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A Aposta do Duque – Elyse Huntington

A APOSTA DO DUQUE

Elyse Huntington

Andy, Angel, Liz, Luna

A Aposta do Duque – Elyse Huntington


Sinopse

Um duque impiedoso...

Castor Winterton-Grant, o frio Duque de Avalon, pode comprar qualquer coisa

que deseja, mas o que ele quer é Lady Arabella Griffith. Determinado a tê-la, ele

usa seus dons matemáticos em um jogo de cartas contra o pai dela para ganhar o

desejo do seu coração.

Uma amante relutante...

Mortificada por sua posição como acompanhante temporária de Avalon, Bella

promete não sucumbir à chocante sedução do duque. No entanto, quando ela

identifica o verdadeiro homem por trás da fachada implacável, ela se descobre

incapaz de negar o desejo que o toque dele inflama.

Uma aposta para o prêmio final...

Quando Bella descobrir a verdade, será Castor capaz de manter a mulher que

possui seu coração?

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Esta é para as encantadoras damas do Grupo de Escritoras de Romance de

Canberra.

Obrigada por toda a partilha, o apoio e os muitos risos.

Suas amizades significam o mundo para mim.

A Aposta do Duque – Elyse Huntington


Capítulo 1

— Não é possível.

Castor recostou-se na cadeira e contemplou a palidez cinzenta do

homem sentado do outro lado da mesa de jogo.

— As cartas não mentem Melton.

— Mas eu podia jurar... — as palavras do Conde se desvaneceram

enquanto ele sacudia a cabeça em descrença.

— Que você tinha a mão vencedora? — Castor contara

precisamente com isto — É lamentável, mas parece que você estava

enganado — ele observou Melton pegar seu conhaque com as mãos


trêmulas, o líquido dourado se movendo perigosamente perto da borda

antes de ser consumido por seu oponente. Castor não sentia nem um

pouco de pena do homem.


Verdade seja dita, Castor sentia muito pouco de qualquer coisa. A

sociedade se referia a ele como o Duque de Gelo, bem adequadamente,

na realidade, dado o seu nome de família ser Winterton1. Dizia-se que,

em vez de sangue, água gelada corria por suas veias; que, em vez de um

coração humano, ele possuía uma máquina que calculava os números, o

que, naturalmente, explicava sua obscena riqueza. Castor sempre ficava

um pouco divertido com a descrição. Esta máquina de fato existia, exceto

que ela era seu cérebro. Ele sempre fora habilidoso com os números, uma

1 Winter = inverno, gelo. Ton = grande quantidade, tonelada. Winterton = grande quantidade de gelo.

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característica que usou muito bem nos negócios. No entanto, era

cuidadoso quando se tratava de cartas e jogos de azar, usando esta

habilidade com moderação. Casas de jogos tendiam a ver com maus

olhos aqueles que tinham contínuas sequências de vitórias.

Esta noite fora a primeira vez em que usara seu dom tão

impiedosamente. Não se importara se, ao fazê-lo, estivesse arriscando-se

a ser proibido de entrar em todos os estabelecimentos de jogo em


Londres para sempre. Melton tinha algo que ele queria. Algo que não

poderia normalmente ser comprado. E esta era a maneira mais rápida de

consegui-lo. Castor não era nada mais que eficiente.

— Como vamos resolver isto? — Castor tomou um despreocupado

gole de seu conhaque — Eu presumo que você terá os fundos necessários

preparados para mim até o final da semana.

Não parecia possível, mas todas as cores restantes escoaram do

semblante de Melton.

— E-eu não... — ele gaguejou.

O Duque levantou uma sobrancelha.

— Você tem os fundos, não é? — sua voz era suave, mas ninguém

poderia confundir a nota perigosa que continha.

Melton começou a fanfarronar.

— Olha, Avalon. Vou liquidar a dívida, eu juro. Eu só preciso de

tempo.

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— Quanto tempo? — Castor fez uma pausa, esperando seu charuto

ser aceso pelo garçom — Uma semana? Duas? Um mês?

O Conde olhou para ele, congelado como se ele fosse um cervo e

Castor seu predador. O que, o Duque supôs, de certa forma ele era.

— Bem, Melton, quanto tempo demorará para liquidar seus bens?

Eu tenho propriedades imobiliárias suficientes, não preciso de mais.

— Eu s-só tenho uma pequena casa de campo em Devonshire —


uma gota de suor correu pelo rosto do homem mais velho.

Castor olhou-o impassível.

— Isto dificilmente cobrirá as 8.300 libras que me deve.

Melton engoliu em seco.

— Eu sei.

O Duque inclinou a cabeça para trás e soltou uma lenta corrente de

fumaça.

— O que você pretende fazer?

— Eu não tenho mais nada, eu juro. Minha propriedade está... está

vinculada.

— Joias? Objetos pessoais?

Melton sacudiu a cabeça espasmodicamente. Isto não era nenhuma

surpresa para Castor. Ele sabia o quanto valia seu adversário, até o

último centavo.

— Há alguma prataria — disse o Conde. Sua boca se fechou

abruptamente com o olhar que Castor lhe deu.

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— Você acredita que um conjunto de castiçais é garantia suficiente?

Isto não foi o que me disse no início do jogo. Você disse que possuía

extensas propriedades em Devonshire. Era uma mentira?

Sob o olhar direto de Castor, o outro homem fraquejou.

— Sim. Sim, eu menti — Melton olhou-o apreensivamente — O q-

que você vai fazer?

— Ouvi dizer que a Itália é agradável nesta época do ano — sugeriu


Castor, observando como o homem mais velho empalidecia.

— Eu não tenho nada de valor... Espere — a postura de Melton

lentamente se endireitou enquanto um brilho calculista aparecia em seus

olhos — A minha filha — ele engoliu o conhaque perto de seu cotovelo.

Embora Castor meio que esperasse que Melton fizesse a oferta, na

verdade, contasse com que ela, isto ainda o surpreendeu. O Duque

tragou seu charuto calmamente, escondendo sua aversão por um homem

que descia tão baixo a ponto de vender a filha para saldar uma dívida.

— E o que eu faria com esta sua filha? Eu não preciso de outra

criada — ele inclinou a cabeça — Ou está propondo que ela seja minha

amante?

Melton teve a graça de corar.

— Você pode fazer o que quiser com ela.

— Qualquer coisa que eu quiser?

— Ela tem poucas perspectivas de casamento de qualquer forma —

o Conde deu de ombros, engolindo outra dose de conhaque de uma vez.

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Ele parecia ter recuperado a confiança agora que havia pensado em uma

solução — Contanto que ela seja devolvida eu não me importo com o que

você faça com ela. Pelo menos ela não é inútil como o resto de seu sexo e

pode gerenciar minha casa. Você poderia gostar de ensinar-lhe a segurar

a língua, no entanto. Ela tem uma língua afiada naquela cabeça. Eu tentei

tirar isto dela a bofetadas, mas ela ainda continua uma maldita mulher

arrogante e teimosa.
Castor cerrou os dentes, reprimindo a onda de raiva que ameaçava

engoli-lo. O pensamento deste bastardo colocando a mão sobre a mulher

que ele desejava por tanto tempo o levou ao limite de seu controle como

nada antes o fizera.

— Três meses. Eu a quero por três meses.

— O quê? — o Conde pareceu surpreendido — Três meses! Eu não

posso tê-la ausente durante três meses. Um mês.

O Duque estreitou os olhos.

— Até mesmo Prinny2 teria problemas em gastar 8.000 libras com

uma amante em um mês.

— Dois — disse Melton apressadamente — Dois meses.

— Três — Castor fez uma pausa — Ou você pode começar a fazer

as malas.

O Conde lhe lançou um olhar venenoso, obviamente fervendo de

raiva, mas ele não disse nada.

2 Modo de se referir a George IV, Príncipe Regente de Gales entre 1811 a 1820, quando herdou o
trono.

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— Foi o que pensei — Castor levantou-se, casualmente ajeitando as

mangas da camisa —. Farei com que o meu encarregado de negócios vá a

seu alojamento as seis, com os papéis.

*****

Devonshire, dois dias depois.

Lady Arabella Griffith sentiu o sangue se esvair de seu rosto.

— Você fez o quê?

George Griffith, o sexto Conde de Melton tinha uma expressão

implacável no rosto.

— Você me ouviu.

— Eu serei usada para liquidar esta dívida? Sua própria filha? —

Bella balançou a cabeça em negação — Não, você não pode fazer isto. E a

casa de campo? Você pode vendê-la e usar os rendimentos para...

— Não. Isto não vai cobrir a minha dívida. Nem mesmo um décimo

dela.

A boca dela se abriu.

— Nem mesmo um décimo? O que você fez? — a última pergunta

foi pronunciada em um sussurro. Na verdade, ela não deveria estar

chocada. Ela sabia, sabia desde que tinha quinze anos, a predileção de

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seu pai pelo jogo. Quando a situação financeira dele estava terrivelmente

ruim, ele havia casado com a mãe dela, que possuía um grande dote.

O futuro sogro do Conde estava plenamente ciente da posição

vulnerável em que sua filha estaria assim que se casasse. Por isso, havia

colocado disposições específicas no contrato de casamento em relação ao

controle dos fundos, o que significava que o Conde havia sido forçado a

reduzir seu hábito de jogo enquanto a condessa estava viva. Poucos


meses depois da morte da mãe de Bella, um amigo da família, que estava

em Londres para a temporada, informou a Bella sobre os rumores de que

seu pai estava gastando uma extraordinária quantidade de tempo em

casas de jogos, onde os donos estavam mais do que felizes em tirar-lhe o

dinheiro.

Bella escrevera-lhe, implorando que parasse, mas seus apelos

caíram em ouvidos surdos. Suas tentativas de reduzir as despesas da casa

foram em vão, já que as dívidas de jogo logo chegaram a quantias

astronômicas. Não tendo recebido nenhum salário por muitos meses, os

criados começaram a ir embora. Um ano se passou e a propriedade

começou a cair em um estado de abandono. Então não havia mais

dinheiro para o aquecimento. Quase não havia o suficiente para a

comida. Ela não conseguia nem se lembrar da última vez que comera

carne de qualquer espécie. As refeições deles consistiam de pão, um

pouco de queijo e quaisquer legumes que ela e sua governanta, a Sra.

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Lane, conseguiam salvar da patética pequena horta da qual elas

cuidavam ao lado dos agora vazios estábulos.

— Você não pode, papai. Você não pode me dar a este homem

como se eu fosse um saco de carvão.

— Está feito. Você é minha filha e não tem opinião neste assunto.

Bella olhou-o incrédula, sem se importar de estar mostrando seu

temperamento, quando normalmente tinha a mais calma das disposições.


— Eu não tenho opinião? Você está me dando para um completo

estranho! O que você acha que o Duque pretende fazer comigo? Você

acha que ele quer que eu espane seu quarto? Talvez eu deva polir suas

botas. Oh, eu sei. Ele deve estar precisando de alguém para ler para ele.

Você disse para ele o quanto eu amo ler? — a voz dela aumentava de

volume, tornando-se mais alta à medida que ela falava. E, embora os seus

punhos estivessem cerrados, ela mal podia sentir a dor nas palmas das

mãos. Ela havia lutado tanto para manter a casa deles, sua própria

subsistência intacta, para eles e para o pequeno grupo de criados que ela

considerava sua família, e tudo fora em vão. Não haveria esperança para

a Sra. Lane, Wordsworth o mordomo, Smithy o lacaio idoso, ou Ellie, sua

criada de dezesseis anos de idade.

Os lábios de seu pai se apertaram em desagrado.

— Basta! — ele disse bruscamente — Vá e arrume suas malas. A

carruagem de Avalon chegará amanhã.

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— E se eu disser não? — ela odiou que sua voz tremesse. Odiava

que seu pai a houvesse colocado nesta posição. Odiava que ele não a

amasse como um pai deveria.

Naquele momento, ela pensou que poderia realmente odiá-lo.

— Não me teste, filha. Eu mesmo vou arrastá-la para dentro

daquela carruagem se for necessário — sibilou o Conde, em tom

ameaçador.
Bella queria gritar, avançar e esmurrar os punhos contra o peito de

seu pai. Mas ela não o fez. Não era de sua natureza fazê-lo. Além disto,

não daria em nada. Não havia como escapar do arranjo, a menos que ela

fugisse. E ela nunca abandonaria os criados. Era melhor se ela se

resignasse ao que estava para acontecer. Era apenas temporário, depois

de tudo.

Os olhos do pai dela se estreitaram.

— Você deve residir na propriedade dele em Gloucestershire por

três meses. Embora, assim que ele colocar os olhos em você, ele possa

muito bem mudar de ideia.

Bella cerrou os dentes com a insinuação dele. Ela sabia que ele

achava que ela era sem graça. Sua incapacidade de atrair uma única

oferta de casamento nos dois anos que ela havia estado na sociedade

pareceu provar que ele estava certo. Ela não era nenhuma beleza, mas

pensava que seus olhos cinzentos eram bastante agradáveis e sua tez era

passável. A Sra. Lane costumava dizer-lhe que sua beleza era do tipo

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quieta, despretensiosa e que seria necessário o homem certo para vê-la

pelo que ela era. Bem, parecia que mesmo se o homem certo aparecesse,

seria tarde demais.

Ela logo se encontraria completa e irrevogavelmente arruinada.

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Capítulo 2

Bella ficou parada, congelada, com uma mistura de admiração e

medo, olhando fixamente para a imensa escadaria diante de si. Ela era a

filha de um Conde, um Conde cuja propriedade fora próspera uma vez.

Ela tivera duas temporadas na cidade, fora convidada às residências de

duques e marqueses. Nunca, em toda sua vida, vira algo tão magnífico.

A escadaria era feita de mármore italiano rosa, os corrimões

dourados decorados com anjos e cupidos em várias poses. As escadas

pareciam continuar infinitamente e ela se perguntou quantos andares

havia na casa. Ela abafou uma risada. Casa? Isso não era uma casa. Era

um palácio. Só no saguão de entrada havia doze lacaios, todos vestidos

com austero libré preto.

— Lady Arabella?

Ela se sobressaltou ao ouvir o próprio nome. Virando-se, viu um

homem alto, de rosto severo, com um peito largo, o cabelo castanho-

escuro listrado de prata.

— Meu nome é Beecham e eu sou o mordomo de Sua Graça. Siga-

me, por favor — disse ele, apontando para as escadas.

— E-espere. Minhas malas.

Beecham deu uma olhada nas duas malas de couro

lamentavelmente desgastadas ao lado dela, que continham alguns

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vestidos e seus bens mais preciosos. Seis livros. Todo o restante da

pequena biblioteca deles se fora. Vendido.

— Elas serão levadas ao seu quarto.

Bella seguiu Beecham pelas escadas, o coração acelerado de medo.

Eles viraram à esquerda no corredor e passaram por pelo menos dez

portas antes do mordomo parar. Ele bateu na porta e depois de um

momento, uma fraca voz masculina respondeu. O mordomo abriu a


porta e entrou.

— Sua Graça, Lady Arabella chegou.

Beecham ficou de lado para que ela entrasse.

Oh, senhor! Seu estômago revirou e ela foi assaltada por uma onda

de náusea. Engolindo em seco, ela se forçou a mover-se, rezando para

não vomitar no caro tapete aos seus pés.

O cômodo era um estúdio, e era assombroso. Ela vagamente notou

que a parede a sua direita estava coberta de livros e a sua esquerda havia

uma lareira. Foi o homem diante dela quem capturou toda a sua atenção.

O homem de cabelos escuros estava sentado atrás de uma grande mesa

de carvalho, que era estranhamente espartana em meio aos ricos tecidos

das cortinas e tapetes e a opulência discreta do mobiliário. A janela atrás

dele se estendia do chão ao teto e a luz tornava difícil ver suas feições

com clareza. Não que ela pudesse ver seu rosto. Sua cabeça estava

inclinada enquanto escrevia rapidamente, o som de sua pena raspando o

papel audível até mesmo para ela.

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— Eu assumo que os preparativos necessários foram concluídos?

Cada nervo do corpo dela sobressaltou-se ao som da voz dele. Ela

era profunda e sombria, o timbre rico marcado por uma ponta de

aspereza. Ela não entendia porque, mas a rouca aspereza de sua voz fez

com que a tensão dentro dela multiplicasse por cem.

— Tudo está como você ordenou, Sua Graça — respondeu

Beecham.
— Você pode sair.

— Muito bem, Sua Graça.

Bella ouviu a porta fechar, mas não se virou. O Duque não havia

levantado a cabeça absolutamente, continuando a escrever como se não

tivesse sido interrompido. Como se ela não estivesse na sala. Segundos se

passaram, então minutos. Ela ficou parada ali enquanto seu medo inicial

começou a se transformar em raiva. O que era isto? Ele estava tentando

colocá-la em seu lugar? Mostrar-lhe que ela era tão inútil que ele poderia

ignorá-la se quisesse?

Ela nunca fora do tipo de colar sorrisos afetados no rosto e

concordar com as opiniões dos homens com quem falava. Ela havia

administrado a casa do pai por três anos. Fora ela que lidara com os

credores, que supervisionara a venda de mais e mais dos objetos da casa,

que tivera que dizer a cada criado que não possuía dinheiro para pagá-

los, que tivera que admitir aos arrendatários que não podia prover

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qualquer assistência, exceto aquela que podia prestar com suas próprias

mãos.

Este pensamento deu-lhe força e ela se preparou para falar. Ela

precisava saber o que ele pretendia fazer com ela. A incerteza era

insuportável. Porém, quando ela abriu a boca, ele colocou a pena de lado

e se levantou.

As palavras morreram em sua boca.


Os olhos dela se arregalaram quando o Duque caminhou em sua

direção. Não, não caminhou, espreitou. Ele era alto, seus ombros largos

sob o casaco preto. Um colete de seda dourada escura enfatizava seu

estômago plano e deixava claro que, apesar de sua riqueza, ele não era

dado a excessos. Os músculos de suas coxas se moveram sob as

apertadas calças amarelo amarronzadas enquanto se aproximava dela.

Em qualquer outro momento Bella teria corado com a vulgaridade de

seus pensamentos, mas havia algo sobre ele, um magnetismo que tornava

impossível para ela desviar o olhar ou pensar em qualquer coisa exceto a

forma magnífica dele.

Ele parou diante dela. Bella olhou para traços que eram muito

angulares para serem bonitos. Sobrancelhas negras talhadas chamavam a

atenção para os olhos escuros dele. Seu nariz era reto, proeminente acima

de lábios que ela só poderia descrever como perfeitos. A respiração dela

se acelerou. Seus olhos tardaram-se nas finas e esculpidas curvas do lábio

superior dele e na plenitude sensual de seu lábio inferior. De repente, ela

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percebeu que estivera olhando por muito tempo, e olhou rapidamente

para cima, para ele.

Avalon evidentemente não sentia tal compunção. Seus olhos eram

desapaixonados, quase frios, enquanto se moviam do alto da cabeça dela

até a ponta dos dedos dos seus pés. Bella apertou as mãos, sentindo-se

como se fosse uma égua que ele estava considerando se valia a pena

comprar. As sobrancelhas dele se franziram e ela se perguntou se ele


havia mudado de ideia.

— Você está muito magra — disse ele abruptamente.

O som da voz dele após o longo trecho de silêncio a fez

sobressaltar-se.

— Perdão?

— Você está muito magra — ele a circulou, e ela podia sentir seu

olhar abrasando-a através de seu fino vestido de musselina.

— P-por que isto importa? — Bella finalmente conseguiu forçar as

palavras a saírem de sua boca. A voz dela saiu pouco mais alta do que

um sussurro e ela se amaldiçoou por parecer tão fraca.

Avalon ignorou sua pergunta, voltando à posição diante dela. Ele a

analisou com uma expressão impassível.

— Você tem medo de mim.

A declaração foi inesperada, mas ela se recuperou rapidamente.

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— Eu seria uma tola por não ter medo, não seria? — quando ele a

olhou interrogativamente, ela acrescentou: — Há mais do que alguns

rumores sobre você.

— E o que eles dizem?

Bella lambeu os lábios, observando quando o olhar dele desceu à

boca dela.

— Q-que você é completamente implacável – e sem coração. Que a


única coisa que lhe importa é a busca de riquezas e que você faria

qualquer coisa para conseguir o que quer.

— Eu também me alimento de bebês inocentes no café da manhã.

Bella piscou. Os ouvidos dela lhe haviam enganado? Certamente ele

não havia acabado de fazer uma brincadeira. Mas um fantasma de um

sorriso estava brincando na boca dele. Aquela boca pecaminosamente

deliciosa. Ela tentou se concentrar na conversa deles.

— Sim, bem, você tem milhares e milhares de arrendatários. Eu

suponho que eles iriam mantê-lo bem abastecido com bebês. Sua Graça

prefere meninos ou meninas?

Os lábios de Avalon se contraíram.

— Meninas. Apenas meninas — ele se aproximou um passo — Eu

sou muito exigente, entenda — Ele estava perto o suficiente para que ela

pudesse sentir o cheiro fraco de charutos misturado com bergamota e

pinho. Ele tocou uma mecha do cabelo dela perto de seu ouvido.

Bella suprimiu um arrepio. Qual era o problema com ela?

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— Você não pode ser assim tão exigente se me deseja — senhor, por

que ela havia dito desejar?

Avalon, claro, não deixou de notar isto. O que a surpreendeu foi à

maneira como ele falou suas próximas palavras, baixinho, como se

estivesse refletindo.

— Desejar— não seria a palavra que eu usaria.

— Então, você não me deseja?


— Pelo contrário. Quando se trata de você, Lady Arabella, a

obsessão estaria mais próxima da verdade.

Obsessão? O Duque de Avalon, supostamente o homem mais rico e

influente da Inglaterra, era obcecado por ela? Uma bolha de riso histérico

ameaçou escapar.

— Eu posso ver que você não acredita em mim — ele murmurou.

Seu polegar roçou a bochecha dela e ela estremeceu involuntariamente —

Eu vi você no baile dos Anstruthers.

— No baile dos Anstruthers? — quando havia sido isto? Ela não

participava de uma reunião social há quase três anos. Uma mão quente

segurou seu pescoço, os dedos acariciando a pele sensível ali. Uma

comoção desceu por sua espinha e ela tentou reprimir um arrepio. O que

ele estava fazendo? E pior, por que ela estava permitindo-lhe tais

liberdades? Com a cabeça zonza, ela tentou dizer algo vagamente

sensato.

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— Eu... eu não teria pensado que você compareceria a algo tão

frívolo quanto um baile — não era isso o que ela queria dizer.

Os lábios de Avalon se curvaram tão levemente que mal dava para

notar.

— Eu estava presente por causa de um jogo de cartas em particular.

Você desapareceu antes que eu pudesse conseguir uma apresentação. Eu

procurei por você em todos os lugares, sabe?


Bella balançou a cabeça lentamente, seus olhos nunca deixando os

dele.

— Eu não entendo por que você me procuraria — ela não possuía o

tipo de beleza que atraía a atenção do sexo oposto, como a falta de uma

única oferta de casamento evidenciava. E então sua mãe adoecera e todos

os pensamentos sobre casamento desapareceram.

Os olhos dele se estreitaram.

— Você realmente não sabe o quão extraordinária é, não é?

Extraordinária? Ela balançou a cabeça, sentindo-se desnorteada.

Desde que seu pai lhe contara sobre o acordo dele com o Duque, a raiva e

o ressentimento haviam flamejado dentro dela. Contra seu pai, sim, mas

igualmente contra o homem que a forçara a entrar nesta situação

insustentável. Ela chegou pronta para odiá-lo com cada fibra de seu ser.

No entanto, ali estava ele, dizendo-lhe que a achava extraordinária, que

ela era uma obsessão para ele. Ela não sabia o que pensar. A intensidade

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nos olhos escuros dele deixava-a nervosa. Fazia seu coração disparar com

medo e algo que se parecia estranhamente a... excitação.

— Eu esperei muito tempo por este momento.

— Este momento? — ela sussurrou, observando como o ardor

flamejava no olhar dele.

— Este exato momento — ele murmurou, baixando a cabeça para a

dela.
Ela não teve tempo para fazer nada. Nem mesmo para respirar.

Lábios quentes roçaram os dela levemente.

Uma vez.

E de novo.

Bella colocou as mãos no peito dele em um movimento automático,

mas ao invés de empurrá-lo para longe como tivera intenção de fazer,

suas mãos congelaram. Pois ele havia firmado a boca contra a dela. Seu

beijo não tinha pressa, a pressão era firme, ainda assim gentil e lenta, os

lábios dela se suavizaram e se separaram sob a persuasão dele. O

primeiro gosto dele foi chocantemente íntimo, fazendo-a prender o

fôlego. O pequeno som pareceu eletrizar Avalon, pois sua mão se

apertou ao redor da nuca dela. Ele colocou a outra mão na cintura dela e

puxou-a contra ele.

Sua língua arrebatou a boca dela, explorando, acariciando e

afagando. Ela se perdeu no domínio do beijo dele, sua raiva e

ressentimento esquecidos, enquanto seus sentidos eram sobrecarregados

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por ele: o cheiro dele, seu sabor, o som de sua respiração pesada, o calor

de sua mão abrasando a lombar dela. Os dedos dela se enroscaram no

requintado tecido de lã e ela se esforçou para chegar mais perto dele,

mesmo quando sua boca pousava na dela com tanta força que seus lábios

ficaram doloridos. Ela vagamente se perguntou quem era esta mulher

devassa, mas o pensamento desapareceu quando a incursão hesitante da

língua dela na boca dele foi recebida com uma sucção sensual que fez os
joelhos dela ficarem bambos.

O braço de Avalon se apertou ao redor dela antes de ele afastar a

boca com uma brusquidão que a fez voltar ao presente com o choque.

Com os lábios palpitantes, ela oscilou um pouco quando ele a soltou e

deu um passo para trás. Ele a olhou fixamente, os olhos calorosos e

selvagens.

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Capítulo 3

— Maldição dos infernos — Castor passou a mão pelo cabelo, em


seguida, rapidamente a deixou cair a seu lado quando percebeu que ela

estava tremendo. Que diabos tinha acabado de acontecer? Onde estava à

distância, o desapego que ele deveria manter? Era só uma fachada, é

claro, porque o efeito de Arabella em sua compostura era equivalente ao

de uma bala de canhão em um navio inimigo a curto alcance.

Arabella.

Sim, ele pensava nela como Arabella. Sua Arabella, para ser exato.
Em sua mente, ela sempre fora dele, mesmo quando ele não tinha

absolutamente nenhum direito sobre ela.

A primeira vez que ele a vira, cinco anos atrás, do outro lado do

salão de baile dos Anstruthers, ele se viu incapaz de tirar os olhos dela.

Ele não sabia o que havia nela que o atraíra. Ela era bastante bonita, mas

havia outras mulheres bonitas lá. Quando ela jogou a cabeça para trás,

gargalhando por algo que seu companheiro dissera, ele ficou chocado

com o feroz desejo de possuí-la que o consumiu.

Mais tarde naquela noite, ele ficara parado atrás dela, perto o

suficiente para ouvir sua conversa com a Baronesa Worsley. A baronesa

estava na casa dos oitenta e surda como um poste, mas a jovem havia

permanecido eminentemente paciente com sua companheira, o baixo

contralto de sua voz infalivelmente gentil. Castor não conseguira se

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afastar. Para sua frustração, ele ainda não havia conseguido obter uma

apresentação até a hora em que ela acompanhou a mulher idosa ao

jantar, e, então, seu jogo de cartas estava prestes a começar. Quando saiu

da sala de jogos, ela havia desaparecido. Ele procurara por ela, chegando

ao ponto de fazer investigações discretas para descobrir sua identidade.

Quando finalmente descobriu que ela era solteira e a única filha de

Melton, foi forçado a parar e pensar. Ele era um dos homens mais ricos
na região, mesmo assim não podia oferecer nada a ela. Pois estava noivo.

Quando sua noiva sucumbiu à tuberculose dois anos atrás, ele tivera que

esperar o período de luto passar. Naquela época, a mãe de Arabella

estava doente e ele sabia que ela não iria deixá-la. Quando a mãe dela

morreu, brevemente se perguntara se o destino estava conspirando

contra ele. Então, ele observou enquanto as dívidas de Melton

aumentavam e sua propriedade decaía; ele cerrou os dentes e forçou-se a

não agir mesmo quando seu encarregado de negócios, a quem havia

enviado para conseguir informações sobre Arabella, relatou sobre a sua

difícil situação financeira. A admiração de Castor por ela cresceu,

enquanto descobria sobre a sua resistência e os muitos esforços que fazia

para manter o que sobrou da pequena casa. E, quando o período de luto

dela finalmente acabou, ele atacou.

Agora ela era dele. Ela estava diante dele, tremendo um pouco, os

olhos aturdidos, os lábios vermelhos e inchados de seu beijo. Ele não

conseguia se lembrar da última vez que estivera tão duro que podia

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sentir o sangue pulsando em seu pênis dolorido. Ele cerrou as mãos para

impedir-se de estendê-las para ela. O desejo que ela havia desencadeado

fora inesperado, e ainda mais devastador por causa disto. Ela era virgem,

mas ele estivera a um fio de cabelo de deitá-la no chão e gozar dentro

dela. O pensamento fez seu pau empurrar e ele xingou novamente. Basta,

seu tolo indisciplinado.

Sua frustração fez suas palavras soarem mais duras do que ele
pretendia.

— Venha — ele não permaneceu para ver sua expressão.

*****

No andar de cima, a porta para o quarto dela já estava entreaberta

e, quando se aproximaram, vários lacaios saíram. Castor ficou aliviado ao

ver sua governanta seguindo-os. Sua testa estava franzida e ela parecia

preocupada, mas quando o viu, parou abruptamente.

— Sua Graça!

— Sra. Robbins, esta é Lady Arabella. Lady Arabella, minha

governanta, a Sra. Robbins — ele não deu outra explicação e viu Arabella

corar. Ela estava claramente envergonhada com o que a sua governanta

devia pensar dela.

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— Sra. Robbins — disse ela, inclinando a cabeça enquanto a mulher

mais velha fazia uma reverência. Ela pareceu surpresa quando a

governanta dele lhe deu um sorriso radiante.

— Lady Arabella. É realmente um prazer conhecê-la. Agora, o seu

quarto está pronto, assim como seu banho. Sua Graça pensou que você

estaria cansada depois da viagem, por isso, uma bandeja será levada em

breve. Você vai precisar de alguma ajuda?


— Não, eu vou ajudá-la — interrompeu Castor. Arabella ofegou,

mas para seu crédito, não disse nada —. Obrigado, Sra. Robbins.

Tocaremos o sino se precisarmos de mais alguma coisa.

A Sra. Robbins assentiu.

— Sim, Sua Graça.

Ele fez um gesto para Arabella precedê-lo, observando de perto

quando ela entrou no quarto. Ela olhou ao redor, arregalando os olhos, e

ele, de repente, sentiu-se feliz por ter mandado redecorar o quarto para

ela.

— O quarto está do seu agrado?

Os olhos dela voaram para os dele.

— Sim, obrigada — ela apontou para uma porta —. Aonde aquela

porta leva?

— Aos meus aposentos — Castor observou como ela empalidecia.

— Ao s-seu quarto de dormir? Mas você não dorme no dormitório

principal?

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— Sim. Esses são os aposentos da Duquesa de Avalon — quando

ela permaneceu em silêncio, ele continuou —. Eu pensei que seria mais

eficiente tê-la no quarto ao lado do meu.

As pálpebras de Arabella se agitaram e os lábios se entreabriram,

mas se passou mais um momento antes que falasse.

— Quais... são as suas intenções em relação a mim, Sua Graça? —

ela perguntou suavemente. Ela estava tremendo, mas ergueu o queixo,


seus claros olhos cinzentos encontrando os dele.

Castor experimentou uma sensação estranha nas proximidades de

seu peito. Admiração, ele pensou, não disposto a pensar que poderia ser

ternura. Ele aproximou-se dela, perto o suficiente para tocá-la se

quisesse. Ele a viu inspirar.

— Minhas intenções, Lady Arabella? Temo que minhas intenções

são as do tipo mais desonrosas.

Ela exalou tremulamente, seus ombros decaindo. No entanto, ela

continuou a segurar o olhar dele, e sua admiração por ela cresceu.

— Entendo — a voz dela tremeu.

O imenso desejo de tomá-la nos braços e abraçá-la foi inesperado.

Ele hesitou e decidiu seguir em frente.

— Enquanto estiver aqui, eu exijo que você cumpra as minhas

regras.

Ela endureceu.

— Regras?

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— Sim. Primeira regra. Você fará tudo o que eu lhe mandar fazer.

O queixo dela caiu.

— Tudo? Mas...

Castor estendeu a mão e ela fechou a boca. Seus olhos, no entanto,

atiravam adagas nele e ele sentiu um sorriso puxar os cantos de sua boca.

— Segunda regra. Não vou levar em conta nenhuma objeção nem

entrar em discussões sobre a primeira regra.


A boca de Arabella abriu-se novamente e ele arqueou uma

sobrancelha. Ela apertou os lábios, mas sua aparência era decididamente

teimosa. Uma risada ameaçou se libertar, mas ele conseguiu manter um

semblante inescrutável. Sua pequena prisioneira claramente tinha uma

espinha dorsal. Era uma descoberta agradável.

— Você vai se referir a mim como Castor.

Ela piscou, claramente não esperando por isto. As sobrancelhas

dela se franziram, mas parecia como se ela estivesse se concentrando.

— Castor? Como nos gêmeos Castor e Pólux 3?

3 No dia do casamento de Tíndaro – Rei de Esparta – Leda, sua noiva, foi banhar-se em um lago. Zeus viu Leda e, apaixonado, se
transformou em um cisne branco. Atraindo Leda, Zeus a fecunda, e, naquela mesma noite, ela também é fecundada por Tíndaro.
Dessa dupla união nascem dois ovos. Num deles estavam Castor e Helena, mortais, filhos de Tíndaro. No outro ovo estavam
Pólux e Clitemnestra, imortais, filhos de Zeus.
Ao contrário das irmãs, Castor e Pólux se tornaram inseparáveis e símbolo do mais puro amor fraternal, ficando conhecidos como os
Dióscuros (filhos de Zeus).
Uma disputa pelo amor de duas belas jovens, Hilária e Febe, os leva a raptá-las e a duelar com seus pretendentes, os também irmãos
gêmeos Idas e Linceu.
Pólux batalha com Linceu, que não consegue sobrepujar a sua, e logo perece. Castor, por sua vez, duela com Idas e tomba diante da
força do seu oponente. Em seguida, irado com a morte do irmão, Pólux mata Idas.
Inconformado com a violenta separação, Pólux pede ao pai que não consinta com a morte de Castor.
Compreendendo a dor do filho, Zeus concede aos dois jovens a alternância da imortalidade, porém eles deveriam alternar a
imortalidade diuturnamente. Enquanto um estivesse no Hades o outro estaria no Olimpo, e se encontrariam quando trocassem de
posição.
Para celebrar o amor fraterno dos dois, Zeus decide transformá-los na Constelação de Gêmeos, onde estariam juntos para
sempre.

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Um feixe de dor perfurou seu coração, roubando sua respiração.

Ele não conseguia se lembrar da última vez em que ouvira o nome de seu

irmão pronunciado em voz alta. Ele se enrijeceu.

— E eu vou chamá-la de Arabella.

Os olhos dela se estreitaram.

— Suponho que eu não tenha voz nisto também.

Ele não se preocupou em responder, mas estava perturbado por


achar a resistência dela cativante em vez de irritante.

— Você não tem motivo para me temer. Eu não vou lhe machucar,

Arabella. Não tenho nenhum desejo de lhe causar qualquer dor ou

desconforto. Então você deve me dizer imediatamente se sentir qualquer

um deles.

O queixo dela se levantou uma fração a mais.

— E o que acontece com a dor que eu estou sentindo por ter sido

forçada a essa situação, Sua Graça? Eu suponho que você não pretenda

fazer alguma coisa sobre isto, não é?

Castor ignorou a pontada de arrependimento que aguilhoou a sua

consciência.

— Temo que seja incapaz de amenizar seus sentimentos neste

assunto. Mas você é livre para partir, se escolher fazê-lo — disse ele,

mentindo entredentes — Porém, se ficar, deve saber que eu espero que

você esteja na minha cama.

Ela empalideceu. E então sua mandíbula endureceu.

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— Eu não esperava nada menos — respondeu ela, a voz firme. Sua

admiração por ela cresceu.

— E em troca, lhe darei mais prazer do que você já imaginou ser

possível — ele fez uma pausa, olhando atentamente para os olhos dela —

Eu prometo que você não sentirá falta de nada aqui — quando ela não

disse mais nada, ele estendeu a mão: — Venha, seu jantar está esfriando.

Ela hesitou por tanto tempo que ele sentiu uma mecha de incerteza
se formando. Quando ela finalmente colocou a mão macia na dele, o

alívio o inundou.

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Capítulo 4

Bella estava sentada na banheira, suas mãos segurando uma xícara de


chá enquanto mantinha os olhos treinados em Avalon, que estava em pé ao

lado da porta, falando com seu criado. Castor. Ela deveria lembrar-se de

chamá-lo de Castor.

A ceia parecera interminavelmente longa. Bandejas após bandeja foram

trazidas até que a mesa no canto de seu quarto gemesse bastante sob o peso

dos pratos. Ela ficou olhando para a comida, incapaz de esconder seu espanto

com o número de pratos que a rodeavam. Havia uma perna de porco grande
o suficiente para alimentar duas famílias, peixe, galinha, sopa, tortas e uma

variedade de bolos. Ela havia consumido quantidades muito pequenas da

comida primorosamente cozida, a exaustão pela sua jornada e sua ansiedade

pela noite seguinte, roubando-lhe o pouco apetite que tinha. Avalon, não,

Castor, não tinha feito nada para deixá-la à vontade. Ele falara muito pouco,

apenas a olhara com seus olhos escuros e enigmáticos. Era impossível dizer se

a achava desejável ou deficiente, mas a maneira como ele lhe estudara a fizera

sentir-se um pouco envergonhada e, ainda assim, estranhamente inquieta.

Apesar da água quente que a rodeava, ela estava encolhida, em um

esforço para esconder sua nudez. Por que persistia em preservar sua

modéstia, ela não sabia. Ele já havia visto tudo.

As bochechas de Bella queimaram quando ela lembrou-se do modo

como os olhos dele a inspecionaram depois que ele a ajudara a remover sua

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roupa. Ela nunca se sentira tão humilhada em sua vida, parada ali, lutando

contra a urgência de não se cobrir, enquanto olhava para a parede oposta,

suportando o exame dele.

Estava tão quieto no quarto que ela ouvira o seu suspiro. Fora tão leve

a ponto de ser quase imperceptível, mas seus olhos imediatamente voaram

para o semblante dele. Ele parecia distante, quase desinteressado, mas seus

olhos... Deus do céu! Uma intensidade tão selvagem queimava dentro das
profundidades escuras que fizera seu coração acelerar e sua pele contrair.

Ela viu os olhos dele baixarem para os pontos duros de seus mamilos e

o ouviu engolir audivelmente. A humilhação desvaneceu-se, tomada por uma

consciência dele que começara quando ele a beijou. Bella prendeu a

respiração, imaginando o que ele faria em seguida, mas para sua surpresa, ele

apenas estendera a mão, sem dizer nada.

Depois que ela se acomodou na banheira de cobre polido, ele fora até

uma mesa próxima e pegara uma xícara de chá. Era a xícara de chá mais

perfeita que ela já tomara, a fragrância delicada e floral.

Enquanto tomava o chá com leite e sem açúcar, ela sentiu os nervos

esfarrapados começarem a se acalmar e seu coração bater mais devagar. A

raiva e a mortificação ainda ferviam dentro dela, misturadas com uma

saudável dose de nervosismo, mas as emoções haviam diminuído até certo

ponto. Talvez tenha sido sua afirmação de que ele não iria machucá-la ou a

gentileza de seu toque quando tirara as roupas dela.

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— Você terminou? — ela sobressaltou-se com sua voz, vendo que ele

estava mais uma vez ao lado da banheira.

— Sim — ela entregou a xícara de chá para ele e estava orgulhosa de

que sua mão apenas tremesse levemente.

Bella observou quando ele sentou-se em um banco baixo e pegou um

pano. Depois de esfregar um pouco de sabão, olhou diretamente para ela.

— Eu vou lavar suas costas — ele anunciou.


Ela assentiu bruscamente, embora não acreditasse que ele estivesse

pedindo sua permissão, e ele colocou o pano entre as suas omoplatas. Bella

abraçou os joelhos firmemente contra o peito enquanto o tecido se movia

sobre as costas, ombros e pescoço. Ela engoliu um suspiro quando ele foi

mergulhado sob a água, na parte inferior das costas. Suas ações eram tão

dolorosamente íntimas que o pedido para que parasse pendia na ponta da

língua dela. Ainda assim, ela o reteve.

— Se incline para trás — o tom rouco em sua voz fez sua pele arrepiar.

Demorou muito tempo para encontrar coragem para fazer o que ele

pedira, mas ela finalmente conseguiu soltar os braços que mantinha ao redor

dos joelhos. Tremendo, ela se endireitou lentamente, sem se atrever a

encontrar seu olhar. O ar frio encontrou seu peito e ela engoliu, recostando-se

contra a banheira. Sua mão entrou em seu campo de visão e ela não pôde

deixar de olhar para ela. Era essencialmente masculina; larga, com tendões

que desciam pelas costas da mão. Seus dedos eram longos e elegantes, as

unhas limpas e aparadas. Seus olhos percorreram o braço dele, que estava à

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mostra, com a manga de sua camisa enrolada, e ela percebeu a força e

resistência na corda de seus músculos.

Castor enfiou a mão na água e alcançou a mão dela e, segurando-a no

alto, começou a passar o pano pelo braço. Subiu de novo, depois desceu pela

parte de trás do braço dela. Ele então começou a lavar a mão dela.

Bella nunca soubera o quão sensível era a carne em sua palma ou a

pele entre seus dedos. Enquanto ele acariciava o tecido em círculos cada vez
menores na palma da mão, ela sentia um estranho aperto na boca do

estômago. E, quando ele esfregou entre os dedos, foi como se as sensações

estivessem subindo por seu braço até o cérebro. Quando ele terminou com a

outra mão, ela estava sem fôlego e tentava desesperadamente não se contorcer

na água do banho. Como se sentisse sua agitação, o Duque levantou-se e

caminhou até a lareira, onde havia uma chaleira. Ele a removeu e despejou a

água quente em um balde, antes de trazê-la para a banheira.

— Cuidado com seus pés — disse ele, derramando a água.

Um calor abençoado a envolveu e Bella fechou os olhos, sentindo a

tensão começar a diminuir. Então o pano tocou seu peito e ela pulou, seus

olhos se abrindo enquanto a água espirrava perigosamente.

— Calma — murmurou Castor.

Embora seu tom fosse suave, seus olhos negros brilhavam com uma

luz perigosa. Bella não conseguia se mexer, mal podia respirar quando sua

mão começou a acariciar sua pele. Lentamente ele se moveu sobre o globo liso

de seu seio esquerdo. O tecido delicadamente abrasou o mamilo, fazendo-o

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endurecer. Castor mudou-se para o outro seio, cobrindo-o com o pano. Ela

observou o pano úmido se moldar a ela, delineando o broto enrijecido de seu

mamilo. Lentamente, ele circulou o polegar ao redor e ela sentiu seu sexo

apertar. Quando ele pegou o mamilo entre o polegar e o indicador e girou,

Bella ofegou.

O Duque emitiu um rugido antes que sua cabeça descesse e sua boca se

fechasse sobre o mamilo exposto. Ela gritou com as sensações gêmeas de calor
e sucção, uma mão mergulhando em seu cabelo preto e sedoso, a outra

alcançando cegamente a borda da banheira. Ele a libertou, sua língua se

tornando uma ponta dura brincando com o broto ereto do mamilo. Então ele

estava pincelando-a com lambidas suaves. Bella mal podia acreditar que isto

estava acontecendo. Era isto que homens e mulheres faziam na privacidade

do quarto de dormir? Ela pensara que apenas bebês sugavam os seios de uma

mulher. Os dentes dele roçaram o mamilo e então ele estava sugando-o com

força, fazendo-a gemer. Seus dedos se apertaram ao redor de seu cabelo e

então ele se afastou. Bella ofegou, sentindo o ar frio em seu mamilo latejante.

O lugar entre as coxas dela pulsava, mas ela não entendia o porquê.

Castor encontrou seu olhar, a intensidade em seus olhos segurando-a

cativa. Sua mandíbula estava apertada e seus lábios estavam pressionados em

uma linha fina.

— Eu vou tocar você, Arabella. Eu não quero que você tenha medo —

sua voz era áspera.

— Você não — ela engoliu em seco — está me tocando?

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— Sim. Mas eu quero lhe tocar aqui — a mão dele tocou seu abdômen

e ela pulou.

A surpresa dela se transformou em choque, quando sua mão deslizou

para baixo. Mais abaixo ainda. Bella a empurrou violentamente quando a mão

do Duque cobriu seu monte. Ela levantou, as mãos segurando a banheira para

se alavancar.

— Fique quieta — sua voz cortou a névoa de pânico que a rodeava.


Sua cabeça girou rapidamente para ele. Seus rápida respiração soava alta na

sala.

— Sua G-Graça, eu não... eu não posso fazer isto.

— Arabella, eu não vou lhe machucar. Sente-se — quando ela hesitou,

ele repetiu em um tom mais suave: — Sente-se.

Ela olhou para ele, hesitando.

— Por favor.

Foi esta última palavra que ele proferiu que a fez obedecer. Ela não

pensava que um homem em sua posição usaria uma palavra desta. Ela

lentamente abaixou-se de volta.

— Abra suas pernas. Deixe-me tocar em você.

As palavras, combinadas com a voz baixa, a fizeram corar, e a dor que

havia se formado na boca do seu estômago voltou à vida. Apertando as mãos

firmemente na borda da banheira, Bella permitiu que suas pernas se

separassem.

— Olhe para mim — sua voz a obrigou a obedecer.

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Bella olhou para ele, os grandes olhos cinzentos encontrando um preto

inflexível. Sua boca se abriu em um suspiro quando seu dedo deslizou através

das dobras de seu sexo. Ele tocou em um ponto que enviou um raio

incandescente através de seu núcleo e seus quadris se contorceram em

resposta. Os olhos dele se estreitaram em concentração, enquanto seu dedo o

acariciava e depois ao redor. De um lado e do outro. Então, descendo ainda

mais, ele circulou seu dedo ao redor de carne mais sensível... Oh, céus!
Certamente ele não iria...

*****

Cristo. Castor voltou a gemer quando empurrou a ponta do dedo em

seu canal apertado. Ela era macia e estava deliciosamente molhada, sua

excitação óbvia mesmo na água. Ele sentiu a fina barreira de sua virgindade e

uma satisfação primitiva correu através dele, sabendo que ele seria o primeiro

a reivindicá-la. Seu pênis se ergueu duro e massivamente inchado contra o

material tenso de suas calças, o pequeno derramamento de sua semente

umedecendo sua camisa e calças. Ele empurrou o dedo mais fundo,

acariciando simultaneamente o clitóris dela. Arabella respirava com

dificuldade pela boca, as pupilas dilatadas, enquanto lutava para manter o

olhar fixo no dele.

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Deus, ela era linda, suas bochechas coradas de desejo, suas coxas

tremendo de tensão, enquanto inconscientemente empurrava seus quadris em

sua mão.

Castor deslizou o dedo para fora e gentilmente sacudiu o delicado

botão com a unha. Ela gritou, e então ele estava acariciando o nó inchado com

golpes insistentes, determinado a levá-la ao clímax. Minutos depois, ele foi

recompensado com um longo gemido, a cabeça jogada para trás, as costas


arqueadas, enquanto todo o corpo estremecia de prazer.

Ele olhou para ela, o sangue rugindo em seus ouvidos, seu peito

arfando enquanto ele lutava para inspirar. Ele não pretendia ir tão longe;

tinha a intenção de deixá-la à vontade com um banho e depois sair,

permitindo que ela se acostumasse ao novo ambiente. Ele queria que ela o

visse como um homem, não como um monstro que exigia seu corpo como

pagamento por uma dívida. Porém, agora que ele a provara testemunhara sua

capacidade de resposta ao seu toque, experimentara seu clímax, nada disso

importava.

Ele tinha que tê-la agora.

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Capítulo 5

Castor tirou-a da banheira, ignorando o suspiro de surpresa.

Colocando-a de pé, ele envolveu uma toalha de linho em volta dela antes de

pegá-la novamente. Ele entrou em seu quarto e abaixou-a em sua cama.

Arabella segurou a toalha com força sobre si mesma, permanecendo imóvel

enquanto ele removia os grampos de seus cabelos. Seus cachos caíram de suas

costas até a cintura e possuíam o brilho de mogno polido. As madeixas

pareciam seda pesada entre os dedos e quando as cheirou, a fragrância de

lavanda perfumava delicadamente o ar. Ele queria enterrar o rosto em seu

cabelo, imaginando como cairiam sobre seus ombros quando ela o montasse.

Forçando-se de volta à tarefa em mãos, sentou-se ao lado dela para

tirar as botas. Elas eram difíceis de remover sem o seu criado, mas a mulher

que estava sentada ao lado dele provara ter um ímpeto forte o suficiente e,

murmrando algumas malditas palavras, ele conseguiu tirá-las. Suas meias,

calças e camisa eram muito mais fáceis de remover.

Quando puxou a camisa por cima da cabeça, viu que os olhos de

Arabella estavam focados em seu pênis. Ela lambia os lábios nervosamente e

ele subitamente imaginou como seria sentir sua boca ao redor dele. O

pensamento fez com que seu membro inchado emitisse outro pequeno jato de

sementes. Maldito inferno! Ele iria se derramar como um rapaz inexperiente

se não entrasse nela em breve.

— Deite-se, Arabella.

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Levou um momento antes de seus olhos se levantassem para encontrar

os dele. Havia medo nas profundezas cinzentas, misturado com o choque. E...

Deus o ajudasse. Era um traço de curiosidade que ele detectou?

— É assim que geralmente se parece?

Castor, que estava prestes a se aproximar para remover o tecido que a

cobria, fez uma pausa.

— Isto? — ele perguntou, olhando para o seu membro muito


entusiasmado —. Bom Deus, não. Seria desconfortável, para não mencionar

altamente inconveniente. O pênis de um homem se enche de sangue e fica

ereto para se deitar com uma fêmea — ele teve que morder os lábios para não

sorrir quando ela pronunciou a palavra – pênis – para si mesma.

Infelizmente para ele, ela não terminara.

— Seu... pênis sabe quando se preparar? — ela perguntou, franzindo a

testa.

Ele não podia acreditar que estava dando a ela uma lição de anatomia

masculina enquanto estava de pé, nu, ostentando a ereção mais

impressionante de que ele conseguia se lembrar.

— Bem, geralmente há algum sentimento de atração por sua

acompanhante...

— Oh! — seus olhos se arregalaram quando ele tirou a mão dela da

toalha e a pegou.

— E quando é estimulado — a respiração de Castor sibilou quando ela

fechou a mão suave ao redor de sua ereção.

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A mão dela explorou o comprimento dele, passando sobre a pele bem

esticada da cabeça em forma de ameixa e depois para o saco que pendia

abaixo. Foi a mais doce tortura que ele já havia experimentado.

— Chega — ele rosnou, pegando seu pulso quando sentiu seu eixo

pulsar com urgência. Ela abriu a boca para protestar, mas ele falou primeiro:

— Deite-se.

Arabella apertou os lábios, franzindo a testa.


— Você realmente se deleita em dar ordens, não é? — ela murmurou,

enquanto se deitava no travesseiro.

Incongruente como a situação, Castor permitiu que um sorriso raro

emergisse. A surpresa no rosto dela não escapou a sua atenção.

— Eu gosto de dar ordens. E eu sou muito bom nisto. Você pode até

dizer que é um dom — ele voltou a sorrir quando ela arqueou uma

sobrancelha ante a última declaração. Subiu na cama e deiteou ao lado dela,

apoiando-se no cotovelo — Deixe-me olhar para você.

Suas mãos apertaram a toalha, mas ele não se repetiu. Parecia que ela

estava prendendo a respiração, enquanto o tecido se abria lentamente, e,

então, lá estava ela, nua ante seu olhar voraz.

— Você já me olhou prolongadamente. Não foi o suficiente?

Ele queria dizer-lhe que toda uma vida não seria suficiente. Sem

responder, inclinou a cabeça e a beijou. Sua língua traçou a costura de seus

lábios até que eles se separaram. O sabor dela era mais inebriante que um gole

do melhor conhaque. Sua língua mergulhou, brincou com a dela, que fez um

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pequeno som em sua garganta. Ele aprofundou o beijo e deslizou a mão livre

pelo centro do corpo dela, sentindo a carne macia do abdômen se contrair. As

dobras entre as pernas dela estavam escorregadias e inchadas, e ele espalhou

sua umidade sobre o pequeno broto, acariciando-o com uma pressão mais

suave. Mesmo assim, Arabella apertou as coxas e se afastou do beijo, seus

olhos cinzentos escurecidos.

—N-não. Por favor — ela ofegou — É demais.


Ela ainda estava muito sensível. Castor estava respirando com igual

dificuldade.

— Eu não vou. Apenas deixe a minha mão entrar — suas palavras

foram praticamente rosnadas, sua mente nublada com uma névoa de luxúria

tão desesperada que tudo o que ele conseguia pensar era em entrar dentro

dela. No momento em que suas pernas se separaram, ele deslizou seu dedo

nela, rangendo os dentes enquanto suas pernas tremiam. Ele empurrou o

dedo ainda mais, tentando ignorar o sangue batendo em seus ouvidos para se

concentrar em encontrar o pequeno pedaço de pele sensível dentro dela que

iria...

Ela gritou baixinho, arregalando os olhos enquanto cerrava as mãos ao

lado de seu corpo. Ali estava. Ele esfregou a ponta do seu dedo em círculos

minúsculos, sua respiração escapando bruscamente quando o sexo dela se

apertou involuntariamente ao redor do dedo dele. Logo, ela estava

choramingando baixinho, empurrando seus quadris em sua mão, enquanto

ele empurrava o dedo para dentro e para fora de seu canal estreito. A

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umidade escorregou em sua mão e ele sabia que ela estava pronta. E nem um

pouco cedo demais. Suas bolas já estavam bem apertadas. Empurrando suas

pernas para mais longe, ele se aproximou dela. Colocando a cabeça de seu

membro na entrada úmida, Castor fez uma pausa, olhando para Arabella.

Ela estava olhando diretamente para ele, seus lábios inchados

separados, seu peito arfando com rápidas respirações rasas. Ele, por outro

lado, não conseguia respirar fundo no peito apertado. Havia sonhado com
este momento mil vezes, imaginado inúmeras vezes. Agora que finalmente

estava ali, a dúvida subitamente o assaltava. Que loucura o possuíra para

acreditar que havia a mínima esperança de que ela sentisse algo por ele? Ela

pensava que não era nada além do pagamento pela dívida de seu pai e ele era

o disposto destinatário. Como poderia sentir algo além de desprezá-lo? Ele

começou a se afastar, estremecendo enquanto todo o corpo gritava em

protesto. O toque da mão dela em seu braço o fez congelar.

*****

— Sua Graça?

Bella olhou para o rosto tenso do homem acima dela, seus braços

tremendo pelo esforço quando ele se afastou. Ela também estava tremendo,

mechas de sensações se espalhando através dela, seu corpo doendo pelo

prazer que sabia que ele podia dar. Ela havia estado perto, tão perto, e então

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ele parara suas ministrações4 antes de colocar-se em cima dela. Ela não era

totalmente ingênua. Ela havia testemunhado em primeira mão como os

animais procriavam, até mesmo tinha visto uma ilustração em um livro de

anatomia que eles possuíram. No entanto, ela não poderia ter se preparado

para o momento em que ele colocou o pênis na entrada de seu corpo. Ele

ainda estava lá, duro e quente, cada respiração que ele dava fazendo-o

deslizar contra sua carne sensível.


Era tão bom que ela não pôde se conter. Cavando os calcanhares no

colchão, ela levantou os quadris, sua boca se abrindo em uma respiração

silenciosa quando ele afundou nela, apenas uma fração. Avalon gemeu, seus

dentes rangendo audivelmente. Mas ainda assim, ele não se mexeu.

— Por favor, Sua Graça — sussurrou Bella. Ela sabia que isto estava

errado. Este homem não era seu marido e ela estava pagando a dívida de seu

pai. Mas, neste momento, nada importava além do prazer. Ela não sabia por

que ele havia mudado de ideia. Mas já era tarde demais para isso. Para os

dois. Ela colocou as duas mãos nos ombros dele.

— Entre em mim, Sua Graça — seus olhos escuros penetraram nos dela e

eles se olharam por um longo momento. Em seu olhar, ela podia ver desejo,

dúvida e alguma outra emoção que não conseguia identificar. Não importava

— Tome-me

Diante de suas palavras, foi como se uma represa se rompesse dentro

dele. Um som angustiado saiu de seu peito e ele baixou a cabeça. Levantando

4 Aulas.

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o peito, ele lentamente ergueu a cabeça, seus olhos capturando os dela

quando começou a penetrá-la. Os dedos de Bella cravaram-se em seus

ombros, a respiração imóvel quando a pequena pitada de dor lentamente se

transformou em uma queimadura. Seus músculos se apertaram, resistindo à

invasão e, apesar de si mesma, um gemido de dor escapou.

— Expire e relaxe — disse Castor, retirando-se um pouco, depois

empurrando de volta, mais profundo desta vez. A respiração de Bella saiu


lentamente, enquanto tentava não se afastar da queimadura de sua invasão.

Novamente, ele saiu. Desta vez, ele a penetrou firmemente, até que a dor

subitamente desaparecesse e ele estivesse dentro dela.

Bela engoliu em seco, seu olhar focado nas minúsculas gotas de

transpiração que pontilhavam a testa dele. Ela se sentia totalmente repleta e

seu sexo doía. Sua pele estava quente e tensa e ela lutou para respirar, seu

corpo inquieto e desesperado por libertar-se da tensão que a mantinha presa.

— Você está com dor? — seus olhos fixos nos dela.

Sim. Não. Ela balançou a cabeça.

— Coloque suas pernas em volta de mim — ele rosnou.

Ela fez o que ele pediu, levantando as pernas e apertando-as em torno

de seus quadris. Ela não acreditava que fosse possível, mas o movimento o

alojou ainda mais fundo, tão profundo que era como se ele estivesse em seu

estômago.

— Segure-se em mim — ordenou, e então começou a se mexer. Seus

impulsos eram firmes, pouco profundos no início, como se quisesse ter

A Aposta do Duque – Elyse Huntington


certeza de que ele não a estava machucando. Pareceu estranho no começo,

porém, à medida que ele aprofundava o ritmo, o prazer começou a crescer.

Bella instintivamente arqueou seus quadris contra ele a cada impulso e ele

grunhiu, seus quadris ganhando velocidade e batendo nos dela. Ela

choramingou com a combinação de prazer e dor, seus dedos cravando na pele

escorregadia de seus ombros, e ele parou, o cabelo úmido de suor, a veia

latejando em sua têmpora.


— Você está bem?

— S-Sim. Por favor, não pare — ela moveu as coxas mais para cima,

enrolando-as ao redor de sua cintura. Ele a preenchia completamente e, ainda

assim, ela queria mais. Mais do prazer que ele já lhe mostrara.

O Duque apoiou o peso nos antebraços e começou a empurrar com força

e rapidez. O som da carne deles se encontrando e os gemidos de Bella eram

altos no quarto silencioso. Cada golpe ampliava as sensações que a atingiam,

fazendo com que ela se esforçasse para encontrá-lo. Sua cabeça arqueou para

trás enquanto lutava para alcançar o pico que estava além de seu alcance.

— Por favor, por favor, me ajude — ela soluçou, arranhando seus

ombros.

— Espere. Apenas espere, querida — Avalon ofegou — Apenas... — ele

congelou, rangendo os dentes quando um som baixo retumbou em seu peito.

Prendendo a respiração, ela viu quando o pescoço dele arqueou, a veia

pulsando no lado de sua garganta. Seu pênis mergulhou fundo; uma, duas,

três vezes, seu eixo latejando profundamente dentro dela. Estremecendo, ele

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permaneceu sobre ela, sua cabeça baixa, antes que ele finalmente caísse ao

lado dela, sua pesada respiração quente e úmida no ombro dela.

Bella virou-se para olhá-lo e seus olhos se encontraram. Ela sentiu o

peito apertar com a feroz emoção em seus olhos. No entanto, antes que

pudesse tentar decifrar o seu significado, a mão dele cobriu sua fenda e ele

deslizou seus dedos longos e largos através de seus tecidos inchados. Ela

gritou com a invasão, apertando involuntariamente os dedos, que pareciam


quase tão largos quanto o seu eixo. Com os olhos fixos nos dela, ele preencheu

seu suave canal, esfregando e pressionando contra a parede frontal mais e

mais até que ela chegou ao clímax com um lamento fino. Quando o prazer

tomou conta dela, ele capturou sua boca em um beijo gentil e

surpreendentemente terno.

Ela abriu os olhos, avistando uma feroz possessividade em seu olhar

antes que ele a puxasse contra seu peito. Seu braço a segurou perto – tão perto

que ela podia ouvir cada batida de seu coração. Bella respirou, estremecendo,

a confusão e a incerteza fervendo dentro dela. Ela esperava sentir-se

ressentida. Ela esperava sentir-se diminuída. Ela até esperava sentir-se usada.

O que ela nunca esperara era sentir-se estimada. Ela lutou contra o sono,

tentando decifrar o que isto significava. Mas os acontecimentos do dia

finalmente cobraram o seu preço e, em poucos minutos, ela estava dormindo.

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Capítulo 6

— Você queria me ver? — Bella olhou para Castor, que estava na janela

de seu escritório de costas para ela. A mera visão dele provocou um tremor

em seu corpo e a crua lembrança de como ele a tomara novamente no início

da manhã fez uma onda de calor inundá-la. Ele a acordara de um sono

profundo enquanto brincava com os seios dela, sugando e acariciando seus

mamilos. Usando seus dedos em sua pérola, ele a levou a um explosivo

orgasmo. Antes que ela se recuperasse, ele estava dentro nela. Ela estava

sensível e sua entrada doía, mas isto foi logo esquecido quando o prazer

novamente começou a se formar.

Quando ela acordou de novo, o sol estava alto no céu. Um puxão do

sino trouxe a Sra. Robbins, seguida por uma série desconcertante de criados

que trouxeram comida, roupas e água quente. A Sra. Robbins disse a ela que o

Duque ordenara que um banho fosse trazido para ela quando acordasse. Ela

também foi informada de que Castor estava esperando por ela em seu

escritório.

Então aqui estava ela.

— Tudo está do seu agrado?

Bella olhou para suas costas. Hoje ele estava vestido com um casaco

verde floresta e calça preta enfiada em hessianas5 negras.

5 Botas hessianas: tipo de botas masculinas altas, com borlas no topo, elegantes na Inglaterra do

início do século XIX, originariamente utilizadas por tropas de mercenários alemães que lutaram no
exército britânico durante a Guerra de Independência Americana e as Guerras Napoleônicas.

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—Sim, obrigada — ela hesitou — Não havia necessidade de você

comprar roupas. Meus vestidos são perfeitamente adequados.

— Para um pobre, talvez — ele se virou e ficou imóvel quando a viu.

Ela ficou parada ali, observando os olhos dele passarem dos cachos no

topo da cabeça para baixo, sobre o pálido vestido verde-maçã até os pés que

estavam vestidos com chinelos da mesma cor.

—Eu... a Sra. Robbins não me permitiu usar nenhum dos vestidos que
eu trouxe comigo.

Os olhos de Castor voltaram para o rosto, embora ele demorasse nisto.

— Seria impossível para ela atender o seu pedido, já que ordenei que

suas roupas fossem queimadas.

— Como? — ela engasgou, horrorizada — Que direito você tinha de

queimar meus vestidos! — ela trouxera seus melhores vestidos. O que ela

vestiria quando voltasse para casa?

Ele fez uma careta.

— Seus vestidos estavam em um estado lastimável. Eu pensei que você

ficaria satisfeita com as roupas que comprei. Elas não são do seu agrado?

Madame Cecile me assegurou que elas são dos padrões e materiais mais

populares.

Bella deu-lhe um olhar desamparado.

— Não, não é isto. Eles são magníficos. Nunca vi nada tão bonito. Mas

eu... eu não posso aceitá-los. Eu deveria ser o pagamento da dívida de meu

pai, mas você gastou muito no meu guarda-roupa — ela se lembrou da

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deslumbrante variedade de vestidos e acessórios que lhe haviam sido

mostrados esta manhã. Mais vestidos do que ela possuía e mais do que ela

poderia usar em um ano inteiro.

A tensão em sua mandíbula se aliviou e ele caminhou em direção a ela.

— O dinheiro não é nada, contanto que você encontre as roupas ao seu

gosto. Elas são do seu agrado?

O Duque estava diante dela, tão perto que ela podia ver as pequenas
faixas de ouro no marrom escuro de suas íris. A agora familiar fragrância de

sua Eau de Cologne6 misturada com o cheiro de sabão e amido era inebriante,

invocando uma memória repentina dele quando pairou acima dela e

empurrou seu eixo dentro dela. Seu perfume, combinado com o cheiro de

suor e da pesada excitação, em suas narinas.

Quando ele voltou a falar, sua voz estava rouca.

— Arabella, se você não parar de olhar para mim desta maneira, eu

vou pegá-la, colocá-la naquele sofá e tomá-la novamente — a chama de calor

em seus olhos e nas suas palavras fez seu estômago tremer — E eu não quero

fazer isto porque sei que você deve estar dolorida.

Mesmo ficando corada com a intimidade de sua declaração, ela não

podia negar o derretimento de seu peito com a preocupação dele.

— Eu sinto muito.

6 Água-de-colônia, ou simplesmente colônia, (Eau de Cologne, em francês) é um tipo mais suave de perfume,

composto por uma solução de óleos etéreos em etanol diluído. A original Eau de Cologne, de Johann Maria Farina
(1685-1766) contém entre 4% e 8% de óleo de perfume, ao passo que as atualmente conhecidas águas-de-colônia
contêm entre 2% e 4% de óleo de perfume.

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Os olhos de Bella se arregalaram de surpresa. Havia uma nota estranha

em sua voz e ela se perguntou quando fora que ele fizera um pedido de

desculpas.

Em voz baixa, ele disse: — Eu só queria dar prazer a você. Mas a

maneira como você respondeu ao meu toque e ver você atingir o clímax, foi

mais do que eu podia suportar — suas sobrancelhas se franziram —. Eu lhe

machuquei, não foi?


Bella estava sem palavras. O homem diante dela, exibindo

arrependimento por reivindicar seu corpo, quando era direito dele, não podia

ser o mesmo homem de ontem.

Castor, obviamente, tomou seu silêncio por acordo.

— Eu não voltarei para a sua cama até que você esteja recuperada.

— Não! — Bella parou, sentindo suas bochechas queimarem — Quero

dizer, estou bem. Realmente, não foi tão ruim. A dor foi apenas momentânea

— o prazer durou muito mais tempo. Seu rubor se aprofundou — Você não

precisa ficar longe. Eu não tenho objeções se você quiser... visitar-me — céus,

ele agora iria pensar que ela era uma devassa, e estaria certo!

Há apenas alguns dias atrás, ela resignara-se a viver o resto de sua

vida como uma solteirona. Ela estava destinada a nunca conhecer o amor ou o

toque de um homem. E, mesmo se houvesse um pouquinho de esperança em

um dia encontrar um marido, agora desaparecera. Ela não era mais virgem.

Ela era amante do Duque de Gelo. Ela já estava arruinada além da reparação,

então por que não se divertir? E, embora Castor Winterton-Grant pudesse ser

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o homem mais impiedoso de toda a Inglaterra, ele também era um amante

muito habilidoso.

Seus olhos estavam velados e ela não conseguiu ler sua expressão. Ele

não disse nada, apenas inclinou a cabeça.

— Venha. Eu tenho algo para mostrar a você.

Aquele “algo” era uma sala no último andar da casa, ao lado da escada

central. Bella jurava que sua boca se abriu quando olhou a biblioteca pela
primeira vez. Três das quatro paredes do cômodo estavam cobertas de livros,

do chão até o teto alto. A quarta parede era, na verdade, uma série de janelas

que permitia que a biblioteca fosse bem iluminada. Todas as bibliotecas que

ela já vira, inclusive a de sua casa, eram mal iluminadas e era difícil ler nelas.

Emudecida pela admiração, ela caminhou lentamente até a prateleira

mais próxima, estendendo a mão e timidamente tocando o velino 7 vermelho

de um dos livros.

— Guia para o Lago — ela murmurou.

— É um guia para o Lake District. As gravuras são apenas aceitáveis,

mas a prosa é uma grande melhoria. Foi escrito por alguém que conhece bem

essa área. Eu achei inesperadamente comovente.

Bella olhou para Castor.

— Quantos destes livros você leu? — havia milhares de livros na

enorme sala. Talvez dezenas de milhares. Ela precisaria de várias vidas para

ler cada tomo da biblioteca.

7 O papel velino (do francês Vélin, "couro de vitelo") é uma pele de mamífero preparada para receber
manuscritos e impressões para a produção de páginas soltas, códices e livros. Diferencia-se do pergaminho por ser
produzido com as peles de melhor qualidade, sendo um papel muito compacto, liso e acetinado.

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— Eu não sei. Certamente mais de mil — ele encolheu os ombros —.

Eu sempre fui um leitor voraz. Quando criança, eu preferiria ficar lendo a

estar do lado de fora com Póllux — ele congelou. O choque atravessou seu

semblante.

— Póllux? Ele é seu irmão? — Bella perguntou a ele com curiosidade

—. Eu não sabia que você tem um irmão.

A expressão do Duque estava fechada.


— Tinha um irmão. Ele morreu quando éramos crianças — o tom dele

era frio e vazio, claramente indicando que não queria mais perguntas.

—Oh! Eu sinto muito — sentindo-se terrivelmente embaraçada depois

de sua faux pas8, ela olhou ao redor da sala, na esperança de encontrar outra

coisa para discutir.

Antes que ela pudesse fazer isto, ele falou: — Preciso cuidar de

assuntos de negócios no período da manhã. Você pode querer passar este

tempo aqui. Eu vou acompanhá-la no almoço e depois poderemos dar um

passeio ou cavalgar. A paisagem é muito bonita nesta época do ano.

Bella não sabia o que fazer com isto. Ele queria passar um tempo com

ela do lado de fora do quarto de dormir?

— Claro, você pode cavalgar pela manhã, se desejar. Apenas avise a

Sra. Robbins e ela providenciará.

— Obrigado, mas acredito que ficarei bem confortável aqui — ela

estava quase tonta com o pensamento de ter tantos livros para ler. Certamente

8 Gafe. Em francês, no original.

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não seria difícil para ela morar aqui. Seus pensamentos chegaram a um

impasse. Morar aqui? Ela estava aqui há apenas um dia e já estava tendo

pensamentos de morar aqui?

— Arabella.

— Sim? — ela olhou interrogativamente para ele. Havia uma expressão

estranha em seu rosto que ela não entendeu.

— Você deseja voltar para casa?


Sua pergunta foi tão inesperada que ela só pôde olhar para ele.

— Casa?

— Sim. Se você quiser isto, minha carruagem estará a sua disposição.

Você pode sair imediatamente e eu vou considerar a dívida liquidada

integralmente.

— Eu não entendo. Você quer que eu vá embora? — o pensamento

doeu. Não sabia quase nada quando se tratava da intimidade do quarto de

dormir, mas pensara que ele sentira prazer durante os encontros.

— Não, eu não quero que você parta — ele hesitou por um longo

momento —. Eu desejo muito que você fique — ele pronunciou as palavras

lentamente, quase como se houvessem sido arrastadas para fora dele contra

sua vontade.

O calor floresceu dentro dela. Ela caminhou até ele e, por impulso,

colocou a mão direita no peito dele. Sob a palma da mão, ela podia sentir seu

coração batendo forte e rápido. Inesperadamente rápido. Ela olhou para ele,

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mas seu rosto permanecia impassível. Ele estava nervoso? Sua resposta

poderia realmente ser tão importante para ele?

— Eu vou ficar — disse ela, sentindo o peito se expandir com sua

respiração. De alívio? Coragem, Bella — Com uma condição.

Castor deu-lhe um olhar cauteloso. — E qual seria?

— Você tem que parar de me dar ordens.

As sobrancelhas escuras dele se uniram.


— Nenhuma ordem. Esta é a sua condição?

Ele parecia descontente, e um frisson de incerteza se formou. Ela

respirou fundo para manter-se firme.

— Sim. Você tem permissão... — sua voz vacilou quando ele arqueou

uma sobrancelha com esta palavra. Ele provavelmente nunca ouvira aquela

palavra dirigida a ele — Você tem permissão para fazer um pedido, mas eu

decidirei se desejo cumpri-lo.

Ele a olhou por um momento. — Eu tenho uma contraproposta.

Ela não pôde deixar de sorrir. — Claro que você tem.

— Por que, “claro”?

— Eu não suponho que você tenha acumulado sua riqueza sendo

agradável.

Os lábios se contraíram. — Sim, eu sou uma pessoa muito

desagradável. Minha equipe lhe dirá isto.

— Eu duvido muito que eles façam qualquer coisa do tipo — ela

respondeu ironicamente.

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Castor riu, o som vibrando contra a mão dela. Céus, ele era magnífico

quando ria. Seus olhos se enrugavam nos cantos e se enchiam de humor,

aquela boca bonita formando uma curva sorridente que ela queria beijar. Ela

falou rapidamente antes que pudesse ceder ao impulso.

— Qual é a sua contraproposta?

— Eu quero que você se submeta a mim quando estivermos na

privacidade do quarto — Bella sentiu um tremor percorrer seu corpo ante o


furioso desejo em sua voz.

— S-submeter-me? — ela não sabia o porquê, mas a palavra fez a

excitação acender na boca de seu estômago. Não era uma condição

escandalosa, as mulheres se submetiam aos maridos no quarto. No entanto, o

modo como ele dissera a palavra fazia com que parecesse proibida, ilícita de

alguma forma. Ele confundiu a hesitação dela com dúvida.

— Eu nunca machucaria você, Arabella — ela engoliu em seco.

— Eu sei.

Ele cobriu a mão dela com a dele, e o calor das ásperas mãos a

estabilizou.

— Bem? Você concorda?

— Sim — sua voz era apenas um sussurro.

Ele não se preocupou em esconder seu triunfo.

— Bom. Vamos selar nosso acordo com um beijo?

Bella estava impotente para fazer qualquer coisa, mas acenou com a

cabeça. Seu beijo foi firme e sua língua acariciou a dela com movimentos

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gentis e provocantes. Ela timidamente tocou sua língua na dele, parando com

suas estocadas. O beijo permaneceu leve, quase brincalhão, mas era um sinal

da habilidade dele, pois, ao final, ela estava sem fôlego, seu corpo doendo de

desejo. Quando ele se afastou, ela sentiu-se gratificada ao descobrir, pela

respiração acelerada e pelas pálpebras pesadas, que também fora afetado.

— Eu tenho um pedido para fazer a você — disse ele em voz baixa.

Ela engoliu em seco.


— O que é?

— Eu não quero que você use calções enquanto estiver aqui.

Bella ficou boquiaberta para ele.

— Sem calções? Mas isto é... — ele pareceu divertir-se com sua

consternação.

— Escandaloso? Impróprio? Chocante?

Ela procurou se recompor.

— De todas... — ela queria perguntar por que, mas então a razão do

pedido dele ocorreu-lhe. Seu corpo inteiro aqueceu com o pensamento de

que, sem seus calções, ele poderia tocá-la, tomá-la, à vontade.

— Uma dama se oporia, não é? — ela perguntou pensativa — Embora,

talvez eu não seja mais uma dama.

— Você é uma dama — ele retrucou imediatamente, sua voz dura — E

quem disser o contrário terá que responder a mim — sua voz suavizou —

Você é minha dama. Minha, apenas — ela sentiu seu coração inchar. Para

onde, em nome dos céus, a raiva e o ressentimento haviam ido?

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— Eu farei como pede, meu senhor.

Castor segurou seu rosto em sua grande mão e passou o polegar sobre

o lábio inferior inchado.

— O que você está fazendo comigo? — ele murmurou, como se

estivesse refletindo para si mesmo.

Bella não respondeu, mas estava com muito medo de que, se não fosse

cuidadosa, a atração contra a qual ela não parecia ser capaz de lutar pudesse
muito facilmente se transformar em amor.

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Capítulo 7

Duas semanas depois

Bella se mexeu, presa naquele lugar entre a vigília e o sono, seu corpo

inteiro pesado com uma indescritivelmente e deliciosa lassidão. Seu sexo

pulsava de prazer, e, apenas quando tentou deslocar as pernas, foi que ela

percebeu que estavam presas.

Seus olhos se abriram. A visão que a encontrou foi chocante. Além de

chocante.

A luz fraca do amanhecer mostrava o Duque de Avalon entre suas

coxas. Suas mãos seguravam suas coxas abertas e sua boca... Deus do céu, a

boca dele cobria sua fenda! Ele a estava provando! Ela gritou em choque,

antes de se sentar e tentar se afastar dele. Ele havia levantado à cabeça e lhe

disse para parar, deitar-se. Ela mal o ouvira, mas congelou quando seu olhar

pousou em seus lábios perfeitamente esculpidos. Lábios molhados com seus

sucos.

Sem esperar que ela obedecesse, abaixou a cabeça, lavando sua pérola

ingurgitada com a língua. Sua visão ficou turva e ela engasgou, caindo de

volta no colchão, enquanto seus braços cediam. A intensa carícia transformou-

se em movimentos relâmpagos e seus dedos se apertaram ao redor dos

lençóis. Ele ronronou de satisfação enquanto acariciava com a língua ao longo

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do comprimento de sua fenda, reunindo a evidência de sua excitação antes de

circular e provocar sua suave abertura com a ponta da língua.

Bella não pôde evitar. Ela arqueou os quadris para cima, lutando

contra o forte aperto que ele mantinha em suas coxas, enquanto implorava

silenciosamente por mais.

— Castor, p-por favor — ela gemeu.

Ao som de sua voz, ele grunhiu, e então a estava lambendo, chupando


com força e sacudindo a sua língua rapidamente contra o rígido feixe de

nervos que ele expunha ainda mais ao pressionar para cima na carne de seu

púbis.

— Oh, Deus! — gritou Bella, seu corpo convulsionando quando o

êxtase passou por ela sem aviso prévio. As intensas ondas de prazer mal

começaram a se abster quando ele levou dois dedos para o sexo dela. A pitada

de dor em sua carne macia a fez ofegar, e então ele estava acariciando aquele

ponto dentro dela que lhe trouxera muito prazer no passado. Mas as

sensações foram amplificadas hoje e seus olhos se arregalaram quando ele

aprofundou a carícia das pontas dos dedos contra a parede interna.

— Nãããão — ela ofegou, a pressão de seus dedos contra sua bexiga

cheia enviando ondas de pânico através dela. O suor nublou sua pele e ela

estremeceu violentamente, apertando-se em torno dos dedos dele — Eu não

posso. Você está me fazendo...

Ela pensou por um momento que ele não a ouvira, enquanto seus

dedos continuavam a pressionar insistentemente contra ela. Mas então ele

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retirou os dedos e a observou enquanto ela caía no colchão com alívio. Não

durou. Ele foi para o lado dela, sua boca reivindicando a dela em um beijo

profundo. Ele a virou de lado, o corpo dele atrás do dela. Empurrando as

pernas dela para cima, ele segurou seus quadris e ela sentiu a cabeça de seu

pênis pressionando contra seu sexo. Com um gemido, ele afundou seu duro

comprimento nela.

Sua cabeça sacudiu por reflexo, enquanto o prazer e a dor riscavam


entre suas coxas. Sua bainha ainda estava tão dolorida por causa de seu duro

uso na noite passada e foram apenas os sucos dela, facilitando o caminho, que

tornaram a posse suportável. Sua respiração veio em suspiros altos quando

ele entrava em sua suave bainha de novo e de novo. Quando ele fazia isto à

cabeça de seu pênis entrava em contato com a parte de sua bainha que ele

havia anteriormente tocado, enviando um choque de prazer através dela. O

prazer repercurtiu através de cada nervo de seu corpo, afogando tudo, exceto

o mais vago indício de desconforto.

Bella de repente enrijeceu quando seu orgasmo explodiu sobre ela,

fazendo seu útero se contrair enquanto seus músculos internos apertavam seu

eixo. Castor rosnou baixo em sua garganta e, em seguida, ele estava

segurando seus quadris apertados, bombeando jorro após jorro de esperma

em seu canal sem resistência. Depois que ele se retirou dela, eles ficaram ali

por um tempo, o silêncio quebrado por suas respirações ofegantes.

Ela ficou surpresa quando ele saiu da cama e, sem falar uma palavra

ou olhar para ela, atravessou a porta ao lado, indo para o quarto dele. Ela

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esperou um pouco, porém, quando algum tempo passou e ele não retornou,

ela começou a repreender-se por sentir-se magoada. Só porque ele havia

permanecido com ela nas últimas duas semanas não significava que ele havia

se apaixonado por ela. Era difícil, porém, convencer-se de que ela era apenas

um vaso onde ele saciava sua luxúria, quando ele dormira ao seu lado

naqueles poucos dias em que tivera seu período mensal, ao invés de se retirar

para seu quarto como esperara.


Ela sabia que ele, a sua maneira, se importava com ela. Ele passara

todas as tardes desde a sua chegada em companhia dela. Eles cavalgaram e

fizeram longas caminhadas. Às vezes, se ele recebia uma grande

correspondência, ele cuidava disto enquanto ela lia na cadeira de seu

escritório. Ele não era um homem de grandes conversas, nem demonstrava

muito humor, mas seu sólido bom sesnso e sua inteligência afiada tornavam

um prazer estar em sua companhia. Até os silêncios entre eles raramente eram

desconfortáveis.

Tudo o que ela pudesse sonhar em querer, bastava pedir. Havia claro,

os vestidos, chapéus, sapatos e pelisses9 . Ela acessou livremente a sala de

música, que abrigava muitos instrumentos, incluindo um magnífico

pianoforte10 vienense. Ela fora mimada quase para toda a sua vida, com duas

empregadas a sua disposição, arrumando seus cabelos em penteados

elaborados, oferecendo cremes para esfregar em sua pele, expondo vestidos

9 Estilo elegante de casaco feminino usado no início do século XIX. Geralmente era um casaco solto, de cintura

alta, debruado de pele animal.

10 É um instrumento musical de teclas, antecessor do piano atual.

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para que ela escolhesse todas as manhãs. O chef francês do Duque preparava

uma comida tão diferente da que estava acostumada a comer quanto à noite

do dia. E, depois, havia os livros.

Tudo o que ela desejasse era trazido imediatamente.

Não que ela pedisse muito. Na verdade, ela estava mortificada com a

quantidade de atenção que estava sendo dada a ela. Ela não era nada mais do

que a amante temporária de Castor e apresentava uma fachada de que estava


totalmente confortável em sua atual posição, escondendo a vergonha que não

podia deixar de sentir. E, o que era pior, ela temia que já houvesse se

apaixonado por um homem que, muito provavelmente, nunca mais veria em

pouco mais de dois meses.

Bella suspirou, rolando de costas. Mesmo depois de uma quinzena, a

magnificência de seu quarto ainda tinha o poder de maravilhá-la. O cômodo

era mobiliado em uma mistura de ouro pálido, rosa e creme. Cortinas

suntuosas de seda em ouro pálido e tecido listrado em creme pendiam de

compridas janelas. Tecido dourado pálido emoldurava a grande cama de

dossel, sobre a qual estava uma colcha rosa bordada com o que ela supunha

ser o brasão da família Avalon em ouro. Um papel de parede listrado rosa e

creme cobria as paredes. Para a esquerda havia uma lareira e uma porta

aberta. Esta levava a uma pequena câmara onde ela tomava banho, e o

conjunto de portas duplas à direita conectava seu quarto ao de Castor. Não

pela primeira vez, ela se perguntou como seria o quarto do Duque. Sem

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dúvida, era escuro e masculino, com mobília gótica e uma cama de dossel

monstruosa.

Pensar em Castor fez seu ânimo despencar. Ele não passava as manhãs

com ela, e estava acostumada a isto, mas ele normalmente informava-lhe que

iria vê-la à tarde ou na ceia e desejava-lhe um bom dia. Mesmo no curto

período em que se conheciam, ela sabia que ele era uma criatura de hábitos,

daí sua partida abrupta esta manhã a incomodaraa. Oh, pelo amor de Deus,
Bella, basta!

Sentando-se, ela estendeu a mão para puxar a campainha antes de ir ao

banheiro. Quando ela voltou, as cortinas estavam abertas e o sol enchia a sala

com um tom dourado. Em pouco tempo, seu cabelo estava pronto e ela

vestida com um vestido de musselina branca, estampada com pequenos

galhos de jacintos. Ela estava aleatoriamente escolhendo seu café da manhã,

quando a Sra. Robbins chegou.

— Bom dia, minha querida — ela franziu a testa —. Você está um

pouco pálida esta manhã, não está se sentindo bem?

— Estou bem — respondeu Bella, sorrindo. Ela passara a conhecer bem

a senhora Robbins nas últimas semanas. A mulher mais velha estava

genuinamente preocupada com o seu bem-estar e nunca mostrara qualquer

sinal de censura. Além disso, a Sra. Robbins conhecera Castor desde a infância

e, embora fosse extremamente leal a seu empregador, Bella conseguira ouvir

algumas histórias sobre Castor quando menino.

A Sra. Robbins olhou para a bandeja de Bella.

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— Bem, eu diria que você dificilmente manteria um pintarroxo vivo

com o que comeu daquele prato.

— Eu não estou com fome hoje — Bella desistiu da comida e pegou um

chocolate quente em seu lugar. Era uma das indulgências da qual ela sentiria

falta. Embora não tanto quanto ela sentiria falta dele. Pare com isso, Bella.

— Onde está Sua Graça, Sra. Robbins?

A mulher mais velha fez uma pausa.


— Por que você pergunta? — o tom dela era extraordinariamente

cuidadoso.

Bella franziu a testa.

— Saiu com pressa hoje de manhã e me perguntei se ele estava em seu

escritório ou se tinha algum assunto urgente.

A governanta hesitou.

— Ele não está aqui — ela finalmente disse, seu olhar evasivo.

— Sra. Robbins, o que está errado? Está tudo bem?

Sua companheira tentou sorrir.

— Tenho certeza de que Sua Graça está bem.

Preocupada, Bella levantou-se e se aproximou da governanta.

— Onde ele está? — quando a Sra. Robbins hesitou novamente, Bella

pegou a mão dela —. Por favor, me diga. Eu juro que não vou trair a sua

confiança.

— Sua Graça foi para um dos chalés nos limites da propriedade. Ele

vai ali todos os anos neste dia.

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— O que aconteceu neste dia? — perguntou Bella, embora suspeitasse

que já soubesse a resposta.

— O irmão gêmeo de Sua Graça, assim como seus pais, pereceram

neste mesmo dia, vinte anos atrás.

A mulher mais nova abriu a boca para fazer outra pergunta, mas a Sra.

Robbins sacudiu a cabeça.

— Não me cabe dizer-lhe mais nada. Você deve pedir a Sua Graça que
o faça. A única razão pela qual estou lhe dizendo agora é porque ficamos

preocupados com ele. Ficamos sempre, neste dia.

Bella viu o pedido não dito nos olhos de sua companheira.

— Diga-me o caminho para o chalé.

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Capítulo 8

Bella enlaçou as rédeas em torno de um poste e subiu o caminho para o

chalé caiado de branco. Respirando fundo, ela bateu os nós dos dedos na

porta de madeira desgastada. Quando não houve resposta, ela bateu

novamente. Mais uma vez, não houve resposta. Levantando o trinco, ela abriu

a porta. Esperando que a porta rangesse, ficou surpresa quando ela se abriu

silenciosamente. Quando os olhos dela se ajustaram à penumbra, ela percebeu

que, apesar do exterior dilapidado, o interior original havia sido melhorado.

Embora a casa fosse escassamente mobiliada com uma mesa, duas cadeiras e

uma cama, o chão de pedra estava coberto com tapetes Aubusson11, como os

da casa principal.

— Castor? — fechando a porta atrás dela, ela se aventurou mais

profundamente na pequena residência —. Você está aqui? — ela ainda não

podia vê-lo —. Castor?

— O que você está fazendo aqui? — sua voz estava áspera. Distorcida.

Bella deu a volta na cama, parando ao ver Castor sentado no chão, suas

costas contra a moldura de madeira. Vestido apenas com uma camisa e

calções, o braço esquerdo estava sobre o estômago liso, enquanto a direita

circulava frouxamente o gargalo de uma garrafa que repousava no chão, meio

11 Tapeçaria de ponto fino e desenhos geométricos clássicos e florais, com medalhões característicos da

Renascença. O Aubusson foi fabricado inicialmente na França e utilizado pela realeza em meados do século 16. Trata-
se de um tapete sem pelo e bem fino. Hoje em dia os Aubussons são fabricados na China, mas com o mesmo padrão de
qualidade e excelência.

A Aposta do Duque – Elyse Huntington


cheia de um líquido âmbar. Ela hesitou por um momento, depois se adiantou

e sentou- se no tapete ao lado dele.

— Quando você não voltou, fiquei preocupada e perguntei sobre o seu

paradeiro.

— Eu suponho que meus criados lhe disseram onde eu estava — ele

respondeu, em um tom grosseiro.

— Eles estavam tão preocupados quanto eu.


— Eles devem guardar suas línguas soltas se quiserem manter suas

posições.

Castor pegou a garrafa e tomou um gole de seu conteúdo. Quando ele

colocou de volta, Bella colocou a mão em torno dele.

— Não — a mão dele segurou o gargalo, apertando-o com mais força.

Ela se virou e olhou para ele.

— Você não está sendo muito hosptaleiro com a sua visitante. Eu ia

tomar um gole desse conhaque caro. Isto é, se você compartilhar comigo.

Castor fez uma careta para ela antes de liberar o aperto com relutância.

Bella levou a garrafa à boca e tomou um pequeno gole. Para seu alívio, a

queimação do álcool em sua garganta não a levou a um paroxismo 12 de tosse,

como ela temia. O conhaque aqueceu seu estômago, o calor suave a relaxou.

Ela tomou outro gole e suspirou.

— Isto é muito bom.

12 Espasmo.

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— Bem, é melhor que seja, já que eu tive que hipotecar a minha alma

para comprar uma caixa.

Bella inclinou a cabeça ligeiramente e examinou seu semblante não

barbeado.

— Isto me parece altamente improvável.

— Por quê? Por que eu sou mais rico que o rei?

— Não, eu apenas pressumi que você vendeu sua alma anos atrás.
Ele não sorriu com a sua tentativa de fazer uma brincadeira. Ficou em

silêncio por um tempo. Então disse: — Não acredito que o diabo queira minha

alma.

— Por que você diz isto?

— Eu tenho apenas meia alma sobrando.

Assustada, Bella olhou para ele.

— O que você quer dizer com isto?

Castor exalou bruscamente e desviou o olhar.

— Minha alma foi rasgada ao meio quando meu irmão morreu — sua

voz soava oca, vazia, como se toda a emoção que ele já sentira tivesse sido

gasta e não houvesse mais nada.

Bella, por outro lado, podia sentir seu coração começar a bater forte em

seu peito. Apesar da intimidade física que haviam compartilhado na última

quinzena, nenhuma vez ele mencionara algo sobre sua família ou seu

passado.

— O que aconteceu? — ela perguntou baixinho.

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Ele balançou a cabeça.

— Você não quer conhecer as memórias que tentei por vinte anos

esquecer.

— Eu quero, Castor. Diga-me.

— Por quê? — perguntou sem emoção.

— Diga-me, para que eu possa entender. Por favor — Bella prendeu a

respiração, perguntando se ele responderia.


Ele ficou em silêncio por um longo tempo.

— Nós estávamos na carruagem. Todos os quatro. Póllux e eu

tínhamos dez anos. O eixo quebrou. Disseram-me que meus pais e o

motorista foram mortos instantaneamente. De alguma forma eu fui jogado

para fora enquanto Póllux... — seu olhar era sombrio quando ele olhou

inexpressivamente para o espaço —. Ele ficou preso sob o quadro. Eu não

pude... eu não consegui. Ele me implorava para ajudá-lo e eu não pude:

“Castor, me ajude, por favor, me ajude” — sua voz falhou.

Bella mordeu o lábio para sufocar um soluço.

— Então eu gritei por ajuda. Eu gritei até a minha garganta ficar ferida,

mas nenhuma ajuda chegou. Póllux parou de implorar depois de um tempo.

Ele estava apenas gemendo e gemendo. E quando ele parou... eu sabia.

— Castor — ela se ajoelhou ao lado dele, segurando seu rosto

carinhosamente com uma das mãos e virando-o para ela. A ausência de

emoção em seus olhos escuros era pior do que se ele estivesse se afogando em

dor, pois ela o teria atraído para o seu abraço.

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— A Sra. Robbins me disse que eu não falei por mais de um ano. E,

quando eu finalmente o fiz, minha voz não era a mesma. Eu nunca fui o

mesmo.

Bella puxou a cabeça dele para o seu peito e segurou-o com força.

— Eu sinto muito, sinto muito mesmo — um tremor percorreu-o e

então ela sentiu os braços dele vagarosamente envolvendo-a.

— Você sabe que não é sua culpa, não sabe?


Castor balançou a cabeça.

— Ele era meu irmão e eu não pude salvá-lo.

— Você era uma criança — ela se afastou e olhou em seus olhos. A

falta de esperança dentro dele rasgou seu coração — Ouça-me. Não foi sua

culpa.

— Não importa. Vou carregar essa culpa enquanto eu viver.

Bella fez uma pausa, rezando para que as palavras certas viessem até

ela.

— Você culparia Póllux se houvesse sido você no lugar dele? Você

acha que Póllux lhe culpou?

Ele fechou os olhos.

— Não, ele não culparia. Ele era amável e atencioso. Compassivo,

gentil.

Quando abriu os olhos novamente, parecia que estava olhando para o

passado.

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— Ele era tudo que eu não podia e nunca poderia esperar ser. Todos

que o conheciam o amavam — ele riu, sem alegria — Eu não me importava se

ninguém gostasse de mim. Não importava porque eu deveria ser Avalon.

Póllux... era meu equilíbrio. Talvez se ele tivesse vivido, eu não seria o que

sou hoje — o arrependimento pesava em sua voz.

— Eu não acho que você tenha se saído muito mal — disse ela

suavemente. As sobrancelhas de Castor se levantaram levemente.


— Ele nunca teria permitido que eu aceitasse a oferta de seu pai.

Apenas um canalha inconsciente teria concordado.

— Isto é verdade — disse Bella — Você é definitivamente um bastardo

sem escrúpulos — ele piscou, parecendo estar sem palavras pela primeira vez

desde que ela o conhecera. Ela sorriu — Você também é amado por seus

criados. Eu nunca vi tal lealdade.

— Eu simplesmente lhes pago bem.

— Você os respeita, quando muitos outros senhores não o fazem.

Ele encolheu os ombros.

— Eu os trato da mesma maneira que meus pais tratavam seus criados.

Ele realmente não sabia o quão extraordinário era. Bella sentiu um

enfraquecimento ainda maior de suas defesas. Não havia maneira na terra de

escapar deste arranjo com o coração ileso.

— Eu creio que Póllux gostaria que você fosse feliz — ela disse

suavemente.

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— Não sei se posso. Nem tenho certeza do que é a felicidade — ele

admitiu cansado — Eu só sei que, quando olho para você, os fardos que

carrego parecem mais leves. Só por um momento.

A respiração de Bella ficou presa enquanto seu coração inchava.

Certamente isto significava que ele sentia algo por ela. Suas próximas

palavras elevaram suas esperanças ainda mais.

— Eu nunca falei sobre esse dia, sabe. Nunca. Nem para uma única
alma.

Ela exalou lentamente, em um esforço para manter as lágrimas à

distância.

— Então eu estou feliz por você escolher me contar — ela se inclinou e

pressionou os seus lábios suavemente contra os dele, esperando que ele

reconhecesse a ternura que ela sentia por ele naquele beijo, então se levantou

e estendeu a mão — Venha para a cama comigo. Deixe-me suportar o peso de

suas inquietações e preocupações por um tempo.

Lentamente, Castor estendeu a mão e apertou a dela.

Ele lhe ajudou a se despir, deixando que ela o despisse, em seu turno,

antes de subirem na cama. Ela deitou-se de lado e ele se acomodou atrás dela,

colocando um braço em volta da cintura dela.

Bella estava quase dormindo quando ouviu a voz dele:

— Nunca me deixe, Bella — ele murmurou sonolento, seus braços

apertando ao redor dela — Eu não tenho mais ninguém.

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Ela fechou os olhos, sentindo as lágrimas picarem por trás das

pálpebras. Bella. Ele a chamou de Bella.

— Eu não vou deixar você — mas era uma mentira. Ela podia dizer a si

mesma que não tinha escolha agora, porém, uma vez que os três meses

terminassem, ela não poderia mais ser sua amante. Mesmo se ela pudesse

suportar a vergonha, sabendo que ela não tinha direito algum sobre ele, que

um dia se casaria com outra mulher, isto iria lentamente destruí-la.

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Capítulo 9

Quando ela acordou na manhã seguinte, Castor se fora. Em vez disso,

sua criada, Suzette, estava lá. Suzette a ajudou a se vestir, antes de ambas

serem levadas de volta para a casa principal na carruagem que estava

esperando do lado de fora da cabana. Bella não viu Castor naquele dia e a Sra.

Robbins informou-lhe que ele havia sido chamado para uma de suas

propriedades, onde vários arrendatários haviam perdido suas casas em um

incêndio.

Quatro dias depois, Bella estava sentada na biblioteca, com um livro

aberto na mão. Depois de ler a mesma frase três vezes seguida, ela suspirou e

fechou o livro. Ela levantou-se e caminhou até a série de janelas da biblioteca

e contemplou os magníficos jardins que se estendiam até onde a vista

alcançava. A visão da paisagem primorosamente cuidada não conseguiu

acalmá-la como de costume, enquanto novamente se perguntava quando

Castor retornaria.

A porta se abriu abruptamente e Bella se virou, assustada. Castor

encontrava-se em pé na porta, seu peito se movendo enquanto respirava

rapidamente. A tensão mantinha seu corpo tenso e ela podia ver os músculos

em seu maxilar.

— Lá em cima. Agora — ele rosnou.

Com o coração pulando em sua garganta, Bella apressadamente

concordou. Havia um brilho perigoso em seus olhos que ela nunca havia visto

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antes e parecia um pouco imprudente lembrá-lo que concordara em obedecer

a ordens dele apenas em seu quarto de dormir. Não que ele precisasse dizer-

lhe o que fazer. Ela estava mais do que disposta a aceitar o que quer que ele

lhe fizesse, pois tudo o que ele lhe fazia dava-lhe mais prazer do que ela

imaginara ser possível. No momento em que a porta se fechou atrás deles, ele

disse:

— Vá até o lado da cama e apoie-se nos seus cotovelos. Pés no chão, de


bruços — o rosto dela deve ter refletido o choque, porque ele fez uma pausa

— Você me disse na manhã depois da nossa primeira noite juntos que você se

submeteria a mim no quarto de dormir. Diga-me agora se você mudou de

ideia.

— Eu... não — ela sussurrou, o nervosismo e a excitação fazendo com

que seu coração batesse com tanta força que ela se sentiu tonta — Eu farei

como você diz — seus olhos se suavizaram.

— Vá para a cama. Rosto para baixo.

Tremendo, ela fez o que ele disse. A colcha de cetim estava fria sob as

palmas das suas mãos, o colchão afundando quando ela colocou seu peso em

seus antebraços. O leve farfalhar de roupas dizia que ele estava se despindo, e

ela estremeceu, a tensão apertando dentro dela quando o sentiu levantar as

saias e anáguas, expondo a parte inferior do corpo ao olhar dele.

— Sem calções. Boa menina — sua voz áspera fez seu núcleo pulsar.

Ele correu um dedo sobre sua fenda, a pressão mais forte do que a habitual, e

ela choramingou com o rápido movimento no clitóris. Ela enrijeceu, chocada

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quando sentiu o polegar dele circular a roseta entre suas nádegas, mas antes

que ela pudesse dizer qualquer coisa, ele se afastou. Um momento depois,

ouvi o som inconfundível de um pote sendo aberto e então ele estava atrás

dela novamente.

Bella engasgou quando sentiu Castor aplicar algo como uma emulsão

nas dobras de seu sexo. Seus dedos estavam impacientes enquanto ele

pressionava superficialmente em seu canal, massageando o creme nela. A


respiração dela vinha em fôlegos curtos e a excitação se contorcia firme em

seu ventre. Seus seios estavam inchados, pressionando firmemente contra o

espartilho.

— Eu preciso foder você agora — ele disse com os dentes cerrados,

enquanto agarrava rudemente seus quadris — Eu cuidarei de você mais tarde,

eu prometo. Acene se você compreendeu, Bella .

Ela assentiu freneticamente, um gemido baixo escapando quando ele

começou a empurrar seu pênis para dentro dela. Apesar do creme, ela estava

despreparada, resistindo à sua entrada. Ele grunhiu com o esforço e recuou

antes de avançar novamente, seu eixo abrindo caminho através do tecido

apertado e sensível. A cabeça de Bella caiu no colchão, seu corpo se sacudiu

involuntariamente quando sentiu os quadris dele descansarem contra suas

nádegas. Dentro dela, ela podia sentir seu pênis pulsando. A posição a fazia

se sentir como se houvesse um porrete dentro dela, tão grande e duro que ela

mal podia suportar.

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Ele começou a se mover, penetrando-a com golpes frenéticos, seus

quadris batendo em suas nádegas com cada impulso. Seus dedos cravaram

dolorosamente em sua carne, segurando-a ainda enquanto ele se satisfazia.

Por alguma razão, o pensamento de que, naquele momento, ela não era nada

mais que um receptáculo para seu pênis fez a excitação penetrar através dela

e seu sexo respondeu com um jorro de líquido. Castor gemeu quando a

umidade facilitou o caminho e seus impulsos começaram a ganhar


velocidade. Momentos depois, ele congelou, gemendo alto quando enterrou

seu pênis profundamente, seus quadris empurrando contra ela.

— Porra. Porra, Bella.

Sua voz rouca, rugindo a profanidade sexual, combinada com a

consciência de que ele estava derramando sua semente nela, empurrou-a para

o limite, em seu próprio orgasmo.

— Castor! — suas costas se curvaram e sua bainha convulsionou ao

redor de seu membro.

Seu corpo ainda estava atormentado por pequenos espasmos de prazer

quando ela o sentiu se afastar. Ele a virou e a deitou de costas, enquanto

tentava recuperar o fôlego. Seus olhos se arregalaram quando ela percebeu

que ele ainda estava vestido com sua camisa e calça. Castor segurou seus

tornozelos e os empurrou para cima e a percepção a atingiu. Certamente ele

não estava... ele não poderia possivelmente...

Sua respiração saiu de seus pulmões enquanto ele lentamente

pressionava seu eixo ainda ereto dentro dela. Embora a combinação de seus

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fluidos a deixasse muito molhada, a investida em seu interior ainda não era

fácil, já que os tecidos estavam agora inchados pelo orgasmo dela e os fortes

impulsos.

— Eu já lhe disse como você fica linda quando eu estou lhe tomando

assim? — seu olhar penetrou no dela quando ele entrava nela. Seus

movimentos eram lentos e lânguidos, em nítido contraste com o tom de

urgência na sua voz. Seus mamilos se apertaram. Eles ansiavam por atenção,
por sua boca sobre eles, lambendo e sugando.

Bella colocou as mãos em seus ombros, sentindo o calor abrasador de

sua pele sob o linho úmido, enquanto arqueava seus quadris para encontrar

os dele.

— Você é... — ela choramingou quando seu golpe seguinte esfregou

contra esse ponto mágico dentro dela, fazendo-a perder a linha de

pensamento momentaneamente. Ela engoliu em seco. Você é lindo também —

e ele era. Seu cabelo estava úmido de suor, suas bochechas estavam coradas

de desejo e seus olhos estavam levemente dilatados, enquanto ele a

observava. Ela não podia ver agora, mas sabia que seu peito estaria

escorregadio de suor, os músculos de seu bíceps se contraindo e se soltando

enquanto seus quadris se dirigiram para frente e recuavam.

Ele sorriu com sua declaração, exalando lentamente quando ela

levantou as pernas e uniu os tornozelos atrás de suas nádegas.

— Eu me sinto incrível com você em volta do meu pau. Macia, quente

e molhada. Eu poderia fazer isto para sempre.

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Desamparada de prazer, Bella olhou para ele. Seus encontros

anteriores ocorreram em silêncio, quebrados apenas pelos sons que ela emitia

por causa das sensações avassaladoras que ele lhe causava. Suas palavras,

ditas com aquela risada rouca que ela adorava, estavam distraindo-a. Sua

bainha se contraiu em torno de seu eixo e ele fechou os olhos brevemente.

Encorajada, ela fez isso de novo e sentiu um arrepio percorrê-lo.

Um pensamento a atingiu. Se as palavras dele a despertavam, talvez as


dela fizessem o mesmo com ele.

— Eu amo como me sinto com você dentro de mim. Enorme e duro,

me esticando tão deliciosamente — seus olhos se arregalaram um pouco e seu

impulso seguinte foi mais duro, mais profundo. Oh, sim — Você me faz sofrer

assim, e, apesar disto, cada vez que você entra em mim, você alivia esta dor e

me faz querer ainda mais, mais rápido agora. Eu senti sua falta quando você

estava fora — ela admitiu, apertando as pernas ao redor dele quando ele

começou a penetrá-la com mais confiança — Eu senti falta das suas mãos, sua

boca, seu... — sua voz vacilou.

— Pau. Diga isto, Bella — ele pediu, sua voz dura.

Ela ofegou, seus dedos cravando em seus ombros.

— Diga.

— Pau. Eu senti falta do seu pau. Ela ofegou quando ele parou para

segurar o decote de seu vestido. Ele deu um forte puxão, liberando os seios

dela para seu olhar faminto. Ela pressionou a cabeça no colchão quando ele

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inclinou a cabeça e puxou o mamilo com força, roçando-o com os dentes

enquanto o soltava. A fina pontada de dor a fez gritar.

— Diga-me que você gosta de mim batendo meu pau em você —

Castor pegou o outro mamilo entre os dentes, afligindo-o com a ponta da

língua antes de soltar — Diga-me — ele ordeneou — parando, alcançou as

pernas dela atrás dele e as soltou, empurrando-as para cima até a parte de trás

das coxas dela descansarem contra o peito dele. Ele se inclinou para frente.
— Eu gosto do seu pau batendo em m... — Bella gritou quando seu

eixo afundou mais do que nunca, a cabeça encontrando o final de seu canal —

Castor — ela engasgou, instintivamente arqueando para aliviar a pressão —.

Eu não posso.

— Cristo — ele gemeu profundamente, mostrando os dentes em uma

careta de prazer quando ele se afastou um pouco e depois empurrou para

frente novamente enquanto ela se levantava para encontrá-lo — Eu estou tão

dentro de você.

Seus corpos estavam pressionados tão fortemente que cada estocada o

colocava em contato com seu botão distendido. Seus olhos se encontraram e

se fixaram, e Bella viu dentro dos olhos de Castor uma ternura feroz que fez

seu peito doer. De novo e de novo, seu eixo afundou nela, até que ela chegou

ao clímax com um grito agudo. Seu orgasmo trouxe o dele e ela o observou

enrijecer acima dela, sua garganta tencionando, enquanto seu pênis pulsava

com sua liberação.

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Capítulo 10

Castor estava deitado de lado, observando a mulher que amava

enquanto dormia. Este era o seu momento favorito quando eles estavam

juntos. Ele gostava deles até mais do que os momentos em que eram

fisicamente íntimos ou quando passavam um tempo na companhia um do

outro. Era porque ele se deleitava com o fato de que podia observá-la para

satisfazer o seu coração. Ele estava bem ciente de que estava agindo como um

idiota, incapaz de olhar para qualquer coisa ou para qualquer outra pessoa

quando ela estava em um cômodo. Ainda se lembrava de quão desconfortável

ela parecera naquela primeira refeição que compartilharam quando não

conseguia desviar os olhos dela, incapaz de acreditar que finalmente ela

estava aqui, em sua casa.

Não ajudava que suas habilidades de conversação fossem totalmente

inadequadas. Ele não costumava conversar muito evitando reuniões sociais, a

menos que houvesse alguma vantagem financeira em participar. Era uma

maravilha que ela não houvesse tentado escapar depois de permanecer

sentada através do que devia ter parecido uma ceia interminavelmente

cansativa, com um homem que só podia falar frases empoladas e a olhara

como se fosse um lunático enlouquecido.

Ele retirou alguns fios de cabelo escuro de sua bochecha e ela se

mexeu. Mas não abriu os olhos, apenas esfregou a bochecha no travesseiro.

Assim que ele começou a relaxar, ela exalou suavemente, em seguida, sorriu,

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murmurando seu nome. Castor congelou, olhando-a, mas ela não disse mais

nada e sua respiração se estabilizou. Ela estaria sonhando com ele? Para

alguém em sua posição e com seus interesses, a habilidade de ser capaz de ler

seu oponente era inestimável. No entanto, mesmo depois de três semanas,

ainda não conseguia decifrar o que ela sentia por ele. Ela parecia não se

importar de estar em sua companhia, apesar de sua incapacidade de manter

uma conversa educada, e era uma parceira entusiasmada, que nunca tentou
esconder seu óbvio prazer ou sua resposta ao toque dele.

Ela também era direta de outras maneiras; ela nunca falhou em tornar

conhecida sua relutância ou desprazer com ele, o que ele considerava bastante

divertido. Tampouco escondia sua alegria quando ele a agradava, como no

dia em que lhe dera um livrinho de poesia que comprara por impulso numa

pequena livraria de uma cidade próxima. Quando viu que era de um de seus

poetas favoritos, ela o abraçara, quase o derrubando em sua excitação. Ela

mostrou sua gratidão de outras maneiras também, naquela noite. Mesmo

agora ele não podia acreditar como ele era sortudo em tê-la. No momento, ele

somente tinha que encontrar uma maneira de persuadi-la a ficar. O fato de ela

ter ido até ele no aniversário da morte de seu irmão gêmeo era a única coisa

que mantinha viva sua esperança.

Castor franziu a testa ao ouvir o som de uma leve batida na porta. Os

criados sabiam que ele não gostava de ser perturbado quando estava com

Bella em seu quarto. Ele saiu da cama em silêncio e caminhou até a porta,

fechando as calças enquanto fazia isto.

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— O que é?

Era Beecham. Ele parecia justificar-se: — Sinto muito, Sua Graça, mas

uma mensagem urgente para Lady Arabella acaba de ser entregue.

— Eu darei a ela — fechando a porta, virou-se e encontrou Bella

olhando para ele com os olhos sonolentos.

— O que Beecham queria?

— Uma nota chegou para você.


Ela se sentou e pegou a missiva da mão dele. Colocando o cabelo atrás

da orelha, ela abriu o selo e começou a ler.

Castor assistiu, uma sensação de mau pressentimento enchendo-o

quando o sorriso em seu rosto mudou para choque.

— Bella, o que há de errado? — quando ela não respondeu, ele

pronunciou o nome dela bruscamente — Bella.

Sua cabeça se ergueu. Ela parecia aturdida.

— Meu pai. Ele teve algum tipo de convulsão. A Sra. Lane, nossa...

governanta, acredita que eu deveria voltar imediatamente.

Não, ele queria uivar. Era muito cedo. Ele deveria ter três meses para

conquistá-la, não três semanas. Mas era o pai dela e ela não era sua

prisioneira. Recomponha-se, seu idiota.

— Eu vou ordenar que preparem a carruagem e pedir a Sra. Robbins

que organize suas coisas para serem embaladas — ela engoliu

convulsivamente, assentindo.

— Obrigada, Castor.

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Ele abriu a boca, prestes a perguntar se ela queria que ele fosse com ela

quando ela falasse novamente.

Ela saiu da cama e andou até ele.

— Eu voltarei assim que puder. Eu sei que ainda faltam cumprir dois

meses do seu acordo com meu pai.

— Não se preocupe com o acordo. Vá cuidar do seu pai — ele queria

que ela retornasse por escolha, não por causa do maldito acordo.
— Castor...

— Eu libero você do acordo, Bella. Eu considero que a dívida de seu

pai paga. Você não precisa voltar, se não quiser — apenas dizer as palavras o

fez sentir-se mal.

Ela olhou para ele, o rosto pálido.

— Eu não entendo. Eu pensei... Você quer que eu volte?

Claro que quero que você volte! Ele queria gritar. Eu quero passar o resto da

minha vida com você.

— Como eu disse, você pode fazer o que quiser — era um milagre que

ele conseguisse manter o tom de voz, até porque não conseguia respirar. Ele

mal conseguia pensar. Por favor volte. Castor olhou para baixo e se concentrou

em enfiar a camisa nos calções. Se olhasse para ela por mais tempo, ele cairia

de joelhos e imploraria para ela voltasse —. Eu lhe darei algum dinheiro para

levar com você. Se os credores do seu pai já não estiverem na porta da frente,

eles estarão em breve. 6.834 libras não é uma quantia insignificante — ele

congelou, percebendo imediatamente seu erro.

A Aposta do Duque – Elyse Huntington


Bella olhou para ele, sua confusão óbvia.

— Como você sabe o total da dívida de meu pai?

— Eu... — ele tentou pensar em uma desculpa. Qualquer desculpa Seus

olhos perfuraram os dele, procurando por respostas e ele tentou permanecer

impassível. Mas o medo de perdê-la estava causando um efeito repentino e

esmagador em seu cérebro.

A voz dela baixou.


— Há quanto tempo você sabe? Depois do jogo de cartas? — ela

respirou fundo —. Antes?

Ele tentou falar, mas nada surgiu. Desamparado, sentiu o seu pânico

multiplicar-se por cem, depois por mil, à medida que a observava pensar.

— Você sabia o quanto meu pai devia. Você sabia que ele não tinha

dinheiro e ainda assim jogou aquele jogo de cartas com ele — ela fez uma

pausa — Eu vi como você é proficiente com números. Não, — ela se corrigiu

— não proficiente. Dotado. Você é... — sua voz partiu e Castor imaginou uma

faca perfurando seu coração — Você... você armou para que meu pai perdesse

para você?

Oh, Deus. A pressão no peito dele era imensa. O suor irrompeu em sua

testa e nas palmas de suas mãos e o sangue rugia em seus ouvidos. Ele iria

perdê-la. E ele merecia seu destino. Ele era um mentiroso e um trapaceiro e

ela ia deixá-lo. Para sempre. Mesmo sabendo disto, ele não podia mentir para

ela.

— Sim — ele disse com voz rouca — Mas, Bella, eu...

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— Pare — antes ela estava pálida, porém, estava branca agora, seus

olhos cinza dilatados com o choque — Eu não posso acreditar nisto. Eu estou

aqui porque você trapaceou de propósito? Como você pôde? — a traição em

seus olhos esfolou-o e a dor resultante rasgou-o tão violentamente que seus

joelhos ameaçaram se dobrar. Bella parecia tão quebrada quanto ele se sentia.

— Mesmo depois que você me trouxe aqui, eu, de alguma forma, ainda

consegui me convencer de que você era um homem honrado, que devia ter
havido algum... algum motivo insondável para ter celebrado um acordo tão

terrível com meu pai. Eu pensei que você se importasse comigo. Mas foi tudo

apenas luxúria.

Castor finalmente encontrou sua voz. — Não — quando ela deu a ele

um olhar incrédulo, ele passou a mão trêmulo por seus cabelo — Sim, eu

desejei você. Eu queria você para mim. E eu não deveria ter feito o que fiz.

Mas eu me importo com você, Bella. Por favor — ele engoliu, estendendo a

mão para ela — Por favor, me dê outra chance. E-eu amo você.

Quando ela deu um passo para trás, ele sentiu suas esperanças se

despedaçarem, estraçalhando-se como o casco de madeira de um barco

esmagado contra pedras implacáveis. Bella balançou a cabeça, o queixo

tremendo.

— Eu não acredito em você. Você só está dizendo isto porque eu

descobri a verdade e você quer que eu retorne para que você possa continuar

com... este arranjo. Estou partindo e não voltarei.

Ele assistiu impotente enquanto ela pegava seu vestido.

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— Bella. Eu lhe imploro. Por favor. Não vá — ele ouviu o desespero

em sua voz. Ele nunca havia dito, por favor, nunca se desculpara, nunca

implorara, até conhecê-la — Por favor — ele disse novamente.

Ela caminhou até a porta, depois parou antes de se virar. Os olhos

cinzentos que encontraram o dele brilhavam com lágrimas não derramadas.

— Adeus, Castor.

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Epílogo

Semanas se passaram, depois um mês e, então, dois. Castor estava em

agonia. Pela primeira vez em sua vida, ele não sabia o que fazer. Ele começara

a escrever pelo menos uma dúzia de cartas, solicitara seu cavalo pelo menos

uma dúzia de vezes. Mas ele nunca seguiu com qualquer projeto, com medo

de que ela lhe dissesse o quanto o odiava ou que ele visse o ódio em seus

olhos. O desespero finalmente fez com que ele lhe enviasse um pacote, um

mês depois que ela partiu, na esperança de que seu presente, de alguma

forma, a levasse a escrever-lhe. No entanto, ela nunca o fez.

Castor amaldiçoou, jogando um maço de papéis em sua mesa em

frustração. Os números no livro diante dele não faziam nenhum sentido, e

isso o levava à loucura. Mesmo tarefas simples, como ditar cartas para seu

secretário, pareciam impossíveis, pois ele ficava à deriva no meio de uma

frase quando pensava em algo que Bella havia dito ou feito. Denton tentou

esconder, mas Castor percebeu que seu secretário achava que seu senhor

claramente perdera o juízo. Nunca antes sentira tanta inquietude ou achara

tão difícil se concentrar em seus negócios. Era ainda pior quando ele estava

sozinho. Fantasiava que ela estava com ele, falando sobre uma parte

interessante de um livro que estava lendo ou imaginando que estava fazendo

amor com ela de mil e uma maneiras diferentes. A dor em seu peito era uma

A Aposta do Duque – Elyse Huntington


velha amiga agora, tão fiel companheira quanto o vazio escancarado dentro

dele.

Ele tinha que vê-la. Ele poderia convencê-la a voltar para ele. Ele

compraria mais livros para ela, milhares de livros, mais livros do que ela

poderia ler se vivesse até os cem anos. E ela gostava de compartilhar sua

cama. Ele sabia disto. Ele iria seduzi-la, passar horas e horas dando prazer a

ela, até que ambos estivessem exaustos para continuar. E, no dia seguinte, ele
faria tudo de novo.

Ele tinha que vê-la antes do monólito13 financeiro que havia construído

desmoronase sob os efeitos combinados de sua distração e da preocupação

com a ausência de Bella. Castor suspirou, esfregando as têmporas enquanto

tentava mais uma vez se concentrar na primeira coluna de números. Deus, ele

era uma sombra patética de seu antigo eu. Era mortificante. Não, era mais do

que mortificante. Era aterrorizante.

Uma batida suave soou na porta, antes que ela se abrisse.

— O que foi, Beecham? — perguntou Castor, irritado, sem olhar para

cima.

A porta se fechou.

— Não é Beecham

Castor congelou. Parou de respirar. Não poderia ser.

— Castor? — um leve farfalhar de tecido se aproximava e ele engoliu,

os dedos apertando a folha de papel. Ela estava mesmo aqui? — Castor, você

13 Uma organização grande e poderosa.

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não vai olhar para mim? — soava como se ela estivesse ali mesmo, do outro

lado da mesa.

— Eu não sei se estou sonhando, mas se isto é um sonho, eu não quero

acordar — disse ele lentamente.

Ele a ouvi respirar fundo. Um momento depois, sentiu um toque

hesitante em seu antebraço, antes que fosse removido. Lentamente, bem

lentamente, ele virou a cabeça, mal ousando esperar, mal ousando respirar.
Viu a mão dela, com aqueles longos e graciosos dedos, um braço coberto por

um spencer14 de veludo azul-claro, um ombro e depois a curva suave de uma

mandíbula que ele conhecia tão bem quanto à dele.

Castor exalou lentamente, enquanto olhava para Bella, seus olhos

correndo famintos por ela. Ela estava mais magra do que quando saíra de lá e

parecia estar cansada, com sombras escuras debaixo dos olhos. Ela ficou em

silêncio, olhando fixamente em retorno para ele.

A ansiedade fez seu coração disparar e as palmas das suas mãos

ficarem úmidas. Ele não sabia o que dizer, então perguntou: — Como está seu

pai?

— Terrível — ela apertou os lábios, a raiva piscando em seus

normalmente serenos olhos cinzentos — Horrível. Ele é horrível, um homem

horrível. Ele não teve uma convulsão. Foi o que o médico me disse quando eu

finalmente pedi que viesse. Meu pai fingiu sua doença, para que eu voltasse e

fizesse todo o trabalho para ele novamente.

14 Uma jaqueta curta e justa, usada por mulheres e crianças no início do século XIX .

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A raiva subiu em Castor, mas ele implacavelmente a deteve. Ele lidaria

com a questão do pai dela mais tarde. Agora, havia algo que ele precisava

saber.

— Por que você está aqui, Bella? — perguntou em voz baixa. Ele se

forçou a permanecer impassivel, porque se ele fosse uma rocha, então, nada

que ela pudesse dizer iria devastá-lo. Ele tinha que fingir que era verdade.

Ela lambeu os lábios.


— Você disse... — sua voz sumiu. Ele observou quando ela endireitou

a coluna e levantou o queixo. Quando ela falou novamente, sua voz era mais

forte. — Você disse que eu poderia voltar, se quisesse.

Seu coração se sacudiu dolorosamente.

— Bem, eu gostaria de voltar.

Sua garganta inchou, deixando-o incapaz de falar.

Quando ele não conseguiu responder, ela engoliu convulsivamente.

— Isto é, se você ainda quiser... se me quiser aqui — sua voz era rouca,

como se ela também estivesse tomada de emoção, e ele enfiou os dedos nas

palmas das suas mãos para impedir que tremessem. Os olhos de Bella,

aqueles belos olhos cinzentos, procuraram os dele com um desespero que fez

uma centelha de esperança brilhar — Mas eu não lhe culpo se você não me

quiser de volta. Eu sei que lhe machuquei e sinto muito — ela sussurrou.

Suas palavras quebraram o feitiço do silêncio que o prendia.

— Não — ele se levantou e ela deu um passo para trás — Eu fui o

único que te machucou. Eu deveria ter dito a verdade. Eu agi de uma maneira

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desonrosa para que pudesse ter você. O que é pior, eu faria tudo de novo —

ele se preparou, esperando que ela o recriminasse; pior, que o acusasse e

olhasse para ele com desgosto. Mas Bella se aproximou, assim como ela havia

feito naquela manhã há muito tempo. E, assim como antes, seu coração

disparou enquanto esperava que ela falasse.

— Você me queria tanto assim?

Ele assentiu com a cabeça bruscamente.


— Eu ainda quero. Por favor, Deus, não deixe que isso seja um sonho.

— E você ainda me ama? — sua voz tremia. Seu corpo inteiro tremia e

ele colocou suas mãos nos braços dela para acalmá-la, incapaz de suportar sua

agitação.

— Eu sempre amarei você — sua voz era forte e segura para que não

houvesse dúvidas sobre a sua convicção.

— Castor — Bella segurou o casaco dele com suas mãos e se levantou

na ponta dos pés, pressionando a boca com força contra a dele.

O beijo deles foi selvagem, desesperado e confuso, cheio do amor e da

necessidade que nenhum dos dois conseguia expressar plenamente. Foi um

beijo glorioso.

Demorou muito para se separarem e, mesmo assim, Castor manteve os

braços ao redor dela. Na verdade, ele tinha certeza de que nunca mais a

deixaria ir. Ela sorriu.

— Eu recebi seu presente — o peito de Castor ficou apertado.

— Você gostou? — ela olhou incrédula para ele.

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— Duas caixas inteiras de livros? Eu pensei que havia morrido e ido

para o céu! Claro que adorei! — ele não pôde segurar seu sorriso diante do

entusiasmo dela.

— Eu pensei que você gostaria. Eu vi o estado dos livros que você

trouxe com você.

— Foi o presente mais incrível que já recebi — ela inclinou a cabeça

ligeiramente para trás para poder olhá-lo — Eu espero que você tenha algum
espaço extra na sua biblioteca, porque eu os trouxe de volta comigo.

Surpreso, ele olhou para ela.

— Por que você fez isto?

— Bem, considerando que planejava ficar aqui em um futuro

previsível15, pensei em lê-los.

Castor ficou sem palavras. Ele olhou para a linda mulher em seus

braços. — Em um futuro previsível?

— Sim — ela deslizou os braços ao redor de seu pescoço e pressionou

seu corpo contra o dele — Isto é, até que você me peça para partir.

— Por que diabos eu lhe pediria para partir? — seus olhos

escureceram.

— Um dia, você precisará de um herdeiro e... — sua voz tremeu, antes

que se recuperasse — E então eu terei que ir.

— Não — ele disse com força.

15 Foreseeable, no original. Utilizado pela personagem no sentido de que ficaria por muito tempo, além do qual

ninguém poderia dizer o que aconteceria.

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— Castor, estou disposta a ser sua amante, mas não posso ficar com

você sabendo que tem uma esposa. Que você está... com ela — a angústia

profunda em seus olhos cinzentos fez com que ele apertasse seus braços ao

redor dela. Ela devia amá-lo, para ficar assim.

— A única esposa que tomarei está bem aqui, em meus braços. Se ela

quiser me ter.

Bella piscou. Ela começou a sacudir a cabeça.


— Não provoque, Castor. Eu não posso suportar isto.

— Querida, eu não iria lhe provocar sobre algo assim.

— Você quer se casar comigo? — Eu queria que você fosse minha

esposa desde que eu lhe vi, há cinco anos atrás.

Sua testa franziu.

— Nos Anstruthers — ela disse lentamente — Minha primeira

temporada. Mas por que você não se aproximou de mim, então?

— Eu estava prometido a alguém na época. E eu teria terminado com

ela para ter você, mas era um arranjo feito desde que éramos crianças.

Bella engoliu em seco.

— Você se casou com ela?

— Não. Ela e sua família tiveram tuberculose e morreram quando

estavam na França. Quando saí do luto, você estava de volta ao campo,

cuidando da sua mãe.

— Você sabia da doença da minha mãe?

— Eu fiz minha a missão de saber tudo sobre você e seu pai.

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Ela deu-lhe um olhar questionador.

— Você realmente faria tudo de novo para me ganhar?

O coração dele deu uma cambalhota.

— Eu reviveria o dia em que perdi a minha família, se isso significasse

que poderia ter você em meus braços pelo resto da minha vida — disse ele

com voz rouca.

Os olhos dela ficaram repletos de lágrimas.


— Eu amo você.

Com o coração contraindo, ele respondeu: — E eu amo você.

Bella acariciou sua bochecha ternamente, então inclinou a cabeça para

um lado, olhando curiosamente para ele.

— Por que você não veio e me cortejou em vez de construir este

elaborado plano? Castor arqueou uma sobrancelha, sentindo a tensão

deixá-lo. Ela ia ficar.

— Você me magoa se considerar o jogo de cartas elaborado.

Bella revirou os olhos.

— Oh, como eu poderia ter esquecido por um momento sua incrível

inteligência? — ela gritou quando ele recompensou sua observação insolente

fazendo-lhe cócegas em seus lados.

— Havia duas razões pelas quais eu concebi este plano. Eficiência e

orgulho. Eu não queria me arriscar a ferir meu orgulho e sentimentos se

tivesse lhe cortejado e, ainda assim, você decidisse não se casar comigo. Meu

plano era o meio mais rápido de colocá-la na minha cama. Mas eu sabia que,

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mesmo com você lá, não havia certeza de que ficaria comigo — ele hesitou e

depois se forçou a continuar — Eu estava com medo de que, se descobrisse a

verdade, você fosse embora. E então você foi.

Os lábios dela se separaram.

— Oh, Castor — ela estendeu a mão e acariciou sua bochecha

ternamente.

— Você está... — ele engoliu, procurando as palavras certas para fazer


a pergunta — Você teve seu período? — Bella pareceu surpresa, então

começou a abrir a boca. Porém, antes que ela pudesse dizer uma palavra, ele

falou rapidamente — Eu não tomei nenhuma precaução quando me deitei

com você.

Ela umedeceu os lábios antes de sacudir a cabeça devagar.

— Eu não estou grávida — seus olhos cinzentos procuraram os dele —

Você esperava que eu estivesse grávida?

— Eu esperava — suas mãos apertaram sua cintura — Eu pensei que,

se carregasse meu filho, você ficaria — vergonha e constrangimento correram

através dele —. Perdoe-me — ele disse asperamente — Eu não tinha o direito

de fazer isto. Eu estava tão desesperado para mantê-la.

Ela olhou para ele por um longo momento. E então ela sorriu. Ele

sentiu a constrição em torno de seu peito aliviar.

— Como eu poderia não lhe perdoar quando você diz estas coisas?

Mas você deve prometer que não recorrerá a outros meios dissimulados para

que você possa conseguir o que deseja.

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Castor estremeceu.

— Eu devo?

— Bella estreitou os olhos.

— Eu... — ele balançou a cabeça — Eu não posso. Você não entende,

Bella. Eu faria qualquer coisa, tudo para mantê-la.

Ela deu um suspiro resignado, mas seus olhos eram excessivamente

suaves.
— Oh, muito bem — ela mordeu o lábio, parecendo incerta — Eu

estava me perguntando se... se você me deixaria trazer a Sra. Lane,

Wordsworth, Smithy e Ellie para cá? — ela perguntou hesitante — Eu

prometo que eles são muito diligentes e eles vão fazer jus ao seu sustento.

Tenho que lhe dizer que Smithy é bastante idoso, mas tenho certeza de que

posso encontrar algo para ele fazer — acrescentou ela apressadamente.

— Querida — disse Castor — você pode trazer quem quiser. E se for

da preferência de Smithy, terei todo o prazer em lhe fornecer uma anuidade,

para que não precise mais trabalhar.

— Você faria isto por mim?

Castor sorriu.

— Eu lhe traria a lua se você me pedisse.

Bella balançou a cabeça lentamente, como se estivesse perplexa.

— Eu não tinha absolutamente nenhuma ideia de que você sentia algo

por mim. Na primeira vez que lhe vi nesta sala, você agiu como se não

estivesse afetado pela minha presença.

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Castor olhou para ela e desatou a rir. Sem soltá-la, ele inclinou-se e

abriu uma gaveta da sua mesa e tirou uma folha de papel. Ele entregou a ela,

ainda rindo. A testa de Bella se enrugou.

— O que é isto?

— Isto — ele disse, sorrindo como um tolo — é como eu não fui

afetado quando você estava diante de mim.

— Mas... é apenas um rabisco sem sentido — então a compreeensão


apareceu em seu rosto — Oh!

— Oh! — sua voz era irônica.

Ela riu.

— Eu pensei que você fosse tão incrivelmente rude, ignorando-me

daquele modo.

— Eu estava desesperadamente tentando me impedir de pular sobre a

mesa, puxá-la em meus braços e beijá-la insensatamente.

Bella olhou para ele, seus olhos brilhando.

— Eu não me importarei se você decidir fazer isto agora. Mas não há

necessidade de saltar sobre a mesa. Apenas o puxar e o beijo servirão — ela

fez uma pausa — E talvez algumas outras atividades adicionais.

Castor arqueou uma sobrancelha.

— Tais como?

Seu sorriso era infinitamente perverso. Descobriu-se, no entanto, que

não era nem de longe tão perverso quanto suas sugestões.

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Com as quais o Duque de Avalon estava mais do que feliz em

concordar.

Afinal, ele acabara de ganhar a aposta mais importante de sua vida.

Fim

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