Você está na página 1de 281

TESTEnUNHflS

DE
JEOVÁ
Cominlarlo Ex^gético ? ExpUcotivu
TESTEMUNHAS
DE
JEOVÁ

Comentário Exegético e Explicativo

Digitalizado por: Jolosa

ESCO LA DE EDUCAÇAO TEOLÓGICA


P R . ELYSEU Q UEIRO Z DE S O U Z A
TESTEMUNHAS
DE
JEOVÁ
Comentário Exegético « Explicativo

Uma análise comparativa entre a doutrina cristã e o credo


das “testemunhas de Jeová”. É uma obra critica e analíti­
ca, resultado de uma pesquisa séria à luz da Palavra de
Deus. Ela denuncia o erro e a escravidão dos servidores da
Sociedade Torre de Vigia.

ESEQUIAS SOARES DA SILVA

3
“TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

Título do livro: Testemunhas de Jeová

Copyrght © de Esequias Soares da Silva

Revisão de estilo:
Laura Jane de Freitas Nunes
Revisão de provas:
Virgínia Chown e Alberto Alves da Fonseca

Coordenação: Alberto Alves da Fonseca

I a edição: 5.000 exemplares — 1991


Todos os direitos reservados ao autor

ETEQS - ESCOLA DE EDUCAÇÃO TEOLÓGICA “PR.


ELYSEU QUEIROZ DE SOUZA”
Caixa Postal 42 — 13200 Jundiaí SP
E/sequias Soares da S ilv a

Ministro do Evangelho, co-pastor da Igreja Evangélica Assembléia


de Deus de Jundial — SP

Licenciando em Letras Orientais pela FFLCH da Universidade de


São Paulo, Bacharel em Língua e Literatura Hebraica pela FFLCH
da Universidade de São Paulo. Professor de História dos Hebreus e
da Igreja Cristã, Línguas Hebraica e Grega, Diretor - Técnico -
Executivo da ETEQS - Escola de Educação Teológica “Pr. Elyseu
Queiroz de Souza”,

Membro - relator do Conselho de Educação e Cultura Religiosa da


CONFRADESP - Convenção Fraternal Inter-Estadual das
Assembléias de Deus do Ministério do Belém.
ÍNDICE

Uma advertência................................................. 10
Prefácio ............................................................. 11
Apresentação ..................................................... 13
Dedicatória......................................................... *i5
Alfabeto Hebraico ............................................... 16
Alfabeto Grego ................................................... 17
Indíee de abreviaturas usadas neste livro ........... 18
Peço a Palavra..................................................... 19
Sabedoria Árabe ................................................. 22

1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

I. Introdução ............................................. 25
II. Seitas e heresias..................................... 26
III. Hereges e heresias que precederam as
“testemunhas de Jeová” ....................... 27
IV. Quem são as “testemunhas de Jeová”? .... 33
V. O que as “testemunhas de Jeová”
representam ao cristianismo? ............... 35
VI. O sistema monolítico e centralizador não é
Bíblico ................................................... 35
VII. A advertência bíblica............................... 39
VIII. 30 anos escravo da Torre de Vigia........... 41

2. HISTÓRIA DAS “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

I. A origem das “testemunhas de Jeová” ..... 48


II. Joseph Franklin Rutherford .................. 52
III. Nathan Homer Knorr ............................ 54
IV. Frederico W. Franz ................................ 55
V. As “testemunhas de Jeová” no Brasil .... 56

3. A TRADUÇÃO NOVO MUNDO

I. A autoridade da Bíblia ......................... 61


II. Os russelitas adulteraram a Palavra de
D eu s..................................................... 62
III. Origem da “Tradução do Novo Mundo das
Escrituras Sagradas” ............................. 66
IV. Comparando a “Tradução do Novo Mundo”
com a Bíblia Sagrada ........................... 69

4. OS NOMES DE DEUS

I. O significado do nome na Bíblia ............. 92


II. O nome “Jeová” e os russelitas ............... 94
III. Os nomes genéricos de Deus na Bíblia .... 95
IV. Os nomes específicos de Deus na Bíblia .. 101

5. A SANTÍSSIMA TRINDADE

I. Uma doutrina bíblica ........................... 110


II. A Trindade e as “testemunhas de Jeová” .. 111
III. O Credo de Atanásio.............................. 117
IV. A Santíssima Trindade nas Sagradas
Escrituras............................................. 121
V. Cada uma das três Pessoas é chamada de
Deus verdadeiro ................................... 125
VI. Atributos metafísicos de cada uma dessas
três Pessoas ......................................... 126
VII. Atributos morais de cada uma dessas
três Pessoas ........................................ 128
VIII. Obras realizadas por cada uma dessas
três Pessoas ......................................... 130

6. O SENHOR JESUS CRISTO


I. Introdução ...........1................................ 135
II. Jesus Cristo homem ............................... 136
III. Jesus Cristo Deus.................................. 138
IV. Textos bíblicos selecionados pelos russeli­
tas para negar a divindade de Cristo..... 143
V. Os atributos da divindade em Cristo...... 151
IV. Jesus Cristo e o arcanjo Miguel ............. 158
VII. Comparação entre Javé do Velho
Testamento e Jesus Cristo no Novo
Testamento........................................... 161
VIII. A ressurreição de Cristo ........................ 162

7. O ESPÍRITO SANTO

I. A etimologia da palavra.......................... 170


II. O Espírito Santo e as “testemunhas de
Jeová” ................................................... 171
III. A personalidade do Espírito Santo ........ 174
IV. A divindade do Espírito Santo................. 1^6
V. Os símbolos do Espírito Santo ............... 179

8. A ALMA

I. A constituição do homem ...................... 183


II. A alma na Bíblia.................................... 184
III. O rico e Lázaro, Lucas 16.19-21 ............ 193
IV. Textos selecionados pela STV para
contrabalançar essa verdade................. 198

9. O INFERNO

I. A origem da palavra .............................. 205


II. O inferno e as “testemunhas de Jeová” .... 20$
III. Análise das quatro razões russelitas...... 206
IV. Os argumentos dos servos de Charles
Taze Russel sobre o inferno................... 217

10.A SEGUNDA VINDA DE CRISTO

I. A doutrina das últimas coisas 233


II. A segunda vinda de Cristo conforme a
visão da Torre de Vigia ......................... 239
III. A verdade acerca dos temposdosgentios
e a herança dos justos........................... 247

11. 0 CRISTÃO E O SEU DEVER COMO CIDADÃO

I. As “testemunhas de Jeová” na sociedade 260


II. A cidadania do cristão .......................... 261
III. A transfusão de sangue.......................... 270
IV. O testemunho da imprensa.................... 273

12. BIBLIOGRAFIA

I. Bíblia Sagrada ...................................... 280


II. Obras diversas ...................................... 281
III. Obras heréticas...................................... 285
UMA ADVERTÊNCIA!

“A i dos que ao mal chamam bem, e ao bem chamam m al

que fazem da escuridade luz, e da luz escuridade;

e fazem do amargo doce, e do doce amargo!

A i dos que são sábios a seus próprios olhos,

e prudentes diante de si mesmos!”

(Isaías 5.20-21)

10
PREFÁCIO

Tive a oportunidade, o privilégio e a satisfação de ler


os originais dessa magnífica obra! Muitos livros já foram
publicados sobre as “testemunhas de Jeová”, mas ne­
nhum se assemelha a este, porque os que já foram
publicados dão uma visão geral das várias seitas, in­
cluindo as “testemunhas de Jeová”. Mas este que o leitor
tem nas mãos é inédito na riqueza e na abundância dos
detalhes com que trata o assunto. É uma obra específica
sobre as “testemunhas de Jeová”, constituída por onze
capítulos, rigorosamente comentados e admiravelmente
enriquecidos com argumentos bíblicos indestrutíveis e
poderosos para derribar por terra a fraca fortaleza da
Sociedade Torre de Vigia. Nessa obra o autor levanta
assuntos nunca publicados no Brasil, e que denunciam
as fraudes dessa estranha entidade.
O livro “testemunhas de Jeová” não deve faltar em
nenhuma livraria do Brasil, nem mesmo nas livrarias
seculares, pois é uma orientação e um alerta não só aos
crentes, mas ao público em geral. Ê uma obra interdeno-
minacional, e de grande utilidade para os pastores,
professores de escola dominical, e todos os cristãos em
geral. Podemos considerar essa obra como um guia ou
manual de prevenção contra as heresias das “testemu­
nhas de Jeová”. Essa obra é uma arma poderosa que
mostra como a Palavra de Deus desmantela por completo

11
essa falsa fortaleza do diabo1. Quem não sabe e sabe que
não sabe é carente de ajuda, apoio e orientação, mas,
quem não sabe, e não sabe que não sabe, é cego e
pretencioso, e vive à deriva no mar da vida. Embora as
“testemunhas de Jeová” estejam dentro do segundo
grupo, contudo ensinam os outros, como “cegos conda
zindo cegos ”. Portanto, os russelitas precisam também de
Jesus, eles não sabem, e não sabem que não sabem, e por
isso a sua evangelização se constitui num grande desafio
para a igreja, pois “para Deus não há impossível1”.
Parabéns Pr. Esequias! Parabéns igrejas evangélicas
do Brasil! Por tão valiosa dádiva do Senhor Deus Trino,
Pai, Filho e Espírito Santo!

Jundiaí, SP, 29 de maio de 1990.


Pr. Elyseu Queiroz de Souza

12
APRESENTAÇÃO

Apresente obra, “Testemunhas de Jeová,” aprovei­


ta o reexame das teses bíblicas fundamentais para ofere­
cer ao leitor uma confirmação sólida da doutrina cristã
histórica que tem chegado até nós desde os tempos dos
apóstolos. Teologicamente, a obra é mais “Apologética”
do que “Polêmica.” O sub-título bem poderia ser: “Uma
reafirmação da Fé Bíblica.”
Nem por isso deixa de haver profundo exame pela
História da Doutrina, pela História Eclesiástica, pela
Exegese Bíblica Textual com pleno uso das Línguas Ori­
ginais, e com o uso da História Universal.
Visto que as Testemunhas de Jeová usam a própria
palavra JEOVÁ como brado de guerra distintivo, apare­
ce aqui a explicação total e inabalável de como esse nome
veio para a literatura ocidental, em total desacordo com
a intenção do texto hebraico. Já que o fundador das
‘Testemunhas”, que sempre tinha terror do inferno,
pensou em escapar de lá por meio de torcer a tradução do
texto bíblico até tentar “extinguir” a própria existência do
inferno, há nesta obra um esclarecimento total e exato
dos textos torcidos, para reafirmar a doutrina do infemo
que é tão combatida pelos incrédulos.
Há uma forte reafirmação da natureza da alma
humana, seguida por respostas teológicas à interpreta­
ção torcida pelas ‘Testemunhas.” Nos capítulos V, VI, e

13
VII, temos a reafirmação das doutrinas mais sólidas (e
mais atacadas) da Fé Cristã: A Santíssima Trindade, A
Natureza Divina e Humana de Jesus Cristo, e a Divindade
do Espírito Santo como uma Pessoa. Cada um desses
capítulos tem tabelas enormes demonstrativas, que
mostram onde se acham na Bíblia todos os detalhes desta
verdades eternas. Em se abrindo a Bíblia em todas as
referências dadas, ter-se-á uma enorme quantidade de
leitura inspiradora, fortalecedora da fé nestes tempos de
materialismo mundial. Ao mesmo tempo, os ataques
feitos contra essas doutrinas, na antiguidade e agora pela
seita em pauta, são sistematicamente refutados.
Na parte escatológica, a interpretação dada é muito
leal ao conceito total da Bíblia: Temos a Soberania de
Cristo Durante Todas as Eras; Sua Presença Espiritual
entre nós, os crentes; o reconhecimento que o verdadei­
ro “judeu espiritual” é quem está convertido a Cristo; sem
em nada prejudicar a Doutrina da Segunda Vinda. E tudo
isso como refutação das seitas que dizem o contrário.
É notável como o estudo em pauta, ao ttatar das
atitudes danosas à coletividade que a seita adota, acaba
nos oferecendo um quadro detalhado do “Cristão e o Seu
Dever Como Cidadão”, muito além daquilo que é geral­
mente conhecido, porque, além das citações bíblicas
diretas, há muitas claras deduções tiradas dos contextos,
ao ponto de recebermos um forte desafio quanto ao nosso
civismo, virtude essa que não é devidamente valorizada
em nosso meio.
Quem não quiser deixar sua fé ser solapada por
negligência, enquanto “obreiros estranhos” estão se­
meando joio aos quatro ventos, deve fortalecer a sua alma
com livros do tipo deste que aqui tenho o prazer de apre­
sentar. *

GORDON CHOWN
17 de junho de 1990

14
DEDICATÓRIA

Com muita gratidão, venho humildemente dedicar


esta obra ao Grande e Eterno Deus e Salvador Jesus
Cristo; que me amparou em todos os momentos de minha
vida, e que pelo seu Espírito Santo me inspirou e me
dirigiu na elaboração desta escrita.
Dedico ainda este livro aos meus pais: Manoel Soa­
res da Silva (in memoriam) e Inês Pereira da Silva (in
memoriam), que me instruíram no Caminho do Senhor
desde a minha mais tenra idade.
E, também, dedico este trabalho à minha querida
esposa Rute, fiel companheira, que muito me tem ajuda­
do no cumprimento do meu ministério na obra do Mestre;
e ao meu casal de filhos: Daniele e Filipe.

15
ALFABETO HEBRAICO*
1. N ALEF GUT
2. } BEIT B
1 VEIT V
3. A GIMEL G
A GIMEL G
4. 1 DALET D
1 DALET D
5. n HEI H
6. 1 VAV V
7. T ZAYIN Z
8. n HEIT H
9. 17 TEIT T
10. 7 YOD Y
11. D KAPH K
J CHAPH CH**
1 CHAPH FINAL
12. ■7 LAMED L
13. n MEIN M
D MEIN FINAL
14. j NUN N
1 NUM FINAL
15. D SAMECH S
16. y AYIN GUT
17. 9 PEI P
SI PHEI F
1 PEI FINAL
18. X TSADEI TS
r TSADEI FINAL
19. p QOPH 9
20. i REISH R
21. p SHIN SH
19 SIN S
22. n TAV T
n TAV T

* O hebraico se lê e se escreve da direita para a esquerda


* * CH se pronuncia como “j ”na língua espanhola

16
ALFABETO GREGO

1. A a ALFA A
2. B p BETA B
3. r y GAMA C
4. A 6 DELTA D
5. E e ÉPSILON E
6. Z £ ZETA Z
7. Hn ETA E
8. e q TETA TH
9. I L IOTA I
10- KM KAPA K
11. AX LAMBDA L
12. M Ji MY M
13. nV NY N
14- S £ XI X
15. o o ÓMICRON O
16. nu PI p
17. p p RÓ R
18- e a SIGMA S
£ IGMA FINAL
19. Tx TAU T
20. y u YPSILON Y
21. ^ q> PHI F
22. xx QUI CH
23. qr (p PSI PS
24. q o) ÔMEGA O

17
ÍNDICE DAS ABREVIATURAS
USADAS NESTE LIVRO

VELHO TESTAMENTO

Gn — Gênesis Ec — Eclesiastes
Ex — Êxodo Ct — Cantares
Lv — Levítico Is — Isaías
Nm — Números Jr — Jeremias
Dt — Deuteronômio Lm — Lamentações de
Js — Josué Jeremias
Jz — Juizes Ez — Ezequiel
Rt — Rute Dn — Daniel
ISm — 1Samuel Os — Oséias
2Sm — 2 Samuel J1 — Joel
1 Rs — 1 Reis Am — Amós
2 Rs — 2 Reis Ob — Obadias
1 Cr — 1 Crônicas Jn — Jonas
2 Cr — 2 Crônicas Mq — Miquéias
Ed — Esdras Na — Naum f
Ne — Neemias Hc — Habacuque
Et — Ester Sf — Sofonias
Jo — Jó Ag — Ageu
SI — Salmos Zc — Zacarias
Pv — Provérbios Ml - Malaquias

NOVO TESTAMENTO

Mt — Mateus 1 Tm I Timóteo
Mc — Marcos 2 Tm — 2 Timóteo
Lc — Lucas Tt - Tito
Jo — João Fm — Filemon
At — Atos Hb - Hebreus
Rm — Romanos Tg - Tiago
1 Co — 1 Coríntios 1 Pd - 1 Pedro
2 Co — 2 Coríntios 2 Pd — 2 Pedro
G1 — Gálatas lJ o - 1 João
Ef — Efésios 2 Jo — 2 João
F1 — Filipenses 3 Jo — 3 João
Cl — Colossenses Jd - Judas
1 Ts — 1 Tessalonicenses Ap - Apocalipse
2 Ts — 2 Tessalonicenses

18
PEÇO A PALAVRA

Foi no início da minha fé que senti a necessidade de


se publicar uma obra desta natureza para melhor equi­
par o povo de Deus no manuseio da sua Palavra. Senti
essa necessidade pelo fato de logo naqueles dias ser
molestado muitas vezes pelas “testemunhas de Jeová”. E,
como eu, creio que cada cristão autêntico já teve pelo
menos uma experiência com essa gente, e não é de
duvidar que algum passou até a ter alimentado dúvidas.
Foi em 1979 que preparei uma simples e humilde
apostila sobre as “testemunhas de Jeová”, na cidade de
Jundiaí. Em 1980 comecei estudar as línguas hebraica e
grega com o Pr. Dr. Gordon Chown, pois notei o uso exa­
gerado dessas línguas nas literaturas da STV, e comecei
a desconfiar do sentido que essa entidade dava a essas
palavras. Continuei as minhas pesquisas ao longo da
década de 80. Em 1987 ingressei na Universidade de São
Paulo para habilitar-me na língua e na Literatura Hebrai­
ca e aperfeiçoar o grego, que há seis anos vinha estudan­
do com o Dr. Gordon Chown. Nesse mesmo ano fiz uma
visita a Israel e ao Egito e fiz um apanhado geral,
principalmente no que diz respeito a teologia rabínica.
Em maio de 1989, programamos em Jundiaí um seminá­
rio sobre as heresias, sob a direção do Pr. Elyseu Queiroz
de Souza, presidente da Assembléia de Deus de Jundiaí
e região. E, para esse seminário preparei uma apostila
sobre as “testemunhas de Jeová”, que depois de pronta
senti que já era hora de transformá-la em livro para
melhor equipar a igreja no combate às heresias. E a partir
daí passei a dedicar-me quase que inteiramente na
composição da obra.
19
Depois fui com o irmão* Alberto Alves da Fonseca,
professor de diversas disciplinas na Escola Teológica “Pr.
Elyseu Queiroz de Souza”, até a sede nacional das “teste­
munhas de Jeová”, a Sociedade Torre de Vigia STV, em
Cesário Lange, interior de São Paulo, a procura de duas
obras: Ajuda ao Entendimento da Bíblia e The Empha-
tic Diaglott. Lá insistiram muito em mostrar as depen­
dências da entidade, até que nos constrangeram a isso.
E nessa visita, muitas coisas ficaram esclarecidas, e al­
gumas delas estão nessa obra, serviu como uma pesquisa
“in loco”, onde ficou revelada a monstruosidade dessa
organização, que tem o controle absoluto sobre os seus
membros.
Depois de algum tempo comecei a redigir a obra.
Minha intenção era concluí-la antes do final de 1989,
mas, quanto mais escrevia mais via a necessidade de
escrever. Entretanto, em virtude de minhas ocupações
eclesiásticas, e outras atividades da escola teológica e
mesmo os trabalhos escolares da USP, o prof® Alberto,
que já vinha me assessorando há algum tempo, tanto na
escola teológica como na igreja, começou a participar da
obra tanto na datilografia como na montagem das gravu­
ras impressas nessa obra.
Mas, antes de ele iniciar o trabalho, mudou-se para
Israel no início de janeiro de 1990, então coittinuei
sozinho a redação vindo a concluí-la em março. Nesse
mesmo mês empreendi uma nova viagem ao Oriente
Médio, quando encontrei com o prof5Alberto em Jerusa­
lém, lhe falei da obra que estava pronta, e que só faltava
mais uma revisão para passar à datilografia final. E
acrescentei: “Se você estivesse no Brasil, creio que já
estaria pronta”, pois o plano do prof2Alberto era ficar até
o final do ano em Israel. Depois disso fui com o grupo para
o Cairo, e em seguida para Istambul e para a região da*
sete igrejas da Asia, terminando a excursão em Atenas,
na Grécia. Quando retomamos ao Brasil, em menos de
10 dias, por motivos escolares, retomou também o prof®
Alberto, que havia ficado no Kibutz Afikim, na Galiléia. A
partir daí passamos a trabalhar quase que exclusiva­
mente nesta obra.
Desejo também salientar, que muitas coisas deixei
de escrever por não ter ainda provas em mãos, mas que

20
espero tê-las comigo, e não quis me basear simplesmente
naquilo que outros escritores publicaram. Todos os livros
constantes na bibliografia desta obra e as revistas da STV
citadas aqui estão em meu poder para provar às “teste­
munhas de Jeová” e a quem interessar a veracidade dos
fatos que aqui apresento.
Não preparei este trabalho para as “testemunhas de
Jeová”, não que falte amor para esses carentes de conhe­
cimentos da Palavra de Deus, mas porque eles são proi­
bidos expressa e terminantemente de ler as literaturas
que não sejam publicadas pela Sociedade Torre de Vigia.
Eles são privados da sua liberdade, a STV escraviza os
seus adeptos. Se o leitor conseguir pôr nas mãos de um
russelita um exemplar desta obra, sem dúvida alguma,
ela irá para o lixo, porque assim ensina a Sociedade Torre
de Vigia: tudo aquilo que não for publicado pela entidade
não pode ser bom. Russelita só pode ler as suas próprias
literaturas. Portanto, o objetivo primário desta obra é a
edificação da igreja de Cristo, a instrução do povo de
Deus no tocante as verdades eternas. Mas se você conhe­
ce algum russelita e acha que ele tem a coragem de
romper os elos da STV para ler esta obra, estará fazendo
um grande serviço; estará tirando mais uma pobre alma
das garras da Sociedade Torre de Vigia.
Quero apresentar aqui os meus agradecimentos ao
Pr. Elyseu Queiroz de Souza, nosso patriarca e meu pai
na fé, pela compreensão e apoio às minhas atividades e
incentivos na redação desta obra. Este apoio moral e
espiritual é uma das principais razões da composição
desta obra. Quero também expressar a minha gratidão ao
Pr. Dr. Gordon Chown, meu mestre nas línguas hebraica
e grega e em assuntos teológicos; que me orientou desde
o princípio de minha fé até aos dias de hoje e me assistiu
durante toda a composição desta obra. Também quero
agradecer ao prof2Alberto Alves da Fonseca, sua partici­
pação nas minhas pesquisas e por sua constante atuação
nessa obra. Que Deus possa recompensar a todos em
nome de Jesus, e que essa obra possa atingir os objetivos
para os quais está sendo destinada.
Jundiaí, SP, 19 de junho de 1990.
Pr. Esequias Soares da Silva
Caixa Postal, 42 - 13200 - JUNDIAÍ - SP

21
SABEDORIA ÁRABE

“Quem não sabe e não sabe que não sabe,


é um néscio: deve ser internado.

Quem não sabe e sabe que não sabe,


é um ignorante: deve ser instruído.
■ /
Quem sabe e não sabe que sabe,
é um sonhador; deve ser despertado.

Quem sabe e sabe que sabe,


é um sábio : deve ser imitado”.
1
C o n sid e ra ç õ e s P re lim in a re s

E sboço
I. INTRODUÇÃO
II. SEITAS E HERESIAS
III. HEREGES E HERESIAS QUE PRECEDERAM AS
‘TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

1. O gnosticismo
a. O gnosticismo sírio
b. O gnosticismo egípcio
c. O gnosticismo pôntico

2. Os ebionitas
3. Os maniqueus
4. O apolinarianismo
5. O nestorianismo
6. O monarquianismo
7. O arianismo

IV. QUEM SÃO AS “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”?

V. O QUE AS ‘TESTEMUNHAS DE JEOVÁ” REPRE­


SENTAM AO CRISTIANISMO?

VI. O SISTEMA MONOLÍTICO E CENTRALIZADOR NÃO


É BÍBLICO:
1. A unidade em tomo de Jesus de Nazaré
2. As igrejas dos tempos dos apóstolos
3. O apóstolo João e Diótrefes

VII.A ADVERTÊNCIA BÍBLICA


1. Falsos doutores
2. Introduzirão encobertamente heresias de perdi­
ção

23
24 “ “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

3. Negarão ao Senhor que os resgatou


4. Trazendo sobre si mesmos repentina perdição.

VIII TRINTA ANOS ESCRAVO DA TORRE DE VIGIA


Considerações
Preliminares c

“Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porjiar é


como iniqüidade e idolatria...” (1 Sm 15.23).

I. INTRODUÇÃO

O combate às heresias ocupa um terço do Novo


Testamento. Tanto o Senhor Jesus Cristo como também
os seus apóstolos trabalharam incansavelmente contra
as heresias de seu tempo. Cada livro do Novo Testamento
é um equipamento firme que no seu conjunto forma o
grande e indestrutível arsenal de combate às heresias.
Não há livro no Novo Testamento que não revele esse
combate. Alguns livros já são de per si esse combate,
sendo o seu conteúdo uma apologia à doutrina cristã, a
sua essência uma defesa do cristianismo. Judas diz que
pretendia escrever sobre a salvação comum, mas em
virtude das crescentes heresias, ele resolveu, pela dire­
ção do Espírito Santo, travar essa batalha contra elas (Jd
3). O conteúdo de 2 Coríntios, Gálatas e 2 Pedro é

25
26 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

essencialmente uma luta contínua contra as heresias,


para a preservação da pureza do evangelho de Cristo. O
tema central de Colossenses é a defesa da divindade de
Cristo, posto que alguns se apresentaram ensinando o
“culto dos anjos” (Cl 2.18). Todos os escritos do Novo
Testamento, inclusive os evangelhos, mostram essa luta
acirrada, contra as falsas doutrinas. Portanto, é tarefa da
igreja atual "batalhar pela fé que uma vez fo i dada aos
santos * (Jd 3), para manter os cristãos “na doutrina dos
apóstolos” (At 2.42).

II. SEITAS E HERESIAS

A palavra grega a ú p ea iç (háiresis) é traduzida


por “seita” em Atos 5.17; 15.5; 24.5; 26.5; 28.22; e, por
“heresias” em 1 Coríntios 11.19; Gálatas 5.20; 2 Pedro
2.1. O significado de háiresis é complexo. Agostinho
disse que era “inteiramente impossível, ou em todo o caso
a cousa mais difícil” definir “heresia”. Primariamente esta
palavra significava o ato de “tomar” (comumente usado
para tomar uma cidade). Depois foi usado pelos autores
clássicos gregos, e até mesmo da Septuaginta como
“escolha” ou “eleição”, no sentido de uma inclinação ou
preferência filosófica ou uma escola de pensamentos,
tomar para si mesmo uma escolha.
No Novo Testamento este vocábulo aparece com o
sentido de “partido”, de “espírito sectário”, e nem sempre
representa uma ruptura com o sistema convencional de
determinada comunidade. Os saduceus (At 5.17), e os
fariseus (At 15.5; 26.5), formavam seitas e facções dentro
do próprio judaísmo. Paulo adverte para que não haja no
seio da igreja essas divisões (háiresis) e condenadas
inovações doutrinárias que venham dividir a igreja (1 Co
11.19;G15.20).É verdade que o cristianismo foi também
chamado de “seita”, mas por pessoas que estavam do
lado de fora, por pessoas que não conheciam as verdades
do evangelho de Cristo e que se opunham a ele (At
24.5,14; 28.22).
A primeira referência do termo “heresia” com o
sentido moderno de erro doutrinário, aplicado aqueles
Considerações Preliminares 27

que abandonaram a verdadeira fé para seguir a grupos


sectaristas com doutrinas peculiares, encontramos em 2
Pedro 2.1.0 apóstolo Paulo chama de herege aqueles que
teimam em seguir seus próprios pensamentos contra­
riando os princípios básicos da fé cristã, e a essas
pessoas, o apóstolo recomenda, depois de duas admoes-
tações que devemos evitá-las (Tt 3.10).

Seitas e heresias são hoje grupos isolados e que


expõem ensinos errados e contrários às Escrituras Sa­
gradas. Estes movimentos se caracterizam hoje pelo
exclusivismo e pelo sistema de monopólio da salvação.
Para esta gente, somente o seu grupo está certo e somente
eles mesmos praticam a vontade de Deus. Na sua menta­
lidade, só tem a salvação ou só há de adquiri-la (pois a
maioria dessas seitas nem sequer crê na doutrina bíblica
da salvação), quem pertencer ao seu grupo. Nos dias de
Cristo o número delas era 28, na metade do segundo
século do cristianismo esse número se elevou para 128,
e hoje, somente em uma das grandes cidades do mundo,
como Londres, São Paulo, Nova Iorque, etc., é possível
chegar-se a esse número.

III. HEREGES E HERESIAS gUE PRECEDERAM AS


“TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

É verdade que as heresias abrangem todos os aspec­


tos da doutrina cristã, mas nenhuma doutrina tomou-se
tão controvertida e alvo de tantos ataques quanto a dou­
trina cristológica. Jesus perguntou, certa vez: “Quem
dizem os homens ser o Filho do homem?” (Mt 16.13).
Ninguém acertou na resposta: “Uns João Batista, outros
Elias, e outros Jeremias ou um dos profetas” (Mt 16.14).
Somente Pedro acertou, mas Jesus esclareceu que isso só
foi possível em virtude da revelação de Deus, e isso
mostra que ninguém pode conhecer a Jesus se não for
pelo Espírito Santo. O apóstolo Paulo disse: “...e ninguém
pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito
Santo” (1 Co 12.3). Foi então em tomo da cristologia
(doutrina que estuda a pessoa e a natureza de Jesus), que
28 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

os muitos.hereges manifestaram suas doutrinas heréti­


cas, configurando nesta lista o fundador da seita das
“testemunhas de Jeová”, Charles Taze Russel.

1. O gnosticismo

O nome vem do grego yvcÓolq (gnósis), que


significa “conhecimento”, porque os membros desse
movimento ensinavam a salvação através de um conheci­
mento místico, e não pela fé em Jesus. Eles eram grupos
muito diversificados em suas doutrinas, pois diferiam de
lugar para lugar, em seus períodos. Essa doutrina era
nada mais que um enxerto das filosofias pagãs nas
doutrinas cristológicas. Negava o cristianismo histórico,
segundo ela, o Senhor Jesus não teve um corpo, isto é,
não veio em carne, o seu corpo seria uma mera aparência,
que chamavam de corpo docético. Seu período áureo foi
entre 135-160AD, mas o gnosticismo já dava trabalho às
igrejas da época dos apóstolos. O apóstolo João enfatiza
que “o Verbo se fez carne” (Jo 1.14); e que “todo o espírito
que não confessa que Jesus Cristo veio em carne rmo é de
Deus...” (1 Jo 4.3). É bom lembrar que os escritos
joaninos são do final do primeiro século e que foram
escritos na cidade de Éfeso, então capital da Ásia menor,
de onde surgiu o gnosticismo.

a) O gnosticismo sírio. Era o gnosticismo de Saturni­


no, também conhecido como Satumilo (120 AD). Segun­
do ele, Jesus Cristo não nasceu não teve forma e nem
corpo, foi simplesmente visto de forma humana em mera
aparência. Segundo Saturnino, Cristo veio para destruir
o Deus do Velho Testamento e salvar os que cressem nele.
Este representante da escola síria, ensinava que o Deus
dos judeus era apenas um dos sete anjos. Que absurdo!

b) O gnosticismo egípcio. Era o gnosticismo de Satur­


nino ampliado e desenvolvido por Basilides (130 AD),
cuja essência foi transmitida por Valentino de maneira
poética e popular em 140 AD. Basilides ensinava que
Cristo era a Mente primogênita do Pai Ingênito - o Deus
Considerações Preliminares 29

dos judeus, segundo ele. Negava a crucificaçílo de Cristo,


dizia que Simão, o cirineu transfigurou-se e fci equivoca-
damente crucificado, e que o populacho o tomou por
Jesus. Assim sendo, Cristo apenas presenciou a crucifi­
cação de Simão, seu sósia. Esta era a maneira satânica
e sutil de negar a crucificação de Cristo.

c) O gnosticismo judaizante. Um gnosticismo muito


parecido com as doutrinas dos ebionitas, (judeus cris­
tãos que negavam a divindade de Cristo e rejeitavam
todos os evangelhos, exceto o de Mateus). Cerinto o
mentor dos judaizantes, teve ligações com os ebionitas,
no final do primeiro século. Cerinto negava o nascimento
virginal de Jesus Cristo. Segundo ele, Jesus foi concebido
normalmente de José e Maria, e a sua sabedoria e
poderes sobrenaturais lhe advieram pelo recebimento do
Espírito Santo, no seu batismo; perdendo tudo quando
foi cruflcicado, voltando à condição original. Hoje nós
temos o Novo Testamento e facilmente qualquer crente
em Jesus derriba este castelo de areia com uma só
pedrada, porém no final do primeiro século e no início do
século seguinte, as coisas eram diferentes, e isto se
constituia uma ameaça à fé cristã e aos fundamentos do
cristianismo histórico. A Igreja saiu ilesa disto pelo poder
de Deus. Foi em virtude destas seitas que os pais da igreja
forjam despertados para a seleção do Cânon Sagrado do
Novo Testamento, que foi concluído por volta do ano 200
AD.

d) O gnosticismo pôntico. Este foi o gnosticismo


desenvolvido por Marcião, natural de Sinope, província
do Ponto, na Ásia Menor. Transferiu-se para Roma em
139 AD, e a partir daí passou a considerar o Deus do
Velho Testamento como sendo mau, e depois de muitas
“reflexões” o considerou fraco. Segundo ele, o Senhor
Jesus não era o Filho do Deus do Velho Testamento e
Cristo revelou um Deus até então desconhecido. Pregava
Marcião que todos os cristãos deviam rejeitar tanto o
Velho Testamento quanto o seu Deus. Selecionou para si
uma coleção de livros autorizados, que seriam hoje as
30 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

epístolas paulinas (sem as pastorais e mutiladas todas as


passagens que revelam ser Cristo o Filho do Deus do
Velho Testamento), pois segundo ele, somente Paulo
entendeu o evangelho de Cristo, e os demais apóstolos
caíram “no erro do judaísmo”; incluindo também o evan­
gelho de Lucas, mutilando todas as passagens onde afir­
mam que o Deus do Velho Testamento é o Pai de nosso
sàihor Jesus Cristo. Marcião hoje se configura na lista
dos anti-semitas.

2. Os ebionitas

Eram uma comunidade de judeus cristãos. O nome


vem do hebraico e significa “pobre”. Os ebionitas criam
em Jesus como o seu Messias, mas negavam a sua
divindade - o embrião da doutrina cristológica das “tes­
temunhas de Jeová”. Os ebionitas tinham horror aos
escritos paulinos, pois Paulo colocava judeus e gentios
num mesmo bojo: “todos pecaram e destituídos estão da
glória de Deus” (Rm 3.23); e pelo fato de Paulo pregar a
divindade de Cristo (Rm 9.5; Cl 2.9; Tt 2.13 etc.)". Viviam
o ritual da lei e os costumes judaicos, eram hostilizados
tanto pelos judeus quanto pelos cristãos. Eram numero­
sos no final do primeiro século, mas aos poucos foram
desaparecendo do palco e perdendo-se de vista no cená­
rio da história. Hoje eles estão manifestos com uma nova
roupagem.

3. Os maniqueus
m
Era um movimento fundado por Mani (morto em 276
AD por determinação do governo persa). Sua doutrina
consistia-se do dualismo pérsico: “O universo compõe-se
do reino das trevas e do reino da luz e ambos lutam pelo
domínio da natureza e do próprio homem”. O Cristo dos
maniqueístas era um Cristo “celeste” e por isso rejeita­
vam a Jesus, pelo fato de ter vivido como homem.

4. O apolinarianismo
Considerações Preliminares 31

Apolinário foi bispo de Laodicéia e morreu em 392.


Uma vez definida a divindade do Logos (1) e resolvida a
questão ariana, a controvérsia girava agora em tomo das
duas naturezas de Cristo: a humana e a divina. E em
tomo dessa nova controvérsia, surgiram três novas here­
sias, mas que são pertinentes aqui apenas o apolinaria-
nismo e o nestorianismo. Apolinário foi diametralmente
oposto ao arianismo, no entanto, combateu uma heresia
desenvolvendo outra tão grave quanto a que combatia:
deu muita ênfase à divindade de Cristo e sacrificou a sua
genuína humanidade. Dizia que se alguém põe em Cristo
a sua confiança como sendo homem está destituído de ra­
cionalidade e indigno de salvação. Os apolinarianistas
eram as “testemunhas de Jeová” às avessas, com relação
à doutrina cristológica.

5. O nestorianismo

Nestório foi bispo de Constantinopla entre 428-431


e desenvolveu a teologia do seu mestre Teodoro de
Mopsuéstia, a qual ilustrava as duas naturezas de Cristo
como sendo marido e mulher “uma só came”, sem
contudo, deixarem de ser duas pessoas e duas naturezas
separadas. Esta técnica de raciocínio é a mesma usada
pelas “testemunhas de Jeová”; comparar duas pessoas,
marido e mulher, com uma só pessoa - Cristo, contraba­
lançando pessoas com natureza. Que bela analogia! É
uma metodologia ociosa e sofismada, a Sociedade Torre
de Vigia está cheia de comparações e analogias similares,
como veremos no decorrer desta obra.

6. O monarquianismo
Em virtude das discussões sobre a cristologia do
(1) LOGOS, termo grego traduzido por “VERBO” ou “PALAVRA” em
João 1.1,14. É uma expressão filosófica que quer dizer “Razão”, é
a expressão e o melo de comunicação da vontade, e não há
equivalente na linguagem moderna. João, ao empregar este termo
estava mostrando de maneira clara a divindade de Cristo, uma vez
que os gregos conheciam o significado desta palavra na filosofia
grega- .
32 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ"

Logos, na segunda metade do segundo século e na


primeira do século seguinte, surgiram os chamados
monarquianistas, termo dado porTertuliano aos oposito­
res da doutrina do Logos, os Alogoi, (2) aqueles que
rejeitavam o Evangelho de João. Os monarquianistas se
dividiam em dois grupos: monarquianismo dinâmico,
aue ensinava ser Cristo filho de Deus, mas por adoção; e
ü monarquianismo modalista, que ensinava ser Cristo
apenas uma forma temporária da manifestação do único
Deus. Desta última escola destacou-se o bispo Sabélio
que tomou-se um grande líder desse movimento por isso
os seus seguidores foram chamados de sabelianistas ou
sabelianos. Por volta de 215, Sabélio já ensinava suas
doutrinas em Roma. Este bispo modalista ensinava que
o Pai, o Filho e o Espírito Santo não eram três pessoas
distintas, mas apenas os três aspectos do Deus único.
Segundo este bispo, no tempos do Velho Testamento, o
Pai se manifestou como o Legislador, nos tempos do
Novo, este Pai era o mesmo Filho encarnado, e este
mesmo Pai fazia o papel de Espírito Santo como inspira­
dor dos profetas. Na verdade, os sabelianos não negavam
a divindade do Filho e nem a do Espírito Santo, mas sim
a distinção destas Pessoas; o que é diametralmente
oposto aos ensinos do Novo Testamento, visto que este
ensina a unidade composta de Deus em Três Pessoas
distintas. Os modalistas pregavam a unidade absoluta de
Deus, coisa que nem mesmo o Velho Testamento ensina,
e para apoiar tal ensino mutilaram os textos neotesta-
mentários.

7. O arianismo *

Fundado por Ário, entre 321-325 e foi a maior con­


trovérsia da história do cristianismo. Ário pregava que o
Filho era criatura (doutrina advogada ainda hoje pelas
“testemunhas de Jeová”) e esta inovação sacudiu o
cristianismo da época. Esta controvérsia nasceu em
Alexandria, Egito, e terminou no primeiro concilio ecu-

(2) Logoi, plural de Logos; alogoi, contrários a doutrina do Logos


Considerações Preliminares 33

mênico da história, o Concilio de Nicéia, onde pela pri­


meira vez se reuniram os bispos do Oriente e do Ocidente
para discutir a causa arianista, na cidade de Nicéia, em
325 AD. Ver mais detalhes no capítulo 5, III “O CREDO
DE ATANÁSIO”. Essa doutrina arianista foi ressuscitada
no final do século XIX por Charles Taze Russel, fundador
da seita das “testemunhas de Jeová”, e tal ensino é sus­
tentado ainda hoje pelos seus adeptos. Portanto, os
ensinos russelitas são oriundos dos movimentos secta-
ristas e heréticos dos primeiros séculos do cristianismo,
e que hoje aparecem com uma nova roupagem. Não so­
mente com relação às doutrinas cristológicas, mas tam­
bém o seu credo, cujo tema é matéria desta obra. Russel
tomou a trazer os ensinos maléficos da antigüidade aos
quais combateram os apóstolos e os pais da igreja: “O que
foi, isso è o que há de ser; e o que sefez, isso se tomará a
fazer: de modo que nada há de novo debaixo do sol” (Ec
1.9).

IV. QUEM SÃO AS “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”?

‘Testemunhas de Jeová”, russelitas oujeovistas são


os membros da Sociedade Torre de Vigia - (STV), um
sistema religioso monolítico fundado por Charles Taze
Russel, com sede mundial no Broklyn, Nova Iorque, EUA,
de onde emanam todas as suas regras e doutrinas. Eles
se caracterizam pela distribuição de periódicos, sua
atividade principal consiste na venda de literaturas nas
casas. Não existe no mundo uma pessoa sequer que
tonou-se “testemunha de Jeová”, que se converteu a este
movimento simplesmente pela leitura da Bíblia. Todos os
membros desta entidade passaram por um método de
ensino com material didático exclusivo da entidade e
num processo de lavagem cerebral, recursos utilizados
pela STV como meios para alcançar os seus objetivos.
Ninguém no mundo pode entender o seu credo doutriná­
rio, tão complicado e estranho às Escrituras, somente
pela leitura da Bíblia. Costumam se apresentar fazendo
um grande aparato de sabedoria, citando palavras gregas
e hebraicas, mesmo não as conhecendo, a não ser uma
34 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

“decoreba” de meia dúzia de palavras tiradas de sua lite­


ratura e que por sua vez já é uma cópia dos nossos
grandes clássicos da teologia e mesmo assim dando
sentido distorcido. Eles têm por hábito citar várias
traduções diferentes das Escrituras, pois uma só não os
satisfaz para a exposição de suas doutrinas. Essa meto­
dologia visa facilitar os truques empregados pela enti­
dade. Os russelitas são meros ecos e reflexões das
literaturas produzidas pela STV, vivem papagaiando de
porta em porta. Se seus periódicos ensinam que um boi
é touro e um touro é uma vaca, isso eles saem ensinando.
São um povo desprovido de senso crítico, cujo raciocínio
é baseado na metodologia russelita. Eles são como o mor­
cego, que só consegue enxergar 80 centímetros a sua
frente; os russelitas não conseguem “caminhar” sozinhos
nos seus raciocínios à luz da Bíblia. Procuram ser amáveis
até que o seu interlocutor os ouça e responda com
interesse a suas perguntas costumeiras. Tomam-se agres­
sivos e grosseiros quando alguém os contradiz pela
Palavra de Deus. Não têm nenhum interesse em dialogar
com os evangélicos mais esclarecidos nos assuntos bíbli­
cos. Não estão interessados em que o povo leia a Bíblia,
mas sim, que leia suas literaturas e que as referências
bíblicas básicas sejam lidas na Tradução do Novo
Mundo, a leitura em outras versões da Bíblia não vale,
salvos alguns versículos peculiares para justificar o seu
ensino. Os russelitas são contrários a toda forma de
cristianismo e de governo político, embora tirem proveito
das decisões políticas. Segundo eles, ninguém no mundo
pode fazer a vontade de Deus sem tomar-se membro da
STV, e com isso monopolizam o evangelho de*Cristo,
embora a Bíblia ensine com clareza: “Todo aquele que
invocar o nome do Senhor será salvo” (J12.32; Rm 10.13),
mas isso não tem importância para eles; “Todo aquele que
pertencer a STV será salvo”. Eles procuram ter seu
mundo à parte, alienados de Deus e da sociedade. Estão
bem treinados e bem equipados para o combate ao
cristianismo histórico. São intransigentes e atrevidos,
costumam não respeitar os templos de outros credos
religiosos para vender suas publicações. Esses são os
Considerações Preliminares 35

adeptos de Russel, denominados “testemunhas de Jeo­


vá” ou “russelitas”, os quais estão “enganando e sendo
enganados ” (2 Tm 3.13); e “Tendo a aparência de piedade,
mas negando a eficácia dela\ (2 Tm 3.5).

V. O QUE AS “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ” REPRE­


SENTAM AO CRISTIANISMO?

Hoje as “testemunhas de Jeová” são uma ameaça à


fé e ao cristianismo histórico. Os russelitas são inimigos
de Cristo e de toda a cristandade e consideram os
pastores e demais ministros evangélicos como agentes do
diabo. O ódio mortal da STV contra os cristãos e a todos
aqueles que se recusam digerir “o pão que Russel amas­
sou” está claro e nítido nas suas publicações. A entidade
acha que a “cristandade” deve ser punida porque se
recusa a receber as doutrinas indigestas de Russel. A STV
não consegue discernir o catolicismo do protestantismo,
e nem o protestantismo dos evangélicos; põe todos num
mesmo bojo, chamando-os de “cristandade”, um termo
que já tomou-se pejorativo no linguajar russelita.

VI. O SISTEMA MONOLÍTICO E CENTRALIZADOR


NÃO É BÍBLICO

O sistema padronizado de cultos, de costumes e de


normas, voltado para um poder centralizador é uma
característica típica do império do anticristo, e das gran­
des ditaduras absolutistas da história, e não das igrejas
do primeiro século do cristianismo. Este sistema mono­
lítico e centralizador da STV não é bíblico; não existe este
método administrativo-religioso no Novo Testamento.

1. A unidade em torno de Jesus de Nazaré

Os russelitas olham com desprezo para o cristianis­


mo pelo fato de existir no mundo várias denominações
diferentes ostentando cada uma delas a bandeira de
Cristo. A STV faz disso um recurso para convencer os
seus adeptos de que estão numa posição espiritual mais
36 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

elevada, que o seu movimento constitui um sistema sui


generis e por isso são os únicos verdadeiros adoradores
de Jeová. Apesar desta visão exclusivista, não podem
provar pela Bíblia nem pela história que as igrejas
primitivas eram ligadas a um sistema rígido, inflexível e
autoritário sob um comando ditatorial, semelhante ao
sistema por eles adotado. O cristianismo do primeiro
s1?culo não era controlado por uma sede administrativa
mundial. As várias igrejas, embora com pontos doutriná­
rios diferentes, estão unidas pela fé em Jesus de Nazaré.
Quem conversar com um metodista, batista, presbiteria­
no ou com qualquer membro de uma denominação
evangélica, desde que seja fundamentalista, pode ver que
todos confessam a sua fé em Jesus de Nazaré, todos
crêem na divindade de Cristo, crêem que Jesus morreu
pelos nossos pecados e sabem que só Jesus pode salvar
o mais vil pecador. Todos independentemente de sua
denominação evangélica, sabem que o Espírito Santo é
Deus e que é uma pessoa que atua em nossa vida. Sabem
que Jesus em breve vem nos buscar para nos levar ao
céu. Sabem tudo isso sem submeter-se a lavagem cere­
bral, sem serem obrigados a digerir qualquer alimento fa­
bricado por entidade monolítica, mas simplesmente pela
leitura da Bíblia. Este é o cristianismo do primeiro século,
que encontramos nas páginas do Novo Testamento. Todos
os cristãos, embora membros de igrejas diferentes, per­
tencem a Cristo, são membros da universal assembléia
dos santos (Hb 12.23), são membros da igreja de Cristo,
e é por isso que há essa unidade em tomo de Jesus de
Nazaré, unidade na fé. Aí está o fenômeno que nem a STV
e nem qualquer outra entidade podem explicar. *
As poucas divergências doutrinárias existentes en­
tre essas igrejas não afetam as doutrinas vitais do cristia­
nismo. O outro mistério é que os crentes em Jesus não
precisaram de meia dúzia de traduções diferentes da
Bíblia, nem de uma “decoreba” de palavras hebraicas e
gregas, nem tão pouco foram vencidos pelo cansaço com
metodologia de ensino tipo “lavagem cerebral” - método
de acomodar a mente a determinada doutrina por impo­
sições e repetições mas simplesmente pela leitura livre da
Considerações Preliminares 37

Palavra de Deus! Pela leitura da Bíblia! Esse é o sistema


que encontramos no Novo Testamento. Mas, o sistema de
vender revistas, citar várias traduções diferentes, ques­
tionar a autenticidade de certos textos da Bíblia e fazer
adeptos através de lavagem cerebral, não existe no Novo
Testamento. Portanto, nada há na STV que se pareça com
o sistema da igreja primitiva.

2. As Igrejas dos tempos dos apóstolos

“E João lhe respondeu, dizendo: Mestre, vimos um


que em teu nome expulsava demônios, o qual não nos
segue; e nós lho proibimos, porque não nos segue. Jesus,
porém, disse: Não lho proibais; porque ninguém há. que
faça milagres em meu nome possa logofalar mal de mim.
Porque quem não é contra nós é por nós” (Mc9.38-40). Que
lição extraordinária! Jesus desmantelou esta barreira
sectarista que ainda estava em João. O homem dessa
narrativa estava realizando um excelente trabalho “ex­
pulsava demônios” em nome de Cristo, mas não dispu­
nha a unir-se a “entidade” e por isso era suspeito. É
justamente essa a mentalidade das “testemunhas de
Jeová”, tudo aquilo que não for produzido pela STV não
pode ser bom e nem de Deus. A Bíblia diz: “Todo aquele
que invocar o nome do Senhor será salvo” (At 2.21; Rm
10.13). É necessário que esteja de acordo com a Palavra
de Deus, esta é a única regra, e não que pertença a
determinada entidade ou instituição religiosa. Esta visão
esquemática e preconceituosa da STV é uma camisa-de-
força, posta nas suas interpretações de passagens pecu­
liares da Bíblia.
As várias igrejas sempre existiram desde os dias
primitivos. Encontramos no livro de Apocalipse o Senhor
no meio dos sete castiçais: “O ministério das sete estrelas,
que viste na minha destra, e dos sete castiçais de ouro. As
sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete
castiçais que viste, são as sete igrejas ” (Ap 1.20). Embora
as sete igrejas da Ásia fossem diferentes umas das
outras, contudo, o Senhor Jesus estava no meio delas.
Nenhuma delas estava subjugada por um sistema de
38 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

comando monolítico, nenhuma era Igual à outra: uma


havia perdido o seu primeiro amor, outra seguia a
doutriríSt de Balaão e dos nicolaítas, outra tolerava Jeza-
bel, outra não tinha nada que se aproveitasse - Laodicéia.
E, mesmo com essa diversificação, Jesus se apresenta no
meio delas. Além disso, mandou uma mensagem para
cada uma delas, inclusive para a igreja de Laodicéia.
Algumas foram parcialmente censuradas, outras elo­
giadas; não havia uma igreja sequer igual à outra, no
entanto, a STV quer que todas as igrejas sejam padroni­
zadas como o sistema que Russel inventou, para serem
verdadeiras. Absurdo! Não é essa a diversidade que
encontramos hoje nas várias denominações evangélicas?
Umas mais piedosas, outras com algumas falhas, outras
um pouco descuidadosas; mas Jesus ama a todas. Isso
não se constitui num motivo que justifique o padrão
intransigente e monolítico da STV. Antes, mostra que o
sistema da STV não procede de Deus e nem se harmoniza
com a Bíblia.

3. O apóstolo João e Diótrefes ■'

O apóstolo João faz queixas de um certo Diótrefes,


pastor de uma determinada igreja. Pelo que parece, não
era leal aos propósitos de Cristo, tinha espírito de supe­
rioridade. O apóstolo apenas recomendou que tal pastor
não fosse imitado, e nem por isso aquela igreja deixou de
ser a igreja de Cristo. Ela não era ligada a um sistema
intransigente e universal e nem a qualquer forma de
governo centralizador (3 Jo 9-11). Quão diferente é o
sistema primitivo deste agora inventado por Russel!
Sobre essa gente, diz o apóstolo João: “Todo aquele que
prevarica, e não persevera na doutrina de Cristo, não tem
aDeus”; e aos que crêem em Jesus de Nazaré, diz: “Quem
persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto ao Pai
como o filh o ”. Depois o apóstolo recomenda: “Se alguém
vem ter convosco, e não traz consigo esta doutrina, não
o recebais em casa, nem tampouco o saudeis” (2 Jo 9­
10).
Considerações Preliminares 39

VII. A ADVERTÊNCIA BÍBLICA

“E também houve entre o povo falsos profetas, como


entre vós haverá também falsos doutores, que introduzi­
rão encobertamente heresias de perdição, e negarão o
Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repen­
tina perdição” [2 Pd 2.1). O texto sagrado aqui é uma
continuação do final do capítulo anterior, onde o apóstolo
fala da inspiração das Escrituras Sagradas, mostrando
que mesmo no meio destes profetas autênticos, inspira­
dos pelo Espírito Santo, surgiram também os falsos
profetas, “E também houve entre o povo (hebreu) falsos
profetas...”. Isso se encontra em praticamente toda a
história do Velho Testamento (Dt 13.1-5; 18.20; 1 Rs
22.11-12, 24; Jr 5.31; Ez 13.3-4). Assim, segundo o texto
sagrado em apreço, não é de admirar o surgimento dos
falsos mestres nas comunidades cristãs ao longo dos
séculos. Como no meio dos profetas legítimos aparece­
ram os embusteiros e impostores, da mesma forma acon­
teceria no meio da comunidade cristã.

1. Falsos doutores

Russel arrogou para si o título de exegeta, quando


nem sequer conhecia o alfabeto grego, havendo ele deixa­
do a escola aos 14 anos de idade. Russel disse no tribunal
de Hamilton, Canadá, que conhecia a Bíblia no seu
idioma original. Trouxeram-lhe pois um exemplar do
Novo Testamento grego e ele foi obrigado a reconhecer e
a confessar que nem sequer conhecia o alfabeto grego.
Considerava a si mesmo como pastor, embora nunca
fosse ordenado por nenhuma igreja, antes encabeçou um
levante contra a igreja de Cristo, denominado por William
J. Schnell de “a Revolta dos Leigos”. Russel traz o perfil
do falso mestre, do doutrinador de mentiras, como diz o
texto sagrado.

2. Introduzirão encobertamente heresias de perdi­


ção...
Os russelitas expõem as suas doutrinas sorrateira­
40 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

mente. Se alguém pergunta para um russelita se ele crê


em Jesus a resposta é sim. Ou se pergunta se Jesus é
Deus, a resposta é sim. Mas depois descobre-se em suas
explicações, que é Deus mais não o Deus Todo-poderoso,
é um “deusinho” igual a Satanás, e para isso cita 2 Corín­
tios 4.4, onde Satanás é chamado de “deus deste século”.
E com estes truques e artifícios vão introduzindo enco­
bertamente as suas doutrinas.
As doutrinas de Russel são heréticas e levam o
homem à perdição eterna. Os russelitas negam a divinda­
de de Cristo e rejeitam a divindade e a personalidade do
Espírito Santo. Eles não crêem na existência do inferno
ardente como recompensa dos ímpios, não aceitam a
existência da alma após a morte, têm horror à doutrina do
céu e são inimigos da humanidade, pois se recusam a
certas práticas da sociedade no sentido de beneficiá-la.
Todos esses pontos aqui mencionados são a matéria
desta obra.

3. Negarão ao Senhor que os resgatou...

A doutrina principal dos russelitas é negar a divinda­


de de Cristo, ressuscitaram as heresias dos ebionitas e de
Ário. A STV não é um movimento cristocêntrico, não há
lugar para Jesus no meio deles.
Visitei a sede nacional das “testemunhas de Jeová”
em Cesário Lange, interior de São Paulo, e durante duas
horas e meia de visita, nos apresentaram todas as depen­
dências da entidade e os voluntários que lá trabalham.
Falaram das suas doutrinas, “vamos herdar a terra”, “o
boi comer palha com o urso”, “o infemo não existe” etc...,
mas não falaram nada de Jesus e nem da sua obra
redentora. É esta a religião que Russel fundou.

4. Trazendo sobre si mesmos repentina perdição


Isto é em decorrência de suas crenças “negar ao
Senhor que os resgatou", e muitas outras que estão
completamente fora das Escrituras Sagradas. Diz o pro­
feta Isaías: “À lei e ao testemunho! se eles não falarem
segundo esta palavra, nunca verão a alva” (Is 8.20).
Considerações Preliminares 41

VIII. TRINTA ANOS ESCRAVO DA TORRE DE VIGIA


Foto extraída da capado livro:À Luz
do Cristianismo.
(Testemunho de um
ex-testemunha de Jeová
- William J. Schnell)

Um jovem bem trajado, portando uma bolsa com


livros, bate à porta da primeira casa de um conjunto resi­
dencial A dona da casa abre a porta. Cortezmente ele se
apresenta: “represento a Torre de Vigia. Estou aqui para
pregar a mensagem do reino. Tenho um livro que quero lhe
mostrar custa apenas dois marcos”.
A senhora lhe dirige algumas perguntas e ouve res­
postasfascinantes acerca de um “reino ” que virá e de como
pode escapar da maior guerra de todos os tempos. Ela se
considera muito religiosa. Todavia, para se livrar daquele
estranho, o mais rápido possível compra-lhe o livro. Com
isso tomou-se automaticamente candidata a membro do
grupo religioso de maior índice de crescimento do mundo:
as testemunhas de Jeová.
Ê fá cil reconhecerem-se as testemunhas de Jeová
ativas, vendendo seus livros ou oferecendo seus periódi­
cos “Acordai” e “Torre de Vigia”, postados nas esquinas
das ruas, ou ainda, dirigindo-se às numerosas reuniões
em seus “salões do reino”. Seus admiráveis relatórios de
vendas atestam que muitos compradores de sua literatu­
ra consideram-se cristãos. Por esse suave caminho come­
çam a tomar-se testemunhas de Jeová.
Eu era uma pessoa assim. Cria no Senhor Jesus. Mas
passei a participar desse movimento religioso em minha
juventude - trabalhava para ele e planejava difundi-lo
mais. Com o passar do tempo, percebi que meu trabalho
diligente para essa sociedade estava tomando o lugar de
minha comunhão com Cristo. Quando descobri, era um
servo obediente de um regime monstro organizado - a
Sociedade Torre de Vigia que, a si mesma se denomina
“organização divina”, com a finalidade de introduzir a
42 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

“Sociedade Novo Mundo”, já se havia passado muito


tempo.
Apdb trinta anos de escravidão intelectual e espiritual
por parte dos senhores da Sociedade, cumpri a promessa
quejizera a Deus, ao descobrir a farsa dessa organização,
isto é, de desmascarar o movimento que afirma ser cristão,
embora:
* negue todas asformas de cristianismo, consideran­
do-as como organizações do diabo;
* rogue a seus membros que se recusem a prestar
serviço militar, enquanto ela mesma os incitafranca­
mente à luta e ao emprego de métodos agressivos;
* lute incessante e intensamente por sua liberdade re­
ligiosa, muito embora exerça domínio tirânico sobre
as ações e até sobre o pensamento de seus membros;
* afirme ser Cristo seu Salvador, embora negue que Ele
seja Deus e que salve para a vida eterna a todos os
que nele crêem;
* cite a Bíb lia com habilidade, e, pedantemente,fa le de
significados gregos segundo o texto original, enquan­
to sua instrução na Bíblia ê bem limitada *a instru­
ção da maioria das testemunhas de Jeová se restrin­
ge aos livros publicados pela Sociedade Torre de
Vigia; a palavras gregas imprensas as margens de
sua Bíblia especial "Diaglott” e da tradução “Novo
Mundo”, que procuram decorar.
* Perante Deus, asseguro estar dizendo a verdade com
estás afirmações, que eu mesmo vivi Os membros
diretores das testemunhas de Jeová, em seu pompo­
so escritório central da Sociedade Torre de Vigia, em
124 Columbia Heights, Nova Iorque, podem dizer
nunca terem me conhecido ou de se tratar de um
excluído, que caiu em desgraça. No entanto, nunca
poderão apagar os fatos de sua história que, em
pequena escala, eu mesmo ajudei a promover.

Nasci em 1905, emJersey City nos Estados Unidos.


Com nove anos de idade meus pais me levaram para seu
país natal, a Alemanha, em visita a parente. Antes de
podermos regressar eclodiu a Primeira Guerra Mundial
Considerações Preliminares 43

Meu pai, ainda sem nacionalidade americanc, fo i recruta­


do pelo exército alemão.
A guerra grassava não longe de nossa pátria, próxi­
ma à fronteira russa. Durante longo tempo não recebemos
notícias de meu pat Mas ele sobreviveu à guerra. Após a
guerra, nossa região fo i anexada à Polônia, e, até 1921,
não era permitido abandoná-la. Então, com outros fu giti­
vos, emigramos para Berlim.
Nessa ocasião estava com 16 anos de idade. Dois
anos antes, havia aceitado a Cristo como meu Salvador, e,
creio que ele defato havia entrado em meu coração. Como
outras pessoas de minhafamília estava crescendo espiri­
tualmente, quandofomos visitados por um senhor, vende­
dor de livros sobre doutrina bíblica. Dizia-se um pesquisa­
dor da Bíblia. Nós lemos os livros. A seguir visitamos a
classe local dos “pesquisadores da Bíblia” e sem perda de
tempo, aderimos a ela.
Além de estudar a Bíblia,fazíamos visitas de casa em
casa e falávamos èis pessoas a respeito de Cristo. Sei de
dezessete pessoas que confessaram crerem em Cristo
através de meu testemunho. Naquele tempo nada sabia
acerca das doutrinas que desonravam a Cristo, criadas
por Charles T. Russel ofundador americano dos “Pesqui­
sadores da Bíblia”, nem tão pouco do crescente poder de
seu sucessor em Brooklin, o ju iz Joseph Franklin Ruther-
fo rd
Rutheiford tinha o alvo de expandir a Sociedade Torre
de Vigia de Bíblia e publicações por todo o mundo. Segun­
do ele cria, seu objetivo poderia ser alcançado com a venda
de folhetos e livros da Sociedade e com a influência que
eles exerceriam Os vendedores - membros obedientes -
não eram remunerados, e a maioria deles geralmente
doavam os lucros à Sociedade. Eu mesmo, após as aulas
em Berlim, vendia semanalmente milhares de livros com
títulosfascinantes, como “Milhões que Agora Vivem, nunca
Morrerão”.
Com 19 anos de idade, fu i chamado ao escritório
central alemão em Magdeburgo, porque era um vendedor
eficaz. O interesse pelos planos de propaganda, a partici­
pação nas vendas e uma nova sociedade mundial me
44 TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

fascinavam. Abandonei o estudo da Bíblia e a oração, e


quando o escritório alemão me incumbiu de visitar os
grupos locais de veneráveis anciãos, a fim de admoestá-
los, isto é, aos que resistiam a ordens insistentes que
chegavam deBrooklin, obedeci quase sem nenhum remor­
so.
No principio dos anos 20, a Sociedade Torre de Vigia
comprou instalações gráficas, com o que ficou habilitada
a publicar enormes quantidades de revistas e livros a
custos baixos. Esse material, vendido ao público e estuda­
do pelas testemunhas, era o principal veículo de propa­
ganda. Cada novo plano publicitário, ao qual era adiciona­
do um verso das Sagradas Escrituras, vinha impresso
nessas publicações, para ser executado pelos membros
fiéis. Até hoje ainda se procede assim
O controle crescente do Brooklin, através de relató­
rios, tabelas de progressão de vendas, além defuncioná­
rios imperiosos, me impressionaram tão mal que, em 1927,
regressei à América a fim de conseguir minha liberdade.
Conseguifica r afastado do movimento seis anos. No
entanto, meu pai e alguns de meus parentes, qúe também
havia retomado à América, eram membros ativos. Eles e
os guias da sociedade me impeliram a reingressar nela.
Finalmente ofiz. Tomei-me vendedor de livros, um “pionei­
ro” em Geórgia, Nova Iorque, Nova Jersey e Ohio.
Como prêmio pelo meu êxito nas vendas e naform a­
ção de novos grupos de testemunhas, em 1937, fu i convi­
dado pessoalmente a trabalhar no escritório central Este
era organizado como o de Magburgo e até com um sistema
de espionagem, para apontar os membros que estivessem
em desacordo com os pensamentos da organização. Após
curta estadia, pedi insistentemente outras tarefas. Esta­
va percebendo que tanto na Alemanha como nos Estados
Unidos, ocorreria uma lenta transição de controle dos
grupos, que estava sendo passado para os membros do
escritório central Primeiramentefo i introduzido um relató­
rio escrito sobre serviços prestados; posteriormente os
anciões eleitos pelos membros das igrejasforam substituí­
dos por diretores de serviço do escritório central As lições
bíblicas dominicais foram substituídas por estudos da re­
Considerações Preliminares 45

vista “Torre de Vigia”. Em 1938, a Sociedade passou a


exigir que todas as igrejas de testemunhas de Jeová obe­
decessem a todas as instruções e prescrições futuras da
Sociedade. Com isso desapareceu o último vestígio de um
relacionamento com Cristo. A nova exigência era uma
obediência absoluta à teocracia e a seus planos grandio­
sos para a organização da nova sociedade mundial
Esta organização mundial seria a organização do rei
Cristo, que, segundo afirmam iniciou seu reinado na terra
em 1914. Todos os adeptos das testemunhas de Jeová
escaparão á batalha do Armagedom que está próxima e
viverão pacificamente no reino milenar. A doutrina das
testemunhas afirma que somente 144.000 dosfiéis irão ao
céu, para dominarem sobre a criação. Destes, como cons­
ta, atualmente ainda vivem aproximadamente 20.000.
Dessarte 680.000 dos presentemente 700.000 batizados
devem se contentar em serem servos de seus soberanos
celestiais, na nova sociedade mundial
Esta doutrina está em oposição a João 14.3 e muitas
outras passagens nas Escrituras. As testemunhas de
Jeová também estão em oposição à doutrina da Trindade,
do inferno como lugar de castigo pelos pecados e daf é em
Cristo como garantia da vida eterna. Enquanto grotesca­
mente desprezam a fè cristã histórica, as testemunhas de
Jeová afirmam que suas doutrinas estranhas se acham
fundamentadas na Bíblia.
Algumas pessoas são atraídas pelas doutrinas dos
testemunhas de Jeová, mas outras são consquistadas
inteligentemente pela organização, antes de conhecerem
seus costumes e seu conceito sobre as Sagradas Escritu­
ras. A astúcia satânica da Sociedade para angariar mem­
bros, me lembra as táticas de lavagem cerebral praticada
em estados totalitários.
Em 1941, iniciei minha venda própria de auxílios
bíblicos às testemunhas. Necessitava dessa receita adi­
cional e tinha principiado a ler a Bíblia novamente, sem a
interpretação da Torre de Vigia. O escritório central não
gostava de minha independência e expressou sua forte
desaprovação; além de um boicote regional sofri um
controle severo, ameaças importunas e, finalmente, em
46 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

1951, fizeram a cassação de minha junção de pioneiro.


Constatei estar tão envolvido com os objetivos e
esperanças do “reino”, segundo meu espirito e meus
sentimentos, que a condenação da Sociedade quase ia me
arrasando. Sofri um ataque cardíaco e procurei consolo no
alcoolismo. Quase perdi o juízo.
No entanto, em 1952, em meio o terrível desespero,
orei uma noite inteira. Confessei a Deus meus pecados e
clamei por libertação da minha devoção àquele sistema
organizado. Pela manhã, quando me ergui, tinha certeza
de uma coisa: Deus me dera a vitória.
Em 1953, trinta anos após ter me sujeitado à vonta­
de da Sociedade, escrevi minha primeira carta, desmasca­
rando essa ditadura assombrosa. Dizia a outros escravos
de alma que o único meio para se escapar era afastar a
literatura envenenada das testemunhas, dirigir-se direta­
mente à Bíblia e a Jesus Cristo, para pedir pela redenção
e certeza de salvação.
Quero alertar a você que talvez ainda não esteja
seguindo obedientemente as ordens da Torre de Vigia.
Cada compra de livro e cada hora de estudo da literatura
das testemunhas é um elo na corrente poderosa, que
imperceptivelmente enleia sua alma, para finalmente
subjugá-la a um senhor - a Sociedade Torre de Vigia. Peço-
lhe de todo coração: tome esta minha triste experiência
com as testemunhas como uma advertência imperiosa!

(Revista Mensagem da Cruz, p 17-23, n* 79


Editora Betârüa - Venda Nova,
MG, janeiro-março de J 988).
2
H is t ó r ia D a s
“T e s t e m u n h a s D e J e o v á

E sboço

l.A ORIGEM DAS “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”


1. Nomes da entidade
2. Publicações da entidade
3. Fim do ministério de Russel

[.JOSEPH FRANKLIN RUTHERFORD


1. As “profecias” de Rutherford
2. Os velhos truques da STV

[.AS “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ” NO BRASIL


1. A STV (Sociedade Torre de Vigia) no Brasil
2. A aceitação e conduta das “testemunhas de Jeová”
no Brasil

47
História das
“Testemunhas
de Jeová”
"Porque se introduziram alguns, que Já antes estavam escritos
para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em
dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador
e Senhor nosso, Jesus Cristo”. (Jd 4).

I. A ORIGEM DAS “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

O fundador do movimento herético chamado “Teste­


munhas de Jeová”, Charles Taze Russel, nasceu em 1852
em Pittsburgo, EUA, filho de presbiterianos de linhagem
escocês-irlandesa. Russel foi da igreja Congregacional e
por fim adventista, e considerava os principais líderes do
adventismo como seus mestres em assuntos religiosos.

C.T.Russell, 1884-1916.

AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ - Unidas em Fazer Mundial­


mente a Vontade de Deus, p. 26 - 1986.

Russel sentiu-se atraído pelas doutrinas adventis-

48
História das “Testemunhas de Jeová“ 49

tas, porque um dos ensinos deles é a crença do sono da


alma. A doutrina que nega a existência do inferno ardente
foi bem aceita por Russel. Depois ele se afastou com mais
um pequeno grupo para procurar na Bíblia como justifi­
car a nova doutrina. Em 1872 nasceu o movimento
russelita. Nessa época Russel apareceu com um evange­
lho estranho ao Novo Testamento, e com uma profecia
propriamente sua (G1 1.8). E assim, Russel prosseguiu
fazendo discípulos e divulgando as novas “descobertas”
através da literatura até alcançar a proporção que se vê
hoje.

1. Nomes da entidade

Em 1879 o movimento adquiriu o seu registro, sendo


Russel nomeado pelos seus discípulos como presidente.
Antes do registro do movimento o grupo era chamado de
“Aurora do Milênio” e depois “Associação Internacional
dos Estudantes da Bíblia”. Mas, como os russelitas na
verdade, não são estudantes da Bíblia, já no registro em
cartório, adotaram: “Sociedade de Bíblia e Tratados da
Torre de Vigia”. O grupo foi dividido em várias facções
após a morte de Russel, quando o seu sucessor, Ruther­
ford, publicou a obra intitulada O Mistério Consumado,
em 1917. A publicação dessa obra criou muitas dificul­
dades para a entidade e houve uma grande confusão, foi
necessária até a intervenção jurídica. E, dentre essas
várias facções, destacaram-se os chamados “Mantenedo­
res” e “Estudantes Bíblicos Associados” além de outros.
Em 1931, numa convenção realizada em Columbus,
Ohio, EUA, Rutherford disse que os russelitas tiveram
uma revelação que lhes ordenava adotarem o nome de
“Testemunhas de Jeová”. Mas essa revelação agora foi
mudada, pois ultimamente chamam a si mesmos de
“Sociedade Novo Mundo”.

2. Publicações da entidade

As publicações da STV são eivadas de preconceitos


e sectarismos, cujos comentários são norteados por uma
50 “TESTEMUNHAS D E JEOVÁ”

visão egocêntrica da entidade. As obras produzidas pela


STV são anônimas, são mais uma charada que mesmo
um compêndio teológico, não trazem o nome dos seus
autores, vêm sob o Copyright da entidade. A sua re­
dação é bem cuidadosa e sutil, o que permite omitir
muitas coisas sem afirmar e sem negar nada, e dessa
forma podem passar despercebidos muitos detalhes im­
portantes. Por exemplo: esses livros não trazem a biblio­
grafia, para dar a entender que tudo o que seus escrito­
res escreveram teve a sua origem na entidade. Lançam
mão das obras da “cristandade”, mas não querem que o
povo saiba que eles precisaram das obras dos “inimigos
de Jeová” para instruir os servos da entidade. Esse ano­
nimato teve a sua origem depois de 1942, já sob o governo
do terceiro presidente da entidade, Nathan Homer Knorr.
Mas no início desse movimento, Russel encerrou suas
atividades comerciais, pois lhe dera grande capital e
tomou-se co-autor da revista mensal O Arauto da Auro­
ra, publicada em Rochester, Nova Iorque, por N.H. Bar-
bour. Depois de três anos, Russel rompeu com o grupo de
Rochester por divergências doutrinárias, e depois disso
passou a publicar a revista A Sentinela. A principal de
todas as obras que Russel escreveu são seis volumes de
Estudos das Escrituras. Russel colocava seus escritos
em pé de igualdade com a Bíblia Sagrada. Os russelitas
de hoje não aceitam nenhuma literatura que não seja
proveniente da STV. Para eles não pode vir nada de bom
que não seja da sua entidade, recebem os seus escritos
Incondicionalmente e sem restrições, porque foram trei­
nados e preparados para isso. Não hesitam em rejeifer a
Bíblia quando mostramos que muitas passagens re­
provam o esquema doutrinário inventado por Russel. A
prova autêntica da heresia de Russel e que a STV cassou
o direito da Bíblia reinar sobre a entidade, está na
declaração que Russel fez à respeito de sua obra Estudos
das E scrituras, na revista A ta la ia de 15 de setembro de
1910: “Os seis tomos de Estudos das E scritu ras consti­
tuem praticamente a Bíblia. Não são meramente um comen­
tário acerca da Bibtía, mas praticamente a própria Bíblia...
Não se pode descobrir o plano divino estudando a
História das “Testemunhas de Jeová ” 51

Bíblia. Se alguém coloca de lado os Estudos, mesmo


depois defamiliarizar-se com eles... e se dirige apenas à.
Bíblia, dentro de dois anos volta tis trevas. Ao contrário, se
lê os ISstudos das Escrituras com as suas citações,
ainda que não tenha lido sequer uma página da BibUa, ao
cabo de dois anos estará na luz”. (1).
O ensino de Russel é que ninguém pode conhecer a
vontade de Deus sem os seus escritos. Russel se declara
como único detentor da revelação divina e que os seus
adeptos nem precisam ler a Bíblia, pois lendo Russel em
lugar das Escrituras Sagradas, está na luz e realizando a
vontade de Deus. Segundo a declaração de Russel, o valor
da Bíblia está na interpretação dele, e não no que ela é.
Ainda hoje a STV ensina que ninguém pode receber a
compreensão das Escrituras senão pelos seus escritos.
Russel, em sua obra Estudos das Escrituras, proclamou
a si mesmo como o “mordomo fiel e prudente” designado
pelo seu Senhor para dar alimento aos seus conservos,
mencionado em Lucas 12.42; e com isso os atuais
russelitas ensinam que a interpretação da Bíblia é
monopólio desse “mordomo”, que hoje é representado por
um colegiado constituído por doze membros, encarrega­
dos de dar alimento espiritual aos russelitas. Esse “ali­
mento” são as literaturas que os russelitas vendem nas
portas.

3. Os russelitas estão muito longe do padrão bíbli­


co.

Como esses ensinos russelitas são estranhos! Quão


longe estão dos princípios bíblicos! Segundo a Bíblia, o
intérprete dela é o Espírito Santo (1 Co 2.10), o mesmo
Espírito que inspirou os escritores sagrados (2 Pd 1.20­
21). A Bíblia de per si tem tudo para suprir as necessida­
des do ser humano (2 Tm 3.15-17; SI 19.7; Pv 1.7).
Portanto, qualquer religião, seita ou sistema religioso que
não sustente esse princípio não tem parte com Deus e

(1) SUAREZ, Domingo Femandez - Os falsos “testemunhas de


Jeová”, p.9
52 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

nem com Cristo, antes os contraria. O sistema russelita


é contrário ao sistema Bíblico, a STV ensina uma coisa e
a Bíblia ensina outra muito diferente. O Salmista diz: “A
exposição das tuas palavras dá luz, dá entendimento aos
símpUces” (SI 119.130). O texto hebraico diz: “A entrada
de tuas palavras...” Tanto no hebraico comò no grego
significa que ao entrar no homem, independentemente
dos seus pendores e de suas capacidades intelectuais,
seja ele sábio ou ignorante, ela, a Palavra de Deus, dá luz
e entendimento a todos os homens. Com isso fica provado
que “os luminosos” estudos de Russel são uma artima­
nha para conduzir os seus adeptos pelos caminhos que
ele próprio traçou. Se algum sistema religioso põe obstá­
culos ao livre estudo da Bíblia o tal quer ensinar algo que
não está de acordo com a verdade do evangelho de Cristo.

4. Fim do ministério de Russel

Russel faleceu desapontado e frustrado em 1916,


quando viajava de trem para o Texas e nenhuma das suas
“profecias” teve cumprimento. (Ver cap. 10). '

II. JOSEPH FRANKLIN RUTHERFORD

Sucessor de Russel, nasceu em 08 de novembro de


1869, no Condado de Morman, Missouri, EUA. Tomou-
se adepto de Russel em 1906, embora seu contato com a
seita tivesse início em 1894, antes de mudar-se para
Nova Iorque. Em 1907, tomou-se conselheiro em diver­
sos tribunais. Foi eleito pelos russelitas em 06 de janeiro
de 1917. O período em que Rutherford liderou a erftidade
foi o de maior anarquia, sobrepujou seu mestre em lite­
raturas e profecias paranóicas. Publicou uma falsa obra
póstuma de Russel intitulada O Ministério Consumado,
o sétimo volume de Estudos das Escritura, como meio
para consolidar em tomo de si o domínio e o controle da
entidade. Foi eleito presidente através de votos dos
membros, com direito a voto apenas os membros que
contribuíssem com 10 dólares para a entidade. Este sis­
tema fundado por Russel perdurou até 1944, um meca­
História das “Testemunhas de Jeová " 53

nismo grosseiro e materialista, ainda mais para uma


entidade que condena toda a religião e toda a forma de
protestantismo e ensina ser comércio toda e qualquer
forma de cristianismo.

J. F. Rutherford, 1916 -1942.

AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ - Unidas em Fazer Mundial­


mente a Vontade de Deus, p. 26 - 1986.

1. As “profecias” de Rutherford

Na direção de Rutherford o sistema sofreu 148


mudanças doutrinárias. Rutherford destruiu os seis
volumes dos Estudos das Escrituras que antes ele
mesmo ensinava ser impossível conhecer as Escrituras
sem o auxílio destes livros. Russel anunciou a vinda de
Cristo para 1914, depois ele mesmo refez o cálculo e
estabeleceu o ano de 1918, mas ele morreu em 1916.
Rutherford também refez o cálculo e estabeleceu o ano de
1925 como o início do milênio, e para isso comprou um
palacete em San Diego, Califórnia, e deu nome de BEIT
SARIM (Casa dos Príncipes, em hebraico), para recepcio­
nar os profetas e patriarcas do Velho Testamento. En­
quanto a entidade aguardava o evento, Rutherford com a
sua esposa e filho passavam lá o inverno. Estas “profe­
cias” foram publicadas no livro intitulado Milhões que
Agora Vivem Não Morrerão Jamais, escrito por Ruther­
ford . Já estamos no final do século XX e ninguém viu esse
“milênio” de Rutherford e nem os profetas e patriarcas,
que segundo ele ressuscitariam em 1925 para serem os
precursores dessa nova era. Assim flca revelado o minis­
tério de Rutherford, como aconteceu com Russel, ver (Dt
18.10).
Depois de 1925, desapontado e frustrado, Ruther­
ford justificou seu malogro dizendo que tudo mostra que
Jesus está presente. Grande novidade! Foi isso que ele
escreveu em Milhões que Agora Vivem Não Morrerfto
54 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ"

Jamais? Claro que não. Em 1929 ele denunciou as


“profecias" de Russel como paranóicas, como tentativa de
solucionar os mistérios de Deus fora da Bíblia. Novamen­
te irrompeu outra revolta, muitos abandonaram a seita,
mesmo sob a ameaça de destruição feita por Rutherford.

2. Os velhos truques da STV

A seita recebeu o nome de “testemunhas de Jeová”


na liderança de Rutherford, numa convenção em Colum-
bus, Ohio, EUA. A STV tem a mania de mesclar passa­
gens bíblicas com certos fatos da entidade, na tentativa
de aproximar os seus argumentos o máximo da veros­
similhança. É comum encontrar nas suas literaturas
uma série de citações bíblicas intercaladas com a volta de
Cristo em 1914, e também que Jeová é o fundador da
entidade. Foi essa a técnica usada por Rutherford ao
tomar para a sua entidade as palavras de Isaías 43.10­
12, onde as “testemunhas" ali são o povo de Israel, e essa
técnica é ainda hoje usada pelas “testemunhas de Jeová”.

III. NATHAN HOMER KNORR

Com a morte de Rutherford em 1942, Nathan Homer


Knorr assumiu o cargo como o supremo dirigente da
organização. Teve o controle e a habilidade administrati­
va de Rutherford.

N. H. Knorr, 1942 -1977.

AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ - Unidas em Fazer Mundial­


mente a Vontade de Deus, p. 26 - 1986.

Nathan Homer Knorr assumiu o cargo no período da


Segunda Guerra e na sua administração, as literaturas
publicadas pela STV, que até então traziam o nome dos
seus autores, apareceram sob o Copyright da “Watchto-
wer Bible And Tract Society”, sem o nome dos autores,
mas com o da entidade. Foi na era Knorr que a STV
História das "Testemunhas de Jeová ” 55

fabricou a sua Bíblia peculiar, de acordo com a sua


doutrina, Tradução do Novo Mundo das E scritu ras
Sagradas, que não traz o nome dos seus cinco “traduto­
res”, sendo o próprio Knorr um deles. (Ver cap. 3, III, 1)
Knorr liderou a organização até a sua morte em julho de
1977 e suas influências podem ser vistas ainda hoje nas
publicações vendidas pelos russelitas.

IV. FREDERICO W. FRANZ

Esse é o atual presidente da sede mundial das


“testemunhas de Jeová”.

F. W. Franz, 1977.

AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ - Unidas em Fazer Mundial­


mente a Vontade de Deus, p. 26 - 1986.

Ele, juntamente com Nathan H. Knorr, são dois dos


cinco “tradutores” da Tradução do Novo Mundo. Num
julgamento na Escócia, quando lhe perguntaram a razão
da STV manter em segredo os nomes dos tradutores da
TNM, ele respondeu: “Porque o comitê da tradução queria
que ela permanecesse anônima, e não buscava qualquer
glória ou honra para a obra da tradução, tendo quaisquer
nomes ligados a ela”. (2) Mas, segundo o Sr. Cetnar, que
trabalhou na sede mundial da STV, a razão desse anoni­
mato é que nenhum desses cinco “tradutores” tinha
qualificações para realizar a tradução. Acrescenta ainda
o Sr. Cetnar: “A capacidade de Franz para realizar um
trabalho competente na tradução do hebraico é muito
questionável, Este fato sobressaiu no tribunal escocês”.
(3) Nesse julgamento foi dado para que o Sr. Franz
traduzisse o texto hebraico de Gênesis 2.4, então o Sr.
Franz assumiu a realidade de que não possuia conheci­
mento da língua hebraica e não tentaria traduzi-lo.

(2) DUNCAN, Homer, A Divindade de Cristo, p. 25-27


(3) Op. clt.
56 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

Russel, também alegou no tribunal de Hamilton, Cana­


dá, que conhecia a Bíblia na sua língua original. É claro
que ninguém acreditou, pois ele era leigo e além disso,
deixou a escola aos 14 anos de idade. Mas mesmo assim
trouxeram-lhe um Novo Testamento grego para que lesse,
aí se viu forçado a confessar que nem sequer conhecia o
alfabeto grego. Assim, Franz deu prova de ser discípulo
de Russel. No entanto, os russelitas de hoje também se
apresentam com grande aparato de sabedoria, dizendo:
“no grego isso é assim etc”, e não estão preocupados em
saber se o seu líder conhecia ou não a língua hebraica e
se a TNM é uma tradução razoável ou não, o importante
para eles é difundir os ensinos peculiares da STV.
É esse pois o homem que lidera mundialmente as
“testemunhas de Jeová".

V. AS “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ” NO BRASIL

O movimento russelita teve início no Brasil em 1920,


e sua sede nacional foi em São Paulo até 1980. guando
foi Inaugurado o novo complexo gráfico e administrativo,
em Cesário Lange, interior de São Paulo, passou para
essa nova instalação a sede nacional. O líder nacional
das “testemunhas de Jeová” é o Sr. Augusto dos Santos
Machado Filho.

1. A STV (Sociedade Torre de Vigia) no Brasil

Está amparada pela mesma lei do país que ampara


qualquer outra religião, contudo, ensina ser um movi­
mento diferente, e tem horror a palavra “religião”. Não se
consideram uma entidade religiosa. Esse complexo de
Cesário Lange abriga em tomo de 850 membros, segundo
dados fornecidos pela entidade. Esses membros são
chamados de voluntários, pois trabalham nos seus mais
variados serviços, na administração, tradução, gráfica,
atividades pecuárias, etc, com alojamentos no local. Eles
não são remunerados e os casais não podem ter filhos.
Quando acontece de uma senhora aparecer grávida, o
casal é obrigado a abandonar o grande complexo admi-
História das “Testemunhas de Jeová ” 57

nlstratívo das “testemunhas de Jeová”. Náo há creches,


pois não existem crianças; essa é uma das condições
para pertencer a “família Betei", como chamam. Usam
este esquema para não gerar despesas e poder vender a
sua literatura a preço mais baixo. O sistema de trabalho
é o de qualquer empresa, oito horas diárias, com alimen­
tação e assistência médica, a diferença é que a STV
oferece o alojamento, e esses membros não recebem sa­
lários. Cada membro da STV é um vendedor habilitado
das produções literárias da entidade, mas sem remune­
ração e nenhuma ajuda de custos, nem mesmo das
passagens de ônibus. O complexo de Cesário Lange se
assemelha a um kibutz de Israel, a diferença é que
nesses Kibutzim há liberdade, os casais podem ter
filhos, e não vivem sob uma norma ditatorial. Esses
membros da “família Betei” se consideram satisfeitos,
pois são como passarinhos que depois de muito tempo
engaiolados, geralmente ficam desarticulados para vive­
rem no seu habitat natural e por isso se recusam a sair
da gaiola. Eles passaram por uma espécie de lavagem
cerebral, não conhecem a realidade da vida e nem o
propósito de Deus para o homem, se alimentam do pão
que Russel amassou, e por isso muitos já estão conforma­
dos.

2. Aceitação e conduta das “testemunhas de Jeová”


no Brasil

O trabalho dos russelitas não tem apresentado um


crescimento expressivo. Hoje, o seu número é de 268 mil
membros (1989), segundo dados da própria entidade.
Eles começaram no Brasil apenas 10 anos após os evan­
gélicos pentecostais, não obstante, só a Assembléia de
Deus conta hoje com acerca de 10 milhões de membros,
sem contar as demais denominações evangélicas, que
sem dúvida dobra este número para 20 milhões (1989).
O crescimento lento deles é em virtude de suas doutrinas
serem incoerentes e impenetráveis no homem por via
normal ou simplesmente pela leitura da Bíblia. Só se
consegue assimilar o esquema doutrinário da STV depois
58 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

de uma “lavagem cerebral”, pelo processo de repetição e


pela leitura constante da Sentinela e de outras literatu­
ras produzidas pela entidade. O modus vivendi deles
praticamente em nada diferencia do mundo; exceto a
transfusão de sangue, a eleição política e o serviço
militar, que são proibições peculiares à entidade e não à
Bíblia. São práticas próprias que contradizem a própria
Palavra de Deus. (Ver Cap. 11,0 Cristão e o Seu Dever
Como Cidadão). Por causa disso pensam estar numa po­
sição espiritual mais elevada do que os outros, mas não
passam de objetos manipulados e controlados pela STV.
3
A T radução D o N ovo M undo D a s
E s c r it u r a s S a g r a d a s

E sb o ç o

I. A AUTORIDADE DA BÍBLIA
II. OS RUSSELITAS ADULTERARAM A PALAVRA DE
DEUS

1. As “testemunhas de Jeová” e as demais traduções


da Bíblia
2. As traduções usadas pela STV antes do lançamen­
to da Tradução do Novo Mundo das Escritums
Sagradas.
a. A Bíblia de Hotherham e a Holman Linear
Bibíe
b. A The Emphatic Diaglott
c. A Edição dos Estudantes da Bibíia
d. Outras versões

III. ORIGEM DA TRADUÇÃO DO NOVO MUNDO DAS


ESCRITURAS SAGRADAS

1. Os “tradutores” da Tradução do Novo Mundo


2. A finalidade da Tradução do Novo Mundo

IV. COMPARANDO A TRADUÇÃO DO NOVO MUNDO


COM A BÍBLIA SAGRADA
1. Sobre o Espírito Santo, Gênesis 1.2
2. Sobre o verbo “adorar”, Mateus 28.17
3. Sobre a palavra “hoje" em Lucas 23.43
4. O Verbo de João 1.1
5. O Grande “EU SOU”, João 8.58
6. A divindade de Jesus revelada aos judeus, Joào
10.33
59
"TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

7. A glória de Deus é o resplendor de Cristo, 2


Coríntios 4.4
8. Jesus, aquele que venceu como homem, sem usar
as prerrogativas da divindade, Filipenses 2.6
9. Jesus é o Criador de todas as coisas, Colossenses
1.16
10. A glória do Grande Deus e Salvador Jesus Cristo,
Tito 2.13
11. Jesus é o Deus ELOHIM do Velho Testamento,
Hebreus 1.8
12. A palavra '‘igreja" e a divindade de Cristo em Atos
20.28
13. Jesus foi crucificado ou estacado? Lucas 23.21
A Tradução do
Novo Mundo
das Escrituras
Sagradas

“Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as


quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e
inconstantes torcem e igualmente as outras Escrituras, para
sua própria perdição” (2 Pd 3.16).

I. A AUTORIDADE DA BÍBLIA

A Bíblia Sagrada é um livro sui generis, não se


assemelha a nenhum outro livro e está acima de qualquer
outro livro já produzido no mundo. Ela declara a si
mesma como a infalível Palavra de Deus (Is 40.8; 1 Pd
1.25; 2 Pd 1.20-21; 2 Tm 3.16-17; Is 34.16). É o único
livro que se apresenta com a revelação escrita do Verda­
deiro Deus, com um propósito bem definido: a redenção
humana. O homem não está autorizado a julgar a Bíblia,
é ela que julga o homem. O homem não pode Julgá-la pois
o ser humano é por natureza falho, imperfeito e limitado,
então, nenhum homem, igreja ou sistema religioso está
autorizado ou apto para julgá-la. Aquele que se propõe a

61
62 - t e s t e m u n h a s DE JEOVÁ”

julgar a Bíblia e acha que nela há erros, está dizendo que


Deus revelou a verdade misturada com o erro, e que cabe
ao homem separar o erro da verdade. Sabemos ser isto
um absurdo porque, para tal afirmação, seria necessário
um juízo crítico perfeito o que não existe; logo a hipótese
de erro na Bíblia é totalmente eliminada. E, por outro
lado, essa afirmativa neutralizaria a fidelidade e o amor
de Deus. Que Deus perfeito, fiel e bondoso seria este que
não pôde conservar a sua revelação intacta e isenta de
erro? Portanto, é tolice duvidar da inspiração, autentici­
dade e inerrância dos escritos sagrados. Outro fator
importante que elimina toda e qualquer dúvida sobre a
inspiração e a inerrância da Bíblia, é o cumprimento das
profecias e a fundação do Estado de Israel. É esse livro
santo e infalível a nossa regra de fé e prática. As nossas
doutrinas estão apoiadas totalmente nele, porque assim
também foram os ensinos e as pregações de Cristo e seus
apóstolos.

II. OS RUSSELITAS ADULTERARAM A PALAVRA DE


DEUS

Já vimos que Charles Taze Russel fabricou de ante­


mão as suas doutrinas e que procurou na Bíblia apoio
para elas, e só conseguiu através de um soflsma, arran­
cado os versículos do seu contexto, ou seja, a mesma
técnica que Satanás usou contra Jesus em Mateus 4.5­
6, quando citou o Salmo 91, mas de maneira deturpada,
fora de todo o contexto bíblico. Mas, como a doutrina
bíblica que exposamos é muito compacta, dificilmente
alguém poderia mutilá-la a não ser pelos sofisgias.
Assim, a Bíblia se constituía num obstáculo para os
russelitas, porque ela atrapalha as exposições das suas
doutrinas. A solução dos adeptos de Russel, para adap­
tar as doutrinas dessa entidade, foi fabricar a Tradução
do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, assim a STV
contrabandeou os ensinos inventados por Russel para o
texto das Escrituras.
A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas 63

1. As “testemunhas de Jeová” e as demais tradu­


ções da Bíblia.

Os russelitas não reconhecem nenhuma outra tra­


dução da Bíblia. Para a STV só são autênticas as fabrica­
das por ela, ou que tenha seu endosso. A STV cita nos
seus escritos inúmeras traduções, mas apenas aquelas
passagens que interessam à entidade. Não crêem nessas
traduções na sua totalidade, essas citações servem para
dar a entender que seus escritores as conhecem, e para
provar que a “cristandade” está com a Bíblia e que não a
ensina ao povo. Eis a declaração às outras traduções da
Bíblia: “As testemunhas de Jeová reconhecem-se endivi­
dadas para com todas as muitas versões da Bíblia que
usaram em chegar à verdade da Palavra de Deus. Entre­
tanto, todas estas traduções, até a mais recente, têm os
seus defeitos. Há incoerências ou traduções insatisfató­
rias, infetadas de tradições sectárias ouJllosofias munda­
nas, e, por conseguinte, não estão em plena harmonia com
as sagradas verdades que Jeová registrou na sua Pala­
vra”. (1) Em outras palavras, os russelitas estão dizendo
nesse texto, que as versões da Bíblia não dizem a verdade,
estão cheias de erros propositais, estão eivadas de
mundanismo e sectarismo, e que eles tiveram que usá-las
por não terem uma própria, e por isso se sentem endi­
vidados com as sociedades bíblicas pelo uso que fizeram.
Segundo o texto essas traduções impediram a revelação
plena e perfeita de Jeová até que apareceu Charles Taze
Russel, que embora leigo e sem conhecimento das lín­
guas originais da Bíblia, contudo, os russelitas querem
que seja ele o restaurador do cristianismo autêntico. Mas
essas *incoerências ou traduções insatisfatórias tnfeta­
das de tradições sectárias ou filosofias mundanas’ do
texto acima não existem, é uma acusação diabólica e
maligna. Os russelitas nunca puderam provar isso. Tudo
o que eles disseram encontramos, e com provas visíveis
e palpáveis, na “Bíblia” que fabricaram: a Tradução do

(1) Toda a Escritura é Inspirada por Deus e Proveitosa, p.31 S. STV.


N.Y., EUA. 1966.
64 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

Novo Mundo das Escrituras Sagradas, e que será a


matéria desse capitulo.
As traduções da Bíblia incomodam os adeptos de
Russel, atrapalham muito as suas explicações, então se
constituem num problema sério para a STV e não para o
cristianismo autêntico.

2. As traduções usadas pela STV antes do lançamen­


to da Tradução do Novo Mundo das Escrituras
Sagradas.

Em 1884 Russel conseguiu os estatutos para publi­


car a Bíblia. Mas, como nenhum dos seus líderes conhe­
cia as línguas originais da Bíblia publicaram algumas
versões já conhecidas. No entanto se deram ao trabalho
de publicá-las com notas explicativas no rodapé ou com
apêndice final. Esse cuidado se deve ao fato de que
ninguém poder entender essa doutrina estranha sim­
plesmente pela leitura da Bíblia, pois se trata de um
corpo doutrinário irracional e absurdo; um esquema im­
penetrável ao ser humano a não ser por uma explicação
sofismada. Então essas notas explicativas induzem o
leitor incauto e menos avisado a digerir essas bolotas que
Russel oferece. Agora, estas notas explicativas foram
contrabandeadas para o texto da TNM.

a. A Bíblia de Rotherhaxn e a Holman Linear Bible

Em 1896, a STV adquiriu do britânico Joseph Ro-


therham o direito de Impressão de sua tradução. Em
1901, os russelitas fizeram um arranjo na impressão da
Holman Linear Bible, com notas marginais e explanató-
rias através das quais apresentam o seu sistema doutri­
nário.
A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas 65

b. The Emphatic Diaglott

Em 1892, a STV adquiriu os diretos autorais do Novo


Testamento interlinear grego e inglês, denominado em
inglês The Emphatic Diaglott, de um cristadelflano
(seita com pontos doutrinários em comum com a STV,
inclusive sobre a divindade de Cristo) de nome Benjamim
Wilson . A STV nào afirma se Benjamim Wilson era
membro dessa entidade, mas também não revela a sua
origem, e quando trata da Diaglott Enfática, se percebe
o cuidado na redação, onde omite dizer se era pastor,
padre, ou algum líder religioso, e até mesmo a editora ou
sociedade bíblica que publicou a sua primeira edição. Diz
apenas que Benjamim Wilson publicou essa obra em
1864 e que mais tarde a STV a endossou e publicou. Essa
obra de Benjamim Wilson é um Novo Testamento interli­
near, grego e inglês. Vem debaixo de cada palavra grega
o seu significado em inglês e a tradução para a língua
inglesa vem na marginal do texto grego. Ê uma tradução
viciada e tendenciosa, e dela encontramos resquícios no
Novo Testamento da Tradução do Novo Mundo. O vício
ocorre na tradução de certas palavras, que servem para
as adaptações e os ajustes as suas doutrinas. Ainda hoje
a STV recorre à obra de Benjamin Wilson para justificar
certas traduções e posições doutrinárias peculiares à en­
tidade.

c. A Edição dos Estudantes da Bíblia

Em 1907, a STV publicou uma Bíblia baseada na


Versão Autorizada, com notas marginais, é a denominada
Edição dos Estudantes da Bíblia. Essa obra foi publi­
cada com um apêndice no final, sendo ampliada mais
tarde, quase como uma concordância temática à moda
russelita, que seria hoje semelhante a obra Raciocínios
à Base das Escrituras da STV; e na qual há uma parte
especial para explicar os “textos difíceis”, aqueles que
ainda hoje incomodam a entidade.
66 "TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

d. Outras Versões

Em 1942 a STV comprou as chapas inteiras da


Versão Autorizada, cuja publicação foi acompanhada
de notas explicativas e uma concordância. Dois anos
mais tarde comprou as chapas da Versão Normal Ame­
ricana., se utilizando dos mesmos recursos. Como não
podiam alterar os textos dessas chapas compradas já
prontas, deturparam pelas notas explicativas e supostos
significados das palavras hebraicas e gregas.

III. ORIGEM DA TRADUÇÃO DO NOVO MUNDO DAS


^ ESCRITURAS SAGRADAS

O Novo Testamento, denominado pelo STV Escritu­


ras Gregas Cristãs, pois os russelitas querem ser dife­
rentes de todos e se recusam a usar a mesma nomencla­
tura da “cristandade”, foi lançado no dia 2 de agosto de
1950, numa assembléia mundial realizada naquele ano
em Nova Iorque, EUA. A “Bíblia” completa num só volume
foi publicada em 1961 pela STV, e é a “Bíblia” oficial da
entidade. É uma obra mutilada, tendenciosa, viciada e
cheia de interpolaçào, com ela toma-se mais fácil seus
adeptos aceitarem as doutrinas irracionais impostas ar­
bitrariamente pela entidade. Esse preconceito exacerba­
do dos russelitas contra o cristianismo autêntico, encon­
trado nessa obra, revela o seu propósito e por isso não
conserva a inspiração original. Por essa razão não pode­
mos recebê-la como a Bíblia Sagrada. A sua preparação
e publicação, foi um meio de contrabandear as doutrinas
pré-fabricadas de Russel para o texto das Escrituras.

1. Os “tradutores** da Tradução do Novo Mundo

A STV sempre omitiu revelar os nomes dos “traduto­


res" da TNM. O Sr. Frederico W. Franz, atual supremo
mandatário da entidade, disse ao justificar esse anonimato.
“...O comitê da tradução queria que permanecesse anôni­
ma, e não buscava qualquer glória ou honra para a
tradução, tendo quaisquer nomes ligados a ela”. Mas o Sr.
A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas 67

Cetnar, que trabalhou na sede mundial em Nova Iorque,


disse diferente, alegou que a justificativa desse anonima­
to é o fato de eles serem leigos, porque nenhum deles
conhecia as línguas hebraica e grega, e ficaria ridículo
seus nomes constarem no frontispício da TNM. A outra
razão desse anonimato é que ninguém quis assumir a
responsabilidade da publicação. Disse mais o Sr. Cetnar:
“...era do conhecimento geral na sede de Brooklyn que os
tradutores são: N.H. Knorr, F.W. Franz, A. D. Schroeder,
G. D. Ganges eM. Henschel”. (2) Os dois primeiros nomes
já não são estranhos, são os dois últimos presidentes da
entidade, sendo N.H. Knorr, o responsável pelo anonima­
to de todas as obras publicadas pela STV.

2. A finalidade da "Tradução do Novo Mundo"

A TNM é uma versão parafraseada à moda russelita.


Os textos dela são reescritos até que não tratam de
assuntos doutrinários. Todas as passagens bíblicas que
revelam as doutrinas vitais do cristianismo estão mutila­
das, distorcidas inescrupulosamente e violentadas im­
piedosamente. Os russelitas violaram os textos sagrados
e a esse adultério chamaram de, “desvios ocasionais”. A
STV disse da TNM: “Tem havido desvios ocasionais do
texto literal com ofim de transmitir as expressões idiomá­
ticas hebraicas e gregas para o inglês inteligível”. (3)
Portanto nesses “desvios ocasionais do texto” os russeli­
tas adaptaram as Escrituras às suas doutrinas, essa é,
pois a finalidade da TNM.

3. A Tradução do Novo Mundo em português

Todas as traduções existentes no mundo devem ser


traduzidas das línguas originais: hebraica e grega. Mas,
Isso não ocorre com a TNM. É claro que existem algumas
traduções que vieram do latim, as quais até podem ser

{2) As Testemunhas de Jeová e a Divindade de Cristo, p.25, Homer


Duncan
(3) Toda a Escritura é Inspirada por Deus e Proveitosa, p. 3 18, STV.
N. Y. EUA, 1966
68 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

admissíveis, desde que não alterem o sentido dos textos,


e sejam feitas com consultas diretas ao textos nas línguas
originais. Mas o caso da TNM é diferente, não veio de
nenhum texto clássico: hebraico, grego ou latino, mas do
inglês.
Eu conversei pessoalmente com um dos tradutores
da TNM em português, pelo menos assim me foi apresen­
tado, Sr. Erick Catner, de origem austríaca, na sede
nacional das “testemunhas de Jeová”, em Cesário Lange,
no interior de São Paulo. Perguntei-lhe se conhecia o
hebraico e o grego ele não respondeu que sim e nem que
não, mas um outro voluntário da entidade se antecipou,
dizendo: “A tradução fo i feita do inglês para o português
com consultas aos originais”. Fiz a pergunta porque não
vi em sua pequena biblioteca nenhum Novo Testamento
Grego e nenhum Velho Testamento hebraico, mas sim o
Velho Testamento interlinear hebraico e inglês e da
mesma forma o Novo Testamento grego interlinear grego
e inglês. O Sr. Katner inconscientemente deu uma de­
monstração, na minha presença, de como são feitas
essas consultas. Tomou da concordância de James Strong
a palavra inglesa “hell ” (inferno) e foi ao índice de palavras
hebraicas e gregas, constante no final da obra S tro n g ’s
E xhaustive Concordance, para mostrar todos os possí­
veis significados da palavra “inferno”. É esta a “mediante
consulta constante ao antigo texto hebraico, aramaico e
grego” citada na fplha de rosto da TNM. É pois, essa a
“Bíblia” das “testemunhas de Jeová”.

Albert D . Schroeder - Um dos “ tradutores”


da tradução do novo mundo.

F o to : A Sentinela 01 /03/88, página 10 —S.T.V.


A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas 69

IV. COMPARANDO A TRADUÇÃO DO NOVO MUNDO-


COM A BÍBLIA SAGRADA.

1. Sobre o Espirito Santo, Gênesis 1.2

TEXTO HEBRAICO

rama D-ròx nm oinn


v <•' m i • V! • 4 1
•ntfminihVth nrr.i
A : X' I “ I v v ; T Jl !lt

niK-TH
• i r "lis
k <s vr‘ Q'7ibt<
s: v: H2K"]

j-
:D$n '22-bv- i f t

VRUACH ELOHIM

TNM BÍBLIA SAGRADA


2. Ora, a terra mostrava ser 2. E a terra era sem forma e
sem forma e vazia, e havia vazia; e havia trevas sobre a
escuridão sobre a superfície face do abismo; e o Espirito de
da água de profundeza; e a Deus se movia sobre a face das
força ativa de Deus movla-se águas.
por cima da superfície das
águas.

O texto na língua original diz: “V RUACH ELOHIM”,


e não permite de maneira nenhuma a tradução “força
attua de Deus". Isso acontece na TNM porque os russeli­
tas fabricaram de antemão uma doutrina própria sobre o
Espirito Santo. Eles negam a divindade e a personalida-
70 - t e s t e m u n h a s DE JEOVÁ”

“força ativa de Deus”, mas como não têm como provar


isso, agora ficou fácil, pondo arbitrariamente esse concei­
to na sua TNM. São estes os “desvios ocasionais” dessa
tradução adulterada.

2. Sobre o verbo “adorar”, Mateus 28.17

TEXTO GREGO

xaí I òóvteç abxòv nQooex-óvriaav ,

o l ôè èôiataaav.

KAIIDONTES AUTÓN PROSEKYNESAN, HOI DE EDÍSTESAN

TNM BÍBLIA SAGRADA


17 e quando o viram presta­ 17.E, quando o viram, o ado­
ram-lhe homenagem, mas raram; mas alguns duvida­
alguns* duvidaram. ram.

O verbo “adorar” no grego é proskynéo e no texto


PROSEKYNESAN está na terceira pessoa do plural do
aoristo, vertido indevidamente pela TNM por “prestar
homenagem’’. Este verbo aparece no Novo Testamento se
referindo ao PAI, em Mateus 4.10; João 4.24; Apocalipse
7.11; 11.16; 19.4. Com referência ao diabo, esse mesmo
verbo aparece em: Lucas 4.7; Mateus 4.9; Apocalipse
13.4. Com referência aos anjos, aparece em: Apflcalipse
22.9, e com referência a homens em: Apocalipse 14.9;
16.2. Em todas essas passagens a TNM traduz esse verbo
proskynéo por “adorar”. Este mesmo verbo aparece com
referência a Jesus Cristo em: Mateus 2.2, 11; 8.2; 9.18;
14.33; 15.25; Marcos 15.19; João 9.38, e a TOM traduz
por “prestar homenagem”. Então, através destes “desvios
ocasionais ”a STV impõe no texto sagrado a sua doutrina
própria, usando dois pesos e duas medidas, para provar
que Jesus não deve ser adorado. Já vimos que a STV diz
que todas as traduções da Bíblia estão eivadas de secta-
A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas 71

rismos e tradições humanas que Impedem a revelação da


verdade de Jeová. Mas, aqui encontramos o contrário, o
que estamos vendo é um preconceito exacerbado das
“testemunhas de Jeová” contra o Senhor Jesus Cristo.

3. Sobre a palavra “hoje” em Lucas 23.43.

TEXTO GREGO

xai elnev aòtq» ’ áfxr)v aoi Aéyw , arjfieQov


fie t' èfiod êov èv t<j) Jiagaòeioq).

KAIEIPEN AUTÓ, AMEN SOI LÉGO, SEMERON MET EMOU ÉSE


EN TO PARADEISO

TNM BÍBLIA SAGRADA


43 E ele lhe disse: “Deveras, eu 43. E disse-lhe Jesus: Em ver­
te digo hoje: Estarás comigo dade te digo que hoje estarás
no Paraíso. comigo no Paraíso

A STV diz: “Embora WH coloque uma vírgula no texto


grego antes da palavra “hoje", nos mss. unciais gr. não se
usavam vírgula. Em harmonia com o contexto, omitimos
a vírgula antes de “hoje”. Sy (do quinto séc EC) verte este
texto: “Amém, eu te digo que comigo estarás no Jardim do
Éden*. (4) Ora, a STV diz que o texto grego de Westcot e
Hort (WH) serviu de base para a Tradução do Novo
Mundo, “assegurando a máxima exatidão possível”. (5)
Agora diz que resolveu não seguir mais o texto WH, que
traz uma vírgula antes da palavra “hoje”, mas omitiu a
vírgula na TNM. A STV não somente omitiu a vírgula
antes da palavra “hoje”, como pôs dois pontos depois

(4) Nota explicativa no rodapé da Tradução do Novo Mundo com


Referências
(5) Toda a Escritura 6 Inspirada por Deus e Proveitosa, p. 310, STV
ZN. Y. EUA. 1966
72 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

{Fragmento do 2“ século AD de Lucas 23.35-53 -


Papiri Bodmeriani, Gènève Suisse, 1958
Lucas 23.43, no fragmento acima está assim: KAI
EIEEN AYTQ AMHN COY LErQ CHMEPON MET EMOY
ECH EN TQ HAPAAEICQ
A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas 73

desta palavra, o que alterou completamente o sentido do


texto. A própria STV admitiu que a TNM está em desacor­
do com o texto grego, e inclusive com a Versão Siriaca,
mas que se utilizou desse artificio, (omitir a vírgula antes
da palavra “hoje", e acrescentar os dois pontos depois
dessa palavra), simplesmente para se harmonizar com o
contexto. Assim a STV está dizendo que esse texto grego
em apreço esteve em desarmonia e discrepância durante
todos esses vintes séculos de cristianismo, e que só agora
a entidade o harmonizou. Durante toda a história do cris­
tianismo o texto ensinava que Jesus garantiu ao malfeitor
arrependido que naquele mesmo dia estaria consigo no
Paraíso, agora os russelitas descobriram que não foi isso
que Jesus prometeu e que o malfeitor crucificado ao lado
de Cristo ainda jaz no pó da terra. Segundo os russelitas,
aqui nesta passagem, Jesus garantiu naquele dia, que
um dia estariamjuntos no Paraíso. É uma distorção hor­
rorosa, uma artimanha inescrupulosa. (Ver cap. 8, II, 5,
e, O Malfeitor da cruz está inconsciente?)

4. O Verbo de João 1.1

TEXTO GREGO

’Ev àçxQ fjv ó Adyoç, xcil ô Xóyoç nçòç


tòv fttóv, jcai ih ò ç i}v ô Xóyog,.
KAI THEOS EN HO LÓGOS

TNM BÍBLIA SAGRADA


No princípio era a Palavra, e a No princípio era o Verbo, e o
Palavra estava com o Deus, e a Verbo estava com Deus, e o
Palavra era [um] deus. Verbo era Deus.

O texto da TNM: "...e a Palavra era [um] deus” é


totalmente contrário ao ensino judalco-cristão do mono-
teísmo, porque tal tradução implica uma crença em dois
deuses: um Maior, o Todo-poderoso - o Pai; e um menor,
menos poderoso, um deus Inferior - o Filho. Tal ensino se
74 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ**

parece com o politeísmo romano: Júpter, o Pai dos


deuses; Mercúrio, um deus inferior! Os russelitas se
recusam a admitir a Trindade na Unidade e a Unidade da
Trindade, pervertem o texto sagrado para assegurar a
unidade absoluta de Deus, terminam contrariando a sua
própria doutrina, desfazem a doutrina que procuram
defender nas suas próprias trapaças.
A STV procura justificar a sua tradução, “... e a
Palavra era [um] deus ” através de dois artificios que lhes
são peculiares, esses processos básicos deles são usados
na justificação de todas as suas doutrinas, e não mera­
mente aqui, sobre a divindade de Cristo. São eles: tomar
as exceções à regra e fazer delas uma regra geral e norma­
tiva, e; justificar as doutrinas e traduções da TNM me­
diante outras traduções erradas e na maioria das vezes,
igualmente tendenciosas.
No texto, aqui em apreço, o sujeito da oração é o
Logos, a “Palavra" ou o “Verbo”. Essas três palavras
significam a mesma coisa, e o predicativo do sujeito é a
palavra Théos, “Deus" em português. Mas, como no texto
grego o artigo definido não antecede a palavra “Deus”,
mas sim, a palavra “Verbo” ou “logos”, por isso a STV se
acha no direito de traduzir “e a Palavra era [um] deus”.
Ora, a gramática normativa da língua grega ensina omitir
o artigo anteposto ao predicativo do sujeito, (6) essa é a
regra geral. Mas o Dr. A. T. Robertson, o mais famoso
erudito de língua grega desses vinte séculos de cristianis­
mo, disse em sua “Gramática Grega do Novo Testa­
mento**: "NOMES PREDICATTVOS: Estes também podem
ter o artigo”. A STV fez uso dessa passagem do Dr. A» T.
Robertson, para justificar a sua tradução: “E a Palavra
era [um] deus ”. Creio que já deu para o leitor perceber que
a citação da “Gramática Grega do Novo Testamento"
feita pela STV é uma exceção à regra, veja a expressão:
“também podem", e não que seja obrigado o uso do
artigo. Essa observação a STV não fez quando citou a
passagem do erudito em língua grega, na sua obra

(6) Freire. Antonio S.J. — Gramática Grega, p. 172, Martins Fontes,


São Paulo, 1987
A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagnidas 75

Tradução do Reino, Interlinear, das Escrituras Gre­


gas, mas fez da exceção à regra, uma regra geral. Mas, o
outro problema ainda mais grave, que revela uma fraude
gritante e uma desonestidade impiedosa dos escritores
da STV, é que esses russelitas citaram só uma parte do
texto do Dr. A. T. Robertson, pois a segunda parte dele
diz: "Como já fo i explicado, o artigo não é essencial ao
discurso ”, (7) isso a STV não citou, e esta técnica desones­
ta é comum na literatura da STV.
Algo parecido com esse episódio do Dr. A. T. Robert­
son aconteceu com dois eruditos mundialmente conheci­
dos: Dana e Mantey, quando ambos foram citados pela
STV, na sua mesma obra, Tradução do Reino, Interli-
near, das Escrituras Gregas. A citação de ambos é a
seguinte: “O artigo algumas vezes distingue o sujeito do
predicado em uma oração copulativa”. (8). Novamente, a
STV faz da exceção o geral, põe a expressão **algumas
vezes" como uma regra geral para justificar a tradução
viciada e fraudulenta da TNM. O Dr. Mantey revidou o
abuso da STV com as seguintes palavras: “Eles (os russe­
litas) me citaram fora do contexto. Apuradas pesquisas
descobriram ultimamente abundante e convincente evi­
dência de que a tradução de João 1.1 por “deus era a
Palavra” ou “a Palavra era deus’’ não tem qualquer apoio
gramatical”. E no dia 11 de julho de 1974, o Dr. Mantey
escreveu para a STV, dizendo: “1)... não existe qualquer
afirmação na nossa gramática que alguma vez quisesse
implicar que “um deus” era uma tradução admissível em
João 1.1; 2) Não revela erudição, nem mesmo è razoável
traduzir João 1.1 por “a Palavra era [um} deus” ...Em vista
dosfatos precedentes, principalmente por me terdes cita­
do fora do contexto, peço-vos por meio desta que não
volteis a citar A Manual Grammar of the Greek New
Testament, o que tendes afazer há 24 anos. Peço ainda
que, de agora em diante, não me citeis, nem a mim e nem
a esta obra, em qualquer das vossas publicações. Tam-

(7) As Testemunhas de Jeová e a Divindade de Cristo, p. 41-42,


Homer Duncan.
(8) Dana y Mantey, Gramática Griega dei Nuevo Testamento, p. 143
76 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

bém que pública e imediatamente apresenteis desculpas


na revista Torre de Vigia, uma vez que as minhas
palavras não tiveram nenhuma relevância no que toca à
ausência do artigo antes de Théos, em João 1.1" (9). É
esse pois o recurso que a STV utiliza para justificar a sua
tradução asquerosa da TNM.
A STV publicou recentemente uma edição especial
na TNM, com um apêndice final, no qual justifica as
traduções viciadas, adulteradas, tendenciosas, fraudu­
lentas e preconceituosas daquelas passagens bíblicas
que mais incomodam a entidade.
No texto de João 1.1, nesse apêndice, a STV apresen­
ta nove traduções similares para justificar a tradução: *
...e a Palavra era [um] deus”. Das mais de 1500 línguas e
dialetos em que a Bíblia está atualmente traduzida, em
parte ou em todo, a STV conseguiu catalogar nove
traduções que estão de acordo com a doutrina fabricada
por Russel. É estranho que a STV não incluiu também a
versão de James Moffatt. Dessas nove traduções duas
são publicadas pela STV, são elas: a Tradução do Novo
Mundo as Escrituras Sagradas, como se vê, usa a
mesma tradução para justificar a sua tradução perversa;
e a segunda é o Novo Testamento de Benjamim Wilson,
crlstadelfiano (ver nesse mesmo capitulo, II, 2, As tradu­
ções usadas pela STV antes do lançamento da Tradu­
ção do Novo Mundo, denominada The Bmphatic Di-
aglott). Além do cristadelfianismo ser uma seita falsa
com muitos pontos doutrinários em comum com os
russelltas, essa obra de Benjamin Wilson é de publicação
da STV. São duas delas que a STV apresenta como prova
da “legitimidade" da sua tradução. Sete outras traduções
são de teólogos liberais, que nem sequer acreditam na
Inspiração e na autoridade da Bíblia, cujas doutrinas são
contrárias ao cristianismo, sendo a Bíblia de Goodspeed
lima delas. Todas as traduções ali citadas pela STV estão
erradas e em desacordo não só com o texto grego bem
como com o pensamento doutrinário de todo o contexto
bíblico. Deste modo a STV justifica o seu erro com uma
coletânea de outros erros.
(9) Homer Duncan, op.cit., p. 29-32
A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas 77

Outro argumento apresentado no apêndice da edi­


ção especial da TNM é a citação de onze ocorrências em
Marcos e João de passagens sem a presença do artigo
definido e que por isso aparece o artigo indefinido “um”.
Com isso considera legítima a tradução “...eaPalavra era
[um] deus”; porque no texto grego não aparece o artigo
definido ho antes da palavra Theós (Deus em português).
Mas, acontece que há outras passagens similares, que de
igual modo não aparecem o artigo definido e nem por isso
a TNM usou o artigo indefinido “um”, o que prova o uso
de dois pesos e duas medidas. Em João 1.6, a palavra
Theós está sem o artigo definido e a TNM não traduziu:
“...houve um homem enviado por um Deus”. A palavra
grega sarx (carne em português) está sem o artigo no texto
grego de João 1.14, e os “tradutores” se esqueceram de
traduzir “... e a Palavra sejez uma carne”. Da mesma
forma ocorre em João 1.18, quando o vocábulo Theós
vem desacompanhado do artigo ho, mas os russelitas
não verteram: “Um Deus nunca Joi visto por alguém”. E
assim ficam provadas a inconsistência e a improcedência
dos argumentos da STV. Suas explicações ardilosas não
passam de um truque e um artifício preparados para apa­
nhar os incautos e menos avisados.
O texto de João 1.1 é a coroa da divindade de Cristo,
revela a essência dessa majestosa doutrina e não há
como fugir dessa grande verdade, só rejeitam essa reali­
dade os que preferem trevas à luz.

5. O Grande “EU SOU”, João 8.58

TEXTO GREGO

sI jiev aizolç 'Iyaovç' àiir)v â(À,r)v Xéya ‘õfxw,


ngiv o&ai èyô) £Í/áI.
PRIN ABRAAM GUÉNESTHAI EGÓ EIMI

TNM BÍBLIA SAGRADA


Jesus disse-lhes: “Digo-vos em Disse-lhes Jesus: Em verdade
toda a verdade: Antes de Abraão em verdade vos digo que antes
vir à existência eu tenho sido. que Abraão existisse eu sou.
78 - t e s t e m u n h a s DE JEOVÁ”

“EU SOU" no texto grego aqui é Egó Eimi e não


permite em hipótese alguma a tradução “eu tenho sido”.
Essa tradução da TNM é uma violentação inescrupulosa
da grámatica e uma distorção daquilo que a Bíblia quer
ensinar. O verbo grego eimi, “sou”, no infinitivo einai,
“ser”, é defectivo e não tem o perfeito e nem o aoristo.
Estes “tempos” verbais (aspectos verbais), são suprimi­
dos pelo perfeito e aoristo do verbo guinomai, e se a
expressão m eu tenho sido” fosse autêntica aqui nessa
passagem o verbo seria guégona. Além do mais, o verbo
"ser” está desprovido de tempo, não dá a idéia de tempo,
com isso Jesus está dizendo que é etemo. A força de
tempo aqui, nessa passagem, recai sobre a palavra prin,
“antes.” E o acentuado contraste entre os verbos gregos
“existentes” (guinomai) eu “sou” (eimi), mostra que
mesmo antes de Abraão existir, Jesus já existia eterna­
mente, e com isso Jesus se identificou com o grande "EU
SOU” de Êxodo 3.14. Os judeus entenderam o que Jesus
estava dizendo e consideraram tal declaração como uma
blasfêmia e até “...pegaram em pedras para lhe atira­
rem... ” (Jo 8.59). '
Com relação ao truque dos russelitas de alterar o
sentido dos verbos, disse a STV, o seguinte sobre a TNM:
“A Tradução do Novo Mundo dá atenção especial a
transmitir o sentido da ação dos verbos gregos e hebrai­
cos. Aofazer isto, a Tradução do Novo Mundo se esforça
de preservar a graça, a simplicidade, aforça e a maneira
de expressão peculiares dos escritos na lingua original
Tomou-se assim necessário usar verbos auxiliares para
transmitir com cuidado os estados reais das ações”, (i 0)
Aqui, a STV deixa claro o seu esquema de “melhorar”
certas expressões usando verbos auxiliares. Diz que
“tomou necessário usar verbos auxiliares para transmitir
com cuidado os estados reais das ações”. Os russelitas,
aqui na TNM, transmitiram com cuidado a sua doutrina
peculiar, e os verbos auxiliares serviram de recursos para
essas adaptações. É a TNM um instrumento usado pelos

(10) Toda a Escritura é inspirada por Deus é Proveitosa, p.320, STV


N.Y., EUA. 1966
A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas 79

russelitas para justificar o credo doutrinário inventado


por Russel, é pois uma obra espúria e não merece o
mínimo de respeito. Aqui, o objetivo dessa tradução, é
dissociar Jesus do Grande “EU SOU” de Êxodo 3.14.

6. A deidade de Jesus revelada aos judeus, João


10.33

TEXTO GREGO

xai üu aò âv& gonoç S>v noisiç oeavxóv tfeóv.

ON POIEIS SEAUTON THEÓS

TNM BÍBLIA SAGRADA


Os Judeus responderam-lhe: Os Judeus responderam, di-
“Nós te apedrejamos, não por zendo-lhe: Não te apedrejamos
uma obra excelente, mas por por alguma obra boa, mas pela
blasfêmia, sim, porque tu, blasfêmia; porque, sendo tu
embora sejas homem, te fazes homem, te fazes Deus a ti
um deus. mesmo.

A palavra “deus”, com letra minúscula, como apare­


ce na TNM é uma imposição além de ser uma incoerência.
Nos textos modernos do Novo Testamento grego encon­
tramos com letras minúsculas as palavras “Filho”, mes­
mo se referindo a Jesus, “Deus”, mesmo se referindo ao
verdadeiro Deus, o Grande Javé do Velho Testamento;
Espírito Santo”, etc. A STV lança mão disso para fazer o
que acha conveniente para legitimar a sua doutrina, e
“deus” aqui não tem outra explicação senão diminuir a
Pessoa de Jesus. A incoerência consiste no fato de não ser
considerada uma blasfêmia alguém dizer que é “um
deus”. Se os judeus entendessem que Jesus estava lhes
dizendo que era apenas “um deus” não havia motivo para
80 "TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

o apedrejamento e não haveria nisso nenhuma novidade,


seria uma informação supérflua que Jesus estava dando
a eles.

7. A glória de Deus é o resplendor de Cristo, 2


Coríntios 4.4.

TEXTO GREGO

tòv qxúnofiòv roO eiayysXtov xrjç ôófrjç to ü


Xçi<notí, õç èonv elxòv zoü dsoi).

TON FOTISMON TOU EUANGUELÍON TES DÓXES TOU


CHRISTOU, HÓS ESTIN EIKON TOU THEOÚ

TNM BÍBLIA SAGRADA


*
Entre os quais o deus deste Nos quais o deus deste século
sistema de coisas tem cegado cegou os entendimentos dos
as mentes dos Incrédulos para incrédulos, para que lhes não
que não penetre o brilho da resplandeça a luz do evange­
iluminação das gloriosas boas lho da glória de Cristo, que é
novas a respeito do Cristo, a imagem de Deus.
que é a Imagem de Deus.

A TNM obliterou o sentido exato desse texto, ofus­


cando a beleza e a essência dessa passagem bíblica*A
expressão “das gloriosas boas novas a respeito do Cristo,
que é a imagem de Deus”, da TNM não é a mesma coisa
que, "do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de
Deus”. Os russelitas estâo dizendo nesta passagem que
as boas novas são gloriosas e que elas falam do Cristo. O
texto grego acima diz que o evangelho é a glória de Cristo,
e que esse Cristo é a imagem de Deus. A expressão "a
respeito do Cristo” não consta no texto sagrado, mas foi
introduzida pelos russelitas na TNM para diminuir o
A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas 81

Senhor Jesus, porque negam a glória devida a Cristo.

8. Jesus, aquele que venceu como homem, sem usar


as prerrogativas da divindade, Filipenses 2.6.

TEXTO GREGO

òç èv (AOQ<pyj fteov ÒTcáQxav ágnayfiòv


^y^iaaxo tò sh>ai loa dscp,

HÓS EN MORPHÉ THEOU HYPARCHON OUCH HASPAGMÓN


EGUÉSATO TÓ EINAI f SA THÊO

TNM BÍBLIA SAGRADA


O qual, embora existisse em Que, sendo em forma de Deus,
forma de Deus, não deu consi­ não teve por usurpação ser
deração a uma usurpação a igual a Deus.
saber, que devesse ser igual a
Deus.

A palavra grega morphé indica “tanto o caráter


essencial comofigura. Sugere imutabilidade, em contraste
com schema =figura, semelhança exterior e efêmera. Aqui
há uma referência a Cristo antes da encarnação como
tendo atributos divinos. ” (11) O que o texto está dizendo
é que embora Jesus sendo Deus, ele não se utilizou das
prerrogativas da divindade no seu ministério, e mesmo se
fizesse uso delas não era considerado uma usurpação.
A TNM diz nessa passagem que Jesus existia em
forma de Deus e que Jesus considerava uma usurpação
arrogar para si essas prerrogativas da divindade. Assim,
a STV ensina que Jesus nunca quis ser Deus e que
considerava tal coisa como uma usurpação. O texto

(11) SOUTER, Alexander, A Pocket Lexicon to the Greek New


testament, p. 162
82 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

original diz uma coisa e a TNM diz outra, portanto nâo é


uma tradução aceita e nem sequer razoável; é pois uma
obra espúria.
9. Jesus é o Criador de todas as coisas, Colossenses
1.16

TEXTO GREGO

òxi év ai)T(p èxxío&í) xà návxa...


tà návxa ô i’ aòxov xai...

ÓTI EN AUTÔ EKTISTHE TÁ PANTA......... TÁ PANTA Dl


AUTOÚ KAI____

TNM BÍBLIA SAGRADA


Porque mediante ele foram Porque nele foram criadas
criadas todas [outras] coisas todas as coisas que fyá nos
nos céus e na terra, as coisas céus e na terra, visíveis e in­
visíveis,e as coisas lnvesíveis, visíveis, sejam tronos, sejam
quer sejam tronos, quer se­ dominações, sejam principa­
nhorios, quer governos, quer dos, sejam potestades: tudo
autoridades. Todas as [outras] foi criado por ele e para ele.
coisas foram criadas por in­
termédio dele e para ele.

Aqui, a STV acrescenta por sua própria conta uma


interpolação (outras) para se ajustar ao sistema irfventa-
do por Russel. O propósito dessa interpolação é para
dizer que Jeová Deus criou o seu Filho Jesus e que depois
Jesus criou as (outras) coisas. Mas o texto original não
ensina isso. Diz que Jesus é o Criador de todas as coisas
no céu e na terra, visíveis e invisíveis, apresenta Jesus
como o Criador e não como uma criatura que depois
tomou-se um Criador, como querem os servos de Russel
aqui nessa passagem da TNM. Essa expressão “outras”
não existe no texto original. Os russelitas a puseram para
facilitar a exposição de sua doutrina peculiar.
A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas 83

10. A glória do Grande Deus e Salvador Jesus Cristo,


Tito 2.13.

TEXTO GREGO

tfíS ôótftç zov fieyáXov deoti xa i am fjçoç


flfiãv Xgiatav ’h)00v ,

TÊS DOXES TOÚ MEGÁLOU THEOÚ KAI SOTÉROS EMÓN


IESOU CHRISTOU

TNM BÍBLIA SAGRADA


Ao passo que aguardamos a Aguardando a bem-aventura-
fellz esperança e a gloriosa da esperança e o aparecimen-
manlfestação do grande Deus to da glória do grande Deus e
e (do] Salvador de nós, Cristo nosso Senhor Jesus Cristo;
Jesus.

A STV acrescenta a preposição “de+o - do” que não


existe no texto grego original. Esta interpolação visa se­
parar o “Deus Pai” do “Filho". O texto sagrado está
dizendo que Jesus é o nosso grande Deus e Salvador e a
TNM está dizendo que a manifestação da glória pertence
a Deus e também a Cristo. Os russelitas não podem
admitir a redação perfeita do texto original porque esta
não permite a interpretação que a STV dá sobre a Pessoa
de Jesus. Assim, ficou mais fácil para a STV impor na
mente dos seus adeptos as suas doutrinas horrorosas.
Esta mesma técnica é usada numa passagem semelhan­
te, em 2 Pedro 1.1, que a STV acrescentou a preposição
“do” onde não existe na redação original grega. Esses
truques e artificios são característicos dos russelitas.
84 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

11. Jesus é o Deus “Elohim" do Velho Testamento ,


Hebreus 1.8

TEXTO GREGO

ô&póvogaov ô&eòg BÍ6TÒvaiG>va toval& vog ,

HÓ THRONOS SOU; HÓ THÊOS EIS TÓN AIONA TOÚ AIÔNOS


TNM BÍBLIA SAGRADA
Mas, com referência ao Filho: Mas, do Filho diz: Ó Deus, o
Deus £ o teu trono para todo teu trono subslte pelos sécu­
o sempre, e (o) cetro do teu los dos séculos, cetro de eqüi­
reino é o cetro da retidão. dade é o cetro do teu reino

O texto aqui é uma citação do Salmo 45.6-7, e cujo


Deus é o Deus de Israel, o Deus Elohim. O escritor da
Epístola aos Hebreus afirma, aqui nesta passagem, que
O Deus do Salmo citado é Jesus. Mas, esta verdade valio-
síssima incomoda e atrapalha a STV, pois contraria os
princípios básicos da entidade. Os russelitas negam a
deidade de Cristo, e o texto diz explicitamente que Jesus
é Deus. Então, o que fizeram os russelitas? Os “traduto­
res” da TNM deram um novo sentido ao texto: a TNM diz
que Deus é o trono de Cristo, o que se constitui numa
blasfêmia. Eis aí a “Bíblia" das “testemunhas de Jeová”!
A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas 86
12. A palavra “igreja” e a divindade de Cristo em Atoa
20.28

TEXTO GREGO

èxxXrioiav toti freo€, f\v nepisnoiti-


oaxo ôtà xod aí/iatoç toti lôiov .

TEN EKKLESÍAN TOU THEOU, EN PERIEPOÉSATO DIÁ TOU


HÁIMATOS TOÜ IDÍOU

TNM BÍBLIA SAGRADA


Prestai atenção a vós mesmos Olhai pois por vós, e por todo o
e a todo o rebanho, entre o qual rebanho sobre que o Espírito
o espírito santo vos designou Santo vos constitui bispo, para
superintendentes para pasto­ apascentardes a Igreja de Deus,
rear a congregação de Deus que ele resgatou com seu
que ele comprou com o san­ próprio sangue.
gue do seu próprio (Filho).

O Espírito Santo aparece na TNM com letras minús­


culas, mas isso foi deliberado pela entidade, não que haja
base bíblica para isso.
Sabemos que nos manuscritos antigos não existiam
letras maiúsculas ou minúsculas como nos textos mo­
dernos. Os manuscritos unciais eram constituídos de
textos apenas com letras maiúsculas, ao passo que os
manuscritos cursivos eram de textos com apenas letras
minúsculas. Quando os eruditos transformaram esses
textos no sistema moderno, com separação de palavras,
com pontuação, etc, facilitaram a leitura dos textos mo­
dernos. As palavras “Filho” com referência a Jesus;
“Deus”, mesmo se referindo ao Deus de Israel, o Deus
Verdadeiro revelado na Bíblia; “Espírito Santo” e outras
aparecem com letras minúsculas. Mas, isto não dá aos
86 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

russelitas o direito de registrarem na sua TNM o Espírito


Santo com letras minúsculas. Eles assim o fizeram com
base na sua doutrina pré-fabricada sobre o Espírito
Santo, pois negam a sua divindade e a sua personali­
dade.
Os russelitas têm horror a palavra “igreja”, e como as
suas comunidades são chamadas de “congregação”, ris­
caram da TNM o vocábulo “igreja” e substituíram pela
palavra “congregação”. Ora, toda a igreja é uma congre­
gação, mas nem toda a congregação é uma igreja. A
palavra “igreja” é no grego ekklesia, vem do ek uma
preposição que significa “de” “dentre”, “de dentro de"; e
Klesía vem do verbo grego Kaléo, que significa “chamar”,
portanto, a expressão Ekklesia de per si significa, “os
chamados para fora”.
A igreja de Cristo não é apenas um ajuntamento de
pessoas, mas um grupo de pessoas chamadas por Cristo,
chamadas para deixarem o mundo, chamadas para
servirem a Cristo. É um grupo especial com um objetivo
especial. Uma congregação pode ser um agrupamento
qualquer e pode ser uma congregação de Deus, mas nem
sempre é assim. “Igreja” já é uma palavra técnica e
apropriada, mas a STV quer ser diferente, achou por bem
eliminar da sua tradução essa palavra, embora não
encontre base consistente para tal procedimento.
O outro artificio igualmente grosseiro é a interpo-
lação posta pela STV na parte final do versículo. A Bíblia
diz que “Deus é Espírito" (Jo 4.24), e sendo ele “Espírito”
não pode ter sangue. Quem nos comprou com o seu
sangue foi Jesus, e esta passagem está mostrando que
Jesus é Deus, mostra que Deus nos comprou com “seu
próprio sangue”. A STV procurou um outro caminho, ela
não pode admitir a divindade de Cristo, então se utilizou
de um dos seus velhos truques, pôs uma interpolação,
acrescentando a palavra “(Filho),” o que altera todo o
sentido do versículo. O texto grego diz que Deus comprou
a sua igreja com o seu próprio sangue, e a TNM diz que
Deus comprou a congregação com o sangue de seu
próprio Filho.
A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas 87
13. Jesus foi crucificado ou estacado? Lucas 23.31

TEXTO GREGO

olò è ènecpávow Âéyovieç aravgov axavçov aúxáv.

HOIDÉ EPEFÓNOUN LÉGONTES: STÀUROU STÀUROÜ AUTÓN

TNM BÍBLIA SAGRADA


Começaram então a berrar, Mas eles clamavam em contrá­
dizendo: “Para a estacai Para rio, dizendo: Cruciflca-o cru­
a estaca com ele!" cifica-o.

A palavra grega traduzida por “cruz” é staurós e o


verbo é stauroó. Na literatura grega clássica staurós
significa: “empalação", e “enforcamento”, “estrangula­
mento”além de “estaca". Era também um Instrumento de
suplício, uma viga colocada nos ombros do réu. Não
existe uma única definição para o termo como ensina a
STV. A palavra staurós de per si não diz a técnica nem a
forma exatas da execução. Para saber com mais exatidão
sobre essa execução é necessário de antemão saber em
que região, em que época e sob qual autoridade foi exe­
cutada a sentença, além de conhecer o ponto de vista do
escritor que emprega o uso do referido vocábulo.
No Velho Testamento o termo “estaca" aparece em
Êxodo 35.18; 38.31; Números 3.37; 4.32; Juizes 4.21­
22; 5.26; Isaías 33.20; 54.2; Ezequiel 15.3; Zacarias
10.4, e em nenhuma delas a Septuaginta traduziu por
staurós. O verbo stauroó aparece só uma vez no Velho
Testamento, em Ester 7.9-10, e é traduzido por “enfor­
car”. A STV não tem autoridade para dogmatizar que
staurós seja apenas “estaca". Não existe apoio bíblico e
nem histórico para o ensino dos russelitas.
Staurós podia ser uma viga transversal apenas; d|4
uma estaca, ou ainda os dois juntos. Staurófl BCfiOÓ
88 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

“estaca” é apenas uma possibilidade e não uma afirma­


ção, e isso sem considerar tempo, lugar e governo.
A pena de morte pela cruz era uma prática conhecida
na Grécia, mas os romanos trouxeram tal prática dos
cartagineses. Só os romanos usaram a cruz como pena
capital, e tal prática foi abolida por Constantino, na
primeira metade do século IV, na sua reforma social e
política. Nos dias de Cristo existiam três tipos de cruz, a
saber: cruz de Santo André, do formato de um “X”: cruz
comissa, ou de Santo Antonio, da forma de um "T"; e a
cruz tmmissa. Pela inscrição posta sobre a cabeça de
Jesus, JESUS NAZARENO REI DOS JUDEUS, podendo
ser lida à distância em três línguas; hebraica, grega e
latina (Lc 23.38; Jo 19.19-20), fica mais claro que o sol do
meio dia que Jesus foi crucificado na crux tmmissa.
No princípio Russel ensinou que Jesus foi crucifica­
do, mas depois a STV resolveu mudar a sua doutrina,
aliás, essa é uma característica peculiar aos russelitas.
Russel disse: H A obra de Cristo na cruz simplesmente
garante uma segunda chance ” (Estudos das Escrituras,
vol 1, p. 150). (12) O que Russel diz aqui é mais suma
grande heresia, porém, o que quero mostrar aqui é que
ser Jesus estacado é uma invenção recente da STV.
Ninguém escreveu com detalhes a crucificação de
Jesus, mas a evidência do Novo Testamento, os escritos
da patrística e o testemunho da história atestem a cruz
como pena capital no império romano, sendo o próprio
Cristo executado conforme o sistema da época.
Foi encontrado em 1968, numa região de Jerusalém,
um ossuárlo contendo ossos de um jovem que rfora
crucificado no primeiro século do cristianismo. Um prego
tinha sido posto em cada antebraço atravessando-os e
um outro atravessando os dois calcanhares, com as duas
pernas quebradas, como as pernas dos dois malfeitores
que foram crucificados ao lado do Senhor Jesus, men­
cionados em João 19.32. (13)

(12) Sander, J. Oswald, Heresies Ancient and Modern, p.80


(13) Dicionário Internacional de Teologia do NovoTestamento, vol.
1, p.559, edições Vida Nova.
A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas 89

Desde o surgimento do cristianismo sempre foi apre­


goada entre as nações a crucificação de Cristo. O argu­
mento de que Cristo foi estacado e de que a cruz é vim
símbolo do paganismo é improcedente e inconsistente. A
STV não apresenta nenhuma prova bíblica e nenhum
argumento sólido e convincente. Não é simplesmente pelo
fato de staurós ter também o sentido de “estaca” que a
STV vai demolir um patrimônio histórico de quase 2000
anos, para dar lugar a sua tese tacanha e mesquinha.
Substituir a cruz de Cristo pela estaca de tortura na TNM
é um processo arbitrário imposto pela entidade e um
escárnio para tirar o mérito do Senhor Jesus Cristo, como
aquele que padeceu de braços abertos para nos salvar e
nos libertar das garras de Satanás.

Foto extraída da Revista


Viva para sempre em Fe­
licidade na Terra — 1982,
S.T.V.
Porque muitos há, dos quais multas vezes vos disse e
agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz
de Cristo.
Cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre e cuja glória
é para confusão deles, que só pensam nas coisas terre­
nas.

Aos Filipenses 3.18-19


4
Os N o m e s Db D e u s
E sboço

I. O SIGNIFICADO DO NOME NA BÍBLIA

II. O NOME “JEOVÁ” E OS RUSSELITAS

III. OS NOMES GENÉRICOS DE DEUS NA BÍBLIA

1. El - Deus
2. El-Elyon - Deus Altíssimo
3. Eloah e Elohim - Deus

a. A Trindade no nome Elohim


b. O nome Elohim com relação às divindades
pagãs individuais
c. O nome Elohim e as “testemunhas de Jeová”

IV. OS NOMES ESPECÍFICOS DE DEUS NA BÍBLIA

1. El-Shaday - Deus Todo-Poderoso


2. Adonay - Senhor
3. Yahweh e Yahweh Tsabaoth - Senhor e Senhor
dos Exércitos.

91
Os Nomes
de Deus

"Falou mais Deus a Moisés, e disse: Eu Sou o Senhor. E eu


apareci a Abraão, a Isaque, e a Jacó, como o Deus Todo*
poderoso; mas pelo meu nome, o Senhor, nfto lhes fui
perfeitamente conhecido.” (Ex. 0.2-3).

I. O SIGNIFICADO DO NOME NA BÍBLIA

Vários termos hebraicos são usados para Deus na


Bíblia. Esses nomes podem ser classificados em dois
grupos principais: os nomes genéricos e os nomes espe­
cíficos. Ensinar que Deus tem apenas um nome e que
esse nome é Jeová, como fazem os russelitas, é unwerro
e um ensino pré-fabricado. Na verdade, o nome Jeová não
aparece na Bíblia, a expressão correta é IAHWEH que
podemos chamar Javé. Os nomes de Deus não são
apenas um apelativo e nem simplesmente uma identifica­
ção pessoal, mas estão inerentes à sua natureza, e
revelam as obras e os atributos de Deus. Quando a Bíblia
faz menção do “nome de Deus”, ela está revelando o
poder, a grandeza e a glória do Deus-Todo-Poderoso,

92
Os Nom es de Deus 93

além de mostrar os atributos dele.


O nome de Deus não é meramente uma distinção dos
deuses das nações pagãs. O nome nos tempos do Velho
Testamento era empregado não simplesmente para dis­
tinguir uma pessoa das outras, mas para mostrar o
caráter e a índole do indivíduo. Houve caso de mudança
de nomes como conseqüência de uma experiência com
Deus, como por exemplo: Abraão (Gn 17.5), Sara (17.15),
Jacó (Gn 32.28). E com referência a Deus, o nome repre­
senta a si mesmo, o nome de Deus está ligado ao conceito
da sua soberania e da sua glória. Em Deuterônomio
12.11, lemos: “Então haverá um lugar que escolherá o
Senhor vosso Deus para alifazer habitar o seu nome...
Essa passagem ensina que nesse lugar escolhido por
Deus, ou seja, no santuário, Deus estaria presente, a sua
presença nos cultos seria uma constante, Deus habitaria
nesse santuário. Deus falou a Davi, pelo profeta Natã,
que o seu descendente construiria uma casa ao seu nome
(2 Sm 7.12). Em outras palavras o filho de Davi haveria
de ediflcar uma casa para o Senhor Deus de Israel. Na
bênção sacerdotal, Moisés conclui a mensagem com
essas palavras: “Assim porão o meu nome sobre osfilhos
de Israel e eu os abençoarei’’ (Nm 6.27), o que significam
estas palavras? Que Deus habitaria no meio dos filhos de
Israel após a bênção do sumo sacerdote. Na oração “O Pai
Nosso” Jesus nos ensinou a abrir a oração santificando
o nome de Deus: "Santificado seja o teu nome” (Mt 6.9), e
isso não tem nada com a pronúncia do nome Jeová, como
querem os seguidores de Russel. Esta passagem ensina
que o próprio Deus deve ser honrado, venerado, adorado
e temido por todas as suas criaturas, é um reconhecimen­
to da bondade e da santidade de Deus. Existe muita gente
“santificando” o nome de Deus com palavras, mas com as
suas ações prática toda a sorte de miséria. Santificar o
nome de Deus é viver conforme a sua palavra, e não tem
nada com a simples pronúncia do nome Jeová, pois o
nome é o próprio Deus, e até hoje os judeus chamam
Deus de “O Nome”, em hebraico “Ha'shem” .
94 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

II. O NOME “JEOVÁ” E OS RUSSELITAS

A STV ensina que Deus tem apenas um nome e que


esse nome é Jeová, e os demais nomes que encontramos
na Bíblia são apenas títulos. O cuidado da entidade no
desenvolvimento dessa doutrina é simplesmente para
evitar a ambigüidade da palavra “SENHOR”, com relação
ao Pai e ao Filho. Eliminando a possibilidade de chamar
o Pai de “SENHOR”, fica mais fácil para os russelitas
reduzirem o Senhor Jesus Cristo à categoria de mero
Senhor. Veja o leitor o artificio da STV nesse assunto: "O
Verdadeiro Deus, para distingutr-se dos muitos deuses
falsos, deu-se um nome pessoal Isto o distingue de todos
os outros... Dá-se-nos a conhecer o nome pessoal de Deus
por meio de sua palavra, a Bíblia, e este nome é JEOVÁ”.
(1)
A princípio podemos afirmar com a autoridade da
Palavra de Deus que o nome “JEOVÁ” nem se quer
aparece no texto hebraico do Velho Testamento e muito
menos no do Novo. A palavra “JEOVÁ” é uma corruptela
da expressão hebraica “YEHOVAH”, fruto de um artificio
dos rabinos da Idade Média. O nome “JEOVÁ” foi (divul­
gado largamente depois dos reformadores na Idade
Moderna em substituição à palavra hebraica YAHWEH.
(Ver o nome Iahweh nesse mesmo capítulo, IV, 3). O
ponto da citação da STV que convém salientar é o que diz
respeito à grandeza de Deus. O que fez notório o nome de
Deus entre todas as nações da terra, foi o seu eterno e
infinito poder e a sua misericórdia ou simplesmente o
nome Javé? Para os russelitas, os sinais, prodígios e
maravilhas que Deus operou nos tempos antigos, pare­
cem não ter influído no conhecimento do Deus verdadei­
ro, mas simplesmente o nome “JEOVÁ”, ao contrário da­
quilo que ensina o apóstolo Paulo em Romanos 9.17.
A Bíblia nos mostra com clareza que Deus se deu a
conhecer nos tempos do Velho Testamento por vários
nomes inerentes a sua natureza e à circunstância da sua
revelação. Para Abraão Ele apareceu como a provisão

(1) A Verdade que Conduz &Vida Eterna, p. 17, STV, São Paulo, 1968
Os Nomes de Deus 08
para o sacrifício em lugar de Isaque, seu filho, com o
nome “JAVÉ JIHEH”, que significa “O SENHOR PROVE­
RÁ” (Gn 22.14). Prometendo livrar os filhos de Israel
daquelas pragas e enfermidades que sobrevieram aos
egípcios, ele se manifestou como “JAVÉ RAFÁ”, isto é, “O
SENHOR QUE SARA" (Ex 15.26). Numa época de angús­
tia, nos dias difíceis dos juizes de Israel, ele apareceu a
Gideão como “JAVÉ SHALOM”, isto é, “O SENHORÉ PAZ”
(Jz 6.24). Para todos que peregrinam sobre a terra, ele se
apresenta como “JAVÉ RA’AH”, que significa, “O SE­
NHOR É MEU PASTOR” (SI 23.1). Na justificação do
pecador ele aparece como “JAVÉ TSIDKENU”, que quer
dizer, “O SENHOR JUSTIÇA NOSSA” (Jr 23. 6). Na
batalha contra o mal e o vil pecado, ele se apresenta como
“JAVÉ NISSI”, “O SENHOR É A MINHA BANDEIRA” (Ex
17.15). E no milênio ele será chamado de “JAVÉ SHAM-
MAH”, isto é, “O SENHOR ESTÁ ALI” (Ez 48.35). Como
pois ensina a STV que “JEOVÁ” é apenas um nome
pessoal para distinguí-lo dos deuses falsos? A única
resposta é que os ensinos dos russelitas estão fora da
Bíblia Sagrada.

III. OS NOMES GENÉRICOS DE DEUS NA BÍBLIA

São três os nomes genéricos, a saber: El, El Elyon,


Eloah, cujo plural é Elohim. Dizemos que estes nomes
são genéricos porque podem ser aplicados a divindades
falsas, a anjos, a governantes e juizes. EI é aplicado às
divindades falsas em virtude da aproximação entre as
línguas semíticas e o hebraico, e principalmente, as
nações cananéias, pois os patriarcas e seus descenden­
tes falavam “a língua de Canaã” (Is 19.18). Não é, pois, de
surpreender o fato de os povos de uma língua comum ou
muito parecida evocarem suas divindades por um mesmo
nome. Vamos estudar cada um destes nomes separada­
mente.

1. >K (EL) - DEUS.


Este nome significa: “aquele que vai adiante ou come­
ça as coisas”. A palavra vem de forma acádica iliu, é um
96 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

dos nomes mais antigos de Deus. Não se sabe, ao certo,


se a palavra BI vem do verbo K (*ul) “serforte” ou do
verbo “começar ou ir adiante”, verbo de mesma raiz. Se a
procedência desse nome for do primeiro verbo, El significa
“serforte epoderoso ”, e se for do segundo, significa aquele
que “uai adiante e que começa todas as coisas ”. Tanto um
como outro significados são apropriados para Deus, pois
encontramos nele estas duas características. Deus é o
Forte e o Criador de todas as coisas. El é o nome mais
usado na Bíblia para mencionar as divindades pagãs, é
usado também com freqüência em ugarítlco. Mas apare­
ce também com relação ao Deus de Israel, e inclusive com
os seus atributos, a saber:

a) El que faz pactos, que é mais um nome composto, em


hebraico El Berit, “ Deus da Aliança ou
do pacto” (Gn 31.13; 35.1.3);

b) El Olam, em hebraico, n^iy-'jk nome que Abraão


invocou o seu Deus em Berseba (Gn 21.33), é
também com esse nome que o profeta Isaías denomi­
na o Deus de Israel (Is 40.28), significa “Deus
Eterno”;

c) El é a minha Rocha, o meu Refúgio (SI 42.9);

d) El Ro’i, significa uDeus da Vista”, emhebrai­


co, assim foi Deus chamado por Agar, e é
também mais um nome de Deus (Gn 16.13);
»
e) El de compaixão (SI 99.8);

f) El zeloso (Ex 20.5; 34.14)

g) El de graça e misericórdia (Dt 7.9).

O nome El não aparece em nossas Bíblias em


português, salvo em algumas variantes no rodapé, o que
encontramos é a palavra “Deus” em seu lugar. Só é
possível encontrá-la na Bíblia hebraica, Tanach em
O s Nom es de Deus 97

hebraico. Portanto, nas passagens acima mencionadas,


o leitor encontrará a palavra “Deus", mas no original a
palavra hebraica é El e não Elohim.

2. 11 (EL ELYON) - DEUS ALTÍSSIMO

O nome Elyon é um adjetivo que se deriva do verbo


hebraico n^y alá que significa “subir”, “ser elevado” e
designa Deus como o alto e Excelente, o Deus Glorioso. É
um dos nomes genéricos porque ele também é aplicado a
governantes mas nunca vem acompanhado de artigo
quando se refere ao Deus de Israel. Em Gênesis 14.19­
20, esse nome vem acompanhado da palavra El, mas às
vezes ele vem sozinho, como em Isaías 14.14. Elyon pode
ser encontrado sozinho nas Escrituras ou combinado
com outros nomes de Deus, (ver Números 24.16; Deute-
rônomio 32.8; Salmos 7.17; 9.2; 57.2; Daniel 7.18, 22,
27).

3. h7k e 0 ’ irtK (ELOHIM E ELOHÁ) - DEUS

Elohim é o plural de Elohá. Esse nome no singular


ocorre apenas 57 vezes no Velho Testamento, ao passo
que no plural ocorre 2.498 vezes. Esse substantivo vem
do verbo hebraico n>K alá, e significa “ser adorado”, “ser
excelente, temido e reverenciado”. O substantivo como
nome revela a plenitude das excelências divinas, aquele
que é supremo. Deus é apresentado pela primeira vez na
Bíblia com esse nome em Gênesis 1.1: “No princípio criou
Deus (Elohim , no hebraico) os céus e a terra”

a) A Trindade no nome Elohim

Essa pluralidade na palavra Elohim revela a grande


doutrina da Santíssima Trindade (Ver A Santíssima
Trindade nas Sagradas Escrituras 5, IV - a declaração
do rabino Shimeon ben Joachi). A declaração de Gênesis
1.1, apresenta o verbo no singular “criou” e o sujeito no
plural “Deus” que no original hebraico está no plural
Elohim e isso revela a unidade de Deus na trindade.
98 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

Os rabinos reconheceram a pluralidade neste nome,


mas como o judaísmo é uma religião que defende um
monoteísmo absoluto e não admite Jesus Cristo como o
Messias de Israel, flca difícil entender essa pluralidade;
para explicá-la eles criaram o plural de majestade. Mas
isso é fruto da Imaginação desses rabinos, que concluí­
ram que esse novo plural deveria ser aplicado exclusiva­
mente ao Deus de Israel. Esta nova modalidade de plural
não se encontra na gramática descritiva da língua hebrai­
ca e muito menos na Bíblia hebraica; é uma determina­
ção rabínlca posterior.
A definição do plural de majestade foi dada pelo
rabinato posterior. Disse Abraham ibn Ezra, grande
rabino e erudito judeu (sec. XI, Málaga - Espanha), o
seguinte: *O plural de majestade não significa haver mais
de uma pessoa na divindade”. (2) No entanto, há eruditos
Judeus que não reconhecem o plural de majestade,
preferem chamá-lo de “plural que expressa uma idéia
abstrata”. De qualquer forma, tanto a declaração do
rabino Abraham ibn Ezra ou o conceito dos demais
eruditos judeus, serviram para o judaísmo prosseguir
sua marcha conservando o monoteísmo absoluto mesmo
em cima da palavra Elohim, sem Jesus e sem o Espírito
Santo, e com isso neutralizar o efeito da Trindade através
desta palavra. Mas esse “arranjo” foi fabricado pelos
judeus. O texto hebraico do Velho Testamento não ensina
esta doutrina estabelecida pelos rabinos.

b) O nome Elohim com relação às divindades pagãs


individuais. ,

O nome Elohim, já vimos que aparece 2.555 veze


no Velho Testamento hebraico, e somente em 245 lugares
não se refere ao Deus verdadeiro, Deus de Israel. Aparece
se relacionando com divindades pagãs individuais ape­
nas 20 vezes:

(2) The Soncino Chumash, p.l, nota sobre Gênesis 1.1, Soncino
Press, London, 1964.
Os Nomes de Deus 99

b l) com relação ao deus Baal, 4 vezes (Jz 6.31; 1 Rs


18.24, 25, 27);

b2) com relação a Baal Berit, 1 vez (Jz 8.33);

b3) com relação a Quemós ou Camós, 2 vezes (Jz 11.24;


1 Rs 11.33);

b4) com relação a Malcan ou Milcom 1 vez (1 Rs 11.33);

b5) com relação a Dagon, 5 vezes (Jz 16.23-24; 1 Sm


5.7);

b6) com relação a Astarote, 2 vezes (1 Rs 11.5,33), mas


“Astarote” é um nome que já está no plural, então
gramaticalmente Elohim concorda com esse nome;

b7) com relação a Baal Zebube, 4 vezes (2 Rs 1.2-3, 6,


16);

b8) com relação a Adrã-Meleque, 1 vez (2 Rs 17.31),


como o texto fala de dois deuses, o nome só poderia
mesmo estar no plural;

b9) com relação a Nisroque, 2 vezes (2 Rs 19.37; Is


37.38).

Para os pagãos, o seu deus ou os seus deuses,


significava (m) “a plenitude das excelências divinas”. O
que o Deus de Israel representava para o povo hebreu,
essas divindades representavam para os pagãos, está é a
justificativa do emprego de ELOHIM (plural) a uma
divindade pagã individual.

c) O nome Elohim e as “testemunhas de Jeová”

Os russelitas procuram anular a doutrina da Trinda­


de neste nome simplesmente porque em pouquíssimas
vezes ele aparece com relação às divindades pagãs, como
já vimos acima. Mas o argumento é muito fraco e incon­
100 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

sistente para negar a doutrina da Trindade, uma vez


Elohim quando em referência às divindades traz o verbo
e o adjetivo no plural, o que representa a multiplicidade.
Ao passo que, quando aplicado ao Deus de Israel, o verbo
e o adjetivo vêm no singular, salvo raríssimas exceções.
Isso a STV não ensina aos seus servos. Não esclarece,
ainda, a STV que em todo capítulo primeiro de Gênesis,
Deus é apresentado só pelo nome Elohim, e por mais
nenhum outro, o que seria um absurdo, se Elohim não
fosse um dos nomes de Deus. Em nenhum lugar a STV
explica a pluralidade desse nome e nem esclarece que o
nome Elohim não aparece em nenhuma outra língua
semítica, nem mesmo na língua aramaica, usada nos
textos de Esdras 4.8 - 6.18; e Daniel 2.4 - 7.28, escritos
originalmente nessa língua.
A STV diz: “Caso um hebreu dissesse a umJUisteu ou
a um assírio que ele adorava o “Deus (Elohim)” isso não
bastaria, obviamente para identificar a Pessoa para o qual
se dirigia sua adoração”. (3) Veja o leitor a ignorância dos
escritores dessa organização. Como um hebreu não
identificaria o seu Deus usando o nome Elohim visto que
esse nome foi usado somente no hebraico, e sobretudo, o
hebraico clássico e em conexão com a religião revelada?
Portanto, o argumento da entidade é pobre e inconsis­
tente, foi preparado com o objetivo de tapear os incautos
e os menos avisados. O nome, que pouquíssimas vezes é
aplicado a uma divindade individual do paganismo,
como já vimos, só aparece nos textos hebraicos das
Escrituras Sagradas do Velho Testamento, e nunca em
outras fontes. Então, não existe nenhum arguiçento
válido e convincente, que deixe claro que essas exceções
venham eliminar a doutrina da Trindade no nome Elohim,
como querem os servidores de Russel.
As palavras hebraicas usadas para “Deus” são El,
Elohá e Elohim as quais foram traduzidas na Septua-
ginta pela palavra grega ©eóc (Theós), a mesma usada
no Novo Testamento grego para “Deus”.

(3) Ajuda ao Entedimento da Bíblia p.847, STV, Cesárlo Lange, SP,


1986
Os Nom es de Deus 101

IV. OS NOMES ESPECÍFICOS DE DEUS NA BÍBLIA.

Os nomes específicos são aqueles que nas Escrituras


Sagradas só aparecem com relação ao Deus verdadeiro,
são eles: El Shaday, Adonay, Javé e Javé dos Exérci­
tos.

1. (EL SHADAY) — DEUS TODO PODEROSO

O nome hebraico Shaday é derivado de shadad, que


significa “ser poderoso, forte e potente’ . Mas há quem
afirme que essa palavra seja derivada do verbo hebraico
shadá, que quer dizer: “Alimentar’’. Tanto a primeira
quanto a segunda estão inerentes à natureza divina:
Deus é o Todo-poderoso e também dá a vida, alimenta e
toma frutuoso. Na Septuaginta, a palavra corresponden­
te é navxoMpáxup (Pantokrátor), mas é usada
pouquíssimas vezes, aparece na maioria das vezes sim­
plesmente a palavra Théos no lugar do hebraico El, e
nem sempre aparece a tradução do nome Shaday. Alguns
acham que seja apenas uma expressão epitética para
intensificar o sentido de El. Jerônimo traduziu esta
palavra, na sua Vulgata La tin a por Omnipotens, o
mesmo nome usado para Jesus em Apocalipse 1,8.
O termo Shaday aparece com freqüência na era
patriarcal; só no livro de Jó esse nome ocorre 31 vezes.
Exodo 6.3 nos diz que Deus era conhecido pelos patriar­
cas por esse nome: “Eu apareci a Abraão, a Isaque e a
Jacó, como o Deus Todo-poderoso; (E l Shtiday, em hebrai­
co), mas pelo meu nome o Senhor, (Yahweh, em hebraico)
não lhesfui perfeitamente conhecido’’. O próprio Deus diz
aqui que se revelou aos patriarcas como o El Shaday;
como a STV ensina que Deus só tem um nome? É porque
ela inventou essa doutrina e quer que tal ensino tenha
apoio bíblico. Com respeito a essa passagem bíblica,
disse o Dr. Copass: “...Deus, o Criador é Todo-Poderoso.
De acordo com o registro bíblico, Deus se revelou primeiro
aos patriarcas do Gênesis como o E l Shaday." (4) O Dr.

(4) Manual de Teologia do Velho Testamento, p.33


102 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

Asa Routh Crabtree, famoso erudito e hebraísta, diz com


relação a Êxodo 6.3: “É claro, então, segundo este versículo,
que depois do Sinai os israelitas identificaram o seu
libertador Javé como o Deus Altíssimo e o Todo-poderoso
El Shaday, dos patriarcas”. (5) Este era um nome apro­
priado para o período patriarcal, durante o qual os
patriarcas viviam numa terra estranha e rodeados pelas
nações hostis. Eles precisavam saber que o seu Deus era
o Todo-poderoso, “...Eu sou o Deus Todo-poderoso (El
Shaday) anda em minha presença e sê perfeito;” (Gn
17.1). Esse nome ocorre ainda em Gênesis 49.25; Núme­
ros 24.4; Rute 1.20-21; Salmo 91.1; Isaías 13.6; Ezequiel
1.24; Joel 1.15.

2. íj ™ (ADONAY) — SENHOR

Adonay é um nome de Deus e não meramente um


pronome de tratamento, e nele se expressa a soberania de
Deus no universo. Essa palavra significa “meu senhor”,
mas em hebraico, essa expressão nunca é usada como
pronome de tratamento, nesse caso é usado adoni ou
simpresmente adon para “senhor”. Isso ocorre no hebrai­
co bíblico. Veja como Ana se dirigiu a Eli em 1 Samuel
1.15, 26. A palavra hebraica nesta passagem aqui é
adoni, é usada da mesma forma no hebraico moderno,
falado hoje em Israel. Os nomes Adonay e Yahweh são
tão sagrados para os judeus que eles evitam pronunciá-
los na rua, no seu quotidiano. O segundo nem se quer nas
sinagogas é pronunciado. Para o quotidiano ele usam
ha*Shem, que significa “O Nome” para designar a»Deus.
A STV ensina que “Senhor”não é nome; devido ao cuidado
que a entidade tem para não deixar transparecer que o
Senhor Jesus é tanto o Adonay como também o Yahweh
do Velho Testamento.
A STV alega que em 134 lugares no texto hebraico o
nome Adonay não é autêntico. Diz que o nome que saiu
do punho dos escritores sagrados foi o tetragrama he­
braico niü’ (YHVH). Isso ensina a STV com base num

(5) Teologia do Velho Testamento, p.63


Os Nom es de Deus 103
pensamento de C.D. Ginsburg, em TheM assorah. Gins-
burg supõe que os copistas hebreus tenham substituído
o tetragrama hebraico pela palavra Adonay, e em cima
dessa suposição a STV ediflca a sua doutrina. Com isso
os seguidores de Russel revelam mais uma vez que
“Comem pelas mãos dos outros ”. Dizer que os escribas de
Israel ousaram alterar uma palavra do Tanach (Bíblia
hebraica dos judeus - o nosso Velho Testamento) é não
crer na inviolabilidade da transmissão dos oráculos
divinos que Deus confiou aos judeus (Rm 3.2), é rejeitar
a autenticidade da Bíblia. Tal afirmação é um insulto à
credibilidade dos piedosos judeus que preservaram os
escritos sagrados com tanto cuidado e esmero mais que
a própria vida. Portanto, esse absurdo ensinado pelos
russelitas não procede. E além disso, o nome Adonay
ocorre 315 vezes no Velho Testamento, e não simples­
mente 134 como ensina a STV. Não há explicação para o
fato no apêndice da edição especial da TNM, p. 1502,
onde trata do assunto.
A septuaginta traduziu Adonay e Yahweh pela pala­
vra grega K upioc (Kyrios) que é “SENHOR”. O nome
“SENHOR ” é um nome divino, dizer “César é Senhor” seria
reconhecer a divindade de César, é por isto que os
cristãos primitivos recusavam chamar César de Senhor.
O apóstolo Paulo disse: “..e ninguémpode dizer que Jesus
éoSenhor, senão pelo Espírito Santo” (1 Co 12.3). Se esta
expressão não reivindicasse a divindade de Cristo seria
tão grande essa novidade que o apóstolo estava ensi­
nando, que só pelo Espírito Santo o homem poderia
reconhecer o senhorio de Cristo? Se Cristo fosse um mero
Senhor, como querem os servos de Russel, haveria neces­
sidade do Espírito Santo revelá-lo? Claro que não. Por­
tanto, o nome grego Kyrios é o correspondente aos nomes
hebraicos Adonay e Yahweh no Novo Testamento grego
original, e é usado tanto para o Pai como para o Filho. A
Idéia básica do nome Adonay é a da soberania de Deus,
da suprema posição do Criador em todo o universo que
criou. Eis algumas passagens bíblicas onde o texto
hebraico aparece com a palavra Adonay, que as nossas
versões traduzem por “SENHOR” e a TNM por “JEOVÁ:
104 - t e s t e m u n h a s DE JEOVÁ”

Gênesis 18.3; Isaías 3.18; 6.1; Daniel 9.16, etc.

3. num mii’ e mn* (YAHWEH E YAHWEH TSA-


BAOTH) • SENHOR E SENHOR DOS EXÉRCITOS.

É o nome pessoal do Deus de Israel e é escrito pelas


quatro consoantes YHVH, o tetragrama. A escrita hebrai­
ca foi usada durante todo o período da história do Velho
Testamento sem as vogais. As vogais hebraicas nada
mais são do que sinais dlacríticos que os rabinos criaram
no século IX, e até hoje, estes sinais ajudam multo na
leitura de qualquer texto hebraico mas, quem já conhece
a língua não precisa mais dessas vogais.
O tetragrama tomou-se impronunciável pelos Ju­
deus desde o período intertestamentário, para evitar a
vulgarização do nome e para que a forma não fosse
tomada em vão. Eles pronunciavam Adonay toda vez que
encontravam o tetragrama no texto sagrado, na leitura da
sinagoga. Na Idade Média, os rabinos Inseriram no tetra-
grama nin’ que corresponde as quatro consoantes
YHVH, as vogais da palavra Adonay (a primeira e a última
letras dessa palavra são consoantes na língua hebraica).

Aqui estão as 4 consoantes do nome de Deus em hebraico.

Aqui está a palavra SENHOR na língua hebraica, observe ambas.


Não possuem vogais.
Os Nom es de Deus 10S

Porém, com a criação dos sinais


massorétlcos na Idade Média, por volta do século IX AD,
passaram a ser usadas com vogais. Daí então a palavra Adonay
(Senhor), recebeu as vogais, ( __- a); (--o ) e ( - a).

Quanto ao nome de Deus (YHVH), ele não recebeu as vogais.


Peimaneceu com as 4 letras consonantals. Os rabinos ao invés de
pronunciarem o nome de Deus YHVH, pronunciavam por
reverência a Palavra Adonay (Senhor) no lugar do tetragrama para
não se esquecerem na leitura da Bíblia, de pronunciar a palavra
Adonay no lugar de YHVH. Inseriram as vogais de Adonay no
tetragrama Sagrado, ficando assim:

Portanto a Palavra Yehovah foi uma Invenção dos rabinos na


Idade Média, na verdade essa palavra é apenas uma fiisão das
vogais de Adonay (Senhor) nas consoantes de YHVY do
nome de Deus.
106 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

Para lembrar na leitura que esse nome é impronun-


clável e dessa forma pronunciar Adonay, então, o tetra-
grama ficou assim: Y c H O V A H . Só a partir de 1520 é
que os reformadores difundiram o nome “JEOVÁ”, como
já vimos, é uma corruptela do artificio dos rabinos, e;
portanto, não é um nome bíblico. O nome “JEOVÁ” foi
convencionado pelo homem. Se esse nome não é bíblico
como pois ele aparece em nossas versões? Porque depois
disso o nome “Jeová” passou a ser usado nas línguas
modernas. Então é um erro em nossas versões? De
maneira nenhuma. Isso porque sabemos que o nome
“JEOVÁ” que aparece em nossas versões é aquele que
identifica o Deus Yahweh, da mesma forma que acontece
com o nome “SENHOR”. Portanto as acusações da STV
contra as nossas versões são improcedentes, deletérias,
provocativas e preconceituosas. Analisando à luz da
Bíblia, o nome “SENHOR” está na Bíblia , ao passo que
“JEOVÁ” não. Então, veja o leitor que o nome que é a
coluna vertebral da STV nem sequer é bíblico. Já que os
russelitas consideram um crime adotar em nossas ver­
sões o nome “SENHOR”, deveriam usar Yahweh, como é
conservado ainda hoje nas versões católicas, mas não o
fazem.
O nome Yahweh vem do verbo hebraico n7n (hayah),
que significa “ser” “estar”, “existir”, “tomar-se” e “aconte­
cer”. Este verbo aparece ligado a esse nome em Êxodo
3.14: “EU SOU O QUE SOU”, que nos textos hebraicos
encontramos: •t,íik ipn ípím (Ehyeh Asher Ehyeh), que
está no imperfeito, e no binyan h ip h 'il, uma das sete
construções do verbo hebraico, e tem força causativa, por
isso revela uma existência contínua. Muitos transliteram
a letra “Y” do verbo Ehyeh pela letra “V”, que fica Ehveh,
e na terceira pessoa do singular fica Yhveh, este verbo no
tempo presente é Howeh. Como na poesia hebraica,
usa-se com freqüência a forma reduzida Yah, (6): “Cantai
(6) A forma reduzida de YAHWEH é YAH. Esta palavra aparece ligada
ao verbo hebraico (HILEL), e significa “LOUVAR" que
está no Pi*el, uma construção que Indica o Intensivo, que na 2®
pessoa do plural do Imperativo e HALELU que Juntando ao YAH
fica: HALELUYAH, que significa “LOUVEM A JAH”; portanto
“LOUVEM AO SENHOR” ou ainda “"LOUVEM A YAHWEH".
Os Nom es de Deus 107

a Deus, cantai louvores ao seu nome; louvai aquele que vai


sobre os céus, pois o seu nome é JÁ: exultai diante dele” (SI
68.4), justificando assim a presença da letra “A” no nome
Yahweh.
O significado desse verbo na passagem de Êxodo
3.14, é que Deus é aquele que tem existência própria,
existe por si mesmo, é o imutável, aquele que causa todas
as coisas, é auto existente, aquele que é, que era e o que
há de vir, o eterno (Gn 21.33; SI 90.1-2; Ml 3.6), e até hoje
os Judeus religiosos preferem chamar “O ETERNO” em
lugar do tetragrama. Aqui, Deus deu a Moisés o significa­
do do nome YAHWEH.
A pronúncia exata desse tetragrama nos tempos do
Velho Testamento ficou desconhecida durante séculos
em virtude desse nome tomar-se impronunciável desde o
período intertestamentário. Existe uma tradição de que
os samaritanos pronunciavam o nome como Xábe. Como
a letra “B” já no grego daqueles dias tinha o som de Y ,
como ainda hoje na Grécia, então Javé parece ser a
pronúncia mais apropriada. Clemente de Alexandria
escreveu esse tetragrama como Jeoue. Há, portanto,
evidências históricas de que Yahweh ou Javé era a
pronúncia primitiva, e a forma reduzida Yah, que Já
vimos, corrobora essa realidade. Êxodo 3.14 é a única
fonte bíblica que lança luz sobre a pronúncia correta do
tetragrama. Assim as “testemunhas de Jeová” se reben­
tam quando fazem do nome “Jeová” a coluna vertebral do
seu sistema doutrinário, uma vez que nem sequer existe
este nome no texto hebraico do Velho Testamento e muito
menos no Novo.
O texto de Êxodo 6.3: “E eu apareci a Abraão, a
Isaque, e a Jacô, como o Deus Todo-poderoso, mas pelo
meu nome, o Senhor, não lhes ju l perfeitamente conheci­
do”, mostra que os patriarcas do Gênesis conheciam este
nome mas não sabiam a forma e o significado dele.
Yahweh é um dos nomes de Deus, o nome do pacto com
Israel. A partir dessa teofania, foi o nome especial e pecu­
liar dado durante a história dos filhos de Israel: “E Deus
disse mais a Moisés: Assim dirás aos Jilhos de Israel O
Senhor Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de
108 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ"

Isaque, e o Deus de Jacô, me enviou a vós; este é o meu


nome eternamente, e este è meu memorial de geração em
geração” (Ex 3.15).
A Septuaginta traduziu o tetragrama pela palavra
grega KÚpioe (Kyrios) que quer dizer “SENHOR”, e por
essa razão as nossas versões traduziram o tetragrama
pelo nome “Senhof , que está perfeitamente dentro do
contexto bíblico. O nome Yahweh não aparece uma vez
sequer no Novo Testamento grego. Até mesmo nas ci­
tações do Velho Testamento os escritores neotes-
tamentários usaram o nome KYRIOS. O apóstolo Paulo
citou Isaías 1.9, onde aparece o nome Yahweh Tsabaoth,
em Romanos 9.29, mas ele usou Kyrios Tsabaoth. Como
as “testemunhas de Jeová” condenam todas as traduções
existentes no mundo por que usam *Senhor” no lugar de
“Jeová”? Não há explicação convincente. Os servos de
Russel usaram no Novo Testamento o nome “Jeová” 237
vezes, ao passo que no Novo Testamento grego não
aparece uma vez sequer, aparece sim o seu correspon­
dente grego Kyrios, que é “Senhor”.
O propósito da TNM em sustentar o nome “Jeová” é
porque o nome grego Kyrios ou o nome inglês “Lord”, que
correspondem a “SENHOR”, na língua portuguesa, iden­
tificam explicitamente o Pai com o Filho. E, usando o
nome “Jeová” para o Pai, e o vocábulo “Senhor” para o
Filho, embora no texto grego a palavra seja a mesma tanto
para o Pai como para o Filho, fica mais fácil para enganar
o povo com a sua TNM. Eis a razão pela qual os russelitas
insistem em afirmar que Deus tem apenas um nome e que
esse nome é Jeová. A palavra “Senhor” que a TNM usou
com referência ao Senhor Jesus é “K y rios" no»Novo
Testamento grego, a mesma palavra usada para o Deus
Pai, e não “JEOVÁ”. É imposição forçada da STV, é uma
camisa-de-força, posta para moldar a Bíblia a sua dou­
trina.
5
A Santíssim a T rin d a d e

E sboço
I. UMA DOUTRINA BÍBLICA

II. A TRINDADE E AS “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

1. Argumentação da Trindade nas comunidades pagãs


da antigüidade
2. A argumentação da palavra “trindade” não apare­
cer na Bíblia.
3. A argumentação da razão humana
4. A argumentação de a doutrina da Trindade não
ser bíblica

III. O CREDO DE ATANÁSIO


1. A doutrina arianista e a eternidade de Cristo
2. O Credo Niceno ou Atanasiano

IV.A SANTÍSSIMA TRINDADE NAS SAGRADAS ESCRI­


TURAS
1. A Trindade é uma realidade bíblica
2. Comentário sobre 1 João 5.7

V.CADA UMA DAS TRÊS PESSOAS É CHAMADA DE


DEUS VERDADEIRO

VI. ATRIBUTOS METAFÍSICOS DE CADA UMA DESSAS


TRÊS PESSOAS

VII.ATRIBUTOS MORAIS DE CADA UMA DESSAS PES­


SOAS

VIII.OBRAS REALIZADAS POR CADA UMA DESSAS TRÊS


PESSOAS

109
A Santíssima
Trindade
“Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome
do Pai, e do Pilho, e do Espírito Santo;" (Mt 28.10).

I. UMA DOUTRINA BÍBLICA

As escrituras ensinam que existe um só Deus e que


Deus é um só. Esta crença monoteísta manteve Israel
num patamar muito elevado, em relação a outros povos
e outras nações da antigüidade. Ela aparece bem defini­
da no Velho Testamento: “Ouve, Israel, o Senhor nosso
Deus é o único Senhor” (Dt 6.4); "Ó Senhor Deus de Israel,
que habitas entre os querubins, tu mesmo, só tu és Deus
de todos os reinos da terra” (2 Rs 19.15); “Tu só és Senhor,
tu fizeste o céu, o céu dos céus...” (Ne 9.6); “Para que
saibam que tu, a quem só pertence o nome de Jeová, és o
Altíssimo sobre toda a terra” (SI 83.18); “Porque tu és
grande e operas maravilhas; só tu és Deus” (SI 86.10).
Mas este ensino da unicidade de Deus também é a viga-
mestra do Novo Testamento. A mesma passagem de Deu-
teronômio 6.4 foi citada por Jesus em Marcos 12.29, e no
versículo 32 diz: “...e com verdade disseste que há um só
Deus, eque não há outro além dele”. O apóstolo Paulo diz:

110
A Santíssima Trindade 111

“Todavia para nós há um só Deus ” (I Co 8.6); “Ora o


medianeiro não o è de um só, mas Deus é um” (G13.20);
“Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por
todos e em todos" (Ef 4.6). O Novo Testamento não
contradiz o Velho, mas toma explícito aquilo que dantes
estava implícito no Velho Testamento. A unidade de Deus
não é absoluta, mas composta, de modo que o Velho
Testamento revela a unidade na trindade, ao passo que o
Novo revela a trindade na unidade. A doutrina da Trinda­
de não neutraliza e nem contradiz a doutrina da Unidade
e nem a doutrina da Unidade anula a Trindade.
Assim ensina a Bíblia a doutrina da Trindade, e isto
é matéria deste capítulo. Até aqui, vimos apenas a unici-
dade divina.
II. A TRINDADE B AS “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”
A STV se apropria de quatro argumentos básicos
para refutar a doutrina da Trindade, mas nenhum deles
tem o apoio bíblico, e são facilmente destrutíveis, pois são
inconsistentes e incoerentes. Vamos analisar, antes de
tudo, cada um deles.

1. Argumentação da Trindade nas comunidades pagãs


da antigüidade.

A STV justifica a sua recusa na crença do Deus Trino


e Uno em virtude de certas comunidades pagãs cultua­
rem certas tríades ou trindades. Alegam que os egípcios,
babilônicos, hindus e outros povos eram trinitarianistas.
Essa declaração dos russelitas porventura prova que a
Trindade não é bíblica? Claro que não. O fato de os
pagãos terem a sua tríade não significa que os cristãos
dos primeiros séculos copiaram deles. O zoroastrismo
pregava a vinda de um Messias e nem por isso os hebreus
copiaram de Zoroastro a sua esperança messiânica. As
principais nações pagãs da antigüidade tinham a tra­
dição de um dilúvio, e a própria STV justifica o dilúvio
bíblico com a citação dos pagãos, (1) mas nem por isso

(1) Boas Novas Para Torná-lo Feliz, p.83, STV, N.Y., EUA. 1977
112 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

ensinam os russelitas que o dilúvio teve a sua origem no


paganismo. A religião babilônica ensinava que Ninrode,
(Marduque, deus principal dos caldeus) casou-se com
Semíramis e que deste casamento nasceu Tamuz, tam­
bém chamado Adonis. Mas as gerações posteriores ensi­
navam que Semíramis era virgem e que permaneceu
virgem mesmo depois do parto, mas nem por isso ensi­
nam os adeptos de Russel que a doutrina do nascimento
virginal de Cristo teve a sua origem no paganismo. Não há
uma doutrina sequer que não tenha similaridade no
paganismo; isto porque a verdade é uma só, todos vieram
de um só Deus e de uma só religião. E com o aparecimen­
to e a expansão do paganismo, cada uma dessas comu­
nidades trouxeram consigo fragmentos da antiga religião
monoteista, e, também por se tratar de uma teologia na­
tural, verdades naturais que o homem pela sua própria
consciência tem conhecimento. Não que a Bíblia tenha
selecionado o “melhor" deles, mas porque copiaram dos
hebreus e foram adaptando as doutrinas conforme as
suas comunidades. O fato de algumas destas comunida­
des terem suas tríades não prova que a Trindade seja
uma doutrina pagã e. por outro lado, tríades é uma coisa
e Tllndade é outra. O monoteísmo foi também ensinado
no Egito, foi implantado pelo Faraó Amenotepe IV, também
chamado Akenaton, o qual implantou o culto de Aton.

O Sinete da Tentação (Cortesia do Museu Britânico)


(HALLEY, Henry H. Manual Bíblico. SP, Ed. Vida Nova. 1987 - pág. 67)

Inscrições babllônicas de "Adapa", o Adão da Bíblia, esse sinete


denominado “sinete da Tentação", mostra a “Árvore da Vida". Ora,
isso foi encontrado na comunidade antiga da Babilônia, portanto, no
maior centro pagão da antigüidade. E, no entanto, a STV não ousa
A Santíssima Trindade 113

dizer que a doutrina da tentação do Éden seja pagã, como fez com a
doutrina da Trindade.

O Prisma Weld
(Cortesia do Museu
Ashmoleano, Oxford)

(HALLEY, Henry H. - Manual Biblico, SP, Ed. Vida Nova,


1987 - pág. 49).

O Prisma Weld traz uma listagem de reis do período antldüuvlano, que


viveram milhares de anos. Contudo a STV, não diz que a longevidade
dos patriarcas teve a sua origem no paganismo.
A STV quer provar que as doutrinas vitais do cristianismo sejam
pagãs, simplesmente porque existem doutrinas parecidas no paganismo
e por que é que aqui não se utilizam do mesmos recursos? Isso prova
a maldade e a impiedade da STV, uma estratégia para defender suas
doutrinas antl-bíblicas.
114 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ"

E, há até quem afirme que o monoteísmo de Moisés é uma


cópia refinada de Akenoton. É claro que isso é uma
aberração, pois a religião de Moisés veio do céu, e não do
Egito, o que aconteceu, é que Amenotepe IV, um dos
últimos monarcas da 18a dinastia, ficou impressionado
com o monoteísmo de Moisés durante as pragas e o êxodo
do Egito, isto teve lugar por volta do décimo quinto século
antes de Cristo. Então os egípcios copiaram o seu mono­
teísmo de Moisés, assim como muitas outras doutrinas.
Portanto não é de se estranhar a existência de certas
doutrinas parecidas com as doutrinas bíblicas no meio
pagão. Assim, ficam desfeitos em pó os argumentos da
STV. Este artifício da STV é uma forma de enganar o povo,
e mais uma tentativa de provar aos seus adeptos que toda
a “cristandade” é pagã, mas não lhes mostra o outro lado
da moeda; não está sendo honesta em impor-lhes seus
ensinos inventados.

2. A argumentação da palavra “Trindade” não apa­


recer na Bíblia

O fato da palavra “Trindade” não aparecer na Bíblia


não significa que essa doutrina não exista e nem quer
dizer que não seja Bíblica. O cometa Halley já existia
muitos milhares de anos antes de receber este nome. A
palavra “teocracia” não aparece na Bíblia, contudo as
Escrituras ensinam que houve em Israel um governo
teocrático. O vocábulo “onisciente" não está registrado na
Bíblia nenhuma vez sequer, contudo, a Bíblia ensina que
Deus é onisciente. “Tilndade" é uma palavra de caráter
teológico que foi dada a divindade no final do segundo
século por Tertuliano, que já é o suficiente para derrubar
a tese da STV, por que ela ensina que a Trindade foi
aderida pela “cristandade" no século IV, e, no entanto,
temos documentos do final do segundo século fazendo
menção do Pai, do Filho, e do Espírito Santo como sendo
a Trindade.
Tertuliano escreveu em Contra Práxeas 2, um resu­
mo da doutrina da Trindade e apresentou pela primeira
vez essa nomenclatura: “Todos são de um, por unidade de
A Santíssima Trindade 115

substância, embora ainda esteja oculto o mistério da


dispensação que distribui a unidade numa TRINDADE,
colocando em sua ordem os três, Pai, Filho e Espírito Santo;
três contudo,... não em substância, mas emforma, não em
poder, mas em aparência, pois eles são de uma só subs­
tância e de uma só essência e de um poder só, já é de um
só Deus que esses graus eformas e aspectos são reconhe­
cidos com o nome de Pai, Filho e Espírito Santo. ” (2) O fato
da nomenclatura vir depois do fechamento do Cânon
Sagrado não quer dizer que ela não exista ou que essa
doutrina não seja bíblica. Assim a argumentação de que
se valem os russelitas é demolida e desfeita em pó.

3. A argumentação da razão humana

A STV diz que afirmar que a Trindade é um mistério


não satisfaz (3). Isso pode não satisfazer aos adeptos de
Russel, mas é um ensino da Bíblia: “Verdadeiramente tu
és o Deus que tu ocultas, o Deus de Israel o Salvador”, -
na Versão Almeida Atualizada fica mais claro: “Tu és
Deus misterioso” (Is 45.15). A STV não pode crer nisso
“porque a f é não é de todos” (2 Ts 3.2). As doutrinas
bíblicas são reveladas e não concebidas pela razão huma­
na, Deus não é concebido através de um raciocínio lógico
e nem por uma demonstração matemática, não é esse o
método e nem o caminho para se chegar a Deus. O
processo que Deus estabeleceu para o homem achá-lo é
o caminho da fé (Hb 11.1-3). Assim a argumentação da
razão não pode ser válida, existem inúmeros fatos na
Bíblia que o ser humano não consegue entender e nem
por isso deixam de existir ou de serem verdadeiros.
A concepção virginal de Maria é um mistério profun­
do, disse o apóstolo Paulo: “Grande é o mistério da
piedade, aquele que se manifestou em carne... ”, a Versão
espanhola de Reina reza: “Deus se manifestou em carne”

[2) WALKER, W. História da Igreja Cristã, p.98. Vol I e II. Juerp e


Aste. Rio, 1980
[3) Seja Deus Verdadeiro, p.80, STV, N.Y., EUA. 1949
116 -TESTEMUNHAS DE JEOVÁ"

(1 Tm 3.16). (4) E por que a STV não diz também: “não


satisfaz?’’ Deus é Senhor e Soberano e se revela ao
homem por melo de sua palavra, e como ele quer e não
como a STV pensa. Portanto, essa argumentação pobre e
tacanha dos russelitas não Justifica sua posição em rela­
ção à doutrina da Trindade.

4. A argumentação de a doutrina da Trindade não


ser bíblica.

A STV ensina que a doutrina da Trindade não é


bíblica. Mas a argumentação é falsa, porque essa doutri­
na é claramente ensinada pela Bíblia. Só pode negar esta
verdade aquele que prefere trevas à luz, que é movido por
um preconceito exacerbado, cego; não que não vê, mas
que não quer ver. A Bíblia ensina: “Portanto ide, ensinai
todas as nações, batizando-as em nome do PAI, e do
FILHO, e do ESPÍRITO SANTO” (Mt 28.19). Esta declara­
ção de Jesus, na fórmula batismal, tem como base o
conceito da trlunidade de Deus. “Há um sô corpo e um sô
ESPÍRITO, como também fostes chamados em uma sô
esperança da vossa vocação; um só SENHOR, uma sófé,
um só batismo; um só DEUS e PAI de todos, o qual é sobre
todos, e por todos e em todos” (Ef 4.4-6). Novamente
encontramos nessa passagem a fórmula triunitária, o
Deus Pai, o Deus Filho e o Deus Espírito Santo, cada uma
dessas três Pessoas desempenha um papel na igreja. O
Espirito Santo ligado ao único corpo e também à única
esperança de nossa vocação. O Senhor, que nessa passa­
gem é o Filho, o Deus Filho, está intimamente ligado à
única fé e ao único batismo. E o Deus Pai, a base deatoda
essa unidade, sendo ele mesmo o tríplice poder unlfica-
dor. O Deus filho está no texto distinto do Pai e do Espírito
Santo. O Espirito Santo é o responsável pela unidade
mística do corpo de Cristo, que é a igreja. As três pessoas
estão presentes, atuando cada uma na sua esfera de

(4) “Deus se manifestou” ou "aquele que se manifestou”, um simples


traço nos manuscritos undals causou essa diferença, é a abreviatura
de “Deus”, significa “aquele”
Ver nota de rodapé na p. 140.
A Santíssima Trindade 117

atuação num perfeito harmônico e numa perfeita unidade.


"Ora há diversidade de dons, mas o ESPIRITO è o mesmo.
E há diversidade de ministério, mas o SENHOR é o mesmo.
E há diversidade de operações, mas é o mesmo DEUS que
opera tudo em todos” (1 Co 12.4-6). O texto acima ensina
uma unidade perfeita dos diversos dons, ministérios e
operações, mas todos provenientes de uma só Fonte -
Deus. Mas o apóstolo mostra o aspecto triunitário, faz
menção do SENHOR, que é o filho; do ESPÍRITO, que é
o Espírito Santo; e DEUS, que é o Pai. A ordem inversa
serve para mostrar a distinção dessas três Pessoas,
quanto à sua forma; sua igualdade, quanto ao seu poder
de operar em tudo e no culto da igreja. “A graça do Senhor
Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espirito
Santo seja com vós todos” (2 Co 13.13). É a mais bela
bênção das epístolas paulinas, é chamada de “bênção
apostólica”, mas poderia também ser chamada de “bên­
ção trinitariana”. A Trindade também se faz presente na
bênção sacerdotal: “O SENHOR te abençoe e te guarde; o
SENHORJaça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha mi­
sericórdia d etLO SENHOR sobre ti levante o seu rosto, e
te dê a paz” (Nm 6.24-26). “Porque três são os que testi-
jicam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espirito Santo; e estes
três são um” (1 Jo 5.7). Algumas versões não trazem esse
versículo na sua íntegra, e, claro que a TNM também não
traz essa expressão trinitária, aliás, não interessa à orga­
nização da STV, mas temos nesse mesmo capítulo um co­
mentário sobre 1 João 5.7, (IV, 2).

III O CREDO DE ATANÁSIO

A STV critica sobremaneira o Credo de Atanásio,


também chamado como Credo Niceno, em suas obras: A
verdade que Conduz à Vida Eterna, p. 22; Seja Deus
Verdadeiro, p.81; Certificai-vos de Todas as Coisas e
Apegai-vos ao que For Excelente, p.482-483; Raciocí­
nios á Base das Escrituras, p. 397-398; e na brochura
intitulada “Deve-se Crer na Trindade?, etc. Mas em
nenhuma dessas obras a STV esclare o ocorrido, relata
parcialmente o Concilio de Nicéia. A STV nunca deu um
118 "TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

relato detalhado do Concilio de Nicéia, portanto as afir­


mações dessa entidade das “testemunhas de Jeová”, são
falsificadas. Na revista Deve-se crer na Trindade? (5), a
STV reservou as páginas 8 e 9 para explicar o Concilio de
Nicéia, mas essa astuta organização fundada por Russel,
omite a causa do Concilio. Diz que Constantino presidiu
o Concilio, e que o imperador era de origem pagã e leigo
quanto aos assuntos teológicos. Mas a figura principal
que deu origem ao Concilio foi Ário, e esse nome não
aparece uma vez sequer nos relatos da STV. Mas por que
essa omissão? Porque a inovação na igreja daquela época
foi trazida por Ário. Ele inventou uma nova doutrina e
muitos bispos pediram explicações com base nas Escri­
turas. As explicações de Ário não eram convincentes, e
ninguém pôde resolver o dilema, senão nesse Concilio
convocado pelo imperador Constantino.

1. A doutrina arianista e a eternidade de Cristo.

Foi por volta de 320 AD que Ário, de Alexandria,


Egito, encontrou em Provérbios 8.22, no texto da Septua-
glnta, o seguinte: “O Senhor me criou no principio dos seus
caminhos ”, e com isso começou a pregar que Jesus era
criatura, com esta pregação negava a doutrina da Trinda­
de. Veja o leitor que a Trindade era ensinada antes da ma­
nifestação do arlanlsmo e não a doutrina que nega a
divindade e a eternidade de Cristo.
Ocorreram acirrados debates com o bispo daquela
cidade, e Ário, o expositor da nova doutrina, não viu o que
diz o texto original hebraico, que diz: "O Senhor me
possuiu...” e não: “O Senhor me criou...”. No hebraico é
usado o verbo njj7 qanah, que quer dizer: “possuir”,
“adquiri”, “comprar”, e nunca “criar”. Foi um erro do
tradutor desse texto, em traduzir qanah pela palavra
grega Ektisén, aoristo do verbo grego “criar”. Ora “criar”
no hebraico é bará, e é muito diferente de “possuir”. Esse
erro se perpetuou até o dia de hoje na Septuaginta. E
ainda em nossos dias esse erro pode ser visto em algumas

(5) Deve-se crer na Trindade? STV, NY. EUA, 1989


A Santíssima Trindade 119

Versões, que seguiram a Septuaginta, como a Revised


Standard Version e em português, a Versão Revisada
da Tradução de João Ferreira de Almeida de Acordo
com os Melhores Textos em Hebraico e Grego, também
aBiblia na linguagem de Hoje. “Criar”, aqui em Provér-
blos 8.22, é uma tradução inadmissível e Ilegítima. Ário
continuou insistindo na sua doutrina herética.
O Imperador romano, Constantino, enviou mensa­
geiros com o propósito de uma conciliação, mas foi tudo
em vão, até que convocou um concilio na cidade de
Nicéia. O próprio imperador presidiu o Concilio de Nicéia,
mas ele não era teólogo, e em cima disso a STV constrói
o seu castelo. Entretanto não ensina que as decisões dou­
trinárias partiram dos bispos, principalmente Eusébio de
Cesaréia. Não diz também que Atanásio era diácono e que
secretariou o Concilio. Ora, Constantino presidiu o Concilio
por ser ele o chefe do império romano, pois naquela época
a igreja estava se “casando” com o Estado, não que o
imperador impusesse algo. Ê que todos viram que a
doutrina arianista era uma inovação e que a crença da
igreja cristã, desde a era dos apóstolos era contrária à
doutrina de Ário. “Os bispos sentiram tanto a indignidade
que Áriofizera pesar sobre o bendito Senhor, que tapavam
os ouvidos enquanto ele explicava as suas doutrinas, e
declaravam que quem expunha tais doutrinas era só digno
de anátemcL Como repressão às heresias crescentes, fo i
escrita a célebre confissão de fé, conhecida pelo Credo
Niceno (atanasiano), na qual está clara e inteiramente
anunciada a doutrina das Sagradas Escrituras com refe­
rências à divindade de Cristo” (6) Esse Concilio foi reali­
zado na cidade de Nicéia, em 325 AD. Foi o primeiro
concilio ecumênico da história, ecumênico porque se
reuniram os bispos do Oriente e do Ocidente, o que revela
ser a doutrina da Trindade uniforme em todo o mundo
onde o cristianismo fora pregado. Já vimos que a palavra
“trindade” foi aplicada no final do segundo século por
Tertuliano, o que mostra ser essa doutrina já conhecida

(6) KNIGHT, A. e ANGLIN, E. História do Cristianismo, p. 55. CPAD,


Rio de Janeiro. 1984
120 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

pelas comunidades cristãs muito tempo antes do apare­


cimento de Árlo e do Concilio de Nicéia.
Portanto, todos os argumentos da STV são facilmen­
te demolíveis e revelam a sua fraude mediante o testemu­
nho da história, no que tange ao Credo Niceno.
2. O Credo Niceno ou Atanasiano

O texto do Credo Niceno diz o seguinte:


“Adoramos um Deus em trindade, e trindade em uni­
dade. Não confundimos as Pessoas, nem separamos a
substância. Pois a pessoa do Pai é uma, a do Filho
outra, e a do Espirito Santo, outra. Mas no Pai, no Filho
e no Espirito Santo há uma divindade, glória igual e
majestade coetema. Tal qual é o Pai, o mesmo são o
Filho e o Espirito Santo. O Pai é incriado, o Filho
incriado, o Espirito Santo incriado. O Pai é imensurá­
vel o Filho é imensurável o Espirito Santo é imensu­
rável O Pai é etemo, o Filho é eterno, o Espírito Santo
è etemo. E, não obstante, não há três eternos, mas um
etemo. Da mesmaforma não há três (seres) incriados,
nem três imensuráveis, mas um incriado e um imensu­
rável Da mesma maneira o Pai è onipotente. No entan­
to, não há três seres onipotentes, mas sim, um Onipo­
tente. Assim, o Pai ê Deus, o Filho é Deus, e o Espírito
Santo é Deus. No entanto, não há três Deuses, mas um
Deus. Assim o Pai ê Senhor, o Filho ê Senhor, e o
Espirito Santo è Senhor. Todavia não há três Senhores,
mas um Senhor. Assim como a veracidade cristã nos
obriga a confessar cada Pessoa individualmente como
sendo Deus e Senhor, assimtambémjicamos privados
de dizer que haja três Deuses ou Senhores. O Pai não
fo i feito de coisa alguma nem criado, nem gerado. O
Filho procede do Pai somente nãofoifeito, nem criado,
mas gerado. O Espirito Santo procede do Pai e do Filho,
nãofoifeito, nem criado, nem gerado, mas procedente.
Há, portanto, um Pai não três Pais; um Filho, não três
Filhos; um Espirito Santo, não três Espíritos Santos. E
nesta trindade não existe primeiro nem último; maior
nem menor. Mas as três Pessoas são coetemas, são
A Santíssima Trindade 121

Iguais entre st mesmas; de sorte quepor meio de todas,


como acimafo i dito, tanto a unidade na trindade como
a trindade na unidade devem ser adoradas’’. (7)

Alguém pode considerar este Credo como dlficil de


entender e achar complicado a primeira vista, mas a
verdade é que todas essas informações são extraídas da
própria Bíblia. Por outro lado, esse Credo ajudou muito
a compreensão dessa grande verdade naqueles dias difí­
ceis. E bom salientar ainda, que a nossa fé está apoiada
nas Escrituras, o Credo aqui apresentado nada mais é do
que uma explicação de uma doutrina bíblica com base na
própria Bíblia. Portanto, a STV está contrariando a
Palavra de Deus com a doutrina que Russel inventou. Ela
está enganando os seus servos e tapeando o povo com
sua doutrina preconceituosa e anti-bíblica.

IV. A SANTÍSSIMA TRINDADE NAS SAGRADAS ES­


CRITURAS

A Trindade é a união de três pessoas, O Pai, o Filho


e o Espírito Santo, em uma só Divindade, sendo iguais,
eternos, da mesma substância, embora distintas, sendo
Deus cada uma dessas Pessoas (Mt 28.19; 1 Co 12.4-6;
2 Co 13.13; Ef 4.4-6; 1 Jo 5.7).
Já vimos que a palavra hebraica Elohim (Deus) que
se encontra em Gênesis 1.1 e em todas as milhares de
ocorrências por todo o Velho Testamento, é a forma plural
de Eloah. Antes do rabinato estabelecer o plural de
majestade, comojá vimos, o rabino Shimeon Ben Joachi,
disse sobre esta palavra: “Observai o mistério da palavra
Elohim; encerra três graus, três partes; cada uma destas
partes é distinta, e é uma por si mesma, e não obstante são
inseparáveis uma da outra; estão unidas juntamente e
formam um sô todo”. (8) O valor dessa declaração reside
no fato de ser este rabino o mais famoso de Israel, depois

(7) Pearlman Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, p.52.


(8) Lambert, C.H. Diccionario de Paralelos, Concordancias y
Analogias Bíblicas, p.319.
122 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

de Aldva, e por se tratar de uma autoridade de uma


religião absolutamente monoteísta, que defende um
monoteísmo absoluto, e sobretudo contrário aos apósto­
los e a toda a forma de cristianismo, além de ser do
primeiro século do Cristianismo. O rabino revela uma
realidade natural sobre a palavra Elohim, deixando o
preconceito de lado.

1. A Trindade é uma realidade bíblica

O Credo Niceno inicia-se dizendo: “Adoramos um


Deus em trindade, e trindade em unidade’'. O Velho
Testamento revela que Javé é trino e uno e o Novo Testa­
mento nos diz que ele é trino. Na introdução deste
capítulo citamos: Deuteronômio 6.4; 2 Reis 19.15; Nee-
mias 9.6; Salmos 83.18; 86.10, textos do Velho Testa­
mento. Mas em todas essas passagens, a doutrina da
Trindade permanece de pé, sem contradizer esse mono­
teísmo, porque a unidade divina é composta e não
absoluta. Deuteronômio 6.4 diz que Javé é único. A pa­
lavra “único” no original hebraico é f nN - echad (*) e
porque está no construto T>n7 pois se esta unidade
fosse absoluta, como querem os adeptos de Russel, a
palavra correta aqui seria - yachid, a mesma usada em
Gênesis 22.2, *Toma agora o teu Jttho, o teu único JUho,
Isaque... ”, para a unidade absoluta. Acontece que echad
é uma unidade composta, é a triunidade de Deus. Esta
doutrina não foi bem esclarecida nos tempos do Velho
Testamento para não confundir o povo com os deuses das
religiões politeistas das nações vizinhas de Israel, todavia
ela está implícita no Velho Testamento. Ela só pôde s«r
ensinada explicitamente com o advento da segunda
Pessoa, o Senhor Jesus, e com a manifestação do Espírito
Santo.
Na criação do homem essa triunidade está presente:
“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, confor­
me à nossa semelhança... ” (Gn 1.26). As três Pessoas da
Trindade estão presentes aqui. O Filho, o qual criou todas

* Ch em hebraico se pronuncia com a letra “J" em espanhol


A Santíssima Trindade 123

as coisas e também o homem (Jo 1.1-3; Cl 1.16); da


mesma forma o Espírito Santo (Jó 33.4; Sl 104.30),
juntamente com o Pai (Pv 8.22-30).
Em Gênesis 3.22, lemos: “Então disse o Senhor
Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem
e o maL..” Ora porque um de nós, visto que Deus é um?
É porque está embutida nessa unidade a triunidade. Da
mesma forma encontramos em Gênesis 11.7: “Eia, desça­
mos, e confundamos ali a sua língua, para que não enten­
da um a língua do outro”. Por que desçamos e confundamos”
e não “Vou descer e confundir?” Se a Trindade não fosse
uma realidade e uma verdade bíblica, como fazer com
estas passagens? Dizer que Deus estava falando com os
anjos, é dizer que os anjos são divinos. Fica, pois claro e
patente esta grande verdade, rejeitá-la é rejeitar a Bíblia.
Outro ponto igualmente importante, é a visão do
profeta Isaías, através da qual ele viu o Senhor (Is 6.1),
mas esse mesmo Javé diz: “A quem enviarei e quem há de
ir por nós?" (Is 6.8). E novamente a pluralidade na
unidade divina está presente. O outro ponto que não
podemos perder de vista é que o profeta inspirado diz que
a terra está cheia de glória de Javé dos Exércitos, no
entanto, o apóstolo João diz que esse Javé é Jesus (Jo
12.41).
Sabemos que o Novo Testamento tomou explícito o
que dantes estava implícito, revelou os mistérios ocultos
desde a fundação do mundo (Mt 13.11; Ef 3.3-5, 9-10);
assim, é claro que a doutrina da Trindade ficou clara e
patente. ATrindade aparece logo em Mateus 3.15-17, no
batismo de Jesus, onde com clareza se vê as três Pessoas
distintas, o que reprova a doutrina do bispo Sabélio. O
texto mostra o Pai falando desde o céu, o Filho saindo das
águas e o Espírito Santo vindo sobre ele.

2. Comentários sobre 1 João 5.7


Nos manuscritos Sinaítico (Séc IIIAD), Alexandrino
e Vaticano - (séc. IV) e no Códex de Efraim (Séc. V),
aparecem apenas: “Porque três são os que testificam’’, e
por causa disso alguns consideram espúria a parte final:
“o Pai, a Palavra e o Espirito Santo, e estes três são um”.
124 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

Explicar esta omissão nesses manuscritos não é tarefa


fácil.
Os opositores da autenticidade desse versículo, como
encontramos em nossas versões, justificam alegando a
ausência deste complemento nos manuscritos já citados.
Mas não levam em conta que o texto aparece na sua
íntegra nas edições clementinas da Vulgata latina, na
Complutensiana grega, em Stephens, Beza, e Elzevir. É
claro que estes são manuscritos dos séculos V à XI, mas
também têm autoridade. Elzevir é o Textus Receptus,
texto original da Versão Inglesa do Rei Tiago, Versão
Espanhola de Casiodoro Reina, e também o texto que
João Ferreira de Almeida usou para fazer a nossa tradu­
ção. Mencionamos aqui as três versões mais usadas no
mundo das línguas inglesa, espanhola e portuguesa. Mas
como o texto não interessa, a STV simplesmente o muti­
lou na TNM.
Erasmo de Roterdã foi censurado no século XVI,
quando lançou a segunda edição do Novo Testamento
grego sem o referido versículo na íntegra. Ele rebateu a
acusação dizendo que inseriria o texto numa nova edição
se alguém lhe mostrasse o tal versículo pelo menos num
manuscrito. Como resposta ao desafio, foi publicado o
Códex Britannicus, e então Erasmo o inseriu no seu
texto na, 3a edição.
O texto, como temos em nossas versões foi citado por
alguns pais da igreja, Vigilius de Thapsus e há quem diga
que Tertuliano e Cipriano também o usaram. Ele aparece
também na confissão de fé de um grupo de cristãos do
ano 484, e que pertence à história das perseguições dos
vândalos na África. *
Rejeitar a autoridade dessa passagem é crer que
João deixou o texto sem concluir o raciocínio. Se percebe
que falta algo, o texto ficou incompleto. A pessoa que se
diz cristã e não consegue crer na Bíblia no seu todo, está
duvidando da integridade e da autenticidade dela.
A doutrina da Trindade é uma verdade revelada em
toda a Bíblia, e não meramente em um versículo. Portan­
to a acusação de que 1 Jo 5.7 como temos em nossas
Bíblias, seja um acréscimo para sustentar a doutrina da
A Santíssima Trindade 125

Trindade, como dizem os russelitas, é infame e improce­


dente. Mesmo que não existisse esse versículo, a doutri­
na da Trindade continuaria da mesma forma; clara e
patente em toda a Bíblia.

V. CADA UMA DAS TRÊS PESSOAS É CHAMADA DE


DEUS VERDADEIRO

1.Deus

A Bíblia diz que só um é chamado Deus, (Dt 4.35, 39;


Is 44.6, 8; 45.5, 21; 46.9); e no entanto diz que cada uma
destas Pessoas é DEUS.

O PAI £ DEUS Jo 17.3 1; Co 8.4.6; Ef 4.6


O PILHO É DEUS Jo 1.1; Rm 9.5; Hb 1.8-9 comp.
46.7; 1 Jo 5.20
O ESPÍRITO SANTO Ê DEUS At 5.3-4; 7.51 comp. SI 78.18-19

2.Javé

As Escrituras Sagradas nos ensinam que somente


um é chamado JAVÉ, (Dt 6.4; Ne 9.6; SI 83.18; Is 45.5­
6, 18), e no entanto nos ensinam que cada uma dessas
Pessoas é JAVÉ.

O PAI Ê JAVÉ 1 Sm 2.2; 1 Cr 17.20; Is 37.20


O FILHO É JAVE Is 40.3 comp. Mt 3.3; Jr 23.5-6
O ESPÍRITO SANTO £ JAVÉ Jz 15.14 comp. 16.20; Hb 3.7-9
comp. Ex 17.7; 2 Pd 1.21 comp Nm
12.6

3. Deus de Israel

Segundo a Palavra de Deus, somente um é chamado


Deus de Israel, (Dt 5.1,6-7) não obstante ensina que cada
Pessoa da Trindade é Deus de Israel.
126 "TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

O PAI É DEUS DE ISRAEL SI 72.18


O FILHO É DEUS E DE Ez 44.2; Lc 1.16-17
ISRAEL
O ESPÍRITO SANTO £ DEUS 2 Sm 23.2-3
DE ISRAEL

4. Senhor

A Bíblia ensina que somente um é chamado SE­


NHOR, (Mc 12.29); e no entanto, diz que cada uma dessas
Pessoas é SENHOR.

O PAI £ SENHOR Ml 1.6; Mt 21.9; 22.37; Hb 4.13;


Ap 11.15
O FILHO £ SENHOR At 10.36; Rm 10.12; 1 Co 12.3; Ef
4.5; F 1 2 .ll
O ESPÍRITO SANTO £ Is 6.8-10 Comp. At 28.25-27; 2 Co
8ENHOR 3.16-17

5. Javé Deus

A Bíblia nos ensina que somente um só é chamado


JAVÉ DEUS, (2 Sm 7.22), e no entanto, ela mesma nos
ensina que cada uma dessa três Pessoas é JAVÉ DEUS.

O PAI £ JAVÉ Os 13.4 *


O FILHO £ JAVÉ DEUS Ez 44.2
O ESPÍRITO SANTO £ JAVÉ At 7.51 comp. Rs 17.14
DEUS

VI. ATRIBUTOS METAFÍSICOS DE CADA UMA DES­


TAS TRÊS PESSOAS
1. Onipotente
A Bíblia afirma que somente Deus é onipotente, (Dt
A Santíssima Trindade 127

3.24; SI 89. 6-8; Is 43.12-13; Jr 10.6), e ela mesma


ensina também que cada uma dessas Pessoas é Onipo­
tente.

O PAI É ONIPOTENTE 2 Cr 20.6; Is 14.27; E f 1.19


O FILHO Ê ONIPOTENTE Mt 28.18; F1 3.21; Ap 1.8; 3.7
O ESPÍRITO SANTO É Zc 4.6; Lc 1.35; Rm 15.13,19
ONIPOTENTE

2. Etemo

A Bíblia é clara em ensinar que somente Deus é


etemo, (Is 40.28; 41.4; 43.10, 13; 44.6), e com essa
mesma clareza ensina a Bíblia que cada uma destas
Pessoas é ETERNA.

O PAI É ETERNO SI 90.2; 93.2


O FILHO É ETERNO Is 9.6; Mq 5.2 Jo 1.1; 8.58; 17.5,
24; Ap 1.17-18
O ESPÍRITO SANTO É Gn 1.2; Hb9.14
ETERNO

3. Onipresente

As Santas Escrituras ensinam que somente Deus é


Onipresente, (Jr 23.23-24), e no entanto revelam que
cada uma dessas três Pessoas é Onipresente.

O PAI É ONIPRESENTE Am 9.2-3; Hb 4.13


O FILHO É ONIPRESENTE Mt 18.20; 28.20; Jo 3.13
O ESPÍRITO SANTO É SI 139.7- 10; 1 Co 3.16;
ONIPRESENTE Jol4.17

4. Onisciente

A Bíblia Sagrada afirma que somente Deus é onis­


ciente, (1 Rs 8.39; Dn 2.20-22; Mt 24.36), e no entanto,
126 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

encontramos nela que cada uma dessas Pessoas é onis­


ciente.

O PAI É ONISCIENTE SL 139.1-6; 1 Cr 28.9 29.17; SI


7.9; Is 43.12; 48.5-7; 42.9 Lc 11.49;
Ap 22.6
O FILHO É ONISCIENTE Mt 9.3-4; Jo 2.24-25; 16.30;
21.17C12.2-3;Lc 19.41-44; Jo6.64;
18.4
O ESPÍRITO SANTO É Ez 11.5; Rm 8.26-27; 1 Co
ONISCIENTE 2.10-ll;Lc2.26; lTm 4.1; l P d l . l l

5. Criador

As Escrituras Sagradas afirmam que somente Deus


é o Criador, (Is 44.24; 45.5-7, 18), mas mesmo assim
ensinam elas que cada uma destas três Pessoas é o
Criador.

O PAI É CRIADOR Ne 9.6; Jr 27.5; SI 146.6; At 14.15


O PILHO Ê CRIADOR Jo 1.1-3; Cl 1.16-18; Hb 1.2, 10
O ESPIRITO SANTO É Jó 26.13; 33.4; SI 104.30
CRIADOR

6. Vida

A Bíblia diz que somente Deus é a fonte da vida, (Dt


32.39) e no entanto, ela afirma que cada uma dessas três
Pessoas é a fonte da vida. _

O PAI É VIDA SI 36.9; At 17.25, 28


O FILHO É VIDA Jo 1.4; 11.25
O ESPÍRITO SANTO É VIDA Rm 8.2; Jó 33.4

VII. ATRIBUTOS MORAIS DE CADA UMA DESSAS


TRÊS PESSOAS
1. Bom
A Bíblia nos ensina que somente Deus é bom, Mt
A Santíssima Trindade 129

19.17; Mc 10.18; Lc 18.19), e no entanto, ela mesma


afirma que cada uma dessas três Pessoas possuem o
atributo da bondade.

O PAI É BOM SI 86.5; 108.4; Lc 6.35


O PILHO Ê BOM 2 Co 10.1; At 10.38
O ESPÍRITO SANTO É BOM Ne 9.20; SI 143.10

2. Santo

As Santas Escrituras dizem que somente Deus é


santo, (1 Sm 2.2; Ex 15.11; Is 40.25; Ap 15.3,4), e mesmo
assim elas ensinam que cada uma dessa três Pessoas tem
o atributo da santidade.

O PAI Ê SANTO Lv 19.2; 20.26; Is 6.3; Ap 4.8


O FILHO É SANTO Dn 9.24; At 3.14; Ap 15.4
O ESPÍRITO SANTO É Is 63.10; Rm 15.16; 1 Jo 2.20
SANTO

A palavra de Deus é enfática em ensinar que somente


Deus é verdadeiro, (Jo 17.3) e não obstante ela ensina
que cada uma dessas Pessoas é verdadeira.

3. Verdadeiro

O PAI É VERDADEIRO Dt 32.4; Jr 10.10


O PILHO É VERDADEIRO Jo 1.164; 14.6; 1 Jo 5.20
O ESPÍRITO SANTO É Jo 14.17; 15.26; 16.13; lJo 5.6
VERDADEIRO

4. Sábio

As Sagradas Escrituras são claras no ensino de que


somente Deus é sábio, (Rm 16.27; 1 Tm 1.17; Jd 25), no
entretanto, ensinam que cada uma dessas Pessoas pos­
suem o atributo da sabedoria.

O PAI É SÁBIO Dn 2.20; Jr 32.19; Rm 11.33


130 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

O FILHO É SÁBIO Lc 2.40. 47.52; 1 Co 1.24, 30 Cl


2.3
O ESPÍRITO SANTO Ê Is 11.2; Ef 1.17
SABIO

VII. OBRAS REALIZADAS POR CADA UMA DESSAS


TRÊS PESSOAS

1. Autor do Novo Nascimento

Cada uma dessas três Pessoas é o “autor do novo


nascimento”.

O PAI Jo 1.13
O FILHO 1 Jo 2.29
O ESPÍRITO SANTO Jo 3.5-6

2. Ressucitou a Jesus

Cada uma dessas Pessoas ressuscitou a Jesus

O PAI At 2.24; 1 Co 6.14


O FILHO Jo 2.19; 10.18
O ESPÍRITO SANTO 1 Pd 3.18

3. Habita nos fiéis

Cada uma dessas pessoas habita nos fléls. _

O PAI Jo 14.23; 1 Co 14.25; 2 Co 6.16;


Ef 4.6; lJo 2.5; 4.12-16
O FILHO Jo 17.23; 2 Co 13.5; G1 2.20; Ef
3.17; lJo 3.17, 24; Ap 3.20
O ESPÍRITO SANTO Jo 14.17; Rm 8.11; 1 Co 3. 16;
6.19; 2 Tm 1.14; Tg 4.5

4. Dá a vida eterna
Cada uma dessas três Pessoas dá a vida etema.
A Santíssima Trindade 131

O PAI 1 Jo 5.11
O PILHO Jo 10.28
O ESPÍRITO SANTO G16.8

5. Deu poder aos apóstolos

Cada uma dessas três Pessoas deu aos apóstolos


poder para operar milagres.

O PAI At 15.12; 19.11; Hb 2.4


O FILHO At 4.10, 30; 16.18
O ESPIRITO SANTO At 2.2-4; 10.44-46; 19.6; Rm 15.19
»
6 . Falou pelos profetas e apóstolos

Cada uma dessas três Pessoas falou pelos profetas e


apóstolos.

O PAI Jr 1.9; Lc 1.70; At 3.21


O FILHO Lc 21.15; 2 Co 13.3; 1 Pd 1.11
O ESPÍRITO SANTO 2 Sm 23.2; Mt 10.20; Mc 13.11

7. Inspirou as Escrituras

Cada uma dessas três Pessoas inspirou as Escritu­


ras e os profetas.

O PAI Ex 4.12; 2 Tm 3.16; Hb 1.1


O FILHO 2 Co 13.3; E f 4.11; 1 Pd 1.11; Ap
11.3
O ESPÍRITO SANTO 2 Sm 23.2; Mc 12.36; At 11.28; 2
Pd 1.21

8. Guiou o seu povo

Cada uma dessas três Pessoas guiou o seu povo.

O PAI Dt 32.12; SI 23.2; 73.24; Is 48.17


O FILHO Mt 16.24; Jo 10.4; 1 Pd 2.21
132 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

O ESPÍRITO SANTO SI 143.10; Is 63.14; Rm 8.14; G1


5.18

9. Distribuiu os dons espirituais

Cada uma dessas três Pessoas distribui os dons


espirituais.

O PAI 1 Co 12.6; Hb 2.4


O PILHO 1 Co 12.5
O ESPÍRITO SANTO Jo 14.26-27; 1 Co 12.8-11

10. Santifica os fiéis

Cada uma dessas três Pessoas santifica os fiéis.

O PAI Jo 14.23; 1<Co 14.25; 2 Co 6.16; Ef


4.6; lJo 2.5; 4.12-16
O FILHO Jo 17.23; 2 Co 13.5; G1 2.20; Ef
3.17; 1 Jo 3.24; Ap 3.20
O ESPÍRITO SANTO Jo 14.17; Rm 8.11; l C o S . i e ^ T t o
1.14; Tg 4.5

11. Deu missão aos profetas e apóstolos

Cada uma dessas Pessoas dá missão aos profetas,


envia os apóstolos e ministros.

O PAI Is 48.16; Jr 25.4; 1 Co 12.28; G11.1


O FILHO Mc 16.15; 2 Co 5.20; G1 1.1; Ef4.11
O ESPÍRITO SANTO Is 48.16; At 13.2,4; 16.6-7; At 20.28

12. Ensina os fiéis


Cada uma dessas trés Pessoas ensina os fiéis.
O PAI Is 48.17; 54.13; Jo 6.45
O PILHO Lc 21.15; Jo 15.15; Ef4.21;G l 1.12
O ESPÍRITO SANTO Lc 12.12; Jo 14.26; 1 Co 2.13
6
O S e n h o r J e su s C r is t o
esboço

I. INTRODUÇÃO

II. JESUS CRISTO HOMEM


1. Por que Jesus tornou-se homem?
2. Provas bíblicas da humanidade de Cristo
III. JESUS CRISTO DEUS
IV. TEXTOS BÍBLICOS SELECIONADOS PELOS RUS-
SELITAS PARA NEGAR A DIVINDADE DE CRISTO
1. Os russelitas dizem que Jesus não é Deus porque
existem coisas que ele não sabe.
2. Segundo os russelitas, Jesus disse ser inferior ao
Pai; logo, não pode ser ele Deus.
3. Os russelitas argumentam que Deus nunca foi
visto por alguém, o Filho foi; logo, ele não pode ser
Deus.
4. Como o Filho pode ser Deus visto que a Bíblia diz
que Deus é a cabeça de Cristo?
5. O próprio Filho se submeterá ao Pai na eternidade.
6. Dizem os russelitas que Jesus não pode ser Deus
porque é chamado na Bíblia de o “primogênito da
criação de Deus”, e assim não é eterno, mas
criatura.
7. Os russelitas dizem que Jesus não é Deus porque
é criatura
8. Os russelitas dizem que Jesus não é Deus porque
ele mesmo disse que ninguém é bom se não o Pai.
9. Os russelitas dizem que Jesus é distinto do Pai,
logo, ele não pode ser Deus,
V. OS ATRIBUTOS DA DIVINDADE EM CRISTO

133
134 - t e s t e m u n h a s DE JEOVÁ”

1. Jesus é etemo
2. Jesus é onipotente
3. Jesus é onipresente
4. Jesus é onisciente
5. Jesus Cristo é Javé dos Exércitos
6. Jesus Cristo é Javé
7. Jesus Cristo é adorado pelas suas criaturas

VI. JESUS E O ARCANJO MIGUEL

1. Sobre Miguel e a palavra “arcanjo”


2. A voz de arcanjo
3. Miguel, o Príncipe dos judeus
4. Diferenças entre Jesus e Miguel

VII.COMPARAÇÃO ENTRE JAVÉ DO VELHO TESTA­


MENTO E JESUS CRISTO DO NOVO TESTAMENTO

VIII. A RESSURREIÇÃO DE CRISTO

1. O significado da ressurreição de Cristo


2. A ressurreição de Cristo e as “testemunhas de
Jeová"
3. A ressurreição corporal de Cristo à luz da Bíblia
a. O corpo de Jesus não viu a corrupção
b. Jesus se apresentou ressuscitado
c. A ressurreição em espírito só existe na conver­
são do pecador

4. Textos selecionados pela STV para negar a ressur­


reição corporal de Cristo
a. “Mortificado, na verdade na carne mas vivifica-
do pelo Espírito" (1 Pd 3.18).
b. A carne e o sangue não podem herdar o reino de
Deus (1 Co 15.50).
c. “...Adão, foi feito alma vivente, o último em
espírito vivificante" (1 Co 15.45).
O Senhor
Jesus Cristo

“No principio era o Verbo, e o verbo estava com Deus, e o


verbo era Deus... E o verbo se fez carne, e habitou entre nós, e
vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de
graça e de verdade." (1 Jo 1.1, 14).

I INTRODUÇÃO

*Estes, porém foram escritos para que creais


que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, epara que
crendo, tenhais vida em seu nome* (Jo 20.31).

O propósito do apóstolo inspirado aqui, ao escrever


este evangelho, é mostrar aos seus leitores que Jesus é o
Cristo e pregar à humanidade que a fé nesta doutrina dá
direito a vida eterna. O apóstolo João concluiu o seu
escrito mostrando que Jesus é aquele Messias que Deus
havia prometido para a redenção da humanidade, é o
Cristo anunciado pelos profetas e esperado pelo povo de
Israel para sua redenção. O centro das Escrituras (Lc
24.22-26), a alegria dos homens, o Desejado de todas as
136 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

nações (Ag 2.7), a nossa glória e esperança. Essa é a


mensagem da fé que pregamos: só Jesus pode dar a vida
eterna aos que crêem no seu nome. Mas os adeptos da
STV não pregam essa verdade. A mensagem deles não é
cristocêntrica, Jesus não ocupa o primeiro lugar em suas
vidas, é apenas, “o moço de recado”, apenas o instrumen­
to pelo qual Jeová salva a humanidade. Neste estudo
veremos o que a Bíblia Sagrada diz sobre JESUS NAZA­
RENO REI DOS JUDEUS.

II. JESUS CRISTO HOMEM

“Porque há um só Deus, e um só mediador entre


Deus e os homens, Jesus Cristo homem" ( I Tm
2.5).

Jesus Cristo é o etemo e verdadeiro Deus e ao mesmo


tempo homem. Tomou-se homem para suprir a necessi­
dade da humanidade. O Termo EMANUEL que o próprio
escritor traduziu por: “DEUS CONOSCO” (Mt 1.23); mostra
que Deus está como homem e entre os homens: “Eo Verbo
sefez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como
a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade’’
(Jo 1.14).
Houve, nos primeiros séculos da história do cristia­
nismo, multas heresias, algumas das quais já vimos, que
negavam que Jesus Cristo velo em carne. Apolinário
ensinava que Jesus era só Deus e que não havia nada
nele de humano. Da mesma forma os gnósticos, os quais
ensinavam que Jesus não teve um corpo humandt mas
um corpo docético, isto é, um corpo como um fantasma.
Tanto os apolinarianlstas como os gnósticos estavam
sobremaneira errados. A Bíblia ensina tanto a divindade
como a humanidade de Cristo. “E todo o espirito que
confessa que Jesus não veio em carne não ê de Deus..." (1
Jo 4.3). No entanto o ensino da humanidade de Cristo não
neutraliza a sua divindade, pois ele possui duas nature­
zas; a humana e a divina; o que está claramente expresso
no seu nome EMANUEL, como já vimos.
O Senhor Jesus Cristo 137

1. Por que Jesus tomou-se homem?

Jesus foi revestido do corpo humano porque o peca­


do entrou por um homem e pelajustiça de Deus tinha que
ser vencido por um homem. A Bíblia diz que o pecado
entrou no mundo por Adão: “Pelo que, como por um
homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte,
assim também a morte passou a todos os homens por isso
que todos pecaram,... pois assim como por uma só ofensa
veio o juízo sobre todos os homens para condenação,
assim também por um só ato dejustiça veio a graça sobre
todos os homens para justificação de vida. Porque, como
pela desobediência de um só homem, muitosforam feitos
pecadores, assim pela obediência de um muitos serão
feitos justos” (Rm 5.12, 17-18). Jesus se fez carne, se fez
homem sujeito ao pecado, embora nunca houvesse peca­
do, e venceu o pecado como homem, “Porque o que era
impossível à lei, visto como estava enferma pela carne,
Deus enviando o seu Filho em semelhança da carne do
pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne” (Rm
8.3). A Bíblia mostra que todo o gênero humano está
condenado, o homem está perdido e debaixo da maldição
do pecado, (Sl 14.2-3; Rm 3.23). Todos são devedores e
por isso ninguém pode pagar a dívida do outro, a Bíblia
diz que somente Deus pode salvar, “Eu, eu sou o Senhor,
efora de mim não há Salvador.” (Is 43.11). Então, esse
mesmo DEUS tomou-se homem trazendo-nos o perdão
de nossos pecados cumprindo ele mesmo a lei que
promulgara (1 Tm 3.16; Cl 2.14). Quando Jesus estava
na terra não apegou-se às prerrogativas da divindade
para vencer o diabo, mas aniquilou-se a si mesmo,
fazendo-se semelhante aos homens, (F1 2.5-8). Como
homem tinha uma certa limitação pelo tempo e pelo
espaço e portanto, submisso ao Pai. Eis a razão dele ter
dito em João 14.28: “O Pai é maior do que eu”.

2. Provas bíblicas da humanidade de Cristo

Os evangelhos revelam atributos característicos do


ser humano em Jesus, como por exemplo:
138 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

a) Ele nasceu de uma mulher, embora gerado pela


ação sobrenatural do Espirito Santo, contudo seu
nascimento, ou seja, o parto, foi normal e comum
como qualquer ser humano (Lc 2.6-7).
b) Ele cresceu em estatura e em sabedoria (Lc 2.52).
c) Ele sentiu sono, fome, sede e cansaço (Mt 8.24; Jo
19.28; 4.6).
d) Ele sofreu, chorou, e sentiu angústia (Hb 13.12; Lc
19.41; Mt 26.37).
e) Ele teve mãe humana, além de irmãos e irmãs (Mt
12.47; 13.55-56).
f) Ele morreu, embora ressuscitasse ao terceiro dia,
mas passou pelo ardor da morte (1 Co 15.3-4).
g) Deu provas materiais, de ter corpo humano (1 Jo
1.1; Lc 24.39).
h) Foi feito semelhante aos homens, mas sem pecado
(Hb 2.17; 4.15). ^

Assim como é pecado negar a humanidade de Cristo


(1 Jo 4.2-3; 2 Jo 7), da mesma forma é pecado negar a sua
divindade, pois Jesus é tanto humano como divino. Como
homem sentia as dores do ser humano; e como Deus hoje
supre a necessidade da humanidade.

III. JESUS CRISTO DEUS

Antes de comentar sobre esta grande verdade à luz


da Palavra de Deus, apresentamos uma listagem de
passagens bíblicas onde deixa bem clara e explícita a
doutrina da divindade de Cristo

"Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um


JUho, e chama-lo-ão pelo nome de EMANUEL,
que traduzido é: DEUS CONOSCO” (Mt 1.23
comp. Is 7.14).

“Porque um menino nos nasceu, umJUho se nos


deu; e o principado está sobre seus ombros; e o
seu nome será; Maravilhoso, Conselheiro, Deus
Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz" (Is
O Senhor Jesus Cristo 139

9.6).

“Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levan­


tarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei,
reinará e prosperará, e praticará o juízo e a
justiça na terra Nos seus dias Judá será salvo,
e Israel habitará seguro: e este será o seu
nome, com que o nomearão: O SENHOR JUSTI­
ÇA NOSSA (JAVÉ TSIDKENU em hebraico) Jr
23.5-6).

“No princípio era o verbo, e o Verbo estava com


Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princí­
pio com Deus. Todas as coisasforamfeitas por
ele, e sem ele nada do que foifeito se fe z ” (Jo
1.1-3).

“Por isso pois os Judeus ainda mais procura­


vam matá-lo, porque não só quebrantava o sá­
bado, mas também dizia que Deus era o seu
próprio Pai,fazendo-se igual a Deus ” (Jo 5.18).

“Para que todos honrem o Filho, como honram


o Pai. Quem não honra o Filho, não honra o Pai
que o enviou” (Jo 5.23).

“Eu e o Pai somos um. Osjudeus pegaram então


outra vez em pedras para o apedrejar, respon­
deu-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas
obras boas procedentes de meu Pai; por qual
destas obras me apedrejais? Osjudeus respon­
deram, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por
alguma obra boa, mas pela blasfêmia, porque
sendo tu homem, tefazes Deus a ti mesmo” (Jo
10.30-33).

“Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e


Deus meu! (Jo 20.28).

“Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo,


140 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ"

segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus


bendito eternamente. Amém’’ (Rm 9.5).

“Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando


consigo o mundo, não lhes imputando os seus
pecados; e pôs em nós a palavra da reconcilia­
ção’’ (2 Co 5.19).

“Que, sendo em forma de Deus, não teve por


usurpação ser igual a Deus ” (Fl 2.6).

“Para que os seus corações sejam consolados e


estejam unidos em caridade, e enriquecidos da
plenitude da inteligência, para conhecimento
do mistério de Deus - Cristo” (Cl 2.2).

“Porque nele habita corporalmente toda a pleni­


tude da divindade’’ (Cl 2.9).

“E o próprio nosso Senhor Jesus Cristo, nosso


Deus e Pai, que nos amou, e em graça nos deu
uma etema consolação e boa esperança’’ (2 Ts
2.16).

“E sem dúvida alguma grande é o mistério do


piedade: Aquele que se manifestou em carne,
fo i justificado em espirito, visto dos anjos, pre­
gado aos gentios, crido no mundo, e recebido
acima na glória” * (1 Tm 3.16).
9
“Aguardando a bendita esperança e a manifes­
tação da glória de nosso grande Deus e Salva­
dor Jesus Cristo” CR 2.13- Versão Atualizada).

* Alguns manuscritos trazem ©C (forma reduzida de Théos e outros


trazem OCHós que significa “que”. A diferença reside no tracinho
dentro da letra grega OC ; a dúvida é o tracinho foi acrescido ou
omitido pelo copista? Como a lógica diz que omitir é mais fácil do
que acrescentar, assim, a tradução ‘ Deus se manifestou” é legítima,
como na Versão Espanhola de Casiodoro Reina e outras.
O Senhor Jesus Cristo 141

“Mas, do Filho diz: Ô Deus, o teu trono subsiste


pelos séculos dos séculos, cetro de eqüidade é
o cetro de teu reino” (Hb 1.8 e Sl 45.6).

“Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo,


aos que conosco alcançaram Jé igualmente
preciosa pelajustiça do nosso Deus e Salvador
Jesus Cristo” (2 Pd 1.1).

“E sabemos quejá o Filho de Deus é vindo, e nos


deu entendimento para conhecermos o que é
verdadeiro: e no que é verdadeiro estamos, isto
é, em seuFílhoJesus Cristo. Este é o verdadeiro
Deus e a vida eterna” (1 Jo 5.20).

“Porque se introduziram alguns, que já antes


estavam escritos para este mesmo juizo, ho­
mens ímpios, que convertem em dissolução a
graça de Deus, e negam a Deus, únido Domina­
dor e Senhor nosso, Jesus Cristo” (Jd 4).

“Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o


verá, até os mesmo que transpassaram; e todos
as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim.
Amém. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o
fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de
vir, o Todo-poderoso” (Ap 1.7-8).

Um sistema religioso que diz crer na Bíblia e que a


ensina e consegue manobrar e distorcer todos os textos
acima mencionados só para negar a divindade de Cristo,
merece o nosso repúdio e o nosso desprezo.
Os primeiros cristãos sabiam que o Senhor Jesus era
Deus, a igreja primitiva nos primeiros séculos do cristia­
nismo temerosos das perseguições que sofriam deixavam
sua marca para mostrar que ali havia uma comunidade
cristã. O peixe era o símbolo do Senhor Jesus. Na língua
grega a palavra peixe é IX8YZ • Cada uma das letras
desta palavra formam as seguintes:
142 “TESTEMUNHAS DE JEOVA”

I" para Ir ) oovç que é Jesus

X" para Xp LOXOÇ que é Cristo

0" para 9eóc que é Deus

Y" para Yióe que é Filho

E" para EcottÍ p que é Salvador

Em outras palavras, o peixe ix o y z , é inooOc


Xplotòc «ebc Ytòc euttíp (Iesous Chistós Théos Huiós
Sotér), “JESUS CRISTO DEUS FILHO SALVADOR”.

Ix d u ç - Ichthys - Peixe

> o
Se colocarmos as letras de IX9YE Êmform&>de símbolo,
teremos o seguinte:
I IX IX© IXÔY IX 0 Y E

\J/ f íà
A\ VI?
Se estas linhas se cruzarem no final resultará a “Cruz de
Malta”.

A gravura abaixo foi encontrada no piso da avenida


principal de Éfeso, e até hoje se encontra lá datada do l fi
século AD: a cruz de Malta dentro de um círculo e um
peixe.

Gravura - Visitando Efeso, p.65


Her Hakki Mahuzdur - Turquia
O Senhor Jesus Cristo 143

Não é fácil negar a divindade de Cristo pela Bíblia


com todas estas passagens. É mesmo obra de um espe­
cialista em falsificar doutrinas.

IV. TEXTOS BÍBLICOS SELECIONADOS PELOS RUS-


SELITAS PARA NEGAR A DIVINDADE DE CRIS­
TO.

A STV fez uma seleção de passagens bíblicas para em


cima delas provar que Jesus não é Deus, mas que é
inferior ao Pai. E para obter êxito a entidade reescreveu
a maior parte dos textos que citamos onde provamos que
Jesus é Deus, igual ao Pai. Os russelitas reescreveram na
TNM mutilando-os e adaptando-os ao seu sistema dou­
trinário.

1. Os russelitas dizem que Jesus não é Deus porque


existém coisas que ele não sabe.

Esse argumento da STV é com base em Mateus


24.36, que diz: "Porém daquele dia e hora ninguém sabe,
nem os anjos do céu, nem o Filho, mas unicamente meu
Paí* Os melhores manuscritos não constam a expressão:
“nem o Filho”, mas não é por isso que vamos deixar de
acreditar na autenticidade do texto. Quando um trecho
não beneficia o ponto de vista da STV, ela simplesmente
o arranca fora impiedosamente, como fez com 1João 5.7.
Mas não temos esse espírito, nós tememos a Deus e
cremos na sua Palavra assim como ela é e não como eles
querem que ela seja. Este versículo se encontra também
em Marcos 13.32, e não quer dizer que Jesus não saiba
o dia da sua vinda. Não sabia ali, pois estava como
homem. Os russelitas se recusam a entender que por
ocasião da encarnação o Verbo se esvaziou a si mesmo.
Não da sua divindade mas das suas prerrogativas, esva­
ziou-se do seu poder e do seu conhecimento, é essa a
mensagem do capítulo dois de Filipenses. Jesus renun­
ciou a essas prerrogativas para ser o perfeito homem sem
contudo deixar de ser Deus. Quando Jesus ressucitou ele
não disse que não sabia o dia da sua vinda, antes o
144 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

contrário, disse: “É-me dado todo o poder no céu e na


terra” (Mt 28.18).
Quando os discípulos lhe interrogaram sobre a res­
tauração do reino de Israel, ele não disse que não sabia,
mas disse: “Não vos pertence saber os tempos ou as
estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder” (At
1.7). Jesus agora sabe o dia da sua vinda, pois ele
retomou todas as suas prerrogativas divinas na sua
glorificação (Fp 2.8-11). Então, o texto que a STV aprecia
muito não sustenta a doutrina ensinada aos seus adep­
tos.

2. Segundo os russelitas, Jesus disse ser inferior ao


Pai, logo não pode ser ele Deus.

A STV ensina isso baseada em João 14.28, que diz:


Ouvistes que eu vos disse: Vou, e venho para vós. Se me
amásseis, certamente exultarieis par ter dito: Vou para o
PaU porque o Pai é maior do que eu”. Os arianistas se
apegaram com multa garra neste versículo para negar a
divindade de Cristo, e hoje, as “testemunhas de Jeová"
constróem um castelo em cima dele querendo assim
provar pela Bíblia que Jesus é inferior ao Pai, e portanto,
segundo eles, Jesus não pode ser Deus.
A humanidade de Cristo, ou seja, esta subordinação
ao Pai dirigida pelo Espirito Santo, foi uma condição para
o seu messiado, e isso não neutraliza a sua deidade.
Jesus tomou-se homem, como já vimos, e como homem
submeteu-se ao Pai durante todo o tempo da sua vida
terrena. Se a expressão “O Pai é maior do que eu”,
proferida pelo próprio Cristo, fosse um ensino bíblico que
negasse a sua divindade, como querem os russelitas,
seriamos obrigados, e também a própria STV, a aceitar
Jesus como inferior até mesmo aos anjos, pois está
escrito em Hebreus 2.9: “Vemos, porém, coroado de glória
e de honra aquele Jesus quefora Jeito um pouco menor do
que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela
graça de Deus, provasse a morte por todos”. Se a STV
admite que o Filho é inferior ao Pai por causa dessa
expressão de Jesus, logo é também compelida a ensinar
O Senhor Jesus Cristo 145

que Jesus é inferior aos anjos, pois o texto de Hebreus


2.9, acima mencionado, assim o expressa. No entanto, os
russelitas ensinam ser o Filho superior aos anjos. Fica
provado aqui que o texto de João 14.28 não invalida a
deidade do Filho. Trata-se de uma missão terrena na
direção do Espírito Santo e na submissão espontânea
que ele assumiu com o Pai.

3. Os russelitas argumentam que Deus nunca foi


▼isto por alguém, o Filho foi, logo ele não pode
ser Deus.

As “testemunhas de Jeová” baseiam esse argumento


em João 1.18, que diz: *Deus nuncafo i visto por alguém.
O Füho Unigêrüto, que está no seio do Pai, este o fez
conhecer”. Então, segundo os adeptos de Russel, Jesus
não pode ser Deus porque foi visto, e o texto aqui diz que
Deus nunca foi visto por homem algum. Essa interpreta­
ção é forjada, soflsmada e sem qualquer base bíblica.
Sabemos que ninguémjamais viu a Deus na sua essência
e na sua glória, como disse o apóstolo Paulo:"Aquele que
tem, ele sô, a imortalidade, e habita na luz inacessível; a
quem nenhum dos homens viu nem pode ver; ao qual seja
honra epoder sempitemo. Amém”(1 Tm 6.16). No entanto
Jesus viveu como homem e no meio dos homens, e desta
forma Deus também foi visto, o mesmo Deus que disse a
Moisés: “Não poderá ver a minhaface, porquanto homem
nenhum verá a minhaface, e viverá” (Ex 33.20), foi visto
pelo povo, “e viram o Deus de Israel.. ” (Ex 24.10), e da
mesma forma Isaías, 6.1: “eu vi ao SENHOR assentado
sobre um alto e sublime trono”. Portanto, os argumentos
dos russelitas são inconsistentes e desprovidos de apoio
bíblico. Negar a doutrina da divindade de Cristo com base
em João 1.18 revela simplesmente que a STV fabricou a
tal doutrina e que agora está procurando na Bíblia algun s
pontos que possam apoiá-la, por isso dão interpretações
arbitrárias, que só as admitem aqueles que preferem
trevas à luz.
146 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

4. Como o Filho pode ser Deus visto que a Bíblia diz


que Deus é a Cabeça de Cristo?

A STV se utiliza desse argumento dando uma falsa e


inconsistente interpretação ao texto de 1 Coríntios 11.3,
que diz: “Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de
todo varão, e o varão a cabeça da mulher; e Deus a cabeça
de C r is to Este texto diz que o Pai dirigiu o Filho, e Cristo
dirige o homem e o homem a mulher. O que não quer dizer
que o Filho não seja Deus, porque, se este versículo aqui
negasse com isso a divindade de Cristo, seriamos obriga­
dos a admitir que a mulher seria menos humana do que
o homem, o que seria uma aberração. Logo a interpreta­
ção que as “testemunhas e Jeová" dão aqui é fraudulenta
e está completamente fora da hermenêutica bíblica.

5. O próprio Filho se sujeitará ao Pai na eternida­


de.

As “testemunhas de Jeová", aqui se baseiam num


texto que à primeira vista parece prejudicar a divindade
do Filho, o texto diz: “E, quando todos as coisas lhe
estiverem sujeitas, então também o mesmo FUho se sujei­
tará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que
Deus seja tudo em todos’ (1 Co 15.28). Para se entender
aqui que o texto nega a divindade de Cristo seriamos obri­
gados a rejeitar ou foijar interpretações absurdas para
todos os textos da Bíblia que declaram explicitamente a
divindade dé Cristo, e se isso for feito o Novo Testamento
se toma uma confusão, portanto, não é isso que diz o
texto aqui.
Alguns interpretam “para que Deus seja tudo em
todos”, o Deus Trino, e neste caso o Pai, o Filho e o
Espírito Santo estariam embutidos na palavra “Deus".
Outros acham que essa subordinação ao Pai foi uma
condição para o messiado do Filho como já vimos , e que
isso não significa que o filho tenha outra natureza. É uma
questão de posição e não de natureza, e isso não envolve
desigualdade; a mulher é submissa ao marido, mas nem
por isso é ela menos humana do que o homem. As duas
O Senhor Jesus Cristo 147

linhas de pensamentos aqui citadas se harmonizam. A


sujeição não é a do Filho como Filho, mas como Filho
encarnado e assim não envolve a desigualdade da essên­
cia e da natureza. E depois que a administração do reino
for entregue ao Pai pelo Filho, para que “Deus (Deus Trino)
seja tudo em todos”, isto é, o mesmo Deus Elohim que no
princípio criou os céus e a terra, será tudo em todos.

6. Dizem os russelitas que Jesus não pode ser Deus


porque é chamado na Bíblia de o “primogênito da
criação de Deus”, e assim não é eterno, mas cria­
tura.

Este pensamento está baseado numa interpretação


errada de Colossenses 1.15, que diz: “O qual è a imagem
do Deus invisível o primogênito de toda a criação ”. O texto
diz que Jesus é o primogênito de toda a criação e não o
primogênito de Deus. A Bíblia ensina que o primogênito
nem sempre significa ser o primeiro de uma série, como
querem os adeptos de Russel. A palavra “primogênito”
aparece como uma posição de destaque, como diz o
Salmo 89.27: “Também por isso lhe darei o lugar de
primogênito;fá-lo-ei mais elevado do que os reis da terra”.
Esse primogênito não quer dizer o mais velho ou o
primeiro numa série, mais uma posição de destaque,
uma preeminência, uma posição de certa primazia, signi­
fica domínio. Isso pode ainda ser visto com relação à
igreja, cujos membros são chamados de primogênitos,
em Hebreus 12.23, que diz: “A universal assembléia e
igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a
Deus, o Juiz de todos”. Agora, procure o leitor aqui dar o
sentido de o mais velho ou o primeiro de uma série à
palavra “primogênito” e veja o absurdo.
Sabemos que o povo de Israel não foi o primeiro povo
da terra. Antes mesmo de Abraão já existiam os sumérios,
os acádios, os amorreus, nos dias de Abraão haviam os
egípcios, os cananeus, os heteus, e muitos outros povos.
No entanto, o povo de Israel é chamado de primogênito,
em Êxodo 4.22: “Então dirás a Faraó: Assim diz o Senhor:
Israel é meu filho, meu primogênito”. Efraim, filho, mais
148 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

novo de José, e que nasceu no Egito, é chamado de


primogênito, embora seja o mais novo, assim está escrito
no profeta Jeremias 31.9: “...porque sou um pai para
Israel e EJraim é o meu primogênito".
A palavra “primogênito” no hebraico é bechor e no
grego protótokos e traz consigo esses dois significados:
os mais velhos de uma família ou mesmo do gado - o
primeiro numa série; ou ainda o preeminente, aquele que
tem primazia e domínio.
Agora vamos analisar aqui em qual desses dois
significados se encaixa a palavra “primogênito” em Colos-
senses 1.15, à luz do próprio texto. Vejamos o que dizem
os quatro versículos que vêm logo em seguida: “Porque
neleJoram criadas todas as coisas que há nos céus e na
terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam domi­
nações, sejam principados, sejam potestades: tudo fo i
criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas,
e todas as coisas subsistem por ele. E ele ê a cabeça do
corpo da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os
mortos, para que em tudo tenha a preeminência" {Cl 1.16­
18). O texto diz aqui que Jesus é criatura ou que ele é o
Criador e o Preeminente sobre todas as suas criaturas?
Só mesmo aqueles que estão aprisionados pelo precon­
ceito, como os russelitas, podem negar a eternidade de
Cristo com base neste texto, porque a Bíblia não ensina
em nenhum lugar ser Jesus uma criatura de Jeová Deus,
antes o contrário, ensina que ele mesmo, isto é, Jesus
Cristo, é Javé Deus, conforme Já vimos no capítulo que
fala sobre a Santíssima Trindade.

7. Os russelitas dizem que Jesus não é Deus pçrque


é criatura.

A Bíblia diz que Jesus é Criador, portanto, essa tese


que nega a eternidade de Cristo, defendida pelas “teste­
munhas de Jeová”, não é bíblica. A STV baseia essa
•doutrina asquerosa em apenas dois versículos da Bíblia,
°-iim já vimos, que é Colossenses 1.15, e já sabemos que o
texto não ensina essa aberração. E o outro é Apocalipse
‘ 3714, que diz: “E ao anjo da igreja que está em Laodicéia
O Senhor Jesus Cristo 149

escreve: Isto diz o Amém, a testemunhafie l e verdadeira,


o principio da criação de Deus”. O texto aqui não diz que
Jesus é criatura, mas “o principio da criação de Deus”. A
palavra “princípio” aqui no original grego é apxií arché
e significa “fonte”, “origem”, vem de arch que significa
“líder”, “chefe”, como por exemplo: “arcanjo”, um líder dos
anjos; “arcebispo”, um líder ou chefe dos bispos. Até a
palavra “presidente” ou “governador” que encontramos
no Novo Testamento no grego é archon.
A expressão “principio da criação de Deus " revela ser
Jesus a fonte e a origem de tudo o que foi criado e que
existe, isto é, ele criou tudo. Se a palavra “princípio” aqui
significasse começo de existência como querem os russe­
litas, eles seriam também obrigados a recusar que Deus
seja etemo, pois Apocalipse 21.6-7 diz que Deus é o
“princípio e o fim’”, mas não o fazem porque sabem que
essa expressão significa que Deus não teve origem e nem
terá fim. Assim, também o texto aqui de Apocalipse 3.14,
diz que Jesus não teve origem, antes, ele mesmo é a
origem de todas as coisas. A STV não consegue ver esta
realidade, quer impiedosamente rejeitar a divindade e a
eternidade de Cristo. Não interessa a entidade saber o
que o texto diz, o que lhe interessa é negar essa verdade.

8. Os russelitas dizem que Jesus não é Deus porque


ele mesmo disse que ninguém é bom se não o Pai.

Esta questão é resolvida facilmente quando pergun­


tamos a uma “testemunha de Jeová” se Jesus era bom ou
mal. É claro que Jesus era e é bom, é a Bíblia que ensina
isso, (Mt 11.28-30; At 10.38; 2 Co 10.1). Mas por que
Jesus disse ao mancebo de qualidade: “Por que me
chamas bom?” Ora Jesus queria que o Pai fosse glorifi-
cado juntamente com ele, foi por isso que Jesus disse:
“Ninguém é bom, se não um, que éDeus" (Lc 18.19). Esta
declaração não desonra em nada a deidade de Cristo. E
mesmo que o fizesse, a bondade de Cristo também seria
desabonada, o que seria uma aberração.
150 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

9. Os russelitas dizem que Jesus é distinto do Pai,


logo ele não pode ser Deus.

Eles se baseiam em João 17.3, que diz: “E a vida


eterna é esta, que te conheçam, a tt só, por único Deus ver­
dadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”. Esta passa­
gem é uma das mais extraordinárias da Bíblia e é
simultaneamente um golpe fatal em todas as ramifica­
ções do gnosticismo. Mas os servos de Russel e todos os
unitaristas que negam a divindade de Cristo, se utilizam
freqüentemente dela na tentativa de provar esta suposta
diferença de natureza entre o Pai e o Filho. Raciocinam os
russelitas: “há somente um Deus, há também Jesus
Cristo, seu Filho”, e com isso defendem a sua doutrina.
Ora, esta interpretação é artificial e revela um pre­
conceito contra Jesus e uma total ignorância das Escri­
turas, principalmente daquelas passagens que ensinam
clara e explicitamente a divindade de Jesus Cristo. E com
essa interpretação da STV, seus adeptos ficam privados
de entender que, conhecer a Deus é o mesmo que conhe­
cer a Cristo. Jesus disse: “...quem me vê a mim vê o Pai”
(Jo 14.9). Conhecer a Deus é o mesmo que conhecer a
Cristo em virtude da unidade de natureza do Pai e do
Filho. O Pai não é Filho e nem o Filho é Pai, estas Pessoas
são distintas e formam com o Espírito Santo a unidade
composta da divindade. Crer no Filho como Messias de
Israel e rejeitar a sua divindade, foi a doutrina ensinada
pelos ebionitas e ainda hoje advogada pelo lslamlsmo.
Maomé dizia que Jesus era o Cristo mas que não deveria
ser adorado, foi a maior infâmia e o maior pecado
cometido por Maomé. Através disto têm levado milhões*ao
inferno. Jesus declarou que sem fé nele está tudo perdi­
do: “...credes em Deus, crede também em mim" (Jo 14.1).
Existem muitas religiões que crêem em Deus mas
não crêem em Jesus de Nazaré. Crer em Deus e negar a
divindade de Jesus é uma crença falsa. O texto de João
17.3 revela um conhecimento ético além de prático pois
produz efeito prático na vida e nas ações do cristão, e é
também um conhecimento místico. Seria algo inconcebí­
vel associar a vida eterna a Deus e a uma criatura, se o
O Senhor Jesus Cristo 151

Filho não fosse divino. O texto ensina o monoteísmo


judaico-cristão sem prejudicar em nada a doutrina da
Trindade e da Deidade do Filho. Esse mesmo Jesus, que
nessa passagem é relegado pelos russelitas, é em 1 João
5.20, chamado de Deus verdadeiro: “Este é o verdadeiro
Deus e a vida eterna”. Então se há somente um Deus
verdadeiro, e Jesus é chamado de verdadeiro Deus e a
vida eterna, endubitavelmente o Filho é Deus.

V. OS ATRIBUTOS DA DIVINDADE EM CRISTO

Além de todos os textos que ensinam explicitamente


que o Senhor Jesus é Deus, encontramos também na
Bíblia todos os atributos da divindade em Jesus. Aqui
vamos citar os principais, porque já vimos uma boa parte
destes atributos no capítulo sobre a Trindade.

1. Jesus é eterno

A expressão “Filho Unigêntto” que aparece com


freqüência nos escritos joaninos significa ser Jesus o
único gerado, “Unigêntto” vem de duas palavras gregas
ja o v ó c monós, que significa “único”, e y e v e á geneâ,
que quer dizer “gerado”, do verbo genáo isto é, “gerar”. Os
anjos em Jó 38.7, são chamados de filhos de Deus, então
Deus não tem apenas um filho. Jesus é chamado de
“Filho Unigêntto” no grego jio v o y evé e monogenés por
ser ele o único que tomou-se homem: “Tu és meu Filho, eu
hoje te gerei” (Sl 2.7; At 13.33; Hb 1.5; 5.5). Mas a STV
resolveu inventar uma nova definição para a palavra
“unigênito”: “primeiro criado diretamente por Jeová”. Essa
é uma definição arbitrária, aberrante e contrária ao
próprio significado da palavra.
A pré-existência de Cristo é etema, o profeta Mi-
quéias, ao anunciar o nascimento do Messias na cidade
de Belém de Judá, concluiu a mensagem dizendo: “...e
cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias
da eternidade” (Mq 5.2). Isto revela que o Filho já existia
antes dos tempos dos séculos, antes de todas as coisas,
que ele é etemo (Pv 8.22-27). O profeta Isaías anuncia o
i
152 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

aparecimento do Messias, dando-lhe cinco nomes, a


saber: “...e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro,
Deus Forte, Pai da eternidade, Príncipe da Paz" (Is 9.6).
Como pode ser o Filho criatura, visto que o texto sagrado
nos diz aqui que ele é o “Pai da Eternidade’’?
Há outra passagem que corrobora esta grande verdade:
“Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje e eternamente’’ (Hb
13.8). Ora, se Jesus é a primeira criatura de Jeová Deus,
como querem as “testemunhas de Jeová”, o texto sagrado
aqui em apreço, fica discrepante. Como pode ser o Filho
“o mesmo ontem" visto que houve um tempo na história
em que ele não existia? Se o Filho passou a existir a partir
do dia em que foi “criado", como pode ser ele o mesmo
ontem? Se antes da sua “criação" ele não existia, podia
ser ele o mesmo antes de existir? De maneira nenhuma.
Em qualquer tempo da eternidade passada, “os tempos
antes dos séculos" (Tt 1.2), naquele passado remotíssimo
que a mente humana não pode alcançar, ele “era o
Verbo”, era o mesmo, o mesmo de hoje e de sempre, pois
ele é imutável. E além disso, lemos em João 1.3: “Todas
as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do quefot
feito sefez”. O texto é claro e objetivo em mostrar que não
há nada nesse infinito universo que não seja criado pelo
Senhor Jesus.
Ora, se é verdade que o Filho é criatura, então existe
no universo uma criatura que não foi feita por ele, que
seria ele mesmo criatura direta de Jeová, e assim, o que
fazer com João 1.3, cujo texto diz que “Todas as coisas
foram feitas por ele?” Não é absurda essa doutrina russe-
lita que nega a eternidade do Filho? Essa aberração da
STV consiste em transformar o Criador em criatufa.
Deformou a verdade divina adaptando-a ao seu sistema
ignominioso e estranho às Escrituras Sagradas.

2. Jesus é onipotente

Os russelitas ensinam que Jesus é o Deus poderoso


e não o Todo-poderoso, e com isso negam a doutrina
monoteísta. Estão dizendo que crêem em dois deuses:
um Todo-poderoso, que seria o Pai, e um menor, apenas
O Senhor Jesus Cristo 153

Poderoso, que seria o Filho. Mas no profeta Isaias,


encontramos o seguinte: “...antes de mim Deus nenhum
se formou, e depois de mim nenhum haverá” (Is 43.10).
Entâo, não há nenhum Deus além de Javé. Os demais
deuses são falsos. Em 2 Coríntios 4.4, Satanás é chama­
do de “deus deste século”, porque é um deus falso, e a STV
coloca Jesus em pé de igualdade com esta falsa divinda­
de. Assim, segundo o ponto de vista dessa entidade, ela
é obrigada a admitir a crença em duas divindades.
Entretanto essa não foi a crença dos apóstolos e nem da
igreja primitiva e nào há apoio para ela na Bíblia.
A Bíblia diz que o Filho é onipotente, isto é, o Todo-
poderoso. Jesus disse: “É me dado todo o poder no céu e
na terra” (Mt 28.18). Jesus tem todo o poder no céu e na
terra, em outras palavras, não há nada no céu e na terra
que Jesus não possa fazer, para ele não há impossível. O
apóstolo Paulo diz: “Que manifestou em Cristo, ressusci­
tando-o dos mortos, e pondo-o à direita nos céus. Acima de
todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de
todo o nome que se nomeia, não sô neste século mas
também no vindouro; e sujeitou todas as coisas a seus pés,
e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja”
(Ef 1.20-22). O texto diz que Jesus está acima de todo o
poder, o que vale dizer que ele é o Todo-poderoso.
“Eu sou o Alfa e o Omega, o principio e o fim , diz o
Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-poderoso ”
(Ap 1.8). ATNM, traz no lugar de “Senhor”, o nome Jeová,
mas no texto original grego encontramos o vocábulo
Kyrios. A STV, mais uma vez utiliza os seus velhos
truques e artifícios, pondo arbitrariamente aqui o nome
“Jeová" simplesmente para tirar Cristo do texto. Todo o
parágrafo deste capítulo primeiro de Apocalipse trata da
revelação de Jesus Cristo. O versículo 7, diz: “Eis que vem
com as nuvens e todo o olho o verá, até os mesmos que o
transpassaram; e todos as tribos da terra se lamentarão
sobre ele. Sim. Amém”. Quem é esse que vem com as
nuvens? De quem o texto está falando? Do Pai ou do
Filho? Claro que é do Filho, logo toma-se absurdo uma
mudança brusca de sujeito do versículo 7 para o 8.
Então, o verso 8 está falando daquele mesmo que vem
154 "TESTEMUNHAS DE JEOVÁ'

com as nuvens, portanto não é uma referência ao Pai,


mas ao Filho. Existem traduções que trazem “Senhor
Deus”, porque assim encontramos em alguns dos melho­
res manuscritos, mas isso serve para reforçar a idéia
contida no texto de que Jesus é o Senhor Deus Todo-
poderoso, é o que encontramos mais adiante: “não temas;
Eu sou o primeiro e o último” (Ap 1.17), omesmo “principio
e o fim ”, de Apocalipse 1.8.

3. Jesus é onipresente.

A onipresença é o poder de estar em todos os lugares


ao mesmo tempo. Jesus é ilimitado pelo tempo e pelo
espaço. Ele disse: "Porque onde estiverem dois ou três reu­
nidos em meu nome, aiestoueuno meio deles” (Mt 18.20),
e mais: “Eis que estou convosco todos os dias, até a
consumação dos séculos. Amém” (Mt 28.20). Essas duas
passagens mostram que Jesus está presente em qual­
quer parte do globo terrestre porque ele é onipresente. O
cumprimento das palavras de Jesus, nós encontramos
na própria Bíblia: “E eles tendo partido, pregaram por
todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confir­
mando a palavra com os sinais que se seguiram Amém”
(Mc 16.20), e hoje nos cultos, em nossas vidas: no traba­
lho, na escola e no lar.

4. Jesus 6 onisciente

A onisciência é outro atributo que só Deus possui, e


no entanto, Jesus revelou esta onisciência durante o seu
ministério, em João 1.47-48, quando disse que vtu
Natanael debaixo da figueira. Sabia que no mar havia um
peixe com uma moeda e que Pedro ao lançar o anzol o
pescaria e com o dinheiro pagaria o imposto, tanto por ele
como por Cristo (Mt 17.27). Em João 2.24-25. está escrito
que não havia necessidade de ninguém falar nada sobre
o que há no interior do homem, porque Jesus já sabe de
tudo. 1 Reis 8.39 diz que só Deus conhece o coração dos
homens, então Jesus é não somente onisciente, como
também é Deus. Ele sabia que a mulher samarltana já
O Senhor Jesus Cristo 155

havia possuído cinco maridos e que o atual não era o seu


marido (Jo 4.17-18). Encontramos em João 16.30; 21.17,
que Jesus sabe tudo, e Colossenses 2.2-3, nos diz que em
Cristo “estão escondidos todos os tesouros da sabedoria
e da ciência". Não há nada no universo que Jesus não
saiba, tudo porque ele é onisciente e é Deus.

5. Jesus Cristo é Javé dos Exércitos.

“Quem è este Rei da glória? O Senhor (Javé) dos


Exércitos; ele é o Rei da Glória” (SI 24.10). Este Salmo
transcende a um marco nacional, é um Salmo profético,
e fala do retomo de Cristo à sua glória, na sua ascenção.
É o cântico dos anjos e a festa de recepção do Filho de
Deus, pois voltou vitorioso ao céu. O apóstolo Paulo diz:
“A qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu,
porque se conhecessem, nunca crucificariam o Senhor da
Glória" (1 Co 2.8). A expressão: “Levantai, ó portas as
vossas cabeças; levantai-vos ô entradas eternas, e entra­
rá o rei da glória" (SI 24.7), diz respeito as portas do céu
que se abriram para receber o Rei dos reis, e se cumpriu
em At 1.9-11.0 profeta Isaías viu a glória de Deus e nesta
visão viu os serafins que “clamavam uns para os outros,
dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos:
Toda a terra está cheia da sua glória" (Is 6.3). Toda a terra
está cheia da glória de quem? O próprio texto diz que está
cheia da glória do SENHOR DOS EXÉRCITOS, ou JAVÉ
DOS EXÉRCITOS. No entanto, o Novo Testamento diz que
esta glória é de Jesus. O apóstolo João citou essa
passagem atribuindo essa glória como sendo de Jesus,
Diz o texto: “Cegou-lhe os olhos, endureceu-lhes o coração,
a Jlm de que não vejam com os olhos, e compreendam no
coração, e se convertam, e eu os cure. Isaías disse isto
quando viuasuaglóriaefaloudele"{Jo 12.40-41). O texto
do versículo 40 é uma citação de Isaías 6.10, e o versículo
41 é de Isaías 6.3. Assim, a Bíblia ensina que Jesus é o
Deus Javé dos Exércitos.

6. Jesus Cristo é Javé


No discurso profético de Jeremias sobre a vinda do
156 -TESTEMUNHAS DE JEOVÁ"

Messias, o Renovo de Davi, ele apresenta este Messias


como sendo chamado de Javé, nos seguintes termos: “Eis
que vem dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um
renovojusto; e sendo rei, reinará e prosperará, e praticará
o juízo e aJustiça na terra Nos seus dias Judá será salvo,
e Israel habitará seguro: e este será o seu nome com que
nomearão: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA (JAVÉ TSIDKE-
NVJT (Jr 23.5-6).
Os profetas Isaías e Malaquias profetizaram que
João Batista seria aquele que viria ante a face de JAVÉ,
(Is 40.3; Ml 3.1). Estas palavras foram lembradas por
Zacarias, a Bíblia nos diz que este, “fo i cheio do Espirito
Santo'’ (Lc 1.67), e disse: “E tu, 6 menino, (João) serás
chamado profeta do Altíssimo, porque hás de ir ante aface
do Senhor, (JAVÉ), e preparar os seus caminhos, para dar
ao povo conhecimento da salvação, na remissão dos seus
pecados’’ (Lc 1.76-77)., Quem é esse JAVÉ, do qual João
Batista foi o precursor? O próprio João diz que é Jesus:
“Vós mesmos me sois testemunhas de que disse: Eu não
sou o Cristo, mas sou enviado adiante dele" (Jo 3.28). O
profeta Ezequiel chama o Messias de JAVÉ Deus de
Israel: “E disse-me o Senhor: Esta porta estará fechada,
não se abrirá; ninguém entrará por ela, porque o Senhor
Deus de Israel entrou por elcu por isso estaráfechada’’ (Ez
44.2). Esta profecia começou a se cumprir quando Jesus
entrou em Jerusalém. Montado num jumento, ele cami­
nhou no sentido do monte das Oliveiras ao centro da
cidade, e passou pela porta oriental, (Ne 3.29), atualmen­
te, a porta Dourada, a única porta que dá acesso direto
ao pátio do templo.
Esta porta, que fica no lado oriental de Jerusalém, Foi
lacrada no ano de 1542 por ordem do Sultão Suleiman II,
o Magnífico, e permanece fechada até ao dia de hoje,
“Esta porta estaráfechada, não se abrirá: ninguém entra­
rá por ela, porque o Senhor Deus de Israel entrou por ela:
por isso estará fechada’’. Quem é este JAVÉ Deus de
Israel que entrou por esta porta? É Jesus, o profeta de
Nazaré. Israel conquistou a parte oriental de Jerusalém
na Guerra dos Seis Dias, e quando os soldados israelen­
ses foram abrir esta porta, o general do exército de Israel,
O Senhor Jesus Cristo 157

Moshé Dayan não permitiu alegando ser esta uma tarefa


do Messias, na sua volta. Ainda hoje Israel espera o seu
Messias.
Os judeus romperam com os cristãos porque Paulo
pregava a salvação pela fé, tanto a judeus com a gentios,
porque ensinava não ser necessário guardar a lei e
também pregava a divindade de Cristo. Mas as doutrinas
de Paulo foram baseadas nas Escrituras hebraicas, e os
Judeus não puderam ver isso. As “testemunhas de Jeo­
vá”, não conseguem ou não querem ver estas grandes
verdades exaradas no livro de Deus. A divindade de
Cristo é uma verdade revelada ao longo das páginas da
Bíblia. Só nega essa doutrina quem nega a autoridade
das Escrituras Sagradas ou por um processo de tapea­
ção, engodo e artíficids malignos, como faz a STV.

7. Jesus Cristo é adorado pelas suas criaturas.

Jesus é adorado por todos os que estão no céu, na


terra e debaixo da terra. (F1 2.10-11), e também pelas
hostes angelicais (Hb 1.6). Ele é mais sublime do que
todas as categorias mais elevadas de anjos (Ef 1.21). A
Bíblia ensina que devemos adorar somente a Deus (Ap
19.10; 22.8-9), logo Jesus é Deus, pois a ele nós adora­
mos como todos os anjos o fazem (Ap 5.11-14; 7.9-17;
19.3-7; Mt 28.9; Jo 9.38).
Os russelitas se negam a adorar a Jesus, e ensinam
que é pecado tal adoração, mas já vimos que os céus e a
terra adoram ao Senhor Jesus Cristo. Mas, um dia, as
“testemunhas de Jeová" querendo ou não irão prostar-se
diante de Jesus. Até os ímpios e incrédulos terão de fazê-
lo, porque está escrito: “Para que ao nome de Jesus se
dobre todo ojoelho dos que estão nos céus, (arifos, arcan­
jos, serafins, querubins os salvos e remidos) e na terra, (os
servos de Deus que ainda estiveram na terra naqueles
dias) e debaixo da terra, (os ímpios, incrédulos, doutrina-
dores de mentiras, inclusive os embusteiros da STV e seus
agentes vão se prostar diante Dele) e toda a língua
confesse que Jesus é o Senhor, para a qlória de Deus Pai’’
(F1 2.10-11).
158 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

VI. JESUS CRISTO E O ARCANJO MIGUEL

A STV ensina que Jesus é o arcanjo Miguel, embora


não se encontre apoio para tal doutrina nas Escrituras
Sagradas, contudo, essa entidade se apropria de três
artifícios para justificar tal estupidez, a saber: o termo
“arcanjo” só aparece no singular na Bíblia; em 1 Tessalo­
nicenses 4.16, a vinda de Cristo é precedida da “voz de
arcanjo"; e finalmente Daniel 12.1, diz que Miguel lutará
pelo povo de Deus, e com isso, a STV associa Miguel a
Jesus como sendo a mesma pessoa. (1)

1. Sobre Miguel e a palavra "arcanjo”

A Bíblia não ensina haver apenas um arcanjo. O fato


do termo “arcanjo” aparecer apenas duas vezes na Bíblia,
(1 Ts 4.16; Jd 9) não significa existir só um arcanjo no
universo. O nome de Miguel é mencionado como arcanjo
apenas em Judas 9, esta é a única passagem das
Escrituras que mostra ser Miguel um arcanjo. O termo
arcanjo significa “chefe" ou “líder” dos anjos. A expressão
grega arch significa “chefe" “líder” ou “cabeça”, (ver
IV, 7 deste capítulo), isto mostra que Miguel é um líder ou
chefe de um agrupamento de anjos, então ele também é
anjo. A palavra “Miguel” (Michael) significa no hebraico
“Quem é semelhante a Deus”. Gabriel, embora não se
encontre expressamente na Bíblia que ele seja arcanjo,
contudo, as Escrituras Sagradas revelam a função dele
como sendo a de um arcanjo. “E, respondendo o anjo,
disse-lhe: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, efiÃ
enviado a Jazer-te e dar-te estas alegres novas” (Lc 1.19).
A posição de satanás, antes de sua queda, também era a
de arcanjo, pois dele está escrito: “Tu eras querubim
ungido para proteger, e te estabeleci.." (Ez 28.14). O que
significa querubim ungido? O homem ungido de Deus, é
um homem escolhido por Deus para uma tarefa especial,
principalmente na liderança do povo de Deus. O queru-

(1) “Ajuda ao entendimento da Bíblia”, Vol III, pág. 1111-1112,


STV, Cesário Lange, 1982.
O Senhor Jesus Cristo 159

bim ungido, da mesma forma, era um querubim (uma


categoria de anjo) ungido. Portanto, antes de sua queda,
ele era responsável pela liderança de uma legião de
querubins, então era também um arcanjo. Assim encon­
tramos na Bíblia três arcanjos, líderes dos anjos, dos
principados e potestades dos céus.
A tradição rabínica faz menção de sete arcanjos:
Uriel, Rafael, Saracael, Miguel, Gabriel e Remiel. Quatro
desses sete arcanjos aparecem no livro apócrifo de Eno-
que, do qual foi tirado o versículo 9 de Judas. Miguel é
apresentado como cabeça dos demais seres celestes e
também é aquele que tocará a trombeta anunciando a
vinda do Messias. Rafael é também apresentado nesse
livro como um dentre os sete. Gabriel é chamado expres­
samente de arcanjo. Outro arcanjo mencionado ali é
Uriel.
É claro que a nossa fé está apoiada inteiramente na
Bíblia, não queremos apoiar nossas doutrinas nos livros
apócrifos, mas queremos salientar que trata-se de uma
tradição rabínica e digna de nossa confiança. A prova
disso é que Judas usou duas passagens desse livro. (Jd
9,14). Embora Enoque não seja um livro inspirado, há
nele expressões verdadeiras e delas Judas tirou alguma
coisa. O que queremos salientar aqui é que é Infundada
a idéia da existência de apenas um só arcanjo, tanto na
Bíblia como na tradição judaica. Com isso fica clara a
estupidez da STV em afirmar que por causa do nome
arcanjo aparecer apenas no singular seja Jesus o arcanjo
Miguel.

2. A voz de arcanjo.

Argumenta a STV em relação a 1 Tessalonicenses


4.16: “Caso a designação “arcanjo* se apUc&sse, não a
Jesus Cristo, mas a outros anjos, então a referência a voz
de arcanjo não seria apropriada. Nesse caso, estaria
descrevendo uma voz de menor autoridade do que a do
Filho de Deus” (2). Isso também não justifica a sua

(2) “Ajuda ao Entendimento da Bíblia”, vol. III, p. 1111-1112, STV


160 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

Interpretação porque, com base nessa Unha de raciocí­


nio, toma-se absurdo também entender que os anjos que
são inferiores ao Filho, anunciassem o nascimento de
Jesus aos pastores de Belém (Lc 2.9-14). O ministério dos
anjos em relação a Jesus é uma constante. Os anjos
tiveram participação no anúncio do nascimento de João
Batista (Mt 1.20; Lc 1.11-13, 1.26); anunciaram o nasci­
mento de Jesus, (Lc 2.9-14); assistiram a Jesus no
deserto, (Mc 1.13) na agonia de Getsêmanl, (Lc 22.43), na
sua ressurreição, (Mc 16.5; Mt 28. 2-3, 5); e na sua
ascenção, (At 1.10-11). Causa-nos estranheza esse argu­
mento árido, pobre e Inconsistente de que um anjo
precursor da vinda de Cristo venha a diminuir a pessoa
do Filho de Deus. Os anjos estão associados à vinda de
Cristo. É mais lógico admitir que um anjo soará a trom-
beta anunciando a vinda de Cristo, conforme a literatura
judaica e até mesmo o livro de Enoque, como já vimos, do
que admitir que o próprio Cristo venha a dar o alarme de
seu retomo. A “voz de Arcanjo” significa que o arauto
anunciará a vinda de Cristo, e não que o próprio Cristo
será o seu arauto.

3. Miguel, o Príncipe dos Judeus

Miguel aparece no profeta Daniel como um dos


primeiros príncipes (Dn 10.13). Atuará como líder das
hostes angelicais na luta contra os Inimigos de Israel (Dn
12.1), pelejará contra o Dragão e seus anjos, (Ap 12.7-8).
Muitos eruditos identificam essa batalha de Daniel 12.1
com a Guerra dos Seis Dias por enxergarem nela uma
operação sobrenatural. Não existe explicação para a »
vitória esmagadora de Israel sobre os árabes, senão a
mão de Deus, como nos tempos bíblicos. Quanto à bata­
lha de Apocalipse 12.7, é uma referência a queda de
Lúclfer, o que reforça mais ainda a idéia de que o
“querubim ungido" era no princípio um arcanjo. Quando
houve a rebelião de Lúclfer, Miguel se opôs a ele e o
expulsou juntamente com as suas hostes, sendo assim
vitorioso. Miguel é aquele anjo que tem o alto-comando
dos exércitos de Deus. Há, também, quem afirme que
O Senhor Jesus Cristo 161

essa batalha aconteceu logo após a ascenção de Cristo,


depois “que o Filho varão fo i arrebatado para Deus”, é
também uma interpretação válida, pois a Palavra de
Deus é uma espada de dois gumes, (Hb 4.12). O que não
se pode é admitir com essas passagens, que o “Filho
varão” seja Miguel, a Bíblia não ensina tal doutrina.
Jesus e Miguel são seres distintos e diferentes um do
outro.

4. Diferenças entre Jesus e Miguel

a) Jesus é Criador, (Jo 1.3) Miguel é criatura, (Cl 1.16


b) Jesus é adorado por Miguel Miguel não pode ser adorado
(Hb 1.6); (Ap 22.8-9).
c) Jesus é o Senhor dos Senhores, Miguelépríncipe, (Dn 10.13).
(Ap 17.14);
d) Jesus é o Rei dos reis, Miguel é príncipe dos judeus,
(1 Tm 6.15); (Dn 12.1).

VII. COMPARAÇÃO ENTRE JAVÉ DO VELHO TESTA­


MENTO E JESUS CRISTO DO NOVO TESTAMEN-
TO

A STV nega que Javé do Velho Testamento seja o


Senhor Jesus Cristo do Novo Testamento tendo como
justificativa quatro passagens das Escrituras Sagradas,
(Mt 4.10; Jo 8.54; SI 110.1; F1 2.9-11) e mostrando em
cada uma delas a distinção entre o Pai e o Filho. (3) Ser
o Pai distinto do Filho não é novidade. Isto já foi visto
quando falamos sobre a Trindade. O que queremos mos­
trar aqui é que Javé no Velho Testamento tem os mesmos
nomes que Jesus no Novo Testamento. Quanto a distin­
ção, é claro que Pai é Pai e Filho é Filho. Pai não é Filho
e nem Filho é Pai nem Espírito Santo é Filho e nem Pai.
São três pessoas distintas numa Trindade; Trindade na
Unidade e Unidade na Trindade. Analise o leitor as jus­
tificativas da STV e veja agora o que dizem as Escrituras
Sagradas.

(3) Raciocínios & Base das Escrituras, p. 208-209, STV, Cesárlo


Lange, SP, 1985
162 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

a) Javé é “EU SOU” (Ex 3.13­ Jesus é “EU SOU” (Jo 8.58).
14);
b) Javé é a “ROCHA” (144.8); Jesus é a “ROCHA” (1 Co
10.4).
c) Javé é o “SENHOR”, (Is Jesus é o “SENHOR" (F1
45.5-6); 2 . 11).
d) Javé é a “PAZ”, (Jz 6.24); Jesus é a “NOSSA PAZ” (Hb
2.14).
e) Javé é o “PASTOR", (SI Jesus é o “PASTOR”, (Hb
23.1) 13.20).
f) Javé é a nossa “BAN­ Jesus é a nossa “BAN­
DEIRA" (Ex 17.15). DEIRA” (Jo 3.14).
g) Javé é o "SENHOR DOS Jesus é o “SENHOR DOS
SENHORES” (Dn 2.47) SENHORES” (1 Tm 6.15).
h) Javé é o único “SALVA­ Jesus é o único “SALVA­
DOR” (Is 43.11). DOR”, (At 4.12).
1) Javé é o “SANTO”, (Lv Jesus é o “SANTO”, (At 4.27).
19.2)
j) Javé é o “VERDADEIRO" Jesus é o “VERDADEIRO”
(Ex 34.6) (Ap 3.7).
1) Javé é o “JUSTO”, (SI 7.9): Jesus é o "JUSTO” (At 3.15).
m)Javé é a “VIDA” (Dt Jesus é a “VIDA” (Jo 14.6).
30.20);
n) Javé é “SÁBIO” (Jr 32.19); Jesus é “SÁBIO” (1 o 1.24).
o) Javé é “O PRIMEIRO E Jesus é “O PRIMEIRO E O
ÚLTIMO” (Is 44.6); ÚLTIMO” (Ap 1.17).
p) Javé é “PEDRA DE Jesus é “PEDRA DE
TROPEÇO” (Is 8.13-15) TROPEÇO” (Rm 9.33).
q) Javé foi “TRANSPAS- Jesus foi “TRANSPASSADO"
SADO”, (Zc 12.10); (Jo 19.33.34).
r) Javé é o "PERDOADOR” Jesus é o “PERDOADOR”
(SI 103.3); (Mt 9.5-6).
s) Javé "VIRÁ COM OS Jesus “VIRÁ COM OS SAN­
SANTOS” (Zc 14.5). TOS” (1 Ts 3.13).

VIII. A RESSURREIÇÃO DE CRISTO

1. O significado da ressurreição de Cristo.

A ressurreição de Cristo não consiste apenas no fato


O Senhor Jesus Cristo 163

dele tomar a viver, pois se assim fosse não haveria


diferença daquelas ressurreições operadas no Velho
Testamento, nem Jesus podia ser considerado como “as
prtmlcias dos que dormem” (1 Co 15.20) e nem o “primo­
gênito dentre os mortos* (Cl 1.18). A ressurreição de
Cristo é a viga-mestra e o pilar do cristianismo. Ê um dos
elementos básicos que distingue o cristianismo das gran­
des religiões. Jesus mandou que na pregação do evange­
lho fosse anunciada a sua morte e ressurreição, (Lc
24.44-47). O apóstolo Paulo diz que negar essa verdade
é continuar no mesmo estado de pecado e miséria, e que
o cristianismo não teria sentido. “E, se Cristo não ressus­
citou é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos
pecados. E também os que dormiram em Cristo estão
perdidos" (1 Co 15.17-18). Essa ressurreição é a glorifi­
cação e exaltação de Jesus (Rm 6.4; F13.20-21; Jo 7.39);
a vitória esmagadora sobre satanás, o pecado, a morte e
o inferno (1 Co 15.54-56; Ap 1.17-18). Ele ressuscitou
para a justificação, pois, sem essa ressurreição não po­
deríamos ser justificados diante de Deus e assim estaría-
mos condenados (Rm 4.25). A ressurreição corporal de
Jesus é um fato insofismável, foi o tema da pregação dos
apóstolos e é a base da nossa salvação.

2. A ressurreição de Cristo e as “ testemunhas de


JeováM

A STV nega terminantemente a ressurreição corporal


de Jesus. Ensinam os russelitas que Jesus não ressusci­
tou e que Deus o materializou para enganar a Tomé que
era Jesus mesmo que estava ali diante dele. Eis a citação
ipsis litteris do texto da STV:

“Mas, visto quefo i possivel o apóstolo Tomé pôr


sua mão no orifício no lado de Jesus, não
mostra isso que Jesusfo i ressuscitado no mes­
mo corpo quefo i pregado na estaca? Não, pois
Jesus simplesmente se materializou, ou assu­
miu um corpo carnal, como os anjos haviam
feito no passado. A fim de convencer Tomé a
quem Ele era, Ele usou um corpo com marcas de
164 -TESTEMUNHAS DE JEOVÁ'*

ferimentos. Tinha a aparência, ou parecia ser


plenamente um humano, capaz de comer e
beber, como haviamfetto os anjos que Abraão
certa vez recepcionou”. (4)

A STV diz que Jesus materializou-se e nâo admite a


sua ressurreição. Então fazem parte do grupo que nega a
ressurreição de Cristo Mt 28.8-15 e não tem qualquer
vínculo e ou parte com as doutrinas cristãs pregadas
pelos apóstolos e exaradas no Livro de Deus.

3. A ressurreição corporal de Cristo & luz da Bíblia

O sistema inventado por Russel para negar a ressur­


reição corporal de Cristo é fraudulento e desprovido de
provas bíblicas, está baseado em explicações arbitrárias
e subjetivas. A Bíblia prova o contrário da STV, vejamos
o que ela nos diz:

a) O corpo de Jesus não viu a corrupção

Deus garantiu que o corpo do Senhor Jesus Cristo


não veria a corrupção, isto é, não se deterioraria: “não
deixarás a minha a alma no hades e nem permtttrás que
o teu santo veja a corrupção" (Sl 16.10; At 2.24-30), logo,
aquele corpo que foi crucificado não pôde ficar na sepul­
tura.

b) Jesus se apresentou ressuscitado

Jesus se apresentou aos seus discípulos dizencto ser


ele mesmo e não um corpo materializado: “Vede as
minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo: apalpai-
me e vede; pois um espirito não tem carne nem ossos, como
vedes que eu tenho. E, dizendo isto, mostrou-lhe as mãos
e os pés" (Lc 24.39-40). Aqui o texto diz que era Jesus
mesmo e não um outro corpo, e que essa ressurreição não
foi em espírito, como querem os russelitas. Jesus disse

(4) Poderá viver para sempre no paraiso na terra, cap. 17 p. 144­


145, STV. C. Lange, 1983
O Senhor Jesus Cristo 165

que era ele mesmo que estava presente, em carne e osso,


e que espírito não tem essas características materiais.
Em Mateus 28.6, lemos que o túmulo de Jesus foi
encontrado vazio, e onde pois, estava o corpo que fora
crucificado? O próprio Jesus disse que a sua ressurrei­
ção seria corporal, “Jesus respondem e disse-lhe: Derribai
este templo, e em três dias o levaniaret Disseram pois os
judeus: Em quarenta e seis anosfo i edifícado este templo,
e tu o levantarás em três dias? Mas elefalava do TEMPLO
DO SEU CORPO. Quando pois RESSUSCITOU DOS MOR­
TOS, os seus discípulos lembraram-se de que lhes dissera
isto; e creram na Escritura, e na palavra que Jesus tinha
dito• (Jo 2.19-22).

c) A ressurreição em espirito só existe na con­


versão do pecador

A ressurreição em espírito não existe em virtude de


ser ele Imortal. Todas as vezes que a palavra ressurreição
e seus derivados aparecem na Bíblia com relação a
ressurreição de Cristo, tratam de uma ressurreição literal
e corporal. A ressurreição no sentido espiritual só existe
quando um pecador se arrepende dos seus pecados e
recebe a Jesus Cristo em sua vida (Ef 2.5-6). Assim ficam
desfeitas em pó as doutrinas heréticas das “testemunhas
de Jeová".

4. Textos selecionados pela STV para negar a res­


surreição corporal de Cristo.

A STV se vale de um dos seus velhos truques fazendo


algumas citações bíblicas para justificar sua crença de
que Jesus não ressuscitou. Vamos aqui considerar essas
passagens e mostrar que elas não ensinam as aberrações
inventadas por Russel.

a) “M o rtijica d o , na verdade na carne, mas vivi-


Jica d o p elo E s p írito " (1 Pd 3.18)

O texto grego permite a tradução “pelo Espírito", “em


166 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ**

espírito” ou “no espirito”. A primeira quer dizer que o


Espírito Santo ressuscitou a Jesus e se harmoniza com o
contexto bíblico: “Declarado Filho de Deus em poder,
segundo o Espirito de santificação, pela ressurreição dos
mortos, - Jesus Cristo Nosso Senhor” (Rm 1.4). As outras
duas possíveis traduções mostram que, embora estando
Jesus Cristo morto na carne estando ele no túmulo,
contudo, o seu espírito continuava vivo e desceu às
partes mais baixas da terra e pregou aos espíritos em
prisão (1 Pd 3.19; Ef 4.7-10). Portanto, nenhuma dessas
possíveis traduções permite a interpretação dada pela
STV, negando a ressurreição corporal de Cristo.

b) A carne e o sangue não podem herdar o Reino


de Deus (1 Co 15.50)

Fazer desta passagem um recurso para negar a


ressurreição de Cristo é uma estupidez e revela a fraudu­
lência da STV. Primeiro porque o texto fala da “carne e
sangue”, e o corpo ressurreto é constituído de “carne e
osso” (Lc 24.39), e não há indício na Bíblia que haja
sangue no corpo que seja ressuscitado para a vida eterna.
Em segundo lugar, o texto fala do corpo terreno e natural,
que sem a transformação não pode ver a glória de Deus
e multo menos viver diante dele no céu. Logo no v. 51 o
apóstolo esclarece que os vivos naquele dia serão trans­
formados, recebendo um corpo incorruptível. O apóstolo
Paulo está falando da ressurreição dos mortos como
sendo corporal, e para que ele se adapte à nova dimensão
no céu, será necessária uma transformação. Esta dar-se-
á por ocasião da segunda vinda de Cristo. Agora, n#gar a
ressurreição corporal de Cristo com base nessa passa­
gem bíblica é um absurdo incrível; só admite tal interpre­
tação os que estão privados de raciocínio, os que estão
alienados de Deus e impossibilitados de compreenderem
“o evangelho da glória de Cristo, que ê a imagem de Deus ”
(2 Co 4.4).
O Senhor Jesus Cristo 167

c) "... Adão, fo i Jeito em alma vivente: o último


Adão em espirito vivificante" (1 Co 15.45).

Este trecho está dizendo que o Senhor Jesus não res­


suscitou corporalmente? Claro que não. O texto diz que
0 primeiro, homem isto é Adão foi feito em alma vivente,
(ver Gn 2.7), e que o segundo Adão, o Senhor Jesus
Cristo, não é simplesmente um corpo animado pela alma,
mas sim, é aquele que veio para viviflcar, isto é, veio para
dar vida. O primeiro Adão trouxe a morte a todos os filhos
dos homens, mas o segundo, o Filho, trouxe a vida e a
incorrupção (Rm 5.12, 17; 2 Tm 1.10). Esta passagem de
1 Coríntios 15.45, não arma sequer com uma sílaba a
teoria repugnante das “testemunhas de Jeová”. Portanto,
fica desfeita em pó, à luz da gloriosa Palavra de Deus,
essa doutrina asquerosa inventada por Russel.
7
O E s p ír it o S a n t o

E sboço

I. A ETMOLOGIA DA PALAVRA

II. O ESPÍRITO SANTO E AS “TESTEMUNHAS DE


JEOVÁ"
1. Como pode ser o Espírito Santo uma pessoa e ser
alguém cheio dele?
2. Personalizar não prova personalidade
3. O Espírito Santo não tem identificação pessoal

III. A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO


1. As reações do Espírito Santo
2. Atributos da personalidade

IV. A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO


1. A divindade provada
2. Os atributos da divindade no Espírito Santo

V. SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO

169
O Espírito
Santo

ME, servindo eles ao Senhor, e Jejuando, disse o Espírito Santo:


Apartai-me a Bamabé e a Saulo para a obra a que os tenho
chamado’1 (At 13.2).

I. A ETMOLOGIA DA PALAVRA

O Espírito Santo é a terceira Pessoa da Trindade. Ele


é eterno, onipotente, onisciente e onipresente, igual ao
Pai e ao Filho - (Mt 28.19).
A palavra hebraica para “espírito” é rm ruach e
aparece 376 vezes no Velho Testamento. É traduzic^ 100
vezes como “Espírito de Deus”, “Espírito de Javé”, “teu
Espírito” e “Espírito Santo”. As demais vezes aparece
como o “Espírito do homem”, “vento”, “sopro” e “respi­
ração”. Por esta causa a STV nega a personalidade do
Espírito Santo.
A versão grega dos Setenta traduziu ruach pela
palavra grega uveú^a pneuma de mesmo significado,
sendo que 49 vezes traduziu essa palavra hebraica pelo

170
O Espirito Santo 171

vocábulo grego anemo, que quer dizer “vento”. Visto que


a palavra ruach não tem apenas um significado e por isso
os adeptos de Russel se aproveitam para tradu­
zir n, n'7N n m veruach Elohim: “E o Espírito de Deus”
(Gn 1.2), por “e aforça ativa de Deus”. Embora a palavra
ruach tenha mais de um significado, isso não dá a
ninguém o direito a uma tradução ímpia, perversa e
arbitrária, como está traduzido na TNM. Esta estratégia
é uma camisa-de-força.
A palavra grega pneuma usada amplamente no Novo
Testamento para “espírito” é um substantivo neutro e
aparece em João 16.13-14, precedido do pronome de­
monstrativo “aquele”, isto é, no masculinmo e não no
neutro para concordar com o substantivo, como determi­
na a gramática grega. Isso acontece com o relativo “que”
em João 15.26, e com o relativo “o qual" em Efésios 1.14.
É claro que aparecem no Novo Testamento casos em que
o demonstrativo e o relativo aparecem no neutro para mo­
dificar a palavra “espírito”. Esta anomalia observada no
uso do demonstrativo masculino em lugar de neutro
revela a personalidade do Espírito Santo. O Ruach de
Deus aparece na obra da criação (Gn 1.2); como aquele
que orna os céus (Jó 26.13), e aquele que renova a face da
terra (SI 104.30). Atua naqueles que foram separados
para o trabalho de Deus (Ex 31.3), e no que diz respeito
a liderança (Jz 3.10). Ele inspirou os profetas (2 Pd 1.21),
é o responsável pela regeneração do pecador (Jo 3.5-6; Tt
3.5), e predisse a vinda do Messias (1 Pd 1.10-11).

II. O ESPÍRITO SANTO E AS “TESTEMUNHAS DE


JEOVÁ”

A STV nega a divindade e a personalidade do Espírito


Santo. Ensinam os russelitas: “...O Espirito Santo ê a in­
visível força ativa do Deus Todo-poderoso que move os
seus servos parafazerem a sua vontade (1) Esta entida­
de procura provar a sua doutrina não pela Bíblia, mas
pelo artificio no manuseio dela.

(1) Seja Deus Verdadeiro, p.88. STV. N.Y. 1949


172 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

1. Como pode ser o Espírito Santo uma pessoa a ser


alguém cheio dele?

Este argumento é apresentado pelos adeptos de


Russel e eles fazem a seguinte exposição: "João, o Bati-
zador, disse que Jesus batizava com espirito santo, assim
como João batizava em águas. Portanto, assim como água
não é pessoa, tampouco o espirito santo é pessoa". (2)
Acrescentam mais ainda, com seus argumentos ardilosos,
que a Bíblia fala de pessoas que foram “cheias do Espirito
Santo’’, de pessoas que foram “ungidas pelo Espirito
Santo". Então, questionam eles, como pode ser o Espírito
Santo uma pessoa? Como pode uma pessoa ou um grupo
de pessoas ser cheio de uma pessoa? Com essas conclu­
sões negam ser o Espírito Santo uma pessoa e simulta­
neamente a sua divindade. (3)
Esta comparação entre o batismo no Espírito Santo
e o batismo nas águas é muito pobre. É argumento incon­
sistente uma vez que o batismo nas águas representa
uma Imersão nelas, significando a nova vida com Cristo
(Rm 6.4-5), e o batismo no Espírito Santo significa ser
alguém revestido dele. 1 Coríntios 10.2, diz que o povo de
Israel foi batizado em Moisés, então a STV deveria também
negar a personalidade de Moisés. Como pode um povo ser
batizado em Moisés? Mas os russelitas parecem ignorar
essa passagem bíblica. O fato de alguém estar cheio do
Espírito Santo ou revestido dele não quer dizer que ele
seja impessoal. Para estes mesmos argumentos da STV
nós temos a resposta com outra pergunta: “Como po£e
ser Jesus uma pessoa e ser alguém morada dele? Disse
Jesus: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra e
meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele
morada" (Jo 14.23). O apóstolo Paulo disse: “MeusfUhi-
nhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que
Cristo sejaformado em vós” (G1 4.19). Como pode Jesus
ser formado em alguém sendo ele uma pessoa? Paulo
(2) Poderá Viver para sempre no paraído na terra — Cap. 4, p. 40­
41, STV. C. Lange, 1983;
(3) Raciocínios à Base das Escrituras, p. 143, STV, C. Longe, 1985.
O Espirito Santo 173

disse: “Cristo vive em mim” (G12.20). Como a STV explica


este fenômeno? Negam também a porsonalidade do Se­
nhor Jesus Cristo por causa disso? Claro que não. E por
que então negam a personalidade do Espírito Santo se
utilizando do mesmo argumento? É porque a sua doutrina
não teve origem na Bíblia, é própria, fabricada por Russel
e é sustentada hoje pelos seus adeptos. Então, aí está o
artifício da STV. Usam dois pesos e duas medidas; não
estão preocupados em ensinar a Bíblia, mas em impor
doutrinas caprichosamente inventadas por Russel.

2. Personalizar não prova personalidade.

Os russelitas citam Provérbios 1.20-23; Mateus 11.19;


e Lucas 7.35, querendo provar que a sabedoria personi­
ficada não é uma pessoa. (4) A passagem, de Provérbios
1.20-23 trata da sabedoria personificada. É a sabedoria
de Deus que é Jesus, é Jesus quem fala pelas ruas, vai às
praças. Essa mesma sabedoria reaparece em Provérbios
8 e a própria STV ensina que é Jesus. Mateus 11.19 e
Lucas 7.35, que tratam do mesmo assunto, falam dos
filhos da sabedoria de Deus. O evangelho de Cristo reflete
nos cristãos essa sabedoria, isto é, os filhos dessa sabedoria
são os cristãos. É com isso que a STV quer invalidar a
personalidade do Espírito Santo. Dizer que personalizar
nem sempre garante a existência de personalidade, até
certo ponto é verdadeiro. Mas fazer disso uma regra geral
e um método para negar uma grande verdade bíblica é
um truque maligno, é o mesmo que dizer: “O solo do
planeta Júpter é vermelho, portanto, todo solo vermelho é
de Júpiter”.

3. O Espírito Santo não tem identificação pessoal

A STV ensina que o Espírito Santo não tem identifi­


cação pessoal porque tal expressão ocorre 21 vezes no
Novo Testamento sem o artigo. (5) Os trapaceiros da STV

(4) Aid to Bible Understanding, p. 1543, STV, N. York, U.S.A. 1971


(5) Op. clt., p. 1543, STV. N. York, U.S.A, 1971
174 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

ainda não aprenderam que o artigo grego aponta o objeto


ou chama a atenção para ele, e que a sua ausência pode
ser definido ou não. O nome de Jesus ocorre mais de 900
vezes no Novo Testamento e aparece cerca de 350 vezes
sem o artigo e nem por isso Jesus deixa de ter identifi­
cação pessoal. Se a STV se preocupasse em ensinar a
Bíblia assim como ela é, e a defender a sua doutrina sem
preconceito, os seus “eruditos” teriam publicado no lugar
onde diz que o artigo definido não aparece 21 vezes onde
ocorre a expressão “Espírito Santo", que 73 vezes o
Espírito Santo aparece com o artigo definido. Mas não o
fazem, porque tal procedimento atrapalha a explanação
da doutrina, e com isso provam a desonestidade da STV.

III. A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO

A Bíblia revela o Espírito Santo como sendo uma


pessoa, a terceira Pessoa da Trindade, pois ele é Deus,
“...na sua própria imagem, como pelo Senhor, oEspírito” (2
Co 3.18 Alm. Atual.) O Espírito Santo possui intelecto, ele
penetra todas as coisas (1 Co 2.10-11), e é inteligente (Rm
8.27). Ele tem emoção, sensibilidade (Ef 4.30; Rm 15.30)
e tem vontade (1 Co 12.11; At 16.6-11). Se o intelecto, a
emoção e a vontade não puderem provar a personalidade
do Espírito Santo, fica difícil saber o que a STV entende
por personalidade, ou qual a definição que ela dá a este
termo.

1. As reações do Espirito Santo


»
Outra prova da personalidade do Espírito Santo é
que ele reage a certos atos praticados pelo homem.

a) Pedro obedeceu ao Espírito Santo (At 10.19,21).


b) Ananias mentiu ao Espírito Santo (At 5.3).
c) Estevão disse que os judeus sempre resistiram ao
Espírito Santo (At 7.51).
d) O apóstolo Paulo nos recomenda a não entristecer o
Espírito Santo (Ef. 4.30).
e) Os fariseus blasfemaram contra o Espírito Santo (Mt
O Espírito Santo 175

12.29-31).
f) Os cristãos são batizados em seu nome (Mt 28.19).

2. Atributos da personalidade

As “Testemunhas de Jeová” alegam que o fato de o


Espírito Santo falar, ensinar, dar testemunhos, ouvir, etc
não prova ter ele personalidade e justificam este ra­
ciocínio com meias verdades. Citam 1 João 5.8, “E três
são os que testificam na terra: o Espírito, e a água e o
sangue...”. Então, argumenta a STV, a água e o sangue
dão testemunhos, e nem por isso a água e o sangue têm
personalidade. Apresenta este argumento pobre, oco e
desprovido de lógica e de provas bíblicas, porque não
sabem ou não querem separar as coisas. O texto aqui é
uma reiteração do versículo 6. A água é o batismo e a
unção de Jesus Cristo. O sangue, é o sangue expiador
que ele derramou na cruz. Estes dois elementos são
provas da obra que Jesus realizou, sendo também o
Espírito Santo uma testemunha viva destas coisas tanto
naquele tempo quanto agora. Querer pôr o Espírito Santo
em pé de igualdade com a água e com o sangue, e fazer
disso um meio para provar na Bíblia que o Espírito Santo
é impessoal é revelar ignorância, falta de capacidade para
interpretar um texto, e uma cegueira exacerbada. Em
nenhum lugar das Escrituras encontramos ser a água e
o sangue pessoas e, não obstante, encontramos em toda
a Bíblia as provas da personalidade do Espírito Santo
pelos seus atributos pessoais. Alguém já viu a morte ter
atributos pessoais? Ou será que o pecado tem também
atributos pessoais? Claro que não, o fato do apóstolo
Paulo dizer que “a morte reinou de Adão até Moisés” é
usado pelos russelitas como um recurso para contraba­
lançar a personalidade do Espírito Santo. Diante de tudo
isso podemos notar nitidamente os artifícios da STV para
tapear o povo. Nem é necessário ser versado nas Escritu­
ras para perceber estes engodos. A heresia é tão gritante
e os seus argumentos tão desprovidos de base bíblica,
lógica e bom-senso que até mesmo as pessoas não
evangélicas e desligadas dos assuntos bíblicos se recu­
176 “TESTEMUNHAS DB JEOVÁ”

sam aceitá-la. Só aceitam uma explicação desta natureza


aquelas pessoas que já são inclinadas ao erro, e que
preferem trevas à luz.
Eis alguns atributos pessoais no Espírito Santo:

a) O Espírito Santo ensina (Jo 14.26).


b) O Espírito Santo fala (Ap 2.7, 11, 17).
c) O Espírito Santo guia (G1 5.18; Rm 8.14).
d) O Espírito Santo clama (G1 4.6).
e) O Espírito Santo convence (Jo 16.7-8).
f) O Espírito Santo regenera (Jo 3.6; Tt 3.5).
g) O Espírito Santo testifica (Jo 15.26; Rm 8.16).
h) O Espírito Santo escolhe obreiros (At 13.2; 20.28).
i) O Espírito Santo julga (At 15.28).
j) O Espírito Santo advoga (Jo 14.16; At 5.32).
1) O Espírito Santo envia missionários (At 13.4).
m )0 Espírito Santo convida (Ap 22.17).
n) O Espírito Santo intercede (Rm 8.26)
o) O Espírito Santo impede (At 16.6-7).
p) O Espírito Santo se entristece (Ef 4.30).
q) O Espírito Santo contende (Gn 6.3).

Será que todos esses atributos pessoais encontrados


no Espírito Santo ainda não convenceram os escritores
da STV sobre a sua personalidade? O cego maior não é
aquele que não vê, mas aquele que não quer ver.

IV. A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO

O Espírito é Deus e, como já vimos, é uma pessoa.


Negar esta verdade é insultá-lo. É fazer agravo ao Espírito
da graça (Hb 10.29), e tal pecado é imperdoável: “E, se
qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem,
ser-lhe-á perdoado, mas, se alguémfalar contra o Espirito
Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no
futuro " (Mt 12.32).

1. A divindade provada.
O Espírito é posto em pé de igualdade com o Pai
com o Filho, e tem também um nome, pois o Senhor Jesus
O Espirito Santo 177

determinou que os seus discípulos batizassem “em nome


do Pai, e do Filho, e do Espirito Santo” (Mt 28.19), o que
seria um absurdo se não fosse o Espírito Santo uma
pessoa. Jesus prometeu dar aos seus discípulos “outro
Consolador” (Jo 14.16). A palavra “outro” é aqui, no
original grego ÓXXoq állos que significa “outro” mas
da mesma natureza, da mesma espécie e da mesma
qualidade. Se o Espírito fosse uma força ativa e impes­
soal, como querem os seguidores de Russel, a palavra
correta para “outro” seria éxepoc héteros e não állos.
E também é bom não perder de vista a palavra “Consola­
dor” que no grego é uapaxAiiTOQ parákletos, que signi-
fia “ajudador” alguém chamado para auxiliar, “advogado”,
essa mesma palavra aparece em 1 João 2.1, com este
significado, “Meus Jilhinhos, estas coisas vos escrevo,
para que não pequeis: e, se alguém pecar, temos um
ADVOGADO (Parákletos no grego) para com o Pai, Jesus
Cristo, ojusto”. Em outras palavras, Jesus dizia aos seus
discípulos que estava voltando para o Pal, mas que
continuaria cuidando da igreja, pelo seu Espírito Santo,
seu Parákleto, um como ele que saberia e teria o mesmo
poder para preservar o seu povo.
Em Atos dos Apóstolos 5.3-4, o Espírito Santo é
chamado nominalmente de Deus, Pedro perguntou a
Ananlas: “Porque encheu Satanás o teu coração, para que
mentisses ao ESPÍRITO SANTO, e retivesses parte do preço
da herdade? Guardando a nãojicava para ti? E, vendida,
não estava em teu poder? Por queformaste este desígnio
em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a DEUS”.
Veja que Deus e o Espírito Santo aqui são uma mesma
divindade, primeiro o apóstolo diz que Ananias mentiu ao
Espirito Santo e depois o mesmo Espírito é chamado de
Deus. O mesmo acontece em 2 Samuel 23.2-3: “OEspírito
do Senhorfalou por mim, e a sua palavra esteve em minha
boca. Disse o Deus de Israel a Rocha de Israel a mim me
falou”.A parte final de 2 Coríntios 3.18, nos diz: “...como
pelo Espírito do Senhor”, mas a Versão Almeida Atuali­
zada, traduz assim: “...como pelo Senhor, o Espírito”, a
expressão grega aqui, literalmente seria: “Senhor Espírito”
mais o texto permite 4 traduções, assim: a) O Senhor do
178 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ"

Espírito; b) o Espírito do Senhor; c) o Espírito que é o


Senhor; d) Senhor, o Espírito. Esta última é a mais
aceitável porque o que o apóstolo quer mostrar é que o
Espírito é o Senhor, embora o apóstolo o separe de Cristo
em pessoa mas o identifica em natureza e divindade. O
Senhor aqui é uma referência a Cristo. Porém a STV
impôs arbitrariamente a palavra “JEOVÁ”, para traduzir
o vocábulo grego Kúptoe , e com isso a TNM diz que o
Espírito Santo é Jeová, o que veio contrariar os próprios
princípios da entidade. O tiro saiu pela culatra, pois
ficam obrigados a admitir que o Espírito Santo é Jeová,
embora o negue nominalmente. Assim está expresso no
próprio texto que eles fabricaram; caíram na sua própria
armadilha.

2. Os atributos da divindade no Espirito Santo

Vejamos agora os atributos da divindade que a Bíblia


revela no Espírito Santo

a) O Espírito Santo é onipotente (Zc 4.6; Rm 15.19).


b) O Espírito Santo é onipresente (SI 139.7-10).
c) O Espírito Santo é onisciente (1 Co 2.10-11).
d) O Espírito Santo é etemo (Hb 9.14).
e) O Espírito Santo é criador (Jó 26.13; 33.4; SI 104.30).
f) O Espírito Santo gerou Jesus Cristo (Lc 1.35)
g) O Espírito Santo é a verdade (1 Jo 5.6).
h) O Espírito Santo é o Senhor da igreja (At 20.28).
i) O Espírito Santo é chamado de Javé (Jz 15.14 comp.
16.20; Ex 17.7 comp. Hb 3.7-9; Nm 12.6 compT 2 Pd
1.21; Is 6.9 comp. At 28.25-26; Ez 8.1, 3).
j) O Espírito Santo é aquele que dá a vida eterna (G1
6 .8).
1) O Espírito Santo é o guia do seu povo (Sl 143.10; Is
63.14; Rm 8.14; G1 5.18).
m )0 Espírito Santo é o santiflcador dos fiéis (Rm 15.16;
1 Co 6.11; 1 Pd 1.2).
n) O Espírito Santo é aquele que habita nos fiéis (Jo
14.17; Rm 8.11; 1 Co 3.16; 6.19; 2Tm 1.14; Tg 4.5.
o) O Espírito Santo é santo (Is 63.10; 1 Jo 3.20).
O Espírito Santo 179

p) O Espírito Santo é fonte de poder e milagres (Mt


12.28; At 2.4; 1 Co 12.9-11).
q) O Espirito Santo é o autor do novo nascimento (Jo
3.5-6; Tt 3.5).
r) O Espírito Santo é o autor da vida espiritual (Ez
37.14; Rm 8.11-13).
s) O Espírito Santo é o distribuidor dos dons espirituais
(1 Co 12.8-11; Jo 14.26-27).
t) O Espírito Santo é o conhecedor do coração do
homem (Ez 11.5; Rm 8.26-27; 1 Co 12.10; At 5.3-9).
u) O Espírito Santo é conhecedor do futuro (Lc 2.6; Jo
16.13; At 20.23; 1 Tm 4.1; 1 Pd 1.11).
v) O Espírito Santo é salvador (Ef 1.13; 4.30; Tt 3.4-5).
x) O Espírito Santo é sábio (Is 11.2; Jo 14.26; Ef 1.17).

Deve ter sido uma tarefa árdua para os tapeadores


da STV manobrar todas essas passagens bíblicas de uma
maneira tal que conseguiram inculcar na mente dos seus
adeptos uma doutrina tão irracional, tão asquerosa e
repugnante, que dificilmente uma pessoa equilibrada
admitiria. A divindade do Espírito Santo não nasceu no
Concilio de Nicéia, não foi invenção humana, mas é uma
verdade que está exarada no livro de Deus, e nele assim
encontramos e assim cremos.

V. SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO

Os símbolos do Espírito Santo são um reflexo das


suas múltiplas operações e de maneira nenhuma com­
prometem a sua personalidade e sua divindade. Em
Lucas 3.13, o Espírito Santo é ilustrado como fogo,
porque o fogo aquece, ilumina e se espalha purificando.
Não que ele seja um fogo desprovido de personalidade,
pois a Bíblia também chama o Deus Pai de “fogo consumi­
dor'’ (Hb 12.29), sem contudo, comprometer a personali­
dade dele. Da mesma forma com referência à água, pois
em João 7.37-38, o Espírito Santo é ilustrado como a
água. Assim como a água é indispensável à vida física de
qualquer ser vivo, da mesma maneira ela é indispensável
à vida do crente. Ela refresca, refrigera e dá uma sen­
180 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ"

sação de tranqüilidade e bem-estar, e é isso que o Espírito


Santo realiza na vida do crente. O vento em João 3.8,
representa a ação sobrenatural do Espirito Santo. Do
mesmo modo que é um ministério a ação do vento aos
olhos humanos, é um mistério a obra regeneradora do
Espírito Santo. A pomba em João 1.23, é o símbolo da
mansidão, brandura, simplicidade, pureza, amor, paz,
longanimidade, etc. (Gl 4.22). A expressão “emformanem
Lucas 3.22, revela que o Espírito Santo desceu sobre
Jesus numa aparência ou na figura de uma pomba, e não
que ele seja uma pomba. A palavra grega aqui é eidei e
não morfé como aparece em Filipenses 2.6, onde revela
a essência e a natureza da divindade de Cristo. A primeira
palavra significa uma mera aparência, e a segunda, a sua
própria natureza e essência.
8
A A lm a

E sbo ço

I. A CONSTITUIÇÃO DO HOMEM

II. A ALMA NA BÍBLIA

1. A alma como pessoa em si mesma


2. A alma como sangue
3. A alma como expressão psíquica
a. Sede do apetite físico
b. Origem das emoções
c. A alma está associada à vontade e à moral
4. A alma como vida
5. A alma como alma
a. As almas dos mortos debaixo do altar de Deus
b. O que Paulo ensinou da alma após a morte do
homem?
c. Os patriarcas foram totalmente extintos na sua
morte?
d. A esperança dos discípulos de Jesus
e. O malfeitor da cruz está inconsciente?
6. Resumo.

III. O RICO E LÁZARO, LUCAS 16.19-31


1. O “rico e Lázaro” conforme a STV
2. A incoerência da STV
a. O novo significado da palavra hades
b. O texto é uma parábola?
c. Uma insinuação deturpada
d. A suposta distância entre o céu e o hades
e. A gota d’água
f. Resumindo a interpretação da STV

181
182 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

3. O que “o rico e Lázaro” pode nos ensinar?

IV. TEXTOS SELECIONADOS PELA STV PARA CON­


TRABALANÇAR ESTA VERDADE
1. A alma no livro de Eclesiastes
2. A ressurreição de Lázaro vista pelos russelitas
0
A ALMA
0
“E nâo temais os que matam o corpo, e não podem matar a
alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a
alma e o corpo" (Mt 10.28).

I. A CONSTITUIÇÃO DO HOMEM

A alma é uma substância incorpórea e invisível do


homem. Inseparável do espírito, embora distinto dele,
formada por Deus dentro do homem, imortal e consciente
mesmo fora do corpo. Ela é a sede das emoções, desejos
e paixões cuja comunicação com o mundo exterior é
manifesta através do corpo. É a partir dela que o homem
sente, goza e sofre tudo através dos órgãos sensoriais. É
algo inerente ao ser humano e, é o centro de sua vida
afetiva, volitiva e moral. É ela que presta conta a Deus dos
atos humanos.
Há teólogos e estudiosos que afirmam ser o homem
dicótomo, isto é, sua natureza é constituída de duas
partes: corpo e alma, sendo alma e espírito uma mesma
coisa. Mas a Bíblia mostra claramente que o homem é

183
184 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

tricótomo e essa tricotomia está revelada em várias


passagens das Escrituras, dentre elas Hebreus 4.12:
“Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetran­
te do que espada alguma de dois gumes, e penetra até á
divisão da alma e do espirito, e dasjuntas e medulas, e é
apta para discernir os pensamentos e intenções do coração”.
Aqui encontramos os três elementos: alma, espírito e as
juntas e medulas que representam o corpo, então o
homem não pode ser dicótomo. Estes três elementos
aparecem, também distintivamente em 1 Tessalonicen­
ses 5.23: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo;
e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente
conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor
Jesus Cristo”. Corpo, alma e espírito aparecem aqui
como elementos distintos.
A palavra hebraica para “alma” é P9J neplesh e
aparece 754 vezes no Velho Testamento, e na língua
grega a palavra é «jjuxií psyché e aparece mais 100
vezes no Novo testamento grego.

II. A ALMA NA BÍBLIA

Tanto no hebraico como no grego a palavra “alma”


tem um significado vasto e abrangente, ela diz respeito ao
princípio da vida, dos animais e dos aspectos espirituais
e psíquicos, de modo que não é honesto estabelecer uma
definição rígida e dogmática da palavra “alma” como faz
a STV. Vejamos os vários aspectos desses vocábulos na
Bíblia.

1. A alma como pessoa em si mesma *

Em Gênesis 2.7, lemos: “E formou o Senhor Deus o


homem do pó da terra, e soprou em seus narizes o fôlego
da vida; e o homem fo i feito alma vivente”. A expressão
“alma vivente” aqui significa ser o homem possuidor de
vida, como são os animais, que de igual modo são
chamados de “almas viventes” em Gênesis 1.20, 24, 30.
Não é por isso correto dizer que o homem e o animal são
uma mesma coisa, diferindo apenas no fato de ser o
A Alma 185

homem racional, como ensinam os adeptos de Russel. O


fato de o homem e os animais serem chamados de “almas
viventes” é simplesmente porque ambas as espécies têm
vida. Assim “como nem toda carne é uma mesma carne,
mas uma é a carne dos homens, e outra a carne dos
animais, outra a dos peixes, e outra a das aves” (1 Co
15.39), da mesma maneira, nem toda a alma é uma
mesma alma, uma é a dos homens e outra a dos animais.
Dizer que o homem tem o mesmo destino dos animais na
sua morte é uma aberração e contradiz diametralmente a
Bíblia. Logo na criação se percebe a grande diferença
entre o homem e os brutos, há uma barreira intrans­
ponível entre esses dois reinos. Os animais não foram
criados conforme à imagem e semelhança de Deus, e nem
receberam dele o “espírito da vida”, como recebeu o
homem. Os animais não foram dotados de moral, razão
e espiritualidade. Eles não têm inteligência, mas são
regidos por instintos, o que também revela a sabedoria do
Criador.
Se um cão traz uma caça ao seu dono, o faz não pela
sua vontade própria, mas porque o seu dono quis. Só o
homem desenvolveu a arte, a música, a literatura e a
tecnologia e é capaz de mudar o seu meio ambiente. Se ele
está com frio pode acender um fogo e aquecer-se en­
quanto o animal precisa ajustar-se ao meio ambiente. A
expressão “almas viventes” é aplicada tanto ao homem
quanto aos animais, como já ficou dito, é simplesmente
pelo fato de ambos terem vida, mas há uma diferença no
tipo de alma que o homem é. O homem foi feito um pouco
menor do que os anjos e Deus o coroou de honra e de
glória (SI 8.4-5). Então, não é de se admirar que a Bíblia
o chame de alma, trata-se de uma figura de linguagem, é
uma sinédoque de parte pelo todo, o interior do homem
para representá-lo como um todo.
Em Ezequiel 18.4, lemos: “toda a alma que pecar
essa morrerá”, é claro que é uma referência ao indivíduo.
Em Êxodo 1.5, lemos “Todos as almas, pois, que proce­
deram da coxa de Jacô,foram setenta almas; José, porém,
estava no Egito”. Que significado pode ter a palavra
“alma” aqui neste texto além de pessoas? Nenhum. Aqui
186 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

e em multas passagens das Escrituras a palavra “alma”


significa o próprio indivíduo, mas nem sempre isso
acontece é o que a STV ainda não aprendeu ou não quis
aprender. Quando um texto bíblico diz: “E era um o
coração e a alma da multidão dos que criam..." (At 4.32),
não dá para dizer que a “alma” é o próprio indivíduo e nem
o sangue. Então, cada caso é um caso, o contexto é que
determina o significado da palavra “alma”.

2. A alma como sangue.

A alma é apresentada muitas vezes na Bíblia como


sangue. Nem por isso é correto afirmar e dogmatizar que
a alma é o sangue. Jesus disse: “a minha alma está cheia
de tristeza até à morte” (Mt 26.38). Substitua a palavra
“alma" por “sangue” e veja que absurdo. Então, alma não
é sinônimo de sangue como ensinam os seguidores de
Russel. Levítico 17.14, diz: “Porquanto é a alma de todo a
carne; o seu sangue é pela sua alma; por isso tenho dito
aos JÚhos de Israel Não comereis o sangue de nenhuma
carne, porque a alma de toda a carne é o seu sangue;
qualquer que comer será extirpado’’. Esta é uma das
passagens bíblicas nas quais a alma tem o significado de
sangue. Esta identificação como o sangue é por que ele é
essencial à vida, *pois o sangue é a vida” (Dt 12.23), ou
seja, no sangue está a vida dos seres. Por isso é chamado
freqüentemente de alma, e não a alma de per si ser o
sangue, como querem os russelitas. Outras passagens
bíblicas, como Gn 9.4; Lv 10-14, etc., mostram a alma
sendo chamada de sangue, mas é pela razão já apresen­
tada. Na maioria das vezes não dá para substituir*alma
por sangue, pessoa, vida, etc., mas, ela é tudo isso.
Depende unicamente do contexto bíblico em que aparece,
e não das imposições arbitrárias da STV dogmatizando,
dizendo que a alma é o sangue ou a pessoa, sem admitir
as demais significações dessa palavra na Bíblia. Isso é
violentar a doutrina bíblica. É querer impor uma idéia e
fazer com que ela prevaleça à própria Bíblia.
A Alma 187

3. A alma como expressão psíquica

A palavra “alma” ocorre diversas vezes nas Escritu­


ras aplicada a vários estados de consciências do indiví­
duo. Vejamos alguns.

a) Sede do apetite físico. O fastio do indivíduo é


oriundo da alma, “e a nossa alma temfastio deste pão tão
vil” (Nm 21.5). O desejo é proveniente da alma, do homem
interior, e manifestado pelo corpo, “Comerei carne; por­
quanto a tua alma tem desejo de comer carne; conforme a
todo desejo da tua alma, comerás carne’’ (Dt 12.20). “Não
é pois bom para o homem que coma e beba, e que faça
gozar a sua alma do bem do seu trabalho?’’ (Ec 2.24), ver
mais Jó 33.20; Salmos 107.18; Miquéias 7.1.

b) Origem das emoções. É da alma que provém as


emoções e as angústias do ser humano: “Porventura, não
chorei sobre aquele que estava aflito, ou não se angustiou
a minha alma pelo necessitado?’’ (Jó 30.25). Em Isaías
1.14, Deus aparece como tendo alma, e ela aborrece e
abomina o pecado do povo, “As vossas luas novas, e as
vossas solenidades as aborrece a minha alma;já me são
pesadas:já estou cansado de as sojrer”. É também a fonte
das alegrias, *Alegra a alma do teu servo, pois a ti Senhor,
levanto a minha alma” (SI 86.4), e do amor “Dizei-me, ó tu,
a que ama a minha alma” (Ct 1.7). *
c) A alma está associada à vontade e à ação moral.
A vontade está ligada ao desejo da alma, “Então dali
buscarás ao Senhor teu Deus, e o acharás, quando busca-
res de todo o teu coração e de toda a tua alma” (Dt 4.29).
A alma está ligada a ação moral do indivíduo, “Pelo que a
minha alma escolheria antes a estrangülação; e antes a
morte do que estes meus ossos” (Jó 7.15). “No seu secreto
conselho não entre minha alma, com a sua congregação
minha glória não se ajunte” (Gn 49.6).

4. A alma como a vida

A STV ensina que o homem tomou-se “alma vivente”


188 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

só quando Deus soprou em suas narinas o fôlego da vi­


da U77n-nnpj nishmat hayym (em hebraico), em Gê­
nesis 2.7. Mas não é este o ensino bíblico. A Bíblia diz que
Deus formou o homem, mas, somente depois que Deus
soprou em suas narinas, ele recebeu vida; recebeu o
fôlego ou sopro da vida. Então, o homem, já formado e
tendo dentro dele a alma, passou a ser “alma vivente’’. O
espírito que veio de Deus animou o corpo dando-lhe vida.
É por esta razão que a alma aparece nas Escrituras como
sendo a vida do Indivíduo. Está escrito em Jó 12.10; “Que
está na sua mão a alma de tudo quanto vive, e o espirito
de toda a carne humana?’’. Temos aqui um paralelismo.
A segunda parte é repetição da primeira, mas em outras
palavras, restringindo, pelo que parece, ao homem. Aqui,
a alma é substituída pelo espírito, como algo que está
dentro do ser vivo e que anima o corpo. Ao sair o espírito,
o corpo fica inerte, morre. Por esta razão encontramos em
várias partes das Escrituras a alma como sendo a vida.
Tanto a palavra hebraica n n ruach, na maioria das vezes
com o sentido de “espírito”, como a palavra nnw n’sha-
má (também hebraica), podem ser usadas como “vida”.

5. A alma como alma

É a alma como parte imaterial e imortal existente


dentro do homem, conforme a definição na introdução.
Em outras palavras, a alma no seu sentido estrito da
palavra. Jesus disse: “E não temais os que matam o corpo,
e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode
fazer perecer no inferno a alma e o corpo” (Mt 10.38).
Jesus aqui está mostrando que não devemos temer os
inimigos, porque, o máximo que eles nos podem fazer é
nos matar, isto é, matar o corpo, mas, nada podem fazer
com a alma. Antes, devemos temer a Deus, pois ele pode
não só matar o corpo, como pode também fazer perecer no
inferno não só o corpo, mas também a alma, o que mostra
a imortalidade dela. A STV serve-se deste texto para
negar a existência da alma. A TNM traduziu “perecer" por
“destruir", para se adaptar à doutrina da entidade. A
palavra grega aqui é a n oxéoa i apolésai, infinitivo
A Alma 189

aoristo do verbo cmóxXujiL apóllymi, e no texto em


foco significa “arruinar”. A mesma passagem reaparece
em Lucas 12.4-5 e contradiz a interpretação de Mateus
10.28, dada pela STV. Assim diz a Palavra de Deus: “E
digo-vos, amigos meus: Não temais os que matam o corpo,
e depois não têm mais queJazer. Mas eu vos mostrarei a
quem deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem
poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a esse temei”.
Se a alma não existisse como querem os russelitas, esse
texto não teria sentido. Qualquer pessoa teria poder para
matar e lançar no inferno o corpo e a alma. No entanto,
Jesus disse que devemos temer somente aquele que pode
matar e fazer perecer no inferno tanto o corpo quanto a
alma, isto é, a Deus, pois somente ele tem este poder.
Portanto os inimigos só podem matar o corpo, mas a alma
é algo especial, imortal e intangível, que está dentro do
homem. Vejamos mais provas bíblicas da imortalidade
da alma.

a) As almas dos mortos debaixo do altar de Deus.


“E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as
almas dos queforam mortos por amor da palavra de Deus
e por amor do testemunho que deram. E clamavam com
grande voz, dizendo: Até quando, ô verdadeiro e santo
Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que
habitam sobre a terra? Eforam dadas a cada um compri­
das vestes brancas efoi-lhes dito que repousassem ainda
um pouco de tempo, até que também se completasse o
número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de
ser mortos como elesforam” (Ap 6.9-11). O texto fala dos
cristãos degolados durante o período da Grande Tribu-
lação, por se recusarem a adorar a besta, cujas almas
aparecem nesse texto estando debaixo do altar de Deus.
Como explicar isso se a alma não fosse imortal? O texto
diz explicitamente que eles foram mortos na terra e que
agora, suas almas se encontram no céu, debaixo do altar
de Deus. Será que as “testemunhas de Jeová” já leram
esta passagem? Que explicação poderiam dar?
A STV ensina que esses mártires são os 144. 000,
que segundo os russelitas, são os únicos que têm direito
190 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

ao céu. Este assunto será tratado mais adiante. Mesmo


que esta hipótese fosse verdadeira pois sabemos que isso
é uma aberração, é uma doutrina que Rutheford desen­
volveu em sua obra “Harpa de Deus " nada invalidaria a
imortalidade da alma.
b) O que Paulo ensinou sobre alma após a morte
do homem? “Mas de ambos os lados estou em aperto,
tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é
muito melhor" (F11.23); “Porque sabemos que, se a nossa
casa terrestre deste tabemáculo se desfizer, temos de
Deus um edifício, uma casa nãofeita por mãos, etemo, nos
céus. E por isso também gememos, desejando ser revesti­
dos da nossa habitação, que é do céu... sabendo que,
enquanto estamos no corpo, vivemos ausente do Senhor...
Mas temos confíança e desejamos antes deixar este corpo,
para habitar com o Senhor" (2 Co 5.1-2, 6,8). Que valor
teria essa declaração se o crente não estivesse consciente
na presença do Senhor Jesus? Se o cristão, na sua morte,
estivesse dormindo, como saberia que estava com Cristo?
Ou não estão na companhia de Jesus? Claro que sim.
Paulo sabia disto porque ele disse: “tendo desejo de partir
e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor". Em
2 Coríntios 5, o apóstolo ensina que quem partiu deste
mundo, isto é, quem morreu; cuja alma deixou o taber-
náculo, a tenda ou casa em que viveu sua vida terrena,
está em Cristo, na companhia dele; enquanto o corpo está
filo ou em estado de decomposição no túmulo. O taber-
náculo da sua casa se desfez e agora está revestido da
nova habitação que é do céu. A alma está unida às
miriades de santos de todas as eras, como os profetas,
patriarcas, apóstolos e demais justos e cristãos de todos
os tempos. Não é isso que ensina o apóstolo inspirado? A
resposta é sim. Portanto, não há lugar na Bíblia para as
doutrinas da STV.

c) Os patriarcas foram totalmente extintos na sua


morte? Jesus responde a esta pergunta: “E, acerca da
ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos
declarou, dizendo: Eu sou o Deus d’Abraão, o Deus d’Isa-
que e o Deus deJacô? Ora que não é Deus dos mortos, mas
A Alma 191

dos utuos” (Mt 22.31-32). Os patriarcas, estão vivos ou


mortos diante de Deus? Jesus disse que estão vivos e que
Deus é Deus dos vivos e não dos mortos, é claro, que isto
se aplica a todos os justos e santos do Velho Testamento,
e não simplesmente aos grandes patriarcas. Eles foram
tomados como exemplo por causa da passagem de Êxodo
3.6. O profeta Elias, ao ressuscitar o filho da viúva, orou
dizendo: “Ô Senhor meu Deus, rogo-te que tome a alma
deste menino a entrar nele” (1 Rs 17.21). Por que Elias
pediu a Deus que a alma do menino retomasse a ele?
Porque ela tinha partido dele na sua morte, não existe
outra explicação. E Deus atendeu a oração de Elias: “E o
Senhor ouviu a voz de Elias; e a alma do menino tomou a
entrar nele, e reviveu” (v.22), Como explicar isso se a alma
não existisse? Por que a STV não cita passagens como
estas que ensinam sobre a alma? Não o faz porque seria
uma barreira para exposição de suas doutrinas, não há
nenhum interesse por parte da entidade em que o povo
saiba disso.

d) A esperança dos discípulos de Jesus. Jesus


disse aos seus discípulos: "...para que onde eu estiver,
estejais vós também” (Jo 14.3). “Para onde eu vou não
podes agora seguir-me, mas depois me seguirás” (Jo
13.36). Na sua oração sacerdotal, Jesus disse: *Pai,
aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também
eles estejam comigo... ” (Jo 17.24). Se a alma não existis­
se, que sentido teriam essas promessas? Que valor
haveria estar alguém ali? Os discípulos de Jesus o
seguiram após sua morte conforme as promessas que
lhes havia feito.
A consciência é essencial ao conhecimento, e é
justamente esse incentivo que nos faz desejar ardente­
mente estar com Jesus Cristo. Então, todos os fiéis do
Senhor seguiram para onde ele foi, e não tem sentido a
doutrina da mortalidade da alma, não é bíblica tal
doutrina.

e) O malfeitor da cruz está inconsciente? Jesus


disse: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no
192 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

Paraíso” (Lc 23.43). (ver 3, IV, 3). É possível admitir com


base nessa passagem que o malfeitor arrependido está
deitado em sono Inconsciente? De maneira nenhuma.
Ambos morreram naquele dia, Jesus desceu às partes
mais baixas da terra (Ef 4.8-10), e pregou aos espíritos
em prisão (1 Pd 3.18-20), enquanto o malfeitor arre­
pendido foi ao Paraíso. O mesmo lugar para o qual Jesus
foi e “levou cativo o cativeiro” (Ef 4.8).
A vírgula, depois da palavra “hoje” é um antigo
truque usado por todos os hereges da antigüidade que
procuraram negar a imortalidade da alma, para advogar
a crença do sono da alma. Mas já vimos que nos manus­
critos antigos não havia pontuação nenhuma, o que
confirma uma imposição arbitrária, de fora para dentro.
Essa passagem ensina que o sono da alma é uma
doutrina falsa; ensina que a salvação é pela fé: o grande
baluarte da doutrina de Paulo. Fica ainda mais patente
que Jesus é o Salvador e sobretudo que não há neces­
sidade de ordenanças. Nem mesmo a santa ceia e o
batismo são necessários para levar a alma do homem ao
céu. A promessa de Jesus foi que naquele mesmo dia o
malfeitor morimbundo estaria com ele na glória, do con­
trário, a palavra “hoje” ali seria mais do que supérflua,
com pouquíssimo sentido.

5. Resumindo

Resumindo, a alma aparece na Bíblia referindo-se a


Deus (Is 42.1; Am 6.8; Hb 10.38); ao homem (Ex 1.5; Gn
46.22, 27, etc); ao estado plsíqulco, ao sangue, à vijja e
a parte imaterial Imortal, o homem Interior. Cabe à STV
colocar cada significado no seu lugar, e não impor uma
crença pré-fabricada nos laboratórios da entidade dog-
matizando terminantemente a palavra hebraica nephesh
e a palavra grega psyché. Este não é um trabalho
honesto, é violentar a mais rudimentar regra da her­
menêutica, e torcer as Escrituras, porque nelas “há
pontos difíceis de entender que os indoutos e inconstantes
torcem” (2 Pd 3.15-16).
A Alma 193

III. O RICO E LÁZARO, LUCAS 16.19-31

Existem duas “parábolas” no Evangelho de Lucas que


não são parábolas: “O Bom Samarltano” e “O Rico e
Lázaro”. O título que as sociedades bíblicas colocam nos
textos e em certos parágrafos, não fazem parte do texto
original, são para uma divisão de textos usado para
facilitar-nos a compreensão. A expressão “parábola do
rico e Lázaro” não consta nos originais, foi colocada para
intitular o assunto. Não podemos encarar este texto
apenas como uma exposição alegórica e figurada para ex­
trair lições e verdades espirituais, mais sim, um fato,
uma realidade. É a narração de um acontecimento que só
Jesus sabia e que ele contou aos seus discípulos. Sabe­
mos disso pelos seguintes fatos: a) Jesus não disse e nem
deu a entender que é parábola; b) é diferente das outras
parábolas. Nelas não há afirmação tão definida e nem
aparecem os nomes das pessoas, como aqui são men­
cionados: Abraão, Lázaro e Moisés; c) não foi nas ocasiões
em que Jesus disse: “O reinos dos céus é semelhante”, ele
disse: “havia um homem...”, a mesma abertura usada
para introduzir certos relatos no Velho Testamento (1 Sm
1.1 Jó 1.1, etc). E, mesmo que fosse uma parábola, não
alteraria o sentido, e a interpretação dada pela STV
continuaria sendo arbitrária, sem qualquer amparo bíblico.
A parábola ilustra uma realidade, é uma maneira figu­
rada de se ensinar uma verdade. O rico e Lázaro, como
um fato histórico ou uma parábola, continua com a sua
mensagem inalterada. O que acontece, é que sendo
parábola fica mais fácil para a STV distorcer e adaptar à
sua moda. É por isso que os russelitas insistem em
afirmar que se trata de uma parábola.

1. O “rico e Lázaro” conforme a STV

Vejamos a explicação dada pela STV.

“Há, porém, um lugar em que ocorre hades, que tem


induzido alguns a crer que o inferno bíblico seja um
lugar de tormentofísico. É onde Jesus falou do rico e
194 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

de Lázaro, e disse que o rico morreu e padeceu


tormentos no hades.(Lucas 16.22-31). Porque é este
uso de hades tão diferente do seu uso em outros
lugares? Porque Jesus estava contando uma parábo­
la ou ilustração, e não falava dum lugar de tormento
literal (Mateus 13.14). Considere: Êrazóavel ou bíbli­
co crer-se que um homem sofre tormento só porque é
rico, usa boa roupa e tem bastante para comer? É
bíblico crer-se que alguém é abençoado com a vida
celestial só porque é mendigo? Considere também o
seguinte: Acha-se o inferno literalmente a uma distân­
cia audivel do céu, para ser realmente possível conver­
sar? Também, se o rico estivesse num lago de fogo
literal, como poderia Abraão enviar Lázaro para re­
frescar-lhe a língua com apenas uma gota de água na
ponta do dedo? Então, o que estava Jesus ilustrando?
Nesta ilustração, o rico representava a classe dos
lideres religiosos que rejeitaram e depois mataram
Jesus. Lázaro representava o povo comum que acei­
tou o Filho de Deus. A Bíblia mostra que a morte pode
ser usada como símbolo, representando uma grande
mudança na vida ou no proceder da pessoa. (Veja
Romanos 6.2, 11-13; 7.4-6). Ocorreu uma morte ou
mudança na condição anterior quando Jesus alimen­
tou espiritualmente a classe de Lázaro e esta, assim,
entrou no favor do Abraão maior, Jeová Deus. Ao
mesmo tempo, os lideres religiosos falsos ‘morreram’
para com o favor de Deus. Tendo sido rejeitado,
sofriam tormentos quando os seguidores de Cristo,
após o Pentecostes, expulsaram vigorosamente as
suas obras ruins. (At 7.51-57) Portanto, esta ilustra­
ção não ensina que alguns mortos sejam atormenta­
dos num literal inferno de fogo. ” (1)

2. A incoerência da STV

Veja o leitor o contra-senso e a violação na interpre-

(1) A Verdade que conduz & vida eterna p.42.43, STV New York,
1968
A Alma 195

tação da STV. O leitor deve ter notado as sutilezas e os


ardis com os quais os escritores da STV embalaram e em*
pacotaram o texto bíblico. Queremos aqui levantar algumas
considerações sobre esta interpretação empacotada à
moda russelita.

a) O novo significado da palavra hades. Segundo a


STV a parábola tem o poder de mudar o sentido e o
significado das palavras. Esta entidade diz que Jesus fez
um uso tão diferente da palavra hades simplesmente por
se tratar de uma parábola. Que justificativa estranha e
sem bases bíblicas e hermenêuticas!

b) O texto é uma parábola? Se o texto é parábola ou


ilustração de Jesus está fora do texto sagrado. Deter­
miná-lo como uma parábola é uma interpretação arbi­
trária. Onde está escrito que é uma parábola? Em nenhum
lugar das Escrituras.

c) Uma situação deturpada. Não está escrito em


nenhum lugar que o rico foi condenado pelo simples fato
de ser um homem rico, essa é uma insinuação exclusiva
da STV; em cima dela a entidade argumenta a sua
posição. A Bíblia nada diz sobre o rico, senão que comia
bem e que se vestia de vestes caríssimas, mas não dá a
razão ou a causa da sua condenação. Certo, é que ele não
era obediente à Palavra de Deus, isso, com certeza
justifica a sua condenação.
A insinuação deturpada da STV é um velho artificio
peculiar à entidade: contradizer uma assertiva inexis­
tente, mas que ela mesma inventou, e em cima dela
desenvolver a sua tese. Onde está escrito que Lázaro foi
ao seio de Abraão só pelo fato de ser pobre? O texto
sagrado não diz que Lázaro foi ao selo de Abraão por ser
mendigo. Ninguém é salvo por ser pobre nem condenado
por ser rico. Esta idéia foi levantada pela STV simples­
mente para justificar a sua doutrina estranha e desco­
nhecida na Bíblia.
d) Á suposta distância entre o céu e o hades. O
texto sagrado não diz que Lázaro foi para o céu, mas para
196 - t e s t e m u n h a s DE JEOVÁ”

o “seio de Abraão,” portanto, esta distância não existe. A


técnica de inverter as coisas para Justificar uma idéia teve
a sua origem em Satanás: "E assim que Deus disse: Não
comereis de toda a árvore dojardim? (Gn 3.1). E Satanás
sabia perfeitamente que a ordem de Deus não era essa, a
proibição era somente com relação à árvore da ciência do
bem do mal, e não a toda árvore do jardim. A mesma
técnica é usada aqui pelos seguidores de Russel. O “seio
de Abraão” era um lugar localizado no próprio hades.
Antes do advento do Messias, tanto os justos como os
injustos iam para um mesmo lugar na sua morte, o sheol,
em hebraico, e hades no grego. Lá havia uma divisão, o
lugar dos justos, que os rabinos denominavam “Seio de
Abraão", "Jardim do Éden” e o “Trono de Glória”. Destes
três nomes, o "Seio de Abraão” era o mais usado na
teologia Judaica da época, e esse Paraíso fazia parte do
hades, dava perfeitamente para conversar, e ainda mais
com a permissão de Deus. Quando o Senhor Jesus
morreu, desceu às partes mais baixas da terra, e “levou
cativo o cativeiro" (Ef 4.8-10; 1 Pd 3.18-20), de modo que
agora, o Paraíso ou o Seio de Abraão localiza-se no céu.
No entanto antes da ressurreição de Cristo, ainda estava
no sheol, no seio da terra. Então a STV Inventa essa
“distância” e faz disso uma arma para negar a imortalida­
de da alma.

e) A gota d’água. A Bíblia ensina que o alienado d


Deus é néscio. Os edificadores de Babel queriam cons­
truir uma torre cujo topo chegasse ao céu. Isto não parece
absurdo? Não só parece como o é. O rico, no seu deses­
pero, e por mais equilibrado que fosse, o seu pedido ftão
poderia ser atendido. É muita estultícia negar a doutrina
da Imortalidade baseando-se neste argumento ou pela
coletânea dele apresentada pela STV. E quanto a possi­
bilidade de Lázaro ir até ao lugar onde se encontrava o
rico não há nenhum absurdo, não é algo irracional.
Primeiramente porque Deus é o Todo-poderoso e para ele
não há impossível e nem isso contradiz a sua palavra. E
em segundo lugar pelo fato de o próprio Jesus ter ido ao
inferno, ao hades, Jesus mesmo disse: “Eu tenho as
A Alma 197

chaves da morte e do tnfemo” (Ap 1.18). Portanto, ficam


desfeitas em pó as questões infundadas dos russelitas.

f) Resumindo a interpretação da STV. A interpre­


tação que os adpetos de Russel dão ao texto “o rico e
Lázaro” é a seguinte:

f l) O rico. Representa a classe dos religiosos, os


fariseus, os saduceus, e o clero da cristandade que se
acham separados de Deus e mortos quanto ao seu favor.

f2) Lázaro. Representa o povo comum que recebe a


Cristo e expõe a sua mensagem perante a classe repre­
sentada pelo rico.

£3) O sofrimento. Representa as verdades que os


seguidores de Cristo pregam.

Encontramos aqui uma interpretação arbitrária, de


fora, para dentro, sem qualquer apoio bíblico, e sobre­
tudo, contraditória. Ora, se os russelitas ensinam que
com a morte tudo se acaba, que o inferno é a sepultura,
e que os mortos estão inconscientes, como pode o hades
ilustrar o sofrimento? Como pode o estado de incons­
ciência ilustrar este sofrimento? Onde está escrito que o
rico era religioso para representar a classe dos fariseus,
saduceus e o clero da cristandade? Desde quando a
riqueza na Bíblia representa a falsa religião? Será que só
o pobre segue a Cristo? Claro que a resposta a essas
perguntas é NÃO. A interpretação da STV só poder ser
racional ou razóavel na mente daqueles que passaram
por uma “lavagem cerebral” no Salão do Reino. Nenhum
ser humano equilibrado pode admitir no seu bom-senso
tamanho absurdo. Não é assim que a Bíblia ensina. Os
ensinos bíblicos são transparentes e claros e qualquer
pessoa pode entendê-los espontaneamente. Duvido que
alguém no mundo possa, por si mesmo, chegar à conclu­
são que chegaram os adeptos de Russel.
198 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

S. O que “o rico e Lázaro” nos pode ensinar?

O texto aqui nos revela o seguinte:


a) quando morre um servo de Deus, os anjos o levam ao
paraíso (v. 22) cumprindo o que está escrito em Ecle-
siastes 12.7;

b) os mortos conservam o sentido da vista (v. 23);

c) os mortos (incrédulos) conservam a compaixão dos


seus parentes (v.23);

d) os mortos têm sentimento de dor (v.23);

e) os mortos lembram-se das coisas terrenas (v.28);

f) os mortos conhecem os outros mortos que na vida


lhe eram conhecidos (v.23);

g) os pedidos dos incrédulos após a morte não são


atendidos (vs. 27-31).

IV.TEXTOS SELECIONADOS PELA STV PARA CON­


TRABALANÇAR ESTA VERDADE

Todas as passagens bíblicas já citadas nesta obra,


que apresentam a alma como a própria pessoa e como o
sangue, são os recursos que a STV se utiliza para
contrabalançar a verdade doutrinária da imortalidade jla
alma. A entidade se recusa a entender que a palavra
“alma” pode significar a própria pessoa, o sangue, a vida,
além do seu significado estrito propriamente dito. Vamos
tomar como exemplo a passagem de Ezequiel 18.4: “A
alma que pecar essa morrerá”. O texto aqui é claro, se
refere à própria pessoa, ao próprio indivíduo. A leitura
dos vs. 1-4, revela que o pai não pode levar a maldade do
filho e nem o filho a maldade do pai, mas que a respon­
sabilidade é individual, isto é, aquele que pecar esse
morrerá. No entanto, a STV faz uso dessa passagem e de
A Alma 199

outras similares para inculcar na mente dos seus adep­


tos que a alma é mortal. A dita entidade não apresenta a
outra face da moeda, não ensina aquelas passagens que
revelam a imortalidade da alma. Quando o faz, é em parte
e distorcido, de maneira camuflada como vimos na
história d“0 rico e Lázaro”.

1. A alma no livro de Eclesiastes

O livro de Eclesiastes é o relato sobre as reflexões de


um grande sábio filosofando sobre as coisa “debaixo do
sol”. Quando Salomão diz que o que sucede ao homem
isso também sucede ao animal, e que ambos vão para o
mesmo lugar na sua morte (Ec 3.19-21), isso não contra­
diz à doutrina bíblica da imortalidade da alma por duas
razões principais, a saber: a) o texto em foco não faz
menção da palavra alma, o que revela a morte física que
é comum tanto ao homem como ao animal, e isso não diz
respeito ao além; b) e, porque o tema é sobre as coisas que
Salomão viu “debaixo do sol”. Em Eclesiastes 9.5, está
escrito: “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os
mortos não sabem cousa nenhuma, nem tão pouco eles
têmjamats recompensa, mas a sua memória ficou entre­
gue ao esquecimento”. Por mais honrado que seja o
homem na sua morte, não pode receber recompensa,
pode-se até construir a ele monumentos, estátuas, dar o
seu nome a ruas, cidades e até país, mas isso só serve
para perpetuar a sua memória, para ele pessoalmente,
isso não vai ajudar em nada, com relação ao mundo dos
vivos. É isso que Salomão está dizendo aqui, do contrário,
a STV é obrigada a admitir que não haverá ressurreição
e que ímpios e justos não terão recompensa, e com isso,
o que esperam os russelitas? Pois o texto diz: “nem tão
pouco terão recompensa”. É verdade que os homens não
terão a recompensa dos seus atos? Claro que não. Então,
essa mensagem de Salomão se aplica ao dia-a-dia, sobre
tudo aqui que ele viu “debaixo do sol”. O homem morre,
e o animal também, ambos são sepultados, e isso apa­
rentemente, aos olhos humanos, tanto um como o outro
têm o mesmo destino, mas Salomão conclui a sua men­
200 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ'

sagem dizendo: “Quem adverte que ofôlego dosjilhos dos


homens sobe para cima, e que ofôlego dos animais desce
para baixo da terra?” (Ec 3.21), istoé, “E o pó volte á terra,
como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Ec 12.
7).

2. A ressurreição de Lázaro vista pelos russelitas

A STV imprimiu um folheto justificando a sua crença


da mortalidade da alma se utilizando da passagem da
ressurreição de Lázaro, registrada em João 11.1-45.
Vamos transcrever um parágrafo desse folheto, que diz:
*Agora, pense no seguinte: Qual era a condição de Lázaro
durante aqueles quatro dias em que esteve morto? Lázaro
nada falou sobre estar num céu de bem-aventuranças ou
num inferno de tormentos, o que ele certamente teriafeito,
caso tivesse num lugar desses. Sim, Lázaro estava total­
mente inconsciente da morte, e teria permanecido assim
até 'a ressurreição do último dia’, se Jesus não o tivesse
trazido de volta à vida”. (2)
Vamos apresentar aqui algumas considerações:
primeiro, quem falou que Lázaro não disse nada sobre o
céu de bem-aventuranças ou o inferno de tormentos?
Onde está escrito que ele não disse nada? Em nenhum
lugar. Antes, o contrário, a Bíblia diz que pelo testemunho
de Lázaro muitos creram em Jesus (Jo 12.9-11). Em
segundo lugar, no que diz respeito ao “sono” da morte,
Jesus disse: “Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou
despertá-lo do sono... Mas Jesus dizia isto da sua morte... ”
(Jo 11.11, 13). Ora, as palavras “sono” e “dormir”, usadas
por Jesus são uma linguagem figurada, pois o corpo
mortal sem a alma imortal está inconsciente. É por isso
que Salomão disse: “...na sepultura, para onde tu vais,
não há obra nem indústria, nem ciência, nem sabedoria
alguma” (Ec 9.10). Alí, é claro, não há “obras nem
indústrias”, pois lá estão apenas os corpos em decom­
posição, corpos que voltaram ao pó. É este o sentido da

(2) Que Esperança há para entes queridos falecidos? Folheto da


STV.
A Alma 201

descem ao silêncio” (SI 115.17). Portanto, quando Jesus


disse: “Lázaro dorme” estava se referindo ao corpo e não
a alma imortal. O Mestre empregou esta expressão:
“Lázaro, o nosso amigo, dorme” a fim de suavizar e reduzir
ao minimo a seriedade ou os efeitos duradouros da morte
física. Para o Senhor Jesus a morte não passava de um
sono superficial do corpo, que de forma alguma afetaria
a vitalidade da alma ou suas expressões pessoais. É como
se o sono fosse uma morte periódica, e como se a morte
fosse meramente o “sono do corpo”. Eis aí a explicação à
luz da Palavra de Deus, sobre a questão da imortalidade
da alma. Esta realidade derriba pedra por pedra do
castelo construído pela STV.
9
O In fe rn o

E sboço

I. A ORIGEM DA PALAVRA

II. O INFERNO E AS “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

III. ANÁLISE DAS QUATRO RAZÕES RUSSELITAS

1. O inferno está inteiramente fora das Escrituras?


a. A palavra sheol
b. Hades, uma palavra grega para “inferno”
c. Gueénna, outra palavra grega para “inferno”
d. Tartaróo
e. Outras expressões
2. O inferno não é irracional
3. O inferno não é contrário ao amor de Deus
4. O inferno não é repugnante à justiça divina
IV. O ARGUMENTO DOS SERVOS DE CHARLES TAZE
RUSSEL SOBRE O INFERNO
1. As 14 perguntas
2. Mostra a Bíblia que os mortos sofrem dor?
3. Será que a Bíblia indica que a alma sobrevive à
morte do corpo?
4. Será que a Bíblia diz que os maus vão para o
inferno?
5. Diz a Bíblia que os bons vão para o inferno?
6. Pode alguém sair um dia do inferno bíblico?
7. Por que há confusão sobre o que a Bíblia diz a
respeito do inferno?
8. Há punição eterna para os ímpios?

203
204 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

9. Qual é o sentido do “tormento eterno” mencionado


em revelação?
10. O que é a “geena ardente” mencionada por Jesus?
11. Que é o castigo pelo pecado, segundo a Bíblia?
12. Na morte da pessoa, está ela ainda sujeita a
castigo adicional pelos seus pecados?
13. Será que o tormento dos maus é compatível com a
personalidade de Deus?
14. Pelo que Jesus disse sobre o rico e Lázaro, ensinou
Jesus o tormento após a morte dos que são maus?
O Inferno
“Os ímpios serão lançados no inferno e todas as gentes que se
esquecem de Deus” (SI 0.17).

I. A ORIGEM DA PALAVRA

O inferno é “o lugar preparado para o diabo e seus


anjos” (Mt 25.41), o lugar para onde se destinam as almas
dos ímpios e de todos aqueles que rejeitam o plano de
Deus para a sua salvação. A palavra “inferno” vem do
latim “infernus”, que significa “lugar inferior”. Foi usada
por Jerônimo na Vulgata Latina para traduzir do hebrai­
co a palavra ‘íhv sheol no Velho Testamento, e do grego
as palavras y e ê v v a gueéna, aôric hades, xapxapÓQ
tártaroo e a fivoooç ábyssos no Novo Testamento.

II. O INFERNO E AS “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

Ensinam os russelitas que o inferno é a própria


sepultura e o lugar de suplício eterno, onde os ímpios

205
206 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

serão atormentados para sempre, não existe (1). A STV


apresenta 4 razões para refutar a existência dum inferno
ardente. Diz assim o texto:
“A doutrina dum inferno ardente onde os ímpios
depois da morte são torturados para sempre não pode ser
verdadeira, principalmente por quatro razões: (1) Porque
está inteiramentefora das Escrituras; (2) porque é irracio­
nal; (3) porque è contrária ao amor de Deus; e (4) porque é
repugnante à justiça Daí vê-se claramente que o inferno
ou xeol ou hades significa a sepultura, o túmulo, a
condição a que todos, bons e maus, chegam, à espera do
dia da ressurreição; enquanto que geena é a condição de
destruição o que o Diabo, seus demônios e todos os
opositores do Governo Teocrático deJeováDeus chegarão,
condição essa que não há recobro ou ressurreição”. (2)

III. ANÁLISE DAS QUATRO RAZÕES RUSSELITAS

Vamos aqui fazer uma análise fiel e honesta sobre


cada uma dessas quatro razões apresentadas pela STV.

1. O inferno está inteiramente fora das Escrituras?

O inferno ardente não está fora das Escrituras, o que


acontece é que a STV quer eliminá-lo da Bíblia. A palavra
hebraica sheol ocorre 65 vezes no Velho Testamento, e
significa “o lugar invisível do mortos”. É o mundo subter­
râneo que recebe os mortos, é a habitação temporária dos
mortos. Mas, como o inferno e a sepultura são invisíveis
aos olhos humanos, são lugares profundos e por isso a
palavra é traduzida também por “sepultura”, “sepulcros”,
etc. Por esta razão a STV dogmatiza, sem qualquer
respaldo e apoio bíblico, que Sheol é apenas a sepultura.
Vejamos como este vocábulo é traduzido nas melhores e
nas mais populares traduções da Bíblia:

(1) A Verdade que Conduz à Vida Eterna, p. 69-70, STV, São Paulo,
1968.
(2) Seja Deus Verdadeiro, p.79, STV. N.Y., 1949.
O Inferno 207

m s SBw m m í I t iÉ É M Sepultura Inferno Outras


Sepulcro

Espanhola de Casiodoro Reina 31 vezes 25 vezes 09 vezes


Revisada por Cipriano Valera

Inglesa do Rei Tiago 31 vezes 31 vezes 03 vezes

Portuguesa de João Ferreira 32 vezes 28 vezes 05 vezes


de Almeida, Ed. Revista e
Corrigida

Portuguesa do Padre Antonio 10 vezes 36 vezes 19 vezes


Pereira de Figueiredo.

a) A palavra sheol. Não são apenas esses três os


significados do vocábulo sheol: é também traduzido por
“abismo”, “profundo”, “morte”, etc. Então, veja o leitor, é
honesto e correto afirmar que sheol é apenas sepultura?
Claro que não. Temos mais algumas considerações a
fazer sobre a palavra hebraica sheol.

a l) Só no singular. Essa palavra só aparece no


singular e nunca no plural nos escritos sagrados, o que
seria um absurdo traduzi-la apenas como “sepultura”.

a2) Não há qualquer vinculo com o corpo. Esta


palavra só é mencionada com relação à alma dos mortos e
não em relação aos corpos. Que sepultura é essa con­
cebida pela STV?

a3) O hebraico tem palavra própria para “sepultu­


ra”. Sepultura ou sepulcro em hebraico é n ? qever.

a4) Uma linguagem especifica. Não há na Bíblia


nenhuma referência à alma descendo ao qever e nenhum
cadáver indo ao sheol, mas sim, há referências à alma
descendo ao sheol.

a5) Na morte de Jesus. O corpo de Jesus foi ao


208 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

qever (Is 53.9), no grego jivnue to v mnemeion (Jo


19.41-42); e a sua alma foi ao sheol (SI 16.10), na língua
grega aônc hades (At 2.27).

a6) “sepultura” na língua grega. A palavra grega


para sepultura é mnemeion e não hades.

a7) Os proprietários de sepulcros. A Bíblia fala de


pessoas que tinham sepulcros, qever (Gn 50.5; 1 Rs
13.30; etc), mas nunca encontramos nela que alguém
fosse proprietário do sheol.

a8) O homem nos tempos bíblicos preparava o seu


sepulcro. A Bíblia nunca fala que alguém preparou um
sheol como sepulcro para um morto.

a9) Jacó pensou em ir ao sheol não o considerou


como sepultura. Jacó desejou ir para o sheol para
encontrar o seu filho José, mesmo quando pensava que
José tinha sido devorado por uma fera. Portanto, não
pensava na sepultura, mas num lugar onde pudesse
encontrar seu filho (Gn 37.35-36). Logo sheol não pode
ser sepultura.

alO) Jonas no sheol. Jonas considerou suas


angústias, quando estava no ventre do grande peixe,
como o sheol. Logo sheol não pode ser sepultura e nem
lugar de inconsciência.
Analise o leitor e veja se é correto dizer e dogmatizar
cegamente que o sheol é sepultura, como fazem os
russelitas. A Bíblia ensina uma coisa e a STV ensina
outra, ensina o contrário, diametralmente oposta. Como
pois ensinam os russelitas que o inferno ardente está in­
teiramente fora das Escrituras? Só se for na TNM, fabri­
cada pela STV e adaptada para apoiar as doutrinas pré-
fabricadas por Russel.

b) Hades, uma palavra grega para "inferno” . No


Novo Testamento é a palavra grega usada para substituir
a palavra hebraica sheol. Na Septuaginta, hades é tradu­
O Inferno 209

zido da palavra sheol no Velho Testamento. Ela ocorre 10


vezes no Novo Testamento, e isto apenas em Mateus,
Lucas, Atos e Apocalipse. O hades não é ainda o inferno
propriamente dito, é uma prisão temporária, até que
venha o dia do juízo. Os condenados estão lá conscientes
e em tormentos, sabendo perfeitamente porque estão
nesse lugar, onde estão aguardando o juízo final: “E a
morte e o inferno (hades no grego)foram lançados no lago
defogo: Esta é a segunda morte” (Ap 20.14). Isto mostra
que o hades não é ainda o lago de fogo e enxofre, o inferno
propriamente dito, mas que o hades mesmo, juntamente
com os iníquos serão lançados no lago de fogo. Portanto o
hades não é sepultura. A “Segunda morte” aqui significa
a condenação eterna. A palavra grega aqui para “morte” é
thánatos, e significa “separação”, e não “extinção”, pois
neste último sentido a palavra grega seria v éxpaxj t q
nékrosis. Na morte física a alma juntamente com o
espírito se separam do corpo, esta é a primeira morte.
Aqui é a pessoa que será separada de Deus, banida da
glória de Deus para todo o sempre, para nunca mais ver a
luz. É essa separação chamada de “segunda morte”, e ali
“de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre ”
(Ap 20.10).

c) Gueenna, outra palavra grega para “inferno” . O


Hades é um estágio intermediário dos mortos. Lá eles
estão aguardando o dia do juízo, quando todos os mortos
do Hades juntamente com eles serão lançados no lago de
fogo. A gueenna, com significado escatológico desde a era
interbíblica, já tinha relação com o castigo dos ímpios. Os
rabinos desenvolveram o uso desta palavra, dando uma
aplicação ao inferno de fogo escatológico, que é identifi­
cado com o lago de fogo do Apocalipse. É uma palavra
grega, embora não apareça na Septuaginta, contudo o
seu correspondente no Velho Testamento é Hinom,
também chamado de “Vale dos filhos ou do filh o de
Hinom”, como está escrito: “E este termo passará pelo vale
d ojilho de Hinom” (Js 15.8), e mais passagens bíblicas
paralelas, (Js 18.16; Jr 32.35; 2 Cr 33.6). Neste vale eram
sacrificadas crianças em ritual pagão, num lugar cha­
210 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ"

mado "Tofete”, que significa “altar”; “Eedtpcaramos altos


de Tofete, que está no vale do JUho de Hinom, para
queimarem no Jogo a seusJUhos e as suasJUhas; o que
nunca ordenei nem subiu ao coração” (Jr 7.31). Aqui
alguns reis de Israel sacrificaram a ídolos, e dentre eles,
Salomão. Mas o rei Josias fez uma devassa no local,
fazendo dele um lugar de lixo: “Também projanou a
Tofete, que está no vale dos Jühos de Hinom: para que
ninguémJizesse passar a seuJUho ou a suajilha, peloJogo
de Moloque” (2 Rs 23.10). Desde os dias de Josias este
lugar foi transformado num depósito de lixo, onde o fogo
ardia continuamente, e a literatura apocalíptica judaica
mostra que esse vale se tomaria, depois do juízo final, no
inferno de fogo. No Novo Testamento a palavra aparece 12
vezes, e em nenhuma delas indica sepultura. Os russeli­
tas dizem que a gueénna é apenas um símbolo da
destruição dos inimigos de Jeová. Mas vamos considerar
algumas passagens bíblicas, que contradizem o ensino
da STV.
O Senhor Jesus empregou essa palavra como conde­
nação etema: “E se o teu olho te escandalizar, lança-o
Jora; melhor é para ti entrares no reino de Deus com um só
olho do que tendo dois olhos, ser lançado noJogo do inferno
(Gueénna, no grego); onde o seu bicho não morre, e oJogo
nunca se apaga” (Mc 9.47-48). Esta mesma passagem
encontramos em Mateus 5.29-30, 18-19; além de Marcos
9.42-47. Será que Jesus está falando aqui da destruição
da alma? Claro que não, pois ser lançado no fogo do
inferno da gueénna, sem faltar nenhum dos membros ou
com todos os membros não faz diferença na destruição.
Jesus disse que os fariseus, percorrem a terra e o mar
para fazerem um prosélito e depois disso, este prosélito
toma-se filho do inferno (gueénna) duas vezes mais do
que eles Mateus 23.15. Também pronunciou o ju l­
gamento desses mesmos fariseus, nos seguintes termos:
“Serpentes, raça de víboras! como escapareis da conde­
nação do inferno (gueénna)?” (Mt 23.33). Sabemos que a
gueénna simboliza o lago de fogo de Apocalipse 19.20;
20.10, 14. Quando Tiago diz que a língua é “inflamada
pelo inferno (gueénna)” está falando de destruição? Claro
O Inferno 211

que não. A mesma palavra apaxece em Mateus 10.28 e


Lucas 12.5-6, e já vimos que não tem sentido a gueénna
ser o estado de destruição dos inimigos da STV, como
ensinam os russelitas. O que significa a expressão: “O
fogo que nunca se apaga?” Significa destruição? De
maneira nenhuma. Foi em cima dessa Palavra que a
Igreja Católica desenvolveu a doutrina do purgatório.
Uma doutrina Igualmente absurda e sem apoio bíblico.

d) Tapxapóíi) Tártaroo. É uma palavra grega que


só aparece uma vez no Novo Testamento, em 2 Pedro 2.4,
e etimologicamente significa “prisões eternas ”. Era crença
na época dos apóstolos que o tártaroo estava debaixo do
hades. Este mesmo lugar reaparece em Judas 6, “E aos
anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram
a sua própria habitação, reservou na escuridão, e em
prisões eternas até ao juízo daquele grande dia”. Os
mesmos anjos decaídos mencionados em 2 Pedro 2.4:
“Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram,
mas, havendo-os lançados no inferno (tá rta roo, no gre­
go), os entregou às cadeias da escuridão, ficando reserva­
dos para oju ízo”. Reaparecem em Judas 6 como estando
em “prisões eternas". Eles estão destruídos? Claro que
não, pois a última parte do versículo diz: “até ao juízo
daquele dia”, e Pedro diz: “ficando reservados para o
ju ízo ”. Então, Jesus disse que é para esse lugar de
maldição eterna que irão os condenados, os impíos,
injustos e incrédulos, quando disse: “Então dirá também
aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim,
malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e
seus anjos” (Mt 25.41). Que lugar é esse? É a sepultura?
De maneira nenhuma. Significa a destruição? De modo
algum. Os textos acima dizem que estes anjos de Satanás
ainda estão no inferno, num lugar de trevas e de prisão,
no tártaro, abaixo do hades para onde irão os iníquos.
Esses anjos são mais terríveis que todos os demais
demônios. É por isso que Deus não permitiu que eles
ficassem soltos. Eles serão libertos, por um pouco de
tempo, durante a Grande Tribulação, para atormentarem
os moradores da terra (Ap 9.2-4).
212 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ"

e) Outras expressões. Há na Bíblia outras expr


sões para designar o lugar da maldição eterna:

el) Abismo. É a tradução da palavra grega ápuoaoe


abyssos, que ocorre 25 vezes na Septuaginta para traduzir
a palavra hebraicaoi nn tehom, que significa literalmente
“lugar sem fundo”, “insondável”, e posteriormente ad­
quiriu o significado de “reino dos mortos”, o “mundo
inferior”, conforme o Salmo 71.20: “Tu, que me tens feito
ver muitos males e angústias, me darás ainda a vida, e me
tirarás dos abismos da terra”. O que significa aqui “os
abismos da terra”? Será a sepultura, como querem os
adeptos de Russel? Em Lucas 8.30-31: “E perguntou-lhe
Jesus, dizendo: Qual é o teu nome? E ele disse: legião;
porque tinham entrado nele muitos demônios. E rogavam-
lhe que os não mandassem para o abismo”. Este “abismo”
é também a sepultura? E aquele “poço do Abismo” men­
cionado em Apocalipse 9.2-4 é também a sepultura ou a
destruição? A Bíblia diz que não, ficamos com ela, pois é a
base e o sustentáculo da nossa fé.
Em Romanos 10.7, diz: “Ou, Quem descerá ao abismo?
(isto é, a tomar a trazer dentre os mortos a Cristo). O texto
de Romanos 10.6-8, do qual faz parte o versículo em foco,
é uma das citações de Deuteronômio 30.12-14. O apóstolo
fez essa citação substituindo a palavra “mar” por “abismo”.
O “mar” em Deuteronômio significa ir a uma região de
além mar ou um país totalmente estranho em busca de
profetas, ou um novo mestre e de uma nova lei. Deus já
havia providenciado tudo através de Moisés, pela lei.
Portanto tomou-se desnecessário tal esforço, esta ida em
busca de um novo país. A palavra “mar” é proposi-
talmente substituída por Paulo pela palavra “abismo”. O
apóstolo entendeu que o texto fala da descida de Cristo ao
submundo, ao hades, ao lugar dos mortos, e não ao
sepulcro, depositário de cadáveres. O texto paulino tem
também relação direta com o Salmo 107.26, que diz:
“Sobem aos céus, descem ao abismo, e ao sua alma se
derrete em angústia” (Derreter aqui é no sentido de
desfalecer), o abismo aqui é o hades para onde foi a alma
de Jesus na sua morte. Jesus desceu às partes mais
O Inferno 213

baixas da terra - o abismo, abaixo do hades, bem como


subiu aos lugares mais altos - os céus (Ef 4.8-10; 1 Pd
3.18-20).

e2) Fornalha de fogo. Jesus disse que na consuma­


ção dos séculos os justos serão recompensados e os
injustos punidos. Mas, como será esta punição? A Pala­
vra de Deus responde a esta pergunta: “Assim será na
consumação dos séculos: virão os anjos, e separarão os
maus dentre osjustos. E lançá-los-ão najom alha deJogo:
ali haverá pranto e ranger de dentes” (Mt 13.49-50). O
texto aqui fala de destruição e extinção? Claro que não.
Se falasse, não poderia haver ali “pranto e ranger de
dentes ”, uma vez que a fornalha consumiu imediatamen­
te a pessoa. Pode-se dizer com base na Bíblia que o
infemo e a sepultura são a mesma coisa? A resposta é
não.
e3) Trevas exteriores. É uma outra expressão para
designar o infemo como lugar de maldição eterna: “Amar­
rai-o de pés e mãos, levai-o, e lançai-o nas trevas exteri­
ores: ali haverá pranto e ranger de dentes” (Mt 22.13).
Que lugar é este onde “haverápranto e ranger de dentes ”?
O texto anterior, Mateus 13.49-50, diz que é a fornalha de
fogo, e aqui esta fornalha é chamada de “trevas exterio­
res”. Este lugar pode ser o silêncio da sepultura? Pode ser
uma referência à extinção? A Bíblia diz que não.
e4) Fogo eterno. Para que o fogo eterno? Para
destruir os iníquos? Será que seria necessário o fogo
etemo se a condenação dos iníquos consistisse apenas
na sua extinção? É claro que a resposta é não. A Bíblia é
clara no ensino da doutrina do infemo Jesus disse:
“Então dirá também aos que estiverem a sua esquerda:
Apartai-vos de mim, malditos, para oJogo etemo, prepar­
ado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41). Que lugar foi
preparado para o diabo e seus anjos? O texto diz que é o
“fogo etemo”. Agora substitua o “fogo etemo” por “extin­
ção” ou “sepultura” e veja que absurdo! Esse “fogo etemo”
é o mesmo tártaros de 2 Pedro 2.4.
e5) Lago de fogo. “E a besta Joi presa, e com ela o
Jalso projeta, que adiante delajizera os sinais, com que
214 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a


sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente
lago defogo e de enxofre” (Ap 19.20). O texto aqui mostra
que a besta e o falso profeta foram lançados vivos no lago
de fogo e enxofre. Mas depois de mil anos, o diabo foi
também lançado neste mesmo lago de fogo, vejamos o
que diz o texto sagrado: “E o diabo, que os enganava, fo i
lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o
falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para
todo o sempre” (Ap 20.10, Ver também v.7). O diabo foi
lançado no lago de fogo mil anos depois da besta e do falso
profeta, o fogo não pôde consumir esta dupla, pois o
diabo foi lançado também lá, conforme diz o texto sagrado:
*onde está (e não onde estava) esta dupla, e acrescenta
mais ainda: “e de dia e de noite serão atormentados para
todo o sempre”. O texto fala aqui do tormento etemo ou
fala da sepultura ou destruição? Como a STV pode
explicar isso? Dando um sentido figurado e arbitrário e
fora do contexto bíblico.
e6) Vergonha e desprezo eterno. “E muitos dos que
dormem no pó da terra (os corpos mortos) ressuscitarão
uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo
eterno” (Dn 12.2). Que vergonha e desprezo pode sentir
uma pessoa inconsciente e extinta? É claro que isso é
uma referência à segunda morte, quando os iníquos
serào banidos da glória de Deus para todo o sempre.
e7) Tormento eterno. “E irão estes para o tormento
etemo, mas osjustos para a vida eterna” (Mt 25.46). Este
é o castigo etemo, também chamado de “fogo que nunca
se apagará” (Mt 3.12), e “fornalha acesa” (Mt 13.42).
O infemo ardente está fora das Escrituras ou fora do
credo da STV? Os ensinos da STV estão inteiramente fora
das Escrituras e não o infemo ardente. Esta doutrina
russelita é um truque diabólico, Satanás é o mentor dela.
Até hoje os russelitas não puderam provar a sua teoria de
que o infemo ardente como lugar de castigo etemo dos
iníquos seja a sepultura, apesar de suas explicações,
argumentos e das citações bíblicas. Mas já vimos que são
arbitrárias, as citações são estritamente selecionadas e
sobretudo, fora dos seus contextos. Os russelitas viciam
O Inferno 215

e torcem com suas artimanhas as passagens bíblicas


dando-lhes um colorido especial, à sua moda, e com isso
ousam dizer que o inferno está inteiramente fora das
Escrituras. Mas já ficou provado o contrário desta argu­
mentação russelita: o inferno ardente é bíblico.

2. O inferno não é irracional

Para o incrédulo e para o néscio e cego espiritual, a


doutrina dum inferno ardente pode parecer irracional,
pois está escrito: “Ora o homem natural não compreende
as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura;
e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritu­
almente” (1 Co 2.14), razão pela qual os russelitas a
consideram irracional. Pois, para o homem de razão equi­
librada, fica claro sem muito esforço, que assim como há
o bem, há também o mal; como há galardão, há castigo;
como há amigos, há inimigos; como há bênção, há
maldição; como há verdadeiro, há mentiroso; como há
justo, há injusto; como há vida, há morte; assim também
como há céu, há inferno: tudo na vida tem o seu lado
positivo e o seu lado negativo. Fica claro, mais que o sol do
meio-dia, que a teoria russelita de ser irracional a doutri­
na do inferno ardente como lugar de suplício etemo dos
ímpios é falsa, incoerente, anti-bíblica. Só pode admitir
tal ensino quem passou por uma “lavagem cerebral” no
salão do reino.

3. O inferno não é contrário ao amor de Deus

Como pode um Deus benigno e tão cheio de amor


condenar alguém? Devemos encarar a Bíblia como ela é e
não conforme os nossos sentimentos ou pensamentos;
nossos sentimentos nada têm a ver com os de Deus. O
homem que contesta o inferno, tem a sua opinião contra a
de Deus. A doutrina do inferno, conforme ensina a Bíblia
e como nós cremos, não neutraliza o amor de Deus,
porque não pode haver amor sem justiça, “O Senhor é
tardio em irar-se, mas grande em força, e ao culpado não
tem por inocente” (Na 1.3). Deus não tem prazer em
216 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

condenar ninguém, ele “quer que todos os homens se


salvem e venham ao conhecimento da verdade” (1 Tm
2.4). O profeta Ezequiel diz que Deus não tem prazer na
morte do ímpio (18.23). A prova do amor de Deus está no
Calvário, ele deu o seu Filho Unigênito, para que
pudéssemos ser salvos (Jo 3.16) e franquiou a todas as
nações a sua salvação, “Porque a graça de Deus se há
manisfestado trazendo salvação a todos os homens” (Tt
2.11); “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da
ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o
íugar, que se arrependam” (At 17.30). Jesus mandou
pregar esta salvação a todos os povos, “Ide por todo o
mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer efor
batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”
(Mc 16.15-16); “Mas recebereis a virtude do Espirito
Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas,
tanto em Jerusalém como em toda a Judêia e Somaria, e
até aos confins da terra” (At 1.8). Agora, o homem se
recusa receber essa mensagem de salvação, prefere o
pecado e viver alienado de Deus, e muitas vezes prati­
cando coisas horrendas e toda a sorte de pecado, e depois
não receber a sua justa retribuição, isto sim, seria irra­
cional, e contradiria Palavra de Deus, que diz:"Não erreis:
Deus não se deixa escarnecer; por que tudo o que o homem
semear, isso também ceifará” (G1 6.7). Isto é uma reali­
dade baseada nos princípios básicos de moral, é por isso
que a Bíblia ensina a existência do inferno ardente como
lugar de suplício etemo, sem contudo, contradizer a
doutrina do amor de Deus.
Cada pessoa será responsável pelos seus atos diante
de Deus e o inferno não foi destinado para o homem,
Jesus disse que o inferno foi preparado para o diabo e
seus anjos (Mt 25.41). Portanto, quem for para lá não terá
que culpar a ninguém, não foi Deus quem o destinou a
isso, a culpa será da própria pessoa. É claro que os
russelitas e outros poderão dizer naquele dia: “Porque tive
medo de ti, que és homem rigoroso, que tomas o que não
puseste, e segas o que não semeaste” (Lc 19.21). E este o
ensino dos russelitas, eles admitem que para existir o
inferno ardente, Deus teria que ser justamente isso que
O Inferno 217

disse o lavrador mau.


O diabo costuma lançar as suas faltas em Deus. No
dia da condenação dos servos de Charles Taze Russel,
eles, conforme vimos em suas literaturas, vão dizer coisas
semelhantes. Dirão que Deus não tem amor ao condenar
os homens a perdição eterna só pela desventura de nas­
cerem no pecado. É o que afirma a STV no seu livro "Seja
Deus Verdadeiro" não página. 78 § 17.

4. O inferno não é repugnante &justiça divina

Repugnante à justiça seria se os justos recebessem o


seu galardão e os iníquos ficassem impunes. Está escrito:
“Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o
impio; que ojusto seja como o ímpio, longe de ti seja Não
faria justiça o ju iz de toda a terra?’’ (Gn 18.25). Este
versículo mostra que o justo recebe um tratamento dife­
rente do injusto, e que o Juiz de toda a terra sabe fazer
justiça. Então, segundo os servos de Russel, seria justo
que homens como Adolf Hitler, Josef Stalin, Idi Amin
Dada, e muitos outros tenham apenas como castigo a sua
extinção? Então o destino deles pode ser igual ao do
mancebo de qualidade ou de outros homens que re­
jeitaram a Deus e o seu plano de salvação, mas que
tiveram uma vida normal na sociedade? Não e não. A
Bíblia não ensina isso, mas sim, que Deus não tem por
inocente o culpado (Na 1.3). O que é repugnante à justiça
divina são os ensinos asquerosos da STV.

IV. O ARGUMENTO DOS SERVOS DE CHARLES TAZE


RUSSEL SOBRE O INFERNO

No livro R a ciocín ios à base das E scrituras, p. 190


- 197, publicado pela STV, encontramos 14 perguntas
sobre o infemo cujas respostas são fraudulentas. Vamos
aqui apresentar estas 14 perguntas, analisar as res­
postas dadas pela STV e mostrar como a Bíblia as
responde.
218 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

1. As 14 perguntas.

As perguntas são:
a) Mostra a Bíblia que os mortos sofrem dor?

b) Será que a Bíblia indica que a alma sobrevive à morte


do corpo?
c) Será que a Bíblia diz que os maus vão para o infemo?
d) Diz a Bíblia também que os bons vão ao infemo?
e) Pode alguém sair algum dia do infemo bíblico?
f) Por que há confusão sobre o que a Bíblia diz a
respeito do infemo?

g) Há punição etema para os ímpios?


h) Qual é o sentido do “tormento etemo” mencionado
em Revelação?

1) O que é a “geena ardente” mencionada por Jesus?


j) Qual é o castigo pelo pecado, segundo a Bíblia?
1) Após a morte da pessoa, está ela ainda sujeita a
castigo adicional pelos seus pecados?

m)Será que o tormento etemo dos maus é compatível


com a personalidade de Deus?

n) Pelo que Jesus disse sobre o rico e o Lazáro, ensinou


Jesus o tormento após a morte dos que são maus?

o) Qual é a origem do ensinamento do infemo de fogo?

2. Mostra a Bíblia que os mortos sofrem dor?


A STV responde com Eclesiastes 9.5,10; “Porque os
vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem
cousa nenhuma, nem tão pouco eles têmjamais recompen­
sa, mas a sua memóriaJbcou entregue ao esquecimento...
O Inferno 219

Tudo quanto te vier à mão para fazer, Jaze-o conforme as


tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não
há obra, nem indústria, nem ciência, nem sabedoria
alguma”. E ainda o Salmo 146.4, que diz: “Sai-lhes o
espirito, e eles tomam-se em sua terra: naquele mesmo dia
perecemos seus pensamentos”. Então, com essas passa­
gens bíblicas, querem os adeptos de Russel negar a
existência do inferno e simultaneamente a imortalidade
da alma. A resposta da STV estaria correta e perfeitamen­
te dentro dos contextos bíblicos se a “dor” se referisse à
dor física do corpo. Porque, quem morre fisicamente, em
seu corpo não sente mais nada. Nenhuma dor e nem sen­
timento, e é nesse sentido que falam os textos sagrados
acima citados, pois trata-se da morte do corpo. Mas, com
referência à alma, a Bíblia diz: “...e morreu também o rico,
e jo i sepultado. E no Hades, ergueu os olhos estando em
tormentos... ” (Lc 16.22-23). Se a “dor” aqui for física e com
referência ao corpo, é claro que a resposta é não. Mas se
esta “dor” for referente ao tormento etemo, a resposta é
sim (Ap 20.10, 13-15).

Será que a Bíblia indica que a alma sobrevive à


morte do corpo?

A STV responde em Ezequiel 18.4, “a alma que pecar,


essa morrerá”, e com duas citações extra-bíblicas. Com
referência a Ezequiel 18.4, já sabemos que a “alma” ali se
refere ao próprio homem (ver cap. 8, IV, Textos se­
lecionados pela STV para contrabalançar essa verda­
de). E com as citações extra-bíblicas, a STV está bus­
cando recursos em fontes rotas para apoiar sua doutrina.
A Bíblia responde a essa pergunta dizendo que sim, a
alma sobrevive à morte do corpo, as citações bíblicas e
seus comentários estão no capítulo 8, tópico II e item 5, A
alma como alma.

4. Será que a Bíblia diz que os maus vão para o


inferno?
A STV para responder a essa pergunta, apenas citou
o Salmo 9.17: “Os ímpios serão lançados no inferno e
220 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

todas as gentes que esquecem de Deus”. Com este argu­


mento a entidade diz que sim, embora não teça nenhum
comentário nesta sua resposta. Porque, se o sheol aqui
neste Salmo, fosse a sepultura ou o túmulo, como querem
os servos de Russel, os justos na sua morte não iriam ao
sepulcro pois o salmista diz aqui que o Sheol, traduzido
como “infemo”, é o lugar dos ímpios e desviados. A Bíblia
diz que o infemo é para o diabo e seus anjos, e que
também os maus vão para lá (Mt 25.41, 46).

5. Diz a Bíblia que os bons vão para o inferno?

A STV responde com Jó 14.13: “Oxalá me escondes-


ses na sepultura, e me ocültasses até que tua ira se
desviasse; e me pusesses um limite, e te lernbrasses de
mim!” Ora, a palavra sheol aqui não admite outra tradu­
ção a não ser “sepultura”, a menos que alguém queira
transliterá-la. Esta é uma das vezes em que esta palavra é
traduzida por “sepultura”, e isso não se refere ao infemo,
logo está fora de cogitação. A STV pôs aqui esta passagem
para confundir os seus leitores, e dizer que infemo e
sepultura são a mesma coisa. A outra passagem bíblica
da qual a STV faz uso para contrabalançar a verdade com
amentira é o Salmo 16. lOjuntamente com Atos 2.25-27.
Portanto, querem os russelitas dizer que dois homens
justos e bons foram ao infemo: Jó e Jesus, e com isso
provar que o infemo não é um lugar para o diabo e seus
anjos. Quanto a Jó, já vimos que se trata da sepultura e
não do infemo e quanto a Jesus, vimos que na sua morte
o seu corpo foi para a sepultura enquanto a sua alma
desceu ao sheol, no hebraico; hades, no grego. (Ver neste
mesmo capítulo, III, 1, a5). Os bons foram para o sheol
antes da vinda do Messias, pois lá havia um lugar
separado, denominado “Seio de Abraão”, para onde iam
os justos dos tempos do Velho Testamento. (Ver cap. 8,
III, 2, d, A suposta distância entre o céu e o hades). Mas
fora disso não. O infemo, tomo a repetir, é um lugar para
o diabo e seus anjos (Mt 25.41), para os ímpios e
desviados (SI 9.17).
O Infemo 221

6. Pode Alguém sair algum dia do inferno bíblico?

A STV responde com Apocalipse 20.13-14: “E deu o


mar os mortos que nele havia; e a morte e o infemo (hades,
no grego) deram os mortos que neles havia; e foram
julgados cada um segundo as suas obras. E a morte e o
inferno/oram lançados no logo de fogo: esta é a segunda
morte”. Com a resposta acima os servos de Russel afir­
mam que alguém pode entrar e sair do infemo. O texto de
Apocalipse diz respeito ao iníquos, a todos os iníquos,
que viveram e morreram ao longo da história da hu­
manidade, e que estão no hades, (lugar para onde foi o
rico). No juízo final, o hades ou infemo como encontra­
mos em algumas traduções, agora está devolvendo os
seus mortos para o julgamento. (Ver neste mesmo capítulo,
III, 1, b, “hades”, uma palavra grega para inferno”).
“O mar”, aqui nesse versículo não é uma referência
aos marinheiros que morreram no mar ao longo de toda a
história da marinha universal, como ensinam alguns,
pois o destino dos mortos é o hades e se forem justos o
paraíso, e esta regra é válida para os mortos em nau­
frágios nos oceanos também, e não simplesmente para os
mortos na terra. E também não é uma referência às
nações, apesar disso ocorrer em Apocalipse 13.1; 17.15,
mas o que o escritor sagrado está mostrando aqui com a
palavra “mar” é a universalidade do julgamento. Quanto
à morte, ela é aqui personificada como um grande car­
cereiro, e cuja prisão é inviolável. Ela também se encarre­
gará da entrega das almas ao juízo final, sendo ela
própria lançada no lago de fogo; é a morte da morte.
Portanto, nada há nesta passagem que justifique as
doutrinas das “testemunhas de Jeová”.

7. Por que há confusão sobre o que a Bíblia diz a


respeito do inferno?

A STV responde com um texto extraído da Enciclopé­


dia Americana e em seguida diz que os tradutores da
Bíblia impuseram suas crenças pessoais. Queremos
salientar que não há nenhuma confusão sobre a doutrina
222 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

do infemo, a STV que criou esse caos em tomo da palavra


“inferno”. Russel quis bani-la da Bíblia, até que a enti­
dade fabricou uma “Bíblia” sem a palavra “infemo”, que é
a TNM. Se há problemas e confusões, o responsável por
isso é a STV. Nenhum estudioso sincero da Bíblia encon­
trou confusão nesta doutrina. E, a resposta extraída da
Enciclopédia Americana não serve para justificar ou
condenar verdades bíblicas, é até vergonhoso se utilizar
destes recursos para contrabalançar as verdades divinas
exaradas no Livro de Deus. Isto é uma prova que não
encontrou na Bíblia provas suficientes para defender seu
ponto de vista. E no tocante ã acusação que a STV faz
contra os tradutores da Bíblia, cabe ressaltar que não
houve imposição de crenças pessoais, é que todas as
traduções contradizem os ensinos da entidade. É por isso
que não podem apoiar seu raciocínio na Bíblia. O que
ocorre éjustamente o oposto, Russel não encontrou apoio
na Bíblia para suas crenças pessoais.
Quando uma pessoa se encontra de cabeça para
baixo enxerga todo o mundo em posição errada, mas,
apenas ela é que se encontra nesse estado. Certa vez, a
lavadeira dum quartel parou para contemplar um pelotão
que desfilava, e desse pelotão fazia parte o seu filho. Mas,
o filho da lavadeira marcava o passo errado, não acom­
panhava o ritmo do pelotão. Quando todo o pelotão batia
o pé direito, o filho da lavadeira batia o pé esquerdo, e ela
vendo aquilo disse: "Está todo mundo desfilando de
maneira errada”. Certa vez a minha filhinha quando tinha
sete anos de idade, pegou uma de minhas Bíblias na
cabeceira de minha cama e tentou ler, era a Versão
Espanhola de Reina. A menina disse: “Papai, nesta Bíblia
está escrito tudo errado”. É claro que ela ainda são sabia
discernir a língua espanhola da língua portuguesa, e
para ela, as palavras eram parecidas com as que ela
conhecia, mas havia algo diferente. Assim, também, os
russelitas se consideram como os únicos detentores da
verdade, está tudo errado, toda a cristandade está errada
e todas as Bíblias são viciadas. Só a TNM está perfeita e
tudo o que é bom só pode vir da Sociedade Torre de Vigia.
Ainda não puderam ver que só eles estão de cabeça para
O Infemo 223

baixo, por isso não podem enxergar a verdade como ela é.


Não sabem diferenciar o espanhol do português, o que
leva a achar que tudo está errado. Nota-se que, o erro está
nesta entidade monstruosa, que escraviza o homem com
doutrinas mentirosas e anti-bíblicas.

8. Há punição eterna para os ímpios?

A STV cita Mateus 25.46: “E irão estes para o


tormento etemo, mas osjustos para a vida eterna”. Como
negar a doutrina do infemo ardente e da condenação
etema diante desta passagem bíblica? A STV não encon­
trou recursos bíblicos para neutralizar esta passagem.
Então se utilizou de uma nota de rodapé do Novo Testa­
mento Interlinear de Benjamin Wilson, um cristadelfiano
(seita herética com muitas doutrinas semelhantes as da
STV) chamado The Emphatic Diaglot, e publicado pela
Sociedade de Torre de Vigia. Vamos ver o que Benjamim
Wilson disse sobre a palavra grega KÓXaote Kólasis,
usada no versículo em foco para “castigar”, que a STV
empregou para apoiar sua ideologia. Diz a nota de rodapé
que o verbo grego Kolazó, significa:

“1. Decepar; como no truncamento de ramos de


árvores, podar. 2. Restringir, reprimir... 3. Casti­
gar, punir. Extirpar alguém da vida, ou da socieda­
de, ou mesmo restringir, é tido como castigo; - por
conseguinte, surgiu este terceiro uso metafórico da
palavra Adotou-se a primeira acepção, porque con­
corda melhor com a segunda parte da sentença,
preservando-se assim a força e a beleza da antítese.
Os justos vão para a vida, os ímpios para o
decepamento, sendo cortados da vida, ou para a
morte. Veja2Tes. 1.9”. (3)

Os três significados dados aqui por Benjamim Wilson,


não são nenhuma novidade, o que nos chama atenção
são a justificativa e a sutileza na escolha de “decepar”:

(3) The Emphatic Diaglott, p. 106


224 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

“Adotou-se a primeira acepção, porque concorda melhor


com a segunda parte da sentença.. ”, com este argumento
a STV construiu o seu castelo. No Novo Testamento, tanto
o verbo como o substantivo, aparecem duas vezes: “...e,
não achando motivo para os castigar, deixaram-se ir por
causado povo;... ” (At 4.21); “...e reservar os injustos para
o dia de juízo, para serem castigados” (2 Pd 2.9). O
substantivo aparece aqui, em Mateus 25.46, e em 1 João
4.18: “...porque o temor tem consigo a pena, e o que teme
não é perfeito em caridade'’. Em nenhum lugar do Novo
Testamento esta palavra aparece com o sentido de “dece-
par”. Sabemos que ela pode ter esse significado porque
origlna-se de kólos, que significa “cortar”, “truncar”, na
literatura grega, principalmente em Homero. Querer dar
o sentido de Kólasis como “decepar” no Novo Testamento
é uma imposição arbitrária. É por isso que Benjamin
Wilson foi sagaz em suavizar a imposição com a palavra
“adotou-se”, que a STV recebeu na íntegra e enseriu no
seu vocabulário, porquanto lhe interessa. O sentido
dessa palavra é o de punição, como está çlaro nas quatro
passagens já citadas, portanto permanece de pé a Pa­
lavra de Deus e mais uma vez seja Deus Verdadeiro e a
Torre de Vigia mentirosa.
A STV cita também 2 Tessalonicenses 1.9, como foi
citada por Benjamin Wilson, para defender o seu ponto de
vista. Assim diz o texto sagrado: “Os quais por castigo
padecerão eterna perdição, ante aface do Senhor e a glória
do seu poder”. A expressão “eterna perdição” aparece em
algumas traduções como “eterna destruição”, e a STV faz
disto uma arma para atacar a doutrina bíblica do infemo
como o lugar de suplício etemo dos ímpios. A palavra
grega aqui usada para “perdição” ou “destruição” como
em algumas traduções, significa a morte no sentido de
destruição do corpo físico; também o aniquilamento de
poderes, principalmente no que diz respeito a Satanás;
significa também “danos”; “estragos”; “ruínas”, e a cessa­
ção de existência. A palavra grega é ÓÀedpoc olethros,
e aparece apenas quatro vezes no Novo Testamento, uma
vez no sentido de destruição do corpo: “Seja entregue a
Satanás para destruição da carne para que o espírito seja
O Infemo 225

salvo no dia do Senhor Jesus” (1 Co 5.5). Uma vez como


“destruição”, mas com o sentido de “estragos” e “ruínas”:
“Pois, que quando disserem: Há paz e segurança; então
lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de
parto aquela que está grávida; e de modo nenhum esca­
parão” (1 Ts 5.3). Ela aparece como uma alusão ao julga­
mento etemo dos homens em 1Timóteo 6.9: “Mas os ricos
que querem ser ricos caem em tentação e em laço, e em
muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem
os homens na perdição e ruína”. E, finalmente, no texto
em apreço. A palavra de per si nada diz com relação à
“cessação de existência”. Se a outra metade do versículo
diz: “ante (banido) a (da)face do Senhor”, não teria sentido
esta mensagem se o significado dela fosse a extinção.
Quem está extinto não precisa ser banido. Se os inimigos
do Senhor Jesus estão eternamente perdidos, aí sim, eles
estão banidos da glória de Deus. O sentido desta palavra
só poder ser dado à luz do seu contexto. Aplicar simples­
mente o sentido de “destruição” não deixa de ser uma
atitude ociosa. O leitor poderá perguntar: “E aplicar o
sentido de ‘p erdição’ não pode também ser uma atitude
ociosa?” Não porque o próprio sentido do versículo já da
esse significado. Quanto “a pena do fogo etemo” que
receberam as cidades de Sodoma e Gomorra e circunvizi-
nhanças, como está escrito em Judas 7, a STV faz uso
dessa citação para dizer que essas cidades estão submer­
gidas nas águas e que lá não há fogo. Mas, acontece que
essa expressão diz respeito aos moradores delas e não às
casas, palácios, etc. A STV diz ainda que em Jeremias
50.40 não há menção de sofrimento após a morte, e que
Lucas 17.29 diz que seus moradores foram consumidos.
Jeremias aqui alude às cidades em geral e não ao destino
de cada indivíduo no além. E, quanto a referência de
Lucas 17.29, não há nenhuma novidade, os moradores
de Sodoma e Gomorra foram realmente consumidos pelo
fogo. Mas, “o fogo etemo”, mencionado em Judas 7 diz
respeito às almas daqueles moradores da região do Mar
Morto. Não tem sentido aplicar o mesmo raciocínio à
destruição da cidade porque lá o fogo não foi etemo. Os
russelitas misturam os dois “castigos”, o geral da destruição
226 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

dessas cidades, e o individual no além. Assim fica com­


provado que os argumentos dos servos de Russel são
inconsistentes e sem amparo bíblico.

9. Qual é o sentido do ‘tormento eterno’ menciona­


do em Revelação?

A STV cita como resposta a essa pergunta os textos


de Apocalipse 14.9-11; 20.10 (Apocalipse na TNM é
chamado de Revelação). O texto de Apocalipse 14.9-11,
diz: “E seguiu-os o terceiro anjo, dizendo com grande voz:
Se alguém adorar a besta e a sua imagem e receber o sinal
na sua testa, ou na sua mão, também o tal beberá do vinho
da ira de Deus, que se deitou não misturado, no cálice da
sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos
santos anjos e diante do Cordeiro. E o fum o do seu
tormento sobe para todo o sempre; e não tem repouso nem
de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem,
e aquele que receber o sinal do seu nome”. Junte ainda a
esta passagem o texto de Apocalipse 20.10, que já vimos.
A STV neutralizou aqui o “tormento etemo” porque
Apocalipse 11.10 diz que as nações se alegraram muito
com a morte dos dois profetas que atormentavam os
moradores da terra. Assim, concluíram os servos de
Russel, que o “tormento etemo” é a exposição da verdade
divina aos que adoram a besta. É um absurdo ímpar,
mas a STV não teve outro argumento para combater a
verdade bíblica. Diz ainda que esse “tormento” não pode
ser literal e nem pode haver tormento consciente após a
morte porque Eclesiastes 9.5, diz: “os mortos não sabem
coisa nenhuma”.
A STV substitui os valores, trabalha com “x” e “y”
dando um só valor: tudo “x" ou tudo “y", quando há na
operação “x” e “y” bastante distintos, isto é, mistura e
confunde a vida terrena de “debaixo do sol” com a vida
de além túmulo. Não sabe separar as coisas, não pode
discernir que Eclesiastes é a nossa vida física e que o
Apocalipse está se referindo à vida após a morte. E por fim
conclui dizendo que o lago de fogo e enxofre é uma
referência a extinção, embora não fique claro e nem
O Infemo 111

convincente a explicação sobre: “e de dia e de noite serão


atormentados para todo o sempre”. Contudo, cita Apoca­
lipse 21.8: “...a sua parte será no lago que arde comfogo e
enxofre; que é a segunda morte”. Quer a referida entidade
anular o infemo da Bíblia empregando a expressão
"segunda morte”. Mas, não ensina aos seus seguidores
que a expressão grega aqui é o ôávaxoc o ôeúxepoc
(hó thánatos hó déuteros) e não o véxpcooiç o õeúxe
poe (hó nékrosis ó déuteros). A palavra morte no sen­
tido de extinção é nékrosis e a palavra grega thánatos
significa “separação”, pois, quando a alma e o espírito se
separam do corpo ocorre a “morte”, isto é, a separação.
Portanto, à “segunda morte” diz respeito a segunda
separação; os iníquos estarão separados de Deus para
todo o sempre, “banidos da Glória de Deus” (2 Ts 1.9).
Esta realidade a STV não esclarece nos seus ensinos,
antes distorce o verdadeiro significado do texto sagrado.
Não é possível negar a doutrina do suplício etemo com
base na Bíblia. Se alguém não pode crer nessa doutrina
não pode crer na Bíblia, nenhuma exegese honesta pode
negar essa verdade. O sentimento limitado do homem
não pode ser comparado com a mente infinita do Criador.
A STV se contradiz quando cita Mateus 18.34, onde os
“atormentadores” não tem nada com restrição. Ensina
que o diabo será atormentado de noite e de dia significa
que será mantido restrito para sempre, o que contradiz a
doutrina da própria entidade, que afirma a destruição de
Satanás.
10. O que é a ‘geena ardente’ mencionada por Jesus?
Aqui a STV traz um suscinto relato histórico sobre o
vale de Hinom, mas ao sabor russelita. Em seguida
continua com a interpretação deturpada sobre Mateus
10.28 (ver comentários no cap. 8, II, 5), A alma como
alma), e depois retoma o texto de Apocalipse 21.8, sobre
a “segunda morte”. (Ver ainda nesse mesmo capítulo 9,
III, c, “geénna”, outra palavra grega para “infemo”).
11. Qual é o castigo pelo pecado, segundo a Bíblia?
Aqui a STV cita como resposta Romanos 6.23: “O
228 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ"

salário do pecado é a morte ” e quer com isso dizer que a


Bíblia ensina que é a recompensa do pecado é a extinção.
Novamente volto a afirmar, a palavra grega thánatos
para morte aqui, significa “separação”, “Porque todos
pecaram e destituídos estão daglória de Deus” (Rm 3.23).
Os pecadores são alienados de Deus e a conseqüência é a
separação dele, para todo o sempre, é a “segunda morte”
mencionada em Apocalipse 21.8, o estado de perdição
eterna da alma.

12. Na morte da pessoa, está ela ainda sujeita a


castigo adicional pelos seus pecados?

A resposta da STV a esta pergunta é com Romanos


6.7: “Porque aquele que está morto está justificado do
pecado”, mostra mais uma vez que a entidade está
fazendo uma inversão de valores. A que tipo de morte
Paulo se refere neste texto? Claro que é a morte espiritual,
leia os versículos 3 ao 6 e veja a analogia que o apóstolo
faz do nosso batismo nas águas com a morte de Cristo. E
assim somos “sepultados com ele pelo batismo na morte;
para que, como Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória
do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.
Porque se fomos plantados juntamente com ele na seme­
lhança da sua morte, também o seremos na da sua
ressurreição; sabendo isto, que o nosso homem velho fo i
com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja
desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado. Porque
aquele que está morto estájustificado do pecado ” (Rm 6.4­
7). Agora, a STV quer fazer deste versículo 7 uma arma
para atacar a condenação eterna após a morte do ímpio.
Os russelitas não sabem “comparar as coisas espirituais
comas espirituais” (1 Co 2.13).

13. Será que o tormento eterno dos maus é compatí­


vel com a personalidade de Deus?

A STV responde que não, mas com uma ilustração


semelhante àquela que já comentamos neste mesmo
capítulo III, 3. Mas, a entidade aqui, vende “gato por
O Inferno 229

lebre” quando cita Jeremias 7.31, e dá uma explicação


fora do contexto bíblico. Assim diz o texto sagrado: “E
edtficaram os altos de Tofete, que está no vale dofüho de
Hinon, para queimarem no fogo a seus filhos e as suas
fühas; o que nunca ordenei, nem me subiu ao coração”.
Agora, eu pergunto ao leitor” “O que Deus nunca ordenou
e nunca subiu ao seu coração”, aqui nesse texto? Vamos
primeiro ver o que a STV respondeu. “Se nunca veio ao
coração de Deus, certamente ele não possuí nem utiliza tal
coisa em escala maior”. Os servos de Russel dizem, com
base nesse texto, que o castigo e o tormento etemo dos
maus nunca subiram ao coração de Deus. Novamente
pergunto: “É isto que o texto está dizendo?” Claro que não.
O que Deus nunca ordenou e nem subiu ao seu coração
foi o ritual de sacrificar crianças a Moloque e a outros
deuses, pois tal coisa é repugnante aos seus olhos (2 Cr
33.6). Assim fica comprovado mais uma vez a falta de
provas bíblicas das doutrinas dos russelitas.

14. Pelo que Jesus disse sobre o rico e o Lázaro,


ensinou Jesus o tormento após a morte dos que
são maus?

A resposta dos russelitas bem como a análise dela


estão no capítulo 8 dessa obra, em todo o tópico III.

15. Qual é a origem do ensinamento do inferno de


fogo?

A STV faz uma série de citações de obras seculares


para contestar a origem bíblica do inferno de fogo. Mas,
esta entidade não esclareceu que todas as doutrinas
bíblicas exerceram fortes influências no paganismo e que
os pagãos tomaram as linhas-mestras destas doutrinas e
paulatinamente com o transcorrer no tempo as adap­
taram ao seu esquema religioso, (ver cap. 5, II, 1). A
resposta a essa pergunta está em todo o tópico II deste
mesmo capítulo 5.
10
A S egu n d a V in d a D e C r is t o

E sboço

I. A DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS


1. “Porém daquele dia e hora ninguém sabe...”
2. O malogro dos embusteiros que marcaram a data
da segunda vinda de Cristo.
II. A SEGUNDA VINDA DE CRISTO CONFORME A
VISÃO DA TORRE DE VIGIA
1. Uma análise dessas predições
a. Fim dos tempos dos gentios
b. Um período de ceifa de quarenta anos e “um
tempo de tribulação tal qual nunca houve des­
de que ‘há nação”
c. Durante estes quarenta anos será estalecido o
reino de Deus
d. Os judeus serão restaurados no “período de
ceifa” entre 1874 e 1914
e. O reinos gentios serão quebrados em pedaços
“como um vaso de oleiro” nesse período deno­
minado “da ceifa” entre 1874 e 1914
f. Os reinos deste mundo se tomarão os reinos de
nosso Senhor e do seu Cristo
g. E será introduzida e era do julgamento
2. As três fases escatológicas inventadas por Russel
a. Parousía
b. Epifâneia
c. Apocálipsis
III. A VERDADE ACERCA DOS TEMPOS DOS GENTIOS
E A HERANÇA DOS JUSTOS
1. Os tempos dos gentios

231
232 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

2. Os 144.000 e a igreja
3. O que significa “herdar a terra”?
4. Resumo escatológico à luz da Bíblia
A Segunda
Vinda De
Cristo
MVigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso
Senhor; mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que
vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria
minar a sua casa. Por isso, estai vós apercebidos também;
porque o Filho do homem há de vir à hora que não penseis”
(Mt 24.42-44).

I. A DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS

A doutrina das últimas coisas é chamada de “Esca-


tologia”, palavra proveniente de dois vocábulos gre­
gos éoxaToe (ÉSCHATOS), que significa “último”
e XÓyoQ (LOGOS), que quer dizer “palavra, “tratado”,
“estudo”, etc... Cada sistema religioso tem a sua escatolo-
gia própria, mas a escatologia verdadeira é aquela predita
nas Escrituras Sagradas. É um assunto valiosíssimo e
uma das grandes doutrinas da Bíblia. Mas, muitos
aventureiros, embusteiros e líderes de seitas heréticas
têm ofuscado a verdadeira escatologia bíblica ao entendi­
mento dos seus adeptos, têm afastado tal doutrina do
alcance do povo, em substituição ao seu esquema esca-

233
234 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

tológico peculiar.
A base fundamental das “testemunhas de Jeová” é a
“profecia”, embora suas “profecias” sejam paranóicas e
extra-bíblicas. Citam as Escrituras na tentativa de apre­
sentá-las com uma roupagem bíblica, para parecerem
verdadeiras e apoiadas pela Bíblia. Cada “profetada” dos
líderes das “testemunhas de Jeová” é mais absurda do que
a outra. É comum encontrar russelita papagaiando de
porta em porta, dizendo que o Senhor Jesus Cristo voltou
em 1914. Mas quando alguém pede uma prova bíblica aí
começam a exibir sua literatura querendo provar um
evento que nunca ocorreu; que está ainda por se cumprir.

1. “Porém daquele dia e hora ninguém sabe...”

A segunda vinda de Cristo é a esperança da igreja e


por isso, muitos cristãos desde o período da igreja
primitiva, têm almejado ardentemente este dia.
Os irmãos da igreja de Tessalônica, ao receberem do
apóstolo Paulo a sua primeira epístola, cujo tema é a
segunda vinda de Cristo, ficaram mais encorajados para
enfrentarem aquela sociedade tão hostil. Eles pensavam
que o Senhor Jesus Cristo retomaria naqueles dias, por
isso se dedicaram ao trabalho do Senhor com empenho e
esmero, não mais se preocuparam com as coisas efême­
ras desta vida. A ocupação deles agora consistia nos
cânticos, testemunhos, nas pregações e nas orações;
deixando de lado os trabalhos de caráter secular do
cotidiano. Por essa razão, o apóstolo escreveu rapida­
mente a Segunda Epístola aos Tessalonicenses, orien­
tando que a segunda vinda de Cristo não seria naqueles
dias e nem como estavam pensando. Portanto, deveriam
retomar ao cotidiano, e que antes desse dia viria ainda a
apostasia. Apesar destas falhas dos irmãos tessalonicen­
ses, que o apóstolo imediatamente corrigiu, contudo, não
se tem notícia de que eles tivessem marcado uma data
para este advento. Isso aconteceu porque a mensagem de
Cristo, transmitida pelos apóstolos, ficou plantada
naqueles corações: “Não vos pertence saber os tempos e
as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder”
A Segunda Vinda de Cristo 235

(At 1.7). “Porém daquele dia e hora ninguém sabe, nem os


anjos, nem o Filho, mas unicamente meu Pai”(Mt 24.36;
Mc 13.32, ver sobre “nem o Filho” cap, 6, IV, 1).

2. O malogro dos embusteiros que marcaram a data


da segunda vinda de Cristo.

Em meados do terceiro século apareceu um certo


Montano, ex-sacerdote de Cibele, divindade dos frígios, o
qual pregava o evangelho do Espírito Santo e uma vida
semi-monástica. Uma das características do seu ministé­
rio eram as profecias, algumas delas até parecidas com
as de Russel. O montanismo ensinava que o Senhor
Jesus Cristo retomaria à terra naqueles dias e estabe­
leceria a Nova Jerusalém na Frigia, pois Montano era
frígio. Mas ele falhou, o Senhor Jesus não voltou, nem foi
estabelecida a Nova Jerusalém, e o movimento monta-
nista desfez-se em pó.
Quando se aproximava o ano 1000 AD, tanto os
cléricos como os leigos estavam confiantes que o Senhor
Jesus estabeleceria o Juízo Final antes do ano 1000, e
portanto, a data escolhida para a segunda vinda de Cristo
foi a meia noite de 31 de dezembro do ano 999 AD. Era o
assunto do cotidiano na Europa daqueles dias. Era
usada uma expressão própria nos términos de diálogos
ou de cartas: approptnquante mundi termino, que signifi­
ca : “Com o Jim do mundo que se aproxima”. Muitos
doavam e vendiam os seus bens passando a viver nas
colinas. Milhares iniciaram a sua peregrinação para
Jerusalém. Mas o ano 1000 chegou, se foi e nada dessas
coisas aconteceu. Todos voltaram as suas atividades, rei­
niciando tudo. Foi um prejuízo incalculável para a socie­
dade.
No início do século XII, um astrólogo persa, chamado
Anwari, escolheu o dia 16 de setembro de 1186, como o
dia do fim do mundo. Conseguiu o apoio de muitos outros
astrólogos, pois dizia que cinco dos maiores planetas
conjugar-se-iam sob o signo de Libra. Esta gente come­
çou a pregar para a nobreza e para o clero, e novamente
a Europa foi alvoroçada. Muitos venderam suas proprie­
236 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ"

dades e formaram caravanas para Jerusalém. Mas a data


marcada veio e nada aconteceu.
Johanes Stoeffler, membro do corpo docente da
Universidade de Tübingen, na Alemanha, figura de en­
vergadura e respeitadíssimo, chegou a ser até conse­
lheiro de príncipes. Publicou em 1499 um livro intitulado
Efem érides, no qual anunciou o fim do mundo mediante
um dilúvio previsto para 20 de fevereiro de 1524. Segundo
ele, em virtude de uma conjunção de vinte planetas, no
signo de Peixes, pois Stoeffler era astrólogo, e nos seus
dias a astrologia tinha grande prestígio e credibilidade. A
medida que a data se aproximava a Europa entrava em
histeria coletiva, muito se escreveu sobre isso na época,
muitos exploraram o assunto até nos seus mínimos
detalhes. Como seria esta catástrofe?
O rio Reno, por exemplo, ficou repleto de arcas, pois
milhares de homens construíram essas arcas na espe­
rança de sobreviverem ao dilúvio. Leis que regulamen­
tavam o uso das arcas foram promulgadas: quem tinha
direito de entrar nelas e como seria o comportamento
dentro delas. Mas, aqueles que não se prepararam para
o “grande dia”, assustaram-se com o súbito temporal,
com trovoadas e relâmpagos, que por coincidência ocor­
reram no dia 20 de fevereiro; e com isso eles invadiram as
arcas construídas. O conde Von Igglehein que havia
construído uma gigantesca arca para a sua salvação e da
sua família, matou a espada um invasor e com isso sua
arca foi despedaçada e ele foi morto. As trovoadas e
relâmpagos acompanhadas das chuvas, se seguiram por
alguns dias, para desespero da população, mas depois
tudo voltou ao normal, a tempestade não foi o início do
dilúvio e nem o fim do mundo.
William Whiston, amigo de Isaac Newton e seu
sucessor na cadeira de Geografia Astronômica, na Uni­
versidade de Cambridge, Inglaterra, era tido como um
dos cientistas mais respeitado da Inglaterra. Ele apresen­
tou alguns modelos do santuário do templo de Jerusalém
para um grupo de eruditos de Londres. E, segundo ele,
dentro de três dias ocorreria o fim de tudo. Disse: “Por­
tanto, amigo, agorajá podemos esquecer-nos das especu-
A Segunda Vinda de Cristo 237

loções da ciência. O período fin al de todas as coisas está


próximo. Dentro de três dias este mundo deixará de existir.
Na quinta-feira, pela manhã, aproximadamente às cinco
horas da madrugada, aparecerá o cometa sobre o qual eu
vos tenho advertido. O messias será devolvido à terra, a
fim de subir a Jerusalém, e, na sexta-feira, o mundo
terminará por meio dofogo, do terremoto e da matança’’.(1)
Londres entrou em pânico. Considerando ser ele um cien­
tista de nomeada, dono da cadeira de Geografia As­
tronomia da mais famosa universidade, não só da
Inglaterra, mas do mundo, e pelo fato de ter apresentado
recursos da própria Bíblia, pois a base dessa predição
foram as dimensões do templo de Jerusalém e do taber-
náculo bíblico; e sobretudo a aproximação do cometa de
Halley a maioria creu nele. O povo em desespero forçou
o arcebispo de Canterbury a abrir a catedral de West-
minster, para o grandioso e solene culto de oração, ao que
recusou fazer. Como nada de suas predições se cumpri­
ram, William Whiston foi expulso de sua cátedra na
Universidade de Cambridge, perdeu o seu prestígio na
Inglaterra e caiu em descrédito na sociedade, por mais
que ele justificasse o meu malogro, embora dissesse que
errou nos cálculos, as conversas de sempre. As evasivas
de William Whiston em nada diferem daquelas de Russel
e Rutherford.
William Miller começou a pregar de 1818 que por
volta de vinte anos Cristo voltaria a terra, e em 1831
Miller anunciou que esse evento teria lugar em 10 de
dezembro de 1843. Tentou justificar a sua “profetada” em
Daniel 8.13-14, quando dizia que as 2.300 tardes e
manhãs correspondiam a 2.300 anos, e marcou como
ponto de partida o retomo de Esdras a Jerusalém em 457
A.C. Como este esquema se parece como aquele implan­
tado por Russel. Aliás, foi do adventismo que saiu Russel.
Muitos venderam propriedades e foram para as coli­
nas esperar o retomo de Cristo. Em Boston, muitos se
vestiram de branco e permaneceram em constante ora-

(1) CHAMPLIN, Russell Norman, Quarrenta anos finais da terra,


p .19
238 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ"

ção. Enquanto muitos, em outras partes dos EUA, se


entregaram publicamente à imoralidade e à prostituição.
Mas nada dessas “profetadas” se cumpriu. Então veio
Miller com aquela evasiva que é peculiar a essa gente, se
enganou e errou nos cálculos. Diante disto, marcou uma
nova data, outubro de 1844. Novamente fracassou. A
partir daí seus sucessores marcaram outras datas: 1847,
1852, 1854, 1855, 1866 e 1877, mas o Senhor Jesus
Cristo não voltou.
Russel predisse em sua obra Estudos das E scritu ­
ras, 2e vol. p. 245, que a cristandade seria destruída em
1914, nos seguintes termos “Recordemos que os 40 anos
da sega judaica terminaram no ano 69 de Cristo, e fo i
seguida pelo derrocamento completo dessa nação; e igual­
mente os 40 anos da “idade evangélica” terminarão em
outubro de 1914, e de igual maneira o derrocamento da
cristandade, assim chamado, seguirá segundo se espera,
imediatamente depois”.
No vol. 2, p. 101 dessa mesma obra, Russel prediz a
batalha de Armagedom para 1915. Assim diz o texto:
"Não nos surpreendamos, pois, se nos capítulos que
seguem, apresentamos evidências de que o estabeleci­
mento do Reino de Deusjá começou; que está indicado na
profecia que dito domínio começaria a ser exercido em
1878, e a batalha do grande dia de Deus todo-poderoso
(Apocalipse 16.14), que terminará em 1915, com o comple­
to derrocamento das potências atuais desse mundo,já tem
começado”.

Ainda no vol. 2, desta obra, na página 356, Russel


predisse a queda do papado para 1914, nos seguintes
termos: “A extinçãofin a l dessa hierarquia falsa, próxima
para a terminação do Dia da ira... que terminará... com o
ano 1914”.

No livro Três Mundos ou Planos de redenção


publicado por Russel e Barbour em 1877, páginas 83,
189 é possível conhecermos mais uma de suas profecias
paranóicas nos seguintes termos: “Foi em 606 A.C. que
terminou o reino de Deus, fo i removido o diadema e toda a
A Segunda Vinda de Cristo 239

terra entregue aos gentios, 2.520 anos a partir de 606A. C.


terminarão de 1914 E.C., ou quarenta anos depois de
1874; e estes quarenta anos nos quais agora entramos
serão um tempo de tributação tal qual nunca houve desde
que há. nação. E durante estes quarenta anos será estabe­
lecido o reino de Deus (mas não em carne, primeiro o
natural e depois o espiritual), os judeus serão restaura­
dos, os reinos gentios serão quebrados em pedaços como
um vaso de oleiro, e os reinos deste mundo se tomarão os
reinos de nosso Senhor e do seu Cristo e será introduzida
a era do julgamento. ”
Então, assim fica justificado o lugar que Russel
ganhou na galeria dos falsos profetas.
Russel marcou para 1914, num esquema muito
parecido com o de Miller. Nada se cumpriu, então adiou
o retomo de Cristo para 1918, Rutherford marcou para
1825, e também fracassou. A revista Seleções de abril de
1947, p. 42, diz que os russelitas marcaram para “algum
dia, antes de 1984”, mas isso não se cumpriu. Esses
embusteiros vêm e vão mas a “palavra do Senhor nosso
Deus subsiste eternamente” (Is 40.8).

3. "Seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiro­


so...”

A Bíblia se cumpre, pois só ela é a inerrante Palavra


de Deus. Todos que marcaram datas para o retomo de
Cristo falharam e foram decepcionados.
O Senhor Jesus virá. Estamos aguardando na sua
Palavra, não em impostores. Jesus disse: “porque o Filho
do homem virá na hora em que não penseis” (Mt 24.44).
Sabemos que ele virá, não sabemos quando, mas sabe­
mos que essa palavra se cumpre. Esperamos Nele, em
Jesus, e “Seja Deus verdadeiro, e todo o homem menti­
roso...” (Rm 3.4).

II. A SEGUNDA VINDA DE CRISTO CONFORME A VI­


SÃO DA TORRE DE VIGIA.

O esquema escatológico inventado por Russel é


240 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

totalmente estranho às Escrituras, suas “profetadas” são


absurdas. Em 1877 Russel juntamente com Barbour
publicaram uma obra intitulada Três Mundos ou Planos
de Redenção onde publicaram as suas “profetadas” nos
seguintes termos: “Foi em 606A. C. que terminou o reino de
Deus, fo i removido o diadema e toda a terra entregue aos
gentios 2.520 anos a partir de 606 A. C. terminarão em
1914 E.C., ou quarenta anos depois de 1874; e estes
quarenta anos nos quais agora entramos serão um tempo
de tribulação tal qual nunca houve desde que hâ nação. E
durante estes quarenta anos será estabelecido o reino de
Deus (mas não em carne, primeiro o natural e depois o
espiritual), osjudeus serão restaurados, os reinos gentios
serão quebrados em pedaços como um vaso de oleiro, e os
reinos deste mundo se tomarão os reinos de nosso Senhor
e do seu Cristo, e será introduzida a era dojulgam ento” -
página 83, 189. (2)

1. Uma análise dessas predições

Nós, que estamos no final do século XX, olhando


daqui para lá podemos vê-las, longe de fazer qualquer
chacota, apesar de ser até cômico. Vejamos cada uma
dessas predições.

a) Fim dos tempos dos gentios em 1914. Em que


Russel se baseou para fixar a vinda de Cristo para 1914?
Russel se aproveitou do fato de que Bíblia ensina ser um
dia profético equivalente a um ano (Ez 4.6; Nm 14.34).
Daí se apropriou de uma passagem bíblica que nada tem
com a segunda vinda de Cristo, Daniel 4.32: “E serás
tirado dentre os homens, e a tua morada será com os
animais do campo; far-te-ão comer erva como bois, e
passar-se-ão sete tempos sobre ti, até que conheças que o
Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e os dá a
quem quer”. O que essa passagem ensina sobre a segun­
da vinda de Cristo? Nada, absolutamente nada.
Vejamos, pois qual foi o truque de Russel: “sete

(2) Qualificados para ser ministros, p.277 § 9, STV, N.Y. 1959


A Segunda Vinda de Cristo 241

tempos “são sete anos, se um dia profético corresponde a


um ano, logo cada “tempo” corresponde a 360 dias-ano.
Não há nenhuma referência na Biblia a um ano profético,
ela fala de dias proféticos, mas Russel estabeleceu por
sua própria conta o “tempo profético”. Assim ficou mon­
tado o esquema dele:

360 dias = um tempo = um ano


360 dias = um tempo X 7 tempos
360 X 7 = 2.520 dias-ano.

Russel fixou o ano 606, a.C. como o ano 1 dos tempos


dos gentios, que acrescentando sobre ele 2.520 anos
terminaria em 1914. Este é o esquema da STV, através
dele conseguiu enganar muita gente, pois, quem não co­
nhece a Bíblia ou não está familiarizado com ela fica
fascinado e maravilhado; aceita passivamente essa aber­
ração e é facilmente ludibriado. Mas, as coisas mudam
quando fazemos algumas perguntas, tais como: “Onde
está escrito que o texto de Daniel 4.32 se aplica a segunda
vinda de Cristo e ao Jim dos tempos dos gentios?” “Onde
está escrito que os tempos dos gentios começaram em
606/607 a.C.?” “Quem pode provar pela Bíblia, pela
história ou por quaisquer outros recursos, que Cristo voltou
em 1914 e que nesse ano terminaram os tempos dos
gentios ”? “Quem disse a Russel essas coisas?” Nem a STV
nem ninguém poderá responder a essas perguntas. No
esquema da STV, ou seja, no cômputo dos anos estabe­
lecidos por Russel, não aparecem os quatro anos e meio
de atraso do nosso calendário. Diante de tudo isso,
falamos com ousadia e com a autoridade da Palavra de
Deus, que todos os esquemas inventados por Russel e
adaptados pelos seus sucessores estão completamente
fora das Escrituras, e não têm qualquer base histórica.

b) Um período de ceifa de quarenta anos e “um


tempo de tribulação tal qual nunca houve desde que
há nação.” Esse período de quarenta anos, segundo
Russel, é a primeira etapa da “presença” de Cristo. E,
nesses quarenta anos viria “Um tempo de tribulação tal
242 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

qual nuca houve desde que há nação”. O Senhor Jesus


realmente falou desse tempo, mas não disse que seria
entre 1874 e 1914. O período das duas Grandes Guerras
foi mais cruel e mais difícil do que esses quarenta anos.
Esse tempo é predito por Cristo em Mateus 24.21 e Lucas
21.25-26. Um período tão terrível que jamais passou pela
imaginação humana, e será acompanhado de sinais no
céu, desajuste nos corpos celestes, agitação e tumulto
nas nações. Quem pode provar que já houve caso seme­
lhante de caráter universal na história? Ninguém. Mas
esse dia ainda virá. Portanto, isso revela o ministério de
Russel, conforme Deuteronômio 18.20.
c) Durante estes quarenta anos será estabelecido
o reino de Deus. A idéia de que Cristo foi entronizado em
1914, é uma evasiva dos russelitas, não têm, é claro,
qualquer apoio bíblico. Cristo foi entronizado logo que
ascendeu ao céu: “Ora o Senhor, depois de lhes terfalado,
fo i recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus” (Mc
16.19). Mas os servos de Russel não acreditam na
autenticidade desta passagem, pois em muitos pontos
ela atrapalha a exposição das doutrinas da STV. Então,
como eles explicariam Atos 7.56, quando Estêvão disse:
“Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem que está
em pé á mão direita de Deus ”.? Hebreus 1.3 diz que Jesus
está assentado à destra da Majestade nas alturas, inter­
cedendo por nós. Como pois a STV descobriu que só em
1914 Jesus assumiu o reino? Esta doutrina da STV é um
truque de Satanás. O reino de Deus no sentido espiritual
já vem atuando na terra desde a fundação da igreja.
Jesus disse para os líderes religiosos dos seus dias: “Eis
que o reino de Deus está entre vós” (Lc 17.21). Jesus disse
isso nos dias do seu ministério terreno, portanto, já faz
cerca de 2.000 anos. Mas a STV descobriu que Jesus não
estava certo, pois, o reino só foi estabelecido durante os
“quarenta anos de ceifa” entre 1874 e 1914. É necessário
ter estômago mais forte do que o de avestruz para digerir
este alimento russelita.
d) Os judeus serão restaurados no “período da
ceifa” entre 1874 e 1914. A ata da cerimônia da
fundação do Estado de Israel, publicada no Diário Oficial
A Segunda Vinda de Cristo 243

da nova nação diz no ponto 9: “A Assembléia Geral das


Nações Unidas, proclama ajundação de um Estado Judeu
em Eretz Israel denominado o ESTADO DE ISRAEL”. (3) No
dia 14 de maio de 1948 comemora-se o dia da fundação
do Estado de Israel pois nele as tropas britânicas deixaram
o país. Mas a resolução da ONU ocorreu no dia 29 de
novembro de 1947. Mas Russell “profetizou” que os
judeus seriam restaurados no “período da ceifa”, isto é,
entre 1874 e 1914. A própria história, através do seu
processo natural, revela a grande farsa das “testemunhas
de Jeová”, e desmonta por completo o esquema montado
por Russel. Justificar esse malogro apenas como um
“sentido espiritual” é uma evasiva vergonhosa, e própria
de embusteiros frustados.
f) Os reinos gentios serão quebrantados em peda­
ços “como um vaso de oleiro” nesse período denomi­
nado “da ceifa” entre 1874 e 1914. Essa expressão foi
extraída do Salmo 2.9, que foi citado pelo apóstolo João
em Apocalipse 2.27; 12.5; 19.15, mas que ainda vai se
cumprir por ocasião da segunda fase da segunda vinda
de Cristo. Mas Russel pregou que esse evento se daria no
“período da ceifa”, até 1914. Agora veja o leitor se os
reinos dos gentios foram quebrantados. Veja se as gran­
des potências não são gentias, E.U.A, U.R.S.S., França,
Inglaterra, Alemanha e demais países do Mercado Co­
mum Europeu e da OTAN? Tudo isso será desfeito em pó
pelo Senhor Jesus, na sua vinda. No entanto, Russel quis
antecipar esse dia e se despedaçou, fato que lhe garantiu
um lugar na galeria dos falsos profetas.

g) Os reinos deste mundo se tornarão os reinos de


nosso Senhor e do seu Cristo. A quem pertencem os
reinos deste mundo atualmente? Dizer que toda a terra
pertence ao Senhor Jesus, não é nenhuma novidade, pois
o salmista, há três mil anos passados já dizia: “Do Senhor
é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele
habitam” (SI 24.1). Todo o universo pertence ao Senhor
desde o dia em que foi criado, e não simplesmente a partir

(3) A Ordem do Dia: A Questão Palestina, p.62, Maty Bem Jacob


244 -TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

de 1914. Dizer que Jesus assumiu o reino em 1914, como


ensinam os russelitas, é dizer que seu reino está sendo o
pior da história. Nunca houve tempos tão difíceis como o
século XX. Portanto, os reinos dos gentios seguem a sua
marcha como antes até a manifestação do Filho de Deus
em glória para restaurar o trono de Davi e estabelecer o
seu reino milenar na terra. Portanto, mais uma vez
Russel fracassou e a STV continua enganando o povo
com suas sutilezas ou doutrinas estranhas às Escrituras
Sagradas.

h) E será introduzida a era do julgamento. Es


“era do julgamento” aqui mencionada pela STV é uma
referência o que a Bíblia chama de juízo final em Apocalipse
20.11-15. Os servos de Russel não conseguem separar o
milênio do juízo final e nem o milênio da eternidade do
remidos na consumação de todas as coisas. Mas, de
qualquer forma, tanto da maneira errada como ensina a
STV ou como está exarado no Livro de Deus, a Bíblia, isso
não se cumpriu nem no “período da ceifa”, entre 1874 e
1914. Nem antes nem depois desse período. Este acon­
tecimento nunca teve lugar na história, é uma invenção
de Russel endossada pela STV. O milênio, o juízo final e
a eternidade ainda vão acontecer, mas de acordo com a
Palavra de Deus, e não como Russel inventou.

2. As três fases escatológicas inventadas por Russel

Russel inventou uma escatologia peculiar e baseada


num raciocínio próprio, se utilizando de três palavras
gregas. Embora fosse leigo, e sem conhecimento dessa
língua. Contudo sentiu-se na liberdade de ensinar suas
doutrinas com base em algumas palavras gregas. Aqui,
nesse aspecto da doutrina, ele usou as seguintes pa­
lavras: n apou oía (parousía); eu l cpóv e t a
(epif&neia) e anoxÓAuvlnc (apokálipsis). O esque­
ma de Russel consistia em três estágios distintos cujas
explicações vinham expostas nas principais colunas das
revistas publicadas pela STV.
a) Parousía. É uma palavra grega que significa
A Segunda Vinda de Cristo 245

“vinda”, “presença”, “volta”, “visita real”, “chegada de um


rei”, “advento”. Mas, para facilitar o desenvolvimento da
escatologia de Russel, ele deu apenas um significado a
essa palavra grega: “presença invisível”, e claro, Russel só
podia basear isto na sua idéia e em nada mais. Até hoje
na TNM não aparece em nenhum lugar o termo “vinda” e
nenhum outro significado mencionado nos dicionários e
léxicos, para traduzir a palavra parousía. Além disso,
Russel acrescentou por sua própria conta a palavra
“invisível”. Ainda hoje, para seus adeptos, o vocábulo
parousía significa “presença invisível”, isso já ficou ci­
mentado e concretado dentro da alma e da mente dos
russelitas. Eles chamam de “presença invisível de Cristo”,
aquilo que a Bíblia chama de “vinda de Cristo”, “vota de
Cristo”, etc. Com este conceito a STV ofuscou e deformou
o verdadeiro significado do retomo de Cristo. Em cima
desta interpretação própria e arbitrária, Russel cons­
truiu seu castelo doutrinário.
No livro Três Mundos ou o Plano de Redenção,
produzido por Russel juntamente com seu sócio Barbour,
está escrito: “A segunda presença de Cristo começou in­
visivelmente no outono de 1874 e com ela um período de
ceifa de quarenta anos” (4) Agora, eu pergunto: “A pre­
sença invisível de Cristo e a vinda de Cristo são a mesma
coisa?” A resposta é não, absolutamente não. E, ainda
outra pergunta: "A presença invisível de Cristo começou
no outono de 1874 ou a partir das palavras do próprio
Cristo: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu
nome, aí, estou eu no meio deles” (Mt 18.20); “... e eis que
estou convosco todos os dias até à consumação dos
séculos” (Mt 28.20)? O leitor aceita aquilo que diz a STV
ou o que ensina a Bíblia? É de admirar que tamanha
estupidez do ensino russelita tenha ainda sido digerida
pelas “testemunhas de Jeová. Desde o aparecimento do
cristianismo que nosso Senhor Jesus Cristo está pre­
sente, guiando e dirigindo seu povo, e não a partir de
1874, como inventou Russel. Portanto, este ensino para­
nóico de Russel está inteiramente fora da Palavra de
Deus.
(4) Qualificados para ser ministros, p.277 § 9, STV, NY., 1959
246 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

b. Epifãneia. Esta palavra significa “aparição”, “man


festação”. A compreensão e visibilidade do evento era mo­
nopólio exclusivo de Russel (2 Cr 18.23). A interpretação
dessa epifãneia de Cristo só podia ser dada nos periódi­
cos da STV, e segundo Russel, seria realizada em 1914,
como o segundo estágio deste processo. Até hoje ninguém
viu e nem teve notícia desta "aparição" ou “manifesta­
ção”, que só existe nas mentes “iluminadas” dos escravos
da STV. As coisas de Deus são limpas e claras. Tudo o que
Jesus fez foi publicamente. Uma das grandezas do cris­
tianismo é que ele foi edificado sobre fatos e aos olhos de
todos. Agora, essas doutrinas metafísicas e Incom­
preensíveis que ninguém pode entender senão aqueles
que preferem trevas à luz, só podem ser produzidas por
embusteiros e explicadas através de truques e sofismas.
É por isso que ninguém na terra é capaz de assimilar o
credo dos russelitas simplesmente pela leitura da Bíblia,
só por Intermédio de um processo de repetição, como
uma lavagem cerebral, com citações de palavras hebrai­
cas e gregas, dando prioridade aos significados secundários
e até mesmo terciários, acrescidos de uma dúzia de
traduções diferentes. Tudo isso dentro das literaturas
produzidas pela STV por ninguém mais. Desta maneira a
STV vence o indivíduo pelo cansaço.

c) Apokálipsis. Essa apalavra significa “revelação


e multas vezes, denominada pelos russelitas por “arma-
gedom”, pois, segundo eles é o período final deste proces­
so, que será com a batalha do Armagedom. Segundo
Russel, esse evento teria lugar em 1914. Diz William J.
Schnell, autor de T rin ta anos Escravos da T orre de
V igia: “A pouco e pouco o ano de 1914ficou gravado nos
pensamentos. Dentro da organização tudo e todos se
preparavam para essa data, momento supremo em que as
expectativas se concretizariam. Os fiéis transladados
para o céu; os infiéis sofreriam a destruição na batalha do
Armagedom; o mundo chegaria ao seufim ”. (5) Mas nada
dessas coisas aconteceu e nem poderia mesmo aconte-

(5) À Luz do Cristianismo, p.65


A Segunda Vinda de Cristo 247

cer. Quem nào está vendo a estupidez e o caráter dessas


“profecias” paranóicas? Os fiéis servos de Russel espera­
ram em vão, porque nada aconteceu. Muitos se desvia­
ram da STV, houve grande celeuma, e outros se levan­
taram e fragmentaram a seita em vários outros grupos.
Mas, mesmo assim, estas heresias foram reconstituídas,
“aperfeiçoadas” e aos poucos, sob a liderança de Ruther-
ford, tomaram a ganhar terreno e os russelitas pros­
seguiram sua marcha: '‘enganando e sendo enganados”
(2Tm 3.13).

III. A VERDADE ACERCA DOS TEMPOS DOS GEN­


TIOS E A HERANÇA DOS JUSTOS

Segundo William J. Schnell, os “tempos dos gentios”


foi uma técnica desenvolvida por Russel para atrair as
massas após si. Russel usou eficientemente os mesmos
princípios do cinema, mesmo antes da invenção dele,
para atrair a atenção de seus interlocutores. Disse Schnell:
“O termo tempo dos gentios recebeu uma conotação bi­
zarra a fim de dar crédito às previsões para 1914 ” (6) Foi
um recurso usado para aumentar o número de adeptos.
Até hoje, a pregação dos russelitas consiste em: “o boi
comer palha com o urso”, “oArmagedom”, “o nome Jeová”,
“herdar a terra”, etc., mas a mensagem de salvação que
Jesus mandou pregar em Lucas 24.45-48, não pregam.
Não falam a ninguém que Jesus morreu pelos nossos
pecados e que todo homem precisa crer nEle e recebê-lo
para a sua salvação. Mas, pregam um evangelho to­
talmente estranho ao Novo Testamento (G1 1.8-9).

1. Os tempos dos gentios

A expressão “tempos dos gentios” só aparece uma vez


na Bíblia, “E cairão ao fio da espada, e para todas as
nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada
pelos gentios, até que os tempos dos gentios se comple­
tem” (Lc 21.24). O texto sagrado faz menção do fim dos

(6) Op. cit.


248 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

"tempos dos gentios", mas, nem aqui e nem em qualquer


outra parte das Escrituras está determinado o inicio
desse período, está explícito uma diáspora.
Alguns expositores têm posto como marco inicial do
tempo dos gentios o cativeiro de Judá, em 606 a.C. Mas,
se considerarmos com mais cuidado as palavras de Jesus
acima citadas, o início do cativeiro de Babilônia não pode
ser o começo dos tempos dos gentios. Jesus deixou claro
que os tempos dos gentios seria um tempo em que
Jerusalém perderia sua soberania, os judeus perderiam
a sua autonomia política. E os judeus perderam a sua
soberania política, pela primeira vez, com a morte do rei
Josias, na batalha de Megido contra o Faraó-Neco, rei do
Egito (2 Rs 23.34-35). A partir daí, a casa de Judá passou
a ser tributária do Egito, e só na batalha de Carquêmis,
quando Nabucodonozor derrotou o Faraó-Neco, é que
Judá passou simultaneamente para o império caldeu (Jr
46.2).
Os judeus consideram o início dos tempos dos
gentios com a destruição do templo de Jerusalém, em
587 a.C., mas como ele foi reconstruído nos dias de
Esdras e Neemlas, fica difícil aceitar essa tese rabínica.
Da mesma forma fica difícil admitir qualquer período do
Velho Testamento pelo fato de Judá restaurar a sua
soberania política nos dias da família dos Macabeus. Pela
mensagem de Jesus, fica Implícito este inicio com a
Segunda Diáspora.
Os russelitas afirmam, como já vimos, ser um tempo
em que o reino de Deus foi removido. Mas, isto é estupi­
dez. Então, segundo eles, Deus deixou de ser rei até
1914? Absurdo! Ele reina pelos séculos dos séculos e em
todas as eras da história. Esta invenção não passa de um
artificio para dar credibilidade às previsões da STV.
Quando iniciou esses tempos dos gentios não está claro
na Bíblia, portanto, fundamentar doutrina nisso não
deixa de ser ocioso. Quando esse período começou, ainda
é um ponto controvertido, o que podemos assegurar com
certeza e com a autoridade da Palavra de Deus é que
ainda não terminou. Nós temos provas concretas na
Bíblia, na história e nos meios de comunicação que os
A Segunda Vinda de Cristo 249

tempos dos gentios não terminaram. Vejamos, pois a


cronologia histórica de Jerusalém e como ela desfaz em
pó as doutrinas inventadas por Russel.

a) Cativeiro babilônico. Em 587, os caldeus destróem


o Templo e conduzem para a Babilônia a terceira e última
leva de judeus (Jr 1.3; Dn 1.1-2).
b) O decreto de Ciro. Os judeus retomam a Jerusa­
lém e reconstróem o Templo e a cidade de Jerusalém a
partir de 536 até 440 a.C. (ver os livros de Esdras,
Neemias e Ageu).
c) Os macedônios. Alexandre, O Grande, conquis­
tou Jerusalém em 331 a.C.
d) Os romanos. Os romanos tomam a cidade em 63
a.C.
f) Herodes, o Cruel. Herodes reina sobre os judeus,
embeleza o Templo e faz reparos nos muros da Cidade
Santa, a partir de 36 a.C.
g) Segunda Diáspora. No ano 70 AD, Tito, general
romano destrói a cidade de Jerusalém e leva cativos os
judeus, conforme Jesus disse em Lucas 21.24 e em
outras passagens.
h) Novamente os romanos. Adriano sufocou o
levante de Bar-Cochbah e do Rabino Akiva em 135 AD, e
mudou o nome da cidade para Aélia Capitolina.
i) Sob o governo de Constantinopla. Constantino
libera Jerusalém e põe nela o aspecto “cristão”, em 330
AD.
j) Os persas. Os persas conquistam Jerusalém e
destróem todos os templos, exceto a Basílica da nativida­
de, em Belém, em 614.
1) Os muçulmanos. Liderados pelo Califa Omar,
genro de Maomé, invadem Jerusalém, e removem os
escombros do templo. Constróem no local uma mesqui­
ta, que é hoje e Mesquita de Omar, em 636 AD.
m) A Mesquita de Omar. O califa Abd-al-Malik da
dinastia dos Omíadas, dá a mesquita a forma que ela tem
hoje, em 691 AD.
n) Os cruzados. Os cmzados liderados por Ricardo
Coração de Leão, conquistaram Jerusalém em 1099 AD.
250 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ"

o) O retomo dos muçalmanos. Liderados por Sala-


dlno, os mulçumanos conquistaram novamente Jerusa­
lém, em 1187 AD.
p) O império turco. Os turcos otomanos conquista­
ram Jerusalém em 1517.
q) O Movimento Sionista. Fundação do Movimento
mundial Sionista por Teodor Herzl, na cidade de Basiléia,
Suiça, em 1897 AD.
r) A Declaração Balfour. Os britânicos conquista­
ram a Palestina sob a liderança do general Allemby, é
assinada a Declaração Balfour, em 1917.
s) Renasce o Estado de Israel. A Assembléia Geral
da ONU aprova a fundação do Estado de Israel em 29/
11/1947 e declara esta decisão em maio de 1948.
t) Guerra da Independência e a Campanha do
Sinai. Cinco nações arãbes declaram guerra contra Israel
em 1949: Egito, Jordânia, Iraque, Síria e Líbano. Israel
vence todas estas nações e em 1956, vence outra batalha:
a Campanha do Sinai.
u) A Guerra dos Seis Dias. Em junho de 1967 Israel
vence os árabes, conquista a parte oriental de Jerusalém
e ocupa a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.
v) A Guerra do “Yom Kipur” e a Campanha do
Libano. Israel sal vitorioso na Guerra do “Yom Kipur”
em 1973 e desmantela o Quartel General da OLP no sul
do Líbano em 1982.
x) A “Intifada". Começa em dezembro de 1987 o
levante palestino, denominado “Intiflda”.

Agora, perguntamos ao leitor: “Já terminaram os


tempos dos gentios?’’ Até hoje a parte oriental de Jerusalém
está na Cisjordânia, e apenas dois países têm suas em­
baixadas em Jerusalém, os demais continuam em Tel-
Aviv. Jerusalém continua sendo “pisada pelos gentios,
até que os tempos dos gentios se completem”. Então, o que
fazer com o ano 1914 de Russel? O leitor viu que águas
rolaram depois de 1914, o que deixa claro que o esquema
de Russel nada mais foi do que um truque para atrair
discípulos após si.
A Segunda Vinda de Cristo 281

2. Os 144.000 e a igreja.

Segundo a STV, o povo de Deus está divido em duas


categorias: “o pequeno rebanho” (Lc 12.32), que segundo
os russelitas é a classe dos 144.000, que foram os únicos
a ir para os céus em 1914, sendo esse grupo a igreja ou
o corpo de Cristo; e um grupo inferior que vai herdar a
terra, que segundo eles, são as “outras ovelhas que não
são deste aprisco” (Jo 10.16). Mas a Bíblia ensina que os
144.000 são um grupo de judeus, sendo 12.000 de cada
tribo de Israel, “E ouvi o número dos assinalados, e eram
cento e quarenta e quatro mil assinalados, de todas as
tribos dos JUhos de Israel” (Ap 7.4), os versículos 5 a 8
dizem que são 12.000 de cada uma das dozes tribos do
povo de Israel. Então, não pode ser a igreja nem tão pouco
um grupo selecionado para o céu. Os russelitas dizem
que são judeus espirituais esses 144.000. Mas pergunto
ao leitor: “Quem são osjudeus espirituais?” Paulo respon­
de a essa pergunta: “Porque nem todos os que são d’Israel
são israelitas. Nem por serem descendência de Abraão
são todosJUhos... ” (Rm 9.6-7); “Sabei pois que os que são
da fé são JUhos de Abraão” (G1 3.7). Portanto nós, os
autênticos cristãos somos judeus espirituais. O argu­
mento dos russelitas é improcedente e sem base bíblica.
Os 144.000 são os judeus, que se converterão ao
Senhor Jesus no período da Grande Tribulação, após o
arrebatamento da igreja, que não se contaminarão com
as falsas doutrinas (Ap 14.1-5); e que substituirão a
igreja na pregação do evangelho, “...primeiro do judeu e
também do grego” (Rm 1.16). Nesse mesmo tempo, a
igreja estará nas bodas do Cordeiro (Ap 19.7). Depois
disso Jesus voltará com a sua igreja glorificada para
destruir o Império do anti-cristo, “Eis que é vindo o
Senhor, com milhares dos seus santos ” Quem são esses
“milhares de santos”? A igreja de Cristo que voltará com
ele na segunda fase da sua vinda. A Bíblia diz que ele virá
assim com foi “Varões galileus, por que estais olhando
para o céu? Esse Jesus, que dentre vós fo i recebido em
cima no céu, há. de vir assim como para o céu o vistes ir” (At
1.11). Jesus ensinou que o céu é para os que crêem em
252 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

seu nome, ele disse: “Na casa de meu Pai há muitas


moradas” (Jo 14.2), e não apenas 144.000 lugares.
Os russelitas dizem que Jesus fez estas promessas
apenas para seus discípulos. Com Isto estão declarando
que não são discípulos de Jesus, e portanto, não pode
mesmo esta promessa lhes pertencer. O apóstolo Paulo
disse: “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também
esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (F1 3.20).
Paulo aqui dividiu o povo de Deus em duas castas? Claro
que não. “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com
alarido e com voz de arcanjo, e com trombeta de Deus; e os
que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois
nós os que ficarmos vivos, seremos arrebatados ju n ­
tamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos
ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (1 Ts 4.16­
17). Existem nesta passagem duas castas? A resposta é
não. Há, na verdade aqui, dois grupos: o dos vivos, sendo
arrebatado; e o dos mortos, sendo ressuscitado. Mas,
nada há que indique apenas o arrebatamento de 144.000
pessoas. Os russelitas dizem que Paulo escreveu isso
porque ele pensava que Jesus viria naqueles dias e que a
mensagem era exclusiva para os cristãos de Tessalônica.
Mas o apóstolo diz o contrário, ele alerta na sua segunda
epístola a mesma igreja para o seguinte: “Que não vos
movais facilmente do vosso entendimento, nem vos per­
turbeis, quer por espirito, quer por palavra, quer por
epístola, como de nós, como se o dia de Cristo estivesseJá
perto. Ninguém de maneira alguma vos engane; porque
não será assim sem que venha a apostasia, e se manifeste
o homem do pecado, filho da perdição” (2 Ts 2.2-3).
João 10.16, que diz: “Ainda tenho outras ovelhas que
não são deste aprtsco; também me convém agregar estas,
e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um
Pastor” As seitas, na sua maioria, apreciam muito esta
passagem. A Congregação Cristã no Brasil ensina que as
ovelhas que estão no aprisco são seus membros, e as que
não estão no aprisco são os seltários (membros de outras
igrejas evangélicas), que serão chamados na graça, isto é,
um dia se tomarão membros da sua Congregação. As
“testemunhas de Jeová”, fazem desse texto um recurso
A Segunda Vinda de Cristo 263
para provar que as ovelhas que não estão no aprisco são
aqueles que hão de herdar a terra, e as que estão no
aprisco são os 144.000 que Irão para o céu. Mas a Bíblia
ensina multo diferente disso com relação ao texto de João
10.16. O que é o “aprisco" nesta passagem? o céu ou a
terra de Israel? O céu não pode ser porque Jesus se
apresentava como junto das ovelhas “deste aprisco.”
Jesus frisava a necessidade de agregar as ovelhas que
estão fora do aprisco às que estão no aprisco, para que
haja um rebanho e um Pastor. A doutrina da STV
contradiz mais uma vez aqui, porque os 144.000 esta-
riam no céu e os demais na terra, aí os dois grupos não
estariam agregados, mas separados. As “outras ovelhas”
são os gentios, como disse o apóstolo Paulo: “Portanto,
lembrai-vos de que vós noutro tempo éreis gentios na
carne, e chamados inctrcuncisos pelos que na carne se
chamam circuncisão feita pela mão dos homens; que
naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comuni­
dade d’Israel e estranhos aos concertos dapromessa, não
tendo esperança, e sem Deus no mundo. Mas agora em
Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe (fora do apris­
co),já pelo sangue de Cristo chegasteperto... Assim quejá
não sois estrangeiros, nemforasteiros, mas concidadãos
dos santos, e dafamília de Deus” (Ef 2.11-13, 19). Todo
esse texto de Efésios é uma explicação de como as “outras
ovelhas” chegaram ao aprisco, formando de ambos os
povos um, a igreja, o corpo de Cristo, “um só rebanho e um
só Pastor”.
A doutrina dos 144.000 e a da classe secundária,
que segundo a STV deve herdar a terra, teve a sua origem
oficial no congresso das “testemunhas de Jeová” realiza­
do em Washington DC, nos EUA, em 1935.* Vejamos o
testemunho de um dos pioneiros russelitas, Albert D.
Schoeder, um dos cinco “tradutores” da TNM, (ver cap. 3,

* Mas Rutherfordjá ensinava esta doutrina desde a publicação de


sua obra A Harpa de Deus, em 1921, p.281, que diz: “A Igreja de
Cristo consta de Jesus Cristo, a Cabeça e os 144.000 membros de
seu corpo”. (GIRON, Jose - Los Testigos de Jeohova y Sus
Doctrinas, p.24,7-ed. Editorial Vida, Mlami, Florida, EUA, 1989).
254 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

sobre a TNM). Diz A. D. Schoeder no seu testemunho: “No


início de 1935, uns seis meses após a minha soltura da
prisão e a volta a Betei lembro-me de ter ouvido várias
palestras à mesa de Betei a respeito da identidade da
“grande multidão". (Revelação (Apocalipse) 7:9, 13). Alguns
expressavam apoio ao conceito de que se tratava de uma
classe celestial secundária, como ensinara o primeiro
presidente da Sociedade Torre de Vigia, irmão RusselL
Outros porém, argumentavam que a “grande multidão’’
consistia dos que têm esperança terrestre. Durante essas
palestras, o irmão Rutherford não se comprometia.
Todos nós de Betei estávamos ansiosos ao viajarmos
de trem especial a Washington, DC, para o congresso de
30 de maio a 3 de junho de 1935. No segundo dia do
congresso, o irmão Rutherford apresentou a emocionante
novidade de que a “grande multidão” é, realmente, uma
classe terrestre. No clímax, ele disse: "Gostaria de pedir
que todos os que têm esperança de viver na terra para
sempre se levantassem".* Cerca da metade das 20.000
pessoas presentes se levantou. Daí, o irmão Rutherford
proclamou: "Eis a grande multidão!* Houve um breve
silêncio. Em seguida, todos nós participamos num alegre
brado, e os aplausos foram altos e prolongados. No dia
seguinte, 840foram batizados, a maioria pertencente à
classe terrestre.
Esta nova luz de 1935 sobre a “grande multidão”
levou a medidas de reorganização em 1936, a fim de se
preparar para o esperado influxo de membros dessa
classe... ”(7)
Veja o leitor a origem assombrosa da doutrina dos
144.000. Os servos de Russel consideram as decisões de
seus congressos como tendo a mesma autoridade da
Bíblia. Não é isso que acabamos de ler? Primeiro foi
preparada a doutrina, em seguida o congresso aprovou e
depois os “eruditos” se encarregaram de procurar na
Bíblia o apoio para ela. Esta doutrina dos 144.000 é

(7) A Sentinela, vol. 109, na 5. pag. 12, 01/03/1988, STV, Cesário


Lange, SP.
* grifo nosso.
A Segunda Vinda de Cristo 255

bíblica? Claro que não. O testemunho de A.D. Schoeder


diz que a palavra final foi a de Rutherford, não houve
lugar para a Bíblia. Rutherford falou, os congressistas
ficaram histéricos e a partir daí surgiu a nova doutrina.
Houve inclusive uma reforma na organização para divul­
gar essa nova “revelação”.
Caro leitor, as doutrinas bíblicas são de dentro para
fora, as dos homens são de fora para dentro, mesmo
aquelas travestidas de roupagens bíblicas. Portanto,
essa doutrina pré-fabricada é uma heresia. É essa a
religião das “testemunhas de Jeová”.

3. O que significa “herdar a terra”?

“Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos


novos céus e nova terra, em que habita a justiça (2 Pd
3.13); “E vi um novo céu, e uma terra. Porquejá o primeiro
céu e a primeira terrapassaram e o marjá não existe” (Ap
21.1); “Porque, eis que eu crio céus novos e nova terra; e
não haverá lembrança das cousas passadas, nem mais se
recordarão” (Is 65.17); “Bem-aventurado os mansos, porque
eles herdarão a terra” (Mt 5.5).
Com base nestas passagens e em outras similares,
as “testemunhas de Jeová” acreditam que vão herdar a
terra; que vão habitar numa terra paradisíaca. Não crêem
que vão para o céu, pois segundo eles, o céu está
reservado apenas para 144.000 pessoas, já estão confor­
mados em ficar na terra. Perguntam costumeiramente:
“Por que Jeová Deus iria criar a terra para depois destruí-
la?” Fazem esta pergunta porque não conhecem o plano
de Deus para a redenção humana, exarado no livro de
Deus - a Bíblia, e por serem bitolados. Ficam presos nisso
e ainda não aprenderam separar a vida eterna da vida na
dispensação do Milênio. Todas as passagens acima cita­
das são alusivas ao Milênio, aquele período de mil anos
mencionado em Apocalipse 20.2-3: “Ele prendeu o dra­
gão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e
amarrou-o por mil anos. E lançou-o no abismo, e ali o
encerrou, e pôs selo sobre ele, para que mais não engane
as nações, até que os mil anos se acabem”. Este período
256 -TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

foi predito por todos os profetas do Velho Testamento,


embora o Velho Testamento não o nominasse, contudo, o
aspecto dado pelos profetas se harmoniza com o texto de
Apocalipse citado anteriormente. Russel pregava a vida
eterna no céu. A doutrina de viver para sempre na terra
é invenção posterior. Após o malogro de Russel, a STV
recebeu mais “luz” e agora pregam que vão herdar a terra,
e fazem disto o tema de sua pregação. É muito difícil
dialogar com uma “testemunha de Jeová” sem que ela
faça menção da “terra” e do “boi comer palha com o urso”.
Mas a pregação genuína do evangelho não pregam, não
convidam a nenhum pecador para se arrepender dos
seus pecados e receber a Jesus Cristo em sua vida. Só
convidam para herdar a terra, e pelo que vemos no Novo
Testamento, não era essa a pregação de Jesus nem a dos
seus apóstolos.
Mas, afinal o que é Milênio? O Milênio é um período
de mil anos, a sétima dispensação, não é a consumação
dos séculos, pois depois do Milênio virá o Juízo final e em
seguida a eternidade - os séculos dos séculos. Durante o
Milênio, a terra voltará a ser como era antes da queda de
Adão, o Senhor Jesus Cristo reinará sobre a terra, no
trono de Davi com a capital em Jerusalém, “E o Senhor
Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; e reinará eter­
namente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim ” (Lc
1.32-33); “E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e fo i-
lhes dado o poder de julgar; e vias almas daqueles que
foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra
de Deus e que não adoraram a besta, nem a sua imagem,
e não receberam o sinal em suas testas nem em suas
mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos.
Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos
se acabaram Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventu­
rado e santo aquele que tem parte na primeira ressur­
reição: sobre estes não tem poder a segunda morte; mas
serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele
mil anos” (Ap 20. 4-6). Neste governo haverá paz perfeita
na terra porque Satanás estará preso e o ódio será banido
da terra. Haverá harmonia entre os animais, é o período
da paz universal (Is 11.1 -13). É este o milênio bíblico que
A Segunda Vinda de Cristo 257

os russelitas apresentam como a herança dos justos, e


por Isso falam que vão herdar a terra.

4. Resumo escatológico & luz da Bíblia


A vinda de Cristo processar-se-á em duas etapas
distintas.
a) A primeira fase. Na primeira etapa Jesus virá nas
nuvens, num abrir e fechar de olhos, invisível aos olhos
do mundo, para arrebatar a sua Igreja, ressuscitar os
salvos que morreram em Cristo e levá-los para o céu (1 Co
15.50-52; Mt 24.40-41; Lc 17.40-41; 1 Ts 4.13-18).
Depois disso a igreja receberá o seu galardão (2 Co 5.10;
1 Co 3.12-15; Ap 22.12); e em seguida participará das
Bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9). Enquanto isso, os mora­
dores da terra estarão na Grande Tribulação, pois nesse
período manifestar-se-ão a besta, o anticristo e o falso
profeta (Mt 24.21; 2Ts2.7-9; Ap 20.10). O anticristo será
desfeito pelo Senhor Jesus (2 Ts 2.8); ao passo que a
besta e o falso profeta serão lançados vivos no ardente
lago de fogo (Ap 19.20).
b) A Segunda fase. Na segunda etapa Jesus virá com
sua Igreja gloriflcada, depois de sete anos de seu arreba-
tamento, visivelmente aos olhos de todos os moradores
da terra (Mt 24.30-31; At 1.7; Zc 12.10), para restaurar
o trono de Davi (Am 9.11; At 15.16; Zc 12.8-10); julgar as
nações (J13.12-14; Mt 25.31-32) e também para implan­
tar o reino milenar (Ap 19.11-21; 20.1-6). Depois do
milênio, Satanás será solto por um pouco de tempo, e em
seguida virá o Juízo Final (Ap 20.11-15). Por fim virá a
eternidade, ds séculos dos séculos, os justos estarão para
sempre com o Senhor e os ímpios no lago de fogo para
todo o sempre (Mt 25.46; Ap 21.7-8). Esse é o plano de
Deus exarado na Bíblia. Assim como todas as profecias
bíblicas referentes ao ministério terreno de nosso Senhor
Jesus Cristo se cumpriram, de igual modo se cumprirão
as profecias escatológicas. É a consumação do processo
histórico, pois a história é o plano de Deus posto em
prática. Jesus em breve virá, essa é a nossa esperançai
Aleluia!
11
O C r is t ã o E O S e u D e v e r
C o m o C id a d ã o

E sboço

I. AS “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ” NA SOCIEDADE

II. A CIDADANIA DO CRISTÃO


1. O cristão autêntico é cidadão de duas pátrias
2. O governo político
3. As forças armadas e a polícia militar

III. A TRANSFUSÃO DE SANGUE


1. O assunto à luz da Bíblia
2. A Origem da proibição de transfusão de sangue

IV. O TESTEMUNHO DA IMPRENSA


1. “Testemunha de Jeová” deixou irmão morrer
2. As “testemunhas de Jeová” coam um mosquito e
deixam passar um camelo.

259
O Cristão e o
Seu Dever
como Cidadão J_I J_L,
“Sujeitai-vos pois a toda a ordenação humana por amor do
Senhor; quer ao rei, como superior; quer aos governadores
como por ele enviados para castigo dos malfeitores, e para
louvor dos que fazem o bem” (1 Pd 2.13-14).

I. AS “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ” NA SOCIEDADE

Os russelitas sâo contra o serviço militar e a defesa


da pátria. Não cantam o hino nacional, e são contra a
continência à bandeira nacional. Combatem toda e
qualquer forma de governo político e a prática do comércio.
Negam-se a votar, não participam de eleições locais e
nacionais e pregam que é pecado a transfusão de sangue.
Mas, essas proibições e ataques dos servos de Russel
fazem parte do esquema elaborado pela STV e não têm
nenhum apoio bíblico, é uma peculiaridade da seita. Com
suas idéias tacanhas e bitoladas estão desobedecendo à
Palavra de Deus, se transformam num movimento anti-
cristão, anti-social, anti-patriótico, anti-humanitário, anti-
bíblico e, portanto, diabólico. É um sistema monstruoso
e travestido de piedade. O apóstolo Paulo fez menção de

260
O Cristão e o Seu Dever Como Cidadão 261

indivíduos dessa índole, quando disse: "Tendo aparência


de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-
te” (2 Tm 3.5).

II. A CIDADANIA DO CRISTÃO

O estado é a nação politicamente organizada ou uma


coletividade organizada para fins de governo. E a política
é a arte de governar e administrar. Onde houver uma
comunidade há necessidade de uma hierarquia política e
de uma organização para protegê-la, beneficiá-la, regê-la
por leis que regulamentem a vida em sociedade. A pátria
é a família amplificada, e sabemos que a família foi cons­
tituída por Deus. Disse Rui Barbosa: "A pátria não é
ninguém: são todos; cada qual tem no seio dela o mesmo
direito á idéia, á palavra, á associação. A pátria não é um
sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma
form a de govemo, é o céu, o solo, o povo, a tradição, a
consciência, o lar o berço dos filhos e o túmulo dos
antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberda­
de. Os que a servem são os que não invejam, os que não
infamam os que não conspiram os que não sublevam, os
que não desaletam, os que não emudecem os que não se
acovardam, mas resistem rnas ensinam, mas esforçam-
se, mas participam mas discutem mas praticam a justiça,
a admiração, o entusiasmo, porque todos os sentimentos
grandes são benignos e residem originalmente no amor. ”
Mas os russelitas estão fora de tudo isso. Não respeitam
nem honram o solo em que nasceram, recusam-se a
prestar serviço a sua nação, apesar de gozarem dos
mesmos privilégios dos cidadãos que trabalham para a
sobrevivência da pátria. Os russelitas contrariam os
princípios bíblicos, uma vez que a Palavra de Deus diz:
“Sujeitai-vos a toda ordenação humana’’ (1 Pd 2.13). E o
mandamento aqui não especifica a natureza desta orde­
nação, mas diz claramente que é o estado. O conceito de
pátria, dado aqui pelo grande jurisconsulto brasileiro,
está perfeitamente dentro do padrão bíblico.
Quando Israel saiu do Egito, Deus guiou e dirigiu
este povo pela margem do mar Vermelho, pela Estrada
262 - t e s t e m u n h a s DE JEOVÁ”

Real e não pelo caminho da terra dos filisteus, a Via


Mares; que seria um caminho bem mais curto (Ex 13.17­
18), fê-lo por duas razões principais. Uma está contida no
próprio texto sagrado: “Para que porventura o povo não se
arrependa, vendo a guerra, e tomem ao Egito”; e a outra,
que está revelada no contexto histórico da peregrinação
do deserto, para dar ao povo as leis que regessem a nova
nação que despontava no horizonte. A lei de Moisés trata
do padrão religioso para os hebreus e também de leis civis
para o cidadão israelita, que creio não ser necessário citá-
las aqui, em razão de ser isso já de conhecimento geral.

1. O cristão autêntico é cidadão de duas pátrias

A Bíblia ensina que o cristão é cidadão de duas


pátrias: a terrestre e a celeste: “Dai pois a César o que é
de César, e a Deus o que é de Deus” (Mt 22.21); “Mas a
nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o
Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (F1 3.20). E, como
cidadão da pátria terrestre, temos também compromis­
sos com ela, pois uma cidadania não anula outra. O
apóstolo Paulo também era cidadão de duas pátrias, era
cidadão do céu e ao mesmo tempo era cidadão romano.
“E, quando o estavam atando com correias, disse Paulo ao
centurião que ali estava: É-vos lícito açoitar um romano,
sem ser condenado? E, ouvindo isto, o centurião Joi, e
anunciou ao tribuno, dizendo: Vê o que vais fazer, porque
este homem é romano. E vindo o tribuno, disse-lhe: Dize-
me, és tu romano? E ele disse: Sim. E respondeu o tribuno.
Eu com grande soma de dinheiro alcancei este direito de
cidadão. Paulo disse: Mas eu sou-o de nascimento” (At
22.25-28). O apóstolo Paulo era cidadão romano, embora
judeu e pertencente a uma raça subjugada por Roma;
contudo, tinha este título de nascimento. A Lex Valeria
de 509 a.C., regulamentada pela Lex Porcia, baixada em
248 a.C., proibia tratamentos cruéis e abusivos, fragela-
ções aos cidadãos romanos. E o apóstolo aqui se valeu da
sua cidadania, como direito legado por Roma, para
defender a sua causa como cristão.
O apóstolo como cidadão romano, contestou até o
O Cristão e o Seu Dever Como Cidadão 263

tribunal que o julgava e apelou para César (At 25.11). Em


nenhuma situação Paulo renunciou sua cidadania por
ser cristão, antes pelo contrário, se beneficiou dela (At
16.37-38).
Nós pois como cidadãos, devemos servir a pátria da
melhor maneira possível, porque somos cristãos, pois
assim ensina a Palavra de Deus: “Admoesta-os a que se
sujeitem aos principados e potestades, que lhes obede­
çam, e estejam preparados para todo a boa obra” (Tt 3.1).
É isso que a STV ensina a seus adeptos? De maneira
nenhuma.
O próprio Jesus deu exemplo de sua conduta na so­
ciedade, pagando o imposto, embora sendo dono de tudo,
pagou mesmo sem dever (Mt 17.24-27). Então, não tem
sentido recusar-se a ser cidadão, uma vez que a própria
Palavra de Deus nos deixou essa liberdade, não somente
isto, nos ordena servi-la porque somos humanos, nas­
cemos nela e dela precisamos. Os servos de Russel
deviam também se recusar dos benefícios da Pátria. Se é
pecado ser cidadão dela, logo usufruir dos privilégios
dela também é pecado; mais isso não fazem. É um
sistema hipócrita e anti-cristão.

2. O governo político

Os russelitas são contra a toda e qualquer forma de


governo humano. Para justificar a sua posição tacanha,
a STV cita algumas passagens bíblicas que nada dizem à
respeito da política. A STV proíbe veementemente seus
adeptos de votarem e serem votados nas eleições políticas
dizendo que os russelitas não podem participar da política
e do governo das nações e nem de eleições. (1) E para
defender isso, citam as seguintes passagens bíblicas: “A
religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta:
Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e
guardar-se corrupção do mundo” (Tg 1.27). “Não são do
mundo, como eu do mundo não sou Santtfica-o na verda­
de: a tua palavra é a verdade” (Jo 17.16-17). “Seomundo

(1) Seja Deus Verdadeiro, p.228, § 5, STV, N. Y. 1949.


264 - t e s t e m u n h a s DE JEOVÁ”

vos aborrece, sabei que primeiro do que vós, me aborreceu


a mim. Se vósfosseis do mundo, o mundo amaria o que era
seu, mas, porque não sois do mundo, por isso è que o
mundo vos aborrece" (Jo 15.18-19). “Nos quais o deus
deste século cegou os entendimentos dos incrédulos para
que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de
Cristo, que é a imagem de Deus” (2 Co 4.4). “Sabemos que
somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno ” (1 Jo
5.19). “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a ami­
zade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer
que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de
Deus" (Tg 4.4). Onde, em todas estas passagens há a
proibição de votar e ser votado ou de participar do
governo? Em nenhum lugar. Só se alguém impuser
arbitrariamente um significado novo para a palavra
“mundo”. Só se no seu dicionário “mundo” for sinônimo
de “política”. A palavra grega para “mundo” nestas passa­
gens é k Ó o j í o ç (Kósmos), e significa na Bíblia, muitas
vezes mundo físico, mas, na maioria das vezes, refere-se
a um princípio mal que atua no homem ou na sociedade,
recebendo, assim, um sentido ético. Então, o que estes
textos estão condenando é a iniqüidade e a corrupção
moral do gênero humano em todos os aspectos da vida,
reprovando o modus vivendi que estiver em desacordo
com a Palavra de Deus. O pecado é condenado pela
Bíblia, seja praticado onde for: num centro de orgia, na
STV, ou em qualquer outro lugar e não simplesmente na
política. A Bíblia está cheia de governantes e reis, tanto
hebreus como gentios, que desempenharam bem suas
atividades políticas e foram também homens usados por
Deus: José do Egito, Davi, Josafá, Ezequias, Josias,
Daniel, o primeiro xá da Pérsia chamado Ciro, etc. Não
existe na Bíblia nenhuma proibição à participação do
cristão na política. Esta idéia contra o governo político e
a participação dele é invenção da STV, é um acréscimo
voluntário e arbitrário da organização sem nenhuma
base bíblica.
O fato de Jesus recusar-se a ser aclamado rei pelo
povo naqueles dias, (Jo 6.15) não significa ser pecado
alguém tomar-se rei ou governante. Jesus também re-
O Crtstâo e o Seu Dever Como Cidadão 265

cusou-se a tomar vinagre com fel, uma espécie de entor­


pecente para aliviar a sua dor (Mc 15.23), mas isso nâo
significa ser pecado alguém tomar um sedativo ou
analgésico para aliviar sua dor. Portanto, essa lição dos
servos de Russel é muito pobre e inconsistente. Jesus
recusou ser aclamado rei porque ele veio com uma
missão específica, embora já fosse rei, o Rei dos reis,
contudo o seu reino não era desse mundo (Jo 18.36).
José de Arimatéia era senador (Mc 15.43) e não está
escrito em nenhum lugar das Escrituras que ele fosse
obrigado a renunciar a sua posição social, para tomar-se
cristão. Teófilo era um político e mesmo depois de tomar-
se cristão, foi chamado por Lucas com o pronome de
tratamento comum aos políticos “...6 excelente TeóJUo”
(At 1.3). Em Deuteronômio 17.15, temos a recomendação
para votar nos nossos irmãos: “Porás certamente sobre ti
como rei aqueles que escolher o Senhor teu Deus: dentre
teus irmãos porás rei sobre tü não poderás por homem
sobre ti, que não seja de teus irmãos Portanto, é dever do
cristão eleger seu presidente, ou governador ou qualquer
cargo político. Se o cidadão tem direito a candidatar-se,
para servir a nação no ministério público, o cristão
também tem esse direito garantido pela Bíblia. E se é
pecado eleger um político ou tomar-se um deles, da
mesma forma é também pecado usufruir dos benefícios
vindos através da política.
A STV diz que os governantes deste mundo são
agentes do diabo, embora a Bíblia diga que eles são
constituídos por Deus. Não obstante, pedem aos pre­
feitos municipais auditórios e ginásios de esportes para
seus congressos e atividades. Deviam não pedir, pois se
o prefeito é um agente do diabo e da mesma forma o
sistema político, a ponto de não votarem para a escolha
de chefes de estados e governantes, assim estão os russe­
litas se beneficiando de um regime diabólico. Deveriam
recusar, mas não o fazem. Portanto, o sistema russelita
é contraditório, hipócrita e exclusivo.

3. As forças armadas e a polícia militar.


“Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores:
266 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

porque não há potestade que não venha de Deus; e as


potestades que há foram ordenadas por Deus. Por isso
quem resiste à potestade resiste á ordenação de Deus; e
os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação.
Porque os magistrados não são terror para as boas obras,
mas para as más. Queres tu, pois, não temer a potestade?
Faze o bem, e terás louvor dela, Porque ela é ministro de
Deus para teu bem Mas, sefizeres o mal, teme, pois não
traz debalde a espada; porque ê ministro de Deus, e
vingador para castigar o que fa z o m al Portanto é ne­
cessário que lhe estejas sujeitos, não somente pelo cas­
tigo, mas também pela consciência. Por esta razão também
pagais tributos: porque são ministros de Deus, atendendo
sempre a isto mesmo” (Rm 13.1-6).
“Toda a alma" é o mesmo que todo o homem.
*Potestade" é o mesmo que autoridade. O apóstolo escre­
veu esta mensagem para os cristãos da capital do impé­
rio. Com certeza, devia haver naquela igreja alguma
relutância por parte de alguns, com relação ao estado,
doutra forma o apóstolo não iria abordar esse assunto.
Embora os temas bíblicos não sejam estritamente espe­
cíficos, mas de uma amplitude abrangente para todas as
eras da história, são temas, principalmente os desen­
volvidos pelo apóstolo Paulo, que nasceram de problemas
locais. O que não anula a operação sobrenatural do
Espírito Santo na inspiração destes registros sagrados.
Então, o apóstolo aqui eliminou a possibilidade da igreja
destruir as autoridades romanas. Convém salientar que
ele escreveu esse ensino num período histórico de relativa
calma, com o objetivo de estabelecer regras gerais sobre
a conduta do cristão em relação aos governantes ter­
renos. A submissão às autoridades é em virtude destas
serem constituídas por Deus para o bem-estar social,
segurança e para o bem de todos, inclusive dos cristãos.
Não devemos nos esquecer de que essa regra é para cir­
cunstâncias normais, porque, se de alguma forma vierem
ferir a consciência cristã, não podemos obedecê-las. Por
exemplo: o anticristo será uma autoridade que se levan­
tará sobre a terra. Aqueles, pois, que ainda estiverem na
terra, não poderão obedecer a Deus e simultaneamente
O Cristão e o Seu Dever Como Cidadão 267

ao anticristo. Nem podemos obedecer às autoridades


numa situação como a da Alemanha hitlerista, quando os
nazistas mataram seis milhões de judeus só pelo fato de
serem judeus. Embora os nazistas se considerassem
cristãos, envergonharam o cristianismo, pois, não há
lugar para o racismo no Novo Testamento. Num sistema
monstruoso e brutal como o nazismo, a atitude do cristão
é bem diferente daquela que seria numa situação normal,
como a nossa hoje no Brasil. Esta era a situação de Roma
nos dias do apóstolo Paulo. Numa situação semelhante a
da Alemanha nazista, a atitude do cristão deve ser seme­
lhante a de Pedro e João: “Julgai vós se éjusto, diante de
Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus?” (At 4.19).
Agora, lançar mão destas anomalias e fazer disso
uma desculpa para recusa de servir à nação, como faz a
STV, é uma revelia. O cristão tem o dever de cuidar do
bem-estar de todos, e isso inclui aquele princípio cristão
de amar ao próximo, inclusive os inimigos. Portanto, não
reconhecer as normas baixadas pelo estado com o propósito
de preservar a ordem e o bem-estar da população é uma
revelia contra os governantes e diametralmente contra
Deus, pois são ministros de Deus, como diz o apóstolo
Paulo em Romanos 13. E mais, quem desconsidera as leis
e os líderes de sua nação, estado ou município, está
simultaneamente desconsiderando o bem-estar da popu­
lação e a ordem pública. Se o cristão se recusa a servir a
nação, ele não está amando o seu próximo, nada está
fazendo para o bem-estar da população. Portanto, o
cristão deve ser patriota sobretudo, porque tem razões
sobejas para isso, mais do que qualquer outra pessoa,
pois é um filho de Deus, tem na sua vida o amor de Deus
e a direção do Espírito Santo para praticar a justiça
baseada no amor cristão.
É estultícia atribuir ao estado casos isolados de
retaliações e vinganças pessoais. Tomo a repetir, fazer
disto uma desculpa para condenar as autoridades é
labutar contra o senhorio e a soberania de Deus, uma vez
que ele delegou aos homens a sua autoridade. Agora, a
vida espiritual de cada um é outro assunto, por isso
devemos orar por eles: “Admoesto-te pois, antes de tudo,
268 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

que sefaçam deprecações, orações, tntercessões, e ações


de graças por todos os homens; pelos reis, e por todos os
que estão em eminência, para que tenhamos uma vida
quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade.
Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso
Salvador, que quer que todos os homens se salvem, e
venham ao conhecimento da verdade” (1 Tm 2.1-4).
Devemos orar pelos nossos governantes, tanto pela sua
administração como também para a salvação deles, e
para que possamos ter uma vida normal na sociedade.
Agora, eu pergunto ao leitor: “Os russelitas crêem assim?’’
Claro que não.
Não há na Bíblia nenhuma proibição ao serviço
militar ou a quaisquer cargos públicos. Encontramos no
Novo Testamento João Batista recomendando aos solda­
dos que fossem bons servidores do estado, e não a
renúncia do cargo (Lc 3.12-24). Não está escrito que
Pedro obrigou Comélio a abandonar a centúria (At 10.34­
46). Nem tão pouco obrigou Paulo o carcereiro de Filipos
a deixar a função pública, pois o mesmo carcereiro trans­
mitiu a Paulo e a Silas a ordem de soltura deles (At 16.31 -
36). Vejamos o que diz o Evangelho Segundo escreveu
Mateus capítulo 8 versículos 5 ao 13: “E Entrando Jesus
em Cafamaum, chegoujunto dele um centurião, rogando-
lhe, e dizendo: Senhor, o meu criadoja z em casa paralítico,
e violentamente atormentado. E Jesus lhe disse: Eu irei, e
lhe darei saúde. E o centurião, respondendo, disse: Se­
nhor, não sou digno de que entres debaixo do meu telhado,
mas dize somente uma palavra, e o meu criado sarará;
pois também, eu sou homem sob autoridade, e tenho
soldados às minhas ordens; e digo a este: Vai, e ele vai; e
a outro: Vem, e ele vem; e ao meu criado: Faze isto, e ele o
faz. E maravilhou-se Jesus, ouvindo isto, e disse aos que
o seguiam: Em verdade vos digo que nem mesmo em Israel
encontrei tanta fé. Mas eu vos digo que muitos virão do
oriente e do ocidente, e assentar-se-ão á mesa comAbraão,
e Isaque, e Jacó, no reino dos céus: E os filhos do reino
serão lançados nas trevas exteriores: ali haverá pranto e
ranger de dentes. Então disse Jesus ao centurião: Vai, e
como creste te seja feito. E naquela mesma hora o seu
O Cristão e o Seu Dever Como Cidadão 269

criado sarou. *
Centurião é o comandante militar de uma centúria
(companhia de cem homens) mas poderia ser uma com­
panhia maior. Provavelmente Cafamaum era um posto
militar importante do Governo Romano. Pela atitude que
o centurião tomou (Mt 8.8) podemos observar que ele era
um homem humilde, talvez até religioso, pois tinha bom
testemunho dos judeus (Lc 7.5). A demonstração de fé do
centurião que muito impressionou o Senhor Jesus Cristo,
foi exatamente sobre o serviço militar ou seja “Pois
também eu sou homem sob autoridade, e tenho soldados
às minhas ordens; e digo a este: Vai, e ele vai, e a outro:
Vem e ele vem; e ao meu criado: Faz isto, e ele o fa z ” (Mt
8.9). Se Jesus pregasse contra o serviço militar, como
fazem as “testemunhas de Jeová”, ele jamais ficaria
maravilhado com as palavras militares do centurião. Mas
como Jesus não ensinou estas doutrinas estranhas da
STV, muito se admirou, maravilhando-se da fé do militar
de Cafamaum (Mt 8.10). Jesus em nenhum momento
condenou ou desprezou o serviço militar ou a quem servia
ao mesmo, tanto é verídico isto que o Messias curou o
criado deste militar (Mt 8.13). Se as doutrinas da STV
procedessem, o Senhor Jesus teria lhe recomendado que
deixasse a centúria. Mas isso não aconteceu, o que prova
a arbitrariedade dos russelitas. É importante notar aqui,
que o mesmo que ensinou o amor ao próximo, não
condenou o centurião por ser um servidor do exército que
dominava o próprio povo judeu.
Não há espaço no Novo Testamento para esta doutri­
na tacanha e bitolada da STV, pois a responsabilidade
individual é um dever mas a soberania e sobrevivência do
estado é coisa séria. Se os judeus tivessem uma mente
estreita, e tacanha como têm os russelitas, o estado de
Israel já teria deixado de existir.
Os próprios russelitas contribuem para a manutenção
das forças armadas. Embora indiretamente as suas
contribuições sejam com os seus impostos, com os
serviços prestados às indústrias químicas, metalúrgicas
e pesadas, cujas produções são, muitas vezes para
abastecer as forças armadas. Quem dá a arma para o
270 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

assassino é cúmplice do crime. Desta forma estariam os


russelitas no mesmo bojo se fosse pecado o serviço
militar.
A outra incoerência dos russelitas é a de considerar
pecado um cristão ser policial, sem contudo, ser pecado
chamar esse policial num caso de assalto, homicídio, etc.
Não é um absurdo esse ensino da STV? Claro que sim.
Utilizar todos os benefícios dos “agentes do diabo”, como
dizem os russelitas não é tão pecado quanto participar do
ministério público, seja ele civil ou militar? Se fosse
pecado participar de tudo isso, da mesma forma seria
pecado usufruir dele. Portanto, essa doutrina dos segui­
dores de Russel não passa de uma hipocrisia, de um
ensino anti-patriótico, anti-social e antí-bíblico.

III. A TRANSFUSÃO DE SANGUE

1. O assunto & luz da Bíblia

A palavra “sangue” no Velho Testamento hebraico


é d t (DAM) e aparece 326 vezes, sendo 17 com relação
a proibição de comer carne com seu sangue. No Novo
Testamento a mesma ocorre 99 vezes e no grego a palavra
é a í pia (HAIMA). As “testemunhas de Jeová” têm horror
a transfusão de sangue, se recusam a salvar vidas
carentes de transfusões de sangue, em outras palavras,
são homicidas passivos, “coam um mosquito e deixam
passar um camelo” (Mt 23 .24). Alegam que procedem
desta maneira porque obedecem aos preceitos bíblicos.
Mas onde está escrito que podemos deixar alguém morrer
por falta de uma transfusão? Onde está escrito que a
transfusão de sangue é pecado? Em nenhum lugar da
Bíblia. A STV combate a transfusão de sangue e justifica
esta doutrina, citando as seguintes passagens bíblicas:
(2) “Tudo quanto se move, que é vivente, será para vosso
mantimento; tudo vos tenho dado como a erva verde. A

(2) A Verdade que Conduz & Vida Eterna, p. 165-169, STV, São
Paulo, 1968
O Cristão e o Seu Dever Como Cidadão 271

carne, porém, com a sua vida, isto é, com seu sangue, não
comereis” (Gn 9.3-4). “E qualquer homem da casa de
Israel ou dos estrangeiros que peregrinam entre eles, que
comer algum sangue, contra aquela alma que comer san­
gue, eu porei a minha face, e a extirparei do meu povo.
Porque a alma da carne está no sangue, pelo que vo-lo
tenho dado sobre o altar, parafazer expiação pelas vossas
almas: Porquanto é o sangue que fará expiação pela
alma:’’: (Lv 17.10-11); “Mas escreve-lhes que se abste-
nham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do
que é sufocado e do sangue. ...Que vos abstanhais das
coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne
sufocada, e dafomicação: das quais coisasfazeis bem se
vos guardardes, bem vos vá” (At 15.20,29). Tão-somente
o sangue não comereis: sobre a terra derramareis como
água” (Dt 12.16). Estas passagens proíbem a transfusão
de sangue? De maneira nenhuma. A proibição é de comer
o sangue, é fazer do sangue um alimento, além disso,
todas elas falam do sangue dos animais e não do sangue
humano. É soflsmar e distorcer a Palavra de Deus querer
fazer dessas passagens um recurso para combater a
transfusão de sangue. Alimentar-se de sangue de ani­
mais é uma coisa, e um enfermo necessitar de sangue ou
de uma transfusão para a sua sobrevivência é outra coisa
bem diferente. A expressão “algum sangue” em Levítico
17.10, não pode referir-se ao sangue humano, como
querem os russelitas, porque o versículo 13 deixa claro
que se trata de “caça de animal ou de ave que se come”.
Quanto ao alimentar-se do ser humano, a proibição não
restringe ao sangue, mas também à carne. Portanto, não
teria sentido uma ordenança dessa natureza.
A STV argumenta seu ponto de vista, também,
quanto a palavra “abster-se”, e os escritores da STV em-
pacotam a sua encomenda tão bem embalada, mas fora
do padrão da Bíblia. Vejamos o raciocínio deles: “Se o
médico lhe dissesse que se deve abster-se do álcool
significaria isso simplesmente que não o deve ingerir pela
boca, mas que pode introduzi-lo diretamente nas veias?
Naturalmente que não! Assim, também abster-se do san­
gue significa não o absorvermos absolutamente em nosso
272 - t e s t e m u n h a s DE JEOVÁ”

corpo”. (3) Novamente, aqui, os habilidosos “eruditos”


vendem “gato por lebre”. Se o médico proíbe o álcool, é
claro que tanto por via oral como por via venal o efeito é
o mesmo. Mas se a proibição diz respeito ao álcool, não
se pode incluir nesta dieta o suco de laranja. A abstenção
de Atos 15.20-29, diz respeito ao sangue humano ou ao
sangue dos animais? Mais uma vez repito: a proibição
está restrita ao sangue dos animais como alimento, e não
ao sangue humano como medicamento. O texto nada diz
sobre a transfusão de sangue.
Os russelitas “coam um mosquito e deixam passar um
camelo” (Mt 23.24). Não permitem a transfusão de san­
gue, nem neles e nem em seus filhos, mesmo depois de
orientados pelo médico sobre a necessidade dela. Quan­
tos já morreram como vítimas dessa doutrina paranóica,
desequilibrada e anti-bíblica! Estas “testemunhas de
Jeová”, pois mais piedosas que queiram parecer, estão
com este ato praticando a eutanásia, e de maneira ainda
mais grosseira, estão cometendo um crime. Embora essa
espécie de crime escape à justiça dos homens, contudo,
Deus requererá deles o sangue destas vítimas. Segundo
a Bíblia esse pecado se chama homícidio, e a Palavra de
Deus diz que os tais ficarão de fora (1 Co 6.9-11; Ap
22.15).
Os russelitas foram preparados de uma maneira tal
que nada mais comporta na mente deles e por isso
rejeitam as verdades bíblicas. Tudo aquilo que extrapola
as delimitações da mente tacanha deles é rejeitado.
Quanto à transfusão de sangue, os russelitas sofreram
uma lavagem cerebral pelos agentes do salão do reino, de
uma maneira tal, que não podem ver o que está um pouco
além. Como já vimos, a proibição da transfusão de
sangue não é bíblica, contudo os adeptos da STV colo-
cam-na como a base de tudo na vida. Esta doutrina
inventada pela STV é relativamente recente. Antes da
existência da transfusão de sangue os russelitas inter­
pretavam o texto bíblico corretamente, ou seja, absti-
nham-se da carne sufocada e de comer sangue dos ani­
mais. Esse pensamento está expresso no livro Salvação,
(3) Op. cit.
O Cristão e o Seu Dever Como Cidadão 273

da STV, páginas 261 e 262. Portanto, antes de existir a


transfusão de sangue as “testemunhas de Jeová” com­
preendiam perfeitamente que os versículos que falam
acerca da abstinência do sangue, eram especificamente
acerca do alimento.

2. A origem da proibição de transfusão de sangue

Quem primeiro recusou a transfusão de sangue


foram os alemães que adotaram a ideologia nazista da
raça superior. Temiam receber sangue de uma raça
inferior. Mesmo quando eram abatidos e capturados
pelos seus inimigos ou se encontravam gravemente feri­
dos, recusavam submeter-se a transfusão de sangue,
com medo de receber sangue de negro ou de judeu.
Odiavam e desprezavam as outras raças, decididamente
fiel a sua ideologia racista, negavam receber a transfusão
de sangue. O exemplo dos “heróis alemães nazistas”
muito impressionou o corpo governante do Brooklyn,
chamado pelas “testemunhas de Jeová” como “servofie l
e discreto”. Empolgados com tal ideologia e convicção dos
alemães nazistas, adotaram uma doutrina semelhante
mas com argumento diferente. Proibiram as “testemu­
nhas de Jeová” de doar sangue ou sofrer a transfusão de
sangue alegando que tal proibição é bíblica. Com isso
além de buscarem inspiração em um dos mais terríveis
regimes que já apareceu na face da terra - o nazismo,
sacrificam ainda milhares de vidas no altar homicida da
Sociedade Torre de Vigia, com as condolências do todo-
poderoso corpo governante, atualmente presidido por
Frederico W. Franz (1990).

IV. O TESTEMUNHO DA IMPRENSA

Vejamos agora duas amostras do fanatismo russe­


lita sobre a transfusão de sangue, extraídos do “Diário da
Noite” e da “Folha de S. Paulo”.

I. Testemunha de Jeová deixou irmão morrer.


É bem provável que João Batista Dias tenha sido mais
274 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

uma vitima da religião que seguia do que vitima do


acidente que o levou, inconsciente até o Hospital Santa
Casa de Mogi Mirim. Jovem, um pouco menos de 21 anos
de idade, casado, ele agora tem seu nome escrito no rol
daqueles que para sobreviver precisam de uma transfu­
são de sangue que lhes fo i negada acabou morrendo em
respeito da seita que seguia. Membro da igreja Testemunha
de Jeová, João Batista Dias, impedido pelo seu irmão de
receber uma transfusão de sangue, acabou morrendo
quando dava entrada em um Hospital de Campinas.

ACIDENTE

João Batista Dias residia numa casa sem número da


rua Rodrigues Alves, na cidade de JacareL No fim de
semana, em companhia de seu irmão José Antonio Dias,
viajou para o interior do Estado. E estavam os dois
trafegando pela estrada que liga Mogi Mirim a Campinas,
quando na altura do quilômetro 140, proximidades de
Santo Antonio de Posse, o carro dirigido pelo seu irmão, um
Chevette, placa XL 7567, licenciado emJacarei, teve pela
frente um caminhão Mercedes, placa M I 5255, contra o
qual o Chevett bateu frontalmente. Em conseqüência da
violenta colisão, o carro de passeio ficou quase que to­
talmente estraçalhado o motorista do caminhão, Antonio
Francisco dos Santos auxiliado por José Antonio Dias,
irmão de João Batista, conseguiu retirá-lo, ainda com vida,
de entre os ferros retorcidos do Chevette.

A TRANSFUSÃO

Levado às pressas para a Santa Casa de Mogi Mirim,


João Batistafo i prontamente atendido pelos médicos que
lá se encontravam e que de imediato diagnosticaram estar
ele com uma fratura de crânio, motivo porque precisava
sofrer rápida intervenção cirúrgica Tão logo se aventou a
necessidade da operação, José Antonio Dias, informou
aos médicos que em virtude de seu irmão estar sem sentido
e não poder, portanto, tomar decisões ele não permitia, em
hipótese alguma, que durante a intervenção cirúrgica,
O Cristão e o Seu Dever Como Cidadão 275

fosse feita qualquer transfusão de sangue.


Os médicos ponderaram sobre a impossibilidade de
realizá-la, sem que a transfusãofosse feita, isto porque a
vítima do acidente, além de já ter perdido muito sangue,
necessitava dele durante a operação.
Alegando que tanto ele como o irmão e todos os
membros da fam ília pertenciam a seita Testemunhas de
Jeová e que essa religião não permite, em hipótese algu­
ma, qualquer tipo de transfusão de sangue, ele se negava
a permiti-la.

MORREU

Diante da irreversível determinação de José Antonio


Dias, os médicos exigiram que ele assinasse um termo de
responsabilidade e que o retirasse do Hospital, se assim
o desejasse. José Antonio não teve dúvidas assinou o
termo de responsabilidade, solicitou uma ambulância, in­
formando que iria remover a vítima para um hospital de
Campinas.
Por volta das 4:30 da madrugada de ontem quando
a ambulância se aproximou da cidade de Campinas, João
Batista Dias morreu O enfermeiro que o acompanhava
levou-o ao necrotério do Cemitério da Saudade, ondeficou
a disposição dos médicos legistas, que constataram ter ele
morrido em conseqüência de umafratura do crânio.
Os legistas após o exame, encaminharam uma cópia
do atestado de óbito,junto com o termo de responsabilida­
de, ao delegado de polícia de Santo Antonio de Posse, afim
de que José Antonio Dias seja devidamente processado.
O corpo de João Batista fo i removido para Jacareí
onde fo i sepultado na tarde de ontem (Diário da Noite,
Ano LIII - São Paulo, terça-feira, l s de agosto de 1978 -
na 16.164).

2. As “Testemunhas de Jeová” "coam um mosquito


e deixam passar um camelo**

Os cristãos que compõem o grupo das Testemunhas


de Jeová reiteradamente criam para nós, médicos, expres­
276 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

sivas dificuldades porque não admitem transfusão de


sangue como procedimento terapêutico, mesmo quando
judiciosamente indicado. Emoções, angústias, discussões
e ocorrências desagradáveis documentam sobejamente
ocorrências nesse contexto.
Considerando que o vírus causador da AIDS ê veicu­
lado basicamente pelo sangue, pelo esperma e pela secre­
ção vaginal, por meio sobretudo de homossexuais mascu­
linos, bissexuais, toxicômanos e hemoterapia, em algu­
mas palestras, como ilustração, cheguei a cogitar da
eventual pouca participação de Testemunhas de Jeová do
âmbito do terrível infortúnio que é a doença citada, porque
são exemplos, dizem, de cumprimento rigoroso de bons
preceitos religiosos, através de relacionamento sexual
responsável, não envolvimento com vícios e repúdio à
transfusão de sangue.
Há poucos dias pediram-me para prestar, profis­
sionalmente, assistência a umajovem com Aids. Ela
adquiriu a infecção pelo vírus que causa essa molés­
tia como decorrência de relacionamento sexual com
namorado, toxicômano, pastor da igreja em tela e
intitulado noivo. A moça, com gravíssima anemia,
derivada de acontecimento intestinal e perda de
sangue, não aceitou transfusão, sem dúvida provi­
dência indispensável na ocasião, e para tanto influí­
ram também o drogado e parentes. A doente morreu,
concretizando desfecho inaceitável sob o ponto de
vista médico profissional.
Minha concepção concernente às Testemunhas de
Jeová no terreno da Aids perdeu respaldo, pelo menos no
que diz respeito à amostragem citada. Ainda mais, fiquei
confuso. Afinal, qual é o sangue inconveniente? O das
agulhas e seringas comunitárias que os toxicômanos
usam individualmente? O que médicos prescrevem para
beneficiar enfermos?
Dirão que o pastor, sua parceira e parentes consti­
tuem exceções. Todavia, deveriam ter deixado de lado o
pretenso respeito a estranho ditame conceituai
Alguém disse: “É possível enfrentar fanatismo,
intolerância e estupidez, cada um por sua vez; mas
O Cristão e o Seu Dever Como Cidadão 277

não há paciência no mundo que aguente juntos o»


três."

VICENTE AMATO NETO, 60, médico, é superintendente do Hospital


das Clínicas (SP), chefe do Departamento de Ciência Infecciosas e
Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP.
Saúde - Folha de SÃO PAULO -
CID AD ES - 08 de agosto de 1989 - C-5.

O adultério é terminantemente condenado pela Bíblia


(1 Co 6.10; G15.19-21; Ap 22.15; Mt 5.27-28, etc...), e foi
justamente esse o pecado da moça com o ancião das
“testemunhas de Jeová”, chamado de “pastor” pelo médico
acima. Porém a preocupação da moça não era com seu
estado de miséria física e espiritual, mas em não receber
a transfusão de sangue. Transgredir a palavra de Deus,
parece não ter-lhe causado tanto impacto, mas receber
uma transfusão de sangue, para seu próprio bem, uma
prática lícita e legítima aos olhos de Deus e da sociedade,
para ela seria mais grave. Na verdade, os russelitas “coam
um mosquito e deixam passar um camelo" (Mt 23.24).
Estes dois casos, são apenas dois testemunhos claros
num mar de casos semelhantes, que muitas vezes não
chegam ao nosso conhecimento. Bem disse Jesus: ‘At de
vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque rodeais o mar
e a terra para fazer um prosélito; e, uma vezfeito, o tomais
filh o do infemo duas vezes mais do que vós." (Mt 24.
15).
B ib l io g r a f ia

E sboço

I. A BÍBLIA SAGRADA

II. OBRAS DIVERSAS

III. OBRAS HERÉTICAS

279
B IB L IO G R A F IA
I. A BÍBLIA SAGRADA

A BÍBLIA DE JERUSALÉM. Edições Paullnas, São Paulo,


1984.
BÍBLIA POLYGLOTTA HEBRAICA. Samuel Bagster, Lon-
don, Great Britain, 1844.
BÍBLIA HEBRAICA STUTTGARTENSIA. Stuttgart - Ger-
many, 1988 ( /
BÍBLIA SAGRADA. Almeida Corrigida, Sociedade Bíblica
do Brasil, RJ. 1969.
BÍBLIA SAGRADA. Almeida Atualizada, Sociedade Bíbli­
ca do Brasil, RJ, 1969.
BÍBLIA SAGRADA Pe. Antonio P. Figueiredo, Encyclope-
dia Britannlca do Brasil, São Paulo, 1972.
BÍBLIA VIDA NOVA. Edições Vida Nova, São Paulo, 1984.
LA SANTA BÍBLIA. Casiodoro de Reina, Editorial Vida,
Miami, EUA, 1987
KING JAMES VERSION. American Bible Society, New
York
NEW INTERNACIONAL VERSION. Zondervan Bible Pu-
blishers, Michigan, EUA, 1985.
NOVO TESTAMENTO. Dr. Frei Mateus Hoepers, Editora
Vozes, Petrópolis, RJ, 1973.
NOVO TESTAMENTO. Dr Frei João José Pedreira de
Castro, Editora Vozes, Petrópolis, RJ, 1950.
NOVO TESTAMENTO. Huberto Rohden, União Cultural,

280
Bibliografia 281

Editora Ltda, São Paulo, 1935.


NOVUM TESTAMENTUM GRAECE. NesÜe-Aland, Stutt-
gart, Germany, 1979.
NOVUM TESTAMENTUM GRAECE. Eberthard Nestle -
Euvin Nestle, Stuttgart, Germany.
NOVUM TESTAMENTUM LATINE. Oxford Unversity Press,
Amem House, London E.C.4, London, Great Bri-
tâdn 1955
REVISED STANDARD VERSION. Thomas Nelson And
Sons Ltda, Great Britain, 1957.
SEPTUAGINTA. (Velho Testamento Grego). 2 Volumes,
Stuttgart, Germany, 1935.
TANACH (Bíblia Hebraica). Lowe and Brydone Printers
Limited, London, Great Britain, 1946.
TEXTUS RECEPTUS. (Novo Testamento Grego) Trinita-
rian Bible Society - London
THE GREEK NEW TESTAMENT. Germany Bible Society,
Germany, 1985.
TRADUÇÃO BRASILEIRA. Sociedades Bíblicas Unidas,
RJ, 1947.
VULGATA CLEMENTINA. Biblioteca de Autores Cris-
tianos, Madrid-Espanha, 1946.

II. OBRAS DIVERSAS

ANGUS, Joseph. - História, Doutrina e Interpretação


da Bíblia, 2 Volumes Casa Publicadora Batista, Rio,
1951
BAALEN, Jan Karel Van. - O caos das Seitas, 8a edição
- Imprensa Batista Regular, São Paulo, 1986.
BETTENSON, Hemy. - Documentos da Igreja Cristã,
27a edição, ASTE, São Paulo, 1967.
BERGSTÉN, Eurico. - A Doutrina das últimas coisas,
CPAD, Rio Janeiro, 1982.
__________A Santíssima Trindade, CPAD, Rio de Janei­
ro, 1989.
BERKHOF, L. - Teologia Sistemática, T.E.L.L. Jenison,
EUA, 1988.
BOYER, Orlando S. Pequena Enciclopédia Bíblica,
Imprensa Metodista, São Paulo, 1971.
282 - t e s t e m u n h a s DE JEOVÁ”

BRUMBACK, Carl. - “Que Quer Isto Dizer?” Livros


Evangélicos, Rio de Janeiro, 1960.
BURTON, Emest De With. - Syntax of the Moodes and
Tenses em New Testament Greek, Kregel Publica-
tions, USA, 1982.
CASTEX C., Bernardo. - Estudando a Bíblia com os
Originais Hebreus e Gregos, São Paulo, 1965.
CHAMPLIN, Russel Norman. - O Novo Testamento In­
terpretado Versículo Por Versículo, 6 Volumes,
Milenium Distribuidora Cultura Ltda., São Paulo,
1985.
_________ Quarenta Anos Finais da Terra? Nova Época
Editorial, SP.
CHOWN, Gordon. - Os Dons do Espírito Santo, 3a
Edição, Editorial Vida, Miami, EUA, 1977.
CONYBEARE, F.C. e STOCK, St. George. - AGrammar of
Septuagint Greek, Zondervan Publishing, Grand
Rapids, Michigan, EUA, 1980.
COPASS, B. A. Manual de Teologia do Velho Testamen­
to, Empresa Batista Editora, São Paulo, 1958.
CRABTREE, A. R. Teologia do Velho Testamento, 3a
edição, JUERP, Rio de Janeiro, 1980.
DANA Y MANTEY. Gramática Griega Del Nuevo Tes­
tamento, Casa Bautísta de Publicaciones, The Mac-
mlllan Company, Argentina, 1927.
DAVIDSON, Benjamin. - The Analytical Hebrew And
Chaldee Lexicon, Zondervan Publishing House,
Grand Rapids, Michigan, EUA, 1982.
DICIONÁRIO HEBRAICO-PORTUGUÊS E ARAMAICO
PORTUGUÊS. Editora Sinodal - Editora Vozes, São
Leopoldo - RS/Petrópolis - RJ, 1988.
DICIONÁRIO INTERNACIONAL DE TEOLOGIA DO NOVO
TESTAMENTO. Tradução Gordon Chown, 4 Volu­
mes, Edições Vida Nova, São Paulo, 1981.
DUNCAN, Homer. - As Testemunhas de Jeová e a
Divindade do Espírito Santo, Centro de Publica­
ções Cristãs, Queluz, Portugal.
_________- As Testemunhas de Jeová e a Divindade de
Cristo, Centro de Publicações Cristãs, Queluz,
Portugal, 1977.
Bibliografia 283

_________ - As Testemunhas de Jeová comparadas


com as Escrituras Sagradas, Centro de Publica­
ções Cristãs, Queluz, Portugal, 1971.
_________ - As Testemunhas de Jeová?!, Imprensa Ba­
tista regular, São Paulo, 1985.
EARLE, Ralph. - Adam Clarke's Commentary on The
Bible, Baker Book House, Grande Rapids, Michi-
gan, EUA, 1967.
FREIRE, Antonio, S.J. - Gramática Grega, Martins Fontes,
São Paulo, 1987.
GINGRICH, F. Wilbur e DANKER, Frederick W. - Léxico
Do N.T. Grego/Português, Edições Vida Nova, São
Paulo, 1984.
GIRON, José - Los Testigos de Jehova Y Sus Doctrinas,
Editorial Vida - Miami - EUA - 1989.
GIRDLESTONE, Robert Baker. - Sinônimos dei Antiguo
Testamento, Elie, Barcelona, 1986.
HALLEY, Henry H. - Manual Biblico, Edições Vida Nova,
São Paulo, 1987.
HOLLENBERG - BUDDE.- Gramática Elementar da
Língua Hebraica, Editora Sinodal, São Leopoldo,
RS, 1980.
HORTA, Guida Nedda Barata Parreira. - Os Gregos e Seu
Idioma, Editora J. Di Giorgio & Cia, Ltda., Rio,
1983.
HURLBUT, Jesse Lyman. - História da Igreja Cristã,
Editora Vida, Miami, EUA, 1979.
JACOB, Maty Ben. - A Ordem do Dia: A Questão Pales­
tina, São Paulo.
JAMIERSON, Roberto; Fausset, A.R. e Brown, David. -
Comentário Exegético y Explicativo De La Bi-
blia, 2 Volumes, Casa Batista de Publicaciones, El
Paso, EUA, 1988.
KAUTZSCH, E. e COWLEY, A.E. (Editores) - Gesenius’
Hebrew Grammar, Oxford University Printing House,
Great Britain, 1988.
KERR, Guilherme. - Gramática Elementar da Língua
Hebraica, 2a ed. JUERP, Rio de Janeiro, 1979.
KNIGHT, AAngÜn W. - História do Cristianismo, CPAD,
Rio de Janeiro, 1984.
284 “TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

LAMBERT, C.H. - Dicionário De Paralelos Concordân­


cias y analogias bíblicas, 3aedição - Casa Unida de
Publicadores Editorial “La Aurora”, México, 1956.
LANGSTON, A.B. - Esboço de Teologia Sistemática, 4*
Edição, JUERP, Rio de 1983.
LEITE FILHO, Tácito da Gama, - Seitas Proféticas,
JUERP, Rio de Janeiro, 1985.
MATTHEW, Henry. Matthew Henry’s Commentary in
One Volume, Zondervan Publisching House, Grande
Rapids, Michigan, EUA, 1960.
MITCHEL, Larry A. - A Studenfs Vocabulary for Bibli-
cal Hebrew And Aramaic, Zondervan Publishing
House, Grand Rapids, Michigan, EUA, 1984.
MOULTON, Harold K. - The Analytical Greek Lexícon
Revised, Zondervan Publishing House, Grand
Rapids, Michigan, EUA, 1978.
OLIVEIRA, João de. - O Milênio, 2* Edição, CPAD, Rio de
Janeiro, 1980.
NOVO DICIONÁRIO DA BÍBLIA,. 3 volumes; 4» Edição,
Edições Vida Nova, São Paulo, 1981y
PEARLMAN, Myer. - Conhecendo as Doutrinas da Bí­
blia, Editora Vida, Miami, EUA, 1977.
QUEIROZ, Elyseu. - Israel Por Dentro, CPAD, Rio de
Janeiro, 1987.
RAGON, E. - Grammaire Grecque, J. de Giord, Paris,
France, 1913.
RIENCKER, Fritz e ROGERS, Cleon. - Chave Lingüística
do Novo Testamento Grego, Tradução Gordon
Chown, Edições Vida Nova, São Paulo, 1985.
RICHARDS, Lawrence O. - Expository Dictionary of
Bible Words, Zondervan, Grand Rapids, Michigan,
EUA, 1985.
RINALDI, Natanael. Testemunhas de Jeová, (Apostila),
Instituto de Pesquisa Cristã, SP, 1977
SANDERS, J. Oswald. - Heresies Ancient and Modern,
Morgan And Soctt, Ltda., London, Great Britain,
1957.
SCHNELL, William J. - À luz do Cristianismo, Centro de
Documentação Biblica, Lisboa, Portugal.
_________ - 30 years a Watchotower slave, BBH, CGR.
Bibliografia 289

USA, 1987
SILVA, Severlno Pedro. - Os Anjos sua Natureza e Oficio,
CPAD, Rio, 1987.
SOUTER, Alexander. - A Pocket Lexicon to the Greek
New Testament. Oxford At The Clarendon Press,
London, Great Britain, 1929.
SUAREZ, Domingo Femandez. - Os Falsos Testemu­
nhas de Jeová, Assembléia de Deus, Lisboa, Portu­
gal, 1973. .
STRONG, James H. - Strong’s Exhaustive Concordan-
ce, Baker Book House Grand Rapids, Michigan,
1985.
THE SONCINO CHUMASH. Soncino Press, London, Great
Britain, 1964.
TREGELLES P. Samuel. - Gesenius’ Hebrew - Chaldee
Lexicon To The Old Testament, WM. B. Eerdmans
PublischingCopany, Grand Rapids, Michigan, EUA,
1982.
WALKER, W. - História da Igreja Cristã, 2a Edição - Vol
I e II, JUERP Aste, Rio de Janeiro, 1980.

III. OBRAS HERÉTICAS

AID TO BIBLE UNDERSTANDING, STV, N.Y., EUA,


1971.
“AS NAÇÕES TERÃO DE SABER QUE EU SOU JEOVÁ”
- COMO? STV, N.Y., EUA,, 1973.
A VERDADE QUE CONDUZ À VIDA ETERNA, STV, São
Paulo, 1968.
A TRADUÇÃO DO NOVO MUNDO DAS SAGRADAS
ESCRITURAS, STV, Cesáiio Lange, SP, 1986.
BOAS NOVAS PARA TORNÁ-LO FELIZ, STV, N.Y., EUA,
1977.
ESPÍRITO SANTO - FORÇA POR DETRÁS DA VINDOU­
RA NOVA ORDEM! STV, N.Y., EUA, 1976.
NEW WORLD TRANSLATION OF THE HOLY
SCRIPTURES, STV, New York, EUA, 1981.
NOVOS CÉUS E UMA NOVA TERRA, STV, N.Y., EUA,
1957.
O REINO DE DEUS DE MIL ANOS, STV N.Y., EUA, 1975.
286 -TESTEMUNHAS DE JEOVÁ”

PODEIS SOBREVIVER AO ARMAGEDOM PARA O NOVO


MUNDO DE DEUS. STV, N.Y., EUA, 1959.
PODERÁ VIVER PARA SEMPRE NO PARAÍSO NA TER­
RA, STV, Cesário Lange, SP, 1982.
QUALIFICADOS PARA SER MINISTROS, STV, N.Y.,
EUA, 1959.
RACIOCÍNIOS À BASE DAS ESCRITURAS, STV, Cesário
Lange, SP, 1985.
SEJA DEUS VERDADEIRO, STV, N.Y., EUA, 1949.
TODA A ESCRITURA É INSPIRADA POR DEUS E
PROVEITOSA, STV, N.Y., EUA, 1966.
WILSON, Benjamin. - The Emphatic Diaglott, STV,
N.Y., EUA, 1942.
TESTEMUNHAS
DE
JEOVfi

Comentário Exegétko s Explicativo

Este livro traz um vivo e vibrante comentário


bíblico, e ao mesmo tempo apologético, em defesa
das grandes doutrinas do cristianismo. Trata-se de
uma análise séria sobre as doutrinas das “testemunhas
de Jeová”. Uma comparação crítica dos textos
produzidos pela Sociedade Torre de Vigia com os textos
bíblicos. Esta obra não é apenas uma visão superficial
nem se restringe apenas a informar o que ensinam os
russelitas, mas analisa de maneira vertical e profunda
as bases destas doutrinas, reduzindo-as a cinzas. Ela
se constitui de onze capítulos abrangendo nove
doutrinas fundamentais da Bíblia, elaborados em mais
de dez anos de intensas e meticulosas pesquisas. Em
cada um desses capítulos o autor apresenta as
interpretações que os russelitas dão aos textos da
Bíblia, justificando e argumentando, à luz da Bíblia,
porque as interpretações russelitas são absurdas e
arbitrárias, fora de todo o contexto bíblico: são uma
“camisa-de-força”.
Esta série de análises e comparações, à luz da
Palavra de Deus, é um trabalho responsável e crítico,
com pleno uso das palavras hebraicas e gregas, e de
um modo claro e objetivo, ao alcance de todos. É
uma obra preparada com zelo e dedicação, com um
cuidado especial na redação, simplificando-a a fim de
que todos possam compreendê-la sem muito esforço;
mesmo não sabendo ler hebraico e grego. É um
verdadeiro manual contra as heresias russelitas e de
grande utilidade para todos, independentemente do
credo religioso. É uma obra indispensável a todas as
igrejas e mui especialmente aos m inistros do
Evangelho.

Você também pode gostar