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Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

1. PROCESSO SAÚDE-DOENÇA (HISTORICIDADE E CONCEITOS). 2. MARCOS


POLÍTICOS DE ORIENTAÇÃO DA ATENÇÃO À SAÚDE PÚBLICA: REFORMA
SANITÁRIA BRASILEIRA, CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988 (ARTIGOS 196 A 200). .. 1
AS 3 REVOLUÇÕES NA SAÚDE ............................................................................................ 1
PRIMEIRA REVOLUÇÃO NA SAÚDE – MODELO BIOMÉDICO ........................................................ 2
SEGUNDA REVOLUÇÃO DA SAÚDE – MODELO BIOPSICOSSOCIAL............................................... 4
TERCEIRA REVOLUÇÃO NA SAÚDE – A PROMOÇÃO DA SAÚDE E ESTILO DE VIDA............................ 8
MATRICIAMENTO .......................................................................................................... 11
PRINCÍPIOS, DIRETRIZES E ARCABOUÇO LEGAL DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE ......................... 18
CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ARTIGOS DE 194 A 200 ................................................. 23

45
FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL..................................................................................... 23

2:
:1
COMPETÊNCIAS............................................................................................................ 24

04
INTERVENÇÃO .............................................................................................................. 25

0
02
A DEFINIÇÃO DO SUS .................................................................................................... 26

/2
03
A ORDEM SOCIAL ......................................................................................................... 27

8/
A SEGURIDADE SOCIAL .................................................................................................. 28

-2
SAÚDE ........................................................................................................................ 41
om
.c
QUESTÕES .................................................................................................................. 55
ok
tlo

QUESTÕES COMENTADAS E GABARITADAS ............................................................ 62


ou
@
09
bs
-m

Aula 01
1
-7
41

1. Processo saúde-doença (historicidade e conceitos).


.9
34

2. Marcos políticos de orientação da atenção à


.7
17

saúde pública: Reforma Sanitária Brasileira,


-0

Constituição Federal 1988 (artigos 196 a 200).


a
lv
Si
o
un

Galera! Aqui trabalharemos com a história da saúde e com a Constituição


Br

Federal.
s
co

Mas antes, vamos começar com as 3 revoluções na saúde, elas explicam a


ar
M

evolução dos conceitos de saúde-doença:

As 3 revoluções na saúde
Temos 3 grandes revoluções na saúde que podemos destacar no modelo
apresentado por Ribeiro.
Os conceitos de saúde e de doença evoluíram com a história do homem. Numa
descrição genérica desta evolução, podem considerar-se cinco grandes períodos:
1. Um primeiro período pré-científico ou pré-cartesiano, até ao século XVII;
2. Um período científico ou de início de desenvolvimento do modelo
biomédico, que se começou a instalar com a implementação do
pensamento científico e o Iluminismo;

1
Professor Alyson Barros
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

3. A primeira revolução da saúde, com o desenvolvimento da saúde


pública no século XIX;
4. A segunda revolução da saúde, iniciada na década de 1970, com a
evidência da multicausalidade associada às principais causas de
morbilidade e de mortalidade, e à importância que o comportamento
desempenha nessas causas;
5. A terceira revolução da saúde, associada à necessidade da redução dos
custos e ao aumento de um novo padrão de doenças, as doenças
crônicas no idoso.
Fonte: RIBEIRO, JLP. A Psicologia da Saúde. In ALVES, RF., org. Psicologia da
saúde: teoria, intervenção e pesquisa [online]. Campina Grande: EDUEPB, 2011.

45
2:
pp. 23-64. ISBN 978-85-7879-192-6. Available from SciELO Books

:1
<http://books.scielo.org>.

04
0
02
Vejamos:

/2
03
8/
-2
Primeira revolução na saúde – modelo biomédico
om
A primeira revolução da saúde foi consequência da revolução industrial
.c
ok
(séc. XVIII). Era uma época de grandes epidemias e migrações, assim como altos
tlo

índices de morbidade e mortalidade. Era uma época em que afloravam a


ou
@

tuberculose, a escarlatina, pneumonia, difteria, sarampo, varíola e outras doenças


09

infecto contagiosas.
bs

O modelo biomédico, aplicado à saúde pública, desenvolveu-se devido ao


-m

reconhecimento de que havia relação entre as condições sociais e causas de


1
-7

mortalidade. O meio físico (insalubridade) proporcionava a propagação de


41
.9

doenças. Além disso, na época poucas das doenças que listamos eram tratáveis.
34

Surge um modelo biomédico orientado, portanto, para controlar a


.7
17

propagação dos agentes patogênicos. Um agente patogênico ou patógeno,


-0

também chamado de agente infeccioso ou etiológico animado, é um organismo


a
lv

capaz de produzir doenças infecciosas aos seus hospedeiros sempre que esteja em
Si
o

circunstâncias favoráveis, inclusive do meio ambiente. Assim, o agente patogênico


un

só causará a doença se conseguir penetrar no sistema imunológico do hospedeiro.


Br
s

Lembre-se que foi a época gloriosa de Louis Pasteur (Teoria do Germe - os


co
ar

organismos não nascem por geração espontânea, sendo que há associação entre
M

agente patogénico e manifestação da doença).


Na época, foi controlada a mobilidade dos agentes patogênicos através da
construção de sistemas de esgotos e de distribuição de água potável e da gestão
de migrações. Além disso, foram adotadas práticas de destruição desses agentes,
através da clorificação das águas de consumo, por exemplo. A partir desse modelo
também foram tomadas medidas de saúde pública como a canalização de água,
os esgotos, o recolhimento do lixo doméstico e hospitalar. Destaco que foi
somente no século XVIII é que começamos a ver a distribuição das vacinas.
A adoção dessas medidas para sanear as consequências diretas da
insalubridade das revoluções industriais foi favorecida do contexto filosófico e
científico e o desenvolvimento industrial e às mudanças sociais.

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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Esse modelo biomédico entende que as doenças advêm do exterior do


corpo. Tais doenças são causadas por desequilíbrios químicos, bactérias, vírus e
predisposição genética.
Sobre isso:
Primeira revolução da saúde
O início da revolução industrial nos finais do século XVIII teve
consequências nefastas para a saúde. Exemplos maciços de desequilíbrio
ecológico foram, por exemplo, as grandes epidemias decorrentes das mudanças
sociais e das alterações do sistema de produção. Grande quantidade de pessoas
migravam e aglomeravam-se nas grandes cidades, com fracas condições de
salubridade e habitabilidade, facilitadoras da difusão de microorganismos

45
2:
causadores de grande morbilidade e mortalidade. A tuberculose foi uma das

:1
doenças mais conhecidas da época e a que mais vítimas provocou, tendo-se

04
0
verificado o mesmo padrão de mortalidade elevada para outras doenças

02
infecciosas, tais como: a pneumonia, o sarampo, a gripe, a escarlatina, a difteria e

/2
03
a varíola (entre outras).

8/
-2
A primeira revolução da saúde foi um dos ramos do modelo biomédico que

om
conduziu ao desenvolvimento das modernas medidas de saúde pública
.c
(Bolander,1998). Tais medidas foram essenciais para as mudanças dos padrões de
ok
tlo

saúde e doença do mundo desenvolvido de então, e foram suficientes até meados


ou

do presente século.
@
09

O modelo biomédico, aplicado à saúde pública, desenvolveu-se, segundo


bs

Ribeiro (1997), devido ao reconhecimento de que: a) as doenças infecciosas eram


-m

difíceis senão impossíveis de curar e, uma vez instaladas no adulto, o seu


1
-7

tratamento e a sua cura eram dispendiosos; b) os indivíduos contraíam doenças


41

infecciosas em contato com o meio ambiente físico e social que continha o agente
.9
34

patogénico; c) as doenças infecciosas não se contraíam a não ser que o organismo


.7

hospedeiro fornecesse um meio favorável ao desenvolvimento do agente


17
-0

infeccioso. E acrescenta. Para prevenir as doenças era necessário controlar os


a

agentes patogénicos, o que foi feito, por exemplo, controlando a sua mobilidade
lv
Si

através da construção de sistemas de esgotos e de distribuição de água potável e


o
un

da gestão de migrações, ou destruindo esses agentes, por exemplo, através da


Br

clorificação das águas de consumo, e finalmente, já bem dentro do presente


s
co

século, produzindo vacinas. Quando essas medidas falhavam, intervinha a


ar
M

medicina curativa que, a partir de meados do século XX, encontrou nos


antibióticos um auxiliar eficaz na destruição desses microorganismos.
Os princípios do modelo biomédico definidos pela teoria do germe, que a
princípio se referiam apenas aos microorganismos, estenderam-se depois ás
toxinas, ao neoplasma, à desregulação endócrina, à deficiência nutricional, etc.,
caracterizando-se por considerar a existência de uma relação causal linear entre
uma causa simples e uma doença (Noack,1987). Uma das evoluções para uma
concepção mais atual passou pela aceitação de que a etiologia da doença é
multicausal.
O modelo biomédico teve tanto sucesso que, no final da década de 70, nos
Estados Unidos, rareavam os indivíduos com menos de 75 anos, cuja morte fosse

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devida a doenças infecciosas (Ribeiro,1993). Contudo, o modelo biomédico


negligencia a autonomia conceitual e as representações que as pessoas fazem
sobre o seu estado de saúde. É o caso, por exemplo, das avaliações subjetivas
sobre os sintomas, das interpretações ou das significações sobre as causas e as
evoluções de uma determinada doença, da implementação e da modificação de
estilos de vida ou da decisão em aderir às recomendações feitas pelo médico
(Laderman,1987). E esta atividade conceitual tem uma influência marcante na
evolução do estado de saúde. Com efeito, diversas investigações empíricas têm
demonstrado que as significações pessoais estão na base do bem-estar
psicológico e na facilitação dos processos de promoção da saúde, assim como nos
de reabilitação (Antonovsky,1979; Aron e Aron,1987; Laderman,1987).

45
Como seria de esperar, a omissão que o modelo biomédico faz da

2:
:1
autonomia conceitual da pessoa é consistente com as definições de saúde e

04
doença com ele conotadas: a saúde é concebida como sendo a ausência de

0
02
doença e esta é conceptualizada considerando exclusivamente as perturbações

/2
03
que se processam na dimensão física da pessoa (Engel,1977).

8/
-2
Fonte: Albuquerque, Carlos Manuel de Sousa e Oliveira, Cristina Paula Ferreira.

om
Saúde e Doença: Significações e Perspectivas em Mudança. Millenium - Revista
.c
do ISPV - n.º 25 - Janeiro de 200. Disponível em:
ok
tlo

http://www.ipv.pt/millenium/Millenium25/25_27.htm
ou
@
09

Se, por um lado, esse modelo foi útil para diminuir a taxa de mortalidade
bs

das doenças infectocontagiosas, por outro, centrou-se quase de forma exclusiva


-m

no agente patológico e ignorou aspectos comportamentais e sociais. A regra do


1
-7

modelo biomédico é: os sujeitos adoecem porque estão em contato com agentes


41

patogénicos e porque estão vulneráveis.


.9
34

No Brasil esse modelo influenciou o nosso sanitarismo.


.7

Ah, o modelo biomédico existe até hoje, assim como todos os modelos que
17
-0

apresentaremos a seguir.
a
lv
Si

Segunda revolução da saúde – modelo


o
un

biopsicossocial
Br
s
co

Se o foco do modelo biomédico eram as doenças infecto contagiosas,


ar

podemos dizer que a segunda revolução da saúde buscou fazer esse contraponto
M

para propor uma saúde em seu conceito mais amplo. No Relatório de Lalonde
(1974), por exemplo, a saúde poderia ser classificada em quatro elementos gerais:
biologia, ambiente, estilo de vida, e organização da assistência sanitária. Já a
Conferência Alma-Ata (1978) enfatizou a atenção primária à saúde (Cuidados de
Saúde Primários), salientando a necessidade de atenção especial aos países em
desenvolvimento. O Relatório Richmond (1979) apresentou ao mundo a conclusão
que das mortes prematuras nos EUA 50% eram atribuídas ao estilo de vida; 20% a
fatores ambientais; 20% à biologia humana e 10% a cuidados de saúde
inadequados.

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E, claro, metade das mortes causadas por estilos de vida eram causadas
por fumar, beber, sedentarismo e dieta inadequada.
A Psicologia da Saúde emerge nos anos 70 do século XX baseada nos
fundamentos da segunda revolução da saúde. Naquela época já se sabia que a
etiologia comportamental das doenças determinava a intervenção em termos de
mudança de comportamentos, como deixar de fumar, ter uma alimentação
saudável, controlar o stress, praticar exercício e fazer consultas regulares. O foco
da psicologia da saúde era, portanto, a promoção de estilos de vida para a
produção da saúde.
Sobre isso:
Segunda revolução da saúde

45
2:
A expressão "segunda revolução da saúde" foi utilizado por Richmond, em

:1
1979, no seu relatório sobre a saúde dos americanos, e propõe-se qualificar as

04
0
mudanças cuja implementação é necessária para responder às novas exigências

02
de saúde. Globalmente, pode afirmar-se que o desenvolvimento do modelo

/2
03
biomédico se centrara na doença, que a primeira revolução da saúde se centrara

8/
-2
na prevenção da doença, e que a segunda revolução da saúde se centra na saúde.

om
Os aspectos mais radicais desta segunda revolução são:
.c
a) centrar-se na saúde ao invés de na doença;
ok
tlo

b) preconizar o retorno a uma perspectiva ecológica.


ou

Acreditara-se que, com a primeira revolução da saúde, os problemas de


@
09

saúde estariam resolvidos. No entanto, a partir de meados do século XX, surge


bs

nova epidemia: uma epidemia comportamental (McIntyre,1994). Com efeito,


-m

constatou-se que, nos países desenvolvidos, as doenças que mais contribuíam


1
-7

para a mortalidade eram doenças com etiologia comportamental.


41

Com base nesta evidência, a segunda revolução da saúde teria de se


.9
34

centrar numa nova concepção, em novos princípios: dado as novas epidemias não
.7

terem origem em organismos patogénicos, a teoria do germe deixou de ser


17
-0

aplicável. O equivalente ao germe, nesta epidemia, é o comportamento individual


a

(Ribeiro,1993). A vacina, agora, teria de ser a modificação do comportamento,


lv
Si

tomando este um sentido lato (ibidem).


o
un

Assim, esta constatação chama a atenção dos profissionais da saúde e da


Br

doença para a importância de alterar o estilo de vida da população. A modificação


s
co

de alguns comportamentos, tais como, deixar de fumar, cuidar da alimentação,


ar
M

controlar o stress, praticar exercício ou atividade física regularmente, dormir um


número de horas adequado, verificar periodicamente a saúde, permitiria reduzir
drasticamente a mortalidade.
Além da mudança na etiologia da morbilidade e mortalidade, outros
fatores contribuíram para a emergência da nova concepção de saúde. Ramos
(1988) refere os seguintes: alterações demográficas, tais como, envelhecimento da
população, diversificação da família, a que se podem acrescentar a mobilidade
social dos indivíduos e as migrações; revolução tecnológica, que, aumentando as
possibilidades de intervenção na doença, exigem mais e melhores especialistas
aumentando os custos da assistência médica; aproximação dos serviços de saúde
à comunidade. Pode-se, ainda, acrescentar o aumento do poder do consumidor

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que, tornando-se mais exigente e com mais capacidade crítica, força os políticos a
serem mais sensíveis à opinião pública.
Principais conceitos da segunda revolução da saúde
Os conceitos da segunda revolução da saúde foram difundidos, primeiro
por Marc Lalonde, depois por Julius Richmond e pela Organização Mundial da
Saúde na declaração de Alma-Ata, em 1978. Os conceitos foram divulgados e
implementados universalmente no documento "Metas da Saúde para Todos", com
edição original de 1984 e tradução portuguesa do Ministério da Saúde, de 1986.
São conceitos particularmente importantes para os países desenvolvidos, onde os
benefícios da primeira revolução da saúde já eram visíveis.
Embora toda a filosofia deste novo modelo estabeleça uma ruptura com o

45
modelo anterior, salientam-se dois conceitos centrais, específicos e inovadores:

2:
:1
"promoção da saúde" e "estilo de vida". Estes conceitos encerram implicitamente,

04
na sua definição, todos os princípios da segunda revolução da saúde.

0
02
Promoção da saúde

/2
03
A promoção da saúde é um conceito multidisciplinar de que têm sido

8/
-2
produzidas inúmeras definições (Breslow,1987; Goodstadt et al.,1987;

om
Kaplan,1984; Noack,1987).
.c
A definição adoptada na carta de Otawa, em 1986, e que tem sido utilizada,
ok

é a seguinte: processo de "capacitar" (enabling) as pessoas para aumentarem o


tlo
ou

controlo sobre a sua saúde e para a melhorar. O Working Group on Concepts and
@

Principles of Health Promotion (WGCPHP,1987) salienta dois grandes objectivos


09
bs

principais para a promoção da saúde: 1) melhorar a saúde; 2) dominar (por parte


-m

do cidadão) o processo conducente à melhoria da saúde. Na análise da definição,


1

Green e Raeburn (1990) consideram que a chave está na palavra "capacitar": esta
-7
41

palavra deriva do verbo "to enable " (no original) que significa "fornecer os meios e
.9
34

as oportunidades, tornar possível, prático, simples, e dar poder legal, capacidade


.7

ou autorização para". Consideram que significa devolver à população o poder em


17
-0

matéria de saúde, retirando-o ás instituições, aos dirigentes, aos profissionais e à


a

tecnologia. O objetivo primordial da promoção da saúde no futuro poderia, assim,


lv
Si

ser o de facilitar a transferência de recursos importantes na saúde, tais como:


o
un

conhecimentos, técnicas, poder e dinheiro para a comunidade.


Br

Estes mesmos autores explicam que a adopção de estratégias de promoção


s
co

da saúde e dos princípios a ela subjacentes encerra um conflito potencial. Embora


ar
M

muitos profissionais e gestores da área da saúde afirmem defender a ideia de


devolver mais poder à comunidade, na prática poucos estão dispostos a fazê-lo. A
justificação destes profissionais é a de que eles é que "sabem melhor" o que fazer,
podendo afirmar-se que esta constitui a filosofia dominante entre estes
profissionais.
Segundo Noack (1987), a promoção da saúde parece ter substituído o
conceito de higiene e, sem ser sinónimo, sobrepõe-se parcialmente ao de
prevenção de doença (Rosenstock,1987; Dean,1990).
Rosenstock (1987) considera que a distinção entre prevenção das doenças
e promoção da saúde tem três implicações distintas, que incluem: a) implicações
acerca da atribuição de responsabilidade pela saúde; b) implicações ao nível da

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seleção dos alvos da intervenção para maximizar a saúde e; c) implicações para a


ética da promoção da saúde.
Finalmente, salientamos que a promoção da saúde surgiu, entre outras
razões, porque trazia vantagens económicas diretas (menos gastos com a doença)
e indiretas (mais dias de trabalho, mais energia no trabalho).
Estilo de vida
A noção de Estilo de Vida é um conceito antigo para a psicologia que foi
adoptado pelo novo modelo de concepção da saúde próprio da Segunda
Revolução da Saúde. Lalonde (1974) definiu Estilo de Vida como: "o agregado de
decisões individuais que afetam a vida (do indivíduo) e sobre as quais tem algum
controlo" (p.32). A Organização Mundial de saúde define estilo de vida como

45
"conjunto de estruturas mediadoras que refletem uma totalidade de atividades,

2:
:1
atitudes e valores sociais" (WHO,1986, p.43), ou como: "um aglomerado de

04
padrões comportamentais, intimamente relacionados, que dependem das

0
02
condições económicas e sociais, da educação, da idade e de muitos outros

/2
03
fatores" (WHO,1988, p.114). Ribeiro (1994) salienta que o Estilo de Vida tem sido

8/
-2
interpretado desde uma forma ampla, até uma forma estrita. E acrescenta. Se, por

om
exemplo, Lalonde o qualifica como padrões de decisões, o que subentende toda
.c
uma cadeia de cognições, expectativas, emoções e comportamentos, interligados
ok

com antecedentes, consequentes e colaterais susceptíveis de os influenciar,


tlo
ou

McQueen (1987) reduzia-o a uma constelação de comportamentos conducentes a


@

uma boa saúde.


09
bs

Fonte: Albuquerque, Carlos Manuel de Sousa e Oliveira, Cristina Paula Ferreira.


-m

Saúde e Doença: Significações e Perspectivas em Mudança. Millenium - Revista


1
-7

do ISPV - n.º 25 - Janeiro de 200. Disponível em:


41

http://www.ipv.pt/millenium/Millenium25/25_27.htm
.9
34
.7

Professor, e de onde vem o famigerado modelo biopsicossocial?


17
-0

Esse é o modelo de Engel, de 1977. Engel identificou o modelo


a

biopsicossocial como uma estrutura conceitual mais completa para orientar os


lv
Si

clínicos no seu trabalho diário com os pacientes. Este tentou relacionar as causas
o
un

biológicas
Br

das doenças com os fatores psicológicos e sociais do indivíduo, como por


s
co

exemplo:
ar
M

Biológico: Vírus, bactérias, lesões;


Psicológicas: Comportamentos de risco, crenças, coping, stress,
personalidade;
Social: Classe, emprego, etnia.

O enfrentamento da doença passa, portanto, por essas três dimensões.

Vamos diferenciar o modelo biopsicossocial do modelo biomédico.


Diferenças entre os modelos:
Modelo Biomédico Modelo Biopsicossocial
Causa da doença Fatores de natureza Multiplicidade de fatores,

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biológica que podem ser podendo ser biológicos,


internos ou externos ao psicológicos ou sociais
indivíduo
Responsável pela doença O sujeito é considerado O sujeito pode ser
vítima dos parcialmente
condicionantes considerado responsável
biológicos que pela sua doença
determinaram a doença.
Como tratar a doença Através de medicação, Mudança de
vacinação, cirurgia, comportamento,
quimioterapia, encorajando mudanças

45
2:
radioterapia. Todos com nas crenças, estratégias

:1
objetivo de mudar o de coping e adesão às

04
0
estado físico do corpo recomendações médicas

02
/2
Responsável pelo Médico Médico e doente

03
tratamento

8/
-2
Papel da psicologia A doença (biologia) tem Os fatores psicológico s

om
consequências .c podem ser considerados
psicológicas, contudo são na etiologia e
ok
tlo

vistas como entidades manutenção da doença e


ou

separadas da saúde
@
09
bs
-m

Terceira revolução na saúde – a promoção da


1
-7

saúde e estilo de vida.


41
.9
34

Essa terceira revolução começou nos anos 90 do século passado e não


.7

substituiu nenhum dos modelos anteriores. Na verdade, complementou o


17
-0

segundo modelo ao enfatizar a qualidade dos serviços prestados a uma população


a

em mudança. Ela surgiu para atender, por exemplo, os problemas efetivos da


lv
Si

transição epidemiológica, que já existiam na segunda revolução na saúde, mas


o
un

que aqui dão a tônica do movimento.


Br

Sobre isso:
s
co
ar

Entende-se por transição epidemiológica as mudanças


M

ocorridas no tempo nos padrões de morte, morbidade e invalidez


que caracterizam uma população específica e que, em geral,
ocorrem em conjunto com outras transformações demográficas,
sociais e econômicas (Omram, 2001; Santos-Preciado et al., 2003). O
processo engloba três mudanças básicas: substituição das doenças
transmissíveis por doenças não-transmissíveis e causas externas;
deslocamento da carga de morbi-mortalidade dos grupos mais
jovens aos grupos mais idosos; e transformação de uma situação em
que predomina a mortalidade para outra na qual a morbidade é
dominante. A definição da transição epidemiológica deve, assim, ser

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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

considerada componente de um conceito mais amplo apresentado


por Lerner (1973) como transição da saúde, que inclui elementos das
concepções e comportamentos sociais, correspondentes aos
aspectos básicos da saúde nas populações humanas.
A transição da saúde pode de dividir em dois elementos
principais: de um lado, encontra-se a transição das condições de
saúde(referindo-se às mudanças na frequência, magnitude e
distribuição das condições de saúde, expressas através das mortes,
doenças e incapacidades) e de outro, a resposta social organizada a
estas condições que se instrumenta por meio dos sistemas de
atenção à saúde (transição da atenção sanitária), determinada em

45
grande medida pelo desenvolvimento social, econômico e

2:
:1
tecnológico mais amplo (Frenk et al., 1991).

04
Fonte: SCHRAMM, Joyce Mendes de Andrade et al. Transição

0
02
epidemiológica e o estudo de carga de doença no Brasil. Ciênc.

/2
03
saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 9, n. 4, p. 897-

8/
-2
908, Dec. 2004. Available from

om
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
.c
81232004000400011&lng=en&nrm=iso>. access
ok

on 13 Nov. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-


tlo
ou

81232004000400011.
@
09
bs

Tivemos, portanto, aumento da expectativa de vida, alterações


-m

demográficas, aumento da prevalência das doenças crônicas, preocupação com


1

qualidade de vida, etc.


-7
41

Perceba que tentamos sair de um modelo patogênico para um modelo


.9
34

salutogênico.
.7

Ademais:
17
-0

A emergência da Psicologia da Saúde é uma “oportunidade para ajudar a


a

nação a reduzir a aceleração dos custos de saúde” (MATARAZZO, 1980, p. 808).


lv
Si

Esta afirmação reflete uma preocupação que já acompanhara o desenvolvimento


o
un

da segunda revolução da saúde e que se tornou, dez anos depois, num elemento
Br

central.
s
co

Além das mudanças na etiologia da morbilidade e mortalidade, outros


ar
M

fatores contribuíram para a emergência da terceira revolução da saúde. Ramos


(1988) se refere aos seguintes:
1. Alterações demográficas tais como envelhecimento da população,
diversificação da família, a que se podem acrescentar a mobilidade
social dos indivíduos e as migrações;
2. Revolução tecnológica que, aumentando as possibilidades de
intervenção na doença, exige mais e melhores especialistas,
aumentando os custos da assistência médica;
3. Aproximação dos serviços de saúde à comunidade.

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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Pode-se, ainda, acrescentar o aumento do poder do consumidor que,


tornando-se mais exigente e com mais capacidade crítica, força os políticos a
serem mais sensíveis à opinião pública.
O final do século XX traz grandes mudanças para as sociedades
desenvolvidas, nomeadamente no modo de conceber o Campo da Saúde, e pela
discrepância entre os custos, a satisfação dos utentes ou da sociedade, e os
resultados das intervenções neste universo.
A terceira revolução da saúde decorre dos efeitos da segunda revolução da
saúde e da incapacidade desta em dar resposta aos problemas que se vieram a
deparar. Como explicava Ellwood (1988), o presidente dos Estados Unidos da
América proclamava, já em 1969, que a nação enfrentava uma crise no sistema de

45
cuidados de saúde: os custos disparavam, os doentes começavam a contestar a

2:
:1
autoridade dos médicos e a dúvida instalava-se acerca da eficácia de certos

04
procedimentos médicos dispendiosos.

0
02
Outra alteração decisiva tem a ver com o aumento da expectativa de vida

/2
03
da população. King (1990) utilizou a expressão “Armadilha Demográfica” para

8/
-2
designar o resultado da passagem de um modelo de elevada natalidade e elevada

om
mortalidade para outro de baixa natalidade e baixa mortalidade. Chama a atenção
.c
para o impacto destas mudanças, nomeadamente no ambiente e no colapso dos
ok

sistemas ecológicos. Este autor afirma que esta ideia não é nova e que constitui
tlo
ou

uma nova versão do que Malthus defendera no século XVIII.


@

O modelo biomédico abordou com êxito as doenças agudas, as que


09
bs

causavam mais mortalidade nas idades mais novas, contribuindo para o


-m

envelhecimento da população e deslocando as preocupações dos problemas de


1

saúde para as doenças crônicas.


-7
41

Com efeito, se observarmos a evolução da expectativa de vida, por


.9
34

exemplo, em Portugal desde o início do século XX, constata-se, segundo o Instituto


.7

Nacional de Estatística, que a esperança de vida de um recém-nascido que, em


17
-0

1920, era de 35,8 anos para os homens e 40,0 para as mulheres, passou, no final do
a

século XX, para perto dos 70 e 80 anos respectivamente. Ou seja, em 80 anos a


lv
Si

expectativa de vida à nascença duplicou.


o
un

Enquanto nos primeiros anos de vida predominam as doenças agudas, nos


Br

últimos predominam as crônicas. Cerca de 86% das pessoas com mais de 65 anos
s
co

sofrem, pelo menos, de uma doença crônica (RODIN; SALOVEY, 1989). Estes fatos
ar
M

permitem conceitualizar, do ponto de vista do sistema de saúde, a existência de


dois mundos: um mundo gerontológico versus um mundo pediátrico, em vez de
um mundo desenvolvido versus não-desenvolvido ou em desenvolvimento. As
doenças do foro gerontológico tendem a ser crônicas, enquanto as do foro
pediátrico tendem a ser agudas. Esta constatação aponta para a necessidade de
sistemas de cuidados de saúde diferenciados, provavelmente mesmo separados,
dadas às diferenças de equipamentos, tecnologias e tipo de apoio em geral que
estes dois grupos de doenças exigem.
Fonte: RIBEIRO, JLP. A Psicologia da Saúde. In ALVES, RF., org. Psicologia da
saúde: teoria, intervenção e pesquisa [online]. Campina Grande: EDUEPB, 2011.

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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

pp. 23-64. ISBN 978-85-7879-192-6. Available from SciELO Books


<http://books.scielo.org>.

Matriciamento
Segundo o Guia Prático de Matriciamento em Saúde Mental:
1.1 O QUE é MATRICIAMENTO
Matriciamento ou apoio matricial é um novo modo de produzir saúde em
que duas ou mais equipes, num processo de construção compartilhada, criam
uma proposta de intervenção pedagógico-terapêutica.

45
No processo de integração da saúde mental à atenção primária na

2:
realidade brasileira, esse novo modelo tem sido o norteador das experiências

:1
04
implementadas em diversos municípios, ao longo dos últimos anos. Esse apoio

0
02
matricial, formulado por Gastão Wagner Campos (1999), tem estruturado em

/2
nosso país um tipo de cuidado colaborativo entre a saúde mental e a atenção

03
8/
primária.

-2
Tradicionalmente, os sistemas de saúde se organizam de uma forma
om
vertical (hierárquica), com uma diferença de autoridade entre quem encaminha
.c
ok
um caso e quem o recebe, havendo uma transferência de responsabilidade ao
tlo

encaminhar. A comunicação entre os dois ou mais níveis hierárquicos ocorre,


ou
@

muitas vezes, de forma precária e irregular, geralmente por meio de informes


09

escritos, como pedidos de parecer e formulários de contrarreferência que não


bs

oferecem uma boa resolubilidade.


-m

A nova proposta integradora visa transformar a lógica tradicional dos


1
-7

sistemas de saúde: encaminhamentos, referências e contrarreferências,


41
.9

protocolos e centros de regulação. Os efeitos burocráticos e pouco dinâmicos


34

dessa lógica tradicional podem vir a ser atenuados por ações horizontais que
.7
17

integrem os componentes e seus saberes nos diferentes níveis assistenciais.


-0

Na horizontalização decorrente do processo de matriciamento, o sistema


a
lv

de saúde se reestrutura em dois tipos de equipes:


Si
o

♦equipe de referência;
un

♦equipe de apoio matricial.


Br
s

Na situação específica do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, as


co
ar

equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF) funcionam como equipes de


M

referência interdisciplinares, atuando com uma responsabilidade sanitária que


inclui o cuidado longitudinal, além do atendimento especializado que realizam
concomitantemente. E a equipe de apoio matricial, no caso específico desse guia
prático, é a equipe de saúde mental.
Segundo Campos e Domitti (2007, p. 400), a relação entre essas duas
equipes constitui um novo arranjo do sistema de saúde:
apoio matricial e equipe de referência são, ao mesmo tempo,
arranjos organizacionais e uma metodologia para gestão do
trabalho em saú- de, objetivando ampliar as possibilidades
de realizar-se clínica amplia- da e integração dialógica entre
distintas especialidades e profissões.

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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

O apoio matricial é distinto do atendimento realizado por um especialista


dentro de uma unidade de atenção primária tradicional. Ele pode ser entendido
com base no que aponta Figueiredo e Campos (2009): “um suporte técnico
especializado que é ofertado a uma equipe interdisciplinar em saúde a fim de
ampliar seu campo de atuação e qualificar suas ações”.
O matriciamento deve proporcionar a retaguarda especializada da assis-
tência, assim como um suporte técnico-pedagógico, um vínculo inter- pessoal e o
apoio institucional no processo de construção coletiva de projetos terapêuticos
junto à população. Assim, também se diferencia da supervisão, pois o matriciador
pode participar ativamente do projeto terapêutico.
Matriciamento não é:

45
• encaminhamento ao especialista

2:
:1
• atendimento individual pelo profissional de saúde mental

04
• intervenção psicossocial coletiva realizado apenas pelo

0
02
profissional de saúde mental

/2
03
Fonte: CHIAVERINI, D. H. (org.) et al. Guia Prático de Matriciamento em Saúde

8/
-2
Mental. Brasília - DF: Ministério da Saúde - Centro de Estudo e Pesquisa em Saúde

om
Coletiva, 2011.
.c
ok
tlo
ou
@
09

Marcos políticos de orientação da atenção à saúde pública: Reforma Sanitária


bs

Brasileira
-m
1
-7

Em 1970 criou-se a Superintendência de Campanhas da Saúde Pública -


41

SUCAM para executar as atividades de erradicação e controle de endemias,


.9
34

sucedendo o Departamento Nacional de Endemias Rurais (DENERU) e a campanha


.7

de erradicação da malária.
17
-0

Ao final da década de 1970 o modelo privatista, individualista e curativo


a

começa a mostrar sinais de esgotamento, seja pela pouca eficácia nos esforços,
lv
Si

seja pelas inúmeras crises de financiamento. As graves crises financeiras do INPS


o
un

vieram, além da crise do petróleo de 1975 e da estagnação da economia, do


Br

natural aumento de gastos (causado pela má gestão financeira), do aumento da


s
co

demanda, da fuga de capital para o mercado privado através de convênios (com


ar
M

fraudes ou investimentos pouco eficazes) e da inexistência de fiscalização dos


serviços executados pela rede privada.
Em 1975, foi promulgada a lei que instituiu o Sistema Nacional de Saúde,
que apesar de conter ideias inovadoras, reforçava a dualidade do setor saúde
dando ao Ministério da Saúde caráter apenas normativo e ações na área de
interesse coletivo e ao Ministério da Previdência a responsabilidade pelo
atendimento individualizado (Acurcio, 2013).

O Sistema Nacional de Saúde (1975) estabelecia papéis claros para a promoção,


proteção e recuperação da saúde. A medicina curativa ficou a cargo do Ministério

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da Previdência e a medicina preventiva ficou sob responsabilidade do Ministério


da Saúde.

Em 1978 houve nova tentativa de racionalização da previdência com a


criação do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social – SINPAS. A
criação do SINPAS tinha como objetivo disciplinar a concessão e manutenção de
benefícios e prestação de serviços, o custeio de atividades e programas, a gestão
administrativa, financeira e patrimonial da previdência.
O primeiro marco da Reforma Sanitária brasileira foi em 1979, no I
Simpósio Nacional de Política de Saúde, realizado pela comissão de saúde da
Câmara dos Deputados. Nesse evento foi discutido, pela primeira vez, uma

45
proposta de reorganização do sistema de saúde. O nome dessa proposta?

2:
:1
Sistema Único de Saúde.

04
Essa proposta contemplava diversos conceitos oriundos de experiências

0
02
bem sucedidas em outros países, como a universalização do direito à saúde,

/2
03
racionalização e integralidade das ações, democratização e participação popular,

8/
-2
bem como algumas experiências de atenção primária e de extensão de cobertura

om
desenvolvidas no país, como o Programa de Interiorização das Ações de Saúde
.c
e Saneamento - PIASS, em 1976, implementado em áreas rurais do Nordeste
ok

(Vargas, 2008). Esse programa se configurou como o primeiro programa de


tlo
ou

medicina simplificada do governo Federal e o resultado foi a expansão do


@

atendimento na rede pública ambulatorial. Além disso, o programa permitiu a


09
bs

entrada de técnicos provenientes do “movimento sanitário” no interior do


-m

aparelho de estado.
1

Este período é fortemente influenciado pela medicina comunitária. Essa


-7
41

visão contava com o apoio da Organização Mundial de Saúde e da Organização


.9
34

Pan americana de Saúde. A medicina comunitária propunha técnicas de medicina


.7

simplificada, a utilização de mão de obra local (os agentes de saúde) e a


17
-0

participação da comunidade.
a

A década de 1980 foi uma efervescência histórica de movimentos sociais. O


lv
Si

país passou por um forte movimento de redemocratização e o Brasil dava adeus,


o
un

ao final da década, à ditadura e aos governos militares. Em 1985 era criada a Nova
Br

República, através da eleição indireta de Tancredo Neves, o primeiro presidente


s
co

não-militar desde 1964. Mesmo assim o país passava por uma grave crise
ar
M

financeira legada pela crise da Previdência Social, ao final da década de 1970 e das
crises internacionais do petróleo.
A partir do início dos anos 80, movimentos em defesa de uma política de
saúde mais abrangente e disponível para todos vão se reestruturando. Um destes,
surgido a partir de discussões acadêmicas sobre as políticas de saúde e da
reestruturação das organizações de trabalhadores da saúde, ficou conhecido
como Movimento Sanitário e teve uma atuação marcante no destino do sistema
de saúde brasileiro (Roncalli e Souza, 1998).
Por outro lado, com a quebra do modelo hegemônico de financiamento da
saúde proposta pelas elites privadas, em função da crise do setor público, a área
de saúde privada orientou sua atenção para parcelas específicas da população,

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como a classe média e categorias de assalariados. A partir desse ponto foi


organizado um subsistema de saúde de atenção médico supletiva composta de 5
modalidades assistenciais: medicina de grupo, cooperativas médicas, auto-gestão,
seguro-saúde e plano de administração (Polignano, 2012). É a oficialização dos
primeiros grandes planos de saúde privados brasileiros, com contribuições
mensais, benefícios pré-determinados, carência e exclusão de cobertura.
Com o agravamento da crise do sistema de saúde previdenciário, as
iniciativas de extensão de cobertura assistencial a nível estadual e municipal são
reforçadas pelo governo. O próprio governo elaborou um plano de reorganização
da assistência à saúde, com características muito semelhantes ao projeto da
Reforma Sanitária, prevendo a implantação de uma rede de serviços básicos, com

45
a descentralização do setor, participação popular e integração dos Ministérios da

2:
:1
Saúde e da Previdência. Esse projeto, discutido em 1980, chamou-se PREV-SAÚDE

04
e, devido às pressões sofridas acabou não sendo posto em prática (Roncalli e

0
02
Souza, 1998).

/2
03
Na tentativa de reorganizar o sistema de saúde o início da década de 1980

8/
-2
viu a criação do Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária -

om
CONASP (1981) e do Programa de Ações Integradas de Saúde – AIS (1983).
.c
Em 1981 foi criado o CONASP que elaborou um novo plano
ok
tlo

de reorientação da Assistência Médica (...) que, em linhas gerais


ou

propunha melhorar a qualidade da assistência fazendo


@
09

modificações no modelo privatizante (de compra de serviços


bs

médicos) tais como a descentralização e a utilização prioritária dos


-m

serviços públicos federais, estaduais e municipais na cobertura


1
-7

assistencial da clientela.
41

A partir do plano do CONASP, surgiu o Programa de Ações


.9
34

Integradas de Saúde, que ficou conhecido como AIS. Tinha o


.7

objetivo de integrar os serviços que prestavam a assistência à saúde


17
-0

da população de uma região. Os governos estaduais, através de


a

convênios com os Ministérios da Saúde e Previdência, recebiam


lv
Si

recursos para executar o programa, sendo que as prefeituras


o
un

participavam através de adesão formal ao convênio.


Br

Em todos estes planos, havia a idéia de integração da saúde


s
co

pública com a assistência médica individual. Era uma aspiração


ar
M

antiga que encontrava interesses contrários à sua concretização nos


grupos médicos privados e na própria burocracia do INAMPS.
Fonte: Cefor, s.d.

O CONASP e as AIS têm papel fundamental no delineamento dos princípios


adotados na constituinte que se seguiria. Eles incorporaram valores da Reforma
Sanitária e preconizaram a necessidade da integração e articulação do sistema de
saúde. As AIS foram um projeto interministerial (Previdência-Saúde-Educação) e
procurou integrar ações curativas, preventivas e educativas simultaneamente. A
Previdência passou a comprar e pagar serviços prestados por estados, municípios,
hospitais filantrópicos, públicos e universitários. Além disso, as AIS propiciaram o

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surgimento das Comissões Interinstitucionais de Saúde, os embriões dos atuais


Conselhos de Saúde e foram a base para a implantação, mais tarde, do Sistema
Unificado e Descentralizado de Saúde - SUDS, a primeira aproximação estratégica
para o Sistema Único de Saúde - SUS (Roncalli e Souza, 1998).
Com a previsão da eleição da Assembléia Nacional Constituinte, que se
encarregaria da elaboração da nova Constituição Brasileira, é convocada a VIII
Conferência Nacional de Saúde, a fim de discutir uma nova proposta de
estrutura e de política de saúde para o país (Roncalli e Souza, 1998). Essa
Conferência ocorreu em Brasília, em 1986, sendo considerada um marco e,
certamente, um divisor de águas dentro do Movimento pela Reforma Sanitária
(Roncalli, 2003).

45
A Reforma Sanitária Brasileira1 foi proposta num momento de intensas

2:
:1
mudanças e sempre pretendeu ser mais do que apenas uma reforma setorial.

04
Almejava-se, desde seus primórdios, que pudesse servir à democracia e à

0
02
consolidação da cidadania no País. A realidade social, na década de oitenta, era de

/2
03
exclusão da maior parte dos cidadãos do direito à saúde, que se constituía na

8/
-2
assistência prestada pelo Instituto Nacional de Previdência Social, restrita aos

om
trabalhadores que para ele contribuíam, prevalecendo a lógica contraprestacional
.c
e da cidadania regulada. A VIII Conferência Nacional de Saúde (CNS), realizada no
ok

ano de 1986, contou com a participação de técnicos do setor saúde, de gestores e


tlo
ou

da sociedade organizada, propondo um modelo de proteção social com a garantia


@

do direito à saúde integral. Em seu relatório final, a saúde passa a ser definida
09
bs

como o resultado não apenas das condições de alimentação, habitação,


-m

educação, trabalho, lazer e acesso aos serviços de saúde, mas, sobretudo, da


1

forma de organização da produção na sociedade e das desigualdades nela


-7
41

existentes. Na esteira deste processo democrático constituinte, o chamado


.9
34

movimento sanitário tinha proposições concretas. A primeira delas, a saúde como


.7

direito de todo o cidadão, independente de ter contribuído, ser trabalhador rural


17
-0

ou não trabalhador. Não se poderia excluir ou discriminar qualquer cidadão


a

brasileiro do acesso à assistência pública de saúde. A segunda delas é a de que as


lv
Si

ações de saúde deveriam garantir o acesso da população às ações de cunho


o
un

preventivo e/ou curativo e, para tal, deveriam estar integradas em um único


Br

sistema. A terceira, a descentralização da gestão, tanto administrativa, como


s
co

financeira, de forma que se estivesse mais próximo da quarta proposição que era a
ar
M

do controle social das ações de saúde.

Em 1982, a OMS propôs uma nova abordagem orientando aos profissionais


de saúde que se portassem como membros da comunidade, para entenderem o
conhecimento local em saúde, suas crenças e soluções e problemas que são
vivenciados. Trata-se de um modelo inspirado nas metodologias participativas e
identificadas com os princípios da abordagem conhecida por pesquisa-ação,
preceitos incorporados na Declaração de Alma-Ata, de 1978.

1
Fonte: Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Sérgio Arouca. Disponível em
http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/judicializacao/pdfs/introducao.pdf. Acesso em junho de
2014.

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Em 1986, no Canadá, ocorreu a Reunião Internacional para a Promoção da


Saúde, em Ottawa. Deste encontro, foi publicada “A Carta de Ottawa para a
Promoção da Saúde”.
O Sistema Único de Saúde do Brasil nasceu das propostas do movimento
sanitário e da pressão popular, que iniciaram muito antes dos anos 60 e que vão
se concretizar a partir de 1986 com a VIII Conferência Nacional de Saúde,
ocorrida em Brasília, e em 1988 na Constituição Brasileira. O movimento
sanitarista brasileiro ganhava força, tanto pelo apoio da mídia e de representantes
políticos, como da manifestação da insatisfação do povo, dos profissionais e dos
grandes movimentos sociais. Apesar do marco dessa conferência, muitos
movimentos anteriores já tentavam galgar os mesmos resultados, como o

45
Programa de Interiorização de Ações de Saúde e Saneamento – PIASS e as Ações

2:
:1
Integradas de Saúde – AIS.

04
As Conferências Nacionais de Saúde são realizadas desde 1941, mas foi na

0
02
VIII Conferência Nacional de Saúde que ganhou status de evento pré-

/2
03
constitucional. O movimento que deu origem a essa conferência é originário de

8/
-2
grupos de profissionais oposicionistas às propostas para o setor implementadas

om
pelos governos militares. Considerando a tessitura dessa conferência, que contou
.c
com quase cinco mil pessoas, o momento de redemocratização do país e a patente
ok

falta de estrutura sanitária e de saúde do Brasil, a maior parte das propostas dessa
tlo
ou

conferência foi defendida na Assembleia Nacional Constituinte, criada em 1987, e


@

aprovada pelo constituinte.


09
bs

Essa conferência propôs a saúde como um direito do cidadão, um dever do


-m

Estado e de acesso universal a todos os bens e serviços que a promovam e


1

recuperem. Deste pensamento resultaram duas das principais diretrizes do SUS:


-7
41

universalidade e integralidade. O relatório final dessa conferência apresentou três


.9
34

temas: a saúde como um direito, proposta de reformulação do sistema nacional


.7

de saúde e o financiamento do setor. É válido destacar dois pontos desse relatório


17
-0

que nortearam a CF/88 e as leis orgânicas do SUS na concepção de saúde e no


a

diagnóstico da saúde naquele momento:


lv
Si

RELATÓRIO FINAL DA VIII CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE


o
un

TEMA 1 - SAÚDE COMO DIREITO


Br

1. Em seu sentido mais abrangente, a saúde é a resultante das


s
co

condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio


ar
M

ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e


posse da terra e acesso a serviços de saúde. É, assim, antes de tudo,
o resultado das formas de organização social da produção, as quais
podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida.
...
3. Direito à saúde significa garantia, pelo Estado, de condições
dignas de vida e de acesso universal e igualitário às ações e serviços
de promoção e recuperação de saúde, em todos os seus níveis, a
todos os habitantes do território nacional, levando ao
desenvolvimento pleno do ser humano em sua individualidade.

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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

A saúde já era vista como interligada a condicionantes ambientais e sociais,


como as desigualdades sociais, alimentação e educação. O princípio da
Universalidade também estava expresso, assim como os conceitos de promoção e
recuperação.

8. A evolução histórica desta sociedade desigual ocorreu quase


sempre na presença de um Estado autoritário, culminando no
regime militar, que desenvolveu uma política social mais voltada
para o controle das classes dominadas, impedindo o
estabelecimento de canais eficazes para as demandas sociais e a
correção das distorções geradas pelo modelo econômico.

45
2:
9. Na área de saúde, verifica-se um acúmulo histórico de vicissitudes

:1
que deram origem a um sistema em que predominam interesses de

04
0
empresários da área médico-hospitalar. O modelo de organização

02
do setor público é anárquico, pouco eficiente e eficaz, gerando

/2
03
descrédito junto à população.

8/
-2
10. Este quadro decorre basicamente do seguinte:

om
- não prioridade pelos governos anteriores do setor social,
.c
neste incluída a saúde, privilegiando outros setores, como,
ok
tlo

por exemplo, o da energia, que contribui para a atual dívida


ou

externa;
@
09

- vigência de uma política de saúde implícita que se efetiva


bs

ao sabor de interesses em geral não coincidentes com os dos


-m

usuários dos serviços, acentuadamente influenciada pela


1
-7

ação de grupos dedicados à mercantilização da saúde;


41

- debilidade de organização da sociedade civil, com escassa


.9
34

participação popular no processo de formulação e controle


.7

das políticas e dos serviços de saúde;


17
-0

- modelo assistencial excludente, discriminatório,


a

centralizador e corruptor;
lv
Si

- falta de transparência na aplicação de recursos públicos, o


o
un

que contribuiu para o uso dispersivo, sem atender às reais


Br

necessidades da população;
s
co

- inadequada formação de recursos humanos tanto em nível


ar
M

técnico quanto nos aspectos ético e de consciência social,


associada a sua utilização em condições insatisfatórias de
remuneração e de trabalho;
- controle do setor de medicamentos e equipamentos pelas
multinacionais;
- privilégio na aplicação dos recursos públicos na rede
privada de assistência médica, como também em programas
de saneamento e habitação;
- interferência clientelística no que se refere à contratação
de pessoal;

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- excessiva centralização das decisões e dos recursos em


nível federal.
Vemos aqui o claro diagnóstico da saúde no Brasil na época do período
militar. Segundo os participantes da VIII Conferência Nacional de Saúde, o modelo
existente era desorganizado e orientado financeiramente para o capital privado. O
que gerou iniqüidades e distorções no atendimento à saúde, seja pela fuga de
capitais para o setor privado de saúde ou outros setores, seja pela desmobilização
social pela busca de direitos.
A Constituição Federal de 1989 – CF/88 foi um marco na história dos
direitos sociais e, em especial, a saúde. Foi um ponto de cisão entre as antigas
práticas de saúde e a nova proposta de Sistema Único de Saúde - SUS. Não

45
2:
conseguiu, como vemos até hoje, elidir problemas como as filas e as dificuldades

:1
de acesso da população a serviços básicos, mas estamentou a estrutura

04
0
necessária para os avanços advindos nos anos seguintes.

02
A partir dos esforços da Assembleia Nacional Constituinte, herdamos, pela

/2
03
primeira vez, uma seção específica sobre a Saúde. Na CF/88, a saúde é

8/
-2
apresentada como um direito fundamental e é expresso através de princípios e

om
diretrizes, sendo assim um conjunto de normas programáticas que necessitam de
.c
regramento posterior para sua efetiva implementação. Assim, apesar da
ok
tlo

inexperiência do constituinte, que poderia ter poupado as duas décadas seguintes


ou

se tivesse previsto os mecanismos básicos de financiamento ou de controle do


@
09

SUS, o momento histórico em que a CF/88 foi elaborada representou uma ruptura
bs

com todas as críticas que a sociedade e os movimentos sociais discutiam em


-m

relação ao modelo privatista que por décadas parasitava a saúde brasileira. Nesse
1
-7

sentido, a seção de Saúde incorporou a quase integralidade das propostas da


41

Reforma Sanitária e do SUS propostos pela VIII Conferência Nacional de Saúde.


.9
34

Com a oficialização do Sistema Único de Saúde na Constituição Federal de


.7

1988, o Brasil instituiu a maior política de inclusão social do País. Além disso,
17
-0

descreveu um direito a ser assegurado pelo Estado e pautado pelos princípios de


a

universalidade, eqüidade, integralidade e organizado de maneira descentralizada,


lv
Si

hierarquizada e com participação da população.


o
un
Br
s
co
ar
M

Princípios, diretrizes e arcabouço legal do


Sistema Único de Saúde
O arcabouço legal que define o nosso Sistema Único de Saúde tem com
documento supremo a Constituição Federal de 1988. Em vários momentos do
texto constitucional encontramos referencias acerca da saúde e do seu papel
dentro da seguridade social, responsabilidade de cada ente da federação e
objetivos. É com a Constituição Federal de 1988 que o Sistema Único de Saúde
é oficialmente criado.

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Além da CF/88, temos duas grandes leis, conhecidas como Leis Orgânicas
da Saúde, que irão definir, entre outras coisas, o funcionamento do SUS e a
Participação Social.
Lei Federal n˚ 8.080/1990 Lei Federal n˚ 8.142/1990
Dispõe sobre as condições para a Dispõe sobre a participação da
promoção, proteção e recuperação da comunidade na gestão do Sistema
saúde, a organização e o Único de Saúde (SUS) e sobre as
funcionamento dos serviços transferências intergovernamentais de
correspondentes e dá outras recursos financeiros na área da saúde e
providências. dá outras providências.
Temos outras leis importantes para a compreensão do SUS? Sim, centenas

45
2:
de decretos, portarias e leis, em sentido estrito, ajudam a formar o atual sistema

:1
de saúde. Porém, é a CF/88 e as Leis Orgânicas da Saúde que irão dar a forma do

04
0
sistema que conhecemos.

02
E quais são os princípios e diretrizes do SUS? Os princípios do SUS estão

/2
03
dispostos em dois grupos: os princípios doutrinários e os princípios organizativos

8/
-2
do SUS. Os princípios doutrinários (universalidade, integralidade e equidade)

om
estão dispostos na CF/88. Os princípios organizativos (descentralização,
.c
regionalização, hierarquização, resolubilidade, participação social e
ok
tlo

complementariedade do setor privado). Observe que os princípios organizativos


ou

também são conhecidos como princípios finalísticos ou estratégicos.


@
09

Mas Alyson, a universalidade está apenas na Constituição Federal? Não, ela


bs

está também na Lei 8.080/90, assim como vários outros princípios. Observe que
-m

segundo as atribuições definidas na Lei 8.080, Art. 7º, as ações e serviços públicos
1
-7

de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o


41

Sistema Único de Saúde - SUS são desenvolvidos de acordo com as diretrizes


.9
34

previstas no artigo 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes


.7

princípios:
17
-0

I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os


a

níveis de assistência;
lv
Si

II - integralidade de assistência, entendida como um conjunto


o
un

articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos,


Br

individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis


s
co

de complexidade do sistema;
ar
M

III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua


integridade física e moral;
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou
privilégios de qualquer espécie;
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de
saúde e sua utilização pelo usuário;
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de
prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática;
VIII - participação da comunidade;

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IX - descentralização político-administrativa, com direção única em


cada esfera de governo:
a) ênfase na descentralização dos serviços para os
municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de
saúde;
X - integração, em nível executivo, das ações de saúde, meio
ambiente e saneamento básico;
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e
humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, na prestação de serviços de assistência à saúde da

45
população;

2:
:1
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de

04
assistência; e

0
02
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar

/2
03
duplicidade de meios para fins idênticos.

8/
-2
Percebeu essa lista infindável de princípios? Voltando à tradicional

om
classificação entre princípios doutrinários e princípios organizativos, temos que a
.c
seguinte descrição presente na Cartilha do ABC do SUS:
ok
tlo

QUAL É A DOUTRINA DO SUS?


ou

Baseado nos preceitos constitucionais a construção do SUS se norteia


@
09

pelos seguintes princípios doutrinários:


bs

UNIVERSALIDADE – É a garantia de atenção à saúde por parte do sistema, a todo e


-m

qualquer cidadão. Com a universalidade, o indivíduo passa a ter direito de acesso


1
-7

a todos os serviços públicos de saúde, assim como àqueles contratados pelo poder
41

público. Saúde é direito de cidadania e dever do Governo: municipal, estadual e


.9
34

federal.
.7

EQÜIDADE – É assegurar ações e serviços de todos os níveis de acordo com a


17
-0

complexidade que cada caso requeira, more o cidadão onde morar, sem
a

privilégios e sem barreiras. Todo cidadão é igual perante o SUS e será atendido
lv
Si

conforme suas necessidades até o limite do que o sistema puder oferecer para
o
un

todos.
Br

INTEGRALIDADE - É o reconhecimento na prática dos serviços de que:


s
co

• cada pessoa é um todo indivisível e integrante de uma


ar
M

comunidade;
• as ações de promoção, proteção e recuperação da saúde formam
também um todo indivisível e não podem ser
compartimentalizadas;
• as unidades prestadoras de serviço, com seus diversos graus de
complexidade, formam também um todo indivisível configurando
um sistema capaz de prestar assistência integral.
Enfim:
“O homem é um ser integral, bio-psico-social, e deverá ser atendido
com esta visão integral por um sistema de saúde também integral,
voltado a promover, proteger e recuperar sua saúde.”

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QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS QUE REGEM A ORGANIZAÇÃO DO SUS?


REGIONALIZAÇÃO e HIERARQUIZAÇÃO - Os serviços devem ser organizados em
níveis de complexidade tecnológica crescente, dispostos numa área geográfica
delimitada e com a definição da população a ser atendida. Isto implica na
capacidade dos serviços em oferecer a uma determinada população todas as
modalidades de assistência, bem como o acesso a todo tipo de tecnologia
disponível, possibilitando um ótimo grau de resolubilidade (solução de seus
problemas).
O acesso da população à rede deve se dar através dos serviços de nível
primário de atenção que devem estar qualificados para atender e resolver os
principais problemas que demandam os serviços de saúde. Os demais, deverão ser

45
referenciados para os serviços de maior complexidade tecnológica.

2:
:1
A rede de serviços, organizada de forma hierarquizada e regionalizada,

04
permite um conhecimento maior dos problemas de saúde da população da área

0
02
delimitada, favorecendo ações de vigilância epidemiológica, sanitária, controle de

/2
03
vetores, educação em saúde, além das ações de atenção ambulatorial e hospitalar

8/
-2
em todos os níveis de complexidade.

om
RESOLUBILIDADE - É a exigência de que, quando um indivíduo busca o
.c
atendimento ou quando surge um problema de impacto coletivo sobre a saúde, o
ok

serviço correspondente esteja capacitado para enfrentá-lo e resolvê-lo até o nível


tlo
ou

da sua competência.
@

DESCENTRALIZAÇÃO - É entendida como uma redistribuição das


09
bs

responsabilidades quanto às ações e serviços de saúde entre os vários níveis de


-m

governo, a partir da idéia de que quanto mais perto do fato a decisão for tomada,
1

mais chance haverá de acerto. Assim, o que é abrangência de um município deve


-7
41

ser de responsabilidade do governo municipal; o que abrange um estado ou uma


.9
34

região estadual deve estar sob responsabilidade do governo estadual, e, o que for
.7

de abrangência nacional será de responsabilidade federal. Deverá haver uma


17
-0

profunda redefinição das atribuições dos vários níveis de governo com um nítido
a

reforço do poder municipal sobre a saúde - é o que se chama municipalização da


lv
Si

saúde.
o
un

Aos municípios cabe, portanto, a maior responsabilidade na promoção das


Br

ações de saúde diretamente voltadas aos seus cidadãos.


s
co

PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOS - É a garantia constitucional de que a população,


ar
M

através de suas entidades representativas, participará do processo de formulação


das políticas de saúde e do controle da sua execução, em todos os níveis, desde o
federal até o local.
Essa participação deve se dar nos Conselhos de Saúde, com representação
paritária de usuários, governo, profissionais de saúde e prestadores de serviço.
Outra forma de participação são as conferências de saúde, periódicas, para definir
prioridades e linhas de ação sobre a saúde.
Deve ser também considerado como elemento do processo participativo o
dever das instituições oferecerem as informações e conhecimentos necessários
para que a população se posicione sobre as questões que dizem respeito à sua
saúde.

| 21
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COMPLEMENTARIEDADE DO SETOR PRIVADO - A Constituição definiu que,


quando por insuficiência do setor público, for necessário a contratação de serviços
privados, isso deve se dar sob três condições:
1ª - a celebração de contrato, conforme as normas de direito
público, ou seja, interesse público prevalecendo sobre o particular;
2ª - a instituição privada deverá estar de acordo com os princípios
básicos e normas técnicas do SUS. Prevalecem, assim, os princípios
da universalidade, eqüidade, etc., como se o serviço privado fosse
público, uma vez que, quando contratado, atua em nome deste;
3ª - a integração dos serviços privados deverá se dar na mesma
lógica organizativa do SUS, em termos de posição definida na rede

45
regionalizada e hierarquizada dos serviços. Dessa forma, em cada

2:
:1
região, deverá estar claramente estabelecido, considerando-se os

04
serviços públicos e privados contratados, quem vai fazer o que, em

0
02
que nível e em que lugar.

/2
03
Dentre os serviços privados, devem ter preferência os serviços não

8/
-2
lucrativos, conforme determina a Constituição.

om
Assim, cada gestor deverá planejar primeiro o setor público e, na
.c
seqüência, complementar a rede assistencial com o setor privado, com os mesmos
ok

concertos de regionalização, hierarquização e universalização.


tlo
ou

Torna-se fundamental o estabelecimento de normas e procedimentos a


@

serem cumpridos pelos conveniados e contratados, os quais devem constar, em


09
bs

anexo, dos convênios e contratos.


-m

Fonte: ABC DO SUS - DOUTRINAS E PRINCÍPIOS. MINISTÉRIO DA SAÚDE


1
-7

SECRETARIA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE. Brasília/DF. 1990. Disponível em


41

http://www.foa.unesp.br/include/arquivos/foa/pos/files/abc-do-sus-doutrinas-e-
.9
34

principios.pdf
.7
17
-0

As diretrizes do SUS são: a descentralização, regionalização e


a

hierarquização, participação da comunidade. Essas diretrizes estão no artigo 198


lv
Si

da CF/88:
o
un

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede


Br

regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado


s
co

de acordo com as seguintes diretrizes:


ar
M

I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;


II - atendimento integral, com prioridade para as atividades
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.
Essas diretrizes podem ser resumidamente explicadas da seguinte forma:
A descentralização apresenta como estratégia a organização do sistema e
o fortalecimento do ente federal, apesar de difundir os deveres para os estados e
municípios. Isso deve ser feito com muito cuidado pois se por um lado a
centralização do poder irá criar um estado totalitário, por outro, em conseqüência
da radical centralização, poderá levar a dissolução da noção de estado. A
descentralização que é falada pelo SUS é aquela que cada esfera assume

| 22
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determinadas ações para o favorecimento do processo. Cada esfera possui direção


única: a federal (Ministério da Saúde), a estadual (Secretaria Estadual de Saúde) e
a municipal (Secretaria Municipal de Saúde). Existe uma desconcentração de
poder da união para os estados e municípios. Isso porque se parte da idéia que as
ações não devem ser verticalizadas, já que os problemas locais são mais
conhecidos pelos gestores estaduais e principalmente municipais.
As diretrizes de regionalização e hierarquização preconizam que sejam
delimitados territórios com perfil semelhante e desenvolvam ações de saúde que
atenda a população adstrita de forma mais integral possível. A regionalização deve
ser norteada pelos níveis de complexidade requeridos em caráter hierárquico,
desenvolvendo de menor complexidade as de maior complexidade. Parte-se da

45
lógica de que em um determinado município pode ocorrer uma demanda que

2:
:1
extrapole o grau de complexidade atendido neste município, então deve ser

04
pensado o convênio com outros municípios para assegurar a assistência ao

0
02
cidadão. O sistema para regular essa demanda é o de referencia e contra-

/2
03
referência que é pactuado entre os distritos sanitários, que compõe uma região,

8/
-2
através da CIB.

om
A outra diretriz é a participação da comunidade na tomada de decisão do
.c
SUS através dos conselhos de saúde e das conferências de saúde realizadas pelo
ok

menos uma vez a cada quatro anos. Os conselhos de saúde estão representados
tlo
ou

nos três níveis de governo: o Conselho Nacional de Saúde (esfera federal), o


@

Conselho Estadual de Saúde (esfera estadual) e o Conselho Municipal de Saúde


09
bs

(esfera municipal). Os conselhos são representados por 50% de usuários e 50% de


-m

representantes da gestão. O conselho tem caráter deliberativo e fiscalizador.


1
-7

Fonte: Diretrizes do SUS. Disponível em:


41

http://atencaobasicadegranja.blogspot.com.br/2010/04/diretrizes-do-sus.html
.9
34

Acesso em junho de 2014.


.7
17
-0
a

Constituição Federal, artigos de 194 a 200


lv
Si
o
un
Br
s

Estudar a saúde na Constituição Federal é, antes de tudo, uma tarefa que


co
ar

não deve centrar-se somente nos artigos 196, 197, 198, 199 e 200. É, antes de tudo,
M

uma tarefa que exige a adequada contextualização com o normativo da carta


magna brasileira, seu devido relacionamento com o momento histórico de
produção e de alterações e, por fim, sua relação com as leis que tornam suas
normas programáticas em ações eficazes na gestão da saúde pública.
Começaremos, desse modo, pelo entendimento do fundamento
constitucional, competências dos entes da federação e hipóteses de intervenção
para depois adentrarmos na Seguridade Social e Saúde.

Fundamento Constitucional

| 23
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O constituinte originário celebrou um compromisso com a nação ao


conferir a saúde como um direito de todos. Logo no início da CF/88, temos:

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a


moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.

A saúde é um direito humano de segunda geração2 assumida pelo Estado e


que é descrito ao longo de vários artigos da CF/88.

45
2:
:1
04
Competências

0
02
/2
As competências para a promoção da saúde no Brasil estão divididas entre

03
8/
todos os entres da federação e a iniciativa privada. Entre os entes da federação, é

-2
salutar destacar a competência comum entre todos os entes da federação para
om
cuidar da saúde: .c
ok
tlo

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
ou
@

Municípios:
09

II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas


bs
-m

portadoras de deficiência;
1
-7
41

Perceba que a competência de executar ações de saúde é comum. Ou


.9

seja, todos devem ter ações nessa área.


34
.7
17

Em complemento, o art. 198 fala:


-0
a
lv
Si

Art. 198. [...]


o
un

[...]
Br

§1˚ O Sistema Único de Saúde será financiado, nos termos do art. 195, com
s
co

recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito


ar

Federal e dos Municípios, além de outras fontes.


M

Do art. 198 temos que a responsabilidade financeira de cuidar da saúde é,


também, comum.
E para legislar? A situação difere um pouco. Existe a competência
2
CURIOSIDADE: Direitos de primeira dimensão são aqueles que obrigam ao Estado a ausência de
ação para que o cidadão possa exercer seus direitos. Eles se caracterizam pela imposição de
defesa contra as possíveis ingerências e abusos do Estado. Como exemplos temos os direitos de
liberdade, à vida e à propriedade privada. Os direitos de segunda dimensão, por sua vez, são
aqueles que se caracterizam pela atuação do Estado para a promoção da igualdade e dignidade
humana dos cidadãos. Estão nesse Segundo grupo os direitos à saúde, educação, assistência
social, trabalho e previdência social.

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concorrente para legislar sobre a proteção e defesa da saúde. Vejamos:

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar


concorrentemente sobre:
[...]
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
[...]
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União
limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui
a competência suplementar dos Estados.

45
2:
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a

:1
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

04
0
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a

02
eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

/2
03
8/
-2
A atividade legislativa concorrente é uma forma de repartição vertical de

om
competências. Por esse estamento constitucional, apesar de contornos bastante
.c
imprecisos na prática, os entes federados podem, sob determinados critérios,
ok
tlo

legislar sobre os mesmos temas nos âmbitos dos interesses prevalecentes.


ou

No art. 30, temos a clara competência dos municípios:


@
09
bs

Art. 30. Compete aos Municípios:


-m

[...]
1
-7

VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,


41

serviços de atendimento à saúde da população.


.9
34
.7
17
-0

Intervenção
a
lv
Si
o

A intervenção ocorre quando um ente maior, em função de


un
Br

responsabilidade que tem de garantir a ordem social, intervém em um ente


s
co

menor. Assim, temos dois tipos de intervenções:


ar

a) Intervenção da União nos Estados e no DF: ocorre caso não seja aplicado
M

o mínimo exigido da receita de impostos/transferências nas ações e


serviços públicos de saúde.
Essa hipótese está descrita no art. 34 da CF/88.

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
[...]
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
[...]
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e

| 25
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desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.(Redação


dada pela Emenda Constitucional no 29, de 2000)

b) Intervenção dos Estados nos Municípios: ocorre caso não seja aplicado o
mínimo exigido da receita de impostos /transferências nas ações e serviços
púbicos de saúde.
Essa hipótese está descrita no art. 35 da CF/88.

Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios
localizados em Território Federal, exceto quando:
[...]

45
2:
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção

:1
04
e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; (Redação

0
dada pela Emenda Constitucional no 29, de 2000)

02
/2
03
Finalizada essa parte contextual de como a CF/88 trabalha a saúde em

8/
-2
termos de competências de execução e legislativa e as hipóteses de intervenção,

om
vamos adentrar no estudo da Saúde e dos artigos de nosso edital..c
ok
tlo
ou

A definição do SUS
@
09
bs
-m

Segundo o Portal da Saúde, do Governo


1

Federal 3, o Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos


-7
41

maiores sistemas públicos de saúde do mundo. Ele


.9

abrange desde o simples atendimento ambulatorial até


34
.7

o transplante de órgãos, garantindo acesso integral,


17

universal e gratuito para toda a população do país.


-0

Amparado por um conceito ampliado de saúde, o SUS foi


a
lv

criado, em 1988 pela Constituição Federal Brasileira,


Si
o

para ser o sistema de saúde dos mais de 180 milhões de brasileiros.


un
Br

A Constituição Federal de 1988 oficializa o Sistema Único de Saúde, mas


s

não traça os seus contornos. Essas definições são dadas pelas leis subsequentes,
co
ar

em especial a Lei n˚ 8.080/90 e a Lei n˚ 8.142/90. Porém, avança ao oficializar o


M

Orçamento da Seguridade Social, a universalização de políticas de saúde e a


responsabilidade estatal na proteção social dos cidadãos. Ela reconheceu a
obrigação do Estado em prestar, de forma universal, pública e gratuita, o
atendimento na área de saúde em todos os níveis de complexidade.
A aprovação do Orçamento da Seguridade Social proporcionou a maior
integração de recursos e a melhora do controle financeiro sobre as verbas
destinadas à previdência, assistência social e saúde. Isso facilitou a gestão dos

3
Portal Saúde. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/entenda-o-sus.
Acessado em Junho de 2014.

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recursos para a saúde, antes esses recursos eram capturados por outras áreas e
até pela iniciativa privada.
A universalização de políticas de saúde foi um marco brasileiro
reconhecido internacionalmente ao garantir o acesso aos serviços de saúde por
todos os brasileiros.
O avanço na responsabilização estatal na proteção social dos cidadãos foi
outro grande avanço, dessa vez consolidado na carta magna da nação, ao
estabelecer o papel dos entes da federação na gestão da seguridade social e,
consequentemente, da saúde.

45
A Ordem Social

2:
:1
04
0
A Constituição, na parte que trata da Ordem Social, prevê a saúde como

02
/2
uma das partes da Seguridade Social, em conjunto com a Assistência Social e a

03
Previdência Social. Assim, são duas as iniciais conclusões que podemos apontar

8/
-2
como intencionais pelo constituinte originário:

om
a) a Saúde é um direito social .c
ok
b) a saúde, em conjunto com a assistência social e a previdência social
tlo

compõe a Seguridade Social.


ou

No artigo 193 da CF/88 encontramos a base da ordem social.


@
09
bs

Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o
-m

bem-estar e a justiça sociais.


1
-7
41
.9

É a partir dessa ordem social que todas as políticas sociais são construídas
34

e direcionadas. Ela estabelece princípios, valores e os contornos gerais para a


.7
17

função de promoção social do país em relação aos seus habitantes. Seu


-0

pressuposto é que a ordem social é mantida pelo trabalho e que seu objetivo é o
a
lv

bem-estar e a justiça sociais. Tais definições estão associadas com o conceito de


Si
o

cidadania e a dignidade da pessoa humana, descritos no primeiro artigo da CF/88:


un
Br

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos


s

Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de


co
ar

Direito e tem como fundamentos: [...]


M

II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana; [...]
Sem a justiça social e a definição do papel do Estado como promotor do
bem estar social, a cidadania e a dignidade da pessoa humana não são
consolidadas em seu pleno direito.
A ênfase do constituinte foi descrever a estruturação da sociedade a partir
da ordem social. Isso significa dizer que o desenvolvimento social e humano
apenas será alcançado, na visão dos constituintes, a partir da implementação dos
valores, muitas vezes programáticos4, ali descritos.
4
Normas programáticas são programas e diretrizes para atuação futura dos órgãos estatais.

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No Art. 193, temos o trabalho como fundamento da ordem social e o bem-


estar e a justiça social como objetivo dessa ordem. Observe que, enquanto aqui o
trabalho é visto como identidade do cidadão, elemento básico de sobrevivência
humana e organizador social, no Art. 170 da CF/88 ele é visto como um fator de
produção, a força de trabalho em si. Desse modo, a ordem social visa, entre outras
coisas, configurar um sistema de produção da força de trabalho.

Ordem Social Base O primado do trabalho


CF/88, Art. 193 Objetivo O bem estar e a justiça sociais

Na CF/88, a divisão da Ordem Social ocorre da seguinte maneira:

45
2:
:1
04
Constituição Federal de 1988

0
ORDEM SOCIAL Seguridade Social Saúde (artigos 196, 197, 198, 199 e

02
/2
(artigos 193 ao (artigos 194 ao 204) 200)

03
232) Previdência Social (artigos 201 e

8/
-2
202)

om
Assistência Social (artigo 203 e 204)
.c
Educação (artigos 205 ao 214)
ok
tlo

Cultura (artigos 215, 126 e 216-A)


ou

Desporto (artigo 217)


@
09

Ciência e Tecnologia (artigo 218 e 219)


bs

Comunicação Social (artigos 220, 221, 222, 223 e 224)


-m

Meio Ambiente (artigo 225)


1
-7

Família, Criança, Adolescente, Jovem e Idoso (artigos 226,


41
.9

227, 228, 229 e 230)


34

Índios (artigos 231 e 232)


.7
17
-0

Desse modo, a compreensão da saúde passa necessariamente pelo


a
lv

entendimento de como a saúde está disposta dentro da ordem social e, mais


Si
o

especificamente, da seguridade social.


un
Br
s
co
ar
M

A Seguridade Social
A seguridade social está disposta na CF/88 da seguinte forma:
a) Saúde (artigos 196, 197, 198, 199 e 200)
b) Previdência Social (artigos 201 e 202)
c) Assistência Social (artigo 203 e 204)

CAPÍTULO II
DA SEGURIDADE SOCIAL

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Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de


iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos
relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

Temos a seguinte equação acerca da seguridade social:

𝑆𝑎ú𝑑𝑒 + 𝑃𝑟𝑒𝑣𝑖𝑑ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑆𝑜𝑐𝑖𝑎𝑙 + 𝐴𝑠𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑆𝑜𝑐𝑖𝑎 = 𝑆𝐸𝐺𝑈𝑅𝐼𝐷𝐴𝐷𝐸 𝑆𝑂𝐶𝐼𝐴𝐿

45
2:
:1
Saúde+Previdência Social+Assistência Socia =SEGURIDADE SOCIAL

04
0
02
O presente artigo fala dos atores que participam da seguridade social.

/2
03
Observe que a seguridade social é de responsabilidade estatal (poderes públicos),

8/
-2
mas que conta com a participação da iniciativa privada e dos cidadãos

om
(sociedade) na sua execução, controle e manutenção.
.c
Enquanto o estado, em seus três poderes e em suas competências afetas à
ok
tlo

seguridade social, atua na formulação e execução de políticas públicas, a


ou

sociedade tem papéis fundamentais nessas ações, como o seu financiamento, sua
@

utilização, seu controle e sua avaliação. Todo cidadão, por exemplo, paga
09
bs

impostos revertidos indiretamente às três áreas da seguridade social. Mas, além


-m

da contribuição dos impostos temos o caso do financiamento direto da


1
-7

previdência social, que se torna inviável sem a contribuição direta dos


41

trabalhadores.
.9
34

A saúde permite a atuação da iniciativa privada de forma complementar a


.7

atuação do estado. Além disso, a sociedade deve atuar ativamente na elaboração,


17
-0

execução e avaliação das políticas sociais, seja através dos Conselhos de Saúde ou
a

Conferências de Saúde, seja através do judiciário.


lv
Si

Outro ponto importante é que o caput do Art. 194 fala de um conjunto


o
un

integrado de ações para assegurar os direitos à saúde, à previdência e à


Br

assistência social. Essas ações são, como disposto no artigo, integradas. Isso
s
co

significa que se afetam reciprocamente e que não se subordinam uma à outra. A


ar
M

saúde, que era subordinada a educação até o governo Vargas e subordinada a


Previdência até a promulgação da Constituição, passou para um lugar de
destaque tanto no plano legal quanto no plano orçamentário.
Um ponto significativo de distinção desses três sistemas é a população
atendida e a população que financia cada sistema. Desse modo, podemos separar
as áreas da seguridade social de acordo com o acesso da população e quem
contribui para o seu financiamento.

| 29
Professor Alyson Barros
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Seguridade Social Quem pode usufruir Quem contribui


diretamente 5

Saúde Toda a população Ninguém


Previdência Social Somente os contribuintes da Trabalhadores e
Previdência Social segurados facultativos.
Assistência Social Toda a população que da Ninguém
Assistência Social necessitar.

Alinhando as áreas da seguridade social com os princípios fundamentais


expressos e suas diferenças, temos:

45
2:
Área da Princípios Fundamentais Característica

:1
04
Seguridade descritos pela CF/88

0
Social

02
/2
Direito de todos e dever do Todos têm direito de usufruir dos

03
Estado; serviços prestados pelo SUS.

8/
-2
Independente de O cidadão não paga diretamente

om
contribuição. para ter acesso aos serviços do
.c
Saúde SUS
ok
tlo

Gestão descentralizada com Todos os entes da federação –


ou

direção única em cada esfera União, Estados, Municípios e


@
09

do governo. Distrito Federal – fazem a gestão


bs

da saúde no país.
-m

Direito do trabalhador e de Os benefícios da previdência social


1
-7

seus dependentes; (aposentadoria, auxílio, pensão,


41
.9

etc.) são conferidos aos segurados.


34

Caráter contributivo e A condição de segurado é


.7
17

compulsório; adquirida mediante a contribuição


-0

pecuniária dos trabalhadores.


a
lv

Previdência Todo trabalhador deve contribuir


Si

Social com a previdência social, isso


o
un

significa que a filiação é


Br
s

compulsória.
co
ar

Gestão quadripartite e Participam da gestão do sistema


M

descentralizada. os trabalhadores, os
empregadores, os aposentados e o
Governo.
Direito de todos que Apenas os hipossuficientes podem
necessitarem; fazer uso da assistência social
Assistência
Independente de O cidadão não paga diretamente
Social
contribuição. para ter acesso aos serviços da
Assistência Social.

5
Indiretamente todos nós contribuímos através do pagamento de impostos, independente de
usarmos ou não os serviços da seguridade social.

| 30
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Sigamos com a análise do parágrafo único e seus incisos.

Art. 194. ...


Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a
seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
I - universalidade da cobertura e do atendimento;
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações
urbanas e rurais;
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;

45
2:
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;

:1
V - equidade na forma de participação no custeio;

04
0
VI - diversidade da base de financiamento;

02
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante

/2
03
gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos

8/
-2
empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.

om
.c
Os objetivos descritos no Art. 194 são aplicados em todas as áreas da
ok
tlo

seguridade social. Desse modo, com algumas exceções, tanto a saúde quanto a
ou

previdência social e a assistência social devem se organizar para buscar os


@
09

objetivos descritos no art. 194 da CF/88.


bs

Cada um desses objetivos merece comentários adicionais


-m
1
-7

I - universalidade da cobertura e do atendimento (UCA)


41

A seguridade social objetiva a universalidade da cobertura e


.9
34

do atendimento. A universalidade de cobertura está relacionada


.7
17

à cobertura de todos os riscos sociais pela seguridade social.


-0

Enquanto que a universalidade de atendimento está relacionada


a
lv

ao acesso de toda população aos serviços e ações das três áreas


Si

que compõe a seguridade social. Observe que a Previdência Social é


o
un

uma exceção à universalidade irrestrita6 de atendimento, uma vez


Br

que apenas os seus contribuintes podem gozar de seus benefícios. A


s
co

assistência social também constitui exceção à universalidade


ar
M

irrestrita de atendimento na medida em que limita seu acesso


apenas aos que dela necessitarem.

Riscos sociais: condições humanas e sociais que necessitam de amparo para a


manutenção da ordem social, como a maternidade, velhice, doença, invalidez e
morte.

II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações


urbanas e rurais (UEBSUR)

6
Ter acesso não quer dizer, no caso da previdência social, direito a gozo de benefícios.

| 31
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Os benefícios são idênticos entre a população rural e a


urbana. Destaco que apesar de ser inconstitucional a criação de
benefícios diferenciados, apesar de essa diferenciação ser prática
comum em constituições pregressas, a própria constituição
comporta breves exceções.

III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços


(SDBS)
Do ponto de vista orçamentário, e considerando a sua
limitação natural, os benefícios devem ser concedidos de acordo
com as condições de cada grupo. Essa seleção identifica a quem o

45
benefício deve ser distribuído inicialmente. Esse princípio da

2:
:1
distributividade visa, além de dar racionalidade ao sistema da

04
seguridade social, equacionar problemas de distribuição de renda e

0
02
de serviços. Na área da seguridade social essa realidade é mais

/2
03
destacada e benefícios como o Programa Bolsa Família e o Benefício

8/
-2
de Prestação Continuada são ofertados apenas a populações

om
específicas
.c
ok

IV - irredutibilidade do valor dos benefícios (IVB)


tlo
ou

Benefícios não podem ter valores reduzidos, seja pela perda


@

inflacionária, mais forte na década de 1980/90, seja por lei posterior.


09
bs

Atualmente a irredutibilidade do valor dos benefícios é garantida


-m

através de reajuste anual igual ou superior à inflação do mesmo


1

período. Isso significa a manutenção do poder de compra do


-7
41

cidadão.
.9
34

Segundo posicionamento do STF:


.7

"Este Tribunal fixou entendimento no


17
-0

sentido de que o disposto no art. 201, § 4º,


a

da Constituição do Brasil, assegura a revisão


lv
Si

dos benefícios previdenciários conforme


o
un

critérios definidos em lei, ou seja, compete ao


Br

legislador ordinário definir as diretrizes para


s
co

conservação do VALOR REAL do benefício.


ar
M

Precedentes." (AI 668.444-AgR, Rel. Min. Eros


Grau, julgamento em 13-11-2007, Segunda
Turma, DJ de 7-12-2007).

V - equidade na forma de participação no custeio (EFPC)


As contribuições sociais, fonte de financiamento da
seguridade social, devem ser feitas de forma equânime – e não
igual. Isso significa que pessoas com maior capacidade contributiva
devem contribuir de forma semelhante entre si e pessoas com
menor capacidade contributiva devem contribuir com valores iguais
entre si e menores que os primeiros. Esse princípio relata a vontade

| 32
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constitucional de asseverar a justiça social através da capacidade


contributiva.

VI - diversidade da base de financiamento (DBF)


Esse objetivo reflete a necessidade que a base de
financiamento da seguridade social seja a mais diversificada
possível. A variabilidade de fontes de financiamento confere maior
estabilidade ao sistema a crises econômicas em qualquer um dos
setores. Essa diversidade é um pilar fundamental para a ordem
social e a própria CF/88 prevê, em seu Art. 195, § 4.º, que a lei
poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a

45
manutenção ou expansão da seguridade social.

2:
:1
04
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante

0
02
gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos

/2
03
empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.

8/
-2
(DDQ)

om
O caráter democrático preconiza o acesso da população à
.c
gestão da seguridade social. O caráter descentralizado, por sua vez,
ok

significa que pessoas de vários setores diferentes podem participar


tlo
ou

desse acesso. A gestão quadripartite, no entanto, é característica


@

apenas da Previdência Social e significa que trabalhadores,


09
bs

empregadores, aposentados e Governo participam da gestão


-m

Previdência Social. Isso ocorre através Conselho Nacional da


1

Previdência Social e do Conselho de Recursos da Previdência


-7
41

Social.
.9
34
.7
17
-0

Esquematicamente, temos os seguintes Objetivos do Poder Público na


a

Organização da Seguridade Social:


lv
Si

1 – UCA - universalidade da cobertura e do atendimento


o
un

2 – UEBSUR - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços


Br

às populações urbanas e rurais


s
co

3 – SDBS - seletividade e distributividade na prestação dos


ar
M

benefícios e serviços
4 – IVB - irredutibilidade do valor dos benefícios
5 – EFPC - equidade na forma de participação no custeio
6 – DBF - diversidade da base de financiamento
7 – DDQ - caráter democrático e descentralizado da administração,
mediante gestão quadripartite, com participação dos
trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo
nos órgãos colegiados.

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Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta
e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes
contribuições sociais:

A seguridade social será financiada por toda a sociedade7, de forma direta e


indireta. O financiamento da sociedade de forma indireta ocorre através dos
investimentos governamentais e deverão sempre possuir previsão na lei
orçamentária anual. Essa contribuição indireta é realizada por meio dos
orçamentos fiscais da União, Estados, do Distrito Federal e Municípios. A forma
direta de financiamento da seguridade social pela sociedade ocorre através do

45
2:
pagamento de contribuições sociais recolhidas ao cofre público.

:1
04
Observe que as contribuições sociais têm fundamento no art. 149 da

0
Constituição, que as divide em três subespécies: contribuições sociais em sentido

02
/2
estrito, contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE), e

03
contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas. As

8/
-2
primeiras são aquelas destinadas ao custeio da seguridade social, as segundas são

om
as instituídas com o objetivo de regular determinado mercado, para corrigir
.c
distorções (como a CIDE sobre a importação de gasolina, diesel e gás), e as
ok
tlo

terceiras são destinadas ao financiamento das categorias econômicas ou


ou

profissionais (OAB, SESI, SENAI, etc.). Destaco que a contribuição social é um tipo
@
09

de tributo criado exclusivamente pela União.


bs

Sigamos...
-m
1
-7

Art. 195. ...


41

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da


.9
34

lei, incidentes sobre:


.7
17

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou


-0

creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste


a
lv

serviço, mesmo sem vínculo empregatício;


Si

b) a receita ou o faturamento;
o
un

c) o lucro;
Br

II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não


s
co

incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo


ar
M

regime geral de previdência social de que trata o art. 201;


III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele
equiparar.

Pagam contribuições sociais o trabalhador, o empregador, os concurso de


prognósticos e os importadores de serviços ou bens. Mas, observe que, apesar de
falarmos de financiamento da seguridade social em senso amplo, vigora aqui o
financiamento da Previdência Social. As contribuições descritas no art. 195, I, a, II e

7
Solidariedade social.

| 34
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III, da Constituição encontram respaldo no inciso XI do art. 167 da CF/88, que


proíbe a utilização do produto da arrecadação dessas contribuições no
pagamento de despesas outras que não as relativas à cobertura do RGPS8 prevista
no art. 201.

Segundo o inciso XI do art. 167, da CF:


É vedada a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de
que trata o art. 195, I, a (Contribuição do Empregador – Folha de Salários), e II
(Contribuição do Trabalhador), para a realização de despesas distintas do
pagamento de benefícios do regime geral de previdência social (RGPS) de
que trata o art. 201 (Benefícios da Seguridade Social: Aposentadoria, Auxílio-

45
Doença, Salário-Família, etc.).

2:
:1
04
Os incisos do Art. 195 trazem as linhas gerais sobre as contribuições sociais,

0
02
e seu detalhamento ocorre de maneira mais apropriada pela Lei n.º 8.212/91, que

/2
03
estabelece o Plano de Custeio da Seguridade Social e, do Decreto n.º 3.048/99, que

8/
-2
regulamenta a Previdência Social.

om
Os incisos descrevem as fontes das contribuições sociais usadas na
.c
seguridade social. Esquematicamente temos as seguintes contribuições sociais:
ok

I – do EMPREGADOR, incidente sobre:


tlo
ou

a) Folha de salários;
@

b) Receita ou faturamento – PIS e COFINS


09
bs

c) Lucro - CSLL
-m

Sobre a alínea “a” do inciso I, destaco que avulsos e autônomos também


1

pagam contribuição social. A alínea “b” descreve o Programa de Integração


-7
41

Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS)


.9
34

e a “c” descreve a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).


.7

II – do TRABALHADOR e dos demais segurados da previdência


17
-0

social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão


a

concedidas pelo regime geral de previdência social;


lv
Si

No inciso II, além do pagamento dos trabalhadores formais, a dona de casa,


o
un

o estudante, e o desempregado, mesmo não exercendo nenhuma atividade


Br

laboral, são enquadradas na categoria de segurados facultativos e podem


s
co

contribuir. Estão excluídos dessa obrigatoriedade de pagamento os aposentados e


ar
M

pensionistas do Regime Geral de Previdência Social – RGPS.

Súmula STF n.º 688/2003: É legítima a incidência da contribuição previdenciária


sobre o 13.º salário (gratificação natalina).

III – Sobre a RECEITA de CONCURSOS de PROGNÓSTICOS;


Aqui entram a Mega-sena e todos os outros concursos de prognósticos
autorizados, como as outras loterias e os torneios hípicos.

8
Regime Geral de Previdência Social.

| 35
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IV – do IMPORTADOR de BENS ou SERVIÇOS do EXTERIOR, ou de


quem a lei o equiparar.
A inserção da incidência da contribuição social sobre importação visa dar
maior competitividade aos bens e serviços nacionais. Isso ocorre através do PIS-
Importação e da COFINS-Importação.

Art. 195. ...


§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à
seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o
orçamento da União.

45
2:
:1
04
Cada um dos entes federados tem seu próprio fundo para financiamento

0
da seguridade social.

02
/2
03
Art. 195. ...

8/
-2
§ 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de

om
forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e
.c
assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei
ok
tlo

de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus


ou

recursos.
@
09
bs

A elaboração da proposta orçamentária visa conferir racionalidade ao


-m

gasto público. Essa proposta figura na Lei Orçamentária Anual – LOA de cada um
1
-7

dos entes e é, obviamente, de proposição anual. Além disso, deve obedecer às


41
.9

metas e prioridades da Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO. Os órgãos


34

responsáveis pelas três áreas da seguridade social devem elaborar seus


.7
17

orçamentos de forma integrada, isso não significa que deverão compartilhar


-0

recursos necessariamente, mas que considerarão os outros eixos da seguridade


a
lv

em sua elaboração.
Si
o
un

Art. 195. ...


Br
s

§ 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como


co
ar

estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber
M

benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

A pessoa jurídica em débito com a Seguridade Social não poderá


contratar com o Poder público e nem receber qualquer tipo de benefício,
sendo esta regra absoluta. Assim, a pessoa jurídica não pode contratar com
administração direta ou indireta se não apresentar prova de regularidade fiscal
para com a Seguridade Social (Certidão Negativa de Débito).

Art. 195. ...

| 36
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§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou


expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.

A União tem competência residual para instituir novas contribuições


sociais, nesse caso, residuais. Essa competência é exclusiva para o caso das
contribuições sociais e deve obedecer a certos quesitos:
1. A criação das Contribuições Sociais Residuais se dará por meio de
Lei Complementar;
2. As contribuições deverão ser não cumulativas;
3. O fato gerador ou a base de cálculo dessas novas contribuições
deverão ser diferentes do fato gerador e da base de cálculo das

45
2:
contribuições sociais existentes.

:1
Apesar dessa vedação à instituição de contribuições sociais residuais com

04
0
mesmo fato gerador ou base de cálculo de contribuição social existente, o STF

02
entende que elas podem ter o mesmo fato gerador ou a mesma base de cálculo

/2
03
dos impostos existentes.

8/
-2
om
.c
Art. 195. ...
ok
tlo

§ 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado,


ou

majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.


@
09
bs

Aqui existe um princípio básico de prudência e de responsabilidade fiscal: a


-m

seguridade social apenas pode criar novo benefício a partir da descrição da fonte
1
-7

de custeio total.
41
.9
34

Art. 195. ...


.7
17

§ 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após
-0

decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou


a
lv

modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".


Si
o
un

Aqui temos a anterioridade nonagesimal, ou previdenciária. A


Br
s

anterioridade visa a não-surpresa do contribuinte e a garantia da segurança


co
ar

jurídica em caso de majoração (aumento) ou instituição de tributos. O contribuinte


M

não é pego de surpresa em casos de criação ou de majoração de contribuições


sociais. Sem esse corolário do direito tributário, o Governo poderia instituir e
cobrar tributos do cidadão de forma imediata.
Observe que apesar das contribuições sociais serem espécie de tributo, que
em caso de instituição ou majoração não podem ser cobrados no mesmo exercício
financeiro, a contribuição social para a seguridade social apenas precisa atender
aos noventa dias da publicação, não lhes sendo aplicado o disposto no art. 150, III,
alínea b (Anterioridade Anual).
Ainda no bojo desse corolário tributário é imprescindível destacar que a
anterioridade é aplicável apenas a majoração e instituição de tributos. A redução
ou a mudança de data de pagamento não estão contempladas por esse princípio.

| 37
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Segundo a Súmula STF 669/2003: Norma legal que altera o prazo de


recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.

Art. 195. ...


§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades
beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas
em lei.
Aqui temos um caso de imunidade tributária, e o uso impróprio do termo
“isenção” pelo constituinte. Essa imunidade ocorre em função da Constituição
desonerar diretamente alguém, as entidades beneficentes de assistência social
que atendam às exigências estabelecidas em lei, de pagar a contribuição para a

45
2:
seguridade social. A diferença fundamental entre isenção e imunidade é que a

:1
04
imunidade é diretamente decorrente da Constituição e a isenção, ainda que

0
esteja prevista na Constituição, é concedida por meio de lei. Em outras palavras,

02
/2
na isenção ocorre existe o fato gerador para a cobrança do tributo e a lei isenta o

03
responsável pelo recolhimento de pagar o tributo. Na imunidade nem o fato

8/
-2
gerador existe em função da imunidade constitucional.

om
Observe que nem todas as Entidades Beneficentes de Assistência Social são
.c
imunes da contribuição para a seguridade social, apenas as que atendem,
ok
tlo

cumulativamente, aos requisitos em lei (Lei n.º 12.101/09, Art. 29):


ou

1. Não percebam, seus dirigentes estatutários, conselheiros, sócios,


@
09

instituidores ou benfeitores, remuneração, vantagens ou benefícios, direta


bs

ou indiretamente, por qualquer forma ou título, em razão das


-m

competências, funções ou atividades que lhes sejam atribuídas pelos


1
-7

respectivos atos constitutivos; (Redação dada pela Lei nº 12.868, de 2013)


41

2. Aplique suas rendas, seus recursos e eventual superávit


.9
34

integralmente no território nacional, na manutenção e desenvolvimento


.7
17

de seus objetivos institucionais;


-0

3. Apresente certidão negativa ou certidão positiva com efeito de negativa


a
lv

de débitos relativos aos tributos administrados pela Secretaria da


Si

Receita Federal do Brasil e certificado de regularidade do Fundo de


o
un

Garantia do Tempo de Serviço - FGTS;


Br

4. Mantenha escrituração contábil regular que registre as receitas e


s
co

despesas, bem como a aplicação em gratuidade de forma segregada,


ar
M

em consonância com as normas emanadas do Conselho Federal de


Contabilidade;
5. Não distribua resultados, dividendos, bonificações, participações ou
parcelas do seu patrimônio, sob qualquer forma ou pretexto;
6. Conserve em boa ordem, pelo prazo de 10 (dez) anos, contado da data
da emissão, os documentos que comprovem a origem e a aplicação de
seus recursos e os relativos a atos ou operações realizados que
impliquem modificação da situação patrimonial;
7. Cumpra as obrigações acessórias estabelecidas na legislação
tributária;

| 38
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

8. Apresente as demonstrações contábeis e financeiras devidamente


auditadas por auditor independente legalmente habilitado nos
Conselhos Regionais de Contabilidade quando a receita bruta anual
auferida for superior ao limite fixado pela Lei Complementar n.º
123/2006.

Art. 195. ...


§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador
artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em
regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a
seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da

45
2:
comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.

:1
04
0
02
/2
O constituinte preservou o equilíbrio de tratamento entre os trabalhadores

03
urbanos e o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o

8/
-2
pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas

om
atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes. Esse
.c
dispositivo introduz a figura do Segurado Especial. Esse tipo de contribuinte, por
ok
tlo

exercer atividade que não gera pagamentos periódicos, contribui apenas com um
ou

percentual sobre a receita bruta de comercialização de sua produção. Temos,


@
09

respeitando os incisos V e VI do Art. 195 da CF/88, a equidade na forma de


bs

participação no custeio e a diversidade da base de financiamento.


-m
1
-7

Art. 195. ...


41

§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter


.9
34

alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da


.7
17

utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição


-0

estrutural do mercado de trabalho.


a
lv
Si

As contribuições de empresas podem ser alteradas em razão da atividade


o
un

econômica realizada, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da


Br
s

empresa ou, ainda, da condição estrutural do mercado de trabalho. Esse


co
ar

parágrafo reforça o inciso V do Art. 195 da CF/88 que fala da equidade na forma de
M

participação no custeio. Essa abertura dada à União significa, também, uma


possibilidade de empreender políticas sociais ao trabalhador e à economia
nacional. O governo pode, então, estimular setores de produção que necessitem
de melhor aproveitamento de mão de obra ou que estejam em crise. Destaco que
a Lei Complementar n.º 123/2006 foi baseada nesse parágrafo e beneficiou
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, com a criação do Simples
Nacional.

Art. 195. ...

| 39
Professor Alyson Barros
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema


único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a
respectiva contrapartida de recursos.

Aqui temos a previsão dos critérios de transferência de recursos para o SUS


e as ações de Assistência Social da União para os outros entes federativos. Como
sabemos, passados vinte e cinco anos da promulgação da Constituição Federal de
1988, esses critérios ainda são alterados e regulamentados para se adaptarem à
realidade federativa e social brasileira.

45
2:
Art. 195. ...

:1
04
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de

0
que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante

02
/2
superior ao fixado em lei complementar.

03
8/
-2
A remissão é a extinção do crédito tributário enquanto que a anistia é a

om
exclusão do crédito tributário. .c
Crédito tributário: é o direito de crédito da Fazenda Pública, já devidamente
ok
tlo

apurado por procedimento administrativo.


ou

O presente parágrafo veda a remissão e anistia das contribuições sociais


@
09

para a seguridade social para débitos em valor superior ao fixado em Lei


bs

Complementar. Caso o montante seja inferior a esse valor, a remissão ou anistia


-m

pode ocorrer. As seguintes condições previdenciárias estão englobadas por esse


1
-7

parágrafo:
41

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da


.9
34

lei, incidentes sobre:


.7
17

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou


-0

creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste


a
lv

serviço, mesmo sem vínculo empregatício;


Si

II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não


o
un

incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo


Br

regime geral de previdência social de que trata o art. 201.


s
co
ar
M

Art. 195. ...


§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as
contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não
cumulativas.

Nesse parágrafo temos a princípio da não cumulatividade, nem sempre


aplicável em questões tributárias e que pode gerar a incidência em cascata. A não
cumulatividade desse parágrafo, que deve ser regulamentada por lei e para
setores de atividade econômica, refere-se ao PIS e COFINS e ao PIS-Importação e
COFINS-Importação.

| 40
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Art. 195. ...


§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual,
total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente
sobre a receita ou o faturamento.

Aplicar-se-á, se necessário, a substituição das contribuições do


Empregador sobre folha de salários por uma contribuição equivalente sobre a
receita ou faturamento do Empregador. Essa é uma hipótese que visa desonerar a
folha de pagamento e, consequentemente, incentivar o mercado de trabalho e
produtivo.

45
2:
:1
04
Saúde

0
02
/2
Vamos começar, a seguir, a análise dos artigos do título VIII da Constituição

03
8/
Federal de 1988 e que trata especificamente da Saúde.

-2
TÍTULO VIII - DA ORDEM SOCIAL om
.c
ok
Capítulo II
tlo

Seção II - Da Saúde
ou
@
09

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante


bs
-m

políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros


1

agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,


-7
41

proteção e recuperação.
.9
34
.7

A importância e o significado que a saúde ganhou na CF/88 é sem


17

precedentes e pode ser inferido desse artigo ao definir que as políticas de saúde
-0

devem ser concebidas de forma integrada às políticas fundamentais do estado. A


a
lv
Si

saúde é direito e dever, direito de todos e dever do Estado. Para que o estado faça
o

isso ele deve implementar políticas não só de saúde, como também sociais e
un
Br

econômicas para a prevenção e promoção desse direito.


s
co

Objetivo das políticas sociais e econômicas:


ar

- Redução do risco de doença e de outros agravos


M

- Acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua


promoção, proteção e recuperação.
Quando o artigo 196 fala em saúde como direito de todos, está
descrevendo o princípio da universalidade. Temos outros princípios da saúde na
CF/88? Sim, o da integralidade, por exemplo.
Vejamos uma breve explicação sobre os princípios:

Princípios constitucionalmente previstos


Princípio Universalidade Integralidade

| 41
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Artigo 196 198, Inciso II


Observações Não está explícito como princípio, Está explícito como
mas é considerado um princípio DIRETRIZ, mas também é
constitucional formal da saúde considerado formalmente
presente na CF/88. como um princípio da saúde
presente na CF/88.
O que está “saúde é direito de todos” “atendimento integral, com
descrito na prioridade para as
CF/88 atividades preventivas, sem
prejuízo dos serviços
assistenciais”

45
2:
Significado O direito à saúde é um direito O Estado deve estabelecer

:1
04
fundamental de todo e qualquer um conjunto de ações que

0
cidadão e que não depende de vão desde a prevenção à

02
/2
contraprestação financeira alguma assistência curativa, nos

03
para o seu exercício. O Estado, por mais diversos níveis de

8/
-2
sua vez, tem o dever de garantir os complexidade, como forma

om
devidos meios necessários para .c de efetivar e garantir a
que os cidadãos possam exercer saúde do cidadão.
ok
tlo

plenamente esse direito.


ou
@
09

Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo


bs

ao poder público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização
-m

e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e,


1
-7

também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.


41
.9
34

O papel do Estado é fundamental nas ações e serviços de saúde. Cabe a ele


.7
17

oferecer essas ações e serviços (diretamente ou indiretamente) e regular a sua


-0

prestação por entidades privadas. É válido salientar que essa disposição de


a
lv

regulamentação, fiscalização e controle pelo poder público não é feita por Lei
Si

Complementar, mas por meio de Leis Ordinárias, Decretos e Portarias.


o
un

A execução, por sua vez, pode ser feita tanto diretamente pelo pode
Br
s

público quanto por terceiros (pessoa física ou jurídicas de direito privado).


co

Desse modo, temos que as ações e serviços de saúde possuem as seguintes


ar
M

características:
a) são de relevância pública;
b) cabe ao Pode Público dispor sobre sua regulamentação, fiscalização e
controle;
c) execução deve ser feita:
a. Pelo Estado (diretamente);
b. Pelo Estado (através de terceiros)
c. Por pessoa física ou jurídica de direto privado.

Disposição sobre regulamentação, fiscalização e controle de ações e serviços de


saúde à Poder Público.

| 42
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Execução de serviços e ações de saúde à Poder Público e/ou terceiros.

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede


regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de
acordo com as seguintes diretrizes (Emenda Constitucional nº 29, de 2000):
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.

Aqui temos a apresentação de dois princípios e de três diretrizes da

45
2:
saúde. A rede de ações e serviços públicos de saúde é regionalizada (princípio da

:1
04
regionalização) e hierarquizada (princípio da hierarquização). Além disso, o

0
sistema é único (Sistema Único de Saúde) e é organizado (com estrutura, papéis e

02
/2
financiamento definidos) de acordo com as seguintes diretrizes:

03
a) Descentralização com direção única em cada esfera de governo;

8/
-2
b) Atendimento Integral, com prioridade para as atividades preventivas,

om
sem prejuízo dos serviços assistenciais; .c
c) Participação da Comunidade.
ok
tlo

Vejamos:
ou
@
09

Princípios constitucionais presentes no Art. 198 da CF/88


bs

Princípio da Regionalização Organização de regiões de saúde mais próximas


-m

do usuário. Esse princípio orienta para a


1
-7

concentração dos serviços de serviços de saúde


41

num aglomerado de territórios municipais


.9
34

contíguos. A região de saúde deve ser dotada de


.7
17

características culturais, sociais, demográficas,


-0

viárias que possibilitem a organização de rede de


a
lv

atenção à saúde. Esta forma de organização do


Si

SUS, impõe aos municípios, articulados com o


o
un

Estado e com a União, a necessidade de


Br

permanente interação com vistas a garantir


s
co

uma gestão compartilhada.


ar
M

Princípio da Hierarquização Distribuição das responsabilidades e papéis entre


os entes da federação9 e da oferta de serviços de
saúde de acordo com os níveis de níveis de
complexidade dos serviços. Em outras palavras,
os serviços de saúde são organizados por níveis de
complexidade (atenção à saúde). Os níveis de
complexidade são: atenção básica, atenção de
média complexidade e atenção de alta
9
É fundamental que o candidato saiba que devemos sempre priorizar a atuação dos municípios na
formulação e implementação das políticas públicas. Essa priorização não está na CF/88, mas nas
leis orgânicas da saúde.

| 43
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

complexidade.

Sobre a hierarquização, é importante destacar que à atenção básica


cumpre o papel de atuar como porta de entrada no sistema de saúde. Esse nível
de atenção deve:
a) Resolver a maioria dos casos do sistema de saúde; e
b) Referenciar usuários para outros níveis de maior complexidade.

Atenção: quem fala em níveis em níveis de complexidade crescente é o artigo 8 da


Lei 8.080 de 1990. Apesar de termos novamente o princípio da regionalização e o
princípio da hierarquização, o Artigo 198 da CF/88 não fala em hierarquização em

45
2:
níveis de complexidade crescente como fala a Lei Orgânica da Saúde. Veja:

:1
CAPÍTULO III

04
0
Da Organização, da Direção e da Gestão

02
Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de Saúde

/2
03
(SUS), seja diretamente ou mediante participação complementar da iniciativa

8/
-2
privada, serão organizados de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de

om
complexidade crescente.
.c
ok
tlo

Diretrizes constitucionais presentes no Art. 198 da CF/88


ou

Descentralização com direção única A direção da saúde única em cada


@
09

em cada esfera de governo esfera de governo significa uma única


bs

autoridade central em cada nível


-m

(federal, estadual e municipal) para


1
-7

gerir a saúde. A Lei 8.080/1990


41

estabelece que na União ela é


.9
34

exercida pelo Ministério da Saúde e


.7
17

nos estados e municípios ela cabe às


-0

secretárias de saúde.
a
lv

Atendimento Integral, com prioridade A ênfase das ações de saúde deve ser
Si

para as atividades preventivas, sem nas ações preventivas, as que evitam ou


o
un

prejuízo dos serviços assistenciais; reduzem as chances de surgimento das


Br

patologias. Essa ênfase deve ser


s
co

entendida em conjunto com as ações de


ar
M

interventivas de saúde (independente


do nível de complexidade).
Participação da Comunidade A participação social é uma das
diretrizes fundamentais na formulação
das políticas de saúde.

Devemos entender as diretrizes como os fundamentos – pilares – para as


ações e serviços públicos de saúde. Desse modo, são consideradas diretrizes
explícitas na CF/88:
a) Descentralização
b) Integralidade

| 44
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

c) Participação Social

Art. 198. ...


§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com
recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, além de outras fontes. (Parágrafo único renumerado
para § 1º pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000).
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão,
anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados
da aplicação de percentuais calculados sobre: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000)

45
2:
I – no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício

:1
financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por cento);

04
0
02
/2
03
Antes, a EC nº 29/2000 havia buscado equacionar um sério problema de

8/
-2
financiamento do Sistema Único de Saúde. Sua edição e tardia implementação

om
levou a elevação dos gastos dos entes da federação, garantindo os recursos
.c
mínimos para o financiamento da saúde. Apesar disso, durante muito tempo
ok
tlo

essa alteração constitucional não vigorou em função da falta de regulamentação.


ou

Apenas em 2012, 12 anos depois, a Lei Complementar 141/2012 veio a organizar


@
09

esse dispositivo. Em 2015, com o advento da EC 86/2015, ficou estabelecido que a


bs

UNIÃO deverá investir, pelo menos, 15% de sua Receita Corrente Líquida.
-m

Segundo o § 1º do art. 198 da CF/88, temos como fontes de financiamento


1
-7

da saúde:
41

a) Orçamento da Seguridade Social de cada um dos entes


.9
34

a. União
.7
17

b. Estados
-0

c. Distrito Federal
a
lv

d. Municípios
Si

b) Outras fontes.
o
un
Br

Orçamento da Saúde = SS(U + E + M + DF) + Outras


s
co
ar
M

O inciso I, deixou para a lei complementar o papel de definir sobre qual


base a União deverá calcular os recursos mínimos a serem aplicados na Saúde.
Apesar da edição dessa lei, a base de cálculo foi diferente em relação a base de
cálculo dos outros entes.
Seguiremos com o que fala estritamente a CF/88 sobre as bases de
contribuição dos Estados, Municípios e Distrito Federal.

Art. 198. ...


II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação
dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e

| 45
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos
respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
Decorrente do inciso II, temos a seguinte condição de aplicação de recursos
mínimos:
Estados e Distrito Federal:
Impostos Estaduais (ITCMD, ICMS e IPVA)
+ Recursos do art. 157 (Repartição das Receitas
Tributárias)
+ Recursos do art. 159, inciso I, alínea a (Fundo de
Participação dos Estados e do Distrito Federal)
+ Recursos do art. 159, inciso II (10% do IPI, de

45
2:
competência da União).

:1
- parcelas transferidas aos municípios.

04
0
02
/2
= Valor do montante mínimo a ser aplicado

03
8/
-2
om
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da
.c
arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam
ok
tlo

os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
ou

29, de 2000)
@
09
bs

Decorrente do inciso III, temos a seguinte condição de aplicação de


-m

recursos mínimos:
1
-7
41

Municípios e Distrito Federal


.9
34

Impostos Municipais (IPTU, ITBI e ISS)


.7
17

+ Recursos do art. 158 (Repartição das Receitas


-0

Tributárias)
a
lv

+ Recursos do art. 159, inciso I, alínea b (Fundo


Si

de Participação dos Municípios)


o
un

+ Recursos do art. 159, inciso I, alínea b, § 3º


Br

(25% dos 10% do IPI aos Estados e Distrito


s
co

Federal).
ar
M

= Valor do montante mínimo a ser aplicado

Art. 198. ...


§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos,
estabelecerá: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
I – os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º;
II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde
destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados
destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução das
disparidades regionais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

| 46
Professor Alyson Barros
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com


saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000)
IV – (REVOGADO)

Essa Lei Complementar foi editada - Lei Complementar n º 141/2012 - e,


segundo a CF/88, estabelece o valor mínimo de aplicação de recursos e dispõe
sobre:
1- Recursos mínimos de aplicação
2- Rateio da União e Estados para reduzir as desigualdades
3- Normas de Fiscalização, avaliação, e controle de despesas.

45
2:
4- Montante da União.

:1
04
0
Atenção: A Lei Complementar n º 141/2000 deve ser reavaliada a cada 5 anos,

02
conforme determinação constitucional.

/2
03
8/
-2
Segundo a LC º 141/2012, que deve ser reavaliada constitucionalmente

om
pelo menos até cada período máximo de cinco anos, os percentuais aplicados
.c
por cada ente são os seguintes:
ok
tlo
ou

Aplicação de Recursos Mínimos na Saúde (Lei Complementar n° 141/2012)


@
09

União (Art. 5 º) O montante correspondente ao valor empenhado no


bs

exercício financeiro anterior acrescido de no mínimo o


-m

percentual correspondente à variação nominal do Produto


1
-7

Interno Bruto (PIB) ocorrida no ano anterior ao da lei


41

orçamentária anual
.9
34

Estados (Art. 6 º) Mínimo 12% da arrecadação dos impostos estaduais,


.7
17

deduzidas as parcelas que forem transferidas aos


-0

respectivos Municípios.
a
lv

Municípios (Art. 7 º) Mínimo 15% da arrecadação dos impostos municipais.


Si

Distrito Federal Mínimo 12% da arrecadação dos impostos estaduais.


o
un

(Art. 6 º e 7 º) Mínimo 15% da arrecadação dos impostos municipais.


Br
s
co

E como fica a situação do Distrito Federal? Ele deve pagar a maior? Em


ar
M

verdade, ele deve aplicar, em ações e serviços públicos de saúde, no mínimo


12% da arrecadação dos impostos de base estadual e 15% da arrecadação dos
impostos de base municipal.

Impostos estaduais: ITCMD, ICMS e IPVA.


Impostos Municipais: IPTU, ITBI e ISS
Impostos do Distrito Federal: (ITCMD, ICMS e IPVA) + (IPTU, ITBI e
ISS).

Outro ponto importante é a possibilidade de intervenção de outros entes


em caso de não aplicação do limite mínimo de recursos na área de saúde. Caso um

| 47
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

município não aplique o mínimo de 15% da receita de impostos de sua


competência durante o decorrer de um ano, as ações e serviços de saúde poderão
sofrer a intervenção do estado onde esse município está localizado. Do mesmo
modo, caso um Estado ou o Distrito Federal não apliquem seus mínimos (12% e
15%/12% respectivamente), poderão sofrer intervenção da União.

Art. 198. ...


§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes
comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo
seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e
requisitos específicos para sua atuação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº

45
2:
51, de 2006)

:1
04
0
Quem são os gestores locais do sistema único de saúde? Os prefeitos. Eles

02
/2
podem admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias

03
através de um processo seletivo púbico especial. Esse processo seletivo especial

8/
-2
facilita a contratação e demissão desses agentes e reduz a terceirização ou

om
contratação de empresas privadas para a execução de tais ações de saúde. Além
.c
disso, confere celeridade à contratação de pessoal, uma vez que não se trata de
ok
tlo

concurso público, mas de processo seletivo.


ou

É fundamental destacar que esses agentes não seguem o Regime Estatutário


@
09

(Lei n.º 8.112/1990) nem o Regime da CLT (Decreto-Lei n.º 5.452/1943). Eles
bs

seguem um regime próprio, definido na Lei 11.350/200610.


-m
1
-7

Art. 198. ...


41

§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional


.9
34

nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamentação das


.7
17

atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias,


-0
a
lv
Si

10
Segundo a Lei n˚ 11.350/2006, o Agente Comunitário de Saúde tem como atribuição o exercício
o
un

de atividades de prevenção de doenças e promoção da saúde, mediante ações domiciliares ou


Br

comunitárias, individuais ou coletivas, desenvolvidas em conformidade com as diretrizes do SUS e


s
co

sob supervisão do gestor municipal, distrital, estadual ou federal.


ar

Suas atividades são as seguintes:


M

I - a utilização de instrumentos para diagnóstico demográfico e sócio-cultural da


comunidade;
II - a promoção de ações de educação para a saúde individual e coletiva;
III - o registro, para fins exclusivos de controle e planejamento das ações de
saúde, de nascimentos, óbitos, doenças e outros agravos à saúde;
IV - o estímulo à participação da comunidade nas políticas públicas voltadas para
a área da saúde;
V - a realização de visitas domiciliares periódicas para monitoramento de
situações de risco à família; e
VI - a participação em ações que fortaleçam os elos entre o setor saúde e outras
políticas que promovam a qualidade de vida.
O Agente de Combate às Endemias, por sua vez, tem como atribuição o exercício de
atividades de vigilância, prevenção e controle de doenças e promoção da saúde, desenvolvidas em
conformidade com as diretrizes do SUS e sob supervisão do gestor de cada ente federado.

| 48
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência financeira


complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o
cumprimento do referido piso salarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 63, de 2010) Regulamento

Apesar da atuação e a contratação de agente comunitário de saúde e agente


de combate às endemias ser municipal (local), é Lei federal que dispõe sobre:
a) Regime jurídico
b) Piso Salarial profissional
c) Planos de Carreira
d) Regulamentação das atividades

45
2:
Atualmente a lei que regulamentou o §5º do art. 198 é a Lei 11.350/2006.

:1
De acordo com essa lei, e concernente com o § 5º do Art. 198 da CF/89, cabe à

04
0
União prestar assistência financeira complementar, junto com Estados, Municípios

02
e Distrito Federal, no pagamento do piso salarial de agente comunitário de saúde

/2
03
e agente de combate às endemias ser municipal.

8/
-2
om
Art. 198. ... .c
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da
ok
tlo

Constituição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de agente


ou

comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias poderá perder o


@
09

cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para


bs

o seu exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006)


-m
1
-7

Assim, além das hipóteses previstas no § 1º do art. 4111 e no § 4º do art.


41

16912, o agente comunitário e o agente de combate às endemias poderá perder o


.9
34

cargo nos seguintes casos descritos no art. 10 da Lei n˚ 11.350/2006:


.7
17
-0
a
lv

11
CF/88. Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para
Si

cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. (Redação dada pela Emenda
o
un

Constitucional nº 19, de 1998)


Br

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
s
co

19, de 1998)
ar

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Incluído pela Emenda


M

Constitucional nº 19, de 1998)


II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
complementar, assegurada ampla defesa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
12
CF/88. Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) [...]
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar
o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável
poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a
atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

| 49
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Art. 10. A administração pública somente poderá rescindir


unilateralmente o contrato do Agente Comunitário de Saúde ou do
Agente de Combate às Endemias, de acordo com o regime jurídico de
trabalho adotado, na ocorrência de uma das seguintes hipóteses:
I - prática de falta grave, dentre as enumeradas no art. 482 da
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT;
II - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;
III - necessidade de redução de quadro de pessoal, por excesso de
despesa, nos termos da Lei n˚ 9.801, de 14 de junho de 1999; ou
IV - insuficiência de desempenho, apurada em procedimento no qual
se assegurem pelo menos um recurso hierárquico dotado de efeito

45
suspensivo, que será apreciado em trinta dias, e o prévio

2:
:1
conhecimento dos padrões mínimos exigidos para a continuidade da

04
relação de emprego, obrigatoriamente estabelecidos de acordo com

0
02
as peculiaridades das atividades exercidas.

/2
03
Parágrafo único. No caso do Agente Comunitário de Saúde, o

8/
-2
contrato também poderá ser rescindido unilateralmente na hipótese

om
de não-atendimento ao disposto no inciso I do art. 6˚, ou em função
.c
de apresentação de declaração falsa de residência.
ok
tlo
ou
@
09

Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.


bs

§ 1 º. As instituições privadas poderão participar de forma complementar


-m

do Sistema Único de Saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito


1
-7

público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins


41

lucrativos.
.9
34
.7
17

A participação das instituições privadas é complementar à ação pública.


-0

Isso significa dizer que a responsabilidade de ter e manter o Sistema Único de


a
lv

Saúde no país é exclusiva do poder público, mas que a iniciativa privada pode
Si

atuar na assistência à saúde dentro desse sistema.


o
un

Essa participação ocorre mediante:


Br

a) Contrato de direito público: Segundo o art. 2º, parágrafo único, da Lei


s
co

8.666/1993, contrato de direito público é definido da seguinte forma:


ar
M

“Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste


entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em
que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a
estipulação de obrigações recíprocas, sejam qual for a denominação”.
Apesar da definição não ser muito clara, o contrato de direito público é
aquele que, de forma genérica, é celebrado entre pessoa pública e
jurídica de direito privado onde ocorre a divergência inicial de vontades.
Em outras palavras, é um contrato oneroso onde a parte contratada
não realizará o serviço ou obra contratada sem a devida remuneração
pública.

| 50
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

b) Convênio: É a celebração de uma vinculação administrativa entre


instituição pública e privada para a convergência de interesses
convergentes. Essas pessoas, a pública e a privada, já realizam tais
serviços separadamente e optam pelo convênio para conjugar esforços.
Os convênios surgem da necessidade da descentralização apregoada na
reforma administrativa de 1967, cujos principais instrumentos foram a
Constituição de 1967 e o Decreto-Lei 200 do mesmo ano.
O melhor exemplo para diferenciar contrato de convênio é o exposto a
seguir13:
[...] Assim, nota-se que o acordo de vontades encontrado nos convênios é
marcado pela cooperação ou mútua colaboração. Diferentemente do acordo

45
travado nos contratos, em que se espera a entrega ou prestação de um produto

2:
:1
em troca de remuneração. Por exemplo, a Administração Pública precisa construir

04
uma nova sede para determinado Ministério, então, abre-se procedimento

0
02
licitatório, em busca da melhor proposta. As empresas participantes procuram

/2
03
vencer o certame com o maior preço possível, para que obtenham uma margem

8/
-2
maior de lucro.

om
No convênio, o objeto pretendido interessa a todos envolvidos, por
.c
exemplo, se há pessoas, em situação de fragilidade social, que sobrevivem
ok

catando resíduos sólidos em determinada localidade, tanto o município quanto a


tlo
ou

entidade privada sem fins lucrativos buscam retirar esse grupo da situação
@

precária de trabalho, para incluí-lo em uma associação ou cooperativa, que


09
bs

proporcionará, inclusive, aumento da renda recebida. Veja que a entidade não


-m

busca o lucro, tanto que os recursos repassados pelo município terão destinação
1

certa. A contrapartida da entidade é sua experiência e proximidade com aquele


-7
41

público e com outras instituições capazes de colaborar na execução do convênio.


.9
34
.7

Atenção: a maior parte das relações entre as entidades públicas e privadas é


17
-0

celebrada por convênios.


a

Em resumo, e de forma geral, podemos resumir as relações públicas com a


lv
Si

iniciativa privada e com a oferta de serviços de saúde da seguinte forma:


o
un
Br
s
co
ar
M

13
Exemplo dado por Ronaldo Quintanilha da Silva no seu artigo “Diferenças entre os contratos e
convênios administrativos”, em 2011, disponível no site www.jus.com.br.

| 51
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

45
2:
:1
04
0
02
/2
03
8/
-2
om
.c
Na seleção de entidades privadas para participação do Sistema único de
ok

Saúde, terão preferência as Entidades Filantrópicas e as Entidades sem fins


tlo
ou

lucrativos.
@
09
bs

Participação da Atuação privada é Complementar


-m

iniciativa privada Com preferência para Entidade filantrópicas


1

no SUS
-7

Entidade sem fins lucrativos


41
.9
34

Observe que o § 1 º do Art. 199 da CF/89 não fala que as instituições


.7

privadas deverão participar do Sistema Único de Saúde, mas “poderão” participar.


17
-0

No bojo do entendimento atual das Conferencias Nacionais de Saúde, isso


a

significa que só deve haver participação privada no SUS quando o setor


lv
Si

público não dispuser de capacidade suficiente para atender a demanda. Essa


o
un

visão tende a reduzir a terceirização desnecessária da saúde.


Br

Isso fica mais claro na Lei 8.080/1990:


s
co

Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para


ar
M

garantir a cobertura assistencial à população de uma determinada


área, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá recorrer aos
serviços ofertados pela iniciativa privada.

Art. 199. ...


§ 2º. É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou
subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.

Não há exceção ao § 2 º do Art. 199 da CF/89. Nenhuma instituição privada


com fins lucrativos pode receber recursos públicos mediante auxílio ou

| 52
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

subvenção. Esse dispositivo visa extinguir a prática comum anterior à CF/88 de


subvenção direta à iniciativa privada com fins lucrativos.

§ 3º. É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais


estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.

O § 3 º implica que a assistência à saúde no Brasil deve ser prestada


apenas pelo poder público, empresas e capitais brasileiros, podendo haver
alguma exceção determinada por lei para participação direta ou indireta de
empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País.
Em 1990, a Lei nº 8080/1990, complementou esse parágrafo constitucional

45
2:
esclarecendo em seu art. 23::

:1
04
Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão,

0
em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições:

02
/2
XII - realização de operações externas de natureza financeira de interesse da

03
saúde, autorizadas pelo Senado Federal;

8/
-2
om
Observe que esse artigo da Lei nº 8080/1990 não fala da participação de
.c
ok
empresas estrangeiras, apenas da participação de capital externo. Por isso, essa
tlo

questão do capital internacional e da participação de empresas estrangeiras deve


ou

ser também estudada de acordo com o art. 23 da Lei 8.080 de 1990, que fala.
@
09
bs

Art. 23. É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou de


-m

capitais estrangeiros na assistência à saúde, salvo através de doações de


1
-7

organismos internacionais vinculados à Organização das Nações Unidas, de


41
.9

entidades de cooperação técnica e de financiamento e empréstimos.


34

§ 1° Em qualquer caso é obrigatória a autorização do órgão de


.7
17

direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), submetendo-se a


-0

seu controle as atividades que forem desenvolvidas e os instrumentos


a
lv

que forem firmados.


Si
o

§ 2° Excetuam-se do disposto neste artigo os serviços de saúde


un

mantidos, sem finalidade lucrativa, por empresas, para atendimento


Br
s

de seus empregados e dependentes, sem qualquer ônus para a


co
ar

seguridade social.
M

Desse modo, é possível receber capital estrangeiro destinado à assistência


à saúde apenas nos seguintes casos:
a) Doação de organismos internacionais vinculados à ONU
b) Entidades de cooperação técnica
c) Financiamento
d) Empréstimos
e) Manutenção de serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa,
por empresas, para atendimento de seus empregados e dependentes.
(§ 2°, Art. 23. Lei 8.080 de 1990)

| 53
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Nos quatro primeiros casos, é obrigatória a autorização do órgão de


direção do SUS (§ 1°, Art. 23. Lei 8.080 de 1990). , submetendo-se a seu controle as
atividades que forem desenvolvidas e os instrumentos que forem firmados.
É possível a participação direta ou indireta de empresas ou de capitais
estrangeiros na assistência à saúde desde que:
a) Seja através de doações de organismos internacionais vinculados à
Organização das Nações Unidas; ou
b) Seja de entidades de cooperação técnica; ou
c) Seja de financiamento e empréstimos.
Sigamos com a análise da CF/88.

45
2:
§ 4º. A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a

:1
remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante,

04
0
pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de

02
sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.

/2
03
8/
-2
É vedada a comercialização de:

om
a) Órgãos, tecidos e substâncias humanas (sangue se inclui) para fins de
.c
transplante, pesquisa e tratamento;
ok
tlo

b) Coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados.


ou

A lei que facilita os requisitos e condições para lidar com órgãos, tecidos e
@
09

substâncias humanas não precisa ser complementar.


bs
-m

Art. 200. Ao Sistema Único de Saúde compete, além de outras atribuições,


1
-7

nos termos da lei:


41

I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de


.9
34

interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos,


.7
17

equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;


-0

II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem


a
lv

como as de saúde do trabalhador;


Si

III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;


o
un

IV - participar da formulação da política e da execução das ações de


Br

saneamento básico;
s
co

V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento


ar
M

científico e tecnológico e a inovação;


VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de
seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo
humano;
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte,
guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e
radioativos;
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido
o do trabalho.

| 54
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

As atribuições do SUS de acordo com a CF/88 são14:


I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de
interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos,
equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem
como as de saúde do trabalhador;
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de
saneamento básico;
V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento
científico e tecnológico;

45
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de

2:
:1
seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo

04
humano;

0
02
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte,

/2
03
guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e

8/
-2
radioativos;

om
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido
.c
o do trabalho.
ok
tlo
ou

As atribuições CONSTITUCIONAIS do SUS


@

Ações Focos das ações


09
bs

Controlar, fiscalizar, procedimentos, produtos e substâncias de interesse


-m

participar, executar, para a saúde; produção de medicamentos,


1
-7

ordenar, incrementar, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e


41

inspecionar e colaborar. outros insumos; ações de vigilância sanitária,


.9
34

epidemiológica e de saúde do trabalhador;


.7

formação de recursos humanos; alimentos, bebidas


17
-0

e águas para consumo humano; substâncias e


a

produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; e


lv
Si

proteção do meio ambiente.


o
un
Br

Essa lista não é exaustiva!


s
co
ar
M

Questões
1. FGV - FIOCRUZ - Tecnologista em Saúde - Produção Audiovisual em
Saúde – 2010
A década de 1980 pode ser considerada um “divisor de águas" na trajetória da

14
Observe que os verbos estão no infinitivo.

| 55
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

política de saúde no país. Nesse período, é possível detectar transformações não


apenas na política de saúde como também na política nacional de informação em
saúde.
Em relação a este momento histórico, avalie as afirmativas a seguir.
I. A redução da informação a meras estatísticas foi substituída por uma
abordagem que destacava seu potencial para a tomada de decisões.
II. Como as liberdades democráticas começavam a ser reconquistadas, os debates
sobre a política de saúde foram favorecidos.
III. Apesar de haver um claro processo de evolução política em torno da
informação sobre saúde, mantinha-se, ainda, um modelo de gestão “emissor-
receptor".

45
Assinale:

2:
:1
a) se nenhuma afirmativa estiver correta.

04
b) se todas as afirmativas estiverem corretas.

0
02
c) se apenas a afirmativa I estiver correta.

/2
03
d) se apenas a afirmativa II estiver correta.

8/
-2
e) se apenas a afirmativa III estiver correta.

om
.c
2. INSTITUTO AOCP – EBSERH - Médico - Radiologia e Diagnóstico por
ok

Imagem – 2015
tlo
ou

Quem poderia se beneficiar da assistência à saúde desenvolvida pelo INAMPS,


@

antes da criação do SUS?


09
bs

a) Apenas os trabalhadores informais, sem “carteira assinada”, e seus


-m

dependentes, ou seja, não tinha o caráter universal.


1

b) Todos os trabalhadores tanto da economia formal como os informais e seus


-7
41

dependentes, ou seja, tinha o caráter universal.


.9
34

c) Apenas os funcionários públicos da União e seus dependentes, ou seja, não


.7

tinha o caráter universal.


17
-0

d) Apenas os trabalhadores da economia formal, com “carteira assinada”, e seus


a

dependentes, ou seja, não tinha o caráter universal.


lv
Si

e) A toda população indiscriminadamente, demonstrando assim o caráter


o
un

universal da assistência.
Br
s
co

3. IADES – EBSERH - HC-UFTM – Psicólogo Organizacional – 2013


ar
M

A organização do sistema de saúde brasileiro apresenta diversos marcos ao


longo de sua história, até o estabelecimento do Sistema Único de Saúde (SUS)
como é conhecido hoje. Acerca desse assunto, assinale a alternativa correta.
(A) O Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (PIASS) tinha
como objetivo levar assistência à saúde aos trabalhadores rurais, até então
excluídos das ações previdenciárias.
(B) As Ações Integradas de Saúde (AIS), estabelecidas ao final da década de 1960
do século passado, formaram um movimento assistencial com base nas equipes
multiprofissionais de saúde.
(C) O Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS) surgiu como uma
consolidação das AIS, mas não adotava os princípios da universalidade e da

| 56
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

participação popular como pilares importantes do sistema de saúde.


(D) O SUS tem a equidade como um princípio importante para buscar o equilíbrio
entre as disparidades regionais no que diz respeito à saúde.
(E) A regionalização e a hierarquização são princípios organizativos do SUS que
dependem muito da União, e menos dos estados e dos municípios, para a sua
implementação.

4. IADES – EBSERH/SEDE – Administração – 2013


Sabe-se que houve importante evolução na história da Saúde Pública no
Brasil. Sobre essa evolução, principalmente na organização do Sistema de Saúde,
assinale a alternativa correta.

45
2:
(A) A crise da Previdência Social, no início dos anos 1970, 
fez surgir o Conselho

:1
04
Consultivo de Administração de 
Saúde Previdenciária (Conasp).

0
a

02
(B) No relatório final da 8 Conferência Nacional de Saúde, 
a saúde passa a ser

/2
definida apenas como o resultado das condições de alimentação, habitação,

03
8/
educação, trabalho e lazer.

-2
(C) O fundamento legal do Sistema Único de Saúde (SUS) é a Constituição Federal
om
de 1988, regulamentado na Lei Federal n˚ 8.080, de 19 de setembro de 1990, que
.c
ok
trata do financiamento da saúde e da participação popular e na Lei Federal n˚
tlo

8.142, de 28 de dezembro de 1990, que dispõe sobre a organização e regulação das


ou
@

ações de saúde.
09

(D) A realidade social, na década de oitenta do século 
passado, era de inclusão


bs
-m

da maior parte dos cidadãos no direito à saúde, que se constituía na assistência


prestada pelo Instituto Nacional de Previdência Social, restrita aos trabalhadores
1
-7

que para ele contribuíam.


41
.9

(E) A Reforma Sanitária Brasileira sempre pretendeu ser mais que apenas uma
34

reforma setorial.
.7
17
-0

5. UEG - 2012 - AGSEP - Analista de Saúde


a
lv

A Reforma Sanitária Brasileira foi um movimento acadêmico, cujas


Si
o

proposições tinham como objetivo:


un
Br

a) criar o Ministério da Educação e o Ministério da Saúde, de acordo com a Liga


s

Pró-Saneamento do Brasil.
co
ar

b) estender o direito à saúde a todos os cidadãos com ações preventivas e/ou


M

curativas em um sistema descentralizado de saúde.


c) garantir a universalização progressiva do atendimento de saúde pública e
irrestrita quanto aos recursos mínimos para financiamento.
d) promover oposição e subversão política ao governo militar brasileiro para
extinção imediata do Instituto Nacional de Previdência Social (INAMPS).

6.IADES - EBSERH – HUOL/UFRN – 2013


Com base no art. 195 da Constituição Federal de 1988, a seguridade social será
financiada
(A) pela parcela mais rica da população brasileira.
(B) integralmente pelo Poder Público.

| 57
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

(C) 
por toda a sociedade, de forma direta e indireta.



(D) com o apoio de fundos internacionais de seguridade social.
(E) unicamente a partir das contribuições dos trabalhadores para o Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

7. IADES – EBSERH/SEDE – Assistente Administrativo - 2012


Em situação hipotética, constatou-se epidemia de dengue no município Cidade
Feliz. Para solucionar o problema, o gestor local do SUS foi orientado a contratar
agentes comunitários de saúde, de acordo com o previsto no art. 198 da
Constituição Federal. Diante disso, a contratação poderá ser realizada

45
2:
(A) somente por meio de concurso público.

:1
(B) de forma direta, sem necessidade de concurso ou

04
0
processo seletivo.


02
(C) por meio de processo seletivo público.

/2
03
(D) somente pela transferência de servidores de outras

8/
-2
áreas.


om
(E) por meio de empresas que fornecem mão-de-obra
.c
terceirizada.
ok
tlo
ou

8. IADES – EBSERH – HC-UFTM – Enfermeiro Assistencial – 2013


@
09

Entidades representativas de profissões da saúde desejam elaborar uma


bs

campanha publicitária com as premissas constitucionais da seguridade social e do


-m

direito à saúde, decidindo, assim, contratar uma empresa de comunicação e


1
-7

orientá-la sobre o assunto. Com relação a essa situação hipotética, assinale a


41

alternativa que indica a orientação correta das entidades para que a campanha
.9
34

esteja conforme a Constituição Federal de 1988.


.7

(A) O direito à saúde é assegurado por contribuições de empregadores, sendo a


17
-0

dispensa da contribuição dos trabalhadores um importante dispositivo


a

constitucional que garante a universalidade do atendimento.


lv
Si

(B) As ações e os serviços públicos de saúde constituem um sistema único e


o
un

integram uma rede regionalizada e hierarquizada, tendo a participação da


Br

comunidade como uma das diretrizes sob a qual se organiza o sistema.


s
co

(C) O atendimento integral prevê curativas e preventivas, com prioridade às ações


ar
M

que reabilitam os indivíduos, sem prejuízo às de prevenção de doenças.


(D) Diante da escassez de alguns serviços de alta complexidade tecnológica, a
participação de empresa estrangeira que decidir investir na saúde do País e
compor o Sistema Único de Saúde é livre e assegurada pela Constituição Federal.
(E) Os pescadores artesanais e os garimpeiros são exemplos de cidadãos que
estão desobrigados de contribuições sociais.

9. IADES – EBSERH – HU-UFP – Enfermeiro – 2012


Qual é o conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à

| 58
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

assistência social?
(A) Contribuição Social e Previdenciária.
(B) Políticas Sociais e Econômicas.
(C) Legislação Social.
(D) Seguridade social.
(E) Lei Orgânica da Saúde.

10. IADES – EBSERH - HC-UFTM – Técnico em Saúde Bucal – 20134


Acerca do direito da população à saúde, descrito na Constituição Federal de
1988, assinale a alternativa correta.
(A) A descentralização dos serviços de saúde faz com que os secretários de saúde

45
dos municípios sejam hierarquicamente superiores aos secretários municipais.

2:
:1
(B) A assistência à saúde, no Brasil, é a responsabilidade principal do Sistema

04
Único de Saúde (SUS).

0
02
(C) O poder público pode executar ações e serviços de saúde de maneira direta ou

/2
03
por meio de terceiros, e também por pessoa física ou jurídica de direito privado.

8/
-2
(D) A vigilância sanitária, a epidemiológica e a de saúde do trabalhador são

om
atribuições das políticas públicas ambientais externas ao SUS.
.c
(E) O financiamento da saúde é função da União, sem participação direta de
ok

estados e municípios.
tlo
ou
@

11. AOCP – EBSERH – HU/UFS – Psicólogo Hospitalar – 2013


09
bs

Sobre a Seguridade Social, analise as assertivas e assinale a alternativa que


-m

aponta as corretas.
1

I. As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à


-7
41

seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, os quais


.9
34

integrarão o orçamento da União.


.7

II. A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como


17
-0

estabelecido em lei, poderá contratar com o Poder Público, mas não


a

poderá dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.


lv
Si

III. Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado,


o
un

majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.


Br

IV. São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades


s
co

beneficentes de assistência social que atendam às exigências


ar
M

estabelecidas em lei.
(A) Apenas I, III e IV.
(B) Apenas I, II e IV.
(C) Apenas I e II.
(D) Apenas III e IV.
(E) I, II, III e IV. 
22 


12. CESGRANRIO - 2014 - Banco do Brasil - Médico do Trabalho


Uma instituição médica privada pretende atuar na área do Sistema Único
de Saúde.

| 59
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Consoante os termos da Constituição Federal, a atuação da iniciativa


privada nessa área é
a) vedada, pois a prestação à saúde é estatal.
b) permitida onde não houver assistência pública.
c) vedada nas áreas gerais da Medicina.
d) vedada, salvo autorização especial mediante concessão.
e) permitida, de forma complementar ao Estado.

13. CESGRANRIO - 2014 - Banco do Brasil - Médico do Trabalho


A Constituição Federal estabeleceu um sistema único de saúde para
melhorar a gestão dos recursos destinados à população.

45
Nos termos da Lei Maior, uma das diretrizes desse sistema consiste na(o)

2:
:1
a) centralização de ações executivas na União Federal

04
b) ausência de participação da comunidade

0
02
c) descentralização, com direção única em cada esfera de governo

/2
03
d) democratização com indicação de gerentes populares

8/
-2
e) atendimento preferencial de atividades curativas

om
.c
ok

14. VUNESP - 2012 - SEJUS-ES - Médico - Psiquiatria


tlo
ou

Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil, as ações e


@

serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e


09
bs

constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:


-m

a) descentralização, com direção única em cada esfera de governo; atendimento


1

integral, com prioridade para as atividades assistenciais, sem prejuízo das ações
-7
41

de prevenção, e participação da comunidade.


.9
34

b) descentralização, com direção única na esfera federal; atendimento integral,


.7

com prioridade para as atividades assistenciais, sem prejuízo das ações de


17
-0

prevenção, e participação da iniciativa privada, complementarmente aos serviços


a

públicos.
lv
Si

c) descentralização, com direção única na esfera federal; atendimento integral,


o
un

com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços


Br

assistenciais, e participação da iniciativa privada, complementarmente aos


s
co

serviços públicos.
ar
M

d) descentralização, com direção única em cada esfera de governo; atendimento


integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
assistenciais, e participação da comunidade.
e) descentralização, com direção única em cada esfera de governo; atendimento
integral, com prioridade para as atividades assistenciais, sem prejuízo das ações
de prevenção, e participação da iniciativa privada, complementarmente aos
serviços públicos.

15. VUNESP - 2012 - SPTrans - Médico do Trabalho


A definição de saúde na Constituição Federal
a) induz à ideia de que o Sistema Único de Saúde tem a responsabilidade exclusiva

| 60
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

pela saúde da população.


b) tem um viés assistencial que acabou induzindo a preferência de políticas
voltadas para a recuperação da saúde, em detrimento da prevenção.
c) está em desacordo com a definição da Organização Mundial de Saúde,
necessitando de reformulação.
d) estimula a formulação de propostas parciais para os problemas e necessidades
de saúde para a população mais carente.
e) expressa a compreensão de que a saúde da população é resultante da forma
como a sociedade se organiza.

16. UPENET - 2010 - FCM-UPE - Residência - Enfermagem

45
Relativo à Seção II da Saúde, da Constituição Brasileira, analise as afirmativas

2:
:1
abaixo:

04
I. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante

0
02
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença

/2
03
e de putros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e

8/
-2
serviços para sua promoçãoo, proteção e recuperação.

om
II. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao
.c
Poder Público dispor sobre sua regulamentaçãoo, fiscalização e
ok

controle.
tlo
ou

III. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada


@

e hierarquizada e constituem um sistema único.


09
bs

IV. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.


-m

V. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições,


1

controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de


-7
41

interesse para a saúde e participar da produçãoo de medicamentos,


.9
34

equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos.


.7

Assinale a alternativa CORRETA.


17
-0

a) Todas as afirmativas são verdadeiras.


a

b) Apenas as afirmativas I, II e III são verdadeiras.


lv
Si

c) As afirmativas IV e V são falsas.


o
un

d) Todas as afirmativas são falsas.


Br

e) A afirmativa III é falsa.


s
co
ar
M

17. UPENET - 2010 - FCM-UPE - Residência - Enfermagem


A expressão de que todos têm o mesmo direito de obter as ações e os serviços
de saúde de que necessitam, independentemente da complexidade, custo e
natureza dos serviços envolvidos, diz respeito à
a) Universalidade.
b) Hierarquização.
c) Integralidade.
d) Acessibilidade.
e) Resolutividade.

18. IADES - 2011 - PG-DF - Analista Jurídico – Arquitetura (adaptada)

| 61
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Acerca das disposições contidas na ordem social da Constituição Federal


vigente, julgue o item a seguir.
Compõem a seguridade social os direitos relativos à previdência, saúde,
trabalho e assistência social.

19. IADES - 2011 - PG-DF - Analista Jurídico - Arquitetura


A ordem social tem como base o primado do trabalho e como objetivo o
bem-estar e a justiça social. A seguridade social compreende um conjunto
integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a
assegurar os direitos relativos a
a) saúde, a segurança pública e a família.

45
b) segurança publica, a criança e adolescente e ao idoso.

2:
:1
c) previdência social, a saúde e a defesa da paz.

04
d) segurança pública, a assistência social e ao índio.

0
02
e) saúde, a previdência e a assistência social.

/2
03
8/
-2
20. IBFC – MGS – 2019

om
Embora toda a filosofia deste novo modelo estabeleça uma ruptura com práticas
.c
adotadas até o momento, salientam-se dois conceitos centrais, específicos e
ok

inovadores: “promoção da saúde” e “estilo de vida” (Ribeiro, 2002). Assinale a


tlo
ou

alternativa que apresenta a qual marco na história da psicologia da saúde esta


@

compreensão corresponde.
09
bs

a) Modelo biopsicossocial
-m

b) Ia Revolução de Saúde
1

c) 3a Revolução de Saúde
-7
41

d) 2a Revolução de Saúde
.9
34
.7
17
-0
a
lv
Si

Questões Comentadas e Gabaritadas


o
un
Br

1. FGV - FIOCRUZ - Tecnologista em Saúde - Produção Audiovisual em


s
co

Saúde – 2010
ar
M

A década de 1980 pode ser considerada um “divisor de águas" na trajetória da


política de saúde no país. Nesse período, é possível detectar transformações não
apenas na política de saúde como também na política nacional de informação em
saúde.
Em relação a este momento histórico, avalie as afirmativas a seguir.
I. A redução da informação a meras estatísticas foi substituída por uma
abordagem que destacava seu potencial para a tomada de decisões.
II. Como as liberdades democráticas começavam a ser reconquistadas, os debates
sobre a política de saúde foram favorecidos.
III. Apesar de haver um claro processo de evolução política em torno da
informação sobre saúde, mantinha-se, ainda, um modelo de gestão “emissor-

| 62
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

receptor".
Assinale:
a) se nenhuma afirmativa estiver correta.
b) se todas as afirmativas estiverem corretas.
c) se apenas a afirmativa I estiver correta.
d) se apenas a afirmativa II estiver correta.
e) se apenas a afirmativa III estiver correta.
Gabarito: B
Comentários: Pense no processo de redemocratização. Pensou? Agora pense em
como as informações eram geridas antes e depois da Constituição Federal. Antes a
saúde era reduzida a um mero conjunto de estatísticas. Depois, esses dados se

45
tornariam informações para a tomada de decisões. Após o período do regime

2:
:1
militar, mais conhecido como ditadura militar, qualquer tipo de debate que

04
necessitasse de liberdade para ocorrer foi favorecido. Porém, até hoje ainda temos

0
02
um modelo de gestão verticalizado. É bem verdade que com a participação social

/2
03
essa verticalização reduziu, mas ainda existe (modelo de gestão emissor-receptor).

8/
-2
om
2. INSTITUTO AOCP – EBSERH - Médico - Radiologia e Diagnóstico por
.c
Imagem – 2015
ok

Quem poderia se beneficiar da assistência à saúde desenvolvida pelo INAMPS,


tlo
ou

antes da criação do SUS?


@

a) Apenas os trabalhadores informais, sem “carteira assinada”, e seus


09
bs

dependentes, ou seja, não tinha o caráter universal.


-m

b) Todos os trabalhadores tanto da economia formal como os informais e seus


1

dependentes, ou seja, tinha o caráter universal.


-7
41

c) Apenas os funcionários públicos da União e seus dependentes, ou seja, não


.9
34

tinha o caráter universal.


.7

d) Apenas os trabalhadores da economia formal, com “carteira assinada”, e seus


17
-0

dependentes, ou seja, não tinha o caráter universal.


a

e) A toda população indiscriminadamente, demonstrando assim o caráter


lv
Si

universal da assistência.
o
un

Gabarito: D
Br

Comentários: O INAMPS foi criado pelo regime militar em 1974 pelo


s
co

desmembramento do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que hoje é o


ar
M

Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS); era uma autarquia filiada ao


Ministério da Previdência e Assistência Social (hoje Ministério da Previdência
Social), e tinha a finalidade de prestar atendimento médico aos que contribuíam
com a previdência social, ou seja, aos empregados de carteira assinada.
Fonte: http://sistemaunicodesaude.weebly.com/histoacuteria.html

3. IADES – EBSERH - HC-UFTM – Psicólogo Organizacional – 2013


A organização do sistema de saúde brasileiro apresenta diversos marcos ao
longo de sua história, até o estabelecimento do Sistema Único de Saúde (SUS)
como é conhecido hoje. Acerca desse assunto, assinale a alternativa correta.

| 63
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SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

(A) O Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (PIASS) tinha


como objetivo levar assistência à saúde aos trabalhadores rurais, até então
excluídos das ações previdenciárias.
(B) As Ações Integradas de Saúde (AIS), estabelecidas ao final da década de 1960
do século passado, formaram um movimento assistencial com base nas equipes
multiprofissionais de saúde.
(C) O Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS) surgiu como uma
consolidação das AIS, mas não adotava os princípios da universalidade e da
participação popular como pilares importantes do sistema de saúde.
(D) O SUS tem a equidade como um princípio importante para buscar o equilíbrio
entre as disparidades regionais no que diz respeito à saúde.

45
2:
(E) A regionalização e a hierarquização são princípios organizativos do SUS que

:1
04
dependem muito da União, e menos dos estados e dos municípios, para a sua

0
implementação.

02
/2
Gabarito: D

03
Comentários: Vejamos os comentários de cada assertiva.

8/
-2
(A) O Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (PIASS)

om
tinha como objetivo levar assistência à saúde aos trabalhadores rurais, até
.c
ok
então excluídos das ações de saúde. [Esse programa se configurou como o
tlo

primeiro programa de medicina simplificada do governo Federal e o


ou

resultado foi a expansão do atendimento na rede pública ambulatorial.


@
09

Além disso, o programa permitiu a entrada de técnicos provenientes do


bs

“movimento sanitário” no interior do aparelho de estado]


-m

(B) As Ações Integradas de Saúde (AIS), estabelecidas ao final da década de


1
-7

1980 do século passado, formaram um movimento assistencial com base


41
.9

nas equipes multiprofissionais de saúde. [As AIS foram um projeto


34

interministerial (Previdência-Saúde-Educação) e procurou integrar ações


.7
17

curativas, preventivas e educativas simultaneamente. Apesar disso, não


-0

podemos dizer que foram constituídas equipes multiprofissionais de


a
lv

atendimento à saúde]
Si

(C) O Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS) surgiu como uma


o
un

consolidação das AIS, mas não e já adotava os princípios da


Br

universalidade e da participação popular como pilares importantes do


s
co

sistema de saúde.
ar
M

(D) O SUS tem a equidade como um princípio importante para buscar o


equilíbrio entre as disparidades regionais no que diz respeito à saúde.
[Excelente!]
(E) A regionalização e a hierarquização são princípios organizativos do SUS
que dependem muito da União, e menos dos estados e dos municípios,
para a sua implementação. [Os princípios organizativos do SUS dependem
de todos os entes]

4. IADES – EBSERH/SEDE – Administração – 2013


Sabe-se que houve importante evolução na história da Saúde Pública no

| 64
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Brasil. Sobre essa evolução, principalmente na organização do Sistema de Saúde,


assinale a alternativa correta.
(A) A crise da Previdência Social, no início dos anos 1970, 
fez surgir o Conselho
Consultivo de Administração de 
Saúde Previdenciária (Conasp).
a
(B) No relatório final da 8 Conferência Nacional de Saúde, 
a saúde passa a ser
definida apenas como o resultado das condições de alimentação, habitação,
educação, trabalho e lazer.
(C) O fundamento legal do Sistema Único de Saúde (SUS) é a Constituição Federal
de 1988, regulamentado na Lei Federal n˚ 8.080, de 19 de setembro de 1990, que
trata do financiamento da saúde e da participação popular e na Lei Federal n˚

45
8.142, de 28 de dezembro de 1990, que dispõe sobre a organização e regulação das

2:
ações de saúde.

:1
04
(D) A realidade social, na década de oitenta do século 
passado, era de inclusão

0
02
da maior parte dos cidadãos no direito à saúde, que se constituía na assistência

/2
prestada pelo Instituto Nacional de Previdência Social, restrita aos trabalhadores

03
8/
que para ele contribuíam.

-2
(E) A Reforma Sanitária Brasileira sempre pretendeu ser mais que apenas uma

om
reforma setorial. .c
ok
Gabarito: E
tlo

Comentários: A crise da Saúde, que atingiu seu ápice no início da década de 1980,
ou
@


fez surgir o Conselho Consultivo de Administração de 
Saúde Previdenciária


09

(Conasp). No relatório final da 8a Conferência Nacional de Saúde, 
a saúde passa a


bs

ser definida em seu sentido mais abrangente, sendo resultante das condições de
-m

alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte,


1
-7

emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde.


41
.9

Veja um trecho desse relatório:


34
.7

RELATÓRIO FINAL DA VIII CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE


17

TEMA 1 - SAÚDE COMO DIREITO


-0

1. Em seu sentido mais abrangente, a saúde é a resultante das condições de


a
lv

alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho,


Si
o

transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a


un
Br

serviços de saúde. É, assim, antes de tudo, o resultado das formas de


s

organização social da produção, as quais podem gerar grandes


co
ar

desigualdades nos níveis de vida.


M

O fundamento legal do Sistema Único de Saúde (SUS) é a Constituição


Federal de 1988, regulamentado na Lei Federal n˚ 8.080, de 19 de setembro de
1990 e pela Lei Federal n˚ 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Suas ementas são as
seguintes:
Lei Federal n˚ 8.080/1990 Lei Federal n˚ 8.142/1990
Dispõe sobre as condições para a Dispõe sobre a participação da
promoção, proteção e recuperação da comunidade na gestão do Sistema
saúde, a organização e o Único de Saúde (SUS) e sobre as
funcionamento dos serviços transferências intergovernamentais de
correspondentes e dá outras recursos financeiros na área da saúde e

| 65
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SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

providências. dá outras providências.


A realidade social, na década de oitenta do século 
passado, era de
exclusão da maior parte dos cidadãos no direito à saúde, que se constituía na
assistência prestada pelo Instituto Nacional de Previdência Social, restrita aos
trabalhadores que para ele contribuíam.
A Reforma Sanitária Brasileira sempre pretendeu ser mais que apenas uma
reforma setorial. Almejava-se, desde seus primórdios, que pudesse servir à
democracia e à consolidação da cidadania no País.

5. UEG - 2012 - AGSEP - Analista de Saúde


A Reforma Sanitária Brasileira foi um movimento acadêmico, cujas

45
2:
proposições tinham como objetivo:

:1
a) criar o Ministério da Educação e o Ministério da Saúde, de acordo com a Liga

04
0
Pró-Saneamento do Brasil.

02
b) estender o direito à saúde a todos os cidadãos com ações preventivas e/ou

/2
03
curativas em um sistema descentralizado de saúde.

8/
-2
c) garantir a universalização progressiva do atendimento de saúde pública e

om
irrestrita quanto aos recursos mínimos para financiamento.
.c
d) promover oposição e subversão política ao governo militar brasileiro para
ok
tlo

extinção imediata do Instituto Nacional de Previdência Social (INAMPS).


ou

Gabarito: B
@
09

Comentários: Os objetivos da reforma sanitária são expressos, em sua quase


bs

totalidade, pelos princípios da universalidade e integralidade. A assertiva B é a


-m

única que retrata isso. Destaco que a Reforma Sanitária não foi apenas um
1
-7

movimento acadêmico, como afirma erroneamente o caput da questão.


41
.9
34

6. IADES - EBSERH – HUOL/UFRN – 2013


.7

Com base no art. 195 da Constituição Federal de 1988, a seguridade social será
17
-0

financiada
a

(A) pela parcela mais rica da população brasileira.


lv
Si

(B) integralmente pelo Poder Público.


o
un

(C) 
por toda a sociedade, de forma direta e indireta.



Br

(D) com o apoio de fundos internacionais de seguridade social.


s
co

(E) unicamente a partir das contribuições dos trabalhadores para o Fundo de


ar
M

Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).


Gabarito: C
Comentários: Segundo o caput do art. 195 da Constituição Federal de 1988:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta
e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes
contribuições sociais:

7. IADES – EBSERH/SEDE – Assistente Administrativo - 2012


Em situação hipotética, constatou-se epidemia de dengue no município Cidade

| 66
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Feliz. Para solucionar o problema, o gestor local do SUS foi orientado a contratar
agentes comunitários de saúde, de acordo com o previsto no art. 198 da
Constituição Federal. Diante disso, a contratação poderá ser realizada
(A) somente por meio de concurso público.
(B) de forma direta, sem necessidade de concurso ou
processo seletivo.

(C) por meio de processo seletivo público.
(D) somente pela transferência de servidores de outras
áreas.

(E) por meio de empresas que fornecem mão-de-obra
terceirizada.

45
2:
Gabarito: C

:1
Comentários: Segundo o § 4º do art. 198 da Constituição Federal de 1988:

04
0
Art. 198. ...

02
/2
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes

03
comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo

8/
-2
seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e

om
requisitos específicos para sua atuação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
.c
51, de 2006)
ok
tlo
ou

8. IADES – EBSERH – HC-UFTM – Enfermeiro Assistencial – 2013


@
09

Entidades representativas de profissões da saúde desejam elaborar uma


bs

campanha publicitária com as premissas constitucionais da seguridade social e do


-m

direito à saúde, decidindo, assim, contratar uma empresa de comunicação e


1
-7

orientá-la sobre o assunto. Com relação a essa situação hipotética, assinale a


41

alternativa que indica a orientação correta das entidades para que a campanha
.9
34

esteja conforme a Constituição Federal de 1988.


.7
17

(A) O direito à saúde é assegurado por contribuições de empregadores, sendo a


-0

dispensa da contribuição dos trabalhadores um importante dispositivo


a
lv

constitucional que garante a universalidade do atendimento.


Si

(B) As ações e os serviços públicos de saúde constituem um sistema único e


o
un

integram uma rede regionalizada e hierarquizada, tendo a participação da


Br

comunidade como uma das diretrizes sob a qual se organiza o sistema.


s
co

(C) O atendimento integral prevê curativas e preventivas, com prioridade às ações


ar
M

que reabilitam os indivíduos, sem prejuízo às de prevenção de doenças.


(D) Diante da escassez de alguns serviços de alta complexidade tecnológica, a
participação de empresa estrangeira que decidir investir na saúde do País e
compor o Sistema Único de Saúde é livre e assegurada pela Constituição Federal.
(E) Os pescadores artesanais e os garimpeiros são exemplos de cidadãos que
estão desobrigados de contribuições sociais.
Gabarito: B
Comentários: Vejamos cada assertiva.
(A) O direito à saúde é assegurado por contribuições de empregadores,
sendo a dispensa da contribuição dos trabalhadores um importante
dispositivo constitucional que garante a universalidade do atendimento.

| 67
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

A CF/88 fala:
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado,
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem
à redução do risco de doença e de outros agravos e ao
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua
promoção, proteção e recuperação.
Assim, a universalidade de atendimento independe de contribuição.
Lembre-se que, quanto as contrapartidas, o acesso aos benefícios
da saúde diferem do acesso aos benefícios da previdência. Nesse
último caso são necessárias as contrapartidas.

45
2:
(B) As ações e os serviços públicos de saúde constituem um sistema único

:1
04
e integram uma rede regionalizada e hierarquizada, tendo a participação

0
da comunidade como uma das diretrizes sob a qual se organiza o sistema.

02
/2
Assertiva correta.

03
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma

8/
-2
rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema

om
único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes
.c
(Emenda Constitucional nº 29, de 2000):
ok
tlo

I - descentralização, com direção única em


ou

cada esfera de governo;


@
09

II - atendimento integral, com prioridade para


bs

as atividades preventivas, sem prejuízo dos


-m

serviços assistenciais;
1
-7

III - participação da comunidade.


41
.9
34

(C) O atendimento integral prevê curativas e preventivas, com prioridade


.7
17

às ações que reabilitam os indivíduos, sem prejuízo às de prevenção de


-0

doenças.
a
lv

Apesar da má redação da assertiva, fica claro o erro da mesma ao


Si

evidenciarmos que não há essa previsão no dispositivo


o
un

constitucional que trata do atendimento integral. Veja:


Br
s

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde


co
ar

integram uma rede regionalizada e hierarquizada e


M

constituem um sistema único, organizado de acordo com as


seguintes diretrizes (Emenda Constitucional nº 29, de 2000):
[...]
II - atendimento integral, com prioridade para
as atividades preventivas, sem prejuízo dos
serviços assistenciais;

(D) Diante da escassez de alguns serviços de alta complexidade


tecnológica, a participação de empresa estrangeira que decidir investir na
saúde do País e compor o Sistema Único de Saúde é livre e assegurada pela
Constituição Federal.

| 68
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Em regra a participação de empresas e de capital estrangeiro é


vedada (o que torna a assertiva errada).
Art. 199. ...
§ 3º. É vedada a participação direta ou indireta de
empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no
País, salvo nos casos previstos em lei.

(E) Os pescadores artesanais e os garimpeiros são exemplos de cidadãos


que estão desobrigados de contribuições sociais.
Para responder a essa questão, é preciso ter conhecimento acerca
do art. 195, que da seguridade social.

45
2:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a

:1
04
sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,

0
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União,

02
/2
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das

03
seguintes contribuições sociais:

8/
-2
[...]

om
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e
.c
o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges,
ok
tlo

que exerçam suas atividades em regime de economia


ou

familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a


@
09

seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota


bs

sobre o resultado da comercialização da produção e farão


-m

jus aos benefícios nos termos da lei.


1
-7

E onde está o garimpeiro nessa história? Não está! Ele estava


41
.9

incluído na redação antiga do parágrafo 8˚, alterado pela Emenda


34

Constitucional nº 20, de 1998. Veja:


.7
17

§ 8º - O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais,


-0

o garimpeiro e o pescador artesanal, bem como os


a
lv

respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em


Si
o

regime de economia familiar, sem empregados


un

permanentes, contribuirão para a seguridade social


Br
s

mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da


co
ar

comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos


M

termos da lei.
E como está a situação do garimpeiro em relação a cobrança de
contribuição social? Ele contribui como contribuinte individual, mas
tal previsão não está nem na CF/88, nem na lei n˚ 8.212/1991, que
dispõe sobre a organização da Seguridade Social e institui Plano de
Custeio.

9. IADES – EBSERH – HU-UFP – Enfermeiro – 2012


Qual é o conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da

| 69
Professor Alyson Barros
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à


assistência social?
(A) Contribuição Social e Previdenciária.
(B) Políticas Sociais e Econômicas.
(C) Legislação Social.
(D) Seguridade social.
(E) Lei Orgânica da Saúde.
Gabarito: D
Comentários: Sem comentários.

10. IADES – EBSERH - HC-UFTM – Técnico em Saúde Bucal – 20134

45
Acerca do direito da população à saúde, descrito na Constituição Federal de

2:
:1
1988, assinale a alternativa correta.

04
(A) A descentralização dos serviços de saúde faz com que os secretários de saúde

0
02
dos municípios sejam hierarquicamente superiores aos secretários municipais.

/2
03
(B) A assistência à saúde, no Brasil, é a responsabilidade principal do Sistema

8/
-2
Único de Saúde (SUS).

om
(C) O poder público pode executar ações e serviços de saúde de maneira direta ou
.c
por meio de terceiros, e também por pessoa física ou jurídica de direito privado.
ok

(D) A vigilância sanitária, a epidemiológica e a de saúde do trabalhador são


tlo
ou

atribuições das políticas públicas ambientais externas ao SUS.


@

(E) O financiamento da saúde é função da União, sem participação direta de


09
bs

estados e municípios.
-m

Gabarito: C
1

Comentários: Vejamos cada assertiva.


-7
41

(A) A descentralização dos serviços de saúde faz com que os secretários de


.9
34

saúde dos municípios sejam hierarquicamente superiores aos secretários


.7

municipais.
17
-0

A direção é única em cada esfera do governo e não há qualquer


a

previsão constitucional ou legal de hierarquia entre secretários de


lv
Si

saúde dos municípios e outros secretários municipais.


o
un
Br

(B) A assistência à saúde, no Brasil, é a responsabilidade principal do


s
co

Sistema Único de Saúde (SUS).


ar
M

Assertiva maliciosa. A assistência à saúde não é a responsabilidade


principal do Sistema Único de Saúde, mas do Estado e do Poder
Público. A CF/88 preconiza que o Estado tem o dever de garantir a
saúde e cabe ao Poder Público regular, fiscalizar e controlar. Além
disso, a saúde é pomovida pelo SUS, por terceiros e por pessoa
física ou jurídica de direito privado.
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado,
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem
à redução do risco de doença e de outros agravos e ao
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua
promoção, proteção e recuperação.

| 70
Professor Alyson Barros
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de


saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei,
sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo
sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e,
também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.

(C) O poder público pode executar ações e serviços de saúde de maneira


direta ou por meio de terceiros, e também por pessoa física ou jurídica de
direito privado.
Perfeito!
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de

45
2:
saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei,

:1
04
sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo

0
sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e,

02
/2
também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.

03
8/
-2
(D) A vigilância sanitária, a epidemiológica e a de saúde do trabalhador são

om
atribuições das políticas públicas ambientais externas ao SUS.
.c
Essas atribuições são do SUS:
ok
tlo

Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras


ou

atribuições, nos termos da lei:


@
09

II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica,


bs

bem como as de saúde do trabalhador;


-m
1
-7

(E) O financiamento da saúde é função da União, sem participação direta


41
.9

de estados e municípios.
34

Segundo o art. 198 da CF/1988:


.7
17

Art. 198. [...]


-0

§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos


a
lv

termos do art. 195, com recursos do orçamento da


Si
o

seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal


un
Br

e dos Municípios, além de outras fontes. (Parágrafo único


s

renumerado para § 1º pela Emenda Constitucional nº 29, de


co
ar

2000).
M

11. AOCP – EBSERH – HU/UFS – Psicólogo Hospitalar – 2013


Sobre a Seguridade Social, analise as assertivas e assinale a alternativa que
aponta as corretas.
V. As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à
seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, os quais
integrarão o orçamento da União.
VI. A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como
estabelecido em lei, poderá contratar com o Poder Público, mas não
poderá dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

| 71
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

VII. Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado,


majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
VIII. São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades
beneficentes de assistência social que atendam às exigências
estabelecidas em lei.
(A) Apenas I, III e IV.
(B) Apenas I, II e IV.
(C) Apenas I e II.
(D) Apenas III e IV.
(E) I, II, III e IV. 
22 

Gabarito: D

45
2:
Comentários: Quais os erros das assertivas I e II? Vejamos.

:1
I. As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à

04
0
seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, os quais

02
SERÃO INDEPENDENTES do orçamento da União.

/2
03
II. A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como

8/
-2
estabelecido em lei, poderá contratar com o Poder Público, mas não

om
poderá dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
.c
Art. 195. [...]
ok
tlo

§ 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade


ou

social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder


@
09

Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou


bs

creditícios.
-m
1
-7
41
.9
34

12. CESGRANRIO - 2014 - Banco do Brasil - Médico do Trabalho


.7
17

Uma instituição médica privada pretende atuar na área do Sistema Único


-0

de Saúde.
a
lv

Consoante os termos da Constituição Federal, a atuação da iniciativa


Si

privada nessa área é


o
un

a) vedada, pois a prestação à saúde é estatal.


Br

b) permitida onde não houver assistência pública.


s
co

c) vedada nas áreas gerais da Medicina.


ar
M

d) vedada, salvo autorização especial mediante concessão.


e) permitida, de forma complementar ao Estado.
Gabarito: E
Comentários: O papel do Estado é fundamental nas ações e serviços de saúde.
Cabe a ele oferecer essas ações e serviços (diretamente ou indiretamente) e
regular a sua prestação por entidades privadas. A atuação da iniciativa privada na
área do SUS é permitida e ocorre, de acordo com a CF/88, de forma complementar
ao Estado.
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§ 1 º. As instituições privadas poderão participar de forma
complementar do Sistema Único de Saúde, segundo diretrizes

| 72
Professor Alyson Barros
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo


preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.

13. CESGRANRIO - 2014 - Banco do Brasil - Médico do Trabalho


A Constituição Federal estabeleceu um sistema único de saúde para
melhorar a gestão dos recursos destinados à população.
Nos termos da Lei Maior, uma das diretrizes desse sistema consiste na(o)
a) centralização de ações executivas na União Federal
b) ausência de participação da comunidade
c) descentralização, com direção única em cada esfera de governo

45
2:
d) democratização com indicação de gerentes populares

:1
e) atendimento preferencial de atividades curativas

04
0
Gabarito: C

02
Comentários: Segundo o art. 198 da CF/1988, temos a diretriz da

/2
03
descentralização, com direção única em cada esfera do governo.

8/
-2
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede

om
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado
.c
de acordo com as seguintes diretrizes (Emenda Constitucional nº 29, de
ok
tlo

2000):
ou

I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;


@
09
bs
-m

14. VUNESP - 2012 - SEJUS-ES - Médico - Psiquiatria


1
-7

Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil, as ações e


41

serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e


.9
34

constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:


.7
17

a) descentralização, com direção única em cada esfera de governo; atendimento


-0

integral, com prioridade para as atividades assistenciais, sem prejuízo das ações
a
lv

de prevenção, e participação da comunidade.


Si

b) descentralização, com direção única na esfera federal; atendimento integral,


o
un

com prioridade para as atividades assistenciais, sem prejuízo das ações de


Br

prevenção, e participação da iniciativa privada, complementarmente aos serviços


s
co

públicos.
ar
M

c) descentralização, com direção única na esfera federal; atendimento integral,


com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
assistenciais, e participação da iniciativa privada, complementarmente aos
serviços públicos.
d) descentralização, com direção única em cada esfera de governo; atendimento
integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
assistenciais, e participação da comunidade.
e) descentralização, com direção única em cada esfera de governo; atendimento
integral, com prioridade para as atividades assistenciais, sem prejuízo das ações
de prevenção, e participação da iniciativa privada, complementarmente aos
serviços públicos.

| 73
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Gabarito: D
Comentários: Segundo o art. 198 da CF/1988, temos as seguintes diretrizes:
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de
acordo com as seguintes diretrizes (Emenda Constitucional nº 29, de 2000):
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.
E quais os erros da outras? Os erros são as seguintes diretrizes não
previstas ou descritas de modo errado (em vermelho estão as correções).

45
2:
a) com prioridade para as atividades assistenciais, sem prejuízo das

:1
04
ações de prevenção, e participação da comunidade. / com

0
prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços

02
/2
assistenciais

03
b) com direção única na esfera federal [...]com prioridade para as

8/
-2
atividades assistenciais / com direção única em cada esfera de

om
governo [...] com prioridade para as atividades preventivas, sem
.c
prejuízo dos serviços assistenciais
ok
tlo

c) com direção única na esfera federal [...] participação da iniciativa


ou

privada, complementarmente aos serviços públicos / com direção


@
09

única em cada esfera de governo


bs

e) com prioridade para as atividades assistenciais, sem prejuízo das


-m

ações de prevenção, e participação da iniciativa privada,


1
-7

complementarmente aos serviços públicos. / atendimento integral,


41

com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos


.9
34

serviços assistenciais; participação da comunidade.


.7
17
-0

15. VUNESP - 2012 - SPTrans - Médico do Trabalho


a
lv

A definição de saúde na Constituição Federal


Si

a) induz à ideia de que o Sistema Único de Saúde tem a responsabilidade exclusiva


o
un

pela saúde da população.


Br

b) tem um viés assistencial que acabou induzindo a preferência de políticas


s
co

voltadas para a recuperação da saúde, em detrimento da prevenção.


ar
M

c) está em desacordo com a definição da Organização Mundial de Saúde,


necessitando de reformulação.
d) estimula a formulação de propostas parciais para os problemas e necessidades
de saúde para a população mais carente.
e) expressa a compreensão de que a saúde da população é resultante da forma
como a sociedade se organiza.
Gabarito: E
Comentários: Apesar do comando da questão requerer que respondamos de
acordo com a CF/88, a resposta está na Lei n˚ 8.080/1990! Temos em seu art. 3 que
os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do
país.

| 74
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

16. UPENET - 2010 - FCM-UPE - Residência - Enfermagem


Relativo à Seção II da Saúde, da Constituição Brasileira, analise as afirmativas
abaixo:
VI. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença
e de putros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoçãoo, proteção e recuperação.
VII. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao
Poder Público dispor sobre sua regulamentaçãoo, fiscalização e
controle.

45
VIII. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada

2:
:1
e hierarquizada e constituem um sistema único.

04
IX. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

0
02
X. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições,

/2
03
controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de

8/
-2
interesse para a saúde e participar da produçãoo de medicamentos,

om
equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos.
.c
Assinale a alternativa CORRETA.
ok

a) Todas as afirmativas são verdadeiras.


tlo
ou

b) Apenas as afirmativas I, II e III são verdadeiras.


@

c) As afirmativas IV e V são falsas.


09
bs

d) Todas as afirmativas são falsas.


-m

e) A afirmativa III é falsa.


1

Gabarito: A
-7
41

Comentários: Todas estão absolutamente corretas. Suas justificativas são as


.9
34

seguintes:
.7

I. Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido


17
-0

mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de


a

doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e


lv
Si

serviços para sua promoção, proteção e recuperação.


o
un

II. Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde,


Br

cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua


s
co

regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita


ar
M

diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou


jurídica de direito privado.
III. Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado
de acordo com as seguintes diretrizes: [...]
IV. Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
V. Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras
atribuições, nos termos da lei:
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de
interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos,
equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;

| 75
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Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

17. UPENET - 2010 - FCM-UPE - Residência - Enfermagem


A expressão de que todos têm o mesmo direito de obter as ações e os serviços
de saúde de que necessitam, independentemente da complexidade, custo e
natureza dos serviços envolvidos, diz respeito à
a) Universalidade.
b) Hierarquização.
c) Integralidade.
d) Acessibilidade.
e) Resolutividade.
Gabarito: A

45
Comentários: Esse é o conceito de universalidade. Relembremos nossa tabela.

2:
:1
04
18. IADES - 2011 - PG-DF - Analista Jurídico – Arquitetura (adaptada)

0
02
Acerca das disposições contidas na ordem social da Constituição Federal

/2
03
vigente, julgue o item a seguir.

8/
-2
Compõem a seguridade social os direitos relativos à previdência, saúde,

om
trabalho e assistência social.
.c
Gabarito: E
ok

Comentários: O trabalho não faz parte da seguridade social.


tlo
ou
@

19. IADES - 2011 - PG-DF - Analista Jurídico - Arquitetura


09
bs

A ordem social tem como base o primado do trabalho e como objetivo o


-m

bem-estar e a justiça social. A seguridade social compreende um conjunto


1

integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a


-7
41

assegurar os direitos relativos a


.9
34

a) saúde, a segurança pública e a família.


.7

b) segurança publica, a criança e adolescente e ao idoso.


17
-0

c) previdência social, a saúde e a defesa da paz.


a

d) segurança pública, a assistência social e ao índio.


lv
Si

e) saúde, a previdência e a assistência social.


o
un

Gabarito: E
Br

Comentários: Sem comentários.


s
co
ar
M

20. IBFC – MGS – 2019


Embora toda a filosofia deste novo modelo estabeleça uma ruptura com práticas
adotadas até o momento, salientam-se dois conceitos centrais, específicos e
inovadores: “promoção da saúde” e “estilo de vida” (Ribeiro, 2002). Assinale a
alternativa que apresenta a qual marco na história da psicologia da saúde esta
compreensão corresponde.
a) Modelo biopsicossocial
b) Ia Revolução de Saúde
c) 3a Revolução de Saúde
d) 2a Revolução de Saúde
Gabarito: D

| 76
Professor Alyson Barros
SEMAD-Goiânia 2020
Conhecimentos Gerais em Saúde Pública

Comentários: Como estudamos, ocorreram 3 grandes revoluções na saúde. O


primeiro é o biomédico, o segundo é o biopsicossocial e o terceiro é o de
promoção da saúde e estilo de vida.

45
2:
:1
04
0
02
/2
03
8/
-2
om
.c
ok
tlo
ou
@
09
bs
-m
1
-7
41
.9
34
.7
17
-0
a
lv
Si
o
un
Br
s
co
ar
M

| 77

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