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28/08/2020 Lucrécio – Wikipédia, a enciclopédia livre

Lucrécio
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Tito Lucrécio Caro (em latim: Titus Lucretius Carus; ca. 94 a.C. – ca. 50 a.C.) foi um poeta e
filósofo romano que viveu no século I a.C..

Índice Lucrécio

Biografia
Ideias
Tradução
Referências
Ligações externas

Biografia
Nasceu ca. 99 a.C. e viveu 44 anos.[1]

É provável que tenha nascido em Roma, onde foi


educado. Sua fama decorre do poema De rerum
natura (Sobre a natureza das coisas), onde expõe a Nome Tito Lucrécio Caro
filosofia de Epicuro de Samos. Para Lucrécio, o completo
epicurismo era a chave que poderia desvendar os Data de 99 a.C.
segredos do universo e garantir a felicidade humana. nascimento:
Tão entusiasmado ficou que se propôs a tarefa de Local: Não disponível
libertar os romanos do domínio religioso através do Morte 55 a.C.
conhecimento da filosofia epicurista.
Trabalhos De rerum natura
notáveis
Segundo o autor patrístico Jerônimo, Lucrécio
matou-se aos 44 anos de idade e seu poema foi Influências: Epicuro, Demócrito
escrito em intervalos de ataques de loucura.[1] A Influenciados: Erasmo, Maquiavel, Giordano
bem da verdade, as "circunstâncias da vida e da Bruno, Montaigne, Gassendi,
Spinoza, Rousseau, Voltaire,
morte de Lucrécio são desconhecidas. A habitual Hume, Bentham, Schelling, Mill,
informação de que ele se suicidou em razão de crises Marx, Schopenhauer, Nietzsche,
de loucura, acrescidas de perturbações amorosas, Virginia Woolf, Bergson, Freud.
não é plenamente confiável. Só há um registro nesse
sentido, transmitido por São Jerônimo, que, em seu tempo, foi um grande opositor de Epicuro e do
epicurismo”.[2] "Assim como Tertuliano, um dos primeiros Padres da Igreja, inventou a história de
que o materialista Demócrito teria furado os próprios olhos por não suportar o desejo sexual
despertado pela visão de jovens mulheres, assim também são Jerônimo inventou que Lucrécio teria
bebido um filtro de amor, enlouquecido e escrito seu poema nos intervalos de lucidez, terminando
por se suicidar. O mínimo que um leitor atento do Sobre a Natureza das Coisas (De Rerum Natura)
pode afirmar é que essa obra jamais poderia ter sido escrita em 'intervalos de lucidez!".[3] Seus vários
livros foram editados por Cícero.[1]

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O autor simbolista francês Marcel Schwob escreveu uma biografia ficcional sobre Lucrécio baseado
nas poucas linhas registradas por Jerônimo.

Ideias
Lucrécio apresenta uma singular síntese de epicurismo e materialismo atomista. Sua obra antecede
muitos conceitos da física moderna, também da psicologia contemporânea, enfim, do pensamento
científico hoje aceito. Para o autor, o mundo era guiado pela fortuna, não por propósitos divinos.[4]

Para Lucrécio, a alma é mortal. Após o decesso, resta um simulacro (simulacrum), os fantasmas que
assombram os vivos. Deste modo, ele resgata a ideia epicurista de eidolon, termo grego. Segundo
Virgílio, Lucrécio afirma que o medo da morte criou o mito da imortalidade da alma.[5]

Em De rerum natura Lucrécio apresenta a teoria de que a luz visível seria composta de pequenas
partículas. Teoria incompleta, apesar de bastante consistente, é uma espécie de visão antiga da atual
teoria dos fótons. Também neste poema, Lucrécio sustenta a ideia da existência de criaturas vivas
que, apesar de invisíveis, teriam a capacidade de causar doenças. Esta ideia representa na realidade a
base da microbiologia.

Além de fonte preciosa para o conhecimento do epicurismo, o poema de Lucrécio tem grande
importância literária e seus versos consagram o autor como um dos maiores poetas latinos.

Tradução
Seu livro De rerum natura foi completamente traduzido para o português
pelo latinista Agostinho da Silva, e publicado no volume V da coleção Os
Pensadores da editora Abril Cultural.

Em 2015 foi publicada uma tradução completa do latim por Luís Manuel
Gaspar Cerqueira, Lucrécio, Da Natureza das coisas, Relógio d' Água, com
texto bilíngue.

Referências
1. Jerônimo de Estridão, Chronicon, 3o ano da 171a olimpíada
2. SPINELLI, Miguel. "O devotamento de Lucrécio a Epicuro e ao
epicurismo". In Os Caminhos de Epicuro. São Paulo: Loyola, 2009, De rerum natura, cópia
p. 215ss de 1483, por Girolamo di
3. (CHAUÍ, M. Introdução à História da Filosofia. Ed. Compahia das Matteo de Tauris para o
Letras, p. 253. Papa Sisto IV
4. De rerum natura 5.107 (fortuna gubernans, "guiding chance" or
"fortune at the helm"): veja também Monica R. Gale, Myth and Poetry
in Lucretius (Cambridge University Press, 1994, 1996 reprint), pp. 213, 223–224 online and
Lucretius (Oxford University Press, 2007), p. 238
5. VIRGÍLIO. Geórgicas, livro II.

Ligações externas
De rerum natura (http://www.thelatinlibrary.com/lucretius.html) , em The Latin Library
De rerum natura (http://www.intratext.com/Catalogo/Autori/AUT238.HTM) - textos com
concordâncias e lista de frequência

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Lucrécio e A Natureza das Coisas (http://ensaiosenotas.wordpress.com/2016/07/04/lucrecio-e-a-


natureza-das-coisas) - Biografia fictícia de Marcel Schwob

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