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São Paulo-
SP:Scipione. 2013.
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que se orienta nos costumes e hábitos do dia a dia, partilhados pelos
membros da comunidade.
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Já a ética, para os antigos gregos, é diferente da moral, pois diz res-
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TheoSzc peito às ações refletidas, nas quais se pensa e sobre as quais se decide
if/ de acordo com o temperamento, com o caráter de quem as executa.
Para viver eticamente, é preciso se conhecer, pensar naquilo que se faz,
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praticando a máxima de Sócrates: “Uma vida que não merece ser pen-
sada não merece ser vivida" - o que consiste, portanto, no oposto de
agir de acordo com a moral.
Além dessas distinções, frutos de profundos debates e questiona-
mentos filosóficos históricos, outros questionamentos foram levantados
dentro do campo da ética. Um deles, inspirado nas reflexões de Sócra-
tes, indaga o seguinte: quando agimos eticamente, o que buscamos? Em
outras palavras: existe um fim para as ações éticas? Se sim, qual é?
Na tentativa de responder a essas questões, alguns filósofos disse-
ram que uma vida ética consiste em procurar a felicidade; outros afir-
maram que ela consiste em agir de acordo com o dever. Vejamos, então,
quem são eles e como argumentaram.
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genca Não nascemos virtuosos ou
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viciosos por natureza. Adqui-
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rimos as virtudes éticas por
meio de uma prática de vida,
de exercícios contínuos; a ta-
refa da ética consiste em tor-
nar essas práticas um hábito.
Se é ruim agir apenas por
hábito, isto é, irrefletidamen-
te, transformar o agir de for-
ma reflexiva em um hábito é
uma importante tarefa ética.
Tornamo-nos virtuosos quan-
do buscamos agir sempre de
modo racional e equilibrado,
sem cairmos no excesso ou
na falta. Agir de modo exces-
sivo é um vício, assim como
agir pouco ou deixar de agir.
Mas, se a ética é uma ciência prática, uma ciência da ação humana,
então qual é o objetivo dessa ação? Essa pergunta é respondida em uma
ÉTICA A NICÔMACO das principais obras de Aristóteles sobre o tema: Ética a Nicômaco.
São atribuídos a Aristóteles três livros
Nela, o filósofo começa afirmando que todas as atividades humanas
que tratam de temas relacionados à éti- tendem a um bem; logo, a questão é saber qual é o “supremo bem",
ca, sendo Ética a Nicômaco o mais com- aquele que está acima de todos os outros e do qual todos derivam. E sua
pleto. Não se sabe ao certo a razão de resposta é que, na vida humana, o supremo bem é a felicidade.
seu título. Especula-se que seja uma
homenagem ao pai ou a um filho de
Aristóteles, ambos chamados Nicôma- A felicidade como supremo bem
co. Os estudiosos concordam que é
Vivemos para ser felizes e para bem agir, segundo Aristóteles. A
uma obra da maturidade, que desen-
volve e aprofunda uma série de temas questão consiste então em saber o que é a felicidade. Muitas pessoas
que aparecem em seus outros livros so- consideram que ela seja algo simples e óbvio, como o prazer, a ri-
bre ética. Ética a Eudemo e Magna Mo- queza ou a honra. Mas será isso mesmo? Os sábios também pensa-
ralia são as duas outras obras, que al- riam assim?
guns pesquisadores afirmam não terem
Para Aristóteles, não há uma resposta única. Ele afirma que existem
sido escritas por Aristóteles, e sim por
seus alunos, com base em aulas lecio- pelo menos quatro ideias diferentes de felicidade, que correspondem a
nadas pelo filósofo. três tipos de vida.
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Quando estava ganhando vinte mil dólares por ano, achei que
era capaz de ganhar cem mil. Quando já ganhava cem mil por
ano, achei que poderia ganhar duzentos mil. Quando estava
ganhando um milhão de dólares por ano, achei que poderia
ganhar três milhões. Havia sempre alguém num degrau mais alto
que o meu, e eu não conseguia parar de pensar: será que ele é
realmente duas vezes melhor do que eu?
Palavras do banqueiro norte-americano Dennis Levine, citadas em: Nado
FukudaAgenc
Esaon
SINGER, Peter. Ética prática. São Paulo: Martins Fontes, 1998. p. 351.