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PROFESSOR

MARCELO SILVEIRA

Doutor em Letras

marcelo6@unopar.br

Objetivos da Aula
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM
Apresentamos temas relacionados ao processo
de comunicação: a inserção dos processos
Aula 1 comunicativos na cultura e na sociedade,
os elementos da comunicação.
O processo de comunicação Utilizar o conceito de variação
linguística para entender o papel
da norma culta como variante
de prestígio social, utilizada
na comunicação oficial e nas
principais organizações.

“Senhor das letras”, de Sylvia Colombo Comunicação verbal e


comunicação não verbal
A comunicação não é um processo
mecânico, em que uma informação
simplesmente é transmitida de
uma pessoa a outra.
A comunicação está inserida num
contexto maior – a sociedade, a A comunicação não se faz apenas por meio da língua,
cultura e os valores da qual faz que denominamos código verbal.
parte. Usamos também os gestos, o tom
de voz, as roupas, instrumentos
para nos comunicar.

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Código Código

Canal Canal

Mensagem Mensagem

Referente Referente
EMISSOR RECEPTOR DESTINADOR DESTINATÁRIO

Elementos da Elementos da
Comunicação 1 Comunicação 2

Código ATIVIDADE EM SALA 1


Canal
1. Quais outras formas de comunicação não verbal
Mensagem você pode lembrar?
2. Você acha possível alguém se comunicar sem ser
Referente absolutamente influenciado por sua cultura, ou seja,
ENUNCIADOR ENUNCIATÁRIO vivência, ideologia, religião, política?

Elementos da
Comunicação 3

A comunicação eficaz Ruídos na comunicação

Mensagem eficaz = chegar ao seu destino Professor fala mais alto que alunos.
Chamar garçom em restaurante lotado Sujeitos não se conhecem bem.
Bebês - chamar a atenção – gritar Sujeitos não dominam o código.
Só chegar ao destino? Não! Impacto! Sujeitos não estão preparados ou
Informação nova, relevante autorizados a compartilhar a mensagem.
(economia da informação). O canal apresenta falhas técnicas.
É isso que acontece? A mensagem não está bem
elaborada.

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Variantes Linguísticas Variantes Linguísticas
Variações Diatópicas Variações Diastráticas

São as diferenças regionais. São aos diferentes grupos sociais.


Referem-se às diferenças apresentadas São variações de acordo com a faixa etária, o estrato
pelo modo de expressão local. social, o gênero, a profissão e assim por diante.
Podem ocorrer tanto no vocabulário Jovens:
(mandioca, macaxeira, aipim; pipa, maneiro, irado, mó legal;
pandorga, papagaio), quanto na
Pessoas mais velhas:
sintaxe (não sei, sei não).
bacana, legal, jóia.

Variantes Linguísticas Considerações sobre as Variações


Variações Diafásicas
VARIANTES
Estão relacionadas à situação comunicativa. boas x ruins
Falamos de uma forma quanto estamos entre simples x sofisticadas
amigos e de outra forma numa reunião de trabalho, certas x erradas
por exemplo.
SOCIOLINGUISTICAMENTE...
Situação informal: Valeu!
sistemas linguísticos eficazes,
Situação formal: Muito obrigado! atendendo a finalidades diferentes.

Norma Culta (ou Norma Padrão) Norma Culta (ou Norma Padrão)

Norma culta = uma das variantes Confusão entre norma culta e


linguísticas, com mais prestígio a própria língua, discriminando
social e utilizada na maioria das os que falam “errado”.
comunicações escritas.
Devemos levar em conta a
Obedece aos padrões das variante adequada a cada
gramáticas e às normas de situação de comunicação.
ortografia.

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Linguagem viva e expressiva Figuras de Linguagem 1

Há inúmeros recursos que tornam Comparação: “Chorei feito um doido.”


a linguagem viva e expressiva: (aproxima 2 elementos com conectivo)
Metáfora: “Ela é uma santa.”
não verbais, como gestos, (fazer comparação sem conectivo)
expressão facial, expressão
corporal e tom de voz. Sinestesia: “Tinha uma voz áspera.”
(misturar diferentes sentidos)
figuras de linguagem.
Metonímia: “Respeite meus cabelos
brancos.” (tomar a parte pelo todo)

Figuras de Linguagem 2 Figuras de Linguagem 2

Elipse: “Sobre o piano, uma partitura.”


(omitir um termo da oração) Hipérbole: “Faz séculos que não te vejo!
(exagerar na expressão)
Antítese: “Em meio à tristeza, a alegria.”
(opor ideias contrárias) Personificação: “O vento rugia.”
(características humanas a inanimados)
Eufemismo: “Do jeito que veio ao mundo.”
(usar expressão no lugar de outra)

Vícios de Linguagem 1 Vícios de Linguagem 2

São os recursos que empobrecem a linguagem. Preciosismo: Uso de palavras e expressões “difíceis”,
Gerundismo: Uso desnecessário do gerúndio. arcaicas ou rebuscadas.
Cacofonia: União desagradável dos sons do final “Por obséquio”
de uma palavra com os sons inicias de uma outra. Ambiguidade: Texto de duplo sentido.
Eco: Repetição desagradável de fonemas iguais. “Ele encontrou o ladrão em casa.”
Estrangeirismo: Uso desnecessário
e pedante de palavras estrangeiras.
“Sorry, agora não posso!”

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ATIVIDADE EM SALA 2 Considerações sobre a Linguagem

1. Quais outros Ruídos na Comunicação você pode


lembrar? Século V a.C. - Aristóteles, em seu estudo sobre a
comunicação e a retórica - olhar para três elementos
2. Qual vício de linguagem você mais usa ou você mais da comunicação: o emissor, o discurso e o auditório.
ouve as pessoas usando?
Hoje em dia, uma das mais interessantes
conceituações de comunicação aparece nas
palavras de David Berlo.

A Linguagem para Berlo A Linguagem para Berlo

“Firmamos a tese de que o homem deseja influenciar [...] Criamos expectativas a respeito dos outros e de nós
seu meio, seu próprio desenvolvimento e o mesmos. Podemos desenvolver estas expectativas ou
comportamento de outros. O homem não é animal previsões pelo aperfeiçoamento de nossa capacidade
autossuficiente. Precisa comunicar-se com outros, empática, de nossa capacidade de projetar-nos na
para os influenciar por meios que se ajustem aos seus personalidade do outro. Podemos tentar interagir com
propósitos. No comunicar, temos de fazer previsões outros. Já dissemos que a interação é o objetivo da
sobre como outras pessoas se comunicação.”
comportarão. [...] (BERLO, David. O processo da comunicação.
São Paulo: Martins Fontes, 1982, p. 135.)

Requisitos para uma boa mensagem Língua Falada

Comunicação humana – frágil – caráter individual


Falada vulgar: não existe preocupação com a norma
das fases do processo: a escolha do vocabulário,
a organização das palavras em frases, a escolha gramatical. É usada por pessoas que não tiveram
do meio, a intenção e a finalidade. nenhum tipo de alfabetização.

Texto sem falhas: Falada coloquial despreocupada: usada na conversação


corrente, com gírias e expressões familiares; há pouco
1. está ajustada ao receptor; policiamento gramatical.
2. tem conteúdo significativo;
3. apresenta sentido claro;
4. não é inconcludente.

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Língua Falada Língua Escrita

Vulgar: utilizada por pessoas sem escolaridade,


Falada culta: há preocupação gramatical; bastante apresentando vários erros.
utilizada em sala de aula, reuniões, palestras, sem,
no entanto, perder a naturalidade de expressão. Despreocupada: de caráter híbrido, utilizada por
pessoas escolarizadas em situações que não exigem
Falada formal: similar à escrita; soa artificial. tanta atenção com relação à gramática.

Língua Escrita Considerações Finais e


Encerramento da Aula
Formal: segue a gramática, é utilizada na em
correspondência, apresentações e livros. Assim, o profissional da administração não deve se
preocupar em atender burocraticamente a uma única
Literária: respeita a gramática, mas pode quebrar função, mas, sim, e fundamentalmente, em usar os
padronizações para obter efeitos estilísticos, unindo recursos que a linguagem oferece a fim de conseguir
o conteúdo a uma forma inovadora. o grau de persuasão que seu discurso administrativo
almeja.

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