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Pierre Cardin 

Nos anos 1980, a Pierre Cardin teve ampla exposição A Pierre Cardin continuará adotando a política de ad-
no mercado brasileiro, graças, dentre outras razões, à pene- ministrar a qualidade dos produtos e delegar aos licencia-
tração dos jeans lançados com a sua grife, que se tornaram dos a responsabilidade pela produção e a distribuição das
objeto de desejo de um grande número de consumidores. peças em todos os pontos de venda. Além de enfrentar no
Atualmente, a marca está preparando uma estratégia que mercado brasileiro marcas locais e internacionais já estabe-
tem por propósito não apenas promover o retorno à mídia, lecidas, ela depara com estratégias desenvolvidas por algu-
como também ocupar espaços em diferentes segmentos mas empresas locais, que estão se unindo para massificar a
de mercado. roupa de grife.
A abertura às importações, decorrente principalmente Um primeiro evento que mostra esse novo quadro foi
da globalização das economias, promoveu a entrada de mar- ­realizado no Hotel Unique, em São Paulo, em março de 2004,
cas consagradas no mercado brasileiro — como Yves Saint e reuniu oito empresas com marcas de expressão nacional
Laurent, Christian Dior, Valentino, Paco Rabanne e Gucci —, que têm como estratégia levar às lojas, num prazo máximo
além do aumento do número de marcas brasileiras de grande de uma semana, tudo o que foi mostrado nos desfiles. A es-
exposição no mercado. tratégia tem por propósito aumentar as vendas no mercado
A grife Pierre Cardin, que nas décadas de 1970 e 1980 interno e conquistar aqueles clientes que são esquecidos no
estava posicionada como produto de luxo, iniciou nos anos ‘glamour’ das passarelas. As marcas que fazem parte desse
de 1990 um reposicionamento, na tentativa de popularizar- movimento são Yatchsman, Bob Store, Mercearia, Zion,
-se. Essa estratégia, que se contrapôs àquela adotada pelas Petistil, Lilica Ripilica, Osklen e Lenny. Esse movimento, intitu-
grifes de luxo — que buscam luxo e exclusividade —, está lado Prêt-à-Porter Brasil, que tem a chancela da Associação
voltada para a prática do binômio preço competitivo e grande Brasileira de Lojistas de S ­ hopping (Alshop), da Associação
volume de vendas. Com esse posicionamento, a Pierre Comercial de São Paulo e da própria Associação Brasileira da
Cardin pretende atingir sobretudo a classe média na maioria Indústria Têxtil (Abit), tem como objetivo a unificação de lan-
dos mercados. A marca Pierre Cardin está presente em 70 çamentos e liquidações, para conseguir reduções de ­custos
países, tendo inclusive lojas próprias em alguns deles, como e melhorias da rentabilidade, tendo como alvo principal mer-
França, Taiwan, Japão, Rússia e Coreia de Sul, onde a grife
cados de renda baixa. A estratégia da Pierre Cardin, marcada
mantém uma variedade significativa de produtos.
pelo posicionamento que busca volume, preços baixos e ren-
A empresa, cuja estratégia de marketing se caracteriza
tabilidade, reflete essa nova realidade do mercado brasileiro
pelo licenciamento de uma diversidade de produtos, opera
para aquelas marcas que não têm por meta se posicionar nos
atualmente no Brasil por meio de dez parceiros, que têm
segmentos de alta renda.
autorização para produzir 15 produtos diferentes. A Pierre
Cardin apresenta um faturamento no mercado mundial de 1
bilhão de dólares ao ano e tem cerca de 600 produtos licen- Questões para discussão
ciados, que vão de roupas masculinas e femininas a aces-
1. Quais desafios a Pierre Cardin enfrentará no mercado
sórios, malas e linhas de cama, mesa e banho. Cerca de mil
empresas no mundo têm licença para produzir e comerciali- brasileiro para ocupar uma posição de realce no seg-
zar os produtos da marca. mento de consumo de grifes voltadas para os consumi-
No passado, a Pierre Cardin teve sua grife ligada à Vila dores de classe média?
Romana, que, além de comercializar seus produtos, contri- 2. Para esse novo momento da Pierre Cardin no mercado,
buiu para o estabelecimento do posicionamento da marca no aponte quais seriam os segmentos de mercado mais
mercado brasileiro. Depois que a Vila Romana deixou de co- atrativos e qual estratégia de posicionamento a empresa
mercializar a grife no Brasil, passando a trabalhar com marca deveria adotar.
própria, a Intergriffes’s — que distribuía para a Vila Romana 3. Considerando que a Pierre Cardin esteve em posição de
— continuou a vender os produtos da Pierre Cardin para ou- liderança em alguns segmentos do mercado há algumas
tros lojistas. décadas, quais estratégias de marketing a empresa de-
A Pierre Cardin começou a olhar com maior interesse veria adotar para reconquistar a posição que perdeu no
o mercado brasileiro em virtude de uma pesquisa realizada mercado brasileiro?
pela empresa, segundo a qual há um forte interesse pela grife
principalmente fora da capital de São Paulo. Pretende explo- Fontes: “Mídia & marketing”, Gazeta Mercantil, 19 jan. 2004, p. A-12; Fabiana
rar os mercados que, de acordo com a pesquisa, mostram Gitsio, “Da festa das passarelas para as vitrines das lojas”, Gazeta Mercantil, 25
forte receptividade à marca. fev. 2004, p. A-8.

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