texto I
1 C
Portugueses no Rio de Janeiro
2 C
O Rio de Janeiro é o grande centro da imigração por- 3 A
tuguesa até meados dos anos cinquenta do século pas-
4 D
sado, quando chega a ser a “terceira cidade portuguesa
do mundo”, possuindo 196 mil portugueses — um déci- 5 E
mo de sua população urbana. Ali, os portugueses dedi- 6 B
cam-se ao comércio, sobretudo na área dos comestíveis,
7 A
como os cafés, as panificações, as leitarias, os talhos,
além de outros ramos, como os das papelarias e lojas 8 B
de vestuários. Fora do comércio, podem exercer as mais 9 E
variadas profissões, como atividades domésticas ou as de
barbeiros e alfaiates. Há, de igual forma, entre os mais 10 A
afortunados, aqueles ligados à indústria, voltados para 11 E
construção civil, o mobiliário, a ourivesaria e o fabrico de 12 E
bebidas.
A sua distribuição pela cidade, apesar da não formação 13 A
de guetos, denota uma tendência para a sua concentra- 14 D
ção em determinados bairros, escolhidos, muitas das ve- 15 D
zes, pela proximidade da zona de trabalho. No Centro da
cidade, próximo ao grande comércio, temos um grupo 16 B
significativo de patrícios e algumas associações de por- 17 B
te, como o Real Gabinete Português de Leitura e o Liceu 18 E
Literário Português. Nos bairros da Cidade Nova, Estácio
de Sá, Catumbi e Tijuca, outro ponto de concentração 19 E
da colônia, se localizam outras associações portuguesas, 20 D
como a Casa de Portugal e um grande número de casas
21 A
regionais. Há, ainda, pequenas concentrações nos bairros
periféricos da cidade, como Jacarepaguá, originalmente 22 E
formado por quintas de pequenos lavradores; nos subúr- 23 A
bios, como Méier e Engenho Novo; e nas zonas mais pri-
24 C
vilegiadas, como Botafogo e restante da zona sul carioca,
área nobre da cidade a partir da década de cinquenta, 25 A
preferida pelos mais abastados. 26 A
PAULO, Heloísa. Portugueses no Rio de Janeiro: salaza-
ristas e opositores em manifestação na cidade. In: ALVES, 27 D
Ida et alii. 450 Anos de Portugueses no Rio de Janeiro. Rio 28 C
de Janeiro: Ofi cina Raquel, 2017, pp. 260-1. Adaptado. 29 D
O texto emprega duas vezes o verbo “haver”. Ambos es-
tão na 3.ª pessoa do singular, pois são impessoais. Esse 30 B
papel gramatical está repetido corretamente em: 31 Errado
32 B
a) Ninguém disse que os portugueses havia de saírem
da cidade. 33 E
b) Se houvessem mais oportunidades, os imigrantes fi- 34 D
cariam ricos.
35 C
c) Haveriam de haver imigrantes de outras procedências
na cidade. 36 B
d) Os imigrantes vieram de Lisboa porque lá não haviam 37 D
LÍNGUA PORTUGUESA

empregos.
38 B
e) Os portugueses gostariam de que houvesse mais ofer-
tas de trabalho. 39 D
40 E
41 Certo
42 Certo

85
43 A ANOTAÇÕES
44 E
45 C
46 C ________________________________________________

47 E _________________________________________________
48 D _________________________________________________
49 C
_________________________________________________
50 Certo
51 A _________________________________________________
52 E _________________________________________________
53 A
_________________________________________________
54 B
_________________________________________________
55 D
56 Errado _________________________________________________
57 B _________________________________________________
58 A
_________________________________________________
59 B
60 E _________________________________________________

61 Certo _________________________________________________
62 B _________________________________________________
63 E
_________________________________________________
64 E
65 B _________________________________________________
66 E _________________________________________________
67 D
_________________________________________________
68 E
_________________________________________________
69 D
70 B _________________________________________________
71 A _________________________________________________
72 E
_________________________________________________
73 E
74 D _________________________________________________
75 A _________________________________________________
76 B _________________________________________________
77 E
_________________________________________________
78 C
79 E _________________________________________________
80 E _________________________________________________

_________________________________________________
LÍNGUA PORTUGUESA

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

86
ÍNDICE

MATEMÁTICA
Resolução de situações-problema, envolvendo: adição, subtração,multiplicação, divisão, potenciação ou radiciação com núme-
ros racionais, nas suas representações fracionária ou decimal ............................................................................................................................01
Mínimo múltiplo comum; Máximo divisor comum ...................................................................................................................................................09
Porcentagem ............................................................................................................................................................................................................................11
Razão e proporção .................................................................................................................................................................................................................13
Regra de três simples ou composta ................................................................................................................................................................................16
Equações do 1.º ou do 2.º graus; Sistema de equações do 1.º grau .................................................................................................................19
Grandezas e medidas – quantidade, tempo, comprimento, superfície, capacidade e massa ..................................................................32
Relação entre grandezas – tabela ou gráfico;Tratamento da informação – média aritmética simples.................................................36
Noções de Geometria – forma, ângulos, área, perímetro, volume, Teoremas de Pitágoras ou de Tales. ............................................53
Raciocínio Lógico ....................................................................................................................................................................................................................79
Juros Simples e Composto ..................................................................................................................................................................................................97
1.2. Propriedades da Adição de Números Racio-
RESOLUÇÃO DE SITUAÇÕES-PROBLEMA, nais
ENVOLVENDO: ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO,
MULTIPLICAÇÃO, DIVISÃO, POTENCIA- O conjunto é fechado para a operação de adição,
ÇÃO OU RADICIAÇÃO COM NÚMEROS isto é, a soma de dois números racionais resulta em um
RACIONAIS, NAS SUAS REPRESENTAÇÕES número racional.
- Associativa: Para todos em : a + ( b + c ) = ( a + b ) + c
FRACIONÁRIA OU DECIMAL.
- Comutativa: Para todos em : a + b = b + a
- Elemento neutro: Existe em , que adicionado a todo
em , proporciona o próprio , isto é: q + 0 = q
NÚMEROS RACIONAIS: FRAÇÕES, NÚMEROS - Elemento oposto: Para todo q em Q, existe -q em Q,
DECIMAIS E SUAS OPERAÇÕES tal que q + (–q) = 0

1. Números Racionais 1.3. Subtração de Números Racionais

Um número racional é o que pode ser escrito na for- A subtração de dois números racionais e é a própria
m operação de adição do número com o oposto de q, isto
ma n , onde m e n são números inteiros, sendo que n é: p – q = p + (–q)
deve ser diferente de zero. Frequentemente usamos m
para significar a divisão de m por n . n
1.4. Multiplicação (Produto) de Números Racio-
Como podemos observar, números racionais podem ser nais
obtidos através da razão entre dois números inteiros, razão
pela qual, o conjunto de todos os números racionais é de- Como todo número racional é uma fração ou pode
notado por Q. Assim, é comum encontrarmos na literatura ser escrito na forma de umaa fração,
c
definimos o produto
a notação: de dois números racionais b e d , da mesma forma que o
produto de frações, através de:
Q = { m : m e n em Z,n diferente de zero} a c a�c
n � =
No conjunto Q destacamos os seguintes subconjun-
b d b� d
tos: O produto dos números racionais a e b também pode
ser indicado por a × b, a.b ou ainda ab sem nenhum sinal

• 𝑄 = conjunto dos racionais não nulos; entre as letras.
• 𝑄+ = conjunto dos racionais não negativos; Para realizar a multiplicação de números racionais,
• 𝑄+∗
= conjunto dos racionais positivos; devemos obedecer à mesma regra de sinais que vale em
• 𝑄− = conjunto dos racionais não positivos; toda a Matemática:
• 𝑄−∗ = conjunto dos racionais negativos. (+1)�(+1) = (+1) – Positivo Positivo = Positivo
(+1)�(-1) = (-1) - Positivo Negativo = Negativo
(-1)�(+1) = (-1) - Negativo Positivo = Negativo
Módulo ou valor absoluto: É a distância do ponto
(-1)� (-1) = (+1) – Negativo Negativo = Positivo
que representa esse número ao ponto de abscissa zero.
3 3 3 3
Exemplo: Módulo de - 2 é 2 . Indica-se − =
2 2 #FicaDica
Módulo de+ 3 é 3 . Indica-se 3 3
= O produto de dois números com o mesmo
2 2 2 2
sinal é positivo, mas o produto de dois nú-
3 3 meros com sinais diferentes é negativo.
Números Opostos: Dizemos que− 2 e 2 são núme-
ros racionais opostos ou simétricos e cada um deles é
o oposto do outro. As distâncias dos pontos− 3 e 3 ao 1.5. Propriedades da Multiplicação de Números
2 2
ponto zero da reta são iguais. Racionais

1.1. Soma (Adição) de Números Racionais O conjunto Q é fechado para a multiplicação, isto é, o
produto de dois números racionais resultaem um número
Como todo número racional é uma fração ou pode ser racional.
escrito na forma de uma fração, definimos a adição entre - Associativa: Para todos a,b,c em Q: a ∙ ( b ∙ c ) = ( a ∙ b) ∙ c
a c
os números racionais e , , da mesma forma que a soma - Comutativa: Para todos a,b em Q: a ∙ b = b ∙ a
b d - Elemento neutro: Existe 1 em Q, que multiplicado
de frações, através de: por todo q em Q, proporciona o próprio q, isto é:
q∙1=q
a c a�d+b�c
MATEMÁTICA

b
+ = - Elemento inverso: Para todo q = b em Q,
a
a di-
q−1 =
b d b�d
ferente de zero, existe em Q: q � q−1 = 1, ou seja,
a b
b
×a =1

1
- Distributiva: Para todos a,b,c em Q: a ∙ ( b + c ) = ( a - Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo
∙ b ) + ( a∙ c ) sinal da base.

1.6. Divisão de Números Racionais 3


2 2 2 2 8
  =   .  .   =
A divisão de dois números racionais p e q é a própria  3   3   3   3  27
operação de multiplicação do número p pelo inverso de
q, isto é: p ÷ q = p × q-1 - Toda potência com expoente par é um número po-
De maneira prática costuma-se dizer que em uma di- sitivo.
visão de duas frações, conserva-se a primeira fração e
multiplica-se pelo inverso da segunda:  1  1  1
2
1
Observação: É possível encontrar divisão de frações −  = −  .−  =
a  5   5   5  25
da seguinte forma: b
c .
. O procedimento de cálculo é o
mesmo.
d
- Produto de potências de mesma base. Para reduzir
1.7. Potenciação de Números Racionais um produto de potências de mesma base a uma
𝐧
só potência, conservamos a base e somamos os
A potência q do número racional é um produto expoentes.
de fatores iguais. O número é denominado a base e o
número é o expoente. 2 3 2+3 5
 2  2  2 2 2 2 2  2 2
n
q = q � q � q � q � . . .� q, (q aparece n vezes)   .   =  . . . .  =   = 
 5  5 5 55 5 5 5 5
Exs: - Quociente de potências de mesma base. Para re-
duzir um quociente de potências de mesma base
a)  2  =  2  .  2  .  2  =
3
8
a uma só potência, conservamos a base e subtraí-
125
5 3 5 5 5 mos os expoentes.
b)  − 1  =  − 1  .  − 1  .  − 1  = 1
  − 3 3 3 3 3
 2  2  2  2 8 5 . . . . 2 5− 2 3
c) (– 5)² = (– 5) � ( – 5) = 25 3 3 2 2 2 2 2 3 3
:
    = =   =  
2 2 3 3 2 2
d) (+5)² = (+5) � (+5) = 25 .
2 2
- Potência de Potência. Para reduzir uma potência de
1.8. Propriedades da Potenciação aplicadas a nú- potência a uma potência de um só expoente, con-
meros racionais servamos a base e multiplicamos os expoentes.

- Toda potência com expoente 0 é igual a 1. 3


 1  2   1  2  1  2  1  2  1  2+ 2+ 2  1  3+ 2  1  6
0    =   .  .  =   =  = 
 2  2    2   2   2   2  2 2
+  = 1
 5
1.9. Radiciação de Números Racionais
- Toda potência com expoente 1 é igual à própria
base. Se um número representa um produto de dois ou
mais fatores iguais, então cada fator é chamado raiz do
 9 9
1
número. Vejamos alguns exemplos:
−  =−
 4 4 Ex:
4 Representa o produto 2. 2 ou 22. Logo, 2 é a raiz
- Toda potência com expoente negativo de um nú- quadrada de 4. Indica-se 4 = 2.
mero racional diferente de zero é igual a outra
potência que tem a base igual ao inverso da base Ex:
anterior e o expoente igual ao oposto do expoente 1 1 1 1 1
2
anterior. Representa o produto . ou   .Logo, é a
9 3 3 3 3
MATEMÁTICA

 3  5 25
−2 2
1 1 1
−  = −  = raiz quadrada de .Indica-se =
 5  3 9 9 9 3

2
Ex: 3
0,216 Representa o produto 0,6 � 0,6 � 0,6 ou (0,6)3 . Logo, 0,6 é a raiz cúbica de 0,216. Indica-se 0,216 = 0,6 .

Assim, podemos construir o diagrama:

FIQUE ATENTO!
Um número racional, quando elevado ao quadrado, dá o número zero ou um número racional positivo.
Logo, os números racionais negativos não têm raiz quadrada em Q.

100
O número − não tem raiz quadrada em Q, pois tanto − 10 como + 10 , quando elevados ao quadrado, dão 100 .
9 3 3 9
Um número racional positivo só tem raiz quadrada no conjunto dos números racionais se ele for um quadrado
perfeito.
O número 2 não tem raiz quadrada em Q, pois não existe número racional que elevado ao quadrado dê 2 .
3 3
1.10. Frações
x
Frações são representações de partes iguais de um todo. São expressas como um quociente de dois números ,
sendo x o numerador e y o denominador da fração, com y ≠ 0 . y

1.10.1 Frações Equivalentes

São frações que, embora diferentes, representam a mesma parte do mesmo todo. Uma fração é equivalente a outra
quando pode ser obtida multiplicando o numerador e o denominador da primeira fração pelo mesmo número.

Ex: 3 e 6 .
5 10
A segunda fração pode ser obtida multiplicando o numerador e denominador de 3 por 2:
5
3�2 6
=
5 � 2 10
6
Assim, diz-se que é uma fração equivalente a 3
10 5

OPERAÇÕES COM FRAÇÕES

1. Adição e Subtração

Frações com denominadores iguais:

Ex:
Jorge comeu 3 de um tablete de chocolate e Miguel 2 desse mesmo tablete. Qual a fração do tablete de chocolate
8 8

que Jorge e Miguel comeram juntos?


MATEMÁTICA

A figura abaixo representa o tablete de chocolate. Nela também estão representadas as frações do tablete que
Jorge e Miguel comeram:

3
Representa 4/5 do conteúdo da caixa
3 2 5
Observe que = =
8 8 8
5
Portanto, Jorge e Miguel comeram juntos do table-
8
te de chocolate.

Na adição e subtração de duas ou mais frações que


têm denominadores iguais, conservamos o denominador Representa 2/3 de 4/5 do conteúdo da caixa.
comum e somamos ou subtraímos os numeradores. Repare que o problema proposto consiste em calcular
2
o valor de de 4 que, de acordo com a figura, equivale
Outro Exemplo: 3 5
a 8
do total de frutas. De acordo com a tabela acima, 2
15 3
3 5 7 3+5−7 1 2 4
de 4 equivale a � . Assim sendo:
+ − = = 5 3 5
2 2 2 2 2
2 4 8
� =
3 5 15
Frações com denominadores diferentes:
Ou seja:
3 5
Calcular o valor de + Inicialmente, devemos 2 de 4 2 4 2�4 8
8 6 = � = =
reduzir as frações ao mesmo denominador comum. Para 3 5 3 5 3�5 15
isso, encontramos o mínimo múltiplo comum (MMC) entre
O produto de duas ou mais frações é uma fração cujo
os dois (ou mais, se houver) denominadores e, em seguida,
numerador é o produto dos numeradores e cujo denomi-
encontramos as frações equivalentes com o novo deno-
nador é o produto dos denominadores das frações dadas.
minador:
3 5 9 20
mmc (8,6) = 24 = = = Outro exemplo:
2 4 7 2�4�7
� � = =
56
8 6 24 24 3 5 9 3 � 5 � 9 135

24 ∶ 8 � 3 = 9 #FicaDica
24 ∶ 6 � 5 = 20
Sempre que possível, antes de efetuar
Devemos proceder, agora, como no primeiro caso, a multiplicação, podemos simplificar as
simplificando o resultado, quando possível: frações entre si, dividindo os numeradores
e os denominadores por um fator comum.
9 20 29 Esse processo de simplificação recebe o
+ = nome de cancelamento.
24 24 24

3 5 9 20 29
Portanto: + = + =
8 6 24 24 24
3. Divisão

Duas frações são inversas ou recíprocas quando o nu-


#FicaDica merador de uma é o denominador da outra e vice-versa.
Na adição e subtração de duas ou mais fra- Exemplo
ções que têm os denominadores diferentes,
reduzimos inicialmente as frações ao menor 2 é a fração inversa de 3
denominador comum, após o que procede- 3 2
mos como no primeiro caso. 5 ou 5 é a fração inversa de 1
1 5

Considere a seguinte situação:


2. Multiplicação
Lúcia recebeu de seu pai os 4 dos chocolates con-
MATEMÁTICA

Ex: 5
tidos em uma caixa. Do total de chocolates recebidos,
De uma caixa de frutas, 4 são bananas. Do total de Lúcia deu a terça parte para o seu namorado. Que fração
2 5
bananas, estão estragadas. Qual é a fração de frutas dos chocolates contidos na caixa recebeu o namorado
3 de Lúcia?
da caixa que estão estragadas?

4
4
A solução do problema consiste em dividir o total de chocolates que Lúcia recebeu de seu pai por 3, ou seja, 5 : 3

Por outro lado, dividir algo por 3 significa calcular 1 desse algo.
3
4 1
Portanto: : 3 = de 4
5 3 5
1 4 1 4 4 1 4 4 3 4 1
Como de =
5 3

5
=
5

3
, resulta que : 3 = : = �
3 5 5 1 5 3
3 1
Observando que as frações e são frações inversas, podemos afirmar que:
1 3
Para dividir uma fração por outra, multiplicamos a primeira pelo inverso da segunda.
4 4 3 4 1 4
Portanto 5 : 3 = 5 ∶ 1 = 5 � 3 = 15
4
Ou seja, o namorado de Lúcia recebeu do total de chocolates contidos na caixa.
15
1
4 8 4 5 5
Outro exemplo: : = . =
3 5 3 82 6

Observação:

Note a expressão: . Ela é equivalente à expressão 3 1


:
2 5

Portanto

4. Números Decimais

De maneira direta, números decimais são números que possuem vírgula. Alguns exemplos: 1,47; 2,1; 4,9587; 0,004;
etc.

OPERAÇÕES COM NÚMEROS DECIMAIS

1. Adição e Subtração

Vamos calcular o valor da seguinte soma:


5,32 + 12,5 + 0, 034

Transformaremos, inicialmente, os números decimais em frações decimais:

532 125 34 5320 12500 34 17854


5,32 + 12,5 + 0,034 = 100 + 10
+ = + + = = 17,854
1000 1000 1000 1000 1000

Portanto: 5,32 + 12,5 + 0, 034 = 17, 854

Na prática, a adição e a subtração de números decimais são obtidas de acordo com a seguinte regra:
- Igualamos o número de casas decimais, acrescentando zeros.
- Colocamos os números um abaixo do outro, deixando vírgula embaixo de vírgula.
- Somamos ou subtraímos os números decimais como se eles fossem números naturais.
- Na resposta colocamos a vírgula alinhada com a vírgula dos números dados.

Exemplo
MATEMÁTICA

2,35 + 14,3 + 0, 0075 + 5

5
Disposição prática:
2,3500
14,3000
+ 0,0075
5,0000
21,6575

Multiplicação

Vamos calcular o valor do seguinte produto: 2,58 � 3,4 .


Transformaremos, inicialmente, os números decimais em frações decimais:

258 34 8772
2,58 � 3,4 = � = = 8,772
100 100 1000

Portanto 2,58 � 3,4 = 8,772

#FicaDica
Na prática, a multiplicação de números decimais é obtida de acordo com as seguintes regras:
- Multiplicamos os números decimais como se eles fossem números naturais.
- No resultado, colocamos tantas casas decimais quantas forem as do primeiro fator somadas às do
segundo fator.

Exemplo:
Disposição prática:
652,2  1 casa decimal

X 2,03  2 casas decimais


19 566

1 304 4

1 323,966  1 + 2 = 3 casas decimais

Divisão

Vamos, por exemplo, efetuar a seguinte divisão: 24 ∶ 0,5


MATEMÁTICA

Inicialmente, multiplicaremos o dividendo e o divisor da divisão dada por 10.

24 ∶ 0,5 = (24 � 10) ∶ (0,5 � 10) = 240 ∶ 5

6
A vantagem de tal procedimento foi a de transformar- Ex: 2 ∶ 16
mos em número natural o número decimal que aparecia
na divisão. Com isso, a divisão entre números decimais
se transforma numa equivalente com números naturais.

Portanto: 24 ∶ 0,5 = 240 ∶ 5 = 48

#FicaDica
Representação Decimal das Frações
Na prática, a divisão entre números deci- p
mais é obtida de acordo com as seguin- Tomemos um número racional q tal que não seja
tes regras: múltiplo de . Para escrevê-lo na forma decimal, basta efe-
- Igualamos o número de casas decimais tuar a divisão do numerador pelo denominador.
do dividendo e do divisor. Nessa divisão podem ocorrer dois casos:
- Cortamos as vírgulas e efetuamos a di-
visão como se os números fossem natu- 1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula,
rais. um número finito de algarismos. Decimais Exatos:

2
Ex: 24 ∶ 0,5 = 240 ∶ 5 = 48 = 0,4
5
1
Disposição prática: = 0,25
4
35
= 8,75
4
153
= 3,06
50
Nesse caso, o resto da divisão é igual à zero. Assim
sendo, a divisão é chamada de divisão exata e o quocien- 2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula,
te é exato. infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se pe-
riodicamente. Decimais Periódicos ou Dízimas Periódicas:
Ex: 9,775 ∶ 4,25
1
= 0,333 …
Disposição prática: 3

1
= 0,04545 …
22

Nesse caso, o resto da divisão é diferente de zero. 167


= 2,53030 …
Assim sendo, a divisão é chamada de divisão aproximada 66
e o quociente é aproximado.

Se quisermos continuar uma divisão aproximada, de- FIQUE ATENTO!


vemos acrescentar zeros aos restos e prosseguir dividin- Se após as vírgulas os algarismos não são
do cada número obtido pelo divisor. Ao mesmo tempo periódicos, então esse número decimal
em que colocamos o primeiro zero no primeiro resto, não está contido no conjunto dos números
colocamos uma vírgula no quociente. racionais.

Representação Fracionária dos Números Decimais

Trata-se do problema inverso: estando o número ra-


cional escrito na forma decimal, procuremos escrevê-lo
na forma de fração. Temos dois casos:

1º) Transformamos o número em uma fração cujo


numerador é o número decimal sem a vírgula e o
MATEMÁTICA

Ex: 0,14 ∶ 28 denominador é composto pelo numeral 1, seguido


de tantos zeros quantas forem as casas decimais
do número decimal dado:

7
9
0,9 =
10

57
5,7 =
10

76
0,76 =
100

348
3,48 =
100

5 1
0,005 = =
1000 200

2º) Devemos achar a fração geratriz da dízima dada; para tanto, vamos apresentar o procedimento através de al-
guns exemplos:

Ex:
Seja a dízima 0,333...

Façamos e multipliquemos ambos os membros por 10:


10x = 0,333

Subtraindo, membro a membro, a primeira igualdade da segunda:


3
10x – x = 3,333 … – 0,333. . . 9x = 3 x =
9
3
Assim, a geratriz de 0,333... é a fração .
9
Ex:
Seja a dízima 5,1717...

Façamos x = 5,1717. . . e 100x = 517,1717. . .


Subtraindo membro a membro, temos:

99x = 512 x = 512⁄99


512
Assim, a geratriz de 5,1717... é a fração .
99
Ex:

Seja a dízima 1,23434...


Façamos x = 1,23434 … ;10x = 12,3434 …; 1000x = 1234,34 …

Subtraindo membro a membro, temos:


1222
990x = 1234,34. . . – 12,34 … 990x = 1222 x =
990
MATEMÁTICA

611
Simplificando, obtemos x = , a fração geratriz da dízima 1,23434...
495

8
Analisando todos os exemplos, nota-se que a idéia consiste em deixar após a vírgula somente a parte periódica (que
se repete) de cada igualdade para, após a subtração membro a membro, ambas se cancelarem.

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (EBSERH – Médico – IBFC/2016) Mara leu 1/5 das páginas de um livro numa semana. Na segunda semana, leu mais
2/3 de páginas. Se ainda faltam ler 60 (sessenta) páginas do livro, então o total de páginas do livro é de:

a) 300
b) 360
c) 400
d) 450
e) 480
13 15−13 2
Resposta: Letra D. Mara leu 1 2 3+10 13 do livro. Logo, ainda falta 1 − 15 = = 15 para ser
+ = = 15
5 3 15 15
lido. Essa fração que falta ser lida equivale a 60 páginas
2 1
Assim:  60 páginas. Portanto,  30 páginas.
15 15
Logo o livro todo (15/15) possui: 15∙30=450 páginas

MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM; MÁXIMO DIVISOR COMUM

O máximo divisor comum e o mínimo múltiplo comum são ferramentas extremamente importantes na matemática.
Através deles, podemos resolver alguns problemas simples, além de utilizar seus conceitos em outros temas, como
frações, simplicação de fatoriais, etc.
Porém, antes de iniciarmos a apresentar esta teoria, é importante conhecermos primeiramente uma classe de nú-
meros muito importante: Os números primos.

Números primos

Um número natural é definido como primo se ele tem exatamente dois divisores: o número um e ele mesmo. Já nos
inteiros, p ∈ ℤ é um primo se ele tem exatamente quatro divisores: ±1 e ±𝑝 .

FIQUE ATENTO!
Por definição, 0, 1 e − 1 não são números primos.

Existem infinitos números primos, como demonstrado por Euclides por volta de 300 a.C.. A propriedade de ser um
primo é chamada “primalidade”, e a palavra “primo” também são utilizadas como substantivo ou adjetivo. Como “dois”
é o único número primo par, o termo “primo ímpar” refere-se a todo primo maior do que dois.
O conceito de número primo é muito importante na teoria dos números. Um dos resultados da teoria dos números
é o Teorema Fundamental da Aritmética, que afirma que qualquer número natural diferente de 1 pode ser escrito de
forma única (desconsiderando a ordem) como um produto de números primos (chamados fatores primos): este pro-
cesso se chama decomposição em fatores primos (fatoração). É exatamente este conceito que utilizaremos no MDC e
MMC. Para caráter de memorização, seguem os 100 primeiros números primos positivos. Recomenda-se que memori-
zem ao menos os 10 primeiros para MDC e MMC:

2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43, 47, 53, 59, 61, 67, 71, 73, 79, 83, 89, 97, 101, 103, 107, 109, 113, 127, 1
31, 137, 139, 149, 151, 157, 163, 167, 173, 179, 181, 191, 193, 197, 199, 211, 223, 227, 229, 233, 239, 241, 251, 257, 263,
269, 271, 277, 281, 283, 293, 307, 311, 313, 317, 331, 337, 347, 349, 353, 359, 367, 373, 379, 383, 389, 397, 401, 409, 419,
421, 431, 433, 439, 443, 449, 457, 461, 463, 467, 479, 487, 491, 499, 503, 509, 521, 523, 541
MATEMÁTICA

Múltiplos e Divisores

Diz-se que um número natural a é múltiplo de outro natural b, se existe um número natural k tal que:

9
Outra técnica para o cálculo do MDC:
𝑎 = 𝑘. 𝑏
Ex. 15 é múltiplo de 5, pois 15=3 x 5 Decomposição em fatores primos: Para obter o
MDC de dois ou mais números por esse processo, pro-
Quando a=k.b, segue que a é múltiplo de b, mas tam- cede-se da seguinte maneira:
bém, a é múltiplo de k, como é o caso do número 35 que
é múltiplo de 5 e de 7, pois: 35 = 7 x 5. Decompõe-se cada número dado em fatores primos.
Quando a = k.b, então a é múltiplo de b e se conhe- O MDC é o produto dos fatores comuns obtidos,
cemos b e queremos obter todos os seus múltiplos, basta cada um deles elevado ao seu menor expoente.
fazer k assumir todos os números naturais possíveis.
Exemplo: Achar o MDC entre 300 e 504.
Ex. Para obter os múltiplos de dois, isto é, os números
da forma a = k x 2, k seria substituído por todos os nú- Fatorando os dois números:
meros naturais possíveis.

FIQUE ATENTO!
Um número b é sempre múltiplo dele mesmo.
a = 1 x b ↔ a = b.

A definição de divisor está relacionada com a de múl-


tiplo. Temos que:

Um número natural b é divisor do número natural a, 300 = 22.3 .52


se a é múltiplo de b. 504 = 23.32 .7

Ex. 3 é divisor de 15, pois , logo 15 é múltiplo de 3 e O MDC será os fatores comuns com seus menores
também é múltiplo de 5. expoentes:

mdc (300,504)= 22.3 = 4 .3=12


#FicaDica MMC
Um número natural tem uma quantidade fi-
nita de divisores. Por exemplo, o número 6 O mínimo múltiplo comum de dois ou mais números
poderá ter no máximo 6 divisores, pois tra- é o menor número positivo que é múltiplo comum de
balhando no conjunto dos números natu- todos os números dados. Consideremos:
rais não podemos dividir 6 por um número
maior do que ele. Os divisores naturais de Ex. Encontrar o MMC entre 8 e 6
6 são os números 1, 2, 3, 6, o que significa Múltiplos positivos de 6: M(6) =
que o número 6 tem 4 divisores. {6,12,18,24,30,36,42,48,54,...}

Múltiplos positivos de 8: M(8) =


MDC {8,16,24,32,40,48,56,64,...}

Agora que sabemos o que são números primos, múl- Podem-se escrever, agora, os múltiplos positivos
tiplos e divisores, vamos ao MDC. O máximo divisor co- comuns: M(6)∩M(8) = {24,48,72,...}
mum de dois ou mais números é o maior número que é
divisor comum de todos os números dados. Observando os múltiplos comuns, pode-se identificar
o mínimo múltiplo comum dos números 6 e 8, ou seja:
Ex. Encontrar o MDC entre 18 e 24.
Outra técnica para o cálculo do MMC:
Divisores naturais de 18: D(18) = {1,2,3,6,9,18}.
Decomposição isolada em fatores primos: Para
Divisores naturais de 24: D(24) = {1,2,3,4,6,8,12,24}. obter o MMC de dois ou mais números por esse proces-
so, procedemos da seguinte maneira:
Pode-se escrever, agora, os divisores comuns a 18 e
MATEMÁTICA

24: D(18)∩ D (24) = {1,2,3,6}. - Decompomos cada número dado em fatores pri-
mos.
Observando os divisores comuns, podemos identifi- - O MMC é o produto dos fatores comuns e não-co-
car o maior divisor comum dos números 18 e 24, ou seja: muns, cada um deles elevado ao seu maior expo-
MDC (18,24) = 6. ente.

10
A porcentagem nada mais é do que uma razão, que
Ex. Achar o MMC entre 18 e 120. representa uma “parte” e um “todo” a qual referimos
como 100%. Assim, de uma maneira geral, temos que:
Fatorando os números: 𝑝
𝐴= .𝑉
100
Onde A, é a parte, p é o valor da porcentagem e V é o
todo (100%). Assim, os problemas básicos de porcenta-
gem se resumem a três tipos:

Cálculo da parte (Conheço p e V e quero achar A):


Para calcularmos uma porcentagem de um valor V, bas-
𝑝
ta multiplicarmos a fração correspondente, ou seja, 100
por V. Assim: 𝑝
Temos que: P% de V =A= 100 .V

18 = 2 .32 Ex. 23% de 240 = 23 .240 = 55,2


120 = 23.3 .5 100
Ex. Em uma pesquisa de mercado, constatou-se que
O MMC será os fatores comuns com seus maiores ex- 67% de uma amostra assistem a certo programa de TV.
poentes: Se a população é de 56.000 habitantes, quantas pessoas
assistem ao tal programa?
mmc (18,120) = 23.32.5 = 8 .9 .5 = 360 Aqui, queremos saber a “parte” da população que as-
siste ao programa de TV, como temos a porcentagem e
o total, basta realizarmos a multiplicação:
EXERCÍCIOS COMENTADOS 67% de 56000=A=
67
56000=37520
100
1. (FEPESE-2016) João trabalha 5 dias e folga 1, enquan- Resp. 37 520 pessoas.
to Maria trabalha 3 dias e folga 1. Se João e Maria folgam
no mesmo dia, então quantos dias, no mínimo, passarão Cálculo da porcentagem (conheço A e V e quero
para que eles folguem no mesmo dia novamente? achar p): Utilizaremos a mesma relação para achar o va-
lor de p e apenas precisamos rearranjar a mesma:
a) 8
b) 10 𝑝 𝐴
𝐴= . 𝑉 → 𝑝 = . 100
c) 12 100 𝑉
d) 15 Ex. Um time de basquete venceu 10 de seus 16 jogos.
e) 24 Qual foi sua porcentagem de vitórias?
Neste caso, o exercício quer saber qual a porcenta-
Resposta: Letra C. O período em que João trabalha gem de vitórias que esse time obteve, assim:
e folga corresponde a 6 dias enquanto o mesmo pe-
ríodo, para Maria, corresponde a 4 dias. Assim, o pro- 𝐴 10
blema consiste em encontrar o mmc entre 6 e 4. Logo, 𝑝= . 100 = . 100 = 62,5%
𝑉 16
eles folgarão no mesmo dia novamente após 12 dias
pois mmc(6,4)=12. Resp: O time venceu 62,5% de seus jogos.
Ex. Em uma prova de concurso, o candidato acertou
48 de 80 questões. Se para ser aprovado é necessário
PORCENTAGEM acertar 55% das questões, o candidato foi ou não foi
aprovado?
Para sabermos se o candidato passou, é necessário
Definição calcular sua porcentagem de acertos:

A definição de porcentagem passa pelo seu próprio 𝐴 48


𝑝= . 100 = . 100 = 60% > 55%
nome, pois é uma fração de denominador centesimal, ou 𝑉 80
seja, é uma fração de denominador 100. Representamos Logo, o candidato foi aprovado.
porcentagem pelo% e lê-se: “por cento”.
50 Calculo do todo (conheço p e A e quero achar V):
MATEMÁTICA

Deste modo, a fração 100 ou qualquer uma equivalente No terceiro caso, temos interesse em achar o total (Nosso
a ela é uma porcentagem que podemos representar por 100%) e para isso basta rearranjar a equação novamente:
50%.

11
𝑝 𝐴 𝐴 Neste caso, o problema deu o valor de e gostaria de
𝐴= . 𝑉 → 𝑝 = . 100 → 𝑉 = . 100 saber o valor de V, assim:
100 𝑉 𝑝 p
Ex. Um atirador tem taxa de acerto de 75% de seus VA = ( 1 + 100 ).V
tiros ao alvo. Se em um treinamento ele acertou 15 tiros, 40
quantos tiros ele deu no total? 3500 = ( 1 + ).V
100
Neste caso, o problema gostaria de saber quanto vale
o “todo”, assim: 3500 =(1+0,4).V
𝐴 15
𝑉= . 100 = . 100 = 0,2.100 = 20 𝑡𝑖𝑟𝑜𝑠 3500 =1,4.V
𝑝 75
3500
Forma Decimal: Outra forma de representação de porcen- V= =2500
1,4
tagens é através de números decimais, pois todos eles perten-
cem à mesma classe de números, que são os números racio- Resp. R$ 2 500,00
nais. Assim, para cada porcentagem, há um numero decimal
equivalente. Por exemplo, 35% na forma decimal seriam repre- Ex. Uma loja entra em liquidação e pretende abaixar
sentados por 0,35. A conversão é muito simples: basta fazer a em 20% o valor de seus produtos. Se o preço de um de-
divisão por 100 que está representada na forma de fração: les é de R$ 250,00, qual será seu preço na liquidação?
Aqui, basta calcular o valor de VD :
75
75% = = 0,75 p
100 VD = (1 – ) .V
100
Aumento e desconto percentual 20
VD = (1 – ) .250,00
100
Outra classe de problemas bem comuns sobre por-
centagem está relacionada ao aumento e a redução per- VD = (1 –0,2) .250,00
centual de um determinado valor. Usaremos as defini-
ções apresentadas anteriormente para mostrar a teoria VD = (0,8) .250,00
envolvida
VD = 200,00
Aumento Percentual: Consideremos um valor inicial Resp. R$ 200,00
V que deve sofrer um aumento de de seu valor. Chame-
mos de VA o valor após o aumento. Assim:
FIQUE ATENTO!
p Em alguns problemas de porcentagem são
VA = V + .V
100 necessários cálculos sucessivos de aumen-
Fatorando: tos ou descontos percentuais. Nesses ca-
sos é necessário ter atenção ao problema,
p pois erros costumeiros ocorrem quando se
VA = ( 1 + ) .V
100 calcula a porcentagens do valor inicial para
Em que (1 + p ) será definido como fator de au- obter todos os valores finais com descon-
100 tos ou aumentos. Na verdade, esse cálculo
mento, que pode estar representado tanto na forma de só pode ser feito quando o problema diz
fração ou decimal. que TODOS os descontos ou aumentos
são dados a uma porcentagem do valor
Desconto Percentual: Consideremos um valor inicial inicial. Mas em geral, os cálculos são feitos
V que deve sofrer um desconto de p% de seu valor. Cha- como mostrado no texto a seguir.
memos de VD o valor após o desconto.
p Aumentos e Descontos Sucessivos: Consideremos
VD = V – .V
100 um valor inicial V, e vamos considerar que ele irá sofrer
dois aumentos sucessivos de p1% e p2%. Sendo V1 o valor
Fatorando:
após o primeiro aumento, temos:
p
VD = (1 – ) .V 𝑝1
100 V1 = V .(1 + )
p 100
Em que (1 – ) será definido como fator de des-
Sendo V2 o valor após o segundo aumento, ou seja,
conto, que pode 100
estar representado tanto na forma de
após já ter aumentado uma vez, temos que:
fração ou decimal.
𝑝2
MATEMÁTICA

V2 = V1 .(1 + )
Ex. Uma empresa admite um funcionário no mês de 100
janeiro sabendo que, já em março, ele terá 40% de au-
Como temos também uma expressão para V1, basta
mento. Se a empresa deseja que o salário desse funcio-
substituir:
nário, a partir de março, seja R$ 3 500,00, com que salário
deve admiti-lo?

12
𝑝1 𝑝2 96
V2 = V .(1 + ) .(1 + ) V2 = 0,96.V= V=96% de V
100 100 100
Assim, para cada aumento, temos um fator corres- Ou seja, o valor final corresponde a 96% de V e não
pondente e basta ir multiplicando os fatores para chegar 100%, assim, eles não são iguais, portanto deve-se assi-
ao resultado final. nalar a opção ERRADO

No caso de desconto, temos o mesmo caso, sendo V


um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer dois
descontos sucessivos de p1% e p2%. EXERCÍCIOS COMENTADOS

Sendo V1 o valor após o primeiro desconto, temos: 1. (UNESP) Suponhamos que, para uma dada eleição,
uma cidade tivesse 18.500 eleitores inscritos. Suponha-
𝑝1
V1 = V.(1 – ) mos ainda que, para essa eleição, no caso de se verificar
100 um índice de abstenções de 6% entre os homens e de 9%
Sendo V2 o valor após o segundo desconto, ou seja, entre as mulheres, o número de votantes do sexo mas-
após já ter descontado uma vez, temos que: culino será exatamente igual ao número de votantes do
𝑝2 sexo feminino. Determine o número de eleitores de cada
V2 = V_1 .(1 – ) sexo.
100
Como temos também uma expressão para , basta Resposta: Denotamos o número de eleitores do sexo
substituir: femininos de F e de votantes masculinos de M. Pelo
𝑝1 𝑝2 enunciado do exercícios, F+M = 18500. Além disso, o
V2 = V .(1 – ) .(1 – ) índice de abstenções entre os homens foi de 6% e
100 100 de 9% entre as mulheres, ou seja, 94% dos homens
Além disso, essa formulação também funciona para e 91% das mulheres compareceram a votação, onde
aumentos e descontos em sequência, bastando apenas 94%M = 91%F ou 0,94M = 0,91F. Assim, para deter-
a identificação dos seus fatores multiplicativos. Sendo V minar o número de eleitores de cada sexo temos os
um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer um seguinte sistema para resolver:
aumento de p1% e, sucessivamente, um desconto de p2%. F + M = 18500
Sendo V1 o valor após o aumento, temos: �
0,94M = 0,91F
𝑝1
V1 = V .(1+ ) 0,91
100 Da segunda equação, temos que M = 0,94 F . Agora,
Sendo V2 o valor após o desconto, temos que: substituindo M na primeira equação do sistema en-
𝑝2 contra-se F = 9400 e por fim determina-se M = 9100.
V2 = V_1 .(1 – )
100
Como temos uma expressão para , basta substituir: RAZÃO E PROPORÇÃO
𝑝1 𝑝2
V2 = V .(1+ ) .(1 – )
100 100 Razão
Ex. Um produto sofreu um aumento de 20% e depois
sofreu uma redução de 20%. Isso significa que ele voltará Quando se utiliza a matemática na resolução de pro-
ao seu valor original. blemas, os números precisam ser relacionados para se
obter uma resposta. Uma das maneiras de se relacionar
( ) Certo ( ) Errado os números é através da razão. Sejam dois números reais
a e b, com b ≠ 0,define-se razão entre a e b (nessa or-
𝑎
Este problema clássico tem como finalidade concei- dem) o quociente a ÷ b, ou .
𝑏
tuar esta parte de aumento e redução percentual e evitar
o erro do leitor ao achar que aumentando p% e dimi- A razão basicamente é uma fração, e como sabem,
nuindo p%, volta-se ao valor original. Se usarmos o que frações são números racionais. Entretanto, a leitura des-
aprendemos, temos que: te número é diferente, justamente para diferenciarmos
𝑝1 𝑝2
quando estamos falando de fração ou de razão.
V2 = V . 1+ . 1– 3
100 100
𝐴𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑟𝑒𝑑𝑢çã𝑜
a) Quando temos o número 5 e estamos tratando de
20 20 fração, lê-se: “três quintos”.
MATEMÁTICA

V2 = V .(1+ ) .(1 – )
100 100 3
b) Quando temos o número e estamos tratando
V2 = V .(1+0,2) .(1 – 0,2 ) de razão, lê-se: “3 para 5”.
5

V2 = V .(1,2) .(0,8)

13
Além disso, a nomenclatura dos termos também é Ex. Uma sala tem 8 m de comprimento. Esse compri-
diferente: mento é representado num desenho por 20 cm. Qual é a
razão entre o comprimento representado no desenho e
O número 3 é numerador o comprimento real?
Convertendo o comprimento real para cm, temos
3
a) Na fração 5
que:
20 𝑐𝑚 1
𝑒= =
O número 5 é denominador 800 𝑐𝑚 40

O número 3 é antecedente
#FicaDica
3
b) Na razão
5 A razão entre um comprimento no desenho
e o correspondente comprimento real, cha-
O número 5 é consequente
ma-se escala
20 2
Ex. A razão entre 20 e 50 é = 5 já a razão entre 50
50 5 50
e 20 é = . Ou seja, deve-se sempre indicar o antece- Razão entre grandezas de espécies diferentes: É
20 2
dente e o consequente para sabermos qual a ordem de possível também relacionar espécies diferentes e isto
montarmos a razão. está normalmente relacionado a unidades utilizadas na
física:
Ex.Numa classe de 36 alunos há 15 rapazes e 21 mo-
ças. A razão entre o número de rapazes e o número de Ex. Considere um carro que às 9 horas passa pelo qui-
moças é 15 , se simplificarmos, temos que a fração equi- lômetro 30 de uma estrada e, às 11 horas, pelo quilô-
5
21 metro 170. Qual a razão entre a distância percorrida e o
valente 7 , o que significa que para “cada 5 rapazes há 7 tempo gasto no translado?
moças”. Por outro lado, a razão entre o número de rapa- Para montarmos a razão, precisamos obter as infor-
zes e o total de alunos é dada por 15 = 5 , o que equivale mações:
36 12
a dizer que “de cada 12 alunos na classe, 5 são rapazes”.
Razão entre grandezas de mesma espécie: A razão Distância percorrida: 170 km – 30 km = 140 km
entre duas grandezas de mesma espécie é o quociente Tempo gasto: 11h – 9h = 2h
dos números que expressam as medidas dessas grande- Calculamos a razão entre a distância percorrida e o
zas numa mesma unidade. tempo gasto para isso:
Ex. Um automóvel necessita percorrer uma estrada de 140 𝑘𝑚 70
360 km. Se ele já percorreu 240 km, qual a razão entre a 𝑣= = = 70 𝑘 𝑚 ⁄ℎ
distância percorrida em relação ao total? 2ℎ 1
Como os dois números são da mesma espécie (dis- Como são duas espécies diferentes, a razão entre elas
tância) e estão na mesma unidade (km), basta fazer a ra- será uma espécie totalmente diferente das outras duas.
zão:

𝑟=
240 𝑘𝑚 2
= #FicaDica
360 𝑘𝑚 3
A razão entre uma distância e uma medida
No caso de mesma espécie, porém em unidades di- de tempo é chamada de velocidade.
ferentes, deve-se escolher uma das unidades e converter
a outra.

Ex. Uma maratona possui aproximadamente 42 km de Ex. A Região Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais,
extensão. Um corredor percorreu 36000 metros. Qual a Rio de Janeiro e São Paulo) tem uma área aproximada de
razão entre o que falta para percorrer em relação à ex- 927 286 km2 e uma população de 66 288 000 habitantes,
tensão da prova? aproximadamente, segundo estimativas projetadas pelo
Veja que agora estamos tentando relacionar metros Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o
com quilômetros. Para isso, deve-se converter uma das ano de 1995. Qual a razão entre o número de habitantes
unidades, vamos utilizar “km”: e a área total?

36000 m=36 km Dividindo-se o número de habitantes pela área, obte-


remos o número de habitantes por km2 (hab./km2):
Como é pedida a razão entre o que falta em relação 66288000 ℎ𝑎𝑏 ℎ𝑎𝑏
ao total, temos que: 𝑑= = 71,5
927286 𝑘𝑚² 𝑘𝑚2
MATEMÁTICA

42 𝑘𝑚 − 36 𝑘𝑚 6 𝑘𝑚 1
𝑟= = =
42 𝑘𝑚 42 𝑘𝑚 7

14
#FicaDica 105
𝑥= 3
A razão entre o número de habitantes e a
x=35 gotas
área deste local é denominada densidade
demográfica.
Ou seja, para uma criança de 30 kg, deve-se ministrar
35 gotas do remédio, atendendo a proporção.
Ex. Um carro percorreu, na cidade, 83,76 km com 8 L
de gasolina. Dividindo-se o número de quilômetros per- Outro jeito de ver a proporção: Já vimos que uma
corridos pelo número de litros de combustível consumi- proporção é verdadeira quando realizamos a multiplica-
dos, teremos o número de quilômetros que esse carro ção em cruz e encontramos o mesmo valor nos dois pro-
percorre com um litro de gasolina: dutos. Outra maneira de verificar a proporção é verificar
83,76 𝑘𝑚 𝑘𝑚 se a duas razões que estão sendo igualadas são frações
𝑐= = 10,47 equivalentes. Lembra deste conceito?
8𝑙 𝑙

#FicaDica FIQUE ATENTO!


Uma fração é equivalente a outra quando
A razão entre a distância percorrida em rela- podemos multiplicar (ou dividir) o nume-
ção a uma quantidade de combustível é de- rador e o denominador da fração por um
finida como “consumo médio” mesmo número, chegando ao numerador e
denominador da outra fração.
Proporção
4 12
A definição de proporção é muito simples, pois se tra- Ex. e são frações equivalentes, pois:
ta apenas da igualdade de razões. 3 9

3 6
4x=12 →x=3
Na proporção = (lê-se: “3 está para 5 assim 3x=9 →x=3
5 10
como 6 está para 10”). 4
Ou seja, o numerador e o denominador de quan-
Observemos que o produto 3 x 10=30 é igual ao pro- 3
do multiplicados pelo mesmo número (3), chega ao nu-
duto 5 x 6=30, o que caracteriza a propriedade funda-
merador e denominador da outra fração, logo, elas são
mental das proporções
equivalentes e consequentemente, proporcionais.
Agora vamos apresentar algumas propriedades da
#FicaDica proporção:
Se multiplicarmos em cruz (ou em x), tere- a) Soma dos termos: Quando duas razões são pro-
mos que os produtos entre o numeradores porcionais, podemos criar outra proporção somando os
e os denominadores da outra razão serão numeradores com os denominadores e dividindo pelos
iguais. numeradores (ou denominadores) das razões originais:
5 10 5 + 2 10 + 4 7 14
2 6 = → = → =
Ex. Na igualdade = , temos 2 x 9=3 x 6=18, logo, 2 4 5 10 5 10
3 9
temos uma proporção. ou
5 10 5 + 2 10 + 4 7 14
Ex. Na bula de um remédio pediátrico recomenda-se = → = → =
a seguinte dosagem: 7 gotas para cada 3 kg do “peso” da 2 4 2 4 2 4
criança. Se uma criança tem 15 kg, qual será a dosagem
correta? b) Diferença dos termos: Analogamente a soma,
Como temos que seguir a receita, temos que atender temos também que se realizarmos a diferença entre os
a proporção, assim, chamaremos de x a quantidade de termos, também chegaremos em outras proporções:
gotas a serem ministradas:
4 8 4−3 8−6 1 2
7 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠 𝑥 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠 = → = → =
= 3 6 4 8 4 8
3 𝑘𝑔 15 𝑘𝑔
ou
Logo, para atendermos a proporção, precisaremos
MATEMÁTICA

encontrar qual o número que atenderá a proporção. 4 8 4−3 8−6 1 2


Multiplicando em cruz, temos que: = → = → =
3 6 3 6 3 6
3x=105

15
c) Soma dos antecedentes e consequentes: A soma 3.(CELESC – Assistente Administrativo – FEPESE/2016)
dos antecedentes está para a soma dos consequentes as- Dois amigos decidem fazer um investimento conjunto
sim como cada antecedente está para o seu consequen- por um prazo determinado. Um investe R$ 9.000 e o ou-
te: tro R$ 16.000. Ao final do prazo estipulado obtêm um
lucro de R$ 2.222 e decidem dividir o lucro de maneira
12 3 12 + 3 15 12 3 proporcional ao investimento inicial de cada um. Portan-
= → = = = to o amigo que investiu a menor quantia obtém com o
8 2 8+2 10 8 2 investimento um lucro:

a) Maior que R$ 810,00


d) Diferença dos antecedentes e consequentes: b) Maior que R$ 805,00 e menor que R$ 810,00
A soma dos antecedentes está para a soma dos conse- c) Maior que R$ 800,00 e menor que R$ 805,00
quentes assim como cada antecedente está para o seu d) Maior que R$ 795,00 e menor que R$ 800,00
consequente: e) Menor que R$ 795,00
12 3 12 − 3 9 12 3
= → = = = Resposta : Letra D.
8 2 8−2 6 8 2
Ambos aplicaram R$ 9000,00+R$ 16000,00=R$
25000,00 e o lucro de R$ 2222,00 foi sobre este valor.
FIQUE ATENTO! Assim, constrói-se uma proporção entre o valor apli-
Usamos razão para fazer comparação entre cado (neste caso, R$ 9000,00 , pois o exercício quer o
duas grandezas. Assim, quando dividimos lucro de quem aplicou menos) e seu respectivo lucro:
uma grandeza pela outra estamos compa-
rando a primeira com a segunda. Enquanto 9000 25000
proporção é a igualdade entre duas razões. = → 25x = 19998 → x = R$ 799,92
x 2222

EXERCÍCIOS COMENTADOS REGRA DE TRÊS SIMPLES OU COMPOSTA

1. O estado de Tocantins ocupa uma área aproximada de Os problemas que envolvem duas grandezas direta-
278.500 km². De acordo com o Censo/2000 o Tocantins mente ou inversamente proporcionais podem ser resol-
tinha uma população de aproximadamente 1.156.000 ha- vidos através de um processo prático, chamado regra de
bitantes. Qual é a densidade demográfica do estado de três simples.
Tocantins?
Ex: Um carro faz 180 km com 15L de álcool. Quantos
Resposta : litros de álcool esse carro gastaria para percorrer 210 km?
A densidade demográfica é definida como a razão en-
tre o número de habitantes e a área ocupada: Solução:
1 156 000 hab. O problema envolve duas grandezas: distância e litros
d= = 4,15 ha b⁄k m²
278 500 km² de álcool.
Indiquemos por x o número de litros de álcool a ser
consumido.
2. Se a área de um retângulo (A1 ) mede 300 cm² e a Coloquemos as grandezas de mesma espécie em uma
área de um outro retângulo (A2 ) mede 100 cm², qual é o mesma coluna e as grandezas de espécies diferentes que
valor da razão entre as áreas (A1 ) e (A2 ) ? se correspondem em uma mesma linha:
Resposta : Ao fazermos a razão das áreas, temos: Distância (km) Litros de álcool
A1 300 180 15
= =3 210 x
A2 100

Na coluna em que aparece a variável x (“litros de ál-


Então, isso significa que a área do retângulo 1 é 3 ve- cool”), vamos colocar uma flecha:
zes maior que a área do retângulo 2.
Distância (km) Litros de álcool
180 15
MATEMÁTICA

210 x

Observe que, se duplicarmos a distância, o consumo


de álcool também duplica. Então, as grandezas distância
e litros de álcool são diretamente proporcionais. No

16
esquema que estamos montando, indicamos esse fato Velocidade (km/h) Tempo (h)
colocando uma flecha na coluna “distância” no mesmo 60 4
sentido da flecha da coluna “litros de álcool”: 80 x

Distância (km) Litros de álcool sentidos contrários


180 15
210 x Na montagem da proporção devemos seguir o senti-
do das flechas. Assim, temos:

mesmo sentido

Armando a proporção pela orientação das flechas,


temos:

Resposta: Farei esse percurso em 3 h.

EXERCÍCIOS COMENTADOS
Resposta: O carro gastaria 17,5 L de álcool.
1. (CBTU – ASSISTENTE OPERACIONAL – FU-
MARC/2016) Dona Geralda comprou 4 m de tecido im-
portado a R$ 12,00 o metro linear. No entanto, o metro
#FicaDica linear do lojista media 2 cm a mais. A quantia que o lojis-
ta deixou de ganhar com a venda do tecido foi:
Procure manter essa linha de raciocínio nos
diversos problemas que envolvem regra de a) R$ 0,69
três simples ! Identifique as variáveis, verifi- b) R$ 0,96
que qual é a relação de proporcionalidade e c) R$ 1,08
siga este exemplo ! d) R$ 1,20

Resposta: Letra B. As grandezas (comprimento e pre-


Ex: Viajando de automóvel, à velocidade de 60 km/h, ço) são diretamente proporcionais. Assim, a regra de
eu gastaria 4 h para fazer certo percurso. Aumentando três é direta:
a velocidade para 80 km/h, em quanto tempo farei esse
percurso? Metros Preço
Solução: Indicando por x o número de horas e colo-
cando as grandezas de mesma espécie em uma mesma 1 12
coluna e as grandezas de espécies diferentes que se cor- 0,02 x
respondem em uma mesma linha, temos:
1 � x = 0,02 � 12 → x = R$ 0,24
Velocidade (km/h) Tempo (h) Note que foi necessário passar 2 cm para metros, para
60 4 que as unidades de comprimento fiquei iguais. Assim,
80 x cada 2 cm custaram R$ 0,24 para o vendedor. Como
Na coluna em que aparece a variável x (“tempo”), va- ele vendeu 4 m de tecido, esses 2 cm não foram con-
mos colocar uma flecha: siderados quatro vezes. Assim, ele deixou de ganhar
Velocidade (km/h) Tempo (h) 2. Para se construir um muro de 17m² são necessários 3
60 4 trabalhadores. Quantos trabalhadores serão necessários
80 x para construir um muro de 51m²?
Observe que, se duplicarmos a velocidade, o tempo Resposta: 9 trabalhadores.
fica reduzido à metade. Isso significa que as grandezas As grandezas (área e trabalhadores) são diretamente
velocidade e tempo são inversamente proporcionais. proporcionais. Assim, a regra de três é direta:
No nosso esquema, esse fato é indicado colocando-se na
MATEMÁTICA

coluna “velocidade” uma flecha em sentido contrário ao


da flecha da coluna “tempo”: Área N Trabalhadores
17 3
51 x

17
17 � x = 51 � 3 → x = 9 trabalhadores
FIQUE ATENTO!
Repare que a regra de três composta, em-
Regra de Três Composta bora tenha formulação próxima à regra de
três simples, é conceitualmente distinta de-
O processo usado para resolver problemas que en- vido à presença de mais de duas grandezas
volvem mais de duas grandezas, diretamente ou inver- proporcionais.
samente proporcionais, é chamado regra de três com-
posta.

Ex: Em 4 dias 8 máquinas produziram 160 peças. Em


quanto tempo 6 máquinas iguais às primeiras produzi- EXERCÍCIOS COMENTADOS
riam 300 dessas peças?
Solução: Indiquemos o número de dias por x. Co- 1. (SEDUC-SP - ANALISTA DE TECNOLOGIA DA IN-
loquemos as grandezas de mesma espécie em uma só FORMAÇÃO – VUNESP/2014) Quarenta digitadores
coluna e as grandezas de espécies diferentes que se preenchem 2 400 formulários de 12 linhas, em 2,5 ho-
correspondem em uma mesma linha. Na coluna em que ras. Para preencher 5 616 formulários de 18 linhas, em 3
aparece a variável x (“dias”), coloquemos uma flecha: horas, e admitindo-se que o ritmo de trabalho dos digi-
tadores seja o mesmo, o número de digitadores neces-
Máquinas Peças Dias sários será:
8 160 4
6 300 x a) 105
b) 117
Comparemos cada grandeza com aquela em que está c) 123
o x. d) 131
e) 149
As grandezas peças e dias são diretamente propor-
cionais. No nosso esquema isso será indicado colocan- Resposta: Letra B. A tabela com os dados do enun-
do-se na coluna “peças” uma flecha no mesmo sentido ciado fica:
da flecha da coluna “dias”:
Digitadores Formulários Linhas Horas
Máquinas Peças Dias
8 160 4 40 2400 12 2,5
6 300 x x 5616 18 3
Mesmo sentido Comparando-se as grandezas duas a duas, nota-se
que:
As grandezas máquinas e dias são inversamente pro- Digitadores e formulários são diretamente propor-
porcionais (duplicando o número de máquinas, o número cionais, pois se o número de digitadores aumenta, a
de dias fica reduzido à metade). No nosso esquema isso quantidade de formulários que pode ser digitada tam-
será indicado colocando-se na coluna (máquinas) uma bém aumenta.
flecha no sentido contrário ao da flecha da coluna “dias”: Digitadores e linhas são diretamente proporcionais,
pois se a quantidade de digitadores aumenta, o núme-
Máquinas Peças Dias ro de linhas que pode ser digitado também aumenta.
8 160 4 Digitadores e horas são inversamente proporcionais,
6 300 x pois se o número de horas trabalhadas aumenta, en-
tão são necessários menos digitadores para o serviço
Sentidos contrários e, portanto, a quantidade de digitadores diminui.
Agora vamos montar a proporção, igualando a razão
que contém o x, que é 4 , com o produto das outras ra- A regra de três fica:
x
zões, obtidas segundo a orientação das flechas 6 160
� :
8 300
40 2400 12 3
= � �
x 5616 18 2,5
40 86400
→ =
x 252720
→ 86500x = 10108800
MATEMÁTICA

→ x = 117 digitadores

Resposta: Em 10 dias.

18
2. Em uma fábrica de brinquedos, 8 homens montam 20
carrinhos em 5 dias. Quantos carrinhos serão montados FIQUE ATENTO!
por 4 homens em 16 dias? Há diversas formas de equações do primeiro
grau e a seguir serão apresentados alguns
Resposta: deles. Antes, há uma lista de “regras” para a
solução de equações do primeiro grau:
Homens Carrinhos Dias
8 20 5 Regra 1 – Eliminar os parênteses
4 x 16 Regra 2 – Igualar os denominadores de todos os
termos caso haja frações
Observe que, aumentando o número de homens, a Regra 3 – Transferir todos os termos que conte-
produção de carrinhos aumenta. Portanto a relação nham incógnitas para o 1º membro
é diretamente proporcional (não precisamos inverter Regra 4 – Transferir todos os termos que conte-
a razão). nham somente números para o 2º membro
Aumentando o número de dias, a produção de carri- Regra 5 – Simplificar as expressões em ambos os
nhos aumenta. Portanto a relação também é direta- membros
mente proporcional (não precisamos inverter a razão). Regra 5 – Isolar a incógnita no 1º membro
Devemos igualar a razão que contém o termo x com o
produto das outras razões. Exemplo: Resolva a equação 5x − 4 = 2x + 8
Montando a proporção e resolvendo a equação, te-
mos: As regras 1 e 2 não se aplicam pois não há parênteses,
nem frações. Aplicando a regra 3, transfere-se o termo
20 8 5 “2x” para o 1º membro. Para fazer isso, basta colocá-lo
= � no 1º membro com o sinal trocado:
π 4 16
5x − 4 − 2x = 8
EQUAÇÕES DO 1º OU DO 2º GRAUS; Aplicando a regra 4, transfere-se o termo “-4” para o
2º membro. Para fazer isso, basta colocá-lo no 1º mem-
SISTEMA DE EQUAÇÕES DO 1º GRAU;
bro com o sinal trocado:
5x − 2x = 8 + 4
Equação do 1º Grau

Uma equação é uma igualdade na qual uma ou mais Aplicando a regra 5, simplifica-se as expressões em
variáveis, conhecidas por incógnitas, são desconhecidas. ambos os membros. Simplificar significa “juntar” todos
Resolver uma equação significa encontrar o valor das in- os termos com incógnitas em um único termo no 1º
cógnitas. Equações do primeiro grau são equações onde membro e fazer o mesmo com todos os temos que con-
há somente uma incógnita a ser encontrada e seu ex- tenham somente números no 2º membro:
poente é igual a 1. A forma geral de uma equação do 3x = 12
primeiro grau é:
ax + b = 0 Aplicando a regra 6, isola-se a incógnita no 1º mem-
bro. Para isso, divide-se ambos os lados da equação por
Onde a e b são números reais. 3, fazendo com que no 1º membro reste apenas :

O “lado esquerdo” da equação é denominado 1º 3x 12 12


membro enquanto o “lado direito” é denominado 2º = →x= → x = 4 → S = {4�
3 3 3
membro.
2x
Exemplo: Resolva a equação +2 x−4 = x+1
3
#FicaDica
Aplicando a regra 1, eliminam-se os parênteses. Para
Para resolver uma equação do primeiro grau, isso, aplica-se a distributiva no termo com parênteses:
costuma-se concentrar todos os termos que 2x
contenham incógnitas no 1º membro e to- + 2x − 8 = x + 1
3
dos os termos que contenham somente nú-
meros no 2º membro.
MATEMÁTICA

Aplicando a regra 2, igualam-se os denominadores


de todos os termos. Nessa equação, o denominador co-
mum é “3”:

19
2x 6x 24 3x 3 2. Encontre o valor de x que satisfaz a equação
+ − = +
3 3 3 3 3 3x + 24 = −5x

Como há o mesmo denominador em todos os ter- Resposta:


mos, eles podem ser “cortados”:
3x + 24 = −5x
2x + 6x − 24 = 3x + 3
⟹ 3x + 5x + 24 = 0 − 5x + 5x
⟹ 8x = −24
Aplicando a regra 3, transfere-se o termo “3x” para o
1º membro: ⟹ x = −3

2x + 6x − 3x − 24 = 3
Equação do 2º Grau

Aplicando a regra 4, transfere-se o termo “-24” para Equações do segundo grau são equações nas quais
o 2º membro: o maior expoente de é igual a 2. Sua forma geral é ex-
pressa por:
2x + 6x − 3x = 24 + 3
Aplicando a regra 5, simplificam-se as expressões em ax 2 + bx + c = 0
ambos os membros:
5x = 27 Onde e são números reais e . Os números a, b e c são
chamados coeficientes da equação:
- a é sempre o coeficiente do termo em x².
Por fim, aplicando a regra 6, isola-se a incógnita no - b é sempre o coeficiente do termo em x.
1º membro: - c é sempre o coeficiente ou termo independente.
27 27
x= →S= Equação completa e incompleta
5 5
- Quando b ≠ e c ≠ , a equação do 2º grau se diz
completa.
EXERCÍCIOS COMENTADOS Exs:
2

1. Calcule: 5x – 8x + 3 = 0 é uma equação completa (a = 5, b = – 8, c = 3).


2
y + 12y + 20 = 0 é uma equação completa (a = 1, b = 12, c = 20).
a) −3x – 5 = 25
1 Quando b=0 ou c=0 ou b=c=0, a equação do 2º grau
b) 2x − =3 se diz incompleta.
2
Exs:
Resposta: 2
x – 81 = 0 é uma equação incompleta (a = 1, b = 0 e c = – 81).
2

a) −3x – 5 = 25 10t + 2t = 0 é uma equação incompleta (a = 10, b = 2 e c = 0).


2
5y = 0 é uma equação incompleta (a = 5, b = 0 e c = 0).
⟹ −3x − 5 + 5 = 25 + 5
⟹ −3x = 30
Todas essas equações estão escritas na forma
−3x 30 ax 2 + bx + c = 0 , que é denominada forma
⟹ = ⟹ x = −10
−3 −3 normal ou forma reduzida de uma equação do 2º grau
com uma incógnita.
Há, porém, algumas equações do 2º grau que não
b) 1
2x –
=3 estão escritas na forma ax 2 + bx + c = 0 ; por meio
2 de transformações convenientes, em que aplicamos o
1 1 1
⟹ 2x − + = 3 + princípio aditivo para reduzi-las a essa forma.
2 2 2
Ex:
7 2x 7 Dada a equação: 2x 2 – 7x + 4 = 1 – x 2 , vamos es-
⟹ 2x = ⟹ =
2 2 4 crevê-la na forma normal ou reduzida.
MATEMÁTICA

7
⟹x=
4
2x 2 – 7x + 4 – 1 + x 2 = 0
2x 2 + x 2 – 7x + 4 – 1 = 0
3x 2 – 7x + 3 = 0

20
Resolução de Equações do 2º Grau: Fórmula de Bháskara

Para encontras as soluções de equações do segundo grau, é necessário conhecer seu discriminante, representado
pela letra grega Δ (delta).
Δ = b2 − 4 � a � c

FIQUE ATENTO!
O discriminante fornece importantes informações de uma equação do 2ª grau:
Se Δ > 0 → A equação possui duas raízes reais e distintas
Se Δ = 0 → A equação possui duas raízes reais e idênticas
Se Δ < 0 → A equação não possui raízes reais

A solução é dada pela Fórmula de Bháskara: −b ± Δ , válida para os casos onde Δ > 0 ou .
x= Δ=0
2a

#FicaDica
Para utilizar a Fórmula de Bháskara a equação deve estar obrigatoriamente no formato ax 2 + bx + c = 0
. Caso não esteja, é necessário colocar a equação nesse formato para, em seguida, aplicar a fórmula!

Quando b=0 diz-se que as raízes das equações são simétricas.

As regras para solução de uma equação do 2º grau são as seguintes:


Regra 1 – Identificar os números e
Regra 2 – Calcular o discriminante
Regra 3 – Caso o discriminante não seja negativo, utilizar a Fórmula de Bháskara

Exemplo: Resolva a equação


Aplicando a regra 1, identifica-se: , e
Aplicando a regra 2, calcula-se o discriminante:

Como o discriminante não é negativo, aplica-se a regra 3, que consiste em utilizar a fórmula de Bháskara:

Assim,
2
Exemplo: Resolva a equação x − x − 6 = 0
Aplicando a regra 1, identifica-se: a=1, b=-1 e c=-6
Aplicando a regra 2, calcula-se o discriminante:
Δ = b2 − 4 � a � c = −1 2
− 4 � 1 � −6 = 1 + 24 = 25

Como o discriminante não é negativo, aplica-se a regra 3, que consiste em utilizar a fórmula de Bháskara:

Assim, S= {2}
Note que, como o discriminante é nulo, a equação possui duas raízes reais e idênticas iguais a 2.
MATEMÁTICA

Exemplo: Resolva a equação x 2 − 4x + 4 = 0


Aplicando a regra 1, identifica-se: a=1, b=2 e c=3
Aplicando a regra 2, calcula-se o discriminante:
Δ = b2 − 4 � a � c = 2 2
− 4 � 1 � 3 = 4 − 12 = −8

21
Como o discriminante é negativo, a equação não pos- Neste modelo esquemático, temos o conjunto A
sui raízes reais. sendo representado a esquerda e o conjunto B sendo
Assim, S= ∅ (solução vazia). representado a direita, mostrando a relação de função
entre eles. A partir destas definições, podemos definir 3
conceitos fundamentais das funções: Domínio, Contra-
domínio e Imagem.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Domínio
1. Determine os valores de x que satisfazem: O domínio da função, ou domínio de f(x), é o conjun-
2 to de todos os valores que podem ser atribuídos a x, ou
x − 2x − 5 = 0 seja, todos os elementos do conjunto A.

Resposta: Contradomínio

x ′ = 1 − 6 e x′′ = 1 + 6. O contradomínio da função, ou contradomínio de f(x),


são todos os valores possíveis que podem ser atribuídos
2
a y, ou seja, trata-se do conjunto B,
x − 2x − 5 = 0
Δ = −2 2 − 4 � −5 � 1 = 4 + 20 = 24 Imagem

x=
− −2 ± 24
=
2±2 6
=1± 6 A imagem de uma função, ou imagem de f(x), é um
2�1 2 subconjunto do contradomínio que contém apenas os
Assim, as raízes x′ e x′′ são: valores de y que tiveram algum elemento de x associado.
x′ = 1 − 6 e x′′ = 1 + 6
Usando o diagrama esquemático representado ante-
riormente, podemos descrever as 3 definições nele:
Domínio: Todos os valores de A: f(x):Dom={2,4,7,10}
2. Determine os valores de x que satisfazem:
Contradomínio: Todos os valores de B: f(x):Contra-
Dom= {0,4,8,10,12,16}
x 2 − 2x + 5 = 0 Imagem: Todos os valores de B que tiveram associa-
ção com A: f(x):Imagem={0,4,10,16}
Resposta: Não existe solução em R.
Observe que o elemento “8” do conjunto B não per-
tence a imagem, pois não há nenhum valor do conjunto
Função do 1˚ Grau A associado a ele.

Conceitos Fundamentais sobre Funções


FIQUE ATENTO!
Uma função é uma relação entre dois conjuntos A e Nem sempre a imagem e o contradomínio
B de modo que cada elemento do conjunto A está as- terão o mesmo tamanho!
sociado a um único elemento de B. Sua representação
matemática é bem simples:
Função crescente: A função f(x), num determinado
y=f(x):A→B intervalo, é crescente se, para quaisquer x1 e x2 pertencen-
tes a este intervalo, com com x1<x2, tivermos f(x1 )<f(x2 ).
Onde y são os elementos do conjunto B e x são os
elementos do conjunto A. f(x) é a chamada “função de
x”, que basicamente é uma expressão matemática que
quantifica o valor de y, dado um valor de x. Outra manei-
ra de representarmos uma função é através de um mo-
delo esquemático:

Função decrescente: Função f(x), num determinado


intervalo, é decrescente se, para quaisquer x1 e x2 perten-
cente a este intervalo, com x1<x2, tivermos f(x1 )>f(x2 ).
MATEMÁTICA

22
Função do 1º Grau

As funções de 1° grau, conhecidas também como


funções lineares, são expressões matemáticas onde a va-
riável independente x possui grau igual a 1 e não está no
denominador, em outras palavras, a forma geral de uma
função de primeiro grau é a seguinte:

f(x)=ax+b a≠0

Onde “a” e “b” são números reais e são denomina-


dos respectivamente de coeficientes angular e linear. Nas
Função constante: A função f(x), num determinado funções de primeiro grau, tanto o domínio, contradomí-
intervalo, é constante se, para quaisquer x1<x2 , tivermos nio e imagem são todos os números reais, uma vez que
f(x1) = f(x2). não há nenhum tipo de restrição de valor nas mesmas.

Zeros da Função do 1º grau:

Chama-se zero ou raiz da função do 1º grau y = ax +


b o valor de x que anula a função, isto é, o valor de x para
que y seja igual à zero.
Assim, para achar o zero da função y = ax + b, basta
resolver a equação ax + b = 0

Ex:
Determinar o zero da função: y = 2x – 4.

Representação Gráfica

A função f(x) pode ser representada no plano carte-


siano, através de um par ordenado (x,y). O lugar geo-
métrico dos pares ordenados para os quais x∈Dom e
y∈Imagem formam, no plano cartesiano, o gráfico da O zero da função y = 2x – 4 é 2.
função. Um exemplo de plano cartesiano é apresentado
abaixo:
Gráfico da Função do 1º Grau

A forma desta função, como o próprio nome diz, será


linear ou uma reta, e terá três tipos:

a) Crescente: a> 0
Quando o coeficiente angular da função for positi-
vo, os valores de y aumentarão quando o valor de
x também aumentar. A representação gráfica dos
três posicionamentos desta reta, em função do va-
lor de b, está abaixo:

#FicaDica
A apresentação de uma função por meio de
MATEMÁTICA

seu gráfico é muito importante, não só na


Matemática como nos diversos ramos dos
estudos científicos.

23
b) Decrescente:
A representação gráfica dos três posicionamentos
desta reta, em função do valor de b, está abaixo:

Estudo do sinal da função do 1º grau

Estudar o sinal da função do 1º grau


é determinar os valores reais de x para que:
- A função se anule (y = 0);
- A função seja positiva (y > 0);
- A função seja negativa (y < 0).

Ex:
Estudar o sinal da função .

a) Qual o valor de x que anula a função?

c) Constante:
Algumas referências não tratam a função constante A função se anula para .
como uma função linear e na teoria, realmente ela não
MATEMÁTICA

é. Entretanto, como sua forma também é uma reta e tra-


ta-se de um caso específico do valor de a, colocamos
nesta seção para ficar de maneira mais didática ao leitor.
A representação gráfica dos três posicionamentos desta
reta, em função do valor de b, está abaixo:

24
b) Quais valores de x tornam positiva a função?
EXERCÍCIO COMENTADO

1. Determine o domínio das funções reais apresentadas


abaixo.

a)

b)

c)
A função é positiva para todo x real maior que 2.

c) Quais valores de x tornam negativa a função? Resposta:

a) Domínio =

b) Domínio =

c) Domínio =

Função do 2˚ Grau

Chama-se função do 2º grau ou função quadrática


toda função de em definida por um polinômio
A função é negativa para todo x real menor que 2. do 2º grau da forma com a , b e
c reais e . O gráfico de uma função do 2º grau é
Podemos também estudar o sinal da função por meio uma parábola.
de seu gráfico:
Exs:

1. Zeros da Função do 2º grau

As raízes ou zeros da função quadrática


são os valores de x reais tais
que e, portanto, as soluções da equação do
- 2º grau.

A resolução de uma equação do 2º grau é feita utili-


zando a fórmula de Bháskara como já visto.
- Para x = 2 temos y = 0;
- Para x > 2 temos y > 0; FIQUE ATENTO!
- Para x < 2 temos y < 0. As raízes (quando são reais), o vértice e a
intersecção com o eixo y são fundamentais
para traçarmos um esboço do gráfico de
uma função do 2º grau.
MATEMÁTICA

Concavidade da Parábola

No caso das funções do 2º grau, a parábola pode ter


sua concavidade voltada para cima (a > 0) ou voltada
para baixo (a < 0).

25
Cálculo da abscissa do vértice:

Cálculo da ordenada do vértice:


Substituindo x por 4 na função dada:

Logo, o ponto V, vértice dessa parábola, é dado por


a> 0 a<0 V.

Coordenadas do vértice da parábola


#FicaDica
A parábola que representa graficamente a função do
2º grau apresenta como eixo de simetria uma reta vertical Como observado, a ordenada do vértice (
que intercepta o gráfico num ponto chamado de vértice. ) pode ser calculada de duas formas distintas:
As coordenadas do vértice são: substituindo o valor de na função ou usan-
do a fórmula dada anteriormente
e . Costuma-se utilizar a primeira forma (apre-
sentada no exemplo) por exigir menos cálcu-
los e com isso ganha-se tempo na prova. Mas
fica a cargo do aluno qual forma utilizar. Para
fins ilustrativos, vamos encontrar o utilizan-
do a fórmula:

que é idêntico
(como não poderia deixar de ser) ao valor
encontrado anteriormente.

Domínio e Imagem da função do 2º grau


Vértice (V)
O domínio de uma função do 2º grau é o conjunto
O Conjunto Imagem de uma função do 2º grau está dos números reais, ou seja Dom=
associado ao seu ponto extremo, ou seja, à ordenada do Como visto acima, a imagem de uma função do 2º
vértice grau está diretamente relacionada à ordenada do vértice
( ).
( ).
Para a > 0 → Im = y ∈ ℝ y ≥ yV}
Para a < 0 → Im = y ∈ ℝ y ≤ yV }

Representação gráfica – diferentes casos

Para sabermos a posição e orientação desta parábola,


precisaremos além de analisar o sinal do discriminante,
teremos que analisar também o sinal do coeficiente “a”.
Vejam os casos:

a) a > 0 e Δ > 0 : Neste caso, teremos a “boca”


da parábola apontada para cima, e como temos
duas raízes distintas, a mesma cruza duas vezes no
MATEMÁTICA

Ex: eixo x. Além disso, o vértice da parábola caracteri-


Vamos determinar as coordenadas do vértice da pará- za-se pelo ponto de mínimo da mesma. Seguem
bola da seguinte função quadrática: . as representações para duas raízes positivas, uma
positiva e outra negativa, e as duas negativas, res-
pectivamente:

26
b) a < 0 e Δ > 0 : Neste caso, temos a “boca” da parábola apontada para baixo, e como temos duas raízes dis-
tintas, a mesma cruza duas vezes no eixo x. Além disso, o vértice da parábola caracteriza o ponto de máximo da
mesma. Seguem as representações para as duas raízes positivas, uma positiva e outra negativa, e as duas nega-
tivas, respectivamente:

c) a > 0 e Δ = 0 : Neste caso, a “boca” da parábola segue apontada para cima, mas a mesma toca o eixo x apenas
uma vez, já que a raízes são idênticas. Além disso, o vértice desta parábola é exatamente o ponto de tangência,
a figura a seguir apresenta os casos para a raiz positiva e negativa respectivamente:

d) a < 0 e Δ = 0 : Neste caso, a “boca” da parábola segue apontada para baixo, mas a mesma toca o eixo x
apenas uma vez, já que a raízes são idênticas. Além disso, o vértice desta parábola é exatamente o ponto de
tangência, a figura a seguir apresenta os casos para a raiz positiva e negativa respectivamente:
MATEMÁTICA

27
e) a > 0 e Δ = 0 : Neste caso, não há raízes (a pa- Valor máximo e valor mínimo da função do 2º grau
rábola não toca e nem cruza o eixo x). A “boca”
da parábola segue para cima e as figuras a seguir - Se a > 0, o vértice é o ponto da parábola que tem
apresentam os gráficos para vértices com coorde- ordenada mínima. Nesse caso, o vértice é chamado
nada x positiva e negativa respectivamente: ponto de mínimo e a ordenada do vértice é cha-
mada valor mínimo da função;
- Se a < 0, o vértice é o ponto da parábola que tem
ordenada máxima. Nesse caso, o vértice é ponto
de máximo e a ordenada do vértice é chamada va-
lor máximo da função.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. Dada a função parabólica a < 0 e Δ = 0 , determine


as coordenadas do vértice, V.

Resposta: As coordenadas do seu vértice podem ser


encontradas através de:
xv = – b
2a
yv = – Δ
4a
Logo,
−1 1
xv = − =
2�1 2
−1 2 − 4 � 1 � 0 1
yv = − =−
a < 0 e Δ = 0 : Neste caso, não há raízes (a pa- 4�1 4
f)
rábola não toca e nem cruza o eixo x). A “boca” Portanto:
da parábola segue para baixo e as figuras a seguir 1 1
apresentam os gráficos para vértices com coorde- V= ,− .
2 4
nada x positiva e negativa respectivamente:

2. (UFSCAR–SP) Uma bola, ao ser chutada num tiro de


meta por um goleiro, numa partida de futebol, teve sua
trajetória descrita pela equação h(t) = – 2t² + 8t (t ≥0) ,
onde t é o tempo medido em segundo e h(t) é a altura
em metros da bola no instante t. Determine, apos o chu-
te:

a) o instante em que a bola retornará ao solo.


b) a altura atingida pela bola.

Resposta: a) Houve dois momentos em que a bola


tocou o chão: o primeiro foi antes de ela ser chutada
e o segundo foi quando ela terminou sua trajetória e
retornou para o chão. Em ambos os momentos a altu-
ra h(t) era igual a zero, sendo assim:
h(t) = – 2t² + 8t
0 = – 2t² + 8t
2t² – 8t = 0
2t.(t – 4) = 0
t’ = 0
t’’ – 4 = 0
t’’ = 4
MATEMÁTICA

Portanto, o segundo momento em que a bola tocou


no chão foi no instante de quatro segundos.
b) A altura máxima atingida pela bola é dada pelo vér-
tice da parábola. As coordenadas do seu vértice po-
dem ser encontradas através de:

28
xv = – b Equações exponenciais
2a
yv = – Δ As equações exponenciais são funções exponenciais
4a relacionadas a números ou expressões. O princípio fun-
damental para a resolução das mesmas é lembrar que
No caso apresentado, é interessante encontrar ape- dois expoentes serão iguais se as respectivas bases tam-
nas yv: bém forem iguais, sigam os exemplos abaixo:
Ex:
yv = – Δ Resolva 3x = 27
4a Resolução: Seguindo o princípio que bases iguais te-
yv = – (b² – 4ac) rão expoentes iguais, temos que lembrar que 27 = 33 ,
4a assim:
yv = – (8² – 4 (–2)0)
4 (– 2) 3x = 33
yv = – (64 – 0) x=3
–8 S = {3}
yv = 8

Portanto, a altura máxima atingida pela bola foi de 8


metros.
EXERCÍCIOS COMENTADOS

Função Exponencial 1. Resolva 22x = 1024

A função exponencial, como o nome mostra, é uma Resposta:


função onde a variável independente é um expoente: Utilizando as propriedades de potenciação, tem-se:
𝟐𝟐𝐱 = 𝟐𝟏𝟎
Com “a” sendo um número real. Possui dois tipos
𝟐𝐱 = 𝟏𝟎
básicos, quando a > 1 (crescente) e 0 < a < 1 (de-
crescente). Portanto, a solução da equação exponencial é x=5.
As figuras a seguir apresentam seus respectivos grá-
ficos:
2.(CONED-2016) Qual a soma das raízes ou zeros da
função exponencial abaixo:
22x−3 − 3 � 2x−1 + 4 = 0
a) 5
b) 4
c) 6
d) 8
e) -6

Resposta: Letra A.

22x−3 − 3 � 2x−1 + 4 = 0
22x 3 � 2x
− +4 = 0
23 2
2x 2 3 � 2x
− +4 = 0
23 2
Faz-se a substituição 2x = y pra obter uma equação
de segundo grau
y 2 3y
− +4=0
#FicaDica 8 2
É importante ressaltar que o gráfico da Multiplicando a equação por 8
função exponencial (na forma que foi
y 2 − 12y + 32 = 0
MATEMÁTICA

apresentado) não toca o eixo , pois a


função com é sempre positiva. Resolvendo a equação do segundo grau:

29
Δ = −12 2
− 4 � 1 � 32 = 144 − 128 = 16 Equações Logarítmicas

As equações logarítmicas adotarão um princípio se-


melhante as equações exponenciais. Para se achar o mes-
mo logaritmando, dois logaritmos deverão ter a mesma
base ou vice-versa. Ressalta-se apenas que as condições
de existência de um logaritmo devem ser respeitadas.
Veja o exemplo:
2x = 4 → 2x = 22 → x = 2
Assim, � x 1 Ex:
2 = 8 → 2x = 23 → x2 = 3 Resolva log2 x − 2 = 4
Portanto, a soma das raízes é igual a 2+3=5. Primeiramente, será importante transformar o núme-
ro 4 em um log. Como a base do log que contém x é dois,
vamos transformar 4 em um log na base 2 da seguinte
Função Logarítmica forma:
log 2 16 = 4
As funções logarítmicas tem como base o operador
matemático log: Igualando isso a equação:
log 2 x − 2 = log 2 16
f x = log a x , com a > 0, a ≠ 1 e x > 0

#FicaDica
FIQUE ATENTO! Bases iguais, logaritmandos iguais:
Observe que há restrições importantes para
os valores de (logaritmando) e (base) e será 4x + 2 = 3x + 3
essas restrições que poderá determinar o → 4x − 3x = 3 − 2
conjunto solução das equações logarítmicas.
→x=1

O gráfico da função logarítmica terá dois formatos,


baseado nos possíveis valores de a. Será crescente quan-
do e decrescente quando :
EXERCÍCIO COMENTADO

1. (FUNDEP-2014) O conjunto solução da equação


log 4x + 2 = log 3x + 3 é:
a) S={1}
b) S= {2}
c) S= {3}
d) S= {4}
e) S= {5}

Resposta: Letra A. Como as bases são iguais, os lo-


garitmandos devem ser iguais. Portanto, pode-se es-
crever:

4x + 2 = 3x + 3
→ 4x − 3x = 3 − 2
→x=1

Função Modular

Módulo

As funções modulares são desenvolvidas através de


MATEMÁTICA

um operador matemático chamado de “Módulo”. Sua


definição está apresentada abaixo:
𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 0
x = �
−𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 ≤ 0

30
Sua representação é através de duas barras verticais e
lê-se “Módulo de x”.

#FicaDica
Módulo também conhecido como valor ab-
soluto pode ser entendido como uma dis-
tância e por isso |x|<0 não existe para todo x.
Ex: |3| = 3 e |-3| = 3.

Função Modular

A função modular, segue a mesma representação,


trocando apenas x por f(x):

𝑓 x , 𝑠𝑒 𝑓 x ≥ 0
f(x) = �
−𝑓 x , 𝑠𝑒 𝑓 x ≤ 0

FIQUE ATENTO! Equações modulares


A representação gráfica será feita através
de duas retas, dependendo de como é a As equações modulares são funções modulares igua-
forma de f (x). ladas a algum número ou expressão. Ela será resolvida
decompondo a mesma em dois casos, com domínios
pré-determinados. Este tipo de solução é apresentada
Abaixo segue alguns exemplos: no Exercício Comentado 1, a seguir:

Ex:
Desenhar o gráfico de f x = |x|
Resolução: O gráfico de f x = |x| forma uma ponta EXERCÍCIO COMENTADO
na origem e segue uma reta espelhada tanto para o sen-
tido positivo quanto para o negativo:
1. Resolva x − 3 = 7

Reposta: Conforme foi mencionado, vamos resolver


dois casos, usando a definição de módulo:
x − 3 = 7 , para x − 3 ≥ 0
− x − 3 = 7 , para x − 3 ≤ 0
Resolvendo:
x = 7 + 3 = 10, para x ≥ 3
– x + 3 = 7 ⇔ x = −4, para x ≤ 3
Observe que as duas soluções estão dentro dos domí-
Ex: nios pré-estabelecidos, assim: S={-4,10}
Desenhar o gráfico de f x = |x − a
Resolução: Quando há um termo subtraindo o valor
de x dentro do módulo, o gráfico original acima se des-
loca, com a “ponta” se movendo para a coordenada “a”.
Seguem os dois casos, para a > 0 e a < 0 respectiva-
mente:
MATEMÁTICA

31
2. (PREF. OSASCO-SP – ATENDENTE – FGV/2014) Assinale a única função, dentre as opções seguintes, que pode
estar representada no gráfico a seguir:

a) y = 1 – |x – 1|;
b) y = 1 – |x + 1|;
c) y = 1 + |x – 1|;
d) y = 1 + |x + 1|;
e) y = |x – 1| + |x + 1|.

Resposta: Letra A. Pelo gráfico se x = 0 implica em y = 0, se x = 2 implica em y = 0 e se x = 1 implica em y=1. Ana-


lisando o itens acima, verifica-se que essas condições são satisfeitas se y = 1 – |x – 1|. Logo, a resposta correto é a
letra a.

GRANDEZAS E MEDIDAS – QUANTIDADE, TEMPO, COMPRIMENTO, SUPERFÍCIE, CAPACIDA-


DE E MASSA;

O sistema de medidas e unidades existe para quantificar dimensões. Como a variação das mesmas pode ser gigan-
tesca, existem conversões entre unidades para melhor leitura.

Medidas de Comprimento

A unidade principal (utilizada no sistema internacional de medidas) de comprimento é o metro. Para medir dimen-
sões muito maiores ou muito menores que essa referência, surgiram seis unidades adicionais:

km hm dam m dm cm mm
(kilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (milímetro)

A conversão de unidades de comprimento segue potências de 10. Para saber o quanto se deve multiplicar (ou dividir),
utiliza-se a regra do , onde c é o número de casas que se andou na tabela acima. Adicionalmente, se você andou para a
direita, o número deverá ser multiplicado, se andou para a esquerda, será dividido. As figuras a seguir exemplificam as
conversões:
Ex: Conversão de 2,3 metros para centímetros
MATEMÁTICA

32
Ex: Conversão de 125 000 mm para decâmetro:

Medidas de Área (Superfície)

As medidas de área seguem as mesmas referências que as medidas de comprimento. A unidade principal é o metro
quadrado e as outras seis unidades são apresentadas a seguir:

km² hm² dam² m² dm² cm² mm²


(kilômetro (hectômetro (decâmetro (metro qua- (decímetro (centímetro (milímetro
quadrado) quadrado) quadrado) drado) quadrado) quadrado) quadrado)

A conversão de unidades segue com potências de 10. A diferença agora é que ao invés da regra de , utiliza-se a regra
de , ou seja, o número de casas que se andou deve ser multiplicado por 2. A definição se multiplica ou divide segue a
mesma regra: Andou para a direita, multiplica, andou para a esquerda, divide. Sigam os exemplos:
Ex: Conversão de 2 km² para m²
MATEMÁTICA

33
Ex: Conversão de 20 mm² para cm²

Medidas de Volume(Capacidade)

As medidas de volume seguem as mesmas referências que as medidas de comprimento. A unidade principal é o
metro cúbico e as outras seis unidades são apresentadas a seguir:

km³ hm³ dam³ m³ dm³ cm³ mm³


(kilômetro (hectômetro- (decâmetro- (metro- (decímetro- (centímetro- (milímetro-
cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico)

A conversão de unidades segue com potências de 10. A diferença agora é que ao invés da regra de , utiliza-se a re-
gra de , ou seja, o número de casas que se andou deve ser multiplicado por 3. A definição se multiplica ou divide segue
a mesma regra: Andou para a direita, multiplica, andou para a esquerda, divide. Sigam os exemplos:
Ex: Conversão de 3,7 m³ para cm³
MATEMÁTICA

34
Ex: Conversão de 50000 dm³ para m³

kL hL dam³ m³ dm³ cm³ mm³


(quilolitro) (hectolitro) (decalitro) (litro) (decilitro) (centilitro) (mililitro)

Para essa tabela, o roteiro para converter unidades de medidas é o mesmo utilizado para as medidas anteriores. A
diferença é que para cada unidade à direita multiplica-se por 10 e para cada unidade à esquerda divide-se por 10 (igual
para unidades de comprimento).

Medidas de Massa

As medidas de massa segue a base 10, como as medidas de comprimento. A unidade principal é o grama (g) e suas
seis unidades complementares estão apresentadas a seguir:

kg hg dag g dg cg mg
(kilograma) (hectograma) (decagrama) (grama) (decígrama) (centígrama) (milígrama)

Os passos para conversão de unidades segue o mesmo das medidas de comprimento. Utiliza-se a regra do , multi-
plicando se caminha para a direita e divide quando caminha para a esquerda.

FIQUE ATENTO!
Outras unidades importantes:
• Massa: A tonelada, sendo que 1 tonelada vale 1000 kg.
• Volume : O litro (l) que vale 1 decímetro cúbico (dm³) e o mililitro, que vale 1 cm³.
• Área: O hectare (ha) que vale 1 hectômetro quadrado (ou 10000 m²) e o alqueire, (varia de região para
região e normalmente a conversão desejada é dada na prova).

Medidas de Tempo

Desse grupo, o sistema hora – minuto – segundo, que mede intervalos de tempo, é o mais conhecido.
MATEMÁTICA

2h = 2 ∙ 60min = 120 min = 120 ∙ 60s = 7 200s


Para passar de uma unidade para a menor seguinte, multiplica-se por 60.
0,3h não indica 30 minutos nem 3 minutos; como 1 décimo de hora corresponde a 6 minutos, conclui-se que 0,3h =
18min.

35
Para medir ângulos, também temos um sistema não 3. Passe 50 dm2 para hectômetros quadrados.
decimal. Nesse caso, a unidade básica é o grau. Na as-
tronomia, na cartografia e na navegação são necessárias Resposta: 0, 00005 hm². Para passarmos de decíme-
medidas inferiores a 1º. Temos, então: tros quadrados para hectômetros quadrados, passare-
1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’) mos três níveis à esquerda.
1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”) Dividiremos então por 100 três vezes:
50dm2:100:100:100 ⟹ 0,00005hm2
Os minutos e os segundos dos ângulos não são, é Isto equivale a passar a vírgula seis casas para a esquer-
claro, os mesmos do sistema hora – minuto – segundo. da.
Há uma coincidência de nomes, mas até os símbolos que Portanto, 50 dm² é igual a 0, 00005 hm².
os indicam são diferentes:
4. Passe 5.200 gramas para quilogramas.
1h32min24s é um intervalo de tempo ou um instante
do dia. Resposta: 5,2 kg. Para passarmos 5.200 gra-
1º 32’ 24” é a medida de um ângulo. mas para quilogramas, devemos dividir (por-
que na tabela grama está à direita de quilogra-
ma) 5.200 por 10 três vezes, pois para passarmos
#FicaDica de gramas para quilogramas saltamos três níveis à
esquerda.
Por motivos óbvios, cálculos no sistema Primeiro passamos de grama para decagrama, depois
hora – minuto – segundo são similares a de decagrama para hectograma e finalmente de hec-
cálculos no sistema grau – minuto – se- tograma para quilograma:
gundo, embora esses sistemas correspon- 5200g:10:10:10 ⟹ 5,2Kg
dam a grandezas distintas. Isto equivale a passar a vírgula três casas para a esquer-
da.
Portanto, 5.200 g são iguais a 5,2 kg.

5. Converta 2,5 metros em centímetros.


EXERCÍCIOS COMENTADOS
Resposta: 250 cm. Para convertermos 2,5 me-
1. Raquel saiu de casa às 13h 45min, caminhando até o tros em centímetros, devemos multiplicar (por-
curso de inglês que fica a 15 minutos de sua casa, e che- que na tabela metro está à esquerda de centíme-
gou na hora da aula cuja duração é de uma hora e meia. tro) 2,5 por 10 duas vezes, pois para passarmos
A que horas terminará a aula de inglês? de metros para centímetros saltamos dois níveis à
direita.
a) 14h Primeiro passamos de metros para decímetros e de-
b) 14h 30min pois de decímetros para centímetros:
c) 15h 15min 2,5m∙10∙10 ⟹ 250cm
d) 15h 30min Isto equivale a passar a vírgula duas casas para a di-
e) 15h 45min reita.
Logo, 2,5 m é igual a 250 cm.
Resposta: Letra D. Basta somarmos todos os valores
mencionados no enunciado do teste, ou seja:
13h 45min + 15 min + 1h 30 min = 15h 30min RELAÇÃO ENTRE GRANDEZAS – TABELA
Logo, a questão correta é a letra D. OU GRÁFICO; TRATAMENTO DA INFOR-
MAÇÃO – MÉDIA ARITMÉTICA SIMPLES;
2. 348 mm3 equivalem a quantos decilitros?

Resposta: “0, 00348 dl”. Como 1 cm3 equivale a 1 ml, Estatística


é melhor dividirmos 348 mm3 por mil, para obtermos
o seu equivalente em centímetros cúbicos: 0,348 cm3. Definições Básicas
Logo 348 mm3 equivalem a 0, 348 ml, já que cm3 e ml se
equivalem. Estatística: ciência que tem como objetivo auxiliar na
Neste ponto já convertemos de uma unidade de me- tomada de decisões por meio da obtenção, análise, orga-
dida de volume, para uma unidade de medida de ca- nização e interpretação de dados.
pacidade. População: conjunto de entidades (pessoas, obje-
Falta-nos passarmos de mililitros para decilitros, quan- tos, cidades, países, classes de trabalhadores, etc.) que
MATEMÁTICA

do então passaremos dois níveis à esquerda. Dividire- apresentem no mínimo uma característica em comum.
mos então por 10 duas vezes: Exemplos: pessoas de uma determinada cidade, preços
0,348ml:10:100,00348dl de um produto, médicos de um hospital, estudantes que
Logo, 348 mm³ equivalem a 0, 00348 dl. prestam determinado concurso, etc.

36
Amostra: É uma parte da população que será objeto do estudo. Como em muitos casos não é possível estudar a
população inteira, estuda-se uma amostra de tamanho significativo (há métodos para determinar isso) que retrate o
comportamento da população. Exemplo: pesquisa de intenção de votos de uma eleição. Algumas pessoas são entre-
vistadas e a pesquisa retrata a intenção de votos da população.
Variável: é o dado a ser analisado. Aqui, será chamado de e cada valor desse dado será chamado de . Essa variável
pode ser quantitativa (assume valores) ou qualitativa (assume características ou propriedades).

Medidas de tendência central

São medidas que auxiliam na análise e interpretação de dados para a tomada de decisões. As três medidas de ten-
dência central são:

Média aritmética simples: razão entre a soma de todos os valores de uma mostra e o número de elementos da
amostra. Expressa por . Calculada por:
∑xi
x� =
n
Média aritmética ponderada: muito parecida com média aritmética simples, porém aqui cada variável tem um
peso diferente que é levado em conta no cálculo da média.
∑xi pi
x� =
∑pi

Mediana: valor que divide a amostra na metade. Em caso de número para de elementos, a mediana é a média entre
os elementos intermediários

Moda: valor que aparece mais vezes dentro de uma amostra.


Ex: Dada a amostra {1,3,1,2,5,7,8,7,6,5,4,1,3,2} calcule a média, a mediana e a moda.
Solução
Média:
1 + 3 + 1 + 2 + 5 + 7 + 8 + 7 + 6 + 5 + 4 + 1 + 3 + 2 55
x� = = = 3,92
14 14
Mediana:
Inicialmente coloca-se os valores em ordem crescente:
{1,1,1,2,2,3,3,4,5,5,6,7,7,8}

Como a amostra tem 14 valores (número par), os elementos intermediários são os 7º e 8º elementos. Nesse exem-
3+4 7
plo, são os números 3 e 4. Portanto, a mediana é a média entre eles: = = 3,5
2 2
Moda:
O número que aparece mais vezes é o número 1 e, portanto, é a moda da amostra nesse exemplo.
Ex: Dada a amostra {2,4,8,10,15,6,9,11,7,4,15,15,11,6,10} calcule a média, a mediana e a moda.
Solução:
Média:
2 + 4 + 8 + 10 + 15 + 6 + 9 + 11 + 7 + 4 + 15 + 15 + 11 + 6 + 10 133
x� = = = 8,867
15 14

Mediana:
Inicialmente coloca-se os valores em ordem crescente
{2,4,4,6,6,7,8,9,10,10,11,11,15,15,15}
Como a amostra tem 15 valores (número par), o elemento intermediário é o 8º elemento. Logo, a mediana é igual
a 9.

Moda:
MATEMÁTICA

O número que aparece mais vezes é o número 15 e, portanto, é a moda da amostra nesse exemplo.
Ex: A média de uma disciplina é calculada por meio da média ponderada de três provas. A primeira tem peso 3, a
segunda tem peso 4 e a terceira tem peso 5. Calcule a média de um aluno que obteve nota 8 na primeira prova, 5 na
segunda e 6 na terceira.

37
Solução:
Trata-se de um caso de média aritmética ponderada.
∑xi pi 3 ∙ 8 + 4 ∙ 5 + 5 ∙ 6 74
x� = = = = 6,167
∑pi 3+4+5 12

Tabelas e Gráficos

Tabelas
Tabelas podem ser utilizadas para expressar os mais diversos tipos de dados. O mais importante é saber interpretá-
-las e para isso é conveniente saber como uma tabela é estruturada. Toda tabela possui um título que indica sobre o
que se trata a tabela. Toda tabela é dividida em linhas e colunas onde, no começo de uma linha ou de uma coluna, está
indicado qual o tipo de dado que aquela linha/coluna exibe.
Ex:
Tabela 1 - Número de estudantes da Universidade ALFA divididos por curso

Curso Número de Estudantes


Administração 2000
Arquitetura 1450
Direito 2500
Economia 1800
Enfermagem 800
Engenharia 3500
Letras 750
Medicina 1500
Psicologia 1000
TOTAL 15300

Nesse caso, as colunas são: curso e número de estudantes e cada linha corresponde a um dos cursos da Universi-
dade com o respectivo número de alunos de cada curso.

Tabela 2 - Número de estudantes da Universidade ALFA divididos por curso e gênero

Curso Gênero Número de Estudantes


Administra- Homem 1200
ção Mulher 800
Homem 850
Arquitetura
Mulher 600
Homem 1600
Direito
Mulher 900
Homem 800
Economia
Mulher 1000
Enferma- Homem 350
gem Mulher 450
Homem 2500
Engenharia
Mulher 1000
Homem 200
Letras
Mulher 550
Homem 700
Medicina
MATEMÁTICA

Mulher 800
Homem 400
Psicologia
Mulher 600
TOTAL 15300

38
Nesse caso, as colunas são: curso, gênero e número de estudantes e cada linha corresponde a um dos cursos da
Universidade com o respectivo número de alunos de cada curso separados por gênero.

#FicaDica
Acima foram exibidas duas tabelas como exemplos. Há uma infinidade de tabelas cada uma com sua par-
ticularidade o que torna impossível exibir todos os tipos de tabelas aqui. Porém em todas será necessário
identificar linhas, colunas e o que cada valor exibido representa.

Gráficos

Para falar de gráficos em estatística é importante apresentar o conceito de frequência.

Frequência: Quantifica a repetição de valores de uma variável estatística.

Tipos de frequência
Absoluta: mede a quantidade de repetições.
Ex. Dos 30 alunos, seis tiraram nota 6,0. Essa nota possui freqüência absoluta:
fi = 4

Relativa: Relaciona a quantidade de repetições com o total (expresso em porcentagem)


Ex. Dos 30 alunos, seis tiraram nota 6,0. Essa nota possui freqüência relativa:
6
fr = ∙ 100 = 20%
30

Tipos de Gráficos

Gráficos de coluna: gráficos que têm como objetivo atribuir quantidades a certos tipos de grupos. Na horizontal
são apresentados os grupos (dados qualitativos) dos quais deseja-se apresentar dados enquanto na vertical são apre-
sentados os valores referentes a cada grupo (dados quantitativos ou frequências absolutas)

Ex: A Universidade ALFA recebe estudantes do mundo todo. A seguir há um gráfico que mostra a quantidade de
estudantes separados pelos seus continentes de origem:

Estudantes da Universidade ALFA


700

600

500

400

300

200

100

0
América do América do América Europa Ásia África Oceania
Norte Sul Central

Gráficos de barras: gráficos bastante similares aos de colunas, porém, nesse tipo de gráfico, na horizontal são apre-
sentados os valores referentes a cada grupo (dados quantitativos) enquanto na vertical são apresentados os grupos
(dados qualitativos)

Ex: A Universidade ALFA recebe estudantes do mundo todo. A seguir há um gráfico que mostra a quantidade de
MATEMÁTICA

estudantes separados pelos seus continentes de origem:

39
Ex: Foi feito um levantamento do idioma falado
Estudantes da Universidade ALFA pelos alunos de um curso da Universidade ALFA.
Oceania Frequências absolutas:
África

Ásia

Europa

América Central

América do Sul

América do Norte

0 100 200 300 400 500 600 700

Gráficos de linhas: gráficos nos quais são exibidas


séries históricas de dados e mostram a evolução dessas
séries ao longo do tempo.

Ex: A Universidade ALFA tem 10 anos de existências


e seu reitor apresentou um gráfico mostrando o número
de alunos da Universidade ao longo desses 10 anos. Frequências relativas:

Estudantes da Universidade ALFA ao longo de 10 anos

2500

2000

1500

1000

500

0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Gráficos em pizzas: gráficos nos quais são expressas


relações entre grandezas em relação a um todo. Nesse
gráfico é possível visualizar a relação de proporcionalida-
de entre as grandezas. Recebe esse nome pois lembram
uma pizza pelo formato redondo com seus pedaços (fre-
quências relativas).
EXERCÍCIO COMENTADO
Ex: A Universidade ALFA recebe estudantes do mundo
todo. A seguir há um gráfico que mostra a distribuição de 1. (SEGEP-MA - Técnico da Receita Estadual –
estudantes de acordo com seus continentes de origem FCC/2016) Três funcionários do Serviço de Atendimento
ao Cliente de uma loja foram avaliados pelos clientes que
atribuíram uma nota (1; 2; 3; 4; 5) para o atendimento
recebido. A tabela mostra as notas recebidas por esses
Estudantes da Universidade ALFA
funcionários em um determinado dia.
30

150

260 630

440
MATEMÁTICA

150
520 Considerando a totalidade das 95 avaliações desse dia,
é correto afirmar que a média das notas dista da moda
dessas mesmas notas um valor absoluto, aproximada-
América do Norte América do Sul América Central Europa Ásia África Oceania mente, igual a:

40
a) 0,33
25 ∙ Me = 210 – 30
b) 0,83
c) 0,65 25 ∙ Me = 180
d) 0,16
e) 0,21 Me = 7,2

Resposta: Letra C Trata-se de um caso de média arit- Portanto, a média aritmética das notas das meninas
mética ponderada. Considerando as 95 avaliações, o é 7,2. A alternativa correta é a letra b.
peso de cada uma das notas é igual ao total de pesso-
as que atribuiu a nota. Analisando a tabela
8 pessoas atribuíram nota 1
18 pessoas atribuíram nota 2
21 pessoas atribuíram nota 3
29 pessoas atribuíram nota 4
19 pessoas atribuíram nota 5
Assim, a média das 95 avaliações é calculada por:
8 ∙ 1 + 18 ∙ 2 + 21 ∙ 3 + 29 ∙ 4 + 19 ∙ 5 318 Então, logo:
x� = = = 3,34
8 + 18 + 21 + 29 + 19 95 P A1 ∪ A2 ∪ ⋯ ∪ An = P A1 + P A2 + ⋯ + P(An )

P A1 ∪ A2 ∪ ⋯ An = P S = 1
2. (UFC - 2016) A média aritmética das notas dos alunos
de uma turma formada por 25 meninas e 5 meninos é Portanto:
igual a 7. Se a média aritmética das notas dos meninos
é igual a 6, a média aritmética das notas das meninas é P(A1 ) + P(A2 ) + P(A3 ) + . . . + P(An ) = 1
igual a:

a) 6,5 Probabilidade Condicionada


b) 7,2
c) 7,4 Considere dois eventos A e B de um espaço amostral
d) 7,8 S, finito e não vazio. A probabilidade de B condicionada a
e) 8,0 A é dada pela probabilidade de ocorrência de B sabendo
que já ocorreu A. É representada por P(B/A).
Resposta: Letra B. Primeiramente, será identificada a
soma das notas dos meninos por x e a da nota das n(A ∩ B)
Veja: P(B/A) =
meninas por y. Se a turma tem 5 meninos e a média n(A)
aritmética de suas notas é igual a 6, então a soma das
notas dos meninos (x) dividida pela quantidade de
meninos (5) deve ser igual a 6, isto é:
x
= 6
5
x = 6 ∙ 5
x = 30
Do mesmo modo, se a turma tem 25 meninas
(Me é a média aritmética de suas notas), o quociente
da soma das notas das meninas (y) e a quantidade de
meninas (25) deve ser igual a Me, isto é:
(x + y)/(25+5) = 7 Eventos Independentes
y = 25∙Me
Para calcular a média da turma, devemos somar as no- Considere dois eventos A e B de um espaço amostral
tas dos meninos (30) às notas das meninas (y) e dividir S, finito e não vazio. Estes serão independentes somente
pela quantidade de alunos (25 + 5 = 30). O resultado quando:
deverá ser 7. Sendo assim, temos:
P(A/B) = P(A)
x + y P(B/A) = P(B)
= 7
25 + 5
Intersecção de Eventos
MATEMÁTICA

30 + 25 ∙ Me
= 7
30
Considerando A e B como dois eventos de um espaço
30 + 25 ∙ Me = 7 • 30 amostral S, finito e não vazio, logo:

30 + 25 ∙ Me = 210

41
Resposta: Letra E. Para sabermos o tamanho do es-
n(A ∩ B) n A ∩ B + n(S) P(A ∩ B) paço amostral, basta calcularmos a combinação dos
P(B/A) = = =
n(A) n A + n(S) P(A) 5 elementos tomados 2 a 2 (a ordem não impor-
ta, pois a ordem dos fatores não altera o produto):
n(A ∩ B) n A ∩ B + n(S) P(A ∩ B)
5! 5 ∙ 4 .
P(A/B) = = =
n(B) n B + n(S) P(B) C5,2 = = = 10
2! 3! 2

Para o produto ser par, os dois números escolhidos


Assim sendo: deverão ser par ou um deles é par. O único caso onde
o produto não dá par é quando os dois números são
P(A ∩ B) = P(A) ∙ P(B/A) ímpares. Assim, apenas o produto 3 5 não pode ser
P A ∩ B = P B ∙ P(A/B) escolhido. Logo, se 1/10 = 10% não terá produto par,
os outros 90% terão.
Considerando A e B como eventos independentes,
logo P(B/A) = P(B), P(A/B) = P(A), sendo assim: P(A ∩ B)
= P(A)∙ P(B). Para saber se os eventos A e B são indepen- GRÁFICOS E TABELAS
dentes, podemos utilizar a definição ou calcular a proba-
bilidade de A ∩ B. Veja a representação: Os gráficos e tabelas apresentam o cruzamento entre
dois dados relacionados entre si.
A e B independentes ↔ P(A/B) = P(A) ou A escolha do tipo e a forma de apresentação sempre
A e B independentes ↔ P(A ∩ B) = P(A) ∙ P(B) vão depender do contexto, mas de uma maneira geral
um bom gráfico deve:
-Mostrar a informação de modo tão acurado quanto
FIQUE ATENTO! possível.
Um exercício de probabilidade pode envol- -Utilizar títulos, rótulos, legendas, etc. para tornar cla-
ver aspectos relativos à análise combinató- ro o contexto, o conteúdo e a mensagem.
ria. É importante ter em mente a diferença -Complementar ou melhorar a visualização sobre as-
conceitual que existe entre ambos. pectos descritos ou mostrados numericamente através
de tabelas.
-Utilizar escalas adequadas.
-Mostrar claramente as tendências existentes nos da-
dos.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Tipos de gráficos
1.Uma bola será retirada de uma sacola contendo 5 bolas
verdes e 7 bolas amarelas. Qual a probabilidade desta Barras- utilizam retângulos para mostrar a quantida-
bola ser verde? de.

Resposta: 5/12. Neste exercício o espaço amostral Barra vertical


possui 12 elementos, que é o número total de bolas,
portanto a probabilidade de ser retirada uma bola ver-
de está na razão de 5 para 12.
Sendo S o espaço amostral e E o evento da retirada de
uma bola verde, matematicamente podemos repre-
sentar a resolução assim:
n E
P E =
n S
5
P E =
12
Logo, a probabilidade desta bola ser verde é 5/12.

2. (IBGE – Analista Censitário – FGV/2017) Entre os cin-


co números 2, 3, 4, 5 e 6, dois deles são escolhidos ao
acaso e o produto deles dois é calculado. A probabilida-
de desse produto ser um número par é: Fonte: tecnologia.umcomo.com.br
MATEMÁTICA

a) 60%
b) 75%
c) 80%
d) 85%
e) 90%

42
Barra horizontal

Fonte: educador.brasilescola.uol.com.br

Linhas- É um gráfico de grande utilidade e muito co-


mum na representação de tendências e relacionamentos
de variáveis

Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br

Histogramas

São gráfico de barra que mostram a frequência de


uma variável específica e um detalhe importante que são
faixas de valores em x.

Pictogramas – são imagens ilustrativas para tornar


mais fácil a compreensão de todos sobre um tema.

Da mesma forma, as tabelas ajudam na melhor visua-


lização de dados e muitas vezes é através dela que va-
mos fazer os tipos de gráficos vistos anteriormente.

Setor ou pizza- Muito útil quando temos um total e Podem ser tabelas simples:
queremos demonstrar cada parte, separando cada peda-
ço como numa pizza. Quantos aparelhos tecnológicos você tem na sua
casa?
aparelho quantidade
MATEMÁTICA

televisão 3
celular 4
Geladeira 1

43
Até as tabelas que vimos nos exercícios de raciocínio Resposta: Letra D
lógico 81+27=108
108 ônibus somam 60%(100-35-5)
108-----60
EXERCÍCIOS COMENTADOS x--------100
x=10800/60=180
1. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017)
Na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Con-
tínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
3. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO - VU-
Estatística (IBGE), foram obtidos os dados da taxa de
NESP/2017) O gráfico mostra o número de carros ven-
desocupação da população em idade para trabalhar. Es-
didos por uma concessionária nos cinco dias subsequen-
ses dados, em porcentagem, encontram-se indicados na
tes à veiculação de um anúncio promocional.
apresentação gráfica abaixo, ao longo de trimestres de
2014 a 2017.

Dentre as alternativas abaixo, assinale a que apresenta a


O número médio de carros vendidos por dia nesse
melhor aproximação para o aumento percentual da taxa
período foi igual a
de desocupação do primeiro trimestre de 2017 em re-
a) 10.
lação à taxa de desocupação do primeiro trimestre de
b) 9.
2014.
c) 8.
a) 15%.
d) 7.
b) 25%.
e) 6.
c) 50%.
d) 75%.
Resposta: Letra C.
e) 90%.

Resposta: Letra E. 13,7/7,2=1,90


Houve um aumento de 90%.
4. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VUNESP/2017)
2. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO - VU-
Uma professora elaborou um gráfico de setores para
NESP/2017) A tabela seguinte, incompleta, mostra a
representar a distribuição, em porcentagem, dos cinco
distribuição, percentual e quantitativa, da frota de uma
conceitos nos quais foram agrupadas as notas obtidas
empresa de ônibus urbanos, de acordo com o tempo de
pelos alunos de uma determinada classe em uma prova
uso destes.
de matemática. Observe que, nesse gráfico, as porcenta-
gens referentes a cada conceito foram substituídas por x
ou por múltiplos e submúltiplos de x.

O número total de ônibus dessa empresa é

a) 270.
b) 250.
MATEMÁTICA

c) 220
d) 180.
e) 120.

44
Analisando o gráfico, é correto afirmar que a medida do Resposta: Letra B. Analisando o primeiro quadrimestre,
ângulo interno correspondente ao setor circular que re- observamos que os dois primeiros meses de receita di-
presenta o conceito BOM é igual a minuem e os dois meses seguintes aumentam, o mesmo
acontece com a despesa.
a) 144º.
b) 135º.
c) 126º
d) 117º
e) 108º.

Resposta: Letra A.
X+0,5x+4x+3x+1,5x=360
10x=360
X=36
Como o conceito bom corresponde a 4x: 4x36=144°

5. (TCE/PR – CONHECIMENTOS BÁSICOS – CES-


PE/2016) 6. (BRDE – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – FUN-
DATEC/2015) Assinale a alternativa que representa a
nomenclatura dos três gráficos abaixo, respectivamente.

Tendo como referência o gráfico precedente, que mostra


os valores, em bilhões de reais, relativos à arrecadação
de receitas e aos gastos com despesas do estado do Pa-
raná nos doze meses do ano de 2015, assinale a opção
correta.

a) No ano considerado, o segundo trimestre caracteri-


zou-se por uma queda contínua na arrecadação de
receitas, situação que se repetiu no trimestre seguinte.
b) No primeiro quadrimestre de 2015, houve um período
de queda simultânea dos gastos com despesas e da
arrecadação de receitas e dois períodos de aumento
simultâneo de gastos e de arrecadação.
c) No último bimestre do ano de 2015, foram registrados
tanto o maior gasto com despesas quanto a maior ar-
recadação de receitas.
d) No ano em questão, janeiro e dezembro foram os úni-
cos meses em que a arrecadação de receitas foi ultra-
passada por gastos com despesas.
e) A menor arrecadação mensal de receitas e o menor gas-
to mensal com despesas foram verificados, respectiva-
MATEMÁTICA

mente, no primeiro e no segundo semestre do ano de


2015.

45
a) Gráfico de Setores – Gráfico de Barras – Gráfico de 8. (TJ/SP – ESTATÍSTICO JUDICIÁRIO – VU-
Linha. NESP/2015) Considere a tabela de distribuição de fre-
c) Gráfico de Pareto – Gráfico de Pizza – Gráfico de Ten- quência seguinte, em que xi é a variável estudada e fi é a
dência. frequência absoluta dos dados.
c) Gráfico de Barras – Gráfico de Setores – Gráfico de Li-
nha. xi fi
d) Gráfico de Linhas – Gráfico de Pizza – Gráfico de Bar-
ras. 30-35 4
e) Gráfico de Tendência – Gráfico de Setores – Gráfico 35-40 12
de Linha.
40-45 10
Resposta: Letra C. Como foi visto na teoria, gráfico de 45-50 8
barras, de setores ou pizza e de linha 50-55 6

7. (TJ/SP – ESTATÍSTICO JUDICIÁRIO – VU- TOTAL 40


NESP/2015) A distribuição de salários de uma empresa
com 30 funcionários é dada na tabela seguinte. Assinale a alternativa em que o histograma é o que me-
lhor representa a distribuição de frequência da tabela.

Salário (em salários mínimos) Funcionários


1,8 10
2,5 8
3,0 5
5,0 4 a)
8,0 2
15,0 1
b)
Pode-se concluir que

a) o total da folha de pagamentos é de 35,3 salários.


b) 60% dos trabalhadores ganham mais ou igual a 3 sa-
lários.
c) 10% dos trabalhadores ganham mais de 10 salários. c)
d) 20% dos trabalhadores detêm mais de 40% da renda
total.
e) 60% dos trabalhadores detêm menos de 30% da renda
total.

Resposta: Letra D. a) 1,8x10+2,5x8+3,0x5+5,0x4+8,0x d)


2+15,0x1=104 salários
b) 60% de 30=18 funcionários e se juntarmos quem
ganha mais de 3 salários (5+4+2+1=12)
c)10% de 30=0,1x30=3 funcionários
E apenas 1 pessoa ganha
d) 40% de 104=0,4x104= 41,6
20% de 30=0,2x30=6
5x3+8x2+15x1=46, que já é maior. e)
e) 60% de 30=0,6x30=18
30% de 104=0,3x104=31,20da renda: 31,20 Resposta: Letra A. Colocando em ordem crescente:
30-35, 50-55, 45-50, 40-45, 35-40,
MATEMÁTICA

46
9. (DEPEN – AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL – CESPE/2015)

Ministério da Justiça — Departamento Penitenciário Nacional — Sistema Integrado de Informações Penitenciárias –


InfoPen, Relatório Estatístico Sintético do Sistema Prisional Brasileiro, dez./2013 Internet:<www.justica.gov.br> (com
adaptações)
A tabela mostrada apresenta a quantidade de detentos no sistema penitenciário brasileiro por região em 2013. Nesse
ano, o déficit relativo de vagas — que se define pela razão entre o déficit de vagas no sistema penitenciário e a quan-
tidade de detentos no sistema penitenciário — registrado em todo o Brasil foi superior a 38,7%, e, na média nacional,
havia 277,5 detentos por 100 mil habitantes.
Com base nessas informações e na tabela apresentada, julgue o item a seguir.
Em 2013, mais de 55% da população carcerária no Brasil se encontrava na região Sudeste.

( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Certo
555----100%
x----55%
x=305,25
Está correta, pois a região sudeste tem 306 pessoas.

Estatística Descritiva

Teste de Hipóteses

Definição: Processo que usa estatísticas amostrais para testar a afirmação sobre o valor de um parâmetro popula-
cional.

Para testar um parâmetro populacional, você deve afirmar cuidadosamente um par de hipóteses – uma que repre-
sente a afirmação e outra, seu complemento. Quando uma é falsa, a outra é verdadeira.
Uma hipótese nula H0 é uma hipótese estatística que contém uma afirmação de igualdade, tal como ≤, =, ≥
A hipótese alternativa Ha é o complemento da hipótese nula. Se H0 for falsa, Ha deve ser verdadeira, e contém afir-
mação de desigualdade, como <, ≠, >.

Vamos ver como montar essas hipóteses


Um caso bem simples.

Assim, fica fácil, se H0 for falsa, Ha é verdadeira


Há uma regrinha para formular essas hipóteses
MATEMÁTICA

47
Formulação verbal H0 Formulação Matemática Formulação verbal Ha
A média é A média é
...maior ou igual a k. ...menor que k
....pelo menos k. ... abaixo de k
...não menos que k. ...menos que k.
...menor ou igual a k. ..maior que k
....no máximo k. ... acima de k
...não mais que k. ...mais do que k.
... igual a k. ... não igual a k.
.... k. .... diferente de k.
...exatamente k. ...não k.

Exemplo: Um fabricante de torneiras anuncia que o índice médio de fluxo de água de certo tipo de torneira é menor
que 2,5 galões por minuto.

Referências
Larson, Ron. Estatística Aplicada. 4ed – São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
Frequências

A primeira fase de um estudo estatístico consiste em recolher, contar e classificar os dados pesquisados sobre uma
população estatística ou sobre uma amostra dessa população.

1. Frequência Absoluta

É o número de vezes que a variável estatística assume um valor.

1.1. Frequência Relativa

É o quociente entre a frequência absoluta e o número de elementos da amostra.


Na tabela a seguir, temos exemplo dos dois tipos:

1.2. Distribuição de frequência sem intervalos de classe:

É a simples condensação dos dados conforme as repetições de seu valores. Para um ROL de tamanho razoável esta
distribuição de frequência é inconveniente, já que exige muito espaço. Veja exemplo abaixo:

Dados Frequência
41 3
42 2
43 1
44 1
MATEMÁTICA

45 1
46 2
50 2

48
51 1
52 1
54 1
2.2. Mediana (Md)
57 1
58 2 Sejam os valores escritos em rol:
60 2
Total 20
Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo tal que
o número de termos da sequência que precedem é
Distribuição de frequência com intervalos de clas- igual ao número de termos que o sucedem, isto é, é
se: termo médio da sequência ( ) em rol.
Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido pela
Quando o tamanho da amostra é elevado é mais ra- média aritmética entre os termos e , tais que o nú-
cional efetuar o agrupamento dos valores em vários in- mero de termos que precedem é igual ao número de
tervalos de classe. termos que sucedem , isto é, a mediana é a média
aritmética entre os termos centrais da sequência ( ) em
Classes Frequências rol.
41 |------- 45 7 Exemplo 1:
45 |------- 49 3 Determinar a mediana do conjunto de dados:
{12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}
49 |------- 53 4
53 |------- 57 1 Solução:
57 |------- 61 5 Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se:
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio des-
Total 20 se rol. Logo: Md=12
Resposta: Md=12.
2. Média aritmética
Exemplo 2:
Média aritmética de um conjunto de números é o va- Determinar a mediana do conjunto de dados:
lor que se obtém dividindo a soma dos elementos pelo {10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}.
número de elementos do conjunto.
Representemos a média aritmética por . Solução:
A média pode ser calculada apenas se a variável en- Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol,
volvida na pesquisa for quantitativa. Não faz sentido cal- tem-se:
cular a média aritmética para variáveis quantitativas. (3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média arit-
Na realização de uma mesma pesquisa estatística mética entre os dois termos centrais do rol.
entre diferentes grupos, se for possível calcular a média,
ficará mais fácil estabelecer uma comparação entre esses Logo:
grupos e perceber tendências.
Considerando uma equipe de basquete, a soma das Resposta: Md=15
alturas dos jogadores é:
3. Moda (Mo)
Num conjunto de números: , chama-se
moda aquele valor que ocorre com maior frequência.
Se dividirmos esse valor pelo número total de joga- Observação:
dores, obteremos a média aritmética das alturas: A moda pode não existir e, se existir, pode não ser
única.

Exemplo 1:
O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda
A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m. igual a 8, isto é, Mo=8.
2.1. Média Ponderada
MATEMÁTICA

Exemplo 2:
O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.
A média dos elementos do conjunto numérico A re-
lativa à adição e na qual cada elemento tem um “deter-
minado peso” é chamada média aritmética ponderada.

49
4. Medidas de dispersão b) A variância é:

Duas distribuições de frequência com medidas de


tendência central semelhantes podem apresentar ca-
racterísticas diversas. Necessita-se de outros índices
numéricas que informem sobre o grau de dispersão ou
variação dos dados em torno da média ou de qualquer
outro valor de concentração. Esses índices são chamados Desvio médio
medidas de dispersão.
Definição
Variância
Medida da dispersão dos dados em relação à média
Há um índice que mede a “dispersão” dos elemen- de uma sequência. Esta medida representa a média das
tos de um conjunto de números em relação à sua média distâncias entre cada elemento da amostra e seu valor
aritmética, e que é chamado de variância. Esse índice é médio.
assim definido:
Seja o conjunto de números , tal que
é sua média aritmética. Chama-se variância desse con-
junto, e indica-se por , o número: Desvio padrão

Definição
Seja o conjunto de números , tal que
Isto é: é sua média aritmética. Chama-se desvio padrão desse
conjunto, e indica-se por , o número:

E para amostra

Isto é:

Exemplo 1:
Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresen-
tou o seguinte desempenho, descrito na tabela abaixo:

Jogo Número de pontos Exemplo:


As estaturas dos jogadores de uma equipe de bas-
1 22 quetebol são: 2,00 m; 1,95 m; 2,10 m; 1,90 m e 2,05 m.
2 18 Calcular:
a) A estatura média desses jogadores.
3 13 b) O desvio padrão desse conjunto de estaturas.
4 24
Solução:
5 26
6 20 Sendo a estatura média, temos:
7 19
8 18

a) Qual a média de pontos por jogo? Sendo o desvio padrão, tem-se:


b) Qual a variância do conjunto de pontos?

Solução:

a) A média de pontos por jogo é:


MATEMÁTICA

50
Resposta: Letra B.
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CRBIO – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – VU-


NESP/2017) Uma empresa tem 120 funcionários no to- 3. (PREF. GUARULHOS/SP – ASSISTENTE DE GES-
tal: 70 possuem curso superior e 50 não possuem curso TÃO ESCOLAR – VUNESP/2016) Certa escola tem 15
superior. Sabe-se que a média salarial de toda a empresa classes no período matutino e 10 classes no período ves-
é de R$ 5.000,00, e que a média salarial somente dos fun- pertino. O número médio de alunos por classe no perío-
cionários que possuem curso superior é de R$ 6.000,00. do matutino é 20, e, no período vespertino, é 25. Consi-
Desse modo, é correto afirmar que a média salarial dos derando os dois períodos citados, a média aritmética do
funcionários dessa empresa que não possuem curso su- número de alunos por classe é
perior é de
a) 24,5.
a) R$ 4.000,00. b) 23.
b) R$ 3.900,00. c) 22,5.
c) R$ 3.800,00. d) 22.
d) R$ 3.700,00. e) 21.
e) R$ 3.600,00.
Resposta: Letra D.
Resposta: Letra E. S=cursam superior
M=não tem curso superior

M=300

S+M=600000

V=250

S=420000
M=600000-420000=180000

4. (SEGEP/MA – TÉCNICO DA RECEITA ESTADUAL


– FCC/2016) Para responder à questão, considere as in-
formações abaixo.
Três funcionários do Serviço de Atendimento ao Cliente
2. (TJM/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – de uma loja foram avaliados pelos clientes que atribuí-
VUNESP/2017) Leia o enunciado a seguir para respon- ram uma nota (1; 2; 3; 4; 5) para o atendimento recebido.
der a questão. A tabela mostra as notas recebidas por esses funcioná-
A tabela apresenta o número de acertos dos 600 can- rios em um determinado dia.
didatos que realizaram a prova da segunda fase de um
concurso, que continha 5 questões de múltipla escolha

Número de acer- Número de candidatos


tos
5 204
4 132 Considerando a avaliação média individual de cada fun-
cionário nesse dia, a diferença entre as médias mais pró-
3 96
ximas é igual a
2 78
1 66 a) 0,32.
b) 0,21.
0 24 c) 0,35.
d) 0,18.
A média de acertos por prova foi de e) 0,24.
MATEMÁTICA

a) 3,57.
b) 3,43
c) 3,32.
d) 3,25.
e) 3,19.

51
Resposta: Letra B. 6. (UFAL – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – COPE-
VE/2016) A tabela apresenta o número de empréstimos
de livros de uma biblioteca setorial de um Instituto Fede-
ral, no primeiro semestre de 2016.

Mës Empréstimos
Janeiro 15
Fevereiro 25
Março 22
3,36-3,15=0,21 Abril 30
Maio 28
5. (UFES – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO –
Junho 15
UFES/2017) Considere n números x1, x2, … , xn, em que
x1 ≤ x2 ≤ ⋯ ≤ xn . A mediana desses números é igual a
x(n + 1)/2, se n for ímpar, e é igual à média aritmética Dadas as afirmativas,
de xn ⁄ 2 e x(n + 2)/2, se n for par. Uma prova composta I. A biblioteca emprestou, em média, 22,5 livros por mês.
por 5 questões foi aplicada a uma turma de 24 alunos. A II. A mediana da série de valores é igual a 26.
tabela seguinte relaciona o número de acertos obtidos III. A moda da série de valores é igual a 15.
na prova com o número de alunos que obtiveram esse Verifica-se que está(ão) correta(s)
número de acertos. a) II, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
Número de acertos Número de alunos
d) I e III, apenas.
0 4 e) I, II e III.
1 5
2 4 Resposta: Letra D.
3 3
4 5
5 3
Mediana
A penúltima linha da tabela acima, por exemplo, indica Vamos colocar os números em ordem crescente
que 5 alunos tiveram, cada um, um total de 4 acertos na
prova. A mediana dos números de acertos é igual a 15,15,22,25,28,30

a) 1,5
b) 2
c) 2,5 Moda é o número que mais aparece, no caso o 15.
d) 3
e) 3,5 7. (COSANPA - QUÍMICO – FADESP/2017) Algumas
Determinações do teor de sódio em água (em mg L-1)
Resposta: Letra B. Como 24 é um número par, deve- foram executadas (em triplicata) paralelamente por qua-
mos fazer a segunda regra: tro laboratórios e os resultados são mostrados na tabela
abaixo.

Replicatas Laboratório
1 2 3 4
1 30,3 30,9 30,3 30,5
2 30,4 30,8 30,7 30,4
3 30,0 30,6 30,4 30,7
Média 30,20 30,77 30,47 30,53
Desvio 0,20 0,15 0,21 0,15
MATEMÁTICA

Padrão

Utilize essa tabela para responder à questão.

52
O laboratório que apresenta o maior erro padrão é o de 25974+2,1y=15∙2013
número 2,1y=30195-25974
2,1y=4221
a) 1. Y=2010
b) 2.
c) 3. 10. (PREF. DE NITERÓI – AGENTE FAZENDÁRIO –
d) 4. FGV/2015) Os 12 funcionários de uma repartição da
prefeitura foram submetidos a um teste de avaliação de
Resposta: Letra C. Como o desvio padrão é maior no conhecimentos de computação e a pontuação deles, em
3, o erro padrão é proporcional, portanto também é uma escala de 0 a 100, está no quadro abaixo.
maior em 3.
50 55 55 55 55 60
8. (ANAC – ANALISTA ADMINISTRATIVO- 62 63 65 90 90 100
ESAF/2016) Os valores a seguir representam uma amos-
tra O número de funcionários com pontuação acima da mé-
dia é:
331546248
a) 3;
Então, a variância dessa amostra é igual a b) 4;
c) 5;
a) 4,0 d) 6;
b) 2,5. e) 7.
c) 4,5.
d) 5,5 Resposta: Letra A.
e) 3,0

Resposta: Letra C.

M=66,67
Apenas 3 funcionários estão acima da média.

NOÇÕES DE GEOMETRIA – FORMA, ÂNGU-


LOS, ÁREA, PERÍMETRO, VOLUME, TEORE-
MAS DE PITÁGORAS OU DE TALES

9. (MPE/SP – OFICIAL DE PROMOTORIA I – VU- Introdução a Geometria Plana


NESP/2016) A média de salários dos 13 funcionários de
uma empresa é de R$ 1.998,00. Dois novos funcionários Ponto, Reta e Plano
foram contratados, um com o salário 10% maior que o A definição dos entes primitivos ponto, reta e pla-
do outro, e a média salarial dos 15 funcionários passou a no é quase impossível, o que se sabe muito bem e aqui
ser R$ 2.013,00. O menor salário, dentre esses dois novos será o mais importante é sua representação geométrica
funcionários, é igual a e espacial.

a) R$ 2.002,00. Representação, (notação)


b) R$ 2.006,00. → Pontos serão representados por letras latinas
c) R$ 2.010,00. maiúsculas; ex: A, B, C,…
→ Retas serão representados por letras latinas minús-
d) R$ 2.004,00.
culas; ex: a, b, c,…
e) R$ 2.008,00. → Planos serão representados por letras gregas mi-
núsculas; ex: β,∞,α,...
Resposta: Letra C. Vamos chamar de x a soma dos
salários dos 13 funcionários Representação gráfica
x/13=1998
X=13.1998
X=25974
MATEMÁTICA

Vamos chamar de y o funcionário contratado com me-


nor valor e, portanto, 1,1y o com 10% de salário maior,
pois ele ganha y+10% de y
Y+0,1y=1,1y
(x+y+1,1y)/15=2013

53
Postulados primitivos da geometria, qualquer postu- Observe que r ∩ s = {H} . Sendo que H está contido
lado ou axioma é aceito sem que seja necessária a prova, na reta r e na reta s.
contanto que não exista a contraprova.
Um plano é um subconjunto do espaço R³ de tal modo
- Numa reta bem como fora dela há infinitos pontos que quaisquer dois pontos desse conjunto podem ser li-
distintos. gados por um segmento de reta inteiramente contida no
conjunto.
- Dois pontos determinam uma única reta (uma e so-
mente uma reta).
Um plano no espaço R³ pode ser determinado por
qualquer uma das situações:
- Três pontos não colineares (não pertencentes à mes-
ma reta);
- Um ponto e uma reta que não contem o ponto;
- Um ponto e um segmento de reta que não contem
o ponto;
- Duas retas paralelas que não se sobrepõe;
- Pontos colineares pertencem à mesma reta. - Dois segmentos de reta paralelos que não se sobrepõe;
- Duas retas concorrentes;
- Dois segmentos de reta concorrentes.

Duas retas (segmentos de reta) no espaço R³ podem


ser: paralelas, concorrentes ou reversas.

Duas retas são ditas reversas quando uma não tem


interseção com a outra e elas não são paralelas. Pode-se
pensar de uma reta r desenhada no chão de uma casa e
uma reta s desenhada no teto dessa mesma casa.
- Três pontos determinam um único plano.

Uma reta é perpendicular a um plano no espaço R³, se


ela intersecta o plano em um ponto P e todo segmento
de reta contido no plano que tem P como uma de suas
extremidades é perpendicular à reta.

- Se uma reta contém dois pontos de um plano, esta


reta está contida neste plano.

Uma reta r é paralela a um plano no espaço R³, se existe uma


reta s inteiramente contida no plano que é paralela à reta dada.
Seja P um ponto localizado fora de um plano. A dis-
tância do ponto ao plano é a medida do segmento de
reta perpendicular ao plano em que uma extremidade é o
ponto P e a outra extremidade é o ponto que é a interse-
- Duas retas são concorrentes se tiverem apenas um ção entre o plano e o segmento.
ponto em comum. Se o ponto P estiver no plano, a distância é nula.
MATEMÁTICA

54
Planos concorrentes no espaço R³ são planos cuja in-
terseção é uma reta. Feixe de Retas Paralelas
Planos paralelos no espaço R³ são planos que não
tem interseção. Um conjunto de três ou mais retas paralelas num pla-
Quando dois planos são concorrentes, dizemos que no é chamado feixe de retas paralelas. A reta que inter-
tais planos formam um diedro e o ângulo formado en- cepta as retas do feixe é chamada de reta transversal. As
tre estes dois planos é denominado ângulo diedral. Para retas a, b, c e d que aparecem no desenho anexado, for-
obter este ângulo diedral, basta tomar o ângulo forma- mam um feixe de retas paralelas enquanto que as retas s
do por quaisquer duas retas perpendiculares aos planos e t são retas transversais.
concorrentes.

Planos normais são aqueles cujo ângulo diedral é um


ângulo reto (90°).

Razão entre Segmentos de Reta

Segmento de reta é o conjunto de todos os pontos


de uma reta que estão limitados por dois pontos que são Teorema de Tales: Um feixe de retas paralelas de-
as extremidades do segmento, sendo um deles o ponto termina sobre duas transversais quaisquer, segmentos
inicial e o outro o ponto final. Denotamos um segmento
proporcionais. A figura abaixo representa uma situação
por duas letras como, por exemplo, AB, sendo A o início
onde aparece um feixe de três retas paralelas cortadas
e B o final do segmento.
por duas retas transversais.
Ex: AB é um segmento de reta que denotamos por AB.

Segmentos Proporcionais

Proporção é a igualdade entre duas razões equiva-


lentes. De forma semelhante aos que já estudamos com
números racionais, é possível estabelecer a proporcio-
nalidade entre segmentos de reta, através das medidas
desse segmentos.
Vamos considerar primeiramente um caso particular
com quatro segmentos de reta com suas medidas apre-
sentadas na tabela a seguir: Identificamos na sequência algumas proporções:

A B⁄B C = DE⁄E F
m(AB) = 2cm m(PQ) =4 cm B C⁄ A B = EF ⁄D E
m(CD) = 3cm m(RS) = 6cm A B⁄D E = B C⁄ E F
D E⁄ A B = E F ⁄B C
A razão entre os segmentos AB e CD e a razão entre
os segmentos PQ e RS e , são dadas por frações equivalen- Ex: Consideremos a figura ao lado com um feixe de
tes, isto é A B⁄C D = 2⁄3; PQ/RS = 4/6 e como 2/3 = 4/6, retas paralelas, sendo as medidas dos segmentos indica-
segue a existência de uma proporção entre esses quatro das em centímetros.
segmentos de reta. Isto nos conduz à definição de seg-
mentos proporcionais.
Diremos que quatro segmentos de reta, AB, BC, CD e DE
, nesta ordem, são proporcionais se: A B⁄B C = C D⁄D E .
Os segmentos AB e DE são os segmentos extremos e
os segmentos BC e CD e são os segmentos meios.
A proporcionalidade acima é garantida pelo fato que
existe uma proporção entre os números reais que repre-
MATEMÁTICA

sentam as medidas dos segmentos:


m (AB) m (CD)
=
m (BC) m (DE)

55
Assim: Ângulo Circunscrito: É o ângulo, cujo vértice não
B C⁄A B = E F⁄D E pertence à circunferência e os lados são tangentes à ela.
A B⁄D E = B C⁄E F
D E⁄A B = E F⁄B C

#FicaDica
Uma proporção entre segmentos pode ser
formulada de várias maneiras. Se um dos
segmentos do feixe de paralelas for desco-
nhecido, a sua dimensão pode ser determi- Ângulo Inscrito: É o ângulo cujo vértice pertence a
nada com o uso de razões proporcionais. uma circunferência e seus lados são secantes a ela.

Ângulos

Ângulo: Do latim - angulu (canto, esquina), do grego


- gonas; reunião de duas semi-retas de mesma origem
não colineares.

Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do


que 90º.

Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do


que 90º.

Ângulo Raso:

- É o ângulo cuja medida é 180º;

- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.


Ângulo Central

a) Da circunferência: é o ângulo cujo vértice é o centro


da circunferência; Ângulo Reto:
b) Do polígono: é o ângulo, cujo vértice é o centro
do polígono regular e cujos lados passam por vértices - É o ângulo cuja medida é 90º;
consecutivos do polígono. - É aquele cujos lados se apóiam em retas perpendi-
culares.
MATEMÁTICA

56
Ângulos Complementares: Dois ângulos são com- Ângulos formados por duas retas paralelas com
plementares se a soma das suas medidas é 900. uma transversal

Lembre-se: Retas paralelas são retas que estão no


mesmo plano e não possuem ponto em comum.
Vamos observar a figura abaixo:

Ângulos Congruentes: São ângulos que possuem a


mesma medida.

Todos esses ângulos possuem relações entre si, e elas


estão descritas a seguir:

Ângulos colaterais internos: O termo colateral sig-


nifica “mesmo lado” e sua propriedade é que a soma des-
tes ângulos será sempre 180°

Ângulos Opostos pelo Vértice: Dois ângulos são


opostos pelo vértice se os lados de um são as respectivas
semi-retas opostas aos lados do outro.

Ângulos Suplementares: Dois ângulos são ditos su-


plementares se a soma das suas medidas de dois ângulos
é 180º.

Assim a soma dos ângulos 4 e 5 é 180° e a soma dos


ângulos 3 e 6 também será 180°

Grau: (º): Do latim - gradu; dividindo a circunferência


em 360 partes iguais, cada arco unitário que corresponde
a 1/360 da circunferência denominamos de grau.
MATEMÁTICA

57
Ângulos colaterais externos: O termo colateral sig- Ângulos alternos externos: O termo alterno signifi-
nifica “mesmo lado” e sua propriedade é que a soma des- ca lados diferentes e sua propriedade é que eles sempre
tes ângulos será sempre 180° serão congruentes

Assim, o ângulo 1 é igual ao ângulo 7 e o ângulo 2 é


Assim a soma dos ângulos 2 e 7 é 180° e a soma dos igual ao ângulo 8
ângulos 1 e 8 também será 180°
Ângulos correspondentes: São ângulos que ocupam
Ângulos alternos internos: O termo alterno signifi- uma mesma posição na reta transversal, um na região
ca lados diferentes e sua propriedade é que eles sempre interna e o outro na região externa.
serão congruentes

Assim, o ângulo 1 é igual ao ângulo 5, o ângulo 2 é


igual ao ângulo 6, o ângulo 3 é igual ao ângulo 7 e o
ângulo 4 é igual ao ângulo 8.
Assim, o ângulo 4 é igual ao ângulo 6 e o ângulo 3 é
igual ao ângulo 5
FIQUE ATENTO!
Há cinco classificações distintas para os ân-
MATEMÁTICA

gulos formados por duas retas paralelas que


intersectam uma transversal. Então, procure
visualizar bem as imagens para associá-las a
cada classificação existente.

58
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CS-UFG-2016) Considere que a figura abaixo representa um relógio analógico cujos ponteiros das horas (menor)
e dos minutos (maior) indicam 3 h e 40 min. Nestas condições, a medida do menor ângulo, em graus, formado pelos
ponteiros deste relógio, é:

a) 120°
b) 126°
c) 135°
d) 150°

Resposta: Letra B. Considerando que cada hora equivale a um ângulo de 30° (360/12 = 30) e que a cada 15 min o
ponteiro da hora percorre 7,5°. Assim, as 3h e 40 min indica um ângulo de aproximadamente 126°.

2. Na imagem a seguir, as retas u, r e s são paralelas e cortadas por uma reta transversal. Determine o valor dos ângu-
los x e y.

Resposta: x = 50° e y = 130°


Facilmente observamos que os ângulos x e 50° são opostos pelo vértice, logo, x = 50°. Podemos constatar também
que y e 50° são suplementares, ou seja:

50° + y = 180°
y = 180° – 50°
y = 130°
Portanto,os ângulos procurados são y = 130° e x = 50°.
MATEMÁTICA

59
Polígonos

Um polígono é uma figura geométrica plana limitada por uma linha poligonal fechada. A palavra “polígono” advém
do grego e quer dizer muitos (poly) e ângulos (gon).

Linhas poligonais e polígonos

Linha poligonal é uma sucessão de segmentos consecutivos e não-colineares, dois a dois. Classificam-se em:

Linha poligonal fechada simples:

Linha poligonal fechada não-simples:

Linha poligonal aberta simples:

Linha poligonal aberta não-simples:

FIQUE ATENTO!
Polígono é uma linha fechada simples. Um polígono divide o plano em que se encontra em duas regiões
(a interior e a exterior), sem pontos comuns.

Elementos de um polígono
MATEMÁTICA

60
Um polígono possui os seguintes elementos:
Lados: Cada um dos segmentos de reta que une vértices consecutivos: AB, BC, CD, DE, EA.
Vértices: Ponto de encontro de dois lados consecutivos: A, B, C, D, E
Diagonais: Segmentos que unem dois vértices não consecutivos: AC, AD, BD, BE, CE
Ângulos internos: Ângulos formados por dois lados consecutivos: a� , b� , c� , d
� , e� .

Ângulos externos: Ângulos formados por um lado e pelo prolongamento do lado a ele consecutivo: a�1 , b1 , c1, d1 , e1

Classificação dos polígonos quanto ao número de lados

Nome Número de lados Nome Número de lados


triângulo 3 quadrilátero 4
pentágono 5 hexágono 6
heptágono 7 octógono 8
eneágono 9 decágono 10
hendecágono 11 dodecágono 12
tridecágono 13 tetradecágono 14
pentadecágono 15 hexadecágono 16
heptadecágono 17 octodecágono 18
eneadecágono 19 icoságono 20

A classificação dos polígonos pode ser ilustrada pela seguinte árvore:

Um polígono é denominado simples se ele for descrito por uma fronteira simples e que não se cruza (daí divide o
plano em uma região interna e externa), caso o contrário é denominado complexo.
Um polígono simples é denominado convexo se não tiver nenhum ângulo interno cuja medida é maior que 180°,
caso o contrário é denominado côncavo.
Um polígono convexo é denominado circunscrito a uma circunferência ou polígono circunscrito se todos os vértices
pertencerem a uma mesma circunferência.
Um polígono inscritível é denominado regular se todos os seus lados e todos os seus ângulos forem congruentes.

Alguns polígonos regulares:

a) triângulo equilátero
b) quadrado
c) pentágono regular
d) hexágono regular
MATEMÁTICA

61
Propriedades dos polígonos

De cada vértice de um polígono de n lados, saem EXERCÍCIOS COMENTADOS


dv = n – 3
1. (PREF. DE POÁ-SP – ENGENHEIRO DE SEGURAN-
O número de diagonais de um polígono é dado por: ÇA DE TRABALHO – VUNESP/2015) A figura ilustra
n n−3 um octógono regular de lado cm.
d=
2
Onde n é o número de lados do polígono.

A soma das medidas dos ângulos internos de um po-


lígono de n lados (Si) é dada por:
Si = n − 2 � 180°

A soma das medidas dos ângulos externos de um po-


lígono de n lados (Se) é igual a:
360°
Se =
n
Sendo a altura do trapézio ABCD igual a 1 cm, a área do
triângulo retângulo ADE vale, em cm²
Em um polígono convexo de n lados, o número de
triângulos formados por diagonais que saem de cada a) 5
vértice é dado por n - 2.
b) 4
c) 5
A medida do ângulo interno de um polígono regular
d) 2 + 1
de n lados (ai ) é dada por:
e) 2
n − 2 � 180°
ai = Resposta: Letra D.
n

A medida do ângulo externo de um polígono regular


de n lados (ae ) é dada por:
360°
ae =
n

A soma das medidas dos ângulos centrais de um po-


lígono regular de n lados (Sc ) é igual a 360º. COMENTÁRIO:

A medida do ângulo central de um polígono regular Como a altura do trapézio mede 1 cm, temos um trian-
de n lados () é dada por: gulo isósceles de hipotenusa AB, assim, o segmento
AD = 2 + 2 . Assim, a área de ADE é:
360°
ac = 2+2 2 2 2 2
n A= = + =1+ 2
2 2 2
Polígonos regulares
2. (UNIFESP - 2003) Pentágonos regulares congruen-
Os polígonos regulares são aqueles que possuem to- tes podem ser conectados lado a lado, formando uma
dos os lados congruentes e todos os ângulos congruentes. estrela de cinco pontas, conforme destacado na figura
Todas as propriedades anteriores são válidas para os polí- a seguir
gonos regulares, a diferença é que todos os valores são dis-
tribuídos uniformemente, ou seja, todos os ângulos terão
o mesmo valor e todas as medidas terão o mesmo valor.

#FicaDica
MATEMÁTICA

Polígonos regulares são formas de polígonos


mais estudadas e cobradas em questões de
concursos.

62
Nessas condições, o ângulo θ mede: Paralelogramo

a) 108°.
b) 72°.
c) 54°.
d) 36°.
e) 18°.

Resposta: Letra D. Na ponta da estrela onde está desta-


cado o ângulo θ, temos o encontro de três ângulos inter-
nos de pentágonos regulares. Para descobrir a medida de
cada um desses ângulos, basta calcular a soma dos ângu-
los internos do pentágono e dividir por 5.
Características:
Possuem lados paralelos, dois a dois, ou seja:
AB // DC e AD // BC .
Além de paralelos, os lados paralelos possuem a mes-
ma medida, ou seja: AB = DC e AD = BC
A altura é medida em relação a distância entre os seg-
mentos paralelos, ou seja: BG: altura = h
A base é justamente a medida dos lados que se me-
diu a altura: AD: base = b
A área é calculada como o produto da base pela al-
tura: Área= b∙h
O perímetro é calculado como a soma das medidas
de todos os quatro lados: AB + BC + CD + DA

Retângulo

A fórmula para calcular a soma dos ângulos internos


de um polígono é: S = (n – 2) · 180

*n é o número de lados do polígono. No caso desse


exercício:

S = (5 – 2) · 180 Retângulo
S = 3 · 180
S = 540 Características:
Possuem lados paralelos, dois a dois, ou seja:
Dividindo a soma dos ângulos internos por 5, pois AB // DC e AD // BC
um pentágono possui cinco ângulos internos, encontra- Além de paralelos, os lados paralelos possuem a mes-
remos 108° como medida de cada ângulo interno. ma medida, ou seja: AB = DC e AD = BC
Observe na imagem anterior que a soma de três ân- Diferentemente do paralelogramo, todos os ângulos
gulos internos do pentágono com o ângulo θ tem como do retângulo medem 90°: A �=B � = C� = D
� = 90°
resultado 360°. No retângulo, um par de lados paralelos
será a base e o outro será a altura, no desenho:
108 + 108 + 108 + θ = 360 AB: altura = h e AD: base = b
324 + θ = 360 A área é calculada como o produto da base pela al-
tura: Área= b∙h
θ = 360 – 324
θ = 36° O perímetro é calculado como a soma das medidas
de todos os quatro lados:
Perímetro = AB + BC + CD + DA = 2b + 2h
Quadriláteros, Circunferência e Círculo

Quadriláteros
MATEMÁTICA

São figuras que possuem quatro lados dentre os


quais temos os seguintes subgrupos

63
Losango Trapézio

Características:
Características: Possuirá apenas um par de lados paralelos que serão
Possuem lados paralelos, dois a dois, ou seja: chamados de bases maior e menor:
AB // DC e AD // BC AD// BC, AB: base maior = B e CD: base menor = b
Possuem os quatro lados com medidas iguais: A altura será definida como a distância entre as bases:
AB = DC = AD = BC BG: altura = h
No losango, definem-se diagonais como a distância A área é calculada em função das bases e da altura:
entre vértices opostos, assim: B+b
Área = �h
BD: diagonal maior = D e AC: diagonal menor = d 2
A área é Dcalculada
�d
a partir das diagonais e não dos O perímetro é calculado como a soma das medidas
lados: Área = 2 de todos os quatro lados: AB + BC + CD + DA
O perímetro é calculado como a soma das medidas
de todos os quatro lados: AB + BC + CD + DA Circunferência e Círculo

Quadrado Uma circunferência é definida como o conjunto de


pontos cuja distância de um ponto, denominado de cen-
tro, O é igual a R, definido como raio.

Características:
Possuem lados paralelos, dois a dois, ou seja:
AB // DC e AD // BC
Possuem os quatro lados com medidas iguais: Já um círculo é definido como um conjunto de pontos
AB = DC = AD = BC cuja distância de O é menor ou igual a R.
Diferentemente do losango, todos os ângulos do
quadrado medem 90°: A �=B � = C� = D
� = 90°
Seguindo a lógica do retângulo, temos o valor da base
e da altura iguais neste caso: BC: lado = L e AB: lado =
A área é calculada de maneira simples: Área = L2
O perímetro é calculado como a soma
das medidas de todos os quatro lados:
Perímetro = AB + BC + CD + DA = 4L
MATEMÁTICA

64
Características: Características:
A medida relevante da circunferência é o raio (R) que A Área do Setor Circular (para α em radianos):
é a distância de qualquer ponto da circunferência em re- R2
lação ao centro C. A= α − sen α
2
A área é calculada em função do raio: Área = πR2
O perímetro, também chamado de comprimento da Posições Relativas entre Retas e Circunferências
circunferência, é calculado em função do raio também:
Perímetro = 2πR Dado uma circunferência de raio R e uma reta ‘r’ cuja
distância ao centro da circunferência é ‘d’, temos as se-
Setor Circular guintes posições relativas:

Um Setor Circular é uma região de um círculo com-


preendida entre dois segmentos de reta que se iniciam Reta Tangente: Reta e circunferência possuem ape-
no centro e vão até a circunferência. nas um ponto em comum (dOP = R)

#FicaDica
Em termos práticos, um setor circular é um
“pedaço” de um círculo.

Reta Exterior: Reta e circunferência não possuem


pontos em comum (dOP > R)

Características:
O ângulo α é definido como ângulo central απR2
Área do Setor Circular (para α em graus): A =
360
Área
αR2
do Setor Circular (para α em radianos):
A=
2

Segmento Circular

Um Segmento Circular é uma região de um círculo


compreendida entre um segmento que liga os pontos de
cruzamento dos segmentos de reta com a circunferência,
ao qual definimos como corda AB e a circunferência.
Reta Secante: Reta e circunferência possuem dois
pontos em comum (dOP < R)
MATEMÁTICA

65
Resposta: Aplicando as relações geométricas referen-
tes ao losango, tem-se:

x = 15
y = 20
AC = 20 + 20 = 40
BD = 15 + 15 = 30
BMC = 15 + 20 + 25 = 60

Triângulos e Teorema de Pitágoras

Definição

Triângulo é um polígono de três lados. É o polígono


EXERCÍCIOS COMENTADOS que possui o menor número de lados. Talvez seja o polí-
gono mais importante que existe. Todo triângulo possui
1.(SEEDUC-RJ – Professor – CEPERJ/2015) O quadrado alguns elementos e os principais são: vértices, lados, ân-
MNPQ abaixo tem lado igual a 12cm. Considere que as gulos, alturas, medianas e bissetrizes.
curvas MQ e QP representem semicircunferências de diâ-
metros respectivamente iguais aos segmentos MQ e QP. Apresentaremos agora alguns objetos com detalhes
sobre os mesmos.

a) Vértices: A,B,C.
b) Lados: AB,BC e AC.
A área sombreada, em cm2, corresponde a: c) Ângulos internos: a, b e c.

a) 30 Altura: É um segmento de reta traçada a partir de


b) 36 um vértice de forma a encontrar o lado oposto ao vértice
c) 3 46π − 2 formando um ângulo reto. BH é uma altura do triângulo.
d) 6(36π − 1)
e) 2(6π − 1)

Resposta: Letra B. Aplicando a fórmula do segmen-


to circular, encontra-se a área de intersecção dos dois
círculos. Subtraindo esse valor da área do semicírculo,
chega-se ao resultado.

2. A figura abaixo é um losango. Determine o valor Mediana: É o segmento que une um vértice ao ponto
de x e y, a medida da diagonal AC , da diagonal BD e médio do lado oposto. BM é uma mediana.
o perímetro do triângulo BMC.

Bissetriz: É a semi-reta que divide um ângulo em


MATEMÁTICA

duas partes iguais. O ângulo B está dividido ao meio e


neste caso Ê = Ô.

66
Ângulo Interno: É formado por dois lados do triân- Triângulo Obtusângulo: Um ângulo interno é obtu-
gulo. Todo triângulo possui três ângulos internos. so, isto é, possui um ângulo com medida maior do que
Ângulo Externo: É formado por um dos lados do 90º.
triângulo e pelo prolongamento do lado adjacente (ao
lado).

Triângulo Retângulo: Possui um ângulo interno reto


(90 graus). Atenção a esse tipo de triângulo pois ele é
muito cobrado!

Classificação dos triângulos quanto ao número de


lados

Triângulo Equilátero: Os três lados têm medidas


iguais. .
m(AB) = m(BC) = m(CA)
Medidas dos Ângulos de um Triângulo

Ângulos Internos: Consideremos o triângulo ABC. Po-


deremos identificar com as letras a, b e c as medidas dos
ângulos internos desse triângulo.

#FicaDica
Triângulo Isósceles: Dois lados têm medidas iguais.
Em alguns locais escrevemos as letras
m(AB) = m(AC).
maiúsculas, acompanhadas de acento ()
para representar os ângulos.

Triângulo Escaleno: Todos os três lados têm medidas


diferentes.

Seguindo a regra dos polígonos, a soma dos ângu-


los internos de qualquer triângulo é sempre igual a 180
graus, isto é: a + b + c = 180°

Ex: Considerando
o triângulo abai-
xo, podemos achar o
valor de x, escrevendo:
Classificação dos triângulos quanto às medidas 70º + 60º + x = 180º e dessa forma, obtemos
dos ângulos x = 180º − 70º − 60º = 50º
MATEMÁTICA

Triângulo Acutângulo: Todos os ângulos internos


são agudos, isto é, as medidas dos ângulos são menores
do que 90º.

67
FIQUE ATENTO!
Dois triângulos são congruentes, se os seus
elementos correspondentes são ordenada-
mente congruentes, isto é, os três lados e
os três ângulos de cada triângulo têm res-
Ângulos Externos: Consideremos o triângulo ABC. pectivamente as mesmas medidas. Deste
Como observamos no desenho, as letras minúsculas modo, para verificar se um triângulo é con-
representam os ângulos internos e as respectivas letras gruente a outro, não é necessário saber a
maiúsculas os ângulos externos. medida de todos os seis elementos, basta
conhecerem três elementos, entre os quais
esteja presente pelo menos um lado. Para
facilitar o estudo, indicaremos os lados cor-
respondentes congruentes marcados com
símbolos gráficos iguais.

Todo ângulo externo de um triângulo é igual à soma


dos dois ângulos internos não adjacentes a esse ângulo Casos de Congruência de Triângulos
externo. Assim: A = b + c, B = a + c, C = a + b
LLL (Lado, Lado, Lado): Os três lados são conheci-
Ex: No triângulo desenhado, podemos achar dos. Dois triângulos são congruentes quando têm, res-
a medida do ângulo externo x, escrevendo: pectivamente, os três lados congruentes. Observe que os
x = 50º + 80º = 130°. elementos congruentes têm a mesma marca.

Congruência de Triângulos LAL (Lado, Ângulo, Lado): Dados dois lados e um


ângulo. Dois triângulos são congruentes quando têm
Duas figuras planas são congruentes quando têm a dois lados congruentes e os ângulos formados por eles
mesma forma e as mesmas dimensões, isto é, o mesmo também são congruentes.
tamanho. Para escrever que dois triângulos ABC e DEF
são congruentes, usaremos a notação: ABC ~ DEF
Para os triângulos das figuras abaixo, existe a congruên-
cia entre os lados, tal que: AB ~ RS, BC ~ ST, CA ~ T e
entre os ângulos:

ALA (Ângulo, Lado, Ângulo): Dados dois ângulos e


um lado. Dois triângulos são congruentes quando têm
um lado e dois ângulos adjacentes a esse lado, respecti-
vamente, congruentes.

Se o triângulo ABC é congruente ao triângulo RST,


escrevemos: A�~R � , B� ~ S� , C� ~ �T

LAAo (Lado, Ângulo, Ângulo oposto): Conhecido


um lado, um ângulo e um ângulo oposto ao lado. Dois
triângulos são congruentes quando têm um lado, um ân-
MATEMÁTICA

gulo, um ângulo adjacente e um ângulo oposto a esse


lado respectivamente congruente.

68
Semelhança de Triângulos

Duas figuras são semelhantes quando têm a mesma forma, mas não necessariamente o mesmo tamanho. Se duas
figuras R e S são semelhantes, denotamos: .

Ex: As ampliações e as reduções fotográficas são figuras semelhantes. Para os triângulos:

Os três ângulos são respectivamente congruentes, isto é: A~R, B~S, C~T

Casos de Semelhança de Triângulos

Dois ângulos congruentes: Se dois triângulos tem dois ângulos correspondentes congruentes, então os triângulos
são semelhantes.

Se A~D e C~F então: ABC =


� DEF

Dois lados proporcionais: Se dois triângulos tem dois lados correspondentes proporcionais e os ângulos formados
por esses lados também são congruentes, então os triângulos são semelhantes.

Como m(AB) ⁄ m(EF) = m(BC) ⁄ m(FG) = 2 ,

então ABC =
� EFG
Ex: Na figura abaixo, observamos que um triângulo pode ser “rodado” sobre o outro para gerar dois triângulos se-
melhantes e o valor de x será igual a 8.
MATEMÁTICA

69
Três lados proporcionais: Se dois triângulos têm os três lados correspondentes proporcionais, então os triângulos
são semelhantes.

Teorema de Pitágoras

Dizem que Pitágoras, filósofo e matemático grego que viveu na cidade de Samos no século VI a. C., teve a intuição
do seu famoso teorema observando um mosaico como o da ilustração a seguir.

Observando o quadro, podemos estabelecer a seguinte tabela:

Triângulo Triângulo Triângulo


ABC A`B`C` A``B``C``
Área do quadrado construído 4 8 16
sobre a hipotenusa
Área do quadrado construído 2 4 8
sobre um cateto
Área do quadrado construído 2 4 9
sobre o outro cateto

Como 4 = 2 + 2 � 8 = 4 + 4 � 16 = 8 + 8 , Pitágoras observou que a área do quadrado construído sobre


a hipotenusa é igual à soma das áreas dos quadrados construídos sobre os catetos.

A descoberta feita por Pitágoras estava restrita a um triângulo particular: o triângulo retângulo isósceles. Estudos
realizados posteriormente permitiram provar que a relação métrica descoberta por Pitágoras era válida para todos os
triângulos retângulos. Os lados do triângulo retângulo são identificados a partir a figura a seguir:
MATEMÁTICA

70
l= medida do lado
h= medida da altura

No triângulo equilátero, a altura e a mediana coin-


cidem. Logo, é ponto médio do lado BC. No triângulo
retângulo AHC, é ângulo reto. De acordo com o teorema
de Pitágoras, podemos escrever:

Onde os catetos são os segmentos que formam o ân-


gulo de 90° e a hipotenusa é o lado oposto a esse ângu-
lo. Chamando de “a” e “b” as medidas dos catetos e “c” a
medida da hipotenusa, define-se um dos teoremas mais
conhecidos da matemática, o Teorema de Pitágoras:
c 2 = a2 + b2
Onde a soma das medidas dos quadrados dos catetos
é igual ao quadrado da hipotenusa.
3l2
Teorema de Pitágoras no quadrado h² =
4
Aplicando o teorema de Pitágoras, podemos estabe-
lecer uma relação importante entre a medida d da diago- l 3
nal e a medida l do lado de um quadrado. h=
2

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1.(TJ-SP – ESCREVENTE JUDICIÁRIO – VUNESP/2017)


A figura seguinte, cujas dimensões estão indicadas em
metros, mostra as regiões R e R , e , ambas com for-
1 2
mato de triângulos retângulos, situadas em uma praça e
destinadas a atividades de recreação infantil para faixas
etárias distintas.

d= medida da diagonal
l= medida do lado

Aplicando o teorema de Pitágoras no triângulo retân-


gulo ABC, temos:

d² = l² + l²
d = √2l²
d=l 2
Teorema de Pitágoras no triângulo equilátero
Se a área de R eé R
1
54 ,m², então o perímetro
2
e R 2 , é, em
R1de
Aplicando o teorema de Pitágoras, podemos estabe- metros, igual a:
lecer uma relação importante entre a medida h da altura
e a medida l do lado de um triângulo equilátero. a) 54
b) 48
c) 36
d) 40
e) 42

Resposta: Letra B. Esse problema se resolve tanto por


semelhança de triângulos, quanto pela área de . Em
MATEMÁTICA

ambos os casos, encontraremos x = 12 m. Após isso,


pelo teorema de Pitágoras, achamos a hipotenusa do
R1 e R 2 , , que será 20 m. Assim, o perímetro será
triângulo
12+16+20 = 48 m.

71
2. (PM SP 2014 – VUNESP). Duas estacas de madeira, perpendiculares ao solo e de alturas diferentes, estão distan-
tes uma da outra, 1,5 m. Será colocada entre elas uma outra estaca de 1,7 m de comprimento, que ficará apoiada nos
pontos A e B, conforme mostra a figura.

A diferença entre a altura da maior estaca e a altura da menor estaca, nessa ordem, em cm, é:

a) 95.
b) 75.
c) 85.
d) 80.
e) 90.

Resposta: Letra D. Note que x é exatamente a diferença que queremos, e podemos calculá-lo através do Teorema
de Pitágoras:
1,72 = 1,52 + x 2
2,89 = 2,25 + x 2
x 2 = 2,89 – 2,25
x² = 0,64x = 0,8 m ou 80 cm

LEI DOS SENOS E LEI DOS COSSENOS

Lei dos Senos

A Lei dos senos relaciona os senos dos ângulos de um triângulo qualquer (não precisa necessariamente ser retângu-
lo) com os seus respectivos lados opostos. Além disso, há uma relação direta com o raio da circunferência circunscrita
neste triângulo:

a b c
= = = 2R
sen A sen B sen C�
� �
MATEMÁTICA

Lei dos Cossenos

A lei dos cossenos é considerada uma generalização do teorema de Pitágoras, onde para qualquer triângulo, conse-
guimos relacionar seus lados com a subtração de um termo que possui o ângulo oposto do lado de referência.

72

a2 = b2 + c 2 − 2 � b � c � cos A
2 2 2
b = a + c − 2 � a � c � cos B �
c = a + b − 2 � a � b � cos C�
2 2 2

FIQUE ATENTO!
Há três formas distintas de utilizar a Lei dos Cossenos. Quando for utilizá-la, tenha cuidado ao expres-
sar os termos conhecidos e a incógnita em uma das três equações propostas. Note que o termo à
esquerda do sinal de igual é o lado oposto ao ângulo que deve aparecer na equação.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. Calcule a medida de x:

Resposta: Aplicando a lei dos senos, lembrando que temos que aplicar ao ângulo oposto ao lado que iremos usar.
� como oposto, e ele mede 30°, dado as medidas dos outros ângulos,
Assim, o lado de medida 100 possui o ângulo A
assim:
x 100
=
sen 45° sen 30°

x 100
=
2/2 1/2

x = 100 2
MATEMÁTICA

73
2.Calcule a medida de x:

Resposta: Aplicando a lei dos senos, lembrando que ela se relaciona com a circunferência circunscrita ao triângulo:

x
= 2R
sen 60°

x
=2 3
3/2

x=3

Geometria Espacial

Poliedros

Poliedros são sólidos compostos por faces, arestas e vértices. As faces de um poliedro são polígonos. Quando as
faces do poliedro são polígonos regulares e todas as faces possuem o mesmo número de arestas, temos um poliedro
regular. Há 5 tipos de poliedros regulares, a saber:

Tetraedro: poliedro de quatro faces


Hexaedro: poliedro de seis faces (cubo)
Octaedro: poliedro de oito faces
Dodecaedro: poliedro de doze faces
Icosaedro: poliedro de vinte faces

Já poliedros não regulares são sólidos cujas faces ou são polígonos não regulares ou não possuem o mesmo nú-
mero de arestas. Os exemplos mais usuais são pirâmides (com exceção do tetraedro) e prismas (com exceção do cubo).
Relação de Euler: relação entre o número de arestas (A), faces (F) e vértices (V) de um poliedro convexo. É dada por:

V− A+F = 2

Prismas
Prisma é um sólido geométrico delimitado por faces planas, no qual as bases se situam em planos paralelos. Quanto
à inclinação das arestas laterais, os prismas podem ser retos ou oblíquos.
MATEMÁTICA

Prisma reto
As arestas laterais têm o mesmo comprimento.
As arestas laterais são perpendiculares ao plano da base.
As faces laterais são retangulares.

74
Prisma oblíquo
As arestas laterais têm o mesmo comprimento.
As arestas laterais são oblíquas (formam um ângulo diferente de um ângulo reto) ao plano da base.
As faces laterais não são retangulares.

Bases: regiões poligonais congruentes

Altura: distância entre as bases

Arestas laterais paralelas: mesmas


medidas

Faces laterais: paralelogramos

Prisma reto Aspectos comuns Prisma oblíquo

Prismas regulares: prismas que possuem como base, polígonos regulares (todos os lados iguais).

Sendo AB , a área da base, ou seja, a área do polígono correspondente e AL , a área lateral, caracterizada pela
soma das áreas dos retângulos formados entre as duas bases, temos que:

Área total: AT = AL + 2 � AB

Volume: V = AB . h , onde h é a altura, caracterizada pela distância entre as duas bases

Cilindros

São sólidos parecidos com prismas, que apresentam bases circulares e também podem ser retos ou oblíquos.

Sendo R o raio da base, a altura do cilindro, temos que:


Área da base: AB = πR2
Área lateral: AL = 2πRh
Área total: AT = AL + 2AB
MATEMÁTICA

Volume: V = AB � h

75
Pirâmides

As pirâmides possuem somente uma base e as faces


laterais são triângulos. A distância do vértice de encontro
dos triângulos com a base é o que determina a altura da
pirâmide (h).

2
Área da Superfície Esférica: A = 4πR
3
4πR
Volume: V =
3

#FicaDica
Na área total dos prismas e cilindros, mul-
tiplicamos a área da base por 2 pois temos
duas bases formando o sólido. Já no caso
das pirâmides e dos cones isto não ocorre,
pois há apenas uma base em ambos.
Sendo a área da base, determinada pelo polígono
que forma a base, a área lateral, determinada pela soma
das áreas dos triângulos laterais, temos que:

Área total: AT = AL + AB EXERCÍCIO COMENTADO


AB � h
Volume: V = 1. (TJ-SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO –
3 VUNESP/2017) As figuras seguintes mostram os blocos
Cones de madeira A, B e C, sendo A e B de formato cúbico e
Os cones são sólidos possuem uma única base (cír- C com formato de paralelepípedo reto retângulo, cujos
culo). A distância do vértice à circunferência (contorno respectivos volumes, em cm³, são representados por VA,
da base) é chamada de geratriz (g) e a distância entre o VB e VC.
vértice e o centro do círculo é a altura do cone (h).

Se VA + VB = 1/2 VC , então a medida da altura do blo-


co C, indicada por h na figura, é, em centímetros, igual a:
Geratriz: g 2 = R2 + h2
Área da Base: AB = πR2 a) 15,5
Área Lateral: AL = πgR b) 11
Área Total: AT = AL + AB c) 12,5
d) 14
AB � h
Volume: V = e) 16
3
Esfera Resposta : Letra C.
VA = 53 = 125 cm³
A esfera é o conjunto de pontos nos quais a distância
VB = 103 = 1000 cm³
MATEMÁTICA

em relação a um centro é menor ou igual ao raio da es-


V
fera R. A esfera é popularmente conhecida como “bola” Logo: 2C = VA + VB = 125 + 1000
pois seu formato é o mesmo de uma bola de futebol, por
VC
exemplo. → = 1125 → VC = 2250 cm³
2

76
2250
Portanto, VC = 18 � 10 � h = 2250 → h = 180
= 12,5 cm V4 = V1 + 3r
→ V1 + 3 � 8 = 86,5
2. (PEDAGOGO – IF/2016) Uma lata de óleo de soja de → V1 + 24 = 86,5
1 litro, com formato cilíndrico, possui 8 cm de diâmetro → V1 = 62,5 cm
interno. Assim, a sua altura é de aproximadamente: (Con- Como
sidere π = 3,14 )
4 3
a) 20 cm
V= πR
3
b) 25 cm 4
c) 201 cm → � 3 � R3 = 62,5
3
d) 200 cm 62,5
e) 24 cm → R3 =
4
→ R3 = 15,625
Resposta: Letra A.
1L = 1dm3 = 1000 cm³
→ R = 2,5 cm
Volume da lata(cilindro): Como o exercício pediu o diâmetro, D = 2.2,5 = 5 cm
VC = πR2h → 3,14 � 42 � h = 1000 → h ≅ 20 cm
Obs: Como o diâmetro é igual a 8cm o raio é igual a
4cm. ESCALAS

3. (PREF. ITAPEMA-SC – TÉCNICO CONTÁBIL – MS Em linhas gerais, escala é a relação matemática en-
CONCURSOS/2016) O volume de um cone circular reto, tre a distância medida em um mapa (ou desenho, planta,
cuja altura é 39 cm, é 30% maior do que o volume de etc.) e a dimensão real do objeto (local) representado por
um cilindro circular reto. Sabendo que o raio da base do esse mapa (ou desenho, planta, etc.). Quando se observa
cone é o triplo do raio da base do cilindro, a altura do um mapa e lê-se que ele foi feito em escala 1:500 cm,
cilindro é: significa que 1 cm medido no mapa equivale a 500 cm
na realidade.
a) 9 cm
b) 30 cm Tipos de Escala
c) 60 cm
d) 90 cm Considerando a forma de apresentação, há dois tipos
de escala, a saber:
Resposta: Letra D. Gráfica: a escala gráfica é aquela na qual a distância
Volume do cone: VC a ser medida no mapa e sua equivalência são apresenta-
Volume do cilindro: Vcil das por unidade. Geralmente estão na parte inferior do
Do enunciado: VC = 1,3. Vcil (30% maior). mapa, como no exemplo abaixo:

4. (CÂMARA DE ARACRUZ-ES – AGENTE ADMINIS-


TRATIVO E LEGISLATIVO – IDECAN/2016) João pos-
sui cinco esferas as quais, quando colocadas em certa
ordem, seus volumes formam uma progressão aritméti-
ca. Sabendo que a diferença do volume da maior esfera
para a menor é 32 cm³ e que o volume da segunda maior
esfera é 86,5 cm³, então o diâmetro da menor esfera é:
(Considere: π = 3) Fonte: brasilescola.uol.com.br/geografia/escalas.htm

a) 2 cm Medindo com uma régua a distância entre 0 e 50 me-


b) 2,5 cm tros, por exemplo, significa que a medida dessa distância
c) 4,25 cm no mapa equivale a 50 metros na realidade.
d) 5 cm
Numérica: a escala numérica é apresentada como
Resposta: Letra D. uma relação e estabelece diretamente qual é a relação
Sendo a P.A. (V1 , V2 , V3, V4 , V5), (, o enunciado fornece: entre distâncias no mapa e real, sem a necessidade de
Do termo geral da P.A., sabe-se que medições com régua como na escala gráfica. Um exem-
V5 = V1 + 5 − 1 � r = V1 + 4r plo de escala numérica:
MATEMÁTICA

onde r é a razão da P.A. 1:50.000

Assim, V1 + 4r − V1 = 32 → 4r = 32 → r = 8 Isso significa que 1 cm no mapa equivale a 50.000 cm


Como na realidade.

77
Considerando o tamanho da representação de deter- Determine, em quilômetros, a distância entre as cidades
minado mapa ou desenho, a escala pode ser classificada do Rio de Janeiro e Vitória, e de Belo Horizonte a Vitória.
de três formas:
Resposta: 385 km e 346,5 km. Começando pela dis-
Natural: a escala natural é aquela na qual o tamanho tância entre Rio de Janeiro e Vitória.
do desenho coincide com o tamanho do objeto real. Pela definição de escala:
Reduzida: a escala reduzida é aquela na qual o de- 𝑑 1 5
senho é menor do que a realidade. É a escala na qual a 𝐸= → = → 𝐷 = 5 ∙ 7.700.000 = 38.500.00 𝑐𝑚
𝐷 7.700.000 𝐷
maioria dos mapas é feita.
Ampliada: a escala ampliada é aquela na qual o de- Logo, a distância em quilômetros é igual a: 385 km
senho é maior do que a realidade. Figuras obtidas com Entre Belo Horizonte e Vitória.
auxílio de microscópios, por exemplo, estão em escala Pela definição de escala:
ampliada. 𝑑 1 4
𝐸= → = → 𝐷 = 4,5 ∙ 7.700.000 = 34.650.00 𝑐𝑚
𝐷 7.700.000 𝐷
Cálculo de Escala
Logo, a distância em quilômetros é igual a: 346,5 km
A escala (E) pode ser expressa como:
2. (NOVA CONCURSOS - 2018) Em uma cidade duas
𝑑 atrações turísticas distam 4 km. Sabe-se que no mapa
𝐸=
𝐷 dessa cidade, esses pontos estão distantes 20 cm um do
outro. Qual é a escala do mapa?
onde d é a distância medida no desenho (mapa) e D é
a distância real do objeto (local que o mapa representa). Resposta: 1:20000 Antes de utilizar a definição de es-
Assim é possível calcular quaisquer distâncias medidas cala é importante que ambas as distâncias estejam na
no desenho. mesma medida. Assim, é necessário passar 4 km para
cm: 4 km=400000 cm.
Pela definição de escala:
FIQUE ATENTO!
𝑑 20 1
Não se esqueça de trabalhar sempre com as 𝐸= →𝐸= = → 𝐸 = 1: 20000
mesmas unidades de medida! 𝐷 400000 20000

3. (NOVA CONCURSOS - 2018) Qual será a distância


entre dois pontos em um mapa sabendo que a escala do
mapa é de 1:200 000 e a distância real entre eles é de 8
EXERCÍCIOS COMENTADOS km?

1. (NOVA CONCURSOS - 2018) Considere o mapa a se- Resposta: 4 cm. Antes de utilizar a definição de escala
guir: é importante que ambas as distâncias estejam na mes-
ma medida. Assim, é necessário passar 8 km para cm:
8 km=800000 cm.
Pela definição de escala:
𝑑 1 𝑑 1 𝑑
𝐸= → = → = → 𝑑 = 4𝑐𝑚
𝐷 200000 800000 2 8
MATEMÁTICA

Fonte: GIRARDI, G. ROSA, J.V. 1998 (Adaptação)

78
2. Classificação
RACIOCÍNIO LÓGICO.
Proposição simples: não contém nenhuma outra pro-
posição como parte integrante de si mesma. São geral-
mente designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r,s...
Definição: Todo o conjunto de palavras ou símbolos E depois da letra colocamos “:”
que exprimem um pensamento de sentido completo.
Nossa professora, bela definição! Exemplo:
Não entendi nada! p: Marcelo é engenheiro.
Vamos pensar que para ser proposição a frase tem q: Ricardo é estudante.
que fazer sentido, mas não só sentido no nosso dia a dia,
mas também no sentido lógico. Proposição composta: combinação de duas ou mais
Para uma melhor definição dentro da lógica, para ser proposições. Geralmente designadas pelas letras maiús-
proposição, temos que conseguir julgar se a frase é ver- culas P, Q, R, S,...
dadeira ou falsa.
Exemplo:
Exemplos: P: Marcelo é engenheiro e Ricardo é estudante.
(A) A Terra é azul. Q: Marcelo é engenheiro ou Ricardo é estudante.
Conseguimos falar se é verdadeiro ou falso? Então é Se quisermos indicar quais proposições simples fa-
uma proposição. zem parte da proposição composta:
(B) >2 P(p,q)
Se pensarmos em gramática, teremos uma proposi-
Como ≈1,41, então a proposição tem valor lógico ção composta quando tiver mais de um verbo e proposi-
falso. ção simples, quando tiver apenas 1. Mas, lembrando que
Todas elas exprimem um fato. para ser proposição, temos que conseguir definir o valor
Agora, vamos pensar em uma outra frase: lógico.
O dobro de 1 é 2?
Sim, correto? 3. Conectivos
Correto. Mas é uma proposição?
Não! Porque sentenças interrogativas, não podemos Agora que vamos entrar no assunto mais interessante
declarar se é falso ou verdadeiro. e o que liga as proposições.
Bruno, vá estudar. Antes, estávamos vendo mais a teoria, a partir dos co-
É uma declaração imperativa, e da mesma forma, não nectivos vem a parte prática.
conseguimos definir se é verdadeiro ou falso, portanto,
não é proposição. 3.1. Definição
Passei!
Ahh isso é muito bom, mas infelizmente, não pode- Palavras que se usam para formar novas proposições,
mos de qualquer forma definir se é verdadeiro ou falso, a partir de outras.
porque é uma sentença exclamativa. Vamos pensar assim: conectivos? Conectam alguma
Vamos ver alguns princípios da lógica: coisa?
I. Princípio da não Contradição: uma proposição não Sim, vão conectar as proposições, mas cada conectivo
pode ser verdadeira “e” falsa ao mesmo tempo. terá um nome, vamos ver?
II. Princípio do Terceiro Excluído: toda proposição
“ou” é verdadeira “ou” é falsa, isto é, verifica-se sempre -Negação
um desses casos e nunca um terceiro caso.

1. Valor Lógico das Proposições

Definição: Chama-se valor lógico de uma proposição Exemplo


a verdade, se a proposição é verdadeira (V), e a falsidade, p: Lívia é estudante.
se a proposição é falsa (F). ~p: Lívia não é estudante.
q: Pedro é loiro.
Exemplo ¬q: É falso que Pedro é loiro.
p: Thiago é nutricionista. r: Érica lê muitos livros.
V(p)=V essa é a simbologia para indicar que o valor ~r: Não é verdade que Érica lê muitos livros.
lógico de p é verdadeira, ou s: Cecilia é dentista.
V(p)=F ¬s: É mentira que Cecilia é dentista.
MATEMÁTICA

Basicamente, ao invés de falarmos, é verdadeiro ou


falso, devemos falar tem o valor lógico verdadeiro, tem
valor lógico falso.

79
-Conjunção Tabela-verdade

Com a tabela-verdade, conseguimos definir o valor


lógico de proposições compostas facilmente, analisando
cada coluna.
Se tivermos uma proposição p, ela pode ter V(p)=V
Nossa, são muitas formas de se escrever com a con- ou V(p)=F.
junção. p
Não precisa decorar todos, alguns são mais usuais:
“e”, “mas”, “porém”. V
Exemplos F
p: Vinícius é professor.
q: Camila é médica. Quando temos duas proposições, não basta colocar
só VF, será mais que duas linhas.
p∧q: Vinícius é professor e Camila é médica.
p∧q: Vinícius é professor, mas Camila é médica.
p q
p∧q: Vinícius é professor, porém Camila é médica.
V V
- Disjunção V F
F V
F F
p: Vitor gosta de estudar.
q: Vitor gosta de trabalhar. Observe, a primeira proposição ficou VVFF
p∨q: Vitor gosta de estudar ou Vitor gosta de tra- E a segunda intercalou VFVF
balhar. Vamos raciocinar, com uma proposição temos 2 pos-
sibilidades, com 2 proposições temos 4, tem que haver
- Disjunção Exclusiva um padrão para se tornar mais fácil!
Extensa: Ou...ou... As possibilidades serão 2n,
Símbolo: ∨
p: Vitor gosta de estudar. Onde:
q: Vitor gosta de trabalhar n=número de proposições
p∨q Ou Vitor gosta de estudar ou Vitor gosta de tra-
balhar. p q r
-Condicional V V V
Extenso: Se..., então..., É necessário que, Condição ne- V F V
cessária
Símbolo: → V V F
V F F
Exemplos F V V
p→q: Se chove, então faz frio.
p→q: É suficiente que chova para que faça frio. F F V
p→q: Chover é condição suficiente para fazer frio. F V F
p→q: É necessário que faça frio para que chova.
p→q: Fazer frio é condição necessária para chover. F F F

-Bicondicional A primeira proposição, será metade verdadeira e me-


Extenso: se, e somente se, ... tade falsa.
Símbolo: ↔ A segunda, vamos sempre intercalar VFVFVF.
p: Lucas vai ao cinema. E a terceira VVFFVVFF.
q: Danilo vai ao cinema. Agora, vamos ver a tabela verdade de cada um dos
p↔q: Lucas vai ao cinema se, e somente se, Danilo vai operadores lógicos?
ao cinema.
-Negação
Referências p ~p
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica mate-
V F
MATEMÁTICA

mática – São Paulo: Nobel – 2002.


F V

Se estamos negando uma coisa, ela terá valor lógico


oposto, faz sentido, não?

80
- Conjunção p q p →q
Eu comprei bala e chocolate, só vou me contentar se
eu tiver as duas coisas, certo? V V V
Se eu tiver só bala não ficarei feliz, e nem se tiver só V F F
chocolate.
F V V
E muito menos se eu não tiver nenhum dos dois.
F F V
p q p ∧q
-Bicondicional
V V V Ficarei em casa, se e somente se, chover.
V F F Estou em casa e está chovendo.
A ideia era exatamente essa. (V)
F V F Estou em casa, mas não está chovendo.
F F F Você não fez certo, era só pra ficar em casa se cho-
vesse. (F)
-Disjunção Eu sai e está chovendo.
Vamos pensar na mesma frase anterior, mas com o Aiaiai não era pra sair se está chovendo (F)
conectivo “ou”. Não estou em casa e não está chovendo.
Eu comprei bala ou chocolate. Sem chuva, você pode sair, ta?(V)
Eu comprei bala e também comprei a chocolate, está
certo pois poderia ser um dos dois ou os dois. p q p ↔q
Se eu comprei só bala, ainda estou certa, da mesma
forma se eu comprei apenas chocolate. V V V
Agora se eu não comprar nenhum dos dois, não dará V F F
certo.
F V F
p q p ∨q
F F V
V V V
V F V
F V V EXERCÍCIOS COMENTADOS
F F F
1.(EBSERH – ÁREA MÉDICA – CESPE – 2018) A respei-
-Disjunção Exclusiva to de lógica proposicional, julgue o item que se segue.
Na disjunção exclusiva é diferente, pois OU comprei Se P, Q e R forem proposições simples e se ~R indicar
chocolate OU comprei bala. a negação da proposição R, então, independentemente
Ou seja, um ou outro, não posso ter os dois ao mes- dos valores lógicos V = verdadeiro ou F = falso de P, Q e
mo tempo. R, a proposição P→Q∨(~R) será sempre V.

p q p ∨q ( )CERTO ( )ERRADO

V V F Resposta: Errado Se P for verdadeiro, Q falso e R


V F V falso, a proposição é falsa.
F V V
2. (TRT 7ª REGIÃO – CONHECIMENTOS BÁSICOS –
F F F CESPE – 2017)

-Condicional Texto CB1A5AAA – Proposição P


Se chove, então faz frio.
Se choveu e fez frio. A empresa alegou ter pago suas obrigações previdenciá-
Estamos dentro da possibilidade.(V) rias, mas não apresentou os comprovantes de pagamen-
Choveu e não fez frio. to; o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo
Não está dentro do que disse. (F) ex-empregado.
Não choveu e fez frio. A quantidade mínima de linhas necessárias na tabela-
Ahh tudo bem, porque pode fazer frio se não chover, -verdade para representar todas as combinações possí-
certo?(V) veis para os valores lógicos das proposições simples que
Não choveu, e não fez frio. compõem a proposição P do texto CB1A5AAA é igual a
Ora, se não choveu, não precisa fazer frio. (V)
MATEMÁTICA

a) 32.
b) 4.
c) 8.
d) 16.

81
Resposta: Letra C. P: A empresa alegou ter pago suas TAUTOLOGIA
obrigações previdenciárias.
Q: apresentou os comprovantes de pagamento. Definição: Chama-se tautologia, toda proposição
R: o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo composta que terá a coluna inteira de valor lógico V.
ex-empregado. Podemos ter proposições SIMPLES que são falsas e se
Número de linhas: 2³=8 a coluna da proposição composta for verdadeira é tau-
tologia.
3.(SERES-PE – AGENTE DE SEGURANÇA PENITEN- Vamos ver alguns exemplos.
CIÁRIA – CESPE – 2017) A partir das proposições sim-
ples P: “Sandra foi passear no centro comercial Bom Pre- A proposição ~(p∧p) é tautologia, pelo Princípio da
ço”, Q: “As lojas do centro comercial Bom Preço estavam não contradição. Está lembrado?
realizando liquidação” e R: “Sandra comprou roupas Princípio da não Contradição: uma proposição não
nas lojas do Bom Preço” é possível formar a proposição pode ser verdadeira “e” falsa ao mesmo tempo.
composta S: “Se Sandra foi passear no centro comercial
Bom Preço e se as lojas desse centro estavam realizan- P ~p p∧~p ~(p∧∼p)
do liquidação, então Sandra comprou roupas nas lojas
do Bom Preço ou Sandra foi passear no centro comercial V F F V
Bom Preço”. Considerando todas as possibilidades de as F V F V
proposições P, Q e R serem verdadeiras (V) ou falsas (F), é
possível construir a tabela-verdade da proposição S, que
está iniciada na tabela mostrada a seguir. A proposição p∨ ~p é tautológica, pelo princípio do
Terceiro Excluído.
Princípio do Terceiro Excluído: toda proposição “ou”
é verdadeira “ou” é falsa, isto é, verifica-se sempre um
desses casos e nunca um terceiro caso.

P ~p p∨~p
V F V
F V V

Esses são os exemplos mais simples, mas normalmen-


te conseguiremos resolver as questões com base na ta-
bela verdade, por isso insisto que a tabela verdade dos
operadores, têm que estar na “ponta da língua”, quase
como a tabuada da matemática.
Completando a tabela, se necessário, assinale a opção Veremos outros exemplos.
que mostra, na ordem em que aparecem, os valores ló-
gicos na coluna correspondente à proposição S, de cima Exemplo 1
para baixo. Vamos pensar nas proposições:
P: João é estudante.
a) V / V / F / F / F / F / F / F. Q: Mateus é professor.
b) V / V / F / V / V / F / F / V. Se João é estudante, então João é estudante ou Ma-
c) V / V / F / V / F / F / F / V. teus é professor.
d) V / V / V / V / V / V / V / V.
e) V / V / V / F / V / V / V / F. Em simbologia: p→p∨q

Resposta: Letra D P Q p∨q p→p∨q


A proposição S é composta por: (p∧q)→(r∨p)
V V V V
P Q R p∧q r∨p S(p∧q)→(r∨p)
V F V V
V V V V V V
F V V V
V V F V V V
F F F V
V F V F V V
V F F F V V A coluna inteira da proposição composta deu verda-
F V V F V V deiro, então é uma tautologia.
MATEMÁTICA

F V F F F V Exemplo 2
F F V F V V Com as mesmas proposições anteriores:
João é estudante ou não é verdade que João é estu-
F F F F F V
dante e Mateus é professor.

82
p∨~(p∧q) EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS
P Q p∧q ~(p∧q) p∨~(p∧q)
Diz-se que uma proposição P(p,q,r..) é logicamente
V V V F V equivalente ou equivalente a uma proposição Q(p,r,s..) se
V F F V V as tabelas-verdade dessas duas proposições são IDÊN-
TICAS.
F V F V V
Para indicar que são equivalentes, usaremos a seguin-
F F F V V te notação:
P(p,q,r..) ⇔ Q(p,r,s..)
Novamente, coluna deu inteira com valor lógico ver-
dadeiro, é tautologia. Essa parte de equivalência é um pouco mais chatinha,
mas conforme estudamos, vou falando algumas dicas.
Exemplo 3
Se João é estudante ou não é estudante, então Ma- Regra da Dupla negação
teus é professor.
~~p⇔p
P Q ~p p∨~p p∨~p→q p ~p ~~p
V V F V V V F V
V F F V F F V F
F V V V V
São iguais, então ~~p⇔p
F F V V F
Regra de Clavius
Deu pelo menos uma falsa e agora?
Não é tautologia. ~p→p⇔p
Referências
ALENCAR FILHO, Edgar de. Iniciação a lógica mate- p ~p ~p→p
mática. São Paulo: Nobel – 2002. V F V
F V F

EXERCÍCIO COMENTADO Regra de Absorção

p→p∧q⇔p→q
1.(INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE –
2016) Com relação a lógica proposicional, julgue o item
subsequente. p q p∧q p→p∧q p→q
Considerando-se as proposições simples “Cláudio pratica V V V V V
esportes” e “Cláudio tem uma alimentação balanceada”,
é correto afirmar que a proposição “Cláudio pratica es- V F F F F
portes ou ele não pratica esportes e não tem uma ali- F V F V V
mentação balanceada” é uma tautologia. F F F V V
( ) CERTO ( ) ERRADO
Condicional
Resposta: Errado
Gostaria da sua atenção aqui, pois as condicionais são
p: Cláudio pratica esportes.
as mais pedidas nos concursos.
q: Cláudio tem uma alimentação balanceada.
(p∨~p)∧~q
A condicional p→q e a disjunção ~p∨q, têm tabelas-
-verdades idênticas
P ~P Q ~q p∨~P (p∨∼p)∧∼q
V F V F V F p ~p q p∧q p→q ~p∨q
V F F V V V V F V V V V
F V V F V F V F F F F F
MATEMÁTICA

F V F V V V F V V F V V
F V F F V V

83
Exemplo Equivalências notáveis:
p: Coelho gosta de cenoura
q: Coelho é herbívoro. 1 - Distribuição (equivalência pela distributiva)

p→q: Se coelho gosta de cenoura, então coelho é a) p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)


herbívoro.
~p∨q: Coelha não gosta de cenoura ou coelho é her- p q r q p
p ∧ (q p∧ (p ∧ q) ∨ (p
bívoro ∨r ∧r
∨ r) q ∧ r)
A condicional ~p→~q é equivalente a disjunção V V V V V V V V
p∨~q V V F V V V F V
V F V V V F V V
p q ~p ~q ~p→~q p∨~q
V F F F F F F F
V V F F V V
F V V V F F F F
V F F V V V
F V F V F F F F
F V V F F F
F F V V F F F F
F F V V V V
F F F F F F F F
Equivalências fundamentais (Propriedades Fun-
damentais): a equivalência lógica entre as proposições b) p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r)
goza das propriedades simétrica, reflexiva e transitiva.
p q r q p ∨ (q p∨ p (p ∨ q) ∧
1 – Simetria (equivalência por simetria) ∧r ∧ r) q ∨r (p ∨ r)
V V V V V V V V
a) p ∧ q ⇔ q ∧ p
V V F F V V V V
p q p∧q q∧p
V F V F V V V V
V V V V
V F F F V V V V
V F F F
F V V V V V V V
F V F F
F V F F F V F F
F F F F
F F V F F F V F
b) p ∨ q ⇔ q ∨ p F F F F F F F F
p q p∨q q∨p
2 - Associação (equivalência pela associativa)
V V V V
V F V V a) p ∧ (q ∧ r) ⇔ (p ∧ q) ∧ (p ∧ r)
F V V V
F F F F p q r q p ∧ (q ∧ r) p∧q p (p ∧ q) ∧
∧r ∧r (p ∧ r)
c) p ∨ q ⇔ q ∨ p V V V V V V V V

p q p∨q q ∨ p V V F F F V F F

V V F F V F V F F F V F

V F V V V F F F F F F F

F V V V F V V V F F F F

F F F F F V F F F F F F
F F V F F F F F
d) p ↔ q ⇔ q ↔ p F F F F F F F F
p q p↔q q↔p
V V V V
MATEMÁTICA

V F F F
F V F F
F F V V

84
b) p ∨ (q ∨ r) ⇔ (p ∨ q) ∨ (p ∨ r) 3º caso: (p → ~q) ⇔ (q → ~p)

p q r q p ∨ (q p∨ p (p ∨ q) ∨ p q ~q p → ~q ~p q → ~p
∨r ∨ r) q ∨r (p ∨ r) V V F F F F
V V V V V V V V V F V V F V
V V F V V V V V F V F V V V
V F V V V V V V F F V V V V
V F F F V V V V
5 - Pela bicondicional
F V V V V V V V
F V F V V V F V a) (p ↔ q) ⇔ (p → q) ∧ (q → p), por definição
F F V V V F V V
F F F F F F F F p q p↔q p→q q→p (p → q) ∧ (q → p)
V V V V V V
3 – Idempotência
V F F F V F
a) p ⇔ (p ∧ p) F V F V F F
F F V V V V
Para ficar mais fácil o entendimento, vamos fazer
duas colunas com p b) (p ↔ q) ⇔ (~q → ~p) ∧ (~p → ~q)

p p p∧p p q p↔ ~q ~p ~q → ~p → (~q → ~p) ∧


V V V q ~p ~q (~p → ~q)
F F F V V V F F V V V
V F F V F F V F
b) p ⇔ (p ∨ p)
F V F F V V F F
p p p ∨p
F F V V V V V V
V V V
F F F c) (p ↔ q) ⇔ (p ∧ q) ∨ (~p ∧ ~q)

4 - Pela contraposição: de uma condicional gera-se


p q p p∧ ~p ~q ~p ∧ (p ∧ q) ∨ (~p
outra condicional equivalente à primeira, apenas inver-
↔ q ~q ∧ ~q)
tendo-se e negando-se as proposições simples que as
q
compõem.
Da mesma forma que vimos na condicional mais aci- V V V V F F F V
ma, temos outros modos de definir a equivalência da V F F F F V F F
condicional que são de igual importância.
F V F F V F F F
1º caso: (p → q) ⇔ (~q → ~p) F F V F V V V V

p q ~p ~q p→q ~q → ~p 6 - Pela exportação-importação


V V F F V V [(p ∧ q) → r] ⇔ [p → (q → r)]
V F F V F F
F V V F V V p q r p∧q (p ∧ q) → r q→r p → (q → r)
F F V V V V V V V V V V V
V V F V F F F
2º caso: (~p → q) ⇔ (~q → p)
V F V F V V V
p q ~p ~p → q ~q ~q → p V F F F V V V
V V F V F V F V V F V V V
MATEMÁTICA

V F F V V V F V F F V F V
F V V V F V F F V F V V V
F F V F V F F F F F V V V

85
Proposições Associadas a uma Condicional (se, en- a) Se foram encontrados vídeos em que ele supostamen-
tão) te aparece executando os dois esquartejamentos, ele é
suspeito também de ter cometido esses crimes.
Chama-se proposições associadas a p → q as três b) Ele não é suspeito de outros dois esquartejamentos, já
proposições condicionadas que contêm p e q: que não foram encontrados vídeos em que ele supos-
tamente aparece executando os crimes.
– Proposições recíprocas: p → q: q → p c) Se não foram encontrados vídeos em que ele suposta-
– Proposição contrária: p → q: ~p → ~q mente aparece executando os dois esquartejamentos,
– Proposição contrapositiva: p → q: ~q → ~p ele não é suspeito desses crimes.
d) Como ele é suspeito de ter cometido também dois
Observe a tabela verdade dessas quatro proposições: esquartejamentos, foram encontrados vídeos em que
ele supostamente aparece executando os crimes.
p q ~p ~q p→ q→ ~p → ~q → e) Foram encontrados vídeos em que ele supostamente
q p ~q ~p aparece executando os dois esquartejamentos, pois
ele é também suspeito de ter cometido esses crimes.
V V F F V V V V
V F F V F V V F Resposta: A A expressão já que=pois
Que se for escrita com a condicional, devemos mudar
F V V F V F F V
as proposições de lugar.
F F V V V V V V Se foram encontrados vídeos em que ele supostamen-
te aparece executando os dois esquartejamentos, ele é
Observamos ainda que a condicional p → q e a sua suspeito também de ter cometido esses crimes.
recíproca q → p ou a sua contrária ~p → ~q NÃO SÃO
EQUIVALENTES. Referências
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica mate-
mática – São Paulo: Nobel – 2002.
CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de
EXERCÍCIOS COMENTADOS Abreu - Raciocínio lógico passo a passo – Rio de Janeiro:
Elsevier, 2013.
1. (TRF 1ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE –
2017) A partir da proposição P: “Quem pode mais, chora
menos.”, que corresponde a um ditado popular, julgue o Negação de uma proposição composta
próximo item.
Do ponto de vista da lógica sentencial, a proposição P é Definição: Quando se nega uma proposição compos-
equivalente a “Se pode mais, o indivíduo chora menos”. ta primitiva, gera-se outra proposição também composta
e equivalente à negação de sua primitiva.
( ) CERTO ( ) ERRADO Ou seja, muitas vezes para os exercícios teremos que
saber qual a equivalência da negação para compor uma
Resposta: Certo Uma dica é que normalmente quan- frase, por exemplo.
do tem vírgula é condicional, não é regra, mas aconte-
ce quando você não acha o conectivo.

2. (PC-PE – PERITO PAPILOSCOPISTA – CESPE – Negação de uma conjunção (Lei de Morgan)


2016)
Para negar uma conjunção, basta negar as partes e
Texto CG1A06AAA trocar o conectivo conjunção pelo conectivo disjunção.

A Polícia Civil de determinado município prendeu, na ~(p ∧ q) ⇔ (~p ∨ ~q)


sexta-feira, um jovem de 22 anos de idade suspeito de p q ~p ~q p∧q ~(p ∧ q) ~p ∨ ~q
ter cometido assassinatos em série. Ele é suspeito de cor-
tar, em três partes, o corpo de outro jovem e de enterrar V V F F V F F
as partes em um matagal, na região interiorana do mu- V F F V F V V
nicípio. Ele é suspeito também de ter cometido outros
dois esquartejamentos, já que foram encontrados vídeos F V V F F V V
em que ele supostamente aparece executando os crimes F F V V F V V
Assinale a opção que é logicamente equivalente à propo-
sição “Ele é suspeito também de ter cometido outros dois Negação de uma disjunção (Lei de Morgan)
MATEMÁTICA

esquartejamentos, já que foram encontrados vídeos em


que ele supostamente aparece executando os crimes”, Para negar uma disjunção, basta negar as partes e
presente no texto CG1A06AAA. trocar o conectivo-disjunção pelo conectivo-conjunção.

86
~(p ∨ q) ⇔ (~p ∧ ~q)
p q ~p ~q p∨q ~(p ∨ q) ~p ∧ ~q
V V F F V F F
V F F V V F F
F V V F V F F
F F V V F V V

Resumindo as negações, quando é conjunção nega as duas e troca por “ou”


Quando for disjunção, nega tudo e troca por “e”.

Negação de uma disjunção exclusiva

~(p ∨ q) ⇔ (p ↔ q)
p q p∨q ~( p∨q) p↔q
V V F V V
V F V F F
F V V F F
F F F V V

Negação de uma condicional

Famoso MANE
Mantém a primeira e nega a segunda.

~(p → q) ⇔ (p ∧ ~q)
p q p→q ~q ~(p → q) p ∧ ~q
V V V F F F
V F F V V V
F V V F F V
F F V V F F

Negação de uma bicondicional

~(p ↔ q) = ~[(p → q) ∧ (q → p)] ⇔ [(p ∧ ~q) ∨ (q ∧ ~p)]

P Q p↔q p→q q→p p → q) ∧ (q → p)] ~[(p → q) ∧ (q → p ∧ ~q q ∧ ~p [(p ∧ ~q) ∨ (q ∧


p)] ~p)]
V V V V V V F F F F
V F F F V F V V F V
F V F V F F V F V V
F F V V V V F F F F

Dupla negação (Teoria da Involução)

a) De uma proposição simples: p ⇔ ~ (~p)


P ~P ~ (~p)
V F V
F V F
MATEMÁTICA

b) De uma condicional: Definição: A dupla negação de uma condicional dá-se da seguinte forma: nega-se a 1ª parte
da condicional, troca-se o conectivo-condicional pela disjunção e mantém-se a 2ª parte.
Demonstração: Seja a proposição primitiva: p → q nega-se pela 1ª vez: ~(p → q) ⇔ p ∧ ~q nega-se pela 2ª vez:
~(p ∧ ~q) ⇔ ~p ∨ q

87
Conclusão: Ao negarmos uma proposição primitiva OBSERVAÇÃO: A fórmula argumentativa P1 ∧ P2 ∧
duas vezes consecutivas, a proposição resultante será ... ∧ Pn → Q, também poderá ser representada pela se-
equivalente à sua proposição primitiva. Logo, p → q ⇔ guinte forma:
~p ∨ q

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (TRF 1ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE –


2017) A partir da proposição P: “Quem pode mais, chora 1. Argumentos válidos
menos.”, que corresponde a um ditado popular, julgue o
próximo item. Um argumento é válido quando a conclusão é verda-
A negação da proposição P pode ser expressa por “Quem deira (V), sempre que as premissas forem todas verda-
não pode mais, não chora menos” deiras (V). Dizemos, também, que um argumento é válido
quando a conclusão é uma consequência obrigatória das
( ) CERTO ( ) ERRADO verdades de suas premissas.
Resposta: Errado. Negação de uma condicional: Argumentos inválidos
mantém a primeira e nega a segunda
Um argumento é dito inválido (ou falácia, ou ilegítimo
2. (PC-PE – PERITO CRIMINAL – CESPE – 2016) Con- ou mal construído), quando as verdades das premissas
sidere as seguintes proposições para responder a ques- são insuficientes para sustentar a verdade da conclusão.
tão. Caso a conclusão seja falsa, decorrente das insuficiências
geradas pelas verdades de suas premissas, tem-se como
P1: Se há investigação ou o suspeito é flagrado cometen- conclusão uma contradição (F).
do delito, então há punição de criminosos.
2. Métodos para testar a validade dos argumentos
P2: Se há punição de criminosos, os níveis de violência
não tendem a aumentar. (IF-BA – ADMINISTRADOR – FUNRIO – 2016) Ou
João é culpado ou Antônio é culpado. Se Antônio é ino-
P3: Se os níveis de violência não tendem a aumentar, a cente então Carlos é inocente. João é culpado se e so-
população não faz justiça com as próprias mãos. mente se Pedro é inocente. Ora, Pedro é inocente. Logo,

Assinale a opção que apresenta uma negação correta da a) Pedro e Antônio são inocentes e Carlos e João são cul-
proposição P1. pados.
b) Pedro e Carlos são inocentes e Antônio e João são
a) Se não há punição de criminosos, então não há investi- culpados.
gação ou o suspeito não é flagrado cometendo delito. c) Pedro e João são inocentes e Antônio e Carlos são cul-
b) Há punição de criminosos, mas não há investigação pados.
nem o suspeito é flagrado cometendo delito. d) Antônio e Carlos são inocentes e Pedro e João são
c) Há investigação ou o suspeito é flagrado cometendo culpados.
delito, mas não há punição de criminosos. e) Antônio, Carlos e Pedro são inocentes e João é cul-
d) Se não há investigação ou o suspeito não é flagrado pado.
cometendo delito, então não há punição de crimino-
sos. Resposta: Letra E.
e) Se não há investigação e o suspeito não é flagrado co- Vamos começar de baixo pra cima.
metendo delito, então não há punição de criminosos.
Ou João é culpado ou Antônio é culpado.
Resposta: Letra C Famoso MANE Se Antônio é inocente então Carlos é inocente.
Mantém a primeira e nega a segunda.
João é culpado se e somente se Pedro é inocente.
Há investigação ou o suspeito é flagrado cometendo
Ora, Pedro é inocente.
delito e não há punição de criminosos.
(V)
No caso, a questão ao invés de “e”utilizou mas
Sabendo que Pedro é inocente,
João é culpado se e somente se Pedro é inocente.
ARGUMENTOS
João é culpado, pois a bicondicional só é verdadeira
Um argumento é um conjunto finito de premissas se ambas forem verdadeiras ou ambas falsas.
MATEMÁTICA

(proposições), sendo uma delas a consequência das de-


mais. Tal premissa (proposição), que é o resultado de- João é culpado se e somente se Pedro é inocente
dutivo ou consequência lógica das demais, é chamada (V) (V)
conclusão. Um argumento é uma fórmula: P1 ∧ P2 ∧ ... Ora, Pedro é inocente
∧ Pn → Q (V)

88
Sabendo que João é culpado, vamos analisar a pri- Quantificadores são elementos que, quando asso-
meira premissa. ciados às sentenças abertas, permitem que as mesmas
Ou João é culpado ou Antônio é culpado. sejam avaliadas como verdadeiras ou falsas, ou seja, pas-
Então, Antônio é inocente, pois a disjunção exclusiva sam a ser qualificadas como sentenças fechadas.
só é verdadeira se apenas uma das proposições for.
O quantificador universal
Se Antônio é inocente então Carlos é inocente. O quantificador universal, usado para transformar
Carlos é inocente, pois sendo a primeira verdadeira, a sentenças (proposições) abertas em proposições fecha-
condicional só será verdadeira se a segunda proposição das, é indicado pelo símbolo “∀”, que se lê: “qualquer
também for. que seja”, “para todo”, “para cada”.

Então, temos: Exemplo:


Pedro é inocente, João é culpado, António é inocente (∀x)(x + 2 = 6)
e Carlos é inocente. Lê-se: “Qualquer que seja x, temos que x + 2 = 6”
(falsa).
EXERCÍCIO COMENTADO É falso, pois não podemos colocar qualquer x para a
afirmação ser verdadeira.
1. (DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – O quantificador existencial
2016) Considere que as seguintes proposições sejam O quantificador existencial é indicado pelo símbolo
verdadeiras. “∃” que se lê: “existe”, “existe pelo menos um” e “existe
• Quando chove, Maria não vai ao cinema. um”.
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema.
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio. Exemplos:
• Quando Fernando está estudando, não chove. (∃x)(x + 5 = 9)
• Durante a noite, faz frio. Lê-se: “Existe um número x, tal que x + 5 = 9” (ver-
Tendo como referência as proposições apresentadas, jul- dadeira).
gue o item subsecutivo.
Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudan- Nesse caso, existe um número, ahh tudo bem... claro
do. que existe algum número que essa afirmação será ver-
dadeira.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Ok? Sem maiores problemas, certo?
Resposta: Errado
• Durante a noite, faz frio. Representação de uma proposição quantificada
V
(∀x)(x ∈ N)(x + 3 > 15)
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio. Quantificador: ∀
F F Condição de existência da variável: x ∈ N.
Predicado: x + 3 > 15.
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema.
V V (∃x)[(x + 1 = 4) ∧ (7 + x = 10)]
Quantificador: ∃
• Quando chove, Maria não vai ao cinema. Condição de existência da variável: não há.
F F Predicado: “(x + 1 = 4) ∧ (7 + x = 10)”.

• Quando Fernando está estudando, não chove. Negações de proposições quantificadas ou funcionais
V/F V Seja uma sentença (∀x)(A(x)).
Portanto, Se Maria foi ao cinema, então Fernando es- Negação: (∃x)(~A(x))
tava estudando.
Não tem como ser julgado. Exemplo
(∀x)(2x-1=3)
Negação: (∃x)(2x-1≠3)
DIAGRAMAS LÓGICOS Seja uma sentença (∃x)(Q(x)).
Negação: (∀x)(~Q(x)).
As questões de Diagramas lógicos envolvem as pro- (∃x)(2x-1=3)
posições categóricas (todo, algum, nenhum), cuja solu- Negação: (∀x)(2x-1≠3)
MATEMÁTICA

ção requer que desenhemos figuras, os chamados dia-


gramas.

89
1. Definição das proposições Algum A não é B necessariamente verdadeira.
Algum cachorro não é gato. Ah, sim! Espero que to-
Todo A é B. dos não sejam, mas se já está dizendo “algum” vou con-
cordar.
O conjunto A está contido no conjunto B, assim todo
elemento de A também é elemento de B. Algum A é B.

Podemos representar de duas maneiras: Quer dizer que há pelo menos 1 elemento de A em
comum com o conjunto B

Temos 4 representações possíveis

a) os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen-


tos em comum.

Quando “todo A é B” é verdadeira, vamos ver como


ficam os valores lógicos das outras?

Pensemos nessa frase: Toda criança é linda.

Nenhum A é B é necessariamente falsa.


Nenhuma criança é linda, mas eu não acabei de falar
que TODA criança é linda? Por isso é falsa. b) Todos os elementos de A estão em B.

Algum A é B é necessariamente verdadeira.


Alguma Criança é linda, sim, se todas são 1, 2, 3...são
lindas.

Algum A não é B necessariamente é falsa, pois A está


contido em B.
Alguma criança não é linda, bem como já vimos im-
possível, pois todas são.

Nenhum A é B.

A e B não terão elementos em comum.

c) Todos os elementos de B estão em A

Quando “nenhum A é B” é verdadeira, vamos ver


como ficam os valores lógicos das outras?
Frase: Nenhum cachorro é gato. (sim, eu sei. Frase ex-
trema, mas assim é bom para entendermos..hehe)
MATEMÁTICA

Todo A é B é necessariamente falsa.


Todo cachorro é gato, faz sentido? Nenhum, não é?
Algum A é B é necessariamente falsa.
Algum cachorro é gato, ainda não faz sentido.

90
d) O conjunto A é igual ao conjunto B. b) Todos os elementos de B estão em A.

Quando “algum A é B” é verdadeira, vamos ver como


ficam os valores lógicos das outras? c) Não há elementos em comum entre os dois con-
Frase: Algum copo é de vidro. juntos.
Nenhum A é B é necessariamente falsa.
Nenhum copo é de vidro.
Com frase fica mais fácil né? Porque assim, consegui-
mos ver que é falsa, pois acabei de falar que algum copo
é de vidro, ou seja, tenho pelo menos 1 copo de vidro.
Todo A é B.
Não conseguimos determinar, podendo ser verda-
deira ou falsa (podemos analisar também os diagramas
mostrados nas figuras a e c).
Todo copo é de vidro.
Pode ser que sim, ou não.
Quando “algum A não é B” é verdadeira, vamos ver
Algum A não é B. como ficam os valores lógicos das outras?
Não conseguimos determinar, podendo ser verdadei- Vamos fazer a frase contrária do exemplo anterior.
ra ou falsa (contradiz com as figuras b e d) Frase: Algum copo não é de vidro.
Algum copo não é de vidro.
Como não sabemos se todos os copos são de vidros, Nenhum A é B é indeterminada (contradição com as
pode ser verdadeira. figuras a e b).
Nenhum copo é de vidro, algum não é, mas não sei se
Algum A não é B. todos não são de vidro.
O conjunto A tem pelo menos um elemento que não
pertence ao conjunto B. Todo A é B é necessariamente falsa.
Todo copo é de vidro, mas eu disse que algum copo não era.
Aqui teremos 3 modos de representar: Algum A é B é indeterminada.
Algum copo é de vidro, não consigo determinar se
a) Os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen- tem algum de vidro ou não.
tos em comum.

EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (PC-RS – ESCRIVÃO – FUNDATEC – 2018) Supondo
a verdade da sentença aberta: Alguns investigados são
advogados mas nem todos os investigados têm domicí-
lio conhecido. Podemos deduzir a verdade da alternativa:

a) Todos investigados são advogados e têm domicílio co-


nhecido.
b) Todos investigados são advogados e não têm domicí-
lio conhecido.
c) Alguns investigados são advogados e têm domicílio
MATEMÁTICA

conhecido.
d) Alguns investigados são advogados e alguns investi-
gados têm domicílio conhecido.
e) Alguns investigados são advogados e alguns investi-
gados não têm domicílio conhecido.

91
Resposta: Letra E Nem todos os investigados têm do- Referências
micilio = Existem investigados que não têm domicilio. CARVALHO, S. Raciocínio Lógico Simplificado. Série
Provas e Concursos, 2010.
2. (UFES – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO –
UFES – 2017) Em um determinado grupo de pessoas,
SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS
• todas as pessoas que praticam futebol também prati-
cam natação, 1. Definição
• algumas pessoas que praticam tênis também praticam
futebol, O diário do professor é composto pelos nomes de
• algumas pessoas que praticam tênis não praticam na- seus alunos e esses nomes obedecem a uma ordem (são
tação. escritos em ordem alfabética). Essa lista de nomes (diá-
rio) pode ser considerada uma sequência. Os dias do mês
É CORRETO afirmar que no grupo são dispostos no calendário obedecendo a certa ordem
que também é um tipo de sequência. Assim, sequências
a) todas as pessoas que praticam natação também pra- estão presentes no nosso dia a dia com mais frequência
ticam tênis. que você pode imaginar.
b) todas as pessoas que praticam futebol também pra-
ticam tênis. A definição formal de sequência é todo conjun-
c) algumas pessoas que praticam natação não praticam to ou grupo no qual os seus elementos estão escritos
futebol. em uma determinada ordem ou padrão. No estudo da
d) algumas pessoas que praticam natação não praticam matemática estudamos obviamente, as sequências nu-
tênis. méricas.
e) algumas pessoas que praticam tênis não praticam fu- Ao representarmos uma sequência numérica, deve-
tebol. mos colocar seus elementos entre parênteses. Veja al-
guns exemplos de sequências numéricas:
Resposta: Letra E.
Ex: (2,4,6,8,10,12,…) - números pares positivos.
Ex: (1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11...) - números naturais.
Ex: (10,20,30,40,50...) - números múltiplos de 10.
Ex: (10,15,20,30) - múltiplos de 5, maiores que 5 e me-
nores que 35.
Pelos exemplos, observou-se dois tipos básicos de
sequências:
Sequência finita: Sequência numérica onde a quanti-
dade dos elementos é finita.
Sequência infinita: Sequência que seus elementos
seguem ao infinito.

2. Representação
3. (SEPOG-RO – TÉCNICO EM TECNOLOGIA DA IN- Em uma sequencia numérica qualquer, o primeiro
FORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO – FGV – 2017) Consi- termo será representado por uma letra minúscula segui-
dere a afirmação: do de sua posição na sequência. Assim, o primeiro termo
“Toda pessoa que faz exercícios não tem pressão alta”. é representado por , o segundo termo é , o terceiro e
De acordo com essa afirmação é correto concluir que assim por diante.

a) se uma pessoa tem pressão alta então não faz exer-


cícios. #FicaDica
b) se uma pessoa não faz exercícios então tem pressão
alta. Na matemática, achar uma expressão que
c) se uma pessoa não tem pressão alta então faz exer- possa descrever a sequência numérica em
cícios. função da posição do termo na mesma
d) existem pessoas que fazem exercícios e que têm pres- torna-se conveniente e necessário para
são alta. se usar essa teoria. Os exemplos a seguir
e) não existe pessoa que não tenha pressão alta e não exemplificam esse conceito:
faça exercícios.
Ex: (1,2,3,4,…)→Essa sequência pode ser descrita
MATEMÁTICA

Resposta: Letra A Se toda pessoa que faz exercício como sendo: . Ou seja, qualquer termo da sequência é
não tem pressão alta, ora, se a pessoa tem pressão exatamente o valor de sua posição.
alta, então não faz exercício. Ex: (5,8,11,14,…)→Essa sequência pode ser descrita
como sendo: . Ou seja, qualquer termo da sequência é o
triplo da sua posição somado 2.

92
Ex: (0,3,8,15,…)→ Essa sequência pode ser descrita 2. Termo Geral
como sendo: . Ou seja, qualquer termo da sequência é o
quadrado da sua posição subtraído 1. Dado esta lógica de formação das progressões arit-
Essa expressão de an é definida como expressão do méticas, pode-se definir o que chamamos de “expressão
termo geral da sequência. do termo geral”. Trata-se de uma fórmula matemática
que relaciona dois termos de uma PA com a razão r:
an = ap + n − p � r , com n ∈ ℕ∗
EXERCÍCIO COMENTADO
Onde an e ap são termos quaisquer da PA. Essa ex-
1. (FCC-2016 – MODIFICADO) Determine o termo ge- pressão geral pode ser utilizada de 2 formas:
ral a) Sabemos um termo e a razão e queremos encon-
trar outro termo.
an da sequência numérica 1 3 5 7
, , , , … , an Ex: O primeiro termo da PA igual a 7 e a razão é 3, qual
2 4 6 8 é o quinto termo?
Temos então a1 = 7 e r = 3 e queremos achar a5.
Resposta: Mediante análise dos termos da sequência, Substituindo na fórmula do termo geral, temos que p =
nota-se que termo geral é 1 e n = 5. Assim:
2n − 1
an = an = ap + n − p � r
2n
a5 = a1 + 5 − 1 � r
2. (FCC-2016) A sequência numérica 1/2, 3/4, 5/6, 7/8;...é a5 = 7 + 4 � 3
ilimitada e criada seguindo o mesmo padrão lógico. A
a5 = 19
diferença entre o 500º e o 50º termos dessa sequência
é igual a:
a) 0,9 Ou seja, o quinto termo desta PA é 19.
b) 9
c) 0,009 b) Sabemos dois termos quaisquer e queremos obter
d) 0,09 a razão da PA.
e) 0,0009 Ex: O terceiro termo da PA é 2 e o sexto é -1, qual será
a razão da PA?
Resposta: Letra C. Utilizando o termo geral dessa
2n−1 Temos então a3 = 2 e a6 = −1 e queremos achar r.
sequência an = , facilmente a500 e a50 são Substituindo na fórmula do termo geral, temos que p =
2n
identificados. Substituindo para n=500 e n=50, chega- 3 e n = 6. Assim:
-se ao resultado.
an = ap + n − p � r
a6 = a3 + 6 − 3 � r
PROGRESSÃO ARITMÉTICA
−1 = 2 + 3 � r
1. Definição 3r = −3
r = −1
As progressões aritméticas, conhecidas com “PA”, são
sequências de números, que seguem um determinado
padrão. Este padrão caracteriza-se pelo termo seguinte Ou seja, a razão desta PA é -1.
da sequência ser o termo anterior adicionado de um va-
lor fixo, que chamaremos de constante da PA, represen- 3. Soma dos termos
tado pela letra “r”.
Os exemplos a seguir ilustrarão a definição acima:
Outro ponto importante de uma progressão arit-
a) S={1,2,3,4,5…} : Esta seqüência é caracterizada por
mética é a soma dos termos. Considerando uma PA
sempre somar o valor 1 no termo seguinte, ou seja, tra-
que queremos saber a soma dos 5 primeiros termos:
ta-se de uma PA com razão . Se , classificaremos com PA
S={2,4,6,8,10…}. Como são poucos termos e sabemos to-
crescente.
dos eles, podemos simplesmente somá-los: 2+4+6+8+10
b) S={13,11,9,7,5…} : Também podemos ter sequên-
= 30. Agora, considere que você saiba apenas o primei-
cias onde ao invés de somar, estaremos subtraindo um
ro e o quinto termo, ou seja: a1 = 2 e a5 = 10 e .
valor fixo. Neste exemplo, o termo seguinte é o termo an-
Como você calcularia a soma dos 5 termos?
terior subtraído 2, assim, trata-se de uma PA com razão .
O jeito que você aprendeu até agora seria obter os
Se , classificaremos com PA decrescente.
outros termos e a razão a partir da expressão do termo
MATEMÁTICA

c) S={4,4,4,4,4…} : Além disso, podemos ter uma se-


geral, porém você teria que fazer muitas contas para che-
quência de valores constantes, nesse caso, é como se
gar ao resultado, gastando tempo. Como a PA segue um
estivéssemos somando 0 ao termos. Assim, se , classifica-
padrão, foi possível deduzir uma expressão que dependa
remos com PA constante.
apenas do primeiro termo e do último:

93
a1 + an � n
Sn =
2

Assim, com , a1 = 2, a5 = 10 e n = 5 , podemos calcular a soma:

2 + 10 � 5 12 � 5 60
Sn = = = = 30
2 2 2
Ou seja, não precisamos saber nem a razão da PA para acharmos a soma.

4. Propriedades

As progressões aritméticas possuem algumas propriedades interessantes que podem ser exploradas em provas de
concursos:

P1: Para três termos consecutivos de uma PA, o termo médio é a média aritmética dos outros dois termos.
Essa propriedade é fácil de verificar com o exemplo: Vamos considerar três termos consecutivos de uma PA sendo
an−1, an e an+1 .Podemos afirmar a partir da fórmula do termo geral que:
an = an−1 + r
an = an+1 – r

Somando as duas expressões:

2an = an−1 + r + an +1 − r
2an = an−1 + an + 1
O que leva a:
an−1 + an + 1
an =
2

P2: Termos equidistantes dos Extremos. Numa sequência finita, dizemos que dois termos são equidistantes dos ex-
tremos se a quantidade de termos que precederem o primeiro deles for igual à quantidade de termos que sucederem
ao outro termo. Assim, na sucessão:
(a1 , a2 , a3, a4 , . . . , ap , . . . , ak , . . . , an 3 , an 2 , an 1 , an ),
− − −

Temos:
a2 e an 1 são termos equidistantes dos extremos;

a3 e an 2 são termos equidistantes dos extremos;

a4 e an 3 são termos equidistantes dos extremos.

Nota-se que sempre que dois termos são equidistantes dos extremos, a soma dos seus índices é igual ao valor de n
+ 1. Assim sendo, podemos generalizar que, se os termos e são equidistantes dos extremos, então:
p + k = n+1

FIQUE ATENTO!
Com as considerações anteriores, temos que numa PA com termos, a soma de dois termos equidistantes
dos extremos é constante e igual a soma do primeiro termo com o último termo.
MATEMÁTICA

Ex: Sejam, numa PA de termos, ap e ak termos equidistantes dos extremos, teremos, então:

94
ap = a1 + (p – 1) � r ⇒ ap = a1 + p � r – r Resposta: Letra B. Aplicando a fórmula do termo ge-
ak = a1 + (k – 1) � r ⇒ ak = a1 + k � r – r ral nas duas considerações do enunciado, chega-se a
razão igual a 3, que é um número primo
Somando as expressões:

ap + ak = a1 + p � r – r + a1 + k � r – r PROGRESSÃO GEOMÉTRICA (PG)


ap + ak = a1 + a1 + (p + k – 1 – 1) � r
1. Definição
Considerando que p + k = n + 1 , ficamos com:
As progressões geométricas, conhecidas com “PG”,
ap + ak = a1 + a1 + (n + 1 – 1) � r são sequências de números, como as PA, mas seu padrão
está relacionado com a operação de multiplicação e di-
ap + ak = a1 + a1 + (n – 1) � r visão. Ou seja, o termo seguinte de uma PG é composto
ap + ak = a1 + an pelo termo anterior multiplicado por uma razão cons-
tante, que será chamada de “q”.

Os exemplos a seguir ilustrarão melhor essas definições:


EXERCÍCIOS COMENTADOS a) S={2,4,8,16,32…}: Esta sequência é caracterizada
por sempre multiplicar o termo anterior por uma
1. Em relação à progressão aritmética (10, 17, 24, …), de- razão constante, q = 2. Como os termos subse-
termine: qüentes são maiores, temos uma PG crescente (ca-
racterizada por q > 0 )
a) o termo geral dessa PA;
1 1 1
b) o seu 15° termo; b) S = {9,3,1, , , … }: Esta sequência
3 9 27
é caracterizada por sempre multiplicar o ter- 1
Resposta: a) Para encontrar o termo geral da progres-
mo anterior por uma razão constante q =
são aritmética, devemos, primeiramente, determinar a 3
, ou seja, estar sendo dividida sempre por 3. As-
razão r:
sim, como os termos subseqüentes são menores,
r = a2 – a1
temos uma PG decrescente (caracterizada por
r = 17 – 10 a1 > 0 e 0 < q < 1 ).
r=7
A razão é 7, e o primeiro termo da progressão (a1) é 10.
c) S={-1,-2,-4,-8 ,-16,…}: Esta sequência é caracteri-
Através da fórmula do termo geral da PA, temos:
zada por sempre multiplicar o termo anterior por
uma constante q=-2. Assim, como os termos sub-
an = a1 + (n – 1). r
seqüentes são menores, temos outro caso de PG
an = 10 + (n – 1). 7
decrescente (caracterizada por a1 < 0 e q > 1 ).
Portanto, o termo geral da progressão é dado por an =
10 + (n – 1). 7.
d) S={1,-4,16,-64,256…}: Esta sequência mostra alter-
nância de sinal entre os termos. A razão neste caso
b) Como já encontramos a fórmula do termo geral,
é q=-4 e quando isto ocorre, definimos como PG
vamos utilizá-la para encontrar o 15° termo. Tendo em
alternada. (caracterizada por q < 0 ).
vista que n = 15, temos então:
e) S={5,5,5,5,5,5,…}: Esta sequência possui termos
an = 10 + (n – 1). 7
constantes e é caracterizada por ter uma razão
a15 = 10 + (15 – 1). 7
q=1. Neste caso, é definido o que chamamos de
a15 = 10 + 14 . 7
PG constante.
a15 = 10 + 98
a15 = 108
FIQUE ATENTO!
O 15° termo da progressão é 108.
Atenção as definições de PG decrescente e
2. (CONED-2016) Em uma PA com 12 termos, a soma PG alternada, muitos alunos se confundem
dos três primeiros é 12 e a soma dos dois últimos é 65. A e dizem que PG decrescente ocorre quando
razão dessa PA é um número: , em uma analogia a PA.

a) Múltiplo de 5
2. Termo Geral
MATEMÁTICA

b) Primo
c) Com 3 divisores positivos
Dado esta lógica de formação das progressões geo-
d) Igual a média geométrica entre 9 e 4
métricas, podemos também definir a “expressão do ter-
e) Igual a 4!
mo geral”. Trata-se de uma fórmula matemática que rela-
ciona dois termos de uma PG com a razão q:

95
an = ap � qn−p , n ∈ ℕ∗ , q ∈ ℝ Exemplo: Calcule a soma dos quatro primeiros temos
de uma PG, com q = 3 e a2 = 12
Onde an e ap são termos quaisquer da PG. Essa ex- Resolução: Para aplicar a fórmula da soma, é necessá-
pressão geral pode ser utilizada de 2 formas: rio obter o primeiro termo da PG. Usando o termo geral
a) Sabemos um termo e a razão e queremos encon- (com n=2 e p=1):
trar outro termo. Exemplo: O primeiro termo da PG igual
a 5 e a razão é 2, qual é o quarto termo?
an = ap � qn−p
a2 = a1 � q2−1
Resolução: Temos então a1 = 5 e q = 2 e quere-
mos achar a4 . Substituindo na fórmula do termo geral,
12 = a1 � 31
temos que p = 1 e n = 4. Assim: a1 = 4
Com o primeiro termo obtido, podemos encontrar a
an = ap � qn−p somatória (com n=4):
a4 = a1 � q4−1
a4 = 5 � 23 a1 qn − 1
Sn =
a4 = 5 � 8 = 40 q−1

Ou seja, o quarto termo desta PG é 40. a1 q4 − 1


S4 =
b) Sabemos dois termos quaisquer e queremos obter
q−1
a razão da PG. Exemplo: O segundo termo da PG é 3 e
o quarto é 1/3, qual será a razão da PG, sabendo que 4 34 − 1
q<0 ? S4 =
3−1
1
Resolução: Temos então a2 = 3 e a4 = e que-
3
remos achar q. Substituindo na fórmula do termo geral, 4 � 343 − 1
temos que p = 2 e n = 4. Assim: S4 = = 2 � 342 = 684
2
an = ap � qn−p Assim, a soma dos primeiros quatro termos desta PG
é igual a 684.
a4 = a2 � q4−2
1 4. Soma da PG infinita
= 3 � q2
3 Além da soma dos “n” primeiros termos, as progres-
1 sões geométricas possuem uma particularidade. Para PG
q2 = com , ou seja, para PG decrescentes ou alternadas, pode-
9
mos definir a “soma da PG infinita”. Em outras palavras,
se tivermos uma PG com infinitos termos com q < 1
, podemos obter a somar todos eles e obter um valor
finito. A fórmula da PG infinita é apresentada a seguir:
a1
S∞ =
1−q
Como q < 0 , temos que a razão dessa PG é -1/3.

3. Soma finita dos termos #FicaDica


Seguindo o mesmo princípio da PA, temos na PG a A fórmula é bem simples e como na fór-
somatória dos “n” primeiros termos também. Uma fór- mula da soma dos “n” primeiros termos,
mula foi deduzida e está apresentada a seguir: temos dependência apenas do primeiro
termo e da razão.
a1 � qn − 1
Sn =
q−1
Exemplo: Calcule a soma infinita da seguinte PG:

O ponto interessante desta fórmula é que ela depen- 1 1 1 1 1


MATEMÁTICA

de apenas da razão e do primeiro termo, sem a necessi- S = {1, , , , , ,…�


2 4 8 16 32
dade de obter o termo . Caso você tenha qualquer outro
termo e a razão q, você obtém primeiramente o primeiro
termo com a fórmula do termo geral e depois obtém a
soma. O exemplo a seguir ilustra isso:

96
Resolução: Como se trata de uma PG decrescen- 1. Nomenclatura
1
te com a1 = 1 e q = , ela atende aos requisitos da
2
soma infinita: Substituindo na fórmula: a) Os juros são representados pela letra J.
b) O dinheiro que se deposita ou se empresta chama-
a1 mos de capital e é representado pela letra C.
S∞ = c) O tempo de depósito ou de empréstimo é repre-
1−q
sentado pela letra t.
d) A taxa de juros é a razão centesimal que incide so-
1 bre um capital durante certo tempo. É representado pela
S∞ = letra i e utilizada para calcular juros.
1
1−
2
Chamamos de simples os juros que são somados ao
capital inicial no final da aplicação.
1
S∞ = =2
1
2 FIQUE ATENTO!
Ou seja, a soma dos termos desta PG infinita vale 2. Devemos sempre relacionar taxa e tempo
numa mesma unidade:
Taxa anual --------------------- tempo em anos
Taxa mensal-------------------- tempo em meses
EXERCÍCIO COMENTADO Taxa diária---------------------- tempo em dias

1. (FUNAI – CONHECIMENTOS GERAIS – Exemplo: Uma pessoa empresta a outra, a juros sim-
ESAF/2016) O limite da série infinita S de razão 1/3, ples, a quantia de R$ 3000,00, pelo prazo de 4 meses, à
1 1 é: taxa de 2% ao mês. Quanto deverá ser pago de juros?
S = 9 + 3 + 1 + + + ⋯)
3 9
Resolução:
a) 13,444...
b) 13,5 - Capital aplicado (C): R$ 3.000,00
c) 13,666... - Tempo de aplicação (t): 4 meses
d) 13,6 - Taxa (i): 2% ou 0,02 a.m. (= ao mês)
e) 14
Fazendo o cálculo, mês a mês:
Resposta:
a1 Letra B. Aplicando a fórmula da PG infini-
ta S∞ = , chega-se na resposta. No final do 1º período (1 mês), os juros serão: 0,02 R$
1−q 3.000,00 = R$ 60,00
No final do 2º período (2 meses), os juros serão: R$
2. Determine o valor do sexto termo da seguinte pro- 60,00 + R$ 60,00 = R$ 120,00
gressão geométrica (1, 2, 4, 8, ...). No final do 3º período (3 meses), os juros serão: R$
120,00 + R$ 60,00 = R$ 180,00
Resposta: a6 = 32 No final do 4º período (4 meses), os juros serão: R$
180,00 + R$ 60,00 = R$ 240,00
Nota-se que a razão da progressão geométrica é
igual a 2. Então, tem-se que:
Para evitar essa sequência de cálculos toda vez que
an = ap � qn−p vamos calcular os juros simples, existe uma fórmula que
quantifica o total de juros simples do período, e ela está
a6 = a1 � q6−1 apresentada abaixo:
a6 = 1 � 25 = 32
J=C ∙ i ∙ t

Além disso, quando quisermos saber o total que será


JUROS SIMPLES E COMPOSTO pago de um empréstimo, ou o quanto se resgatará do in-
vestimento, o qual definimos como Montante (M), basta
somar o capital com os juros, usando o conceito funda-
Juros Simples mental da matemática financeira:
MATEMÁTICA

Toda vez que falamos em juros estamos nos referin- M=C+J


do a uma quantia em dinheiro que deve ser paga por
um devedor, pela utilização de dinheiro de um credor Ou
(aquele que empresta).
M=C(1+i . t)

97
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1.(ENEM 2015) Um casal realiza um financiamento imobiliário de R$ 180 000,00, a ser pago em 360 prestações men-
sais, com taxa de juros efetiva de 1% ao mês. A primeira prestação é paga um mês após a liberação dos recursos e o
valor da prestação mensal é de R$ 500,00 mais juro de 1% sobre o saldo devedor (valor devido antes do pagamento).
Observe que, a cada pagamento, o saldo devedor se reduz em R$ 500,00 e considere que não há prestação em atraso.

Efetuando o pagamento dessa forma, o valor, em reais, a ser pago ao banco na décima prestação é de

a) 2 075,00.
b) 2 093,00.
c) 2 138,00.
d) 2 255,00.
e) 2 300,00.

Resposta: Letra d. Temos que, na décima prestação, o valor devido é de 175 500. Calculando os juros, temos 1% de
175500 = 1755. Logo, na décima prestação o valor será de 1755 + 500 = 2255.

2.(NUCEPE 2009) Um investidor possui R$ 80.000,00. Ele aplica 30% desse dinheiro em um investimento que rende
juros simples a uma taxa de 3% a.m., durante 2 meses, e aplica o restante em investimento que rende 2% a.m., durante
2 meses também. Ao fim desse período, esse investidor possui:
A) R$ 83.680,00
B) R$ 84.000,00
C) R$ 84.320,00
D) R$ 84.400,00
E) R$ 88.000,00

Resposta: Letra a. Temos neste problema um capital sendo investido em duas etapas. Vamos realizar os cálculos
separadamente:

1º investimento
30% de R$ 80.000,00 = R$ 24.000,00 valor a ser investido a uma taxa i = 3% a.m., durante um período t = 2 meses.
Lembrando que i = 3% = 0,03.
Cálculo dos juros J, onde J=C∙i∙t:
J = 24000∙ (0,03) ∙2 = 1440.
Juros do 1º investimento = R$ 1440,00.

2º investimento
R$ 80.000,00 – R$ 24.000,00 = R$ 56.000,00 valor a ser investido a uma taxa i = 2% a.m., durante um período t = 2
meses.
J = 56000∙ (0,02) ∙ 2 = 2240.
Juros do 2º investimento = R$ 2.240,00.
Portanto, o montante final será de
R$ 80.00,00 + R$ 1.440,00 + R$ 2.240,00 = R$ 83.680,00.

Juros Compostos

O capital inicial (principal) pode crescer como já sabemos, devido aos juros. Basicamente, há duas modalidades de
como se calcular os juros:
Juros simples - ao longo do tempo, somente o principal rende juros.
Juros compostos - após cada período, os juros são incorporados ao principal e passam, por sua vez, a render juros.
Também conhecido como “juros sobre juros”.
MATEMÁTICA

98
Vamos ilustrar a diferença entre os crescimentos de um capital através juros simples e juros compostos, com um
exemplo: Suponha que $100,00 são empregados a uma taxa de 10% a.a. (ao ano) Teremos:

Capital = 100 Juros Simples Juros Compostos


N° de Anos Montante Simples Montante Composto
1 100 + 0,1 ∙ 100 = 110 100,00 + 0,1 ∙ (100,00) = 110,00
2 110 + 0,1 ∙ 100 = 120 110,00 + 0,1 ∙ (110,00) = 121,00
3 120 + 0,1 ∙ 100 = 130 121,00 + 0,1 ∙ (121,00) = 133,10
4 130 + 0,1 ∙ 100 = 140 133,10 + 0,1 ∙ (133,10) = 146,41
5 140 + 0,1 ∙ 100 = 150 146,41 + 0,1 ∙ (146,41) = 161,05

Observe que o crescimento do principal segundo juros simples é LINEAR enquanto que o crescimento segundo
juros compostos é EXPONENCIAL, e, portanto tem um crescimento muito mais “rápido”. Isto poderia ser ilustrado gra-
ficamente da seguinte forma:

Na prática, as empresas, órgãos governamentais e investidores particulares costumam reinvestir as quantias geradas
pelas aplicações financeiras, o que justifica o emprego mais comum de juros compostos na Economia. Na verdade, o
uso de juros simples não se justifica em estudos econômicos.

Fórmula para o cálculo de Juros compostos

Considere o capital inicial (principal P) $1000,00 aplicado a uma taxa mensal de juros compostos (i) de 10% (i = 10%
a.m.). Vamos calcular os montantes (capital + juros), mês a mês:
Após o 1º mês, teremos: M1 = 1000 ∙ 1,1 = 1100 = 1000(1 + 0,1)
Após o 2º mês, teremos: M2 = 1100 ∙1,1 = 1210 = 1000(1 + 0,1)2
Após o 3º mês, teremos: M3 = 1210 ∙ 1,1 = 1331 = 1000(1 + 0,1)3
.....................................................................................................
Após o nº (enésimo) mês, sendo S o montante, teremos evidentemente: M = 1000(1 + 0,1)n
De uma forma genérica, teremos para um capital C, aplicado a uma taxa de juros compostos i durante o período n :
M = C(1 + i)n

Onde M = montante, C = Capital, i = taxa de juros e n = número de períodos que o principal C foi aplicado.
MATEMÁTICA

99
A fórmula envolve logaritmos e você tem dois cami-
0 nhos: Memorize ou sempre lembre da dedução a partir
da fórmula do montante. Substituindo os valores:
Na fórmula acima, as unidades de tempo refe-
rentes à taxa de juros (i) e do período (n), tem
de ser necessariamente iguais. Este é um deta-
lhe importantíssimo, que não pode ser esque-
cido! Assim, por exemplo, se a taxa for 2% ao
mês e o período 3 anos, deveremos considerar
2% ao mês durante 3 ∙ 12=36 meses.
Exemplo: Calcule o montante de uma aplicação
financeira de R$ 2000,00 aplicada a juros com- EXERCÍCIOS COMENTADOS
postos de 2% ao mês durante 2 meses:
1. (NOVA 2017) Calcule o montante de um empréstimo
a juros compostos de R$ 10000,00 a uma taxa de 0,5%
Resolução: a.m durante 6 meses. Dado: 1,0056 = 1,0304

M = C∙(1 + i)n→M = 2000∙(1 +0,02)2→M = a) R$ 10303,77


2000∙(1,02)2=R$ 2080,80 b) R$ 10090,90
c) R$ 13030,77
Com aplicação da fórmula, obtém-se o montante. d) R$ 13250,80
Agora, se quisermos os juros? Como se calcula os juros e) NDA
desta aplicação sendo que agora não temos uma fórmula
para J como nos juros simples? Para resolver isso, basta Resposta: Letra a. M = C(1 + i)^n→M = 10000∙(1
relembrar o conceito fundamental: +0,005)^6→M = 10000∙(1,005)^6=R$ 10303,77

M=C+J→J=M-C

Como calculamos o montante e temos o capital:

J=M-C→2080,80-2000,00=R$ 80,80

Esse exemplo é a aplicação básica de juros compos-


tos.

FIQUE ATENTO!
Alguns concursos podem complicar um pouco
as questões, deixando como incógnita o perí-
odo da operação “n”.

Exemplo: Em quanto tempo devo deixar R$ 3000,00


em uma aplicação para que renda um montante de R$
3376,53 a uma taxa de 3% ao mês.

Resolução: Neste caso, precisamos saber n, vamos


isolá-lo na fórmula do montante:

n M n M n
M=C 1+i → = 1+i → log = log 1 + i
C C

M
log = n � log 1 + i →
C
MATEMÁTICA

100
6. (Pref. Teresina – PI) Roberto trabalha 6 horas por dia
de expediente em um escritório. Para conseguir um dia
HORA DE PRATICAR! extra de folga, ele fez um acordo com seu chefe de que
trabalharia 20 minutos a mais por dia de expediente pelo
1.(SAAE de Aimorés – MG) Em uma festa de aniversário,
número de dias necessários para compensar as horas de
cada pessoa ingere em média 5 copos de 250 ml de refri-
um dia do seu trabalho. O número de dias de expediente
gerante. Suponha que em uma determinada festa, havia
que Roberto teve que trabalhar a mais para conseguir
20 pessoas presentes. Quantos refrigerantes de 2 litros o
seu dia de folga foi igual a Parte superior do formulário
organizador da festa deveria comprar para alimentar as
20 pessoas?
a) 16
b) 15
a) 12
c) 18
b) 13
d) 13
c) 15
e) 12
d) 25
7.(ITAIPU BINACIONAL) O valor da expressão:
2. Analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa
1 + 1 + 1 + 1𝑥7 + 1 + 1𝑥0 + 1 − 1 é
CORRETA:
I) 3 𝑥 4 ∶ 2 = 6
a) 0
II) 3 + 4 𝑥 2 = 14
b) 11
III) O resto da divisão de 18 por 5 é 3
c) 12
d) 29
a) I somente
e) 32
b) I e II somente
c) I e III somente
8. Qual a diferença prevista entre as temperaturas no
d) I, II e III
Piauí e no Rio Grande do Sul, num determinado dia, se-
gundo as informações? Tempo no Brasil: Instável a enso-
3. (Pref. de Timon – MA) O problema de divisão 648 : 2
larado no Sul. Mínima prevista -3º no Rio Grande do Sul.
é equivalente à:
Máxima prevista 37° no Piauí.
a) 600: 2 𝑥 40: 2 𝑥 8: 2
a) 34
b) 6: 2 + 4: 2 + 8: 2
b) 36
c) 600: 2 − 40: 2 − 8: 2
c) 38
d) 600: 2 + 40: 2 + 8: 2
d) 40
e) 6: 2𝑥4: 2𝑥8: 2
e) 42
4. (Pref. de São José do Cerrito – SC) Qual o valor da
9. Qual é o produto de três números inteiros consecuti-
expressão: 34 + 14.4⁄2 − 4 ?
vos em que o maior deles é –10?
a) 58
a) -1320
b) -31
b) -1440
c) 92
c) +1320
d) -96
d) +1440
e) nda
5. (IF-ES) Um caminhão tem uma capacidade máxima de
700 kg de carga. Saulo precisa transportar 35 sacos de ci-
10. Três números inteiros são consecutivos e o menor
mento de 50 kg cada um. Utilizando-se desse caminhão,
deles é +99. Determine o produto desses três números.
o número mínimo de viagens que serão necessárias para
realizar o transporte de toda a carga é de:
a) 999.000
b) 999.111
a) 4
c) 999.900
b) 5
d) 999.999
c) 2
e) 1.000.000
d) 6
e) 3
11. Adicionando –846 a um número inteiro e multiplican-
do a soma por –3, obtém-se +324. Que número é esse?
MATEMÁTICA

a) 726
b) 738
c) 744
d) 752
e) 770

101
12. Numa adição com duas parcelas, se somarmos 8 à 17. (PREF. ITATINGA-PE – ASSISTENTE ADMINIS-
primeira parcela, e subtrairmos 5 da segunda parcela, o TRATIVO – IDHTEC/2016) O número 102 + 101 + 100 é
que ocorrerá com o total? a representação de que número?

a) -2 a) 100
b) -1 b) 101
c) +1 c) 010
d) +2 d) 111
e) +3 e) 110

13. (Prefeitura de Chapecó – Engenheiro de Trânsito 18. (TRF-SP – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2014) O
– IOBV/2016) A alternativa cujo valor não é divisor de resultado da expressão numérica 53 : 51 × 54 : 5 × 55 : 5 :
18.414 é: 56 - 5 é igual a :

a) 27 a) 120.
b) 31
1
c) 37 b)
5
d) 22
c) 55.
14. Verifique se os números abaixo são divisíveis por 4. d) 25.
e) 620.
a) 23418
b) 65000 19. (FEI-SP) O valor da expressão B = 5 . 108 . 4 . 10-3 é:
c) 38036
d) 24004 a) 206
e) 58617 b) 2 . 106
c) 2 . 109
15. (ALGÁS – ASSISTENTE DE PROCESSOS ORGANI- d) 20 . 10-4
ZACIONAIS – COPEVE/2014)
20. (PREF. GUARULHOS-SP –ASSISTENTE DE GES-
Critério de divisibilidade por 11 TÃO ESCOLAR – VUNESP/2016) Para iniciar uma visita
monitorada a um museu, 96 alunos do 8º ano e 84 alunos
Esse critério é semelhante ao critério de divisibilidade por do 9º ano de certa escola foram divididos em grupos,
9. Um número é divisível por 11 quando a soma alter- todos com o mesmo número de alunos, sendo esse nú-
nada dos seus algarismos é divisível por 11. Por soma mero o maior possível, de modo que cada grupo tivesse
alternada queremos dizer que somamos e subtraímos somente alunos de um único ano e que não restasse ne-
algarismos alternadamente (539  5 - 3 + 9 = 11). nhum aluno fora de um grupo. Nessas condições, é cor-
Disponível em:<http://educacao.globo.com> . Acesso reto afirmar que o número total de grupos formados foi
em: 07 maio 2014.
a) 8
Se A e B são algarismos do sistema decimal de numera- b) 12
ção e o número 109AB é múltiplo de 11, então c) 13
d) 15
a) B = A e) 18
b) A+B=1
c) B-A=1 21. (PREF. ITATINGA-PE – ASSISTENTE ADMINIS-
d) A-B=10 TRATIVO – IDHTEC/2016) Um ciclista consegue fazer
e) A+B=-10 um percurso em 12 min, enquanto outro faz o mesmo
percurso 15 min. Considerando que o percurso é circular
e que os ciclistas partem ao mesmo tempo do mesmo
16. (IF-SE – TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA INFOR- local, após quanto tempo eles se encontrarão?
MAÇÃO - FDC-2014) João, nascido entre 1980 e 1994,
irá completar, em 2014, x anos de vida. Sabe-se que x a) 15 min
é divisível pelo produto dos seus algarismos. Em 2020, b) 30 min
João completará a seguinte idade: c) 1 hora
d) 1,5 horas
a) 32 e) 2 horas
MATEMÁTICA

b) 30
c) 28
d) 26

102
22. (PREF. SANTA TERIZINHA DO PROGRESSO-SC Está(ão) CORRETO(S):
– PROFESSOR DE MATEMÁTICA – CURSIVA/2018)
Acerca dos números primos, analise. a) II
I- O número 11 é um número primo; b) I e II
II- O número 71 não é um número primo; c) I e III
III- Os números 20 e 21 são primos entre si. d) II e III
e) Todos os itens
Dos itens acima:
26. (TRT- 15ª REGIÃO SP– ANALISTA JUDICIÁRIO –
a) Apenas o item I está correto.
FCC/2018) André, Bruno, Carla e Daniela eram sócios em
b) Apenas os itens I e II estão corretos.
um negócio, sendo a participação de cada um, respecti-
c) Apenas os itens I e III estão corretos.
vamente, 10%, 20%, 20% e 50%. Bruno faleceu e, por não
d) Todos os itens estão corretos.
ter herdeiros naturais, estipulara, em testamento, que sua
parte no negócio deveria ser distribuída entre seus só-
23. (SAMAE DE CAXIAS DO SUL –RS – OPERADOR
cios, de modo que as razões entre as participações dos
DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA E ESGOTO
– OBJETIVA/2017) Marcar C para as afirmativas Certas, três permanecessem inalteradas. Assim, após a partilha, a
nova participação de André no negócio deve ser igual a:
E para as Erradas e, após, assinalar a alternativa que apre-
senta a sequência CORRETA:
a) 20%.
(---) Pertencem ao conjunto dos números naturais ímpa-
b) 8%
res os números ímpares negativos e os positivos.
c) 12,5%
(---) O número 72 é divisível por 2, 3, 4, 6, 8 e 9
d) 15%
(---) A decomposição do número 256 em fatores primos é
e) 10,5%
27
(---) Considerando-se os números 84 e 96, é correto afir-
mar que o máximo divisor comum é igual a 12. 27. (PREF. GUARULHOS-SP – AUXILIAR ADMINIS-
TRATIVO – VUNESP/2018) Um terreno retangular tem
a) E - E - C - C. 35 m de largura e 1750 m2 de área. A razão entre a largu-
b) E - C - C - E. ra e o comprimento desse terreno é
c) C - E - E - E.
d) E - C - E - C. a) 0,8.
e) C - E - C - C. b) 0,7.
c) 0,6.
d) 0,5.
24. (PREF. GUARULHOS-SP – AGENTE ESCOLAR
– VUNESP/2016) No ano de 2014, três em cada cinco e) 0,4.
estudantes, na faixa etária dos 18 aos 24 anos, estavam
cursando o ensino superior, segundo dados do Instituto Leia o texto, para responder a Questão a seguir:
Brasileiro de Geografia e Estatística. Supondo-se que na-
quele ano 2,4 milhões de estudantes, naquela faixa etária, Uma loja vende peças de MDF (mistura de fibras de ma-
não estivesse cursando aquele nível de ensino, o número deira prensada) retangulares para artesãos. A unidade
dos que cursariam o ensino superior, em milhões, seria: padrão mede 22 cm de comprimento por 15 cm de lar-
gura e custa R$ 24,00.
a) 3,0
b) 3,2
c) 3,4
d) 3,6
e) 4,0

25.(PREF. TERRA DE AREIA-RS – AGENTE ADMI-


NISTRATIVO – OBJETIVA/2016) Três funcionários Fonte: http://voltarelliprudente.com.br/ o-que-e-mdf-cru/
(Fernando, Gabriel e Henrique) de determinada empresa
deverão dividir o valor de R$ 950,00 entre eles, de forma O catálogo desta loja disponibiliza peças com outras me-
diretamente proporcional aos dias trabalhos em certo didas cortadas a partir da unidade padrão. Observe que
mês. Sabendo-se que Fernando trabalhou 10 dias, Ga- ele está com informações incompletas em relação a área
briel, 12, e Henrique, 16, analisar os itens abaixo: e preço das peças.
I - Fernando deverá receber R$ 260,00.
II - Gabriel deverá receber R$ 300,00.
MATEMÁTICA

III - Henrique deverá receber R$ 410,00.

103
30. Certo concreto é obtido misturando-se uma parte de
cimento, dois de areis e quatro de pedra. Qual será (em
m³) a quantidade de areia a ser empregada, se o volume
a ser concretado é 378 m³?

a) 108m3
b) 100m3
c) 80m3
e) 60m3

31. A herança de R$ 30.000,00 deve ser repartida entre


Antonio, Bento e Carlos. Cada um deve receber em par-
tes diretamente proporcionais a 3, 5 e 6, respectivamen-
te, e inversamente proporcionais às idades de cada um.
Sabendo-se que Antonio tem 12 anos, Bento tem 15 anos
e Carlos 24 anos, qual será a parte recebida por Bento?

a) R$ 12.000,00.
b) R$ 14.000,00.
b) R$ 8.000,00.
c) R$ 24.000,00.

32. (SAAE Aimorés- MG – Ajudante – MÁXIMA/2016)


Misturam-se 30 litros de álcool com 20 litros de gasolina.
A porcentagem de gasolina na mistura é igual a:

a) 40%
b) 20%
c) 30%
d) 10%

33. (PREF. PIRAÚBA-MG – OFICIAL DE SERVIÇO PÚ-


BLICO – MS CONCURSOS/2017) Certo estabelecimen-
to de ensino possui em seu quadro de estudantes alunos
de várias idades. A quantidade de alunos matriculados
neste estabelecimento é de 1300. Sabendo que deste to-
28. (UTPR 2018) O preço de cada peça é definido pro- tal 20% são alunos maiores de idade, podemos concluir
porcionalmente à área de cada uma em relação à unida- que a quantidade de alunos menores de idade que estão
de padrão. Por exemplo, a área da peça B é metade da matriculados é:
área da unidade padrão, desse modo o preço da peça B
é metade do preço da unidade padrão, ou seja, R$ 12,00. a) 160
Assim, as peças A, C e D custam respectivamente: b) 1040
c) 1100
a) R$ 12,00; R$ 12,00; R$ 4,00 d) 1300
b) R$ 12,00; R$ 6,00; R$ 6,00
c) R$ 6,00; R$ 4,00; R$ 4,00 34. (PREF. JACUNDÁ-PA – AUXILIAR ADMINISTRA-
d) R$ 12,00; R$ 4,00; R$ 6,00 TIVO – INAZ/2016) Das 300 dúzias de bananas que seu
e) R$ 12,00; R$ 6,00; R$ 4,00 José foi vender na feira, no 1° dia, ele vendeu 50% ao
preço de R$ 3,00 cada dúzia; no 2° dia ele vendeu 30%
29. Dividindo-se 660 em partes inversamente proporcio- da quantidade que sobrou ao preço de R$ 2,00; e no 3°
nais aos números 1/2, 1/3 e 1/6 obtém-se que números? dia ele vendeu 20% do que restou da venda dos dias
anteriores ao preço de R$ 1,00. Quanto seu José apurou
a) 30, 10, 5. com as vendas das bananas nos três dias?
b) 30, 20, 10.
c) 40, 30, 20. a) R$ 700,00
d) 20, 10, 5 b) R$ 540,00
c) R$ 111,00
d) R$ 450,00
MATEMÁTICA

e) R$ 561,00

104
35. (COLÉGIO PEDRO II – PROFESSOR – 2016) Com a 40. (EBSERH – ADVOGADO – IBFC/2016) Joana gas-
criação de leis trabalhistas, houve muitos avanços em re- tou 60% de 50% de 80% do valor que possuía. Portanto,
lação aos direitos dos trabalhadores. Entretanto, ainda há a porcentagem que representa o que restou para Joana
muitas barreiras. Atualmente, a renda das mulheres cor- do valor que possuía é:
responde, aproximadamente, a três quartos da renda dos
homens. Considerando os dados apresentados, qual a dife- a) 76%
rença aproximada, em termos percentuais, entre a renda do b) 24%
homem e a da mulher? c) 32%
d) 68%
a) 75% e) 82%
b) 60%
c) 34% 41. (TRT 11ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO –
d) 25%
FCC/2015) Em 2015 as vendas de uma empresa foram
60% superiores as de 2014. Em 2016 as vendas foram
36. (EBSERH – TÉCNICO EM ENFERMAGEM –
40% inferiores as de 2015. A expectativa para 2017 é de
IBFC/2017) Paulo gastou 40% de 3/5 de seu salário e
ainda lhe restou R$ 570,00. Nessas condições o salário que as vendas sejam 10% inferiores as de 2014. Se for
de Paulo é igual a: confirmada essa expectativa, de 2016 para 2017 as ven-
das da empresa vão.
a) R$ 2375,00
b) R$ 750,00 a) diminuir em 6,25%
c) R$ 1240,00 b) aumentar em 4%
d) R$ 1050,00 c) diminuir em 4%
e) R$ 875,00 d) diminuir em 4,75%
e) diminuir em 5,5%
37. (PREF. TANGUÁ-RJ – TÉCNICO E ENFERMAGEM
– MS CONCURSOS/2017) Raoni comprou um fogão 42. (SAMAE CAXIAS DO SUL –RS –AJUSTADOR DE
com 25% de desconto, pagando por ele R$ 330,00. Qual HIDRÔMETROS – OBJETIVA/2017) Em certa turma de
era o preço do fogão sem o desconto? matemática do Ensino Fundamental, o professor dividiu
igualmente os 34 alunos em dois grupos (A e B) para
a) R$ 355,00 que participassem de certa competição de matemática
b) R$ 412,50 envolvendo frações. Para cada resposta correta dada
c) R$ 440,00 pelo grupo, este ganhava 10 pontos e, para cada respos-
d) R$ 460,00 ta incorreta, o grupo transferia 5 dos seus pontos para a
equipe adversária. Considerando-se que os grupos A e B
38. (EBSERH – ADVOGADO – IBFC/2016) Ao comprar iniciaram a competição com 20 pontos cada, e as ques-
um produto, José obteve um desconto de 12% (doze tões foram as seguintes, assinalar a alternativa CORRETA:
por cento) por ter pagado à vista e pagou o valor de R$
105,60 (cento e cinco reais e sessenta centavos). Nessas
condições, o valor do produto, sem desconto, é igual a:

a) R$ 118,27
b) R$ 125,00
c) R$ 120,00
d) R$ 130,00
e) R$ 115,00

39. (PREF. ITAPEMA-SC – AGENTE MUNICIPAL DE


TRÂNSITO – MS CONCURSOS/2016) Segundo da-
dos do IBGE, a população de Itapema (SC) em 2010 era
de, aproximadamente, 45.800 habitantes. Já atualmente,
essa população é de, aproximadamente, 59.000 habitan-
tes. O aumento percentual dessa população no período
de 2010 a 2016 foi de:

a) 22,4%
b) 28,8%
c) 71,2%
d) 77,6%
MATEMÁTICA

105
a) grupo B ficou com 25 pontos a mais do que o grupo A.
b) grupo A ficou com 10 pontos a mais do que o grupo B.
c) grupo B ganhou ao todo 30 pontos e perdeu 5. GABARITO
d) grupo A ganhou ao todo 20 pontos e perdeu 10.
e) Os dois grupos terminaram a competição com a mes-
ma pontuação, 30 pontos cada. 1 B
2 C
43. (UFGO) Uma fração equivalente a 3/4 cujo denomi-
nador é um múltiplo dos números 3 e 4 é: 3 D

a) 6/8 4 A
b) 9/12 5 E
c) 15/24
d) 12/16 6 C
7 B
44. (COLÉGIO PEDRO II – PROFESSOR – 2018) O nú-
mero decimal que representa a quantidade de crianças e 8 D
jovens envolvidos em atividades não agrícolas no Brasil, 9 A
segundo o PNAD 2015, é:
10 C
a) 68/10 11 B
b) 0,68
c) 6,8 12 E
d) 68/100
13 C
45. Em seu testamento, uma mulher decide dividir seu 14 B
patrimônio entre seus quatro filhos. Tal divisão foi feita
da seguinte forma: 15 C
16 B
• João receberá 1/5;
• Camila receberá 15%; 17 D
• Ana receberá R$ 16.000,00; 18 A
• Carlos receberá 25%.
19 B
A fração que representa a parte do patrimônio recebida 20 D
por Ana é:
21 C
a) 2/4. 22 C
b) 3/5.
c) 2/5. 23 D
d) 1/4.
24 D
e) 3/4.
25 A
46. Bela é uma leitora voraz. Ela comprou uma cópia
do best seller «A Beleza da Matemática». No primeiro dia, 26 C
Bela leu 1/5 das páginas mais 12 páginas, e no segundo 27 B
dia, ela leu 1/4 das páginas restantes mais 15 páginas.
No terceiro dia, ela leu 1/3 das páginas restantes mais 18 28 E
páginas. Então, Bela percebeu que restavam apenas 62 29 A
páginas para ler, o que ela fez no dia seguinte. Então, o
livro lido por Bela possuía o seguinte número de páginas: 30 B
31 A
a) 120.
b) 180. 32 A
c) 240. 33 B
d) 300.
34 E
MATEMÁTICA

35 D
36 B
37 C

106
38 C ANOTAÇÕES
39 B
40 A
________________________________________________
41 A
_________________________________________________
42 C
_________________________________________________
43 B
44 C _________________________________________________

45 B _________________________________________________

46 C _________________________________________________

_________________________________________________

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MATEMÁTICA

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107
ANOTAÇÕES

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MATEMÁTICA

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_______________________________________________________________________________________________________

108
ÍNDICE

NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA


MS-Windows 7: conceito de pastas, diretórios, arquivos e atalhos, área de trabalho, área de transferência, manipulação de
arquivos e pastas, uso dos menus, programas e aplicativos, interação com o conjunto de aplicativos MS-Office 2010.............01
MS-Word 2010: estrutura básica dos documentos, edição e formatação de textos, cabeçalhos, parágrafos, fontes, colunas,
marcadores simbólicos e numéricos, tabelas, impressão, controle de quebras e numeração de páginas, legendas, índices,
inserção de objetos, campos predefinidos, caixas de texto...................................................................................................................................09
MS-Excel 2010: estrutura básica das planilhas, conceitos de células, linhas, colunas, pastas e gráficos, elaboração de tabelas
e gráficos, uso de fórmulas, funções e macros, impressão, inserção de objetos, campos predefinidos, controle de quebras e
numeração de páginas, obtenção de dados externos, classificação de dados...............................................................................................17
MSPowerPoint 2010: estrutura básica das apresentações, conceitos de slides, anotações, régua, guias, cabeçalhos e rodapés,
noções de edição e formatação de apresentações, inserção de objetos, numeração de páginas, botões de ação, animação e
transição entre slides.............................................................................................................................................................................................................29
Correio Eletrônico: uso de correio eletrônico, preparo e envio de mensagens, anexação de arquivos...............................................37
Internet: navegação na Internet, conceitos de URL, links, sites, busca e impressão de páginas.............................................................41
“Para instalar uma versão de 64 bits do Windows 7,
MS-WINDOWS 7: CONCEITO DE PAS- você precisará de um processador capaz de executar
TAS, DIRETÓRIOS, ARQUIVOS E ATA- uma versão de 64 bits do Windows. Os benefícios de um
LHOS, ÁREA DE TRABALHO, ÁREA DE sistema operacional de 64 bits ficam mais claros quan-
TRANSFERÊNCIA, MANIPULAÇÃO DE do você tem uma grande quantidade de RAM (memória
ARQUIVOS E PASTAS, USO DOS MENUS, de acesso aleatório) no computador, normalmente 4 GB
PROGRAMAS E APLICATIVOS, INTERA- ou mais. Nesses casos, como um sistema operacional de
ÇÃO COM O CONJUNTO DE APLICATI- 64 bits pode processar grandes quantidades de memó-
ria com mais eficácia do que um de 32 bits, o sistema
VOS MS-OFFICE 2010.
de 64 bits poderá responder melhor ao executar vários
programas ao mesmo tempo e alternar entre eles com
WINDOWS frequência”.
Uma maneira prática de usar o Windows 7 (Win 7) é
O Windows assim como tudo que envolve a informá- reinstalá-lo sobre um SO já utilizado na máquina. Nesse
tica passa por uma atualização constante, os concursos caso, é possível instalar:
públicos em seus editais acabam variando em suas ver- - Sobre o Windows XP;
sões, por isso vamos abordar de uma maneira geral tanto - Uma versão Win 7 32 bits, sobre Windows Vista
as versões do Windows quanto do Linux. (Win Vista), também 32 bits;
O Windows é um Sistema Operacional, ou seja, é um - Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 32 bits;
software, um programa de computador desenvolvido por - Win 7 de 32 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
programadores através de códigos de programação. Os - Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
Sistemas Operacionais, assim como os demais softwares, - Win 7 em um computador e formatar o HD duran-
são considerados como a parte lógica do computador, te a insta- lação;
uma parte não palpável, desenvolvida para ser utilizada - Win 7 em um computador sem SO;
apenas quando o computador está em funcionamento. O
Sistema Operacional (SO) é um programa especial, pois é Antes de iniciar a instalação, devemos verificar qual
o primeiro a ser instalado na máquina. tipo de instalação será feita, encontrar e ter em mãos a
Quando montamos um computador e o ligamos pela chave do produto, que é um código que será solicitado
primeira vez, em sua tela serão mostradas apenas algu- durante a instalação.
mas rotinas presentes nos chipsets da máquina. Para uti- Vamos adotar a opção de instalação com formatação
lizarmos todos os recursos do computador, com toda a de disco rígido, segundo o site oficial da Microsoft Cor-
qualidade das placas de som, vídeo, rede, acessarmos a poration:
Internet e usufruirmos de toda a potencialidade do hard- - Ligue o seu computador, de forma que o Windows
ware, temos que instalar o SO. seja inicializado normalmente, insira do disco de
Após sua instalação é possível configurar as placas instalação do Windows 7 ou a unidade flash USB e
para que alcancem seu melhor desempenho e instalar desligue o seu computador.
os demais programas, como os softwares aplicativos e - Reinicie o computador.
utilitários. - Pressione qualquer tecla, quando solicitado a fazer
O SO gerencia o uso do hardware pelo software e ge- isso, e siga as instruções exibidas.
rencia os demais programas. - Na página de Instalação Windows, insira seu idio-
A diferença entre os Sistemas Operacionais de 32 bits ma ou outras preferências e clique em avançar.
e 64 bits está na forma em que o processador do com- - Se a página de Instalação Windows não aparecer
putador trabalha as informações. O Sistema Operacional e o programa não solicitar que você pressione al-
de 32 bits tem que ser instalado em um computador que guma tecla, talvez seja necessário alterar algumas
tenha o processador de 32 bits, assim como o de 64 bits configurações do sistema. Para obter mais infor-
tem que ser instalado em um computador de 64 bits. mações sobre como fazer isso, consulte. Inicie o
Os Sistemas Operacionais de 64 bits do Windows, seu computador usando um disco de instalação do
segundo o site oficial da Microsoft, podem utilizar mais Windows 7 ou um pen drive USB.
memória que as versões de 32 bits do Windows. “Isso - Na página Leia os termos de licença, se você acei-
ajuda a reduzir o tempo despendido na permuta de pro- tar os termos de licença, clique em aceito os ter-
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

cessos para dentro e para fora da memória, pelo arma- mos de licença e em avançar.
zenamento de um número maior desses processos na - Na página que tipo de instalação você deseja? cli-
memória de acesso aleatório (RAM) em vez de fazê-lo que em Personalizada.
no disco rígido. Por outro lado, isso pode aumentar o - Na página onde deseja instalar Windows? clique
desempenho geral do programa”. em opções da unidade (avançada).
- Clique na partição que você quiser alterar, clique na
WINDOWS 7 opção de formatação desejada e siga as instruções.
- Quando a formatação terminar, clique em avançar.
Para saber se o Windows é de 32 ou 64 bits, basta: - Siga as instruções para concluir a instalação do
1. Clicar no botão Iniciar , clicar com o botão direito Windows 7, inclusive a nomenclatura do compu-
em computador e clique em Propriedades. tador e a configuração de uma conta do usuário
2. Em sistema, é possível exibir o tipo de sistema. inicial.

1
CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E DE GERENCIA-
MENTO DE INFORMAÇÕES; ARQUIVOS, PASTAS E
PROGRAMAS.

Pastas – são estruturas digitais criadas para organizar


arquivos, ícones ou outras pastas.
Arquivos – são registros digitais criados e salvos por
meio de programas aplicativos. Por exemplo, quando
abrimos o Microsoft Word, digitamos uma carta e a sal-
vamos no computador, estamos criando um arquivo.
Ícones – são imagens representativas associadas a
programas, arquivos, pastas ou atalhos.
Atalhos – são ícones que indicam um caminho mais
curto para abrir um programa ou até mesmo um arquivo.
Figura 66: Tela da pasta criada
1. Criação de pastas (diretórios)
Clicamos duas vezes na pasta “Trabalho” para abrí-la
e agora criaremos mais duas pastas dentro dela:
Para criarmos as outras duas pastas, basta repetir o
procedimento: botão direito, Novo, Pasta.

2. Área de trabalho:

Figura 64: Criação de pastas


Figura 67: Área de Trabalho
#FicaDica A figura acima mostra a primeira tela que vemos
Clicando com o botão direito do mouse quando o Windows 7 é iniciado. A ela damos o nome
em um espaço vazio da área de trabalho de área de trabalho, pois a ideia original é que ela sir-
ou outro apropriado, podemos encontrar a va como uma prancheta, onde abriremos nossos livros e
opção pasta. documentos para dar início ou continuidade ao trabalho.
Clicando nesta opção com o botão esquerdo Em especial, na área de trabalho, encontramos a barra
do mouse, temos então uma forma prática de tarefas, que traz uma série de particularidades, como:
de criar uma pasta.

Figura 68: Barra de tarefas

1) Botão Iniciar: é por ele que entramos em contato


NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

com todos os outros programas instalados, programas


que fazem parte do sistema operacional e ambientes de
configuração e trabalho. Com um clique nesse botão,
abrimos uma lista, chamada Menu Iniciar, que contém
Figura 65: Criamos aqui uma pasta chamada “Traba- opções que nos permitem ver os programas mais aces-
lho”. sados, todos os outros programas instalados e os recur-
sos do próprio Windows. Ele funciona como uma via de
acesso para todas as opções disponíveis no computador.
Por meio do botão Iniciar, também podemos:
- desligar o computador, procedimento que encerra
o Sistema Operacional corretamente, e desliga efe-
tivamente a máquina;

2
- colocar o computador em modo de espera, que
reduz o consumo de energia enquanto a máquina
estiver ociosa, ou seja, sem uso. Muito usado nos
casos em que vamos nos ausentar por um breve
período de tempo da frente do computador;
- reiniciar o computador, que desliga e liga automa-
ticamente o sistema. Usado após a instalação de
alguns programas que precisam da reinicialização
do sistema para efetivarem sua instalação, durante
congelamento de telas ou travamentos da máqui-
na.
- realizar o logoff, acessando o mesmo sistema com
nome e senha de outro usuário, tendo assim um
ambiente com características diferentes para cada
Figura 70: Propriedades de data e hora
usuário do mesmo computador.
Nessa janela, é possível configurarmos a data e a hora,
determinarmos qual é o fuso horário da nossa região e
especificar se o relógio do computador está sincronizado
automaticamente com um servidor de horário na Inter-
net. Este relógio é atualizado pela bateria da placa mãe,
que vimos na figura 26. Quando ele começa a mostrar
um horário diferente do que realmente deveria mostrar,
na maioria das vezes, indica que a bateria da placa mãe
deve precisar ser trocada. Esse horário também é sincro-
nizado com o mesmo horário do SETUP.
Lixeira: Contém os arquivos e pastas excluídos pelo
usuário. Para excluirmos arquivos, atalhos e pastas, po-
demos clicar com o botão direito do mouse sobre eles e
depois usar a opção “Excluir”. Outra forma é clicar uma
vez sobre o objeto desejado e depois pressionar o botão
delete, no teclado. Esses dois procedimentos enviarão
para lixeira o que foi excluído, sendo possível a restaura-
ção, caso haja necessidade. Para restaurar, por exemplo,
um arquivo enviado para a lixeira, podemos, após abri-la,
restaurar o que desejarmos.

Figura 69: Menu Iniciar – Windows 7

Na figura acima temos o menu Iniciar, acessado com


um clique no botão Iniciar.
2) Ícones de inicialização rápida: São ícones coloca-
dos como atalhos na barra de tarefas para serem
acessados com facilidade.
3) Barra de idiomas: Mostra qual a configuração de Figura 71: Restauração de arquivos enviados para a
idioma que está sendo usada pelo teclado. lixeira
4) Ícones de inicialização/execução: Esses ícones
são configurados para entrar em ação quando o A restauração de objetos enviados para a lixeira pode
computador é iniciado. Muitos deles ficam em exe- ser feita com um clique com o botão direito do mouse
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

cução o tempo todo no sistema, como é o caso sobre o item desejado e depois, outro clique com o es-
de ícones de programas antivírus que monitoram querdo em “Restaurar”. Isso devolverá, automaticamente
constantemente o sistema para verificar se não há o arquivo para seu local de origem.
invasões ou vírus tentando ser executados.
5) Propriedades de data e hora: Além de mostrar o
relógio constantemente na sua tela, clicando duas #FicaDica
vezes, com o botão esquerdo do mouse nesse íco-
Outra forma de restaurar é usar a opção
ne, acessamos as Propriedades de data e hora.
“Restaurar este item”, após selecionar o
objeto.

3
Alguns arquivos e pastas, por terem um tamanho Na guia “Barra de Tarefas”, temos, entre outros:
muito grande, são excluídos sem irem antes para a Lixeira. - Bloquear a barra de tarefas – que impede que ela
Sempre que algo for ser excluído, aparecerá uma mensa- seja posicionada em outros cantos da tela que não seja o
gem, ou perguntando se realmente deseja enviar aquele inferior, ou seja, impede que seja arrastada com o botão
item para a Lixeira, ou avisando que o que foi selecionado esquerdo do mouse pressionado.
será permanentemente excluído. Outra forma de excluir - Ocultar automaticamente a barra de tarefas – ocul-
documentos ou pastas sem que eles fiquem armazenados ta (esconde) a barra de tarefas para proporcionar maior
na Lixeira é usar as teclas de atalho Shift+Delete. aproveitamento da área da tela pelos programas abertos,
A barra de tarefas pode ser posicionada nos quatro e a exibe quando o mouse é posicionado no canto infe-
cantos da tela para proporcionar melhor visualização de rior do monitor.
outras janelas abertas. Para isso, basta pressionar o botão
esquerdo do mouse em um espaço vazio dessa barra e
com ele pressionado, arrastar a barra até o local desejado
(canto direito, superior, esquerdo ou inferior da tela).
Para alterar o local da Barra de Tarefas na tela, temos
que verificar se a opção “Bloquear a barra de tarefas” não
está marcada.

Figura 74: Guia Menu Iniciar e Personalizar Menu


Iniciar

Pela figura acima podemos notar que é possível a


aparência e comportamento de links e menus do menu
Iniciar.

Figura 72: Bloqueio da Barra de Tarefas

Propriedades da barra de tarefas e do menu iniciar: Por


meio do clique com o botão direito do mouse na barra de Figura 21: Barra de Ferramentas
tarefas e do esquerdo em “Propriedades”, podemos acessar
a janela “Propriedades da barra de tarefas e do menu iniciar”. 3. Painel de controle

O Painel de Controle é o local onde podemos alterar


configurações do Windows, como aparência, idioma, confi-
gurações de mouse e teclado, entre outras. Com ele é pos-
sível personalizar o computador às necessidades do usuário.
Para acessar o Painel de Controle, basta clicar no Bo-
tão Iniciar e depois em Painel de Controle. Nele encon-
tramos as seguintes opções:
- Sistema e Segurança: “Exibe e altera o status do
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

sistema e da segurança”, permite a realização de


backups e restauração das configurações do sis-
tema e de arquivos. Possui ferramentas que per-
mitem a atualização do Sistema Operacional, que
exibem a quantidade de memória RAM instalada
no computador e a velocidade do processador.
Oferece ainda, possibilidades de configuração de
Firewall para tornar o computador mais protegido.
- Rede e Internet: mostra o status da rede e possibili-
ta configurações de rede e Internet. É possível tam-
Figura 73: Propriedades da barra de
bém definir preferências para compartilhamento
tarefas e do menu iniciar
de arquivos e computadores.

4
- Hardware e Sons: é possível adicionar ou remover WINDOWS 8
hardwares como impressoras, por exemplo. Tam-
bém permite alterar sons do sistema, reproduzir É o sistema operacional da Microsoft que substituiu o
CDs automaticamente, configurar modo de eco- Windows 7 em tablets, computadores, notebooks, celu-
nomia de energia e atualizar drives de dispositivos lares, etc. Ele trouxe diversas mudanças, principalmente
instalados. no layout, que acabou surpreendendo milhares de usuá-
- Programas: através desta opção, podemos realizar rios acostumados com o antigo visual desse sistema.
a desinstalação de programas ou recursos do Win-
dows. A tela inicial completamente alterada foi a mudança
- Contas de Usuários e Segurança Familiar: aqui al- que mais impactou os usuários. Nela encontra-se todas
teramos senhas, criamos contas de usuários, deter- as aplicações do computador que ficavam no Menu Ini-
minamos configurações de acesso. ciar e também é possível visualizar previsão do tempo,
- Aparência: permite a configuração da aparência da cotação da bolsa, etc. O usuário tem que organizar as
área de trabalho, plano de fundo, proteção de tela, pequenas miniaturas que aparecem em sua tela inicial
menu iniciar e barra de tarefas. para ter acesso aos programas que mais utiliza.
- Relógio, Idioma e Região: usamos esta opção para Caso você fique perdido no novo sistema ou dentro
alterar data, hora, fuso horário, idioma, formatação de uma pasta, clique com o botão direito e irá aparecer
de números e moedas. um painel no rodapé da tela. Caso você esteja utilizando
- Facilidade de Acesso: permite adaptarmos o com- uma das pastas e não encontre algum comando, clique
putador às necessidades visuais, auditivas e moto- com o botão direito do mouse para que esse painel apa-
ras do usuário. reça.
A organização de tela do Windows 8 funciona como
3.1. Computador o antigo Menu Iniciar e consiste em um mosaico com
imagens animadas. Cada mosaico representa um aplica-
tivo que está instalado no computador. Os atalhos dessa
#FicaDica área de trabalho, que representam aplicativos de versões
anteriores, ficam com o nome na parte de cima e um pe-
Através do “Computador” podemos queno ícone na parte inferior. Novos mosaicos possuem
consultar e acessar unidades de disco e tamanhos diferentes, cores diferentes e são atualizados
outros dispositivos conectados ao nosso automaticamente.
computador. A tela pode ser customizada conforme a conveniência
do usuário. Alguns utilitários não aparecem nessa tela,
mas podem ser encontrados clicando com o botão direi-
Para acessá-lo, basta clicar no Botão Iniciar e em to do mouse em um espaço vazio da tela. Se deseja que
Computador. A janela a seguir será aberta: um desses aplicativos apareça na sua tela inicial, clique
com o botão direito sobre o ícone e vá para a opção Fixar
na Tela Inicial.

1. Charms Bar

O objetivo do Windows 8 é ter uma tela mais limpa


e esse recurso possibilita “esconder” algumas configura-
ções e aplicações. É uma barra localizada na lateral que
pode ser acessada colocando o mouse no canto direito e
inferior da tela ou clicando no atalho Tecla do Windows +
C. Essa função substitui a barra de ferramentas presente
no sistema e configurada de acordo com a página em
que você está.
Com a Charm Bar ativada, digite Personalizar na bus-
ca em configurações. Depois escolha a opção tela inicial
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Figura 76: Computador e em seguida escolha a cor da tela. O usuário também


pode selecionar desenhos durante a personalização do
Observe que é possível visualizarmos as unidades de papel de parede.
disco, sua capacidade de armazenamento livre e usada.
Vemos também informações como o nome do computa- 2. Redimensionar as tiles
dor, a quantidade de memória e o processador instalado
na máquina. Na tela esses mosaicos ficam uns maiores que os ou-
tros, mas isso pode ser alterado clicando com o botão di-
reito na divisão entre eles e optando pela opção menor.
Você pode deixar maior os aplicativos que você quiser
destacar no computador.

5
3. Grupos de Aplicativos 10. Internet Explorer no Windows 8

Pode-se criar divisões e grupos para unir programas Se você clicar no quadrinho Internet Explorer da pá-
parecidos. Isso pode ser feito várias vezes e os grupos gina inicial, você terá acesso ao software sem a barra de
podem ser renomeados. ferramentas e menus.
WINDOWS 10
4. Visualizar as pastas
O Windows 10 é uma atualização do Windows 8 que
A interface do programas no computador podem ser veio para tentar manter o monopólio da Microsoft no
vistos de maneira horizontal com painéis dispostos lado mundo dos Sistemas Operacionais, uma das suas mis-
a lado. Para passar de um painel para outro é necessário sões é ficar com um visual mais de smart e touch.
usar a barra de rolagem que fica no rodapé.

5. Compartilhar e Receber

Comando utilizado para compartilhar conteúdo, en-


viar uma foto, etc. Tecle Windows + C, clique na opção
Compartilhar e depois escolha qual meio vai usar. Há
também a opção Dispositivo que é usada para receber
e enviar conteúdos de aparelhos conectados ao compu-
tador.

6. Alternar Tarefas

Com o atalho Alt + Tab, é possível mudar entre os Figura 77: Tela do Windows 10
programas abertos no desktop e os aplicativos novos do
SO. Com o atalho Windows + Tab é possível abrir uma O Windows 10 é disponibilizado nas seguintes ver-
lista na lateral esquerda que mostra os aplicativos mo- sões (com destaque para as duas primeiras):
dernos.
1. Windows 10
7. Telas Lado a Lado
É a versão de “entrada” do Windows 10, que possui a
Esse sistema operacional não trabalha com o concei-
maioria dos recursos do sistema. É voltada para Desktops
to de janelas, mas o usuário pode usar dois programas ao
e Laptops, incluindo o tablete Microsoft Surface 3.
mesmo tempo. É indicado para quem precisa acompanhar
o Facebook e o Twitter, pois ocupa ¼ da tela do compu-
2. Windows 10 Pro
tador.

8. Visualizar Imagens Além dos recursos da versão de entrada, fornece pro-


teção de dados avançada e criptografada com o BitLoc-
O sistema operacional agora faz com que cada vez ker, permite a hospedagem de uma Conexão de Área de
que você clica em uma figura, um programa específico Trabalho Remota em um computador, trabalhar com má-
abre e isso pode deixar seu sistema lento. Para alterar quinas virtuais, e permite o ingresso em um domínio para
isso é preciso ir em Programas – Programas Default – Se- realizar conexões a uma rede corporativa.
lecionar Windows Photo Viewer e marcar a caixa Set this
Program as Default. 3. Windows 10 Enterprise

9. Imagem e Senha Baseada na versão 10 Pro, é disponibilizada por meio


do Licenciamento por Volume, voltado a empresas.
O usuário pode utilizar uma imagem como senha ao
invés de escolher uma senha digitada. Para fazer isso, 4. Windows 10 Education
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

acesse a Charm Bar, selecione a opção Settings e logo


em seguida clique em More PC settings. Acesse a opção Baseada na versão Enterprise, é destinada a atender
Usuários e depois clique na opção “Criar uma senha com as necessidades do meio educacional. Também tem seu
imagem”. Em seguida, o computador pedirá para você método de distribuição baseado através da versão aca-
colocar sua senha e redirecionará para uma tela com um dêmica de licenciamento de volume.
pequeno texto e dando a opção para escolher uma foto.
Escolha uma imagem no seu computador e verifique se a 5. Windows 10 Mobile
imagem está correta clicando em “Use this Picture”. Você
terá que desenhar três formas em touch ou com o mou- Embora o Windows 10 tente vender seu nome fanta-
se: uma linha reta, um círculo e um ponto. Depois, finalize sia como um sistema operacional único, os smartphones
o processo e sua senha estará pronta. Na próxima vez, com o Windows 10 possuem uma versão específica do
repita os movimentos para acessar seu computador. sistema operacional compatível com tais dispositivos.

6
6. Windows 10 Mobile Enterprise 2. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) A instalação e
a atualização de programas na plataforma Linux a serem
Projetado para smartphones e tablets do setor cor- efetuadas com o comando aptget, podem ser acionadas
porativo. Também estará disponível através do Licencia- por meio das opções install e upgrade, respectivamente.
mento por Volume, oferecendo as mesmas vantagens do Em ambos os casos, é indispensável o uso do comando
Windows 10 Mobile com funcionalidades direcionadas sudo, ou equivalente, se o usuário não for administrador
para o mercado corporativo. do sistema.

7. Windows 10 IoT Core ( ) CERTO ( ) ERRADO

IoT vem da expressão “Internet das Coisas” (Internet Resposta: Errado.O comando para a atualização é
of Things). A Microsoft anunciou que haverá edições do “sudo apt-get upgrade”. O comando para instalar pa-
Windows 10 baseadas no Enterprise e Mobile Enterprise cotes é “sudo apt-get install nome_do_pacote”. O co-
destinados a dispositivos como caixas eletrônicos, ter- mando é “apt-get” e não “aptget”. O comando sudo
minais de autoatendimento, máquinas de atendimento realmente permite a usuários comuns obter privilégios
para o varejo e robôs industriais. Essa versão IoT Core de outro usuário como o administrador
será destinada para dispositivos pequenos e de baixo
custo. 3. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Em compu-
Para as versões mais populares (10 e 10 Pro), a Micro- tadores com sistema operacional Linux ou Windows, o
soft indica como requisitos básicos dos computadores: aumento da memória virtual possibilita a redução do
consumo de memória RAM em uso, o que permite exe-
• Processador de 1 Ghz ou superior; cutar, de forma paralela e distribuída, no computador,
• 1 GB de RAM (para 32bits); 2GB de RAM (para uma quantidade maior de programas.
64bits);
• Até 20GB de espaço disponível em disco rígido; ( ) CERTO ( ) ERRADO
• Placa de vídeo com resolução de tela de 800×600
ou maior. Resposta: Errado. O que torna esta alternativa mais
eficaz é o uso da memória em um dispositivo alterna-
tivo (para o PC não “travar”), e não uma redução de
EXERCÍCIOS COMENTADOS consumo de memória RAM em uso, visto que esta op-
ção foi projetada para ajudar quando a memória RAM
do PC for insuficiente para a execução de demasiados
1. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Considere programas.
que o usuário de um computador com sistema opera-
cional Windows 7 tenha permissão de administrador e 4. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) Tanto no siste-
deseje fazer o controle mais preciso da segurança das ma operacional Windows quanto no Linux, cada arquivo,
conexões de rede estabelecidas no e com o seu compu- diretório ou pasta encontra-se em um caminho, podendo
tador. Nessa situação, ele poderá usar o modo de segu- cada pasta ou diretório conter diversos arquivos que são
rança avançado do firewall do Windows para especificar gravados nas unidades de disco nas quais permanecem
precisamente quais aplicativos podem e não podem fa- até serem apagados. Em uma mesma rede é possível ha-
zer acesso à rede, bem como quais serviços residentes ver comunicação e escrita de pastas, diretórios e arquivos
podem, ou não, ser externamente acessados. entre máquinas com Windows e máquinas com Linux.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. Um firewall (em português: Parede Resposta: Certo. O sistema Linux e o sistema Windo-
de fogo) é um dispositivo de uma rede de compu- ws conseguem compartilhar diretórios/pastas entre si
tadores que tem por objetivo aplicar uma política de pois utilizam se do protocolo, o SMB.CIFS.
segurança a um determinado ponto da rede. O fire-
wall pode ser do tipo filtros de pacotes, proxy de apli- 5. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

cações, etc. Os firewalls são geralmente associados a Windows, não há possibilidade de o usuário interagir
redes TCP/IP. com o sistema operacional por meio de uma tela de
Este dispositivo de segurança existe na forma de soft- computador sensível ao toque.
ware e de hardware, a combinação de ambos é cha-
mada tecnicamente de “appliance”. A complexidade ( ) CERTO ( ) ERRADO
de instalação depende do tamanho da rede, da polí-
tica de segurança, da quantidade de regras que con- Resposta: Errado. As versões mais recentes do Win-
trolam o fluxo de entrada e saída de informações e do dows existe este recurso. Para usá-lo há a necessidade
grau de segurança desejado. de que a tela seja sensível ao toque.

7
6. (AGENTE – CESPE – 2014) Comparativamente a computadores com outros sistemas operacionais, computadores
com o sistema Linux apresentam a vantagem de não perderem dados caso as máquinas sejam desligadas por meio de
interrupção do fornecimento de energia elétrica.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. Nenhum sistema operacional possui a vantagem de não perder dados caso a máquina seja des-
ligada por meio de interrupção do fornecimento de energia elétrica.

7. (AGENTE – CESPE – 2014) As rotinas de inicialização GRUB e LILO, utilizadas em diversas distribuições Linux, podem
ser acessadas por uma interface de linha de comando.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. É possível acessar as rotinas de inicialização GRUB e LILO para realizar a sua configuração, assim
como é possível alterar as opções de inicialização do Windows (em Win+Pause, Configurações Avançadas do Siste-
ma, Propriedades do Sistema, Inicialização e Recuperação).

8. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Considere que um usuário de login joao_jose esteja usando o Windows
Explorer para navegar no sistema de arquivos de um computador com ambiente Windows 7. Considere ainda que,
enquanto um conjunto de arquivos e pastas é apresentado, o usuário observe, na barra de ferramentas do Windows
Explorer, as seguintes informações: Bibliotecas > Documentos > Projetos. Nessa situação, é mais provável que tais ar-
quivos e pastas estejam contidos no diretório C:\Bibliotecas\Documentos\Projetos que no diretório C:\Users\joao_jose\
Documents\Projetos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. O correto é “C:\Users\joao_jose\Documents\Projetos”. Há possibilidade das pastas estarem em


outro diretório, se forem feitas configurações customizadas pelo usuário. Mesmo na configuração em português o
diretório dos documentos do usuário continua sendo nomeado em inglês: “documents”. Portanto, a afirmação de
que o diretório seria “C:\biblioteca\documentos\projetos” não está correta. O item considera o comportamento
padrão do sistema operacional Windows 7, e, portanto, a afirmação não pode ser absoluta, devido à flexibilidade
inerente a este sistema software. A premissa de que a informação fosse apresentada na barra de ferramentas não
compromete o entendimento da questão.”

9. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No ambiente Linux, é possível utilizar comandos para copiar arqui-
vos de um diretório para um pen drive.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. No ambiente Linux, é permitida a execução de vários comandos por meio de um console. O co-
mando “cp” é utilizado para copiar arquivos entre diretórios e arquivos para dispositivos.

10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Ao se clicar a opção , será exibida uma janela por meio da
qual se pode verificar diversas propriedades do arquivo, como o seu tamanho e os seus atributos.
Em computadores do tipo PC, a comunicação com periféricos pode ser realizada por meio de diferentes interfaces.
Acerca desse assunto, julgue os seguintes itens.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. Dentre as diversas opções que podem ser consultadas ao se ativar as propriedades de um arquivo
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

estão as opções: tamanho e os seus atributos.

8
MS-WORD 2010: ESTRUTURA BÁSICA DOS DOCUMENTOS, EDIÇÃO E FORMATAÇÃO DE TEX-
TOS, CABEÇALHOS, PARÁGRAFOS, FONTES, COLUNAS, MARCADORES SIMBÓLICOS E NUMÉ-
RICOS, TABELAS, IMPRESSÃO, CONTROLE DE QUEBRAS E NUMERAÇÃO DE PÁGINAS, LEGEN-
DAS, ÍNDICES, INSERÇÃO DE OBJETOS, CAMPOS PREDEFINIDOS, CAIXAS DE TEXTO.

EDITOR DE TEXTO

O Microsoft Word é um processador de texto que cria textos de diversos tipos e estilos, como por exemplo, ofícios,
relatórios, cartas, enfim, todo conteúdo de texto que atende às necessidades de um usuário doméstico ou de uma
empresa.
O Microsoft Word é o processador de texto integrante dos programas Microsoft Office: um conjunto de softwares
aplicativos destinados a uso de escritório e usuários domésticos, desenvolvidos pela empresa Microsoft.
Os softwares da Microsoft Office são proprietários e compatíveis com o sistema operacional Windows.

Word 2010, 2013 e detalhes gerais

Figura 6: Tela do Microsoft Word 2010

As guias foram criadas para serem orientadas por tarefas, já os grupos dentro de cada guia criam subtarefas para as
tarefas, e os botões de comando em cada grupo possui um comando.
As extensões são fundamentais, desde a versão 2007 passou a ser DOCX, mas vamos analisar outras extensões que
podem ser abordadas em questões de concursos na Figura 7.
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Figura 7: Extensões de Arquivos ligados ao Word

9
#FicaDica
As guias envolvem grupos e botões de comando, e são organizadas por tarefa. Os Grupos dentro de cada
guia quebram uma tarefa em subtarefas. Os Botões de comando em cada grupo possuem um comando
ou exibem um menu de comandos.

Existem guias que vão aparecer apenas quando um determinado objeto aparecer para ser formatado. No exemplo
da imagem, foi selecionada uma figura que pode ser editada com as opções que estiverem nessa guia.

Figura 8: Indicadores de caixa de diálogo

Indicadores de caixa de diálogo – aparecem em alguns grupos para oferecer a abertura rápida da caixa de diálogo
do grupo, contendo mais opções de formatação.
As réguas orientam na criação de tabulações e no ajuste de parágrafos, por exemplo.
Determinam o recuo da primeira linha, o recuo de deslocamento, recuo à esquerda e permitem tabulações esquer-
da, direita, centralizada, decimal e barra.
Para ajustar o recuo da primeira linha, após posicionar o cursor do mouse no parágrafo desejado, basta pressionar
o botão esquerdo do mouse sobre o “Recuo da primeira linha” e arrastá-lo pela régua.
Para ajustar o recuo à direita do documento, basta selecionar o parágrafo ou posicionar o cursor após a linha dese-
jada, pressionar o botão esquerdo do mouse no “Recuo à direita” e arrastá-lo na régua.
Para ajustar o recuo, deslocando o parágrafo da esquerda para a direita, basta selecioná-lo e mover, na régua, como
explicado anteriormente, o “Recuo deslocado”.
Podemos também usar o recurso “Recuo à esquerda”, que move para a esquerda, tanto a primeira linha quanto o
restante do parágrafo selecionado.
Com a régua, podemos criar tabulações, ou seja, determinar onde o cursor do mouse vai parar quando pressionar-
mos a tecla Tab.

Figura 9: Réguas

Grupo edição

Permite localizar palavras em um documento, substituir palavras localizadas por outras ou aplicar formatações e
selecionar textos e objetos no documento.
Para localizar uma palavra no texto, basta clicar no ícone Localizar , digitar a palavra na linha do localizar e clicar no
botão Localizar Próxima.
A cada clique será localizada a próxima palavra digitada no texto. Temos também como realçar a palavra que dese-
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

jamos localizar para facilitar a visualizar da palavra localizada.


Na janela também temos o botão “Mais”. Neste botão, temos, entre outras, as opções:
- Diferenciar maiúscula e minúscula: procura a palavra digitada na forma que foi digitada, ou seja, se foi digitada
em minúscula, será localizada apenas a palavra minúscula e, se foi digitada em maiúscula, será localizada apenas
e palavra maiúscula.
- Localizar palavras inteiras: localiza apenas a palavra exatamente como foi digitada. Por exemplo, se tentarmos
localizar a palavra casa e no texto tiver a palavra casaco, a parte “casa” da palavra casaco será localizada, se essa
opção não estiver marcada. Marcando essa opção, apenas a palavra casa, completa, será localizada.
- Usar caracteres curinga: com esta opção marcada, usamos caracteres especiais. Por exemplo, é possível usar o
caractere curinga asterisco (*) para procurar uma sequência de caracteres (por exemplo, “t*o” localiza “tristonho”
e “término”).
Veja a lista de caracteres que são considerados curinga, retirada do site do Microsoft Office:

10
Para localizar digite exemplo
Qualquer caractere único ? s?o localiza salvo e sonho.
Qualquer sequência de caracteres * t*o localiza tristonho e término.
<(org) localiza
O início de uma palavra < organizar e organização,
mas não localiza desorganizado.
(do)> localiza medo e cedo, mas não
O final de uma palavra >
localiza domínio.
Um dos caracteres especificados [] v[ie]r localiza vir e ver
[r-t]ã localiza rã e sã.
Qualquer caractere único neste intervalo [-] Os intervalos devem estar em ordem
crescente.
Qualquer caractere único, exceto os caracteres no intervalo F[!a-m]rro localiza forro, mas não lo-
[!x-z]
entre colchetes caliza ferro.
ca{2}tinga localiza caatinga, mas não
Exatamente n ocorrências do caractere ou expressão anterior {n}
catinga.
Pelo menos n ocorrências do caractere ou expressão anterior {n,} ca{1,}tinga localiza catinga e caatinga.
De n a m ocorrências do 10{1,3} localiza 10,
{n,m}
caractere ou expressão anterior 100 e 1000.
ca@tinga localiza
Uma ou mais ocorrências do caractere ou expressão anterior @
catinga e caatinga.

O grupo tabela é muito utilizado em editores de texto, como por exemplo a definição de estilos da tabela.

Figura 10: Estilos de Tabela

Fornece estilos predefinidos de tabela, com formatações de cores de células, linhas, colunas, bordas, fontes e de-
mais itens presentes na mesma. Além de escolher um estilo predefinido, podemos alterar a formatação do sombrea-
mento e das bordas da tabela.
Com essa opção, podemos alterar o estilo da borda, a sua espessura, desenhar uma tabela ou apagar partes de
uma tabela criada e alterar a cor da caneta e ainda, clicando no “Escolher entre várias opções de borda”, para exibir a
seguinte tela:
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Figura 11: Bordas e sombreamento

11
Na janela Bordas e sombreamento, no campo “Defi- Grupo Links:
nição”, escolhemos como será a borda da nossa tabela:
- Nenhuma: retira a borda; Inserir hyperlink: cria um link para uma página da Web,
- Caixa: contorna a tabela com uma borda tipo caixa; uma imagem, um e – mail. Indicador: cria um indicador
- Todas: aplica bordas externas e internas na tabela para atribuir um nome a um ponto do texto. Esse indica-
iguais, conforme a seleção que fizermos nos de- dor pode se tornar um link dentro do próprio documento.
mais campos de opção; Referência cruzada: referência tabelas.
- Grade: aplica a borda escolhida nas demais opções Grupo cabeçalho e rodapé:
da janela (como estilo, por exemplo) ao redor da Insere cabeçal
tabela e as bordas internas permanecem iguais. hos, rodapés e números de páginas.
- Estilo: permite escolher um estilo para as bordas
da tabela, uma cor e uma largura. Grupo texto:
- Visualização: através desse recurso, podemos defi-
nir bordas diferentes para uma mesma tabela. Por
exemplo, podemos escolher um estilo e, em visu-
alização, clicar na borda superior; escolher outro
estilo e clicar na borda inferior; e assim colocar em
cada borda um tipo diferente de estilo, com cores
e espessuras diferentes, se assim desejarmos.

A guia “Borda da Página”, desta janela, nos traz re-


cursos semelhantes aos que vimos na Guia Bordas. A di-
ferença é que se trata de criar bordas na página de um Figura 13: Grupo Texto
documento e não em uma tabela.
Outra opção diferente nesta guia, é o item Arte. Com 1 – Caixa de texto: insere caixas de texto pré-forma-
ele, podemos decorar nossa página com uma borda que tadas. As caixas de texto são espaços próprios para
envolve vários tipos de desenhos. inserção de textos que podem ser direcionados exa-
Alguns desses desenhos podem ser formatados tamente onde precisamos. Por exemplo, na figura
com cores de linhas diferentes, outros, porém não per- “Grupo Texto”, os números ao redor da figura, do 1
mitem outras formatações a não ser o ajuste da largura. até o 7, foram adicionados através de caixas de texto.
Podemos aplicar as formatações de bordas da página 2 – Partes rápidas: insere trechos de conteúdos reuti-
no documento todo ou apenas nas sessões que desejar- lizáveis, incluindo campos, propriedades de docu-
mos, tendo assim um mesmo documento com bordas mentos como autor ou quaisquer fragmentos de
em uma página, sem bordas em outras ou até mesmo texto pré-formado.
bordas de página diferentes em um mesmo documento. 3 – Linha de assinatura: insere uma linha que serve
como base para a assinatura de um documento.
Grupo Ilustrações: 4 – Data e hora: insere a data e a hora atuais no do-
cumento.
5 – Insere objeto: insere um objeto incorporado.
6 – Capitular: insere uma letra maiúscula grande no
início de cada parágrafo. É uma opção de forma-
tação decorativa, muito usada principalmente, em
livros e revistas. Para inserir a letra capitular, bas-
ta clicar no parágrafo desejado e depois na opção
“Letra Capitular”. Veja o exemplo:

Neste parágrafo foi inserida a letra capitular


Figura 12: Grupo Ilustrações
Guia revisão
1 – Inserir imagem do arquivo: permite inserir no teto
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

uma imagem que esteja salva no computador ou Grupo revisão de texto


em outra mídia, como pendrive ou CD.
2 – Clip-art: insere no arquivo imagens e figuras
que se encontram na galeria de imagens do Word.
3 – Formas: insere formas básicas como setas, cubos,
elipses e outras.
4 – SmartArt: insere elementos gráficos para co-
municar informações visualmente.
5 – Gráfico: insere gráficos para ilustrar e comparar
dados.

Figura 14: Grupo revisão de texto

12
1 – Pesquisar: abre o painel de tarefas viabilizando
pesquisas em materiais de referência como jornais, #FicaDica
enciclopédias e serviços de tradução.
2 – Dica de tela de tradução: pausando o cursor sobre Por exemplo, a palavra informática. Se cli-
algumas palavras é possível realizar sua tradução carmos com o botão direito do mouse so-
para outro idioma. bre ela, um menu suspenso nos será mos-
3 – Definir idioma: define o idioma usado para realizar trado, nos dando a opção de escolher a
a correção de ortografia e gramática. palavra informática. Clicando sobre ela, a
4 – Contar palavras: possibilita contar as palavras, os palavra do texto será substituída e o texto
caracteres, parágrafos e linhas de um documento. ficará correto.
5 – Dicionário de sinônimos: oferece a opção de alte-
rar a palavra selecionada por outra de significado Grupo comentário:
igual ou semelhante.
6 – Traduzir: faz a tradução do texto selecionado para Novo comentário: adiciona um pequeno texto que
outro idioma. serve como comentário do texto selecionado, onde é
7 – Ortografia e gramática: faz a correção ortográfica possível realizar exclusão e navegação entre os comen-
e gramatical do documento. Assim que clicamos tários.
na opção “Ortografia e gramática”, a seguinte tela
será aberta: Grupo controle:

Figura 16: Grupo controle

1 – Controlar alterações: controla todas as alterações


feitas no documento como formatações, inclusões,
exclusões e alterações.
2 – Balões: permite escolher a forma de visualizar as
alterações feitas no documento com balões no
próprio documento ou na margem.
3 – Exibir para revisão: permite escolher a forma de
exibir as alterações aplicadas no documento.
4 – Mostrar marcações: permite escolher o tipo de
marcação a ser exibido ou ocultado no documen-
Figura 15: Verificar ortografia e gramática to.
5 – Painel de revisão: mostra as revisões em uma tela
A verificação ortográfica e gramatical do Word, já separada.
busca trechos do texto ou palavras que não se enqua-
drem no perfil de seus dicionários ou regras gramaticais Grupo alterações:
e ortográficas. Na parte de cima da janela “Verificar orto-
grafia e gramática”, aparecerá o trecho do texto ou pa-
lavra considerada inadequada. Em baixo, aparecerão as
sugestões. Caso esteja correto e a sugestão do Word não
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

se aplique, podemos clicar em “Ignorar uma vez”; caso a


regra apresentada esteja incorreta ou não se aplique ao
trecho do texto selecionado, podemos clicar em “Ignorar
regra”; caso a sugestão do Word seja adequada, clicamos
em “Alterar” e podemos continuar a verificação de orto-
grafia e gramática clicando no botão “Próxima sentença”. Figura 17: Grupo alterações
Se tivermos uma palavra sublinhada em vermelho,
indicando que o Word a considera incorreta, podemos 1 – Rejeitar: rejeita a alteração atual e passa para a
apenas clicar com o botão direito do mouse sobre ela e próxima alteração proposta.
verificar se uma das sugestões propostas se enquadra. 2 – Anterior: navega até a revisão anterior para que
seja aceita ou rejeitada.

13
3 – Próximo: navega até a próxima revisão para que
possa ser rejeitada ou aceita. #FicaDica
4 – Aceitar: aceita a alteração atual e continua a nave-
gação para aceitação ou rejeição. Perguntas de intervalos de impressão são
constantes em questões de concurso!
Para imprimir nosso documento, basta clicar no bo-
tão do Office e posicionar o mouse sobre o ícone “Im-
primir”. Este procedimento nos dará as seguintes opções: Word 2013
- Imprimir – onde podemos selecionar uma impresso-
ra, o número de cópias e outras opções de confi- Vejamos abaixo alguns novos itens implementados
guração antes de imprimir. na plataforma Word 2013:
- Impressão Rápida – envia o documento diretamente Modo de leitura: o usuário que utiliza o software para
para a impressora configurada como padrão e não
a leitura de documentos perceberá rapidamente a di-
abre opções de configuração.
ferença, pois seu novo Modo de Leitura conta com um
- Visualização da Impressão – promove a exibição do
método que abre o arquivo automaticamente no for-
documento na forma como ficará impresso, para
mato de tela cheia, ocultando as barras de ferramentas,
que possamos realizar alterações, caso necessário.
edição e formatação. Além de utilizar a setas do teclado
(ou o toque do dedo nas telas sensíveis ao toque) para
a troca e rolagem da página durante a leitura, basta o
usuário dar um duplo clique sobre uma imagem, tabe-
la ou gráfico e o mesmo será ampliado, facilitando sua
visualização. Como se não bastasse, clicando com o bo-
tão direito do mouse sobre uma palavra desconhecida,
é possível ver sua definição através do dicionário inte-
grado do Word.
Documentos em PDF: agora é possível editar um
documento PDF no Word, sem necessitar recorrer ao
Adobe Acrobat. Em seu novo formato, o Word é capaz
de converter o arquivo em uma extensão padrão e, de-
pois de editado, salvá-lo novamente no formato origi-
nal. Esta façanha, contudo, passou a ser de extensa uti-
lização, pois o uso de arquivos PDF está sendo cada vez
mais corriqueiro no ambiente virtual.
Interação de maneira simplificada: o Word trata nor-
malmente a colaboração de outras pessoas na criação
de um documento, ou seja, os comentários realizados
neste, como se cada um fosse um novo tópico. Com o
Word 2013 é possível responder diretamente o comen-
tário de outra pessoa clicando no ícone de uma folha,
presente no campo de leitura do mesmo. Esta interação
de usuários, realizada através dos comentários, aparece
Figura 18: Imprimir em forma de pequenos balões à margem documento.
Compartilhamento Online: compartilhar seus docu-
As opções que temos antes de imprimir um arqui- mentos com diversos usuários e até mesmo enviá-lo por
vo estão exibidas na imagem acima. Podemos escolher e-mail tornou-se um grande diferencial da nova plata-
a impressora, caso haja mais de uma instalada no com- forma Office 2013. O responsável por esta apresentação
putador ou na rede, configurar as propriedades da im- online é o Office Presentation Service, porém, para isso,
pressora, podendo estipular se a impressão será em alta você precisa estar logado em uma Conta Microsoft para
qualidade, econômica, tom de cinza, preto e branca, en- acessá-lo. Ao terminar o arquivo, basta clicar em  Ar-
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

tre outras opções. quivo / Compartilhar / Apresentar Online / Apresentar


Escolhemos também o intervalo de páginas, ou seja, Online e o mesmo será enviado para a nuvem e, com
se desejamos imprimir todo o documento, apenas a pá- isso, você irá receber um link onde poderá compartilhá-
gina atual (página em que está o ponto de inserção), ou -lo também por e-mail, permitindo aos demais usuários
um intervalo de páginas. Podemos determinar o número baixá-lo em formato PDF.
de cópias e a forma como as páginas sairão na impres- Ocultar títulos em um documento: apontado como
são. Por exemplo, se forem duas cópias, determinamos uma dificuldade por grande parte dos usuários, a rola-
se sairão primeiro todas as páginas de número 1, depois gem e edição de determinadas partes de um arquivo
as de número 2, assim por diante, ou se desejamos que muito extenso, com vários títulos, acabou de se tornar
a segunda cópia só saia depois que todas as páginas da uma tarefa mais fácil e menos desconfortável. O Word
primeira forem impressas. 2013 permite ocultar as seções e/ou títulos do docu-
mento, bastando os mesmos estarem formatados no

14
estilo Títulos (pré-definidos pelo Office). Ao posicionar o mouse sobre o título, é exibida uma espécie de triângulo a
sua esquerda, onde, ao ser clicado, o conteúdo referente a ele será ocultado, bastando repetir a ação para o mesmo
reaparecer.
Enfim, além destas novidades apresentadas existem outras tantas, como um layout totalmente modificado, focado
para a utilização do software em tablets e aparelhos com telas sensíveis ao toque. Esta nova plataforma, também, abre
um amplo leque para a adição de vídeos online e imagens ao documento. Contudo, como forma de assegurar toda
esta relação online de compartilhamento e boas novidades, a Microsoft adotou novos mecanismos de segurança para
seus aplicativos, retornando mais tranquilidade para seus usuários.
O grande trunfo do Office 2013 é sua integração com a nuvem. Do armazenamento de arquivos a redes sociais, os
softwares dessa versão são todos conectados. O ponto de encontro deles é o SkyDrive, o HD na internet da Microsoft. 
A tela de apresentação dos principais programas é ligada ao serviço, oferecendo opções de login, upload e down-
load de arquivos. Isso permite que um arquivo do Word, por exemplo, seja acessado em vários dispositivos com seu
conteúdo sincronizado. Até a página em que o documento foi fechado pode ser registrada. 
Da mesma maneira, é possível realizar trabalhos em conjunto entre vários usuários. Quem não tem o Office instala-
do pode fazer edições na versão online do sistema. Esses e outros contatos podem ser reunidos no Outlook.
As redes sociais também estão disponíveis nos outros programas. É possível fazer buscas de imagens no Bing ou
baixar fotografias do Flickr, por exemplo. Outro serviço de conectividade é o SharePoint, que indica arquivos a serem
acessados e contatos a seguir baseado na atividade do usuário no Office.
O Office 365 é um novo jeito de usar os tão conhecidos softwares do pacote Office da Microsoft. Em vez de comprar
programas como Word, Excel ou PowerPoint, você agora pode fazer uma assinatura e desfrutar desses aplicativos e de
muitos outros no seu computador ou smartphone.
A assinatura ainda traz diversas outras vantagens, como 1 TB de armazenamento na nuvem com o OneDrive, mi-
nutos Skype para fazer ligações para telefones fixos e acesso ao suporte técnico especialista da Microsoft. Tudo isso
pagando uma taxa mensal, o que você já faz para serviços essenciais para o seu dia a dia, como Netflix e Spotify. Porém,
aqui estamos falando da suíte de escritório indispensável para qualquer computador.
Veja abaixo as versões do Office 365

Figura 19: Versões Office 365

LibreOffice Writer

O LibreOffice (que se chamava BrOffice) é um software livre e de código aberto que foi desenvolvido tendo como
base o OpenOffice. Pode ser instalado em vários sistemas operacionais (Windows, Linux, Solaris, Unix e Mac OS X), ou
seja, é multiplataforma. Os aplicativos dessa suíte são:
• Writer - editor de texto;
• Calc - planilha eletrônica;
• Impress - editor de apresentações;
• Draw - ferramenta de desenho vetorial;
• Base - gerenciador de banco de dados;
• Math - editor de equações matemáticas.

- O LibreOffice trabalha com um formato de padrão aberto chamado Open Document Format for Office Applica-
tions (ODF), que é um formato de arquivo baseado na linguagem XML. Os formatos para Writer, Calc e Impress
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

utilizam o mesmo “prefixo”, que é “od” de “Open Document”. Dessa forma, o que os diferencia é a última letra.
Writer → .odt (Open Document Text); Calc → .ods (Open Document Spreadsheet); e Impress → .odp (Open Do-
cument Presentations).

Em relação a interface com o usuário, o LibreOffice utiliza o conceito de menus para agrupar as funcionalidades


do aplicativo. Além disso, todos os aplicativos utilizam uma interface semelhante. Veja no exemplo abaixo o aplicativo
Writer.

15
Figura 20: Tela do Libreoffice Writer
 
O LibreOffice permite que o usuário crie tarefas automatizadas que são conhecidas como macros (utilizando a lin-
guagem LibreOffice Basic). 
 O Writer é o editor de texto do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odt (Open Document Text). As
principais teclas de atalho do Writer são:
Destacar essa tabela devido a recorrência em cair atalhos em concurso
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

 Figura 21: Atalhos Word x Writer

16
MS-EXCEL 2010: ESTRUTURA BÁSICA DAS PLANILHAS, CONCEITOS DE CÉLULAS, LINHAS,
COLUNAS, PASTAS E GRÁFICOS, ELABORAÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS, USO DE FÓRMU-
LAS, FUNÇÕES E MACROS, IMPRESSÃO, INSERÇÃO DE OBJETOS, CAMPOS PREDEFINIDOS,
CONTROLE DE QUEBRAS E NUMERAÇÃO DE PÁGINAS, OBTENÇÃO DE DADOS EXTERNOS,
CLASSIFICAÇÃO DE DADOS.

UTILIZAÇÃO DOS EDITORES DE PLANILHAS (MICROSOFT EXCEL E LIBREOFFICE CALC)

O Excel é uma poderosa planilha eletrônica para gerir e avaliar dados, realizar cálculos simples ou complexos e
rastrear informações. Ao abri-lo, é possível escolher entre iniciar a partir de documento em branco ou permitir que um
modelo faça a maior parte do trabalho por você.
Na tela inicial do Excel, são listados os últimos documentos editados (à esquerda), opção para criar novo documento
em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novos documentos (ao centro).
Ao selecionar a opção de Pasta de Trabalho em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos
elementos básicos apontados na figura 106, e descritos nos tópicos a seguir.

Excel 2010, 2013 e detalhes gerais

Figura 23: Tela Principal do Excel 2013

Barra de Títulos:
A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da pasta de trabalho na janela. Ao iniciar o programa
aparece Pasta 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

Faixa de Opções:
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de Opções. Os co-
mandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade e,
para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

Figura 24: Faixa de Opções

17
Barra de Ferramentas de Acesso Rápido:
A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela e pode ser configurada com os botões
de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

Figura 25: Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Adicionando e Removendo Componentes:


Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de acesso rápido podemos clicar com o botão
direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibida uma janela com a opção de Adicionar
à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido. Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta bar-
ra, clicando na seta lateral. Na janela apresentada temos várias opções para personalizar a barra, além da opção Mais
Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do Excel.

Figura 26: Adicionando componentes à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Para remoção do componente, selecione-o, clique com o botão direito do mouse e escolha Remover da Barra de
Ferramentas de Acesso Rápido.

Barra de Status:
Localizada na parte inferior da tela, a barra de status exibe mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas
teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom e os botões de “Modos de Exibição”.

Figura 27: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela pode-
mos ativar ou desativar vários componentes de visualização.
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

18
Figura 28: Personalizar Barra de Status

Barras de Rolagem: Nos lados direito e inferior da região de texto estão as barras de rolagem. Clique nas setas para
cima ou para baixo para mover a tela verticalmente, ou para a direita e para a esquerda para mover a tela horizontal-
mente, e assim poder visualizar toda a sua planilha.
Planilha de Cálculo: A área quadriculada representa uma planilha de cálculos, na qual você fará a inserção de dados
e fórmulas para colher os resultados desejados.
Uma planilha é formada por linhas, colunas e células. As linhas são numeradas (1, 2, 3, etc.) e as colunas nomeadas
com letras (A, B, C, etc.).

NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Figura 29: Planilha de Cálculo

Cabeçalho de Coluna: Cada coluna tem um cabeçalho, que contém a letra que a identifica. Ao clicar na letra, toda
a coluna é selecionada.

19
Figura 30: Seleção de Coluna

Ao dar um clique com o botão direito do mouse sobre o cabeçalho de uma coluna, aparecerá o menu pop-up, onde
as opções deste menu são as seguintes:
-Formatação rápida: a caixa de formatação rápida permite escolher a formatação de fonte e formato de dados, bem
como mesclagem das células (será abordado mais detalhadamente adiante).
-Recortar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado
e, após colada, essa coluna é excluída do local de origem.
-Copiar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado.
-Opções de Colagem: mostra as diversas opções de itens que estão na área de transferência e que tenham sido
recortadas ou copiadas.
-Colar especial: permite definir formatos específicos na colagem de dados, sobretudo copiados de outros aplicati-
vos.
-Inserir: insere uma coluna em branco, exatamente antes da coluna selecionada.
-Excluir: exclui toda a coluna selecionada, inclusive os dados nela contidos e sua formatação.
-Limpar conteúdo: apenas limpa os dados de toda a coluna, mantendo a formatação das células.
-Formatar células: permite escolher entre diversas opções para fazer a formatação das células (tal procedimento
será visto detalhadamente adiante).
-Largura da coluna: permite definir o tamanho da coluna selecionada.
-Ocultar: oculta a coluna selecionada. Muitas vezes uma coluna é utilizada para fazer determinados cálculos, neces-
sários para a totalização geral, mas desnecessários na visualização. Neste caso, utiliza-se esse recurso.
-Re-exibir: reexibe colunas ocultas.

Cabeçalho de Linha: Cada linha tem também um cabeçalho, que contém o número que a identifica. Clicando no
cabeçalho de uma linha, esta ficará selecionada.
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Figura 31: Cabeçalho de linha

#FicaDica
Célula: As células, são as combinações entre linha e colunas. Por exemplo, na coluna A, linha 1, temos a
célula A1. Na Caixa de Nome, aparecerá a célula onde se encontra o cursor.

Sendo assim, as células são representadas como mostra a tabela:

20
Figura 32: Representação das Células

Caixa de Nome: Você pode visualizar a célula na qual o cursor está posicionado através da Caixa de Nome, ou, ao
contrário, pode clicar com o mouse nesta caixa e digitar o endereço da célula em que deseja posicionar o cursor. Após
dar um “Enter”, o cursor será automaticamente posicionado na célula desejada.
Guias de Planilhas: Em versões anteriores do Excel, ao abrir uma nova pasta de trabalho no Excel, três planilhas
já eram criadas: Plan1, Plan2 e Plan3. Nesta versão, somente uma planilha é criada, e você poderá criar outras, se ne-
cessitar. Para criar nova planilha dentro da pasta de trabalho, clique no sinal + ( ). Para alternar entre as
planilhas, basta clicar sobre a guia, na planilha que deseja trabalhar.
Você verá, no decorrer desta lição, como podemos cruzar dados entre planilhas e até mesmo entre pastas de traba-
lho diferentes, utilizando as guias de planilhas.
Ao posicionar o mouse sobre qualquer uma das planilhas existentes e clicar com o botão direito aparecerá um menu
pop up.

Figura 33: Menu Planilhas

As funções deste menu são as seguintes:


-Inserir: insere uma nova planilha exatamente antes da planilha selecionada.
-Excluir: exclui a planilha selecionada e os dados que ela contém.
-Renomear: renomeia a planilha selecionada.
-Mover ou copiar: você pode mover a planilha para outra posição, ou mesmo criar uma cópia da planilha com todos
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

os dados nela contidos.


-Proteger Planilha: para impedir que, por acidente ou deliberadamente, um usuário altere, mova ou exclua dados
importantes de planilhas ou pastas de trabalho, você pode proteger determinados elementos da planilha (pla-
nilha: o principal documento usado no Excel para armazenar e trabalhar com dados, também chamado planilha
eletrônica. Uma planilha consiste em células organizadas em colunas e linhas; ela é sempre armazenada em uma
pasta de trabalho.) ou da pasta de trabalho, com ou sem senha (senha: uma forma de restringir o acesso a uma
pasta de trabalho, planilha ou parte de uma planilha. As senhas do Excel podem ter até 255 letras, números, es-
paços e símbolos. É necessário digitar as letras maiúsculas e minúsculas corretamente ao definir e digitar senhas.).
É possível remover a proteção da planilha, quando necessário.
-Exibir código: pode-se criar códigos de programação em VBA (Visual Basic for Aplications) e vincular às guias de
planilhas (trata-se de tópico de programação avançada, que não é o objetivo desta lição, portanto, não será
abordado).

21
-Cor da guia: muda a cor das guias de planilhas.
-Ocultar/Re-exibir: oculta/reexibe uma planilha.
-Selecionar todas as planilhas: cria uma seleção em todas as planilhas para que possam ser configuradas e impres-
sas juntamente.

Selecionar Tudo: Clicando-se na caixa Selecionar tudo, todas as células da planilha ativa serão selecionadas.

Figura 34: Caixa Selecionar Tudo

Barra de Fórmulas: Na barra de fórmulas são digitadas as fórmulas que efetuarão os cálculos.
A principal função do Excel é facilitar os cálculos com o uso de suas fórmulas. A partir de agora, estudaremos várias
de suas fórmulas. Para iniciar, vamos ter em mente que, para qualquer fórmula que será inserida em uma célula, temos
que ter sinal de “=” no seu início. Esse sinal, oferece uma entrada no Excel que o faz diferenciar textos ou números
comuns de uma fórmula.
Somar: Se tivermos uma sequência de dados numéricos e quisermos realizar a sua soma, temos as seguintes formas
de fazê-lo:

Figura 35: Soma simples

Usamos, nesse exemplo, a fórmula =B2+B3+B4.


Após o sinal de “=” (igual), clicar em uma das células, digitar o sinal de “+” (mais) e continuar essa sequência até o
último valor.
Após a sequência de células a serem somadas, clicar no ícone soma, ou usar as teclas de atalho Alt+=.
A última forma que veremos é a função soma digitada. Vale ressaltar que, para toda função, um início é fundamental:
= nome da função (

1 - Sinal de igual.
2 – Nome da função.
3 – Abrir parênteses.

Após essa sequência, o Excel mostrará um pequeno lembrete sobre a função que iremos usar, e nele é possível clicar
e obter ajuda, também. Usaremos, no exemplo a seguir, a função = soma(B2:B4).
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Lembre-se, basta colocar a célula que contém o primeiro valor, em seguida os dois pontos (:) e por último a célula
que contém o último valor.
Subtrair: A subtração será feita sempre entre dois valores, por isso não precisamos de uma função específica.
Tendo dois valores em células diferentes, podemos apenas clicar na primeira, digitar o sinal de “-” (menos) e depois
clicar na segunda célula. Usamos na figura a seguir a fórmula = B2-B3.

Multiplicar: Para realizarmos a multiplicação, procedemos de forma semelhante à subtração. Clicamos no primeiro
número, digitamos o sinal de multiplicação que, para o Excel é o “*” asterisco, e depois, clicamos no último valor. No
próximo exemplo, usaremos a fórmula =B2*B3.
Outra forma de realizar a multiplicação é através da seguinte função:
=mult(B2;c2) multiplica o valor da célula B2 pelo valor da célula C2.

22
Dividir: Para realizarmos a divisão, procedemos de
forma semelhante à subtração e multiplicação. Clicamos
no primeiro número, digitamos o sinal de divisão que,
para o Excel é a “/” barra, e depois, clicamos no último
valor. No próximo exemplo, usaremos a fórmula =B3/B2.
Máximo: Mostra o maior valor em um intervalo de
Figura 37: Início da função arredondar para cima
células selecionadas. Na figura a seguir, iremos calcular
a maior idade digitada no intervalo de células de A2 até
Veja na figura, que quando digitamos a parte inicial
A5. A função digitada será = máximo(A2:A5).
da função, o Excel nos mostra que temos que selecio-
Onde: “= máximo” – é o início da função; (A2:A5) –
nar o num, ou seja, a célula que desejamos arredondar
refere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver
e, depois do “;” (ponto e vírgula), digitar a quantidade de
qual é o maior valor. No caso a resposta seria 10.
dígitos para a qual queremos arredondar.
Mínimo: Mostra o menor valor existente em um in-
Na próxima figura, para efeito de entendimento, dei-
tervalo de células selecionadas.
xaremos as funções aparentes, e os resultados dispostos
Na figura a seguir, calcularemos o menor salário digi-
na coluna C:
tado no intervalo de A2 até A5. A função digitada será =
mínimo (A2:A5).
A função Arredondar.para.Baixo segue exatamente o
Onde: “= mínimo” – é o início da função; (A2:A5) –
mesmo conceito.
refere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver
Resto: Com essa função podemos obter o resto de
qual é o maior valor. No caso a resposta seria R$ 622,00.
uma divisão. Sua sintaxe é a seguinte:
Média: A função da média soma os valores de uma
= mod (núm;divisor)
sequência selecionada e divide pela quantidade de valo-
Onde:
res dessa sequência.
Núm: é o número para o qual desejamos encontrar
Na figura a seguir, foi calculada a média das alturas
o resto.
de quatro pessoas, usando a função = média (A2:A4)
divisor: é o número pelo qual desejamos dividir o
Foi digitado “= média )”, depois, foram selecionados
número.
os valores das células de A2 até A5. Quando a tecla Enter
for pressionada, o resultado será automaticamente colo-
cado na célula A6.
Todas as funções, quando um de seus itens for altera-
do, recalculam o valor final.
Data: Esta fórmula insere a data automática em uma
planilha.
Figura 38: Exemplo de digitação da função MOD

Os valores do exemplo a cima serão, respectivamen-


te: 1,5 e 1.
Valor Absoluto: Com essa função podemos obter o
valor absoluto de um número. O valor absoluto, é o nú-
mero sem o sinal. A sintaxe da função é a seguinte:
=abs(núm)
Figura 36: Exemplo função hoje
Onde: aBs(núm)
Núm: é o número real cujo valor absoluto você deseja obter.
Na célula C1 está sendo mostrado o resultado da fun-
ção =hoje(), que aparece na barra de fórmulas.
Inteiro: Com essa função podemos obter o valor in-
teiro de uma fração. A função a ser digitada é =int(A2).
Lembramos que A2 é a célula escolhida e varia de acordo
com a célula a ser selecionada na planilha trabalhada.
Arredondar para cima: Com essa função, é possível
Figura 39: Exemplo função abs
arredondar um número com casas decimais para o nú-
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

mero mais distante de zero.


Dias 360: Retorna o número de dias entre duas datas
Sua sintaxe é: = ARREDONDAR.PARA.CIMA(núm;núm_
com base em um ano de 360 dias (doze meses de 30
dígitos)
dias). Sua sintaxe é:
Onde:
= DIAS360(data_inicial;data_final)
Núm: é qualquer número real que se deseja arredon-
Onde:
dar.
data_inicial = a data de início de contagem.
Núm_dígitos: é o número de dígitos para o qual se
Data_final = a data a qual quer se chegar.
deseja arredondar núm.
No exemplo a seguir, vamos ver quantos dias fal-
tam para chegar até a data de 14/06/2018, tendo como
data inicial o dia 05/03/2018. A função utilizada será
=dias360(A2;B2)

23
Figura 40: Exemplo função dias360

Vamos usar a Figura abaixo para explicar as próximas funções (Se, SomaSe, Cont.Se)

Figura 41: Exemplo (Se, SomaSe, Cont.se)

Função SE: O SE é uma função condicional, ou seja, verifica SE uma condição é verdadeira ou falsa.
A sintaxe dessa função é a seguinte:
=SE(teste_lógico;“valor_se_verdadeiro”;“valor_se_falso”)
=: Significa a chamada para uma fórmula/função
SE: função SE
teste_lógico: a pergunta a qual se deseja ter resposta
“valor_se_verdadeiro”: se a resposta da pergunta for verdadeira, define o resultado “valor_se_falso” se a resposta da
pergunta for falsa, define o resultado.
Usando a planilha acima como exemplo, na coluna ‘E’ queremos colocar uma mensagem se o funcionário recebe um
salário igual ou acima do valor mínimo R$ 724,00 ou abaixo do valor mínimo determinado em R$ 724,00.
Assim, temos a condição:
SE VALOR DE C3 FOR MAIOR OU IGUAL a 724, então ESCREVA “ACIMA”, senão ESCREVA “ABAIXO” MOSTRA O
RESULTADO NA CÉLULA E3
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Resultado: será mostrado na célula C3, portanto é onde devemos digitar a fórmula
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Teste lógico: C3>=724


Valor_se_verdadeiro: “Acima”
Valor_se_falso: “Abaixo”
Assim, com o cursor na célula E3, digitamos:
=SE(C3>=724;”Acima”;”Abaixo”)
Para cada uma das linhas, podemos copiar e colar as fórmulas, e o Excel, inteligentemente, acertará as linhas e co-
lunas nas células. Nossas fórmulas ficarão assim:
E4 ↑ =SE(C4>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E5 ↑ =SE(C5>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E6 ↑ =SE(C6>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E7 ↑ =SE(C7>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E8 ↑ =SE(C8>=724;”Acima”;”Abaixo”)

24
E9 ↑ =SE(C9>=724;”Acima”;”Abaixo”) “critérios”: critérios a serem avaliados nas células do
E10 ↑ =SE(C10>=724;”Acima”;”Abaixo”) “intervalo”
Usando a planilha acima como exemplo, queremos
Função SomaSE: A SomaSE é uma função de soma saber quantas pessoas ganham R$ 1.200,00 ou mais, e
condicionada, ou seja, SOMA os valores, SE determina- mostrar o resultado na célula D14, e quantas ganham
da condição for verdadeira. A sintaxe desta função é a abaixo de R$1.200,00 e mostrar o resultado na célula
seguinte: D15. Para isso precisamos criar a seguinte condição:
=SomaSe(intervalo;“critérios”;intervalo_soma)
=Significa a chamada para uma fórmula/função R$ 1.200,00 ou MAIS:
SomaSe: função SOMASE SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MAIOR
intervalo: Intervalo de células onde será feita a análise OU IGUAL A 1.200,00, ENTÃO
dos dados CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
“critérios”: critérios (sempre entre aspas) a serem ava- MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D14
liados a fim de chegar à condição verdadeira
intervalo_soma: Intervalo de células onde será verifi- Traduzindo a condição em variáveis teremos:
cada a condição para soma dos valores Resultado: será mostrado na célula D14, portanto é
Exemplo: usando a planilha acima, queremos somar onde devemos digitar a fórmula
os salários de todos os funcionários HOMENS e mostrar Intervalo para análise: C3:C10
o resultado na célula D16. E também queremos somar Critério: >=1200
os salários das funcionárias mulheres e mostrar o resul- Assim, com o cursor na célula D14, digitamos:
tado na célula D17. Para isso precisamos criar a seguinte =CONT.SE(C3:C10;”>=1200”)
condição: MENOS DE R$ 1.200,00:
HOMENS: SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR ME-
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MASCU- NOR QUE 1200, ENTÃO
LINO, ENTÃO CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D15
INTERVALO D3 ATÉ D10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D16 Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Traduzindo a condição em variáveis teremos: Resultado: será mostrado na célula D15, portanto é
Resultado: será mostrado na célula D16, portanto é onde devemos digitar a fórmula
onde devemos digitar a fórmula Intervalo para análise: C3:C10
Intervalo para análise: C3:C10 Critério: <1200
Critério: “MASCULINO” Assim, com o cursor na célula D15, digitamos:
Intervalo para soma: D3:D10 =CONT.SE(C3:C10;”<1200”)

Assim, com o cursor na célula D16, digitamos: Observações: fique atento com o > (maior) e < (me-
=SOMASE(D3:D10;”masculino”;C3:C10) nor), >= (maior ou igual) e <=(menor ou igual). Se tivés-
MULHERES: semos determinado a contagem de valores >1200 (maior
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR FEMINI- que 1200) e <1200 (menor que 1200), o valor =1200
NO, ENTÃO (igual a 1200) não entraria na contagem.
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO IN-
TERVALO D3 ATÉ D10 Formatação de Células: Ao observar a planilha abai-
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D17 xo, fica claro que não é uma planilha bem formatada, va-
Traduzindo a condição em variáveis teremos: mos deixar ela de uma maneira mais agradável.
Resultado: será mostrado na célula D17, portanto é
onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: “FEMININO”
Intervalo para soma: D3:D10
Assim, com o cursor na célula D17, digitamos:
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

=SomaSE(D3:D10;”feminino”;C3:C10)

Função CONT.SE: O CONT.SE é uma função de con-


tagem condicionada, ou seja, CONTA a quantidade de
registros, SE determinada condição for verdadeira. A sin-
taxe desta função é a seguinte:
=CONT.SE(intervalo;“critérios”)
= : significa a chamada para uma fórmula/função
CONT.SE: chamada para a função CONT.SE Figura 42: Planilha sem Formatação
intervalo: intervalo de células onde será feita a análise
dos dados Vamos utilizar os 3(três) passos apontados na Figura
abaixo:

25
Figura 43: Formatando a planilha

O primeiro passo é mesclar e centralizar o título, para isso utilizamos o botão Mesclar e Centralizar, entre outras
opções de alinhamento, como centralizar, direção do texto, entre outras.

Figura 44: Formatando a planilha (Passo 1)

Em seguida, vamos colocar uma borda no texto digitado, vamos escolher a opção “Todas as bordas”, podemos
mudar o título para negrito, mudar a cor do fundo e/ou de uma fonte, basta selecionar a(s) célula(s) e escolher as for-
matações.

Figura 45: Formatando a planilha (Passo 2)

Para finalizar essa etapa vamos formatar a coluna C para moeda, que é o caso desse exemplo, porém pode ser rea-
lizado vários outros tipos de formatação, como, porcentagem, data, hora, científico, basta clicar no dropbox onde está
escrito geral e escolher.
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Figura 46: Formatando a planilha (Passo 3)

O resultado final nos traz uma planilha muito mais agradável e de fácil entendimento:

26
Figura 47: Planilha Formatada

Ordenando os dados: Você pode digitar os dados em qualquer ordem, pois o Excel possui uma ferramenta muito
útil para ordenar os dados.
Ao clicar neste botão, você tem as opções para classificar de A a Z (ordem crescente), de Z a A (ordem decrescente)
ou classificação personalizada.
Para ordenar seus dados, basta clicar em uma célula da coluna que deseja ordenar, e selecionar a classificação cres-
cente ou decrescente. Mas cuidado! Se você selecionar uma coluna inteira, nas versões mais antigas do Excel, você irá
classificar os dados dessa coluna, mas vai manter os dados das outras colunas onde estão. Ou seja, seus dados ficarão
alterados. Nas versões mais novas, ele fará a pergunta, se deseja expandir a seleção e dessa forma, fazer a classificação
dos dados junto com a coluna de origem, ou se deseja manter a seleção e classificar somente a coluna selecionada.
Filtrando os dados: Ainda no botão temos a opção FILTRO. Ao selecionar esse botão, cada uma das colunas da
nossa planilha irá abrir uma seta para fazer a seleção dos dados que desejamos visualizar. Assim, podemos filtrar e
visualizar somente os dados do mês de Janeiro ou então somente os gastos com contas de consumo, por exemplo.

Grupo ferramentas de dados:


- Texto para colunas: separa o conteúdo de uma célula do Excel em colunas separadas.
- Remover duplicatas: exclui linhas duplicadas de uma planilha - Validação de dados: permite especificar valores
inválidos para uma planilha. Por exemplo, podemos especificar que a planilha não aceitará receber valores me-
nores que 10.
- Consolidar: combina valores de vários intervalos em um novo intervalo.
- Teste de hipóteses: testa diversos valores para a fórmula na planilha.

Gráficos: Outra forma interessante de analisar os dados é utilizando gráficos. O Excel monta os gráficos rapida-
mente e é muito fácil. Na Guia Inserir da Faixa de Opções, temos diversas opções de gráficos que podem ser utilizados.

Figura 48: Gráficos

Utilizando a planilha da Concessionária Grupo Nova, teremos o seguinte gráfico escolhido


NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

27
Figura 49: Gráfico de Colunas – 3D

Redimensione o gráfico clicando com o mouse nas bordas para aumentar de tamanho. Reposicione o gráfico na
página, clicando nas linhas e arrastando até o local desejado.

#FicaDica
Importante mencionar que o conceito do Excel 365 é o mesmo apontado no Word, ou seja, fazem parte
do Office 365, que podem ser comprados conforme figura 39.

LibreOffice Calc

O Calc é o software de planilha eletrônica do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .ods (Open Docu-
ment Spreadsheet).
O Calc trabalha de modo semelhante ao Excel no que se refere ao uso de fórmulas. Ou seja, uma fórmula é iniciada
pelo sinal de igual (=) e seguido por uma sequência de valores, referências a células, operadores e funções.
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Algumas diferenças entre o Calc e o Excel:

Para fazer referência a uma interseção no Calc, utiliza-se o sinal de exclamação (!). Por exemplo, “B2:C4!C3:C6” retor-
nará a C3 e C4 (interseção entre os dois intervalos). No Excel, isso é feito usando um espaço em branco (B2:C4 C3:C6).

28
Figura 50: Exemplo de Operação no Calc

Para fazer referência a uma célula que esteja em outra planilha, na mesma pasta de trabalho, digite “nome_da_pla-
nilha + . + célula. Por exemplo, “Plan2.A1” faz referência a célula A1 da planilha chamada Plan2. No Excel, isso é feito
usando o sinal de exclamação ! (Plan2!A1).

Menus do Calc
Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF.
Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substituir,
Cortar, Copiar e Colar.
Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Tela Inteira e Navegador.
Inserir - contém comandos para inserção de novos elementos no documento como células, linhas, colunas, planilhas, gráficos.
Formatar - contém comandos para formatar células selecionadas, objetos e o conteúdo das células no documento.
Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Atingir meta, Rastrear erro, etc.
Dados - contém comandos para editar os dados de uma planilha. É possível classificar, utilizar filtros, validar, etc.
Janela - contém comandos para manipular e exibir janelas no documento.
Ajuda - permite acessar o sistema de ajuda do LibreOffice.

MSPOWERPOINT 2010: ESTRUTURA BÁSICA DAS APRESENTAÇÕES, CONCEITOS DE SLIDES,


ANOTAÇÕES, RÉGUA, GUIAS, CABEÇALHOS E RODAPÉS, NOÇÕES DE EDIÇÃO E FORMATAÇÃO
DE APRESENTAÇÕES, INSERÇÃO DE OBJETOS, NUMERAÇÃO DE PÁGINAS, BOTÕES DE AÇÃO,
ANIMAÇÃO E TRANSIÇÃO ENTRE SLIDES.

PowerPoint 2010, 2013 e detalhes gerais

Na tela inicial do PowerPoint, são listadas as últimas apresentações editadas (à esquerda), opção para criar nova
apresentação em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novas apresentações (ao centro).
Ao selecionar a opção de Apresentação em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos
elementos básicos apontados na figura abaixo, e descritos nos tópicos a seguir.

NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Figura 52: Tela Principal do PowerPoint 2013

29
Barra de Títulos: A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da apresentação na janela. Ao
iniciar o programa aparece Apresentação 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.
Faixa de Opções: Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de
Opções. Os comandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo
de atividade e, para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

Figura 53: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido: A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da
tela e pode ser configurada com os botões de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.
Adicionando e Removendo Componentes: Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas
de acesso rápido podemos clicar com o botão direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será
exibida uma janela com a opção de Adicionar à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

Figura 54: Adicionando itens à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. É aberto o
menu Personalizar Barra de Ferramentas de Acesso Rápido, que apresenta várias opções para personalizar a barra, além
da opção Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do PowerPoint.
Para remoção do componente, no mesmo menu selecione-o. Se preferir, clique com o botão direito do mouse sobre
o ícone que deseja remover e escolha Remover da Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.
Barra de Status: Localizada na parte inferior da tela, a barra de status permite incluir anotações e comentários na
sua apresentação, mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom
e os botões de ‘Modos de Exibição’.

Figura 55: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela pode-
mos ativar ou desativar vários componentes de visualização.
Durante uma apresentação, os slides do PowerPoint vão sendo projetados no monitor do computador, lembrando
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

os antigos slides fotográficos.


O apresentador pode inserir anotações, observações importantes, que deverão ser abordadas durante a apresenta-
ção. Estas anotações serão visualizadas somente pelo apresentador quando, durante a apresentação, for selecionado
o Modo de Exibição do Apresentador (basta clicar com o botão direito do mouse e selecionar esta opção durante a
apresentação).

Modelos e Temas Online: Algumas vezes parece impossível iniciar uma apresentação. Você nem mesmo sabe
como começar. Nestas situações pode-se usar os modelos prontos, que fornecem sugestões para que você possa
iniciar a criação de sua apresentação. A versão PowerPoint 2013 traz vários modelos disponíveis online divididos por
temas (é necessário estar conectado à internet).

30
Figura 56: Modelos e temas online

Para utilizar um modelo pronto, selecione um tema. Em nosso exemplo, vamos selecionar ‘Negócios’. Aparecerão
vários modelos prontos que podem ser utilizados para a criação de sua apresentação, conforme mostra a figura abaixo.

Figura 57: Apresentações Modelo ‘Negócios’

Procure conhecer os modelos, clicando sobre eles. Utilize as barras de rolagem para rolar a tela, visualizar as possi-
bilidades, e possivelmente escolher um modelo, dentre as inúmeras possibilidades fornecidas, para criar apresentações
profissionais com muita agilidade.
Ao escolher um modelo, clique no botão ‘Criar’ e aguarde o download do arquivo. Será criado um novo arquivo em
seu computador, que você poderá salvar onde quiser. A partir daí, basta customizar os dados e utilizá-lo como SUA
APRESENTAÇÃO.
Tanto o layout como o padrão de formatação de fontes, poderão ser alterados em qualquer momento, para atender
às suas necessidades.

Apresentação de Slides:

Antes de começarmos a trabalhar em um novo slide, ou nova apresentação, vamos entender um pouco melhor
como funciona uma apresentação. Escolha um modelo pronto qualquer, faça o download, e inicie a apresentação,
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

assim:
Na barra ‘Modos de exibição de slides’, localizada na barra de status, clique no botão ‘Modo de Apresentação de
Slides’.
Dê cliques com o mouse para seguir ao próximo slide. Ao clicar na apresentação, são exibidos botões de navegação,
que permitem que você siga para o próximo slide ou volte ao anterior, conforme mostrado abaixo. Além dos botões de
navegação você também conta com outras ferramentas durante sua apresentação.

Figura 58: Botões de Navegação e Outras Ferramentas

31
Exibição de Slides: Vamos agora começar a personalizar nossa apresentação, tendo como base o modelo criado. Se
ainda estiver com uma apresentação aberta, termine a apresentação, retornando à estrutura. Clique, na faixa de opções,
no menu ‘EXIBIÇÃO’.

Alternando entre os Modos de Exibição


Modo Normal: No modo de exibição ‘Normal’, você trabalha em um slide de cada vez e pode organizar a estrutura
de todos os slides da apresentação.

Figura 59: Modo de Exibição ‘Normal’.

#FicaDica
Para mover de um slide para outro clique sobre o slide (do lado esquerdo) que deseja visualizar na tela,
ou utilize as teclas ‘PageUp’ e ‘PageDown’.

Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: Este modo de visualização é interessante principalmente durante a
construção do texto da apresentação. Você pode ir digitando o texto do lado esquerdo e o PowerPoint monta os slides
pra você.
Classificação de Slides: Este modo permite ver seus slides em miniatura, para auxiliar na organização e estrutura-
ção de sua apresentação. No modo de classificação de slides, você pode reordenar slides, adicionar transições e efeitos
de animação e definir intervalos de tempo para apresentações eletrônicas de slides.
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Figura 60: Classificação de Slides

Para alterar a sequência de exibição de slides, clique no slide e arraste até a posição desejada. Você também pode
ocultar um slide dando um clique com o botão direito do mouse sobre ele e selecionando ‘Ocultar Slide’.

32
Alterando o Design: A utilização destes recursos é muito simples, bastan-
O design de um slide é a apresentação visual do mes- do clicar, no próprio slide, sobre o recurso que deseja
mo, ou seja, as cores nele utilizadas, tipos de fontes, etc. utilizar.
O PowerPoint disponibiliza vários temas prontos para Salve a apresentação atual como ‘Ensino a Distância’
aplicar ao design de sua apresentação. e, sem fechá-la, abra uma nova apresentação. Vamos ver
Para inserir um Tema de design pronto nos slides a utilização dos recursos de Conteúdo.
acesse a guia ‘Design’ na Faixa de Opções. Clique na seta Na guia ‘Início’ da Faixa de Opções, clique na seta la-
lateral para visualizar todos os temas existentes. teral da caixa Layout. Será exibida uma janela com várias
Clique no tema desejado, para aplicar ao slide sele- opções. Selecione o layout ‘Título e conteúdo’.
cionado. O tema será aplicado em todos os slides. Aparecerá a caixa de conteúdo no slide como mos-
Variantes -> Cores e Variantes -> Fontes: ainda na trado na figura a seguir. A caixa de conteúdos ao centro
guia ‘Design’ podemos aplicar variações dos temas, al- do slide possui diversas opções de tipo de conteúdo que
terando cores e fontes, criando novos temas de cores. se pode utilizar.
Clique na seta da caixa ‘Variantes’ para abrir as opções. As demais ferramentas da ‘Caixa de Conteúdo’ são:
Passe o mouse sobre cada tema para visualizar o efeito
na apresentação. Após encontrar a variação desejada, dê • Escolher Elemento Gráfico SmartArt
um clique com o mouse para aplicá-la à apresentação. • Inserir Imagem
• Inserir Imagens Online
• Inserir Vídeo

Explore as opções, utilize os recursos oferecidos para


enriquecer seus conhecimentos e, em consequência,
criar apresentações muito mais interessantes. O funcio-
namento de cada item é semelhante aos já abordados.
Agora é com você!
Exercite: crie diversos slides de conteúdo, procurando
utilizar todas as opções oferecidas para cada tipo de con-
Figura 61: Variantes de Temas de Design teúdo. Desta forma, você estará aprendendo ainda mais
utilizar os recursos do PowerPoint e do Office.
Variantes -> Efeitos: os efeitos de tema especificam Animação dos Slides: A animação dos slides é um
como os efeitos são aplicados a gráficos SmartArt, for- dos últimos passos da criação de uma apresentação.
mas e imagens. Clique na seta do botão ‘Efeitos’ para Essa é uma etapa importante, pois, apesar dos inúmeros
acessar a galeria de Efeitos. Aplicando o efeito alteramos recursos oferecidos pelo programa, não é aconselhável
rapidamente a aparência dos objetos. exagerar na utilização dos mesmos, pois além de tornar
a apresentação cansativa, tira a atenção das pessoas que
Layout de Texto: estão assistindo, ao invés de dar foco ao conteúdo da
O primeiro slide criado em nossa apresentação é um apresentação, passam a dar foco para as animações.
‘Slide de título’. Nele não deve ser inserido o conteúdo Transições: A transição dos slides nada mais é que
da palestra ou reunião, mas apenas o título e um subtítu- a mudança entre um slide e outro. Você pode escolher
lo pois trata-se do slide inicial. entre diversas transições prontas, através da faixa de op-
Clique no quadro onde está indicado ‘Clique aqui ções ‘TRANSIÇÕES’. Selecione o primeiro slide da nossa
para adicionar um título’, e escreva o título de sua apre- apresentação e clique nesta opção.
sentação. A apresentação que criaremos será sobre ‘Gru- Escolha uma das transições prontas e veja o que
po Nova”. acontece. Explore os diversos tipos de transições, apenas
No quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adi- clicando sobre elas e assistindo os efeitos que elas pro-
cionar um subtítulo’ coloque seu nome ou o nome da duzem. Isso pode ser bastante divertido, mas dependen-
empresa em que trabalha, ou mesmo um subtítulo ligado do do intuito da apresentação, o exagero pode tornar
ao tema da apresentação. sua apresentação pouco profissional.
Formate o texto da forma como desejar, selecionando Ainda em ‘TRANSIÇÕES’ escolha como será feito o
o tipo da fonte, tamanho, alinhamento, etc., clicando so- avanço do slide, se após um tempo pré-definido ou ‘Ao
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

bre a ‘Caixa de Texto’ para fazer as formatações. Clicar com o Mouse’, dentro da faixa ‘INTERVALO’. Você
Clique no botão novo slide da guia ‘PÁGINA INICIAL’. também pode aplicar som durante a transição.
Será criado um novo slide com layout diferente do an-
terior. Isso acontece porque o programa entende que o Animações: As animações podem ser definidas para
próximo slide não é mais de título, e sim de conteúdo, cada caixa de texto dos slides. Ou seja, durante sua apre-
e assim sucessivamente para a criação da sua apresen- sentação você pode optar em ir abrindo o texto confor-
tação. me trabalha os assuntos.
Neste exemplo, selecionaremos o Slide 3 de nossa
Layouts de Conteúdo: apresentação para enriquecer as explicações. Clique um
Utilizando os layouts de conteúdo é possível inserir uma das caixas de texto do slide, e na opção ‘ANIMA-
figura ou cliparts, tabelas, gráficos, diagramas ou clipe ÇÕES’ abra o ‘PAINEL DE ANIMAÇÃO’.
de mídia (que podem ser animações, imagens, sons, etc.).

33
Figura 62: Animações

Escolheremos a opção ‘Flutuar para Dentro’, mas você pode explorar as diversas opções e escolher a que mais te
agradar. Clique na opção escolhida. No Painel de Animação, abra todas as animações clicando na seta para baixo.

Figura 63: Abrindo a lista do Painel de Animações

Cada parágrafo de texto pode ser configurado, bastando que você clique no parágrafo desejado e faça a opção
de animação desejada. O parágrafo pode aparecer somente quando você clicar com o mouse, ou juntamente com o
anterior. Pode mantê-lo aberto na tela enquanto outros estão fechados, etc.
Em nosso exemplo, vamos animar da seguinte forma: os textos da caixa de texto do lado esquerdo vão aparecer
juntos após clicar. Os textos da caixa do lado direito permanecem fechados. Ao clicar novamente, os dois parágrafos
aparecerão ao mesmo tempo na tela.
Passo a passo:
Com a caixa de texto do lado esquerdo selecionada, clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo, mostrado no Painel
de Animações;
selecione o 2º parágrafo e selecione ‘Iniciar com anterior’;
selecione a caixa de texto do lado direito e aplique uma animação;
no Painel de Animações clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo da caixa de texto
selecione o 2º parágrafo da caixa de texto e selecione ‘Iniciar com anterior’.

Impress
É o editor de apresentações do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odp (Open Document Presen-
tations).
- O usuário pode iniciar uma apresentação no Impress de duas formas:
• do primeiro slide (F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do primeiro slide.
• do slide atual (Shift + F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do slide atual.

- Menu do Impress:
• Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF;
• Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substi-
tuir, Cortar, Copiar e Colar;
• Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Apresentação de Slides,
Estrutura de tópicos e Navegador;
• Inserir - contém comandos para inserção de novos slides e elementos no documento como figuras, tabelas e
hiperlinks;
• Formatar - contém comandos para formatar o layout e o conteúdo dos slides, tais como Modelos de slides,
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Layout de slide, Estilos e Formatação, Parágrafo e Caractere;


• Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Compactar apresentação e Player de mídia;
• Apresentação de Slides - contém comandos para controlar a apresentação de slides e adicionar efeitos em
objetos e na transição de slides.

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EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (ESCRIVÃO – DE POLÍCIA – CESPE 2013) Título, assunto, palavras-chave e comentários de um documento são
metadados típicos presentes em um documento produzido por processadores de texto como o BrOffice e o Microsoft
Office.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: CERTO. Quando um determinado documento de texto produzido tanto pelo BrOffice quanto pelo Mi-
crosoft Office ele fica armazenado em forma de arquivo em uma memória especificada no momento da gravação
deste. Ao clicar como botão direito do mouse no arquivo de texto armazenado e clicar em propriedades é possível
por meio da guia Detalhes perceber os metadados “Título, assunto, palavras-chave e comentários”.

2. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Considere que um usuário disponha de um computador apenas com Linux e
BrOffice instalados. Nessa situação, para que esse computador realize a leitura de um arquivo em formato de planilha
do Microsoft Office Excel, armazenado em um pendrive formatado com a opção NTFS, será necessária a conversão
batch do arquivo, antes de sua leitura com o aplicativo instalado, dispensando-se a montagem do sistema de arquivos
presente no pendrive.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: ERRADO. Um pendrive formatado com o sistema de arquivos NTFS será lido normalmente pelo Linux,
sem necessidade de conversão de qualquer natureza. E o fato do suposto arquivo estar em formato Excel (xls ou xlsx)
é indiferente também, já que o BrOffice é capaz de abrir ambos os formatos.

3. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) O BrOffice 3, que reúne, entre outros softwares livres de escritório, o editor de
texto Writer, a planilha eletrônica Calc e o editor de apresentação Impress, é compatível com as plataformas computa-
cionais Microsoft Windows, Linux e MacOS-X

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: CERTO. O BrOffice 3 faz parte de um conjunto de aplicativos para escritório livre multiplataforma chama-
do OpenOffice.org.
Distribuída para Microsoft Windows, Unix, Solaris, Linux e Mac OS X, mantida pela Apache Software Foundation.

4. (AGENTE – CESPE – 2014) No Word 2013, a partir de opção disponível no menu Inserir, é possível inserir em um
documento uma imagem localizada no próprio computador ou em outros computadores a que o usuário esteja conec-
tado, seja em rede local, seja na Web.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: CERTO. A opção Inserir, Ilustrações, Imagem possibilita a inserção de imagens no documento, sejam elas
armazenadas no computador, na rede ou na Internet (no 2013 é possível na opção Imagens on-line, no 2010 não).

5. (AGENTE – CESPE – 2014) Para criar um documento no Word 2013 e enviá-lo para outras pessoas, o usuário deve
clicar o menu Inserir e, na lista disponibilizada, selecionar a opção Iniciar Mala Direta.

( ) CERTO ( ) ERRADO
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Resposta: ERRADO. A mala direta é usada para criar correspondências em massa que podem ser personalizadas
para cada destinatário. É possível adicionar elementos individuais a qualquer parte de uma etiqueta, carta, envelope,
ou e-mail, desde a saudação até o conteúdo do documento, inclusive imagens. O Word preenche automaticamente
os campos com as informações do destinatário e gera todos os documentos individuais. Contudo, não envia um
arquivo a outros usuários como diz a questão.

6. (AGENTE – CESPE – 2014) No Word 2013, ao se selecionar uma palavra, clicar sobre ela com o botão direito do
mouse e, na lista disponibilizada, selecionar a opção definir, será mostrado, desde que estejam satisfeitas todas as con-
figurações exigidas, um dicionário contendo significados da palavra selecionada.

( ) CERTO ( ) ERRADO

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Resposta: CERTO. A inclusão do dicionário no botão Resposta: CERTO. A opção para imprimir documentos
direito na versão Word 2013 é novidade, mas já é an- assim como para efetuar as devidas configurações da
tiga no Word pelo comando Shift + F7(dicionário de impressão podem ser feitas através do Menu Arquivo
sinônimos). / Imprimir ou utilizando-se do atalho CTRL+P.

9. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Para en-


contrar todas as ocorrências do termo “Ibama” no docu-
mento em edição, é suficiente realizar o seguinte proce-
dimento: aplicar um clique duplo sobre o referido termo;
clicar sucessivamente o botão .

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: ERRADO.O botão mostrado na questão


não deve ser utilizado para encontrar ocorrências de
um determinado termo no documento que se está
editando, tal recurso pode ser conseguido através do
botão Localizar ou do atalho CTRL+L.

Considerando a figura acima, que ilustra uma janela do


Word 2000 contendo parte de um texto extraído e adap-
tado do sítio http://www.funai.gov.br, julgue os itens
subsequentes.

7. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Conside-


re o seguinte procedimento: selecionar o trecho “Funai,
(...) Federal”; clicar a opção
Estilo no menu ; na janela decorrente dessa ação,
A figura acima mostra uma janela do Excel 2002 com uma
marcar o campo todas em maiúsculas; clicar OK. Esse
planilha em processo de edição. Com relação a essa figu-
procedimento fará que todas as letras do referido trecho
ra e ao Excel 2002, e considerando que apenas a célula
fiquem com a fonte maiúscula.
C2 está formatada como negrito, julgue o item abaixo.
( ) CERTO ( ) ERRADO
10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) É possí-
vel aplicar negrito às células B2, B3 e B4 por meio da se-
Resposta: ERRADO. O procedimento correto é: se-
guinte sequência de ações, realizada com o mouse: clicar
lecionar o trecho “Funai, (...) Federal”; clicar a opção
a célula C2; clicar ; posicionar o ponteiro sobre o centro
FONTE no menu FORMATAR na janela decorrente des-
da célula B2; pressionar e manter pressionado o botão
sa ação, marcar o campo Todas em maiúsculas; clicar
esquerdo; posicionar o ponteiro no centro da célula B4;
OK.
liberar o botão esquerdo.
Em um computador cujo sistema operacional é o Windo-
8. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) As infor-
ws XP, ao se clicar, com o botão direito do mouse, o ícone
mações contidas na figura mostrada permitem concluir
, contido na área de trabalho e referente a determi-
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

que o documento em edição contém duas páginas e,


nado arquivo, foi exibido o menu mostrado na figura ao
caso se disponha de uma impressora devidamente ins-
lado. A respeito dessa figura e do Windows XP, julgue os
talada e se deseje imprimir apenas a primeira página do
itens a seguir.
documento, é suficiente realizar as seguintes ações: clicar
a opção Imprimir no menu ; na janela aberta em
decorrência dessa ação, assinalar, no campo apropriado,
que se deseja imprimir a página atual; clicar OK.

( ) CERTO ( ) ERRADO

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Vejamos um exemplo real: sergiodecastro@click21.
com.br
A caixa postal é composta pelos seguintes itens:
» Caixa de Entrada – Onde ficam armazenadas as
mensagens recebidas.
» Caixa de Saída – Armazena as mensagens ainda não
enviadas.
» E-mails Enviados – Como o nome diz, ficam os
e-mails que foram enviados.
» Rascunho – Guarda as mensagens que você ainda
não terminou de redigir.
» Lixeira – Armazena as mensagens excluídas.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Ao redigir mensagem, os seguintes campos estão
Resposta: CERTO. Com o botão “Pincel” é possível presentes:
copiar toda a formatação de uma célula para outra cé- » Para – é o campo onde será inserido o endereço do
lula, e o procedimento correto foi descrito na questão. destinatário.
» Cc – este campo é utilizado para mandar cópias da
mesma mensagem, ao usar este campo os endere-
CORREIO ELETRÔNICO: USO DE COR- ços aparecerão para todos os destinatários.
REIO ELETRÔNICO, PREPARO E ENVIO » Cco – sua funcionalidade é igual ao campo anterior,
DE MENSAGENS, ANEXAÇÃO DE AR- no entanto os endereços só aparecerão para os
QUIVOS respectivos donos.
» Assunto – campo destinado ao assunto da mensa-
gem.
O correio eletrônico1 se parece muito com o correio » Anexos – são dados que são anexados à mensagem
tradicional. Todo usuário tem um endereço próprio e (imagens, programas, música, arquivos de texto,
uma caixa postal, o carteiro é a Internet. Você escreve etc.).
sua mensagem, diz pra quem quer mandar e a Internet » Corpo da Mensagem – espaço onde será redigida
cuida do resto. Mas por que o e-mail se popularizou tão a mensagem.
depressa? A primeira coisa é pelo custo. Você não paga
nada por uma comunicação via e-mail, apenas os cus- Alguns nomes podem mudar de servidor para ser-
tos de conexão com a Internet. Outro fator é a rapidez, vidor, porém representando as mesmas funções. Além
enquanto o correio tradicional levaria dias para entregar dos destes campos tem ainda os botões para EVIAR, EN-
uma mensagem, o eletrônico faz isso quase que instan- CAMINHAR e EXCLUIR as mensagens, este botões bem
taneamente e não utiliza papel. Por último, a mensagem como suas funcionalidades veremos em detalhes, mais
vai direto ao destinatário, não precisa passa de mão-em- à frente.
-mão (funcionário do correio, carteiro, etc.), fica na sua Para receber seus e-mails você não precisa estar co-
caixa postal onde somente o dono tem acesso e, ape- nectado à Internet, pois o e-mail funciona com prove-
sar de cada pessoa ter seu endereço próprio, você pode dores. Mesmo você não estado com seu computador
acessar seu e-mail de qualquer computador conectado ligado, seus e-mail são recebidos e armazenados na sua
à Internet. Bem, o e-mail mesclou a facilidade de uso do caixa postal, localizada no seu provedor. Quando você
correio convencional com a velocidade do telefone, se acessa sua caixa postal, pode ler seus e-mail on-line (di-
tornando um dos melhores e mais utilizado meio de co- retamente na Internet, pelo WebMail) ou baixar todos
municação. para seu computador através de programas de correio
eletrônico. Um programa muito conhecido é o Outlook
Estrutura e Funcionalidade do e-mail Express, o qual detalhar mais à frente.
A sua caixa postal é identificada pelo seu endereço
Como no primeiro e-mail criado por Tomlinson, todos de e-mail e qualquer pessoa que souber esse endereço,
os endereços eletrônicos seguem uma estrutura padrão, pode enviar mensagens para você. Também é possível
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

nome do usuário + @ + host, onde: enviar mensagens para várias pessoas ao mesmo tem-
» Nome do Usuário – é o nome de login escolhido po, para isto basta usar os campos “Cc” e “Cco” descritos
pelo usuário na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: acima.
sergiodecastro. Atualmente, devido à grande facilidade de uso, a
» @ - é o símbolo, definido por Tomlinson, que separa maioria das pessoas acessa seu e-mail diretamente na
o nome do usuário do seu provedor. Internet através do navegador. Este tipo de correio é cha-
» Host – é o nome do provedor onde foi criado o en- mado de WebMail. O WebMail é responsável pela gran-
dereço eletrônico. Exemplo: click21.com.br . de popularização do e-mail, pois mesmo as pessoas que
» Provedor – é o host, um computador dedicado ao não tem computador, podem acessar sua caixa postal de
serviço 24 horas por dia. qualquer lugar (um cyber, casa de um amigo, etc.). Para
ter um endereço eletrônico basta querer e acessar a In-
1 Fonte: http://juliobattisti.com.br/tutoriais/sergiocastro/correioe-
ternet, é claro. Existe quase que uma guerra por usuários.
letronicoewebmail001.asp

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Os provedores, também, disputam quem oferece maior 3. Após preencher todo o formulário clique no botão
espaço em suas caixas postais. Há pouco tempo encon- “Criar conta”, pronto seu cadastro estará efetivado.
trar um e-mail com mais de 10 Mb, grátis, não era fácil.
Lembro que, quando a Embratel ofereceu o Click21 com Pelo fato de ser gratuito e ter muitos usuários é co-
30 Mb, achei que era muito espaço, mas logo o iBest ofe- mum que muitos nomes já tenham sido cadastrados por
receu 120 Mb e não parou por ai, a “guerra” continuo outros usuários, neste caso será exibida uma mensagem
culminando com o anúncio de que o Google iria oferecer lhe informando do problema. Isso acontece porque den-
1 Gb (1024 Mb). A última campanha do GMail, e-mail do tro de um mesmo provedor não pode ter dois nomes
Google, é de aumentar sua caixa postal constantemente, de usuários iguais. A solução é procurar outro nome que
a última vez que acessei estava em 2663 Mb. ainda esteja livre, alguns provedores mostram sugestões
como: seunome2005; seunome28, etc. Se ocorrer isso
WebMail com você (o que é bem provável que acontecerá) escolha
uma das sugestões ou informe outro nome (não desista,
O WebMail, como descrito acima, é uma aplicação você vai conseguir), finalize seu cadastro que seu e-mail
acessada diretamente na Internet, sem a necessidade de vai está pronto para ser usado.
usar programa de correio eletrônico. Praticamente todos
os e-mails possuem aplicações para acesso direto na In- » Entendendo a Interface do WebMail
ternet. É grande o número de provedores que oferecem A interface é a parte gráfica do aplicativo de e-mail
correio eletrônico gratuitamente, logo abaixo segue uma que nos liga do mundo externo aos comandos do pro-
lista dos mais populares. grama. Estes conhecimentos vão lhe servir para qualquer
» Outlook (antigo Hotmail) – http://www.outlook.com WebMail que você tiver e também para o Outlook, que
» GMail – http://www.gmail.com é um programa de gerenciamento de e-mails, vamos ver
» Bol (Brasil on line) – http://www.bol.com.br este programa mais adiante.
» iG Mail – http://www.ig.com.br 1. Chegou e-mail? – Este botão serve para atualizar
» Yahoo – http://www.yahoo.com.br
sua caixa de entrar, verificando se há novas men-
sagens no servidor.
Para criar seu e-mail basta visitar o endereço acima e
2. Escrever – Ao clicar neste botão a janela de edição
seguir as instruções do site. Outro importante fator a ser
de e-mail será aberta. A janela de edição é o espa-
observado é o tamanho máximo permitido por anexo,
ço no qual você vai redigir, responder e encami-
este foi outro fator que aumentou muito de tamanho, há
nhar mensagens. Semelhante à função novo e-mail
pouco tempo a maioria dos provedores permitiam em
do Outlook.
torno de 2 Mb, mas atualmente a maioria já oferecem em
3. Contatos – Abre a seção de contatos. Aqui os seus
média 25 Mb. Além de caixa postal os provedores costu-
mam oferecer serviços de agenda e contatos. endereços de e-mail são previamente guardados
Todos os WebMail acima são ótimos, então fica a cri- para utilização futura, nesta seção também é possí-
tério de cada um escolher o seu, ou até mesmo os seus, vel criar grupos para facilitar o gerenciamento dos
eu, por exemplo, procuro aqueles que oferecem uma in- seus contatos.
terface com o menor propaganda possível. 4. Configurações – Este botão abre (como o próprio
nome já diz) a janela de configurações. Nesta ja-
» Criando seu e-mail nela podem ser feitas diversas configurações, tais
Fazer sua conta de e-mail é uma tarefa extremamente como: mudar senha, definir número de e-mail por
simples, eu escolhi o Outlook.com, pois a interface deste página, assinatura, resposta automática, etc.
WebMail não tem propagandas e isso ajudar muito os 5. Ajuda – Abre, em outra janela do navegador, uma
entendimentos, no entanto você pode acessar qualquer seção com vários tópicos de ajuda.
dos endereços informados acima ou ainda qualquer ou- 6. Sair – Este botão é muito importante, pois é através
tro que você conheça. O processo de cadastro é muito dele que você vai fechar sua caixa postal, muito
simples, basta preencher um formulário e depois você recomendado quando o uso de seu e-mail ocorrer
terá sua conta de e-mail pronta para ser usada. Vamos em computadores de terceiros.
aos passos: 7. Espaço – Esta seção é apenas informativa, exibe seu
1. Acesse a página do provedor (www.ibestmail.com. endereço de e-mail; quantidade total de sua caixa
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

br) ou qualquer outro de sua preferência. posta; parte utilizada em porcentagem e um pe-
2. Clique no link “Não tem uma conta? Crie uma!”, queno gráfico.
será aberto um formulário, preencha-o observan- 8. Seção atual – Mostra o nome da seção na qual você
do todos os campos. Os campos do formulário têm está, no exemplo a Caixa de Entrada.
suas particularidades de provedor para provedor, 9. Número de Mensagens – Exibe o intervalo de men-
no entanto todos trazem a mesma ideia, colher in- sagens que estão na tela e também o total da se-
formações do usuário. Este será a primeira parte ção selecionada.
do seu e-mail e é igual a este em qualquer cadas- 10. Caixa de Comandos – Neste menu suspenso estão
tro, no exemplo temos “@outlook.com”. A junção todos os comandos relacionados com as mensa-
do nome de usuário com o nome do provedor é gens exibidas. Para usar estes comandos, selecione
que será seu endereço eletrônico. No exemplo fi- uma ou mais mensagens o comando desejado e
caria o seguinte: seunome@outlook.com. clique no botão “OK”. O botão “Bloquear”, blo-

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queia o endereço de e-mail da mensagem, útil para ciador de e-mails, o Outlook possui funcionalidades de
bloquear e-mails indesejados. Já o botão “Contas grupos de discussão com base em padrões avançados
externas” abre uma seção para configurar outras de internet, além de possuir calendário integral e geren-
contas de e-mails que enviarão as mensagens a ciamento de tarefas e de contatos. Além disso, possui
sua caixa postal. Para o correto funcionamento capacidades de colaboração em tempo de execução e
desta opção é preciso que a conta a ser acessada em tempo de criação robustos e integrados.
tenha serviço POP3 e SMTP.
11. Lista de Páginas – Este menu suspenso exibe a lis- Configurando uma conta2
ta de página, que aumenta conforme a quantidade Em muitos casos, o Outlook pode configurar a sua
de e-mails na seção. Para acessar selecione a pági- conta para você apenas com um endereço de email e
na desejada e clique no botão “OK”. Veja que todos uma senha. Ao iniciar o Outlook pela primeira vez, o As-
os comandos estão disponíveis também na parte sistente Automático de Conta é iniciado.
inferior, isto para facilitar o uso de sua caixa postal.
12. Pastas do Sistema – Exibe as pastas padrões de Para configurar uma conta automaticamente
um correio eletrônico. Caixa de Entrada; Mensa-
gens Enviadas; Rascunho e Lixeira. Um detalhe im- Abra o Outlook e, quando o Assistente Automático
portante é o estilo do nome, quando está normal de Conta for aberto, escolha Avançar.
significa que todas as mensagens foram abertas, Observação : Se o Assistente não abrir ou se você
porém quando estão em negrito, acusam que há quiser adicionar uma outra conta de email, na barra de
uma ou mais mensagens que não foram lidas, o ferramentas, escolha a guia Arquivo.
número entre parêntese indica a quantidade. Este
detalhe funciona para todas as pastas e mensa-
gens do correio.
13. Painel de Visualização – Espaço destinado a exi-
bir as mensagens. Por padrão, ao abrir sua caixa
postal, é exibido o conteúdo da Caixa de Entrada,
mas este painel exibe também as mensagens das
diversas pastas existentes na sua caixa postal. A
observação feita no item anterior, sobre negrito,
também é válida para esta seção. Observe as caixas
de seleção localizadas do lado esquerdo de cada
mensagem, é através delas que as mensagens são
selecionadas. A seleção de todos os itens ao mes- Na página Contas de Email, escolha Avançar > Adi-
mo tempo, também pode ser feito pela caixa de cionar Conta.
seleção do lado esquerdo do título da coluna “Re-
metente”. O título das colunas, além de nomeá-las,
também serve para classificar as mensagens que
por padrão estão classificadas através da coluna
“Data”, para usar outra coluna na classificação bas-
ta clicar sobre nome dela.
14. Gerenciador de Pastas – Nesta seção é possível
adicionar, renomear e apagar as suas pastas. As
pastas são um modo de organizar seu conteúdo,
armazenando suas mensagens por temas. Quando
seu e-mail é criado não existem pastas nesta se-
ção, isso deve ser feito pelo usuário de acordo com
suas necessidades.
15. Contas Externas – Este item é um link que abri-
rá a seção onde pode ser feita uma configuração
que permitirá você acessar outras caixas postais
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

diretamente da sua. O próximo link, como o nome


já diz, abre a janela de configuração dos e-mails
bloqueados e mais abaixo o link para baixar um
plug-in que lhe permite fazer uma configuração
automática do Outlook Express. Estes dois primei- Na página Configuração Automática de Conta, insira
ros links são os mesmos apresentados no item 10. o seu nome, endereço de email e senha e escolha Avan-
çar.
Outlook Observação : Se você receber uma mensagem de erro
após escolher Avançar, verifique novamente seu endere-
O Microsoft Outlook é um software de automação de ço de email e senha. Se ambos estiverem corretos, esco-
escritório e cliente de correio electrónico que faz parte lha Configuração manual ou tipos de servidor adicionais..
do pack Microsoft Office. Mas não é apenas um geren-
2 Fonte: Ajuda do MSOutlook

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Escolha Concluir.

A configuração automática não funcionou

Se a instalação não tiver sido concluída, o Outlook


pode solicitar que você tente novamente usando uma
conexão não criptografada com o servidor de email. Se
isso não funcionar, escolha Configuração manual ou ti-
pos de servidor adicionais.
Observações: Se estiver usando o Outlook 2016, você
não poderá usar o tipo de configuração manual para
as contas do Exchange. Contate o seu administrador se
houver falha na configuração automática de conta. Ele
informará a você o nome do Exchange Server para seu
email e o ajudará a configurar o Outlook.
Se você atualizar para o Outlook 2016 a partir de uma
versão anterior e receber mensagens de erro informan-
do que não é possível fazer logon ou iniciar o Outlook,
é porque o serviço Descoberta Automática do Exchange
não foi configurado ou não está funcionando correta-
mente.

Para configurar uma conta manualmente Na lista de contas de email, selecione a conta que de-
seja excluir e escolha Remover.
Escolha Configuração manual ou tipos de servidor
adicionais > Avançar.

Obs.: Microsoft Exchange Server é uma aplicação ser-


Selecione o tipo de conta desejado e escolha Avançar. vidora de e-mails de propriedade da Microsoft Corp e
Preencha as seguintes informações: que pode ser instalado somente em plataformas da fa-
Seu Nome, Endereço de Email, Tipo de Conta, Servi- mília Windows Server.
dor de Entrada de Emails, Servidor de Saída de Emails,
Nome de Usuário e Senha. Criar uma mensagem de email
Escolha Testar Configurações da Conta para verificar Clique em Novo Email, ou pressione Ctrl + N.
as informações inseridas.
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Observação : Se o teste falhar, escolha Mais Configu-


rações. O administrador poderá solicitar que você faça
outras alterações, incluindo inserir portas específicas
para o servidor de entrada (POP3 ou IMAP) ou o servidor
de saída (SMTP).
Escolha Avançar > Concluir.

Excluir uma conta de email

Para excluir uma conta de email Se várias contas de email configuradas no Microsoft
No painel direito da guia Arquivo, selecione Configu- Outlook, o botão de aparece e a conta que enviará a men-
rações de Conta > Configurações de Conta. sagem é mostrada. Para alterar a conta, clique em de.

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Na caixa Assunto, digite o assunto da mensagem. Enviado para – para localizar emails enviados a você,
Insira os endereços de email dos destinatários ou os não enviados diretamente a você ou enviados por outro
nomes na caixa Para, Cc ou Cco. Separe vários destinatá- destinatário
rios com um ponto e vírgula. Sinalizado – para localizar emails sinalizados por você
Para selecionar os nomes dos destinatários em uma apenas
lista no Catálogo de Endereços, clique em Para, Cc ou Importante – para localizar somente emails rotulados
Cco e clique nos nomes desejados. como importantes
Não vejo a caixa Cco. Como posso ativá-lo?
Para exibir a caixa Cco para esta e todas as mensagens
futuras, clique em Opções e, no grupo Mostrar Campos, INTERNET: NAVEGAÇÃO NA INTERNET,
clique em Cco. CONCEITOS DE URL, LINKS, SITES, BUSCA
Clique em Anexar arquivo para adicionar um anexo. E IMPRESSÃO DE PÁGINAS.
Ou clique em Anexar Item para anexar itens do Outlook,
como mensagens de email, tarefas, contatos ou itens de
calendário. REDES DE COMPUTADORES

Redes de Computadores refere-se à interligação por


meio de um sistema de comunicação baseado em trans-
missões e protocolos de vários computadores com o ob-
jetivo de trocar informações, entre outros recursos. Essa
ligação é chamada de estações de trabalho (nós, pontos
ou dispositivos de rede).
Atualmente, existe uma interligação entre computa-
Dica : Se você não gostar a fonte ou o estilo do seu dores espalhados pelo mundo que permite a comunica-
email, você pode alterar sua aparência. Também é uma ção entre os indivíduos, quer seja quando eles navegam
boa ideia Verificar a ortografia em sua mensagem antes pela internet ou assiste televisão. Diariamente, é necessá-
de enviar. rio utilizar recursos como impressoras para imprimir do-
Após terminar de redigir sua mensagem, clique em cumentos, reuniões através de videoconferência, trocar
Enviar. e-mails, acessar às redes sociais ou se entreter por meio
Observação : Se você não consegue encontrar o botão de jogos, etc.
Enviar, talvez você precise configurar uma conta de email. Hoje, não é preciso estar em casa para enviar e-mails,
basta ter um tablet ou smartphone com acesso à inter-
Pesquisar email net nos dispositivos móveis. Apesar de tantas vantagens,
o crescimento das redes de computadores também tem
Da Caixa de Entrada, ou de qualquer outra pasta de seu lado negativo. A cada dia surgem problemas que
email, localize a caixa Pesquisar na parte superior de suas prejudicam as relações entre os indivíduos, como pirata-
mensagens. ria, espionagem, phishing - roubos de identidade, assun-
Para encontrar uma palavra que você sabe que está tos polêmicos como racismo, sexo, pornografia, sendo
em uma mensagem ou uma mensagem de uma pessoa destacados com mais exaltação, entre outros problemas.
em particular, digite a palavra ou o nome da pessoa na Há muito tempo, o ser humano sentiu a necessida-
caixa Pesquisar. Mensagens que contenham a palavra ou de de compartilhar conhecimento e estabelecer relações
o nome que você especificou serão exibidas com o texto com pessoas a distância. Na década de 1960, durante
de pesquisa destacado nos resultados. a Guerra Fria, as redes de computadores surgiram com
objetivos militares: interconectar os centros de comando
Restrinja os resultados de pesquisa dos EUA para com objetivo de proteger e enviar dados.

No grupo  Escopo  na faixa de opções, escolha onde 1. Alguns tipos de Redes de Computadores
você deseja pesquisar: Todas as Caixas de Correio, Caixa
de Correio Atual, Pasta Atual, Subpasta ou Todos os Itens Antigamente, os computadores eram conectados em
do Outlook. distâncias curtas, sendo conhecidas como redes locais. Mas,
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

No grupo Refinar na faixa de opções, escolha se você com a evolução das redes de computadores, foi necessário
está procurando pela pessoa que enviou a mensagem ou aumentar a distância da troca de informações entre as pes-
pelo assunto. soas. As redes podem ser classificadas de acordo com sua
Você pode filtrar ainda mais os resultados da pesqui- arquitetura (Arcnet, Ethernet, DSL, Token ring, etc.), a exten-
sa ao selecionar: são geográfica (LAN, PAN, MAN, WLAN, etc.), a topologia
Com Anexos  – para localizar somente emails com (anel, barramento, estrela, ponto-a-ponto, etc.) e o meio de
anexos transmissão (redes por cabo de fibra óptica, trançado, via
Categorizado – para localizar emails que tenham sido rádio, etc.).
atribuídos a uma categoria específica Veja alguns tipos de redes:
Esta Semana – para pesquisar quando o email foi re- Redes Pessoais (Personal Area Networks – PAN) – se
cebido. Há vários períodos de tempo para escolher (Hoje, comunicam a 1 metro de distância. Ex.: Redes Bluetooth;
Ontem, Mês Passado, etc.)

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Redes Locais (Local Area Networks – LAN) – redes em Cabos de Fibra Óptica – cabos complexos, caros e de
que a distância varia de 10m a 1km. Pode ser uma sala, difícil instalação. São velozes e imunes a interferências
um prédio ou um campus de universidade; eletromagnéticas.
Redes Metropolitanas (Metropolitan Area Network –
MAN) – quando a distância dos equipamentos conec-
tados à uma rede atinge áreas metropolitanas, cerca de #FicaDica
10km. Ex.: TV à cabo;
Redes a Longas Distâncias (Wide Area Network – Após montar o cabeamento de rede é ne-
WAN) – rede que faz a cobertura de uma grande área cessário realizar um teste através dos testa-
dores de cabos, adquirido em lojas especia-
geográfica, geralmente, um país, cerca de 100 km; lizadas. Apesar de testar o funcionamento,
Redes Interligadas (Interconexão de WANs) – são re- ele não detecta se existem ligações incorre-
des espalhadas pelo mundo podendo ser interconecta- tas. É preciso que um técnico veja se os fios
das a outras redes, capazes de atingirem distâncias bem dos cabos estão na posição certa.
maiores, como um continente ou o planeta. Ex.: Internet;
Rede sem Fio ou Internet sem Fio (Wireless Local Area
Network – WLAN) – rede capaz de conectar dispositivos 4. Sistema de Cabeamento Estruturado
eletrônicos próximos, sem a utilização de cabeamento.
Além dessa, existe também a WMAN, uma rede sem fio Para que essa conexão não prejudique o ambiente de
para área metropolitana e WWAN, rede sem fio para trabalho, em uma grande empresa, são necessárias várias
grandes distâncias. conexões e muitos cabos, sendo necessário o cabeamen-
to estruturado.
2. Topologia de Redes Por meio dele, um técnico irá poupar trabalho e tem-
po, tanto para fazer a instalação, quanto para a remoção
Astopologias das redes de computadores são as es- da rede. Ele é feito através das tomadas RJ-45 que pos-
truturas físicas dos cabos, computadores e componen- sibilitam que vários conectores possam ser inseridos em
tes. Existem as topologias físicas, que são mapas que um único local, sem a necessidade de serem conectados
mostram a localização de cada componente da rede que diretamente no hub.
serão tratadas a seguir. e as lógicas, representada pelo Além disso, o sistema de cabeamento estruturado
modo que os dados trafegam na rede: possui um painel de conexões, o Patch Panel, onde os
Topologia Ponto-a-ponto – quando as máquinas es- cabos das tomadas RJ-45 são conectados, sendo um
tão interconectadas por pares através de um roteamento concentrador de tomadas, favorecendo a manutenção
de dados; das redes. Eles são adaptados e construídos para serem
Topologia de Estrela – modelo em que existe um pon- inseridos em um rack.
to central (concentrador) para a conexão, geralmente um Todo esse planejamento deve fazer parte do projeto
hub ou switch; do cabeamento de rede, em que a conexão da rede é
Topologia de Anel – modelo atualmente utilizado em pensada de forma a realizar a sua expansão.
automação industrial e na década de 1980 pelas redes To- Repetidores: Dispositivo capaz de expandir o cabea-
ken Ring da IBM. Nesse caso, todos os computadores são mento de rede. Ele poderá transformar os sinais recebi-
entreligados formando um anel e os dados são propagados dos e enviá-los para outros pontos da rede. Apesar de
de computador a computador até a máquina de origem; serem transmissores de informações para outros pontos,
Topologia de Barramento – modelo utilizado nas pri- eles também diminuem o desempenho da rede, poden-
meiras conexões feitas pelas redes Ethernet. Refere- se do haver colisões entre os dados à medida que são ane-
a computadores conectados em formato linear, cujo ca- xas outras máquinas. Esse equipamento, normalmente,
beamento é feito sequencialmente; encontra-se dentro do hub.
Redes de Difusão (Broadcast) – quando as máquinas Hubs: Dispositivos capazes de receber e concentrar
estão interligadas por um mesmo canal através de paco- todos os dados da rede e compartilhá-los entre as outras
tes endereçados (unicast, broadcast e multicast). estações (máquinas). Nesse momento nenhuma outra
máquina consegue enviar um determinado sinal até que
3. Cabos os dados sejam distribuídos completamente. Eles são uti-
lizados em redes domésticas e podem ter 8, 16, 24 e 32
Os cabos ou cabeamentos fazem parte da estrutura portas, variando de acordo com o fabricante. Existem os
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

física utilizada para conectar computadores em rede, es- Hubs Passivos, Ativos, Inteligentes e Empilháveis.
tando relacionados a largura de banda, a taxa de trans- Bridges: É um repetidor inteligente que funciona
missão, padrões internacionais, etc. Há vantagens e des- como uma ponte. Ele lê e analisa os dados da rede, além
vantagens para a conexão feita por meio de cabeamento. de relacionar diferentes arquiteturas.
Os mais utilizados são: Switches: Tipo de aparelho semelhante a um hub,
Cabos de Par Trançado – cabos caracterizados por sua mas que funciona como uma ponte: ele envia os dados
velocidade, pode ser feito sob medida, comprados em apenas para a máquina que o solicitou. Ele possui muitas
lojas de informática ou produzidos pelo usuário; portas de entrada e melhor performance, podendo ser
Cabos Coaxiais – cabos que permitem uma distância utilizado para redes maiores.
maior na transmissão de dados, apesar de serem flexíveis, Roteadores: Dispositivo utilizado para conectar redes
são caros e frágeis. Eles necessitam de barramento ISA, e arquiteturas diferentes e de grande porte. Ele funciona
suporte não encontrado em computadores mais novos; como um tipo de ponte na camada de rede do modelo

42
OSI (Open Systens Interconnection - protocolo de inter- merciais. Essa tecnologia rapidamente foi tomando conta
conexão de sistemas abertos para conectar máquinas de de todos os setores sociais até atingir a amplitude de sua
diferentes fabricantes), identificando e determinando um difusão nos tempos atuais.
IP para cada computador que se conecta com a rede. Um marco que é importante frisar é o surgimento do
Sua principal atribuição é ordenar o tráfego de da- WWW que foi a possibilidade da criação da interface grá-
dos na rede e selecionar o melhor caminho. Existem os fica deixando a internet ainda mais interessante e vanta-
roteadores estáticos, capaz de encontrar o menor cami- josa, pois até então, só era possível a existência de textos.
nho para tráfego de dados, mesmo se a rede estiver con- Para garantir a comunicação entre o remetente e o
gestionada; e os roteadores dinâmicos que encontram destinatário o americano Vinton Gray Cerf, conhecido
caminhos mais rápidos e menos congestionados para o como o pai da internet criou os protocolos TCP/IP, que
tráfego. são protocolos de comunicação. O TCP – TRANSMIS-
Modem: Dispositivo responsável por transformar a SION CONTROL PROTOCOL (Protocolo de Controle de
onda analógica que será transmitida por meio da linha Transmissão) e o IP – INTERNET PROTOCOL (Protocolo
telefônica, transformando-a em sinal digital original. de Internet) são conjuntos de regras que tornam possível
Servidor: Sistema que oferece serviço para as redes tanto a conexão entre os computadores, quanto ao en-
de computadores, como por exemplo, envio de arquivos tendimento da informação trocada entre eles.
ou e-mail. Os computadores que acessam determinado A internet funciona o tempo todo enviando e rece-
servidor são conhecidos como clientes. bendo informações, por isso o periférico que permite a
Placa de Rede: Dispositivo que garante a comunica- conexão com a internet chama MODEM, porque que ele
ção entre os computadores da rede. Cada arquitetura de MOdula e DEModula sinais, e essas informações só po-
rede depende de um tipo de placa específica. As mais dem ser trocadas graças aos protocolos TCP/IP.
utilizadas são as do tipo Ethernet e Token Ring (rede em
anel). 1. Protocolos Web

Já que estamos falando em protocolos, citaremos ou-


CONCEITOS DE TECNOLOGIAS RELACIONADAS tros que são largamente usados na Internet:
À INTERNET E INTRANET, BUSCA E PESQUISA - HTTP (Hypertext Transfer Protocol): Protocolo de
NA WEB, MECANISMOS DE BUSCA NA WEB. transferência de Hipertexto, desde 1999 é utilizado para
trocar informações na Internet. Quando digitamos um
O objetivo inicial da Internet era atender necessida- site, automaticamente é colocado à frente dele o http://
des militares, facilitando a comunicação. A agência nor- Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br
te-americana ARPA – ADVANCED RESEARCH AND PRO- Onde:
JECTS AGENCY e o Departamento de Defesa americano, http:// → Faz a solicitação de um arquivo de hipermí-
na década de 60, criaram um projeto que pudesse conec- dia para a Internet, ou seja, um arquivo que pode conter
tar os computadores de departamentos de pesquisas e texto, som, imagem, filmes e links.
bases militares, para que, caso um desses pontos sofres- - URL (Uniform Resource Locator): Localizador Padrão
se algum tipo de ataque, as informações e comunicação de recursos, serve para endereçar um recurso na web,
não seriam totalmente perdidas, pois estariam salvas em é como se fosse um apelido, uma maneira mais fácil de
outros pontos estratégicos. acessar um determinado site.
O projeto inicial, chamado ARPANET, usava uma co- Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br, onde:
nexão a longa distância e possibilitava que as mensagens
fossem fragmentadas e endereçadas ao seu computador
Faz a solicitação de um arquivo de
de destino. O percurso entre o emissor e o receptor da http://
hiper mídia para a Internet.
informação poderia ser realizado por várias rotas, assim,
caso algum ponto no trajeto fosse destruído, os dados Estipula que esse recurso está na rede
poderiam seguir por outro caminho garantindo a entre- mundial de computadores (veremos
www
ga da informação, é importante mencionar que a maior mais sobre www em um próximo
distância entre um ponto e outro, era de 450 quilôme- tópico).
tros. No começo dos anos 80, essa tecnologia rompeu as É o endereço de domínio. Um
barreiras de distância, passando a interligar e favorecer endereço de domínio representará
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

a troca de informações de computadores de universi- novaconcursos


sua empresa ou seu espaço na
dades dos EUA e de outros países, criando assim uma Internet.
rede (NET) internacional (INTER), consequentemente seu
nome passa a ser, INTERNET. Indica que o servidor onde esse site
A evolução não parava, além de atingir fronteiras está
.com
continentais, os computadores pessoais evoluíam em hospedado é de finalidades
forte escala alcançando forte potencial comercial, a Inter- comerciais.
net deixou de conectar apenas computadores de univer- .br Indica queo servidor está no Brasil.
sidades, passou a conectar empresas e, enfim, usuários
domésticos. Na década de 90, o Ministério das Comu-
nicações e o Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil
trouxeram a Internet para os centros acadêmicos e co-

43
Encontramos, ainda, variações na URL de um site, - UDP (User Datagram Protocol): Protocolo que atua
que demonstram a finalidade e organização que o criou, na camada de transporte dos protocolos (TCP/IP).
como: Permite que a aplicação escreva um datagrama en-
.gov - Organização governamental capsulado num pacote IP e transportado ao des-
.edu - Organização educacional tino. É muito comum lermos que se trata de um
.org - Organização protocolo não confiável, isso porque ele não é im-
.ind - Organização Industrial plementado com regras que garantam tratamento
.net - Organização telecomunicações de erros ou entrega.
.mil - Organização militar
.pro - Organização de profissões 2. Provedor
.eng – Organização de engenheiros
E também, do país de origem: O provedor é uma empresa prestadora de serviços
.it – Itália que oferece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é
.pt – Portugal necessário conectar-se com um computador que já este-
.ar – Argentina ja na Internet (no caso, o provedor) e esse computador
.cl – Chile deve permitir que seus usuários também tenham acesso
.gr – Grécia a Internet.
No Brasil, a maioria dos provedores está conectada
Quando vemos apenas a terminação .com, sabemos à Embratel, que por sua vez, está conectada com outros
que se trata de um site hospedado em um servidor dos computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link,
Estados Unidos. que é a conexão física que interliga o provedor de aces-
so com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida
- HTTPS (Hypertext transfer protocol secure): Se- como backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet
melhante ao HTTP, porém permite que os dados no Brasil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse
sejam transmitidos através de uma conexão cripto- uma avenida de três pistas e os links como se fossem as
grafada e que se verifique a autenticidade do servi- ruas que estão interligadas nesta avenida. Tanto o link
dor e do cliente através de certificados digitais. como o backbone possui uma velocidade de transmis-
- FTP (File Transfer Protocol): Protocolo de transfe- são, ou seja, com qual velocidade ele transmite os dados.
rência de arquivo, é o protocolo utilizado para po- Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo).
der subir os arquivos para um servidor de internet, Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso,
seus programas mais conhecidos são, o Cute FTP, que fornecerá um nome de usuário, uma senha de aces-
FileZilla e LeechFTP, ao criar um site, o profissio- so e um endereço eletrônico na Internet.
nal utiliza um desses programas FTP ou similares
e executa a transferência dos arquivos criados, o 3. Home Page
manuseio é semelhante à utilização de gerencia-
dores de arquivo, como o Windows Explorer, por Pela definição técnica temos que uma Home Page é
exemplo. um arquivo ASCII (no formato HTML) acessado de com-
- POP (Post Office Protocol): Protocolo de Posto putadores rodando um Navegador (Browser), que per-
dos Correios permite, como o seu nome o indica, mite o acesso às informações em um ambiente gráfico
recuperar o seu correio num servidor distante (o e multimídia. Todo em hipertexto, facilitando a busca de
servidor POP). É necessário para as pessoas não informações dentro das Home Pages.
ligadas permanentemente à Internet, para pode-
rem consultar os mails recebidos offline. Existem
duas versões principais deste protocolo, o POP2 e #FicaDica
o POP3, aos quais são atribuídas respectivamente
as portas 109 e 110, funcionando com o auxílio de O endereço de Home Pages tem o seguinte
comandos textuais radicalmente diferentes, na tro- formato:
ca de e-mails ele é o protocolo de entrada. http://www.endereço.com/página.html
- IMAP (Internet Message Access Protocol): É um pro- Por exemplo, a página principal do meu pro-
tocolo alternativo ao protocolo POP3, que ofere- jeto de mestrado:
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

ce muitas mais possibilidades, como, gerir vários http://www.youtube.com/canaldoovidio


acessos simultâneos e várias caixas de correio,
além de poder criar mais critérios de triagem.
- SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): É o protoco- 4. Plug-ins
lo padrão para envio de e-mails através da Internet.
Faz a validação de destinatários de mensagens. Ele Os plug-ins são programas que expandem a capaci-
que verifica se o endereço de e-mail do destinatá- dade do Browser em recursos específicos - permitindo,
rio está corretamente digitado, se é um endereço por exemplo, que você toque arquivos de som ou veja
existente, se a caixa de mensagens do destinatário filmes em vídeo dentro de uma Home Page. As empresas
está cheia ou se recebeu sua mensagem, na troca de software vêm desenvolvendo plug-ins a uma veloci-
de e-mails ele é o protocolo de saída. dade impressionante. Maiores informações e endereços
sobre plug-ins são encontradas na página:

44
http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/ HTML, e-mail, FTP, etc.) que vêm, atualmente fazendo
Software/ Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/ muito sucesso. Entre as razões para este sucesso, estão
Indices/ o custo de implantação relativamente baixo e a facilida-
Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo de de uso propiciada pelos programas de navegação na
temos uma relação de alguns deles: Web, os browsers.
- 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime,
etc.). 2. Objetivo de construir uma Intranet
- Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.).
- Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, Organizações constroem uma intranet porque ela é
BMP, PCX, etc.). uma ferramenta ágil e competitiva. Poderosa o suficien-
- Negócios e Utilitários. te para economizar tempo, diminuir as desvantagens da
- Apresentações. distância e alavancar sobre o seu maior patrimônio de
capital com conhecimentos das operações e produtos da
INTRANET empresa.

A Intranet ou Internet Corporativa é a implantação de 3. Aplicações da Intranet


uma Internet restrita apenas a utilização interna de uma
empresa. As intranets ou Webs corporativas, são redes Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de co-
de comunicação internas baseadas na tecnologia usada municações corporativas em uma intranet dá para simpli-
na Internet. Como um jornal editado internamente, e que ficar o trabalho, pois estamos virtualmente todos na mes-
pode ser acessado apenas pelos funcionários da empre- ma sala. De qualquer modo, é cedo para se afirmar onde
sa. a intranet vai ser mais efetiva para unir (no sentido opera-
A intranet cumpre o papel de conectar entre si filiais cional) os diversos profissionais de uma empresa. Mas em
e departamentos, mesclando (com segurança) as suas algumas áreas já se vislumbram benefícios, por exemplo:
informações particulares dentro da estrutura de comuni- - Marketing e Vendas - Informações sobre produ-
cações da empresa. tos, listas de preços, promoções, planejamento de
O grande sucesso da Internet, é particularmente da
eventos;
World Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na
- Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação de
evolução da informática nos últimos anos.
Trabalho), planejamentos, listas de responsabilida-
Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos
des de membros das equipes, situações de proje-
interligados através de vínculos, ou links) e a enorme fa-
tos;
cilidade de se criar, interligar e disponibilizar documentos
- Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas, sis-
multimídia (texto, gráficos, animações, etc.), democrati-
temas de melhoria contínua (Sistema de Suges-
zaram o acesso à informação através de redes de com-
putadores. Em segundo lugar, criou-se uma gigantesca tões), manuais de qualidade;
base de usuários, já familiarizados com conhecimentos - Recursos Humanos - Treinamentos, cursos, apos-
básicos de informática e de navegação na Internet. Fi- tilas, políticas da companhia, organograma, opor-
nalmente, surgiram muitas ferramentas de software de tunidades de trabalho, programas de desenvolvi-
custo zero ou pequeno, que permitem a qualquer orga- mento pessoal, benefícios.
nização ou empresa, sem muito esforço, “entrar na rede”
e começar a acessar e colocar informação. O resultado Para acessar as informações disponíveis na Web cor-
inevitável foi a impressionante explosão na informação porativa, o funcionário praticamente não precisa ser trei-
disponível na Internet, que segundo consta, está dobran- nado. Afinal, o esforço de operação desses programas se
do de tamanho a cada mês. resume quase somente em clicar nos links que remetem
Assim, não demorou muito a surgir um novo concei- às novas páginas. No entanto, a simplicidade de uma in-
to, que tem interessado um número cada vez maior de tranet termina aí. Projetar e implantar uma rede desse
empresas, hospitais, faculdades e outras organizações tipo é uma tarefa complexa e exige a presença de pro-
interessadas em integrar informações e usuários: a intra- fissionais especializados. Essa dificuldade aumenta com
net. Seu advento e disseminação promete operar uma o tamanho da intranet, sua diversidade de funções e a
revolução tão profunda para a vida organizacional quan- quantidade de informações nela armazenadas.
to o aparecimento das primeiras redes locais de compu-
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

tadores, no final da década de 80. 4. A intranet é baseada em quatro conceitos:

1. O que é Intranet? - Conectividade - A base de conexão dos computa-


dores ligados por meio de uma rede, e que podem
O termo “intranet” começou a ser usado em meados transferir qualquer tipo de informação digital entre si;
de 1995 por fornecedores de produtos de rede para se - Heterogeneidade - Diferentes tipos de computa-
referirem ao uso dentro das empresas privadas de tecno- dores e sistemas operacionais podem ser conecta-
logias projetadas para a comunicação por computador dos de forma transparente;
entre empresas. Em outras palavras, uma intranet consis- - Navegação - É possível passar de um documento
te em uma rede privativa de computadores que se baseia a outro por meio de referências ou vínculos de
nos padrões de comunicação de dados da Internet pú- hipertexto, que facilitam o acesso não linear aos
blica, baseadas na tecnologia usada na Internet (páginas documentos;

45
- Execução Distribuída - Determinadas tarefas de 5.4. palavras_chave_01 OR palavra_chave_02
acesso ou manipulação na intranet só podem ocor-
rer graças à execução de programas aplicativos, Mostra resultado para pelo menos uma das palavras
que podem estar no servidor, ou nos microcompu- chave citadas. Faça uma busca por facebook OR msn, por
tadores que acessam a rede (também chamados exemplo, e terá como resultado de sua busca, páginas
de clientes, daí surgiu à expressão que caracteriza relevantes sobre pelo menos um dos dois temas - nes-
a arquitetura da intranet: cliente-servidor). se caso, como as duas palavras chaves são populares, os
- A vantagem da intranet é que esses programas dois resultados são apresentados em posição de desta-
são ativados através da WWW, permitindo grande que.
flexibilidade. Determinadas linguagens, como Java,
assumiram grande importância no desenvolvimen- 5.5. filetype:tipo
to de softwares aplicativos que obedeçam aos três
conceitos anteriores. Retorna as buscas em que o resultado tem o tipo de
extensão especificada. Por exemplo, em uma busca fi-
5. Mecanismos de Buscas letype:pdf jquery serão exibidos os conteúdos da palavra
chave jquery que tiverem como extensão .pdf. Os tipos
Pesquisar por algo no Google e não ter como retorno de extensão podem ser: PDF, HTML ou HTM, XLS, PPT,
exatamente o que você queria pode trazer algumas ho- DOC.
ras de trabalho a mais, não é mesmo? Por mais que os
algoritmos de busca sejam sempre revisados e busquem 5.6. palavra_chave_01 * palavra_chave_02
de certa forma “adivinhar” o que se passa em sua cabeça,
lançar mão de alguns artifícios para que sua busca seja Retorna uma “busca combinada”, ou seja, sendo o *
otimizada poupará seu tempo e fará com que você tenha um indicador de “qualquer conteúdo”, retorna resultados
acesso a resultados mais relevantes. em que os termos inicial e final aparecem, independente
Os mecanismos de buscas contam com operadores
do que “esteja entre eles”. Realize uma busca do tipo fa-
para filtro de conteúdo. A maior parte desse filtros, no
cebook * msn e veja o resultado na prática.
entanto, pode não interessar a você, caso não seja um
praticante de SEO. Contudo, alguns são realmente úteis
6. Áudio e Vídeo
e estão listados abaixo. Realize uma busca simples e de-
pois aplique os filtros para poder ver o quanto os resul-
A popularização da banda larga e dos serviços de
tados podem ser mais especializados em relação ao que
e-mail com grande capacidade de armazenamento está
você procura.
aumentando a circulação de vídeos na Internet. O pro-
5.1. -palavra_chave blema é que a profusão de formatos de arquivos pode
tornar a experiência decepcionante.
Retorna uma busca excluindo aquelas em que a pa- A maioria deles depende de um único programa para
lavra chave aparece. Por exemplo, se eu fizer uma busca rodar. Por exemplo, se a extensão é MOV, você vai neces-
por computação, provavelmente encontrarei na relação sitar do QuickTime, da Apple. Outros, além de um player
dos resultados informaçõe sobre “Ciência da computa- de vídeo, necessitam do “codec” apropriado. Acrônimo
ção“. Contudo, se eu fizer uma busca por computação de “COder/DECoder”, codec é uma espécie de comple-
-ciência, os resultados que tem a palavra chave ciência mento que descomprime - e comprime - o arquivo. É o
serão omitidos. caso do MPEG, que roda no Windows Media Player, des-
de que o codec esteja atualizado - em geral, a instalação
5.2. +palavra_chave é automática.
Com os três players de multimídia mais populares -
Retorna uma busca fazendo uma inclusão forçada de Windows Media Player, Real Player e Quicktime -, você
uma palavra chave nos resultados. De maneira análoga dificilmente encontrará problemas para rodar vídeos,
ao exemplo anterior, se eu fizer uma busca do tipo com- tanto offline como por streaming (neste caso, o down-
putação, terei como retorno uma gama mista de resul- load e a exibição do vídeo são simultâneos, como na TV
tados. Caso eu queira filtrar somente os casos em que Terra).
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

ciências aparece, e também no estado de SP, realizo uma Atualmente, devido à evolução da internet com os
busca do tipo computação + ciência SP. mais variados tipos de páginas pessoais e redes sociais,
há uma grande demanda por programas para trabalhar
com imagens. E, como sempre é esperado, em resposta a
5.3. “frase_chave” isso, também há no mercado uma ampla gama de ferra-
mentas existentes que fazem algum tipo de tratamento
Retorna uma busca em que existam as ocorrências ou conversão de imagens.
dos termos que estão entre aspas, na ordem e grafia Porém, muitos destes programas não são o que se
exatas ao que foi inserido. Assim, se você realizar uma pode chamar de simples e intuitivos, causando confusão
busca do tipo “como faser” – sim, com a escrita incorreta em seu uso ou na manipulação dos recursos existentes.
da palavra FAZER, verá resultados em que a frase idêntica Caso o que você precise seja apenas um programa para
foi empregada. visualizar imagens e aplicar tratamentos e efeitos simples

46
ou montar apresentações de slides, é sempre bom dar FTP anônimo versus FTP com autenticação existem dois
uma conferida em alguns aplicativos mais leves e com re- tipos de conexão FTP, a primeira, e mais utilizada, é a cone-
cursos mais enxutos como os visualizadores de imagens. xão anônima, na qual não é preciso possuir um username
Abaixo, segue uma seleção de visualizadores, muitos ou password (senha) no servidor de FTP, bastando apenas
deles trazendo os recursos mais simples, comuns e fáceis identificar-se como anonymous (anônimo). Neste caso, o
de se utilizar dos editores, para você que não precisa de que acontece é que, em geral, a árvore de diretório que
tantos recursos, mas ainda assim gosta de dar um trata- se enxerga é uma sub-árvore da árvore do sistema. Isto é
mento especial para as suas mais variadas imagens. muito importante, porque garante um nível de segurança
O Picasa está com uma versão cheia de inovações que adequado, evitando que estranhos tenham acesso a todas
faz dele um aplicativo completo para visualização de fo- as informações da empresa. Quando se estabelece uma co-
tos e imagens. Além disso, ele possui diversas ferramen- nexão de “FTP anônimo”, o que acontece em geral é que a
tas úteis para editar, organizar e gerenciar arquivos de conexão é posicionada no diretório raiz da árvore de diretó-
imagem do computador. rios. Dentre os mais comuns estão: pub, etc, outgoing e in-
As ferramentas de edição possuem os métodos mais coming. O segundo tipo de conexão envolve uma autenti-
avançados para automatizar o processo de correção de cação, e portanto, é indispensável que o usuário possua um
imagens. No caso de olhos vermelhos, por exemplo, o username e uma password que sejam reconhecidas pelo
programa consegue identificar e corrigir todos os olhos sistema, quer dizer, ter uma conta nesse servidor. Neste
caso, ao estabelecer uma conexão, o posicionamento é no
vermelhos da foto automaticamente sem precisar sele-
diretório criado para a conta do usuário – diretório home, e
cionar um por um. Além disso, é possível cortar, endirei-
dali ele poderá percorrer toda a árvore do sistema, mas só
tar, adicionar textos, inserir efeitos, e muito mais.
escrever e ler arquivos nos quais ele possua.
Um dos grandes destaques do Picasa é sua poderosa Assim como muitas aplicações largamente utilizadas
biblioteca de imagens. Ele possui um sistema inteligen- hoje em dia, o FTP também teve a sua origem no sistema
te de armazenamento capaz de filtrar imagens que con- operacional UNIX, que foi o grande percursor e respon-
tenham apenas rostos. Assim você consegue visualizar sável pelo sucesso e desenvolvimento da Internet.
apenas as fotos que contém pessoas.
Depois de tudo organizado em seu computador, você 8. Algumas dicas
pode escolher diversas opções para salvar e/ou compartilhar
suas fotos e imagens com amigos e parentes. Isso pode ser 1. Muitos sites que aceitam FTP anônimo limitam o
feito gravando um CD/DVD ou enviando via Web. O progra- número de conexões simultâneas para evitar uma
ma possui integração com o PicasaWeb, o qual possibilita sobrecarga na máquina. Uma outra limitação pos-
enviar um álbum inteiro pela internet em poucos segundos. sível é a faixa de horário de acesso, que muitas
vezes é considerada nobre em horário comercial,
O IrfanView é um visualizador de imagem muito leve e portanto, o FTP anônimo é temporariamente de-
e com uma interface gráfica simples porém otimizada e sativado.
fácil de utilizar, mesmo para quem não tem familiaridade 2. Uma saída para a situação acima é procurar “sites
com este tipo de programa. Ele também dispõe de alguns espelhos” que tenham o mesmo conteúdo do site
recursos simples de editor. Com ele é possível fazer ope- sendo acessado.
rações como copiar e deletar imagens até o efeito de re- 3. Antes de realizar a transferência de qualquer arqui-
moção de olhos vermelhos em fotos. O programa oferece vo verifique se você está usando o modo correto,
alternativas para aplicar efeitos como texturas e alteração isto é, no caso de arquivos-texto, o modo é ASCII, e
de cores em sua imagem por meio de apenas um clique. no caso de arquivos binários (.exe, .com, .zip, .wav,
Além disso sempre é possível a visualização de ima- etc.), o modo é binário. Esta prevenção pode evitar
gens pelo próprio gerenciador do Windows. perda de tempo.
4. Uma coisa interessante pode ser o uso de um servi-
dor de FTP em seu computador. Isto pode permitir
7. Transferência de arquivos pela internet
que um amigo seu consiga acessar o seu compu-
tador como um servidor remoto de FTP, bastando
FTP (File Transfer Protocol – Protocolo de Transferên-
que ele tenha acesso ao número IP, que lhe é atri-
cia de Arquivos) é uma das mais antigas formas de inte-
buído dinamicamente.
ração na Internet. Com ele, você pode enviar e receber
arquivos para, ou de computadores que se caracterizam
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

9. Grupos de Discussão e Redes Sociais


como servidores remotos. Voltaremos aqui ao conceito
de arquivo texto (ASCII – código 7 bits) e arquivos não São espaços de convivências virtuais em que grupos
texto (Binários – código 8 bits). Há uma diferença interes- de pessoas ou empresas se relacionam por meio do en-
sante entre enviar uma mensagem de correio eletrônico vio de mensagens, do compartilhamento de conteúdo,
e realizar transferência de um arquivo. A mensagem é entre outras ações.
sempre transferida como uma informação textual, en- As redes sociais tiveram grande avanço devido a evo-
quanto a transferência de um arquivo pode ser caracteri- lução da internet, cujo boom aconteceu no início do mi-
zada como textual (ASCII) ou não-textual (binário). lênio. Vejamos como esse percurso aconteceu:
Um servidor FTP é um computador que roda um pro- Em 1994 foi lançado o GeoCities, a primeira comuni-
grama que chamamos de servidor de FTP e, portanto, é dade que se assemelha a uma rede social. O GeoCities
capaz de se comunicar com outro computador na Rede que, no entanto, não existe mais, orientava as pessoas
que o esteja acessando através de um cliente FTP. para que elas próprias criassem suas páginas na internet.

47
Em 1995 surge o The Globe, que dava aos internautas Além disso, as redes sociais oferecem uma forma rá-
a oportunidade de interagir com um grupo de pessoas. pida e eficaz de comunicar algo para um grande número
No mesmo ano, também surge uma plataforma que de pessoas ao mesmo tempo.
permite a interação com antigos colegas da escola, o Podemos citar como exemplo o fato de poder avisar
Classmates. um acontecimento, a preparação de uma manifestação
Já nos anos 2000, surge o Fotolog, uma plataforma que, ou a mobilização de um grupo para um protesto.
desta vez, tinha como foco a publicação de fotografias. No entanto, em decorrência de alguns perigos, as re-
des sociais apresentam as suas desvantagens. Uma delas
Em 2002 surge o que é considerada a primeira verda- é a falta de privacidade.
deira rede social, o Friendster. Por esse motivo, o uso das redes sociais tem sido
No ano seguinte, é lançado o LinkedIn, a maior rede cada vez mais discutido, inclusive pela polícia, que alerta
social de caráter profissional do mundo. para algumas precauções.
E em 2004, junto com a maior de todas as redes, o
Facebook, surgem o Orkut e o Flickr.
Há vários tipos de redes sociais. A grande diferença #FicaDica
entre elas é o seu objetivo, os quais podem ser:
• Estabelecimento de contatos pessoais (relações de Por ser algo muito atual, tem caído mui-
amizade ou namoro). tas questões de redes sociais nos concursos
• Networking: partilha e busca de conhecimentos atualmente.
profissionais e procura emprego ou preenchimen-
to de vagas.
• Partilha e busca de imagens e vídeos.
• Partilha e busca de informações sobre temas varia-
dos. EXERCÍCIOS COMENTADOS
• Divulgação para compra e venda de produtos e
serviços. 1. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se uma
• Jogos, entre outros. impressora estiver compartilhada em uma intranet por
meio de um endereço IP, então, para se imprimir um ar-
Há dezenas de redes sociais. Dentre as mais conheci- quivo nessa impressora, é necessário, por uma questão
das, destacamos: de padronização dessa tecnologia de impressão, indicar
• Facebook: interação e expansão de contatos. no navegador web a seguinte url:
• Youtube: partilha de vídeos. , em
• Whatsapp: envio de mensagens instantâneas e que deve estar acessível via rede e
chamadas de voz.
• Instagram: partilha de fotos e vídeos. deve ser do tipo PDF.
• Twitter: partilha de pequenas publicações, as quais
são conhecidas como “tweets”.
• Pinterest: partilha de ideias de temas variados. ( ) CERTO ( ) ERRADO
• Skype: telechamada.
• LinkedIn: interação e expansão de contatos profis- Resposta: Errado. Pelo comando da questão, esta afir-
sionais. ma que somente arquivos no formato PDF, poderiam
• Badoo: relacionamentos amorosos. ser impressos, o que torna o item errado, o comando
• Snapchat: envio de mensagens instantâneas. para impressão não verifica o formato do arquivo, tão
• Messenger: envio de mensagens instantâneas. somente o local onde está o arquivo a ser impresso.
• Flickr: partilha de imagens.
• Google+: partilha de conteúdos.
• Tumblr: partilha de pequenas publicações, seme-
lhante ao Twitter.

10. Vantagens e Desvantagens


NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Existem várias vantagens em fazer parte de redes


sociais e é principalmente por isso que elas tiveram um
crescimento tão significativo ao longo dos anos.
Isso porque as redes sociais podem aproximar as pes-
soas. Afinal, elas são uma maneira fácil de manter as re-
lações e o contato com quem está distante, propiciando,
assim, a possibilidade de interagir em tempo real.
As redes também facilitam a relação com quem está
mais perto. Em decorrência da rotina corrida do dia a dia,
nem sempre há tempo para que as pessoas se encon-
trem fisicamente.

48
2. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se, em 3. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se o
uma intranet, for disponibilizado um portal de informa- servidor proxy responder na porta 80 e a conexão passar
ções acessível por meio de um navegador, será possível por um firewall de rede, então o firewall deverá permitir
acessar esse portal fazendo-se uso dos protocolos HTTP conexões de saída da estação do usuário com a porta 80
ou HTTPS, ou de ambos, dependendo de como esteja de destino no endereço do proxy.
configurado o servidor do portal.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. E muitas redes LAN o servidor pro-


xy e o firewall estão no mesmo servidor físico/virtual,
porém isso não é uma regra, ou seja, os dois serviços
podem aparecer eventualmente em servidores físicos/
virtuais separados. Para que uma estação de usuário
(que utiliza proxy na porta 80) possa “sair” da rede
LAN para o mundo exterior “WAN” é necessário que
o firewall permita conexões de saída na mesma porta
em que o proxy está respondendo, ou seja, a porta 80.

4. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) A opção


de usar um servidor proxy para a rede local faz que o IE
solicite autenticação em toda conexão de Internet que
for realizada.

( ) CERTO ( ) ERRADO
Com base na figura acima, que ilustra as configurações
da rede local do navegador Internet Explorer (IE), versão Resposta: Errado. Somente é solicitado a autentica-
9, julgue os próximos itens. ção se o servidor assim estiver configurado, do con-
trário nenhuma senha é solicitada, além de que foi de-
( ) CERTO ( ) ERRADO finido para a rede Interna e não para acesso à Internet.

Resposta: Certo. HTTP (Hyper Text Transfer Protocol) 5. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Considere
é um protocolo, ou seja, uma determinada regra que que um usuário necessite utilizar diferentes dispositivos
permite ao seu computador trocar informações com computacionais, permanentemente conectados à Inter-
um servidor que abriga um site. Isso significa que, uma net, que utilizem diferentes clientes de e-mail, como o
vez conectados sob esse protocolo, as máquinas po- Outlook Express e Mozilla Thunderbird. Nessa situação, o
dem receber e enviar qualquer conteúdo textual – os usuário deverá optar pelo uso do protocolo IMAP (Inter-
códigos que resultam na página acessada pelo nave- net message access protocol), em detrimento do POP3
gador. (post office protocol), pois isso permitirá a ele manter o
O problema com o HTTP é que, em redes Wi-Fi ou conjunto de e-mails no servidor remoto ou, alternativa-
outras conexões propícias a phishing (fraude eletrô- mente, fazer o download das mensagens para o compu-
nica) e hackers, pessoas mal-intencionadas podem tador em uso.
atravessar o caminho e interceptar os dados transmiti-
dos com relativa facilidade. Portanto, uma conexão em ( ) CERTO ( ) ERRADO
HTTP é insegura.
Nesse ponto entra o HTTPS (Hyper Text Transfer Pro- Resposta: Certo. Em clientes de correios eletrônicos o
tocol Secure), que insere uma camada de proteção na padrão é utilizar o Protocolo POP ou POP3 que tem a
transmissão de dados entre seu computador e o ser- função de baixar as mensagens do servidor de e-mail
vidor. Em sites com endereço HTTPS, a comunicação para o computador que o programa foi configurado.
é criptografada, aumentando significativamente a se- Quando o POP é substituído pelo IMAP, essas men-
gurança dos dados. É como se cliente e servidor con- sagens são baixadas para o computador do usuário
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

versassem uma língua que só as duas entendessem, só que apenas uma cópia delas, deixando no servidor
dificultando a interceptação das informações. as mensagens originais; quando o acesso é feito por
Para saber se está navegando em um site com crip- outro computador essas mensagens que estão no ser-
tografia, basta verificar a barra de endereços, na qual vidor são baixadas para este outro computador, dei-
será possível identificar as letras HTTPS e, geralmente, xando sempre a original no servidor.
um símbolo de cadeado que denota segurança. Além
disso, o usuário deverá ver uma bandeira com o nome 6. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) Twitter, Orkut,
do site, já que a conexão segura também identifica pá- Google+ e Facebook são exemplos de redes sociais que
ginas na Internet por meio de seu certificado. utilizam o recurso scraps para propiciar o compartilha-
mento de arquivos entre seus usuários

( ) CERTO ( ) ERRADO

49
Resposta: Errado. Scrap é um recado e sua função 10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) O ar-
principal é enviar mensagens e não o compartilha- mazenamento de informações em arquivos denomina-
mento de arquivos. Ainda que algumas redes permi- dos cookies pode constituir uma vulnerabilidade de um
tam o compartilhamento de fotos e gifs animados, o sistema de segurança instalado em um computador. Para
objetivo não é o compartilhamento de arquivos e nem reduzir essa vulnerabilidade, o IE6 disponibiliza recursos
todas as redes citadas na questão permitem. para impedir que cookies sejam armazenados no com-
putador. Caso o delegado deseje configurar tratamentos
7. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) Nas referentes a cookies, ele encontrará recursos a partir do
versões recentes do Mozilla Firefox, há um recurso que uso do menu .
mantém o histórico de atualizações instaladas, no qual
são mostrados detalhes como a data da instalação e o ( ) CERTO ( ) ERRADO
usuário que executou a operação.
Resposta: Certo. No navegador Internet Explorer 11, a
( ) CERTO ( ) ERRADO seguinte sequência de ação pode ser usada para fazer
o bloqueio de cookies: Clicar no botão Ferramentas,
Reposta: Errado. Esse recurso existe nas últimas ver- depois em Opções da Internet, ativar guia Privacidade
sões do Firefox, contudo o histórico não contém o e, em Configurações, mover o controle deslizante até
usuário que executou a operação. Este recurso está em cima para bloquear todos os cookies e, em segui-
disponível no menu Firefox – Opções – Avançado – da, clicar em OK.
Atualizações – Histórico de atualizações.
11. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Caso o
8. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No acesso à Internet descrito tenha sido realizado mediante
Internet Explorer 10, por meio da opção Sites Sugeridos, um provedor de Internet acessível por meio de uma co-
o usuário pode registrar os sítios que considera mais im- nexão a uma rede LAN, à qual estava conectado o com-
portantes e recomendá-los aos seus amigos. putador do delegado, é correto concluir que as informa-
ções obtidas pelo delegado transitaram na LAN de modo
( ) CERTO ( ) ERRADO criptografado.

Resposta: Errado. O recurso Sites Sugeridos é um ser- ( ) CERTO ( ) ERRADO


viço online que o Internet Explorer usa para recomen-
dar sítios de que o usuário possa gostar, com base nos Resposta: Errado. Pela barra de endereço se verifica
sítios visitados com frequência. Para acessá-lo, basta que o protocolo utilizado é o HTTP; dessa forma se
clicar o menu Ferramentas-Arquivo- Sites Sugeridos. conclui que não há uma criptografia, se fosse o proto-
Considere que um delegado de polícia federal, em colo HTTPS, poderia se aferir que haveria algum tipo
uma sessão de uso do Internet Explorer 6 (IE6), obteve de criptografia do tipo SSL.
a janela ilustrada acima, que mostra uma página web
do sítio do DPF, cujo endereço eletrônico está indica- 12. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Por
do no campo . A partir dessas informações, meio do botão , o delegado poderá obter, desde que
julgue os itens de 09 a 12. disponíveis, informações a respeito das páginas previa-
mente acessadas na sessão de uso do IE6 descrita e de
9. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) O con- outras sessões de uso desse aplicativo, em seu computa-
teúdo da página acessada pelo delegado, por conter da- dor. Outro recurso disponibilizado ao se clicar nesse bo-
dos importantes à ação do DPF, é constantemente atua- tão permite ao delegado realizar pesquisa de conteúdo
lizado por seu webmaster. Após o acesso mencionado nas páginas contidas no diretório histórico do IE6.
acima, o delegado desejou verificar se houve alteração
desse conteúdo. ( ) CERTO ( ) ERRADO
Nessa situação, ao clicar no botão , o delegado terá
condições de verificar se houve ou não a alteração men- Resposta: Certo. É possível através do botão descrito,
cionada, independentemente da configuração do IE6, o botão de histórico, que se encontre informações das
mas desde que haja recursos técnicos e que o IE6 esteja páginas acessadas anteriormente, e também permite
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

em modo online. que se pesquise a respeito de conteúdos nas páginas


contidas no diretório do IE6.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. O botão atualizar (F5) efetua uma NOÇÕES BÁSICAS DE FERRAMENTAS E APLICA-
nova consulta ao servidor WEB, recarregando deste TIVOS DE NAVEGAÇÃO E CORREIO ELETRÔNICO
modo o arquivo novamente, se houver alterações, es-
tas serão exibidas, caso contrário o arquivo será reexi- Um browser ou navegador é um aplicativo que opera
bido sem alterações. através da internet, interpretando arquivos e sites web
desenvolvidos com frequência em código HTML que
contém informação e conteúdo em hipertexto de todas
as partes do mundo.

50
Navegadores: Navegadores de internet ou browsers
são programas de computador especializados em vi-
sualizar e dar acesso às informações disponibilizadas na
web, até pouco tempo atrás tínhamos apenas o Internet
Explorer e o Netscape, hoje temos uma série de navega-
dores no mercado, iremos fazer uma breve descrição de
cada um deles, e depois faremos toda a exemplificação Figura 4: Símbolo do Safari
utilizando o Internet Explorer por ser o mais utilizado em
todo o mundo, porém o conceito e usabilidade dos ou- Internet Explorer: O Internet Explorer ou IE é o nave-
tros navegadores seguem os mesmos princípios lógicos. gador padrão do Windows. Como o próprio nome diz, é
Chrome: O Chrome é o navegador do Google e con- um programa preparado para explorar a Internet dando
sequentemente um dos melhores navegadores existen- acesso a suas informações. Representado pelo símbolo
tes. Outra vantagem devido ser o navegador da Google do “e” azul, é possível acessá-lo apenas com um duplo
é o mais utilizado no meio, tem uma interface simples clique em seu símbolo.
muito fácil de utilizar.

Figura 5: Símbolo do Internet Explorer


Figura 1: Símbolo do Google Chrome

#FicaDica
#FicaDica Glossário interessante que abordam inter-
Ultimamente tem caído perguntas relacio- net e correio eletrônico
nadas a guia anônima que não deixa rastro Anti-spam: Ferramenta utilizada para filtro
(senhas, auto completar, entre outros), e é de mensagens indesejadas.
acessado com o atalho CTRL+SHIFT+N Browser: Programa utilizado para navegar
na Web, também chamado de navegador.
Exemplo: Mozilla Firefox.
Cliente de e-mail: Software destinado a ge-
Mozila Firefox: O Mozila Firefox é outro excelente renciar contas de correio eletrônico, possi-
navegador ele é gratuito e fácil de utilizar apesar de não bilitando a composição, envio, recebimen-
ter uma interface tão amigável, porém é um dos navega- to, leitura e arquivamento de mensagens.
dores mais rápidas e com maior segurança contra hac- A seguir, uma lista de gerenciadores de
kers. e-mail (em negrito os mais conhecidos e
utilizados atualmente):
Microsoft Office Outlook, Microsoft
Outlook Express, Mozilla Thunderbird, Eu-
dora,
Pegasus Mail, Apple Mail (Apple), Kmail
(Linux) e Windows Mail.
Figura 2: Símbolo do Mozilla Firefox

Opera: Usabilidade muito agradável, possui grande Outros pontos importantes de conceitos que podem
desempenho, porém especialistas em segurança o consi- ser abordado no seu concurso são:
dera o navegador com menos segurança. MIME (Multipurpose Internet Mail Extensions – Exten-
sões multiuso do correio da Internet): Provê mecanismos
para o envio de outros tipo sde informações por e-mail,
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

como imagens, sons, filmes, entre outros.


MTA (Mail Transfer Agent – Agente de Transferência
de Correio): Termo utilizado para designar os servidores
de Correio Eletrônico.
Figura 3: Símbolo do Opera MUA (Mail User Agent – Agente Usuário de Correio):
Programas clientes de e-mail, como o Mozilla Thunder-
Safari: O Safari é o navegador da Apple, é um ótimo bird, Microsoft Outlook Express etc.
navegador considerado pelos especialistas e possui uma POP3 (Post Office Protocol Version 3 - Protocolo de
interface bem bonita, apesar de ser um navegador da Agência de Correio “Versão 3”): Protocolo padrão para
Apple existem versões para Windows. receber e-mails. Através do POP, um usuário transfere
para o computador as mensagens armazenada sem sua
caixa postal no servidor.

51
SMTP (Simple Mail Transfer Protocol - Protocolo de Os agentes de transferência usam três protoco-
Transferência Simples de Correio): É um protocolo de en- los: SMTP (Simple Transfer Protocol), POP (Post Office
vio de e-mail apenas. Com ele, não é possível que um Protocol) e IMAP (Internet Message Protocol). O SMTP
usuário descarregue suas mensagens de umservidor. é usado para transferir mensagens eletrônicas entre os
Esse protocolo utiliza a porta 25 do protocolo TCP. computadores. O POP é muito usado para verificar men-
Spam: Mensagens de correio eletrônico não autori- sagens de servidores de e-mail quando ele se conecta ao
zadas ou não solicitadas pelo destinatário, geralmente servidor suas mensagens são levadas do servidor para o
de conotação publicitária ou obscena, enviadas em larga computador local. Pode ser usado por quem usa conexão
escala para uma lista de e-mails, fóruns ou grupos de discada.
discussão. Já o IMAP também é um protocolo padrão que per-
mite acesso a mensagens nos servidores de e-mail. Ele
1. Um pouco de história possibilita a leitura de arquivos dos e-mails, mas não per-
mite que eles sejam baixados. O IMAP é ideal para quem
A internet é uma rede de computadores que liga os acessa o e-mail de vários locais diferentes.
computadores a redor de todo o mundo, mas quando ela
começou não era assim, tinham apenas 4 computadores
e a maior distância entre um e outro era de 450 KM. No #FicaDica
fim da década de 60, o Departamento de Defesa norte- Um e-mail hoje é um dos principais meios
-americano resolveu criar um sistema interligado para tro- de comunicação, por exemplo:
car informações sobre pesquisas e armamentos que não canaldoovidio@gmail.com
pudesse chegar nas mãos dos soviéticos. Sendo assim, Onde, canaldoovidio é o usuário o arro-
foi criado o projeto Arpanet pela Agência para Projeto de ba quer dizer na, o gmail é o servidor e o
Pesquisa Avançados do Departamento de Defesa dos EUA. .com é a tipagem.
Ao ganhar proporções mundiais, esse tipo de cone-
xão recebeu o nome de internet e até a década de 80
ficou apenas entre os meios acadêmicos. No Brasil ela
Para editarmos e lermos nossas mensagens eletrô-
chegou apenas na década de 90. É na internet que é exe-
nicas em um único computador, sem necessariamente
cutada a World Wide Web (www), sistema que contém
estarmos conectados à Internet no momento da criação
milhares de informações (gráficos, vídeos, textos, sons,
ou leitura do e-mail, podemos usar um programa de cor-
etc) que também ficou conhecido como rede mundial.
reio eletrônico. Existem vários deles. Alguns gratuitos,
Tim Berners-Lee na década de 80 começou a criar um
como o Mozilla Thunderbird, outros proprietários como
projeto que pode ser considerado o princípio da World
Wide Web. No início da década de 90 ele já havia elabo- o Outlook Express. Os dois programas, assim como vá-
rado uma nova proposta para o que ficaria conhecido rios outros que servem à mesma finalidade, têm recursos
como WWW. Tim falava sobre o uso de hipertexto e a similares. Apresentaremos os recursos dos programas de
partir disso surgiu o “http” (em português significa pro- correio eletrônico através do Outlook Express que tam-
tocolo de transferência de hipertexto). Vinton Cerf tam- bém estão presentes no Mozilla Thunderbird.
bém é um personagem importante e inclusive é conheci- Um conhecimento básico que pode tornar o dia a dia
do por muitos como o pai da internet. com o Outlook muito mais simples é sobre os atalhos
de teclado para a realização de diversas funções dentro
do Outlook. Para você começar os seus estudos, anote
#FicaDica alguns atalhos simples. Para criar um novo e-mail, basta
URL: Tudo que é disponível na Web tem apertar Ctrl + Shift + M e para excluir uma determinada
seu próprio endereço, chamado URL, ele mensagem aposte no atalho Ctrl + D. Levando tudo isso
facilita a navegação e possui característi- em consideração inclua os atalhos de teclado na sua ro-
cas específicas como a falta de acentuação tina de estudos e vá preparado para o concurso com os
gráfica e palavras maiúsculas. Uma url pos- principais na cabeça.
sui o http (protocolo), www (World Wide Uma das funcionalidades mais úteis do Outlook para
Web), o nome da empresa que representa profissionais que compartilham uma mesma área é o
o site, .com (ex: se for um site governa- compartilhamento de calendário entre membros de uma
mental o final será .gov) e a sigla do país mesma equipe.
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

de origem daquele site (no Brasil é usado Por isso mesmo é importante que você tenha o co-
o BR). nhecimento da técnica na hora de fazer uma prova de
concurso que exige os conhecimentos básicos de infor-
mática, pois por ser uma função bastante utilizada tem
CORREIOS ELETRÔNICOS maiores chances de aparecer em uma ou mais questões.
O calendário é uma ferramenta bastante interessante
Os correios eletrônicos se dividem em duas formas: do Outlook que permite que o usuário organize de for-
os agentes de usuários e os agentes de transferência de ma completa a sua rotina, conseguindo encaixar tarefas,
mensagens. Os agentes usuários são exemplificados pelo compromissos e reuniões de maneira organizada por dia,
Mozilla Thunderbird e pelo Outlook. Já os agentes de de forma a ter um maior controle das atividades que de-
transferência realizam um processo de envio dos agentes vem ser realizadas durante o seu dia a dia.
usuários e servidores de e-mail.

52
Dessa forma, uma funcionalidade do Outlook permite
que você compartilhe em detalhes o seu calendário ou #FicaDica
parte dele com quem você desejar, de forma a permitir Para: deve ser digitado o endereço
que outra pessoa também tenha acesso a sua rotina, o eletrônico ou o contato registrado no
que pode ser uma ótima pedida para profissionais den- Outlook do destinatário da mensagem.
tro de uma mesma equipe, principalmente quando um Campo obrigatório.
determinado membro entra de férias. Cc: deve ser digitado o endereço eletrônico
Para conseguir utilizar essa função basta que você en- ou o contato registrado no Outlook do
tre em Calendário na aba indicada como Página Inicial. destinatário que servirá para ter ciência
Feito isso, basta que você clique em Enviar Calendário desse e-mail.
por E-mail, que vai fazer com que uma janela seja aberta Cco: Igual ao Cc, porém os destinatários
no seu Outlook. ficam ocultos.
Nessa janela é que você vai poder escolher todas as
informações que vão ser compartilhadas com quem você
deseja, de forma que o Outlook vai formular um calen- Assunto: campo onde será inserida uma breve des-
dário de forma simples e detalhada de fácil visualização crição, podendo reservar-se a uma palavra ou uma frase
para quem você deseja enviar uma mensagem. sobre o conteúdo da mensagem. É um campo opcional,
Nos dias de hoje, praticamente todo mundo que tra- mas aconselhável, visto que a falta de seu preenchimento
balha dentro de uma empresa tem uma assinatura pró- pode levar o destinatário a não dar a devida importância
pria para deixar os comunicados enviados por e-mail à mensagem ou até mesmo desconsiderá-la.
com uma aparência mais profissional. Corpo da mensagem: logo abaixo da linha assunto, é
Dessa forma, é considerado um conhecimento básico equivalente à folha onde será digitada a mensagem.
saber como criar assinaturas no Outlook, de forma que A mensagem, após digitada, pode passar pelas for-
este conteúdo pode ser cobrado em alguma questão matações existentes na barra de formatação do Outlook:
dentro de um concurso público. Mozilla Thunderbird é um cliente de email e notícias
Por isso mesmo vale a pena inserir o tema dentro de open-source e gratuito criado pela Mozilla Foundation
seus estudos do conteúdo básico de informática para a (mesma criadora do Mozilla Firefox).
sua preparação para concurso. Ao contrário do que mui- Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que
ta gente pensa, a verdade é que todo o processo de criar não necessita de instalação no computador do usuário, já
uma assinatura é bastante simples, de forma que perder que funciona como uma página de internet, bastando o
pontos por conta dessa questão em específico é perder usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com
pontos à toa. seu login e senha. Desta forma, o usuário ganha mobili-
Para conseguir criar uma assinatura no Outlook basta dade já que não necessita estar na máquina em que um
que você entre no menu Arquivo e busque pelo botão cliente de e-mail está instalado para acessar seu e-mail.
de Opções. Lá você vai encontrar o botão para E-mail
e logo em seguida o botão de Assinaturas, que é onde
você deve clicar. Feito isso, você vai conseguir adicio- #FicaDica
nar as suas assinaturas de maneira rápida e prática sem Segmentos do Outlook Express
maiores problemas. Painel de Pastas: permite que o usuário
No Outlook Express podemos preparar uma mensa- salve seus e-mails em pastas específicas e
gem através do ícone Criar e-mail, demonstrado na fi- dá a possibilidade de criar novas pastas;
gura acima, ao clicar nessa imagem aparecerá a tela a Painel das Mensagens: onde se concentra
seguir: a lista de mensagens de determinada
pasta e quando se clica em um dos e-mails
o conteúdo é disponibilizado no painel de
conteúdo.
Painel de Conteúdo: esse painel é onde
irá aparecer o conteúdo das mensagens
enviadas.
Painel de Contatos: nesse local se
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

concentram as pessoas que foram


cadastradas em sua lista de endereço.

Figura 6: Tela de Envio de E-mail

53
b) Como as duas mensagens têm o mesmo assunto, a
EXERCÍCIOS COMENTADOS segunda mensagem não foi transmitida, permanecen-
do no computador do destinatário apenas a primeira
mensagem.
1. (TJ-ES – CBNM1-01 – NÍVEL MÉDIO – CESPE – 2011) c) A segunda mensagem não pode ser transmitida e fica
UM PROGRAMA DE CORREIO ELETRÔNICO VIA WEB bloqueada na caixa de saída do remetente, até que a
(WEBMAIL) é uma opção viável para usuários que es- primeira mensagem tenha sido lido pelo destinatário.
tejam longe de seu computador pessoal. A partir de d) O destinatário recebeu 2 mensagens, sendo, a primei-
qualquer outro computador no mundo, o usuário pode, ra, sem anexo, e a segunda, com o anexo.
via Internet, acessar a caixa de correio armazenada no e) O remetente não recebeu nenhuma das mensagens,
próprio computador cliente remoto e visualizar eventuais pois não é possível transmitir mais de uma mensagem
novas mensagens. com o mesmo assunto e mesmo remetente.
( ) CERTO ( ) ERRADO Resposta: Letra D. Alternativa “A” está incorreta, pois
todas mensagens enviadas são armazenadas de forma
Resposta: Errado. O programa WebMail irá acessar o independente, novas mensagens com mesmo assun-
servidor de e-mail, e não a máquina dousuário (com- to ou ainda idênticas a anteriores não influenciam em
putador cliente remoto). mensagens já enviadas.
Alternativa “B” está incorreta, pois é perfeitamente
2. (ENGENHEIRO CIVIL – VUNESP – 2018) No MS- possível enviar mensagens com mesmo assunto ou
-Outlook 2010, em sua configuração padrão, quando ainda idênticas, sem prejuízo algum de mensagens
uma mensagem está sendo preparada, o usuário pode anteriores.
indicar aos destinatários que a mensagem precisa de Alternativa “C” está incorreta, pois Todas as mensa-
atenção utilizando a marca de _________________. Esse re- gens serão enviadas, independentemente do destina-
curso pode ser encontrado no grupo Marcas, da guia tário ler as anteriores.
Mensagem. Alternativa “D” está correta, pois o destinatário rece-
Assinale a alternativa que apresenta a opção que preen- beu 2 mensagens, sendo, a primeira, sem anexo, e a
che corretamente a lacuna do enunciado. segunda, com o anexo.
Alternativa “E” está incorreta, pois é possível enviar
a) SPAM. mais de uma mensagem, com mesmo assunto e mes-
b) Alta Prioridade. mo destinatário.
c) Baixa Prioridade.
d) Assinatura Personalizada. 4. (SOLDADO – PM DE 2ª CLASSE – VUNESP – 2017)
e) Arquivo Anexado. João recebeu uma mensagem de correio eletrônico com
as seguintes características:
Resposta: Letra B. É possível sinalizar a mensagem De: Pedro
como sendo de alta prioridade quando se deseja que Para: João; Marta
as pessoas saibam que a mensagem precisa de aten- Cc: Ricardo; Ana
ção urgente. Se a mensagem é apenas um informativo Usando o Microsoft Outlook 2010, em sua configuração
ou se está enviando um e-mail sobre um tema que padrão, ele usou um recurso para responder a mensa-
não precisa ser priorizado, defina o indicador de baixa gem que manteve apenas Pedro na lista de destinatários.
prioridade. Isso significa que João usou a opção:
A maioria dos clientes de e-mail, os destinatários veem
um indicador específico na lista de mensagens ou nos a) Responder.
cabeçalhos. b) Arquivar.
Na faixa de opções, é possível saber quando a priori- c) Marcar como não lida.
dade foi definida, pois o botão fica realçado. d) Responder a todos.
e) Marcar como lida
3. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP – 2017) Um usuário
preparou uma mensagem de correio eletrônico usando o Resposta: Letra A. Se o João deseja “responder” ao
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Microsoft Outlook 2010, em sua configuração padrão, e e-mail recebido de Pedro, e deseja responder apenas
enviou para o destinatário. Porém, algum tempo depois, ao remetente já se pode eliminar as alternativas “B”,
percebeu que esqueceu de anexar um arquivo. Esse mes- “C” e “E” por não terem correspondência com a função
mo usuário preparou, então, uma nova mensagem com “Resposta”.
o mesmo assunto, e enviou para o mesmo destinatário, Tem-se então, apenas duas alternativas, “A” e “D”, mas
agora com o anexo. Assinale a alternativa correta. como o João deseja responder apenas para Pedro ele
deve escolher a opção “Responder”, pois se escolhes-
a) A mensagem original, sem o anexo, foi automatica- se “Responder a todos”, Marta, Ricardo e Ana também
mente apagada no computador do destinatário e receberiam a mensagem.
substituída pela segunda mensagem, uma vez que
ambas têm o mesmo assunto e são do mesmo reme-
tente.

54
5. (AGENTE POLICIAL – VUNESP – 2013)Observe o ar- c) atualizada.
gumento de busca que o usuário fará utilizando o Goo- d) enviada por e-mail.
gle, na ilustração apresentada a seguir. e) aberta em uma nova aba.

Resposta: Letra C. a) Imediatamente fechada.


۰ Alt + F4 = fecha todas as guias
۰ Ctrl + F4 = fecha só guia atual
b) Enviada para impressão.
۰ Ctrl + P
c) Atualizada.
۰ F5
Com base na figura e no que foi digitado, assinale a al- d) Enviada por e-mail.
ternativa correta. ۰ CTRL + Enter (MS Outlook)
e) Aberta em uma nova aba.
a) Será pesquisado o conjunto exato de palavras. ۰ Ctrl + T = abre uma nova aba
b) A pesquisa trará como resultados o que encontrar ۰ Ctrl + N = abre um novo comando
como antônimo do que foi digitado.
c) O conjunto de palavras será excluído dos resultados
pesquisados. Computação na nuvem (cloud computing)
d) A pesquisa trará somente as imagens e vídeos não re-
lacionados ao argumento digitado. Ao utilizar e acessar arquivos e executar tarefas pela
e) Além das palavras digitadas, a pesquisa também trará internet, o usuário está utilizando o conceito de compu-
os seus sinônimos tação em nuvens, não há a necessidade de instalar apli-
cativos no seu computador para tudo, pois pode acessar
Resposta: Letra A. diferentes serviços online para fazer o que precisa, já que
O comando “entre aspas” durante uma busca, efetua os dados não se encontram em um computador específi-
a busca pela ocorrência exata de tudo que está en- co, mas sim em uma rede, um grande exemplo disso é o
tre as aspas, agrupado da mesma forma, desta forma, Google com o Google Docs, Planilhas, e até mesmo porta
para esta questão será retornado o resultado da ocor- aquivos como o Google Drive, ou de outras empresas
rência “garota de Ipanema”. como o One Drive.
Obs.: As pesquisas com aspas podem excluir resulta- Uma vez devidamente conectado ao serviço online, é
dos relevantes. Por exemplo, uma pesquisa por “Ale- possível desfrutar suas ferramentas e salvar todo o tra-
xander Bell” excluirá páginas que se referem a Alexan- balho que for feito para acessá-lo depois de qualquer
der G. Bell. lugar — é justamente por isso que o seu computador
estará nas nuvens, pois você poderá acessar os aplicati-
6. (ENGENHEIRO CIVIL – VUNESP – 2018) Considere a vos a partir de qualquer computador que tenha acesso
imagem a seguir, extraída do Internet Explorer 11, em sua à internet.
configuração padrão. A página exibida no navegador foi
completamente carregada.
#FicaDica
Basta pensar que, a partir de uma conexão
com a internet, você pode acessar um ser-
vidor capaz de executar o aplicativo deseja-
do, que pode ser desde um processador de
textos até mesmo um jogo ou um pesado
editor de vídeos. Enquanto os servidores
executam um programa ou acessam uma
determinada informação, o seu computa-
dor precisa apenas do monitor e dos perifé-
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

ricos para que você interaja.

Ao pressionar o botão F5 do teclado, a página exibida


será

a) imediatamente fechada.
b) enviada para impressão.

55
5. (CRM-PI 2016 - Quadrix – Médico Fiscal) Em um
computador com o sistema operacional Windows insta-
HORA DE PRATICAR! lado, um funcionário deseja enviar 50 arquivos, que jun-
tos totalizam 2 MB de tamanho, anexos em um e-mail.
1. (LIQUIGÁS 2012 - CESGRANRIO - ASSISTENTE Para facilitar o envio, resolveu compactar esse conjunto
ADMINISTRATIVO) Um computador é um equipamen- de arquivos em um único arquivo utilizando um softwa-
to capaz de processar com rapidez e segurança grande re compactador. Só não poderá ser utilizado nessa tarefa
quantidade de informações. o software: 
Assim, além dos componentes de hardware, os compu-
tadores necessitam de um conjunto de softwares deno- a) 7-Zip.
minado: b) WinZip.
c) CuteFTP.
a) arquivo de dados. d) jZip.
b) blocos de disco. e) WinRAR.
c) navegador de internet.
d) processador de dados. 6. (MPE-CE 2013 - FCC - Analista Ministerial - Direito)
e) sistemaoperacional. Sobre manipulação de arquivos no Windows 7 em portu-
guês, é correto afirmar que,
2. (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO –
ADMINISTRATIVA) As características básicas da segu- a) para mostrar tipos diferentes de informações sobre
rança da informação — confidencialidade, integridade e cada arquivo de uma janela, basta clicar no botão
disponibilidade — não são atributos exclusivos dos siste- Classificar na barra de ferramentas da janela e esco-
mas computacionais. lher o modo de exibição desejado.
b) quando você exclui um arquivo do disco rígido, ele
( ) CERTO ( ) ERRADO é apagado permanentemente e não pode ser poste-
riormente recuperado caso tenha sido excluído por
engano.
3. (TRE/CE 2012 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO – JURÍ- c) para excluir um arquivo de um pen drive, basta clicar
DICA) São ações para manter o computador protegido, com o botão direito do mouse sobre ele e selecionar a
EXCETO: opção Enviar para a lixeira.
d) se um arquivo for arrastado entre duas pastas que
a) Evitar o uso de versões de sistemas operacionais ultra- estão no mesmo disco rígido, ele será compartilhado
passadas, como Windows 95 ou 98. entre todos os usuários que possuem acesso a essas
b) Excluir spams recebidos e não comprar nada anuncia- pastas.
do através desses spams. e) se um arquivo for arrastado de uma pasta do disco
c) Não utilizar firewall. rígido para uma mídia removível, como um pen drive,
d) Evitar utilizar perfil de administrador, preferindo sem- ele será copiado.
pre utilizar um perfil mais restrito.
e) Não clicar em links não solicitados, pois links estranhos 7. (SUDECO 2013 - FUNCAB - Contador) No sistema
muitas vezes são vírus. operacional Linux,o comando que NÃO está relacionado
a manipulação de arquivos é:
4. (Copergás 2016 - FCC – Técnico Operacional Segu-
rança do Trabalho) A ferramenta Outlook : a) kill
b) cat
a) é um serviço de e-mail gratuito para gerenciar todos c) rm
os e-mails, calendários e contatos de um usuário. d) cp
b) 2016 é a versão mais recente, sendo compatível com o e) ftp
Windows 10, o Windows 8.1 e o Windows 7.
c) permite que todas as pessoas possam ver o calendá- 8. (IBGE 2016 - FGV - Analista - Análise de Sistemas
rio de um usuário, mas somente aquelas com e-mail - Desenvolvimento de Aplicações - Web Mobile) Um
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

Outlook.com podem agendar reuniões e responder a desenvolvedor Android deseja inserir a funcionalidade
convites. de backup em uma aplicação móvel para, de tempos em
d) funciona apenas em dispositivos com Windows, não tempos, armazenar dados automaticamente. A classe da
funcionando no iPad, no iPhone, em tablets e em tele- API de Backup (versão 6.0 ou superior) a ser utilizada é a:
fones com Android.
e) versão 2015 oferece acesso gratuito às ferramentas do a) BkpAgent;
pacote de webmail Office 356 da Microsoft.] b) BkpHelper;
c) BackupManager;
d) BackupOutputData;
e) BackupDataStream.

56
9. (Prefeitura de Cristiano Otoni 2016 - INAZ do Pará 14. (IF-PA 2016 - FUNRIO - Técnico de Tecnologia da
- Psicólogo) Realizar cópia de segurança é uma forma Informação) São dispositivos ou periféricos de entrada
de prevenir perda de informações. Qual é o Backup que de um computador:
só efetua a cópia dos últimos arquivos que foram criados
pelo usuário ou sistema? a) Câmera, Microfone, Projetor e Scanner.
b) Câmera, Mesa Digitalizadora, Microfone e Scanner.
a) Backup incremental c) Microfone, Modem, Projetor e Scanner.
b) Backup diferencial d) Mesa Digitalizadora, Monitor, Microfone e Projetor.
c) Backup completo e) Câmera, Microfone, Modem e Scanner.
d) Backup Normal
e) Backup diário 15. (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PRO-
GRAMAÇÃO DE SISTEMAS) Acerca dos ambientes Li-
10. (CRO-PR 2016 - Quadrix - Auxiliar de Departa- nux e Windows, julgue os itens seguintes.2No sistema
mento) Como é chamado o backup em que o sistema operacional Windows 8, há a possibilidade de integrar-se
não é interrompido para sua realização? à denominada nuvem de computadores que fazem parte
da Internet.
a) Backup Incremental.
b) Cold backup. ( ) CERTO ( ) ERRADO
c) Hot backup.
d) Backup diferencial. 16. (FHEMIG 2013 - FCC - TÉCNICO EM INFORMÁ-
e) Backup normal TICA) Alguns programas do computador de Ana estão
muito lentos e ela receia que haja um problema com o
11. (DEMAE/GO 2016 - UFG - Agente Administrativo) hardware ou com a memória principal. Muitos de seus
Um funcionário precisa conectar um projetor multimídia programas falham subitamente e o carregamento de ar-
a um computador. Qual é o padrão de conexão que ele quivos grandes de imagens e vídeos está muito demo-
deve usar? rado. Além disso, aparece, com frequência, mensagens
indicando conflitos em drivers de dispositivos. Como ela
a) RJ11 utiliza o Windows 7, resolveu executar algumas funções
b) RGB de diagnóstico, que poderão auxiliar a detectar as causas
c) HDMI para os problemas e sugerir as soluções adequadas.
d) PS2 Para realizar a verificação da memória e, em seguida do
e) RJ45 hardware, Ana utilizou, respectivamente, as ferramentas:

12. (SABESP 2014 - FCC - Analista de Gestão - Ad- a) Diagnóstico de memória do Windows e Monitor de
ministração) Correspondem, respectivamente, aos ele- desempenho.
mentos placa de som, editor de texto, modem, editor de b) Monitor de recursos de memória e Diagnóstico de
planilha e navegador de internet: conflitos do Windows.
c) Monitor de memória do Windows e Diagnóstico de
a) software, software, hardware, software e hardware. desempenho de hardware.
b) hardware, software, software, software e hardware. d) Mapeamento de Memória do Windows e Mapeamen-
c) hardware, software, hardware, hardware e software. to de hardware do Windows.
d) software, hardware, hardware, software e software. e) Diagnóstico de memória e desempenho e Diagnóstico
e) hardware, software, hardware, software e software. de hardware do Windows.

13. (DEMAE/GO 2016 - UFG - Agente Administrativo) 17. (TRT 1ª 2013 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO -
Um computador à venda em um sítio de comércio ele- EXECUÇÃO DE MANDADOS) Beatriz trabalha em um
trônico possui 3.2 GHz, 8 GB, 2 TB e 6 portas USB. Essa escritório de advocacia e utiliza um computador com o
configuração indica que: Windows 7 Professional em português. Certo dia notou
que o computador em que trabalha parou de se comu-
a) a velocidade do processador é 3.2 GHz. nicar com a internet e com outros computadores ligados
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

b) a capacidade do disco rígido é 8 GB. na rede local. Após consultar um técnico, por telefone,
c) a capacidade da memória RAM é 2 TB. foi informada que sua placa de rede poderia estar com
d) a resolução do monitor de vídeo é composta de 6 por- problemas e foi orientada a checar o funcionamento do
tas USB. adaptador de rede. Para isso, Beatriz entrou no Painel de
Controle, clicou na opção Hardware e Sons e, no grupo
Dispositivos e Impressoras, selecionou a opção:

a) Central de redes e compartilhamento.


b) Verificar status do computador.
c) Redes e conectividade.
d) Gerenciador de dispositivos.
e) Exibir o status e as tarefas de rede.

57
18, (FHEMIG 2013 - FCC - TÉCNICO EM INFORMÁTI- 22. (TRT 1ª 2013 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - EXE-
CA) No console do sistema operacional Linux, alguns CUÇÃO DE MANDADOS) João trabalha no departamen-
comandos permitem executar operações com arquivos to financeiro de uma grande empresa de vendas no vare-
e diretórios do disco. jo e, em certa ocasião, teve a necessidade de enviar a 768
Os comandos utilizados para criar, acessar e remover um clientes inadimplentes uma carta com um texto padrão,
diretório vazio são, respectivamente, na qual deveria mudar apenas o nome do destinatário e
a data em que deveria comparecer à empresa para nego-
a) pwd, mv e rm. ciar suas dívidas. Por se tratar de um número expressivo
b) md, ls e rm. de clientes, João pesquisou recursos no Microsoft Office
c) mkdir, cd e rmdir. 2010, em português, para que pudesse cadastrar apenas
d) cdir, lsdir e erase. os dados dos clientes e as datas em que deveriam com-
e) md, cd e rd. parecer à empresa e automatizar o processo de impres-
são, sem ter que mudar os dados manualmente. Após
19. (TRT 10ª 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO imprimir todas as correspondências, João desejava ainda
- ADMINISTRATIVA) Acerca dos conceitos de sistema imprimir, também de forma automática, um conjunto de
operacional (ambientes Linux e Windows) e de redes de etiquetas para colar nos envelopes em que as correspon-
computadores, julgue os itens.3Por ser um sistema ope- dências seriam colocadas. Os recursos do Microsoft Offi-
racional aberto, o Linux, comparativamente aos demais ce 2010 que permitem atender às necessidades de João
sistemas operacionais, proporciona maior facilidade de são os recursos
armazenamento de dados em nuvem.
a) para criação de mala direta e etiquetas disponíveis na
( ) CERTO ( ) ERRADO guia Correspondências do Microsoft Word 2010.
b) de automatização de impressão de correspondências
20. (TJ/RR 2012 - CESPE - AGENTE DE PROTEÇÃO) disponíveis na guia Mala Direta do Microsoft Power-
Acerca de organização e gerenciamento de informações, Point 2010.
arquivos, pastas e programas, de segurança da informa- c) de banco de dados disponíveis na guia Correspondên-
ção e de armazenamento de dados na nuvem, julgue os cias do Microsoft Word 2010.
itens subsequentes.1Um arquivo é organizado logica- d) de mala direta e etiquetas disponíveis na guia Inserir
mente em uma sequência de registros, que são mapea- do Microsoft Word 2010.
dos em blocos de discos. Embora esses blocos tenham e) de banco de dados e etiquetas disponíveis na guia
um tamanho fixo determinado pelas propriedades físicas Correspondências do Microsoft Excel 2010.
do disco e pelo sistema operacional, o tamanho do re-
gistro pode variar. 23. (TCE/SP 2012 - FCC - AUXILIAR DE FISCALIZAÇÃO
FINANCEIRA II) No editor de textos Writer do pacote BR
( ) CERTO ( ) ERRADO Office, é possível modificar e criar estilos para utilização
no texto. Dentre as opções de Recuo e Espaçamento para
21. (SERGIPE GÁS S/A 2013 - FCC - ASSISTENTE TÉC- um determinado estilo, é INCORRETO afirmar que é pos-
NICO ADMINISTRATIVO - RH) Paulo utiliza em seu tra- sível alterar um valor para
balho o editor de texto Microsoft Word 2010 (em portu-
guês) para produzir os documentos da empresa. Certo a) recuo da primeira linha.
dia Paulo digitou um documento contendo 7 páginas de b) recuo antes do texto.
texto, porém, precisou imprimir apenas as páginas 1, 3, 5, c) recuo antes do parágrafo.
6 e 7. Para imprimir apenas essas páginas, Paulo clicou no d) espaçamento acima do parágrafo.
Menu Arquivo, na opção Imprimir e, na divisão Configu- e) espaçamento abaixo do parágrafo.
rações, selecionou a opção Imprimir Intervalo Personali-
zado. Em seguida, no campo Páginas, digitou 24. CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PRO-
GRAMAÇÃO DE SISTEMAS) A respeito do Excel, para
a) 1,3,5-7 e clicou no botão Imprimir. ordenar, por data, os registros inseridos na planilha, é
b) 1;3-5;7 e clicou na opção enviar para a Impressora. suficiente selecionar a coluna data de entrada, clicar no
c) 1−3,5-7 e clicou no botão Imprimir. menu Dados e, na lista disponibilizada, clicar ordenar
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

d) 1+3,5;7 e clicou na opção enviar para a Impressora. data.


e) 1,3,5;7 e clicou no botão Imprimir.
( ) CERTO ( ) ERRADO

58
ANOTAÇÕES
GABARITO

1 E ________________________________________________

2 CERTO _________________________________________________
3 C _________________________________________________
4 B
_________________________________________________
5 C
_________________________________________________
6 E
7 A _________________________________________________
8 C _________________________________________________
9 A
_________________________________________________
10 C
_________________________________________________
11 C
12 E _________________________________________________
13 A _________________________________________________
14 C _________________________________________________
15 CERTO
_________________________________________________
16 A
17 D _________________________________________________

18 C _________________________________________________
19 ERRADO _________________________________________________
20 CERTO
_________________________________________________
21 A
_________________________________________________
22 A
23 C _________________________________________________
24 ERRADO _________________________________________________
25 D
_________________________________________________
26 B
_________________________________________________
27 D
28 E _________________________________________________
29 B _________________________________________________
30 C
_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________
NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

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59
ANOTAÇÕES

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NOÇÕES BÁSICAS DE INFORMÁTICA

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60
ÍNDICE

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE DE GESTÃO PÚBLICA

Relações pessoais no ambiente de trabalho: hierarquia................................................................................................................................ 01


Organização do trabalho na repartição pública: economia de suprimentos......................................................................................... 36
Comunicação interpessoal e solução de conflitos.......................................................................................................................................... 01
Excelência no atendimento ao cidadão; o enfoque na qualidade; o atendimento presencial e por telefone........................ 45
Entre os Níveis de Estudos dos Comportamentos
RELAÇÕES PESSOAIS NO AMBIENTE DE Organizacionais, destacamos:
TRABALHO: HIERARQUIA; COMUNICA-
Nível Individual – Estuda as expectativas, motiva-
ÇÃO INTERPESSOAL E SOLUÇÃO DE CON
ções, as habilidades e competências que cada colabora-
FLITOS dor demonstra individualmente através de seu trabalho.
Nível Grupal – Estuda a formação das equipes, gru-
pos, as funções desempenhadas por estes, a comunica-
Comportamento organizacional ção e interação uns com os outros, além da influência e o
poder do líder neste contexto.
Comportamento Organizacional “é um campo de es- Ao ingressar em uma organização, indivíduos com
tudo que investiga o impacto que indivíduos, grupos e a características diversas se unem para atuar dentro de um
estrutura têm sobre o comportamento dentro das orga- mesmo sistema sociocultural na busca de objetivos de-
nizações com o propósito de aplicar este conhecimento terminados. Essa união provoca um compartilhamento
em prol do aprimoramento da eficácia de uma organi- de crenças, valores, hábitos, entre outros, que irão orien-
zação.” tar suas ações dentro de um contexto preexistente, defi-
Tem por finalidade compreender os “espaços vazios” nindo assim as suas identidades.
da organização de forma que estes não prejudiquem o Segundo Dupuis (1996), são os indivíduos que, por
desenvolvimento da organização, possibilitando assim, meio de suas ações, contribuem para a construção de sua
reter talentos, evitar o turnover e promover engajamento sociedade. Entretanto os indivíduos agem sempre dentro
e harmonia entre os stakeholders. de contextos que lhes são preexistentes e orientam o sen-
Tem uma compreensão quanto ao comportamento tido de suas ações. A construção do mundo social é assim
organizacional é extremamente importante para que as mais a reprodução e a transformação do mundo existente
lideranças possam prever, e especialmente evitar proble- do que sua reconstrução total. Para Berger e Luckmann
mas individuais ou coletivos entre os colaboradores. (1983) a vida cotidiana se apresenta para os homens
Comportamento organizacional refere-se a compor- como realidade ordenada. Os fenômenos estão pré-ar-
tamentos relacionados a cargos, trabalho, absenteísmo, ranjados em padrões que parecem ser independentes da
rotatividade no emprego, produtividade, desempenho apreensão que cada pessoa faz deles, individualmente.
humano e gerenciamento. Dentro dessa perspectiva, a ação humana, em nível
Refere-se ainda à motivação, liderança, poder, co- do indivíduo e do grupo, mediada pelos processos cog-
municação interpessoal, estrutura e processos de grupo, nitivos, e interdependente do contexto, varia conforme a
aprendizagem, desenvolvimento e percepção de atitude, inserção ambiental e o tipo de organização, tanto quanto
processo de mudanças, conflitos. também varia internamente em suas subunidades. É im-
Considerando que, diferentemente das organizações, portante salientar que o universo simbólico integra um
que possuem uma certa formalidade em sua essência, conjunto de significados, atribuindo-lhes consistência,
as pessoas são mais complexas, mais influenciáveis por justificativa e legitimidade. Em outras palavras, o univer-
variáveis diversas e, muitas vezes, são pouco previsíveis. so simbólico possibilita aos membros integrantes de um
Ao apresentar aos funcionários os ritos, crenças, valo- grupo uma forma consensual de apreender a realidade,
res, rituais, normas, rotinas e tabus da organização, o que integrando os significados e viabilizando a comunicação.
se pretende é buscar a sua identificação com os padrões É por meio desse compartilhar da realidade que as
a serem seguidos na empresa. Dessa forma, se fornece identidades dos indivíduos nas organizações são cons-
um senso de direção para todas as pessoas que com- truídas, ao se comunicar aos membros, de forma tangí-
partilham desse meio. As definições do que é desejável e vel, um conjunto de normas, valores e concepções que
indesejável são introjetadas pelos indivíduos atuantes no são tidas como certas no contexto organizacional. Ao de-
sistema, orientando suas ações nas diversas interações finir a identidade social dos indivíduos, o que se preten-
que executam no cotidiano. de é garantir a produtividade, pela harmonia e manuten-
Reconhecer os significados e a própria razão de ser da ção do que foi aprendido na convivência. É importante
empresa, bem como se familiarizar com as percepções e ressaltar que muitas vezes essas identidades precisam ser
comportamentos mais aceitos e valorizados na organi- reconstruídas, quando a empresa se vê diante de situa-
zação, conduz os funcionários a uma uniformidade de ções que exigem mudanças.
atitudes, o que é positivo no sentido de possibilitar maior  Daí vem o papel principal da analise do comportamen-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

coesão. No entanto pode levar a uma perda de indivi- to organizacional, que é o de permitir fazer uma leitura da
dualidade, pois o comportamento dos indivíduos passa a dinâmica existente na organização e como essa interfere e
ser uma extensão do grupo, muitas vezes se estendendo influencia o comportamento das pessoas envolvidas.
para ambientes externos da organização, quando pas- Considerando que nas relações entre indivíduo e or-
sam a adotar comportamentos padronizados nas mais ganização existe uma troca de interesses, de conteúdo,
diversas situações. de aporte, entre tantos outros aspectos, e gerir essa troca
é papel da área de gestão de pessoa, que garante que
nessa troca, ambas as partes fiquem satisfeitas.

1
Cultura organizacional - Culturas conservadoras: Se caracterizam pela ma-
nutenção de ideias, valores, costumes e tradições
A cultura organizacional  tem por finalidade concei- que permanecem arraigados e que não mudam ao
tuar os valores e as crenças de uma organização, geran- longo do tempo. São organizações conservadoras
do um entendimento consciente e coletivo sobre a mais que se mantêm inalteradas como se nada tivesse
indicada e adequada forma de se comportar dentro da mudado no mundo ao seu redor.
organização, gerando um ajuste quase que automático - Culturas fortes: Seus valores são compartilhados
na interação entre os indivíduos, ressaltando-se que, não intensamente pela maioria dos funcionários e in-
necessariamente essa cultura esteja formalmente insti- fluencia comportamentos e expectativas.
tuída, pois, em alguns casos, esses valores são comparti- - Culturas fracas: São culturas mais facilmente mu-
lhados entre as pessoas, habitualmente, sem que haja um dadas. Como exemplo, seria uma empresa peque-
regra formal que a leve a agir dessa forma na e jovem, como está no início, é mais fácil para
Entre os benefícios que a cultura organizacional pode a administração comunicar os novos valores, isto
trazer à organização, podemos citar: explica a dificuldade que as grandes corporações
- Vantagem competitiva derivada de inovação e ser- tem para mudar sua cultura.
viço ao cliente;
- Maior desempenho dos empregados; Componentes da cultura
- Coesão da equipe;
- Alto nível de alinhamento na busca da realização de A cultura representa a maneira como a organização
objetivos. visualiza a si própria e seu ambiente. Seus principais
componentes são os artefatos, valores compartilhados e
A cultura organizacional tem como base algumas ca- pressuposições básicas.
racterísticas básicas que, em conjunto, capturam a essên- Vejamos os níveis dos componentes da Cultura Or-
cia de uma organização:  ganizacional de acordo com o nível de superficialidade,
- Inovação e assunção de riscos: o grau em que os sendo do mais superficial ao mais profundo.
funcionários são estimulados a inovar e assumir - Artefatos: o mais superficial, visível e perceptível. 
riscos. - Padrões de comportamento: as regras que criam um
- Atenção aos detalhes: o grau em que se espera que comportamento linear e padronizado
os funcionários demonstrem precisão, análise e - Valores compartilhados: não são visíveis, estão en-
atenção aos detalhes. raizados nas pessoas, pois, esses valores tem re-
- Orientação para os resultados: o grau em que os levância tal que definem as razões pelas quais as
dirigentes focam mais os resultados do que as téc- pessoas fazem ou deixam de fazer algo.
nicas e os processos empregados para seu alcance. - Pressuposições básicas: trata-se de crenças incons-
- Orientação para as pessoas: o grau em que as de- cientes, sentimentos e pressuposições básicas que
cisões dos dirigentes levam em consideração o regem o pensamento e o comportamento das
efeito dos resultados sobre as pessoas dentro da pessoas. Este é o nível mais profundo da cultura
organização. organizacional.
- Orientação para as equipes: o grau em que as ati-
vidades de trabalho são mais organizadas em ter- Diante do exposto, temos que a cultura organizacio-
mos de equipes do que de indivíduos. nal representa a compreensão que as pessoas envolvidas
- Agressividade: o grau em que as pessoas são com- na organização enxergam as características da cultura
petitivas e agressivas em vez de dóceis e acomo- desta, gerando uma sinergia que potencializa a boa con-
dadas. vivência interpessoal.
- Estabilidade: o grau em que as atividades organiza-
cionais enfatizam a manutenção do status quo em Clima organizacional
contraste com o crescimento.
Segundo Chiavenato (1994), o clima organizacional
Tipos de cultura influencia a motivação, o desempenho humano e a sa-
tisfação no trabalho. Ele cria certos tipos de expectativas
- Culturas adaptativas: Caracterizam-se pela sua cujas consequências se seguem em decorrência de dife-
maleabilidade e flexibilidade e são voltadas para a rentes ações. As pessoas esperam certas recompensas,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

inovação e a mudança. São organizações que ado- satisfações e frustrações na base de suas percepções do
tam e fazem constantes revisões e atualizações, em clima organizacional. Essas expectativas tendem a con-
suas culturas adaptativas se caracterizam pela cria- duzir à motivação.
tividade, inovação e mudanças. De um lado, a ne- O clima organizacional pode ser visto, também, como
cessidade de mudança e a adaptação para garantir um conjunto de fatores que interferem na satisfação ou
a atualização e modernização, e de outro, a neces- descontentamento no trabalho. Entende-se por fatores
sidade de estabilidade e permanência para garantir de satisfação aqueles que demonstram os sentimentos
a identidade da organização. O Japão, por exemplo, mais positivos do colaborador em relação ao trabalho,
é um país que convive com tradições milenares ao tais como: a realização, o reconhecimento, o trabalho
mesmo tempo em que cultua e incentiva a mudan- em si, a responsabilidade e o progresso. Por fatores de
ça e a inovação constantes. descontentamento, temos aqueles que contribuem com

2
uma conotação negativa, do ponto de vista do colabora- dos colaboradores, tais como preocupações, insatisfa-
dor, tais como: as políticas e administração, a supervisão, ções, sugestões, dúvidas e inseguranças. Baseado nes-
o salário e as condições de trabalho. sas informações pode-se fazer um planejamento volta-
Quando existe um bom clima organizacional, a ten- do para a melhoria das condições de trabalho tendo em
dência é que a satisfação das necessidades pessoais e vista, além da satisfação do colaborador, o aumento da
profissionais sejam realizadas, no entanto, quando o cli- produtividade do mesmo.
ma é tenso, ocorre frustração destas necessidades, pro- Avaliar o clima organizacional não compete apenas
vocando insegurança, desconfiança e descontentamento aos profissionais de recursos humanos, mas sim a todas
entre os colaboradores. as pessoas engajadas no processo. Pode-se fazer essa
Na opinião de Chiavenato (1994, p.53), “o clima or- constatação, pois pessoas que estão diretamente liga-
ganizacional é favorável quando proporciona satisfação das às áreas ou setores a serem avaliados podem anali-
das necessidades pessoais dos participantes, produzindo sar com uma margem mais segura como é e como pode
elevação do moral interno. É desfavorável quando propor- ser melhorado o desempenho dos colaboradores para o
ciona frustração daquelas necessidades.” cumprimento dos objetivos da organização.
Clima organizacional pode ser definido também Muitas empresas fazem pesquisa de clima interno
como um conjunto de variáveis que busca identificar os com o objetivo de levantar e atuar nos aspectos mais sig-
aspectos que precisam ser melhorados, em busca da sa- nificativos identificados na pesquisa, onde são definidas
tisfação e bem-estar dos colaboradores quatro frentes de ação para análise, a seguir descritas:
Para Bennis (1996, p.6), “clima significa um conjunto Desempenho e avaliação: critérios claros de avaliação
de valores ou atitudes que afetam a maneira pela qual dos funcionários;
as pessoas se relacionam umas com as outras, tais como Desenvolvimento de pessoas: recrutamento interno,
sinceridade, padrões de autoridade, relações sociais, etc.” treinamento mais alinhado às metas;
Clima organizacional é um conjunto de causas que Integração: forma de maior integração entre as pes-
interferem no ambiente de trabalho. As causas podem soas, áreas, unidades, com o propósito de maior entrosa-
variar de acordo com os níveis culturais, de comunicação, mento e fortalecimento do banco como um todo;
econômicos e psicológicos dos indivíduos. Processo decisório: tornar o processo decisório mais
Pode-se, ainda, definir clima organizacional como ágil, deixando-o menos burocrático em alguns momen-
sendo uma visão fotográfica que retrata as percepções tos, facilitando decisões e realização de negócios.
mais negativas ou positivas dos indivíduos, que pode ser Estes itens mostram como um bom clima de trabalho
afetada por fatores internos ou externos. influencia diretamente nos negócios e resultados de uma
O clima é em geral influenciado pela cultura da orga- organização.
nização, embora alguns fatores como políticas organiza-
cionais, formas de gerenciamento, lideranças formais e Clima organizacional, motivação e comprometi-
informais, atuação da concorrência e influências gover- mento
namentais também possam alterá-lo.
Pode-se também definir clima organizacional como De acordo com Davis & Newstrom (1998), o compor-
um conjunto de valores, ou seja, aquilo que identifica os tamento organizacional integra quatro elementos distin-
colaboradores como seres humanos, suas raças, culturas, tos: pessoas, estrutura, tecnologia e ambiente. Isso en-
crenças. Essas diferenças culturais devem ser reconheci- volve conceitos fundamentais sobre a natureza das pes-
das como importante nas organizações, pois mostra a soas e das organizações, ou seja, como os colaboradores
visão de cada um em relação ao ambiente de trabalho. estão preparados para o desempenho de suas funções,
O conceito de clima organizacional é muito abran- seu crescimento e desenvolvimento para atingirem níveis
gente e complexo, pois busca sintetizar numerosas per- mais altos de competência, criatividade e realização, face
cepções, atitudes e sentimentos em um número limitado à importância dos mesmos serem os recursos centrais
de dimensões, numa tentativa de mensuração. em qualquer organização e qualquer sociedade.
Então, o comportamento organizacional deve criar
Avaliação do clima organizacional produtividade nas organizações. Aí se inclui conheci-
mento, habilidade, atitude e motivação. A motivação faz,
A avaliação do clima organizacional é necessária a fim segundo Davis & Newstrom (1998), o colaborador adqui-
de que a organização tenha parâmetros para buscar me- rir capacidade.
lhorias no ambiente interno corrigindo problemas que
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

possam estar causando insatisfação dos colaboradores É importante, para todo o esse processo ocorrer de
prejudicando a produtividade dos mesmos e os resulta- forma normal, que as empresas gerem condições que
dos da organização. O clima organizacional reflete, tam- motivem os colaboradores a um melhor desempenho,
bém, a capacidade da empresa para atrair e reter colabo- ou seja, criem um clima organizacional que facilite o tra-
radores competentes que contribuam com os resultados balho para alcançar os resultados pretendidos.
desejados (Campello & Oliveira, 2004). Daí a preocupa- Motivação, segundo Ferreira (1999, p. 1371), é o “con-
ção das empresas em avaliar o clima organizacional. junto de fatores psicológicos (conscientes ou inconscientes)
Os profissionais de recursos humanos juntamente de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva, os quais agem
com os líderes da organização devem sempre analisar entre si e determinam a conduta de um indivíduo”.
o clima organizacional buscando todas as informações
possíveis que possam estar influenciando no resultado

3
Logo, o comportamento organizacional deve prover Se a empresa não tem uma filosofia para tratar o cli-
condições para criar produtividade nas organizações, fa- ma de forma corporativa e coordenada, o gestor pode
zer com que os fatores que atuam sobre a motivação dos fazê-lo em seu grupo, prestando atenção às reações das
colaboradores estejam presentes. pessoas, ¨medindo a temperatura¨ e analisando cons-
Mattar & Ferraz (2004) citam que as empresas sabem tantemente os fatores de impacto do negócio com seu
o valor e a importância de obter e manter o compro- próprio estilo de gestão. Dentro de uma empresa que
metimento de seus colaboradores. Colaboradores com- não cuida institucionalmente de seu ambiente interno,
prometidos propiciam maior eficiência e eficácia. Porém uma área que atue com esses aspectos, terá certamen-
os autores comentam que nem sempre é fácil conseguir te índices mais altos de satisfação, menor rotatividade
esse comprometimento por parte dos colaboradores. O e obtendo melhores resultados. Mas isso pode não ser
mercado atualmente exige das empresas uma alta com- suficiente para mudar toda a empresa.
petitividade, e as mesmas desejariam o comprometi- Leal (2001) afirma que a empresa pode definir seu
mento de seus colaboradores para atingirem essa maior clima ideal se levar em consideração fatores como es-
produtividade, com qualidade nos serviços e, assim, ob- tratégias, valores e processos internos. O gestor também
terem um crescimento sustentável. pode fazer de sua área um ambiente melhor ou pior para
Na era da informação, o maior patrimônio de uma se trabalhar, se comparado com outras áreas da empresa.
empresa é o seu contingente intelectual, ou seja, as pes- Para isso, outro conjunto de fatores que deve estar sem-
soas, e o grande diferencial está na capacidade que ela pre em pauta e sendo bem administrado inclui: desen-
tem de atrair, motivar e manter este patrimônio para ob- volvimento da equipe, construção e divulgação dos obje-
ter melhores resultados (MATTAR & FERRAZ, 2004). tivos da área, qualidade e rapidez de decisões, integração
Entretanto, considerando que as pessoas tem neces- e comunicação, autonomia e suporte para a realização
sidades específicas de auto-realização profissional e pes- das atividades, administração dos conflitos, informações
soal, essa tarefa torna-se cada vez mais difícil. sobre a empresa, perspectiva de crescimento profissional
A necessidade de incentivar e manter o comprometi- e imagem da sua área para outras da empresa.
mento das pessoas levou as empresas a desenvolver pes- Para Chiavenato (1994), o gerente pode criar e de-
quisas sobre perfil dos colaboradores, forma de gestão, senvolver um melhor clima organizacional através de
liderança, motivação entre outras, analisando que ações intervenções no seu estilo gerencial, no sistema de admi-
devem ser feitas implantadas para obtenção de maiores nistrar pessoas, na questão da reciprocidade, na escolha
resultados, conforme Mattar & Ferraz (2004). do seu pessoal, no projeto de trabalho de sua equipe, no
treinamento de sua equipe, no seu estilo de liderança,
O papel do gestor no clima organizacional.
nos esquemas de motivação, na avaliação da equipe e,
sobretudo, nos sistemas de recompensas e remuneração.
Para Leal (2001), o ambiente organizacional é a per-
A outra fase para a manutenção do clima organiza-
cepção que os funcionários têm da empresa. É o resulta-
cional é um trabalho mais localizado e focado, em que o
do do conjunto das políticas, sistemas, processos, valores
gestor compõe um plano em conjunto com seus profis-
e dos estilos gerenciais presentes na empresa. O clima
sionais, cumprido-o com o envolvimento e a participação
interno é o combustível para a melhora ou a piora dos
de todos. A gestão de clima, em síntese, é uma gerência
resultados do negócio. Hoje, as empresas querem e pre-
cisam olhar de frente para essa relevante variável e atuar dos fatores ambientais, de relacionamento e resultados,
na gestão do clima. em que devem ser cuidados os aspectos de comunicação
A primeira etapa, após se conhecer a percepção das e valores para que a área e a empresa tenham visibilida-
pessoas, é a elaboração de uma pesquisa para se saber de, atratividade e um grande poder de retenção. A ma-
onde e em quais aspectos pode-se melhorar. A partir de nutenção e a atração de bons profissionais e de talentos
então, criam-se ações em busca de um ambiente melhor potenciais é um dos grandes prêmios das empresas que
e com mais qualidade, o que naturalmente levará a me- cuidam e se atêm às questões ambientais do trabalho.
lhores resultados.
Realizar uma pesquisa de clima organizacional é tra- Ambiência organizacional
balhoso, além de demandar alguns cuidados fundamen-
tais para o sucesso, como metodologia de pesquisa, con- A Gestão da Ambiência contempla a identificação
fidencialidade de informações, etc. Na opinião de Leal dos fatores que influenciam a cultura organizacional, de-
(2001), alguns fatores que costumam impactar de forma senvolvimento e implementação de planos de ação que
positiva ou negativa são: estrutura, remuneração, ima- estimulem o comprometimento dos colaboradores, assim
como a quantificação do valor percebido pela empresa.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

gem da empresa, estilo gerencial, clareza de objetivos e


saúde financeira da empresa. Ruy Shiosawa, presidente do Great Place to Work
A área de recursos humanos costuma conduzir essas (GPTW) responsável pela pesquisa “100 melhores em-
pesquisas e, em geral, elas são validadas e ¨apadrinha- presas para se trabalhar” diz que: “Um melhor ambiente
das¨ pelo principal executivo, que tem nos resultados de trabalho atrai talentos e, mais importante, retêm es-
uma ferramenta de diagnóstico e de marketing para o ses talentos no longo prazo. Uma maior da preocupa-
planejamento da empresa. ção com as pessoas dentro da empresa – e a percepção
Os resultados de uma pesquisa de clima podem ser desse cuidado da empresa por parte dos funcionários –
colocados no mercado como uma forte ferramenta para não apenas se reverte em um bom ambiente de trabalho,
atrair profissionais, como mostram, por exemplo, algu- mas também em melhores indicadores de saúde econô-
mas publicações especializadas no setor. mica da empresa”.

4
Um bom ambiente de trabalho não se reflete apenas ticos mais precisos de pesquisa de clima. São eles: di-
em uma maior felicidade interna da empresa e em um vulgar amplamente o público-alvo que haverá pesquisa
maior comprometimento (ou engajamento) do profissio- de clima; aplicar as amostras em fontes confiáveis, livres
nal. Impacta a saúde mental e física do trabalhador e os de vícios de procedimento, ou articulações internas; uti-
ambientes externos ao trabalho (como no ambiente fa- lizar consultorias externas ou independentes, aumentan-
miliar). Os resultados dos números mais “frios” também do a credibilidade e confiabilidade dos dados; alinhar o
são positivos, claro. Empresas com boa ambiência labo- processo ao nível gerencial e executivo, imprescindível o
ral, ao que tudo comprova, são mais rentáveis. acompanhamento destas lideranças; focar em objetivos
factuais, após a identificação do público para a amostra,
O valor da qualidade ter objetivos claros e segmentos; aplicar questionários
reduzidos, concisos, ter o foco em atributos importan-
“Empresas onde os indicadores de Clima Organiza- tes, desenvolvido no projeto principal; divulgar ampla-
cional são superiores aos 80% de suporte organizacional mente os resultados, manter clareza nos procedimento;
e 70% de engajamento têm uma produtividade até 20% desenvolver um plano de ação, planejando novas etapas
superior em comparação com outras empresas com in- utilizando dados obtidos; desenvolver periodicamente
dicadores menores. As vendas essas empresas também os estudos, fenômenos como Clima Organizacional são
caminham em par com os indicadores. Uma tendência cíclicos.
positiva no clima ambiente profissional pode quadrupli- Os gestores contemporâneos, compreenderão, que
car as vendas de uma empresa” aponta Moraes. tratar do fenômeno, clima interno como estratégia de
Observando-se o ranking das “100 melhores empre- gestão, torna-se fundamental para o alcance de grandes
sas” e seus resultados na Bolsa de Valores, aponta Shio- resultados, market share, diferencial competitivo, sobre-
sawa, é possível ver a mesma tendência: elas são até 3 vivência em cenário de retração e depressão econômica,
vezes mais rentáveis que empresas com piores indicado- resiliência organizacional, sinergia, alinhamento executi-
res de ambiente de trabalho. O “turnover” – o compara- vo e grande gerador de satisfação interna.
tivo entre contratações e demissões – nessas empresas Ambientes organizacionais ruins, predomina-se a
também é menor. Levando-se em conta que toda con- desmotivação, alta rotatividade de funcionários, ausên-
tratação de um funcionário tem como reflexo um investi- cia de integração, absenteísmo, conflitos, falta de obje-
mento por parte da empresa com cursos e treinamentos, tivos coletivos, falta de comprometimento das pessoas
por exemplo, um menor “turnover” é garantia de maior com negócio da empresa, ausência de transparências na
manutenção desse investimento no profissional. gestão, comunicação deficiente, custos financeiros imen-
“Nós observamos 3 itens que podem explicar esse suráveis e falta de respeito ao ser Humano.
sucesso. A felicidade em um ambiente empresarial, resulta em
pessoas produtivas, geradores de resultados, buscando
Primeiro é o sentimento de orgulho que os funcio- melhores posições hierárquicas, comunicando ao públi-
nários sentem do lugar onde trabalham. Profissionais co externo o lado positivo da organização. O resultado
sentem orgulho da empresa quando são respeitados e financeiro do empreendimento está totalmente conecta-
percebem que elas não são apenas mais um número. Elas do ao clima organizacional, e faz-se necessário que seus
trabalham para continuar nesses ambientes e recomen- fatores estejam incorporados aos princípios modernos
dam para outros profissionais conhecidos. Isso quer dizer da gestão estratégica da empresa, e que todos dentro
um ‘turnover’ menor e a atração de mais talentos (profis- da organização tenham a responsabilidade de sua imple-
sionais gabaritados)”, explica Shiosawa. mentação, desde a alta administração, gerentes, líderes,
Em segundo lugar, completa o especialista, está o “ní- supervisores, enfim, todos os integrantes deste time.
vel de camaradagem” dentro da empresa. Isso é um indi-
cador de que os times formados no ambiente de traba- Motivação
lho se complementam (um local mais colaborativo). Além
disso a camaradagem é sinônimo de chefias e gerências Trata-se de processos psíquicos que a pessoa tem
equilibradas e respeitosas com os funcionários. que a impulsiona à ação. Existe uma influência tanto in-
“Outro indicador é o de confiança. Ambientes confiá- dividual como pelo contexto em que essa pessoa se en-
veis são aqueles onde os indivíduos se sentem respeita- contre. Indivíduos motivados tendem a ter um melhor
dos, creem nos valores da empresa e têm maior sensação desempenho, o que faz com que a organização invista
de imparcialidade dos processos implementados no am- em estímulos para promover essa motivação.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

biente de trabalho”, aponta.


De acordo com Chiavenato (2015), o clima organiza- A ideia de hierarquizar os motivos humanos foi, sem
cional varia ao longo de um continuum, que vai desde dúvida, a solução inovadora para que se pudesse com-
um clima favorável e saudável, até um clima desfavorável preender melhor o comportamento humano na sua va-
e negativo. Entre esses dois extremos, existe um ponto riedade. Um mesmo indivíduo ora persegue objetivos
intermediário: o clima neutro. que atendem a uma necessidade, ora busca satisfazer
É necessário ter uma visão sistêmica dos extremos outras. Tudo depende da sua carência naquele momen-
deste fenômeno, e uma das mais importantes interven- to. Duas pessoas não perseguem necessariamente o
ções para levantamento de dados destas variáveis, é a mesmo objetivo no mesmo momento. O problema das
pesquisa de Clima Organizacional, na qual podemos diferenças individuais assume importância preponderan-
apontar pontos importantes para obtenção de diagnós- te quando falamos de motivação.

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6.1. Razões da Motivação

Razões empresariais 
concorrência 
produtos e preços
fidelização

Razões Pessoais
empregabilidade
motivos p/ servir
* (ordem material = cliente =lucro)
* (ordem intelectual = interação / troca / oportunidade)
* (ordem espiritual = crescimento pessoal)

O indivíduo precisa suprir suas necessidades para motivar-se e alcançar seus objetivos.

Podemos identificar os seguintes tipos de motivação:

O ideal seria o alinhamento de todos estes tipos de motivação; pessoas auto motivadas atuando em grupos coesos,
com orientação clara, sólida e coerente.

Afinal o que é motivação? É ser feliz? É enxergar o mundo com outros olhos? É conquistar resultados, é superar
obstáculos, é ser persistente, é acreditar nos seus sonhos, é o que? 
Motivação segundo o dicionário é o ato de motivar; exposição de motivos ou causas ; conjunto de fatores psicoló-
gicos, conscientes ou não, de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva, que determinam um certo tipo de conduta em
alguém. Sendo assim Motivação está intimamente ligado aos Motivos que segundo o dicionário é fato que leva uma
pessoa a algum estado ou atividade. 
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Motivação vem de motivos que estão ligados simplesmente ao que você quer da vida , e seus motivos são pessoais
, intransferíveis e estão dentro da sua cabeça (e do coração também) , logo seus motivos são abstratos e só têm signi-
ficado pra você , por isso motivação é algo tão pessoal , porque vêm de dentro.

A motivação é uma força interior que se modifica a cada momento durante toda a vida, onde direciona e intensifica
os objetivos de um indivíduo. Dessa forma, quando dizemos que a motivação é algo interior, ou seja, que está dentro
de cada pessoa de forma particular erramos em dizer que alguém nos motiva ou desmotiva, pois ninguém é capaz de
fazê-lo. Existem pessoas que pregam a automotivação, mas tal termo é erroneamente empregado, já que a motivação
é uma força intrínseca, ou seja, interior e o emprego desse prefixo deve ser descartado.
Segundo Abraham Maslow, o homem se motiva quando suas necessidades são todas supridas de forma hierárqui-
ca. Maslow organiza tais necessidades da seguinte forma:

6
- Autorrealização
- Autoestima
- Sociais
- Segurança
- Fisiológicas

Tais necessidades devem ser supridas primeiramente no alicerce das necessidades escritas, ou seja, as necessidades
fisiológicas são as iniciantes do processo motivacional, porém, cada indivíduo pode sentir necessidades acima das que
está executando ou abaixo, o que quer dizer que o processo não é engessado, e sim flexível.
Teoria dos Dois Fatores - Para Frederick Herzberg, a motivação é alcançada através de dois fatores:
Fatores higiênicos que são estímulos externos que melhoram o desempenho e a ação de indivíduos, mas que não
consegue motivá-los.

Fatores motivacionais que são internos, ou seja, são sentimentos gerados dentro de cada indivíduo a partir do re-
conhecimento e da autorrealização gerada através de seus atos.

Já David McClelland identificou três necessidades que seriam pontos chave para a motivação: poder, afiliação e
realização.
Para McClelland, tais necessidades são “secundárias”, são adquiridas ao longo da vida, mas que trazem prestígio,
status e outras sensações que o ser humano gosta de sentir.

Em relação às teorias, podemos ainda citar as linhas teóricas, que se dividem em Teorias de Conteúdo e Teorias de
Processo, onde, em cada uma delas, identificamos as correntes pertencentes.

Existem algumas teorias mais clássicas sobre motivação que veremos abaixo:

Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow:


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Organiza as necessidades humanas em cinco categorias hierárquicas: necessidades fisiológicas, necessidades de


segurança, necessidades sociais, necessidades de autoestima e necessidades de autorrealização.

Teoria ERC de Alderfer:


Tentou aperfeiçoar a hierarquia das necessidades de Maslow, criando três categorias: Existência (necessidades fisio-
lógicas e de segurança), Relacionamento (dividiu a estima em duas partes: o componente externo da estima (social) e o
componente interno da estima (autoestima) incluindo nessa categoria as necessidades sociais e o componente externo
da estima) e Crescimento (incluindo aqui autoestima e a necessidade de autorrealização).

7
Teoria dos dois fatores de Herzberg:
Herzberg descobriu que há dois grandes blocos de necessidade humanas: os fatores de higiene (extrínsecos) e
os fatores motivacionais (intrínsecos). Os fatores de Higiene são fatores extrínsecos ou exteriores ao trabalho. Para
Herzberg, eles podem causar a insatisfação e desmotivação se não atendidos, mas, se atendidos, não necessariamente
causarão a motivação. Exemplos: segurança, status, relações de poder, vida pessoal, salário, condições de trabalho, su-
pervisão, política e administração da empresa. Os fatores motivadores são os fatores intrínsecos, internos ao trabalho.
Estes fatores podem causar a satisfação e a motivação. Exemplos: crescimento, progresso, responsabilidade, o próprio
trabalho, o reconhecimento e a realização.

Teoria da determinação de metas:


Considera que a determinação de metas motiva os trabalhadores. A equipe deve participar na definição das metas
(construção conjunta), que devem ser claras, desafiadoras mas alcançáveis.

Teoria da equidade:
Também conhecida como teoria da comparação social. A motivação seria influenciada fortemente pela percepção
de igualdade e justiça existente no ambiente profissional.

Teoria da expectativa (ou expectância) de Victor Vroom:


Construída em função da relação entre três variáveis: Valência, força (instrumentalidade) e expectativa, referentes
a um determinado objetivo. Valência, ou valor, é a orientação afetiva em direção a resultados particulares. Pode-se
traduzi-la como a preferência em direção, ou não, a determinados objetivos. Valência positiva atrai o comportamento
em sua direção, valência zero é indiferente e valência negativa é algo que o indivíduo prefere não buscar. Expectativa
é o grau de probabilidade que o indivíduo atribui a determinado evento, em função da relação entre o esforço que vai
ser despendido no evento e o resultado que se busca alcançar. Força, ou instrumentalidade, por sua vez, é o grau de
energia que o indivíduo irá ter que gastar em sua ação para alcançar o objetivo.

Teorias X e Y:
McGregor afirmava que havia duas abordagens principais de motivação e liderança: as teorias X e Y.A teoria X apre-
sentava uma visão negativa da natureza humana: pressupunha que os indivíduos são naturalmente preguiçosos, não
gostam de trabalhar, precisam ser guiados, orientados e controlados para realizarem a contento os trabalhos. A teoria Y
é o oposto: diz que os indivíduos são automotivados, gostam de assumir desafios e responsabilidades e irão contribuir
criativamente para o processo se tiverem suficientes oportunidades de participação.

Dentre as teorias citadas, a mais difundida é a da Hierarquia das Necessidades, abaixo mais detalhes sobre ela.

Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow:


necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessidades sociais, necessidades de autoestima e
necessidades de auto realização.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

8
Quanto às implicações dessas teorias:

Implicações aos Administradores

As implicações para os administradores estão relacionadas quanto à forma como motivar os subordinados:
Devem determinar recompensas que são valorizadas por cada subordinado. Ao serem motivadoras devem ser
adequadas aos indivíduos observando suas reações em diferentes situações e perguntando que tipos de recompensas
desejam;
Determinar o desempenho que você deseja - determinar qual o nível de desempenho que os subordinados têm
que ter para serem recompensados;
Fazer com que o nível de desempenho seja alcançável - a motivação poderá ser baixa se os subordinados acharem
que o que foi determinado é difícil ou impossível;
Ligar as recompensas ao desempenho;
Certificar se a recompensa e adequada - recompensas pequenas significam motivações fracas.

Implicações para a Organização

A expectativa da motivação também traz várias implicações para a organização:


Geralmente, as organizações recebem o equivalente a recompensa e não o que desejam - o sistema de recompensas
devem ser projetados para motivar os comportamentos desejados; ex.: segurança, aumento de produção.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O trabalho em si pode tornar-se intrinsicamente recompensador - se forem projetados para atender as necessidades
mais elevadas dos empregados, como ex.: independência, criatividade, o trabalho pode ser motivador por si mesmo.
Portanto, a tarefa mais importante para os administradores e organizações é garantir que os subordinados tenham
os recursos necessários para dar o melhor de si em prol do planejamento da organização.
Ainda sobre motivação, precisamos entender o processo que leva o indivíduo a tomar uma ação em busca de um
objetivo, conforme mostra o Ciclo Motivacional.

9
O Ciclo Motivacional

O ciclo motivacional percorre as seguintes etapas:

- Uma necessidade rompe o estado de equilíbrio do organismo, causando um estado de tensão, insatisfação,
desconforto e desequilíbrio.
- Esse estado de tensão leva o indivíduo a um comportamento ou ação, capaz de descarregar a tensão ou livrá-lo
do desconforto e do desequilíbrio.

Se o comportamento ‘for eficaz o indivíduo encontrará a satisfação da necessidade e, satisfeita essa necessidade, o
organismo volta ao estado de equilíbrio anterior e à sua forma de ajustamento ao ambiente.

As necessidades ou motivos não são estáticos, pelo contrario, são forças dinâmicas e persistentes que provocam
comportamentos.
Com a aprendizagem e a repetição (reforço positivo), os comportamentos tornam-se gradativamente mais
eficazes na satisfação, de certas necessidades. E quando uma necessidade é satisfeita ela não é mais motivadora de
comportamento já que não causa tensão ou desconforto.
O ciclo motivacional pode alcançar vários níveis de resolução da tensão: uma necessidade pode ser satisfeita,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

frustrada (quando a satisfação é impedida ou bloqueada) ou compensada (a satisfação é transferida para objeto).
Muitas vezes a tensão provocada pelo surgimento da necessidade encontra uma barreira ou obstáculo para a sua
liberação. Não encontrando a saída normal, a tensão represada no organismo procura um meio indireto de saída, seja
por via psicológica (agressividade, descontentamento, tensão emocional, apatia, indiferença etc.) seja por via fisiológica
(tensão nervosa, insônia, repercussões cardíacas ou digestivas etc.). Outras vezes, a necessidade não é satisfeita nem
frustrada, mas é transferida ou compensada. Isto se dá quando a satisfação de outra necessidade reduz ou aplaca a
intensidade de uma necessidade que não pode ser satisfeita.
A satisfação de alguma necessidade é temporal e passageira, ou seja, a motivação humana é cíclica e orientada
pelas diferentes necessidades. O comportamento é quase um processo de resolução de problemas, de satisfação de
necessidade, à medida que elas vão surgindo.

10
O conceito de motivação – ao nível individual – conduz ao de clima organizacional – ao nível da organização.
Os seres humanos estão continuamente engajados no ajustamento a uma variedade de situações, no sentido de
satisfazer suas necessidades e manter um equilíbrio emocional. Isto pode ser definido com um estado de ajustamento.
Tal ajustamento não se refere somente à satisfação das necessidades de pertencer a um grupo social de estima e de
auto realização. É a frustração dessas necessidades que causa muitos dos problemas de ajustamento. Como a satisfação
dessas necessidades superiores depende muito de outras pessoas, particularmente daquelas que estão em posições de
autoridade, torna-se importante para a administração compreender a natureza do ajustamento e do desajustamento
das pessoas.
O ajustamento – assim como a inteligência ou as aptidões – varia de uma pessoa para outra e dentro do mesmo
indivíduo de um momento para outro. Varia dentro de um continuum e pode ser definido em vários graus. Um bom
ajustamento denota “saúde mental”. Uma das maneiras de se definir saúde mental é descrever as características de
pessoas mentalmente sadias. As características básicas de saúde mental são:
As pessoas sentem-se bem consigo mesmas;

As pessoas sentem-se bem em relação às outras pessoas;


As pessoas são capazes de enfrentar por si as demandas da vida.

Diante disso tudo, importante é a postura da área de gestão de pessoas frente à esses aspectos, devendo estar
sempre atenta, oferecendo ferramentas que proporcionem a motivação constante dos colaboradores e equipes no dia
a dia de trabalho.

Liderança

Uma característica essencial das organizações é que elas são sistemas sociais, com divisão de tarefas. É aí que entra
o conceito de Gestão de Pessoas! Gestão de Pessoas é um modelo geral de como as organizações se relacionam com
as pessoas.
Profissionais capazes de liderar, de exercer poder e influência sobre as pessoas, fazem a diferença para muitas organizações.
É uma atividade que, se bem feita, mantém a saúde das relações entre os indivíduos. Por isso, é muito importante essa atenção
dada aos fundamentos da psicologia.

Segundo Chiavenato,
Liderança é uma influência interpessoal exercida em uma dada situação e dirigida por meio do processo de comunicação
humana para a consecução de um ou mais objetivos específicos. Os elementos que caracterizam são, portanto, quatro: a
influência, a situação, o processo de comunicação e os objetivos a alcançar.
A liderança não deve ser confundida com direção nem com gerência. Um bom administrador deve ser necessariamente
um bom líder. Por outro lado, nem sempre um líder é um administrador. Na verdade, os líderes devem estar presentes
no nível institucional, intermediário e operacional das organizações. Todas as organizações precisam de líderes em
todos os seus níveis e em todas as suas áreas de atuação.
A liderança envolve o uso da influência e todas as relações interpessoais podem envolver liderança. Todas as
relações dentro de uma organização envolvem líderes e liderados: as comissões, os grupos de trabalho, as relações
entre linha e assessoria, supervisores e subordinados etc. Outro elemento importante no conceito de liderança é a
comunicação. A clareza e a exatidão da comunicação afetam o comportamento e o desempenho dos liderados. A
dificuldade de comunicar é uma deficiência que prejudica a liderança. O terceiro elemento é a consecução de metas.
O líder eficaz terá de lidar com indivíduos, grupos e metas. A eficácia do líder é geralmente considerada em termos de
grau de realização de uma meta ou combinação de metas. Mas, por outro lado, os indivíduos podem considerar o líder
como eficaz ou ineficaz, em termos de satisfação decorrente da experiência total do trabalho. De fato, a aceitação das
diretrizes e comandos de um líder apoia-se muito nas expectativas dos liderados de que suas respostas favoráveis os
levarão a bons resultados. Nesse caso, o líder serve ao grupo como um instrumento para ajudar a alcançar objetivos.

Papel do líder
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Alcançar eficiência concreta e constante para a organização, através de métodos avaliativos, controle e mensuração
dos resultados.

11
Estilo de Liderança

Teorias sobre Liderança

É claro que o teoria e o estilo de liderança tem sua importância no contexto, mas o que vale mesmo é que as organizações
compreendam definitivamente o papel do líder, a relevância que esse elemento tem na gestão organizacional, instigando
a equipe a ser melhor a cada dia.
Compete à organização dar o suporte que esse agente motivador precisa para potencializar o desenvolvimento
humano, através dos desafios colocados à equipe, provocando alto desempenho, estimulando-os a assumir cada vez
mais o compromisso de atingirem um nível de competência de excelência.
E ao líder compete compreender como fazer isso tudo, através de críticas construtivas que visam melhorar o
desempenho, através de decisões que resolvam os conflitos existentes, através de um olhar atento para descobrir talentos,
e a esses dar e receber feedback, estando disposto a aprender, assim como ensina.
O papel do líder é o de criar vínculos de confiança, através de relações éticas, de postura comprometida com os
liderados em harmonia com os objetivos da organização.
Quando esse papel é notado dentro das organizações, a pessoas nela envolvidas se sentem respeitadas e valorizadas, o
clima organizacional é de harmonia e sinergia e, com isso, as organizações atingem não apenas um nível de competitividade
no mercado, mas conseguem firmar seu diferencial de maturidade organizacional.

10. Gestão por competência

A lógica da Gestão por Competências tem como base a obtenção das competências organizacionais, das áreas e das
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

pessoas, necessárias para que a organização atinja seus objetivos estratégicos.


Os subprocessos (recrutamento e seleção, o planejamento e a alocação da força de trabalho e a capacitação de
pessoal) de gestão de recursos humanos, assim como o plano de carreira e de Remuneração serão balizados pelas
necessidades de suprimento dessas competências.
Por que mapear as competências?
O Sistema de Gestão por Competências, no bojo da Gestão Estratégica Organizacional e de Pessoas, permite
gerenciar as competências e propicia a inovação, a aprendizagem e o desenvolvimento individual e de grupo.
Por meio do mapeamento das competências, a organização consegue identificar a lacuna entre as competências
existentes e as necessárias. Com base nesse mapeamento, ela planeja as formas de preencher essas lacunas por meio
de contratação, capacitação, treinamento, realocação.

12
Principais etapas do processo de gestão por competências

A organização define suas necessidades, em termos de perfis de competências, por meio da formulação da Estratégia
Organizacional e do Mapeamento de Competências. Este último, realizado não só por levantamentos, mas por meio de
instrumentos como a Avaliação de Desempenho.
Quanto aos perfis profissionais, as necessidades da organização poderão ser satisfeitas por ações de:
• Captação - incluindo recrutamento, seleção, contratação e realocação.
• Desenvolvimento - incluindo capacitação e treinamento.

Esses processos devem ser avaliados permanentemente e serão os realimentadores da formulação da estratégia
organizacional e do mapeamento de competências.
Por fim, os resultados da aplicação desses mecanismos deverão ser traduzidos em retribuição aos servidores, por
meio do reconhecimento e da premiação pelo desempenho ou até pela remuneração por competências.

Vejamos a dinâmica desses elementos:

Num mundo onde as decisões, os processos e as atitudes devem ser rápidas e agressivas, o diferencial de uma
organização são as pessoas que lá trabalham com seus talentos e ideias. Não importa o ramo da organização, se quiser
prosperar ela precisará de pessoas bem formadas, empreendedoras, visionárias, inovadoras e entusiasmadas. Pessoas
que possam resolver problemas, com muito talento e alto poder de realização, flexíveis e capazes de enfrentar novos
desafios. São elas que ajudarão novos negócios a atravessar os obstáculos da nova economia.
Para atrair e reter talentos em uma organização é fundamental, também, que a organização mantenha um clima
de trabalho sadio, amistoso, motivador, voltado ao progresso. A gestão por competências, ao viabilizar o contínuo
desenvolvimento das pessoas, pode contribuir para o alcance desse objetivo.
A gestão por competências deve ser um processo contínuo e estar alinhada com as estratégias organizacionais. Sua
adoção implica em redirecionamento das ações tradicionais da área de gestão de pessoas, tais como: recrutamento
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

e seleção, treinamento, gestão de carreira e avaliação de desempenho. Também implica na formalização de alianças
estratégicas para capacitação e desenvolvimento das competências necessárias ao alcance de seus objetivos.
As competências técnicas são sempre mais fáceis de serem gerenciadas, uma vez que são avaliadas de forma
mais objetiva. Exemplos de competência técnica: fluência em inglês, habilidade com o Excel, técnicas de redação,
matemática financeira etc. É possível “medir” o quanto o colaborador possui dessas competências no dia-a-dia e a
capacitação técnica acaba sendo sempre uma tarefa mais fácil de ser administrada pelo RH das empresas, uma vez que
o mercado de treinamento está repleto de boas soluções para esse fim.
Competência técnica é pré-requisito de qualquer colaborador. Ele simplesmente precisa conhecer o seu negócio.
Para o exercício da sua função, ele deve carregar consigo essa capacitação e estar constantemente atualizado sobre
novas técnicas que o mercado demanda.

13
Então por que colaboradores altamente capacitados tecnicamente podem não apresentar bons indicadores
de performance? Porque o diferencial está na atitude, não na técnica. A gestão das ações está contemplada nas
competências comportamentais. Mais difícil de ser avaliada por ser um tanto quanto subjetiva, uma boa competência
comportamental deve ser elaborada de tal sorte que traga alto grau de objetividade. Assim, são criadas as evidências
de comportamento para cada competência, que nos dizem como ela deve ser avaliada e desenvolvida.
Exemplo de competência comportamental:
Desenvolvimento de pessoas e da organização.
Mas como medir se o colaborador entrega ou não esse comportamento? Através das evidências que são esperadas
para essa competência. Por exemplo:
- Busca feedbacks constantemente?
- Desenvolve planos de ação para seus pontos de melhoria?
- Auxilia o gestor a identificar potenciais/talentos na equipe?
- Assume responsabilidade pelo autodesenvolvimento?

Zarifian define a competência como sendo a inteligência prática, aplicada na solução dos problemas que surgem.
Essa inteligência precisa apoiar-se nos conhecimentos adquiridos, procurando constantemente revê-los e atualizá-los,
de modo a adaptá-los aos desafios cotidianos.
Uma das mais conhecidas definições é a que diz ser competência um conjunto de conhecimentos, habilidades e
atitudes que credenciam um indivíduo a exercer uma determinada função, que podemos resumir pela sigla:

C H A

Agora vamos analisar as etapas que envolvem a gestão por competências, conforme figura abaixo.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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Sensibilização: Devemos integrar e informar toda a Deve-se tomar muito CUIDADO com as metodologias
empresa de uma forma clara e inequívoca, estando os subjetivas existentes no mercado, baseadas no acho e não
responsáveis sempre abertos a questões ou sugestões. acho, gosto e não gosto, pode e não pode, o ideal seria,
Somente com toda a empresa focada neste tipo de etc. Essas metodologias promovem grandes equívocos
gestão e reconhecendo a importância da mesma se na obtenção do perfil ideal do cargo.
consegue alcançar os objetivos pretendidos.
Identificação das competências: após a definição do Avaliação por Competências
rumo que delineamos para a nossa empresa, devemos
então analisar quais as competências existentes, antes Através da Avaliação por Competências, também
de qualquer ação dentro da empresa devemos analisar chamada de Avaliação de Desempenho, será identificado
o que já existe para sabermos de que ponto partimos. se o perfil comportamental e técnico dos colaboradores
Reavaliação dos cargos: Após analisarmos quais as de uma corporação estão alinhados ao perfil ideal exigido
competências existentes e necessárias para obtermos o pelos cargos.
sucesso pretendido, devemos procurar formação para A Avaliação por Competências é uma maneira de
atender as necessidades. Esta formação poderá ser de estimar o aproveitamento do potencial individual de
caráter comportamental ou técnico tendo sempre como cada colaborador dentro das organizações.
objetivo permitir que os colaboradores da empresa O resultado da Avaliação será a identificação das
alcancem as competências pretendidas. competências comportamentais e técnicas que precisam
É no entanto bem provável que não se consiga ser aperfeiçoadas.
obter todas as competências necessárias através da
formação, assim sendo, devemos procurar pessoas Plano de Desenvolvimento por Competências
com as competências necessárias, ou seja, implementar
processos de recrutamento e seleção por competências. Baseado no resultado da Avaliação por Competências
Treinamento: torna-se necessário implantar e realizar será criado um Plano de Desenvolvimento para
ações de capacitação e de desenvolvimento conforme as os colaboradores, cujo objetivo será aperfeiçoar e
necessidades identificadas. potencializar o perfil individual de cada colaborador.
Avaliações de qualificações: verificar a eficácia das
ações de capacitação e de desenvolvimento que foram 10.4. O uso de software na Gestão por Competências
implantadas.
Avaliações de desempenho: verificar se as lacunas
Um projeto de implantação de gestão por
de competências e de desempenho foram superadas.
competências em uma empresa, demanda grande
trabalho e dedicação da área de Recursos Humanos e
Segundo Maria Odete Rabaglio, Gestão por
gestores.
Competências é um conjunto de ferramentas práticas,
A utilização de um sistema informatizado desde o
consistentes e objetivas que torna possível para as
início do processo facilita grandemente o gerenciamento
empresas instrumentalizar RH e Gestores para fazer
e as chances de sucesso do projeto.
Gestão e Desenvolvimento de pessoas, com foco, critério
e clareza. Isso através de ferramentas mensuráveis,
personalizadas e construídas com base nas atribuições Alguns benefícios da Gestão por Competências
dos cargos e funções. - Melhora o desempenho dos colaboradores; 
- Identifica as necessidades de treinamentos; 
A Gestão por Competências é composta por alguns - Alinha os objetivos e metas da organização e da
subsistemas, como: equipe; 
- Mapeamento e Mensuração por Competências;  - Reduz a subjetividade na Seleção e Avaliação de
- Avaliação por Competências (Avaliação de Desem- pessoas; 
penho); - Analisa o desenvolvimento dos colaboradores; 
- Plano de Desenvolvimento por Competências - Enriquece o perfil dos colaboradores, potencializan-
- Seleção por Competências;  do seus resultados; 
- Remuneração por Competências; - Melhora o relacionamento entre gestores e lidera-
  dos; 
Mapeamento e Mensuração por Competências - Mantém a motivação e o compromisso; 
- Extrai o máximo de produtividade de cada colabo-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O Mapeamento e Mensuração por Competências rador. 


é a base de toda a Gestão por Competências. Através
da Descrição de Cargo, isto é, das atividades que o Vantagens na adoção do sistema de gestão por
cargo executa no dia-a-dia, é realizado o mapeamento competências
das competências técnicas e comportamentais (CHA) A adoção do sistema de gestão por competências
para cada uma das atividades. Depois disso, é feita a apresenta diversas vantagens, entre as quais se destacam:
mensuração do grau ideal para o cargo, isto é, o quanto o - Clara visualização das disponibilidades e necessida-
cargo precisa de cada uma das competências para atingir des em termos de competências.
os objetivos da empresa. O resultado do Mapeamento e - Maior flexibilidade para alocar as pessoas conforme
Mensuração é a identificação do perfil comportamental e as competências necessárias.
técnico ideal para cada cargo ou função.

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- Desenvolvimento de competências para a agrega- Assim, o papel principal da avaliação de desempenho
ção de valor à organização e ao indivíduo, com é identificar e trabalhar de forma sistêmica as diferenças
foco em resultados. de desempenho entre os muitos funcionários da
- Sistematização do plano de desenvolvimento dos organização. Tendo sempre como base a interação
servidores a partir das necessidades reais. constante entre avaliador e avaliado.
- Atendimento às demandas organizacionais com a
utilização das competências adequadas. Formas de avaliação de desempenho – Listamos
- Planejamento de carreira do servidor vinculado às abaixo os métodos mais tradicionais de avaliação:
demandas organizacionais.
- Melhor aproveitamento dos talentos existentes na • Escalas gráficas de classificação: é o método mais
instituição. utilizado nas empresas. Avalia o desempenho por
- Abertura de espaço para a negociação entre os ge- meio de indicadores definidos, graduados através
rentes e seus subordinados. da descrição de desempenho numa variação de
ruim a excepcional. Para cada graduação pode
11. Gestão de desempenho haver exemplos de comportamentos esperados
para facilitar a observação da existência ou não
A maneira mais eficaz do gestor demonstrar que do indicador. Permite a elaboração de gráficos
está a par dos resultados apresentados por seus que facilitarão a avaliação e acompanhamento do
colaboradores é acompanhando de perto as atividades desempenho histórico do avaliado.
que esses realizam. E o método mais eficaz de demonstrar • Escolha e distribuição forçada: consiste na avaliação
este acompanhamento é através da Avaliação de dos indivíduos através de frases descritivas de
Desempenho do colaborador. A avaliação de desempenho determinado tipo de desempenho em relação às
é uma ferramenta da gestão de pessoas que visa analisar tarefas que lhe foram atribuídas, entre as quais o
o desempenho individual ou de um grupo de funcionários avaliador é forçado a escolher a mais adequada
em uma determinada empresa. É um processo de para descrever os comportamentos do avaliado.
identificação, diagnóstico e análise do comportamento Este método busca minimizar a subjetividade do
de um colaborador durante um intervalo de tempo, processo de avaliação de desempenho.
analisando sua postura profissional, seu conhecimento • Pesquisa de campo: baseado na realização de
técnico, sua relação com os parceiros de trabalho etc. reuniões entre um especialista em avaliação de
Este método tem por objetivo analisar as melhores desempenho da área de Recursos Humanos com
práticas dos funcionários, proporcionando um cada líder, para avaliação do desempenho de cada
crescimento profissional e pessoal, visando um melhor um dos subordinados, levantando-se os motivos
desempenho de suas funções no ambiente de trabalho. de tal desempenho por meio de análise de fatos
Além disso, é uma importante ferramenta de auxílio e situações. Este método permite um diagnóstico
à administração de recursos humanos da empresa, padronizado do desempenho, minimizando a
alimentando-a com informações que auxiliam a tomada subjetividade da avaliação. Ainda possibilita o
de decisão sobre práticas de bonificação, aumento de planejamento, conjuntamente com o líder, do
salários, demissões, necessidades de treinamento etc. desenvolvimento profissional de cada um.
• Incidentes críticos: enfoca as atitudes que
Segundo Wagner Siqueira, o processo de avaliação representam desempenhos altamente positivos
de desempenho de um colaborador inclui, dentre outras, (sucesso), que devem ser realçados e estimulados,
as expectativas desejadas e os resultados reais. Sendo ou altamente negativos (fracassos), que devem
divida em algumas etapas: ser corrigidos através de orientação constante. O
• Apreciação diária do comportamento do método não se preocupa em avaliar as situações
colaborador, seus progressos e limitações, êxitos normais. No entanto, para haver sucesso na
e insucessos, com oferecimento permanente de utilização desse método, é necessário o registro
feedback instantâneo; constante dos fatos para que estes não passem
• Identificação e equacionamento imediato dos despercebidos.
problemas emergentes, procurando manter • Comparação de pares: também conhecida como
continuamente um alto padrão de motivação e de comparação binária, faz uma comparação entre
obtenção de resultados; o desempenho de dois colaboradores ou entre
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Entrevistas formais periódicas de avaliação de o desempenho de um colaborador e sua equipe,


desempenho, em que avaliador e avaliado analisam podendo fazer o uso de fatores para isso. É um
os resultados obtidos no período considerado processo muito simples e pouco eficiente, mas que
e redefinem novas orientações, compromissos se torna muito difícil de ser realizado quanto maior
recíprocos e ações corretivas, se for o caso. for o número de pessoas avaliadas.
• Auto avaliação: é a avaliação feita pelo próprio
Neste processo, o gestor precisa avaliar as fraquezas e avaliado com relação a sua performance. O ideal
limitações dos funcionários, buscando identificar pontos é que esse sistema seja utilizado conjuntamente a
de melhoria, necessidade de treinamento ou até mesmo outros sistemas para minimizar o forte viés e falta
remanejamento do indivíduo para outras funções em de sinceridade que podem ocorrer.
que poderia render melhor.

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• Relatório de performance: também chamada de financeira, do cliente, dos processos internos e do
avaliação por escrito ou avaliação da experiência, aprendizado e crescimento. São definidos objetivos
trata-se de uma descrição mais livre acerca estratégicos para cada uma das perspectivas e
das características do avaliado, seus pontos tarefas para o atendimento da meta em cada
fortes, fracos, potencialidades e dimensões de objetivo estratégico.
comportamento, entre outros aspectos. Sua
desvantagem está na dificuldade de se combinar Vantagens da Avaliação de desempenho
ou comparar as classificações atribuídas e por isso
exige a suplementação de um outro método, mais Por meio da avaliação de desempenho é possível
formal. identificar novos talentos dentro da própria organização,
• Avaliação por resultados: é um método de avaliação por meio da análise do comportamento e das qualidades
baseado na comparação entre os resultados de cada indivíduo. Gerando, assim, novas possibilidades
previstos e realizados. É um método prático, para remanejamento interno de colaboradores. Além
mas que depende somente do ponto de vista do de poder oferecer bonificações e premiações aos
supervisor a respeito do desempenho avaliado. funcionários que mais se destacarem na avaliação.
• Avaliação por objetivos: baseia-se numa avaliação Outra vantagem é a possibilidade de gerar
do alcance de objetivos específicos, mensuráveis, um feedback mais fácil aos funcionários analisados e
alinhados aos objetivos organizacionais e gestores, uma vez que tem como resultado informações
negociados previamente entre cada colaborador e relevantes, sólidas e tangíveis para um resultado eficiente.
seu superior. É importante ressaltar que durante a Este feedback faz com que os avaliados queiram investir
avaliação não devem ser levados em consideração ainda mais em seu desenvolvimento, melhorando seu
aspectos que não estavam previstos nos objetivos, desempenho e trazendo vantagens para a empresa.
ou não tivessem sido comunicados ao colaborador. Este método é importante, também, para eliminar
E ainda, deve-se permitir ao colaborador sua “achismos” e palpites quando da avaliação de um
autoavaliação para discussão com seu gestor. funcionário. É um meio de obter informações reais e
• Padrões de desempenho: também chamada de avaliar de perto as implicações de uma possível mudança
padrões de trabalho é quando há estabelecimento na gestão de recursos humanos da empresa.
de metas somente por parte da organização, mas Por isso, manter este tipo de avaliação pode trazer
que devem ser comunicadas às pessoas que serão muitos benefícios e mudanças positivas na gestão de
avaliadas. pessoas de uma organização, seja qual for o seu tamanho.
• Frases descritivas: trata-se de uma avaliação Com ela o gestor pode avaliar melhor seus subordinados,
através de comportamentos descritos como ideais melhorar o clima de trabalho, investir no treinamento de
ou negativos. Assim, assinala-se “sim” quando seus pares, melhorar a produtividade, desenvolver os
o comportamento do colaborador corresponde métodos de remuneração, fazê-los trabalhar de forma
ao comportamento descrito, e “não” quando mais eficiente etc. Todos ganham quando uma equipe é
não corresponde. É diferente do método da avaliada de forma satisfatória pelos gerentes.
Escolha e distribuição forçada no sentido da não
obrigatoriedade na escolha das frases. Aplicações
•  Avaliação 360 graus: neste método o avaliado
recebe feedbacks (retornos) de todas as pessoas A avaliação de desempenho presta-se ao exercício de
com quem ele tem relação, também chamados diferentes funções administrativas, motivacionais e de
de stakeholders, como pares, superior imediato, comunicação, como citados a seguir:
subordinados, clientes, entre outros. • Identificação de pontos fortes e fracos dos
• Avaliação de competências: trata-se da identificação colaboradores e, consequentemente, da organização;
de competências conceituais (conhecimento teórico), • Identificação de diferenças individuais;
técnicas (habilidades) e interpessoais (atitudes) • Estímulo à comunicação interpessoal;
necessárias para que determinado desempenho seja • Desenvolvimento do conceito “equipe de dois”,
obtido. formada por chefe e subordinado;
• Avaliação de competências e resultados: é a • Informação ao colaborador de como o seu
conjugação das avaliações de competências e desempenho é percebido;
resultados, ou seja, é a verificação da existência ou • Estímulo ao desenvolvimento individual do
não das competências necessárias de acordo com avaliador e do avaliado;
• Indicações de promoções e de aumentos salariais por mérito;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

o desempenho apresentado.
• Avaliação de potencial: com ênfase no desempenho • Indicações de necessidade de treinamento;
futuro, identifica as potencialidades do avaliado • Gestão de crises nas equipes e nos processos
que facilitarão o desenvolvimento de tarefas e operacionais (sistemas técnicos e sociais);
atividades que lhe serão atribuídas. Possibilita a • Auxílio na verificação de aprendizagens;
identificação de talentos que estejam trabalhando • Identificação de problemas de trabalho em geral,
aquém de suas capacidades, fornecendo base para no relacionamento individual, intraequipe ou
a recolocação dessas pessoas. interequipes;
• Balanced Scorecard: sistema desenvolvido por • Registro histórico suplementar para ações
Robert S. Kaplan e David P. Norton na década de administrativas de gestão;
90, avalia o desempenho sob quatro perspectivas: • Apoio às pesquisas de clima organizacional.

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11.2. Indicadores de Desempenho realizada uma comparação com os resultados atingidos
em períodos anteriores, obtendo-se assim uma série
O que não é medido não é gerenciado.... histórica para análise.
(Robert Kaplan)
“Se você não mede algo, você não pode entender o Variáveis empregadas na construção de
processo. indicadores
Se você não entende o processo, você não consegue
aperfeiçoá-lo”. Os indicadores quase sempre são compostos por
(Peter Druker) variáveis provenientes de um dos seguintes grupos:
custo, tempo, quantidade e qualidade.
A utilização de indicadores de desempenho para
aferir os resultados alcançados pelos administradores Principais usos de indicadores de desempenho
é uma metodologia que está relacionada ao conceito
de gerenciamento voltado para resultados (results A utilização de indicadores de desempenho pela
oriented management – ROM). Esse conceito tem sido instituição:
adotado nas administrações públicas de diversos países, • Possibilita a avaliação qualitativa e quantitativa
especialmente nos de cultura anglo-saxônica (EUA, do desempenho global da instituição, por meio
Austrália, Reino Unido). da avaliação de seus principais programas e/ou
Para alguns estudiosos/autores da literatura departamentos;
especializada, o conceito de indicador de desempenho • Permite o acompanhamento e a avaliação do
pode ser definido como um instrumento de mensuração desempenho ao longo do tempo e ainda a
quantitativa ou qualitativa de aspectos do desempenho. comparação entre:
Neste material vamos adotar a seguinte definição: • desempenho anterior x desempenho corrente;
Um indicador de desempenho é um número, • desempenho corrente x padrão de comparação;
percentagem ou razão que mede um aspecto do • desempenho planejado x desempenho real;
desempenho, com o objetivo de comparar esta medida • Possibilita enfocar as áreas relevantes do
com metas pré-estabelecidas. desempenho e expressá-las de forma clara,
induzindo um processo de transformações
Medição de desempenho e indicador de estruturais e funcionais que permite eliminar
desempenho inconsistências entre a missão da instituição, sua
estrutura e seus objetivos prioritários;
A expressão indicador de desempenho é também • Ajuda o processo de desenvolvimento
normalmente utilizada no sentido de medição de organizacional e de formulação de políticas a
desempenho. Entretanto, é possível estabelecer-se médio e longo prazos;
uma distinção entre ambas. Medições de desempenho • Melhora o processo de coordenação organizacional,
são efetuadas quando os aspectos do desempenho a partir da discussão fundamentada dos resultados
podem ser mensurados diretamente e quantificados e o estabelecimento de compromissos entre os
com facilidade. Exemplos: quilometragem de estradas diversos setores da instituição;
conservadas; número de alunos matriculados no 1º grau. • Possibilita a incorporação de sistemas de
Indicadores de desempenho são utilizados quando reconhecimento pelo bom desempenho, tanto
não é possível efetuar tais mensurações de forma institucionais como individuais.
direta. Atuam como uma alternativa para a medição
do desempenho, embora não forneçam uma mensuração Qualidades desejáveis em um indicador de
direta dos resultados. Exemplo: a utilização do índice de desempenho
repetência na 1ª série do 1º grau, como um dos fatores Tanto na análise de indicadores de desempenho
a serem considerados na formação de um indicador de já existentes, quanto na elaboração de novos, deve-se
desempenho para medir a efetividade do ensino de 1º grau. verificar as seguintes características:
O que se deseja ressaltar com essa diferenciação é
que os indicadores de desempenho podem fornecer I. Representatividade: o indicador deve ser a
uma boa visão acerca do resultado que se deseja medir, expressão dos produtos essenciais de uma atividade
mas são apenas aproximações do que realmente está ou função; o enfoque deve ser no produto: medir
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ocorrendo, necessitando, sempre, de interpretação no aquilo que é produzido, identificando produtos


contexto em que estão inseridos. intermediários e finais, além dos impactos desses
produtos (outcomes). Este atributo merece certa
Natureza comparativa dos indicadores de atenção, pois indicadores muito representativos
desempenho tendem a ser mais difíceis de ser obtidos.
II. Homogeneidade: na construção de indicadores
Informações sobre desempenho são essencialmente devem ser consideradas apenas variáveis
comparativas. Um conjunto de dados isolado mostrando homogêneas. Por exemplo, ao estabelecer o custo
os resultados atingidos por uma instituição não diz nada médio por auditoria, devem-se identificar os
a respeito do desempenho da mesma, a menos que seja diversos tipos de auditoria, já que para cada tipo
confrontado com metas ou padrões preestabelecidos, ou tem-se uma composição de custo diversa.

18
III. Praticidade: garantia de que o indicador realmente funciona na prática e permite a tomada de decisões
gerenciais. Para tanto, deve ser testado, modificado ou excluído quando não atender a essa condição.
IV. Validade: o indicador deve refletir o fenômeno a ser monitorado.
V. Independência: o indicador deve medir os resultados atribuíveis às ações que se quer monitorar, devendo ser
evitados indicadores que possam ser influenciados por fatores externos.
VI. Confiabilidade: a fonte de dados utilizada para o cálculo do indicador deve ser confiável, de tal forma que
diferentes avaliadores possam chegar aos mesmos resultados.
VII. Seletividade: deve-se estabelecer um número equilibrado de indicadores que enfoquem os aspectos essenciais
do que se quer monitorar.
VIII. Simplicidade: o indicador deve ser de fácil compreensão e não envolver dificuldades de cálculo ou de uso.
IX. Cobertura: os indicadores devem representar adequadamente a amplitude e a diversidade de características do
fenômeno monitorado, resguardado o princípio da seletividade e da simplicidade.
X. Economicidade: as informações necessárias ao cálculo do indicador devem ser coletadas e atualizadas a um
custo razoável, em outras palavras, a manutenção da base de dados não pode ser dispendiosa.
XI. Acessibilidade: deve haver facilidade de acesso às informações primárias bem como de registro e manutenção
para o cálculo dos indicadores.
XII. Estabilidade: a estabilidade conceitual das variáveis componentes e do próprio indicador bem como a
estabilidade dos procedimentos para sua elaboração são condições necessárias ao emprego de indicadores para
avaliar o desempenho ao longo do tempo.

Aspectos do desempenho medidos pelos indicadores

O desempenho na obtenção de um determinado resultado pode ser medido segundo as seguintes dimensões de
análise: economicidade, eficiência, eficácia e efetividade. Para cada dimensão de análise podem existir um ou mais
indicadores.

Tipos de indicadores

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Requisitos dos indicadores

- DISPONIBILIDADE – Facilidade de acesso para coleta, estando disponível a tempo;


- SIMPLICIDADE – Facilidade de ser compreendido;
- BAIXO CUSTO DE OBTENÇÃO;
- ADAPTABILIDADE - Capacidade de resposta às mudanças;
- ESTABILIDADE – Permanência no tempo, permitindo a formação de série histórica;
- RASTREABILIDADE – Facilidade de identificação da origem dos dados, seu registro e manutenção;
- REPRESENTATIVIDADE – Atender às etapas críticas dos processos, serem importantes e abrangentes.

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Exemplo de Indicadores de Desempenho

Processos Métricas
Estratégia Corporativa • A posição competitiva na indústria
• Custo, tempo de desenvolvimento, tempo de entrega, quantidade, preço e
canais dos produtos oferecidos
• Quantidade, complexidade e tamanho dos concorrentes, clientes, parceiros e
fornecedores
• Valor dos recursos disponíveis
Estrutura Corporativa • Número de unidades estratégicas de negócio (UEN)
• Diversidade geográfica de produção e vendas
• Nível de capacitação para cada (UEN) e gerentes
Sistemas Corporativos • Índice de retenção de clientes e funcionários
• Produtos e índices de qualidade de processos
• Investimento na formação de equipes
Recursos • Recursos financeiros disponíveis para investimento no negócio
• Avaliação de competências dos funcionários existentes
• Avaliação da qualidade da tecnologia atual e dos processos
Ambiente externo • Avaliação dos investimentos dos concorrentes
• Avaliação das necessidades do cliente
• Avaliação das necessidades de fornecedores e recursos
Liderança • Tempo dedicado ao negócio
• Orçamento por cento atribuído às iniciativas no segmento
• Porcentagem de desempenho vinculados ao sucesso do negócio no mercado
• Objetivos do negócio claramente comunicados aos administradores e
funcionários
• Percentagem de gerentes preparados para o negócio
Criar e executar • Número, preço de custo e a percepção dos produtos e serviços oferecidos
estratégias adequadas pela empresa
para o negócio • Disponibilidade e planejamento de recursos de segurança do segmento
• Percepção da marca
• Quantidade e qualidade das informações disponíveis sobre a empresa
• Os níveis de qualidade, opções de entrega, taxas de cumprimento e satisfação
do cliente de encomendas personalizadas
• Rentabilidade das operações para o segmento
Suporte e estrutura • Quantidade de produtos terceirizados
externa ao negócio • Qualidade das parcerias estratégicas formadas
• Variação do custo e da qualidade de contratos de fornecedores
• Integração ente unidades fornecedoras e funções internas
• Número de produtos, canais e serviços específicos
Desenvolver e • Quantidade, qualidade, habilidades e conhecimentos dos funcionários da
implementar sistemas empresa
apropriados ao negócio • Quantidade e qualidade de treinamentos específicos
• Porcentagem de medidas de desempenho e recompensas alinhados e ligados
a atividade do negócio
• Quantidade e qualidade dos dados dos clientes através de sistemas
promocionais
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Tempo necessário para atender aos pedidos do cliente e solicitações de


serviços feitas pessoalmente ou por outros meios
• Nível de integração interdepartamental por via eletrônica
• Qualidade de vendas e performance de entrega
Otimização de canal • Valores em R$ das atividades realizadas pelo segmento concorrente
• Número de clientes atendidos pela concorrência
• Tempo de inatividade médio por unidade
• Nível de satisfação com a cadeia de fornecedores
• Melhoria de vendas juntos aos clientes já existentes

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Redução de custos • R$ economizados em despesas com pessoal, aquisição de produtos e materiais,
armazenamento, etc
• R$ economizados no desenvolvimento de novos produtos e a introdução no
mercado
• Os custos trabalhistas por unidade vendida
Aquisição de novos • Novos clientes adquiridos através de promoções
clientes • Percentagem de clientes por novo produto
• Percentagem de novos clientes específicos
• Número de novos clientes por meio de outros canais
• Novos clientes que se convertem em clientes fidelizados (taxa de conversão)
Fidelização e retenção de • Frequência de visitas e retorno de cliente
cliente • Vendas médias, anual por cliente
• A satisfação do cliente com o atendimento
• Compras do cliente versus a taxa de desistência
• Percentagem de atritos com clientes
• Relação de novos clientes versus aos costumeiros
Geração de valor • Custo e preço dos produtos e serviços oferecidos aos clientes
• Média dos preços pagos pelos consumidores
• Número de novos produtos e linhas de serviços introduzidos
• Rentabilidade das operações do negócio
• As receitas geradas através da iniciativa (receita total, receita por cliente)
• Rentabilidade por cliente
Rentabilidade da • Preço do estoque
empresa a longo prazo • Evolução do capital
• O crescimento das vendas

Vale reforçar que, mesmo adotando-se todos os cuidados na elaboração de indicadores de desempenho, o aperfei-
çoamento sempre será possível, à medida em que forem sendo colocados em prátical.
Criar um canal para críticas e sugestões dos usuários dos serviços públicos, organizações governamentais, entida-
des de classe, entidades governamentais fiscalizadoras, enfim, de todos os que, de certa forma, estão interessados no
desempenho do serviço da entidade pública é outra forma de aperfeiçoar o uso de indicadores, buscando sempre um
processo de melhoria que traga o serviço o mais próximo possível do desejado e necessário.

12. Trabalho em equipe

Trabalho em equipe pode ser definido como os esforços conjuntos de um grupo ou sociedade visando a solu-
ção de um problema. Ou seja, um grupo ou conjunto de pessoas que se dedicam a realizar determinada tarefa estão
trabalhando em equipe.
Essa denominação se origina da época logo após a Primeira Guerra Mundial. O trabalho em equipe, através da ação
conjunta, possibilita a troca de conhecimentos entre especialistas de diversas áreas.
Como cada pessoa é responsável por uma parte da tarefa, o trabalho em equipe oferece também maior agilidade
e dinamismo.
Para que o trabalho em equipe funcione bem, é essencial que o grupo possua metas ou objetivos compartilhados.
Também é necessário que haja comunicação eficiente e clareza na delegação de cada tarefa.
A diferença de pensamento e visão entre pessoas distintas é fundamental para uma resolução de problemas efi-
ciente. Quanto mais perspectivas uma equipe tiver sobre um único problema, mais fácil é encontrar a melhor solução
possível.

Diferença entre Grupo e Equipe


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Grupo e equipe não é a mesma coisa. Grupo é definido como dois ou mais indivíduos, em interação e interdependên-
cia, que se juntam para atingir um objetivo. Um grupo de trabalho é aquele que interage basicamente para compartilhar
informações e tomar decisões para ajudar cada membro em seu desempenho na sua área de responsabilidade.
Os grupos de trabalho não têm necessidade nem oportunidade de se engajar em um trabalho coletivo que requeira
esforço conjunto. Assim, seu desempenho é apenas a somatória das contribuições individuais de seus membros. Não
existe uma sinergia positiva que possa criar um nível geral de desempenho maior do que a soma das contribuições
individuais.
Uma equipe de trabalho gera uma sinergia positiva por meio do esforço coordenado. Os esforços individuais
resultam em um nível de desempenho maior do que a soma daquelas contribuições individuais. O quadro abaixo
ressalta as diferenças entre grupos de trabalho e equipes de trabalho.

21
- Há uma preocupação / ação contínua em busca do
#FicaDica autodesenvolvimento.
Distinguir equipe e grupo é um aspecto O desempenho de uma equipe não é apenas a
muito importante para soluções de exer- somatória das capacidades individuais de seus membros.
cícios que tratem de trabalho em equipe. Contudo, estas capacidades determinam parâmetros
O ponto principal é o objetivo em comum do que os membros podem fazer e de quão eficientes eles
existente quando as pessoas compõem serão dentro da equipe. Para funcionar eficazmente, uma
uma equipe. equipe precisa de três tipos diferentes de capacidades.
Primeiro, ela precisa de pessoas com conhecimentos
Comparação entre Grupos de Trabalho e Equipes técnicos. Segundo, pessoas com habilidades para
de Trabalho solução de problemas e tomada de decisões que sejam
capazes de identificar problemas, gerar alternativas,
Transformando indivíduos em membros de equipe avaliar essas alternativas e fazer escolhas competentes.
- Partilham suas ideias para a melhoria do que fazem Finalmente, as equipes precisam de pessoas que
e de todos os processos do grupo; saibam ouvir, deem feedback, solucionem conflitos e
- Respeitam as individualidades e sabem ouvir; possuam outras habilidades interpessoais.
- Comunicam-se ativamente;
- Desenvolvem respostas coordenadas em benefícios Tipos de Equipe
dos propósitos definidos;
- Constroem respeito, confiança mútua e afetividade As equipes podem realizar uma grande variedade
nas relações; de coisas. Elas podem fazer produtos, prestar serviços,
- Participam do estabelecimento de objetivos co- negociar acordos, coordenar projetos, oferecer
muns; aconselhamentos ou tomar decisões.
- Desenvolvem a cooperação e a integração entre os - Equipe de soluções de problemas: Neste tipo de
membros. equipe, os membros trocam ideias ou oferecem
sugestões sobre os processos e métodos de tra-
Fatores que interferem no trabalho em equipe balho que podem ser melhorados. Raramente, en-
- Estrelismo; tretanto, estas equipes têm autoridade para imple-
- Ausência de comunicação e de liderança; mentar unilateralmente suas sugestões.
- Posturas autoritárias; - Equipes de trabalho autogerenciadas: São equipes
- Incapacidade de ouvir; autônomas, que podem não apenas solucionar os
- Falta de treinamento e de objetivos; problemas, mas também implementar as soluções
- Não saber “quem é quem” na equipe. e assumir total responsabilidade pelos resultados.
São grupos de funcionários que realizam trabalhos
São características das equipes eficazes: muito relacionados ou interdependentes e assuem
- Comprometimento dos membros com um propósi- muitas das responsabilidades que antes eram de
to comum e significativo; seus antigos supervisores.
- O estabelecimento de metas específicas para a equi- - Normalmente, isso inclui o planejamento e o cro-
pe que conduzam os indivíduos a um melhor de- nograma de trabalho, a delegação de tarefas aos
sempenho e também energizam as equipes. Metas membros, o controle coletivo sobre o ritmo de
específicas ajudam a tornar a comunicação mais trabalho, a tomada de decisões operacionais e a
clara. Ajudam também a equipe a manter seu foco implementação de ações para solucionar proble-
sobre o obtenção de resultados; mas. As equipes de trabalho totalmente autoge-
- Os membros defendem suas ideias, sem radicalis- renciadas até escolhem seus membros e avaliam o
mo; desempenho uns dos outros.
- Grande habilidade para ouvir; - Consequentemente, as posições de supervisão per-
- Liderança é situacional; ou seja, o líder age de acor- dem a sua importância e até podem ser eliminadas.
do com o grau de maturidade da equipe; de acor-
do com a contingência; - Equipes multifuncionais: São equipes formadas
- Questões comportamentais são discutidas aberta- por funcionários do mesmo nível hierárquico, mas
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

mente, principalmente as que podem comprome- de diferentes setores da empresa, que se juntam
ter a imagem da equipe ou organização para cumprir uma tarefa. As equipes desempe-
- O nível de confiança entre os membros é elevado; nham várias funções (multifunções), ao mesmo
- Demonstram confiança em seus líderes, tornando a tempo, ou seja, não há especificação para cada
equipe disposta a aceitar e a se comprometer com membro. O sentido de equipe é exatamente esse,
as metas e as decisões do líder; os membros compensam entre si as competências
- Flexibilidade permitindo que os membros da equipe e as carências, num aprendizado contínuo.
possam completar as tarefas uns dos outros. Isso - As equipes multifuncionais representam uma forma
deixa a equipe menos dependente de um único eficaz de permitir que pessoas de diferentes áreas
membro; de uma empresa (ou até de diferentes empresas)
- Conflitos são analisados e resolvidos; possam trocar informações, desenvolver novas

22
ideias e solucionar problemas, bem como coor- uma modalidade de relacionamento diferente daquela
denar projetos complexos. Evidentemente, não é em que não há respeito pela opinião do outro, quan-
fácil administrar essas equipes. Seus primeiros es- do ideias e sentimentos não são ouvidos, ou ignorados,
tágios de desenvolvimento, enquanto as pessoas quando não há troca de informações. A maneira de li-
aprendem a lidar com a diversidade e a complexi- dar com diferenças individuais criam certo clima entre
dade, costumam ser muito trabalhosos e demora- as pessoas e tem forte influência sobre toda a vida em
dos. Demora algum tempo até que se desenvolva grupo, principalmente nos processos de comunicação,
a confiança e o espírito de equipe, especialmente no relacionamento interpessoal, no comportamento or-
entre pessoas com diferentes históricos, experiên- ganizacional e na produtividade.
cias e perspectivas.
Valores: Representa a convicções básicas de que um
- Equipes Virtuais: Os tipos de equipes analisados modo específico de conduta ou de condição de existên-
até agora realizam seu trabalho face a face. As cia é individualmente ou socialmente preferível a modo
equipes virtuais usam a tecnologia da informática contrário ou oposto de conduta ou de existência. Eles
para reunir seus membros, fisicamente dispersos, contêm um elemento de julgamento, baseado naquilo
e permitir que eles atinjam um objetivo comum. que o indivíduo acredita ser correto, bom ou desejável.
Elas permitem que as pessoas colaborem on-li- Os valores costumam ser relativamente estáveis e dura-
ne utilizando meios de comunicação como redes douros.
internas e externas, videoconferências ou correio
eletrônico – quando estão separadas apenas por Atitudes: As atitudes são afirmações avaliadoras – fa-
uma parede ou em outro continente. São criadas voráveis ou desfavoráveis – em relação a objetos, pes-
para durar alguns dias para a solução de um pro- soas ou eventos. Refletem como um indivíduo se sente
blema ou mesmo alguns meses para conclusão de em relação a alguma coisa. Quando digo “gosto do meu
um projeto. Não são muito adequadas para tarefas trabalho” estou expressando minha atitude em relação
rotineiras e cíclicas. ao trabalho. As atitudes não são o mesmo que os valores,
mas ambos estão inter-relacionados e envolve três com-
Em todo processo onde haja interação entre as pes- ponentes: cognitivo, afetivo e comportamental.
soas vamos desenvolver relações interpessoais. A convicção que “discriminar é errado” é uma afirma-
Ao pensarmos em ambiente de trabalho, onde as ati- tiva avaliadora. Essa opinião é o componente cognitivo
vidades são predeterminadas, alguns comportamentos de uma atitude. Ela estabelece a base para a parte mais
são precisam ser alinhados a outros, e isso sofre influên- crítica de uma atitude: o seu componente afetivo. O afe-
cia do aspecto emocional de cada envolvido tais como: to é o segmento da atitude que se refere ao sentimento
comunicação, cooperação, respeito, amizade. À medida e às emoções e se traduz na afirmação “Não gosto de
que as atividades e interações prosseguem, os senti- João porque ele discrimina os outros”. Finalmente, o sen-
mentos despertados podem ser diferentes dos indicados timento pode provocar resultados no comportamento. O
inicialmente e então – inevitavelmente – os sentimentos componente comportamental de uma atitude se refere
influenciarão as interações e as próprias atividades. As- à intenção de se comportar de determinada maneira em
sim, sentimentos positivos de simpatia e atração provo- relação a alguém ou alguma coisa. Então, para continuar
carão aumento de interação e cooperação, repercutindo no exemplo, posso decidir evitar a presença de João por
favoravelmente nas atividades e ensejando maior produ- causa dos meus sentimentos em relação a ele.
tividade. Por outro lado, sentimentos negativos de an- Encarar a atitude como composta por três compo-
tipatia e rejeição tenderão à diminuição das interações, nentes – cognição, afeto e comportamento – é algo mui-
ao afastamento nas atividades, com provável queda de to útil para compreender sua complexidade e as relações
produtividade. potenciais entre atitudes e comportamento. Ao contrário
Esse ciclo “atividade-interação-sentimentos” não se dos valores, as atitudes são menos estáveis.
relaciona diretamente com a competência técnica de
cada pessoa. Profissionais competentes individualmente Competência interpessoal
podem render muito abaixo de sua capacidade por in-
fluência do grupo e da situação de trabalho. A competência interpessoal é habilidade de lidar
Quando uma pessoa começa a participar de um gru- eficazmente com relações interpessoais, de lidar com
po, há uma base interna de diferenças que englobam outras pessoas de forma adequada à necessidade de
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

valores, atitudes, conhecimentos, informações, precon- cada uma delas e às exigências da situação. Segundo C.
ceitos, experiência anterior, gostos, crenças e estilo com- Argyris (1968) é a habilidade de lidar eficazmente com
portamental, o que traz inevitáveis diferenças de percep- relações interpessoais de acordo com três critérios:
ções, opiniões, sentimentos em relação a cada situação Percepção acurada da situação interpessoal, de suas
compartilhada. Essas diferenças passam a constituir um variáveis relevantes e respectiva inter-relação.
repertório novo: o daquela pessoa naquele grupo. Como Habilidade de resolver realmente os problemas de tal
essas diferenças são encaradas e tratadas determina a modo que não haja regressões.
modalidade de relacionamento entre membros do gru- Soluções alcançadas de tal forma que as pessoas
po, colegas de trabalho, superiores e subordinados. Por envolvidas continuem trabalhando juntas tão
exemplo: se no grupo há respeito pela opinião do outro, eficientemente, pelo menos, como quando começaram
se a ideia de cada um é ouvida, e discutida, estabelece-se a resolver seus problemas.

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Dois componentes da competência interpessoal cada uma e as exigências da situação, observando as
assumem importância capital: a percepção e a habilidade emoções e reações evidenciadas no comportamento do
propriamente dita. O processo da percepção precisa ser outro e no seu próprio comportamento.
treinado para uma visão acurada da situação interpessoal. Inteligência intrapessoal: É a habilidade de lidar com
A percepção seletiva é um processo que aparece o seu próprio comportamento. Exige autoconhecimento,
na comunicação, pois os receptores vêm e ouvem controle emocional, automotivação e saber reconhecer
seletivamente com base em suas necessidades, os sentimentos quando eles ocorrem.
experiências, formação, interesses, valores, etc. Inteligência interpessoal: É a habilidade de lidar
A percepção social: É o meio pelo qual a pessoa forma eficazmente com outras pessoas de forma adequada.
impressões de uma outra na esperança de compreendê-
la. Elementos básicos da inteligência emocional

Novas COMPETÊNCIAS começam a ser exigidas Autoconhecimento: Conhecer a si próprio, gerar


pelas organizações, que reinventam sua dinâmica autoconfiança, conhecer pontos positivos e negativos.
produtiva, desenvolvendo novas formas de trabalho e Controle Emocional: Capacidade de gerenciar as
de resolução de conflitos. Surgem novos paradigmas de próprias emoções e impulsos.
relações das organizações com fornecedores, clientes Automotivação: Capacidade de gerenciar as próprias
e colaboradores. Nesse contexto, as relações humanas emoções com vistas a uma meta a ser alcançada. Persistir
no ambiente de trabalho tem sido foco da atenção dos diante de fracassos e dificuldades.
gestores, para que sejam desenvolvidas habilidades e Reconhecer emoções nos outros: Empatia.
atitudes necessárias ao manejo inteligente das relações Habilidade em relacionamentos interpessoais:
interpessoais. aptidão social

Definição de competência Autoconhecimento

Chamamos de competência a integração e a De acordo com estudos psicológicos,


coordenação de um conjunto de conhecimentos, autoconhecimento significa o conhecimento que a
habilidades e atitudes (C.H.A.) que na sua manifestação pessoa tem de si próprio. Ao nos conhecermos, temos
produzem uma atuação diferenciada. condições de dominar nossas emoções, controlar nossos
impulsos, estimular nossas potencialidades, controlar
C – conhecimento - SABER nossas fraquezas, impedir que sentimentos negativos
H – habilidade – SABER FAZER e destrutivos como ansiedade, baixa autoestima,
A - atitude - QUERER FAZER instabilidade emocional entre outras sensações negativas
nos afete, resultando em falta de produtividade e um
A COMPETÊNCIA TÉCNICA envolve o C.H.A em áreas desenvolvimento pessoal prejudicado.
técnicas específicas. A busca pelo equilíbrio depende de sabermos quais
A COMPETÊNCIA INTERPESSOAL envolve o C.H.A nas são nossas necessidades e nossos interesses, por isso
relações interpessoais. a importância que se deve dar às experiências que
passamos e ao que elas nos agrega, nos mostrando as
Inteligência emocional situações onde somos mais positivos, produtivos e nos
sentimos com mais potencial e também aquelas onde
Qualquer um pode zangar-se. Isso é fácil. nos abatemos ou nos sentimos mais fragilizados ou
Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, impotentes, além da busca pelo processo de melhora
na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa não interno, onde como indivíduos conseguimos atingir um
é fácil. nível de evolução satisfatório.

Aristóteles Diferenças individuais

Como trabalhar bem com os outros? Como entender O processo de autoconhecimento acima comentado é
os outros e fazer-se entender? fundamental para lidarmos com as diferenças existentes
A inteligência acadêmica pouco tem a ver com a entre as pessoas. Saber como sou, porque sou assim e me
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

vida emocional. As pessoas mais brilhantes podem aceitar dessa forma facilita a compreensão e a aceitação
afogar-se nos recifes das paixões e dos impulsos do próximo tal qual ele é.
desenfreados, pessoas com alto nível de QI pode ser Essas diferenças existem em decorrência de nossas
pilotos incompetentes de sua vida particular. características, sendo que essas podem ser inatas ou
adquiridas.
A aptidão emocional é uma capacidade que determina Entende-se por características inatas tudo aquilo que
até onde podemos usar bem quaisquer outras aptidões trazemos conosco desde nosso nascimento, isto é, nossa
que tenhamos, incluindo o intelecto bruto. carga hereditária, a bagagem que trazemos juntos ao
Inteligência emocional: É a habilidade de lidar nascer.
eficazmente com relações interpessoais, de lidar com
outras pessoas de forma adequada as necessidades de

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Já as características adquiridas são todas aquelas que Já o caráter é o resultado moral do que agregamos de
vamos agregando no nosso processo de crescimento, princípios e valores ao longo de nosso desenvolvimento.
amadurecimento, são as experiências pelas quais A base sobre a qual agimos e decidimos.
passamos e nos deixam marcas, vão nos dando forma. No campo organizacional, o estudo da personalidade
A junção dessas duas características é responsável permite compreender o conjunto que se tem, as
pela formação de nossa personalidade, ou seja, características presentes na equipe, o que permite o
fatores internos e externos vão se moldando em nossa gestor aproveitar todas as potencialidades e estimular
vivência e nos tornando seres únicos e extremamente o desenvolvimento das competências e a melhoria do
interessantes no contexto do que podemos fazer com o desempenho.
que acumulamos de informação e experiência ao longo Visto que grande parte dos conflitos nas organizações
do tempo. ocorrem por diferenças e discordâncias entre as
No campo organizacional isso é muito válido porque se características e os interesses entre colaboradores e
tem uma rica rede de características que somadas podem também entre esses e os objetivos da organização, as
atingir resultados incríveis para essas organizações, visto políticas de Gestão de Pessoas precisam ser flexíveis e
que a presença de algumas características um algumas adaptáveis à realidade e necessidade de cada indivíduo
pessoas supre a ausência delas em outras e vice-versa, para assim conseguir tirar o máximo de proveito do
tornando essa rede mais valiosa, onde as diferenças conjunto existente no corpo de colaboradores focando
se encaixam e se completam formando um quadro de nos objetivos organizacionais e no desenvolvimento
talentos e potencialidades administráveis quando esses individual de cada colaborador.
indivíduos por se conhecerem são capazes de administrar
suas qualidades e deficiências, proporcionando Empatia
crescimento coletivo.
Colocar-se no lugar do outro, mediante sentimentos e
Personalidade situações vivenciadas.
“Sentir com o outro é envolver-se”. A empatia leva ao
Ao estudar a personalidade compreendemos o envolvimento, ao altruísmo e a piedade. Ver as coisas da
comportamento e a atitude da pessoas. perspectiva dos outros quebra estereótipos tendenciosos
Como vimos acima, a Personalidade é a resultante e assim leva a tolerância e a aceitação das diferenças. A
de um conjunto de características que integradas, empatia é um ato de compreensão tão seguro quanto à
estabelecem a forma única como ele se comporta ou apreensão do sentido das palavras contidas numa página
reage ao meio. A personalidade demonstra a essência da impressa.
pessoa. A empatia é o primeiro inibidor da crueldade humana:
Temos também a persona (latim) que, em alguns reprimir a inclinação natural de sentir com o outro nos
momentos, é como se adotássemos algum personagem, faz tratar o outro como um objeto.
ou seja, é como se fosse uma máscara que cada um de O ser humano é capaz de encobrir intencionalmente
nós usa conforme a circunstância ou as conveniências, e a empatia, é capaz de fechar os olhos e os ouvidos aos
através dessas facetas causamos impressões aos outros. apelos dos outros. Suprimir essa inclinação natural de
Anteriormente falamos sobre as características inatas sentir com outro desencadeia a crueldade.
e as adquiridas, vejamos alguns desses exemplos. Empatia implica certo grau de compartilhamento
emocional - um pré-requisito para realmente
Inatas compreender o mundo interior do outro.
- a genética determina a aparência externa da pessoa;
- a genética determina a estrutura da espécie, comum A empatia nas empresas
a todos os indivíduos;
- a genética determina traços individuais e únicos de Qual a relação entre empatia e produtividade?
cada indivíduo particular. “O conceito de empatia está relacionado á capacidade
de ouvir o outro de tal forma a compreender o mundo a
Adquiridas partir de seu ponto de vista. Não pressupõe concordância
- ambiente físico: nutrição, temperatura, altitude; ou discordância, mas o entendimento da forma de
- ambiente social: cultura, relações interpessoais; pensar, sentir e agir do interlocutor. No momento em
- as experiências da vida de uma pessoa são determi- que isso ocorre de forma coletiva, a organização dialoga
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

nantes para a constituição de sua personalidade; e conhece saltos de produtividade e de satisfação das
pessoas”. (Silvia Dias – Diretora de RH da Alcoa)
Dentre os aspectos importantes da personalidade
citamos o temperamento e o caráter. “A empatia é primordial para o desenvolvimento de
O temperamento é uma característica inata, que lideranças e o aperfeiçoamento da gestão de pessoas,
recebemos em nossa carga genética, determinando pois pressupõe o respeito ao outro; em uma dinâmica
nossas reações, principalmente quando se envolve que favorece o aumento da produtividade”. (Olga Lofredi
emoção, por exemplo, tolerância, otimismo, paciência, – Presidente da Landmark )
agressividade, enfim, é a forma como vamos lidar com É quando desenvolvemos a compreensão mútua,
todas as emoções que podem afloram quando estamos ou seja, um tipo de relacionamento onde as partes
em uma determinada situação. compreendem bem os valores, deficiências e virtudes

25
do outro. No contexto das relações humanas, pode-se Situação:
afirmar que o sucesso dos relacionamentos interpessoais A situação pode ser considerada a circunstância na
depende do grau de compreensão entre os indivíduos. qual as mensagens são passadas do emissor ao receptor.
Quando há compreensão mútua as pessoas comunicam- “Todos os processos de Comunicação acontecem em
se melhor e conseguem resolver conflitos de modo determinada situação, seja ela favorável ou desfavorável.
saudável. A situação real que deve ser considerada, no processo
de Comunicação, é aquela percebida e sentida pelo
Comunicação organizacional receptor e não aquela vivida ou sentida pelo emissor”.
Para que a transmissão da mensagem seja considerada
Conduzir eficientemente processos de comunicação eficaz, deve-se procurar a situação mais favorável, pois
interpessoal e trocar feedback de forma motivadora têm se o emissor procurar comunicar-se em uma situação
sido um grande desafio na liderança de equipes e grupos desfavorável poderá acontecer que o receptor não
de trabalho em geral. lhe dará a atenção devida e, consequentemente, não
Sendo assim, o profissional precisa aprender a entenderá a mensagem que lhe foi transmitida.
administrar:
Objetivos:
- A correta utilização da comunicação verbal e não Podem ser caracterizados como os estímulos que
verbal levam o emissor a transmitir a mensagem. Como a
- A comunicação como elemento de integração e mo- Comunicação é um processo de interação, na qual as
tivação na empresa pessoas integram-se umas com as outras, os objetivos
- Competências técnicas e humanas podem ser considerados como “os interesses” que
- Como o ouvinte percebe a sua comunicação levaram o emissor a interagir com o receptor. Alguns
- Gerenciamento de relações exemplos de objetivos: ouvir opiniões a respeito de algo
- Resolução de conflitos ou dar um aviso sobre o churrasco de fim do final de
- Como ouvir melhor: a arte de esclarecer e confirmar semana.
- Como especificar méritos e sugerir mudanças Além dos objetivos serem um interesse que o emissor
- A importância de argumentar para os valores do tem em relação ao receptor, alguns autores lançam uma
outro reflexão intrínseca de que os objetivos também devem
chamar a atenção de quem recebe a mensagem, porque
Processo comunicacional senão o receptor não se sentirá atraído e também não
verá utilidade alguma na mensagem. Desta forma, para
O processo comunicacional tem como maior objetivo que o receptor perceba a utilidade da mensagem, o
a interação humana, buscando o estabelecimento das emissor deve conhecer as necessidades, os gostos, ações,
relações e o entendimento entre os indivíduos. pensamentos, crenças e valores de quem vai receber a
Desde os tempos antigos, Aristóteles já dizia que: mensagem, pois só assim a Comunicação valerá a pena.
É imprescindível a clareza dos objetivos, pois sem isso, o
(...) devemos olhar para três ingredientes na processo não ocorre eficazmente.
comunicação: quem fala, o discurso e a audiência. Ele
quis dizer que cada um destes elementos é necessário à Emissor:
Comunicação e que podemos organizar nosso estudo do É o agente do processo de Comunicação, ou seja, é
processo sob estes três títulos: 1) a pessoa que fala; 2) o a pessoa que tem uma mensagem para comunicar. Ele é
discurso que faz; 3) a pessoa que ouve. a fonte ou a origem do processo de Comunicação. Além
disso, é quem vai tomar a iniciativa de se comunicar e
É interessante notar que praticamente todos os buscar a interação com as outras pessoas, a fim de
modelos atuais de processos comunicacionais são alcançar o seu objetivo.
parecidos com o de Aristóteles, sendo que o que mudou Para alcançar a eficácia da Comunicação o emissor
foi a complexidade com que eles estão sendo abordados. tem que ter como requisitos fundamentais:
As primeiras abordagens da Comunicação - Habilidades: para que possa falar, ler, ouvir e racio-
defendiam um processo comunicacional constituído cinar;
por apenas quatro elementos fundamentais: emissor, - Atitudes: por influenciar o comportamento e por es-
receptor, mensagem e meio. Já as abordagens mais tarem relacionadas a ideias pré-concebidas, quan-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

recentes da Comunicação, defendem que o processo é to a vários assuntos, as comunicações são influen-
desencadeado por oito elementos, são eles: objetivos, ciadas por determinados tipos de atitudes que as
emissor, mensagem, meio, receptor, significado, resposta pessoas tomam;
e situação. - Conhecimento: a extensão e profundidade do co-
Todos os elementos do processo são interdependentes nhecimento das pessoas sobre
e devem seguir uma ordem, para que haja uma integração - Um assunto pode restringir (se o assunto não é de
lógica entre esses elementos e o próprio processo conhecimento do emissor) ou ampliar (quando o
comunicacional. receptor não compreende a mensagem que está
A seguir, os componentes do processo serão sendo transmitida) o campo comunicacional;
especificados um a um: - Sistema sociocultural: a situação cultural em que o
emissor se situa, com suas

26
- Crenças, valores e atitudes influencia o tempo todo da mesma, ou seja, a decodificação da mensagem pelo
a sua função de comunicador. receptor. Para que haja um melhor entendimento do
significado de ruído, vale a pena exemplificar: uma linha
Um requisito significativo no contexto organizacional cruzada do telefone, um documento sujo ou borrado,
é a representatividade do emissor, ou seja, a posição alguém que fale muito baixo, um ambiente de trabalho
hierárquica exercida pelo emissor, que é de fundamental desconfortável, etc.
importância para a credibilidade da mensagem a ser
comunicada. Receptor:
É quem recebe a Comunicação, ou seja, é o foco
Mensagem: da comunicação. É ele quem vai reagir ao estímulo
É o que vai ser comunicado pelo emissor. Deve estar promovido pelo emissor.
adequada ao nível cultural, técnico e hierárquico do Sem o receptor, não há Comunicação, pois se o
receptor. É composta por conteúdo e forma. receptor não faz parte do processo, o emissor não tem para
O conteúdo representa o que será transmitido e quem comunicar a sua mensagem e, consequentemente,
depende dos objetivos do processo comunicacional. não terá uma resposta.
Não deve ser insuficiente ou excessivo, deve comunicar Sendo assim, pode-se dizer que todo o processo
o essencial, frente aos objetivos a serem alcançados pelo de Comunicação deve ser direcionado de acordo
emissor. O conteúdo também “deve ter uma sequencia com as características do receptor. A seguir algumas
lógica, ou seja, um início (objetivos), um meio e um fim características que, assim como o emissor, o receptor
(conclusões).” A forma é a maneira pela qual a mensagem necessita ter, para que a Comunicação seja eficaz:
é transmitida. As formas básicas são as verbais e as não (...)assim como o emissor foi limitado por suas
verbais. As verbais podem ser orais e escritas (palavras, habilidades, atitudes, conhecimento e sistema sociocultural,
letras, símbolos). Já as não verbais, podem ser gestuais o receptor é restringido da mesma maneira. Assim como o
(mímicas, movimentos corporais), vocais (timbre de voz e emissor deve ter habilidades de escrever ou falar, o receptor
entonação) e espaciais (local físico e layout). deve ser hábil em ler ou ouvir, e ambos devem ser capazes
(...) não há uma forma melhor do que a outra. A escolha de raciocinar. O conhecimento, atitudes e formação cultural
da forma depende de um conjunto de fatores, dentre os quais de alguém influenciam a sua capacidade de receber, assim
os mais relevantes são: rapidez requerida (na transmissão como o fazem com a capacidade de enviar mensagens.
da mensagem, na obtenção das respostas); quantidade
de receptores; localização geográfica dos receptores; Significado:
necessidade de formalizar a mensagem; necessidade de É a compreensão da mensagem, no seu sentido
consultas posteriores sobre a mensagem; complexidade correto. É o ‘entendimento comum’ da mensagem entre
do assunto tratado; facilidade de retenção da mensagem o emissor e o receptor. Isto ocorre quando o emissor e o
(lembrança) receptor entendem da mesma forma a mensagem.
Portanto, quando o receptor interpreta a mensagem
Além disso, também se destaca que um único processo da mesma forma que o emissor quis transmiti-la, pode-se
pode utilizar mais de uma forma de Comunicação. Um dizer que o receptor captou o significado da mensagem.
exemplo de conteúdo e formas diferentes de se transmitir Quando a mensagem é transmitida pelo emissor,
a mensagem pode ser: demissão de um colaborador ela é codificada e quando é recebida pelo receptor, ela
da Organização (conteúdo) – comunicada por e-mail a é decodificada. As codificações e decodificações são
todos os outros colaboradores (forma não verbal) ou na compostas por um conjunto de signos, utilizados pelas
reunião pelo gerente (forma verbal). pessoas para representar seus pensamentos, a realidade
em que vivem etc.
Meio: Os signos devem expressar a mesma coisa para o
Pode ser chamado, também, de canal ou veículo emissor e para o receptor, ou seja, o significado que
de transmissão. Como a própria denominação já diz, o o objeto porta para o emissor deve ser o mesmo que
meio é o recurso utilizado pelo emissor para transmitir o do receptor. Caso isso não ocorra, a mensagem não
a mensagem. O meio “é determinado pelos requisitos será transmitida eficazmente, já que a interpretação do
de forma da mensagem a ser transmitida e da resposta receptor não é a correta ou a esperada pelo emissor.
a ser obtida.” Ou seja, o meio de Comunicação está Mas, mesmo que o significado seja o mesmo, para
associado à forma verbal ou não verbal de transmissão o emissor e para o receptor, não se pode dizer que as
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

da mensagem, isso quer dizer que, dependendo das questões referentes ao processo de Comunicação foram
situações específicas de cada mensagem, o meio pode resolvidas, pois, “a compreensão, através da comunhão
ser caracterizado de várias formas, desde a voz humana à do significado, não quer dizer, necessariamente, acordo.
televisão e até pelo fax ou pelo e-mail. Posso compreender uma ideia, sem concordar com ela.”
Vale ressaltar que não existe um meio ou uma forma Portanto, não é apenas o entendimento do significado,
melhor que o outro, existe, sim, um mais adequado, por ambas as partes, que assegura a eficácia da
de acordo com as características da mensagem a ser Comunicação. Em relação a isso, podemos dizer ainda
transmitida. “O requisito fundamental na escolha do que, “ainda que o significado comum não assegure
meio é que ele não provoque ruído” nas mensagens, sozinho, a eficácia do processo de Comunicação como
pois o ruído é uma interferência que prejudica a um todo, é um requisito fundamental para promover o
transmissão da mensagem, comprometendo a recepção entendimento.”

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Resposta: incomodam em conversar com alguém que não
Pode ser chamada, também, de feedback ou tem o mesmo domínio do assunto e vice-versa.
comportamento esperado, pois é a reação do receptor 2. Aparência: a forma de se vestir e se cuidar pode
à mensagem recebida. É o último objetivo do processo, determinar o jeito com que as pessoas se
pois é o desejado pelo emissor, ao emitir uma mensagem. comunicarão umas com as outras. Dias (2001)
A resposta pode ser considerada como a efetivação coloca que tanto as expectativas provocadas, como
do recebimento da mensagem, determinando, ou não, o as primeiras impressões, são determinantes para
sucesso da mesma. um processo comunicacional eficaz. Por exemplo,
um homem de terno e gravata tem muito mais
É por meio da comunicação oral que as pessoas facilidade de receber atenção do que um homem
personificam seu ser de bermuda e tênis.
3. Postura corporal: deve ser estabelecida de acordo
Comunicação é tornar algo comum, compartilhar, com o que se quer comunicar. Alguns teóricos da
dividir, trocar... Sociologia dizem que a postura também deve ser
Enfim, é o processo de transmitir uma informação a adequada, de acordo com o grupo com o qual se
outra pessoa, no entanto, o que caracteriza a comunicação está comunicando.
é a compreensão e não o simplesmente informar. 4. Movimento corporal: certos movimentos podem
Daí a diferença de comunicação (que é a informação ser favoráveis ou não para um processo eficaz.
sendo transmitida) e comunicabilidade (que é o ato Podemos citar o livro “O corpo fala”, que aborda
comunicativo otimizado) a questão de que o corpo também se comunica,
as expressões corporais manifestam a ansiedade, a
Barreiras à comunicação eficaz – alguns elementos atração, o nervosismo, a tristeza, etc.
prejudicam a transmissão e a compreensão da 5. Contato visual: a forma como as pessoas se
comunicação, entre eles podemos citar: olham demonstra como uma está se sentindo
em relação à outra, além de informar o grau de
• Ruídos atenção que está sendo dirigida à pessoa que está
• Sobrecarga de informações falando. O direcionamento, o tempo, o contexto,
• Tipos de informações a oportunidade, a intensidade, o status de quem
• Fonte de informações olha ou de quem é olhado, impõem um quadro
• Localização Física interpretativo que cada cultura se encarrega de
• Defensidade transmitir aos seus membros pelo processo de
socialização.”
Além desses, as barreiras são um conjunto de fatores 6. Expressão facial: é determinante, pois é uma forma
que impedem ou dificultam a recepção da mensagem, de demonstrar o interesse das pessoas pela
no processo comunicacional. mensagem que está sendo transmitida.
A seguir, serão abordadas as teorias da Sociologia e 7. Fluência: a articulação das palavras, a modulação
da Administração, em relação às barreiras, especificando- (intensidade dos sons), o ritmo e o timbre da voz
as: fazem diferença, em termos da maneira como
são utilizados para a eficácia da transmissão da
Abordagem sociológica mensagem.

As barreiras podem ser divididas em seis grupos: Barreiras sociais:


1. Educação: os princípios e valores adquiridos pelos
• Barreiras pessoais; indivíduos também fazem
• Barreiras sociais; parte do processo comunicacional.
• Barreiras fisiológicas; 2. Cultura: a Comunicação, como já foi visto, muda de
• Barreiras da personalidade; cultura para cultura. Por conseguinte, se as pessoas
• Barreiras da linguagem; têm culturas muito distintas, a Comunicação ficará
• Barreiras psicológicas. prejudicada.
3. Crenças, normas sociais e dogmas religiosos: assim
Barreiras pessoais: como em relação à cultura, se as pessoas que estão
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

1. Nível de conhecimento: está ligada à profundidade se comunicando divergem com muita intensidade
de conhecimento que as pessoas têm e revelam, nessas questões, os processos comunicacionais
no decorrer do processo comunicacional. Pode serão prejudicados ou a mensagem não será
também ser atribuído pelas outras pessoas que transmitida adequadamente.
fazem parte do processo, por perceberem o
conhecimento e o reconhecerem. “Este aspecto Barreiras fisiológicas:
pode conduzir à maior ou menor credibilidade As deficiências do aparelho fonoaudiológico e do
ao emissor e trazer-lhe um estatuto que pode aparelho visual criam dificuldades na Comunicação.
marcar o desempenho do seu papel enquanto
comunicador.” Algumas pessoas, por conhecerem
profundamente um assunto, não gostam ou se

28
Barreiras da personalidade: coisas e acontecimentos simples, o tempo todo,
1. Autossuficiência: ocorre quando a pessoa acha que até mesmo quando se trata de sistematização e
sabe tudo, ou seja, a pessoa acha que o que ela pensamento lógico.
sabe e conhece é o suficiente. Esta barreira ocorre
de duas maneiras: ‘julgamento do todo pela parte’ Abordagem da Administração
– acontece quando a pessoa julga outras pessoas
e/ou coisas pelo que ela conhece; intolerância, As barreiras mais destacadas neste campo de estudos
acontece quando a pessoa não aceita o ponto de são:
vista das outras pessoas, pois ele julga que o único 1. Falta de comunicação: “é um dos problemas
ponto de vista correto é o seu próprio. mais frequentes nas empresas e que gera as
2. Congelamento das avaliações: acontece quando consequências mais graves.” Pode ser causada por:
a pessoa acredita que as pessoas e as coisas interpretações distorcidas dos fatos; falta de adesão
não mudam, ou seja, quando a pessoa supõe a uma decisão e às mudanças; desmotivação
que as circunstâncias sempre serão as mesmas, das pessoas pela não participação e pelo
independente das mudanças que surgirem com desconhecimento do que se passa na Organização;
as pessoas e coisas. Fazem parte dessas avaliações conflitos entre pessoas e departamentos, etc.
os preconceitos e a insegurança que as pessoas 2. Falta de clareza de objetivos: ocorre quando
têm frente a algumas situações e frente às outras a mensagem não tem conteúdo e forma bem
pessoas definidos. Exemplo: uma reunião em que ninguém
3. Comportamento Humano – aspectos objetivos e consegue entender o porquê de estar acontecendo.
subjetivos: está no conflito personalidade subjetiva 3. Texto fora do contexto: quando a comunicação
(interior de cada pessoa ou as opiniões próprias) é feita, apenas, sobre um determinado
X personalidade objetiva (o que é exteriorizado acontecimento, sem dizer o contexto no qual ele
para as outras pessoas ou a realidade concreta). está inserido. Acontece quando uma decisão é
Quando se diz personalidade, toma-se como simplesmente comunicada, sem que se expliquem
princípio a caracterização da personalidade por os porquês e motivos em questão.
processos comportamentais, que são estabelecidos 4. Filtragem: ocorre quando o emissor manipula a
pela interação das reações individuais com o mensagem, de acordo com os seus objetivos e
meio social. “A Comunicação Humana baseia- interesses, de forma que a mensagem favoreça
se na concepção da personalidade projetiva, na o seu ponto de vista ou o que ele deseja que o
evidência de que na sociedade humana, o homem receptor decodifique.
precisa ‘vender’ a sua personalidade.” Para tanto,
5. Percepção seletiva: o emissor vê e ouve, apenas,
ele precisa torná-la socialmente aceitável, e aí está
ou mais acuradamente aquilo que lhe interessa, ou
o conflito, pois a pessoa tem que estar o tempo
seja, faz uma seleção das mensagens relacionadas
todo tornando a sua personalidade vendível, para
com suas necessidades, motivações, referências,
que o outro possa aceitar se comunicar com ela.
etc. As pessoas “não veem a realidade; em vez
Exemplificando, ocorre quando alguém tem uma
disso, interpretam o que veem e chamam de
determinada opinião negativa sobre o aborto, mas
realidade.” Pode ser prejudicial, à medida que a
ao conversar com alguém que acabou de conhecer
e que é a favor do aborto, deixa de expressar a sua pessoa tende a perceber só aquilo que lhe convém
opinião e conversa com a outra pessoa como se e isso não permite uma percepção neutra dos
não tivesse uma opinião bem formada a respeito acontecimentos, coisas e pessoas.
do assunto. 6. Defensiva: “Quando as pessoas se sentem
4. Geografite: está relacionada com as atitudes das ameaçadas, geralmente respondem de forma que
pessoas que se comovem mais com os “mapas” atrapalha a Comunicação.” A partir do momento em
do que com os “territórios”. Mapas são os que a pessoa se sente ameaçada, ela não consegue
sentimentos, imaginações, palpites, hipóteses, decodificar e nem transmitir as mensagens com
pressentimentos, preconceitos, inferências, etc. Já eficácia.
os territórios são os objetos, as pessoas, as coisas, 7. Uso inadequado dos meios: como já foi falado
os acontecimentos, etc. Isso é relevado, devido anteriormente, não existe um meio mais
ao fato de que, atualmente, as pessoas têm se adequado para ser utilizado na transmissão de
envolvido, constantemente, com quaisquer tipos de diferentes tipos de mensagem, sendo que o que
vai determinar se o meio é o mais adequado, ou
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

sugestionabilidades, tornando-se exageradamente


crédulas ou pela forma como as pessoas vêm não, é a situação específica de cada mensagem. A
distorcendo a realidade, como por exemplo, Comunicação Oral tem a tendência de aumentar
através dos horóscopos, das coisas sobrenaturais, a eficácia da Comunicação, quando bem utilizada,
das profecias, etc. Essas questões, ocasionam uma pois proporciona uma resposta imediata, além de
certa falta de civilização, ou seja, falta de equilíbrio estimular o pensamento do receptor, no momento
racional para lidar com os acontecimentos e com em que a mensagem está sendo transmitida e
as coisas e pessoas. por dar um toque mais pessoal à mensagem e
5. Tendência à complicação: essa é uma das barreiras ao processo como um todo. Deve ser mais usada,
mais comuns, pois está concebida no fato de que quando se quer comunicar mensagens mais
as pessoas têm o hábito de restringir e complicar complexas e difíceis de serem transmitidas. Já a

29
comunicação escrita, tem a tendência de ser mal de serem transmitidas, com fidelidade, de uma
entendida, porque quem escreveu pode não ter cabeça para outra.” E como as palavras abstratas
sido suficientemente claro ou não ter expressado fazem parte do repertório específico de cada um,
o que queria corretamente. fica difícil um processo comunicativo eficaz, sem
8. Linguagem: pode ser considerada uma das barreiras uma pré-definição dessas palavras, já que elas
mais comuns, pois ocorre o tempo todo, no dia-a- possibilitam muitos equívocos.
dia das pessoas, em uma Organização. Como as
pessoas tendem a achar que os significados que as 3. Desencontros:
palavras têm para elas são os mesmos significados Esta barreira pode ser caracterizada como a diferença
que outras pessoas atribuem, uma barreira acaba de percepção de cada indivíduo, ou seja, a
surgindo no processo. subjetividade de cada um. Uma determinada
9. Efeito status: A hierarquia dentro das organizações palavra, para um indivíduo, tem um significado A;
pode criar barreiras nas comunicações. Esta barreira já para outro indivíduo, a mesma palavra tem um
está ligada a outra barreira, a filtragem, que já foi significado B, e isso ocorrerá com todos os indivíduos,
citada anteriormente. Quando os colaboradores pois ninguém percebe as coisas da mesma forma,
têm que comunicar algo aos gerentes das cada um tem a sua forma de perceber e significar
Organizações, eles tendem a filtrar a mensagem, as coisas, palavras, etc. Caso não aconteça um
de forma que ela seja transmitida e decodificada, consenso e/ou esclarecimento das questões a serem
no intuito de agradar os gerentes. comunicadas, o processo ficará comprometido e
10. Impertinência da mensagem: quando as cheio de equívocos de compreensão.
mensagens são transmitidas em momentos
inoportunos e desagradáveis, o processo se 4. Indiscriminação:
prejudica pela inadequação da situação escolhida. Ocorre quando há uma rotulação das coisas, pessoas
e acontecimentos, onde a percepção está focada,
Barreiras da linguagem: apenas, nas semelhanças ou em alguns padrões
(ou clichês) criados por cada indivíduo, não
1. Confusões entre: havendo um discernimento entre as diferenças. Em
relação à indiscriminação, a Comunicação Humana
a. Fatos X Opiniões: As pessoas estão o tempo todo é prejudicada por alguns fatores, são eles: abuso
se referindo a fatos, como se estivessem emitindo dos ditados populares e a crença de que “a voz do
opiniões e vice-versa. “Fato é acontecimento; povo é a voz de Deus.”
é coisa ou ação feita. Opinião é modo de ver, é
conjectura”. Pode-se dizer que uma das coisas 5. Polarização:
mais ameaçadoras do processo comunicacional é “Há polarização quando tratamos os contrários
a transformação de uma opinião em fato, pois, a como se fossem contraditórios. Polarização é
partir do momento em que a pessoa se convence a tendência a reconhecer apenas os extremos,
de que sua suposição realmente aconteceu, ela negligenciando as posições intermediárias.” O
perde a noção dos verdadeiros acontecimentos e processo comunicacional fica bastante prejudicado,
divulga para outras pessoas as suas opiniões sobre quando os pontos de vistas são extremistas, pois
os fatos, como sendo os próprios acontecimentos, dificilmente encontra-se um meio termo, sem
causando distorções na realidade. Exemplificando: causar grandes discussões ou fugir aos objetivos
o gerente de departamento chegou duas horas do processo.
atrasado no trabalho (fato). Patrícia diz que foi
porque ele acordou atrasado; já Fabíola diz que foi 6. Falsa identidade baseada em palavras:
por razão de algum problema pessoal (opiniões). Acontece quando uma pessoa percebe coisas em
b. Inferências X Observações: trata-se de considerar comum entre duas ou mais coisas e conclui que
as inferências como observações e vice-versa. essas coisas são idênticas. Um exemplo claro
Inferir é deduzir e observar é prestar atenção, disso é: os cariocas são flamenguistas. Camila é
olhar algo que está acontecendo. “As inferências flamenguista. Por conseguinte, Camila é carioca. A
são menos prováveis do que as observações; (...) palavra tem uma força fora do comum, podendo
as inferências nos oferecem certezas relativas; as beneficiar ou prejudicar alguém por meio dessas
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

observações nos oferecem certezas absolutas.” O conclusões das semelhanças entre as coisas.
tempo todo as pessoas fazem inferências. Quando
leem um jornal, por exemplo, inferem o que 7. Polissemia:
realmente ocorreu. O problema desta barreira está É a reunião de vários sentidos em apenas uma
no fato das pessoas tomarem sempre como lei as palavra. Cada um tem um repertório de palavras e
inferências e não se utilizarem mais de observações. significados e uma mesma palavra pode ter vários
significados para um mesmo indivíduo. Então,
2. Descuidos nas palavras abstratas: já que o processo comunicacional precisa de no
“Atrás de uma palavra nem sempre está uma coisa. mínimo duas pessoas para acontecer, pode-se
Palavras não são coisas; são representações de imaginar o quão complexo é a Comunicação entre
coisas, quase sempre específicas, e por isso, difíceis diversas pessoas.

30
“A palavra é a maneira de traduzir ideias ou - jornal; 
pensamentos.” Portanto, cada indivíduo tende a - boletim; 
transmitir as mensagens “carregadas” de palavras - quadro de aviso.
com suas percepções das coisas. Essa barreira está
lado a lado com a barreira de desencontros, pois Com o desenvolvimento dos meios de comunicação,
as duas abordam as diferenças de percepções de figuram novos métodos efetivos para desenvolvê-la, tais
cada indivíduo. como:
Tem uma palavra que serve de exemplo desta - intranet; 
barreira, qual seja: abacaxi pode ser uma fruta ou - correio eletrônico; 
um problema, que para ser resolvido, dá muito - comunicação face a face; 
trabalho. - telão.

8. Barreiras verbais: Em linhas gerais, torna-se necessário que o profissional


São aquelas provocadas por palavras e expressões exercite tanto a linguagem verbal como a linguagem
causadoras de antagonismos, ou seja, são as não verbal, que forçam o tempo todo as habilidades de
causadoras de oposições de ideias. comunicação.
Alguns itens são vitais na linguagem não verbal e
Como melhorar a comunicação interpessoal devem ser compreendidos para a sua melhor utilização:
• Habilidades de transmissão - gestos; 
• Linguagem apropriada - postura; 
• Informações claras - movimentos do corpo; 
• Canais múltiplos - tom da voz e velocidade da fala; 
• Comunicação face a face sempre que possível - movimentação entre receptor /emissor.

É notório que problemas de comunicação são de A linguagem não verbal é considerada vital para o
difícil intervenção e por isso demandam do emissor um processo de comunicação, tendo em vista que esta não
enorme cuidado ao transmitir a mensagem necessária de ocorre apenas por meio de palavras, sendo um processo
forma clara e objetiva. muito mais complexo do que se imagina.
Existem três fontes de sinais de comunicação e cada No momento da comunicação é necessário
uma representa um percentual deste processo: decodificar as mensagens não verbais, pois quando isso
- comunicação verbal: palavras expressas 7%  não ocorre estima-se que há uma perda de 65% do que
- comunicação vocal: entonação, o tom e timbre de é comunicado.
voz 38%  No momento em que o profissional domina as
- expressão facial e corporal 55% mensagens não verbais, ele passa a conduzir o processo
de comunicação de forma eficaz e consegue atingir os
A falta de comunicação adequada pode gerar objetivos propostos.
problemas de diversos tipos e com consequências variadas, Em suma, é necessário para o profissional aprenda a
entre as quais podemos citar: utilizar sinais não verbais no processo de comunicação,
- confusão entre os envolvidos;  bem como dominar a linguagem verbal. Na ausência
- perda na prestação do serviço ou na confecção do destas habilidades, existirá um desnível significativo no
produto;  processo de comunicação entre emissor /receptor.
- comprometer a imagem da empresa; 
- desmotivação;  Eficácia na Comunicação
- retrabalho;  Comunicar-se eficazmente é proporcionar
- falta de procedimentos e ordens claras;  transformação e mudança na atitude das pessoas. Se a
- insatisfação de uma forma geral. comunicação apenas muda as ideias das pessoas, mas
Um princípio fundamental para a boa comunicação é não muda suas atitudes, então a comunicação não
a disposição e a sabedoria em ouvir. atingiu seu resultado. Ela não foi eficaz.
A clareza e a certeza de que se foi entendido,
Toda a eficácia do processo depende, essencialmente, representam um dos pilares de um projeto bem sucedido
de saber ouvir e entender a mensagem que foi transmitida e essa sempre foi uma das principais preocupações
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

inicialmente, para então começar um processo de de todas as empresas. Varias são as vezes que apenas
comunicação. informamos e não formamos a ideia do que queremos
que a outra parte faça.
Formas de comunicação: Existem algumas ferramentas e regras que ajudam na
conscientização sobre o próprio nível de comunicação.
A comunicação vem sofrendo evoluções ao longo do Abaixo, o “Modelo de Quatro Elementos”, comprovado
tempo, assim como todo o processo que sofra influência e aplicado por Philip Walser, como uma das ferramentas
do mundo globalizado. As formas mais tradicionais de das quais podemos dispor.
comunicação englobam:
- manual;  Os quatro elementos são: “Framing” – “Advocating” –
- revista;  “Inquiring” –“Illustrating”:

31
- Framing: é definir o tema a ser abordado durante A importância da Autoimagem.
uma conversa logo no começo. Pode ser necessá-
rio redefinir o tema durante o andamento (“Re-fra- A autoimagem de alguém é quem ele é. É o centro
ming”), mas deve-se evitar que a conversa vá para do seu universo, seu quadro referencial, sua realidade
lugares distantes que não têm nada a ver com o pessoal, o seu ponto de vista particular. É um visor através
assunto. do qual ele percebe, ouve, avalie a compreende todas as
- Advocating: é explicar o seu próprio ponto de vista coisas. É o seu filtro individual do mundo que o cerca.
de forma clara e objetiva, não deixando de lado os A autoimagem de uma pessoa afeta sua maneira de
porquês deste ponto de vista, ou seja, não engolir se comunicar com os outros. Um autoconceito forte,
sapos, mas mencionar os valores que são à base positivo, é necessário para haver interações hígidas e
deste seu ponto de vista. satisfatórias. Por outro lado, uma autoimagem fraca,
- Inquiring: até mais importante do que esclarecer o inferior, frequentemente distorce a percepção do
seu, é importante entender o ponto de vista do ou- indivíduo relativamente a como os outros o veem, o que
tro. Isto se faz através de perguntas benevolentes gera sentimentos de insegurança no seu relacionamento
que não tem o objetivo de interrogar. interpessoal. Alguém que tenha a seu próprio respeito
- Illustrating: é resumir os diversos pontos de vista, uma impressão negativa poderá encontrar dificuldades
procurar pontos em comum, colocar assuntos po- em conversar com outros, em admitir que esteja errado,
lêmicos na mesa, visando uma solução sendo flexí- em expressar seus sentimentos, em aceitar críticas
vel e contando com a flexibilidade do outro, dimi- construtivas que lhe forem feitas ou em apresentar ideias
nuir complexidade para focar o que realmente está diferentes das dos outros. Sua insegurança o leva a temer
no centro da conversa. que os outros deixem de apreciá-lo se discordar deles.
Pelo fato de sentir-se desvalorizado, inadequado e
Observar, ouvir e dar importância para o outro é inferior ele não tem confiança e pensa que suas ideias
determinante para a eficácia da comunicação. não interessam aos outros e que não vale a pena
De qualquer forma, a comunicação começa pelos comunica-las. Ele pode tornar-se arredio e defensivo em
sentidos (visão, audição, tato, olfação e gustação). Uma sua comunicação, renegando suas próprias ideias.
maneira prática de identificar a forma como uma pessoa
Formação da Autoimagem.
está pensando é prestar atenção às palavras que ela
utiliza, pois nossa linguagem está repleta de sinais, gestos,
Da mesma forma que o autoconceito de alguém
posturas e palavras baseados nos sentidos. Observar,
afeta sua capacidade de se comunicar, a comunicação
ouvir e dar importância para o outro é determinante para
que trava com outros modela também sua autoimagem.
a eficácia da comunicação.
Uma vez que o homem é, antes de tudo, um animal
É preciso abandonar a ilusão de que há solução fácil
social, ele forma os mais relevantes conceitos acerca do
ou improvisada na construção de métricas que avaliem seu próprio eu a partir de suas experiências com outros
nosso trabalho. Não se deve supor que a outra parte seres humanos.
entendeu, ou julgar que já deveria entender a mensagem. Os indivíduos aprendem a se reconhecer pela
O que deve ser feito para que a comunicação seja maneira como são tratados pelas pessoas importantes
adequada, é investigar se a outra parte compreendeu a de sua vida – pessoas estas às vezes denominadas “os
mensagem. outros significativos”. Mediante a comunicação verbal
e não verbal com esses outros significativos, cada um
- Comunicação interpessoal eficaz: cinco elementos passa a reconhecer se é apreciado ou não, se é aceito ou
críticos rejeitado, se é merecedor de respeito ou desdém, se é
Há cinco componentes que distinguem claramente um sucesso ou um fracasso.
os bons dos maus comunicadores. Tais componentes
são Autoimagem, Saber Ouvir, Clareza de Expressão, Para que um indivíduo venha a ter uma sólida
Capacidade para lidar com sentimentos de autoimagem ele precisa de amor, respeito e aceitação
contrariedade (irritação) e autoabertura. dos outros significativos de sua vida.
O autoconceito, portanto, constitui um fator crítico
Autoimagem (ou autoconceito) para que alguém seja um comunicador eficaz. Em
O fator isolado mais importante que afeta a essência, a autoimagem de um indivíduo é delineada
comunicação entre pessoas é a sua autoimagem: a por aqueles que o tiverem amado ou pelos que não o
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

imagem que têm de si mesmas e das situações que tiverem amado.


vivenciam. Enquanto as situações podem variar em
função do momento ou do lugar, as crenças que as SABER OUVIR
pessoas possuem acerca de si próprias estão sempre
determinando seus comportamentos na comunicação. O Toda a aprendizagem relativa à comunicação
“eu” é a estrela em todo ato de comunicação. tem focalizado as habilidades de expressão oral e de
Cada um tem, literalmente, milhares de conceitos persuasão; até a bem pouco tempo dava-se pouca
a respeito de si mesmo: quem é, o que significa, onde atenção à capacidade de ouvir. Esta ênfase exagerada
existe, o que faz e não faz, o que valoriza, no que acredita. dirigida para a habilidade de expressão levou a maioria
Estas autopercepções variam em clareza, precisão e das pessoas a subestimarem a importância da capacidade
importância de pessoa para pessoa. de ouvir em suas atividades diárias de comunicação.

32
O ouvir, naturalmente, é algo muito mais intrincado e comunicador deficiente deixa que o ouvinte adivinhe o
complicado do que o processo físico da audição, ou de que ele quer dizer, partindo da premissa de que está, de
escutar. A audição se dá através do ouvido, enquanto que fato, comunicando. Por sua vez, o ouvinte age de acordo
o ouvir implica num processo intelectual e emocional que com suas adivinhações. O resultado óbvio disto é um mal
integra dados (inputs) físicos, emocionais e intelectuais na entendido recíproco.
busca de significados e de compreensão. O ouvir eficaz Para se chegar a resultados objetivos planejados
ocorre quando o “destinatário” é capaz de discernir e – desde a execução da rotina diária de trabalho,
compreender o significado da mensagem do remetente. até a comunhão mais profunda com alguém – as
O objetivo da comunicação só assim é atingido. pessoas precisam ter um meio de se comunicarem
O “Terceiro Ouvido”: Reik refere-se ao processo de satisfatoriamente.
ouvir eficazmente como sendo “ouvir com o terceiro
ouvido”. O ouvinte eficaz escuta não só as palavras em CAPACIDADE PARA LIDAR COM SENTIMENTOS DE
si como também seus significados subjacentes. Seu CONTRARIEDADE (irritação)
terceiro ouvido, diz Reik, ouve aquilo que é dito entre
as sentenças e sem palavras, aquilo que se expressa A incapacidade de alguém para lidar com
silenciosamente, o que o emissor fala e pensa. manifestações de irritação e contrariedade resulta, com
Logicamente, o ouvir com eficácia não é um processo frequência em curtos-circuitos na comunicação.
passivo. Ele desempenha um papel ativo na comunicação. Expressão. A exteriorização das emoções é importante
O ouvinte eficaz interage com o interlocutor no sentido para construir bons relacionamentos com os outros.
de desenvolver os significados e chegar à compreensão. As pessoas precisam expressar seus sentimentos de tal
Diversos princípios podem servir de auxílio para o modo que elas influenciem, remodelem e modifiquem
aprimoramento das habilidades essenciais para saber a si próprias e aos outros. Elas precisam aprender a
ouvir: expressar sentimentos de ira de forma construtiva e não
1. O ouvinte deve ter uma razão ou propósito de destrutivamente. As seguintes orientações podem ser úteis:
ouvir; 1. Esteja alerta para suas emoções;
2. É importante que, inicialmente, o ouvinte suspenda 2. Admita suas emoções. Não as ignore ou renegue;
julgamentos; 3. Seja dono de suas emoções. Assuma
3. O ouvinte deve resistir a distrações – barulhos, responsabilidade por aquilo que fizer;
pessoas, olhares – e focalizar o interlocutor; 4. Investigue suas emoções. Não procure “vencer”
4. O ouvinte deve esperar antes de responder ao seu uma discussão na base do revide, ou de “dar o
interlocutor. As respostas imediatas reduzem a troco”;
eficácia do ouvir; 5. Relate suas emoções. A comunicação congruente
5. O ouvinte deve repetir palavra por palavra aquilo significa uma combinação satisfatória entre o que
que o interlocutor está dizendo; você está dizendo e aquilo que está vivenciando;
6. O ouvinte deve recolocar em suas próprias palavras 6. Integre suas emoções, o seu intelecto e a sua
o conteúdo e o sentimento daquilo que o outro vontade. Dê uma oportunidade a você mesmo
está dizendo, para que o interlocutor confirme se a de aprender e crescer como pessoa. As emoções
mensagem que transmitiu foi realmente recebida; não podem ser reprimidas. Elas devem ser
7. O ouvinte deve buscar os temas, os pontos identificadas, observadas, relatadas e integradas.
centrais daquilo que o interlocutor está dizendo, Aí então as pessoas podem fazer instintivamente
ouvindo “através” das palavras para atingir sua real os ajustamentos necessários, à luz de seus próprios
significação; conceitos de crescimento. Eles podem acompanhar
8. O ouvinte deve utilizar o tempo diferencial entre a a vida e mudar com ela.
velocidade do pensamento (400 a 500 palavras por
minuto) para “refletir” sobre o conteúdo e “buscar” AUTOABERTURA
o seu significado;
9. O ouvinte deve estar pronto para reagir aos A capacidade de falar total e francamente a respeito
comentários do interlocutor. de si mesmo – é necessária à comunicação eficaz. O
indivíduo não pode se comunicar com outro ou chegar
CLAREZA DE EXPRESSÃO a conhecê-lo a menos que se esforce pela auto abertura.

Ouvir eficazmente é uma habilidade necessária e


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A capacidade de alguém para se auto revelar é um


negligenciada na comunicação, porém muitas pessoas sintoma de personalidade sadia.
consideram igualmente difícil dizer aquilo que querem
dizer ou expressar aquilo que sentem. É que com Pode-se dizer que um indivíduo compreenderá tanto
frequência elas presumem simplesmente que o outro a respeito de si próprio quanto ele estiver disposto a
compreende a sua mensagem, mesmo que sejam comunicar a outra pessoa.
descuidadas ou confusas em sua fala. Parecem achar
que as pessoas deveriam ser capazes de ler as mentes Obstáculos à auto revelação. Para que se conheçam
uns dos outros: “Se está claro para mim, deve estar a si próprias e para que consigam relações interpessoais
claro para você também”. Esta suposição é uma das satisfatórias, as pessoas precisam revelar-se aos outros.
maiores barreiras ao êxito da comunicação humana. O Ainda assim, a auto revelação é obstruída por muitos.

33
A comunicação eficaz, então, tem por base estes cinco Exemplo: No passado, dois profissionais muito bons
componentes: uma autoimagem adequada; capacidade em suas áreas foram colocados para trabalhar juntos e a
de ser bom ouvinte; habilidade de expressar claramente péssima comunicação entre eles atrapalhou o andamen-
os próprios pensamentos e ideias; capacidade de lidar to da iniciativa. Em uma nova oportunidade, os dois são
com emoções, tais como a ira, de maneira funcional e a colocados juntos novamente e, como possuem esse his-
disposição para se expor, para se revelar aos outros. tórico, isso pode impactar no resultado final.
Com isso em mente, identificar que existe um conflito
Conflitos é algo bem simples. No caso dos racionais, é possível
perceber que uma divergência parece “atravancar” um
Gestão de conflitos são ações eficientes e assertivas processo que deveria ser simples. Por exemplo, o orça-
para solucionar as divergências de opiniões entre pes- mento ficou em R$ 10 mil e o cliente só aceita pagar R$
soas ou equipes, buscando sempre soluções de ganha- 8 mil. As negociações não saem do lugar e o projeto não
-ganha. começa. Estamos diante de um conflito orçamentário, ra-
Conflito é uma divergência de opinião que se estabe- cional, que precisa ser resolvido.
lece quando duas ou mais pessoas tem concepções dife- Já no caso de um conflito emocional, ele normalmen-
rentes sobre como resolver quaisquer tipos de problemas. te é percebido pela má vontade de um dos membros
O surgimento desses conflitos pode ter impacto negativo da equipe em trabalhar no projeto ou em se relacionar
sobre o cronograma de entregas das equipes, a satisfação com as pessoas envolvidas nele. Isso se manifesta por
do cliente e a relação com as partes interessadas. atrasos, erros, falta de feedback e de diálogo. Também
Quando a gente ouve a palavra “conflito”, logo vem é importante resolver, porque terá impacto no resultado
a ideia de um problema complexo ou de algo difícil de esperado.
resolver, o que nem sempre é verdade. Conflitos nascem Conflitos podem ser evitados com um bom plane-
de divergências de interesses entre duas ou mais pes- jamento e a atuação assertiva do líder da equipe. Uma
soas, com relação a determinado tema, fato, contexto ou das maneiras de se conseguir isso é deixar bem claras
atividade a ser desenvolvida. No mundo corporativo, sua as diretrizes do trabalho, prazos, orçamento, tecnologias
existência pode atrasar uma entrega, deteriorar o clima a serem utilizadas, etc. Uma outra maneira, mais volta-
organizacional, gerar impacto no relacionamento com o da para as questões de relacionamento, é escolher de
cliente e até mesmo levar a erros difíceis de serem cor- maneira adequada as pessoas, evitar repetir equipes que
rigidos. não funcionaram no passado, manter canais claros de
Quando se utilizam técnicas de Gestão de Conflitos comunicação e estar sempre aberto para o diálogo.
adequadas, as divergências que atravancam os projetos
são facilmente identificáveis. Algumas vezes, podem ser Reações em situações de conflito
até previsíveis e evitáveis. Isso vai depender da forma
como os enxergam determinadas situações, de sua capa- Pessoas podem apresentar reações diferentes dian-
cidade para promover o diálogo e se relacionar com as te de divergência de opiniões no universo profissional.
pessoas envolvidas, sempre com boa capacidade de ne- Quando se fala em gestão de conflitos, existem quatro
gociação, respeito e assertividade. O objetivo dever ser o tipos mais comuns. Conhecê-los nos ajuda a iniciar a
de buscar negociações onde todos ganham, em que haja busca de uma solução.
um equilíbrio entre a necessidade de ceder em alguns
pontos para avançar em outros. Reação Divergente

Classificação da Gestão de Conflitos nas Organiza- Como Identificar: Há o desencontro de interesses e


ções uma pessoa quer vencer a outra, fazendo prevalecer sua
opinião.
Existem basicamente dois tipos de conflitos: Exemplo: O líder do projeto discute com o desenvol-
vedor sobre a melhor ferramenta a ser usada. Os dois
Conflito Racional e Objetivo divergem e um tenta fazer sua opinião valer mais, sem
ouvir ou considerar a opinião do outro. Não se chega a
Como Identificar: Trata-se de uma divergência rela- uma conclusão e isso pode gerar atrasos e perdas.
cionada exclusivamente ao projeto, que vai gerar impac-
tos na entrega final. Reação Conflitante
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Exemplo: O escopo original previa 50 horas de tra-


balho, mas a equipe envolvida vai demorar o dobro do Como Identificar: Diante da divergência, o líder do
tempo. O cliente precisa da solução dentro do prazo ori- projeto tenta impor seu ponto de vista por meio da rela-
ginalmente combinado. ção de poder ou hierarquia existente.
Exemplo: Há uma imposição quanto à ferramenta a
Conflito emocional e objetivo ser utilizada, feita a partir do ponto de vista do gestor
da equipe, sem considerar pontos de vista contrário. O
Como Identificar: Diz respeito a problemas pessoais e projeto vai seguir seu curso, mas haverá um nível de in-
de relacionamento entre os membros da equipe. Envolve satisfação da equipe.
desentendimentos, episódios anteriores mal entendidos,
etc.

34
Reação Concorrente Identificar as divergências e agir: atrasos, erros fre-
quentes, falta de motivação e clima organizacional ruim
Como Identificar: Acontece quando o líder impõe são alguns sinais de que pode haver um conflito na equi-
sua opinião e o membro da equipe aceita, acreditando pe. O líder deve ter a capacidade de enxergar essas mu-
que tem que obedecer e se submeter à determinação do danças e agir rapidamente, sem deixar que um problema
“chefe”. Vai se estabelecer uma relação de disputa, um pequeno se torne maior.
pensamento de “vingança” para situações futuras. Leitura de cenários: depois de identificado o conflito,
Exemplo: O membro da equipe faz as coisas de acor- é importante entender sua origem, quais as reações exis-
do com o que o líder determinou, mas pensa interna- tentes, o perfil das pessoas, suas motivações e interesses.
mente sobre as possibilidades de prejudicá-lo no futuro, A busca de informações ajuda no processo de negociação.
de alguma maneira. Uma reação nociva e difícil de iden- Boa comunicação: saber ouvir é uma arte. Falar na
tificar ou contornar. hora certa, usando as palavras mais adequadas, também.
Para gerenciar conflitos, o diálogo é fundamental e pre-
Reação Convergente cisa ser estruturado com cuidado, para evitar as reações
negativas. O líder deve sempre buscar o ganha-ganha e
Como Identificar: Acontece quando os membros de isso só é possível quando se conhecem as expectativas
uma equipe, diante de uma divergência, tentam enten- envolvidas.
der a opinião uns dos outros, buscando o melhor para
o projeto. Certo e errado na gestão de conflitos
Exemplo: O líder, embora tenha uma opinião sobre
a ferramenta a ser utilizada, ouve os argumentos do de- Cada divergência vai exigir uma solução diferencia-
senvolvedor a favor de outra forma de trabalhar. E vice- da. Na disciplina de gestão de conflitos, existem algumas
-versa. Os dois chegam a um consenso, que vai beneficiar orientações sobre o que fazer e o que não fazer para se
a entrega a ser feita. resolver problemas.

Como aplicar essa nova forma de gestão de con- Errado


flitos
Evitar o conflito: acontece quando o líder identifica
O gerenciamento de conflitos pode ser utilizado em o problema, sabe que existirá impacto na entrega final,
qualquer campo das organizações, mas tem sido mui- mas não age imediatamente. Evita cobrar a equipe para
to adotado nos novos formatos de trabalho usados nas ser mais ágil e efetiva, não informa o cliente sobre pos-
áreas de TI, em que se combinam pessoas jovens, multi- síveis atrasos e deixa que as coisas sigam seu curso, sem
disciplinares a profissionais mais especializados e expe- exercer sua liderança para que as entregas aconteçam.
rientes, de diferentes áreas. As metodologias ágeis, que Acomodar-se com o conflito: o líder identifica a di-
envolvem a necessidade de auto-gestão das equipes, vergência interna, sabe dos impactos e avisa ao cliente
também se beneficiam desse gerenciamento, não dei- que existe uma possibilidade de atraso. Internamente,
xando que o conflito se arraste por tempo demais. no entanto, não faz nada para atuar sobre a causa do
Antigamente, nas organizações, prevalecia a conheci- conflito. Não há negociação com o cliente, ele é apenas
da frase: “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. informado sobre o atraso. Não há cobrança da equipe,
Isso não tem mais valor. Nas empresas modernas, todos no sentido de resolver o motivo real do não cumprimen-
tem voz, querem ser ouvidos e não se prendem muito to do cronograma. Todos se acomodam à situação e o
a relações hierárquicas. Deve prevalecer um sentimento cliente ficará insatisfeito.
de co-responsabilização pelos resultados, em que cada Forçar: diante do conflito, o líder da equipe toma as
pessoa é dona do processo e comprometida com as en- decisões e as impõe a todos. Isso vai gerar uma reação
tregas da área. negativa por parte da equipe. O resultado vai sair, mas
com grande grau de insatisfação. O oposto também
Como evitar os conflitos nas organizações pode acontecer. A equipe pode forçar para que sua ma-
neira de trabalhar prevaleça em relação às diretrizes da-
Na maioria das empresas, o líder imediato é o profis- das pela liderança. Isso vai enfraquecer o líder.
sional que mais domina determinado assunto ou o que
consegue conciliar as pessoas em torno de um objetivo. Certo
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Para esse papel, existem algumas habilidades importan-


tes, que todos podem desenvolver, independente de sua Comprometimento e colaboração: o líder busca o
área de formação: apoio da equipe e do cliente para resolver a divergência
Capacidade de negociação: Os líderes são a ponte e não comprometer os prazos acordados. O conflito é
que conecta a equipe, o cliente, fornecedores e todas as identificado com assertividade e todos conversam para
partes envolvidas. Devem buscar o diálogo, ouvir com buscar as melhores alternativas para solução. O foco não
atenção e ponderar sobre tudo o que for dito, antes de está em buscar culpados ou fazer prevalecer uma opi-
tomar decisões. Também precisam evitar negociações nião sobre a outra. Todos querem que a entrega acon-
demoradas, que nunca chegam a lugar algum. Isso pode teça com qualidade e efetividade. As melhores soluções
gerar novos conflitos e desrespeito pelo papel do líder. surgem quanto há um alto grau de colaboração e de as-
sertividade entre os membros da equipe e do cliente.

35
REFERÊNCIA
< https://www.sankhya.com.br/blog/gestao-de-conflitos-nas-organizacoes/>

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO NA REPARTIÇÃO PÚBLICA: ECONOMIA DE SUPRIMENTOS

Estruturas Organizacionais

Assim são as organizações: diversos órgãos agrupados hierarquicamente, onde os sistemas de responsabilidade,
sistemas de autoridade e os sistemas de comunicações são componentes estruturais.
Com vistas às diversidades de informações, é preciso estar atento para sua relevância, nas organizações as informa-
ções são importantes, mesmo em tomada de decisões. É necessário avaliar a qualidade da informação e saber aplicar
em momentos oportunos.
Para o desenvolvimento de sistemas de informação, há que se definir qual informação e como ela vai ser mantida
no sistema, deve haver um estudo no organograma da empresa verificando assim quais os dados e quais os campos
vão ser necessários para essa implantação.Cada empresa tem suas características e suas necessidades, e o sistema de
informação se adéqua a organização e aos seus propósitos.
Para as organizações as pessoas tem um importância diferenciada, pois seu comportamento afeta diretamente na
imagem, no sucesso ou insucesso dessa organização, o comportamento dos colaboradores refletem seu desempenho.
No processo de centralização a tomada de decisões é unilateral, deixando os colaboradores travados, sem poder
de opinião.Já no processo de descentralização existe maior estimulo por parte dos funcionários, podendo opinar eles
se sentem parte ativa da empresa.

Benefícios de uma estrutura adequada.


 Identificação das tarefas necessárias;
 Organização das funções e responsabilidades;
 Informações, recursos, e feedback aos empregados;
 Medidas de desempenho compatíveis com os objetivos;
 Condições motivadoras.

Toda empresa possui dois tipos de estrutura: Formal e informal.


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Elaboração da estrutura organizacional


 Não é estática.
 É representada graficamente pelo organograma.

36
É dinâmica.

Deve ser delineada de forma a alcançar os objetivos institucionais.

(Delinear = Criar, aprimorar).

Deve ser planejada.

O Planejamento deve estar voltado para os seguintes objetivos:


 Identificar as tarefas físicas e mentais que precisam ser desempenhadas.
 Agrupar as tarefas em funções que possam ser bem desempenhadas e atribuir sua responsabilidade a pessoas
ou grupos.
 Proporcionar aos empregados de todos os níveis:
 Informação.
 Recursos para o trabalho
 Medidas de desempenho compatíveis com objetivos e metas
 Motivação

Desenvolvimento, implantação e avaliação de estrutura organizacional.

Componentes da estrutura organizacional

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

37
Condicionantes da estrutura organizacional.

Destacamos ainda, sobre a implantação da estrutura organizacional, que três aspectos devem ser considerados,
quais sejam:
 A mudança na estrutura organizacional.
 O processo de implantação; e
 As resistências que podem ocorrer.

Para atender as características do mundo moderno, as tendências organizacionais atuais se caracterizam por: 
 Cadeias de comando mais curtas (enxugar níveis hierárquicos).
 Menos unidade de comando (a subordinação ao chefe está sendo substituída pelo relacionamento horizontal
em direção ao cliente).
 Maior responsabilidade e autonomia às pessoas.
 Ênfase nas equipes de trabalho.
 Organizações estruturadas sobre unidades autônomas e autossuficientes, com metas e resultados a alcançar.
 Info-estrutura (permite uma organização integrada sem necessariamente estar concentrada em um único local).
 Preocupação maior com o alcance dos objetivos e metas do que com o comportamento variado das pessoas.
 Foco no negócio básico e essencial (enxugamento e terceirização visando reorientar a organização para aquilo
que ela foi criada).
 As pessoas deixam de ser fornecedoras de mão de obra para serem fornecedoras de conhecimentos capazes de
agregar valor ao negócio.

TIPOS DE ORGANIZAÇÃO
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Podemos classificar organizações em tradicionais e contemporâneas e veremos abaixo os principais modelos.

Dentre as ESTRUTURAS TRADICIONAIS temos as Organizações Linear, Funcional e Linha Staff conforme veremos
abaixo.

38
ORGANIZAÇÃO LINEAR: A denominação “linear” indica que entre o superior e os subordinados existem linhas
diretas e únicas de autoridade e de responsabilidade

ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL: nesse tipo de organização aplica-se o princípio funcional ou princípio da especiali-
zação das funções para cada tarefa.

Princípio funcional separa, distingue e especializa: é o germe do staff

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ORGANIZAÇÃO LINHA-STAFF: resulta da combinação dos tipos linear e funcional, objetivando equilibrar o melhor
dos dois e corrigir desvantagens apresentadas por eles.
É hoje o tipo organizacional mais adotado.
Na organização linha-staff temos dois órgãos distintos: órgão de execução (linha) e órgão de apoio (staff).

Principais Funções do Staff


 Serviços: atividades especializadas como: compras, pessoal, pesquisa, informática, propaganda, contabilidade,
etc.
 Consultoria e assessoria: assistência jurídica, organização e métodos etc.
 Monitoramento: acompanhar e avaliar determinada atividade ou processo.

39
Planejamento e controle: planejamento e controle orçamentário, controle de qualidade etc.

Já no conceito de ESTRUTURAS CONTEMPORÂNEAS temos as estruturas matriciais e as estruturas com base em


projetos.

ESTRUTURA COM BASE EM PROJETOS - advém de desenvolvimento de projeto com um grupo de atividades com
tempo de duração pré-definido e profissional contratados especificamente para cada projeto.
Utilizado quando:
 Existem muitas pessoas/organizações interdependentes;
 Planos sujeitos a mudanças;
 Dificuldade de prognósticos;
 Exigência do cliente e
 Estrutura organizacional rígida.

Para montar uma estrutura com base em projetos, a empresa precisa:


 Definir as funções do projeto;
 Montar a estrutura organizacional (organograma do projeto);
 Definir as atribuições das funções (responsabilidades e autoridades) e
 Alocar pessoal.

ORGANIZAÇÃO MATRICIAL: tipo de estrutura mista, indicada para organizações que desenvolvem projetos mas
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

que também adotam as estruturas divisional, funcional, staff entre outras, fazendo uso de diversas tecnologias.

40
Departamentalização

Trata-se da divisão do trabalho por especialização dentro da estrutura organizacional da empresa.


É o agrupamento de acordo com um critério específico de homogeneidade, das atividades e correspondente recur-
sos (humanos, financeiros, materiais e equipamentos) em unidades organizacionais.
A forma de departamentalizar deve corresponder à configuração que a organização pretende trabalhar, podendo
esta adotar mais de uma forma de departamentalização.

DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR FUNÇÕES

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

41
DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR PRODUTO

DEPARTAMENTALIZAÇÃO TERRITORIAL

Tal grupamento permite a uma divisão focalizar as necessidades singulares de sua área, mas exige coordenação e
controle da administração de cúpula em cada região.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

42
DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR CLIENTE

DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR PROJETO

DEPARTAMENTALIZAÇÃO DE MATRIZ

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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DEPARTAMENTALIZAÇÃO MISTA Impressora: a impressora é outro item indispensável.
Ela permite imprimir de forma rápida dezenas de páginas
É o tipo mais frequente, cada parte da empresa deve com textos e imagens. As mais modernas ainda contam
ter a estrutura que mais se adapte à sua realidade orga- com a função que permite digitalizar e copiar documen-
nizacional. tos quase que instantaneamente.
Calculadora: a calculadora facilita e bastante a vida do
A MELHOR FORMA DE DEPARTAMENTALIZAR empregador e do empregado o momento de realizar cál-
culos, principalmente em situações que exijam rapidez.
Para evitar problemas na hora de decidir como depar- Grampeador: o grampeador é um essencial para fixar
tamentalizar, pode-se seguir certos princípios: as várias páginas de um mesmo documento, na ordem e
 Princípio do maior uso – o departamento que faz da maneira que for necessário.
maior uso de uma atividade deve tê-la sob sua ju- Máquina de fax: as máquinas de fax são muito usa-
risdição. das no escritório tanto para o envio quanto para o re-
 Principio do maior interesse – o departamento que cebimento de documentos importante em um reduzido
tem maior interesse pela atividade deve supervi- espaço de tempo.
siona-la. Mesa: a mesa é essencial para acomodar não só pa-
 Principio da separação e do controle – As ativida- peis e documentos, mas também equipamentos como
des do controle devem estar separadas das ativi- computador, telefone, calculadora etc.
dades controladas. Cadeiras: as cadeiras permitem realizar as atividades
 Principio da supressão da concorrência – Eliminar a do escritório de modo confortável. É importante que as
concorrência entre departamentos, agrupando ati- cadeiras usadas sigam as normas de ergonomia (normas
vidades correlatas no mesmo departamento. que garantem a segurança e a saúde do trabalhador).
Gavetas: as gavetas são indispensáveis para armaze-
Outro critério básico para departamentalização está nar documentos e materiais de escrita, mantendo o es-
baseado na diferenciação e na integração, são: critório organizado.
Telefone: o telefone permite a comunicação rápida e
Diferenciação, cujo princípio estabelece que as ati- imediata com pessoas de dentro e de fora da empresa,
vidades diferentes devem ficar em departamentos sepa- localizadas em qualquer parte do mundo.
rados. Materiais para escrita: os materiais de escrita incluem
A diferenciação ocorre quando: papeis, lápis, caneta, borracha etc. Assim como os demais
- O fator humano é diferente equipamentos, são indispensáveis para o funcionamento
- A tecnologia e a natureza das atividades são dife- do escritório.
rentes Agendas: o uso de agenda é essencial para a organi-
- Os ambientes externos são diferentes, zação. Seja material físico ou digital, a agenda serve para
- Os objetivos e as estratégias são diferentes. manter tarefas, horários e anotações sempre por perto,
atualizadas e precisas.
Integração – Quanto mais atividades trabalham in-
tegradas, maior razão para ficarem no mesmo departa-
mento.
O Fator de integração é: EXERCÍCIO COMENTADO
- Necessidade de coordenação.1
1. (Cress/PE- Auxiliar de serviços gerais - Fundamen-
6. USO DE EQUIPAMENTOS DE ESCRITÓRIO tal – Quadrix/2017) Poupar energia e papel no escri-
tório pode ajudar a reduzir gastos e proteger recursos
6.1 Equipamentos para escritório naturais não renováveis. Ou seja, tarefas simples podem
fazer toda a diferença. Assinale a alternativa que diz res-
Para funcionar, um escritório depende da presença de peito a uma maneira de economizar papel ou energia
alguns equipamentos específicos que, não só facilitam a elétrica.
jornada de trabalho, mas também garantem maior con-
forto e rapidez no desenvolvimento das mesmas. a) Não utilizar o recurso de impressão em dupla face.
São alguns dos principais equipamentos utilizados no b) Usar lâmpadas incandescentes e de halogênio.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

escritório: computador, impressora, calculadora, gram- c) Manter periféricos auxiliares de computadores sempre
peador, máquina de fax, mesa, gavetas, cadeira, telefone ligados na tomada.
e materiais para escrita. d) Não instalar temporizadores para acender luzes à noite.
Computador: computadores e notebooks represen- e) Configurar o modo stand-by nos computadores para
tam equipamentos de grande importância em um escri- que entrem em hibernação automaticamente.
tório. Por meio deles é possível, montar planilhas, digi-
tar e arquivar documentos, assistir apresentações, salvar Resposta: Letra E. O modo stand-by permite que o
imagens, acessar sites, receber e enviar e-mails e muitos computador se mantenha desligado temporariamente
outros. enquanto não está sendo usado, voltando a funcionar
rapidamente sempre que necessário.
1 Adaptado de Carlos William de Carvalho

44
- Tolerância: representa a capacidade de uma pessoa
EXCELÊNCIA NO ATENDIMENTO AO CI- ou grupo de aceitar, em outra pessoa ou grupo
DADÃO; O ENFOQUE NA QUALIDADE; O uma atitude diferente das que são a norma de seu
ATENDIMENTO PRESENCIAL E POR TELE- grupo.
FONE. - Discrição: envolve zelo, respeito, prudência, discer-
nimento e sensatez quando fornece uma informa-
ção ao cliente. É necessário manter-se reservado
Atendimento ao público sobre o que o cliente lhe diz. Assim, estará trans-
mitindo confiabilidade e seriedade no trabalho de-
A qualidade do atendimento ao público apresenta-se senvolvido.
como um desafio institucional e, e deve ter como meta - Conduta: espera-se que atendente conheça e res-
aprimorar e uniformizar o serviço oferecido tanto ao peite as normas internas, afinal, ele é um canal de
público externo como ao público interno. transmissão da imagem da organização e, como
Vale ressaltar que, o agente responsável por realizar o tal, deve manter postura profissional, e agir dentro
atendimento, ao fazê-lo, não o faz por si mesmo, e sim, da cultura da empresa/ instituição, e conforme os
pela instituição, ou seja, ele representa a organização interesses institucionais mas, ainda sim, atingindo
naquele momento, é a imagem da organização que se o resultado desejado de atender com excelência o
apresenta na figura desse agente. cliente resolvendo sua necessidade ou atendendo
Quando falamos em atendimento de qualidade, seu desejo.
pensamos em excelência na forma com que nossos - Objetividade, clareza e concisão: ser direto, ob-
clientes (internos ou externos) são tratados, e lidar jetivo e claro em suas respostas para o cliente, e
com pessoas, que é o que ocorre em um atendimento, se ater ao foco do que esta sendo perguntado,
exige uma postura comportamental comprometida fornecendo informações precisas e sucintas com
com o outro, com suas necessidades, seus anseios, atenção e clareza.
mas também com a organização, suas regras, ou seja,
exige responsabilidade, conhecimento de funções, Postura de atendimento
uso adequado de ferramentas para se enquadrar ao
sistema de funcionamento da organização e, agilidade, Aqui falamos em fatores pessoais que influenciam
cordialidade, eficiência e principalmente, empatia, para o atendimento: Apresentação pessoal, cortesia
realizar um atendimento de excelência junto ao público. (personalizar o atendimento), atenção, tolerância (grau
Atendimento corresponde ao ato de atender, ou de aceitação de diferente modo de pensar), discrição,
seja, ao ato de prestar atenção às pessoas com as quais conduta, objetividade.
mantemos contato.
A qualidade do atendimento prestado depende A POSTURA pode ser entendida como a junção
da capacidade de se comunicar com o público e da de todos esses aspectos relacionados com a nossa
mensagem transmitida. expressão corporal na sua totalidade e nossa condição
emocional.
O edital cita características que são imprescindíveis
quando se almeja alcançar um nível de excelência em Podemos destacar 03 pontos necessários para
qualidade no atendimento. Vejamos: falarmos de POSTURA. São eles:

- Atenção: o cliente precisa ser o foco de suas ações. - Ter uma POSTURA DE ABERTURA: que se
É necessário fazer com que ele sinta-se realmen- caracteriza por um posicionamento de humildade,
te o elemento de maior importância nessa relação mostrando-se sempre disponível para atender e interagir
e, isso será possível quando o atende dispender a prontamente com o cliente. Esta POSTURA DE ABERTURA
atenção necessária nesse contato, criando empa- do atendente suscita alguns sentimentos positivos nos
tia para identificar de fato qual a melhor forma de clientes, como por exemplo:
atender esse cliente. o postura do atendente de manter os ombros abertos
- Cortesia: ser cortês significa que usar de gentileza, e o peito aberto, passa ao cliente um sentimento
educação, lidar as pessoas com amabilidade, gene- de receptividade e acolhimento;
rosidade e delicadeza no trato. o deixar a cabeça meio curva e o corpo ligeiramente
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Interesse: como dissemos acima, desenvolver em- inclinado, transmite ao cliente a humildade do
patia, ou seja, quando se coloca no lugar da pes- atendente;
soa, demonstra interesse naquilo que é importante o o olhar nos olhos e o aperto de mão firme,
para ela e, consequentemente, realiza um trabalho traduzem respeito e segurança;
melhor. o a fisionomia amistosa, alenta um sentimento de
- Presteza: está relacionado com a boa vontade e afetividade e calorosidade.
pré-disposição em servir.
- Eficiência: eficiência é a capacidade de ‘fazer as o Ter SINTONIA ENTRE FALA E EXPRESSÃO
coisas direito’, um administrador é considerado CORPORAL: que se caracteriza pela existência
eficiente quando minimiza o custo dos recursos de uma unidade entre o que dizemos e o que
usados para atingir determinado fim. expressamos no nosso corpo.

45
Quando fazemos isso, nos sentimos mais harmônicos ligadas neste, para perceber constantemente as suas
e confortáveis. Não precisamos fingir, mentir ou encobrir necessidades. Para este profissional, não basta apenas
os nossos sentimentos e eles fluem livremente. Dessa conhecer o produto ou serviço, mas o mais importante
forma, nos sentimos mais livres do stress, das doenças, é demonstrar interesse em relação às necessidades dos
dos medos. clientes e atendê-las.

As EXPRESSÕES FACIAIS: das quais podemos extrair 02. Entender o lado HUMANO, conhecendo as
dois aspectos: o expressivo, ligado aos estados emocio- necessidades dos clientes, aguçando a capacidade de
nais que elas traduzem e a identificação destes estados perceber o cliente. Para entender o lado humano, é
pelas pessoas; e a sua função social que diz em que con- necessário que este profissional tenha uma formação
dições ocorreu a expressão, seus efeitos sobre o obser- voltada para as pessoas e goste de lidar com gente. Se
vador e quem a expressa. espera que ele fique feliz em fazer o outro feliz, pois
Podemos concluir, entendendo que, qualquer para este profissional, a felicidade de uma pessoa
comportamento inclui posturas e é sempre fruto da começa no mesmo instante em que ela cessa a busca
interação complexa entre o organismo e o seu meio de sua própria felicidade para buscar a felicidade do
ambiente. outro.

Observando estas condições principais que causam 03. Entender a necessidade de manter um ESTADO
a vinculação ou o afastamento do cliente da empresa, DE ESPÍRITO POSITIVO, cultivando pensamentos e
podemos separar a estrutura de uma empresa de serviços sentimentos positivos, para ter atitudes adequadas no
em dois itens: momento do atendimento. Ele sabe que é fundamental
separar os problemas particulares do dia a dia do
Os serviços trabalho e, para isso, cultiva o estado de espírito antes
da chegada do cliente. O primeiro passo de cada dia,
O SERVIÇO assume uma dimensão macro nas
é iniciar o trabalho com a consciência de que o seu
organizações e, como tal, está diretamente relacionado
principal papel é o de ajudar os clientes a solucionarem
ao próprio negócio.
suas necessidades. A postura é de realizar serviços para
Nesta visão mais global, estão incluídas as políticas
o cliente.
de serviços, a sua própria definição e filosofia. Aqui,
também são tratados os aspectos gerais da organização
A fuga dos clientes
que dão peso ao negócio, como: o ambiente físico, as
cores (pintura), os jardins. Este item, portanto, depende
As pesquisas revelam que 68% dos clientes das
mais diretamente da empresa e está mais relacionado
com as condições sistêmicas. empresas fogem delas por problemas relacionados à
A postura de atendimento. postura de atendimento.
É o tratamento dispensado às pessoas, está mais Numa escala decrescente de importância, podemos
relacionado com o funcionário em si, com as suas observar os seguintes ercentuais:
atitudes e o seu modo de agir com os clientes. Portanto, - 68% dos clientes fogem das empresas por proble-
está ligado às condições individuais. mas de postura no atendimento;
É necessário unir estes dois pontos e estabelecer nas - 14% fogem por não terem suas reclamações aten-
políticas das empresas, o treinamento, a definição de didas;
um padrão de atendimento e de um perfil básico para - 9% fogem pelo preço;
o profissional de atendimento, como forma de avançar - 9% fogem por competição, mudança de endereço,
no próprio negócio. Dessa maneira, estes dois itens morte.
se tornam complementares e inter-relacionados, com
dependência recíproca para terem peso. A origem dos problemas está nos sistemas
implantados nas organizações, muitas vezes obsoletos.
O profissional do atendimento Estes sistemas não definem uma política clara de serviços,
não definem o que é o próprio serviço e qual é o seu
Para conhecermos melhor a postura de atendimento, produto. Sem isso, existe muita dificuldade em satisfazer
faz-se necessário falar do Verdadeiro profissional do plenamente o cliente.
Estas empresas que perdem 68% dos seus clientes,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

atendimento.
não contratam profissionais com características básicas
Os três passos do verdadeiro profissional de para atender o público, não treinam estes profissionais
atendimento: na postura adequada, não criam um padrão de
atendimento e este passa a ser realizado de acordo com
01. Entender o seu VERDADEIRO PAPEL, que é o de as características individuais e o bom senso de cada um.
compreender e atender as necessidades dos clientes, A falta de noção clara da causa primária da perda
fazer com que ele seja bem recebido, ajudá-lo a se sentir de clientes faz com que as empresas demitam os
importante e proporcioná-lo um ambiente agradável. Este funcionários “porque eles não sabem nem atender o
profissional é voltado completamente para a interação cliente”. Parece até que o atendimento é a tarefa mais
com o cliente, estando sempre com as suas antenas simples da empresa e que menos merece preocupação.

46
Ao contrário, é a mais complexa e recheada de nuances Como o olhar revela a atitude da mente, ele pode
que perpassam pela condição individual e por condições transmitir:
sistêmicas.
Estas condições sistêmicas estão relacionadas a: 01. Interesse quando:
1. Falta de uma política clara de serviços; - brilha;
2. Indefinição do conceito de serviços; - tem atenção;
3. Falta de um perfil adequado para o profissional de - vem acompanhado de aceno de cabeça.
atendimento;
4. Falta de um padrão de atendimento; 02. Desinteresse quando:
5. Inexistência do follow up; - é apático;
6. Falta de treinamento e qualificação de pessoal. - é imóvel, rígido;
- não tem expressão.
Nas condições individuais, podemos encontrar a
contratação de pessoas com características opostas O olhar desbloqueia o atendimento, pois quebra o
ao necessário para atender ao público, como: timidez, gelo. O olhar nos olhos dá credibilidade e não há como
avareza, rebeldia... dissimular com o olhar.

Os requisitos para contratação deste profissional A aproximação - raio de ação.


Para trabalhar com atendimento ao público, alguns A APROXIMAÇÃO do cliente está relacionada ao
requisitos são essenciais ao atendente. São eles: conceito de RAIO DE AÇÃO, que significa interagir com o
- Gostar de SERVIR, de fazer o outro feliz. público, independente deste ser cliente ou não.
- Gostar de lidar com gente. Esta interação ocorre dentro de um espaço físico de 3
- Ser extrovertido. metros de distância do público e de um tempo imediato,
- Ter humildade. ou seja, prontamente.
- Cultivar um estado de espírito positivo. Além do mais, deve ocorrer independentemente do
- Satisfazer as necessidades do cliente. funcionário estar ou não na sua área de trabalho. Estes
- Cuidar da aparência. requisitos para a interação, a tornam mais eficaz.
Esta interação pode se caracterizar por um
Com estes requisitos, o sinal fica verde para o cumprimento verbal, uma saudação, um aceno de
atendimento. cabeça ou apenas por um aceno de mão. O objetivo com
isso, é fazer o cliente sentir-se acolhido e certo de estar
Outros fatores importantes no atendimento
recebendo toda a atenção necessária para satisfazer os
seus anseios.
O olhar
Alguns exemplos são:
Os olhos transmitem o que está na nossa alma.
1. No hotel, a arrumadeira está no corredor com o
Através do olhar, podemos passar para as pessoas os
carrinho de limpeza e o hóspede sai do seu apar-
nossos sentimentos mais profundos, pois ele reflete o
tamento. Ela prontamente olha para ele e diz com
nosso estado de espírito.
um sorriso: “bom dia !”
Ao analisar a expressão do olhar, não vamos nos
prender somente a ele, mas a fisionomia como um todo 2. O caixa de uma loja que cumprimenta o cliente no
para entendermos o real sentido dos olhos. momento do pagamento;
Um olhar brilhante transmite ao cliente a sensação 3. O frentista do posto de gasolina que se aproxima
de acolhimento, de interesse no atendimento das suas ao ver o carro entrando no posto e faz uma suda-
necessidades, de vontade de ajudar. Ao contrário, um ção...
olhar apático, traduz fraqueza e desinteresse, dando
ao cliente, a impressão de desgosto e dissabor pelo A invasão
atendimento.
Mas, você deve estar se perguntando: O que causa Mas, interagir no RAIO DE AÇÃO não tem nada a ver
este brilho nos nossos olhos? A resposta é simples: com INVASÃO DE TERRITÓRIO.
Gostar do que faz, gostar de prestar serviços ao outro, Vamos entender melhor isso.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

gostar de ajudar o próximo. Todo ser humano sente necessidade de definir um


Para atender ao público, é preciso que haja interesse TERRITÓRIO, que é um certo espaço entre si e os estranhos.
e gosto, pois só assim conseguimos repassar uma Este território não se configura apenas em um espaço físico
sensação agradável para o cliente. Gostar de atender o demarcado, mas principalmente num espaço pessoal e
público significa gostar de atender as necessidades dos social, o que podemos traduzir como a necessidade de
clientes, querer ver o cliente feliz e satisfeito. privacidade, de respeito, de manter uma distância ideal
entre si e os outros de acordo com cada situação.
Quando estes territórios são invadidos, ocorrem
cortes na privacidade, o que normalmente traz
consequências negativas. Podemos exemplificar estas
invasões com algumas situações corriqueiras: uma piada

47
muito picante contada na presença de pessoas estranhas No mínimo seremos obrigados a dizer que será difícil
a um grupo social; ficar muito próximo do outro, quase a empresa ter uma segunda chance para tentar mudar a
se encostando nele; dar um tapinha nas costas... impressão inicial, se esta foi negativa, pois dificilmente o
Nas situações de atendimento, são bastante comuns cliente irá voltar.
as invasões de território pelos atendentes. Estas, na É muito mais difícil e também mais caro, trazer de
sua maioria, causam mal-estar aos clientes, pois são volta o cliente perdido, aquele que foi mal atendido ou
traduzidas por eles como atitudes grosseiras e poucos que não teve os seus desejos satisfeitos.
sensíveis. Alguns são os exemplos destas atitudes e Estes clientes perdem a confiança na empresa e
situações mais comuns: normalmente os custos para resgatá-la, são altos. Alguns
- insistência para o cliente levar um item ou adqui- mecanismos que as empresas adotam são os contatos
rir um bem; via telemarketing, mala-direta, visitas, mas nem sempre
- seguir o cliente por toda a loja; são eficazes.
- o motorista de taxi que não pára de falar com o A maioria das empresas não têm noção da
cliente passageiro; quantidade de clientes perdidos durante a sua existência,
- o garçom que fica de pé ao lado da mesa suge- pois elas não adotam mecanismos de identificação de
rindo pratos sem ser solicitado; reclamações e/ou insatisfações destes clientes. Assim,
- o funcionário que cumprimenta o cliente com elas deixam escapar as armas que teriam para reforçar
dois beijinhos e tapinhas nas costas; os seus processos internos e o seu sistema de trabalho.
- o funcionário que transfere a ligação ou desliga Quando as organizações atentam para essa
o telefone sem avisar. importância, elas passam a aplicar instrumentos de
medição.
Estas situações não cabem na postura do verdadeiro Mas, estes coletores de dados nem sempre traduzem
profissional do atendimento. a realidade, pois muitas vezes trazem perguntas vagas,
subjetivas ou pedem a opinião aberta sobre o assunto.
O sorriso Dessa forma, fica difícil mensurar e acaba-se por não
colher as informações reais.
O SORRISO abre portas e é considerado uma A saída seria criar medidores que traduzissem com
linguagem universal. fatos e dados, as verdadeiras opiniões do cliente sobre o
Imagine que você tem um exame de saúde muito serviço e o produto adquiridos da empresa.
importante para receber e está apreensivo com o
resultado. Você chega à clínica e é recebido por uma Apresentação pessoal
recepcionista que apresenta um sorriso caloroso. Com
certeza você se sentirá mais seguro e mais confiante, Que imagem você acha que transmitimos ao cliente
diminuindo um pouco a tensão inicial. Neste caso, o quando o atendemos com unhas sujas, os cabelos
sorriso foi interpretado como um ato de apaziguamento. despenteados, as roupas mal cuidadas... ?
O sorriso tem a capacidade de mudar o estado de O atendente está na linha de frente e é responsável
espírito das pessoas e as pesquisas revelam que as pelo contato, além de representar a empresa neste
pessoas sorridentes são avaliadas mais favoravelmente momento. Para transmitir confiabilidade, segurança,
do que as não sorridentes. bons serviços e cuidado, se faz necessário, também, ter
O sorriso é um tipo de linguagem corporal, um uma boa apresentação pessoal.
tipo de comunicação não-verbal . Como tal, expressa as
emoções e geralmente informa mais do que a linguagem Alguns cuidados são essenciais para tornar este item
falada e a escrita. Dessa forma, podemos passar vários mais completo. São eles:
tipos de sentimentos e acarretar as mais diversas emoções 01. Tomar um BANHO antes do trabalho diário: além
no outro. da função higiênica, também é revigorante e espanta a
preguiça;
Ir ao encontro do cliente 02. Cuidar sempre da HIGIENE PESSOAL: unhas
limpas, cabelos cortados e penteados, dentes cuidados,
IR AO ENCONTRO DO CLIENTE é um forte sinal de hálito agradável, axilas
compromisso no atendimento, por parte do atendente. Asseadas, barba feita;
Este item traduz a importância dada ao cliente no 03. Roupas limpas e conservadas;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

momento de atendimento, na qual o atendente faz tudo 04. Sapatos limpos;


o que é possível para atender as suas necessidades, pois 05. Usar o CRACHÁ DE IDENTIFICAÇÃO, em local
ele compreende que satisfazê-las é fundamental. Indo visível pelo cliente.
ao encontro do cliente, o atendente demonstra o seu
interesse para com ele. Quando estes cuidados básicos não são tomados, o
cliente se questiona : “ puxa, se ele não cuida nem dele,
A primeira impressão da sua aparência pessoal, como é que vai cuidar de me
prestar um bom serviço ? “
Você já deve ter ouvido milhares de vezes esta frase: A apresentação pessoal, a aparência, é um aspecto
A PRIMEIRA IMPRESSÃO É A QUE FICA. importante para criar uma relação de proximidade e
Você concorda com ela? confiança entre o cliente e o atendente.

48
Cumprimento caloroso * os nossos PRECONCEITOS;
* as DISTRAÇÕES;
O que você sente quando alguém aperta a sua mão * os JULGAMENTOS PRÉVIOS;
sem firmeza ? * as ANTIPATIAS.
Às vezes ouvimos as pessoas comentando que se
conhece alguém, a sua integridade moral, pela qualidade Para interagirmos e nos comunicarmos a contento,
do seu aperto de mão. precisamos compreender o TODO, captando os estímulos
O aperto de mão “ frouxo “ transmite apatia, que vêm do outro, fazendo uma leitura completa da
passividade, baixa energia, desinteresse, pouca interação, situação.
falta de compromisso com o contato. Precisamos querer escutar, assumindo uma postura
Ao contrário, o cumprimento muito forte, do tipo de receptividade e simpatia, afinal, nós temos DOIS
que machuca a mão, ao invés de trazer uma mensagem OUVIDOS E UMA BOCA, O QUE NOS SUGERE QUE É
positiva, causa um mal estar, traduzindo hiperatividade, PRECISO ESCUTAR MAIS DO QUE FALAR.
agressividade, invasão e desrespeito. O ideal é ter um Quando não sabemos escutar o cliente - interrompendo-o,
cumprimento firme, que prenda toda a mão, mas que a falando mais que ele, dividindo a atenção com outras
deixe livre, sem sufocá-la. Este aperto de mão demonstra situações - tiramos dele, a oportunidade de expressar os
interesse pelo outro, firmeza, bom nível de energia, seus verdadeiros anseios e necessidades e corremos o risco
atividade e compromisso com o contato. de aborrecê-lo, pois não iremos conseguir atendê-las.
É importante lembrar que o cumprimento deve
A mais poderosa forma de escutar é a empatia (
estar associado ao olhar nos olhos, a cabeça erguida, os
que vamos conhecer mais na frente ). Ela, nos permite
ombros e o peito abertos, totalizando uma sintonia entre
escutar de fato, os sentimentos por trás do que está
fala e expressão corporal.
sendo dito, mas, para isso, é preciso que o atendente
NÃO SE ESQUEÇA: APESAR DE HAVER UMA FORMA
ADEQUADA DE CUMPRIMENTAR, ESTA JAMAIS DEVERÁ esteja sintonizado emocionalmente com o cliente. Esta
SER MECÂNICA E AUTOMÁTICA. sintonia se dá através do despojamento das barreiras
que já falamos antes.
Tom de voz
Agilidade
A voz é carregada de magnetismo e como tal, traz
uma onda de intensa vibração. O tom de voz e a maneira Atender com agilidade significa ter rapidez sem
como dizemos as palavras, são mais importantes do que perder a qualidade do serviço prestado.
as próprias palavras. A agilidade no atendimento transmite ao cliente a
Podemos dizer ao cliente: “a sua televisão deveria idéia de respeito. Sendo ágil, o atendente reconhece a
sair hoje do conserto, mas por falta de uma peça, ela só necessidade do cliente em relação à utilização adequada
estará pronta na próxima semana “. De acordo com a do seu tempo.
maneira que dizemos e de acordo com o tom de voz que Quando há agilidade, podemos destacar:
usamos, vamos perceber reações diferentes do cliente. - o atendimento personalizado;
Se dissemos isso com simpatia, naturalmente nos - a atenção ao assunto;
desculpando pela falha e assumindo uma postura de - o saber escutar o cliente;
humildade, falando com calma e num tom amistoso e - cuidar das solicitações e acompanhar o cliente du-
agradável, percebemos que a reação do cliente será de rante todo o seu percurso na empresa.
compreensão.
Por outro lado, se a mesma frase é dita de forma O calor no atendimento
mecânica, estudada, artificial, ríspida, fria e com
arrogância, poderemos ter um cliente reagindo com O atendimento caloroso evita dissabores e situações
raiva, procurando o gerente, gritando... constrangedoras, além de ser a comunhão de todos os
As palavras são símbolos com significados próprios.
pontos estudados sobre postura.
A forma como elas são utilizadas também traz o seu
O atendente escolhe a condição de atender o cliente
significado e com isso, cada palavra tem a sua vibração
e para isto, é preciso sempre lembrar que o cliente
especial.
deseja se sentir importante e respeitado. Na situação
Saber escutar de atendimento, o cliente busca ser reconhecido e,
transmitindo calorosidade nas atitudes, o atendente
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Você acha que existe diferença entre OUVIR e satisfaz as necessidades do cliente de estima e
ESCUTAR? Se você respondeu que não, você errou. consideração.
Escutar é muito mais do que ouvir, pois é captar o Ao contrário, o atendimento áspero, transmite ao
verdadeiro sentido, compreendendo e interpretando cliente a sensação de desagrado, descaso e desrespeito,
a essência, o conteúdo da comunicação. além de retornar ao atendente como um bumerangue. O
O ato de ESCUTAR está diretamente relacionado EFEITO BUMERANGUE é bastante comum em situações
com a nossa capacidade de perceber o outro. E, para de atendimento, pois ele reflete o nível de satisfação, ou
percebermos o outro, o cliente que está diante de nós, não, do cliente em relação ao atendente. Com este efeito,
precisamos nos despojar das barreiras que atrapalham e as atitudes batem e voltam, ou seja, se você atende bem,
empobrecem o processo de comunicação. São elas: o cliente se sente bem e trata o atendente com respeito.

49
Se este atende mal, o cliente reage de forma negativa e LEMBRE-SE: A ÉTICA DO TRABALHO É SERVIR AOS
hostil. O cliente não está na esteira da linha de produção, OUTROS E NÃO SE SERVIR DOS OUTROS.
merecendo ser tratado com diferenciação e apreço.
Precisamos ter em atendimento, pessoas Usar chavões
descontraídas, que façam do ato de atender o seu
verdadeiro sentido de vida, que é SERVIR AO PRÓXIMO. O mau profissional utiliza-se de alguns chavões como
Atitudes de apatia, frieza, desconsideração e forma de fugir à sua responsabilidade no atendimento
hostilidade, retratam bem a falta de calor do atendente. ao cliente. Citamos aqui, os mais comuns:
Com estas atitudes, o atendente parece estar pedindo
ao cliente que este se afaste, vá embora, desapareça da PARE E REFLITA: VOCÊ GOSTARIA DE SER COMPARADO
sua frente, pois ele não é bem vindo. Assim, o atendente A ESTE ATENDENTE ?
esquece que a sua MISSÃO é SERVIR e fazer o cliente * o senhor como cliente TEM QUE ENTENDER ...
FELIZ. * o senhor DEVERIA AGRADECER O QUE A EMPRESA
FAZ PELO SENHOR...
As gafes no atendimento * o CLIENTE É UM CHATO QUE SEMPRE QUER MAIS...
* AÍ VEM ELE DE NOVO...
Depois de conhecermos a postura correta de Estas frases geram um bloqueio mental, dificultando
atendimento, também é importante sabermos quais a liberação do lado bom da pessoa que atende o cliente.
são as formas erradas, para jamais praticá-las. Quem as Aqui, podemos ter o efeito bumerangue, que torna
pratica, com certeza não é um verdadeiro profissional de um círculo vicioso na postura inadequada, pois, o
atendimento. Podemos dividi-las em duas partes, que atendente usa os chavões (pensa dessa forma em relação
são: ao cliente e a situação de atendimento ), o cliente se
aborrece e descarrega no atendente, ou simplesmente
Postura Inadequada não volta mais.
Para quebrar este ciclo, é preciso haver uma mudança
A postura inadequada é abrangente, indo desde a radical no pensamento e postura do atendente.
postura física ao mais sutil comentário negativo sobre a
empresa na presença do cliente. Impressões finais do cliente
Em relação à postura física, podemos destacar como Toda a postura e comportamento do atendente vai
inadequado, o atendente: levar o cliente a criar uma impressão sobre o atendimento
* se escorar nas paredes da loja ou debruçar a cabeça e, consequentemente, sobre a empresa.
no seu birô por não estar com o cliente (esta atitude Duas são as formas de impressões finais mais comuns
impede que ele interaja no raio de ação); do cliente:
* mascar chicletes ou fumar no momento do 1) MOMENTO DA VERDADE: através do contato di-
atendimento; reto (pessoal) e/ou telefônico com o atendente;
* cuspir ou tirar meleca na frente do cliente (estas 2) TELEIMAGEM: através do contato telefônico. Va-
coisas só devem ser feitas no banheiro); mos conhecê-las com mais detalhes.
* comer na frente do cliente (comum nas empresas
que oferecem lanches ou têm cantina); Momentos da verdade
* gritar para pedir alguma coisa;
* se coçar na frente do cliente; Segundo Karl Albrecht, Momento da Verdade é
* bocejar (revela falta de interesse no atendimento). qualquer episódio no qual o cliente entra em contato
Em relação aos itens mais sutis, podemos destacar: com qualquer aspecto da organização e obtem uma
* se achar íntimo do cliente a ponto de lhe pedir impressão da qualidade do seu serviço.
carona, por exemplo; O funcionário tem poucos minutos para fixar na
* receber presentes do cliente em troca de um bom mente do cliente a imagem da empresa e do próprio
serviço; serviço prestado. Este é o momento que separa o grande
* fazer críticas a outros setores, pessoas, produtos ou profissional dos demais.
serviços na frente do cliente;
* desmerecer ou criticar o fabricante do produto que
vende, o parceiro da empresa, denegrindo a sua imagem
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

para o cliente;
* falar mau das pessoas na sua ausência e na presença
do cliente;
* usar o cliente como desabafo dos problemas
pessoais;
* reclamar na frente do cliente;
* lamentar;
* colocar problemas salariais;
* “ lavar a roupa suja “ na frente do cliente.

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51
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
#FicaDica
É muito comum cair questões que exigem conhecimento sobre a questão que envolva a relação percepção
e expectativa ao tratar de satisfação do cliente.

Este verdadeiro profissional trabalha em cada momento da verdade, considerando-o único e fundamental para
definir a satisfação do cliente. Ele se fundamenta na chamada TRÍADE DO ATENDIMENTO OU TRIÂNGULO DO
ATENDIMENTO, que é composto de elementos básicos do processo de interação, que são:

a ) A pessoa
A pessoa mais importante é aquela que está na sua frente. Então, podemos entender que a pessoa mais impor-
tante é o cliente que está na frente e precisa de atenção.
No Momento da Verdade, o atendente se relaciona diretamente com o cliente, tentando atender a todas as suas
necessidades. Não existe outra forma de atender, a não ser pelo contato direto e, portanto, a pessoa fundamental
neste momento é o cliente.

b ) A hora
A hora mais importante das nossas vidas é o agora, o presente, pois somente nele podemos atuar.
O passado ficou para atrás, não podendo ser mudado e o futuro não nos cabe conhecer. Então, só nos resta o pre-
sente como fonte de atuação. Nele, podemos agir e transformar. O aqui e agora são os únicos momentos
nos quais podemos interagir e precisamos fazer isto da melhor forma.

c ) A tarefa
Para finalizar, falamos da tarefa. A nossa tarefa mais importante diante desta pessoa mais importante para nós, na
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

hora mais importante que é o aqui e o agora, é FAZER O CLIENTE FELIZ, atendendo as suas necessidades.
Esta tríade se configura no fundamento dos Momentos da Verdade e, para que estes sejam plenos, é necessário que
os funcionários de linha de frente, ou seja, que atendem os clientes, tenham poder de decisão. É necessário que
os chefes concedam autonomia aos seus subordinados para atuarem com precisão nos Momentos da Verdade.

Teleimagem

Através do telefone, o atendente transmite a TELEIMAGEM da empresa e dele mesmo.


TELEIMAGEM, então, é a imagem que o cliente forma na sua mente ( imagem mental ) sobre quem o está atendendo
e , consequentemente, sobre a empresa ( que é representada por este atendente).

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Quando a TELEIMAGEM é positiva, a facilidade do calça amarrada na cintura por um barbante. Ele entrou na
cliente encaminhar os seus negócios é maior, pois ele sala do gerente, que imediatamente se levantou pedindo
supõe que a empresa é comprometida com o cliente. No para ele se retirar, pois não era permitido “pedir esmolas
entanto, se a imagem é negativa, vemos normalmente ali “. O senhor com muita paciência, retirou de um saco
o cliente fugindo da empresa. Como no atendimento plástico que carregava, um “bolo“ de dinheiro e disse: “eu
telefônico, o único meio de interação com o cliente, é quero comprar aquele carro ali”.
através da palavra e sendo a palavra o instrumento, faz- Este exemplo, apesar de extremo, é real e retrata
se necessário usá-la de forma adequada para satisfazer claramente o que podemos fazer com o outro quando
as exigências do cliente. Dessa forma, classificamos pré-julgamos as situações.
03 itens básicos ligados a palavra e as atitudes, como Precisamos ver o TODO e não só as partes, pois o
fundamentais na formação da TELEIMAGEM. todo é muito mais do que a soma das partes. Ele nos
diz o que é e não é harmônico e com ele percebemos a
São eles: essência dos fatos e situações.
1. O TOM DE VOZ: é através dele que transmitimos Ainda falando em PERCEPÇÃO, devemos ter cuidado
interesse e atenção ao cliente. Ao usarmos um com a PERCEPÇÃO SELETIVA, que é uma distorção de
tom frio e distante, passamos ao cliente, a ideia de percepção, na qual vemos, escutamos e sentimos apenas
desatenção e desinteresse. aquilo que nos interessa. Esta seleção age como um filtro,
Ao contrário, se falamos com entusiasmo, de forma que deixa passar apenas o que convém. Esta filtragem
decidida e atenciosamente, satisfazemos as está diretamente relacionada com a nossa condição
necessidades do cliente de sentir-se assistido, física-psíquicaemocional. Como é isso ? Vamos entender:
valorizado, respeitado, importante. a)Se estou com medo de passar em rua deserta
2. O uso de PALAVRAS ADEQUADAS: pois com e escura, a sombra do galho de uma árvore pode me
elas o atendente passa a idéia de respeito pelo assustar, pois eu posso percebê-lo como um braço com
cliente. Aqui fica expressamente PROIBIDO o uso uma faca para me apunhalar;
de termos como: amor, bem, benzinho, chuchu, b) Se estou com muita fome, posso ter a sensação de
mulherzinha, queridinha, colega ... um cheiro agradável de comida;
3. As ATITUDES CORRETAS: dando ao cliente, a c) Se fiz algo errado e sou repreendida, posso ouvir a
impressão de educação e respeito. São INCORRETAS parte mais amena da repreensão e reprimir a mais severa.
as atitudes de transferir a ligação antes do cliente Em alguns casos, a percepção seletiva age como
concluir o que iniciou a falar; passar a ligação mecanismo de defesa.
para a pessoa ou ramal errado ( mostrando com
isso que não ouviu o que ele disse ); desligar sem O estado interior
cumprimento ou saudação; dividir a atenção com
outras conversas; deixar o telefone tocar muitas O ESTADO INTERIOR, como o próprio nome sugere,
vezes sem atender; dar risadas no telefone. é a condição interna, o estado de espírito diante das
situações.
Aspectos psicológicos do atendente A atitude de quem atende o público está diretamente
Nós falamos sobre a importância da postura de relacionada ao seu estado interior. Ou seja, se o
atendimento. Porém, a base dela está nos aspectos atendente mantém um equilíbrio interno, sem tensões
psicológicos do atendimento. Vamos a eles. ou preocupações excessivas, as suas atitudes serão mais
positivas frente ao cliente.
Empatia Dessa forma, o estado interior está ligado aos
pensamentos e sentimentos cultivados pelo atendente. E
Capacidade humana de se colocar no lugar do outro. estes, dão suporte as atitudes frente ao cliente.
Como esse é um assunto cobrado no tópico seguinte, Se o estado de espírito supõe sentimentos e
vamos aborda-lo mais detalhadamente nele. pensamentos negativos, relacionados ao orgulho,
egoísmo e vaidade, as atitudes advindas deste estado,
Percepção sofrerão as suas influências e serão:
* Atitudes preconceituosas;
Percepção é a capacidade que temos de * Atitudes de exclusão e repulsa;
compreender e captar as situações, o que exige * Atitudes de fechamento;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

sintonia e é fundamental no processo de atendimento * Atitudes de rejeição.


ao público. Para percebermos melhor, precisamos passar É necessário haver um equilíbrio interno, uma
pelo “esvaziamento” de nós mesmos, ficando assim, estabilidade, para que o atendente consiga manter uma
mais próximos do outro. Mas, como é isso ? Vamos ficar atitude positiva com os clientes e as situações.
vazios ? É isso mesmo. Vamos ficar vazios dos nossos
preconceitos, das nossas antipatias, dos nossos medos, O envolvimento
dos nossos bloqueios, vamos observar as situações na
sua totalidade, para entendermos melhor o que o cliente A demonstração de interesse, prestando atenção ao
deseja. Vamos ilustrar com um exemplo real: certa vez, em cliente e voltando-se inteiramente ao seu atendimento, é
uma loja de carros, entra um senhor de aproximadamente o caminho para o verdadeiro sentido de atender.
65 anos, usando um chapéu de palha, camiseta rasgada e

53
Na área de serviços, o produto é o próprio serviço Qualidade
prestado, que se traduz na INTERAÇÃO do funcionário com
o cliente. Um serviço é, então, um resultado psicológico O conceito de qualidade é amplo e suscita várias
e pessoal que depende de fatores relacionados com a interpretações. As mais expressivas se referem, por um
interação com o outro. Quando o atendente tem um lado, à definição de qualidade como busca da satisfação
envolvimento baixo com o cliente, este percebe com do cliente, e, por outro, à busca da excelência para todas
clareza a sua falta de compromisso. As preocupações as atividades de um processo.
excessivas, o trabalho estafante, as pressões exacerbadas, Na mesma vertente, a qualidade é também
a falta de liderança, o nível de burocracia, são fatores que considerada como fator de transformação no modo
contribuem para uma interação fraca com o cliente. Esta como a organização se relaciona com seus clientes,
fraqueza de envolvimento não permite captar a essência agregando valor aos serviços a ele destinados.
dos desejos do cliente, o que se traduz em insatisfação. Em face dessa diversidade de significados, cabe às
Um exemplo simples disso é a divisão de atenção por organizações identificar os atributos ou indicadores de
parte do atendente. Quando este divide a atenção no qualidade dos seus produtos e serviços do ponto de vista
atendimento entre o cliente e os colegas ou outras dos seus usuários. Entre estes, podem ser destacados a
situações, o cliente sente-se desrespeitado, diminuído eficiência, a eficácia, a ética profissional, a agilidade no
e ressentido. A sua impressão sobre a empresa é de atendimento, entre outros.
fraqueza e o Momento da Verdade é pobre.
Esta ação traz consequências negativas como: No Brasil, a questão da qualidade na área pública
impossibilidade de escutar o cliente, falta de empatia, vem sendo abordada pelo Programa de Qualidade no
desrespeito com o seu tempo, pouca agilidade, baixo Serviço Público que tem por objetivos elevar o padrão
compromisso com o atendimento. dos serviços prestados e tornar o cidadão mais exigente
Às vezes, a própria empresa não oferece uma em relação a esses serviços. Para tanto, o Programa visa a
estrutura adequada para o atendimento ao público, transformação das organizações e entidades públicas no
obrigando o atendente a dividir o seu trabalho entre sentido de valorizar a qualidade na prestação de serviços
atendimento pessoal e telefônico, quando normalmente ao público, retirando o foco dos processos burocráticos.
há um fluxo grande de ambos no setor. Neste caso, o
O programa estabelece que o cidadão como
ideal seria separar os dois tipos de atendimento, evitando
principal foco de atenção de qualquer órgão público
problemas desta espécie.
federal. Define padrões de qualidade do atendimento
Alguns exemplos comuns de divisão de atenção são:
e prevê a avaliação de satisfação do usuário por todos
* atender pessoalmente e interromper com o telefone
os órgãos e entidades da Administração Pública Federal
* atender o telefone e interromper com o contato
direta, indireta e fundacional que atendem diretamente
direto
* sair para tomar café ou lanchar ao cidadão.
* conversar com o colega do lado sobre o final de Nesse sentido considera-se que o serviço público
semana, férias, namorado, tudo isso no momento de deve ter as seguintes características:
atendimento ao cliente ₋ Adequado: realizado na forma prevista em lei de-
Estes exemplos, muitas vezes, soam ao cliente como vendo atender ao interesse público;
um exibicionismo funcional, o que não agrega valor ao ₋ Eficiente: alcança o melhor resultado com menor
trabalho. O cliente deve ser poupado dele. consumo de recursos;
₋ Seguro: não coloca em risco a vida, a saúde, a se-
Atendimento e qualidade gurança, o patrimônio ou os direitos materiais e
imateriais do cidadão-usuário;
A globalização, os desafios do desenvolvimento ₋ Contínuo: oferecido sem risco de interrupção, sendo
tecnológico e cultural e a competição entre as obrigatório o planejamento e a adoção de medi-
organizações trazem como consequência o interesse das de prevenção para evitar a descontinuidade.
pela qualidade de seus produtos e serviços.
Esse interesse não se restringe às empresas privadas Usuários/ Clientes
e se estende, também, ao setor público. Existem dois tipos de usuários ou clientes de uma
Assim, vemos que organização:
₋ Os empresários buscam aperfeiçoar o desempenho • externos - recebem serviços ou produtos na sua
em suas áreas de atuação (produtos ou serviços) e o versão final.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

relacionamento com os seus clientes. • internos – fazem parte da organização, de seus


₋ O setor público enfrenta os desafios de melhorar (1) setores, grupos e atividades.
a qualidade de seus serviços, (3) aumentar a satisfação
dos usuários e (2) instituir um atendimento de excelência Para identificar esses tipos de usuários, as pessoas da
ao público. organização devem responder o seguinte:
Os clientes e usuários das organizações públicas e ₋ Com que pessoas mantenho contato enquanto
privadas também se mostram mais exigentes na escolha trabalho?
de serviços e produtos de melhor qualidade. Assim, a ₋ Quem recebe o resultado do meu trabalho?
relação com estes clientes e usuários passa ser um novo ₋ Qual o nível de satisfação das pessoas que dependem
foco de preocupação e demanda esforços para sua do resultado dos serviços executados por mim?
melhoria.

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Princípios para o bom atendimento na gestão da importante a utilização de frases como “Bom-dia”, “Boa-
qualidade tarde”, “Sente-se por favor”, ou “Aguarde um instante, por
favor”, que, ditas com suavidade e cordialidade, podem
1. Foco no Cliente. Nas empresas privadas, a levar o usuário a perceber o tratamento diferenciado
importância dada a esse princípio se deve que algumas organizações já conseguem oferecer ao seu
principalmente ao fato de que o sucesso da venda público-alvo.
(lucro financeiro) depende da satisfação do cliente
com a qualidade do produto e também com o Fonte e texto adaptado de:
tratamento recebido e com o resultado da própria www.portal.tcu.gov.br/www.sbcoaching.com.br/www.
negociação. paulorodrigues.pro.br/www.administradores.com.br/www.
No setor público, este princípio se relaciona sobretudo gestaodepessoasmba.com.br/Mônica Larissa Pereira/ Camila Lopes
aos conceitos de cidadania, participação, Ramos/Andreia Ribas/Marcelo Rodrigues/Gustavo Periard/Wagner
transparência e controle social. Siqueira/Marcos Thadeu Rodrigues/Daniel Martins/Luis Araújos/
Para cumprir este princípio é necessário ter atenção Ana França/Vera Souza/Inacio Stoffel/Idalberto Ciavenato/Wagner
com dois aspectos: Ap. Ramos de Oliveira/Roseane de Queiroz Santos
₋ verificar se o que é estabelecido como qualidade
atende a todos os usuários, inclusive aos mais
exigentes; EXERCÍCIOS COMENTADOS
₋ fazer bem feito o serviço e, depois, checar os passos
necessários para a sua execução.
Deve se lembrar que tais atitudes levam em conta 1. (STM – 2018 - CESPE) Uma pesquisa de qualidade
tanto o atendimento do usuário quanto as no atendimento em um órgão da administração públi-
atividades e rotinas que envolvem o serviço. ca demonstrou discrepância entre as avaliações, quando
foram comparados os atendimentos prestados por ser-
vidores mais experientes e por servidores mais novos. A
2. O serviço ou produto deve atender a uma real
análise dos motivos mostrou que os mais novos se con-
necessidade do usuário. Este princípio se relaciona
sideravam autossuficientes e ignoravam o conhecimento
à dimensão da validade, isto é, o serviço ou
dos mais experientes. Por outro lado, os mais experientes
produto deve ser exatamente como o usuário
consideravam que os mais novos eram arrogantes e omi-
espera, deseja ou necessita que ele seja.
tiam informações importantes sobre o atendimento.
Nessa situação hipotética,  percebe-se que a comunica-
3. Manutenção da qualidade. O padrão de qualidade
bilidade no órgão em questão ocorre de maneira fluida,
mantido ao longo do tempo é que leva à conquista em decorrência de os integrantes de um mesmo grupo
da confiabilidade. pactuarem a adoção de comportamentos similares.
A atuação com base nesses princípios deve ser ( ) CERTO ( ) ERRADO
orientada por algumas ações que imprimem
qualidade ao atendimento, tais como: Resposta: “Errado” Quando analisamos o texto obser-
- identificar as necessidades dos usuários; vamos que não existe um equilíbrio na comunicação
- cuidar da comunicação (verbal e escrita); entre os servidores, pontos de discordância entre eles, o
- evitar informações conflitantes; que que gera uma comunicação truncada, sem canal de
- atenuar a burocracia; compreensão, portanto, fluidez não é um aspecto que
- cumprir prazos e horários; faça parte da comunicação no cenário apresentado.
- desenvolver produtos e/ou serviços de qualidade;
-divulgar os diferenciais da organização; 2. (TRF/1ª REGIÃO – 2017 - CESPE) Acerca da qualidade
- imprimir qualidade à relação atendente/usuário; no atendimento ao público, julgue o item seguinte.
- fazer uso da empatia; Eficácia no atendimento ao público significa atender às
- analisar as reclamações; necessidades do cliente, fazendo o melhor uso dos recur-
- acatar as boas sugestões. sos disponíveis na organização.

Essas ações estão relacionadas a indicadores que ( ) CERTO ( ) ERRADO


podem ser percebidos e avaliados de forma positiva
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

pelos usuários, entre eles: competência, presteza, Resposta: “Errado” Mais uma questão que exige co-
cortesia, paciência, respeito. nhecimento de conceitos. Vejamos:
Por outro lado, arrogância, desonestidade, Eficácia: fazer o que foi proposto, atingir a meta. Está
impaciência, desrespeito, imposição de normas ou relacionado ao resultado.
exibição de poder tornam o atendente intolerável, na Eficiência: atingir a meta considerando os recursos, os
percepção dos usuários. custos, ou seja, fazer o proposto com baixo custo. Está
No conjunto dessas ações deve ainda ser ressaltada relacionado ao recurso.
a empatia como um fator crucial para a excelência no Efetividade: aquilo que causa impacto, ou seja, o resul-
atendimento ao público. A utilização adequada dessa tado tem que ser relevante, fazer diferença, positiva-
ferramenta no momento em que as pessoas estão mente, para quem receber a ação. Está relacionado ao
interagindo é fundamental. No bom atendimento é impacto provocado.

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3. (TRF/1ª REGIÃO – 2017- CESPE) Acerca da qualidade significativa, sendo que esses critérios foram organiza-
no atendimento ao público, julgue o item seguinte. dos em seis processos de gestão de pessoas (vide quadro
Atendente que compartilha informações de um cliente demonstrativo acima).
com um colega atendente na frente de outras pessoas A afirmativa dessa questão se enquadra no processo de
não atende aos parâmetros conduta e discrição e, por manter pessoas, que são os processos utilizados para
conseguinte, compromete a qualidade do atendimento. criar condições ambientais e psicológicas satisfatórias
para as atividades das pessoas. Incluem administração
( ) CERTO ( ) ERRADO da disciplina, higiene, segurança e qualidade de vida e
manutenção de relações sindicais.
Resposta: “Errado Entre os Atributos da Qualidade no
Atendimento temos: 6. (DPU – 2016 - CESPE) Acerca da gestão de pessoas,
Discrição: envolve zelo, respeito, prudência, discerni- função da área de gestão de pessoas, políticas e sistemas
mento e sensatez quando fornece uma informação ao de informações gerenciais, gestão de pessoas baseada
cliente. É necessário manter-se reservado sobre o que em competências e aprendizagem organizacional, julgue
o cliente lhe diz. Assim, estará transmitindo confiabili- o item a seguir.
dade e seriedade no trabalho desenvolvido. Os processos, as políticas e as práticas de gestão de pes-
Conduta: espera-se que atendente conheça e respeite soas alicerçam as decisões de organizações contemporâ-
as normas internas, afinal, ele é um canal de trans- neas no desenvolvimento da aprendizagem contínua das
missão da imagem da organização e, como tal, deve pessoas a fim de contribuir para o alcance da estratégia
manter postura profissional, e agir dentro da cultura organizacional.
da empresa/ instituição, e conforme os interesses ins-
titucionais mas, ainda sim, atingindo o resultado dese- ( ) CERTO ( ) ERRADO
jado de atender com excelência o cliente resolvendo
sua necessidade ou atendendo seu desejo. Resposta: “Certo”. Para obter bons resultados, a orga-
Conforme os conceitos acima, temos que a assertiva nização precisa abrir mão de alguns paradigmas e criar
não confere com os conceitos. um cenário onde o colaborador possa por em prática
toda uma experiência profissional já vivenciada ou pra-
4. (ABIN – 2018 - CESPE) Julgue o próximo item, refe- ticada em outras ocasiões e, nesse momento, o gestor
rente ao conceito de gestão de pessoas e à função do de pessoas (liderança), precisa atuar no sentido de ca-
órgão responsável pela gestão de pessoas nas organi- pacitar, estimular e principalmente motivar as pessoas
zações. a adquirirem cada vez mais habilidades e atitudes ven-
Do ponto de vista de gestão de pessoas, os empregados cedoras para que toda a proposta de negócios atinja
vinculados à organização compõem o patrimônio físico grandes resultados e com isso tudo que ficou determi-
da organização. nado pelas organizações sejam cumpridos.
Aliado à essa liderança e politica de valorização, tam-
( ) CERTO ( ) ERRADO bém temos, como ferramenta utilizada pela área de
gestão de pessoas para facilitar a administração das
informações pertinentes às pessoas envolvidas nos
Resposta: “Errado” Como vimos em nosso conteúdo
processos organizacionais, o Sistema de Informação
acima, a Gestão de Pessoas tem sido a responsável
Gerencial, onde, através de um banco de dados, é pos-
pela excelência das organizações bem sucedidas e pelo
sível se fazer o registro de informações que possam
aporte de capital intelectual que simboliza, mais do que
auxiliar o gestor e os lideres nos processos decisórios.
tudo, a importância do fator humano em plena Era da
Como podemos ver, a gestão de pessoas e demais
Informação e do Conhecimento.
setores das organizações representam um elo entre
As pessoas deixar de ser vistas como recursos (valo-
metas organizacionais e individuais, permitindo a co-
rização da mão de obra) e passam a ser vistos como laboração e participação eficaz de todas as pessoas
parceiros (valorização do intelecto). envolvidas no alcance do objetivo da organização.
5. (ABIN – 2018 - CESPE) Julgue o próximo item, refe-
rente ao conceito de gestão de pessoas e à função do
órgão responsável pela gestão de pessoas nas organi-
zações.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

É recomendado que os órgãos responsáveis pela gestão


de pessoas implementem políticas para aumentar a qua-
lidade de vida no trabalho e garantir que as condições de
trabalho sejam excelentes para os empregados.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: “Certo” Como vimos no conteúdo acima, é


primordial que as organizações estabeleçam alguns cri-
térios para que a gestão de pessoas tenha importância

56
HORA DE PRATICAR! GABARITO

1. (SEDF – 2017 - CESPE) Com relação a equilíbrio orga- 1 CERTO


nizacional, liderança, motivação e objetivos da gestão de
pessoas, julgue o seguinte item. 2 ERRADO
A área de recursos humanos (RH) deve articular-se com 3 B
as demais áreas da organização para a elaboração de
4 B
planos estratégicos.
5 ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO

2. (STM – 2018 - CESPE) Julgue o item seguinte, relativo


a gestão e estrutura de organizações.
Líderes liberais são aqueles que adotam postura con-
sultiva, compartilhando com suas equipes a tomada de
decisão. 

( ) CERTO ( ) ERRADO

3. (TRT/7ª Região/ CE – 2017 - CESPE) A motivação


depende do esforço despendido pelo empregado para
atingir um resultado e do valor atribuído por ele a esse
resultado. Essa premissa se refere à teoria motivacional
denominada teoria

a) das necessidades de Maslow.


b) da expectativa. 
c) da equidade.
d) behaviorista.

4. (Prefeitura de São Luís/MA – 2017 - CESPE) O fato


de os indivíduos estabelecerem conexões humanas uns
com os outros favorece o trabalho coletivo, o que, por
sua vez, implica maior desempenho na execução das
atividades das organizações. Considerando-se essas in-
formações, é correto afirmar que a unidade de trabalho
fundamentada na sinergia denomina-se

a) repartição.
b) equipe. 
c) grupo.
d) setor.
e) diretoria.

5. (STM - 2018 – CESPE) Uma pesquisa de qualidade


no atendimento em um órgão da administração públi-
ca demonstrou discrepância entre as avaliações, quando
foram comparados os atendimentos prestados por ser-
vidores mais experientes e por servidores mais novos. A
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

análise dos motivos mostrou que os mais novos se con-


sideravam autossuficientes e ignoravam o conhecimento
dos mais experientes. Por outro lado, os mais experientes
consideravam que os mais novos eram arrogantes e omi-
tiam informações importantes sobre o atendimento.
Nessa situação hipotética, percebe-se que a comunica-
bilidade no órgão em questão ocorre de maneira fluida,
em decorrência de os integrantes de um mesmo grupo
pactuarem a adoção de comportamentos similares.

( ) CERTO ( ) ERRADO

57
ANOTAÇÕES

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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58
ÍNDICE

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (com as alterações introduzidas pelas Emendas Constitucionais);
Dos Princípios Fundamentais (arts. 1º a 4º);..................................................................................................................................................... 01
Dos Direitos e Garantias Fundamentais (arts. 5º ao 17);.............................................................................................................................. 02
Da Organização do Estado;. Da Organização político-administrativa da República Federativa do Brasil (arts. 18 e 19);.. 15
Da Administração Pública (arts. 37 a 41);............................................................................................................................................................ 16
Da Organização dos Poderes; Do Poder Legislativo (arts. 44 a 47, 59); Do Poder Executivo (arts. 76 a 83); Do Poder
Judiciário. Disposições gerais. (arts. 92 a 100)................................................................................................................................................. 23
Também importante destacar que se trata de uma re-
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATI- pública “federativa”, ou seja, é uma república composta por
VA DO BRASIL DE 1988 (COM AS ALTERA- estados federados (estados-membros) e municípios que não
ÇÕES INTRODUZIDAS PELAS EMENDAS podem se dissolver por vontade de quem quer que seja.
CONSTITUCIONAIS); DOS PRINCÍPIOS FUN- Os fundamentos que regem a República são: sobera-
DAMENTAIS (ARTS. 1º A 4º); nia, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores so-
ciais do trabalho de da livre iniciativa, além do pluralismo
político. A soberania tem duplo aspecto, tanto interno
Princípios Fundamentais (Título I) como externo.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela Do ponto de vista externo, a soberania informa aos
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Dis- demais países que dentro de nossos limites regem-se
trito Federal, constitui-se em Estado democrático de nossas próprias leis e que não serão aceitas interferên-
direito e tem como fundamentos: cias de outros; assim como do ponto de vista interno,
I - a soberania; têm-se a obrigatoriedade de obediências às nossas leis,
II - a cidadania; por quem quer que seja, independente de serem brasi-
III - a dignidade da pessoa humana; leiros ou não.
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; A cidadania é a manifestação expressa de que todos
V - o pluralismo político. aqueles que estiverem em solo brasileiro terão sua dig-
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o nidade respeitada, ainda que aos estrangeiros. Também
exerce por meio de representantes eleitos ou direta- defendemos os valores sociais do trabalho, já que acima
mente, nos termos desta Constituição. de tudo tem sua função econômica, mas também social,
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmô- permitindo ao indivíduo se inserir no contexto social.
nicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. O pluralismo político também merece atenção, uma
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da Repú- vez que a República Federativa do Brasil não adotou uma
blica Federativa do Brasil: única ideologia político-partidária.
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; O artigo 2º traz em seu bojo a teoria da separação de
II - garantir o desenvolvimento nacional; poderes. No Brasil, cada um dos três poderes constituí-
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir dos atuará de forma livre, sem interferência dos demais,
as desigualdades sociais e regionais; porém, deverão agir harmonicamente entre si.
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de Os objetivos da república encontram-se previstos no
art. 3º e tem por escopo a orientação do legislador no
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras for-
tocante a suas ações que refletem diretamente no povo.
mas de discriminação.
Podemos, por sinônimo, considerar que os objetivos são
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas
metas que nossa República deve alcançar. São eles:
suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
I - independência nacional; II - garantir o desenvolvimento nacional;
II - prevalência dos direitos humanos; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir
III - autodeterminação dos povos; as desigualdades sociais e regionais;
IV - não-intervenção; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de
V - igualdade entre os Estados; origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras for-
VI - defesa da paz; mas de discriminação.
VII - solução pacífica dos conflitos; Por fim, no artigo 4º encontramos os princípios que
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; orientam as relações internacionais entre o Brasil e os
X - concessão de asilo político. demais países. Vejamos:
X - concessão de asilo político. I - independência nacional;
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil bus- II - prevalência dos direitos humanos;
cará a integração econômica, política, social e cultural III - autodeterminação dos povos;
dos povos da América Latina, visando à formação de IV - não-intervenção;
uma comunidade latino-americana de nações. V - igualdade entre os Estados;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

O art. 1º da CF/88 tem diversos elementos que mere- VI - defesa da paz;


cem atenção face ao conteúdo de valores que carrega. VII - solução pacífica dos conflitos;
Em primeiro, informa o artigo que a constituição rege VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
as normas da república federativa do Brasil. O vocá- IX - cooperação entre os povos para o progresso da
bulo “república” informa que todo poder vem do povo humanidade;
e como tal deve ser respeitado. X - concessão de asilo político.

A democracia brasileira é chamada de democracia Cabe também destacar que o parágrafo único do art.
participativa, posto que o povo pode se manifestar di- 4º traz uma incumbência ainda maior para o Brasil no
que tange as relações internacionais. O Brasil, também
retamente (plebiscito, referendo, entre outros) ou, em
tem por princípio buscar a integração econômica, políti-
determinadas situações, por seus representantes legal-
ca, social e cultural dos povos da América Latina, visan-
mente constituídos Exemplo: deputados, senadores, etc).
do à formação de uma comunidade latino-americana de
nações.

1
#FicaDica DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMEN-
TAIS (ARTS. 5º AO 17);
Fundamentos: socidivaplu = soberania, ci-
dadania, dignidade da pessoa humana, va-
lores sociais do trabalho e livre iniciativa, Título II
pluralismo político. Dos direitos e garantias fundamentais

Capítulo I
Dos direitos e deveres individuais e coletivos
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
1. (Aplicada em: 2018 Banca: CESPE Órgão: TCM-BA qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
Prova: Auditor Estadual de Infraestrutura). O princí- estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do di-
pio fundamental da Constituição que consiste em fun- reito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
damento da República Federativa do Brasil, de eficácia propriedade, nos termos seguintes:
plena, e que não alcança seus entes internos é: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obriga-
ções, nos termos desta Constituição;
a) o pluralismo político. II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
b) a soberania. alguma coisa senão em virtude de lei;
c) o conjunto dos valores sociais do trabalho e da livre
iniciativa. III - ninguém será submetido a tortura nem a trata-
d) a prevalência dos direitos humanos. mento desumano ou degradante;
e) a dignidade da pessoa humana. IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo ve-
dado o anonimato;
Resposta: Letra B A soberania não se confunde com V - é assegurado o direito de resposta, proporcional
autonomia. A soberania revela que nosso Estado não ao agravo, além da indenização por dano material,
se subordina a nenhum outro país e que, as leis aqui moral ou à imagem;
vigentes não podem sofrer interferência de outros pa- VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença,
íses. sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos
e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de
2. Aplicada em: 2018 Banca: CESPE Órgão: CGM de culto e a suas liturgias;
João Pessoa - PB Prova: Conhecimentos Básicos - Car- VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de
gos: 1, 2 e 3. À luz do disposto na Constituição Federal assistência religiosa nas entidades civis e militares de
de 1988 (CF), julgue o item a seguir, acerca dos princípios internação coletiva;
constitucionais e dos direitos fundamentais. Conforme a VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de
CF, o poder emana do povo e é exercido por meio de re- crença religiosa ou de convicção filosófica ou política,
presentantes eleitos, não havendo previsão do exercício salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
do poder diretamente pelo povo. todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alter-
nativa, fixada em lei;
( ) CERTO ( ) ERRADO IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artís-
tica, científica e de comunicação, independentemente
Resposta: Errado O Brasil adota a democracia par- de censura ou licença;
ticipativa, ou seja, o povo participa diretamente dos X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a hon-
rumos do Estado, assim como o faz por seus repre- ra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a in-
sentantes eleitos. A democracia participativa é exata- denização pelo dano material ou moral decorrente de
mente a junção da possibilidade de manifestação das sua violação;
decisões pelo próprio povo como por seus represen- XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém
tantes eleitos de forma direta. nela podendo penetrar sem consentimento do mora-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

dor, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou


para prestar socorro, ou, durante o dia, por determi-
nação judicial;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das co-
municações telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial,
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para
fins de investigação criminal ou instrução processual
penal;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, atendidas as qualificações profissionais que
a lei estabelecer;

2
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao seja mais favorável a lei pessoal do de cujus ;
exercício profissional; XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa
XV - é livre a locomoção no território nacional em do consumidor;
tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públi-
da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus cos informações de seu interesse particular, ou de in-
bens; teresse coletivo ou geral, que serão prestadas no pra-
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem ar- zo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
mas, em locais abertos ao público, independentemente aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
de autorização, desde que não frustrem outra reunião sociedade e do Estado;
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo XXXIV - são a todos assegurados, independentemente
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; do pagamento de taxas:
XVII - é plena a liberdade de associação para fins líci- a) o direito de petição aos poderes públicos em defesa
tos, vedada a de caráter paramilitar; de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
a de cooperativas independem de autorização, sendo para defesa de direitos e esclarecimento de situações
vedada a interferência estatal em seu funcionamento; de interesse pessoal;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judi-
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por deci- ciário lesão ou ameaça a direito;
são judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
em julgado; jurídico perfeito e a coisa julgada;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamen- XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a
te autorizadas, têm legitimidade para representar seus organização que lhe der a lei, assegurados:
filiados judicial ou extrajudicialmente;
a) a plenitude de defesa;
XXII - é garantido o direito de propriedade;
b) o sigilo das votações;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
c) a soberania dos veredictos;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desa-
d) a competência para o julgamento dos crimes dolo-
propriação por necessidade ou utilidade pública, ou
sos contra a vida;
por interesse social, mediante justa e prévia indeniza-
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina,
ção em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
nem pena sem prévia cominação legal;
Constituição;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar
XXV - no caso de iminente perigo público, a autorida-
de competente poderá usar de propriedade particular, o réu;
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória
houver dano; dos direitos e liberdades fundamentais;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável
em lei, desde que trabalhada pela família, não será e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos
objeto de penhora para pagamento de débitos decor- da lei;
rentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insusce-
os meios de financiar o seu desenvolvimento; tíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e
utilização, publicação ou reprodução de suas obras, os definidos como crimes hediondos, por eles respon-
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; dendo os mandantes, os executores e os que, podendo
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: evitá-los, se omitirem;
a) a proteção às participações individuais em obras XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a
coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
inclusive nas atividades desportivas; ordem constitucional e o Estado democrático;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econô- XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condena-
mico das obras que criarem ou de que participarem do, podendo a obrigação de reparar o dano e a decre-
aos criadores, aos intérpretes e às respectivas repre- tação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
sentações sindicais e associativas; estendidas aos sucessores e contra eles executadas,
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos indus- até o limite do valor do patrimônio transferido;
triais privilégio temporário para sua utilização, bem XLVI - a lei regulará a individualização da pena e ado-
como proteção às criações industriais, à propriedade tará, entre outras, as seguintes:
das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos a) privação ou restrição da liberdade;
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desen- b) perda de bens;
volvimento tecnológico e econômico do País; c) multa;
XXX - é garantido o direito de herança; d) prestação social alternativa;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no e) suspensão ou interdição de direitos;
País será regulada pela lei brasileira em benefício do XLVII - não haverá penas:

3
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que al-
termos do art. 84, XIX; guém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência
b) de caráter perpétuo; ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilega-
c) de trabalhos forçados; lidade ou abuso de poder;
d) de banimento; LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para
e) cruéis; proteger direito líquido e certo, não amparado por
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos habeas corpus ou habeas data , quando o responsá-
distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade vel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
e o sexo do apenado; pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integrida- atribuições do poder público;
de física e moral; LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser im-
L - às presidiárias serão asseguradas condições para petrado por:
que possam permanecer com seus filhos durante o pe- a) partido político com representação no Congresso
ríodo de amamentação; Nacional;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o natu- b) organização sindical, entidade de classe ou associa-
ralizado, em caso de crime comum, praticado antes ção legalmente constituída e em funcionamento há
da naturalização, ou de comprovado envolvimento pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na membros ou associados;
forma da lei; LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por que a falta de norma regulamentadora torne inviável
crime político ou de opinião; o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à sobera-
pela autoridade competente; nia e à cidadania;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus LXXII - conceder-se-á habeas data :
bens sem o devido processo legal; a) para assegurar o conhecimento de informações re-
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administra- lativas à pessoa do impetrante, constantes de registros
tivo, e aos acusados em geral são assegurados o con- ou bancos de dados de entidades governamentais ou
traditório e a ampla defesa, com os meios e recursos de caráter público;
a ela inerentes; b) para a retificação de dados, quando não se prefira
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administra-
por meios ilícitos; tivo;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor
em julgado de sentença penal condenatória;
ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimô-
LVIII - o civilmente identificado não será submetido
nio público ou de entidade de que o Estado participe,
a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
em lei;
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, sal-
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação
vo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do
pública, se esta não for intentada no prazo legal;
ônus da sucumbência;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
processuais quando a defesa da intimidade ou o inte- LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral
resse social o exigirem; e gratuita aos que comprovarem insuficiência de re-
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou cursos;
por ordem escrita e fundamentada de autoridade judi- LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro ju-
ciária competente, salvo nos casos de transgressão mi- diciário, assim como o que ficar preso além do tempo
litar ou crime propriamente militar, definidos em lei; fixado na sentença;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente po-
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz bres, na forma da lei:
competente e à família do preso ou à pessoa por ele a) o registro civil de nascimento;
indicada; b) a certidão de óbito;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada habeas data , e, na forma da lei, os atos necessários ao
a assistência da família e de advogado; exercício da cidadania.
LXIV - o preso tem direito à identificação dos respon- LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo,
sáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; são assegurados a razoável duração do processo e os
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
pela autoridade judiciária; § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido fundamentais têm aplicação imediata.
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constitui-
sem fiança; ção não excluem outros decorrentes do regime e dos
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do princípios por ela adotados, ou dos tratados interna-
responsável pelo inadimplemento voluntário e ines- cionais em que a República Federativa do Brasil seja
cusável de obrigação alimentícia e a do depositário parte.
infiel;

4
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre di- coletividade, mas por alusão ao termo justiça social. Os
reitos humanos que forem aprovados, em cada Casa titulares são os próprios indivíduos singularizados, ape-
do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quin- sar dos mesmos poderem se voltar a coletividade.
tos dos votos dos respectivos membros, serão equiva- - 3ª Geração de direitos: direitos de titularidade difu-
lentes às emendas constitucionais. sa. Proteção do homem em sua forma coletiva, grupos,
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal não mais individualmente.
Internacional a cuja criação tenha manifestado ade- Característica: proteção do homem em grupos. Ex: di-
são. reito ao meio ambiente equilibrado, direito a paz.

Histórico Conclusão

- Direitos Fundamentais A visão dos direitos fundamentais em termos de ge-


rações indica a evolução desses direitos no tempo. Cada
Normas obrigatórias: os direitos fundamentais não direito de cada geração interage com os das outras e,
são sempre os mesmos em todas as épocas. Porém de- nesse processo, dá-se à compreensão.
vem constar obrigatoriamente em textos constitucionais
considerados democráticos; constando referidos direitos Características dos direitos fundamentais
podem anuir que aquela constituição está alicerçada nos
pilares da democracia. - Universais e absolutos
Dignidade humana: foi impulsionada pelo cristianis-
mo, uma vez que segundo essa religião o homem era A questão da universalidade: direito previsto para
todo homem, ainda que nem todo homem o exerça.
feito a imagem e semelhança de Deus. Sendo assim, ga-
Absoluto: os direitos fundamentais não são abso-
nhou uma proteção especial no texto da Constituição.
lutos, apesar de gozarem de prioridade absoluta sobre
Importante lembrar que falar em dignidade humana é fa-
qualquer outro direito.
lar em garantir o direito do indivíduo ter direitos – iguais
entre seres humanos. - Historicidade
Positivação dos direitos fundamentais: Bill of Rights,
Declaração da Virgínia, Declaração Francesa. Tais docu- Os direitos fundamentais são um conjunto de facul-
mentos trataram de positivar direitos que naturalmente dades e instituições que somente faz sentido num deter-
são inerentes ao homem. minado contexto histórico. A história permite entender a
Regra geral: indivíduos têm primeiro direitos, depois existência de cada um dos direitos.
deveres e os direitos que o Estado tem sobre o indivíduo A história explica que os direitos possam ser apre-
estão ordenados de modo a melhor cuidar de seus ci- goados em certa época, desaparecendo em outras, ou
dadãos. É a demonstração clara do pacto social firmado se modificam no tempo. Verifica-se, portanto, a evolução
entre os indivíduos e o Estado – é a cessão de parte de dos direitos fundamentais.
suas liberdades, entregando-as ao Estado de modo que
este, em contrapartida, devolva algo que seja positivo – - Inalienabilidade e Indisponibilidade
como, por exemplo, proíbe-se (exceto as possibilidade
previstas na lei) da autotutela (exercício da autodefesa) Inalienável: o titular do direito não pode impossibili-
entregando essa função ao Estado para que este exerça tar o exercício para si mesmo. Encontra fundamento no
a tutela da segurança do indivíduo. valor da dignidade humana. A indisponibilidade gera nu-
lidade de qualquer disposição contratual feita.
Geração de Direitos Fundamentais Podem, tais direitos, terem seu exercício. Ex.: manifes-
tação religiosa em templo religioso diverso do seu.
- 1ª Geração de direitos: são postulados de abstenção - Direitos humanos são direitos postulados em bases
dos governantes se obrigando a não intervir na vida pes- jusnaturalistas, contam índole filosófica e não possuem
soal de cada indivíduo. Indispensável a todos os homens. como característica básica a positivação numa ordem ju-
Como por exemplo, direito a vida, ou seja, salvo em si- rídica particular.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

- Direitos Fundamentais: é reservada aos direitos rela-


tuações específicas, o Estado não privará o indivíduo de
cionados com posições básicas das pessoas, inscritos em
seguir sua vida.
diplomas normativos de cada Estado. São direitos que
Característica: universal; não ocasiona desigualdade
vigem numa ordem jurídica concreta, sendo, por isso, ga-
social. Ex: liberdade, rantidos e limitados no espaço e no tempo.
- 2ª Geração de direitos: surge com a necessidade do - Vinculação dos Poderes Públicos
povo de não apenas ter liberdade, mas outros direitos O fato de os direitos fundamentais estarem previs-
que o conduzem a exercer a liberdade, seguir sua vida, tos na Constituição torna-os parâmetros de organização
com dignidade. São os valores sociais variados, impor- e de limitação dos poderes constituídos. A constitucio-
tando intervenção ativa do Estado na vida econômica nalização dos direitos fundamentais impede que sejam
com o viés de proporcionar justiça social. considerados meras autolimitações dos poderes consti-
Característica: Liberdade real e igual para todos. Ex: tuídos - dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
igualdade – saúde, educação, trabalho entre outros. São -, passíveis de serem alteradas ou suprimidas ao talante
chamados de direitos sociais não por serem direitos da destes.

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- Aplicabilidade imediata Por fim, o direito à propriedade abarca o último gru-
po dos direitos fundamentais. A CF/88 confere a todo
As normas que definem direitos fundamentais são cidadão o direito à propriedade privada, particular. Po-
normas de caráter preceptivo, e não meramente progra- rém, importante que aquele que detenha a propriedade
mático. Explicita-se, além disso, que os direitos funda- se atente para a função social que a mesmo carrega.
mentais se fundam na Constituição, e não na lei - com
o que se deixa claro que é a lei que deve mover-se no I - homens e mulheres são iguais em direitos e obriga-
âmbito dos direitos fundamentais, não o contrário. ções, nos termos desta Constituição;
A Constituição brasileira de 1988 filiou-se a essa ten- Neste inciso está insculpido o princípio da isonomia,
dência, conforme se lê no §1º do art. 5º do Texto, em que que é exatamente o tratamento igualitário, para todos,
se diz que “as normas definidoras dos direitos e garantias vedada qualquer forma de discriminação – modalidade
fundamentais têm aplicação imediata”. O texto se refere de preceito universal. Segundo a Declaração Universal
aos direitos fundamentais em geral, não se restringindo dos direitos do homem, “todos os seres humanos nas-
apenas aos direitos individuais. cem livres e iguais em dignidade e direitos.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do alguma coisa senão em virtude de lei;
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à Eis o princípio da legalidade. Referido princípio limita
propriedade, nos termos seguintes: toda forma de arbitrariedade; evidente que o convívio
O caput do art. 5º é talvez um dos mais importantes em sociedade pressupõe o aceite de determinadas re-
artigos do texto constitucional, para não dizer o princi- gras de convívio. Porém, tais regras derivam de autori-
pal artigo da constituição federal. Esse artigo nos elenca dade com competência para tanto que agem de maneira
cinco grupos de direitos que são amplamente protegidos impessoal e geral.
pela nossa lei maior. A saber:
- Direito à vida (integridade física e moral), - direito à III - ninguém será submetido a tortura nem a trata-
liberdade (manutenção de qualquer forma de manifesta- mento desumano ou degradante;
ção do indivíduo), - direito à igualdade (o tratamento da Entende-se por tortura qualquer forma de castigo
lei é conferido igualmente para todos), - direito à segu- corpóreo agressivo, violento, que utilize de qualquer ins-
rança (direito de todos – necessidade de leis que definam trumento mecânico ou psicológico levando aquele que
crimes e sanções) e – direito à propriedade (propriedade está sendo torturado praticar ato que não o faria se esti-
particular, privada, desde que atendida sua função so- vesse em condições normais. A tortura é crime inafiançá-
cial). vel e insuscetível de fiança.
O direito à vida pressupõe a negativa do Estado de
promover qualquer ato que ofenda a integridade física IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo ve-
ou moral do indivíduo; por esta razão, proíbe-se a tortura dado o anonimato;
ou qualquer exposição vexatória. Também não permite É a liberdade conferida ao indivíduo para que o mes-
que a vida chegue ao fim se não pelas causas naturais – mo possa expressar de qualquer forma o que pensa a
caso venha ocorrer, o Estado oferece sanções àquele que respeito de religião, política, ciência ou qualquer outro
promoveu o encurtamento da vida humana. instituto. Importante lembrar que essa liberdade de ma-
No que tange a liberdade, pode o indivíduo fazer tudo nifestação está condicionada ao não anonimato; deste
aquilo que a lei não proíbe, tem a faculdade de decidir os modo, todos podem se manifestar sendo porém vedada
rumos de sua própria vida. Por esta razão sua liberdade a manifestação anônima.
de locomoção é amplamente protegida; dentro do con- Também importante lembrar que a liberdade de ma-
ceito de liberdade se enquadra o direito a manifestação nifestação protegida pela CF/88 não protege a prática de
de toda espécie: religiosa, de pensamento, de associa- crimes sob a argúcia da liberdade. Qualquer manifesta-
ção, ou seja, a todos é conferido o direito de expor seus ção ofensiva a terceiros que fira sua honra, imagem ou
pensamentos e suas escolhas. Neste ponto é importante integridade poderá ser punida pela lei.
demonstrar que essa liberdade de expressão não pode
ocasionar danos a outrem de modo que se assim o fizer, V - é assegurado o direito de resposta, proporcional
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

estará praticando ato contra terceiros e por isso poderá ao agravo, além da indenização por dano material,
ser responsabilizado. moral ou à imagem;
A igualdade também é dos pilares dos direitos fun- A CF/88 assegura o direito de resposta proporcional
damentais. Por conta desse princípio a lei deve conferir ao agravo. Assim, aquele que causar prejuízo a outrem
tratamento igualitário para todos; assim, não se permite tem assegurado para si o direito a indenização por dano
qualquer espécie de distinção da lei, além de vedar toda material ou moral. O prejuízo a que se refere o inciso V
espécie de discriminação. pode patrimonial ou não. Prejuízo de ordem não patri-
A segurança é outro importante direito fundamental, monial é aquele causado por pessoa (física ou jurídica)
pois compreende não apenas aquela que visa a proteção que ofenda liberdade, honra, família ou profissão de de-
patrimonial (seja ele material ou mesmo imaterial), mas terminado indivíduo.
também a segurança jurídica. Deste modo, todo cidadão
deve ter conhecimento das leis que regem o país para
que não “sejam mais pegos de surpresa”.

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VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, rial ou moral pelo ato cometido. No que tange ao domi-
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos cílio, este poderá ser violado a qualquer horário sempre
e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de que caso de flagrante delito ou desastre, ou ainda no
culto e a suas liturgias; caso de determinação judicial, neste último caso apenas
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de durante o dia (06h00 as 18h00).
assistência religiosa nas entidades civis e militares de Das formas de comunicação, sejam elas por corres-
internação coletiva; pondência, comunicação telegráfica ou telefônica, so-
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de mente a última, por determinação judicial, poderá ser
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, parcialmente quebrada, com prazo de duração.
salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alter- XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
nativa, fixada em lei; profissão, atendidas as qualificações profissionais que
Assegurada a plena liberdade de consciência, ofer- a lei estabelecer;
tando a lei de proteção aos locais de culto e suas litur- Toda atividade profissional exercida espontaneamen-
gias. Esse inciso compreende três formas de liberdade: te pelo indivíduo é respeitada pela CF/88, inclusive aque-
crença, culto e organização religiosa. A possibilidade de las não classificadas para efeito de registro em carteira
escolher qual religião seguir, ou mesmo não seguir ne- de trabalho. Assim, em se tratando de atividade lícita po-
nhuma religião está amparada pela liberdade de crença. derá o indivíduo exercê-la livremente.
Porém, importante destacar que a liberdade de escolher
sua própria religião não pode servir de amparo ao emba- XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e
raçamento daquele que pretende praticar outra religião. resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
A assistência religiosa é assegurada a quem dela exercício profissional;
queira fazer uso; logo, não será ofertada assistência reli- Tem esse inciso a função de afastar o indivíduo da
giosa sem a anuência do interessado. censura; permite-se a liberdade de expressão do indiví-
Por fim, sob o tópico “religião”, importante fazer duo desde que não venha a ferir direitos de outrem.
menção ao direito de professar ou não qualquer religião
inclusive exercer suas práticas, com cultos. Importante XV - é livre a locomoção no território nacional em
lembrar que a prática religiosa amparada pela CF/88 não tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos
pode se confundir com aquelas práticas consideradas ile- da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus
gais para o direito brasileiro, como por exemplo aquelas bens;
que leva a necessidade de sacrifício humano. Neste caso, É a possibilidade conferida em tempos de paz a todos
sendo considerado crime o encurtamento da vida, não os indivíduos de circular livremente no território nacional
será amparado o sacrifício pela liberdade religiosa. sem qualquer limitação, nos termos da lei.

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artís- XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem ar-
tica, científica e de comunicação, independentemente mas, em locais abertos ao público, independentemente
de censura ou licença; de autorização, desde que não frustrem outra reunião
Este inciso é autoexplicativo. No que tange a liber- anteriormente convocada para o mesmo local, sendo
dade de expressão é importante destacar alguns institu- apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
tos legislativos que conferem regulamentação ao tema, O direito de reunião vem estampado no art. 5º como
como por exemplo, a lei de imprensa (Lei 5.250/67), Lei modalidade de direito fundamental para demonstrar a
de Direitos autorais (Lei 9.610/98) entre outras. força da democracia. Por conta desse direito, todos po-
dem reunir-se em local público com finalidades diversas,
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a hon- independentemente de autorização. É necessário, no en-
ra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a in- tanto, que aqueles que desejam se reunir comuniquem
denização pelo dano material ou moral decorrente de autoridade competente, especialmente para não ferir
sua violação; direitos daqueles que previamente se decidiram pela re-
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém união em local da vontade de ambos. Assim, desde que
nela podendo penetrar sem consentimento do mora- pacificamente, sem armas, indivíduos podem se reunir
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

dor, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou em locais públicos, necessitando apenas informar as au-
para prestar socorro, ou, durante o dia, por determi- toridades. Não é necessário autorização do poder públi-
nação judicial; co, mas apenas sua comunicação.
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das co-
municações telegráficas, de dados e das comunicações XVII - é plena a liberdade de associação para fins líci-
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, tos, vedada a de caráter paramilitar;
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para XVIII - a criação de associações e, na forma da lei,
fins de investigação criminal ou instrução processual a de cooperativas independem de autorização, sendo
penal; vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
É inviolável tudo aquilo que não pode ser entregue ao XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente
público, que merece ser preservado. Sempre que violada dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por deci-
a honra, a imagem, a vida privada, sem consentimento são judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito
do indivíduo, a este caberá indenização pelo dano mate- em julgado;

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XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a
permanecer associado; #FicaDica
XXI - as entidades associativas, quando expressamen- O direito à propriedade também poderá ser
te autorizadas, têm legitimidade para representar seus relativizado quando o Estado necessitar de de-
filiados judicial ou extrajudicialmente; terminada propriedade, bem ou serviços pres-
Referidos incisos tratam da questão da associação. tados por particular, mediante indenização.
Em primeiro, a associação é livre, não podendo ninguém A CF/88 autoriza o poder público a se utilizar
ser compelido a associar-se se assim não desejar. As as- da propriedade particular na iminência ou na
sociações poderão ser criadas para fins lícitos; de forma ocorrência de alguma situação que ofereça
alguma será autorizado funcionar associações com obje- perigo à coletividade.
tivos paramilitares (corporações privadas de nacionais ou
também de estrangeiros normalmente aparelhados por
uniformes e armamentos militares sem contudo perten- Importante também explicar que a necessidade pú-
cer aos quadros das forças armadas). blica ocorre sempre que o Estado se coloca diante de
uma situação extremamente urgente que não pode ser
adiada. A utilidade pública é quando impõe ao Poder Pú-
#FicaDica blico a possibilidade de propor o uso de determinado
Cumpridos tais requisitos, poderá a associação bem em contrapartida a oferta de alguma serviço que
funcionar sem, inclusive, sofrer qualquer inter- seja útil para a coletividade. Por fim, tem interesse social
ferência do Estado; no entanto, por meio de aquilo que venha a trazer melhorias as classes menos pri-
decisão judicial transitada em julgada poderá vilegiadas.
ser dissolvida a associação ou ter suas ativida-
des suspensas. Além das associações também XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de
possíveis as cooperativas com objetivos dife- utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
rentes das associações. transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras
XXII - é garantido o direito de propriedade; coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas,
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; inclusive nas atividades desportivas;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desa- b) o direito de fiscalização do aproveitamento econô-
propriação por necessidade ou utilidade pública, ou mico das obras que criarem ou de que participarem
por interesse social, mediante justa e prévia indeniza- aos criadores, aos intérpretes e às respectivas repre-
ção em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta sentações sindicais e associativas;
Constituição; XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos indus-
XXV - no caso de iminente perigo público, a autorida- triais privilégio temporário para sua utilização, bem
de competente poderá usar de propriedade particular, como proteção às criações industriais, à propriedade
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos
houver dano; distintivos, tendo em vista o interesse social e o desen-
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida volvimento tecnológico e econômico do País;
em lei, desde que trabalhada pela família, não será Esse conjunto de incisos trata dos direitos autorais;
objeto de penhora para pagamento de débitos decor- são os frutos a serem colhidos por aqueles que desenvol-
rentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre vem trabalho intelectual. Referidos direitos versam sobre
os meios de financiar o seu desenvolvimento; o ineditismo da obra; importante lembrar que os suces-
Os incisos acima compõem o grupo dos direitos indi- sores do autor permanecerão recebendo a título univer-
viduais e coletivos voltados à propriedade. A CF/88 con- sal os louros da obra daquele que sucedeu.
fere a todos o direito de propriedade, ter para si proprie-
dade particular (privada); no entanto, o uso deve atender A marca também é protegida em todo território na-
a função daquela propriedade. Assim, por exemplo, de- cional e o seu uso exclusivo a quem dela fez o registro;
terminada propriedade rural deve atender sua finalidade, esse tema consta inserido na seara do direito empresa-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

qual seja, produção de riqueza por meio do agronegócio rial, em especial no código de propriedade industrial.
(seja para o próprio sustento ou comércio com terceiros).
Não exercendo sua função social, a propriedade pode- XXX - é garantido o direito de herança;
rá ser destacada do patrimônio daquele indivíduo. Em XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no
outras palavras, a propriedade urbana exerce sua função País será regulada pela lei brasileira em benefício do
social quando atende às exigências fundamentais de or- cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes
ganização da cidade expressas em seu plano diretor; já seja mais favorável a lei pessoal do de cujus;
a propriedade rural exercerá sua função social quando Entende-se por herança a totalidade dos bens móveis
fizer o aproveitamento correto dos recursos naturais, e imóveis deixados por aquele que veio a falecer, tam-
preservando o meio ambiente e protegendo relações de bém chamado de de cujus. Aquele que vier a suceder o
trabalho e exploração que favoreçam o bem estar dos falecido poderá aceitar a herança, renunciá-la ou mesmo
proprietários e dos trabalhadores. imitir-se na posse.

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XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa O júri é o formato mais antigo de tribunal. Compos-
do consumidor; tos por pessoas comuns, chamados de jurados, formam
Enquadra-se no conceito de consumidor a coletivida- o conselho de sentença, cuja função principal é opinar
de de pessoas, ainda que não seja possível determiná- pela culpa ou não do indivíduo que praticou um crime
-las, que tenham participado de uma relação de consu- doloso contra a vida. Serão escolhidos 07, dentre 21 pes-
mo composta por fornecedor e consumidor. soas a comporem o conselho de sentença. Aos jurados é
No Brasil, as relações de consumo são disciplinadas assegurado o sigilo das votações e ao réu a plenitude de
pelo Código de Defesa do Consumidor, Lei 8.078/90, defesa; ao júri, como um todo, assegurado a soberania
além de outras cuja matéria é mais específica como leis do veredicto. O tribunal do júri funcionará sempre que
relacionadas a crimes contra ordem tributária, ordem houver um crime doloso contra a vida.
econômica, entre outras.
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina,
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públi- nem pena sem prévia cominação legal;
cos informações de seu interesse particular, ou de in- Também chamado de princípio da legalidade. Por este
teresse coletivo ou geral, que serão prestadas no pra- princípio o indivíduo só poderá responder criminalmente
zo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas por alguma conduta por ele praticado se esta conduta
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da houver sido considerada crime antes de sua prática. Ou
sociedade e do Estado; seja, a conduta definida como crime deve ser anterior a
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente sua prática.
do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos poderes públicos em defesa XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar
de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; o réu;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória
para defesa de direitos e esclarecimento de situações dos direitos e liberdades fundamentais;
de interesse pessoal; A exceção ao princípio da irretroatividade, anterior-
Essência da democracia, ao cidadão cabível a prote- mente explicado, é exatamente com relação ao bene-
ção do seu direito de manter-se informado de tudo aqui- fício para o réu.
lo que envolve tanto o Estado como seu próprio nome. XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável
Ato contínuo, protege-se também o direito de petição ao e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos
indivíduo; assim, todo aquele que pretender buscar pela da lei;
tutela jurisdicional do Estado ou mesmo acessar legisla- XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insusce-
tivo e executivo, terá assegurado seu direito de petição. tíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judi- os definidos como crimes hediondos, por eles respon-
ciário lesão ou ameaça a direito; dendo os mandantes, os executores e os que, podendo
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato evitá-los, se omitirem;
jurídico perfeito e a coisa julgada; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
O Brasil adota uma jurisdição. Assim, não serão to- ordem constitucional e o Estado democrático;
lerados tribunais de exceção ou o exercício de juízes XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condena-
ad-hoc, voltados a julgar um ou outro caso. Marco da do, podendo a obrigação de reparar o dano e a decre-
democracia, onde a lei vale para todos e todos devem tação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
cumpri-la. Uma lei nova não pode prejudicar direitos já estendidas aos sucessores e contra eles executadas,
conquistados pelo indivíduo sob pena de ferir o pacto até o limite do valor do patrimônio transferido;
social firmado entre o indivíduo e o Estado – aceitando XLVI - a lei regulará a individualização da pena e ado-
mudanças sem previsão legal estar-se-ia referendando tará, entre outras, as seguintes:
arbitrariedades – é o chamado princípio da irretroati- a) privação ou restrição da liberdade;
vidade. Vale lembrar que, em se tratando de retroação b) perda de bens;
benéfica da lei, nenhum obstáculo se imporá. Portanto, c) multa;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

uma crime praticado cuja pena seja alta passe por um d) prestação social alternativa;
abrandamento dessa pena por nova lei, aquilo punido e) suspensão ou interdição de direitos;
nos moldes da lei antiga será beneficiado pela novel le- XLVII - não haverá penas:
gislação. a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
termos do art. 84, XIX;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a b) de caráter perpétuo;
organização que lhe der a lei, assegurados: c) de trabalhos forçados;
a) a plenitude de defesa; d) de banimento;
b) o sigilo das votações; e) cruéis;
c) a soberania dos veredictos; XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos
d) a competência para o julgamento dos crimes dolo- distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade
sos contra a vida; e o sexo do apenado;

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XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integrida- LVIII - o civilmente identificado não será submetido
de física e moral; a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas
L - às presidiárias serão asseguradas condições para em lei;
que possam permanecer com seus filhos durante o pe- Rol de incisos que estipulam regras aos processos
ríodo de amamentação; judiciais ou administrativos. Princípios de extrema im-
Rol de incisos relacionados a seara do direito penal e portância, o contraditório e a ampla defesa derivam do
direito processual penal. As penas no Brasil são de- princípio da legalidade. Assim, ao indivíduo garantido o
finidas pela CF/88; assim, possível apenas as penas direito de se defender e ofertar contestação a tudo quan-
de privação ou restrição da liberdade, perda de bens, to a ele estiver sendo alegado.
multa, prestação alternativa e suspensão parcial ou
temporária de direitos. Toda pena diferente destas não LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação
será autorizada pela legislação infraconstitucional em pública, se esta não for intentada no prazo legal;
especial aquelas que levem a morte, tortura, caráter LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
perpétuo, trabalho forçado, cruéis ou de banimento. processuais quando a defesa da intimidade ou o inte-
Inserido no sistema prisional, ao indivíduo assegura- resse social o exigirem;
do respeito a sua integridade física e moral. Para as Cabe ao Ministério Público o exercício das ações pe-
mulheres, tratativa diferenciada em períodos de ama- nais públicas. No entanto, a lei faculta ao indivíduo, nas
mentação, podendo ficar com seu filho. hipóteses previstas em lei, a possibilidade do próprio in-
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o natu- divíduo intentar a ação. Em regra, todos os atos são pú-
ralizado, em caso de crime comum, praticado antes blicos, resguardada a defesa da intimidade e do interesse
da naturalização, ou de comprovado envolvimento social do indivíduo.
em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na
forma da lei; LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por por ordem escrita e fundamentada de autoridade judi-
crime político ou de opinião; ciária competente, salvo nos casos de transgressão mi-
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão litar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
pela autoridade competente; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
Os incisos acima compõem a proteção do direito à encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
nacionalidade. Ao brasileiro nato (aquele que nasceu em competente e à família do preso ou à pessoa por ele
território brasileiro – respeitada exceção em que os geni- indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os
tores, estrangeiros, estão a serviço de seu país – ou aque-
quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada
le tem por seus genitores algum, ou ambos, brasileiros)
a assistência da família e de advogado;
não será autorizada a extradição. Portanto, o brasileiro
LXIV - o preso tem direito à identificação dos respon-
nato não será extraditado em hipótese alguma. O natu-
sáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
ralizado, em regra não será extraditado; salvo se houver
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada
praticado crime comum antes de sua naturalização ou
pela autoridade judiciária;
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpe-
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido
centes e drogas afins.
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou
Outra vedação à extradição é aquela solicitada em sem fiança;
razão de estrangeiro ter praticado crime político ou de LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do
opinião em seu país de origem. Por defendermos a li- responsável pelo inadimplemento voluntário e ines-
berdade de manifestação, seja ela qual for, asseguramos cusável de obrigação alimentícia e a do depositário
também ao estrangeiro esse direito. infiel;
Rol de incisos que garante direitos àqueles que esti-
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus verem presos. Em regra, o indivíduo somente será preso
bens sem o devido processo legal; por determinação judicial ou em caso de flagrante delito.
Este inciso revela em simples palavras que ninguém Aquele que vier a ser preso indicará alguém de sua famí-
pode “ser pego de surpresa”, que “as regras do jogo” de- lia ou qualquer outro sobre a prisão. Além da assistência
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

vem ser cumpridas. Logo, tanto a privação da liberdade da família e de advogado, terá o preso direito de perma-
como a privação de bens deve observar o cumprimento necer em silêncio.
de um processo judicial e o esgotamento das formas de
defesa. LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que al-
guém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administra- ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilega-
tivo, e aos acusados em geral são assegurados o con- lidade ou abuso de poder;
traditório e a ampla defesa, com os meios e recursos LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para
a ela inerentes; proteger direito líquido e certo, não amparado por
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas habeas corpus ou habeas data , quando o responsá-
por meios ilícitos; vel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
em julgado de sentença penal condenatória; atribuições do poder público;

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LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser im- § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
petrado por: Internacional a cuja criação tenha manifestado ade-
a) partido político com representação no Congresso são.
Nacional; Regras gerais a respeito dos direitos fundamentais.
b) organização sindical, entidade de classe ou associa-
ção legalmente constituída e em funcionamento há Dos direitos sociais
pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
membros ou associados; Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a ali-
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre mentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer,
que a falta de norma regulamentadora torne inviável a segurança, a previdência social, a proteção à ma-
o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e ternidade e à infância, a assistência aos desampara-
das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à sobera- dos, na forma desta Constituição. (Artigo com redação
nia e à cidadania; dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015).
LXXII - conceder-se-á habeas data :
a) para assegurar o conhecimento de informações re- Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,
lativas à pessoa do impetrante, constantes de registros além de outros que visem à melhoria de sua condição
ou bancos de dados de entidades governamentais ou social:
de caráter público; I - relação de emprego protegida contra despedida
b) para a retificação de dados, quando não se prefira arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei com-
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administra- plementar, que preverá indenização compensatória,
tivo; dentre outros direitos;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor II - seguro-desemprego, em caso de desemprego in-
ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimô- voluntário;
nio público ou de entidade de que o Estado participe, III - fundo de garantia do tempo de serviço;
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente uni-
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, sal- ficado, capaz de atender às suas necessidades vitais
vo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do básicas e às de sua família com moradia, alimentação,
ônus da sucumbência; educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte
Este rol de incisos apresentam os remédios consti- e previdência social, com reajustes periódicos que lhe
tucionais. São eles, habeas corpus, habeas data, manda- preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vin-
do de segurança, mandado de injunção e ação popular, culação para qualquer fim;
cada qual disciplinado por lei específica. V - piso salarial proporcional à extensão e à comple-
xidade do trabalho;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
e gratuita aos que comprovarem insuficiência de re- convenção ou acordo coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo,
cursos;
para os que percebem remuneração variável;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro ju-
VIII - décimo terceiro salário com base na remunera-
diciário, assim como o que ficar preso além do tempo
ção integral ou no valor da aposentadoria;
fixado na sentença;
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente po-
diurno;
bres, na forma da lei:
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo
a) o registro civil de nascimento;
crime sua retenção dolosa;
b) a certidão de óbito; XI - participação nos lucros, ou resultados, desvincu-
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e lada da remuneração, e, excepcionalmente, participa-
habeas data , e, na forma da lei, os atos necessários ao ção na gestão da empresa, conforme definido em lei;
exercício da cidadania. XII - salário-família pago em razão do dependente do
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
são assegurados a razoável duração do processo e os XIII - duração do trabalho normal não superior a oito
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

meios que garantam a celeridade de sua tramitação. horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias a compensação de horários e a redução da jornada,
fundamentais têm aplicação imediata. mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constitui- XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado
ção não excluem outros decorrentes do regime e dos em turnos ininterruptos de revezamento, salvo nego-
princípios por ela adotados, ou dos tratados interna- ciação coletiva;
cionais em que a República Federativa do Brasil seja XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente
parte. aos domingos;
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre di-
reitos humanos que forem aprovados, em cada Casa XVI - remuneração do serviço extraordinário superior,
do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quin- no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal;
tos dos votos dos respectivos membros, serão equiva- XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo
lentes às emendas constitucionais. menos, um terço a mais do que o salário normal;

11
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e II - é vedada a criação de mais de uma organização
do salário, com a duração de cento e vinte dias; sindical, em qualquer grau, representativa de catego-
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; ria profissional ou econômica, na mesma base territo-
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, me- rial, que será definida pelos trabalhadores ou empre-
diante incentivos específicos, nos termos da lei; gadores interessados, não podendo ser inferior à área
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, de um Município;
sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interes-
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por ses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em
meio de normas de saúde, higiene e segurança; questões judiciais ou administrativas;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em
penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; se tratando de categoria profissional, será desconta-
XXIV - aposentadoria; da em folha, para custeio do sistema confederativo da
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes representação sindical respectiva, independentemente
desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em da contribuição prevista em lei;
creches e pré-escolas; V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos co- filiado a sindicato;
letivos de trabalho; VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; negociações coletivas de trabalho;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser vo-
do empregador, sem excluir a indenização a que este tado nas organizações sindicais;
está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das re- a partir do registro da candidatura a cargo de direção
lações de trabalho, com prazo prescricional de cin- ou representação sindical e, se eleito, ainda que su-
co anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até plente, até um ano após o final do mandato, salvo se
o limite de dois anos após a extinção do contrato de cometer falta grave nos termos da lei.
trabalho; Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-
a) (Alínea revogada pela Emenda Constitucional nº -se à organização de sindicatos rurais e de colônias
28, de 2000) de pescadores, atendidas as condições que a lei esta-
b) (Alínea revogada pela Emenda Constitucional nº belecer.
28, de 2000) Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de
de funções e de critério de admissão por motivo de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio
sexo, idade, cor ou estado civil; dele defender.
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e
a salário e critérios de admissão do trabalhador porta-
disporá sobre o atendimento das necessidades inadiá-
dor de deficiência;
veis da comunidade.
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual,
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às
técnico e intelectual ou entre os profissionais respec-
penas da lei.
tivos;
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou
e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos
insalubre a menores de dezoito e de qualquer traba-
lho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de em que seus interesses profissionais ou previdenciários
aprendiz, a partir de quatorze anos; sejam objeto de discussão e deliberação.
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empre-
vínculo empregatício permanente e o trabalhador gados, é assegurada a eleição de um representante
avulso. destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos tra- entendimento direto com os empregadores.
balhadores domésticos os direitos previstos nos incisos
IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, Direitos sociais em espécie (11 espécies): os direitos
XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condi- sociais “disciplinam situações subjetivas pessoais ou gru-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

ções estabelecidas em lei e observada a simplificação pais de caráter concreto”. Tratam-se de prestações posi-
do cumprimento das obrigações tributárias, principais tivas do Estado a serem implementadas, no sentido de
e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas possibilitar busca por melhores condições de vida. São
peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, irrenunciáveis. Ao contrário dos direitos individuais que
XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdên- se apresentam pelo “não fazer” do Estado, no que tange
cia social. (Parágrafo único com redação dada pela aos direitos sociais, estes demandam o “agir” do Estado.
Emenda Constitucional nº 72, de 2013)
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, ob- Da Nacionalidade
servado o seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para Os brasileiros natos são:
a fundação de sindicato, ressalvado o registro no ór- - os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda
gão competente, vedadas ao poder público a interfe- que de pais estrangeiros, desde que estes não es-
rência e a intervenção na organização sindical; tejam a serviço de seu país;

12
- os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de
mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a FIQUE ATENTO!
serviço da República Federativa do Brasil; São inelegíveis os inavistáveis e os analfabe-
- os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe tos, e também, são inelegíveis para os mesmos
brasileira, desde que sejam registrados em reparti- cargos, no período subsequente, o Presidente
ção brasileira competente, ou venham a residir na da República, os Governadores de Estado e do
República Federativa do Brasil antes da maioridade Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver
e, alcançada esta, optem em qualquer tempo pela sucedido ou substituído nos seis meses ante-
nacionalidade brasileira; riores ao pleito.

Os naturalizados são:
-os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade Para concorrerem a outros cargos, o Presidente
brasileira, exigidas aos originários de países de lín- da República, os Governadores de Estado e do Distrito
gua portuguesa apenas residência por um ano inin- Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos
terrupto e idoneidade moral; mandatos até seis meses antes do pleito.
-os estrangeiros de qualquer nacionalidade residen- É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda
tes na República Federativa do Brasil há mais de ou suspensão só se dará nos casos de:
quinze anos ininterruptos e sem condenação pe- - cancelamento da naturalização por sentença transi-
nal, desde que requeiram a nacionalidade brasi- tada em julgado;
leira. (redação da EC nº 3/94) - incapacidade civil absoluta;
- condenação criminal transitada em julgado, enquan-
to durarem seus efeitos;
FIQUE ATENTO! - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
Os portugueses com residência permanente prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
no País, se houver reciprocidade em favor dos - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
brasileiros, serão atribuídos os direitos ineren-
tes ao brasileiro nato, salvo os casos previstos Dos Partidos Políticos
nesta Constituição.
É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de
partidos políticos, resguardados a soberania nacional,
o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos
Os cargos de Presidente e Vice-Presidente da
fundamentais da pessoa humana e observados os
República, de Presidente da Câmara dos Deputados, de seguintes preceitos:
Presidente do Senado Federal, de Ministro do Supremo - caráter nacional;
Tribunal Federal, da carreira diplomática e de oficial das - proibição de recebimento de recursos financeiros
Forças Armadas, são cargos que apenas os brasileiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subor-
NATO podem exercer. dinação a estes;
O brasileiro que tiver cancelada sua naturalização, - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
interesse nacional ou adquirir outra nacionalidade por
naturalização voluntária, perderá a nacionalidade de Os partidos políticos possuem autonomia para definir
brasileiro. sua estrutura interna, organização e funcionamento,
devendo seus estatutos estabelecer normas de fidelidade
Dos Direitos Políticos e disciplina partidárias.

O voto será direto e secreto, com valor igual para CAPÍTULO III
todos, e, nos termos da lei, mediante: plebiscito, referendo, DA NACIONALIDADE
iniciativa popular.
O voto é obrigatório para os maiores de dezoito anos Art. 12. São brasileiros:
e facultativos para os analfabetos, os maiores de setenta I - natos:
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

anos, os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda
Para ter elegibilidade a pessoa deve ter a que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam
nacionalidade brasileira, o pleno exercício dos direitos a serviço de seu país;
políticos, o alistamento eleitoral, o domicílio eleitoral na b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe
circunscrição, a filiação partidária, a idade mínima de: brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da
-trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente República Federativa do Brasil;
da República e Senador; c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de
-trinta anos para Governador e Vice-Governador de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repar-
Estado e do Distrito Federal; tição brasileira competente ou venham a residir na
-vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado República Federativa do Brasil e optem, em qualquer
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacio-
-dezoito anos para Vereador. nalidade brasileira; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 54, de 2007)

13
II - naturalizados: I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade II - facultativos para:
brasileira, exigidas aos originários de países de língua a) os analfabetos;
portuguesa apenas residência por um ano ininterrup- b) os maiores de setenta anos;
to e idoneidade moral; c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residen- § 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangei-
tes na República Federativa do Brasil há mais de quin- ros e, durante o período do serviço militar obrigatório,
ze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde os conscritos.
que requeiram a nacionalidade brasileira. (Re- § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
dação dada pela Emenda Constitucional de Revisão I - a nacionalidade brasileira;
nº 3, de 1994) II - o pleno exercício dos direitos políticos;
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no III - o alistamento eleitoral;
País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, sal- V - a filiação partidária; Regulamento
vo os casos previstos nesta Constituição. (Re- VI - a idade mínima de:
dação dada pela Emenda Constitucional de Revisão a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presiden-
nº 3, de 1994) te da República e Senador;
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasi- b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de
leiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos Estado e do Distrito Federal;
nesta Constituição. c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; paz;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; d) dezoito anos para Vereador.
III - de Presidente do Senado Federal; § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os
V - da carreira diplomática;
houver sucedido, ou substituído no curso dos manda-
VI - de oficial das Forças Armadas.
tos poderão ser reeleitos para um único período sub-
VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído
sequente. (Redação dada pela Emenda Cons-
pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
titucional nº 16, de 1997)
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente
brasileiro que:
da República, os Governadores de Estado e do Distrito
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos
judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse mandatos até seis meses antes do pleito.
nacional; § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do ti-
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: tular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins,
(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revi- até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da
são nº 3, de 1994) República, de Governador de Estado ou Território, do
a) de reconhecimento de nacionalidade originária Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substi-
pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda tuído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
b) de imposição de naturalização, pela norma estran- § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguin-
geira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, tes condições:
como condição para permanência em seu território ou I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá
para o exercício de direitos civis; (Incluído pela afastar-se da atividade;
Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) II - se contar mais de dez anos de serviço, será agre-
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da Re- gado pela autoridade superior e, se eleito, passará
pública Federativa do Brasil. automaticamente, no ato da diplomação, para a ina-
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a tividade.
bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios po- inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de
derão ter símbolos próprios. proteger a probidade administrativa, a moralidade
para exercício de mandato considerada vida pregres-
CAPÍTULO IV sa do candidato, e a normalidade e legitimidade das
DOS DIREITOS POLÍTICOS eleições contra a influência do poder econômico ou o
abuso do exercício de função, cargo ou emprego na
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrá- administração direta ou indireta. (Redação
gio universal e pelo voto direto e secreto, com valor dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de
igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: 1994)
I - plebiscito; § 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a
II - referendo; Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da
III - iniciativa popular. diplomação, instruída a ação com provas de abuso do
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são: poder econômico, corrupção ou fraude.

14
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará dades da Federação. (Incluído pela Emenda
em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma Constitucional nº 97, de 2017)
da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. § 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja organização paramilitar.
perda ou suspensão só se dará nos casos de: § 5º Ao eleito por partido que não preencher os re-
I - cancelamento da naturalização por sentença tran- quisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o
sitada em julgado; mandato e facultada a filiação, sem perda do manda-
II - incapacidade civil absoluta; to, a outro partido que os tenha atingido, não sendo
III - condenação criminal transitada em julgado, en- essa filiação considerada para fins de distribuição dos
quanto durarem seus efeitos; recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou tempo de rádio e de televisão. (Incluído pela
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37,
§ 4º.
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará
em vigor na data de sua publicação, não se aplicando DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO;. DA OR-
à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigên- GANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
cia. (Redação dada pela Emenda Constitucional DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
nº 4, de 1993) (ARTS. 18 E 19);

CAPÍTULO V
DOS PARTIDOS POLÍTICOS Organização político administrativa do Estado.

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extin- Conforme o art. 18 da CF, a organização político-
ção de partidos políticos, resguardados a soberania administrativa da República Federativa do Brasil
nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os
os direitos fundamentais da pessoa humana e obser- Municípios, sendo que todos possuem sua autonomia,
vados os seguintes preceitos: Regulamento tendo Brasília como Capital Federal.
I - caráter nacional; Dalmo Dallari define o estado como uma ordem
II - proibição de recebimento de recursos financeiros jurídica soberana que tem por finalidade o bem do povo
de entidade ou governo estrangeiros ou de subordi- situado em um determinado território. Isto é, dentro
nação a estes; desta frase o Dalmo trouxe os principais elementos que
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; compõe o Estado, que são: soberania, finalidade, povo
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. e território.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia A estrutura e organização do Estado podem ser
para definir sua estrutura interna e estabelecer regras analisados sob três aspectos, conforme Pedro Lenza, p.
sobre escolha, formação e duração de seus órgãos 499:
permanentes e provisórios e sobre sua organização e 1) Forma de governo: República ou Monarquia;
funcionamento e para adotar os critérios de escolha e 2) Sistema de Governo: Presidencialismo ou Parla-
o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, mentarismo;
vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, 3) Forma de Estado: Estado unitário ou Federação.
sem obrigatoriedade de vinculação entre as candida-
turas em âmbito nacional, estadual, distrital ou mu- Em 1889, surgiu a Federação do Brasil, juntamente
nicipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de com a forma de governo (republicana). A forma de
disciplina e fidelidade partidária. (Redação governo republicana seria realizar através do regime
dada pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) representativo em 1891.
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem persona- Desta forma, o Brasil consagrou o seguinte:
lidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus 1) Forma de Estado: Federação.
estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. 2) Entes componentes do Estado brasileiro: União, Es-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo parti- tado, Distrito Federal e Municípios.
dário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na for- 3) Características do Estado brasileiro: Estado Demo-
ma da lei, os partidos políticos que alternativamente: crático de Direito.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 97, de 4) Sistema de Governo: Presidencialista.
2017) 5) Forma de Governo: Republicana.
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputa-
dos, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, O idioma oficial do país é a língua portuguesa e
distribuídos em pelo menos um terço das unidades da os símbolos da República Federativa do Brasil são:
Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) bandeira, hino, armas e o selo nacional, sendo que o
dos votos válidos em cada uma delas; ou (In- Distrito Federal, Estados e os Municípios poderão ter
cluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) seus próprios símbolos, conforme o art. 13 §1º e §2º
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Fe- da CF.
derais distribuídos em pelo menos um terço das uni-

15
Conforme tutela o art. 19 da CF, existe vedações
constitucional para que os Estados, Distrito Federal, #FicaDica
Municípios e a União não possam: Para melhor fixação dos 5 princípios explícitos,
- estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencio- lembrem: LIMPE (é a inicial de cada princípio).
ná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou man-
ter com eles ou seus representantes relações de
dependência ou aliança, ressalvada, na forma da
lei, a colaboração de interesse público; FIQUE ATENTO!
- recusar fé aos documentos públicos; Além desses princípios explícitos, ainda pos-
- criar distinções entre brasileiros ou preferências en- sui o grupo dos princípios implícitos, que são:
tre si. Princípio do Interesse Público, Princípio da Fi-
nalidade, Princípio da Igualdade, Princípio da
Lealdade e boa-fé, Princípio da Motivação.

DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ARTS. 37 A


41); Neste diapasão, importante lembrar que o
administrador público pode fazer parte da administração
direta ou administração indireta.
Administração Pública
A administração direta, seria aquela realizada pelos
Conceitualmente, a administração pública é o conjunto Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
de órgãos, serviços e agentes do Estado que objetivam Ou seja, órgãos citados não possuem personalidade
satisfazer as necessidades da sociedade, como por jurídica própria e as despesas inerentes à administração,
exemplo: na área da educação, cultura, segurança, saúde, são contempladas no orçamento público e ocorre
dentre outros. Ou seja, a administração pública é a gestão a desconcentração administrativa, que consiste na
dos interesses públicos por meio da prestação de serviços delegação de tarefas.
públicos, sendo dividida em administração pública direta Já a administração pública indireta, é, quando o
e indireta. Estado transfere sua função/dever para outras pessoas
Como dito, o objetivo principal da administração jurídicas, sendo que essas pessoas jurídicas podem
pública é trabalhar a favor do interesse público, como vir a ser: fundações, empresas públicas, organismos
também, dos direitos e interesses dos cidadãos. privados, dentre outros. Isto é, no presente caso ocorre
Todo trabalhador que atua na administração pública a descentralização administrativa, pois a tarefa de
é, comumente, conhecido como gestor público. O gestor administração é transferida para outra pessoa jurídica.
público possui uma grande carga de responsabilidade,
devendo sempre seguir com transparência e ética, Principais características da Administração
principalmente, aos princípios da administração pública Pública:
que são:
- Legalidade: este princípio é base do Estado de Di- - A administração pública praticar atos tão somente
reito sendo um dos mais importantes para a Admi- de execução – ou seja, atos administrativos, sendo
nistração Pública. Em sentido ao Art. 5º da CF, que que, quem pratica estes atos são os órgãos e seus
diz que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar agentes, que são sempre públicos.
de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”,ou - Exerce atividade à Lei e não à Política.
seja, todo administrador público deve realizar seus - Tem conduta hierarquizada de dever e de obedi-
atos sob a égide da lei. ência.
- Impessoalidade: o agente público deve tratar to- - Deve praticar seus atos com responsabilidade ma-
dos iguais, sem atribuição de privilégios a qualquer terial e legal.
pessoa. - Administração Pública serve como um instrumento
- Moralidade: este princípio tem a junção do princí- para o Estado conseguir seus objetivos.
pio da Legalidade com o da Finalidade, resultando - A competência é limitada pois cada um tem sua área
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

em Moralidade. Ou seja, o princípio da moralidade e “poder” de atuação.


traz a ideia de que o trabalhador da administração
pública tem que ter bases éticas na administração. Servidores Públicos Civis
- Publicidade: todos os atos devem ser públicos, ex-
ceto os quais visão a necessidade de se ter sigilo. Os servidores públicos são os trabalhadores
- Eficiência: o administrador deve ter uma boa ges- vinculados ao Estado em decorrência de uma relação
tão, ser um bom profissional e não utilizar da pro- laboral de natureza não eventual e, por isso, estão
crastinação para desenvolver seu trabalho. submetidos ao regime de direito público, disciplinado
por diploma legal específico, normalmente denominado
de Estatuto. Devido a isso, diz-se que os servidores
públicos estão sujeitos a um “regime estatutário” próprio
e diferenciado. No que diz respeito a este aspecto, é
pacífico o entendimento de que o “cargo ou função

16
pública pertence ao Estado e não ao agente; desta Ainda assim, importante lembrar que além dos
forma, poderá o Estado ampliar, suprimir ou alterar os vencimentos, os servidores públicos poderão ter direito
cargos e funções, não gerando direito adquirido ao a indenizações, gratificações e adicionais.
agente titular” (PAULO, 2009, p.125).
A base dos direitos dos servidores públicos estão
previstos na Constituição Federal de 1988, nos artigos FIQUE ATENTO!
39 a 41. Ainda assim, em âmbito federal, a lei nº As indenizações não são incorporadas ao
8.112/90 representa o regime jurídico dos servidores vencimento, as gratificações e os adicionais
públicos federais, estabelecendo, dentre outras coisas, incorporam-se, nos casos e nas condições
outros direitos e deveres desses agentes administrativos indicadas em lei.
no exercício de suas funções. Destaca-se, que outros
direitos podem ser atribuídos aos servidores públicos
pelas Constituições estaduais ou leis ordinárias dos Aposentadorias de servidor público
entes da Federação e de municípios.
Todos possuem o direito de serem nomeados I- por invalidez permanente, sendo os proventos pro-
como servidor público ou empregado público. Porém, porcionais ao tempo de contribuição, exceto se decor-
precisam preencher requisitos básicos, como também, rente de acidente em serviço, moléstia profissional ou
realizar provas e conseguir a aprovação, conforme o doença grave, contagiosa ou incurável;
artigo 37, inciso II da CF/88.
II- compulsoriamente, com proventos proporcionais
#FicaDica ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de
idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na
Em exceção, temos os casos de nomeações
forma de lei complementar;
para cargos em comissão e de contratação de
III- voluntariamente, desde que cumprido tempo míni-
agentes temporários; todavia, nestes últimos
mo de dez anos de efetivo exercício no serviço público
casos, são desprovidos de estabilidade,
e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a apo-
benefício este voltado exclusivamente aos
sentadoria, observadas as seguintes condições:
servidores públicos.
60 anos de idade e 35 anos de contribuição – Homem
55 anos de idade e 30 anos de contribuição-Mulher
Após a nomeação, o servidor passará por estágio
A aposentadoria e as pensões não poderão exceder a
probatório e, após o estágio, poderá adquirir a
remuneração do respectivo servido, no cargo efetivo em
estabilidade que se efetiva após três anos de exercício
do cargo ou função, de acordo com o art. 41 da CF. que se deu a aposentadoria ou a pensão.
Aos servidores públicos são garantidos os seguintes
direitos: IMPORTANTE: É vedada a adoção de requisitos e
- salário mínimo, fixado em lei com reajustes periódi- critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria,
cos que lhe preservem o poder aquisitivo, inclusive salvo para:
para aqueles que percebem remuneração variável; A) deficientes;
- décimo terceiro salário com base na remuneração B) que exerçam atividades de risco;
integral ou no valor da aposentadoria; C) cujas atividades prejudiquem a saúde ou integri-
- adicional noturno; dade física;
- salário família;
- duração do trabalho não superior a oito horas di- Obs: Os requisitos de idade e de tempo de
árias e quarenta e quatro semanais, facultada a contribuição serão reduzidos em cinco anos, em
compensação de horários e a redução da jornada; relação ao disposto no § 1º, III, “a”, para o professor que
- repouso semanal remunerado, preferencialmente comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das
aos domingos; funções de magistério na educação infantil e no ensino
- hora extra, férias anuais remuneradas com, pelo me- fundamental e médio
nos, um terço a mais do que o salário normal;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

- redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio Estabilidade


de normas de saúde, higiene e segurança;
- proibição de diferença de salários, de exercício de São estáveis após três anos de efetivo exercício os
funções e de critério de admissão por motivo de servidores nomeados para cargo de provimento efetivo
sexo, idade, cor ou estado civil. em virtude de concurso público.
- regime de previdência de caráter contributivo e so- O servidor público estável só perderá o cargo:
lidário, DENTRE OUTROS. I- em virtude de sentença judicial transitada em jul-
gado;
Tendo em vista o exercício do cargo público, o servidor II- mediante processo administrativo com ampla de-
tem direito a vencimentos, cujo valor é previamente fesa;
fixado em lei, sendo irredutíveis, como também não III- mediante procedimento de avaliação periódica de
sendo passíveis de arresto, sequestro ou penhora, exceto desempenho, com ampla defesa.
nos casos de prestação de alimentos.

17
IMPORTANTE: Invalidada por sentença judicial a A lei disporá sobre os limites de idade, a estabilidade
demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e e outras condições de transferência do servidor militar
o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido para a inatividade.
ao cargo de origem, sem direito a indenização, Aplica-se aos servidores a que se refere este artigo,
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade e a seus pensionistas, o disposto no art. 40, §§ 4º e 5º
com remuneração proporcional ao tempo de serviço e aplica-se aos servidores a que se refere este artigo o
Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, disposto no art. 7º, VIII, XII, XVII, XVIII e XIX.
o servidor estável ficará em disponibilidade, com
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu TÍTULO III
adequado aproveitamento em outro cargo. Da Organização do Estado

Servidores Públicos Militares CAPÍTULO I


DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
São servidores militares federais os integrantes das
Forças Armadas e servidores militares dos Estados, CAPÍTULO VII
Territórios e Distrito Federal os integrantes de suas
polícias militares e de seus corpos de bombeiros militares. DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
As patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a
elas inerentes, são asseguradas em plenitude aos oficiais Seção I
da ativa, da reserva ou reformados das Forças Armadas,
das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares DISPOSIÇÕES GERAIS
dos Estados, dos Territórios e do Distrito Federal, sendo-
lhes privativos os títulos, postos e uniformes militares. Art. 37. A administração pública direta e indireta de
As patentes dos oficiais das Forças Armadas são qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Dis-
conferidas pelo Presidente da República, e as dos oficiais trito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios
das polícias militares e corpos de bombeiros militares dos de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicida-
Estados, Territórios e Distrito Federal, pelos respectivos de e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada
Governadores. pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
O militar em atividade que aceitar cargo público civil
permanente será transferido para a reserva. I - os cargos, empregos e funções públicas são acessí-
veis aos brasileiros que preencham os requisitos esta-
belecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na for-
FIQUE ATENTO! ma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional
O militar da ativa que aceitar cargo, emprego nº 19, de 1998)
ou função pública temporária, não eletiva, ain- II - a investidura em cargo ou emprego público depen-
da que da administração indireta, ficará agre- de de aprovação prévia em concurso público de provas
gado ao respectivo quadro e somente poderá, ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
enquanto permanecer nessa situação, ser pro- complexidade do cargo ou emprego, na forma previs-
movido por antiguidade, contando-se-lhe o ta em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
tempo de serviço apenas para aquela promo- comissão declarado em lei de livre nomeação e exo-
ção e transferência para a reserva, sendo de- neração; (Redação dada pela Emenda Constitucional
pois de dois anos de afastamento, contínuos nº 19, de 1998)
ou não, transferido para a inatividade. III - o prazo de validade do concurso público será de
até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital
O militar não pode sindicalizar-se, realizar greve e, de convocação, aquele aprovado em concurso público
enquanto em efetivo serviço, não pode estar filiado a de provas ou de provas e títulos será convocado com
partidos políticos. prioridade sobre novos concursados para assumir car-
O oficial das Forças Armadas só perderá o posto e a go ou emprego, na carreira;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente
incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos
permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em comissão, a serem preenchidos por servidores de
em tempo de guerra. carreira nos casos, condições e percentuais mínimos
previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de
direção, chefia e assessoramento; (Redação dada pela
#FicaDica Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
O oficial condenado na justiça comum ou VI - é garantido ao servidor público civil o direito à
militar a pena privativa de liberdade superior a livre associação sindical;
dois anos, por sentença transitada em julgado, VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos
será submetido ao julgamento previsto no limites definidos em lei específica; (Redação dada pela
parágrafo anterior. Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

18
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos b) a de um cargo de professor com outro técnico ou
públicos para as pessoas portadoras de deficiência e científico; (Redação dada pela Emenda Constitucional
definirá os critérios de sua admissão; nº 19, de 1998)
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por c) a de dois cargos ou empregos privativos de pro-
tempo determinado para atender a necessidade tem- fissionais de saúde, com profissões regulamentadas;
porária de excepcional interesse público; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 34, de
X - a remuneração dos servidores públicos e o sub- 2001)
sídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão
ser fixados ou alterados por lei específica, observada a XVII - a proibição de acumular estende-se a empre-
iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão gos e funções e abrange autarquias, fundações, em-
geral anual, sempre na mesma data e sem distinção presas públicas, sociedades de economia mista, suas
de índices; (Redação dada pela Emenda Constitucio- subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indi-
nal nº 19, de 1998) (Regulamento) retamente, pelo poder público; (Redação dada pela
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
cargos, funções e empregos públicos da administra- XVIII - a administração fazendária e seus servidores
ção direta, autárquica e fundacional, dos membros fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do jurisdição, precedência sobre os demais setores admi-
Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de nistrativos, na forma da lei;
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os XIX – somente por lei específica poderá ser criada au-
proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, tarquia e autorizada a instituição de empresa pública,
percebidos cumulativamente ou não, incluídas as van- de sociedade de economia mista e de fundação, ca-
tagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não bendo à lei complementar, neste último caso, definir
poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos as áreas de sua atuação; (Redação dada pela Emenda
Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se Constitucional nº 19, de 1998)
como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e XX - depende de autorização legislativa, em cada
nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do caso, a criação de subsidiárias das entidades mencio-
Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio nadas no inciso anterior, assim como a participação
dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Po- de qualquer delas em empresa privada;
der Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do XXI - ressalvados os casos especificados na legislação,
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte as obras, serviços, compras e alienações serão con-
e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em tratados mediante processo de licitação pública que
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, assegure igualdade de condições a todos os concor-
no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite rentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de
aos membros do Ministério Público, aos Procuradores pagamento, mantidas as condições efetivas da pro-
e aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emen- posta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as
da Constitucional nº 41, 19.12.2003) exigências de qualificação técnica e econômica indis-
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo pensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos (Regulamento)
pagos pelo Poder Executivo; XXII - as administrações tributárias da União, dos Es-
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quais- tados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades
quer espécies remuneratórias para o efeito de remu- essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por
neração de pessoal do serviço público; (Redação dada servidores de carreiras específicas, terão recursos prio-
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) ritários para a realização de suas atividades e atuarão
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por ser- de forma integrada, inclusive com o compartilhamen-
vidor público não serão computados nem acumula- to de cadastros e de informações fiscais, na forma da
dos para fins de concessão de acréscimos ulteriores; lei ou convênio. (Incluído pela Emenda Constitucional
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de nº 42, de 19.12.2003)
1998)
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalva- e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
do o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos educativo, informativo ou de orientação social, dela
arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação não podendo constar nomes, símbolos ou imagens
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) que caracterizem promoção pessoal de autoridades
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos ou servidores públicos.
públicos, exceto, quando houver compatibilidade de § 2º A não observância do disposto nos incisos II e III
horários, observado em qualquer caso o disposto no implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade
inciso XI: (Redação dada pela Emenda Constitucional responsável, nos termos da lei.
nº 19, de 1998) § 3º A lei disciplinará as formas de participação do
usuário na administração pública direta e indireta, re-
a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela gulando especialmente: (Redação dada pela Emenda
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Constitucional nº 19, de 1998)

19
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites
públicos em geral, asseguradas a manutenção de ser- remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste
viços de atendimento ao usuário e a avaliação peri- artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas
ódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47,
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) de 2005)
II - o acesso dos usuários a registros administrativos § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput des-
e a informações sobre atos de governo, observado o te artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Fede-
disposto no art. 5º, X e XXXIII; (Incluído pela Emenda ral fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respec-
Constitucional nº 19, de 1998) tivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único,
III - a disciplina da representação contra o exercício o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo
negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte
na administração pública. (Incluído pela Emenda e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos
Constitucional nº 19, de 1998) Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se apli-
cando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa impor- Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
tarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
função pública, a indisponibilidade dos bens e o res-
sarcimento ao erário, na forma e gradação previstas Art. 38. Ao servidor público da administração direta,
em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. autárquica e fundacional, no exercício de mandato
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: (Redação
ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual
respectivas ações de ressarcimento. ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de di- função;
reito privado prestadoras de serviços públicos respon- II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do
derão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso pela sua remuneração;
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. III - investido no mandato de Vereador, havendo com-
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições patibilidade de horários, perceberá as vantagens de
ao ocupante de cargo ou emprego da administração
seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remu-
direta e indireta que possibilite o acesso a informações
neração do cargo eletivo, e, não havendo compatibili-
privilegiadas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
dade, será aplicada a norma do inciso anterior;
19, de 1998)
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira
o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço
dos órgãos e entidades da administração direta e in-
será contado para todos os efeitos legais, exceto para
direta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser
promoção por merecimento;
firmado entre seus administradores e o poder público,
que tenha por objeto a fixação de metas de desempe- V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de
nho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor afastamento, os valores serão determinados como se
sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de no exercício estivesse.
1998)
Seção II
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempe- DOS SERVIDORES PÚBLICOS
nho, direitos, obrigações e responsabilidade dos diri-
gentes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18,
III - a remuneração do pessoal.” de 1998)

§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
públicas e às sociedades de economia mista, e suas Municípios instituirão, no âmbito de sua competên-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

subsidiárias, que receberem recursos da União, dos cia, regime jurídico único e planos de carreira para
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para os servidores da administração pública direta, das
pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN nº
geral. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 2.135-4)
1998)
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. Municípios instituirão conselho de política de adminis-
42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou tração e remuneração de pessoal, integrado por servi-
função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na dores designados pelos respectivos Poderes. (Reda-
forma desta Constituição, os cargos eletivos e os car- ção dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
gos em comissão declarados em lei de livre nomeação (Vide ADIN nº 2.135-4)
e exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 20, de 1998)

20
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos de- gurado regime de previdência de caráter contributivo
mais componentes do sistema remuneratório obser- e solidário, mediante contribuição do respectivo ente
vará: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº público, dos servidores ativos e inativos e dos pen-
19, de 1998) sionistas, observados critérios que preservem o equi-
líbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a com- (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
plexidade dos cargos componentes de cada carreira; 19.12.2003)
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - os requisitos para a investidura; (Incluído pela § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previ-
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) dência de que trata este artigo serão aposentados, cal-
III - as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela Emen- culados os seus proventos a partir dos valores fixados
da Constitucional nº 19, de 1998) na forma dos §§ 3º e 17: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal mante-
rão escolas de governo para a formação e o aperfei- I - por invalidez permanente, sendo os proventos pro-
çoamento dos servidores públicos, constituindo-se a porcionais ao tempo de contribuição, exceto se decor-
participação nos cursos um dos requisitos para a pro- rente de acidente em serviço, moléstia profissional ou
moção na carreira, facultada, para isso, a celebração doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da
de convênios ou contratos entre os entes federados. lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 19.12.2003)
1998) II - compulsoriamente, com proventos proporcionais
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo pú- ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de
blico o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na
XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei esta- forma de lei complementar; (Redação dada pela
belecer requisitos diferenciados de admissão quando Emenda Constitucional nº 88, de 2015)
a natureza do cargo o exigir. (Incluído pela Emenda III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mí-
Constitucional nº 19, de 1998) nimo de dez anos de efetivo exercício no serviço pú-
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato ele- blico e cinco anos no cargo efetivo em que se dará
tivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais a aposentadoria, observadas as seguintes condições:
e Municipais serão remunerados exclusivamente por (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo 15/12/98)
de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio,
verba de representação ou outra espécie remunera- a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribui-
tória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. ção, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e
37, X e XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, trinta de contribuição, se mulher; (Redação dada pela
de 1998) Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessen-
dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a ta anos de idade, se mulher, com proventos proporcio-
maior e a menor remuneração dos servidores públi-
nais ao tempo de contribuição. (Redação dada pela
cos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art.
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
37, XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
§ 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões,
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário pu-
por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a
blicarão anualmente os valores do subsídio e da re-
remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo
muneração dos cargos e empregos públicos. (Incluído
em que se deu a aposentadoria ou que serviu de re-
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e ferência para a concessão da pensão. (Redação dada
dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos or- pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
çamentários provenientes da economia com despesas § 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria,
correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para por ocasião da sua concessão, serão consideradas
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

aplicação no desenvolvimento de programas de quali- as remunerações utilizadas como base para as con-
dade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, tribuições do servidor aos regimes de previdência de
modernização, reaparelhamento e racionalização do que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei.
serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
prêmio de produtividade. (Incluído pela Emenda Cons- 19.12.2003)
titucional nº 19, de 1998) § 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios di-
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organiza- ferenciados para a concessão de aposentadoria aos
dos em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º. abrangidos pelo regime de que trata este artigo, res-
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) salvados, nos termos definidos em leis complementa-
res, os casos de servidores: (Redação dada pela Emen-
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da da Constitucional nº 47, de 2005)
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
cípios, incluídas suas autarquias e fundações, é asse-

21
I portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda clarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de
Constitucional nº 47, de 2005) cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
II que exerçam atividades de risco; (Incluído pela 20, de 15/12/98)
Emenda Constitucional nº 47, de 2005) § 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de
III cujas atividades sejam exercidas sob condições es- previdência dos servidores públicos titulares de car-
peciais que prejudiquem a saúde ou a integridade fí- go efetivo observará, no que couber, os requisitos e
sica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de critérios fixados para o regime geral de previdência
2005) social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
15/12/98)
§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribui- § 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo
ção serão reduzidos em cinco anos, em relação ao dis- em comissão declarado em lei de livre nomeação e
posto no § 1º, III, “a”, para o professor que comprove exoneração bem como de outro cargo temporário ou
exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de emprego público, aplica-se o regime geral de pre-
de magistério na educação infantil e no ensino funda- vidência social. (Incluído pela Emenda Constitucional
mental e médio. (Redação dada pela Emenda Consti- nº 20, de 15/12/98)
tucional nº 20, de 15/12/98) § 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
§ 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos nicípios, desde que instituam regime de previdência
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é complementar para os seus respectivos servidores ti-
vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à tulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor
conta do regime de previdência previsto neste artigo. das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de regime de que trata este artigo, o limite máximo es-
15/12/98) tabelecido para os benefícios do regime geral de pre-
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de vidência social de que trata o art. 201. (Incluído pela
pensão por morte, que será igual: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) § 15. O regime de previdência complementar de que
trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do res-
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor pectivo Poder Executivo, observado o disposto no art.
falecido, até o limite máximo estabelecido para os be- 202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio
nefícios do regime geral de previdência social de que de entidades fechadas de previdência complementar,
trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da par- de natureza pública, que oferecerão aos respectivos
cela excedente a este limite, caso aposentado à data participantes planos de benefícios somente na moda-
lidade de contribuição definida. (Redação dada pela
do óbito; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
41, 19.12.2003)
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção,
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor
o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servi-
no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o
dor que tiver ingressado no serviço público até a data
limite máximo estabelecido para os benefícios do regi-
da publicação do ato de instituição do correspondente
me geral de previdência social de que trata o art. 201,
regime de previdência complementar. (Incluído pela
acrescido de setenta por cento da parcela excedente
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
a este limite, caso em atividade na data do óbito. (In-
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados
cluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão de-
vidamente atualizados, na forma da lei. (Incluído pela
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de apo-
real, conforme critérios estabelecidos em lei. (Redação sentadorias e pensões concedidas pelo regime de que
dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) trata este artigo que superem o limite máximo esta-
§ 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou belecido para os benefícios do regime geral de previ-
municipal será contado para efeito de aposentadoria dência social de que trata o art. 201, com percentual
e o tempo de serviço correspondente para efeito de igual ao estabelecido para os servidores titulares de
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

disponibilidade. (Incluído pela Emenda Constitucional cargos efetivos. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 20, de 15/12/98) nº 41, 19.12.2003)
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de § 19. O servidor de que trata este artigo que tenha
contagem de tempo de contribuição fictício. (Incluído completado as exigências para aposentadoria volun-
pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) tária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por per-
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma manecer em atividade fará jus a um abono de per-
total dos proventos de inatividade, inclusive quando manência equivalente ao valor da sua contribuição
decorrentes da acumulação de cargos ou empregos previdenciária até completar as exigências para apo-
públicos, bem como de outras atividades sujeitas a sentadoria compulsória contidas no § 1º, II. (Incluído
contribuição para o regime geral de previdência so- pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
cial, e ao montante resultante da adição de proventos § 20. Fica vedada a existência de mais de um regime
de inatividade com remuneração de cargo acumulável próprio de previdência social para os servidores titu-
na forma desta Constituição, cargo em comissão de- lares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade

22
gestora do respectivo regime em cada ente estatal,
ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X. (Incluído DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES; DO
pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) PODER LEGISLATIVO (ARTS. 44 A 47, 59);
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo in- DO PODER EXECUTIVO (ARTS. 76 A 83); DO
cidirá apenas sobre as parcelas de proventos de apo- PODER JUDICIÁRIO. DISPOSIÇÕES GERAIS.
sentadoria e de pensão que superem o dobro do limite (ARTS. 92 A 100).
máximo estabelecido para os benefícios do regime ge-
ral de previdência social de que trata o art. 201 desta
Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, Capítulo I
for portador de doença incapacitante. (Incluído pela Do poder legislativo
Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
Seção I
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercí- Do congresso nacional
cio os servidores nomeados para cargo de provimento
efetivo em virtude de concurso público. (Redação dada Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e
do Senado Federal.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de quatro anos.
1998) Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de re-
presentantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcio-
I - em virtude de sentença judicial transitada em jul- nal, em cada Estado, em cada Território e no Distrito
gado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de Federal.
1998) § 1º O número total de Deputados, bem como a repre-
II - mediante processo administrativo em que lhe sentação por Estado e pelo Distrito Federal, será esta-
seja assegurada ampla defesa; (Incluído pela Emenda belecido por lei complementar, proporcionalmente à
Constitucional nº 19, de 1998) população, procedendo-se aos ajustes necessários, no
III - mediante procedimento de avaliação periódica de ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas
desempenho, na forma de lei complementar, assegu- unidades da Federação tenha menos de oito ou mais
rada ampla defesa. (Incluído pela Emenda Constitu- de setenta Deputados.
cional nº 19, de 1998) § 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representan-
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do tes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o
servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual princípio majoritário.
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo § 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Se-
de origem, sem direito a indenização, aproveitado em nadores, com mandato de oito anos.
outro cargo ou posto em disponibilidade com remu- § 2º A representação de cada Estado e do Distrito Fe-
neração proporcional ao tempo de serviço. (Redação deral será renovada de quatro em quatro anos, alter-
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) nadamente, por um e dois terços.
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessida- § 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
de, o servidor estável ficará em disponibilidade, com Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário,
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até as deliberações de cada Casa e de suas comissões se-
seu adequado aproveitamento em outro cargo. (Reda- rão tomadas por maioria dos votos, presente a maio-
ção dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) ria absoluta de seus membros.
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade,
é obrigatória a avaliação especial de desempenho por Seção VIII
comissão instituída para essa finalidade. (Incluído pela DO PROCESSO LEGISLATIVO
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Subseção I
Disposição Geral
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Art. 59. O processo legislativo compreende a elabo-


ração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a
elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.

23
Estrutura do Poder Legislativo Resposta: Letra C - As reuniões das comissões per-
manentes, aquelas que não estão vinculadas a assun-
tos específicos que demandam criação de comissões
temporárias, são chamadas de ordinárias e extraordi-
nárias.

2. Aplicada em: 2018 Banca: FUNRIO Órgão: AL-RR


Prova: Assessor Técnico Legislativo. A sessão do Con-
gresso Nacional em que Deputados e Senadores se reú-
nem para debater determinado assunto e, ao final, votam
simultaneamente, mas cuja deliberação é tomada de for-
ma separada, é conhecida como sessão

a) bicameral.
b) unicameral.
c) conjunta.
d) plenária.
Composição das Casas Legislativas
Resposta: Letra C - Segundo previsto no art. 57, § 3º
- Câmara dos Deputados além de outros casos previstos nesta Constituição, a
- Representantes do povo. Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-
- Eleitos pelo sistema proporcional. -ão em SESSÃO CONJUNTA para:
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de re- I - inaugurar a sessão legislativa;
presentantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcio- II - elaborar o regimento comum e regular a criação de
nal, em cada Estado, em cada Território e no Distrito serviços comuns às duas Casas;
Federal. III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-
- Quantidade: 513 deputados (máximo – cf. LC nº -Presidente da República;
78/1993). IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.
- Mínimo: 08 deputados / - Máximo: 70 Deputados.
Art. 45 §1º O número total de Deputados, bem como a
representação por Estado e pelo Distrito Federal, será Do poder executivo
estabelecido por lei complementar, proporcionalmen- Do presidente e do vice-presidente da república
te à população, procedendo-se aos ajustes necessá-
rios, no ano anterior às eleições, para que nenhuma Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da
daquelas unidades da Federação tenha menos de oito República, auxiliado pelos Ministros de Estado.
ou mais de setenta Deputados. Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da
- Mandato: 04 anos, possibilidade de reeleição de for- República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro
ma ilimitada. domingo de outubro, em primeiro turno, e no último
Art. 44 Parágrafo único. Cada legislatura terá a dura- domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do
ção de quatro anos. ano anterior ao do término do mandato presidencial
- Requisitos de elegibilidade: vigente.
- Nacionalidade brasileira (nato ou naturalizado – ex- § 1º A eleição do Presidente da República importará a
ceção para o cargo de presidente da casa) do Vice-Presidente com ele registrado.
- Idade mínima: 21 anos. § 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que,
- Alistamento Eleitoral: capacidade eleitoral ativa registrado por partido político, obtiver a maioria abso-
- Ausência de impedimentos por inelegibilidade. luta de votos, não computados os em branco e os nulos.
- Suplência: (afastamento, renúncia ou morte) próxi- § 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta
mo candidato com melhor votação da coligação na primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte
- Atribuições : art. 51; exercidas em regra por resolu- dias após a proclamação do resultado, concorrendo os
ção (dispensa sanção ou veto) dois candidatos mais votados e considerando-se eleito
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.


§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer mor-
te, desistência ou impedimento legal de candidato, con-
EXERCÍCIOS COMENTADOS vocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, rema-
1. Aplicada em: 2018Banca: FUNRIO Órgão: AL-RR nescer, em segundo lugar, mais de um candidato com a
Prova: Assistente Legislativo. As reuniões das Comis- mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.
sões Permanentes são denominadas Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República
tomarão posse em sessão do Congresso Nacional, pres-
a) Ordinárias e especiais. tando o compromisso de manter, defender e cumprir
b) Comuns e especiais. a Constituição, observar as leis, promover o bem geral
c) Ordinárias e extraordinárias. do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a
d) Comuns e extraordinárias. independência do Brasil.

24
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada II - promoção de entrância para entrância, alternada-
para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo mente, por antiguidade e merecimento, atendidas as
motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este seguintes normas:
será declarado vago. a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três
Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedi- vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de me-
mento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente. recimento;
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos
de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz
complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por a primeira quinta parte da lista de antiguidade desta,
ele convocado para missões especiais. salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o
Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do lugar vago;
Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, c) aferição do merecimento conforme o desempenho
serão sucessivamente chamados ao exercício da Pre- e pelos critérios objetivos de produtividade e presteza
sidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do no exercício da jurisdição e pela frequência e aprovei-
Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal. tamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfei-
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presi- çoamento;
dente da República, far-se-á eleição noventa dias de- d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente po-
pois de aberta a última vaga. derá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado
§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do pe- de dois terços de seus membros, conforme procedimen-
ríodo presidencial, a eleição para ambos os cargos será to próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a
feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso votação até fixar-se a indicação;
Nacional, na forma da lei. e) não será promovido o juiz que, injustificadamente,
§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão com- retiver autos em seu poder além do prazo legal, não
pletar o período de seus antecessores. podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despa-
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de cho ou decisão;
quatro anos e terá início em primeiro de janeiro do III - o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por
ano seguinte ao da sua eleição. antiguidade e merecimento, alternadamente, apurados
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República na última ou única entrância;
não poderão, sem licença do Congresso Nacional, au- IV - previsão de cursos oficiais de preparação, aperfei-
sentar-se do País por período superior a quinze dias, çoamento e promoção de magistrados, constituindo
sob pena de perda do cargo. etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a parti-
cipação em curso oficial ou reconhecido por escola na-
Do poder judiciário cional de formação e aperfeiçoamento de magistrados;
Disposições gerais V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores
corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal
I - o Supremo Tribunal Federal; Federal e os subsídios dos demais magistrados serão
I-A - o Conselho Nacional de Justiça; fixados em lei e escalonados, em nível federal e esta-
II - o Superior Tribunal de Justiça; dual, conforme as respectivas categorias da estrutura
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Inciso acrescido judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma
pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016) e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores,
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37,
VI - os Tribunais e Juízes Militares; XI, e 39, § 4º;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Fe- VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de
deral e Territórios. seus dependentes observarão o disposto no art. 40;
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional VII - o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo
de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital autorização do tribunal;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Federal. VIII - o ato de remoção, disponibilidade e aposentado-


§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Supe- ria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á
riores têm jurisdição em todo o território nacional. em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tri- tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegura-
bunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratu- da ampla defesa;
ra, observados os seguintes princípios: VIII-A - a remoção a pedido ou a permuta de magis-
I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz trados de comarca de igual entrância atenderá, no que
substituto, mediante concurso público de provas e títu- couber, ao disposto nas alíneas a, b, c e e do inciso II;
los, com a participação da Ordem dos Advogados do IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciá-
Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em di- rio serão públicos, e fundamentadas todas as decisões,
reito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obe- sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presen-
decendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação; ça, em determinados atos, às próprias partes e a seus
advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a

25
preservação do direito à intimidade do interessado no das garantias processuais das partes, dispondo sobre a
sigilo não prejudique o interesse público à informação; competência e o funcionamento dos respectivos órgãos
X - as decisões administrativas dos tribunais serão mo- jurisdicionais e administrativos;
tivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares to- b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e
madas pelo voto da maioria absoluta de seus membros; os dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo
XI - nos tribunais com número superior a vinte e cinco exercício da atividade correicional respectiva;
julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os car-
mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, gos de juiz de carreira da respectiva jurisdição;
para o exercício das atribuições administrativas e juris- d) propor a criação de novas varas judiciárias;
dicionais delegadas da competência do tribunal pleno, e) prover, por concurso público de provas, ou de provas
provendo-se metade das vagas por antiguidade e a e títulos, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo
outra metade por eleição pelo tribunal pleno; único, os cargos necessários à administração da justi-
XII - a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo ça, exceto os de confiança assim definidos em lei;
vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus
grau, funcionando, nos dias em que não houver expe- membros e aos juízes e servidores que lhes forem ime-
diente forense normal, juízes em plantão permanente; diatamente vinculados;
XIII - o número de juízes na unidade jurisdicional será II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Supe-
proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva riores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Le-
população; gislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
XIV - os servidores receberão delegação para a prática a) a alteração do número de membros dos tribunais
de atos de administração e atos de mero expediente inferiores;
sem caráter decisório; b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração
XV - a distribuição de processos será imediata, em to- dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem
dos os graus de jurisdição. vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferio-
Federais, dos tribunais dos Estados, e do Distrito Federal res, onde houver;
e Territórios será composto de membros do Ministério c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
Público, com mais de dez anos de carreira, e de advo- d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
gados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais
com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, e do Distrito Federal e Territórios, bem como os mem-
indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representa- bros do Ministério Público, nos crimes comuns e de
ção das respectivas classes. responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal Eleitoral.
formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de
que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus seus membros ou dos membros do respectivo órgão
integrantes para nomeação. especial poderão os tribunais declarar a inconstitucio-
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: nalidade de lei ou ato normativo do poder público.
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquiri- Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios,
da após dois anos de exercício, dependendo a perda do e os Estados criarão:
cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou
o juiz estiver vinculado e, nos demais casos, de sentença togados e leigos, competentes para a conciliação, o
judicial transitada em julgado; julgamento e a execução de causas cíveis de menor
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse pú- complexidade e infrações penais de menor potencial
blico, na forma do art. 93, VIII; ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssi-
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto mo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a tran-
nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. sação e o julgamento de recursos por turmas de juízes
Parágrafo único. Aos juízes é vedado: de primeiro grau;
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos
ou função, salvo uma de magistério; eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com man-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou par- dato de quatro anos e competência para, na forma
ticipação em processo; da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em
III - dedicar-se a atividade político-partidária. face de impugnação apresentada, o processo de habi-
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou litação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter
contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou jurisdicional, além de outras previstas na legislação.
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; § 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se especiais no âmbito da Justiça Federal.
afastou, antes de decorridos três anos do afastamento § 2º As custas e emolumentos serão destinados exclu-
do cargo por aposentadoria ou exoneração. sivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades
Art. 96. Compete privativamente: específicas da Justiça.
I - aos tribunais: Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimen- administrativa e financeira.
tos internos, com observância das normas de processo e

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§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamen- de direito público, segundo as diferentes capacidades
tárias dentro dos limites estipulados conjuntamente econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior
com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamen- benefício do regime geral de previdência social.
tárias. § 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das enti-
§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os ou- dades de direito público, de verba necessária ao paga-
tros tribunais interessados, compete: mento de seus débitos, oriundos de sentenças transita-
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo das em julgado, constantes de precatórios judiciários
Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento
aprovação dos respectivos tribunais; até o final do exercício seguinte, quando terão seus va-
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal lores atualizados monetariamente.
e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, § 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos
com a aprovação dos respectivos tribunais. serão consignados diretamente ao Poder Judiciário, ca-
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem bendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão
as respectivas propostas orçamentárias dentro do pra- exequenda determinar o pagamento integral e auto-
zo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o rizar, a requerimento do credor e exclusivamente para
Poder Executivo considerará, para fins de consolidação os casos de preterimento de seu direito de precedência
da proposta orçamentária anual, os valores aprovados ou de não alocação orçamentária do valor necessário
na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia
os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo. respectiva.
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este § 7º O Presidente do Tribunal competente que, por
artigo forem encaminhadas em desacordo com os li- ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar
mites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo a liquidação regular de precatórios incorrerá em cri-
procederá aos ajustes necessários para fins de consoli- me de responsabilidade e responderá, também, pe-
dação da proposta orçamentária anual. rante o Conselho Nacional de Justiça.
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, § 8º É vedada a expedição de precatórios comple-
não poderá haver a realização de despesas ou a as- mentares ou suplementares de valor pago, bem como
sunção de obrigações que extrapolem os limites es- o fracionamento, repartição ou quebra do valor da
tabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto execução para fins de enquadramento de parcela do
se previamente autorizadas, mediante a abertura de total ao que dispõe o § 3º deste artigo.
créditos suplementares ou especiais. § 9º No momento da expedição dos precatórios, in-
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Pú- dependentemente de regulamentação, deles deverá
blicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em vir- ser abatido, a título de compensação, valor corres-
tude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente pondente aos débitos líquidos e certos, inscritos ou
na ordem cronológica de apresentação dos precatórios não em dívida ativa e constituídos contra o credor
e à conta dos créditos respectivos, proibida a designa- original pela Fazenda Pública devedora, incluídas
ção de casos ou de pessoas nas dotações orçamentá- parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados
rias e nos créditos adicionais abertos para este fim. aqueles cuja execução esteja suspensa em virtude de
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem contestação administrativa ou judicial.
aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proven- § 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal
tos, pensões e suas complementações, benefícios pre- solicitará à Fazenda Pública devedora, para resposta
videnciários e indenizações por morte ou por invali- em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direi-
dez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de to de abatimento, informação sobre os débitos que
sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos preencham as condições estabelecidas no § 9º, para
com preferência sobre todos os demais débitos, exceto os fins nele previstos.
sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo. § 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titula- em lei da entidade federativa devedora, a entrega de
res, originários ou por sucessão hereditária, tenham 60 créditos em precatórios para compra de imóveis pú-
(sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doen- blicos do respectivo ente federado.
ça grave, ou pessoas com deficiência, assim definidos § 12. A partir da promulgação desta Emenda Cons-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

na forma da lei, serão pagos com preferência sobre to- titucional, a atualização de valores de requisitórios,
dos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo após sua expedição, até o efetivo pagamento, inde-
fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste pendentemente de sua natureza, será feita pelo ín-
artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, dice oficial de remuneração básica da caderneta de
sendo que o restante será pago na ordem cronológica poupança, e, para fins de compensação da mora, in-
de apresentação do precatório. cidirão juros simples no mesmo percentual de juros
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando
expedição de precatórios não se aplica aos pagamen- excluída a incidência de juros compensatórios.
tos de obrigações definidas em leis como de pequeno § 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente,
valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtu- seus créditos em precatórios a terceiros, independen-
de de sentença judicial transitada em julgado. temente da concordância do devedor, não se aplican-
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fi- do ao cessionário o disposto nos §§ 2º e 3º.
xados, por leis próprias, valores distintos às entidades

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§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de petição protocolizada, ao
tribunal de origem e à entidade devedora.
§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta Constituição Federal poderá estabelecer re-
gime especial para pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios, dispondo sobre
vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de liquidação.
§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poerá assumir débitos, oriundos de precatórios, de Estados,
Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente.
§ 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aferirão mensalmente, em base anual, o comprometi-
mento de suas respectivas receitas correntes líquidas com o pagamento de precatórios e obrigações de pequeno valor.
§ 18. Entende-se como receita corrente líquida, para os fins de que trata o § 17, o somatório das receitas tributárias,
patrimoniais, industriais, agropecuárias, de contribuições e de serviços, de transferências correntes e outras receitas
correntes, incluindo as oriundas do § 1º do art. 20 da Constituição Federal, verificado no período compreendido pelo
segundo mês imediatamente anterior ao de referência e os 11 (onze) meses precedentes, excluídas as duplicidades, e
deduzidas:
I – na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios por determinação constitucional;
II – nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional;
III - na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, a contribuição dos servidores para custeio de seu sis-
tema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação financeira referida no § 9º do art.
201 da Constituição Federal. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
§ 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de condenações judiciais em precatórios e obrigações de pequeno
valor, em período de 12 (doze) meses, ultrapasse a média do comprometimento percentual da receita corrente líquida
nos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores, a parcela que exceder esse percentual poderá ser financiada, excetuada
dos limites de endividamento de que tratam os incisos VI e VII do art. 52 da Constituição Federal e de quaisquer outros
limites de endividamento previstos, não se aplicando a esse financiamento a vedação de vinculação de receita prevista
no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
§ 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze por cento) do montante dos precatórios apresentados
nos termos do § 5º deste artigo, 15% (quinze por cento) do valor deste precatório serão pagos até o final do exercício
seguinte e o restante em parcelas iguais nos cinco exercícios subsequentes, acrescidas de juros de mora e correção
monetária, ou mediante acordos diretos, perante Juízos Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com redução máxima
de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito atualizado, desde que em relação ao crédito não penda recurso ou de-
fesa judicial e que sejam observados os requisitos definidos na regulamentação editada pelo ente federado. (Parágrafo
acrescido pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)

Garantias do Judiciário
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

28
Institucionais:
- Autonomia orgânico administrativa: eleger seus órgãos de direção / elaborar regimento interno / organizar a
administração interna.
- Autonomia financeira: elaborarão suas próprias propostas financeiras, desde que compatíveis com os limites es-
tipulados pela Lei.

Funcionais:
- Independência os órgãos:
- Vitaliciedade: somente perderá o cargo por sentença transitada em julgado. Estabilidade adquirida após 02 anos
(estágio probatório).

Atenção!
1º grau – vitaliciedade após 02 anos
Tribunais – após a posse no cargo superior
- Inamovibilidade: impossibilidade de remoção sem anuência do juiz, exceto por interesse público, sendo essa de-
cisão aprovada e votada por 2/3 do TJ ou do CNJ.
- Irredutibilidade de subsídios: salário não pode ser reduzido, garantindo livre exercício profissional.
- Garantia de imparcialidade (vedações que possam prejudicar a imparcialidade)

Art. 95 parágrafo único


- exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
- receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
- dedicar-se à atividade político-partidária;
- receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas,
ressalvadas as exceções previstas em lei (EC n. 45/2004);
- exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo
por aposentadoria ou exoneração (EC n. 45/2004 — a assim denominada quarentena de saída).

#FicaDica

Divisões em instâncias
1ª Instância (1º grau – órgãos singulares): juízes singulares. Exercem a jurisdição – apenas 01 juiz pode “dizer o
direito”. Decisão individual.
2ª Instância (2º grau – órgão colegiado) podem ser divididos internamente. Ex: STF – 02 turmas. Outros casos po-
dem depender do plenário. Decisão colegiada.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Sequência do processo
O andamento processual não obedece a uma sequência predeterminada. Ex: começa em primeira instância e encer-
ra no STF. Eu posso ter processos que podem iniciar direto no STF face a competência originária.
Regra: Os órgãos do judiciário são órgãos federais, da união; exceto Tribunais de Justiça e Juízes de direito (esta-
duais). TJ/DF embora competência de tribunal estadual, é mantido pela união.

Justiça especializada
Tribunais específicos – Justiça especializada.
TRE / TSE – TRT / TST – STM (jurisdição em território nacional)

29
- Sede e jurisdição Regra: OAB e representativo do MP propõem uma
Sede dos Tribunais Superiores / STF e CNJ: sede na lista sêxtupla e submete ao Tribunal para que dentro os
capital federal. Atenção: CNJ não exerce jurisdição. O CNJ 06 escolha 03. Os 03 escolhidos serão levados a conhe-
é um órgão de controle interno do poder judiciário. Tem cimento do chefe do executivo que fará a escolha final e
a função de controlar a atuação administrativa e finan- nomeação.
ceira do poder judiciário e fiscalizar a atuação dos juízes STJ: regra do terço: 1/3 advogados e membros do MP
– não haverá julgamento de litígios, mas sim fiscalizar
administração, despesas e atuação funcional.
TJ – Jurisdição estadual
TRE / TST / Justiça Federal: divididos em regiões. EXERCÍCIOS COMENTADOS
Composição dos órgãos 1.Aplicada em: 2018Banca: CESPE Órgão: EMAP Pro-
va: Conhecimentos Básicos - Cargos de Nível Médio.
Composição tribunais superiores No que se refere à organização dos poderes, julgue o
STF – membros: 11 ministros item que segue. Aos juízes, ainda que em disponibili-
Brasileiros natos, mais de 35 e menos de 65, notável dade, é vedado o exercício de qualquer outro cargo ou
saber jurídico, reputação ilibada. função pública.
Indicação do presidente / aprovação do Senado Fe-
deral (sabatina) maioria absoluta / nomeação Pres. Re- ( ) CERTO ( ) ERRADO
pública. Vontades complexas. Necessário ser juiz de car-
reira? Não. Basta a indicação e aprovação do Senado. A Resposta: Errado - Por conta do cargo, o juiz goza de
doutrina pacificou a necessidade do curso de direito. algumas garantias para que possa exercer sua função
STJ – membros: mínimo 33 ministros com total imparcialidade. Também por conta do cargo
Brasileiro nato ou naturalizado enfrenta algumas vedações, a saber:
1/3 juízes dos TRF I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo
1/3 desembargadores TJ ou função, salvo uma de magistério;
1/6 dentre advogados; e II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou
1/6 dentre membros do MP participação em processo;
TST – membros: 27 ministros III - dedicar-se à atividade político-partidária.
4/5 juízes do TRT IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
1/5 advogados e membros do MP contribuições de pessoas físicas, entidades públicas
TSE – membros: 07 ministros ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se
03 ministros do STF (eleitos entre si por voto secreto)
afastou, antes de decorridos três anos do afastamen-
02 ministros do STJ (eleitos entre si por voto secreto)
to do cargo por aposentadoria ou exoneração.
02 advogados indicados em lista sêxtupla pelo STF e
nomeado pelo Pres. República.
2.Aplicada em: 2018Banca: CESPEÓrgão: EMAPPro-
STM – membros: 15 ministros
va: Conhecimentos Básicos - Cargos de Nível Supe-
03 oficiais da marinha
rior. Julgue o próximo item, relativo à organização dos
03 da aeronáutica
poderes. A inamovibilidade dos juízes é uma garantia
04 do exército
não absoluta.
03 advogados + 10 anos profissão
02 membros do MP da justiça militar ( ) CERTO ( ) ERRADO
Nomenclatura: ministros.
Resposta: Certo - A inamovibilidade é uma das ga-
Composição tribunais 2º grau rantias previstas na CF/88 para o cargo de juiz; no en-
TRF / TRT / TRE: repetir o menor número de membros: tanto, por motivo de interesse público, poderá ocorrer
07 a remoção desde que a decisão pela remoção seja deci-
TJ: cada estado define o seu são por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Tribunal Militar: em caso de guerra pode ser criado. ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla
Juízes: conforme a demanda. defesa.
Todos os membros dos tribunais superiores e cnj são
indicados. Nomeados pelo presidente com aprovação do
Senado. Estaduais: chefe do executivo

Regra do quinto constitucional


Apenas para TJ - TRF - TRT - -TST
Quinto constitucional: TJ / TRF / TRT / TST – 1/5 dos
membros vem de advogado e membros do MP indica-
dos. Arredonda pra cima. (Art. 94)

30
d) I − às polícias civis, ressalvada a competência da
União, em relação à qual cabe à polícia federal exer-
HORA DE PRATICAR! cer com exclusividade as funções de polícia judiciária;
II – às polícias militares; e III – à polícia federal.
1. (CGE-RO – ASSISTENTE – FUNRIO – 2018) No âmbi- e) I - às polícias civis, ressalvada a competência da União,
to dos princípios fundamentais da Constituição Federal em relação à qual cabe à polícia federal exercer com
de 1988 consta o pertinente ao: exclusividade as funções de polícia judiciária; II – à po-
lícia rodoviária federal; e III – às polícias militares.
a) Pluralismo político.
b) Intervencionismo estatal. 5. (PC-PI – AGENTE DE POLÍCIA – NUCEPE – 2018) A
c) Comprometimento com a saúde. segurança pública, dever do Estado, direito e responsabi-
d) Projeto de defesa nacional. lidade de todos, é exercida para a preservação da ordem
e) Desenvolvimento radical. pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio,
através dos seguintes órgãos:
2. (MPE-AL – ANALISTA – FGV– 2018) Pedro nasceu
na Itália no período em que seu pai, de nacionalidade a) Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Fer-
brasileira, ali residia em caráter permanente. À luz da roviária Federal e Polícias Civis, tão somente.
sistemática constitucional, é correto afirmar que Pedro: b) Somente pela Polícia Federal, Polícias Civis e Polícias
Militares.
a) Será cidadão brasileiro caso venha a residir no terri- c) Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícias Civis,
tório brasileiro e opte por esta nacionalidade até os Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, tão
18 anos. somente.
b) É considerado cidadão brasileiro caso tenha sido re- d) Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Fer-
gistrado na repartição brasileira competente. roviária Federal, Polícias Civis, Polícias Militares, Cor-
c) Será cidadão brasileiro caso a sua mãe também tenha pos de Bombeiros Militares e Ministério Público.
a nacionalidade brasileira. e) Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Fer-
d) Somente será nacional brasileiro caso requeira a sua roviária Federal, Polícias Civis, Polícias Militares e Cor-
naturalização. pos de Bombeiros Militares, tão somente.
e) É considerado cidadão brasileiro.

3. (PREFEITURA DE JOÃO PESSOA – AGENTE DE CON-


TROLE URBANO – IBADE – 2018) Correspondem aos GABARITO
princípios expressos da Administração Pública na Cons-
tituição Federal vigente, dentre outros:
1 A
a) Legalidade, moralidade, dignidade. 2 B
b) Eficiência, dignidade, publicidade. 3 C
c) Legalidade, eficiência, publicidade.
4 D
d) Moralidade, eficiência, transparência.
e) Legalidade, dignidade, transparência. 5 E

4. (CÂMARA LEGISLATIVA – CONSULTOR LEGISLATI-


VO – FCC – 2018) Considere as seguintes atribuições,
à luz da disciplina constitucional da segurança pública:

I. Funções de polícia judiciária e apuração de infrações


penais, exceto as militares;
II. Polícia ostensiva e preservação da ordem pública;
III. Prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem preju-


ízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas
respectivas áreas de competência.

Referidas atribuições incumbem, respectivamente,

a) I – à polícia federal; II – às polícias militares; e III – à


polícia rodoviária federal..
b) I – às polícias civis, incluída a competência da União;
II – à polícia federal; e III – às polícias militares.
c) I – às polícias civis, incluída a competência da União;
II – às polícias militares; e III – à polícia federal.

31
ANOTAÇÕES

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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

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32
ÍNDICE

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Conceito, fontes e evolução...................................................................................................................................................................................... 01


Da administração Pública: conceito, princípios, finalidade........................................................................................................................... 08
Administração Pública direta e indireta, entidades políticas e administrativas, órgãos e agentes públicos, poderes e
deveres do administrador público.......................................................................................................................................................................... 14
Ato Administrativo: conceito, requisitos, atributos, classificação, espécies, motivação e invalidação. Procedimento
Administrativo................................................................................................................................................................................................................ 19
Contrato administrativo: conceito, características, espécies, inexecução e extinção......................................................................... 26
Licitação: conceito, finalidade, princípios, modalidades, dispensa e inexigibilidade, procedimento, anulação e
revogação........................................................................................................................................................................................................................ 35
CONCEITO, FONTES E EVOLUÇÃO #FicaDica
Conceito de Estado
Conceito sociológico: corporação territorial
que possui um poder de mando originário.
Estado: conceito, elementos e natureza Conceito político: comunidade de homens si-
tuada num território, com poder superior de
“O conceito de Estado varia segundo o ângulo em que ação, de mando e de coerção.
é considerado. Do ponto de vista sociológico, é corpora- Conceito constitucional: pessoa jurídica terri-
ção territorial dotada de um poder de mando originário; torial soberana.
sob o aspecto político, é comunidade de homens, fixada Conceito civil: pessoa jurídica de Direito Pú-
sobre um território, com potestade superior de ação, de blico Interno.
mando e de coerção; sob o prisma constitucional, é pes-
soa jurídica territorial soberana; na conceituação do nos-
so Código Civil, é pessoa jurídica de Direito Público Inter- Em termos históricos, o Estado Moderno passou por
no (art. 14, I). Como ente personalizado, o Estado tanto fases que implicaram na definição de três modelos es-
pode atuar no campo do Direito Público como no do Di- tatais.
reito Privado, mantendo sempre sua única personalidade Inicialmente, o Estado se erige na forma de um Es-
de Direito Público, pois a teoria da dupla personalidade
tado Absoluto, no qual o poder é exercido por um so-
do Estado acha-se definitivamente superada. O Estado
berano de forma ilimitada. No decorrer das Revoluções
é constituído de três elementos originários e indissociá-
que despontaram na Europa – Gloriosa e Francesa – e na
veis: Povo, Território e Governo soberano. Povo é o com-
ponente humano do Estado; Território, a sua base física; própria América – Independência Norte-americana, sur-
Governo soberano, o elemento condutor do Estado, que gem demandas por um modelo de Estado que interferis-
detém e exerce o poder absoluto de autodeterminação e se menos na vida do indivíduo, permitindo o exercício de
auto-organização emanado do Povo. Não há nem pode liberdades individuais e do direito de propriedade, além
haver Estado independente sem Soberania, isto é, sem de outros direitos civis, bem como a participação popular
esse poder absoluto, indivisível e incontrastável de orga- na tomada de decisões, na forma de direitos políticos:
nizar-se e de conduzir-se segundo a vontade livre de seu nasce o modelo do Estado Liberal.
Povo e de fazer cumprir as suas decisões inclusive pela Num momento posterior, quando se experimentaram
força, se necessário. A vontade estatal apresenta-se e se os reflexos da revolução industrial e do pós-guerra, bem
manifesta através dos denominados Poderes de Estado. como da própria reestruturação dos modelos econômi-
Os Poderes de Estado, na clássica tripartição de Montes- cos capitalista e socialista, surgem demandas classistas
quieu, até hoje adotada nos Estados de Direito, são o na busca da retomada da intervenção do Estado na eco-
Legislativo, o Executivo e o judiciário, independentes e nomia e nas relações trabalhistas, assegurando equilíbrio
harmônicos entre si e com suas funções reciprocamente na exploração econômica por parte daqueles que deti-
indelegáveis (CF, art. 2º). A organização do Estado é ma- nham o poder econômico: surge então o Estado Social.
téria constitucional no que concerne à divisão política do Adiante, especialmente após a crise de 1929 e o fim
território nacional, a estruturação dos Poderes, à forma
da 2a Guerra Mundial, surge a necessidade de coadunar
de Governo, ao modo de investidura dos governantes,
tais ideais, focando não apenas no indivíduo, mas tam-
aos direitos e garantias dos governados. Após as disposi-
ções constitucionais que moldam a organização política bém nas demandas coletivas da sociedade: surge o Esta-
do Estado soberano, surgem, através da legislação com- do Democrático de Direito, uma resposta concomitante
plementar e ordinária, e organização administrativa das à frieza liberal quanto ao indivíduo e ao déficit demo-
entidades estatais, de suas autarquias e entidades pa- crático do Estado Social, intensificando-se a participação
raestatais instituídas para a execução desconcentrada e popular no poder.
descentralizada de serviços públicos e outras atividades
de interesse coletivo, objeto do Direito Administrativo e
das modernas técnicas de administração”1. #FicaDica
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Modelos de Estado
Estado Liberal – não intervencionista, liberda-
des negativas, direitos individuais.
Estado Social – intervencionista, bem-estar so-
cial, liberdades positivas, direitos sociais.
Estado Democrático de Direito – intervencio-
nista moderado, participação popular intensi-
ficada, abertura e transparência da Administra-
ção.

1 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo


brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1993.

1
Com efeito, o Estado é uma organização dotada de personalidade jurídica que é composta por povo, território
e soberania. Logo, possui homens situados em determinada localização e sobre eles e em nome deles exerce poder.
É dotado de personalidade jurídica, isto é, possui a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair deveres. Nestes
moldes, o Estado tem natureza de pessoa jurídica de direito público.

Destaca-se o artigo 41 do Código Civil:

Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:


I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura
de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.

Nestes moldes, o Estado é pessoa jurídica de direito público interno. Mas há características peculiares distintivas
que fazem com que afirmá-lo apenas como pessoa jurídica de direito público interno seja correto, mas não suficiente.
Pela peculiaridade da função que desempenha, o Estado é verdadeira pessoa administrativa, eis que concentra para
si o exercício das atividades de administração pública.
A expressão pessoa administrativa também pode ser colocada em sentido estrito, segundo o qual seriam pessoas
administrativas aquelas pessoas jurídicas que integram a administração pública sem dispor de autonomia política
(capacidade de auto-organização). Em contraponto, pessoas políticas seriam as pessoas jurídicas de direito público
interno – União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

#FicaDica
Elementos do Estado: povo + território + soberania
Natureza: pessoa jurídica de direito público / pessoa administrativa
Fim: proteção do interesse coletivo

Estado, Governo e Administração: conceitos, aspectos organizacionais


Trata-se de pessoa jurídica, e não física, porque o Estado não é uma pessoa natural determinada, mas uma estrutura
organizada e administrada por pessoas que ocupam cargos, empregos e funções em seu quadro.
Logo, pode-se dizer que o Estado é uma ficção, eis que não existe em si, mas sim como uma estrutura organizada
pelos próprios homens.
É de direito público porque administra interesses que pertencem a toda sociedade e a ela respondem por desvios
na conduta administrativa, de modo que se sujeita a um regime jurídico próprio, que é objeto de estudo do direito
administrativo.
Em face da organização do Estado, e pelo fato deste assumir funções primordiais à coletividade, no interesse desta,
fez-se necessário criar e aperfeiçoar um sistema jurídico que fosse capaz de regrar e viabilizar a execução de tais fun-
ções, buscando atingir da melhor maneira possível o interesse público visado.
Tal papel é atribuído à Administração, que no âmbito executivo tem sua função máxima exercida pelo Governo.
A execução de funções exclusivamente administrativas constitui, assim, o objeto do Direito Administrativo, ramo do
Direito Público. A função administrativa é toda atividade desenvolvida pela Administração (Estado) representando os
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

interesses de terceiros, ou seja, os interesses da coletividade.


Devido à natureza desses interesses, são conferidos à Administração direitos e obrigações que não se estendem aos
particulares. Logo, a Administração encontra-se numa posição de superioridade em relação a estes.
Importante, neste ponto, frisar a diferença entre as formas de gestão quando se está diante da execução do inte-
resse público – situação do Estado e da Administração – e quando se está diante de interesse privado. A gestão pública
sempre deve assumir a feição de permitir ao cidadão exercer seus direitos e deveres em sociedade, enquanto que na
gestão privada caberá a priorização de atendimento ao cliente.
Não obstante, se, por um lado, o Estado é uno, até mesmo por se legitimar na soberania popular; por outro lado, é
necessária a divisão de funções das atividades estatais de maneira equilibrada, o que se faz pela divisão de Poderes, a
qual resta assegurada no artigo 2º da Constituição Federal.
A função típica de administrar – gerir a coisa pública e aplicar a lei – é do Poder Executivo; cabendo ao Poder Legis-
lativo a função típica de legislar e ao Poder Judiciário a função típica de julgar. Em situações específicas, será possível
que no exercício de funções atípicas o Legislativo e o Judiciário exerçam administração.

2
#FicaDica
Estado – Público – Zela pelo coletivo
Gestão pública deve ser diferente da gestão privada devido ao interesse especial protegido – a coletivi-
dade.

Administração pública: sentidos amplo e estrito

Conceito Sentido amplo Sentido estrito


Órgãos governamentais e
Subjetivo, orgânico ou formal Apenas órgãos administrativos
administrativos
Objetivo, material ou funcional Funções políticas e administrativas Apenas funções administrativas

Por sua vez, conceituando-se administração pública, “em sentido objetivo, material ou funcional, a administração
pública pode ser definida como a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob regime jurídico de
direito público, para a consecução dos interesses coletivos”; ao passo que “em sentido subjetivo, formal ou orgânico,
pode-se definir Administração Pública, como sendo o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui
o exercício da função administrativa do Estado”2. Logo, o sentido objetivo volta-se à atividade administrativa em si, ao
passo que o sentido subjetivo se concentra nos órgãos que a exercem.
Em ambos casos, a distinção do sentido amplo para o restrito está nas espécies de atividades e órgãos que são
abrangidos. No sentido amplo, inserem-se as atividades desempenhadas pelos órgãos de alto escalão no âmbito go-
vernamental, no exercício de funções essencialmente políticas; além das atividades tipicamente administrativas desem-
penhadas pelos diversos órgãos que compõem a administração executando seus fins de interesse público. No sentido
estrito, excluem-se as atividades políticas, abrangendo-se apenas atividades administrativas.

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (STJ - ANALISTA JUDICIÁRIO - ADMINISTRATIVA – CESPE/2018). Tendo em vista as convergências e diver-
gências entre a gestão pública e a gestão privada, julgue o item que se segue.
Tanto na gestão pública quanto na gestão privada é lícito fazer tudo que a lei não proíbe.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. Na gestão privada vigora o princípio da legalidade amplo, o que significa que o particular pode fa-
zer tudo que a lei não proíba. Já na gestão pública, devido aos interesses perseguidos pelo Estado, vigora o princípio
da legalidade estrito, o que implica que o Administrador apenas pode fazer aquilo que a lei expressamente permite.

2. (SEDF - CONHECIMENTOS BÁSICOS - CARGO 2 - CESPE/2017) Acerca de administração pública, organização


do Estado e agentes públicos, julgue o item a seguir.
Não há exclusividade no exercício de suas funções típicas pelos poderes de Estado.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. Dentro dos três Poderes típicos do Estado – Executivo, Legislativo e Judiciário, existem funções típi-
cas, isto é, o Executivo administra, o Legislativo legisla, o Judiciário julga. Em casos excepcionais é possível observar
o exercício de funções atípicas dentro de cada um dos Poderes.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

3) (AGU - ADVOGADO DA UNIÃO - CESPE/2004). Acerca do conceito de administração pública, da teoria do órgão
da pessoa jurídica aplicada ao direito administrativo, da concentração e da desconcentração de competências e dos
atos e fatos da administração pública, julgue os itens a seguir.
A administração pública, em seu sentido formal, é o conjunto de órgãos instituídos com a finalidade de realizar as
opções políticas e os objetivos do governo e, em seu sentido material, é o conjunto de funções necessárias ao serviço
público em geral.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. O sentido formal abrange apenas os órgãos administrativos, ou ainda, os órgãos governamentais
e administrativos; o sentido material abrange as funções administrativas e num sentido amplo mesmo as funções
políticas.
2 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 23. ed. São Paulo: Atlas editora, 2010.

3
Regime jurídico-administrativo a) Princípio da legalidade: Para o particular, lega-
lidade significa a permissão de fazer tudo o que
Regime jurídico é uma expressão que designa o trata- a lei não proíbe. Contudo, como a administração
mento normativo que o ordenamento confere a determi- pública representa os interesses da coletividade,
nado assunto. Com efeito, o regime jurídico administra- ela se sujeita a uma relação de subordinação, pela
tivo corresponde ao conjunto de regras e princípios que qual só poderá fazer o que a lei expressamente de-
estruturam o Direito Administrativo, atribuindo-lhe auto- termina (assim, na esfera estatal, é preciso lei ante-
nomia enquanto um ramo autônomo da ciência jurídica. rior editando a matéria para que seja preservado o
No mais, coloca-se o Estado numa posição verticalizada princípio da legalidade). A origem deste princípio
em relação ao administrado. está na criação do Estado de Direito, no sentido
Logo, regime jurídico-administrativo é o conjunto de de que o próprio Estado deve respeitar as leis que
princípios e regras que compõem o Direito Administra- dita.
tivo, conferindo prerrogativas e fixando restrições à Ad-
b) Princípio da impessoalidade: Por força dos in-
ministração Pública peculiares, não presentes no direito
teresses que representa, a administração pública
privado, bem como a colocando em uma posição de su-
está proibida de promover discriminações gra-
premacia quanto aos administrados.
Os objetivos do regime jurídico-administrativo são o tuitas. Discriminar é tratar alguém de forma dife-
de proteção dos direitos individuais frente ao Estado e de rente dos demais, privilegiando ou prejudicando.
satisfação de interesses coletivos. Segundo este princípio, a administração pública
Os princípios e regras que o compõem se encontram deve tratar igualmente todos aqueles que se en-
espalhados pela Constituição e por legislações infracons- contrem na mesma situação jurídica (princípio da
titucionais. A base do regime jurídico administrativo está isonomia ou igualdade). Por exemplo, a licitação
nos princípios que regem a Administração Pública. reflete a impessoalidade no que tange à contra-
tação de serviços. O princípio da impessoalidade
correlaciona-se ao princípio da finalidade, pelo
#FicaDica qual o alvo a ser alcançado pela administração
Regime jurídico administrativo = regras + pública é somente o interesse público. Com efei-
princípios = normas que compõem o Direito to, o interesse particular não pode influenciar no
Administrativo tratamento das pessoas, já que deve-se buscar so-
mente a preservação do interesse coletivo.
c) Princípio da moralidade: A posição deste princí-
Princípios constitucionais expressos pio no artigo 37 da CF representa o reconhecimen-
Art. 37, Constituição Federal. A administração pública to de uma espécie de moralidade administrativa,
direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, intimamente relacionada ao poder público. A ad-
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obe- ministração pública não atua como um particular,
decerá aos princípios de legalidade, impessoalida- de modo que enquanto o descumprimento dos
de, moralidade, publicidade e eficiência e, tam- preceitos morais por parte deste particular não é
bém, ao seguinte: [...] punido pelo Direito (a priori), o ordenamento jurí-
São princípios da administração pública, nesta ordem: dico adota tratamento rigoroso do comportamen-
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e to imoral por parte dos representantes do Estado.
eficiência.
O princípio da moralidade deve se fazer presente
não só para com os administrados, mas também
#FicaDica no âmbito interno. Está indissociavelmente ligado
Para memorizar: veja que as iniciais das pala- à noção de bom administrador, que não somen-
vras formam o vocábulo LIMPE, que remete à te deve ser conhecedor da lei, mas também dos
limpeza esperada da Administração Pública. princípios éticos regentes da função administra-
Legalidade tiva. TODO ATO IMORAL SERÁ DIRETAMENTE ILE-
Impessoalidade GAL OU AO MENOS IMPESSOAL, daí a intrínseca
Moralidade ligação com os dois princípios anteriores.
Publicidade d) Princípio da publicidade: A administração públi-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Eficiência ca é obrigada a manter transparência em relação


a todos seus atos e a todas informações armaze-
nadas nos seus bancos de dados. Daí a publicação
É de fundamental importância um olhar atento ao em órgãos da imprensa e a afixação de portarias.
significado de cada um destes princípios, posto que eles Por exemplo, a própria expressão concurso públi-
estruturam todas as regras éticas prescritas no Código de co (art. 37, II, CF) remonta ao ideário de que todos
Ética e na Lei de Improbidade Administrativa, tomando devem tomar conhecimento do processo seletivo
como base os ensinamentos de Carvalho Filho3 e Spitz- de servidores do Estado. Diante disso, como será
covsky4: visto, se negar indevidamente a fornecer informa-
ções ao administrado caracteriza ato de improbi-
3 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
dade administrativa.
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris,
2010.
4 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: Método, 2011.

4
No mais, prevê o §1º do artigo 37, CF, evitando que o Resposta: Errado. Embora seja lícito o gasto com
princípio da publicidade seja deturpado em propaganda propaganda governamental, esta deverá respeitar os
político-eleitoral: princípios da administração. Neste sentido, a publici-
dade não pode ter caráter propagandista partidário,
Artigo 37, §1º, CF. A publicidade dos atos, programas, visando promover o governante que nada mais fez
obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos de- que o seu trabalho – investir o dinheiro público em
verá ter caráter educativo, informativo ou de orienta- gastos de interesse coletivo. A conduta descrita na
ção social, dela não podendo constar nomes, símbolos situação hipotética corresponde a uma situação de
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de pessoalidade na publicidade, o que é proibido pelo
autoridades ou servidores públicos. princípio da impessoalidade.
Somente pela publicidade os indivíduos controlarão
a legalidade e a eficiência dos atos administrativos. Os 2. (ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA -
instrumentos para proteção são o direito de petição e CONHECIMENTOS GERAIS -CESPE/2018) Julgue o
as certidões (art. 5°, XXXIV, CF), além do habeas data e - item que se segue, a respeito de aspectos diversos rela-
residualmente - do mandado de segurança. Neste viés, cionados ao direito administrativo.
ainda, prevê o artigo 37, CF em seu §3º:  O núcleo do princípio da eficiência no direito administra-
Artigo 37, §3º, CF. A lei disciplinará as formas de par- tivo é a procura da produtividade e economicidade, sen-
ticipação do usuário na administração pública direta do este um dever constitucional da administração, que
e indireta, regulando especialmente: não poderá ser desrespeitado pelos agentes públicos,
I -  as reclamações relativas à prestação dos serviços sob pena de responsabilização pelos seus atos.
públicos em geral, asseguradas a manutenção de ser-
viços de atendimento ao usuário e a avaliação perió- ( ) CERTO ( ) ERRADO
dica, externa e interna, da qualidade dos serviços;
II -  o acesso dos usuários a registros administrativos Resposta: Certo. O princípio da eficiência se concen-
tra na soma de dois fatores: qualidade e economia,
e a informações sobre atos de governo, observado o
ou seja, produtividade e economicidade. Não basta
disposto no art. 5º, X e XXXIII;
conseguir um produto mais barato se ele não atender
III -  a disciplina da representação contra o exercício
a padrões mínimos para ser utilizado; não basta que
negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função
o funcionário público trabalhe rápido se o seu serviço
na administração pública.
for executado de forma falha. Caso ocorra desrespeito
ao princípio da eficiência, o funcionário poderá sim ser
e) Princípio da eficiência: A administração pública
responsabilizado, civil, penal e administrativamente,
deve manter ou ampliar a qualidade de seus servi- conforme o caso concreto.
ços com controle de gastos. Isso envolve eficiência
ao contratar pessoas (o concurso público selecio- 3. (STM - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINIS-
na os mais qualificados ao exercício do cargo), ao TRATIVA - CESPE/2018) A respeito dos princípios da
manter tais pessoas em seus cargos (pois é possí- administração pública, de noções de organização admi-
vel exonerar um servidor público por ineficiência) nistrativa e da administração direta e indireta, julgue o
e ao controlar gastos (limitando o teto de remu- item que se segue.
neração), por exemplo. O núcleo deste princípio O princípio da impessoalidade está diretamente relacio-
é a procura por produtividade e economicidade. nado à obrigação de que a autoridade pública não dis-
Alcança os serviços públicos e os serviços adminis- pense os preceitos éticos, os quais devem estar presen-
trativos internos, se referindo diretamente à con- tes em sua conduta.
duta dos agentes. ( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. O enunciado descreve o princípio


da moralidade administrativa. É ele que determina
EXERCÍCIOS COMENTADOS que o administrador atenda a princípios éticos em sua
conduta, não se limitando a critérios de legalidade
1. (STJ - ANALISTA JUDICIÁRIO - OFICIAL DE JUS- (embora estes sejam de fato indispensáveis).
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

TIÇA AVALIADOR FEDERAL - CESPE/2018) Acerca


dos princípios e dos poderes da administração pública, Princípios administrativos implícitos
da organização administrativa, dos atos e do contro-
le administrativo, julgue o item a seguir, considerando Além destes cinco princípios administrativo-constitu-
a legislação, a doutrina e a jurisprudência dos tribunais cionais diretamente selecionados pelo constituinte, po-
superiores. dem ser apontados outros princípios que regem a função
Situação hipotética: O prefeito de determinado município pública, esparsos na legislação infraconstitucional e im-
promoveu campanha publicitária para combate ao mos- plícitos na norma constitucional:
quito da dengue. Nos panfletos, constava sua imagem,
além do símbolo da sua campanha eleitoral. Assertiva: a) Princípio da legitimidade: todo ato administrati-
No caso, não há ofensa ao princípio da impessoalidade. vo praticado pela Administração Pública é presu-
mido legítimo. Maria Sylvia Zanella Di Pietro en-
( ) CERTO ( ) ERRADO tende que, “há cinco fundamentos para justificar

5
a presunção de legitimidade: a) o procedimento e - Necessidade ou exigibilidade: a adoção da medida
as formalidades que antecedem sua edição, cons- restritiva de um direito humano ou fundamental
tituindo garantia de observância da lei; b) o fato de somente é legítima se indispensável na situação
expressar a soberania do poder estatal, de modo em concreto e se não for possível outra solução
que a autoridade que expede o ato; c) a necessi- menos gravosa;
dade de assegurar celeridade no cumprimento - Proporcionalidade em sentido estrito: tem o sen-
das decisões administrativas; d) os mecanismos tido de máxima efetividade e mínima restrição a
de controle sobre a legalidade do ato; e) a sujei- ser guardado com relação a cada ato jurídico que
ção da Administração ao princípio da legalidade, recaia sobre um direito humano ou fundamental,
presumindo-se que seus atos foram praticados em notadamente verificando se há uma proporção
conformidade com a lei”. adequada entre os meios utilizados e os fins de-
b) Princípio da participação: Quem deve participar sejados.
é quem vive na sociedade, é o cidadão, aquele que
d) Princípio da economicidade: Deve ser buscado
pode ter direitos. Participar é ao mesmo tempo
sempre o menor custo para atingir ao fim preten-
um direito e um dever. O cidadão deve participar,
dido pela Administração. Afinal, o dinheiro que é
esta é uma obrigação de todo aquele que vive em
gasto pelo governo pertence ao povo, que contri-
sociedade. E o cidadão deve ter espaço para par-
ticipar. Com a ampliação do conceito de soberania bui por meio de impostos, e deve ser adequada-
e cidadania e, consequentemente, da responsabili- mente gerido para ampliar o bem-estar social.
dade do cidadão, se torna ainda mais evidente esta e) Princípio da motivação: É a obrigação conferida
necessidade de participar. A democracia brasileira ao administrador de motivar todos os atos que
adota a modalidade semidireta, porque possibilita edita, gerais ou de efeitos concretos. É considera-
a participação popular direta no poder por inter- do, entre os demais princípios, um dos mais impor-
médio de processos como o plebiscito, o referen- tantes, uma vez que sem a motivação não há o de-
do e a iniciativa popular (art. 14, CF). No entanto, vido processo legal, uma vez que a fundamentação
reconhece-se que as hipóteses de participação surge como meio interpretativo da decisão que le-
constitucionalmente expressas não esgotam o rol vou à prática do ato impugnado, sendo verdadeiro
de possibilidades de exercício da participação pelo meio de viabilização do controle da legalidade dos
povo. Por exemplo, o próprio exercício de liberda- atos da Administração.
de de manifestação se encaixa como participação,
tal como a participação em audiências públicas, Motivar significa mencionar o dispositivo legal apli-
etc. cável ao caso concreto e relacionar os fatos que concre-
c) Princípios da razoabilidade e proporcionalidade: tamente levaram à aplicação daquele dispositivo legal.
Razoabilidade e proporcionalidade são fundamen- Todos os atos administrativos devem ser motivados para
tos de caráter instrumental na solução de conflitos que o Judiciário possa controlar o mérito do ato admi-
que se estabeleçam entre direitos, notadamente nistrativo quanto à sua legalidade. Para efetuar esse con-
quando não há legislação infraconstitucional es- trole, devem ser observados os motivos dos atos admi-
pecífica abordando a temática objeto de conflito. nistrativos.
Neste sentido, quando o poder público toma de- Em relação à necessidade de motivação dos atos ad-
terminada decisão administrativa deve se utilizar ministrativos vinculados (aqueles em que a lei aponta
destes vetores para determinar se o ato é correto
um único comportamento possível) e dos atos discricio-
ou não, se está atingindo indevidamente uma es-
nários (aqueles que a lei, dentro dos limites nela previs-
fera de direitos ou se é regular. Tanto a razoabilida-
tos, aponta um ou mais comportamentos possíveis, de
de quanto a proporcionalidade servem para evitar
acordo com um juízo de conveniência e oportunidade), a
interpretações esdrúxulas manifestamente contrá-
rias às finalidades do texto declaratório. doutrina é uníssona na determinação da obrigatoriedade
de motivação com relação aos atos administrativos vin-
Razoabilidade e proporcionalidade guardam, assim, a culados; todavia, diverge quanto à referida necessidade
mesma finalidade, mas se distinguem em alguns pontos. quanto aos atos discricionários.
Historicamente, a razoabilidade se desenvolveu no di- Meirelles5 entende que o ato discricionário, editado
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

reito anglo-saxônico, ao passo que a proporcionalidade sob os limites da Lei, confere ao administrador uma mar-
se origina do direito germânico (muito mais metódico, gem de liberdade para fazer um juízo de conveniência e
objetivo e organizado), muito embora uma tenha bus- oportunidade, não sendo necessária a motivação. No en-
cado inspiração na outra certas vezes. Por conta de sua tanto, se houver tal fundamentação, o ato deverá condi-
origem, a proporcionalidade tem parâmetros mais claros cionar-se a esta, em razão da necessidade de observância
nos quais pode ser trabalhada, enquanto a razoabilidade da Teoria dos Motivos Determinantes. O entendimento
permite um processo interpretativo mais livre. Evidencia- majoritário da doutrina, porém, é de que, mesmo no ato
-se o maior sentido jurídico e o evidente caráter delimi- discricionário, é necessária a motivação para que se saiba
tado da proporcionalidade pela adoção em doutrina de qual o caminho adotado pelo administrador. Gasparini6,
sua divisão clássica em 3 sentidos:
5 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo
- Adequação, pertinência ou idoneidade: significa que
brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1993.
o meio escolhido é de fato capaz de atingir o ob-
6 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª
jetivo pretendido;
ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

6
com respaldo no art. 50 da Lei n. 9.784/98, aponta inclu- Súmula 346. A administração pública pode declarar a
sive a superação de tais discussões doutrinárias, pois o nulidade dos seus próprios atos.
referido artigo exige a motivação para todos os atos nele Súmula 473. A administração pode anular seus pró-
elencados, compreendendo entre estes, tanto os atos prios atos, quando eivados de vícios que os tornam ile-
discricionários quanto os vinculados. gais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los,
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados
f) Princípio da probidade: um princípio constitucio- os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
nal incluído dentro dos princípios específicos da apreciação judicial.
licitação, é o dever de todo o administrador pú- Os atos administrativos podem ser extintos por re-
blico, o dever de honestidade e fidelidade com o vogação ou anulação. A Administração tem o poder de
Estado, com a população, no desempenho de suas rever seus próprios atos, não apenas pela via da anula-
funções. Possui contornos mais definidos do que ção, mas também pela da revogação. Aliás, não é possí-
a moralidade. Diógenes Gasparini7 alerta que al- vel revogar atos vinculados, mas apenas discricionários.
guns autores tratam veem como distintos os prin- A revogação se aplica nas situações de conveniência e
cípios da moralidade e da probidade administrati- oportunidade, quanto que a anulação serve para as si-
va, mas não há características que permitam tratar tuações de vício de legalidade.
os mesmos como procedimentos distintos, sendo
no máximo possível afirmar que a probidade ad- i) Princípio da Segurança Jurídica: segurança jurí-
ministrativa é um aspecto particular da moralidade dica é a garantia social de que as leis serão respei-
administrativa. tadas e cobrirão o mais vasto possível rol relações
g) Princípio da continuidade dos serviços públi- socialmente relevantes. Em termos objetivos, versa
cos: O Estado assumiu a prestação de determina- sobre a irretroatividade de nova interpretação de
dos serviços, por considerar que estes são funda-
lei no âmbito da Administração Pública. Em termos
mentais à coletividade. Apesar de os prestar de
subjetivos, versa sobre a confiança da sociedade
forma descentralizada ou mesmo delegada, deve a
nos atos, procedimentos e condutas proferidas
Administração, até por uma questão de coerência,
pelo Estado.
oferecê-los de forma contínua e ininterrupta. Pelo
j) Princípio da finalidade: O princípio da finalidade
princípio da continuidade dos serviços públicos, o
imprime à autoridade administrativa o dever de
Estado é obrigado a não interromper a prestação
dos serviços que disponibiliza. A respeito, tem-se praticar o ato administrativo com vistas à realiza-
o artigo 22 do Código de Defesa do Consumidor: ção da finalidade perseguida pela lei. A finalidade
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, sempre envolverá a preservação do interesse pú-
concessionárias, permissionárias ou sob qualquer ou- blico.
tra forma de empreendimento, são obrigados a forne- k) Princípio da supremacia do interesse público
cer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto sobre o privado: Na maioria das vezes, a Admi-
aos essenciais, contínuos. nistração, para buscar de maneira eficaz tais inte-
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total resses, necessita ainda de se colocar em um pata-
ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão mar de superioridade em relação aos particulares,
as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a repa- numa relação de verticalidade, e para isto se utiliza
rar os danos causados, na forma prevista neste código. do princípio da supremacia, conjugado ao princí-
h) Princípios da Tutela e da Autotutela da Admi- pio da indisponibilidade, pois, tecnicamente, tal
nistração Pública: a Administração possui a facul- prerrogativa é irrenunciável, por não haver facul-
dade de rever os seus atos, de forma a possibili- dade de atuação ou não do Poder Público, mas sim
tar a adequação destes à realidade fática em que “dever” de atuação.
atua, e declarar nulos os efeitos dos atos eivados Sempre que houver conflito entre um interesse indi-
de vícios quanto à legalidade. O sistema de con- vidual e um interesse público coletivo, deve prevalecer o
trole dos atos da Administração adotado no Brasil interesse público. São as prerrogativas conferidas à Ad-
é o jurisdicional. Esse sistema possibilita, de forma ministração Pública, porque esta atua por conta de tal
inexorável, ao Judiciário, a revisão das decisões to- interesse. Com efeito, o exame do princípio é predomi-
madas no âmbito da Administração, no tocante à nantemente feito no caso concreto, analisando a situa-
sua legalidade. É, portanto, denominado controle ção de conflito entre o particular e o interesse público e
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

finalístico, ou de legalidade. mensurando qual deve prevalecer.

À Administração, por conseguinte, cabe tanto a anu- l) Princípio da indisponibilidade do interesse pú-
lação dos atos ilegais como a revogação de atos váli- blico: A Administração não possui livre disposição
dos e eficazes, quando considerados inconvenientes ou dos bens e interesses públicos, uma vez que atua
inoportunos aos fins buscados pela Administração. Essa em nome de terceiros, a coletividade. O interesse
forma de controle endógeno da Administração denomi- público é indisponível, o que implica em afirmar
na-se princípio da autotutela. Ao Poder Judiciário cabe que todo o patrimônio público deve ser preserva-
somente a anulação de atos reputados ilegais. O emba- do e gerido de maneira adequada. Por isso, con-
samento de tais condutas é pautado nas Súmulas 346 e fere-se ao agente administrador da coisa pública
473 do Supremo Tribunal Federal. o dever de prestar contas sobre o patrimônio por
ele controlado, evitando que a coisa se perca ou se
7 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª
deteriore de maneira indevida.
ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

7
Resposta: Certo. A Administração Pública pode rever
de ofício seus próprios atos, não necessitando de pro-
EXERCÍCIOS COMENTADOS vocação, o que se denomina princípio da autotutela.
O entendimento é sumulado pelo STF: “Súmula 346.
1. (STJ - ANALISTA JUDICIÁRIO - ADMINISTRATI- A administração pública pode declarar a nulidade dos
VA – CESPE/2018) Em relação aos princípios aplicáveis à seus próprios atos. Súmula 473. A administração pode
administração pública, julgue o próximo item. anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
O princípio da proporcionalidade, que determina a ade- que os tornam ilegais, porque deles não se originam
quação entre os meios e os fins, deve ser obrigatoria- direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência
mente observado no processo administrativo, sendo ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos,
vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.
em medida superior àquelas estritamente necessárias ao
atendimento do interesse público.
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: CONCEITO,
( ) CERTO ( ) ERRADO PRINCÍPIOS, FINALIDADE
Resposta: Certo. O princípio da proporcionalidade na
conduta administrativa é de aplicação geral, inclusive
no âmbito do processo administrativo. As obrigações,
restrições e sanções devem encontrar arcabouço le- Conceito de Administração Pública
gal correspondente e serem estritamente necessárias,
atendendo ao exclusivo propósito de respeito ao inte- Administração Pública é uma expressão que pode
resse público. comportar pelo menos dois sentidos: na sua acepção
subjetiva e formal, a Administração Pública confunde-se
2. (STM - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINIS- com a pessoa de seus agentes, órgãos, e entidades públi-
TRATIVA - CESPE/2018) A respeito dos princípios da cas que exercem a função administrativa. Já na acepção
administração pública, de noções de organização admi- objetiva e material da palavra, podemos definir a admi-
nistrativa e da administração direta e indireta, julgue o nistração pública (alguns doutrinadores preferem colo-
car a palavra em letras minúsculas para distinguir melhor
item que se segue.
suas concepções), como a atividade estatal de promover
Embora não estejam previstos expressamente na Cons-
concretamente o interesse público.
tituição vigente, os princípios da indisponibilidade, da
Também podemos dividir, na acepção material, em
razoabilidade e da segurança jurídica devem orientar a
administração pública lato sensu e stricto sensu. Em sen-
atividade da administração pública.
tido amplo, abrange não somente a função administrati-
va, como também a função política, incluindo-se nela os
( ) CERTO ( ) ERRADO
órgãos governamentais. Em sentido estrito, administra-
ção pública envolve apenas a função administrativa em
Resposta: Certo. Embora a Constituição colacione
si.
apenas cinco princípios de forma expressa – legalida-
de, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiên- 2.2 Princípios da Administração Pública
cia, existem diversos princípios que também devem ser
seguidos e respeitados por parte da Administração, os Os princípios que regem a atividade da Administra-
quais são considerados implícitos. Todos eles buscam ção Pública são vastos, podendo estar explícitos em nor-
fazer com que a atividade administrativa cumpra sua ma positivada, ou até mesmo implícitos, porém denota-
finalidade de contrabalancear interesses coletivos e li- dos segundo a interpretação das normas jurídicas. Além
berdades individuais, sempre priorizando o interesse disso, os princípios administrativos podem ser constitu-
público, porém sem violar direitos dos cidadãos. Entre cionais, ou infraconstitucionais.
eles, estão a indisponibilidade, a razoabilidade e a se-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

gurança jurídica. 2.2.1. Princípios Constitucionais

3. (CGM DE JOÃO PESSOA/PB - CONHECIMENTOS São os princípios previstos no Texto Constitucional,


BÁSICOS - CARGOS: 1, 2 E 3 - CESPE/2018) Com rela- mais especificamente no caput do artigo. 37. Segundo o
ção aos princípios aplicáveis à administração pública e ao dispositivo: “A administração pública (observe que o tex-
enriquecimento ilícito por agente público, julgue o item to legal não fez questão de colocar a expressão em letras
a seguir. maiúsculas, embora esteja claramente dissertando sobre
Decorre do princípio de autotutela o poder da adminis- a entidade que exerce a função administrativa) direta e
tração pública de rever os seus atos ilegais, independen- indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
temente de provocação. do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos prin-
cípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publi-
( ) CERTO ( ) ERRADO cidade e eficiência e, também, ao seguinte:”. Assim, es-
quematicamente, temos os princípios constitucionais da:

8
A) Legalidade: fruto da própria noção de Estado de 2.2.2.1 Princípio da Autotutela
Direito, as atividades do gestor público estão sub-
missas a forma da lei. A legalidade promove maior Alguns concursos utilizam também o nome “princí-
segurança jurídica para os administrados, na me- pio da sindicabilidade” para designar a autotutela, que
dida em que proíbe que a Administração Pública diz respeito ao controle interno que a Administração
pratique atos abusivos. Ao contrário dos particu- Pública exerce sobre os seus próprios atos. Isso signifi-
lares, que podem fazer tudo aquilo que a lei não ca que, havendo algum ato administrativo ilícito ou que
proíbe, a Administração só pode realizar o que lhe seja inconveniente e contrário ao interesse público, não
é expressamente autorizado por lei. é necessária a intervenção judicial para que a própria Ad-
B) Impessoalidade: a atividade da Administração Pú- ministração anule ou revogue esses atos.
blica deve ser imparcial, de modo que é vedado
haver qualquer forma de tratamento diferenciado #FicaDica
entre os administrados. Há uma forte relação entre Anulação é o procedimento que tem por
a impessoalidade e a finalidade pública, pois quem objetivo retirar um ato ilícito, por ser consi-
age por interesse próprio não condiz com a finali- derado uma afronta a lei. A anulação possui
dade do interesse público. efeito retroativo, ataca a validade do ato até
C) Moralidade: a Administração impõe a seus agen- o momento da sua concepção (eficácia ex
tes o dever de zelar por uma “boa-administração”, tunc). A revogação, por sua vez, é a forma
buscando atuar com base nos valores da moral co- de desfazer um ato válido, perfeito e legíti-
mum, isso é, pela ética, decoro, boa-fé, e lealdade. mo, mas que por trazer certa inconveniência,
A moralidade não é somente um princípio, mas não é mais útil ou oportuno. Não tem efeito
também requisito de validade dos atos adminis- retroativo, não podendo atingir as situações
trativos. advindas antes da revogação (eficácia ex
D) Publicidade: a publicação dos atos da Administra- nunc).
ção promove maior transparência e garante eficá-
cia erga omnes. Além disso, também diz respeito
ao direito fundamental que toda pessoa tem de Não havendo necessidade de recorrer ao Poder Judi-
obter acesso a informações de seu interesse pe- ciário, quis o legislador que a Administração possa, dessa
los órgãos estatais, salvo as hipóteses em que esse forma, promover maior celeridade na recomposição da
direito ponha em risco a vida dos particulares ou ordem jurídica afetada pelo ato ilícito, e garantir maior
o próprio Estado, ou ainda que ponha em risco a proteção ao interesse público contra os atos inconve-
vida íntima dos envolvidos. nientes.
E) Eficiência: Implementado pela reforma adminis- Segundo o disposto no art. 53 da Lei nº 9.784/1999:
trativa promovida pela Emenda Constitucional nº “A Administração deve anular seus próprios atos, quan-
19 de 1988, a eficiência se traduz na tarefa da Ad- do eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por
ministração de alcançar os seus resultados de uma motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
forma célere, promovendo melhor produtividade direitos adquiridos”. A distinção feita pelo legislador é
e rendimento, evitando gastos desnecessários no bastante oportuna: ele enfatiza a natureza vinculada do
exercício de suas funções. A eficiência fez com que ato anulatório, e a discricionariedade do ato revogatório.
A Administração pode revogar os atos inconvenientes,
a Administração brasileira adquirisse caráter ge-
mas tem o dever de anular os atos ilegais.
rencial, tendo maior preocupação na execução de
A autotutela também tem previsão em duas súmu-
serviços com perfeição ao invés de se preocupar
las do Supremo Tribunal Federal. Súmula nº 346: “A Ad-
com procedimentos e outras burocracias. A ado-
ministração Pública pode declarar a nulidade de seus
ção da eficiência, todavia, não permite à Adminis- próprios atos”. Súmula nº 473: “A administração pode
tração agir fora da lei, não se sobrepõe ao princípio anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que
da legalidade. os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos;
ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportu-
2.2.2 Princípios Infraconstitucionais nidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

em todos os casos, a apreciação judicial”. A utilização do


Os princípios administrativos não se esgotam no âm- verbo “poder” nas duas súmulas está incorreta: o certo
bito constitucional. Existem outros princípios cuja previ- seria dizer que a Administração deve anular os seus pró-
são não está disposta na Carta Magna, e sim na legisla- prios atos.
ção infraconstitucional. É o caso do disposto no caput do
artigo 2º da Lei nº 9.784/1999: “A Administração Pública 2.2.2.2 Princípio da Supremacia do Interesse Pú-
obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, blico
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade,
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurí- Esse princípio advém da própria autotutela adminis-
dica, interesse público e eficiência”. trativa. Diz respeito a atuação estatal que, quando age
Convém, então, detalhar esses princípios de origem em vista de algum interesse imediato, o seu fim último
legal. deve ser sempre almejar o interesse público, que é a
vontade de toda população brasileira, no seu coletivo.

9
Para atingir os seus objetivos, a supremacia do interesse específica, prevista em lei. Já o princípio da supremacia
público garante diversas prerrogativas à Administração, do interesse público diz respeito à sobreposição do inte-
de modo a facilitar a sua atuação, sobrepondo-se ao in- resse da coletividade em relação ao interesse privado. A
teresse dos particulares. finalidade disposta em lei pode, por exemplo, ser justa-
O interesse privado, por mais que seja protegido e mente a proteção ao interesse público.
tenha garantias jurídicas (sobretudo os direitos funda- Com isso, fica bastante clara a ideia de que todo ato,
mentais individuais, dispostos nos incisos do art. 5º da além de ser devidamente motivado, possui um fim espe-
CF/1988), deve se submeter ao interesse coletivo. Exem- cífico, com a devida previsão legal. O desvio de finalida-
plificando: por mais que o direito à propriedade privada de, ou desvio de poder, são defeitos que tornam nulo o
(interesse privado) deva ser protegido e amparado pela ato praticado pelo Poder Público.
legislação, isso não impede que o Poder Público possa
proibir a construção projetada em terreno onde se situa 2.2.2.5 Princípio da Razoabilidade
um prédio tombado. A preservação daquele local, como
patrimônio histórico, é de interesse público. Agir com razoabilidade é decorrência da própria no-
ção de competência. Todo poder tem suas correspon-
2.2.2.3 Princípio da Motivação dentes limitações. O Estado deve realizar suas funções
com coerência, equilíbrio e bom senso. Não basta apenas
Também pode constar em outras obras como “prin- atender à finalidade prevista na lei, mas é de igual impor-
cípio da obrigatória motivação”. Trata-se de uma técni- tância o como ela será atingida. É uma decorrência lógica
ca de controle dos atos administrativos, o qual impõe do princípio da legalidade.
à Administração o dever de indicar os pressupostos de Dessa forma, os atos imoderados, abusivos, irracio-
fato e de direito que justificam a prática daquele ato. A nais e incoerentes, são incompatíveis com o interesse
fundamentação da prática dos atos administrativos será público, podendo ser anulados pelo Poder Judiciário ou
sempre por escrito. Possui previsão no art. 50 da Lei nº pela própria entidade administrativa que praticou tal
9.784/1999: “Os atos administrativos deverão ser mo- medida. Em termos práticos, a razoabilidade (ou falta
tivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos dela) é mais aparente quando tenta coibir o excesso pelo
jurídicos, quando (...)”; e também no art. 2º, par. único, exercício do poder disciplinar ou poder de polícia. Poder
VII, da mesma Lei: “Nos processos administrativos serão disciplinar traduz-se na prática de atos de controle exer-
observados, entre outros, os critérios de: VII - indicação cidos contra seus próprios agentes, isso é, de destinação
dos pressupostos de fato e de direito que determinarem interna. Poder de polícia é o conjunto de atos praticados
a decisão”. A motivação é uma decorrência natural do pelo Estado que tem por escopo limitar e condicionar o
princípio da legalidade, pois a prática de um ato adminis- exercício de direitos individuais e o direito à propriedade
trativo fundamentado, mas que não esteja previsto em privada.
lei, seria algo ilógico.
Convém estabelecer a diferença entre motivo e mo- 2.2.2.6 Princípio da Proporcionalidade
tivação. Motivo é o ato que autoriza a prática da medida
administrativa, portanto, antecede o ato administrativo. O princípio da proporcionalidade tem similitudes
A motivação, por sua vez, é o fundamento escrito, de fato com o princípio da razoabilidade. Há muitos autores,
ou de direito, que justifica a prática da referida medida. inclusive, que preferem unir os dois princípios em uma
Exemplo: na hipótese de alguém sofrer uma multa por nomenclatura só. De fato, a Administração Pública deve
ultrapassar limite de velocidade, a infração é o motivo atentar-se a exageros no exercício de suas funções. A
(ultrapassagem do limite máximo de velocidade); já o do- proporcionalidade é um aspecto da razoabilidade volta-
cumento de notificação da multa é a motivação. A multa do a controlar a justa medida na prática de atos admi-
seria, então, o ato administrativo em questão. nistrativos. Busca evitar extremos, exageros, pois podem
Quanto ao momento correto para sua apresentação, ferir o interesse público.
entende-se que a motivação pode ocorrer simultanea- Segundo o art. 2º, par. único, VI, da Lei nº 9.784/1999,
mente, ou em um instante posterior a prática do ato (em deve o Administrador agir com “adequação entre meios
respeito ao princípio da eficiência). A motivação intem- e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e
pestiva, isso é, aquela dada em um momento demasia- sanções em medida superior àquelas estritamente ne-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

damente posterior, é causa de nulidade do ato adminis- cessárias ao atendimento do interesse público”. Na práti-
trativo. ca, a proporcionalidade também encontra sua aplicação
no exercício do poder disciplinar e do poder de polícia.
2.2.2.4 Princípio da Finalidade Esses não são os únicos princípios que regem as rela-
ções da Administração Pública. Porém, escolhemos trazer
Sua previsão encontra-se no art. 2º, par. único, II, da com mais detalhes os princípios que julgamos ser mais
Lei nº 9.784/1999. “Nos processos administrativos serão característicos da Administração. Isso não quer dizer que
observados, entre outros, os critérios de: II - atendimen- outros princípios não possam ser estudados ou aplicados
to a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou a esse ramo jurídico. A Administração também está sub-
parcial de poderes ou competências, salvo autorização missa ao princípio da responsabilidade, ao princípio da
em lei”. O princípio da finalidade muito se assemelha ao segurança jurídica, ao princípio do contraditório e ampla
da primazia do interesse público. O primeiro impõe que defesa, ao princípio da isonomia, entre outros.
o Administrador sempre aja em prol de uma finalidade

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2.3 Centralização e Descentralização São pessoas jurídicas de Direito Público membros da
Administração Indireta: as autarquias, as fundações pú-
Estudar a organização administrativa é matéria im- blicas, agências reguladoras e associações públicas. São
portantíssima que pode cair em diversas provas com o pessoas jurídicas de Direito Privado: as empresas públi-
intuito de forçar o candidato a cair em uma “pegadinha”. cas, as sociedades de economia mista, as fundações go-
Por isso, é imprescindível saber as diferentes entidades vernamentais com estrutura de pessoa jurídica de Direito
que integram a Administração Pública como um todo. O Privado, as subsidiárias, e os consórcios públicos de Di-
Decreto-Lei nº 200/1967 é a legislação que dispõe sobre reito Privado.
a organização administrativa, além de estabelecer diretri-
zes para a Reforma Administrativa. 2.3.1 Autarquias

A Administração, para executar suas funções e expe- As autarquias são pessoas jurídicas de Direito Público
dir seus atos, dispõe de duas técnicas distintas: a descon- interno, criadas por legislação própria, que tem por esco-
centração, e a descentralização. po exercer as funções típicas da Administração Pública.
Há centralização quando o exercício das compe- Seu conceito também encontra-se disposto no art. 5º, I,
tências administrativas é realizado por uma única pes- do Dec-Lei nº 200/1967: “Para os fins desta lei, consi-
soa jurídica, como ocorre quando a União, os Estados, dera-se: I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por
Municípios e o Distrito Federal agem para exercer suas lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita pró-
respectivas funções. A descentralização, por sua vez, é prios, para executar atividades típicas da Administração
a técnica em que a Administração Pública atribui suas Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento,
competências à pessoas jurídicas autônomas, criadas gestão administrativa e financeira descentralizada.”
por ela própria para esse fim. É considerada um princípio
fundamental da própria Administração, nos termos do 2.3.1.1 Características principais das autarquias:
art. 6º, III, do Dec-Lei nº 200/67.
Pelo conceito legal, podemos destacar algumas ca-
Na descentralização, costuma-se utilizar com bastan-
racterísticas próprias das autarquias.
te frequência o termo entidade. Nos termos do art. 1º, §
A) Pessoa Jurídica de Direito Público: isso significa,
2º, II, da Lei nº 9.784/1999: “Para os fins desta Lei, con-
em termos gerais, que às autarquias não são apli-
sideram-se: II – entidade - a unidade de atuação dotada
cáveis as regras de Direito Privado.
de personalidade jurídica”. Entidade da Administração,
B) Criação dependente de Lei específica: o surgimento
assim, é qualquer pessoa jurídica autônoma cujo serviço
da personalidade jurídica da autarquia advém com a
público foi outorgado pela entidade federativa, isso é,
redação de uma Lei cuja matéria seja somente a cria-
pelas pessoas jurídicas de Direito Público interno (União,
ção da referida autarquia (art. 37, XIX, da CF/1988).
Estados, Municípios, Distrito Federal, etc.). Os membros
C) Autonomia gerencial, patrimonial e orçamentária:
federais, nesses casos, realizam apenas uma tarefa de
ter autonomia significa que as autarquias não pos-
controle e fiscalização do serviço prestado pela entidade suem relação de hierarquia com a Administração
outorgada. O conjunto de pessoas jurídicas autônomas Direta, tendo patrimônio próprio e funções típicas
criadas pelo próprio Estado para atingir determinada que não se confundem com os demais entes da
finalidade denomina-se Administração Indireta ou Des- Federação. Não significa, todavia, que não são in-
centralizada. dependentes de seus entes, podendo sofrer fiscali-
Se as entidades são dotadas de personalidade jurí- zação destes no exercício de suas atividades.
dica própria, elas têm responsabilidade pelos danos e D) Regime estatutário: os membros da autarquia ocu-
prejuízos causados por seus agentes públicos, podendo pam cargos públicos. A contratação pelo regime
responder judicialmente pela prática desses atos. celetista, isso é, nos termos da CLT, somente é ad-
As entidades da Administração Indireta podem ter mitida em casos excepcionais.
personalidade jurídica de Direito Público ou de Direito E) Responsabilidade objetiva: não há necessidade de
Privado. Tal diferença é bastante relevante no que diz demonstração de culpa para as autarquias serem
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

respeito ao procedimento de criação dessas entidades responsáveis pela prática de atos de seus agentes.
autônomas. A Administração Direta responde apenas subsi-
As pessoas jurídicas de direito público são criadas por diariamente pela prática dos atos danosos, caso a
lei (art. 37, XIX, da CF/1988), e a sua personalidade jurí- autarquia careça de condições patrimoniais para
dica advém no momento em que tal legislação entra em reparar os danos causados.
vigor no âmbito jurídico, não havendo necessidade de
registro em cartório. 2.3.1.2 Classificação
As pessoas jurídicas de direito privado, todavia, são
autorizadas pela lei (art. 37, XX, da CF/1988), ou seja, a A doutrina tende a classificar as autarquias nos se-
legislação deve permitir que ela exista, para que o Poder guintes grupos:
Executivo regulamente suas funções mediante a expedi- I - Administrativas: são as autarquias comuns, apre-
ção de decretos. Sua personalidade jurídica, dessa forma, sentam regime jurídico ordinário. Exemplo: Instituto
está condicionada ao seu registro em cartório. Nacional de Seguridade Social (INSS).

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II - Especiais: possuem maior autonomia em relação distinção: “somente por lei específica poderá ser criada
as autarquias administrativas devido a presença de autarquia e autorizada a instituição de empresa pública,
certas características, como a presença de dirigentes de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo
com mandato fixo. Podem se subdividir em: b.1) es- à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de
peciais stricto sensu (Banco Central); e b.2) agências sua atuação”.
reguladoras (Anatel, Anvisa). Dessa forma, concluímos que as fundações podem
III - Corporativas: são as corporações profissionais, que ser tanto de Direito Público como de Direito Privado, de-
promovem o controle e a fiscalização de categorias pendendo do que a lei instituidora da fundação delimitar
profissionais. Exemplos: Crea, CRO, CRM. quanto as suas competências. Todavia, importante frisar
IV - Fundacionais: são as fundações públicas, entida- que, mesmo as fundações de regime jurídico privado
des que arrecadam patrimônio para o cumprimento deve obediência às normas públicas, e não à legislação
de um objetivo específico. Exemplos: Funai, Procon, civil.
Funasa.
V - Territoriais: são as autarquias de controle da União, 2.3.3 Agências Reguladoras
também denominadas territórios federais (art. 33 da
CF/1988). A atual Constituição aboliu os territórios fe-
O surgimento das agências reguladoras possui fortes
derais remanescentes.
relações com a época das privatizações na segunda me-
VI - Associativas: são as autarquias criadas pelo re-
sultado de uma celebração de consórcio público, tam- tade dos anos 1990. Neste contexto, as agências regu-
bém denominadas associações públicas. Se o contrato ladoras foram introduzidas, sobretudo pelas ECs nos 8 e
de consórcio público envolver múltiplos entes da Fe- 9, ambas de 1995, para atuar como órgãos reguladores,
deração, tais autarquias podem ser transfederativas. fiscalizadores e controladores da iniciativa privada, que
Exemplo: associação criada entre União, Estados e passaram a desenvolver as tarefas originalmente atribuí-
Municípios para a construção de um teatro. das ao Estado. Alguns exemplos de agências regulado-
ras: Aneel, Anatel, Ancine, ANP, entre outros.

FIQUE ATENTO! 2.3.3.1 Características


Curioso é o caso da Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB). A princípio, a OAB possui as As agências reguladoras também são autarquias sob
características de uma autarquia profissional um regime especial, se diferenciando das autarquias co-
ou corporativa, dado seus objetivos de pro- muns em dois aspectos:
teger os interesses de todos os advogados A) Estabilidade: os dirigentes das agências regulado-
do país. Porém, no julgamento da ADI nº ras não podem ser exonerados por qualquer mo-
3.026/2006, o STF decidiu por retirar a natu- tivo, ao contrário das autarquias, em que seus di-
reza autárquica da OAB, alegando que, por rigentes atuam em cargos de comissão. Assim, os
não possuir personalidade jurídica de Direi- dirigentes das agências têm maior proteção contra
to Público, é entidade independente, não o desligamento forçado, promovendo maior esta-
possui nenhum vínculo com a Administra- bilidade no exercício de seu cargo.
ção Pública, apesar de exercer função insti- B) Mandato fixo: os dirigentes não possuem cargo
tucional. Sendo assim, para todos os efeitos, vitalício. Mas a existência de mandato fixo garan-
o mais correto é afirmar que a OAB não é te também maior estabilidade no seu cargo, visto
autarquia! que ele tem prazo determinado para se encerrar.
A duração dos mandatos pode variar dependendo
de cada agência, podendo ser de 3 anos como na
2.3.2 Fundações Públicas
Anvisa, 4 anos como na Aneel, ou até 5 anos como
As fundações públicas são consideradas espécies de na Anatel.
autarquias, possuindo diversas características similares.
Fundação pública é, nos termos do art. 5º, IV, do Dec- 2.3.3.2 Classificação
-Lei nº 200/1967: “a entidade dotada de personalidade
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em As agências reguladoras podem ser classificadas:
virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimen- I - Quanto à sua origem: a) agências federais; b) esta-
to de atividades que não exijam execução por órgãos ou duais; c) municipais; d) distritais.
entidades de direito público, com autonomia administra- II - Quanto à atividade preponderante: a) agências de
tiva, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos serviço, que exercem as funções típicas; b) agências de
de direção, e funcionamento custeado por recursos da polícia, que exercem fiscalização das atividades eco-
União e de outras fontes.”. A Funai, Funasa, o IBGE, são nômicas; c) agências de fomento, que ajudam a de-
alguns exemplos de fundações públicas. senvolver o setor privado; d) agências de uso de bens
Pelo conceito disposto na legislação, percebe-se que públicos.
o referido Decreto-Lei dispõe serem as fundações como III - Quanto à previsão constitucional: a) agências com
entidades com personalidade jurídica de Direito Privado. referência constitucional (a Anatel tem previsão no
Tal conceituação não foi recepcionada pela Constituição art. 21, XI, da CF/1988); b) agências sem referência
de 1988 que, em seu art. 37, XIX, decidiu não fazer tal constitucional, são a grande maioria.

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IV - Quanto ao instante de sua criação: a) agências E) Contratação de pessoal pelo regime celetista: seus
de primeira geração (1996 a 1999) na época das pri- membros são denominados empregados públicos,
vatizações; b) de segunda geração, de 2000 a 2004; c) salvo as hipóteses de contratação para cargo co-
de terceira geração, que adveio com as agências plu- missionado. É também vedada a acumulação de
ripotenciárias (2005 em diante), exercendo múltiplas cargos, empregos ou funções públicas.
funções simultaneamente. F) Impossibilidade de decretar sua falência: nos ter-
mos do art. 2º, I, da Lei nº 11.101/2005.
2.3.4 Associações públicas

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí- FIQUE ATENTO!


pios são os entes responsáveis pela regulamentação dos O Tribunal de Contas é instituto criado para
consórcios públicos e dos convênios de cooperação, au- exercer controle e fiscalização contábil, fi-
torizando a gestão associada de serviços públicos, bem nanceira e orçamentária dos membros do
como a transferência total ou parcial de encargos, servi- Estado e da Administração Pública Direta e
ços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos servi- Indireta. Apesar de seu nome, o Tribunal de
ços transferidos (art. 241 da CF/1988). Contas não integra o Poder Judiciário. Na
Essas pessoas jurídicas autônomas, criadas pelos realidade, a doutrina têm suas divergências
entes federados, e que tem por objeto medidas de mú- quanto à matéria, embora a grande maioria
tua cooperação, denominam-se consórcios públicos. admite que o Tribunal de Contas seja vin-
Os consórcios públicos são disciplinados pela Lei nº culado ao Poder Legislativo, na forma do
11.107/2005. Uma das características mais distintas dos art. 71 da CF/1988. Apesar dessa discussão,
consórcios é a possibilidade deles possuírem natureza de inegável é a sua autonomia na medida que
Direito Público ou de Direito Privado. ajuda o Congresso Nacional no exercício de
Consórcios de Direito Privado obedecem às normas controle externo dos membros do Estado.
da legislação civil. Possuem regime celetista, embora não
possam ter fins lucrativos. Por isso, não integram a Admi-
nistração Pública. Já os consórcios de direito público são As empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito
as associações públicas propriamente ditas, podendo ser Privado, cuja criação depende de autorização legal. Sua
inclusive transfederativas se integrarem todas as esferas personalidade é concedida pelo registro de seus atos
das pessoas consorciadas (federal, estadual, municipal). constitutivos em cartório, com a totalidade de seu ca-
pital público, e regime organizacional livre (art. 5º, II, do
2.3.5 Empresas Estatais. Empresas públicas e so- Dec-Lei nº 200/1967), podendo ser organizadas como
ciedades de economia mista sociedade anônima, ou de responsabilidade limitada, ou
ainda sociedade por comandita de ações. São empresas
Empresas do Estado são as pessoas jurídicas de Di- públicas: o Banco Nacional de Desenvolvimento Econô-
reito Privado pertencentes à Administração Indireta. São mico e Social (BNDES), a Caixa Econômica Federal (CEF),
duas: as empresas públicas, e as sociedades de economia e a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária
mista. (Infraero).
As sociedades de economia mista tem seu conceito
2.3.5.1 Características das empresas estatais legal previsto no art. 5º, III, do Dec-Lei nº 200/1967. São
pessoas jurídicas de direito privado, cuja criação também
As empresas públicas e as sociedades de economia
depende de autorização legal e registro em cartório,
mista apresentam características em comum:
possui a maioria de seu capital público, e devem ser obri-
A) Atuação na prestação de serviços públicos ou
no desenvolvimento de atividade econômica: as gatoriamente organizadas como sociedades anônimas.
empresas exploradoras de atividade econômica São sociedades de economia mista: Petrobrás, Banco do
geralmente recebem menor controle pela Admi- Brasil, Eletrobrás.
nistração, embora também apresentem certas des- Percebemos algumas diferenças entre as empresas
vantagens, como não ter imunidade a impostos, e públicas e as sociedades de economia mista. A primei-
seus bens não tem natureza pública, podendo ser ra diz respeito ao capital constitutivo: enquanto que nas
penhorados. empresas públicas, todo o seu capital deve ser público (o
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

B) Sofrem controle pelo Tribunal de Contas da União: Dec-Lei nº 200/1967 dispõe que seu capital deve advir
bem como do Poder Judiciário, no que couber. totalmente “da União”, mas admite-se também o capital
C) Contratação de bens e serviços mediante prévia de origem estadual e municipal), as sociedades de eco-
licitação: a licitação é processo utilizado a fim de nomia mista admitem a presença do capital de origem
promover uma competição justa com as empre- privada, mas pelo menos 50% mais uma de suas ações
sas privadas do mesmo setor. Tal imposição não com direito a voto devem pertencer ao Estado. Além dis-
é exigida para as empresas públicas e sociedades so, outra diferença relevante é em relação à forma de
de economia mista exploradoras de atividade eco- sua organização: as sociedades de economia mista de-
nômica. vem obrigatoriamente ter a estrutura de sociedade anô-
D) Obrigatoriedade de realização de concurso públi- nima, trata-se de disposição legal do próprio Dec-Lei nº
co: trata-se de uma forma de avaliar os melhores 200/1967. As empresas públicas, por sua vez, não sofrem
funcionários dentro de um grupo seleto de candi- essa imposição, podendo adotar a estrutura que desejar.
datos.

13
2.4 Concentração e Desconcentração
EXERCÍCIO COMENTADO
São técnicas utilizadas para o exercício de compe-
tências administrativas, mediante órgãos públicos des-
personalizados e vinculados hierarquicamente aos entes 1. (Prefeitura-SP – Auditor Fiscal do Município – FCC –
da Federação. A concentração é caso raríssimo na nossa 2007) A organização administrativa brasileira tem como
Administração, pois pressupõe a ausência completa de característica a:
distribuições de tarefas entre suas repartições internas,
havendo uma forte concentração de poderes em uma a) Não previsão de estruturas descentralizadas.
única pessoa jurídica de Direito Público. b) Personificação de entes integrantes da Administração
Na desconcentração, todavia, há a repartição das atri- indireta.
buições entre os órgãos públicos pertencentes a uma c) Ausência de relações de hierarquia.
mesma pessoa jurídica, por isso sua vinculação hierár- d) Ausência de mecanismos de coordenação e de con-
quica. Difere-se da descentralização justamente nesse trole finalístico.
aspecto: os órgãos públicos, ao contrário das autarquias, e) Inexistência de entidades submetidas a certas regras
fundações, etc, não tem personalidade jurídica própria, de direito privado.
e por isso, não possuem a mesma autonomia dos entes
descentralizados, permanecendo vinculados hierarquica- Resposta: Letra B. Impossível dizer que não há re-
mente ao Estado. lações de hierarquia e subordinação na organização
Muito importante para a desconcentração é a noção administrativa. É o caso dos órgãos públicos. Já os
de órgão público. Nos termos do art. 1º, § 2º, I, da Lei entes das Administração Indireta possuem, sim, per-
nº 9.784/1999, órgão público é “a unidade de atuação sonalidade jurídica própria, seus bens e patrimônio
integrante da estrutura da Administração direta e da não se confundem com os membros federativos. Po-
estrutura da Administração indireta”. Assim, podemos rém, sofrem controle de fiscalização pelo Poder Pú-
definir órgão público um núcleo de competências do Es- blico que lhe concedeu suas competências.
tado, sem personalidade jurídica própria. Por ser órgão
despersonalizado, não pode integrar no polo ativo ou
passivo das ações que objetivam a reparação de danos ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E
causados pelo exercício da Administração, devendo a INDIRETA, ENTIDADES POLÍTICAS E
pessoa jurídica a que o órgão pertence ser acionada em
ADMINISTRATIVAS, ÓRGÃOS E AGENTES
tais hipóteses.
São exemplos de órgãos públicos: os Ministérios da
PÚBLICOS, PODERES E DEVERES DO
União, as secretarias estaduais, as Prefeituras e Subpre- ADMINISTRADOR PÚBLICO
feituras, os Tribunais, as Casas Legislativas, entre outros.
Todos esses órgãos, somados à União, os Estados, Muni-
cípios e o Distrito Federal, compõem a denominada Ad- ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
ministração Direta, ou Centralizada.
1. Conceito de Administração Pública
2.4.1 Classificação
Administração Pública é uma expressão que pode
Em relação às modalidades de desconcentração, a comportar pelo menos dois sentidos: na sua acepção
doutrina tende a classificar a desconcentração em três subjetiva, orgânica e formal, a Administração Pública
espécies distintas: confunde-se com a pessoa de seus agentes, órgãos, e
A) Desconcentração territorial ou geográfica: é aquela entidades públicas que exercem a função administrativa.
em que todos os órgãos recebem as mesmas com- Já na acepção objetiva e material da palavra, podemos
petências em relação à matéria, a diferença encon- definir a administração pública (alguns doutrinadores
tra-se apenas nas regiões em que devem atuar. É o preferem colocar a palavra em letras minúsculas para
caso da Delegacias de Polícia. distinguir melhor suas concepções), como a atividade
B) Desconcentração material ou temática: é a que estatal de promover concretamente o interesse público.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

distribui as competências administrativas tendo Também podemos dividir, na acepção material,


em vista a especialização de cada órgão em um em administração pública lato sensu e stricto sensu.
assunto específico. Exemplo: o Ministério da Cul- Em sentido amplo, abrange não somente a função
tura da União. administrativa, como também a função política,
C) Desconcentração hierárquica ou funcional: o ele- incluindo-se nela os órgãos governamentais. Em sentido
mento diferenciador é a relação de subordinação estrito, administração pública envolve apenas a função
e hierarquia entre os órgãos públicos. Exemplo: os administrativa em si.
tribunais administrativos possuem subordinação O Decreto-Lei nº 200/1967 é a legislação que
em relação aos órgãos de primeira instância. dispõe sobre a organização administrativa, além de
estabelecer diretrizes para a Reforma Administrativa. Para
compreender melhor o que vem a ser a Administração
Direta e Indireta, é imprescindível conhecer sobre os
fenômenos da desconcentração e descentralização.

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2. Descentralização e Administração Indireta Administração Pública, que requeiram, para seu melhor
funcionamento, gestão administrativa e financeira
Descentralização é a técnica em que a Administração descentralizada.”
Pública atribui suas competências à pessoas jurídicas A doutrina tende a classificar as autarquias nos
autônomas, criadas por ela própria para esse fim. É seguintes grupos:
considerada um princípio fundamental da própria I) Administrativas: são as autarquias comuns,
Administração, nos termos do art. 6º, III, do Dec-Lei nº apresentam regime jurídico ordinário. Exemplo:
200/67. Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
Na descentralização, costuma-se utilizar com bastante
II) Especiais: possuem maior autonomia em relação
frequência o termo entidade. Nos termos do art. 1º, § 2º, II,
as autarquias administrativas devido a presença
da Lei nº 9.784/1999: “Para os fins desta Lei, consideram-
de certas características, como a presença de
se: II – entidade - a unidade de atuação dotada de
personalidade jurídica”. Entidade da Administração, dirigentes com mandato fixo. Podem se subdividir
assim, é qualquer pessoa jurídica autônoma cujo serviço em: b.1) especiais stricto sensu (Banco Central); e
público foi outorgado pela entidade federativa, isso é, b.2) agências reguladoras (Anatel, Anvisa).
pelas pessoas jurídicas de Direito Público interno (União, III) Corporativas: são as corporações profissionais,
Estados, Municípios, Distrito Federal, etc.). Os membros que promovem o controle e a fiscalização de
federais, nesses casos, realizam apenas uma tarefa de categorias profissionais. Exemplos: Crea, CRO,
controle e fiscalização do serviço prestado pela entidade CRM.
outorgada. O conjunto de pessoas jurídicas autônomas IV) Fundacionais: são as fundações públicas,
criadas pelo próprio Estado para atingir determinada entidades que arrecadam patrimônio para o
finalidade denomina-se Administração Indireta ou cumprimento de um objetivo específico. Exemplos:
Descentralizada. Funai, Procon, Funasa.
Se as entidades são dotadas de personalidade V) Territoriais: são as autarquias de controle da
jurídica própria, elas têm responsabilidade pelos danos e União, também denominadas territórios federais
prejuízos causados por seus agentes públicos, podendo (art. 33 da CF/1988). A atual Constituição aboliu os
responder judicialmente pela prática desses atos. territórios federais remanescentes.
As entidades da Administração Indireta podem ter VI) Associativas: são as autarquias criadas pelo
personalidade jurídica de Direito Público ou de Direito
resultado de uma celebração de consórcio público,
Privado. Tal diferença é bastante relevante no que diz
também denominadas associações públicas. Se o
respeito ao procedimento de criação dessas entidades
autônomas. contrato de consórcio público envolver múltiplos
As pessoas jurídicas de direito público são criadas entes da Federação, tais autarquias podem ser
por lei (art. 37, XIX, da CF/1988), e a sua personalidade transfederativas. Exemplo: associação criada entre
jurídica advém no momento em que tal legislação entra União, Estados e Municípios para a construção de
em vigor no âmbito jurídico, não havendo necessidade um teatro.
de registro em cartório.
As pessoas jurídicas de direito privado, todavia, são 2.2 Fundações Públicas
autorizadas pela lei (art. 37, XX, da CF/1988), ou seja,
a legislação deve permitir que ela exista, para que o As fundações públicas são consideradas espécies de
Poder Executivo regulamente suas funções mediante a autarquias, possuindo diversas características similares.
expedição de decretos. Sua personalidade jurídica, dessa Fundação pública é, nos termos do art. 5º, IV, do Dec-
forma, está condicionada ao seu registro em cartório. Lei nº 200/1967: “a entidade dotada de personalidade
São pessoas jurídicas de Direito Público, membros jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em
da Administração Indireta: as autarquias, as fundações virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento
públicas, agências reguladoras e associações públicas. de atividades que não exijam execução por órgãos ou
São pessoas jurídicas de Direito Privado: as empresas entidades de direito público, com autonomia administrativa,
públicas, as sociedades de economia mista, as fundações
patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de
governamentais com estrutura de pessoa jurídica de
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

direção, e funcionamento custeado por recursos da União


Direito Privado, as subsidiárias, e os consórcios públicos
e de outras fontes.”. A Funai, Funasa, o IBGE, são alguns
de Direito Privado.
exemplos de fundações públicas.
2.1 Autarquias Pelo conceito disposto na legislação, percebe-se que
o referido Decreto-Lei dispõe serem as fundações como
As autarquias são pessoas jurídicas de Direito Público entidades com personalidade jurídica de Direito Privado.
interno, criadas por legislação própria, que tem por Tal conceituação não foi recepcionada pela Constituição
escopo exercer as funções típicas da Administração de 1988 que, em seu art. 37, XIX, decidiu não fazer tal
Pública. Seu conceito também encontra-se disposto no distinção: “somente por lei específica poderá ser criada
art. 5º, I, do Dec-Lei nº 200/1967: “Para os fins desta autarquia e autorizada a instituição de empresa pública,
lei, considera-se: I - Autarquia - o serviço autônomo, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo
criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de
e receita próprios, para executar atividades típicas da sua atuação”.

15
Dessa forma, concluímos que as fundações podem Essas pessoas jurídicas autônomas, criadas pelos
ser tanto de Direito Público como de Direito Privado, entes federados, e que tem por objeto medidas de
dependendo do que a lei instituidora da fundação delimitar mútua cooperação, denominam-se consórcio públicos.
quanto as suas competências. Todavia, importante frisar Os consórcio públicos são disciplinados pela Lei nº
que, mesmo as fundações de regime jurídico privado deve 11.107/2005. Uma das características mais distintas dos
obediência às normas públicas, e não à legislação civil. consórcios é a possibilidade deles possuírem natureza de
Direito Público ou de Direito Privado.
2.3 Agências Reguladoras Consórcios de Direito Privado obedecem às normas
da legislação civil. Possuem regime celetista, embora
O surgimento das agências reguladoras possui fortes não possam ter fins lucrativos. Por isso, não integram a
relações com a época das privatizações na segunda Administração Pública. Já os consórcios de direito público
metade dos anos 1990. Neste contexto, as agências são as associações públicas propriamente ditas, podendo
reguladoras foram introduzidas, sobretudo pelas ECs nos 8 ser inclusive transfederativas se integrarem todas as esferas
e 9, ambas de 1995, para atuar como órgãos reguladores, das pessoas consorciadas (federal, estadual, municipal).
fiscalizadores e controladores da iniciativa privada, que
passaram a desenvolver as tarefas originalmente atribuídas
2.5 Empresas públicas e sociedades de economia mista
ao Estado. Alguns exemplos de agências reguladoras:
Aneel, Anatel, Ancine, ANP, entre outros.
Empresas estatais são as pessoas jurídicas de Direito
As agências reguladoras também são autarquias sob
um regime especial, se diferenciando das autarquias Privado pertencentes à Administração Indireta. São duas: as
comuns em dois aspectos. Os dirigentes das agências empresas públicas, e as sociedades de economia mista.
reguladoras, primeiramente, gozam de estabilidade, não As empresas públicas e as sociedades de economia
podem ser exonerados por qualquer motivo, ao contrário mista apresentam características em comum:
das autarquias, em que seus dirigentes atuam em cargos A) Atuação na prestação de serviços públicos ou
de comissão. Assim, os dirigentes das agências têm maior no desenvolvimento de atividade econômica:
proteção contra o desligamento forçado, promovendo as empresas exploradoras de atividade econômica
maior estabilidade no exercício de seu cargo. geralmente recebem menor controle pela
Todavia, esses mesmos dirigentes possuem um mandato Administração, embora também apresentem certas
fixo, pois seus cargos não são vitalícios. A existência de desvantagens, como não ter imunidade a impostos,
mandato fixo garante também maior segurança jurídica, e seus bens não tem natureza pública, podendo ser
visto que a sua ocupação naquela posição privilegiada penhorados.
tem prazo determinado para se encerrar. A duração dos B) Sofrem controle pelo Tribunal de Contas da União:
mandatos pode variar dependendo da cada agência, bem como do Poder Judiciário, no que couber.
podendo ser de 3 anos como na Anvisa, 4 anos como na C) Contratação de bens e serviços mediante prévia
Aneel, ou até 5 anos como na Anatel. licitação: a licitação é processo utilizado a fim de
As agências reguladoras podem ser classificadas: promover uma competição justa com as empresas
I) Quanto à sua origem: a) agências federais; b) privadas do mesmo setor. Tal imposição não é
estaduais; c) municipais; d) distritais. exigida para as empresas públicas e sociedades
II) Quanto à atividade preponderante: a) agências de de economia mista exploradoras de atividade
serviço, que exercem as funções típicas; b) agências econômica.
de polícia, que exercem fiscalização das atividades D) Obrigatoriedade de realização de concurso
econômicas; c) agências de fomento, que ajudam a público: trata-se de uma forma de avaliar os
desenvolver o setor privado; d) agências de uso de melhores funcionários dentro de um grupo seleto
bens públicos.
de candidatos.
III) Quanto à previsão constitucional: a) agências com
E) Contratação de pessoal pelo regime celetista: seus
referência constitucional (a Anatel tem previsão no
membros são denominados empregados públicos,
art. 21, XI, da CF/1988); b) agências sem referência
constitucional, são a grande maioria. salvo as hipóteses de contratação para cargo
IV) Quanto ao instante de sua criação: a) agências comissionado. É também vedada a acumulação de
de primeira geração (1996 a 1999) na época das cargos, empregos ou funções públicas.
privatizações; b) de segunda geração, de 2000 F) Impossibilidade de decretar sua falência: nos
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

a 2004; c) de terceira geração, que adveio com termos do art. 2º, I, da Lei nº 11.101/2005.
as agências pluripotenciárias (2005 em diante),
exercendo múltiplas funções simultaneamente. As empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito
Privado, cuja criação depende de autorização legal. Sua
2.4 Associações públicas personalidade é concedida pelo registro de seus atos
constitutivos em cartório, com a totalidade de seu capital
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios são público, e regime organizacional livre (art. 5º, II, do Dec-Lei
os entes responsáveis pela regulamentação dos consórcios nº 200/1967), podendo ser organizadas como sociedade
públicos e dos convênios de cooperação, autorizando anônima, ou de responsabilidade limitada, ou ainda sociedade
a gestão associada de serviços públicos, bem como a por comandita de ações. São empresas públicas: o Banco
transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),
bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos (art. a Caixa Econômica Federal (CEF), e a Empresa Brasileira de
241 da CF/1988). Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).

16
As sociedades de economia mista tem seu conceito legal previsto no art. 5º, III, do Dec-Lei nº 200/1967. São pessoas
jurídicas de direito privado, cuja criação também depende de autorização legal e registro em cartório, possui a maioria de
seu capital público, e devem ser obrigatoriamente organizadas como sociedades anônimas. São sociedades de economia
mista: Petrobrás, Banco do Brasil, Eletrobrás.
Percebemos algumas diferenças entre as empresas públicas e as sociedades de economia mista. A primeira diz respeito
ao capital constitutivo: enquanto que nas empresas públicas, todo o seu capital deve ser público (o Dec-Lei nº 200/1967
dispõe que seu capital deve advir totalmente “da União”, mas admite-se também o capital de origem estadual e municipal),
as sociedades de economia mista admitem a presença do capital de origem privada, mas pelo menos 50% mais uma de
suas ações com direito a voto devem pertencer ao Estado. Além disso, outra diferença relevante é em relação à forma de sua
organização: as sociedades de economia mista devem obrigatoriamente ter a estrutura de sociedade anônima, trata-se de
disposição legal do próprio Dec-Lei nº 200/1967. As empresas públicas, por sua vez, não sofrem essa imposição, podendo
adotar a estrutura que desejar. Uma terceira e igualmente importante diferença diz respeito ao foro competente para dirimir
conflitos de ordem judicial: enquanto que as ações que possuem as empresas públicas como parte no processo são de
competência da Justiça Federal, as ações envolvendo as sociedades de economia mista são de competência da Justiça
Estadual, exceto se houver relevante interessa da União no pleito, caso em que a competência é absorvida pela Justiça
Federal. No tocante a questões de ordem trabalhista, todavia, o foro competente é a Justiça do Trabalho.

Esquematicamente, temos:

Diferenças entre as empresas estatais Empresa Pública Sociedade de Economia Mista


Composição do capital Integralmente Público Misto (a maioria deve ser público)
Forma de organização Forma Livre Sociedade Anônima
Foro competente Justiça Federal Justiça Estadual (salvo casos de interesse da União)

2.4 Desconcentração e Administração Direta

Desconcentração é a técnica utilizada para o exercício de competências administrativas, mediante órgãos públicos
despersonalizados e vinculados hierarquicamente aos entes da Federação. Há a repartição das atribuições entre os órgãos
públicos pertencentes a uma mesma pessoa jurídica, por isso sua vinculação hierárquica. Difere-se da descentralização
justamente nesse aspecto: os órgãos públicos, ao contrário das autarquias, fundações, etc, não tem personalidade
jurídica própria, e por isso, não possuem a mesma autonomia dos entes descentralizados, permanecendo vinculados
hierarquicamente ao Estado.
Muito importante para a desconcentração é a noção de órgão público. Nos termos do art. 1º, § 2º, I, da Lei nº
9.784/1999, órgão público é “a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da
Administração indireta”. Assim, podemos definir órgão público um núcleo de competências do Estado, sem personalidade
jurídica própria. Por ser órgão despersonalizado, não pode integrar no polo ativo ou passivo das ações que objetivam
a reparação de danos causados pelo exercício da Administração, devendo a pessoa jurídica a que o órgão pertence ser
acionada em tais hipóteses.

#FicaDica
A Teoria do Órgão (também pode aparecer como princípio da imputação volitiva) é uma invenção doutri-
nária que procura imputar as ações cometidas pelos agentes e servidores públicos à pessoa jurídica a que
ele esteja ligado. Pela teoria do órgão, os agentes públicos não podem responder pessoalmente pelos atos
que praticam no exercício de suas funções, uma vez que a responsabilidade pela execução de tais tarefas é
do Estado, sendo representado por seus órgãos e entes com personalidade jurídica própria.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Há, inclusive, uma classificação quanto as diferentes espécies de órgãos, que poderão ser:
A) Quanto à posição estatal:
a.1) órgãos independentes são os que representam o Estado em seus Três Poderes, não havendo uma relação de
hierarquia entre os mesmos (Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, Tribunais, Varas Judiciais, etc);
a.2) órgãos autônomos, são os órgãos subordinados diretamente à cúpula da Administração. Têm grande autono-
mia administrativa, financeira e técnica, caracterizando-se como órgãos diretivos (Ministério Público, Defensoria
Pública, AGU, PGR, etc).
a.3) órgãos superiores, possuem poder de direção, controle, decisão e comando dos assuntos de sua competência
específica. Representam as primeiras divisões dos órgãos independentes e autônomos (Gabinetes, Coordenado-
rias, Departamentos, Divisões, etc);

17
a.4) órgãos subalternos: são os que se destinam à
execução dos trabalhos de rotina, cumprem or-
dens superiores. (Portarias, seções de expediente, EXERCÍCIOS COMENTADOS
etc).
B) Quanto à composição: 1. (SEAD-AP – ANALISTA ADMINISTRATIVO – FCC
b.1) órgãos simples: são aqueles que possuem ape- – 2018) A desconcentração e descentralização, como
nas um único centro de competência, sua carac- formas de organização administrativa, interferem na
terística fundamental é a ausência de outro órgão conclusão acerca da incidência do controle interno e
em sua estrutura, para auxiliá-lo no desempenho externo porque:
de suas funções;
b.2) órgãos compostos: são aqueles que possuem a) somente os órgãos administrativos, unidades de exe-
em sua estrutura outros órgãos menores, seja com cução que são criadas quando da utilização do modelo
desempenho de função principal ou de auxilio nas de descentralização, estão sujeitos a controle externo
atividades, as funções são distribuídas em vários e interno em igualdade de extensão e consequências.
centros de competência, sob a supervisão do ór- b) o controle exercido pela Administração pública central é
gão de chefia. mais rigoroso sobre as entidades que integram a Admi-
nistração pública indireta, em especial no que se refere à
C) Quanto à forma de atuação funcional: possibilidade de anulação de atos e contratos praticados.
c.1) órgãos singulares: são aqueles que decidem e c) os Tribunais de Contas exercem controle externo sobre
atuam por meio de um único agente, o chefe. Pos- os atos praticados pela Administração pública indireta
suem agentes auxiliares, mas sua característica de exclusivamente no que se refere à legalidade, não lhes
singularidade é desenvolvida pela função de um sendo autorizada análise de economicidade ou de ou-
único agente, em geral o titular; tros parâmetros de aspecto discricionário.
c.2) órgãos coletivos: são aqueles que decidem pela d) o exame realizado pelo Poder Judiciário abrange po-
manifestação de muitos membros, de forma con- deres revisionais, anulatórios e revogatórios para os
junta e por maioria, sem manifestação de vontade atos e contratos realizados pelas pessoas jurídicas de
direito público que integram a Administração indireta.
de um único chefe. A vontade da maioria é impos-
e) o controle interno realizado pela própria Administra-
ta de forma legal, regimental ou estatutária.
ção inclui a inerente possibilidade de revogação de
seus atos, o que não se estende aos entes integrantes
Todos esses órgãos, somados à União, os Estados,
da Administração indireta, que ficam sujeitos aos li-
Municípios e o Distrito Federal, compõem a denominada
mites do poder de tutela exercido pela Administração
Administração Direta, ou Centralizada.
central.
Em relação às modalidades de desconcentração, a
Resposta: Letra E. A letra A está incorreta pois os
doutrina tende a classificar a desconcentração em três órgãos públicos são criados pela técnica da descon-
espécies distintas: centração. Além disso, não são os únicos a sofrerem
I) Desconcentração territorial ou geográfica: é controle. A letra B está incorreta pois os entes da Ad-
aquela em que todos os órgãos recebem as mes- ministração Indireta possuem certa autonomia em
mas competências em relação à matéria, a diferen- relação ao Poder Central, o que faz seu controle ser
ça encontra-se apenas nas regiões em que devem menos rigoroso. A letra C está incorreta, pois o Tribu-
atuar. É o caso da Delegacias de Polícia. nal de Contas exerce o que se denomina de controle
II) Desconcentração material ou temática: é a que financeiro completo sobre todo o Poder Executivo, en-
distribui as competências administrativas tendo volvendo aspectos além da legalidade. A letra D está
em vista a especialização de cada órgão em um incorreta, pois ao Poder Judiciário somente é atribuído
assunto específico. Exemplo: o Ministério da Cul- poderes anulatórios, isso é, somente tem competência
tura da União. para decidir sobre a legalidade (ou falta de) dos atos
III) Desconcentração hierárquica ou funcional: o e contratos administrativos. Sobre a letra E, apesar do
elemento diferenciador é a relação de subordina- conteúdo ser um pouco ambíguo, a banca buscou
ção e hierarquia entre os órgãos públicos. Exem- exigir, além dos conhecimentos de desconcentração
plo: os tribunais administrativos possuem subordi- e descentralização, atributos especiais sobre controle
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

nação em relação aos órgãos de primeira instância. interno (poder hierárquico) e externo (poder de tutela)

As técnicas da desconcentração e da descentralização 2. (TRT 6ª REGIÃO-PE – TÉCNICO JUDICIÁRIO ÁREA


não são presentes, apenas, na Administração Direta ADMINISTRATIVA – FCC – 2018) Na hipótese de a
e Indireta, respectivamente. As obras doutrinárias Administração pública estadual pretender descentralizar
costumam colocar tais formas juntas apenas para serviço de sua competência para atribuí-lo a pessoa
fins didáticos. É perfeitamente possível que haja, por jurídica ainda inexistente, sujeita a regime jurídico
exemplo, a criação de órgãos dentro de uma autarquia, administrativo e com personalidade de direito público:
ou de uma empresa pública; bem como é possível ocorrer
a descentralização na Administração Central, na criação a) deve criar por lei específica autarquia, que passará a
de um Estado novo. integrar a Administração pública indireta estadual.
b) deve obter autorização legislativa para criar autarquia,
que integrará a Administração pública direta.

18
c) pode criar autarquia ou empresa pública, a primeira c) O texto transcrito traz uma concepção de órgão que
instituída por lei e a segunda pelo registro de seus contraria a formulação da teoria do órgão, atribuída
atos constitutivos, ambas integrantes da Administra- a Otto Gierke, que criou uma doutrina para justificar
ção pública indireta. como se dá a manifestação da vontade do Estado por
d) pode escolher entre criar autarquia, empresa pública meio de seus órgãos, por meio da noção de que os
ou sociedade de economia mista, todas por lei especí- agentes públicos, ao agir, expressam a vontade do
fica, a última por lei complementar e as três integran- Estado.
tes da Administração pública indireta. d) Por serem despersonalizados, os órgãos públicos não
e) deve criar por lei específica autarquia, que passará a mantêm relações funcionais com terceiros, dos quais
integrar a Administração pública direta estadual jun- resultam efeitos jurídicos externos.
tamente com o ente instituidor. e) No texto, é apresentada a teoria da representação,
pela qual a vontade dos agentes exprimiria a vontade
Resposta: Letra A. A letra B está incorreta, pois as au- do Estado, como ocorre na tutela ou na curatela.
tarquias são criadas por lei, não precisam de autoriza-
ção legislativa, vez que são pessoas jurídicas de direito Resposta: Letra B. O texto apresenta o que a dou-
público. A letra C e D estão incorretas, pois tanto as trina denomina de Teoria do Órgão. Nas lições de
empresas públicas como as sociedades de economia Otto Gierke, o Estado, no exercício de suas atribui-
mista são pessoas jurídicas de direito privado. A letra ções, atua mediante órgãos, núcleos de competência
E está incorreta, pois as autarquias integram a Admi- despersonalizados. A imputação de responsabilidade
nistração Indireta, ou Descentralizada. pela execução de tais atribuições não pode ser feita
ao órgão ou a seus agentes, e sim a pessoa jurídica
3. (PREFEITURA DE CARUARU-PE – PROCURADOR DO que o representa.
MUNICÍPIO – FCC – 2018) Considere o texto abaixo.
“Os órgãos integram a estrutura do Estado e das demais
pessoas jurídicas como partes desses corpos vivos, dotados ATO ADMINISTRATIVO: CONCEITO,
de vontade e capazes de exercer direitos e contrair REQUISITOS, ATRIBUTOS, CLASSIFICAÇÃO,
obrigações para a consecução de seus fins institucionais. ESPÉCIES, MOTIVAÇÃO E INVALIDAÇÃO.
Por isso mesmo, os órgãos não têm personalidade jurídica PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO
nem vontade própria, que são atributos do corpo e não das
partes, mas na área de suas atribuições e nos limites de sua
competência funcional expressam a vontade da entidade a
que pertencem e a vinculam por seus atos, manifestados ATO ADMINISTRATIVO
através de seus agentes (pessoas físicas). Como partes das
entidades que integram, os órgãos são meros instrumentos 1. Conceito de ato administrativo
de ação dessas pessoas jurídicas, preordenados ao
desempenho das funções que lhes forem atribuídas pelas Tudo que praticamos nas nossas vidas podem ser
normas de sua constituição e funcionamento. Para a considerados atos. Mas, para o Direito, os atos são
eficiente realização de suas funções, cada órgão é investido aqueles capazes de produzir efeitos jurídicos. E, assim
de determinada competência, redistribuída entre seus como as pessoas na vida privada, a Administração Pública
cargos, com a correspondente parcela de poder necessária também pratica atos, que são capazes de produzir efeitos
ao exercício funcional de seus agentes. jurídicos diversos.
Embora despersonalizados, os órgãos mantêm relações Os atos administrativos são as manifestações de
funcionais entre si e com terceiros, das quais resultam vontade da Administração Pública que objetivam adquirir,
efeitos jurídicos internos e externos, na forma legal ou resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar
regulamentar. E, a despeito de não terem personalidade direitos ou impor obrigações aos particulares ou a si
jurídica, os órgãos podem ter prerrogativas funcionais própria. Isso significa que a Administração, antes mesmo
próprias que, quando infringidas por outro órgão, admitem de iniciar sua atuação, deve expedir uma declaração que
defesa até mesmo por mandado de segurança.” exprime a sua vontade de realizar o referido ato.
(MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Importante frisar o caráter infra legal dos atos
Brasileiro. 15.ed., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, administrativos, pois imprescindível é a submissão da
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

1990, p. 59) Administração Pública, seus agentes e órgãos à soberania


popular. O ato administrativo, dessa forma, deve estar
Com base no texto transcrito e no regime jurídico dos previsto em lei, e seu conteúdo não pode ser contrário à
órgãos administrativos, é correto afirmar: lei (contra legem), mas complementar a ela, isso é, deve
estar conforme a lei (secundum legem).
a) O texto transcrito aborda a teoria do mandato, por
meio da qual aos agentes públicos seriam delegados 2. Requisitos
poderes para que agissem em nome e no interesse
do Estado. Os requisitos ou elementos dos atos administrativos
b) Os órgãos públicos são centros de competências é matéria com grande divergência doutrinária. A maioria
instituídos para o desempenho de funções estatais, dos concursos públicos ainda adota a concepção mais
através de seus agentes, cuja atuação é imputada à clássica dos requisitos dos atos administrativos e, por
pessoa jurídica a que pertencem. isso, daremos maior destaque a ela. De modo geral, a

19
corrente clássica, defendida por autores como Hely 2.2 Objeto
Lopes Meirelles, tende a atribuir aos atos administrativos
cinco requisitos para a sua formação, utilizando como Objeto é o conteúdo do ato, ou o resultado que
inspiração o preceito legal disposto no art. 2º da Lei pretende ser almejado pela prática do ato administrativo.
nº 4.717/1965. São eles: a) competência, b) objeto, c) Todo ato administrativo tem por objeto a criação,
forma, d) motivo, e e) finalidade. modificação, ou comprovação de situações jurídicas
concernentes a pessoas, bens, ou atividades sujeitas
2.1 Competência ao exercício do Poder Público. É através dele que a
Administração exerce seu poder, concede um benefício,
aplica uma sanção, declara sua vontade, estabelece um
Competência diz respeito à capacidade do agente
direito do administrado, etc.
público para o exercício dos atos administrativos.
O objeto pode não estar previsto expressamente na
É requisito de validade, haja vista que, no Direito legislação, cabendo ao agente competente a opção que
Administrativo, a lei é quem estabelece as competências seja mais oportuna e conveniente ao interesse público.
atribuídas a seus agentes para o desempenho de suas A definição de objeto do ato administrativo trata-se, por
funções. Quando o agente atua fora dos limites da lei, isso, de ato discricionário.
diz-se que cometeu ato nulo por excesso de poder. É, por
isso, sempre um ato vinculado. 2.3 Forma
A competência possui certas características próprias,
a saber: obrigatória, intransferível, irrenunciável, A forma é o modo através do qual se exterioriza o
imodificável, imprescritível e improrrogável. ato administrativo, é seu revestimento. O desrespeito
Obrigatória porque representa um dever do agente à forma do ato acarreta na sua nulidade. Trata-se de
público. Irrenunciável porque o agente público não pode ato vinculado, quando exigida por Lei, e discricionário
abrir mão de sua competência. Imprescritível, porque a quando a sua escolha couber ao próprio agente público.
competência perdura ao longo do tempo, ela não caduca. Em regra, os atos administrativos são sempre
Improrrogável significa dizer que se é competente exteriorizados por escrito, mas podem também ser
hoje, continuará sendo sempre, exceto por previsão orais, gestuais, ou até mesmo expedidos por máquinas.
legal expressa em sentido contrário. Intransferível, ou O art. 22 da Lei nº 9.784/1999 determina que “os atos
do processo administrativo não dependem de forma
inderrogável, é a impossibilidade de se transferir a
determinada senão quando a lei expressamente a exigir”.
competência de um para outro, por interesse das partes.
No entanto, essas características não vedam a 2.4 Motivo
possibilidade de delegação ou avocação, quando
prevista em lei. Por isso, pode-se dizer também que a O motivo é a circunstância de fato ou de direito que
delegabilidade é outra característica da competência. determina ou autoriza a prática do ato, isso é, a situação
Porém, atente-se ao disposto no art. 13 da Lei nº fática que justifica a realização do ato. Situação de fato
9.784/1999: “Não podem ser objeto de delegação: I - a é o conjunto de circunstâncias que motivam a realização
edição de atos de caráter normativo; II - a decisão de do ato; questões de direito é a previsão legal que leva à
recursos administrativos; III - as matérias de competência realização do ato.
exclusiva do órgão ou autoridade”. Alguns atos, então, O motivo pode ser tanto requisito vinculado como
não podem ser delegados a outras autoridades, discricionário, dependendo do comando legal imposto
principalmente se tais atos são de competência exclusiva aos agentes. O motivo será vinculado quando a lei
do agente público. expressamente obrigar o agente a agir de uma certo
modo, como na hipótese de lançamento tributário (o
fiscal da Receita não tem direito de escolha, se deve ou
#FicaDica não fazer o lançamento). Situação diversa é a do pedido
A teoria da aparência, ou teoria do agente de de demissão de servidor público no caso de incontinência
fato, costuma aparecer em algumas questões pública (art. 132, V, da Lei nº 8.112/1990), hipótese em
de concursos públicos. Segundo essa teoria, que a autoridade competente tem maior liberdade para
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

se o agente público que praticou o ato sequer avaliar se a demissão é realmente ato necessário ou não,
tinha vínculos funcionais com a Administração dependendo do caso concreto.
Pública, ou se, posteriormente, descobre-se Não se confunde motivo com motivação. Esta é
algum vício em sua investidura, tornando-a a justificativa para a realização de determinado ato.
nula, mas mesmo assim essa pessoa tinha O motivo ocorre em momento anterior a prática do
a aparência de possuir tais vínculos, será ato, enquanto que a motivação, por ser uma série de
considerado agente de fato, e os atos por ele explicações que justificam a expedição do ato, ocorre
praticados não serão considerados nulos em sempre em momento posterior. Assim, todo o ato tem
respeito à boa-fé dos administrados que com seu motivo, mas nem sempre é expedido adjunto com a
ele lidaram. motivação, que nada mais é do que a exteriorização dos
motivos.

20
2.5 Finalidade 3.2 Imperatividade

Todo ato administrativo deve atender à finalidade Compreendida também como coercibilidade, os
expressa ou implícita na norma atributiva da competência. atos administrativos se impõem aos destinatários,
A finalidade é o objetivo a ser almejado pela prática independentemente de sua concordância, outorgando-
daquele ato administrativo. Em muitos casos, o objetivo lhes deveres e obrigações. A imperatividade garante ao
almejado é a proteção do interesse público. Sempre que Poder Público a capacidade de produzir atos que geram
o ato for praticado tendo em vista interesses alheios e consequências perante terceiros.
pessoais, seja do próprio agente público ou de terceiros, A justificativa da criação unilateral, ainda que contra a
tal ato será considerado nulo por desvio de finalidade vontade dos administrados, dos atos administrativos é o
(teoria do desvio de finalidade). Poder coercitivo do Estado, também denominado Poder
Além dessa concepção clássica, há também uma Extroverso. Esse não é um atributo comum a todos os
classificação mais moderna dos requisitos dos atos atos, mas tão somente aos que impõem obrigações aos
administrativos, elaborada por autores como Celso administrados. Assim, não têm essa característica os atos
Antônio Bandeira de Mello. Por ser pouco utilizada em que outorgam direitos (autorização, permissão, licença),
concursos públicos, observaremos apenas os pontos bem como aqueles meramente administrativos (certidão,
essenciais e didáticos da referida classificação. parecer).
Para essa concepção moderna, são requisitos
dos atos administrativos: a) sujeito; b) motivo; c) 3.3 Exigibilidade
requisitos procedimentais; d) finalidade; e) causa e f)
formalização. Sujeito, requisitos procedimentais e causa Consiste no atributo que permite à Administração
são os requisitos vinculados, enquanto que o motivo, a Pública aplicar sanções aos particulares por violação da
finalidade e a formalização são requisitos discricionários. ordem jurídica, sem a necessidade de recorrer ao processo
judicial, que é demasiado longo e repleto de solenidades.
3. Atributos
A exigibilidade permite ao Administrador aplicar as
sanções administrativas, como multas, advertências, e
Atributos são as características dos atos administrativos,
interdição de estabelecimentos comerciais.
que os distinguem dos demais atos jurídicos, pois estão
submetidos ao regime jurídico administrativo. Essas
3.4 Autoexecutoriedade
características traduzem em prerrogativas concedidas
à Administração Pública para que ela possa atender de
A autoexecutoriedade permite que a Administração
maneira adequada às necessidades da população.
Pública possa realizar a execução material de seus atos. A
A doutrina mais moderna faz referência a cinco
expressão “auto” advém do fato de que o Poder Público
atributos distintos: a) presunção de legitimidade e
veracidade; b) imperatividade; c) exigibilidade; d) não necessita de autorização judicial para desconstituir
autoexecutoriedade; e e) tipicidade. a situação irregular e violadora da ordem jurídica, o que
a difere da exigibilidade, que não tem o condão de, por
3.1 Presunção de legitimidade e veracidade si só, desconstituir a irregularidade do ato, apenas pune
o infrator. Para tanto, necessita da presença de dois
Também pode ser denominado presunção de requisitos: a previsão legal, como nos casos de Poder
legalidade, significa que todo ato administrativo é de Polícia; e o caráter de urgência, a fim de preservar o
considerado válido no âmbito jurídico, até surgir prova interesse coletivo.
em contrário. Se, pelo princípio da legalidade, ao Assim, não há necessidade de intervenção
Administrador só cabe fazer o que a lei permite, então judicial nas hipóteses de: apreensão de mercadorias
presume-se que o fez respeitando a lei. contrabandeadas, na demolição de construção irregular,
Nosso Direito admite duas formas de presunção: na interdição de estabelecimento comercial irregular,
presunção juris et de jure que significa “de direito e entre outros. Todavia, afirmar que a execução independe
por direito”, é presunção absoluta, que não admite de manifestação do Judiciário não significa dizer que
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

prova em contrário. Temos também a presunção juris escapa do controle judicial. Poderá ser levado ao crivo,
tantum, resultante do próprio direito e, embora por ele mas somente a posteriori, depois de seu cumprimento,
estabelecida com verdadeira, admite prova em contrário. se houver provocação da parte interessada. As medidas
A presunção dos atos administrativos é juris tantum. judiciais mais adequadas para contestar a força coercitiva
Trata-se, então, de presunção relativa. Cabe ao particular administrativa são o mandado de segurança e o habeas
que alegou a ilegalidade do ato administrativo provar a data (art. 5º, LXIX e LXVIII, da CF/1988).
carência de legitimidade do mesmo. Importante ressaltar ainda que os princípios da
A presunção atinge todos os atos, inclusive aqueles razoabilidade e proporcionalidade impõem limites
praticados pela Administração com base no direito na atuação coercitiva dos agentes públicos. A
privado. Qualquer que seja o ato, se praticado pela autoexecutoriedade (leia-se o uso de força física) deve
Administração Pública, será presumidamente legítimo e ser utilizada com bom senso e moderação.
verdadeiro.

21
3.5 Tipicidade 4.2 Quanto à formação de vontade:

A tipicidade diz respeito à necessidade de respeitar - Atos simples: são aqueles que nascem da mani-
as finalidades específicas delimitadas pela lei, para cada festação de vontade de apenas um órgão, seja ele
espécie de ato administrativo. Dependendo da finalidade unipessoal (formado só por uma pessoa) ou co-
que o Poder Público almeja, existe um ato definido em legiado (composto por várias pessoas). O ato que
lei. A lei deve sempre estabelecer os tipos de atos e suas altera o horário de atendimento da repartição pú-
consequências, promovendo ao particular a garantia blica, emitido por uma única pessoa, bem como
de que a Administração Pública não fará uso de atos a decisão administrativa do Conselho de Contri-
inominados, sem tipificação, que impõe obrigações cuja buintes do Ministério da Fazenda, que expressa
previsão legal não existe. É um atributo que deriva do vontade única apesar de ser órgão colegiado, são
próprio princípio da legalidade. exemplos de atos simples.
- Atos complexos: são aqueles que se formam pela
#FicaDica união de várias vontades, isso é, que necessitam da
A tipicidade é característica marcante da ex- manifestação de vontade de dois ou mais órgãos
propriação de bens particulares pelo Poder diferentes para a sua formação. Enquanto todos os
Público. É o caso de desapropriação adminis- órgãos competentes não se manifestarem da for-
trativa, hipótese em que o Poder Público tem ma devida, o ato não estará perfeito.
a prerrogativa de tirar da esfera de alguma - Atos compostos: é aquele que advém de manifesta-
pessoa física a titularidade sobre bem imóvel, ção de apenas um órgão. Porém, para que produza
transformando-o em bem público. Para tanto, efeitos, depende da aprovação, visto, ou anuência
deve realizar um procedimento envolvendo de outro ato, que o homologa, como condição
aspectos mais complexos, como a declaração para a executoriedade daquele ato. Costuma-se
de utilidade ou necessidade pública (art. 5º, afirmar que o ato posterior é acessório do anterior,
XXIV, da CF/1998), bem como a necessidade pois a manifestação do segundo ato não possui a
de prévia indenização ao particular que teve mesma matéria do primeiro: ele apenas comple-
seu bem expropriado, em pecúnia (art. 182, § menta a aplicação deste. Exemplo: a nomeação de
3º, da CF/1988). servidor público, que deve sempre anteceder a sua
aprovação em concurso público.

4. Classificação dos atos administrativos 4.3 Quanto aos destinatários:

Atos administrativos existem dos mais variados tipos. - Atos gerais: são o conjunto de regras de caráter
Para efeitos didáticos, costuma-se dividir e agrupá-los, abstrato e impessoal. Seus destinatários são mui-
formando-se uma verdadeira classificação desses atos. tos, mas unidos por características em comum, que
Portanto, passemos a analisar as diversas modalidades de os faz destinatários do mesmo ato. Para produzi-
atos administrativos, observando os seguintes critérios: rem seus efeitos, já que externos, devem ser publi-
cados na imprensa oficial. Exemplos: os editais de
4.1 Quanto ao grau de liberdade concurso público, as instruções normativas.
- Atos coletivos: são aqueles expedidos a um grupo
- Atos vinculados: são aqueles praticados pela Ad-
definido de destinatários. É o caso, por exemplo,
ministração Pública sem nenhuma liberdade de
de alteração de horário de funcionamento de uma
atuação (vinculação). A lei define todas as mar-
repartição pública. Tal ato, evidentemente, somen-
gens de sua conduta. Havendo vício no ato vin-
culado, pode-se pleitear a sua anulação e não a te é do interesse daqueles funcionários. A publici-
revogação, pois trata-se de vício de legalidade. É dade é atendida apenas com a comunicação dos
o caso, por exemplo, da concessão de aposenta- interessados, visto que é um ato interno da Admi-
doria para o contribuinte beneficiário. O controle nistração Pública.
dos atos administrativos ilegais pode ser realizado - Atos individuais: são aqueles destinados a ape-
tanto pela Administração Pública como pelo Poder nas um único destinatário. Exemplo: a promoção
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Legislativo (controle financeiro-orçamentário pelo de um determinado servidor público. A exigência


Congresso Nacional), bem como pelo Poder Judi- da publicidade depende somente da comunicação
ciário, mediante provocação. do interessado, não há necessidade de publicação
- Atos discricionários: a lei também estabelece uma pelo Diário Oficial.
série de regras para a prática de um ato, mas dei-
xa certo grau de liberdade ao agente público, que 4.4 Quanto aos efeitos:
poderá optar por um entre vários caminhos igual-
mente válidos (discricionariedade). Há uma ava- - Atos constitutivos: são aqueles que geram uma
liação subjetiva prévia à edição do ato. É o caso nova situação jurídica aos destinatários. Pode ser
das permissões para o uso de bem público. O con- pela outorga de um novo direito, como permissão
trole dos atos discricionários pelo Poder Judiciário, de uso de bem público, ou a imposição de uma
em regra, não é admitido. Porém, há uma série de obrigação, como estabelecer um período de sus-
julgados no sentido favorável a essa possibilidade. pensão.

22
- Atos declaratórios: são aqueles que afirmam uma I) Atos normativos: são aqueles que apresentam co-
situação já existente, seja de fato ou de direito. mandos gerais e abstratos para o cumprimento da
Não cria, transfere ou extingue situação jurídica, lei. Alguns autores, inclusive, chegam a considerar
apenas a reconhece. É o caso da expedição de uma tais atos “leis em sentido material”. São atos nor-
certidão de tempo de serviço. mativos: os decretos e regulamentos; as instruções
- Atos modificativos: são os que tem capacidade de normativas; os regimentos; as resoluções; e as de-
alterar a situação já existente, sem que seja extinta. liberações.
Todavia, não tem o condão de criar direitos e obri- II) Atos ordinatórios: correspondem a manifesta-
gações. Exemplo: a alteração do horário de atendi- ções internas da Administração Pública decorren-
mento da repartição tes do poder hierárquico, estabelecendo regras de
- Atos extintivos: também denominados atos des- funcionamento de seus órgãos internos e regras
constitutivos, são aqueles que põem termo a um de conduta de seus agentes. Tais atos não podem
direito ou dever pré-existentes. Exemplo: a demis- disciplinar as condutas dos particulares. São atos
são de servidor público. ordinatórios: as instruções; as circulares; os avisos;
as portarias; os ofícios; as ordens de serviço; os
despachos; entre outros.
4.5 Quanto ao objeto:
III) Atos negociais: são aqueles que manifestam a
vontade da Administração em consonância com
- Atos de império: são aqueles praticados pela Ad-
o interesse dos particulares. Exemplos: a licença,
ministração em posição de superioridade perante
a autorização, a permissão, a concessão, a apro-
os particulares, como na imposição de multa por
vação, a homologação, a renúncia, etc. Os atos
infração administrativa. negociais podem ser vinculados (licença) ou dis-
- Atos de gestão: são expedidos pela Administração, cricionários (autorização), definitivos ou precários,
em posição de igualdade em relação aos adminis- sendo passíveis de revogação pelo Poder Público
trados. É o caso da alienação de bem público. a qualquer tempo. A característica especial desses
- Atos de expediente: são atos internos, elaborados atos é que eles não disciplinam direitos, e sim inte-
por autoridade subalterna, que não tem capacida- resses dos particulares.
de decisória. Exemplo: numeração dos autos no IV) Atos enunciativos: também denominados “atos
processo judicial. de pronúncia”, são aqueles que certificam, ou ates-
tam a existência de uma situação jurídica peculiar.
4.6 Quanto à exequibilidade: Tais atos possuem caráter predominantemente de-
claratório. São atos enunciativos: as certidões; os
- Atos perfeitos: são aqueles que completaram seu atestados; os pareceres; etc.
processo de formação, e estão prestes a produzir V) Atos punitivos: como o próprio nome supõe, são
seus efeitos. Perfeição não se confunde com vali- os atos que aplicam sanções aos particulares, ou
dade, pois um ato válido pode não ser obrigatoria- aos servidores que pratiquem condutas irregula-
mente perfeito. res, nos termos da lei. São atos punitivos: as mul-
- Atos imperfeitos: são os que ainda não completa- tas, as interdições; e a destruição de coisas.
ram seu processo de formação, e por isso mesmo,
não estão aptos a produzirem efeitos. Atos imper- 6. Invalidação dos atos administrativos
feitos geralmente necessitam de outro ato que o
homologue. Os atos administrativos possuem um ciclo de vida.
- Atos pendentes: são aqueles que se sujeitam a con- Eles são criados, começam a produzir efeitos, e depois
dição ou termo para começar a produzir efeitos. de um tempo, desaparecem. Vamos analisar com mais
detalhes justamente o desaparecimento dos atos admi-
Seu ciclo de formação está concluído, porém de-
nistrativos, embora seja preferível utilizar o termo “extin-
pende ainda de um evento para tornar-se apto a
ção” (ou “invalidação”) dos atos administrativos.
produzir efeitos.
Para melhor compreensão do tema, a doutrina utili-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Os critérios apresentados não são exaustivos: há ou-


za-se de uma sistematização das formas de extinção dos
tras formas de classificação dos atos administrativos ado-
atos administrativos. A principal divisão que deve ser fei-
tadas por diversos autores. Escolhemos apresentar aque- ta é em relação a produção de efeitos: existem atos ad-
les que têm mais chances de aparecer em uma questão ministrativos eficazes, e atos ineficazes. Quando ineficaz,
de concurso público. o ato pode ser extinto pela retirada, ou pela sua recusa
pelo beneficiário. Tratando-se de atos eficazes, há quatro
5. Espécies de atos administrativos formas de distinção dos atos administrativos:
- Extinção ipsu iure pelo cumprimento dos efeitos:
Os atos administrativos tipificados pela legislação é a extinção que ocorre pelo cumprimento integral
brasileira são diversos. Por isso, também é utilizado, para dos efeitos do ato administrativo. É a extinção na-
fins didáticos, uma sistematização dos atos administrati- tural esperada por todo ato administrativo. Pode
vos. A doutrina divide os atos administrativos previstos ocorrer mediante: a.1) esgotamento do conteúdo,
da legislação em cinco espécies distintas: como a vacinação de enfermos após expedição de

23
ordem de entrega das vacinas; a.2) execução da or- Por fim, em relação a seus efeitos, a revogação não
dem, como o guinchamento de veículo; a.3) imple- pode atingir as situações jurídicas do passado. Isso signi-
mento de condição resolutiva ou termo final, como fica que a revogação produz efeitos futuros, não retroa-
o prazo final para renovação da CNH. tivos, ou ex nunc. Há a possibilidade do particular, que se
- Extinção ipsu iure pelo desaparecimento da pes- sentiu prejudicado com a referida medida, ingressar em
soa ou objeto: os atos administrativos podem di- juízo com pedido de indenização contra a Administração.
zer respeito a pessoas, ou coisas. Desaparecendo
um desses elementos, o ato extingue-se automa- 6.2 Anulação
ticamente, pois perdeu a sua utilidade. As pessoas
“desaparecem” com seu falecimento, como a mor- É a extinção de ato administrativo defeituoso, pois
te de servidor público que receberia promoção; e carece de legalidade, podendo ser expedido pela Admi-
as coisas com a sua ruína ou destruição, como o nistração Pública, ou até mesmo pelo Poder Judiciário.
desabamento de prédio que recebeu licença para A anulação deriva do próprio princípio da legalidade e
a sua reforma. autotutela. Também possui fundamento no art. 53 da Lei
- Extinção por renúncia: ocorre quando o próprio nº 9.784/1999, bem como na Súmula nº 473, do STF.
beneficiário abre mão da situação proporcionada A anulação realizada pela própria Administração
pelo ato administrativo. É o caso da exoneração de ocorre mediante a expedição de ato anulatório. Suas ca-
cargo público a pedido do seu ocupante. racterísticas principais são: é ato secundário, constitutivo,
- Retirada do ato: é a forma mais importante de ex- e vinculado. Tanto a Administração como o Poder Judi-
tinção dos atos administrativos, para os concursos ciário podem decretar a anulação de ato administrativo.
públicos. É a extinção que se dá pela expedição Outra característica importante é o prazo definido pelo
de um segundo ato, elaborado para extinguir ato caput do art. 54 da Lei nº 9.784/1999: “O direito da Ad-
administrativo anterior a ele. Comporta cinco mo- ministração de anular os atos administrativos de que de-
dalidades, que serão vistas com maiores detalhes: corram efeitos favoráveis para os destinatários decai em
cinco anos, contados da data em que foram praticados,
revogação, anulação, cassação, caducidade, e con-
salvo comprovada má-fé”. O prazo decadencial de cinco
traposição.
anos é atributo exclusivo da anulação.
Por fim, em relação a seus efeitos, importante frisar
6.1 Revogação
que o ato nulo (aquele que carece de legalidade), tem o
seu defeito constatado desde a sua concepção. Por isso,
Revogação é a extinção de ato administrativo que
a anulação deve desconstituir os efeitos desde a data da
encontra-se perfeito e apto a produzir seus efeitos, pra- prática daquele ato. Podemos afirmar, então, que a anu-
ticado pela própria Administração Pública, fundada em lação possui efeito retroativo, ou ex tunc. Em regra, não
razões de conveniência e oportunidade, sempre alme- gera ao particular direito à indenização pela anulação de
jando a proteção do interesse público. Nessa hipótese, ato ilegal, salvo se comprovar ter sofrido dano anormal
ocorre uma causa superveniente, que altera o juízo de para ocorrência, do qual não tenha participado.
conveniência e oportunidade sobre a permanência de
ato discricionário, obrigando a Administração a expedir 6.3 Cassação
um segundo ato capaz de revogar esse ato anterior.
O conceito de revogação tem previsão no art. 53 da São hipóteses em que o administrado deixa de preen-
Lei nº 9.784/1999: “A Administração deve anular seus cher condição necessária para a permanência da referi-
próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e da vantagem. Exemplo: habilitação da CNH cassada por
pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportu- pessoa enferma.
nidade, respeitados os direitos adquiridos”. Sobre o mes-
mo assunto, a Súmula nº 473, do STF: “A administração 6.4 Caducidade
pode anular seus próprios atos, quando eivados de ví-
cios que os tornam ilegais, porque deles não se originam Também denominada decaimento, consiste na mo-
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou dalidade de extinção de ato administrativo em conse-
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e res- quência de norma jurídica superveniente, a qual impede
salvada, em todos os casos, a apreciação judicial”. a permanência da situação anteriormente consentida.
Por tratar-se de questão de mérito, a revogação so- Como não pode produzir efeitos automaticamente, é ne-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

mente pode ser decretada pela própria Administração cessária a prática de um ato secundário, determinando
Pública. É, também, decorrência do princípio da autotu- a extinção do ato decaído. Exemplo: perda do direito de
tela: a Administração Pública tem competência para anu- comercializar em área que passa a ser considerada exclu-
lar e revogar seus atos, sendo descabido a manifestação sivamente residencial.
do Poder Judiciário nos atos administrativos discricioná-
rios. A revogação é elaborada pela mesma autoridade 6.5 Contraposição
que praticou o ato principal.
O ato revocatório é sempre secundário, constituti- É o modo de extinção que ocorre com a expedição
vo e discricionário. Seu objeto será sempre o ato admi- de um segundo ato, fundado em competência diversa,
nistrativo ou a relação jurídica anterior perfeita e eficaz, cujos efeitos são contrapostos aos do ato inicial. É uma
destituído de qualquer vício. A revogação atinge so- espécie de revogação praticada por autoridade distinta
mente os atos discricionários: para os atos vinculados, da que expediu o ato inicial. Exemplo: nomeação de um
a medida cabível é a anulação. funcionária anteriormente exonerado de seu cargo.

24
Resposta: Letra C. A hipótese narrada na questão
é um caso claro de ato composto, entendido como
EXERCÍCIOS COMENTADOS aquele ato expedido por uma autoridade ou órgão,
mas que, para que esteja apto a produzir efeitos, de-
1. (AFAP – ADVOGADO – FCC – 2019) Dentre os ele- pende da homologação do referido ato por outro ór-
mentos ou requisitos do ato administrativo, existem gão. Enquanto a vontade do primeiro órgão é a res-
aqueles cuja inobservância NÃO é passível de ser sana- ponsável pela elaboração do ato, a manifestação do
da, a exemplo: segundo órgão possui caráter instrumental ou com-
plementar.
a) dos atos administrativos praticados por autoridade
desprovida de competência privativa para sua edição. 3. (AFAP – AGENTE DE FOMENTO EXTERNO – FCC –
b) das decisões proferidas em situações cujo substrato 2019) Considere a edição de ato administrativo inde-
fático não corresponda à previsão legal expressa. ferindo pedido administrativo de particular para que o
c) dos atos vinculados editados sem explicitação de mo- poder público municipal promova urgentes reparos no
tivação. leito da rua onde está situada sua residência, em razão
d) dos atos administrativos que não sejam objeto de pu- do aparecimento de uma rachadura que vem progressi-
blicação na imprensa oficial, em ofensa ao princípio vamente aumentando de tamanho, ocasionando risco a
da publicidade. ele e demais moradores do local. Essa medida:
e) dos atos proferidos por autoridade pública para a
qual tenha sido delegada competência privativa de a) constitui regular exercício de poder disciplinar, tendo
autoridade superior. em vista que não são somente os servidores públicos
destinatários dessa atuação, que abrange decisões re-
Resposta: Letra B. A letra A está incorreta, pois a lativas a outros vínculos jurídicos.
competência é um requisito do ato administrativo b) deve ser impugnada judicialmente, posto que somen-
que pode ser convalidado, desde que não seja uma te com autorização judicial o ente público poderia re-
competência exclusiva de algum ente. As competên- alizar contratação para aquela finalidade sem a reali-
cias privativas podem ser delegadas. A letra C está in- zação de licitação.
c) admite revisão pela própria Administração pública em
correta, pois o caso apresenta um ato administrativo
caso de constatação de inadequação, desde que se
cujo vício está na forma (“não explicitar a motivação”),
trate de juízo discricionário, vedado sanar vício de le-
sendo um vício sanável. A letra D está incorreta, pois
galidade diretamente.
no caso, o ato administrativo encontra-se perfeito e
d) pode ser objeto de recurso administrativo, o que per-
apto a produzir efeitos, mas é considerado ineficaz,
mite à Administração pública superior convalidar ou
pois não houve sua publicação. A letra E está incor-
anular o ato administrativo, caso reste demonstrada
reta pois, também, trata da competência, um atributo
sua inadequação e inconveniência diante da situação
cujo vício pode ser convalidado, desde que não seja
fática.
uma competência exclusiva. e) demandará a interposição de recurso administrativo
por parte do requerente, sem prejuízo de poder ado-
2. (SEFAZ-SC – AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTA- tar medidas judiciais para intervenção da obra, diante
DUAL – FCC – 2018) Quando um determinado adminis- da situação emergencial caracterizada.
trador público edita um ato administrativo, mas este só
começa a produzir efeitos após ratificação ou homolo- Resposta: Letra E. A letra A está incorreta, pois o po-
gação por outra autoridade, está-se diante de ato admi- der disciplinar é aquele que prevê a prática de sanções
nistrativo: e penalidades aos agentes públicos que cometem fal-
tas ou infringem comandos legais no exercício de suas
a) condicionado, cuja validade e vigência somente se ini- atribuições. A letra B está incorreta, pois a Adminis-
ciam após a ratificação ou homologação. tração Pública apresenta o poder de autotutela, que
b) bilateral, considerando que sua existência se consuma se traduz na competência de poder rever os próprios
com a manifestação de vontade da segunda autori- atos que pratica, independente de autorização judi-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

dade. cial. A letra C está incorreta, pois a Administração Pú-


c) composto, pois embora já exista e seja válido, não é blica pode anular seus próprios atos, quando eivados
exequível antes da manifestação da segunda autori- de vício de legalidade, bem como revogá-los por mo-
dade. tivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
d) complexo ou composto, considerando que depen- direitos adquiridos (art. 53, Lei nº 9.784/1999). A letra
dem da conjugação de vontade de uma ou mais auto- D está incorreta, pois a anulação é utilizada quando
ridades para sua validade e eficácia, embora já sejam constatado um vício de legalidade. Para as hipóteses
considerados existentes. de inadequação e inconveniência, a medida cabível é
e) subordinado, tendo em vista que, embora existente, a revogação.
válido e eficaz, só se aperfeiçoa com a manifestação
de vontade de outra autoridade, que pode, inclusive,
revogá-lo.

25
Em relação a competência para legislar sobre a maté-
ria, o art. 22, XXVII da CF/1988 prescreve ser competência
CONTRATO ADMINISTRATIVO:
exclusiva da União legislar sobre normas gerais de licita-
CONCEITO, CARACTERÍSTICAS, ESPÉCIES,
ções e contratos administrativos. Isso, no entanto, não
INEXECUÇÃO E EXTINÇÃO
impede que outras entidades federativas possam legislar
sobre contratos administrativos, ainda que em caráter
suplementar, editando regras mais específicas. Assim, o
CONCEITO DE CONTRATO ADMINISTRATIVO correto seria dizer que a competência para legislar sobre
contratos administrativos é concorrente entre a União, os
O Poder Público, no exercício de suas funções admi- Estados, Munícipios e Distrito Federal. A lei que dispõe
nistrativas, muitas vezes tende a estabelecer diversas re-
sobre normas gerais dos contratos administrativos é a Lei
lações jurídicas com particulares, criando vínculos espe-
ciais de colaboração com a esfera privada. Tais conexões Federal nº 8.666/1993.
podem ser instrumentalizadas mediante um contrato. Se Por fim, importante salientar a exigência de prévia
tal contrato estiver subordinado às regras de Direito Ad- licitação para a celebração do contrato administrativo.
ministrativo, então estamos diante de um contrato ad- Trata-se de um pressuposto que, estando ausente, pode
ministrativo. macular a existência, validade e a eficácia do contrato. A
O contrato administrativo não corresponde aos con- exigência de prévia licitação é somente para os contratos
tratos elaborados pelas pessoas na esfera privada. Isso administrativos.
significa que seu regime apresenta características espe-
ciais, que a distinguem do resto dos contratos de Direito
Privado.
EXERCÍCIO COMENTADO
Contrato administrativo, assim, é um pacto bilateral
estabelecido entre a Administração Pública, agindo nessa
qualidade, e terceiros, ou entre ela e suas entidades, sub- 1. (UNIFAP – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO –
metido ao regime jurídico administrativo, cuja finalidade DEPSEC – 2018)
é a consecução de objetivos de interesse público. Deste Marque a alternativa que corresponde ao conceito de
conceito, podemos destacar alguns aspectos específicos contrato administrativo:
dos contratos administrativos.
Ao dizermos que contrato administrativo é o pacto a) Contrato administrativo é uma modalidade inexisten-
bilateral ajustado pela Administração Pública, agindo te tendo em vista que renomados doutrinadores lhes
nessa qualidade, significa que, em pelo menos um dos negam a existência.
polos da relação jurídica deve haver a figura do Estado
b) É o ajuste celebrado entre Administração Pública
(contratante), como pessoa jurídica de Direito Público,
que se apresenta em relação de superioridade em face e pessoas jurídicas de direito privado objetivando a
dos particulares. Os terceiros, dessa forma, são as pessoas prestação de serviços não essenciais à população.
físicas (contratados) que não integram a Administração c) É o ajuste que a Administração celebra com pessoas
Pública. Todavia, há alguns casos em que tal avença pode físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, para a con-
ser estabelecida com outras entidades administrativas, secução de fins públicos, segundo regime jurídico de
visando a cooperação mútua e a persecução de objeti- direito público.
vos comuns entre os órgãos e entidades da Administra- d) É o ajuste celebrado em Administração Pública e em-
ção, como é o caso dos consórcios estabelecidos entre a presas privadas com o objetivo de prestar serviços que
União e um Estado, ou Município, por exemplo. não podem ser supridos diretamente pela administra-
A submissão ao regime jurídico administrativo sig-
ção.
nifica dizer que, para os contratos administrativos vigo-
ram os princípios e regras de Direito Administrativo. Não e) Contrato administrativo é uma modalidade dos con-
basta apenas a Administração Pública estar em um dos tratos em geral destinado a prover emprego e renda
polos contratuais, pois a mesma pode realizar ajustes de a pessoas desempregadas e que tem vinculação com
natureza não-administrativa, podendo celebrar contra- determinados grupos políticos.
to de locação sobre determinado imóvel, por exemplo.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Tal hipótese é de contrato da Administração, que não se Resposta: Letra C. Lembre-se dos aspectos essenciais
confunde com o contrato administrativo. Contratos da do conceito de contrato administrativo apresentado: A)
Administração é gênero, do qual o contrato administra- pacto bilateral; B) presença da Administração Pública; C)
tivo é espécie. regime jurídico de Direito Público; D) finalidade de aten-
Outra característica que o diferencia dos demais
der o interesse público; e E) exigência de prévia licitação.
contratos de Direito Privado é a sua finalidade, que é a
consecução de objetivos de interesse público. Os con-
tratos da esfera privada, geralmente, tendem a apenas ESPÉCIES DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
buscar os melhores resultados e trazer lucros para as
partes. Essa finalidade econômica é incompatível com os A legislação brasileira contempla várias espécies de
contratos administrativos, que rege-se pelas normas de contratos administrativos. Importante destacar aqueles
Direito Público, que apresenta como um de seus princí- que aparecem com maior frequência nas questões de
pios sistêmicos a primazia do interesse público sobre o concursos.
privado.

26
1. Contrato de prestação de serviço a) Regime de empreitada: a Administração põe a
execução da obra por conta e risco do contratado,
É o contrato que tem por objeto a prestação de uma mediante uma remuneração previamente ajustada.
atividade, a fim de promover uma determinada utilidade, As obras são de grande porte.
de interesse para a Administração Pública, ou para a co- b) Regime de tarefa: nessa modalidade, as obras são
de pequeno porte, o pagamento pelo serviço é pe-
letividade. Trata-se de uma avença com uma obrigação
riódico, e realizado após um processo de avaliação
de fazer, podendo ser dividida em: por um fiscal do órgão contratante.
a) Serviços comuns: são os serviços que podem ser 4. Contrato de concessão de serviço público
realizados por qualquer pessoa, não se exige co-
nhecimentos específicos. O termo “concessão” é empregado para designar a
b) Serviços técnicos profissionais generalizados: atividade da Administração Pública de delegar ao parti-
são aqueles que, para a execução do serviço, é ne- cular a prestação de um serviço, ou a execução de obra
cessária alguma habilitação específica, como ser- pública, ou ainda o uso de bem público. Contrato de
viço de construção imposto a algum engenheiro. concessão de serviço público é aquele pelo qual a
Administração promove a prestação indireta de um
c) Serviços técnicos profissionais especializados:
serviço, delegando-o a particulares. Exemplos: a cons-
são os que exigem conhecimentos mais apurados trução de linha ferroviária ou metrô para transporte de
e específicos para a execução do serviço, como na passageiros, transmissão áudio sonora (rádio) ou por
elaboração de um parecer técnico. imagens e sons (televisão), etc. Possui previsão legal na
d) Trabalhos artísticos: que tem relação com ati- Lei nº 8.987/1995 (Lei de Concessões dos Serviços Pú-
vidades artísticas, como escultura, pintura, música, blicos), bem como previsão constitucional no art. 175 da
etc. CF/1988:
São exemplos de contratos administrativos: coleta de Constituição Federal de 1988
lixo, instalação, operação, reparação, manutenção, trans- Art. 175. Incumbe ao poder público, na forma da
porte de bens, trabalhos técnico-profissionais, etc. lei, diretamente ou sob regime de concessão ou per-
missão, sempre através de licitação, a prestação de
serviços públicos.
2. Contrato de fornecimento
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permis-
É o contrato pelo qual a Administração adquire bem sionárias de serviços públicos, o caráter especial de
móvel para sua utilização nas repartições públicas ou em seu contrato e de sua prorrogação, bem como as con-
estabelecimentos públicos. Exemplos: contrato de forne- dições de caducidade, fiscalização e rescisão da con-
cimento de alimentos para escolas de rede pública. Apre- cessão ou permissão;
sentam-se em três vertentes:
Lei nº 8.987/1995
a) Fornecimento integral: a entrega do bem é reali- Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:
zada tudo de uma vez só. (...)
II - concessão de serviço público: a delegação de sua
b) Fornecimento parcelado: a entrega é feita em fra-
prestação, feita pelo poder concedente, mediante lici-
ções, obedecendo uma programação previamente tação, na modalidade de concorrência, à pessoa ju-
estabelecida. O fornecimento é considerado encer- rídica ou consórcio de empresas que demonstre ca-
rado somente com a entrega da última “parcela”. pacidade para seu desempenho, por sua conta e risco
c) Fornecimento contínuo: não há um prazo fixo e por prazo determinado;
para se encerrar, o fornecimento se estende ao
longo do tempo. Dessa forma, podemos concluir que a prestação do
serviço público pode ocorrer diretamente pela Adminis-
3. Contrato de obra pública tração Pública, ou indiretamente, mediante delegação
do serviço a concessionários e permissionários que, por
expressa determinação legal, necessita de prévio proce-
Consiste no ajuste em que a Administração escolhe
dimento de licitação.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

uma empresa privada com o objetivo de realizar a cons- A concessão de serviço público é contrato adminis-
trução, ampliação, ou reforma de bem imóvel destinado trativo bilateral, o que significa que depende, para a sua
ao público, ou em prol do interesse público. As obras pú- formação, além dos requisitos essenciais a todo negócio
blicas poderão ser: de equipamento urbano; equipamen- jurídico dispostos no art. 104 do Código Civil (agente ca-
to administrativo; empreendimento de utilidade pública; paz, objeto lícito, forma prescrita ou não defesa em lei), a
ou ainda um edifício público. Obra não se confunde com convergência de vontades distintas. Temos de um lado o
prestação de serviço, pois as obras podem ser remune- poder concedente, que tem por objetivo a execução do
radas mediante contribuição de melhoria junto aos con- serviço público em prol da coletividade; e do outro, a en-
tribuintes, enquanto que o serviço só pode ser cobrado tidade concessionária que deve executar o serviço, com o
mediante arrecadação de taxas. objetivo de lucrar mediante a arrecadação de tarifas dos
Uma característica importante é o regime pelo qual o usuários beneficiados com aquele serviço. O contrato
contrato de obra pública pode adotar: deve ser obrigatoriamente por escrito, e rege-se pelas
regras de Direito Administrativo.

27
Ao mencionar a transferência para pessoa jurídica b) Cobrança de tarifas aos usuários: essa é a forma
privada, quis o legislador que a delegação do serviço pela qual a concessionária deve ser remunerada na
não pudesse, em regra, ser feita a pessoas físicas, mas concessão do serviço público. As tarifas não pos-
somente à empresa ou a um consórcio de empresas. É o suem natureza tributária: são uma contraprestação
caso, por exemplo, da Sabesp, que é sociedade de eco- contratual, devida a todas as pessoas que utiliza-
nomia mista, na prestação do serviço de abastecimento rem o serviço prestado. A legislação impõe que as
de água no Estado de São Paulo. tarifas a serem cobradas devem ser módicas, sen-
Essa modalidade de contrato tem por objeto a pres- do um dos critérios de julgamento da fase de lici-
tação de serviço público. A delegação ocorre apenas tação (art. 15, I, da Lei nº 8.987/1995).
sobre a execução do serviço, nunca sobre sua titularida-
de, que continua sendo do poder concedente. 4.1 Obrigações do poder concedente

Além dessas características gerais, convém analisar Apesar da execução do serviço público não ser fei-
outros aspectos típicos dos contratos de concessão de ta pelo poder concedente, a legislação (art. 29 da Lei nº
serviço: 8.987/1995) prevê outras obrigações para o Estado. São
deveres do poder concedente:
a) Procedimento de licitação: antes da concessão I) Regulamentar e fiscalizar a execução do serviço con-
do serviço público, é obrigatório o procedimento cedido.
licitatório na modalidade de concorrência (art. 2º, II) Intervir na execução do serviço, nos casos previstos em
II, da Lei nº 8.987/1995). É possível, também, que lei.
haja a inversão das fases de habilitação e julga- II) Aplicar as penalidades previstas na lei e/ou no con-
mento das propostas, assimilando-se mais com a trato.
modalidade de pregão (art. 18-A, idem). IV) Possibilitar reajustes e a revisão das tarifas cobra-
b) Exigência de lei específica: o legislador é quem das.
decide a forma específica para a prestação do ser- V) Atender as reclamações e outras queixas advindas
viço público. Deve haver a promulgação de lei cuja dos usuários, zelando pela boa qualidade do serviço.
matéria seja unicamente o regramento da conces- VI) Declarar os bens necessários à execução do serviço
são do referido serviço. de necessidade ou utilidade pública.
c) Concessionário assume à prestação do serviço
por sua conta: significa dizer que, quaisquer danos 4.2 Obrigações da concessionária
decorrentes da execução do serviço público são de
responsabilidade da empresa concessionária. Incumbe à concessionária do serviço público (art. 31
da Lei nº 8.987/1995):
I) Prestar o serviço de maneira adequada, utilizando-
FIQUE ATENTO! -se de técnicas específicas de seu conhecimento,
O STF, no julgamento do RE nº 591.874/ nos casos previstos na lei ou no contrato.
MS, em agosto de 2009, adotou o entendi- II) Prestar contas da gestão do serviço ao poder con-
mento de que a concessionária prestadora cedente e aos usuários.
do serviço público tem responsabilidade III) Cumprir e fazer cumprir as normas do serviço e
objetiva e direta de indenizar os danos as cláusulas contratuais, havendo possibilidade de
causados tanto pelos usuários, quanto pedir indenização pela inexecução do contrato.
por terceiros não-usuários do referido IV) Promover desapropriações e construir servidões
serviço. Responsabilidade objetiva é aquela administrativas, mediante autorização do poder
em que não incumbe à vítima a necessidade concedente.
de comprovar a existência de dolo ou culpa V) Captar, aplicar e gerir os recursos financeiros ne-
do agente infrator. Responsabilidade dire- cessários à prestação do serviço.
ta significa admitir, no caso, que o Estado,
como poder concedente, está indiretamen- 4.3 Formas de extinção da concessão
te obrigado a reparar os danos causados
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

na execução de serviço público, possuindo Por fim, o art. 35 da Lei nº 8.987/1995 dispõe sobre as
responsabilidade subsidiária. Isso significa modalidades de extinção da concessão do serviço públi-
que a Administração só será obrigada a in- co. São seis ao todo:
denizar caso a entidade concessionária não
possua condições e patrimônio suficientes a) Advento do termo contratual: trata-se da extin-
para arcar com as despesas da indenização ção do contrato pelo encerramento de seu prazo
por conta própria. de vigência. É a extinção natural do contrato, haja
vista que nosso direito não admite contrato de
concessão por prazo indeterminado.
a) Prazo determinado: o contrato de concessão deve b) Encampação ou resgate: nos termos do art. 37 da
possuir um termo final, sendo inadmissível sua ce- Lei nº 8.987/1995, é “a retomada do serviço pelo
lebração por prazo indeterminado. Há a possibili- poder concedente durante o prazo da concessão,
dade de prorrogação do contrato. por motivo de interesse público, mediante lei auto-

28
rizativa específica e após prévio pagamento da in- Apesar das semelhanças, não parece correto admitir
denização (...)”. Como o encerramento do contrato que a permissão seja uma espécie de contrato regulado
não se deu por infração, é incabível a aplicação de por normas de Direito Privado, com princípios completa-
sanções ao contratado. mente distintos dos princípios administrativos. Todavia,
c) Caducidade: é a modalidade em que a execução há diversos autores que admitem tal possibilidade, inclu-
do serviço não é realizada, no todo ou em parte, sive o próprio Supremo Tribunal Federal, no julgamento
ou pelo descumprimento de encargos atribuídos à da ADI nº 1.491/1990. Por isso, para todos os efeitos, é
concessionária. A caducidade deve ser declarada, melhor afirmar que trata-se de uma modalidade contra-
havendo a ocorrência de um dos eventos descritos tual sui generis. Assim, permissão de serviço público é
no § 1º do art. 38 da Lei nº 8.987/1995, tais como: contrato administrativo por adesão.
a concessionária paralisar o serviço, descumprir
cláusula contratual, não cumprir as penalidades Importante destacar as diferenças entre permissão e
impostas, etc.
a concessão de serviço público, que podem determina-
d) Rescisão por culpa do poder concedente: Caso
das com base nos seguintes requisitos:
o poder concedente descumpra com alguma regra
estabelecida no instrumento contratual, a conces-
sionária tem direito a ingressar em juízo, objetivan- a) Quanto à natureza jurídica: a permissão é uni-
do à indenização dos danos decorrentes da extin- lateral, enquanto a concessão é contrato bilateral.
ção contratual. A indenização, neste caso, abrange b) Quanto aos beneficiários: qualquer pessoa pode
somente os danos emergentes (o que efetivamen- ser permissionária, mas somente as pessoas jurídi-
te perdeu), e não os lucros cessantes (o que ele cas (empresas) podem ser concessionárias.
poderia ter ganhado).
e) Anulação: é a modalidade de extinção em que c) Quanto ao aporte de capital: a concessão exige
consta-se vício de legalidade no contrato. O con- maior aporte de capital, a permissão admite inves-
trato perde sua eficácia desde a sua concepção (ex timentos de pequeno ou médio porte.
tunc), o que significa que a concessionária não faz d) Quanto à licitação: a concessão deve ser prece-
jus à indenização, exceto quanto a parte já execu- dida de licitação na modalidade de concorrência.
tada do contrato. Não há essa exigência para a permissão.
f) Decretação de falência: como a concessão é con- e) Quanto à forma da outorga: a concessão se dá
trato personalíssimo, ou seja, as partes contra- mediante promulgação de lei específica. A permis-
tantes têm grande relevância para a execução do são necessita apenas de autorização legislativa.
serviço, havendo o desaparecimento da empresa 6. Contrato de gerenciamento
concessionária mediante falência, ou o falecimento
de empresário individual, o vínculo contratual tam- Contrato de gerenciamento é aquele em que a Ad-
bém desaparece. ministração transfere a um particular (gerenciador) a
condução de um empreendimento, havendo reserva de
5. Permissão de serviço público competência decisória final. O que difere essa modalida-
de de contrato de construção de obra, ou da prestação
A permissão é outra forma da Administração Pública de serviço, é o fato do gerenciador possuir maior auto-
de delegar a execução de serviço público para os particu- nomia executória para o desenvolvimento de suas tare-
lares, também possui previsão no art. 175 da CF/1988. A
fas. O Estado apenas atuará no controle dos resultados
permissão é unilateral, discricionária, precária, e intuitu
almejados pelo gerenciador. O gerenciador deve exercer
personae (personalíssima), promove a delegação do ser-
uma atividade especializada, atuando em nome próprio
viço público mediante prévia licitação para um particular
denominado permissionário. e por sua conta na execução das obrigações contratuais.
Questão controvertida é a natureza jurídica da per-
missão. Após a Constituição de 1988, o direito brasileiro 7. Contrato de gestão
passou a tratar a permissão como se fosse um contrato
de adesão, como se depreende da leitura do inciso I do Contrato de gestão é termo utilizado para desig-
parágrafo único do artigo 175 da Carta Magna: “I - o re- nar, de modo amplo e genérico, qualquer acordo entre
gime das empresas concessionárias e permissionárias de o Poder Público e as organizações sociais ou agências
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de executivas, a fim de fixar metas de desempenho, com-
sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, prometendo-se a assegurar maior autonomia e liberda-
fiscalização e rescisão da concessão ou permissão”. Toda- de gerencial para tais associações, promovendo maior
via, contrato de adesão é remetente aos contratos de Di- controle na produção dos resultados (art. 5º da Lei nº
reito Privado, principalmente nas relações de consumo. Tal 9.637/1998). Tal modalidade contratual foi introduzida
modalidade de contrato é elaborada unilateralmente pelo no ordenamento jurídico brasileiro, primeiro, pela EC nº
fornecedor, obrigando a parte aderente apenas manifes- 19/1998, possuindo características típicas do modelo de
tar o seu aceite. Trata-se de uma característica presente administração gerencial.
também nos contratos administrativos: as regras enclau- A finalidade do contrato de gestão é, nos termos do
suradas no contrato administrativo são unilateralmen- art. 5º da Lei nº 9.637/1998, promover fomento e a exe-
te elaboradas pelo poder concedente, antes mesmo do cução de atividades relativas ao ensino, à pesquisa cientí-
processo de licitação. A possibilidade de alteração dessas fica, à preservação do meio ambiente; à saúde, à cultura,
regras é inexistente. etc. No contrato de gestão deve constar, além das obri-

29
gações e encargos do Poder Público e das organizações Em relação a vedações, o art. 2º, § 4º, da Lei nº
sociais, a especificação do programa de trabalho, bem 11.079/2004 determina três hipóteses em que não é pos-
como os limites e critérios a título de remuneração dos sível a celebração de parceria público-privada: quando
dirigentes e membros das organizações (art. 7º, I e II, da o valor contratual for inferior a vinte milhões de reais;
Lei nº 9.637/1998). quando o período da prestação do serviço for inferior a
cinco anos; ou nas hipóteses de fornecimento de mão de
8. Termo de parceria
obra, instalação de equipamentos, e construção de obra
Trata-se de acordo firmado entre a Administração e pública.
as organizações da sociedade civil de interesse público
(OSCIPs), estabelecendo um vínculo de cooperação, fo- 10. Consórcio Público
mento e execução de atividades consideradas de interes-
se público (art. 9º da Lei nº 9.790/1999). Seus objetivos e Consórcio público é o contrato administrativo mul-
modo de operação são bastante similares aos contratos tilateral, firmado entre as entidades federativas, com a
de gestão celebrado com as organizações sociais, pois finalidade de perseguir objetivos comuns. Do consórcio,
no termo de parceria também há a busca por um con- há um processo de criação de uma nova pessoa jurídica
trole de resultados, característica essencial do modelo de que pode ser de direito público (associação pública), ou
administração gerencial. de direito privado, atendendo os requisitos da legislação
civil, nos termos do art. 6º da Lei nº 11.107/2005.
#FicaDica Possui fundamento legal no art. 241 da CF/1988:

O termo “OSCIP” não se refere a uma pes- A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
soa jurídica própria. Trata-se, na verdade, de disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e
uma qualificação jurídica especial atribuída os convênios de cooperação entre os entes federados,
a diferentes tipos de entidades privadas autorizando a gestão associada de serviços públicos,
atuando em áreas típicas do setor público bem como a transferência total ou parcial de encar-
com interesse social. Essas entidades po- gos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade
dem ser financiadas pelo próprio Estado ou dos serviços transferidos.
pela iniciativa privada, porém jamais apre- Com a finalidade de regulamentar o referido disposi-
sentam finalidade lucrativa. É o caso das tivo constitucional, a Lei nº 11.107/2005 dispõe sobre a
ONGs e outras entidades do Terceiro Setor. celebração dos consórcios públicos.
A Lei dos Consórcios Públicos (Lei nº 11.107/2004) es-
9. Parceria Público-Privada tabelece alguns requisitos essenciais que devem constar
como cláusulas obrigatórias do consórcio público. En-
As parcerias público-privadas (PPPs) são contratos contram-se dispostas no art. 4º da referida Lei. Devem
administrativos de concessão, podendo apresentar-se constar em todo contrato de consórcio público dados
na modalidade de concessão patrocinada ou concessão relevantes como a identificação dos entes da Federação,
administrativa, na forma do caput do art. 2º da Lei nº a área de atuação do consórcio, as normas de funciona-
11079/2004. mento da assembleia geral, o número e as formas de re-
Há, também, uma faixa de valores mínima para a sua muneração dos empregados públicos, as condições em
realização. A Lei nº 13.529/2017 altera o texto do art. 2º, § que o consórcio deve celebrar convênios, contratos de
4º, I, da Lei nº 11.079/2004, que passa a impor a vedação gestão e termos de parceria, entre outros.
da celebração de PPP “cujo valor do contrato seja inferior
a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais)”. 11. Contrato de convênio
As Parcerias Público-Privadas comportam duas espé-
cies: Convênio é o acordo celebrado entre entidades pú-
blicas de qualquer tipo, ou ainda entre eles e alguma
a) Parcerias administrativas: na maioria dos casos, entidade particular, a fim de promover uma cooperação
a concessão patrocinada é utilizada quando a Ad-
entre os conveniados para almejarem um objetivo de in-
ministração é usuária direta ou indireta do serviço
teresse comum a todos.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

prestado pelo investidor privado. Por ser autossu-


Embora similar ao consórcio, não são o mesmo con-
ficiente na geração de recursos, ou uti universi, é
incabível a cobrança de contraprestação pelo par- trato. Os consórcios devem obrigatoriamente serem ce-
ceiro público (art. 2º, § 2º, da Lei nº 11.079/2004). lebrados por entidades da Federação, ou seja, não cabe
b) Parcerias patrocinadas: é aquela em que o servi- a iniciativa privada nos consórcios públicos, o que não
ço prestado pelo investidor privado não é autos- ocorre com os convênios. Além disso, dos consórcios re-
suficiente, não sendo financeiramente sustentável sultam a criação de uma pessoa jurídica nova e autôno-
por si próprio, ou uti singuli. Para tanto, o parcei- ma, nos termos da Lei nº 11.107/2004, o que não ocorre
ro público deverá remunerar o parceiro privado com os convênios.
em pecúnia (art. 2º, § 1º, da Lei nº 11.079/2004).
Isso significa que há duas fontes de receita para
o investidor privado: uma é a tarifa cobrada pelo
usuário, e a outra advém de contraprestação pelo
parceiro público.

30
d) Mutabilidade das cláusulas: no ramo de Direito
EXERCÍCIO COMENTADO Privado, vigora o princípio do pacta sunt servanda,
que se traduz no fiel cumprimento das cláusulas
2. (CEMIG-MG – TÉCNICO DE GESTÃO ADMINIS- do contrato. O contrato tem “força de lei” entre
TRATIVA – FUMARC – 2018) particulares. Todavia, no Direito Administrativo,
Para efeitos da Lei 8.666/93, considera-se contrato: esse princípio não é aplicável com a mesma abran-
gência, uma vez que a Administração Pública pode
a) todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da alterar unilateralmente as referidas cláusulas, cau-
Administração Pública e particulares, em que haja um sando instabilidades na relação contratual. Essa
acordo de vontades para a formação de vínculo e a es- mutabilidade, porém, não pode ocorrer nas cláu-
tipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a de- sulas que dizem respeito à remuneração do con-
nominação utilizada. tratado sem a sua anuência.
b) todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da e) Cláusulas exorbitantes: são as disposições contra-
Administração Pública e particulares, em que haja uma tuais que conferem privilégios e poderes especiais
adesão de vontades para a formação de ação e a esti- à Administração Pública, que se apresenta em po-
pulação de obrigações recíprocas, seja qual for a de- sição de superioridade em relação ao contratado.
nominação utilizada no propósito de serviços. As cláusulas exorbitantes conferem poderes para a
c) todo e qualquer reajuste entre órgãos ou entidades Administração poder: rescindir o negócio unilate-
da Administração Pública, em que haja um acordo de ralmente, alterar o objeto unilateralmente, aplicar
vontades para a formação de vínculo e a estipulação sanções administrativas, entre outras hipóteses.
de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação f) Formalismo: Em regra, os contratos de Direito Ad-
utilizada no ato comercial. ministrativo são solenes, o que significa que não
d) todo e qualquer reajuste entre órgãos ou entidades podem ter forma livre como alguns contratos par-
particulares, em que haja um acordo de ações para ticulares. Em regra, os contratos administrativos
a formação de vínculo e a estipulação de obrigações devem ser feitos por escrito.
individuais, seja qual for a denominação utilizada. g) Confiança recíproca entre as partes: os contratos
administrativos também são personalíssimos (ou
Resposta: Letra A. A alternativa transcreve o texto intuitu personae), pois a escolha do contratado se
disposto no art. 2º, par. único, da Lei nº 8.666/1993: dá pela análise de requisitos subjetivos e objetivos,
“Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e mediante procedimento de licitação. Dessa forma,
qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Ad- a subcontratação, isso é, a transferência total ou
ministração Pública e particulares, em que haja um parcial da responsabilidade pela execução do ser-
acordo de vontade para a formação de vínculo e a viço para outra pessoa, somente será possível se
estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a estiver prevista no edital de licitação.
denominação utilizada”.

EXERCÍCIO COMENTADO
CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS ADMINISTRA-
TIVOS 3. (TRT6-PE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC – 2018)
Constatada pela Administração a inexecução do contrato
Sobre os contratos administrativos em geral, impor- pela empresa contratada, a Lei nº 8.666/1993 autoriza:
tante estabelecer suas principais características, que os
distinguem dos demais contratos privados. São elas: a) rescisão do ajuste na hipótese de descumprimento to-
tal e a aplicação de sanções, previstas na lei e no ins-
a) Submissão ao Direito Administrativo: enquanto trumento convocatório, no descumprimento parcial,
os contratos privados regem-se pelas regras de este que, no entanto, não autoriza a sua rescisão.
Direito Civil e Empresarial, os contratos adminis- b) rescisão do contrato tanto na hipótese de descumpri-
trativos são regidos por normas de Direito Público, mento total como na de descumprimento parcial do
cujo sistema é elaborado para que o conjunto de ajuste.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

normas e princípios possam viabilizar a defesa do c) aplicação de sanções, previstas na lei e no instrumento
interesse público. Somente as cláusulas referentes convocatório, não sendo possível a rescisão do ajuste,
à remuneração do contratado são regidas pelas em razão do princípio da continuidade da prestação do
normas privadas. serviço público.
b) Presença da Administração Pública: ao menos d) anulação do contrato e o pagamento de indenização
em um dos polos contratuais a Administração deve ao contratado pela parte executada do ajuste.
estar presente. É considerado elemento necessário, e) anulação do contrato e o levantamento da garantia
mas não suficiente para caracterizar o contrato ad- prestada, esta como forma de indenização pela parte
ministrativo. não executada do ajuste.
c) Relação de desigualdade entre as partes: ao
contrário do que ocorre nos contratos de nature- Resposta: Letra B. Pela leitura do art. 77 da referida
za privada, as partes não se encontram em pé de Lei nº 8.666/1993, a rescisão do contrato administra-
igualdade nos contratos administrativos. tivo se dá pelo seu descumprimento total ou parcial.

31
Não confundir rescisão com anulação, que verifica um
vício de ordem legal no presente ato. Lembre-se que #FicaDica
todos os atos administrativos presumem-se legais e
Para compreender a manutenção do equi-
legítimos até a apresentação de prova em sentido
líbrio econômico-financeiro nos contratos
contrário (presunção juris tantum).
administrativos, importante salientar a Teo-
ria da Imprevisão. Trata-se de uma corrente,
com aplicação também nos ramos de Di-
EXECUÇÃO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS reito Privado, que admite que as condições
das partes podem sofrer alterações desde o
Importante também fazer uma breve análise sobre o início da sua celebração. Pela ocorrência de
processo de formalização dos contratos administrativos. algum evento imprevisto pelas partes, pode
Quanto ao modo de celebração, os contratos adminis- ocorrer um grande desequilíbrio na rela-
trativos só podem ser celebrados por escrito, pois são ção contratual, fazendo com que uma das
contratos solenes, com forma prevista em lei (art. 60, par. partes tenha lucros excessivos, e a outra se
único, da Lei nº 8.666/1993). O contrato administrativo prejudique ainda mais com a execução do
só será verbal, excepcionalmente, nas pequenas compras contrato. Por isso, admite-se a possibilidade
de pronto pagamento, feitas em regime de adiantamen- de revisão de algumas cláusulas. Diz-se que
to. Outro requisito importante para que o contrato admi- os contratos que admitem revisão regem-
nistrativo possa produzir seus efeitos é a sua publicação -se pelo vernáculo do rebus sic stantibus
com os aditivos na imprensa oficial. (“enquanto as coisas se mantiverem nesse
estado”), em oposição ao pacta sunt servan-
1. Cláusulas Exorbitantes da (“os pactos devem ser cumpridos”). Nos
contratos administrativos aplica-se com
Uma das características fundamentais dos contratos maior frequência a rebus sic stantibus.
administrativos é a presença de cláusulas atípicas e espe-
ciais. As cláusulas exorbitantes conferem à Administra-
ção Pública poderes para agir dentro do contrato, poden-
Possui previsão constitucional (art. 37, XXI, da
do desequilibrar a relação jurídica pactuada. Isso porque a
CF/1988), que estabelece, no procedimento licitatório, a
própria Administração encontra-se em posição de superio-
manutenção das condições efetivas da proposta. O art.
ridade, na relação contratual estabelecida com o particular.
65, II, d, da Lei nº 8.666/1990, seguindo esse raciocínio,
As cláusulas exorbitantes possuem respaldo legal na
dispõe que:
Lei nº 8.666/1993 e, portanto, não podem ser conside-
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser al-
radas abusivas. Exemplificando, a Administração Públi-
terados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos:
ca poderá: exigir garantias, alterar o objeto do contrato
II - por acordo das partes:
unilateralmente, exigir a manutenção do equilíbrio eco-
(...)
nômico-financeiro, aplicar penalidades, rescindir unilate-
d) para restabelecer a relação que as partes pactu-
ralmente o negócio.
aram inicialmente entre os encargos do contratado e
a retribuição da administração para a justa remuner-
2. Equilíbrio econômico-financeiro contratual
ação da obra, serviço ou fornecimento, objetivando
a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro
Também denominada equação econômico-financei-
inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos
ra, consiste em uma garantia estabelecida, no momento
imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências
da celebração do contrato, para a manutenção do equilí-
incalculáveis, retardadores ou impeditivos da ex-
brio dos encargos assumidos e da remuneração percebi-
ecução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior,
da pelo particular, garantindo a este uma certa margem
caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea
de lucro pela execução do negócio.
econômica extraordinária e extracontratual”.
A manutenção do equilíbrio econômico-financeiro
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

poderá ser obtida mediante reajuste ou revisão. Reajus-


te é a terminologia que designa a atualização dos valores
remuneratórios ante as perdas econômicas ou majoração
de insumos. As regras de reajuste devem estar previstas
no próprio instrumento contratual.
A revisão, por sua vez, corresponde a alterações no
valor efetivo da tarifa, geralmente sem previsão contra-
tual, utilizado em circunstâncias em que a recomposição
por reajuste se torna impossível. Há, nesse caso, um au-
mento real do valor pago ao contratado, ao contrário do
reajuste, que apenas atualiza o aspecto pecuniário da
remuneração.

32
As hipóteses mais comuns para a autorização da re- III - VETADO
composição econômico-financeira do contrato são: IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de pro-
a) Alteração unilateral do contrato: qualquer modi- gramas de informática, podendo a duração estender-
ficação, pela Administração Pública, seja quantita- se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o
tiva ou qualitativa, do objeto principal do contrato, início da vigência do contrato.
enseja a recomposição do equilíbrio econômico-
-financeiro. Trata-se de uma circunstância interna Dessa forma, pode-se afirmar que é possível a pror-
do contrato. Exemplo: aumento do número de es- rogação do contrato administrativo, ocorrendo um au-
tações de linha ferroviária a serem construídas. mento no seu prazo de vigência, com a manutenção das
b) Fato do príncipe: é evento externo ao contrato, condições anteriores e em relação a mesma pessoa do
de natureza geral, provocado pelo Poder Público. contratado, desde que justificada por escrito e autoriza-
Ocorre quando o próprio Estado, mediante ato le- da pela esfera competente.
gal, modifica as condições do contrato, provocan-
do prejuízo ao contratado. Tal interferência gera
indenização para o particular prejudicado com a
alteração unilateral do Estado. Exemplo: aumento da EXERCÍCIO COMENTADO
carga tributária elaborado pelo próprio contratante.
c) Fato da Administração: traduz-se em uma con- 4. (SABESP-SP – ANALISTA DE GESTÃO – FCC – 2018)
duta irregular praticada pelo Poder Público, que Suponha que a SABESP tenha contratado, mediante pré-
não necessariamente impede, mas pode retardar vio procedimento licitatório, um consórcio de empresas
a execução do contrato. Trata-se de ato com cará- para a construção de uma adutora. Ocorre que, no curso
ter específico, relacionado com o próprio contra- da execução do contrato, houve majoração de alíquota
to, o que distingue do fato do príncipe. Exemplo: de imposto incidente sobre o faturamento da empresa,
a construção de estrada em local residencial em ensejando alegação da mesma de alteração das con-
que a Administração não providencia mecanismos dições econômicas em que se pautou no momento da
essenciais a desapropriação daqueles imóveis. celebração do contrato. De acordo com as disposições
d) Álea econômica extraordinária: é o evento ex- da Constituição Federal e da Lei nº 8.666/1993, referida
terno ao contrato e estranho à vontade das partes. empresa:
Por ser fato imprevisível e inevitável capaz de cau-
sar desequilíbrio contratual, enseja a revisão tari- a) somente fará jus ao reequilíbrio econômico-financeiro
fária, desde que comprovada a imprevisibilidade do contrato se a majoração envolver imposto estadu-
e estranheza do fato, bem como o desequilíbrio al, caracterizando, assim, fato da administração.
anormal na equação econômico-financeira. Exem- b) terá direito ao reequilíbrio da equação econômico-
plo: aumento da carga tributária por entidade dis- -financeira do contrato, se comprovada a repercussão
tinta do contratante. da majoração em relação ao preço ofertado, operan-
e) Interferências imprevistas: são eventos ocorridos do-se a correspondente recomposição mediante adi-
durante a execução do contrato, de ordem mate- tivo contratual.
rial, que causem dificuldades no cumprimento das c) não fará jus ao reequilíbrio econômico-financeiro do
tarefas pactuadas, tornando insuportavelmente contrato, eis que a avença, pela sua natureza, pressu-
onerosos para uma das partes. Exemplo: desaba- põe a assunção de todos os riscos pelo contratado,
mento de terras em área destinada a construção
salvo os decorrentes de caso fortuito ou força maior.
de imóvel público, devido a fortes chuvas.
d) poderá fazer jus ao reequilíbrio econômico financeiro
do contrato, desde que o risco de criação ou majora-
3. Da execução dos contratos administrativos
ção de impostos tenha sido alocado ao poder público,
Segundo o art. 57 da Lei nº 8.666/1993, o prazo dos havendo, em tal tipo de contrato, ampla margem para
contratos administrativos fica adstrito à vigência dos tal alocação em face da omissão legislativa.
respectivos créditos orçamentários, sendo impossível a e) terá direito à adequação do preço ofertado às con-
celebração de contrato administrativo por tempo inde- dições econômicas existentes no momento da entre-
terminado. Mas o mesmo dispositivo comporta três ex- ga do objeto, incluindo alterações supervenientes de
ceções: preços de seus insumos, que sempre representa álea
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei econômica extraordinária.
ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orça-
mentários, exceto quanto aos relativos: Resposta: Letra B. Pela leitura do enunciado percebe-
I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados -se que estamos diante da hipótese de recomposição
nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais do equilíbrio econômico-financeiro por álea econô-
poderão ser prorrogados se houver interesse da Ad- mica (a majoração de impostos sobre faturamento da
ministração e desde que isso tenha sido previsto no empresa). A “pegadinha” da questão encontra-se na
ato convocatório; alternativa E. As alterações supervenientes do preço
II - à prestação de serviços a serem executados de de insumos representam álea ordinária, é um even-
forma contínua, que poderão ter a sua duração pror- to previsível no mundo empresarial, pois decorre da
rogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à própria flutuação de preços no mercado. Por isso, não
obtenção de preços e condições mais vantajosas para configura hipótese de reajuste.
a administração, limitada a sessenta meses;

33
DA INEXECUÇÃO E RESCISÃO DOS CONTRATOS
ADMINISTRATIVOS EXERCÍCIO COMENTADO
Se os contratos administrativos são celebrados por
prazo determinado, isso significa que, eventualmente, eles 5. (DPE-AM – ASSISTENTE TÉCNICO DE DEFENSO-
devem se extinguir. Assim, o contrato administrativo ad- RIA – FCC – 2018) Suponha que uma empreiteira que
mite as seguintes hipóteses de extinção: pela execução e celebrou contrato de obras com entidade integrante da
conclusão do seu objeto, pelo término de seu prazo, por Administração pública tenha atrasado, por diversas ve-
anulação motivada por defeito que o macule, ou ainda por zes, a entrega de etapas do empreendimento, descum-
rescisão. prindo o cronograma contratual e gerando prejuízos
Sobre a rescisão, o art. 79 da Lei nº 8.666/1993 admi- à contratante. De acordo com as disposições da Lei nº
te três tipos de rescisão contratual: a rescisão unilateral, 8.666/1993, a empreiteira:
decretada pela Administração Pública sem a necessidade
de autorização judicial, ensejando indenização do contra- a) somente estará sujeita à aplicação de multa ou sus-
tado, exceto se deu causa à rescisão; a rescisão amigável, pensão do direito de contratar com a Administração
feita de comum acordo entre ambas as partes, geralmente se constatada fraude ou má-fé.
não enseja indenização; e a rescisão judicial, hipótese em b) poderá ser instada ao pagamento decorrente de ree-
que há a interferência do Poder Judiciário em razão do quilíbrio econômico-financeiro até o limite do valor do
inadimplemento pelo Poder Público ou pelo contratado. contrato, descabendo outras sanções administrativas.
Para que o contratado tenha o direito de ser indeni- c) deverá, obrigatoriamente, ser declarada inidônea para
zado, provocado pela extinção do contrato administrati- contratar com a Administração.
vo, precisa preencher alguns requisitos. Primeiramente, a d) não poderá sofrer sanções administrativas, porém res-
extinção contratual deve ser antecipada, pois seria ilógico ponde pelas perdas e danos devidamente comprovadas.
pedir reparação de danos em hipóteses em que o contra- e) está sujeita à aplicação de multa de mora, na forma
to se extinguiu naturalmente pelo regular adimplemento prevista no contrato, que poderá ser descontada dire-
do negócio. Além disso, sua relação jurídica com o Poder tamente da garantia contratual.
Público não pode ser precária, pois atos precários são re-
vogáveis pelo Poder Público, a qualquer tempo. Por fim, o Resposta: Letra E. Alternativa A está incorreta pois a
contratado deve ter agido de boa-fé durante a execução empreiteira também pode sofrer sanções como adver-
contratual, pois se o particular tivesse agido com intenção tência e a declaração de inidoneidade (art. 87). Alter-
de extinguir o negócio (agir de má-fé), não lhe seria ca- nativa B está errada pois há a possibilidade de aplicar
bível o dever de indenizar, haja vista que ninguém pode multa concomitantemente com outras sanções admi-
beneficiar-se da própria torpeza. nistrativas. Alternativa C está errada pois não existe
Nos casos de anulação, o dever de indenizar persiste obrigatoriedade de declarar a idoneidade da emprei-
ainda que o contrato apresente vício legal, devendo a Ad- teira para celebrar contrato com a Administração. Al-
ministração indenizar o contratado pelo que este houver ternativa D está incorreta pois estamos diante de um
executado até a data em que ela for declarada e por ou- contrato administrativo e, por isso, as regras quanto as
tros prejuízos regularmente comprovados, contanto que sanções administrativas devem ser aplicadas no caso
não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilida- mencionado.
de de quem lhe deu causa (art. 59, par. único, da Lei nº
8.666/1993). LICITAÇÃO
O art. 87 da Lei nº 8.666/1993 apresenta o rol de san-
ções aplicáveis ao contratado pela inexecução, total ou Nota-se nos dias atuais a necessidade extrema e
parcial, do contrato administrativo, in verbis: constante da aquisição de bens e serviços para a ma-
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato nutenção tanto das necessidades essenciais, quanto das
a Administração poderá, garantida a prévia defesa, supérfluas. Dentro dessa realidade de consumo, abor-
aplicar ao contratado as seguintes sanções: dar-se-á neste trabalho as formas disponíveis para que
I - advertência; a gestão pública aplique de maneira consciente o orça-
II - multa, na forma prevista no instrumento convo- mento disponível para manutenção de bens e serviços.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

catório ou no contrato; Nesse contexto, os gastos de verbas públicas devem


III - suspensão temporária de participação em licitação seguir uma série de trâmites e regras para que sejam
e impedimento de contratar com a Administração, por aplicados da forma mais vantajosa, com o menor gasto
prazo não superior a 2 (dois) anos; e a melhor qualidade. Trata-se de uma tarefa complexa,
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou con- devido às influências que podem provocar do ponto de
tratar com a Administração Pública enquanto perdu- vista econômico, social e político no município ou região
rarem os motivos determinantes da punição ou até de atuação, devendo, portanto, ser realizada com aten-
que seja promovida a reabilitação perante a própria ção e cuidado, de forma a satisfazer os direitos e garan-
autoridade que aplicou a penalidade, que será con- tias do cidadão e cuidar para que não haja desperdício.
cedida sempre que o contratado ressarcir a Adminis- O legislador brasileiro elaborou uma série de nor-
tração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o mas a serem seguidas com o intuito de padronizar as
prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior. aquisições e alienações. Dentre elas, destacam-se a
Lei nº 8.666/1993, que regulamenta o art. 37, XXI, da

34
Constituição Federal, instituindo normas para licitações A seguir, as condições necessárias para validar o pro-
e contratos da Administração Pública e, ainda, a Lei nº cesso de compras públicas:
10.520/2002 (Lei do Pregão). • Avaliar a necessidade (planejamento);
• Definir o quanto adquirir;
A licitação é obrigatória para toda Administração Pú- • Verificar as condições de guarda e armazenamen-
blica e deve seguir vários princípios, conforme preconi- to;
zado no art. 37, caput, XXI, da Constituição Federal: • Buscar atender o princípio da padronização;
• Obter as informações técnicas quando necessárias;
Art. 37 – A administração pública direta e indireta de • Proceder a pesquisas de mercado;
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Dis- • Definir a modalidade e tipo de licitação ou a sua
trito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios dispensa / inexigibilidade;
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publici- • Indicar (empenho) os recursos orçamentários.
dade e eficiência e, também, ao seguinte: [...]
XX – Ressalvados os casos específicos na legislação, as O principal elemento que justifica o processo licita-
obras, serviços, compras e alienações serão contrata- tório para realização de compras no setor público é a
dos mediante processo de licitação pública que asse- TRANSPARÊNCIA que este representa.
gure igualdade de condições a todos os concorrentes, Portanto, conceituando temos que:
com cláusulas que estabeleçam obrigações de paga- Licitação é o procedimento administrativo pelo qual
mento, mantidas as condições efetivas da proposta, uma pessoa governamental, pretendendo alienar, adqui-
nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigên- rir ou locar bens, realizar obras ou serviços, segundo con-
cias de qualificação técnica e econômica indispen- dições por ela estipuladas previamente, convoca interes-
sáveis à garantia do cumprimento das obrigações. sados na apresentação de propostas, a fim de selecionar
a que se revele mais conveniente em função de parâme-
tros antecipadamente estabelecidos e divulgados. Este
LICITAÇÃO: CONCEITO, FINALIDADE, procedimento visa a garantir duplo objetivo: de um lado,
proporcionar às entidades governamentais possibilidade
PRINCÍPIOS, MODALIDADES, DISPENSA
de realizarem o negócio mais vantajoso; de outro, asse-
E INEXIGIBILIDADE, PROCEDIMENTO, gurar aos administrados ensejo de disputarem entre si a
ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO participação nos negócios que as pessoas administrati-
vas entendam de realizar com os particulares.

COMPRAS NO SETOR PÚBLICO DISPENSA E INEXIBILIDADE

O Setor de Compras ocupa papel de destaque na Ca- Quem está obrigado a licitar: União, Estados, Mu-
deia de Suprimentos das organizações. nicípios, Distrito Federal, Territórios e autarquias estão
Segundo Martins et al. (2006, p. 81): obrigados a licitar, em obediência às pertinentes leis de
licitação, o que é ponto incontroverso.
A função de compras assume papel verdadeiramente Inexigibilidade de Licitação: A obrigatoriedade so-
estratégico nos negócios de hoje em face do volume de mente não se aplica em determinados casos descritos a
recursos, principalmente financeiros envolvidos, deixan- seguir, conforme art. 25, da Lei 8.666/1993:
do cada vez mais a visão preconceituosa de que era uma
atividade burocrática e repetitiva, um centro de despesas I – nos casos de haver um fornecedor exclusivo de de-
e não um centro de lucros. terminado material, equipamento ou gênero, vedada
Nas empresas estatais e autárquicas, como também a preferência de marca, devendo haver a compro-
no serviço público em geral, o processo de compras vação de exclusividade por meio de atestado fornecido
obedece uma série de requisitos, conforme estabelece a por órgão competente;
Lei nº 8.666, de 21/6/1993, alterada pela Lei nº 8.883, de II – para a contratação de serviços técnicos, dentro do
8/6/1994, motivo pelo qual se tornam totalmente trans- conceito de serviços técnicos previsto pela própria Lei
parentes. 8666/93 em seu artigo 13 e
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Sabemos que há várias diferenças entre o processo III – para a contratação de profissional de qualquer
de compra no sistema privado e no sistema público, mas setor artístico, desde que consagrad
destacamos como principal: o pela crítica especializada ou pela opinião pública.
• Compras na Administração Pública – FORMALIDA-
DE Dispensa da licitação só ocorrerá nos casos previs-
• Compras na Administração Privada – INFORMALI- tos no artigo 24 da Lei 8.666/1993, que seguem descritos
DADE a seguir:

De acordo com o Art. 14 da Lei da Licitação, dois prin- É dispensável a licitação: Nos casos de guerra, grave
cípios preliminares devem ser seguidos: perturbação da ordem ou calamidade pública; Quando
• A definição precisa do seu objeto; sua realização comprometer a segurança nacional, a
• A existência de recursos orçamentários que garan- juízo do Presidente da República; Quando não acudirem
tam o pagamento resultante. interessados à licitação anterior, mantidas, neste caso, as

35
condições preestabelecidas; Na aquisição de materiais, eq- Princípio da Impessoalidade
uipamentos ou gêneros que só podem ser fornecidos por
produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, Para evitar a preferência por alguma empresa especi-
bem como na contratação de serviços com profissionais ficamente, cuja não observação implicaria prejuízo para
ou firmas de notória especialização; Na aquisição de obras a lisura do processo licitatório, e como consequência a
de arte e objetos históricos; Quando a operação envolver decretação da nulidade do processo, ou seja, estabele-
concessionário de serviço público ou, exclusivamente, pes- ce que “a atividade administrativa deve ser destinada a
soas de direito público interno ou entidades sujeitas ao seu todos os administrados, dirigida aos cidadãos em geral,
controle majoritário; Na aquisição ou arrendamento de im- sem determinação de pessoa ou discriminação de qual-
óveis destinados ao Serviço Público; Nos casos de emergên- quer natureza”.
cia, caracterizada a urgência de atendimento de situação
que possa ocasionar prejuízos ou comprometer a segurança Princípio da Moralidade
de pessoas, obras, bens ou equipamentos; Nas compras ou
execução de obras e serviços de pequeno vulto, entendidos
O Princípio da Moralidade significa que a Adminis-
como tal os que envolverem importância inferior a cinco
tração Pública, além de obedecer à Lei, deve respeitar a
vezes, no caso de compras e serviços, e a cinquenta vezes,
moral, adotar condutas honestas.
no caso de obras, o valor do maior salário mínimo mensal.
Destaca-se como diz Marcio Cammarosano, o prin-
Diferença entre inexigibilidade e dispensa, segundo cípio da moralidade não é a moral comum, mas sim a
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “a diferença básica entre moralidade juridicizada.
as duas hipóteses está no fato de que, na dispensa, há
possibilidade de competição que justifique a licitação; de Princípio da Publicidade
modo que a lei faculta a dispensa, que fica inserida na
competência discricionária da Administração. Nos casos Visa a tornar a futura licitação conhecida dos inte-
de inexigibilidade, não há possibilidade de competição, ressados e dar conhecimento aos licitantes bem como à
porque só existe um objeto ou uma pessoa que atenda sociedade em geral, sobre seus atos. Outra função desse
às necessidades da Administração; a licitação é, portanto, princípio é garantir aos cidadãos o acesso à documenta-
inviável”. ção referente à licitação, bem como sua participação em
audiências públicas
PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO
Princípio da Probidade Administrativa
O processo de licitatório também se baseia em prin-
cípios, como vemos a seguir: Atos de improbidade (são aqueles que apresentam
O art. 3º, da Lei nº 8.666/1993, prevê a observância imoralidade administrativa especialmente qualificada,
dos princípios da isonomia, legalidade, impessoalidade, por atuar de forma desonesta, corrupta, dolosa). Além de
moralidade, igualdade, publicidade, probidade adminis- serem inválidos, ensejam a aplicação de sanções severas
trativa, vinculação ao instrumento convocatório, julga- a seus autores.
mento objetivo e demais correlatos.
Princípio da Eficiência
O Princípio da Legalidade
Consiste no dever da Administração realizar a função
Vincula o administrador a fazer apenas o que a lei
administrativa com rapidez, perfeição e rendimento.
autoriza, sendo que, na licitação, o procedimento deverá
Princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade
desenvolver-se não apenas com observância estrita às le-
Pela Razoabilidade, as decisões administrativas de-
gislações a ele aplicáveis, mas também ao regulamento,
vem ser amparadas e pautadas em justificativas racionais,
caderno de obrigações e ao próprio edital ou convite,
segundo Hely Lopes Meirelles. com fulcro no bom senso
A não observação desse princípio impregnará o pro-
cesso licitatório de vício, trazendo nulidade como con- Princípio da Competitividade
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

sequência.
O Princípio da Isonomia ou Igualdade Competitividade garante a livre participação a todos,
porém, essa liberdade de participação é relativa, não sig-
Consiste na ideia de que todos devem receber trata- nificando que qualquer empresa será admitida no pro-
mento paritário, em situações uniformes, não sendo ad- cesso licitatório. Por exemplo, não faz sentido uma em-
mitidos privilégios ou discriminações arbitrárias. presa fabricante de automóveis tencionar participar de
um processo de licitação, quando o objeto do certame
Princípio da igualdade seja compra de alimentos.
É pelo Princípio da Competitividade que o edital não
Além de consistir na obrigação de tratar isonomi- pode conter exigências descabidas, cláusulas ou condi-
camente todos os licitantes, também significa ensejar a ções que restrinjam indevidamente o possível universo
qualquer interessado que atender às condições indispen- de licitantes para aquele certame.
sáveis de garantia, a oportunidade de disputar o certame.

36
Princípio da Vinculação Pregão – é a modalidade de licitação destinada à con-
tratação de bens e serviços comuns, independentemente
Administração e licitantes vinculam-se ao estabeleci- de seu valor, estando disciplinada na Lei nº 10.520/2002.
do no edital ou carta-convite. Consideram-se bens e serviços comuns aqueles cujos
padrões de desempenho e qualidade possam ser obje-
Princípio do Julgamento Objetivo tivamente definidos pelo edital, sem grande necessidade
de avaliações detalhadas, visto que a relação dos bens
A Administração está obrigada a efetuar o julgamen- ou serviços comuns encontra-se disposta em anexo do
to das propostas com base nos critérios já definidos no Decreto Federal nº 3.555/2000, posteriormente alterado
instrumento convocatório. pelo Decreto Federal nº 7.174/2010.

Princípio da Motivação FIQUE ATENTO!


Não confundir modalidades de licitação
Todas as decisões administrativas devem ser sempre
com tipos de licitação.
justificadas por escrito no processo da licitação, motiva-
Por modalidade, compreendemos o proce-
das, ou seja, o agente responsável pela tomada da deci- dimento por meio do qual o agente público
são deve enunciar expressamente os motivos de fato e selecionará a melhor proposta para a Admi-
de direito que justificam determinada decisão. nistração Pública.
Já tipo de licitação, é o que determina os
MODALIDADES DE LICITAÇÃO critérios para a escolha da melhor proposta.

A licitação, como espécie de processo administrativo,


é dividida em seis modalidades distintas: Existem três tipos básicos de licitação:
Concorrência – é a modalidade de licitação própria Menor preço – neste caso, o que vale é o menor pre-
para contratos de grande valor, em que se admite a par- ço. Teoricamente, esse menor preço pode chegar a zero
ticipação de quaisquer interessados, cadastrados ou não, (ou até mesmo preço negativo). Muitas empresas aca-
que satisfaçam as condições do edital, convocados com a bam aceitando preços menores que o viável economi-
antecedência mínima prevista na lei, com ampla publici- camente porque interessa a elas outros fatores como a
dade pelo órgão oficial e pela imprensa particular. vinculação da imagem a determinado projeto ou a con-
Tomada de preços – é a licitação realizada entre inte- quista de um novo cliente;
ressados previamente registrados, observada a necessá- Melhor técnica – em alguns casos, principalmente
ria habilitação, convocados com a antecedência mínima quando o trabalho é complexo, o órgão público pode
prevista na lei, por aviso publicado na imprensa oficial e basear-se nos parâmetros técnicos para determinar o
em jornal particular, contendo as informações essenciais vencedor;
da licitação e o local onde pode ser obtido o edital. A Menor preço e melhor técnica – neste caso, os dois
nova lei aproximou a tomada de preços da concorrência, parâmetros são importantes. Assim, no próprio edital de
exigindo a publicação do aviso e permitindo o cadastra- licitação deve estar claro o peso que cada um dos parâ-
mento até o terceiro dia anterior à data do recebimento metros (preço e qualidade técnica) deve ter para que se
das propostas. possa fazer uma média ponderada.
Convite – é a modalidade de licitação mais simples,
destinada às contratações de pequeno valor, consistin- Enfim, ao passo que os tipos de licitação estão rela-
cionados à recepção de propostas, as modalidades estão
do na solicitação escrita a pelo menos três interessados
relacionadas aos demais procedimentos administrativos
do ramo, registrados ou não, para que apresentem suas
adotados na gestão do processo licitatório.
propostas no prazo mínimo de cinco dias úteis. O convite
não exige publicação, porque é feito diretamente aos es-
EDITAL DE LICITAÇÃO
colhidos pela Administração por meio de carta-convite.
A lei nova, porém, determina que cópia do instrumento É o instrumento pelo qual a Administração leva ao
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

convocatório seja afixada em local apropriado, esten- conhecimento público a abertura de concorrência, de to-
dendo-se automaticamente aos demais cadastrados da mada de preços, de concurso e de leilão, fixa as condições
mesma categoria, desde que manifestem seu interesse de sua realização e convoca os interessados para a apre-
até vinte e quatro horas antes da apresentação das pro- sentação de suas propostas.
postas; Como lei interna, vincula a Administração e os parti-
Concurso – é a modalidade de licitação destinada à cipantes.
escolha de trabalho técnico ou artístico predominante- Funções do edital:
mente de criação intelectual. Normalmente, há atribuição • Dá publicidade à licitação;
de prêmio aos classificados, mas a lei admite também a • Identifica o objeto licitado e delimita o universo
oferta de remuneração; das propostas;
Leilão – é espécie de licitação utilizável na venda de • Circunscreve o universo dos proponentes;
bens móveis e semoventes e, em casos especiais, tam- • Estabelece os critérios para análise e avaliação dos
bém de imóveis. proponentes e das propostas;

37
• Regula atos e termos processuais do procedimen- comprovante das publicações do edital ou da entrega
to; do convite; ato de designação da comissão de licitação,
• Fixa cláusulas do futuro contrato. do leiloeiro, administrativo ou oficial, ou do responsável
pelo convite; original das propostas e dos documentos
Quanto à sua habilitação, por vezes denominada que as instruem; atas, relatórios e deliberações da Comis-
“qualificação”, é a fase do procedimento em que se ana- são de Licitação; pareceres técnicos ou jurídicos emitidos
lisa a aptidão dos licitantes. sobre a licitação, dispensa ou inexigibilidade; atos de ad-
Detalhe Importante: judicação do objeto da licitação e da sua homologação;
• Aptidão – qualificação indispensável para que a recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e
proposta possa ser objeto de consideração. respectivas manifestações e decisões; despacho de anu-
• Sem aptidão – o órgão competente não habilita. lação ou de revogação da licitação, quando for o caso,
• fundamentado circunstancialmente; termo de contrato
Observa-se: modalidade de licitação, chamada “con- ou instrumento equivalente; outros comprovantes de
vite”, inexiste a fase de habilitação – aqui a aptidão é publicações e demais documentos relativos à licitação.
presumida; é feita a priori pelo próprio órgão licitante
que escolhe e convoca aqueles que julgam capacitados a 2. Fase externa
participar do certame, admitindo, também, eventual inte-
ressado, não convidado, mas cadastrado. 2.1 Fase de Habilitação
Classificação – momento em que as propostas admi-
tidas são ordenadas em função das vantagens que ofe- Após a publicação do edital, tem início a fase externa
recem, na conformidade dos critérios de avaliação esta- da licitação, que é caracterizada pela habilitação e pela
belecidos no edital. seleção do melhor licitante, dentre os habilitados. Para a
A classificação é dividida em duas fases: habilitação nas licitações, será exigido dos interessados:
• Abertura de envelopes “proposta” – a abertura é documentação relativa à habilitação jurídica, qualificação
feita em ato público, previamente designado, la- técnica, qualificação econômico-financeira, regularidade
vrando-se ata circunstanciada ao final. fiscal e prova de que o interessado não empregue em
• Julgamento das propostas – objetivo e conforme trabalho noturno, perigoso ou insalubre menores de de-
os tipos de licitação. zoito anos, bem como não empregue em qualquer tra-
balho menores de dezesseis anos, salvo na condição de
As propostas que estiverem de acordo com o edital aprendiz, a partir de quatorze anos. A inabilitação do lici-
serão classificadas na ordem de preferência, na escolha tante importa preclusão do seu direito de participar das
conforme o tipo de licitação. Aquelas que não se apre- fases subsequentes do processo licitatório.
sentarem em conformidade com o instrumento convoca-
tório serão desclassificadas. Não se pode aceitar propos- 2.2 Fase de Classificação e Julgamento
ta que apresente preços unitários simbólicos, irrisórios
ou de valor zero, ainda que o instrumento convocatório O julgamento das propostas será objetivo, devendo
não tenha estabelecido limites mínimos (Art. 44, § 3º, da a Comissão de Licitação ou o responsável pelo convite
Lei 8.666/1993). realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação e
os critérios previamente estabelecidos no ato convoca-
FASES DO PROCESSO DE LICITAÇÃO tório. No caso de empate entre duas ou mais propostas,
deverá ser observado o disposto no artigo 3º, § 2º, da Lei
O processo de licitação é dividido em duas fases: fase de Licitações.
interna e fase externa, as quais, por sua vez, subdividem- Nota-se nesta fase que, com o advento da Lei Comple-
-se em fases específicas. mentar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, que estabe-
leceu o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empre-
1. Fase interna sa de Pequeno Porte, ocorreu a adoção de novas regras
de licitações públicas, dando tratamento diferenciado e
Fase preliminar da licitação que compreende os se- favorecido às microempresas e empresas de pequeno
guintes atos: definição do objeto a ser contratado, esti- porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

mativa do custo do contrato, reserva da receita orçamen- Distrito Federal e dos Municípios, com relação à prefe-
tária, elaboração do instrumento convocatório, exame do rência nas aquisições de bens e serviços pelos Poderes
edital ou carta-convite pela assessoria jurídica, autoriza- Públicos. Na prática, os direitos são: deverão apresentar
ção para licitar e publicação do edital. toda a documentação exigida para efeito de comprova-
ção de regularidade fiscal, mesmo que com restrições.
1.1 Fase de Abertura Porém, havendo alguma restrição, será assegurado o
prazo de dois dias úteis, prorrogáveis por igual período,
Assim sendo, o procedimento de licitação é iniciado cujo termo inicial corresponderá ao momento em que o
com a abertura de processo administrativo, devidamen- proponente for declarado o vencedor do certame, para
te autuado, protocolado e numerado, contendo a au- a regularização da documentação. Outro privilégio é o
torização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto direito de preferência nas situações de empate, ou seja,
e do recurso para a despesa, e ao qual serão juntados quando as propostas apresentadas pelas microempresas
oportunamente: o edital ou convite e respectivos anexos; e empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10%

38
superiores à proposta mais bem classificada. No caso do d) condições de pagamento que estabeleçam preferên-
pregão, aplica-se às propostas que não sejam superiores cia para empresas brasileiras.
a 5% da proposta com o menor valor. Dessa forma, a e) a previsão de irrecorribilidade das decisões da comis-
microempresa ou empresa de pequeno porte mais bem são de licitação.
classificada poderá apresentar proposta de preço inferior
àquela considerada vencedora do certame, situação em Resposta: Letra A.
que será adjudicado em seu favor o objeto licitado. Por Alternativa A – Certo – Conforme art. 40, III.
fim, o legislador ainda permitiu a promoção de licitação Alternativa B – Errado – A descrição deve ser sucinta
pública, desde que os valores envolvidos não superem e clara.
R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), restrita às microempresas Alternativa C – Errado – Os critérios para julgamento
e empresas de pequeno porte. deverão constar no edital.
Alternativa D – Errado – O edital estabelecerá condi-
2.3 Fase de Homologação e Adjudicação ções de pagamento para empresas brasileiras e es-
trangeiras.
Uma vez concluída a fase de classificação e julgamen- Alternativa E – Errado – O edital não preverá esse tipo
to, a autoridade superior à Comissão de Licitação, com de previsão.
fundamento no poder-dever que lhe é atribuído, pode-
rá, alternativamente: homologar os atos administrativos Instrução: Na(s) questão(ões) a seguir, preencha o campo
praticados, confirmando o resultado da licitação; revogar designado com o código C, caso julgue o item CERTO; ou
os atos administrativos praticados ou mesmo a licitação o campo designado com o código E, caso julgue o item
toda, motivada por razões de interesse público, que de- ERRADO.
corram de fato superveniente devidamente comprovado,
pertinente e hábil para justificar tal conduta ou anular 2. (STJ – 2018 – CESPE) Em relação aos princípios apli-
os atos administrativos praticados ou mesmo a licitação cáveis à administração pública, julgue o próximo item.
toda, motivada por ilegalidade relacionada ao processo A indicação dos fundamentos jurídicos que determina-
licitatório, mediante parecer escrito e devidamente fun- ram a decisão administrativa de realizar contratação por
damentado. dispensa de licitação é suficiente para satisfazer o princí-
Com o resultado homologado, o licitante cuja pro- pio da motivação.
posta tiver sido selecionada terá o direito à adjudicação
do objeto da licitação. A adjudicação consiste na atribui- ( ) CERTO ( ) ERRADO
ção do objeto da licitação àquele cuja proposta tenha
sido selecionada, para imediata execução do contrato. Resposta Errado. Os atos administrativos que dispen-
sem ou declarem a inexigibilidade de processo licita-
2.4 Inversão de fases no procedimento licitatório tório deverão ser motivados com indicação dos fatos
e dos fundamentos jurídicos.
Convém ressaltar uma exceção trazida pela Lei nº
11.196/2005 e pela Lei nº 10.520/2002, prevendo que 3. (EBSERH – 2018 – CESPE) Julgue o próximo item, re-
o edital de licitação estabelecerá a inversão da ordem lativo às modalidades de licitação.
das fases de habilitação e julgamento nas modalidades Convite é a modalidade de licitação entre interessados
de pregão e concorrência para outorga de concessões devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as
e permissões de serviços públicos. Nesses casos, uma condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia
vez encerrada a fase de classificação das propostas, será anterior à data do recebimento das propostas, observada
aberto o envelope com os documentos de habilitação a necessária qualificação.
do licitante mais bem classificado. Uma vez constatado
o atendimento às exigências editalícias, o licitante será ( ) CERTO ( ) ERRADO
declarado vencedor. Por outro lado, caso o licitante me-
lhor classificado seja inabilitado, serão analisados os do- Resposta Errado. O item se refere à tomada de preço
cumentos do licitante classificado em segundo lugar, e – conforme § 2º do artigo 22 da Lei nº 8.666 – Tomada
assim sucessivamente. de preços é a modalidade de licitação entre interes-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

sados devidamente cadastrados ou que atenderem a


todas as condições exigidas para cadastramento até o
terceiro dia anterior à data do recebimento das pro-
EXERCÍCIOS COMENTADOS postas, observada a necessária qualificação.

1. (TER-PE – 2017 – CESPE) O edital de licitação terá de


conter, obrigatoriamente,

a) indicação das sanções para o caso de inadimplemento.


b) a descrição técnica detalhada, minuciosa e exauriente
do objeto da licitação.
c) a indicação de que os critérios para julgamento serão
informados após a fase de habilitação.

39
4. (PC-SP – INVESTIGADOR DE POLÍCIA – VUNESP –
2018) Lei estadual que vede a realização de processo
HORA DE PRATICAR! seletivo para o recrutamento de estagiários pelos órgãos
e pelas entidades do poder público estadual fere o prin-
1. (PC-AC – ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL – IBADE – cípio da:
2017) Quanto aos temas órgão público, Estado, Governo
e Administração Pública, é correto afirmar que: a) eficiência.
b) legalidade.
a) governo democraticamente eleito e Estado são noções
c) impessoalidade.
intercambiáveis para o Direito Administrativo.
d) segurança jurídica.
b) um órgão público estadual pode ser criado por meio
e) continuidade do serviço público.
de Decreto do Chefe do Poder Executivo Estadual ou
por meio de Portaria de Secretário de Estado, desde
que editada por delegação do Governador. 5.(PC-BA – INVESTIGADOR DE POLÍCIA – VUNESP –
c) fala-se em Administração Pública Extroversa para frisar 2018) Se um determinado agente público se vale de uma
a relação existente entre Administração Pública e seu competência que lhe é legalmente atribuída para praticar
corpo de agentes públicos. um ato válido, mas que possui o único e exclusivo obje-
d) a Administração Pública, sob o enfoque funcional, é tivo de prejudicar um desafeto, é correto afirmar que tal
representada pelos agentes públicos e seus bens. conduta feriu o princípio da:
e) o órgão público é desprovido de personalidade jurídica.
Assim, eventual prejuízo causado pela Assembleia Legis- a) finalidade, que impõe aos agentes da Administração
lativa do Estado do Acre deve ser imputado ao Estado o dever de manejar suas competências obedecendo
do Acre. rigorosamente à finalidade de cada qual.
b) supremacia do interesse público sobre o interesse pri-
2. (POLÍCIA FEDERAL – AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL vado, que é princípio geral de direito inerente a qual-
– CESPE – 2018) Acerca da organização da administra- quer sociedade.
ção pública brasileira, julgue o item subsequente. c) razoabilidade, pelo qual o Administrador, na atuação
Sob a perspectiva do critério formal adotado pelo Bra- discricionária, terá de obedecer a critérios aceitáveis
sil, somente é administração pública aquilo determinado
do ponto de vista racional, com o senso normal.
como tal pelo ordenamento jurídico brasileiro, indepen-
d) proporcionalidade, já que a Administração não deve
dentemente da atividade exercida. Assim, a administração
pública é composta exclusivamente pelos órgãos integran- tomar medidas supérfluas, excessivas e que passem
tes da administração direta e pelas entidades da adminis- do estritamente necessário à satisfação do interesse
tração indireta. público.
e) motivação, porque a Administração deve, no mínimo,
( ) CERTO ( ) ERRADO esclarecer aos cidadãos aos razões pelas quais foram
tomadas as decisões.
3. (PC-PE – DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2016)
Considerando os princípios e fundamentos teóricos do 6. (PC-PI – AGENTE DE POLÍCIA CIVIL – NUCEPE –
direito administrativo, assinale a opção correta. 2018) São, respectivamente, princípios da administração
pública que propiciam: a) conhecimento público dos atos
a) As empresas públicas e as sociedades de economia administrativos, oportunizado a utilização de mecanis-
mista, se constituídas como pessoa jurídica de direito mos de controle, quando necessários à adequação do
privado, não integram a administração indireta. ato ao contexto da legalidade e da moralidade; e b) atos
b) Desconcentração é a distribuição de competências administrativos com conteúdo impessoal e que visam
de uma pessoa física ou jurídica para outra, ao passo alcançar não a satisfação de interesses pessoais ou pri-
que descentralização é a distribuição de competências vados, mas estejam sempre voltados ao alcance coletivo:
dentro de uma mesma pessoa jurídica, em razão da
sua organização hierárquica.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

a) moralidade e publicidade.
c) Em decorrência do princípio da legalidade, é lícito que
b) legalidade e impessoalidade.
o poder público faça tudo o que não estiver expressa-
mente proibido pela lei. c) publicidade e impessoalidade.
d) A administração pública, em sentido estrito e subjeti- d) impessoalidade e eficiência.
vo, compreende as pessoas jurídicas, os órgãos e os e) moralidade e legalidade.
agentes públicos que exerçam função administrativa.
e) No Brasil, por não existir o modelo da dualidade de juris-
dição do sistema francês, o ingresso de ação judicial no
Poder Judiciário para questionar ato do poder público é
condicionado ao prévio exaurimento da instância admi-
nistrativa.

40
7. (PC-SC – COMISSÁRIO DE POLÍCIA – ACAFE – 2008) 10.(PC-RS – DELEGADO DE POLÍCIA BLOCO II – FUN-
Analise as alternativas a seguir e assinale a correta: DATEC – 2018) O artigo 37 da Constituição Federal de
1988 lista os princípios inerentes à Administração Pú-
a) Os órgãos da Administração Pública classificam-se, em blica, que são: legalidade, impessoalidade, moralidade,
relação à posição ocupada na escala administrativa, publicidade e eficiência. A incumbência desses princípios
em independentes, autônomos, superiores e subalter- é dar unidade e coerência ao Direito Administrativo do
nos. São exemplos de órgãos independentes os Minis- Estado, controlando as atividades administrativas de to-
térios e as Secretarias de Estado e de Município. dos os entes que integram a federação brasileira. Tendo
b) Direito Administrativo pode ser conceituado como o por base essa ideia inicial, assinale a alternativa correta.
conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem
os órgãos, os agentes e os atos administrativos prati- a) A administração não pode anular seus próprios atos,
cados nessa condição, com o intuito de realizar con- quando eivados de vícios que os tornem ilegais.
creta, direta e imediatamente os fins desejados pelo b) Não viola o princípio da presunção de inocência a ex-
Estado. clusão de certame público de candidato que responda
c) A doutrina, que forma o sistema teórico de princípios a inquérito policial ou ação penal sem trânsito em jul-
aplicáveis, e a jurisprudência, que reflete a aplicação gado da sentença condenatória.
objetiva desses princípios, são consideradas as fontes c) Segundo Hely Lopes Meirelles, o princípio da impesso-
primárias do Direito Administrativo. alidade, referido na CF/1988 (Art. 37, caput), nada mais
d) O cargo público pertence ao agente público, de modo é que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe
que o Estado não pode suprimi-lo ou alterá-lo sem ao administrador público que só pratique o ato para
que haja violação ao direito daquele. atingir o objetivo indicado expressa ou virtualmente
pela norma de direito, de forma impessoal.
8. (PC-AC – AGENTE DE POLÍCIA CIVIL – IBADE – 2017) d) Segundo o jurista Alexandre de Moraes, o princípio
Quanto ao conceito de Direito Administrativo, às respon- da moralidade é o que impõe à administração pública
sabilidades dos servidores públicos civis, aos atos admi- direta e indireta e a seus agentes a persecução do bem
nistrativos, ao controle da Administração Pública e ao comum, por meio do exercício de suas competências
processo administrativo regido pela Lei n° 9.784/1999, é de forma imparcial, neutra, transparente, participativa,
correto o que se afirma em: eficaz, sem burocracia e sempre em busca da qualida-
de, primando pela adoção dos critérios legais e morais
a) O administrado tem o direito de ser tratado com res- necessários para melhor utilização possível dos recur-
peito pelas autoridades e servidores. Contudo, este sos públicos, de maneira a evitarem-se desperdícios e
direito não implica na possibilidade de exigência da garantir-se maior rentabilidade social.
Administração, pelo administrado, de um dever de fa- e) Os atos administrativos não são passíveis de controle
cilitação do exercício de seus direitos. de mérito, bem como de legalidade pelo Poder Judi-
b) O Direito Administrativo é um conjunto de regras e ciário.
princípios que confere poderes desfrutáveis pelo Esta-
do para a consecução do bem comum e da finalidade 11. (PC-MA – ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL – CESPE –
pública. Esta concepção, portanto, não compreende 2018) A conduta do agente público que busca o melhor
deveres da Administração em favor dos administrados desempenho possível, com a finalidade de obter o me-
que, para este ramo do direito, são objetos da relação lhor resultado, atende ao princípio da:
jurídico administrativa.
c) Os servidores públicos civis podem, como regra, ser a) eficiência.
responsabilizados, de modo concomitante, nas esferas b) legalidade.
civil, criminal e administrativa. c) impessoalidade.
d) O Poder Judiciário não pode praticar atos administra- d) moralidade.
tivos, mas apenas atos da administração. e) publicidade.
e) O controle da Administração Pública no Brasil é rea-
lizado por meio do sistema do contencioso adminis- 12. (PC-SP – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP – 2018)
trativo. A razoável duração do processo e o emprego de meios
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

que assegurem a celeridade na sua tramitação são as-


9. (PC-ES – MÉDICO LEGISTA – FUNCAB – 2013) No segurados, a todos, no âmbito administrativo e revelam
Direito Administrativo contemporâneo, a expressão que direito fundamental que tem por conteúdo os princípios
define o núcleo diretivo do Estado, alterável por eleições da:
e responsável pela gerência dos interesses estatais e pelo
exercício do poder político é: a) moralidade e reserva legal.
b) nova gestão pública e razoabilidade.
a) Administração Pública. c) isonomia e eficiência.
b) Governo. d) legalidade e publicidade.
c) Poder Público. e) impessoalidade e indisponibilidade do interesse pú-
d) Controladoria. blico.
e) Gerência Fiscal.

41
13. (TJ-SP – JUIZ SUBSTITUTO – VUNESP – 2018) De e) A licença será por prazo determinado e sem remune-
acordo com a jurisprudência do STF e do STJ, é correto ração.
afirmar que o servidor em desvio de função: 16. (UF-AM – PSICÓLOGO – COMVEST UFAM – 2018)
A respeito dos direitos e vantagens assegurados ao ser-
a) tem direito ao reenquadramento para o cargo exerci- vidor público federal na Lei nº. 8.112/90, analise as afir-
do de fato e à remuneração correspondente a partir mativas, identificando com “V” as verdadeiras e com “F”
daquele ato. as falsas, assinalando a seguir a alternativa que possui a
b) tem direito ao reenquadramento para o cargo exer- sequência correta de cima para baixo:
cido de fato, se houver previsão legal, além da remu-
neração correspondente a partir daquele ato e inde- ( ) O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vanta-
nização correspondente às diferenças remuneratórias gens de caráter permanente, é irredutível.
relativas ao período pretérito. ( ) Mediante autorização do servidor ou judicial, poderá
c) não tem direito às diferenças de vencimentos de um haver consignação em folha de pagamento em favor de
e outro cargo, porque vedado ao Judiciário conceder terceiros, a critério da administração e com reposição de
equiparação ou aumento de vencimentos com base custos, sendo certo que o total de consignações faculta-
na isonomia. tivas não excederá a 50% (cinquenta por cento) da remu-
d) tem direito às diferenças de vencimentos de um e ou- neração mensal.
tro cargo a título de indenização, mantido, porém, no ( ) Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao
cargo efetivo. salário mínimo.
( ) O vencimento, a remuneração e o provento não serão
14. (TRT2-SP – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC – 2018) De objeto de arresto, sequestro ou penhora, ainda que nos
acordo com a Lei no 8.112/1990, como medida cautelar casos de prestação de alimentos resultante de decisão
e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração judicial.
da irregularidade, a autoridade instauradora do proces- ( ) Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor
so disciplinar poderá determinar o seu afastamento do vantagens, como as indenizações, gratificações e adicio-
exercício do cargo, pelo prazo de até 60 dias, sem prejuí- nais.
zo da remuneração. Ocorrendo o término desses 60 dias:
a) F – V – V – F – V
a) deverá o servidor retornar ao serviço imediatamente, b) F – F – V – V – F
ainda que não concluído o processo. c) V – V – V – F – V
b) o afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, d) V – F – V – F – V
findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não e) V – V – F – F – V
concluído o processo.
c) o afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, 17. (SEFAZ-RS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO FA-
findo o qual cessarão os seus efeitos, exceto se o pro- ZENDEIRO – CESPE – 2018) Em 2013, Maria foi apro-
cesso não tiver sido concluído, hipótese em que po- vada em concurso público para o cargo de analista da
derá ser prorrogado pelo prazo máximo de 180 dias. secretaria de saúde de um estado. Em 2014, ela foi no-
d) deverá o servidor retornar ao serviço imediatamente, meada, tomou posse e entrou em exercício. Terminado
exceto se o processo não tiver sido concluído, hipóte- o período de estágio probatório e realizada a avaliação
se em que o afastamento poderá ser prorrogado pelo especial de desempenho de Maria, ela passou a ser ser-
prazo máximo de trinta dias. vidora estável. Em janeiro de 2018, o cargo ocupado por
e) o afastamento poderá ser prorrogado por mais 180 Maria foi extinto por desnecessidade.
dias, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que Considerando-se as disposições constitucionais referen-
não concluído o processo. tes à administração pública e aos servidores públicos, é
correto afirmar que Maria
15.(UF-AM – PSICÓLOGO – COMVEST UFAM – 2018) a) será reintegrada em novo cargo na secretaria de saú-
João de Oliveira, servidor público federal, investido no de do estado, recebendo remuneração equivalente ao
cargo efetivo de Servidor Técnico-Administrativo em cargo extinto, por ser servidora estável.
Educação da UFAM há 1 (um) ano e 8 (oito) meses, pre- b) deverá ser reconduzida para outro órgão do Poder
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

tende solicitar licença para acompanhar sua cônjuge, que Executivo, caso não haja outro cargo disponível em
foi deslocada para outro ponto do território nacional. seu órgão de origem, devendo receber remuneração
Conforme dispõe a Lei nº. 8.112/1990, é correto afirmar equivalente ao cargo extinto.
a esse respeito que: c) perderá a estabilidade, devendo realizar nova avalia-
ção de desempenho para outro cargo na secretaria de
a) O servidor não pode acompanhar o cônjuge, tendo em saúde do estado.
vista que se encontra em estágio probatório d) ficará em disponibilidade, com remuneração propor-
b) A licença será por prazo indeterminado e sem remu- cional ao tempo de serviço, até seu adequado apro-
neração. veitamento em outro cargo.
c) A licença será por prazo indeterminado e com remu- e) será indenizada pela administração e aproveitada em
neração. outro cargo disponível, com remuneração proporcio-
d) A licença será por prazo determinado e com remune- nal ao tempo de serviço.
ração.

42
18. (TRT15-SP – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC – 2018)
A Administração pública federal relaciona-se com seu
pessoal por meio de distintos regimes, dentre os quais o GABARITO
estabelecido pela Lei n° 8.112/1990, que é aplicável:
1 E
a) ao servidor civil da Administração pública federal di-
reta, autárquica e fundacional pública, investido em 2 CERTO
cargo público. 3 D
b) aos empregados públicos e servidores da Administra-
4 C
ção pública federal direta e indireta, inclusive o tem-
porário. 5 A
c) ao servidor civil e militar, investido ou não em cargo 6 C
público, desde que vinculado à Administração pública
7 B
direta federal.
d) ao servidor civil, empregado público, titular de cargo 8 C
em comissão e temporário das pessoas jurídicas de 9 B
direito público federal, em razão do regime jurídico
único. 10 C
e) a todos os servidores federais civis e aos servidores 11 A
civis dos demais entes federativos e pessoas jurídicas 12 C
de direito público a eles vinculadas, em razão do prin-
cípio federativo. 13 D
14 B
19. (SEFAZ-RS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO FA- 15 B
ZENDÁRIO – CESPE – 2018) Com relação à responsabi-
lidade de servidor público que deixe de praticar indevi- 16 D
damente ato de ofício, assinale a opção correta: 17 D
18 A
a) Sanções penais e administrativas não poderão ser
cumuladas, ainda que caracterizadas a materialidade 19 D
e a autoria da conduta do servidor. 20 B
b) Servidor não poderá responder penal e administrati-
vamente por um mesmo fato referente ao exercício
irregular de suas funções.
c) Servidor responderá criminalmente pela conduta ape-
nas depois de concluído o processo administrativo re-
ferente à responsabilização.
d) A responsabilidade administrativa de servidor pela
prática da infração em questão poderá ser afastada se
houver absolvição criminal que negue a existência do
fato ou a sua autoria.
e) A responsabilidade administrativa do servidor pela
conduta em questão não poderá ser afastada mesmo
no caso de absolvição criminal que negue a existência
do fato ou a sua autoria.

20. (SEFAZ-RS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO FA-


ZENDÁRIO – CESPE – 2018) Helena, servidora pública,
requereu aposentadoria após ter cumprido os requisitos
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

legais para tal. A aposentadoria foi concedida, mas He-


lena, por ter tido ciência do interesse da administração
pública em seu retorno, resolveu solicitar, depois de me-
ses, o retorno às atividades do cargo que desempenhara.
Nessa situação hipotética, Helena solicitou:

a) readaptação.
b) reversão.
c) reintegração.
d) recondução.
e) remoção.

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ANOTAÇÕES

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ÍNDICE

LEGISLAÇÃO DO MUNICÍPIO

Capítulo II – Dos direitos do habitante do Município................................................................................................................................... 01


Titulo V – Da Administração Pública Capitulo II – Da Descentralização Administrativa................................................................. 01
Capitulo III – Dos servidores públicos municipais.......................................................................................................................................... 01
Titulo VI – Dos Atos Municipais Capitulo I – Da publicação Capitulo II – Do registro Capitulo III – Da forma...................... 04
Titulo VII – Dos Bens Municipais........................................................................................................................................................................... 05
Titulo XI – Das Finanças e do Orçamento............................................................................................................................................................ 05
CAPÍTULO II – DOS DIREITOS DO HABITANTE TITULO V – DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
DO MUNICÍPIO CAPITULO II – DA DESCENTRALIZAÇÃO
ADMINISTRATIVA

LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE GUARULHOS TÍTULO V


DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PREÂMBULO CAPÍTULO II
DA DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
O Povo de Guarulhos, inspirado nos ideais democráti-
cos e nos princípios das Constituições da República e do
Art. 82. O Município, objetivando aproximar a ad-
Estado de São Paulo, objetivando assegurar, no Municí-
ministração dos contribuintes e descentralizar as
pio, o exercício dos direitos e liberdades fundamentais da
decisões, deverá dividir-se, territorial e administrati-
pessoa humana e a construção de uma sociedade livre,
vamente, em administrações regionais distritais ou
justa e solidária, invocando a proteção de Deus, decreta
sub-prefeituras, a serem criadas por iniciativa do
e promulga, por seus representantes, a Lei Orgânica do
Executivo, com aprovação do Legislativo, as quais não
Município de Guarulhos:
constituirão unidades orçamentárias autônomas.
Art. 83. As regionais ou distritais serão criadas em
CAPÍTULO II áreas com população não inferior a 5% (cinco por
DOS DIREITOS DO HABITANTE DO MUNICÍPIO cento) do total dos habitantes do Município e terão
por finalidade atender aos interesses e reivindicações
Art. 5º É assegurado a todo habitante do Município,
dos munícipes, de modo a conferir maior eficiência ao
nos termos das Constituições Federal e Estadual e
serviço público.
desta Lei Orgânica, o direito à educação, à saúde,
Parágrafo único. As solicitações dos interessados res-
ao trabalho, ao lazer, à segurança, à previdência
salvados os casos de emergência, serão atendidos na
social, à proteção à maternidade e à infância, à
ordem cronológica de entrada no protocolo dos órgãos
assistência aos desamparados, ao transporte, à habi-
descentralizados.
tação e ao ambiente equilibrado.
Art. 84. As regionais terão todo o material, equipa-
Art. 6º Todo poder é naturalmente privativo do povo,
mento, sistema de manutenção, patrimônio e pessoal
que o exerce diretamente ou indiretamente, por seus
necessários para, dentro de si mesmas, atenderem as
representantes eleitos.
necessidades de sua região.
Art. 7º O Município de Guarulhos reger-se-á por esta
Art. 85. Os órgãos e entidades da administração dire-
Lei Orgânica, atendidos os princípios constitucionais.
ta e indireta, terão protocolos próprios, para receber
Parágrafo único. A soberania popular se manifesta
requerimentos, pedidos e documentos referentes a as-
quando a todos são asseguradas condições dignas de
suntos afetos aos mesmos.
existência, e será exercida:
Art. 86. As obras e serviços eventualmente execu-
I - pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto
tados pelas regionais e distritais estarão técnica e
com valor igual para todos;
operacionalmente subordinados às respectivas se-
II - pelo plebiscito;
cretarias municipais, as quais darão condições para
III - pelo referendo;
o bom andamento dos trabalhos.
IV - pela iniciativa popular no processo legislativo;
Art. 87. A administração municipal assegurará a par-
V - pela participação popular nas decisões do Muni-
ticipação de associações representativas no planeja-
cípio e no aperfeiçoamento democrático de suas ins-
mento das atividades das regionais e distritais.
tituições;
Art. 88. Os dirigentes das regionais e distritais serão
VI - pela ação fiscalizadora sobre a administração pú-
nomeados pelo Prefeito, em comissão, aplicando-se
blica.
aos mesmos, no que couber, as disposições relativas
Art. 8º O Município de Guarulhos, conforme os
aos Secretários Municipais e responsáveis pelos ór-
princípios constitucionais, entidade integrante e au-
gãos e entidades da administração indireta, inclusive
tônoma da República Federativa do Brasil, garantirá
quanto a delegação de atribuições.
vida digna aos seus moradores, e será administrado:
I - com transparência de seus atos e ações;
II - com moralidade;
CAPITULO III – DOS SERVIDORES
LEGISLAÇÃO DO MUNICÍPIO

III - com participação popular nas decisões;


PÚBLICOS MUNICIPAIS
IV - com descentralização administrativa.
Art. 9º É garantido o direito de organização estudantil
no âmbito do Município.
CAPÍTULO III
DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS

Art. 89. São direitos dos servidores e empregados


públicos municipais, além de outros estabelecidos
em lei, que visem a melhoria de sua condição social:

1
I - vencimentos, fixados em lei capazes de atender às § 1º O regime jurídico disporá sobre os direitos, deve-
suas necessidades vitais básicas e às de suas famílias res e disciplina, assegurará os direitos adquiridos dos
com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, servidores municipais e, juntamente com os planos
vestuário, higiene, transporte e previdência social, de carreira, serão estabelecidos através de lei. (Ver Lei
com reajustes periódicos que lhes preservem o poder nº 1.429/1968)
aquisitivo, sendo vedada a sua vinculação para qual- § 2º É assegurada a participação dos servidores na ela-
quer fim, salvo os decorrentes de decisão judicial; boração de projeto de lei.
II - irredutibilidade de vencimentos, salvo o disposto Art. 93. É obrigatória a fixação de quadro de lotação
em convenção ou acordo coletivo; numérica de cargos e funções, sem o que não será
III - irredutibilidade de salário, exceto em casos previs- permitida a nomeação dos servidores.
tos nesta lei; Art. 94. A lei assegurará, aos servidores da adminis-
IV - décimo terceiro salário, com base na remunera- tração direta, isonomia de vencimentos para cargos
ção integral ou no valor da aposentadoria; e funções assemelhados do mesmo Poder ou entre
V - o trabalhador noturno terá remuneração supe- servidores do Executivo e Legislativo, ressalvadas as
rior à do diurno e para esse efeito, sua remuneração vantagens de caráter individual e as relativas a natu-
terá acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento) pelo reza ou local de trabalho.
menos, sobre a hora diurna; Art. 95. Ao servidor estável, desde que tenha com-
VI - será considerado trabalho noturno aquele reali- pletado 15 (quinze) anos de serviços prestados ex-
zado no período compreendido entre 21 (vinte e uma) clusivamente ao Município e às suas autarquias, sob
horas e 5 (cinco) horas da manhã do dia seguinte; quaisquer vínculos empregatícios, será computado,
VII - salário-família para os seus dependentes; para efeito de aposentadoria, nos termos da lei, o
VIII - duração do trabalho normal não superior a tempo de serviço prestado em atividade de natureza
8 (oito) horas diárias, facultada a compensação de privada, urbano ou rural, hipótese em que os diver-
horários e a redução da jornada, mediante acordo ou sos sistemas de Previdência Social se compensarão fi-
convenção coletiva de trabalho; nanceiramente, segundo critérios estabelecidos em lei.
IX - repouso semanal remunerado, preferencialmente Art. 96. As vantagens de qualquer natureza só
aos domingos; poderão ser instituídas por lei e quando atendam
X - remuneração do serviço extraordinário superior, efetivamente ao interesse público e às exigências do
no mínimo, em 50% (cinquenta por cento) à do serviço.
normal; Art. 97. (Dispositivo Declarado Inconstitucional)
XI - gozo de férias anuais remuneradas com pelo Art. 98. Os acréscimos pecuniários percebidos pelos
menos, um terço a mais que o salário normal, inte- servidores municipais não serão computados nem
gralmente pagas antes do seu início; acumulados para fins de concessão de acréscimos ul-
XII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e teriores sob o mesmo título ou idêntico fundamento.
do salário, com a duração de 120 (cento e vinte) dias; Art. 99. Nenhum servidor, salvo se licenciado, poderá
XIII - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; ser diretor ou integrar conselho de empresa fornece-
XIV - proteção e incentivo ao trabalho da mulher, na dora do Município ou em que com ele realize qual-
forma da lei; quer modalidade de contrato, sob pena de demissão.
XV - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por Art. 100. A lei fixará o padrão de vencimentos
meio de normas de saúde, higiene e segurança; dos servidores da administração direta, autárquica
XVI - adicional de remuneração para as atividades e fundacional.
penosas, insalubres ou perigosas, nos termos da lei; Parágrafo único. A correção ou reposição salarial
XVII - proibição de diferenças de remuneração, de serão procedidas por decreto do Executivo.
exercício de funções e de critério de admissão por Art. 101. É vedada a participação de servidores no
motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; produto da arrecadação de multas, inclusive as da
XVIII - assistência médica pela Previdência ou através dívida ativa, a qualquer título.
de convênios; Art. 102. Fica assegurado o direito de reunião em
XIX - licença-prêmio, nos termos fixados em lei; e locais de trabalho aos servidores e suas entidades
XX - piso salarial proporcional à extensão e à comple- representativas.
xidade do trabalho. Art. 103. São assegurados, ao servidor municipal, o
Art. 90. É assegurado aos servidores públicos muni- contraditório e a ampla defesa, com os meios e recur-
cipais o direito à creche mantida pelo Poder Público sos a ela inerentes, nas sindicâncias e processos ad-
LEGISLAÇÃO DO MUNICÍPIO

aos filhos e dependentes. ministrativos devendo o acusado ser acompanhado,


Art. 91. O Município protegerá a criança adotada, em todos os atos, por advogado regularmente consti-
concedendo por 120 (cento e vinte) dias, licença es- tuído.
pecial ao servidor público adotante, a partir do ato Art. 104. Ficará sujeito à suspensão, sindicância e até
da guarda provisória, sem prejuízo dos salários e possível demissão o secretário, diretor de departa-
demais vantagens. (NR - Emenda nº 026) mento ou qualquer indivíduo em cargo de chefia que
Art. 92. O Município instituirá regime jurídico único e utilizar para seus serviços particulares funcionários da
planos de carreira para os servidores da administra- administração direta ou indireta.
ção pública direta e indireta, com isonomia de direitos Art. 105. É assegurado a todos os servidores pú-
e deveres. blicos o direito de acesso, horizontal e vertical, e a

2
substituição, no impedimento temporário do ocupan- período mínimo de 15 (quinze) anos, continuados ou
te de cargo efetivo, ou em comissão, no caso de va- não, poderá se aposentar no cargo ou função originá-
cância, por outro funcionário do quadro permanente rio, correndo a aposentadoria às expensas da Prefei-
ocupante de cargo hierarquicamente inferior. tura Municipal de Guarulhos, bem como aqueles
Parágrafo único. Os casos de nomeação em subs- não optantes do Fundo de Garantia por Tempo de
tituição ou em comissão para cargos do quadro Serviço - FGTS, que contem com mais de 25 (vinte
permanente, não enquadrados no caput deste artigo e cinco) anos de serviço, e tenham ocupado cargo
só serão aceitos desde que justificada a necessidade em Comissão por qualquer período, desde que: (NR -
de serviço. Emenda nº 007)
Art. 106. O servidor será aposentado: I - esteja contribuindo para a Previdência Municipal
I - por invalidez permanente, sendo os proventos in- à época da aposentadoria e continue a contribuição
tegrais quando decorrentes de acidentes em serviços, após a mesma; (NR - Emenda nº 007)
moléstia profissional ou doença grave, contagiosa II - tenha o tempo de serviço estabelecido nas letras
ou incurável, especificadas em lei, e proporcionais “a”, “b” ou “c” do inciso III do artigo; (NR Emenda nº
nos demais casos; 007)
II - compulsoriamente aos 70 (setenta) anos de III - apresente certidão do órgão previdenciário fede-
idade, com proventos proporcionais ao tempo de ral, de que não recebe aposentadoria por tempo de
serviço; serviço, por invalidez ou idade; (NR - Emenda nº 003)
III - voluntariamente: IV - constatada, a qualquer tempo, a aposentadoria
a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço se homem, a que se refere o Inciso III, o benefício previsto neste
e aos 30 (trinta) anos, se mulher, com proventos in- parágrafo será cassado. (NR - Emenda nº 003)
tegrais; § 8º (NR - Emenda nº 004 - Declarada Inconstitucio-
b) aos 30 (trinta) anos de serviço em funções de nal)
magistério, docentes e especialistas de educação, se (NR - Emenda nº 004 - Declarada Inconstitucional)
homem, e aos 25 (vinte e cinco) anos, se mulher, com (NR - Emenda nº 004 - Declarada Inconstitucional)
proventos integrais; Art. 107. Fica assegurado ao servidor público munici-
c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem e, aos 25 pal eleito para ocupar cargo em sindicato de catego-
(vinte e cinco) anos se mulher, com proventos propor- ria, o direito de afastar-se de suas funções durante
cionais ao tempo de serviço. o tempo em que durar o mandato, recebendo seus
§ 1º Lei complementar estabelecerá exceções ao dis- vencimentos e vantagens, nos termos da Lei, sendo
posto no inciso III, “a” e “c”, no caso de exercício de que, o tempo de afastamento será computado para
atividades consideradas penosas, insalubres ou pe- todos os fins. (NR - Emenda nº 013)
rigosas, na forma do que dispuser a respeito a Parágrafo único. A Municipalidade concederá licença
legislação federal. para tratar de assuntos particulares, sem remune-
§ 2º A lei disporá sobre a aposentadoria em cargos ou ração, ao servidor público municipal eleito para ocu-
empregos temporários. par cargo em associação de classe, até o número de 3
§ 3º O tempo de serviço público federal, estadual (três) por associação. (NR - Emenda nº 013)
ou municipal será computado integralmente para os Art. 108. É vedada a dispensa de servidor candidato,
efeitos de aposentadoria e disponibilidade. a partir do registro da candidatura, a cargo ou a
§ 4º A proporcionalidade da aposentadoria se refere representação sindical e se eleito ainda que suplente,
tão somente aos proventos base do cargo efetivo até um ano após o final do mandato, salvo em casos
correspondente, não atingindo as vantagens pessoais de falta grave apurada em processo administrativo.
já incorporadas ao patrimônio funcional do servidor, Art. 109. É assegurada a participação de represen-
como adicionais por tempo de serviço e sexta parte, tantes dos servidores municipais nos colegiados dos
que serão pagos integralmente em todos os casos. órgãos públicos em que seus profissionais ou previ-
§ 5º Os proventos da aposentadoria serão revistos na denciários sejam objeto de discussão e deliberação.
mesma proporção ou na mesma data, sempre que se Art. 110. O Município não poderá despender anu-
modificar a remuneração dos servidores em ativida- almente com pessoal, mais de sessenta e cinco por
de, e estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou cento (65%) de suas receitas correntes, até a promul-
vantagens posteriormente concedidos aos servidores gação da lei complementar federal a que se refere o
em atividade, inclusive quando decorrentes da trans- artigo 169 da Constituição da República.
formação ou reclassificação do cargo ou função em
LEGISLAÇÃO DO MUNICÍPIO

que se deu a aposentadoria, na forma da lei.


§ 6º O benefício da pensão por morte correspon-
derá à totalidade dos vencimentos ou proventos do
servidor falecido até o limite estabelecido em lei,
observado o disposto no parágrafo anterior.
§ 7º O servidor público municipal contratado pelo
regime da C.L.T., que tenha ocupado cargo em co-
missão, cargos de direção ou de gerência, nos órgãos
da Administração Direta, Indireta e PROGUARU e/ou
cargo de carreira ou eletivo na Câmara Municipal, por

3
IV - registro de leis, decretos, resoluções, regulamentos,
TITULO VI – DOS ATOS MUNICIPAIS instruções e portarias;
CAPITULO I – DA PUBLICAÇÃO V - cópia de correspondência oficial;
CAPITULO II – DO REGISTRO VI - protocolo, índice de papéis e livros arquivados;
CAPITULO III – DA FORMA VII - licitações e contratos para obras e serviços;
VIII - contrato de servidores;
IX - contrato em geral;
TÍTULO VI X - contabilidade e finanças;
DOS ATOS MUNICIPAIS XI - concessões e permissões de bens móveis, imóveis
CAPÍTULO I e serviços;
DA PUBLICAÇÃO XII - tombamento de bens imóveis; e
XIII - registro de loteamentos aprovados e em anda-
Art. 111. A publicação das leis e atos municipais, mento.
será feita em jornal local ou em órgão oficial do § 1º Os livros referidos neste artigo serão abertos,
Município. rubricados e encerrados pelo Prefeito e pelo Presi-
§ 1º A publicação dos atos não normativos, pela im- dente da Câmara, conforme o caso, ou por funcionário
prensa, poderá ser resumida. designado para tal fim.
§ 2º Os atos de natureza externa somente produzirão § 2º Os livros poderão ser substituídos por fichas
efeitos após a sua publicação. ou outro sistema, convenientemente autenticados.
§ 3º A escolha do órgão de imprensa para a divul- § 3º As informações registradas estarão à disposição
gação das leis e atos municipais deverá ser feita por de qualquer cidadão, mediante requerimento.
licitação, em que se levarão em conta não só as con-
dições de preço, como as circunstâncias de frequência, CAPÍTULO III
horário, tiragem e distribuição. DA FORMA
Art. 112. A publicidade de atos, programas, obras,
serviços e campanhas dos órgãos e entidades da Art. 116. Os atos administrativos de competência
administração municipal deverão ter caráter edu- do Prefeito devem ser expedidos com observância
cativo, informativo ou de orientação social, dela das seguintes normas:
não podendo constar nomes, símbolos e imagens I - decreto, numerado em ordem cronológica, nos se-
que caracterizem promoção pessoal de autoridades guintes casos:
ou servidores públicos ainda que custeada por entida- a) regulamentação de lei;
de privada. b) instituição, modificação e extinção de atribuições
Parágrafo único. Restringir-se-á ao território do Mu- não privativas de lei;
nicípio, exceto aquela inserida em órgãos de comu- c) abertura de créditos especiais e suplementares,
nicação de alcance regional, estadual ou nacional até o limite autorizado por lei, assim como de cré-
e das empresas públicas ou sociedades de economia ditos extraordinários;
mista que enfrentam a concorrência de mercado, d) declaração de utilidade, necessidade pública, ou de
desde que limitada ao seu objetivo social. interesse social, para efeito de desapropriação ou de
Art. 113. O Serviço Autônomo de Água e Esgoto servidão administrativa;
- SAAE, a Progresso e Desenvolvimento de Guaru- e) aprovação de regulamento ou de regimento;
lhos S/A - PROGUARU, o Instituto de Previdência f) permissão de uso de bens e serviços municipais;
dos Funcionários Públicos Municipais de Guarulhos g) medidas executórias do plano diretor;
- IPREF, a Agência Reguladora dos Serviços Públicos h) criação, extinção, declaração ou modificação de di-
de Saneamento Básico do Município de Guarulhos - reitos dos administrados, não privativos de lei;
AGRU e outras entidades dotadas de personalidade i) normas de efeitos externos, não privativas de lei;
jurídica da administração indireta deverão publicar os j) fixação e alteração de preços; e
seus atos oficiais através de órgão oficial de imprensa l) outros casos previstos em lei.
do Município. (NR - Emenda nº 038) II - portaria, nos seguintes casos:
Art. 114. Verificada a violação de quaisquer das dis- a) provimento e vacância dos cargos públicos e demais
posições do presente capítulo relativas à publicidade atos de efeitos individuais;
oficial, a Câmara determinará a instauração das b) lotação e relotação nos quadros do pessoal;
medidas cabíveis para responsabilização dos trans- c) autorização para contratação e dispensa de servido-
LEGISLAÇÃO DO MUNICÍPIO

gressores. res não estatutários;


d) abertura de sindicâncias e processos administrati-
CAPÍTULO II vos, aplicação de penalidades e demais atos individu-
DO REGISTRO ais de efeitos externos; e
e) outros casos determinados em lei ou decreto.
Art. 115. O Município terá os livros que forem necessá- Parágrafo único. Os atos constantes do inciso II deste
rios aos seus serviços, e, obrigatoriamente, os de: artigo poderão ser delegados.
I - termo de compromisso e posse;
II - declaração de bens;
III - atas das sessões da Câmara;

4
§ 2º A concessão administrativa de bens públicos de
TITULO VII – DOS BENS MUNICIPAIS uso comum somente poderá ser outorgada para fina-
lidades escolares, de assistência social ou turística me-
diante autorização legislativa.
TÍTULO VII § 3º A permissão, que poderá incidir sobre qualquer
DOS BENS MUNICIPAIS bem público, será feita a título precário, por decreto.
§ 4º A autorização, que poderá incidir sobre qualquer
Art. 117. Constituem bens municipais todas as coisas bem público, será feita por portaria, para atividades
móveis e imóveis, direitos e ações que, a qualquer títu- ou usos específicos e transitórios, pelo prazo máximo
lo, pertençam ao Município. de sessenta dias.
Art. 118. Cabe ao Prefeito a administração dos bens
municipais, respeitada a competência da Câmara
quanto àqueles utilizados em seus serviços. TITULO XI – DAS FINANÇAS E DO
Art. 119. Todos os bens municipais deverão ser ca- ORÇAMENTO
dastrados, com identificação respectiva, numerando-
-se os móveis segundo o que for estabelecido em re-
gulamento. TÍTULO XI
Art. 120. A alienação de bens municipais, subordi- DAS FINANÇAS E DOS ORÇAMENTOS
nados à existência de interesse público devidamente CAPÍTULO I
justificado, será sempre precedida de avaliação e obe- DOS TRIBUTOS MUNICIPAIS
decerá as seguintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legis- Art. 316. São tributos municipais os impostos, as ta-
lativa e concorrência, dispensada esta nos seguintes xas e a contribuição de melhoria decorrentes de obras
casos: públicas, instituídos por lei municipal, atendidos os
a) doação, devendo constar obrigatoriamente do con- princípios estabelecidos na Constituição Federal e nas
trato os encargos do donatário, o prazo de seu cum- normas gerais de direito tributário.
primento e a cláusula de retrocessão, sob pena de Art. 317. Os tributos sobre imóveis urbanos deverão
nulidade do ato, substituída a avaliação pelo valor ter alíquotas menores em benefício de trabalhadores
venal de lançamento do exercício; de baixa renda ou de proprietários de única mora-
b) permuta; dia, com padrões mínimos de construção.
II - quando móveis, dependerá de licitação, dispensada Art. 318. Compete ao Município instituir:
esta nos seguintes casos: I - imposto sobre propriedade predial e territorial ur-
a) doação, que será permitida exclusivamente para bana;
fins de interesse social; II - imposto sobre a transmissão “inter-vivos”, a qual-
b) permuta; e quer título, por ato oneroso:
c) ações que serão vendidas em bolsas de valores. a) de bens imóveis por natureza ou acessão física;
§ 1º O Município, preferencialmente à venda ou b) de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garan-
doação de seus bens imóveis, outorgará concessão tia;
de direito real de uso, mediante prévia autorização c) de cessão de direitos à aquisição de imóvel;
legislativa e concorrência, podendo esta ser dispen- III - imposto sobre vendas a varejo de combustíveis lí-
sada por lei, quando o uso se destinar a conces- quidos e gasosos, exceto óleo diesel;
sionária de serviço público, a entidades assistenciais IV - imposto sobre serviços de qualquer natureza,
ou quando houver relevante interesse público devida- não incluídos na competência estadual compreendi-
mente justificado. da no artigo 155, I, “b”, da Constituição Federal, defini-
§ 2º A venda aos proprietários de imóveis lindeiros, dos em lei complementar;
de áreas urbanas remanescentes inaproveitáveis para V - taxas:
edificação, resultante de obra pública, dependerá de a) em razão do exercício do poder de polícia;
prévia avaliação e autorização legislativa, sendo alie- b) pela utilização efetiva ou em potencial de serviços
nadas nas mesmas condições as áreas resultantes de públicos específicos e divisíveis prestados ao contri-
modificação de alinhamento, havendo porém licita- buinte ou postos à sua disposição;
ção, caso exista mais de um proprietário lindeiro. VI - contribuição de melhoria, decorrente de obras pú-
Art. 121. A aquisição de bens imóveis, por compra ou blicas;
LEGISLAÇÃO DO MUNICÍPIO

permuta, dependerá de prévia avaliação e autoriza- VII - contribuição cobrada de seus servidores para
ção legislativa. custeio, em benefício desses, de sistema de previdên-
Art. 122. O uso de bens municipais por terceiros, cia e assistência social.
poderá ser feito mediante concessão, permissão ou § 1º O imposto previsto no inciso I será progressivo
autorização, conforme o caso e o interesse público exi- na forma a ser estabelecida em lei, de modo a asse-
gir. gurar o cumprimento da função social da propriedade.
§ 1º A concessão administrativa dos bens públicos de § 2º O imposto previsto no inciso II:
uso especial e dominial dependerá de lei e concorrên- a) não incide sobre a transmissão de bens ou direi-
cia e far-se-á mediante contrato, sob pena de nulidade tos incorporados ao patrimônio de pessoas jurídicas
do ato. em realização de capital, nem sobre a transmissão de

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bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, a) patrimônio, renda ou serviços da União e dos Es-
cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nes- tados;
ses casos, a atividade preponderante do adquirente b) templos de qualquer culto;
for a compra e venda desses bens ou direitos, locação c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políti-
de bens imóveis ou arrendamento mercantil; cos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais
b) incide sobre imóveis situados na zona territorial do dos trabalhadores, das instituições de educação e
Município. de assistência social sem fins lucrativos, atendidos os
§ 3º As taxas não poderão ter base de cálculo requisitos da lei;
ou fato gerador idênticos aos que correspondam aos d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua
impostos, nem ser calculadas em função do capital da impressão;
empresa. VII - conceder qualquer anistia ou remissão que en-
§ 4º A empresa pública, a sociedade de economia volva matéria tributária ou previdenciária, senão me-
mista e outras entidades que explorem atividades diante a edição de lei municipal específica;
econômicas, sujeitam-se ao regime jurídico próprio VIII - estabelecer diferença tributária entre bens;
das empresas privadas, inclusive quanto às obriga- IX - instituir taxas que atentem contra:
ções trabalhistas e tributárias. a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa
§ 5º As empresas públicas e as sociedades de econo- de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de Poder;
mia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
extensivos às do setor privado. para defesa de direitos e esclarecimento de situações
Art. 319. O Poder Executivo promoverá a revisão da de interesse pessoal.
planta genérica de valores, de modo a aproximar os § 1º A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às
valores venais dos imóveis dos respectivos valores de autarquias e às fundações instituídas e mantidas
mercado. pelo Poder Público no que se refere ao patrimônio,
§ 1º As plantas genéricas de valores serão subme- à renda e aos serviços vinculados às suas finalidades
tidas à Câmara Municipal, na forma de projeto de
essenciais ou às delas decorrentes.
lei, e conterão a base de cálculo do valor venal
§ 2º As vedações do inciso VI, “a”, e do parágrafo
dos imóveis e o “modelo de avaliação”, contendo as
anterior, não se aplicam ao patrimônio, à renda e
diretrizes de metodologia adotada para determinação
aos serviços relacionados com a exploração de ati-
dos valores dos terrenos e do custo de reprodução dos
vidades econômicas regidas pelas normas aplicá-
prédios para efeito de tributação.
veis a empreendimentos privados ou em que haja
§ 2º Sem prejuízo da edição de “plantas genéricas
contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas
de valores” o Executivo poderá atualizar anualmente
pelo usuário, nem exonera o promitente comprador
o valor monetário da base de cálculo do imposto,
levando em conta os índices oficiais de atualização da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem
monetária. imóvel.
§ 3º As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b”
CAPÍTULO II e “c”, compreendem somente o patrimônio, a renda e
DAS LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR os serviços relacionados com as finalidades essenciais
das entidades nela mencionadas.
Município:
Art. 320. Sem prejuízo de outras garantias assegura- CAPÍTULO III
das ao contribuinte, é vedado ao DA RECEITA MUNICIPAL
I - exigir ou aumentar tributo sem que a lei o estabe-
leça; Art. 321. A receita municipal constituir-se-á da
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes arrecadação dos tributos municipais, da utilização
que se encontrem em situação equivalente, proibida de seus bens, serviços, atividades e outros ingressos,
qualquer distinção em razão de ocupação profissio- bem como das transferências correntes e de capital da
nal ou função por eles exercida, independentemente União e do Estado, conforme o disposto na Constitui-
da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou ção Federal e na Estadual.
direitos;
III - cobrar tributos: CAPÍTULO IV
a) relativamente a fatos geradores ocorridos antes do DAS FINANÇAS E ORÇAMENTO
LEGISLAÇÃO DO MUNICÍPIO

início da vigência da lei que os houver instituído ou


aumentado; Art. 322. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabe-
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido lecerão:
publicada a lei que os instituiu ou aumentou; I - o plano plurianual;
IV - utilizar tributo com efeito de confisco; II - as diretrizes orçamentárias;
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou III - os orçamentos anuais.
bens por meio de tributo, ressalvada a cobrança de § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabe-
pedágio, pela utilização de vias conservadas pelo Po- lecerá, de forma setorizada, as diretrizes, objetivos e
der Público Municipal; metas da administração para as despesas de capital
VI - instituir impostos sobre: e outras dela decorrentes, bem como as relativas aos

6
programas de duração continuada, objetivando de § 2º Os investimentos ou inversões financeiras do Mu-
forma clara a redução das desigualdades sociais do nicípio, realizados por intermédio das entidades alu-
Município. didas neste artigo, serão classificados como receita de
§ 2º A lei das diretrizes orçamentárias compre- capital dessas e despesas de transferências de capital
enderá as metas e prioridades da administração, daquele.
incluindo as despesas de capital para o exercício § 3º As previsões para depreciação serão computa-
financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei das, para efeito de apuração, ao saldo líquido das
orçamentária anual e disporá sobre as alterações na mencionadas entidades.
legislação tributária. § 4º Os balanços das entidades referidas no caput des-
§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias te artigo integrarão as contas gerais do Município e se-
após o encerramento de cada bimestre, relatório re- rão submetidas anualmente à deliberação da Câmara
sumido da execução orçamentária. Municipal.
§ 4º Os planos e programas setoriais serão elabora- Art. 326. Os orçamentos das entidades, autarquias,
dos em consonância com o plano plurianual e apre- fundações e sociedades de economia mista do Mu-
ciados pela Câmara Municipal. nicípio, serão publicados como complemento do orça-
§ 5º A lei orçamentária anual e o plano plurianual mento do Município.
deverão adotar o indexador econômico que atualize Art. 327. Os projetos de lei relativos ao orçamento
as dotações orçamentárias. anual, ao plano plurianual, às diretrizes orçamentá-
§ 6º (NR - Emenda nº 043/2016 - Sub Judice - ADIN) rias e aos créditos adicionais serão apreciados pela
Art. 323. A lei orçamentária anual a ser enviada à Câ- Câmara Municipal, na forma de seu regimento.
mara Municipal, até trinta de setembro, compreende- § 1º Caberá a uma comissão especialmente designada:
rá: I - examinar e emitir parecer sobre programas, pla-
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes Munici- nos e projetos referidos no caput deste artigo e sobre
pais, fundos e entidades da administração direta e in- as contas apresentadas anualmente pelo Prefeito;
direta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo II - exercer o acompanhamento e a fiscalização orça-
Poder Público; mentária.
II - o orçamento de investimentos das empresas em § 2º As emendas serão apresentadas na comissão, que
que o Município, direta ou indiretamente, detenha sobre elas emitirá parecer, e apreciadas pela Câmara
a maioria do capital social com direito a voto, acres- Municipal.
cido com respectivo plano de trabalho, especificado § 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anu-
pela classificação orçamentária; al ou aos projetos que o modifiquem, somente podem
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo ser aprovadas caso:
todas as entidades e órgãos a elas vinculados, da I - compatíveis com o plano plurianual e com a lei de
administração direta ou indireta, bem como fundos e diretrizes orçamentárias;
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público. II - indiquem os recursos necessários, admitidos
§ 1º O projeto de lei orçamentária será instruído com apenas os provenientes de anulação de despesas,
demonstrativo setorizado do efeito, sobre as receitas excluídos os que incidem sobre:
e despesas decorrentes de isenções, anistias, remis- a) dotação para pessoal e seus encargos;
sões, subsídios e benefícios de natureza financeira, b) serviços da dívida;
tributária e creditícia.
III - relacionados com a correção de erros ou omissões;
§ 2º A lei orçamentária anual não conterá dispo-
IV - relacionados com os dispositivos do texto do pro-
sitivo estranho à previsão da receita e à fixação da
jeto de lei.
despesa, não se incluindo na proibição a autorização
§ 4º O Poder Executivo poderá enviar mensagem
para abertura de créditos suplementares e contrata-
à Câmara para propor modificação nos projetos a
ção de operações de crédito, inclusive por antecipação
que se refere este artigo, enquanto não iniciada a vo-
da receita, nos termos da lei.
tação na comissão especial da parte cuja alteração é
Art. 324. A Câmara deverá deliberar a propositura or-
çamentária até o dia 15 de dezembro e, se rejeitado o proposta.
projeto, será promulgada a lei orçamentária anterior, § 5º Os projetos de lei do plano plurianual, das
monetariamente atualizada. diretrizes orçamentárias e do orçamento anual se-
Art. 325. As entidades autárquicas e fundações do Mu- rão enviados pelo Prefeito à Câmara Municipal, nos
nicípio terão seus orçamentos aprovados através de termos da lei.
lei. § 6º Aplicam-se aos projetos mencionados neste arti-
LEGISLAÇÃO DO MUNICÍPIO

§ 1º Os orçamentos das entidades referidas nes- go, no que não contrariar ao disposto neste capítulo,
te artigo vincular-se-ão ao orçamento do Município as demais normas relativas ao processo legislativo.
pela inclusão: § 7º Os recursos que, em decorrência do veto, emenda
a) como receita, salvo a disposição legal em contrário, ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, fica-
do saldo positivo previsto entre totais das receitas e rem sem despesas correspondentes, poderão ser uti-
despesas; lizados, conforme o caso, mediante créditos especiais
b) como subvenção econômica, na receita do or- ou suplementares, com prévia e específica autorização
çamento da beneficiária, salvo disposição legal em legislativa.
contrário, do saldo negativo previsto entre os totais das § 8º (NR - Emenda nº 043/2016 - Sub Judice - ADIN)
receitas e despesas. I - (NR - Emenda nº 043/2016 - Sub Judice - ADIN)

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II - (NR - Emenda nº 043/2016 - Sub Judice - ADIN) Art. 331. As despesas com pessoal ativo e inativo do
§ 9º (NR - Emenda nº 043/2016 - Sub Judice - ADIN) Município não poderão exceder aos limites estabele-
§ 10. (NR - Emenda nº 043/2016 - Sub Judice - ADIN) cidos no artigo 110 desta Lei.
I - (NR - Emenda nº 043/2016 - Sub Judice - ADIN) Parágrafo único. A concessão de qualquer vantagem
II - (NR - Emenda nº 043/2016 - Sub Judice - ADIN) ou aumento de remuneração, a criação de cargos ou
III - (NR - Emenda nº 043/2016 - Sub Judice - ADIN) alteração de estruturas de carreira, bem como a ad-
§ 11. (NR - Emenda nº 043/2016 - Sub Judice - ADIN) missão de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e
§ 12. (NR - Emenda nº 043/2016 - Sub Judice - ADIN) entidades da administração direta e indireta, inclusive
I - (NR - Emenda nº 043/2016 - Sub Judice - ADIN) fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público,
II - (NR - Emenda nº 043/2016 - Sub Judice - ADIN) somente poderão ser feitas:
Art. 328. Não tendo o Legislativo recebido a proposta I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente
do orçamento anual até a data prevista, será consi- para atender as projeções de despesas de pessoal e
derado como projeto de lei orçamentária o orçamento aos acréscimos dela decorrentes;
vigente, pelos valores de sua edição inicial, mone- II - se houver autorização específica na lei de diretri-
tariamente corrigidos pela aplicação do índice in- zes orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e
flacionário oficial referente aos últimos doze meses, as sociedades de economia mista.
respeitando-se o princípio de equilíbrio orçamentário. Art. 332. As disponibilidades de caixa do Município
Art. 329. São vedados: serão aplicadas em instituições financeiras, na forma
I - o início de programas ou projetos não incluídos na a ser definida pela legislação complementar.
lei orçamentária anual; Art. 333. À exceção dos créditos de natureza alimen-
II - a realização de despesas ou a assunção de obri- tícia, os pagamentos devidos pelo Município, decor-
gações diretas que excedam os créditos orçamentá- rentes de decisões judiciais, far-se-ão exclusivamente
rios ou adicionais; na ordem cronológica de apresentação dos precató-
III - a realização de operações de crédito que exce- rios à conta dos respectivos créditos.
dam o montante das despesas de capital, ressalvadas Parágrafo único. Para os créditos de natureza ali-
as autorizadas mediante créditos suplementares ou mentícia e de natureza não alimentícia, serão ado-
especiais, com finalidade precisa, aprovados pela Câ-
tadas as disposições contidas, respectivamente, nos
mara por maioria absoluta;
§§ 1º, 2º, 3º e 4º, do artigo 57, da Constituição
IV - a vinculação de receitas de impostos a órgãos, fundos
do Estado de São Paulo.
ou despesas, ressalvada a destinação de recursos para a
manutenção e desenvolvimento do ensino, como estabe-
CAPÍTULO V
lecido na Constituição Federal, e a prestação de garantias
DA FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA, ORÇAMENTÁRIA
às operações de crédito por antecipação de receita;
V - abertura de crédito suplementar ou especial, sem
E PATRIMONIAL
prévia autorização e sem indicação dos recursos cor-
respondentes; Art. 334. A fiscalização contábil, financeira, orçamen-
VI - a transposição e o remanejamento ou a transfe- tária, operacional e patrimonial do Município e das
rência de recursos de uma categoria de programação entidades da administração direta e indireta, quanto
para outra ou de um órgão para outro, sem prévia au- à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação
torização legislativa; das subvenções e renúncia de receitas, será exercida
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados; pela Câmara Municipal, mediante controle externo e
VIII - a instituição de fundos de qualquer natureza, pelo sistema de controle interno de cada Poder.
sem prévia autorização legislativa. § 1º Prestará contas, qualquer pessoa física ou entida-
§ 1º Nenhum investimento, cuja execução ultrapas- de pública que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou
se um exercício financeiro, poderá ser iniciado sem administre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos
prévia inclusão no plano plurianual ou sem lei que au- quais o Município responda ou que, em nome dessa,
torize a inclusão. assuma obrigações de natureza pecuniária.
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão § 2º Fica assegurado o exame e apreciação das contas
vigência no exercício financeiro em que forem auto- do Município, durante 60 (sessenta) dias, anualmente,
rizados, salvo se o ato de autorização for promul- por qualquer contribuinte, que poderá questionar-
gado nos últimos quatro meses daquele exercício, -lhes a legitimidade, na forma da lei.
caso em que reaberto os limites dos seus saldos, serão Art. 335. O controle externo a cargo da Câmara
incorporados ao orçamento do exercício financeiro Municipal, será exercido com o auxílio do Tribunal de
LEGISLAÇÃO DO MUNICÍPIO

subsequente. Contas do Estado.


§ 3º A abertura de crédito extraordinário, somente § 1º O Prefeito remeterá ao Tribunal de Contas
será admitida para atender as despesas imprevisíveis do Estado, até 31 de março do exercício seguinte,
e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção as suas contas e as da Câmara apresentadas pela
interna ou calamidade pública. Mesa, as quais lhe serão protocoladas na Prefeitura,
Art. 330. Os recursos correspondentes às dotações até o dia 1º de março de cada ano.
orçamentárias, inclusive créditos suplementares e es- § 2º O balancete da Prefeitura relativo à receita e à
peciais destinados ao Poder Legislativo, ser-lhes-ão despesa do mês anterior será encaminhado à Câmara
entregues em quotas estabelecidas na programação até o dia 20 (vinte) de cada mês.
financeira.

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§ 3º O Balancete relativo à Receita e Despesa do
mês anterior do Instituto de Previdência dos Fun-
cionários Públicos Municipais de Guarulhos - IPREF, HORA DE PRATICAR!
da Progresso e Desenvolvimento de Guarulhos S/A - 1. (Inédita) A Lei Orgânica do Município de Guarulhos
PROGUARU, do Serviço Autônomo de Água e Esgoto esclarece que as taxas não poderão ter base de cálculo
- SAAE, da Agência Reguladora dos Serviços Públicos ou fato gerador idênticos aos que correspondam:
de Saneamento Básico do Município de Guarulhos -
AGRU e outras entidades dotadas de personalidade a) aos impostos, nem ser calculadas em função da renda
jurídica, será encaminhado à Câmara pelo Poder Exe- do contribuinte.
cutivo mensalmente até o dia 20 (vinte) de cada mês. b) àsa taxas definidas em lei estadual.
(NR - Emenda nº 038) c) às contribuições de melhorias, nem ser calculadas em
Art. 336. Os Poderes Legislativo e Executivo mante- função do capital da empresa.
rão, de forma integrada, sistema de controle interno d) aos impostos, nem ser calculadas em função do capital
com a finalidade de: da empresa.
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no e) às taxa e às contribuições de melhoria.
plano plurianual, execução de governo e dos orça-
mentos do Município;
2. (Inédita) Sobre a tributação municipal, a Lei Orgânica
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados,
do Município de Guarulhos dispõe que é vedado impos-
quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária,
to sobre o patrimônio, renda ou serviços da União e dos
financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da ad-
Estados, é extensiva:
ministração, bem como da aplicação de recursos pú-
blicos por entidade de direito privado;
a) às autarquias e às fundações instituídas e mantidas
III - apoiar o controle externo no exercício de sua mis-
pelo Poder Público.
são institucional.
b) às autarquias e às fundações sem fins lucrativos, inde-
Art. 337. O Município divulgará, até o último dia do
pendente de ter sido instituídas pelo Poder Público.
mês subsequente ao da arrecadação, os montantes de
c) a todas autarquias e fundações com sede no município
cada um dos tributos arrecadados, os recursos recebi-
de Guarulhos.
dos, os valores de origem tributária entregues e a en-
d) às autarquias e às fundações instituídas e mantidas
tregar, e a expressão numérica dos critérios de rateio.
pela Prefeitura de Guarulhos.
e) às autarquias e às empresa de economia mista institu-
ídas pelo Poder Público.

3. (Inédita) O Município de Guarulhos, por meio de lei,


instituiu tributo que tem como fato gerador o efetivo e
permanente exercício do poder de polícia pela Admi-
nistração, para o cumprimento da legislação municipal
disciplinadora do uso e ocupação de solo, da segurança,
da higiene, da saúde da ordem e dos bons costumes, da
tranquilidade pública e demais normas que dizem res-
peito ao seu peculiar interesse, a que se submete a pes-
soa física ou jurídica, em razão da exploração, utilização
ou veiculação dos meios de publicidade de qualquer tipo
e por qualquer instrumento, nas vias e logradouros pú-
blicos do Município, bem como nos locais de audibilida-
de, visibilidade ou acesso ao público, trata-se, portanto:

a) do ISSQN.
b) do IPTU.
c) da Contribuição de Fiscalização.
d) da Contribuição de Atividade.
e) da Taxa de Fiscalização de Publicidade.
LEGISLAÇÃO DO MUNICÍPIO

GABARITO

1 C
2 A
3 E

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ANOTAÇÕES

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