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Com você antes, durante e depois do edital.


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LÍNGUA PORTUGUESA – Prof. LUCAS VINICIUS

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1. INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS comunidade linguística falar. Estranho mesmo seria


se falássemos todos da mesma maneira, como se
LINGUAGEM VERBAL, NÃO VERBAL E MISTA fôssemos robôs.
Mas e a norma culta, como fica nessa história?
No cotidiano, sem percebermos usamos A norma culta é indispensável e tão importante
freqüentemente a linguagem verbal, quando por quanto as variações linguísticas. A norma culta rege
algum motivo em especial não a utilizamos, então um idioma, aponta caminhos e deve ser estudada na
poderemos usar a linguagem não verbal. escola para que assim todos tenham acesso às
diferentes formas de pensar a língua. Se, ao
 Linguagem verbal é uso da escrita ou da fala falarmos, escolhemos um vocabulário coloquial,
como meio de comunicação. menos preocupado com as regras gramaticais, ao
 Linguagem não-verbal é o uso de imagens, escrevermos devemos sim optar pela linguagem
figuras, desenhos, símbolos, dança, tom de voz, padrão, pois, um texto repleto de expressões típicas
postura corporal, pintura, música, mímica, escultura pode não ser acessível para todos os tipos de
e gestos como meio de comunicação. A linguagem leitores. Quando dizemos que a norma culta deve ser
não-verbal pode ser até percebida nos animais, priorizada nos textos escritos, estamos nos referindo,
quando um cachorro balança a cauda quer dizer que sobretudo, aos textos não literários, que cobram
está feliz ou coloca a cauda entre as pernas medo, maior formalidade de quem escreve.
tristeza. As variações linguísticas comprovam a
Dentro do contexto temos a simbologia que é organicidade da língua: ela não está encerrada nos
uma forma de comunicação não-verbal. dicionários ou gramáticas; está viva, na boca do
povo, seus verdadeiros donos. Na língua falada não
Exemplos: sinalização de trânsito, semáforo, pode existir certo ou errado, o mais importante é que
logotipos, bandeiras, uso de cores para chamar a as pessoas se entendam, que a comunicação seja
atenção ou exprimir uma mensagem. feita de maneira eficiente. Você já observou que
mesmo quem não domina as regras gramaticais é
É muito interessante observar que para manter capaz de elaborar enunciados compreensíveis?
uma comunicação não é preciso usar a fala e sim Mesmo não entendendo da sintaxe da língua, somos
utilizar uma linguagem, seja verbal ou não-verbal. capazes de colocar as palavras nos seus devidos
lugares, respeitando o princípio da gramaticalidade e
 Linguagem mista é o uso simultâneo da da inteligibilidade, elementos fundamentais para que
linguagem verbal e da linguagem não-verbal, a comunicação aconteça satisfatoriamente.
usando palavras escritas e figuras ao mesmo Somos falantes hábeis, capazes de perceber
tempo. quando e como empregar cada uma das variedades.
Sabemos que há situações em que devemos preferir
VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS a variedade padrão, pois será a mais adequada,
aquela que estabelecerá uma maior sintonia entre os
Você já deve ter observado que existe uma interlocutores. Sabemos também que há situações
grande diferença entre a língua que falamos em em que as variedades não padrão, permeadas por
nosso dia a dia e a língua preconizada pela suas gírias e regionalismos, cumprem a contento a
gramática, não é mesmo? Por que será que esse missão de comunicar. Não há problema algum em
fenômeno acontece? Por que nós, falantes, alternar os dois registros, o importante é observar a
acabamos inventando um jeito menos formal de nos pertinência de cada um deles, pois um será mais
comunicar? É sobre esse assunto que esta seção vai adequado do que o outro, observadas as
falar agora com você: Norma culta x variações necessidades da comunicação. A linguagem foi feita
linguísticas. para a comunicação, por isso, comunique-se mais e
A linguagem verbal certamente é a forma de sem medo de errar.
expressão mais eficaz, aquela que conecta pessoas e
permite que elas se entendam. Claro que existem As diferentes variações linguísticas
outras formas de comunicação, mas a verdade é que
a palavra, especialmente quando falada, tem muita Variações diafásicas
força. Como é uma ferramenta democrática, afinal de São as variações que se dão em função do
contas, estamos o tempo todo interagindo com contexto comunicativo, isto é, a ocasião determina o
diferentes interlocutores ao longo do dia, é normal modo como falaremos com o nosso interlocutor,
que ela não seja padronizada. Cada indivíduo possui podendo ser formal ou informal.
sua idiossincrasia, e são vários os fenômenos sócio-
histórico-culturais que incidem no jeito de cada
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Variações históricas Um requisito para a construção do texto,


Como já foi dito, a língua é dinâmica e sofre conhecido por todos os falantes, é que ele tenha
transformações ao longo do tempo. Um exemplo de unidade temática (mantenha ‘o fio da meada’), e, ao
variação histórica é a questão da ortografia: a mesmo tempo, apresente informações novas sobre o
palavra “farmácia” já foi escrita com “ph” tema. Um texto sobre gripe, por exemplo, não pode
(pharmácia). A palavra “você”, que tem origem mudar de tema aleatoriamente e passar a tratar de
etimológica na expressão de tratamento de furacão ou telefone celular. Mas, para ser aceito
deferência “vossa mercê” e que se transformou como texto, precisa falar de diferentes aspectos da
sucessivamente em “vossemecê”, “vosmecê”, gripe: o que é, que riscos traz para o doente, quais
“vancê”, até chegar na que utilizamos hoje que é, são os meios de contágio, o que se deve fazer para
muitas vezes (principalmente na Internet), abreviado evitá-la, qual é o tratamento, etc. Assim, do ponto de
para “vc”. vista funcional, a organização e hierarquização das
unidades semânticas do texto se concretizam por
Variações diatópicas meio de dois eixos de informação, denominados
Representam as variações que ocorrem pelas tema (tópico) e rema (comentário).
diferenças regionais. As variações regionais, Essas formas de progressão aparecem, em
denominados dialetos, são as variações referentes a geral, combinadas entre si e articuladas com os
diferentes regiões geográficas, de acordo com a procedimentos de manutenção do tema do texto. A
cultura local. Um exemplo deste tipo de variação é a manutenção e a progressão do tema são requisitos
palavra “mandioca” que, em certos lugares, recebe indispensáveis para a coesão e para a coerência
outras denominações, como “macaxeira” e “aipim”. textual. Na prática pedagógica, devem ser
Nesta modalidade também estão os sotaques, trabalhados tanto em textos bem-construídos, que
ligados às marcas orais da linguagem. servem de referência para o aluno, quanto em textos
problemáticos em termos de progressão temática,
Variações diastráticas situação em que devem ser apontadas alternativas
São as variações ocorridas em razão da para sua adequação. Essa prática contribui para o
convivência entre os grupos sociais. As gírias, os desenvolvimento da competência textual e
jargões e o linguajar caipira são exemplos desta comunicativa do aluno.
modalidade de variação linguística. É uma variação
social e pertence a um grupo específico de pessoas. IDEIA PRINCIPAL: Em todo argumento ou
As gírias pertencem ao vocabulário específico de raciocínio existem ideias que são principais, ou seja,
certos grupos, como os policiais, cantores de rap, são os pontos destacados desse discurso pessoal.
surfistas, estudantes, jornalistas, entre outros. Essas ideias norteiam o texto e são retomadas
Já os jargões estão relacionados com as áreas durante toda a progressão temática.
profissionais, caracterizando um linguajar técnico.
Como exemplo, podemos citar os profissionais da IDEIA SECUNDÁRIA: As ideias secundárias de um
Medicina, os advogados, os profissionais da texto são aquelas que trazem informação
Informática, dentre outros. complementar, ideias derivadas de um argumento
principal. Atuam como se tratasse de um
Variações diafásicas complemento.
Trata-se do modo como nos expressamos
dependendo da situação de comunicação em que nos ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
encontremos (uma conversa informal, uma palestra, Para que haja comunicação, alguns elementos
uma entrevista de emprego, etc.); são essenciais. Muitas vezes não os notamos, mas
cada vez que estabelecemos contato com alguém de
Variações diamésicas alguma forma, eles estão presentes.
Último tipo de variação a ser reconhecido, que
tem a ver com o meio de comunicação empregado, Veja cada um e sua função, separadamente:
ou seja, a fala, um documento escrito, um e-mail, Emissor – é aquele que emite, ou seja, que
uma mensagem no WhatsApp, e assim por diante. pronuncia ou envia uma mensagem. Também é
chamado de remetente.
PROGRESSÃO TEMÁTICA Receptor – é aquele que recebe a mensagem
A progressão temática é um procedimento enviada pelo emissor. Como a mensagem é
utilizado pelos enunciadores para dar sequência a destinada a ele, também é chamado de destinatário,
seus textos, orais ou escritos. Ela consiste em fazer o denominação comum em envelopes de correios.
texto avançar apresentando informações novas sobre Mensagem – é o conteúdo que é expedido,
aquilo de que se fala, que é o tema. enviado.
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Código – o modo como a mensagem é mensagem e reforça a entonação emotiva. Essa


transmitida (escrita, fala, gestos, etc.) função é comum em poemas ou narrativas de teor
Canal – é a fonte de transmissão da dramático ou romântico.
mensagem (revista, livro, jornal, rádio, TV, ar, etc.) Por exemplo: “Porém meus olhos não
Contexto – situação que envolve emissor e perguntam nada./ O homem atrás do bigode é sério,
receptor simples e forte./Quase não conversa./Tem poucos,
Agora, você terá como identificar cada um dos raros amigos/o homem atrás dos óculos e do
elementos nos mais variados atos comunicativos. Irá bigode.” (Poema de sete faces, Carlos Drummond de
percebê-los toda vez que ler uma revista ou jornal, Andrade)
na conversa com um amigo, quando assistir um canal Função conativa ou apelativa: O objetivo é
de TV ou quando ouvir uma música no rádio. de influenciar, convencer o receptor de alguma coisa
É importante saber os elementos envolvidos na por meio de uma ordem (uso de vocativos),
comunicação, pois dessa forma você consegue saber, sugestão, convite ou apelo (daí o nome da função).
por exemplo, que tipo de linguagem o emissor está Os verbos costumam estar no imperativo (Compre!
usando, conforme o canal utilizado ou que tipo de Faça!) ou conjugados na 2ª ou 3ª pessoa (Você não
texto um emissor escolheu para falar de determinado pode perder! Ele vai melhorar seu desempenho!).
contexto e o porquê desta escolha. Quem reflete Esse tipo de função é muito comum em textos
sobre isso, tem mais capacidade de desenvolver seu publicitários, em discursos políticos ou de autoridade.
lado crítico. Pois se o indivíduo sabe a origem da Por exemplo: Não perca a chance de ir ao cinema
comunicação (emissor), o público-alvo (receptor), o pagando menos!
conteúdo e a linguagem utilizada (mensagem e Função metalinguística: Essa função refere-
código), conseguirá relacionar essas informações se à metalinguagem, que é quando o emissor explica
com o objetivo do ato comunicativo dentro do um código usando o próprio código. Quando um
contexto, da situação vivenciada no momento! poema fala da própria ação de se fazer um poema,
Então, quanto mais se comunicar, mais por exemplo. Veja:
reflexivo e crítico (construtivista) se tornará! E é fácil: “Pegue um jornal
é necessário apenas que você usufrua dos subsídios Pegue a tesoura.
comunicativos apontados acima! Escolha no jornal um artigo do tamanho que
você deseja dar a seu poema.
FUNÇÕES DA LINGUAGEM Recorte o artigo.”
A linguagem, uma eficiente forma de Este trecho da poesia, intitulada “Para fazer
comunicação, é elemento fundamental para um poema dadaísta” utiliza o código (poema) para
estabelecermos comunicação com outras pessoas. explicar o próprio ato de fazer um poema.
Por ser múltipla e apresentar peculiaridades de Função fática: O objetivo dessa função é
acordo com a intenção do falante, divide-se em seis estabelecer uma relação com o emissor, um contato
funções: para verificar se a mensagem está sendo transmitida
Função referencial ou denotativa: ou para dilatar a conversa.
transmite uma informação objetiva, expõe dados da Quando estamos em um diálogo, por exemplo,
realidade de modo objetivo, não faz comentários, e dizemos ao nosso receptor “Está entendendo?”,
nem avaliação. Geralmente, o texto apresenta-se na estamos utilizando este tipo de função ou quando
terceira pessoa do singular ou plural, pois transmite atendemos o celular e dizemos “Oi” ou “Alô”.
impessoalidade. A linguagem é denotativa, ou seja, Função poética: O objetivo do emissor é
não há possibilidades de outra interpretação além da expressar seus sentimentos através de textos que
que está exposta. podem ser enfatizados por meio das formas das
Em alguns textos é mais predominante essa palavras, da sonoridade, do ritmo, além de elaborar
função, como: científicos, jornalísticos, técnicos, novas possibilidades de combinações dos signos
didáticos ou em correspondências comerciais. lingüísticos. É presente em textos literários,
Por exemplo: “Bancos terão novas regras publicitários e em letras de música.
para acesso de deficientes”. O Popular, 16 out. 2008. Por exemplo: negócio/ego/ócio/cio/0
Função emotiva ou expressiva: o objetivo
do emissor é transmitir suas emoções e anseios. A Na poesia acima “Epitáfio para um banqueiro”,
realidade é transmitida sob o ponto de vista do José de Paulo Paes faz uma combinação de palavras
emissor, a mensagem é subjetiva e centrada no que passa a ideia do dia a dia de um banqueiro, de
emitente e, portanto, apresenta-se na primeira acordo com o poeta.
pessoa. A pontuação (ponto de exclamação,
interrogação e reticências) é uma característica da
função emotiva, pois transmite a subjetividade da
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TIPOLOGIA TEXTUAL - ACEITABILIDADE: expectativa/modo como


o leitor/ouvinte recebe o texto;
TEXTO NARRATIVO: Sequências de fatos Isso dependerá da visão de mundo de quem recebe
ocorridos. (Predominância de verbos) a informação. Para finalidade da propaganda o
outdoor foi aceitável.
TEXTO DESCRITIVO: Caracterização de algo;
retrato verbal. (Predominância de adjetivos) - SITUACIONALIDADE: elementos
responsáveis pela pertinência e relevância do texto
TEXTO DISSERTATIVO: Sequências de (adequação sociocomunicativa);
explicações. (Predominância de conjunções) É a adequação do texto à situação
Argumentativo: Presença de ponto de vista do sociocomunicativa. O autor usa uma linguagem de
autor. (texto de opinião) fácil compreensão, adequado à ocasião dos fatos.
Expositivo: Sequências neutras do ponto de
vista argumentativo. (texto informativo) - INFORMATIVIDADE: dentro de um texto,
qual o assunto ou ocorrência é esperado/conhecido;
TEXTO INJUNTIVO: Sequências O autor chama atenção aos problemas sociais,
caracterizadas por ordenar, pedir, aconselhar... nos quais a preocupação com outdoor é mais
(Predominância de verbos no modo imperativo) importante que o ser humano.

TEXTO DIALOGAL: Sequência caracterizada INTERTEXTUALIDADE


por conversas. (Predominância de falas entre os Diálogo entre dois ou mais textos, que não
interlocutores). precisam ser necessariamente de um mesmo gênero,
a intertextualidade é um fenômeno que pode
FATORES DE TEXTUALIDADE manifestar-se de diferentes maneiras.
Você sabia que os textos podem conversar
entre si? Sim, isso é possível, e a esse fenômeno
damos o nome de intertextualidade. Essa ocorrência
pode ser implícita ou explícita, feita por meio de
paródia ou por meio da paráfrase. O que esses
variados tipos têm em comum? Todos eles resgatam
referências nos chamados textos-fonte, que são
aqueles textos considerados fundamentais em uma
cultura.
Para que você entenda melhor o conceito de
intertextualidade, basta analisar a estrutura da
palavra: inter é um sufixo de origem latina e faz
referência à noção de relação. Por isso, é correto
afirmar que a intertextualidade refere-se às relações
entre os textos, assim como é correto afirmar que
todo texto, em maior ou menor grau, é um
intertexto, e isso acontece em virtude das relações
dialógicas firmadas.
Como você pôde perceber, a intertextualidade
pode acontecer com textos dos variados gêneros:
Observando o outdoor acima, podem-se pode surgir em uma letra de música, em um poema,
perceber, em relação ao enunciado comunicado, nos textos em prosa e até mesmo nos textos
alguns fatores de textualidade, ou seja, alguns publicitários. Só é capaz de reconhecê-la o leitor
elementos que precisam ser levados em conta ao se habilidoso, aquele que já entrou em contato com
elaborar a mensagem. Tais fatores são: diversos textos-fonte ao longo da vida. Isso significa
que a interpretação de texto não depende apenas do
- INTENCIONALIDADE: intenção/mensagem conhecimento do código (nossa língua portuguesa),
que o escritor/falante deseja passar; mas também das relações intertextuais que
A meta do autor é informar, impressionar, influenciam de maneira decisiva o processo de
alarmar e criar um pensamento crítico no compreensão e de produção de textos.
interlocutor. Para ajudá-lo(a) em sua rotina de estudos, o
Brasil Escola preparou uma seção dedicada à
intertextualidade e suas diferentes ocorrências. Nela
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você encontrará artigos que abordarão os tipos de


intertextualidade (implícita e explícita) e também as COESÃO
diferentes formas por meio das quais esse elemento Coesão é a conexão, ligação, harmonia entre
da textualidade manifesta-se. Além disso, você vai os elementos de um texto. Percebemos tal definição
conhecer outros elementos interessantes, entre eles quando lemos um texto e verificamos que as
o hipertexto, um tipo dinâmico e interativo de palavras, as frases e os parágrafos estão
intertextualidade. entrelaçados, um dando continuidade ao outro.
Os elementos de coesão determinam a
GÊNEROS DO DISCURSO/ GÊNEROS transição de ideias entre as frases e os parágrafos.
TEXTUAIS: Observe a coesão presente no texto a seguir:
“Os sem-terra fizeram um protesto em Brasília
Os gêneros textuais atendem às necessidades contra a política agrária do país, porque consideram
comunicativas dos usuários da língua e podem ser injusta a atual distribuição de terras. Porém o
variáveis, apresentando assim diversos estilos e ministro da Agricultura considerou a manifestação
conteúdos temáticos. um ato de rebeldia, uma vez que o projeto de
Em nosso dia a dia, no contato com outras Reforma Agrária pretende assentar milhares de sem-
pessoas e com as diversas informações que terra.”
recebemos, estamos expostos a várias situações JORDÃO, R., BELLEZI C. Linguagens. São Paulo: Escala
Educacional, 2007, p. 566
comunicativas, cada uma situada em seu devido
contexto. Na escrita e na fala existem algumas As palavras destacadas têm o papel de ligar as
estruturas padronizadas que recebem o nome de partes do texto, podemos dizer que elas são
gêneros textuais. responsáveis pela coesão do texto.
No simples ato de abrir um jornal ou uma Há vários recursos que respondem pela coesão
revista, já estamos expostos aos diversos gêneros do texto, os principais são:
textuais: nesses dois meios de comunicação é
possível encontrar artigos, cartas de leitor, artigos de COESÃO REFERENCIAL: Aquela responsável
opinião, notícias, reportagens, charges, tirinhas, por retomar ou antecipar ideias e dar progressão ao
ensaios, e-mails e tantos outros textos que se tema central e às ideias secundárias.
adequam às necessidades de quem os escreve, Ex.: Maria está feliz. Ela passou num concurso
apresentando finalidades distintas e definidas. Assim que era bastante concorrido.
são os gêneros, eles existem em grande quantidade
justamente porque as práticas sociocomunicativas COESÃO SEQUENCIAL: Aquela responsável
são dinâmicas e variáveis. por dar progressão à união das ideias, ou seja, essa
Diferentemente do que acontece com os tipos coesão é responsável pela articulação e organização
textuais, limitados a uma quantidade do texto.
predeterminada, os gêneros são incontáveis, mesmo Ex.: Em primeiro plano, é válido ressaltar
porque as necessidades linguísticas não podem ser que Maria passou num concurso, logo está bastante
mensuradas ou limitadas. Por exemplo, antigamente, feliz.
quando havia a necessidade de comunicação com
alguém que morava longe, era indispensável o envio
de uma carta. Posteriormente, foi inventado o
telegrama para que o tempo de espera de uma
notícia fosse reduzido, e com ele também foi
inventada uma linguagem bem peculiar. Hoje,
quando precisamos entrar em contato com alguém
que está distante, ligamos ou até mesmo mandamos
um e-mail, cujo recebimento é instantâneo, sem falar
nas redes sociais e no tipo de linguagem utilizada por
milhões de usuários. Sendo assim, fica impossível
definir o número exato de gêneros textuais.
Sintetizando...
 Materialização do discurso
 Forma
 Estilo
 Conteúdo temático
Ex.: Notícia, entrevista, carta, artigo de opinião,
conversa informal, sentença…
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As conjunções exercem papel fundamental na coesão sequencial do texto! É fundamental saber o


valor de todas!
CLASSIFICAÇÃO CONJUNÇÕES EXEMPLOS
E; Nem (nem...nem); Não só… mas também;
ADITIVAS Não só comi como também bebi.
Tampouco; Tanto… quanto.
Mas; Porém; Contudo; Todavia; No entanto; O café estava bom, todavia o bolo
ADVERSATIVAS
Entretanto; Não obstante; E. estava ainda melhor.
Ou; Ou...ou; Ora… ora; Já...já; Quer…quer;
ALTERNATIVAS Ou você estuda, ou você reprova.
Seja…seja.
Logo; Pois (deslocado); Portanto; Por Estudei muito, por conseguinte passei
CONCLUSIVAS
conseguinte; Assim; Então; Por isso. naquele concurso.
EXPLICATIVAS Pois; Que; Porque; Porquanto. Feche a porta, que está perigoso.
Pois; Porque; Visto que; Como; Porquanto;
Eu consegui passar no concurso,
CAUSAIS Haja vista que; Já que; Na medida em que;
porquanto estudei muito.
Uma vez que.
Tão (tamanho, tanto, tal)… que; De modo Estudei tanto que passei num
CONSECUTIVAS
que; De maneira que. concurso.
Embora; Conquanto; Não obstante; Ainda
que; Mesmo que; Se bem que; Posto que; Por Conquanto estivesse chovendo, eu fui
CONCESSIVAS
mais que; Por pior que; Apesar de que; A à praia.
despeito de; Malgrado; Em que pese.
Como; Mais...(do) que; Menos… (do) que;
Eu sou mais bonito que aquele outro
COMPARATIVAS Tão… como; Tanto… quanto; Tão… quanto;
professor.
Assim como.
Se; Caso; Sem que; Se não; A não ser que;
Caso eu te ligue, nós combinaremos
CONDICIONAIS Exceto se; A menos que; Conquanto que;
de ir à praia.
Salvo se; Desde que.
Conforme foi combinado, quero minha
CONFORMATIVAS Conforme; Consoante; Como; Segundo.
parte da herança.
Para; Para que; A fim de que; De modo que; Ele estudou muito a fim de passar
FINAIS
De forma que; De sorte que; Porque. num concurso.
À proporção que; À medida que; Quando À medida que eu estudava, mais
PROPORCIONAIS
mais; Ao passo que. crítico me tornava.
Quando; Enquanto; Assim que; Logo que; Quando você chegou, minha vida
TEMPORAIS
Desde que; Até que; Mal; Depois que; Eis que. mudou.

COERÊNCIA
Um texto pode ser incoerente em ou para determinada situação se seu autor não consegue inferir um
sentido ou uma ideia através da articulação de suas frases e parágrafos e por meio de recursos linguísticos
(pontuação, vocabulário, etc.).
A coerência textual é a relação lógica entre as ideias, pois essas devem se complementar, é o resultado da
não contradição entre as partes do texto.
A coerência de um texto inclui fatores como o conhecimento que o produtor e o receptor têm do assunto
abordado no texto, conhecimento de mundo, o conhecimento que esses têm da língua que usam e
intertextualidade.
Pode-se concluir que texto coerente é aquele do qual é possível estabelecer sentido; é entendido como um
princípio de interpretabilidade.
Veja o exemplo:
“As crianças estão morrendo de fome por causa da riqueza do país.”
“Adoro sanduíche porque engorda.”
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As frases acima são contraditórias, não apresentam informações claras, portanto, são incoerentes.

2. FONOLOGIA E ACENTUAÇÃO
Fonologia é o ramo da Linguística que estuda o sistema sonoro de um idioma. Ao estudar a maneira como
os fones (sons) se organizam dentro de uma língua, classifica-os em unidades capazes de distinguir significados,
chamadas fonemas.
Os fonemas da língua portuguesa são classificados em:

VOGAIS
As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma corrente de ar que passa livremente pela boca. Em
nossa língua, desempenham o papel de núcleo das sílabas. Assim, isso significa que em toda sílaba há
necessariamente uma única vogal.
Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entreaberta. As vogais podem ser:
a) Orais: quando o ar sai apenas pela boca.
Por Exemplo: /a/, /e/, /i/, /o/, /u/.

b) Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais.


Por Exemplo:
ã/: fã, canto, tampa
dente, tempero
/ /: lindo, mim
/õ/ bonde, tombo
/ / nunca, algum

c) Átonas: pronunciadas com menor intensidade.


Por Exemplo: até, bola

d) Tônicas: pronunciadas com maior intensidade.

SEMIVOGAIS
Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais. Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela
uma só emissão de voz (uma sílaba). Nesse caso, esses fonemas são chamados de semivogais. A diferença
fundamental entre vogais e semivogais está no fato de que estas últimas não desempenham o papel de núcleo
silábico.
Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: pa-pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se
destaca é o a. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico i não é tão forte quanto ele. É a semivogal.
Outros exemplos: saudade, história, série.
Obs.: os fonemas /i/ e /u/ podem aparecer representados na escrita por "e", "o" ou "m".
Veja: pães / pãis mão / mãu cem /c i/

CONSOANTES
Para a produção das consoantes, a corrente de ar expirada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar
pela cavidade bucal. Isso faz com que as consoantes sejam verdadeiros "ruídos", incapazes de atuar como núcleos
silábicos.

2.1 ENCONTROS VOCÁLICOS


Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e semivogais, sem consoantes intermediárias. É
importante reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em sílabas. Existem três tipos de encontros: o
ditongo, o tritongo e o hiato.

DITONGO
É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-versa) numa mesma sílaba.
Pode ser:
a) Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal.
Por Exemplo: sé-rie (i = semivogal, e = vogal)
b) Decrescente: quando a vogal vem antes da semivogal.
Por Exemplo: pai (a = vogal, i = semivogal)
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c) Oral: quando o ar sai apenas pela boca. Na palavra acima, para representar o fonema |
Exemplos: pai, série xe| foram utilizadas duas letras: o c e o h.
Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são
d) Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas usadas para representar um único fonema ( di = dois
fossas nasais. + grafo = letra). Em nossa língua, há um número
Por Exemplo: mãe razoável de dígrafos que convém conhecer. Podemos
agrupá-los em dois tipos: consonantais e vocálicos.
TRITONGO Exemplos:
É a sequência formada por uma semivogal, Consonantais: Guia, Chave... / Vocálicos:
uma vogal e uma semivogal, sempre nessa ordem, Tombo, exemplo...
numa só sílaba. Pode ser oral ou nasal.
Exemplos: OBSERVAÇÃO: "Gu" e "qu" são dígrafos somente
Paraguai - Tritongo oral quando, seguidos de "e" ou "i", representam os
quão - Tritongo nasal fonemas /g/ e /k/: guitarra, aquilo. Nesses casos, a
letra "u" não corresponde a nenhum fonema. Em
HIATO algumas palavras, no entanto, o "u" representa um
É a sequência de duas vogais numa mesma fonema semivogal ou vogal (aguentar, linguiça,
palavra que pertencem a sílabas diferentes, uma vez aquífero...) Nesse caso, "gu" e "qu" não são dígrafos.
que nunca há mais de uma vogal numa sílaba. Também não há dígrafos quando são seguidos de "a"
Por Exemplo: saída (sa-í-da) / poesia (po-e- ou "o" (quase, averiguo).
si-a)
Classificação das palavras quanto ao número
Saiba que: de sílabas:
Na terminação -em em palavras como 1) Monossílabas: possuem apenas uma sílaba.
ninguém, também, porém e na terminação -am em Exemplos: mãe, flor, lá, meu
palavras como amaram, falaram ocorrem ditongos
nasais decrescentes. 2) Dissílabas: possuem duas sílabas.
É tradicional considerar hiato o encontro entre Exemplos: ca-fé, i-ra, a-í, trans-por
uma semivogal e uma vogal ou entre uma vogal e
uma semivogal que pertencem a sílabas diferentes, 3) Trissílabas: possuem três sílabas.
como em ge-lei-a, io-iô. Exemplos: ci-ne-ma, pró-xi-mo, pers-pi-caz, O-da-ir

2.3. ENCONTROS CONSONANTAIS 4) Polissílabas: possuem quatro ou mais sílabas.


Exemplos: a-ve-ni-da, li-te-ra-tu-ra, a-mi-ga-vel-
O agrupamento de duas ou mais consoantes, men-te, o-tor-ri-no-la-rin-go-lo-gis-ta
sem vogal intermediária, recebe o nome de encontro
consonantal. Existem basicamente dois tipos: 2.5. DIVISÃO SILÁBICA
 os que resultam do contato consoante + l ou r e
ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, Na divisão silábica das palavras, cumpre
pla-no, a-tle-ta, cri-se… observar as seguintes normas:
 os que resultam do contato de duas consoantes a) Não se separam os ditongos e tritongos.
pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, Exemplos: foi-ce, a-ve-ri-guou
lis-ta...
b) Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, gu, qu.
Há ainda grupos consonantais que surgem no Exemplos: cha-ve, ba-ra-lho, ba-nha, fre-guês,
início dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: quei-xa
pneu, gno-mo, psi-có-lo-go...
c) Não se separam os encontros consonantais que
2.4. DÍGRAFOS iniciam sílaba.
De maneira geral, cada fonema é Exemplos: psi-có-lo-go, re-fres-co
representado, na escrita, por apenas uma letra.
Por Exemplo: lixo – Possui quatro fonemas e d) Separam-se as vogais dos hiatos.
quatro letras. Exemplos: ca-a-tin-ga, fi-el, sa-ú-de
Há, no entanto, fonemas que são
representados, na escrita, por duas letras. e) Separam-se as letras dos dígrafos rr, ss, sc, sç
Por Exemplo: bicho - Possui quatro fonemas xc.
e cinco letras. Exemplos: car-ro, pas-sa-re-la, des-cer, nas-ço,
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ex-ce-len-te Sílaba tônica: penúltima


Acentuam-se as paroxítonas terminadas em:
f) Separam-se os encontros consonantais das sílabas L fácil
internas, excetuando-se aqueles em que a segunda
N pólen
consoante é l ou r.
Exemplos: ap-to, bis-ne-to, con-vic-ção, a-brir, a- R cadáver
pli-car Os bíceps
X tórax
2.6. CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS QUANTO
Us vírus
À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA
i, is júri, lápis
De acordo com a posição da sílaba tônica, os om, nos iândom, íons
vocábulos da língua portuguesa que contêm duas ou um, uns álbum, álbuns
mais sílabas são classificados em:
órfã, órfãs, órfão,
ã(s), ão(s)
órfãos
Oxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a
última. ditongo oral (seguido ou
jóquei, túneis
Exemplos: avó, urubu, parabéns não de s)

Paroxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é OBSERVAÇÕES:


a penúltima. 1. As paroxítonas terminadas em "n" são acentuadas
Exemplos: dócil, suavemente, banana (hífen), mas as que terminam em "ens", não (hifens,
jovens).
Proparoxítonos: são aqueles cuja sílaba 2. Não são acentuados os prefixos terminados em "i
tônica é a antepenúltima. "e "r" (semi, super).
Exemplos: máximo, parábola, íntimo 3. Acentuam-se as paroxítonas terminadas em
ditongos crescentes: ea(s), oa(s), eo(s), ua(s), ia(s),
Saiba que: ue(s), ie(s), uo(s), io(s).
 São palavras oxítonas, entre outras: cateter, Exemplos: várzea, mágoa, óleo, régua, férias,
mister, Nobel, novel, ruim, sutil, transistor, ureter. tênue, cárie, ingênuo, início
 São palavras paroxítonas, entre outras: avaro,
aziago, boêmia, caracteres, cartomancia, Oxítonas
celtibero, circuito, decano, filantropo, fluido, Sílaba tônica: última
fortuito, gratuito, Hungria, ibero, impudico, Acentuam-se as oxítonas terminadas em:
inaudito, intuito, maquinaria, meteorito, a(s): sofá, sofás
misantropo, necropsia (alguns dicionários
admitem também necrópsia), Normandia, pegada, e(s): jacaré, vocês
policromo, pudico, quiromancia, rubrica, o(s): paletó, avós
subido(a). em, ens: ninguém, armazéns
 São palavras proparoxítonas, entre outras:
aerólito, bávaro, bímano, crisântemo, ímprobo,
Monossílabos Tônicos
ínterim, lêvedo, ômega, pântano, trânsfuga.
Possuem autonomia fonética, sendo proferidos
 As seguintes palavras, entre outras, admitem
fortemente na frase onde aparecem. Acentuam-se
dupla tonicidade: acróbata/acrobata,
os monossílabos tônicos terminados em:
hieróglifo/hieroglifo, Oceânia/Oceania,
a(s): lá, cá
ortoépia/ortoepia, projétil/projetil, réptil/reptil,
e(s): pé, mês
zângão/zangão. o(s): só, pó, nós, pôs
2.7. ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Monossílabos Átonos
Não possuem autonomia fonética, sendo proferidos
Proparoxítonas
fracamente, como se fossem sílabas átonas do
Sílaba tônica: antepenúltima
vocábulo a que se apoiam.
As proparoxítonas são todas acentuadas
Exemplos: o(s), a(s), um, uns, me, te, se, lhe nos,
graficamente.
de, em, e, que, etc.
Exemplos: trágico, patético, árvore

Paroxítonas
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OBSERVAÇÕES: Por Exemplo: alfabetização


1. Os monossílabos átonos são palavras vazias de
sentido, vindo representados por artigos, pronomes No exemplo acima, o sufixo -ção transforma
oblíquos, elementos de ligação (preposições, em substantivo o verboalfabetizar. Este, por sua
conjunções). vez, já é derivado do substantivo alfabeto pelo
2. Há monossílabos que são tônicos numa frase e acréscimo do sufixo -izar.
átonos em outras.
Exemplos: A derivação sufixal pode ser:
Você trouxe sua mochila para quê? (tônico) / Que a) Nominal, formando substantivos e
tem dentro da sua mochila? (átono) adjetivos.
Há sempre um mas para questionar. (tônico) / Eu Por Exemplo: papel - papelaria / riso -
sei seu nome, mas não me recordo agora. (átono) risonho

3. FORMAÇÃO DE PALAVRAS b) Verbal, formando verbos.


Por Exemplo: atual - atualizar
Existem dois processos básicos pelos quais se
formam as palavras: a derivação e a composição. c) Adverbial, formando advérbios de modo.
A diferença entre ambos consiste basicamente em Por Exemplo: feliz - felizmente
que, no processo de derivação, partimos sempre de
um único radical, enquanto no processo de Derivação Prefixal e Sufixal
composição sempre haverá mais de um radical.
Ocorre quando a palavra derivada resulta do
3.1. DERIVAÇÃO acréscimo não simultâneo de prefixo e sufixo à
palavra primitiva.
Derivação é o processo pelo qual se obtém Exemplos:
uma palavra nova, chamada derivada, a partir de Palavra Palavra
outra já existente, chamada primitiva. Observe o Prefixo Radical Sufixo
Inicial Formada
quadro abaixo:
Primitiva Derivada leal des leal dade deslealdade

mar marítimo, marinheiro, marujo feliz in feliz mente infelizmente

terra enterrar, terreiro, aterrar Note que a presença de apenas um desses


afixosé suficiente para formar uma nova palavra, pois
Observamos que "mar" e "terra" não se em nossa língua existem as palavras "desleal",
formam de nenhuma outra palavra, mas, ao "lealdade" e "infeliz", "felizmente".
contrário, possibilitam a formação de outras, por
meio do acréscimo de um sufixo ou prefixo. Logo, Derivação Parassintética ou Parassíntese
mar e terra são palavras primitivas, e as demais,
derivadas. Ocorre quando a palavra derivada resulta do
acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo à
3.2 TIPOS DE DERIVAÇÃO palavra primitiva.
Considere, por exemplo, o adjetivo "triste".
Derivação Prefixal ou Prefixação Do radical "trist-" formamos o verbo entristecer pela
junção simultânea do prefixo "en-" e do sufixo "-
Resulta do acréscimo de prefixo à palavra ecer". Note que a presença de apenas um desses
primitiva, que tem o seu significado alterado. Veja afixos não é suficiente para formar uma nova
os exemplos: palavra, pois em nossa língua não existem as
crer- descrer palavras "entriste", nem "tristecer".
ler- reler Exemplos:
capaz- incapaz Palavra Palavra
Prefixo Radical Sufixo
Inicial Formada
Derivação Sufixal ou Sufixação
mudo e mud ecer emudecer
Resulta de acréscimo de sufixo à palavra
primitiva, que pode sofrer alteração de significado ou alma des alm ado desalmado
mudança de classe gramatical.
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Dica: para estabelecer a diferença entre derivação 3) Os infinitivos passam a substantivos


prefixal e sufixal e parassintética, basta retirar o Por Exemplo: O andar de Roberta era fascinante. /
prefixo ou sufixo da palavra na qual se tem dúvida. O badalar dos sinos soou na cidadezinha.
Feito isso, observe se a palavra que sobrou existe; 4) Os substantivos passam a adjetivos
caso isso aconteça, será derivação prefixal e Por Exemplo: O funcionário fantasma foi
sufixal. Caso contrário, será derivação despedido. / O menino prodígio resolveu o
parassintética. problema.
5) Os adjetivos passam a advérbios
Derivação Regressiva Por Exemplo: Falei baixo para que ninguém
escutasse.
Ocorre derivação regressiva quando uma 6) Palavras invariáveis passam a substantivos
palavra é formada não por acréscimo, mas por Por Exemplo: Não entendo o porquê disso tudo.
redução. 7) Substantivos próprios tornam-se comuns.
Exemplos: Por Exemplo: Aquele coordenador é um caxias!
comprar (verbo) beijar (verbo) (chefe severo e exigente)

compra (substantivo) beijo (substantivo) 3.3. COMPOSIÇÃO

Composição é o processo que forma palavras


Saiba que: compostas, a partir da junção de dois ou mais
Para descobrirmos se um substantivo deriva de radicais. Existem dois tipos:
um verbo ou se ocorre o contrário, podemos
seguir a seguinte orientação: Composição por Justaposição
 Se o substantivo denota ação, será palavra Ao juntarmos duas ou mais palavras ou
derivada, e o verbo palavra primitiva. radicais, não ocorre alteração fonética.
 Se o nome denota algum objeto ou substância, Exemplos: passatempo, quinta-feira, girassol,
verifica-se o contrário. couve-flor
Vamos observar os exemplos acima: compra e Obs.: em "girassol" houve uma alteração na grafia
beijo indicam ações, logo, são palavras (acréscimo de um "s") justamente para manter
derivadas. O mesmo não ocorre, porém, com a inalterada a sonoridade da palavra.
palavra âncora, que é um objeto. Neste caso, um
substantivo primitivo que dá origem ao verbo Composição por Aglutinação
ancorar. Ao unirmos dois ou mais vocábulos ou radicais,
ocorre supressão de um ou mais de seus elementos
Por derivação regressiva, formam-se fonéticos.
basicamente substantivos a partir de verbos. Por Exemplos:
isso, recebem o nome desubstantivos deverbais. embora (em boa hora)
Note que na linguagem popular, são frequentes os fidalgo (filho de algo - referindo-se à família nobre)
exemplos de palavras formadas por derivação hidrelétrico (hidro + elétrico)
regressiva. Veja: planalto (plano alto)
o portuga (de português)
o boteco (de botequim) Obs.: ao aglutinarem-se, os componentes
o comuna (de comunista) subordinam-se a um só acento tônico, o do último
componente.
Derivação Imprópria
3.4. REDUÇÃO
A derivação imprópria ocorre quando
determinada palavra, sem sofrer qualquer acréscimo Algumas palavras apresentam, ao lado de sua
ou supressão em sua forma, muda de classe forma plena, uma forma reduzida. Observe:
gramatical. Neste processo: auto - por automóvel
1) Os adjetivos passam a substantivos cine - por cinema
Por Exemplo: Os bons serão contemplados. micro - por microcomputador
2) Os particípios passam a substantivos ou Zé - por José
adjetivos
Por Exemplo: Aquele garoto alcançou um feito Como exemplo de redução ou simplificação de
passando no concurso. palavras, podem ser citadas também as siglas,
muito frequentes na comunicação atual.
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3.5. HIBRIDISMO 4.2.1. Artigos, leitura e produção de textos


Ocorre hibridismo na palavra em cuja O uso apropriado dos artigos definidos e
formação entram elementos de línguas diferentes. indefinidos permite não apenas evitar problemas com
Por Exemplo: auto (grego) + móvel (latim) o gênero e o número de determinados substantivos,
mas principalmente explorar detalhes de significação
3.6. ONOMATOPEIA bastante expressivos. Em geral, informações novas,
nos textos, são introduzidas por pronomes
Numerosas palavras devem sua origem a uma indefinidos e, posteriormente, retomadas pelos
tendência constante da fala humana para imitar as definidos. Assim, o referente determinado pelo artigo
vozes e os ruídos da natureza. As onomatopeias definido passa a fazer parte de um conjunto
são vocábulos que reproduzem aproximadamente os argumentativo que mantém a coesão dos textos.
sons e as vozes dos seres. Além disso, a sutileza de muitas modificações de
Exemplos: miau, zum-zum, piar, tinir, urrar, significados transmitidas pelos artigos faz com que
chocalhar, cocoricar, etc. sejam frequentemente usados pelos escritores em
seus textos literários.
4. SUBSTANTIVO / ADJETIVO / ARTIGO / Dica do gramatiqueiro: O artigo exerce um
NUMERAL forte valor semântico dentro do texto. A sua
classificação (artigo definido ou indefinido) pode
Dica do gramatiqueiro: O substantivo alterar o sentido de expressões e indicar propósitos
sempre é o núcleo do sintagma nominal (grupo de comunicativos dentro do discurso.
palavras sem verbo).
4.3. ADJETIVO
O garoto inteligente comprou uma belíssima roupa
nova. Adjetivo é a palavra que expressa uma
qualidade ou característica do ser e se "encaixa"
4.1. CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS diretamente ao lado de um substantivo.

Próprio: é aquele que designa os seres de Formação do Adjetivo


uma mesma espécie de forma particular. Quanto à formação, o adjetivo pode ser:
Comum: é aquele que designa os seres de Formado por um Por exemplo:
uma mesma espécie de forma genérica. ADJETIVO
só radical. brasileiro, escuro,
Simples: é aquele formado por apenas um SIMPLES
magro, cômico.
radical.
Formado por Por exemplo:
Composto: é aquele formado por dois
ADJETIVO mais de um luso-brasileiro,
radicais.
COMPOSTO radical. castanho-escuro,
Primitivo: é aquele que dá origem a outras
amarelo-canário.
palavras.
Derivado: é aquele que derivou de outra É aquele que dá Por exemplo:
ADJETIVO
palavra. origem a outros belo, bom, feliz,
PRIMITIVO
Concreto: é aquele que designa o ser que adjetivos. puro.
existe, independentemente de outros seres. É aquele que Por exemplo:
Abstrato: é aquele que designa seres que ADJETIVO deriva de belíssimo,
dependem de outros para se manifestar ou existir. DERIVADO substantivos ou bondoso,
Coletivo: é aquele que expressa noção de grupo verbos. magrelo.
 Específicos: alcateia, cáfila, arquipélago, etc.
 Genéricos: bando de aves, grupo de voluntários, 4.3.2. LOCUÇÃO ADJETIVA
coleção de poesias, etc.
Locução é a reunião de palavras. Sempre que
 Partitivos: Metade da população, grande parte dos
são necessárias duas ou mais palavras para contar a
homens, a minoria dos deputados, etc.
mesma coisa, tem-se locução. Às vezes, uma
preposição + substantivo tem o mesmo valor de um
4.2. ARTIGO
adjetivo: é a Locução Adjetiva (expressão que
Artigo é a palavra que, vindo antes de um equivale a um adjetivo.)
substantivo, indica se ele está sendo empregado de
maneira definida ou indefinida. Além disso, o artigo Dica do gramatiqueiro: A posição do adjetivo na
indica, ao mesmo tempo, o gênero e o número dos frase (antes ou depois do substantivo) exerce uma
substantivos. grande influência semântica, ou seja, pode alterar o
sentido da frase.
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4.4. PLURAL DOS SUBSTANTIVOS COMPOSTOS

Atente às palavras que formam os substantivos compostos e a esta tabela


Exemplo: Beija-flores / Guardas-civis

VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
SUBSTANTIVO PREFIXO
ADJETIVO VERBO
PRONOME ADVÉRBIO
NUMERAL

4.5. PLURAL DOS ADJETIVOS COMPOSTOS:

Adjetivo Composto é aquele formado por dois ou mais elementos. Normalmente, esses elementos são
ligados por hífen. Apenas o último elemento concorda com o substantivo a que se refere; os demais ficam na
forma masculina, singular. Caso um dos elementos que formam o adjetivo composto seja um substantivo
adjetivado, todo o adjetivo composto ficará invariável.
Por exemplo: a palavra rosa é originalmente um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemento,
funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um
substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará invariável.
Por exemplo:
Camisas rosa-claro. Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Ternos rosa-claro. Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
Olhos verde-claros.

5. PRONOMES

Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou a ele se refere, ou ainda, que acompanha o nome
qualificando-o de alguma forma.

Dica do gramatiqueiro: os pronomes são termos que exercem um enorme valor coesivo no texto. Portanto,
muita atenção aos seus valores anafóricos, catafóricos e dêiticos.

5.1. TABELA DOS PRONOMES PESSOAIS

PRONOMES PESSOAIS
CASO RETO CASO OBLÍQUO
ÁTONOS TÔNICOS
1ª Pessoa do singular Eu Me Mim, Comigo
2ª Pessoa do singular Tu Te Ti, Contigo
3ª Pessoa do singular Ele/Ela Se, O, A, Lhe Si, Consigo, Ele/Ela
1ª Pessoa do plural Nós Nos Conosco, Nós
2ª Pessoa do plural Vós Vos Convosco, Vós
3 Pessoa do plural Eles/Elas Se, Os, As, Lhes Consigo, Eles/Elas

ATENÇÃO:
Os pronomes o, os, a, as assumem formas especiais depois de certas terminações verbais. Quando o verbo
termina em -z, -s ou -r, o pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a terminação verbal
é suprimida.
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Por exemplo: esse deputado supostamente tem para poder ocupar


fiz + o = fi-lo o cargo que ocupa.
b) 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento
fazeis + o = fazei-lo
se dirijam à 2ª pessoa, toda a concordância deve ser
dizer + a = dizê-la feita com a 3ª pessoa. Assim, os verbos, os
pronomes possessivos e os pronomes oblíquos
Quando o verbo termina em som nasal, o empregados em relação a eles devem ficar na 3ª
pronome assume as formas no, nos, na, nas. pessoa.
Por exemplo: c) Uniformidade de Tratamento: quando
viram + o: viram-no escrevemos ou nos dirigimos a alguém, não é
permitido mudar, ao longo do texto, a pessoa do
repõe + os = repõe-nos
tratamento escolhida inicialmente. Assim, por
retém + a: retém-na exemplo, se começamos a chamar alguém de "você",
tem + as = tem-nas não poderemos usar "te" ou "teu". O uso correto
exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
5.2. PRONOMES REFLEXIVOS
Por exemplo:
São pronomes pessoais oblíquos que, embora Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei
funcionem como objetos direto ou indireto, referem- nos teus cabelos. (errado)
se ao sujeito da oração. Indicam que o sujeito pratica
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei
e recebe a ação expressa pelo verbo.
nos seus cabelos. (correto)
O quadro dos pronomes reflexivos é assim
configurado: Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei
 1ª pessoa do singular (eu): me, mim. nos teus cabelos. (correto)
Por exemplo: Eu não me vanglorio disso. / Olhei
para mim no espelho e não gostei do que vi. 5.3. PRONOMES POSSESSIVOS
 2ª pessoa do singular (tu): te, ti.
Por exemplo: Assim tu te prejudicas. / Conhece a São palavras que, ao indicarem a pessoa
ti mesmo. gramatical (possuidor), acrescentam a ela a ideia de
 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo. posse de algo (coisa possuída).
Por exemplo: Guilherme já se preparou. / Ela deu a Por exemplo: Este caderno é meu. (meu =
si um presente. / Antônio conversou consigo possuidor: 1ª pessoa do singular)
mesmo. Observe o quadro:
 1ª pessoa do plural (nós): nos. NÚMERO PESSOA PRONOME
Por exemplo: Lavamo-nos no rio. singular primeira meu(s), minha(s)
 2ª pessoa do plural (vós): vos. singular segunda teu(s), tua(s)
Por exemplo: Vós vos beneficiastes com a esta singular terceira seu(s), sua(s)
conquista. plural primeira nosso(s), nossa(s)
 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo. plural segunda vosso(s), vossa(s)
Por exemplo: Eles se conheceram. / Elas deram a plural terceira seu(s), sua(s)
si um dia de folga.
5.4. PRONOMES DEMONSTRATIVOS
OBSERVAÇÕES:
a) Vossa Excelência X Sua Excelência: os Os pronomes demonstrativos são utilizados
pronomes de tratamento que possuem "Vossa (s)" para explicitar a posição de uma certa palavra em
são empregados em relação à pessoa com quem relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode
falamos. ocorrer em termos de espaço, tempo ou discurso.
Por exemplo: Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro,
compareça a este encontro. / Emprega-se "Sua (s)" No espaço:
quando se fala a respeito da pessoa. Compro este carro (aqui). O pronome este
Por Exemplo: Todos os membros da C.P.I. indica que o carro está perto da pessoa que fala.
afirmaram que Sua Excelência, o Senhor Compro esse carro (aí). O pronome esse
Presidente da República, agiu com propriedade. indica que o carro está perto da pessoa com quem
Os pronomes de tratamento representam uma forma falo, ou afastado da pessoa que fala.
indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Compro aquele carro (lá). O pronome aquele
Ao tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por diz que o carro está afastado da pessoa que fala e
exemplo, estamos nos endereçando à excelência que daquela com quem falo.
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No tempo:
Este ano está sendo bom para nós. O pronome este refere-se ao ano presente.
Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse refere-se a um passado próximo.
Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele está se referindo a um passado distante.

Também aparecem como pronomes demonstrativos:


o (s), a (s): quando estiverem antecedendo o que e puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
Por exemplo: Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.) / Essa rua não é a que te indiquei. (Esta
rua não é aquela que te indiquei.)
mesmo (s), mesma (s):
Por exemplo: Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
próprio (s), própria (s):
Por exemplo: Os próprios alunos resolveram o problema.
semelhante (s):
Por exemplo: Não compre semelhante livro.
tal, tais:
Por exemplo: Tal era a solução para o problema.

5.6. PRONOMES INDEFINIDOS

São palavras que se referem à terceira pessoa do discurso, dando-lhe sentido vago (impreciso) ou
expressando quantidade indeterminada.
Classificam-se em:
Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lugar do ser ou da quantidade aproximada de seres na
frase.
São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo.
Por exemplo:
Algo o incomoda?
Quem avisa amigo é.

Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser expresso na frase, conferindo-lhe a noção de


quantidade aproximada.
São eles: cada, certo(s), certa(s).
Por exemplo:
Cada povo tem seus costumes.
Certas pessoas exercem várias profissões.

Note que:
Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora pronomes indefinidos adjetivos:
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), demais, mais, menos, muito(s), muita(s),
nenhum, nenhuns, nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, quaisquer, qual,
que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários,
várias.
Por exemplo:
Poucos vieram para o passeio.
Poucos alunos vieram para o passeio.

5.7. PRONOMES RELATIVOS

São pronomes relativos aqueles que representam nomes já mencionados anteriormente e com os quais se
relacionam. Introduzem as orações subordinadas adjetivas.

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Observe o quadro abaixo:


Quadro dos Pronomes Relativos
VARIÁVEIS
INVARIÁVEIS
Masculino Feminino
o qual os quais a qual as quais quem
cujo cujos cuja cujas que
quanto quantos quanta quantas onde

Note que:
a) O pronome "que" é o relativo de mais largo emprego, sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser
substituído por "o qual", "a qual", "os quais", "as quais" quando seu antecedente for um substantivo.
Por exemplo:
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual)
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais)
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais)

b) O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente pronomes relativos: por isso, são utilizados
didaticamente para verificar se palavras como "que", "quem", "onde" (que podem ter várias classificações) são
pronomes relativos. Todos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por motivo de clareza ou depois de
determinadas preposições:
Por exemplo:
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual me deixou encantado. (O uso de
"que" neste caso geraria ambiguidade.)
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas dúvidas? (Não se poderia usar "que" depois
de "sobre".)

c) O relativo "que" às vezes equivale a "o que", "coisa que" e se refere a uma oração.
Por exemplo:
Não chegou a ser padre, mas deixou de ser poeta, que era a sua vocação natural.
Obs.: os pronomes relativos podem vir precedidos de preposição de acordo com a regência verbal dos verbos da
oração.
Por exemplo:
Havia condições com que não concordávamos. (concordar com)
Havia condições de que desconfiávamos. (desconfiar de)

d) O pronome "cujo" não concorda com o seu antecedente, mas com o consequente. Equivale a "do qual", "da
qual", "dos quais", "das quais".
Por exemplo:
Este é o caderno cujas folhas estão rasgadas.
(antecedente) (consequente)

e) "Quanto" é pronome relativo quando tem por antecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e
tudo:
Por exemplo:
Emprestei Tantos quantos foram necessários.
(antecedente)
Ele fez Tudo quanto havia falado.
(antecedente)

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f) O pronome "quem" refere-se a pessoas e vem sempre precedido de preposição.


Por exemplo:
É um professor A quem muito devemos.
(preposição)

g) "Onde", como pronome relativo, sempre possui antecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar.
Por exemplo:
A casa onde morava foi assaltada.

Dica do gramatiqueiro: Onde só se refere a lugar. Este pronome relativo pode ser substituído sempre por “em
que”.

h) Na indicação de tempo, deve-se empregar "quando" ou "em que".


Por exemplo:
Sinto saudades da época em que (quando) morávamos no exterior.
i) Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras:
 como (= pelo qual)
Por exemplo:
Não me parece correto o modo como você agiu semana passada.
 quando (= em que)
Por exemplo:
Bons eram os tempos quando podíamos jogar videogame.
j) Os pronomes relativos permitem reunir duas orações numa só frase.
Por exemplo:
O futebol é um esporte.
O povo gosta muito deste esporte.
O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.
k) Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode ocorrer a elipse do relativo "que".
Por exemplo:
A sala estava cheia de gente que conversava, (que) ria, (que) fumava.

5.8. PRONOMES INTERROGATIVOS

São usados na formulação de perguntas, sejam elas diretas ou indiretas. Assim como os pronomes
indefinidos, referem-se à 3ª pessoa do discurso de modo impreciso. São pronomes interrogativos: que, quem,
qual (e variações), quanto (e variações).
Por exemplo:
Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço.
Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas preferes.
Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quantos passageiros desembarcaram.

5.9. PRONOMES SUBSTANTIVOS E PRONOMES ADJETIVOS


Pronomes Substantivos são aqueles que substituem um substantivo ao qual se referem.
Por exemplo:
Nem tudo está perdido. (Nem todos os bens estão perdidos.)
Aquilo me deixou alegre.
Obs.: ao assumir para si as características do nome que substitui, o pronome seguirá todas as demais
concordâncias (gênero - número - pessoa do discurso - marca de sujeito inanimado - marca de situação no
espaço).
Pronomes Adjetivos são aqueles que acompanham o substantivo com o qual se relacionam, juntando-lhe uma
característica.
Por exemplo:
Este moço é meu irmão.
Alguma coisa me deixou alegre.

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Obs.: a classificação dos pronomes em substantivos ou adjetivos não exclui sua classificação específica.
Por exemplo:
Muita gente não me entende. (muita = pronome adjetivo indefinido).
Trouxe o meu ingresso e o teu. (meu = pronome adjetivo possessivo / teu = pronome
substantivo possessivo).

6. VERBOS

Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre
outros processos:
 ação (correr);
 estado (ficar);
 fenômeno (chover);
 processo (nascer);
 existência (haver).

O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os seus possíveis significados. Observe que palavras
como corrida, chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo ao de alguns verbos mencionados acima; não
apresentam, porém, todas as possibilidades de flexão que esses verbos possuem.

Classificam-se em:
a) Regulares: são aqueles que possuem as desinências normais de sua conjugação e cuja flexão não provoca
alterações no radical.
Por exemplo: canto / cantei / cantarei / cantava / cantasse

b) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou nas desinências.
Por exemplo: faço / fiz / farei / fizesse

6.1. VERBOS PRONOMINAIS

Pronominais
São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na mesma
pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no
próprio sentido do verbo (reflexivos essenciais). Veja:
Conceito: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São
poucos: abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais
essenciais a reflexibilidade já está implícita no radical do verbo.
Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.

OBSERVAÇÕES: Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não
possuem função sintática.

6.2. MODOS VERBAIS


Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato. Em Português,
existem três modos:
Indicativo: indica uma certeza, uma realidade. Por exemplo: Eu sempre estudo.
Subjuntivo: indica uma dúvida, uma possibilidade. Por exemplo: Talvez eu estude amanhã.
Imperativo: indica uma ordem, um pedido. Por exemplo: Estuda agora, menino.

6.3. FORMAS NOMINAIS


Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes
(substantivo, adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:
a) Infinitivo Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função
de substantivo.
Por exemplo: Viver é lutar. (= vida é luta) / É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
Obs.: O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta).
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Por exemplo: É preciso ler este livro. / Era preciso ter lido este livro.
b) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu)
1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.: termos (nós)
2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.: terdes (vós)
3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.: terem (eles)
Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.

c) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio.


Por exemplo:
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função adjetivo)
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta, uma ação concluída.
Por exemplo:
Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.

d) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica geralmente o
resultado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau.
Por exemplo: Terminados os exames, os candidatos saíram.
Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função
de adjetivo (adjetivo verbal).
Por exemplo: Ela foi a aluna escolhida para representar a escola.

Estrutura e Flexão
Conjugação verbal:
Há três conjugações para os verbos da língua portuguesa:
1ª conjugação: verbos terminados em -ar .
2ª conjugação: verbos terminados em -er .
3ª conjugação: verbos terminados em -ir .
Obs.: O verbo pôr e seus derivados pertencem à 2ª conjugação, por se originarem do antigo verbo poer.

6.4. TEMPOS VERBAIS

O modo indicativo
Tempos verbais do Indicativo
01) Presente:
Indica fato que ocorre no dia-a-dia, corriqueiramente.
Ex.: Todos os dias, caminho no Zerão. Estudo no Maxi. Confio em meus amigos.

02) Pretérito:
Indica fatos que já ocorreram.
A) Pretérito Perfeito:
Indica fato que ocorreu no passado em determinado momento, observado depois de concluído.
Ex.: Ontem caminhei no Zerão.
Estudei no Maxi no ano passado.
Confiei em pseudo-amigos.

B) Pretérito Imperfeito:
Indica fato que ocorria com freqüência no passado, ou fato que não havia chegado ao final no momento em que
estava sendo observado.
Ex.: Naquela época, todos os dias, eu caminhava no Zerão.
Eu estudava no Maxi, quando conheci Magali.
Eu confiava naqueles amigos.

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C) Pretérito Mais-que-perfeito: aspecto verbal.


Indica fato ocorrido antes de outro no Pretérito
Perfeito do Indicativo. Dica do gramatiqueiro: Para confirmar se os
Ex.: Ontem, quando você foi ao Zerão, eu já verbos que se seguem são locuções é importante
caminhara 6 Km. saber se eles têm o mesmo sujeito.
Eu já estudara no Maxi, quando conheci Magali.
Eu confiara naquele amigo que mentiu a mim. 6.7. O MARIO
Cinco verbos terminados em iar são
03) Futuro: conjugados nas formas rizotônicas (formas cuja
Indica fatos que ocorrem depois do momento da tonicidade cai no radical da palavra, isto é, na parte
fala. que não varia). São os verbos do anagrama MARIO.
A) Futuro do Presente: O nome MARIO é formado com as iniciais destes
Indica fato que, com certeza, ocorrerá. verbos: mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar.
Ex.: Amanhã caminharei no Zerão pela manhã.
Estudarei no Maxi, no ano que vem. Mediar: medeio, medeias, medeia, mediamos,
Eu confiarei mais uma vez naquele amigo que mentiu mediais, medeiam.
a mim. Ansiar: anseio, anseias, anseia, ansiamos, ansiais,
B) Futuro do Pretérito: anseiam.
Indica fato futuro, dependente de outro anterior a Remediar: remedeio, remedeias, remedeia,
ele. remediamos, remediais, remedeiam.
Ex.: Eu caminharia todos os dias, se não trabalhasse Incendiar: incendeio, incendeias, incendeia,
tanto. incendiamos, incendiais, incendeiam.
Estudaria no Maxi, se morasse em Londrina. Odiar: odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais,
Eu confiaria mais uma vez naquele amigo, se ele me odeiam.
prometesse não mais me trair.
Desafio gramatical: O banco intermedeia ou
6.5. LOCUÇÕES VERBAIS intermedia as finanças daquela empresa?
Outro tipo de conjugação composta – também
chamada conjugação perifrástica – são as A frase correta em conformidade com a norma
locuções verbais, constituídas de verbos auxiliares culta é: "O banco intermedeia as finanças daquela
mais gerúndio ou infinitivo. São conjuntos de verbos empresa".
que, numa frase, desempenham papel equivalente
ao de um verbo único. Nessas locuções, o último 7. ADVÉRBIOS
verbo, chamado principal, surge sempre numa de Advérbio é a classe gramatical das palavras
suas formas nominais; as flexões de tempo, modo, que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro
número e pessoa ocorrem nos verbos auxiliares. advérbio. Raramente modifica um substantivo. É a
Observe os exemplos: palavra invariável que indica as circunstâncias em
Estou lendo o jornal. que ocorre a ação verbal.
Marta veio correndo: o noivo acabara de chegar.
Ninguém poderá sair antes do término da sessão. 7.1. CLASSIFICAÇÃO DOS ADVÉRBIOS
De acordo com a circunstância que exprime, o
A língua portuguesa apresenta uma grande advérbio pode ser de:
variedade dessas locuções, conseguindo exprimir por LUGAR: aqui, antes, dentro, ali, adiante,
meio delas os mais variados matizes de significado. fora, acolá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá,
Ser (estar, em algumas construções) é usado nas acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde, longe,
locuções verbais que exprimem a voz passiva debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora,
analítica do verbo. Poder e dever são auxiliares que alhures, embaixo, externamente, a distância, à
exprimem a potencialidade ou a necessidade de que distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à
determinado processo se realize ou não. Veja: esquerda, ao lado, em volta.
Pode ocorrer algo inesperado durante a festa. TEMPO: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde,
Deve ocorrer algo inesperado durante a festa. outrora, amanhã, cedo, dantes, depois, ainda,
Outro auxiliar importante é querer, que exprime antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora,
vontade, desejo. jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde,
Por exemplo: Quero ver você hoje. breve, constantemente, entrementes,
Também são largamente usados como auxiliares: imediatamente, primeiramente, provisoriamente,
começar a, deixar de, voltar a, continuar a, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de
pôr-se a, ir, vir e estar, todos ligados à noção de manhã, de repente, de vez em quando, de quando
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em quando, a qualquer momento, de tempos em a outro advérbio e não sofre flexões.


tempos, em breve, hoje em dia. Por exemplo: Eu corri muito.
MODO: bem, mal, assim, adrede, melhor, Pronome Indefinido: relaciona-se a um
pior, depressa, acinte, debalde, devagar, às pressas, substantivo e sofre flexões.
às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros.
aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira,
em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, 7.3. ADVÉRBIOS INTERROGATIVOS
em vão e a maior parte dos que terminam em "- São as palavras: onde? aonde? donde?
mente": calmamente, tristemente, quando? como? por que? nas interrogações
propositadamente, pacientemente, amorosamente, diretas ou indiretas, referentes às circunstâncias de
docemente, escandalosamente, bondosamente, lugar, tempo, modo e causa.
generosamente.
AFIRMAÇÃO: sim, certamente, realmente, Veja:
decerto, efetivamente, certo, decididamente, Interrogação Direta Interrogação Indireta
deveras, indubitavelmente. Como aprendeu? Perguntei como aprendeu.
NEGAÇÃO: não, nem, nunca, jamais, de
Onde mora? Indaguei onde morava.
modo algum, de forma nenhuma, tampouco, de jeito
nenhum. Por que choras? Não sei por que choras.
DÚVIDA: acaso, porventura, possivelmente, Aonde vai? Perguntei aonde ia.
provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por Donde vens? Pergunto donde vens.
certo, quem sabe.
Quando voltas? Pergunto quando voltas.
INTENSIDADE: muito, demais, pouco, tão,
em excesso, bastante, mais, menos, demasiado,
quanto, quão, tanto, assaz, que (equivale a quão), 7.4. LOCUÇÃO ADVERBIAL
tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por
completo, extremamente, intensamente, Quando há duas ou mais palavras que
grandemente, bem (quando aplicado a exercem função de advérbio, temos a locução
propriedades graduáveis). adverbial, que pode expressar as mesmas noções
EXCLUSÃO: apenas, exclusivamente, salvo, dos advérbios. Iniciam ordinariamente por uma
senão, somente, simplesmente, só, unicamente. preposição.
Por exemplo: Brando, o vento apenas move a copa Veja:
das árvores.  lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto,
INCLUSÃO: ainda, até, mesmo, para dentro, por aqui, etc.
inclusivamente, também.  afirmação: por certo, sem dúvida, etc.
Por exemplo: O indivíduo também amadurece  modo: às pressas, passo a passo, de cor, em
durante a adolescência. vão, em geral, frente a frente, etc.
ORDEM: depois, primeiramente, ultimamente.  tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à
Por exemplo: Primeiramente, eu gostaria de tarde, hoje em dia, nunca mais, etc.
agradecer aos meus amigos por comparecerem à Obs.: tanto a locução adverbial como o advérbio
festa. modificam o verbo, o adjetivo e outro advérbio.
Observe os exemplos:
Saiba que: Chegou muito cedo. (advérbio)
Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se Joana é muito bela. (adjetivo)
ao advérbio o mais ou o menos. De repente correram para a rua. (verbo)
Por exemplo: Ficarei o mais longe que puder
daquele garoto. Voltarei o menos tarde possível. 7.5. PREPOSIÇÕES
Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, Preposição é a palavra que estabelece uma relação
em geral sufixamos apenas o último: entre dois ou mais termos da oração. Essa relação é
Por exemplo: O aluno respondeu calma e do tipo subordinativa, ou seja, entre os elementos
respeitosamente. ligados pela preposição não há sentido dissociado,
separado, individualizado; ao contrário, o sentido da
7.2. DISTINÇÃO ENTRE ADVÉRBIO E expressão é dependente da união de todos os
PRONOME INDEFINIDO elementos que a preposição vincula.
Há palavras como muito, bastante, etc. que As palavras da Língua Portuguesa que atuam
podem aparecer como advérbio e como pronome exclusivamente como preposição são chamadas
indefinido. preposições essenciais.
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou
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São elas:
a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás

7.5.1. LOCUÇÃO PREPOSITIVA

É o conjunto de duas ou mais palavras que têm o valor de uma preposição. A última palavra dessas locuções
é sempre uma preposição.

7.5.1. LOCUÇÃO PREPOSITIVA

É o conjunto de duas ou mais palavras que têm o valor de uma preposição. A última palavra dessas locuções
é sempre uma preposição.

Principais locuções prepositivas:


abaixo de acima de acerca de
a fim de além de a par de
apesar de antes de depois de
ao invés de diante de em fase de
em vez de graças a junto a
junto com junto de à custa de
defronte de através de em via de
de encontro a em frente de em frente a
sob pena de a respeito de ao encontro de

7.5.1. VALOR SEMÂNTICO DAS PREPOSIÇÕES:

Posse – Estes livros são do antigo professor.


Causa – Após o terremoto, várias crianças morreram de desnutrição.
Matéria – Todos aqueles artefatos são de couro.
Assunto – Discutimos muito sobre as obras literárias.
Companhia – Iremos à festa com você.
Finalidade – Preparamo-nos para os festejos natalinos.
Instrumento – O garoto feriu-se com a faca.
Lugar – Curtirei minhas férias em Maceió.
Origem – Todos os turistas são de Belo Horizonte.
Tempo – A empresa tem um prazo de 20 dias para a entrega dos pedidos.
Meio – A publicidade pela Internet implica em bons resultados.
Conformidade – Fizemos a pesquisa conforme foi solicitado.
Modo – O resultado do concurso foi aguardado com tamanha ansiedade.
Oposição – Os eleitores mostraram-se contra a proposta dos candidatos.

7.6. CONJUNÇÕES
De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as conjunções podem ser classificadas em coordenativas
e subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse
isolamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de sentido que cada um dos elementos possui. Já no
segundo caso, cada um dos elementos ligados pela conjunção depende da existência do outro.

CLASSIFICAÇÃO CONECTIVOS EXEMPLOS


E; Nem (nem...nem); Não só… mas também;
ADITIVOS Não só comi como também bebi.
Tampouco; Tanto… quanto.
Mas; Porém; Contudo; Todavia; No entanto; O café estava bom, todavia o bolo
ADVERSATIVOS
Entretanto; Não obstante; E. estava ainda melhor.
ALTERNATIVOS Ou; Ou...ou; Ora… ora; Já...já; Quer…quer; Ou você estuda, ou você reprova.
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Seja…seja.
Logo; Pois (deslocado); Portanto; Por Estudei muito, por conseguinte passei
CONCLUSIVOS
conseguinte; Assim; Então; Por isso. naquele concurso.
EXPLICATIVOS Pois; Que; Porque; Porquanto. Feche a porta, que está perigoso.
Pois; Porque; Visto que; Como; Porquanto;
Eu consegui passar no concurso,
CAUSAIS Haja vista que; Já que; Na medida em que;
porquanto estudei muito.
Uma vez que.
Tão (tamanho, tanto, tal)… que; De modo
CONSECUTIVOS Estudei tanto que passei num concurso.
que; De maneira que.
Embora; Conquanto; Não obstante; Ainda
que; Mesmo que; Se bem que; Posto que; Por Conquanto estivesse chovendo, eu fui à
CONCESSIVOS
mais que; Por pior que; Apesar de que; A praia.
despeito de; Malgrado; Em que pese.
Como; Mais...(do) que; Menos… (do) que;
Eu sou mais bonito que aquele outro
COMPARATIVOS Tão… como; Tanto… quanto; Tão… quanto;
professor.
Assim como.
Se; Caso; Sem que; Se não; A não ser que;
Caso eu te ligue, nós combinaremos de
CONDICIONAIS Exceto se; A menos que; Conquanto que;
ir à praia.
Salvo se; Desde que.
Conforme foi combinado, quero minha
CONFORMATIVOS Conforme; Consoante; Como; Segundo.
parte da herança.
Para; Para que; A fim de que; De modo que; Ele estudou muito a fim de passar num
FINAIS
De forma que; De sorte que; Porque. concurso.
À proporção que; À medida que; Quando À medida que estudava, o assunto ia
PROPORCIONAIS
mais; Ao passo que. ficando mais fácil.
Quando; Enquanto; Assim que; Logo que;
TEMPORAIS Assim que cheguei, você me avistou.
Desde que; Até que; Mal; Depois que; Eis que.

8. CRASE
A palavra crase é de origem grega e significa "fusão", "mistura". Na língua portuguesa, é o nome que se dá
à "junção" de duas vogais idênticas. É de grande importância a crase da preposição "a" com o artigo feminino "a"
(s), com o pronome demonstrativo "a" (s), com o "a" inicial dos pronomes aquele (s), aquela (s), aquilo e
com o "a" do relativo a qual (as quais). Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a crase. O uso
apropriado do acento grave, depende da compreensão da fusão das duas vogais. É fundamental também, para o
entendimento da crase, dominar a regência dos verbos e nomes que exigem a preposição "a". Aprender a usar a
crase, portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência simultânea de uma preposição e um artigo ou
pronome.
Observe:
Vou a a igreja.
Vou à igreja.
No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição "a", exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência
do artigo "a" que está determinando o substantivo feminino igreja. Quando ocorre esse encontro das duas vogais
e elas se unem, a união delas é indicada pelo acento grave.

Observe os outros exemplos:


Conheço a aluna.
Refiro-me à aluna.
No primeiro exemplo, o verbo é transitivo direto (conhecer algo ou alguém), logo não exige preposição e a crase
não pode ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto (referir-se a algo ou a alguém) e exige a
preposição "a". Portanto, a crase é possível, desde que o termo seguinte seja feminino e admita o artigo feminino
"a" ou um dos pronomes já especificados.
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Há uma maneiras de verificar a existência de um Acompanhe os exemplos:


artigo feminino "a" (s) ou de um pronome Prefiro ir a pé.
demonstrativo "a" (s) após uma preposição "a": A prova não pode ser feita a lápis.
1. Colocar um termo masculino no lugar do termo
feminino que se está em dúvida. Se surgir a forma CRASE ANTES DE PALAVRAS MASCULINAS
ao, ocorrerá crase antes do termo feminino.
Veja os exemplos: Há casos em que aparece o sinalzinho antes
Conheço "a" aluna. / Conheço o aluno. de palavras machinhas. É o caso de “corta o cabelo à
Refiro-me ao aluno. / Refiro-me à aluna. Neymar”. Ou “não foi à Livraria Cultura, mas à José
"a", é preciso provar que existem os dois. Olympio”. Olho vivo. As aparências enganam.
Escondidinho, está um feminino tentando enganar o
MANDAMENTOS DA CRASE: bobo na casca do ovo.
1. “A”, no singular; palavra no plural, CRASE NEM A Veja:
PAU! Corta o cabelo à (moda de) Neymar.
2. NUNCA HÁ CRASE DIANTE DE VERBO Não foi à Livraria Cultura, mas à (Livraria) José
3. SE EU VOU “A” E VOLTO “DA” = CRASE HÁ! Olympio.
SE EU VOU “A” E VOLTO “DE” = CRASE PARA
QUÊ? CRASE COM PARALELISMO
4. AQUELE = ESTE / AQUILO = ISTO / AQUELA = (PREPOSIÇÃO --------- PREPOSIÇÃO)
ESTA A promoção vai DE segunda A sexta.
5. A CRASE É SEMPRE FACULTATIVA DIANTE DE
PRONOMES POSSESSIVOS ADJETIVOS (PREPOSIÇÃO + ARTIGO --------------
FEMININOS NO SINGULAR PREPOSIÇÃO + ARTIGO)
6. A CRASE É SEMPRE FACULTATIVA APÓS A A festa vai DAS 19h ÀS 22h.
PALAVRA “ATÉ”.
(CRASE APENAS NO PRIMEIRO TERMO OU EM
CRASE COM AQUELE/AQUELA/AQUILO TODOS)
O “a” que inicia os pronomes demonstrativos Fiz referência À mãe, ___ tia e sobrinha.
“aquele”, “aquela” e “aquilo” receberá crase quando Fiz referência À mãe, À tia e À sobrinha.
o termo anterior exigir a preposição “a”. Observe:
A encomenda foi entregue àquele moço. 9. CONCORDÂNCIA VERBAL
[Entrega-se se algo a alguém].
Você foi àquela reunião? O VERBO CONCORDA COM O NÚCLEO DO
[Alguém vai a algum lugar] SUJEITO!
Não me referia àquilo.
[Nós nos referimos a alguma coisa] O canto dos pássaros me encanta.

CRASE EM LOCUÇÕES COM NÚCLEO FEMININO Ocorre quando o verbo se flexiona para
concordar com seu sujeito.
A crase deve ser usada em locuções adverbiais
formadas por palavras femininas. Entretanto, quando A) SUJEITO SIMPLES
as locuções indicam circunstâncias, não há consenso Regra Geral
entre os gramáticos. Uns dizem que a crase não deve O sujeito sendo simples, com ele concordará o
ser utilizada, enquanto outros dizem que seu uso é verbo em número e pessoa.
facultativo. Por Exemplo: A orquestra tocou uma valsa
Veja alguns exemplos: longa.
No final da rua, vire à esquerda. Quando o sujeito é formado por uma expressão
Às vezes é preciso esperar. partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de,
À medida que o tempo passa, as pessoas ficam metade de, a maioria de, a maior parte de, grande
mais experientes. parte de...) seguida de um substantivo ou pronome
O barco ficou à deriva até ser resgatado. no plural, o verbo pode ficar no singular ou no
plural.
Nas expressões adverbiais a pé, a cavalo, a Exemplos:
sangue-frio, a lápis, etc., o uso da crase não é A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a
permitido por uma questão óbvia, as palavras que ideia.
formam as expressões são masculinas. Logo, não há Metade dos candidatos não apresentou /
a ocorrência de crase. apresentaram nenhuma proposta interessante.
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Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos vós fez isso.
dos coletivos, quando especificados: Quando o sujeito é formado por uma expressão que
Por Exemplo: indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo
Um bando de vândalos destruiu / destruíram o deve concordar com o substantivo.
monumento. Exemplos:
25% do orçamento do país deve destinar-se à
Quando o sujeito é formado por expressão que Educação.
indica quantidade aproximada (cerca de, mais de, 85% dos entrevistados não aprovam a
menos de, perto de...) seguida de numeral e administração do prefeito.
substantivo, o verbo concorda com o substantivo. 1% do eleitorado aceita a mudança.
Observe: 1% dos alunos faltaram à prova.
Cerca de mil pessoas participaram da
manifestação. Quando a expressão que indica porcentagem
Perto de quinhentos alunos compareceram à não é seguida de substantivo, o verbo deve
solenidade. concordar com o número. Veja:
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas 25% querem a mudança.
últimas Olimpíadas. 1% conhece o assunto.
Obs.: quando a expressão "mais de um" se associar
a verbos que exprimem reciprocidade, o plural é Quando o sujeito é o pronome relativo "que",
obrigatório: a concordância em número e pessoa é feita com o
Por Exemplo: Mais de um colega se ofenderam antecedente do pronome.
na tumultuada discussão de ontem. (ofenderam um Exemplos:
ao outro) Fui eu que paguei a conta.
Fomos nós que pintamos o muro.
Quando se trata de nomes que só existem no És tu que me fazes ver o sentido da vida.
plural, a concordância deve ser feita levando-se em Ainda existem mulheres que ficam vermelhas na
conta a ausência ou presença de artigo. Sem artigo, presença de um homem.
o verbo deve ficar no singular. Quando há artigo no
plural, o verbo deve ficar o plural. Com a expressão "um dos que", embora
Exemplos: alguns gramáticos considerem a concordância
Os Estados Unidos possuem grandes universidades. facultativa, a preferência é pelo uso verbo no plural,
Alagoas impressiona pela beleza das praias. para concordar com a palavra que antecede o
As Minas Gerais são inesquecíveis. pronome relativo “que”.
Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira. Por Exemplo:
Os Sertões imortalizaram Euclides da Cunha. Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais
Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou encantaram os poetas.
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, Se você é um dos que admiram o escritor,
muitos, quaisquer, vários) seguido por "de nós" ou certamente lerá seu novo romance.
"de vós", o verbo pode concordar com o primeiro
pronome (na terceira pessoa do plural) ou com o Quando o sujeito é o pronome relativo
pronome pessoal. Veja: "quem", pode-se utilizar o verbo na terceira pessoa
Quais de nós são / somos capazes? do singular ou em concordância com o antecedente
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? do pronome.
Exemplos:
Vários de nós propuseram / propusemos Fui eu quem pagou a conta. / Fui eu quem paguei
sugestões inovadoras. a conta.
Obs.: Veja que a opção por uma ou outra forma Fomos nós quem pintou o muro. / Fomos nós
indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando quem pintamos o muro.
alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabíamos de
tudo e nada fizemos", esta pessoa está se incluindo Quando o sujeito é um pronome de
no grupo dos omissos. Isso não ocorre quando tratamento, o verbo fica na 3ª pessoa do singular ou
alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabiam de plural.
tudo e nada fizeram.", frase que soa como uma Por Exemplo: Vossa Excelência é diabético? /
denúncia. Vossas Excelências vão renunciar?
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido A concordância dos verbos bater, dar e soar se dá de
estiver no singular, o verbo ficará no singular. acordo com o numeral.
Por Exemplo: Qual de nós é capaz? / Algum de Por Exemplo: Deu uma hora no relógio da sala. /
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Deram cinco horas no relógio da sala. dispostos em gradação, o verbo pode ficar no plural
Obs.: caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, ou concordar com o último núcleo do sujeito.
sino, torre, etc., o verbo concordará com esse Por Exemplo:
sujeito. Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um
Por Exemplo: O tradicional relógio da praça matriz segundo me satisfazem / satisfaz.
dá nove horas. No primeiro caso, o verbo no plural enfatiza a
Verbos Impessoais: por não se referirem a unidade de sentido que há na combinação. No
nenhum sujeito, são usados sempre na 3ª pessoa do segundo caso, o verbo no singular enfatiza o
singular. São verbos impessoais: último elemento da série gradativa.
 Haver no sentido de existir; Quando os núcleos do sujeito composto são unidos
 Fazer indicando tempo; por "ou" ou "nem", o verbo deverá ficar no plural se
 Aqueles que indicam fenômenos da natureza. a declaração contida no predicado puder ser
Exemplos: atribuída a todos os núcleos.
Havia muitas garotas na festa. Por Exemplo:
Faz dois meses que não vejo meu pai. Drummond ou Bandeira representam a essência da
Chovia ontem à tarde. poesia brasileira.
Nem o professor nem o aluno acertaram a
B) SUJEITO COMPOSTO resposta.
Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo, Quando a declaração contida no predicado só puder
a concordância se faz no plural: ser atribuída a um dos núcleos do sujeito, ou seja, se
Exemplos: os núcleos forem excludentes, o verbo deverá ficar
Pai e filho conversavam longamente. no singular.
Pais e filhos devem conversar com frequência. Por Exemplo:
Nos sujeitos compostos formados por pessoas Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima
gramaticais diferentes, a concordância ocorre da Olimpíada.
seguinte maneira: a primeira pessoa do plural Você ou ele será escolhido. (Só será escolhido um)
prevalece sobre a segunda pessoa, que por sua vez, Com as expressões "um ou outro" e "nem um
prevalece sobre a terceira. Veja: nem outro", a concordância costuma ser feita no
Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão. singular, embora o plural também seja praticado.
Tu e teus irmãos tomareis a decisão. Por Exemplo:
Pais e filhos precisam respeitar-se. Um e outro compareceu / compareceram à festa.
Obs.: quando o sujeito é composto, formado por um Nem um nem outro saiu / saíram do colégio.
elemento da segunda pessoa e um da terceira, é Quando os núcleos do sujeito são unidos por "com",
possível empregar o verbo na terceira pessoa do o verbo pode ficar no plural. Nesse caso, os núcleos
plural. Aceita-se, pois, a frase: "Tu e teus irmãos recebem um mesmo grau de importância e a palavra
tomarão a decisão." "com" tem sentido muito próximo ao de "e". Veja:
No caso do sujeito composto posposto ao verbo, O pai com o filho montaram o brinquedo.
passa a existir uma nova possibilidade de O governador com o secretariado traçaram os
concordância: em vez de concordar no plural com a planos para o próximo semestre.
totalidade do sujeito, o verbo pode estabelecer Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular,
concordância com o núcleo do sujeito mais se a ideia é enfatizar o primeiro elemento.
próximo. Convém insistir que isso é uma opção, e O pai com o filho montou o brinquedo.
não uma obrigação. O governador com o secretariado traçou os planos
Por Exemplo: Faltaram coragem e competência. / para o próximo semestre.
Faltou coragem e competência. Obs.: com o verbo no singular, não se pode falar em
Quando ocorre ideia de reciprocidade, no entanto, a sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez que
concordância é feita obrigatoriamente no plural. as expressões "com o filho" e "com o secretariado"
Observe: Abraçaram-se vencedor e vencido. / são adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é
Ofenderam-se o jogador e o árbitro. como se houvesse uma inversão da ordem. Veja:
"O pai montou o brinquedo com o filho."
CASOS PARTICULARES "O governador traçou os planos para o próximo
Quando o sujeito composto é formado por núcleos semestre com o secretariado."
sinônimos ou quase sinônimos, o verbo pode ficar no Quando os núcleos do sujeito são unidos por
plural ou no singular. expressões correlativas como: "não só...mas
Por Exemplo: Descaso e desprezo marcam / ainda", "não somente"..., "não apenas...mas
marca seu comportamento. também", "tanto...quanto", o verbo concorda de
Quando o sujeito composto é formado por núcleos preferência no plural.
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Não só a seca, mas também o pouco caso castigam Basicamente, ocupa-se da relação entre nomes.
o Nordeste. Lembre-se: normalmente, o substantivo funciona
Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a como núcleo de um termo da oração, e o adjetivo,
notícia. como adjunto adnominal.
Quando os elementos de um sujeito composto são
A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as
resumidos por um aposto recapitulativo, a
seguintes regras gerais:
concordância é feita com esse termo resumidor.
1) O adjetivo concorda em gênero e número quando
Por Exemplo:
se refere a um único substantivo.
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da
Por Exemplo:
apatia.
As mãos trêmulas denunciavam o que sentia.
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito
importante na vida das pessoas.
2) Quando o adjetivo se refere a vários substantivos,
a concordância pode variar. Podemos sistematizar
VERBO SER:
essa flexão nos seguintes casos:
Em se tratando de casos em que o sujeito é
a) Adjetivo anteposto aos substantivos: O
representado por “tudo, isso, isto, aquilo”, a
adjetivo concorda em gênero e número com o
concordância do verbo “ser” normalmente se efetiva
substantivo mais próximo.
com o predicativo expresso no plural. Exemplos?
Exemplos:
Observe:
Encontramos caídas as roupas e os prendedores.
Tudo são flores.
Encontramos caída a roupa e os prendedores.
Aquilo eram fantasias cultivadas.
Encontramos caído o prendedor e a roupa.
Isso são desencantos passageiros.
Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de
Nos casos em que o sujeito ou o predicativo é
parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no
constituído por um pronome pessoal ou nome de
plural.
pessoa, a concordância se dará com a pessoa
Por Exemplo:
gramatical. Atentemo-nos a alguns casos:
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.
A esperança somos nós.
Encontrei os divertidos primos e primas na festa.
Beatriz era só alegria.
b) Adjetivo posposto aos substantivos: O
Fazendo referência ao dia do mês, o verbo “ser”
adjetivo concorda com o substantivo mais próximo
admite duas construções:
ou com todos eles (assumindo forma masculino
Hoje é dia quatro de março.
plural se houver substantivo feminino e masculino).
Hoje são quatro de março.
Exemplos:
Nos casos em que o sujeito ou predicativo for
A indústria oferece localização e atendimento
representado por coisa, bem como se um sujeito ou
perfeito.
predicativo se encontrar no singular e outro (sujeito
A indústria oferece atendimento e localização
ou predicativo) no plural, a concordância do verbo
perfeita.
“ser” se dará no plural. Constatemos alguns
A indústria oferece localização e atendimento
exemplos:
perfeitos.
Os filhos são o meu tesouro.
A indústria oferece atendimento e localização
Nas expressões indicativas de quantidade (medida,
perfeitos.
peso, preço, valor) o verbo “ser” se torna invariável.
Obs.: os dois últimos exemplos apresentam maior
Exemplos:
clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se
Mil reais é pouco para saldar todas as pendências.
refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo
Cinco horas de estudo é pouco para quem deseja
foi flexionado no plural masculino, que é o gênero
êxito.
predominante quando há substantivos de gêneros
Nos casos relacionados à indicação de tempo, o
diferentes.
verbo “ser” concorda com a expressão numérica mais
Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o
próxima. Vejamos:
adjetivo fica no singular ou plural.
São três horas agora. / Já é uma hora.
Exemplos: A beleza e a inteligência feminina(s). / O
carro e o iate novo(s).
10. CONCORDÂNCIA NOMINAL
A concordância nominal se baseia na relação entre
3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:
um substantivo (ou pronome, ou numeral
a) O adjetivo fica no masculino singular, se o
substantivo) e as palavras que a ele se ligam para
substantivo não for acompanhado de nenhum
caracterizá-lo (artigos, adjetivos, pronomes
modificador.
adjetivos, numerais adjetivos e particípios).
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Por Exemplo: Água é bom para saúde. É preciso cidadania.


b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este Não é permitido saída pelas portas laterais.
for modificado por um artigo ou qualquer outro
determinativo. b) Quando o sujeito dessas expressões estiver
Por Exemplo: Esta água é boa para saúde. determinado por artigos, pronomes ou adjetivos,
c) O adjetivo concorda em gênero e número com os tanto o verbo como o adjetivo concordam com ele.
pronomes pessoais a que se refere.
Por Exemplo: Juliana as viu ontem muito felizes. Exemplos:
É proibida a entrada de crianças.
4) Nas expressões formadas por pronome indefinido Esta salada é ótima.
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição A educação é necessária.
DE + adjetivo, este último geralmente é usado no São precisas várias medidas na educação.
masculino singular. Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso -
Por Exemplo: Os jovens tinham algo de Quite
misterioso.
c) Essas palavras adjetivas concordam em gênero e
5) A palavra "só", quando equivale a "sozinho", tem
número com o substantivo ou pronome a que se
função adjetiva e concorda normalmente com o
referem. Observe:
nome a que se refere.
Seguem anexas as documentações requeridas.
Por Exemplo: Cristina saiu só. / Cristina e Débora
A menina agradeceu: - Muito obrigada.
saíram sós.
Muito obrigadas, disseram as senhoras, nós
Obs.: quando a palavra "só" equivale a "somente"
mesmas faremos isso.
ou "apenas", tem função adverbial, ficando, portanto,
Seguem inclusos os papéis solicitados.
invariável.
Já lhe paguei o que estava devendo: estamos
Por Exemplo: Eles só desejam ganhar presentes.
quites.
6) Quando um único substantivo é modificado por
dois ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas Bastante - Caro - Barato - Longe
as construções:
a) O substantivo permanece no singular e coloca-se d) Essas palavras são invariáveis quando funcionam
o artigo antes do último adjetivo. como advérbios. Concordam com o nome a que se
Por Exemplo: Admiro a cultura espanhola e a referem quando funcionam como adjetivos,
portuguesa. pronomes adjetivos, ou numerais. Exemplos:
As jogadoras estavam bastante cansadas.
b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo (advérbio)
antes do adjetivo. Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho.
Por Exemplo: Admiro as culturas espanhola e (pronome adjetivo)
portuguesa. Nunca pensei que o estudo fosse tão caro.
Obs.: Veja esta construção: Estudo a cultura (advérbio)
espanhola e portuguesa. As casas estão caras. (adjetivo)
Note que ela provoca incerteza: trata-se de duas Achei barato este casaco.(advérbio)
culturas distintas ou de uma única, espano- Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo)
portuguesa? Procure evitar construções desse tipo. "Vais ficando longe de mim como o sono, nas
alvoradas." (Cecília Meireles) (advérbio)
CASOS PARTICULARES "Levai-me a esses longes verdes, cavalos de vento!"
(Cecília Meireles). (adjetivo)
É proibido - É necessário - É bom - É preciso -
É permitido Meio – Meia
a) Essas expressões, formadas por um verbo mais e) A palavra "meio", quando empregada como
um adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que adjetivo, concorda normalmente com o nome a que
se referem possuir sentido genérico (não vier se refere.
precedido de artigo). Por Exemplo: Pedi meia cerveja e meia porção de
Exemplos: polentas.
É proibido entrada de crianças.
Em certos momentos, é necessário atenção. f) Quando empregada como advérbio (modificando
No verão, melancia é bom. um adjetivo) permanece invariável.

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Por Exemplo: A noiva está meio nervosa. Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento.”
Alerta – Menos
Com trabalho.
 O lugar de origem ou de produção pelo
g) Essas palavras são advérbios, portanto, produto:
permanecem sempre invariáveis.
Comprei uma garrafa do legítimo porto 3.
Por Exemplo: Os escoteiros estão sempre alerta. /
O vinho da cidade do Porto.
Carolina tem menos bonecas que sua amiga.
 O autor pela obra:
12. FIGURAS DE LINGUAGEM
Ela parecia ler Jorge Amado.
As figuras de linguagem ou de estilo são
A obra de Jorge Amado.
empregadas para valorizar o texto, tornando a
linguagem mais expressiva. É um recurso linguístico
 O abstrato pelo concreto e vice-versa:
para expressar experiências comuns de formas
Não devemos contar com o seu coração.
diferentes, conferindo originalidade, emotividade ou
Sentimento, sensibilidade.
poeticidade ao discurso.
As figuras revelam muito da sensibilidade de quem
CATACRESE: A catacrese é um tipo de especial de
as produz, traduzindo particularidades estilísticas do
metáfora, “é uma espécie de metáfora desgastada,
autor. A palavra empregada em sentido figurado,
em que já não se sente nenhum vestígio de
não-denotativo, passa a pertencer a outro campo de
inovação, de criação individual e pitoresca. É a
significação, mais amplo e criativo.
metáfora tornada hábito lingüístico, já fora do âmbito
As figuras de linguagem classificam-se em:
estilístico.” (Othon M. Garcia)
1) figuras de palavra;
Exemplos: folhas de livro, pele de tomate, dente de
2) figuras de som;
alho, montar em burro, céu da boca, cabeça de
3) figuras de pensamento;
prego, mão de direção, ventre da terra, asa da
4) figuras de construção ou sintaxe.
xícara, sacar dinheiro no banco.
COMPARAÇÃO: Ocorre comparação quando se
SINESTESIA: A sinestesia consiste na fusão de
estabelece aproximação entre dois elementos que se
sensações diferentes numa mesma expressão. Essas
identificam, ligados por conectivos comparativos
sensações podem ser físicas (gustação, audição,
explícitos – feito, assim como, tal, como, tal qual, tal
visão, olfato e tato) ou psicológicas (subjetivas).
como, qual, que nem – e alguns verbos – parecer,
Exemplo: “A minha primeira recordação é um muro
assemelhar-se e outros.
velho, no quintal de uma casa indefinível. Tinha
Exemplos:
várias feridas no reboco e veludo de musgo.
“Amou daquela vez como se fosse máquina.
Milagrosa aquela mancha verde [sensação visual] e
Beijou sua mulher como se fosse lógico.
úmida, macia [sensações táteis], quase irreal.”
(Augusto Meyer)
METÁFORA: Ocorre metáfora quando um termo
substitui outro através de uma relação de
ALITERAÇÃO: Ocorre aliteração quando há
semelhança resultante da subjetividade de quem a
repetição da mesma consoante ou de consoantes
cria. A metáfora também pode ser entendida como
similares, geralmente em posição inicial da palavra.
uma comparação abreviada, em que o conectivo não
Exemplo: “Toda gente homenageia Januária na
está expresso, mas subentendido.
janela.”
Exemplo: “Supondo o espírito humano uma vasta
concha, o meu fim, Sr. Soares, é ver se posso extrair
ASSONÂNCIA: Ocorre assonância quando há
pérolas, que é a razão.”
repetição da mesma vogal ao longo de um verso ou
poema.
METONÍMIA: Ocorre metonímia quando há
Exemplo: “Sou Ana, da cama da cana, / fulana,
substituição de uma palavra por outra, havendo
bacana / Sou Ana de Amsterdam.”
entre ambas algum grau de semelhança, relação,
proximidade de sentido ou implicação mútua. Tal
ONOMATOPEIA: Ocorre quando uma palavra ou
substituição fundamenta-se numa relação objetiva,
conjunto de palavras imita um ruído ou som.
real, realizando-se de inúmeros modos:
Exemplo: “O silêncio fresco despenca das árvores. /
Veio de longe, das planícies altas, / Dos cerrados
 A causa pelo efeito e vice-versa:
onde o guaxe passe rápido… / Vvvvvvvv… passou.”
“E assim o operário ia
Com suor e com cimento
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ANTÍTESE: Ocorre antítese quando há aproximação próprios de seres animados a seres inanimados ou
de palavras ou expressões de sentidos opostos. imaginários.
Exemplo: “Amigos ou inimigos estão, amiúde, em Também a atribuição de características humanas a
posições trocadas. Uns nos querem mal, e fazem-nos seres animados constitui prosopopeia o que é comum
bem. Outros nos almejam o bem, e nos trazem o nas fábulas e nos apólogos, como este exemplo de
mal.” (Rui Barbosa) Mário de Quintana: “O peixinho (…) silencioso e
levemente melancólico…”
APÓSTROFE: Ocorre apóstrofe quando há Exemplos:
invocação de uma pessoa ou algo, real ou “… os rios vão carregando as queixas do caminho.”
imaginário, que pode estar presente ou ausente. (Raul Bopp)
Corresponde ao vocativo na análise sintática e é Um frio inteligente (…) percorria o jardim…” (Clarice
utilizada para dar ênfase à expressão. Lispector)
Exemplo: “Deus! ó Deus! onde estás, que não
respondes?” (Castro Alves) PERÍFRASE: Ocorre perífrase quando se cria um
torneio de palavras para expressar algum objeto,
PARADOXO: Ocorre paradoxo não apenas na acidente geográfico ou situação que não se quer
aproximação de palavras de sentido oposto, mas nomear.
também na de idéias que se contradizem referindo- Exemplo: “Cidade maravilhosa / Cheia de encantos
se ao mesmo termo. É uma verdade enunciada com mil / Cidade maravilhosa / Coração do meu Brasil.”
aparência de mentira. Oxímoro (ou oximoron) é (André Filho)
outra designação para paradoxo.
Exemplo: “Amor é fogo que arde sem se ver; / É ASSÍNDETO: Ocorre assíndeto quando orações ou
ferida que dói e não se sente; / É um contentamento palavras deveriam vir ligadas por conjunções
descontente; / É dor que desatina sem doer;” coordenativas, aparecem justapostas ou separadas
(Camões) por vírgulas.
Exigem do leitor atenção maior no exame de cada
EUFEMISMO: Ocorre eufemismo quando uma fato, por exigência das pausas rítmicas (vírgulas).
palavra ou expressão é empregada para atenuar uma Exemplo: “Não nos movemos, as mãos é que se
verdade tida como penosa, desagradável ou estenderam pouco a pouco, todas quatro, pegando-
chocante. se, apertando-se, fundindo-se.” (Machado de Assis)
Exemplo: “E pela paz derradeira que enfim vai nos
redimir Deus lhe pague” (Chico Buarque) ELIPSE: Ocorre elipse quando omitimos um termo
Paz derradeira = morte ou oração que facilmente podemos identificar ou
subentender no contexto. Pode ocorrer na supressão
GRADAÇÃO: Ocorre gradação quando há uma de pronomes, conjunções, preposições ou verbos. É
sequencia de palavras que intensificam uma mesma um poderoso recurso de concisão e dinamismo.
idéia. Exemplo: “Veio sem pinturas, em vestido leve,
Exemplo: “Aqui… além… mais longe por onde eu sandálias coloridas.”
movo o passo.” (Castro Alves) Elipse do pronome ela (Ela veio) e da preposição de
(de sandálias…)
HIPÉRBOLE: Ocorre hipérbole quando há exagero
de uma ideia, a fim de proporcionar uma imagem ZEUGMA: Ocorre zeugma quando um termo já
emocionante e de impacto. expresso na frase é suprimido, ficando subentendida
Exemplo: “Rios te correrão dos olhos, se chorares!” sua repetição.
(Olavo Bilac) Exemplo: “Foi saqueada a vida, e assassinados os
partidários dos Felipes.”
IRONIA: Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela Zeugma do verbo: “e foram assassinados…”
entonação, pela contradição de termos, sugere-se o
contrário do que as palavras ou orações parecem ANÁFORA: Ocorre anáfora quando há repetição
exprimir. A intenção é depreciativa ou sarcástica. intencional de palavras no início de um período, frase
Exemplo: “Moça linda, bem tratada, / três séculos ou verso.
de família, / burra como uma porta: / um amor.” Exemplo: “Depois o areal extenso… / Depois o
(Mário de Andrade) oceano de pó… / Depois no horizonte imenso /
Desertos… desertos só…” (Castro Alves)
PROSOPOPEIA: Ocorre prosopopeia (ou
animalização ou personificação) quando se atribui PLEONASMO: Ocorre pleonasmo quando há
movimento, ação, fala, sentimento, enfim, caracteres repetição da mesma ideia, isto é, redundância de
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significado. b) Silepse de número: Ocorre quando há


a) Pleonasmo literário: É o uso de palavras discordância envolvendo o número gramatical
redundantes para reforçar uma ideia, tanto do ponto (singular ou plural).
de vista semântico quanto do ponto de vista Exemplo: Corria gente de todos lados, e gritavam.”
sintático. Usado como um recurso estilístico, (Mário Barreto)
enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem. c) Silepse de pessoa: Ocorre quando há
Exemplo: “Iam vinte anos desde aquele dia / discordância entre o sujeito expresso e a pessoa
Quando com os olhos eu quis ver de perto / Quando verbal: o sujeito que fala ou escreve se inclui no
em visão com os da saudade via.” (Alberto de sujeito enunciado.
Oliveira) Exemplo: “Na noite seguinte estávamos reunidas
“Ó mar salgado, quando do teu sal / São lágrimas de algumas pessoas.” (Machado de Assis)
Portugal” (Fernando Pessoa)
b) Pleonasmo vicioso: É o desdobramento de 10. PONTUAÇÃO
ideias que já estavam implícitas em palavras Devemos usar a vírgula:
anteriormente expressas. Pleonasmos viciosos devem  Nas datas, para separar o nome da localidade.
ser evitados, pois não têm valor de reforço de uma Por Exemplo: São Paulo, 25 de agosto de 2005.
ideia, sendo apenas fruto do descobrimento do
sentido real das palavras.  Após os advérbios "sim" ou "não", usados como
Exemplos: subir para cima, entrar para dentro, resposta, no início da frase.
repetir de novo, ouvir com os ouvidos, hemorragia de Por Exemplo:
sangue, monopólio exclusivo, breve alocução, – Você gostou do vestido?
principal protagonista – Sim, eu adorei!
– Pretende usá-lo hoje?
POLISSÍNDETO: Ocorre polissíndeto quando há – Não, no final de semana.
repetição enfática de uma conjunção coordenativa
mais vezes do que exige a norma gramatical (  Após a saudação em correspondência (social e
geralmente a conjunção e). É um recurso que sugere comercial).
movimentos ininterruptos ou vertiginosos. Exemplos:
Exemplo: “Vão chegando as burguesinhas pobres, / Com muito amor,
e as criadas das burguesinhas ricas / e as mulheres Respeitosamente,
do povo, e as lavadeiras da redondeza.” (Manuel
Bandeira)  Para separar termos de uma mesma função
sintática.
HIPÉRBATO: Ocorre hipérbato quando há uma Por Exemplo: A casa tem três quartos, dois
inversão completa de membros da frase. banheiros, três salas e um quintal.
Exemplo: “Passeiam à tarde, as belas na Avenida.”
(Carlos Drummond de Andrade) Obs.: a conjunção "e" substitui a vírgula entre o
As belas passeiam na Avenida à tarde. último e o penúltimo termo.

ANACOLUTO: Ocorre anacoluto quando há  Para destacar elementos intercalados, como:


interrupção do plano sintático com que se inicia a a) uma conjunção
frase, alterando-lhe a sequência lógica. A construção Por Exemplo: Estudamos bastante, logo,
do período deixa um ou mais termos – que não merecemos férias!
apresentam função sintática definida – desprendidos
dos demais, geralmente depois de uma pausa b) um adjunto adverbial
sensível. Por Exemplo: Estas crianças, com certeza, serão
Exemplo: “Essas empregadas de hoje, não se pode aprovadas.
confiar nelas.” (Alcântara Machado) Obs.: a rigor, não é necessário separar por vírgula o
advérbio e a locução adverbial, principalmente
SILEPSE: Ocorre silepse quando a concordância não quando de pequeno corpo, a não ser que a ênfase o
é feita com as palavras, mas com a ideia a elas exija.
associada.
a) Silepse de gênero: Ocorre quando há c) um vocativo
discordância entre os gêneros gramaticais (feminino Por Exemplo: Apressemo-nos, Lucas, pois não
ou masculino). quero chegar atrasado.
Exemplo: “Quando a gente é novo, gosta de fazer
bonito.” (Guimarães Rosa)
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d) um aposto
Por Exemplo: Juliana, a aluna destaque, passou no  Para separar orações coordenadas não unidas por
vestibular. conjunção, que guardem relação entre si.
Por Exemplo: O rio está poluído; os peixes estão
e) Uma expressão explicativa (isto é, a saber, mortos.
por exemplo, ou melhor, ou antes, etc.)
Por Exemplo: O amor, isto é, o mais forte e sublime  Para separar orações coordenadas, quando pelo
dos sentimentos humanos, tem seu princípio em menos uma delas já possui elementos separados por
Deus. vírgula.
Por Exemplo: O resultado final foi o seguinte: dez
 Para separar termos deslocados de sua posição professores votaram a favor do acordo; nove, contra.
normal na frase.
Por Exemplo: O documento de identidade, você  Para separar itens de uma enumeração.
trouxe? Por Exemplo:
No parque de diversões, as crianças encontram:
 Para separar elementos paralelos de um brinquedos;
provérbio. balões;
Por Exemplo: Tal pai, tal filho. pipoca.

 Para destacar os pleonasmos antecipados ao  Para alongar a pausa de conjunções adversativas


verbo. (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, etc.),
Por Exemplo: As flores, eu as recebi hoje. substituindo, assim, a vírgula.
Por Exemplo: Gostaria de vê-lo hoje; todavia, só o
 Para indicar a elipse de um termo.
verei amanhã.
Por Exemplo: Daniel ficou alegre; eu, triste.
 Para separar orações coordenadas adversativas
 Para isolar elementos repetidos.
quando a conjunção aparecer no meio da oração.
Exemplos: A casa, a casa está destruída. / Estão
Por Exemplo: Esperava encontrar todos os
todos cansados, cansados de dar dó!
produtos no supermercado; obtive, porém, apenas
 Para separar orações intercaladas. alguns.
Por Exemplo: O importante, insistiam os pais, era a Devemos usar dois pontos
segurança da escola.
 Para anunciar a fala de personagens nas histórias
 Para separar orações coordenadas assindéticas. de ficção.
Por Exemplo: O tempo não para no porto, não Por Exemplo:
apita na curva, não espera ninguém. "Ouvindo passos no corredor, abaixei a voz:
 Para separar orações coordenadas adversativas, – Podemos avisar sua tia, não?" (Graciliano Ramos)
conclusivas, explicativas e algumas orações  Para anunciar uma citação.
alternativas. Exemplos:
Exemplos: Bem diz o ditado: Água mole em pedra dura, tanto
Esforçou-se muito, porém não conseguiu o prêmio. bate até que fura.
Vá devagar, que o caminho é perigoso. Lembrando um poema de Vinícius de Moraes:
Estuda muito, pois será recompensado. "Tristeza não tem fim, Felicidade sim."
As pessoas ora dançavam, ora ouviam música.
 Para anunciar uma enumeração.
 Para separar orações subordinadas substantivas e
Por Exemplo: Os convidados da festa que já
adverbiais (quando estiverem antes da oração
chegaram são: Júlia, Renata, Paulo e Marcos.
principal).
Exemplos:  Antes de orações apositivas.
Quem inventou a fofoca, todos queriam descobrir. Por Exemplo: Só aceito com uma condição: irás ao
Quando voltei, lembrei que precisava estudar para a cinema comigo.
prova.
 Para indicar um esclarecimento, resultado ou
 Para isolar as orações subordinadas adjetivas resumo do que se disse.
explicativas. Exemplos:
Por Exemplo: A incrível professora, que ainda Marcelo era assim mesmo: não tolerava ofensas.
estava na faculdade, dominava todo o conteúdo. Resultado: corri muito, mas não alcancei o ladrão.
Devemos usar o ponto e vírgula Em resumo: montei um negócio e hoje estou rico.
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 Na invocação das correspondências. a) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da


Por Exemplo: palavra “ arremessar”.
Prezados Senhores: b) ironia, conferindo um significado especial ao
Convidamos todos para a reunião deste mês, que termo “arremessar”.
será realizada dia 30 de julho, no auditório da c) homonímia, para opor, a partir do verbo
empresa. arremessar, o preço alto do IPTU.
Atenciosamente, d) paronímia, para substituir uma palavra por outra.
A Direção e) antonímia, para comparar o alto preço do imposto
a forca colocada ao arremessar o documento.
INTERPRETAÇÃO
TEXTO: 1 - Comum à questão: 3
01
Questão 01) A estreia de Chico Buarque na literatura foi
marcada 02 pela acusação mais infamante que um
escritor pode 03 receber: o plágio. No coro de elogios
e apreciação que, 04 merecidamente, acompanhou o
lançamento de Estorvo05 (1991), foi possível ouvir
poucas vozes dissonantes.
06
Mas a teoria do plágio estava apenas no início de
07
sua formulação e, em breve, voltou a ser
reproposta. O 08 paladino mais aguerrido da cruzada
a favor da justiça literária 09 foi, sem dúvida, o
professor e crítico Wilson Martins, 10 que das páginas
de importantes jornais e revistas moveu 11 repetidos
ataques com tons cada vez mais irreverentes. 12
Todas as acusações lançadas por Martins decorrem
O efeito de humor na charge se dá em decorrência da 13 ideia de que haja uma prática do plágio já
da confusão quanto à compreensão de sentido da consolidada 14 na obra musical e teatral de Chico
palavra caminhão-pipa. Que relação de significação Buarque. Uma vez 15 posta essa premissa,
das palavras foi o gerador da confusão? consequentemente a literatura 16 seria apenas um
a) Sinonímia novo campo expressivo no qual o compositor 17
b) Homonímia saqueador continuaria a sua atividade habitual.
c) Antonímia 18
Mas, apesar de suas intenções deslegitimadoras, 19
d) Paronímia cabe reconhecer ao crítico o mérito de destacar em 20
e) Hiperonímia Chico Buarque a capacidade de tecer um intenso
diálogo 21 com as obras de outros autores.
Questão 02) Obviamente, 22 dependendo da perspectiva, tal
Leia a charge abaixo. característica pode ser 23 estigmatizada como
IPTU 2015 desdenhável propensão ao plágio 24 ou, pelo
contrário, enaltecida como admirável vocação 25à
intertextualidade.
Fragmento adaptado de: BACCHINI, Luca. Se Chico Buarque numa noite de
inverno…Apologia do plágio em Budapeste. Revistado Instituto de Estudos
Brasileiros, Brasil, n. 63, abr. 2016.

Questão 03)
A partir da leitura atenta do texto, é correto afirmar:
a) A estreia de Chico Buarque foi marcada pelo
plágio.
b) Ao longo de sua análise, o autor corrobora a tese
do crítico Wilson Martins.
c) A literatura de Chico Buarque é um campo
expressivo secundário no conjunto de sua obra.
d) O crítico Wilson Martins valoriza em Chico
O efeito de sentido da charge e provocado pela Buarque a capacidade de tecer um intenso
combinação de informações visuais e recursos diálogo com as obras de outros autores.
linguísticos. No contexto da ilustração, a frase e) A intertextualidade nas obras de Chico Buarque
proferida “ele arremessou nosso IPTU” recorre a pode gerar prejulgamento negativo.

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TEXTO: 2 - Comum à questão: 4 que resolve detalhes e fecha portas, mas a que abre
Inteligência é manter portas abertas novas questões e possibilidades.
Suzana Herculano-Houzel
Folha de S.Paulo Questão 04)
O texto tem o propósito comunicativo de
1 Uma das primeiras coisas que aprendemos em a) discutir sobre temática ligada a jornalismo
ciência é que, para abordar um problema, é primeiro investigativo.
preciso defini-lo. Encontrar as origens cerebrais da b) informar sobre assunto de relevância política.
inteligência ou entender como ela se compara entre c) apresentar divergentes opiniões sobre assunto de
pessoas ou espécies animais diferentes, portanto, natureza jurídica.
exige primeiro definir o que é inteligência. d) elucidar aspectos de assunto de natureza
2 O problema é antigo, mas ainda elusivo. O científica.
psicólogo Francis Galton foi supostamente o primeiro e) organizar a busca pelas origens cerebrais da
a propor, no século 19, medir a inteligência de inteligência.
indivíduos para estudar sua hereditariedade (e usá-la
para fins de eugenia, termo, aliás, cunhado por ele). Questão 05)
Mas uma medida útil foi criada somente em 1904, Todo gênero é marcado por sua esfera de atuação
pelo estatístico Charles Spearman, e chamada de que promove modos específicos de combinar,
"fator g" em referência a inteligência "geral": algo indissoluvelmente, conteúdo temático, propósito
que influencia o desempenho em habilidades mentais comunicativo, estilo e composição.
diversas. (KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender:
3 Mas o que é a capacidade que o fator g mede? Por os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2012.)
muito tempo me atraiu a definição abrangente de
que inteligência é a capacidade de usar informações
para resolver problemas. Mas recentemente um físico
e matemático fez uma descoberta potencialmente
transformadora.
4 Alex Wissner-Gross, pesquisador de Harvard e do
MIT, resolveu fazer aquela coisa que físicos gostam
de fazer: buscar uma equação única que explicasse a
inteligência. E conseguiu. Sua palestra no site
ted.com explicando a descoberta pode não ser a
mais impressionante ou polida – mas faz pensar, e
muito.
5 A equação geral para a inteligência, que ele trata
como uma força dinâmica, consiste em apenas seis
letras ou símbolos que se traduzem em uma frase
simples: inteligência é a capacidade de maximizar
opções futuras. Decisões inteligentes, portanto, são
aquelas que, ao contrário de fechar portas, mantêm
portas abertas para outras decisões no futuro.
6 As implicações são gigantescas. Por um lado, a (Disponível em: http://projetoakatu.blogspot.com.br/.
equação produz comportamento inteligente até Acesso em: novembro de 2014.)
mesmo nos programas mais simples. Por outro, ela
prediz que animais inteligentes são aqueles capazes Tendo em vista a tirinha anterior, é correto afirmar
de formular mentalmente estados futuros possíveis e acerca do ponto de vista do conteúdo temático que é
então decidir pelo caminho que mantém mais opções possível identificar
abertas. Um hipocampo, que permite usar memórias a) a descrição de um acontecimento de ordem
recentes para projetar estados futuros, talvez seja social.
assim fundamental para a inteligência –além do b) o emprego do humor para apresentar opiniões
maisóbvio, algo que atue como um córtex pré- contrastantes.
frontal que represente objetivos e selecione entre c) uma crítica acerca de uma situação que produz
alternativas. efeito negativo.
7 Se decisões inteligentes são aquelas que d) a expressão verbal dos sentimentos e
maximizam alternativas, para mim é inevitável posicionamento dos personagens.
pensar então no que é ciência inteligente: não aquela

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TEXTO: 3 - Comum à questão: 6 O texto reproduz uma conversa no aplicativo de


DE ONDE VEM A EXPRESSÃO “SERÁ O mensagens whatsapp e serve como exemplo de um
BENEDITO”? gênero textual típico do mundo virtual, o chat, que
De Minas, uai. pode abrigar características de diversas tipologias
Em 1933, Getúlio Vargas estava indicando novos textuais. No trecho “Ele também me mandou uma
governadores, e chefes políticos mineiros temiam mensagem em anônimo essa semana”, verifica-se a
que o presidente nomeasse alguém indesejado. presença de passagens, de um enredo (assunto da
Para não desagradar seus apoiadores, dizia-se que o conversa) e de um espaço (virtual), características
escolhido de Getúlio seria Benedito Valadares, que fazem com que se classifique essa sequência
jornalista, político local e candidato neutro. Muitos, como tipologia
surpresos com a provável escolha, que acabou a) narrativa.
acontecendo, perguntavam-se: “Será o Benedito?”. b) descritiva.
Assim, a questão ficou conhecida por expressar c) argumentativa.
contrariedade, surpresa, desalento e perplexidade d) informativa.
frente a acontecimentos inusitados. e) dissertativa.
MARQUES, E. De onde vem a expressão “Será o Benedito?”.
Disponível em: <http://super.abril.com.br/blog/oraculo/de-onde- FIGURAS DE LINGUAGEM
vem-a-
expressao-sera-o-benedito/>. Acesso em: 09 maio 2017.
TEXTO: 1 - Comuns às questões: 2, 1, 3
Questão 06) Médicos e Medicina
Os gêneros textuais apresentam finalidade
comunicativa e organização recorrentes. Podemos Decidi dividir com você, leitor, uma visão muito
afirmar que o texto consiste em um(a) pessoal a respeito da prática médica. Como eu vejo a
a) crônica, já que parte da narração e da descrição Medicina, seu passado, seu presente e futuro.
de um fato para explicar o significado de uma Procuro dividir também minha visão acerca do muito
palavra ou expressão. que já foi feito e do que podemos fazer para nos
b) artigo de opinião, já que o autor se utiliza de sairmos cada vez melhor na “arte de curar”. Divido
estratégias argumentativas para explicar o sentido de com você, leitor, minhas dúvidas, angústias e
uma expressão. dificuldades, ao longo desses trinta anos em que
c) notícia, uma vez que a tipologia narrativa é procuro entender o adoecimento e seus múltiplos
utilizada para explicar o sentido de uma expressão vieses. Isto porque é com eles que lidamos todos os
por meio de uma história real. dias.
d) verbete de dicionário, pois apresenta o conceito
ou significado de uma palavra ou expressão através Não existe “a receita do bolo”. Quando nós, médicos,
da tipologia injuntiva. nos graduamos, acreditamos que, se fizermos tudo
e) texto informativo, pois se utiliza principalmente da “de acordo com a cartilha”, estaremos sempre
tipologia expositiva para explicar o sentido de uma acertando. Não perderíamos nunca um diagnóstico.
palavra ou expressão. Todos os pacientes ficariam curados, nada sairia do
controle. No entanto, não é assim que acontece.
Questão 07) Felizmente, para acertamos, ou ao menos para
estarmos cada vez mais próximos de melhor ajudar
nossos pacientes, é preciso manter a perspectiva do
melhor. É preciso estudar sempre, convencidos de
que nunca saberemos tudo o que devemos saber.
Sempre existirá o que aprender. Mas, ainda assim,
mesmo sabendo que estaremos sempre fazendo o
possível e dando o melhor de nós, várias vezes, nos
sentimos impotentes. Gostaríamos de poder fazer
mais e nunca ter um insucesso a reportar.
Somos lembrados, às vezes, do quanto somos
falíveis. Afinal, somos todos humanos, pacientes e
médicos. Mais do que isso, não existe mágica para
Disponível em: < resolver a doença. O indivíduo aposta no médico
http://whatsappmensagenserecados.blogspot.com.br/2016/05/
imagens-de-conversas-engracadas-para.html>. Acesso: 18 jun.
como única solução para seus problemas e esquece
2017. que ele também deve participar do processo de cura.
O médico apenas pode ajudá-lo a retomar o caminho

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ideal. O médico não faz milagres. Não somos deuses. d) convocar as pessoas para dividirem com os
Ou seja, é equivocada a relação de distanciamento profissionais da medicina a responsabilidade sobre
que sempre existiu entre médico e paciente. O suas condições de saúde.
assistencialismo (em todas as áreas) ainda é e) destacar a conveniência da medicina preventiva,
necessário, mas, sozinho, não atende à necessidade área em que o indivíduo pode assumir melhor os
de devolver ao assistido a responsabilidade sobre sua encargos relativos a sua saúde.
vida, sobre sua sustentabilidade e cidadania.
Da mesma forma, em relação à medicina, sobretudo Questão 03)
em relação à medicina preventiva, o indivíduo deve Analise os sentidos do trecho seguinte: “Tenho a
assumir também as rédeas de sua saúde. (...) As convicção de que a educação em saúde é a forma
escolhas que fazemos a cada momento são ideal de se contrapor à doença. A prevenção sóé
determinantes. A vida de cada um de nós é feita de eficaz quando paralelamente se promove a saúde
escolhas, mudanças de rotas e reorganizações em através da educação. Informar é educar!”. Nesse
busca da retomada do melhor caminho em direção trecho, o autor argumentou a favor:
ao objetivo desejado. A saúde é dinâmica e é uma a) de objetivos e cuidados secundários em
conquista diária e global. Definitivamente, não está contraposição às ameaças de doença.
nas mãos dos médicos, apenas. b) da eficácia de programas que se contrapõem à
disseminação de doenças.
Atualmente, a facilitação da informação é uma das c) da probabilidade de sucesso da inserção da
tarefas do médico. Tenho a convicção de que a prática médica em programas educativos.
educação em saúde é a forma ideal de se contrapor d) de uma medicina idealizada, que corra em
à doença. A prevenção sóé eficaz quando paralelo com objetivos preventivos.
paralelamente se promovea saúde através da e) do desenvolvimento integral dos programas da
educação. Informar é educar! Ou seja, uma das educação para que consigam maior eficácia.
primeiras providências no sentido de devolvermos ao
indivíduo a responsabilidade pela sua saúde passa Questão 04)
necessariamente pela informação. Pela educação em
saúde.
(https://saudeelongevidade.com/322-2/. Adaptado.)

Questão 01)
O texto, em sua perspectiva global, defende:
a) o interesse do médico para, em seu exercício de
assistência ao doente, nada sair do controle.
b) uma visão e uma atuação compartilhada entre
assistentes e assistidos da saúde.
c) a formação continuada e modernizada dos que
vivem o exercício da medicina.
d) a eficácia da prevenção em saúde como forma
ideal de se contrapor à doença.
e) a necessidade do assistencialismo, que, mesmo,
atualmente, deve estar em todas as áreas.

Questão 02)
O texto tem como objetivo central:
a) confrontar a visão meio simplista que os
recémmédicos têm da ‘arte de curar’ com a visão
mais realista que se impõe ao longo do exercício da Apadrinhe. Igual ao João. Milhares de Crianças
medicina. também precisam de um melhor amigo. Seja o
b) ressaltar a grande importância da permanente melhor amigo de uma criança.
Anúncio assinado pelo Fundo Cristão para Crianças CCF-Brasil. Revista
atualização dos médicos, quanto aos ‘saberes’ sobre IstoÉ. São Paulo: Três, a. 32 n. 2079, 16 set. 2009.
saúde, saberes que são inesgotáveis.
c) advertir o leitor sobre a precariedade dos Essa campanha publicitária tem como finalidade
tratamentos que não contam com o controle de um persuadir a sociedade a adotar uma criança, para
diagnóstico seguro. que receba os cuidados básicos de que necessita.

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O objetivo da mensagem do texto, associado ao Há, no poema Soneto de fidelidade, o emprego de


parâmetro traçado entre as conquistas do cão e a duas figuras de linguagem. Analise-as e marque a
situação do menino, é construído por meio da figura alternativa CORRETA.
de linguagem identificada como a) antítese, pleonasmo
a) metáfora, uma vez que deixa implícita uma b) antítese, hipérbole
semelhança entre o animal e a criança. c) metáfora, comparação
b) personificação, pela atribuição de condições d) metáfora, pleonasmo
humanas a um irracional, construindo, dessa forma, e) metonímia, hipérbole
uma imagem analógica entre os dois elementos.
c) antítese, na medida em que traz uma oposição ACENTUAÇÃO
entre os termos que definem a situação de dois seres
que precisam tanto de amparo quanto de cuidados. Questão 01)
d) eufemismo, pela atenuação das circunstâncias Examine a charge do cartunista argentino Quino
difíceis em que vivem os menores abandonados, ao (1932- ).
suprimir outros dados informativos sobre o menino.
e) comparação, devido à presença de um termo
comparativo, sinalizando a existência de outras
crianças que precisam de um amigo, como é o caso
de João, para obter, pelo menos, o que conseguiu
Leco.

TEXTO: 2 - Comum à questão: 5

Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/


discovirtual/galerias/imagem/00000 00447/0000003347.jpg>.
Acesso em: 22 set. 2015.

Questão 05)
O humor da tirinha, no texto, foi conferido,
sobretudo, pela não compreensão por parte da (Quino. Potentes, prepotentes e impotentes, 2003.)
personagem Chico Bento da figura de linguagem A charge explora, sobretudo, a oposição
utilizada por ser seu interlocutor. A essa referida a) inocência x malícia.
figura de linguagem dá-se o nome de b) público x privado.
a) anáfora. d) hipérbole. c) progresso x estagnação.
b) metonímia. e) aliteração. d) natureza x cidade.
c) perífrase. e) liberdade x repressão.

Questão 06) Questão 02)


Leia, com atenção, o poema “Soneto de Fidelidade”.
Soneto de fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento


[...]
Quero vive-lo a cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
MORAES, Vinícius de. Soneto de fidelidade. In__.
Nova antologia poética de Vinícius de Moraes.

Disponível em: http://impresso.


em.com.br. Acesso em: 22 nov. 2014.

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Nessa propaganda, a combinação entre linguagem Questão 05)


verbal e não verbal promove um apelo à população Considere o trecho a seguir.
para que O que há, porém, é a violência do Estado por toda
a) tome a vacina contra gripe. parte, com a prisão arbitrária de líderes
b) se engaje em movimentos pela saúde no oposicionistas e cidadãos que participam de
trabalho. manifestações; a coação do Legislativo e do
c) se proteja contra o contágio pelo vírus HIV. Judiciário pelo Executivo; a proliferação das milícias
d) combata a discriminação no local de trabalho. bolivarianas; o controle dos meios de comunicação.
e) contribua com ações a favor de portadores do
vírus HIV. Assinale a opção em que duas palavras desse trecho
sejam acentuadas pelo mesmo motivo.
Questão 03) a) há– porém.
Quanto à acentuação das palavras, assinale a b) violência – Judiciário.
afirmação verdadeira. c) milícias – líderes.
a) Os vocábulos “é”, “já” e “só” recebem acento por d) porém –é.
constituírem monossílabos tônicos fechados. e) arbitrária – líderes.
b) As palavras “saíra”, “destruída” e “aí” acentuam-
se pela mesma razão. Questão 06)
c) Acentuam-se “simpática”, “centímetros”, Na oração “O lápis ficou sobre a cômoda, pertinho
“simbólica” porque todas as paroxítonas são da saída”, os três vocábulos destacados recebem
acentuadas. acento gráfico, respectivamente, pela mesma regra
d) A palavra “tendem” deveria ser acentuada que
graficamente, como “também” e “porém”. a) júri - árvore - faísca
e) O nome “Luiz” deveria ser acentuado b) elétron - paralelepípedo - café
graficamente, pela mesma razão que a palavra c) bíceps - história - saúde
“país”. d) biquíni - xícara - açúcar
e) tráfego - sério – difícil
TEXTO: 2 - Comum à questão: 4
FORMAÇÃO DE PALAVRAS

TEXTO: 1 - Comum à questão: 1


01
Parece quase impossível existir algo tão complexo
como o cérebro 02 humano. Um neurocientista dedica
anos de estudo apenas para se 03 familiarizar com as
principais regiões deste órgão, e não é para 04 menos
– são bilhões de células e trilhões de conexões. Por
trás da 05 fascinante estrutura neural, encontram-se
funções bastante simples 06 em seu objetivo. O
cérebro existe para que possamos perceber o 07
mundo e saber como reagir. É comum tratarmos a
consciência como 08 uma atividade passiva, mas não
é bem assim – consciência requer 09 metas,
expectativas, capacidade de filtrar informações.
10
Se a mente lhe parece um espaço ativo,
preenchido com mais 11 coisas do que costuma
Fonte: Autor anônimo – Dados fictícios
aparecer em uma massa de circuitos, então 12 você
está certo ou certa. Vocêé a expressão física de uma
Questão 04) história 13 de desenvolvimento social muito maior do
Justifica-se a acentuação gráfica das palavras que imaginou. Seu cérebro 14é uma delicada entidade
“crédito” e “imobiliário”, respectivamente, como: num constante frenesi de produção de 15
a) paroxítona, proparoxítona conhecimento. A riqueza de suas vias reflete a
b) proparoxítona, oxítona riqueza de nossa vida.
c) paroxítona, oxítona Adaptado de Como o cérebro funciona, de John
d) proparoxítona, paroxítona McCrone
e) oxítona, paroxítona

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Questão 01) Questão 03)


Depreende-se corretamente do texto que:
a) as funções cerebrais são extremamente
complexas, o que torna improvável uma
compreensão de seu funcionamento.
b) as funções do cérebro relacionam-se a atividades
que estão distantes de nossa percepção e
compreensão do mundo.
c) as relações sociais ao longo de nossas vidas têm
pouca relevância para a organização e o
funcionamento do cérebro.
d) compreender o cérebro implica entender que seus
elementos estruturais relacionam-se com fatores
externos, que os afetam de alguma maneira.
e) a consciência é derivada de simples mecanismos
cerebrais, nos quais se incluem apenas relações
internas entre neurônios, como fator relevante. Disponível em: <http://www.cmdca-sl.org.br>.
Acesso em: mar. 2017.

Questão 02)
Essa peça plublicitária informando à sociedade o que
reza o art. 7o do Estatuto da Criança e do
Adolescente pretende
a) viabilizar o engajameto dos cidadãos em
campanhas que defendam os direitos básicos dos
menores de idade.
b) estimular os cuidados da população em geral com
aqueles que ainda não gozam de autonomia para
responder pelos próprios atos.
c) lembrar que existe uma lei que protege os que se
encontram na faixa etária que abrange o período do
nascimento até a maioridade, a fim de que, por meio
das políticas sociais públicas, possam ter uma vida
saudável e justa.
d) conscientizar os pais e responsáveis por aqueles
que, pela faixa etária se encontram sob seus
cuidados a respeito do compromisso que têm em
face da relevância desse proceder no contexto
socioeconômico.
QUANDO VOCÊ doa um livro… Disponível em: e) explicar que a questão da cidadania é bem mais
<http://www.oabgo.org.br/arquivos>. Acesso em: 17 set. 2016. ampla do que se pode imaginar, indo muito além da
mera participação política de votar e de ser votado.
O principal objetivo dessa campanha da OAB é
a) estimular a juventude a ler cada vez mais e a ter, Questão 04)
assim, um olhar crítico e comprometido com a Considere o trecho:
convivência coletiva.
b) convencer os menores de idade, que apresentam “Os notáveis alardeiam [...]”
atos considerados transgressores, a mudar de
comportamento a partir do estudo e da leitura. O processo de formação da palavra em destaque se
c) conscientizar as pessoas da importância da leitura repete em:
como mecanismo de inserção dos indivíduos na a) Os debates sobre a felicidade alheia fazem parte
família, na comunidade e na sociedade. da vida moderna.
d) propor aos cidadãos que contribuam para a b) Este é o passatempo preferido da família.
reintegração social de jovens infratores através da c) A foto selecionada revela os traços da juventude.
doação de livros de vários gêneros textuais. d) Embora não tivéssemos a segurança necessária
e) alertar todo o corpo social da OAB sobre a sobre o assunto, respondemos todas as questões.
responsabilidade que tem em relação a crianças e e) Não observei que os pequenos haviam chegado
adolescentes que vivem no mundo do crime. à festa.

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Questão 05) a) Peri era incapaz de fazer o mal a quem quer que
 “... a vida se tornasse um texto que não foi fosse.
relido”. b) Entre as muitas qualidades de Peri, estava a
 ”A partir desse bate-papo inconsequente...” inteligência.
c) Peri integrou-se pacificamente à família de Ceci.
Os prefixos que integram as palavras destacadas nas d) Ceci era filha do invasor português, D. Antônio
frases apresentam, respectivamente, os sentidos de de Mariz.
a) repetição e negação. e) Peri sempre agiu com a intenção de proteger
b) afirmação e companhia. sua amada.
c) negação e posição inferior.
d) anterioridade e negação. TEXTO: 5 - Comum à questão: 8
Leia a notícia a seguir.
TEXTO: 2 - Comum à questão: 6
Leia o excerto do poema “Nosso tempo”, de Carlos Paralimpíada alcança marca de 1,5 milhão de
Drummond de Andrade, publicado originalmente em ingressos vendidos
1945 no livro A rosa do povo.
Ás vésperas da cerimônia de abertura, Comitê
Este é tempo de partido, Organizador acredita que todos os bilhetes serão
tempo de homens partidos. comercializados. Ainda há cerca de 1 milhão de
entradas disponíveis.
Em vão percorremos volumes, Disponível em: <www.globoesporte.com>.
viajamos e nos colorimos. Acesso em: 05 set. 2016.
A hora pressentida esmigalha-se em pó na rua.
Os homens pedem carne. Fogo. Sapatos. Questão 08)
As leis não bastam. Os lírios não nascem O termo “Paralimpíada”, adotado pelo Comitê
da lei. Meu nome é tumulto, e escreve-se Paralímpico Brasileiro, resulta do seguinte processo
na pedra. de formação de palavras:
a) composição por justaposição
[...] b) composição por aglutinação
c) derivação sufixal
O poeta d) derivação prefixal
declina de toda responsabilidade
na marcha do mundo capitalista Questão 09)
e com suas palavras, intuições, símbolos e outras Nas opções seguintes, propõe-se a classificação de
armas uma palavra destacada, quanto ao processo de
promete ajudar formação. Uma opção, entretanto, é falsa. Marque-a.
a destruí-lo a) “Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (conhecida
como uma pedreira, uma floresta, por DPOC) [...]”– Siglonimização.
um verme. b) “[...] problema caracterizado pelo
(Reunião, 1969.) comprometimento[...]”– Hibridismo.
c) “[...] tem como sintomas a tosse
Questão 06) persistente[...]”– Processo de derivação sufixal.
Na palavra “pressentida”, há um prefixo. Um prefixo d) “[...] e à hipertensão pulmonar [...]”– Processo
com sentido semelhante existe na palavra de derivação prefixal.
a) “antepasto”. e) “Esta proteína provavelmente[...]”– Processo de
b) “pressão”. derivação sufixal.
c) “perfeito”.
d) “antiácido”. PRONOMES E VERBOS
e) “refazer”.
TEXTO: 1 - Comum à questão: 1
Questão 07) Sua excelência
A palavra invencível, em destaque no texto, é
formada com prefixo in-, que exprime sentido de [O ministro] vinha absorvido e tangido por uma
negação. chusma de sentimentos atinentes a si mesmo que
Outra palavra formada com esse mesmo prefixo de quase lhe falavam a um tempo na consciência:
negação está destacada em: orgulho, força, valor, satisfação própria etc. etc.

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Não havia um negativo, não havia nele uma transparência, gerando imprecisão. Resumo da
dúvida; todo ele estava embriagado de certeza de ópera: se você faz, bem, mil coisas diferentes ao
seu valor intrínseco, das suas qualidades mesmo tempo no trabalho, não adianta reclamar que
extraordinárias e excepcionais de condutor dos está "sobrecarregado". A empresa provavelmente
povos. A respeitosa atitude de todos e a deferência gosta e considera você um funcionário
universal que o cercavam, reafirmadas tão "multifuncional".
eloquentemente naquele banquete, eram nada mais, (O Globo, 29/07/2009.)
nada menos que o sinal da convicção dos povos de
ser ele o resumo do país, vendo nele o solucionador Questão 02)
das suas dificuldades presentes e o agente eficaz do O pronome de tratamento “você”, tal como foi usado
seu futuro e constante progresso. no texto
Na sua ação repousavam as pequenas esperanças a) é uma marca da linguagem coloquial e refere-se
dos humildes e as desmarcadas ambições dos ricos. genericamente a qualquer pessoa, não apenas
Era tal o seu inebriamento que chegou a àquela que esteja lendo o texto.
esquecer as coisas feias do seu ofício... Ele se b) uma forma desrespeitosa de se dirigir ao leitor, já
julgava, e só o que lhe parecia grande entrava nesse que cria uma falsa relação de intimidade.
julgamento. c) refere-se exclusivamente aos funcionários que
As obscuras determinações das coisas, trabalham em companhias que tenham aderido ao
acertadamente, haviam-no erguido até ali, e mais fato mencionado no texto.
alto levá-lo-iam, visto que, só ele, ele só e d) pode ser substituído, sem que haja qualquer
unicamente, seria capaz de fazer o país chegar ao alteração no efeito de sentido do texto, por “tu”.
destino que os antecedentes dele impunham. e) revela que o texto tem como público-alvo os
(Lima Barreto. Os bruzundangas. Porto Alegre: adolescentes que ainda irão ingressar no mercado de
L&PM, 1998, pp. 15-6) trabalho.

Questão 01) Questão 03)


O emprego da forma de tratamento “Sua excelência”, São Paulo seria ideal com calçadas largas que
no título do texto, indica que o enunciador está _______ uma ciclovia e árvores e bueiros que
a) falando do ministro, o que equivaleria a dizer: _______ vazão às águas da chuva e, ainda, um povo
“ele”. que não ________ as folhas para dentro dos bueiros.
b) se referindo diretamente ao ministro, como se
dissesse a este: “você”. As lacunas do texto serão, correta e
c) falando do ministro, o que equivaleria a tratá-lo respectivamente, preenchidas, quanto à flexão e à
por “vós”. coerência do tempo verbal, por:
d) se referindo diretamente ao ministro, como se a) contivessem – dessem – varresse.
dissesse a este: “tu”. b) contiveram – dessem – varrerá.
e) falando ao ministro e ao leitor, o que equivaleria a c) contivessem – dariam – varreu.
dizer “vocês”. d) contesse – davam – varriam.
e) contenham – dessem – varreu.
TEXTO: 2 - Comum à questão: 2
O blá-blá-blá das empresas Questão 04)
Verbos derivados seguem, quase sempre, o padrão
O que você entende da frase "tal colaborador foi de flexão dos primitivos que lhes deram origem. Na
desligado"? Antes de pensar que um consultor de sua linguagem popular, entretanto, é comum flexioná-los
empresa se mostra desatento ou que um colega que como se fossem verbos regulares. Assinale a
tem contrato temporário foi dispensado de um alternativa em que a forma verbal em destaque está
projeto, experimente trocar a palavra “colaborador” CORRETAMENTE flexionada, de acordo com a
por “funcionário” e “desligado” por “demitido”. norma-padrão:
Captou a mensagem? Cada vez mais, palavras a) Quando a secretária depor na CPI, as coisas se
usadas no discurso das companhias – seja no trato esclarecerão.
com o funcionário, cliente ou fornecedor – vêm b) Se a testemunha intervir favoravelmente, o réu
sendo substituídas por outras, capazes de amenizar o será absolvido.
que realmente significam. c) Quando você reaver a agenda da secretária, ficará
Apontada por especialistas em recursos humanos surpreso.
(RH) como uma ferramenta aplicada para manter um d) Alguns jornalistas anteviram toda essa confusão
bom clima organizacional, esse vocabulário também política.
é entendido como um reflexo da falta de
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e) O depoimento do empresário levará o político à REGÊNCIA E CRASE


prisão se conter asinformações anunciadas.
Questão 01)
TEXTO: 3 - Comum à questão: 5 Analise a charge abaixo.
Leia o cartum a seguir.

A charge acima apresenta um desvio da norma


padrão em relação à regência do verbo assistir.
Assinale a alternativa que apresenta esse mesmo
verbo com a regência incorreta.
Disponível em: <http://jataovaqueiro.blogspot.com/2011/06/ a) Esse direito assiste aos alunos.
charges-da-falta- de-respeito-ao-meio.html>. Acesso em: 16 set. b) O papa assiste no Vaticano.
2011. c) Assistia aquele espetáculo cruel com lágrimas nos
olhos.
Questão 05) d) Recordo-me que o padre assistia o bispo no
No cartum, os pássaros conversam sobre os seres desempenho de seu cargo.
humanos e criticam e) Não posso dizer como andam as corridas de
a) seu descompromisso com a saúde. touros, pois não assisto a elas há muito tempo.
b) sua relação com os meios de transporte.
c) seu desperdício de dinheiro. Questão 02)
d) sua alimentação inadequada. Poema tirado de uma Notícia de Jornal
e) seu descaso com o meio ambiente.
João Gostoso era carregador de feira livre e morava
Questão 06) no morro da babilônia num barracão sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e
morreu afogado.
BANDEIRA, Manuel. Poesia Completa e Prosa.
Rio de Janeiro: José Aguilar Editora, 1974.
A graça da tira decorre:
a) do machismo por parte de Hagar em não permitir
Assim como em “Uma noite ele chegou no bar Vinte
que a mulher trabalhe fora.
de Novembro”, tem-se problema em relação à
b) do autoritarismo na não permissão para a mulher
regência em:
trabalhar fora devido à quantidade de serviços
a) Lembre-me os fatos principais.
domésticos existentes.
b) O atraso implicará reclamação.
c) da ironia no que ficou subentendido no último
c) As medidas não agradaram ao povo.
pensamentode Helga, mulher de Hagar.
d) Prefiro cinema ao teatro.
d) do sofrimento da mulher pela quantidade de
e) Simpatizo com ela.
tarefas domésticas a serem realizadas.
e) do descaso de Hagar ao “contribuir” com mais
Questão 03)
trabalho para a mulher.
Analise o uso da crase no fragmento:
“ Escondidos seus processos industriais, os produtos
adquirem uma aura quase divina, transformando

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seus usuários em consumidores vorazes, que se b) Cheguei às dez horas e encontrei à situação muito
estapeiam em lojas à procura do último aparelho difícil.
eletrônico.” c) Disse à ela que o médico recomendado por seu
Assinale a alternativa em que o emprego da crase se amigo trabalha de segunda à sexta.
justifica pelo mesmo uso que no fragmento acima. d) Refiro-me às alegrias que vivi quando fui à Minas
a) Ela ficou parada à espera de uma oportunidade Gerais.
para dar sua opinião. e) No último dia do mês, dirige-se à seus diretores,
b) Os imigrantes sírios voltaram à terra de seus em obediência às antigas normas da empresa.
antepassados.
c) Todos os funcionários do jornal foram à Lapa Questão 07)
inaugurar a gráfica.
d) Dirigia-se àquela população como seu reduto
eleitoral.
e) A placa indicava que era proibido virar à esquerda
nesta rua.

Questão 04)
O emprego do acento indicativo da crase está correto
em:
a) A pesquisa científica tem grande contribuição à
dar para que se tenha uma vida melhor.
b) São problemas que afetam à relação do homem
com o seu meio. (www.acharge.com.br.)
c) O projeto destina-se à crianças especiais.
d) Essas decisões dizem respeito à redução da taxa As informações contidas nos quadrinhos permitem
de mortalidade infantil. concluir que
e) Refiro-me à você cuja sugestão foi bastante a) a atitude da personagem que lê o jornal sugere
elogiada. que ela repudia a desigualdade.
b) o comportamento de ambas as personagens
Questão 05) contraria a manchete do jornal.
Nada além c) a situação apresentada no último quadrinho
O amor bate à porta ratifica a ideia da desigualdade social.
e tudo é festa. d) o comportamento da personagem que dorme no
O amor bate a porta banco revela que ela desconhece seus direitos.
e nada resta. e) a relação cortês entre as duas personagens
Cineas Santos. Disponível em: confirma a manchete do jornal.
http://www.jornaldepoesia.jor.br/cin01.html. Acesso em
03/08/2015.

Em relação ao jogo de ideias presente no par “bate à COESÃO E CONECTIVOS


porta” e “bate a porta” nos versos acima, é correto
afirmar que o emprego do acento grave está TEXTO: 1 - Comum à questão: 1
1
associado a O velho adormeceu, a mulher sentou-se 1 à porta.
a) fatores sintáticos que determinam diferentes Na sombra do seu descanso viu o sol vazar, lento rei
significados. n2 das luzes. Pensou no dia e riu-se dos contrários:
b) opções estilísticas que conferem sonoridade e ela, cujo nascimento faltara nas datas, tinha já o seu
ritmo ao poema. fim3 marcado. Quando a lua começou a acender as
c) elementos morfológicos que acarretam mudança árvores do mato ela inclinou-se e adormeceu.
de classe gramatical. Sonhou dali4 para muito longe: vieram os filhos, os
d) mecanismos fonológicos que promovem a mortos e os vivos, a machamba encheu-se de
tonicidade das palavras. produtos, os olhos a5 escorregarem no verde.
(Adaptado de: COUTO, Mia. A fogueira. In:
e) recursos argumentativos que explicitam efeitos de Vozes anoitecidas. São Paulo, Com-
subjetividade nos textos. panhia das Letras, 2013. p. 25).

Questão 06) Questão 01)


É preciso suprimir todos os sinais de crase em: Acerca do trecho “O velho adormeceu, a mulher
a) Às vezes, encontro-me à meditar sobre esse sentou-se à porta”, assinale a alternativa que
tema. apresenta, corretamente, o conectivo que pode ser
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inserido no lugar da vírgula, sem alterar o sentido Ser pai faz bem para a pressão!
original do período.
a) porém Uma pesquisa feita pela Brigham Young University,
b) portanto nos EUA, indica que a paternidade pode ajudar a
c) e manter a pressão arterial baixa. Os dados foram
d) quando medidos em 198 adultos, monitorados por aparelhos
e) visto que anexados ao braço, em intervalos aleatórios, durante
24 horas. Comparada às do grupo de adultos sem
TEXTO: 2 - Comum à questão: 2 filtros, a média dos pais foi inferior em 4,5 pontos
Como vivemos numa sociedade capitalista de para a pressão arterial diastólica. Julianne Holt-
consumo, onde prevalece o interesse da díade Lunstad, autora do estudo, diz que outros fatores
produtor/consumidor, estamos em face de uma (como atividades físicas) também colaboram para
situação efetivamente complexa quando o assunto é reduzir esses níveis e que o objetivo da pesquisa é
mídia, saúde e doença. Com efeito, verificamos, por comprovar como fatores sociais colaboram para a
um lado, que saúde aparece como coletiva quando e saúde do corpo, “Isso não significa que quanto mais
porque é informação sobre saúde e doença crianças você tiver, melhor será sua pressão
publicizada pela mídia. Por outro lado, essa sanguínea. Os resultados estão conectados a essa
informação, que é coletiva porque é veiculada pela relação de parentesco, mas sem considerar o número
mídia, num contexto socioeconômico como o nosso, de sucessores ou situação profissional, pondera
torna-se privada na recepção, na decodificação, não Julianne.
apenas porque cada pessoa decodifica a mensagem ALVES, I. Vivasaúde, n. 83, s.d.
a seu modo – o que é natural, desejável e
democrático – mas também – o que não é natural, O texto apresenta resultados de uma pesquisa
nem desejável, nem democrático – porque o científica, objetivando
conteúdo da mensagem é de natureza privada: os a) informar o leitor leigo a respeito dos resultados
remédios que cada consumidor individual precisa obtidos, com base em dados monitorados.
tomar, os tratamentos que precisa seguir. b) sensibilizar o leitor acadêmico a respeito da
LEFÈVRE, Fernando. A saúde como fato coletivo. Disponível em: paternidade, com apoio nos comentários da
<http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v8n2/05. pdf>. pesquisadora.
Acesso em: 7 mar. 2017.
c) persuadir o leitor especializado a se beneficiar do
exercício da paternidade, com base nos dados
Questão 02) comparados.
A análise dos aspectos coesivos do texto está correta d) dar ciência ao leitor especializado da validade da
em investigação, com base na reputação da instituição
a) O conectivo “Como”, em “Como vivemos numa promotora.
sociedade capitalista de consumo” traz, implícita, e) instruir o leitor leigo a respeito da validade
uma comparação, para iniciar o desenvolvimento das relativa da investigação, com base nas declarações
informações sobre o tema principal. da pesquisadora.
b) O pronome relativo “onde”, em “onde prevalece o
interesse da díade produtor/consumidor”, retoma, no Questão 04)
texto, o termo “consumo”, introduzindo uma
característica considerada essencial nesse aspecto.
c) A expressão “por um lado” se opõe a “Por outro
lado”, desenvolvendo um paradoxo, mediante a
introdução de posicionamentos que são
inconciliáveis, segundo o articulista.
d) O conectivo “e”, em “quando e porque é BENETT. Gazeta do Povo, 12 fev. 2015.
informação sobre saúde e doença publicizada pela
mídia.”, soma, de forma concomitante, dois As tirinhas têm como característica básica a crítica a
argumentos, que trazem as ideias de tempo e fatos e comportamentos contemporâneos.
explicação. Considerando os elementos verbais e não verbais
e) O termo “mas”, em “mas também – o que não é que compõem essa tirinha, observa-se uma crítica
natural, nem desejável, nem democrático – porque o ao(à)
conteúdo da mensagem é de natureza privada”, a) isolamento dos jovens, que preferem o contato
introduz uma contestação ao que foi dito com a natureza à interação face a face.
anteriormente. b) importância dada às representações virtuais, que
Questão 03) substituem as experiências reais.

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c) irrelevância dos conteúdos postados na internet, No túmulo que abrigava a elite de Pueblo Bonito,
que resulta em uma interpretação superficial da cidadela com cerca de mil anos de idade construída
realidade no deserto do Novo México (EUA), só podiam ser
d) dedicação dos jovens à navegação na internet em enterradas pessoas que pertenciam a uma dinastia
detrimento do tempo livre, que passa sem ser materna específica, afirmam pesquisadores.
percebido. Combinando datações relativamente precisas, por
e) excesso de informações disponíveis na internet, meio do método do carbono-14, com as análises
que induz as pessoas a permanecerem conectadas o genéticas, Douglas Kennett, do Departamento de
maior tempo possível. Antropologia da Universidade do Estado da
Pensilvânia (EUA), e seus colegas conseguiram
Questão 05) reconstruir como as governantes (e seus consortes
Atenção às vendas na era da internet homens) de Pueblo Bonito teriam solidificado seu
Foi-se o tempo em que apenas apresentar preços domínio da área ao longo dos séculos.
mais baixos era o chamariz mais indicado para atrair Os pesquisadores conseguiram obter mtDNA (DNA
clientes. Hoje em dia, os avanços tecnológicos mitocondrial, presente nas mitocôndrias, (1) as
permitem ao público em geral acessar um conteúdo usinas de energia das células) de nove dos 14
vasto, em qualquer hora ou local, bastando um indivíduos exumados na cripta. O mtDNA sóé
smartphone ou um tablet conectado à internet nas transmitido de mãe para filha ou filho,
mãos. O efeito disso os varejistas estão diferentemente do DNA do núcleo das células. Foi
comprovando na prática: os consumidores chegam então que veio a primeira surpresa: todas as nove
cada vez mais informados, seja na loja física, seja na pessoas tinham mtDNA praticamente idêntico,
virtual. Uma das primeiras consequências é uma indicando que compartilhavam uma ancestral pelo
transformação no papel do vendedor. No passado, lado materno.
ele detinha o conhecimento sobre o produto, pois Poderiam ser nove filhas e filhos de uma mesma
tinha acesso a informações privilegiadas e mãe? Não, porque as datações indicavam que os
treinamento. Agora, o cliente está em pé de enterros na cripta foram acontecendo de forma
igualdade. Antes de se deslocar até a loja física, ele gradual, ao longo de alguns séculos.
tem a possibilidade de colher detalhes do item ou Foi possível, a seguir, fazer análises ainda mais
serviço pela internet, pela indicação de colegas nas refinadas de DNA – (2) incluindo aí o DNA do núcleo
redes sociais ou por meio de visita a sites de defesa – (2) em seis dos esqueletos. Eram três mulheres e
do consumidor. Diante desse novo freguês, o três homens, mostraram os dados genéticos. Desses,
vendedor precisa atualizar seu papel: deve atuar quatro eram parentes próximos entre si: uma mulher
como um consultor, com orientação personalizada. que morreu na casa dos 40 anos e um homem que
Disponível em: www.sebraemercados. morreu por volta dos 30, que seriam avó e neto; (3)
com.br. Acesso em: 30 out. 2015 (adaptado). e uma mulher de 45 anos e uma jovem de 25, que
devem ter sido mãe e filha. Por outro lado, o
As relações de consumo vêm alterando-se com o uso primeiro morto da linhagem a ser enterrado ali era
das novas Tecnologias de Informação e do sexo masculino e morreu aos 40, com uma
Comunicação. Nesse texto, essa mudança de pancada na cabeça.
comportamento traduz-se em "O poder e a influência política nessa sociedade (4)
a) alteração dos papéis de vendedor e consumidor. estavam associados à linhagem materna, (5) de
b) ampliação da consciência do cliente quanto às forma que tanto homens quanto mulheres
compras. compartilhavam poder e influência", desde que
c) migração das atividades comerciais para o pertencessem ao clã feminino "nobre", explica
ambiente virtual. Kennett.
d) mudança de estratégia de marketing por parte Se a inferência estiver correta, isso significa que os
das empresas. habitantes de Pueblo Bonito talvez tenham deixado
e) aumento do poder de negociação atribuído aos descendentes entre os atuais indígenas do sudoeste
profissionais de venda. dos EUA, apesar de terem abandonado seus
assentamentos faraônicos antes da chegada dos
TEXTO: 3 - Comum à questão: 6 europeus.
Arqueólogos descobrem uma dinastia feminina É que, entre as tribos atuais hopis e zunis, as
pré-colombiana linhagens ainda são determinadas pelo lado materno,
Análises de DNA acabam de revelar um caso e não pelo lado paterno. Quando um homem se
relativamente raro de poder feminino numa das casa, por exemplo, os filhos que gera com a mulher
sociedades mais enigmáticas da América pré- são considerados membros da linhagem dela, e não
colombiana.
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da dele (seria como se levassem o "sobrenome" da tanta que já existe um termo para descrever o medo
mãe). de ficar sem celular: nomofobia. O conselho da líder
Disponível em: <http://www1.folha.uol. do estudo, Jean Twenge que também é autora de
com.br/ciencia/2017/02/1861896-arqueo-logos-descobrem-uma-
diversos livros sobre comportamento adolescente, é
dinastia-feminina-pre-colombiana.shtml>. Acesso
em: 12/10/17. (Excerto). que o uso desses dispositivos seja limitado a duas
horas por dia.
Questão 06) “Dada a importância do sono para a saúde física e
Para construir um texto, utilizamos certas estruturas mental, adolescentes e adultos devem considerar se
que conferem a ele coesão e progressão. Assinale a os smartphones não estão interferindo na qualidade
alternativa que faz uma análise correta sobre os de seu sono. É realmente importante não usar
operadores de coesão sublinhados no texto. eletrônicos com tela antes de dormir, porque eles
a) A locução conjuntiva “desde que” estabelece uma prejudicam o processo de adormecimento”. [...]
Disponível em: <https://super.abril.com.br/sau-de/adolescentes-
relação temporal no trecho em que aparece.
nunca-dormiram-tao-pouco-e-celular-e-o-vilao/>. Acesso em: 24
b) A locução prepositiva “por meio” pode ser out.2017.
substituída por “através” sem incorreção gramatical.
c) O advérbio interrogativo “como” funciona como Questão 07)
um pronome relativo, introduzindo uma oração Os elementos coesivos são importantes recursos para
adjetiva. estabelecer diferentes relações de sentido no texto.
d) A contração “nessa” poderia ser substituída por Assinale a alternativa em cujo excerto se constata
“nesta” sem incorreção semântica ou gramatical. uma relação de causa e consequência entre as
e) O nexo “apesar de” veicula ideia concessiva e informações enunciadas.
indica uma quebra de expectativa sobre o evento. a) “Os psicólogos responsáveis pela pesquisa dizem
que quanto mais tempo os adolescentes passam
TEXTO: 4 - Comum à questão: 7 online, menos eles dormem.”
Adolescentes nunca dormiram tão pouco – e b) “O tempo ideal para um idoso saudável é de sete
celular é o vilão a oito horas – embora muitos não consigam dormir
tanto.”
Um novo estudo mostra que os jovens não estão c) “De acordo com os autores da pesquisa, o
dormindo tempo o suficiente e que, se comparados a fenômeno celular X sono pode ser notado desde o
gerações anteriores, os adolescentes nunca tiveram início da década [...]”.
tão poucas horas de sono. Os psicólogos d) “Entre adolescentes e adultos, a dependência
responsáveis pela pesquisa dizem que quanto mais é tanta que já existe um termo para descrever o
tempo os adolescentes passam online, menos eles medo de ficar sem celular: nomofobia.”
dormem. e) “É realmente importante não usar eletrônicos
O corpo humano precisa de quantidades distintas de com tela antes de dormir, porque eles prejudicam o
sono ao longo da vida. Uma criança de 4 anos processo de adormecimento.”
necessita de 11 a 12 horas na cama. O tempo ideal
para um idoso saudável é de sete a oito horas – CONCORDÂNCIA
embora muitos não consigam dormir tanto. Mas para
um adolescente ter um dia produtivo, o Questão 01)
recomendado pelos especialistas é que se durma, no Leia a charge.
mínimo, nove horas por noite. Nessa faixa etária,
menos que sete horas é considerado insuficiente. […]
De acordo com os autores da pesquisa, o fenômeno
celular X sono pode ser notado desde o início da
década, quando houve um crescimento no uso de
smartphones e, como consequência, as horas de
sono dos jovens diminuíram. Eles alertam para os
impactos da luz dos dispositivos eletrônicos na
qualidade do sono já que o azul das telas inibe a
produção de melatonina, o hormônio natural do
corpo, e como não dormir o bastante pode ser
negativo para o desenvolvimento dos adolescentes
em várias esferas da vida.
Os smartphones são pré-requisitos para a vida
moderna, tanto que se tornaram extensões do nosso (www.newtonsilva.com)
corpo. Entre adolescentes e adultos, a dependência é
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É correto afirmar que a charge visa e) Costuma ser divulgada as transformações da


a) apoiar a atitude dos alunos e propor a liberação técnica e da circunstância que envolve a produção
geral da frequência às aulas. impressa de livros.
b) enaltecer a escola brasileira e homenagear o
trabalho docente. Questão 04)
c) indicar a deflagração de uma greve e incentivar a A concordância da forma verbal em destaque está de
adesão a ela. acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa
d) recriminar os alunos e declarar apoio à política em:
educacional. a) Não basta, na opinião das autoridades,
e) criticar a situação atual do ensino e denunciar a oportunidades de trabalho para o jovem se
evasão escolar. desenvolver, mas é preciso oferecer escolaridade a
todos.
Questão 02) b) Crescem continuamente, de acordo com as
estatísticas, os percentuais de comércio nacional e
internacional por meio da rede.
c) Acredita-se que a profusão de informações e a
amplitude de acesso a elas estáforjando uma
geração mais inteligente.
d) Consta da programação da Feira Literária
Internacional de Paraty vários títulos a serem
CABALAU. Disponível em: <http://www.cabalau.com/ lançados sobre o escritor Lima Barreto.
2010_09_01_archive.html>. Acesso em: 30 nov. 2011. e) Contribuíram para o aumento da expectativa de
vida da humanidade o crescimento das pesquisas
As duas charges têm em comum uma científicas e tecnológicas.
a) crítica à indiferença dos governantes em relação
aos moradores de rua, pois eles não votam. Questão 05)
b) censura à cultura política voltada para a venda de Assinale a frase em que o(s) verbo(s) concorda(m)
votos por eleitores da camada social menos com o sujeito em pessoa e número.
favorecida. a) Assim que se concluiu a apuração dos votos,
c) denúncia da falta de real interesse político para verificou-se que 2/3 do eleitorado votaram em
resolver a questão da pobreza, gerada pela branco ou anularam o voto.
desigualdade social. b) Com toda certeza, algumas coisas erradas
d) sátira relacionada com a falta de competência haviam, sobretudo diante de algumas indagações
política para resolver os problemas de moradia pelo que se fazia diante dos resultados inesperados.
mundo afora. c) Para diversas obras importantes em Santa
e) ironia quanto ao comportamento dos políticos que Catarina destinou-se recursos no próximo orçamento,
desconsideram a importância do voto dos mas penso que os recursos não deve chegar a tempo
desabrigados para sua eleição. de serem concluídas no até 2018.
d) Não se faz mais brincadeiras como no meu tempo
Questão 03) de guri; hoje em dia, o que mais se vêé crianças
O uso da norma padrão da gramática portuguesa trancadas em casa brincando de videogame,
costuma ser valorizada como marca de distinção e acessando smartphone ou vendo TV.
prestígio social. Identifique a alternativa em que a
concordância verbal está inteiramente de acordo com Questão 06)
essa norma. Considere a tira de Hagar.
a) Os livros já haviam adquirido o formato atual.
Nenhuma das sociedades desenvolvidas dispensaram
sua presença.
b) Em todas as civilizações, houveram práticas de
cultivo à informação ‘escrita’, fosse essas práticas
firmadas em pedra, madeira ou papel.
c) Em todas as sociedades, costumam haver práticas
de cultivo à informação ‘escrita’, sejam essas práticas
firmadas ou não em papel.
d) Sem dúvida, as necessidades da interação verbal
cresceram com o advento da Internet. Qual o grupo
de escolarizados que desconhece isso?
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a) Apenas a forma verbal “permite” estará correta,


concordando com o sujeito “a maioria dos
apartamentos”.
b) Há duas formas corretas: “permite”, concordando
com a expressão “a maioria”; ou “permitem”,
concordando com a palavra “apartamentos” que está
no plural.
c) Apenas a forma verbal “permitem” estará correta,
já que concordará com a palavra que está no plural
“vacas”.
d) Há duas formas verbais corretas: “permite”,
(www.folha.uol.com.br. Adaptado.)
concordando com a expressão “a maioria”; e
“permitem, concordando com a palavra “vacas” que
Assinale a alternativa que preenche, correte e está no plural.
respectivamente, as lacunas dos quadrinhos. e) Apenas a forma verbal “permitem” estará correta,
a) teriam – saia concordando com o sujeito “a maioria dos
b) tiveram – sai apartamentos”.
c) tinham – saíra
d) têm – saísse Questão 09)
e) terão – saía – Você acha que estou meia gordinha?
– Não é meia, é meio.
Questão 07) – Como é que é?
Assinale a frase cujo verbo admite outra – Não é meia gordinha que se diz. É meio gordinha.
concordância. – MEIO gordinha? Imagina. Meio gordinha... Não
a) “Por que alguns bebês vêm ao mundo com acredito.
leucemia?” – Se você fosse meia gordinha, significaria que vocêé
b) “A maioria de nossos males tem origem só meia, só metade, entende? Só metade gordinha.
psicossomática.” A outra metade magrinha.
c) “A satisfação, o amor e o sucesso vacinam contra – Qual parte? A de cima ou a de baixo?
(PRATA, Mario. Diário de um magro.
o vibrião do cólera?” Rio de Janeiro: Editora Globo, 1997.)
d) “As listas de causa e efeito fazem as previsões de
doenças a posteriori.” O diálogo acima foi construído com base nas regras
de concordância nominal, opondo as variantes
Questão 08) linguísticas. A incredulidade da personagem diante
Leia a tirinha “Recruta Zero” e responda ao que se da correção feita pelo seu interlocutor decorre do
pede. fato de que ela não reconhece, nesse contexto, que
o termo “meio” fica invariável por ser um(a)
a) numeral d) conjunção
b) adjetivo e) advérbio
c) pronome

Questão 10)
A concordância nominal responsabiliza-se pela
harmonia do texto, sobretudo, quando escrito na
linguagem padrão. Neste caso, em especial, a
gramática normativa determina que o adjetivo
concorde em gênero e número com o substantivo.
Assim, atende a essa norma a frase:
a) Estava meia aberta a porta e a dispensa da casa
da fazenda.
b) Dado a importância e o valor descrito, fomos
verificar o preço.
O verbo permitir foi retirado do último quadrinho
c) Estavam atentas alunas e alunos ao entusiasmado
para que a lacuna seja preenchida corretamente.
discurso do paraninfo.
Marque a alternativa que apresenta a forma
d) Andavam preocupados professoras e alunos sem
CORRETA, seguindo às regras de concordância
que nada pudessem fazer.
verbal.
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PONTUAÇÃO Questão 02)


O uso dos pontos de exclamação nas falas da charge
TEXTO: 1 - Comum à questão: 1 indicam:
Como e por que ler a) ênfase, pois marcam o tom das falas.
Harold Bloom b) dúvida, pois não há certeza sobre o que vai
acontecer no futuro.
PRÓLOGO c) negação, pois o que se evidencia na cena é a
Caso pretenda desenvolver a capacidade de formar ironia.
opiniões críticas e chegar a avaliações pessoais, o ser d) pedido, pois implicitamente busca-se por socorro.
humano precisará continuar a ler por iniciativa e) humor, pois destoam do contexto da imagem.
própria. Como ler (se o faz de maneira proficiente ou
não) e o que ler não dependerá, inteiramente, da TEXTO: 3 - Comum à questão: 3
vontade do leitor, mas o porquê da leitura deve ser a
satisfação de interesses pessoais. Seja apenas por
divertimento ou com algum objetivo específico, e m
dado momento , passamos a ler apressadamente. Os
indivíduos que, por iniciativa própria, leem a Bíblia,
talvez constituam exemplos mais evidentes de leitura
com objetivo específico do que os leitores de
Shakespeare; no entanto, a busca é a mesma. Uma
das funções da leitura é nos preparar para uma
transformação, e a transformação final tem caráter
universal.
- proficiente: competente e eficiente no que faz
In: BLOOM, Harold. Como e por que ler.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p. 15 e 17.
Disponível em:
https://www.facebook.com/estavaganaoesua/photos/a.130136233
733360.34195.112295345517449/777978372282473/?type=3&the
Questão 01) ater. Acesso: 15 jun. de 2017.
No prólogo, os parênteses são empregados para
) apresentar uma opinião contrária à leitura exigida Questão 03)
na sociedade contemporânea. Os sinais de pontuação são sinais gráficos que,
b) esclarecer o tipo de aproveitamento comumente, representam na escrita recursos
proporcionado pela leitura. específicos da língua falada. No cartaz que compõe o
c) expressar uma dúvida sobre o tipo de leitura. TEXTO 3, podemos observar o uso dos parênteses
d) informar os detalhes sobre os porquês da leitura. para compor o sentido do que se deseja expressar. A
e) questionar uma explicação sobre leitura como esse respeito, assinale a alternativa CORRETA.
satisfação pessoal. a) Como o cartaz representa uma placa que indica
um local apropriado para todo motorista estacionar o
TEXTO: 2 - Comum à questão: 2 seu carro, o uso dos parênteses, bem como o que
Observe a charge: está contido nele, é indiferente.
b) Pretende-se, com o uso dos parênteses, explicar o
sentido da expressão “pode parar” no contexto do
cartaz, que indica exatamente o contrário do que
indicaria em situações comuns de uso.
c) O objetivo do cartaz é indicar que seja qual for o
motorista, ele pode parar no local indicado, não
sendo necessário prestar atenção ao que consta
entre parênteses.
d) A partir da leitura do trecho entre parênteses,
podemos assumir que, com o motivo adequado, é
possível parar e estacionar no local indicado, ainda
que seja uma vaga prioritária.
e) É possível concluirmos, a partir da leitura do
cartaz, que, dependendo da justificativa, a vaga
prioritária é uma opção de todos os motoristas.
Disponível em http://www.juniao.com.br/chargecartum/

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Questão 04) meu vizinho entregar-me o filho da égua que é de


Observe o uso das aspas no seguinte trecho retirado minha mulher”.
do texto: JUIZ: É verdade que o senhor tem o filho da égua
preso?
Já diagnosticamos o problema, mas, para uma JOSÉ DA SILVA: É verdade; porém o filho me
geração que se orgulha de ser “antenada” estamos pertence, pois é meu, que é do cavalo.
confusos para apresentar uma solução à questão JUIZ: Terá a bondade de entregar o filho a seu dono,
mais universalmente disseminada de nosso tempo. pois é aqui da mulher do senhor.
JOSÉ DA SILVA: Mas, Sr. Juiz...
Sobre esse uso das aspas, é CORRETO afirmar que JUIZ: Nem mais nem meios mais; entregue o filho,
marcam senão, cadeia.
a) discurso direto. (Martins Pena. Comédias (1833-1844), 2007.)
b) neologismo.
c) ironia. Questão 06)
d) discurso indireto. O emprego das aspas no interior da fala do escrivão
e) estrangeirismo. indica que tal trecho
a) reproduz a solicitação de Francisco Antônio.
TEXTO: 5 - Comum à questão: 5 b) recorre a jargão próprio da área jurídica.
Cidadezinha qualquer c) reproduz a fala da mulher de Francisco Antônio.
d) é desacreditado pelo próprio escrivão.
Casas entre bananeiras e) deve ser interpretado em chave irônica.
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar. TEXTO: 7 - Comum à questão: 7
Norma e padrão
Um homem vai devagar.
1
Um cachorro vai devagar. Uma das comparações que os estudiosos de
Um burro vai devagar. variação linguística mais gostam de utilizar é a 2 da
língua com a vestimenta. Esta, como sabemos, é
Devagar... as janelas olham. bastante variada, indo da mais formal (longo e
Eta vida besta, meu Deus. smoking) à3 mais informal (biquíni e sunga, ou
Andrade, Carlos Drummond de. Poesia completa. Rio de Janeiro: camisola e pijama). A ideia dos que fazem essa
Nova Aguilar, 2002. p. 23. comparação é a 4 seguinte: não existem, a rigor,
formas linguísticas erradas, existem formas
Questão 05) linguísticas inadequadas. Como 5 as roupas: assim
“Eta vida besta, meu Deus.” como ninguém vai à praia de smoking ou de longo,
também ninguém casa de biquíni e de 6 sunga, ou de
Nesse verso, a vírgula é utilizada para camisola e de pijama (sem negar que estas sejam
a) separar um termo deslocado e é facultativa. vestimentas, e adequadas!), assim 7 ninguém diz “me
b) separar um aposto e é obrigatória. dá esse troço aí” num banquete público e formal nem
c) isolar um vocativo e é obrigatória. “faça-me o obséquio de passar-me 8 o sal” numa
d) indicar um sujeito posposto e é facultativa. situação de intimidade familiar.
9
Os gramáticos e os sociolinguistas, cada um com
TEXTO: 6 - Comum à questão: 6 seu viés, costumam dizer que o padrão 10 linguístico
Focalize a passagem da comédia O juiz de paz é usado pelas pessoas representativas de uma
da roça do escritor Martins Pena (1815-1848). sociedade. Os gramáticos dizem isso, mas 11 acabam
não analisando o padrão, nem recomendando-o de
JUIZ (assentando-se): Sr. Escrivão, leia o outro fato. Recomendam uma norma, uma norma 12 ideal.
requerimento. Vou dar uns exemplos: se o padrão é o usado pelos
ESCRIVÃO (lendo): Diz Francisco Antônio, natural de figurões, então deveriam ser considerados 13 padrões
Portugal, porém brasileiro, que tendo ele casado com o verbo “ter” no lugar de “haver”; a regência de
Rosa de Jesus, trouxe esta por dote uma égua. “Ora, “preferir x do que y”, em vez de “preferir x a y”; o 14
acontecendo ter a égua de minha mulher um filho, o uso do anacoluto (A inflação, ela estará dominada
meu vizinho José da Silva diz que é dele, só porque o quando...); a posição enclítica dos pronomes átonos.
dito filho da égua de minha mulher saiu malhado O 15 que não significa proibir as mais conservadoras.
como o seu cavalo. Ora, como os filhos pertencem às Algumas dessas formas “novas” aparecem em
mães, e a prova disto é que a minha escrava Maria muitíssimo 16
boa literatura, em autores
tem um filho que é meu, peço a V. Sa. mande o dito absolutamente consagrados, que poderiam servir de
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base para que os 17 gramáticos liberassem seu uso – QUESTÃO NOTACIONAIS


para os que necessitam da licença dos outros.
18
Vejam-se esses versos de Murilo Mendes: “Desse Questão 01)
lado tem meu corpo / tem o sonho / tem a minha 19 Assinale a alternativa em que o termo em negrito
namorada na janela / tem as ruas gritando de luzes e está grafado corretamente.
movimentos / tem meu amor tão lento / tem o a) Porque algumas pessoas jogam lixo na praia?
mundo 20 batendo na minha memória / tem o b) O gari foi advertido ontem sem saber porque.
caminho pro trabalho. Do outro lado tem outras vidas c) Aos nossos porques, o gari não deu atenção.
vivendo da minha 21 vida / tem pensamentos sérios d) Os garis não sabiam por que foram advertidos.
me esperando na sala de visitas / tem minha noiva
definitiva me esperando 22 com flores na mão / tem a Questão 02)
morte, as colunas da ordem e da desordem.” A palavra destacada está corretamente grafada de
23
Faltou ao poeta acrescentar: tem uns gramáticos acordo com a norma-padrão da língua portuguesa
do tempo da onça / de antes do tempo em que se 24 em:
começou a andar pra frente. a) A existência de indivíduos com suas diferentes
25
Não vou citar Drummond de Andrade, com seu por culturas faz com que o mundo se torne muito
demais conhecido “Tinha uma pedra no meio 26 do complexo, mais essa convivência só se tornará
caminho...”, nem o Chico Buarque de “Tem dias que possível se as diferenças forem respeitadas.
a gente se sente / como quem partiu ou morreu...” b) A superlotação das cidades prejudica a qualidade
27
Mas acho que vou citar “Pronominais”, do glorioso de vida, mais a busca por melhores oportunidades
Oswald de Andrade: Dê-me um cigarro / Diz a 28 mantém o processo de migração rural para os
gramática / Do professor e do aluno / E do mulato centros urbanos.
sabido / Mas o bom negro e o bom branco / Da c) A tecnologia nos torna muito dependentes porque
nação 29 brasileira / Dizem todos os dias / Deixa precisamos dela em todos os momentos, mais ela
disso camarada / Me dá um cigarro. tem proporcionado grandes conquistas para a
30
Quero insistir: ao contrário do que se poderia humanidade.
pensar (e vários disseram), não sou anarquista, 31 d) As novas tecnologias de comunicação têm
defensor do tudo pode, ou do vale tudo. Nem estou contribuído para a vida das pessoas de forma
dizendo que “Nós vai”é igual a “Tem muito filho que decisiva, mais precisamente nas relações
32
obedece os pais”. O que estou fazendo é cobrar interpessoais de caráter virtual.
coerência, um pouquinho só: se o padrão vem da e) As recentes discussões a respeito das
fala dos 33 bacanas, se os mais bacanas são os desigualdades sociais revelam que ainda falta muito
poetas consagrados, por que, antes das dez, numa para serem eliminadas, mais é preciso enfrentar
aula de literatura, 34 podemos curtir seu estilo e em questões fundamentais.
outra aula, depois das onze, dizemos aos alunos e
aos demais 35 interessados: viram o Drummond, o Questão 03)
Murilo, o Machado, o Guimarães Rosa? Que No trecho “um dos principais desafios da
criatividade!!! Mas vocês 36 não podem fazer como humanidade atualmente é construir centros urbanos
eles. onde haja convivência sem discriminação” (l. 4-6), o
POSSENTI, Sírio. A cor da língua e outras croniquinhas de pronome relativo onde foi utilizado de acordo com as
linguística.
exigências da norma-padrão da língua portuguesa.
Campinas: Mercado de Letras, 2001. p. 111-112. (Adaptado).

Questão 07) Isso ocorre também em:


O autor defende no texto a seguinte tese: a) É necessário garantir respeito à diversidade em
a) a norma gramatical, para ser coerente, deve ser todos os espaços onde haja necessidade de convívio
baseada no padrão de uso de uma língua. social.
b) a língua é variável e multiforme, razão pela qual b) Todas as questões onde a diversidade de
as pessoas podem usá-la como quiserem. modelos de cidades foi analisada mostraram a
c) as normas de bom uso da língua garantem a necessidade de atingir a sustentabilidade.
quem fala e/ou escreve sucesso comunicativo. c) O século XXI, de acordo com as propostas da
d) as formas linguísticas consideradas corretas são ONU, utilizará modelos inovadores onde o
aquelas usadas na língua escrita formal. planejamento dos espaços respeitará a diversidade.
e) o padrão de uso de uma língua deve ser d) Os cientistas debatem ideias onde se evidencia
cuidadosamente preservado pelos gramáticos. que a cidade do futuro será inadequada à vida
humana.

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e) Os países assinaram vários tratados para a) Alguns estudos parecem atender a uma
aprovarem propostas onde estejam detalhadas as preocupação bastante pertinente onde se podem
características das cidades do futuro. traçar estratégias de proteção ambiental.
b) A dependência de biomassa ocorre porque não há
Questão 4) oferta de fontes industriais de energia nas regiões
A palavra ou a expressão destacada aparece onde as populações mais pobres vivem.
corretamente grafada, de acordo com a norma- c) É preciso combater o desmatamento, onde fica
padrão da língua portuguesa, em: evidente o processo de destruição da natureza para a
a) A história da energia mostra porquê até a criação de gado.
invenção da máquina a vapor a prática de cortar d) Os anos de 2009 a 2011 correspondem ao período
árvores não prejudicava tanto as florestas. onde a pesquisa foi realizada por meio de
b) A utilização dos combustíveis fósseis aumentou entrevistas em vários estados do Nordeste.
por quê a indústria automobilística vem colocando e) Esses estudos devem ser complementados por
grande número de veículos circulando nas cidades. estratégias onde possa ser evitado o desmatamento
c) As pessoas deveriam saber os riscos de um provocado pelo uso doméstico da madeira.
apagão para conhecerem melhor o por quê da
necessidade de economizar energia. Questão 08)
d) Os tóxicos ambientais são substâncias prejudiciais Leia a tirinha a seguir:
por que causam danos aos seres vivos e ao meio
ambiente.
e) A energia está associada ao meio ambiente
porque toda a sua produção é resultado da
utilização das forças oferecidas pela natureza.

Questão 5)
“Não quero nem devo lembrar aqui por que me O efeito de humor dessa tirinha é causado:
encontrava naquela barca”; a grafia em duas a) pela presença de apenas um exemplo para figuras
palavras do termo “por que” indica que ele foi visto masculinas dignas de crença.
como interrogativo indireto. A frase abaixo que b) pelo título, que nos remete aos novos tempos, à
apresenta o mesmo caso é: era moderna.
a) Por que a narradora do texto não se identifica? c) pela pergunta “Você consegue citar uma?” feita
b) A narradora do texto não se identifica por quê? por uma das espectadoras da palestra.
c) Queria saber por que a narradora não se d) pela linguagem não verbal, que contribui
identifica. consideravelmente para o entendimento da tirinha,
d) O texto mostra um tema por que todos deviam dado que quase todo o efeito de humor está contido
interessar-se. na expressão do palestrante no 2º quadrinho.
e) Por que a prova começa por esse texto? e) pela incompatibilidade entre a palavra “crença” e o
exemplo dado pelo autor.
Questão 06)
Complete as lacunas, usando adequadamente INTERPRETAÇÃO
mas/mais/mal/mau:
Pedro e João, _______ entraram em casa, GABARITO:
perceberam que as coisas não estavam bem, pois 1) Gab: B
sua irmã caçula escolhera um momento _________ 2) Gab: B
para comunicar aos pais que iria viajar nas férias; 3) Gab: E
_________ seus dois irmãos deixaram os pais 4) Gab: D
_______ sossegados quando disseram que a jovem 5) Gab: C
iria com as primas e a tia. 6) Gab: E
a) mal – mau – mas – mais 7) Gab: A
b) mal – mal – mais – mais
c) mau – mal – mais – mas FIGURAS DE LINGUAGEM
d) mal – mau – mas – mas
e) mau – mau – mas – mais. GABARITO:
1) Gab: B
Questão 07) 2) Gab: D
O emprego do “onde” atende às exigências da norma 3) Gab: C
padrão em:
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4) Gab: E 7) Gab: D
5) Gab: B
6) Gab: A CONCORDÂNCIA

ACENTUAÇÃO GABARITO:
1) Gab: E
GABARITO: 2) Gab: C
1) Gab: E 3) Gab: D
2) Gab: E 4) Gab: B
3) Gab: B 5) Gab: A
4) Gab: D 6) Gab: A
5) Gab: B 7) Gab: B
6) Gab: A 8) Gab: B
9) Gab: E
FORMAÇÃO DE PALAVRAS 10) Gab: C

GABARITO: PONTUAÇÃO
1) Gab: D
2) Gab: D GABARITO:
3) Gab: C 1) Gab: C
4) Gab: E 2) Gab: A
5) Gab: A 3) Gab: B
6) Gab: A 4) Gab: B
7) Gab: A 5) Gab: C
8) Gab: B 6) Gab: A
9) Gab: B 7) Gab: A

VERBOS E PRONOMES QUESTÕES NOTACIONAIS

GABARITO: GABARITO:
1) Gab: A 1) Gab: D
2) Gab: A 2) Gab: D
3) Gab: A 3) Gab: A
4) Gab: D 4) Gab: E
5) Gab: E 5) Gab: C
6) Gab: C 6) Gab: A
7) Gab: B
CRASE E REGÊNCIA 8) Gab: E

GABARITO:
1) Gab: C
2) Gab: A
3) Gab: A
4) Gab: D
5) Gab: A
6) Gab: C
7) Gab: C

CONECTIVOS

GABARITO:
1) Gab: C
2) Gab: D
3) Gab: A
4) Gab: B
5) Gab: B
6) Gab: E
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