Coincidência

“Coincidência e a maneira que Deus encontrou para permanecer no

anonimato”.
Albert Einstein

Toda história entre duas pessoas, em sua maioria, pode ser resumida
em uma palavra, e acho que minha amizade com Nathane se resume também
a uma palavra, simples e que transpassam muitas vidas: coincidência. Às
vezes paro pra pensar em como a vida é ousada, juntando duas pessoas que
moram tão longe, de uma forma inusitada e competente, não restando duvida
de que, seja lá o que exista entre nós, tudo é forte e é sincero. Uma cidade,
um evento, e de repente sua vida pode mudar drasticamente, de repente
você pode passar a acreditar em tanta coisa, sonhar tanta coisa, e Nathane
fez parte de um sonho belo chamado Florianópolis, de uma forma ou de
outra.

Olhando por este ângulo, da até para pensar que ficamos unidos toda
a viagem correto? Infelizmente, não foi exatamente assim. Eu como sempre
levei meu violão para viagem, e através da musica me aproximei de todos que
estavam na delegação de minas, inclusive da “Thaninha”, que é como a chamo
agora, mas ele sempre ficou, ao menos na viagem, muito na dela, muito
afastada de toda euforia, e enquanto ele sempre me notou muito, ao fim de
viagem só restava em mim uma lembrança simples de uma garota que estava
retraída, ou talvez em outro sonho, que desembarcou junto com o meu, no
frio do sul do país.

Como então nos conhecemos a ponto de chamarmo-nos de amigos?

Isso é bem simples: um e-mail perdido por traz do meu crachá do congresso
foi o bastante para que eu pudesse encontrar aquela mesma menina que
quase não falou comigo, mas me deixou seu e-mail, e em pleno século 21 isso
é como passar seu endereço completo.

Desde então, existe entre nós um laço muito forte, de qualquer nível
que você pensar, seja ele afetivo ou até espiritual, por que a amizade é essa
alma de dois corpos. E onde entra a coincidência, deusa de nossa amizade
que resume tudo? Bem, para ser sincero, em quase tudo: musica,
mentalidade, os gostos, as manias e até mesmo, veja só você, o mesmo
instituto de ensino. E é sempre nostálgico, você tem que concordar, quando
encontramos pessoas assim, que nos complementam e nos somam, nas
escolhas e nos sonhos, e nada entre nós passa longe disso: complemento, e
que talvez seja outra palavra que nos resume, a um grau menor.

Agora, você deve estar se perguntando: o que você poderia me dizer

de Nathane? Bem, algumas coisas, e o que realmente me importam em uma
pessoa: Nathane é muito linda, em primeiro lugar, e está beleza não é uma
beleza de menina, mas são os primeiros traços de uma mulher; Nathane é
determinada e também centrada, dois simples atributos de quem pretende
vencer na vida, o qualquer coisa que lhe pertença; Por fim, Nathane é
sincera com todos, com seus sentimentos e, não menos importante, consigo
mesma, sinais de uma pessoa madura, que entende que ficar mentindo para
si mesmo e enchendo-se de ilusões infantis só a fará perder mais tempo,
coisa que ninguém tem de sobra. Enfim, isto é o que vejo, mas impossível
descrever tudo, não por isso ser clichê, mas por que eu sei que nem nós
mesmos nos entendemos, quiçá este que vos escreve, falar de alguém tão
especial: seria me iludir.

Melhor do que conceituar Nathane e encher linhas com elogios

rasgados, é viver, é conversar, é sentir essa presença forte, mesmo que de
longe, mesmo que a 2.703 km de distancia, de puro asfalto. Como diria a
escritora belga Marguerite Yourcenar, “a amizade é acima de tudo, certeza,
e isso é o que a diferencia do amor”, assim também eu me encho de certeza,
de que a cada dia, o que eu crio ao lado de Thaninha, não é uma simples
amizade, mas um laço profundo na eternidade.