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• ARCADISMO NO BRASIL
O IDEAL ÁRCADE E
OS CONSELHOS DE HORÁCIO
• Principais características
• Irreverente. De temperamento romântico, árcade pela forma,
explorou temas de sentimento da própria individualidade e o horror
da morte.
• Como clássico foi o maior sonetista da língua portuguesa;
15 Set 1765 // 21 Dez 1805 • Foi pré-romântico no gosto mórbido e no tom altissonantes.
• Notabilizou-se como repentista, poeta satírico, erótico e pornográfico
e de verve brilhante, o que ligou seu nome a episódios que enchem
seu anedotário popular. Escreveu idílios, epístolas, odes, canções,
cançonetas e cantatas.
ARCADISMO NO BRASIL
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Introdutor do Arcadismo no Brasil, Cláudio Manuel da Costa
PRINCIPAIS AUTORES E OBRAS (1729-1789) estudou Direito em Coimbra. Rico, advogou
em Mariana, SP, onde nasceu e estabeleceu-se depois em
1. Cláudio Manuel da Costa Vila Rica.
Foi um poeta de transição, ainda muito preso ao Barroco.
Era grande amigo de Tomás Antônio Gonzaga, como atesta
a poesia deste.
Usava os pseudônimos Glauceste Satúrnio e Alceste.
O nome de sua musa era Eulina.
Foi preso em 1789, acusado de reunir os conjurados da
Inconfidência Mineira, papel na verdade de Tomás Antônio
Gonzaga.
Após delatar seus colegas, foi encontrado morto na cela,
um caso de suicídio (?) até hoje nebuloso.
Na literatura valorizava a paisagem campestre, porém
muito parecida com a devastada paisagem de Ouro Preto
devido à mineração.
XCVIII (SONETOS)
In: COSTA, Cláudio Manuel da. Obras. Por mais que eu mesmo conhecesse o dano,
Introd. cronol. e bibliogr. Antônio A que dava ocasião minha brandura,
Soares Amora. Lisboa: Bertrand, 1959. Nunca pude fugir ao cego engano:
(Obras primas da língua portuguesa
Vós, que ostentais a condição mais dura,
Temei, penhas, temei; que Amor tirano,
Onde há mais resistência, mais se apura.
2. TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA
Nascido na cidade do Porto, em Portugal, no ano de 1744, era
filho de pai brasileiro. Formou-se em Direito na Universidade de
Coimbra. De volta ao Brasil, em 1782, tornou-se Ouvidor de Vila
Rica (atual Ouro Preto – MG) e apaixonou-se pela adolescente
de 17 anos Maria Doroteia de Seixas, a Marília a quem dedicaria
a obra MARÍLIA DE DIRCEU.
Ia casar-se com ela e partir para a Bahia, assumir um cargo de
desembargador, mas foi preso uma semana antes do casamento.
Segundo sua poesia, não participou da Conjuração, apesar de
amigo de Cláudio Manuel da Costa. De fato, Gonzaga, acusado
de ser o mais capaz de dirigir a Inconfidência e ser o futuro
legislador, não suportava Tiradentes. Escreveu também as Cartas
Chilenas, que satirizavam seu desafeto, o governador Luís Cunha
Meneses. Sua obra apresenta características transitórias para o
Romantismo, como a supervalorização do amor e a idealização
da mulher.
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PRINCIPAIS OBRAS
Comentário:
Tomas Antônio, foi muito inteligente, em usar um pseudônimo para não ser identificado, e se
dizer estar no Chile para que o governador nem desconfiasse que as criticas tivesse vindo
dele... 11
(...)
A POESIA SATÍRICA DE TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA
Ah! pobre Chile, que desgraça esperas!
Quanto melhor te fora se sentisses
Além de poesia lírica ficou conhecido por sua poesia
As pragas, que no Egito se choraram,
satírica, Cartas Chilenas, compostas por 13 poemas
Do que veres que sobe ao teu governo
escritos antes da Inconfidência Mineira. Novamente,
Carrancudo casquilho, a quem rodeiam
Gonzaga usa pseudônimos: aqui, Critilo (Gonzaga)
Os néscios, os marotos e os peraltas!
assina as cartas e as envia para Doroteu (Cláudio M
Seguido, pois, dos grandes entra o chefe
da Costa). O conteúdo das "cartas" são críticas ao
No nosso Santiago junto à noite.
suposto governador de Santiago (Vila Rica) do Chile
A casa me recolho e cheio destas
(Brasil) Fanfarrão Minésio (Luís da Cunha Meneses),
Tristíssimas imagens, no discurso,
corrupto, cruel e vaidoso.
Mil coisas feias, sem querer, revolvo.
Por ver se a dor divirto, vou sentar-me
Amigo Doroteu, prezado amigo,
Na janela da sala e ao ar levanto
Abre os olhos, boceja, estende os braços
Os olhos já molhados. Céus, que vejo!
E limpa, das pestanas carregadas,
Não vejo estrelas que, serenas, brilhem,
O pegajoso humor, que o sono ajunta.
Nem vejo a lua que prateia os mares:
Critilo, o teu Critilo é quem te chama;
Vejo um grande cometa, a quem os doutos
Ergue a cabeça da engomada fronha
Caudato apelidaram. Este cobre
Acorda, se ouvir queres coisas raras.
A terra toda co’ disforme rabo.
Ah! minha Bela, se a Fortuna volta,
AGORA É COM VOCÊ Se o bem, que já perdi, alcanço, e provo;
Por essas brancas mãos, por essas faces
LIRA 77 Te juro renascer um homem novo;
Romper a nuvem, que os meus olhos cerra,
Eu, Marília, não fui nenhum vaqueiro, Amar no Céu a Jove, e a ti na terra.
fui honrado pastor da tua aldeia;
vestia finas lãs e tinha sempre Senão tivermos lãs, e peles finas,
a minha choça do preciso cheia. Podem mui bem cobrir as carnes nossas
Tiraram-me o casal, e o manso gado, As peles dos cordeiros mal curtidas,
nem tenho, a que me encoste, um só cajado. E os panos feitos com as lãs mais grossas.
--- Mas ao menos será o teu vestido
Por mãos de amor, por minhas mão cosido.
AGORA É COM VOCÊ Ah! minha Bela, se a Fortuna volta,
Se o bem, que já perdi, alcanço, e provo;
Por essas brancas mãos, por essas faces
LIRA 77 Te juro renascer um homem novo;
Romper a nuvem, que os meus olhos cerra,
Eu, Marília, não fui nenhum vaqueiro, Amar no Céu a Jove, e a ti na terra.
fui honrado pastor da tua aldeia;
vestia finas lãs e tinha sempre Senão tivermos lãs, e peles finas,
a minha choça do preciso cheia. Podem mui bem cobrir as carnes nossas
Tiraram-me o casal, e o manso gado, As peles dos cordeiros mal curtidas,
nem tenho, a que me encoste, um só cajado. E os panos feitos com as lãs mais grossas.
Mas ao menos será o teu vestido
Por mãos de amor, por minhas mão cosido.
01. Sobre a poesia de natureza pastoral, como é o caso de Marília de Dirceu, é correto dizer que ela
propõe uma visão alegórica ou “fingida” das coisas. Nesse sentido, no poema, observa-se:
02. Que interpretação podemos dar à relação entre o tema amoroso e o papel da natureza no
poema lido?
A) que o eu LIRICO não é um vaqueiro qualquer , que é um pastor que possui bens e que por isso
merece o amor de Marília .
B) idealização do espaço natural, através do bucolismo ele ressalta a natureza amena e tranquila.
C) A natureza é uma extensão dos sentimentos do eu lírico.
D) O poeta transfere para a natureza os seus sentimentos, se ele ama a natureza está alegre, se ele
sofre a natureza entristece com ele.
ARCADISMO ÉPICO
3. BASÍLIO DA GAMA O poeta José Basílio da Gama (1741-1795), nascido em São
João del Rei, MG.
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PRINCIPAIS OBRAS
O URAGUAI (1769)
Prólogo:
O Uraguai é um poema épico escrito por
Basílio da Gama em 1769, conta de forma
romanceada a história da disputa entre
jesuítas, índios (liderados por Sepé Tiaraju) e
europeus (espanhóis e portugueses) nos Sete
Povos das Missões, no Rio Grande do Sul.
Tinha também o intuito de descrever o conflito
entre ordenamento racional da Europa e o
primitivismo do índio.
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A MORTE DE LINDÓIA
Cansada de viver, tinha escolhido / Para morrer a mísera Lindóia. / Lá reclinada, como que dormia,/ Na branda
relva e nas mimosas flores,/ Tinha a face na mão e a mão no tronco/ Dum fúnebre cipreste, que espalhava/
Melancólica sombra. Mais de perto/ Descobrem que se enrola no seu corpo / Verde serpente, e lhe passeia e
cinge/ Pescoço e braços, e lhe lambe o seio.
Fogem de a ver assim sobressaltados/ E param cheios de temor ao longe;/ E nem se atrevem a chamá-la e
temem/ Que desperte assustada e irrite o monstro,/ E fuja, e apresse no fugir a morte./ Porém o destro
Caitutu, que treme/ Do perigo da irmã, sem mais demora/ Dobrou as pontas do arco, e quis três vezes/ Soltar
o tiro, e vacilou três vezes/ Entre a ira e o temor. Enfim sacode/ O arco e faz voar a aguda seta,/ Que toca o
peito de Lindóia e fere/ A serpente na testa, e a boca e os dentes/ Deixou cravados no vizinho tronco./ Açoita o
campo com a ligeira cauda/ O irado monstro, e em tortuosos giros/ Se enrosca no cipreste, e verte envolto/
Em negro sangue o lívido veneno.
Leva nos braços a infeliz Lindóia/ O desgraçado irmão, que ao despertá-la/ Conhece, com que dor! no frio
rosto/ Os sinais do veneno, e vê ferido/ Pelo dente sutil o brando peito./ Os olhos, em que Amor reinava, um
dia,/ Cheios de morte; e muda aquela língua,/ Que ao surdo vento e aos ecos tantas vezes/ Contou a larga
história de seus males./ Nos olhos Caitutu não sofre o pranto,/ E rompe em profundíssimos suspiros,/ Lendo
na testa da fronteira gruta/ De sua mão já trêmula gravado/ O alheio crime, e a voluntária morte.
E por todas as partes repetido/ O suspirado nome de Cacambo. / Inda conserva o pálido semblante/ Um não
sei quê de magoado, e triste,/ Que os corações mais duros enternece./ Tanto era bela no seu rosto a morte!
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4. SANTA RITA DURÃO O Frei José de Santa Rita Durão (1720-1784),
orador e poeta, pode ser considerado o criador
do indianismo no Brasil.
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Na estrofe XXXVII do poema, o autor narra
PRINCIPAIS OBRAS a situação de Moema:
ANTI-MONARQUIA
EUGÈNE DELACROIX – A LIBERDADE GUIANDO O POVO – 1830 – MUSEU DU LOUVRE – PARIS PÁG. 2234A 26
R. JEAN-JACQUES ROSSEAU
DO QUE TRATA
Romance epistolar em que o jovem Werther conta ao amigo Wilhelm a história de seu amor
impossível pela bela Charlotte, prometida em casamento para Albert. De temperamento sensível e
artístico, ele não consegue esquecê-la e no final acaba se suicidando com um tiro de pistola na cabeça.
Quando lançado na Europa, o livro inspirou uma leva de jovens leitores, que passaram a se vestir e a
viver como o protagonista. Atribui-se a ele uma onda de suicídios na época. Dizem que a história
surgiu a partir de uma paixão não correspondida de Goethe, que afirmou ter matado Werther para
poder sobreviver.
PÁG. 30
“Tenho tanto! E o sentimento que tenho por ela devora tudo. Tenho tanta coisa, mas
sem ela tudo para mim é como se nada existisse.” (p. 84)
PÁG. 30
O ROMANTISMO INGLÊS
A Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra entre os anos de
1798 e 1832, determinou o surgimento do proletariado.
O aparecimento dessa nova classe social e a incorporação da
figura da mulher no mundo cultural favoreceram o nascimento
do Romantismo, porque deram origem a um novo público
leitor, que buscava nos romances um pouco de realismo,
humor, emoções e, sobretudo, novas ideias.
o Romantismo teve início com a publicação de Lyrical Ballads
em 1798, de William Wordsworth e Samuel Taylor Coleridge.
A flor Bem de amor É o lírio Tem mel no aroma, — dor Na cor O lírio.
A rosa É formosa, Bem sei...E será de outros flor Damor ..Não sei.
ALMEIDA GARRETT
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EXERCÍCIOS
3. O Romantismo, graças à ideologia dominante e a um complexo conteúdo artístico, social e
político, caracteriza-se como uma época propícia ao aparecimento de naturezas humanas
marcadas por
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4. A identificação da natureza com o sofrimento humano, a tragédia perene do amante rejeitado,
o jovem andarilho condenado à vida errante em sua curta eternidade, a solidão do artista. E,
enfim, a resignação e a reconciliação – ressentidas um pouco, por certo.”
O texto acima enumera preferências temáticas e concepções existenciais dos poetas:
A) barrocos.
B) arcádicos.
C) românticos.
D) simbolistas.
E) parnasianos.
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4. A identificação da natureza com o sofrimento humano, a tragédia perene do amante rejeitado,
o jovem andarilho condenado à vida errante em sua curta eternidade, a solidão do artista. E,
enfim, a resignação e a reconciliação – ressentidas um pouco, por certo.”
O texto acima enumera preferências temáticas e concepções existenciais dos poetas:
A) barrocos.
B) arcádicos.
C) românticos.
D) simbolistas.
E) parnasianos.
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5. Sobre Amor de perdição, do escritor português Camilo Castelo Branco, assinale a alternativa
INCORRETA:
A) Amor de perdição é uma novela ultrarromântica, marcada pelo sentimento passional e pelo
idealismo amoroso, confirmando, assim, duas das principais características do período, que foram o
subjetivismo e a luta individual do herói.
B) Narrada em terceira pessoa, a novela segue as convenções tradicionais da narrativa de ficção, como
a sequência temporal dos acontecimentos e a linearidade do enredo, apresentando também
referências históricas e biográficas.
C) O ultrarromantismo da novela é quebrado por tendências realistas observadas no posicionamento
da personagem Mariana e na forma pouco subjetiva como a realidade é tratada numa ficção
documental.
D) Mariana é a principal agente de comunicação entre Simão e Teresa, figurando como personagem
auxiliar que promove a união amorosa entre os dois adolescentes apaixonados, embora não possa
dela participar.
E) A personagem Mariana, encarnando o amor romântico, com pureza e resignação, e a personagem
Teresa, representando a mulher inacessível e idealizada, encontram na morte a plenitude do amor
idealizado, nesta novela da segunda fase romântica da literatura portuguesa.
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5. Sobre Amor de perdição, do escritor português Camilo Castelo Branco, assinale a alternativa
INCORRETA:
A) Amor de perdição é uma novela ultrarromântica, marcada pelo sentimento passional e pelo
idealismo amoroso, confirmando, assim, duas das principais características do período, que foram o
subjetivismo e a luta individual do herói.
B) Narrada em terceira pessoa, a novela segue as convenções tradicionais da narrativa de ficção, como
a sequência temporal dos acontecimentos e a linearidade do enredo, apresentando também
referências históricas e biográficas.
C) O ultrarromantismo da novela é quebrado por tendências realistas observadas no posicionamento
da personagem Mariana e na forma pouco subjetiva como a realidade é tratada numa ficção
documental.
D) Mariana é a principal agente de comunicação entre Simão e Teresa, figurando como personagem
auxiliar que promove a união amorosa entre os dois adolescentes apaixonados, embora não possa
dela participar.
E) A personagem Mariana, encarnando o amor romântico, com pureza e resignação, e a personagem
Teresa, representando a mulher inacessível e idealizada, encontram na morte a plenitude do amor
idealizado, nesta novela da segunda fase romântica da literatura portuguesa.
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