Povos africanos e
prendiam seus habitantes. Depois, os
escravidão no Brasil
Cercados por florestas, savanas,
montanhas, o mar e o deserto, e
convivendo com uma rica fauna, esses
africanos viviam em pequenos reinos,
muito parecidos com as cidades-estados
da Antiguidade.
Dominavam técnicas de agricultura,
metalurgia e mineração.
Cultuavam diversos deuses e a natureza,
acreditando num deus maior e criador,
que variava de nome entre as tribos.
Evitavam guerras estreitando laços
através do casamento. Porém, quando o
conflito era inevitável, não visava
expansão territorial.
Com a exploração europeia da costa da
África, os nativos começaram a ser
capturados e enviados como escravos
para a Europa. A rota do tráfico
negreiro mudou a partir da colonização
do Novo Mundo e o comércio de seres
humanos atingiu grandes proporções
pela necessidade de mão-de-obra nas
novas terras.
-Foi em 1441 que os europeus
capturaram o primeiro grupo de negros,
nas costas africanas. A partir de então, o
comercio de escravos negros tornou-se
uma atividade que aumentou sempre
mais, e que deu muito lucro aos
traficantes.
Os portugueses dividiam os africanos
em três grandes grupos: os sudaneses,
os guinenos-sudaneses mulçumanos e
os bantus, todos representando uma
determinada região do continente e
tendo destinos diferentes.
- Os português, no início organizavam
verdadeiras caçadas: chegavam,
entravam nas aldeias, perseguiam e
traficantes passaram a pagar por eles.
Às vezes, os próprios chefes africanos
vendiam membros de sua tribo em troca
de tecidos, armas, joias, tabaco,
algodão, aguardente e outras
mercadorias. Outras vezes vendiam
prisioneiros de guerra. Nesse caso, os
próprios traficantes se encarregavam de
provocar guerras entre traficantes se
encarregavam de provocar guerras entre
as tribos para depois comprar os
prisioneiros.
Brasil recebeu cerca de 40% de todos os
escravos africanos trazidos para a
América, já que demandava mão-de-
obra para trabalhar em suas culturas de
cana-de-açúcar no Nordeste, no ciclo de
ouro em Minas Gerais e nas lavouras de
café do Rio de Janeiro no século XIX.
O transporte desses povos, amontoados
nos porões dos navios negreiros, era
feito em condições desumanas, e muitos
acabavam morrendo na travessia
marítima, tendo seus corpos jogados ao
mar.
Já desembarcados, os escravos eram
vendidos e conduzidos aos seus destinos
nas fazendas, onde eram obrigados a
trabalhar de sol a sol, com roupas e
alimentação de péssima qualidade.
- O escravo não era considerado um ser
humano, uma pessoa. Era tratado como
mercadoria, uma coisa, menos ainda
que um animal.
Dormiam em habitações escuras e
úmidas, as senzalas, e muitas vezes
eram acorrentados para evitar fugas.
Os castigos físicos eram comuns, e o
mais usado era o açoite.
Com o comércio constante de escravos,
não havia preocupação em manter seu
bem-estar, já que podiam ser facilmente não fazer nada, e a isso era visto como
substituídos por novos africanos, demonstração de ‘‘preguiça’’.
fazendo sua expectativa de vida no
Alguns escravos também conseguiram
Brasil ser muito baixa.
comprar sua liberdade adquirindo sua
Eram proibidos de praticar sua religião carta de alforria.
e obrigados a adotar o catolicismo e a
Com o constante crescimento do
língua portuguesa.
sentimento abolicionista, o fim da
Mantiveram sua cultura viva realizando escravidão era questão de tempo.
seus rituais africanos escondidos,
Infelizmente, apesar de promover sua
criando até um tipo de luta: a capoeira.
liberdade jurídica, a abolição não
A maior parte dos africanos traficados garantiu condições de vida dignas para
para o Brasil eram homens, por serem os ex escravos.
mais valorizados nos trabalhos
A realidade que encontraram foi cruel,
forçados.
pois não possuíam moradia, condições
As mulheres que não eram aproveitadas econômicas ou assistência do Estado,
nas lavouras viravam escravas fazendo muitos negros passarem por
domésticas, as chamadas mucamas. dificuldades após a liberdade.
Nessa época, independente da origem Os africanos foram, sobretudo, fonte de
ou etnia, as mulheres eram subordinadas informação para os portugueses, que
aos homens e seus caprichos. não tinham conhecimento sobre cultivo
e exploração de produtos de regiões
A mulher negra e escrava vivia situação
tropicais.
ainda mais degradante, sendo colocada
como mero objeto sexual do homem Foi a tecnologia africana, com seu
branco. conhecimento agrícola aprimorado por
milênios, além de suas técnicas de
A miscigenação entre africanos,
mineração, que tornou possíveis os
europeus e indígenas foi ponto chave na
principais ciclos econômicos do Brasil,
constituição da população brasileira.
como a cultura da cana-de-açúcar, a
As revoltas eram muito comuns nas extração mineral e o cultivo do algodão
fazendas, fazendo com que grupos de e do café, gerando riqueza e
escravos organizados fugissem e transformando a geografia e a História
formassem, nas florestas, os famosos do país naquelas que conhecemos hoje.
quilombos, onde viviam em liberdade
em comunidades similares às que
existiam na África.
- O suicídio era quase desconhecido na
costa africana; no Brasil, tornou-se
comum entre os escravos. Muitos dele
morriam simplesmente de banzo, a
saudade de casa misturada com a recusa
desesperada de aceitar os horrores da
escravidão. O indivíduo caia em
depressão profunda, sentia vontade de