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LITERATURA

• ARCADISMO NO BRASIL
O IDEAL ÁRCADE E
OS CONSELHOS DE HORÁCIO

• Fugere urbem: FUJA DA


CIDADE

• Locus amoenus: VIVA NUM


LUGAR AGRADÁVEL.

• Aurea mediocritas: TENHA


UMA VIDA SIMPLES.

• Inutilia truncat: CORTE O


EXCESSO.

• Carpe diem: APROVEITE O PÁG. 8


DIA.
Arcadismo em Portugal
O Arcadismo em Portugal influenciado pelo Iluminismo,
expressava uma linguagem mais denotativa e racional, com
destaque para o antropocentrismo.

Despotismo esclarecido : Coincide com a ERA POMBALINA,


período em que Marquês de Pombal foi o primeiro ministro do
reinado de Dom José I, de 1750 a 1777. Entre outras medidas,
promoveu a reforma educacional, expulsou a companhia de
Jesus das colônias portuguesas, que também foram afastados
da educação escolar pelo simples fato de serem religiosos.
Pombal incentivou o desenvolvimento manufatureiro, instalou
a Companhia para a Agricultura das Vinhas buscando melhorar
a qualidade do vinho exportado pelo país. Além disso,
reconstruiu a cidade de Lisboa, que fora vítima do grande
terremoto de 1755 e procurou modernizar as organizações
militares nacionais.
Arcadismo em Portugal
• A Arcádia Lusitânia foi uma academia fundada,
em 1756, em Lisboa, que reunia os autores que
buscavam inovar o cenário literário europeu da
época e discutir ideias de movimentos artísticos.

• A linguagem do arcadismo em Portugal pregava


uma vida simples, com valorização do meio
ambiente e exaltação da natureza. No entanto, a
burguesia, que criticava o modo de vida urbano e
luxuoso dos nobres, continuava em busca de
poder.

• A partir dessa realidade, o cientificismo se


firmou, pois tudo era mais racional, e isso Ambiente campestre e bucólico, cenário
proporcionou o desenvolvimento científico e comum dos poemas arcadistas. (Foto: Pxhere)
tecnológico do período.
• Manuel Maria Barbosa du Bocage, nasceu em Setúbal, 1765, viveu
um paralelismo com a vida de Camões.
• Alistou-se na marinha real, embarcou para a Índia. Esteve em Goa,
Damão e Macau. Nessa viagem, aportou no Rio de Janeiro.
• Em 1790, adere à Nova Arcádia sob o pseudônimo Elmano Sadino,
mas logo satiriza pessoas da sociedade e ocorre o rompimento.
• Em 1797, foi preso por quebra das convenções sociais e religiosas.
Submete-se às convenções morais e religiosas da época e se retrata.
Morreu em 1805, Lisboa.

• Principais características
• Irreverente. De temperamento romântico, árcade pela forma,
explorou temas de sentimento da própria individualidade e o horror
da morte.
• Como clássico foi o maior sonetista da língua portuguesa;
15 Set 1765 // 21 Dez 1805 • Foi pré-romântico no gosto mórbido e no tom altissonantes.
• Notabilizou-se como repentista, poeta satírico, erótico e pornográfico
e de verve brilhante, o que ligou seu nome a episódios que enchem
seu anedotário popular. Escreveu idílios, epístolas, odes, canções,
cançonetas e cantatas.
ARCADISMO NO BRASIL

Inaugurado no Brasil por Cláudio Manuel da Costa, em


1768, o Arcadismo desenvolveu-se principalmente na
região aurífera que hoje corresponde a Minas Gerais.
Boa parte dos poetas árcades viveu em Vila Rica, atual
Ouro Preto.

Iniciavam no Brasil os preceitos estéticos do bucolismo


e do neoclassicismo europeus.

Graças aos ideais iluministas que influenciaram


diretamente o Arcadismo, poetas como o próprio
Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga
foram presos por se envolverem no movimento da
Inconfidência Mineira.

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Introdutor do Arcadismo no Brasil, Cláudio Manuel da Costa
PRINCIPAIS AUTORES E OBRAS (1729-1789) estudou Direito em Coimbra. Rico, advogou
em Mariana, SP, onde nasceu e estabeleceu-se depois em
1. Cláudio Manuel da Costa Vila Rica.
Foi um poeta de transição, ainda muito preso ao Barroco.
Era grande amigo de Tomás Antônio Gonzaga, como atesta
a poesia deste.
Usava os pseudônimos Glauceste Satúrnio e Alceste.
O nome de sua musa era Eulina.
Foi preso em 1789, acusado de reunir os conjurados da
Inconfidência Mineira, papel na verdade de Tomás Antônio
Gonzaga.
Após delatar seus colegas, foi encontrado morto na cela,
um caso de suicídio (?) até hoje nebuloso.
Na literatura valorizava a paisagem campestre, porém
muito parecida com a devastada paisagem de Ouro Preto
devido à mineração.
XCVIII (SONETOS)

PRINCIPAIS OBRAS: Destes penhascos fez a natureza


O berço, em que nasci: oh quem cuidara,
➢ O Parnaso Obsequioso - Drama (1768) Que entre penhas tão duras se criara
➢ Obras Poéticas - Poesia (1768) Uma alma terna, um peito sem dureza!
➢ Vila Rica – Epopeia (1773)
➢ Poesias Manuscrita - Poesias (1779) Amor, que vence os tigres, por empresa
Tomou logo render-me; ele declara
Contra o meu coração guerra tão rara,
Publicado no livro Obras (1768). Que não me foi bastante a fortaleza.

In: COSTA, Cláudio Manuel da. Obras. Por mais que eu mesmo conhecesse o dano,
Introd. cronol. e bibliogr. Antônio A que dava ocasião minha brandura,
Soares Amora. Lisboa: Bertrand, 1959. Nunca pude fugir ao cego engano:
(Obras primas da língua portuguesa
Vós, que ostentais a condição mais dura,
Temei, penhas, temei; que Amor tirano,
Onde há mais resistência, mais se apura.
2. TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA
Nascido na cidade do Porto, em Portugal, no ano de 1744, era
filho de pai brasileiro. Formou-se em Direito na Universidade de
Coimbra. De volta ao Brasil, em 1782, tornou-se Ouvidor de Vila
Rica (atual Ouro Preto – MG) e apaixonou-se pela adolescente
de 17 anos Maria Doroteia de Seixas, a Marília a quem dedicaria
a obra MARÍLIA DE DIRCEU.
Ia casar-se com ela e partir para a Bahia, assumir um cargo de
desembargador, mas foi preso uma semana antes do casamento.
Segundo sua poesia, não participou da Conjuração, apesar de
amigo de Cláudio Manuel da Costa. De fato, Gonzaga, acusado
de ser o mais capaz de dirigir a Inconfidência e ser o futuro
legislador, não suportava Tiradentes. Escreveu também as Cartas
Chilenas, que satirizavam seu desafeto, o governador Luís Cunha
Meneses. Sua obra apresenta características transitórias para o
Romantismo, como a supervalorização do amor e a idealização
da mulher.
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PRINCIPAIS OBRAS

Marília de Dirceu (1792) Cartas Chilenas


Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, (Publicado um pouco antes da ‘Inconfidência
Que viva de guardar alheio gado; Mineira’)
De tosco trato, de expressões grosseiro, " Assim o nosso chefe não descansa
Dos frios gelos, e dos sóis queimado. De fazer, Doroteu, no seu governo,
Tenho próprio casal, e nele assisto; Asneiras sobre asneiras e, entre as muitas,
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Que menos violentas nos parecem,
Das brancas ovelhinhas tiro o leite, Pratica outras que excedem muito e muito
E mais as finas lãs, de que me visto. As raias dos humanos desconcertos."
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!

Comentário:
Tomas Antônio, foi muito inteligente, em usar um pseudônimo para não ser identificado, e se
dizer estar no Chile para que o governador nem desconfiasse que as criticas tivesse vindo
dele... 11
(...)
A POESIA SATÍRICA DE TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA
Ah! pobre Chile, que desgraça esperas!
Quanto melhor te fora se sentisses
Além de poesia lírica ficou conhecido por sua poesia
As pragas, que no Egito se choraram,
satírica, Cartas Chilenas, compostas por 13 poemas
Do que veres que sobe ao teu governo
escritos antes da Inconfidência Mineira. Novamente,
Carrancudo casquilho, a quem rodeiam
Gonzaga usa pseudônimos: aqui, Critilo (Gonzaga)
Os néscios, os marotos e os peraltas!
assina as cartas e as envia para Doroteu (Cláudio M
Seguido, pois, dos grandes entra o chefe
da Costa). O conteúdo das "cartas" são críticas ao
No nosso Santiago junto à noite.
suposto governador de Santiago (Vila Rica) do Chile
A casa me recolho e cheio destas
(Brasil) Fanfarrão Minésio (Luís da Cunha Meneses),
Tristíssimas imagens, no discurso,
corrupto, cruel e vaidoso.
Mil coisas feias, sem querer, revolvo.
Por ver se a dor divirto, vou sentar-me
Amigo Doroteu, prezado amigo,
Na janela da sala e ao ar levanto
Abre os olhos, boceja, estende os braços
Os olhos já molhados. Céus, que vejo!
E limpa, das pestanas carregadas,
Não vejo estrelas que, serenas, brilhem,
O pegajoso humor, que o sono ajunta.
Nem vejo a lua que prateia os mares:
Critilo, o teu Critilo é quem te chama;
Vejo um grande cometa, a quem os doutos
Ergue a cabeça da engomada fronha
Caudato apelidaram. Este cobre
Acorda, se ouvir queres coisas raras.
A terra toda co’ disforme rabo.
Ah! minha Bela, se a Fortuna volta,
AGORA É COM VOCÊ Se o bem, que já perdi, alcanço, e provo;
Por essas brancas mãos, por essas faces
LIRA 77 Te juro renascer um homem novo;
Romper a nuvem, que os meus olhos cerra,
Eu, Marília, não fui nenhum vaqueiro, Amar no Céu a Jove, e a ti na terra.
fui honrado pastor da tua aldeia;
vestia finas lãs e tinha sempre Senão tivermos lãs, e peles finas,
a minha choça do preciso cheia. Podem mui bem cobrir as carnes nossas
Tiraram-me o casal, e o manso gado, As peles dos cordeiros mal curtidas,
nem tenho, a que me encoste, um só cajado. E os panos feitos com as lãs mais grossas.
--- Mas ao menos será o teu vestido
Por mãos de amor, por minhas mão cosido.
AGORA É COM VOCÊ Ah! minha Bela, se a Fortuna volta,
Se o bem, que já perdi, alcanço, e provo;
Por essas brancas mãos, por essas faces
LIRA 77 Te juro renascer um homem novo;
Romper a nuvem, que os meus olhos cerra,
Eu, Marília, não fui nenhum vaqueiro, Amar no Céu a Jove, e a ti na terra.
fui honrado pastor da tua aldeia;
vestia finas lãs e tinha sempre Senão tivermos lãs, e peles finas,
a minha choça do preciso cheia. Podem mui bem cobrir as carnes nossas
Tiraram-me o casal, e o manso gado, As peles dos cordeiros mal curtidas,
nem tenho, a que me encoste, um só cajado. E os panos feitos com as lãs mais grossas.
Mas ao menos será o teu vestido
Por mãos de amor, por minhas mão cosido.

1. R. O passado pomposo, de luxo, poder e amores por “Marília”.

2. R. “Amar no Céu a Jove, e a ti na terra.”


EXERCÍCIOS

01. Sobre a poesia de natureza pastoral, como é o caso de Marília de Dirceu, é correto dizer que ela
propõe uma visão alegórica ou “fingida” das coisas. Nesse sentido, no poema, observa-se:

A) a simplicidade convencional do pastor, já que ele é um homem instruído.


B) a riqueza convencional do pastor, já que ele é um homem de origem humilde.
C) a simplicidade convencional de Marília, já que ela é representante da nobreza.
D) a humildade convencional do ambiente, já que o pastor não conhece o campo.

02. Que interpretação podemos dar à relação entre o tema amoroso e o papel da natureza no
poema lido?
A) que o eu LIRICO não é um vaqueiro qualquer , que é um pastor que possui bens e que por isso
merece o amor de Marília .
B) idealização do espaço natural, através do bucolismo ele ressalta a natureza amena e tranquila.
C) A natureza é uma extensão dos sentimentos do eu lírico.
D) O poeta transfere para a natureza os seus sentimentos, se ele ama a natureza está alegre, se ele
sofre a natureza entristece com ele.
ARCADISMO ÉPICO
3. BASÍLIO DA GAMA O poeta José Basílio da Gama (1741-1795), nascido em São
João del Rei, MG.

Estudou com os Jesuítas no RJ até a expulsão destes do


Brasil pelo Marquês de Pombal.

Foi para Itália e ingressou na Arcádia Romana, adotando o


pseudônimo de Termindo Sipílio.

Escapou de acusações de jesuitismo escrevendo elogios ao


casamento da filha do Marquês de Pombal.

Escreveu O Uruguai ajudado por este e o publicou em 1769.


A segunda passagem é uma das passagens mais famosas de
sua obra: a morte de Lindóia.

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PRINCIPAIS OBRAS
O URAGUAI (1769)
Prólogo:
O Uraguai é um poema épico escrito por
Basílio da Gama em 1769, conta de forma
romanceada a história da disputa entre
jesuítas, índios (liderados por Sepé Tiaraju) e
europeus (espanhóis e portugueses) nos Sete
Povos das Missões, no Rio Grande do Sul.
Tinha também o intuito de descrever o conflito
entre ordenamento racional da Europa e o
primitivismo do índio.

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A MORTE DE LINDÓIA
Cansada de viver, tinha escolhido / Para morrer a mísera Lindóia. / Lá reclinada, como que dormia,/ Na branda
relva e nas mimosas flores,/ Tinha a face na mão e a mão no tronco/ Dum fúnebre cipreste, que espalhava/
Melancólica sombra. Mais de perto/ Descobrem que se enrola no seu corpo / Verde serpente, e lhe passeia e
cinge/ Pescoço e braços, e lhe lambe o seio.
Fogem de a ver assim sobressaltados/ E param cheios de temor ao longe;/ E nem se atrevem a chamá-la e
temem/ Que desperte assustada e irrite o monstro,/ E fuja, e apresse no fugir a morte./ Porém o destro
Caitutu, que treme/ Do perigo da irmã, sem mais demora/ Dobrou as pontas do arco, e quis três vezes/ Soltar
o tiro, e vacilou três vezes/ Entre a ira e o temor. Enfim sacode/ O arco e faz voar a aguda seta,/ Que toca o
peito de Lindóia e fere/ A serpente na testa, e a boca e os dentes/ Deixou cravados no vizinho tronco./ Açoita o
campo com a ligeira cauda/ O irado monstro, e em tortuosos giros/ Se enrosca no cipreste, e verte envolto/
Em negro sangue o lívido veneno.
Leva nos braços a infeliz Lindóia/ O desgraçado irmão, que ao despertá-la/ Conhece, com que dor! no frio
rosto/ Os sinais do veneno, e vê ferido/ Pelo dente sutil o brando peito./ Os olhos, em que Amor reinava, um
dia,/ Cheios de morte; e muda aquela língua,/ Que ao surdo vento e aos ecos tantas vezes/ Contou a larga
história de seus males./ Nos olhos Caitutu não sofre o pranto,/ E rompe em profundíssimos suspiros,/ Lendo
na testa da fronteira gruta/ De sua mão já trêmula gravado/ O alheio crime, e a voluntária morte.
E por todas as partes repetido/ O suspirado nome de Cacambo. / Inda conserva o pálido semblante/ Um não
sei quê de magoado, e triste,/ Que os corações mais duros enternece./ Tanto era bela no seu rosto a morte!
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4. SANTA RITA DURÃO O Frei José de Santa Rita Durão (1720-1784),
orador e poeta, pode ser considerado o criador
do indianismo no Brasil.

Seu poema épico Caramuru é a primeira obra a


ter como tema o habitante nativo do Brasil; foi
escrita ao estilo de Camões, imitando um poeta
clássico assim como faziam os outros
neoclássicos (árcades).

Santa Rita Durão nasceu em Cata Preta (MG) e


mudou-se para a Europa aos 11 anos de idade,
A MORTE DE MOEMA – VICTOR MEIRELLES onde teve grande participação política.

Foi também um grande orador.

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Na estrofe XXXVII do poema, o autor narra
PRINCIPAIS OBRAS a situação de Moema:

Caramuru “Copiosa multidão da nau Francesa


Prólogo: Corre a ver o espetáculo assombrada;
Caramuru é um poema épico do frei Santa Rita E ignorando a ocasião da estranha
Durão, escrito em 1781. Conta a história de Diogo empresa,
Álvares Correia, o Caramuru, náufrago português Pasma da turba feminil, que nada:
que viveu entre os índios. O livro alude também a Uma, que às mais precede em gentileza,
sua esposa, Catarina Paraguaçu, como visionária Não vinha menos bela, do que irada:
capaz de prever as futuras guerras contra os Era Moema, que de inveja geme,
neerlandeses. Relata toda a trajetória de E já vizinha à nau se apega ao leme.”
Caramuru, assim como muitos fatos da história
brasileira. É um livro de importância incontestável Moema morre de exaustão e seu corpo é
para a literatura brasileira arcadista de 1781. levado até à praia pela maré, onde é
encontrado.
21
PÁG. 19
PÁG. 19
EXERCÍCIOS DE ARCADISMO
01. Os poetas árcades brasileiros tinham as suas
I – Nise? Nise? Onde estás? Aonde
musas inspiradoras, a quem se dirigiam
espera
frequentemente em seus poemas. Pelas musas,
Achar-te uma alma, que por ti suspira
evocadas nos versos acima, pode-se dizer que os seus
(…)
autores são, respectivamente:
II – Glaura! Glaura! Não respondes?
A) Cláudio Manuel da Costa, Silva Alvarenga e Tomás
E te escondes nestas brenhas?
Antônio Gonzaga.
Dou às penhas meu lamento;
B) José Basílio da Gama, Cláudio Manuel da Costa e
Ó tormento sem igual!
Alvarenga Peixoto.
C) Tomás Antônio Gonzaga, Silva Alvarenga e
III – Minha bela Marília, tudo passa:
Alvarenga Peixoto
A sorte deste mundo é mal segura
D) Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga
Se vem depois dos males a ventura,
e Frei Santa Rita Durão.
Vem depois dos prazeres a desgraça.
E) José Basílio da Gama, Frei Santa Rita Durão e
Tomás Antônio Gonzaga
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EXERCÍCIOS DE ARCADISMO
01. Os poetas árcades brasileiros tinham as suas
I – Nise? Nise? Onde estás? Aonde
musas inspiradoras, a quem se dirigiam
espera
frequentemente em seus poemas. Pelas musas,
Achar-te uma alma, que por ti suspira
evocadas nos versos acima, pode-se dizer que os seus
(…)
autores são, respectivamente:
II – Glaura! Glaura! Não respondes?
A) Cláudio Manuel da Costa, Silva Alvarenga e Tomás
E te escondes nestas brenhas?
Antônio Gonzaga.
Dou às penhas meu lamento;
B) José Basílio da Gama, Cláudio Manuel da Costa e
Ó tormento sem igual!
Alvarenga Peixoto.
C)Tomás Antônio Gonzaga, Silva Alvarenga e
Alvarenga Peixoto
III – Minha bela Marília, tudo passa:
D) Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga
A sorte deste mundo é mal segura
e Frei Santa Rita Durão.
Se vem depois dos males a ventura,
E) José Basílio da Gama, Frei Santa Rita Durão e
Vem depois dos prazeres a desgraça.
Tomás Antônio Gonzaga
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Torno a ver-vos, ó montes; o destino
Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte, rico e fino.
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.
Se o bem desta choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,
Aqui descanse a louca fantasia,
E o que até agora se tornava em pranto
Se converta em afetos de alegria.
Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho.
A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova
Aguilar, 2002, p. 78-9.
28
02. Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos do
Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca da relação entre o poema e o momento
histórico de sua produção.
A) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens relacionadas à
Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico e fino”.
B) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição
vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a
rusticidade da terra da Colônia.
C) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadismo que
evidencia a preocupação do poeta árcade em realizar uma representação literária realista da
vida nacional.
D) A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é formulação
literária que reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a
Metrópole.
E) A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está representada
esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à transformação do pranto em
alegria. 29
02. Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos do
Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca da relação entre o poema e o momento
histórico de sua produção.
A) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens relacionadas à
Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico e fino”.
B) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição
vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a
rusticidade da terra da Colônia.
C) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadismo que
evidencia a preocupação do poeta árcade em realizar uma representação literária realista da
vida nacional.
D) A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é formulação
literária que reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a
Metrópole.
E) A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está representada
esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à transformação do pranto em
alegria. 30
LITERATURA
• ROMANTISMO NA EUROPA
• ORIGENS
• ALEMANHA
• INGLATERRA
• FRANÇA
• PORTUGAL
PÁG. 22 A 26
DELACROIX, VESTIDO DE ARTESÃO BANDEIRA E ARMA = PATRIOTISMO E LUTA

JOANA D’ARC = LIBERDADE TORRE DE


NOTREDAME =
SÍMBOLO DO POVO

O POVO AOS PÉS DA MUSA

ANTI-MONARQUIA

EUGÈNE DELACROIX – A LIBERDADE GUIANDO O POVO – 1830 – MUSEU DU LOUVRE – PARIS PÁG. 2234A 26
R. JEAN-JACQUES ROSSEAU

R. ESTADO DE ESPÍRITO INCONFORMISTA PÁG. 22 A 26


PÁG. 26
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PÁG. 27
Origens do Romantismo na Europa

No final do século XVIII, o Neoclassicismo entra em crise, com a ascensão


da burguesia e do capitalismo, a Europa, vive uma onda de mudanças de
valores agravada pelas crises econômica, política, religiosa e
existencialista.

O Romantismo é a expressão artística que surge para representar esses


sentimentos que vão da euforia ao extremo pessimismo, e as primeiras
sementes dão-se na Inglaterra e na Alemanha, cabendo à França,
posteriormente, a função de difusora desse movimento.

Em 1760, o escritor escocês James Macpherson (1736-1796) começou a


publicar a tradução em prosa dos poemas escritos por Ossian, um velho James Macpherson
bardo escocês do século II d. C.; e, o sucesso imediato motivou-o a 1736 a 1796
continuar com o cumprimento da tarefa de fazer conhecida uma tão rica
e original tradição poética.
Romantismo na Alemanha
➢ Johann Wolfgang Von Goethe, o PAI DO ROMANTISMO, é natural de
Frankfurt, Alemanha, nascido em 28 de agosto de 1749, é
considerado como a maior personalidade da literatura alemã, seu
maior poeta, grande também como dramaturgo, romancista e
ensaísta; e são notáveis suas obras autobiográficas e seus estudos
de ciências naturais.
➢ Ao lado de outros grandes nomes como Friedrich Schiller liderou um
movimento conhecido como Sturm und Drang (tempestade e
ímpeto).
➢ Em 1774, publica o romance OS SOFRIMENTOS DO JOVEM
WERTHER.
➢ Porém, sua grande obra foi o poema Fausto, escrito em 1806.
Baseada numa lenda que relata a vida de Dr. Fausto, que vendeu a
alma para o diabo em troca de prazeres terrenos, riqueza e poderes
ilimitados.
➢ Goethe morre na cidade de Weimar, no dia 22 de março de 1832,
aos 82 anos. Ao morrer, profere uma famosa frase: "deixem entrar a PÁG. 30
luz".
OS SOFRIMENTOS DO JOVEM WERTHER
Em 1774, Goethe publicou The Sorrows of the Young Werther, romance que marcou o início do
Romantismo no mundo e se tornou um grande sucesso editorial, mas também gerou grande polêmica
por seu protagonista tirar a própria vida quando rejeitado pela mulher que amava, Charlotte.
Vários casos de suicídio por amor à imitação de Werther levaram à proibição da obra em alguns países,
pois foi considerando um livro de "incitamento ao suicídio" e que poderia "impressionar jovens e
mulheres fracas".

DO QUE TRATA

Romance epistolar em que o jovem Werther conta ao amigo Wilhelm a história de seu amor
impossível pela bela Charlotte, prometida em casamento para Albert. De temperamento sensível e
artístico, ele não consegue esquecê-la e no final acaba se suicidando com um tiro de pistola na cabeça.
Quando lançado na Europa, o livro inspirou uma leva de jovens leitores, que passaram a se vestir e a
viver como o protagonista. Atribui-se a ele uma onda de suicídios na época. Dizem que a história
surgiu a partir de uma paixão não correspondida de Goethe, que afirmou ter matado Werther para
poder sobreviver.
PÁG. 30
“Tenho tanto! E o sentimento que tenho por ela devora tudo. Tenho tanta coisa, mas
sem ela tudo para mim é como se nada existisse.” (p. 84)
PÁG. 30
O ROMANTISMO INGLÊS
A Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra entre os anos de
1798 e 1832, determinou o surgimento do proletariado.
O aparecimento dessa nova classe social e a incorporação da
figura da mulher no mundo cultural favoreceram o nascimento
do Romantismo, porque deram origem a um novo público
leitor, que buscava nos romances um pouco de realismo,
humor, emoções e, sobretudo, novas ideias.
o Romantismo teve início com a publicação de Lyrical Ballads
em 1798, de William Wordsworth e Samuel Taylor Coleridge.

Merecem destaque também: William Blake, Percy Shelley, John


Keats, Mary Shelley, Emilly Brontë, Jane Austin e Bram Stoker.

Blake se volta para as classes desfavorecidas. Shelley possuía


um temperamento revoltoso e grande sensibilidade. Keats, liga-
se a temas como: desejo e morte. Mary escreve ciência e
ficção. Bronthe e Austin o amor extremo e antissocial, Stoker o
horror. PÁG. 28 E 29
LORD GEORGE NOEL GORDON BYRON
Byron foi o mais importante poeta inglês do século XIX. Nasceu em Londres, 23 de janeiro
de 1788 e morreu aos trinta e seis anos de idade de uma febre contraída em Missolonghi,
em 19 de abril de 1824.
Foi um gênio poético, apaixonado, louco, exagerado, ultrarromântico, pessimista, egoísta,
egocêntrico, excêntrico, amou e foi amado por mulheres e homens de seu tempo, líder
da 2ª geração romântica de todo o mundo.
Seus poemas de inspiração exaltada, crítica social, impetuosa e violenta, apresentam
temas ligados à tristeza, solidão, infelicidade, insaciedade e morte.
Seu primeiro livro foi “Horas de lazer”, de 1807. Porém os de maiores popularidades
foram A Peregrinação de Childe Harold (contos) e o inacabado DON JUAN.
Descrito como extravagante e notório, Byron foi festejado e criticado em vida pelos
excessos aristocráticos, altas dívidas, inúmeros casos com homens e mulheres (como a
meia-irmã de Mary Shelley, Claire Clairmont, com quem teve uma filha), além de boatos
de uma relação incestuosa com sua própria irmã, Augusta. Foi também um dos primeiros
escritores a descrever os efeitos da maconha.
Seus personagens apresentam comportamento autodestrutivo, passado obscuro, aversão
social, rebeldia, talentos marcantes e grande exibição de paixões, violência, crimes e
maldição.
PÁG. 28 E 29
43
Don Juan
Don Juan foi um personagem que apareceu pela primeira vez no
drama espanhol de 1630, de Tirso de Molina, "El Burlador de Sevilla",
em tradução para o português significa "O Sedutor de Sevilha".
A lenda desse personagem surgiu de várias formas. Na Itália, ele é
chamado de Don Giovanni. Já na Espanha, Don Juan é o mais
utilizado.
Mas o que mais popularizou a imagem e história do personagem foi
sua fama de sedução e forma de como lidar com as mulheres. A
história de Don Juan foi lida na literatura, vista nos cinemas e palcos
de vários países do mundo inteiro.
Acredita-se que Byron inspirou-se em Molina que teria se baseado em
histórias sobre libertinos da época.
Don Juan é demoníaco, seduz para a destruição moral ou a morte.
Considerado como um símbolo literário da libertinagem e um anti-
herói, acabou recebendo o título de vilão por ser um personagem com
características de um mulherengo, além do instinto de psicopata e
assassino.
PÁG. 28 E 29
Versos Inscritos numa Taça Feita de um Crânio Bebe enquanto puderes; quando tu e os teus
Já tiverdes partido, uma outra gente
“Não, não te assustes: não fugiu o meu espírito Possa te redimir da terra que abraçar-te,
Vê em mim um crânio, o único que existe E festeje com o morto e a própria rima tente.
Do qual, muito ao contrário de uma fronte viva,
Tudo aquilo que flui jamais é triste. E por que não? Se as fontes geram tal tristeza
Através da existência-curto dia-,
Vivi, amei, bebi, tal como tu; morri; Redimidas dos vermes e da argila
Que renuncie e terra aos ossos meus Ao menos possam ter alguma serventia.”
Enche! Não podes injuriar-me; tem o verme
Lábios mais repugnantes do que os teus. Tradução Castro Alves

Onde outrora brilhou, talvez, minha razão,


Para ajudar os outros brilhe agora e;
Substituto haverá mais nobre que o vinho
Se o nosso cérebro já se perdeu?
PÁG. 28 E 29
PÁG. 31
ROMANTISMO NA FRANÇA
O Romantismo ocorreu na França por volta de 1800, representa as
mudanças no plano individual, destacando a personalidade,
sensibilidade, emoção e os valores interiores.

A literatura romântica foi um movimento que teve grande


repercussão na formação da sociedade da época, ao contrário das
artes plásticas, que desempenharam um papel menos vanguardista.

A arte romântica se opôs ao racionalismo da época da Revolução


Francesa e de seus ideais, propondo a elevação dos sentimentos
acima do pensamento.

A produção romântica reforçou o individualismo, baseou-se em


valores emocionais subjetivos e muitas vezes imaginários, tomando Dança em Bougival
como modelo os dramas amorosos e as lendas heroicas medievais, a Pierre-Auguste Renoir
Data: 1883
partir dos quais revalorizou os conceitos de pátria e república. Com
Em: Museu de Belas Artes de Boston
destaque para a morte heroica na guerra e o suicídio por amor. Dimensões: 98 x 182 cm
46
AUTORES DE DESTAQUE NO ROMANTISMO FRANCÊS

Alexandre Dumas (Villers-Cotterêts 1802- Puys


1870), filho de um general do exército de
Napoleão e de uma escrava negra. Autor de
clássicos da literatura de capa-e-espada, gênero
literário surgido na Espanha do século XVII,
baseado em romances idealizados e desenganos
amorosos.
OBRAS: A Rainha Margot, O Conde de Monte
Cristo, D'Artagnan e os três mosqueteiros, O
Homem da Máscara de Ferro e Os Irmãos Corsos.

Alexandre Dumas Filho (Paris, 1824 - Marly-le-


Roi, 1895), escritor que seguiu os passos de seu
pai tornando-se um conceituado autor de livros e
peças de teatro. Foi reconhecido principalmente
por suas obras La Dame aux camélias (1848).
PÁG. 31 47
Jules Verne (Nantes, 1828 – Amiens, 1905), autor da região da
Bretanha considerado como um gênero pioneiro da ficção
científica, tendo feito predições em seus livros sobre o
aparecimento de novos avanços científicos, como os
submarinos, máquinas voadoras e viagem à Lua.
Principais obras: Volta ao Mundo em 80 dias; Vinte Mil Léguas
Submarinas; Viagem ao Centro da Terra.

Victor-Marie Hugo nasceu na cidade de Besançon (França) em


26 de fevereiro de 1802 e morreu aos 83 anos na cidade de
Paris (França) em 22 de maio de 1885.
Importante escritor romântico, foi também dramaturgo, poeta
e político. Em suas obras abordou, principalmente, questões
políticas e sociais. É considerado o principal representante do
Romantismo francês na Literatura.
OBRAS: Os miseráveis – 1862 - Os trabalhadores do mar –
1866 - O Corcunda de Notredame, 1831.
Inspirou todos os autores da 3ª Geração Romântica com sua
poesia social e libertária.
PÁG. 31
48
ROMANTISMO EM PORTUGAL
O Romantismo português teve início em 1825 com a
publicação da obra CAMÕES de Almeida Garrett e pode ser
compreendido em três fases:

Primeiro momento: autores como Almeida Garrett e


Alexandre Herculano tematizam, em suas obras, questões
pessoais e amorosas, históricas e políticas que envolviam
Portugal na época.

Segundo momento: autores como Camilo Castelo Branco


aproximam o Romantismo em Portugal do tom mais
sentimental e egocêntrico, ampliando os traços
ultrarromânticos da estética.

Terceiro momento: fase de transição para o realismo, os


autores já apresentavam um romance de temática mais
crítica, como As Pupilas do Senhor Reitor, de Júlio Dinis. PÁG. 31
49
Não te amo. És bela; e eu não te
NÃO TE AMO amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Não te amo, quero-te: o amor vem Que lhe luz na má hora
d'alma. Da sua perdição?
E eu n'alma – tenho a calma,
A calma – do jazigo. E quero-te, e não te amo, que é
Ai!, não te amo, não. forçado,
De mau feitiço azado
Não te amo, quero-te: o amor é Este indigno furor.
vida. Mas oh!, não te amo, não.
E a vida – nem sentida
A trago eu já comigo. E infame sou, porque te quero; e
Ai!, não te amo, não! tanto
Que de mim tenho espanto,
Ai!, não te amo, não; e só te quero De ti medo e terror...
De um querer bruto e fero Mas amar!... não te amo, não.
Que o sangue me devora, Infanta e viscondessa Da Luz a
quem Garrett dedicava seus
Não chega ao coração. (Almeida Garrett, em Folhas
versos PÁG. 32
Caídas) 50
ROSA E LÍRIO
A rosa É formosa Por que lhe chamam — flor Damor Não sei.

A flor Bem de amor É o lírio Tem mel no aroma, — dor Na cor O lírio.

Se o cheiro É fagueiro Na rosa, Se é de beleza — mor Primor A rosa,

No lírio O martírio Que é meu Pintado vejo: — cor E ardor É o meu.

A rosa É formosa, Bem sei...E será de outros flor Damor ..Não sei.

ALMEIDA GARRETT

R: Idealização do amor, da solidão e da natureza como extensão


dos sentimentos.
A história é regida pelo autoritarismo paterno, que impõe um rumo às
vidas e um destino trágico aos amantes, Simão Botelho e Teresa de
Albuquerque, o Romeu e Julieta portugueses.

Através de um narrador onisciente, acompanhamos o enredo que se apoia


em dois elementos fundamentais que o consolidam: Os fatos históricos,
referidos ao longo de toda a narrativa através de datas, locais e registos e
as cartas, partilhadas pelo autor para credibilizar a vivência das
personagens e conferir realismo à história.

Acompanhamos a paixão de Simão e de Teresa que vão até às últimas


consequências em nome de um amor proibido pela rivalidade entre suas
famílias.
Esta antítese pretende justificar o rumo tomado pelas personagens e as
ações por que optam, intensificando a narrativa e conferindo um forte
carácter romântico, o que resulta numa cumplicidade entre a natureza e o
sofrimento dos protagonistas, sob um cenário desprovido de liberdade e de
impedimento de encontro da sua identidade individual.
PÁG. 34 E 35
52
Horace Walpole, 4.º Conde de
Orford, nasceu em Londres, 24 de
setembro de 1717 e morreu aos
80 anos, solteiro, 2 de março de
1797. Aristocrata e romancista.
Inaugurou o gênero romance
gótico, com a publicação de O
Castelo de Otranto, 1764.
EXERCÍCIOS
3. O Romantismo, graças à ideologia dominante e a um complexo conteúdo artístico, social
e político, caracteriza-se como uma época propícia ao aparecimento de naturezas humanas
marcadas por

A) teocentrismo, hipersensibilidade, alegria, otimismo e crença.


B) etnocentrismo, insensibilidade, descontração, otimismo e crença na sociedade.
C) egocentrismo, hipersensibilidade, melancolia, pessimismo, angústia e desespero.
D) teocentrismo, insensibilidade, descontração, angústia e desesperança.
E) egocentrismo, hipersensibilidade, alegria, descontração e crença no futuro.

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EXERCÍCIOS
3. O Romantismo, graças à ideologia dominante e a um complexo conteúdo artístico, social e
político, caracteriza-se como uma época propícia ao aparecimento de naturezas humanas
marcadas por

A) teocentrismo, hipersensibilidade, alegria, otimismo e crença.


B) etnocentrismo, insensibilidade, descontração, otimismo e crença na sociedade.
C) egocentrismo, hipersensibilidade, melancolia, pessimismo, angústia e desespero.
D) teocentrismo, insensibilidade, descontração, angústia e desesperança.
E) egocentrismo, hipersensibilidade, alegria, descontração e crença no futuro.

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4. A identificação da natureza com o sofrimento humano, a tragédia perene do amante rejeitado,
o jovem andarilho condenado à vida errante em sua curta eternidade, a solidão do artista. E,
enfim, a resignação e a reconciliação – ressentidas um pouco, por certo.”
O texto acima enumera preferências temáticas e concepções existenciais dos poetas:

A) barrocos.
B) arcádicos.
C) românticos.
D) simbolistas.
E) parnasianos.

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4. A identificação da natureza com o sofrimento humano, a tragédia perene do amante rejeitado,
o jovem andarilho condenado à vida errante em sua curta eternidade, a solidão do artista. E,
enfim, a resignação e a reconciliação – ressentidas um pouco, por certo.”
O texto acima enumera preferências temáticas e concepções existenciais dos poetas:

A) barrocos.
B) arcádicos.
C) românticos.
D) simbolistas.
E) parnasianos.

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5. Sobre Amor de perdição, do escritor português Camilo Castelo Branco, assinale a alternativa
INCORRETA:
A) Amor de perdição é uma novela ultrarromântica, marcada pelo sentimento passional e pelo
idealismo amoroso, confirmando, assim, duas das principais características do período, que foram o
subjetivismo e a luta individual do herói.
B) Narrada em terceira pessoa, a novela segue as convenções tradicionais da narrativa de ficção, como
a sequência temporal dos acontecimentos e a linearidade do enredo, apresentando também
referências históricas e biográficas.
C) O ultrarromantismo da novela é quebrado por tendências realistas observadas no posicionamento
da personagem Mariana e na forma pouco subjetiva como a realidade é tratada numa ficção
documental.
D) Mariana é a principal agente de comunicação entre Simão e Teresa, figurando como personagem
auxiliar que promove a união amorosa entre os dois adolescentes apaixonados, embora não possa
dela participar.
E) A personagem Mariana, encarnando o amor romântico, com pureza e resignação, e a personagem
Teresa, representando a mulher inacessível e idealizada, encontram na morte a plenitude do amor
idealizado, nesta novela da segunda fase romântica da literatura portuguesa.
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5. Sobre Amor de perdição, do escritor português Camilo Castelo Branco, assinale a alternativa
INCORRETA:
A) Amor de perdição é uma novela ultrarromântica, marcada pelo sentimento passional e pelo
idealismo amoroso, confirmando, assim, duas das principais características do período, que foram o
subjetivismo e a luta individual do herói.
B) Narrada em terceira pessoa, a novela segue as convenções tradicionais da narrativa de ficção, como
a sequência temporal dos acontecimentos e a linearidade do enredo, apresentando também
referências históricas e biográficas.
C) O ultrarromantismo da novela é quebrado por tendências realistas observadas no posicionamento
da personagem Mariana e na forma pouco subjetiva como a realidade é tratada numa ficção
documental.
D) Mariana é a principal agente de comunicação entre Simão e Teresa, figurando como personagem
auxiliar que promove a união amorosa entre os dois adolescentes apaixonados, embora não possa
dela participar.
E) A personagem Mariana, encarnando o amor romântico, com pureza e resignação, e a personagem
Teresa, representando a mulher inacessível e idealizada, encontram na morte a plenitude do amor
idealizado, nesta novela da segunda fase romântica da literatura portuguesa.
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