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Poulenc
Poulenc
No inicio do séc. XX ocorreu a Primeira Guerra Mundial, provocando grandes mudanças não
só no pensamento e nas atitudes como no contexto das artes em geral, fazendo com que a geração
após guerra começasse a pensar de maneira diferente. Em contraste com o espírito subjetivo e
emocional que existia, surgiu a limpidez da música neoclássica. Compositores começaram a
escrever a partir de novos caminhos e um destes tinha por base a música antiga, um movimento que
foi chamado de neoclassicismo. Este era “...uma espécie de novo Classicismo...” (Michels, 2007,
p.533), que surgiu como reação contra a luxúria do Romantismo, incluindo o Impressionismo e o
Expressionismo. A atitude anti-romântica faz com que essa corrente retorne aos conceitos musicais
anteriores ao Romantismo, principalmente os do séc. XVIII, tratados porém com um espírito de
paródia afetuosa. Volta-se a adotar os modos de execução, formas e géneros do Barroco e do Pré-
Classicismo, tal como a suite, o concerto, a sinfonia, a sonata, mas apenas como meras peças
musicais, onde vão buscar elementos do passado e descontextualizam-nos.
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pp en pauvre souffle, avec beaucoup de mal
Francis Poulenc (1899-1963) foi um compositor e pianista francês que nasceu de uma família
que apreciava e tocava música. Através da sua mãe, Poulenc começou a tocar piano aos cinco
anos.
Estudou piano com Ricardo Viñes e, através deste, conheceu Erik Satie, que se viria a
tornar uma grande influência para o compositor. Durante a primeira parte da sua carreira, a
simplicidade e objetividade da sua escrita, fez com que muitos críticos não o
credibilizassem. Contudo, após a Segunda Guerra Mundial, a ausência de complexidade
linguística na sua música não justificava uma falta de musicalidade e/ou técnica (Nichols,
1980, p.163).
Poulenc foi talvez o mais aficionado para os objetivos do grupo, estabelecidos pelo
mentor Jean Coteau: a simplicidade, a elegância e a modernidade sofisticada, que apenas
esporadicamente os outros membros do grupo praticavam. Poulenc escreveu para o teatro
muito mais tarde que os seus colegas do Grupo dos Seis. Nesta área, todas as sua obras
dramáticas são compostas após a Segunda Grande Guerra, sem apresentar características
revolucionárias nem novas técnicas. Segundo Grout (1988), o compositor testemunha um
sentido perfeito do teatro (p. 715).
Num ponto de vista geral, a partir de sensivelmente 1930, Poulenc atinge uma nova
maturidade que foi antecipada devido ao reencontro com o cantor Pierre Bernac e a morte
de Pierre-Octave Ferroud. Consequentemente, Poulenc redescobriu a sua fé católica
romana, substituindo a natureza irónica do neoclassicismo pela profundidade espiritual,
compondo uma série de obras sacras. Deste modo, teve uma “...tendência para abandonar o
aspeto por assim dizer brincado e gratuito da sua arte, a fim de lhe conferir maior seriedade
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Obra dedicada a Erik Satie
de intentos, uma expressão mais humana e um estilo mais castigado” (Borba & Lopes
Graça,1999, p 405). Os mesmos autores afirmam ainda que é no campo da música vocal que
este revela mais o seu talento, onde identifica perfeitamente os mais belos textos de poetas
antigos e contemporâneos, traduzindo nas suas canções com piano a sua finura, a
plasticidade da linha melódica, ligando a isto “...um perfeito sentido de prosódia e uma aguda
penetração do sentido dos poemas”(Borba, 1999, p.405).
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Defending the ‘classical’ Stravinsky against the ‘Messienistes’ and achieving a brilliant success with his first opera Les
marmelles de Tirésias
1.1- Neoclassicismo, Grupo dos Seis e Erik Satie
No inicio do séc. XX ocorreu a Primeira Guerra Mundial, provocando grandes mudanças não
só no pensamento e nas atitudes como no contexto das artes em geral, fazendo com que a geração
após guerra começasse a pensar de maneira diferente. Em contraste com o espírito subjetivo e
emocional que existia, surgiu a limpidez da música neoclássica. Compositores começaram a
escrever a partir de novos caminhos e um destes tinha por base a música antiga, um movimento que
foi chamado de neoclassicismo. Este era “...uma espécie de novo Classicismo...” (Michels, 2007,
p.533), que surgiu como reação contra a luxúria do Romantismo, incluindo o Impressionismo e o
Expressionismo. A atitude anti-romântica faz com que essa corrente retorne aos conceitos musicais
anteriores ao Romantismo, principalmente os do séc. XVIII, tratados porém com um espírito de
paródia afetuosa. Volta-se a adotar os modos de execução, formas e géneros do Barroco e do Pré-
Classicismo, tal como a suite, o concerto, a sinfonia, a sonata, mas apenas como meras peças
musicais, onde vão buscar elementos do passado e descontextualizam-nos.
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pp en pauvre souffle, avec beaucoup de mal
Francis Poulenc (1899-1963) foi um compositor e pianista francês que nasceu de uma família
que apreciava e tocava música. Através da sua mãe, Poulenc começou a tocar piano aos cinco
anos.
Estudou piano com Ricardo Viñes e, através deste, conheceu Erik Satie, que se viria a
tornar uma grande influência para o compositor. Durante a primeira parte da sua carreira, a
simplicidade e objetividade da sua escrita, fez com que muitos críticos não o
credibilizassem. Contudo, após a Segunda Guerra Mundial, a ausência de complexidade
linguística na sua música não justificava uma falta de musicalidade e/ou técnica (Nichols,
1980, p.163).
Poulenc foi talvez o mais aficionado para os objetivos do grupo, estabelecidos pelo
mentor Jean Coteau: a simplicidade, a elegância e a modernidade sofisticada, que apenas
esporadicamente os outros membros do grupo praticavam. Poulenc escreveu para o teatro
muito mais tarde que os seus colegas do Grupo dos Seis. Nesta área, todas as sua obras
dramáticas são compostas após a Segunda Grande Guerra, sem apresentar características
revolucionárias nem novas técnicas. Segundo Grout (1988), o compositor testemunha um
sentido perfeito do teatro (p. 715).
Num ponto de vista geral, a partir de sensivelmente 1930, Poulenc atinge uma nova
maturidade que foi antecipada devido ao reencontro com o cantor Pierre Bernac e a morte
de Pierre-Octave Ferroud. Consequentemente, Poulenc redescobriu a sua fé católica
romana, substituindo a natureza irónica do neoclassicismo pela profundidade espiritual,
compondo uma série de obras sacras. Deste modo, teve uma “...tendência para abandonar o
aspeto por assim dizer brincado e gratuito da sua arte, a fim de lhe conferir maior seriedade
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Obra dedicada a Erik Satie
de intentos, uma expressão mais humana e um estilo mais castigado” (Borba & Lopes
Graça,1999, p 405). Os mesmos autores afirmam ainda que é no campo da música vocal que
este revela mais o seu talento, onde identifica perfeitamente os mais belos textos de poetas
antigos e contemporâneos, traduzindo nas suas canções com piano a sua finura, a
plasticidade da linha melódica, ligando a isto “...um perfeito sentido de prosódia e uma aguda
penetração do sentido dos poemas”(Borba, 1999, p.405).
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Defending the ‘classical’ Stravinsky against the ‘Messienistes’ and achieving a brilliant success with his first opera Les
marmelles de Tirésias
“Não se lhe ficou a dever nenhum enriquecimento da técnica
musical, mas ele atinge sempre o seu objetivo de maneira admirável,
quer se trate de comover ou seduzir”(Candé, 2004, p.293).
Bibliografia
NICHOLS, R. (1980). «Francis Poulenc» in The New Grove, Dictionary of Music and
Musicians. vol.15. London: Macmillan Editor. pp.163-169.
NIOMAR (2013, Agosto 12). Pianomusici. Consultado em Outubro 23, 2019 em:
http://pianomusici.blogspot.pt/2013/08/eric-satie-e-o-neoclassicismo.html