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MAterial de Apoio de Epidemiologia II-2019 - Manhã
MAterial de Apoio de Epidemiologia II-2019 - Manhã
1º Ano
Lubango/2019
PROGRAMA DA DISCIPLINA DE EPIDEMIOLOGIA II REFERENTE AO IIº SEMESTRE DO
1º ANO
Revisão da avaliação,
Processo Saúde-Doença
Os conceitos do processo saúde-doença são marcados por várias tentativas de buscar
modelos que expliquem o aparecimento de doenças no humano que pudessem
superar a visão religiosa dominante. Com a Medicina Moderna as explicações foram
aos poucos substituídas pela busca das causas biológicas que estariam na origem dos
processos de adoecimento.
Doença é um processo ou estado causado por uma infecção num ser vivo que altera o
seu estado de saúde. Este estado pode ser causado por vários factores sendo
intrínsecos ou extrínsecos.
Relativamente a definição de doente, é o termo usado para fazer alusão ao ser vivo
que padece/sofre de uma doença, esteja ou não consciente do seu estado.
A cura era realizada através dos sacerdotes incas, os xamãs e pajés entre os índios
brasileiros, as benzedeiras e os curandeiros na África. Os curandeiros utilizavam
músicas, danças, instrumentos musicais, infusões, emplastos, plantas psicoativas,
jejum, restrições alimentares, tabaco, calor, reclusão, massagem dentre outros
recursos. Essa visão ainda é utilizada por muitas pessoas nos dias de hoje.
O modelo biomédico utiliza uma lógica uni causal, também denominada lógica linear,
buscando-se identificar uma causa a qual, por determinação mecânica, uni direccional
e progressiva, o fenómeno de adoecer seria explicado direccionando a explicação a se
tornar universal
Modelo da História Natural das Doenças: Leavell & Clark foram os responsáveis pela
base conceitual do movimento de medicina preventiva no livro “Medicina Preventiva”
(1976) e a primeira edição surgiu em 1958 ressaltando a tríade ecológica que define o
modelo de causalidade das doenças a partir das relações entre agente, hospedeiro e
meio ambiente.
Medidas de Prevenção
E em 1965, Leavell e Clark, delinearam o modelo da história natural das doenças, que
apresenta três níveis de prevenção: primária, secundária e terciária
São consideradas medidas preventivas, todas aquelas utilizadas pata evitar doenças
ou suas consequências bem como as que destinam a interromper o processo de uma
doença que já se instalou no organismo humano.
Medidas específicas: são medidas gerais, têm como objectivos de promover o bem-
estar das pessoas.
Mediadas não específicas: são medidas restritas, incluem técnicas próprias para lidar
com cada dano em particular.
Níveis de prevenção
Nesse princípio é utilizado com o objectivo de diminuir riscos à saúde pública quer seja
no processo ou no produto final.
A prevenção secundária pode ser aplicada somente a doenças cuja história natural
inclua um período inicial, em que possa ser facilmente identificada e tratada, de modo
a interromper sua progressão para um estágio mais sério.
Fases de prevenção
4. Limitação de danos
Acesso facilitado a serviços de saúde
Tratamento médico ou cirúrgico adequado
Hospitalização em função das necessidades
5. Reabilitação
Fisioterapia
Terapia ocupacional
Emprego para o reabilitado
Melhores condições de trabalho para o deficiente
Educação para o publico para aceitação dos deficientes
Próteses de órteses.
Doenças Transmissíveis
As doenças infecciosas podem assumir várias formas. Uma doença manifesta é aquela
que apresenta todas as características clínicas que lhe são típicas. Em contraposição,
na infecção inaparente, o indivíduo não apresenta sinais ou sintomas clínicos
manifestos. Fala-se usualmente em uma forma subclínica ou assintomática da doença.
Essa forma de infecção tem uma importância grande em epidemiologia, dado o fato de
que as pessoas podem transmitir o agente aos susceptíveis com a mesma intensidade
encontrada na doença manifesta, porém de uma forma encoberta.
Conceitos Básicos
Portador: pessoa ou animal que não apresenta sintomas clinicamente reconhecíveis de
determinada doença transmissível ao ser examinado, mas que está albergando o
agente etiológico respectivo. Os portadores classificam-se em: portador sã, portador
em período de incubação da doença e o portador em período de convalescença.
Modos de Transmissão
Vias de Transmissão
As vias de transmissão são: Pele, ar, alimentos, objectos, relação sexual e sangue.
Vectores: é todo componente do reino animal que serve como veículo na transmissão
da doença. Vectores biológicos: moscas, larvas, mosquito, ratos, etc.
Medidas de controlo
A erradicação é uma forma radical de controlo que, de modo sucinto, pode ser
definido como a extinção, por métodos artificias do agente etiológico de um agravo,
ou de seu vector, sendo por consequência impossível sua reintrodução e totalmente
desnecessária a manutenção de quaisquer medidas de prevenção.
A erradicação é atingida quando não mais existir o risco de infecção ou doença mesmo
na ausência de vacinação ou qualquer outra medida de controlo, sendo inclusive
indicada a suspensão da vigilância.
As doenças transmitidas por alimentos (DTA) são uma importante causa de morbidade
e mortalidade em todo o mundo. Em muitos países, durante as últimas duas décadas,
têm emergido como um crescente problema econômico e de saúde pública.
Numerosos surtos de DTA atraem atenção da mídia e aumentam o interesse dos
consumidores. Há previsões de que o problema aumente no século 21, especialmente
com as várias mudanças globais, incluindo crescimento da população, pobreza,
exportação de alimentos e rações animais, que influenciam a segurança alimentar
internacional.
Origem:
A grande maioria destas doenças de origem alimentar são provocadas por: bactérias,
vírus, parasitas, priões (partícula proteica infecciosa) e químicos
Ingredientes contaminados;
Contaminação cruzada;
Prevenção
A investigação de surtos;
A vigilância laboratorial.
Examinar a situação ambiental mundial desde 1972 e suas relações com o estilo
de desenvolvimento vigente.
Estabelecer mecanismos de transferência de tecnologias não poluentes aos
países subdesenvolvidos.
Examinar estratégias nacionais e internacionais para a incorporação de critérios
ambientais ao processo de desenvolvimento.
Estabelecer um sistema de corporação internacional para prever ameaças
ambientais e prestar socorro em casos emergências.
Reavaliar o sistema de organismos da ONU, eventualmente criando novas
instituições para implementar as decisões da conferência.
Como produto dessa conferência foram assinados 5 (cinco) documentos, são eles:
Agenda 21
Classificação da Agenda 21
A agenda 21 global, está organizada por 40 capítulos, divididos em 4 secção, onde são
apontadas as bases para acções, os objectivos, as actividades e os meios de
implementação de plano, programas e projectos direccionados á melhoria da
qualidade de vida e ás questões relativas á conservação e a gestão de recursos para o
desenvolvimento sustentável.
Sessão onde são discutidas as politica internacionais que podem ajudar a visualizar o
desenvolvimento sustentável nos países em desenvolvimento sustentável nos países
em desenvolvimento: as estratégias de combate á pobreza e a miséria, a necessidade
de introduzir mudanças nos padrões de produção e consumo, as inter-relações entre
sustentabilidade e dinâmica demográfica e as propostas de saúde publica e da
qualidade de vida dos assentamentos humanos.
Os sistemas de informação em saúde fazem parte do sistema de saúde para que estes
possam cumprir as suas finalidades institucionais e técnico-operacionais de todas as
suas unidades em determinado nível de gestão (municipal, provincial e central).
Estado Suicídio
Rondonia 37
Acre 10
Amazonas 70
Ceará 262
Pernambuco 281
Rio de Janeiro 134
São Paulo 1.732
Paraná 610
Destrito Federal 118
Vigilância epidemiológica
Simplicidade: deve ser utilizada como princípio orientador dos sistemas de vigilância,
tendo em vista facilitar a operacionalização e redução de custos.
Saúde e Ambiente
Para entender o impacto da actividade humana sobre o ambiente e, por sua vez, a
força desse impacto na saúde humana, é necessário uma abordagem transdisciplinar.
-Cerca de 80 a 90% dos casos de diarreia são causados por factores ambientais.
- Nas áreas rurais as técnicas rudimentares de criação de animais são responsáveis por
enfermidades transmissíveis, muitas vezes, disseminadas amplamente pelas ondas de
migração, turismo e comunicação.
Para garantir que esse enfoque seja aplicado e necessário o envolvimento dos
governos, pesquisadores, gestores e funcionários públicos e membros da sociedade
civil.
Durante as décadas de 1940 e 1950, 2,4 milhões de mexicanos, por ano, contraíram
malária e 24.000 morreram em consequência dessa enfermidade. Para erradicar a
doença, esforço do governo se concentrou no uso maciço do potente insecticida DDT,
no entanto, o uso contínuo do DDT ameaça a saúde do ecossistema. De acordo com o
tratado livre comercio entre os países americanos de norte (Alca), o México estava
obrigado a eliminar por completo o uso desse pesticida até 2002.
Esse dispositivo é bem diferente dos exames laboratoriais que demoravam de três a
quatro semanas para confirmar o diagnóstico. Actualmente, uma equipe de
voluntários das próprias áreas realiza o exame em pessoas de sessenta comunidades.
Assim a eliminação da malária no México está em curso e não se configura hoje como
uma responsabilidade do governo apenas. As mulheres das comunidades incluídas no
programa, a cada duas semanas retiram algas que proporcionam o ambiente
propiciam para as larvas dos mosquitos na água. Como resultado, o números de casos
em Oaxaca , região em que o projecto vem sendo desenvolvido, caiu de 15 mil casos
em 1998 a só 400 em 2002, sem o uso do DDT . Conta o coordenador do projecto Dr.
Mário H, Rodriguez, director de investigação de enfermidades infecciosas do Instituto
de Saúde Pública (INSP): “ nossa experiencia nos indica que devemos reforças a
investigação do componente das ciências sociais se queremos entender este programa
para outras partes do país. O desafio é de obter experiências que nos levam a uma
escala maior”.
Promoção da saúde
Moral da história: a promoção da saúde sempre vai até as causas, é a vocação, seu
sentido.
Assim como as abordagens sobre as causas das doenças se modificam com o decorrer
do tempo, os conceitos de promoção da saúde foram se alterando com o passar dos
anos.
Uma ideia bastante forte que permanece até os dias actuais, é que foi concebida por
Leavell e Clark 1965, que criaram um modelo explicativo para as doenças chamado de
história natural da doença.
Esse modo de pensar começou a ser contestado porque não considerava a influência
das condições de vida, do trabalho e da inserção social dos indivíduos. A partir da
conferência da Saúde de Alma-Ata, em 1978,a saúde passou a ser considerado um
direito, esse direito para ser atendido, não depende somente de melhorias no sector
da saúde e sim de um trabalho de cooperação com os outros sectores da sociedade.
Nesse sentido, o moderno conceito de promoção da saúde pode ser assim definida
como: processo de capacitação dos indivíduos e colectividades para identificar
factores e condições determinantes da saúde e exercer controlo sobre eles, de modo
a garantir a melhoria das condições de vida e da saúde da população.
1. A saúde não é apenas ausência de doença, mas sim um estado positivo de bem-
estar físico e mental.
2. A saúde é um direito humano fundamental, daí que os governos tenham a
obrigacao de prestar cuidados as suas populações.
3. A saúde é parte substancial resultante do desenvolvimento socioeconómico de
uma comunidade.
4. Os CPS são cuidados essenciais baseados em métodos e técnicas práticas
cientificamente correctas, socialmente aceites, universalmente acessíveis aos
indivíduos e famílias na comunidade através da sua plena participação e por
um custo que a comunidade através da sua plena participação e por um custo
que a comunidade, país tenham recurso para manter.
5. Os CPS reflectem a sociedade nos seus aspectos económicos, sociais e culturais
e baseiam-se nos conhecimentos científicos, particularmente na área da saúde.
6. Os CPS asseguram serviços preventivos, promotivos, curativos e reabilitativos.
7. A comunidade deve ser envolvida na prestação de cuidados da saúde,
discutindo os seus problemas, super visando, dando a sua opinião sobre as
decisões, apoiando e executando as acções de saúde.
8. As estratégias dos CPS adopta explicitamente a medicina moderna como base
da sua actuação.
9. Os CPS podem funcionar correctamente se estão inseridos num sistema de
referência e de apoio.
10. Os CPS visam assegurar as comunidades o seguinte pacote:
a. Um nível adequado de nutrição
b. Água e saneamento básico do meio
c. Cuidados dirigidos á mulher em idade fértil e as crianças
d. Imunização contra doenças mais comuns e para as quais existam
vacinas eficazes e comprovadas
e. O controlo de doenças endémicas
f. O tratamento de doenças mais comuns com medicamentos eficazes em
reduzir a mortalidade e relativamente baratos (medicamentos
essenciais).
g. Cuidados básicos orais e a saúde mental
1. As suas acções devem se pautar por uma concepção holística da saúde voltada
para a multicasualidade do processo saúde-doença.
2. Equidade: com vistas a eliminar as diferenças desnecessárias, evitáveis e
injustas que restringem as oportunidades para se atingir o bem-estar.
3. Intersetoridades
4. Participação social
5. Sustentabilidade.
Morbidade
A análise da morbidade também serve para garantir a correcção das decisões, como
no caso de avaliar se a vacinação está sendo eficaz ou serve ainda para apoiar acções
específicas necessárias para o controle de determinadas doenças. Por isso, utilizam-se
os indicadores de morbidade, sendo os mais conhecidos na prática diária os
coeficientes de incidência e prevalência.
É importante ressaltar que por “casos conhecidos” entende-se que já existem mais os
casos novos diagnosticados em determinado período.
Um exemplo:
Então,
Casos conhecidos = 37
Coeficientes de prevalência = 37/200.000 x 100.000
= 0,000185x100.000
Um exemplo:
Casos novos = 5
Então,
= 0,000025x100.000
Mortalidade
Esses coeficientes podem ser categorizados, de acordo com vários critérios, como
sexo, idade, ou estado civil. Os óbitos podem ser ainda classificados de acordo com a
causa e o local de ocorrência. As classificações devem sempre levar em conta o
objectivo que se quer atingir.
O CMG é um indicador que não serve para comparação com outras áreas ou países
porque existe uma influência da estrutura etária, que distorce a realidade dos dados.
Só que será possível utilizar o CMG para comparar outras áreas ou países se for feita
rigorosa padronização das populações envolvidas.
Outro factor para a validade deste indicador é a qualidade dos registos de óbitos e as
estimativas populacionais. Se as bases de dados forem de má qualidade, o registo
também o será.
A saúde é o item mais importante para se medir no nível de vida. Por nível de vida de
entende as condições actuais de vida de uma determinada população. Esse tipo de
mensuração é feito de uma forma indirecta, através da quantificação dos óbitos. Os
dados de óbitos são utilizados porque costumam a ser mais fiáveis que os registos de
pessoas com doenças especificas.
A OMS, preconiza que tanto as informações sobre as doenças quanto as causas dos
óbitos sejam padronizadas no mundo inteiro. Para isso existe a Classificação
Internacionais de Doenças (CID) que actualmente esta na sua 10ª Revisão.
Dessa forma, o registo de óbitos deve ser deito respeitando essa padronização
internacional e no atestado ou registo de óbito deve constar a causa básica da morte.
A causa básica de morte é definida como a doença ou lesão que iniciou uma sucessão
de eventos que levam a morte, ou, no caso de acidentes ou violências, as suas
circunstâncias. É importante saber a causa básica de morte para realiza comparações e
evitar quadros epidemiológicos falsos.
-óbitos sem assistência médica: a causa básica da morte se torna Mal definida, o que
indica má qualidade no preenchimento dos atestados de óbito e má qualidade no
próprio sistema de saúde. A definição de causa mal definida é: óbitos em que os
sintomas e sinais não foram objectivamente esclarecidos, bem como os achados
anormais de exames clínicos e de laboratórios não são classificados em parte da CID-
10.
Coeficiente de mortalidade por causa: mede o risco de se morrer pela referida causa
em uma determinada população.
Vigilância Sanitária
Áreas de abrangência da VS
- Legislação
- Fiscalização
- Educação
Grupos de alimentos
a) Produtos de origem animal: carnes diversas, vísceras, leite, ovos. São fontes de
proteínas de boa qualidade.
b) Grãos e raízes: ricos em carboidratos e, junto com as gorduras e os açúcares
têm alto valor energético. Além disso contém vitaminas e sais minerais. São
exemplo desse grupo os cereais (arroz, feijão, etc.) e as leguminosas ( batatas,
cenoura, etc.)
c) Vegetais verdes e amarelos e frutas: fontes naturais de vitaminas e nutrientes
minerais.
Recomendações Nutricionais
Quando estes dados não estão disponíveis, é possível estimar a presença de DEP na
população infantil mediante a consulta dos indicadores da mortalidade infantil. CMI
acima de 70 por 1.000 nascidos vivos é indicador de presença de desnutrição na
comunidade, uma vez que existe uma concordância entre a mortalidade de crianças
menores de 1 ano e a presença de desnutrição.
Principais indicadores:
- Valor do hematrócito
Factores determinantes
Enteroparasitas
Falta de vitamina C e A
Os sinais mais típicos da são : cegueira noturna, xerose corneal e outras lesões
oculares.
Em geral esses sistemas são formados por módulos que monitoram os seguintes
aspectos:
REFÊNCIA BIBLEOGRÁFICA