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DEPOIS DAS TEORIAS CRÍTICAS E

PÓS-CRÍTICAS

SILVA, T.T da. Teorias do Currículo:uma


introdução crítica. Portugal: Porto
Editora, 2000. (Coleção Currículo)
Proposta para a aula
•Conhecer o que significa teoria crítica e pós-
crítica;

•Como essas teorias colaboram para


interpretar o Currículo
.
1. Conhecer o que significa teoria crítica e
pós-crítica;
1.1 Teoria crítica
A proposta de análise crítica se apropria da
teoria marxista e interpreta a sociedade desde
a luta de classe. Compreende as relações
sociais que se instauram desde a relação
dialética entre Burguesia (aqueles que detém
os meios de produção: máquinas, fábrica,
lucro, ...) e Proletariado (aqueles que vendem
a sua força trabalho em troca de salário).
A síntese dessa tensão dialética é a Revolução
Comunista que estabelece outra forma de
produção e distribuição dos bens produzidos
porque tem como critério o bem comum e não
o lucro individual.
1.2 Teoria Pós-crítica

Michel Foucault é o representante dessa


forma de pensar que se segue a proposta
marxista. Não destrói a teoria de seu
predecessor, mas a amplia.
Entende que a tensão dialética entre as
relações de classe se efetivam e são um
mecanismo eficaz para compreender a
sociedade, mas amplia os campos de luta pelo
poder para além das relações econômicas e
propõe que as relações de gênero, étnicas,
simbólicas, religiosas também se instauram
desde a microfísica do poder.
Não é uma luta pelo poder em grande
escala como propõe Marx, mas nas relações
cotidianas e em espaços reduzidos também é
possível perceber a luta pela conquista e
manutenção do poder, e o controle do
comportamento do outro.
2. Como essas teorias colaboram para
interpretar o Currículo

O autor defende que não pode haver uma


cisão ente as duas teorias, sob pena de perder
o referencial de interpretação da realidade. A
análise do currículo deve levar em conta as
teorias críticas e pós-críticas como ferramenta
para compreender e planejar um currículo
mais adequado.
O autor afirma que com a teoria crítica
aprendemos que o currículo é uma construção
social e por isso um espaço de poder:
reproduz os valores da sociedade capitalista
organizada em classes sociais;
funciona como Aparelho Ideológico do Estado
afirmando que o modelo de organização
econômica chamado capitalismo é a melhor e
mais desejável forma de organizar as pessoas
econômica e socialmente; o controle sobre a
consciência das pessoas que se estabelecem em
sua classe social e não podem migrar para
outra classe são perceptíveis na ideologia que o
currículo propõe e nas imagens que promove
acerca das pessoas e dos seus papéis sociais.
(SILVA, 2000, p. 152, 153)
Compreender que o currículo é construído
historicamente nos faz entender que a
pergunta que se faz não é mais que
conhecimentos são válidos mas que
conhecimentos são considerados válidos e
outra ainda quem é capaz de validar um
grupo de conhecimentos em detrimento de
outro?
A teoria pós-crítica não desconsidera o
poder do Estado como aquele que controla o
currículo e usa a escola como mecanismo de
reprodução de seus valores, mas amplia essa
perspectiva ao afirmar que o poder não está
mais concentrado em um lugar, mas disperso
nas redes sociais que compõe a escola
O poder já não está limitado ao campo das
relações econômicas, mas aparece sempre que
o conhecimento se estabelece: poder e
conhecimento estão sempre juntos nas
relações étnicas, de gênero, religiosas,
sexuais, entre outras. O conhecimento está
inserido nas relações de poder que se
instauram na escola e se configuram, de uma
certa forma no currículo, mas não só.
As subjetividades devem aparecer na
composição do currículo não para corrigir
parte de um percurso perdido, alienado, mas
como espaço de luta e de conflito. É um lugar
político por excelência onde as pessoas
interagem em vista de propor-se como
individualidades relacioais.

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