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CLAUDIA

ANDUJAR
VISIBILIDADE E ÉTICA

CAMINHOS DO PROJETO DE PESQUISA EM


ARTES

2019
ONDE NASCE MEU INTERESSE POR ANDUJAR?

DESABAMENTO do Céu/ Fim do Mundo [Série •  ASSOMBRO


Sonhos Yanomami]. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural
de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural •  IMAGENS SOBREPOSTAS
•  NARRATIVA

2014
•  ASPECTOS MITOLÓGICOS E
HISTÓRICOS
QUEM É CLAUDIA ANDUJAR?

•  FOTÓGRAFA SUÍÇO-BRASILEIRA
•  NASCIDA EM 1931
•  CHEGA AO BRASIL EM 1955
•  CONVIVE E FOTOGRAFA OS YANOMAMI
NA DÉCADA DE 70 E 80
•  CRIADORA DA CCPY
FORMULAÇÃO DO PROJETO DE
PESQUISA PARA O PPGARTES 2019
A “poética do afeto” em Claudia Andujar: considerações
sobre uma ruptura na iconografia indígena brasileira

Resumo: Este projeto de pesquisa, partindo do livro Yanomami, de 1998, tenciona


discutir sobre como Claudia Andujar institui uma ruptura numa certa tradição
iconográfica do índio no Brasil. Problematizando aspectos que dizem respeito à
ação política, à criação estética e à atitude de profundo respeito com relação à
alteridade, pretendemos compreender de que forma a representação imagética
dos índios no nosso país é deslocada de um eixo documental para um eixo
artístico, principalmente quando Andujar se propõe a tentar captar aspectos da
cultura imaterial dos Yanomami.

Palavras-chave: fotografia brasileira, poética do afeto,


Yanomami, foto-arte, foto-documento.
exotismo ou
CONSTRUÇÃO DA IMAGEM DO ÍNDIO NO

espetacularização

Há três momentos importantes da construção da imagem do índio no


Brasil, pelo campo da história da fotografia. No primeiro momento,
temos a ideia do exótico distante, lugar do selvagem próprio da
natureza, ainda que domesticado, e um primeiro olhar etnográfico no
final do século XIX, mas muito contaminado pelo exotismo. Em
BRASIL

seguida, encontramos o encontro (sic) do nacional e o etnográfico da


Comissão Rondon – com desdobramentos na produção da Secção de
Estudos do SPI – e das narrativas fotojornalísticas da revista O
Cruzeiro, na primeira metade do século XX. Por fim, incapacitada de
ultrapassar o real sob a ontologia positivista, a fotografia etnográfica
encontra no campo da arte um lugar para a elevação da imagem
fotográfica como ilusão especular rumo ao mágico. (TACCA, 2011:220)

lugar subalterno ou idealizado


dessa minoria historicamente excluída
tensão ruptura ética
e ruptura
BASE DO PROJETO DE
estética
foto- Claudia foto-arte
documento Andujar
APROVADO NO PPGARTES
PESQUISA

“poética do Livro
afeto”
Yanomami
(1998)

•  utilização de meios técnicos


•  busca de objetivos estéticos postura de
ruptura em relação a certa tradição ética e
iconográfica
visualidade
•  profundo respeito à alteridade
•  ação política

jogo entre
estética
visível e
fotográfica
invisível
FLUXO ÉTICO NO PROJETO DE
PESQUISA
afastamento
da visão
institucional constituição de
sua subjetividade
no contato com a
alteridade
mergulho busca
antropológico interna

ruptura com compromisso


a tradição político
iconográfica

aspectos formais,
“POÉTICA DO AFETO” estilísticos,
e políticos
BIBLIOGRAFIA
ANDUJAR, Claudia
FLUSSER CASTANHEIRA
ESPINOSA
CARBONCINI, Anna.
KOSSOY ROUILLÉ
DELEUZE
CARBONCINI
SOARES, Carolina.! SANTOS

VIVEIROS DE CASTRO
NOVAES, Sylvia NOVAES
Cauiby DELEUZE, Gilles︎
TACCA, Fernando de
MARCADOS (2009)

1981-1983
INVERSÃO DO
DISPOSITIVO
FOTOGRÁFICO a partir de Foucault

Brasil déc. 1980 Polônia déc. 1940 Camboja déc. 1970

relações entre técnica e poder


a partir de Deleuze O ROSTO
e Guattari UMA PAISAGEM?
ENCONTRO
INTERÉTNICO /
ALTERIDADE a partir de Butler

rostidade e ética
“é por isso que não cessamos de considerar dois problemas
exclusivamente: a relação do rosto com a máquina abstrata que o
produz; a relação do rosto com os agenciamentos de poder que
necessitam dessa produção social. O rosto é uma política.”
(DELEUZE E GUATTARI, Mil Platôs)

“a abordagem do rosto é o mais básico modo de responsabilidade...


O rosto não está de frente pra mim (en face de moi), mas acima de
mim. É o outro diante da morte, olhando através dela e a expondo.
Segundo, o rosto é o outro que me pede para que não o deixe morrer
só, como se o deixar seria se tornar cúmplice de sua morte.”
(LEVINAS, IN: VIDAS PRECÁRIAS)
Algumas reflexões
Como, então, pensar esses rostos subalternos numa
perspectiva de reconhecimento de seu valor humano e da
defesa de sua dignidade através da visualidade como
“superfície” na qual se articula uma dimensão, um espaço,
uma geografia ética?
De que forma pensar o trabalho de Andujar e, ao mesmo
tempo, a necessidade de defender um lugar de fala dos
próprios índios?
O que o encontro de Andujar com os índios (seu profundo
respeito e trabalho de uma vida pela preservação de suas
condições de vida) pode nos ensinar sobre a ultrapassagem
da linha abissal da colonialidade?
É possível pensar uma cartografia ética desses rostos-
paisagens?
NOVO ESQUEMA
GERAL DA PESQUISA
Ethos O rosto em Inversão do
como Marcados dispositivo
paisagem (2009) fotográfico

Visibilidade e Visualidade e
Butler humanização poder Foucault
Rolnik Rancière
Levinas Boaventura
Spivak Fabris
Poética do
afeto como Deleuze
poética de Guattari
rostidade

é posível o encontro com a alteridade ter um rosto?


o rosto como acontecimento ético

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