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Fisioterapia na Unidade

Hospitalar
(FUH)
Prof.° José Sidney Dias Júnior
8º encontro de 2019.2
Caso Clínico
• Paciente F.N.M., 40 anos de idade, sexo masculino, casado, piloto de avião,
com histórico de viagem recente para a Argentina, foi admitido no Hospital
da Faculdade Anhanguera do Rio Grande (HFARG) em junho de 2019, com
queda do estado geral, dispneia, vômitos e diarreia. Previamente hígido,
vinha bem há até 6 dias, quando teve início quadro de prostração e tosse
produtiva. Nos 5 dias precedentes à internação, também apresentou febre
alta e odinofagia. Foi avaliado na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento)
em duas ocasiões durante o período sintomático, não sendo observados
sinais de alerta nem alterações significativas nos exames laboratoriais. O
teste rápido para influenza A e B resultou negativo nas 2 vezes. Ex-
tabagista, negava etilismo e uso de drogas ilícitas. A única medicação de
uso regular era escitalopram. Não havia registro de internações, trauma ou
intervenções cirúrgicas recentes.
Caso Clínico
• Na admissão em unidade de emergência, apresentava:
• pressão arterial (PA) = 98/54 mmHg; •
• frequência cardíaca (FC) = 94 bpm;
• SatO 2 = 91% (ar ambiente);
• temperatura axilar = 37,7°C;
• exame físico: ausculta pulmonar com estertores crepitantes em terço inferior
e médio do pulmão direito, sem outras alterações relevantes;
• radiografia de tórax: evidenciou consolidações em ambas as bases, sobretudo
à direita.
Caso Clínico

Evolução radiológica. (A) 48 horas antes da internação. (B) Admissão hospitalar. (C) Após intubação
orotraqueal.
Caso Clínico
• Conduta
• Após coleta de culturas, foi iniciada antibioticoterapia empírica com ceftriaxona +
claritromicina associada à administração de corticosteroide endovenoso. O paciente
foi transferido à unidade de terapia intensiva (UTI) para vigilância respiratória. A
avaliação laboratorial inicial revelou bicitopenia (plaquetopenia 104 × 103 e
leucopenia 2,7 × 103 – 405 linfócitos) e hipoxemia (PO2 = 68 mmHg sob máscara de
Venturi 50%).
• Lactato, função renal, troponina, bilirrubina e provas de coagulação não
apresentaram alterações. Durante as primeiras 24 horas, evoluiu estável, mas com
necessidade de oxigênio suplementar contínuo. Após 24 horas de internação, houve
alteração no padrão do escarro, que passou de purulento a hemoptoico. O paciente
evoluiu rapidamente com insuficiência respiratória hipoxêmica e necessidade de
assistência ventilatória mecânica. Após a intubação, observou-se saída de secreção
hemorrágica abundante pela cânula orotraqueal. A relação PaO2/FiO2 era de 63
(FiO2 = 100%) e a imagem radiológica mostrava infiltrado pulmonar difuso bilateral
(Figura C).
Evolução laboratorial
Variável Referência Admissão Dia 2 VMRA** Dia 3 Dia 5 Dia 7 Dia 10
pH 7,35 a 7,45 7,45 7,39 7,31 7,34 7,39 7,42 7,46
PaCO2 35 a 45 32,8 42,8 46,6 47,9 46,7 50,1 43,5
(mmHg)
PaO2 92 (estimada 68,1 55 82,3 89,6 82,8 114 69
(mmHg) pela idade)
HCO3 24 a 28 22,2 25,1 23,3 25,3 27,7 32,1 31
(mEq/L)
SaO2 (%) 94 a 95 93,7 87 96 97,3 96,9 98,4 93,7
PaO2/FiO2 >400 136 70 205 199 236 253 152
Hb/Ht 13,5 a 17,5 / 13,2/37,1 12/34,1 - 12,4/35,7 10/27,9 9,2/26,4 11,5/33
(g/dL/%) 41 a 53
Plaquetas x 150 a 400 104 111 - 7,1 5,2 5,1 16,1
10³/u
Leucócitos - 2,7 3,8 - 7,1 5,2 5,1 16,1
x 10³/u
Linfócitos - 405 342 - 568 260 306 644
** Em Ventilação Mecânica, após manobra de recrutamento alveolar.

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