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Processo saúde – doença e seus

determinantes

PROFESSORA: Polyanna Martins


DOENÇA

 Doença é um conjunto de
sinais e sintomas
específicos que afetam um
ser vivo, alterando o seu
estado normal de saúde. O
vocábulo é de origem
latina, em que “dolentia”
significa “dor,
padecimento”.
DOENÇA

 Diferentes ciências se dedicam ao estudo das doenças;


 Entre elas: a patologia estuda as doenças dos humanos,
relacionadas à medicina e outras áreas; a fitopatologia analisa
as doenças que afetam as plantas; a medicina veterinária
estuda as manifestações patológicas nos animais.
DOENÇA

 A doença não pode ser compreendida apenas por meio das


medições fisiopatológicas, pois quem estabelece o estado da
doença também pode ser o sofrimento, a dor, o prazer, entre
outros;
 Dessa forma, os valores e sentimentos expressos pelo corpo
subjetivo que podem adoecer o sujeito.
SAÚDE

 “É o estado de completo
bem estar físico, mental e
social, e não apenas a
ausência de enfermidade ou
doença.”
(Organização Mundial de
Saúde, 1948)
SAÚDE

 Saúde é a resultante das condições de alimentação, educação,


renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer,
liberdade, acesso e posse da terra, acesso a serviços de
saúde.... resultado de formas de organização social de
produção, as quais podem gerar profundas desigualdades no
níveis de saúde.
(8a. Conferência Nacional de Saúde)
SAÚDE

 Para a saúde, é necessário partir da dimensão do ser, pois é


nele que ocorrem as definições do normal ou patológico. O
considerado normal em um indivíduo pode não ser em
outro; não há rigidez no processo. Dessa maneira, podemos
deduzir que o ser humano precisa conhecer-se, necessita
saber avaliar as transformações sofridas por seu corpo e
identificar os sinais expressos por ele.
 Dentro desta dinâmica da vida, entre saúde e
doença qual é o papel da equipe de enfermagem?
DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE

 As condições sociais, a posição de cada individuo na


sociedade, as condições de habitação e as condições
ambientais do peridomicilio, a existência de restrições no
acesso à alimentação e a outros bens fundamentais para a
vida, as atividades realizadas no trabalho e as condições
oferecidas para este trabalho = São a base para o padrão
sanitário da população e base da própria saúde. São fatores
que podem implicar uma serie de riscos á saúde, em geral,
estão além da possibilidade do controle por parte dos
indivíduos.
 Em 2005, A OMS criou uma comissão específica para discutir
os determinantes sociais da saúde – Comissão para os
Determinantes Sociais da Saúde (CDSS) – e convocou as
autoridades dos países para a necessidade de chegar a uma
decisão coletiva de combater as expressivas desigualdades em
saúde.
 OMS aborda os determinantes sociais da saúde sob o ponto
de vista de ‘fatores’ (condições de vida, de trabalho, de
moradia, de educação, de trans- porte etc.), ‘contextos’,
‘circunstâncias’ e ‘condições’: perspectiva reducionista e
fragmentada da realidade social.
DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE
DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE

 Essas condições são essencialmente determinadas pela


posição dos indivíduos na hierarquia social e na divisão social
do trabalho e renda.
 Não se trata de negar a determinação genética das condições
de saúde, mas de precisar o seu peso em relação dos
determinantes sociais.
DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE
 São varias evidências históricas de graves problemas de saúde
que foram controlados ou mesmo desapareceram com a
modificação das condições sociais de vida das populações e a
recursos médicos terapêuticos ou preventivos contra o
problema.
DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE

 Visão Individualista = comportamentos individuais =


abordagem biológica
 Visão Holistica = comportamentos coletivos = abordagem
multiprofissional e biopsicossocial
 Ciência que seja capaz de estudar os fenômenos naturais a
partir dos sociais:
 Incorporar, para além de métodos capazes de quantificar a
realidade, métodos que possam se debruçar na compreensão
da realidade subjetiva do ‘outro’, da vida em coletividade.
 Abordar os acidentes e as mais variadas formas de violência
como ‘causas externas’ ao setor saúde é reduzir a capacidade
política de todos os atores sociais para agir perante essas
complexas questões sociais.
 Todo ato em saúde é dotado de significação, adotar a noção
de ‘determinantes sociais da saúde’ reforça a polaridade
estabelecida entre o ‘ser biológico’ e o ‘ser social’.
 É nessa lógica que o sujeito com de certas doenças
específicas, além de ser ‘dissecado’ pelas diversas
especialidades médicas, é desconsiderado como aquele que
sofre violência familiar, que vive em condições precárias de
vida e de trabalho, que depende das políticas de assistência
social para viver.
 Brasil foi o primeiro país a ter uma comissão oficial para
estudos de DSS. Em 13 de março de 2006, composta por
dezessete (17) personalidades expressivas de todos os setores
da sociedade brasileira, social, cultural, científicas e
empresarial, nomeado pelo Ministro da Saúde, foi constituída
a Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da
Saúde (CNDSS), através do Decreto Presidencial de
13/03/2006.
 CNDSS principais objetivos:
 Produção de conhecimento e informações sobre os
determinantes sociais no Brasil;
 Apoio ao desenvolvimento de políticas públicas;
 Programas para a promoção da equidade em saúde;
 Promoção de atividades de mobilização da sociedade civil
para tomada de consciência;
 Atuação sobre os determinantes sociais de saúde.
SAÚDE COLETIVA

 É a ciência de prevenir a doença, prolongar a vida e


promover a saúde física e mental mediante esforços
organizados da comunidade para o saneamento básico, o
controle das doenças transmissíveis, a educação dos
indivíduos sobre higiene pessoal, a organização dos serviços
médicos.
SAÚDE PÚBLICA

 Saúde pública diz respeito ao diagnóstico e tratamento de


doenças, e a tentativa de assegurar que o indivíduo tenha,
dentro da comunidade, um padrão de vida que lhe assegure a
manutenção da saúde.
PROCESSO SAÚDE - DOENÇA

 É o conjunto de RELAÇÕES e VARIÁVEIS, que produz e


condiciona o estado de saúde e doença de uma população
 SER/ESTAR DOENTE - SER/ESTAR SAUDÁVEL
 São conceitos relativos;
 Há indivíduos sujeitos a fatores de risco para adoecer, com
maior ou menor frequência e com maior ou menor
gravidade.
PROCESSO SAÚDE - DOENÇA
PROCESSO SAÚDE - DOENÇA

 TEORIAS
 Teoria Mística:- doença como fenômeno sobrenatural;- além
da compreensão do mundo.
 Teoria Ambiental:- doença em decorrência das alterações
ambientais do meio físico;- teoria dos miasmas;-
determinante laboral.
 Teoria da Unicausalidade:- L. Pasteur (micróbios)- doença
causada por um agente etiológico.(1822- 1895)
 Teoria da Multicausalidade:- incapacidade e insuficiência da
unicausalidade;- complementa com conhecimentos da
Epidemiologia;- várias causas atuam como determinantes da
doença.
 Teoria da Determinação Social :- relaciona a organização da
sociedade com as manifestações de saúde ou de doença.
PROCESSO SAÚDE - DOENÇA
PROCESSO SAÚDE E DOENÇA

 Processo Saúde-Doença está diretamente atrelado à forma


como o ser humano, no decorrer de sua existência, foi se
apropriando da natureza para transformá-la, buscando o
atendimento às suas necessidades (GUALDA e
BERGAMASCO, 2004)
 O conceito central do processo saúdedoença caracteriza a
doença e a saúde como componentes integrados de modo
dinâmico com as condições concretas de vida da população e
suas diversas realidades sociais.
 Assim, vários autores afirmam que “a saúde deve ser
entendida em sentido mais amplo, como componente da
qualidade de vida” e, assim, não é um bem de troca, mas um
bem comum, um bem e um direito social, no sentido de que
cada um e todos possam ter assegurado o exercício e a prática
deste direito à saúde, a partir da aplicação e utilização de toda
a riqueza disponível, conhecimento e tecnologia que a
sociedade desenvolveu e vem desenvolvendo neste campo,
adequados as suas necessidades, envolvendo promoção e
proteção da saúde, prevenção, diagnóstico, tratamento e
reabilitação de doenças.
FATORES IMPORTANTES

 Saúde e doença não existem em sentido absoluto;


 Para promover a saúde devem ser consideradas as
desigualdades históricas sociais, entre gêneros, etnia, acesso à
educação e à saúde.
PROMOÇÃO DA SAÚDE
 Conferência de Alma Ata (1978):
 metas para a promoção da saúde, que persistem até os dias atuais:
compromisso de “Saúde para Todos no ano 2000”
 oito elementos essenciais para atingir tal meta:
1. Educação dirigida aos problemas de saúde prevalentes e
métodos para sua prevenção e controle;
2. Promoção do suprimento de alimentos e nutrição adequada;
3. Abastecimento de água e saneamento básico apropriados;
4. Atenção materno-infantil, incluindo o planejamento familiar;
5. Imunização contra as principais doenças infecciosas;
6. Prevenção e controle de doenças endêmicas;
7. Tratamento apropriado de doenças comuns e acidentes;
8. Distribuição de medicamentos básicos.
 Em 1986, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS)
promoveu a Primeira Conferência Internacional sobre
promoção da saúde, em Obawa, Canadá.
 Resposta à crescente demanda por uma nova concepção de
Saúde Pública no mundo, que pudesse responder à
complexidade emergente dos problemas de saúde, cujo
entendimento não era mais possível por meio do enfoque
preventivista tradicional – vinculação de uma determinada
doença a um determinado agente ou a um grupo de agentes
– mas que se relacionasse a questões como as condições e
modos de vida.
 Como produto da Conferência, foi emitida a Carta de
Otawa para a promoção da saúde: referência para as
demais Conferências Internacionais de Promoção da Saúde
realizadas pela OMS.
• . Carta de Otawa, principais elementos:
 Integração da saúde como parte de políticas públicas;
 Participação comunitária na gestão do sistema de saúde;
 Reorientação nos sistemas de saúde;
 Mudanças nos estilos de vida.
• A promoção da saúde é assumida pelo SUS no texto da Lei
8080 (1990):
 o Art. 2º § 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste
na formulação e execução de políticas econômicas e sociais
que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos
e no estabelecimento de condições que assegurem acesso
universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua
promoção, proteção e recuperação.
PREVENÇÃO DE DOENÇAS

 A medicina preventiva é voltada para a prevenção de doenças


e agravos existentes na população, não focalizando apenas a
cura ou tratamento das patologias. • O trabalho de prevenção
reflete nas condições da saúde em geral do paciente,
diminuindo gastos com medicamentos, aumentando a
produtividade, diminuindo o absenteísmo e na melhora do
convívio familiar.
 A Prevenção de Doenças subdivide-se em três categorias:
1) Prevenção Primária
2) Prevenção Secundária
3) Prevenção Terciária
PREVENÇÃO EM SAÚDE
 Os níveis de prevenção são um continuum, sem limites
claros, muitas vezes, entre prevenção primária, secundária e
terciária.
PREVENÇÃO PRIMÁRIA
(PRÉ-DOENÇA)

 A maioria das doenças não-infecciosas pode ser vista como tendo


um estágio precoce, durante o qual os fatores causais iniciarão a
produção das anormalidades fisiológicas. Na aterosclerose, por
exemplo, pode haver altos níveis de colesterol no sangue mas
nenhum sinal de ateroma durante o estágio pré-doença. O
objetivo, nesse momento, é modificar os fatores de risco em uma
direção favorável. Atividades que modificam a vida, como mudar
para uma dieta baixa em gorduras, procurar um programa estável
de exercícios aeróbicos e parar com o tabagismo, são consideradas
como sendo métodos de prevenção primária, pois visam evitar a
ocorrência do processo patológico.
PREVENÇÃO SECUNDÁRIA
(DOENÇAS LATENTE)

 Mais cedo ou mais tarde, dependendo do indivíduo, um


processo de doença como a aterosclerose da artéria coronária
progredirá o suficiente para se tornar detectável por testes
médicos, mesmo que o indivíduo ainda seja assintomático.
Isso pode ser imaginado como o estado (escondido) latente
da doença. O Diagnóstico rápido e o inicio do tratamento em
temo hábil pode diminuir os riscos de morte e as sequelas
póspatologicas
PREVENÇÃO TERCIÁRIA
(DOENÇA SINTOMÁTICA)

 Quando a doença se torna sintomática e a assistência médica


é procurada, o objetivo do clínico é fornecer uma prevenção
terciária de modo a limitar incapacidade em pacientes com
sintomas precoces, ou de modo a reabilitar para pacientes
com doença sintomática tardia.
 Relacione as colunas e dê a justificativa:
1 Prevenção primária:
2 Prevenção secundária:
3 Prevenção terciária:
( ) Massagem em um paciente com sequela de AVC, porque:
( ) Massagem em um paciente com contratura muscular
porque:
( ) Massagem nos músculos adutores da coxa, em um jogador
de futebol (lateral direito) após uma partida com
prorrogação. porque:
( )Palestra sobre qualidade de vida e massoterapia. porque:
( )Folheto informativo sobre Hipertensão. porque:
REFERÊNCIAS
• VIANNA, Lucila. Processo Saúde-Doença. Una-SUS Unifesp
• BUSS, Paulo. Promoção da Saúde da Família. Programa Saúde da Família, 2002
• ARANTES, Rosalba et al. Processo Saúde-doença e Promoção da Saúde:
Aspectos Históricos e Conceituais. Rev APS, 2008
• CÂMARA, Ana Maria et al. Percepção do Processo Saúde-doença: Significados
eValores da Educação em Saúde. Rev Bras de Educação Médica, 2012
• http://cmdss2011.org/site/experiencias
• STARFIELD, Barbara. Atenção Primária: Equilíbrio entre Necessidades de
Saúde, Serviços e Tecnologia. UNESCO, 2002
• BUSS, Paulo; BELEGRINI, Alberto. A Saúde e seus Determinantes Sociais. Rev
Saúde Coletiva, 2007
• BARROS, José. Pensando o Processo Saúde Doença: A Que Responde o
Modelo Biomédico?. Saúde e Sociedade, 2002
• SILVA, Jorge. O Processo Saúde-doença e Sua Importância Para a Promoção Da
Saúde. Informe-se em Promoção da Saúde, 2006

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