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Cinemática angular

Felipe P Carpes
felipecarpes@unipampa.edu.br

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Objetivos da aula
Compreender como são determinados ângulos absolutos e relativos no
corpo humano
Discutir as convenções para cálculo de ângulos articulares mais
comuns para estudo do movimento humano
Discutir a relação entre movimento linear e angular
Discutir estudos selecionados que abordam a cinemática angular do
movimento humano

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Unidades de medida

Grau (º) – uma rotação completa corresponde a 360º

Revolução – uma revolução corresponde a um giro de 360º


(útil na avaliação qualitativa)

Radiano (rad) – um radiano é definido como a medida de


um ângulo no centro de um círculo descrito por um arco
igual ao comprimento do raio do círculo

1 rad = 57,3º
360º = 2 π rad

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Unidades de medida angular

90 graus 180 graus 270 graus 360 graus


π
2
radianos π radianos 3π
2
radianos 2π radianos
1 1 revolução
1 revolução 2
revolução 3 revolução
4 4

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Medida dos ângulos
Um ângulo é composto por
duas linhas que
interseccionam um ponto
chamado vértice

Plano cartesiano

No corpo humano, ângulos


podem ser determinados
entre os segmentos

Vértice estando no centro


da articulação

Rev Bras Med Esporte v.14 n.2. 2008


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ou em uma posição
relativa, virtual

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Como já dito em aula anterior...

No corpo humano, o centro de rotação da articulação


pode mudar de posição durante o movimento

É importante saber quando o eixo de rotação pode ou não ser considerado


como uma referência fixa. Na cinemática angular, as articulações compõem os
vértices para o cálculo dos ângulos.

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Instrumentação para
cinemática angular

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Em uma avaliação cinemática
bidimensional, uma câmera é utilizada.

Em avaliações tridimensionais, são


requeridas no mínimo 2 câmeras,
A taxa de amostragem define o número de sincronizadas.
informações monitoradas por segundo
Quanto maior o número de câmeras em
25 Hz = 25 informações por segundo uso, mais fácil é para monitorar os pontos
100 Hz = 100 informações por segundo de referência nas ações motoras.

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Tipos de ângulos

Ângulo relativo
- define o ângulo entre o eixo longitudinal de dois segmentos
ex. ângulo do cotovelo
- não descreve a posição de um segmento no espaço
- mais utilizados em avaliações clínicas

Ângulo absoluto
- define o ângulo de inclinação de um segmento do corpo
- descreve a orientação no espaço pois tem uma referência fixa
- mais utilizados em avaliações biomecânicas

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Ângulos relativos e absolutos

x1,y1

x2,y2 x

x3,y3

y x4,y4
x5,y5
x6,y6

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Como já dito em outra ocasião...
O plano de movimento pode ser posicionado livremente no espaço...

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... desde que orientado
corretamente, permitindo a
medida desejada e
satisfazendo convenções
internacionais, que facilitam a
comparação com outros
estudos.

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Determinação de um ângulo absoluto
y proximal − ydistal
y tan Θ perna =
x proximal − xdistal
Quadril (1,14; 0,80)
y joelho − ytornozelo
tan Θ perna =
x joelho − xtornozelo
0,51 − 0,09
tan Θ perna =
1,22 − 1,09
Θ coxa 0,42
tan Θ perna =
Joelho (1,22; 0,51)
0,13
tan Θ perna = 3,23

Θ perna
Tornozelo (1,09; 0,09) arctan 3,23 = 72,8ο

Θ perna = 72,8ο
x
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Determinação de um ângulo relativo
determina-se usando a lei dos co-senos a 2 = b 2 + c 2 − 2 ⋅ b ⋅ c ⋅ cos θ
y
Quadril (1,14; 0,80)
O comprimento de cada
segmento precisa ser
b
determinado e então aplica-se a
Joelho (1,22; 0,51) lei dos co-senos

a a= (x q − xt ) + ( yq − yt )
2 2

c a= (1,14 − 1,09) 2 + ( 0,80 − 0,09) 2


a = 0,0025 + 0,5041
Tornozelo (1,09; 0,09) a = 0,71
b=?
c=?
x
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Representação de vetores de
movimento angular
Polaridade do movimento angular: regra da mão direita

No plano sagital, todos os segmentos que se movem em


sentido anti-horário a partir da horizontal direita tem polaridade
positiva; e todos os segmentos rodando em sentido horário tem
polaridade negativa.

- +

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Movimento angular
Deslocamento angular

Δθ = θfinal – θinicial

Rotação anti-horária positiva

Rotação horária negativa

- +

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Caminhada
Corrida
Sprint
Ângulo de flexão e extensão do joelho
Ângulo

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Movimento angular
Velocidade angular

ω = Δθ : Δt
Unidade graus/s
rad/s

A direção da inclinação em um perfil ângulo-tempo determina se a


velocidade angular é positiva ou negativa, e o declive da inclinação
indica a frequência de mudança na posição angular.

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Movimento angular
Aceleração angular

α = Δ ω : Δt
Unidade graus/s2
rad/s2

O sinal ou polaridade da aceleração angular não indica a direção de


rotação.

Uma aceleração angular positiva pode significar um aumento na


velocidade angular na direção positiva ou uma diminuição na velocidade
angular na direção negativa.

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Relação entre movimento
linear e angular
Quanto maior o raio entre um
s2
ponto do corpo em rotação e o
eixo de rotação, maior é a
2 2
distância percorrida pelo
s1
ponto durante o movimento
angular. 1 1
r2
S = r ⋅ Θ rad Θ rad =
S φ r1
r

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Relação entre velocidade e
aceleração linear e angular
Velocidade de um ponto em rotação

Aceleração de um ponto em rotação


t
Tangencial (a) e Centrípeta (ac)

at

Aceleração resultante ?
ac
a= ( at ) 2
+ ( ac )
2

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Aplicações da cinemática
angular no movimento
humano

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Musculatura
paravertebral
e complexo
lombar

Coluna lombar

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Músculos da lombar Parede abdominal

Inclinação anterior

Inclinação posterior

Extensores do quadril Flexores do quadril

Muscoline & Cipriani, J BodWk Mov Ther, 2004

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Reeves et al, Clin Biomec, 2007 McGill, Exerc Sports Sci Rev, 2001
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O uso do sistema
não-circular sugere
melhoras no gesto
técnico que serão
verificadas em
relação produção de
força e eficiência
neuromuscular.

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Avaliação
cinemática
tridimensional

2 câmeras
180 Hz

Medidas de
ângulos no plano
sagital, frontal e
transverso

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Movimento de rotação da
tíbia – plano transverso

Movimento de tornozelo
(dorsal e plantar) durante o
ciclo de pedalada – plano
sagital

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Medidas
estáticas
tomadas com
goniômetros

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muita pequena pequena
pronação pronação pronação com mais
contato lateral

Pronação relacionada com a


altura do arco plantar
Posição normal do tornozelo

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Posição do tornozelo em pronação

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Posição do tornozelo em supinação

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Ângulo de pronação
normal

Ângulo de pronação
excessivo

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Referências
HALL SJ. Biomecânica básica. 4ª edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009

HAMILL J; KNUTZEN KM. Bases biomecânicas do movimento humano. 2ª edição, Manole, 2008

ENOKA RM. Bases neuromecânicas da cinesiologia. 2ª edição, São Paulo: Manole, 2000

VIEL E. A marcha humana, corrida e o salto. São Paulo: Manole, 2001

LERENA MAM et al. Análise da oscilação lumbo-pélvica durante a marcha em esteira ergométrica.
Motriz, v.12 n.1, p.23-32, 2006

BINI RR et al. Fatigue effects of the coordinative pattern during cycling... Journal of
Electromyography and Kinesiology, in press 2009

TSAI NT et al. Effects of muscle fatigue on 3-dimensional scapular kinematics. Archives of Physical
Medicine and Rehabilitation, v.84, p.1000-1005, 2003

CARPES FP et al. Effects of a program for trunk strength and stability on pain, low back and pelvis
kinematics, and body balance: a pilot study. Journal of Bodywork and Movement Therapies v.12,
n.1, p.22-30, 2008

WIEST MJ et al. Efeito de um exercício extenuante sobre o padrão angular de pedalada: estudo
preliminar. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, v.11, n.4, p.386-
391, 2009

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