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O objeto da angústia em Freud e Lacan

O objeto da angústia em Freud e Lacan1


Maria Carolina Bellico Fonseca

Resumo
A autora parte, neste trabalho, de algumas considerações, aparentemente discordantes entre
Freud e Lacan, acerca do objeto da angústia – para o primeiro, a angústia não tem objeto e para
o segundo, ela não é sem tê-lo. Sabendo que Lacan foi um grande leitor de Freud, a autora interes-
sou-se por aquilo que parecia ser, até então, uma contradição do mestre; dessa forma, resolveu
pesquisar no texto de ambos buscando a compreensão dessa aparente discordância.

Palavras-chave
Angústia, Desamparo, Objeto a, Das Ding.

A angústia é um afeto que não é re- ro físico ou psíquico na circunstância. A


calcado; desamarrada de seus significan- situação de desamparo que o sujeito “re-
tes, ela fica à deriva enlouquecida e en- almente tenha experimentado” é denomi-
louquecendo o sujeito quando este não nada, nesse texto, de situação traumática.
dispõe do recurso do simbólico para lidar Para Freud, o nascimento seria o mo-
com ela. Seu estudo permeia a obra freu- mento inaugural da angústia, protótipo de
diana e a ela Lacan dedicou todo um se- todas as situações ulteriores de perigo, pri-
minário. Aqui, no que diz respeito ao tex- meiro trauma que, ao lançar o sujeito
to freudiano, nos deteremos naquilo que numa vivência de desamparo, acarretaria
se convencionou chamar de “segunda te- para o eu um excesso de quantidades de
oria da angústia” representada pelo texto estímulo impossível de ser descarregadas.
Inibição, sintoma e angústia, e quanto ao
texto lacaniano daremos relevância ao “A situação de não satisfação na qual
Seminário 10, para trabalhar o mesmo as quantidades de estímulo se elevam
tema. a um grau desagradável sem que lhes
Em Inibição, sintoma e angústia Freud seja possível ser dominadas psiquica-
estabelece uma relação entre a angústia, mente ou descarregadas deve, para a
o perigo e o desamparo (trauma); a an- criança, ser análoga à experiência de
gústia surge como uma reação a um esta- nascer – deve ser uma repetição da si-
do de perigo que pode levar à vivência de tuação de perigo” (...) “É a ausência
desamparo. O significado de uma situa- da mãe que agora constitui o perigo, e
ção de perigo consiste na avaliação feita logo que surge esse perigo a criança dá
pelo sujeito de sua força em relação ao ris- o sinal de angústia, antes que a temida
co e no seu reconhecimento do desampa- situação econômica se estabeleça”2 .

1. Trabalho apresentado pela autora no Seminário do 2. FREUD, S. Inibição, sintoma e angústia. ESB. Rio de
Texto Freudiano, CPMG, em 15/06/08. Janeiro: Imago, 1976, p.161.

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Além disso, Freud afirma que a situa- textos? Acreditamos que sim e que é nes-
ção de sentir falta da mãe é traumática sa vertente que Lacan teorizará sobre a
caso a criança esteja sentindo uma neces- existência de objeto na angústia. Assim,
sidade passível de ser satisfeita pela mãe e antes de abordar as ideias deste autor no
conclui que o primeiro determinante da seminário da Angústia, gostaríamos de
angústia seria a “perda de percepção do lembrá-lo num seminário anterior (Semi-
objeto (equacionada com a perda do pró- nário 7) na conceituação que faz de das
prio objeto)”3 . Ding, pontuações que irão nos auxiliar em
Dessa forma, os momentos posterio- nossa argumentação posterior.
res seriam novas edições dessa vivência Para Lacan, uma das vertentes da
sempre que ocorresse a ameaça de perda Coisa (Ding) é o fremde (estranho), que
de objeto, ameaça hostil de revivência do pode ser hostil num dado momento. Tra-
desamparo; assim, a “angústia é um produ- ta-se do primeiro exterior em torno do qual
to do desamparo mental da criança, o qual é se orienta todo o encaminhamento do su-
um símile natural de seu desamparo biológi- jeito, encaminhamento de referência em
co”4 . A angústia funcionaria, então, não relação ao mundo dos desejos. Objeto inal-
só como uma reação à perda, mas tam- cançável, enquanto Outro absoluto do
bém como um sinal quando uma situação sujeito, este é, no entanto, o que se busca
de perigo, ou seja, a possibilidade da per- reencontrar e que funda a orientação do
da ameaçasse a se instaurar; expectativa sujeito humano em direção ao objeto, mas
de um trauma ou a repetição do mesmo que é igualmente qualificado de objeto
em forma atenuada. perdido. E ele relaciona ainda das Ding à
Freud firma então a posição de que a figura da mãe:
angústia (angst) “tem uma qualidade de
indefinição e falta de objeto”5 e que na con- “(...) tudo que se desenvolve no nível
juntura de haver um objeto, seria mais da interpsicologia criança-mãe e que
adequado falar de medo (Furcht). expressamos mal nas categorias ditas
Nesse ponto podemos refletir o se- de frustração, da gratificação e da de-
guinte: o medo mencionado aqui, refere- pendência não é senão um imenso de-
se a um objeto da realidade fenomenoló- senvolvimento da coisa materna, da
gica, em sua existência sensível e passível mãe na medida que ela ocupa o lugar
de causar danos. Trata-se de uma referên- dessa coisa, de das Ding”6 .
cia ao perigo real mediante o qual o sujei-
to pode ter uma ação motora ou uma gran- Voltando ao tema da angústia, recor-
de inibição causada pela angústia. remos agora ao Seminário 10 no qual La-
Freud, porém, vai se referir também a can discorda da posição freudiana acerca
um perigo pulsional que é o da perda de da falta de objeto na angústia. Este autor
objeto relacionado, em primeira instância, não apenas sustenta a posição contrária,
à perda da mãe. Ele não o diz claramente como também marca a especificidade des-
nesse texto, mas esse primeiro objeto, an- se objeto – trata-se do a, ‘objeto por exce-
terior ao próprio sujeito, do qual este tem lência da angústia’. Ele chega, inclusive, a
uma dependência suprema, não estaria enfatizar que só é possível falar de angús-
relacionado à Coisa (das Ding) ou a seus tia mediante a presença ou ameaça da pre-
atributos, mencionado por ele em outros sença de a.

5. Idem p.190.
3. Idem, p.195. 6. LACAN, J. O seminário, livro 7: a ética da psicanálise,
4. Idem, p.162. p. 87. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1968.

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O objeto da angústia em Freud e Lacan

“Em Inibição, Sintoma e Angústia, mãe, é possível entrever no texto lacania-


Freud nos diz, ou parece dizer, que a no a relação entre o objeto a e as primei-
angústia é a reação-sinal ante a perda ras experiências da criança com o Outro,
de um objeto. (...) Vocês não sabem numa aproximação evidente da das Ding
que não é a nostalgia do seio materno freudiana; experiências relacionadas à
que gera a angústia, mas a iminência constituição do sujeito e a sua separação
dele? O que provoca a angústia é tudo do desejo do Outro. Assim, a aproxima-
aquilo que nos anuncia, que nos per- ção de a traria a ameaça do fading, do des-
mite entrever que voltaremos ao colo. vanecimento do indivíduo enquanto su-
(...) O que há de mais angustiante para jeito de desejo e, dessa forma, traria a an-
a criança é, justamente, quando a re- gústia.
lação com base na qual essa possibili-
dade se institui, pela falta que a trans- “A angústia, ensinou-nos Freud, de-
forma em desejo, é perturbada (...) sempenha em relação a algo a função
Não se trata de perda do objeto, mas de sinal. Digo que é um sinal relacio-
da presença disto: de que os objetos não nado com o que se passa em termos da
faltam”7 . relação do sujeito com o objeto a, em
toda a sua generalidade. O sujeito só
Neste caso, não se trata, como é sabi- pode entrar nessa relação na vacila-
do, de um objeto qualquer do mundo sen- ção de um certo fading, vacilação que
sível, mas de um objeto inapreensível, não tem sua notação designada por um S
representável, do registro do real; conce- barrado”10 .
bido como causa, ele está atrás do desejo.
Ele pode ser identificado sob a forma de Harari, em um dos seminários que ofe-
“fragmentos” parciais do corpo, redutíveis receu tratando do Seminário da Angústia
a quatro: o cíbalo, o mamilo, a voz e o olhar em Lacan, faz uma interessante aproxima-
e Lacan ainda inclui o falo, destacando-o ção entre a Coisa e a mãe, enquanto Ou-
como “o mais ilustre dos objetos”. “São tro primordial.
objetos anteriores à constituição do status do
objeto comum, comunicável, socializado. Eis “O lugar da Coisa pode ser ocupado
do que se trata no a”8 . Para Lacan, o objeto por aquilo que Lacan denomina como
a precede a captação do sujeito, no lugar o Outro primordial, isto é, a Mãe, em
do Outro, na forma especular, sua vertente de Outro real. É certo que
não se trata da mãe empírica, senão
“É a ideia de um exterior de antes de do que é produzido por um ineludível
uma certa interiorização, que se situa efeito de estrutura”11 .
em a, antes que o sujeito, no lugar do
Outro, capte-se na forma especular, em Esse autor prossegue respondendo à
x, forma esta que introduz para ele a pergunta de Lacan sobre o que estaria no
distinção entre o eu e o não-eu”9 . começo: “Pois, o Desejo da Mãe; e este con-
siste em reintegrar seu produto. É aí mesmo
Apesar de afirmar que a angústia não que a Mãe surge diante do infans como
se relaciona com a presença-ausência da das Ding”12 .

7. LACAN, J. O seminário, livro 10: a angústia, p. 64. 10. Idem, p.98.


Rio de Janeiro: J. Zahar, 2005. 11. HARARI, R. O Seminário “A Angústia”, de Lacan: uma
8. Idem, p.103. introdução. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1997, p.73.
9. Idem, p.115. 12. Idem, p.74

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Ora, sendo assim, achamos teorica- disso, seus primeiros anos foram marca-
mente viável a afirmação de que o objeto dos por diversas cirurgias “muito traumá-
da angústia esteja relacionado ao objeto a ticas”. Dessa forma, Maciel cresceu agar-
em sua vertente de Outro primordial, da rado aos pais, principalmente à mãe, de-
Coisa freudiana, anterior a qualquer re- morando mais que as outras crianças a
gistro mnêmico, e à fundação do próprio vencer as sucessivas etapas de separação
inconsciente. Em termos da Carta 52, po- – aproximação de estranhos, festinhas,
demos pensar em algo da ordem de Wz, dormir em casa de amigos e parentes;
do traço e da letra sem transcrição, pura quando estas aconteciam, eram com a ga-
inscrição que não faz cadeia, enxame de rantia da manutenção de contato visual
S1. ou por telefone (através da voz e do olhar,
Se assim for, podemos também afirmar ele se certificava da presença materna e
que é disto que se trata na angústia para podia assim estar em contato com os ou-
Lacan, da ameaça de aproximação do ob- tros).
jeto a, da reintegração pela mãe de seu No caso de Maciel não havia o medo
produto, por isso ela (a angústia) “não é de um objeto, mas o “pavor de ser esque-
sem tê-lo”. Acreditamos que as experiên- cido” pelos seus objetos de amor. Nesses
cias que nos trazem tal dimensão são aque- momentos, quando o pânico o acometia,
las descritas pelos indivíduos nas quais se nenhum adulto conseguia tranquilizá-lo,
“perde o chão”, fica-se sem referência de nem mesmo a voz da mãe ao telefone sur-
tempo e espaço; experiências que podem tia qualquer efeito. Ele só sossegava quan-
ser ditas traumáticas ou que se associam a do ela chegava e o apertava em seus bra-
tais vivências cujo excesso de “quantida- ços conversando com ele. Após um bom
des” pode escoar, ficar à deriva e muitas tempo de análise, quando lhe foi possível
vezes, numa saída razoável, ser amarrado se referir à angústia como “o monstro”,
num sintoma ou num fenômeno psicos- essa criança trouxe uma descrição do mal
somático. Caso contrário, essa energia li- que lhe acometia que é a própria tradu-
vre, sem amarração, enlouquece o sujeito ção da angústia: “esse monstro ataca por
e pode desembocar num acting out, ou ain- dentro rasgando o peito”.
da, numa passagem ao ato e até mesmo Este é um caso muito rico, passível de
num surto psicótico. Elas desestabilizam ser trabalhado em muitas vertentes, mas
o sujeito ao ameaçarem sua constituição o faremos a partir do que foi comentado
enquanto tal. inicialmente da teoria lacaniana e freudi-
O que me faz recordar do caso de ana da angústia. Podemos pensá-lo com
Maciel, criança de 6 anos, para a qual os Freud, a partir da abordagem da angústia
pais buscaram análise em função de seus como sinal da perda de objeto, uma vez
constantes ataques de “pânico”, principal- que temos todos os elementos para fazê-
mente quando eles se atrasavam 5 minu- lo: um início de vida no qual o trauma do
tos para buscá-lo nas saídas da escola. Ele nascimento se repetiu, principalmente a
era uma criança sensata e, até certo pon- cada separação nas cirurgias e no nasci-
to, independente em sua rotina, de exce- mento dos irmãos ocasionando objetiva-
lente nível intelectual, mas que se perdia mente o perigo da perda de objeto, o de-
de si no desarrazoado de seus ataques de samparo e angústia. Assim, a cada amea-
angústia. Os pais relatam um início de vida ça de separação, este nó foi acionado tra-
conturbado por problemas de saúde, a zendo seus efeitos.
ponto de levar a mãe a passar cinco dias e Com Lacan a situação é um pouco
noites sem dormir com medo de que acon- mais complexa, pois o que ocasiona a an-
tecesse “alguma coisa” com o filho. Além gústia é a ameaça da presença do objeto
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O objeto da angústia em Freud e Lacan

a. Talvez pudéssemos pensar que, com um tia – a angústia tem objeto, não o objeto
início de vida tão difícil, a presença ma- do medo encontrado no mundo sensível,
terna tenha sido excessiva, excesso de pre- mas um objeto ao mesmo tempo inefável
sença, atendendo em demasia à demanda e aterrorizante, que se furta à captação,
da criança ou, até mesmo, se antecipando herdeiro da Coisa (das Ding), registro do
a essa demanda vigiando-a; ao temer pela real. Sua presença traz a possibilidade de
vida do bebê, ela bordejou a morte do su- mergulho no estado de não-ser ou de des-
jeito do desejo. Numa linguagem freudia- ser, de mergulho no abismo insondável do
na, com a imaturidade do aparelho psí- real do qual não se tem referência e, por
quico, ficam apenas as inscrições, marcas isso mesmo, tão ameaçador. Ameaça a que
em Wz da Coisa. Ao que parece, a consti- o ser falante, na impossibilidade do recur-
tuição do objeto e do desejo levou a mar- so simbólico, responde com angústia que,
ca do excesso de gozo do Outro, como se como nos diz Lacan, tanto tem a função
não fosse possível a esse pequeno sujeito de sinal como de uma interrupção na sus-
ser sem ter a mãe. E é justamente a ausên- tentação da libido. Havendo um corte na
cia que denuncia o excesso e o perigo de libido, resta a pulsão de morte desamarra-
desvanecimento. É pela ausência que essa da, gozo desmedido, sem amarração sim-
relação se faz presente através da angús- bólica, comparável por Freud à dor. ϕ
tia aplacada apenas com o contato do cor-
po da mãe, segunda pele que continha o
gozo que transbordava do corpo à beira THE OBJECT OF ANXIETY IN
do desvanecimento, à beira do buraco. FREUD AND LACAN
Contato que inúmeras vezes impediu que
esse pequeno sujeito, em momentos de Abstract
identificação absoluta com o objeto “a”, In this article, the author works with the
passasse ao ato caindo de cena. seemingly antagonic ideas of Freud and Lacan
Ainda com Harari podemos afirmar on the object of anguish. For Freud, anguish
que, segundo Lacan, a angústia não é sem has no object and for Lacan, anguish cannot
objeto, só que aqui não se trata exist without an object. Knowing that Lacan
was a great student of Freud, the author
“(...) de um objeto localizável com ra- became interested in what seemed to be, until
pidez, no nível fenomenológico (...) then, a contradiction of the master; thereon
podemos asseverar não apenas que a deciding to do research in both texts in the
angústia não é sem objeto, mas tam- quest of understanding this apparent
bém que o objeto em questão é justa- discordance.
mente o que se designou como a-Coi-
sa. (...) O objeto que provoca a an- Keywords
gústia no neurótico é a a-Coisa, ou Anguish, Destitution, Object a, Das Ding.
seja, o desejo do Outro enquanto exige
que o sujeito apague seus limites, en-
tregando-se(-lhe) de forma incondici-
onal”13 .

Dessa forma, à guisa de conclusão,


acreditamos não haver contradição entre
Freud e Lacan acerca do objeto da angús-

13. Idem, p.76.

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Bibliografia
CHEMAMA, R. Dicionário de Psicanálise. Porto
Alegre: Artes Médicas Sul, 1995. 240 p.
FREUD, S. Inibição, sintoma e angústia. ESB. Rio
de Janeiro: Imago, 1976, v.XX.
HARARI, R. O Seminário “A Angústia” de Lacan:
uma introdução”. Porto Alegre: Artes e Ofícios,
1997. 241p.
LACAN, J. O seminário, livro 7: a ética da psicaná-
lise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1968. 390 p.
LACAN, J. O seminário, livro 10, a angústia. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 2005. 368 p.

RECEBIDO EM: 15/04/2009


APROVADO EM: 27/04/2009

SOBRE A AUTORA

Maria Carolina Bellico Fonseca


Psicóloga. Psicanalista.
Membro do Círculo Psicanalítico
de Minas Gerais – CPMG.
Mestre em Psicologia pela UFMG.

Endereço para correspondência:


Rua Santa Rita Durão, 321/511
30140-110 - BELO HORIZONTE/MG
Tel.: (31)3281-3677
E-mail: cbellico@terra.com.br

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