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Belo Horizonte
2016
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Programa de Pós-Graduação em Educação
Belo Horizonte
2016
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...............................................................................................................3
4 ASPECTOS CONCLUSIVOS.......................................................................................8
REFERÊNCIAS.................................................................................................................9
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1 INTRODUÇÃO
O filme “Nenhuma a Menos” é uma película chinesa, colorida, legendada com duração
de 106 minutos. Foi produzido em 1999 sobre a direção de Zhang Yimou, mesmo diretor
de "Lanternas vermelhas". O filme é um drama baseado em história real e foi o vencedor
do Leão de Ouro de Melhor Filme no Festival Internacional de Veneza (BRASIL, 2001).
Numa aldeia do interior da China, o Professor Gao tem de ir à cidade e pede ao Chefe da
aldeia uma pessoa para substituí-lo em sua turma - multiseriada e com 28 alunos - no mês
em que ele estará ausente. Sem ter com quem contar o Chefe da aldeia recebe a
Professora Wei – uma garota de 13 anos que não sabe muita coisa além de algumas
canções tradicionais e reproduzir lições no quadro (cópias fieis). Sem ter outra opção o
Professor Gao confia à garota uma caixa de giz branco, com um giz para cada dia de lição
e promete a ela o pagamento (50 yuan com um bônus de 10 yuan, caso nenhum aluno
abandone a turma) assim que ele retornar da cidade.
Segundo o diretor, a ideia do filme surgiu de suas andanças pelos povoados do país, nas
quais ele visualizou momentos de fome e precariedade pelas quais passam as crianças,
em especial quando vão para centros urbanos em busca de trabalho ou para esmolar.
Ainda que a temática perpasse momentos de dureza, o resultado do filme nos emociona
pela poesia narrativa:
Cena 2: não conseguindo, ela retorna à sala e pergunta a seus alunos o preço da passagem
para que possa ir buscar o estudante com seus próprios recursos. Vários estudantes se
manifestam citando diversos valores até que um deles afirma que o custo da passagem é
de 3 yuan. Então, a professora formula o problema matemático do preço da passagem e
questiona aos estudantes como eles deverão arrumar o dinheiro. Uma das alunas propõe
carregar tijolos para queima, numa fábrica próxima à escola, e serem remunerados pelo
trabalho. Em sequência, fazem os cálculos para preverem o número de tijolos necessários
para conseguirem o dinheiro e comprar as passagens.
Cena 4: o grupo retorna à escola, mas no caminho sentem sede. Uma das crianças sugere
que passem num mercado para tomarem um refrigerante, uma vez que, teoricamente,
tinham mais dinheiro do que o necessário para comprar as passagens e trazer de volta o
colega que estava na cidade. Assim, entram no mercado e após uma decisão coletiva,
alguns afirmando nunca terem bebido, compram duas latas de coca cola, pois era o que o
excedente do dinheiro possibilitava comprar. Todos dão um gole para experimentar.
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O trecho analisado mostra uma participação ativa das crianças no próprio aprendizado,
com a experimentação de hipótese, o trabalho de pesquisa em grupo, a cooperação ao
longo do processo, as dúvidas e os erros como parte da aprendizagem e o raciocínio por
trás de cada etapa. Destaca-se que o conhecimento não é apresentado de forma pronta
pela professora, uma vez que ela própria não possui este conhecimento. Neste contexto
apontam-se aspectos interacionistas a seguir.
No trecho estudado para interpretação a sala de aula apresenta uma dinâmica confusa que
não caracteriza desordem por indisciplina e sim uma agitação de modo cooperativo na
busca de soluções para problemas apresentados (procedimentos numéricos, interpretação
do erro, problemas financeiros).
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Com isso, a partir das formas de mediação, das ajudas mútuas e externas, ou segundo a
teoria de Vygotsky (OLIVEIRA; COSTA; MOREIRA, 2001), na “zona de
desenvolvimento proximal” - onde o sujeito faz uso consciente do desenvolvimento real
para fazer conexão consciente com o desenvolvimento potencial - ele consegue realizar
operações com grau de complexidade cada vez maior.
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4 ASPECTOS CONCLUSIVOS
Ainda que motivada pelo pagamento prometido quando de sua contratação, a jovem
professora conseguiu, ainda que de forma não intencional, conduzir o processo de
aprendizagem de seus estudantes, motivando-os e fornecendo meios para que pudessem,
através da interação com o conhecimento, desenvolver funções psicológicas superiores
(OLIVEIRA; COSTA; MOREIRA, 2001). Interessante observar que nesse processo a
professora também desenvolveu novos conhecimentos, através das novas experiências
vivenciadas e mediadas por outros sujeitos envolvidos.
Através da interação dos estudantes, que além das idades diversas, possuíam vivências
diversas, foi possível criar ambientes - que não somente a sala de aula – para que as
novas experiências fossem concretizadas. Contudo, era na sala de aula que a professora
sistematizava as experiências e vivências e atuava na “zona de desenvolvimento
proximal”, onde juntos consolidavam os novos conhecimentos.
REFERÊNCIAS
OLIVEIRA, Celina Couto de; COSTA, José Wilson da; MOREIRA, Mércia.
Informática na educação: produção e avaliação de software educativo. São Paulo:
Papirus, 2001.