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Testes Oralidade
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AVALIAÇÃO
O despertar do pintor
Por iniciativa da Câmara de Cascais e da Fundação D. Luís I, tem lugar uma importante
exposição de obras de Carlos Carreiro: histórias contadas com o enorme nexo do sem nexo,
mostrando parte da vida quotidiana das cidades e dos campos, entre manias do que parece e
não é, em narrativa bem composta e sobretudo bem-humorada.
As obras deste pintor provam que a Idade Média vai longe, bem como a Renascença e as
suas narrativas sacras, com gente a mais e valores plásticos a menos.
Se, em narrativa detalhada e preciosa na escrita, podemos percepcionar, sem margem para
dúvidas, uma cadeira e um bolo de anos caindo nos socalcos de certa paisagem do Douro, além
de igual desastre de um empregado de restauração a perder-se de facto no abismo, veremos um
porco à direita, fazendo curta pausa no almoço para olhar de soslaio as quedas à esquerda.
Olhamos, lemos, sorrimos e de súbito percebemos que há, um pouco por todo o lado, sinais
inquietantes: a realidade que o pintor nos dá a ver, assim, num riso de non sense, transformando
cada mentira na mais terrível das verdades.
Rocha de Sousa, «A farsa das brincadeiras terminais», in Jornal de Letras,
18 de fevereiro a 3 de março de 2015, p. 24 (texto adaptado).
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DOSSIÊ DO PROFESSOR PALAVRAS 10
AVALIAÇÃO
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FESTIVO FÚNEBRE
Em mares bravios
Passados 800 anos de uma guerra entre cristãos e muçulmanos que se arrastava desde a Idade
Média, caiu finalmente a última dinastia muçulmana na Península Ibérica. Em janeiro de 1492, o
sultão Boabdil, rendeu-se à dinastia católica do rei Fernando II de Aragão e da rainha Isabel I de
Castela. A Península Ibérica era finalmente reconquistada e estava agora sob o poder firme
daqueles que ficaram conhecidos como os «reis católicos».
Com a Europa sujeita a uma igreja católica severa, que proibia o consumo de carne em dois
dias da semana, deu-se início à grande demanda do peixe. As águas ibéricas ficaram curtas para a
quantidade de pescado agora exigido. Em 1497, Giovanni Caboto, natural de Génova, em Itália,
partiu de Bristol ao serviço do império inglês, convencido de que seria mais curto o caminho
marítimo para a Ásia rumando a oeste. Contra os planos do explorador, acabou por chegar à Terra
Nova, onde desembarcou no dia de São João Baptista. Em homenagem ao santo, Giovanni Caboto
atribuiria depois o nome de «Saint John’s» àquele que seria mais tarde o porto seguro das
tremendas odisseias dos pescadores portugueses na Terra Nova.
Durante séculos a fio, a frota branca, como era conhecida a frota portuguesa de navios
bacalhoeiros, aproveitou os ventos de leste predominantes na primavera para navegar até aos
pesqueiros da Terra Nova.
Pepe Brix, National Geographic, n.º 167, fevereiro, 2015, p. 24.
Mundo em submersão
Relacionados ou não com as alterações climáticas, os fenómenos meteorológicos extremos
parecem mais frequentes. E contudo torna-se difícil medir as suas repercussões na vida de cada
pessoa. Comecei a documentar esses impactos em 2007, quando fotografei dois episódios de
cheias ocorridos com poucas semanas de intervalo, um no Reino Unido e outro na Índia. Comovi-
me com os efeitos destas cheias e com a vulnerabilidade que parecia unir as vítimas.
Desde então, visitei zonas de cheias pelo mundo fora. Viajei até ao Haiti, ao Paquistão, à
Austrália, à Tailândia, à Nigéria, à Alemanha, às Filipinas, e regressei novamente ao Reino Unido.
Nas paisagens alagadas, a vida é subitamente virada do avesso e a normalidade fica suspensa.
No centro dos meus projetos estão os retratos. Costumo seguir os meus sujeitos quando eles
regressam a casa, vencendo as zonas alagadas. Trabalho com eles para criar imagens íntimas nas
suas casas inundadas. Embora em poses potencialmente convencionais, o seu ambiente está
alterado de forma desconcertante. Estão frequentemente zangados com as circunstâncias ou com
a reação das autoridades. Muitos querem que as suas dificuldades sejam testemunhadas e gostam
de dar a conhecer ao mundo aquilo que lhes aconteceu.
Gideon Mendel, National Geographic, n.º 167, fevereiro, 2015, p. 92.
1.4. F; 2. 2.1. A
1.5. V; 2.2. D
1.6. F 2.3. B
2. 2.1. D;
2.2. B; Teste 5 – Em mares bravios
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