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O que você

precisa saber
sobre investir
em small caps

Cristiane
Junho de 2020 Fensterseifer
Olá, tudo bem?

Este e-book é parte integrante da semana de aulas


gratuitas sobre small caps que eu estou entregando
para você.

Ele é o complemento, por escrito, da aula em vídeo


“Small Caps: o que são, onde estão e como se multi-
plicam?”.

Aqui eu vou explicar o que são as small caps para que


você entenda de uma vez por todas este termo e o
porquê é interessante investir nelas.

Desde que eu comecei a explorar esse mercado, lá com


18 anos, eu sempre gostei de estudar, especialmente,
as small caps. Isso porque algumas dessas empresas
têm um potencial de valorização exponencial.

Isso se deve ao fato de que, como são empresas me-


nores, se a estratégia empresarial der certo e o mer-
cado ajudar, elas podem se multiplicar algumas vezes
de tamanho.

02.
É muito fácil compreender isso, afinal toda empresa
grande já foi uma empresa pequena um dia. Então,
quando uma empresa é pequena, se tudo der certo,
ela crescerá, crescerá, crescerá, até virar uma em-
presa grande. É o que ocorreu com cases de suces-
so que todo mundo lembra, como a famosa Microsoft
que, dizem, “nasceu numa garagem”, ou seja, come-
çou realmente muito pequena.

Por outro lado, você consegue imaginar empresas gi-


gantes como a Petrobras, a Vale ou o Itaú quintupli-
carem de tamanho? É mais difícil, pois como elas já
são gigantes e maduras nos seus setores e participa-
ção de mercado, tendem a ter um crescimento mais
moderado.

Por isso as small caps são


tão interessantes para mim…

Deixe-me mostrar a valorização impressionante que


algumas das small caps da nossa Bolsa tiveram nos
últimos anos. O gráfico abaixo mostra como o Índice
Small Caps subiu muito mais do que o Ibovespa em
10 anos. Enquanto o primeiro subiu 71% no período, o
segundo, que mede a Bolsa como um todo, subiu 45%.

03.
Fonte: Investing, Spiti

Quero mostrar também que, além de o Índice Small


Caps ter subido mais que a Ibovespa no período, al-
gumas empresas small caps tiveram uma valoriza-
ção incrível, como aconteceu com a famosa varejista
Magazine Luiza (MGLU3). O gráfico mostra que, nos
últimos 10 anos, as ações do Magazine Luiza subi-
ram mais de 3.000%.

04.
Fonte: Investing, Spiti

Quando a gente estuda a Bolsa, não é recomendável


se prender apenas aos casos de sucesso, pois tam-
bém é verdade que muitas empresas tiveram quedas
expressivas, sendo que algumas até mesmo quebra-
ram. Porém, para quem acha que só o Magazine Lui-
za se valorizou muito, vou mostrar outras small caps
que subiram de forma vigorosa nos últimos anos,
apresentando altas muito maiores que o Índice Small
Caps e o Ibovespa.

No próximo gráfico, veja o retorno de algumas outras


small caps que obtiveram um desempenho excepcio-
nal nos últimos 10 anos na Bolsa de Valores. Você pode
reparar que a Unipar subiu 945%, a Locamerica subiu
675%, a Sinqia subiu 643%, e a SLC subiu 314%.

05.
Fonte: Investing, Spiti

É importante perceber que estas altas todas ocorre-


ram até o fechamento do dia 7/6/2020, ou seja, con-
siderando a queda expressiva que o mercado acio-
nário sofreu devido à crise econômica decorrente do
novo coronavírus, sendo que boa parte das ações já
teve uma forte recuperação.

E, por último, o gráfico a seguir mostra as mesmas


empresas citadas anteriormente, mas em um hori-
zonte de tempo menor – em um período de um ano
–, mostrando que, enquanto algumas empresas ti-
veram queda de 26% nesse ínterim, como a Unipar,
outras apresentaram forte alta, de mais de 100%,
como a Sinqia.

06.
Fonte: Investing, Spiti

Com isso, eu gostaria de ressaltar duas informações


importantíssimas para você que me lê:

A importância do longo prazo, pois, como você


pode verificar, empresas que têm forte valori-
zação em três, cinco e até dez anos podem ter
prejuízo em um ano; e

A importância da diversificação. Enquanto al-


gumas empresas podem sofrer quedas brus-
cas, outras podem apresentar fortes altas.
Então, é fundamental possuir uma carteira di-
versificada para mitigar os riscos.

07.
Por fim, deixo vocês com este gráfico, que mostra os
impactos de certos acontecimentos na Bolsa (e que
provocaram quedas fortes). Ainda que as crises sejam
mais comuns do que pensamos, historicamente a ten-
dência da nossa Bolsa tem sido de alta. Mais uma vez,
isso mostra a importância de se investir em ações com
foco no longo prazo, para que você não seja surpreen-
dido ou surpreendida por uma crise na hora que preci-
sar usar os recursos e resgatar suas ações em queda.

Fonte: Bloomberg, Spiti

08.
Valor de mercado, liquidez,
free float e blue chips:
tecla SAP no economês
Antes de continuar, eu acho muito importante que
você entenda alguns conceitos básicos para compre-
ender o que são as small caps. Se você já domina es-
ses conceitos, pode pular para as próximas seções.
Mas, se quiser entendê-los melhor, recomendo que
siga a leitura.

Acho importante explicar melhor alguns termos caso


ainda não os conheça, para que você tenha um comple-
to entendimento da mensagem que quero passar aqui.

O que é valor de mercado?

Trata-se do resultado da quantidade de ações de


uma empresa multiplicado pelo preço (cotação) de
suas ações. Resultante dessa multiplicação, o valor
de mercado significa o valor que o mercado (conjunto
de negociadores de ações) entende que é o que vale
aquela empresa naquele dia, hora e minuto.

09.
Por exemplo: no dia 28 de maio de 2020, enquan-
to escrevo para você, cada ação da C&A, varejista de
moda bastante conhecida e que negocia com o códi-
go CEAB3 na Bolsa, está negociando a R$ 9,20.

Como a empresa possui 308 milhões de ações, seu


valor de mercado no dia 28 de maio é de R$ 2,8 bi-
lhões (resultado da multiplicação de 308 milhões de
ações vezes a cotação de cada ação na data, ou seja,
R$ 9,20).

Como interpretar isso?

O mercado, isto é, o conjunto de todos os investido-


res que compram e vendem ações na Bolsa de Valo-
res, que compreende fundos de investimento, inves-
tidores pessoa física como eu e você, estrangeiros,
entende que a empresa C&A vale hoje R$ 2,8 bilhões.
Hipoteticamente, caso você fosse muito rico ou rica e
quisesse comprar a empresa inteira hoje, em Bolsa, o
mercado estaria dizendo para você que esse é o pre-
ço da “mercadoria”, ou seja, da empresa.

Outro conceito muito importante quando falamos de


small caps é a liquidez.

10.
Você vai ouvir muito que a liquidez das small caps é
menor e talvez você pense, “mas que raios é isso, a
empresa é líquida ou sólida?”. É normal ficar confuso
ou confusa com tantos termos estranhos do mercado
financeiro. Mas, calma, que eu vou explicar para você.

A liquidez nada mais é do que a quantidade de ações


que uma empresa possui no mercado – e, conse-
quentemente, o volume financeiro de ações que ela
negocia todos os dias.

Há alguns fatores que


influenciam na liquidez de uma empresa.

Algumas vezes, ela possui uma menor quantidade de


ações em negociação em Bolsa, pois o percentual de
ações que não está com os donos controladores des-
sa empresa ou com fundos de investimento com par-
ticipação relevante na empresa é menor. Esse é o cha-
mado free float, ou seja, aquelas ações que, de fato,
estão trocando de mãos mais frequentemente entre
diferentes acionistas. Quando a ação possui um free
float menor, quando tem menos ações negociando to-
dos os dias no mercado, ela tem uma menor liquidez.

11.
Em outras situações, a empresa em questão é real-
mente muito menor em tamanho, com um valor de
mercado pequeno relativamente a outras blue chips
(nome dado às empresas grandes do mercado). Por
ser de menor porte, seu volume financeiro negociado
é menor, e sua liquidez, portanto, é baixa para alguns
investidores de maior porte, como grandes fundos de
investimento.

Afinal, o que são


as small caps?
Antes de falar especificamente de determinada em-
presa, vou explicar para você também o que são as
small caps, essas empresas que, dependendo do seu
sucesso, podem se multiplicar muitas vezes de tama-
nho por ainda serem ainda empresas menores quan-
do comparadas às gigantes da Bolsa.

Gosto de repetir sempre:

Toda empresa grande


já foi uma empresa pequena!

12.
As chamadas small caps são empresas, em geral, de
menor tamanho – isso pode ser medido pelo valor de
mercado ou pelos resultados – e com liquidez redu-
zida quando as comparamos com empresas grandes
e já consolidadas nos seus mercados de atuação, que
já têm valores de mercado e liquidez muito maiores.

Não há uma regra específica de quais empresas po-


dem ser consideradas small caps, então eu utilizo
como parâmetro para meu universo de escolha des-
ta série todas aquelas empresas que estão no índice
referência de small caps da B3 (a Bolsa brasileira), o
SMLL11, que serve de benchmark para investimen-
tos nesse tipo de empresas. Mas também considero,
no meu universo de análise, todas aquelas empresas
que estão com valor de mercado menor do que as que
compõem esse índice.

O Índice Small Caps deixa muitas empresas pequenas


de fora devido aos seus critérios de escolha, que con-
sideram valor de mercado e negociabilidade. A grande
maioria daquelas pequenas companhias que não en-
tra no índice são chamadas de microcaps, por serem
ainda menores. Aqui, eu também vou considerar es-
sas microcaps como possibilidades de investimento!

13.
As empresas menores, muitas vezes, são uma ótima
opção para os pequenos investidores, que não têm
restrições de liquidez, pois podem ser empresas que,
por ainda serem pequenas na comparação com as gi-
gantes da Bolsa, como Petrobras e Vale, podem do-
brar, triplicar ou até quintuplicar seu tamanho. Eis a
grande oportunidade!

Porém, nem toda pequena empresa se tornará uma


grande empresa, e é aí que entra o meu trabalho
como analista de investimentos CNPI, que consiste
em procurar identificar quais daquelas pequenas se
tornarão grandes um dia, propiciando um bom retor-
no para seus investidores.

Aproveito para explicar para você aqui o que é o CNPI


– Certificado Nacional do Profissional de Investimen-
tos – e a importância dele. Segundo a CVM (Comissão
de Valores Mobiliários), por meio da Apimec (Asso-
ciação Nacional dos Profissionais de Investimentos
e Mercado de Capitais), apenas os profissionais com
esse certificado podem indicar investimentos como
por exemplo a compra e a venda de ações. Então,
preste sempre atenção nisso, pois os profissionais
com esse certificado estudaram muitos anos, fizeram
faculdades específicas e passaram em provas difíceis
para garantir a qualidade do trabalho que fazem.

14.
PEQUENAS NOTÁVEIS:
UM EXEMPLO PRÁTICO!

Para fazer um paralelo e prover um exemplo prático


para você que está lendo, temos alguns bancos
pequenos na Bolsa que podem ser considerados
small caps, tal como o Banco Inter (BIDI11), cujo
valor de mercado atualmente é de aproximadamente
R$ 8 bilhões, e outros bancos grandes como o Itaú
Unibanco (ITUB4), cujo valor de mercado atualmente
é de R$ 228 bilhões.

Pelo valor de mercado, já podemos ver a diferença


de porte das duas empresas, certo?! Se analisarmos
o volume negociado em Bolsa, por exemplo, o Itaú
chega a negociar mais de R$ 1 bilhão ao dia, enquan-
to o Banco Inter negocia cerca de R$ 8 milhões. Se
analisarmos os lucros, veremos que o do Itaú está na
casa de R$ 22 bilhões ao ano, enquanto o Inter teve
lucro de R$ 60 milhões em um ano.

Enfim, essas métricas não nos respondem qual das


duas empresas é o melhor investimento, mas facil-
mente nos informa a diferença de porte delas.

15.
Agora, quando analisamos um dado sobre o cresci-
mento dos negócios, ele mostra o que em geral ocorre
com muitas small caps, por serem empresas que po-
dem estar em elevado crescimento dos seus negócios.

O número de clientes do Banco Inter subiu mais de


100% no comparativo entre anos, enquanto o núme-
ro de novos clientes do Itaú cresceu muito menos
que isso, obviamente, pois sua participação de mer-
cado já é alta e suas operações, bem consolidadas no
mercado.

Deu pra entender o que é uma


small cap com essa comparação?

Investir em small caps é uma estratégia muito boa


para acrescentar mais potencial a uma carteira de
investimentos, uma vez que muitos estudos já de-
monstraram que, historicamente, essas empresas
possuem um retorno superior ao das empresas já
consolidadas no mercado.

É claro que as menores também possuem uma vo-


latilidade muitas vezes mais alta e um componente
adicional de risco, pelo fato de, às vezes, estarem ga-
nhando seu espaço no mercado – ou por terem uma

16.
história mais recente. Então, o investimento deve ser
bem avaliado e fundamentado, sempre considerando
um horizonte de longo prazo para que possa passar
por crises, como a que estamos vivendo agora, sem
ter de vender as ações em meio a uma queda das
suas cotações.

Por que investir


em small caps?

RAZÕES PARA INVESTIR EM SMALL CAPS!

É nos pequenos frascos que


estão os melhores perfumes…
...

17.
Aqui eu enumero para você alguns dos principais di-
ferenciais e alguns dos motivos pelos quais eu acre-
dito que é válido investir em small caps. Além disso,
também mostro as diferenças entre investir nessas
empresas menores e investir nas grandes.

As small caps podem crescer muito mais que


as ações de grandes empresas. Toda grande
empresa já foi uma pequena empresa, que cres-
ceu muito. Mas hoje, já grandes, a Petrobras e a
Vale não têm muito espaço para dobrar de ta-
manho. Já as pequenas podem dobrar, triplicar,
quintuplicar de tamanho, pois ainda possuem
um grande mercado para capturar.

A liquidez menor é uma desvantagem para os


tubarões, mas uma vantagem para as sardi-
nhas! As small caps possuem menor liquidez;
isso é uma desvantagem para os grandes fun-
dos, que não conseguem comprá-las, e uma
grande oportunidade para os pequenos inves-
tidores, pessoa física, que não têm essa limita-
ção de liquidez na carteira.

18.
Você não precisa comprar a empresa inteira para
ganhar com ela! Grandes fundos não conseguem
comprar muitas micro caps, pois um fundo de R$
2 bilhões de patrimônio, por exemplo, teria que
comprar quase toda a empresa pequena, com va-
lor de mercado de R$ 300 milhões, para atingir
um percentual de participação que faça diferença
na sua rentabilidade. No caso de ter de comprar
ou vender esta participação, é difícil a execução
pelos fundos deste movimento em um prazo cur-
to ou que não afete o preço das ações pela pres-
são compradora ou vendedora nas ações, e isso
nos leva ao próximo ponto:

O poder está nas suas mãos! Em um fundo de


small caps, você não consegue acompanhar
diariamente as movimentações que o gestor
está fazendo e discordar de uma ou outra par-
ticipação da sua carteira, pois você investe na-
quele “condomínio” que é o fundo, aceitando a
carteira e as condições de investimento, prazo
e resgate. Mas quando você investe diretamen-
te em small caps, pode escolher as empresas
que gosta mais para investir e pode facilmente
vender ou comprar uma nova empresa quando
assim desejar.

19.
Dinheiro na mão rapidamente. Os fundos de small
caps costumam ter prazos para resgate bastante
longos: às vezes, demoram mais de 3 meses para
pagar o resgate, pois os fundos necessitam de tem-
po para se desfazerem de posições em empresas
que possuem menor liquidez (no caso de solici-
tação de resgates, por exemplo), uma vez que a
negociação diária de várias small caps é bastante
limitada. Para um fundo, que movimenta milhões,
uma negociação de um valor financeiro diário me-
nor na Bolsa pelas small caps pode ser um proble-
ma para vender ou comprar uma posição. Porém,
para um investidor pessoa física dificilmente será,
pois, as quantias negociadas em geral são bem
menores. Você muito provavelmente conseguirá
resgatar seus recursos em menos de uma sema-
na caso queira vender suas ações.

Não pagar taxa de administração: por causa do


trabalho delicado e difícil que é escolher small
caps, que exige muito estudo e dedicação, os
fundos small caps, costumam ter taxas de ad-
ministração maiores. Ao comprar e vender dire-
tamente, você não paga a taxa de administração
dos fundos. E, se somarmos a taxa de adminis-
tração no longo prazo, pode fazer bastante dife-
rença no resultado final.

20.
Vantagem tributária: quando você investe em
fundos de small caps, sempre terá que pagar
o Imposto de Renda no resgate do fundo. Mas
quando investe diretamente nas ações small
caps, você tem a vantagem tributária de não pa-
gar o IR sobre o seu lucro se vender até R$ 20
mil por mês (desde que não seja um day trade).
Isso pode fazer muita diferença no longo prazo.

Ganho de market share: as empresas small caps


têm mais risco, o que, no mercado financeiro,
muitas vezes significa mais retorno. Por serem
empresas menores, que estão expandindo e tes-
tando seu espaço no mercado, elas apresentam
um risco maior de seus negócios serem bem ou
malsucedidos do que as grandes, que já estão
estabelecidas. Isso faz com que as valorizações,
quando elas dão certo, sejam muito maiores
do que as valorizações das empresas grandes.
Pense que uma empresa grande depende que o
mercado dela cresça para ela crescer, enquanto
uma empresa menor pode simplesmente roubar
clientes da concorrência e ganhar participação
de mercado para crescer!

21.
São pepitas escondidas, nem todos conhecem
e estão de olho nelas: enquanto nomes óbvios,
como Petrobras e Vale, são acompanhados por
todos os participantes, grandes fundos, tuba-
rões e analistas de investimentos do mercado,
as empresas pequenas, até por entrarem na li-
mitação de investimento dos fundos, não são
muito acompanhadas pelos analistas. O fato
de não serem tão acompanhadas faz com que
muitas vezes sua precificação em Bolsa não
esteja tão alta. Conseguimos, então, achar em-
presas por múltiplos mais baixos, abrindo mar-
gem para comprá-las mais baratas, antes que
elas estejam “famosas” e caras.

Ciclo virtuoso do crescimento: quando as em-


presas small caps crescem e começam a ter
um porte um pouco maior, fundos maiores co-
meçam a se interessar por elas, pois começam
a ter uma maior liquidez. Nesse momento, as
small caps ganham mais um fôlego de alta: são
mais bem precificadas com novos investidores
grandes comprando suas ações.

22.
O risco de investir
em small caps
É nos pequenos frascos que
estão os melhores perfumes…
e os piores venenos.

As small caps, como já comentamos no início e ao


longo deste texto, são empresas menores e com me-
nor liquidez, ou seja, com volume menor de negocia-
ção em Bolsa. E, em alguns casos, isso acaba levando
a uma maior volatilidade no preço destas ações.

Quando a empresa possui menos ações e volume fi-


nanceiro negociando todos os dias em Bolsa, alguns
eventos específicos que levam a grandes compras
ou a grandes vendas daquela ação refletem de forma
mais marcante nos preços das ações. Eu vou dar al-
guns exemplos hipotéticos a seguir para você enten-
der, de forma prática, o que estou falando.

23.
Se eu, como analista de investimentos, recomendas-
se a todos que estão me acompanhando nesta jor-
nada de investimentos que comprassem as ações da
Petrobras, ressaltando os motivos para a minha re-
comendação, e todos concordassem com a recomen-
dação e efetivamente comprassem as ações, é muito
provável que o preço delas em Bolsa não fosse muito
impactado com a recomendação.

O preço não deveria ser impactado, pois a Petrobras


é uma empresa muito grande, com muitas ações ne-
gociadas em Bolsa e um volume financeiro enorme,
de muitos bilhões negociados por dia, por diversos
investidores ao redor do globo, e o percentual das
compras de quem seguiu a recomendação seria mui-
to pequeno frente a todos os relatórios e decisões e
negociações de compra e de venda que a Petrobras
movimenta em um dia de negociação.

Isso significa que a liquidez das ações


da Petrobras é enorme.

Nem sempre isso se verifica com empresas peque-


nas e com menor liquidez. Como as small caps e mi-
crocaps muitas vezes possuem um baixo valor ne-
gociado em mercado, às vezes na casa dos milhares,

24.
e não milhões ou bilhões, uma recomendação de
compra ou de venda das suas ações, quando reali-
zada por um analista e efetivamente executada por
muitos investidores, pode causar uma maior volati-
lidade e movimentação – de queda ou de alta – nas
respectivas ações.

O risco de maior volatilidade


é um dos riscos das small caps.

Outro risco é o relativo às operações das empresas.


Como algumas vezes as small caps são empresas
menores por serem mais jovens, que ainda estão to-
mando corpo e se consolidando no seu mercado de
atuação, é comum que sofram mais influência de con-
correntes, por exemplo, ou de outros acontecimentos
que podem modificar o rumo dos seus negócios, para
o bem, mas também para o mal.

25.
Como se proteger dos
riscos das small caps

NUNCA PONHA SEUS OVOS NUMA CESTA SÓ.


DIVERSIFIQUE!

Quando falamos de investimentos, dos menos aos


mais arriscados (ou voláteis) – renda fixa, imóveis,
ações, criptomoedas etc. –, é sempre importante não
alocar todos os seus recursos em apenas um deles.

Se você coloca muito dinheiro somente no menos


arriscado, está correndo muito risco de ganhar
pouco e de deixar boas oportunidades passarem.

Se você coloca muito dinheiro somente no mais


arriscado, está correndo muito risco de perder
dinheiro, caso aquele investimento dê errado.

26.
O equilíbrio é importantíssimo em uma carteira de
investimentos. A ideia é otimizar o seu retorno, mas
também conseguir dormir tranquilamente à noite.

Ok, você já entendeu que diversificar seus investimen-


tos em vários tipos de ativos é "A" regra, certo? Dito
isso, agora vou falar especificamente sobre as ações.

A importância da diversificação é especialmente im-


portante quando falamos sobre small caps.

Para exemplificar, eu vou abordar neste ponto a questão


de venture capital, ou capital de risco, em português,
que é uma modalidade de investimentos alternativos
por meio da compra de uma participação acionária,
com objetivo de ter as ações valorizadas para venda
posterior – isso em empresas fora da Bolsa de Valores.

Quando investidores em venture capital investem em


empresas que têm grande potencial (muitas vezes
companhias pequenas e nascentes, ainda nem lista-
das em Bolsa), é comum que eles analisem mais de
1.000 empresas para selecionar apenas 10 investi-
mentos. E o que acontece com elas? Uma delas pode
se tornar o “próximo Google”, enquanto outras não
vão crescer tanto e outras poderão até desaparecer.

27.
Isso é completamente normal e esperado neste ramo
de investimentos de venture capital, porém vale res-
saltar: aquela empresa que dá certo por vezes paga
todas as outras e ainda dá um retorno acima do mer-
cado na carteira diversificada.

Esse exemplo de venture capital mostra a importân-


cia da diversificação nas small caps: se você investir
em apenas uma empresa e esta não for bem-sucedi-
da, você pode perder muito dinheiro. No entanto, a
empresa que é um sucesso pode crescer e multipli-
car muitas e muitas vezes, mais do que compensan-
do a perda de outra companhia que não teve sucesso.

Da mesma forma, investir em small caps é uma ex-


celente opção para rentabilizar seus investimentos,
desde que você saiba escolher bem as empresas e
diversificar – estas são as duas tarefas que eu estou
aqui para te ajudar a fazer.

Este é o meu trabalho como analista de investimentos:


escolher as empresas para compor uma carteira bem
diversificada de investimentos que objetivo ter um óti-
mo nível de acertos e proporcione rentabilidade supe-
rior ao do benchmark do mercado no longo prazo.

28.
INVESTIR EM AÇÕES – EM EMPRESAS –
É ALGO PARA O LONGO PRAZO

Assim como quando você vira sócio ou sócia de um ne-


gócio, um restaurante, por exemplo, você não espera
enriquecer no mês seguinte da abertura dele, certo?
Como as ações são pedaços empresas, funciona exa-
tamente da mesma forma! O retorno virá no longo pra-
zo; às vezes, o negócio passará por períodos de dificul-
dade, mas, se for um bom negócio, no longo prazo o
retorno será excelente – se for um bom negócio, claro!

Eu diria que este é outro princípio fundamental:

CONHEÇA BEM AS EMPRESAS


EM QUE VOCÊ ESTÁ INVESTINDO

As ações são um tipo de investimento dito mais ar-


riscado, pois possuem alta volatilidade comparativa-
mente a outros investimentos que não variam tanto.
Os preços das ações não se movimentam de uma
forma contínua, eles caem e sobem conforme o sen-
timento e a atitude dos investidores: se muita gen-
te vende aquela ação, seu preço cai; se muita gente
quer comprar, seu preço sobe.

29.
E o sentimento dos investidores – sua vontade de
comprar ou vender ações – depende de centenas de
variáveis, desde o lucro daquela empresa específica,
até o relacionamento entre os países do mundo, a
economia, a política etc.

Num evento negativo inesperado, como por exemplo


o ataque às Torres Gêmeas, muita gente vendeu suas
ações com medo de que o mundo entrasse em uma
guerra e prejudicasse a economia e as empresas. Na-
quele dia, as ações caíram, para depois voltarem a
subir.

COMPRE NAS QUEDAS

Importante saber que, quando as ações caem, mas a


empresa continua saudável, vendendo e lucrando, é
uma ótima oportunidade de você comprá-las e virar
sócio ou sócia de uma boa empresa boa por preços
mais baixos.

Por terem essa alta volatilidade e seu preço ser in-


fluenciado por muitas variáveis, é recomendável que
só se invista em ações aquele dinheiro de que você
não vai precisar no curto e médio prazos.

30.
Imagine se você precisar usar o dinheiro investido em
ações bem quando elas caíram por causa de algum
evento inesperado? Isso não pode acontecer!

Logo, o percentual correto do seu patrimônio que


você deve investir em ações é algo bastante pessoal,
mas deve ser apenas aquele valor que você não pre-
cisará no médio e longo prazos – eu diria pelo menos
pelos próximos 10 anos ou mais.

Se você investe o dinheiro de que precisará apenas


no longo prazo, na aposentadoria, quando vier uma
crise ou um estresse de mercado, você não precisará
resgatá-lo na queda e terá tempo suficiente para es-
perar as ações se valorizarem novamente.

Faça o famoso “teste do travesseiro”: se você deita


a cabeça nele à noite e se preocupa que seu investi-
mento em ações pode cair, você provavelmente colo-
cou dinheiro demais em ações.

O dinheiro investido nesses papéis deve ser aquele


que, se cair amanhã ou por alguns meses, não tira-
rá seu sono, afinal, você sabe que não precisará dele
tão cedo.

31.
INVISTA EM EMPRESAS QUE TÊM
UMA BOA MARGEM DE SEGURANÇA

Vários investidores, assim como eu, gostam de com-


prar ações de empresas cujo potencial de valorização
medido por suas técnicas de valuation sejam signifi-
cativamente grandes, pois, dessa forma, se alguma
coisa sair errado no seu cenário-base, existe um col-
chão para amortecer quedas no preço justo projeta-
do para aquela ação.

QUAL PERCENTUAL INVESTIR EM AÇÕES?

Minha experiência de anos de mercado diz que pes-


soas sem grande propensão ao risco deveriam colo-
car no máximo 30% de suas economias em ações.
Mas aquelas que não suportam perder dinheiro não
deveriam passar de 5%.

Novamente: o percentual que você vai investir em


ações é muito pessoal.

32.
Por exemplo, é importante você refletir em que fase
de vida você está, se está constituindo patrimônio,
se já tem um e está migrando de imóveis para ações,
por exemplo... Todas essas variáveis que cada um
de nós sabemos.

COMECE INVESTINDO AOS POUCOS. NÃO


ALOQUE TODO O DINHEIRO DE UMA VEZ SÓ!

Se você tem medo ou dúvidas, algo que dever fazer


é começar a investir em ações uma parcela realmen-
te pequena do seu patrimônio em uma carteira de
ações e ir acompanhando como cada uma delas se
movimentam. Quais tiveram queda no mês e porque
caíram, quais delas subiram e porque subiram. As-
sim, você vai entendendo e se acostumando com a
variabilidade desse tipo de investimento.

Estou aqui para ajudar você a entender as empresas,


suas características, suas variações no mercado, e
indicar quais são boas ações para você investir.

Conforme o tempo vai passando, você vai aportando


mais recursos e torna o investimento um hábito mensal.

33.
NÃO TENTE ACERTAR O MOMENTO (TIMING).
FAÇA DO INVESTIMENTO UM HÁBITO CONTÍNUO!

Muito se questiona sobre o momento certo para se in-


vestir. “A Bolsa subiu demais, ainda é hora de comprar?”

A verdade, sinto informar, é que ninguém sabe quan-


do virá uma crise que pode fazer as ações caírem mui-
to, ou se a Bolsa vai subir mais 50% no próximo ano.
E, quem falar que sabe, está mentindo!

Por isso, vou insistir: o importante é investir focando


na qualidade das empresas e de seus negócios. Pen-
sando dessa forma, se a Bolsa cair, você tem uma bela
oportunidade de comprar ótimos negócios a um pre-
ço baixo. Você vai ficar feliz em vez de se desesperar
e pensar que “está perdendo dinheiro”.

Uma maneira muito adequada para fugir dessa dúvi-


da com relação ao timing para investir é fazer aportes
contínuos, ou seja, em vez de colocar todo o seu di-
nheiro de uma vez só, vá investindo aos poucos. As-
sim, você escapa de ter investido em um momento
ruim antes de vir uma crise, por exemplo. Mas tam-
bém não fica totalmente de fora de um ciclo de alta na
Bolsa de Valores.

34.
Nó próximo e-book, vou ensinar você a fazer um filtro
de ações para escolher small caps e mostrar que exis-
tem oportunidades interessantes de investimento mes-
mo na crise!

Grande abraço,
Cris Fensterseifer

Cristiane Fensterseifer é analista de ações da Spiti. Analista de


investimentos há mais de 15 anos, é formada em Administração
de Empresas e Contabilidade pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Trabalhou em bancos de investimentos e correto-
ras de valores desde os 19 anos. Hoje, tem como missão permitir
que todos consigam investir de forma inteligente e conquistem
uma melhor qualidade de vida futura com isso. E, claro, também
mostrar que investir em ações pode ser muito simples, por isso
quer desmistificar risco e medo em relação ao mercado que tan-
to existe por aí.

35.
PALAVRA-CHAVE

36.
Antes de encerrar,
queria falar um pouco da Spiti.

Sou a Luciana Seabra, CEO da Spiti, e misturei duas


formações, em Comunicação e Economia, com o pro-
pósito de ajudar pessoas comuns a investir melhor.
Sou analista CNPI e planejadora certificada CFP®.

Reuni 25 pessoas em torno do mesmo propósito para


construir juntas, começando em setembro de 2019,
uma casa de análise regulada pela Comissão de Va-
lores Mobiliários (CVM), cujo objetivo é fazer reco-
mendações de investimentos com alto potencial de
acerto para você, na sua língua, seja você quem for.
O nome dela é Spiti, casa em grego – porque inves-
timento não é nada de outro mundo, mas, sim, algo
que se discute de forma cotidiana, caseira, próxima.

Uma condição é decisiva para nós: eu e minha equipe


temos independência total para recomendar apenas
os produtos em que acreditamos, seja qual for a ges-
tora ou corretora. Você vai ver essa independência ao
acompanhar nosso trabalho.

37.
É isso que fazemos aqui na Spiti. Ao receber este nosso
presente, você passa a fazer parte do grupo seleto de
pessoas que têm acesso a orientações de investimento
de alto nível e em bom português.

Somos independentes porque quem paga pelo meu


trabalho e de minha equipe é quem assina nossas pu-
blicações. Jamais somos comissionados pelos produ-
tos que recomendamos.

Você não pagou nada por este conteúdo – ele é uma


amostra grátis para você conhecer nosso trabalho. E
também não vai pagar nada pelas newsletters que vai
no seu e-mail a partir de hoje. Queremos que você co-
nheça de perto o nosso trabalho e decida se quer assi-
nar nossa série de relatórios mais à frente.

Até mais!

Luciana Seabra
e equipe

38.
Disclaimer. Este relatório de análise foi elaborado pela Spiti Análise Ltda. ("Spiti Análise" ou "Spiti") de acordo com
todas as exigências previstas na Instrução CVM nº 598, de 3 de maio de 2018, tem como objetivo fornecer informações
que possam auxiliar o investidor a tomar sua própria decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta
ou solicitação de compra e/ou venda de qualquer produto. As informações contidas neste relatório são consideradas
válidas na data de sua divulgação e foram obtidas de fontes públicas. A Spiti Análise não se responsabiliza por qualquer
decisão tomada pelos assinantes com base no presente relatório. O(s) signatário(s) deste relatório declara(m) que as
recomendações refletem única e exclusivamente suas análises e opiniões pessoais, que foram produzidas de forma
independente, inclusive em relação à Spiti Análise e que estão sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência
de alterações nas condições de mercado. O analista responsável pelo conteúdo deste relatório e pelo cumprimento da
Instrução CVM nº 598/18 está indicado acima, sendo que, caso constem a indicação de mais um analista no relatório,
o responsável será o primeiro analista credenciado a ser mencionado no relatório. Os analistas da Spiti Análise estão
obrigados ao cumprimento de todas as regras previstas no Código de Conduta da APIMEC para o Analista de Valores
Mobiliários e na Política de Conduta dos Analistas de Valores Mobiliários da Spiti Análise. Os produtos apresentados
neste relatório podem não ser adequados para todos os tipos de investidor. Antes de qualquer decisão, os assinantes
deverão realizar o processo de suitability e confirmar se os produtos apresentados são indicados para o seu perfil de
investidor. Este material não sugere qualquer alteração de carteira, mas somente orientação sobre produtos adequados
a determinado perfil de investidor. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço ou
valor pode aumentar ou diminuir num curto espaço de tempo. Os desempenhos anteriores não são necessariamente
indicativos de resultados futuros. As informações presentes neste material são baseadas em simulações e os
resultados reais poderão ser significativamente diferentes. Este relatório é destinado à circulação exclusiva para a rede
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