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Material Teórico
Direito Tributário
Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
Direito Tributário
• Direito Tributário
• Conceito de Tributo
• Nascimento do Tributo
• Hipótese de Incidência Tributária
• Tributos em Espécie
• Contribuição de Melhoria
• Princípios Constitucionais Tributários
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Ao final desta Unidade, o aluno será capaz de:
· Entender o que vem a ser Direito Tributário.
· Saber quando nasce a obrigação tributária.
· Entender os conceitos das espécies tributárias.
· Compreender quais são os princípios ligados ao Direito Tributário.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Direito Tributário
Direito Tributário
Figura 1
Fonte: iStock/Getty Images
Trocando ideias...Importante!
Você já se perguntou para onde deve ir o dinheiro recolhido por intermédio dos tributos?
O Estado possui uma série de atribuições, todas elas previstas em nossa Constituição,
para financiar de modo eficaz suas missões, garantindo sua real concretização. Busca
como a principal forma de financiamento a arrecadação de recursos mediante o
recolhimento de tributos. Assim, a sociedade financia o Estado para que esse garanta
direitos aos indivíduos e à sociedade de modo geral.
As regras de como tributar – como quem, quanto e quando alguém deve arcar
tributos – formam uma série de parâmetros de cunho legal que passam a ser
estudados por um ramo específico do direito, denominado Direito Tributário.
Ramo do direito – o Direito é formado por uma série de normas jurídicas que se
Explor
destinam a regular diferentes esferas da vida social. Por isso, costumam formar-se
subsistemas jurídicos, com princípios específicos e dotados de uma estrutura interna
que os define como ramos autônomos em relação a outros setores da atividade jurídica.
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Características do Direito Tributário:
· Ramo do Direito Público;
· Relação jurídica: Estado x Particulares;
· Receitas que correspondam ao conceito de tributo – artigo. 3° do Código
Tributário Nacional.
Dessa forma, a tributação no Brasil só pode ser realizada pelo Poder Público, no
sentido de criação de tributos. Os tributos só podem ser criados por lei estabelecidas
por quem tem o poder de legislar para tributar.
Trocando ideias...Importante!
Você consegue imaginar quais obrigações do Estado devem ser financiadas pela
arrecadação tributária?
Bem, podemos dar como exemplo a construção de escolas e hospitais, as atividades de
segurança desempenhadas pelos policiais e bombeiros, assistência social, pagamento
de salário para os agentes públicos etc.
Conceito de Tributo
O conceito do que vem a ser tributo pode se retirado da própria interpretação
da lei, ou seja, do artigo 3º do Código Tributário Nacional, o qual dispõe:
Artigo. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda
ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato
ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plena-
mente vinculada.
Agora que já temos um conceito do que vem a ser um tributo, vamos avançar e
conhecê-lo melhor.
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UNIDADE Direito Tributário
Trocando ideias...Importante!
Uma medida provisória ou um decreto de um governante podem criar um tributo?
Não somente a lei, seja ordinária ou complementar, criada pelo Congresso Nacional,
pode criar um tributo previsto na Constituição.
A lei, a princípio, indica que somente se pode a pagar o tributo em moeda, quer
dizer que se trata de uma obrigação de dar – de dar dinheiro.
A lei não pode obrigar o contribuinte a adotar tal prática, mas esse é um ato
voluntário do contribuinte. Assim, caso queira poderá oferecer outro bem, nas
citadas condições, para o pagamento.
O tributo não se constitui em sanção por ato ilícito. Um tributo nasce da prática
de um fato lícito; ao contrário da multa de trânsito, por exemplo, que surge da
prática de uma ilicitude.
Trocando ideias...Importante!
Tributo e Obrigação tributária são a mesma coisa?
Pode-se utilizar a expressão tributo como sinônimo de obrigação tributária, que por sua
vez forma uma relação jurídica, que de um lado faz surgir a figura de um credor e de
outro, um devedor.
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Pagamento
Obrigatório
+
Em
Dinheiro = Tributo
+
Instituido
em Lei
Figura 2
O sujeito ativo dessa relação é o credor do tributo, a pessoa que tem o direito
subjetivo de cobrar o tributo, ou seja, detentora da denominada capacidade tribu-
tária ativa.
Ocorre que a capacidade tributária ativa é delegável, através de lei editada pela
pessoa política tributante (quem criou o tributo), mas nada impede que uma terceira
pessoa seja encarregada de cobrar esse tributo. Essa terceira pessoa pode ser uma
autarquia, sociedade de economia mista, uma concessionária de serviços públicos.
Para que exista a parafiscalidade é necessário que a terceira pessoa fique com
o produto da arrecadação do tributo. Essa terceira pessoa pode ser:
· de direito público
· de direito privado, perseguidora de finalidades públicas (são os chamados
entes para estatais).
Trocando ideias...Importante!
Uma concessionária de rodovia seria um exemplo de parafiscalidade?
Uma empresa privada que se torna concessionária de uma rodovia é um exemplo de
parafiscalidade, pois, geralmente, essas concessões atribuem à empresa privada as
obrigações de manutenção da via, assistência aos usuários, quando não a ampliação
da própria rodovia, entre outros. Para cumprir essas obrigações, a empresa privada
é remunerada por intermédio de tributos, como, por exemplo, as taxas de pedágio
e de publicidade.
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UNIDADE Direito Tributário
Fato Gerador
Tributo
Figura 3
Nascimento do Tributo
Figura 4
Fonte: iStock/Getty Images
O tributo nasce quando ocorre, no mundo real (fenomênico), o fato lícito e não
voluntário, descrito na hipótese de incidência da norma jurídica tributária.
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Artigo. 145. A União, os estados, o Distrito Federal e os municípios
poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
Via de regra, a criação de um tributo se dá pela edição de uma lei ordinária; há,
contudo, dois tipos de tributos que devem ser criados por lei complementar, são
eles: empréstimos compulsórios e impostos residuais da União.
A expressão fato gerador é equívoca, pois pode ser entendida como sinônimo
de hipótese de incidência ou como sinônimo de fato imponível, o que pode gerar
mal-entendidos. Para solução dessa equivocidade, alguns tributaristas empregam
as expressões:
1. Fato gerador in abstrato = hipótese de incidência tributária;
2. Fato gerador in concreto = fato imponível.
Como exemplos de fatos geradores pode-se citar: o obter de renda, que faz surgir
a obrigação de pagar o imposto de renda; ser proprietário de veículo automotor,
quando nasce a obrigação tributária de pagar imposto sobre a Propriedade de
Veículos Automotores.
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UNIDADE Direito Tributário
Quer dizer que a base de cálculo trata da dimensão legal da hipótese de incidência
tributária, ela deve estar contida na hipótese de incidência tributária.
Tributos em Espécie
O já mencionado artigo 145 da Constituição Federal autoriza as pessoas políticas
(União, estados, Distrito Federal e municípios) a criarem os seguintes tributos:
·· Impostos;
·· Taxas; e
·· Contribuição de melhoria.
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Imposto – é a espécie de tributo no qual a obrigação tributária tem por fato
gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa
ao contribuinte.
Taxa – trata-se do tributo que tem por fato gerador o exercício regular do poder
de polícia ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e
divisível, prestado ao contribuinte.
Impostos
São os tributos economicamente mais importantes. Trata-se da espécie de
tributo que tem por hipótese de incidência um fato qualquer não consistente numa
atuação estatal.
Trocando ideias...Importante!
Diante das informações apresentadas até aqui, você já consegue identificar alguns
impostos que fazem parte do nosso cotidiano?
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UNIDADE Direito Tributário
A União, além dos impostos arrolados no artigo 153, poderá criar quaisquer
outros impostos (artigo. 154 I da Constituição Federal) – desde que não se
confundam com os previstos nos artigos. 153, 155 e 156 da Constituição Federal.
A União desfruta da competência impositiva residual. Essa competência só pode
ser exercida através de Lei Complementar.
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· 20% do arrecadado com esse novo imposto deverá ser repartido entre os
estados e o Distrito Federal.
Taxas
Figura 5
Fontes: iStock/Getty Images
As Taxas subdividem-se em duas espécies tributárias:
· Taxas de Serviços – é o tipo de tributo que tem como hipótese de incidência
tributária um serviço Público diretamente referido ao contribuinte (nasce
da prestação de um serviço Público).
· Serviço Público – é a prestação de utilidade material de usufruto indi-
vidual sob regime de Direito Público – cabe ressaltar que o serviço não é
considerado público por ser essencial, mas sim porque é prestado por de-
terminação legal. Ex.: o serviço de correios não é essencial, mas é público.
Esses serviços não são tributados através de taxas, eles são custeados através das
receitas gerais das pessoas políticas que os prestam.
· Específicos – Nasce da prestação de serviço público específico (ou singular)
e indivisíveis, que alcançam os contribuintes de uma forma individual,
referindo-se diretamente a alguém.
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UNIDADE Direito Tributário
A taxa pode ser cobrada de quem efetivamente utilizou o serviço ou, ainda,
daquele que tem o serviço colocado a sua disposição – é uma característica do
Direito Positivo Brasileiro.
Ex.: mesmo quem não usa a água encanada paga pelo serviço uma taxa mínima.
Assim podemos dizer que, no Brasil, existem dois tipos de taxas de serviços, as
fruíveis (colocadas à disposição) e as fruídas (efetivamente utilizadas).
Taxas de Polícia – Tipo de tributo que tem por hipótese de incidência tributária
um ato de Polícia, diretamente referido ao contribuinte.
Poder de Polícia – Faculdade que o Estado tem de baixar regras de nível legal ou infra
Explor
A taxa de Polícia deve ser paga para custear as diligências dos atos decorrentes
do Poder de Polícia. Ex.: pago taxa para obter uma licença de reforma e se a
licença não for concedida não, receberei meu dinheiro de volta.
Trocando ideias...Importante!
As taxas fazem parte de nosso cotidiano, você consegue identificá-las?
Na prática, existem algumas dessas taxas que são cobradas. Ex.: Ttaxa paga
para visitar o museu de Petrópolis (taxa de uso).
Pedágio – Trata-se de uma taxa de serviço cuja previsão está disposta no artigo.
150, V, in fine da Constituição Federal.
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Destina-se ao serviço de conservação da rodovia e abre espaço para a cobrança
da taxa.
Poder de Polícia: é a faculdade que o Estado tem de, dentro dos limites nor-
mativos, baixar regras de nível legal ou infra legal, para disciplinar o exercício
dos direitos, a liberdade ou a propriedade das pessoas, compatibilizando com o
bem comum.
Exemplo: as pessoas têm o direito de dirigir autos, mas esse direito é limitado
pelo Poder Público, e todas as regras que limitam esse direito são manifestações
do Poder de polícia.
Exemplo: Uma empresa requer um alvará para construir, pagando uma taxa.
No caso de o Poder Público não conceder o alvará, não poderá requerer o valor
da taxa de volta.
Trata o artigo 145, § 2º, da Constituição Federal, que as taxas não poderão
ter base de cálculo própria dos impostos. Exemplo: a taxa da comissão de valores
mobiliários (ou taxa de Comissão de Valores Mobiliários – CVM), criada pela lei n.
7940/89. O artigo 2º estabelece que a CVM pode cobrar a taxa das empresas que
fiscaliza. O artigo. 4º estabelece que a base de cálculo da taxa é o patrimônio líquido
da empresa fiscalizada, que não mede os custos das diligências, mas sim é base de
cálculo de impostos sobre o patrimônio. Portanto, essa taxa é inconstitucional.
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UNIDADE Direito Tributário
Contribuição de Melhoria
Figura 6
Fonte: iStock/Getty Images
É o tipo de tributo que tem por hipótese de incidência uma atuação estatal,
indiretamente referida ao contribuinte.
Essa atuação estatal só pode ser uma obra pública – artigo. 145 III da Constitui-
ção Federal.
Trocando ideias...Importante!
Mas será que qualquer obra pública gera a possibilidade da cobrança da Contribuição
de Melhoria?
Não, é necessário que da obra pública cause a valorização imobiliária. Deve haver uma
relação de causalidade entre a obra pública e a valorização imobiliária.
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Princípios Constitucionais Tributários
Vamos tratar aqui de alguns princípios que interferem e regulam as atividades
tributárias do Estado e consequentemente repercutem no âmbito do Direito Tributário.
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UNIDADE Direito Tributário
Princípio da Legalidade
O artigo 5º, inciso II, da Constituição Federal, bem como, no âmbito das normas
tributárias, haja tratamento específico no artigo 150, inciso I, o qual traz a ideia de
que somente a lei pode criar tributo.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
Não são somente os tributos que devem ser criados por lei, a mesma se dá
para as denominadas obrigações acessórias, também denominadas de deve-
res instrumentais.
Princípio da Anterioridade
É um princípio exclusivamente Tributário e encontra-se disciplinado no Artigo
150, inciso III, alínea b, da Constituição Federal.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
[...]
[...]
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Assim, a lei que cria ou aumenta o tributo, ao entrar em vigor, fica com sua
eficácia suspensa até o início do próximo exercício financeiro, quando incidirá.
Trocando ideias...Importante!
Uma lei tributária que seja mais benéfica ao contribuinte poderá atingi-lo, até para uma
obrigação tributária que surgiu em seu passado?
Sim, as leis tributárias benéficas podem retroagir (exemplo: as que concedem isenção,
parcela débitos, aumenta prazo para pagamentos etc.)
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UNIDADE Direito Tributário
Assim, terá uma alíquota maior quem mais aufere renda e menor quem menos
auferi, chegando inclusive à isenção dessa espécie de imposto.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
A Competência Tributária e a Capacidade Tributária Ativa
https://goo.gl/D0uL22
O princípio da capacidade tributária
https://goo.gl/Uh19jJ
Muitos consumidores desconhecem o valor da carga tributária dos presentes de fim de ano
https://goo.gl/QXa38f
Leitura
Direito Tributário e Políticas Públicas
https://goo.gl/eGCGlO
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UNIDADE Direito Tributário
Referências
ATALIBA, Geraldo. Hipótese de incidência tributária. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1973.
BRASIL, Código Civil Brasileiro, de 10 jan. 2002. Brasília, DF: Senado Federal,
2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>.
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 1993.
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