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A PROVA NO ,

DIREITO PREVIDENCIARIO
1ª edicáo - 2007
2" edicáo - 2009
3ª edicáo - 2012
4" edicáo - 201s
WLADIMIR NOVAES MARTINEZ
Advogado especialista em Direito Previdenciário

A PROVA NO ,
DIREITO PREVIDENCIARIO
4ª edicáo
ILTI1
EDITORA LTDA.
©Todos os direitos reservados

Rua Iaguaríbe, 571


CEP 01224-001
Sao Paulo, SP - Brasil
Fone (11) 2167-1101
www.ltr.com.br
Maio, 2015

Versáo impressa - LTr 5288.7 - ISBN 978-85-361-8415-9


Versáo digital - LTr 8705.2 - [SBN 978-85-361-8411-1

Dados Internacionais de Catalogacéo na Publicacáo (OP)


(Cámara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Martinez, Wladimir Novaes


A prova no direito previdenciário / Wladirnir Novaes Martinez. -
4. ed, - Sao Paulo: LTr, 2015.

Bibliografia.

l. Direito previdenciário - Brasil 2. Prova (Direito) - Brasil I.


Título. ·

15-03683 CDU-347.941:368.4(81)
Índice para catálogo sistemático:
l. Brasil : Prova : Direito previdenciário 347.941:368.4(81)
ÍNDICE

A guisa de introducáo . . .. . .. .. . .. . . .. . .. .. . .. .. .. . . . ... .. .. . .. . . .. . .. .. . . . . . .. . .. .. . .. . . .. . .. .. . .. .. .. . .. ... .. 33

Capítulo 1
FONTES FORMAIS

11. Garantia constitucional .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .... .. .. .. ... .. .. .. .. .. .. .. ... .. .. ... .. .. .. .. .. .. .. .. .... .. .. 37


12. Código Civil...................................................................................................... 37
13. Código de Processo Civil................................................................................... 38
14. Código Penal . .. . .. .. . . . . . . . . .. .. . . . . . .. . .. .. . .. . . . .. . . ... .. .. . .. . . .. . .. .. . . . . . . . . .. .. . . . . . .. . .. .. . .. . . .. . .. ... .. 38
15. Código de Processo Penal................................................................................. 38
16. Código Tributário Nacional 39
17. Direito do Trabalho.. .. . . . . . .. .. 39
18. Plano de Beneficios........................................................................................... 39
19. Regulamento da Previdéncia Social................................................................... 39
20. IN INSS n. 20/07 40

Capítulo 11
CONCEITO DOUTRINÁRIO

21 . Oefinicáo técnica .. 41
22. Contraprova .. 42
23. Materialidade da persuasáo .. 42
24. Nega<;áo do fato .. 42
25. Oistincáo sexual . 43
26. Defesa ou acusacáo . 43
27. Nao contestacáo .. 43
28. Vida e residencia .. 43
29. Registros cadastrais .. 44
30. Fé de ofício . 44

5
Capítulo 111
QUESTÓES JURÍDICAS

31. Natureza jurídica . 45


32. lmprescritibilidade do direito . 45
33. Hierarquia das provas . 46
34. Presuncóes acolhidas . 46
35. Convencimento do julgador . 47
36. Meios de obtencáo . 47
37. Ónus do produtor . 47
38. Momento da producáo . 48
39. Regras de interpretacáo . 48
. • . ap 1·1cave1s
• .
40 . P nnc1p1os . 49

Capítulo IV
TIPOS DE DEMONSTRAc;A.o

41. Promocáo material . . .. . . .. . .. .. . .. . . .. . .. .. . .. . . .. . . . .. . .. .. . .. . . .. . .. . . . .. . . .. . .. .. . .. . . .. . .. .. . .. . . .. . .. .. . 50


42. Expressáo documental...................................................................................... 50
43. Análise pericial.................................................................................................. 50
44. Depoimento testemunhal . .. . .... .. . .. ..... .. .. . .. .. . .. . .. .. . .. .. .. . .... .. . .. ..... .. .. . 51
45. Confissáo do titular . .. .. ... .. .. . .. .. .. . .. .. .. .. . .. .. . .. .. .. .. . .. .. . .. .. .. .. . .. .. .. . .. .. .. .. . .. .. . 51
46. Administrativa e judicial.................................................................................... 51
47. Polos da relacáo 51
48. Perícia documentoscópica.... .. . . .. . .. . . .. . .. .. . . . .. . . . . . . . .. . . .. . .. .. .. .. . .. . . .. . .. .. . 51
49. Certificado oficial.............................................................................................. 52
50. Direito privado.................................................................................................. 52

Capítulo V
MODALIDADES VÁLIDAS

51 . Texto escrito..................................................................................................... 53
52. Psicografia espírita 53
53. Gravacáo em vídeo........................................................................................... 53
54. Voz humana..................................................................................................... 54
55. lmagem microfilmada....................................................................................... 54
56. Mensagem criptografada . .. . .... .. . .. ..... .. .. . .. .. . .. .. . .... .. . .. .. . .. ..... .. .. . .... .. . .. ..... .. .. . .. .. . 54

6
57. Oedaracáo testamentária 54
58. Filmes de celuloide............................................................................................ 54
59. Oernonstracáo virtualizada................................................................................ 54
60. In extremis 55

Capítulo VI
CLASSIFICA<;ÁO DIDÁTICA

61 . Prova inicial .. .. .. .. .. .. 56
62. Persuasáo direta 56
63. Oernonstracáo oblíqua...................................................................................... 57
64. Realizacáo hodierna.......................................................................................... 57
65. Conviccáo emprestada...................................................................................... 57
66. Evidencia exaustiva 57
67. lndício impossível 58
68. Reuniáo coletiva . . . . .. . .. . . . . . . . . .. . .. . .. . . . .. .. . . .. . . .. .. . .. . .. . .. . . . . . . .. . .. . . . . . . . . .. . . . . .. . . . .. .. . . .. . . .. .. 58
69. Origem estrangeira................... .. . . . .. .. .. .. . . . .. . . .. .. . . .. .. . . . . . . . .. . . . . . .. . . . . . . .. .. .. .. .. . . .. 58
70. Ámbito processual 58

Capítulo VII
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS

71 . Exigibilidade pressuposta .. . .. .. .. ... . . .... . . .. .. . . . .. . . .... . .. . .. .. . .. .. .. ... .. . .. .. . . ... . . .... . ... .. . . . .. 59


72. lmprescritibilidade do direito............................................................................. 59
73. Ancianidade do documento.............................................................................. 59
74. Veracidade da afirmacáo 60
75. Autenticidade da demonstracáo 60
76. Necessidade processual 60
77. Ca pacida de de convencimento 61
78. Contestabilidade da apresentacáo 61
79. Aplicabilidade procedimental............................................................................ 61
80. Constitucionalidade do mecanismo................................................................... 61

Capítulo VIII
DIVERSIDADE CIENTÍFICA

81. Direito do Trabalho........................................................................................... 62


82. Medicina e sequranca 62

7
83. Segmento previdenciário 62
84. Contencioso administrativo............................................................................... 63
85. Custeio da contribuicáo . .. .. 63
86. Direito Civil....................................................................................................... 63
87. Processo Civil.................................................................................................... 64
88. Processo Penal.................................................................................................. 64
89. Direito Penal..................................................................................................... 64
90. Avaliacáo particular.......................................................................................... 65

Capítulo IX
DINÁMICA EMPRESARIAL

91. lnício de atividades . 66


92. Funcionamento no tempo . 67
93. Encerramento da firma . 67
94. Transforrnacóes societárias . 68
95. Participacáo em licitacóes . 68
96. Atuacáo do Estado . 68
97. Autuacáo e notificacáo . 69
98. Cadastro Nacional . 69
99. Documento de empregados . 69
1 OO. Acóes judiciais . 69

Capítulo X
EXISTENCIA DE EMPREENDIMENTO

101. Junta Comercial.............................................................................................. 70


102. Prefeitura Municipal........................................................................................ 70
1 03. Registro Estadual...... ... .. . .. .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. .. .. .. .. .. .. .. ... .. . .. .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. . 71
1 04. Uniáo Federal .. . .. .. . .. .. .. ..... .. .. . .. .. . .. .. . .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. . 71
105. Ministério do Trabalho.............................. 71
106. Previdéncia Social .. 71
107. Oedaracáo de ex-proprietários 72
108. Locatário do imóvel 72
109. Notacáo cartorial 73
11 O. t.idtacáo pública 73

8
Capítulo XI
OBRIGA<;ÓES DA EMPRESA

111. Matrícula da abertura..................................................................................... 74


112. Retencáo de contribuicóes.i.c.... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 74
113. Obriqacáo de recolher 74
114. Empregador doméstico 75
115. Cessáo de máo de obra.................................................................................. 75
116. Lei n. 10.666/03............................................................................................. 75
117. Obriqacóes acessórias..................................................................................... 75
118. Salário de contribuicáo 75
119. Múltiplaatividade 76
120. Documentos laborais 76

Capítulo XII
ENTIDADE COOPERATIVA

121. Existencia da entidad e .. .. .. .. .. . .. .. .. . .. .. .. .. .. . .. 77


122. Producáo ou trabalho 77
123. Associacáo do cooperado............................................................................... 78
124. Prestacáo de servi<;os.......... .. . ...... .. . .. . .. . .. ... .. .. .. . .. .. . .. . .. .. ... .. .. .... .. . ...... .. .. .. .. . .. ... 78
125. Relacáo jurídica............................................................................................... 78

126. Ato cooperado . .. .. . .. .. .. .. . .. .. . .. 79


127. Retencáo da contribukáo 79
128. Ambiente insalubre......................................................................................... 79
129. Contribuicáo para o GILRAT............................................................................ 80
130. Descaracterizacáo do cooperativismo............................................................. 80

Capítulo XIII
QUITA<;AO DE CONTRIBUl<;AO

131 . Registros contábeis.... ...... .. . .. .. .. .. . .. .. .. ... .. . .. .. . .. .. .. . .. .. .. .. ... ...... .. . .. .. .. .. . .. .. .. ... .. . .. 81


132.Redebancária................................................................................................. 82
133. Ficha de fiscalizacáo .. .. . .. .. .. .. . .. .. .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. .. .. .. . .. .. .. .. . .. .. .. .. . .. 82
134. Ernissáo de CND.. . 82
135. Cópias autenticadas........................................................................................ 83

9
136. Guia de Recolhimento . 83
137. Parcelamento concluido.................................................................................. 83
138. Pagamento judicial 83
139. Guias coletivas................................................................................................ 83
140. Processo de falencia 83

Capítulo XIV
ISEN<;ÁO DE CONTRIBUl<;ÓES

141. Utilidade pública............................................................................................. 84


142. Registro de certificado.................................................................................... 85
143. Gratuidade dos servi~os.................................................................................. 85
144. Atendimento do SUS... .................................................................................. 85
145. Remuneracáo dos diretores 86
146. Aplicacáo do resultado .. . .. . 86
147. Inexistencia de débito..................... .......... ......................................... .......... 87
148. Direito adquirido............................................................................................. 87
149. Estabelecimento de ensino .. .. .. .. .. .. 87
150. PROUNI 87

Capítulo XV
PARCELAMENTO DE DÉBITO

1 51. Existencia do débito........................................................................................ 88


1 52. Contrato escrito.............................................................................................. 88
153. Confissáo da divida......................................................................................... 88
154. Adimpléncia mensal........................................................................................ 89
155. Processo de falencia 89
1 56. Primeira parcela.............................................................................................. 89
157. Contribuicáo nao descontada . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . .. . . . . . . . . . . . . . . .. . .. . . . . .. . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . 89
158. CND final........................................................................................................ 89
159. Acordo trabalhista 89
160. Documentos exigidos .. 90

10
Capítulo XVI
SALÁRIO DE CONTRIBUl<;AO

161. Atestado de Afastamento e Salários 91


162. Relacáo de Salários de Contribuicáo 91
163. Carteira de Trabalho.. . 92
164. Folha de pagamento....................................................................................... 92
165. Fundo de garantia . 92
166. Imposto de Renda 93
167. Guias e carnes................................................................................................ 93
168. Contribuinte individual.................................................................................... 93
169. Pesquisas de mercado..................................................................................... 93
170. Cadastro Nacional 94

Capítulo XVII
FILIA<;AO DO ESTAGIÁRIO

171.Fontesformais................................................................................................ 95
172. Conceito de estagiário.................................................................................... 95
173. Oistincóes necessárias..................................................................................... 96
17 4. Oedaracáo do CIEE 97
175. Médico-residente............................................................................................ 97
176. Advogado estagiário.............. 97
177. Contribuicáo do estagiário.............................................................................. 97
178. Remuneracáo do estudante... 97
179. Contrato de experiencia.................................................................................. 97
180. Oernonstracáo contrária 98

Capítulo XVIII
INSCRl<;AO DO FILIADO

181. Segurados subordinados................................................................................. 99


182. Contribuinte individual 100
183. Contribuinte facultativo.................................................................................. 100
184. Segurado especial........................................................................................... 100
185. Post mortem................................................................................................... 100

11
186. Dependente do segurado 100
187. Prornocáo de terceiros.................................................................................... 101
188. lndevida e equivocada .. .. .. . .. .. ... . .. .. ...... .. . . .. ... ... .. .. .. ..... . ... .. .. ... . .. ... 1O1
189. Convalidacáo da inscricáo . .. .. . . .. . .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. . .. . .. .. . . .. . .. .. . 1O1
190. Recadastramento formal................................................................................. 101

Capítulo XIX
CONFIGURA<;AO DA PESSOA JURÍDICA

191. Poder da adrninistracáo .. .. . .. .. .. . .. .. .. . .. .. .. .. . .. .. .. . 103


192. Elementos do autónomo ... .. .. .. .. ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 104
193. Características da pessoa jurídica.................................................................... 104
194. Elementos do empregado............................................................................... 105
195.CLTeCTN...................................................................................................... 105
196.Lein.11.196/05 106
197. Lei n. 11 .457 /07. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. . .. .. .. .. .. .. .. 106
198. Papel do Poder Judiciário... .. . . .. . .. . . .. . .. .. . . . .. . . .. . . . .. .. .. . .. .. . .. . . .. . .. . . .. . .. .. . 108
199. Contestacáo da empresa .. . .. . .. .. . . .. . .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. . .. . .. .. . . .. . .. .. . 109
200. Tipos de provas 109

Capítulo XX
FLEXIBILIZA<;AO DO SAT

201. Enquadramento empresarial........................................................................... 113


202. Critérios da Lei n. 10.666/03 114
203. Frequénda acidentária.................................................................................... 114
204. Gravidade do acidente.... .. ... .. .. ..... .... ... .. . ... .. .. .... . .. .. ... . ... .... .. .. ... .. .. ..... .... ... ...... 115
205. Custo dos beneficios....................................................................................... 116
206. Comparacáo com o CNAE 116
207. Dependencia do segmento............................................................................. 117
208. Base da experiencia .. .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. .. .. . .. .. . .. 117
209. Atividade unitária 117
21 O. Vigencia da norma 118

Capítulo XXI
LEVANTAMENTO AMBIENTAL

211. lntroducáo do tema........................................................................................ 119

12
212. Reconstrucáo histórica.................................................................................... 120
213. Ambiente de trabalho..................................................................................... 120
214. Escrituracáo contábil.......... .. . .. . . .. .. .. . .. .. . .. . . .. .. 121
215. Documentos emitidos..................................................................................... 122
216. Beneficios previdenciários 123
21 7. Técnicas de protecáo . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. .. . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . 12 3
218. lnformacóes subjetivas . .. .. . .. . . .. .. .. .. .. . .. .. . .. . . .. .. 124
219. Acóes judiciais 125
220. Presenc;a de terceiros 126

CAPÍTULO XXII
VERIFICA<;ÓES IN LOCO

221 . Pericia técnica................................................................................................. 127


222. Diligencia externa........................................................................................... 127
223. lnspecáo judicial 128

224. Tipos de ac;óes.................... ................................ .......... ........ ................ ..... 128


225. Origem da providencia................................................................................... 128
226. Elaboracáo dos quesitos .. .. .. .. . .. .. . .. ... .. .. . .. .. . .. .. .. .. .. . .. .. . .. ... 128
227. Determi nacáo do CRPS. .. . .. .. .. .. . .. . .. . .. .. .. . . .. .. .. .. .. . .. . .. . .. 129

228. Momento do pedido....................................................................................... 129


229. Instrumento fiscal........................................................................................... 129
230. lndeferimento do pedido................................................................................ 129

Capítulo XXIII
CONSTRU<;ÁO CIVIL

231 . Documentos reclamados . . . . . .. . .. .. . .. .. .. . .. .. ... .. . .. . . .. . .. .. . . . . . . . . .. .. . . . . . .. . .. .. . .. .. .. . .. ..... 130


232. Prova do recolhimento....................... .................................................... ....... 131
233. Dispensa da aferic;áo....................................................................................... 131
234. Área construída .. . . . .. . . . . . . . . .. . . .. . .. . . . .. . . . . . . . .. . .. . . . .. . . .. . . . .. . . . .. . . . . . . . . .. . . .. . .. . . . .. . . . . . . . .. . .. 132
235. Contratos avencados . 132
236. Obriqacáo decaída............................. .................................................... ....... 133
237. Tipo de construcáo 133
238. Elisáo da responsabilidade 133

13
239. Relacáo de alvarás 134
240. Construcáo em mutiráo 134

Capítulo XXIV
QUALIDADE DE SEGURADO

241. Trabalhador descontado................................................................................. 135


242. Empregado doméstico.................................................................................... 135
243. Segurado facultativo....................................................................................... 135
244. Contribuinte individual.................................................................................... 135
245. Segurado especial........................................................................................... 136
246. Dependente do segurado . . .. . . .. ... . . . . . . . .. . . . .. . .. .. . ... . . .. . . . . .. . . . .. . .. . . .. ... . . . . . . . .. . . . .. . 136
24 7. Detentar da qualidade....................... .. .. . .. .. ... . .. . . .. .. . .. . .. . . . . . . .... . . . .. . . . . .. . . .. .. ... . 136
248. Desemprego involuntário... .. . . .. . . . . . . . .. . . . .. . .. .. . . . .. . . . . .. . . . .. . .. . . .. . . . . . . . .. . . . .. . 136
249. lncapacidade para o trabalho 136
250. lngresso do incapaz........................................................................................ 137

Capítulo XXV
PERÍODO DE CARENCIA

2 51 . Doze contribukóes .. .. . .. 138


252.Quinzeanos 138
253. Prestacóes acidentárias 138
254. Ooencas específicas........................................................................................ 139
255. Natureza ou causa.......................................................................................... 139
256. Aposentadoria por idade 139
2 57. Trabalho rural................................................................................................. 139
258. Prestacóes por incapacidade 139
2 59. Contagem recíproca .. .. 140
260. Acordes internacionais. 140

Capítulo XXVI
TEMPO DE FILIA<;AO

261. Tempo de filiacáo 141


262. Tempo de servico . . .. . . .. . . . .. . . .. . . . . . . . .. .. . . . .. . .. . . .. . .. .. . .. . .. . . . .. . . .. .. . . . . . .. . .. .. . 142
263. Período de contribuicáo .. . . . . .. . .. . .. . .. . . . . .. . . . . . . . . .. ... . . . . . . .. . . . . .. .. . . . . .. . .. . .. . .. . . . . .. . . . . . . 142

14
264. Contagem recíproca .... .. .. . .. .. .. . .. . . . .. .. . .. . . .. . .. .. . . .... .. .. . .. .. .. . .. . . . .. 142

265. Estágio profissional 143

266. Beneficio por incapacidade 143

267. Tempo ficticio................................................................................................. 144

268. Participacác na guerra.................................................................................... 144

269. Situacáo de anistiado...................................................................................... 145


270. Condicáo de embarcado 145

Capítulo XXVII
EDUCA<;ÁO DE MENORES

271 . Vínculo jurídico............................................................................................... 146

272. Existencia do menor .. .. . . . . .. . . .. .. . . . . .. .. .. ... . . . . . .. . .. . . .. . . . . . . .. . . .. . .. . . . .. . . .. .. . . . . .. .. .. ... . . . . . 146

273. Filho enteado.................................................................................................. 146


274. Menor tutelado.............................................................................................. 147

275. Vacinacáo obrigatória 147


276. Frequéncia a escala . .. . .. .. . .. .. .. .. . .. . .. . .. .. .. . . .. .. .. .. .. . .. . .. . .. 147

277. Nível da remunera~.30..................................................................................... 147

278. Invalidez de filho 148

279. Casal separado............................................................................................... 148

280. Segurados aposentados.................................................................................. 149

Capítulo XXVIII
INAPTIDÁO PARA O TRABALHO

281. lnaptidáo quinzenal 151


282. Auxílio-doenca 151
283. lnsuscetibilidade de recuperacáo 151
284. Invalidez permanente . .. .. . .. . . .. . .. .. . .. . . .. . .. .. . . .. . .. .. . .. .. .. . .. .. . .. . . .. . .. .. . .. . . .. . .. 152
285. Acréscimo a mensalidade 152
286. Sequela parcial permanente............................................................................ 152
287. Lesáo e perda da audicáo 153
288. Requerimentos a posteriori............................................................................. 153
289. Readaptacáo profissional 154
290. Deficiencia pessoal... .. . .. .. . .. . . .. . .. .. . .. . . .. .. . .. .. .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. . .. . . .. . .. .. . .. . . .. .. . .. 154

15
Capítulo XXIX
CONTRAPROVA DA INCAPACIDADE

291. Formulários laborais........................ 156


292. Atestados médicos......................................................................................... 157
293. Prontuários hospitalares.................................................................................. 157
294. Documentos oficia is........................................................................................ 158
295. Sindicatos e associacóes 158
296. Trabalhos científicos....................................................................................... 159
297. Cadastros previdenciários .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 159
298. A tos procedimentais.. .. . .. .. . 160
299. Laudos processuais 160
300. Estudos técnicos............................................................................................. 160

Capítulo XXX
ATIVIDADES INSALUBRES

301.Tempodeservi~o 161
302. Exposicáo aos agentes.................................................................................... 162
303. Tecnologia de protecáo 163
304. Habítualidade e permanencia 164
305. Limites de tolerancia....................................................................................... 164
306. Direíto de categoría........................................................................................ 164
307. Contribuicáo prevídenciáría............... .. .. . .. .. . .. .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. .. .. . 164
308. Volta ao trabalho......... 165
309. Prova extemporánea 165
31 O. Analogía e similitude 166

Capítulo XXXI
INFORTUNÍSTICA LABORAL

311. Acidente do trabalho 167


312. Ooenca do trabalho........................................................................................ 167
313. Ooenca profissional 168
314. Qualquer natureza.......................................................................................... 168
315. Acidente in itinere 168

16
316. Ausencia de CAT . . ... .... ..... .. .. . .. .. .. . . . . . . .. .. . .. . . .. . .. .. . . ... .... ..... .. .. . .. .. .. . .. . . . .. 168
317. Presuncáo do nexo .. .. .. .. .. . .. .. . .... ..... .. . .. ..... ..... .. .. . .. .. .. .. .. .. . .. .. . .... ..... .. . .. 169
318. Culpa civil....................................................................................................... 169
319. Responsabilidade da empresa......................................................................... 169
320. Reducáo da taxa .. 170

Capítulo XXXII
NEXO EPIDEMIOLÓGICO

321 . Clientela protegida . 171


322. Nexo causal . 172
323. Nexo técnico . 172
324. Presuncáorelativa . 173
325. Conceito regulamentar . 173
326. Poder da adrninistracáo . 173
327. Contestacáo empresarial . 174
328. Consequéncias decorrentes . 174
329. Responsabilidade civil .. 175
330. Vigencia do critério . 175

Capítulo XXXIII
IDADE AVAN<;ADA

331. Qualidade de segurado................................................................................... 176


332. Períodode carencia .. 176
333. Trabalhador rural............................................................................................ 177
334. Segurado urbano............................................................................................ 177
335. Ausencia de registro....................................................................................... 177
336. Tempo de filia~ao 178
337. Sexo do requerente 178
338. Tempo anterior............................................................................................... 178
339. Aposentadoria compulsória 178
340. Tempo de servidor.......................................................................................... 178

Capítulo XXXIV
MAGISTÉRIO ESCOLAR

341 . Título de habilitacáo .. . . . . . . .. . . ... . . . . . .. .. .. . .. . . . .. .. . .. . . .. . . . . . . .. . . .. . . . . . . .. . . ... . . . . . .. .. .. . .. . . . .. 179

17
342. Livro de presen<;a ... . . . . .. . .. .. . . . . . . . . .. .. . .. . . .. . . . . . . . . .. . .. . . . . ... ... . . . . .. . .. .. . . . . . . . . .. .. . .. . . .. . .. . . . 179
343. Convite de formatura .. . .. .. . .... .. . .. .. ... . . .. ... .. . .. .. . .. .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. . .... .. . .. .. ... . . .. . .. .. . 180
344. Resultado de concurso.................................................................................... 180
345. Pareceres oficia is .. . .. .. .. . .. .. . .... .. . .. .. ... . . .. . .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. . .... .. . .. .. ... . . .. ... .. . 180
346. Teses de pós-graduai;ao.................................................................................. 180
347. Benefícios por incapacidade............................................................................ 180
348. Certid6es oficia is............................................................................................. 181
349.CTPSeCNIS.................................................................................................... 181
350. Documentos dos estabelecimentos 181

Capítulo XXXV
MATERNIDADE, ADO<;AO E GUARDA

351. Relacáo previdenciária 183


3 52. Remuneracáo na empresa . .. . . . . . .. . . . . . .. .. . . . .. . . . .. . .. . . . . . .. .. . .. . . .. . . . . . . . .. . . . . . .. .. . . . .. . 183
353. Período de carencia........................................................................................ 184
354. Ocorrénda do parto .. .. .. 184

355. Parto antecipado 184


356. Gravidez normal............................................................................................. 184
357. Ooenca da gestante........................................................................................ 184
358. Ampliacáo dos 14 días.................................................................................... 185

359. Aborto nao criminoso..................................................................................... 185


360. Adocáo e guarda............................................................................................ 185

Capítulo XXXVI
DEPENDENCIA ECONÓMICA

361. Conceito inicial . .. .. . .. .. .. .. . .. .. .. ... .. . .. .. .. . .. .. . . . .. .. .. . .. .. . .. .. .. .. . .. .. .. ... .. . .. .. .. . .. .. . 186


362. Classificacáo didática . .. . .. .. .. .. . .. .. .. .. . .. . .. .. .. . .. .. .. . .. .. . .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. . .. . .. .. . 187
363. Dependencia presumida .. .. 187
364. Dependencia mútua .. .. ... ... .. .. .. . .. .. .. .. . .. .. .. . .. .. .. . .. .. . .. .. .. .. .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. . 187
365. Dependencia total ou parcial 187
366. Dependencia coletiva 187
367. Momento da dependencia.............................................................................. 188
368. Obriqacáo pessoal . .. .. .. . .. .. .. .. .. .. . .. .. .. . 188

18
369. Pensáo alimentícia 188
370. Instrumentos persuasórios 188

Capítulo XXXVII
MORTE E PRISÁO

371. Morte do segurado......................................................................................... 189


372. Casamento civil............................................................................................... 189
373. Uniáo estável 189
374. Situacáo de transsexual 191
375. Dissolucáo do casamento 191
376. Filhos menores................................................................................................ 191
377. País e irrnáos . .. .. . . .. . .. .. . .. . . . . . .. . . . .. .. .. . .. . . . .. . . . .. . . .. . .. .. . . . .. .. .. . .. . . . . . .. . . . .. .. .. . . . .. 192
378. Detencáo ou reclusáo 192
379. Percepcáo do salário....................................................................................... 193
380. Fuga do preso 193

Capítulo XXXVIII
MISERABILIDADE E DEFICIENCIA

381. ldade mínima 194


382. Estado de miserabilidade 194
383. Renda familiar 195
384. Ausencia de benefício..................................................................................... 195
385. Falta de remuneracáo , .. .. . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 195
386. Estrangeiro naturalizado................................................................................. 195
387. Deficiencia da pessoa .. .. .. .. .. 196
388. ldade do deficiente......................................................................................... 196
389. Resíduos do falecido .. .. . .. .. .. .. .. . .. .. 196
390. Cónjuqe separado 196

Capítulo XXXIX
VONTADE DO BENEFICIÁRIO

391. Requerimento da prestacáo 197


392. Percepcáo do benefício.......... 197
393. lnconformidade adjetiva 198

19
394. Transferencia de residencia............................................................................. 198
395. Empréstimo consignado................................................................................. 198
396. Tempo de servico 199
397. Renúncia ao direito......................................................................................... 199
398. Transformacáo da prestacáo.. .. . .. .. . . .. . .. .. ... .. . .. . . .. ... ... .. .. .. ... .. . .. . . .. . .. .. . . .. . .. .. . 199
399. Melhor pensáo . .. .. . .. .. .. . .. .. . .. . .. .. . . . .. .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. . .. . .. .. . . .. . .. .. . 199
400. Salário-base 199

Capítulo XL
VOLTA AO TRABALHO

401. Existencia da aposentadoria... .. . .. . . . .. . . .. . . . .. . . . .. . .. .. . . . . . . . . . . . . .. .. . .. . . .. . .. . . . .. . . .. . . . .. . 201

402. Retorno ao trabalho 202


403. Permanencia no servko 202
404. Cumprimento da carencia............................................................................... 202
405. Afastamento do trabalho... . . . . .. . . . . . . . .. . . . .. . . . . . .. . . . . . . .. .. . .. . . .. . . . . . . . .. . . . . . . . .. . . . .. . 202
406. Contribuicóes recolhidas 202

407. Dupla atividade. .. .. . .. .. .. .. . .. .. .. . .. .. .. . .. .. .. . .. .. .. .. . .. .. . .. .. .. .. . .. .. .. . .. .. .. .. . .. .. . 203


408. Pecúlio acidentário 203
409. Segurado sexagenário 203

41 O. Servidor público.............................................................................................. 203

Capítulo XLI
TRABALHO RURAL

411. Exigencias lega is............................................................................................. 204


412. Assentamentos em registros........................................................................... 205
413. Título de propriedade 205
414. Preva da contribuicáo .. .. . .. . . .. . .. . . . .. . . .. . . . . . .. . .. .. . . . . . . . . . . . . .. .. . .. . . .. . .. . . . .. . . .. . . . .. . 206
415. Segurado especial........................................................................................... 206
416. Menor de idade......... .. .. . .. . . .. . .. .. . . .. . . .. . . .. .. . .. . .. .. . . . . . . . . . . . . .. .. . .. . . .. . .. . . . . .. . .. . . . .. . 207
417. Empregador rural .. .. .. .. .. . .. .. .. . . . .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. . 207
418. Entrevista no INSS 208
419. Oedaracáo de sindicato.................................................................................. 208
420. Tempo rural.................................................................................................... 208

20
Capítulo XLII
SERVIDOR PÚBLICO

421 . Servidor efetivo .. . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .... .. .. .. . . .. .... .. .. . . .. .... .. .. . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .... .. .. .. . . ...... .. 211


422. Portaria da nomea¡;ao..................................................................................... 212
423. Posse no cargo............................................................................................... 212
424. Exercício da funcáo.... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 212
425. Tempo de servico 214
426. Cargo em cornissáo 214
427. Cargo em disponibilidade 214
428. Atividade insalubre......................................................................................... 214
429. Fruicáo de benefícios. ...... .. .... ...... ...... .......... .... .... .. .. . .. .. .......... .... ...... ...... ........ 214
430. Direito adquirido............................................................................................. 214

Capítulo XLIII
CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO

431. Pressuposto lógico . 215


432. Observancia da tempestividade . 215
433. Licitude do convencí mento . 216
434. Obriqacáo de provar .. 216
435. Garantía de instancia . 216
436 . D 'I'1 1genc1a ou peno a
A • ' o
.. 217
437. Persuasáo em andamento . 217
438. Sustentacáo oral . 217
439. lntimacáo da producáo .. 217
440. Pravas recusadas . 218

Capítulo XLIV
JUSTIFICA<;AO ADMINISTRATIVA

441. Conceito doutrinário....................................................................................... 219


442. Fontes formais................................................................................................ 220
443. Natureza jurídica 220
444. Eficácia e alcance............................................................................................ 221
445. Modus operandi 221

21
446. Recurso de inconformidade 222
44 7. Rol de testemunhas... .. . .. . . . . .. . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . .. . . . . . . . . . . . . . . .. . .. . . . . .. . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . 222
448. Momento da producáo.... .. .. .. 222
449. lnício de prova 223
450. Poder de discricáo 223

Capítulo XLV
JUSTIFICA<;AO JUDICIAL

451. Direito do Trabalho......................................................................................... 224


452. Justica Estadual 225
453. Justica Federal 225
454. Perícia judicial .. .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. . .. .. . .. .. . .. . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. . .. . .. .. . 225
455. Forca maior .. 226
456. lnício razoável................................................................................................. 226
457. Registro público.............................................................................................. 227
458. Prova emprestada........................................................................................... 227
459. Depoimento testemunhal 228
460. Independencia de processo 228

Capítulo XLVI
SITUA<;ÓES PARTICULARES

461. Exercício de fato............................................................................................. 229


462. Atividades ilícitas............................................................................................ 230
463. Tempo de embarcado..................................................................................... 230
464. Licenc;a-premio............. 230
465. Tempo em litígio............................................................................................. 230
466. Trabalho voluntário...... .. .. 230
467. Tempo nao provável.... .. .. . .. .. . .. .. .. . .. . .. .. . .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. . .. .. . .. .. . 231
468. Filiacáo facultativa 231
469. Menor de idade .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. . .. . .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. . .. . .. .. . 231
470. Trabalho presumido........................................................................................ 231

Capítulo XLVII
PRINCIPAIS PROFISSÓES

471. Advogados 232

22
472. Engenheiros.................................................................................................... 233
473. Médicos.......................................................................................................... 234
474. Economistas................................................................................................... 235
475. Contadores..................................................................................................... 236
476. Químicos........................................................................................................ 236
477. Jornalistas....................................................................................................... 237
4 78. Escritores........................................................................................................ 237
479. Médicos do trabalho....................................................................................... 238
480. Artistas........................................................................................................... 239

Capítulo XLVIII
PROVAS EXAUSTIVAS

481. Papéis laborais................................................................................................ 240


482. Contratos especia is......................................................................................... 241
483. Oedaracóes confirmadas................................................................................ 241
484. Prontuário médico.......................................................................................... 241
485. Fundo de garantia 241
486. Documentos oficiais........................................................................................ 241
487. Decisóes judiciais 242
488. Servico militar................................................................................................. 242
489. Benefícios previdenciários 242
490. Acordes internacionais.................................................................................... 242

Capítulo XLIX
OUTRAS PROVAS

491 . Comprovacóes cadastrais . 243


492. Persuasóes materiais . 244
493. Convencimento do autónomo . 245
494. órqács públicos . 247
495. Oernonstracóes profissionais . 248
496. Afirrnacóes trabalhistas . 249
497. Documentos comerciais .. 250
498 . E v1'd•enc1a. s prev1id enc1a...nas . 251

23
499. Conviccóes incidentais 252
500. Pravas diversas............................................................................................... 253

Capítulo L
RENÚNCIA AO BENEFÍCIO

501. Pressuposto da desaposentac;áo 256


502. Entendimento doutrinário............................................................................... 256
503. Conceito técnico............................................................................................. 257
504. Fonte formal................................................................................................... 258
505. Ato jurídico perfeito........................................................................................ 258
506. Compreensáo administrativa........................................................................... 259
507. lnteresse coletivo 259
508. Nuanc;a moral............................................ .................................................... 260
509. Restituicáo dos valores.................................................................................... 261
51 O. Direito de trabalhar 262

Capítulo LI
CRIMES SECURITÁRIOS

511. Tentativa e consumacáo 263


512. Elemento subjetivo .. . . .. . .. .. . .. . . .. . .. . .. .. . .. . .. .. . . .. . .. .. . . .. . .. . .. 264
513. Extincáo da punibilidade 264
514. Náo aplicacáo da pena 265
515. Conduta diversa.............................................................................................. 265
516. Principio da insignificancia 266
517. Primariedade do agente.................................................................................. 267
518. Bons antecedentes......................................................................................... 267
519. Reincidencia delituosa........ .. . .. . .. .. . .. .. . .. . .. .. . .. . .. .. . .. . .. . .. .. . 267
520. Dependencia da cobranca 267

Capítulo Lll
PROTE<;ÁO AO IDOSO

521 . Agilidade processual.. .. . .. . . . ... . . . . .. . . . . . .. .. .. . .. . .. .. . .. . . . . . .. .. . .. .. ... .. . . . ... . . . . .. . . . . . .. .. .. . .. . 269


522. Agressáo física................................................................................................ 270
523. Direito a liberdade . . 270

24
524. Pensáo alimentícia 270
525. Servicos de saúde 271
526. Educacáo e cultura......................................................................................... 271
527. Profissionalizacáo do trabalho......................................................................... 271
528. Acolhimento em clínicas................................................................................. 271
529. Habitacáo condigna........................................................................................ 271
530. Transporte coletivo 271

Capítulo Llll
FUNDO DE GARANTIA

531. Filiacáo ao INSS 272


532. Depósito mensal 272
533. Parcelamento da dívida................................................................................... 272
534. Redamacóes trabalhistas 273
535. Dívida ativa 273
536. Cobranca judicial 273
537. Certificado de regularidade............................................................................. 273
538. Multa rescisória 273
539. Extrato individual............................................................................................ 273
540. Saques autorizados......................................................................................... 274

Capítulo LIV
ASSISTENCIA A SAÚDE
541. Cuidados contratados..................................................................................... 275
542. Recibo da mensalidade 275
543. Nota fiscal de hospitais 276
544. Custo dos medicamentos................... .................................................... ....... 276
545. Necessidade da atencáo 276
546. Emergencia e urgencia 276
547. Direito adquirido............................................................................................. 277
548. Reembolso de despesas 277
549. Dependencia económica................................................................................. 277
550. Recurso da negativa 277

25
Capítulo LV
SERVl<;O SOCIAL

551. Estado de miserabilidade .. 278


552. Habilitacáo profissional . 278
553. Reabilitacáo profissional .. 278
554. Fornecimento de aparelhos . 278
555. lnternacóes hospitalares . 278
556. Assisténcia jurídica . 279
557. Adrnissáo de deficientes .. 279
558. Aposentadoria por invalidez . 279
559. Prioridades legais . 279
560. Recadastramento quinquenal . 280

Capítulo LVI
SEGURO-DESEMPREGO

561. Destinatários da norma................................................................................... 281


562. Requisitos temporários 281
563. Período de carencia 282
564. Ausencia de renda.......................................................................................... 282
565. Justa causa .. .. .. .... .. .. .. .. ... .. . .. . .. .. .. .. .. .. .. .. . .. . .. .. .. .. .... .. .. .. .. .. .. . .. .. .. . .. . .. .. .. . 282
566. Frui<;ao das mensalidades .. .. .. .. .... .. .. .. .. .. .... .. .. .. .. .. .. .... .. .. .... .. .. .. .. .. .. .. .. . 282
567. Beneficio do INSS .. .. .. .. ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 282
568. Obriqacóes do regula mento .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 282
569. Decadencia do direito.. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 283
570. Cessacáo da prestacáo 283

Capítulo LVII
PREVIDENCIA COMPLEMENTAR

571. Adrnissáo noutra EFPC.................................................................................... 284


572. Resgate na saída............................................................................................. 284
573. Autopatrocínio 285
574. Benefício proporcional.................................................................................... 285
575. Complementac;óes por incapacidade 285

26
576. Filia~áo na EFPC .. . . .... .. .. . .. .. .. . .. . . . .. .. . .. . . .. . .. .. . . .... .. .. . .. .. .. . .. . . . .. 286
577. Tempo de servico 286
578. Requisitos para o gestor................................................................................. 286
579. Normas do MPS.............................................................................................. 287
580. Universalidade de cobertura 287

Capítulo LVIII
PROVAS DA DEFICIENCIA

581. Meios de persuasáo ... . .. .. . .. .. .. . .. .. ... .. ... .. .. . .. ..... .. ... .. .. ... .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. ... .. ... .. .. . .. 288
582. Laudo técnico pericial..................................................................................... 289
583. Provas securitárias 289
584. Exame admissional 290
585. Previdéncia fechada........................................................................................ 290
586. Seguro privado............................................................................................... 290
587. lsencáo de ICM............................................................................................... 290
588. Oernonstracóes emprestadas.......................................................................... 291
589. Perícia judicial................................................................................................. 291
590. Oeclaracóes oficiais......................................................................................... 291

Capítulo LIX
PROVAS DO ESTÁGIO

591. A tos declaratórios . 293


592. Profissionais do Direito . 294
593. Médicos-residentes . 294
594. Direito Tributário . 294
595. Ouestóes trabalhistas . 295
596. Evidencias securitárias . 296
597. Acóes judiciais . 297
598. Aspectos escolares . 297
599. Publicacóes gerais . 297
600. Construcáo civil . 297

Capítulo LX
ACORDOS INTERNACIONAIS

601. Estadoscelebrantes........................................................................................ 298

27
602. Vigencia do acordo......................................................................................... 298
603. Cotejo da reciprocidade .. .. . .. .. . . .. . .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. . .. . .. .. . . .. . .. .. . 299
604. Tempo de servico 299
605. Domicílio do segurado. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. . .. .. .. .. .. . 299
606. Transito internacional .. 300
607. Traducáo do documento .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. .. .. . 300
608. Encaminhamento diplomático......................................................................... 300
609. Assisténcia médica.......................................................................................... 300
61 O. Trabalho no exterior....................................................................................... 300

Capítulo LXI
DANO MORAL

611. Ofensas pessoais .. . .. . .. .. .. ... .. . . .. . .. . .. .. .. . .. . .. .. . .. .. .. . .. .. .. .. .. .. ... .. . . .. . .. . .. .. . 301

612. Concessáo tardia .. . .. . .. .. .. . .. .. . .. .. .. .. . .. . .. .. .. . ... .. . .. .. .. .. . .. .. .. .. .. . .. .. . .. .. .. .. . .. . .. .. . 302


613. lndeferimento indevido................................................................................... 302
614. Suspensáo descabida ... ... ... .. .. .. . .. .. . . .. . .. . .. .. .. . .. . .. .. . . . .. .. . .. .. .. ... ... .. .. .. . .. .. . . .. . .. . .. .. . 302
615. Prestacáo acidentá ria...................................................................................... 303

616. Conversáo de beneficio 303


617. Lentidáo na revisáo......................................................................................... 303
618. Extravio de processo.... ... .. ..... .. . .. .. .. . . . .. .. . .. . .. ... .. .. .. ... ... .. .. ..... .. ..... .. . .. .. .. . . . .. ... .. . 304
619. Aleqacáo de fraude........................................................................................ 304

620. Ouantificacáo do pedido................................................................................. 305

Capítulo LXII
UNIÁO HOMOAFETIVA

621. Conceito mínimo............................................................................................ 306


622. Definicáo legal 306
623. Disciplina regulamentar 307
624. Características básicas..................................................................................... 307
625. Pressupostos gerais 308
626. Convivencia pública 309
627. Constancia da relacáo 309
628. Mútua assisténoa . . . . . . .. . .. .. . . . . . . . . . . .. . .. . . .. . . . . . . .. .. . .. . . . . . .. .. . . . . . .. . .. .. . . . . . . . . . . .. . .. . . .. . . . . . . 309

28
629. Presenca da família . ... . . . . ... ..... .. .. . .. .. .. . .. . . . .. .. . .. . . .. . .. .. . . ... ... . . . . ... ..... .. .. . .. .. .. . .. . . . .. 31 O

630. Meios de prava............................................................................................... 31 O

Capítulo LXIII
TRABALHO NO EXTERIOR

631. Evidencias estrangeiras 314


632. Contrato específico......................................................................................... 314
633. Bilhete de passagens 314
634. Correspondencia trocada................................................................................ 315
635. Rescisao no Brasil 315
636. Carimbos em passaporte 315
637. Contrato de aluguel........................................................................................ 315
638. Visto de trabalho 315
639. Acidente do trabalho...................................................................................... 315
640. Benefícios previdenciários 315

Capítulo LXIV
MENOR APRENDIZ

641. Norma municipal............................................................................................ 316


642. Adrnissáo em escala 316
643. Venda de man uf aturados............................................................................... 316
644. Escala ferroviária . 316
645. lnfortúnio do trabalho .. .. . .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. 317
646. Convenio celebrado........................................................................................ 317
64 7. Currículum vitae............................................................................................. 317
648. Pagamento da remunera<;.30........................................................................... 317
649. Exposkáo de trabalhos 317
650.0utrasprovas 317

Capítulo LXV
DIREITO DOS PRESIDIÁRIOS

651. Sentenca de condenacáo. .. . . .. . .. .. . .. .. . . .. . . . . .. . . . . . .. .. .. .. .. . .. .. . .. . . .. . .. .. . .. .. . . .. . . . . .. 318


652. Entrada no estabelecimento . . .. .. . . .. . . . . .. . . .. .. . .. .. .. .. . .... ... .. .. .. .. . . .. . . . . .. 318
653. ldentidade no presídio........... .. .. . . . .. . .. . . .. .. .. . .. .. .. .. . . .. .. . . .. . . .. . ... .. .. . . ... .. .. . 318

29
654. Permissáo para visitas . 318
655. Penas disciplinares . 318
656. Vínculo com empresas .. 319
657. Saída temporária . 319
658. Contrato de trabalho .. 319
659. Noticiário na mídia . 319
660. Acidente de trabalho .. 319

Capítulo LXVI
TRANSFORMA<;ÁO DE BENEFÍCIOS

661. Manifestacáo da vontade . . . . . . . . ... . . ... . . . .. .. . .. . . . . . .. .. .. . .. .. . . . . . . . . . . . . . . .. . . .... . . . .. . . . .. . . . . . 320


662. Qualidade de aposentado............................................................................... 320
663. Evento determinante...................................................................................... 320
664. Período de carencia . . . . . . . . .. .. . .. . . .. . .. . . . . ... ... . . . . ... .... . .. .. . .. .. .. . .. . . . .. . . . . . . . .. . .. . . . . ... ... . .. 320
665. Manutencáo das mensalidades........................... .. . .. .. . .. . . . . . . . . . . . .. . . . .. . . . . .. . . . .. .. . . . 320
666. Cessacáo dos pagamentos.............................................................................. 321
667. Novas contribukóes 321
668. Concessáo de novo benefício.......................................................................... 321
669. Devolucáo do recebido 321
670. Data do início 321

Capítulo LXVII
APOSENTADORIA ESPECIAL DO SERVIDOR

671. Disciplina legal................................................................................................ 322


672. Condicáo de servidor...................................................................................... 322
673. lnsalubridade da atividade 322

674. Tempo especial............................................................................................... 322


675. Permanencia e habitualidade 322
676. Níveis de tolerancia......................................................................................... 323
677. Tecnologia de protecáo 323

678. Contagem recíproca....................................................................................... 323


679. Conversáo de tempo especial......................................................................... 323
680. Assuncáo de riscos......................................................................................... 323

30
Capítulo LXVIII
INÍCIO DA UNIÁO ESTÁVEL

681. lntroducáo do tema........................................................................................ 324


682. Cónjuqes casados........................................................................................... 324
683. Dificuldades operacionais................................................................................ 324
684. Guarda das provas.......................................................................................... 324
685. Aproxirnacáo típica......................................................................................... 325
686. Relacionamento amoroso............................................................................... 325
687. Análise dos documentos................................................................................. 325
688. ldosos unidos................................................................................................. 325
689. Validade intrínseca dos meios 325
690. Rol das provas 326

Obras do autor..................................................................................................... 329

31
A GUISA DE INTRODU~ÁO

A prova é importante no Direito, muito significativa no Direito Processuale alca


vulto imensurável no exercício procedimental quando da pretensáo as prestacóes
securitárias. Sem induzir o outro polo da existencia da faculdade, pouco servirá a
alguém fazer jus a algum bem, valendo lembrar que nao é um instituto pastado
apenas a favor de urna das partes.
Entre a disposicáo legal que preve a protecáo social, a realidade vivida pelo
beneficiario e um retrato desse cenário físico, varios passostém de ser dados pelo
titular da relacáo jurídica direcionados a comprovar a existencia dos pressupostos
lógicos, legais e formais.
Mesmo nos casos comuns, em que nao haja dissídio com o INSS, para ter
deferido o benefício, preciso que realize urna demonstracáo que atenda a leí,
é

ao regulamento ou a norma administrativa. Sem esse acolhimento pela autarquia,


seu desejo se queda na inerte vontade, muita inconformidade, alguma decepcáo
e nada mais. Sendo que, usualmente, em materia de tempo de servico, essa
persuasáo é sempre difícil.
Sao raros os julgados da Justica Federal em que nao se vejam mencóes
a prova produzida ou nao pelo interessado; geralmente o direito emerge da
presenca desse convencimento de terceiros. Daí a extraordinária importancia da
avaliacáo da evidencia oferecida ao julgador. Com esse dado real, ele formulará a
sua compreensáo, permitindo-lhe, ao final, declarar ou nao a presenca de algum
fato.
O campo da prova é imenso no Direito Previdenciário. As situacóes, as
circunstancias e as hipóteses sao quase infinitas. A cada urna delas praticamente
corresponde um instrumento probatório específico.
Ao segurado resta demonstrar que trabalhou (isto é, jurídicamente que
se filiou), fez jus a remuneracáo desse esforco físico (ainda que nao a tenha
embolsado), dedicou-se ao ministério religioso, teve a volicáo de se inscrever,
contribuiu, está ou esteve incapaz, tem filhos, certa idade, etc.
Um dependente evidenciará que havia um segurado, este foi preso,
desapareceu, ausentou-se, evadiu-se ou faleceu, presumidamente dependia dele,
está ou esteve inválido, parente, etc.
é

A conviccáo do labor urbano ou rurícola traz mais ónus para o justificante.


Especialmente se isso ocorreu há muito tempo na área campesina, em empresa

33
pequena, na residencia de alguém, ou na informalidade. Em 2015, alegava-se que
o Brasil tem cerca de 20 milhóes de obreiros na informalidade; imagine-se quando
eles solicitarem algum benefício no futuro . .

Sao reconhecidos tres grandes grupos de provas convincentes empreendidas


administrativa ou judicialmente: a documental, a pericial e a testemunhal. Os
interessados devem enfrentar ocorréncias a serem evidenciadas, presumidas,
notórias, e também das quais a dernonstracáo seja impossível.

Além do desenvolvimento da parte teórica que envolve o convencimento


como instituto técnico ou jurídico, o que mais interessa sao os meios conforme
eles possam ser apresentados e acolhidos.

Sem embargo da preocupacáo de sistematizar área expositiva tao


multidisciplinar, para facilitar a pesquisa dos leitores, algumas vezes os tipos
apresentados comparecem repetidos. O certo é percorrer o índice para encontrar
a solucáo buscada. Algumas delas sao comuns a todos os trabalhadores, mas
existem aquetas específicas de certas categorias ou ambientes laborais.

Quem tem o dever de apreciar urna cornprovacáo, desde o servidor instrutor


da pretensáo por ocasiáo do pedido do benefício, a Junta de Recursos ou a CAj do
CRPS durante a inconformidade, e os magistrados da Justica Federal, do Trabalho
ou Estadual, todos carecem concentrar-se para isso. considerando:

1. Examinar atentamente o ofertado e avaliá-lo com muito cuidado, afastando


falsificacóes. rejeitando fraudes e arreciando a má-fé e, na dúvida quanto a
matéria, auscultando o perito no assunto.

2. Confrontar o conteúdo da exibicáo, verificando se ela nao conflita entre


si, se concorrem os elementos e se conformam coma hipótese configurada.

3. Ponderar os meios, decidindo a príori se nao passam de simples indícios


(e aí os exigirá em número maior), inícios razoáveis - reforcados com
depoimentos testemunhais - ou provas plenas.

4. Atribuir valor persuasório ao conjunto probatório quando da reuruao


de pequenos dados, recordando-se das regras de interpretacáo do livre
conhecimento em cada área da previdéncia social.

5. Classificar a rnanifestacáo segundo o ambiente e o momento em que os


fatos se deram, exigindo menos da área rural e mais da urbana; pouco do
trabalho doméstico e o esperado, dos demais.

6. Decidir, in casu, se cabe o in dubio pro misero, aceitar a torca maior ou a


demonstracáo impossível, notória ou desnecessária.
7. Ouvir atentamente as testemunhas e, se for o caso, acareá-las. atento as
contradicóes havidas e lembrando que as pessoas térn dificuldades para se

34
recordar de fa tos ou números do passado e, também, que qua se sempre os
depoentes sao solidários com o justificante.

8. Sopesar a confiabilidade, a idoneidade e a validade dos declarantes e dos


depoimentos, com a sabedoria dos experientes, pensando na justica social
previdenciária.

9. Saber se os depoentes estavam trabalhando ao mesmo tempo e intuir qual


o grau de relacionamento como justificante.

1 O. Lembrar que a producáo tem de ser contemporánea ao fato, objetiva,


clara, consentánea e própria, elementos a serem configurados pelo
magistrado, lembrando que os tribunais superiores nao térn o encargo de
examinar provas.

Na 3ª edicáo acrescemos matéria sobre a uniáo homoafetiva, trabalho no


exterior, menor aprendiz, direito dos presidiários, transtorrnacáo de benefícios e
aposentadoria especial do servidor (Tópicos ns. 621/680).

Nesta 4" edicáo, por último, a prova do inicio da uniáo estável com vistas a
Medida Provisória n. 664/14.

Wladimir Novaes Martinez

35
CAPÍTULO 1

FONTES FORMAIS

O assunto prova comparece assiduamente no Direito Processual e tem realce


na leqislacáo previdenciária, ainda que nao com a relevancia que ele merece nessa
última esfera. Daí a necessidade de remissóes ao Código Civil e ao Código de
Processo Civil, leis fundamentais do mecanismo persuasório.

Sao úteis consultas a


construcáo doutrinária do instituto, sua validade em
cada caso, os instrumentos possíveis e até mesmo aqueles meios tidos sem eficácia.

11. Garantía constitucional

De forma lapidar, diz o art. SQ, LV, da Carta Magna que:


"aes litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral sáo assegurados
o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes".

Urna diccáo nao completa, mas o que importa é que ela, combinada com
o inciso LVI do mesmo artigo da Lei Maior, garante o direito a
prova como meio
de defesa. E, evidentemente, ainda que nao haja acusacáo ou lide. Sua referencia
ao litigante e ao acusado nao exclui a possibilidade de, fora do processo e do
procedimento, isto é, no bojo da arbitragem privada também haver essa pretensáo.

A evidencia,em qualquer ambiente jurídico pode nao haver o contencioso,


mesmo que alguém saliente fato de seu interesse. Quando um segurado requer
um benefício, nao há. ainda, qualquer oposicáo. mas ele se obriga a convencer
a autarquía do seu direito (até que a orqanizacáo da entidade, o seu banco de
dados, dispense muitos registros particulares).

Prova é instituto técnico constitucional, criado em tempos imemoriais,


mediante a qual um ser humano convence ou tenta convencer outro ser humano
ou institukáo da existencia presente ou passada de alguma coisa.

12. Código Civil

O Título V do Livro 111 - Dos Fatos Jurídicos, do Código Civil, é designado


Da Prava (arts. 212/232). Além de urna especial, sao indicadas cinco fórmulas
consagradas: 1) confessional; 11) documental; 111) testemunhal; IV) presuntiva; e V)
pericial.

37
No art. 215, faz-se referencia a um recurso que poderia ser designado de
oficial, elegendo-se a certidáo com a mesma eficácia probante do original (art.
216) e os traslados (art. 217).

A fotografia reconhecida (art. 223), sendo acolhidas as reproducóes


é

cinematográficas, fonográficas e quaisquer outras, mecánicas ou eletrónicas, se a


parte contrária nao as impugnar (art. 225).

Por último, duas disposicóes de interesse da previdéncia social, ausentes na


sua leqislacáo: se o beneficiário nao se submete ao exame médico, nao pode se
favorecer dessa recusa (art. 231 ). "A recusa a perícia médica ordenada pelo juiz
poderá suprir a prova que se pretendia obter com o exame" (art. 232).

13. Código de Processo Civil

Como nao poderia deixar de ser, pois se trata de instituto técnico processual,
o CPC destina 112 artigos ao Capítulo VI - Das Provas (arts. 332/443). Sao oito
secóes:
1) Disposicóes gerais (arts. 332/341 );
11) Depoimento pessoal (arts. 342/347);
111) Confissáo (arts. 348/354);

IV) Exibicáo de documento ou coisa (arts. 355/363);

V) Prova documental (arts. 364/399);

VI) Prova testemunhal (arts. 400/419);

VII) Prova pericial (arts. 420/439);

VIII) lnspecáo judicial (arts. 440/443).

14. Código Penal

O CP nao tem dispositivo sobre a prova; trata-se de um código substantivo,


mas disp6e amplamente sobre a falsificacáo de documentos, ou seja, sobre a falsa
prova (arts. 296/305).

15. Código de Processo Penal

Evidentemente, o CPP também deveria conter muitos dispositivos sobre o


tema e sao 146 artigos do Título VII (arts. 155/250).

38
16. Código Tributário Nacional

Nao existe um Código ProcessualTributário (mas leis esparsas que tratam do


assunto) que disponha, por exemplo, sobre o recolhimento dos tributos.
O art. 191 do CTN f ala da prova da quitacáo das exacóes para fins de ser
concedida a concordata.

17. Direito do Trabalho

Em seus arts. 818/830, a CLT dispóe sobre a prova no processo trabalhista.

18. Plano de Benefícios

No que diz respeito ao direito as prestacóes, a área mais importante do


Direito Previdenciário, o PBPS refere-se aos meios de que o beneficiário dispóe para
convencer o órqáo gestor da sua pretensáo, isto é, a prova dos requisitos legais.
Entretanto, ela tem sido deixada a cargo mais da doutrina e da jurisprudencia do
que da leqislacáo.
De acorde com o art. 108 do PBPS, a justificacáo administrativa suprirá:
"a falta de documento ou provado ato de interesse de beneficiário ou empresa, salvo no que
se refere a registro público".

O art. 55, § 31l, do PBPS garante os meios de prova do tempo de servico,


disposicáo que exclui o depoimento exclusivamente testemunhal.

19. Regulamento da Previdéncie Social

Os arts. 142/151 do Decreto n. 3.048/99 configuram exclusivamente a


justificacáo administrativa, destacando-seos seguintes aspectos:
1) Conceito- Meio "utilizado para suprir a falta ou insuficiencia de documento
ou produzir prova de fato ou circunstancia de interesse dos beneficiários"
(caput do art. 142);
11) Vedacáo - Seguindo o CPC e o PBPS, é adotada para demonstrar os
registros públicos;
111) Participacáo no processo - Só é possível quando do pedido de benefício;
IV) lnício razoável de prova material - Exigencia fundamental;
V) Forca maior - O documento básico para a ausencia da prova, no caso de
incendio, inundacáo ou desmoronamento, é o registro policial da ocorréncia
(BO);

39
VI) Existencia da empresa - Quando de servico prestado para empresa que
cessou as atividades, no mínimo o segurado tem de convencer o INSS de que
ela existiu;

VII) Substituicáo pela justificacáo judicial - Se baseada em início razoável de


prava material, a justificacáo feita em juízo substitui a administrativa;
VIII) Requerimento do procedimento - Peticáo inicial da justificacáo
administrativa;
IX) Depoimento testemunhal - Regras sobre quem pode e nao pode
testemunhar;
X) Al<;ada - Da decisáo nao há interposkáo de recurso, mas, se ela implicar
negativa do benefício, desse ato administrativo cabe o recurso a JRPS;
XI) Avaliacáo globalizada - Os documentos e os depoimentos tem de ser
sopesados conjuntamente;
XII) Gratuidade - A exemplo da solkitacáo do benefício, nao há custas para
o requerente;
XIII) Ausencia de outros meios - Somente possível quando nao existirem
diferentes maneiras de se chegar ao mesmo resultado.

20. IN INSS n. 20/07

Entre outros dispositivos, os arts. 119/126 da IN INSS n. 20/07 dispóem


sobre a comprovacáo de tempo de servico.

Urna boa lista de pravas do trabalho rural comparece nos arts. 136, l/XIX e
140/154.
A insalubridade é demonstrada consoante os arts. 186/189.

40
CAPÍTULO 11

CONCEITO DOUTRINÁRIO

A despeito de ser vastíssima e nao conhecer limites materiais, abstraindo


por ora pretender tecnicamente conceituá-la ou definí-la, nao existem muitas
dificuldades em se descrever ou pelo menos de tecer consideracóes sobre o que
seja a prova.

Em razáo da natureza da relacáo jurídica de previdéncia social, quando da


solicitacáo de prestacóes, o beneficiário carece induzir o INSS da existencia dos
requisitos legais do seu direito material. Os principais requisitos que reclamam
essa dernonstracáo dizem tespeito ao tempo de servico, ao pagamento das
contribuicóes e a falta de condicóes para trabalhar.

Assim sendo, produzir a prova da presenca dos deflagradores da pretensáo


ao benefício é atividade que pressupóe domínio dos instrumentos que a tornam
necessária, possível e convincente.

21. Detlnicéo técnica

Fora do ámbito jurídico, a prova é todo instrumento material ou virtual


admitido ou nao em Direito, promovida antes ou depois de alguma data-base,
que permita a alguém, ou o obrigue a admitir a existencia do fato alegado pelo
interessado. As vezes, de aceitá-lo ou de cornpreendé-lo.

Sao todos os meios disponíveis para convencer terceiros de alguma coisa.


Grosso modo, a totalidade dos recursos, ainda que se possa oferecer certa
resistencia aos ilícitamente obtidos. A conviccáo dependerá dessa multiplicidade,
do poder de persuasáo de cada urna deles, de sua. natureza, oportunidade e
reconhecimento. Quando alguém a sopesa, fica sensibilizado com um ou outro
aspecto, em razáo de sua íntrospeccáo. experiencia e juízo pessoal sobre aquele
acontecimento. Por isso existem inícios de prava, capacidade de convencimento e
até dernonstracáo exaustiva.

Persuasáo emanada de qualquer pessoafísica ou jurídica, pública ou privada,


em razáo de qualquer entidade. No Direito Previdenciário, limitada a ser suscitada
em face do órqáo gestor, administrativa ou judicialmente, e desse gestor em
relacáo ao particular, os segurados ou seus dependentes.

41
22. Contraprova

Como os depoimentos testemunhais em acareacáo, as prevas podem ser


confrontadas, e extraída alguma condusáo dessa oposicáo persuasória. Urna
demonstracáo contrária destrói outra dernonstracáo, sem que se saiba até o final
dos tempos qual era a verdadeira.
Elas nao sao iguais, tém diferentes poder de convencimento, sendo que a lei
confere a algumas pessoas o poder de elege-las, caso contrário os litígios nunca
teriam fim.
Um magistrado examina a aleqacáo da incapacidade para o trabalho de
um segurado, ao lado de um laudo médico pericial com as opinióes do INSS, e
mantendo-se em dúvida técnica, consultará um perito judicial desempatador e
tirará suas condusóes finais.

Tenta-se o máximo possível, mas verdadeiramente nao há compromisso real


coma verdade.
A lei autoriza a contraprova, que é feita com outra prova, emanada de
diferente origem, mas igualmente um modo de conviccáo.

23. Materialidade da persueséo

A prova diz respeito diretamente a substancia das entidades; refere-se a


matéria, ser ou nao ser alguma coisa.

O que se discute, prova-se ou nao, é um ato ou fato material, nada mais do


que isso (inaptidáo para o trabalho, óbito, tempo de servico. gravidez, filiacáo.
inscricáo. contribuicáo, etc.).

Num passado recente foi necessário evidenciar a moralidade das pessoas


(síc), e no Direito do Trabalho ainda hoje isso é importante.

24. Nega~ao do fato

Prova-se ou nao um fato que teria ocorrido; a negativa é tecnicamente


impossível de ser evidenciada, exceto com urna demonstracáo positiva excludente.
lncapacidade para o trabalho é a falta de aptidáo, a ser persuadida e, da mesma
forma, o segurado poder trabalhar.
Daí a dificuldade formal de se evidenciar que nao se é outra pessoa (aquela
que já teve um benefício em seu nome).

Para evidenciar que nao ingressou incapaz, o segurado tem de aclarar


que estava apto para o trabalho; ao contrário, o INSS precisa convencer-se
de que havia falta de condicóes.

42
Concluir que nao recebeu remuneracáo ou salário é materialmente muito
difícil; mais fácil é transferir a responsabilidade a quem alegar o fato.

Nao ter recebido o AR é muito embaracoso, porque quem o emitiu tem o


recibo ou nao o tem.

25. Distinr;ao sexual

lndependente do que seja cientificamente um ser humano do sexo masculino,


feminino, hermafrodita, hetero, horno, transexual ou bissexual, é possível avultar
ser segurado ou segurada para fins de prestacóes, com a certidáo de nascimento e
até de casamento. Quem confere eficácia a prova é o documento - se verdadeiro
- e nao a pessoa.
Catalogado como homem ou como mulher no documento oficial previsto na
lei, independente do que pense a antropologia sobre o examinado, será homem
ou mulher perante a previdéncia social.

Após exame pericial, se a justica entendeu que a senhora Roberta Close é


mulher, ela terá direito a aposentadoria por idade cinco anos antes que os homens.
Convencer o INSS de que é trabalhador rural é enfrentar enormes dificuldades,
pois a atividade rurícola nao deixa os mesmos sinais que a urbana.

26. Defesa ou acusar;ao

Didaticamente, a prova pode ser classificada como de defesa ou de acusacáo


e ela nao apresenta qualquer diferenc;a. Cobrada urna contribuicáo. se o sujeito
passivo da acáo fiscal consegue persuadir que houve o pagamento, ele se defende
da acusacáo com sua prova.

Nesse último sentido, ela nao se distingue, embora as vezes seja atetada por
presuncóes. Se urna empresa reteve ou recolheu o descanto do empregado, ou
nao, isso pouco importará a ele como segurado, porque o art. 33, § 52, do PCSS
presume que sobrevieram a retencáo e o recolhimento.

27. Nao contestecéo

É aceito o fato alegado por alguém que tenha esse poder e nao conteste.
Nao há aí, na verdade, prova alguma, mas inércia. Todavía, essa decisáo funciona
como se tivesse havido urna persuasáo convincente.

28. Vida e residencia

Em inúmeras circunstancias é preciso convencer de que alguém está vivo ou


de que se reside em algum domicilio. Geralmente isso feíto com um documento
é

fornecido por pessoa para isso autorizada pela lei.

43
Depois de identificado por mecanismos que permitam essa averiquacáo
(a maioria das certidóes nao tem foto), essa autoridade certifica que quem ali
compareceu e exibiu aquele documento está vivo, e tal declaracáo passa a valer
como prava da sua existencia. Pelo menos na data de assinatura de certidáo.

Curiosamente, o fato verdadeiro, a maior prava natural (exceto de pessoa


celebrizada), a presenca da própria pessoa sem documento, de nada serve.
Quando um médico examina certo paciente, o laudo pericial dirá respeito aquele
que ali se identificou com um documento.

29. Registros cadastrais

Quando alguém preenche um formulário cadastral com inforrnacóes


pessoais, especialmente perante a qual possa reconhecé-las, caso da assinatura
em documento por cartório, essa evidencia escrita terá grande eficacia persuasória
perante terceiros.

De certa forma, guarda urna presuncáo de validade juris tantum, abrigando a


contraprova por quem nao aceitá-la. Diante das anotacóes na CTPS, o INSS só tem
urna alternativa: aceita o que ali está escrito ou demonstrará materialmente que é
falso. E nao pode, a rigor, como vem fazendo as vezes, inverter o 6nus da prova.

30. Fé de ofício

Em Direito Administrativo, tem-se que os documentos oficiais, como os


registros públicos, gozam de torca probatória extraordinária, chamada de fé
de ofício. Para que tal fortaleza seja arneacada em sua conviccáo, será preciso
dernonstracáo longa, efetiva e convincente de que o ente político emissor vem
faltando com a verdade, dando dedaracóes falsas.

Se a Prefeitura Municipal afirma que o contribuinte se inscreveu no ISS, ele


está inscrito. Com as ressalvas próprias desse documento, previdenciariamente
quando alguém obtém regularmente a CND, ele nada deve ao RGPS.

Urna CTC legítima emitida pelo INSS é prava indiscutível e incontestável, um


pressuposto de tempo de servico a ser computado por qualquer ente político vía
contagem recíproca de tempo de servico (Leí n. 6.226/75).

Nesse sentido, o depósito mensal regular do FGTS durante longos anos,


especialmente se referindo a passado remoto, é prova final de que aquele
beneficiário foi empregado de urna empresa durante os meses de recolhimento.

44
CAPÍTULO 111

QUESTÓES JURÍDICAS

Comparada com a importancia decisiva que detém, a prova em si nao


suscita grandes indaqacóes científicas em Direito. Tratando-se de instituto técnico,
substancializada sua expressáo, ela nao envolve questóes teóricas, empanados
esses aspectos pela grandeza dos seus meios materiais.

As vezes, o estudioso se esquece de que a prova é um direito de qualquer


um dos polos da relacáo e, destarte, o órqáo gestor também desfruta essa
possibilidade, especialmente quando de acóes tramitando nos tribunais, de sua
iniciativa e/ou por parte dos beneficiários ou contribuintes.

31. Natureza jurídica

Na área do conhecimento humano, que agora importa, existem dois universos


significativos: a) o da realidade fática; e b) o da construcáo jurídica virtual (relativa
aquela realidade).

O direito criou urna ficcáo pertinente ao mundo real. Assim, além da


pessoa física, que épalpável material e formalmente, subsiste a pessoa jurídica,
entidade impalpável de grande repercussáo jurídica. Em face da infinidade de
acontecimentos, dos dissídios instalados entre os homens e da interpretacáo
que cada um dá a um mesmo evento gerador de conflitos, irnpóe-se apurá-los e
circunscrevé-los no domínio jurídico. Na maioria dos casos, para dirimir eventuais
desencontros subjetivos e objetivos.

Alguém quer saber se está doente para se tratar e se curar, e entáo consulta um
médico. Noutro caso outrem busca esse mesmo profissional para tomar conhecimento
de praticamente a mesma coisa e assim f azer jus a um benefício jurídico. Nesse último
caso, tem necessidade de convencer o órqáo gestor do benefício a sua incapacidade.
No caso da previdéncia social, pensando no auxílio-doenc;a.

Daí a prova assumir o papel de instrumento técnico de persuasáo de alguém,


de alguma coisa (no Direito Previdenciário, principalmente, de que reúne um ou
mais requisitos exigidos para gozar urna prestacáo).

32. lmprescritibilidade do direito

Derivando da imprescritibilidade do direito aos benefícios, dele é um


subproduto, nao poderia haver decadencia do exercício da preva.

45
Em qualquer momento o interessado pode utilizar-se do mecanismo de
convencimento; aliás, a ancianidade característica notável da prova.
é

As provas nao tém idade; elas sao totalmente convincentes, térn eficácia
parcial ou nao tém capacidade persuasória.

33. Hierarquía das provas

Em virtude da multiplicidade infindável dos meios, era de se esperar que elas


pudessem ser cotejadas e confrontadas, para urna eleicáo da que é melhor para
o fim a que destina. Nesse sentido elas sao colecionadas, ou seja, classificadas e
catalogadas quanto ao poder de persuasáo, ou seja, hierarquizadas.

Subsistem, entáo. provas frágeis (a anotacáo da palavra "lavrador" no título


de eleitor de um trabalhador rural), de eficácia mediana (recibos de pagamento
como inícios razoáveis) e provas contundentes, vale dizer, exaustivas, suficientes,
convincentes (caso da anotacáo do registro do empregado na CTPS e na Ficha
Registro de Empregados).

Nao se pode confundir a validade da conviccáo do magistrado que é raciocínio


subjetivo operado a partir do que para ele foi oferecido nos autos.

34. Presuncáes acolhidas

Alguns fatos da vida sao admitidos sem que seja necessario fazer a
dernonstracáo material de sua ocorréncia. Nao é que eles dispensem a preva
(assertiva igualmente válida). Mas a conclusáo desejada é aterida e acolhida, e
produz efeitos a partir de outro fato, entáo presente.

No Direito Previdenciário, a maioria das presuncóes é relativa, mas também


existem algumas absolutas. A presuncáo do "descanto" do art. 33, § SQ, do PCSS
dispensa prava por parte do trabalhador beneficiado por essa regra (presuntione
jure et de jure). O que está anotado na CTPS é válido (presuntione juris tantum).
A dependencia económica de certos beneficiários (PBPS, art. 16, 1) do nexo
técnico epidemiológico previdenciário (Lei n. 11.430/06 e Decreto n. 6.042/07),
da validade dos atos administrativos, do trabalho do sócio-gerente e da pensáo
alimentícia sao fa tos dados como existentes pela lei.

Segundo o Decreto n. 53.831/64, quando o profissíonal relacionado no seu


Anexo 111 exerceu em caráter habitual e permanente a sua profissáo, presume-se
a
que ele ten ha se exposto aos agentes nocivos inerentes ocupacáo. Quem preten-
der opor-se a essa afirrnacáo terá de fazé-lo em outra linha de raciocínio (a pessoa
nao trabalhou, nao exercia aquela profissáo, operou interrompidamente em cará-
ter ocasional ou intermitente, etc.), mas nao que nao se exp6s ao perigo de ter sua

46
saúde ou integridade física arneacadas. Em suma, o segurado somente precisa
convencer de que era um dos profissionais elencados no aludido anexo e de que
realizou a atividade a ela inerente. Um arquiteto - profissáo ali nao contemplada
- que quiser os 40°/o do engenheiro terá de provar que operou como engenheiro
(o que nao é materialmente fácil).

35. Convencimento do julgador

Produzidas as provas pelos dois polos da relacáo litigiosa, cotejadas por quem
tem o dever de avaliá-las e é abrigado a decidir (administrador ou magistrado),
os processos e os procedimentos seriam infindáveis se o julgador nao retivesse o
poder de decidir segundo urna interpretacáo pessoal da instrucáo probatória.

lndependentemente da verdade material (buscada pelo procedimento


administrativo com mais éníase), com a sentenca subsistirá urna verdade adjetiva,
e, até que seja rescindida, prevalecerá no mundo jurídico.

Convencido um juiz de que o segurado desapareceu, ele determinará sua


ausencia, como se ele tivesse f alecido, mandando conceder a pensáo por morte aos
dependentes. Se, mais tarde, o segurado reaparece, sua morte nao era verídica, o
ato jurídico praticado fora perfeito (impendo-se as devidas correcóes).

36. Meios de obtencéo

Existem prevas ilegais e meios ilegais de producáo de prevas lícitas (e ilícitas).


O juridicamente correto é a sua obtencáo regular, legal e legítima, o que é
comezinho.

Se alguém consegue urna certidáo de nascimento materialmente boa, em


que declare urna fa Isa ida de, a preva nao tem validade nen huma porque nao
convence. Obtendo urna certidáo de nascimento materialmente falsa, que declare
a verdade, subsistirá urna falsidade material (devendo ser punido por isso), mas a
prova é boa.

37. Ónus do produtor

A paremia latina de que quem alega tem de provar é verdade em Direito


Previdenciário (allegatio et no probatio quasi non allegatio), subsistindo dúvidas
apenas quanto a quem está obrigado a o que. Quando couber ao segurado
demonstrar alguma evidencia, o encargo é dele; o mesmo se passa com o INSS.

A princípio, é um dever do segurado de convencer a autarquía de que se


submeteu durante 25 anos a
insalubridade. Urna vez obtida a aposentadoria

47
especial, mais tarde sobrevindo dúvidas materiais, é dever do INSS persuadir que
nao tora verdade. Nos dois casos isso é feito com pesquisas de campo (ambiente
laboral). Na prática, porém, a autarquia inverte o ónus da preva, passando a f azer
exigencias, ameacando suspender o benefício, impondo exigencias que nao fizera
quando da instrucáo do pedido.

Em seu art. 333, o CPC dispóe que cabe "ao autor, quanto ao fato constitutivo
do seu direito", a prova. Igual se col he no art. 818 da CLT. Quem tem de convencer
a consumacáo de um crirne previdenciário é o Ministério Público.

38. Momento da produ<;áo

Conforme cada relacáo jurídica e no bojo desse vínculo formal, consoante


a volicáo das partes, enfim, de acordo corn a pretensáo do titular de um direito,
apresenta-se o momento de produzir as pravas.

Quem requerer um benefício deve provar o direito na DER. Aliás, a rigor, só


por tradicáo essa regra é imposta, porque ela poderia ser feíta antes (máxime,
estando por perecer). Negada a prestacáo e interposta a inconformidade, o
convencimento ou seu reforce será feito junto com o recurso.

Segundo a Súmula STJ n. 7:


"A pretensáo de simples reexame de prova náo enseja recurso especial", indicando que
processualmente existe momento adequado para acontecer o convencimento.

No entender do desembargador José Amílcar Machado, nao pode o apelante


no Recurso de Apelacáo juntar novas (e contundentes) pravas do trabalho, máxime
se apreciadas pelas Contrarrazóes do INSS (decisáo de 8.3.05, da 1 ;i Secáo do
TRF da 1 ª Reqiáo, no EIAC n. 2001.01.00.034.485-0/MG, DJ de 8.3.05, in RPS n.
207 /517). Esse entendimento formalista só serve para protelar a decisáo: nesse
caso, o tribunal deve baixar os autos para a primeira instancia apreciar a prova
nova. Caso contrario. o segurado, encontrando fundamentos jurídicos processuais
para isso. ingressará com outra acáo.

39. Regras de interpretecéo

Nao existe comando próprio para a exegese da prova. Urna vez definido o
domínio em que se encontra o dissídio, se na área de filiacáo. contribuicáo ou
benefício, cada um desses segmentos comportando modalidade prevalecente de
técnica hermenéutica securitária, per se, a prova matéria adjetiva e segue os
é

preceitos desse domínio.

Subsistindo dúvida insolúvel sobre a incapacidade, o benefício deve ser


deferido, prosseguindo-se a investiqacáo. Se um segurado nao logra provar que
quitou a contribuicáo. pagará novamente.

48
40. Princípios aplicáveis

Dada a materialidade e o tecnicismo da dernonstracáo. com excecáo dos


constitucionais, nao sao muitos os princípios aplicáveis a prova. O principal deles,
evidentemente, é o da ampla defesa e do contraditório (CF, art. 52, LVI).
Abaixo da Carta Magna, pode ser sustentada a boa-fé do contribuinte,
especialmente quando da confissáo.
Princípio geral de Direito, tem validade na prova o acessorium sequitur suum
principa/e.

49
CAPÍTULO IV

TIPOS DE DEMONSTRA<;ÁO

O universo da prova previdenciária é vasto porque sao complexas as relacóes


materiais e jurídicas da previdéncia social.

Pensando em individualizá-las e personalizá-las, elas podem ser identificadas,


consoante a sua natureza.

41. Promocéo material

No comum dos casos, quando a dernonstracáo é promovida com matéria,


que se diz material, significa desiqnacáo genérica inegável, pois quase todas elas
sao substancializadas.

Urna fotografía é prova material, assim como urna declaracáo verbalizada


(mas, entáo. toma outro nome). Nesse sentido, o Juizado Especial Federal, que
adota o processo virtual, deveria permitir a juntada dos instantáneos por outros
meios, já que o escaneamento prejudica a resolucáo das fotografías.

Quer dizer, quase todas as provas sao físicas, raramente imateriais ou virtuais.

42. Expresséo documental

Caso a evidencia seja expressa por meio de um documento, normalmente em


papel, se diz que é documental.

Urna certidáo de nascimento é urna dernonstracáo desse tipo. A Ficha de


Registro de Empregados é outro convincente papel que informa a adrnissáo do
empregado na empresa.

43. Análise pericial

Designa-se de prova pericial aquela feíta por perito, um profissional habilitado


formal e tecnicamente para isso. Trata-se de documento com grande poder de
convencimento administrativo e judicial.

A condusáo goza da presuncáo de veracidade, e esse meio admite as variacóes


grafotécnicas e documentoscópicas.

50
44. Depoimento testemunhal

Um meio de convencer que algum fato sobreveio é a afirrnacáo verbal


testemunhal. No Direito Previdenciário ela nao tem a mesma assertividade que
no Direito do Trabalho, mas em determinadas circunstancias é elemento decisivo
que o segurado ou dependente detém para persuadir a Administracáo Pública da
existencia do seu direito.
Em relacáo ao trabalhador rural e ao empregado doméstico, o depoimento
assume papel decisivo; esses segurados nao dispóern de outros meios de
convencimento.

45. Contissño do titular

A confissáo do autor nao pode ser desprezada como instrumento probatório,


embora seja o menos convincente de todos eles. Em certos casos, entretanto,
especialmente quando elaborada sem a intencáo de servir como tal, especialmente
na prova emprestada, ela tem grande utilidade.

Cartas emitidas ou recebidas em passado remoto que fizerem referencia ao


trabalho do remetente ou destinatário servem como inicio razoável de prova material.

46. Administrativa e judicial

Diz-se que a prova é administrativa quando operada junto aos órqáos públi-
cos, em particular no INSS ou RFB.
É dita judicial se empreendida na Justka Federal, Justica do Trabalho ou
Justica Estadual em procedimento particular específico (justificacáo judicial) ou nos
autos de um processo previdenciário.

47. Polos da rela<;ao

Segundo essa dassificacáo. subsiste a prova do autor da acáo administrativa


ou judicial e prova do réu (que também poderia ser designada de contraprova).
Nunca é desnecessário lembrar que o órqáo gestor também deve provar o
que alegar, principalmente nos procedimento de cobranca de benefícios indevidos
(IN INSS n. 49/1 O).

48. Perícia documentoscópica

As vezes, o documento probante tem de ser submetido a


análise científica
do material em que se expressa a dedaracáo. a tinta utilizada, a letra de quem o
preencheu e assim por diante.

51
Essa pericia é designada como documentocópica porque envolve a
materialidade do corpo físico. Mas a expressáo se alargará se, em vez de documento
em si, a prova foi examinada a partir de outro material que recebeu a inforrnacáo.

49. Certificadooficial

Quando o atestado afirmativo de um ato provém de um órqáo do governo,


ele se diz oficial (certidáo emitida pela Prefeitura Municipal, CTC, BO da polícia,
certidáo do Corpo de Bombeiros, CNIS, RIS, FGTS etc.), alguns deles detendo fé
de ofício.

50. Direito privado

Se o dissídio está sendo composto perante urna corte de arbitragem se


poderá intitular essa prova de particular, já que restrita ao direito privado e será
res in ter alios.
Podendo ser utilizada, evidentemente, como início de prova material.

52
CAPÍTULO V

MODALIDADES VÁLIDAS

As provas conhecem manifestacóes quase infindáveis, de tantas que costu-


mam ser. Sua classificacáo tem papel didático, mas é importante salientar que
alguns dos modos tém mais torca probante que outros.

51. Texto escrito

No mais comum dos casos, a prova é registro escriturado, ou seja, prosa


vernacular, em língua nacional ou estrangeira, estampado numa folha de papel
ou outro material que absorva a insercáo do pensamento humano, de regra
manuscrito, datilografado ou digitado.

Modernamente sao muitíssimas as matérias-primas que aceitam a inscricáo


de caracteres, seja por impressáo, pirogravura, seja por sobreposicáo de tinta,
pintura em baixo ou alto-relevo, principalmente papel, tecido, madeira, metal, etc.

A ancianidade da data, do papel ou da tinta é forte indicador da autenticidade,


veracidade e correcáo. mas a linguagem também deve ser examinada porque pode
informar a fraude no texto.

52. Psicografia espirita

Pode dar-se de o texto considerado ter sido inspirado ou indicado mediante


processos mediúnicos, na esfera da doutrina espírita, mas de todo modo reprodu-
zido textualmente ou gravado em papel.

Ainda existem resistencias jurídicas a essa metodologia, cada caso justificando


exame particular do material apresentado.

53. Grava{áo em vídeo

A imagem gravada em vídeo testemunha a ocorréncia de algum fato, como


é o caso do trabalhador prestando servicos na empresa.

Gravacóes a partir de imagens da TV térn a mesma torca expressiva e sao


reforces de prova do trabalho de quem nele aparece.

53
54. Voz humana

A diccáo falacia e gravada é depoimento testemunhal, cuja reproducáo se


fará perante o órqáo a quem se quer convencer.

Evidentemente comporta edicóes, falsificacóes e fraudes, justificando,


portante, que antes seja examinada por peritos.

55. lmagem microfilmada

Embora já nao seja tao largamente empregada como no passado, a fita


de microfilmagem tem autenticidade suficiente para ser utilizada como meio de
prova.

Os bancos, as grandes empresas e os órqáos públicos costumavam armazenar


inforrnacóes que poderiam ser úteis para os beneficiários da previdéncia social.

56. Mensagem criptografada

A prova criptograf ada é a codificada, raramente empregada, só pode ser


utilizada depois da decodificacáo.

Um texto escrito em código secreto, se for traduzido a partir da. senha,


poderá conter dados de interesse para a prova.

57. Declerecéo testamentária

Embora de reduzido alcance na previdéncia social em matéria de desiqnacáo,


o conteúdo de um testamento sugere indício de trabalho ou de vontade do
testador. Pode haver ali urna indicacáo inesperada.

58. Filmes de celuloide

Como as fotografías, os filmes sao ótimas provas que convencem os


assistentes da ocorréncia de um fato importante. Tém a mesma importancia das
qravacóes em vídeo.

59. Demonstrecño virtualizada

Um documento pode ser digitado ou digitalizado, armazenado no HD,


transportado em pen-drive ou CD, enviado pelo computador e também destruído,
tudo no ámbito da informática.

54
Também pode ser impresso pelo receptor, se a mensagem nao tinha
impedimento técnico para isso.

Um e-mail, máxime evidenciada sua autoría, é autentica peca declaratória de


algum fato.

60. In extremis

Quando o depoimento é colhido de pessoaadoentada, internada em hospital


ou com dificuldade de expressáo devido a enfermidade, ele tem o mesmo valor
probante. Se o internado é paciente terminal, essa rara prova é dita in extremis.

55
CAPÍTULO VI

CLASSIFICA<;ÁO DIDÁTICA

Urna dassificacáo por vezes é necessária; ela logra estabelecer distincóes


imprescindíveis ao conhecimento.

Exemplificativamente, nao existe presuncáo de preva. mas eventos tidos


como existentes sao hipóteses de que a conclusáo deriva de algum outro fato ou
de urna afirmacáo legal.

Os trabalhadores descontados nao tém necessidade de convencer o INSS de


que sua contribuicáo foi retida e recolhida pelos empregadores; isso é presumido
pela lei (PCSS, art. 33, § 52).

Querendo atribuir-lhe outra qualificativa, poder-se-á dizer que, nesse caso, é


urna prova desnecessária.

61. Prova inicial

Quanto ao espectro da fortaleza, ou seja, poder de convencimento, certa


prova é indiciária, vale dizer, nao é exaustiva. Quem apenas tem a profissáo de
lavrador indicada no título de eleitor ou no certificado de reservista militar possui
um início material de prova de que foi trabalhador rural. Terá de carrear mais
elementos convincentes.

As vezes, ela é mais do que indiciária e vem acompanhada de um reforce indutor,


associacáo com outra demonstracáo. assumindo razoabilidade persuasória. Urna
foto da pessoa operando, especialmente com uniforme de servico identificador,
é um inkio razoável de prova material de que trabalhou para certa empresa. Mas
nao será final, porque nao se tem na foto a datacáo do período de labor.

62. Persueséo direta

Diz-se que a prova é direta quando nao depende de mais nada, nenhum
reforce é exigido, dela deriva diretamente a condusáo. Fala por si só.

Até o advento do CNIS, a CTPS sem rasuras ou suspeita de fraude era exemplo
clássico e, em relacáo a períodos anteriores a 2001, assim deve ser entendido pelo
INSS. Aliás, gozando da presuncáo juris tantum de veracidade do anotado.

56
63. Demonstrecéo oblíqua

Nao sendo direta, a dernonstracáo nao é usual, mas se presta para os mesmos
fins. A utilizacáo desse meio é bastante comum, ainda que muitos o desconhecarn.

O recolhimento mensal do FGTS tem extraordinário poder de convencimento


da existencia da relacáo de emprego, da filiacáo do segurado.

64. Realiza~ao hodierna

No que diz respeito ao tempo, acontecimento e oportunidade, a prova pode


ser a priori, ou seja, sucedida antes que se possa adotá-la. porque nao chegou a
hora de realizá-la.

Lago, ela deve ser preservada, e nesse sentido é nitidamente ilegal a disposicáo
do RPS que nao aceita a JA, exceto em processo de benefício.

O mais comum é que seja hodierna ao tempo da producáo. ou seja, é


realizada por ocasiáo da dernonstracáo do direito.

Por último, as vezes acontece de realizar-se após o momento administrativo


ou judicial, isto é, a posteriori.

65. Conviccéo emprestada

A prova emprestada é aquela buscada em outros ambientes, como num


processo trabalhista, fiscal ou de outra ordem, e trazida aos autos do procedimento
ou processo previdenciário.

A sentenca final de urna reclamatória trabalhista ou até mesmo do acordo


trabalhista, em muitos casos, contém inforrnacóes relativas ao labor, período de
a
labor, salários auferidos, dados que interessam previdéncia social. Um Termo de
Rescisáo Contratual, entre outros, possui elementos que permitem configurar a
relacáo de emprego e tempo de servico.

66. Evidencia exaustíva

Respeitante a torca máxima do poder de conviccáo. a prova é dita exaustiva


quando esgota todos os meios possíveis.

lstoé, ela é robusta, correspondendo a ideia de fortaleza, gerando incon-


testabilidade. Urna certidáo de nascimento prava inquestionavelmente a idade do
trabalhador.

Por último, é convincente, sua torca persuasória leva a conviccáo plena.

57
67. lndício impossível

Alguns fa tos nao admitem a prova; ela é materialmente irrealizável pela


natureza dos acontecimentos que a circundam, por exemplo, ouvir alguém
falecido (exceto numa qravacáo anterior ao óbito), juntar-se documento destruído
pelo fogo (se nao existir urna cópia autenticada), demonstrar-se um ambiente que
nao mais existe (ainda que se possa tentar reconstruí-lo por analogía com outros).

68. Reuniéo coletiva

Existem documentos emitidos que envolvem mais do que a pessoa que está
querendo usá-los como prova de alguma coisa. lmpor-se-á ao autor o dever de
identificar-se nessa coletividade. Sao guias coletivas de recolhimento de tributos
ou contribuicóes sociais, fotografias, etc.

69. Origem estrangeira

Algumas provas provérn do exterior, onde aconteceram os fatos; outras ali


puderam ser consumadas (ouvindo-se as testemunhas que moram fora do País),
sendo importadas para os autos dos procedimentos e processos.

Certid6es ou diplomas reconhecidos no Brasil demonstram a idade de


estrangeiros ou a profissáo.

70. Ambito processual

A prova promovida na adrninistracáo ou no juízo nos autos de um expediente


é tida como processual, como é o caso da oitiva de urna testemunha.

lsso nao se confunde com o poder de convencimento do administrador ou


magistrado, porque é um atributo a eles outorgados e nao um meio de prova.
Diante dos fa tos a presentados e das provas exibidas ou nao, ele se convence da
existencia ou nao de um direito reclamado.

58
CAPÍTULO VII

CARACTERÍSTICAS BÁSICAS

A prova apresenta algumas facetas que a distinguem de outras técnicas,


permitindo evidenciar sua individualidade e viabilizar melhor a cornpreensáo desse
fenómeno jurídico.

71. Exígíbilídadepressuposta

Em cada caso, urna ou mais dernonstracóes dos fa tos sao reclamadas para o
exercício de certo direito previdenciário, restando raras as oportunidades em que
elas sao despiciendas. Conforme a natureza da pretensáo. elas sao impostas pela
lei, regulamento ou ato administrativo.

Curiosamente, cabe ao segurado contraditar inforrnacóes contidas no CNIS


que, presumidamente, foi instituído para que estivesse dispensado de evidenciar a
relacáo jurídica de previdéncia social.

Os requisitos básicos dos benefícios da previdéncia social f azem parte do


PBPS, sao esmiucados no RPS e ainda mais na IN INSS n. 20/07.

72. lmprescrítíbílídade do díreíto

Em si mesmas consideradas as pravas nao térn prazo de validade; produzem


efeitos todo o tempo que se quiser, podendo ser invocadas assim que o titular
desejar f azer uso delas. Sao, pois, naturalmente imprescritíveis.

Elas também fazem coisa julgada administrativa; se regulares, legais e


legítimas, descabe a quem quer que seja rejeitá-las posteriormente. Quem apre-
sentou urna CTC para averbacáo ou promoveu urna JA e mais tarde, quando do
pedido do benefício, a exibiu, nao pode te-la recusada, o momento de verificar-
-lhe as características de propriedade foi o da adrnissáo.

73. Ancíanídade do documento

Tendo em vista que o fato retratado representa a espontaneidade do passado


- naquele tempo realizado-, quanto mais antiga a prava, mais torca probante ela
costuma ter. Mas isso nao significa que a velhice de um documento seja a certeza
de sua veracidade; as vezes, a f alsidade ocorreu preteritamente.

59
Consoante a época da feitura, algumas delas suscitam maior propriedade (o
autor nao pensava no seu destino posterior). As circunstancias e o ambiente em
que foram obtidas também contribuem para conferir-lhe maior autenticidade. As
emprestadas tem bastante eficácia.

Tradicionalmente, na previdéncia social, atribuí-se mais eficiencia a documen-


tos antigos e menos aos recentes; aqueles seriam espontáneos e estes, preparados
(sic). Autenticidade nao se confunde com propriedade: um laudo técnico incom-
pleto continuará com essas características todo o tempo.

74. Veracidade da etirmecéo

A prova é verdadeira quando ela reflete a realidade (certeza que se obterá


por diferentes meios, inclusive pelo livre convencimento do juiz). Nao retratando
aquela mesma verdade, presente o dolo ou a culpa, ela será falsa.

Mas também pode ser equivocada, parcial ou insuficiente, e nao necessaria-


mente fraudada no sentido técnico e moral.

Até que demonstrado o contrário, a prova apresentada cerca-se da presuncáo


de boa-fé do portador. Evidentemente, trata-se de urna presuncáo relativa.

Um documento tem de ser veraz; nao pode ser material nem ideologicamente
falso ou adulterado. Daí a importancia de sua materialidade. Com os recursos
atuais da cibernética, é possível subtrair ou acrescer pessoas em fotografias e
filmes, abrigando a perícia técnica.

75. Autenticidadeda demonstrecéo

Autenticidade nao se confunde com veracidade. Um documento (referindo-


-se agora a base material, geralmente papel) pode ser autentico, mas refletir urna
mentira ou urna verdade cabendo no registro de urna certidáo fraudulenta emitida
ou obtida.

Um atestado médico autentico suporta urna afirrnacáo falsa sob urna


assinatura verdadeira do signatário.

76. Necessidadeprocessual

Existem fatos que tém de ser demonstrados, e outros, em menor número,


cuja evidencia nao é exigida do titular do direito. Os fatos públicos ou notórios
dispensam o convencimento; ninguém tem de avultar que existe o empregador
Prefeitura Municipal de Sao Paulo nos últimos 450 anos. Mas, se alguém afirmar
que foi empregado ou servidor da municipalidade paulista e nao dispuser dos
comprovantes habituais, terá de fazer a prova.

60
77. Capacidade de convencimento

As dernonstracóes podem ser ordenadas consoante sua efícácia probante.


Daí, num extremo, serem frágeis, pálidas e insuficientes, e neutro, robustas,
exaustivas e convincentes. E até mesmo nulas.

Urna prova frágil tem valor insignificante (simples fotografia sem data). A
pálida nao é insignificante, mas nao tem expressáo, diz pouco da pretensáo (a
fotografia tem data, mas nao retrata o ambiente de trabalho), e a insuficiente
é boa, mas parca. Ótima para provar pequeno tempo de servko diante de um
período maior.

Imagine-se alguém demonstrar que trabalhou de janeiro a dezembro de cada


ano, sem ter prova de ter recebido o décimo terceiro salário; será suficiente apenas
por esses dois meses.

Robusta é aquela forte e completa (CTPS). Convincente, a suficiente (CTPS +


folha de pagamento). Exaustiva. a que esgotar a necessidade (CTPS + FGTS). Por
último, nula, aquela que nao tem qualquer valor, nao diz respeito ao cenário.

78. Contestabilidade da epresentecéo

De modo geral (porque existem prevas finais), as prevas nao sao absolutas.
Elas podem ser contestadas por quem de direito que, in casu, assumirá o ónus da
contraprova.

O poder de império da Adrninistracáo Pública nao a exime da obriqacáo de


justificar o motivo do indeferimento de urna prova apresentada. Terá de dizer o
porque. quando rejeitar um documento.

79. Aplicabilidade procedimental

Urna prova encentra ressonáncias distintas conforme o ambiente em que


é produzida. A confissáo do autor, que pouco vale no Direito Penal, tem maior
expressividade no Direito Previdenciário. O depoimento testemunhal é bastante
significativo no Direito do Trabalho e pouca énf ase tem no Direito Previdenciário.
Na previdéncia social, relevam-se as declarac;6es dos autores quando se trata de
segurado doméstico ou trabalhador rural.

80. Constitucionalidadedo mecanismo

Fazer ou tentar fazer a dernonstracáo do alegado é direito subjetivo cons-


titucional assegurado pelo art. SQ, LV/LVI, da Carta Magna. Afirmando fato de
interesse do cidadáo, em prazo razoável, a Administracáo Pública tem de permitir-
·lhe que a convenc;a de sua veracidade.

61
CAPÍTULO VIII

DIVERSIDADE CIENTÍFICA

Conforme a área do conhecimento e especialmente o ramo jurídico, varia


a torca probante das provas (assinaladamente, a aceitacáo do depoimento
testemunhal). Urna mesma demonstracáo é acolhida num ramo jurídico, mas
padece de nova avaliacáo em outra disciplina.

81. Direito do Trabalho

T endo em vista a natureza das retacees laborais, em que enfáticas e desequilibra-


das as torcas económicas ou profissionais envolvidas (empregador e empregado), e
a empresa dispor de arquivos de quase todos os documentos definidores dos direitos
dos segurados, a leqislacáo, a jurisprudencia e a doutrina atribuem elevada eficácia ao
depoimento pessoal do reclamante e de colegas de servico e até de terceiros.

Na dúvida quanto ao alegado, o juiz trabalhista se orientará pela opiniáo dos


depoentes, as vezes até contra o conteúdo da prova escrita.

82. Medicina e sequrencs

De regra, o Setor de Recursos Humanos das empresas possui urna infinidade


de documentos importantes para a demonstracáo da filiacáo dos segurados (e até
da desiqnacáo de dependentes), sua contribuicáo mensal, o tempo de servico, o
nível de salários e outros aspectos de interesse previdenciário.

Por seu turno, o Setor de Medicina e Sequranca produz registros valiosíssimos


para a constatacáo ou nao de doencas ocupacionais.

As atas da CIPA tém papel extraordinário como meio de prova do ambiente


de trabalho. Esses assentamentos, próprios do empregado, sao de grande valia em
virtude da origem, autenticidade e espontaneidade.

Já as CAT emitidas também retratam o ambiente de trabalho, a par do cadastro


médico dos trabalhadores, que devem ser consultados como meios de prova.

83. Segmento previdenciário

O domínio dos benefícios - principal atividade-fim da previdéncia social - é


aquele em que a prova encentra o habitat natural para ser exercitada.

62
Em termos de justificacáo administrativa, a autarquia federal reserva-se o
direito de apreciá-la e concluir quase que subjetivamente.

Por qualquer motivo, fora desse mecanismo interno procedimental, a


concepcáo dos juízes é ligeiramente diferente.
Sabe-se que o exame da documentacáo operado por quem tem o dever
de liberar atrasados de vulto é mais rígido do que original. A rigor, esse duplo
exame da validade dos documentos deveria acorrer antes da emissáo da Carta de
Concessáo/Memória de Cálculo.
Na Justica Federal, diante da presenca do magistrado e do seu livre
convencimento, a postura do INSS também é parcialmente afetada.

84. Contencioso administrativo

Urna particularidade de a prova poder ser feita a qualquer tempo num


andamento administrativo confere-lhe um caráter próprio a ser destacado. Assim,
é permitido o reforce de prova a destempo.

A par do poder de revisáo da adrninistracáo. a busca da verdade material


também influi decisivamente na teoria da prova.

85. Custeio da contribuiciio

Tradicionalmente, a aplicacáo, a inteqracáo e a interpretacáo da leqislacáo


previdenciária relativa ao financiamento da seguridade social sao orientadas
restritivamente.

Quando de dúvidas, simplificando o raciocínio, o contribuinte tem o tempo todo


o ónus de convencer o INSS ou a Receita Federal do Brasil de que recolheu a exacáo,

86. Direito Civil

O Direito Civil disp6e sobre matéria substantiva e regula a prova nos arts.
212/232 da Lei n. 10.406/02.

Nosso Código Civil admite a prova confessional (1), a documental (11), a


testemunhal (111), a presumida (IV) e a pericial (IV).

Atribui fé pública a escritura pública (art. 215), dá validade as "certidóes


textuais de qualquer peca judicial, do protocolo das audiencias, ou de outro
qualquer livro a cargo do escriváo" (art. 216), configura eficácia aos traslados e
as certid6es extraídas por tabeliáo ou oficial de registros (art. 217), os quais sao
considerados instrumentos públicos (art. 218).

63
Fixa presuncáo em relacáo ao signatário (art. 219). Dá valor a copia
fotográfica (art. 223), as reproducóes fotográficas (art. 225), dita regra sobre o
depoimento testemunhal (art. 227), indica quem pode testemunhar (art. 228) e,
com énfase. garante que "os livros e fichas dos empresários e sociedades provam
contra as pessoas a que pertencem, e, em seu favor, quando, escriturados sem
vício extrínseco ou intrínseco, forem confirmados por outros subsidios" (caput do
art. 226). Mas ressalta que "a prova resultante dos livros e fichas nao é bastante
nos casos em que a lei exige escritura pública, ou escrito particular revestido de
requisitos especia is, e pode ser ilidida pela comprovacáo da f alsidade ou inexatidáo
dos lancarnentos" (parágrafo único do art. 226).

87. Processo Civil

Como nao poderia deixar de ser, o CPC dispóe amplamente sobre as provas
(art. 332/443).

Afirma lapidarmente aceitarem-se "todos os meios legais, bem como os


moralmente legítimos, ainda que nao especificados neste Código" (art. 332).

Dispensa a prova quando se tratar de fa tos: "I - notórios; 11 - afirmados


por urna parte e confessados pela parte contrária; 111 - admitidos, no processo,
como incontroversos; IV - em cujo favor milita presuncáo legal de existencia ou
de veracidade" (art. 334, l/IV).
Cuida do depoimento pessoal (art. 342), da confissáo (art. 348), do
documento (art. 364), da prova testemunhal (art. 400), da perícia (art. 420) e da
inspecáo judicial (art. 440).

88. Processo Penal

Em face de a garantia a liberdade humana ser um dos fundamentos do direito


moderno, na área processual penal (crimes previdenciários), a preva alcance níveis
insuspeitados.

Diante do seu papel, o Boletim de ocorréncia (BO) é um instituto técnico


administrativo expresso num documento em que sao apreendidas dedaracóes,
espontaneas ou nao, até porque obtidas sobo estresse do momento e ambiente,
sendo muito úteis a prova.

89. Direito Penal

Se existe um ramo jurídico em que a prova é decisiva para o ser humano é o


Direito Penal. Excluído o Direito Previdenciário, nao há outra área em que ela é tao
importante quanto na criminalística.

64
Por isso mesmo, urna prova emprestada de processo penal tem grande poder
de convencimento quando transportada para um processo previdenciário.

90. A veliecéo particular

O laudo particular nascido de perícia médica feíta por médico, odontólogo,


médico do trabalho ou engenheiro de sequranca que nao pertenca a Administracáo
Pública nao tem a mesma aceitacáo do que o oficial, ali se submetendo ao poder
de império.

Quando provenientes de entes estatais (FUNDACENTRO), chegam a assumir


fé de ofício.

Mas a propriedade dessas dedaracóes provém da qualidade do exame,


idoneidade do profissional e nao do seu cargo.

65
CAPÍTULO IX

DINÁMICA EMPRESARIAL

A demonstracáo perante o INSS de que urna empresa existe ou existiu náo


é muito onerosa, especialmente se far de porte médio e se ela se formalizou
perante os cartórios, órgáos de controle e fiscalizacáo oficiais e juntas comerciais,
ou funcionou há até pouco tempo. Quando os interessados buscarem pravas
relativas as firmas cujas atividades se encerraram há muito tempo, foram micro ou
pequenas empresas, as dificuldades sáo maiores. Tornando-se ainda mais difíceis,
se elas faliram.

Já preconizamos a guarda dos documentos em cartórios previdenciários.


Mas, a rigor, a regra é que a fundacáo e o funcionamento de urna empresa
deixam muito mais sinais materiais do que a prestacáo de servicos por parte dos
trabalhadores. Os óbices sáo significativos quanto ao encerramento, porque nem
sempre providenciado formalmente pelos proprietários (alegando o custo disso).
é

Tanto na abertura quanto no encerramento de um estabelecimento


subsistem dais momentos distintos, nem sempre coincidentes temporalmente: os
procedimentos f ormais e os materia is.

Oficialmente, a prava da existencia de urna empresa se faz com os seus


atas constitutivos e desconstitutivos, conforme cada tipo de atividade e sua
movimentacáo económica ou financeira com os livros contábeis. Na sua ausencia,
valencia juntar contratos, notas fiscais, recibos de pagamentos, etc.

91. lnício de atividades

Quando urna empresa se estabelece no mundo dos negocios, ela toma


diversas providencias materiais, legais e formais, dessa forma, deixando sinais de
sua existencia que se prestaráo para futura prava.

Cornecar atividades, tanto quanto encerrá-las, de um lado, significa tomar


providencias relacionadas com as exigencias formais legais, e de outro, o efetivo
início dos atas materiais conforme cada propósito da exploracáo económica.
Importa separar o ato de constituicáo do empreendimento do início das atividades
operacionais. Contratos sociais e atas de orqanizacáo das sociedades anónimas
sao exemplos do alegado.

66
Terá de alugar ou construir a sede social do estabelecimento, com isso
celebrando contratos de locacáo ou toda a parafernália da construcáo civil, que
é complexa e se compóe de contratos, aquisicáo de materiais, tomada de máo
de obra, alvarás de habitabilidade, de construcáo, etc. Depois gastará com a
aquísicáo de móveis, materiais, instalacóes, prateleiras, insumos, computadores e
equipamentos (os quais implicam notas fiscais). Adquirirá livros contábeis, notas
fiscais e outros mais.

Deverá providenciar inscricáo junto da Prefeitura Municipal (ISS), do Estado


(ICMS) e da Uniáo (CNPJ, INSS e outros mais). Deles, por vezes, consta o DIA -
Data do lnício da Atividade.

92. Funcionamento no tempo

Funcionamento quer dizer que, urna vez aberta a empresa, ela pratica
todos os negócios jurídicos próprios de sua finalidade social. A atuacáo de
um empreendimento no mercado implica acóes variadas, muitas das quais
externalizadas por intermédio de documentos que podem convencer alguém de
que ela funcionou. Sao exemplos: contratos de aluguel, contratos de prestacáo de
servicos, empréstimos bancários, guias de recolhimento do FGTS, ernissáo de notas
fiscais, etc. Sucessivas certidóes negativas de débitos sao exemplos de atividades
da empresa.

93. Encerramento da firma

O encerramento das atividades de urna empresa, como lembrado, implica


a paralisacáo efetiva das acóes materiais e a forrnalizacáo desse fato junto dos
órqáos governamental e paraestatal.
Cessacáo de atividade é tarefa material. Baixa nos órqáos públicos é tarefa
formal.

A extincáo, pela própria natureza da marte do empreendimento, na prática


nao é semelhante a a
abertura. Muitas vezes se segue cessacáo das atividades,
quando tomadas as providencias regulares, mas frequentemente isso nao sucede;
simplesmente sao abandonados os registros e os documentos.

Os órqáos estaduais e municipais fiscais exigem a comunicacáo formal,


providencia nem sempre efetivada, dificultando a fixacáo da data do encerramento.
A ser ele ita segundo o último ato operacional praticado: na indústria, f abricacáo
da peca final; no comércio, a derradeira venda de mercadoria; na prestacáo de
servicos, a última tarefa e assim por diante.

67
94. Irenstormscáes societárias

As rnudancas que se operam numa orqanizacáo social produzem muita


docurnentacáo. Transformar urna limitada numa sociedade de acóes implica a
elaboracáo de vários procedimentos e documentos, além dos naturais registros
oficia is.

As fus6es, as incorporacóes de patrimonio, a intervencáo e a liquidacáo


extrajudicial sao atos jurídicos que reclamam papelada e providencias específicas,
muitas delas arquivadas nos órqáos próprios.

95. Perticipecéo em iicitecáes

As exigencias apresentadas por ocasiáo de concorréncias. licitacóes e coletas


de preco, um verdadeiro processo administrativo, sao oportunidades em que sao
prestadas muitas inforrnacóes sobre os participantes.

Usualmente o Edital estabelece urna lista enorme de dados dos concorrentes,


abrigados a fornecer toda sorte de indicacóes de sua estrutura organizacional.

96. Atua~áo do Estado

Em muitíssimos casos, o Estado intervém no domínio do particular e sua


presenca leviatánica é instrumentalizada em funcáo de vasta formalidade própria
útil para futuras cornprovacóes. As principais hipóteses sao agora consideradas.

lnterdicáo é urna figura jurídica branda dessa contiguidade do Estado


(geralmente promovida pelo município); temporariamente o empresário fica
impedido de operar, mas isso sucede mediante procedimentos oficiais bastante
complexos e cujos dossiés podem ser localizados nos entes auditores.

A desapropriacáo é ato governamental que chega a por fim a


existencia de
urna exploracáo económica, feita a partir de decreto governamental publicado no
Diário Oficial.

Na estatizacáo. um empreendimento privado é absorvido pelo governo,


por meio de ato complexo, com bastante repercussáo na sociedade e enorme
formalizacáo legal.

Quando urna firma é encampada, ou seja, adquirida pelo Estado, essa


absorcáo é regulada por atos extremados que geram inúmeras provas.
Na privatizacáo sucede o contrário da estatizacáo: um órqáo estatal é cedido
ainiciativa privada, da mesma forma mediante desdobramentos de conhecimento
público.

68
Por último, o confisco é medida extrema que também se faz com certa
publicidade documental.

97. Autua~ao e notiiicecéo

O Auto de lnfracáo lavrado contra a empresa, a Defesa Prévia por ela


a presentada, Recurso de Apelacáo interposto e Contrarrazóes protocolados contra
a lavratura dáo conta da existencia da empresa.

A ernissáo de Notificacáo Fiscal de tancamento de Débito (NFLD), por parte


do INSS, da Receita Federal do Brasil e até mesmo de qualquer outro ente regulador
governamental (ANVISA, ANEEL, ANATEL, SPC) ou paraestatal, é prova oficial,
ainda que nao indique quando cornecaram e quando cessaram as atividades.

98. Cadastro Nacional

O Cadastro Nacional de lnforrnacóes Sociais - CNIS a primeira fonte a ser


é

acessada. Ali seráo encontradas inforrnacóes válidas oriundas de outras fontes


(RAIS, FGTS, GFIP, Junta Comercial, etc.). Quando presentes esses dados, o INSS
nao exige a prova de que a empresa teve existencia.

99. Documento de empregados

As leqislacóes laboral, previdenciária e da medicina e sequranca do trabalho


sao pródigas na elaboracáo de urna infinidade de cadastros, declaracóes.
formulários e impressos, a serem emitidos pela empresa em relacáo ao trabalhador
(AAS, RSC, SB-40, DSS 8030, DIRBEN 8030, LTCAT, perfil profissiográfico, laudo
técnico, PPP, PPRA, PCMSO, CTPS, CAT, GFIP, etc.), que evidenciam que ela existiu
quando de sua assinatura, informando a razáo social, o enderece e outros dados.

100. A~oes judiciais

Toda e qualquer acáo judicial ou redamacáo trabalhista, especialmente em


relacáo ao alegado período de existencia do empreendimento, em que o referido
seja réu, reclamado ou autor, servirá como indício razoável de prova material. Nesses
processos, na parte inicial há identificacáo e qualificacáo do polo em conflito, com
referencias ao domicílio comercial, indicacáo do CNPJ e outros elementos válidos.

69
CAPÍTULO X

EXISTENCIA DE EMPREENDIMENTO

Nao só os empregados e os outros prestadores de servicos como os próprios


empresários, em muitas hipóteses os segurados tem necessidade de demonstrar
a existencia de urna exploracáo económica industrial, comercial, rural ou de
prestacáo de servicos. principalmente quando se passaram muitos anos e dela nao
existam documentos á rnáo.

Por torca de lei. de modo geral os estorcos. mercantis ou nao, estáo abrigados
a se matricular em vários órqáos governamentais municipais, estaduais e federais,
ás vezes paraestatais, mas em alguns casos, se isso aconteceu há muito tempo,
tais constatacóes sao de difícil acesso e demonstracáo.

Os que deveriam guardá-los os perdem, e isso vale para as autoridades e para


os interessados. O prazo legal de preservacáo de documentos, de cerca de dez
anos, é pouco para os fins do Direito Previdenciário.

Muitos interessados em firmar o convencimento de terceiros teráo de perquirir


os meios de persuadir as autoridades, por intermédio de declaracóes. certidóes e
outros instrumentos.

101. Junta Comercial

A Junta Comercial, pela própria natureza do seu papel nos negocios da


sociedade, é um extraordinário depositário de dados das empresas (inscricáo,
registro e arquivamento dos atos constitutivos, transforrnacóes societárias,
encerramento, etc.), em relacáo as atividades que estejam obrigadas ao registro
de comércio, principalmente as sociedades comerciais ex vi das Normas do
Departamento Nacional e Registro de Comércio (DNRC).

Certidóes ou dedaracóes expedidas por essas paraestatais induzem a


existencia da interessada, ainda que possam nao fazer mencáo presenca de
á

empregados ou empresários previdenciariamente considerados.

102. Prefeitura Municipal

Os sujeitos ao Imposto Sobre Servicos (155) tém de se mscrever na


Prefeitura Municipal, sendo essa urna fonte bastante comum da existencia de

70
empreendimentos em que, as vezes, é possível configurar a data do início e do
encerramento das atividades.

O pagamento anual do tributo devido confirma nao só a existencia do


estabelecimento, como a continuidade dos atos de comercio.

103. Registro estadual

As empresas, com vistas aos tributos estaduais, sao abrigadas a se registrar


no Estado no Cadastro Geral dos Contribuintes (CGC).

104. Uniao Federal

Sao vários os órqáos da adrninistracáo federal em que as empresas se


registram, entre os quais:

1) Receita Federal do Brasil - Declaracóes anuais do Imposto de Renda;


11) CNPJ - Certificado de Matrícula do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica;
111) Caixa Económica Federal - Guias e registros mensais relativos aos
empregados;

IV) Banco do Brasil SA - Empréstimos e financiamentos obtidos.

105. Ministério do Trabalho

O MTE talvez seja o órqáo que mais controle a atividade laboral e, por conta
disso, aquele que mais deixa registros para serem consultados. A saber:

1) Registro de LRE;
11) Cadastro de fiscalizacáo:
111) Acordos coletivos;
IV) Contribuicáo sindical;

V) Programa de Alimentacáo do Trabalhador;

VI) Autuacóes da DRT;

VII) Livro de Atas da CIPA.

106. Prevkiéncie Social

A primeira providencia daquele que está carecendo comprovar a existencia


de urna empresa mercantil é o próprio INSS. Se nao for muito antigo o período de

71
funcionamento, a autarquia federal pode ter registros na área de arrecadacáo e
ñscalizacáo. nao só em funcáo da ernissáo de CND, como em virtude de inscrlcáo
da dívida ativa:

1) Certificado de Matrícula;
11) Certidáo de Matrícula e Alteracáo (CMA);

111) CEI de obra;

IV) Folhas de pagamento;

V) Auto de lnfracáo -Al;

VI) Notificacáo Fiscal de tancamento de Débito - NFLD;

VII) Certidáo Negativa de Débito - CND;

VIII) Acordo de parcelamento;

IX) GRPS nos Sindicatos;

X) Contabilidade;

XI) Registro de microempresa na Receita Federal do Brasil;

XII) lnscrkáo da Dívida Ativa;


XIII) Documentos trabalhistas da aposentadoria especial;

XIV) Cadastro de Hscalizacáo de Empresa (CFE);

XV) Cópia Autenticada de Registros Contábeis (CARC);

XVI) Cobranca executiva - Processo em andamento na Justica Federal.

XVII) Auto de lnfracáo Obriqacáo Principal (AIOP).

107. Declarac;ao de ex-propriet


ários

No que diz respeito aos empregados e outros prestadores de servico. ainda


que nao se constituam em provas plenas, as dedaracóes dos ex-proprietários tém
o poder de convencimento da presenca do estabelecimento.

108. locatário do imóvel

Quando um edifício em que empreendimento se realizou nao era de sua


propriedade, o contrato de locacáo fornecerá índicacóes de quem o utilizou.
As alteracóes no valor dos alugueres dessa avenes tém o mesmo poder de
convenci mento.

72
Pela natureza urbana do prédio, é possível inferir qual era a atividade ali
exercida.

Um contrato de arrendamento rural propicia inforrnacóes sobre a exploracáo


agropecuária.

109. Notecéo cartorial

As empresas que nao estáo abrigadas ao registro na Junta Comercial devem


fazé-lo nos Cartórios de Registro Civil de Pessoas Jurídicas (arts. 114/126 da Lei n.
6.015/73).

Já as empresas mercantis sao abrigadas ao registro (Lei n. 8.934/94), bem


como os partidos políticos (Lei n. 9.096/95).

11 O. Licita<;ao pública

As atividades económicas. principalmente na área da construcáo civil e


também as que fornecem materiais e equipamentos, participam de licitacóes
(concorréncia. tomada de preces, convite, concurso e leiláo), hipótese em que
sao abrigadas a se habilitar formal e tecnicamente para isso (art. 27 da Lei n.
8.666/93).

Quando dessa habilitacáo, as entidades governamentais promovem registros


cadastrais que informam a prava da existencia da empresa (art. 34 da Lei n.
8.666/93):

1) Curriculum da licitante - Quando da apresentacáo


do seu know-bow, as
empresas costumam indicar data da fundacáo. capital inicial, patrimonio real,
capacidade produtiva, número de empregados, etc.;

11) Propostas apresentadas - Em relacáo a cada atividade sao fornecidos


outros dados, inclusive os equipamentos de que dispóe:

111) Atas, relatórios ou deliberacóes da Comissáo Julgadora em que haja


mencáo aos licitantes;

IV) Pareceres técnicos - Despachos exarados nos autos da licitacáo com


-
menc:;oes a' empresa;

V) Despachos interlocutórios - Cotas ateridas em que possa haver referencias


a licitante;

VI) Recursos apresentados -Todas as impuqnacóes protocoladas;


VII) Termo de contratos -As cláusulas sao indicadoras das atividades.

73
CAPÍTULO XI

OBRIGA<;ÓES DA EMPRESA

Os deveres formais dos contribuintes, especialmente os da empresa, normal-


mente dizem respeito a
elaboracáo de papéis, impressos e formulários. Por isso
mesmo eles convencem o INSS de que cumprem esses encargos, de modo geral,
com os próprios documentos.

111. Matrícula da abertura

Todos os contribuintes do RGPS (PCSS, art. 15), na condicáo de vinculados,


sao registrados na Previdéncia Social (PCSS, art. 49).

Ou seja, necessitam ser cadastrados, e isso sucede com a matrícula no


Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), conforme a Lei n. 9.711/98. Caso
nao estejam sujeitos ao CNPJ, a matrícula é feita no próprio INSS, fazendo-se a
prova com o Cartáo de Matrícula.

Um tipo de matrícula que pode ser designada de ofício é promovido pelo


INSS (PCSS, art. 49, § 12, a/b).

112. Retencéo de contribuicoes

Arrecadar contribuicóes de pessoas físicas, empregados, avulsos, autónomos


ou empresários é dever da contratante. lsso é promovido mediante descanto do
valor correspondente na rernuneracáo a ser paga.

O cálculo do descanto, o líquido desembolsado, é a prova da quitacáo (PCSS,


art. 30, 1).

113. Obriga~ao de recolher

Urna vez arrecadadas as contribuicóes de pessoas físicas, junto com as suas,


designadas como patronais, devem ser recolhidas e a dernonstracáo se faz com as
guias de recolhimento (PCSS, art. 30, 11).

Na condicáo de adquirente de produtos rurais, elas térn de reter a contribuicáo


devida e recolhé-la mensalmente (PCSS, art. 30, 111). A prova, o carne de pagamento
e os registros no CNIS.

74
114. Empregador doméstico

Embora nao seja empresa stricto sensu, o empregador doméstico também


reterá a contribuicáo do doméstico e juntamente com a sua, da ordem de 12°/o do
salário de contribuicáo (PCSS, art. 30, V).

115. Cessáo de máo de obra

Por torca da Lei n. 9.711/98, toda vez que urna empresa ajustar com
terceiros a cessáo de máo de obra, essa contratante tem necessidade de guardar
os documentos relativos ao negócio jurídico, entre os quais a retencáo de 11 º/odo
valor da Nota Fiscal e de recolhé-la (PCSS, art. 31 ).

Além do contrato, o documento fiscal com a especificacáo da máo de obra e


a GPS própria do recolhimento fazem a prova do cumprimento dessas obriqacóes
fiscais previdenciárias.

116. lei n. 10.666/03

Desde a Lei n. 10.666/03, a partir de 12.4.03, as empresas que contratam


autónomos devem reter 11 % da rernuneracáo desses contribuintes individua is
e recolhé-la em nome desses segurados. Importa, pois, a dernonstracáo do
pagamento da remuneracáo e da retencáo com o Recibo de Pagamento a
Contribuinte Individual (antigo RPA).

117. Obriga~óes acessórias

As obriqacóes acessórias das empresas sao quatro:


1) Folhas de pagamento - Elaborar mensalmente as folhas de pagamento, a
própria prova escrita da obriqacáo:

1 ) l.ancamentos contábeis - Organizar a contabilidade; a prova sao os livros


obrigatórios escriturados;
111) Prestacáo de inforrnacóes - Quando solicitada, a empresa nao pode
subtrair-se de dar as informacóes solicitadas pelo INSS, com os documentos de
cada caso;
IV) GFIP - Informar o INSS pela GFIP mensal relativa aos fatos geradores.

118. Salário de contribuicéo

Antes da implantacáo do CNIS e mesmo com ele (quando de dúvidas). sempre


os contribuintes estiveram e estáo abrigados a informar ao INSS, particularmente

75
quando da solicitacáo de benefícios, o valor da rernuneracáo dos trabalhadores
que lhes prestaram servicos.

119. Múltipla atividade

Quando um segurado prestar servicos para duas ou mais empresas, entrando


em acordo com elas, algumas delas tém de informar as demais essa ocorréncia
para que sejam feitos os acertos necessários em razáo da existencia do limite do
salário de contribuicáo.

120. Documentos laborais

Nas hipóteses legais, a empresa fornecerá o SB-40, DSS 8030, DIRBEN 8030,
perfil profissiográfico, laudo técnico, PPP ao trabalhador para fins da aposentadoria
especial e elaborará o LTCAT.

76
CAPÍTULO XII

ENTIDADE COOPERATIVA

Em relacáo a previdéncia social, a cooperativa constitui um segmento


económico próprio, com regras distintas das demais empresas; diretamente ela nao
busca lucro (PCSS, art. 15). Basicamente, comparece na leqislacáo previdenciária
como intermediadora de máo de obra ou adquirente de produtos rurais.

De perto, interessam mais a de trabalho e a de producáo. de vez que os seus


associados sao segurados obrigatórios como contribuintes individuais. Quem está
associado a urna delas dispóe de alguns meios de convencimento inerentes ao
exercício de sua atividade.

121. Existencia da entidade

Urna cooperativa segue os preceitos da Lei n. 5. 764/71, constituída como


empreendimento económico. Seu Estatuto Social, assemelhado ao das associacóes
e das fundacóes, é o ato constitutivo em que é afirmada sua tipicidade e qual a
atividade a ser desenvolvida.

As atas de constituicáo e orqanizacáo costumam mencionar as pessoas que


dela participaram, algumas das quais seráo eleitas diretoras.
Quando remunerada essa qestáo, os dirigentes seráo segurados obrigatórios
como contribuintes individuais. O registro do Estatuto Social em cartório é
evidencia da instalacáo da entidade, ainda que nao seja prova do funcionamento,
que reclama outros documentos de sua escrituracáo, ora esmiucados.

122. Producéo ou traba/ho

Se o associado é um produtor, normalmente rural, terá de se apresentar,


identificar e qualificar perante a cooperativa como tal, em cada caso, juntando os
documentos próprios.

No caso de contribuinte individual, em algum momento ele ou a. cooperativa


tem de promover a sua inscricáo no INSS. Se ocorrer retencáo da máo de obra, a
GFIP fará mencáo as individualidades.

A sua atividade económica, até entáo semelhante a dos demais produtores e


trabalhadores, tem presenc;a que pode ser comprovada com os atos constitutivos
das atividades ou notas fiscais.

77
123. Associa~ao do cooperado

a
Quem se associa cooperativa de producáo ou de trabalho é um produtor
normalmente rural ou um trabalhador autónomo. Para tanto, ele deve preencher
urna ficha de inscrlcáo, que é ato de admissáo na entidade, e recolher certa
mensalidade (para custear as despesas administrativas da entidade).

O recibo de mensalidade, urna prova da participacáo como cooperado, é


forte indício de atividade económica sujeita ao RGPS. Cópia das notas fiscais de
entrada de mercadorias, no caso da producáo. também revela essa associacáo
cooperativa.

Registros internos de produtos ou serviros prestados, normalmente individua-


lizados, servem como prova exaustiva da atividade económica e base da filiacáo.

124. Prestecéo de servicos

Quando a cooperativa presta servicos para terceiros ou intermedia esses


trabalhos, ela celebra contrato escrito com o tomador da máo de obra, em que
sao especificados os aspectos que interessam a cooperativa, ao cooperado e a
Previdéncia Social, e convence o INSS da participacáo do trabalhador.

A modalidade de execucáo dos trabalhos propiciará infcrrnacóes sobre a sua


natureza, em alguns casos predispondo para outro tipo de relacáo (de autónomo
propriamente dito ou vínculo empregatício).

125. Rela~ao jurídica

Dificilmente um empregado da cooperativa (ou de terceiros, cuja atividade


ela intercedeu) vai se entender cooperado, necessitando reunir as provas disso.

Mas o contrário é possível, e a própria RFB, autorizada pelo Código Tributário


Nacional (Lei n. 5.172/66), pode descaracterizar o ato cooperativo e entender que
se trata de um contrato de prestacáo de servicos entre pessoa e tomador de rnáo
de obra (autónomo) ou entre empresas, e, no mais comum dos casos, a presenca
dos elementos do art. 32 da CLT.

Evidentemente a autarquia, que é quem está alegando, terá de fornecer os


comprovantes materiais disso, que sao os mesmos que a pessoa se utilizaria para
convencer o INSS dessa dassificacáo de segurado. Vale lembrar que a prestacáo
de servicos por parte do cooperado é muito semelhante a
do temporário e do a
empregado, estando a beira desse enquadramento.

Só nao é temporário porque a cooperativa nao é empresa de trabalho tem-


porário. Da mesma forma, só é aceito como autónomo porque a lei assim deseja
e criou-se urna cultura de terceirizacáo no País.

78
126. Ato cooperado

Em face da previdéncia social, pelo menos duas entidades tém interesse em


salientar que o negócio jurídico presente é o ato cooperado.

Como o trabalhador se comporta exatamente igual aos demais obreiros


(autónomos ou empregados), seráo os documentos a serem apresentados e o
modus operandi que poderáo levar a conviccáo da existencia de um ou outro
estado jurídico.

Os principais sao:

1) Existencia formal da cooperativa, validamente configurada;

11) Contrato escrito de prestacáo de servico:

111) Documento comercial de cobranca dos servicos:

IV) Atuacáo pessoal na atividade-meio da contratante;

V) Vínculo do trabalhador com a cooperativa;

VI) Contribuicáo para o GILRAT;

VII) Recibo de retencáo dos 11 °/o ou 20°/o.

127. Reten~áo da contrlbuicéo

A retencáo da contribuicáo dos cooperados, na condicáo de contribuintes


individuais, é ato formal que pode ser demonstrado com a contabilidade da
cooperativa, GFIP e recibos de pagamento, que se prestaráo para a confirmacáo
da filias:ao, inscricáo e contribuicáo,

128. Ambiente insalubre

Quando o cooperado presta servicos que o expóern aos agentes físicos, quí-
micos e biológicos, autorizando-o a requerer a aposentadoria especial, por torca
da Lei n. 10.666/03, a cooperativa estará obrigada a recolher a contribuicáo para
essa finalidade.

Tratando-se de um nao empregado da contratante e, sim, de terceiros, tal


qual o temporário, eventual LTCAT será fornecido por essa contratante. Mas o PPP
será emitido pela cooperativa, que, para isso. terá de ter acesso ao estabelecimento
em que o cooperado presta servicos e dispor de inforrnacóes relativas ao ambiente
de trabalho.

79
129. Contribuicéo para o GILRA T

Presente, pois, o ambiente insalubre determinante do possível direito a


aposentadoria especial por parte do cooperado, surge o dever da tomadora da
máo de obra de recolher a contribuicáo adicional do SAT.

130. Descerecterizecéo do cooperativismo

A inclusáo das cooperativas como fornecedoras de máo de obra, fenómeno


que acompanhou o desenvolví mento da terceirizacáo iniciado coma Leí n. 6.019/74
(trabalho temporário) e ampliado com a Leí n. 11.296/05 (requlamentacáo da
aceitacáo da pessoa jurídica como prestadora de servico), e até que fosse instituído
o consórcio simplificado rural (Leí n. 10.256/05), o número de cooperativas
fornecedoras de rnáo de obra ampliou significativamente, algumas das quais sem
atender aos requisitos formais da Leí n. 5. 764/71.

O reconhecimento do cooperativismo é matéria de fato, ou seja, de prava. De


todo modo, importa também a sua origem e o comportamento dos cooperados. A
relacáo jurídica nao é um contrato de empreitada, prestacáo de servicos ou cessáo
de máo de obra, e sim de ato cooperado.

Diante da semelhanca com outros contratos e relacóes. o que os distingue


é o aspecto formal. Por isso, só será possível caracterizar ou descaracteriza.r o ato
cooperado se presentes ou ausentes as suas características.

80
CAPÍTULO XIII

QUITA<;ÁO DE CONTRIBUl<;ÁO

Nao sendo tao relevante para os trabalhadores subordinados (empregados,


temporários, avulsos ou servidores sem regime próprio) e contribuintes individuais
que prestam servicos para pessoas jurídicas a partir da Lei n. 10.666/03, porque
beneficiados pela presuncáo da retencáo (PCSS, art. 33, § 52), os demais segurados,
em particular os contribuintes individuais até 31.3.03, quando aportaram
mensalmente as contribuicóes sem ter as guias as máos. térn enorme obstáculo de
provar que as recolheram. Mu itas vezes, sao obrigados a reeditá-las ( ! ).

lsso se dá por falta de registro na contabilidade (que serviria com início


razoável de prova), extravío. estar com outras pessoas em processo de benefício
de distinto segurado.
Evidentemente, o documento hábil para a comprovacáo do recolhimento
da contribuicáo do empresário, autónomo, eventual, eclesiástico doméstico e
facultativo é o carne de pagamento, ainda que possa ter havido equívoco no
registro do número de inscricáo (induzindo o INSS a erro no CNIS).

131. Registros contábeis

A contabilidade, particularmente os livros diário e caixa, é meio de


dernonstracáo da quitacáo das contribuicóes. Entretanto, o INSS a considera urna
prova indireta e nao a aceita, exigindo as guias de recolhimento. O lancamento
contábil dos pagamentos, no mínimo, deveria ser acolhido como início razoável de
prova material, senáo razáo convincente, exceto quando possível desqualificar a
contabilidade (o que é hipótese rara).

Urna combinacáo do registro escritura! no caixa com o lancarnento contábil


no diário, máxime se anciás as anotacóes. tem enorme poder de convencimento,
ainda que nao exaustivo.

Diz o art. 82 do Decreto-lei n. 486/69 que: "os livros e fichas de escrituracáo


mercantil somente provam a favor do comerciante quando mantidos com
observancia das formalidades legais" e, entáo, nessas condicóes, eles tém grande
validade jurídica e a ser admitida pelo INSS.

Consoante o Código Comercial, "os livros fazem prova plena: 1- omissis; 11-
omissis; 111 - contra pessoas nao comerciantes, se os assentos forem comprovados

81
por algum documento, que só por s1 nao possa fazer prava plena" (art. 23,
revogado pela Lei n. 10.406/02).

Rubens Requiáo ensina que: "Contra pessoas nao comerciantes, a prava


dos livros comerciais é subsidiária, pois os lancamentos contábeis devem
ser comprovados por algum documento, que por si só tenha pleno valor
probante" (Curso de direito comercial. 16. ed. Sao Paulo: Saraiva, 1985.
Tomo 1, p. 137).

132. Rede bancária

Além da cópia do contribuinte (possivelmente extraviada), se nao muito


antiga, a quitacáo dos agentes arrecadadores pode ter o registro do pagamento,
cuja eficácia probante aumenta com o registro da ernissáo do cheque no valor
correspondente.

Um registro contábil associado a inforrnacáo da rede bancária de que naquele


mesmo dia houve o pagamento no caixa executivo, mesmo sem a cópia da guia,
é importante argumento a favor da quitacáo.

133. Ficha de fiscalizat;áo

No passado, quando essa metodología de controle interno prevalecía, a


cada empresa no INSS correspondía um Controle de Fiscatizacáo de Empresa
(CFE), formulário escrito em que o setor de arrecadacáo e fiscalizacáo registrava
as auditorias operadas na empresa, os débitos levantados e sua eventual
quitacáo.

As vezes, as contribuicóes contidas num TVD ou atualmente numa AIOP


sao recolhidas com urna única GPS, mas a posse do dossié da Notificacáo Fiscal,
especialmente o relatório discriminativo do débito, aponta a quem se refere a
dívida ali contida.

134. Emissáo de CND

Nao fara limitado o seu alcance (muitas vezes a Certidáo Negativa de Débito
é deferida sem que a empresa esteja inteiramente em día com suas obriqacóes
fiscais), a CND seria urna dernonstracáo insofismável em relacáo ao período
precedente a sua ernissáo,

De todo modo, corroborada com outros documentos persuasórios,


especialmente se repetida no tempo, ela deve ser considerada como magnífico
início razoável de prava material.

82
135. Cópias autenticadas

Antes o INSS exigia das empresas a Cópia Autenticada de Registros Contábeis


(CARC), emitida em duas vías, cuja via amarela era enviada ao setor de arrecadacáo,
em que constavam os fatos geradores e as contribuicóes recolhidas (ou nao).

136. Guia de Recolhimento

Por sua natureza, a GFIP é urna confissáo fiscal de fato gerador e de


recolhimento no que diz respeito a retencáo de contribuintes individuais e pode
se prestar para convencer o INSS de que teria havido o recolhimento. Mas sempre
que isso acontecer o valor estará registrado no CNIS.

137. Parce/amentoconcluido

O acorde de confissáo de dívida que capeia o parcelamento de débito e


sua quitacáo per se é dernonstracáo robusta, convincente e exaustiva de que as
contribuicóes (contidas em relatório e discriminativo indicador da consolidacáo)
foram recolhidas.

138. Pagamento judicial

Quando exigidas as contribuicóes em cobranca judicial, o desembolso dos


valores por parte da empresa faz parte de documento convincente a respeito do
pagamento.

139. Guias coletivas

Nas sociedades por quota de responsabilidade limitada, antes da criacáo do


carne de pagamento (1975), a GPS vigente previa espaco para as contribuicóes
relativas aos empregados e aos empregadores, mas em números totais. No que
respeita aos empresários, havia indicacáo do número de sócios e a soma das
contribuicóes permite concluir que a eles se referem.
Combinada essa conclusáo com o contrato social da limitada, apurando-se
quais eram o sócio-gerente e o sócio-cotista, é possível deduzir a quem a contri-
buicáo se refería.

140. Processo de falencia

Quando da falencia, os documentos contábeis da empresa f al ida ficam


arquivados em cartórios, sendo possível, se localizados, encontrarem-se ali guias
de recolhimento das contribuicóes previdenciárias ou registros indiciários do seu
pagamento.

83
CAPÍTULO XIV

ISENc;Ao DE CONTRIBUtc;óES

A Entidade Beneficente de Assisténcia Social (EBAS), já designada como


Entidade de Fins Filantrópicos (EFF), que nao se confunde com a Orqanizacáo da
Sociedade Civil de lnteresse Público (OCIP) da Lei n. 9.790/99, por torca da Carta
Magna, goza da isencáo da parte patronal das contribuicóes previdenciárias (arts.
195, § 7Q, da CF; art. 55 do PCSS; arts. 206/21 O do RPS; e arts. 199/319 da IN
SRP n. 3/05).

Com a Lei n. 11.096/05 (PROUNI), ela recebeu novos benefícios fiscais a


serem considerados.

Para tanto, elas térn de praticar o assistencialismo legal como exaustiva e


minuciosamente definido, cumprindo urna série de dispositivos legais, esmiucados
no art. 199, l/Vll, da IN SRP n. 3/05, disso fazendo prova periodicamente.

A ODS INSS/DAF n. 210/99 tinha conceito administrativo (que suscitava aos


interessados como preencher os requisitos): "Aquela que promova, gratuitamente
e em caráter exclusivo, a assisténcia social beneficente a pessoas carentes, em
especial as enancas, adolescentes, idosos e portadores de deficiencia, mediante
a concessáo de benefícios e servicos, na área de atuacáo da Seguridade Social".
Disso resulta a necessidade de reunir elemento em relacáo a:

1) Exclusividade de atuacáo - Evidenciada com o Estatuto Social;


11) Carencia - Dedaracáo de pessoas atendidas;
111) Crianca e adolescente - Certidáo de nascimento para aqueles de O a 6
anos e de 7 a 14 anos;

IV) ldosos - com vistas ao Estatuto do ldoso (Lei n. 10.741/03), quem tem
mais de 60 anos de idade (art. 1 Q);

V) Portador de deficiencia - Percipientes da LOAS e dedaracóes de médicos.

141. Utilidade pública

O reconhecimento oficial como sendo urna entidade útil para a sociedade é


promovido por decreto municipal, estadual, distrital e federal, que a declare de
utilidade pública.

84
Cada um desses entes políticos especifica as próprias exigencias para tanto
e divulga o decreto em que reconhece jurídicamente essa utilidade pública. Cópia
dessa publicacáo é a prova material exigida.

142. Registro de certificado

A par do CNPJ, em que indicada a condicáo de entidade beneficente, carece


obter o registro e certificado de EBAS pelo Conselho Nacional de Servico Social
(CNSS). Existe um Atestado de Registro do CNAS e já existiu um Certificado de
Entidades de Fins Filantrópicos do mesmo CNAS.

Em algum momento o INSS exigiu o preenchimento do Termo de Enquadra-


mento de Entidades (Beneficentes sem Fins Lucrativos).

143. Gratuidade dos servicos

O que se deve entender por gratuidade-para que se busquemos documentos


comprobatórios - comparecía no art. 12 da Resolucáo CNAS n. 116/99:

1) Atendimento a pessoas portadoras de deficiencia física, mental, visual,


auditiva ou múltipla;

11) Atendimento a enancas de O a 6 anos, incluindo guarda, desenvolvimento


físico, psíquico, social e cognitivo;
111) Atendimento a enancas e adolescentes de 7 a 14 anos em situacáo de
risco pessoal e social;
IV) Erradicacáo do trabalho infantil;
V) Atendimento a jovens de 1 5 a 24 anos em situacáo de risco pessoal e
social;
VI) Prornocáo social a f amílias em situacáo de risco;

VII) Tratamento e recuperacáo de dependentes do uso de drogas;


VIII) Tratamento de pessoas portadoras do vírus HIV, cáncer, doencas crónico-
-degenerativas;
IX) Acóes, servicos. atencáo e apoio a pessoa idosa;
X) Atendimento escolar comunitário.

144. Atendimento do SUS

A oferta e a efetiva prestacáo de servicos de pelo menos 60°/o ao SUS sao


demonstradas com os documentos próprios.

85
145. Remunerecéo dos diretores

Em mais um exemplo de prova negativa, é preciso demonstrar a ausencia de


rernuneracáo para os diretores da entidade, feíta com base na contabilidade da
entidade (livros diário, caixa, razáo. conta corrente, etc.), a qual nao consignará
esses pagamentos. O Estatuto Social também se prestará como evidencia, se
dispuser sobre a matéria.

Como nao constitui infracáo "a rernuneracáo recebida pelo desempenho de


atividades técnicas exercidas pelos diretores dentro da entidade, desde que tais
valores nao excedam a maíor rernuneracáo paga aos empregados com funcáo
a
idéntica" (item 8.3.1 da ODS n. 210/99), caberá entidade confirmar a existencia
desse estado jurídico com informacóes da área de recursos humanos. Dedaracáo
do Imposto de Renda também confirma essa inforrnacáo. Igual vale para o
recolhimento das contribuicóes do INSS.

146. Aplica<;ao do resultado

Consoante a Lei n. 9.528/97, carece aplicar integralmente eventual resultado


operacional na rnanutencáo e desenvolvimento de seus objetos institucionais,
apresentando, anualmente, ao órqáo do INSS competente relatório circunstanciado
de suas atividades (PCSS, art. 55, V).

A prova desse fato se faz por meio de Relatório de Atividades (art. 309, 111,
da IN SRP n. 3/05), ou seja, inforrnacóes cadastrais, resumo de informacóes e
descricáo dos servicos. O referido relatório (art. 31 O, l/X) deverá ser acompanhado
das cópias dos seguintes documentos:

1) Certificado de Entidade de Asslsténcla Social {CEAS) vigente ou prova de


haver requerido sua renovacáo, caso tenha expirado o seu prazo de validade;

11) Certidáo fornecida pelo Ministério da Justica que comprove a regularidade


da entidade naquele órqáo:

111) Certidáo ou documento que comprove estar a entidade em condicóes


de regularidade no órqáo gestor de assisténcia social estadual, municipal ou do
Distrito Federal;

IV) Certidáo ou documento que comprove a condicáo de entidade de utilídade


pública;

V) Certidáo ou documento fornecido pelo órqáo competente, de acordo ou


convencáo coletiva de trabalho;

VI) Balance patrimonial do resultado do exercício, com discriminacáo de


receitas e despesas, demonstrando mutacóes patrimoniais e notas explicativas.

86
VII) Convenio com o SUS, para a entidade na área de saúde;

VIII) Relacáo nominativa dos alunas bolsistas, contendo filiacáo, enderece,


telefone, CPF (dos pais/responsáveis e bolsistas), custo e percentual da bolsa para
a entidade na área da educacáo:

IX) Planilha de custo de apuracáo do valor da mensalidade, para a entidade


que atue na área da educacáo (Lei n. 9.870/99);

X) Certidáo ou documento expedido pelo Ministério da Educacáo e Cultura


que comprove o efetivo cumprimento das obriqacóes assumidas em razáo da
adesáo ao PROUNI.

147. Inexistencia de débito

A entidade beneficente terá de comprovar nao estar em débito para com


a seguridade social. lsso se faz com a obtencáo da Certidáo Negativa de Débito
(PCSS, art. 37).

148. Direito adquirido

Até ser revogada, a Leí n. 3.577 /59 foi a leí básica da filantropia previdenciária
até o Decreto-leí n. 1.572/77. Sua vigencia e revoqacáo criaram a figura do direito
adquirido em relacáo a algumas entidades. Conforme cada caso, as exigencias
variaram no curso do tempo em razáo do Decreto n. 90.817 /85 e da Leí n.
9.429/96.

Os documentos próprios assecuratórios desse direito a isencáo devem ser


preservados para f azer a prova do direito adquirido.

149. Estabelecimento de ensino

As empresas que exercem atividade educacional, nos termos do art. 207,


§§ 12/ 11, do RPS, também gozam da isencáo da parte patronal, devendo fazer a
prava de itens específicos.

150. PROUNI

Por intermédio da Leí n. 11.096/05 foi criado o Programa Universidade para


Todos (PROUNI), que tem liqacóes comas entidades beneficentes. Nesse sentido,
a ESAS, em gozo de isencáo se aderir ao PROUNI, nao está abrigada a apresentar
novo pedido de isencáo (art. 318 da IN SRP n. 3/05).

87
CAPÍTULO XV

PARCELAMENTO DE DÉBITO

a
O pagamento parcelado de contribuicóes devidas seguridade social, vista a
da disposicáo legal (PCSS, art. 38), é direito subjetivo do contribuinte em débito
de quitar as suas obriqacóes fiscais em parcelas acordadas mediante confissáo de
dívida.

Cumpridas legalmente as cláusulas avencadas no contrato, ele é prova


da regularidade de situacáo perante o fisco previdenciário. O procedimento é
complexo e burocrático, disciplinado nos arts. 664/739 da IN SRP n. 3/05.

Na fixacáo das regras de admissibilidade do pedido, o art. 38, § 32, do PCSS


imp6e condicáo de difícil prova: que a empresa ou o segurado nao ten ha cometido
o crime da alínea j do art. 95, que foi revogado pela Lei n. 9.983/00.

151. Existencia do débito

Obterá o parcelamento de qualquer dívida quem a teve decantada ou nao,


nos termos da lei, isto é, o contribuinte devedor. A prova da inadirnpléncia é feita
com Al ou NFLD anteriormente lavrada ou como Termo da Confissáo Fiscal.

152. Contratoescrito

O acordo de parcelamento é um contrato formalizado. O requerente receberá


urna cópia, que servirá como demonstracáo que solícitou e obteve esse favor legal.

O Recibo de Entrega de Documentos (REDOC) comprova que houve o


requerimento do parcelamento.

153. Confissáo da dívida

Embora polémica a irnposicáo legal (e possa ser debatida em juízo) para


o deferimento do parcelamento, o contribuinte precisa admitir a existencia do
débito e nao discuti-lo.

Evidentemente, arrolar as importancias nao significa reconhecé-las: mais tarde,


se lograr demonstrar que encontrou a guia de recolhimento ou a contribuicáo foi
declarada indevida, terá oportunidade de discuti-la em juízo.

88
154. Adimpléncia mensa/

Deferido, urna das condicóes legais para que o parcelamento seja mantido
é que o contribuinte mensalmente cumpra as obriqacóes correntes, ou seja,
mantenha-se em dia. O próprio INSS verificará esse comportamento mediante o
CNIS e a GFIP e, no caso de dúvida quanto a alguma importancia que venha
a ser reclamada, caberá aempresa f azer a prova de te-la sub ju dice com os
procedimentos do Direito Previdenciário Administrativo (consulta ou contestacáo ).

155. Processo de faléncia

Nao há direito de o falido obter o parcelamento (art. 733 da IN SRP n. 3/05),


e a prova, que interessa ao INSS, se f ará com declaracáo prestada pelo síndico de
falencias.

156. Primeira parcela

Embora direito subjetivo - no contexto, o acordo de parcelamento é um


favor fiscal e, por isso, em primeiro lugar ele visa ao cumprimento das obriqacóes
=, há a exigencia de que o contribuinte revele o poder e a intencáo de pagar as
contribuicóes devidas, ab initio recolhendo a primeira mensalidade ajustada (art.
677, 1, da IN SRP n. 3/05).

157. Contribuicéo nao descontada

É da lei que contribuicóes retidas de pessoas nao podem ser parceladas


(PCSS, art. 38, § 12).
A comprovacáo do nao descanto será feíta mediante: "I) intormacáo fiscal
juntada ao processo, no caso dos segurados empregados e trabalhadores avulsos;
1 ) apresentacáo dos recibos de salário sem o respectivo descanto da contribuicáo e
dedaracáo do empregador, sobas penas da lei, de que nao houve o descanto, no
caso de empregado doméstico" (parágrafo único do art. 665 da IN SRP n. 3/05).

158. CND final

O contrato bilateral, o demonstrativo do débito, sua consolidacáo e as


guias mensais convencionadas convencem a quem de direito do cumprimento do
parcelamento. Nesse caso, o contribuinte faz jus a CND.

159. Acordo trabalhista

Mesmo quando o débito emerja de acordo trabalhista, é possível o


parcelamento. Entáo, comos documentos escriturais ou contábeis de que dispuser,

89
se a empresa convencer o INSS do período discutido na Justica do Trabalho e
objeto do acordo, poderá se valer do critério 4 por 1, ou seja, respeitado o máximo
de 60 meses, a cada mes haverá quatro para pagar (art. 686 da IN SRP n. 3/05).

160. Documentos exigidos

Considerando juntas as quatro circunstancias possíveis (pedido administrativo


de competencias até marco de 1995; débitos inscritos de competencias a partir
de marco de 1995; débitos inscritos a partir de marco de 1995 e posteriormente a
essa data-base), sao vários os documentos que lnstruiráo o pedido.

Papéis que, per se, se prestaráo para alguma prava futura:


1) Pedido de Parcelamento (PP);
11) Formulário para Cadastramento e Emissáo de Documentos (FORCED);
111) Termo de Parcelamento de Dívida Fiscal (TPDF);

IV) Termo Aditivo;

V) Recibo de Entrega de Documento (REDOC);

VI) Autorizacáo de Débito Parcelado em C/C (ADPC);

VII) Termo de Parcelamento de Dívida Ativa (TPDA);

VIII) Declaracáo de inexistencia em embargos apostas;

IX) Termo de Declara<;ao de Dívida Fiscal (TDDF);

X) Contrato Social;

XI) Estatuto Social;

XII) Cédula de ldentidade;

XIII) CPF do representante legal;

XVI) Cópia do acordo trabalhista.

90
CAPÍTULO XVI

SALÁRIO DE CONTRIBUl<;AO

A base de cálculo da contribuicáo e do salário de benefício é o elemento


que determina o valor da renda mensal inicial das prestacóes de pagamento
continuado.

Esse quantum faz parte de vários documentos trabalhistas (das empresas),


previdenciários (CNIS e beneficios). fundiários (FGTS), tributários (IR), sindicais e
judiciários (processos).

As reclarnacóes trabalhistas e os acordes havidos na vara trabalhista da


Justica do Trabalho, pela própria natureza dos pedidos, contérn intormacóes sobre
os salários dos trabalhadores.

161. Atestado de Afastamentoe Salários

Quando a lei previdenciária exigia o desligamento do trabalho como um


quarto pressuposto para a instrucáo da aposentadoria e fixacáo da Data do lnício
do Benefício (DIB) e até ser substituí do pela RSC, o Atestado de Af astamento e
Salários (AAS) era um documento fundamental para o cálculo do benefício. E
prova exaustiva dos montantes nele contidos.

Preenchido e assinado pela empresa, máxime com carimbo aposto (ainda


mais se confirmado por anotacóes no campo de observacóes da CTPS e registros
internos da empresa, como a folha de pagamento), é conviccáo exaustiva do valor
do salário de contribulcáo. As vezes, a ser buscado pelo segurado nos arquivos do
INSS, em razáo de auxílio-doenc;a ou aposentadoria por invalidez antes deferidas
e mantidas.

162. Rela<;áode Salários de Contribuicéo

Relacáo de Salários de Contribuicáo (RSC) é o documento que substituiu o


formulário AAS e que, por sua vez, foi substituído pelo CNIS. Sua semelhanc;a com
o ASS é grande, valendo as observacóes anteriores. Na dúvida, no tocante ao
registro da GFIP, ele pode ser solicitado.

91
As vezes, presente incerteza pontualizada em relacáo a um ou mais meses,
o resultado da Requisicáo de Diligencia (RD), operada pelo INSS in loco, terá o
mesmo papel de elucidar a divergencia.

163. Carteira de Trabalho

A Carteira de Trabalho e Previdéncia Social (CTPS)é prova por excelencia dos


salários de contribuicáo do empregado.

Devidamente anotada no campo proprio. f ornece os dados básicos da


remuneracáo (ainda que nao consigne os totais mensais, variáveis por diferentes
motivos).
Registra, também, o cargo e a funcáo. pelo menos quando da adrnissáo.

A CTPS guarda a presuncáo de veracidade, cabendo ao INSS demonstrar o


contrário, se puser em dúvida o informado. Rasurada, deteriorada por água ou
outro dano, deve valer como início razoável de prova. material para a justificacáo
administrativa ou judicial.

164. Fo/ha de pagamento

Os registros mensais constantes da folha de pagamento, especialmente aquela


elaborada em papel timbrado da empresa, com verossirnilhanca, ancianidade e
características de autenticidade, bem como a assinatura usual do empregado, tém
grande valia no convencimento, particularmente, se nao subsistirem pendencias
sobre os salários dos demais trabalhadores (PCSS, art. 32, 1).

Recibos mensais de pagamento, holerites, com as mesmas características das


folhas de pagamento, sao, por seu turno, ótimos instrumentos de persuasáo.

165. Fundo de garantía

Considerados a partir de 12 de janeiro de 1967 (Leí n. 5.107 /66), portanto,


há mais de 30 anos, os depósitos mensais do FGTS atual registrados na Caixa
Económica Federal (CEF) constituem prova plena de salários presumidamente
recebidos (bem como do vínculo empregatício).

Da mesma forma valem os comprovantes dos saques intermediários e até o


cálculo dos 40°/o dos depósitos por ocasiáo das demissóes sem justa causa (Lei n.
8.036/90).
O termo de rescisáo contratual costuma assinalar inforrnacóes sobre o salário,
décimo terceiro salário, aviso prévio e férias, que permitem deduzir a remuneracáo
do trabalhador.

92
166. Imposto de Renda

Dedaracóes espontaneas anuais do IR sao afirrnacóes formais escritas com


forte poder de convkcáo em relacáo a
rernuneracáo do trabalhador.

Exibem apenas o total anual, se nao existirem outros meios de discriminacáo.


a sua divisáo por 12 ou 13, conforme a descrkáo será suficiente.

Afirrnacóes desse tipo tem de ser acolhidas por seu poder oficial de validade,
em virtude de seu papel, mais ainda se for a única demonstracáo disponível.

167. Guias e carnes

Guias de recolhimento (GRPS, GPS, GFIP, etc.), quando indicarem a base de


cálculo, especialmente de contribuintes individuáis, sao pravas plenas de salários
de contribuicáo.

Os carnes de pagamento do contribuinte individual (empresário, autónomo,


eventual, eclesiástico e do facultativo, e até mesmo o valor da cotizacáo indicam
o salário de contribuicáo.

Pena que o atual carne nao mais possua urna quadrícula para a base de
cálculo da mensalidade, obrigando a apurar-se a alíquota da época e, assim,
partindo-se da contribuicáo recolhida, determina-se o salário de contribuicáo.

As vías da antiga CARC também indicavam os salarios dos segurados.

168. Contribuinte individual

A empresa que contrata o contribuinte individual (in casu, empresario e


autónomo) éobrigada a reter 11 % da rernuneracáo e recolher essa importancia
na GPS, que, evidentemente, fará parte do CNIS (Leí n. 10.666/03).

A sua cópia do Recibo de Pagamento a Contribuinte Individual, antigo RPA,


é outro meio convincente.

169. Pesquisas de mercado

Nas poucas hipóteses em que cabíveis, as pesquisas de mercado e declaracóes


a posteriori do empregador, quando viáveis, especialmente se houver dúvidas
sobre o nível, nao convencem plenamente o INSS, mas devem ser consideradas
como início de prova material do salário de contribuicáo.

93
lnforrnacóes prestadas por outras empresas ou órqáos de classe e sindicatos
seráo igualmente úteis.

170. CadastroNacional

O Cadastro Nacional de lnformacóes Sociais (CNIS) é um extraordinário banco


de dados da Previdéncia Social alimentado por várias fontes trabalhistas, fundiárias
e previdenciárias (Decreto n. 4.079/02).

É prova plena a disposicáo do INSS, cabendo ao interessado contestar os seus


registros, se deles duvidar (RPS, art. 19, § 3º).

94
CAPÍTULO XVII

FILIA<;ÁO DO ESTAGIÁRIO

A situacáo do estagiário no Direito Previdenciário apresenta nuancas


institucionais, dizendo respeito a sua estrutura básica como tipo de contrato
avencado coma empresa. incluindo-seo fato de as pessoasenvolvidas (trabalhador
e empregador), a época da realizacáo dos servicos ou aprendizagem, aceitarem
sua consumacáo f ática sem se preocupar com a presenca das características
próprias e, mais tarde, hodiernamente, em muitos casos, o obreiro estudante
desejar demonstrar que o aludido contrato de estágio nao existiu, mas um vínculo
empregatício ou relacáo de prestacáo de servicos como autónomo. As vezes,
apresentando-se como oponentes a essa pretensáo a empresa ou o INSS.
De acordo como art. 62, XXIV, da IN SRP n. 3/05, "o estagiário que presta
servicos em desacordo coma Lei n. 6.494, de 1977, o atleta nao profissional em
torrnacáo contratado em desacordo coma Lei n. 9.615, de 1998, comas alteracóes
da Lei n. 10.672, de 2003", é segurado obrigatório, presumindo a referida norma
administrativa que exista um pseudoestágio.

171. Fontes formais

De acordo com a Portaria MPTS n. 1.002/67, o estágio nas empresas


nao caracteriza a existencia da relacáo empregatícia prevista no art. 32 da CLT,
desobrigando as empresas de contribuicáo e, evidentemente, nao ocorrendo o
cómputo do tempo de servico. Entretanto, se o período de trabalho e de estudo
a
nao corresponder concepcáo do estágio, está-se diante de um empregado ou
autónomo, ou seja, um segurado obrigatório.
Para o art. 42 da Lei n. 6.494/77: "O estágio nao cria vínculo empregatício
de qualquer natureza e o estagiário poderá receber bolsa de estudos, ou outra
forma de contraprestacáo que venha a ser acordada, ressalvado o que dispuser
a leqislacáo previdenciária, devendo o estudante, em qualquer hipótese, estar
segurado contra acidentes pessoais".

172. Conceito de estagiário

Para que o interessado (pessoa física ou jurídica) consiga evidenciar que foi
ou nao estagiário, será preciso conhecer o que é essa figura jurídica no Direito
Civil, Direito do Trabalho e Direito Previdenciário.

95
Nada impede que um aluno trabalhe; isso é muito comum. O trabalho de
um estudante numa empresa com vistas a
figura do estágio, remunerado ou
nao, constitui urna relacáo jurídica que variará consoante as características da
contratacáo desse labor.
Tendo em vista a presenca do trabalho (e a criacáo ou nao de alguma riqueza
para aquele que abriga o estudante), essa relacáo usualmente é retribuída, até
mesmo apenas com bolsa de estudos; entender-se-á que será a rernuneracáo
trabalhista quando presentes os pressupostos do art. 32 da CLT ou urna bolsa
de estudos, se eles estiverem ausentes. Caso se trate efetivamente do estágio
concebido pelo legislador, o valor será a retribuicáo do estagiário, por norma, nao
integrante do salário de contribuicáo (PCSS, art. 28, § 92, i).

Substancialmente nesse tipo de contrato subsistem duas relacóes: a) laboral


e b) educativa. A pessoa trabalha e aprende a trabalhar; amplia as possibilidades
do aprendizado escolar com a realizacáo efetiva do esforco pessoal laborativo,
aperfeicoando a teoría que aprendeu na escala. Mas pouco importa a natureza
jurídica dessa relacáo. e sim os seus elementos caracterizadores. Para a Previdéncia
Social, se for estágio, sobreviráo consectários próprios (como a nao filiacáo e a nao
incidencia de contribuicáo): caso nao seja, importará determinar-se qual o tipo de
segurado ali presente: empregado ou autónomo.

173. Distincáes necessárias

Nao se pode confundir a bolsa de estudos que é fornecida ao empregado


com a rernuneracáo do estagiário. As bolsas de complementacáo educacional de
estagiário, nos termos da Leí n. 6.494/77, nao integram o salário de contribuicáo.
Conforme o ítem 42 da Portaria SPS n. 2/79: "Nao incidem contribuicóes sobre o
valor da bolsa pago pela empresa a estagiário".

Igual se faz com a retribuicáo do menor aprendiz que, conforme o caso,


também pode ser empregado.

O estagiário nao é empregado porque os servicos que realiza, enquanto


es ti ver aprendendo, destinam-se a ele, enquanto os estorcos do empregado f azem
parte do patrimonio da empresa.

A Lei n. 7.004/82 previa um Programa de Previdéncia Social aos Estudantes,


que vigeu até a edicáo do PBPS (24. 7. 91 ).

Os guardas-mirins sao exemplo de estágio e aprendizagem a serem


considerados. Da mesma forma, quem os admite os afasta da rua, ministrando-lhes
algum conhecimento, fazem-lhes algum pagamento.

96
174. Declarac;ao do CIEE

A cada estagiário que celebrou o contrato, o CIEE fornece um documento,


declaratório de direito, em que afirma que o trabalhador prestou servícos na
condicáo jurídica de estagiário, que per se o exclui da filiacáo ao RGPS.
Até que seja provado o contrario, essa afirrnacáo prevalecerá perante o INSS.

175. Médico-residente

Desde a Lei n. 6.932/81, o médico-residente é segurado obrigatório


(IN SRP n. 3/05, art. 9º, XVII), na condicáo de contribuinte individual, e, se
descumpridas essas normas, poderá ser classificado como empregado (IN SRP
n. 3/05, art. 62, XXV).

Nos termos da Lei n. 10.405/02, a residencia médica "é a modalidade de en sino


de pós-qraduacáo. destinada a médicos, sob a forma de curso de especializacáo.
caracterizada por treinamento em servico, funcionando sob a responsabilidade de
instituicóes de saúde, universitárias ou nao, ou sob a orientacáo de profissionais
médicos".

176. Advogadoestagiário

O estudante de Direito que está estagiando num escritório de advocacia é,


conforme a realidade, empregado, autónomo ou estagiário durante dois anos (art.
84 da Lei n. 8.906/94}.

177. Contribuicéo do estagiário

Tendo em vista que nao é um segurado obrigatório, se o estagiário desejar


computar o tempo de servico em que está aprendendo alguma profissáo, ele
poderá contribuir na condicáo de facultativo.

178. Remunerecéo do estudante

O valor que o estagiário recebe da empresa nao é rernuneracáo no sentido


atribuído pela CLT, mas urna bolsa de estudos. Mesmo sabendo-se que ele está
trabalhando e criando riquezas, a condicáo maior de estudante atrai a natureza
jurídica do pagamento.

179. Contratode experiencia

Também nao se pode confundir o estágio com contrato de experiencia.


Quem está em experiencia é empregado e assim deve ser registrado, conforme o
art. 32 da CLT.

97
180. Detnonstrecéo contrária

O art. 62, § 72, da IN SRP n. 3/05 aponta quatro hipóteses de descumprimento


das regras aplicáveis ao estagiário, para que ele se mantenha um nao segurado
do RGPS: a) frequéncia escolar; b) condicóes ambientais para que sobrevenha a
escolaridade da pessoa; e) coincidencia das atividades empresariais com o estudo
realizado; d) estágio fazer parte do programa pedagógico da escola (incisos l/IV).

Quem pretender descaracterizar a presenca do vínculo de estagiário com a


empresa, fato normalmente acorrido em passado remoto, terá de assumir encargo
a
extraordinário em relacáo prova, em si mesma um esforco procedimental difícil.
Algumas ideias poderáo ajudá-lo:

a) Exercício da atividade
Seu primeiro esforco será no sentido de evidenciar que a atividade praticada na
a
empresa nao comportou nem comportaría o ambiente adequado aprendizagem.
b) Nao itequéncis escolar
Existem dois tipos de estágios: a) realizado durante o curso e b) depois de
formado e antes do exercício da profissáo. Se nao há a referida frequéncia ao
curso, nao se trata de estágio. Ninguém pode estagiar antes da matrícula na escola
ou muito tempo depois de formado, embora quase todo mundo aprenda muita
coisa trabalhando numa empresa.
c) Disiuncéo educacional
Se, em vez de aprender, por possuir bagagem de ciencia superior, o trabalhador
acabou ensinando, isso também nao é característica do estágio.

d) lncompatibilidade como curso


De regra, o trabalho que vai aperfeicoar os conhecimentos do trabalhador
está íntimamente ligado a sua área de especializacáo.
Nao estagia um médico-residente que trabalha na adrninistracáo de um
hospital, admitindo-se apenas que ali se aperfeicoe um administrador hospitalar.
e) Condicéo de empregado

Estagiário nao tem direito a férias ou décimo terceiro salário nem outros
direitos trabalhistas. Se foi assim registrado na FRE ou aferiu as vantagens inerentes
a esse registro (e elas sao muitas) é porque nao estagiava.
f) Perticipscéo na EFPC
Os participantes dos fundos de pensáo, nos termos da LC n. 109/01, térn de
ser empregados. Um reforce de prova da desconstituicáo do contrato de estágio
é fazer parte da EFPC.

98
CAPÍTULO XVIII

INSCRl<;ÁO DO FILIADO

A ínscrlcáo de segurados e dependentes nao matéria que abrigue muitas


é

dificuldades teóricas. Com o CNIS, o INSS exerce controle quase total sobre as
pessoas envolvidas na relacáo jurídica de previdéncía social.
Mais importante é a filiacáo, ou seja, o exercício da atividade coberta
pela protecáo securitária e, no caso do facultativo, a dernonstracáo da vontade
(promovida com o recolhimento).

Rigorosamente, o tema assume alguma importancia por ocasiáo do pedido


de benefício, por isso diz o art. 17, § 12, do PBPS que: "Incumbe ao dependente
promover a sua inscricáo quando do requerimento do benefício a que estiver
habilitado" (redacáo dada pela Lei n. 10.403/02).
Quer dizer, se urna viúva e filhos do segurado pedem a pensáo por morte,
juntaráo a certidáo de casamento e de nascimento. A separacáo judicial, o divórcio
ou a anulacáo de casamento sao levados ao conhecimento do INSS com os
documentos próprios (sentenca judiciária).

Os documentos exigidos de um segurado quando do pedido de um benefício


sao tantos que a sua inscricáo perde expressáo.

Corretamente, a leí transferiu a disciplina desse tema ao regulamento, e ele


aparece bastante esrniucado na IN INSS n. 20/07.

181. Segurados subordinados

A inscricáo dos segurados subordinados é feíta com dados da empresa que


lhes propiciem o trabalho:

1) Empregado - FRE, CTPS, RAIS e PPP;


11) Temporário - CTPS, RAIS e PPP;
111) Avulso - Registro no sindicato ou OGMO;
IV) Doméstico - CTPS e o próprio carne de pagamento;

V) Servidor - Registro no órgao público.

Os documentos que comprovam a filiacáo e a inscrlcáo sao os mesmos


exigidos quando do requerimento dos benefícios. Rigorosamente, as ideias de

99
filiacáo e de inscricáo se tornaram anacrónicas comos registros modernos, valendo
apenas nos casos particularíssimos da informalidade.

182. Contribuinteindividu
al

Os contribuintes individuais fazem a inscricáo pessoalmente ou por meio da


internet, obtendo um número proprio. que é o NIT.
Um empresário nao pode confundir o CNPJ de sua firma, ainda que individual
ou do Estado ou Município, com a inscricáo do INSS.

183. Contribuintefacultativo

A inscricáo do segurado facultativo é feíta no INSS ou pela internet,


corroborada como recolhimento da primeira contribuicáo a partir do seu NIT.

184. Segurado especial

Diz o art. 48 da IN INSS n. 20/07 que a inscricáo dos membros da família do


segurado especial por eles será praticada sem explicitar como, devendo ser obtida
junto do próprio INSS.

185. Post mortem

Curiosamente, diz o art. 18, § 52, do RPS que nao é possível a inscricáo
post mortem. Com algum recelo. apenas autorizou a inscricáo após a morte do
segurado especial, a contrario sensu vedando a dos demais. O dispositivo é inútil,
impróprio e anacrónico.

A qualquer tempo, imprescritivelmente, se alguém da família provar que urna


pessoa esteve filiada, ainda que nao inscrita, terá demonstrado que está abrigada
pela Previdéncia Social. Terá de levar os documentos da pessoa para os fins da
pensáo por morte.

186. Dependente do segurado

O rol dos dependentes do segurado comparece no art. 16 do PBPS. Como eles


somente f azem jus a pensáo por morte ou ao auxílio-redusáo e a lista nao pode
ser diminuída ou aumentada, nao há necessidade de inscrkáo dos dependentes.

Nem mesmo a da companheira em relacáo ao companheiro, situacáo válida


no passado e que, de certa forma, pode suscitar dúvidas em relacáo as relacóes
homossexuais hoje em dia.

100
Caso subsista dúvida, nada impede a esses dependentes que cornparecam
em um cartório de registros e tacam urna dedaracáo escrita, dizendo que existe
urna relacáo f ática, mas ficando claro que nao será esse documento que inscreverá
a pessoa, e sim a existencia da rela<;ao efetiva.

Ou seja, a inscricáo dos dependentes ocorre quando eles se habilitam a um


benefício próprio de sua condicáo.

187. Promocéo de terceiros

Se o segurado, por qualquer motivo, nao pode promover a lnscricáo. ele


pode ser substituído por terceiro com ou sem procuracáo desde que apresente as
comprovacóes necessárias.

188. /ndevida e equivocada

Sempre se entendeu que a inscricáo indevida (aquela que nao corresponde


a filiacáo) nao produz a relacáo jurídica de previdéncia social, tornando inúteis as
contribuicóes, exceto se for possível enquadrá-la como referente ao facultativo.

Quando alguém, antes do PBPS e fora das regras do contribuinte em dobro,


sem ser segurado obrigatório, cornecou a pagar como facultativo - figura entáo
inexistente -, nao terá assegurado qualquer direito.

189. Convelidecdo da inscricéo

Como o segurado facultativo foi criado com o PBPS, a partir de 25.7.91


(em substituicáo ao contribuinte em dobro), quem entáo recolheu contribuicóes
mensais sem ser um segurado obrigatório - urna condicáo jurídica para que seja
acolhido como facultativo - pode ter essa inscricáo aceita, bastando para isso que
tenha feito os recolhimentos de acordo com os limites da lei.

190. Recadastramento formal

Por ocasiáo dos recadastramentos, o interessado tem a oportunidade de,


preenchendo o formulário emitido pelo INSS, novamente fazer a prova da inscrkáo.

Os trabalhadores subordinados comprovam a cessacáo da filiacáo e, por


conseguinte, da ínscricáo, coma baixa na CTPS. Os contribuintes individuais, com
os documentos municipais.

Verdadeiramente, quase nao existe a baixa da inscricáo: simplesmente a


pessoa deixa de pertencer a
clientela dos protegidos. Urna filha menor de idade
que se casa simplesmente nao comunica o fato ao INSS; ela nao solicita a pensáo
por morte do pai ou da máe. Caso o taca. o registro do casamento impedirá a
concessáo do benefício.

101
CAPÍTULO XIX

CONFIGURA<;AO DA PESSOA JURÍDICA

A Emenda Aditiva n. 3 ao Projeto de Lei n. 6.272-E/05, que resultou no


acréscimo do § 42 do art. 62 da Lei n. 10.593/02, ex vi da Lei n. 11.457 /07,
criadora da Receita Federal do Brasil, as vezes referida como Super-Receita, e seu
veto pelo Presidente da República provocou celeuma entre os partidos políticos, as
entidades representativas dos diversos segmentos da sociedade e os estudiosos.

Pena que nem sempre a musa inspiradora dos pensamentos dos muitos que
expuseram os seus pontos de vista nao estava de plantáo.

Com efeito, raríssimos deles lembraram-se da causa eficiente da polémica em


si mesma (custo fiscal previdenciário, fundiário e sindical de máo de obra) e, em
visível exagero, disf arcando a preocupacáo com esse ónus, chegaram a f alar em
trabalho escravo e desprezo a eficácia institucional do Poder Judiciário (em todos
os casos sempre a disposicáo do trabalhador). Hoje em dia, quem é jovem e quer
trabalhar para obter os meios de subsistencia nao vai ler a CLT nem reclamar na
a
Justica do Trabalho. Num primeiro momento, nao atribuirá importancia prestacáo
acidentária e seus efeitos laborais nem ao FGTS.

Como tantas vezes sucedeu, os excessos cometidos possivelmente se


deveram a ideologia cega, nao percepcáo das mudancas que vérn ocorrendo
com a leqislacáo (ftexibilizacáo das relacóes de trabalho) e a realidade fiscal, bem
como latente ignorancia do que significa a protetividade da previdéncia social e
do caráter de norma pública de que constitucionalmente se reveste. Quase todos
sustentam a obviedade da personalidade da pessoa jurídica, quando o que se
deveria discutir é a existencia ou nao de urna fa Isa pessoa jurídica prestadora de
servicos operando subordinadamente e nas condicóes dos arts. 32 e 92 da CLT
(aliás, jamais ou raramente referidos).

Em todo o caso, presente o poder de império da Administracáo Pública e


enquanto nao for revogada a eficácia jurígena do art. 116 do CTN e a LC n.
104/01, ou revista, se a realidade laboral informar a presenca de um ou outro
tipo de contrato, qualquer que seja este, ele deve prevalecer (a tempo de serem
apuradas as obriqacóes ou quando nao mais for possível. .. ).

A FESESP reuniu a opiniáo de 49 autoridades e todas elas, expoentes do


pensamento jurídico nacional, puseram-se a favor da constitucionalidade do texto
vetado, considerando-o nao constituir novidade, mas defendendo-o, e nenhum

102
deles (sic) se lembrou de que a terceirizacáo da pessoa jurídica custa menos para
a empresa (Projeto de Leida Super-Receita - ootrioes Legais sobre a Emenda n.
3. Sao Paulo: FESESP, 2007). Esse magnífico esforco científico de reconhecidas
inteligencias será inútil se o Governo Federal tributar a contratacáo de pessoa
jurídica (sic).

191. Poder da edministrecéo

Mesmo que nao existisse o aludido dispositivo tributário, quando promove a


auditoria fiscal de um contribuinte, a Receita Federal do Brasil ou tem o poder de
declarar a existencia do vínculo empregatício, do contrato de prestacáo de servicos
por parte do autónomo e, até mesmo, de reconhecer a contratacáo de pessoa
jurídica, ou nao logra o seu desiderato institucional. Limita-se a ser um conferente
bem remunerado.

Declarar para fins fiscais nao constituir, pois é a realidade que o faz.
Evidentemente, o contribuinte onerado com essa presuncáo tem o direito
constitucional de opor-se a qualificacáo adotada para as razóes exacionais (que,
aliás, continuará vigente entre as partes e para outros objetivos, res in ter alios que
é. até que um juiz sentencie quem tem razáo (CF, art. SQ, LV). Nao é somente a
RFB que dispóe desse poder, mas também o sindicato (contribuicáo sindical), a
Caixa Económica Federal (FGTS), os terceiros do grupo "S" e a própria Receita
Federal do Brasil em matéria de Imposto de Renda.

Ou seja, é um poder atribuído a quem tem o dever de fiscalizar, sempre


que a natureza da retribuicáo do trabalho humano prestar-se como hipótese de
incidencia de urna exacáo. Se somente o Poder Judiciário fosse o único capaz de
declarar a existencia desse ou daquele contrato de trabalho, o Setor de Recursos
Humanos das empresas nao saberia como agir diante de um trabalhador a ser
a
admitido; também ele faz a distincáo e sem qualquer demérito funcáo primordial
da Justica do Trabalho (CF, art. 114).

Sacha Calmon Navarro Coélho e Misabel Abreu Machado Derzi sustentam


"haver arbítrio, tirania, confusáo, insequranca e incerteza, que devem ser
veementemente repelidos no Estado Democrático de Direito" (ob. cit., p. 72). Se
o Auditor-Fiscal encontrar urna falsa pessoa jurídica, por torca do que dispóern os
arts. 138/188 do Código Civil e do art. 9Q da CLT, tem o dever fiscal de dar início a
perquiricáo da verdade, sob pena de improbidade administrativa; sua atuacáo é ato
vinculado. Caso o f aca sem amparo legal, sujeita-se ao crime de excesso de exacáo
(CP, art. 316, § 1 Q). Quem finalmente vai decidir administrativamente é a CAj do
CRPS e, judicialmente, a Justíca Federal. Nao há aí arbítrio, mas procedimentos
legais. Tirania nao é expressáo adequada a qualquer cenário jurídico que deva
ser sopesado. Confusáo, diante do devido processo legal que se segue a urna

103
autuacáo ou notificacáo se posta sob a mesma análise; diante da multiplicidade
de atos da economia e do trabalho, a incerteza e a ínsequranca sao inerentes dos
institutos jurídicos. Se tudo fosse tao claro nesse mundo, nao seriam necessários
os arts. 138/165 e, em particular, o art. 166, VI, do Código Civil (a ser consultado).

Diz llmar Galváo que: "Na verdade, nao se poderia reservar a Adrninistracáo.
e, muito menos, ao agente fiscal, a competencia para definir as hipóteses de
presuncáo de contrato de trabalho dissimulado por meio de sociedades prestadoras
de servicos, em muito menos, para estabelecer o procedimento a ser observado
para a desconsideracáo da personalidade jurídica de tais sociedades, assegurada
ao contribuinte, de escolher, sem ofensa a
lei, a forma de agir que lhe atenue
o ónus tributario" (ob. cit., p. 1 ). Provavelmente, o que ele quis dizer é que a
Adrninistracáo Pública nao pode constituir ou desconstituir relacóes jurídicas, mas
poderia admití-las a priori para fins de acáo fiscal, esperando ve-las reconhecidas
adiante por quem de direito ou nao.

Efetivamente, nos termos da lei, se o contribuinte contratar urna verdadeira


pessoa jurídica prestadora de servicos. com as suas características, nenhum Auditor-
-Fiscal nem a Justica Federal tém o poder de desconstituí-la.

192. Elementos do autónomo

A dernonstracáo da definicáo do que seja o trabalhador que oferece sua


máo de obra pessoal a urna empresa pressupóe o seu conceito científico, legal
e doutrinário. É autónoma a pessoa física que independentemente e por conta
própria presta servkos para pessoas físicas ou jurídicas, assumindo os riscos da
atividade profissional (O conceito legal de autónomo no PCSS. In: RPS n. 131/67).

Tal assuncáo. entre outros aspectos, significa a utilizacáo dos seus meios
(capital, conhecimento especializado, instrumental, etc.).

Independencia quer dizer liberdade laboral, nao submissáo funcional quando


da execucáo (como a imposta ao empregado), fazendo-o personalissimamente,
nao só na atividade-meio como na atividade-fim do empreendedor.

193. Características da pessoa jurídica

Considera-se pessoa jurídica a constituída formalmente, segundo o art. 40,


11, do Código Civil, cujos membros componentes estatutários oferecam sua rnáo
de obra mediante vínculo jurídico específico, com total liberdade operacional e
possibilidade de substituicáo do efetivo realizador dos trabalhos.

Por oposicáo ao trabalhador subordinado, o trabalho dos sócios (e até mesmo


dos seus empregados) nao pode ser subordinado pelo contratante da pessoa

104
jurídica, a despeito de a Lei n. 9.711/98 admitir contratos de cessáo de máo de
obra, porque nesse momento define apenas urna antecipacáo de contribuicóes.
despreocupada com a desconsideracáo da personalidade jurídica do prestador de
servicos (que também poderá suceder).

Nao é próprio de urna relacáo jurídica entre duas pessoas jurídicas, em todos
os sentidos que os membros da contratada comportem-se como subordinados da
contratante (por exemplo, recebendo retribuicáo que bem examinada em f ace do
mercado ou da comparacáo refletirá décimo terceiro salário, férias indenizadas,
horas extras e outras conquistas sociais do empregado).

194. Elementos do empregado

A par de um contrato formalizado entre a empresa e o autónomo ou pessoa


jurídica, acordo escrito que pouco distingue (porque também o trabalho subordinado
opera com base nele) estar dependendo funcionalmente do empregador como
determinante do empregado.

Evidentemente, tomando-se cuidados com os extremos dessa relacáo: a)


quemé totalmente subordinado, como os sem qualificacáo profissional; e b) aquele
quase nao subordinado (como os altos executivos). Continuidade, pessoalidade e
existencia de rernuneracáo nao sao elementos decisórios.

195. CLTe CTN

Lapidarmente, o art. 92 da CLT diz que sao "nulos de pleno direito os atos
praticados como objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicacáo dos preceitos
contidos na presente Consolidacáo", lembrando Eduardo Gabriel Saad et allí o que
rezam os arts. 444 e 468, afirmando "ser simulado o negócio jurídico em que há
convergencia das vontades das partes para que tenha objetivo distinto daquele
a
realmente por elas desejado e isto para fraude lei ou para causar dano a outrem".
culminando com a ideia relativa ao art. 52, XIII, da Constituicáo Federal (que
alega ser "livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissáo. atendidas
as qualificacóes profissionais que a lei estabelecer"). Mas "essa liberdade, sobre
ainda no plano constitucional, certo condicionamento. É o que deflui do art.
170 da Lex Legum: 'A ordem económica fundada na valorizacáo do trabalho
humano e na livre iniciativa tem por fim assegurar a todos existencia, digna,
conforme os dita mes da justica social:" (CLT comentada. 40_ ed. Sao Paulo: l Tr,
2007. p. 89).

Segundo o art. 195 do CTN: "Para os efeitos da leqislacáo tributária, nao


tém aplicacáo quaisquer disposicóes legais excludentes ou limitativas do direito de
examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais

105
ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obriqacáo destes
de exibi-los", autorizando o Auditor-Fiscal a examinar os fa tos que cercam o fato
gerador.

196. Lei n. 11.196/05

Diz o art. 129 da Lei n. 11.196/05 que: "Para fins fiscais e previdenciários, a
prestacáo de servicos intelectuais, inclusive os de natureza científica, artística ou
cultural, em caráter personalíssimo ou nao, com ou sem a desiqnacáo de quaisquer
obriqacóes a sócios ou empregados da sociedade prestadora de servicos, quando
por esta realizada, se sujeita tao somente a leqislacáo aplicável as pessoas jurídicas,
sem prejuízo da observancia do disposto no art. 50 da Lei n. 10.406, de 1 O de
janeiro de 2002 - Código Civil".

Imagina-se que esse dispositivo se aplique exclusivamente as pessoasjurídicas,


em face do disposto no art. 92 da CLT, e nao a falsa pessoa jurídica.

Por seu turno, o art. 50 do Código Civil reza que: "Em caso de abuso da
personalidade jurídica, caracterizado pelo desvío da finalidade, ou pela confusáo
patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público
quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas
relacóes de obriqacóes sejam estendidos aos bens particulares dos administradores
ou sócios da pessoa jurídica".

Paralelamente, por último, pontua o art. 28 do CDC que: "O juiz poderá
desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do
consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infracáo da leí, fato ou
ato ilícito ou violacáo dos estatutos ou contrato social. A desconsideracáo também
será efetivada quando houver falencia, estado de insolvencia, encerramento ou
inatividade da pessoa jurídica provocados por má adrninistracáo".

197. Lei n. 11.457/07

De modo bastante sugestivo, confessando faltar coragem ao legislador de


declarar enf aticamente que nao era possível transformar sócios de sociedades
limitadas em empregados ou autónomos, o § 42 do art. 62 da Lei n. 10.593/02
subtraía da Auditoria-Fiscal o poder de desqualificar sociedades limitadas se elas
estivessem mascarando urna relacáo empregatícia ou outro tipo de contrato de
prestacáo de servicos.
Com efeito, dizia o§ 42 do art. 62: "No exercício das atribuicóes da autoridade
fiscal de que trata esta Lei, a desconsideracáo da pessoa, ato ou negócio jurídico
que implique reconhecimento de relacáo de trabalho, com ou sem vínculo
empregatício, deverá sempre ser precedida de decisáo judicial".

106
Aristides Junqueira A/varenga, Sérgio Rabel/o Tamm Rebau/t e Sebestiéo
Botto de Barros To!oja (ob. cit.. p. 56/59) tiraram condusóes que ferem o mérito
da questáo, cuja apreciacáo pode contribuir para esclarecimentos.

Eles dizem: "1. A desconsideracáo da personalidade e o reconhecimento da


relacáo de trabalho possuem natureza de ato jurídico, distanciando-se, portante,
a esfera de competencia da Autoridade Fiscal da Super-Receita dada sua atividade
administrativa, sendo ato executado de forma unilateral por este Agente, carecedor
a
de validade dada inobservancia dos pressupostos: a) existencia (Autoridade Fiscal
- nao há pertinencia na decretacáo da desconstituicáo - ato jurídico - a atividade
administrativa); b) validade (Autoridade Fiscal - Agente Incompetente), e aos e)
elementos de constituicáo (Forma e Procedimento) - Oecisáo Judicial e Devido
Processo Legal".

A auditoria fiscal, inegavelmente ato jurídico (perfeito ou nao), prerrogativa


do fisco, tanto quanto a apreciacáo do Poder Judiciário, nao é ato unilateral,
porque a empresa poderá contestar ex vi do art. 5º, LV, da Constituicáo Federal.
Um Auditor-Fiscal, quando notifica a empresa para apresentacáo de documentos
(prevas) e ato continuo. presente irregularidade, é obrigado a autuá-la (já que
"ouvi-la" aconteceu antes da autuacáo). Em face do art. 33 do PCSS descabe
afirmar que a fiscalizacáo nao é competente; se assim nao for, para que existe a
fiscalizacáo?

Asseveram também que sem a prévia manifestacáo judicial, em f ace da


ausencia de regulamento do parágrafo único do art. 116 do CTN, "impedem que
seja desconsiderada a personalidade jurídica".

Diante da comprovada simulacáo, o poder de desconsiderar o ato jurídico


dissimulador nao surgiu com a EC n. 104/01. Preexiste ao parágrafo único do art.
116 do CTN que, se regulamentado, apenas reforcará essa possibilidade.

A afirrnacáo anterior conflita com esta: "3. A pessoa jurídica semente pode
ser desconstituída em circunstancias excepcionais, ou seja, quando comprovada
conduta fraudulenta ou abusiva dos sócios ou controladores. O caráter
excepcional de desconsideracáo da personalidade jurídica implica a necessidade
de demonstracáo de suas hipóteses ensejadoras (fraude e abuso de poder),
assegurado o devido processo legal para os sócios e controladores".

Se a Auditoria-Fiscal da RFB encontrar trabalhadores que eram empregados,


tiveram o contrato de emprego rescindido e voltaram no dia seguinte na condicáo
de pessoa jurídica, terá de aceitar a submissáo ao regime de contratacáo imposto
pela empresa a pessoa humana sem opcáo? Por acaso, a NFLD, precedida de
Notificacáo Fiscal, cabendo Defesa Prévia em 15 dias, sem garantia de instancia
para o Recurso de Apelacáo a CAj do CRPS e observancia da Lei n. 9.784/99, do
Decreto n. 70.235/72 e da Portaria MPS n. 323/07, nao é o devido processo legal?

107
Por último: "7. A insequranca jurídica decorrente do possível veto a Emenda
aditiva também se funda na falta de exigencia em concurso público para ingresso na
carreira de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil de afericáo de conhecimento
específico para o reconhecimento do vínculo empregatício, o que demonstra,
por si só, a incongruencia dessa atividade estranha as atribuicóes da carreira"
(sic). Ora, até entáo a Caixa Económica Federal (FGTS), a Receita Federal (IR), os
Sindicatos (contribuicáo sindical), a SRP (INSS) e os Chefes de Recursos Humanos
das empresas, todos possivelmente sem ter a matéria trabalhista no concurso
público (quando exigido), como puderam se habilitar a contratar a pessoa humana
e saber se estáo diante do empresário, autónomo, empregado, avulso, doméstico,
temporário ou eclesiástico (sic)?

198. Papel do Poder Judiciário

Quando cuidam da exigibilidade fiscal, em que presente como polo ativo a


RFB, as disposicóes das Leis ns. 11.196/05 e 11.457 /07 nao afetam em nada o
poder da Justica Federal de decantar a existencia de urna relacáo jurídica, se urna
empresa contratar pessoa para trabalhar. Assim, qualquer atuacáo da Auditoria-
Fiscal, convalidando essa funcáo, será contestada.
Caso as partes envolvidas na relacáo entenderam haver dúvida relativa a
eficácia do Código Civil ou da CLT, de todo modo, respectivamente a Justica
Estadual e a rustica do Trabalho sempre poderáo se manifestar, o que pode dar-se
fara do período de decadencia de contríbuicóes sociais (sic).

Se os próprios envolvidos nao suscitarem a discussáo, porque submetidos


as pressóes das condicóes trabalhistas e económicas, como o Poder Judiciário
desconsidera ria ou nao a personalidade jurídica?
Entre outras, colhe-se esta opiniáo (ob. cit., p. 79) de Rubens Tavares Aidar:
"Dar ao Fiscal o poder de ser juiz (1) para punir (2) situacóes jurídicas legalmente
constituídas (3), formalmente regulares, sem o contraditório (4) e sem o processo
legal (5), em foros de manifesta inconstitucionalidade (6), retirando do Judiciário
(7), especialmente do Juiz do Trabalho, parcela do seu poder (8)" (distincáo das
locucóes e grifo nosso).
Jama is o fiscal torna-se Juiz. Carece de jurisdicáo e o poder de fazer coisa julgada.
O Auditor-Fiscal nao pune; cobrar contribuicóes derivadas da desconstituicáo do
contrato nao sancáo, e sim o exercício do poder de polícia. Mesmo quando o
é

Auditor-Fiscal comunica ao Ministério Público Federal a ocorréncia de um fato que


poderá ser um crime previdenciário, é a autoridade judiciária que fixa a eventual
pena com base no Código Penal. Se os trabalhadores que se associam a urna
pessoa jurídica procederem como empregados da contratante, a personalidade
do contratado nao está legalmente constituída. É de clareza solar que a acáo
fiscal observa o contraditório e a ampla defesa. A evidencia, subsiste o devido

108
processo legal; se em algum momento ele for descumprido, a acáo fiscal perderá
procedencia. Por que seria inconstitucional exigir-se que a acáo fiscal seja um ato
de inteligencia e vontade imposta pela leí, se o Auditor-Fiscal age exatamente como
o magistrado, ou seja, extra indo efeitos jurídicos da realidade laboral? Em nenhum
momento o Poder Judiciário trabalhista e especialmente o federal ficam a margem
da prerrogativa de decidir. lndependentemente da atuacáo da Receita Federal do
Brasil, se alguém ingressar com urna acáo reclamatória, o Juiz do Trabalho tem a
competencia para decidir se ele é empregado ou nao.

199. Contestecéo da empresa

Diante da desdassificacáo de um contrato celebrado com a empresa de


trabalho temporário, cooperativa de máo de obra, autónomo ou pessoa jurídica,
em ato de inteligencia e vontade, considerando o trabalhador como empregado
ou outro tipo de segurado obrigatório, geralmente sobrevindo a
ernissáo de
um Auto de lnfracáo ou Notificacáo Fiscal, com base na Leí n. 9.784/99, no
Decreto n. 70.235/72 e na Portaría MPS n. 323/07, o contribuinte pode contestar
administrativamente o comportamento fiscal. E, se for o caso, mais tarde fazé-lo
judicialmente.

Terá de juntar as provas definidoras do tipo de contrato que alegar estar


presente na relacáo jurídica.

200. Tipos de pravas

Ocorrido o dissídio, os dois polos da relacáo assumem a obriqacáo de persuadir


a parte contrária: a) a Auditoria-Fiscal, de que estáo presentes os pressupostos do
tipo de segurado que entendeu estar configurado como prestador de servicos e
b) a empresa, de que isso nao é verdade, carreando evidencias convincentes da
realidade que julga existir, ou seja, prova do animus contrahendi.

1) Edita! de l.icitacáo -Ab initio deterrninacáo de que se deseja a contratacáo


de autónomo ou de pessoa jurídica e nao de obreiro subordinado.

11) Vínculo jurídico - Contrato de prestacáo de servkos em que é descrito


esmiuc;adamente o modus operandi e confirmado pela realidade.

111) Tipo de atividade - Natureza da tarefa a ser executada, compatível com


outros tipos de contratacáo (algumas atividades só admitem o empregado).

IV) Independencia - Comprovacáo da nao subordinacáo dos sócios admitidos,


nos limites da adrnissáo e da impessoalidade da realizacáo dos servicos,

V) Exclusividade - Evidencia de que o contratado mantém outros vínculos,


faz o mesmo para várias outras empresas, ou nao.

109
VI) Natureza da contratacáo - Clara explicitacáo de se tratar de empreitada,
prestacáo de servicos, cessáo de máo de obra, trabalho cooperado ou outro tipo
de vínculo jurídico.

VII) Modalidade de pagamento - Tipo de quitacáo distinta da que é própria


dos trabalhadores (ainda que possa ser mensal), merecendo comparacáo em
relacáo ao mercado ou aos demais empregados.
VIII) Observancia da lei - A contratada vir cumprindo todas as obriqacóes
fiscais próprias de sua condicáo jurídica.

IX) Níveis da fiscalizacáo - Tipo de fiscalizacáo do trabalho do realizador


dos servicos. ao seu final (característica da empreitada) ou durante realizacáo do
trabalho.

X) Sede dos trabalhos - É característico do empregado trabalhar na planta


do empregador, sendo usual a pessoa jurídica operar em sua sede social.

XI) Documentos fiscais - Cópia de notas fiscais, faturas ou recibos de


prestacáo de servicos.
XII) Existencia da personalidade - Conviccóes formais da existencia legal
da contratada (contrato social, contabilidade pessoal, matrícula na Prefeitura
Municipal, CNPJ, etc.), aspectos gerais da constituicáo da pessoa jurídica nos
órqáos públicos.
XIII) Obriqacóes fiscais - Cumprimento das obriqacóes fiscais inerentes a
condkáo de pessoa jurídica, quando for o caso a retencáo dos 11 º/o do valor da
contratacáo (Lei n. 9.711/98).
XIV) Personalidade jurídica - Observancia dos aspectos formais da ínscrtcáo
como autónomo. filiacáo ao órqáo de controle do exercício profissional.
XV) Assuncáo de riscos economices - Sua presenca é inerente a pessoa
jurídica e nao a física.

XVI) Prestacóes trabalhistas- Existencia ou nao de direitos trabalhistas (horas


extras, décimo terceiro salário, férias anuais, quadro de carreira, piso salarial,
política de reajustamento da retribuicáo, etc.).

XVII) Observancia de horário - Subordinacáo ou nao de horário de trabalho,


exceto nos casos em que tecnicamente exigível.

XVI 11) Subordinacáo - Núcleo da condusáo. verificacáo da existencia da


subordinacáo funcional, manifestada verbalmente ou por escrito, até mesmo com
admoestacóes próprias do subordinado.

XIX) Acordes coletivos- Submissáo as cláusulas convencionadas nos acordes


e nas convencóes.

110
XX) Similitude - Executar os servicos de forma exatamente assemelhada a
dos empregados.

XXI) Modalidade remuneratória - Algumas formas de retribuicáo do


trabalhador subordinado distinguem-se do obreiro independente.

XXII) Greves - Participacáo espontanea em greves e paradas.

XXIII) Ex-empregado - Quem foi empregado da empresa e atua como antes


é forte indício de que nao é autónomo nem pessoa jurídica. Autónomo ou sócio
de pessoa jurídica tornar-se empregado e é mais bem acolhido do que o inverso.

XXIV) lnteqracáo - Fazer parte da cooperativa, ser beneficiário do plano de


saúde ou da assisténcia social, do clube e ser participante do fundo de pensáo.

XXV) Utilizacáo de instrumental - Se os instrumentos de trabalho utilizados


sao da contratante, apontam mais para o vínculo empregatício.

XXVI) Destinacáo dos servicos - O destino do estorco físico ou intelectual do


trabalhador fornece indícios da natureza do contrato.

XXVI 1) Eventualidade da contratacáo - Nao é característica essencial do


empregado o trabalho ocasional, sendo próprio do eventual e, mais ainda, do
autónomo.

XXVIII) Natureza da ocupacáo - Algumas profiss6es sao comuns ao


empregados, caso do anestesiologista, farmacéutico e outros mais.

XXIX) Existencia de empregados - Contribui para a definicáo da pessoa


jurídica contratada ou até do autónomo ter pessoa contratada como ernpreqado,
trabalhando para a contratante ou náo.

XXX) Perda da condicáo - Demonstracáo de que o autónomo ou a pessoa


jurídica, idealmente assim contratado, ao longo do tempo nao perdeu essa
condicáo. o que pode acorrer sem que se de conta.

XXXI) Estágio - Difícilmente alguém será autónomo se estiver sob contrato


de experiencia, estagiando ou recebendo bolsa de estudos. nos termos da Portaria
MTPS n. 1.002/67, da Leí n. 6.494/77 e do Decreto n. 87.497 /82 e, por último,
da Lei n. 11.788/08, mas o contrato de estágio um dos que se prestam para a
é

simulacáo.
XXXI 1) Vulto da contratacáo - Seja no que diz respeito ao valor do contrato
ou ao volume de servicos. a grandeza da atividade contratada assinala para a
pessoa jurídica ou para a pessoa física.

XXXIII) ldade do obreiro - Dificilmente menores de 18 anos (embora


nao impossível, especialmente no meio artístico e na condicáo de autónomos)
costumam constituir pessoas jurídicas.

111
XXXIV) Propriedade dos meios - Se a pessoa física ou jurídica que presta
servicos detém os meios de execucáo (caso do motorista com veículo próprio),
distancia-se da figura do empregado. Utilizacáo de instrumental de execucáo
(capital, ferramentas, meios e técnicas próprias).

XXXV) Participacáo na empresa -Cipeiros, representantes sindica is, membros


de comités geralmente sao empregados.

XXXVI) Equiparacáo salarial - Existencia de equiparacáo salarial do prestador


de servicos com os empregados da contratante.

XXXVII) Inexistencia do ato cooperado - Se nao existe a cooperativa, se ela


nao cumpre as exigencias da Lei n. 5.764/71 ou nao se constata o ato cooperado,
o trabalhador nao é cooperado.

XXXVIII) lgreja - Para os ministérios da reliqiáo, a lgreja nao contrata


empregado nem pessoas jurídicas, mas tem a seu servico o eclesiástico com um
tipo de vínculo confessional.

XXXIX) Reclarnacáo trabalhista - Existencia de redamacáo trabalhista em


andamento normalmente reúne provas do vínculo empregatício.

XL) Dire<;ao geral - O superior administrador de empresa será um sócio ou


diretor, raramente será autónomo (gerente delegado) ou pessoa jurídica.

XLI) Empregador doméstico - Quem faz servicos domésticos, nos termos


da Lei n. 5.859/72, para a pessoa ou a família pode ser autónomo, mas nao urna
pessoa jurídica.

XLII) Simulacáo de férias - Contratos de duracáo de 11 meses, reiniciados 30


dias depois, indicam a fa Isa pessoa jurídica.

112
CAPfTULO XX

FLEXIBILIZA<;AO DO SAT

Ajuizando-se com urna atividade (com CNAE específico), tendo em vista


que muitas empresas investem na higiene, medicina e sequranca do trabalho,
enquanto outras nao o f azem com igual eficácia, e que de longa data a leqislacáo
preve a revisáo das alíquotas de contribuicáo para quem lograr reduzir o número
de acidentes e, por conseguinte, a despesa da previdéncia social (PCSS, art. 22,
§ 32), o art. 1 O da Lei n. 10.666/03 estabeleceu no sentido da possibilidade de
alteracáo das alíquotas de contribuicáo. consoante elas reduzam ou aumentem o
índice de acidentalidade nas suas diferentes unidades em determinado período de
trabalho. Ou sofram as consequéncias fiscais, caso nao operem de acordo com as
a
normas relativas prevencáo das doencas ocupacionais.

Autorizados pela lei, os critérios foram fixados pelo Conselho Nacional de


Previdéncia Social, mediante as Resolucóes CNPS ns. 1.236/04 e 1.269/06, e
acabaram regulamentados pelo Decreto n. 6.042/07. Basicamente, as taxas de
1 °/o, 2o/o ou 3°/o podem diminuir em 50% ou aumentar ern 100%, variando, nos
extremos, de 0,5°/o (risco leve) a 6°/o (risco grave). E, anualmente, novamente
revistas para mais ou para menos (deslocando-se o período básico de cálculo de
cinco anos a cada exercício ).

Contando-se de 2003, supóe-se que o período de tres anos (2004/2006) em


que nao teve eficácia se deveu a nao retroatividade da exigibilidade fiscal, permi-
tindo-se que corretamente adquirisse validade somente em 2009, e ainda com
efeitos exacionais a partir de 12.1.10, de modo que as empresas reafirmassem o
conhecimento dos seus empenhos preventivos na órbita da higiene, medicina e
sequranca do trabalho.

Ressalta-se o cenário f ático situado no estabelecimento da empresa, em que


sucede ou nao o acidente do trabalho, sítio em que devem ser perquiridas as
pravas do INSS ou do contribuinte.

201. Enquadramento empresarial

De regra, até o advento do Decreto n. 6.042/07, nos termos do art. 22, 11,
do PCSS, as empresas vinham promovendo o enquadramento de suas atividades
conforme a Rela\:aO de Atividades Preponderantes e Correspondentes Graus de

113
Risco (Anexo V do Decreto n. 3.048/99) e, atualmente, a partir de 1Q.6.07, na
recente relacáo constante do Decreto n. 6.042/07, por seu turno a ser revisto a
cada tres anos.

Assim, partindo-se do CNAE respectivo, atualmente (2009) as taxas variam


de 1 °/o a 3%. Caso a empresa nao promova o enquadramento corretamente,
apresentam-se débitos ou recolhimentos indevidos, cabendo, respectivamente, a
exigencia fiscal ou a restituicáo (ou cornpensacáo) das contribuicóes.

Urna prova desse enquadramento, correto ou equivocado, é a GPS, em que


constante a alíquota escolhida e o valor do SAT recolhido. A partir desse quantum
aportado mensalmente, o INSS tomará as providencias de reconhecimento ou sua
rejeicáo.

202. Critérios da Lei n. 10.666/03

A Leí n. 10.666/03 determinou que a alíquota do SAT seja "reduzida,


em até cinquenta por cento, ou aumentada, em até cem por cento, conforme
dispuser o regulamento, em razáo do desempenho da empresa em relacáo a
respectiva atividade económica, apurando em conformidade com os resultados
obtidos a partir dos índices de frequéncía, gravidade e custo, calculados segundo
metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdéncia Social" (art. 1 O).

Esses tres índices definiráo o Fator Acidentário de Prevencáo (FAP), nos


termos do Decreto n. 6.042/07, a ser publicado anualmente.

Tal atribuicáo, atualmente constante do art. 202-A do RPS, como já aconteceu


no passado, será discutida, mais a inda por se utilizar a expressáo "tributária",
possivelmente sob a aleqacáo de se tratar de deleqacáo descabida a um decreto.
Um debate jurídico que pode reeditar-se (deve ser a lei ou o regulamento quem
fixa as taxas) dispensando a prova.

203. Frequéncie acidentária

Frequéncia é o número de eventos infortunísticos tidos previdenciariamente


como acidentários acorridos num certo lapso de tempo (cinco anos). Inicialmente,
seráo avaliados os beneficios concedidos no período de 2005/2011.

O critério adotado será o CID dos pedidos de auxñio-doenca, aposentadoria


por invalidez e pensáo por morte acidentários protocolados no INSS, quando
caracterizado o nexo causal epidemiológico da Lei n. 11.430/06. A norma silencia
a respeito, mas o benefício obtido via judicial também acabará por f azer parte das
estatísticas da empresa contribuinte, gerando problemas de retroacáo da aplicacáo
da norma em razáo da demora do Poder Judiciário de deslindar as quest6es.

114
Evidentemente, esse número deflagra a discussáo em torno da presuncáo
do nexo epidemiológico e que ele nao leva em conta os infortúnios (por alguns
designados como incidentes) em que o afastamento do trabalho foi inferior a 15
dias ou aqueles sem a Cornunicacáo de Acidente do Trabalho (CAT). Da mesma
forma, embora custe ao INSS, os acidentes de qualquer natureza ou causa nao
f azem parte dessa estatística; eles nao podem ser atribuídos a empresa.
Essa frequéncia acidentária será a de certo contribuinte (empresa) e nao a
da atividade económica como um todo (que também será apurada nacionalmente
em termos globais).
Devido as dificuldades operacionais, imagina-se que o INSS terá dificuldades
em levar em conta os acidentes ocorridos no exterior, registrando apenas os que
forem comunicados pela empresa.
O art. 202-A, § 42, 1, do RPS define-a como a "quantidade de benefícios
incapacitantes cujos agravos causadores da incapacidade tenham gerado benefício
acidentário com siqnificáncia estatística capaz de estabelecer nexo epidemiológico
entre a atividade da empresa e a entidade mórbida, acrescentada da quantidade
de benefícios de pensáo por morte acidentária".

Quer dizer. se sobrevém incapacidades que possam ser caracterizadas


como doencas ocupacionais lato sensu, o seu total periódico indicará o nível
de acidentalidade da empresa, pouco importando o número de benefícios por
incapacidade nao acidentários.

A empresa deve acompanhar as solicitacóes de benefícios, distinquindo-os


conforme sejam acidentários ou nao, com emissáo de CAT ou sem ela, as vezes
emitidas pelo sindicato ou trabalhador (PBPS, art. 22) para apurar o seu índice de
trequéncia. lsto é, além do gerenciamento dos riscos, deverá mapear os sinistros
acontecidos para eventual discussáo quanto ao enquadramento ex officio do INSS.
O monitoramento da acidentalidade das empresas que cornpóe a atividade
por CNAE, presumida a legitimidade da Adrninistracáo Pública, será efetuado por
intermédio dos sindicatos e associacóes.

Admite-se que esses números decantados do FAP sejam muito discutidos;


praticamente, na maioria dos casos, as empresas contestaráo o nexo causal
epidemiológico, e isso se estenderá além do período básico de cálculo da definicáo
da alíquota.

204. Gravidade do acidente

As ocorréncias laborais consideradas para fins da ñexibiltzacáo do SAT seráo


avaliadas consoante a sua intensidade, ou seja, a gravidade em termos de diárias
a serem pagas aos trabalhadores pelo INSS (período de duracáo da prestacáo
sopesado mensalmente).

115
Nesse sentido, um acidente que implicou um afastamento de 30 dias será
inferior aquele que demandou um auxílio-doenca acidentário de 90 dias. Quer
dizer que, no segundo caso, as medidas de prevencáo estáo aquém do desejado e
deflagram despesas maiores por parte do INSS.

Ela é definida como o "sornatório, expresso em dias, da duracáo do benefício


incapacitante considerado nos termos do inciso 1, tomada a expectativa de vida
como para metro para a definicáo da data da cessacáo de auxílio-acidente e pensáo
por morte acidentária" (art. 202-A, § 4Q, 11).

A empresa tem condicóes de monitorar o número de diárias que o segurado


recebeu do INSS por intermédio do seu Setor de Recursos Humanos, fiscalizacáo
complicada especialmente nos casos de interposicáo de recursos administrativos
ou judiciais, especialmente, nas hipóteses em que o trabalhador deixou a empresa.

Nao há previsáo legal ou regulamentar para os casos cuja definicáo se de


fora do período básico de cálculo, supondo-se que o INSS só irá verificar se o
custo da operacáo administrativa ficou aquém da receita auferida com a revisáo
da revisáo.

205. Custo dos benefícios

Em cada caso, importará, também, saber o salário de contribuicáo do


acidentado, porque os 50%, 91 °/o ou 100% da média dos 80°/o maiores valores
do período básico de cálculo desde julho de 1994 é que definiráo a renda mensal
inicial das prestacóes acidentárias.

Segundo o art. 202-A, § 4°, 111, do RPS é o "somatório do valor correspondente


do salario de benefício diário de cada um dos benefícios considerados no inciso 1,
multiplicado pela respectiva gravidade".

Semente por rneio da Carta de Concessáo/Memória de Cálculo, documento


do trabalhador. será possível acompanhar essa variável do FAP e dispor desse meio
de prova.

206. Comperecéo com o CNAE

O INSS apurará os padróes de frequéncia. gravidade e custo dos acidentes


por CNPJ, combase em dados apurados pela DATAPREVem seus registros internos
(experiencia de risco) e os divulgará pela intetnet.

Conforme esses dados, a empresa fará a comparacáo comos mesmos dados


do segmento económico, entendendo-se que seja desejável que, para reduzir a
alíquota, terá de ficar abaixo da média do segmento e, de serte, se ficar acima,
ela será aumentada, variando de 0,5°/o a 6°/o as alíquotas atualmente de 1 °/o a 3°/o.

116
Note-se que, para evitar discuss6es infindáveis com a Receita Federal
do Brasil, terá de guardar os documentos que comprovam as tres variáveis e
o cálculo divulgado pelo INSS, acompanhar a evolucáo de todos os processos
que nao cessaram com a DCB e que continuam a ser discutidos administrativa e
judicialmente (sic).

207. Dependencia do segmento

Resta evidente que, em algum momento histórico, o segmento da categoria


económica será acidentariamente preventivo, normal ou nao preventivo, conforme
cada urna das atividades classificadas no CNAE. Ou seja. as empresas que comp6em
o domínio dessas atividades teráo extinguido ou reduzido significativamente o
número de acidentes, gerando urna média nacional de acidentalidade baixa;
noutro instante, isso nao se dará e tal patamar continuará o mesmo da série
histórica. Por último, pode dar-se de virem a acorrer muito mais infortúnios do que
o nacionalmente previsto e a indesejável média ascender.

Se todos os contribuintes baixarem os seus índices de sinistralidade, a


empresa individualmente considerada deverá buscar reduzir os próprios números
em cornparacáo com os números nacionais da categoria, que, em si mesmos,
podem ser altos ou baixos. Ocorrerá de alguém ter a alíquota reduzida porque os
índices do segmento subiram e, da mesma forma, o contrario. aumentada.

208. Base da experiencia

A experiencia de risco considerada pelo INSS levará em canta os infortúnios


acorridos nos últimos dois anos, contando-se desde abril de 2007. Inicialmente, a
partir de 1 °.1.07 (Resolucáo CNPS n. 1.308/09).

Para as empresas iniciadas a partir de 2007, o FAP será apurado a contar de


1º.1.07.

209. Atividade unitária

Se urna determinada atividade económica, constante do CNAE, possuir


apenas um empreendimento (CNPJ) que a explore, necessariamente a base da
comparacáo será a própria experiencia de risco (2007 /2008).
Partindo-se de urna alíquota anterior, que perdura por muitos anos (Anexo
V do RPS) - pressupondo-se que a autarquia teve experiencia de risco suficiente
para entendé-la válida (tanto que o Decreto n. 6.042/07 alterou algumas delas)
-, quando essa empresa atípica e única no mercado baixasse os seus índices, seria
beneficiada e, ao contrário, se permitisse que eles subissem, onerada.

117
210. Vigencia da norma

A obriqacáo fiscal das empresas que incidirem numa ou noutra hipótese


(raramente o FAP coincidirá) terá início quatro meses após a publicacáo da relacáo
do FAP.

De acordo como art. 202-A, § 62: "O FAP produzirá efeitos tributários a partir
do primeiro diado quarto mes subsequente ao de sua divulqacáo".

Logo, seria 12.1.08, mas foi prorrogado para 12.1.1 O.

118
CAPÍTULO XXI

LEVANTAMENTO AMBIENTAL

Para tornar possível a elaboracáo hodierna do PPP e do LTCAT, em relacáo a


períodos de trabalho pretéritos a 12.1.04, durante os quais a empresa nao preparou
os registros legais ou os extraviou, carece municiar os seus atuais médicos do
trabalho ou engenheiros de sequranca com inforrnacóes sequenciais do cenário
laboral passado, a fim de se comprovar ou nao a exposicáo dos trabalhadores aos
agentes físicos, químicos ou biológicos.

Reconstruir historicamente o habitat laboral a partir de fatos documentados,


relatados ou registrados, integrantes de declaracóes atuais, capazes de persuadir
o INSS da presenca ou nao dos riscos nocivos, acima ou aquém dos limites
de sequranca. em caráter habitual e permanente, isto é, nao ocasional nem
intermitente.

Esse levantamento seria dossié formal, de uso exclusivo da empresa que o


elabora, o empreende e o guarda.

211. tntroducéo do tema

Urna visáo das ínstalacóes físicas da empresa é de grande importancia para


qualquer análise da matéria que envolve as doencas profissionais.

1) Descreva minuciosamente o estabelecimento inicial e confronte-o com o


atual, situando as edificacóes e os seus subsolas, aduzindo a altura e a profundidade
dos edif ícios.

11) Destaque as áreas livres, detalhando a extensáo e a natureza dos seus


espacos. se gramados, arborizados ou pavimentados.

111) Anexe os desenhos, originais ou entáo produzidos, as plantas baixas ou


croquis aprovados pela Prefeitura Municipal.

IV) Posicione geograficamente o ambiente de trabalho, em funcáo do nascer


e por do sol e da direcáo geral das sombras.

V) Simule urna rosa dos ventos, assinalando de onde normalmente vém os


ventas e as chuvas.

VI) Apure o índice pluviométrico da reqiáo e em que meses as precipitacóes


sao maiores ou menores.

119
VII) Obtenha a temperatura média histórica do local nas entidades oficiais,
com as épocas de maior calor e frío mais intenso.

VIII) Pormenorize as transforrnacóes urbanas havidas no layout externo dos


edifícios e das irnediacóes.

IX) Mensure a distancia entre as alas operacionais e as administrativas.

X) Junte fotografías internas e externas do meio ambiente laboral.

212. Reconstrucéo histórica

lmportam relevantemente as construcóes realizadas quando da irnplantacáo


da empresa e as subsequentes.
1) Determine precisamente quando foram levantadas as edificacóes, como
eram as fundacóes, quanto tempo duraram as obras e a data do encerramento, e
também a razáo social da construtora.
11) Situe descritivamente as arnpliacóes ocorridas, tratando-as como se fossem
construcóes novas, e esclarecendo os materiais aplicados.
111) Informe as várias causas determinantes dessa reforma, a sua extensáo e o
novo acabamento introduzido.
IV) Aduza elementos, um a um, a partir dos prédios construídos, área interna,
altura do pé direito, meios de ventilacáo natural, número de portas e janelas, tipo
de impermeabilizacóes do revestimento (massa grossa ou fina).
V) Relate o piso (se madeira, cimentado, lajota, pedra, cerámica) e a forma
do teto (laje, forro de madeira, estuque, estrutura metálica, etc.).

VI) Esdareca qual o tipo de telha (amianto, barro cozido, zinco, folha de
flandres, etc.) colocada no telhado e a existencia de para-raios.
VII) Verifique a pintura adotada: se cal, verniz, acrílico ou outro tipo de tinta
e a cobertura.
VIII) Narre se o local sofre ou sofreu inundacóes e suas consequéncias.

IX) Assinale as rotas de fuga e as medidas preventivas contra incendios.


X) Resgate a notícia se sucederam sinistros dessa natureza, fixando a data
e f azendo o relato, informe o alcance e a causa, quantifique os danos e anexe o
Boletim de ocorrénce do Corpo de Bombeiros.

213. Ambiente de traba/ho

É de grande importancia apurar o local em que acontecem as atividades


laborais como um todo.

120
1) Pontifique cada um dos ambientes de trabalho dos segurados, separando
administracáo, almoxarifado, arquivo marta, depósito, refeitório, espaco para
repouso, vestiário, alojamento, setores de treinamento, etc.
11) Descubra o real padráo de higiene adotado e quais os materiais de limpeza
freq uentemente adquiridos.

111) Esmiuce as ocupacóes do espaco. mencionando a presenca de instrumentos


que interessem como determinantes da temperatura ambiental (existencia de
aparelhos de ar-condicionado, condicionadores, ventiladores, climatizadores, etc.).

IV) Evidencie a presenc;a de ventas, fumacas ou poeiras, poluentes, os tipos de


insetos indesejáveis (pernilongos, abelhas, transmissores de doencas. ácaros, etc.).

V) Noticie o uso de todas as máquinas em funcionamento, suas reais


características, isoladas ou combinadas.

VI) Retrate as fontes sonoras ruidosas ou nao, qual o ruído produzido, quando
adquiridas, periodicamente até a desativacáo.

VII) Explicite fornes, caldeiras, vasos de pressáo ou fontes geradoras de calor,


os seus níveis e meios de protecáo,

VIII) Fornec;a o nível e a variacáo de frio ou calor existentes nas áreas onde
sao guardados produtos, materia is ou mercadorias e realizadas as taref as.

IX) Mantenha cantata com as empresas assemelhadas e busque inforrnacóes


atualizadas sobre as principais doencas ocupacionais, experiencias de riscos,
mapeamento de sinistros, índices de sinistralidades, etc.

X) Consulte a literatura especializada em medicina do trabalho e engenharia


de seguranc;a sobre a atividade da empresa.

214. Escriturafao contábil

Muitos dos registros escriturados na contabilidade da empresa interessam a


prova do direito do segurado.

1) Compulse os registros das compras, para saber da aquisicáo de materiais


protetivos ou nao.

11) Examine a natureza da entrada de medicamentos para o ambulatório


médico.

111) Busque os comprovantes de caixa relativos as compras e as vendas de


objetos que digam respeito as doencas ocupacionais.

IV) Arrole, período por período de trabalho, os nomes dos médicos do


trabalho e dos engenheiros de seguranc;a e ouca-os em depoimento.

121
V) Colha a opiniáo, por escrito, dos atuais encarregados da CIPA, dando
alguma preferencia aos mais antigos no cargo.

VI) Realize a tabulacáo relativa a


higidez dos seus empregados, ou seja,
daqueles que nao entraram em íkenca médica nem solicitaram beneficios ao INSS
por incapacidade.

VII) Folheie os Livros de Atas das reunióes da Diretoria Executiva para lograr
novas inf orrnacóes.

VIII) Localize no Livro ou na Ficha Registro de Empregados as inforrnacóes


a
úteis pesquisa.
IX) Encontre no Livro de lnspecáo do Trabalho a existencia de autuacóes por
descumprimento das normas trabalhistas, se interessarem a
pesquisa.

X) Avalie qualquer outro dado contábil histórico que possa vir a ser proveitoso
ao levantamento.

215. Documentos emitidos

A protecáo a saúde do trabalhador implica um sem-número de papéis


elaborados pelas empresas e que sao os habitualmente utilizados para a prava das
condicóes insalubres.
1) Inventarie todos os laudos técnicos emitidos em relacáo ao meio ambiente
(constantes de áreas trabalhistas civis, em face de indenizacóes).

11) Colecione cópias dos 58-40, DISES 58 5235, DSS 8030, DIR8EN 8030 e
informacóes adicionais.

111) lnspecione cada urna das CAT já emitidas, examinando-as em seu


conteúdo, causa do acidente, consequéncias e responsabilidades.

IV) Consiga as correspondencias internas ou externas relacionadas com as


doencas ocupacionais.
V) Vasculhe, um por um, os cadastros médicos dos trabalhadores, desde
o exame admissional até o demissional, com especial atencáo para as variacóes
localizadas.

VI) Providencie as cópias das dederacóes firmadas pelo médico do trabalho ou


engenheiro de sequranca entregues aos empregados e analise as recomendacóes
ali descritas.
VII) Perscrute todos os acidentes do trabalho acorridos na sede da empresa
e os in itinere.
VIII) Perfilhe as atas da CIPA (NR-05), os Mapas de Riscos Ambientais e as
cópias dos ASO.

122
IX) Observe os PPRA, PCMSO, SESMT, PCMAT, PGR, desde que eles foram
implantados.

X) Compare os quadros descritos pela NR-4: 111 - Mapa de acidentes com


vítimas; IV - Mapa de doencas ocupacionais; V - Mapa de insalubridade; e VI -
Mapa de acidentes sem vítimas.

216. Beneficios previdenciários

Os elementos dos benefícios previdenciários trazem informacóes úteis para


diversos aspectos da previdéncia social, os quais servem como meios de conviccáo.

1) Armazene dados sobre os auxílios-doenca e as aposentadorias por invalidez


deferidos pelo INSS soba aleqacáo de incapacidade ocupacional (CID}, quer sejam
acidentárias ou nao.

11) Levante o perfil humano do trabalhador da empresa, informando a sua


idade média, escolaridade, ocupacóes, higidez, horário de trabalho (turnos}, etc.

111) Investigue as causas e as frequéncias das enfermidades informadas,


situando as principais áreas de risco.
IV) Confronte os motivos deflagradores nao ocupacionais, as concausas e os
outros fatores determinantes.

V) Totalize estatisticamente as faltas ao servico inferiores a 15 dias, por


segurado e por qual motivo, esclarecendo a duracáo da licenc;a e área de onde
provém o trabalhador.

VI) Estude as aposentadorias especiais concedidas ou as aposentadorias por


tempo de contribuicáo com conversáo de tempo de servico,

VII) Analise as indeferidas, para saber qual o fundamento apresentado pelo INSS.
VIII) Constate a efetiva ocorréncia dos sinistros, definindo ou nao a
responsabilidade objetiva da empresa.

IX) Reúna os processos administrativos e os judiciais relativos a solicitacáo de


adicionais trabalhistas.

X) Veja o arrazoado apresentado pelos segurados nos recursos contra


decísóes do INSS.

217. Técnicas de proter;ao

As tecnologías de protecáo contra as doencas ocupacionais sao relevantes


para cuidar da saúde e da integridade do trabalhador. Os documentos que as
refletem se prestam para a prova das condicóes ambientais.

123
1) Sopese de modo particular os instrumentos de prevencáo e de protecáo ao
trabalhador e se eles produziram resultados.

11) Precise desde quando cada um deles foi implantado, no caso de EPI,
quando entregues, se havia adestramento e fiscalizacáo.

111) Indague quais cursos os cipeiros participaram ultimamente.


IV) Enumere os elementos sobre as técnicas gerais de treinamento para
enfrentar as emergencias.

V) Considere os EPI implantados, a data de sua aquisicáo. presenca do CA,


recibo da entrega, hiqienizacáo, validade, real utilizacáo, fiscalizacáo, punicáo, etc.

VI) Enfoque os EPR, seu uso, sua destreza e fiscalizacáo,

VII) Contabilize a presenca de todos os EPC existentes, com a data de


instalacóes e rnodernizacáo.
VIII) Configure a qualidade técnica desses instrumentais, juntando prospectos
dos fabricantes e atestados de qualidade.
IX) Aprofunde em que condicóes pessoais as íuncóes foram realizadas,
partindo do cargo exercido pelo trabalhador.

X) Coteje os resultados da dosimetría e audiometria realizadas em cada setor


da empresa.

218. lnformac;óessubjetivas

A opiniáo das pessoas, colhida em depoimentos verbais e até por escrito, vale
como meio de persuasáo do INSS.

1) Convoque os atuais empregados para espontaneamente deporem sobre o


cenário laboral.

11) Entrevisteex-empregados com igual finalidade, tomando-lhes os


depoimentos por escrito.

111) Promova acareacáo entre eles para apurar a realidade histórica em relacáo
as atividades subsistentes.

IV) ouca com atencáo o médico do trabalho a respeito do obreiro e do


ambiente laboral, especialmente no tocante as causas alegadas de incapacidade.

V) Considere as condusóes do engenheiro de sequranca sobre a observancia


das técnicas de protecáo,

VI) Converse comos di retores de cada setor departamental e comos membros


da Diretoria Executiva, obtendo relatórios circunstanciados.

124
VII) Apense as fotos ou as qravacóes em que aparecarn os empregados no
ambiente de trabalho.

VIII) Perquira o que pensam o enfermeiro, o auxiliar de enfermagem e o


técnico de seguranc;a do trabalho.

IX) Pondere as dedaracóes de terceiros em justificacóes administrativas ou


em JUIZO.

X) Aproveite as notícias ou as inforrnacóes de jornais, periódicos internos,


a
relatórios ou qualquer texto (prospectos) referente matéria.

219. A~óes judiciais

Se existe espaco em que sao encontradas pravas de grande valor para os


beneficiários sao os documentos que integram os processos.

1) Leía o texto das peticóes iniciais e das contestacóes contidas em redamacóes


trabalhistas, em particular as que visem a higiene, medicina e seguranc;a do
trabalho.

11) Interprete os laudos técnicos periciais ou documentos equivalentes


oferecidos pela empresa, bem como os resultados de diligencias e inspecóes
judiciais havidas in Joco.

111) Abebere-se no retrato descritivo, técnica empregada e conclus6es da


perícia promovida por terceiros.

IV) Medite sobre a fundarnentacáo dos recursos e contrarrazóes arralados


pelos diversos trabalhadores, a
JRPS e CRPS.

V) Aprecie o Auto de lnfracáo lavrado pelo MTE, na hipótese de descumpri-


mento das normas trabalhistas {NR-28).

VI) Historie os Relatórios de Fiscalizacáo do MTE e os seus desdobramentos


procedimentais.

VII) Pesquise as jurisprudencias laboral, civil, infortunística e previdenciária,


para poder concluir sobre a incidencia das principais causas.

VIII) Reflita sobre o conteúdo do laudo técnico de embargo de alguma área


produtiva.

IX) Procure localizar os relatórios da perícia jurídica efetuada por terceiros.

X) Confira, urna a urna, as sentencas ou os acordaos do Poder Judiciário em


processos intentados contra o empregador.

125
220. Presenc;a de terceiros

A terceirizacáo é um fen6meno extraordinário nas relacóes de trabalho e os


contratos formalizados fornecem elementos importantes.

1) Relacione a razáo social das fornecedoras de máo de obra contratada.

11) Concentre-se no tipo de servicos por elas executados nos estabelecimentos


da contratante.

111) Consigne os ambientes físicos ocupados pelos trabalhadores provenientes


de terceiros.

IV) Verifique os setores onde operaram autónomos que prestaram servicos


nas áreas de risco ou empregados terceirizados.

V) Acesse a cópia dos contratos celebrados, especialmente aqueles que se


a
refiram atividade principal.

VI) Registre os a cid entes do trabalho ou as doencas ocupacionais acorridos com


esses trabalhadores, ernissáo de CATs, pedidos de auxílios-doenc;a, aposentadorias
por invalidez e aposentadorias especiais.

VII) Escute empregados, ex-empregados e aposentados dessas terceirizadas


que possam aduzir dados pertinentes ao mapeamento ambiental.

VIII) Aprofunde o exame do perfil profissiográfico, laudo técnico, DIRBEN


8030 emitidos pelas prestadoras de servicos em relacáo ao trabalho executado na
sede.

IX) Extraía. condusóes da traca de correspondencia com os fornecedores


de máo de obra (empresas de trabalho temporário, cooperativas de trabalho e
pessoas jurídicas).

X) Distinga a higidez daqueles obreiros que trabalharam na empresa sem


terem apresentado problemas de saúde ocupacional.

126
CAPÍTULO XXII

VERIFICA<;OES IN LOCO

Diligencias e pericias requeridas pelo autor da acáo administrativa ou


inspecóes judiciais de ofício sao meios de prova das alegac;oes ou se opóern a
afirmacóes contrárias aos interesses de um dos polos da relacáo adjetiva.

Nao sao poucas as fontes f ormais relativas a essas verificacóes acorridas no


cenário laboral, desde o art. 52, LV/LVI, da Constituicáo Federal e, na hierarquia das
fontes formais, passando pelos arts. 420/443 do CPC, art. 38 da Lei n. 9.784/99,
arts. 62 e 72/1 O da Portaría MPAS n. 357 /02, art. 54, § 12, da Portaria MPS n.
323/07 e arts. 92, IV, e 11/12, da Portaria MPAS n. 520/04.

221. Perícia técnica

Considera-se perícia o exame físico efetuado por profissional tecnicamente


habilitado e compromissado, visando a urna afirrnacáo anterior a ser constituída
ou desconstituída, conforme o juízo do examinador.
Normalmente, comp6e-se de: a) requisicáo expressa e escrita de quem a
solicitou; b) observacáo dos fa tos no local dos acontecimentos; c) avaliacáo
subjetiva do examinador; d) sopesamento dos quesitos; e e) relatório final, com as
respostas aos quesitos.

Classifica-se como direta (quando o perito observou o fato), oblíqua (inferida


ou presumida de outros fatos) ou indireta (o perito ouviu testemunhas).

Será percipendi quando o perito responder aos quesitos, ao final, sem extrair
juízo de mérito e deducendi, caso f aca afirrnacóes conclusivas.

Em matéria de medicina do trabalho, terá de ser feíta por servidor médico do


trabalho (art. 92 da Portaria MPAS n. 357 /02). No que diz respeito a seguranc;a,
a ser promovida pelo engenheiro de seguranc;a. Referindo-se a benefícios, por
Auditor-Fiscal ou analista de processos.

222. Diligencia externa

Tem-se a diligencia como o estudo de situacáo de fato, providenciada por


pessoa nao necessariamente habilitada para a perícia, quando a conclusáo nao
depender de profundos conhecimentos sobre a matéria, que constatará ou nao a
ocorréncia de alguma coisa.

127
A rigor, comumente, a diligencia se reduz a urna verificacáo local, restando
a
ao requisitante apreciar o relatório correspondente e chegar conclusáo.

É preciso verificar se um segurado foi registrado como empregado na Ficha


Registro de Empregados é exemplo de diligencia, bem como constatar sua
presenca na folha de pagamento, no quadro de horário, RAIS, etc.

223. lnspe~áo judicial

O CPC regra a inspecáo judicial quando o juiz inspecionará "pessoasou coisas,


a fim de se esclarecersobre fato, que interesse a decisáo da causa", podendo ser
acompanhado de um ou mais peritos auxiliares (art. 440).
A inspecáo judicial tem como pressuposto a conveniencia da visita, se o
objeto da dúvida ou pessoa nao puder ser apresentado em juízo ou for importante
para a reconstltuicáo dos fatas (art. 442, 111). Essa ida pessoal ao local, que o CPC
chama de diligencia, corresponderá a um auto circunstanciado, se for o caso, a
ser acompanhado de "desenho, gráfico ou fotografia" (art. 443, parágrafo único).

224. Tipos de a~óes

Essas acóes de verificacéo in loco sao de dois tipos: oficiais ou particulares.


Diligencias sao sempre do Estado, ainda que possam ser requeridas por
particulares, mas as perícias - e a qui agora nao se f ala da perícia judicial - podem
ser estatais ou particulares.

225. Origem da providencia

A origem é dupla: a) de ofício e b) a requerimento (caput do art. 7Q da


Portaria MPAS n. 357/02).

226. Elabora~áo dos quesitos

Em se tratando de diligencia, em razáo de sua origem ser da Adrninistracáo


Pública,as indaqacóes serao formuladas por quem impulsiona a acáo procedimental.

Segundo o art. 54, § 12, da Portaria MPS n. 88/04, tratando do contencioso


administrativo, nao há necessidadede lavratura de acórdáo para a diligencia.
a
No que diz respeito perícia, ela pode surgir de iniciativa do INSS, exigencia
do CRPS (em que toma o nome de diligencia) ou por requerimento do interessado
(o mais comum).

128
Diante da ausencia de quesitos, o perito pode, por sua conta, responder as
indaqacóes que a questáo comporta como se eles existissem.

227. Determina~áo do CRPS

Requerida pelo interessado ou por iniciativa de um conselheiro da JRPS ou


CAj do CRPS, baixar-se-á em diligencia o procedimento para verificar a situacáo de
fato, alegada ou nao pelo interessado, e que vise a solucáo do dissídio.

228. Momento do pedido

Nao há nas instrucóes administrativas nem na lei a clara definicáo do prazo


para a solicitacáo da perícia, já que é meio de prova, entendendo-se ser por ocasiáo
da Defesa Prévia, sem prejuízo da reedicáo quando do Recurso de Apelacáo ao
CRPS (art. 62, IV, da Portaría MPAS n. 357/02).

229. Instrumento fiscal

No caso da diligencia ou da perícia elaborada pela Receita Federal do Brasil,


é necessária a ernissáo de Mandado de Procedimento Fiscal (MPF) próprio (art. 82
da Portaría MPAS n. 357 /02).

Em matéria de benefícios, deve ser cumprida por Auditor-Fiscal ou servidor


conhecedor do assunto.

230. lndeferimento do pedido

A autoridade rejeitará o pedido de perícia, nos termos do art. 38, § 22, da


Lei n. 9.784/99: " ... mediante decisáo fundamentada, as prevas propostas pelos
interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias".

Ilícita é aquela que contraria a lei. Impertinente, quando nao diz respeito ao
assunto tratado. Desnecessátia, se excede a imprescindibilidade. Protelatória, caso
visível que será improdutiva.

De todo modo, dessa decisáo de indeferimento caberá recurso.

129
CAPÍTULO XXIII

CONSTRUc;ÁO CIVIL

Quando o proprietário de urna obra, parcial ou totalmente edificada, pretender


regularizar a sua situacáo fiscal, ajuizando ou nao com a obtencáo de CND, ele
tem de convencer a Fiscalizacáo da RFB de que nao deve qualquer contribuicáo
a
relativa máo de obra presente na construcáo. por torca de responsabilidade ou
solidariedade fiscal.
Em razáo da história, de algumas particularidades e especificidades da
construcáo civil, os procedimentos sao destacados na leqislacáo. exigindo-se
provas distintas, algumas delas envolvidas com posturas municipais.

231. Documentosreclamados

Os documentos básicos a serem apresentados ao INSS sao:


1) Matrícula CEI - Matrícula individualizada a obra obtida junto do INSS;
11) GFIP da matrícula CEI - GFIP referente a unidade;
111) Planta baixa do projeto - Projeto elaborado por arquiteto ou engenheiro
em que descrita a construcáo:
IV) Alvará de construcáo - Certificado emitido pela Prefeitura Municipal
aprovando a construcáo e permitindo o seu início;
V) Alvará de habite-se - Dedaracáo da municipalidade que informa haver
condicóes de habitabilidade para imóvel;

VI) Alvará de conservacáo - Espécie de alvará de construcáo e de habite-


-se juntos, emitidos tempos depois pela Prefeitura Municipal para reqularizacáo a
posteriori;
VI 1) Corpo de Bombeiros- Constatacáo da corporacáo do Corpo de Bombeiros
de que a obra seguiu os padrees de sequranca contra fogo;
VIII) Laudo ambiental - Documento fornecido pela entidade controladora
do meio ambiente de que a edificacáo nao ofende as regras relativas a protecáo
ambiental;
IX) Contratos de construcáo - Contratos celebrados com construtores,
pedreiros e outros profissionais da construcáo civil;

130
X) Notas Fiscais de materiais - Documento fiscal da aquisicáo de materiais
empregados;
XI) Recibos de pagamento de máo de obra - Provas do pagamento a pessoas
físicas;
XII) Faturas de prestacáo de servico - Documento que prova a prestacáo de
servicos por terceiros;
XIII) Escrituracáo contábil - Controle simplificado do pagamento da
remuneracáo dos profissionais, que incluí folha de pagamento e recibos;

XIV) Guias de Recolhimento - Guias de Recolhimento do INSS;


XV) Planilha dos prestadores de servico - Demonstrativo de que executou os
servrcos:
XVI) DISO.

232. Prova do recolhimento

A dernonstracáo de que houve o recolhimento das contribuicóes é feita com


as Guias de Recolhimento.

Dada a natureza do fato gerador e das especificidades da construcáo civil,


exceto se o próprio for pessoa jurídica, portanto, f alando principalmente da casa
própria, nao existem outros recursos.

A CND é um fortíssimo indício de que a obra a que ela se refere está regular
do ponto de vista do recolhimento das contribukóes.

233. Dispensa da aferifao

Diz o art. 33, § 4º, do PCSS: "Na falta de prova regular e formalizada, o
montante dos salários pagos pela execucáo de obra de construcáo civil pode
ser obtido mediante cálculo da máo de obra empregada, proporcional a
área
construída e ao padráo de execucáo da obra, cabendo ao proprietário, dono da
obra, condómino da unidade imobiliária ou empresa corresponsável o ónus da
prova em contrario".
Essa norma disciplina a afericáo da medida do fato gerador com base em
elementos atípicos {área construída e padráo da obra). Para que essa operacáo
nao suceda, o proprietário tem de f azer a prova referente a
orqanizacáo fiscal
em relacáo a contratacáo de máo de obra para a construcáo. Dele sao, portanto,
exigidos documentos que se prestaram para elidir a afericáo:

1) Escrituracáo - Contabilizacáo sumária dos gastos havidos com máo de


obra e materiais empregados (comos comprovantes);

131
11) Folha de pagamento - Orqanizacáo de folha de pagamento com o nome
dos trabalhadores, o salário de cada um deles, os descontos efetuados, etc.;

111) Planta baixa - Projeto da obra para que seja estabelecido vínculo dos
números da folha de pagamento como vulto da construcáo:
IV) Enquadramento da obra - Natureza do projeto arquitetónico, área
urbana em que foi construída a obra, dassificacáo da postura municipal, materiais
e tecnologias usadas na edificacáo:

V) Recibos de pagamento - Ouitacáo dos profissionais contratados;

VI) Contratacáo dos profissionais - Presenc;a de todas as atividades próprias


da construcáo civil (oreparacáo do solo, alvenaria, carpinteiro, marceneiro, pintor,
eletricista, encanador, azulejista, jardineiro e outros profissionais).

A afericáo diz respeito ao valor da contribuicáo e nao se refere a responsabi-


lidade, portanto, importa o vulto da construcáo.

234. Área construída

Em f ace de sua relevancia, determinar a área construída é muito importante


em matéria de construcáo civil.

Ela pode ser apurada com base em vários documentos:

1) Planta baixa;
11) Croquis da obra;

111) Dedaracáo de engenheiro;

IV) Alvará de construcáo:

V) Alvará de habite-se;

VI) Alvará de conservacáo:


VII) Dedaracáo do proprietário.

235. Contratos evencedos

Os contratos celebrados com construtores, profissionais autónomos da


construcáo civil, registrados ou nao, sao documentos que informam a natureza da
empreitada, o vulto da importancia, o total avenc;ado (rnáo de obra e materiais),
tanto na empreitada parcial quanto na total, empreitada ou subempreitada, editais
de coleta de preces e concorréncias públicas.

132
236. Obriga<;ao decaída

Quando a reqularizacáo da obra se dá muito após a sua condusáo, especial-


mente com vistas a decadencia do crédito previdenciário, ao proprietário importa
demonstrar que ela teve início - as vezes, suspensáo =, curso e condusáo.

A prova de quando isso aconteceu é feita praticamente com os mesmos


documentos da reqularizacáo nao decaída, isto com: é.

1) Alvará de construcáo:
11) Habite-se;
111) Alvará de conservacáo:
IV) Contratos de máo de obra celebrados;

V) Guias de Recolhimento das contribuicóes:

VI) Notas fiscais de materiais adquiridos;

VII) Recibos de pagamento aos profissionais da construcáo civil;

VIII) Tipo de projeto (que reflete a época);

IX) Materiais empregados;

X) Data constante da planta baixa.

237. Tipo de construcéo

A natureza da construcáo (residencial, comercial, escritório, fábrica, garagem,


etc.) é evidenciada coma planta baixa, o local em que foi erigida, etc. Urna inspecáo
local, seja por via de perícia de engenheiro, seja por de diligencia Fiscal do INSS,
também tem condicáo de comprovar o tipo da construcáo.

238. Elisao da responsabilídade

Se alguém nao deseja ser corresponsabilizado pelas contribukóes que o cons-


trutor deveria ter recolhido, terá de fiscalizá-lo durante a construcáo. exigindo-lhe
que taca os pagamentos devidos e só o quitando mediante a apresentacáo de
guias individualizadas em relacáo a sua obra:

1) Contrato de construcáo:

11) GFIP;
111) Nota fiscal de materiais;

IV) Fatura de prestacáo de servicos:

133
V) Guias de Recolhimento;

VI) Recibos de pagamento;

VII) Matrícula CEI.

239. Rela~áo de alvarás

Para que possa montar um banco de dados relativos as obras, as


municipalidades deveráo informar mensalmente ao INSS, até o dia 1 O do mes
seguinte, a relacáo dos alvarás, o Habite-se ou os Certificados de Condusáo de
Obras (CCO) expedidos no mes (PCSS, art. 50).

240. Construcéo em mutiráo

A IN SRP n. 3/05 chama o mutiráo de construcáo sem máo de obra


remunerada, o que nao é a mesma coisa (art. 462).

A prava da dispensa da contribuicáo se faz com:

1) Dernonstracáo de que nao possua outro imóvel (certidáo cartorial);


11) O imóvel é residencial para a f amília, pelo tipo da construcáo:
111) Área total de 70 metros quadrados, com o croqui ou planta baixa;
IV) Utilizacáo do imóvel para uso próprio (dedaracáo do proprietário);

V) Tipo económico ou popular (natureza da construcáo e materia is utilizados);

VI) Ausencia de máo de obra ( com relacáo dos colaboradores com o seu
enderece e o Termo de Adesáo previsto na Lei n. 9.608/98).

134
CAPiTULO XXIV

QUALIDADE DE SEGURADO

A qualidade de segurado é matéria que nao desperta muito interesse entre os


estudiosos, importando mais quais os períodos em que ela é mantida e, sobretudo,
quando perdida (porque, entáo, perecem direitos a ela inerentes).
Frequentemente, nao é tao relevante porque o segurado é obrigado a
provar o período de carencia e, no comum dos casos, quem atende a essa última
exigencia também tem a qualidade de segurado. De regra, urna vez agregada,
essa qualidade se mantém.
Diante do direito adquirido, em muitos casos a perda da qualidade de
segurado nao mais importa, daí o pequeno espaco reservado a esse assunto na
doutrina e menor ainda no pertinente a prova.

241. Trabalhador descontado

Os trabalhadores sujeitos ao desconto (empregado, temporário, avulso


e servidor sem regime próprio), normalmente pessoas subordinadas ao patráo,
provam os elementos do direito com os registros no INSS (CNIS), do empregador
e os próprios (CTPS, FGTS, etc.).

242. Empregado doméstico

Caso ausente o registro no INSS, a CTPS e o carne de pagamento sao os


instrumentos de prova da posse da qualidade de segurado. Ou que ele a perdeu,
é claro.

243. Segurado facultativo

O contribuinte facultativo só tem o documento de inscricáo e o carne de


pagamento. Com esse último, ele convence o INSS sobre a posse da qualidade de
segurado, quando exigida. De todo modo, se o perdeu, o CNIS o auxiliará.

244. Contribuinte individual

O contribuinte individual que presta servicos as pessoas físicas (autónomos


e eclesiásticos) é muito assemelhado ao facultativo neste particular; o carne de
pagamento é que expressa a sua relacáo com a previdéncia social.

135
245. Segurado especial

A filiacáo do segurado especial depende do exercício da atividade de pequeno


produtor rural em regime de economía familiar, de producáo e de comercializacáo
dos seus produtos (PCSS, art. 15).

No caso de simultaneamente ter adotado a filiacáo facultativa, a qualidade


de segurado é provada com o carne de pagamento (PCSS, art. 25, § 2Q).

246. Dependente do segurado

Na leqislacáo previdenciária, o acessório segue o principal; assim, quando o


segurado adquire, mantérn e perde a qualidade de segurado. O mesmo se dá com
os seus dependentes, mais ainda se levando em conta que a pensáo por morte
e o auxílio-redusáo nao exigem período de carencia (outra forma de evidenciar a
qualidade de segurado).

Provando que o falecido ou preso tinha a qualidade de segurado, prova-se


também a dos dependentes (o que nao se confunde com a prova da condicáo
propriamente dita de dependente).

247. Detentor da qualidade

Em cada urna das várias hipóteses dos períodos de manutencáo da qualidade


de segurado, cabe ao segurado evidenciar que a detinha por ocasiáo da Data do
lnício da lncapacidade (PBPS, art. 15).

248. Desemprego involuntário

Por torca do art. 15, § 2Q, do PBPS, outra vez está o segurado toreado a
convencer o INSS de urna negativa, vale dizer, provar que nao estava empregado
e, como diz o referido dispositivo, "comprovada essa situacáo pelo registro no
órqáo proprio do Ministerio do Trabalho ... ", que é o SINE.

249. lncapacidade para o trabalho

O segurado que ficou incapaz para o trabalho, com Dll dentro do período
de manutencáo da qualidade, mas nao requereu o auxílio-doenca. nao perde a
qualidade de segurado, mas carece provar ao INSS aquela incapacidade.

Essa demonstracáo será a inda mais importante se ele acabou f alecendo,


subsistindo urna presuncáo técnica, mas nao jurídica, de que a causa foi a mesma
daquele benefício.

136
250. lngresso do incapaz

No dizer do parágrafo único do art. 59 do PBPS: "Nao será devido auxilio-do-


enea ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdéncia Social já portador
de doenca ou da lesáo invocada como causa para o benefício, salvo quando a
incapacidade sobrevir por motivo de proqressáo ou agravamento dessa doenca
ou lesáo".

O preceito significa tres oportunidades de convencimento: a) o INSS


demonstrar que o segurado foi admitido no RGPS incapaz para o trabalho e com
certa doenca ou lesáo (aquela invocada); b) o segurado salientar que a incapacidade
quando do ingresso nao é a mesma daquela alegada por ocasiáo do pedido do
auxílio-doenca: e c) urna prova negativa de que nao era portador de nenhuma
enf ermidade ou lesa o.
No primeiro caso, a autarquía o faz quando do exame pericial a que o
requerente se submete. Pressuposto esse exame pela lei, curiosamente, ela
semente se refere a exames médicos em relacáo a manutencáo do benefício
(PBPS, art. 62), mas a perícia de concessáo é devida. Se essa mesma avaliacáo
pessoal afirma que a doenca e a lesáo sao as mesmas quando da aquisicáo da
qualidade de segurado, cabe ao segurado demonstrar o contrário com perícias e
laudos externos (exames admissionais, sequenciais ou demissionais das empresas
em que foi empregado). Os mesmos documentos se prestaráo para evidenciar que
naquela ocasiáo (adrnissáo ao RGPS) estava hígido.
No segundo caso, terá de fazé-lo com documentos particulares. Na última
circunstancia, o que sempre é oneroso, também por meio de documentos de
médicos que o examinaram anteriormente.

137
CAPÍTULO XXV

PERÍODO DE CARENCIA

A exemplo do evento determinante, mais do que a confirrnacáo da qualidade


de segurado, a persuasáo da existencia do período de carencia é de grande
importancia para a reuniáo dos pressupostos que deflagram urna prestacáo
previdenciária do RGPS.

Presumida em alguns casos, dispensada em vários deles, é implementada com


aportes de outros regimes e até mesmo com contribuicóes vertidas no exterior.

Frequentemente, a comprovacáo é feita com registros do INSS (CNIS), do


empregador (FRE, GPS) e do trabalhador (CTPS, FGTS, carnes de pagamento, etc.).
Mas outros meios sao permitidos.

É assente na doutrina, na jurisprudencia e na leqislacáo (na talvez única


tríplice concordancia), que a carencia é um número mínimo de contribuicóes. de
sorte que resta ao interessado demonstrar o recolhimento desses pagamentos
(PBPS, art. 24 ).

251. Doze contrlbutcoes

A partir do PBPS ( 1991 ), apenas duas prestacóes comuns passaram a exigir 12


contribuicóes a título de carencia: o auxílío-doenca e a aposentadoria por invalidez.

Importa ao segurado, entáo. demonstrar que a Dll se deu fora do tempo


correspondente a esse número mínimo de mensalidades.

252. Quinze anos

Triplicando a exigencia. para a aposentadoria especial e por tempo de


contribuicóes, que passou de 60 para 180 mensalidades, o mesmo valendo para
aposentadoria por idade, mas comas excecóes da Lei n. 10.666/03.

253. Prestscáes acidentárias

Prestacóes acidentárias (auxílio-doenca, aposentadoria por invalidez, auxilio-


-acidente e pensáo por morte) dispensam o período de carencia, mas nao a
dernonstracáo do corneco da fillacáo.

138
Nesses casos, o segurado tem maiores dificuldades de persuadir o INSS de
que a incapacidade provém de doenca ocupacional.

254. Doences específicas

Treze doencas elencadas na lei dispensam a carencia (PBPS, art. 151 ). Por
se tratar de um fato biológico, o INSS será levado ao convencimento mediante a
apresentacáo de laudos médicos, declaracóes de hospitais, perícias judiciais, etc.

255. Natureza ou causa

O Direito Previdenciário conheceu urna nova figura da infortunística, conhecida


como acidente de qualquer natureza ou causa, ou, como as vezes referida, apenas
qualquer natureza.
Para o art. 66, parágrafo único, da IN INSS n. 118/05, é "aquele de origem
traumática e por exposicáo a agentes exógenos (físicos, químicos ou biológicos),
que acarrete lesáo corporal ou perturbacáo funcional que cause a morte, a perda
ou a reducáo permanente ou temporária da capacidade de laboracáo".

O trabalhador tem de provar que é um infortúnio do tipo traumático


(semelhante ao acidente-tipo), acorrido fora do ambiente jurídico do trabalho e
que nao se confunde com o acidente do trabalho in itinere, logo nao se tratar de
doenca (PBPS, art. 26, 11).

256. Aposentadoria por idade

O período de carencia, sua irnplantacáo gradual e a qualidade de segurado


foram envolvidos, a primeira dispensando a segunda, a partir da Lei n. 10.666/03.
Realmente, após a perda da qualidade de segurado, tornou-se possível sornar
contrlbuicóes do passado com as cotizacóes presentes para fins de completar a
carencia e obter a aposentadoria por idade.

257. Trabalho rural

A partir do momento que o trabalhador rural passou a condicáo de contribuinte


pessoalmente considerado, ou seja, que sofre descanto em sua rernuneracáo.
equipara-se ao trabalhador urbano para fins do período de carencia.

258. Prestecáes por incapacidade

Historicamente, convencionou-se que o período de carencia, por motivos


atuariais e financeiros, é constituído de contribuicóes (efetivadas ou presumidas).

139
Poderia ser diferente, mas assim é. A partir do momento que a Lei n. 10.666/03,
sem qualquer respaldo no princípio da precedencia do custeio, entendeu por facilitar
a aposentadoria por ida de de quem havia contribuído no passado (especialmente
mulheres donas de casa), questionou-se a possibilidade de períodos de fruicáo do
auxllio-doenca ou da aposentadoria por invalidez, em que nao há contribuicáo
do segurado, prestarem-se para compor o período de carencia. Interpretando a
leqislacáo previdenciária segundo exegeses assistenciárias, alguns magistrados
térn acolhido a ideia de que esses períodos podem completar a carencia, sem que
ainda se possa afirmar a existencia de urna jurisprudencia.

259. Contagem recíproca

A luz do que dispóe o art. 94 do PBPS, o tempo de servico ou de contribuicáo


do servidor presta-se para complementar o período de carencia junto do RGPS.

Nao há figura assemelhada no RPPS, mas esse regime próprio do servidor


exige períodos (dez anos no servico público, cinco anos no cargo, etc.) que podem
ser equiparados a
carencia.

De modo geral, a prova é feita com a CTC ou outro documento que o


substitua na sua falta.

260. Acordos internacionais

Conforme disponha cada um dos nove acordos internacionais que o Brasil


celebrou na Europa com Portugal, Espanha, Cabo Verde, Luxemburgo e Grécia,
e na América Latina, com Uruguai, Argentina, Paraguai e Chile, o período de
contribuicáo vertido ao regime do país celebrante é considerado para fins de
período de carencia.

A prova é difícil - como é difícil obter esses benefícios ...

140
CAPiTULO XXVI

TEMPO DE FILIA<;ÁO

O computo do tempo, seja de servico, de contribuicáo ou outro mais,


abrigado pelo conceito de tempo de filiacáo. é significativo na definicáo do direito
as prestacóes previdenciárias no que diz respeito aos seus tres pressupostos básicos
legais: a) qualidade de segurado; b) período de carencia; e c) evento determinante
(in cesu, aposentadoria por tempo de contribuicáo e especial).
Sua duracáo importa também para o cálculo do valor da renda mensal inicial
(ele determina o coeficiente aplicado ao salário de beneficio).
Relevando o convencimento do período em questáo, ab initio se destaca a
diíerenca entre os conceitos de tempo de filiacáo. tempo de servico e tempo de
contríbuicáo, além do fictício, a seguir desenvolvidos.

261. Tempo de filia~ao

Tempo de filiacáo é o lapso de tempo em que o segurado esteve vinculado a


previdéncia social, elo jurídico que o une ao RGPS, durante a sua vida previdenciária
ativa ( enquanto contri bu indo) ou inativa ( enquanto recebendo beneficio).

Nesse sentido técnico, o segurado contribuinte é filiado também durante


a percepcáo de urna prestacáo. Mas os seus dependentes (exceto os que forem
segurados obrigatórios) nunca sao filiados dispensados, pois, da prava desse status
jurídico. Os titulares do direito a LOAS nao estáo filiados.

Quem está no período de manutencáo da qualidade nao trabalha nem


contribuí e, no entanto, mantém os mesmos direitos anteriores, porque está
filiado, ou seja, previdenciariamente protegido. Quem tem direito adquirido está
filiado ou potencialmente filiado, reabrindo-se a filiacáo, se assim quiser, quando
da solicitacáo do bem cujos pressupostos havia assegurado antes de se desfiliar.

A preva da filiacáo é promovida conforme um desses diferentes estágios e,


entáo, segundo se cogite de tempo de servíco (de trabalho remunerado ou de
expressáo da vontade subjetiva) ou segundo o tempo de contribuicáo. em que o
pagamento da cotizacáo é a prava cabal.

O trabalho é comprovado conforme demonstrado neste estudo nos vários


capítulos; a prava da percepcáo de beneficio é produzida com os documentos do
INSS (carta de concessáo).

141
Um período de gra<;a é válido para efeito de benefícios, comprovando-se com
o tempo anterior a aquisicáo da qualidade de segurado.
A prova do direito adquirido reclama a demonstracáo de haver cumprido os
requisitos legais ou terem sobrevindo alteracóes na leqislacáo (lei diminuidora dos
direitos). Verificar nao ter havido a solicitacáo anterior é dever do INSS.
O tempo em que nao havia filiac,;ao obrigatória - empregados antes de 1923,
contribuintes individuais antes de 1960, eclesiásticos antes 1979, domésticos antes
de 1973, etc. - é reconhecido desde que pagas as contribuicóes devidas (PBPS, art.
55, § 2Q).

262. Tempo de servico

Tempo de servico é lapso de tempo ao qual corresponde o trabalho, logo


nao inclui benefícios por incapacidade, período de manutencáo da qualidade (que
é filiacáo). nem ficcionalidades ou quaisquer contagens em dobro. Costuma ser o
dia a dia anotado na CTPS.
Pode ser urbano, rural, de servidor e de parlamentar, militar, mas sempre de
trabalho, presumindo ou nao os recolhimentos.

263. Período de contribuicéo

Como o próprio título diz, o tempo de contribuicáo é afirmado com os


aportes mensais da cotizacáo quando exigida do próprio segurado ou presumida
em relacáo a alguns deles.
Para os contribuintes individuais, o meio ideal sao as guias de recolhimento,
retencóes da Lei n. 10.666/03, carnes de pagamento, etc.
No caso dos contribuintes sujeitos a desconto, nao há necessidade de se
fazer essa prova; o segurado está dispensado disso, bastando alegar a presuncáo
do recolhimento (PCSS, art. 33, § 5Q).
O tempo do facultativo é provado com o CNIS ou carnes mensa is de
pagamento.

264. Contagem recíproca

O tempo de servico (estranho ao regime considerado), a ser computado pelo


órqáo gestor do benefício a ser concedido, é demonstrado com a Certidáo de
Tempo de Contribuicáo (CTC), emitida nos termos dos arts. 94/99 do PBPS.

Para se obter essa dedaracáo. o segurado terá de fazer a prova do tempo


de servico junto ao ente emissor. Quando se tratar de órqáo público, muitas vezes
com os assentos internos da reparticáo.

142
Essa CTC, antes CTS, tem fé de ofício e per se goza do poder de persuasáo
bastante (daí os cuidados que o cercam e a importancia que desfruta).

265. Estágio profissional

O período de estágio é afirmado com documentos emitidos no país em que o


trabalho se deu {Estágio Profissional em 1.420 Perguntas e Respostas. Sao Paulo:
LTr, 2009. p. 220).

1) Contrato de estagiário;
11) Contraprestacáo mensal;

111) Documento relativo ao recesso anual;

IV) ldentidade na empresa;


V) Relatório do agente de inteqtacáo:
VI) Ato de desiqnacáo do trabalhador;
VII) Contribuicáo facultativa;

VIII) Seguro de acidentes pessoais;


IX) Dedaracáo prestada pela escola;
X) Cópia do termo de Compromisso;
XI) Declaracáo da companhia seguradora;

XII) Relatório do supervisor;


XIII) Autuacáo fiscal;
XIV) Admoestacáo escrita;
XV) Carta de apresentacáo:
XVI) Emissáo de CAT;

XVII) Cópia do Projeto Pedagógico Escolar;

XVIII) Boletim escolar;

XIX) Certificacáo de Residencia Médica;

XX) Diploma escolar.

266. Benefício por incapacidade

a
Em relacáo ao auxilio-doenca ou aposentadoria por invalidez e, também,
no que diz respeito ao salário-maternidade, normalmente nao se exige essa prova
porque ela faz parte dos assentamentos do INSS.

143
Mas, caso a autarquia nao disponha do registro de um desses benefícios,
quando eles iniciaram (DIB) e cessaram (DCB), o segurado terá de demonstrar a
sua existencia:

1) Registro na CTPS;
11) Carta de Concessáo/Mernória de Cálculo;

111) CREM;
IV) Convocacáo para exames médicos;
V) Recursos da cessacáo ou da revisáo de cálculo;

VI) Documentos trabalhistas;


VII) Cópia do processo de concessáo:

VIII) Exigencias do INSS.

267. Tempo fictício

O tempo fictício é urna ficcáo e, portante, a ele nao corresponde o decurso


do tempo no calendário. Sua presenca jurídica está garantida pela lei consoante
determinado cenário que ela contemplou.

Quem desejar os 40% da conversáo do tempo especial em comum terá de


provar a existencia dos dois tempos: a) do especial (insalubre) e b) do comum,
ambos operados conforme os capítulos próprios deste trabalho.

Professor pretendendo o acréscimo dos 20o/o (mulher) e 17% (homem) da EC


n. 20/98 tem de convencer o INSS de que exerceu o magistério.

O tempo de embarcado é o tempo de servico realizado em ernbarcacóes,


considerado até 5.5.99, a
razáo de 225 dias valendo 360, em navios mercantes
nacionais, nao valendo os servicos de travessia (art. 114 da IN n. 11 /06). A prova
é feita com registro em CTPS, dedaracóes do armador, etc.

l.icenca-prémio é tempo virtual, conquista a ser evidenciada com os períodos


de trabalho anteriores e posteriores e a previsáo legal.

268. Perticipecéo na guerra

O tempo de guerra é período de tempo real, realizado em determinadas


condicóes e conforme a lei que tratou do assunto.

Já o tempo que o ex-combatente prestou servicos na iniciativa privada ou no


servico público nao difere dos demais, mas se prestava para a definicáo de um tipo
distinto de benefício.

144
269. Situa~ao de anistiado

O tempo de anistiado é beneficiado pela leqislacáo na medida em que a


pessoa demonstrar que foi beneficiária do Decreto Legislativo n. 18/61 e do
Decreto-lei n. 864/69, no período de 18.9.46 a 4.10.88 (art. 116 da IN n. 11/06
e RPS, art. 60, VII).
O tempo do anistiado é apurado com base na Lei n. 6.683/79, na EC n.
21/85 e no art. 82 do ADCT (art. 589 da IN n. 11/06).

270. Condicéo de embarcado

Em face da possibilidade de conversáo do período de trabalho, os documentos


sao emitidos pelas autoridades marítimas ou pelas empresas privadas ou colonia
de pescadores.

145
CAPÍTULO XXVII

EDUCA<;ÁO DE MENORES

Certos segurados obrigatórios ( empregados, temporários, avulsos e servi-


dores sem regime próprio de previdéncia), filiados ao RGPS, que recebam até
determinada rernuneracáo, em 2015 de R$ 752,02, mantendo filhos ou equipa-
rados a filhos (enteados e tutelados) com até 14 anos de idade ou inválidos, tém
diteito ao salário-família (PBPS, arts. 65/70, RPS arts. 81/92 e arts. 232/235 da IN
INSS n. 20/07).

Para tanto, esses pais segurados (homem e mulher) térn de provar o


nascimento dos filhos, eles estarem vivos e, se tiverem até sete anos, frequentando
a escola e sendo vacinados.

Vale lembrar que o designado deixou de ser dependente desde a Lei n.


9.032/95 (PBPS, art. 16) e o menor sob guarda nao é equiparado a filho (PBPS,
art. 16, § 22, na redacáo da Lei n. 9.528/97).

271. Vínculo jurídico

Os pais desses filhos com direito ao salário-família na condicáo de segurados


obrigatórios provam esse status previdenciário como vínculo que mantém com a
a
empresa para a qual prestam servicos. Os documentos estáo rnáo dessa empresa
(FRE, CTPS, RAIS, contratos, etc.), entendida como sendo o empregador e para o
avulso, o sindicato e o OGMO.
Quando se tratar de percipiente de beneficios, o INSS possui as inforrnacóes
necessárias e eventual prova em contrário é dispensada (CNIS).

272. Existencia do menor

Prova-se a presenca do menor de 14 anos com a certidáo de nascimento. No


que diz respeito aos equiparados, é o documento correspondente.

273. Filho enteado

Enteado é o filho do segurado ou da segurada havido anteriormente e


que, com a uniáo civil ou estável, passa a. f azer parte da família. Sua certidáo de
nascimento fará a prova da filiacáo.

146
274. Menor tutelado

Tutelado é aquele que vive soba guarda da família em que haja um segurado
obrigatório.
A tutela é instituto técnico civilista (CC, art. 1. 728) e ela pode se dar com: 1
- falecimento dos pais ou julgados ausentes ou 11 - perda do pátrio poder. Quem
nomeia o tutor é o juiz.

275. Vacina~ao obrigatória

Anualmente, o trabalhador tem de f azer a prova de que o filho que ten ha


até sete anos está sendo vacinado, com a caderneta de vacinacáo (Portaria Bsb
n. 87 /77) ou outro documento assemelhado, como é o caso do atestado de
vacinacáo (art. 52, § 32, da Lei n. 6.259/75).

276. Frequénci« a escola


Desde a Lei n. 9.876/99, a comprovacáo da frequéncia escolar é promovida
mediante a apresentacáo de documento fornecido pelo estabelecimento de ensino,
na forma de leqislacáo própria, em que conste "o registro de frequéncia regular
ou de atestado de estabelecimento de ensino, comprovando a regularidade da
matrícula e frequéncia escolar do aluno" (Decreto n. 3.265/99).

277. Nivel da remunerecño

Nao sao todos os empregados, avulsos, temporários e servidores que f azem


jus ao salário-família. Semente aqueles que em 16.12.98, ex vi da EC n. 20/98,
ganhassem até R$ 360,00. Por isso. de alguma forma precisam evidenciar sua
remuneracáo.
Como o benefício é materialmente pago ou pela empresa ou pelo INSS, essas
entidades possuem esses determinantes. A partir de 1998, em razáo da inflacáo,
esses valores térn evoluído:

Períodos Remunera~ao Salário-família


Até 15.12.98 Sem distincáo R$ 8,65
De 16.12.98 a 30.04.99 R$ 360,00 R$ 8,65
De 1º.05.99 a 31.05.00 R$ 376,60 R$ 9,05
De 12.06.00 a 31.05.01 R$ 398,45 R$ 9,58
De 12.06.01 a 31.05.02 R$ 429,00 R$ 10,31
De 12 .06.02 a 31.05.03 R$ 468,47 R$ 11,26
De 111.06.03 a 30.04.04 R$ 560,81 R$ 13,48
De 111.05.04 a 30.04.05 Até R$ 390,00 R$ 20,00

147
Períodos Remuneracáo Salário-família
De 12.05.04 a 30.04.05 De R$ 390,01 a R$ 586, 19 R$ 14,09
De 12.05.05 a 30.04.06 Até R$ 414,78 R$ 21,27
De 12.05.05 a 30.04.06 De R$ 414, 78 a R$ 623,44 R$ 14,99
De 12.05.06 a 31.07.06 Até R$ 435,51 R$ 22,33
De 12.05.06 a 31.07.06 De R$ 435,52 a R$ 654,61 R$15,74
De 12.08.06 a 31.03.07 Até R$ 435,56 R$ 22,33
De R$ 435,57 a R$ 654,67 R$15,74
De 12.04.07 a 12.02.08 Até R$ 449,93 R$ 23,08
De R$ 449,94 a 676,27 R$ 16,26
De 12.03.08 a 31.01.09 Até R$ 472,43 R$ 24,23
De R$ 4 72,44 a R$ 710,80 R$ 17,07
De 111.02.09 a 31.12.09 Até R$ 500,40 R$ 25,66
De R$ 500,41 a R$ 752, 12 R$ 18,08
De 12. 1.1 O a 31 .1 2 .1 O Até R$ 539,03 R$ 27,64
De R$ 530,04 até R$ 810,18 R$ 19,48
De 12. 1.11 a 31 .1 2 .11 Até R$ 573,58 R$ 19,41
De R$ 573,59 até R$ 862, 11 R$ 20,73
De 1 Q. 1 . 1 2 a 31 . 1 2. 1 2 Até R$ 608,80 R$ 31,22
Até R$ 915,05 R$ 22,00
De 1 Q. 1 . 1 3 a 31 . 1 2. 1 3 Até R$ 646,55 R$ 33, 16
Até R$ 971,78 R$ 24,66
De 1 2• 1 . 14 a 31 . 1 2. 14 Até R$ 682,50 R$ 35,00
Até R$ 1.025,81 R$ 24,00
De 1 2• 1 . 1 5 a ... Até R$ 752,02 R$ 37, 15
Até R$ 1.089,72 R$ 26,20

278. Invalidez de filho

A ínvalídez do fílho ou do equíparado ao filho, maior de 14 anos de ídade, é


verificada em exame médíco pericíal do INSS (RPS, art. 85).

Caso o segurado nao tenha sucesso nesse desíderato e entendendo que


houve equívoco por parte da autarquía, ele demonstrará o contrário com perícías
externas, oríundas de entidades públicas ou particulares.

279. Casal separado

Sendo ambos segurados ou nao, no caso de separacáo do casal (separados


de fato, desquítados ou divorciados), o salário-família será pago aquele que tiver
a guarda dos filhos.

148
A prova se f ará com a sentenca judicial a quem atribuiu essa guarda.
Sobrevindo a perda do pátrio poder, o benefício é pago ao tutor.

280. Segurados aposentados

Para os percipientes de benefícios em manutencáo. o salário-família será


pago ao empregado e avulso pelo INSS quando da quitacáo mensal do auxílio-
-doenca ou da aposentadoria por invalidez.
Um aposentado que tiver os filhos com direito terá de fazer as provas aqui
indicadas ao INSS.
O aposentado por idade pelo INSS terá de juntar os documentos ora indicados
e levá-los ao INSS (certidáo de nascimento, caderneta de vacinacáo e frequéncia
a escola).

149
CAPÍTULO XXVIII

INAPTIDÁO PARA O TRABALHO

A incapacidade para trabalhar, seja ela provisória, permanente, parcial ou de-


finitiva, é evento determinante de vários benefícios previdenciários (auxílio-doenca,
aposentadoria por invalidez, auxílio-acidente e pensáo por morte). E urna presta-
cáo assistenciária (LOAS).
De regra, quando solicitado um desses direitos, o requerente alega
indisposicáo laboral e cabe ao órqáo gestor constatar a existéncia desse agravo
por intermédio de exame médico pericial ou nao. lsso sucede na previdéncia do
servidor, do trabalhador e na complementar.

A esse procedimento intramuros da adrninistracáo nao se chama de prova,


mas de pericia médica, porém, se a solicitacáo é negada sob a aleqacáo de
inexistir a dita inaptidáo, resta ao interessado, por meios externos ao órqáo gestor
(particulares ou públicos), opor-se aqueta constatacáo e convencer a quem de
direito (magistrado ou servidor) de sua incapacidade.

Nessa verificacáo, máxime em questóes de DORT/LER, incapacidades


instantáneas ou psiquiátricas, depressóes, residem os maiores questionamentos
na pericia médica (a ponto de justificar um curso médico de especializacáo ou
aperfeicoarnento na área). Com certeza, milhares de pessoas incapazes tiveram
o beneficio indeferido por ocasiáo do primeiro pedido e outro tanto o obtiveram
estando hígidos.

Diante dos óbices técnicos naturais da apuracáo científica da presenca de


urna doenca. enfermidade, incomodo e até mesmo invalidez, térn sido adotados
vários instrumentos, entre os quais urna alta terapéutica, que consiste em dar alta
e esperar a reacáo do segurado.

Como se verá a seguir, o questionamento situa-se em área técnica médica,


cuja única rnanitestacáo jurídica se dá com o poder de convencimento do juiz e
ainda com o auxilio da pericia judicial. Quer dizer que nos vátios casos se repetirá
a importancia de inspecóes médicas objetivas, competentes, que utilizem a mais
moderna técnica científica, idoneidade dos emitentes, exames laboratoriais
completos, laudos perfeitamente adequados aos objetivos, sequéncia no
tratamento, consultas periódicas, internacóes. dedaracóes de especialistas e até
mesmo cópias de artigos publicados em revistas especializadas.

150
281. ineptkiéo quinzenal

A incapacidade para o trabalho ou a atividade habitual por mais de 1 5 dias


consecutivos o evento deflagrador do auxílio-doenca comum, acidentário ou
é

oriundo de acidente de qualquer natureza ou causa (RPS, arts. 71/80). Em face


de negativa do benefício ou de alta médica de prestacáo já em manutencáo. o
segurado tem de convencer o INSS de que nao pode trabalhar.

Seu caminho é procurar urna clínica idónea ou um profissional especializado


na sua doenca. submeter-se ao exame particular e trazer de volta para encaminhar
ao INSS o laudo pericial e urna declaracáo do médico. Igual documento do médico
do trabalho da empresa também será útil (Contraprova da incapacidade laboral.
In: Sup/. Trab. n. 39/07, Sao Paulo: LTr).

Cabe ao INSS constatar que o segurado ingressou incapaz para o trabalho


(RPS, art. 71, § 12) e ao segurado, evidenciar que se tratou de "proqressáo
ou agravamento dessa doenca ou lesáo". Entáo, evidentemente, com as
dernonstracóes aqui assinaladas (consultas, atendimentos ambulatoriais, aquisicáo
de remedios, internacóes hospitalares, etc.).

Exercendo duas atividades se estiver incapaz em relacáo a apenas urna delas,


obriga-se o segurado a comunicar ao médico perito as outras atividades exercidas
(RPS, art. 73).

282. Auxílio-doenc;a

Náoé só o INSS que concede auxílio-doenca. Nos casos em que a impossibilidade


de trabalhar é inferior aos 15 dias do PBPS, frequentemente esse fato é constatado
pelo médico do trabalho da empresa e aí se tem urna licenca remunerada (RPS,
art. 75). Se isso nao acontece, terá de procurar o médico do Sindicato da categoria
ou clínicas particulares e, de preferencia, as entidades públicas que assistem o
trabalhador, como a FUNDACENTRO.

283. lnsuscetibilidade de recuperecéo

Concedido o auxílio-doenc;a, ou náo, em virtude de incapacidade mais


intensa, duradoura, do próprio agravo (tida como incurável ou náo), da idade do
trabalhador e sua profissáo, impóe-se a prova da insuscetibilidade de recuperacáo
para o exercício de "atividade que lhe garanta a subsistencia", que é o pressuposto
da aposentadoria por invalidez.

Nessecaso, os meios de prova teráo de ser reforcados. nao bastando atestados


médicos particulares, mas a busca de profissionais especializados, pareceres
médicos, artigos doutrinários sobre a doenca, laudos técnicos, declaracóes de

151
hospitais sobre internacáo, enfim, um conjunto mais assertivo das pravas periciais.
Urna busca na jurisprudencia do STJ será de grande valía.

284. Invalidezpermanente

Diz o art. 16 do PBPS que o filho inválido e, na falta deste (inciso 1), o lrrnáo
inválido (inciso 111), ambos de qualquer idade, tém direito apensáo por marte
outorgado pelo segurado pai ou irrnáo.

Nossa lei nao tem conceito de incapacidade permanente nem de invalidez,


mas, aparentemente, do ponto de vista cultural, na caracterizacáo desses possíveis
dependentes prevalece a ideia de urna invalidez sem nenhuma possibilidade de
recuperacáo, enquanto na do art. 41 do PBPS é até possível urna alta médica.
A invalidez da pensáo por morte, com seu caráter mais acentuado de
perpetuidade, é, como na maioria dos casos deste capítulo, apurada em exame
médico pericial.

285. Acréscimo a mensa/idade


Diz o art. 45 do PBPS que o "valor da aposentadoria por invalidez do segurado
que necessitar de assisténcia permanente de outra pessoa será acrescido de 25°/o
(vinte cinco por cento). Parágrafo único. O acréscimo de que trata este artigo: a)
será devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo legal; b)
será recalculado quando o benefício que lhe deu origem for reajustado; c) cessará
com a morte do aposentado, nao sendo incorporável ao valor da pensáo".

No que se refere a prova, importa saber o que significam necessidade,


assisténcia e permanencia e como demonstrá-las. Necessidade é a imprescindibilidade
de ajuda para se movimentar, atender suas necessidades fisiológicas e médicas.
Assisténcia quer dizer que a família nao tem condicóes de propiciar sponte propria
esse recurso. Permanencia, que nao seja urna imperiosidade passageira como de
ter de usar andador, muleta ou bengala por algum tempo.

A prova desse cenário médico, além de urna visita de assistente social do


próprio INSS ou de órqáo outro da Assisténcia Pública, se faz com atestados
médicos.

286. Seque/a parcialpermanente

O fato gerador biológico (fisiológico ou psicológico), determinante do auxilio-


-acidente, é urna sequela, entendida como sendo incapacidade parcial permanente
proveniente de um infortúnio (PBPS, art. 86). Da mesma forma, como em relacáo
aos demais benefícios por incapacidade, a conviccáo é de ordem médica.

152
287. teséo e perda da eudicéo

Particularizando, a Lei n. 9.528/97 acrescentou um § 49 ao art. 86 do PBPS,


quando este define o auxílio-acidente dizendo que: "A perda da audicáo, em
qualquer grau, semente proporcionará a concessáo do auxílio-acidente, quando,
além do reconhecimento de causalidade entre o trabalho e a doenca. resultar,
comprovadamente, na reducáo ou perda da capacidade para o trabalho que
habitualmente exercia".

Lembrando a MP n. 316/06, depois convertida na Lei n. 11.430/06, que


propóe urna presuncáo de nexo causal epidemiológico entre a atividade de certas
empresas e a incapacidade do segurado, significa que a lei exigia esse nexo
causal, até porque a reducáo da capacidade f azia parte do conceito básico do
evento determinante. Convertida a MP em lei, desapareceu a necessidade dessa
prova, mas enquanto isso o segurado obriga-se a convencer o INSS das condicóes
insalubres (convindo ver o capítulo próprio).

288. Requerimentos a posteriori

Esquecendo-se da imprescritibilidade do direito as prestacóes, que é um


princípio previdenciário, as pessoas desistem de solicitar benefícios por incapacidade
extemporaneamente. lsto é. por qualquer motivo (e até impossibilidade física de
se locomover), tendo consciencia de que em algum momento no passado, quando
detinham a qualidade de segurado, ficaram inaptas para o trabalho.

lsso é comum em relacáo ao segurado que faleceu, e os dependentes julgam


que antes do óbito ele perdeu a qualidade de segurado, ignorando que pode ter
feito jus a um auxílio-doenca nesse interregno (ainda que nao exista urna presuncáo
de inaptidáo para quem acaba falecendo). Os principais sao:

1) Auxílio-doenca - Benefício deferido e cessado após a DAT;

11) Tratamento médico - Dedaracáo do profissional autónomo, ambulatório,


clínica especializada, posto de saúde ou hospital onde se tratou;

111) Receituários - Receitas médicas;


IV) Remédios- Notas fiscais ou dedaracóes de farmácias e drogarías relativas
a aquisicáo de medicamento;

V) Consultas - Recibos de consultas médicas (inclusive declaradas no IR);

VI) lnternacóes hospitalares - Recibos hospitalares, dedaracóes do plano de


saúde;

VII) Atendimentos ambulatoriais - Dedaracóes da entidade que o atendeu.

153
VIII) Exames laboratoriais - Cópia de requisicóes e resultados de exames
médicos;

IX) Prontuários médicos;

X) Natureza da doenca - Se a enfermidade é daquelas que evoluem no


tempo, agravando-se ou progredindo até levar morte; a
XI) Certidáo de óbito - Causa mortis constante da dedaracáo do médico
atendente ou da própria certidáo de óbito;

XII) Corpo de Bombeiros - Atendimento pelo resgate;

XIII) Transporte - Recibo ou declaracáo de ambulancia particular ou pública;


XIV) lsencáo IR - Processo de isencáo junto da Receita Federal;

XV) Terceiros - Depoimento de vizinhos;

XVI) Documentos da anestesia - Ficha de Avaliacáo Pré-anestésica, ficha de


anestesia, ficha de recuperacáo pós-anestésica, ficha de controle do pós-operatório
e depoimento dos anestesiologistas.

289. Readaptat;áo profíssíonal

O processo de recuperacáo da aptidáo para o trabalho, assim como a simples


habilitacáo, quando empreendido nos postos do INSS ou em outros órqáos
públicos, deixam variados sinais documentáis. protocolos, receitas, prontuários,
etc. que igualmente fazem a prova.

290. Defícíéncia pessoa/

Em pelo menos um momento a leqislacáo previdenciária aponta a necessidade


de conceituar a deficiencia: no art. 93 do PPBS. Em virtude da ausencia de definicáo
legal, resta ao doutrinador tentar conceituá-la, e isso nao é fácil.

Deficiencia é a incapacidade física ou psíquica adquirida quando do


nascimento, acometida no curso da vida ou degenerativa, que impede a pessoa de
se desenvolver naturalmente como ser humano, incluindo se locomover, se vestir
ou se alimentar, e usufruir os sentidos de modo que a qualidade de vida resulte
seriamente diminuída a ponto de nao poder obter os meios de subsistencia por
con ta própria e satisf azer as suas necessidades.

Em razáo da fluidade, generalidade e irnprecisáo de urna descricáo como


a
essa, evidencia, a prova do fato determinante de alguma prestacáo social terá
de ser feita mediante exame médico pericial público e, quando de contestacáo por
perícia particular, expressa em dedaracáo firmada pelos profissionais.

154
CAPÍTULO XXIX

CONTRAPROVA DA INCAPACIDADE

O indeferimento de pedido de auxílio-acidente de quem teve alta médica do


auxílio-doenca acidentário, as negativas de prestacóes acidentárias, a definicáo
da invalidez para os filhos maiores de 21 anos (com vistas a
pensáo por morte),
a dernonstracáo da deficiencia para o benefício da LOAS e as altas médicas das
prestacóes por incapacidade mantidas, particularmente o auxilio-doenca e a apo-
sentadoria por invalidez, suscitam decepcóes. incornpreensóes e inconformidades
por parte de segurados e dependentes do RGPS.

A perícia médica transformou-se numa área técnica geradora de polémicas,


discussóes e perplexidades infindáveis (a ponto de julgar-se que está na hora de ser
aperfeicoada a especialidade nos cursos de medicina: a de médico perito).

Os beneficiários dispóern de alguns meios procedimentais de se opor ao


indeferimento do benefício ou de sua manutencáo e, até mesmo, de transformacáo
do auxilio-doenca na aposentadoria por invalidez. Sao administrativos: Pedido de
Reconsideracáo. solicitacáo de Junta Médica, Defesa Prévia a
Junta de Recursos
(JRPS) e Recurso de Apelacáo a
Cámara de Julgamento- CAj do CRPS e judiciários.
As dificuldades técnicas da perícia médica particular, da empresa ou da oficial
(INSS), sao notórias: os agravas laborais variam conforme o ambiente da empresa,
a idade do trabalhador, sua condicáo social, a ocupacáo profissional e, é claro, a
própria doenca. o seu agravamento ou processo de cura e reabilitacáo. sem f alar
no fato de estar ou nao empregado.

Quando da interposicáo de inconformidades administrativas ou da acáo


judicial, a questáo nao é tao jurídica como se apresenta na medicina do trabalho.
Os beneficiários insatisfeitos estáo nas máos dos médicos, sejam ou nao peritos.
De sorte que o que importa é a prova da alegada inaptidáo para o trabalho,
cujas indkacóes a seguir dependeráo de um cenário complexo: a) profissáo
do trabalhador e ser ocupacional ou nao; b) idade da pessoa; e) condicáo
socioecon6mica; d) situacáo laboral (ser empregado ou nao); e) natureza da
doenca: f) origem, desenvolvimento, agravamento; g) duracáo e reincidencia das
licencas: e h) possibilidade de recuperacáo, readaptacáo e reabilitacáo.

A seguir se apresenta urna lista de meios de prova que podem indicar (cada
caso é um caso) qual o melhor caminho. Na maioria, sao dedaracóes assinadas por
pessoas habilitadas para tazé-lo, sempre se recomendando que sejam procurados

155
profissionais especializados e instituicóes notoriamente idóneas. Nem todos eles
sao exaustivos, convincentes ou suficientes, mas reunidos podem conferir poder
de persuasáo,

291. Formulários laborais

Além dos documentos pessoais, aqueles que podem estar armazenados na


empresa sao os que se apresentam com algum poder de convencimento. Eles
refletem a evolucáo das condicóes do trabalhador, desde o exame admissional até
o demissional.

1) Prontuário clínico individual;


11) Atestado do médico do trabalho;
111) Exames admissionais, sequenciais e demissionais;
IV) Exames de retorno ao trabalho, rnudanca de funcáo e complementares;

V) Resultado das avaliacóes periódicas;

VI) Audiometria e dosimetria de referéncia e sequencial;

VII) Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP);

VIII) Cornunkacáo de Acidente do Trabalho (CAT);

IX) Perfil Profissiográfico (PP);

X) Laudo Técnico de Condicóes Ambientais do Trabalho (LTCAT);

XI) DIRBEN 8030;

XII) Laudos técnicos constantes de redamacóes trabalhistas;

XIII) Percepcáo de adicional trabalhista;

XIV) Ficha de acidente do trabalho (NR-18);

XV) Cópia do PPRA e PCMSO;

XVI) Cópia do PPEOB, PCMAT e SESMT;

XVII) Atas da CIPA e da CIPAMIN;

XVIII) Indenizacáo trabalhista obtida na justica civil;

XIX) Avaliacóes clínicas;

XX) Atestado de Saúde Ocupacional (ASO);

XXI) Tratamento no ambulatório da empresa;

156
XXII) Mapeamento de sinistros;

XXIII) Gerenciamento de riscos.

292. Atestados médicos

O resultado do exame médico realizado por profissional especializado em


cada área é de suma importancia, porque, além de atual, é o que mais condiz com
a ideia da prova pericial.

XXIV) Atestado médico particular;

XXV) Cadastro de clínicas;

XXVI) Recibo de consultas;

XXVII) Requisicáo de exames;

XXVIII) Dedaracáo sobre tratamentos;


XXIX) Laudos técnicos após exames;

XXX) Radiografias e ultrassonografias;

XXXI) Exames de cateterismo e endoscopias;

XXXII) Receitas médicas;

XXXIII) Notas fiscais de compra de remédios;

XXXIV) Atestado de médico particular;

XXXV) Ficha odontológica;

XXXVI) Relatório da necrópsia;

XXXVII) Causa mortis na certidáo de óbito.

293. Prontuários hospitalares

Quando alguém tem urna moléstia que o abriga a procurar um posto de


saúde do SUS, um ambulatório médico, clínica especializada ou hospital, é porque
apresenta, em algum momento, um agravo merecedor da atencáo médica, de
sorte que os documentos expedidos por essas entidades sao de grande valia.

XXXVIII) Notas sobre ínternacóes:


XXXIX) Declaracóes do plano de saúde;

XL) Curativos em ambulatórios;

157
XLI) Cirurgias em hospitais;

XLII) Resultados de exames médicos;

XLIII) Ficha de tratamento;

XLIV) Ficha de fisioterapia;

XLV) Atendimento no pronto-socorro;

XLVI) lnternacóes em hospícios, sanatórios e clínicas de repouso;

XLVII) Prontuário médico;

XLVI 11) Depoimento de anestesiologista;

XLIX) Exame laboratorial;

L) Assisténcia de enf ermagem;


LI) Dedaracóes de tratamento fisioterápico.

294. Documentos oficiais

As pravas emprestadas sao também muito úteis ao convencimento da


autarquía; elas propiciam indicacóes complementares.

Lll) Centro de Estudos de Faculdades de Medicina;


Llll) Sistema Único de Saúde (SUS);
LIV) CEREST;

LV) FUNDACENTRO;

LVI) lsencáo do Imposto de Renda;

LVII) Resgate do Carpo de Bombeiros;

LVIII) Recibo de pagamento de ambulancias oficiais ou nao;

LIX) Pareceres normativos;

LX) Autorizacáo para dirigir veículos adaptados;

LXI) Ficha de atendimento em pasto de saúde.

295. Sindicatos e essociecáes

Entre os documentos que implementam a persuasáo da incapacidade laboral


estáo aqueles que podem ser fornecidos pelos sindicatos e associacóes.

158
LXII) Ficha de atendimento médico do sindicato;
LXIII) Atestados do Conselho Regional de Medicina (CRM);
LXIV) Associacóes da especialidade;

LXV) Notícias de entidades de pesquisas;


LXVI) Publicacóes de Centro de Estudos.

296. Trabalhos científicos

Existem casos particulares, de enfermidades novas ou pouco conhecidas, em


que os estudos técnicos em muito ajudam a compreensáo da inaptidáo para o
trabalho.
LXVII) Pesquisa sobre a doenca:
LXVIII) Busca na internet;
LXIX) Bibliografia médica;
LXX) Atualizacáo sobre a doenca:

LXXI) Estudos de casos concretos.

297. Cadastros previdenciários

Os exames médicos realizados pelo INSS e a concessáo de benefícios fornecem


um retrato fiel das condicóes dos segurados.
LXXII) Auxílio-doenca anterior;
LXXIII) Aposentadoria por invalidez anterior;
LXXIV) Diligencia fiscal;
LXXV) Perícia médica in loco;
LXXVI) Visita da assistente social;
LXXVII) Concessáo de auxílio-acidente;
LXXVIII) Concessáo dos 25% da aposentadoria por invalidez.
LXXIX) Cornunicacáo de Resultado de Exame Médico (CREM);
LXXX) Autuacóes fiscais por descumprimento das NR;
LXXXI) Cobranca do art. 120 do PBPS;
LXXXII) Atestado de readaptacáo.

159
298. Atos procedimentais

As redarnacóes administrativas e as acóes judiciais costumam carrear provas


interessantes, muitas vezes decisivas, valendo até considerar o que foi resolvido
em cada procedimento ou processo.
LXXXIII) Sustentacáo oral na JR e no CRPS;
LXXXIV) Justificacáo Administrativa (JA);
LXXXV) Acórdáos administrativos.

299. laudos processuais

Laudos médicos sao opiruoes respeitabilíssimas e, ao final, em algum


momento decidem eventual dissídio.
LXXXVI) Acóes na Justica Federal contra o INSS;
LXXXVII) Acóes trabalhistas contra o empregador;
LXXXVIII) lnspecáo judicial;
LXXXIX) Jurisprudencia do STJ;
XC) Laudo da perícia judicial;
XCI) Súmulas sobre a matéria.

300. Estudos técnicos

A ciencia médica, no que diz respeito as pesquisas, está sempre a frente dos
procedimentos de prova administrativa e encurta o caminho quando trazidos a
colacáo.
XCII) Artigos em revistas médicas;
XCIII) Teses ou monografias;
XCIV) Livros médicos;
XCV) Pareceres médicos;
XCVI) Depoimento de vizinhos;
XCVII) Opiniáo de parentes;
XCVIII) Livros de higiene, medicina e seguranc;a;
XCIX) Reprovacáo em concurso público;

C) Notícia de acidente nos periódicos.

160
CAPÍTULO XXX

ATIVIDADES INSALUBRES

O estudo das condicóes ambientais do trabalho - a excecáo de auxilio-


-doenca e aposentadoria por invalidez acidentárias, auxílio-acidente e pensáo por
morte - principalmente diz respeito a aposentadoria especial. E, claro, em todas as
relacóes jurídicas desdobradas da proximidade com as áreas de higiene, medicina
e sequranca do trabalho.
De modo bem geral, evidenciar a presenca dos agentes nocivos físicos,
a
químicos ou biológicos adversos saúde ou integridade física do segurado feitoé

por quatro meios habituais: a) documentos laborais confessados pela empresa;


b) diligencia de profissionais habilitados in loco (inspecóes judiciais, diligencia
ou perícia do INSS); c) laudos periciais particulares ou oficiais; e d) depoimentos
testemunhais.
O principal instrumento laboral tem sido formulários trabalhistas: SB-40,
DISES SB 5235, DSS 8030, DIRBEN 8030, perfil profissiográfico, laudo técnico,
PPRA, PCMSOe, desde 12.1.04, o PPP e o Laudo Técnico de Condicóes Ambientais
do Trabalho (LTCAT), como Decreto n. 4.032/01.

301. Tempo de servico

O pretendente a aposentadoria especial precisa persuadir o INSS de que


esteve filiado e trabalhou, pelo menos durante 25 anos de servico (PBPS, caput
do art. 57). Convencimento feíto coma CTPS e comos outros registros comuns a
aposentadoria por tempo de contrlbukáo, ora desenvolvidos em vários capítulos.
Sem embargo dos embaraces opostos, no caso dos contribuintes individuáis.
esse lapso de tempo de atividades insalubres é demonstrado com os papéis
próprios inerentes a cada categoria (empresário, autónomo ou doméstico). Alguns
deles sao:
1) Contrato social para o sócio-gerente de limitada;
11) Guias de recolhimento e carnes de pagamento;
1 1) Registro da JUCESP;
IV) Atas das reunióes de diretora da sociedade anónima;
V) Abertura e encerramento da empresa, para o titular de firma individual;

161
VI) Registros contábeis (em todos os casos);
VII) Contratos de prestacáo de servicos:
VIII) Recibo de Pagamento a Contribuinte Individual (Lei n. 10.666/03);
IX) Imposto Sobre Servico (ISS);

X) Para o doméstico, a CTPS;


XI) Cadastro Nacional de lnforrnacóes Sociais;

XII) Dedaracóes do Imposto de Renda.

302. Exposi<;aoaos agentes

As condicóes de penosidade e de periculosidade até 5.3.97-e, todo o tempo,


o ambiente de insalubridade -, admitem urna infinidade de meios de prava.

De acordo com o art. 57, § 32, do PBPS: "A concessáo da aposentadoria


especial dependerá de comprovacáo pelo segurado, perante o Instituto Nacional
do Seguro Social - INSS, do tempo de trabalho permanente, nao ocasional nem
intermitente, em condicóes especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade
física, durante o período mínimo fixado" (grifos nossos).

Na ocasiáo desta redacáo, o documento que dava publicidade ao fato era o


DIRBEN 8030. A partir de 12.1.04, passou ser o Perfil Profissiográfico Previdenciário
(PPP).
Repetindo-se um pouco, o § 42 determina que: "O segurado deverá
comprovar, além do tempo de trabalho, exposicáo aos agentes nocivos químicos,
físicos, biológicos ou associacáo de agentes prejudicais a a
saúde ou integridade
física, pelo período equivalente ao exigido para a concessáo do benefício" (redacáo
da Lei n. 9.032/95).
Juridicamente, as anotacóes na CP, na CTPS, na Carteira de Saúde e na FRE,
que guardam presuncáo relativa de verdade, sao dernonstracóes das condicóes
insalubres, devendo, na pior das hipóteses, se únicas ou imprestáveis, prestar como
início razoável de preva material (até mesmo para urna justificacáo administrativa).

Os documentos da empresa ou de terceiros aterecidos pelo segurado ao INSS


devem, minimamente, prestar os seguintes elementos:
1) Descrlcáo do local- Dados relativos ao estabelecimento em que se realiza o
esforco físico, com relato pormenorizado das edificacóes, sua posicáo no conjunto
arquitetónico e proximidade de outras áreas administrativas ou de producáo:
11) Notícia das atividades - Relato elucidativo das funcóes executadas pelo
trabalhador, com pormenores sobre sua atuacáo profissional, isto quais os
é.

servicos que realiza;

162
111) Riscos presentes - Relacáo dos agentes físicos, químicos e biológicos
atuantes na área de trabalho;

IV) Habitualidade e permanencia - Se os servicos sao prestados todos os


dias, frequentemente, e se, além de f azé-lo diariamente, opera toda a jornada de
labor de sua ocupacáo:

V) Limite de tolerancia - Importa o nível de atuacáo dos agentes nocivos, se


aquém ou além dos limites legais;

VI) Tecnologia de protecáo - lnforrnacóes sobre o uso de EPI, EPC e EPR;

VII) Conclusividade - Dedaracáo do profissional signatário (médico do


trabalho ou engenheiro de sequranca) de que a exposicáo póe em risco a saúde e
a integridade física do trabalhador (ou nao).

303. Tecnología de prote~áo

A utilizacáo dos equipamentos de protecáo, individuais, respiratórios ou


coletivos, obrigatórios por lei, costuma comparecer nos formulários trabalhistas. A
seu favor, a empresa tem o encargo de afirmar:

1) Aquisicáo de equipamentos - Nota Fiscal da compra ou registro da


aquisicáo na contabilidade (se passados mais de dez anos);

1 ) Certificado de Aprovacáo - CA obtido do MTE;

111) Treinamento dos empregados - Relatório da empresa, consignando o


nome do professor ou treinador;

IV) Entrega - Operada mediante recibo assinado pelo empregado;

V) Hiqienizacáo periódica-Norma interna determinando e tomando cuidados


com os aparelhos, fato certificado por profissional habilitado;

VI) Fiscalizacáo do empregador - lnspecáo promovida pela empresa;

VII) Sancáo para o descumprimento - Além de constar do Regulamento de


Pessoal, cópia das admoestacóes acontecidas.

Em se tratando de trabalhador, o seu interesse é fazer a prova de que nao


houve a utilizacáo recomendada dessa tecnologia de protecáo. Certamente, por
se tratar de urna neqacáo, a dificuldade é enorme, mas deve ser tentada com os
depoimentos testemunhais de colegas e superiores.

A existencia de gerenciamento de riscos, mapeamento de sinistros, emissóes


de CAT e benefícios por incapacidade sao inícios de prova material desses
acontecimentos.

163
304. Habitualidade e permanencia

Além de declarada no documento trabalhista, o segurado poderá confirmar


que exerceu atividade todo o tempo mediante depoimento testemunhal,
corroborando com a prova de sua funcáo, ocupacáo e profissáo, constante dos
registros habituais.

De regra, porém, urna cornprovacáo é feita com os documentos trabalhistas.


Vale lembrar que algumas atividades per se demonstram a continuidade da tarefa,
enquanto outras nao, abrigando o segurado a retorcer a prova.

305. limites de tolerancia

Operar em ambiente em que estáo presentes os agentes nocivos aquém e


além dos limites de tolerancia é matéria fática e, da mesma forma, a utilizacáo
da tecnologia de protecáo e sua eficácia. Semente por meio de perícia in loco é
possível constatar-se a ocorréncia desses fa tos.

306. Direito de categoría

Tendo em vista que o direito de categoria contemplado no Anexo 111 do Decreto


n. 53.531/84 e nos Anexos 1/11 do Decreto n. 83.080/79 presume a exposicáo aos
agentes nocivos, o segurado somente tem de persuadir o INSS de que:

1) Profissionalidade-A categoria do segurado está relacionada nos Anexos 1,


11 e 111. Assim, arquiteto nao é engenheiro;

11) Exercício da funcáo - Exercício da funcáo e nao de outra atividade;


111) Habitualidade e permanencia - Servico realizado durante toda a jornada
de trabalho.

307. Contrlbuicéo previdenciária

A Lei n. 9. 732/98 introduziu urna contribuicáo específica destinada ao custeio


da aposentadoria especial, vigente a partir de 12.4.99 (PCSS, art. 22, 11).

Embora sinalagmaticamente ao cumprimento dessa obriqacáo fiscal nao


seja garantia do direito ao benefício, o certo é que as empresas só f azem esse
pagamento se as condicóes laborais sejam exatamente aquelas determinantes do
benefício. Portanto, a quitacáo fiscal mensal é fortíssimo indício de prova material
daquelas condicóes.

O pagamento pode ser apurado no próprio INSS; as inforrnacóes fazem parte


do GFIP e da GPS.

164
Um trabalhador sujeito a descanto nao tem de provar o recolhimento das
contribuicóes (Acórdáo de 2.2.93 na AC n. 18. 767 /AL, no Proc. n. 92.05.23437-0,
da 2" Turma do TRF da 52 Reqiáo, in RPS n. 154/729).

308. Volta ao trabalho

A conviccáo de que o segurado percipiente de aposentadoria especial


retornou ao trabalho na atividade insalubre é 6nus do INSS; ele verificará o fato
mediante sua fiscalizacáo, apurando a habitualidade e permanencia, o registro do
empregado, etc.

Por sua importancia, vale lembrar que a suspensáo do pagamento das


mensalidades se dá em relacáo a quem, de novo, está trabalhando em atividade
a
insalubre (e nao de quem, por essa atividade, faria jus aposentadoria especial). A
preva. evidentemente, é física, exigindo a constatacáo in loco. A contraprova, por
outro lado, consiste em demonstrar que o ambiente onde o aposentado trabalha
nao é insalubre.

309. Prova extemporénee

As provas indiretas, ou seja, aquelas nao decorrentes dos documentos


trabalhistas, tém sido encaradas com restricáo pela autarquía ("Prova de Tempo
de Servico". Sao Paulo: LTr, in: Supl. Trab. LTrn. 10/86).

A 1 ªTurma do TRF da 3ª Reqiáo. em decisáo de 1992, no Proc. n. 89.03.03354-


0, entendeu que: "na falta de perícia no local de trabalho, o cumprimento da
prova por meio de provas documentais e testemunhais" é válido (DOE de 16.3.92,
p. 125). Outros instrumentos sao lembrados:
1) Justificacáo administrativa -Corroborada com início de prova e dedaracóes
de colegas de trabalho;

11) Depoimento testemunhal-Ainda que com restricóes natura is, o depoimento


testemunhal, se nao for a única prova, tem algum poder de convencimento;

111) Perícia judicial -A perícia determinada pela Justica Federal é prova plena;
IV) lnspecáo judicial -A visita do magistrado ao local de trabalho, a inda que
pouco usual, é outro meio de convencimento;

V) Afirrnacáo a destempo - Dedaracáo firmada hodiernamente por quem


tiver a capacidade técnica para isso;
VI) lnformacáo do sindicato- Dedaracáo firmada por di retor sindical baseada
na experiencia do órqáo de representante dos trabalhadores;

VII) Consulta a autarquía - Consulta fiscal relativa a Lei n. 9.732/98 ou nao;

165
VIII) Redamacóes trabalhistas - Em que constem documentos ou pravas do
trabalho insalubre pretérito;

IX) Laudos terceirizados - Elaborados a época;


X) Al ou NFLD - Auto de lnfracáo ou Notificacáo Fiscal de tancarnento de
Débito do INSS;

XI) Al ou IAOP da Receita Federal do Brasil.

310. Analogía e similitud


e

Desde que desenvolvido por profissional habilitado idóneo, com conhecimentos


científicos e que disponha dos meios. é sempre possível reconstruir um ambiente
de trabalho nao mais existente a partir de outro. Tal tarefa reclama cuidados
arqueológicos de restauracáo, a partir de informacóes hodiernas que possam
convencer na medida em que se baseiem em fa tos e depoimentos reconhecíveis
pelo senso comum.

Nesse debate de ambiente, nao mais existente urna filial ou setor que encerrou
atividades ou departamento paralisado, portante, que seja impossível a prava
direta, é preciso pensar na prava emprestada, oriunda de figuras da analogia,
cornparacáo ou similitude.

Se virtualmente far possível resgatar o local de trabalho, encontrando-se


urna empresa assemelhada, retratando as condicóes que havia e equiparando
os ambientes, o esforco será acolhido pelo INSS. Acompanhado por dedaracóes
pessoais de quem trabalhou no sítio desaparecido, aperfeicoa a demonstracáo.

166
CAPiTULO XXXI

INFORTUNÍSTICA LABORAL

Um dos maiores problemas que os trabalhadores enfrentam é demonstrar


que foram vítimas de um infortúnio físico, acidentário ou nao. lsso decorre das
enormes responsabilidades jurídicas do culpado; em razáo disso, algumas empresas
tentam escamotear os seus índices de acidentalidade. Fenómeno que se espera
diminuído com a flexibilizacáo do SAT, em razáo da importancia que assumiram
a frequéncia, a gravidade e o custo dos acidentes do trabalho (Lei n. 10.666/03 e
Decreto n. 6.042/07).

Provar a ocorréncia desse evento danoso é, pois, encargo pessoal cercado de


muitos percakos. idas e vindas, em que sao coadjuvantes os médicos particulares e
sindicatos, clínicas, hospitais, postos de saúde, médicos do trabalho ou engenheiros
de sequranca da empresa, peritos judiciais, especialistas de entidades paraestatais
e, por último, a perícia médica do INSS.

311. Acidente do trabalho

Cumprindo o art. 22 do PBPS, quando a empresa imediatamente emite a


CAT, comunicando a ocorréncia, de certa forma confessando o acidente, a prova
está feita, restando eventualmente ao INSS a contraprova, se dela discordar (o que
será feito também por exame médico pericial).

Se a CAT nao acontece, o trabalhador terá de buscar meios indiretos, na


iniciativa privada e fora dela, em alguns casos tendo de ajuizar no Poder Judiciário.
Um exame pericial, ainda que posterior a ocorréncia, por médico particular ou
da FUNDACENTRO, pode servir como meio de prova; depois de um exame, a
medicina tem condicóes, em alguns casos, de determinar a causa do padecimento
da pessoa humana. Quando possível, com o depoimento testemunhal de colegas
de servico e de quem lhe ministrou o primeiro atendimento.

312. Doence do trabalho

A prova da doenca do trabalho suscita as mesmas dificuldades do direito a


aposentadoria especial. Dependendo da atividade-fim da empresa e da ocupacáo
do trabalhador, além de atestado médico particular ou proveniente da empresa, os
exames admissionais, sequenciais e demissionais podem configurar a ocorréncia.

167
Lago, torna-se importante possuir os SB-40, DSS 8030, DIRBEN 8030, laudo
técnico e perfil profissiográfico e, a partir de 12. 1.04, o PPP ou o LTCAT.

313. Doence profissional

Diferentemente da doenca do trabalho, a profissional decorre da ocupacáo


do trabalhador, até 31.3.07, inicialmente cabendo a ele convencer o INSS de que
exercia a sua profissáo quando do advento da incapacidade. Antecedentes de
outros empregos serviráo como prava, igual valencia os auxílios-doenca obtidos
anteriormente.
Nessesentido, os auxílios-doenca que obteve no curso de sua vida profissional
atestam que ele padece daquela enfermidade inerente a sua ocupacáo: o
tratamento a que se submete propicia vários documentos comprobatórios.

314. Qualquer natureza

Nao existe acidente de qualquer natureza ou causa acorrido no ámbito do


contrato de trabalho, ipso facto nao há CAT. Trata-se de ocorréncia sucedida
fara do ambiente laboral, na residencia do trabalhador ou fara dela. Conforme a
gravidade será o tipo de prava.
Se o infortúnio chegar a gerar incapacidade para o trabalho por mais de
15 dias (interessando ao INSS), é porque foi mais grave e, nesse caso, implicou
atendimento médico, ambulatoria! ou hospitalar.
Lago, um atestado médico particular, a dedaracáo do Pronto Socorro, do Pasto
do SUS, enfim, de quem deu atendimento e até mesmo do Carpo de Bombeiros
(no caso de resgate). Quando de assaltos, aqressóes e outras ocorréncias policiais,
o BO da polícia.

315. Acidente in itinere

O acidente em trajeto nao se confunde com a doenca do trabalho nem com a


doenca profissional; seria um acidente de qualquer natureza nao fosse a lei equipará-
-lo ao acidente do trabalho propriamente dita. Portante, excetuada a ernissáo da
CAT, a prava será externa ao ambiente físico da empresa,consistenteem dedaracóes
médicas, hospitalares ou policiais e até de testemunhas que atenderam.

316. Ausencia de CAT

A ausencia de CAT é um problema seriíssimo de política empresarial ou


de entendimento equivocado do empregador ou do empregado. Por isso, a lei

168
permite que o próprio interessado a emita ou até mesmo o seu sindicato. Diante
da oposicáo da empresa ou do INSS, se essas últimas evidencias nao bastarem, ele
terá de se socorrer dos meios aqui indicados, conforme seja o acidente-tipo ou a
doenca ocupacional.

317. Presuncéo do nexo

A MP n. 316/06, que se converteu na Lei n. 11.430/06, estabeleceu urna


(rara) presuncáo jurídica: se o trabalhador solicitar um benefício acidentário e
assim for entendido pela perícia médica do INSS, sua causa provavelmente estará
sediada na empresa (claro, quando houver relacáo entre a atividade empresarial e
o agravo do segurado).
Para isso ser demonstrado, importa o segurado deter inforrnacóes escritas
sobre a natureza da atividade exercida pela empresa, as vezes bastando a própria
razáo social (Metalúrgica de Tal, Laboratório Tal, Construtora Tal, etc.).
Em alguns casos, terá de ir aos órqáos públicos para obter a definicáo
da atividade constante da inscricáo ou dos contratos sociais (cartórios e juntas
comerciais).

Combinando-se o objetivo social da empresa com a profissáo registrada na


CTPS e o CID do agravo e o CNAE da empresa, é possível estabelecer o nexo
técnico.

318. Culpa civil

O trabalhador que pretender acionar o Poder Judiciário para obter urna


indenizacáo reparatória (e até por dano moral) da empresa, em razáo da
infortunística, tem de convencer o magistrado de que seu patráo agiu com culpa.
A Súmula n. 229 do STF diz: "A indenizacáo acidentária nao excluí a do
direito comum, em caso de dolo ou culpa grave do empregador".

319. Responsabilidadeda empresa

Diz o art. 120 do PBPS que: "Nos casos de negligencia quanto as normas
padréo de sequranca e higiene do trabalho indicados para a protecáo individual
e coletiva, a Previdéncia Social proporá acáo regressivacontra os responsáveis".

Este é um dos raros casos em que o INSS tem de provar alguma coisa e in
casu em relacáo ao fato que se dá a distancia de sua administracéo. no local de
trabalho da empresa. Para isso, disp6e da perícia médica e diligencia fiscal in loco,
partindo das inforrnacóes prestadas pelos segurados, parentes, sindicatos ou CAT.

169
A confirrnacáo da negligencia, que se reduz a
falta e cuidado com a
protecáo do trabalhador, é um procedimento em que se registram opinióes dos
administradores da empresa, a descricáo do sinistrado e os depoimentos dos
investigados oficiais.
Neste caso, autora em acáo judicial, quem tem de f azer a prova que houve
o descuido por parte da empresa, faltando com o cumprimento das Normas
Regulamentadoras do trabalho (Lei n. 6.514/77), é a autarquía federal, que, para
levar o magistrado a
conviccáo. basear-se-á em:
1) Visita fiscal - Relatório de Auditor-Fiscal que verificará aspectos formais da
leqislacáo:
11) lnspecáo pela perícia médica - Laudo técnico emitido por médico do
trabalho do INSS;
111) Documentos laborais apresentados - Sumário estatístico dos documentos
da aposentadoria especial apresentados ( PPP e LTCAT);
IV) Número de auxílios-doenca - Levantamento de benefícios concedidos por
incapacidade nas agencias regionais próximas do local de trabalho;
V) Acóes trabalhistas - Sentencas trabalhistas tratando de adicionais laborais;
VI) Acordes coletivos - Cópia dos acordes em que previstos adicionais
trabalhistas.

320. Redu<;ao da taxa

De acordo com o art. 1 O da Lei n. 10.666/03, a empresa que reduzir o índice


de sinistralidade poderá reduzir a taxa de contribuicáo prevista no art. 22, 1, do
PCSS. Mediante as Resolucóes CNPS ns. 1.236/04 e 1.269/06, bem como em
virtude do Decreto n. 6.042/07, a matéria foi disciplinada. Caso o contribuinte nao
se conforme com o Fator Acidentário de Prevencáo (FAP), que lhe foi conferido
pelo MPS, em contestacáo administrativa ou judicial, poderá alegar:
1) Gerenciamento de risco - l.ocalizacáo das áreas de risco de todo o
estabelecimento fabril;
11) Mapeamento de sinistros - Apuracáo estatística dos acidentes acorridos;
111) Número de CAT- Estatística do número de CAT emitidos;
IV) Ocorréncia de auxílio-doenca -Total de auxílios-doenca requeridos;
V) Acóes acidentárias - lnformacóes do Judiciário do local das redamacóes
trabalhistas envolvendo adicionais ou matéria pertinente a
acidentalidade;
VI) Atas da CIPA - Condusóes da CIPA sobre o número de acidentes;
VII) PPRA e PCMSO - Cópia desses documentos.

170
CAPÍTULO XXXII

NEXO EPIDEMIOLÓGICO

Com a instituicáo legal da presuncáo do nexo técnico epidemiológico pela


Lei n. 11.430/06, cientificado do infortúnio laboral via CAT ou requerimento de
benefício em que referido certo CID, o INSS tomará decis6es que deflaqraráo
a
obriqacóes empresa e direitos aos segurados. Deverá fazé-lo a partir de análise
administrativa, baseado em fatos acorridos no estabelecimento da empresa e
após inspecáo médica realizada na figura do trabalhador requerente de benefício.
Cabe, quando for o caso e presentes os pressupostos, a contraprova por parte do
empregador, conforme o contencioso administrativo da Leí n. 9.784/99 e Portaria
MPS n. 323/07.

A norma básica que trata da matéria é a Lei n. 11.430/06, regulamentada


pelo Decreto n. 3.048/99 (art. 337) na redacáo dada pelo Decreto n. 6.042/07,
esrniucada pela IN INSS n. 16/07 (DOU de 30.3.07), e também convindo examinar
a Portaria MTE n. 41/07.

321. Clientela protegida

O Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP), entáo instituído, é


próprio do empregado urbano ou rural, do temporário e do servidor filiado ao
RGPS. Nao há referencias ao avulso nem ao doméstico na lei básica da matéria.

Um contribuinte individual vitimado por acidente de qualquer natureza ou


causa nao gera esses deveres ou pretens6es, o mesmo valendo para o empregado
(nao há culpa por parte da empresa).

Dentro dos diferentes períodos de manutencáo da qualidade de segurado


(PBPS, art. 15), o desempregado nao contribuinte ou o facultativo que vier a
requerer auxílio-doenca ou aposentadoria por invalidez, alegando acidente do
trabalho ocorrido quando era empregado, temporário ou servidor filiado ao RGPS,
está incluído nessa modalidade de protecáo (art. 4Q, § 12, da IN INSS n. 16/07).

A prova deve ser feita com a CTPS e outros registros válidos próprios dessa
relacáo jurídica laboral.
A nao ernissáo de CAT por parte do empregador nao o desobriga dos deveres
que nascem do NTEP. Por seu turno, se ela provier de outra origem, reforcará a
presuncáo estabelecida na lei.

171
Note-se que importará a acidentalidade dos trabalhadores que prestam
servicos para a empresa na condicáo de empregado e nao de autónomo, pessoa
jurídica ou terceiros (especialmente temporários), porque os infortúnios que
envolvam es ses últimos contratados atetaráo a empresa da qual f acam parte e
nao da contratante. Também estáo excluidos os estágios (nao empregados).

322. Nexo causal

Nexo causal acidentário é urna relacáo lógica de causa e efeito atribuível


entre o ambiente laboral e o tipo de contingencia (designada agravo) que vitimou
o segurado e que o impeca de trabalhar por mais de 15 días e, na figura da
concausa, que tenha contribuido para isso. Ou seja, um vínculo correspectivo entre
urna entidad e laboral ( exercício de atividade profissional) e outra ( exercício do
direito ao beneficio previdenciário), de tal sorte que o resultado possa ser atribuído
as circunstancias precedentes no tempo, mediata ou imediatamente (configurando
certas responsabilidades do dador de serviros).

Relacáo importante para o Direito Previdenciário e que obriga a empresa,


em relacáo ao segurado, a tomar urna série de providencias formais, que podem
ser assumidas quando tiver consciencia da realidade, pelo Poder Judiciário ou,
usualmente, pela pericia médica do INSS.

Para a IN INSS n. 16/07, sao tidos como agravos: "a lesáo. a doenca. o
transtorno de saúde, o distúrbio, a disfuncáo ou a síndrome de evolucáo
aguda, subaguda ou crónica, de natureza clínica ou subclínica, inclusive morte,
independentemente do tempo de latencia" (art. 22, § 12).

323. Nexo técnico

A IN INSS n. 16/07 regulamentou esse novo instituto técnico, o NTEP,


condusáo presente quando caracterizadas certas circunstancias que envolvam a
atividade exercida pelo segurado (em funcáo do CNAE da empresa) e a causa da
incapacidade para o trabalho (codificada numericamente pelo CID), do ponto de
vista epidemiológico.

Por dar-se urna inaptidáo para o trabalho (geradora do auxílio-doenca


comum) e nao haver moléstia ocupacional, conclusáo a ser definida pela pericia
médica do INSS, cabendo, se for o caso, os beneficios previdenciários. Nessas
circunstancias, para que ch egue a essa conclusa o ou a af aste, a pericia médica
poderá solicitar exames complementares, dernonstracóes ambientais da empresa,
pesquisas ou vistorias in loco e até mesmo o PPP do trabalhador. A evidencia, essas
decisóes teráo de ser fundamentadas em documentos fornecidos ao segurado
para contestacáo (CRER).

172
324. Presuncéo relativa

A Lei n. 11.430/06 estabeleceu urna presuncáo jurídica juris tantum de que


a rnotivacáo determinante da inaptidáo para o trabalho se deve ao empregador,
assim quando coincidir essa incapacidade laboral com a atividade exercida da
empresa, combinando-se o Código CNAE como Código CID.

Por se tratar de urna adrnissáo indireta e nao ser urna presuncáo absoluta,
nasce o direito subjetivo do empregador de tentar contraditá-la, comprovando que
nao deu motivo para a incapacidade. Por exemplo, se urna mulher écrocheteira
durante o seu tempo nao laboral e em razáo dessa ocupacáo particular é abrigada
a movimentos repetitivos, possivelmente esse último esforco rotineiro é o causador
da LER, e nao o que ela faz no servico. Um músico roqueiro pode perder a audicáo
nos fins de semana e inexistir culpa da empresa. Em ambos os casos, pensando-se
até mesmo na hipótese da concausalidade.

Evidentemente, mesmo com o nexo causal pode nao haver incapacidade e


concessáo dos benefícios correspondentes.

325. Conceito regulamentar

Conceitualmente, segundo o§ 3Q do art. 2Q da IN INSS n. 16/07, existe nexo


causal entre o trabalho e a doenca (pelo ato normativo designado como agravo),
quando for possível fíxar-se a ocorréncia do nexo "epidemiológico entre o ramo de
atividade económica da empresa" (CNAE) "e a entidade mórbida motivadora da
incapacidade" (CID).

Pode inocorrer o NTEP, mas estar presente a incapacidade para o trabalho,


gerando o auxílio-doenca comum.

326. Poder da edministrecéo

A norma jurídica atribuiu ao INSS o poder discricionário de avaliar o cenário


apresentado, com ou sem CAT e, quando foro caso, constatar a presenca do nexo
técnico entre a atividade exercida pelo segurado e a morbidez incapacitante. O
juízo é da Administracáo Pública, que se reserva esse direito; se nao for contestada
a conclusáo. ela gerará obriqacóes para a empresa e direitos para os trabalhadores,
inclusive suscitando-se a aplicacáo da responsabilidade prevista no art. 120 do
PBPS.

Os principais desdobramentos sao os seguintes:

1) Multa por ornissáo de CAT (PBPS, art. 133);


1 ) Estabilidade acidentária por 12 meses (art. 118 do PBPS);

173
111) Recolhimento mensa! do FGTS;

IV) Responsabilidade civil (PBPS, art. 120);

V) lndenizacáo civil (Súmula n. 229 do STF).

327. contestecéo empresarial

Dentro do prazo de 15 días, contado da data da entrega da GFIP, a empresa


poderá contestar a definicáo do nexo técnico a partir de inforrnacóes ambientais
que possua. Se nao o fizer no prazo, administrativamente se entenderá que
confessou a ocorrénda (restando-lhe apenas a prova em contrário no Poder
Judiciário). Caso semente tome conhecimento do diagnóstico a posteriori, renova-
se esse prazo. Algumas providencias auxiliam nesse míster:
1) Mostrar que o trabalhador sofreu a acáo deletéria em outro emprego;
11) Demonstrar que nao houve qualquer autuacáo do MPS, MS ou MTE;

111) Evidenciar que vem reduzindo o nível de acidentalidade, fato confirmado


com a reducáo da alíquota do SAT (Lei n. 10.666/03);
IV) Relatar a baixa frequéncia da ocorréncia:

V) Convencer o INSS de que elabora o PPRA e o PCMSO e nao tem emitido


CAT nem PPP;
VI) Fornecer LTCAT;

VII) Apresentar o Relatório da CIPA com evidencia da baixa acidentalidade;


VIII) Copiar e entregar os exames admissionais, sequenciais, audiométricos e
demissionais sem ocorréncias:
IX) Provar judicialmente a inexistencia de acóes trabalhistas ou civis;
X) Exibir relatório circunstanciado com parecer idóneo da medicina, higiene e
sequranca do trabalho que a sua prevencáo acidentária é eficaz.
Por seu turno, o segurado poderá opor-se a contestacáo da empresa,
apresentando contrarrazóes. tudo isso após ter acesso ao requerimento da
empresa, no prazo de 15 dias. Quem apreciará essa verdadeira Defesa Prévia será
a perícia médica, que dará ciencia ao interessado, cabendo, em seguida, recurso a
Junta de Recursos e, posteriormente, aCAj do Conselho de Recursos.

328. Consequéncies decorrentes

Caracterizado o NTEP, presentes os demais requisitos legais, será concedido


o auxílio-doenca, seguindo-se, quando for o caso, o auxílio-acidente ou a aposen-
tadoria por invalidez. No acidente fatal, a pensáo por morte.

174
Do ponto de vista laboral, a estabilidade por 12 meses. Fiscalmente, o dever
de continuar depositando o FGTS.

Note-se que, a par do procedimento previdenciário de concessáo de um


desses benefícios, terá seguimento eventual contestacáo por parte da empresa,
sem prejuízo da prestacáo previdenciária porque as consequéncias sao trabalhistas.

329. Responsabilidade civil

Diz o art. 120 do PBPS que: "Nos casos de negligencia quanto as normas
padráo de sequranca e higiene do trabalho indicados para protecáo individual e
coletiva, a Previdéncia Social proporá acáo regressiva contra os responsáveis".

Detectada a culpa in vigilando do empregador, se assim concluir a perícia


médica do INSS (sic), de certa forma substituindo o papel do MPF, cercada das
provas de que dispuser, cientificará a Procuradoria Federal Especializada (INSS),
para que sejam tomadas as providencias visando ao ressarcimento da Previdéncia
Social (art. 72), além de representar as Comiss6es lntersetoriais de Saúde do
Trabalhador - CIST (Lei n. 8.080/99).

330. Vigencia do critério

A IN INSS n. 16, datada de 27.3.07, entrou em vigor em 12.4.07.

Seráo submetidas a esse procedimento as ocorréncias que deflagrarem


requerimento de benefício a partir de 12.4.07 (art. 52).

Os procedimentos em andamento, iniciados antes dessa linha corte, subme-


tem-se as estas novas regras, inclusive o direito de contestacáo do empregador.

A Confederacáo Nacional da lndústria - CNI ingressou no STF coma ADln n.


3.931/07, contestando o NTEP.

175
CAPÍTULO XXXIII

IDADE AVAN<;ADA

A aposentadoria por idade do trabalhador urbano ou rural depende tao


semente de tres requisitos legais: a) qualidade de segurado; b) período de
carencia; e e) evento determinante. No caso do rurícola, de ter trabalhado na
zona rural.

Normalmente, a qualidade de segurado é avultada com a inscricáo pretérita


e as contribuicóes vertidas, praticamente sopesada quando presente dúvida sobre
sua existencia, rnanutencáo ou perda; praticamente, dispensada no caso da Lei n.
10.666/03.

Seu período de carencia é demonstrado com as contribuicóes que ele verteu


ou as devidas pelo seu dador de servicos.

A persuasáo do evento determinante, que é a idade avancada. é feita com


documentos.

Urna preva de enderece do segurado é a mesma dos demais benefícios, ou


seja, o INSS aceita contas de luz, água, esgoto, cartas recebidas, prevas comuns a
outras prestacóes. A dernonstracáo da íntencáo de que o seu f ator previdenciário
seja considerado ou nao feíta por intermédio de carta assinada pelo segurado,
é

anexada ao pedido de benefício.

331. Qualidade de segurado

Exceto na hipótese de perda da qualidade de segurado com direito adquirido


(ou no caso excepcional da Leí n. 10.666/03), a qualidade de segurado acompanha
o período de carencia.

Quem tem a segunda tem a primeira, mas nem sempre o que desfruta a
qualidade detém a carencia integralizada.

332. Período de carencia

Aquele cuja primeira filiacáo ocorreu a partir do PBPS (24.7.91) terá de


demonstrar 180 contribuicóes. lsso semente se realizará 15 anos depois, a partir
de 24.7.06.

176
Quem antes dessa data já contribuiu, conforme o ano da Data de Entrada do
Requerimento do benefício, sornando as do passado com as do presente, terá de
provar as seguintes contribuicóes:

Anos Mensalidades
2006 150
2007 156
2008 162
2009 168
2010 174
2011 180

333. Trabalhador rural

O trabalhador rural evidenciará ter 60 anos de idade, e isso é feito habitualmente


com a certidáo de nascimento, também valendo urna certidáo de casamento em
que constar a data do nascimento. A trabalhadora rural precisará demonstrar ter
55 anos de idade, convencendo o INSS mediante os mesmos meios de prova.
As normas administrativas passam ao largo do conceito de trabalhador rural,
presumindo que seja fácil a deterrninacáo, o que nao é verdade. Elas nao fixam há
quanto tempo ele precisa estar ocupado com as lides rurícolas. Até que reforcem
essa exigencia, a anotacáo da ocupacáo na CTPS e a atividade exercida pelo
empregador seráo bastante.

334. Segurado urbano

A filiacáo urbana segue as regras da prova do tempo de servko aqui


examinadas em relacáo ao tempo de contribuicáo. De certa forma, curiosamente,
o INSS presumirá que o requerente é urbano. Claro, exigindo 60 anos da mulher
e 65 anos do homem.

335. Ausencia de registro

Quem nao foi registrado, ou se foi registrado e nao sabe em que cartório
ou perdeu a certidáo de nascimento e está sem condicóes de obté-la, poderá
convencer o INSS promovendo um novo registro de nascimento ou comprovando
cientificamente a sua idade avancada.
A evidencia médica também poderá ser exigida, caso a pessoa pretenda que
o cartório determine a sua idade no novo registro.
O exame médico é o documento inicial para a prova da idade, emitido pelo
profissional após urna perícia geriátrica, em que ele determinará com alguma

177
precisáo quantos anos aquela pessoa tem. Partirá da observacáo geral do estado
dos ossos. da cor da pele, dos dentes, dos cabelos, presenca de rugas e outros
elementos determinantes que a medicina possui.

336. Tempo de filiafao

Tendo em vista que a renda mensal inicial é aferida a partir de 70o/o da média
dos últimos 80°/o maiores salarios de contribuicáo desde julho de 1994, mais 1 º/o
por tempo de filiacáo, importará ao segurado demonstrar o máximo de tempo de
servico. seguindo as regras da aposentadoria por tempo de contrlbuicáo.

Prova que pode ser parcial (atendido o período de carencia) quando da


Data de Entrada do Requerimento. para que o segurado cornece a receber e seja
implementada mais adiante, sobrevindo, entáo. pedido de revisáo do cálculo.

337. Sexo do requerente

A prova do sexo se faz com o mesmo documento ern que é declarada a idade
(certidáo de nascimento ou de casamento). Nos raros casos de dúvida, mediante
exame médico pericial.

338. Tempo anterior

Quando se tratar da aposentadoria por idade prevista na Lei n. 10.666/03,


em que os recolhimentos pretéritos sao determinantes do período mínimo de
contribuicóes (PBPS, art. 142), importa fazer a prova da filiacáo, inscricáo e do
pagamento das contribuicóes (se contribuinte individual).

339. Aposentadoria compu/sória

Nos termos do art. 51 do PBPS, a empresa pode promover o desfazimento


do vínculo empregatício, caso o segurado possua os tres requisitos legais. Sendo
a
empregado, a qualidade subsiste; quanto carencia, decorrerá da data de admissáo
na empresa e verificará se é o suficiente. Se nao solicitou os dados do trabalhador
quando da admissáo, terá de tazé-lo agora (muitas vezes ele faz parte do pedido
de inscricáo no fundo de pensáo). A prava da idade, cornos seus registros internos.

340. Tempo de servidor

Quem já foi servidor e precisa computar o tempo de servico prestado a entes


políticos fará prava coma Certidáo de Tempo de Contribukáo. Na excepcionalidade
desse documento tornar-se impossível por quaisquer motivos, todos os demais
meios de prava a qui examinados sao f actíveis.

178
CAPÍTULO XXXIV

MAGISTÉRIO ESCOLAR

O maqistério é urna daquelas atividades em que o exercente nao tem muitas


dificuldades de provar o tempo de servico: ser professor é ef etivamente urna
profissáo, significando que a pessoa se mantém por muito tempo nesse míster
nobilitante para o País.

Registros em estabelecimentos de ensino público sao organizados, mas o


mesmo nao se pode dizer de pequenas escolas particulares, muitas das quais de
curta existencia.
Vale lembrar que enquanto existiu (para alguns até 29.6.81 e para outros
até 28.4.95) a presuncáo da exposicáo ao agente nocivo (Anexo 111 do Decreto
n. 53.831/64 e Anexos 1/11 do Decreto n. 83.080/79) e, por conseguinte, a
possibilidade de conversáo com o ganho de 40°/o do tempo de servico, beneficiou
o professor.
Quem se notabilizar pela docencia em si, pelas descobertas científicas,
publicacóes divulgadas e cargos ocupados, deixa registros na imprensa, em catálogos
e com referencias pessoais nas enciclopédias. Os educadores, por sua notabilidade
ou excelencia, costumam ser citados em livros de modo geral, biografías e outras
publicacóes. Sao milhares de mencóes em relacáo aos professores de Direito em
obras e decisóes judiciais.

341. Título de habílita<;áo

Para que alguém exerca essa novel profissáo, ele deve concluir um curso de
preparacáo adequado e ser habilitado formalmente. Em sendo aprovado, obterá
um certificado que o habilitará ao magistério, na forma de diploma (registrado ou
nao no MEC).

Durante a vida profissional, em virtude da aprovacáo nos concursos internos de


promocáo, os seus nomes comparecem amiudemente no Diário Oficial do Estado.

342. Livro de presenc«

O livro de presenca dos alunos, urna listagem de aula, é documento


geralmente preenchido a
máo pelo professor. Provas guardadas pelas escolas ou
pelos alunos, com as notas atribuídas, também indicam a presenca do docente.

179
343. Convite de formatura

Urna tradicáo do ensino brasileiro é a festa de formatura (com muitas


brincadeiras e fotografias), que incluí um expressivo convite prévio, em que
anualmente sao relacionados e homenageados os professores.

É comum as f acuidades registrarem fotos de antigos professores ou atribuírem


os seus nomes as salas de aula. Os álbuns de formatura também sao urna bela
tradicáo escolar.

344. Resultado de concurso

Frequentemente os professores se submetem a concurso interno de promocáo


para ascender na carreira de educador. Preenchem ficha de inscrícáo e seus nomes
sao publicados nos veículos de divulqacáo próprios.

345. Pareceres oficiais

Certos mestres, em razáo de sua habilitacáo especial, obtém pareceres


escritos do MEC, com os quais podem ministrar aulas.

346. Teses de pós-graduac;ao

Para que possam participar de cursos de especializacáo. mestrado, doutorado,


livre-docéncia ou MBA, ao se habilitarem, os professores se identificam junto desses
estabelecimentos de ensino superior.

A detencáo do título e a posse do diploma superior correspondente sao


indicacóes do exercício do magistério.
Os professores, pessoas cultas que sao, costumam publicar livros técnicos e
artigos doutrinários em revistas especializadas, além de divulgar apostilas entre os
alunas. Quando pesquisadores, a publicacáo dos resultados também leva o nome
deles.

As suas associacóes e os seus sindicatos sao altamente politizados, organizam


congressos (normalmente com muitas fotografias), com a apresentacáo de
trabalhos, e publicam periódicos em que constam os seus estudos.

347. Beneficios por incapacidade

A aposentadoria por invalidez que cessou, mas principalmente os auxílios-


-doenca concedidos durante o ano letivo, intercalados com períodos de aulas, sao
confirmados com documentos do órqáo concessor da prestacáo, estatal ou privado.

180
348. Certidóes oficiais

Certidáo de Tempo de Contribuicáo (CTC) que identifique a profissáo do


professor é prava plena do exercício do magistério.

Nesse particular, vale lembrar que o tempo de servico geralmente apurado


nesses documentos é de dias de efetivo magistério, enquanto a leqislacáo
previdenciária adota o dia a dia.

349. CTPS e CNIS

Evidentemente, beneficiada pela presuncáo de validade, os registros em


Carteira de Trabalho e na CTPS fazem a prava plena do exercício da atividade.

Desde julho de 1974, se a empresa forneceu os dados alimentadores, o CNIS


registra o tempo de servico. embora sem indicar a funcáo do trabalhador.

350. Documentos dos estabelecimentos

Obviamente, dedaracóes firmadas pelos estabelecimentos de ensino, dos seus


proprietários se eles nao mais existem, baseados em registros de época (abertura e
encerramento da escala), inclusive com cartas de apresentacáo. constituem-se em
início razoável de prava material.

Tratando-se de professores autónomos (que dáo aulas particulares), máxime


de música, a dificuldade é aumentada, restando-se recibos de pagamento dos
alunas e as suas dedaracóes do Imposto de Renda.

Alguns deles podem ser lembrados:

1) Boletim escolar;
1 ) Informativo do rendimento escolar;
111) Ata do Conselho de escala;

IV) Ata do Conselho de Classe (12/42 anos);

V) Ata do Conselho de Séries (52/92 anos);

VI) Caderneta de Chamada (frequéncia):

VII) Livro de ponto;

VIII) Livro de registro de Atas da APM;

IX) Escrituracáo da APM;

X) Elei<;ao da APM;

181
XI) Projeto pedagógico;
XII) Registro de projetos pedagógicos;
XIII) Quadro de horário;
XIV) Livro de Convocacáo do Conselho;

XV) Livro de Advertencia;


XVI) Registro de merenda;
XVII) Concurso de Provimento e Cargo;
XVIII) Processo de escolha;
XIX) Processo de rernocáo:
XX) lnscricáo para rernocáo:
XXI) Processo de Posse e Exercício;
XXII) Classificacáo da Rernocáo:

XXIII) Trabalho dos alunos.

182
CAPÍTULO XXXV

MATERNIDADE, ADO<;ÁO E GUARDA

O salário-maternidade é prestacáo previdenciária que tem como pressuposto


um evento determinante biológico, processo da reproducáo humana náo dassificada
como agravo, mas que é incapacidade para o trabalho, daí a necessidade da prava
dos requisitos legais, particularmente do parto, da adocáo ou da guarda judicial
(arts. 236/254 da IN INSS n. 20/07).

351. Relac;ao previdenciária

A existencia da relacáo jurídica de previdéncia social, em particular a qualidade


de segurado, varia conforme o tipo de segurado:

1) Empregada - Faz-se com a CTPS, registro na empresa (Decreto-lei n.


5.452/43);
11) Temporária - Anotacáo na CTPS do vínculo particular com a empresa de
trabalho temporário (Lei n. 6.019/74);

111) Avulsa - Registro no OGMO;

IV) Autónoma - A prava é feita com a inscricáo, o CNIS e os recolhimentos


mensais dos 11 °/o do pro labore retidos por torca da Lei n. 10.666/03. Nao
prestando servicos para pessoas jurídicas, conforme o carne de pagamento;

V) Empresária - tnscrícáo. o CNIS e os recolhimentos mensa is dos 11 % do


pro labore retidos por forca da Leí n. 10.666/03;
VI) Doméstica - Registro na CTPS e o carne de pagamento (Lei n. 5.859/72);

VII) Segurada especial - Notas fiscais de produtos rurais e carne de


pagamento, caso seja facultativa (Lei n. 8.861/94);

VIII) Servidora - A servidora sem regime próprio de previdéncia social é


a
assemelhada empregada regida pela CLT;
IX) Facultativa - A existencia dos pagamentos mensais no CNIS, a inscricáo
e o carné de pagamento demonstram a existencia da relacáo (Lei n. 9.876/99).

352. Remunerecéo na empresa


O montante a ser deduzido na GPS, quando o quantum for pago pela
empresa, é a remuneracáo da empregada gestante constante da Ficha de Registro

183
de Empregados, da CTPS e da folha de pagamento, que sao os meios de prava,
até o máximo permitido.

Havendo dúvidas quanto ao nível desse valor, os recibos de pagamentos e os


holerites fazem a prova necessária.

353. Período de carencia

a
Em relacáo empregada, temporária, avulsa e servidora sem regime próprio
de previdéncia social, nao há período de carencia a ser demonstrado, bastando a
qualidade de segurado.

No que diz respeito aos contribuintes individuais (empresaria, autónoma


e segurada especial) ou facultativos, é preciso provar o número mínimo de
contribuicóes. Normalmente, o INSS obtém essas contribuicóes do seu CNIS. No
caso de dúvida, com a apresentacáo do carne de pagamento.

354. ocorréncie do parto

O fato gerador do salário-maternidade, grosso modo, é o parto, evidenciado


mediante um atestado médico.

Quando o benefício far solicitado dentro do prazo máximo de cinco anos, até
mesmo a certidáo de nascimento relatará o nascimento.

355. Parto antecipado

Presente e provado o parto antecipado, com aborto ou sem ele, a segurada


faz jus aos 120 dias (art. 238 da IN INSS n. 20/07), e a dernonstracáo sempre será
feita com documentos médicos, ambulatoriais ou hospitalares (e até mesmo do
Corpo de Bombeiros ou policiais, nas emergencias).

356. Gravidez normal

A gravidez da gestante é demonstrada com o atestado médico derivado da


perícia médica do médico do trabalho da empresa.

Consultas médicas, atendimento ambulatoria! ou hospitalar também se


prestam para o mesmo fim.

357. Doenc« da gestante

Se antes, durante ou depois do período de 120 días e até mesmo dos dais
acréscimos de 14 dias. a mulher padecer de algum agravo ou incapacidade para

184
o trabalho, imp6e-se o auxilio-doenca, que cessa com início dos quatro meses do
salário-maternidade e deve ser restabelecido após esse período (art. 247 da IN
INSS n. 20/07). A prava da doenca se faz por meio de perícia médica.

358. Amplia{ao dos 14 días

lmpondo-se o acréscimo anterior ou posterior aos 120 dias, de que trata o


art. 93, § 3º, do RPS, mediante perícia médica da empresa, é feita a prava desse
a
direito, exceto das empregadas, perícia que será submetida apreciacáo da perícia
médica do INSS {art. 247 da IN INSS n. 20/07).

359. Aborto nao criminoso

A prova de que o aborto de que foi vítima a gestante nao foi criminoso é feita
mediante declaracáo do médico que atendeu a paciente, do atestado constando o
CID específico (art. 240 da IN INSS n. 20/07).

360. Ado{ao e guarda

No caso de adocáo ou de guarda, importa exibir o Termo de Guarda, da


certidáo de nascimento, devendo constar o nome da adotante ou quem vai se
responsabilizar pela guarda da enanca.

A mulher que cede o seu útero, designada como máe de aluguel, f ará a
prava como segurada.

185
CAPÍTULO XXXVI

DEPENDENCIA ECONÓMICA

Principalmente em matéria dos benefícios da pensáo por morte e do auxilio-


-redusáo. no Direito Previdenciário importa definir o que seja a dependencia
económica e, em certo sentido, também com vistas a prestacáo da LOAS. Para
que seja definida essa relacáo jurídica, será relevante apurar-se por que o legisla-
dor estabeleceu tal condicáo técnica, financeira e previdenciária como necessária
a fruicáo de certos direitos.

O fato prende-se a história da pensáo por morte, quando foi concebida e qual
era o cenário social da época (1923). Sendo o segurado masculino principal provedor
da f amília, na sua falta era imprescindível conceber-se um meio de subsistencia que
pudesse cooperar coma manutencáo dessa f amília (naquela ocasiáo, principalmente
a viúva e os filhos). Por definicáo. como os dependentes dependiam do segurado
enquanto trabalhador, eles deveriam demonstrar ao órqáo gestor que antes isso
ocorria e que, portanto, f azem jus a prestacáo. Mais tarde, consciente de que
alguns segurados nao deixavam vivo esse grupo mínimo da família (viúva e filhos),
o legislador entendeu por estender a protecáo a outros parentes (pais e irrnáos).
Deles, exigiu a demonstracáo de que dependiam do segurado.

361. Conceito inicial

Dependencia económica consiste em urna pessoa depender de outra para


a sua subsistencia, vale dizer, in casu viver a expensa do segurado. É bastante
evidente que até certa idade (seja ela de 21 anos ou nao) os filhos menores
dependem dos pais para crescer, educar-se e, em suma, conviver.

Essa dependencia pode ser económica e financeira, no sentido de que, as


vezes, esses país provedores entregam aos dependentes bens que rendam frutos,
com os quais eles viveráo. ou lhes fornecem dinheiro em espécie ou, é o mais
comum, proveem os meios necessários. Nao há indicacáo de quanto os pais
gastam com os filhos nem que eles, de fato, estejam em melhores condicóes
económicas ou financeiras.

Curiosamente, a pensáo alimentícia de filhos (a que foi condenado o marido


ou a mulher separados) pode estar custeando as despesas da rnáe e do pai, em
razáo da sua tenra idade. Jurídicamente, entretanto, entender-se-á que ela se
destina aos menores de idade.

186
362. Classificac;ao didática

A dependencia, como idealizada pelo legislador, é: a) presumida ou b) nao


presumida, ou seja, a ser demonstrada.

363. Dependencia presumida

No caso da presuncáo, optou pela absoluta, aquela que nao comporta prova
em contrário, e escolheu como destinatários dessa adrnissáo, a priori, a jure et
de jure, os cónjuges e os companheiros entre si e de certos filhos em relacáo aos
pais. Assim. as pessoas elencadas no art. 16, 1, do PBPS nao tém de depender
economicamente do de cujus nem f azer prova disso.

Por outro lado, no caso da nao presuncáo. as pessoas elencadas nos incisos
11/111 do mesmo art. 16 carecem demonstrar a dependencia económica ao INSS.

364. Dependencia mútua

Nestes tempos hodiernos (2015), exceto na escala mais baixa da sociedade,


é rara a dependencia económica familiar, mas urna mútua dependencia: os pais
trabalham e obtém renda e, consoante a idade, também os filhos cooperam com
os genitores para a obtencáo da renda familiar.

Como essa realidade nao conta o legislador e, por isso. ele ainda permite
que numa família em que o homem entre com R$ 7.000,00 e a mulher com
R$ 3.000,00, num total de R$ 10.000,00, falecendo um deles. o outro receberá
algo em torno de R$ 10.000,00, que deverá mudar algum dia.

365. Dependencia total ou parcial

A dependencia é total quando apenas um dos dois membros da família (o


segurado ou a seg u rada) é quem prevé financeiramente essa f amília.

Um conceito mais difícil de ser apurado, na realidade por falta de norma,


é aquele em que ambos os membros da família térn os seus próprios meios de
subsistencia, de tal sorte que a dependencia é parcial e nao total.

366. Dependencia coletiva

Na figura da dependencia coletiva, todos os membros da f amília contribuem


com mais ou menos para a constituicáo da renda familiar, o que é bastante comum
entre os trabalhadores de baixa renda.

187
367. Momento da dependencia

Por convencáo histórica e institucional, a dependencia económica de que


se f ala é aquela que precede o sinistro, o evento determinante do benefício, ou
seja, a marte ou a prisáo do segurado. Se depois dessa data-base a pessoa tem
ou nao dependencia, nao importará mais (o que é um anacronismo do Direito
Previdenciário).

Nao há tempo para ser feita a prava porque o direito aos benefícios é
imprescritível. Assim, a qualquer momento ela pode ser produzida.

368. Obriga<;áopessoal

O dever de fazer a prova da dependencia económica é pessoal e só pode ser


substituído por pessoas autorizadas pela lei (tutor, curador ou procurador).

369. Pensáo alimentícia

Por eleicáo do legislador, a percepcáo de pensáo alimentícia guarda a


presuncáo absoluta de dependencia económica (sem haver preocupacáo com o
nivel de valor, outro anacronismo).

370. Instrumentos persuasórios

A prova da dependencia económica dos pais ou irrnáos se faz mediante


dedaracóes. documentos e outros meios:
1) Declaracáo de próprio punho do interessado;

11) Holerite de empregado;

111) Recibo de pagamento de autónomo;

IV) Carne de aposentado;

V) Declaracáo do Imposto de Renda;

VI) Recibos de alugueres;

VII) Dedaracáo de pobreza firmada por autoridade.

188
CAPITULO XXXVII

MORTE E PRISÁO

A prisáo e a morte do segurado (ou a ausencia e o desaparecimento) sao


eventos determinantes de benefícios, como auxilio-reclusáo (RPS, arts. 116/119) e
pensáo por morte (RPS, arts. 105/115).
Desde 24. 7. 91, nao interessa mais o casamento da viúva, mas o filho menor
de 21 anos que se casa perde a qualidade de dependente.

371. Morte do segurado

O conjunto dos dependentes faz jus a


pensáo por morte quando do
falecimento do pai ou da máe segurados do RGPS (PBPS, art. 74). Esse desenlace é
provado coma certidáo de óbito. No caso da ausencia (dela, PBPS, art. 78, caput.
Na hipótese do desaparecimento, PBPS, art. 78, § 12).

Ocorrida a morte, se nao há certidáo de óbito, os interessados teráo de


promover urna justificacáo judicial.

Se o f alecimento se deu no exterior, a certidáo de óbito, depois de traduzida,


terá o mesmo valor da nacional.

372. Casamento civil

O casamento civil é regido pelos arts. 1.511/1.570 do NCC. Segundo o art.


1.543: "O casamento celebrado no Brasil prova-se pela certidáo do registro". Caso
tenha desaparecido esse registro: "é admissível qualquer outra espécie de preva"
(parágrafo único). O sucedido no estrangeiro tem de ser registrado no Brasil
em 180 dias. In dubio quanto a
prova, o casamento existiu (NCC, art. 1.547). O
registro do casamento religioso vale tanto quanto o civil. A uniáo dos que já foram
casados civilmente se prova com os documentos da uniáo estável e as provas do
anterior casamento.

373. Uniao estável

A partir de 5.10.88, o art. 226, § 32, da Constituicáo reconhece a uniáo estável.


Pelo menos desde o Decreto-lei n. 66/66, o INSS admitia o direito da companheira.

189
Com o fim da exigencia de cinco anos de vida em comum ou filho reconhecido,
a prova da uniáo estável, em cada caso, tornou-se onerosa para o dependente
supérstite. Deve ser entendida como a uniáo de pessoas de sexo distinto com a
intencáo de urna rela~ao duradoura. Combinados, alguns documentos sao aceitas
pelo INSS:

1) Sociedade comercial ou civil - Presenca no contrato social como sócio-


-gerente o sócio-cotista em sociedade limitada (Decreto n. 3. 708/19);

11) Documento em cartório - Dedaracáo das partes de que vivem ou viveráo


juntos como se urna f amília fosse;

111) Procuracáo - Documento outorgado de um para o outro membro da


sociedade;

IV) Doacáo testamentária - Desiqnacáo da pessoa como herdeira;

V) Conta conjunta - Conta corrente conjunta em bancos;

VI) Enderece comum - Nome constante de contas de água, luz, telefone, etc.;

VII) Crediário comercial - Formulário preenchido pelo membro falecido;

VIII) Avalista - Garantia oferecida em documento;

IX) Participacáo conjunta em clubes - Ser sócio da mesma associacáo


desportiva;

X) lnternacáo em hospitais - Dedaracáo do hospital de quem promoveu a


internacáo:

XI) Registro em empresa - Registro como empresário, contribuinte individual,


empregado ou temporário em empresa do f alecido;

XII) Dedaracóes escritas do segurado - Depoimento escrito do segurado;

XIII) Correspondencia - Cartas de amor trocadas entre os membros;

XIV) Dedicatória - Mencáo a pessoa constante da dedicatória de livros;

XV) Homenagem - Mencáo escrita em homenagem;

XVI) Depoimento de vizinhos - Declaracóes firmadas por vizinhos, zeladores


ou porteiros de prédios;

XVII) Viagens - Bilhetes de passagens adquiridas em comum;

XVIII) Hotéis - Ficha de registro de hotéis, resotts, colonia de férias, etc.;

XIX) Filhos havidos em comum - Filhos reconhecidos como do casal;

XX) Testemunhas-Depoimento testemunhal de quem conviveu como casal;

190
XXI) Fotografias-Todo tipo de qravacáo, imagem, em que aparecarn juntos;
XXII) Pensáo alimentícia de fato - Percepcáo de valor depositado em conta
corrente bancária;
XXIII) Sentenca condenatória para pagamento de pensáo alimentícia;
XXIV) Justificacáo judicial - Sentenca de acáo judicial;
XXV) Justificacáo administrativa - Promovida junto do INSS.

374. Situa~ao de transexual

Quem promoveu a transqenitalizacáo e deixou o sexo masculino e se tornou


mulher ou deixou o sexo feminino e se tornou homem, além de exame médico
pericial apresentará documentos da cirurgia, dos tratamentos fisiológicos e
psicológicos havidos.

375. Dissolu~ao do casamento

Pelo menos em oito hipóteses acorre a separacáo dos casais:


1) Separacáo do casamento civil - Distanciamento físico dos partícipes,
provado com depoimento de testemunhas, cantas, etc.;
11) Separacáo judicial - Sentenca judicial;

111) Desquite - Sentenc;ajudicial expedida pela autoridade competente;

IV) Divórcio - Sentenca judicial emitida pela autoridade competente;


V) Anulacáo - Qualquer prova da presenca de um dos seis incisos do art.
1.550 do NCC;
VI) Nulidade - Dedaracáo judicial em que comprovado o descumprimento
dos requisitos;
VII) Separacáo na uniáo estável -A separacáo da uniáo estável se reveste das
mesmas características da separacáo de fato;

VIII) Separacáo da uniáo homossexual - Com as mesmas pravas da uniáo


estável.

376. Filhos menores

Os diferentes filhos que tém direito a pensáo por morte dos pais provam essa
condicáo com a certidáo de nascimento (NCC, art. 1.603).

191
Diz o art. 1.605 da NCC: "Na falta, ou defeito, do termo de nascimento, poderá
provar-se a filiacáo por qualquer modo admissível em direito: 1 - quando houver
comeco de prova por escrito, proveniente dos pais. conjunta ou separadamente;
11 - quando existirem veementes presuncóes resultantes de fatos já cerros".

Segundo a legisla<;ao civil, sao reconhecidos os seguintes filhos: legítimos,


legitimados, naturais, adulterinos, adotados, enteados.

377. País e irméos

Com a certidáo de nascimento do segurado em que conste o nome dos seus


país. estes f azem prova da paternidade com vistas a concorrem a pensáo por
morte.

Quando os pais do segurado falecido nao f azem jus apensáo por morte,
certos irrnáos a ela fazem jus e devem confirmar esse estado jurídico com certidáo
de nascimento das duas pessoas envolvidas, em que fique evidenciada essa relacáo
de parentesco.

378. Deten~ao ou recluséo

A prisáo administrativa, a prisáo propriamente dita, a detencáo e a redusáo


sao provadas com certidóes expedidas pelos órqáos penitenciários.

Conforme lembra Miriam Vasconcelos Fiaux Horvath, no art. 43, § 12, da


LOPS já se dizia que: "O processo de auxñio-reclusáo será instruído com certidáo
do despacho da prisáo preventiva ou sentenca condenatoria" (Auxí!io-Reclusao,
Sao Paulo: Quartier Latin, 2005, p. 105).

Para o art. 289 da IN INSS n. 118/05: "A privacáo da liberdade será comprovada
com certidáo da prisáo preventiva ou da sentenca condenatória ou atestado do
recolhimento do segurado a prisáo, emitido por autoridade competente".

Reza, ainda, o parágrafo único do mesmo artigo: "Para o maior de dezesseis


e menor de dezoito anos, seráo exigidos certidáo do despacho de internacáo e o
atestado de seu efetivo recolhimento a órqáo subordinado ao Juiz da Infancia e
da Juventude".

Os eventuais dependentes do maior de 16 anos e menor de 18 anos faráo


prova da sua internacáo sob a custódia do Juizado da Infancia e da Juventude,
conforme certidáo expedida pelo estabelecimento educacional ou conqénere.
Vale lembrar que a cada tres meses o dependente deverá comprovar a prisáo do
segurado (IN INSS n. 118/05, art. 300, 111).

192
379. Percepr;ao do salário

O segurado preso que ainda recebe rernuneracáo da empresa nao outorga


auxílio-reclusáo para os dependentes (art. 290 da IN INSS n. 118/05).
A família, entáo, se isso nao acontece, deve solicitar dedaracáo do empregado.
Os dependentes do segurado preso precisam provar que ele recebia
remuneracáo aquém do patamar da EC n. 20/98 em 2006, da ordem de R$ 654,61,
o que será feíto com dedaracáo da empresa onde trabalhava ou prestava servico
se contribuinte individual. A prava de que nao está recebendo auxilio-doenca,
aposentadoria por invalidez ou abono de permanencia em servico é desnecessária
porque o INSS dispóe desses dados.

Período Salário de contribuicáo


16.12.98 a 31.05.99 R$ 360 00
12.06.99 a 31.05.00 R$ 376,60
12.06.00 a 31.05.01 R$ 398,48
12.06.01 a 31.05.02 R$ 429,00
12.06.02 a 31.05.03 R$ 468,47
12.06.03 a 31.05.04 R$ 560,81
12.06.04 a 30.04.05 R$ 586, 19
12.05.05 a 31.03.06 R$ 623 44
12.04.06 a 31.07.06 R$ 654,61
12.08.06 a 31.03.07 R$ 654,68
12.04.07 a 29.02.08 R$ 676,27
12.03.08 a 31.01.09 R$ 710.80
12.01.09 a 31.12.09 R$752,12
12.01.10a31.12.10 R$ 810.18
12.01.11a31.12.11 R$ 862, 11
12.01.12 a 31.12.12 R$ 915,05
12.01.13 a 31.12.13 R$ 971,78
12.01.14a31.12.14 R$ 1.025,81
12.01.15a ... R$ 1.089.72

380. Fuga do preso


Quando o preso foge, o pagamento do auxílio-redusáo é suspenso e a prova
dessa fuga é feíta pelo órqáo penitenciário ao INSS; se isso nao acontecer, os
dependentes tém o dever de procurar declaracáo do presídio, prisáo ou delegada
e levá-la ao INSS.
A fuga, em alguns casos, pode ser confundida com ausencia. Em determinadas
circunstancias, nao se sabendo o destino do fugitivo, ele definiría o mesmo cenário do
ausente e, in casu, devendo-se restabelecer o pagamento do benefício aos pensionistas.

A Leí n. 10.666/03 admite a morte do recluso com vistas a transíormacáo


do auxílio-reclusáo em pensáo rnorte (art. 2Q, § 2Q), abrigando a família a obter a
certidáo de óbito do falecido.

193
CAPÍTULO XXXVIII

MISERABILIDADE E DEFICIENCIA

Desde a Lei n. 6.179/74, com o título de Renda Mensal Vitalícia (RMV),


passando pela Lei n. 8.742/93 (LOAS), atualmente submetida ao art. 34 do Estatuto
do ldoso da Lei n. 10.741/03 (BPC), preve-se um amparo assistenciário, conhecido
como benefício programado continuado e até como LOAS (CF, art. 203, V).

Ele nao pode ser confundido com a renda básica da cidadania da Lei n.
10.835/04 nem com outras pens6es assistenciárias concedidas pela Uniáo
(Seringueiros da Amazonia, Síndrome da Talidomida, Césio 137, Pensáo
Hemodiálise de Caruaru, etc.) e muito menos com o Programa Bolsa Família da Leí
n. 10.836/04, cuja percepcáo gera problemas de acumulacáo.

Prestacáo assistenciária de difícil prova pressup6e condicóes mínimas de


subsistencia no ámbito da família. Por isso tem provocado celeuma no Poder
Judiciário Federal. Daí, conforme cada escola de pensamento, urna comprovacáo
diferente. Se os magistrados considerarem a despesa como plano de saúde como
sopesável, caberá a dernonstracáo correspondente.

A despeito do entendimento havido com a ADln n. 1.232, de 12.6.01, hoje


(2009) a Justica Federal é que examina o pedido do LOAS para idosos e deficientes,
pois de sua decisáo relativa ao exame da pobreza da f amília nao cabe recurso
especial.

381. ldade mínima

A idade mínima, a partir do Estatuto do ldoso (art. 34), posicionada em


65 anos para homens e mulheres, é provada com certidáo de nascimento ou de
casamento.

382. Estado de miserabilidade

Um conceito de miserabilidade e rrnpropno, mesmo numa leí social,


inadequado e indescritível. Dizer que é da pessoa que vive numa familia cujos
membros recebem menos do que 1/4 do salário mínimo, como quería o art. 20, §
32, da Lei n. 8.742/93, nao resolve as dificuldades hermenéuticas.

194
Conforme o número de membros, suas idades, percepcáo ou nao de presta-
cóes permitidas, condicóes de saúde e a miserabilidade, condicóes de sobrevivéncia
ou subsistencia, o estado de miserabilidade variará enormemente. Em cada caso,
o interessado tem de f azer a prova da nao percepcáo de renda superior a exigida.

O STJ tem entendido que os critérios do art. 20, § 32, da Lei n. 8.742/93 nao
sao objetivos e nem aqueles ali indicados, admitindo outros meios de comprovar o
estado de penúria do requerente (RE n. 842.039/SP, no Proc. n. 2006.0094438-0,
de 21.6.06, quando relator o Min. Gilson Dipp). Os recursos do INSS nao conseguem
prosperar na hipótese de o TRF dar provimento ao recurso de 1 il instancia, em face
da Súmula STJ n. 7, que obsta reexame de matéria fática em recurso especial.

383. Renda familiar

O requerente tem de provar que cada um dos membros da f amília nao recebe
valor superior a 1/4 do salário mínimo, ou seja, R$ 788,00: 4 = R$ 197,00.

O grau de parentesco a ser evidenciado é aquele mencionado no art. 16 do


PBPS, lago, as pravas sao certidóes civis.

A Cornprovacáo do Grupo e Renda Familiar do ldoso (DSS 8233), preenchida


e assinada pelo requerente ou seu representante legal, é o documento exigido e
bastante.

384. Ausencia de beneficio

Como o órqáo concessor do benefício é o INSS, ele verificará nos seus


arquivos se o pretendente a LOAS obteve algum benefício. As vezes, o titular se ve
obrigado a demonstrar que o percipiente outra pessoa com igual nome.
é

Quando o requerente alega que o c6njuge ou companheiro já recebe benefício


do INSS, o que nao interfere no direito, a prova é feita como carne de pagamento.

385. Falta de remunerecño

Como toda negativa, demonstrar a inexistencia de remuneracáo é atividade


difícil, restando ao interessado juntar dedaracóes nesse sentido. Se for o caso,
principalmente, a CTPS para o doméstico com jornada inferior anormal.

Declaracáo do Conselho de Assisténcia do ldoso (CAi) municipal, estadual ou


federal serve como prova da rernuneracáo inferior a 1/4 do salário mínimo.

386. Estrangeiro naturalizado

Quando se impuser a prova da residencia, especialmente do estrangeiro


naturalizado, ela é feita usualmente com as contas.

195
Passaporte também é prova de idade caso nao se possua certidáo de
nascimento do seu país de origem. Presta-se ainda a certidáo ou guia de inscrlcáo
consular, certidáo de desembarque, devidamente autenticada, e título declaratório
de nacionalidade brasileira.

387. Deficiencia da pessoa

A deficiencia geradora do benefício é demonstrada mediante exame médico


pericial promovido pelo órqáo concessor do benefício (INSS). Segundo o art. 20,
§ 6º, da Lei n. 8.742/93, na redacáo dada pela Lei n. 9.720/98: "A concessáo do
benefício ficará sujeita a exame médico pericial e laudo realizados pelos servicos
de perícia médica" do INSS.

Negada a prestacáo, como contraprova, cabem exames periciais e laudos


técnicos públicos ou particulares, preferivelmente de entidades estatais ou
paraestatais (FUNDACENTRO, CEREST, SUS, hospitais públicos, etc.).

Deficiencia definida como sendo a daquela pessoa incapacitada "para a vida


independente e para o trabalho, em razáo de anomalias ou lesóes irreversíveis de
natureza hereditária, conqénita ou adquirida" (art. 624, 11, da IN INSS n. 20/07).

Para os menores de 16 anos, a incapacidade para o trabalho é presumida.

Se o deficiente for civilmente incapaz, será preciso juntar a tutela ou curatela.

388. ldade do deficiente

Como o deficiente pode requerer o benefício mesmo sem ter os 65 anos


de idade, f ará a prova com certidáo de nascimento e, ao completar essa idade
mínima, com os mesmos documentos (ficando, entáo, dispensado de exames
médicos).

389. Residuos do falecido

Os herdeiros ou sucessores do percipiente do LOAS f alecido, sem ter recebido


algumas mensalidades, procederáo a prova de fazer jus ao benefício mediante
alvará judicial (parágrafo único do art. 628 da IN INSS n. 20/07).

390. Cónjuge separado

O cónjuqe separado que preencha todos os requisitos legais faz jus ao


benefício desde que prove essa condicao jurídica com a sentenca judicial.

196
CAPÍTULO XXXIX

VONTADE DO BENEFICIÁRIO

Embora as relacóes da previdéncia social se enquadrem entre as atividades


humanas submetidas a norma pública e o Direito Previdenciário seja considerado de
direito público, em muitas oportunidades o beneficiário, segurado ou dependente,
expressa sua vontade.
Manifestacáo da volicáo é fato tao usual e ocorre com tal frequéncia. no
mais das vezes praticada com gesto singelo, que as pessoas nao se dáo conta de
que, em algum momento, elas devem demonstrar o seu desejo, o que acontece
cotidianamente com um simples requerimento.
As vezes, a sua intencáo é substituída por deliberado ato do titular, quando
ele nomeia um procurador. Neutras vezes, por torca de deterrninacáo legal, ele
nao tem vontade e ela é praticada por pessoa autorizada por lei (curatela, tutela,
pátrio poder, etc.). E, nesses casos, a autorlzacáo para substituicáo da sua intencáo
é provada comos papéis próprios emitidos pela autoridade competente.
A desiqnacáo, que já foi instituto técnico e deixou de existir, era magnífica
maneira de o segurado apontar pessoa a quem pretendia deixar a pensáo por
morte. Pode ser feita combase em anotacáo na CTPS, dedaracáo em cartório ou
registro no INSS.

391. Requerimento da prestecéo

O exercício do direito as prestacóes previdenciárias é subjetivo, calcado no


princípio constitucional da liberdade de trabalhar, o segurado voluntariamente
aposentando-se quando melhor lhe consultar.
Exceto nas hipóteses da aposentadoria compulsória por idade e dos
benefícios por incapacidade, as vezes impostes a pessoa, o processo de instrucáo
administrativa da concessáo inicia-se como pedido do benefício (requerimento por
ele assinado). que é a prova da vontade do segurado.
Daí a importancia de deixar claro no documento qual a prestacáo desejada
(especial, por idade ou por tempo de contribuicáo).

392. Percepfao do benefício

Requerida, instruída e deferida a prestacáo pelo INSS, é preciso que a


concessáo seja aperf eicoada pela decisáo do solicitante de recebe-la na agencia

197
bancária. Se nao o faz, esse deferimento é desfeito, mas, caso contrário, assim
desejando, a preva é a percepcáo do valor inicial. Nao significa o convencimento
de que está de acordo com o valor, podendo se opor ao cálculo, mas que anui
com o despacho.

Quando outorga procuracáo com amplos poderes (o mandato escrito é


a prova), exterioriza a sua intencáo de nao querer cuidar do requerimento, da
percepcáo mensa! e de outros aspectos da relacáo jurídica previdenciária.

Por vezes, isso sucede na aposentadoria por invalidez; se por qualquer motivo
subjetivo o segurado nao mais a quer receber e para que sua pretensáo seja
examinada, é preciso requerer ao INSS (que dará alta ou nao). lnsistindo em ver
a
a sua vontade respeitada, restam-lhe os recursos administrativos e a ida Justica
Federal.

393. lnconformidade adjetiva

Se o beneficiário nao está contente com algum aspecto da concessáo do


benefício, a afericáo do seu valor ou os critérios de rnanutencáo (inclusive os
reajustamentos anuais), cabe-lhe expressar esse inconformismo administrativa e
judicialmente, ingressando com defesas prévias, recursos, contrarrazóes, apelacóes.
etc., em que externe a sua opiniáo discordante (Lei n. 9.784/99).

Exceto se outorgou procuracáo para esse fim, importa que assine a


inconformidade.

Para confirmar que deseja sustentacáo oral por ocasiáo do julgamento na


JRPS ou CRPS (Portaria MPS n. 323/07), precisa dizé-lo no próprio recurso ou em
requerimento separado.

394. Transferéncia de residéncia

Mudando-se de enderece. especialmente de município ou estado, e pensando


em receber as mensalidades em outro local, esse desiderato deve ser salientado
por escrito, mediante requerimento a ser protocolado na Agencia da Previdéncia
Social em que está sendo mantido o benefício.

395. Empréstimo consignado

Celebrar contrato de empréstimo com a rede bancária, comprometendo o


valor mensa! do benefício, durante o prazo em que seráo feitas as deducóes.
carece de ocorrer com a vontade do segurado ou pensionista, que pessoalmente
firmará o acorde.

198
396. Tempo de servico

O tempo de servico público ou privado que se presta para a contagem


recíproca de tempo de servico (PBPS, arts. 94/99) pode ser f atiado de sorte a ser
computado apenas o período que o segurado desejar. Nesse caso, ele deve Iazé-lo
por escrito.

397. Renúncia ao direito

Tanto quanto o pedido do benefício, o desfazimento da vontade de se manter


aposentado, qualquer que seja a causa (relativa ao RGPS ou eternamente a ele),
isto é, a desaposentacáo, é ato personalíssimo, que só pode ser expresso por acáo
do segurado (requerimento).

Quando é o caso, a pessoa tem de renunciar a urna prestacáo em favor de


outra, e deve f azé-lo por escrito.

398. Transformac;áoda prestac;áo

Pretendendo converter o auxñio-doenca comum em acidentário, a


aposentadoria por tempo de contribuicáo pela de invalidez, o salário-maternidade
em auxílio-doenca, auxñio-redusáo em pensáo por morte, enfim qualquer
transformacáo de benefício, é preciso que o segurado de conhecimento faticamente
dessa disposicáo ao INSS.

Diante do direito a urna de duas prestacóes. ainda que a escolha esteja


protegida pela norma jurídica, o segurado carece externar a sua opiniáo, optando
por aquela que deseja.

399. Melhor pensáo

A partir do PBPS (24. 7. 91 ), sobrevindo o casamento, viúvos ou companheiros


percipientes do benefício de dependentes nao perdem o direito a pensáo por
morte. Em falecendo o segundo marido ou a segunda esposa, que eram segurados,
o c6njuge supérstite pode optar pela pensáo por morte de maior valor. lsso se faz
com requerimento dirigido ao INSS com as provas relativas ao novo direito ou
mantendo-se inerte, se preferir o benefício anteriormente concedido.

400. Salário-base

A base de cálculo do regime contributivo do salário-base introduzido em


1 Q.9.73 pela Lei n. 5.890/73 subsistiu até 31.3.03, conforme o art. 29 do PCSS,

199
ocasrao em que foi substituído pela remuneracáo auferida pelos contribuintes
individuais (empresário, autónomo, eventual e eclesiástico) e facultativo (Lei n.
10.666/03).
Até entáo. naquele regime contributivo, consagrava-se a excecáo da preva-
lencia da vontade em matéria de custeio, ou seja, o segurado podia manifestar
a sua vontade e o f azia com o recolhimento. Ele f azia o enquadramento, perma-
nencia, progredia, regredia e retornava, bastando-lhe, nos termos da lei, f azer o
pagamento da classe permitida pela leí.

200
CAPÍTULO XL

VOL TA AO TRABALHO

O pecúlio comum, possivelmente a única prestacáo em dinheiro de


pagamento único, é um benefício em extincáo. A partir da Lei n. 8.870/94, deixou
de valer em relacáo as contribuicóes vertidas por aposentados. Mas quem obteve
a aposentadoria antes de 15.4.94, voltou ao trabalho e continuou trabalhando,
a
faz jus percepcáo das suas contribuicóes corrigidas monetariamente a essa data,
nao importando quando se af aste do trabalho.

Por isso, mesmo em 2015, cerca de 21 anos depois, ainda existem pessoas
com direito.

401. Existencia da aposentadoria

O segurado fará a prova de que estava aposentado antes de 15.4.94 com


a Carta de Concessáo/Memória de Cálculo, mas com esse benefício mantido, o
INSS dispóe dessa intorrnacáo em seu banco de dados. A dernonstracáo semente
será necessária se dúvidas pairarem a respeito da concessáo do benefício, que é
pressuposto do pecúlio.

Urna volta ao trabalhoou a permanencia do trabalhador após urna aposentadoria


tem de ser legítima, isto é, excluída a possibilidade de ser por invalidez.

As aposentadorias acolhidas sao as seguintes:

Espécie Título do benefício


07 Aposentadoria por idade do trabalhador rural
08 Aposentadoria por idade do empregador rural
41 Aposentadoria por idade (urbana)
42 Aposentadoria por tempo de contrlbukáo
43 Aposentadoria de ex-combatente
44 Aposentadoria do aeronauta
45 Aposentadoria do jornalista
46 Aposentadoria especial
57 Aposentadoria do professor
58 Aposentadoria do anistiado
72 Aposentadoria do ex-combatente marítimo

201
402. Retorno ao trabalho

Aposentado, recebendo regularmente o benefício da aposentadoria, o segurado


terá de demonstrar a volta ao trabalho. E o fará com os documentos habituais, como
o registro do CNIS, da CTPS e os elementos de conviccáo aqui desenvolvidos.

403. Permanencia no serviqo

Se o segurado manteve-se trabalhando na mesma empresa, sao vanas


as provas asua disposicáo para evidenciar que ali continua, entre as quais as
anotacóes na CTPS sobre salários, férias, promocóes. etc. e o próprio FGTS.

404. Cumprimento da carencia

Dizia a norma legal que, urna vez levantado o pecúlio, semente 36 meses
depois o requerimento poderia ser reeditado. Passados 21 anos, essa disposicáo
tornou-se inócua e nao há prova a f azer (antes exigida, de evidenciar que
decorreram os tres anos).

405. Afastamento do trabalho

Para que o INSS inicie a instrucáo desse benefício, importa que o segurado
confirme o afastamento do trabalho.
Em relacáo ao trabalhador sujeito a desconto (ernpreqado, temporário,
doméstico e servidor sem regime proprio). com os papéis próprios da rescisáo
contratual, baixa na CTPS, saque do FGTS, etc.
Para o avulso, dedaracáo firmada pelo sindicato de classe ou OGMO.
No caso do empresário que deixou a adrninistracáo da empresa com a
altera<;ao do contrato social, ata da Assembleia da sociedade anónima, pedido de
dernissáo e baixa da inscrkáo no INSS.
Para o autónomo, a baixa de sua inscricáo na Prefeitura Municipal ou órqáo
de controle do exercício profissional e também a da mscricáo do INSS.
Na maioria das reliqióes, como o eclesiástico nunca perde essa condicáo. ainda
que limitado o exercício do ministério religioso no raríssimo caso da excomunháo.
a prova é a dedaracáo da entidade por ele mantida de que deixou de ministrar os
sacramentos.

406. Contribuicoes recolhidas

O CNIS é a conviccáo do recolhimento das contribuicóes por parte da


empresa. Se dúvida houver, o segurado fará a prova habitual.

202
Se houver discordancia entre o CNIS e a Relacáo de Salários de Contribuicáo
apresentada pelo segurado, o INSS promoverá diligencia in loco.

O valor histórico será descrito na moeda vigente.

407. Dupla atividade

Quando do fato gerador do benefício, o segurado que estiver exercendo


duas ou mais atividades terá de provar que se afastou de todas elas. Se já havia
se retirado de urna das atividades e ainda continua trabalhando, será abrigado a
solicitar o beneficio somente após o afastamento dessa última atividade.

408. Pecú/io acídentário

Até 29.11.95, subsistiu o pecúlio acidentário do aposentado por invalidez


acidentária (de 75°/o do limite do salário de contribuicáo) ou do falecido por
acidente do trabalho (150o/o do mesmo valor).

Coma Lei n. 9.129/95, esse benefício desapareceu, e em 2011 raras seráo as


pessoas com esse direito em f ace de ele ter decaído.

409. Segurado sexagenário

a
Quem se filiasse previdéncia social com mais de 60 anos até o PBPS, por
torca de deterrninacáo da CLPS (art. 5º, § 6º), além de outros benefícios, fazia jus
ao pecúlio. Na hipótese de nao haver outro direito que possa ter sido introduzido
pela Lei n. 8.213/91, agora poderá levantar esse pecúlio, desde que faca a prava
habitual.

410. Servidor público

O art. 475 da IN INSS n. 11/06 dizque o servidor celetista que se transformou


em estatutário, ex vi da Lei n. 8.112/90, e se aposentou pelo INSS em razáo de
outra atividade e voltou ao trabalho nao faria jus ao pecúlio.

203
CAPÍTULO XLI

TRABALHO RURAL

Os embaraces as provas exigidas do trabalhador urbano sao visivelmente


ampliados para o trabalhador rural. A natureza física ou bracal do seu esforco
rurícola nao deixa os mesmos sinais que o labor citadino. Daí a especificidade do
convencimento e a enormidade de decisóes judiciais. A evidencia, todos os meios
de persuasáo reconhecidos na área urbana teráo de ser aceitos na área rural e,
mais ainda, os próprios do universo da hinterland.

Provar o trabalho entre parentes, especialmente do filho do proprietário da


terra, é ainda mais oneroso, embora devesse de lege ferenda ser presumido, mas
nao é (Acórdáo na Apelacáo Cível n. 95.422/RN - Proc. n. 1996.05.05675-5 - do
Juízo Federal da 1" Vara/RN, Juiz Castro Neves de 16.5.96, in RPS n. 205/228).

Se o depoimento testemunhal é de pouca valia na aplicacáo da norma


previdenciária "urbana", embora coubesse urna valoracáo maior, tem sido de
pouca serventia na área rural.

Presentes documentos esparsos, eles dispensam a prova anual, entendeu o


Min. Nilson Naves em 1 Q.8.05, no RE n. 513.056/PR no Proc. n. 2003.0051308.1.
"Os documentos do chef e de família caracterizam-se como prova material indireta,
hábil a cornprovacáo do tempo de servico rural prestado em regime de economia
familiar", relatou o Min. Arnaldo Esteves Lima, no Agravo de Instrumento n.
519.242/SC, no Proc. n. 2003.0085615, de 9.8.05.

411. Exigencias legais

Diz o art. 106 do PBPS que: "Para cornprovacáo do exercício de atividade


rural será obrigatória, a partir de 16 de abril de 1994, a apresentacáo da Carteira
de ldentificacáo e Contribuicáo - CIC referida no § 3Q do art. 12 da Lei n. 8.212,
de 24 de julho de 1991" (redacáo da Lei n. 9.063/95).

O aludido § 32 do art. 12 do PCSS fala em CIC para a pessoa física e o


segurado especial (Lei n. 8.870/94).

Seu parágrafo único do art. 106 elenca cinco tipos de prova:

1) Contrato de trabalho ou CTPS;


11) Contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural;

204
111) Oeclaracáo do sindicato dos trabalhadores homologado pelo INSS;

IV) Comprovante de cadastro do INCRA, para o segurado especial;

V) Bloca de notas do produto rural.

412. Assentamentosem registros

Alguns certificados ou dedaracóes sao indicativos incipientes do trabalho


rural:
escolar - Ir a escala, normalmente distante da sua residencia, é
1) Frequéncia
prava desfavorável ao rurícola (exceto se for curso noturno), embora o documento
comprobatório possa indicar a condkáo de obreiro rural. Referencia a
simples
ocupacáo "trabalhador" é frágil e per se nao convence o INSS;
1 ) Certificado militar - Constar, ainda que a lápis (é costumeiro), o status
de trabalhador no Certificado Militar, mais ainda se for no Tiro de Guerra, em
relacáo a idade própria do servico militar, é indício razoável de prava material a
ser considerado;

111) Título de eleitor - Quando da inscrkáo na Justica Eleitoral, é provável que


o Título de Eleitor consigne a profissáo do trabalhador. Esse documento, associado
com o Certificado Militar e a frequéncia escolar, tem sido acolhido pela Justica
Federal como prova do trabalho rural, embora sem indicacáo do período laboral;

IV) Registro civil - As certid6es de casamento e de nascimento, quando


inserem referencia a profissáo dos país ou declarantes, tém servido como início
de prava. Em 20.9.05, o Min. Hélio Quaglia Barbosa, lembrando a Súmula STJ n.
a
149 {"A prava exclusivamente testemunhal nao basta comprovacáo da atividade
rurícola, para feito de obtencáo de benefício previdenciário"), admitiu a certidáo
de casamento com o depoimento testemunhal como prava do trabalho rural, no
Recurso Especial n. 354.529/SP no Proc. n. 2001.0129576-8.

O salário-maternidade suscita quest6es relativas a


prava do trabalhador
rural. Segundo o Des. Hélio Silvia Ourém Campos, a Certidáo da Justica eleitoral,
qualificando a requerente do benefício como agricultora, o Certificado de Cadastro
de lmóvel rural e o registro de nascimento do filho sao pravas convincentes do
período de carencia de dez meses, bastante para a prestacáo (AC n. 383. 795/SE,
ª
da 1 Turma do TRF da 5ª Reqiáo, no Proc. n. 2006.05.99.000488.4, in DJU de
16.8.06, Rep. IOB de Jurisp. da 2ª q. de setembro/06, n. 18/2006, p. 535).

413. Título de propriedade

Se o segurado é ou foi proprietário da terra, normalmente até na condicáo


de contribuinte individual (produtor rural pessoa física), é forte insinuacáo do

205
trabalho rural, especialmente a partir de 12.11.75 (Lei n. 6.260/75), quando se
tornou segurado obrigatório.

A Porta ria MPS n. 6.097 /00 determinou ao INSS que nao interpusesse ou
desistisse de Recursos Especiais em rela<;ao a"utilizacáo de certid6es de registro
civil, eleitoral ou militar e de escrituras de propriedade rural como início razoável
de prova material" (art. 12).

Quem arrendou o imóvel nao é segurado obrigatório, mas o contrato de


arredamento comprova que o arrendatário trabalhou na exploracáo agrícola.

414. Prava da contribuicéo

Até 12.11.91, exceto aquele filiado ao regime urbano, de modo geral o


trabalhador rural nao contribuía para a previdéncia social. Em razáo do princípio da
equivalencia urbano-rural (CF, art. 194, parágrafo único, 11), tornou-se segurado
obrigatório. Até que fosse revogado pela Lei n. 9.528/97, o art. 96, V, do PBPS dizia
que "o tempo de servico do segurado trabalhador rural, anterior a data de início
de vigencia desta Lei, será computado sem que seja necessário o pagamento das
contribuicóes a ele correspondentes, desde que cumprido o período de carencia",
ou seja, exigindo-se as contribuicóes mediante a contagem recíproca de tempo de
servico.

Assim nao entendeu o Min. Paulo Medina, relator do Proc. n. 2003.0188262-3,


no Recurso Especial n. 600.292/PR, de 29.8.05, dispensando a referida contribui-
cáo. Mas o Min. Arnaldo Esteves Lima exige o pagamento da contribuicáo para
que se opere a contagem recíproca de tempo de servico, no Recurso Especial n.
719.096/PR no Proc. n. 2005.0015144-2, de 6.10.05.

415. Segurado especial

No universo rurícola, o segurado especial é merecedor de atencáo destacada,


até por deterrninacáo constitucional (CF, art. 195, § 82). Contribuinte obrigatório em
relacáo a
sua pequena producáo rural (PCSS, art. 25), também pode ser facultativo
(PCSS, art. 25, § 12). E pertencer ao regime especial do Decreto n. 6.042/07.

Além do carne de pagamento (Código 1406), com o qual ilustrará a inscricáo


e as contribuicóes como facultativo, os principais documentos indicados no art.
133 da IN INSS n. 11/06 sao:

1) Contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural;


11) Comprovante de cadastro do INCRA;
111) Bloco de notas de produtor rural ou notas fiscais de venda de produto
rural;

206
IV) Dedaracáo do sindicato de trabalhadores e de pescadores ou de colonia
de pescadores, homologada pelo INSS;

V) Declaracao de isento do Imposto Territorial Rural, Cadastro de lmóvel


Rural fornecido pelo INCRA;

VI) Dedaracáo de Ocupacáo Temporária fornecida pelo INCRA;


VII) Caderneta da Capitanía dos Portos ou pela Superintendencia do
Desenvolvimento da Pesca ou DNOCS, caderneta de inscricáo e registro pela
Capitania de Portos de Ministério da Defesa, registro de pescador profissional
artesanal expedido pela Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presidencia
da República;
VIII) Certidáo fornecida pela Fundacáo Nacional do Índio - FUNAI.

416. Menor de idade

Quem tem menos de 1 6 anos, abaixo de 14 anos e até mesmo de 12 anos,


conforme as diferentes constttuicóes desde 1946, que estipularam idades mínimas
para trabalhar, sempre teve enormes dificuldades para ter reconhecido o tempo
de servico e, mais ainda, fazer a preva do trabalho.

Se o seu labor sucedeu na zona rural, máxime para os pais, encontrará


obstáculos quase intransponíveis. Logo, a prova é a mesma do trabalhador rural,
embora sejam prevas bastante raras.

417. Empregador rural

De modo bem geral (porque existiram outras situacóes). a partir de 12.11.75 o


empregador rural tornou-se segurado obrigatório (Leí n. 6.260/75). Essa imposicáo
previdenciária ficou ainda mais clara com o PCSS. A IN INSS n. 11/06 relata sete
hipóteses de documentos úteis para essa prova:
1) Carteira de empregador rural, com o registro referente a inscricáo no INPS;
11) Ficha de lnscricáo de Empregador Rural e Dependentes ou Cadastro
Específico do INSS (CEI);
111) Cédula G da Declaracáo do Imposto de Renda Pessoa Física;
IV) Dedaracáo de Producáo. Declaracáo Anual para Cadastro de lmóvel Rural,
fornecido pelo INCRA ou documento que comprove a producáo rural;

V) Livro de registro de empregados rurais;


VI) Declaracáo de firma individual rural;

VII) Qualquer documento que possa levar a conviccáo do fato a comprovar.

207
418. Entrevista no INSS

A confissáo da pessoa e o depoimento testemunhal sao formas sui generis


de convencer o INSS da filiacáo do trabalhador rural. A confissáo assemelha-se
a justificacáo administrativa, no sentido de que, requerida pelo interessado, é
impulsionada pela autarquia federal, que será ou nao convencida do fato alegado
pelo titular. A condusáo final do INSS é o documento que comprova ou nao o
exercício da atividade que filia o trabalhador ao RGPS.

419. Declerecéo de sindicato

A declaracáo fornecida por Sindicato Rural, após verificacáo própria em seus


cadastros e ínformacóes propiciadas pelo interessado, após ser reafirmada pelo
INSS, passa a ter torca probante (arts. 136/139 da IN INSS n. 11/06).

Na verdade, a capacidade de convencimento desse documento reside nas


pravas trazidas a
entidade pelo trabalhador rural.

420. Tempo rural

Considerando-se o trabalhador rural de modo geral, incluindo o empregado,


autónomo e empregador, além das próprias do trabalhador urbano, sao infindáveis
os meios exaustivos e inícios razoáveis de prava.

1) Anotacáo em CTPS;
11) Dedaracáo do sindicato rural;
111) Certidáo de nascimento dos filhos;
IV) Certidáo de casamento;

V) Título de eleitor;

VI) Certidáo de alistamento militar;

VII) Certificado militar;

VIII) Comprovante de matrícula escolar;

IX) Procuracáo:

X) Comprovante de participacáo nos programas estaduais ou municipais;

XI) Documento da Bolsa Família;

XII) Ficha de partkipacáo em cooperativa;

XIII) Comprovante de assisténcia ou acompanhamento de extensáo rural;

208
XIV) Ficha de crediário em estabelecimentos comerciais;

XV) Escritura pública de imóvel;

XVI) Recibo de pagamento de contribuicáo confederativa;

XVI 1) Processos judiciais ou administrativos;

XVIII) Registros em casas de saúde, clínicas, postos do SUS e hospitais;

XIX) Caderneta de vacinacáo:


XX) Título de propriedade de imóvel rural;
XXI) Recibos e Notas Fiscais de compra de insumos e implementos agrícolas;
XXII) Comprovante de empréstimo bancário;
XXIII) Ficha de inscricáo no Sindicato Rural;
XXIV) Contribuicáo social do Sindicato Rural;

XXV) Depósitos do FGTS;


XXVI) TVD ou NFLD emitidos pelo INSS;
XXVII) Publicacáo na imprensa;
XXVIII) Participacáo em feiras agrícolas ou pecuárias;
XXIX) Registro em associacóes de produtores rurais;

XXX) Carne de pagamento do INSS;


XXXI) Dedaracáo Anual de Produtor Rural;
XXXII) lnscricáo em Colonia de Pescadores;
XXXIII) Contrato de parceria;
XXXIV) Contrato de arrendamento;
XXXV) Contrato de comodato;

XXXVI) Contrato social de limitada;


XXXVII) Recibos de pagamento de salários;
XXXVIII) Holerites;

XXXIX) Ficha de lnscricáo de Empregador Rural e Dependentes;


XL) Cadastro específico do INSS;
XLI) Guia de Recolhimento do INSS;

209
XLII) Certidáo de matrícula do garimpeiro;

XLIII) Certificado de permissáo de lavra garimpeira;

XLIV) Comprovante do INCRA;

XLV) Bloco de notas fiscais;

XLVI) CAT emitidas;

XLVII) PPP e LTCAT;

XLVIII) Auto de lnfracáo:

XLIX) Ficha Registro de Empregados;

L) Multa de motorista ou de tratorista rural;

LI) Certidáo de casamento religioso;

Lll) Certidáo de batismo dos filhos;

LI 11) Certidáo de tutela ou curatela;

LIV) Ficha de cadastro eleitoral;

LV) Boletim escolar do trabalhador;

LVI) Registro em entidades religiosas;

LVII) Título de aforamento;

LVIII) Cópia do FIAC/DIAT;

LIX) Declaracáo de Imposto de Renda;

LX) Ficha de atendimento odontológico;

LXI) üeclaracáo de médico do trabalho.

O depoimento confessional da pessoa é urna forma sui generis de convencer


o INSS da filiacáo do trabalhador rural. Assemelha-se a
justificacáo administrativa
no sentido de que, requerida pelo interessado, é impulsionada pela autarquia
federal, que será ou nao persuadida do fato alegado pelo titular. A conclusáo final
do INSS é o documento que comprova ou náo o exercício da atividade que filia o
trabalhador ao RGPS.

210
CAPÍTULO XLII

SERVIDOR PÚBLICO

Dificilmente urna pessoa terá necessidade de provar que foi servidor; o


exercício dessa atividade para o Estado é formalista por excelencia.

a
Nao existe a figura do servidor de fato e, se dúvida houver quanto classifi-
cacáo de ser celetista ou estatutário impossível de ser desfeita, entender-se-á que
está protegido pela CLT, porque a condicáo de servidor é cercada de oficialismo.

A fruicáo da maior parte dos seus direitos pressupóe o exercício da atividade


anterior de servícos públicos prestados.

421. Servidor efetivo

Ser servidor é prestar servicos para o Estado, numa condicáo jurídica


formalizada e que reclama liturgia burocrática, capaz de deixar inúmeros registros
que demonstram a relacáo laboral para fins previdenciários.

Alguns documentos poderáo ser úteis para a dernonstracáo de urna ou outra


situacáo funcional:
1) Edital do concurso público;

11) Publicacáo do resultado do concurso público;

111) Prevas e títulos apresentados no concurso;

IV) Prova de deficiencia para adrnissáo dos 20º/o;


V) Carta de convocacáo:
VI) lnspecáo médica admissional;

VII) Resultado de exames médicos de licencas:

VIII) Portaría de nomeacáo:


IX) Ato solene de posse;

X) Assinatura no livro de posse;

XI) Procuracáo para a posse;

XII) Declaracáo de bens e valores apresentados;

211
XIII) Ato de desiqnacáo para o exercício da funcáo:
XIV) Emissáo de documento de identidade;

XV) lndicacáo para o exercício;

XVI) Rernocáo, cessáo. requisicáo. redistribukáo ou exercício provisório;

XVII) Exercício propriamente dito;

XVIII) Prornocáo. readaptacáo. reversáo. aproveitamento, reinteqracáo e


reconducáo:

XIX) Sindicáncia e inquérito;

XX) Percepcáo de benefícios;

XXI) Pedido de demissáo:

XXII) Ato de exoneracáo.

422. Portaría da nomeecso

Além de ser um documento formal escrito e arquivado na sede do ente


político, a nomeacáo do servidor é publicada em jornal de circulacáo no Município,
Estado, Distrito Federal ou Uniáo.

Pode ser individual ou coletiva, indicando a presenca do trabalhador público.

423. Posse no cargo

A posse é ato solene que ocorre perante autoridades, pessoas, urna cerim6nia
com assinatura no livro Termo de Posse. Algumas reparticóes costumam emitir um
documento sob esse título que é fornecido ao interessado.

424. Exercício da funfao

Dependendo da funcáo. o exercício do servico público costuma ser associado


a documentos escritos, que se prestaráo para a preva do trabalho do servidor:

1) Assentamento pessoal;

11) Folha de pagamento;


111) Dedaracáo de Rendimentos;

IV) Recadastramento periódico de pessoal;

V) Notícias em periódicos;

212
VI) Desiqnacáo para algum ato público;

VII) Concessáo de férias;


VIII) Concessáo de licenca-prérnio:
IX) Percepcáo de adicionais por tempo de servico. especiais, noturno e de
férias;
X) Admoestacóes escritas;
XI) Holerites;
XII) Norneacáo para cargo em comissáo:
XIII) Pagamento de diárias para viagens;
XIV) Autorizacáo para viagens no território nacional;
XV) Perrnissáo para viajar ao exterior;
XVI) Autorlzacáo para participacáo de congressos;
XVII) Diplomas ou certificados de condusáo de cursos representando o
governo;
XVIII) Publicacóes em que indicados acréscimos de tempo de servico:
XIX) Dedaracóes do Imposto de Renda;
XX) Filiacáo a sindicato ou associacáo de classe;
XXI) ucenca para tratamento de saúde;
XXII) ticencas de doenca em f amília, af astamento do c6njuge, servico militar,
atividade política, capacitacáo e interesse particular, desempenho de mandato
classista;
XXIII) Requerimentos administrativos;
XXIV) Acóes judiciais coletivas;
XXV) Afastamento para estudo ou missáo no exterior;
XXVI) Condkáo de sindicado, inquerido ou de sindicante;
XXVII) Depoimento em sindicáncia ou inquérito;
XXVIII) Autos lavrados;
XXIX) Perícias, inspecóes e diligencias realizadas;
XXX) Despachos exarados em processos;
XXXI) Pareceres publicados no Diário Oficial;

XXXII) Artigos, livros e publicacóes diversas;

XXXIII) Entrega de títulos, medalhas ou condecoracóes.

213
425. Tempo de servico

A melhor prova do tempo de servico é a Certidáo de Tempo de Contribuicáo


(CTC), que já foi CTS. No RGPS, a ela corresponde um tempo de filiacáo declarado
pelo INSS e no RPPS, um tempo de trabalho ao ente político. A averbacáo, se
promovida no assentamento pessoal do trabalhador, também é útil.

426. Cargo em comissño

A norneacáo para ocupar cargo em cornissáo é ato público solene no seio


da adrninistracáo e presta-se para a prova do tempo de servico, normalmente
publicada a admissáo em órqáo de divulqacáo próprio da adrninistracáo.

427. Cargo em disponibilidade

A disponibilidade é ato formal e complexo da Adrninistracáo Pública, admitida


em condicóes particulares, correspondendo a um ato escrito.

428. Atividade insalubre

Todos os itens da atividade insalubre e do levantamento ambiental prestam


inforrnacóes sobre os meios de prova relativos ao exercício de atividade especial
no servico público, mas talvez o mais indicativo seja o adicional de insalubridade,
o mais forte.

429. Fruicéo de benefícios

A licenca para tratamento de saúde, com início e fim autorizados após exame
pericial, é precedida de requerimento, perícias e autorizacóes escritas publicadas
ou nao.

430. Direito adquirido

O servidor que preencheu os requisrtos legais necessanos para a fruicao


de um benefício previdenciário, em particular a aposentadoria por tempo de
contribuicáo, atendendo ao art. 40 da Constituicáo Federal e as alteracóes havidas
com as ECs ns. 19/98, 20/98, 41 /03 e 47 /05, regula mentadas pelas Leis ns.
9.717/98 e 10.887/04 e ON SPS n. 1/07, temo direito adquirido.

Nesse caso, declarados presentes esses pressupostos por dedaracáo do


órqáo público ou feita a prova com elementos aqui indicados, qualquer que seja o
ato que venha a praticar contra a adrninistracáo ou nao a partir dessa data base,
faz jus a prestacáo.

214
CAPÍTULO XLIII

CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO

Assente inequivocamente que fazer a prava do alegado no ámbito


administrativo é um direito constitucional (CF, art. 52, LV) e legal, ela encontra
magnífica ressonáncia no contencioso desenvolvido internamente na Adrninistracáo
Pública e alguma identidade comas regras do Poder Judiciário no campo probatório.

Com particularidade de que, independente da Súmula STJ n. 7, ela será


produzida a destempo, em razáo do princípio da busca da verdade material que
inspira esse procedimento. Mas evidentemente que, nesses casos, recorrendo-se
sempre e também ao princípio do contraditório (a parte contrária tem de ser ouvida).
De certa forma, historicamente tem havido urna inversáo do 6nus de prava, o
a
INSS exigindo que o interessado demonstre o que autarquia caberia fazer.

431. Pressuposto lógico

Para se iniciar a litigiosidade intramuros, carece o inconformado ser cientificado


da impropriedade alegada, mediante exigencia, autuacáo ou notificacáo. Ou seja,
tomar conhecimento nos autos ou receber intimacáo do ato coator pelos correios.

Esse dever é do ente governamental atuante, a ser evidenciado com recibo


de entrega, que será confirrnacáo da ciencia.

Recomenda-se sempre que as peticóes iniciais facam mencáo a esses atos


administrativos, máxime os de ordem fiscal e, se foro caso, juntadas as reproducóes
de todos os documentos.

A Lei n. 9. 784/99 será mencionada repetidamente porque disciplina o


procedimento administrativo e ali se encontram as regras normativas sobre a prova.

O conhecimento do FAP ou do NTEP via internet será objeto de discussóes


futuras, pois nem todos os contribuintes tém esse recurso.

432. Observancia da tempestividade

O cumprimento do prazo para a Defesa Prévia ou o Recurso de Apelacáo se


faz com o protocolo do INSS (que, por sinal, é parte contrária e impulsionadora
do feito).

215
Por qualquer motivo, se isso far recusado, restando impossível (por exemplo,
por causa de greve), o defendente ou apelante buscará outros meios disponíveis,
como protocolar em órqáo distinto e até mesmo na Delegada de Polícia (solicitando
um BO que disponha sobre a impossibilidade).

Em virtude de o prazo para a apresentacáo da inconformidade contar-se do


recebimento da notificacáo, se far o caso, comprovará que nao houve a entrega
pessoal do documento na data entendida como tal.

433. licitude do convencimento

As pravas obtidas ilicitamente sao ditas inadmissíveis no processo


administrativo, reza o art. 30 da Lei n. 9.784/99, ín casu sem haver mencáo a
prava ilícita (que nao se identifica com a primeira).

Nao se deve confundir prava ilícita, que pode ser boa, com prava ilicitamente
obtida. Se um beneficiário consegue um laudo técnico legítimo e veraz favorável a
sua pretensáo por meios escusas, deverá responder penalmente pela ilicitude, mas
a prava será respeitável.

434. Obriga~ao de provar

Disciplinando encargo, tido como igual para as duas partes, diz o art. 36 da
Lei n. 9.784/99 que "cabe ao interessado a prava dos fatos que tenha alegado,
sem prejuízo do dever atribuído ao órqáo competente para a ínstrucáo ... ",

Quer dizer, se a RFB pretender um crédito previdenciário, terá de demonstrar


a sua existencia comos meios próprios da Notificacáo Fiscal (contando, até mesmo,
com algumas presuncóes administrativas a seu favor).

Quando a confirrnacáo da assertiva do contribuinte ou beneficiário fizer parte


dos registros da Administracáo Pública, este ente instrutor assume o dever de buscar
os documentos e as cópias devidas (art. 30 da Lei n. 9.784/99). Evidentemente,
o interessado precisará convencer o impulsionador do feito da existencia dessa
inforrnacáo e da sua importancia para o deslinde do dissídio.

435. Garantía de instancia

A garantia de instancia, enquanto foi exigida e atendida, era demonstrada


com a GPS de que houvera o recolhimento dos 30°/o de algum valor, ou com o
arrolamento dos bens ou a juntada da carta de fianca bancária.

Se o contribuinte obteve liminar dispensando-o provisoriamente dessa


garantia, f ará a pro va com cópia da sentenca e mencáo dos dados do processo.

216
A partir do momento em que o STF pos fim a essa exigencia, a prova tornou-
-se desnecessária.

436. Diligencia ou pericia

A diligencia ou perícia, requerida pelo interessado ou nao, tem o poder de


convencimento perante o INSS.

Por vezes isso se faz necessário porque o titular do direito nao tem como
fornecer os elementos comprobatórios, impondo-se visita fiscal ou pesquisa in
loco, que semente a autoridade tem o poder de promover.
O encargo do alegante é somente de informar onde estáo as provas ou em
que circunstancias elas sao produzidas.

437. Persueséo em andamento

Diz o art. 38 da Lei n. 9.784/99 que o interessado poderá, na fase instrutora


e antes da tomada da decisáo, juntar documentos e pareceres, requerer perícias
referentes a matéria objeto do processo.

Essas prevas, colhidas durante o andamento do procedimento, devem ser consi-


deradas na motivacáo do relatório e da decisáo (art. 38, § 12), sob pena de anulá-las.

Urna prova frequentemente utilizada, que retorca as raz6es antes apresenta-


das, é a juntada de memorial com parecer de doutrinador.

438. Sustentecéo oral

A defesa verbalizada, com depoimento ou nao do beneficiário, na Junta de


Recursos ou na CAj do CRPS é magnífico meio de prova. Muitas vezes, apresenta-
-se a oportunidade da confissáo.

Nesse momento solene, nao só as razóes do procurador do interessado


como as próprias deveráo ser consideradas, cenário que admite um verdadeiro
interrogatório que elucida muitos fa tos.

439. tntimecño da producéo

As duas partes, principalmente o órqáo gestor, deveráo ser intimadas da


producáo de provas externas (art. 41 ).

O contribuinte ou o beneficiário tem o direito de se fazer acompanhar quando


de inspecáo feita em empresa ou outro sitio, para que possa contradizer, se for o
caso, os elementos ali colhidos.

217
440. Provas recusadas

As provas impertinentes, desnecessárias ou protelatórias, seráo recusadas,


assevera o art. 38, § 22, sem explicar quais seriam elas, ainda que essa avaliacáo
deva vir acompanhada de fundamentacáo.

Prova impertinente é a que declaradamente nada tem a ver com o tema


discutido nos autos e per se impóe do interessado urna explicacáo para a sua
juntada.

O convencimento é desnecessário se onera o procedimento; é um bis in ídem,


confirmando o que está demonstrado; de certa forma esse "chover no molhado"
tem outros objetivos.

Dernonstracáo protelatória reduz-se a entravar o andamento dos autos,


especialmente quando dificultar os meios de obtencáo. presumidamente perecida
e de difícil producáo.

218
CAPÍTULO XLIV

JUSTIFICA<;ÁO ADMINISTRATIVA

Previamente, por ocasiáo da instrucáo de um benefício ou quando de urna


inconformidade administrativa ou judicial, assegurado ao titular de um direito
é

ainda nao reconhecido tentar ve-lo admitido pela Administracáo Pública.

Desde o Decreto n. 20.465/31 há a justificacáo judicial (art. 28, parágrafo


único) como meio evidenciador da presenca do tempo de servico. Sob o nome de
justificacáo avulsa ela compareceu no IAPC (ou IAPETC) (art. 196 do Decreto n.
5.493/40). O Decreto n. 2.410/40 estendeu-a a todos os IAPs.

O Decreto n. 32.667 /53 admitiu a prova administrativa e judicial. Com as


Portarías MTPS ns. 3.626/70 e 3.286/73, a matéria foi regulamentada intramuros.
O art. 32, § 32, da LOPS, bem como o art. 60 do RGPS, admitiu a Justificacáo
a
Administrativa (JA), pela primeira vez aludindo ao início razoável e prova material,
a
mencóes destinadas polémica no futuro.

441. Conceito doutrinário

Justificacáoadministrativa instituto técnico procedimental aproximado dos


é

elementos adjetivos do processo civil e do Direito Administrativo, cujo objetivo


é convencer o INSS ou RFB da ocorréncia de certo fato (e outras instituicóes da
Adrninistracáo Pública).

Assegurado por leí (PBPS, art. 108) e pelo seu regula mento (RPS, art. 143),
constituí-se em direito subjetivo de todas as pessoas que desejam demonstrar algo
do qual nao possuam o meio de prova satisfatório ou ela é insuficiente para os fins
a que se destina.

Ela dispensa, por definicáo, a prova plena. Nao pode pressupor documento
tao evidente como o registro da relacáo de emprego na CTPS. Situa-se no plano da
razoabilidade do exigido de quem nao tem a anotacáo completa. A dernonstracáo
posiciona-se a meio caminho da prova robusta e o do vazio probatório. Tem sido
tratada pelas normas previdenciárias como urna concessáo do órqáo gestor, o que
é equívoco normativo e cultural; ela evita as justificacóes judiciais na Justica do
Trabalho e na Justica Federal.

Para o Escritório Medeiros, objetiva "proporcionar aos segurados e bene-


ficiários do sistema oportunidade para se provar certos fatos ou determinadas

219
circunstancias, sempre de interesse previdenciário, quando nao há outra forma de
comprová-los. Ela é processada perante a própria previdéncia, sem 6nus para o
interessado, com a vantagem de economia de tempo. Serve, de um modo geral,
para suprir a falta ou a insuficiencia de documento que evidencia tempo de servico
prestado, dependencia económica do instituidor do benefício em relacáo ao bene-
ficiário, identidad e e relacáo de parentesco. Nao será admitida quando o fato que
se pretende comprovar exigir registro público de casamento, idade ou de óbito" (A
justifica~ao judicial e a justifica~ao administrativa na Previdéncie Social. Disponível
no site Advocacia Medeiros Advogados).

442. Fontes formais

Toma-se o art. 52, LV, da Carta Magna como fonte constitucional, embora
nao haja nesse dispositivo alusáo expressa. A fonte legal inicial é o art. 55 do
PBPS, mas com a generalidade do instituto técnico, o que importa é o seu art.
108: "Mediante justificacáo processada perante a Previdéncia Social, observado
o disposto no § 32 do art. 55 e na forma estabelecida no Regulamento, poderá
ser suprida a falta de documento ou provado ato do interesse de beneficiário ou
empresa, salvo no que se refere a registro público" (grifo nosso).

Esse preceito apresenta tres impropriedades: a) ter criado urna faculdade


para o INSS, quando deveria ser um dever; b) menciona empresa em vez de dizer
contribuinte (porque, se assim fosse, incluiria as pessoas físicas); e c) restringe o
instrumento e impede que seja utilizado para eventos publicamente sujeitos a
registros.

Combinado com o art. 55, § 32, resulta evidente urna afirrnacáo polémica
bastante acolhida pelo Poder Judiciário Federal (mas contestada por muitos
estudiosos): a exigencia do início razoável de prova material.

Postado indevidamente no Livro 11 do RGPS, quando deveria estar no Uvro


V - Da Orqanizacáo da Seguridade Social, ou até no Livro VI - Das Disposicóes
Gerais, em razáo de sua generalidade, disp6em os arts. 142/151 do RPS sobre o
assunto. Por último, os procedimentos mais comezinhos estáo previstos nos arts.
372/389 da IN INSS n. 11/06.

443. Natureza jurídica

A JA é meio administrativo de prova de fa tos da vida profissional ou nao, que


a
interessam aos beneficiários ou contribuintes e Previdéncia Social. Em f ace dessa
natureza, submete-se a urna decisáo superior e distinta do Poder Judiciário. Faz
parte do contencioso administrativo, reduzindo-se a condicáo de procedimento
interno comandado pela autarquía federal de largo emprego e caracterizando-se
pela simplicidade de atuacáo dos processantes.

220
444. Eficácia e alcance

Em virtude de equivocada disposicáo legal, como deveria ser a JA, ela nao
alcance todas as pessoas interessadas nem toda a relacáo jurídica previdenciária.
Basicamente, diz respeito aos beneficiários (segurados e dependentes) e as
empresas, essa última expressáo a ser tomada no sentido mais amplo que comporta
o art. 15 do PCSS.

445. Modus operandi

Tratando-se de um procedimento intramuros, inteiramente comandado pela


adrninistracáo, a JA perfilha conduta tradicional:
1) Requerimento da JA - De posse do início razoável de prova (como é
exemplo o exame documentoscópico acompanhado de análise grafotécnica),
servindo-se ou nao de modelo proprio fornecido pela autarquía, o interessado
protocolará requerimento formal, em que se referirá as provas de que dispuser e
ao rol das testemunhas (preferivelmente de colegas de servico da época dos fa tos
probandos);

11) Ciencia ao interessado - O requerente será comunicado da hora e do local


em que sucederá a JA;

111) Processante - Escolhido o servidor que a processará, ele lavrará Ata


de Assentada, que registrará presenca do justificante ou seu procurador e das
testemunhas;

IV) Advertencia aos depoentes - Promoverá em voz alta com relacáo ao art.
299 do Código Penal;

V) Leitura do requerimento - Segue-se a leitura do requerimento do


justificante;

VI) Oitiva dos depoentes - Urna a urna e separadamente, as testemunhas


que constaráo de Termo de Depoimento, por elas assinado;

VII) Acareacáo - Quando julgar conveniente, o processante indagará e ouvirá


depoimentos em acareacáo:

VIII) Perguntas do justificante - O justificante, pelo processante, poderá


formular indaqacóes aos depoentes;

IX) Homoloqacáo - Em seguida, o processante homologará as conclus6es a


a
que chegou quanto matéria probanda;

X) Requisicáo de diligencia - Quando a JA foi requisitada pela Junta de


Recursos, o seu resultado retornará para julgamento.

221
446. Recurso de inconformidade

Entende-se nao caber recurso da JA, estando esse procedimento entranhado


no pedido de benefício; sobrevindo negativa quanto a
matéria justificada, a
inconformidade é possível (PBPS, art. 126).

447. Rol de testemunhas

As pessoas que estáo autorizadas a depor numa JA sao aquelas que podem
testemunhar, conceito que provém do Código Civil e Processual Civil. A IN INSS n.
11/06 relata algumas pessoas que estáo impedidas:

1) Os loucos de modo geral;

11) Quem nao puder discernir sobre os fatos;


111) O menor de 16 anos;
IV) O cego e o surdo;

V) O c6njuge;

VI) Os parentes colaterais;

VII) A parte interessada;

VIII) O tutor ou o curador.

Exceto em relacáo ao justificante aquelas que nao podem exprimir o seu


pensamento, as restricóes representam anacronismo da procedimentalística. Nada
impede que o justificante cuca esses impedidos e do depoimento tire as suas
conclus6es.

448. Momento da produ<;ao

Saliente a
lei (a quem deveria decidir sobre matéria tao importante), diz o
art. 142, § 22, do RPS que é "vedada sua tramitacáo na condicáo de processo
autónomo". Com isso. o art. 372 da IN INSS n. 11/06 determinou que a JA "nao
poderá ser processada isoladamente, devendo ser decorrente de processo de
benefício, de CTC ou de atualizacáo de dados do CNIS e realizada sem ónus para
o interessado, nos termos desta IN".

Adisposicáo nitidamente limitativa, ilegal e, porconseguinte, inconstitucional.


é

Como todos os meios de prova sao admitidos em Direito, a prova terá de ser
produzida quando possível e nao, necessariamente, por ocasiáo da instrucáo do
pedido do benefício (porque, entáo. poderá ter perecido).

222
449. lnício de prova

Tanto quanto a justificacáo judicial, a JA reclama um comeco de convencí-


mento. Trata-se deterrninacáo legal polémica. bastante discutida e acolhida ou
nao pela Justica Federal. Realmente, como importa o depoimento testemunhal
sem essa prévia indicacáo do fato, o procedimento poderia se prestar para fraudes
infindáveis.

450. Poder de discricéo

Sem embargo de a JA ser um direito subjetivo das pessoas para isso autorizadas
a
pela leí e o procedimento observar os ca nones constitucíonais e processuais risca,
perfilhando os princípios de Direito Administrativo compatíveis, tal qual a sentenca
do magistrado, a decisáo é do INSS que, subjetivamente, concluirá ou nao pela
confirrnacáo do fato alegado. Restam ao justificante os recursos disponíveis, e um
a
deles submeter as mesmas prevas Justica Federal.
é

223
CAPÍTULO XLV

JUSTIFICA<;ÁO JUDICIAL

Justificacáojudicial é um meio de prova. Algo semelhante a justificacáo


administrativa, particularizado pelo fato de ter o caráter judiciário e nao ser
impulsionada pelo INSS, que, in cesu, é parte.

Quando desacompanhada de início razoável de prova material, costuma


ser contestada pela autarquia federal, fato que é objeto de grandes debates
doutrinários.

451. Direito do Trabalho

Reclarnacóes trabalhistas acolhidas pela rustica do Trabalho nao costumam


ter o INSS como parte, autor ou réu. Se a intencáo do trabalhador é demonstrar
a existencia de urna relacáo laboral que se traduza em filiacáo e, por conseguinte,
em tempo de servico. o correto é mové-Ia tendo a autarquia gestora da previdéncia
social como a ré e nao o empregador.

Quando acompanhada de início razoável de prova material, a decisáo da


justica trabalhista pode ser reconhecida pelo INSS. Na verdade, o que convalida o
pedido nao é o ente julgador, o qual nao constituí direito, que apenas o declara,
e, sim, as provas arraladas.

Conforme o art. 144 do RPS: "A homoloqacáo da justificacáo judicial


processada com base em prova exclusivamente testemunhal dispensa a justificacáo
administrativa, se complementada com início razoável de prova material".

Quer dizer, o INSS terá de aceitar a decisáo judicial que se baseou tao
semente em depoimento testemunhal caso o interessado, posteriormente, arrole
início razoável de prova material mediante justificacáo administrativa.

O Ministério Público de Sao Paulo, pelos procuradores José Leónidas Bellen


de Lima e Ana Paula Andrade Borges de Faria, comentou a validade da prova do
tempo de servico feíta na Justica do Trabalho (Parecer datado de 23.5.94, in RPS
n. 187 /536).
Um acordo trabalhista (intentado com objetivo previdenciário ou nao) é um
tipo de contrato judiciário que produz efeitos na previdéncia social, gerando outros
conflitos. Por mera conveniencia administrativa, o INSS nao verifica a autenticidade

224
do acordado, mas poderia fazer a prava contrária (dificultada, pois os elementos
estáo na posse da empresa).
Quando o INSS nao abriga a decísáo trabalhista sobre matéria previdenciária,
resta ao interessado socorrer-se da Justica Federal, que avaliará a decisáo ali
a
tomada e principalmente com vistas existencia de prova material.

452. Iustice Estadual

Caso a matéria envolva acidente do trabalho, a justica competente é a


estadual, e a existencia da relacáo jurídica previdenciária é ali discutida.

Acóes visando ao direito de família ocorrem na Justica Civil. A prava da


existencia da dependencia económica do ex-c6njuge ou do companheiro é a
sentenca condenatória na acáo de separacáo de casais.

453. Iustice Federal

Petic;oes visando ao reconhecimento da filiacáo ou tempo de servko. ou a


outras questóes relacionadas com o Direito Previdenciário, devem ter por sede a
Justica Federal (em que o INSS necessariamente parte).
é

O juiz federal pode ser levado ao convencimento da relacáo jurídica


previdenciária mesmo apenas ouvindo testemunhas e sem início de prava material,
a
no máximo sujeitando-se a decisáo acáo rescisória.

Se o INSS nao aceitou a pretensáo deduzida na justificacáo administrativa, o


beneficiário poderá discutí-la na rustica Federal.

454. Pericia judicial

A perícia judicial é um tipo de perícia e urna modalidade de prova, ambas


com caráter judicial porque realizadas no domínio da justica. Ambas procedidas
por perito, um profissional habilitado para realizá-la, de carreira ou da iniciativa
privada, um auxiliar da justica compromissado e designado pelo magistrado para
aquele encargo. Sempre pessoa de confianca de quemo indica.
Mesmo se beneficiado pela torca do convencimento processual, quando
pessoalmente o julgador nao tem condicóes de avaliar urna cornprovacáo que lhe
foi apresentada ou alegada, ele suscita a presenca da perícia judicial para que seja
verificado algum fato de interesse do autor da justificacáo judicial.

Assim age várias vezes, para apreciar a prova por este apresentada em
juízo, outras vezes para fazer a contraprova. O certo é que esse exame é, ainda,
submetido a autoridade julgadora que, no comum dos casos, principalmente

225
quando técnica a verificacáo necessária, decidirá conforme as conclusóes do perito
judicial. Mas igualmente importante a opiniáo desse expert nas suas condusóes.
é

O confronto do resultado de perícias médicas em relacáo a incapacidade para


o trabalho pode ser discutido na Justica Federal.

455. For~a maior

Ouestáo delicada e pouco desenvolvi.da em matéria de Direito Previdenciário


Procedimental diz respeito a torca maior, ou seja, o tratamento que deva ser dado
a prova perdida que, de impossível, se torna possível.

lsso se dá principalmente quando de incendios, inundacóes, desmoronamento,


enfim, destruicáo dos documentos por sinistros naturais ou provocados (RPS, art.
143, § 22).

Nesse caso, acompanhada do registro de ocorréncia designada como policial,


originária da Defesa Civil, Delegacia de Polícia, Corpo de Bombeiros ou outra
autoridade e principalmente de notícias da imprensa, elas devem ser consideradas
por quem tiver de apreciá·las.

Evidentemente, tal notitia criminis deve, no mínimo, apontar a:

1) ldentificacáo da empresa;

11) Enderece:
111) Setores atingidos;

IV) Descricáo dos documentos destruídos;

V) Danos causados;

VI) Nome dos suspeitos (no caso de sinistro criminoso).

Cabe, in casu, o in dubio pro misero e o princípio da boa-fé, ou seja,


acolhimento das dedaracóes de quem alega.

456. Inicio razoável

A existencia ou nao do início de prova material (as vezes referido como


comeco razoável), com essa restricáo de ser material e elidindo outras provas
possíveis que nao sao muitas, é a questáo mais polémica em matéria de prava no
Direito Previdenciário.

Diante do texto legal, que o exige, o depoimento exclusivamente testemunhal


é desconsiderado, desdenhando-se o poder de convencimento do magistrado e,

226
em muitíssimos casos, nao se acolhendo a decisáo da Justica do Trabalho. Sede em
que, historicamente, o melhor meio de prava é o depoimento testemunhal de
colegas de servico ...
Pelo menos duas escalas doutrinárias se formaram: a) sem o início de prava,
material ou nao, é imprestável a preva feita para a previdéncia social; e b) se o
depoimento testemunhal é bom e o juiz se convence, máxime em srtuacóes em
que a prava material é difícil para o beneficiário, ela é aceita.
Há, aí, um confronto entre o poder do livre convencimento do Juiz e a presuncáo
legal de que os beneficiários ou fogem a verdade ou nao tem prava do alegado.

Diante de um conjunto probatório deve prevalecer a inteleccáo do magis-


trado, que sopesará as circunstancias do ambiente laboral, mas, se ausentes tais
indicacóes, ele deve lembrar que os trabalhadores nao tém acesso as pravas, qua-
se sempre trabalhistas. que ficam distantes dele.
A inverdade em matéria de atividades insalubres levou o MPS a rever toda
a disciplina da aposentadoria especial, mas até hoje (2015) os documentos nao
refletem a realidade dos fa tos, até porque impossível de ser retratada quando de
sua ernissáo.

457. Registro público

Mesmo processada a justificacáo no ámbito exclusivamente administrativo,


contraria a Carta Magna in fine do art. 108 do PBPS, quando a veda em relacáo a
registro público (RPS, art. 142, § 112).

Se nao existe registro de casamento, de idade ou de óbito a disposicáo do


justificante, ele pode promover a comprovacáo do fato mediante acáo judicial.

458. Prova emprestada

Nao é estranha a justificacáo judicial a preva emprestada, definida por


Adalberto José Q. T. (amargo Aranha como "a produzida num processo e para
nele gerar seus efeitos e depois transportada por um meio gráfico de reproducáo
para um outro, visando a surtir seus efeitos no feíto que lhe era originariamente
estranho" (Da prava no processo penal. 2. ed. Sao Paulo: Saraiva, 1987. p. 188).

Com efeito, é um meio de prova produzida tora dos autos, em outro processo
(nao importando a natureza deste, as vezes, urna redamacáo trabalhista, urna
separacáo judicial, urna cobranca executiva de débito).
A prova emprestada só tem eficácia própria quando produzida entre as
mesmas partes. Se o INSS nao foi arralado no processo que originou a preva, ele
tem o direito de contestar aquela condusáo,

227
Essa prava emprestada pode ser judicial ou administrativa, senda bastante
comum a rustica Federal exigir a juntada dos autos do processo de benefício para
decidir sobre o dissídio entre o beneficiário e o INSS.

459. Depoimento testemunhal

Além de serem admitidas quaisquer pravas, quaisquer pessoas podem depor,


exceto:

1) Loucos de todo o genero;

11) Quem nao tem condicóes de expressar a sua opiniáo:


111) Menores de 16 anos;

IV) Cegos e surdas, quando o fato depender dos sentidos;

V) C6njuges, bem como os ascendentes e os descendentes em qualquer grau;

VI) Parentes colaterais, até terceiro grau;

VII) lntervenientes (tutor, curador ou procurador);

VIII) Partes interessadas.

Essas deterrninacóes legais tém de ser apreciadas com cautela, porque os


quatro primeiros podem ser ouvidos com as reservas necessárias e, as vezes, sao
melhores depoentes. Os quatro seguintes também, considerando-se o interesse que
térn. A oitiva do interessado é importantíssima na análise do livre convencimento;
dela o julgador pode aferir conclus6es interessantíssimas.

460. Independencia de processo

Diz o art. 142, § 22, do RPS que a justificacáo administrativa "de processo
antecedente, vedada sua trarnitacáo na condicáo de processo autónomo", é
ordem para a adrninistracáo (mas nao para o administrado, que é abrigado a
tentar guardar as pravas até o momento de requerer o benefício).

Se isso é válido na administracáo, nao o será na justica. de vez que o processo


da justificacáo judicial pode ser medida cautelar, declaratória, independente de
qualquer outra acáo.

228
CAPÍTULO XLVI

SITUA<;ÓES PARTICULARES

No universo da previdéncia social subsistem situacóes comuns, incomuns,


excepcionais e raras. Quando necessário avultá-las, cada urna delas reclama um
tipo diferenciado de evidencia. Algumas pessoas nao podem ser registradas: sua
torrnalizacáo é vedada e implicaria sancóes. Outras tém enormes dificuldades de
conseguir a anotacáo do vínculo empregatício na CTPS.

O computo do tempo, seja ele de servico. de contribuicáo ou outros mais


abrigados no conceito genérico de tempo de filiacáo, é significativo na definicáo
da pretensáo as prestacóes previdenciárias no que diz respeito aos seus tres
pressupostos básicos legais: a) qualidade de segurado; b) período de carencia; e
c) evento determinante (in casu, para a aposentadoria por tempo de contribuicáo
e especial).
Sua duracáo importa também para o cálculo do valor da renda mensal inicial
(ela determina o coeficiente aplicado ao salário de benefício).

Relevando-se o convencimento do período em questáo. ab initio, além do


fictício, destaca-se a diferenca entre os conceitos de tempo de filiacáo (genero),
tempo de servico. tempo de contribuicáo e tempo de professor (espécies).

461. Exercício de fato

Exercício de fato é haver trabalho remunerado que filiaria o obreiro ao RGPS e


o filia desde que ele convence o INSS de que prestou os servicos correspondentes.
Cada urna das categorias de segurados obrigatórios admite essa modalidade de
informalidade, embora incomum quando se trata do servidor.

Destarte, proliferam empresários de fato, da mesma forma como os autó-


nomos informais, poucos eclesiásticos nao diplomados, ou seja, pessoas sem a
comprovacáo habitual do vínculo jurídico.

Rábulas nao sao advogados, mas costumam f azer servicos com conotacáo
jurídica; farmacéuticos e enfermeiros as vezes praticam pequenos procedimentos
de medicina; mestres de obras e até pedreiros substituem engenheiros em servicos
de alvenaria de pouca monta.

Para a previdéncia social o que interessa é a atividade remunerada e a prava


disso, restando o controle do exercício profissional para os órqáos classistas.

229
Quem demonstrar que praticou a medicina sem o diploma de médico, portanto
sujeito a toda sorte de sancóes jurídicas e penais, filiou-se ao RGPS e, se contribuiu
regularmente, f ará jus as prestacóes previdenciárias.

462. Atividades ilícitas

O exercício de atividades ilícitas sempre provocou celeumas no Direito, mais


ainda no Direito Previdenciário, variando a sua aceitacáo consoante o nível da
ilicitude e o momento da história. Até hoje o jogo do bicho é considerado urna
contravencáo penal e, no entanto, ele é praticado abertamente.
De longa data, a Previdéncia Social acolhia contribuicóes de prostitutas,
eufemisticamente designadas como bailarinas (Resolucáo CD/DNPS n. 120/72).

463. Tempo de embarcado

Os dias e meses de embarcado é o tempo de servico realizado em ernbarcacóes


marítimas, lacustres ou fluviais, consideradas até 5.5.99, a razáo de 225 dias
valencia 360, em navios mercantes nacionais, nao valencia os servicos de travessia
(art. 114 da IN INSS n. 11/06).
O fato é demonstrado com registro em CTPS, declaracóes do armador, etc.

464. ticence-prémio

l.icenca-prémio nao gozada é tempo ficticio, conquista a ser evidenciada com


os períodos de trabalho anteriores e posteriores e a previsáo legal.

465. Tempo em litígio

Em muitíssimos casos, a atividade laboral capaz de determinar a filiacáo


obrigatória ao RGPS foi, é ou está senda discutida no Poder Judiciário. Geralmente
esses dissídios demandam anos para serem solucionados, e em certas circunstancias
só se resolvem no STF (sic).

A prava do trabalho, quando admitida na justica, é o próprio processo e os


seus elementos de instrucáo.

466. Trabalho voluntário

Hoje em dia, o trabalho voluntário, especialmente de aposentados, é urna


atividade em franca expansáo. Em virtude da inexistencia de remuneracáo. esse

230
estorco pessoal nem sempre é reconhecido pela sociedade, mas deveria admitir a
filiacáo em caráter facultativo.

467. Tempo náo provável

Existem períodos de trabalho exercitados pelas pessoas que jamais seráo


demonstrados em virtude da impossibilidade de reunir os elementos convincentes.
Entremeados com outros períodos nao questionados, se nao causarem prejuízos
aos equilíbrios atuarial e financeiro do RGPS, deveria haver disciplina para o
pagamento dessas contribuicóes.

468. Filiecéo facultativa

Os períodos de atividade remunerada ou nao que f aziam do trabalhador um


segurado obrigatório podem ser aproveitados desde que sobrevenha a indenizacáo
do INSS (Leis ns. 7.175/83 e 9.032/95).

469. Menor de idade

Quando o menor de idade trabalhou, certamente o fez na informalidade,


sem qualquer registro. Normalmente com muitas dificuldades para evidenciar o
exercício, exceto se houve acidente do trabalho ou alguma circunstancia especial.
Pensando em ter reconhecido esse tempo de servico. com os óbices inerentes, a
a
prova é igual dos demais trabalhadores.

470. Trabalho presumido

De regra, a leqislacáo nao preve a presuncáo do trabalho; ele sempre tem


de ser provado. Mas existem cenários laborais que admitiriam a filiacáo, sem que
fossem exigidas as demonstracóes, exatamente porque pela própria natureza isso
nao é possível.

231
CAPÍTULO XLVII

PRINCIPAIS PROFISSÓES

As principais categorias de profissionais, entre as quais as dez mais


conhecidas. deixam mais sinais do exercício de sua atividade que as demais
ocupacóes regulamentadas. Sao, por assim dizer, sem desconsideracáo para com
as liberais (cerca de 30), aquelas com as quais os seres humanos se relacionam
frequentemente, tornando possível, tempos após o trabalho, fazer o convencimento
da filiacáo (de que trabalharam).
Em relacáo a cada urna dessas categorias, existe um órqáo controlador do
exercício profissional (ordem ou conselho), associacáo de especialistas, órqáos
sindicais e outras entidades que, de alguma forma, cooperam com o Estado na
fiscalizacáo da atividade. Praticamente todos estáo abrigados a se filiar a Prefeitura
Municipal, logo a inscricáo na municipalidade e o pagamento do ISS sao pravas ou
início de preva do exercício profissional. Térn, pois, pravas em comum:

1) Matrícula na Prefeitura Municipal;


11) Guias do ISS;
111) lnscricáo no órqáo de controle do exercício profissional;
IV) Teses de pós-qraduacáo publicadas ou nao (mestrado, doutorado, MBA
e livre-docéncia):

V) Notícias em jornais;

VI) Diploma universitário.

471. Advogados

Retorcando a ideia contida no art. 111 da Constituicáo Federal, de que sao


a
necessários justica. os advogados tém presenca mareante na sociedade:
1) Ficha de lnscricáo na OA;
11) Carteira de Advogado;
111) Recibo de pagamento da anuidade da OAB;
IV) lnscricáo em concursos públicos em que exigido o curso jurídico;
V) Certidáo cartorária - Documentos expedidos pelos cartórios judiciais
descrevendo feitos em andamento ou liquidados;

232
VI) Magistério jurídico;

VII) Notícia de desagravo da profissáo:

VIII) Entrevistas em periódicos;

IX) Publicidade em jornais;

X) Laudo técnico exarado em trabalhos de peritagem;

XI) Contratos assinados com os clientes;

XII) Lista de presenca de votacáo na OAB;

XIII) Procuracáo particular ou registrada em cartório;

XIV) Pareceres escritos, assinados e datados, de preferencia publicados em


revistas especializadas;

XV) Recortes de despachos publicados no Diário da Justica:

XVI) Colecáo de acórdáos dos tribunais;

XVII) Posse em cargo na OAB;

XVIII) Posse em sindicato profissional;

XIX) Processo relativamente ao comportamento ético, interno ou na Justica:

XX) Artigos em revistas especializadas;

XXI) Livros publicados;

XXII) Certificados de participacáo em eventos, seminários, jornadas, cursos,


encontros e congressos;

XXIII) Notícias em jornais sobre júri;

XXIV) Gravacóes de participacáo em júri;

XXV) Títulos honoríficos;

XXVI) lnscricáo na OABPrev;

XXVII) Cadastro na AASP;

XXVIII) lnscricáo no Instituto dos Advogados.

472. Engenheiros

De todas as categorias de engenheiros, a que mais se destaca socialmente e


suscita rastros de sua profissáo (Resolucáo CON FEA n. 218/73) é a dos engenheiros
CIVIS:

233
1) Registro no CREA;

11) Pagamento de anuidades no CREA;


111) Plantas aprovadas;
IV) Cadastro para licitacóes:

V) Placas ou foto de placas;


VI) Processo judiciário de indenizacáo por responsabilidade civil (perdas e
danos);

VII) Contrato de construcáo civil;

VIII) Notícias sobre obras;

IX) Notas fiscais de servicos prestados;

X) Teses apresentadas em congressos.


Ainda que suas profiss6es nao os confundam, os arquitetos trabalham
próximos dos engenheiros civis. De certa forma sua ocupacáo está ligada a
construcáo de obras. Por isso também assinam plantas, respondem tecnicamente
por cálculos, aparecem em placas, homenagens, álbuns, notícias, inauquracóes,
etc.

473. Médicos

Médicos sao profissionais que deixam muitos sinais de sua ocupacáo:


1) Certidóes de óbito;
11) Processo devido ao erro médico;
111) Prontuário dos clientes;
IV) Contrato de prestacáo de servicos:

V) Receitas de medicamentos controlados e arquivados no Servico de Controle


Profissional;

VI) Receitas de medicamentos comuns;

VII) Laudo pericial em perícia judicial;

VIII) Ficha de propagandista de laboratório;

IX) Atestado de afastamento do trabalho em empresa;

X) Participacáo em eventos;

XI) Cadastro de laboratórios;

234
XII) Participacáo em academias literárias;

XIII) Publicacóes em geral;

XIV) Teses de pós-qraduacáo:


XV) Artigas em revistas especializadas;

XVI) l.kenca para dirigir fora do rodízio de transito;

XVII) Depoimento no júri;

XVIII) Placas de homenagens;

XIX) Sites pessoais;


XX) Títulos honoríficos;

XXI) Aulas em faculdades;

XXII) Fichas de internacáo de pacientes;

XXIII) Recomendacáo de clínicas e hospitais;


XXIV) Ficha de perrnissáo para cirurgia;

XXV) Notícia de agradecimento de clientes.

O exercício da atividade de odontólogos guarda sernelhanca com a dos


médicos (ambos cuidam da saúde humana). Daí muitas das provas daqueles se
prestam também para estes.

Além daqueles registros próprios da medicina, o que particulariza os psicólogos


sao os prontuários médicos, o receituário especializado, a adrninistracáo de clínicas
especializadas, entrevistas e publicacóes.

Tanto quanto os médicos e odontólogos, os farmacéuticos tratam da saúde


das pessoas.

474. Economistas

Embora exercarn urna profissáo muito relevante nos días de hoje, ocupando
cargos importantes nos ministérios governamentais, os profissionais da economía
nao deixam tantos sinais como seria de esperar:

1) Títulos universitários;

11) Livros publicados;

111) Notícias nos jornais;

IV) Nomeacáo para cargos;

235
V) Magistério superior;

VI) Premios.

475. Contadores

Os contadores, contabilistas e técnicos em contabilidade sao profissionais


vinculados com a contabilidade, cuja maior expressáo externa do trabalho é a
escrituracáo de livros a partir de comprovantes de caixa. Por isso, por escreverem
muito e se envolverem com documentos, possuem muitos meios de prova de sua
atividade:

1) Balancetes mensais;
11) Balances anuais;

111) Escrituracáo:

IV) Livros contábeis;

V) Autorizacáo para abertura e encerramento de empresa;

VI) Documentos trabalhistas;

VII) Anotacáo na CTPS;


VIII) Preenchimento do Livro de Registro de Empregados;

IX) Preenchimento da Ficha Registro de Empregados;

X) Elaboracáo do quadro de horário;

XI) Preenchimento de guias de tributos;

XII) Recebimento de autuacóes:


XIII) Lavratura de termo de abertura de livros;

XIV) Cópia Autenticada de Registros Contábeis ( CARC);

XV) Procuracóes de clientes.

476. Químicos

A exemplo dos economistas, a profissáo de químico nao deixa muitos sinais


visíveis, exceto a responsabilidade profissional em laboratórios, presenca do seu
nome no rótulo dos remédios e das bulas. Por isso sao mais conhecidos por ocasiáo
de pesquisas, descobertas, campanhas e publicacóes.

236
477. Jornalistas

Como escrevem e térn os seus trabalhos divulgados em jornais, revistas e


outras publicacóes. os jornalistas nao tém dificuldades na prova do trabalho:

1) Diploma universitário;

11) Carteira da Associacáo Brasileira de lmprensa (ABI);

111) Pagamento do ISS;

IV) Artigos publicados;

V) Periódicos;

VI) Processos penais;

VII) Colaboracóes em jornais do interior;

VIII) Livros publicados;

IX) Programas de TV;

X) Notícias nos jornais;

XI) Anuidade do sindicato;

XII) Premios recebidos.

478. Escritores

Escritores, sejam jornalistas ou nao, sao autónomos e, se vivem profissional-


mente da pena, os seus escritos sao o que os notabilizam e tornam pública a sua
obra e com ela as provas:

1) Livros publicados;

11) Resultados de concursos;

111) Entrevistas;

IV) Artigas em jornais ou revistas;

V) Premios outorgados;

VI) Notícias de jornais;

VII) Assuncáo na academia de escritores;


VIII) Referencias em enciclopédias;

IX) Publicidade dos livros.

237
479. Médicos do trabalho

Os médicos do trabalho, os engenheiros de sequranca e, ainda, os


paramédicos e auxiliares desses profissionais habilitados atuam na área da higiene,
medicina e sequranca do trabalho, com grande destaque no que diz respeito a
leqislacáo trabalhista (Normas Regulamentadoras) e previdenciária (benefícios
por incapacidade e aposentadoria especial). Normalmente, ou assinam variados
documentos laborais ou sao mencionados nessas dedaracóes:

1) SB-40;
11) DISES SB 5235;
111) DSS 8030;

IV) DIRBEN 8030;

V) PPRA;

VI) PCMSO;

VII) SEMST;

VIII) CAT;

IX) Laudo técnico;

X) Perfil profissiográfico;

XI) LTCAT;

XII) PPP;

XIII) Perícias judiciais;

XIV) Mapeamento de riscos;

XV) Controle de sinistros;

XVI) Fichas de atendimento ambulatoria!;

XVII) Depoimento testemunhal em processos de acidente do trabalho;

XVIII) Cursos de especializacáo:

XIX) Certificados de participacáo em palestras de Aposentadoria Especial;

XX) Artigos publicados;

XXI) Livros técnicos;

XXII) Exames admissionais e demissionais;

XXIII) Exames sequenciais;

XXIV) Laudos ambientais.

238
480. Artistas

Os artistas, normalmente autónomos, constituem um grupo a parte dos


trabalhadores. Náo tem preocupacáo em guardar sinais do seu trabalho; quando
vendem urna obra, se esquecem de elaborar um recibo de pagamento, costumam
nao recolher os tributos inerentes a
profissáo. Por outro lado, sua vida
é muito
visível, cercados de grande publicidade, e nessa área é que encontraráo a maior
parte das provas do seu trabalho:

1) Contratos de qravacáo de discos;

11) Capas de CD;

111) Auto de Fiscelizacáo da ECAD;

IV) Notícias nos jornais;

V) Partkipacáo em filmes e TV;


VI) Nota Contratual (Portaria MTPS n. 1.096/64);

VII) Cartazes de publicidade dos shows;

VIII) Registro no departamento de Divisáo Pública;

IX) Registro na Censura Federal;

X) Programa de espetáculos;

XI) Quadros pintados;

XII) Vernissages;

XIII) Recibos de vendas;

XIV) Críticas em periódicos;

XV) Book;

XVI) Esculturas;

XVII) Exposicóes públicas;

XVIII) Premios;

XIX) Homenagens;

XX) Fotografías.

239
CAPÍTULO XLVIII

PROVAS EXAUSTIVAS

Alguns documentos comprovam a filiacáo dos segurados, os seus períodos de


trabalho e o valor da rernuneracáo e, per se, tém poder total de convencimento,
dispensando a justificacáo administrativa (JA).

Como CNIS e o desenvolvimento desse sistema cada vez mais informatizado,


o INSS disporá de cadastro de empresas e registros próprios, tornando despiciendo
ao segurado produzir tais intorrnacóes. Mas os períodos de trabalho anteriores as
fontes de acesso desse CNIS e outros cenários ainda impóem prava material a ser
feita pelo interessado. Até para serem confrontados com os registros oficiais.

De modo geral, as certidóes oficiais tém fé de ofício e nao podem ser


discutidas, de tal sorte que as certidóes de nascimento, de casamento ou de óbito
sao exaustivas em relacáo aos eventos determinantes que elas expressam.

Além das indicadas no PBPS ou no RPS e, especialmente na IN INSS n.


11/06, de modo geral, convém destacar quais as pravas que se beneficiam dessa
presuncao.

481. Papéis leboreis

As carteiras (Carteira Profissional, Carteira de Trabalho e Previdéncia Social,


Carteira de Saúde, a CP de menor quando registra o emprego e a Caderneta da Cia.
Paulista de Estrada de Ferro), sem rasuras, ilegibilidades ou falsidades materiais,
fornecem dados bastantes para convencer da existencia da relacáo empregatícia.
As vezes, apontam a íuncáo exercida e a remuneracáo percebida.

Urna Ficha de Registro de Empregados e o Livro de Registro de Empregados


térn de ser aceitas como suficientes.

Sequénciamensal de cartees de ponto, livros de ponto e fichas de ponto


externo, envelopes de pagamento, holerites em papel timbrado da empresa sao
documentos bons para a prova.

Cadastro de Adrnissáo e Dernissáo e a Declaracáo da Lei dos 2/3, Folhas de


Pagamento, Relacáo de Salários de Contribuicáo, Atestados de Af asta mento e
Salários e Recibos de Pagamento a Autónomo. apresentados sequencialmente,
sao elementos de conviccáo que merecem fé.

240
482. Contratos especiais

Em muitos casos, com ou sem CTPS formalizada, certos trabalhadores


celebram contratos individuais do trabalho com o empregador, ou entáo um
contrato de prestacáo de servicos de autónomo.

O contrato social de limitada nao é documento convincente, mas acompanhado


de pro labore registrado mensalmente na contabilidade e acompanhado dos
recolhimentos mensais faz prova aceitável.

483. Declarar;óesconfirmadas

Dedaracóes do empregador, se firmadas até 1957, sao válidas (art. 60 do


Decreto n. 48.959-A/60).

Após essa data, ainda que antigas, reduzem-se a inícios razoáveis de prova.

484. Prontuáriomédico

Os controles da empresa em matéria de higiene, medicina e seguranr;a


do trabalho, particularmente o prontuário médico com exames admissionais,
sequenciais e demissionais, atendimentos periódicos, sao evidencias claríssimas da
prestacáo de servko por parte do empregado, mais ainda se corroborados pelos
documentos próprios da aposentadoria especial (SB-40, DISES SB 5235, DSS 8030,
DIRBEN 8030, perfil profissiográfico, laudo técnico, PPP, LTCAT).

485. Fundo de garantía

O recolhimento mensal do FGTS desde 12.1.67 é certeza convincente da


existencia do contrato de trabalho. Declaracáo da Caixa Económica Federal (CEF)
nesse sentido funciona como prova.

486. Documentos oficiais

Para certos segurados, a condicáo de contribuintes de impostes municipais


(ISS), mediante certidóes anualmente fornecidas pela Prefeitura Municipal,
sao evidencias de trabalho independente, máxime, se acompanhadas de notas
fiscais.

Certidóes emitidas pela Secretaria da Rece ita Federal, informando que a pessoa
declarou remuneracáo na Dedaracáo do Imposto de Renda, confirmam a existencia
da atividade.

241
A Certidáo de Tempo de Servico ou a Certidáo de Tempo de Contribuicáo
emitida pelos órqáos públicos sao documentos oficiais que nao podem ser
rejeitados.

487. Decisóes judiciais

Justificacáo judicial promovida na Justica Federal é reconhecimento indiscutível


da existencia da relacáo previdenciária.

Sentencas judiciais em redamacóes trabalhistas, quando acompanhadas de


início razoável de prava material, tém sido aceitas pelo INSS.

Por ocasiáo de discussáo, as decisóes judiciais da rustica Federal sao pravas


insofismáveis.

O Termo de Rescisáo Contratual, quando consignar a data da admissáo e a


data de dernissáo. é documento com caráter paraestatal.

488. servico militar

a
A atividade militar que interessa previdéncia social divide-se em dais grupos:
a) carreira militar, cuja tempo de servico é computado pelo INSS, mediante CTC; e
b) servico militar obrigatório, por intermédio do certificado de servico militar.

O tempo de Tiro de Guerra constante da declaracáo do Exército Nacional


também é indiscutível.

489. Benefícios previdenciários

A existencia de benefícios previdenciários, deferidos, mantidos e cessados,


informados pelo próprio INSS, é prava de tempo de servico iniludível.

490. Acordos internacionais

Os documentos provenientes dos países celebrantes dos acordes internacionais


oferecem poder de conviccáo que nao sao discutidos pelo INSS, beneficiam-se da
fé de ofício de certid6es oficiais. A Agencia Brasil Sul (Código 23.001.14) é que
concentra os documentos provenientes do exterior.

242
CAPÍTULO XLIX

OUTRAS PROVAS

Como antecipado, o universo da prova, por ser infindável, a qui é f atiado para
facilitar a exposicáo.

491. Comprovecáes cadastrais

Provas que, as vezes, passam despercebidas sao as cadastrais. Ainda que


preenchidos ou declarados pelo próprio titular, quando antigos, os cadastros
tém a seu favor autenticidad e de nao estarem referindo-se a previdéncia social.
Nem sempre localizáveis, quando o justificante consegue obté-los, sao reforces
acolhidos pelo INSS:

1) Abertura de conta corrente nas caixas económicas ou agencias bancárias;

11) Dedaracáo junto do BNH ou seu agente financeiro, para fins de empréstimo
imobiliário;

111) Empréstimos bancários;

IV) Ficha de inscrkáo em associacóes de classe (v.g., sindicatos, conselhos,


órgao de controle do exercício profissional de um modo geral, associacáo e
sociedade civil);

V) Adrnissáo em Fundo de Pensáo fechado;


VI) ínscricáo na Associacáo de Pais e Mestres (APM);

VII) Pedido de emprego ou ficha de selecáo/recrutarnento que faca referencia


aos empregos anteriores do justificante;

VIII) Ficha de inscricáo para a colonia de Férias "Ruy Fonseca" (SESC de


Bertioga) ou qualquer outra colonia;

IX) Ficha de inscricáo do Concurso Operário Padráo:

X) Ficha de inscricáo para a festa Peáo de Boiadeiro;

XI) lnscricáo em qualquer mostra, feira, exposicáo, painel, etc.;

XII) lnscricáo para comprar nos armazéns do SESI;

XIII) lnscricáo para participar, representando a empresa, de festa de 12 de


Maio, promovida por entidades oficiais, paraestatais ou particulares;

243
XIV) Carta de recomendacáo:

XV) Currículum vitae;


XVI) Dedaracáo para fins de crédito em lajas do comércio;
XVII) Ficha preenchida por ocasiáo do cadastramento do PIS-PASEP;
XVIII) Ficha de inscrkáo em cursos do tipo LTr, 108, ESA/OA8, PRODEP,
A8RAPP, FIPECAFI, IAPE, etc.;
XIX) Matrícula em cursos de pós-qraduacáo (EPD, EPDS, CEU, 108);
XX) Formulário de ingresso na Maconaria, Rotary Club e Rosa Cruz;
XXI) Ficha do salário-f amília;

XXII) Ficha do salário-maternidade;


XXIII) Oualificacáo pessoal em associacóes desportivas quando da eleicáo dos
conselhos ou da diretoria;
XXIV) Ficha de inscricáo em concursos públicos;
XXV) Ficha de lnscricáo em cursos profissionalizantes do SENAC, SENAI,
SENAT, SENAR;

XXVI) Alvará anual expedido pela Delegacia de Polícia para funcionamento


de cinemas e teatros;
XXVII) lnscricáo no SE8RAE;
XXVIII) lnscricáo no SIMPLES;
XXIX) Empréstimo rural;
XXX) lnscricáo na Corrida de Sao Silvestre;
XXXI) Presenca em júri, concurso, banca examinadora universitária;
XXXII) Participacáo em Mesa Eleitoral;
XXXIII) lnscricáo em entidades esotéricas;
XXXIV) Participacáo em igrejas.

492. Persuasóes materiais

A lista de pravas materiais (propriamente ditas) de prestacáo de servico sao


relativamente comuns e inesgotáveis. Antigas, possuem traeos característicos
de ancianidade, tais como cor envelhecida, mau estado de conservacáo, sinais de
dobras, consolidacáo da tinta, etc.:

244
1) Fotografia antiga, mesmo sem data, na qual o justificante figure junto ao
local de trabalho;

11) Cartas particulares, preferivelmente datadas, mesmo íntimas, enviadas ou


recebidas, que tacarn mencáo a atividade exercida pelo emitente ou destinatário,
ao empregado e a outros fatas da vida profissional;

111) Filmes ou s!ides, qravacáo em videocassete, feitos pelo justificante, em que


a
aparece sua pessoa ou que f acarn referencias a ela, ligados prestacáo de servicos:

IV) Ficha de registro de condómino no Servico de Registro do Arquivo Civil/


Livro de Registro de Condóminos:

V) Ficha de registro em botéis. resorts ou motéis;

VI) Cartees de visita antigos em que aparecarn o nome do justificante e o da


empresa, o número de telefone e o enderece da época dos fatos;

VII) Fotografia do quadro de futebol ou de qualquer outro esporte


representando a empresa, em que o justificante seja identificável;

VIII) Dedaracáo do Imposto de Renda;

IX) Crachás ou ldentidade fornecidos pela empresa e os quais exibam a razáo


social desta e o nome ou fotografia do justificante;

X) Notícia em órqáo de comunicacáo social relativa a atividade esportiva


praticada pelo justificante, representando a empresa.

493. Convencimento do autónomo

Trabalhadores autónomos sempre tém dificuldade para comprovar tempo


de servico. Muitos deles trabalham sem estar perfeitamente regularizados junto
aos órqáos públicos, o que lhes dificulta a prova do exercício. Nao se registram
nas entidades de controle do exercício profissional, deixam de se matricular nas
prefeituras e nao recolhem os tributos devidos.

Quando detentores de profissáo encontram alguma f acilidade porque esta


deixa sinais; em especial, quando é longo período de atividade a comprovar:

1) Recibos de Pagamento a Aut6nomo (RPA);

11) Recibo de pagamento (Lei n. 10.666/03);

111) GFIP informando a retencáo dos 11 º/o da Lei n. 10.666/03;

IV) Recibo de pagamento a autónomo nao inscrito;

V) Anúncios em órqáos de cornunicacáo social, como representante comercial;

245
VI) Multas de órqáos de controle do exercício profissional;
VII) lnscricáo em EFPC associativas;

VIII) Título de Eleitor, se dele constar a profissáo do justificante;

IX) Certificado de Reservista, constando a profissáo do titular;

X) Guias do Imposto de lndústria e Profissóes:

XI) Guias do ISS;

XII) Matrícula na Prefeitura Municipal;

XIII) ticenca da prefeitura;

XIV) Anuidade do sindicato profissional (imposto e contribuicáo sindical);

XV) Cartáo de lnscricáo de Contribuintes Individual/Documento de ínscricáo


de Contribuinte Individual (CICl/DICI);

XVI) Cópia do recadastramento do INSS;

XVII) Certificado de propriedade de veículo automotor;

XVIII) ucenca para veículo automotor;

XIX) Notificac;6es judiciais;

XX) Cartáo de matrícula como contribuinte individual do INSS (até a


implantacáo da ínscricáo nas agencias bancárias e internet);

XXI) Diplomas ou certificados de participacáo em cursos profissionais;

XXII) Autos de lnfracáo e intimacáo das prefeituras municipais;

XXIII) Ato ou portaria de norneacáo da alfándeqa ou equivalente, tratando-se


de justificante como despachante aduaneiro;

XXIV) Certidáo da sociedade coletera de direitos autorais;

XXV) Processos civis ou penais contra terceiros;

XXVI) Alvará de funcionamento ou localizacáo:

XXVII) Recibos de alugueres;

XXVIII) Contratos de locacáo:

XXIX) Matrícula ou identidade do órqáo de controle do exercício profissional;


XXX) Carteira de Estagiário para justificante advogado;

XXXI) Guias de Recolhimento de Contribuicáo Individual (GRCI);

246
XXXII) Guias de Recolhimento da Previdéncia Social (GRPS);

XXXI 11) Referencia a prestacáo de servicos em N FLD;

XXXIV) Nome na lista telefónica comercial;


XXXV) Anúncios publicados;
XXXVI) Ai;ao na Justica do Trabalho visando ao vínculo empregatício;
XXXVII) lnscricáo na CAASP para notificacáo.
O representante comercial autónomo é um profissional com características
próprias, cuja exercício exige documentacáo específica:
XXXVIII) Contrato de representacáo comercial;
XXXIX) Inscricáo no CORCESP;

XL) Pedido de mercadoria;


XLI) Cadastro de clientes;
XLII) Taláo de Notas Fiscais;
XLIII) Cheque de clientes depositados;
XLIV) Vale de clientes;
XLV) Depósito em canta corrente;
XLVI) Relatório de comissáo:

XLVII) Relatório de visitas;


XLVIII) Acompanhamento de entrega;
XLIX) Carteira de cobranca:
L) Correspondencia comercial;
LI) Recibo de adiantamento de comissáo:
Lll) Redarnacáo de vínculo empregatício;
Llll) Canta corrente da firma.

494. Órgaos públicos

1) PGU de Delegada de Polícia do interior para cobrador de ónibus:


1 ) Certificado de propriedade de veículo automotor profissional (táxi, cami-
nháo, perua, van, carroce, etc.);

247
111) Cartáo de opcáo do ex-lAP para outro instituto;
IV) Notificacáo do Imposto de Renda;

V) Recibo de pagamento do imposto sindical e da contribuicáo social;

VI) Certidáo de casamento ou de nascimento;

VII) Escritura pública que registre a qualificacáo profissional;

VIII} Certidáo de acáo judiciária, civil ou penal, em que o justificante tenha


sido qualificado como autor, réu ou testemunha;

IX) Oualificacáo na polícia;

X} Proclarnacáo de casamento civil ou religioso em que conste a qualificacáo


do justificante;

XI) Documento de identificacáo do órqáo de controle do exercício profissional;

XII) Carteira de portuário para avulso;

XIII} Passaporte comum ou diplomático;

XIV) Carteira de ldentidade (Modelo 19);

XV) Matrícula na prefeitura municipal;

XVI) Matrícula dos filhos na escola;

XVII) Certidáo das prefeituras em relacáo ao titular e firma individual;

XVIII) Registro em cartórios, coletoria federal ou posto fiscal do Estado;

XIX) Ficha de inscricáo na Justica Eleitoral;

XX) Carteira de Saúde.

495. Demonstrecáes profissionais

1) Caderneta agrícola;
11) Cartas de apresentacáo. repreensáo ou recomendacáo:
111) Notícias relacionadas com os servicos do titular publicados em órqáos de
comunicacáo social da empresa;

IV) Notícias de inauquracóes:

V) Trabalhos que refiram o nome do justificante como autor ou personagem;

VI) Eleicáo
em sindicato, federacáo, confederacáo ou outro órqáo classista de
representacáo dos trabalhadores;

248
VII) Eleicáo para cargo eletivo;
VIII) Atas em que surjam o nome do justificante, sua funcáo e encargos;

IX) Certificado de participacáo em curso de atualizacáo em Previdéncia Social,


promovido pelo Núcleo Regional de Treinamento Externo do IAPAS ou INSS.

496. Afirmac;óes trabalhistas

1) Contrato de trabalho especial;

11) Contrato de pessoa jurídica;

111) Cópia de lancamento do livro diário ou de qualquer outro livro contábil,


obrigatório ou nao;

IV) Premio, troféu, taca, medalha ou diploma recebidos em servico ou em


funcáo dele, por tarefa executada, atividade exercida, suqestáo, concurso, obtido
em razáo do tempo de servko:

V) Concessáo de licenca especial após cinco ou dez anos de servico ou


concessáo de qratlficacáo por tempo de servico:
VI) Caderneta de armazém do empregador para o qual o justificante prestou
servicos:
VII) Participacáo na cooperativa da empresa;

VIII) Edital em jornais conclamando o comparecimento do justificante por


abandono de emprego;

IX) Termo de rescisáo contratual;

X) Envelopes de pagamento em papel timbrado da empresa;

XI) Holerites mensais;

XII) Quadro de horário ou fichas de ponto externo;

XIII) Caderneta de vacinacáo dos filhos, para fins de salário-família;

XIV) Prova da frequéncia a escola dos filhos;


XV) Folhas de pagamento individualizadas;

XVI) Recibos de pagamento;

XVII) Carta de preposicáo:

XVI 11) Procuracáo:

XIX) AAS ou RSC;

249
XX) PPP;

XXI) LTCAT;

XXII) Autorizacáo para dirigir veículo da empresa a servico ou nao;

XXIII) Carta de advertencia escrita;

XXIV) CAT;

XXV) Atestado médico para salário-maternidade;

XXVI) Encaminhamento para readaptacáo ou recuperacáo:


XXVII) Contrato de experiencia;

XXVIII) Contrato de residencia médica;

XXIX) Perrnissáo para terceiros ingressarem no estabelecimento com vistas as


Normas Regulamentadoras do trabalho;

XXX) Autos de infracáo assinados.

497. Documentos comerciais

1) Talonário de pedido de mercadorias;

11) Assinatura em notas fiscais de postos de gasolina;


111) Notas fiscais de hotéis;

IV) Caderneta quilométrica;

V) Contratos de representacáo comercial;

VI) Propaganda em jornais do interior;

VII) Relatórios de viagens, inspecáo ou fiscalizacáo:

VIII) Acidentes de trajeto;

IX) Assinatura em documentos da empresa;

X) Correspondencia com o escritório central;

XI) Crédito de diárias para viagens;

XII) Demonstracáo de produtos;

XIII) Registro de qualquer natureza em processo de falencia ou concordata;

XIV) lnquérito trabalhista por concorréncia desleal;

250
XV) Recibos de pagamento de comissóes:

XVI) Classificacáo em concurso de vendas;


XVII) Contratos de aluguel.

498. Evidencias previdenciárias

A prova produzida por meio de documentos previdenciários é praticamente


plena, sempre que tais elementos forem colhidos junto a própria adrninistracáo. Eles
fazem fé perante o INSS. Os interessados devem procurar o setor de arrecadacáo
e ñscalizacáo das agencias para solicitar a localizacáo de documento e, em caso
positivo, a expedicáo de urna cópia (xerox autenticada) ou urna dedaracáo a ser
apresentada ao setor de benefícios:
1) Caderneta de contribuicáo do IAPI (RE) ou IAPETC;
11) Guias de recolhimento do IAPC ou IAPB;
111) Relacáo de segurados constantes das guias de recolhimento do FGTS
(Rela~ao de Empregador);
IV) Relacáo de lnscricáo de Segurados {RIS);
V) Relacáo Anual de lnformacóes Sociais {RAIS);
VI) Cópia Autenticada de Registros Contábeis {CARC);
VII) Rela~ao de segurado constante de guias de recolhimento;
VIII) Comprovante de transferencia de um IAP para outro;
IX) Relatório de débito de TVD, NRDV e NFLD;
X) Rol de empregados para apólice de SAT;
XI) Confissáo de Dívida Fiscal {CDF);
XII) Subsídio a Fiscalizacáo {SF);
XIII) Requisicáo de Diligencia (RD);
XIV) Ficha de Hscalizacáo de Empregador (FFE/PE/CFE);
XV) Relacáo de Empregados, do IAPC;
XVI) Assinatura em pedido de filiacáo da fixacáo da taxa do SAT (ATCB);
XVII) Referencia em defesas e recursos;
XVIII) Auxilio-doenca ou aposentadoria por invalidez;
XIX) Auxílio-natalidade;

251
XX) Auxílio-funeral;

XXI) CAT;

XXII) Dossié de empréstimo imobiliário do IAPI;

XXIII) A<;ao penal na Justica Federal;

XXIV) Guias de recolhimento dos ex-lAP;

XXV) Carnes de pagamento;

XXVI) Guia de Recolhimento do Fundo e Garantia e lnforrnacóes a Previdéncia


Social (GFIP);

XXVII) Perfil profissiográfico;


XXVIII) SB-40;

XXIX) DISES SB 5235;


XXX) DSS 8030;

XXXI) DIRBEN 8030;


XXXII) Laudo técnico;
XXXIII) PPP;

XXXIV) LTCAT;
XXXV) Cornunicacáo de Resultado de Exame Médico (CREM);

XXXVI) Certidáo Negativa de Débito (CND);


XXXVII) Acordo de parcelamento;
XXXVIII) lnscricáo da Dívida Fiscal;

XXXIX) NFLD;

XL) Auto de lntracáo:


XLI) Relatório de Dívida de Filiacáo.

499. conviccoes incidentais

Provas incidentais sao registros escritos que demonstram a condicáo de


empregado ou a profissáo do justificante (quase sempre de forma sumária).
Tais indícios sao imprevistos e geralmente esquecidos. É importante que haja
relacáo entre o interessado e a empresa para a qual prestou servicos, no incidente
consignado:

252
1) Boletim de Ocorréncia policial (BO);

11) Conclusáo do Corpo de Bombeiros;

111) Laudo pericial do Instituto Médico Legal;

IV) lnquérito trabalhista de justa causa;

V) Sindicáncia ou inquérito administrativo como sindicante, sindicado ou


testemunha;

VI) Partkipacáo como preposto na Justica do Trabalho;


VII) Contrato de arrendamento ou aluguel de imóvel;

VIII) Testemunha de casamento ou outro ato da vida civil;

IX) Testemunha em contratos ou quaisquer outros eventos associativos;

X) Notícia em jornais ou revistas, informando a respeito de fatos relativos a


empresa ou ao trabalho;

XI) lnquérito policial;

XII) Processo penal;

XIII) Pedido de demissáo:


XIV) Procuracáo.

500. Pravas diversas

1) Perícia grafotécnica;

11) Perícia documentoscópica;

111) Participacáo na previdéncia privada;

IV) Associacáo a plano de saúde da empresa ou nao;

V) Filiac;ao na cooperativa ou clube da empresa;

VI) Auto de lnfracáo da DRT;

VII) Anotacóes na CTPS relativas a salários, férias, contribuicáo sindical, etc.;

VIII) Eleic;ao como membro da CIPA;

IX) Caderneta quilométrica expedida por estrada de ferro;

X) Publicacóes em jornais do interior, comernoracáo do aniversário da cidade;

XI) Autorizacáo escrita para dirigir veículo da empresa;

253
XII) Opcáo pelo FGTS;

XIII) Guias mensais do FGTS;

XIV) Contrato de adocáo de atleta amador;

XV) Contrato de estagiário do CIEE;

XVI) Movimento económico de caixa, para cobradores de 6nibus;

XVII} Acordo ou convencáo coletiva de trabalho;

XVIII) Apólice de seguro de vida;

XIX) lnspecáo de seguro de automóvel;

XX) Ficha hospitalar de ínternacáo:

XXI) Assinatura na ficha de controle de entrega do DOU ou de outro jornal;

XXII) Assinatura da Caixa Postal dos Correios.

254
CAPÍTULO L

RENÚNCIA AO BENEFÍCIO

A desaposentacáo é ato que expressa a disposicáo do aposentado de renunciar


a prestacáo previdenciária (nao necessariamente desf azer a aposentadoria).
Por conseguinte, diante da liberdade oferecida ao titular dessa pretensáo. as
a
provas necessárias envolvidas sao limitadas. Reduzem-se vontade (constante do
requerimento ou peticáo inicial judicial) e haver restituído o que recebeu, quando
isso f or exigido.

Certa justificativa do motivo (na forma de urna declaracáo), por exemplo,


de que fez um concurso público e quer computar o tempo de servico do RPGS no
RPPS, via contagem recíproca de tempo de servico.

No caso de benefício por incapacidade, diante da eficácia da norma pública,


a
importa relatar exaustáo a causa para a cessacáo do benefício.

Boa parte das dificuldades de compreensáo e da aceitacáo da desaposentacáo


deve-se ao fato de se tratar de um instituto técnico novo no Direito Previdenciário,
desenvolvido por nós pela primeira vez em 1987. Ela surpreende na medida em que
usualmente mais as pessoas desejam um benefício do que abandoná-lo. Entretanto,
os mecanismos da relacáo jurídica de previdéncia social, sua complexidade e as
circunstancias da vida suscitam a possibilidade da anulacáo de um ato jurídico
perfeito (evidentemente, quando fundadas razóes para isso).

Ter-se aposentado com 25 ou 30 anos de servico e auferir 70°/o do salário


de benefício e continuando a trabalhar na mesma empresa ou em outra até os
30 ou 35 anos de servico suscita a possibilidade de renunciar a
aposentadoria
proporcional em favor da integral. Vale lembrar que restituídas as mensalidades
pagas nesses últimos cinco anos, atuarial e financeiramente o RGPS nao é atetado.
Na verdade, se nao tivesse requerido a aposentadoria proporcional cinco atrás e
apenas solicitado a aposentadoria integral, o INSS tecnicamente estaria preparado
para ISSO.

O ato jurídico perfeito é instituto constitucional de garantia do cidadáo.


Pretende que a decisáo tomada segundo a lei e por pessoa capaz seja sempre
respeitada pela Administracáo Pública - se isso nao prejudicar terceiros ou a si
mesmo -, que tem perrnissáo para renunciar a um ato legítimo praticado por
alguém.

255
501. Pressuposto da deseposentecio

A desaposentacáo tem como pressuposto material e jurídico renúncia ao


benefício previsto no RGPS (nao descartada a hipótese também de benefício do
RPPS). Ambos, institutos jurídicos raramente enfocados pela doutrina, merecendo
detida consideracáo. Vale tao somente se tratar de um benefício regular, legal e
legítimo; sem isso, será o caso da suspensáo ou da anulacáo e nao a figura da
desaposentacáo.
Ainda que fosse sustentável a desaposentacáo desmotivada, de regra, ela só
é possível se o aposentado visar melhorar a sua situacáo pessoal e previdenciária.

Outro pressuposto é o equilíbrio atuarial e o financeiro do regime. O titular


sustentará nao haver ofensa a esse princípio. O INSS, entretanto, poderá alegar
a
exatamente isso, cabendo autarquia provar essa arneaca. Na verdade, no que diz
respeito ao alcance interno do RGPS, ou seja, por exemplo, passar da aposentadoria
proporcional de 70°/o para a aposentadoria integral de 100%, sem devolucáo do
recebido, implicaría dirninuicáo do patrimonio da autarquía. Mas, em sua maioria,
os magistrados da Justica Federal tém entendido nao caber a restituicáo.

502. Entendimentodoutrinário

Além do Parecer CJ/MPAS n. 27/86, a adrninistracáo gestora do RGPS


expendeu-se sobre o assunto, determinando na Circular INSS n. 601.005.0/138/86:
"a) o segurado que estiver em gozo de abono de permanencia em servico e
pretender aposentar-se como funcionário público federal, estadual ou municipal,
sendo necessário completar o tempo de servico para a aposentadoria estatutária
com o prazo privado, poderá requerer o cancelamento do abono e a expedicáo de
certidáo de tempo de servico. nos termos da Lei n. 6.226, de 14 de julho de 1975".
Ao menos a autarquia federal admitiu a renúncia ao abono de permanencia
em servico. aproveitando o tempo de servico consumido com esse benefício
de duracáo temporária (aliás, extinto em 15.4.94 pela Lei n. 8.870/94), para a
concessáo da aposentadoria por tempo de servico, em sequéncia temporal, junto
ao tesouro da Uniáo.

A par de decisóes iterativas da JRPS e do CRPS, no Parecer CJ/MPAS n. 70/85,


o procurador Ronaldo Maia Marcos opinou pelo cancelamento da aposentadoria
de Maria do Carmo Peres dos Santos.
Em decisáo de 14.10.92, por intermédio da 3~ CAj, no Acórdáo n. 065/92 (Proc.
IAPAS n. 35.151/0007611/90), o CRPS determinou a renúncia a aposentadoria
por tempo de servico e a concessáo da aposentadoria especial.
Tangenciando questáo específica, mas análoga, dizia o art. 92 da Lei n.
6.903/81: "Ao inativo do Tesouro Nacional ou da Previdéncia Social que estiver

256
no exercício do cargo de Juiz Temporário e fizer jus a aposentadoria nos termos
desta Lei, é lícito optar pelo benefício que mais lhe convier, cancelando-se aquele
excluído pela opcáo".

Exemplifica-se com o Ato n. 119/94, do Tribunal Regional do Trabalho da 23ª


Regiao, em que o juiz Manoel Alves Coelho obteve essa vantagem (in Diário Oficial
da Uniao de 10.10.94). A mesma decisáo pode ser vista no DOU de 7.6.95, a favor
de Benedito Gomes Ferreira.

Quer dizer, o destinatário daquela prescricáo pode ter o benefício mantido


pelo INSS desfeito e, diante do silencio da norma, até sem a necessidade de repor
o status qua ante. Diferente pessoa, nas mesmas condicóes, em princípio, também
poderia. Nao se conclua, a contrario serisu, outros estarem impedidos por nao
serem mencionados na norma, pois o silogismo da exdusáo só é possível quando
o conjunto se compóe de dois elementos em oposicáo, e isso nao acontece no
caso em tela.

Com igual finalidade, o INSS conveio em cancelar benefício cuja concessáo


legítima e regular havia sido apertekoada. O pressuposto da decisáo é a sequranca
atuarial e a jurídica do RGPS, nao atetada com a renúncia. Destarte, embora raro,
o pedido nao constitui novidade no Direito Previdenciário.

Urna característica fundamental do benefício de pagamento continuado,


enquanto garantia do segurado, é sua definitividade. Vitalício, representa con-
a
sistencia do direito, cristalizacáo de seu papel e do valor. Perene, opóe-se ideia
de provisoriedade da mensalidade laboral. Tal atributo é conferido enfocando-se
o equilíbrio do sistema e tranquilidade do filiado. Trata-se de norma protetora do
indivíduo e nao da instituicáo. Preenchidos regular e simultaneamente os requisi-
tos legais, requerida e deferida, enfim, outorgada, a prestacáo torna-se irreversível
(pelo menos, em relacáo a vontade do segurado).

503. Conceito técnico

A desaposentacáo é um ato jurídico que corresponde renúncia a urna


prestacáo previdenciária, fundada a vontade do titular em razóes de ordem moral,
válida sempre que o desf azimento desse ato jurídico perfeito nao arneacar o
equilíbrio atuarial e financeiro do regime nem atetar terceiras pessoas, isto é, ser
capaz de restabelecer o status quo ante.

Da mesma forma, rigorosamente descaberia onerar excessivamente a


Adrninistracáo Pública que, in casu. especialmente depois da reqularnentacáo legal,
deveria estabelecer condicóes procedimentais. No passado, sucessivos pedidos de
pecúlio, para nao custar muito ao INSS, exigiam um período de carencia de 36
meses.

257
504. Fonte formal

lnexiste no PBPS ou em outra lei disposicáo expressa relativa a reversáo da


situacáo jurídica de aposentado para a de nao aposentado, entendendo-se que,
tratando-se de direito aliberdade, ausente a proibicáo, subsiste perrnissáo.

Os obstáculos normativos estáo no RPS e na IN INSS n. 11/06. A interpretacáo


usual do órqáo gestor, calcada nos usos e costumes, é pela negativa. Deferido
o benefício, consumar-se-ia a relacáo jurídica de concessáo. Legitimamente
despachado, ele nao se desfaria. Afina! de contas, costuma-se alegar, isso nunca
aconteceu e ninguém saberia como reconsiderar o ato de concessáo.

505. Ato jurídico perfeito

Tratar-se-ia de ato jurídico perfeito, acabado, irretocável e inexistiriam


procedimentos administrativos ou judiciais restabelecedores do estado anterior.
Aliás, esse instituto jurídico-constitucional tem sido usualmente invocado como
raza o de decidir e sua existencia é argumento a poi ando a conclusa o a favor da
negativa.
Aparentemente, em circunstancia alguma ele poderia ser ofendido. Por isso
é importante determinar o seu papel no ordenamento jurídico e, principalmente,
a possibilidade de ser invocado pelo órqáo gestor, como motivo para nao desfazer
ato interno de interesse do contribuinte.

Em seu art. 52, XXXVI, diz a Constituicáo Federal: "a lei nao prejudicará o
direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada". Tal postulado centra-se
entre os direitos e as garantias fundamentais (ementa do Título 11), os direitos in-
dividuais e coletivos (ementa do Capítulo 1) e, pelo rol dos 77 preceitos (sic), onde
postado, é nítido perceber-se referir, principalmente, a individualidade, aplicando-
-se, em particular,ªº tema trazido a colacáo.
Nao é objetivo da Carta Magna petrificar o ato jurídico perfeito, tanto quanto
o direito adquirido e a coisa julgada; ele deve palmilhar no sentido do titular da
faculdade e nao contra. A protecáo oferecida (sem prejuízo de consentaneamente
ampliada pela doutrina) é contra a lei ou decisáo prejudicial aos interesses legítimos
e consolidados do indivíduo.

Como a administracáo pode rever os seus próprios a tos, nao goza do favor
desse postulado; dispensa-o. Poderá sustentá-la, se acionada, como prova de
procedimento correto. Nunca contra a volicáo, se legítima, do administrado. Nada
impede, nem poderia obstar numa Lei Maior de Estado Democrático, a afetacáo
por parte do titular, enquanto isso representar o exercício da liberdade.

Alhures, afirma-se significar impedimento o fato de a lei nao ter previsto a


hipótese, assim nao ter desejado o legislador. O elaborador da norma nao preve

258
tuda; o passar do tempo e a dinámica da vida moderna promovem adaptacóes a
leqislacáo, incorpando-a com a disciplina de novas situacóes.

Quando se avolumarem pedidos dessa natureza, com certeza o Poder Legis-


lativo terá de se manifestar explicitamente.

506. Compreenséo administrativa

Repete-se ad nauseam: se atuarial e financeiramente nao sobrevém danos


a massa de contribuintes e aposentados e se o pretendente age, no silencio da
norma, em conformidade como espírito do sistema, é coonestado pela legitimidade
do procedimento. Arrematando, se o legislador assim nao desejasse, teria vedado
expressamente.

O direito é dinámico e igual para todos os segurados posicionados na mesma


situacáo. É inoportuno falar em precedente; presente, há de se estendé-lo a quem
estiver sob igual cenário. Subsistente, nao pode ser subtraído de ninguém, como
se fosse odioso privilégio a ser extirpado do ordenamento jurídico.

Urna ótica distorcida representa enfoque singelo na análise de problema de


respeitável indaqacáo científica. Preocupacáo do gestor deve ser no sentido de tal
procedimento nao causar prejuízos aos demais beneficiários e nada mais.

O tempo consumado, aludido na norma referenciada, é pertinente a


benefício mantido. Com o cancelamento, restituicáo do recebido quando exigido,
desfaz-se o ato jurídico e o tempo de servico pode ser reutilizado. O importante no
a
deslinde da questáo é, nos termos da lei, nao causar prejuízo adrninistracáo, a
comunidade e ao equilíbrio do sistema -juízo operado pelo elaborador da norma
e nao pelo aplicador.

Se os beneficiários pudessem desfazer a protecáo obtida, mesmo em limitadas


oportunidades, reflexionam os dirigentes, trariam intranquilidade a
entidade e ela
se veria a bracos com sobre-esforco despiciendo.

a
Tais argumentos nao resistem breve conjetura. A admlnistracáo empreende
atividade-meio e nao fim; instrumento, ela deve servir aos administrados e nao
postar conveniencias sobre os interesses destes. Precisaadaptar-se as circunstancias,
e nao os beneficiários fazé-lo: se isso onerar os custos, quem os paga, em última
instancia, é a comunidade de segurados.

507. lnteresse coletivo

O interesse coletivo, tao decantado, é expressáo destituída de significado


prático e jurídico, se nao se referir a unidade constituinte da coletividade, o in-
divíduo. A quem se pretende proteger, na previdéncia social, com a chamada

259
imperatividade da norma pública, se nao a volicáo pessoal do ser humano? Atende-se
a coletividade quando se oferta a pessoa o seu legítimo direito; comparado ao
indivíduo, o coletivo é massa numérica abstrata. lnexiste interesse público previ-
denciário nao particularizado na figura de um segurado ou dependente.

Aliás, quando a norma deseja a protecáo da sociedade, caso da eleicáo dos


dependentes do segurado (este nao tem o poder de indicar outras pessoas) e da
aposentadoria por idade compulsória aos 70 anos (ele nao pode ficar na empresa),
ela o diz expressamente.

Tal compulsoriedade da jubilacáo dos septuagenários preva insofismável


é

da liberdade constitucional de trabalhar e de nao haver obrigatoriedade de


aposentacáo (exceto para a hipótese lembrada e justificada pela idade avancada
do trabalhador e presente incompatibilidade para o trabalho).

Ouicá, entáo. o interesse coletivo fosse a tranquilidade das relacóes jurídicas.


lsso, em muitos casos, nao passa de eufemismo para preservar o sossego do
Estado. Nem teria sentido, realmente, poder o segurado aposentar e desaposentar
quantas vezes quisesse.

A adrninistracáo nao é fim em si mesma e, sim, instrumento de realizacáo


da protecáo social. Como atividade-meio, tem de se preparar para aposentar e
desaposentar alguém; se quiser, normatizando a exigencia; se desejar, cobrando
taxa do requerente (ele está dando trabalho ... ), mas quem tem de ficar tranquilo
é o contribuinte, e nao o gestor.

508. Nuanc;a moral

O elemento ético é informador do legislador; ele deve sopesá-lo. Se a lei


permite, é legítima a pretensáo do autor. A discussáo da validade científica
do instituto jurídico deve acorrer antes da transformacáo da vontade política
em norma positivada. Até a edicáo da Medida Provisória n. 1.523/96, a Lei n.
6.903/81 autorizava o Juiz Temporário a contribuir durante 25 anos combase no
salário mínimo e, após cumprir período de carencia de cinco anos, aposentar-se
receben do algo em torno de 50 salários mínimos ...

Inexistente norma positivada pertinente, cabe perquirir outras fontes,


perscrutando os principios, raciocinando na esfera da filosofia e papel da
previdéncia social. Motivos para se desf azer o ato - nao importando se subjetivos
ou nao -, por vontade do titular, sao muitos: arrependimento, inadaptacáo a
aposentadoria, inconformidade com o valor, transferencia para outro momento.
Nao importa. Retratacáo da vontade nao é atitude singular; anulacáo de atos
jurídicos nao surpreende ninguém; modificacáo de situacóes constituídas é sempre
possível, cabível e válida, em cada caso.

260
Enfim, abdicar de faculdades renunciáveis é direito consagrado. lnstituicóes
provectas e respeitáveis extinguem-se; entre elas, o sacrossanto casamento. Tal
atitude pressupóe abdicacáo em favor de situacáo melhor, no comum dos casos,
sob juízo do interessado. Impedir a abstencáo representa sacrificar o indivíduo.
Tuda produto da volicáo livre e consciente do titular. Sem a intencáo do
beneficiário de aposentar-se é impossível a aposentacáo: explica-se, destarte, a
assinatura no documento, a pessoalidade e a intransferibilidade da providencia.
Se o desejo livre e consciente dá início ao ato e essencial a sua consecucáo,
é

nao pode ser desprezado nas coqitacóes sobre o desf azimento do mesmo ato, por
parte do detentar do direito.

Para a vontade de a pessoa ser ignorada, é preciso ato comissivo, claro e


expresso, pois representa aqressáo a liberdade, nao paciendo ser presumido.

Os benefícios previdenciários concretizam a técnica protetiva. Como norma


pública, é dever do Estado - por expropriar a iniciativa de autoprotecáo do
particular, pela automaticidade da filiacáo e obrigatoriedade da contribuicáo
- dispar as prestacóes aos beneficiários. T odavia, nao pode esse mesmo Deus
ex-machina impar a aposentacáo. restando, a discricáo da pessoa, o instante
e a decisáo de f azé-lo. A liberdade de trabalhar assegurada como postulado
é

fundamental do Estado; limitacóes a esse direito natural tem de ser examinadas


com muito cuidado pelo aplicador e intérprete da norma.

Nao é possível destruir-se um ato jurídico perfeito como meio para causar
prejuízos a terceiros (quem quer que seja). Assim, o segurado condenado a pagar
pensáo alimentícia a ex-esposa, para lograr a desaposentacáo, terá de garantir a
obriqacáo civil.

Da mesma forma se o seu escapo é tentar obstar a consiqnacáo de um


empréstimo bancário, a desconstituicáo da aposentadoria nao é recomendada.

Urna presuncáo pessoal, embora acatável, é ter prestado concurso e ter sido
admitido no servico público e preenchidos os requisitos legais, para ali se aposentar
em condicóes superiores as do RGPS.

509. Restituiciio dos valores

A despeito do que pensa parte dos magistrados da Justica Federal, para que
acorra a desaposentacáo preciso que o aposentado demonstre que restituiu o
é

que recebeu ao ente concessor do benefício.

Se o aposentado obteve decisáo transitada em julgado, ele terá urna de duas


solucóes a respeito: a) com o dever de restituir ou b) sem o dever de restituir. Se
nao há obriqacáo de restituicáo, bastará cópia da sentenca judicial, e, se ele foi
toreado a devolver, o fará com a GPS.

261
510. Direito de trabalhar

Como dito, o ordenamento jurídico subordina-se a Carta Magna, e esta


assegura a liberdade de trabalho, vale dizer, a de permanecer prestando servicos
ou nao (até após a aposentacáo). E, possivelmente, o de desfazer esse ato.

Desse postulado fundamental deflui a liberdade de escolher o instante de


se aposentar ou de nao f azé-lo, Ausente essa diretriz, o benefício previdenciário
deixaria de ser libertador do homem para se transformar no seu cárcere.

Na Apelacáo Cível n. 92.5069-7, contestando a acáo e lembrando a Súmula


do STF n. 359, o INSS alegou a impossibilidade de renúncia da aposentadoria
por ser alimentar. Analisando a questáo. a Juíza Federal da 17ª Vara opós-se
a essa postura, considerando válida a possibilidade de Juarez de Almeida vir a
desaposentar-se (Sentenca n. 1.215/94, de 17.10.94).

Referiu-se aquela magistrada a decisáo do Tribunal de Contas da Uniáo (Proc.


TC n. 002.392/81-0, rel. José Antonio B. de Macedo), cuja ementa foi: "1. Aposen-
tadoria. A concessáo da aposentado ria em favor de Helena Maria Castro de Souza,
a partir 6.6.80, já foi considerada legal em sessáo de 26.1.82 (fls. 15-v). 2. Trata-se,
agora, da renúncia a aposentadoria em causa, tendo em vista estar a servidora
trabalhando em empresa privada, e desejar computar o tempo de servico público
para futura aposentadoria previdenciária". E prosseguiu: "3. O Diretor-Geral do
Departamento de Pessoal do Ministério das Comunicacóes, através da Portaria
n. 1.861/87 (fl. 19), homologou a mencionada renúncia, com efeitos a contar de
12.1.88 ... ".

262
CAPÍTULO LI

CRIMES SECURITÁRIOS

Quando a Lei n. 9.983/00 retirou os crimes securitários do art. 95 do PCSS e


os levou para o Código Penal, prevendo sancóes até entáo inexistentes no texto
legal revogado, ela os reviu em sua definicáo. obrigando a um reexame da matéria,
especialmente no que diz respeito a demonstracáo de sua ocorréncia ou nao.
Elza Maria Riehs Susuki classifica esses delitos securitários em formais, em
que o resultado é mero exaurimento da acáo, deles independendo a consumacáo:
em materiais, pois há urna acáo e um resultado, que é a condicáo para a
decantacáo: de conduta, ou seja, o simples comportamento consuma o crime
(Crimes previdenciários sob a ótica da Lei n. 9.983/00. In: Coleténee de Estudos
sobre Seguridade Social, Brasília: ANFIP, 2005. p. 209).
O iter criminis de cada um deles é relevante para a autoridade assumir algum
convencimento; esse andamento delituoso deriva dos fatos materiais apurados
inicialmente pelo INSS ou Polícia Federal e articulados pelo Ministério Público
Federal (CF, art. 109, 1).

Em quase todos os casos cabe ao acusado demonstrar que nao ocorreu


o delito, que ele nao sobreveio ou que o autor se arrependeu a tempo. Claro,
com as dificuldades inerentes a quem tem de negar alguma coisa. Ao contrário,
a autoridade assume o ónus de carrear aos autos a prova da consurnacáo do
cnrne.

511. Tentativa e consumecño

Cada um dos crimes previstos na Lei n. 9.983/00 e em outros artigos


do Código Penal (caso do estelionato) ou disposicóes esparsas, como as que
dizem respeito a previdéncia complementar, tem de ser examinado a vista do
seu intercurso, se apenas cogitado, iniciado, tentado ou se exigindo a realizacáo
plena.
Quando nao se der esse estágio final, sobrevém a oportunidade de o acusado
demonstrar que inexistiu a consumacáo, que ele se quedou na tentativa ou até
mesmo apenas nos atos preparatórios.

Máxime, se caracterizada a desistencia voluntária e o arrependimento eficaz:


"O Agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execucáo ou impede
que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados" (CP, art. 15).

263
Quem é encontrado com urna CTPS falsificada, nao apresentada ao INSS,
nao cometeu crime e o próprio Auto de Apreensáo do documento, e conforme a
circunstancia, indicará a sua nao utilizacáo. Dispensa-se, pois, o animus rem sibio
habendí.
Tendo em vista que a maioria dos tipos securitários é de ornissáo. na maior
parte dos casos a tentativa é desconsiderada.

512. Elemento subjetivo

Reza o caput do art. 168-A do Código Penal: "Deixar de repassar a previdéncia


social as contribuicóes recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou
convencional. Pena - reclusáo, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa".

O crime de apropriacáo indébita nao reclama a intencáo de ficar com o


dinheiro descontado dos trabalhadores ou das empresas; ele se consubstancia
a
com o nao repasse Previdéncia Social. Basta, entáo, ao INSS demonstrar que
houve a retencáo e nao ocorreu o pagamento.

513. Extinc;ao da punibilidade

Ao disciplinar a apropriacáo indébita, diz o § 22 do art. 168-A do CP que será


extinta a punibilidade "se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua
o pagamento das contribuicóes. importancias ou valores e presta as inforrnacóes
a
devidas previdéncia social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do
início da acáo fiscal".

Tal desembolso monetário pode acontecer por vários instrumentos: 1)


quitacáo a
vista; 11) parcelamento de fato ou de direito; 111) interveniénda: IV)
dacáo em pagamento; V) compensacáo: VI) depósito judicial; VII) anistia, etc.,
convindo, em cada caso, examinar-se o que diz a lei vigente para identificar o que
se entende por esses variados procedimentos.

Evidentemente, cada um desses cenários suscita meios de persuasáo


adequados:

1) Declaracáo - O contribuinte fornecerá as informacóes indicadas na leí e


no regulamento, com referencia aos fatos geradores das obriqacóes fiscais. Ainda
que nao recolha as contribuicóes enfocadas, se a empresa emite e entrega a GFIP
até o dia 7 do mes subsequente, fica ao largo da punibilidade e com isso se esvazia
a pena do art. 168-A, que se torna praticamente pouco útil do CP, e com a prava
da entrega da GFIP, o empregador livra-se da punicáo:

11) Confissáo - Admitir ter havido a retencáo ou nao, subsistindo débito,


estar com a intencáo de quitá-lo mediante acordo de pagamento. O legislador usa

264
a expressáo "confessar" em razáo do disposto no art. 38 do PCSS, ao mencionar
a hipótese de pagamento parcelado. Afirma a necessidade de as contribuicóes
serem "verificadas e confessadas", implicando, a principio, nao mais poder o
sujeito passivo da dívida discutir o quantum cobrado;

111) Ouitacáo-e Alérn de declarar ou confessar a existencia do débito, o sujeito


passivo p6e fim a punibilidade se recolher o montante correspondente "antes do
início da acáo fiscal", comprovando essa providencia com a GPS;

IV) lntormacóes=- Prestar informacóes a Previdéncia Social é diccáo complexa;


em vários momentos a legislac;ao disp6e sobre esse dever acessório, por exemplo,
no art. 32, 111 e IV, do PCSS.

514. Náo aplicac;áo da pena

Diz o inciso 1 do § 3Q do art. 168-A do CP que nao haverá aplicacáo da pena,


caso o agente: "1- tenha promovido, após o início da acáo fiscal e antes de oferecida
a denúncia, o pagamento da contribuicáo social previdenciária, inclusive acessórios".

Assim sendo, iniciada a acáo fiscal, portante após a consurnacáo do delito, se


a empresa fizer o pagamento da contribuicáo. fica elidida a punibilidade. A prava
do recolhimento é a GPS.

515. Conduta diversa

A teoria jurídica criou urna figura de elisáo da responsabilidade penal


conhecida como inexigibilidade de conduta diversa. Segundo essa concepcáo. se a
empresa nao tinha outra solucáo. reter contribuicóes e nao repassá-las ou sonegá-
-las, nao seria punida (sic).

Dificuldades operacionais deveriam ser sopesadas pelo juiz antes da conde-


nacáo (criando-se urna modalidade de capitalismo sem risco). O STJ está dividido
a esse respeito, mas tende a considerar essas razóes nao legais e desaprovar a
penalizacáo.

Nesse sentido, caberá a empresa evidenciar:

1) Embaraces empresariais - Enfrentar a concorréncia desleal, nao vender


ou exportar, etc., convencendo a Justica Federal com documentos, anúncios de
produtos, notícias de modo geral;

11) Entraves económicos - Nao comercializar o que produziu, partindo da


divulqacáo de dados contábeis dos custos de producáo e resultados mercantis;

111) Óbices financeiros - Nao conseguir empréstimos, com dedaracóes da


rende bancária ou financiamento de terceiros.

265
Os obstáculos financeiros tém de ser provados (Apelacáo Criminal n.
1994.04.29501-9/RS, de 5.10.96, relator Juiz Jardim de Carvalho, do TRF da 4ª
Reqiáo, 2ª Turma, DJU de 22.11.95, in RDDT n. 4/163).
A penúria do empresário é causa extintiva da punicáo (Apelacáo Criminal n.
1996.03.006121-2, de 26.9.97, Juiz Sinval Antunes, TRF da 3ª Reqiáo, 1 ªTurma,
in RDDT n. 26/212).
Para o Juiz Vladimir Freitas: "comprovada a falencia da empresa, surge a
inexigibilidade de condutas diversas, em que o réu demonstrou nao possuir
numerário pagamento de dívidas, como as contribuicóes previdenciárias por ter
dado preferencia ao pagamento dos salários dos empregados" (Apelacáo Criminal
n. 1996.04.08827-2, de 9.12.97, TRF da 4" Reqiáo. 1" Turma, in - RDDT n.
31 /211 ). Igual se col he com o Juiz Gilson Dipp (acórdáo unánime da 1 ªTurma do
TRF da 4ª Reqiáo, na Apelacáo Criminal n. 1997.04.60.991-4/PR, de 23.6.98, in
DJU de 2.9.98).

A prova testemunhal corroborada pela documental é bastante para comprovar


a existencia de dificuldades financeiras da empresa, sendo desnecessária a perícia
contábil (Apelacáo Criminal n. 1996.01.07591-7/MG, de 11.3.97, do TFR da 1il
Regiao, 3ª Turma, in RDDT n. 23/201 ).

Segundo o Juiz Vilson Daros, a aleqacáo da boa-fé, a partir de dificuldades


financeiras, nao socorre o agente, por tratar-se de crime omissivo (Apelacáo
Criminal n. 1995.04.07016/RS, decisáo da 2il Turma de 28.9.95, do TRF da 4;i
Reqiáo, in RDDT n. 4/160).
Subsistindo ampla confissáo, "se a simples versáo judicial dos apelantes de
que os recolhimentos nao foram efetuados devido as dificuldades financeiras
enfrentadas pela empresa sem o confronto com um mínimo de prova documental
jamais poderá servir de base para urna tese absolutória" (Acórdáo do TFR da 3ª
Regiao, 5ª Turma, na Apelacáo Criminal n. 1997.03.045860-2/SP, de 30.11.99,
em que foi relator o Juiz Fausto de Sanctis, in DJU de 22.8.00).

516. Princípio da insignificancia

Quando trata da soneqacáo fiscal, o § 32 do art. 337-A do CP diz se o valor


da "folha de pagamento mensal nao ultrapassar R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos
e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de 1/3 (um terco) até a 1/2 (metade) ou
aplicar apenas a de multa".

Cópia da aludida folha de pagamento se prestará como argumento a favor


da tese de que cometeu o crime.

Noutro momento, para o art. 337-A do CP, nao ocorrerá aplicacáo se: "o
valor das contribuicóes devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior aquele

266
estabelecido pela previdéncia social, administrativamente, como sendo o mínimo
para o ajuizamento de suas execucóes fiscais" (§ 22, inciso 11). Nesse caso, os
registros contábeis do contribuinte confirrnaráo o alegado.

517. Primariedade do agente

Para o art. 168-A, § 32, do CP: "É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena
ou aplicar semente a de multa se o agente for primário ... ",

A dernonstracáo dessa primariedade se faz com documento oferecido pela


própria autoridade.

518. Bons antecedentes

Quem tem bons antecedentes e preva essa condicáo também é beneficiado


pelo art. 337-A, § 22, do CP. O convencimento se faz com certidóes negativas
obtidas junto da justlca, atestado de bons antecedentes, ficha corrida da polícia e
outros meios.

Bons antecedentes dizem respeito ao comportamento pessoal do sujeito


ativo, inclusive no tocantea reincidencia. O juiz deve sopesar como ele procede no
seio da família e no grupo social, se foi autuado diversas vezes ou nao, se responde
por outros delitos, etc.

519. Reincidencia delituosa

Em Direito Penal, quem reedita a prática do delito enfrenta dificuldades na


fixacáo das penas. Para o art. 63 do CP, ela acorre quando o "agente comete novo
crime, depois de transitar em julgado a sentenca que, no País ou no estrangeiro, o
ten ha condenado por crime anterior".

Quem desejar afirmar que nao é reincidente precisará demonstrar que o novo
crime cometido deu-se antes de transitar em julgado a sentenca do ilícito anterior,
e isso se f ará com inforrnacóes cartoriais do anda mento do processo penal. A
própria denúncia configurará a data da consurnacáo do crime.

520. Dependencia da cobrence

Nos diferentes delitos que envolvem a conduta do réu, como deixar de


recolher determinada contribuicáo ou fazer constar da GFIP fato gerador que
interessaa Previdéncia Social, releva saber o resultado administrativo ou judicial
do andamento do Auto de lnfracáo ou da AIOP que, de alguma forma, possa
interessar na solucáo do crime. Caso o Al tenha se tornado improcedente ou

267
insubsistente ou a Notificacáo Fiscal anulada, tal condusáo de alguma forma
afetará o andamento do processo penal. Acórdáo de JR ou CAj do CRPS transitado
administrativamente em julgado servirá como elemento de conviccáo.

Se a própria administrativa concluiu que a exigibilidade fiscal era indevida,


máxime provincia do CRPS, desnatura-se a decantacáo do ilícito. O processo penal
deve ser alimentado com acórdáo administrativo transitado em julgado ou até
decisáo da Justica Federal.
No ámbito da especulacáo científica, as contribuicóes exigíveis podem ser
divididas em dois grandes grupos: a) indiscutíveis e b) discutíveis. A evidencia,
inexiste critério subjetivo para separá-las por segmentos.

Contribuicóes indiscutíveis sao aquelas sobre as quais nao pairam dúvidas e


nao térn sido objeto de questionamento jurisprudencia! e doutrinário.

Já as contribuicóes discutíveis sao aquelas que vérn sendo contestadas, urnas


mais e outras menos, na administracáo e no judiciário.

Fabio Zambitte lbrahim recomenda aplícacáo do art. 83 da Lei n. 9.430/96,


segundo o qual: "A representacáo fiscal para fins penais relativa aos crimes contra
a ordem tributária definidos nos art. 12 e 22 da Lei n. 8. 137, de 27 de dezembro
de 1990, será encaminhada ao Ministério Público após proferida a decisáo final, na
esfera administrativa, sobre exigencia fiscal do crédito tributário correspondente".

Suponha-se que, tendo a SPC autorizado plano de benefícios excluindo,


empregados da patrocinadora (porque nao teria sentido dar-lhes cobertura
complementar em razáo de sua remuneracáo) e a fiscalizacáo do INSS cobrado
i
contribuicóes com base no art. 28, § 92, do PCSS e que o CRPS entendeu de nao
haver essa incidencia, eventual denúncia terá de levar em conta o acórdáo.

268
CAPÍTULO Lll

PROTE<;AO AO IDOSO

Sao tantas as liqacóes entre o idoso e a previdéncia social e em relacáo a


ocorréncia do dano moral que justificam estudos sobre a conviccáo necessária
para que ele, quando vítima de alguma ofensa ao seu direito de cidadania, faca
valer esses direitos.

A Lei n. 10.741/03 (Estatuto do ldoso) consolidou a leqislacáo protetiva dos


longevos, mas nao especificou claramente quais os instrumentos adequados para
que tais cidadáos possam exercitar os princípios do respeito ao ser humano ali
contemplados.

A maior parte das agress6es a


protecáo do mais velho é de ordem pessoal,
e a ilustracáo processual frequentemente só é possível com o depoimento de
testemunhas, per se dificultando defesa; nem sempre se consegue aquele que
pretende cooperar coma verdade.

Quando da edicáo da Lei n. 8.842/93, nao havia ainda a indicacáo de que


os seus postulados deveriam ser cumpridos por todos, inexistia previsáo específica
para a omissáo de socorro do idoso, mas a Lei n. 1O.7 41 /03 alterou profundamente
o instrumental de busca da justica (Direito dos idosos. Sao Paulo: l Tr. 1997).

Cada um dos 16 crimes ou infracóes referidos nos arts. 93/108 da Lei n.


1O.7 41 /03 imp6e um 6nus a mais para a vítima, além da ofensa moral ou material,
que consiste no encargo de prová-los. lsso deve induzir o magistrado a sentir
quase presuntivas as aleqacóes da vítima.

521. Agilidade processual

De acordo com a Lei n. 10.173/01, os processos que cuidam dos interesses


dos idosos térn preferencia no seu andamento. Os que dizem respeito a benefício
previdenciário devem ser informados com prova da data de nascimento do
requerente para que isso seja possível.

O próprio estado de saúde do idoso, com o atestado médico anexado aos


autos, deve ser indicativo da necessidade de preméncia da solucáo do dissídio.

269
522. Agressao física

Os arts. 42/6º da Lei n. 10.741/03 asseguram o direito a


incolumidade
pessoal, referindo-se claramente aviolencia, crueldade ou opressáo, expresso
conforme os diferentes crimes (arts. 93/108).

Violencia é acáo física ou mental diversificada, substanciada por infinidade de


meios. Muitas vezes, com o uso covarde da torca física.

Modalidade ociosa de crueldade, igualmente execrada e apenada, intimando


moralmente o indefeso. Por vezes, o exercício injusto da torca ou do poder, onerando
o direito de justica. Neutras oportunidades, apenas o constrangimento moral.

Cidadáos, vizinhos, parentes, amigos e transeuntes térn o dever moral de,


presenciando acáo danosa e antijurídica contra o idoso, ou dela conhecimento por
terceira pessoa, assumirem o encargo moral de cientificar o dado a
autoridade.
Abstraindo por ora a omissáo de socorro, se nao fizer caso, inexistirá punicáo, mas
ele será mais um que contribuirá para aumentar o desrespeito ao idoso e, um dia,
disso será vítima.

a
Diz o art. 92 do Estatuto que: "É obriqacáo do Estado garantir pessoa idosa
a protecáo a vida e a saúde, mediante etetívacáo de políticas sociais públicas que
permitam um envelhecimento saudável e em condicóes de dignidade", logo, quem
foi agredido físicamente tem de procurar a Delegada de Polícia e f azer queixa escrita.

a
523. Direito liberdade

Constitucional e legalmente o idoso tem direito de ir, vire estar em logradouros


públicos, ter opiniáo e expressáo, poder adatar um culto religioso, praticar esparte
compatível e divertir-se, participar da vida em f amília, comunitária, política e de
buscar refúgio, auxílio e orientacáo (art. 10, § 12, l/Vll da Lei n. 10.741/03).

Tudo o que afrontar esse direito mínimo da liberdade, urna vez provado,
será objeto de acáo por parte do Ministério Público. A prova se faz conforme o
constrangimento a que foi submetido.

524. Penséo alimentícia

Patente a necessidade de habitacáo. vestuario. transporte e alirnentacáo.


subsiste o direito a
pensáo alimentícia a ser recebida dos familiares, principal-
mente dos filhos.

Se a pretensáo nao é ouvida nem atendida, o interessado terá de fazer a


prova de que o que recebe nao é suficiente para atender a essas necessidades,
como holerite ou o carne de pagamento do INSS.

270
525. Servic;os de saúde

Demonstra-se a necessidade de assisténcia a saúde com atestados médicos


(normalmente do SUS) expedidos depois de pericia promovida pelas próprias
autoridades.

526. Educac;áo e cultura

O direito a educacáo, a cultura, ao esparte e ao lazer é também assegurado


pelo Estatuto do ldoso, embora, nesse caso, a generalidade da pretensáo torne
ainda mais difícil o seu exercício.

527. Profissionalizac;áo do trabalho

Garantido o direito ao trabalho, nem sempre será possível exercitar essa


pretensáo social, mas, se ele é discriminado em razáo da idade, nao será difícil
fazer a prova do crime.

528. Acolhimento em clínicas

A falta de par entes que o acudam ou a existencia de parentes que nao


querem acudi-lo deve ser provada com as condicóes materiais em que vive e com
depoimentos testemunhais, principalmente de vizinhos.

529. Habitac;áo condigna

Embora assegurado em termos de normas, o direito a habitacáo diz respeito


a familia. Se for certo que o idoso tem direito a urna residencia isolada, a prova
dessa necessidade implicará apuracáo das condicóes em que ele vive junto dos
parentes ou internado.

530. Transporte coletivo

O direito de se transportar gratuitamente, com as lirnitacóes impostas pela


lei, é daqueles que térn suscitado maiores dificuldades, especialmente no que diz
respeito as viagens intermunicipais e interestaduais.

Quando se refere as viagens dentro do municipio devido a instantaneidade


da ofensa (6nibus nao parar no ponto, motorista nao abrir a porta, etc.), a preva
é praticamente impossível.

271
CAPÍTULO Llll

FUNDO DE GARANTIA

O Fundo de Garantia do Tempo de Servico (FGTS) foi criado pela Lei n.


5.107 /66 e sofreu alteracóes com a Lei n. 8.036/90. Atualmente (2015) quem
administra os seus valores acumulados é a Caixa Económica Federal (CEF), na
condicáo de agente operador e conforme o seu Conselho Curador.
O recolhimento mensal do fundo de garantia em si mesmo urna prova de
é

trabalho subordinado, vínculo empregatício, filiacáo ao RGPS e tempo de servico.


mas as vezes o trabalhador precisa demonstrar que tem direito a esse capital e nao
dispóe dos documentos habituáis.

Ele se compóe do saldo vinculado da conta, atualizacáo monetária e os juros


de 3°/o a.a., entre os quais os recursos de aplicacóes financeiras.

531. Filia~áo ao INSS

Um dos primeiros passos para evidenciar o direito aos depósitos e recursos


do FGTS consiste em comprovar a filiacáo obrigatória ao RGPS.

Somente alguns segurados obrigatórios do INSS fazem jus a esse benefício


laboral (empregado, temporário, avulso, empregado público e doméstico, se o
patráo por isso optou).

532. Depósito mensa/

A GFIP emitida pela empresa é a principal cornprovacáo do recolhimento do


FGTS. Cópia desse documento mensal com autenticacáo bancária é evidencia da
relacáo jurídica.

533. Parce/amento da divida

No caso de a empresa deixar de f azer os recolhimentos mensa is e entrar em


inadimpléncia para com essa obriqacáo legal, em algum momento ela pode pagar
os atrasados por intermédio de um acordo de parcelamento a ser formalizado com
a CEF.

272
534. Reclamac;óes trabalhistas

Se o vínculo trabalhista é questionado e reconhecido na Justica do Trabalho,


impóe-se o FGTS mensal.
Muitas vezes, a redamacáo nao é exatamente o FGTS, mas o seu valor; desse
modo, o trabalhador pretende a indusáo de um ou out ro quantum que f aca parte
da sua remuneracáo e que nao serviu de base para o cálculo dos 8%.

535. Divida ativa

Após a empresa ser fiscalizada e apurados valores normais ou diferenc;a de


valores, ela é cobrada pela CEF. Se nao recolhidos nas épocas próprias fixadas, a
dívida é formalmente inscrita, iniciando-se a cobranca administrativa.

O documento que representa esse débito é prova do FGTS.

536. Cobranc;a judicial

Nao havendo sucesso na exigibilidade administrativa, a CEF ingressa com acáo


judicial de cobranca. Esse processo goza da presuncáo de validade, significando
haver o direito ao benefício ali constante.

537. Certificadode regularidade

O Certificado de Regularidade (CR) emitido pela CEF é um documento que


comprova que a empresa está em dia com as suas obriqacóes, sem prejuízo de
posteriores apuracóes.

O art. 27 da Leí n. 8.036/90 preve cinco hipóteses em que o CR é exigido,


lugares em que o interessado poderá procurar esse documento, se nao mais o detém.

538. Multa rescisória

O pagamento da multa rescisória, que já foi de 40o/o e agora é de 40o/o +


10% = 50%, e até mesmo a de 20º/o da culpa recíproca, máxime acompanhada
de discriminativo mensal dos montantes e do Termo de Rescisáo Contratual, é
persuasáo convincente para fins do FGTS.

539. Extrato individua/

Os extratos mensais emitidos pela CEF e enviados ao titular da conta sao


exaustivos da existencia da conta, dos depósitos feítos pela empresa.

273
540. Saques autorizados

Sao pelo menos 12 as hipóteses em que o titular da relacáo jurídica com a


CEF, em relacáo ao FGTS, pode sacar o capital ali acumulado ao longo do tempo
(art. 20 da Lei n. 8.036/90).
Autorizado pela lei ou pelo regulamento, os documentos que compóem a
instrucáo desse pedido, em particular a Autorizacáo de Movirnentacáo (AM), sao
dernonstracáo da existencia da conta e do direito ao FGTS.

274
CAPÍTULO LIV

ASSISTENCIA A SAÚDE

Tanto quanto a previdenciária, a relacáo entre o atendido e a operadora da


assisténcia a saúde, de regra um plano de saúde ou um hospital particular (sem a
figura do convenio), em matéria de atendimento ao usuario, é sede de inúmeros
conflitos, dissídios e polémicas.
Os principais aspectos da contratacáo destes na área da iniciativa privada
estáo disciplinados na Lei n. 9.656/98. Mas nao se esgotam aí e em muitíssimos
casos carece haver a prova do direito.
Quando se consultarem as pessoas,elas devem se habituar a ideia de solicitar
as secretárias dos médicos, que as vezes se esquecem disso, que lhes fornecam o
recibo do pagamento da consulta.
Em certos casos, esse documento, emitido pelo especialista em medicina, é a
prava de que um segurado esteve incapaz.

541. Cuidados contratados

O direito a saúde ministrada pela iniciativa privada depende de um vínculo


jurídico envolvendo a operadora de servicos médicos ou odontológicos e o
atendido.
Esse vínculo é bastante semelhante ao da previdéncia privada no sentido de
que o participante adere a um conjunto de regras previamente estabelecidas, que
devem ser seguidas por ambas as partes.
Cópia do instrumento contratual que define essas cláusulas é a primeira
prova a ser disponibilizada.
Daí a importancia de o atendido, quando da adrnissáo num sistema de saúde,
qualquer que seja ele, solicitar o Regulamento Básico desse atendimento.

542. Recibo da mensalidade

O recibo da mensalidade, consiqnacáo em canta corrente ou carne de


pagamento, é demonstracáo plena da existencia do contrato de adesáo entre o
atendido e a entidade fornecedora do servico médico.

275
No caso de débito em conta corrente, importa da mesma forma a
documentacáo da rede bancária e o extrato, menos mensal, a ser extraído pelo
correntista.
Para quem perdeu o comprovante, a declaracáo do Imposto de Renda, em
que consignada a despesa, é um comeco de prova da despesa havida.

543. Nota fiscal de hospitais

Quando do atendimento hospitalar, a nota fiscal expedida pelo nosocomio


contra a entidade propiciadora do atendimento ou a do próprio atendido é
documento comprobatório de extraordinário valor.
A relacáo de procedimentos, pauta da UTI, relacáo de medicamentos utilizados
quando estiver na posse do paciente, demonstra a existencia do atendimento
hospitalar ou ambulatoria!.

544. Custo dos medicamentos

A prova do consumo dos medicamentos ou dos tratamentos é feita com


notas fiscais emitidas pela entidade atendente ou pela farmácia ou drogaria em
que foi adquirido.

545. Necessidade da aten~ao

A preméncia da atencáo médica carece de ser evidenciada pelo segurado.


Quando nao de urgencia, essa necessidadeé evidenciada pela própria pessoa, que
procura um profissional da medicina para urna primeira consulta.
Depois de exames laboratoriais, normais ou complementares, e perícias
médicas, dedaracóes feitas pelos médicos ou dentistas indicam a necessidade do
atendimento clínico, ambulatoria! ou hospitalar.

546. Emergencia e urgencia

Entendem-se por emergencia aqueles fatos que "implicarem risco imediato


de vida ou de lesóes irreparáveis para o paciente", caracterizados em dedaracáo
do médico assistente (art. 12, § 2Q, 1, da Lei n. 9.656/98).
a
Para os fins da assisténcia saúde, consideram-sede urgencia os atendimentos
decorrentes de acidentes pessoaise do processo gestacional.
A prova dessesdois cenários é feita com atestados médicos.

276
547. Direito adquirido

Ainda que de adesáo, a relacáo jurídica entre o atendido e a prestadora


de servicos médicos é contratual. Nessas condicóes. sobrevindo alteracóes nas
cláusulas, estas diráo respeito aos futuros contratos, nao podendo afetar o passado.

548. Reembolso de despesas

Quando nao for possível encontrar o atendimento convencionado, o


convencimento das despesas havidas com outro atendimento será feito com
recibos de médicos, notas fiscais de ambulatórios ou de hospitais.

549. Dependencia económica

Cada um dos Estatutos Sociaisdos planos de saúde tem seu próprio critério
de indusáo e exdusáo de parentes na protecáo, implicando, pois, a ideia de
desiqnacáo de dependentes.
Conforme o que ali estiver disposto em relacáo a marido e mulher,
companheiro ou companheira, filhos, pais e irrnáos. os documentos civis fazem a
prova da relacáo de dependencia exigida.

550. Recurso da negativa

Sobrevindo o indeferimento da pretensáo a atencáo médica, ou se ela for de


fato inferior ao convencionado, cabe ao atendido recorrer administrativamente,
a
visando recomposicáo do seu status jurídico.
Na ocasiáo. a leitura da Lei n. 8.078/90 {Código de Defesa do Consumidor)
será muito útil e também os princípios da Lei n. 9. 784/99.

277
CAPÍTULO LV

SERVl~O SOCIAL

Os servicos sociais previstos no art. 88 do PBPS sao muito assemelhados aos


programas de assisténcia social.

551. Estado de miserabilidade

Em poucas hipóteses, muito mais na assisténcia social, impóe-se a pessoa


fazer a prova de carecer das atencóes sociais do INSS.

O conceito nao é nada claro na leqislacáo previdenciária, mesmo na assisten-


ciária.

552. Hebilitecéo profissional

A habilitacáo profissional é um servico social propiciado pelo INSS com o


objetivo de preparar a pessoa para a prestacáo de servkos. Ela pressupóe que o
segurado nao possua o conhecimento, adestramento, treinamento, e nem sequer
a experiencia necessária para a execucáo de taref as profissionais.

553. Reabilita<;aoprofissional

A par da habilitacáo, a reabilitacáo e outros servicos prestados pelo INSS tém


por escopo a recuperacáo da capacidade de trabalho do segurado.

554. Fornecimento de aparelhos

Quando o trabalhador se ressente da necessidade de possuir aparelhos que


tornem possíveis a vida habitual e o exercício de atividades, sao fornecidas as
próteses e as órteses necessárias.
Para tanto, ele fornecerá ao INSS os atestados ou comprovantes do seu
estado físico.

555. interneciies hospitalares

Efetivamente, o INSS nao possui hospitais; a assisténcia a


saúde é área do
ámbito do Ministério da Saúde (matéria regida pela Lei n. 9.656/98). A cornprovacáo
da necessidade de internacáo processa-se mediante atestados médicos.

278
556. Assisténcie jurídica

Por qualquer motivo administrativo, os servicos sociais de assisténcia jurídica


na previdéncia social nao sao relevantes. Quem deles carecer, e até mesmo para
ingressar com acáo contra o INSS, precisa demonstrar nao poder contratar os
servicos de profissionais ou procurar o atendimento estadual, por intermédio de
atestados firmados por autoridades.

O caput do art. 88 do PBPS inicia-se dizendo que "compete ao Servico Social


esclarecer junto aos beneficiários seus direitos sociais e os meios de exerce-los e
estabelecer conjuntamente com eles no processo de solucáo dos problemas que
emergirem de sua relacáo com a Previdéncia Social, tanto no ámbito interno da
instituicáo como na dinámica da sociedade".

Essa redacáo ampla dá a entender a existencia de um direito subjetivo ao


atendimento mais vasto, indo além da previdéncia social.

557. Admissáo de deficientes

A contratacáo de deficientes por parte das empresas é urna exigencia legal


(PBPS, art. 93). Quem se sentir nessas condicóes deve obter um atestado médico,
emitido após exame médico pericial, e levá-lo aempresa.

Urna prava de que existe a vaga legal é muito difícil, porque frequentemente
esses dados pertencem a empresa, e urna solucáo é reclamar no MTE e no MPS,
para que a fiscalizacáo verifique in loco.

558. Aposentadoria por invalidez

Nos termos do art. 45 do PBPS, o percipiente de aposentadoria por invalidez


"que necessitar da assisténcia permanente de outra pessoa será acrescido de 25o/o
(vinte e cinco por cento )".

Por assisténcia permanente se entendemos cuidados médicos ou paramédicos


executados por enf ermeiros, fisioterapeutas, em relacáo a pessoas acamadas.

559. Prioridades legais

Segundo o art. 88, § 22, do PBPS, os aposentados e pensionistas - principais


destinatários da previdéncia social - tém preferencia no atendimento do servico
social, ficandoa frente dos trabalhadores contribuintes.

Combinando-se esse dispositivo como Estatuto do ldoso (Leí n. 1O.741/03),


verifica-se que os mais velhos térn. ainda, preferencia sobre os aposentados e
pensionistas de menor idade.

279
O preceito elege entre os aposentados aqueles percipientes de benefícios
por incapacidade, valendo dizer que obteve o auxílio-doenca e a aposentadoria
por invalidez.

Embora seja possível comprovar esse estado de necessidade do atendimento


com atestados médicos, será urna visita de assistente social do INSS que verificará
o cumprimento da lei.

560. Recadastramento quinquenal

Devido aoque está disposto no art. 69, § 52, do PCSS, nos últimos tempos o
INSS tem promovido recenseamentos com os aposentados e pensionistas (Lei n.
10.887 /04).
Os beneficiários sao chamados as agencias bancárias ou, em último caso, aos
postos de atendimentos da previdéncia social. Preenchido o formulário, o titular
recebe o comprovante do comparecimento.

Na hipótese de o beneficiário estar preso, a f amília deve obter atestado da


autoridade policial ou penitenciária e levá-lo ao INSS. Se estiver desaparecido o
titular do benefício, há necessidade de documento comprobatório fornecido pelas
autoridades judiciárias capazes em matéria de ausencia.

Se a pessoa estiver viajando para o exterior, cópia do bilhete da passagem,


dedaracáo da empresa de turismo ou da empresa transportadora presta-se como
prova de sua existencia.

Os internados em hospitais obteráo dedaracáo dos estabelecimentos. Quem


estiver acamado ou nao puder se locomover deve informar esse fato ao INSS para
que seja visitado por urna assistente social.

280
CAPÍTULO LVI

SEGURO-DESEMPREGO

A Lei n. 7.998/90 disciplina o seguro-desemprego, regulamentado pelo


Decreto n. 92.608/86 (havia sido criado pelo Decreto-lei n. 2.284/86), tendo
sido alterado pela Lei n. 8.900/74. O benefício é administrado pelo MTE/SINE e
operacionalizado por meio dos EBCT.

561. Destinatários da norma

Quem pretender o seguro-desemprego tem de convencer o Ministério do


Trabalho e Emprego de que é:

1) Empregado urbano (Decreto-lei n. 5.452/43);

1 ) Temporário {Lei n. 6.019/74);

111) Trabalhador rural (Lei n. 5.889/73);

IV) Doméstico (Lei n. 5.859/72), se houver opcáo do empregador pelo FGTS;


V) Empregado público (Decreto-lei n. 5.452/43);

VI) Pescador artesanal (Lei n. 8.287 /91 );

lsso é feito com a anotacáo na CTPS, na FRE e com todas as outras


dernonstracóes aqui evidenciadas para fins dos benefícios previdenciários.

562. Requisitos temporários

Para fazer jus ao beneficio. é preciso provar que:

1) Recebeu salário de pessoa física ou jurídica, pelo menos nos seis meses
anterioresa data da dispensa;

1 ) Ter sido empregado de pessoa física ou jurídica, pelo menos, nos últimos
36 meses;
111) Nao ter auferido o benefício nos últimos 16 meses;

IV) Estar com o contrato rescindido há mais de seis dias (portante,


desempregado );

281
V) Nao possuir renda própria;

VI) Nao ter sido dispensado por justa causa.

A prava do desemprego formalmente feita com dais documentos: a) o


é

Requerimento do Seguro-Desemprego (RSD) e b) a Comunicacáo de Dispensa (CD).

563. Período de carencia

A carencia necessária é demonstrada na CTPS comos registros do MTE.

564. Ausencia de renda

Nao ter renda pode ser demonstrado coma Declaracáo do IR, mas a pessoa
é isenta, com dedaracáo própria.

565. Justa causa

Sobrevindo justa causa, nao há direito ao benefício; a prava do contrário se


faz com dedaracáo do empregador, CTPS, Termo de Rescisáo Contratual e com
documentos laborais (RSD e CD).

566. Fruicéo das mensa/idades

Conforme o vínculo de trabalho do segurado, as mensalidades perduraráo por:

1) Tres parcelas - de 6 a 11 meses;


11) Quatro parcelas - de 12 a 23 meses;
111) Cinco parcelas-de 24 ou mais meses como empregado (Lei n. 8.900/94).

567. Benefício do INSS

Para fazer jus ao seguro-desemprego, importa que o requerente nao esteja


recebendo benefício da previdéncia social.

568. Obriga~óes do regulamento

No dizer do art. 18 do Decreto n. 92.608/86, o interessado ainda deverá:

1) Apresentar no ato da dispensa a CTPS e demais documentos comprobatórios


das situacóes previstas no itens l/IV do art. 32 do Decreto;

282
11) Comparecer no domicílio bancário previamente escolhido, munido da CTPS
e do documento de identificacáo do PIS-PASEP;

111) Conservar por um período de 36 meses, contados da data da dispensa, os


documentos de sua habilitacáo:

IV) Comunicar a CEF o início da percepcáo de renda própria de qualquer


natureza suficiente para a manutencáo pessoal e a de sua família, de benefício da
Previdéncia Social de prestacáo continuada ou auxílio-desemprego;

V) Comunicar ao empregador sua condicáo de beneficiário do seguro-desem-


prego quando for admitido em novo emprego durante o período de aquisicáo de
18 meses, mediante apresentacáo de anotacáo na CTPS.

569. Decadencia do díreíto

Mostrando que ainda nao se passou o prazo legal com a baixa na CTPS ou
no Termo de Rescisáo Contratual, o desempregado confirma que está dentro do
prazo de decadencia.

570. Cessecéo da prestafáO

Com a percepcáo da última parcela cessa o dever de pagar o seguro-desem-


prego. O depósito em canta ou pagamento direto é a prava. O benefício cessa
também se a pessoa consegue emprego, obtém renda propria. aufere benefício
previdenciário ou marre o titular.

283
CAPÍTULO LVII

PREVIDENCIA COMPLEMENTAR

Os envolvidos nas relacóes jurídicas dos fundos de pensáo tém obriqacóes


muito semelhantes as das relacóes jurídicas da previdéncia social básica.
Participantes e segurados sao obrigados, algumas vezes, a prova de algo e, da
mesma forma, os beneficiários. Quando exigíveis, as cornprovacóes seguem
regras praticamente iguais, operadas principalmente com documentos escritos e
depoimentos verbais.

571. Admisséo noutra EFPC

Quem pretende transportar os recursos acumulados num fundo de pensáo


(EFPC emissora) para serem admitidos em outro fundo de pensáo (EFPC receptora),
a título de dotacáo inicial ou nao, nos termos da leqislacáo que cuida da portabilidade
(LBPC, arts. 14/15), informará e comprovará que deixou a patrocinadora da
primeira entidade ou que se afastou de urna entidade associativa.

A despeito da proximidade física (e jurídica) entre o empregador e a entidade,


carece de exibir a CTPS, em que anotada a baixa, exibir a resclsáo contratual
demonstrando o rompimento do vínculo empregatício a partir de certa data.

No ensejo, tem ainda de deixar claro que sua intencáo nao é resgatar, passar
a pagar individualmente como autopatrocinado ou optar pelo vesting. Disposicáo
promovida mediante requerimento ou formulário próprío da EFPC, a ser preenchido
e com poder de convencimento da sua vontade.

572. Resgate na saída

Resgate é instituto técnico relativo ao participante que deixa a patrocinadora


e nao se servirá da portabilidade (as vezes, porque vai trabalhar em empresa que
nao patrocina fundo de pensáo). Além de convencer a EFPC de que deixou o
empregador, com as mesmas prevas inerentes a portabilidade, carece evidenciar
que pretende os valores que pessoalmente aportou durante sua relacáo com o
plano de benefícios da entidade.

Se nao existem impressos padronizados, um simples requerimento será


bastante para exprimir a sua intencáo de obter o montante.

284
573. Autopatrocínio

Autopatrocínio corresponde a
ideia de alguém que deixou patrocinadora,
mas nao a entidade, e pretende continuar contribuindo (pagando praticamente
em dobro como se fosse um facultativo do RGPS).

Pode f azé-lo quem se afastou do empregador e sua vontade é expressa com


requerimento ou preenchimento de formulário. E, em respeito ao convencionado
no Regulamento Básico da EFPC, com os pagamentos mensais em dia.

A prova da regularidade de situacáo, além dos impressos próprios da escolha


pelo autopatrocínio, sao as guias de recolhimento da contribuicáo ou os extratos
bancários (quando de apropriacáo do valor em conta corrente).

574. Benefício proporcional

Quem pretende obter o benefício proporcional diferido (vesting) precisa


indicara EFPC essa volicáo com um requerimento. Nesse caso, estará desistindo
de ser autopatrocinado, de resgatar ou de portar.

575. Cornplementecáes por incapacidade

Os benefícios complementares do auxílio-doenca e da aposentadoria por


invalidez dependem de exame médico pericial operado pela área médica da
EFPC (geralmente terceirizada). em alguns casos, aceitando a condusáo do INSS.
Subsistindo dúvidas, instalando-se dissídio entre as partes, o convencimento de
que o segurado está incapaz para o trabalho será feito por diferentes meios, os
mesmos da previdéncia básica:

1) Exame médico do INSS - Carta de Concessáo do INSS com indicacáo


do CID;

11) Prontuário médico - Registros trabalhistas da empregadora, com exames


admissionais, sequenciais (e até demissionais), CAT, etc.;

111) Perícia médica externa a EFPC - Laudos técnicos emitidos por clínicas
particulares;

IV) Laudos de entidades oficia is - Atestados fornecidos por entidades do tipo


FUNDACENTRO, CEREST, SUS, etc.;

V) Perícias judiciais - Resultado de perícias médicas em acóes contra o


empregador ou o INSS.

285
576. Filia~ao na EFPC

Na difícil hipótese de extravio do cadastro do trabalhador, a persuasáo de


que ele se filiou a um fundo de pensáo nao será onerosa.

Por meio da CTPS, que comprovará que é ou era empregado da patrocinadora


ou que pertencia a atividade própria de EFPC associativa (como diploma, carteira da
ordem, contribukáo sindical, etc.); o Cartáo de lnscricáo, cópia dos demonstrativos
de suas contribuicóes mensais, discriminativo do resgate, Termo de Portabilidade, etc.

577. Tempo de servico

Quando da admissáo no plano de benefícios, para os diferentes fins da


previdéncia complementar, o participante deve informar dados de sua vida
profissional referentes ao período em que nao trabalhou na patrocinadora. A prova
do tempo de servico, assinaladamente se for especial, é feita com os mesmos
documentos antes indicados em matéria de previdéncia básica.

578. Requisitos para o gestor

O art. 35 da LBPC regra a qualificacáo das pessoas gestoras de um fundo de


pensáo. Seu § 32 aponta dois requisitos a serem preenchidos pelos candidatos aos
cargos de membros dos conselhos deliberativo e fiscal: a) comprovada experiencia
nas áreas financeira, administrativa, contábil, jurídica, de fiscalizacáo ou de
auditoria e b) nao ter sofrido penalidade administrativa.

O § 42 do mesmo art. 35 rege a qualificacáo dos membros da Diretoria


Executiva (precisam ter nível superior e atender aos pressupostos):

1) Experiencia financeira - Ter trabalhado em banco, financeira, fundos de


aplicacáo:
11) Experiencia administrativa - Ocupacáo de cargos de qestáo em alguma
empresa;

111) Princípios de contabilidade - Nao precisa ser contador, mas carece


conhecer os postulados básicos de contabilidade;

IV) Domínio do Direito - Nocóes gerais de Direito seráo utilíssimas;

V) Conhecimento de fiscalizacáo - Ciencia do poder da Super-Receita e da


auditoria da PREVIC;

VI) Conhecimento de auditoria - Significado da inspecáo:

VII) Nível superior - Provado com o diploma;

286
VIII) Ausencia de punicáo - Quem poderá certificar a ausencia de sancóes é
a SPC, mediante declaracáo.

579. Normas do MPS

O Decreto n. 4.942/03 preve 48 infracóes cuidando do regime repressivo


dos procedimentos administrativos das EFPC. Ali estáo previstas quase todas
as modalidades de procedimentos, ou seja, observancia das normas dos entes
supervisores do MPS (CGPC/SPC) a serem cumpridas. Em cada caso, a prova cabível
(Direito previdenciário procedimental complementar. Sao Paulo: LTr, 2007).

580. Universalidade de cobertura

A universalidade de cobertura horizontal é princípio constitucional de Direito


Previdenciário, com expressáo na norma infraconstitucional complementar. Quer
a
dizer que os planos de benefícios devem estar acessíveis adrnissáo de todos os
empregados da patrocinadora e todos os filiados a instituidora. Pelo menos a
todos os que precisem da previdéncia complementar.

Abstraindo a aprovacáo do Estatuto Social, a EFPC convence a PREVIC de que


dá cumprimento a essa disposicáo fundamental com um Regulamento Básico em
que nao sao previstas excecóes ao princípio. Justificando, quando for o caso, por
que algumas pessoas nao sao akancadas.

287
CAPiTULO LVIII

PROVAS DA DEFICIENCIA

Quando do exercício dos direitos, frequentemente os deficientes enfrentam


obstáculos para convencer terceiros de que sao portadores de lirnitacóes
determinantes do deferimento de bens jurídicos.

No comum dos casos, as pessoas teráo de fazer persuasáo negativa, o que


torna ainda mais onerosa a evidencia. Convencer alguém de que nao se logra fazer
alguma coisa é diferente da afirmacáo positiva.

581. Meios de persuasáo

A prova da deficiencia observa algumas características próprias.

Disposicóes sobre as técnicas de comprovacáo da deficiencia sao raríssimas e


nao estáo sistematizadas. O Decreto n. 3.298/89, em seu art. 16, § 22, tem urna
regra geral: "A deficiencia ou a incapacidade deve ser diagnosticada por equipe
multidisciplinar de saúde, para fins de concessáo de benefícios e servicos".

Quer dizer, o interessado será submetido a vários exames ou consultas


médicas até que se chegue a urna conclusáo definitiva. Perícias, aliás, que tém de
ser periódicas.

Os instrumentos da prova suscitados tém relacáo direta com o tipo de


dirninuicáo das aptidóes da pessoa: anatómicas, fisiológicas, psicológicas ou
intelectuais. Cada producáo se f ará consoante a na tu reza da limitacáo a presentada.

Somente profissionais habilitados térn perrnissáo para concluir sobre as defi-


ciencias. De modo geral, médicos peritos, profissionais especializados nos exames.
Obviamente cada especialista verificará a insuficiencia pertinente a sua especia-
lidade. Assim, ortopedistas apredaráo limitacóes anatómicas. oftalmologistas
examinaráo a visáo. e assim por diante.

Os laudos, dedaracóes e atestados médicos firmados em seguida aos exames


a
procedidos, em cada caso, observaráo certa hierarquía quanto capacidade judicial
de convencimento.

Destarte, classificam-se esses documentos: a) atestado médico particular; b)


dedaracáo do médico do trabalho; e) perícia de órqáo oficial; d) exame médico da
previdéncia social; e) laudo pericial judicial.

288
Rigorosamente, a deficiencia nao se presume; carece ser demonstrada
faticamente. Embora nao seja absoluta, até evidencia em contrário, a simples
concessáo de benefício nao correspondente a um cenário que presuma a
deficiencia.

Existem incapacidades que reclamam prova a priori e outras a posteriori.

582. laudo técnico pericial

A melhor modalidade de persuasáo é a condusáo médica declarada em


laudo técnico pericial a que foi submetido o interessado, emitido por profissional
habilitado e idóneo.

Qualquer pessoa consultará com médico assistente de sua confianca. para


que seja ou nao declarada urna dirninuicáo de capacidade. Nesse caso, além da
idoneidade do profissional ou da entidade emitente do documento, é importante
que o atestado seja precedido do mais completo exame possível.

583. Provas securitárias

É na área da saúde, assisténcia e previdéncia que se apresenta o rnaior


número e meios de provas.

a) Perícia médica securitária


O INSS é um órqao oficial, autarquia federal autorizada a submeter os
beneficiários (segurados e dependentes) a exames médicos iniciais e sequenciais
(PBPS,art.101).
A CREM e a CRER sao documentos que demonstram, para fins de benefícios,
urna incapacidade para o trabalho, respectivamente decorrente de doenca comum
ou ocupacional.
b) Benefício da LOAS
Por ocasiáo da solicitacáo do benefício de pagamento continuado (BPC), o
laudo da perícia médica do INSS é prova convincente (Lei n. 8.742/93).
e) Aposentadoria por invalidez
A incapacidade total e insuscetibilidade para o trabalho que deflagra a
aposentadoria da invalidez dependem de perícia médica da entidade previdenciária
(PBPS, art, 42, § 1 Q), cujo laudo prova a incapacidade.

d) Invalidez dos dependentes

Os filhos ou irmáos do segurados maiores de 21 anos tem declarada a


invalidez, mediante exame pericial da previdéncia social (PBPS, art. 16, 1 e 111).

289
e) Art. 93 do PBPS

O PBPS nao estabeleceu quem atestará a deficiencia, entendendo-se que a


contratante que o fará.
é

f) Certificado de habilita~ao da reedeotecéo


Diz o art. 92 do PBPS: "Concluído o processo de habilitacáo ou reabilitacáo
social e profissional, a Previdéncia Social emitirá certificado individual, indicando as
atividades que poderáo ser exercitadas pelo beneficiário, nada impedindo que este
exerca outra atividade para a qual se capacitar".

584. Exame admissional

Quando da contratacáo de empregados, com vistas a higiene, medicina e


sequranca do trabalho, os candidatos submetem-se a um exame admissional. No caso
do vínculo obrigatório do art. 93 do PBPS ou da celebracáo do Contrato de Estágio
da Lei n. 11.788/08, o ASO (que comprova a higidez ou nao) ou a condusáo médica
do médico do trabalho, o exame é documento que convence sobre a existencia de
lirnitacóes laborais ou nao. Pelo menos, para os efeitos do Direito do Trabalho.

585. Previdéncie fechada

As EFPC e EAPC emitem documentos relativamente ao estado de saúde dos


participantes ou beneficiários

586. Seguro privado

Quando da aleqacáo do infortúnio coberto pela apólice de seguro, a


companhia seguradora exigirá exame médico. A declaracáo expedida para fins de
pagamento da indenizacáo tem valor probatório da deficiencia.

587. tsencéo de /CM

No dizer do art. 22 da LC n. 83/86 (concedeu isencáo do Imposto Sobre


a
Operacóes Relativas Circulacáo de Mercadorias para veículo destinado a uso
exclusivo de paraplégicos ou de pessoas portadoras de defeitos físicos): "Constituí
condicáo para aplicacáo do disposto no artigo anterior a apresentacáo. pelo
adquirente, de laudo de perícia médica fornecido exclusivamente pelo Departamento
de Transito do Estado onde reside permanentemente o interessado, especificando
o tipo de defeito físico e atestando a total incapacidade do requerente para dirigir
automóveis comuns, bem como sua habilitacáo para tazé-lo em veículo com
adaptacóes especiais, discriminadas no laudo".

290
Quando da venda do veículo, o comprador deverá ser pessoa "nas mesmas
condicóes de deficiencia física, apuradas media inspecáo por junta médica oficial"
(parágrafo único do art. 3Q}.

588. Demonstrecáes emprestadas

É bastante comum a importacáo de pravas, de urna instituicáo ou de um


processo para outra. Até 28.5.01, quando vigia a subsidiaridade da previdéncia
fechada, as EFPC acolhiam as decisóes do INSS para fins da definicáo do direito a
complementacáo da aposentadoria por invalidez.

589. Perícia judicial

Quando de litígios em que subsistam dúvidas quanto ao nível da incapacidade


de urna pessoa que objetiva um benefício (e até mesmo urna reparacáo material
ou moral), o magistrado poderá solicitar perícia judicial, cuja condusáo se prestará
para sua decisáo,

590. Declara~óesoficiais

Entidades governamentais, como Faculdades de Medicina, Hospitais, Posto


de Saúde do SUS, Fundacentro e outras mais, requeridas, examinam o interessado
e expedem dedaracáo quanto as limitacóes do requerente.

a) Obviedade da evidencia

Existem circunstancias, especialmente as referentes as limitacóes anatómicas,


que dispensam provas. As condusóes sao visuais e nao reclamam habilitacáo
profissional.

b) Contestecéo da prova apresentada

Pessoa física ou jurídica, que nao se convencer da decisáo tomada por urna
empresa, órqáo governamental ou previdéncia social desfruta do poder jurídico
de opor-se a essa conclusáo por intermédio de inconformidades administrativas
(Portaría MPS n. 323/07) ou judiciais (art. 120 do PBPS), sobos auspícios da Leí n.
9.784/99.

e) Provas da doence, invalidez e da deficiencia

Perícia médica estabelecerá se a pessoa é doente, inválida ou deficiente. As


incapacidades sao muito próximas, semelhantes e apresentam elementos comuns.

Evidentemente, doencas geram deficiencias. Também é consabido que muí-


tos dos sintomas de um sao sinais de outros.

291
1) Origem - A origem mais comum das deficiencias é genética.

Raramente alguém fica gago ou sofre de problemas fonoaudiológicos e


parece falar pelo nariz a partir de um momento.

11) Causa - Quem nasceu cego, surdo ou mudo nao é tido como doente.
A vítima de um acidente que teve urna arnputacáo. após a alta médica, nao é
doente.

111) Tipos conhecidos - Algumas deficiencias sao tradicionalmente reconhe-


cidas.

IV) Duracáo - As doencas costumam ser provisórias e as deficiencias tendem


a ser definitivas.

V) Capacidade de recuperacáo - A maior parte das doencas. diagnosticadas


a tempo e objeto de tratamento, sao passíveis de cura.

VI) Tipo de tratamento-As lirnitacóes podem ser amenizadas como emprego


de equipamentos médicos.

d) Demonstrecoes escolares

Certificado de Matrícula, frequéncia ou condusáo de Curso de Educacáo


Especial expedido pela institukáo de Ensino especial, credenciada pelo MEC (art.
36, § 22, do Decreto n. 3.298/99).

e) Resultado Final de Concurso Público

A segunda lista da publicacáo do resultado final do concurso (art. 42 do


Decreto n. 3.298/99), em que se arrolam os deficientes.

Parecer emitido pela equipe multiprofissional que faz parte da orqanizacáo


do concurso público (art. 43 do Decreto n. 3.298/89).

f) Acessibilidade urbana
A Lei n. 10.098/00 estabeleceu "critérios básicos para a promocáo da
acessibilidade das pessoas portadoras de deficiencia ou com mobilidade reduzida"
sem, entretanto, especificar com clareza como tais pessoas faráo a demonstracáo
do seu estado físico que autoriza a utilizacáo dessas vantagens.

A solucáo é procurar um órqáo oficial da assisténcia a saúde, como o SUS, e


solicitar um atestado médico.

292
CAPÍTULO LIX

PROVAS DO ESTÁGIO

Em muitas circunstancias, logo depois de completá-lo ou tempos a frente,


alguém talvez tenha de provar que estagiou. Os motivos sao variados, destacando-
-se, os estudantis, profissionais, trabalhistas ou previdenciários. Algumas ideias a
respeito dos instrumentos de convencimento sao interessantes para configurar o
conceito desse estudante trabalhador. A valoracáo das persuasóes dependerá da
sua utilizacáo final. As estudantis entocaráo o estudo. As trabalhistas, o labor. As
previdenciárias, a protecáo social.

O objetivo é demonstrar que comecou e completou um contrato de estágio


para os diversos fins de Direito. No futuro, por qualquer razáo, se esse período
de estudo e de trabalho for considerado tempo de servico. o educando terá de
a
evidenciá-lo Previdéncia Social.

Trata-se do estágio comum (de quem nao está estudando), do probatório


(do servidor), do escolar (da percepcáo de bolsa de estudos), do profissional (do
médico e do advogado) e, principalmente, do da Lei n. 11.788/08.

Nao existem mecanismos próprios do estágio. Valemos tradicionais do Direito


que envolvam o estudo vinculado ao trabalho e, notadamente, os previdenciários.
Será ato mediante o qual o interessado ressalta um fato que deseja confirmar.

Apresentar documentos, ouvir testemunhas, trazer relatos escritos de


terceiros sao instrumentos probatórios.

Um direito prescreve (ou nao), mas o poder de mostrar sua existencia nao
desaparece com o decurso do tempo. No caso da previdéncia social, a qualquer
momento o indivíduo demonstrará que foi estagiário.

591. Atos declaratóríos

Um depoimento prestado pela escola ou pela empresa de que ocorreu o


estágio é dernonstracáo bastante convincente. Dependente da finalidade é
suficiente. A interrnediacáo do Agente de lnteqracáo releva como meio de
persuasáo. mas reclama reforce de prova.
Um relatório desse Agente Integrador tem valor significativo. Esse documento
é adequado, especialmente se acompanhado de outros meios de persuasáo,
correspondes a um indício de prova material.

293
lsoladamente, o Termo de Compromisso é apenas urna perspectiva de
que haverá um estágio. Carece de associar-se a outros meios oriundos da parte
concedente para ter capacidade de convencimento.

Cópia do Contrato de Estágio, tanto quanto cópia do Termo de Compromisso,


reclama outros elementos da empresa.

A Lei n. 11.925/09 alterou o art. 830 da CLT e mandou acolher cópia oferecida
como prova de fato desde que confirmada sua autenticidade pelo advogado do
cliente.

De acordo coma Lei n. 11. 718/88, um empregado é designado para orientar,


acompanhar e supervisionar os estagiários. Um depoimento de próprio punho tem
grande capacidade de persuasáo.

592. Profissionais do Direito

Cartáo de ldentidade de Estagiário emitido pela OAB é fortíssimo indício de


um estágio; quem dele duvidar tem de provar o contrário.

Urna declaracáo da Faculdade de Direito, quando o estágio aconteceu na


propria escola, reflete urna série de registros internos e tem eficácia total para o
advogado estagiário.

593. Médicos-residentes

Raramente os médicos formados residem nos nosocomios. Documento


relacionado a moradia na f aculdade ou hospital é dernonstracáo da residencia
médica.

Declaracáo de um hospital ou da Faculdade de Medicina sao provas plenas


da residencia médica.

A concessáo de plano de saúde, particularmente se exclusiva, lembra a Lei n.


11.788/08.

594. Direito Tributário

Se a pessoa tiver declarado na época a percepcáo de valor para fins de


IR, reconhecido pela RFB, pretendendo obter a isencáo do Decreto n. 3.000/99
(Regulamento do Imposto de Renda-RIR), goza da presuncáo de boa-fé do declarante.

Ter-se inscrito como contribuinte na Prefeitura Municipal local é prova


indicativa da prestacáo de servicos. E a contribuicáo sindical, caso seja criado um
Sindicato dos Estagiários, a filiacáo a essa entidade representativa relevante.
é

294
Fazer parte integrante do Relatório Discriminativo de Débito de urna AIOP
emitida pela RFB é indicativo da presenca da pessoa na empresa, que depende da
solucáo fiscal dada a cobranca. Se nao for aceito como empregado, talvez tenha
sido um estagiário.

595. Questóes trabalhistas

Os papéis arralados numa redarnacáo de vínculo empregatício (até mesmo


os nao acolhidos) podem destacar a existencia de um estágio. O fato de alguém
ter sido empregado nao obsta a presenca do estágio, se observadas as suas
característicasprincipais.
Repete-se. Um contrato de emprego necessariamente nao elide o estágio.
Urna empresa poderá ensejar o vínculo empregatício com um estagiário, sem
prejuízo de observar o que interessa na Lei do Estágio Profissional.
Muitas características do estágio sao comuns as da relacáo trabalhista.
lnúmeras nuancas do vínculo trabalhista sao também de estágio, devendo ser
analisadasa partir de sua natureza. Na pesquisa, o simples fato de ha ver emergido
um emprego nao significa necessariamente a inexistencia de um estágio.
Urna autuacáo do MTE demonstra que alguém trabalhava na empresa.
Pressupóe, até prova em contrário, que nao havia um estágio.
As empresas devem organizar Folha de Pagamento dos Estagiários. Urna cópia
autenticada é um bom comprovante quando registrados os valores percebidos, na
contabilidade.
A empresa é abrigada a emitir o PPP (IN INSS n. 20/07) de alguém que
se expós aos agentes nocivos físicos, químicos, biológicos, ergométricos ou
psicológicos e se esse alguém estava cursando urna escola na mesma atividade,
o que é um forte indício de que estagiou na empresa (que reclama outros meios
para ser exaustivo).
Ter sido mencionado num LTCAT, ainda que seja um documento coletivo,
tem forte poder de persuasáo,
No caso de concurso público, o Relatório da Equipe Multiprofissional referido
no Decreto n. 3.289/89 é muito importante.
O ASO de alguém que alegue ser estudante reclama prova em contrário de
que nao era estagiário, se dele constar referencia ao fato do estágio.
Com certeza o prontuário médico de um estagiário trará inforrnacóes a
respeito de seu trabalho e estudo.
A CAT evidencia que a pessoa estava trabalhando na empresa emissora; resta
demonstrar o estudo.

295
Recibo de pagamento, especialmente em papel timbrado e com indicacáo da
condicáo de educando, é prova altamente valiosa. A posse de holerites mensais
indica que houve trabalho e retribuicáo.

Um recibo de entrega do EPI fornecido ao estagiário se tiver sinais próprios


dessa entrega.

Requerimento protocolado na empresa, em que identificado ou qualificado


como estagiário (se entáo nao foi contestado) é indício considerável.

Quem tem perrnissáo escrita para dirigir veículo de propriedade da empresa,


exceto se empregado nao registrado, que esteja cursando ensino correspondente
ao servico, tem urna boa indicacáo de ser estagiário.

Autorizacáo especial para integrar a cooperativa de consumo, quando os


empregados a tem normalmente, indica excepcionalidade a ser verificada a fundo.

Um certificado de participacáo em eventos, quando relacionado com o curso


frequentado pela pessoa. evidencia que o titular está estagiando na empresa que
lhe pagou a inscricáo.

Depósito de valor mensal em conta corrente bancária nao convence a


existencia de um contrato de estágio. Empregados, autónomos e outros prestadores
de servico também recebem sua rernuneracáo por essa modalidade de quitacáo.

Carta de Adrnoestacáo a pessoa é um início razoável de prova material,


especialmente se fizer referencia a natureza da relacáo subsistente. Urna Carta de
Apresentacáo fornecida pela empresa em que esmiúce os elementos do estágio é
de grande valia.

Declaracóes escritas de próprio punho, provincias de colegas de servico.


estagiários ou empregados que operaram na mesma época, tém valor relevante.
A posse de uniformes interessa ao exercício laboral e é um início frágil de
dernonstracáo persuasória.

596. Evidencias securitárias

Urna afirrnacáo documentada de companhia seguradora de que foi celebrado


um contrato de seguro pessoal em favor de alguém, suscitando validade se dele
constar informacóes do estágio e se juntada a apólice de seguro.

Alguém trabalhando, que recolhe como facultativo, presentes outros indica-


tivos, faz super que seja estagiário.

Urna apólice de seguro, em grupo ou nao, é fortíssimo elemento probante,


especialmente se os empregados nao tiverem sido beneficiados pela mesma

296
protecáo. A fruicáo de prestacáo acidentária pela seguradora, cujo ónus foi
a a
atribuído empresa ou escola, prova bastante.
é

597. A~óes judiciais

ldentificacáo de colegas de servico. empregados ou também estagiários


constante de acáo judicial é muito espontanea.

Ter constado de urna sentenca judicial e ali identificado como tal é urna boa
prova. Guarda presuncáo relativa de veracidade.

Os advogados estagiários tém autorizacáo para praticar certos atos previstos


na Leí n. 8.906/94.

598. Aspectos escolares

A posse de um Certificado de Conclusao de Curso acompanhada de evidencias


de trabalho na empresa sao prevas exaustivas.

O Certificado de Residencia Médica é prova indiscutível.

As vezes, o Projeto Pedagógico curricular elaborado pela escola menciona


o nome dos participantes. Combinado com outros meios de prova, um boletim
escolar é altíssimo indício de atividade educacional.

Quando relacionado com o curso frequentado pela pessoa, um certificado


de participacáo em eventos evidencia de que ele está estagiando na empresa que
lhe pagou a inscricáo.

Notificacáo para o recesso anual é o documento escrito da empresa relativo


do descanso anual, indicando o seu início e fim, é prova relevante do estágio. Um
recibo de pagamento em que descrito o seu propósito tem a mesma eficácia da
notificacáo anterior.

599. Publica~óes gerais

Se o nome da pessoa constou de publicacóes, notícias e registros de toda


ordem, mencionado como estagiário, é indicativo forte.

600. Construcéo civil

Quem está estudando engenharia ou arquitetura, se firmar um documento


na esfera da construcáo civil, quer dizer que ele estava ali trabalhando.

297
CAPÍTULO LX

ACORDOS INTERNACIONAIS

Nao é fácil convencer a Adrninistracáo Pública da existencia do direito a um


benefício previdenciário em decorréncia dos tratados bilaterais celebrados pelo
nosso país com dez nacóes. cinco antigas colonias portuguesas e com o Mercosul.

As dificuldades habituais se acrescem as enormes distancias, os entraves


diplomáticos, a péssima redacáo dos textos e a burocracia interna dos estados
contratantes.

Documentos traduzidos tém de ser levados de um território para o outro e ali


reconhecidos como válidos; quaisquer dúvidas em geral, diligencias custosíssimas
de serem cumpridas a contento, demoram a ser desfeitas.

Sao poucos os trabalhos publicados a respeito do assunto, convindo ver, de


Miguel Horvath Júnior, o livro Previdéncie Social em face da globalizar;ao. Sao
Paulo: Quartier Latín, 2006.

601. Estados celebrantes

O Brasil mantém tratados com Portugal (Decreto n. 67.695/70), Espanha


(Decreto n. 68.503/71 ), ltália (Decreto Legislativo n. 40/74), Luxemburgo (1965),
Grécia (1984) e llha de Cabo Verde (Ato de 12.3.79).

Na América Latina, como Paraguai (Decreto n. 75.242/75), Uruguai (Decreto


n. 85.248/80), Argentina (Decreto n. 87.918/81 ). Chile (Decreto Legislativo n.
17/82) e ingressou no Mercosul em 1997 (Decreto n. 5. 722/06).

602. Vigencia do acordo

Urna primeira providencia do interessado é saber se o país em que trabalhou e


se filiou a previdéncia social tem acorde internacional celebrado com a nossa pátria.
A prova disso é desnecessária porque o texto do tratado é fato de domínio público.

No Brasil, os servicos sao encaminhados pelas Gerencias Executivas do INSS


no papel de Organismos de l.iqacáo (Portarla n. 204/03), centralizados na Agencia
Brasília-Sul (Código 23.001.40), que recebem e apreciam a papelada do exterior.

Em cada país sucede algo semelhante.

298
603. Cotejo da reciprocidade

Urna segunda medida é avaliar o nível de reciprocidade do tratado; cada


regime de previdéncia social tem regras próprias. Nem todos preveem a aposenta-
doria por tempo de contribuicáo, mas a maioria computa o tempo de servico (o de
ñliacáo. preferindo-se esta expressáo) para a definicáo dos direitos em construcáo
ou construídos.
Examinando as cláusulas do tratado, é preciso que a prestacáo esteja
contemplada, mas a persuasáo é desnecessária. O INSS tem o texto de todos os
acordos internacionais.
Os atuais servidores sao excluídos, mas os antigos, mediante a contagem
recíproca de tempo de servico. podem computar o tempo do RGPS que, por sua
vez, será totalizado.

604. Tempo de servico

Caracterizada a reciprocidade do tempo de contribuicáo na redacáo da norma


dispositiva, resta apenas verificar se os demais pressupostos estáo atendidos, ou
seja, período de carencia, idade mínima e tempo de servico.
Os países com os quais o Brasil mantém acordo relativo a esse último aspecto
sao Portugal, Espanha, Grécia, Argentina, llha de Cabo Verde e Uruguai (IN INSS
n. 11/06, art. 547).
No que se refere a aposentadoria por idade, as regras de elegibilidades sao
praticamente iguais, variando apenas a idade mínima exigida. E, claro, a prova
documental, de regra, a certidáo de nascimento ou de casamento traduzidas ou
o passaporte.
O tempo de servico especial é considerado em alguns casos, sendo que
os meios de convencimento sao os indicados no capítulo próprio em relacáo as
atividades insalubres.
Um período de trabalho das antigas colonias portuguesas (Guiné-Bissau,
Mocambique, Cabo Verde, Sao Tomé, Príncipe e Angola) também é aproveitado
via extensáo do acordo com Portugal.

605. Domiciliodo segurado

Como a todo segurado, imp6e-se comprovar a residencia no Brasil (contas de


luz, água, esgoto, telefone, etc.).
Quem vive no exterior terá de demonstrar esse fato e autorizar alguém, com
procuracáo, para cuidar da instrucáo do pedido. Logo, aduz-se esse documento do
requerimento do benefício (IN INSS n. 20/07, art. 551 ).

299
606. Transito internacional

Nos casos em que o imigrante deixa o território de um país celebrante como


Brasil e vai trabalhar noutro país, o tempo de servico ali prestado será comprovado
como Certificado de Deslocamento Temporário (art. 548 da IN INSS n. 11/06).

607. Treducéo do documento

Os documentos estrangeiros, mesmo provindo de Portugal (sic) e de suas


antigas colónias, térn de ser vertidos a língua nacional por tradutor juramentado.

608. Encaminhamento diplomático

A documentacáo que persuade o INSS da existencia de direito ao benefício


transita pela mala diplomática, envolve o Ministério das Relacóes Exteriores,
passando pelos chamados organismos de ligac;ao, mediante tramite de urna para
outra embaixada nacional.

609. Assisténcie médica

No comum dos casos, os acordos preveem atendimento a


saúde e, para
tanto, o segurado deverá portar o Certificado de Direito a Assisténcia Médica
(CDAM).

Tais documentos sao operacionalizados pelos escritórios de representacáo do


Ministério da Saúde (DENASUS).

610. Trabalho no exterior

Nao se deve confundir o tempo de filiac;ao objeto da totalizacáo de servico


decorrente dos acordos internacionais com as hipóteses de brasileiros prestarem
servíco no exterior, mantida a. filiacáo ao RGPS. O último período de trabalho,
promovidos os devidos acertos, é considerado como se tivesse acontecido no Brasil.

300
CAPÍTULO LXI

DANO MORAL

Já definimos dano moral como o "ato ilícito praticado pelo ser humano,
em seu nome ou representando pessoa jurídica, consciente ou nao, omissiva
ou comissivamente, que objetivamente atinja a personalidade do sujeito passivo
dessa acáo, causando-lhe um constrangimento pessoal ou social, urna ofensa
naturalmente censurável, diminuicáo do seu patrimonio como cidadáo. que possa
ser oportuna e juridicamente reparável" (Dano moral no direito previdenciário. Sao
Paulo: LTr, 2005. p. 29).

Para dar início a acáo judicial de reparacáo correspondente, é preciso subsistir


a demonstracáo do prejuízo. A conviccáo de que um segurado ou dependente
foi vítima de ofensa material ou moral no ámbito da previdéncia social nao é de
producáo fácil.

Quando for individual, do tipo insulto, mau-trato ou falta de educacáo,


quando a comprovacáo se faz com a confissáo do reclamante, reafirmada por
depoimentos testemunhais, ela nem sempre é viável.

Se nao há a rnaterializacáo do convencimento, a rnanifestacáo do interessado


funcionará como mera redarnacáo (que gerará algum efeito interno corretivo) e
nada mais.

611. Ofensas pessoais

Os desagravos pessoais ocorridos nos ambientes da Previdéncia Social só


podem ser evidenciados com depoimentos testemunhais, qravacóes, dedaracóes
firmadas por quem assistiu a cena em que o beneficiário foi destratado, humilhado
ou ultrajado.

Deixar de dar cumprimento ao Estatuto do ldoso - urna aqressáo ao direito


dos mais velhos - é exemplo característico dessa desídia para com os idosos a qual
pode ser retratada.

O mau atendimento pode ser configurado como a falta de urbanidade, má-


-educacáo ou ausencia de presteza por parte de quem tem a obriqacáo de servir
o público (no caso, os destinatários da protecáo social e, até mesmo, os seus
representantes).

301
Normalmente sucede nos postos médicos do SUS (em que, as vezes morrem
pessoas aguardando atendimento), prontos-socorros do Ministério da Saúde,
clínicas de repouso, hospitais públicos ou particulares e nas filas das agencias da
Previdéncia Social.

612. Concessáotardía

Para o PBPS: "o primeiro pagamento de renda mensal do benefício será


efetuado até 45 (quarenta e cinco) dias após a data da apresentacáo, pelo
segurado, da documentacáo necessária a sua concessao" (redacáo do art. 41, §
62, dada pela Lei n. 8.444/92).

Preenchidos os requisitos legais, comprovado tudo aquilo que foi regularmente


reclamado para cada benefício, se nao há exigencia formal exigida pelo órqáo
concessor, diligencia externa nem dúvida de natureza jurídica (embaraces que
justifiquem a demora na instrucáo), portanto, caracterizada a inadimpléncia
injustificada no deferimento, ou seja, superior aos mencionados 45 dias, pode ter
havido dano material e, com certeza, o moral.

A prova é feita com a Carta de Concessáo/Memória de Cálculo retroagindo a


DER. A contraprova do INSS se fará com as exigencias que teria formulado e que
nao atendidas a tempo.

613. lndeferimentoindevido

Pode haver negativa infundada na concessao de um benefício regular, legal


e legítimo. A confirrnacáo da improcedencia ou insubsistencia do indeferimento é
feita com urna segunda concessáo ou concessáo sentenciada pela Justica Federal.

Evidenciado que nao havia razáo jurídica e fática para o nao despacho
administrativo, impóe-se o dano moral. Quem sofreu esse prejuízo terá de
convencer o julgador da impropriedade ocorrida. A aleqacáo da falta de servidores
poderá servir de atenuante, mas nao ilide o dever de atender os segurados.

614. Suspensáo descabida

Urna prestacáo concedida, mesmo no caso de o segurado ter continuado a


trabalhar e mais ainda se isso nao aconteceu, principalmente em razáo da comple-
mentacáo privada, é da maior importancia para a subsistencia dos beneficiários.
Sendo certo que o órqáo gestor dispóe de todos os elementos para instruir a
concessáo, mais tarde apurando que o deferimento foi indevido, tal procedimento
causa danos as pessoas. Se o benefício é suspenso antes de transitar em julgado a
decisáo do Poder Judiciário, esse dano material e moral é imenso.

302
A suspensáo é ato cautelar, de natureza provisoria, cabível exclusivamente
quando nao causar prejuízos ao interessado e cuja duracáo dependerá da prova
adicional que o titular terá para reafirmar o seu direito.

O cancelamento extingue definitivamente o beneficio, que desaparece do


sistema e nao se confunde com fim natural, transforrnacáo ou desaposentacáo,

Nas duas hipóteses, como lembra insistentemente Wladimir Novaes Filho, é


providencia administrativa semente permitida em observancia do devido processo
legal e ao final do seu trámite, transitando em julgado a decisáo do Poder Judiciário
federal, medida cautelar que ele recomenda a priori (exposicáo no 18º Congresso
Brasileiro de Previdéncie Social. Sao Paulo: LTr, 2005).

Mais tarde, revista a decisáo e restabelecidos os pagamentos, essas sao as


condicóes para a reparacáo moral.

615. Prestecéo acidentária

Entender que urna prestacáo previdenciária é comum quando ela é acidentária


deflagra relevantes efeitos na vida dos trabalhadores. Se o reconhecimento desse
status ocorre tempos depois, a perda é ainda mais significativa (FGTS mensal nao
depositado, ausencia de estabilidade do acidentado, etc.).

Diante das evidentes provas do infortúnio, ainda que ausente a CAT, provado
o nexo causal epidemiológico entre a incapacidade e o ambiente laboral perante o
INSS, o prejuízo aconteceu e exige-se o dano moral.

Coma definicáo da presuncáo desse nexo técnico, praticada a partir do Decreto


n. 6.042/07, ou seja, desde 12.4.07, o trabalhador está dispensado de fazer a preva,
cabendo a empresa demonstrar o contrário comos meios de que dispuser.

616. Conversáo de benefício

A conversáo ou a transforrnacáo de um benefício em outro, preenchidos os


requisitos legais, é direito subjetivo do beneficiário.

lnocorrente o atendimento dessa pretensáo, sobrevém os fundamentos de


urna acáo por dano moral.

617. Lentidáo na revisáo

O mais comum dos processos intentados na Justica Federal em matéria de


dano moral no Direito Previdenciário diz respeito a revisáo de cálculo, contra o
indeferimento da concessáo e o de incorporacáo as mensalidades dos reajusta-
mentos anuais.

303
Sabidamente, o ref azimento da renda mensal inicial depende de razóes técnicas
do tipo aplicacáo correta da leqislacáo, mas também das provas apresentadas pelo
recorrente, como da mudanca de critérios adotada na leqislacáo num e noutro
momento da história.

Caso o segurado ingresse com acáo na Justica Federal e obtenha ganho


de causa, assegurando o reexame da renda mensal inicial ou do montante em
manutencáo (ultimamente por conta do indexador utilizado no reajustamento),
além das 60 mensalidades normais e abonos anuais atrasados, fundamentalmente
a
faz jus incorporacáo do adicional auferido em sua mensalidade habitual.

Em todos esses casos, caracterizada a demora injustificada ou que nao possa


ser atribuída ao próprio prejudicado, sobrevém o dano patrimonial a ser reparado
pelo devedor da obriqacáo e estará também presente o dano moral, justificando
a reparacáo.

A prova da mora, comprovada mediante o protocolo do pedido e a Carta


de Concessáo/Memória de Cálculo, de quem apresentou ab initio todos os
documentos, é fácil e é, da mesma forma, evidente o dano moral.

618. Extravio de processo

Os documentos materiais que instruem um pedido de benefício sao a alma


jurídica da pretensáo dos titulares do direito previdenciário, em alguns casos
requisitos decisivos para o seu aperfeicoarnento. E únicos, em algumas hipóteses.

Em se tratando de tempo de servico realizado antes da irnplantacáo dos


bancos de dados (CNIS, RAIS, GFIP, cadastro dos contribuintes individuais, etc.), a
dernonstracáo de filiacáo, inscricáo. desiqnacáo de dependentes e do exercício das
atividades sao determinantes objetivas da f acuidad e jurídica.

Um laudo técnico emitido no passado, a certidáo de tempo de servico. o


certificado militar, todos esses sao documentos de enorme importancia para o
segurado apurar o tempo de servico.

observacóes promovidas junto da reparticáo, cujos registros internos se perde-


ram, significam prejuízos literalmente incalculáveis. E quase sempre insubstituíveis.

Perder o processo de benefício, e com ele os documentos que definem o direito


e que dele fazem parte, a evidencia, constitui-se num relevante encargo para o
trabalhador, um verdadeiro desastre se as provas eram apenas aquelas ali produzidas.

619. Alega<¡ao de fraude

Alegar a suspeita de fraude ou a fortiori a própria fraude, ainda que limitada


a acáo infracional apenas ao acusado, mais ainda se documental, equivale a urna
denúncia que, se nao provada, diminui o patrimonio moral da pessoa.

304
Chamar alguém de fraudador é muito sério e ofensivo e pode caracterizar
infamia, ditamacáo ou calúnia; de qualquer modo, se fraude nao houve, com
certeza estará presente aqressáo relevantíssima a ser compensada.

620. Quantifica<;aodo pedido

Estimar o vulto do pedido da reparacáo. isto é, quantificar o valor que repara


a perda havida pelo segurado é taref a onerosa para qualquer pessoa.
Aquele que tem de mensurar qual deve ser o quantum pecuniário que vai
exprimir a reparacáo moral é o magistrado que apreciará o feíto. Mas essa é
também duríssima tarefa do advogado que patrocinará a causa, porque precisa
expressar esse montante ao juiz.
Quando se tratar de ofensa materializada, como é o caso da concessáo tardía
de benefício, alguma evidencia do valor da reparacáo pode ser oferecida a justica,
cifrada ao montante mensal da prestacáo, ao eventual custo de empréstimo a que
esteve obrigado o ofendido.

305
CAPÍTULO LXII

UNIÁO HOMOAFETIVA

Boa parte dos meios de prova da uniáo homoafetiva foi arralada quando da
lista da uniáo estável. Agora, sao particularizados os instrumento de convencimento
dessa uniáo ainda atípica.

621. Conceito mínimo

A uniáo homoafetiva é urna relacáo amorosa duradoura entre pessoas do


mesmo sexo. Juridicamente, um vínculo afetivo e familiar, informalizado em
comparacáo com o casamento e distinto da uniáo estável dos heterossexuais em
relacáo a identidade de sexos.
Certas particularidades próprias e suas semelhancas entre o casamento civil,
o matrimonio religioso e a uniáo estável f azem intuir que essas instituicóes sociais
sao espécies de um mesmo genero, a convivencia familiar humana, resultante da
comunháo de seres com finalidade afetiva, reproducáo, mútua assisténcia e busca
do bem-estar.
Basicamente a uniáo homoafetiva é comunháo convencional de dois seres de
igual sexo a qual tem por escopo urna vida familiar em comum. Convém lembrar
que a f amília stticto sen su (pais e filhos) é um insistente desejo dos idealizadores,
que terá de abrigar a modalidade lato sensu (pai e máe ou irrnáos vivendo juntos),
presente o animus de mútua assisténcia. respeito e constancia da relacáo.
Nao exige conjuncáo carnal nem mesmo rnanifestacóes románticas. mas,
no mínimo, o cumprimento das obriqacóes assumidas decorrentes da afetividade
dessa convencáo de vontades. Em algum caso raro, particularmente de pessoas
idosas, apenas serem companheiros, compartilhando atencóes mútuas nos últimos
anos de vida.
A uniáo homossexual destoa da heterossexual. Sem embargo de um
componente eventualmente ter concebido filhos numa relacáo anterior, esse
parceiro poderá constituir família, ainda que com filhos náo consanguíneos. Nada
impede as mulheres unidas que tenham filhos mediante insemlnacáo artificial ou
adotem criancas. guardem ou as tutelem.

622. Defini~ao legal

lnexiste definicáo legal de uniáo homoafetiva. Sem prejuízo do que disp6em


as Leis ns. 8.971/94 e 9.278/96, nem mesmo um conceito pode ser encontrado

306
na lei. A construcáo jurídica fica por canta dos doutrinadores, restando bastante
assentada, salvo no que diz respeito a dependencia económica, ao tempo mínimo
de duracáo da relacáo e as pravas convincentes.

As normas administrativas, nascidas a fórceps (que chegaram a descrever


a companheira), nao tiveram a coragem de definir essa parceria, pressupondo-a
para os fins dos dais benefícios que ela fez emergir.

623. Disciplina regu/amentar

Até que o Ministério Público Federal de Porto Alegre ingressasse com a Ac;ao
Civil Pública n. 9347-0 e sobreviesse a sentenca da juíza Simone Barbisan Fortes,
subsistía um vazio normativo na previdéncia social.

Com a lnstrucáo Normativa INSS/DC n. 25/00, em cumprimento a referida


sentenca. a autarquía passou a regulamentar a uniáo homoafetiva em sucessivas
decisóes. Sem defini-la - o que é relevante - e sem dizer o que nao é uniáo
homoafetiva. Fe-lo de forma bastante singela, nao a conceituando, e exigindo
provas materiais de difícil producáo.

Num primeiro momento, sem atender ao ditame judiciário, impondo a


prava da dependencia económica, o que retirava a pretendida equiparacáo com
o casamento e a uniáo estável. Mais adiante, hodiernamente nao a exigindo e a
pressupondo (se é que nao ficou camuflada na prava da própria convivencia more
uxorio).

624. Característicasbásicas

Distinguindo-se de outras relacóes humanas, a uniáo homoafetiva suscita suas


próprias nuancas, algumas das quais tendentes a sofrer mutacóes futuramente em
face do acolhimento por parte da sociedade.

Semente homossexuais cornpóem esse tipo específico de uniáo humana. Os


bissexuais constituem relacáo heterossexual e homossexual e, em raros casos, as
duas retacees.

Transexuais, depois de submetidos a cirurgia de transqenitalizacáo, trans-


mutam fisiológica, psicológica e hormonalmente de sexo. Adotado o novo
comportamento, nessas condicóes, no comum dos casos, se vierem a se unir,
seráo tidos como heterossexuais.

Mas, claro, exemplificativamente, se alguém do sexo masculino tornar-se do


sexo feminino e se unir a urna mulher, o que se terá é uniáo homoafetiva. É preciso
distinguir essa relacáo com a convivencia mútua de heterossexuais (casos de dois
irrnáos, duas irrnás, pai e filho ou máe e filha, bastante comuns).

307
625. Pressupostos gerais

Tecnicamente, para que seja reconhecida publicamente a uniáo homoafetiva


(daí derivando outros consectários que na prática dependeráo desse reconheci-
mento) e produza efeitos na própria Previdéncia Social e tora dela, é preciso que,
por ocasiáo de sua existencia ou post mortem, o interessado persuada o órqáo
gestor de alguns requisitos.

Os principais sao: a) identidade sexual; b) capacidade jurídica; e) convivencia


more uxorio (com dependencia económica presumida); d) publicidade ainda que
esmaecida; e e) certa constancia.

Somente pessoas do mesmo sexo podem decantar a uniáo homoafetiva.


Se um dos parceiros deixa a condicáo antropológica de homossexual e se torna
heterossexual o que se tem é urna uniáo estável. Quando um deles é bissexual, a
uniáo homoafetiva nao é juridicamente constrangida, igual se passando se ambos
sao bissexuais, evidentemente presentes os demais requisitos.

Também nao importa que antes do enlace um ou outro tenha vivido a


heterossexualidade ou a admita posteriormente. A reuniáo de pessoas assexuadas,
entendidas como aquelas que nao térn interesse por nenhum dos sexos, ainda nao
tem nome.

Embora o Direito de Família sempre tenha imposto urna idade mínima para
o casamento, pouco se discorreu sobre esse mesmo aspecto em relacáo as uni6es
estáveis. Aparentemente, quando de dúvidas, deveria ser apurado se os pares
térn cornpreensáo do que estáo fazendo. Igual raciocínio deve estender-se a uniáo
homoafetiva, nao se fixando idade mínima, evidentemente podendo-se a partir
dos 16 anos.

Além da faixa etária, vale considerar a necessidade da verifkacáo da aptidáo


para a vida em comum, apreciando-se em particular os impedidos de praticarem
os atos da vida civil.

Embora num e noutro momento os atos normativos internos do INSS


tenham imposto a dependencia económica, ela nao pode ser exigida, devendo ser
presumida, até porque, com o seu reconhecimento público, a uniáo homoafetiva
posta os seus membros como dependentes preferenciais, ao lado do casamento e da
uniáo estável.

Como acontece com essas duas instituicóes do Direito de Família, em


princípio, ela pode estar abrigada na exigencia da convivencia more uxorio, ou.
no comum dos casos, subsiste urna mútua dependencia ou um depende do
outro. A possibilidade de ambos serem mantidos por terceiros é remota e deverá
empalidecer diante de mútua assisténcia, respeito e existencia familiar.

308
A convivencia more uxorio decorre da tradicáo, dos usos e costumes e do
casamento. A rigor, nao fosse a convencáo histórica, irrnáos, parentes ou amigos
vivendo juntos - sem qualquer relacáo que nao a familiar - poderiam constituir
um tipo de uniáo protegida pela lei previdenciária.

Quando os autores ou as autoridades cogitam da publicidade da uniáo


estável revelam certo ranco que provém da identidade com o casamento e sem
capacidade de distinguir o que seriam unióes legítimas das ilegítimas. No caso
específico da uniáo homoafetivas será preciso apreciar as provas levando em conta
a discrirninacáo e o preconceito vigentes contra a diversidade sexual.

626. Convivencia pública

Dispensada no casamento, exigida muito mais na uniáo estável, bastante


usual na nossa sociedade, pode ser reclamada quando da relacáo homossexual,
pelo menos por algum tempo (enquanto persistirem as discrimlnacóes sociais).

Acolhida pessoal, social e jurídicamente, a uniáo homoafetiva refere-se a duas


pessoas convivendo juntas. Amando-se ou nao, mas respeitando-se e ajudando-se,
o que é útil para os indivíduos e para a sociedade.

Requisito exigido na uniáo estável e de certa forma presumido no casamento,


espera-se que seja de domínio público o fato alegado, embora reconhecidamente
sobrevenha enorme constrangimento por parte dos dois polos da relacáo e deva
ser mensurada historicamente.

627. Constancia da relecéo

O legislador civilista nao quer proteger relacóes eventuais, o que, na prática,


torna difícil a aplicacáo desse preceito. Tanto quanto a continuidade (perceptível
a partir dos atos praticados pelos parceiros), também nao há definicáo de quanto
tempo tem de durar a relacáo. Os cinco anos de antes do PBPS ajudavam bastante,
mas, da mesma forma, nao eram muito recomendáveis.

O cenário requer alguma permanencia, nao positivado o tempo de duracáo


dessa uniáo de pessoas, mas demonstrado pelas intencóes. É um requisito também
exigido nas unióes estáveis heterossexuais, mas nao do casamento (sic).

628. Mútua essisténcie

A affectio societatis fundamental para que seja reconhecida a uniáo


é

homoafetiva; jurídicamente se tem presumida a dependencia económica.

309
629. Presenc;a da familia

Aceitando-se que a vida em comum decanta per se a profligada família,


epresentar-se-áo óbices quase intransponíveis. O melhor é entender que com
enteados, adotados ou guardados ou sem eles, ou ainda com parentes convivendo
juntos, o certo é presumir que o casal é urna f amília lato sensu.

É superior pensar que a intencáo do legislador é que se comporte como


família, mutuamente se respeitando e convivendo socialmente. Convém registrar
que, desse modo, casais reprovados por seu comportamento moral que provarem
os demais requisitos teráo de ser aceitas

A idealizacáo é que seja constituída urna f amília, que se reduziria apenas aos
dos conviventes ou agregaria filhos próprios de cada um dos dois ou terceiros,
além de outros parentes.

630. Meios de prova

Os diferentes principais meios de prava podem ser classificados:

a) Comerciais

1) Presenca no contrato social como socio gerente ou cotista em sociedade


limitada criada pelos conviventes (Decreto n. 3. 708/19);

11) Abertura de crediário em lajas comerciais;

111) Ser avalista do parceiro.

b) Civis

IV) Atestado de óbito em que conste o convivente sobrevivente como


testemunha;

V) Documento outorgando procuracáo de um para o outro membro da


relacáo:

VI) Desiqnacáo testamentária da pessoa como herdeira;

VII) Certidáo relativa a adocáo de filhos;


VIII) Pagamento de pensáo alimentícia de fato;
IX) Sentenca condenatória de pensáo alimentícia;
X) Usufruto de bem com caráter de alimentos;

XI) Prova de rendimento para fins de financiamento;

XII) Contrato de aluguel em conjunto;

310
XIII) Compromisso de venda e compra, documento particular ou público, de
cessáo de bem imóvel ou imóvel mediante escritura pública;
XIV) Dedaracáo escrita ou gravada deixada pelo segurado.
e) Previdenciários

XV) Justificacáo administrativa;


XVI) Desiqnacáo numa APS do INSS;
XVII) lnscricáo como beneficiário da GEAP;
XVIII Desiqnacáo como dependente numa EFPC ou EAPC;
XIX) Deferimento de auxílio-redusáo:

XX) Alvará para levantar saldo de benefícios no INSS.


d) Securitários

XXI) Seguro de vida em nome do membro supérstite.


e) Sociais

XXII) Ser sócio do mesmo clube ou associacáo de qualquer natureza;


XXIII) Declaracáo firmada por vizinhos, zeladores ou porteiros de prédios;
XXIV) Partícipacáo conjunta em congressos e outros eventos científicos.
f) Trabalhistas
XXV) Registro como empresario, contribuinte individual, empregado ou
temporário em empresa do falecido;
XXVI) Ficha de inscricáo em sindicatos;
XXVII) Ficha do PIS-PASEP;
XXVIII) Ficha do salário-maternidade;
XXIX) Ficha do salário-f amília;
XXX) Desiqnacáo em CTPS, FRE ou FRE;
XXXI) Autorizacáo para levantar FGTS ou PIS-PASEP.
g) Tributários
XXXII) Dedaracáo como dependente para fins do Imposto de Renda.
h) Assisténcie a saúde
XXXIII) Desiqnacáo em plano de saúde;

311
XXXIV Dedaracáo firmada pelo hospital de quem promoveu a internacáo,
custeou as despesas, etc;

XXXV) Anotacáo em ficha de tratamento médico em que o dependente


comparece como responsável pelo atendido;

XXXVI) Atestado médico do falecimento.

i) Pessoais

XXXVII) Cartas familiares ou de amor trocadas entre os membros;

XXXVIII) Men~ao da pessoa constante em dedicatórias de livros;

XXXIX) Mencáo escrita em homenagem;

XL) Prova de enderece comum;

XLI) Notas fiscais do sepultamento;

XLII) Bilhete de passagem adquirido em comum;

XLIII) Ficha de Registro de hotéis, resorts, colonia de férias, etc;

XLIV) Gravacáo. imagem, fotografias em que aparecarn juntos;

XLV) Oeclaracáo para efeito de seguro de automóvel;

XLVI) Assuncáo de encargo doméstico;

XLVII) Declaracáo firmada pelo condomínio vertical e horizontal ou


lotea mento.

j) Penais
XLVIII) Boletim de ocorréncia policial;

XLIX) Declaracáo oficial de estabelecimento penal relativo a visita íntima.


k) Bancários

L) Canta corrente conjunta;

LI) Empréstimos conjuntos.

m) Habitacionais

Lll) Dedaracáo junto ao BNH ou agente financeiro.

n) Cartoriais

Llll) Registro civil em cartório de notas, dedaracáo das partes de que vivem
ou viveráo juntos;

312
LIV) Escritura pública;

LV) Certidáo privada emitida pelo Grupo Gay da Bahia, a partir de seu livro
de registro.

o) Judiciais

LVI) Sentenc;a em acáo judicial;

LVII) Justificacáo judicial.

p) Testemunhais
O depoimento testemunhal de vizinhos, colegas de servico e demais pessoas
tem validade, principalmente quando os depoentes conviveram com os unidos por
largo tempo.

313
CAPÍTULO LXIII

TRABALHO NO EXTERIOR

Nos últimos 30 anos muitos brasileiros foram trabalhar no exterior,


principalmente em obras de construcáo civil e também várias empresas abriram,
filiais tora do território nacional, como bancos, mineradoras, etc.

Particularizando, na esfera do futebol profissional cerca de mil jogadores sao


contratados anualmente por clubes da Europa, do Oriente Médio e da Ásia. Nesses
casos, os registros da FIFA, CBF e da assocacáo que os dispensou servem como prova.
No comum dos casos, o vínculo trabalhista anterior é rescindido e celebrado
num contrato relativo ao trabalho no estrangeiro. Geralmente é precário, por
prazo determinado e os brasileiros retornam ao nosso País.
Se o Brasil mantém acordo internacional de previdéncia social com essas
nacóes, o tempo de contribuicáo ou outros elementos da relacáo jurídica seráo
considerados, mas isso nem sempre acontece.
Imagine-se que alguém ten ha de provar urna exposicáo habitual e permanente
a ambiente insalubre para que sornado ao igual período nacional, possa usufruir a
aposentadoria especial no nosso País.

631. Evidencias estrangeiras

Quaisquer provas originárias do exterior, depois de devidamente traduzidas,


térn reconhecimento no Brasil.

632. Contrato específico

Cópia do novo contrato de trabalho aqui celebrado ou no exterior submetido


a norma local é um forte indício do tempo de servico. Máxime quando associado
a transferencias bancárias de recursos.

As renovacóes dessa contratacáo cooperam para induzir a conviccáo sobre o


período de trabalho.

633. Bilhete de passagens

Bilhete de passagens aéreas ou marítimas e os demais papéis relativos as


viagens seráo úteis para comprovar a viagem.

314
634. Correspondencia trocada

Cartas trocadas com a família ou com as empresas, quando fizerem referencia


a contratacáo e ao trabalho, servem para evidenciar o labor, especialmente, e-mails
datados.

635. Resciséo no Brasil

A resdsáo do contrato de trabalho no Brasil é um pequeno indício da


contratacáo no exterior, máxime quando se trata de filial ou de empresa nacional
do mesmo grupo.

636. Carimbos em passaporte

O passaporte com os registros de saída dos aeroportos brasileiros e chegada


aos aeroportos do local de trabalho, coincidentes as datas com os demais
documentos, informa o período alegado.

637. Contrato de a/ugue/

As notas fiscais de estada em hotéis, pausadas ou pensóes ou os contratos


de aluguel de residencia versam sobre a permanencia no exterior.

638. Visto de trabalho

Cópia do visto de trabalho indica autorizacáo para operar no território


recepcionante.

639. Acidente do trabalho

Certidóes que deem canta da ocorréncia de acidentes do trabalho sao


persuasórias.

640. Benefícios previdenciários

A fru i<;ao de benefícios previdenciá ríos. mesmo os outorgados pela previdéncia


social estrangeira, demonstra o trabalho no exterior.

315
CAPÍTULO LXIV

MENOR APRENDIZ

Todo o trabalho dos menores de idade nao é muito diferente da atividade


dos demais segurados, especialmente os que executam taref as antes dos 16 anos.

Os principais questionamentos que os envolvem dizem respeito a sua possível


dassiñcacáo como segurados obrigatórios, abrigando-os, no mínimo, a provarem
a existencia de um vínculo empregatício.

Pela natureza singela do trabalho exercido os sinais deixados sao distintos e


próprios de quem está se aperfeicoando, é um verdadeiro estagiário.

641. Norma municipal

A cornprovacáo da requlamentacáo do trabalho do menor aprendiz,


principalmente dos patrulheiros e guardinhas, promovida pela municipalidade é o
primeiro passo a ser tomado pelo interessado.

642. Admisséo em escola

A matrícula nas escalas formadoras de profissionais, em curso profissionalizante


ou nao, é um indício do trabalho.

Todos os papéis que se referirem ao curso exercitado servem como meio de


convencimento, entre os quais o certificado final de conclusáo.

O documento escolar, como o registro de presenca, as notas de avaliacóes e


até mesmo as repreensóes, é significativo.

643. Venda de manufaturados

Quem teve permissáo para comercializar os produtos man uf aturados du-


rante o trabalho escolar demonstrará a existencia da remuneracáo mediante o
documento da transacáo comercial.

644. Escola ferroviária

Nas antigas escalas ferroviárias existiam registros formais, desde a adrnissáo


e até o final do curso.

316
645. lnfortúnio do trabalho

No caso de ter acorrido algum acidente do trabalho, todas as providencias


formais documentadas tomadas seráo elementos de convlccáo.

646. Convenio celebrado

Quando da prestacáo de servicos para empresas privadas ou públicas,


geralmente sob a supervisáo de instituicóes municipais, a presenc;a do nome do
interessado nesses documentos é relevante para a persuasáo.

647. Currículum vitae

A exibicáo de currículum vitae, depois de formado, quando da solicitacáo de


empregos, certamente fará registros do esforco laboral escolar.

648. Pagamento da remunerecéo

A rernuneracáo mensal, ainda que in natura, serve de prava do trabalho


escolar (habitacáo, alimentacáo, vestuário, etc.).

649. Exposit;áo de trabalhos

Quando de feiras em que forem apresentados trabalhos feitos pelos


menores aprendizes, o registro escrito é útil para o convencimento, especialmente
certificados de participacáo.

650. Outras provas

Todos os instrumentos probatórios que consignem o nome do titular


associado a entidade propiciadora do trabalho se prestaráo para a dernonstracáo
desejada.

A Declaracáo do Imposto de Renda, em que confessada a percepcáo de


rernuneracáo. é prava exaustiva.

317
CAPÍTULO LXV

DIREITO DOS PRESIDIÁRIOS

A condicáo de presidiário, assim entendido o detido, preso, recluso ou


sentenciado cumprindo pena privada de liberdade, é indicativa para alguns direitos
previdenciários do titular ou dos seus dependentes (Direito elementar dos presos.
Sao Paulo: LTr, 2010).

651. Sentenc« de condenecéo

Urna sentenca de condenacáo, quando determina o cumprimento de pena,


a
indica a condicáo jurídica de recolhido prisáo, daí derivando direitos e obriqacóes,
máxime quando a detencáo aconteceu.

652. Entrada no estabelecimento

O ingresso do apenado em delegada, casa de detencáo ou presídio é


formalizado mediante documento escrito em que consta o seu nome, igual valendo
a autorizacáo para a saída decorrente do término da pena.

653. ldentidade no presídio

Todos os presidiários sao abrigados a ser identificados nos presídios, e esses


crachás devem ser guardados.

654. Permissáo para visitas

Documento f ornecido aos paren tes tornando possíveis as visitas demonstra a


prisáo daquele que foi sentenciado.

655. Penas disciplinar


es

A fixacáo de penas administrativas relativas ao regime disciplinar dá conta do


descumprimento das regras de comportamento, dentre as quais as adrnoestacóes
escritas. restricóes e vedacóes.

318
656. Vínculo com empresas

Os contratos individuais ou coletivos celebrados entre o estabelecimento


penal que indiquem o nome do apenado e as empresas que recepcionam os
presidiários sao úteis.

657. Saída temporária

A autorizacáo da direcáo do presídio que permite ao presidiário se afastar


do estabelecimento para trabalhar fora da prisáo consigna essa condicáo de
presidiário.

658. Contratode trabalho

Contrato escrito de trabalho com empresas, comum aos demais trabalhadores,


é prova do labor prisional.

659. Noticiário na mídia

Participacáo do interessado presente no noticiário policial de fugas, insurrei-


cóes. rebeli6es, etc.

660. Acidente de trabalho

Em todos os casos, a ocorréncia do acidente de trabalho.

319
CAPÍTULO LXVI

TRANSFORMAc;Ao DE BENEFÍCIOS

A pretensáo jurídica referente a


transforrnacáo de benefícios nao gera
grandes questionamentos probatórios. Nos dois casos, refere-se a prestacóes que
estáo sendo mantidas.
Com urna sentenca judicial transitada em julgado é feíta a persuasáo do
direito a transforrnacáo.

661. Manifestar;áo da vontade

Nas hipóteses de transforrnacáo e na maioria dos demais casos, a manifestacáo


escrita da volicáo humana é necessária para o exercício desses direitos, geralmente
consubstanciada num requerimento escrito assinado pelo titular ou procurador.

662. Qualidade de aposentado

a
Somente pode transformar o seu benefício noutro ou renunciar aposentadoria
mantida pelo INSS quem está regular, legal e legítimamente aposentado.

663. Evento determinante

O evento determinante da transtorrnacáo é a existencia do direito a outro


benefício, usualmente de melhor valor (que per se reclamamos mesmos requisitos
a
da norma vigente época da solicitacáo).

664. Período de carencia

Quem pretende transformar o seu benefício precisa estar de posse do período


de carencia do benefício desejado, urna prova que possivelmente fez parte do
benefício a ser substituído.

665. Manutenr;áo das mensalidades

O requerente da transforrnacáo deve estar recebendo normalmente sua


prestacáo. excluída a possibilidade de suspensáo ou cancelamento deles.

320
666. Cessecéo dos pagamentos

O benefício que será substituído terá de ser cessado, iniciando-se em seguida


o novo beneficio.

667. Novas contrlbuicáes

As contribuicóes vertidas após a aposentacáo somente sao consideradas em


relacáo a desaposentacáo e nao dizem respeito a transformacáo.

668. Concesséo de novo benefício

A carta de Concessáo e Memória de Cálculo é o documento oficial que


comprova a concessáo.

669. Devo/u~ao do recebido

Nao há na figura da transtorrnacáo a necessidade da dernonstracáo de que


restituiu as contribuicóes.

670. Data do início

De regra, a data do início da transforrnacáo deve ser a Data de Entrada do


Requerimento.

321
CAPÍTULO LXVII

APOSENTADORIA ESPECIAL DO SERVIDOR

A aposentadoria especial do servico é muito semelhante a do trabalhador da


iniciativa privada. lpso facto, a prova do direito é praticamente a mesma, acrescida
da evidenciacáo da pretensáo em face da nao reqularnentacáo ordinária do ditame
constitucional

671. Disciplina legal

Enquanto nao sobrevier a leí complementar que regulamente o deferimento


dessa prestacáo, os interessados devem provar que foram beneficiados pelo
mandado de injuncáo e que esse benefício foi regulamentado pelo seu órqáo
público.

672. Condi~ao de servidor

A prava da condicáo de servidor resta bastante simplificada, urna vez que é


formalizada desde a posse e com o exercício.

673. lnsalubridade da atividade

As condicóes especiais do exercício da atividade durante os 25 anos tém


de ser demonstradas mediante os documentos próprios da leqislacáo, valendo
remeter a eles dos art. 57/58 do PBPS (Aposentadoria especial. 5. ed. Sao Paulo:
LTr, 2010).

674. Tempo especial

Os documentos da medicina do trabalho do servko público teráo de declarar


a existencia das condicóes inóspitas como dedaracóes do tipo LTCAT e PPP.

675. Permanencia e habitualidade

Diante da remissáo constitucional, há evidenciar-se o caráter habitual e


permanente e rejeitada a ocasionalidade ou a intermitencia.

322
676. Níveis de tolerancia

O servidor terá de ter atuado enfrentando agentes nocivos físicos, químicos,


biológicos, ergométricos ou psicológicos acima dos limites de tolerancia.

677. Tecnología de protecéo

A despeito dos entendimentos dos tribunais, será importante informar a


utilizacáo dos EPI, EPR e EPC.

678. Contagem recíproca

Nos casos de períodos de trabalhos especiais exercitados em outros regimes


próprios ou no RGPS, a prova dessa exposicáo será feíta coma Certidáo de Tempo
de Contribuicáo.

679. Conversáo de tempo especial

Demonstrado certo período especial inferior a 25 anos, o servidor poderá ter


esse período dilatado mediante a conversáo de tempo de servico.

680. Assun{áo de riscos

De modo geral, pois o servidor tem de evidenciar que a exposicáo pos em


risco a sua saúde ou integridade física.

323
CAPÍTULO LXVIII

INÍCIO DA UNIÁO ESTÁVEL

Toda uniáo estável tem um corneco e pode ter um fim, as vezes se transformar
em casamento. Até 28.2.15, esse início tinha importancia na previdéncia social.
Passou a ser relevante sua prova.

681. lntroducéo do tema

A Medida Provisória n. 664/14 criou urna período de carencia de 24 meses


relativos a constancia da uniáo estável para fins do direito a pensáo por morte dos
conviventes (e também dos c6njuges), impondo a dernonstracáo da data do início
da uniáo.

Até entáo as normas administrativas, como a IN INSS n. 45/1 O, enfatizavam


tao somente a persuasáo documental ou testemunhal da existencia da uniáo
estáve l.

682. Cónjuges casados

Para os segurados casados nao há maiores questionamentos; bastará


apresentar em a certidáo de casamento civil.

Da mesma forma caso tenham se unido mediante um casamento religioso.


A prova deve ser ref oreada se o casal se divorciou e posteriormente voltou a viver
junto, ainda sem ter restabelecido formalmente o casamento.

683. Dificu/dades operacionais

Dada sua natureza impar, ao lado da conviccáo da própria existencia da uniáo


per se onerosa, a dernonstracáo específica da data do seu início é igualmente difícil
na maioria dos casos. Quem tiver muitos documentos sequenciais deve apresentar
o mais antigo.

684. Guarda das provas

Exceto em relacáo as pessoas mais romantizadas, de modo geral, os unidos


nao tém a preocupacáo de registrar os fatos determinantes da uniáo estável.

324
685. Aproximecéo típica

É assente que esse tipo de uniáo admite urna aproxirnacáo típica, alguma
semelhanc;a como namoro e o noivado do casamento civil. Varia conforme a época,
os costumes locais, o estado civil dos conviventes e a sua idade. Ultimamente, o
tempo entre o primeiro contato e a uniáo física tem sido mais rápido do que no
passado.

686. Relacionamentoamoroso

Convém lembrar que implica relacóes amorosas o sentido íntimo, mas sua
ausencia nao é excludente.

lrrnáo e irrnávivendo juntos sob mútua assisténcia. do ponto de vista


previdenciário, nao difere muito da uniáo estável. Mas, para tal uniáo, nao há
previsáo legal, e um deles te ria de evidenciar a dependencia económica para f azer
a
jus pensáo por morte.

Por qualquer motivo, ausente a intimidade (casos de viúvos com idade


avancada). essa preva deveria ser simplificada.

687. Análise dos documentos

Quem tiver de apreciar as provas apresentadas carece saber da esséncia


informal desse tipo de relacáo. ausencia de publicidade, máxime quando se trata
de urna uniáo homoafetiva.

Consideradas sequencialmente várias delas, urna vez caracterizada a


conviccáo. poderia retroagir beneficamente a mais antiga. In dubio pro initio.

688. ldosos unidos

Boa parte do novo período de carencia na pensáo por morte deveu-se aos
18 mil casamentos de octogenários com mocinhas jovens, muitos deles celebrados
em hospitais e até nas UTI.

lguais óbices emerqiráo com relacáo a uniáo estável, sempre que se tratar de
aposentado com idade avanc;ada e sua cuidadora.

689. Va/idade intrínseca dos meios

Muitas das prevas elencadas a seguir nao sao decisivas; a combinacáo de


várias delas assume torca probante.

325
690. Rol das provas

l. Troca de presentes
11. Festa em família
111. Outorga de procuracáo
IV. Conta corrente conjunta
V. Residencia comum
VI. Contrato de aluguel
VII. Sociedade comercial
VIII. Registro da uniáo em cartório
IX. Troca de correspondencia
X. Gravidez
XI. Registro em hotéis
XII. Viagem juntos
XIII. Noticiário em periódicos
XIV. Acordo particular escrito da uniáo
XV. Crediário comercial
XVI. Transferencia de multa
XVII. Avalista
XVIII. Participacáo em clubes
XIX. Dedicatória em livros
XX. Fotografias datadas
XXI. Fotos em jornais
XXII. lnternacáo em hospital
XXIII. Emprego comum
XXIV. Dependencia económica
XXV. Justificacáo administrativa
XXVI. Justificacáo judicial.
XXVII. Depoimento de vizinhos.
XXVIII. Depoimento testemunhal
XXIX. lnscricáo no RPGS ou RPPS
XXX. Desiqnacáo em fundo de pensáo

326
XXXI. Seguro privado
XXXII. Doacáo testamentária

XXXIII. Registro mútuo de doméstico

XXXIV. Prisáo em flagrante

XXXV. Compra de imóvel

XXXVI. Certidáo de nascimento de fílho

XXXVII. Testemunha de casamento

XXXVIII. lnscrkáo no plano de saúde


XXXIX. Acompanhamento em acóes
XL. Acóes no Poder Judiciário

XLI. Salário-família.
XLII. Adocáo de menor

XLIII. Dedaracáo de parentes

XLIV. Boletim de Ocorréncia

XLV. Recenseamento do IBGE

XLVI. Entrevista na TV

XLVII. Imposto de Renda

XLVIII. Bolsa-família

XLIX. Transferencia de residencia de servidor

L. Empréstimo bancário

LI. Curriculum vitae

Lll. Testemunha de casamento

Llll. Processo penal

LIV. Beneficiário do DPVAT

LV. Testemunho judicial

LVI. Casamento religioso


LVII. Anotacáo na CTPS

LVII l. Anotacáo no livro de registro de empregados

LIX. Prava de encargos domésticos

LX. Registro em associacáo

327
OBRAS DO AUTOR

O empresário e a orevidéncie social. Sao Paulo: l Tr, 1978.


Rubricas integrantes e náo integrantes do selério-de-contribuicéo. Sao Paulo: LTr, 1978.
Benefícios previdenciários do trabalhador rural. Sao Paulo: l Tr, 1984.
O contribuinte em dobro e a previdéncie social. Sao Paulo: l Tr. 1984.
O trabalhador rural e a previdéncie social. 2. ed. Sao Paulo: LTr, 1985.
Legislar:;áo da previdéncie social rural. 2. ed. Sao Paulo: l Tr, 1986.
O salário-base na previdéncis social. Sao Paulo: LTr, 1986.
Legislar:;áo da previdéncie social. 5. ed. Sao Paulo: LTr, 1988.
A seguridade social na Coristituicéo Federal. 2. ed. Sao Paulo: LTr, 1992.
O salário de conttibuicéo na Lei Básica da Previdéncie Social. Sao Paulo: l Tr, 1993.
Legislar:;áo da seguridade social. 7. ed. Sáo Paulo: LTr, 1996.
Obrigar:;óes previdenciárías na construcéo civil. Sao Paulo: l Tr, 1996.
Prímeíras lir:;óes de previdéncie complementar. Sao Paulo: LTr, 1996.
Propostas de mudanr:;as na seguridade social. Sáo Paulo: l Tr, 1996.
Direito dos idosos. Sáo Paulo: LTr, 1997.
Novas contribuicoes na seguridade social. Sao Paulo: l Tr, 1997.
Curso de Direito Previdenciário. Tomo 111. Sáo Paulo: l Tr, 1998.
O salário-base dos contribuintes individuais. Sáo Paulo: LTr, 1999.
Reforma da previdérxi« social. Sao Paulo: LTr, 1999.
Estatuto dos Servidores Públicos Civis da Uniáo. 2. ed. Sao Paulo: l Tr, 2000.
Fator Previdenciário em 420 perguntas e respostas. 2. ed. Sáo Paulo: l Tr, 2001.
Pareceres selecionados de previdéncie complementar. Sáo Paulo: LTr, 2001.
Curso de direito previdenciário. tomo IV, 2. ed. Sao Paulo: LTr, 2002.
Prova de tempo de servico. 3. ed. Sao Paulo: LTr, 2002.
Seguro-desemprego em 620perguntas e respostas. 3. ed. Sao Paulo: l Tr, 2002.
Comentários á Lei Básica da Previdéncie Complementar. Sao Paulo: l Tr, 2003.
Curso de direito previdenciárío. Tomo 11, 2. ed. Sáo Paulo: LTr, 2003.
Parecer jurídico: como solicitá-lo e elaborá-lo. Sao Paulo: LTr, 2003.

329
PPP na aposentadoria especial. 2. ed. Sáo Paulo: l Tr, 2003.

Reten<;áo previdenciária do conttibuinte individua!. Sáo Paulo: l Tr, 2003.


Reforma da previdéncie dos servidores. Sáo Paulo: LTr, 2004.
Curso de direito previdenciário. Tomo 1, 3. ed. Sáo Paulo: LTr, 2005.
Lei Básica da Previdéncle Social. 7. ed. Sáo Paulo: LTr, 2005.
Portabilidade na previdéncie complementar. 2. ed. Sáo Paulo: LTr, 2005.
Auxílio-acidente. Sáo Paulo: LTr, 2006.
Legisla<;áo previdenciária procedimental. Sáo Paulo: LTr, 2006.
Manual prático do segurado facultativo. Sáo Paulo: l Tr, 2006.
Aposentadoria especial em 920 perguntas e respostas. 5. ed. Sáo Paulo: LTr, 2007.
Curso de direito previdenciário. Tomo 111, 2. ed. Sáo Paulo: LTr, 2007.
Direito previdenciário procedimental. Sáo Paulo: LTr, 2007.
Os crimes previdenciários no Código Penal. 2. ed. Sáo Paulo: LTr, 2007.
Retirada de patrocinadora. Sáo Paulo: l Tr, 2007.
Prova e contraprova do nexo epidemiológico. Sáo Paulo: LTr, 2008.
Subsídio para um modelo de previdéncie social para o Brasil. Sáo Paulo: LTr, 2008.
A uniáo homoafetiva no direito previdenciário. Sáo Paulo: l Tr, 2008.
Dano moral no direito previdenciário. 2. ed. Sáo Paulo: LTr, 2009.
Comentários a Lei Básica da Previdéncie Social. Tomo 11, 8. ed. Sáo Paulo: LTr, 2009.
Comentários ao regulamento básico da OAB Prev. Sáo Paulo: LTr, 2009.
Curso de direito previdenciário. Tomo IV, 3. ed. Sáo Paulo: l Tr, 2009.
Estágio profissional em 1420 perguntas e respostas. Sáo Paulo: l Tr, 2009.
Os deficientes no direito previdenciário. Sáo Paulo: l Tr, 2009.
Prova e contraprova do nexo epidemiológico. 2. ed. Sáo Paulo: LTr, 2009.
Direito adquirido na previdéncie social. 3. ed. Sáo Paulo: l Tr, 201 O.
Obriga<;oesprevidenciárias do contribuinte individual. 2 ed. Sáo Paulo: l Tr, 201 O.
Direito elementar dos presos. Sáo Paulo: l Tr, 201 O.
Obriga<;oes previdenciárias do contribuinte individual. 2. ed Sáo Paulo: l Tr, 201 O.
Comentários as Súmulas Previdenciárias. Sáo Paulo: l Tr, 2011.
Aposentadoria especial do servidor. Sáo Paulo: l Tr, 2011.
A arte de aposentar-se. Sáo Paulo: LTr, 2011.
Comentários eo estatuto do idoso. 3. ed. Sáo Paulo: l Tr, 2012.
A prova no direito previdenciário. 3. ed. Sáo Paulo: l Tr, 2012.

330
Tratado prático da pensáo por marte. Sáo Paulo: l Tr, 2012.
Comentários ao acordo de previdéncie social Brasil-Japáo. Sáo Paulo: L Tr, 2012.
Previdénae social para principiantes - Cartilha. 4. ed. Sáo Paulo: l Tr, 2013.
Dicionário Novaes de direito previdenciário. Sáo Paulo: l Tr, 2013.
Curso de direito previdenciário. 6. ed. Sáo Paulo: LTr, 2014.
Aposentadoria especial. 6. ed. Sáo Paulo: LTr, 2014.
Benefícios previdenciários das pessoas com deficiencia. Sáo Paulo: l Tr, 2014.
Aposentadoria especial do servidor público. 3. ed. Sáo Paulo: LTr, 2014.
Previdéncie social ao alcance de todos. Sáo Paulo: LTr, 2014.
Previdencia complementar associativa. Sáo Paulo: l Tr, 2014.
Principios de direito previdenciário. 6. ed. Sáo Paulo: l Tr, 2015.
Deseposentecéo. 7. ed. Sáo Paulo: l Tr, 2015.
Tratado prático da pensáo por marte. 2. ed. Sáo Paulo: LTr, 2015.
Aposentadoria especial. 7. ed. Sáo Paulo: LTr, 2015.
A prova no direito previdenciário. 4. ed. Sáo Paulo: l Tr, 2015.

Em coautoria:
Temas -Administrativo Social. 1988.
Coritribuicóes sociais - Questóes polémicas. Dialética, 1995.
Nocoes atuais de direito do trabalho. Sáo Paulo: LTr, 1995.
Contribukóes sociais- Questóes atuais. Sáo Paulo: Dialética, 1996.
Manual dos direitos do trabalhador. 3. ed. Sáo Paulo: Editora do Autor, 1996.
Legisla<;áoda previdéncie social. Rede Brasil, 1997.
Processo Administrativo Fiscal. 2. v. Sáo Paulo: Dialética, 1997.
Dez anos de contrlbuicéo. Sáo Paulo: Editora Celso Bastos, 1998.
Estudos ao direito. Homenagem a Washington Luiz da Trindade. Sáo Paulo: LTr, 1998.
tntroducéo ao direito previdenciário. l Tr-ANPREV, 1998.
Perspectivas atuais do direito, 1998.
Processo administrativo fiscal. 3. v., 1998.
Temas administrativo social. 1988.
Temas atuais de previdéncie social - Homenagem a Celso Barroso Leite. Sáo Paulo: l Tr,
1998.
Contrlbuicéo previdenciária. Sao Paulo: Dialética, 1999.
A previdéncie social hoje. LTr, 2005.

331
Temas atuais de direito do trabalho e direito previdenciário rural- Homenagem a Antenor
Pelegrino. Sáo Paulo: l Tr, 2006.
Curso de Direito Complementar, Sao Paulo, LTr, 2014

Nao jurídicos:
O tesouro da llha Jacaré. Sao Paulo: CEJA, 2001.
Manual do Pseudo-intelectual. Sáo Paulo: Apanova, 2002.
Contando com o vento. Sao Paulo: Apanova, 2003.
Estórias do Zé Novaes. Sao Paulo, edkáo do autor, 2008.
O milagre de Anna Roza. Vinhedo, edicáo do autor, 2011.
Perembuiencss de Juca Raposa. Vinhedo, edicáo do autor, 2013.
Mulheres sensíveis amam homens inteligentes. Vinhedo, edicáo do autor, 2013.
Navegando a bar/avento. Vinhedo, edicáo do autor, 2013.
O Reino das Honslices. Vinhedo, edicáo do autor, 2013
Homem do Poco, Vinhedo, Edicáo do autor, 2015

Navegando a Sotavento. Vinhedo. (no prelo)

332
APROVA
NO Om.EITO
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