teóricas da educação Teorias crítico-reprodutivistas Objetivos
Nesta aula refletiremos as teorias crítico-reprodutivistas na educação,
concepções e críticas a essa abordagem.
Bibliografia usada: ARANHA, Maria Lúcia Arruda. Filosofia da educação.
SP: Moderna, 1989/1996. 16e. Tr. / 23e. C (370.9 A681h) Classificação das teorias crítico- reprodutivistas
Teoria do Sistema de Ensino Enquanto Violência Simbólica
Teoria da Escola Enquanto Aparelho Ideológico do Estado Teoria da Escola Dualista Teoria do Sistema de Ensino Enquanto Violência Simbólica desenvolvida na obra de Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passaron em 1975 intitulada “A Reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino”, constituída de dois livros, o primeiro é “Fundamentos de uma teoria da violência simbólica” e o segundo expõe os resultados de uma pesquisa empírica realizada pelos autores em um sistema escola francês. A violência simbólica é exercida pelo poder de transmissão das ideias por meio da comunicação cultural, da doutrinação política e religiosa, das práticas esportivas e da educação escolar. Por meio da violência simbólica as pessoas são levadas a agir e a pensar de uma determinada maneira imposta, sem se darem conta de que agem e pensam sob coação. A escola constitui um instrumento de violência simbólica porque reproduz os privilégios existentes na sociedade, beneficiando os já socialmente favorecidos. Ela reafirma privilégios existentes. Teoria da Escola Enquanto Aparelho Ideológico do Estado Desenvolvida por Louis Althusser em seu texto intitulado “Ideologia e aparelhos ideológicos de Estado” publicado na revista La penseé de julho de 1970. O conceito “Aparelho Ideológico de Estado” vem da compreensão de que a ideologia tem uma existência material, portanto, a ideologia se materializa em “aparelhos”: os Aparelhos Ideológicos de Estado”. Há os aparelhos de Estado repressivos e os ideológicos. Os repressivos são os Aparelhos Repressivos de Estado e funcionam de forma massivamente violenta e segundamente ideológica: o governo, a administração, o exército, a polícia, os tribunais, as prisões etc. E os aparelhos ideológicos de Estado (AIE) são simbólicos e funcionam pela ideologia e segundamente pela repressão: escolar, familiar, jurídico, político, sindical, cultural e etc. A escola funciona como um aparelho ideológico de Estado, pois ao mesmo tempo em que ensina um saber prático, voltada para a qualificação da força de trabalho, reproduz a ideologia dominante. Por meio da ideologia, a exploração é mascarada e os valores da burguesia passam a ser considerados “universais” – não mais valores de uma dada classe, podendo ser assimilados por outras classes que dificulta o desenvolvimento do pensamento autônomo. Teoria da Escola Dualista
Desenvolvida por C. Baudelot e R. Establet, foi exposta no livro L’École
Capitaliste em France (1971). Essa denominação de “Teoria da Escola Dualista” foi dada por Saviani porque, segundo ele, os autores se empenham em mostrar que a escola é dividida em duas grandes redes, as quais correspondem à divisão da sociedade capitalista: a burguesia e o proletariado. Para Baudelot e Establet existem apenas duas redes de escolarização: as redes PP (primária-profissional) e SS (secundária-superior). E, apesar da aparência unificadora e unitária, essa divisão existe. Logo, o aparelho escolar contribui para a reprodução das relações sociais de produção capitalista. Enquanto a rede PP (primária-profissional) encaminha os filhos dos proletariados para profissões manuais, a rede SS (secundária-superior) destina os filhos dos burgueses às universidades. Dessa forma, a escola contribui para a manutenção das da estrutura capitalista, formando uma força de trabalho condizente com a ideologia burguesa. Conclusão
Para as teorias crítico-reprodutivistas, não é possível compreender a
educação sem levar em consideração seus condicionantes sociais. Essas teorias buscam explicar a problemática educacional relacionando- as a seus determinantes objetivos, à estrutura socioeconômica que condiciona a forma de manifestação do fenômeno educativo. Mas são consideradas reprodutivistas porque suas análises chegam à mera conclusão de que a função básica da escola é de reproduzir as condições sociais vigentes, sem buscar uma transformação ou mudança. Referências
Bibliografia usada: ARANHA, Maria Lúcia Arruda. Filosofia da educação.
SP: Moderna, 1989/1996. 16e. Tr. / 23e. C (370.9 A681h)
A Face Invisível da Violência Escolar: um estudo da violência institucional e dos mecanismos de pacificação de conflitos no âmbito da Escola Disciplinadora atual