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Lixo Extraordinário é um documentário de 2010 idealizado pelo produtor inglês Angus Aynsley e

assumido por quatro diretores: Lucy Walker, João Jardim, Karen Harley e Lucy Walker. A ideia inicial era
contar sobre a vida do artista plástico brasileiro Vik Muniz, um dos mais reconhecidos artistas
brasileiros no exterior, porém optou-se por contar a história dos catadores de lixo do aterro de
Gramacho. Nesse documentário, um dos elementos principais é o lixo. Vamos, então, refletir sobre ele:

Parte A: Antes do documentário


1 – Observando a imagem abaixo extraída do
documentário e mobilizando sua memória,
comente: antes de assistir ao documentário,
o que a palavra “lixo” significava pra você?

2 – Qual era a ideia, o sentido que você tinha antigamente de catadores de lixo? Levante algumas
características que, para você, se encaixariam antigamente na imagem de catador de lixo.
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Parte B: Durante e após o documentário


3 – Muita gente tem uma visão superficial, equivocada sobre catadores de lixo, considerando-os
inferiores a outros trabalhadores na sociedade. Reflita sobre a imagem e a fala da catadora Magna
abaixo. E responda:
a) Pela imagem e fala da catadora de lixo Magna, que postura você identifica na catadora? De
inferioridade ou de dignidade? Você concorda com essa postura? Comente sua resposta, tendo em
vista o que você observou e aprendeu vendo o documentário.
b) Como ela era tratada e como ela se via antigamente? O que mudou na visão dela sobre si mesma e o
que fez ela mudar?
Magna: Cheguei ao ponto de dizer pra uma
senhora: Vem cá, eu tô fedendo? Tá sentindo mau
cheiro? É porque eu estava trabalhando lá no lixão.
É melhor do que se eu tivesse lá em Copacabana
rodando bolsinha. Eu acho que é mais interessante,
mais honesto, mais digno. Tô fedendo, mas
chegando em casa, tomo um banho e fica melhor.
(...)
Magna: “Eu era casada e estou separada. [...] Isso
é maravilhoso. Comecei a me enxergar, sabe. [...]
Nossa, foi muito bom, esse trabalho foi muito bom [...] muito importante. Eu sabia o quanto que eu
fazia [...] a gente trabalhava, claro, junto, mas quando era na minha vez, era sempre menos. Ele achava
sempre que eu tinha que eu tava submissa ele, que eu tinha que ficar, e não é assim que funciona. Foi a
melhor mudança na minha vida. Isso esse trabalho me fez: vontade de mudar.”
4 - Agora, vamos prestar atenção em outro grande personagem dessa história real: Valter dos Santos. Leia
com atenção a fala expressa nos primeiros minutos do documentário e reflita: Qual o sentimento de
Valter dos Santos em relação a si mesmo e em relação aos demais catadores? Você concorda com essa
postura? Comente sua resposta.

Valter: Aqui é Valter dos santos Vik: Exatamente.


Vik: Bom dia. Como é que vai? Eu sou Vik, Vik Valter: Vocês entendam minha linguagem, porque
Muniz. eu não tenho estudo, nem primário, nem
Valter: Pra que isso e por que isso? secundário. (...) Vocês não me pediram, mas eu vou
Valter: A gente tá fazendo... A gente tá querendo me apresentar a vocês. Gosto de me apresentar
criar um retrato do catador, porque o catador é com minha viva voz. Sou catador aqui há 26 anos.
uma pessoa, como o lixo que tá aqui, é uma pessoa Tenho orgulho de ser catador (...). Sou vice-
que ninguém conhece. presidente da Associação de Catadores do Jardim
Vik: Muito bem, então tudo o que o senhor falou, Gramacho. Sou representante aqui dentro do
no meu entender, isso é muito bom nós porque isso aterro de 2500 catadores. Isso carrego com
leva o reconhecimento de nossa classe de orgulho.
catadores. É maios ou menos por aí?
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5 - São muitos os personagens no documentário Lixo Extraordinário. Pensando nisso, responda:
a) Para a sociedade como um todo esses catadores de lixo foram muitas vezes considerados
negativamente. Que tipo de personagens eram para essa sociedade? Secundários, protagonistas ou
figurantes? Comente sua resposta.
b) O trabalho do artista plástico Vik Muniz manteve ou mudou a perspectiva em torno desses
personagens? Se não mudou, que tipo de personagem eles continuam sendo. Se mudou, que tipo de
personagens eles se tornaram? Comente sua resposta e como foi o trabalho realizado pelo artista plástico
Vik para alcançar esse objetivo.
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6– Observe as imagens, leia com atenção as falas de Tião, Leide e Magna e responda o que se pede:
Tião: “Caraca, maluco. (...) Caramba, cara! Nunca me
imaginei numa obra de arte!”
Leide (irmã): “(...) Você hoje é arte! (...). A gente se põe
muito pequena. E as pessoas lá fora acham a gente tão
grande, tão bonita!
Magna: (...) Você não tem noção! Eu tinha vergonha de
falar que trabalhava no lixão. Depois que comecei a
trabalhar com Vik, conto pra todo mundo. Zumbi: [...]
Olha o pai, filhote, que bonito!

a) Pensando na fala de Tião e no trabalho realizado por Vik, a arte pode ter uma função importante
na vida das pessoas? Comente sua resposta, tendo em vista o observado no documentário e suas
reflexões.
b) No caso da narrativa de vida de Tião, de Leide, de Magna e dos demais catadores, você já
imaginava que a arte e a reciclagem do lixo têm uma função transformadora na vida das pessoas?
Comente sua resposta, tendo em vista o documentário e suas reflexões a respeito.

8 - Agora, observe as imagens abaixo e comente o motivo pelo qual o documentário se chama Lixo
Extraordinário. Comente também se essas pessoas também são extraordinárias.

9. Quando lemos o poema imagético de Augusto de Campos, de 1965, com certa distância,
indentificamos a palavra LIXO, mas quando o olhamos de perto, percebemos de dentro do lixo há o
LUXO. Pensando no poema, no documentário e numa sociedade mais humana e sustentável, faça
um texto comentando o que é ser luxo.

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