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Vamos, então, diferenciar fala de escrita, a fim de que possamos ficar mais
sensíveis na utilização de cada uma:
Fala: O emissor utiliza o vocabulário para falar, mas ele também pode se respaldar em
outros códigos linguísticos, como: entonação de voz, gestos, interação com o meio,
reações diversas, especialmente com a face. Além disso, a tendência ao falar é de repetir
as ideias, no intuito de reforçar seu ponto de vista para o ouvinte. Não há também a
preocupação exacerbada em se colocar todos os acentos e vírgulas nos devidos lugares,
mesmo porque a entonação é quem faz o papel de transmitir o significado almejado.
Koch (2008) oferece um esquema da estruturação da visão dicotômica, que ilustra as mais frequentes
diferenças entre fala e escrita apontadas na literatura, e que apresentamos a seguir:
Fala Escrita
Contextualizada descontextualizada
Implícita explícita
Redundante condensada
Não-planejada planejada
Fragmentada não-fragmentada
Incompleta completa
Planejamento simultâneo ou
quase simultâneo
Planejamento anterior à
produção
Impossibilidade de
apagamento Possibilidade de revisão
para operar correções
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Cada indivíduo, além de conhecer o que fala, conhece também o que os outros falam; é por isso que
somos capazes de dialogar com pessoas dos mais variados graus de cultura, embora nem sempre a
linguagem delas seja exatamente como a nossa.
Variedade linguística:
Variação dialetal
- Na dimensão territorial ou regional representam a variação que acontece entre pessoas de diferentes
regiões em que se fala a mesma língua.
- Na dimensão social representam as variações que ocorrem de acordo com a classe social a que
pertencem os usuários da língua.
- Na dimensão da idade representam as variações de acordo com a idade de quem fala. ( idosos, jovens,
crianças, adultos)
- Na dimensão da geração ou histórica são mais percebidas na língua escrita, por causa do registro, que as
faz permanecer no tempo.
Níveis da fala
Devido ao caráter individual da fala, é possível observar alguns níveis:
1. Nível coloquial-popular: é a fala que a maioria das pessoas utiliza no seu dia a dia, principalmente em
situações informais. Esse nível da fala é mais espontâneo, ao utilizá-lo não nos preocupamos em saber se
falamos de acordo ou não com as regras formais estabelecidas pela língua.
2. Nível formal-culto-padrão: é o nível da fala normalmente utilizado pelas pessoas em situações formais.
Caracteriza-se por um cuidado maior com o vocabulário e pela obediência às regras gramaticais
estabelecidas pela língua.
Norma culta ou padrão: É a língua padrão, a variedade linguística de maior prestígio social.
Norma popular ou coloquial: São todas as variedades linguísticas diferentes da padrão.
LÍNGUA FALADA
Língua coloquial
É a língua espontânea, usada para satisfazer as necessidades vitais do falante sem muita
preocupação com as formas linguísticas. É a língua cotidiana, que comete pequenos - mas
perdoáveis - deslizes.
A COMUNICAÇÃO
Elementos da Comunicação
1) Linguagem: gestos, batidas, desenhos, palavras, é todo esse conjunto de símbolos que utilizamos para
nos comunicar.
2) Linguagem verbal: conjunto de símbolos articulados por meio de palavras, sejam elas orais ou
escritas.
3) Linguagem não verbal: utiliza símbolos que não dependem de palavras e sim de imagens, (cores,
gestos, desenhos) e de sons (músicas, batidas).
4) Língua: conjunto de regras, combinadas e articuladas entre si, o qual possibilita a uma comunidade
(Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe) utilizar-se da
linguagem para comunicar-se. É um código linguístico: a Língua Portuguesa.
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5) Fala: realização concreta da língua, feita por um indivíduo da comunidade num determinado momento.
6) Signo Linguístico: Significante (expressão ou forma) + significado (conceito ou idéia).
7) Denotação: sentido objetivo (pedra).
8) Conotação: sentido figurado (Ele é uma pedra em meu caminho).
E a escrita???
Na verdade nunca se escreveu tanto quanto hoje em dia:
Os computadores e a Internet, em vez de diminuírem a relação dos homens com a palavra escrita, como se
imaginava, provocou o aumento de seu uso.
Por isso, mais do que nunca, é preciso saber usar a linguagem de forma adequada, comunicando o que se
deseja, evitando mal-entendidos e expressando-se sem incorrer em erros grosseiros.
A princesa Diana já passou poucas e boas, tipo quando seu ex-marido, Charles, teve um love affair com
Lady Camille, revelado para Deus e o mundo.
A princesa Diana passou por momentos desagradáveis, quando seu ex-marido, o príncipe Charles, teve seu
caso amoroso com Lady Camille, revelado ao mundo.
Vícios de Linguagem: são os desvios em relação à norma padrão da língua, que comprometem a
qualidade do texto. E são muitos...vejamos alguns mais usados...
Ex.: Shopping Center, on sale, 50% off, fashion, hot dog, startar, acessar, deletar.
3) Prolixidade: é o antônimo de concisão. É utilizar mais palavras do que o necessário para exprimir uma
ideia.
Ex.: Venho por meio desta informar que ...
Ex.:
a) Fazem dois meses.
b) Ela foi no banco.
c) Chegou em Brasília.
d) Levei meu filho no cinema.
Ex.:
a) os documento
Atividade Prática
Leia o anúncio:
a) Na parte superior do anúncio, há um texto escrito à mão, voltado diretamente a um receptor. Esse texto
apresenta determinado tipo de variedade lingüística. Determine a variação lingüística encontrada e justifique
a sua resposta.
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b) Reescreva o bilhete acima usando a linguagem formal.
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Assaltante Nordestino
–Ei, bichin… Isso é um assalto… Arriba os braços e num se bula nem faça muganga… Arrebola o dinheiro no
mato e não faça pantim se não enfio a peixeira no teu bucho e boto teu fato pra fora! Perdão, meu Padim
Ciço, mas é que eu to com uma fome da moléstia…
Assaltante Baiano
– Ô meu rei… (longa pausa) Isso é um assalto… (longa pausa). Levanta os braços, mas não se avexe não…
(longa pausa). Se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado… Vai
passando a grana, bem devagarinho… (longa pausa). Num repara se o berro está sem bala, mas é pra não ficar
muito pesado… Não esquenta, meu irmãozinho (longa pausa). Vou deixar teus
documentos na encruzilhada…axé......só num se avexar, biximmmmmmm....
Assaltante Paulista
– Orra, meu… Isso é um assalto, meu… Alevanta os braço, meu… Passa a grana logo, meu… Mais rápido,
meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta pra comprar o
ingresso do jogo du Curinthians, meu… Curintão meu ...
Pó, se manda, meu…nóis é nois, meu....timão meu.....
3. Leia o fragmento a seguir e reescreva-o aplicando a norma culta-padrão corretamente. ( Use o verso da folha)
Naum vai te mais problema ningem vai te mais eça barera pra çua açençaum çoçiau e
çegurança pçikolojika todu mundu vai iskreve sempre çertu i çi intende muitu melio i di
forma mais façiu e finaumenti todu mundu no Braziu vai çabe iskreve direitu ate us jornalista
us publiçitario us blogeru us adivogado us eskrito i ate us politiko i u prezidenti olia ço ki
maravilia
4. Diante dos enunciados que seguem, analise-os, apontando qual o vício de linguagem predominante:
A – Peguei o ônibus correndo. ______________________________________
B – Aquele ambiente é bastante aconchegante, que tal fazermos um happy-hour, ou talvez um breakfast?
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6. Certos provérbios e expressões populares fazem uso da conotação. Procure captar o sentido de cada um
desses provérbios e reescreva-os em linguagem denotativa.
1) Há – 3ª pessoa do singular do verbo Haver; pode ser substituído por tem, indica tempo passado.
Emprego de:
Mau: significa “ruim, de má índole, de má qualidade”. Opõe-se a bom e apresenta a forma feminina má.
Adjetivo (bom).
Exemplo: Não é mau sujeito.
Emprego de:
Senão: indica caso contrário
Emprego de:
A fim de: locução prepositiva, que Indica finalidade.
Emprego de:
Acerca de: significa “as respeito de”, sobre.
Exemplo: Há cerca de uma semana, discutíamos uma melhora saída para o caso.
Emprego de:
Sessão: é um intervalo de tempo que dura uma reunião, uma assembléia.
Exemplo: Assistimos a uma sessão de cinema.
Emprego de:
Mas: conjunção, equivale a contudo, todavia, entretanto
Emprego de:
Ao invés de: significa “ao contrário de”
Exemplo: Ao invés do que previu a meteorologia, choveu muito ontem.
Atividades práticas
1) Complete as frases abaixo empregando porque, por que, porquê ou por quê:
cumprimento - comprimento – conserto – concerto – acento – assento – cavaleiro cavalheiro – cesta - sexta
6) Lembrando-se que há (verbo haver) indica tempo passado e a (preposição), tempo futuro,
complete as frases abaixo:
Circuito Fechado
Ricardo Ramos
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma,
creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente,
toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos,
telefone, agenda, copo com lápis, caneta, blocos de notas, espátula, pastas, caixa de
entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara
pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques,
memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras,
esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes,
xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi.
Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo. xícara. Maço de
cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis,
telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, gravata, paletó. Carteira,
níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos.
Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta,
carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, externo, papéis, prova de
anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone,
caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta.
Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista.
Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo.
Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras,
camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama,
travesseiro.
REFORMA ORTOGRÁFICA!
Cynthia Feitosa
Eis aqui um programa de cinco anos para resolver o problema da falta de autoconfiança do
brasileiro na sua capacidade gramatical e ortográfica. Em vez de melhorar o ensino, vamos facilitar
as coisas, afinal, o português é difícil mesmo. Para não assustar os poucos que sabem escrever,
nem deixar mais confusos os que ainda tentam acertar, faremos tudo de forma gradual.
No primeiro ano, o "Ç" vai substituir o "S" e o "C" sibilantes, e o "Z" o "S" suave. Peçoas que
açeçam a internet com freqüênçia vão adorar, prinçipalmente os adoleçentes. O "C" duro e o "QU"
em que o "U" não é pronunçiado çerão trokados pelo "K", já ke o çom é ekivalente. Iço deve akabar
kom a konfuzão, e os teklados de komputador terão uma tekla a menos, olha çó ke koiza prátika e
ekonômika.
Haverá um aumento do entuziasmo por parte do públiko no çegundo ano, kuando o
problemátiko "H" mudo e todos os acentos, inkluzive o til, seraum eliminados. O "CH" çera
çimplifikado para "X" e o "LH" pra "LI" ke da no mesmo e e mais façil. Iço fara kom ke palavras como
"onra" fikem 20% mais kurtas e akabara kom o problema de çaber komo çe eskreve xuxu, xa e
xatiçe.
Da mesma forma, o "G" ço çera uzado kuando o çom for komo em "gordo", e çem o "U" porke
naum çera preçizo, ja ke kuando o çom for igual ao de "G" em "tigela", uza-çe o "J" pra façilitar ainda
mais a vida da jente.
No terçeiro ano, a açeitaçaum publika da nova ortografia devera atinjir o estajio em ke
mudanças mais komplikadas seraum poçiveis.
O governo vai enkorajar a remoçaum de letras dobradas que alem de desneçeçarias çempre
foram um problema terivel para as peçoas, que akabam fikando kom teror de soletrar. Alem diço,
todos konkordam ke os çinais de pontuaçaum komo virgulas dois pontos kraze aspas e traveçaum
tambem çaum difíçeis de uzar e preçizam kair e olia falando çerio já vaum tarde.
No kuarto ano todas as peçoas já çeraum reçeptivas a koizas komo a eliminaçaum do plural
nos adjetivo e nos substantivo e a unificaçaum do U nas palavra toda ke termina kom L como fuziu
xakau ou kriminau ja ke afinau a jente fala tudo iguau e açim fika mais faciu. Os kariokas talvez naum
gostem de akabar com os plurau porke eles gosta de eskrever xxx nos finau das palavra mas vaum
akabar entendendo. Os paulista vaum adorar. Os goiano vaum kerer aproveitar pra akabar com o D
nos jerundio mas ai tambem ja e eskuliambaçaum.
No kinto ano akaba a ipokrizia de çe kolokar R no finau dakelas palavra no infinitivo ja ke
ningem fala mesmo e tambem U ou I no meio das palavra ke ningem pronunçia komo por exemplo
roba toca e enjenhero e de uzar O ou E em palavra ke todo mundo pronunçia como U ou I, i ai im vez
di çi iskreve pur ezemplu kem ker falar kom ele vamu iskreve kem ke fala kum eli ki e muito milio
çertu ? os çinau di interogaçaum i di isklamaçaum kontinuam pra jente çabe kuandu algem ta
fazendu uma pergunta ou ta isclamandu ou gritandu kom a jenti e o pontu pra jenti sabe kuandu a
fraze akabo.
Naum vai te mais problema ningem vai te mais eça barera pra çua açençaum çoçiau e
çegurança pçikolojika todu mundu vai iskreve sempre çertu i çi intende muitu melio i di forma mais
façiu e finaumenti todu mundu no Braziu vai çabe iskreve direitu ate us jornalista us publiçitario us
blogeru us adivogado us eskrito i ate us politiko i u prezidenti olia ço ki maravilia
1) Na sua opinião, a autora está fazendo uma proposta séria ou está sendo irônica?
2) O texto tem a peculiaridade de ir aplicando, à medida que avançam os parágrafos, as novas regras de
simplificação propostas. Você achou fácil a leitura do último parágrafo, onde estão presentes todas essas
regras?
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3) O texto começa dizendo que o português é uma língua difícil. Você concorda com essa afirmação?
Quais são suas maiores dificuldades na escrita da Língua Portuguesa?
b) O que significa acabar com o "d" do gerúndio? Dê exemplos, seguindo o raciocínio da autora, de como os
goianos pronunciam o gerúndio.
c) Você acha que essas características da fala estão relacionadas apenas a esses estados? Na sua região,
como é pronunciado o plural? E os gerúndios? E os infinitivos são pronunciados com ou sem o "r"?
CRASE
Definição Crase
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REGRAS PRÁTICAS
1- Primeira regra prática :
Ocorre a crase sempre que , ao se substituir a palavra feminina por uma
masculina , aparece a combinação ao:
Exemplo = Amanhã iremos ao colégio - Amanhã iremos à escola .
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2- Segunda regra prática :
Para verificar a ocorrência do artigo a , transforma-se a palavra
( a respeito da qual haja dúvida ) em sujeito de uma oração qualquer :
Exemplo = Iremos todos a Brasília ( ? ) ou Iremos todos à Brasília ( ? )
A palavra Brasília como sujeito : o Brasília foi concebida por Lúcio Costa
e Niemeyer. = Brasília foi concebida por Lúcio Costa e Niemeyer .
Logo : Iremos todos o Brasília .
Observe que nomes de cidade não admitem , em geral , qualquer artigo .
Porém modificados por adjunto adnominal , passam a admiti-lo .
Exemplo = Retornarei a Curitiba no próximo ano .
Retornarei à Curitiba de Dalton Trevisan .
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3- Terceira regra prática :
Decorrente da regra geral é a fórmula mnemônica abaixo :
" Se vou A e volto DA , crase há ." Exemplo = SE vou à biblioteca e volta da biblioteca .
" Se vou A e volto DE , crase pra quê ?" Exemplo = Se vou a Goiânia e volto de Goiânia .
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4- Quarta regra prática :
Usa-se o acento grave sobre o a quando ele equivale a para a , na , pela , com a :
Exemplo = Ofereci ajuda à coordenadora = Ofereci ajuda para a coordenadora .
Mas : Ofereci ajuda a ela = Oferecei ajuda para ela .
Dica : Obviamente tais práticas nunca devem ser usadas como argumentos que
justifiquem a ocorrência ou a não-ocorrência da crase . Em questões analítico-
expositivas (discursivas) recorra sempre à regra geral . Além disso , procure sempre
proceder à análise da palavra a em todas as sua ocorrências : artigo definido ,
preposição , pronome oblíquo átono , pronome demonstrativo etc .
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Crase Proibida :
a - antes de palavras masculinas :
Exemplo = Irei a pé e você irá a cavalo .
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b - antes de palavras femininas que , empregadas num sentido genérico , não admitam
artigo :
Exemplo = Não vou a festa , nem a recepção .
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c - entre palavras repetidas femininas ou masculinas :
Exemplo = Encontrou-se face a face com o inimigo .
Ela sangrava gota a gota .
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d - antes de verbos , já que não admitem artigo :
Exemplo = Começaremos a estudar hoje à tarde .
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e - antes de pronomes , visto que em geral não admitem artigo :
Exemplo = Referiram-se a você , a ela e a mim .
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f - antes da palavra CASA na acepção de domicílio próprio , a próprio casa
de quem é mencionado na frase:
Exemplo = Depois do trabalho , foi a casa antes de ir à escola .
Mas : Depois do trabalho , foi à casa da namorada antes de ir à escola .
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g - antes da palavra TERRA no sentido de chão firme ( em oposição
à expressão a bordo de ) :
Exemplo = Encantados , os turistas desceram a terra .
Mas = Os astronautas regressaram à Terra .
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h - antes da palavra DISTÂNCIA desde que não-especificada na locução a distância :
Exemplo = Sempre permaneci a distância .
Mas: Mantenha-se à distância de cinco metros.
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i - se o a estiver no singular e a palavra seguinte for feminina ou masculina no
plural , ele é preposição e não é , pois , acentuado :
Exemplo = Chegamos a terríveis conclusões . Mas: Chegamos às terríveis conclusões.
Crase obrigatória
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a) Quando implícitas as expressões à moda de , à maneira de , mesmo antes de palavras
masculinas :
Exemplo = Usava cabelos à Djavan . ( Usava cabelos à moda de Djavan ) .
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b) Nas expressões com indicação de hora especificada .
Exemplo = Chegaremos à uma hora , não às duas .
Mas = Sairemos daqui a uma hora ( = falta uma hora para a saída ) .
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c) Nas locuções adverbiais , conjuntivas e prepositivas cujo núcleo seja palavra feminina :
Exemplo = À tarde e à noite aquela casa ficava às moscas .
Tudo ocorreu às avessas .
Mas = Estou a fim de ficar com ela .
Tudo convergia a favor dele .
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Sobre os pronomes:
O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso
oblíquo quando desempenha função de complemento. Vamos entender, primeiramente, como o pronome
pessoal surge na frase e que função exerce. Observe as orações:
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia lhe ajudar.
Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” exercem função de sujeito, logo, são
pertencentes ao caso reto. Já na segunda oração, observamos o pronome “lhe” exercendo função
de complemento, e conseqüentemente é do caso oblíquo.
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, o pronome oblíquo “lhe” da segunda
oração aponta para a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se devia ajudar....
Ajudar quem? Você (lhe).
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou tônicos: os primeiros não são precedidos de
preposição, diferentemente dos segundos que são sempre precedidos de preposição.
De acordo com as autoras Rose Jordão e Clenir Bellezi, a colocação pronominal é a posição que os
pronomes pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo a que se referem.
São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos.
O pronome oblíquo átono pode assumir três posições na oração em relação ao verbo:
1. próclise: pronome antes do verbo
2. ênclise: pronome depois do verbo
3. mesóclise: pronome no meio do verbo
Próclise
A próclise é aplicada antes do verbo quando temos:
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• Palavras com sentido negativo:
• Advérbios:
• Pronomes relativos:
• Pronomes indefinidos:
• Pronomes demonstrativos:
• Conjunção subordinativa:
ATIVIDADES PRÁTICAS
CRASE
1. Marque a frase em que não se emprega a crase:
a) Foi a fazenda a pé.
b) As vezes ele faz anotações a lápis.
c) Todos serão obrigados a comparecer a casa de Nara hoje a noite.
d) Refiro-me a você, mas não a ela.
2. Assinale a alternativa em que a crase foi empregada corretamente:
a) Ele nunca foi à Berlim.
b) Ele nunca foi à Paris.
c) Ele nunca foi à Portugal.
d) Ele nunca foi à China.
3. Leia as frases abaixo e use a crase quando for necessário e justifique a sua resposta.
a) Os cidadãos devem obedecer a lei. _____________________________________________________
b) Ontem, chegou a chover. ____________________________________________________________
c) Dirigiu-se a uma certa pessoa. _________________________________________________________
d) Obedeceu a mim. ____________________________________________________________________
e) Ficou face a face diante do medo. ________________________________________________________
f) As duas horas, começaremos a reunião. ____________________________________________________
g) Chegaremos da faculdade a tarde. ________________________________________________________
h) O comício será as dez horas. _________________________________________________________
i) Caminhavam a pé. ____________________________________________________________________
j) Ele foi até a janela. ____________________________________________________________________
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LINGUAGEM COLOQUIAL E LINGUAGEM CULTA
1. Siga o exemplo:
E se a gente entrasse na igreja dançando? ( uso coloquial)
E se nós entrássemos na igreja dançando? ( uso culto)
a) E se a gente adiasse o casamento?
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b) Seu pai quer saber se a gente vai acampar sozinhos.
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c) O casamento seria tradicional se a gente usasse uma roupa convencional.
____________________________________________________________________________________
d) A gente faz isso para atrair os jovens.
____________________________________________________________________________________
2. Siga o exemplo:
Me esmigalha. ( linguagem coloquial)
Esmigalha-me. ( linguagem culta)
a) Me avisaram do casamento. _________________________________________________________
b) Me tornei um músico famoso. ________________________________________________________
c) Me entristeço quando leio as suas cartas. _______________________________________________
d) Me peguei sonhando com o sucesso. __________________________________________________
e) Me prometeram muito dinheiro. _______________________________________________________
f) Me diga o que está acontecendo. ______________________________________________________
3. Construa, com as palavras dadas, frases nos sentidos denotativos e conotativos e use os sinais de
pontuação corretamente. (use o verso da folha)
a) estrela
b) fera
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
4. Observe: Queriam-lhe bem. Não lhe queriam bem.
Transforme as frases afirmativas em frases negativas.
a) Avisou-me ontem. ___________________________________________________________________
b) Consertam-se fogões. ________________________________________________________________
c) Comunicamo-nos com o diretor. ________________________________________________________
Variação linguística
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O texto a seguir circulou pela internet como uma piada.
CORREÇÃO ORTOGRÁFICA
Seo Gomis,
O criente de belzonte pidiu mais cuatrucenta pessa. Faz favor toma as providenssa.
Abrasso,
Nirso
Aproximadamente uma hora depois recebeu outro.
Seo Gomis,
Os relatório di venda vai xega atrazado proque to fexando umas venda. Temo que manda treiz mil pessa.
Amanha to xegando.
Abrasso
Nirso
No dia seguinte:
Seo Gomis,
Num xeguei pucausa de que vendi mais deis mil em Beraba. To indo pra Brazilha.
No outro:
Seo Gomis, Brazilha fexo 20 mil. Vo pra Frolinoplis e de lá pra Sum Paulo no vinhão das cete hora.
E assim foi o mês inteiro.
O gerente, muito preocupado com a imagem da empresa, levou ao presidente as mensagens que recebeu do
vendedor. O presidente, um homem muito preocupado com o desenvolvimento da empresa e com a cultura
dos funcionários, escutou atentamente o gerente e disse:
– Deixa comigo que eu tomarei as providências necessárias.
E tomou. Redigiu de próprio punho um aviso que afixou no mural da empresa, juntamente com os faxes do
vendedor.:
“A parti de oje nois tudo vamo fazê feito o Nirso. Si priocupá menos em iscrevê serto mod a vendê maiz.
Acinado,
O Presidenti" (Autoria desconhecida, set. 2001)
Agora, responda:
a) Geralmente, as piadas manifestam uma postura preconceituosa e nos permitem refletir sobre
como são avaliadas as pessoas a partir do uso que fazem da língua, seja na sua forma oral ou escrita.
Fale sobre a diferença da fala e da escrita.
b) De que maneira a atitude tomada pelo presidente da empresa demonstra que o uso de uma
variante não pode ser associado ao modo de avaliar o falante que a utiliza?
c) Se você fosse o gerente desta empresa , qual seria a sua atitude para ajudar o vendedor?