Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
►Tema
1
►Tema
2
►Tema
3
► Tema 1: Conversando sobre o Ciclo de Vida e o trabalho em saúde
►Tema no contexto intercultural
4
►Menu
da
unidade Prezado Estudante!
Seja bem-vindo à unidade de intervenções clínicas em saúde
indígena. Para começar, convidamos você a assistir aos vídeos
(Parte I e Parte II) sobre o ciclo de vida em saúde indígena e o
trabalho em contextos interculturais.
www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/MOOCS/SI_II_2019_2/unidade2.html#1 1/22
30/07/2019 Unidade 2 - Intervenções Clínicas em Saúde Indígena
►Tema
1
►Tema Agora que você assistiu ao vídeo, clique no botão a seguir para
2 realizar a atividade.
►Tema
3
►Tema
4
►Menu
da (https://moodle.unasus.unifesp.br/mod/quiz/view.php?id=475)
unidade
Introdução
Somos madeira que apanhou chuva. Agora não
acendemos nem damos sombra. Temos que secar à
luz de um sol que ainda há. E esse sol só pode nascer
dentro de nós.
O último voo do amingo - Mia Couto
Prezado Estudante!
Como vimos anteriormente, a Atenção Básica à Saúde (ABS)
no Brasil é norteada pelos princípios do SUS de acesso
universal, equidade, integralidade e participação social.
Con gura-se assim como um dispositivo estratégico da
www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/MOOCS/SI_II_2019_2/unidade2.html#1 2/22
30/07/2019
g p
Unidade 2 - Intervenções Clínicas em Saúde Indígena
g
atenção integral à saúde, que deve necessariamente estar
articulado ao sistema nacional de saúde. Agora vamos
conhecer como a ABS é praticada em diferentes contextos,
sendo múltiplos os fazeres que constituem os diversos
modelos assistenciais em saúde.
Vamos Lá!
O que são Modelos Assistenciais em Saúde?
O modelo assistencial diz respeito ao modo como são
organizados e combinados os saberes e instrumentos
utilizados nas práticas ou processos de trabalho em saúde,
capazes de intervir nos problemas de saúde individuais e
►Tema coletivos. Não constitui uma forma de organizar serviços de
1
saúde e nem uma maneira de administrar o sistema ou os
►Tema serviços de saúde (PAIM, 2002, 2003). São relações entre as
2 pessoas, seus saberes e fazeres, e as tecnologias envolvidas no
►Tema
trabalho. Um modelo assistencial não pode ser confundido
3 com um padrão, trata-se de uma escolha, que é construída em
um determinado espaço de trabalho a partir de uma referência
►Tema teórica e prática.
4
A opção por determinado modelo de atenção deve partir da
►Menu identi cação e análise dos problemas de saúde da população
da
unidade bem como de seus determinantes, buscando garantir
efetividade e equidade.
Isto exige de nós, pro ssionais que atuamos no contexto da
saúde indígena, uma reformulação dos modelos assistenciais
construídos a partir da atenção focada na doença e no
indivíduo doente, pois enquanto a biomedicina limita os
conhecimentos sobre doença e cura aos processos biológicos,
a medicina tradicional indígena tem outra compreensão.
www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/MOOCS/SI_II_2019_2/unidade2.html#1 3/22
30/07/2019 Unidade 2 - Intervenções Clínicas em Saúde Indígena
Os Modelos Assistenciais no Brasil
A história das políticas de saúde e dos modelos de atenção
permite distinguir diversas formas de atuar da saúde pública.
Dentre elas, destacam-se: as campanhas sanitárias da
Primeira República; o modelo médico-assistencial privatista,
com o desenvolvimento da medicina previdenciária nas
décadas de 1950 e 1960; e os programas especiais, vigilância
epidemiológica e vigilância sanitária, que se instauram diante
da crise sanitária dos anos 70 do século passado (PAIM, 2003).
www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/MOOCS/SI_II_2019_2/unidade2.html#1 4/22
30/07/2019 Unidade 2 - Intervenções Clínicas em Saúde Indígena
www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/MOOCS/SI_II_2019_2/unidade2.html#1 5/22
30/07/2019 Unidade 2 - Intervenções Clínicas em Saúde Indígena
O caso do DSEI-Xingu
O modelo de atenção à saúde que vem se consolidando no
►Tema Parque Indígena do Xingu (PIX) é produto de uma longa
1
caminhada e da participação de diferentes atores, que busca
►Tema dar respostas aos principais agravos resultantes do processo
2 histórico e social do contato entre índios e colonizadores,
►Tema priorizando ações intersetoriais e o envolvimento crescente
3 da população xinguana. É norteado para a construção de um
novo diálogo intercultural que valoriza a cidadania, em
►Tema contraste às relações historicamente marcadas pelo
4
paternalismo e dependência. Utiliza tecnologias leves, como é
►Menu denominada a relação que se estabelece entre um trabalhador
da de saúde e uma pessoa usuária do serviço, levando a uma
unidade
abordagem assistencial. Quando falamos em tecnologias leves
estamos falando do encontro de duas pessoas, e leveduras
como protocolos assistenciais padronizados, programas de
saúde voltados para as doenças prevalentes ou para grupos de
risco, a vigilância da saúde e o apoio matricial à equipe local.
Frente a eventuais con itos entre os enfoques clínicos e
causais da biomedicina e a medicina tradicional, a postura dos
pro ssionais é sempre a da negociação e nunca uma postura
de imposição da visão biomédica sobre o entendimento
tradicional do processo de adoecimento e cura.
►Tema
1
►Tema
2 (https://moodle.unasus.unifesp.br/mod/quiz/view.php?
►Tema id=476)
3
►Tema
4
►Menu
da
unidade
Referências
CAMPOS, G. W. S; DOMITTI, A. C. Apoio matricial e equipe de
referência: uma metodologia para gestão do trabalho
interdisciplinar em saúde. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro,
n. 23(2), p. 399-407, 2007.
COELHO, I. B. Formas de Pensar e Organizar o Sistema de
Saúde: Os modelos assistenciais em saúde. In: CAMPOS, G. W.
S.; GUERRERO, A. V. P. (Orgs.). Manual de práticas de atenção
básica: saúde ampliada e compartilhada. São Paulo: Hucitec,
2008. p. 96-131.
LANGDON, E. J. Uma avaliação crítica da atenção diferenciada
e a colaboração entre a antropologia e pro ssionais de saúde.
In: LANGDON, E. J.; GARNELO, L. (Orgs.). Saúde dos povos
indígenas: re exões sobre antropologia participativa. Rio de
Janeiro, Editora Contra Capa Livraria; Associação Brasileira de
Antropologia, 2004. p. 33-51.
____________. Construção sociocultural da doença e seu desa o
para a prática médica. In: BARUZZI, R. G.; JUNQUEIRA, C.
(Orgs.). Parque Indígena do Xingu: Saúde, Cultura e História.
São Paulo: Terra Virgem, 2005. p.115-33.
MENDES, E. V. A evolução histórica da prática médica: suas
implicações no ensino, na pesquisa e na tecnologia médicas.
Belo Horizonte: PUC-MG; Finep, 1984.
www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/MOOCS/SI_II_2019_2/unidade2.html#1 9/22
30/07/2019 Unidade 2 - Intervenções Clínicas em Saúde Indígena
www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/MOOCS/SI_II_2019_2/unidade2.html#1 10/22
30/07/2019 Unidade 2 - Intervenções Clínicas em Saúde Indígena
Introdução
O senhor... Mire veja: o mais importante e bonito do
mundo é isto: que as pessoas não estão sempre
iguais, ainda não foram terminadas – mas elas vão
sempre mudando. A nam ou desa nam. Verdade
maior. É o que a vida me ensinou. Isso me alegra,
montão.
Grande Sertão: Veredas
Guimarães Rosa
Prezado Estudante,
►Tema Ao longo desse texto você verá as características da Atenção
1 Primária em Saúde que devem ser valorizadas na prática da
►Tema Atenção Básica da Saúde Indígena.
2 A palavra-chave que traduz o foco desse material é
►Tema Reconstrução.
3
Por isso, vamos re etir sobre a reconstrução do processo de
►Tema trabalho da atenção básica, das práticas e, principalmente, das
4 relações entre as pessoas, pois é comum que os discursos dos
►Menu
pro ssionais de saúde apontem as di culdades e a
da impossibilidade de mudanças. Propomos aqui um
unidade protagonismo destes pro ssionais na construção de um
modelo de atenção aos povos indígenas que tenha, como
ponto de partida, um profundo compromisso com a defesa da
vida dos sujeitos que cuidamos.
Vamos começar?
A ideia inicial é ampliarmos a nossa visão sobre os
determinantes dos problemas de saúde e discutirmos uma
prática clínica ampliada (Campos et al., 2008) e possibilidades
de sua implementação no dia a dia dos serviços de saúde
indígena.
Segundo Merhy (2003), um dos principais empecilhos para o
desenvolvimento do Sistema Único de Saúde (SUS) tem sido o
nosso não posicionamento, enquanto trabalhadores de saúde,
como sujeitos políticos da construção deste Sistema como
política pública de saúde. O nosso espaço de mudança é o do
processo de trabalho. É fundamental que nos transformemos
em agentes e sujeitos deste processo tendo como principal
ferramenta o compromisso com a defesa da vida do usuário.
www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/MOOCS/SI_II_2019_2/unidade2.html#1 11/22
30/07/2019 Unidade 2 - Intervenções Clínicas em Saúde Indígena
Não há soluções
universais ou gerais,
mas sim desenhos
especí cos para cada
problema ou grupo de
problemas, pois as
realidades locais, a
importância que cada
sociedade dá aos agravos, não é necessariamente equivalente.
►Tema A percepção que nós, técnicos, temos de determinado
1
problema é a mesma da comunidade indígena com a qual
►Tema trabalhamos?
2
A busca da efetividade exige a diversi cação de estratégias e
►Tema ações, assim como diferentes combinações de saberes,
3 tecnologias e padrões de organização de serviço. Diante da
►Tema necessidade da construção de novas práticas em saúde, o
4 espaço da Atenção Primária à Saúde (APS) tem se constituído
em um local privilegiado para a construção de estratégias de
►Menu enfrentamento dos velhos e novos problemas de saúde da
da
unidade população e criação de novos modos de produção de saúde
(MASSUDA, 2008). É neste contexto que propomos a
discussão da especi cidade da saúde indígena dentro do SUS.
A Atenção Básica à Saúde e o contexto intercultural da
saúde indígena
O subsistema de saúde indígena, que integra o SUS, é
constituído por uma rede de serviços de saúde que tem como
missão a prestação de cuidados de atenção básica (atenção
primária) em saúde. A seguir, faremos algumas re exões
acerca da APS, denominada, no arcabouço constitutivo do
SUS, como Atenção Básica à Saúde (ABS).
Saiba Mais (Clique)
www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/MOOCS/SI_II_2019_2/unidade2.html#1 13/22
30/07/2019 Unidade 2 - Intervenções Clínicas em Saúde Indígena
www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/MOOCS/SI_II_2019_2/unidade2.html#1 15/22
30/07/2019 Unidade 2 - Intervenções Clínicas em Saúde Indígena
Participação da população
Além do espaço formal do controle social, é importante a
prática de reuniões na comunidade com os seus diferentes
segmentos (professores, lideranças, trabalhadores indígenas
de saúde, mulheres e pro ssionais da medicina tradicional),
proporcionando a avaliação do processo de trabalho e busca
de formas para torná-lo mais efetivo, rediscutindo rumos.
Estas conversas propiciam o exercício da corresponsabilidade
sobre o resultado do trabalho, o compartilhamento de saberes
e acesso à informação.
www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/MOOCS/SI_II_2019_2/unidade2.html#1 18/22
30/07/2019 Unidade 2 - Intervenções Clínicas em Saúde Indígena
É fundamental, portanto, não trazer soluções prontas, mas sim
construir um caminho coletivo para a elaboração das
estratégias de enfrentamento dos problemas, levando as
nossas crenças e conhecimento, porém com o coração aberto,
temperado com muito respeito aos acreditares do outro.
Agora que você já percorreu a trilha de aprendizagem pensada
para essa unidade, convidamos você a responder a um
questionário de múltipla escolha para sedimentar o
www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/MOOCS/SI_II_2019_2/unidade2.html#1 19/22
30/07/2019 Unidade 2 - Intervenções Clínicas em Saúde Indígena
(https://moodle.unasus.unifesp.br/mod/quiz/view.php?
id=477)
►Tema
1 Referências
►Tema
2
ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense,
►Tema 1989.
3
BERNARDES, A.G.; PELLICCIOLI, E.C.; GUARESCHI, N. M. F.
►Tema Trabalho e produção de saúde: práticas de liberdade e formas
4
de governabilidade. Psicologia & Sociedade, [S.l.], n. 22(1), p.
►Menu 5-13, 2010.
da
unidade BRASIL. Ministério da Saúde. Humaniza SUS: documento base
para gestores e trabalhadores do SUS.3. ed. Brasília:
Ministério da Saúde, 2006. (Secretaria de Atenção à Saúde,
Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização.)
CAMPOS, G. W. S. et al. Re exões sobre a atenção básica e a
estratégia de saúde da família. In: CAMPOS, G. W. S.;
GUERRERO, A. V. P. (Orgs.). Manual de práticas de Atenção
Básica: saúde ampliada e compartilhada. São Paulo: Hucitec,
2008. p.132-153.
CARVALHO, S. R.; CUNHA, G. T. A gestão da atenção na saúde:
elementos para se pensar a mudança da organização na saúde.
In: Campos, G. W. S.; et al. (Orgs.). Tratado de Saúde Coletiva.
São Paulo: Hucitec; Rio de Janeiro: Fiocruz, 2006. p. 837-868.
CUNHA, G.T. A construção de uma clínica ampliada na
atenção básica. São Paulo: Hucitec, 2005.
HOEPFNER, A. M. S. A clínica do sofrimento ético-político
como uma proposta de intervenção na clínica ampliada e
compartilhada. In: Atenção Básica. Brasília: Ministério da
Saúde, 2010. p.75-91. (Ministério da Saúde, Secretaria de
Atenção à Saúde, Política Nacional de Humanização).
LANGDON, E. J. Políticas Públicas de Saúde Indígena:
implicações para minorias e saúde reprodutiva. In:
MONTEIRO, S.; SANSONE, L. (Orgs.). Etnicidade na América
Latina: um debate sobre raça, saúde e direitos reprodutivos.
Rio de Janeiro: Fiocruz, 2004. p. 211-226.
www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/MOOCS/SI_II_2019_2/unidade2.html#1 20/22
30/07/2019 Unidade 2 - Intervenções Clínicas em Saúde Indígena
www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/MOOCS/SI_II_2019_2/unidade2.html#1 21/22
30/07/2019 Unidade 2 - Intervenções Clínicas em Saúde Indígena
►Tema
1
►Tema
2
►Tema
3
►Tema
4
►Menu
da
unidade
www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/MOOCS/SI_II_2019_2/unidade2.html#1 22/22