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exclusivo
Luciana
Temer,
A FILHA
FEMINISTA DO
PRESIDENTE
Giovanna
Ewbank,
TITI, BRUNO
GAGLIASSO
E OUTR AS nove
famílias CONTAM
SUAS HISTÓRIAS
DE AMOR EM
UM EMOCIONANTE
ESPECIAL
ADOÇÃO
Closet
de inverno
ESTAMPAS FLOR AIS, TECIDOS FLUIDOS, ALMA MILITAR E TUDO QUE VOCÊ VAI USAR NESTA
TEMPOR ADA + 21 LOOKS INSPIR ADORES PAR A NOIVAS, MADRINHAS E DAMAS DE HONR A
sumário
m ai o 2 017
64 16 M C d i g i t a l
18 E d i t O R i a l
na c a pa
54 E n t R E v i s t a Luciana Temer, a filha
feminista do presidente
60 R E l a C i O n a M E n t O Traição financeira
entre casais pode ser pior que a amorosa
70 C a p a Giovanna Ewbank e Titi, uma
história de amor entre mãe e filha
72 E n s a i O O emocionante relato
de oito famílias adotivas
104 R O M a n C E i d E a l Tons pastel no casamento
114 E x é R C i t O R E n O v a d O O novo militar
está entre peças improváveis
140 p E l E novidades para rugas, flacidez e celulite
22 r E pOr TaGE m
22 M O d a n O M u s E u maiores mostras
de 2017 falam de estilo
50 C O M p O R t a M E n t O Gordofobia: a luta
124
e histórias de mulheres contra o preconceito
83 E u , l E i t O R a “Fui adotada adolescente
104
por minha ex-patroa”
@WOr k
98 O l í v i a C a M p l E z chacoalhou o mercado
de cosméticos de luxo no país
100 g R E i g E O duo cinza com bege no trabalho
101 n O v a O R d E M Seis dicas para organizar
o escritório e aumentar a produtividade
bE L Ez a
36 t E n d Ê n C i a Lábios com cores vibrantes
37 d E s E J O J’adore in Joy, o novo perfume da Dior
134 C a b E l O Do liso ao crespo: os cuidados
com a textura dos fios
50
144 n u t R i Ç Ã O Os segredos da terapia nutricional
146 F i t n E s s Danças nada triviais, a nova
mania das academias do país
148 M a R i a C l a R a a M a Os aliados
da pele oleosa no combate ao brilho
sumário
m ai o 2 017
158
149 t E n t a Ç Õ E s máscaras que fazem toda
a diferença para os cílios
150 n E W s Lançamentos em perfume, make etc.
cu LT u r a
90 l i t E R a t u R a cynthia b. e rupi kaur
são as autoras do momento
92 t v Talk show de Gregório Duvivier
93 t E a t R O a carioca chtistiana Jatahy, que abalou paris
94 l E O J a i M E Ser mãe é para quem quer
T E n Dê nc i a S
Pele nova
OS TR ATAMENTOS
MAIS MODERNOS
PAR A REDUZIR
GORDUR A, RUGAS
E CELULITE
TRAIÇÃO
FINANCEIRA
O golpe que dói mais
do que ser trocada
por outra
38 b a t a l H a d a s E d i t O R a s Duo vermelho
Giovanna
Ewbank,
TITI, BRUNO
GAGLIASSO
E OUTR AS nove
famílias CONTAM
SUAS HISTÓRIAS
DE AMOR EM
40 E s t i l O C O M C O n t E Ú d O a meia-calça
UM EMOCIONANTE
ESPECIAL
ADOÇÃO
64 d O s s i Ê d E M O d a Os ateliês de M A I O 2 017
L i F E S T Y L E
154 g a s t R O n O M i a noddlemania,
a tendência que chegou para ficar
158 d é C O R O apartamento pop do artista
Capa banca Vestido
plástico Felipe morozini Gucci Capa assinante
Vestido À La Garçonne.
162 E M b a R Q u E i M E d i a t O O novo Brincos À La Garçonne
restaurante de alain Ducasse + Hector Albertazzi. Hot
pants À La Garçonne
164 M E u C a n t O Os objetos + Hope. Botas À La
da atriz andréia Horta Garçonne + Esdra Fotos
Gustavo Zylbersztajn
Edição de moda Larissa
Lucchese Beleza Daniel
mODa Hernandez (MLages) com
produtos M.A.C e L’Oréal
Styling André Puertas
124 p E R F u M E O R i E n t a l prints indianos Assistente de beleza
Tiago Paixão Assistentes
e tons lavanda na nova coleção Emporio armani de fotografia Filipe
Sardelli e Paulo Cardone
Produção-executiva
Vandeca Zimmermann
154 166 E v E n t O s
168 H O R Ó s C O p O
170 t E n t a Ç Ã O d O M Ê s
Tratamento de imagem
Edson Guberovich
Agradecimento
JRJ Tecidos
Digital
p or Adr i an a Fe r r e ira Silv a
PeqUeNas
coNqUistas
Em depoimento à TV Marie Claire,
nossa cover girl, a atriz e mode-
lo Giovanna Ewbank, relembra as
primeiras experiências com a filha,
Titi, logo após a adoção em 2016,
como a troca da fralda, a ida à escola
ou o dia em que ela a chamou de
“mamãe”. Morremos de amor!
w w w. .globo.com
@ MarieClaireBR MarieClaireBR @ MarieClaireBR MarieClaireBR Marie Claire Brasil MarieClaireBR
18
p r i m e i r a pa l av r a
t
enho dois irmãos. Um de sangue e um adotivo. O primeiro, meu melhor amigo
durante toda a adolescência, mora no rio e, infelizmente, vejo bem menos do
que gostaria. O segundo acaba de sair da adolescência, vive a três quadras de
casa e está comigo pelo menos duas vezes por semana. amo os dois do mesmo jei-
to. e amo mais ainda minha mãe, que me ensinou que afeto não nasce com a gente,
mas é algo que se constrói com os conflitos e os carinhos diários.
esta edição de maio é uma homenagem a ela e a todas as mães e pais que se permiti-
ram conhecer uma forma de amor incondicional que não vem da barriga nem da genética.
São histórias como a da ex-jogadora de vôlei isabel Salgado, que se comoveu com a saga
de alison, um adolescente que, depois de fugir de um abrigo e deixar a casa onde era for-
çado a trabalhar para comer, temia por seu destino porque o irmão, um ano mais velho,
ganharia uma nova família, e ele não. e de famílias como a da cantora vanessa da mata,
que adotou de uma só vez Bianca, micael e Felipe, para não separar os irmãos biológicos.
a ideia de reunir os depoimentos de vanessa, isabel e outras oito famílias adotivas (anô-
nimas ou famosas) em um grande especial, ouvindo tanto pais quanto filhos, e fazendo-os
posar para as delicadas lentes de Gustavo Zylbersztajn, não foi minha, mas da atriz Giovanna
ewbank, a merecida cover girl desta edição. Foram meses de conversa com sua empresária
e ao menos três reuniões – com a atriz, a mãe dela e o marido, o ator Bruno Gagliasso – até
que topassem posar com Chissomo, a pequena Titi, 3 anos, para as fotos da matéria. Bruno
foi categórico: “Só fazemos se não for capa”. e eu rebati,
Diretor-Geral F r e d e r i C zo g h a i b k aC h a r
Diretor de Audiência Lu C i a n o to u g u i n h a d e C a s t r o
Diretora de Mercado Anunciante v i r g i n i a a n y
Diretora de Grupo Quem e Marie Claire a n d r é a d a n ta s
Diretora de Redação M a r i n a C a r u s o
Editora- Chefe L au r a a n C o n a Lo p e z Diretor de Arte Í ta Lo M a s s a r u
Moda
Editoras C a M i L a L i M a , L a r i s s a Lu C C h e s e
Stylist a n d r é p u e r ta s
Redação
Editora Sênior M a r i a L au r a n e v e s
Editora de Beleza M a r i a C L a r a p ó v i a Editora de Capa e Comportamento Lu a n g e Lo
Editora de lifestyle e Eu, leitora r o b e r ta M a Lta produtora-Executiva va n d e C a z i M M e r M a n n ( v z i M M e r M a n n @ e d g Lo b o.C o M . b r )
aRte
Editoras de Arte F e r n a n da s e g a b i n a s s i , M a r i a n a s u z u k i Designer pa M e L L a M o r e n o
Assistente de Redação b r u n o a n d r a d e
SeRviçoS editoRiaiS
pesquisa C e d o C / g Lo b o p r e s s
TECNOLOGIA Diretor de Tecnologia Rodrigo Gosling Estratégia Digital Everton Ribeiro, Fabio Marciano, Jeferson Mendonça, Leandro Paixão, Marcelo Amendola, Murilo Amendola, Thiago Previero e William Antunes ESTRATÉGIA DE CONTEÚDO
DIGITAL Gerente Silvia Balieiro MERCADO ANUNCIANTE (SEGMENTOS: FINANCEIRO, IMObILIáRIO, TI, COMÉRCIO & VAREjO) Diretor de Negócios Multiplataforma Emiliano Morad Hansenn Gerente de Negócios Multiplataforma Ciro Horta
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Bergamo Executivos Multiplataforma Adriana Pinesi Martins, Ana Paula Boulos, Eliana Lima Fagundes, Giovanna Sellan Perez, Selma Teixeira da Costa e Soraya Mazerino Sobral (SEGMENTOS: CASA, CONSTRUçãO, ALIMENTOS, bEbIDAS,
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MObILIDADE, SERVIçOS PÚbLICOS E SOCIAIS, AGRO & INDÚSTRIA) Diretor de Negócios Multiplataforma Renato Augusto Cassis Siniscalco Executivos Multiplataforma Diego Fabiano, Cristiane Soares Nogueira, Jessica de Carvalho Dias,
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DE NEGóCIOS RIO DE jANEIRO Gerente de Negócios Multiplataforma Rj Rogerio Pereira Ponce de Leon Executivos Multiplataforma Daniela Nunes, Lopes Chahim, Juliane Ribeiro Silva, Maria Cristina Machado e Pedro Paulo Rios Vieira
dos Santos UNIDADE DE NEGóCIOS bRASíLIA Gerente Multiplataforma Barbara Costa Freitas Silva Executivos Multiplataforma Camila Amaral da Silva e Jorge Bicalho Felix Junior Gerente de Eventos Daniela Valente Opec Offline Carlos
Roberto de Sá, Douglas Costa, Eduardo Ramos Opec Online Rodrigo Santana Oliveira, Danilo Panzarini, Higor Daniel Chabes, Rodrigo Pecoschi Estratégia Comercial Guilherme Iegawa Sugio EGCN Consultora de Marcas Olivia Cipolla Bolonha
ESTÚDIO GLObO Caio Henrique Caprioli, Ligia Rangel Cavalieri e Luiz Claudio dos Santos Faria AUDIÊNCIA Diretor de Marketing Consumidor Cristiano Augusto Soares Santos Diretor de Planejamento e Desenvolvimento Comercial Ednei
Zampese Gerente de Vendas Canais Indiretos Reginaldo Moreira da Silva Gerente de Criação Valter Bicudo Silva Neto Coordenadores de Marketing Eduardo Roccato Almeida e Patricia Aparecida Fachetti
MARIE CLAIRE INTERNACIONAL Diretor-Executivo Jean De Boisdeffre Diretor Financeiro Félix Droissart Diretora de Marketing e Operações Especiais Nicia Rodwell Diretora Editorial Séverine Harzo Editora-Chefe de Moda e Beleza Sylvie Halic
Diretora Comercial Véronique Depery Diretora Comercial Adjunta Elisabeth Barbier Diretor de Comercialização de Conteúdo Thierry Lamarre Diretor de Marca Fabrice Taupin Marie Claire is a registered trademark. COPYRIGHT © 2016
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Foto: divulgação
Claire ( ISSN 0104-8589 ) é uma publicação mensal da EDITORA GLOBO S.A. Distribuidor exclusivo para todo o Brasil: Dinap – Distribuidora Nacional de Publicações
O Bureau Veritas Certification, com base nos processos e procedimentos descritos no seu Relatório de Verificação, adotando um nível de confiança
razoável, declara que o Inventário de Gases de Efeito Estufa - Ano 2012, da Editora Globo S.A., é preciso, confiável e livre de erro ou distorção
e é uma representação equitativa dos dados e informações de GEE sobre o período de referência, para o escopo definido; foi elaborado em
conformidade com a NBR ISO 14064-1:2007 e Especificações do Programa Brasileiro GHG Protocol.
NA INTERNET: http://www.editoraglobo.com.br
22
especial
Moda
no museu
É a primeira vez na história que acontecem, ao mesmo tempo,
tantas exposições sobre estilo nos principais
centros de arte do mundo. capazes de atrair milhões de pessoas
e bater mais recordes de bilheteria do que artistas
famosos, estas mostras estão no topo da lista de interesses
do universo artsy. Marie Claire investiga
o fenômeno e adianta as principais exibições do ano
por camila lima
Fotos: © Paolo RoveRsi; CouRtesy oF the Me tRoPolitan MuseuM oF aRt
Foto: albeRta tibuRzi no vestido enveloPe de CRistóbal balenCiaga, haRPeR’s ba z a aR, June 1967. Foto: hiRo 1967
central de duas das mais concorridas exposições do ano. a partir do dia 27 a maior delas. em Balenciaga: Shaping
o ato de se vestir – e todo o imaginário criativo e sedutor Fashion, há cerca de 100 peças, desenhos, fotografias e
que o cerca – tornou-se, nos últimos anos, capaz de levar amostras de tecidos de seu acervo pessoal. são trajes feitos
multidões aos museus. trata-se de um público nem sempre em homenagem aos toureiros e aos dançarinos de flamen-
com intimidade com formas artísticas tradicionais, como co de sua terra natal, além das formas volumosas caracte-
a pintura ou a escultura. “a moda é, sem dúvida, uma for- rísticas de seu trabalho. têm foco, também, a moda feita
ma de expressão com a qual os jovens se identificam com por designers influenciados pelo espanhol, como andré
maior facilidade”, explica João Braga, professor de His- courrèges, emanuel ungaro e phoebe philo para cèline.
tória da moda da Faap (Fundação armando alvares pen- Já Balenciaga: Working in Black acontece no musée Bour-
teado – sp). “ou seja, uma vitrine para atrair um público delle, em paris, e fica em cartaz até 16 de julho. nela, a cor
que normalmente não frequentaria museus. por mais que negra, tão querida pelo estilista, é dissecada. tanto nos
o que esteja exposto tenha valores exorbitantes, principal- vestidos, carregados de religiosidade, quanto na série de
mente as peças de alta costura, as criações ainda são, de desenhos que fez. num belo jogo de contrastes, todos os
certa forma, mais próximas da realidade. algo impensá- itens surgem dispostos entre esculturas de mármore de
vel tratando-se de obras de Da Vinci, renoir ou pollock”. Émile antoine Bourdelle, dono do espaço. peças com si-
lhueta balão também ganham os corredores e comprovam
Cl ás siCos E bloCkbus TErs o boom do movimento acon- a influência de Balenciaga na estética atual.
teceu em 2011, com a mostra Savage Beauty, no met, que para fechar com chave de ouro a agenda do ano, as
retratou a trajetória dos 19 anos de carreira do britânico criações de christian Dior tomam conta, a partir de 5 de
alexander mcQueen, que em 2010 se suicidou. ela rendeu julho, de todas as instalações do les arts Decoratifs. o
à instituição seu recorde de público em um único dia: 8.025 feito, inédito na história da instituição parisiense e nun-
visitantes. antes disso, a média nunca ultrapassou a casa dos ca ocupado nesta proporção por qualquer outro desig-
6 mil. no caso do moma, que tem no acervo permanente ner, celebra os 70 anos do new look (modelo com cintu-
quadros famosos de matisse e renoir, é a primeira vez em ra marcada e saia plissada). além dele, outros looks em-
73 anos que a moda será tema de uma mostra. a última, blemáticos e obras do acervo de arte pessoal de Dior in-
em 1944, era bem menos pop do que a desse ano: rela- tegram a exibição. looks que marcaram a história da ca-
cionava as roupas com o design industrial e a arquitetura. sa ao longo das décadas – assinados por diretores criati-
os primeiros esforços para tornar o assunto tema de vos que estiveram no comando como Yves saint laurent,
museus começaram na década de 50, quando algumas ins- marc Bohan, Gianfrancesco Ferré, raf simons, John Gal-
tituições abriram departamentos próprios direcionados a liano e maria Grazia chiurri – estão entre os destaques da
ele. nascia assim, em 1946, no met, o costume institu- mostra, já candidata a bater novo recorde de bilheteria.
victoria & albert, londres
Balenciaga: Shaping Fashion estreia
no dia 27 deste mês, comemorando
100 anos do início da carreira de
cristóbal Balenciaga. mais de 100
looks compõem a mostra, que
ainda aborda a influência do
artista no trabalho de estilistas
como andré courréges, emanuel
ungaro e phoebe philo. em cartaz
até 18 de fevereiro de 2018
a Era
Vitoriana
inSPira E
ConDUZ a noVa
CoLEÇÃo DE
PiErPaoLo
PiCCioLi Para
VALENTINO
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de metal
e viscose
YSL,
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33
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anos DOURADOS
Metalizada e com o logo desconstruído,
marca registrada de Anthony Vaccarello
para Saint Laurent, a nova bolsa da grife tem
brilho de sobra e sofisticação
Clutch
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metalizado,
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Foto: carlos bessa
34
TENDÊNCIA
Jaqueta
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de styling
o índigo também
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de cristais trabalho. basta
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Foto: carlos bessa
2 1 dica
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da, batons em tons clássicos e coberturas con- F oto s : i m a x t r e e / d i v u lg aç ão / r e p r o d u ç ão
desejo
doce
frescor
A flor de sal, nota inesperada
na composição
de perfumes, permeia o novo
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ylang e pêssego, forma um
aroma marcante, porém suave
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Foto: carlos bessa
38
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vermelho é a cor do
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Camila Klein,
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Fotos: arturo querzoli / divulgação
Segunda pele
meias Wolford,
sapatos Giorgio
Armani e
pulseira acervo
pessoal
Colorida, DEliCADA ou na altura do
tornozelo, a MEiA é um dos
principais acessórios da estação 5
F
1
ina, soquete, arrastão, 3/4, 7/8... Quem vê a quantidade de
meias femininas disponíveis no mercado não imagina que
o item nasceu por uma necessidade masculina. Por mais de
2 mil anos, elas foram robustas e grossas, feitas de algodão ou lã.
Criadas para esquentar os guerreiros da Mesopotâmia em 2.200
a.C., só se tornaram acessório fashion no final do século 18. Aí fi-
caram mais finas, delicadas e, claro, caíram no gosto das mulheres.
Desde então, em especial a partir dos anos 20, houve um boom na
quantidade de modelos. E, em tempos de balé fitness, a vontade de
usar meia-calça também voltou. O modelo da vez, arrastão, vem direto
dos anos 80 e é cheio de polêmicas. Há quem o ache vulgar; outros,
cafona. Mas garanto: dá para ser chique e moderna com o acessório.
Basta usá-lo em looks mais esportivos, por baixo da calça, com tênis,
sapatos pesados ou mules. Outro truque de styling é deixar apenas um
pedacinho à vista, como fez a Ellus na última São Paulo Fashion Week.
Usadas de maneira correta, as meias afinam a silhueta. É só escolher uma
em tom parecido ao da saia, que pode ser míni ou mídi, no estilo da usada
pela atriz Ali MacGraw em Love Story (1979). O sapato também é impor-
tante para harmonizar o visual. Acho superelegante os que têm a mesma
cor da meia, como fez Vitorino Campos em seu último show. Vale até
Fotos : g a b r i el r i n a l d i / i m a x t r ee /
usar sandálias. As mais ousadas podem ainda testar a sobreposição de meia so-
2 quete sobre uma transparente. Só é preciso tomar cuidado com as proporções.
ge t t y i m ag es / r epro dução
Quanto mais clara for e mais detalhes a peça tiver, mais grossas as pernas vão
1. balenciaga / parecer. Por isso gosto de vestir uma combinação sem erro: de bolinhas ou com
inverno 2017
2 e 3. marc jacobs /
padronagem de renda sobre uma base preta. Nada trivial, mas muito chique.
inverno 2017
4. christian dior / ucha meirelles é nossa consultora de estilo ( colunas . revistamariecl aire .globo .com / 6
inverno 2017
upost ). escreva para ucha @ upost. com . br . instagr am : @ uchameirelles
5. anna sui / inverno
2017 6. proenza
schouler /
inverno 2015
42
HI-LO
I n v e r n O pa d r ãO
não há limites para o X adreZ. ele aparece sobreposto,
em proporções distintas, no look total ou entre básicos urbanos
fotos hick duarte s t y l i n g a N d r É P u e r ta S pro d ução - e x ecu t i va va N d eca zi m m e r m a N N
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Tiffany & Co., R $ 4.955.
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1. Casaco Fátima Scofield, R $ 998. Camisa, R $ 1.170, e calça, R $ 1.200, Diane von
Furstenberg. Brinco H.Stern, R $ 14.800 (o par). Bolsa Carmen Steffens, R $ 500
2. Blazer Vitorino Campos, R $ 998. Tricô Riachuelo, R $ 70. Calça
Shoulder, R $ 299. Brincos Rincawesky, R $ 180
3. Jaqueta Michael Kors, R $ 2.775. Tricô Alcaçuz, R $ 360. Calça Cruise,
R $ 898. Brinco, R $ 2.930 (o par), e bolsa, R $ 21.300, Louis Vuitton. Anel
H.Stern, R $ 10.700. Botas Santa Lolla, R $ 400
3
Brinco Chanel, a partir de R $ 4.875
Modelo Vitoria Bonissoni ( Elo MGT ) Beleza Dindi Hojah com produtos
Make Up For Ever e Redken Produção de moda Lucas Fernandes
Assistente de beleza Manuela Oliveira Assistente de fotografia Rafael Diniz
Tratamento de imagem Marcelo Chelles
C E L E B R AT E
No Dia Das Mães,
surpreenda com
joias feitas à mão.
pandora.net
50
comportamento
G ordinha, não.
gOr dA!
Elas são rEJEitAdAs no mercado de trabalho, na tV, no cinema,
na publicidade, em companhias aéreas. sofrem
preconceito até entre as minorias. Mas, depois de décadas
na sombra, passaram a reagir com campanhas, passeatas, militância
em redes sociais. Conversamos com algumas
mulheres que, na luta contra a gOrdOfObiA,
começaram a mudar a forma de se colocar na sociedade
por Lu angeLo
A
s luzes do palco acendem, a plateia lotada grita e uma cida como bandida: 23 anos, 1,68 metro de altura e 140
garota sexy entra em cena, autoconfiante, em cima de quilos. isso mesmo, 140 quilos, e autora de alguns hits co-
plataformas de 12 centímetros. Vestida com minishort mo “100% feminista”, que ficou famosa cantada por ela e
e top decotado, ouve do público, essencialmente femini- Karol Conka. Obesa desde a infância, conta que era uma
no, palavras de incentivo, como “sua linda!” e “poderosa!”. das poucas crianças negras e gordas em sala de aula, e is-
Já os garotos assobiam, a fotografam e filmam. Ela acena, so lhe trazia enorme sofrimento. “Quando fiz 9 anos, dis-
levanta os braços e brada: “Quem manda nessa porra sou se à minha família que queria ser magra e branca igual
eu!”. O público reage com palmas e mais gritos. Poderia ao Michael Jackson. Pensava: ‘se ele conseguiu, por que
ser a abertura de uma apresentação de Anitta, mas quem também não posso?’.” O avô disparou: “Você não deve se
está no palco é outra funkeira, MC Carol, também conhe- incomodar com o que parece para os outros. A única coi-
sa que importa é o amor que recebe da gente”.
Essas palavras serviram como norte de vida. “O mun- Fotos: MARIANA GoDoY / Il AN RubIN (tRuNK ARCHIVE)
fL ávia dur ante (a segunda sua luta, assim como a de várias outras gor-
da dir. para a esq.): das, vale reforçar, não é contra o emagreci-
entusiasta do mercado
de moda plus size mento – como são acusadas nas redes. O que
elas buscam é a aceitação do próprio corpo e
o debate para a sociedade incluí-las indepen-
dentemente do peso. “A discriminação está
em todos os lugares. só as magras têm o ‘di-
reito’ de ser bonitas. O que queremos é ape-
nas o mesmo tratamento, quer gostem, quer
não.” É isso também que busca a ONg baia-
na Vai ter gorda, que realiza eventos como
a Marcha das gordas. “Lutamos por nossa vi-
sibilidade negada, pela voz silenciada. Nós,
gordas, ainda procuramos existir como seres
humanos”, diz o cartaz do encontro, que acon-
teceu em 8 de março, em salvador.
segundo a endocrinologista Cintia Macedo,
MC Carol aponta que o mercado plus size, assim co- da Associação brasileira para o Estudo da Obesidade (Abe-
mo o índice de obesidade no país, só cresce. segundo o so), de 60% a 80% do peso de qualquer pessoa está ligado
ibgE, quase 60% dos brasileiros apresentam iMC igual à genética, e não aos hábitos. “A obesidade é uma doen-
ou maior do que 25 (sobrepeso ou obesidade). de acordo ça complexa de caráter crônico”, diz. “A principal queixa
com dados da Associação brasileira do Vestuário (Abra- em meu consultório é que o paciente não aguenta mais ser
vest), no ano passado o mercado para tamanhos grandes gordo porque ninguém o respeita. Ele é visto como alguém
movimentou cerca de r$ 6 bilhões. “faço parte de três sem caráter, sem ‘força de vontade’ para fazer dieta ou ati-
grupos marginalizados: mulher, negra e gorda. As pes- vidade física. Esse pensamento precisa mudar, é injusto.”
soas se incomodam muito mais com minha silhueta do “A gordofobia da maneira que conhecemos hoje teve
que com qualquer outra coisa.” início no pós-guerra”, conta a historiadora denise ber-
Com as redes sociais e o aumento do debate sobre in- nuzzi de sant’Anna, autora de Gordos, Magros e Obesos:
clusão, a luta contra a gordofobia ganhou força. O proje- Uma História de Peso no Brasil (editora Estação Liberda-
to Empoderarte-me, da fotógrafa de Jundiaí (sP) Mariana de, 184 págs., r$ 39). “Nos anos 50, a população passou
godoy, 24, reúne uma série de imagens de gordas nuas a ter mais acesso à comida, com os industrializados em
em poses sensuais, com frases de reafirmação pintadas geral. O gordo deixou de ser considerado rico e podero-
em seus corpos, como “gorda, sim”, “gorda e saudável”, so, porque naquele momento todo mundo podia comer.”
“Meu corpo, minhas regras” e “tire a gordofobia do cami-
nho que eu quero passar”. sem retoques, a série de fotos El As quErEm sEr vis tAs Ashley graham, top model plus
ganhou um tumblr (http://empoderarteme.tumblr.com/) size que se tornou a gisele bündchen na luta contra a gor-
e centenas de compartilhamentos no facebook. “sempre dofobia, foi destaque na última semana de Moda de Nova
fui gorda e, com o projeto, quis mostrar que a mulher fo- York, como principal modelo do desfile de Michael Kors.
ra dos padrões tem espaço, que também pode ser deseja- Outro destaque da categoria, a australiana robyn Lawley
da”, conta. “Milito contra a gordofobia. Meu trabalho é uma foi capa da Marie Claire de seu país. Por aqui, já há até
provocação a ela. Nós somos mulheres e queremos nos um Miss brasil Plus size, lançado em 2012, mesmo ano
sentir bem, felizes. Não é pedir muito”, explica a fotógrafa. em que a jornalista flávia durante, 40 anos, lançou o Pop
a “bandida”:
Plus size. A fim de se sentir incluída no mercado de mo- pessoas acham que é fácil perder peso, quando não é”,
da, um dos mais excludentes – poucas marcas têm grade explica Adriano segal, diretor de psiquiatria da Abeso.
maior do que 44 –, flávia criou o bazar. Partindo de seis tanto que a professora de ioga Vanessa Joda, 37 anos,
expositores na primeira edição, o evento abrigou 60 este começou a fazer dietas mirabolantes com o sonho de se
ano. Ainda incluiu uma pool party só de gordas para dar tornar modelo. “Na primeira, aos 12, cortei o açúcar. Aos
Fotos: RobsoN lE ANDRo DA sIlVA / FERNANDo sCHl AEpFER / FElIpE MARIANo
visibilidade à causa. E nada de maiô: a maioria delas ves- 18, almoçava e jantava cenoura crua com suco de melan-
tia biquíni e fio dental, como a própria flávia. “Muitas de cia”, conta. “Na hora funcionava, mas depois engordava
nós sentem vergonha. Quero mostrar para elas que isso é mais. Aos 15, reduzi as mamas porque um booker me con-
bobagem. Vou à praia assim mesmo, não estou nem aí!” venceu. Viciei-me em anfetaminas. fiz seis lipos e mui-
Algumas empresas passaram a escolher gordas para tos outros procedimentos agressivos para ser magra.” Não
protagonizar suas campanhas. flávia durante filmou de deu certo. A carreira de modelo nunca decolou. frustrada
biquíni para uma marca de energético. boa notícia, não e infeliz, Vanessa teve síndrome do pânico. O psiquiatra a
fossem os haters que vieram junto com a popularidade. aconselhou a fazer ioga. E a prática mudou sua vida. “A io-
“Vários me mandaram mensagens com coisas horrorosas, ga te dá consciência corporal, o intuito não é emagrecer.”
do tipo: ‘Você está à beira da morte. Não vai ter caixão em Há oito meses, abandonou a carreira de gerente de comér-
que caiba’. Caí de cama e chorei muito, fiquei realmente cio exterior para dar aulas no projeto ioga para todos. Ao
doente. Não acessei as redes até a campanha sair do ar. deixar o vício da medicação para emagrecer e esquemas
foi traumático”, explica flávia, que chegou a pensar em alimentares com baixíssimo teor calórico, voltou a engor-
publicar exames que confirmem que ela é saudável. “Me dar. “foi muito difícil assumir meu peso real, mas, depois
senti nos anos 90, quando artistas vinham a público para que você vê a morte na sua frente, desiste dessas loucuras.”
mostrar que não tinham aids. Mas mudei de ideia: mere- Hoje com 110 quilos e 1,60 metro, seu propósito é fazer as
ço respeito, não devo satisfação a ninguém.” mulheres se aceitarem. “É quebrar o estereótipo do praticante
Na internet, meio em que os haters se proliferam como ‘clássico’. tem de tudo nas minhas classes: magro, gordo, jo-
pragas, os gordos são alvo. “As falsas promessas de ema- vem, velho...” Longe de se encaixar em padrões, Vanessa con-
grecimento rápido colaboram para o preconceito, pois as ta que nunca foi tão feliz. se ela pode, todas nós podemos.
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enTreviSTa
Quem é
Luciana
Temer? ela é advogada, defende a legalização
do aborto, das drogas e da prostituição. Filha
N
o meio da sala do apartamento
de Luciana Temer, em pinheiros,
de michel Temer, virou notícia quando,
São paulo, há dezenas de livros em meio ao processo de impeachmenT
espalhados pelo chão. “eu me mudei de Dilma rousseff, trabalhava
há quase um ano. está tudo aí porque
uma hora vou fazer uma estante”, diz
com o petista Fernando haddad na prefeitura
a advogada paulistana, 47 anos, ao me de São paulo. alvo de críticas
receber para esta entrevista. o motivo de ambos os lados da polarização política,
da bagunça, ela explica, é a falta de tem-
manteve-se distante dos holofotes.
po. para além da criação de pedro, 16,
e marina, 14, ela dá aulas de direito em À frente do instituto Liberta, que combate
duas universidades paulistanas (pUc e a exploração sexual de crianças,
Uninove) e comanda o instituto Liberta, falou a Marie Claire sobre sua trajetória
criado em janeiro, para combater a ex-
ploração sexual de crianças no Brasil. e as diferenças ideológicas
a mais velha entre os seis filhos do que trava com o pai. Uma história
presidente michel Temer, Luciana evita de vida bem distante do
ser reconhecida apenas por essa quali-
dade. por causa dela, quase perdeu o eSTereóTipo bela, recatada e do lar
emprego de maior projeção de sua car- Por maria laura neves foto João Bertholini
reira, o comando da Secretaria da assis-
tência Social da prefeitura de São paulo,
na gestão Fernando haddad. “Quando da pasta foi, também, uma experiên- dente. “ele declamava poemas durante
recebi o convite, aceitei. mas haddad cia turbulenta. ela estava na prefeitura a viagem”, diverte-se. Sonhava em ser
precisou consultar meu pai porque era durante o processo de impeachment, psiquiatra, mas, como o pai, formou-se
um cargo do pmDB, visado por outros em que o pmDB, partido de seu pai e em direito. casou-se aos 27 anos, com
vereadores.” Temer disse não ao petis- do qual ela também foi filiada, rompeu o advogado Fernando castelo Branco,
ta. “Fui até a casa dele e perguntei o com o governo. “Foi difícil, mas meu seu colega de faculdade. Separou-se
porquê daquilo. ele disse que eu apa- pai e o haddad me apoiaram.” Desde 15 anos depois. em 2013, engatou um
nharia muito por ser sua filha. respon- então, tem explicado aos filhos como namoro com o ex-controlador-geral do
di: ‘enquanto você viver, estarei nessa lidar com os ataques dirigidos ao avô. município, roberto porto, que durou até
posição. eu aguento. você aguenta?’.” nascida no bairro do pacaembu, on- o fim do ano passado. o rompimento
o pai recuou. no ano passado, Luciana de morava com a mãe, maria célia de foi notícia em colunas de fofocas. “por
foi convidada para falar na onU sobre Toledo, e duas irmãs, clarissa e maris- que isso pode interessar a alguém?”,
a experiência que teve no cargo, com tela, frequentou colégios católicos pau- reflete, com uma mistura de espanto
o programa de acolhimento a usuários listanos. passava as férias em Tietê, no e indignação. a seguir, como vive e
de drogas na cracolândia. o comando interior paulista, terra natal do presi- pensa a poderosa filha do presidente.
Belez a: Paulo Fonte (CaPa MGt)
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entrevista
MARIE CLAIRE em abril, o governo fede- MC e em qual não é? sei. não era algo que planejava, mas
ral se posicionou pela atual legislação LT afastar os homens da discussão ou uma professora da pUc, onde estudei,
do aborto no Brasil. você é a favor da tratá-los com agressividade são cami- que era titular da Delegacia da mulher
legalização? nhos errados. Queremos companhei- de osasco (Sp) e de quem eu gostava
LUCIANA TEMER Sou. essas hipocrisias ros e andar lado a lado. muito, me chamou para trabalhar. Foi
sociais precisam ser rompidas. preci- MC uma das discussões mais polêmi- uma escolha acertada. entrei em con-
samos de uma ação que acolha a mu- cas entre as feministas é a questão da tato com uma realidade que jamais te-
lher que abortará de qualquer forma. legalização da prostituição. você é a ria conhecido. Lembro do caso de uma
cinquenta e cinco mil mulheres abor- favor da regularização como profissão? professora que denunciou um pai que
tam por dia no mundo, 95% delas es- LT De mulheres adultas? Sim. a mu- tinha tido relação com a filha de 13
tão em países em desenvolvimento e lher adulta decide o que fazer com o anos. Fiquei indignada. Quando o su-
200 morrem. no Brasil, é a quarta cau- jeito chegou para depor, tinha acabado
sa de morte materna. e são as classes de se mudar para São paulo. enquan-
menos favorecidas que pagam o preço. to eu vociferava, ele me olhava como
MC Já fez? se eu fosse uma louca. virou-se e dis-
LTnão, mas faria se tivesse engravida- se: “Doutora, é minha filha, tenho di-
do aos 17 anos, por exemplo, e achas- reito. não vão usar? então posso ser o
se necessário. primeiro”. percebi que ele não estava
MC no último Dia da mulher, o presi- entendendo o que eu dizia. a minha
dente fez um discurso infeliz em que Luciana recebe concepção moral não era a mesma de-
o diPLoma das
ressaltou o papel feminino na criação mãos do Pai, le. isso mostra que a violência sexual
dos filhos e na percepção da oscila- na formatura tem um componente cultural muito for-
ção dos preços no supermercado. o te. É inadmissível, claro, mas é preciso
que achou disso? “Sou a favor conhecer essa lógica para combatê-la
LT É o discurso que eu gostaria de ou- da LeGaLiZaÇÃo efetivamente.
vir no Dia internacional da mulher? MC hoje você está à frente do institu-
não. mas é o que ele acredita e falou
Do aBorTo. to liberta, que combate a exploração
para muitas mulheres que vivem dessa essas hipocrisias sexual de crianças no Brasil. Qual é a
forma. até hoje fala: “Sou grato por- sociais precisam ser sua missão?
que sua mãe criou muito bem vocês”. LT mudar a mentalidade do brasilei-
Também me dizia que a procuradoria
rompidas. ele ro com relação à prostituição infan-
do estado é uma ótima carreira por- é a quarta causa de til. erradicar é impossível, infelizmente
que é meio período. na lógica dele, mortalidade ela existe no mundo todo, mas dá pa-
você tem que se fortalecer profissio- ra mudar a cultura. Fizemos um filme
nalmente, mas também cuidar dos fi-
materna no Brasil” publicitário que a rede Globo passou
lhos. mas é importante dizer que sem- no horário nobre antes do carnaval, e
pre me incentivou a ser independente corpo dela. mas sou favorável a tra- houve um aumento de denúncias. aca-
financeiramente. balhar o empoderamento dela, princi- bei de voltar do pará, onde fui investi-
MC ele também foi muito criticado por ter palmente quando criança. ela precisa gar a situação da exploração de crian-
tirado as mulheres do ministério quando saber que existem outros caminhos. ças em balsas nos rios. a denúncia é
assumiu a Presidência. Como vê isso? as meninas que se prostituem, para a de que os próprios pais as entregam
LT Tinha que ter colocado mais mu- além da indignidade pessoal, abando- aos barqueiros que, durante a noite, as
lheres e falei isso para ele. mas, veja, nam a escola. Quando a mulher não estupram e depois entregam “a con-
a política ainda é predominantemente se qualifica, acaba casando com um ta” para o pai, que cobra pelo serviço.
masculina. na gestão do haddad, que sujeito que a tem na mão. aí vem a MC Foi convidada para o posto por
é um homem moderno, tinha quatro violência doméstica, calcada na rela- causa do seu trabalho na prefeitura?
Fotos: arquivo Pessoal
mulheres e 27 secretários. imagine meu ção de submissão, que só acaba quan- LT esse era um dos assuntos da Secre-
pai, que está na política há muitos anos do ela se empodera economicamente. taria da assistência Social, mas não o
e cuja afinidade recai sobre homens. MC seu primeiro trabalho depois de foco. Foi engraçado porque, quando
MC você é feminista? formada foi como delegada da mu- fui me encontrar com elie horn, dono
LT Luto pela igualdade de direitos e de lher. Por que optou por essa carreira? da cyrela, a mantenedora do instituto e
oportunidades entre homens e mulhe- LTassim que me formei, prestei con- uma figura muito franca, ele falou: “Sa-
res. nesse aspecto, sou feminista, sim. curso para a delegacia de polícia e pas- be por que te chamei? porque você é
filha do presidente e quero que toque de prisões. Quem vai preso? o pre- que era rompida com meu pai, o que
o coração do seu pai sobre essa ques- to, o pobre, o da periferia, a mulher é uma grande bobagem. Temos posi-
tão”. Dei risada e falei: “É uma questão que levou droga pro marido. mais de ções ideológicas diferentes, mas eu o
importante, vou ajudar, mas temos que 75% das prisões não são de inteligên- respeito e admiro.
esperar o resultado das eleições porque, cia, são feitas pela polícia militar: é o MC em que você admira seu pai?
se o haddad ganhar, vou continuar tra- menino que é abordado ali e é preso. LT ele tem uma serenidade para lidar
balhado com ele”. Gosto demais dele e MC Já experimentou alguma? com situações difíceis que nunca vi em
da mulher, a ana estela. espero traba- LT Já experimentei maconha quando ninguém. nunca levantou a voz, não
lhar novamente com o haddad, tenho era jovem. não gosto, não faço apolo- fala palavrão. esse formalismo dele não
esperança de que ele volte. gia do uso. mas, se legalizar, fica mais é de fachada, nunca o vi de havaianas.
MC Com ele, você trabalhou no De Bra- fácil de lidar com a situação. Também o admiro intelectualmente.
ços abertos, um programa com usuá- MC Como é ouvir “Fora, temer”?
rios de crack, e foi falar sobre isso na LT ah, é desconfortável. Uma vez, eu es-
onu. Como foi isso? tava fazendo uma plenária com o had-
LT Logo que assumiu, o prefeito levou dad e uma líder comunitária subiu no
alguns secretários para a cracolândia palco e falou: “não aguento, sou ver-
e falou: “isso é indigno. vamos achar melha desde criancinha. Fora, Temer!”.
uma solução”. no começo, oferecemos eu estava no palco. Ficou um silêncio.
água, sopa, chocolate quente aos usuá- peguei o microfone e falei: “mas não
com o
rios. colocamos colchões e as pessoas, ex-Prefeito
eu, tá?”. Todo mundo riu. não é pes-
que antes fugiam do poder público, fernando soal, não é contra mim.
haddad em
começaram a vir. oferecemos serviço uma ação na
MC Como tratou disso com seus filhos?
de saúde. meses depois, havia tendas cracoL ândia LT estamos nesse fogo cruzado desde
nas ruas e decidimos acomodar os be- as eleições de 2014, quando o avô era
neficários nos hotéis da região. conse- “Uma vez, uma vice da Dilma e começou esse “Fla-Flu”
guimos incentivos para que trabalhas- líder gritou político. na esfera mais íntima, não teve
sem. muitos começaram a reorganizar grandes questões, mas outro dia minha
a vida, tirar documentos. Um dia, um ‘Fora, Temer’ em filha falou: “a cidade inteira está ‘Fora,
jornalista me ligou dizendo que tinha uma plenária em que Temer’”. Falei: “Finge que não é com
uma denúncia séria sobre o programa. eu estava no palco. a gente”. ela deu risada. mas já expli-
“Tem uma beneficiária que trabalha e quei que as pessoas não estão falan-
usa o dinheiro para comprar crack.” Ficou um do do avô dela, que não o conhecem,
perguntei quem – conhecia os 400 be- SiLÊncio. Falei: mas do que ele representa. isso é da
neficários pelo nome. era a dona irma. ‘mas não eu, tá? ’. democracia, de um momento político
respondi que ela, aos 60 anos, estava difícil. não tem o que fazer.
na rua havia 15, usava crack havia dez. Todo mundo riu” MC na época do impeachment, publica-
agora, morava em um hotel e conse- ram uma notícia de que você era con-
guia comprar o que precisava com o MC você foi secretária de um gover- trária ao processo. É verdade?
próprio dinheiro. isso, na verdade, era no petista durante o processo de im- LT essa foi uma situação cruel. os jor-
a prova do sucesso do programa. e sa- peachment. Como isso afetou sua vi- nalistas me ligavam e eu respondia que
be o que aconteceu com dona irma? da profissional? não falo sobre esse assunto. não falo até
MC o quê? LT Foi muito desgastante, difícil. Ti- hoje. Dou aula de direito constitucional
LT ela conseguiu um emprego formal nha petistas indignados que pressio- na pUc e meu tema no ano passado era
em uma empresa de limpeza e alugou naram o prefeito para me tirar. Seria o poder executivo e as responsabilida-
sua própria casinha. o programa tam- mais confortável para ele, mas deci- des do presidente da república. veja
bém diminuiu os índices de crimina- diu me manter e sou muito grata por bem, fui sorteada. Logicamente, tinha
lidade na região. esse apoio. por outro lado, também muito questionamento dos alunos a esse
MC Defende a legalização das drogas? pressionaram meu pai. como a filha respeito, minhas aulas estavam sempre
LT Sim. a proibição já deu errado. nos dele participava de uma gestão que lotadas. o que aconteceu foi que um
últimos dez anos, dobramos o sistema gritava “Fora, Temer”? mas ele tam- aluno gravou a aula e passou para um
prisional brasileiro. o causador disso bém não me pediu para sair em mo- jornalista. Fiquei mal, achei uma trai-
foi o tráfico de entorpecentes, que pas- mento algum. as pessoas achavam ção inaceitável. na semana seguinte,
sou de quarto para primeiro motivo que eu trabalhava com o haddad por- os alunos fizeram um pedido de des-
58
entrevista
culpas. Discutimos a questão e expli- com um homem. agora, reconheço que dade natal de Michel Temer], ele ia de-
quei a gravidade do acontecimento. Só os xingamentos são feitos porque ela é clamando “o navio negreiro” [de Cas-
houve um momento em que gravaram mulher. a coisa de ser feia... a mulher tro Alves], “o operário em constru-
professor na pUc: na ditadura. pressupõe um estereótipo de que tem ção” [de Vinicius de Moraes]. e trazia
MC o que você disse? que ser bonita, suave, delicada. chocolate quando eu estava doente.
LT Falei que um impeachment não é MC Bela, recatada e do lar... MCConhecemos pouco de sua mãe,
algo a ser comemorado. É um sinal de LT É [ri constrangida]. exatamente. maria Célia de toledo. Quem é ela?
que algo não vai bem, um momento MC o fato de seu pai ter se casado com LT era professora, mas, quando eu era
de tristeza. não é bom para o país ter a marcela temer, uma mulher tão dife- menina, tinha um escritório de deco-
dois impeachments em pouco mais de rente de você, foi incômodo? ração. É extremamente afetiva com o
20 anos. agora, se você me pergun- LTem casa, há um respeito absoluto mundo, não economiza amor. Uma vez,
tar qual era a situação do país naque- pela escolha de cada um. isso não é quando eu era pequena, disseram que
le momento, respondo que estava nu- de graça, são anos de conversa. mas, uma moradora de rua estava sendo abu-
ma ingovernabilidade. o que levou a sada perto de casa. ela pegou o carro
esse momento ruim é outra história... e trouxe a mulher, que tinha proble-
MC Qual história? mas mentais, para casa. como ela não
LT assim que ela [Dilma Rousseff ] se sabia o próprio nome, a chamamos de
reelegeu, começou uma campanha pa- Fátima. Fátima ficou quatro dias com a
ra derrubá-la e colocar o aécio [Neves], gente até que localizássemos alguém
disso não tenho dúvida. esse proces- da família. essa é minha mãe.
so levou a uma crise insustentável? Le- MC lembra da separação?
em um eVento da
vou. e disso meu pai está totalmente onu, em noVa yorK, LT claro, eu tinha 14 anos e foi muito
onde faLou sobre
isento, porque foi eleito para cumprir bom para os dois [risos]. meu pai era
seu trabaLho
os dois mandatos com ela. mais rígido, duro, e minha mãe foi se
MC mas teve um momento em que ele soltando, ficando mais de bem com a
deixou de apoiá-la...
“esse formalismo do vida. não sei se seria se estivesse com
LT ah, claro. Teve um momento em meu pai não meu pai. ele, por sua vez, encontrou o
que romperam. esse processo ficou in- é de fachada. É caminho dele. Depois da minha mãe,
sustentável e levou a um rompimento. casou-se outras vezes, teve outro fi-
MC então você acha que foi golpe da
assim mesmo. nunca lho, o Dudu, que hoje tem 18 anos,
oposição? o vi de sandálias até que conheceu a marcela.
LT não. Golpe é quando você rompe havaianaS. MC você foi casada somente uma vez?
com as instituições e com a consti- Sim, com o Fernando, que era meu
tuição. o processo de impeachment
Também nunca LT
Traição
Quando duas pessoas decidem
há muito amor, mas poucas
Ser enganada em relação a dívidas
cruel quanto uma iNFiDEliDADE.
sobre os golpes que sofreram e
p o r D o l o r e s o r o s c o e
D
o fim do namoro com o advogado carioca Daniel*,
26 anos, a dermatologista paulistana Claudia*, 28, diz
ter superado quase todo o ressentimento. Já não dói
mais recordar as brigas, nem o fato de Daniel tê-la traído
com uma amiga. Quatro anos após o rompimento, Clau-
dia guarda uma única mágoa. Por causa de mentiras su-
cessivas do ex, ela perdeu R$ 80 mil.
Tanto Claudia quanto Daniel moravam com os pais no
início da relação, que durou três anos. Ganhando um sa-
lário maior, a dermatologista queria alugar um apartamen-
to para viver sozinha. “Meu ex me convenceu que aluguel
era dinheiro jogado fora e que deveríamos comprar um
apartamento juntos”, conta. “Achei precipitado, mas em-
barquei na ideia. Estava apaixonada!” O casal procurou
imóveis na planta, até se decidir por um de R$ 200 mil,
em São Paulo. O plano era parcelar metade da dívida na
construtora e financiar a outra em um banco. Foi aí que o
sonho começou a virar pesadelo.
Os boletos das parcelas chegavam e o advogado nun-
ca pagava a parte dele. “Ele começou a economizar para
montar o próprio escritório. Fui compreensiva, porque o
Daniel havia sido contratado para uma grande causa e,
em alguns meses, receberia R$ 100 mil. Com esse dinhei-
ro, me prometeu que quitaria o apartamento.” No entan-
to, assim que obteve o pagamento, o ex comprou um car-
ro importado, além de um relógio e ternos de grife. “O
Daniel gastou quase tudo, alegando que um advogado
precisa investir na autoimagem. Fiquei furiosa!”, recorda.
“Passamos a ter discussões horríveis e o namoro azedou.”
Claudia seguiu pagando as parcelas, até que chegou o
momento de fazer o financiamento no banco, para pagar
a outra metade do imóvel. Depois de levar toda a pape-
lada à agência, a dermatologista teve o empréstimo ne-
gado. “Daniel me escondeu que estava com o nome sujo
por causa do carrão que havia comprado. Sem o financia-
mento do banco, perdemos o apartamento. Por contrato,
a construtora só me devolveu 25% do valor pago até en-
financeira
compartilhar a vida,
conversas sobre dinheiro.
e investimentos pode ser tão
Três mulheres falam
como deram a volta por cima
M a r i a n a a M a r o
Helena foi tirar satisfações com o parceiro e entrou em como se vivesse em uma “república estudantil”, onde ca-
choque. Antonio admitiu esse e outros investimentos mal- da um ganha seu salário e divide as contas igualmente,
sucedidos. “Ele confessou que tinha perdido dinheiro no sem nenhum grande plano compartilhado. “Quando al-
mercado de ações e, além dos empréstimos, tinha penhora- guém ganha mais, deve contribuir proporcionalmente
do até as minhas joias”, afirma. “Naquela noite, dormimos ou aceitar uma diminuição no padrão de vida, para não
separados pela primeira vez em dez anos de casamento.” prejudicar o outro”, explica.
O casal contratou um planejador financeiro para conse- A jornalista econômica paulista Nathalia Arcuri, 34, do-
guir acertar as contas e foi para a terapia tentar dar fim à na do canal Me Poupe, no YouTube, sempre falou aber-
crise que tomou conta da relação. No entanto, um ano de- tamente sobre dinheiro com seus parceiros. O hábito de
pois, se separou. “Nosso filho era pequeno e eu não con- colocar todos os gastos na ponta do lápis incomodava seu
segui perdoar o fato de o Antonio ter colocado em risco ex, que a chamava de “muquirana”. “A maioria das mulhe-
o futuro da criança. Eu jamais pegaria as coisas dele es- res não conversa sobre dinheiro no início do romace pa-
condido, como fez com minhas joias. Perdi a confiança.” ra não parecer interesseira. Depois fica nessa posição de
O advogado luiz Gevaerd defende que não pode ha- deixar o homem pagar por tudo porque é conveniente. Aí,
ver ingenuidade na vida financeira, por mais sólida que quando descobre que o cara tem um investimento ‘secre-
seja a relação. “Quando o relacionamento vai bem, as to’ ou uma dívida enorme, coloca toda a culpa nele”, diz.
promessas são incríveis e parece errado pensar que tu-
do pode acabar. Mas ser prática pode evitar muita dor cartão De créDito A nutricionista paulista letícia*, 41, de-
de cabeça no futuro”, diz. Nos pactos pré-nupciais que cidiu acabar com seu casamento depois de abrir a corres-
elabora para os clientes, o advogado sempre aconselha pondência bancária do marido e descobrir que era enga-
a separação total de bens. nada. A traição estava justamente no fato de seu parceiro,
Gevaerd cita como exemplo um dos documentos que com quem estava havia dez anos, ter aquele cartão sem que
ajudou a preparar para um jovem casal, que estava pres- ela soubesse. “Tínhamos uma conta conjunta. Tudo o que
tes a oficializar a união. O acordo previa que, caso a es- eu ganhava depositava ali para comprar nossa casa. Tinha
posa deixasse a carreira para cuidar dos filhos, o mari- certeza de que ele fazia o mesmo, pois era o combinado,
do se comprometeria a pagar uma pensão no valor do realizaríamos o sonho juntos”, conta letícia. Ao confrontar
último salário dela, corrigido pela inflação durante três o ex, a nutricionista perdeu o chão. “Ele jogou na minha
anos ou até que voltasse a trabalhar. “Falar sobre dinhei- cara que tinha um salário maior e que sempre havia co-
ro com o parceiro ainda é tabu, mesmo para a nova ge- locado mais dinheiro que eu na poupança. isso lhe dava
ração de mulheres. Por mais que sejam independentes, o ‘direito’ de ter um cartão escondido e gastar bem mais
elas são responsáveis por cuidar dos filhos em caso de que eu.” letícia aprendeu com a experiência ruim – a re-
separação. O marido apenas envia uma pensão e alguns lação terminou meses depois. Com o atual namorado, fez
ainda acham que é muito.” questão de ter uma conversa honesta sobre as despesas
e os investimentos que fazem juntos, assim que a relação
D.r. financeir a Para o educador financeiro Conrado Na- começou a engrenar. Foi surpreendida com o fato de ele
varro, autor de Vamos Falar de Dinheiro? (Novatec, 240 também ter passado por um dilema financeiro. “A ex dele
págs., R$ 45), há desatenção feminina nas contas em co- se recusava a dividir as contas, pois achava que era uma
mum. Mas os homens também têm sua parcela de cul- obrigação masculina. Então ele achou bacana que eu to-
Foto: tHInkstock
pa. “Em geral, os maridos dificultam o acesso da mulher casse no assunto, para deixar tudo às claras e evitar uma
às finanças do casal. Principalmente quando cometem decepção entre a gente.” A nutricionista aprendeu que,
erros na administração das dívidas. Preferem esconder para começar a falar sobre dinheiro com o parceiro, bas-
da parceira, pois têm vergonha de parecer fracos”, opi- ta tomar a iniciativa. Com um diálogo sincero e pacien-
na. Segundo Navarro, também é nocivo para o casal agir te, como deve ser sempre entre pessoas que se amam.
64
dossiê de moda
sonhos
onde nascem os
o bordado
empresa. a dupla cria em uma pequena sala, que tem
em duas fases: prensas e uma mesa de madeira aquecida para cortar o
abaixo, em ação molde das flores. o grande desafio é quando o design
no desFile;
ao l ado, no leva tecidos estampados, já que todas devem ser iguais e
lesage, oFiCina o corte das pétalas deve respeitar o mesmo padrão.
esPecializ ada
na técnica
mesmo às vésperas de um desfile, o silêncio predo-
mina e o clima é calmo nos salões do lesage, que borda
também para outras gigantes de luxo, como dior, Valen-
tino e louis Vuitton. a mão de obra é predominantemen-
te feminina e inesperadamente jovem, tão próxima de
seus smartphones quanto das técnicas centenárias que
compõem suas rotinas. sobre telas de seda transparente,
uma das bordadeiras costura minuciosamente um fio de
minilâmpadas de led sobre um retângulo de couro: se
a agulha perfurar o fio, todo o trabalho é comprome-
tido. Trata-se da parte frontal de uma bolsa chanel. a
ideia de criar um desfile em homenagem aos artesãos
da couture veio do próprio Karl lagerfeld, que apresen-
tou a primeira coleção métiers d’art em 2002. “a ima-
gem da coleção é refletida por meio dessa delicadeza
que deve ser vista de perto”, resumiu o estilista. “Tudo
é feito de maneira artesanal, no melhor sentido da pa-
lavra, pois em ‘artesanal’ existe ‘arte’. a arte de realizar
perfeitamente.” sem dúvida, uma expertise da chanel.
D e p o i s D e a D q u i r i r 11 at e l i ê s D e a lta - c o s t u r a , a c h a n e l i n v e s t e pa r a q u e o l e g a D o
D e s e u s f o r n e c e D o r e s n ã o s e p e r c a n o t e m p o. a l g u n s D e l e s :
o
abrir daquela porta mu- Malawi, choro, abraços aflitos em reforma”, diz Giovanna.
dou minha vida. Chis- e cheios de amor a cada despedida. “Foi um processo doloroso
somo, a minha Titi, me porque sabíamos que pode-
recebeu com um sorriso e os Depois de tanto tempo ríamos dar melhores con-
bracinhos abertos e transfor- e sentimentos investidos, Giovanna dições a nossa filha. O ali-
mou para sempre os dias da Ewbank conseguiu trazer a FILHA, mento lá era mingau”, lem-
família que se formou naque- bra a mãe. “Eles jogavam o
le momento”, diz a atriz Gio- Chissomo, para casa prato de comida no chão
vanna Ewbank, 30, que sem- e aqui conta os detalhes dessa como se as crianças fossem
pre cai em prantos ao lem- cinematográfica trajetória cachorros”, recorda o pai.
( ML AGES) COM PRODUTOS M.A.C E L’ORÉ AL / ST YLING: ANDRÉ PUERTAS / PRODUÇÃO-E XECUTIVA: VANDECA ZIMMERMANN / ASSISTENTE DE
BELEZ A: TIAGO PAIX ÃO / ASSISTENTES DE FOTOGRAFIA: FILIPE SARDELLI, PAULO CARDONE / TRATAMENTO DE IMAGEM: EDSON GUBEROVICH
EDIÇÃO DE MODA: L ARISSA LUCCHESE / GIOVANNA E TITI USAM VESTIDOS GUCCI, FAIX A DE CABELO ACERVO / BELEZ A: DANIEL HERNANDEZ
brar do momento em que viu O grande dia veio inespe-
POR LU ANGELO
pela primeira vez a filha, ho- radamente. O juiz chamou
je com 3 anos, durante visita F O T O G U S T A V O Z Y L B E R S Z T A J N ( S D M G M T ) os dois para mais uma con-
a um abrigo de órfãos em Li- versa e finalmente conce-
longwe, capital do Malawi, em 2015. Dona de uma beleza in- deu a guarda provisória. Teriam que morar em Lilongwe
vejável e garota-propaganda de cinco campanhas concomi- por três meses e foi o que fizeram. “Alugamos uma casa e
tantes, Giovanna e seu marido, o galã Bruno Gagliasso, 35, vivemos dias deliciosos. Ouvimos Titi falar a primeira pa-
não pensavam em ter filhos tão cedo. “Bruno sempre quis, lavra, ‘flor’. Foi nossa licença-maternidade”, afirma a mãe.
mas a maternidade era algo distante para mim”, diz a atriz. “Foi encantador ver Giovanna dando o primeiro banho na
Os planos mudaram quando ela fez uma viagem à Áfri- filha. Colocou-a na banheira ainda vestida, para não assus-
ca, a convite do Domingão do Faustão para conhecer de tá-la. Tirou a roupinha aos poucos e limpou as unhas com
perto o trabalho de uma ONG americana com órfãs. Aca- uma escovinha com carinho e cuidado. Ali nasceu uma
bou nos braços de Titi. “Foi um reencontro de almas, fica- mãe”, diz Juliana.
mos o dia todo juntas. Liguei para o Bruno e disse: ‘Encon- No dia 8 de maio de 2016, Dia das Mães, a família ater-
trei minha filha’. Ele respondeu: ‘Então me sinto pai dela’.” rissou no Rio de Janeiro e Titi finalmente conheceu seu lar.
Começaram imediatamente os trâmites para a adoção in- “Ela chegou para unir ainda mais a família. Somos seres hu-
ternacional, que precisava ser sigilosa. As únicas pessoas manos melhores depois dela”, afirma Giovanna. O casal ten-
que sabiam do processo eram a prima de Bruno, Juliana tou manter a privacidade por alguns meses, até que o irmão
Pedrosa, 40, e Deborah Ewbank, 59, mãe de Giovanna. da atriz publicou uma foto da sobrinha em seu Instagram,
“Minha filha saiu do Malawi e foi me encontrar na África que virou notícia. “Acho que conseguimos nos blindar por
do Sul. Ali já era outra pessoa: só falava na Titi”, diz De- um bom tempo. Queríamos que ela se sentisse bem em ca-
borah. Foi com a prima Juliana que o pai conheceu a me- sa, antes do assédio da imprensa. Negamos muito até con-
nina, um mês depois de Giovanna, ainda no abrigo. “O firmarmos a adoção”, conta Giovanna. Esse cuidado perma-
primeiro abraço foi de pai. Parece piegas, mas quem viu nece. Foram semanas de reuniões, conversas e dúvidas até
a cena sabe que é especial”, conta Juliana. que decidissem participar desta matéria. A única exigência
Foram mais de dez viagens a Lilongwe em um ano e da família foi não colocar Titi na capa. “Não queremos ex-
meio, sempre na expectativa de trazê-la para casa. “O juiz por nossa filha dessa forma. Aceitaremos contar nossa his-
malawiano ligava e tínhamos que sair do Brasil o mais rápi- tória pela causa da adoção.”, disse firmemente Giovanna.
do possível. Mesmo com o trabalho, largávamos tudo e voá- Os dois querem que ela mantenha ligação com o Malawi.
vamos para lá”, conta Giovanna. Como essas viagens eram “Pretendemos levá-la todo ano para lá”, afirma Bruno. A vida
secretas, o casal usava algumas técnicas para despistar os do casal, agora, está voltada para a filha, o que não exclui a
curiosos, como, por exemplo, postar fotos nas redes sociais ideia de aumentar a família “Queremos adotar mais um. Não
como se estivessem no Rio. Assim, ninguém desconfiaria sei se no Brasil ou fora. Para mim, o que menos importa é o
do que se passava. “O quarto da Titi ficou pronto e tranca- local ou nascer dentro de mim ou não. A relação entre mãe e
do por um ano antes de sua chegada. Falávamos que estava filho não é do corpo e sim da alma”, sintetiza Giovanna.
72
Toda forma
Inspirada pela história de Giovanna Ewbank, Bruno Gagliasso e
as famílias que se unem mais pelo CARINHO do que pelo
Nacional da Adoção (25). As fotos a seguir, feitas com pais e
que mostram que, para partilhar do mesmo TETO, VALORES e
POR MARIA LAURA NEVES E LU ANGELO F OTO S G U S TAV O Z Y L B E R S Z TA J N ( S D M G M T )
E
xistem hoje 47 mil menores de
idade morando em abrigos no
Brasil. Desses, apenas 7,5 mil es-
tão aptos a ser adotados. Isso porque
a maior parte das crianças e adoles-
centes das instituições ainda tem con-
tato com suas famílias biológicas ou
esperam a conclusão do processo de
destituição de guarda. “Há também
aqueles que, por terem alguma doen-
ça grave, acabam nem sendo cogita-
dos porque os cuidadores acham, er-
roneamente, que ninguém vai que-
rer adotá-los”, afirma a psicóloga Lí-
dia Weber, especialista no assunto.
Do outro lado, há 39 mil pretenden-
tes que esperam por um filho no Ca-
dastro Nacional da Adoção, lista cria-
da pelo Ministério da Justiça em 2008
para agilizar o encontro entre as fa-
mílias. Ou seja, cinco pais para ca-
da criança. Por que, então, um pro-
cesso costuma demorar por volta de
dois anos e meio para ser concluído?
“A maioria dos pretendentes não
quer adotar crianças com as carac-
terísticas das que estão disponíveis
nas instituições e por isso preferem
esperar”, afirma o juiz Paulo Fadigas,
da Vara da Infância e da Juventu-
de da Penha, em São Paulo. O perfil
mais abundante é o de meninos ne-
gros com mais de 7 anos. Os casais,
em sua maioria, ainda sonham com
crianças de no máximo 2 anos e, pre-
ferencialmente, meninas.
No mês em que se comemora o Dia
Nacional da Adoção, 25 de maio, ou-
vimos oito famílias que viveram esse
processo. São relatos emocionantes,
de amor
como o da ex-jogadora de vôlei, Isa-
bel Salgado, que se comoveu com a
trajetória de um adolescente conta-
da em um vídeo que viralizou na in-
ternet e, depois de uma investigação,
adotou o menino. Ou a da cantora
Vanessa da Mata, que levou para casa
da pequena Titi, Marie Claire decidiu homenagear três irmãos que viviam em um orfa-
sangue, no mês em que se comemora o Dia nato. A seguir, esses e outros relatos
crianças adotivas, são acompanhadas de histórias de famosos e anônimos que vence-
ram as barreiras – burocráticas e so-
SOBRENOME, é preciso apenas vontade – e afeto ciais – para viver lindas e ainda pou-
PRO D UÇÃO - E X ECU T I VA VA N D ECA ZIM M E R M A N N co convencionais histórias de amor.
74
Bem-sucedida em sua área, criadora de canais como Foi assim que Victor Gabriel Muhana, nome que
GNT, Viva e GloboNews, a jornalista Leticia Muhana Leticia deu ao filho, em homenagem a seu pai, foi
sempre colocou o trabalho em primeiro lugar, sem apresentado a ela. “Optei pela adoção de uma criança
espaço para a família. “Meus filhos eram meus canais. entre 4 e 7 anos porque me achava incompetente
Sempre fui muito intensa nos desafios profissionais.” para cuidar de um bebê que não pudesse falar o que
Um aborto espontâneo e uma endometriose, ainda está sentindo, por que está chorando”, explica. A
na juventude, fizeram com que a ideia de ser mãe se referência paterna é dada pelo amigo Carlos Eduardo
tornasse distante para a carioca de 60 anos. Mas, há Santana, 55, que mora com eles. “Victor não entende
dois, ao pensar num período sabático em sua carreira, muito bem que não somos marido e mulher. Para ele,
começou também a cogitar a maternidade. “Muitos isso não é importante. Está mais preocupado com os
falaram que eu estava louca, não só pela minha idade, brinquedos.” Hoje com 7 anos, o menino levado, como
mas porque seria hora de finalmente descansar e viajar. ela costuma dizer, transformou sua vida. “Era o que
Eu pensava: ‘Agora é a oportunidade que eu tenho de faltava para mim. Sempre fui conhecida por liderar
ser feliz’.” Leticia seguiu adiante com a ideia da adoção. grandes equipes de uma maneira muito rigorosa. Sou
Organizou a documentação e fez todas as entrevistas uma pessoa melhor, carinhosa, paciente.” Se passou
necessárias para estar apta a receber um filho adotivo. toda sua vida em função do trabalho, agora é seu filho
Até que o momento chegou. Durante uma reunião, quem comanda o relógio. “Só participo de alguns
o telefone tocou e era da Vara da Infância. Havia um projetos. Sem falar na minha vida social, que mudou
menino de 5 anos à sua espera. “No caminho para o completamente. Agora, meus eventos são aniversários
abrigo, me deram uma foto 3x4 dele e não tive dúvidas. com um público de até 10 anos de idade e acabam no
Quando vi aquela imagem, já era mãe dele.” máximo às 18h. Sou uma pessoa da balada”, brinca ela.
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No dia em que Vanessa da Mata foi visitar um abrigo colo de Vanessa para brincar com os cachorros. “No
em Alto Araguaia, Mato Grosso, onde viviam os fim da visita, quando estava indo embora, Bianca
irmãos Felipe, Micael e Bianca, então com 8, 6 e 5 se aproximou e disse: ‘Não vai, não’. Saí de lá com
anos respectivamente, levou dois cachorros consigo, a sensação de que não poderia viver sem eles”, diz
Formiga e Joana. O ano era 2010 e a ideia era que Vanessa. Ao chegar em casa, falou para o ator Gero
os bichos ajudassem a criar empatia. “Todos se Pestalozzi, com quem era casada, que queria adotar
aproximaram e brincaram com a gente”, diz a cantora os três. “Ele se surpreendeu, mas no momento em que
de 41 anos. “Menos uma menina, que ficou afastada, o chamaram de papai, ficou totalmente amolecido.
com cara de brava. No momento em que a vi, veio um Começou a levá-los à escola e a ter outras obrigações,
pensamento: ‘Essa menina já foi minha mãe em outra mesmo que a adoção estivesse concluída.”
vida e deveria ter vindo para mim na atual, mas não O processo durou pouco mais de seis meses nos
pôde’”, conta a cantora, que acredita em reencarnação. tribunais. “A gente vivia perto de um lixão, o outro pai
A caçula dos irmãos, Bianca da Mata Pestalozi, hoje não dava muita atenção e a outra mãe deixava a gente
com 12 anos, diz que se manteve distante por medo dormindo”, diz Micael da Mata Pestalozzi, 13 anos.
dos cães. “Uma vez, lá no orfanato, umas adolescentes “Queríamos muito ter uma família, mas tínhamos medo
de 15 anos me trancaram no banheiro com um de ser separados na adoção”, afirma Bianca. Vanessa
cachorro. Ele corria atrás de mim e fiquei em cima da conta que os ensinou a manifestar afeto ao longo dos
privada”, diz a menina. “Também tinha medo de chegar anos. “Continuam unidos, doces e maduros. São o meu
perto [da cantora] e ela fazer alguma coisa errada chão.” Felipe, o mais velho, não pôde participar desta
comigo.” Os irmãos, no entanto, logo se sentaram no reportagem porque está em intercâmbio na Espanha.
Maria Alice Bochhorn & Laura
A dona de casa paulistana Maria Alice Bochhorn, aquele pacotinho com as bochechas rosinhas, fiquei
61 anos, decidiu partir para adoção após seis anos muito emocionada. Foi amor à primeira vista.”
tentando engravidar do segundo filho – o primeiro é Era uma menina. Hoje, aos 31 anos, formada em
Rafael Bochhorn, hoje com 38 anos. “Foram muitos administração de empresas, Laura Bennati conta que
tratamentos fracassados. Conversei com meu marido desde pequena sabe de sua história. A curiosidade
sobre a possibilidade de adotar uma criança. Sei que o sobre os genitores surgiu apenas na adolescência.
fez por mim, porque sabia que eu queria muito”, conta. “Mas nunca levei isso em frente. Pra que saber de
O ano era 1985 e ela procurou uma conhecida que quem abriu mão?”. Também pesou na decisão de não
assistia grávidas que não podiam criar seus bebês. investigar as origens biológicas a possibilidade de
Soube de uma mulher que daria à luz em abril do ano chatear Maria Alice e Eros. “Na sequência, pensava:
seguinte e topou, mesmo sem saber nada a respeito pais são quem cria.” Fisicamente parecida com a mãe,
daquela família, adotar a criança. “Não quis conhecer a Laura diz que, muitas vezes, esquece que é adotada.
mãe biológica e, até hoje, não sei nada sobre ela. Não “Já cheguei a me perguntar por que não herdei os
queria mentir ou omitir nada da criança se um dia ela olhos azuis do meu pai.” Mas afirma que, em alguns
viesse a perguntar”, diz Maria Alice, que acompanhou a momentos, a relação é diferente da que os irmãos
gravidez de longe. Quando o bebê nasceu, a conhecida travam com os pais – o casal também teve Otávio
ligou para avisar. Maria Alice e o marido, Eros, foram Bochhorn, hoje com 29 anos. “A minha é marcada
buscá-lo, sem saber sexo, raça ou qualquer outra pela gratidão.” Única adulta do ensaio, ela dá o
informação, no terceiro dia de vida. “Chorei o caminho seguinte conselho às crianças que, como ela, foram
todo, com medo de que a mulher desistisse de entregar adotadas: “Nunca podemos nos esquecer de que fomos
o bebê. Quando cheguei ao hospital, me trouxeram escolhidos e desejados. Isso é o que importa.”
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As palavras “biológico” e “adotado”, no dicionário de para Mônica. “Mãe, leva para ele, assim já vai começar
Mônica Torres, 59 anos, possuem o mesmo sentido: a me amar”, lembra a atriz, emocionada. “Imagina você
filho. Há 13 anos, a atriz, em consenso com Marcello ter ao mesmo tempo uma filha de 18 anos, outra de
Antony, seu marido na época, adotou Francisco, 6 e um de 3? Foi tudo muito rico. Cansativo também,
um bebê de 1 ano. “O conheci durante um trabalho mas valeu a pena. Não salvei ninguém. Eles é quem me
voluntário em orfanato. Foi magia no primeiro salvaram”, afirma a atriz.
segundo. Só o amor explica”, diz Mônica, que até Mônica reflete sobre as diferentes maternidades.
então não pensava em ter mais filhos – ela é mãe de “Ter um filho crescendo na barriga, o que aconteceu
Isabel Wilker, 31. Dois anos depois, a família ganhou com Isabel, é incrível, mas escolher e ser escolhido é
mais uma integrante. “Encontramos Sthephanie em tão poderoso quanto. No final das contas, é a mesma
outra visita a um abrigo. Na época, ela tinha 5 anos.” emoção.” Agora que convive com dois adolescentes,
Novamente sem a intenção prévia de adotar, perguntou Francisco Torres Antony, de 14 e, Stephanie Torres
ao marido se toparia ser pai novamente, ao que ele Antony, de 17, ela vive os dramas típicos da idade.
prontamente respondeu: “Só se for daquela menina”. “É uma alegria e uma confusão ao mesmo tempo
“Nós nem tínhamos conversado sobre a Stephanie, aqui em casa. Francisco só pensa em surfar e andar
mas sentimos a mesma conexão.” Como ainda estavam de skate. Sthephanie fica com as amigas no quarto
legalmente capacitados para adoção (a licença dura ouvindo música. E assim seguem os dias. Eles brigam
cerca de três anos), o processo foi rápido. Antes mesmo e se amam ao mesmo tempo. Quando discutiam na
de conseguirem levá-la para casa, a menina quis infância, ela dizia: ‘Me respeita que sou mais velha’, e
ganhar o carinho do irmão e entregou uma foto 3x4 ele: ‘Me respeita que cheguei primeiro’.”
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“A história da minha infância é de violência e semana com ela, mas não pensamos em adoção.
sofrimento. Minha mãe biológica era viciada em Numa segunda-feira pela manhã, ela chorou quando
crack e não conheci meu pai. Minha avó materna precisou voltar para a escola. Já estávamos envolvidos
e meu tio, com quem morei por um tempo, eram e iniciamos o processo de adoção”, diz a mãe. Para
agressivos. Ainda criança, aceitei essa realidade porque Taci, o momento em que escolheu a família foi outro.
coloquei na cabeça que vou ser melhor do que ela”, “A gente estava na padaria, entrei no carro muito brava
diz a estudante Taci Galsberg, 17 anos, que, aos 7, foi não lembro por qual motivo. Minha mãe veio me
adotada pelo casal paulistano Mika Lins, 51, atriz, e acalmar, deitei no colo dela e foi tipo um pedido de
Sergio Glasberg, 46, diretor de publicidade. casamento. Ela perguntou: ‘Quer ser minha filha?’.”
Taci vivia em um colégio interno na zona central Para aplacar a dor de Taci nos momentos de tristeza,
de São Paulo e tinha sido abandonada pela família. Mika contava uma história, baseada em um julgamento
“Como ninguém me buscava nos fins de semana, descrito na Bíblia e em uma peça de Bertolt Brecht,
acompanhava uma professora, com quem tinha uma O Círculo de Giz Caucasiano. Na fábula de Mika e
boa relação. Ela foi à natação e me levou junto. Foi Taci, uma mulher deu à luz uma criança e não pode
quando conheci a ‘dona Mika’”, diz. A atriz lembra cuidar dela. Outra a criou. Depois de um tempo, a
que achou Taci uma criança altiva. “Fiquei com ela na mãe biológica reclamou a menina. As duas mulheres
piscina. Era muito inteligente e independente.” levaram a questão ao rei Salomão, que decidiu dividir
A coincidência é que Mika e Sérgio estavam a criança ao meio. Diante da decisão, a adotiva abriu
justamente na fila da adoção, depois de uma tentativa mão da guarda. “Ela ficava muito feliz, e batia palma no
de fertilização in vitro malsucedida. “Logo que a fim”, conta Mika. “Mãe é quem é capaz de abrir mão da
conhecemos, decidimos que passaríamos os fins de própria felicidade para ver o filho inteiro”, reflete Taci.
COM PRODUTOS M.A.C, L A ROCHE POSAY, L’ORÉ AL PROFISSIONNEL / ST YLING: ANDRÉ PUERTAS
BELEZ A: ALE FAGUNDES (CAPA MGT), BRENNO MELO (CAPA MGT) E MAURICIO NA Z ÁRIO
Isabel Salgado & Alison
ASSISTENTES DE FOTOGRAFIA: FILIPE SARDELLI, MARCIO MARCOLINO, PAULO CARDONE /
TRATAMENTO DE IMAGEM: EDSON GUBEROVICH / AGRADECIMENTO: JRJ TECIDOS ( LONA)
Foi numa noite de insônia, enquanto navegava por adaptado e que Leandro estava prestes a ser adotado
notícias na internet, em 2014, que a ex-jogadora de novamente. O Clubinho também iria fechar e Alison
vôlei Isabel Salgado, 56 anos, assistiu a uma matéria de seria encaminhado para um abrigo público, instituição
telejornal que mudaria sua vida. Era a história de dois da qual ele tinha más recordações – a mãe, dependente
irmãos órfãos, Alison, então com 13 anos, e Leandro, química, os deixou em um desses quando eles tinham
14, que viviam em um abrigo chamado Clubinho, 5 e 6 anos de idade. “Batiam muito na gente. Fiquei
mantido por uma ONG, em Ribeirão Preto, no interior com medo de isso acontecer novamente, só que desta
de São Paulo, onde ela jogou profissionalmente nos vez estaria sozinho.” Aquilo comoveu Isabel, que
anos 90. “Pediam para ter uma família e, ao final, dirigiu 700 quilômetros, do Rio de Janeiro, onde mora,
conseguiram um lar. Achei aquilo tão bonitinho”, para conhecer pessoalmente os meninos.
conta a atleta carioca. O tempo passou e Isabel Chegando a Ribeirão, levou todas as crianças do
não esqueceu a história. Enquanto isso, o novo lar abrigo para uma pizzaria. “Sentei ao lado do Alison e
dos meninos não caminhava para um final feliz. “A ele me disse que ainda tinha esperança de ser adotado.
família fazia salgados e bolos para vender. Tínhamos Aquilo me tocou”, conta a mãe. No fim da mesma
que limpar toda a cozinha. Se não trabalhássemos, noite, Isabel acertou com o diretor da instituição os
não ganhávamos comida. Éramos funcionários, não detalhes para começar o processo de adoção. “Alison
filhos”, lembra Alison Soares Gomes, hoje com 15 enriqueceu minha vida. É um menino alegre e vibro
anos, que, junto com o irmão, pediu ao juiz para voltar com suas conquistas”, afirma Isabel. O adolescente se
para o abrigo. Nesse meio-tempo, Isabel ligou para emociona ao falar da mãe. “Essa foi minha segunda e
o fórum local. Descobriu que os dois não haviam se última chance de viver. Quero ficar aqui”, finaliza.
EU, LEITORA
d e p oim e nto a Rob e r t a Malt a
“Fui adotada
adolescente
por minha
ex-patroa”
Filha biológica de uma mulher
pobre e esquizofrênica, a
professora de ciências e matemática
Roseli Gagliardi, 44 anos, teve uma
infância sofrida. Os pais sumiram
de casa, ela foi internada em um
ROSELI, ÂNGEL A, orfanato e passou por uma adoção
ENZO, VICENTE,
PAUL A E THAÍS que não deu certo, até encontrar
Ângela. Adolescente, foi trabalhar
como babá para essa mulher e,
N
asci em um sítio em Cerquilho,
no interior de São Paulo. Meus um tempo depois, ganhou seu
pais biológicos, Maria Aparecida sobrenome e entrou para a família
e Alécio, tinham uma vida simples,
mas confortável. Ela cuidava da casa
e ele trabalhava em uma multinacio-
nal. Três anos antes de eu nascer, ele
perdeu o emprego. A miséria foi fican- podia ficar com outras quatro crian- do meus pais sumiram. Assim mesmo,
do insustentável e detonou a esquizo- ças, mas sempre dava um jeito de ar- de supetão. Um dia acordamos e eles
frenia da minha mãe. Perdemos tudo ranjar comida, quando fugíamos do não estavam mais no sítio.
o que tínhamos e, em poucos meses, arroz doce de todo dia – a única coi- Não apareceu ninguém para cuidar
quando nasci, já não tínhamos quase sa que havia em casa. de nós. Mas não há muito o que esperar
nada. Sou a quarta de cinco irmãos: As crises de minha mãe biológica em um cidade do interior, ainda mais
Domingos, Sandra, Isabel e Vander- eram frequentes. Já estávamos habitua- naquela época. Meu irmão mais velho,
lei. Todos com um ano de diferença, dos a sair de casa de madrugada por com 12 anos na ocasião, conseguiu um
uma escadinha. A única que não mo- causa dos surtos e brigas com meu pai. emprego como vendedor de sorvete.
rava conosco era Isabel, mais velha do Despertávamos com a gritaria e andá- Sandra, com 11, foi trabalhar como do-
que eu, que, sortuda que só, foi ado- vamos cerca de uma hora no escuro, méstica. Juntos, alugaram o casebre de
FOTO: ARQUIVO PESSOAL
tada ainda bebê por dona Nina, que até o centro, para dormir num banco um cômodo onde fomos morar. Logo
era nossa vizinha. Notou que minha de praça. A cena acabava na delegacia, mandaram o caçula da família para a
irmã estava desnutrida e pediu para onde passávamos a noite em uma cela casa de uma tia e eu para um orfanato.
ficar com ela. Nunca a registrou, mas sem cadeado – só entendi que ela era Nunca esquecerei do dia em que che-
tinha carinho de sobra com ela e com doente muitos anos depois. Minha ro- guei. Meu cabelo era meu orgulho: lou-
a gente. Como já tinha seis filhos, não tina variou pouco até os 9 anos, quan- ro, liso, muito cheio e comprido. Assim
que entrei, me sentaram em uma ca-
deira e, antes mesmo de eu entender
o que estava acontecendo, começaram
a raspar minha cabeça. Máquina zero.
Faziam isso em todos para evitar uma
epidemia de piolho. Lembro até ho-
je do barulho do aparelho em contato
com meu couro cabeludo, misturado
com meu pranto. Naquele momento,
entendi que a vida sempre pode piorar.
Éramos cerca de 40 meninas em-
pilhadas em beliches. Acordava às 5
horas da manhã e começava o servi- EM PRETO E BRANCO, ALÉCIO,
O PAI BIOLÓGICO. À DIREITA,
ço. Limpava a casa, não falava com MARCO, O PAI ADOTIVO
ninguém. Minha única amiga era uma
boneca de pano, que não largava de
jeito nenhum. À noite, já deitada, pla-
nejava fugir com ela. Mas bastava me
“Quando eu tinha 9 anos, meus pais
ver diante do muro alto para perceber SUMIR AM. Simplesmente acordamos e eles
que não tinha saída. Sabia que não não estavam mais no sítio”
conseguiria subir ali. E, pior, ainda
sofreria na mão das assistentes, que xaria tudo para mim, me dava peque- a Ângela, a moça do caixa, sobre mi-
batiam com uma varinha em quem nas joias de presente, mas me proibia nha situação. Grávida de um menino,
desobedecia suas regras. de brincar. Uma de minhas tarefas era Vicente, sugeriu que eu fosse brincar
Meu irmão ia me visitar regularmen- ir ao banco. Ângela, uma das caixas, com sua filha Thaís, na época com 3
te, mas o tempo que ficava comigo era sorria sempre que me via na fila. Eu a anos. Eu tinha 12 e adorei a ideia. Ân-
curto. Não aguentava me ver chorando adorava, deixava os outros passarem gela iria me pagar um bom dinheiri-
e pedindo que me tirasse dali. Meu de- na minha frente só para ser atendida nho para ser babá das crianças. Mas
sespero deu resultado e, quatro meses por aquela moça loura, como eu, que o mais legal é que iria ficar perto dela
depois, ele me levou embora. Lembro me tratava pelo nome, com um cari- – além, claro, de poder comprar mi-
de sair de lá com ele e a boneca, que nho que eu não conhecia. nhas coisinhas. Sempre fui vaidosa.
esqueci no ônibus. Duas crianças to- Depois de oito meses, comecei a Passei um ano indo à sua casa to-
cando a vida como se fossem adultos ‘dar defeito’. Reclamava da forma dura das os dias. Dava banho em Thaís, co-
responsáveis. Em casa, minha tarefa como dona Adelaide me tratava, cho- mia com ela e brincava um bocado.
era cuidar de tudo enquanto os dois rava e pedia para ir embora. Em pou- Até que Ângela chamou meu irmão
trabalhavam fora. Lavar, passar, cozi- cos dias, a paciência dela acabou e para uma conversa. Disse que todos
nhar. Mas, claro, achava tudo muito meu irmão foi me buscar. Minha des- adoravam a minha companhia (Mar-
chato e escapava sempre que podia. pedida não foi nada emocionante. Eu co, seu marido, inclusive) e pediu para
Foi nessa época que uma amiga de já estava na calçada, quando ela apa- me adotar. Evidentemente, ele topou.
dona Nina, a vizinha que adotou Isa- receu na porta gritando. Dizia que eu Sabia que eu seria bem tratada. Mas,
bel, me chamou para morar em sua era uma ingrata e não deixaria nada confesso, não fiquei muito empolga-
casa. Era sozinha, tinha cerca de 60 para mim, enquanto arremessava os da. Diante de tantas idas e vindas, não
anos e precisava de companhia. Do- presentes que havia me dado. Orgu- acreditava que teria uma vida feliz.
mingos, meu irmão, que não tinha lhosa, fui embora sem nem me virar. Por sorte, estava enganada. A partir
mais condições de ficar comigo, con- Mas aquela não seria a última revira- daquele dia, ganhei um quarto, roupas
cordou e, aos 10 anos, lá fui viver com volta de minha vida. Poucos dias de- novas e tudo a que seus filhos biológi-
dona Adelaide. Apesar de ser rígida, pois, de volta ao casebre de meus ir- cos tinham direito. Finalmente podia
foi com ela que aprendi regras de eti- mãos, Domingos veio com uma novi- contar a todos que tinha pai, mãe e
queta e educação. Ela dizia que dei- dade. Ele havia ido ao banco e contou uma casa bonita. Quantas vezes, antes
treguei. Desde pequena, sonhava em demorava, ligamos a TV para passar o eu conhecesse o cara com quem fui
ter um lar de verdade, com marido e fi- tempo. A programação foi interrompi- casada por oito anos e me deu o fi-
lhos. Minha hora havia chegado. da para noticiar um acidente na estra- lho com quem tanto sonhava – Enzo,
Robert passava a semana em São da. Como ele não atendia o telefone, de 9. Hoje, vejo que o que passei me
Paulo e, aos sábados e domingos, ía- seu pai ligou para a polícia, que infor- deixou firme e com uma compreen-
mos para o haras. Foi uma das melhores mou que o acidente tinha uma única ví- são absurda do que é amor. Pudera to-
fases da minha vida. Ele me levou aos tima: Robert, o homem da minha vida. do mundo entender a vida assim.”
APRESENTA
ÇO COR-DE-ROSA
UM RECOMEÇ
Andréa Fernandes:
mãe de gêmeos e
empreendedora
de sucesso Mary Kay
A administradora com pós em finanças e gestão de pessoas Andréa Fernandes inspira e empodera
milhares de mulheres com sua trajetória de sucesso. Conheça sua história e descubra por quê
A
ndréa Fernandes sempre foi uma profissional consultoras de beleza era maior do que simplesmente
bem-sucedida e com uma carreira estável no vender produtos. Era uma missão de empoderamento, de
setor bancário. Formada em administração de enriquecimento de outras mulheres”, conta Andréa. “Essa
empresas e com pós-graduação em finanças e experiência tocou meu coração de uma forma tão grande e
gestão de pessoas, ela realizou, em 2006, um de seus maiores tão forte, que me fez vender a escola e passar a me dedicar
sonhos, o de ser mãe. Com os novos desafios e alegrias da integralmente àquele novo negócio”, diz.
maternidade – de gêmeos! –, veio a motivação A empreendedora encontrou na Carreira
para ir além e dar uma guinada em sua carreira, “TENHO CERTEZA DE Independente Mary Kay, famosa por reconhecer
em busca de realização e flexibilidade. QUE VOU CONTINUAR suas consultoras com o desejado carro rosa, ícone
O plano inicial era parecido com as histórias ENRIQUECENDO A VIDA DE da marca, seu verdadeiro caminho de ascensão
que Andréa conhecia sobre ex-executivos MUITAS FAMÍLIAS, ASSIM na carreira. Em 3 anos e 7 meses de empresa,
sobrecarregados que decidiram se tornar COMO TIVE A MINHA VIDA Andréa se tornou uma Diretora Nacional de
empreendedores e mudar de vida. Deixou a ENRIQUECIDA EM TODOS Vendas Independente Mary Kay e, desde então,
carreira no banco e abriu uma escola de inglês OS SENTIDOS.” transforma a vida de milhares de pessoas. “No
Andréa Fernandes,
em sua cidade, Uberlândia, Minas Gerais. Mas início, tive receio. Recebi olhares tortos por ter
Diretora Nacional de Ven-
a verdadeira transformação estava por vir. Com deixado de ser uma empresária para me tornar
das Independente Mary Kay
menos de um ano de escola, Andréa adquiriu uma ‘vendedora de batom’. Mas segui em frente e
um produto de beleza recomendado por uma amiga. O não poderia estar mais realizada. Tenho certeza de que vou
cosmético era da Mary Kay, multinacional americana que continuar enriquecendo a vida de muitas famílias, assim
atua no mercado de vendas diretas e comercializa seus como tive a minha vida enriquecida em todos os sentidos.”
produtos em mais de 40 países. Andréa, que apesar de Andréa dirige seu carro rosa desde 2008. Como
vaidosa não costumava prestar muita atenção às marcas, reconhecimento, já conheceu a Austrália e realizou um
percebeu algo de diferente naquela experiência de compra. cruzeiro pelo Mediterrâneo. Também viajou para Dubrovnik,
“Foi surpreendente. Era claro que a missão daquelas Washington, Bangkok, Berlim, Antalya, na Turquia, e Atenas.
PRODUZIDO POR
PAPO DE HOMEM
88
p or L e o Jaim e
“uma criança não vai ser bem educada vivendo com um casal ‘alternativo’,
pai solteiro ou com pais velhos, gays etc. Lembre-se: casais convencionais
desequilibrados também podem fazer filhos e ninguém os detém.
No mês em que celebramos o Dia das Mães, vamos exaltar quem bem
cria seus filhos apesar de todos os obstáculos, preconceitos, olhares
julgadores e regrinhas furadas. Aqueles ou aquelas que o fazem só por
amor. Essa é a única razão para ter filhos: amá-los incondicionalmente.
Porque precisar ninguém precisa.
Cena da peça
A RegRA do Jogo,
dirigida pel a
brasileira
Christiane Jatahy,
em Carta z na
Comédie-Française,
em paris
Foto: divulgação (Christophe raynaud de l age)
cultura
p o r @ d r i fe r r e i r a
E S
LITERATURA
90 ER
H
UL
CU LT U R A
A M p or Adr i an a Fe r r e ira S il v a
EI
#L
Tomando partido
CYNTHIA B. é carioca, tem 30 anos e transforma experiências pessoais
com sexo, drogas e até um aborto em HQs. RUPI KAUR
é indiana, tem 24 e está entre as estrelas da geração que publica
textos em redes sociais. Jovens feministas, elas
estreiam esta seção, que adere à campanha #LEIAMULHERES.
nha primeira revista, a Golden Shower, reuni vários artistas encarar como uma personagem. Sou eu, mas não sou eu.”
bacanas, e as pessoas diziam que todos aceitavam partici- Morando em Angoulême, no sudoeste da França, onde
par porque não existiam fanzines feitos por garotas. Publicar ocorre um importante festival de quadrinhos, Cynthia se pre-
na Folha de S.Paulo também foi graças ao fato de eles terem para para fazer o segundo livro, no qual aparece como uma
aberto espaço para mulheres”, diz. “Claro que existem ca- serial killer. “Será uma autobiografia totalmente fantasiosa.”
Estrela por acidente
O nome pode não soar
fa m i l i a r, m a s é pro -
v ável q ue vo c ê s a i -
ba o motivo pelo qual
Rupi Kaur se tornou um
símbolo feminista. Em
2015, a jovem nascida na
Índia e radicada no Ca-
nadá postou no perfil
@rupikaur_ um autorretrato, parte de um pro-
jeto artístico, no qual aparece deitada de cos-
tas, com as calças e o lençol manchados de ILUSTRAÇÃO DE
RUPI K AUR QUE
sangue. A imagem foi banida pelo Instagram, ESTÁ NO LIVRO
causando indignação a Rupi, que desabafou: OUTROS JEITOS
DE USAR A BOCA
“Não vou pedir desculpas por não alimentar
o ego e o orgulho misógino de uma socieda-
de que aceita ver o corpo feminino de linge-
rie, mas não acha o.k. essa marca [de sangue
menstrual] ”. O protesto repercutiu entre seus
seguidores (que hoje somam 1,1 milhão), ex-
trapolou a internet e foi parar em jornais do
mundo todo, levando a rede social a pedir
desculpas pelo erro.
O episódio foi uma pequena amostra da po-
pularidade da artista de 24 anos, que é uma
das principais estrelas da geração de Instapoets
– que utilizam Twitter, Facebook e Instagram,
entre outros, para publicar seus trabalhos.
Rupi escreve poemas desde criança e come-
çou a desenhar aos 17, além de fazer fotos, ví-
deos e performances. No site www.rupikaur.
com, afirma que sua arte multimídia trata de
“feminilidade, amor, perda, trauma e cura”.
Em 2014, Rupi lançou um livro indepen-
dente com uma coleção de poesias sobre abu-
so (“o estupro/vai te rasgar/ao meio/mas/não
vai ser/seu fim”), relacionamento (“é a sua
voz/que me despe”), ruptura (“o amor fez
com que o perigo/em você parecesse segu-
ro”) e empoderamento. Batizada de Milk and
Honey (leite e mel), a publicação fez tanto
sucesso que teve os direitos comprados por
uma grande editora, a norte-americana An- Nova poesia Memórias Fim da espera
drews McMeel Publishing. Depois disso, ven- Organizada por Atriz e apresentadora Chega às lojas o
Adriana Calcanhotto, de TV Luisa Micheletti derradeiro volume de
deu mais de meio milhão de cópias só nos a antologia poética É estreia como escritora Elena Ferrante. Em
Estados Unidos, entrou para a lista dos best- Agora como Nunca com Nem Sofá, Nem História da Menina
sellers da Amazon e no prestigiado ranking (Cia. das Letras, 144 Culpa (ed. Touro Perdida (ed. Biblioteca
do The New York Times. Agora, chega às li- págs., R$ 34,90) reúne Bengala, 112 págs., Azul, 480 págs.,
jovens autores, entre R$ 65), deliciosa R$ 49,90), ela finaliza
vrarias brasileiras com o título Outros Jeitos
eles 18 mulheres, como coletânea de crônicas a história de Lenu e
de Usar a Boca, lançado pela editora Planeta Estrela Ruiz Leminski e que reúne lembranças Lina, que caminham da
(208 págs., R$ 29,90). Imperdível. Alice Sant’Anna. e histórias ficcionais. maturidade à velhice.
TEATRO
92
CU LT U R A
o
fato de ocupar o mesmo palco nema. Projetada num telão, a filma- logo mudou de lado. O ponto alto de
onde teria morrido Molière (na gem mostra um Rolls-Royce estacio- sua carreira é Julia, de 2010, adapta-
verdade, o ator e dramaturgo nar em frente à Comédie e, de den- ção do texto de Strindberg, pela qual
francês desmaiou durante uma cena tro dele, descerem os convidados ganhou o Prêmio Shell e foi aclama-
de O Doente Imaginário, em 1673, que vão à festa do burguês Robert da em festivais internacionais. “Foi FOTO: DIVULGAÇÃO (CHRISTOPHE RAYNAUD DE L AGE)
e morreu na mesma noite, mas em de La Chesnaye (o ator Jérémy Lo- quando passei a integrar cinema e
sua casa) não intimidou Christiane pez). O evento é uma homenagem teatro e a projetar a realidade con-
Jatahy. Primeira brasileira a dirigir ao navegador André (Laurent Lafit- temporânea na ficção”, conta.
uma peça num dos teatros mais tra- te). Enquanto as salas são ocupadas Sucesso de público, A Regra do
dicionais de Paris, a Comédie-Fran- por personagens como a mulher e Jogo fica na Comédie-Française até
çaise, a carioca de 49 anos tem in- a amante de Chesnaye, o anfitrião julho, voltando ao cartaz em outu-
comodado puristas, acostumados circula com uma câmera em mãos, bro – o Sesc tem interesse em trazer
a ver ali clássicos como Romeu e gravando todo o ti-ti-ti. a peça ao Brasil em 2018. Christia-
Julieta, com uma montagem provo- O que o público vê na tela repre- ne também foi escolhida pelo teatro
cadora de A Regra do Jogo (adaptação senta o registro feito por Chesnaye Odéon, outro clássico parisiense, pa-
do filme homônimo de Jean Renoir). – que, em determinado momento, ra estrear lá um espetáculo no ano
Para começar, os primeiros 26 mi- invade a plateia pelos fundos em- que vem. “Gosto de desafios, de que-
nutos não são teatro, mas, sim, ci- punhando a câmera, transferindo brar regras e gerar discussões.”
Celebrity Cruises.
O Caribe como você nunca viu.
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Só a Vigor poderia fazer um iogurte tão cremoso.
@work
p o r @ M A R I A L AU R A N E V E S
99
INVESTIR
é preciso
A francesa OLÍVIA CAMPLEz abriu uma loja-conceito com marcas de
beleza inéditas no Brasil – que nenhuma importadora tinha
coragem de trazer. Em seis meses, já planeja ampliar o negócio
por MARIA cLARA póVIA foto joão bERthoLINI
N
a lista de características comuns a qualquer empreen- bom, a Copa e as Olimpíadas seriam sediadas aqui e,
dedora, a teimosia é uma das principais. Olívia Cam- quatro meses depois, se instalou em São Paulo. Entrou,
plez, 35 anos, é uma espécie de porta-voz dessa teoria. então, como sócia em uma startup de vendas online da
Quanto mais “nãos” ouviu, mais teve vontade de fazer dar Ray-Ban e do grupo Lança-Perfume.
certo. A francesa comemora uma vitória pessoal ao contar Ná época, Olívia ia a Paris a cada dois ou três meses. Vol-
a história da Dominique Maison de Beauté, loja-conceito tava sempre carregada com seus cosméticos, quando veio o
nos Jardins, em São Paulo. Em seis meses, o negócio, que estalo: nada do que usava era vendido no Brasil. “Contei is-
trouxe marcas inéditas ao país, como Diptyque, Christo- so para a Joëlle [Ciocco, esteticista e criadora da marca ho-
phe Robin e By Terry, não só paga as despesas como co- mônima, cujos produtos estão disponíveis na Dominique] e
meça a dar importantes sinais de lucro. ela disse que eu tinha que abrir um negócio de beleza.” Foi
O mais impressionante é que Olívia nunca havia traba- a própria especialista quem apresentou Olívia aos respon-
lhado com esse universo. Filha de um médico e de uma sáveis por outras marcas de luxo. Com as licenças na mão,
dona de casa, formou-se em literatura pela Sorbonne e conseguiu um bom grupo de investidores, entre eles as Ga-
cursou Business School em Lyon. Viajou o mundo, mo- lerias Lafayette. Juntou suas economias e abriu o negócio.
rou em Nova York, no México e, embora quisesse traba- “Me surpreendeu o interesse no Brasil. Percebi que as marcas
lhar com música, na área de negócios, foi contratada pe- queriam exportar para cá, mas não havia quem as trouxesse.”
la Apple, em Paris, onde cuidou das vendas online. De-
pois de um ano, migrou para o e-commerce Pixmania, Burocr acia à Br asileir a Enquanto o acerto com as gri-
que, em 2006, era considerado a Amazon da Europa. “Lá fes correu em tempo recorde, o processo de importação foi
aprendi tudo. Comandava 160 pessoas, as transações e no caminho oposto. As empresas diziam que não conhe-
todo o conteúdo. Foi minha grande escola.” Isso aos 27 ciam os produtos e que os preços teriam de ser altos para
anos. “Por ser jovem, tinha que me impor ainda mais, mas valer o investimento. Foi aí que a teimosia de Olívia vol-
negociava com o CEO da Nintendo de igual para igual”, tou à tona e decidiu montar sua própria importadora. “Cui-
diz. Mais um agravante: era mulher num meio essencial- dei de tudo. Até na alfândega conversar com fiscal eu fui.”
3
mente masculino. Não fo- Foram dois anos entre a
os mais venDiDos
1 2
ram poucas as vezes que ideia do projeto e sua exe-
ouviu frases machistas, do cução final. Muito tempo
tipo: “Está de TPM?”. para a impaciente empresá-
Em 2012, com sete anos ria, que aprendeu uma lição
Belez a : Paulo Fonte (CaPa MGt)
zona neutra
Bege, cinza ou greige, o encontro
bem-sucedido entre
os dois tons, é a receita mais
que perfeita para
o dia a dia no tr aBalho
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e n ão pes a m n o v i s ua l
consulta
101
@work
nova
or dem
Especialistas ensinam a deixar a mesa de trabalho
organizada e, com isso, aumentar a produtividade
5
organização da empresa australiana nas paredes, atrás de portas”, diz na‑ lhamos tão duro”, completa.
The Lifestylers group, natalie Morey. talie. “Prateleiras são boas para evitar
3
a seguir, dicas para acabar com a ba‑ que a papelada se espalhe”, completa. NÃO DESIS TA “Manter a organização é
1
gunça durante o expediente. o princípio fundamental de qualquer
LIMPE S EU POR TA-CANE TA S “Um lu‑ coach”, afirma natalie. “o segredo é
CRIE ARQUIVOS “acumular papéis gera gar para tudo é um lugar para nada”, fazer limpezas diárias no fim do expe‑
confusão e gasta tempo”, diz a coach diz Lynne. Tenha um compartimento diente.” Ela também recomenda uma
Lynne Trevail. “Uma maneira moder‑ específico para cada item de papela‑ faxina mensal de duas horas e outra
na de arquivar documentos é fotogra‑ ria – caneta, clipes e post‑its. o im‑ anual, de um dia inteiro, para des‑
fá‑los.” aqueles que não podem ser portante é deixar o mínimo sobre a cartar livros e papéis sem serventia.
6
digitalizados devem ser organizados mesa. isso se resume a computador,
MESA NÃO É CAMARIM Ter espelho, es‑
4
em pastas. “a dica é etiquetá‑las por mouse, telefone, caneta e caderno.
temas.” Mas atenção: “recibos, contra‑ cova de cabelo, desodorante, lixa e
INVIS TA NA DECOR AÇÃO Um ambiente
Foto :t h i n kstock
moda
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Um casamento no caMPO e à luz do dia
pede a companhia de produções em tons pastel,
florais delicados e pés bem próximos
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são arremates perfeitos
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Garcia / Assistente de produção de moda: Lucas Fernandes / Assistentes de beleza: Débora Bitencourt e Laura La Laina ( Liceu de Maquiagem) /
Assistentes de fotografia: Edson Luciano, Fabio Enes, Gustavo Ribeiro / Tratamento de imagem: Doctor Raw / Modelos: Anitta Pozzo, Barbara Valente,
Matias Dombrowski (Joy Model), Dante, Jaque Cantelli, Rebecca Berner ( Ford Models), Felipe Rocha, Jessica Pauletto ( Prime Model), Catarina Brand,
Elle Fadani ( Way Model) / Pais dos noivos: Christel Runte e Stefan Patay / Crianças: Helena Suzuki Kumazawa, Maria Flor Ponce de Leon, Nina Querlozi,
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army, têm estilo de sobra para sair do lugar-comum
F O T O S FA B I O B A R T E LT ( M O N S T E R P H O T O )
cabelo
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134
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Chegou o momento de investir na recuperação do rosto
e do corpo pós-verão. Conheça em primeira mão as novidades para
apagar manchas, aliviar rugas, reduzir gordura e flacidez
que acabam de ser apresentadas no congresso da academia americana
de dermatologia. e o melhor: já estão disponíveis por aqui
Por maria clara póvia
Etherea Ultraformer III
Tecnologia Pele firme
apaga-estrias e definida
Um dos problemas estéticos mais difíceis de serem o aparelho recém-chegado ao Brasil é uma
tratados ganha um importante aliado. a nova ponteira grande aposta para devolver a firmeza e
da plataforma etherea utiliza o laser fracionado nd Yap remodelar o contorno tanto do rosto quanto
1340, que aquece a pele formando quadradinhos como do corpo. Considerado o substituto do
se fossem microlesões. Por ser focada, a tecnologia Ulthera, combina dois tipos de ultrassom:
age somente na área indicada, preservando o restante micro e macrofocado, que são ajustados
da região – ou seja, vai direto na estria, sem risco de acordo com o objetivo e com a área a
de queimaduras. o calor também atinge camadas ser tratada. o primeiro é usado na face,
profundas, estimulando o colágeno e auxiliando na promovendo um efeito lifting, melhorando a
regeneração desse tecido. “o equipamento funciona aparência de linhas e rugas. Já o segundo é
tanto para estrias quanto para cicatrizes de acne”, diz a indicado para o corpo, reduzindo a flacidez e
dermatologista Paula sanchez, de são Paulo. até 20% da gordura localizada no abdome e
SeSSõeS NeCeSSÁRIAS: Cinco ou seis, com intervalos na região interna das coxas.
de, no mínimo, 30 dias entre elas. SeSSõeS NeCeSSÁRIAS: Cerca de três, com
ReSultAdo : os melhores efeitos são para as estrias intervalos de 30 dias.
recentes, mais avermelhadas, mas, segundo a ReSultAdo : “na primeira aplicação, dá para
dermatologista, há bons resultados também para as notar a pele mais firme, tanto no rosto quanto
brancas. “É possível reduzir até 90% da espessura das no corpo”, diz a dermatologista Monica aribi,
novas e 60% das antigas.” a partir da segunda sessão, de são Paulo. segundo ela, um dos principais
nota-se uma melhora significativa. outra grande benefícios do Ultraformer é que, apesar de
vantagem do método é que pode ser usado em qualquer necessitar de mais sessões em relação ao
região que tenha esse tipo de marca, inclusive nos seios. Ulthera, é menos agressivo e mais barato.
se for necessário, é possível associar com outras técnicas CuIdAdoS: alguns pacientes podem sentir
para melhores resultados, como microagulhamento ou desconforto durante a aplicação. nesse caso,
outros lasers ablativos (erbium ou Co²). o médico aplica um creme anestésico. após
CuIdAdoS: durante a sessão, é aplicado um anestésico e a sessão, a região tratada fica levemente
o paciente sente um leve pinicar. a região fica vermelha avermelhada, mas não há restrições à
e inchada, mas o incômodo passa depois de dois a exposição ao sol. sprays de água termal são
três dias. Hidratantes com ativos calmantes e anti- bons aliados para aliviar o problema.
inflamatórios ajudam a aliviar e aceleram a cicatrização. CoNtRAINdICAçõeS: Pessoas com
CoNtRAINdICAçõeS: Áreas machucadas e irritadas. inflamações e pele bronzeada.
PReço médIo : a partir de r$ 800 a sessão. PReço médIo : a partir de r$ 2 mil a sessão.
Novos peelings
Acne controlada e colo mais liso
/ r epro dução
Para suavizar rugas e manchas que surgem na área entre o pescoço e os seios, a novidade são peelings
t t y images)
compostos de ácidos pirúvico e lático. Juntos, tratam marcas causadas principalmente pelo excesso de sol.
Para quem tem acne, a opção é a versão à base de ácidos azelaico e salicílico que uniformiza a textura
do rosto e diminui a incidência de cravos e espinhas. “essa combinação tem ações anti-inflamatória e
ação
adstringente, mistura ideal para equilibrar a oleosidade e reduzir os poros dilatados”, diz Monica aribi.
(ge
SeSSõeS NeCeSSÁRIAS: Para ambos, quatro aplicações, com intervalos de sete a 15 dias, dependendo do caso.
di v u lg
/ ative
ReSultAdo : os efeitos surgem, em média, após cinco dias da aplicação. “no caso do colo, nota-se a
pele da região mais lisa e uniforme, enquanto a versão antiacne diminui cicatrizes escuras e controla
boat cre
: t h in kstock
a oleosidade”, diz Monica. os novos métodos têm baixo downtime (período de cicatrização) e rápida
recuperação. “dá para fazer na hora do almoço e não tira o paciente das atividades diárias”, diz Monica.
CuIdAdoS: são considerados médios, ou seja, não agressivos e com descamação durante dois ou três dias.
Foto: paper
ao longo do tratamento, é preciso evitar o sol e aplicar sprays de água termal para reduzir a vermelhidão.
Fotos
Neck Sculpting
Pescoço fino e sem papada
novíssimo, é indicado para tratar a gordura sob o queixo, conhecida como “papada”. a técnica usa a
tecnologia robótica, tendência em tratamentos estéticos, que tem um scanner munido de sensor que permite
alcançar altas temperaturas com segurança. o calor promove um efeito tensor e melhora a flacidez.
SeSSõeS NeCeSSÁRIAS: de quatro a seis, a cada duas semanas.
ReSultAdo : os efeitos são notados depois da terceira aplicação, quando há uma melhora no contorno.
“ao final, há redução de cerca de 30% da papada”, diz o dermatologista otávio Macedo, de são Paulo.
CuIdAdoS: o procedimento é indolor, diferentemente de métodos semelhantes. ao final da sessão, o
paciente pode ficar com a região um pouco mais sensível, mas não há marcas nem descamação.
CoNtRAINdICAçõeS: Pessoas com sensibilidade ao calor, dermatites, eczemas ou alguma infecção local.
PReço médIo : a partir de r$ 2 mil a sessão.
Legacy
Eficaz contra
celulite e rugas
Já disponível no Brasil, o aparelho combina Manutenção eM casa
quatro tecnologias: pulso magnético,
radiofrequência multipolar, sucção e controle
de temperatura. Juntos, formam um combo
imbatível para a firmeza corporal, graças
ao sistema de aquecimento que penetra na
pele, estimulando a produção de colágeno
e elastina. “Por meio da sucção e também H.A. Intensifier, Skin ceuti- revitalift Laser X3 Cicatri Cor-
por causa do calor, age tanto nas camadas cals, r$ 399: o sérum foi uma rect, l’Oréal paris, r $ 50:
superficiais, uniformizando a textura da das novidades mais incensa- Com ativos anti-idade e anti-
pele, quanto nas profundas, melhorando o das dos congressos de derma- manchas, como LHA e niaci-
processo inflamatório, reduzindo a aparência tologia e promete preencher namida, o creme estimula a re-
rugas, recuperar a firmeza e o novação celular, melhorando a
da celulite”, diz a dermatologista Luciana
volume. Traz ativos que devol- textura do rosto. De uso diário
Lourenço, de são Paulo. o Legacy pode,
vem o ácido hialurônico per- e com FPS 25, promete redu-
ainda, ser usado para o rejuvenescimento dido ao longo dos anos e aju- zir linhas finas e rugas, além
facial, diminuindo flacidez, rugas e linhas. da a estimular sua produção. de uniformizar o tom da pele.
SeSSõeS NeCeSSÁRIAS: de seis a oito para
o rosto, e de oito a dez para o corpo, com
intervalos de 15 dias entre elas.
ReSultAdo : Logo na primeira sessão,
pacientes relatam uma visível melhora
na textura da pele, com furinhos menos
aparentes. ao fim do tratamento, é possível
notar o corpo mais enxuto, com perda de
até 4 centímetros no quadril. no rosto, os Nightly refining Micro-Peel, Light Therapy Acne Mask,
Kiehl’s, r$ 338. À base de áci- Neutrogena, US$ 35: Com a
resultados são vistos a partir da segunda
dos de frutas, extrato de cacto, promessa de chegar ao Bra-
sessão, quando a pele começa a ganhar viço, casca de quinoa e ácido fítico sil até o fim do ano, o apare-
volume e firmeza. no final, dá para notar (com alto poder clareador), o lho, de uso domiciliar, funcio-
rugas menos aparentes e contorno harmônico. produto promove um peeling na por meio de fotobiomodu-
CuIdAdoS: não há nenhuma atenção suave. A fórmula, para ser usa- lação, ou seja, emite dois ti-
Fotos: divulgação
específica. Há apenas uma leve sensibilidade da somente à noite, acelera a pos de luz para tratar proble-
e vermelhidão na região, que passa minutos renovação celular, ajudando a mas como acne e rosácea. A
depois da aplicação. refinar a textura e reduzir man- luz azul tem ação bactericida,
CoNtRAINdICAçõeS: Pacientes com próteses chas. Apesar do efeito restau- enquanto a vermelha tem pro-
metálicas e úlceras. rador, não provoca irritações. priedades anti-inflamatórias.
PReço médIo : r$ 650 a sessão.
144
n u t r ição
C OM I DA
no
D I vã
Pão sem glúten, queijo sem lactose,
doce sem açúcar. Levante a mão quem nunca
entrou em uma dieta super-restritiva
que, aos poucos, fez DIMINUIR O PR AZER
pelas refeições. Com vocês, a
terapia nutricional, uma boa alternativa para
fazer as pazes com a alimentação
Por maria clara póvia
“Quer um chocolate? Não, estou de dieta.” “Mais mado efeito rebote. “O corpo fica desequilibra-
um pedaço de pizza? Nem pensar!” “Aceita so- do, o que resulta em aumento do apetite, leva
bremesa? Deus me livre, engordo só de ver.” O a pessoa a engordar novamente e a desenvol-
imediatismo das dietas restritivas, em especial ver uma relação problemática com a comida.”
aquelas que ficaram famosas nas últimas duas Segundo ela, a terapia nutricional ajuda o pa-
décadas, ajudou a criar barreiras em torno de ciente a seguir caminhos não só para reeducar
um bom prato de comida. É o que médicos cha- os hábitos, mas também a não tratar o alimen-
mam de “terrorismo alimentar”. O comporta- to como válvula de escape para as emoções. “O
mento gera culpa, ansiedade e, em casos gra- objetivo é encontrar esse equilíbrio e fazer com
ves, pode desencadear transtornos alimentares, o que o paciente não precise mais do médico.”
como a compulsão. Para resgatar o prazer de
comer, estudiosos criaram a terapia nutricional, NA PR ÁTICA Nas consultas, sempre comandadas
que tem como objetivo descobrir as causas do por um nutricionista (o psicólogo entra quan-
ganho de peso que, na maioria das vezes, es- do há necessidade), antes de pesar o paciente,
tá ligado a questões emocionais. E, partir daí, há uma longa conversa para descobrir detalhes
mudar a relação do paciente com o alimento. de seu estilo de vida, problemas hormonais, si-
“A maior preocupação das pessoas passou a tuações que causam estresse e ansiedade. Entre
ser a estética e não a saúde. Isso gera uma so- os “exercícios” dados em consultório, o espe-
ciedade muito imediatista, que busca soluções cialista conduz o paciente a não dividir os ali-
milagrosas. Mas aviso: elas não existem”, diz mentos em “proibidos e permitidos”. “Quando
o psicólogo Michael Zanchetti, do spa Kurotel a pessoa consome algo que para ela é proibi-
(RS). Um estudo comandado pela nutricionis- do, como um doce, a chance de ela pensar ‘já
ta e doutora da USP Sophie Deram aponta que que saí da dieta, vou comer tudo que vier’ é
em 99% dos casos de dietas restritivas há o cha- muito maior”, diz Sophie Deram. Outra tática
é evitar pensamentos pessimistas. “Geralmen-
te, pessoas que estão de dieta evitam sair para
jantar com os amigos. Isso só fortalece a sen-
sação de fracasso”, diz Sophie. Segundo ela, o
ideal é ir ao restaurante, pedir um drinque e
comer uma refeição que seja leve e prazerosa.
“Uma massa com molho de tomate ou um filé
com legumes são ótimas opções.”
No Kurotel, Zanchetti conta que o tratamento
foca principalmente em técnicas comportamen-
tais para auxiliar na organização das atividades
de saúde. Entram aí truques como criar um am-
biente para as refeições, ter um ritmo entre elas
e planejar o dia ou a semana. “Ao longo do tra-
tamento, também mostramos como diferenciar
a fome da vontade de comer”, diz.
Para ele, a chave do sucesso para a perda de
peso – e que é a base da terapia nutricional –
é o planejamento em três frentes: organização
das emoções (com psicólogo ou psiquiatra), ali-
mentação saudável (com nutricionista) e exer-
cícios (com educador físico). “Com essa tríade,
os benefícios não são só o emagrecimento, mas
também a melhora na qualidade de vida a lon-
go prazo”, diz o especialista, que coordena a
Terapia Cognitiva-Comportamental no Kurotel.
let’s
dance
Elas vão muito além de jazz, hip hop ou balé fitness. Aulas de dança fora
do comum nunca estiveram tão Em AltA nas academias.
Entre as principais novidades, há treinos com coreografias elaboradas,
estripulias no pole dance e até versões com música clássicA.
Ótimas opções para quem deseja queimar calorias de forma leve e divertida
Por fernanda moura guimarães
C o r e o g r a f i a C o l e t i va Pa r a e n r i j e C e r eM Modo zen M a ni a P o P
torrar calorias de forma Não é só para dançar e Para quem não curte Dance clip é a modalidade
lúdica é o foco do FitDance, seduzir que o pole dance é as batidas do pop e aeróbica responsável por
um programa de dança usado. Agora, a modalidade procura uma prática mais moldar as curvas de Yasmin
multiplataforma com foi adaptada para reforçar contemplativa do que Brunet, Juliana Paes, Grazi
repertório que vai do funk o condicionamento físico. aeróbica, o Fluidance – um massafera e Deborah secco.
carioca e do axé até o pop A nova aula, recém-lançada híbrido de dançaterapia, o segredo do sucesso? A
internacional. o bacana é na Bodytech, foi batizada pilates e tai chi chuan – diversão. A aula é baseada
que não acontece apenas de Pole super Dance. é uma alternativa. “são em passos exibidos em
na academia ou no estúdio. “Desenvolvi uma série de movimentos suaves, que clipes que vão de Anitta
Vídeos das atividades movimentos coreografados trabalham as articulações. a Rihanna. criada pelo
são disponibilizados no e fáceis que envolvem todos o foco é o relaxamento”, coreógrafo Justin Neto
canal do FitDance no os músculos do corpo”, diz diz Flávia castardelli, que – que sempre publica
Youtube (que já tem Kessie Bianco, criadora do comanda a aula no Estúdio trechos dos workshops
mais de 2 milhões de método. Em uma hora de Anacã (sP). Ao som de frequentados por famosas
inscritos), para os alunos treino, que elimina até 350 músicas no piano ou cordas, no instagram –, tem uma
poderem praticar em casa. calorias, são fortalecidos trabalha-se o fortalecimento hora de duração, queima até
os adeptos aprendem os os músculos do abdome, muscular e o alongamento 600 calorias e é dividida em
mesmos passos, onde quer glúteos, bíceps e pernas, de tendões. A aula, em que dois momentos. Na primeira
Foto : A n dr e A VA r A n i ( t ru n k A rch i V e )
que pratiquem. “Assim, entre estímulos isométricos, é possível queimar até 300 parte, o professor ensina os
instrutores e alunos podem giros, escaladas e passos de calorias, dura uma hora e passos fundamentais (com
trocar experiências uns dança. Não espere, porém, consiste em movimentos direito a carão) para inspirar
com os outros”, afirma o dominar as acrobacias integrados, feitos em o sex appeal das alunas.
criador da modalidade, logo de cara: é preciso coreografia. “A ideia não é Em seguida, esmiúça os
Fábio Duarte. segundo ele, prática antes que se consiga só perder peso, mas dançar movimentos da coreografia
dá para queimar até 400 sustentar o peso do corpo com leveza, sentir o prazer completa de diversos
calorias. Onde fazer: na rede apenas com as mãos. Onde do corpo cortando o espaço videoclipes. Para se jogar e
BodyTech ou com instrutores fazer: Bodytech (apenas na sem tanto esforço muscular”, dançar até o chão!
certificados (informações unidade do Shop. Eldorado, diz Flávia. Informações: Informações:
em portalfitdance.com.br) em São Paulo) estudioanaca.com.br netojustin1@gmail.com
fitness
147
148
beleza
L imp e z a
c omp l e ta
Testei o Anti-
pollution Treatment,
da Joëlle Ciocco,
CuiDADos e gostei muito.
Diários Dura uma hora e
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tem espinhas
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tex t u r a . M e u s f a vo r i to s : 1. Ef f a c l a r O jeito é usar corretivo verde para neutralizar a vermelhidão. Em seguida,
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149
tentações
olhar 43
Volume, definição ou
alongamento? seja qual for
o efeito escolhido,
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toda a diferença no make
F oto : t h i ag o j u s to
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Cílios, Simple Organic, R $ 70. Velvet Noir Major Volume, Marc Jacobs, R $ 159. Extra Sculpt Volume, Kiko Milano, R $ 70
150
LANÇAMENTOS
BELEZA DO BEM
Pela primeira vez, o Brasil entra no
projeto Bold Is Beautiful, comandado
pela Benefit. Entre os dias 1º e 31
de maio, toda a renda do serviço
de design de sobrancelhas será
revertida para a ONG Habitat para
a Humanidade Brasil, para ajudar
na reconstrução de casas lideradas
por mulheres na comunidade de
Heliópolis (SP). Oferecida nas
butiques da marca e em algumas
filiais da Sephora em São Paulo
e no Rio, a técnica custa R$ 59
BEAUTY
news
Perfumes de SONHO, massagem para
aliviar a TPM e kits básicos e essenciais de
make são os destaques do mês
fragrância-manifesto
Celebrar a beleza feminina foi
uma das diretrizes para a criação HÁLITO FRESCO
do Mon Guerlain, recém-lançado Nem sempre dá para carregar
pela marca francesa. Desenvolvido o kit de higiene dental completo
por Thierry Wasser, nariz da na bolsa. Para complementar a
escovação, a Lush desenvolveu
Guerlain desde 2008, o perfume,
os Mouthwashes, enxaguantes
cuja campanha é estrelada por bucais em forma de tabletes.
Angelina Jolie, contém lavanda, Basta colocar uma unidade na
jasmim sambac, vanila e sândalo. boca, logo após escovar os
“São aromas delicados, mas que, dentes, mastigar (sem engolir)
para mim, simbolizam a força da e bochechar com um pouco de
mulher.” Preço: R$ 299 (50 ml) água. Preço: R$ 49
BUQUÊ Glow na pele
A linha Mister Radiant, da
ADOCICADO Givenchy, ganha produtos em gel
Mesmo em um país quente que revitalizam e iluminam a pele.
como o Brasil, aromas doces São três versões: Blush, Primer e
e intensos estão entre os
Bronzer. Preços: R$ 199 e R$ 219,
favoritos das mulheres. O
novo Rose Extase, de Nina
venda exclusiva na Sephora
Ricci, que chega às lojas este
mês, tem tudo para agradar o
mercado nacional. Criada pelo
perfumista Francis Kurkdjian,
conhecido pelas combinações
marcantes, a fragrância é
permeada pela rosa, que
harmoniza com as notas
gourmandes de framboesa e
baunilha. Preço: R$ 339 (50 ml)
SÓ PARA
MULHERES
O Spa Fasano de São
Paulo tem uma novidade.
Trata-se da massagem
Equilíbrio Feminino, indicada
para períodos de TPM,
menopausa e em casos de
disfunção hormonal. Com
movimentos que mesclam
drenagem linfática e estímulo
de pontos de acupuntura, a
terapia ajuda a potencializar
a circulação, aliviando
inchaços e melhorando
o sistema digestivo.
Para melhores resultados,
o ideal é fazer uma vez por
semana. Quem agenda o
tratamento também pode
utilizar a piscina do spa.
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FOTOS : IM A X T R EE / DI V U LG AÇÃO / T H IN KSTOCK
gastronomia
lifestyle
FOTO: ROGéRIO VOLTAN
macarr ão
japonês,
tendência
que chegou
para ficar
p o r @ r o b e r ta m a lta
154
gastronomia
soba
Massa escura de trigo
sarraceno, uma das mais
tradicionais do Japão. pode
ser consumida quente ou
fria. a quente geralmente
é servida com tempura
noodlemania
Soba, somen, udon, ramen. Os nomes podem até confundir,
mas os macarrões japOneSeS que viraram modinha no mundo todo
têm características bem diferentes. O chef Thiago Bañares,
do Tan Tan Noodle Bar, em São paulo, explica os atributos de cada
um e ensina receitas que fazem SuceSSO em seu restaurante
p o r r o b e r ta m a lta f o t o s r o g é r i o v o lta n
ramen
Macarrão à base de água,
farinha e kansue (composto
químico que dá elasticidade
à massa). Também
conhecido como lamen
udon
A massa leva água e farinha
e é bem mais grossa do
que as outras. No Japão,
tradicionalmente é colocada
num plástico e as mulheres
a amassam com os pés.
Depois o processo é repetido
até ficar na espessura certa
156
GASTRONOMIA
Tenzaru soba • 4 colheres (sopa) de com papel-alumínio, asse Na panela, ponha ½ xícara
(1 porção) saquê seco em forno a 160 °C por 1 (chá) de água, açúcar e
INGREDIENTES : • 1 colher (sopa) de hora. Retire o alumínio shoyu. Reduza o líquido à
• 1 porção de soba gengibre picado para dourar. Fatie frio e metade e esfrie. Reserve.
• ½ xícara (chá) de • 1 xícara (chá) de broto reserve. Cozinhe o lamen Sirva a hijiki, a vagem, o
molho tsuyu gelado de bambu em conserva como indica a embalagem. broto de bambu e a nori
• 10 pedras de gelo • 12 vagens holandesas Em uma tigela, coloque em fatias finas com a
• 1 xícara (chá) de • 4 colheres de cebola 2 xícaras (chá) de caldo massa gelada e o caldo à
farinha para tempura branca em cubinhos quente, o macarrão, a parte para molhar o somen
• 1 camarão-rosa grande • 400 g de barriga de cebola picada e o ovo e os acompanhamentos.
• 1 rodela de cebola porco sem pele cortado ao meio. Adicione
• 3 ramos de salsinha • 4 porções de lamen o porco, a vagem e o broto, Bukk ake udon
• 1 fatia de cabotiá • Sal, pimenta-do-reino enfeite com folhas, como (1 porção)
• 2 folhas de alga nori branca e folhas a gosto mitsuba e broto de nabo. INGREDIENTES :
INGREDIENTES : 2 horas. Corte os brotos uma tigela com o gelo. Prepare o tempura como
• 1 frango sem miúdos de bambu em lâminas, Corte o tomate em indica a embalagem e frite
• 1 talo de salsão escalde duas vezes em lâminas. Coloque-o junto aos pingos em óleo médio.
• ½ cabeça de alho água fervente. Volte à ao pepino e ao somen. Reserve. Misture o tsuyu
• 1 cebola grande panela com 1 xícara (chá) Reserve. Misture o tsuyu e o vinagre, cubra e leve à
• 1 talo de alho-poró de água, 1 colher (chá) com o karashi e reserve. geladeira. Cozinhe o udon,
• 1 xícara (chá) de missô de açúcar e 2 colheres Hidrate a hijiki como esfrie com o gelo e a água.
• ½ colher (sopa) (sopa) de shoyu. Em fogo indica a embalagem. Em Enrole a massa no prato,
de alho ralado médio, reduza o líquido uma panela com água disponha o nabo, a alga
• 4 colheres (sopa) de à metade. Esfrie. Ferva 1 fervente e uma pitada de hidratada, o cogumelo,
saquê mirin litro de água, adicione 1 sal, cozinhe as vagens a cebolinha fatiada,
• 1 colher (sopa) de colher (chá) de sal, ponha por 15 segundos. Resfrie o tempura frito, o
manteiga sem sal as vagens por 15 segundos em água gelada. Reserve. katsuobushi. Acrescente a
• 4 ovos cozidos e esfrie em água gelada. Corte os brotos de bambu ameixa umeboshi, o limão-
• Shoyu quanto baste Reserve. Tempere o porco em lâminas, escalde duas galego e a nori. Sirva com
• Açúcar quanto baste com sal e pimenta, cubra vezes em água fervente. o molho de tsuyu gelado.
157
GASTRONOMIA
somen
A massa é feita com água
e farinha, como o Udon,
mas é muito mais fininha
do que todas as outras.
Normalmente, é servida fria
158
décor
poesia
concre ta
Com móveis customizados por ele, atmosfera inusitada e vista
para o Centro da cidade, poucos apartamentos têm tanto a Car a de
São Paulo quanto o do artista plástico Felipe Morozini
p o r R o b e R ta M a lta fotos R o g é R i o Vo lta n
Aqui, A sal a de
estaR com l AreirA
originAl. nA pág. Ao
l Ado, o espaço
onde trAbAlhA e
recebe pArA jAntAr
160
décor
1
3
em sentido horário: 1. quArto de
hóspedes. 2. moroZini em seu retrAto
cl ássico. 3. escritório com o cAchorro
de louÇA. 4. detAlhe do décor. nA pág. Ao
l Ado, o corredor e seus bAdul Aques
4
O
barulho é de pássaros; o ambiente, cober-
to de neblina. Julius, o dálmata de louça,
acompanha o movimento do sol. a mesa
de centro nada mais é do que um espelho sobre
pneus – em cima dela, há um broto de batata-
doce. Parece mentira, mas o imóvel onde mora
Felipe Morozini, 41, híbrido de fotógrafo, artista
plástico e cenógrafo, está na avenida São João,
em São Paulo, bem em frente ao Minhocão –
movimentado viaduto da maior cidade do país.
entrar na cobertura de 230 metros quadra-
dos que foi de sua avó materna, Maria Lovo, é
como mergulhar em um mundo encantado. Do
computador saem sons de floresta. Vez ou ou-
tra, uma máquina de gelo cobre o ambiente de
fumaça. Chamados pelo nome, bibelôs não têm
lugar fixo, mas nunca deixam seus habitats na-
turais: pinguins estão no congelador; macacos,
pendurados em tramas verdes. “Minha casa é
a soma de pequenas coisas que dão poesia a
um lugar em que ela talvez não existisse”, diz.
Desde que saiu do tatuapé [bairro na Zona
Leste de São Paulo] e foi morar no centro, há 16
anos, sua vida caminha nesse sentido. “a pri-
meira coisa que fiz quando mudei foi comprar
uma máquina fotográfica”, conta. Para ele, clicar
a cidade foi a maneira mais fácil de entendê-la.
“a dureza da paisagem me faz criativo.” não à
toa, a ida para o centro foi o grande catalisador
para ele pendurar o diploma de advogado e vi-
rar um dos grandes artistas pop do país.
o décor também é resultado de insights que
permeiam seu dia a dia. Basta notar a mesa de
madeira do escritório, que ganhou pés bran-
cos depois de Morozini sonhar que o móvel es-
tava sugando a tinta do chão. “Mandei pintar
assim que acordei”, conta. Customizados por
ele, os móveis são inteiramente reciclados. “não
quero passar a vida comprando sofás porque a
Pantone mudou a cor do ano”, diz. assim, for-
ra poltronas herdadas de amigos com um ve-
ludo que já foi cortina, o moletom que sobrou
da coleção do estilista e amigo Marcelo Som-
mer, panos que ganhou. “Prefiro usar as coi-
sas que chegam a mim. tendências não me interessam.” Com bibelôs que chama
esse é um dos motivos de Morozini nunca ter feito ne- pelo nome e
nhuma reforma estrutural no imóvel da década de 40. o
banheiro mantém a louça azul bebê, o piso ganhou marcas, e prédios reFLetiDoS em
a lareira até mudou de cor, mas permanece na sala. refleti- quadros e janelas,
da em quadros e janelas, a cidade vira personagem da cé- o artista tem
lebre Dreamers, série em que Morozini fotografa pessoas
com esse pano de fundo. “toda a energia emitida volta na dentro de casa a inSPir aÇÃo
mesma medida.” e energia boa é o que não falta por ali. de que precisa
162
nov ida des
BANQUETE REAL
Começar o dia com um
café da manhã no Ore,
restaurante do chef Alain
Ducasse no Château
de Versailles, garante
uma experiência digna
de rei. A começar pela
mesa farta típica de
Luís XIV, com direito a
croissants, mil-folhas e
canelés. Tudo isso por
€ 35, valor que ainda
inclui bebidas, dá direito
à entrada no castelo e
a ser um dos primeiros
a realizar o feito, muito
antes de qualquer outro
turista trivial. ducasse-
chateauversailles.com/ore
Embarque
ImeDIATO
Restaurantes, lojas e drinques selecionados pela editora
poEmas de lifestyle, ROBeRTA mALTA, para você ficar
paRa UsaR por dentro do que há de melhor no Brasil e no mundo fotos : v icto r b el lot / d i v u lg ação / l eo felt r a n
De uma simples conversa
com a atriz e jornalista
Bianca Ramoneda, a
designer de joias Lívia DESPENSA CHIQUE
Canuto decidiu fazer uma O Fasano lança uma linha de
coleção. Criada pela dupla, produtos – desenvolvida na Itália
cada peça da série Muito sob os olhares de Rogério Fasano e
Prazer: Eu é feita de prata e Celso La Pastina – que todo gastro-
pensada para pessoas “que
maníaco vai desejar. São massas,
precisam de mais poesia em
molhos, arrozes e vinhos perfeitos
suas vidas”. Da definição,
também desenhada em para quem gosta de receber em
conjunto, surgiram anéis, casa mas não tem tempo de ficar
colares e pulseiras que horas na cozinha. Tudo com a
todo mundo merece usar. qualidade de um dos grupos mais
liviacanuto.com respeitados do país. fasano.com.br
QUASE UM ABRAÇO
Criada a partir da metáfora “de braços
abertos”, a poltrona Celine, da SOLLOS,
indústria de design que funciona há
mais de dez anos sob a batuta do catarinense
Jader Almeida, fez bonito na Semana
de Design de milão. Com formas orgânicas
no encosto e no assento, ela se molda
ao corpo humano, proporcionando conforto
absoluto. A peça ainda é belíssima e
está disponível em duas versões: toda
preta e preta com madeira escura
(minha favorita!). sollos.ind.br
novo mEnU
Sempre com boas surpresas, o Abelardo, restaurante
de cozinha contemporânea do Hotel Hilton Barra, no Rio
de Janeiro, está de carta nova. Entre as apostas do chef
argentino Emiliano Sabino, estão a entrada de burrata
com esponja de azeitonas e o salteado de frutos do mar
no leite de coco como prato principal. Dois ótimos motivos
para percorrer a Avenida Niemeyer. Tel. (21) 3348-1000
EnTRE amIGos
A ideia surgiu no Rio
durante um dos encontros
etílicos do artista plástico
Alexandre Mazza com
o arquiteto Arturo Isola.
Um ano e meio depois,
o mixologista argentino
Tato Giovannoni, dono
do bar Florería Atlántico,
em Buenos Aires, entrou
fotos : to m as r a ng el / di v u lg ação
na brincadeira, e pronto!
Nascia o Amázzoni, gim
produzido na primeira
destilaria brasileira
especializada na bebida.
Preparado com infusões
inusitadas, como maxixe
e castanha-do-pará,
é delicioso e vem em
uma garrafa com cara
de farmácia antiga.
amazzonigin.com
164
mEu canto
sapo
“Ganhei de
um ex-namorado.
adorei a posição de
meditação dele. É
um item bem-
humorado”
Sinalização
“no metrô de Kikito Placa
Londres, ouve-se ‘mind “Recebi no “Ganhei dos
the gap’ (‘cuidado com ano passado como meus parceiros de
o vão’, em inglês) direto. melhor atriz por Elis. filmagem em Elis
Penso sempre que foi superemocionante, [de Hugo Prata],
relações podem se a primeira exibição no fim do
perder nos vãos pública do trabalho”
da vida” filme”
Caveira
“Lembra
o tempo que Buda
passei em Londres “não sou
estudando budista, mas acho
inglês. É bem ele demais! uma
hamletiana” grande entidade
de sabedoria e
postura”
Globo
Terrestre
“Sempre quis ter
um. a [atriz] Lília
cabral sabia disso e me
deu de natal quando
estávamos gravando
[a novela]
Império”
Estante de memórias
É no móvel que fica na sala do apartamento onde mora, na Gávea,
foto: camilla maia
T
Tenha acesso a todas as
eedições e a todo conteúdo
dde Casa e Jardim em seu
ccelular ou tablet, totalmente
aadaptados à tela.
Elas por
elas
celebridades, executivas,
profissionais de saúde as modelos fabiana
a modelo
yasMin brunet
com a mãe,
luiz a brunet
a atriz e
diretora
Maria
ribeiro e a
jornalista Marina caruso, sandra werneck, diretora
glória de cinema; silvia chakian, promotora
Maria de justiça; e cl ar a averbuck, escritora
a promoter Carol samPaio ( de vermelho ) recebe as
flores Cris nogueir a. humoristas Júlia r abello, sabrina saTo, ingriD
bolos buffeT Das Danis guimar ães, TaTá WerneCk, Cl ariCe falCão e Dani Cal abresa
a estilista lenny
niemeyer e a empresária o ator fernanDo Caruso, a diretora de
sabrina saTo CHris PiTanguy redação de Marie Claire, marina Caruso, a
e a socialite
apresentadora mariana Cabral, o colunista
narCisa
leo Jaime com a mulher, Daniela lux. no
TamborinDeguy
detalhe, o gin amázzoni, servido na festa
26 anos
de humor
MARIE CLAIRE
comemorou seu
aniversário com festa
a atriz
Tammy Di
no Copacabana
anDrea naTal,
diretora-geral
Cal afiori Palace e a presença a atriz Tainá
muller com o
do belmonD das cover girls marido e diretor
Henrique sauer
CoPaCabana
brigadeiros fabiana
D’angelo com Pal aCe de abril.
Veja quem também
FOTOS : Sel m y yaSSu da e r egi n a l dO T ei x ei r a
a capa de abril
passou por lá
o chef THiago
anDr aDe
bebe esTrell a
galiCia
o cartunista
CHiCo ana boTafogo,
Caruso fr anCisCa maCeDo, diretora do
brinda com pr da DolCe & THeaTro
CHanDon gabbana no brasil muniCiPal Do rio
horóscopo
168
p or Ro sa di Maul o
touro
perdícios de dinheiro entre os dias 28 e 29. A oposição
entre Marte e Saturno cobrará contenção de despesas e
imporá limites ao orçamento. Em compensação, o fim
aniversário
o mês de é
do mês trará carinho, estabilidade e segurança no amor.
Bom para construir casa, família, patrimônio e um futu-
ideal para viagens ro confortável. Aposte em soluções criativas para viabi-
lizar projetos pessoais. Mercúrio em seu signo, a partir
e paixão. Invista do 16, ampliará seu poder de negociação e de planeja-
mento. Comunicações, contatos e transações comerciais
em seus desejos fluirão melhor na segunda quinzena. Ótimo período pa-
ra divulgar suas ideias e produtos.
eróticos e intensifique a
vida SEXuAL. Atenção
apenas ao orçamento,
nos dias 28 e 29,
gêmeos ( 2 1 maio – 20 junho)
quando MArtE Vitórias pela frente. o mês trará um novo projeto de vi-
da, mas não será fácil conciliar seus desejos com os do
se opõe a SAturNo. parceiro. Diferenças exigirão flexibilidade nas negocia-
A segunda metade ções. A primeira quinzena será movimentada e produti-
va. Encontre tempo para se interiorizar e finalizar um lon-
do mês é ideal para go ciclo. Se ficar em dúvida entre dois caminhos, ganhe
prazo para pensar. A última semana promete encontros
mostrar seus tALENtoS surpreendentes e novas amizades. o amor estável inspi-
rará novos projetos. Aproveite a segunda quinzena para
tornar a vida mais gostosa. Paixão em alta.
t eN tAÇÃO DO M ÊS
encontro
MARCADO
Com placa metálica
inspirada no fecho dos
clássicos baús de
alumínio da Louis Vuitton,
o LV FiFty FiVe é um
dos lançamentos mais
femininos da
relojoaria da grife
Relógio com
pulseira
de couro,
R $ 15.500
Foto: carlos bessa