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br
Contabilidade Financeira
Realização
Fundação Getulio Vargas
FGV Management
Bibliografia
1. Contabilidade
Sumário
PROGRAMA DA DISCIPLINA........................................................................................ 1
EMENTA ............................................................................................................................. 1
CARGA HORÁRIA TOTAL..................................................................................................... 1
OBJETIVOS ......................................................................................................................... 1
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO .............................................................................................. 1
M ETODOLOGIA .................................................................................................................. 2
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ................................................................................................. 2
B IBLIOGRAFIA RECOMENDADA .......................................................................................... 2
CURRICULUM RESUMIDO DO PROFESSOR............................................................................ 3
2 - MATERIAL COMPLEMENTAR................................................................................ 4
INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 4
OBJETIVOS DA CONTABILIDADE .................................................................................. 4
SISTEMA DE INFORMAÇÕES .......................................................................................... 4
USUÁRIOS DA CONTABILIDADE.................................................................................... 5
CONCEITOS BÁSICOS...................................................................................................... 5
DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS ........................................................................................ 14
INTRODUÇÃO .................................................................................................................14
BALANÇO PATRIMONIAL..............................................................................................14
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ....................................................16
DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS E PREJUÍZOS ACUMULADOS.....................................17
DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO................................18
DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS...............................18
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA..................................................................19
BALANÇO SOCIAL..........................................................................................................20
B ALANÇO PATRIMONIAL .................................................................................................. 26
PATRIMÔNIO...................................................................................................................26
BALANÇO PATRIMONIAL (BP)......................................................................................26
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ............................................................. 32
CONCEITO DE RECEITAS...............................................................................................32
CONCEITO DE GANHOS.................................................................................................32
CONCEITO DE DESPESAS...............................................................................................32
CONCEITO DE PERDA.....................................................................................................32
OUTRAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ......................................................................... 41
DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS (DOAR) ...................41
DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA ......................................................................53
DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNOO LÍQUIDO (DMPL) .................58
INSTRUMENTOS DA ANÁLISE ECONÔMICA – FINANCEIRA................................. 60
DEMONSTRATIVOS E INFORMAÇÕES ADICIONAIS....................................................60
AJUSTES ..........................................................................................................................60
RECLASSIFICAÇÃO DO BALANÇO................................................................................61
INDICADORES ECONÔMICOS-FINANCEIRO S.......................................................... 63
ÍNDICES DE ESTRUTURA PATRIMONIAL.....................................................................65
RELAÇÕES ENTRE AS FONTES DE RECURSOS (RFR)..................................................66
Programa da disciplina
EMENTA
24 horas/aula
OBJETIVOS
O alunos deverá, ao final do módulo, ser capaz de:
CONTEÚDO P ROGRAMÁTICO
Significado das informações dos relatório
As informações financeiras, seu
econômicos- financeiros: Balanço Patrimonial
significado e seus principais usuários.
e Demonstrativo de Resultado do Exercício.
Descrição do processo contábil e do
O processo contábil: o fluxo da informação
fluxo da informação contábil. Os fatos
financeira e seu registro no Balanço
geradores e seus reflexos no
Patrimonial.
patrimônio da empresa.
A estrutura do Balanço Patrimonial.
As informações do Balanço relacionadas com
Classificação das contas: Ativo,
o Ativo e as com o Passivo: o retorno do ativo
Passivo e Patrimônio Líquido. Grupos
frente a demanda dos investidores.
de contas.
A estrutura da Demonstração do
A compreensão das informações do Resultado do Exercício. Receitas,
Demonstrativo de Resultado do Exercício Despesas e suas classificações. O
para as várias empresas na economia. lucro: bruto, operacional e líquido.
Resultado não-operacional.
A estrutura da Demonstração de
A compreensão das informações da Origens e Aplicações de Recursos. Os
Demonstração de Origens e Aplicações de conceitos de Origem e Aplicação. O
Recursos para as várias empresas na ajuste no Lucro Líquido. O significado
economia. da variação do Capital Circulante
Líquido (CCL).
A estrutura da Demonstração do Fluxo
A compreensão das informações da de Caixa. A relação da demonstração
Demonstração do Fluxo de Caixa para as do fluxo de caixa com as outras
várias empresas na economia. demonstrações financeiras. Os métodos
de elaboração.
METODOLOGIA
Aula expositiva com auxílio de microcomputador, projetor multimídia e quadro branco com
marcadores. Aos alunos serão fornecidos os seguintes itens: apostila e transparências a serem
utilizadas durante a exposição dos assuntos. Serão ministrados exercícios, estudos dirigidos e
estudos de caso.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Deverá ser elaborada, pelos alunos, uma prova individual, que envolva os assuntos
desenvolvidos no módulo.
B IBLIOGRAFIA RECOMENDADA
BRASIL, Haroldo Vinagre, BRASIL, Haroldo Vinagre Filho. Gestão financeira das
empresas – um modelo dinâmico. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1991.
MATARAZZO, Dante Carmine. Análise Financeira de Balanços. São Paulo: Atlas, 1995.
2 - Material Complementar
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS DA CONTABILIDADE
SISTEMA DE INFORMAÇÕES
De acordo com Chiavenato, o conceito de informação significa, em poucas palavras, a
busca pela redução da incerteza. Esta busca ganha importância quando tratamos da obtenção
de conhecimento, para uso na orientação da ação a ser tomada no processo de tomada de
decisão.
Sistemas de Informações sob um ponto de vista contábil seria:
“ ...um conjunto articulado de dados, técnicas de acumulação, ajustes e editagens de
relatórios que permite:
a) tratar as informações de natureza repetitiva com o máximo possível de
relevância e o mínimo de custo;
b) dar condições para, através da utilização de informações primárias
constantes do arquivo básico, juntamente com técnicas derivantes da própria Contabilidade
1
Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras.
USUÁRIOS DA CONTABILIDADE
O estudo do IPECAFI definiu usuários como “ ... toda pessoa física ou jurídica que
tenha interesse na avaliação da situação e do progresso de determinada entidade, seja tal
entidade empresa, ente de finalidades não lucrativas, ou mesmo patrimônio familiar.”( 1995,
pg. 59).
O quadro a seguir que resume quais seriam os usuários da Contabilidade:
a. Diversificados X Concentrados
I – INVESTIDORES b. Ativos X Passivos
c. Profissionais X Amadores
a. Analistas Financeiros
II – INTERMEDIÁRIOS DE INFORMAÇÕES b. Serviços de Aconselhamento
c. Corretoras de Valores
a. IBRACON
III – ÓRGÃOS REGULADORES E b. CFC, CRC’s
ASSOCIAÇÕES DE CLASSE c. CVM
d. Fisco
a. Empresas grandes X pequenas
IV – DIRETORES, ADMINISTRADORES
b. Empresas abertas X fechadas
V – AUDITORES Empresas grandes X pequenas
Fonte: MOST, Keneth S. Accounting Theory. Columbus. Grid. 1977. pag. 91, apud,
adaptação de TOSTES, Fernando P. Evidenciação e Qualidade nas Demonstrações
Financeiras.
CONCEITOS BÁSICOS
A Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinado a
prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira e de
produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização.
A Contabilidade tem por fim fornecer informações, a diversos tipos de usuários, que
subsidiem a tomada de decisão. Para o cliente interno, deve suprir as informações que
auxiliem o planejamento e o controle. Para o cliente externo, deve informar a situação
econômica e financeira da empresa.
É a ciência que tem por funções: Registrar, controlar e analisar os atos e fatos
administrativos de uma atividade econômica (Empresa).
Registro
Linguagem contábil de nível elevado, identificando-se com profissionais da área
contábil.
Registros contábeis em livros próprios.
Ex: Diário, Razão, Caixa etc.
Controle
Exerce praticamente os controles dos registros contábeis, principalmente dos bens
patrimoniais.
Análise
Executa análise a qualquer tempo dos registros e dos controles patrimoniais.
Ex: Compra de bens de venda.
1- Registro contábil no livro Diário.
Estoques
a Caixa / Fornecedores
2- Controle
Controle da existência física do estoque, cujo custeio se confrontará com o registro
contábil.
3- Análise
Divergência dos inventários
Estoque mínimo
Tempo de permanência, etc.
FAMILIARIZAÇÃO COM A MECÂNICA CONTÁBIL
PATRIMÔNIO
( + ) ( - )
BENS OBRIGAÇÕES
Dinheiro 2.000 Capital Social
Alexandre 1.000
Fernanda 1.000 2.000
TOTAL 2.000 TOTAL 2.000
PATRIMÔNIO
( + ) ( - )
BENS OBRIGAÇÕES
Dinheiro 500
Capital Social
Direitos Alexandre 1.000
Fernanda 1.000 2.000
Caderneta de
Poupança 1.500
OBSERVAÇÕES
PATRIMÔNIO
( + ) ( - )
BENS OBRIGAÇÕES
Dinheiro 500 Fornecedor 500
DIREITOS
Depósito em
Caderneta de
Poupança 1.500
CAPITAL
SOCIAL
Alexandre 1.000
Equipamentos 500 Fernanda 1.000 2.000
4º CASO: RECEITA
Os juros correspondem, portanto, a um ganho que a empresa teve. Não é um Bem, não
é um Direito, nem uma Obrigação. Trata-se de uma Receita.
Receitas, em contabilidade, são valores que a empresa gera, produz, como fonte de
recursos financeiros ( dinheiro ), para atender aos seus gastos e manter as suas atividades.
5º CASO: DESPESA
Para come morar e divulgar o início das suas atividades, a empresa ofereceu um
coquetel que lhe custou $ 200.
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As receitas e despesas não são demonstradas no gráfico patrimonial, mas num gráfico
à parte, denominado resultado operacional
RESULTADO OPERACIONAL
+ -
DESPESAS 200 RECEITAS 300
As receitas são colocadas sempre do lado direito ( - ), indicando a origem dos ganhos
da empresa: as vendas, as aplicações na poupança, etc.
11
DESPESAS BENS
APLICAÇÃO ORIGEM
Vamos ver quando e como o resultado das operações de uma empresa é integrado
ao seu patrimônio.
Chama-se de exercício ao período que a contabilidade toma como base para fazer um
balanço geral de tudo aquilo que ela realizou, avaliando a situação do patrimônio e apurando
o resultado operacional ( lucro ou prejuízo ).
Portanto, exercício é o período decorrido entre um balanço e outro.
ele tem , geralmente, a duração de 12 meses e coincide com o nosso ano civil, que
começa em 1º de janeiro e termina em 31 de dezembro.
Ao terminar o exercício, a contabilidade realiza o balanço da situação da empresa: o
que tem / o que deve; o que ganhou / o que gastou, obtendo o resultado operacional, que é
então integrado ao patrimônio.
Resultado operacional é o resultado que a contabilidade de uma empresa apura no
final do exercício, para saber se ela teve lucro ou prejuízo
PATRIMÔNIO
(+) (-)
12
BENS OBRIGAÇÕES
Dinheiro 300 Fornecedor Equipamentos 500
Equipamentos 500
800
DIREITOS CAPITAL SOCIAL
Depósito em Cad. Alexandre 1.000
Poupança 1.800 Fernanda 1.000
Resultado Operacional 100
2.100
TOTAL 2.600 TOTAL
2.600
A EMPRESA TEM:
BENS. 800
DIREITOS 1.800 2.600
A EMPRESA DEVE:
FORNECEDOR 500
CAPITAL 2.000
SOCIAL
LUCRO 100 2.600
A empresa somente pode pagar o que deve com o que tem. o primeiro passo, portanto,
é liquidar as dívidas que possui com terceiros, deixando por último a devolução do capital
social aos sócios, acrescido dos lucros ou diminuído dos prejuízos.
13
assim:
É separado das obrigações normais da empresa, tendo em vista que ele só será exigido
se a empresa encerrar suas atividades ou se algum sócio se retirar da sociedade.
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DEMONSTRATIVOS C ONTÁBEIS
INTRODUÇÃO
A Contabilidade enquanto sistema de informações destinadas a auxiliar o processo de
planejamento e controle na empresa, fornece a esses usuários demonstrativos.
As demonstrações financeiras obrigatórias, a periodicidade e a base para sua
elaboração são determinadas pelo artigo 176 da Lei n0 6.404/76:
"Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a Diretoria fará elaborar, com base na
escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão
exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no
exercício:
a) balanço patrimonial;
b) demonstração do resultado do exercício;
c) demons tração dos lucros ou prejuízos acumulados ( pode ser substituída pela
demonstração das mutações do patrimônio líquido); e
d) demonstração das origens e aplicações de recursos."
Existem entretanto demonstrações não abrangidas (ainda) pela Lei. As mais comuns
são a demonstração dos fluxos de caixa (DFC) e o Balanço Social.
BALANÇO PATRIMONIAL
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BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Para ser Ativo é necessário preencher os quatro São as contas representativas de obrigação com
requisitos: 1. Bens ou Direitos; 2. De terceiros, que quando de seu vencimento, serão
propriedade da empresa; 3. Mensurável reclamadas. São também mensuráveis
monetariamente; 4. Representar benefícios monetariamente.
presentes ou futuros.
Grupos: Grupos:
- CIRCULANTE - CIRCULANTE
São os Bens e os Direitos com vencimento até o São as Obrigações com vencimento até o término
término do exercício seguinte, ou ainda, com do exercício seguinte, ou ainda, com vencimento
vencimento até 12 meses da data do último até 12 meses da data do último Balanço.
Balanço.
- REALIZÁVEL A LONGO PRAZO - EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
São os Direitos com vencimento após o término São as Obrigações com vencimento após o
do exercício seguinte, ou ainda, com vencimento término do exercício seguinte, ou ainda, com
posterior a 12 meses da data do último Balanço. vencimento posterior a 12 meses da data do
Considera-se também como Longo Prazo, as último Balanço.
transações de empréstimos a Acionistas, Considera-se também como Longo Prazo, as
Diretores, e outras pessoas a fins, independente transações de empréstimos de Acionistas,
do prazo de vencimento, desde que os Diretores, e outras pessoas a fins, independente
empréstimos não façam parte das operações do prazo de vencimento.
principais da empresa.
- PERMANENTE - RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS
Bens e direitos de caráter fixo. Divide-se em: São as Receitas recebidas antes da prestação do
Investimentos, Imobilizado e Diferido. serviço, desde que sejam líquidas e certas.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
São as obrigações para com os Sócios. Tem como
principais contas: Capital, Reservas de Capital,
Reserva de Reavaliação, Reservas de Lucros,
Lucro ou Prejuízos Acumulados e Ações em
Tesouraria.
16
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RECEITA BRUTA
(-) DEDUÇÕES
IPI
ICMS
Abatimentos
RECEITA LÍQUIDA
(-) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS
LUCRO BRUTO
(-) DESPESAS OPERACIONAIS
De Vendas
Administrativas
Financeiras - Receitas Financeiras
Variações monetárias
LUCRO OPERACIONAL
(+/-) DESPESAS/RECEITAS NÃO OPERACIONAIS
(-)PERDAS
(+)GANHOS
LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
(-) PROVISÃO PARA A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
(-) PROVISÃO PARA O IMPOSTO DE RENDA
LUCRO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
PARTICIPAÇÕES NO LUCRO
LUCRO LÍQUIDO
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19
20
BALANÇO SOCIAL
21
2
ABIQUIM – Associação Brasileira da Indústria Química, Valor Adicionado Setor Químico Brasileiro 1998. São Paulo,
22/10/99.
22
RESUMO
Em relação a 1998, a receita bruta do setor evoluiu 25,3% em 1999, enquanto o valor
adicionado bruto evoluiu 39,1%. O valor adicionado a distribuir aumentou 40,9% conforme
discriminado a seguir:
Unid.: R$ 1.000
SETOR SIDERÚRGICO
DISCRIMINAÇÃO
1999 1998
23
1999 1998
Subsetores
Valor Adicionado % da Receita Valor Adicionado % da Receita
R$ mil Bruta R$ mil Bruta
DI STRI BUI ÇÃO DO VALOR ADI CI ONADO COMO % DA RECEITA BRUTA – 1999
Unid.: %
Subsetor Subsetor Subsetor Produtores Setor
Discriminação
Planos Longos Aços Especiais Semi-Acabados Siderúrgico
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A parcela “juros e aluguéis” apresentou a maior evo lução, de R$1,434 bilhão para R$3,763
bilhões (163%). A COFINS (81%) e o ICMS (34%) apresentaram as evoluções de maior
impacto.
Unid.: R$ 1.000
SETOR SIDERÚRGICO
DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO
1999 1998
REMUNERAÇÃO DO TRABALHO (Pessoal e Encargos) 1.547.981 1.583.875
REMUNERAÇÃO DO GOVERNO 1.692.497 1.533.650
(Impostos, Taxas e Contribuições)
- ICMS 939.549 701.735
- Imposto de Renda (130.307) 10.758
- IPI 352.554 340.266
- COFINS 302.531 166.834
- Contribuição ao INSS 153.264 161.405
- Contribuição Social (62.520) 43.745
- PIS 68.555 55.221
- CPMF 39.863 27.420
- ISS 4.060 2.345
- IPTU 18.388 19.085
25
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B ALANÇO P ATRIMONIAL
PATRIMÔNIO
OBRIGA- BENS +
BENS ÇÕES BENS OBRIGA- DIREITOS OBRIGA-
+ SITUAÇÃO + ÇÕES SITUAÇÃO ÇÕES
DIREITOS LÍQUIDA DIREITOS LÍQUIDA
NEGATIVA
Normalmente, a soma dos BENS e DIREITOS é maior que a das OBRIGAÇÕES para
com terceiros, resultando situação de PATRIMÔNIO LÍQUIDO positivo.
Quando a soma dos BENS e DIREITOS for igual às OBRIGAÇÕES para com
terceiros, ocorrerá PATRIMÔNIO LÍQUIDO nulo ou inexistente.
Finalmente, se a soma dos BENS e DIREITOS for menor que a das
OBRIGAÇÕES, diz-se que o PATRIMÔNIO LÍQUIDO é negativo, comumente denominado
PASSIVO A DESCOBERTO.
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ATIVO
CIRCULANTE - disponibilidades, bens e direitos realizáveis no decorrer do
exercício seguinte ao do balanço sob análise (até 360 dias).
Exemplos: Disponibilidades, Duplicatas a Receber, Estoques, Despesas Antecipadas
etc.
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PASSIVO
CIRCULANTE- dívidas vencíveis no decorrer do exercício seguinte (até 360 dias).
Exemplos: Fornecedores, Salários e Encargos a Pagar, Impostos a Pagar, Empréstimos
Bancários, Provisão para Imposto de Renda.
Observação:
No Balanço Patrimonial (BP) aparecem contas retificadoras, entre parênteses ou
com sinal negativo, que diminuem o saldo da conta retificada. As principais são:
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ATIVO SEARA
(Reais Mil)
Código da Conta Descrição da Conta 31/12/02
1 Ativo Total 1.539.951
1.01 Ativo Circulante 630.350
1.01.01 Disponibilidades 19.715
1.01.01.01 Caixa E Bancos 16.469
1.01.01.02 Aplicações Financeiras 3.246
1.01.02 Créditos 365.860
1.01.02.01 Clientes 326.162
1.01.02.02 Impostos A Recuperar 29.573
1.01.02.03 Outros Créditos A Receber 10.125
1.01.03 Estoques 241.095
1.01.03.01 Produtos Acabados 41.443
1.01.03.02 Produtos Em Processo 650
1.01.03.03 Animais Para Abate 137.816
1.01.03.04 Matérias-primas 45.268
Materiais De Manutenção E
1.01.03.05 Auxiliares 14.848
1.01.03.06 Importação Em Andamento 1.070
1.01.04 Outros 3.680
1.01.04.01 Despesas Do Exercício Seguinte 3.680
1.02 Ativo Realizável A Longo Prazo 502.802
1.02.01 Créditos Diversos 0
1.02.02 Créditos Com Pessoas Ligadas 454.231
1.02.02.01 Com Coligadas 0
1.02.02.02 Com Controladas 454.231
Código da Conta Descrição da Conta 31/12/02
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PASSIVO SEARA
(Reais Mil)
Código da Conta Descrição da Conta 31/12/02
2 Passivo Total 1.539.951
2.01 Passivo Circulante 594.634
2.01.01 Empréstimos E Financiamentos 421.888
2.01.02 Debêntures 0
2.01.03 Fornecedores 72.021
2.01.04 Impostos, Taxas E Contribuições 12.321
2.01.05 Dividendos A Pagar 11.622
2.01.06 Provisões 0
2.01.07 Dívidas Com Pessoas Ligadas 34.712
2.01.08 Outros 42.070
2.01.08.01 Adiantamento Sobre Contrato De Câmbio 0
2.01.08.02 Salários E Encargos Sociais 26.081
2.01.08.03 Contas A Pagar Com Partes Relacionadas 0
2.01.08.04 Outras Contas A Pagar 15.989
2.02 Passivo Exigível A Longo Prazo 597.517
2.02.01 Empréstimos E Financiamentos 92.336
2.02.02 Debêntures 0
2.02.03 Provisões 28.150
2.02.03.01 Prov.contingências Fiscais e Trabalhista 28.150
2.02.04 Dívidas Com Pessoas Ligadas 477.031
2.02.05 Outros 0
2.02.05.01 Tributos Diferidos 0
2.03 Resultados De Exercícios Futuros 0
2.05 Patrimônio Líquido 347.800
2.05.01 Capital Social Realizado 202.658
31
2.05.03.02 Controladas/coligadas 0
2.05.04 Reservas De Lucro 111.209
2.05.04.01 Legal 8.207
2.05.04.02 Estatutária 16.414
2.05.04.03 Para Contingências 0
2.05.04.04 De Lucros A Realizar 0
2.05.04.05 Retenção De Lucros 86.588
2.05.04.06 Especial P/ Dividendos Não Distribuídos 0
2.05.04.07 Outras Reservas De Lucro 0
2.05.05 Lucros/prejuízos Acumulados 0
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CONCEITO DE RECEITAS
O IBRACON, no pronunciamento VII - Receitas e Despesas - Resultados, nos itens 5
e 6, conceitua os desdobramentos do conceito de receita:
“5. Receita Operacional - Corresponde ao evento econômico relacionado com a
atividade ou atividades principais da empresa, independentemente de sua freqüência neste
contexto, consequentemente. O conceito de receita é de elemento “bruto”, e não “líquido”,
correspondendo, em última análise, ao valor pelo qual a empresa procura se ressarcir dos seus
custos e despesas e auferir o crédito.
6. Receita Não-Operacional - Corresponde aos eventos econômicos aditivos ao
patrimônio líquido, não associados com a atividade ou atividades principais da empresa,
independentemente, da sua freqüência.
O conceito de receita não-operacional é de elemento líquido, ou seja, ela é considerada
pelo líquido dos correspondentes custos. Como casos comuns desse tipo de receita temos os
ganhos de capital, correspondentes a transações com imobilizados ou com investimentos de
natureza permanente, desde que não relacionados com a atividade principal da empresa.”3
CONCEITO DE GANHOS
Para ganhos, Iudícibus 4 apresenta um outro conceito, segundo ele: “ganho representa
um resultado líquido favorável, resultante de transações ou eventos não relacionados às
operações normais do empreendimento.”
CONCEITO DE DESPESAS
Podemos entender por despesa todas as saídas de recursos da entidade que foram
totalmente absorvidas no processo de gerar receitas.
CONCEITO DE PERDA
As perdas correspondem aos eventos diminutivos ao patrimônio líquido, não
associados com atividades relacionadas ao objetivo principal da entidade.
A maneira prática de diferenciar despesa de perda consiste em identificar a operação,
se tratar-se de transação normal da empresa, objetivo de sua atividade, fica caracterizada a
ocorrência de despesa. No entanto, se o evento possuir a característica extraordinária, ou seja,
não se inclui nas atividades centrais da entidade, tem-se uma perda.
3
FIPECAFI & ANDERSEN, Arthur. Normas e práticas no Brasil. Ed. Atlas: São Paulo, 1991. p. 413.
4
IUDÍCIBUS, Sergio de. Op. Citada. p. 126.
33
RECEITAS DE VENDAS
A Lei nº6404/76 estabelece que as empresas devem discriminar “a receita bruta das
vendas e serviços, as deduções das vendas, dos abatimentos e dos impostos” e “a receita
liquida das vendas e serviços”.
Dessa forma, a contabilização das vendas deverá ser efetuada pelo seu valor bruto,
sendo que o valor dos impostos, das devoluções e dos abatimentos deverão ser registradas em
contas de natureza devedora específica, as quais serão classificadas como contas redutoras das
vendas.
A Instrução Normativa do SRF nº051, de 03/11/78, acrescentou que “na receita bruta
não se incluem impostos não cumulativos, cobrados do comprados ou contratante (IPI) e do
qual o vendedor dos bens ou prestador dos serviços seja mero depositário”.
Assim o ICMS faz parte das Receitas Brutas e o IPI não, para fins de cálculo do
Imposto de Renda. Par atendimento a legislação societária, ambos fazem. A maneira de se
conciliar o problema é utilizar a designação Faturamento Bruto para o somatório total e sem o
IPI de Receita Bruta.
34
1.1.2. ABATIMENTOS
A conta Abatimentos deve abrigar os descontos concedidos a clientes, posterior à
entrega do produto, por defeito de qualidade apresentado ou por defeitos oriundos do
transporte. Assim os abatimentos não referem-se a descontos financeiros por pagamentos
antecipados ou descontos concedidos no momento da venda.
DESPESAS OPERACIONAIS
As despesas operacionais constituem-se das despesas incorridas para vender produtos
e administrar a empresa, sendo que , dentro do conceito da Lei nº6404/76, abrange também as
despesas líquidas para financiar suas operações e o resultado liquido de atividades acessórias
da empresa.
35
O artigo 187 da Lei das S/A estabelece, para chegarmos ao lucro operacional, a
dedução das “despesas com vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as
despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais”. São elas:
o DE VENDAS
o ADMINISTRATIVAS
o ENCARGOS FINANCEIROS LÍQUIDOS
o OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACCIONAIS
o DESPESAS DE VENDAS E ADMINISTRATIVAS
DESPESAS DE VENDAS
As despesa de vendas representam gastos de promoção, colocação e distribuição dos
produtos da empresas, bem como os riscos assumidos pela venda, constando dessa categoria
despesas como: com o pessoal da área de vendas, marketing, distribuição, pessoal
administrativo interno de vendas, comissões sobre vendas, propaganda e publicidade, gastos
estimados com garantia de produtos vendidos, perdas estimadas dos valores a receber,
provisão para devedores duvidosos etc.
DESPESAS ADMINISTRATIVAS
As despesas administrativas representam os gastos incorridos, para a direção ou gestão
da empresa, se constituindo de várias atividades gerais que beneficiam todas as fases do
negócio ou objeto social. Constam dessa categoria itens como honorários da administração,
salários e encargos do pessoal administrativo, despesas legais e judiciais, material de
escritório etc.
DE VENDAS ADMINISTRATIVAS
a)Despesa com o Pessoal a)Despesa com o Pessoal
b)Comissão de Vendas b)Ocupação
c)Ocupação c)Utilidades e Serviços
d)Utilidades e Serviços d)Honorários
e)Propaganda e Publicidade e)Despesas Gerais
f)Despesas Gerais f)Impostos e Taxas
g)Impostos e Taxas
i)Provisão para Devedores
Duvidosos
36
indenizações, férias, 13º salário, IAPAS, FGTS, assistência médico-social, seguros, etc.),
segregado em subcontas distintas.
COMISSÕES DE VENDAS
Aplica-se, logicamente, apenas as despesas de vendas e engloba todas as despesas com
comissões devida sobre vendas incluindo os encargos sociais decorrentes destas.
OCUPAÇÃO
No subgrupo ocupação estarão registradas as despesas com a ocupação física dos
imóveis e as instalações representadas por aluguéis e despesas de condomínio, quando o
imóvel e os bens forem de terceiros. A apropriação destas despesas enter a produção, a
administração e a venda depende da utilização de cada setor. No caso de bens próprios a conta
utilizada seria a de “Depreciação e Amortização”.
UTILIDADES E SERVIÇOS
O subgrupo utilidades e serviços também deve ser rateada de acordo com a utilização
de cada setor e compreende os gastos com:
Energia Elétrica
Água
Telefone, Fax, Telex, Telegrama etc.
Correio e Malotes
Reprodução e impressão
Seguros
Transporte de Pessoal
Outras
PROPAGANDA E PUBLICIDADE
È um subgrupo das despesas de vendas que em certas circunstâncias poderá fazer parte
do grupo de despesas administrativas, como no caso de propagandas para melhoria da
imagem da empresa, não vinculada a venda do produto.
HONORÁRIOS
As contas de honorários foram previstas somente no grupo de despesas administrativas
e segregadas em:
Diretoria
Conselho Administrativo
Conselho Fiscal
DESPESAS GERAIS
É outro subgrupo comum às despesas administrativas e de vendas, tendo o seguinte rol
de contas classificáveis:
37
Viagens e Representações
Material de Escritório
Materiais Auxiliares e de Consumo
Copa, Cozinha e Refeitório
Conduções e Lanches
Revistas e Publicações
Donativos e Contribuições
Legais e Judiciais
Serviços Profissionais e Contratados
Auditoria
Consultoria
Recrutamento e Seleção
Segurança e Vigilância
Treinamento de Pessoal
IMPOSTOS E TAXAS
São registrados impostos como IPTU, IPVA, a contribuição sindical, a contribuição
para o PIS, a contribuição para o PASEP, etc.
A Receita federal determinou que o PIS e o PASEP calculado sobre a receita bruta de
vendas poderá ser considerada como redutora desta, na determinação de receita líquida, e a
parcela calculada sobre as demais receitas poderá ser considerada como despesa operacional.
38
Como se verifica, nas despesas ou receitas financeiras, só se incluem os juros, mas não
as atualizações monetárias ou variações cambiais de empréstimos as quais são registradas
separadamente nas Variações Monetárias.
Todavia quando se tratar de atualização prefixada, será considerada como despesa(ou
receita) financeira e não como variação monetária.
VARIAÇÕES MONETÁRIAS
A Lei do Imposto de Renda, no artigo 253 e 254 do RIR, considera como “variações
monetárias” as variações cambiais e as correções monetárias (exceto as prefixadas).
A contabilização em contas segregadas das demais despesas ou receitas financeiras era
necessária para fins fiscais para apurar o lucro inflacionário e conseqüente tributação do saldo
credor da Correção Monetária do Balanço.
Atualmente não é mais exigida esta segregação, mas nada impede a contabilidade de
manter seus registros separadamente , o que facilita na divulgação clara das informações.
39
VENDAS DIVERSAS
Outro tipo de resultado operacional poderia ser o oriundo de vendas esporádica de
sucatas ou sobras de estoques, nesse caso, líquido do ICMS correspondente. Se todavia, as
vendas forem de sucatas normais e inerentes ao processo produtivo, essa receita deve ser
registrada como redução do custo de produção.
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
Essa conta deve registrar o valor da contribuição social apurada ao final do exercício.
40
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
Exercícios findos em 31 de dezembro de 1997 e 1996.
1997 1996
Receita operacional bruta
Vendas no mercado interno 794.117,00 729.974,00
Vendas no mercado externo 75.879,00 84.897,00
869.996,00 814.871,00
Deduções de vendas
Impostos sobre vendas (139.827,00) (131.276,00)
Devoluções (2.100,00) (2.195,00)
Receita operacional líquida 728.069,00 681.400,00
Custo dos produtos vendidos (590.358,00) (555.820,00)
Lucro bruto 137.711,00 125.580,00
Receitas e despesas operacionais
Vendas e distribuição (29.363,00) (29.393,00)
Gerais e administrativas (60.124,00) (56.683,00)
Despesas financeiras, líquidas (41.589,00) (50.210,00)
Outras receitas operacionais, líquidas 6.087,00 4.112,00
Lucro operacional 12.722,00 (6.594,00)
Resultado não operacional
Ajuste de equivalência patrimonial inicial - (8.022,00)
Outras despesas não operacionais (6.526,00) (4.530,00)
(6.526,00) (12.552,00)
Prejuízo antes do IR, contribuições sociais das
participações dos empregados nos resultados 6.196,00 (19.146,00)
Imposto de renda (2.639,00) (2.877,00)
Contribuição social (22,00) -
Participação dos empregados nos resultados (1.147,00) (2.811,00)
Prejuízo do exercício 2.388,00 (24.834,00)
41
OBJETIVO DA DOAR
Essa demonstração visa identificar as modificações ocorridas na posição financeira de
curto prazo da empresa, motivadas:
a) pelo ingresso de novos recursos, além dos gerados pelas próprias operações;
b) pela forma como estes recursos foram aplicados.
A posição financeira de curto prazo da empresa é representada pelo valor do Capital
Circulante Líquido (CCL). Este é obtido diminuindo-se o Passivo Circulante (PC) do
montante do Ativo Circulante (AC).
CCL = AC-PC
OBRIGATORIEDADE DE ELABORAÇÃO
ESQUEMA BÁSICO
42
ATIVO + APLICAÇÕES
( - ) ORIGENS
PASSIVO + ORIGENS
( - ) APLICAÇÕES
Apesar do nome da demonstração, nem todas as transações que geram novos recursos
ou que representem aplicação dos mesmos são incluídas na DOAR.
Somente farão parte da DOAR as transações representativas de origens e aplicações de
recursos que impliquem uma modificação direta ou indireta no CCL da companhia.
Pagamento de fornecedores
Há uma saída de recursos, representada pelo desembolso de caixa, e uma simultânea
entrada de recursos, representada pela diminuição do Passivo Circulante; entretanto, o CCL
não é alterado, pois o Ativo Circulante (AC) e o Passivo Circulante (PC) diminuem
simultaneamente.
AC ( - ) PC ( - ) CCL (=)
43
AC ( - ) AC ( + ) CCL (=)
AC ( + ) PC ( + ) CCL (=)
AC ( + ) AC ( - ) CCL (=)
Atenção:
Quando uma parcela da despesa antecipada é apropriada ao resultado do exercício, o
CCL será modificado, pois o AC diminuirá em contrapartida à diminuição do Patrimônio
Líquido (veja o subitem seguinte).
AC ( + ) PL ( + ) CCL (+)
AC ( + ) PL ( + ) CCL (+)
44
AC ( - ) AP ( + ) CCL ( - )
e) Dividendos propostos
Haverá um aumento do PC, pelo crédito na conta Dividendos a Pagar, e uma
diminuição do PL, em virtude do débito na conta Lucros Acumulados; o CCL diminuirá.
PC ( + ) PL ( - ) CCL ( - )
AC ( - ) PL ( - ) CCL ( - )
CASOS ESPECIAIS
Exemplos:
45
Essas despesas não implicam desembolso (nem imediato, nem futuro) para a empresa,
portanto não influenciam o CCL; são registradas contabilmente como diminuição simultânea
do AP e do PL.
AP ( - ) PL ( - ) CCL (=)
AP ( + ) PL ( + ) CCL ( = )
A( + ) ou P ( + ) PL ( + ) CCL ( = )
46
Notas:
O lucro líquido do exercício deve ser ajustado pelo valor das receitas e das despesas
que não influenciam o CCL para fins de apresentação na DOAR;
As transações descritas nas alíneas c e d podem ser desdobradas em duas operações
que afetam o CCL, de forma similar ao que será analisado logo a seguir; nesse caso, elas
poderiam registrar na DOAR.
Embora as operações descritas a seguir não afetem o CCL, elas devem ser incluídas na
DOAR porque podem ser decompostas em duas outras que influenciam.
47
ESTRUTURA DA DOAR
I - ORIGENS DE RECURSOS
1) Das Operações
2) Dos Proprietários
(+) Realização do Capital Social e contribuições para Reservas de Capital
3) De Terceiros
(+) Redução de Bens e Direitos do Ativo Realizável a Longo Prazo (ARPL)
(+) Valor de alienação de Bens ou Direitos do Ativo Permanente (AP)
(+) Aumento do Passivo Exigível a Longo Prazo (PELP)
II - APLICAÇÕES DE RECURSOS
48
Atenção:
O Excesso ou a insuficiência das origens de recursos em relação às aplicações representará
aumento ou redução do Capital Circulante Líquido (CCL), da seguinte forma:
a) Quando as origens forem maiores que as aplicações, haverá aumento no valor do CCL;
b) Quando as aplicações forem maiores que as origens, haverá diminuição no valor do CCL.
Perceba que as origens e aplicações de recursos que são demonstradas nas partes I e II da
DOAR representam apenas origens e aplicações de longo prazo, ou seja, resultantes de
variações dos ativos e passivos não-circulantes.
EXEMPLO PRÁTICO
I – Balanço em 19X0
(Empresa constituída em dezembro e ainda não em Operação)
Ativo Passivo
AC PC
Caixa 300 Fornecedores 1.000
Estoques 1.700 2.000
PL
AP Capital 2.000
Imobilizado 1.000
3.000 3.000
49
50
V – Balanço 19X1
Ativo Passivo
AC PC
Caixa 490
Clientes 300 Fornecedores 600
Estoques 1.400 Contas a Pagar 40
Desp. Ant. 100 2.290 CSL a recolher 70
IR a recolher 150 860
ARLP
PELP
Desp. Judicial 250
Empr. Longo Prazo 1.260
AP
PL
Investimentos 400 Capital 2.500
Imobilizado 2.360 2.760 Lucros Acumulados 680 3.180
51
VI – DOAR 19X1
Origens
Das Operações
Resultado Líquido do Exercício 680
( + ) Despesas Depreciação 140
( + ) Variação monetária de empréstimo (LP) 60
( - ) Ganho na Equivalência (100)
( = ) Resultado Ajustado 780
Dos Proprietários
Integralização de capital em dinheiro 500
1.3 De Terceiros
Novos empréstimos de longo prazo 1.200
Aplicações
Aquisição de Imobilizado 1.500
Aquisição de Investimentos 300
Aplicação em Depósitos Judiciais 250
52
Origens
Das Operações
Resultado líquido do exercício ajustado
(igual ao DOAR) 780
( - ) Aumentos do Ativo Circulante
Clientes ( 300 – 0 ) 300
Despesas antecipadas ( 100 – 0 ) 100 (400)
( - ) Diminuição do Passivo Circulante
Fornecedores ( 1.000 – 600 ) (400)
( + ) Diminuição do Ativo Circulante
Estoques ( 1.700 – 1.400 ) 300
( + ) Aumentos do Passivo Circulante
Contas a pagar ( 40 – 0 ) 40
CSL a recolher ( 70 – 0 ) 70
IR a recolher ( 150 – 0 ) 150 260
540
Aplicações
2.1 Aquisição de Imobilizado 1.500
2.2 Aquisição de Investimentos 300
2.3 Aumento de Depósitos Judiciais 250
2.050
53
Atenção:
O DOAR demonstra as causas da variação do Capital Circulante
Líquido num determinado exercício. A DFC demonstra as causas da
variação do Disponível.
A DFC, pelo método indireto, é muito similar à DOAR, com a diferença que as
variações do Ativo Circulante (exceto do Disponíveis) e do Passivo Circulante passam a
integrar as origens e aplicações de recursos da demonstração.
Conforme já analisado, aumentos do AC representam aplicações e diminuições,
origens. O inverso ocorre com as contas do PC.
ESQUEMA BÁSICO
5
Disponível = Caixa + Bancos + Aplicações Financeiras de liquidez imediata
6
Alguns autores preferem não incluir os empréstimos de curto prazo como origens de
recursos derivados das operações. Nesse caso, o recebimento desses empréstimos seria
incluído na demonstração como recursos de terceiros (1, 3*) e o pagamento, como aplicações
(II).
54
Recebimentos Pagamentos
Créditos operacionais Compra de mercadorias e
Resgate de aplicações financeiras insumos
Obtenção de empréstimos e Despesas antecipadas
financiamentos Depósitos judiciais
Receitas recebidas Empréstimos a sócios
antecipadamente Compra de imobilizado
Integralização e/ou aumento de Aplicações em investimentos ou
capital social diferidos
Receitas de vendas, serviços e Pagamento de obrigações
outras Devolução de capital
Dividendos de investimentos Custos e despesas
avaliados pelo custo Dividendos
Outros Outros
55
ESQUEMA BÁSICO
2. Aplicações de recursos
Pagamento de dividendos
Aquisição de participações societárias
Aplicações no AP (imobilizado e diferido)
Pagamento de empréstimos a longo prazo
Outros pagamentos
Observe que a diferença entre a DFC no método indireto e direto reside apenas na
forma de apresentar os recursos derivados das operações.
56
EXEMPLO PRÁTICO
1.3. De Terceiros
Empréstimo de longo prazo 1.200
Total 2.240
Observe que a DFC, pelo método direto, pode ser obtida a partir da movimentação da
conta Caixa (= Disponíveis) em nosso exemplo. Comprove olhando o razonete dessa conta no
subitem anterior. A única diferença reside na forma de registrar a aquisição do imobilizado,
que entra na DFC pelo seu valor total e não apenas pelo pago à vista, o que é contrabalançado
pelo registro dos empréstimos de longo de longo prazo na demonstração (é como se o
financiamento tivesse entrado no caixa e saído para a aquisição do bem).
É possível também fazer a estimativa dos valores transitados pelo Disponível através
da comparação dos valores observados nos dois balanços patrimoniais e demonstrações de
resultado. Veja a seguir:
57
1. Recebimento de clientes
Saldo inicial da conta Clientes -0-
(+) Vendas 3.000
(-) Saldo final ( 300)
(=) Valores recebidos 2.700
2. Pagamento a fornecedores
Saldo inicial da conta 1.000
(+) Compras 1.200
(-) Saldo final (600)
(=) Valores pagos 1.600
3. Pagamento de despesas
(inclusive antecipadas, exceto depreciação)
Despesas do exercício, exceto depreciação 500
(+) Saldo inicial de Contas a Pagar -0-
(-) Saldo final de Contas a Pagar (40)
(-) Saldo inicial de Despesas Antecipadas -0-
(+) Saldo final de Despesas Antecipadas 100
(=) Valores pagos 560
58
59
Observação: Neste exemplo estamos admitindo que não houve nova Reserva
Estatutária.
Fizemos, assim, uma movimentação no Patrimônio Líquido, explicando o porquê do
acréscimo no Capital e da diminuição da Reserva Estatutária.
Veja que, no inicio, o total do PL era de $ 8.500 mil e em nada alterou no final do ano,
pois não houve novos acréscimos no PL, mas apenas uma permuta. Repare ainda que, se
fizéssemos a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, não seria identificada tal
movimentação no PL.
60
AJUSTES
61
empréstimo, podem ser exigidos a qualquer momento. Por isso, conservadoramente, usa-se
lançá- los no Passivo Circulante.
Deduções do Patrimônio Líquido - é a contrapartida dos valores deduzidos do Ativo
por representarem valores não realizáveis ou de realização duvidosa.
Obs.: A cada valor consignado em Deduções do PL, corresponde a exclusão de parcela
equivalente no Ativo.
Bens Obsoletos: bens que ainda constam na contabilidade da empresa mas não
possuem valor de venda ou condições de utilização;
Débitos de Diretores, Cotistas e Solidários: normalmente esses valores constituem
retiradas feitas pelos sócios, não contabilizadas como despesa;
Débitos de empresa do mesmo grupo econômico, quando a situação assim o
recomendar. Não se incluem neste item os débitos por fornecimento de mercadorias ou
serviços (atividade normal da empresa). A dedução somente deve ser feita quando os débitos
forem considerados de realização duvidosa;
Depósitos Judiciais: valores depositados em juízo enquanto a empresa discute uma
dívida fiscal, trabalhista ou outras;
Excesso na reavaliação de bens do imobilizado: quando for identificado que a
empresa reavaliou seus bens em níveis superiores ao seu real valor de mercado;
Provisão para Devedores Duvidosos (no caso de inexistência ou se insuficiente): esse
valor representa a estimativa de créditos vencíveis no exercício seguinte que não serão
recebidos. Apesar de a Legislação do Imposto de Renda aceitar somente 1 ,5% do saldo de
clientes (ou a média dos últimos três anos), a provisão deve incluir toda a estimativa de perdas
da empresa. Recome nda-se que os balanços analisados sejam ajustados de forma a apresentar
uma provisão de, pelo menos, 3% da conta clientes/duplicatas a receber;
Outros Valores de difícil realização ou incobráveis: outros valores registrados no
Balanço que efetivamente não representem bens ou direitos realizáveis (ex.: cheques sem
fundos, duplicatas incobráveis, estoques invendáveis).
RECLASSIFICAÇÃO DO BALANÇO
Além dos ajustes anteriores, as contas do Ativo e Passivo Circulante são classificadas
em dois grupos: Financeiro e Cíclico.
O Ativo Circulante Financeiro engloba as contas que representam dinheiro e
aplicações financeiras em títulos e ouro.
O Passivo Circulante Financeiro engloba as contas representativas de dívidas a curto
prazo que não fazem parte das atividades diárias da empresa. Normalmente estão sujeitas a
juros (empréstimos bancários, duplicatas descontadas, impostos renegociados, imposto de
renda a recolher etc.).
62
BALANÇO BALANÇO
TRADICIONAL RECLASSIFICADO
PCF
Empréstimo de
CP
ACF
Caixa, Bancos, PCC
PC Aplic.Financeir Fornecedores,
as Impostos
s/Vendas
A Recolher
AC Salanos a Pagar
ACC
Estoques,
Clientes, PELP
PELP Adiantamentos
AP PL
PL AP
63
INDICADORES ECONÔMICOS-FINANCEIROS
64
endividamento, sem comprometer sua solvência, já que há outros fatores que podem atenuar
essa condição.
Para melhor compreensão da influência de cada indicador na análise, faremos seu
estudo em cinco grupos.
Índices de Estrutura avaliam a segurança oferecida pela empresa aos capitais alheios e
revelam sua política de obtenção de recursos, bem como sua alocação nos diversos itens do
Ativo;
Índices de Liquidez medem a posição financeira da empresa, em termos de capacidade
de pagamento;
Índices de Rentabilidade avaliam o desempenho global da empresa, em termos de
capacidade de gerar lucros;
Indicadores de Prazos Médios revelam a política de compra, estocagem e venda da
empresa;
Necessidade de Capital de Giro (NCG) mostra a carência ou não de capital de giro da
empresa.
Apresentamos a seguir um exemplo de Balanço e DRE, cujos dados servirão de base
para o estudo dos índices econômico- financeiros, já reclassificados em conformidade com o
descrito anteriormente:
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO 9.600 PASSIVO 9.600
65
66
PC + PELP + REF
X 100
PL
PC + PELP
X 100
ATIVO
67
PC PC PC
PELP PELP PELP
ATIVO ATIVO ATIVO
PL PL PL
ATIVO
ATIVO PASSIVO PASSIVO
PL negativo
Quanto menor for o endividamento, menor o risco que a empresa estará oferecendo
aos capitais de terceiros. Entretanto, deve-se considerar que determinadas empresas convivem
muito bem com endividamento relativamente elevado, principalmente quando o
endividamento tiver um perfil de longo prazo, ou quando o Passivo de Curto Prazo não for
oneroso, mas fruto de uma adequada administração de prazos de fornecedores.
A Exemplo S.A. apresenta um EG de 57,29% [($2.000 + $3.500) / $9.600 x 100]. De
onde se pode concluir:
68
A empresa deve, a curto e/ou longo prazo, o correspondente a 57,29% de seu Ativo;
Há predominância de capitais de terceiros na empresa;
Dos recursos investidos no Ativo, 57,29% provêm de terceiros (fornecedores, bancos
etc.) e o restante (42,71%) são recursos próprios (Patrimônio Liquido).
A análise da adequação deste índice para a empresa dependerá, entre outros aspectos,
de comparações com os índices apresentados por outras empresas de mesmo setor econômico,
da tendência demonstrada na análise de diversos exercícios, da composição do endividamento
(curto ou longo prazo) e, ainda, do custo financeiro dessas dívidas.
PC
X 100
PC + PELP
AP
X 100
PL
69
PCF + PELP
X 100
ATIVO
Este índice mostra a participação das fontes onerosas de capital no financiamento dos
investimentos totais da empresa, revelando sua dependência a instituições financeiras.
Estamos supondo que todo exigível a longo prazo seja oneroso. Caso contrário, deverá ser
feita a exclusão da parcela não-onerosa.
Deve-se observar que, quanto maior for esse índice, maiores serão as despesas
financeiras incorridas, influenciando o resultado do exercício.
Exemplo S.A. apresentou um POSA de 41,66% [($500 + $3.500) / $9.600 x 100]. Isto
representa que 41,66% do Ativo está sendo por recursos onerosos de terceiros. A principio, é
um índice bastante elevado. Entretanto, deve-se ponderar o custo financeiro incidente sobre os
$3.500 de financiamentos a longo prazo, bem como sua finalidade. É oportuno lembrar,
também, que o analista sempre deve tomar um padrão como referência para análise.
ÍNDICES DE LIQUIDEZ
70
índices de Liquidez mais conhecidos estão a Liquidez Corrente, a Liquidez Seca e a Liquidez
Geral. Cada um fornece informações diferentes sobre a situação da empresa.
De maneira geral, define-se que QUANTO MAIOR a liquidez, MELHOR será a
situação financeira da empresa.
Devemos ter em mente, no entanto, que um alto índice de liquidez não representa,
necessariamente, boa saúde financeira. O cumprimento das obrigações nas datas previstas
depende de uma adequada administração dos prazos de recebimento e de pagamento.
Assim, uma empresa que possui altos índices de liquidez, mas mantém mercadorias
estocadas por períodos elevados, recebe com atraso suas vendas a prazo ou mantém
duplicatas incobráveis na conta Clientes poderá ter problemas de liquidez, ou seja, poderá
ter dificuldades para honrar seus compromissos nos vencimentos.
LIQUIDEZ CORRENTE
AC
PC
LIQUIDEZ SECA
AC – Estoques
PC
Este índice é uma medida mais rigorosa para avaliação da liquidez da empresa. Indica
o quanto PODERÁ dispor de recursos circulantes, sem vender seus estoques, para fazer frente
a suas obrigações de curto prazo.
A Exemplo S.A. apresenta uma liquidez seca de 2($ 4.000 / $2.000). Mesmo sem
vender seus estoques, ela poderá dispor de $2,00 para cada $l,00 de obrigação de curto prazo.
Assim, não depende da venda de estoques para liquidar seus compromissos.
Se a liquidez seca for igual ou maior que 1, pode-se dizer que a empresa não depende
da venda de estoques para saldar seus compromissos de cur to prazo. Por outro lado, quanto
mais abaixo da unidade, maior será a dependência de vendas para honrar suas dívidas.
71
Existem autores que propõem outras fórmulas para o cálculo da liquidez seca. Uns
recomendam comparar somente disponibilidades e clientes com as obrigações de curto prazo.
Outros usam excluir, além dos estoques, todas as contas que não representam entrada
efetiva de recursos na empresa (despesas antecipadas, impostos a compensar,
adiantamentos a funcionários, entre outros). Qualquer que seja a fórmula utilizada, o
importante é que o analista tenha consciência dos valores envolvidos e da relação expressa
pelo índice.
LIQUIDEZ GERAL
AC + ARLP
PC + PELP
ÍNDICES DE RENTABILIDADE
A partir desse momento, passaremos a utilizar, para a nossa análise, não somente o
Balanço Patrimonial, mas também a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE).
Os índices de rentabilidade têm por objetivo avaliar o desempenho final da empresa. A
rentabilidade é o reflexo das políticas e das decisões adotadas pelos seus administradores,
expressando objetivamente o nível de eficiência e o grau do êxito econômico- financeiro
atingido. Todos os índices de Rentabilidade devem ser considerados: QUANTO MAIOR,
MELHOR.
Os principais índices de rentabilidade utilizados são:
72
Lucro Líquido
X 100
Patrimônio Líquido
EBIT
X 100
Receita Operacional Líquida
Lucro Líquido
X 100
Receita Operacional Líquida
73
Ativo Total
EBIT
X 100
Ativo Total
74
MOL X RA = RI
75
Ciclo 0peracional CO
Ciclo Financeiro CF
Fornecedores
X 360
Montante de Compras
O PMC exprime o prazo que a empresa vem obtendo de seus fornecedores para
pagamento das compras de matérias-primas e/ ou mercadorias.
Assim, podemos dizer que Prazo Médio de Compras é o número de dias que decorre,
em média, entre a compra e o respectivo pagamento.
Quanto maior for o PMC melhor será a situação da empresa, pois estará financiando o
seu giro com recursos não onerosos.
Sempre que houver dados de dois demonstrativos consecutivos, deve-se utilizar a
média da conta Fornecedores para comparar com montante de compras (MC). Caso não
fornecido o montante de compras, este valor poderá ser estimado da seguinte forma :
Estoques
X 360
Custo dos Produtos Vendidos
76
Clientes
X 360
Receita Operacional Bruta
PME+PMR
CICLO OPERACIONAL
77
Compra Paga
78
ou ainda:
CDG = (PL + REF + PELP) - (AP + ARLP)
NCG=ACC-PCC
79
Fontes
Aplicações - Cíclicas = POSITIVA
Cíclicas
NCG
Aplicações Fontes
Cíclicas Cíclicas
- = NEGATIVA
NCG
80
TIPOS DE NCG
Vimos há pouco que a empresa com NCG negativa não necessita de financiamento
bancário. Ao contrário, é indicativo de sobra de recursos para aplicar no mercado financeiro,
caso não tenha optado por investimentos no Ativo Permanente ou distribuição de lucros.
Quando a NCG é positiva, entretanto, a empresa tem de buscar recursos próprios ou de
terceiros (onerosos) para complementar seu capital de giro.
Essas fontes podem ser:
Fonte Onerosa - o que caracteriza essa fonte é o custo financeiro dos recursos
alocados no giro. Geralmente, a empresa recorre a bancos para financiar essa parcela da NCG.
Há que se ter presente que eventuais parcelas lançadas inicialmente em "fontes cíclicas"
poderão ser reclassificadas como "onerosas". É o caso, por exemplo, de tributos e impostos
não pagos nas datas certas. A partir daí, há incidência de correção, juros e multa,
descaracterizando, por conseguinte, sua condição de "natural e espontânea".
Fonte Operacional - No decorrer do exercício social podem – e devem - acontecer
lucros. Esses lucros vão sendo incorporados à conta Caixa, quando do recebimento das
vendas e, consequentemente, agregando-se ao giro dos negócios da empresa, constituindo-se
fonte operacional de financiamento da NCG. Essa fonte operacional é constituída pelo Lucro
Líquido do Exercício, acrescido ou diminuído das receitas ou despesas não monetárias (Ex. :
depreciação, provisões), como veremos a seguir:
81
82
Provisão para imposto de Renda - essa provisão afeta o Lucro Líquido da empresa no
período em questão, mas somente será desembolsada durante o período seguinte. Portanto,
deve ser adicionada.
EFEITO TESOURA
SALDO DE TESOURARIA
O ST é obtido pela diferença entre as contas de Ativo Circulante e de Passivo
Circulante que não guardam relação com a atividade operacional da empresa. Ou seja Ativo
Circulante Financeiro menos Passivo Circulante Financeiro.
É revelado pelas equações:
PCF
ACF
-
= ST ( - )
ACC
PCC
83
Portanto, o Efeito Tesoura é conseqüência de saldo de tesouraria (ST) cada vez mais
negativo, variando em proporção superior à NCG. A tendência é dada pela relação [ ST /
NCG ], sendo que a NCG deverá ser considerada sem o seu sinal (+/-).
Resultado decrescente evidencia que a empresa recorre, cada vez mais, a empréstimos
onerosos de curto prazo.
Para melhor avaliar o Efeito Tesoura, deve-se observar o comportamento do indicador
em diversos períodos.
O índice [(NCG /vendas) X 360] indica a NCG em dias de venda. Em outras palavras,
indica quantos dias a empresa precisa vender (faturar) para obter os recursos complementares
necessários ao seu capital de giro (a NCG).
Para melhor compreensão desse assunto, apresentamos, para análise, dois exemplos.
Exemplo 1:
A empresa Y apresenta os seguinte números nos últimos cinco exercícios
5000
4000
3000
2000 NCG
1000 CDG
0
-1000 ST
19X1 19X2 19X3 19X4 19X5
-2000 ST/NCG
-3000
-4000
-5000
84
Como a empresa não consegue financiar sua necessidade de capital de giro com as
fontes internas de recursos, vem recorrendo cada vez mais a empréstimos bancários,
evidenciado pelo ST negativo e decrescente;
O ST é negativo e está aumentando proporcionalmente em níveis maiores que a NCG
(ST/NCG), confirmando, assim, o "Efeito Tesoura". Na prática, significa que, se o banco
credor não renovar os empréstimos, a empresa quebra imediatamente. Por outro lado, se o
banco continuar a rolar suas dívidas, a empresa quebrará do mesmo jeito, dentro de pouco
tempo, pois os encargos financeiros provocarão prejuízos cada vez maiores.
A única solução para uma empresa na situação descrita acima é a capitalização
(injeção de recursos novos dos sócios) conjugada com uma completa revisão de prazos e
margens de lucro.
Exemplo 2:
Agora analisemos o gráfico da empresa Z. Ela apresenta a mesma NCG da empresa Y
e também está com o ST cada vez mais negativo.
6000
5000
4000 NCG
3000 CDG
2000 CDG/NCG
1000 ST
0
ST/NCG
-1000 19X1 19X2 19X3 19X4 19X5
-2000
Uma análise superficial poderia induzir a dizer que a empresa está passando por
dificuldade financeira, pois o ST é negativo e a linha da NCG está se distanciando da linha
do CDG a cada ano. Ocorre que a relação percentual entre a NCG e o CDG se mantém.
Veja no quadro a seguir:
85
SINAIS DE ALERTA
86
87
AMBIENTE
EXTERNO
( + ) Despesas
Financeiras
ESTABILIDADE
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO-
FINANCEIRA
( - ) Lucro
Líquido
Voltando ao ponto de origem, mas agora caminhando para a direita na planilha, vemos
que a evolução da NCG/VENDAS na forma comentada pode provocar variação na
dependência de financiamentos onerosos, ocasionando aumento nas despesas financeiras e,
por conseguinte, determinar diminuição no lucro da empresa.
A combinação crônica desses fatores tende a provocar desequilíbrio econômico-
financeiro (overtrade) na empresa, podendo levá- la à morte com repercussão negativa para a
economia, com ênfase na subtração de emprego e renda.
ANÁLISE VERTICAL
88
89
ANÁLISE HORIZONTAL
EMPRESA EXEMPLO S. A
BALANÇO PATRIMONIAL
19 X 1 % 19 X 2 % 19 X 3 %
ATIVO 9.600 100 10.100 105 11.300 118
Ativo Circulante 5.000 100 4.200 84 4.500 90
Caixa e Bancos 500 100 700 140 400 80
Clientes 3.500 100 1.500 43 2.600 74
Estoques 1.000 100 2.000 200 1.500 150
Ativo Realizável a 1.600 100 800 50 400 25
Longo Prazo
Clientes Longo Prazo 1.600 100 800 50 400 25
Ativo Permanente 3.000 100 5.100 170 6.400 213
90
DRE ( $ mil ) 19 x 1 % 19 x 2 % 19 x 3 %
Receita Operac. Bruta 16.200 100 18.300 112 26.400 163
( - ) Imposto sobre Faturamento 3.100 100 3.500 112 5.200 168
( = ) Receita Operacional Líquida 13.100 100 14.800 112 21.200 162
( - ) Custo Mercadorias Vendidas 5.700 100 6.100 107 7.800 137
( = ) Lucro Operacional Bruto 7.400 100 8.700 117 13.400 181
( - ) Despesas Comerciais 2.100 100 2.600 123 3.960 189
( - ) Despesas Administrativas 1.100 100 1.100 100 1.200 109
( - ) Despesas Gerais 600 100 700 116 800 114
( + ) Outras Receita Operacionais 250 100 50 20 200 80
( - ) Despesas Financeiras 1.450 100 1.150 79 1.100 76
( + ) Receitas Financeiras 50 100 80 160 70 140
( +/- ) Resultado da Correção Monetária (220) 100 (140) 63 (80) 36
( = ) Lucro Operacional Líquido 2.230 100 3.140 140 6.530 293
( +/- ) REC. / Desp. Não Operacionais (280) 100 100 -35 (1.200) 429
( = ) Lucro Antes do IR 1.950 100 3.240 166 5.330 273
( - ) Provisão para IR e Contribuição 690 100 1.130 163 1.860 270
Social
( = ) Lucro Líquido do Exercício 1.260 100 2.100 167 3.470 275
91
ÍNDICES-PADRÃO
93
QUADRO-RESUMO DE ÍNDICES ECONÔMICO-FINANCEIROS
SÍMBO INTERPRET
ÍNDICE FÓRMULA INDICA
LO AÇÃO
Estrutura de
Capital
Participação de
Capital de Terceiros Quanto a empresa tomou de capitais de Quanto
CT/PL
(endividamento) terceiros para cada $100 de capital próprio menor, melhor
Rentabilidade
www.cliqueapostilas.com.br
94
95
7
SILVA, José Pereira da. Análise Financeira das Empresas. São paulo. Editora Atlas. 1988.
8
SILVA, José Pereira da. Análise Financeira das Empresas. São Paulo. Editora Atlas. 1988.
9
FLEURIET, Michel; KEHDY, Ricardo & BLANC, Georges. A Dinâmica Financeira das Empresas
Brasileiras - Um Novo Método de Análise, Orçamento e Planejamento Financeiro. 2ª Edição. Belo
Horizonte. Fundação Dom Cabral. pag. 13.
96
97
10 Ross, Stephen A.; Westerfield, Randolph W.; Jaffe, Jeffrey F. Administração financeira Corporate finance. São
Paulo. ed, Atlas. 1995. 670 p.
11 Gitman, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira; São Paulo. Harbra. 1984, pag. 131,144.
12 Salomon, Ezra; Pringle, John J. Introdução à Administração Financeira. São Paulo, Atlas, 1981.
98
n
2
SR = ∑ ( R − ER)
i Pi
i =1
O desvio padrão da taxa de retorno é uma medida do grau de risco. Ele não mede
as perspectivas de não-realização dos retornos previstos, nem reflete somente as
probabilidades de prejuízos. É uma medida de dispersão dos resultados possíveis. Um
desvio padrão da taxa de retorno corresponde à noção usual de risco ” 14 .
Por isto, a utilização do desvio padrão da taxa de retorno como uma medida do
grau de risco acarreta um problema por não refletir a magnitude do resultado previsto.
“Para levar isso na devida consideração, devemos nos preocupar mais com a dispersão
relativa, uma vez que ela permite efetuar comparações relevantes entre os graus de risco
existentes em investimentos distintos. Para tornar os desvios padrão uma medida
comparável, nós os expressamos em termos das suas respectivas esperanças
matemáticas. O quociente SR / ER é conhecido pelo nome de coeficiente de variação.
Este quociente entre a desvio padrão da taxa de retorno e a taxa de retorno prevista se
constituirá, a partir daqui, na nossa medida do grau de risco”15 .
Outra medida bem mais prática de ser usada, consiste em calcular os fluxos de
caixa líquidos associados com as propostas de investimentos e determinar o nível de
atratividade para os negócios e assim selecionar aquelas de maior interesse segundo seu
poder de geração de caixa (denominado de “earning power” ou taxa interna de retorno);
a seguir confronta-se o nível médio de taxas de “earning power “ obtidas com as taxas
efetivas de juros a serem pagas ao Banco ou outros tipos de aplicadores de capital. O
resultado positivo ajudará a estabelecer a decisão.
14 Archer, Stephen H. Dámbrosio, Charles A. .Administração Financeira (Teoria e Aplicação). São Paulo. Atlas.1969.
633
15 ________________________________________ , op. cit. pag. 92.
99
16
VIEIRA, Luiz Eduardo Alves. Avaliação Financeira das Empresas dos Setores: Têxtil, Couro,
Calçados,. Um Estudo de Caso - Período 1990 - 1994. Dissertação de Mestrado. UERJ. 1966.. cit.
17
FLEURIET, Michel & outros. op. cit.
100
DEMONSTRAÇÕES I - PATRIMÔNIO
CONTÁBEIS AJUSTADAS EMPRESA:
BALANÇOS DE
ATIVO VA A V A V AV AH V AH AV
H A A
1 DISPONIBILIDADES
2 APLICAÇÕES
FINANCEIRAS
3 OUTRAS CONTAS
4 CIRCULANTE
FINANCEIRO (
ERRÁTICAS)
5 CLIENTES
6 ESTOQUES
7 DESPESAS
ANTECIPADAS
(FORNECEDORES)
8 OUTRAS CONTAS
9 CIRCULANTE
OPERACIONAL (
CÍCLICAS )
10 TOTAL DO ATIVO
CIRCULANTE
11 CLIENTES
12 TÍTULOS A RECEBER
13 OUTRAS CONTAS A
LONGO PRAZO
14 TOTAL DO REALIZÁVEL
18
SILVA, José Pereira da. op. cit.
101
A LONGO PRAZO
15 INVESTIMENTOS
16 IMOBILIZADO
17 DIFERIDO
18 TOTAL DOS ATIVOS
PERMANENTES
19 ATIVO LÍQUIDO TOTAL -
APLICAÇÕES
20 FORNECEDORES
21 SALÁRIOS E ENCARGOS
SOCIAIS
22 IMPOSTOS E TAXAS
23 OUTRAS OBRIGAÇÕES
24 PASSIVO CIRCULANTE
OPERACIONAL
25 INSTITUIÇÕES
FINANCEIRAS
26 TÍTULOS DESCONTADOS
27 OUTRAS CONTAS
FINANCEIRAS
28 PASSIVO CIRCULANTE
FINANCEIRO
29 PASSIVO CIRCULANTE
30 INSTITUIÇÕES
FINANCEIRAS - LONGO
PRAZO
31 DEBÊNTURES - LONGO
PRAZO
32 OUTROS
33 EXIGÍVEIS A LONGO
PRAZO
34 RESULTADO DE
EXERCÍCIOS FUTUROS
35 CAPITAL REALIZADO
36 RESERVAS DE CAPITAL
37 RESERVAS DE
REAVALIAÇÃO
38 RESERVAS DE LUCROS
39 LUCROS / (PREJUÍZOS
102
ACUMULADOS)
40 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
41 PASSIVO TOTAL -
FONTES
42 RECEITA OPERACIONAL
BRUTA
43 Deduções da Receita Bruta
44 RECEITA OPERACIONAL
LÍQUIDA
45 Custo das Vendas
46 LUCRO/PREJUÍZO
BRUTO
47 Despesas Comerciais
48 Despesas Administrativas
49 Despesas de Provisão
p/Devedores Duvidosos
50 Despesas de Deprec./
Amort./ Exaustão
51 Outras Receitas/Despesas
Operacionais
52 Ganhos/Perdas de Itens
Monetários
53 LUCRO/PREJUÍZO
OPERACIONAL 1
54 Receitas Financeira
55 Despesas Financeiras
56 RESULTADO
FINANCEIRO ( 54 - 55 )
57 Resultado da Correção
Monetária
58 Variações Monetárias
Líquidas a Longo Prazo
59 LUCRO /PREJUÍZO
OPERACIONAL 2
60 Resultado de Equivalência
Patrimonial
61 LUCRO/PREJUÍZO
OPERACIONAL 3
62 Receitas/Despesas Não
103
Operacionais
63 LUCRO/PREJUÍZO AN TES
DO IMP, RENDA
64 Provisão para
IR/Contribuição Social
65 Dividendos e Participações
66 LUCRO/PREJUÍZO
LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
A - ATIVO
1. Disponibilidades
Este grupo compõe-se de valores que podem ser utilizados ou aplicados
livremente na movimentação de negócios, com única dependência na decisão gerencial,
pois não há necessidade de se realizar qualquer operação Intermediária. Possuem
liquidez ou conversão imediata.
Tais valores são apresentados comumente pelos seguintes elementos:
- Caixa;
- Depósitos Bancários à vista;
- Bancos C/ Movimento;
- Numerário ( Cheques ) em Trânsito;
- Cheques a Receber, etc.
2 .Aplicações Financeiras.
19
______________________ op. cit. pag. 53
104
3. Outras Contas
Incluem os valores de curto prazo não classificáveis nas contas anteriores,
abrangendo créditos concedidos a terceiros derivados de operações não ligadas ao
objetivo social da entidade, valores vinculados, desembolsos necessários, etc., tais
como:
- Títulos a Receber;
- Valores a Receber;
- Bancos Conta vinculada
- Contas Correntes;
- Empresas Coligadas;
- Devedores Diversos;
- Dívidas em Liquidação, etc.
5 - Clientes
Representa os créditos de funcionamento da empresa, assim considerados os
créditos de curto prazo concedidos a clientes e necessários à expansão dos negócios da
companhia. Normalmente seus valores estão consignados nas contas Duplicatas a
Receber, cujo saldo indica direito líquido e certo da empresa e Contas Corrente. Os
valores da Provisão para Devedores Duvidosos, Provisão para perdas Futuras, e
similares, por representarem pressuposta perda já ressarcida pela retenção de lucros e
favor fiscal do Imposto de Renda, devem ser deduzidas de Clientes/Duplicatas a
Receber/Contas Correntes.
As Duplicatas que a empresa já tenha recebido antecipadamente, através da
operação de desconto bancário e figurando na conta Duplicatas Descontadas no Passivo
Corrente, nos procedimentos da Análise Tradicional, devem , sob o ponto de vista
contábil, ser deslocadas dessa posição e subtraídas do total de Contas a Receber. Igual
procedimento se terá com as Duplicatas Caucionadas, pelas razões inerentes à
diminuição do valor da conta, devido a operação com parte de seus títulos em carteira.
105
6. Estoques
Compreende o inventário final do período, apurado por ocasião do balanço,
consignando todos os bens destinados a venda, além dos materiais de uso, consumo e
reposição, necessários ao funcionamento técnico e administrativo da empresa. Certas
rubricas que indicam investimentos em bens ainda não recebidos pela Companhia,
como por exemplo, Mercadorias em Trânsito, Adiantamento a Fornecedores,
Importação em Andamento, Câmbio para Importação, etc., quando se referirem a
fornecimento e importação de bens componentes dos Estoques, devem ser consolidadas
nos Estoques. Compreendem, pois, as seguintes contas:
- Estoques;
- almoxarifado;
- Material de Expediente;
- Embalagens
- Mercadorias;
- Existências;
- Inventários;
- Produtos Acabados;
- Produtos em Elaboração;
- Matérias Primas;
- Materiais de fabricação;
- Materiais Diversos;
- Material de Limpeza, etc.
106
8. Outras Contas
Serão classificados neste grupamento todos os valores não compreendidos nos
anteriores, assim entendidos os créditos concedidos a terceiros em operações que não se
refiram ao objeto social da empresa, os desembolsos ressarcíveis, os títulos negociáveis,
etc., todos necessariamente de realização a curto prazo.
107
15.Investimentos.
Neste grupamento são consolidados os investimentos acessórios, de caráter
financeiro, representados pela participação acionária em outras empresas, pelos
depósitos para aproveitamento de incentivos fiscais e as ações dele resultantes e pelos
títulos inalienáveis ou de realização indeterminada, não oriundas da atividade
operacional.
- Investimentos em Outras Empresas;
- Participações em Empresas Coligadas;
- Participações em Empresas Controladas;
- Imóveis ( Não destinados a fins operacionais);
- Apólices e Títulos de Renda;
- Ações, etc.
16. Imobilizado
Representa as imobilizações em capitais fixos da empresa, empregado nos bens
necessários à consecução das suas finalidades precípuas. Tais bens podem ser de
natureza tangível (construções, equipamentos, máquinas, etc.) ou intangíveis (marcas e
patentes, concessões e direitos, etc.)
108
Devido ao desgaste pelos uso, ação do tempo e outros fatores predatórios, deve-
se calcular o valor líquido dos bens listados (custo histórico corrigido menos
depreciação acumulada).
As contas Adiantamentos a Fornecedores e Importações em Andamento
integram este item quando se referem a fornecimentos ou importações de bens
destinados ao Ativo Imobilizado. Por outro lado, os saldos das contas que indicam
Provisão para perdas de Valor de bens do Ativo Permanente devem ser subtraídos dos
respectivos originais, para se obter seu valor líquido.
Dessa forma, abrange rubricas como:
-Terrenos;
- Edifícios;
- Instalações;
- Máquinas;
- Equipamentos;
- Móveis e Utensílios;
- Veículos;
- Construções em Andamento;
- Marcas & Patentes;
- Nome Comercial e Aviamento;
- Adiantamentos a Fornecedores;
- Importações em Andamento;
- Provisão para Depreciação;
- Provisão para Amortização;
- Provisão para Exaustão, etc.
17. DIFERIDO
Está relacionado com as despesas com bens e serviços adquiridos pela empresa,
cujos benefícios se estendem a vários exercícios futuros, devendo a sua apropriação
como despesa correr durante esses exercícios, proporcionalmente a seu consumo ou
período de utilização. São contas representativas destas despesas:
- Salários e Honorários Antecipados;
- Juros Pagos Antecipadamente;
- Despesas Pré-Operacionais;
- Gastos de promoção e Organização da Sociedade;
- Gastos de Reorganização e Reestruturação, etc.
109
B - PASSIVO
20 - Fornecedores
Neste grupamento serão reunidas as contas representativas de obrigações
resultantes da aquisição de mercadorias, matérias-primas, materiais, etc., a curto prazo,
destinados à atividade operacional da empresa. As contas que representam este grupo
são, dentre outras:
- Fornecedores;
- Contas a Pagar;
- Contas Correntes;
- Duplicatas a Pagar;
- Fornecimentos a Pagar;
- Credores por Financiamento.
110
111
112
32. OUTROS
Abrange todos os demais tipos de financiamento da empresa a longo prazo, não
contidos nos itens acima. Deve-se especificá-los por ordem de importância das suas
respectivas grandezas na composição estrutural dos capitais a serem alocados.
113
114
115
C - APURAÇÃO DO RESULTADO
A Demonstração de Resultado é o instrumento contábil destinado a evidenciar a
formação do resultado num determinado período da vida da empresa, observado o
princípio da competência, para os diversos níveis, mediante confronto entre as receitas e
os respectivos custos e despesas (Normas Brasileiras de Contabilidade NBC - T - 3).
O artigo 187 da Lei n.º 6.404/76, em seu parágrafo 1º estipula que
“a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua
realização em moeda; e
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a
essas receitas e rendimentos.
116
117
118
20
MATARAZZO, Dante Carmine. Análise de Balanços: Abordagem Básica e Gerencial. 3ª Edição. São
Paulo. Atlas. 1995. pag. 74.
119
- Despesas Bancárias;
- Descontos Financeiros Concedidos;
- Juros Pagos;
- Juros Passivos;
- Despesas sobre Empréstimos, etc.
120
21
Accounting Principles Board Opinion No. 18 “The Equity Method of Accounting for Investments in
Common Stock” New York: American Institute of Certified Public Accountants, 1971.
121
122
22
Instrução n. 247, de 27/03/96, da Comissão de Valores Mobiliários, Art. 9.
123
adotado significa o montante obtido na renda bruta depois de pagas todas as despesas
correspondentes à sua percepção.
Assim sendo, enfatiza-se o fato do lucro líquido operacional significar o produto
dos valores ativos da empresa e não somente do ativo operacional, identificados aqueles
como a fonte direta do resultado caracterizado como lucro do investimento total.
De acordo com o artigo 186 da Lei 6.404/76, a empresa pode optar por uma das
duas demonstrações contábeis acima tituladas. A Demonstração de Lucros ou Prejuízos
Acumulados tem como objetivo relatar as modificações ocorridas na conta Lucros ou
Prejuízos Acumulados durante um determinado intervalo de tempo, ao passo que a
124
125
3 - Material Complementar
3.1 - EXERCÍCIOS
126
127
128
129
130
3.3 - ANÁLISE
3.3.1 ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA
Apresente a análise econômico-financeira da Cia. Big
131
X1 X2 X3 Val
AC
Índice de Liquidez Corrente
PC
Capital de Giro AC - PC
Necessidade de Capital de
ACO - PCO
Giro
EBIT
Margem Operacional %
Receita Oper Líquida
Lucro Líquido
Rentabilidade sobre PL %
PL
132
LIQUIDEZ
Liquidez Corrente 1,84 1,70 1,44
RENTABILIDADE
Rentabilidade do Ativo 2,86% 6,18% 14,20%
Giro do Ativo 4,54 3,68 3,27
Margem EBIT 0,63% 1,68% 4,35%
Rentabilidade do PL 4,72% 10,29% 21,83%
Prazo Recebimento 28 27 22
Prazo de Estoques 9 9 5
Ciclo Operacional PMRV +PMRE 37 36 27
Prazo Pagamento 14 12 9
Ciclo de Caixa CO-PMPC 23 24 18
400.000
375.040
350.000
300.000 297.149
250.000
200.000
150.000
100.000 113.115
50.000 44.689
0 2.525
-13.418
-50.000 1998 1999 2000
Necessidade Capital de Giro Saldo Tesouraria
133
134
ANTÁRTICA
Meses 12 12 9
Receita Bruta 2.236.562 2.190.715 1.460.538
Impostos sobre Vendas (803.961) (808.841) (499.634)
Receita Liquida Operacional 1.432.601 1.381.874 960.904
Custo Produtos Vendidos (929.598) (929.889) (605.817)
Lucro Bruto 503.003 451.985 355.087
Despesas Operacionais Próprias (396.851) (389.775) (355.015)
Despesas com Vendas 165.645 186.966 211.051
Despesas Administrativa 231.206 202.779 143.964
Lucro Operacional Próprio 106.152 62.210 72
Resultado Financeiro (99.153) (51.338) (352.885)
Outras Rec. Desp. Operac. 94.043 68.834 227.049
Equivalência Patrimonial (5.415) (3.086) (1.456)
Lucro Operacional 95.627 76.620 (127.220)
Resultado não Operacional (1.009) (4.523) (60.732)
LAIR 94.618 72.097 (187.952)
Provisão I.R. (17.448) (9.473) (30.910)
IR Diferido 0 0 12.658
Partic. Contrib. Estatutária (10.423) (7.861) (784)
Reversão Juros s/ PL 17.500 9.437 14.410
Partic. Acion. Minoritários (45.672) (37.648) (34.236)
Lucro Liquido 38.575 26.552 (226.814)
135
AC
Índice de Liquidez Corrente
PC
Capital de Giro AC - PC
Necessidade de Capital de
ACO - PCO
Giro
EBIT
Margem Operacional %
Receita Oper Líquida
Lucro Líquido
Rentabilidade sobre PL %
PL
136
BRAHMA
137
BRAHMA
138
AC
Índice de Liquidez Corrente
PC
Capital de Giro AC - PC
Necessidade de Capital de
ACO - PCO
Giro
EBIT
Margem Operacional %
Receita Oper Líquida
Lucro Líquido
Rentabilidade sobre PL %
PL
139
AMBEV
140
3.4 EBITDA
"EBITDA: a busca de uma melhor compreensão do maior vox populi do
mercado financeiro"
1 – Aspectos Introdutórios
“A era da inovação criou mercados hipercompetitivos. Os compradores estão
mais informados a respeito das ofertas dos concorrentes, mais conscientes em relação ao
preço e mais exigentes quanto às características dos produtos e serviços, do que em
qualquer outra época e em qualquer outro mercado”. 23 Este cenário exige que o
empreendedor moderno saiba colher as informações certas a fim de que se possam
reduzir as incertezas para a tomada de decisão.
Percebe-se que no momento atual, a contabilidade torna-se imprescindível na
disponibilização de ferramentais gerenciais, afinal “é a ciência que se preocupa com a
identificação, mensuração e informação dos recursos alocados a uma determinada
entidade, além dos eventos econômicos que a afetaram e/ou que poderão afetá- la,
objetivando demonstrar sua situação econômica, financeira e física, satisfazendo, assim,
às necessidades informativas de seus usuários na avaliação das decisões a serem
tomadas”. 24
Um dos mais dinâmicos instrumentos informacionais que a contabilidade
fornece é a análise econômica-financeira consolidada através do cálculo de índices e
subsequente exame dos mesmos. Índice é a “relação entre os va lores de qualquer
medida ou gradação” que “indica alguma qualidade ou característica especial”. 25 Ou
seja, o processo de apreciação das demonstrações financeiras é totalmente vinculado à
informação e ao disclosure, cujo fundamento está em consonância com os objetivos da
Contabilidade.
Dentre dos vários índices contábeis existentes, um vem se destacando dentre os
demais: o EBITDA. Este trabalho analisará os atributos do indicador, ponderando
também sobre a importância da contabilidade frente à essência informacional do
EBITDA a fim de serem evitados erros de interpretação e divulgação.
2 – Definição
Atualmente, entre as siglas financeiras, o EBITDA talvez seja a mais popular.
EBITDA significa Earnings before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization. No
23
KOTLER, Philip, JAIN, Dipak C. e MAESINCEE, Suvit. Marketing em ação. Rio de Janeiro: Campus,
2002. Pág 06.
24
IUDÍCIBUS, Sérgio de. In RIBEIRO, Maisa de Souza. Contabilidade e Meio Ambiente. Dissertação de
Mestrado, FEA/USP. São Paulo, 1992. Pág. V.
25
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da língua portuguesa. 2 ed. Rio de Janeiro:
Editora Nova Fronteira, 1986. Pág 937.
141
Brasil existe o (traduzido) LAJIDA - Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e
Amortização.
Seu cálculo é bastante simples. Parte da premissa de obter informações
estritamente operacionais de uma empresa. Portanto, para seu cálculo, inicia-se pelo
Lucro Operacional. Assim, os Impostos sobre o lucro (taxes) não estarão inclusos no
cômputo. Isso porque tanto o imposto de renda e a contribuição sobre lucro geralmente
são influenciados por outros itens não operacionais.
Do Lucro Operacional, expurga-se as Receitas Financeiras e Despesas
Financeiras (Interest). De uma maneira genérica, pode-se afirmar que as receitas
provenientes das aplicações no mercado financeiro são inerentes ao gerenciamento de
investimentos, não relativo, portanto, a decisões operacionais da empresa. Da mesma
maneira, as decisões que acarretam em juros “são um custo de recursos, e refletem uma
escolha de financiamento”26.
Ao fim do cálculo, implicará em uma sigla também muito conhecida que é o
EBIT (Earnings before Interests and Taxes), definido como o lucro que a empresa
obteve proveniente das decisões operacionais da organização.
A última etapa consiste em eliminar as depreciações, amortizações e exaustões
(depreciation and amortization), visto que as mesmas não representam desembolso por
já terem produzido efeito caixa no passado. O EBITDA demonstra, portanto, uma
aproximação do fluxo de caixa gerado apenas pelas atividades básicas de uma entidade.
2.1 – Exemplo
A Demonstração de Resultado de Exercício da empresa Coelho apresenta:
DRE da empresa Coelho S.A. – Ano R$
2004.
Receita Operacional Bruta: 13.000,00
(-) Deduções da Receita Bruta: (1.700,00)
(= ) Receita Operacional Líquida: 11.300,00
(-) Custo dos Produtos Vendidos: (7.000,00)
(= ) Lucro Bruto: 4.300,00
(-) Despesas Operacionais: (2.000,00)
Despesas com Vendas e (1.200,00)
Administrativas:
Resultado Financeiro (800,00)
(= ) Lucro Operacional: 2.300,00
26
SCHRAND, Cathy in Já é hora de se livrar do EBITDA?
http://www.wharton.universia.net/index.cfm?fa=viewArticle&ID=503
142
3 – Críticas ao EBITDA
Para tornar as decisões mais assertivas, é indispensável que o gestor, ao utilizar
os índices contábeis de uma análise econômica- financeira, tenha o controle preciso das
características inerentes ao EBITDA. Portanto, serão discutidas tanto as capacidades
informativas do indicador, como as distorções que o mesmo pode causar a um estudo.
143
Esta compilação permite, ainda, que o gestor possa confrontar diversas empresas
sem influência das decisões de investimento e financiamento, maximizando, assim, sua
sensibilidade quanto a produtividade e eficiência do negócio. Além disso, esta
comparabilidade estende-se globalmente. Com o EBITDA, eliminou-se diferentes
exigências fiscais e grande parte dos efeitos dos diversos princípios contábeis
existentes. Por exemplo, a contabilização da depreciação no Brasil pode ser distinta das
regras americanas, através do FASB27 , ou européias, através do IASC 28 . “Por isso, ele é
uma ferramenta muito útil quando uma empresa resolve comparar-se com um
concorrente ou globalizar suas operações". 29
27
Financial Accounting Standards Board
28
International Accounting Standards Committee
29
GRADILONE, Cláudio. Para que serve o EBITDA. Exame. Ano 36, edição 772, n° 16, 07/08/2002.
Pág 09.
30
http://www.csn.com.br
31
Boletim IOB 10/98. Temática Contábil e de Balanços: Avaliando a Empresa (I). Pág
04.
144
32
MARTINS, Eliseu. EBITDA, o que é isso? Informações Objetivas, Caderno temática
contábil e balanços, São Paulo. Informações Objetivas IOB, n. 19, 1997. Pág 01.
33
BYRNES, Nanette e LOWRY, Tom. A different yardstick for cable. BusinessWeek, New York, set.
2002. Pág 38.
145
período (2000 a 2002), a empresa reportou geração líquida de caixa negativa e o valor
de suas ações despencou 75%”34 .
Estes fatos têm transformado companhias sobrecarregadas em endividamento
em "máquinas de fazer dinheiro" para alguns leigos. De qualquer forma, é preciso estar
atento que Lucro Líquido ou EBITDA não são condicionantes básicos para a
perpetuidade de uma empresa, mesmo que esta seja líder mundial de mercado, como
segue o exemplo da Parmalat35 . Apesar dos números demonstrarem aparentemente uma
boa saúde, inclusive evidenciando um aumento da margem EBITDA, percebeu-se no
noticiário do início do ano um escândalo sem precedentes na Europa.
34
FAVARO, Paul. The Evils Of EBITDA.
http://www.fleetcapital.com/resources/capeyes/a03-04-211.html
35
http://www.24oreborsaonline.ilsole24ore.com/Contribuzioni/SchedeAnalisti2/Studi/prev_166.pdf
36
www.qualidadeaeronautica.com.br/ Fiquepordentro.maio.htm
37
Já é hora de se livrar do EBITDA?
http://www.wharton.universia.net/index.cfm?fa=viewArticle&ID=503
146
dívidas, o que não é verdade se não ocorrer simultaneamente uma boa administração do
Capital de Giro e controle dos Ciclos Operacional e Financeiro.
Além disso, a estrutura dessas aquisições era contabilizada nos Estados Unidos a
partir do método da integração global (em contraposição ao método da equivalência
patrimonial, que foi definitivamente eliminado pelo FASB mais tarde). De acordo com
este método, os ativos adquiridos em uma combinação de negócios geralmente são
registrados pelo comprador em seu justo valor de mercado (Fair value), o qual pode ser
significativamente mais alto que o valor contábil.
"Como a contabilidade de integração global resultou em aumento do valor dos
ativos, também desencadeou despesas maiores com depreciação", explica Neuhausen38 .
“O EBITDA foi visto como uma maneira de comparar o desempenho da empresa antes
e depois de uma aquisição alavancada; foi também considerado um modo de comparar
empresas que realizavam essas aquisições com empresas que não o faziam. Mas as
despesas associadas ao serviço da dívida são custos reais, e custos reais não podem ser
ignorados”.
38
Já é hora de se livrar do EBITDA? Op cit.
147
EMPRESA α LFA
BALANÇO PATRI MONI AL
jan/ 2005 jan/ 2005
Caixa + Aplicações 10.000,00 Aluguéis a Pagar 6.500,00
Contas a Receber 105.000,00 Salários a Pagar 15.000,00
Estoque 40.000,00 Fornecedores 20.000,00
Seguros Pagos Empréstimos CP 36.910,00
5.000,00
Antecipadamente Empréstimos LP 30.000,00
Ativo Circulante 160.000,00 PC + ELP 108.410,00
I mobilizado 150.000,00 Capital 128.000,00
(-) Depreciação Acum (31.500,00) Lucros Acumulados 42.090,00
Ativo Permanente 118.500,00 Patrimônio Líquido 170.090,00
ATI VO TOTAL 278.500,00 PASSI VO TOTAL 278.500,00
148
EMPRESA βETA
BALANÇO PATRI MONI AL
jan/ 2005 jan/ 2005
Caixa + Aplicações 63.090,00 Aluguéis a Pagar 6.500,00
Contas a Receber 45.000,00 Salários a Pagar 15.000,00
Estoque 40.000,00 Fornecedores 50.000,00
Seguros Pagos Empréstimos CP
5.000,00
Antecipadamente Empréstimos LP 30.000,00
Ativo Circulante 153.090,00 PC + ELP 101.500,00
I mobilizado 150.000,00 Capital 128.000,00
(-) Depreciação Acum (31.500,00) Lucros Acumulados 42.090,00
Ativo Permanente 118.500,00 Patrimônio Líquido 170.090,00
ATI VO TOTAL 271.590,00 PASSI VO TOTAL 271.590,00
149
4 – A Contabilidade
O uso correto da contabilidade torna-se indispensável ao sucesso organizacional,
afinal “o sistema contábil é o principal – e o mais confiável – sistema de informação
quantitativo em (...) todas as organizações”, 39 pois é, basicamente, o único “meio de
coletar, resumir, analisar e relatar informação acerca dos negócios”40 de uma empresa,
sendo, assim, a linguagem empreendedora aos usuários, ou seja, à “toda pessoa física ou
jurídica que tenha interesse na avaliação da situação e do progresso de determinada
entidade, seja tal entidade empresa, ente de finalidades não lucrativas, ou mesmo
patrimônio familiar”. 41
Independente dos mais variados usuários contábeis, o objetivo da contabilidade é
fornecer a eles, “um conjunto básico de informações que, presumivelmente, deveria
atender igualmente bem a todos”. 42 Ao proprietário da empresa importa,
fundamentalmente, detectar problemas e pontos fortes existentes para, a partir daí, traçar
estratégia no sentido de corrigir as falhas ou aproveitar as oportunidades. Já ao analista
externo interessa saber da viabilidade ou não da aplicação de recursos na empresa. A
ótica do analista, pois, é que determinará os caminhos a serem trilhados pelo investidor.
Deste modo, os investidores compram ações esperando receber dividendos e um
aumento no valor da ação. Os credores emprestam dinheiro com a expectativa de
receber de volta juros e o principal. Ambos os grupos assumem o risco de não receber
os retornos esperados. Utilizam a contabilidade e empregam a análise de balanço para
(1), prever o lucro esperado e (2), acessar os riscos associados a este lucro. Desta forma,
segundo Sardinha, 43 permite-se:
Projetar os Demonstrativos Econômico Financeiro, baseado em informações
passadas;
Fazer comparações com outras empresas do ramo, permitindo inferir quem está
melhor, pior ou na média;
39
HORNGREN, Charles T., et al. Contabilidade de custos. 9 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000. Pág 02.
40
ANTHONY, Robert N. Contabilidade gerencial. Tradução de Management accounting principles, por
Luiz Aparecido Caruso. São Paulo: Atlas, 1975. Pág 17.
41
FIPECAFI. Manual de contabilidade das sociedades por ações. 4. ed. rev. e atual. São
Paulo: Atlas, 1994. Pág 59.
42
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1997. Pág 19.
43
O Doutor José Carlos Sardinha é professor do Programa de Mestrado em Ciências
Contábeis da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Coordenador da Fundação
Getulio Vargas.
150
44
PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil.
São Paulo: Atlas, 1996. Pág 76.
45
MAHER, Michael. Contabilidade de custos: criando valor para a administração. São Paulo: Atlas,
2001. Pág 44.
46
COLARES, Marcelle e PONTE, Vera Maria Rodrigues. A prática da evidenciação de informações
avançadas e não obrigatórias nas demonstrações contábeis das empresas brasileiras. XXVII ENAMPAD.
São Paulo. Setembro 2003. Pág. 02.
151
47
MANKIW, Gregory. Introdução à economia: princípios de micro e macroeconomia. Rio de Janeiro:
Editora Campus, 1999. Pág 269.
48
BYRNES, Nanette e LOWRY, Tom. Op cit. Pág 38.
49
MARTINS, Eliseu. Op cit. Pág 01.
50
ATICKNEY, Clyde P. Contabilidade financeira: uma introdução aos conceitos, métodos e usos. São
Paulo: Atlas, 2001. Pág 254.
152
51
http://www.shopsite.com/news_2001_profit.html
52
http://www.addsolutions.pt/aeropress/ap2003/noticiasdia.asp?noticia=3446
153
53
NIARDONE, Anthony. Stock enchange release. Woodside Australian Energy.
http://www.investor.woodside.com.au/. Pág 04.
54
http://www.equity-oil.com/pressrel/press030603.pdf
55
http://www.gerdau.com.br
56
GRADILONE, Cláudio. Op cit. Pág 09.
154
57
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 1997 in COLARES, Marcelle
e PONTE, Vera Maria Rodrigues. Op cit. Pág. 02.
58
http://www.southwestwater.com/investor/EBITDA_by_Qtr3.pdf
59
GAAP -Generally Accepted Accounting Principles - Princípios Contábeis Geralmente Aceitos
155
Por outro lado, têm os usuários contábeis que se iludem com certas utopias. De
certa forma, os gestores começaram a usar o EBITDA como se fosse uma medida exata
de valor de empresa, um “número mágico”. Perderam o referencial básico de uma
análise: o conservadorismo. Deixaram de lado a análise de índices complementares que
serviam como um suporte decisorial. Por exemplo, o EBITDA não considera o endi-
vidamento. Então, partindo desta premissa, como seguir adiante numa negociação de
compra ou em uma análise de investimento sem olhar outros fatores como o
endividamento e a estrutura de capital da companhia? Para Ram Charani 61 “as empresas
têm de voltar a indicadores mais básicos, como entrada e saída de dinheiro do caixa”.
O Chefe financeiro da Viacom Inc, dona da CBS, MTV, Paramount Pictures,
entre outras, que freqüentemente coloca ênfase no EBITDA em seus press releases,
deve focar suas próximas divulgações no lucro por ação. Um exemplo como este pode
forçar mais empresas a retirar o EBITDA do pedestal e dar mais atenção a outros
indicadores.
Muitas vezes, o gestor abandona inclusive uma tradicional e bastante rica forma
de estudo que é a análise horizontal para prever tendências e evolução dos
demonstrativos e indicadores diversos de uma empresa, a fim de detectar o movimento
de longo prazo, projetando o futuro.
Por isso, o EBITDA sem dúvida é um indicador muito útil, mas sua eficácia está
intimamente dependente da confiabilidade dos dados processados e na capacidade do
gestor ter bom senso na confecção da análise, inclusive considerando outros itens, que
além de serem relevantes, são complementares. Quando podera-se sobre o sucesso
empresarial, muitos gestores buscam ferramentas para analisar a eficiência individual e
isolada das decisões operacionais, de investimento e de financiamento, mas “os
executivos mais experientes sabem que essas iniciativas devem ser administradas com
60
COLARES, Marcelle e PONTE, Vera Maria Rodrigues. Op cit. Pág. 02.
61
GRADILONE, Cláudio. Op cit. Pág 09.
156
uma abordagem holística. São as três variáveis combinadas que determinam o retorno
sobre o capital e o impacto sobre o valor para o acionista”. 62
5 – Conclusão
Uma análise econômica-financeira envolve a utilização de coeficientes extraídos
das variáveis-chave e uma gama de ferramentas analíticas objetivando determinar a
performance operacional, sua lucratividade e saúde financeira de alguma entidade. É o
estudo da situação de um todo patrimonial ou de uma parte deste, através da
decomposição dos elementos que o integra, para que se conheça uma realidade, um
estado de equilíbrio e se faça um julgamento da ação administrativa, objetivando um
fim pré-determinado.
Objetivando maximizar a utilização dos índices, inúmeras compilações e
adaptações foram feitas. Das diversas criações, surgiu o EBITDA, como auxiliador
tempestivo do potencial de geração de caixa gerado pela operação da empresa que
permite comparar empresas globalmente, independente de sua estrutura de ativos e
passivos e regras fiscais existentes.
Entretanto, frases, que definem que “quanto maior o EBITDA de uma empresa,
maior tende a ser o seu valor de mercado, já que todos querem uma empresa que
produza dinheiro”, 63 podem ser perigosas, pois não consideram detalhes importantes no
que tange o contexto geral de uma avaliação, bem como as particularidades envolvidas
no cálculo do mesmo.
Consequentemente, o que deve ser aprendido, de maneira redundante, é que um
índice indica um acontecimento, uma grandeza. Deve ser entendido como uma foto
sobre uma circunstância. É de extrema relevância saber que as medidas atualmente
empregadas podem ser de grande valia, desde que suas deficiências e, também, suas
formulações arbitrárias sejam conhecidas. Neste sentindo, não deve ser utilizado como
panacéia, isto é, como o único índice, pois pode ser arriscado confiar demais em
qualquer ferramenta analítica isolada. Enfim, “o EBITDA é um índice de extrema
importância, mas como é um indicador econômico têm suas limitações e por isso, como
em toda análise fundamentalista que se preze, não pode ser usado como única opção de
avaliação. Compreendê- lo é o primeiro passo para o entendimento da potencialidade de
geração de caixa de uma entidade, porém não será o último”. 64
62
BOVET, David e JOAS, August. HSM Management. N. 34. Setembro-Outubro, 2002. Pág 72.
63
Boletim IOB 6/98. Temática Contábil e de Balanços: EBTIDA - O que é isso? p. 4.
64
RAMALHO, Caio. Analista financeiro em um fundo de Private Equity no Brasil em entrevista
realizada em Fevereiro de 2004.
157
3.5 TRANSPARÊNCIAS