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Administração Da Manutenção
Administração Da Manutenção
Administração da
Manutenção
Administração da Manutenção
SENAI-SP, 2004
Trabalho organizado pela Escola SENAI “Almirante Tamandaré”, a partir dos conteúdos extraídos da
Intranet do Departamento Regional do SENAI-SP.
1ª edição, 2004
Equipe Responsável
Cód. 120.10.045
Sumário
Página 4 Conceitos
11 Manutenção corretiva
20 Manutenção Preventiva
24 Manutenção preditiva
46 Controle
51 Custos
57 Administração de materiais
65 Modelos administrativos
78 Planejamento
83 Terceirização
88 Referências bibliográficas
Administração da Manutenção
CONCEITOS
Voltando ao tempo...
A manutenção, embora despercebida, sempre existiu, mesmo nas épocas mais remotas.
Começou a ser conhecida com o nome de manutenção por volta do século XVI na Europa central,
juntamente com o surgimento do relógio mecânico, quando surgiram os primeiros técnicos em
montagem e assistência.
Nos últimos anos, com a intensa concorrência, os prazos de entrega dos produtos passaram a
ser relevantes para todas as empresas. Com isso, surgiu a motivação para se prevenir contra as
falhas de máquinas e equipamentos. Essa motivação deu origem à manutenção preventiva.
Em suma, nos últimos vinte anos é que tem havido preocupação de técnicos e empresários para
o desenvolvimento de técnicas específicas para melhorar o complexo sistema Homem / Máquina / Serviço.
Introdução
E não poderia ser diferente, visto que o bom estado das máquinas é responsável direto pela
qualidade do produto. Assim, os responsáveis pela produção acabaram compreendendo que além
de terem as máquinas disponíveis eles precisam delas confiáveis.
Por outro lado, prevenir tão bem a ponto de chegar-se a 100% de funcionamento confiável no
futuro previsível é utopia. Porém, nada impede que se busque este desempenho, uma vez que as
técnicas de manutenção já evoluíram o bastante para isso.
Conceitos básicos
Manutenção
São todas as ações necessárias para que um equipamento, máquina ou componente seja
conservado ou restaurado de modo a poder permanecer de acordo com uma condição
especificada.
Defeito
São ocorrências nos equipamentos que não impedem seu funcionamento, mas diminuem o
rendimento e podem acarretar indisponibilidade a curto ou longo prazo.
Falha
Confiabilidade
Através de um indicador a produção pode saber quanto pode “contar” ou confiar no bom
desempenho de um equipamento ou instalação.
Manutenibilidade
Através de um indicador a produção pode saber quanto tempo a máquina ficará parada quando
quebrar.
O indicador de manutenibilidade é o MTTR (“mean time to repair”), que representa a média dos
tempos de reparo.
Disponibilidade
MTBF
D= x 100
MTBF + MTTR
onde:
D = disponibilidade porcentual
BF = bom funcionamento
R = reparo
TR = R1+R2+R3 x=3
TO TR
MTBF = MTTR =
X X
Prioridade
O conceito genérico de prioridade é a qualidade do que está em primeiro lugar ou daquilo que
deve ser atendido preferencialmente.
• Emergencial (1)
• Urgente (2)
O atendimento deve ser feito o mais breve possível, antes de se tornar uma emergência. É
o caso de a produção ser reduzida ou estar ameaçada de parar em pouco tempo ou, ainda,
o perigo de ocorrer condição insegura do trabalho.
• Necessária (3)
O atendimento pode ser adiado por alguns dias, porém não deve ser adiado mais que uma
semana.
• Rotineira (4)
O atendimento pode ser adiado por algumas semanas, mas não deve ser omitido.
• Prorrogável (5)
O atendimento pode ser adiado para o momento em que existam recursos disponíveis e
não interfira na produção e nem no atendimento das prioridades anteriores. É o caso de
melhoria estética da instalação ou defeito em equipamento alheio à produção.
Divisões da manutenção
A terminologia de manutenção é muito variada e pouco normalizada. Por isso, muitos dão
nomes diferentes para as mesmas atividades.
• Corretiva;
• Preventiva;
• Preditiva;
• TPM.
Exercícios
1. Com o intuito de diminuir o número de paradas imprevistas, quais devem ser as palavras
chaves da manutenção? Explique-as.
MANUTENÇÃO CORRETIVA
Consideremos uma linha de produção de uma fábrica de calçados e que a máquina que faz as
costuras no solado pare de funcionar por um motivo qualquer.
Diante de situações como esta, a manutenção corretiva deverá entrar em ação, e nesta aula
veremos como são elaborados os documentos que compõem a manutenção corretiva.
Manutenção corretiva
Não existe filosofia, teoria ou fórmula para dimensionar uma equipe de manutenção corretiva,
pois nunca se sabe quando alguém vai ser solicitado para atender aos eventos que requerem a
presença dos mantenedores. Por esse motivo, as empresas que não têm uma manutenção
programada e bem administrada convivem com o caos, pois nunca haverá pessoal de manutenção
suficiente para atender às solicitações. Mesmo que venham a contar com pessoal de manutenção em
quantidade suficiente, não saberão o que fazer com os mantenedores em épocas em que tudo
caminha tranqüilamente.
É por esse motivo que, normalmente, a manutenção aceita serviços de montagem para executar e
nunca cumpre os prazos estabelecidos, pois há ocasiões em que terá de decidir se atende às
emergências ou continua montando o que estava programado.
Mesmo em empresas que não podem ter emergências, às vezes elas ocorrem com resultados
geralmente catastróficos.
Exemplo:
Empresas aéreas.
Nas empresas que convivem com emergências que podem redundar em desastres, deve haver
uma equipe muito especial de manutenção, cuja função é eliminar ou minimizar essas emergências.
A filosofia que deve ser adotada é: “Emergências não ocorrem, são causadas. Elimine a causa
e você não terá novamente a mesma emergência”.
Atendimento
A equipe de manutenção corretiva deve estar sempre em um local específico para ser
encontrada facilmente e atender à produção de imediato.
Como a equipe não sabe o local onde vai atuar, o usuário com problemas deverá solicitar o
atendimento por telefone, porém, para efeitos de registro e estatística, ele deverá emitir um
documento com as seguintes informações:
Um analista da equipe de manutenção corretiva atende ao chamado, verifica o que deve ser
feito e emite uma ficha de execução para sanar o problema.
• Preencher o campo trabalho a realizar especificando exatamente o que fazer e onde fazer;
Anexo 1
Anexo 2
As relações de natureza e causa dos anexos 1 e 2 não são definitivas. Elas podem e devem
ser ampliadas.
Salientemos que para se colocar o código de natureza e causa de avaria é necessário analisar
profundamente o problema, pois existe sempre uma causa fundamental. Às vezes uma natureza de
avaria pode vir a ser causa para outro tipo de natureza de avaria.
Exemplo:
Desgaste de um eixo.
Nesse exemplo, temos como natureza o desgaste do eixo e como causa do desgaste a falta de
lubrificação, porém, o que causou a falta de lubrificação?
Os campos data, início, término e duração do trabalho na primeira linha do verso apresentarão
apenas eventos previstos. Somente a partir da segunda linha é que apresentarão eventos realizados,
de acordo com o desenvolvimento do trabalho.
Quando o trabalho tiver sido executado, fecha-se a coluna duração e transfere-se o resultado
obtido (horas, dias) para o campo realizada, existente na frente da ficha. Após isso, pede-se para a
chefia colocar o visto no respectivo campo para liberação do equipamento.
Nesse relatório o analista pode e deve sugerir alguma providência ou modificação no projeto
da máquina para que o tipo de avaria ocorrida - e solucionada - não venha a se repetir.
• Preencher o campo causa da avaria com código (anexo 2) e relatar a causa fundamental;
Observação
Exercícios
1. Qual a filosofia que deve ser empregada pela Manutenção Corretiva? Por que?
4. É viável a existência de uma equipe apenas para a manutenção corretiva? Por que?
MANUTENÇÃO PREVENTIVA
Como o usuário faria para poder controlar essa troca periódica do óleo do motor?
Essa previsão nada mais é do que uma simples manutenção preventiva, que é o assunto desta
aula.
Conceitos
O controle das peças de reposição é um problema que atinge todos os tipos de indústria. Uma
das metas a que se propõe o órgão de manutenção preventiva é a diminuição sensível dos estoques.
Isso se consegue com a organização dos prazos para reposição de peças. Assim, ajustam-se os
investimentos para o setor.
Se uma peça de um conjunto que constitui um mecanismo estiver executando seu trabalho de
forma irregular, ela estabelecerá, fatalmente, uma sobrecarga nas demais peças que estão
O planejamento e a organização, fornecidos pelo método preventivo, são uma garantia aos
homens da produção que podem controlar, dentro de uma faixa de erro mínimo, a entrada de novas
encomendas.
Com o auxílio dos relatórios escritos sobre os trabalhos realizados, são suprimidas as
inconveniências das quebras inesperadas. Isso evita a difícil tarefa de trocas rápidas de máquinas e
improvisações que causam o desespero do pessoal da manutenção corretiva.
A manutenção preventiva abrange cronogramas nos quais são traçados planos e revisões
periódicas completas para todos os tipos de materiais utilizados nas oficinas. Ela inclui, também,
levantamentos que visam facilitar sua própria introdução em futuras ampliações do corpo da fábrica.
A manutenção preventiva nunca deverá ser confundida com o órgão de comando, apesar dela
ditar algumas regras de conduta a serem seguidas pelo pessoal da fábrica. À manutenção preventiva
cabe apenas o lugar de apoio ao sistema fabril.
A manutenção preventiva, por ter um alcance extenso e profundo, deve ser organizada. Se a
organização da manutenção preventiva carecer da devida solidez, ela provocará desordens e
confusões. Por outro lado, a capacidade e o espírito de cooperação dos técnicos são fatores
importantes para a manutenção preventiva.
A manutenção preventiva deve, também, ser sistematizada para que o fluxo dos trabalhos se
processe de modo correto e rápido. Sob esse aspecto, é necessário estabelecer qual deverá ser o
sistema de informações empregado e os procedimentos adotados.
A manutenção preventiva exige, também, um plano para sua própria melhoria. Isto é
conseguido por meio do planejamento, execução e verificação dos trabalhos que são indicadores
para se buscar a melhoria dos métodos de manutenção, das técnicas de manutenção e da elevação
dos níveis de controle . Esta é a dinâmica de uma instalação industrial.
Exercícios
5. Para a efetivação e alcance dos objetivos da manutenção preventiva, devemos tomar quais
medidas?
MANUTENÇÃO PREDITIVA
Manutenção preditiva é aquela que indica as condições reais de funcionamento das máquinas
com base em dados que informam o seu desgaste ou processo de degradação. Trata-se da
manutenção que prediz o tempo de vida útil dos componentes das máquinas e equipamentos e as
condições para que esse tempo de vida seja bem aproveitado.
Por meio desses objetivos, pode-se deduzir que eles estão direcionados a uma finalidade
maior e importante: redução de custos de manutenção e aumento da produtividade.
Para ser executada, a manutenção preditiva exige a utilização de aparelhos adequados, capazes de
registrar vários fenômenos, tais como:
• Pressão;
• Temperatura;
• Desempenho;
• Aceleração.
Com base no conhecimento e análise dos fenômenos, torna-se possível indicar, com
antecedência, eventuais defeitos ou falhas nas máquinas e equipamentos.
A manutenção preditiva, após a análise do fenômenos, adota dois procedimentos para atacar
os problemas detectados: estabelece um diagnóstico e efetua uma análise de tendências.
Diagnóstico
A análise consiste em prever com antecedência a avaria ou a quebra, por meio de aparelhos
que exercem vigilância constante predizendo a necessidade do reparo.
Graficamente temos:
A manutenção preditiva, geralmente, adota vários métodos de investigação para poder intervir
nas máquinas e equipamentos. Entre os vários métodos destacam-se os seguintes: estudo das
vibrações; análise dos óleos; análise do estado das superfícies e análises estruturais de peças.
O princípio de análise das vibrações baseia-se na idéia de que as estruturas das máquinas
excitadas pelos esforços dinâmicos (ação de forças) dão sinais vibratórios, cuja freqüência é igual à
freqüência dos agentes excitadores.
Por meio da medição e análise das vibrações de uma máquina em serviço normal de produção
detecta-se, com antecipação, a presença de falhas que devem ser corrigidas:
• Rolamentos deteriorados;
• Engrenagens defeituosas;
• Acoplamentos desalinhados;
• Rotores desbalanceados;
• Vínculos desajustados;
• Eixos deformados;
• Lubrificação deficiente;
• Falta de rigidez;
• Problemas aerodinâmicos;
• Problemas hidráulicos;
• Cavitação.
Os objetivos da análise dos óleos são dois: economizar lubrificantes e sanar os defeitos.
A análise dos óleos é feita por meio de técnicas laboratoriais que envolvem vidrarias,
reagentes, instrumentos e equipamentos. Entre os instrumentos e equipamentos utilizados temos
viscosímetros, centrífugas, fotômetros de chama, peagômetros, espectrômetros, microscópios etc. O
laboratorista, usando técnicas adequadas, determina as propriedades dos óleos e o grau de
contaminantes neles presentes.
• Índice de viscosidade;
• Índice de acidez;
• Índice de alcalinidade;
• Ponto de fulgor;
• Ponto de congelamento.
• Resíduos de carbono;
• Partículas metálicas;
• Água.
Assim como no estudo das vibrações, a análise dos óleos é muito importante na manutenção
preditiva. É a análise que vai dizer se o óleo de uma máquina ou equipamento precisa ou não ser
substituído e quando isso deverá ser feito.
A análise das superfícies das peças, sujeitas aos desgastes provocados pelo atrito, também é
importante para se controlar o grau de deteriorização das máquinas e equipamentos.
A análise superficial abrange, além do simples exame visual - com ou sem lupa - várias
técnicas analíticas, tais como:
• Endoscopia;
• Holografia;
• Estroboscopia;
• Molde e impressão.
Análise estrutural
• Interferometria holográfica;
• Ultra-sonografia;
• Ecografia;
• Magnetoscopia;
• Correntes de foucault;
A coleta de dados é efetuada periodicamente por um técnico que utiliza sistemas portáteis de
monitoramento. As informações recolhidas são registradas numa ficha, possibilitando ao responsável
pela manutenção preditiva tê-las em mãos para as providências cabíveis.
• Melhoria da segurança;
Exercícios
A manutenção produtiva total é conhecida pela sigla TPM ( “total productive maintenance”). Ela
é um método de manutenção de caráter doutrinário, isto é, procura resolver o problema crônico da
administração industrial: a total adesão do trabalhador aos objetivos da empresa. Uma vez que
envolve todas as pessoas ligadas ao processo produtivo e divulga a idéia do operário o “dono do
negócio empresarial”.
Os conceitos centrais nasceram com a implantação do modelo de produção JIT (“just in time”).
São eles:
Objetivos da TPM
Esse objetivo global tem por subitens a melhoria da natureza das pessoas e das máquinas e
equipamentos.
• Incentivar estudos e sugestões para modificação dos equipamentos a fim de melhorar seu
rendimento.
Manutenção autônoma
Assim, foram feitos estudos para transferir ao operador todas as tarefas de conservação, além
de reparos simples. Estas ações representam 20% dos trabalhos da manutenção.
Aplicação do 5S
O programa 5S é a base da TPM. Ele visa em primeiro lugar assegurar a confiabilidade dos
equipamentos. Seu desenvolvimento é o mesmo já estudado no método JIT.
Por outro lado, quando se trata da manutenção, o programa dos 5S pode ser expandido para
8S. É o que muitas empresas japonesas fazem, criando modos de verificar e avaliar através de 8S.
Os fatores que prejudicam o bom rendimento operacional das máquinas podem ser reunidos
em 6 grupos. Estes são conhecidos como as 6 grandes perdas. A eliminação das perdas é
obrigatória para o sucesso da TPM.
A figura da página seguinte mostra as perdas, seus efeitos sobre o tempo disponível e as
ações para eliminar. Os indicadores também aparecem mas serão estudados mais adiante.
A idéia da quebra zero baseia-se no conceito de que a quebra é a falha visível. Falha esta
motivada por uma coleção de falhas não visíveis à semelhança de um “iceberg” (figura abaixo). Logo,
se operadores e mantenedores estiverem conscientes de que devem evitar as falhas não visíveis, a
quebra deixará de ocorrer.
As falhas não visíveis costumeiramente deixam de ser detectadas por dois motivos: físicos e
psicológicos.
Motivos físicos
As falhas não são visíveis por estarem em local de difícil acesso ou encobertas por sujeiras e
detidos.
Motivos psicológicos
As falhas deixam de ser detectadas devido à falta de interesse ou à falta de capacitação dos
operadores ou dos mantenedores.
Implantação da TPM
Deve fazer parte do planejamento estratégico da empresa. Uma vez que, sem a participação
de todos, será impossível realizar as mudanças de modo adequado.
O quadro a seguir mostra o plano de implantação com suas 12 etapas agrupadas em 4 fases
e ainda as estratégias.
• A sexta etapa consiste numa espécie de “declaração ao mundo” de que a TPM será
adotada. Nesta etapa, a alta direção deve reafirmar o propósito de adoção da TPM e um
representante dos funcionários deve declarar que aceita o desafio.
• A auditoria deverá ser feita sempre por pessoas externas ao setor auditado. Isto é, pessoas
de um setor auditam outro setor.
Treinamentos necessários
O papel da manutenção
Exercícios
CONTROLE
O Controle tem como objetivo obter informações para orientar tomadas de decisões quanto a
equipamentos e a grupos de manutenção. Faz isso por meio da coleta e tabulação de dados,
aperfeiçoamento a interpretação dos resultados e criando padrões de trabalho.
• Custos;
• Disponibilidade;
• Manual;
• Semi-automatizado;
• Automatizado e
• Por microcomputador.
Controle manual
Controle semi-automatizado
A fonte de dados desse sistema deve fornecer todas as informações necessárias para serem
feitas as requisições de serviço, incluindo as rotinas de inspeção e execução. O principal relatório
emitido pelo computador deve conter no mínimo:
• Serviços realizados;
• Serviços cancelados.
Esses são dados fundamentais para a tomada de providência por parte da supervisão.
Controle automatizado
É o sistema em que todas as intervenções da manutenção têm seus dados armazenados pelo
computador, para que se tenha listagens, gráficos e tabelas periódicas para análise e tomada de
decisão, conforme a necessidade e conveniência dos vários setores da manutenção.
Neste sistema, a alimentação de dados é feita por meio de formulários padronizados, com
dados codificados dentro de padrões compatíveis com os equipamentos de entrada de dados da
empresa (disco, fita, etc.).
Neste caso, é fundamental que o computador esteja em rede com o computador central.
Exercícios
4. “Toda empresa deveria empregar o controle por microcomputador.” Disserte sobre esta
afirmação.
CUSTOS
Custos da manutenção
• Mão-de-obra 20%
• Materiais 20%
• Insumos 20%
Entre esses custos é extremamente difícil contabilizar o lucro cessante, portanto deve-se
considerar a soma dos custos igual a 60% do custo de manutenção.
Assim, um custo numericamente baixo não significa manutenção com custos mínimos ou
racionalizados. É necessário sempre considerar os critérios empregados no levantamento dos custos
para avaliar os reais gastos com manutenção.
Comparação de custos
Sob o aspecto de custos, a manutenção corretiva, ao longo do tempo, apresenta uma curva
ascendente, devido à redução da vida útil dos equipamentos, perda da produção e da qualidade,
aumento da aquisição de peças de reposição, ociosidade da mão de obra operativa, perda de
mercado e aumento de riscos de acidente.
Calcula-se um prazo médio de 2 a 3 anos para implantar-se uma preventiva eficiente a atingir a
melhor relação custo - benefício.
Por isso, os métodos de manutenção preventiva, preditiva e TPM devem ser incentivadas mas,
com um bom acompanhamento econômico.
CM - Custo de manutenção
• Pessoal de corretiva;
• Material de corretiva;
• Pessoal de preventiva;
CO - Custo de operação
• Pessoal de operação;
• Energia;
• Transporte;
CL - Custo do investimento
• Construção civil;
• Instalação elétrica;
• Sobressalentes;
• Documentação;
É uma técnica de cálculo para determinar quanto capital será consumido durante a vida útil de
uma máquina. O CCV subsidia decisões de escolha entre produtos similares, na hora da compra. E,
ainda, é um auxiliar importante nas decisões de reforma.
Onde:
CL = custo do investimento
CO = custo de operação
CM = custo de manutenção
É o produto entre:
• MTTR;
Exercícios
2. Do ponto de vista dos custos, sempre a manutenção preventiva será mais lucrativa para a
empresa? Por que?
ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
Sendo assim, é uma atividade fundamental para toda a organização que produz bens e
serviços.
Materiais produtivos
Materiais improdutivos
• Baixa rotatividade;
• Classificação ABC;
• Estoque mínimo;
• Estoque médio;
• Estoque máximo;
Classificação ABC
O valor de uso é o produto do custo unitário do material pela sua média de consumo.
É possível notar pela tabela que há pequena quantidade de materiais na classe A, o que torna
econômico manter um controle cuidadoso sobre esses materiais e possibilita, ainda, operar com
reduzidos estoques de segurança, devido ao alto custo de proteção.
Os materiais de baixo valor de uso, classe C, podem operar com altos estoques de segurança
e controles simples.
Há ainda, a classe B que deve operar com médio estoque de segurança e médio controle.
A distribuição mostrada é ideal, ficando na prática dentro de faixas como na tabela abaixo:
Classes
Eixo
A B C
valor de uso (ordenada) 70 a 80% 10 a 20% 5 a 10%
Número de itens de estoque (abscissas) 5 a 10% 10 a 20% 70 a 85%
Estoque de segurança
É um estoque feito propositadamente em demasia para que possa atuar como proteção contra
previsões inexatas e outras eventualidades. Ele é indispensável quando se deseja que a
manutenção mantenha seu fluxo contínuo e atenda rapidamente as necessidades da produção.
O estoque de segurança depende da curva de consumo obtida por meio de histórico ou, na
sua falta, de estimativas de consumo. Pode-se calculá-lo pela fórmula:
Es = C. Fa
Onde:
Es = estoque de segurança
Os materiais que devem ter estoque de segurança são os materiais da curva ABC cuja falta
interfira diretamente no processo produtivo.
Estoque máximo
Administrar materiais pelo sistema de estoque máximo é ter risco apenas acidental de atingir o
estoque zero.
É colocar o estoque em situação tal que, quando a quantidade de materiais atingir o estoque
de segurança, um novo suprimento aconteça.
Veja a seguir os principais pontos e fórmulas que compõem o gráfico do estoque máximo.
L = C . T + Es
Onde:
C = consumo médio
Es = estoque de segurança
Cuidados na armazenagem
A seguir será apresentada uma pequena lista de procedimentos corretos de estocagem dos
materiais que mais se estragam nos almoxarifados e postos de manutenção.
Diodos e transístores
Devem ser guardados com as pontas curto-circuitadas para que a eventual ionização do ar em
volta não cause estragos internos.
Correias de borracha
Motores de reserva
Outro cuidado importante é o de girar seus eixos (com a mão) a cada 30 ou 45 dias para evitar
danos aos rolamentos.
Rolamentos
Devem permanecer deitados a fim de evitar a corrosão eletrônica, que haverá assim que se
seu peso consiga romper o filme lubrificante entre o corpo rolante e a capa, caso sejam mantidos em
pé.
Exercícios
MODELOS ADMINISTRATIVOS
Características do mantenedor
O mantenedor é um profissional que precisa ser curioso, ter boa capacidade de abstração e
análise e conhecer bem sua área técnica.
Na pequena empresa
Para que esses profissionais sejam mantidos na empresa é necessário um bom tratamento
humano e um bom atendimento a sua família.
Integração do mantenedor
Ao ser admitido um novo funcionário para a manutenção, é importantíssimo que ele seja
integrado ao grupo de trabalho e à empresa.
• Faltas e atrasos;
• Relação de trabalho que ele deve ter com setor, com o departamento e com o produto final;
A prática tem demonstrado que, no caso de o trabalho de integração ser desprezado, ele
ocorrerá espontaneamente, no entanto demorará cerca de seis meses para ser concluído.
Um trabalho de integração bem feito consegue que um profissional trabalhe com seu
rendimento máximo em até sessenta dias, sendo indispensável o acompanhamento e orientação do
supervisor nesse período.
Cargos e atribuições
• Execução
• Chefia
• Planejamento
Pessoal de execução
• Criatividade
Quanto aos ajudantes, após alguns anos de prática, podem ser aproveitados no cargo de
mecânico. Para que isso aconteça, é necessário um programa de treinamento associado à atribuição
progressiva de responsabilidades.
Pessoal de chefia
Nesse grupo, estão os profissionais ligados ao comando das equipes de trabalho, logo o
supervisor está aqui incluído.
O supervisor tem a responsabilidade pela qualidade, quantidade e pelos prazos dos serviços
executados pela suas equipes.
Na escolha de um supervisor, deve-se ter muito cuidado para que não se perca um bom
mecânico e se ganhe um mau líder. Um supervisor deve ter:
• Iniciativa e liderança
Pessoal de planejamento
Com exceção dos escriturários, todos os outros devem ter experiência de campo em pelo
menos corretiva e reformas e, se possível, devem ter o nível técnico.
Modelos administrativos
• Administração centralizada
• Administração descentralizada
• Administração mista
Administração centralizada
É o modelo que mantém sob um único comando todos os setores da manutenção, ou seja, tem
orientação única para todas as equipes.
• Devido aos trabalhos seguirem esquema tático único, a execução de metas complexas tem
suas dificuldades diminuídas, visto que não há necessidade de negociações entre diversas
áreas.
• Exige uma equipe de PPC muito dedicada para que possa haver um planejamento eficaz
para todas as unidades.
Administração descentralizada
• Cada área tem uma equipe de PPC própria , o que facilita a preparação e programação dos
trabalhos de manutenção preventiva.
Administração mista
É aquela onde existe os dois modelos já citados. Em geral, a política básica é ditada pelo
gerente da manutenção, ficando as decisões específicas por conta dos gerentes de área.
• Pode combinar as vantagens dos dois modelos já citados e tornar a tarefa da direção da
empresa mais simples.
Instalações de manutenção
Cada um dos modelos administrativos apresentados trabalha com seu respectivo leiaute. A
seguir serão apresentados os três leiautes, suas características, vantagens e desvantagens.
Instalação centralizada
É o modelo onde todo o pessoal está localizado em uma mesma área, sob um mesmo
comando tático.
Desse local parte todo o pessoal de execução para trabalhar em qualquer parte da fábrica. E
ali retornam conta dos serviços executados e buscarem novas instruções.
Instalação descentralizada
Tem como objetivo atender o mais rápido possível à produção em instalações industriais que
ocupam grande área física. Deve atender também às paradas em equipamentos completamente
diferentes dentro de uma mesma unidade de produção.
• Mão-de-obra dividida entre vários setores independentes, dificultando a união na hora dos
grandes serviços.
Instalação mista
É aquela que tem uma oficina central e vários postos de manutenção distribuídos pela fábrica.
Na oficina central, são feitas as reformas, os reparos impossíveis de serem feitos no campo e a
fabricação de peças. E também é onde os equipamentos caros e de pouco uso em cada área ficam
alocados, tais como guindastes, empilhadeiras, instrumentos de ajuste e calibragem, etc.
Exercícios
PLANEJAMENTO
Portanto, se as paradas para manutenção puderem ser previstas e executadas os custos serão
menores e a eficácia maior.
Buscando atingir essa meta, foi introduzido no Brasil, durante os anos 60, o planejamento e a
programação de manutenção (figura na próxima página).
A função planejar significa conhecer os trabalhos, os recursos para executá-los e tomar a
decisão.
A função programar significa determinar pessoal, dia e hora para execução dos trabalhos.
Rotina de planejamento
O setor de planejamento recebe as requisições de serviço; analisa o que e como deve ser feito,
quais as especialidades e grupos envolvidos, e os materiais e ferramentas a serem utilizados. Isso
resulta no plano de operações, na lista de materiais para empenho ou compra de estoque e outros
documentos complementares como relação de serviços por grupo, ordens de serviços, etc.
Se o estudo ou projeto for viável, todas as informações coletadas pelo planejamento são
enviadas ao setor de programação, que prepara o cronograma, os programas diários de trabalho e
coordena a movimentação de materiais.
Planejar, em última análise, significa gerenciar tempo e recursos. Para isso, são necessários
instrumentos gráficos que permitam uma visão clara dos trabalhos. Assim, o diagrama de barras e o
diagrama de flechas são as ferramentas mais adequadas ao planejamento.
Diagrama de barras
É um cronograma, também chamado diagrama de Gantt, que permite fazer a programação das
tarefas mostrando a dependência entre elas.
Usado pelo menos desde o início do século,, consiste em um diagrama onde cada barra tem
um comprimento diretamente proporcional ao tempo de execução real da tarefa. O começo gráfico de
cada tarefa ocorre somente após o término das atividades das quais depende.
A
B
C
D
E
F
G
H
Para resolver as questões que o diagrama de barras não consegue solucionar, forma criados
os métodos CPM e PERT.
São dois modos de prever e acompanhar racionalmente trabalhos com muitas tarefas.
Ambos foram criados na mesma época (1985), partindo do cronograma de obras convencional
mas com motivações diferentes.
O PERT (Program Evaluation and Review Technique) foi criado para a NASA com o fim de
controlar o tempo e a execução de tarefas realizadas pela primeira vez.
O CPM (Critical Path Method) foi criado na empresa norte-americana Dupont. Com o fim de
realizar as paradas de manutenção dentro do menor prazo possível e com um nível constante de
utilização dos recursos.
Os dois modelos são quase idênticos, a diferença está no uso da probabilidade no PERT. Esse
uso é extremamente restrito em manutenção, por isso, o empregos dos métodos nas empresas
recebeu o nome CPM-PERT ou método do caminho crítico, que é a tradução de CPM
O diagrama se vale de construções gráficas simples com flechas, círculos numerados e linhas
tracejadas, que constituem:
• Atividade (tarefa)
• A atividade fantasma
• O nó ou evento
• Caminho crítico
Além disso, é importante salientar que esta ferramenta gráfica é um poderoso auxiliar nas mais
diversas atividades: produção, montagens, etc.
Construção do diagrama
Para construir o diagrama é preciso ter em mãos a lista de tarefas cm os tempos e a seqüência
lógica.
Na figura abaixo vê-se um exemplo para um torno que apresenta avarias na árvore e na
bomba de lubrificação.
Lista de Tarefas
Tarefa Descrição Depende de Tempo
A Retirar placa, proteções e esgotar o óleo - 1h
B Retirar árvore e transportá-la A 3h
C Lavar cabeçote A 2h
D Trocar rolamentos B 3h
E Trocar reparo da bomba de lubrificação BeC 2h
F Montar, abastecer e testar o conjunto DeE 4h
Exercícios
TERCEIRIZAÇÃO
A terceirização pode ser uma grande aliada se conduzida com rigorosas critérios.
• Objetivo;
• Como subcontratar;
Objetivo
O porque subcontratar é uma decisão estratégica motivada por um dos seguintes itens:
O que subcontratar
• Conservação predial;
Quanto investir
Esta decisão depende de cada caso, porém, uma regra deve ser obedecida: para empresas de
processos discretos (manufatureiras) 25% do orçamento da manutenção é uma quantia ideal. No
máximo, pode-se chegar a 50%.
Como subcontratar
Contrato de manutenção
É a forma na qual o contrato assume todos os encargos relativos às tarefas de manter um tipo
de equipamento. Para isso, há um prazo, um preço e garantias negociadas.
Neste caso, os recursos e métodos usados pelo contratado podem ser definidos pelo
contratante ou ficar a cargo do terceiro.
Exemplo
Empreitada
Preço unitário
Administração direta
Exemplo
Missão temporária
Via de regra o pessoal das subcontratadas percebem remuneração inferior aos de cargo
equivalente da contratante. Além disso, trabalham em constante incerteza de continuidade no
emprego.
Exercícios
1. Defina “terceirização”.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Mirshawka, V. - Olmedo, N.L. Manutenção - Combate aos Custos da Não Eficácia. Makron
Books do Brasil Editora Ltda., S. Paulo, 1993.
Mirshawka, V. - Olmedo, N.L. TPM à Moda Brasileira. Makron Books do Brasil Editora Ltda.,
S. Paulo, 1994.