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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

CURSO DE GRADUAÇÃO

AYLLA THAISE FERREIRA, CLICLIA BARBOSA DO ROSÁRIO, ELIDA AIRES


DE OLIVEIRA, TAIANE SANTOS DE JESUS E WILLIAN FARIAS DE SOUZA

ESTUDO DIRIGIDO
FUNDADORES DA SOCIOLOGIA

FEIRA DE SANTANA – BA
2022
AYLLA THAISE FERREIRA, CLICLIA BARBOSA DO ROSÁRIO, ELIDA AIRES
DE OLIVEIRA, TAIANE SANTOS DE JESUS E WILLIAN FARIAS DE SOUZA

ESTUDO DIRIGIDO
FUNDADORES DA SOCIOLOGIA

Estudo dirigido apresentado por


estudantes da graduação
Licenciatura em Pedagogia na
Universidade Estadual de Feira de
Santana. Tem como objetivo
elucidar as principais teorias e
concepções criadas acerca da
educação e Sociologia criadas
pelos fundadores da Sociologia.

Docente: André Luiz Brito Nascimento

FEIRA DE SANTANA – BA
2022
1. Em sua Teoria Social, Karl Marx procede a uma análise crítica da formação social e
econômica no capitalismo. Discuta seus principais conceitos, a exemplo de modo de
produção, relações sociais de produção, classes sociais, luta de classes, alienação, entre
outros, e sua relação com a educação;
Karl Marx produziu diversas obras ao longo de sua vida, debruçando-se sobre diversos
assuntos, mas o seu tópico de principal interesse seria o modelo econômico capitalista
vigente de sua época e as repercussões nos âmbitos políticos e sociais. Por viver em um
mundo que colhia frutos recentes de uma revolução industrial, o sociólogo percebeu as
condições precárias em que viviam os trabalhadores, que não possuíam direitos e
participavam de um trabalho exaustivo e explorador.
Através de suas obras, como por exemplo o Manifesto Comunista e o Materialismo
Histórico Dialético, ele propõe os conceitos de conflito de interesses, além da luta de
classes e suas respectivas relações de poder. Suas contribuições eram inspiradas no
Socialismo Utópico, a partir destes ideais Marx desenvolveu o que veio por ser chamado
de Socialismo Científico, que propunha, segundo ele, ideias mais maduras. Sua filosofia
acreditava que a existência do homem estava diretamente ligada à suas condições sociais,
sua atenção estava voltada à crescente produção de riquezas e a hegemonização do poder
em paralelo ao crescimento da pobreza e miséria entre a maioria das pessoas.
Ele observou a existência de duas classes protagonistas no modo de produção capitalista
industrial, a classe burguesa, que é detentora dos meios de produção, e a classe operária,
que é a detentora da força de trabalho e a vende em troca um salário. Esta última chamada
por Marx de “Proletariado”, termo derivado do latim que significa “ofertar a prole”, ou
seja, seus filhos, como força de trabalho futura. .

O fenômeno de interação entre estas duas classes passaram a ser o objeto de estudo de
Marx, os produtos deste convívio foram denominados mais-valia e alienação. A mais-
valia atua através da exploração da classe trabalhadora e operária, que vende sua força,
mas não recebe o equivalente aos lucros da burguesia, sendo limitado ao salário mínimo,
que não lhe provê ascensão social nem nutre suas necessidades, tornando-se subordinadas
ao capital. Enquanto a classe burguesa goza de privilégio social, obtém e acumulam as
riquezas que deveriam ser pertencentes à toda sociedade.
Tais dinâmicas levam à alienação do trabalho, que é a condição do trabalhador que se vê
sem consciência do produto de seu esforço, acomodando-se ao processo de produção e
destituindo-se do seu papel social, sem consciência da possibilidade de mudança de sua
própria realidade, tornando-se parte da maquinaria industrial cuja força de trabalho
pertence a outro.
Para Marx. a educação tem papel de manutenção do status quo da sociedade, é através da
educação que se é possível entender a organização política, reconhecimento das
condições de vida e fomentar o pensamento crítico. A educação ao utilizar-se da
educação, o Estado voltado ao capital é instrumento de controle das classes dominas pelas
dominantes, imprimindo nelas seus valores, ideologias e permitindo a ação da alienação.
Segundo o filósofo, a educação deveria ser um processo no qual os indivíduos produzem
sua existência, atuando contra a alienação e permitindo o estado de satisfação pessoal.
2. Para Marx, o trabalho teria um princípio educativo. Aborde tal definição, discutindo se
o mesmo pode ser aplicado às relações capitalistas de produção;

Para Karl Marx, o trabalho possui função formadora do homem, é aquele que dá sentido
à sua vida, mas na lógica do capital não é possível que haja realização pessoal através do
trabalho, visto que não há uma relação clara entre a concepção do trabalho e a realização
dele, dada aos adventos da alienação. A educação possui papel fundamental no processo
de conscientização do proletário, devido ao seu potencial transformador, é através dela
que é possível romper com a alienação atingir a chamada consciência de classe, um
estágio onde a classe operária adquire a práxis social e toma conta de sua exploração.
A preocupação de Marx quanto a dinâmica “Trabalho-Educação” é de que a burguesia,
já infiltrada em vários âmbitos sociais, inclusive na educação, é quem controla também a
produção de conhecimento e formação de novas pessoas, portanto, os conhecimentos
passados costumam ratificar os mecanismos de opressão de classe, fazendo parte do
processo de conversão de pessoas em mão-de-obra para extração da mais-valia. Além
disso, o mercado de trabalho irá exigir um ensino que cumpra com os valores defendidos
pelo sistema capitalista.
O filosofo defendia a criação da educação politécnica, por acreditar que a educação
deveria ser pública e gratuita e que também deveria possuir um caráter libertador e
transformador, permitindo uma maior compreensão do mundo, e não apenas restrita à
reprodução de conhecimento e inserção de valores morais.

3. Max Weber, ao analisar o desenvolvimento da sociedade capitalista, enfatiza o


crescente processo de racionalização em várias esferas sociais. Analise tal fenômeno,
discutindo suas implicações no campo educacional;
A racionalização capitalista foi observada por Weber como um evidente movimento de
introdução de modelos, leis e regras sociais que possuem como objetivo conservar a
ordem social vigente, organizando a estrutura do Estado para garantir a dominação das
classes burguesas sob as classes trabalhadoras.
Dentre os fenômenos sociais observados por ele, destaca-se a burocracia e a meritocracia,
que estão intimamente ligadas, agindo em conjunto em função da manutenção dos
privilégios. A burocracia, que atua de forma coercitiva e surge como modelo de
administração pública, funciona através no conjunto de normas e regulamentos era
exercida por aqueles que possuíam conhecimento, chamados burocratas, ditos capazes de
exercer sua função dada à legitimação das suas competências através de diplomas.
O modelo capitalista emprega a competição entre as pessoas por vagas de emprego, com
um critério meritocrático para sua seleção, apenas aqueles qualificados e merecedores são
dignos de altos cargos e posições de poder, além de poder gozar de alto status social, mas
este mesmo sistema é o que mantém a estrutura vigente, visto que aqueles que não
possuem a educação não são elegíveis para tais cargos e, portanto, não possuem condições
de ascender socialmente.
4. Analise os principais conceitos da teoria social de Durkheim, a exemplo de fato social,
consciência individual, consciência coletiva, coesão social, solidariedade social, entre
outros, e sua relação com uma determinada concepção de sociedade;
A teoria social do filósofo Durkheim consiste com base nos fatos sociais que são
constituídos por peculiaridades nos quais estão inseridos a maneira de agir, pensar e
sentir, exteriores ao indivíduo, e dotados um poder coercitivo em virtude do qual se lhe
impõem. Para Durkheim, a consciência individual deveria transcender o indivíduo,
alcançando assim a coletividade como um conjunto singular de moralidade, religiosidade,
ética e etc. A consciência coletiva é o conjunto de valores, sentimentos, crenças e
tradições de uma comunidade, preservado, respeitado e legitimado no decorrer de várias
gerações.
A coesão social e a solidariedade social se interligam, pois uma objetiva a outra. A coesão
social faz os indivíduos sentirem-se parte de um grupo social, construindo assim uma
sociedade coercitiva, que reforce sobre os indivíduos seus hábitos, costumes e
representações sociais.
Na visão do sociólogo, a solidariedade social consiste estudar cada sociedade
singularmente, analisando e comparando suas diferenças e semelhanças e classificando-
os em grupos conformes as características identificadas. Ele entende a sociedade como
forças coercitivas externas, ou seja, separada do indivíduo, impondo-se a ele e
determinando sua maneira agir, de pensar de sentir. Os fatos sociais são regras que
determinam a existência de uma sociedade e que são estabelecidas entre os indivíduos
que as constituem.

5. Em que pese sua indiscutível contribuição para a análise sociológica do fenômeno


educacional, discuta criticamente as concepções de Durkheim sobre a função social da
escola na educação de crianças e jovens.
A teoria da educação Durkheimiana inspira a teoria sociológica geral e serve como base
para muitos estudos em áreas de educação. Segundo ele, a educação é a ação exercida
pelas gerações adultas que ainda não estão maduras para a vida social. Neste contexto
ele frisa a importância de desenvolver na criança um certo número de estados físicos,
intelectuais e morais da maneira que exige a sociedade política no conjunto e meio
social ao qual estão destinados. Tendo em vista o compromisso com a formação do
cidadão e cidadã com fortalecimento dos valores de solidariedade, e com a formação
dessa sociedade.
Para o sociólogo, a educação teria como função substancial transmitir o legado
sociocultural de um determinado contexto tendo como resultado um processo de
socialização que possibilitaria a constituição do ele domina de "ser social". Por um lado,
o sistema educativo deve ser meritocrático, isto segundo a teoria Durkheimiana, porém,
ele defendia também o ensino em escola pública, mas sem a interferência do Estado.
Levando em conta a sociedade hoje, os pensamentos do autor citado podem ser
considerados problemáticos, por possuírem um viés determinista e classicista, onde a
realidade inserida à criança é imutável e determina sua posição no futuro. Desta maneira,
a educação pode ser vista com um caráter coercitivo, onde o conhecimento exerce função
de colonizador, ao invés da função de libertação, proposta mais recentemente como a
melhor maneira de educar crianças, jovens e adultos, bem como todos humanos.

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