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DO MUNDO DO “MAIS-OU-MENOS” AO UNIVERSO DA PRECISÃO

O texto, primeiramente, nos mostra, segundo a visão antiga, o quão paradoxal é tentar
explicar os fenômenos naturais através da matemática, pois não se pode ter total
exatidão nas medidas, visto que não há nada de perfeito em nosso mundo e que a
matemática tem precisão e perfeição em suas medidas. A perfeição foi admitida ao céu.
Lá haveria formas perfeitamente regulares e, portanto, poderia ser usada a matemática.

Esse pensamento é, justamente, a cosmologia aristotélica. Para Aristóteles, existiriam


três tipos de “mundo”. O primeiro seria o divino e o estudo para ele seria a teologia. O
segundo seria a esfera celeste, e como foi admitida como perfeita, a matemática seria a
ciência mais apropriada para seu estudo. O terceiro seria o mundo sublunar, aquele em
que vivemos e imperfeito; não existiria uma ciência exata para estudá-lo, restando a
uma física qualitativa o seu estudo.

O texto traz um antagonismo dentro do próprio mundo mítico. Ao mostrar que na bíblia
foi ensinado que Deus criara o mundo sobre o “número, o peso e a medida” e, no
entanto, as pessoas não se importavam em descobrir qual era este número, peso ou
medida. Dessa forma, podemos observar a maneira conformista no qual o mundo mítico
foi criado: as pessoas não se questionavam nem sobre o que estava escrito.

As pessoas que viviam no mundo do “mais-ou-menos” não estavam adaptadas a pensar


algo que fugisse do que era meramente observado. Esse foi o motivo encontrado pelo
autor para justificar o atraso do pensamento científico. Mostra, dessa forma, que a
diferença da maioria das pessoas para os grandes gênios de sua época era somente a
capacidade de ter ideias e montassem teorias, para só depois serem aplicadas na prática.
Era, justamente, através dessas teorias que foram surgindo instrumentos como o relógio,
o qual revolucionou toda a sua época. Os físicos e mecânicos não estavam interessados
em construir um utensílio para que a população tivesse noção de tempo. O pensamento
era bem menos altruísta: eles precisaram construir esses tipos de instrumentos para
provar suas teorias.

Fazendo uma pequena análise até do título do texto, podemos observar que na palavra
“mundo” ele restringe um pouco a visão de algo, não abrange tudo e, talvez, esta seja a
idéia do “mais-ou-menos”: não se ter uma visão mais ampla. Ao utilizar o termo
“universo”, parece-nos algo mais abrangente, união de vários mundos, inclusive até o
mundo do “mais-ou-menos”. O mundo do “mais-ou-menos” teria uma visão mais
qualitativa do mundo, sem se preocupar muito com as medidas, como o próprio nome já
sugere e o universo da precisão seria uma visão quantitativa do mundo.

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