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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

Projeto Integrador:
OBSERVAÇÃO DO
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

NOMES COMPLETOS DOS ALUNOS E RAs

Adriana Moreira Muza 418105316


Hilton Soubhia Júnior 418203322
Joao Pedro Galvão 418202139
Patricia Caseiro Queirolo 418200279
José Ricardo dos Santos 418202173
Luana Nunes 2218108281
David Anderson Carlos de M Evangelista 420108587
Bruna Silva de Sena 918111236

4A – Vergueiro Noturno

A CRIANÇA DE 7 e 8 ANOS

Professor Orientador: Claudia Goto

São Paulo
2020
Resumo

Esse trabalho traz teorias do Desenvolvimento Humano, focada nas teorias do


desenvolvimento de Piaget e Erikson, mais especificamente nas fases propostas a
crianças de 7 e 8 anos. Há uma apresentação teórica das teorias (fase operatória
concreta e diligência e inferioridade, propostas por Piaget e Erikson
respectivamente. Apresentamos as teorias e as comparamos, além de apresentar
um estudo com crianças nessa fase para ilustrar e analisar o que foi proposto em
tese. As crianças participantes estão enquadradas nos comportamentos propostos
nas teorias, dando margem a identificação dos comportamentos dos enunciados.
Para o Desenvolvimento Humano ambas as teorias têm relevância e importante
aplicação. Verificar particularidades do desenvolvimento de duas crianças, que se
encontram no Estágio Operatório Concreto proposto pelo Piaget, devidamente
associados à particularidades propostas por Erick Erikson.
Palavras chave: Piaget, Erikson, pré-operatório, desenvolvimento humano,
diligência e inferioridade
Abstract

This work brings theories of Human Development, focused on the theories of


development by Piaget and Erikson, more specifically in the phases proposed to
children aged 7 and 8 years. There is a theoretical presentation of the theories
(concrete operative phase and dominance and inferiority, proposed by Piaget and
Erikson respectively. We present the theories and compare them, in addition to
presenting a study with children in this phase to illustrate and analyze what was
proposed in thesis. participating children are framed in the behaviors proposed in the
theories, allowing the identification of the behaviors of the statements. For Human
Development both theories have relevance and important application, duly
associated with the particularities proposed by Erick Erikson.
Keywords: Piaget, Erikson, preoperative, human development, dominance and
inferiority
Sumário
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................4

2. REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................................5

3. COMPARAÇÃO..................................................................................................................9

4. ESTÁGIO OPERATÓRIO CONCRETO............................................................................10

5. OBJETIVO........................................................................................................................ 12

6. JUSTIFICATIVA............................................................................................................... 12

7. MÉTODO.......................................................................................................................... 12

8. RESULTADOS................................................................................................................. 12

8.1 Atividade Realizada: Desenhos e Entrevista...........................................................13

8.2 Resultados................................................................................................................. 14

9. DISCUSSÃO..................................................................................................................... 16

10. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................18

REFERÊNCIAS.................................................................................................................... 21
4

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por finalidade a análise e a discussão acerca do


desenvolvimento de crianças nos seus 7 e 8 anos, trabalhando as teorias que
concernem à disciplina de Desenvolvimento Humano, bem como uma análise
pautada nas teorias de Piaget e Erickson, permitindo a observação comportamental
e, ao mesmo tempo, explicando características psicomotoras, intelectuais, sociais e
muitas outras atividades desenvolvidas no dia a dia das crianças na idade escolhida.
Em breve histórico, até o século XVII, as crianças eram consideradas como
adultos em miniatura, com menos inteligência e força. Já no século XVIII, a igreja
começou a afastar as crianças de algumas atividades de adultos das quais
participavam, formando, assim, as primeiras instituições de ensino destinadas a
elas. Em seguida, houve, progressivamente, uma mudança na mentalidade
relacionada às necessidades da infância e ao papel materno, atribuindo importância
à criança desde seus primeiros anos de vida e também a relação mãe e filho,
através da criação de métodos de incentivo à aprendizagem. O estudo científico
formal sobre o Desenvolvimento Humano é relativamente novo, como assinalam
Papalia e Olds (2001). Diversos autores destacam que esse conhecimento teve
como um dos fundamentos a obra de Quetelec, publicada em 1935, em Paris,
intitulada “Do Homem e do desenvolvimento de suas faculdades”, onde o autor
colocava ênfase nas mudanças físicas, cognitivas, morais e emocionais pelas quais
o sujeito passava ao longo da vida. Outro autor considerado importante do ponto de
vista histórico foi Stanley Hall, o primeiro Psicólogo a propor a psicologia da
adolescência como campo de conhecimento, realizando o primeiro estudo sobre o
tema.
Cabe, por hora, conceituar o Desenvolvimento Humano que, segundo
Papalia, é o estudo científico de como as pessoas mudam desde a concepção à
morte, bem como das características que permanecem razoavelmente estáveis
durante a vida e considera essas mudanças mais óbvias na infância embora
ocorram durante toda vida. Envolve o conhecimento de variáveis afetivas,
cognitivas, sociais, e biológicas em todo ciclo da vida do nascimento à morte.
Considerado multidisciplinar, o Desenvolvimento Humano faz conexão com a
Biologia, Sociologia, Antropologia, Educação e Medicina e tem como objetivo o
5

estudo do curso de mudanças significativas ao longo da vida, buscando descrevê-


las e explicá-las por princípios gerais. Nesse sentido, faz-se importante entender
como as condições internas (ligadas a maturação orgânica do indivíduo) e externas
(ligadas a influência do ambiente) do indivíduo promovem e afetam tais mudanças.
A base teórica desse trabalho apoia-se fundamentalmente no método clínico
de Piaget, uma vez que as perguntas que faremos nas observações e reações das
crianças observadas são respondidas com certa unanimidade, pois elas estão no
mesmo estágio cognitivo, teoria também proposta por Piaget. Papalia ensina que o
crescimento cognitivo das crianças ocorre através de três processos que se
relacionam entre si, são eles organização, adaptação e equilibração. Termos esses
que serão apresentados em sua definição e aplicabilidade no decorrer das linhas
que compõe esse trabalho.
Além de Piaget, as análises apresentadas estarão em linha com as ideias de
Erickson, fazendo comparações de sentido entre as ambas as teorias que tratam
das etapas de desenvolvimento psicossocial das crianças. Vale lembrar que
Erickson aparece nesse contexto para complementar e comparar a base do trabalho
fundamentado em Piaget.
Erickson durante sua trajetória profissional percebeu a importância das
influências sociais sobre a personalidade, concentrando, então, suas observações e
estudos no desenvolvimento infantil. Erikson permaneceu fiel à teoria de Freud, com
quem teve contato mais profundo ao trabalhar com Anna Freud, mas amplia a teoria
de três maneiras: 1) enfatizou o Ego, defendendo que ele é independente e não
submisso ao Id; 2) a personalidade desenvolve-se continuamente durante a vida; 3)
aperfeiçoou os estágios do desenvolvimento. Em autêntico contraponto com o
trabalho que foi desenvolvendo ao longo da sua própria vida, Erikson elaborou oito
estágios, os quais chamou de Psicossociais, para explicar algumas crises pelas
quais o Ego passa no decorrer do ciclo vital.
Nas linhas que se seguem, o leitor poderá encontrar a aplicabilidade de
ambas as teorias (Piaget e Erickson) na observação de crianças em atividades,
dentro de um específico estágio de desenvolvimento.

2. REFERENCIAL TEÓRICO
6

Piaget utiliza-se de uma abordagem cognitiva, essa abordagem, segundo


Papalia (2013) concentra-se nos processos de pensamento e no comportamento
que reflete esses processos. Piaget dá ênfase aos processos mentais e sua Teoria
dos Estágios Cognitivos foi a precursora do que se denomina, nos dias de hoje, a
revolução cognitiva.
Piaget apresenta uma visão organicista, isso quer dizer que verifica todos os
esforços que a criança para entender o seu mundo e agir sobre ele. Todo o
desenvolvimento cognitivo tem início com a capacidade inata que a criança tem de
se adaptar ao seu ambiente. Após essa fase que chamou de processos inatos a
criança vai crescer cognitivamente, esse crescimento vai se dar através de três
processos: Organização, Adaptação e Equilibração.
A Organização trata-se da forma com que as crianças criam categorias para
organizar as informações que recebem. Ao criar uma categoria de animais, por
exemplo o cachorro, a criança vai observando as particularidades de cada membro
dessa característica para individualizar. Como se o geral fosse para o específico
para que ela possa assimilar as novas informações que o meio lhe proporciona.
Como ensina Papalia as crianças vão criando estruturas cognitivas cada vez mais
complexas chamadas esquemas, que são formas de organizar as informações
sobre o mundo, isso vai controlar como a criança age em determinadas situações e
conforme as informações vão sendo somadas esses esquemas mudam e se
tornam cada vez mais complexos.
A Adaptação está ligada a como a criança se adapta às novas informações
adquiridas do meio através daquilo que ela já tem de informação. Esse processo
vai possuir dois processos complementares denominados: assimilação, que é
como vai ser feita a internalização de novas informações e somá-las ao que já é
existente e a acomodação, que seria, conforme Papalia, o ajustamento das
estruturas cognitivas para encaixar as informações novas.
A Equilibração se dá na forma como as informações são incorporadas.
Quando uma criança recebe novas informações e os processos de organização e
adaptação estão em curso, há um desequilíbrio, que é um estágio motivacional
desconfortável para ela. Papalia, 2013 ensina:
A criança sabe o que são pássaros e vê um avião pela primeira vez.
A criança rotula o avião como “pássaro” (assimilação). Com o
passar do tempo, ela nota diferenças entre pássaros e aviões, o que
a deixa um tanto inquieta (desequilíbrio), motivando-a a mudar a sua
compreensão (acomodação) e dar um novo rótulo para avião.
7

Piaget descreve os estágios cognitivos em quatro estágios diferentes entre


si, cada um dos estágios provocam um desequilíbrio que faz com que a criança se
adapte e isso faz com que ela passe a pensar de uma maneira diferente. Piaget
mostra que a mente de uma criança, segundo Papalia (2013), não é uma miniatura
de um adulto, entender o seu funcionamento é importante para que pais e
professores possam entender e ensinar.
Os quatro estágios do desenvolvimento, segundo Piaget, são: Sensório-
motor (do nascimento aos 2 anos), Pré-operatório (dos 2 aos 7 anos), Operatório
Concreto dos 7 aos 11 anos) e Operatório formal (dos 11 até a idade adulta).
O estágio Sensório-motor ocorre quando o bebê vai enfrentar o mundo
externo, organizar suas atividades em relação a esse mundo através de atividades
sensório motoras, isso quer dizer que o bebê tem sensações e responde a elas
através de movimentos do seu corpo. O estágio Pré-operatório a criança começa a
criar símbolos para representar as pessoas, lugares, eventos e coisas. O
pensamento ainda não é lógico, mas a linguagem e imaginação são características
desse estágio e são suas características, também o início de sua utilização. O
estágio Operatório-concreto, tem como característica a utilização de raciocínios
mais lógicos, a criança não consegue pensar de maneira abstrata e precisam estar
focadas no aqui e agora para desenvolver seu raciocínio lógico. Por fim, o estágio
Operatório-concreto, como escreve Papalia (2013) a criança já consegue pensar
abstratamente, lidar com situações hipotéticas e pensar sobre possibilidades.
Erick Erikson, também desenvolve uma teoria sobre o desenvolvimento das
crianças e apresenta sua teoria, assim como Piaget, em estágios de
desenvolvimento.
Treinado por Anna Freud, Erikson permaneceu fiel à teoria de Freud,
ampliando-a de três maneiras: 1) enfatizou o Ego, defendendo que ele é
independente e não submisso ao Id; 2) a personalidade desenvolve-se
continuamente durante a vida e; 3) aperfeiçoou os estágios do desenvolvimento. Em
autêntico contraponto com o trabalho que foi desenvolvendo ao longo da sua
própria vida, Erikson elaborou oito estágios, os quais chamou de Psicossociais,
para explicar algumas crises pelas quais o Ego passa no decorrer do ciclo vital.
Tais crises são estruturadas de forma que, ao sair delas, a pessoa tem como
consequência um Ego mais fortalecido ou mais frágil, sendo que o resultado
8

depende da experiência individualmente vivida. A solução do conflito influencia


diretamente o próximo estágio psicossocial, trazendo um crescimento e
desenvolvimento internalizado nesse cenário, sendo, portanto, que de um desfecho
positivo surge um Ego mais forte e estável, enquanto um desfecho negativo gera um
Ego mais fragilizado, ocorrendo reformulação e reestruturação da personalidade
após cada crise do Ego.
Assim sendo, a Teoria do Desenvolvimento Psicossocial propõe uma
concepção de desenvolvimento em oito estágios, fundamentados em oito idades,
que decorrem desde o nascimento até a morte.
Os oito estágios do Desenvolvimento Psicossocial de Erikson são: 1)
Confiança Básica x Desconfiança Básica, correspondendo ao estágio oral
freudiano (até 18meses); 2) Autonomia x Vergonha e Dúvida, correspondendo ao
estágio anal freudiano ( 18 meses aos 3 anos; 3) Iniciativa x Culpa, que
corresponde à fase fálica freudiana (3 aos 6 anos); 4) Diligência x Inferioridade
que, no esquema freudiano, corresponde à fase de Latência (6 aos 12 anos); 5)
Identidade x Confusão de Identidade, fase onde ele desenvolveu mais trabalhos,
tendo dedicado um livro inteiro à questão da chamada crise de identidade (12 aos
18 anos); 6) Intimidade x Isolamento (18 aos 30 anos); 7) Generatividade x
Estagnação (30 aos 65anos) e 8) Integridade x desespero (a partir dos 65 anos).
Os três primeiros, tratam, de maneira resumida, na superação de uma crise,
internalizando e desenvolvendo a personalidade.
Para este trabalho, traremos mais aprofundado o quarto estágio, Diligência x
Inferioridade. Para Erikson, diligência refere-se à autodisciplina orientada para
cumprir deveres e atingir objetivos através de planejamentos e metas. O teórico
propõe, nesta fase, que o desenvolvimento tem início no instante que a criança
experiencia, positivamente, as fases anteriores, no plano da confiança, da
autonomia e da iniciativa, sendo assim, a perseverança é um dos indicativos que
constitui esse estágio. Aqui, a criança está sendo alfabetizada e frequentando a
escola e o seu convívio vai além da família, portanto implica uma maior socialização,
trabalho em conjunto, cooperação e outras habilidades necessárias. Ela não só
desenvolve um senso de aplicação, como aprende as recompensas da
perseverança e da diligência. Caso tenha dificuldades, nessa etapa, o próprio grupo
irá criticá-la, passando ela a viver a inferioridade em vez de uma construtividade e,
muitas vezes, quando há alguma falha nesse caminho, o Ego se torna sensível,
9

podendo, em alguns casos, retornar às fases aparentemente superadas. Por uma


vertente positiva, nesse estágio adquire-se a socialização. Estimular a criança e
facilitar as relações sociais é outro desafio exposto por Erikson, que deu um
destaque a este estágio, o qual, contraditoriamente, foi o menos explorado por
Freud, (fase de Latência), por julgá-lo um período de adormecimento sexual. Para o
Desenvolvimento Psicossocial, a criança no quarto estágio precisa controlar a sua
fértil imaginação e direcionar sua atenção ao processo da educação formal e é
nesse momento que há uma percepção das recompensas (da diligência e da
perseverança), ela perde o interesse por seus brinquedos e abre espaço para novas
atividades, mais produtivas, com outros instrumentos. Nessa fase, o Ego está
sensível e, dessa forma, se existir um nível de exigência muito alto ou se existirem
algumas falhas, a criança poderá desenvolver um nível de inferioridade
considerável.

3. COMPARAÇÃO

O teórico Jean Piaget tem em sua teoria que o ser humano passa por quatro
estágios do desenvolvimento. Já o teórico Erik Erikson fala em oito estágios do
desenvolvimento. Trabalhamos em cima do terceiro estágio, o chamado Operatório
Concreto, da teoria de Piaget e dentro do quarto estágio, Domínio versus
Inferioridade, da teoria de Erikson.
Segundo Piaget, o estágio Operatório Concreto acontece entre seis e sete anos e
vai até os onze ou doze anos de idade. Neste estágio, a criança começa a ter
percepções maiores do mundo e passa a desenvolver raciocínio lógico. A criança
começa a ser capaz de enxergar o mundo pela perspectiva de outra pessoa, onde
ela sai do egocentrismo e aprende a organizar e ordenar acontecimentos no mundo
real. É um estágio importante para o desenvolvimento de regras, regulamentos,
código de valores e moral.
Uma das coisas mais importantes nesta fase, segundo o teórico, é a medida
de quantidade, formas e objetos que é desenvolvida por completo.
Na teoria de Erikson, o quarto estágio, Diligência versus Inferioridade, acontece
entre os seis e onze anos de idade. A criança percebe e aprende que é capaz de
fazer coisas, dominar situações e realizar uma tarefa com começo, meio e fim. Em
10

contrapartida, Erikson fala sobre a inferioridade e inadequação, que é citada como o


potencial negativo desta fase, quando algo pode ser potencializado pelos pais,
cuidadores e mestres (professores), que não encorajam a criança e valorizam seus
feitos e produtividade, relacionando tudo a coisas difíceis.
O período citado acima é chamado de Período de Idade Escolar, período
muito valorizado pelo teórico, pois se trata de ambiente social. Erikson acreditava
que se a criança fosse desencorajada no ambiente escolar, mesmo que os pais
recompensassem de alguma maneira, isso impactaria na alto-estima dela. O
principal ponto desta teoria é a capacidade de trabalhar e adquirir habilidades
adultas. Quando superados desta fase crítica, a criança desenvolve virtudes de
habilidades (Kaplan, Sadock e Grebb, 1997).
Vemos que os dois teóricos e as duas teorias falam que existem períodos da
infância que são considerados cruciais para certos tipos de aprendizagens. Nas
teorias estão implícitas aprendizagens voltadas para raciocínio lógico e crescimento
cognitivo. Com as duas teorias, podemos enxergar um conjunto de atividades e
aprendizados que formam um certo tipo de complemento para que haja um
desenvolvimento mais robusto e completo na fase da infância. Enquanto um teórico
entende que a criança passa a ver em outras pessoas oportunidades de realizar
ações e compreender regras expostas por elas, o outro entende que essas mesmas
podem barrar ou simplesmente não estimular ações que as crianças passam a
entender o que são capazes de fazer.
Importante citar que, para o segundo teórico, crianças passam a entender que
são capazes de realizar diversas ações e podem ser prejudicadas quando não são
estimuladas ou quando são barradas de realizarem ações dentro de seu ambiente
escolar, sendo isso impossível de ser restaurado pelo ambiente familiar.

4. ESTÁGIO OPERATÓRIO CONCRETO

Neste capítulo, será apresentada a fase do desenvolvimento humano


classificada por Piaget como Operatório-Concreto, que trata os avanços de uma
criança dos 7 aos 12 anos. Para Piaget, o avanço de uma etapa do desenvolvimento
à outra só é possível com a progressão das habilidades neurológicas, ou seja,
conforme a criança adquire capacidade cognitiva para aprender e desempenhar
11

novas tarefas. No entanto, é de suma importância considerar a interação da criança


com o meio neste processo.
Nesta fase, compreende-se que a criança possui as condições necessárias
para agir de maneira lógica, levando em consideração suas percepções em relação
ao mundo concreto, real e percebido dos eventos e objetos. Sendo assim, devemos
considerar a substituição do comportamento/pensamento egocêntrico presente no
estágio Pré-Operatório pelo pensamento operatório, ou seja, a criança passa a
considerar informações exteriores à sua existência. Tal característica possibilita que
o relacionamento das crianças com o meio seja mais bem explorado, pois, é
possível considerar pontos de vista exteriores sem perder sua autonomia.
Outra característica importante desta etapa do desenvolvimento, é a
capacidade de internalização das ações concretas, a criança passará então a
solucionar problemas de ordem matemática e mentalmente, sem necessitar do
auxílio físico de objetos, por exemplo: entender que recipientes de tamanhos
diferentes podem comportar o mesmo volume de um líquido sem a perda dele.    
Sabendo-se que durante este processo a criança possui tais habilidades, é
correto afirmar, portanto, que sua capacidade lógica lhe permite lidar com os
conceitos classificados por Piaget como: Pensamento Espacial, Categorização,
Raciocínios Indutivos, Conservação e Números e Matemática (PAPALIA, 2013):

 A noção de Pensamento espacial compreende a capacidade de mensurar


distâncias e tempo para deslocar-se de um lugar ao outro, mantendo uma
memória clara sobre seu percurso;
 A categorização diz sobre a habilidade de classificar em categorias, como por
exemplo, agrupar objetos de uma mesma cor ou tamanho em grupos
distintos;
 O raciocínio indutivo é responsável pela generalização de comportamentos
observados pela criança em situações, objetos, pessoas ou animais, como
por exemplo, concluir que todos os bebês choram depois de observar seu
irmão e uma criança distinta no parque emitir este comportamento;
 Como conservação, compreendemos a capacidade de resolver demandas
apresentadas mentalmente, sem a necessidade do auxílio físico de objetos
para medir ou pesar, somando à esta habilidade a reversibilidade, que
12

possibilita raciocinar que mesmo tendo sua forma alterada, determinado


volume não sofrerá perdas;
 Aos números e matemática, ressalta-se a capacidade de realizar operações
matemáticas mentalmente juntamente à seriação deles, e ainda, o
aprimoramento de resolução das somas e subtrações e a diminuição adjunta
do egocentrismo.

5. OBJETIVO

Verificar particularidades do desenvolvimento de duas crianças, que se encontram


no Estágio Operatório Concreto proposto pelo Piaget, devidamente associados à
particularidades propostas por Erick Erikson.

6. JUSTIFICATIVA

A importância para a formação de futuros psicólogos ao realizar as análises


contidas nesse trabalho, bem como a importância de receber os resultados por parte
das famílias concordantes em participar desse estudo. Qualquer sujeito que queira
ampliar seu repertório ou buscar referenciais teóricos sobre o tema poderá utilizar
das linhas escritas como parte do conhecimento.

7. MÉTODO

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, exploratória, explicativa e qualitativa.

8. RESULTADOS

As atividades desenvolvidas objetivam o reconhecimento das aquisições


propostas no presente trabalho, dentro da faixa etária no período operatório concreto
de desenvolvimento propostos por Jean Piaget.
Foi realizado anteriormente o contato com os pais, esclarecendo os objetivos
do trabalho e, esclarecendo o caráter confidencial das respostas das crianças, uma
13

vez que não seriam anotados dados que a identificasse conforme proposto,
autorizando a participação da pesquisa.
A segunda etapa foi definição das abordagens e dos exercícios a serem
aplicados às crianças, a criação das regras de como deveriam ser realizados. Foi
lido antecipadamente as instruções das atividades propostas, para entendimento do
processo e realização de cada um, elaborando um roteiro prévio dos exercícios que
seriam aplicados, e a preparação dos materiais que seriam utilizados para a
atividade.
Foi realizada uma breve entrevista com a pessoa que aplicou o teste, no caso
a mãe da criança, buscando o detalhamento da tarefa.
Para a realização dos trabalhos foram utilizados os seguintes materiais: folha
de papel em branco, lápis de cores e um aparelho celular para filmagem do
procedimento. As atividades consistem em dois desenhos livres, mas com dois
temas específicos que as mães passaram às crianças.
Nessa etapa foi realizada a observação das crianças por filmagem nas
atividades descritas abaixo, onde cada participante desenvolveu um desenho para
ilustrar suas ideias e relações de afetividade.
O comportamento das crianças nessa faixa etária ocorre no período
operatório concreto, que é apresentada a partir de sua realidade cognitiva, motora e
afetiva, desenvolvendo a sua criatividade, as emoções e suas relações sociais,
representadas através de esquemas, ou seja, entre a assimilação e acomodação,
que é um processo de informação na construção individual, que através dos
desenhos livres demonstram os aspectos físicos, culturais, psicológicos e sociais,
dentro do esquema proposto por Piaget de organização, adaptação e equilibração
por meio da linguagem escrita e verbal.
Destacamos que o conhecimento logico-matemático conduz a criança a um
conhecimento de ordenação, inclusão, conservação, seriação e classificação dos
objetos, levando ao pensamento flexível e reversível.

8.1 Atividade Realizada: Desenhos e Entrevista

Desenho 1: Foi disponibilizado uma folha de papel, lápis de cor ou


equivalente, foi solicitado à criança um desenho livre, mas que deveria conter ela e
mais três pessoas a sua escolha, sem intervenções do aplicador, para livre criação.
14

Desenho 2: Também foi solicitado a criança um desenho livre, mas uma


situação em que ela aprendeu ou estivesse em aprendizagem por livre escolha, e
que não houvesse interferência por parte do aplicador.
Entrevista: Foi solicitado a aplicadora que após a conclusão das atividades
realizassem a pergunta do processo de criação da criança, detalhando o
sequenciamento da proposta, dos materiais utilizados (lápis de cores), as pessoas
que compõem o desenho, o porquê da escolha das pessoas, quem seriam, e suas
idades, informando suas idades do menor ao maior.
8.2 Resultados

DESENHO 1

CRIANÇA K – Dispostos os materiais sobre a mesa, a criança logo atendeu a


atividade proposta, mantendo a concentração no desenvolvimento do desenho,
utilizando um lápis preto para o seu esboço, posteriormente escolheu alguns lápis
colorido para ilustração, ao final foi perguntado à criança porque havia somente três
pessoas, onde o mesmo argumentou que haveria quatro, logo pela lógica-
matemática compreendeu que havia mais alguém a ser disposto ao desenho, onde
informa que outra criança estaria no colo do pai. Percebe-se que K chega bem perto
da folha de papel para fazer o desenho e possui pouco peso nos lápis deixando o
desenho com cores leves.

CRIANÇA F – De início, a criança prestou atenção aos esclarecimentos da mãe, no


qual foi a aplicadora da tarefa, foi informado que deveria constar três amigos. A
criança F descreve que seu desenho teria os personagens de costas, utilizou os
materiais disponibilizados: folha branca e lápis de cores para a atividade. Começou
o desenvolvimento da tarefa, em dado momento, a criança demonstra dúvidas ao
trabalho, vai ao computador realizar pesquisa na busca de referências. Nota-se um
certo incomodo com a filmagem durante o processo de construção do desenho. F,
descreve os amigos que estariam com ele em uma exposição de arte, contemplando
um quadro, e esclarece que em um primeiro momento gostaria de ter desenhado a
Monalisa, mas desistiu devido à dificuldade e optou por outro desenho “noite
estrelada” determinando a conclusão da primeira tarefa. A postura de F é adequada
e a distância que fica do desenho é confortável. F usa cores e usa um traçado mais
15

forte. F desenha o quadro isolado, entendendo o valor que uma obra de arte possui
e desenhou as pessoas com características individualizadas, não eram apenas
pessoas, mas pessoas que tinham suas características próprias e personalidade,
uma vez que cada um tinha roupas diferentes, cabelos diferentes e características
individualizadas. Pois quis mostrar as pessoas admirando o quadro na parede. O
que mostra que deixa de ver apenas seu ponto de vista, para ver perspectivas de
outras pessoas

DESENHO 2

CRIANÇA K – Foi orientado à criança a proposta do desenho livre de uma situação


de aprendizado, seja na escola ou fora dela, disposto o material iniciou a atividade
onde argumentou que havia esquecido, questionou novamente o que deveria ser
realizado, k, utilizando cores suaves e pouca pressão no papel, desenha uma
situação em que empinou pipa, ele disse que o desenho expressava o dia em que
ele aprendeu a empinar o pipa, sendo um momento marcante de aprendizado.

CRIANÇA F – Iniciou-se a segunda tarefa com a orientação da mãe também


aplicadora do exercício do desenho livre onde deveria constar uma atividade de algo
aprendido. Na construção do desenho utilizou-se dos materiais dispostos folha
branca e lápis de cores, concluindo a tarefa esclarece que ele se encontra ao
computador se preparando para um vídeo aula, uma situação que vivia nos últimos
meses, devido ao isolamento social provocado pela pandemia do covid-19. Percebe-
se que F. desenha sua própria sala, local onde faz as tarefas da escola. O desenho
mostra profundidade, poucas cores e ele não usa a folha de papel toda, deixando
seu desenho em um canto de baixo da folha de papel. Conversando com ele,
entendemos que tem uma facilidade em pensamento abstrato, criando situações e
explicando o desenho no vídeo, ele fala das aulas e de como os professores agem.
Durante o desenho, ele se sente incomodado com a filmagem, talvez tímido e sem
entender bem o porquê daquela situação. Chega a citar que está preocupado com a
avaliação que faremos do desenho dele.
De modo geral, nas atividades propostas às crianças K e F verificou-se o
declínio do egocentrismo, pois é nessa fase que os indivíduos começam a lidar com
as relações e números, onde as crianças se lidam com a perspectiva do outro, ou
16

seja, estabelecem as relações que permitam a reversibilidade, coordenando os


pontos de vistas, mas mantendo sua autonomia.
Nos desenhos percebe-se que as crianças apresentaram conceitos de
linguagem e escrita com esquemas de forma organizada em suas representações.
Verifica-se que as crianças que através do processo cognitivo de classificar os
eventos em esquemas existentes, incorporaram os elementos do meio externo em
suas representações, demonstrando a acomodação e assimilação através do
desenho. E através da entrevista da mãe com a criança, notou-se que elas
informaram através da linguagem, elas realizaram a classificação e seriação,
informando as cores utilizadas para o desenho, quais as pessoas, sua
representatividade, as idades dos indivíduos do menor ao maior e o ambiente
escolhido para os seus desenhos

9. DISCUSSÃO

Lembrando que a quarta fase proposta por Erikson ressalta o ideal das três
primeiras fases a serem superadas positivamente com a confiança, a autonomia e a
iniciativa. A criança F propõe algo curioso no início da atividade, ela pergunta se
poderia fazer o desenho de costas. Com isso se abre uma reflexão sobre a
autonomia, confiança e iniciativa dela, contudo, há uma dúvida especulativa:
primeiro a criança pergunta se pode fazer de costas, e vira de costas para a câmera.
Após a aplicadora explicar que precisava filmar, a criança explica novamente que na
verdade são as pessoas do desenho que estariam de costas, a criança queria saber
se poderia desenhar as pessoas de costas. A especulação é: será que a criança não
queria ser filmada? E após o posicionamento da aplicadora, por heteronomia, a
criança adaptou o argumento em prol da atividade? Esse nível de adaptação
também está disposto por Piaget na fase do operatório-concreto, onde a criança
assimila e acomoda a informação. Seguindo com a criança F, ao iniciar o desenho,
poucos segundos depois, a ponta do lápis quebra, e sua ação é ir em direção ao
apontador. Retornando ao que que Erikson trás sobre iniciativa, mas ao voltar a
desenhar, logo troca de lápis. Todo esse comportamento inicial pode ser direcionado
ao desequilíbrio de ter que desenhar sendo observado por uma câmera. A criança F
troca de lápis com frequência.
17

Na metade da atividade, a criança F pede para ir checar algo no computador,


aparentemente a criança precisa ver alguma imagem e utilizar como referência para
o seu desenho. Isso se traduz para Piaget como assimilação e acomodação.
O comportamento oposto à diligência, da criança F, propõe a inferioridade,
segundo Erikson. É observável uma cobrança maior sobre a qualidade do desenho,
logo a criança busca outras alternativas, para além da proposta inicial,
argumentando ser impossível desenhar sem referências (olhar o computador). Numa
continuação do vídeo, ela pergunta se poderia desligar um pouquinho a câmera, a
aplicadora repete que não poderia e, por heteronomia, ela apenas segue a atividade.
Houve uma preocupação ao final dessa atividade em estar sendo filmado,
onde a criança explica o desenho, porém fala uma informação errada, e assim pede
para cortar o vídeo. Resgatamos a desconfiança, vergonha e dúvida de Erikson.
No último desenho, segunda atividade, houve uma dinâmica mais assertiva
sobre a proposta. Piaget diria que houve uma acomodação e equilibração.
Promovendo mais confiança e autonomia para a criança, conforme prevê Erikson.
Buscando, inclusive, no final da gravação, se posicionar de frente para a câmera,
mostrando seu rosto, para explicar o que era o segundo desenho.
Com a criança K, no primeiro exercício, foi desenhado apenas três pessoas. E
quando a aplicadora pergunta para a criança sobre o que foi pedido – desenhar a
você mais três pessoas – a criança faz um cálculo mental e responde: “mas aí
seriam quatro”, logo temos uma conservação, segundo Piaget, manifestado por
cálculos mentais. O interessante foi a surpresa inicial da criança, causando o
desequilíbrio, conforme Piaget prevê. E logo em seguida, a criança já sugere
desenhar o “Biel no colo do papai”, manifestando iniciativa, mostrando também a
superação da terceira fase de Erikson.
Diferente da criança F, não há incômodo frente à câmera para a criança K.
Isso sugere a superação dos eixos: confiança versus desconfiança; autonomia
versus vergonha e dúvida. Outras duas fases propostas por Erikson, onde compõe
importância para a fase atual da criança (diligência versus inferioridade).
Entretanto, no segundo exercício, ao a aplicadora explicar a atividade, dizendo para
a criança K desenhar algo que aprendeu, a criança sussurra: “mas eu esqueci de
tudo”. Demonstrando a variação comportamental frente aos conceitos teóricos.
Nesse momento poderia ter manifestado o oposto de diligência, ou até mesmo o
oposto de iniciativa que no caso provocaria culpa, conforme teoria de Erikson.
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Correlacionando as fases do Erikson com o desenvolvimento cognitivo


proposto por Piaget, no início da segunda atividade, com a criança K. Ela se fixa na
construção da ideia sobre o que desenhar, aguçando o modo como ela constrói seus
pensamentos. Contudo, na perspectiva de Erikson, isso poderia ser visto como uma
parcial oposição à diligência.
Em contraponto, a criança demonstra muita autonomia e confiança ao
cumprimentar “o moço que está assistindo” ao se comunicar com a câmera. Acena e
logo em seguida continua seu desenho. Quando inicia o desenho, o foco no
resultado é amplificado, e rapidamente a criança K finaliza, pois ocorre adaptação,
acomodação e equilibração sob a proposta. Em composição com o que Erikson
propõe, há diligência.
A criança K relata sobre o desenho, dizendo ter desenhado ele aprendendo a
empinar pipa. Confirmando que foi algo já aprendido. Finalizando as atividades.
Foi observado que as crianças K e F sempre tinham uma preocupação com a
escolha do lápis, trocando por diversas vezes as cores, mesmo não utilizando uma
opção por um tempo razoável. Por si só havia uma necessidade de classificar as
cores conforme a realidade do desenho. Isso se traduz como capacidade de
classificação.
Nos desenhos, conseguimos identificar a capacidade das crianças em
distinguir o tamanho das coisas e organizá-las de acordo com uma sequência lógica.
Criando espaço e qualificação para cada informação desenhada. Como um
exemplo, temos o primeiro desenho da criança F, onde ela separa seus colegas
numa distância equilibrada entre eles e todos no mesmo tamanho (altura),
traduzindo a subjetividade de serem pessoas do mesmo tamanho, que no caso são
crianças, seus colegas.
Nessa interpretação podemos inferir sobre seriação, onde as crianças F e K
distribuíram os desenhos conforme suas capacidades cognitivas de compreensão da
realidade.
Ao entrevistar os pais das crianças também tivemos relatos de seriação e
classificação, onde a absorção das diretrizes pela criança foi pontuada. Ou seja, o
modo como elas entenderam as atividades propostas e a diferença entre o primeiro
e o segundo desenho.
A criança F precisou de mais explicações para compreender as atividades em
comparação com a criança K. O modo de seriar e classificar as diretrizes das
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atividades, para assimilar e acomodar, possuiu dinâmica diferentes entre as


crianças.
Podemos então relacionar todas as sugestões teóricas com as atividades
propostas.

10. CONSIDERAÇÕES FINAIS


A análise das crianças objetivou observar o comportamento desta faixa etária
e comparar com as teorias de Piaget e Erickson, que postulam diferenças na
maneira de abordar o Desenvolvimento Humano.
O período caracterizado por Piaget como Operatório Concreto, consiste no
desenvolvimento da capacidade lógica onde já é possível realizar cálculos, ter
noção de espaço, categorizar objetos e possuir um raciocínio indutivo e pensamento
de generalização sobre comportamentos, situações, animais e pessoas (relacionar o
latido observado em um cachorro específico, a todos os cachorros). A criança passa
a ter uma preocupação com situações e percepções externas, deixando o
egocentrismo de lado. Cria-se uma maior independência por conta do
desenvolvimento motor. Em equivalência, a teoria proposta por Erickson é a do
domínio versus Inferioridade (6 aos 12 anos), na qual a criança inicia um controle
melhor de suas ações, além de dar espaço a novas atividades, mas com essas
atividades, em contraponto se houver uma exigência muito alta à criança, poderá
ocorrer o fracasso , causando sentimento de inferioridade.
Elaboramos uma atividade na qual as duas crianças deveriam fazer dois
desenhos. Um contendo quatro pessoas, sendo uma delas a própria criança e as
demais quaisquer indivíduos que quisesse e a segunda atividade, um desenho
apresentando situação de aprendizado. Para isso, utilizaram folha de sulfite e lápis
de cor. O objetivo foi avaliar as habilidades cognitivas e os comportamentos
sugeridos para esse trabalho.
O objetivo foi além do esperado pelo grupo pois, ao analisar a realização das
atividades desenvolvidas pelas crianças, distinguimos os comportamentos além dos
esperados do Operatório Concreto. A criança F apresentou a assimilação e a
acomodação da informação e a criança K, o conceito analisado da teoria de Piaget
foi o de conservação.
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De acordo com a teoria de Erikson, podemos pontuar os seguintes conceitos


ao analisar os comportamentos: a criança F, provavelmente o conceito de
heteronomia pois, a criança pode ter adaptado o argumento. Outros conceitos como
o da iniciativa, desequilíbrio e inferioridade, também foram observados; a criança K
percebe-se conceitos de iniciativa, diligência, e até uma superação do eixo confiança
versus desconfiança, além de uma oposição à iniciativa e diligência, quando K
afirma “ter esquecido de tudo” ao realizar a segunda atividade, o que pode causar
culpa.
A realização deste trabalho, nesse período de Pandemia, nos limitou às
observações por vídeo, nos impossibilitando de aplicar as atividades pessoalmente.
Os responsáveis pelas crianças foram devidamente orientados quanta a aplicação
dos desenhos, bem como a fazerem os vídeos.
A pesquisa e a análise das atividades propostas às crianças foram
importantes para a observação na prática dos conceitos do Operatório Concreto
proposto por Piaget e a fase de Domínio versus Inferioridade postulada por Erickson
e foi uma experiência enriquecedora para todos. No futuro, podemos nos deparar
com estas questões do desenvolvimento no exercício da profissão.
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REFERÊNCIAS

DE LARA UZUM DE FREITAS, Maria Luisa; MANTOVANI DE ASSIS, Orly Zucatto.


Os aspectos cognitivo e afetivo da criança avaliados por meio das manifestações da
função simbólica. Ciência .Cognição, Rio de Janeiro, v. 11, n. 2, p. 91-109,
jul./2007. Disponível em:<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1806-58212007000200008&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em:
16 mai. 2020.

GOOGLE ACADÊMICO. Erikson e a Teoria Psicossocial do Desenvolvimento .


Disponível em: https://josesilveira.com/wp-content/uploads/2018/07/Erikson-e-a-
teoria-psicossocial-do-desenvolvimento.pdf. Acesso em: 1 abr. 2020.

PAPALIA, Diane F.; OLDS, Sally W.; FELDMAN, Ruth D. . Desenvolvimento


Humano . 8. ed. São Paulo: Artmed, 2006.

PSICOLOGANDO. O Desenvolvimento Humano na Perspectiva de Erick


Erikson. Disponível em: https://psicologado.com.br/psicologia-
geral/desenvolvimento-humano/o-desenvolvimento-humano-na-perspectiva-de-erick-
erikson. Acesso em: 8 abr. 2020.

UNIFAFIBE. Reflexões sobre a teoria piagetiana: o estágio operatório concreto.


Disponível em:
http://www.unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/cadernodeeducacao/sumario/31/
0404201407421. Acesso em: 4 mai. 2020.

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