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Capítulo 10: Ebulição e

Condensação

1
Introdução
• Nos processos convectivos associados à
mudança de fase de um fluido (ebulição e
condensação), os efeitos do calor latente são
significativos.
• Como envolvem movimentação do fluido, a
ebulição e a condensação são classificadas
como tipos de transferência de calor por
convecção, porém são caracterizadas por
fatores específicos.
2
Introdução
• Na ebulição e na condensação, altas taxas de
transferência de calor podem ser atingidas com
pequenas diferenças de temperatura.
• Além do calor latente hfg, dois outros
parâmetros são importantes na caracterização
dos processos envolvidos: a tensão superficial
da interface líquido-vapor e a diferença de
massas específicas entre as duas fases.

3
Modos de ebulição
• Quando a evaporação ocorre em uma interface
sólido-líquido é chamada de ebulição.
• O processo ocorre quando a temperatura da
superfície Ts é superior à temperatura de
saturação Tsat.
• Define-se o excesso de temperatura como

Te  Ts  Tsat

4
Modos de ebulição
• Lei de Newton do resfriamento para ebulição:

q  h Ts  Tsat   h Te

• O processo de ebulição é caracterizado pela


formação de bolhas de vapor que crescem e,
em seguida, se desprendem da superfície.

5
Modos de ebulição
• O crescimento e a dinâmica da bolha de vapor
dependem do excesso de temperatura, da
natureza da superfície e de propriedades
termofísicas do fluido, como a tensão
superficial.
• A ebulição pode ocorrer sob várias condições:
– Na ebulição em piscina, o líquido se encontra
quiescente e seu movimento próximo à superfície
se deve à convecção natural e à mistura devido ao
crescimento e desprendimento das bolhas.
6
Modos de ebulição
– Na ebulição com convecção forçada o movimento
do fluido é induzido por meios externos, além da
convecção natural e da mistura induzida pelas
bolhas.
– Na ebulição saturada, a temperatura do líquido
excede ligeiramente a temperatura de saturação.
– Na ebulição subresfriada, a temperatura do líquido
se encontra abaixo da temperatura de saturação e
as bolhas podem se condensar no líquido.

7
Ebulição em piscina
• Experimentos de Nukiyama: uso de
equipamento de aquecimento com potência
controlada.

8
Ebulição em piscina
• Curva de ebulição de Nukiyama

9
Ebulição em piscina
• Drew e Mueller confirmaram os resultados de
Nukiyama, obtendo a seguinte curva:

10
Ebulição em piscina
• Modos de ebulição em piscina:
– Ebulição com convecção natural:
• Diz-se existir ebulição com convecção natural se
Te  5C

• A temperatura da superfície deve estar um pouco acima


da temperatura de saturação para garantir a formação de
bolhas.
• Observa-se, contudo, que o movimento do fluido é
determinado principalmente pelos efeitos de convecção
natural.
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Ebulição em piscina
– Ebulição nucleada:
• A ebulição nucleada existe no intervalo

5C  Te  30C

• Nessa faixa, dois regimes de escoamento diferentes


podem ser distinguidos.
• Para 5C  Te  10C tem-se a formação de bolhas
isoladas que ser formam nos sítios de nucleação e se
desprendem da superfície.
• Para excesso de temperatura mais elevados, há a
formação de jatos e colunas de vapor.
12
Ebulição em piscina
• Para o regime nucleado de jatos e colunas, observa-se
uma inflexão na curva ebulição (ponto P), que
corresponde ao valor máximo do coeficiente
convectivo. A partir desse ponto, a formação de bolsões
de vapor junto à superfície reduz os valores do
coeficiente convectivo, embora a taxa de transferência
de calor continue a aumentar uma vez que o excesso de
temperatura continua a aumentar.
• O fluxo térmico máximo (ou fluxo térmico crítico) é
alcançado quando uma quantidade considerável de
vapor está se formando, tornando difícil par ao líquido
molhar continuamente a superfície.
13
Ebulição em piscina
• Ebulição nucleada no regime de jatos ou colunas

14
Ebulição em piscina
– Ebulição no regime de transição, ebulição em
filme instável ou ebulição em filme parcial
• Ocorre para excesso de temperatura na faixa

30C  Te  120C

• A formação das bolhas é tão rápida que um filme ou


uma manta de vapor começa a se formar sobre a
superfície. As condições oscilam entre a ebulição em
filme e a ebulição nucleada, mas a fração da superfície
total coberta pelo filme de vapor aumenta com o
aumento de ΔTe.
15
Ebulição em piscina
– Ebulição em filme (ou em película)
• Ocorre quando se tem o excesso de temperatura
Te  120C

• Quando a superfície finalmente encontra-se totalmente


recoberta por uma manta de vapor, tem-se um ponto de
fluxo térmico mínimo (ponto D), conhecido como ponto
de Leidenfrost.
• À medida que a temperatura superficial é aumentada, a
radiação através do filme de vapor se torna significativa
e o fluxo térmico aumenta com o crescimento de ΔTe.
16
Ebulição em piscina
• Ebulição em filme (ou em película)

17
Correlações da ebulição em piscina
• Ebulição com convecção natural
– Empregam-se as correlações apropriadas para
convecção natural para determinar os coeficientes
convectivos e as taxas de transferência de calor.
• Ebulição nucleada em piscina
– A análise da ebulição nucleada exige uma
estimativa do número de sítios de nucleação na
superfície e da frequência de formação de bolhas
em cada sítio.

18
Correlações da ebulição em piscina
– Correlação de Rohsenow:
3
 g  l   v    c p ,l Te 
1/ 2

qs  l h fg   
   C h Pr  n
   s , f fg l 

• Sendo σ a tensão superficial do fluido, hfg o calor latente


de vaporização, enquanto os índices l e v referem-se às
propriedades do líquido e do vapor, respectivamente.
• O coeficiente Cs,f e o expoente n dependem da
combinação sólido-líquido e valores representativos
foram determinados experimentalmente.

19
Correlações da ebulição em piscina

20
Correlações da ebulição em piscina
– A correlação de Rohsenow se aplica somente para
superfícies limpas. Os erros associados a essa
correlação podem ser da ordem de 100% na
estimativa do fluxo térmico e de 35% para a
estimativa do excesso de temperatura.
• Fluxo térmico crítico na ebulição nucleada em
piscina
– Kutateladze, através de análise dimensional, e
Zuber, através de uma análise de estabilidade
hidrodinâmica, obtiveram uma correlação para
essa condição. 21
Correlações da ebulição em piscina
– Correlação de Kutateladze e Zuber:
  g  l   v  
1/ 4

  C h fg  v 
qmax 
  2
v 

• Tal correlação é independente do material da superfície


e depende fracamente da geometria da superfície
aquecida através da primeira constante C.
• Para cilindros horizontais, esferas e muitas grandes
superfícies aquecidas: C = (π/24) ≈ 0,131 (constante de
Zuber); para placas horizontais grandes um valor de C =
0,149 fornece melhor concordância com experimentos.
22
Correlações da ebulição em piscina
• Fluxo térmico mínimo
– Nenhuma teoria adequada foi desenvolvida para a
ebulição no regime de transição, caracterizada pelo
contato periódico instável entre o líquido e a
superfície aquecida.
– Para o fluxo térmico mínimo, Zuber utilizou a
teoria da estabilidade para deduzir a expressão
para uma grande placa horizontal:
  g  l   v  
1/ 4

  C h fg  v 
q min 2 
  l   v  
23
Correlações da ebulição em piscina
• A constante, C = 0,09, foi determinada por Berenson.
Esse resultado possui uma precisão de
aproximadamente 50% para a maioria dos fluidos a
pressões moderadas.
• Ebulição em filme em piscina
– Para excessos de temperatura além do ponto de
Leidenfrost um filme contínuo de vapor cobre a
superfície e não há contato entre a fase líquida e a
superfície.

24
Correlações da ebulição em piscina
– Ebulição em filme sobre um cilindro ou esfera de
diâmetro D:
 g  l   v  hfg D
1/ 4
hconv D
3

Nu D  C 
kv   v kv Ts  Tsat  

• A constante C é igual a 0,62 para cilindros horizontais e


a 0,67 para esferas. O calor latente corrigido hfg pode ser
avaliado por:

h fg  h fg  0,80 c p ,v Ts  Tsat 

25
Correlações da ebulição em piscina
• As propriedades do vapor são estimadas à temperatura
de filme, Tf, e a massa específica do líquido à
temperatura de saturação.
– Em temperaturas superficiais elevadas (Ts ≥
300°C), a transferência de calor por radiação
através do filme se torna significativa.
– Para tubos horizontais, Bromley sugeriu a
seguinte expressão para o coeficiente de
transferência de calor total:
h 4 / 3  hconv
4/3
 hrad h 1/ 3
26
Correlações da ebulição em piscina
– Se hrad  hconv , uma forma mais simples pode ser
usada:
3
h  hconv  hrad
4

– O coeficiente radiante efetivo hrad é determinado


por
 Ts4  Tsat4 
hrad 
Ts  Tsat

27
Correlações da ebulição em piscina
• Efeitos paramétricos na ebulição em piscina
– A influência do campo gravitacional sobre a
ebulição deve ser considerada em aplicações que
envolvem viagens espaciais e máquinas rotativas.
– A influência da rugosidade da superfície (por
usinagem, introdução de ranhuras, entalhe ou
jateamento de areia) sobre os fluxos térmicos
mínimo e máximo e sobre a ebulição em filme é
desprezível.

28
Correlações da ebulição em piscina
– O aumento da rugosidade da superfície pode
causar um grande aumento do fluxo térmico no
regime de ebulição nucleada, conforme
demonstrado por Berensen.

29
Correlações da ebulição em piscina
– Superfícies especiais que proporcionam um
aumento (intensificação) estável da ebulição
nucleada podem ser de dois tipos: (1) revestimento
com materiais muito porosos; e (2) cavidades
reentrantes.

30
Ebulição com convecção forçada
• Ebulição com convecção forçada em
escoamento externo
– Para um líquido com velocidade V em escoamento
cruzado sobre um cilindro com diâmetro D,
Lienhard e Eichhorn desenvolveram as expressões
a seguir para escoamentos com baixas e altas
velocidades, nas quais as propriedades são
estimadas à temperatura de saturação.

31
Ebulição com convecção forçada
• Baixa velocidade:

qmax 1   4  
1/ 3

 1    
 v h fgV    We  

• Alta velocidade:


qmax

 l / v 
3/ 4

l /  v 1/ 2
 v h fgV 169  19,2  We1D/ 3

– O número de Weber (We) é a razão entre as forças


de inércia e as forças de tensão superfícial.
32
Ebulição com convecção forçada
– Número de Weber:
 vV 2 D
We 

– Se a seguinte desigualdade for verificada:
1/ 2

q max 0,275   l 
   1
 v h fg V   v 

• Tem-se uma região de baixa velocidade; caso contrário,


será uma região de alta velocidade.

33
Ebulição com convecção forçada
• Escoamento bifásico
– O crescimento e desprendimento das bolhas são
fortemente influenciados pela velocidade do
escoamento e os efeitos fluidodinâmicos diferem
significativamente dos presentes em ebulição em
piscina. O processo é acompanhado pela existência
de uma variedade de padrões de escoamento
bifásico.

34
Ebulição com convecção forçada

35
Ebulição com convecção forçada
– Na entrada do tubo, o fluido entra subresfriado e
ocorre a convecção forçada monofásica.
– Na próxima porção do tubo, a temperatura da
parede supera à de saturação do líquido e a
vaporização inicia-se na região de ebulição com
escoamento subresfriado, com bolhas se formando
junto às paredes aquecidas e líquido subresfriado
escoamento perto do centro do tubo.
– Na sequência as bolhas passam a estar presentes
em qualquer posição radial.
36
Ebulição com convecção forçada
– Nesse caso, tem-se o início da região de ebulição
com escoamento saturado, composto por três
estágios: (1) regime de escoamento com bolhas;
(2) regime de escoamento com bolsões; e (3)
regime de escoamento anular.
– No regime de escoamento anular o líquido forma
um filme na parede do tubo e vapor se move a uma
velocidade maior através do núcleo do tubo.
– A seguir, pontos secos se formam na parede interna
do tubo, formando um regime de transição.
37
Ebulição com convecção forçada
– Na sequência, a superfície inteira do tubo está
completamente seca e todo líquido remanescente
está na forma de gotas que viajam a alta velocidade
no interior do núcleo central do tubo no regime de
névoa.
– Ao final, as gotas são totalmente vaporizadas e o
fluido passa a ser constituído por vapor
superaquecido em uma segunda região de
convecção forçada monofásica.

38
Ebulição com convecção forçada
– Correlações propostas por Kandlikar e Kandlikar e
Mariai para a região de ebulição com escoamento
saturado em tubos circulares lisos:
0 ,1 0, 7
h  l   qs 
 0,6683  X 1  X  f Fr   1058  1  X 
0 ,16 0 , 64 0 ,8
Gs , f
 m  h 
hmf  v   fg 

• Ou
0 , 45 0, 7
 l   qs 
h
 1,136  X 0 , 72
1  X  f Fr   667,2  
0 , 08


1  X 
0 ,8
Gs , f
hmf  v   m h fg 
0  X  0,8 39
Ebulição com convecção forçada
• Sendo: X a fração mássica de vapor média.
• As correlações são válidas quando as dimensões do
canal são grandes em relação ao diâmetro da bolha:
 g l   v 1
Co  
Dh 2
• A vazão mássica por unidade de área transversal é dada
por:
m
m  
Atr
• O número de Froude (Fr) da fase líquida é dado por

Fr 
m  l 
2

gD 40
Ebulição com convecção forçada
• O parâmetro de estratificação, f (Fr), leva em conta a
estratificação das fases líquida e vapor que pode ocorrer
em tubos horizontais. Para tubos verticais e horizontais
com Fr ≥ 0,04, tem-se f (Fr) = 1. Para tubos horizontais
com Fr ≤ 0,04:

f Fr   2,63Fr 0,3

• O coeficiente convectivo monofásico hmf está associado


à região de convecção forçada no líquido, sendo
avaliada pela correlação de Gnielinski com propriedades
avaliadas à temperatura de saturação.

41
Ebulição com convecção forçada
• Todas as propriedades das correlações de Kandlikar e
Kandlikar e Mariai são avaliadas à temperatura de
saturação.
• O coeficiente Gs,f depende da combinação superfície-
líquido:

Fluido em tubo de cobre comercial Gs,f


Água 1,00
Querosene 0,488
Refrigerante R-134a 1,63
Refrigerante R-152a 1,10
Para tubos de aço inoxidável, usar Gs,f = 1
 

42
Condensação: mecanismos físicos
• A condensação ocorre quando a temperatura de
um vapor é reduzida a valores inferiores ao de
sua temperatura de saturação.
• Em equipamentos industriais, o processo
resulta usualmente do contato entre o vapor e
uma superfície fria.
• Nesse caso, a energia latente do vapor é
liberada para a superfície e o condensado é
formado.
43
Condensação: mecanismos físicos
– Modos de condensação: (a) em filme; (b) em gotas
sobre uma superfície; (c) condensação homogênea
ou formação de névoa por expansão; (d)
condensação por contato direto.

44
Condensação: mecanismos físicos
• A condensação sobre superfícies pode ocorrer:
(1) em filme; ou (2) em gotas. A forma
dominante de condensação é aquela em que
um filme de líquido cobre toda a superfície de
condensação.
• A condensação em filme é, geralmente,
característica de superfícies limpas e isentas de
contaminação.

45
Condensação: mecanismos físicos
• Entretanto, se a superfície for revestida por
uma substância que induza uma baixa
molhabilidade, é possível manter a
condensação em gotas.
• Independente do fato de estar na forma de
filme ou gotas, o condensado representa uma
resistência térmica entre o vapor e a superfície.

46
Condensação: mecanismos físicos
• Como essa resistência aumenta com a
espessura do condensado, é desejável usar
superfícies verticais com pequena altura ou
cilindros horizontais em situações envolvendo
condensação em filme.
• Visando à manutenção de elevadas taxas de
condensação e de transferência de calor, a
formação de gotas é melhor que a formação de
um filme.
47
Condensação: mecanismos físicos
• É uma prática usual utilizar revestimentos
superficiais que induzam baixa molhabilidade,
como silicones, teflon e uma variedade de
ceras e ácidos graxos.
• No entanto, tais revestimentos perdem
gradualmente sua eficácia devido à oxidação,
deposição ou simplesmente remoção.

48
Condensação em filme laminar sobre
uma placa vertical
• O filme inicia sua formação no topo da placa e
escoa na direção descendente sob ação da
gravidade.
• A espessura δ e a vazão mássica do
condensado m aumentam com o aumento de x,
em função da condensação contínua na
interface líquido-vapor, que se encontra à Tsat.
• Há uma tensão de cisalhamento não-nula na
interface líquido-vapor.
49
Condensação em filme laminar sobre
uma placa vertical
• Tal tensão contribui para um gradiente de
velocidades no vapor, bem como no filme.
• Considerações feitas por Nusselt para
condensação em filme:
– Escoamento laminar e propriedades constantes no
filme líquido.
– Considera-se que o gás é um vapor puro a uma
temperatura uniforme igual à Tsat.

50
Condensação em filme laminar sobre
uma placa vertical
– Supõe-se que a tensão cisalhante na interface
líquido-vapor seja desprezível.
– Aliando-se as duas suposições anteriores, não há
necessidade de se considerar as camadas-limite de
velocidade e térmica no vapor.
– As transferências de quantidade de movimento e
de energia por advecção no filme de condensado
são consideradas desprezíveis.

51
Condensação em filme laminar sobre
uma placa vertical

52
Condensação em filme laminar sobre
uma placa vertical
• Equação da conservação da quantidade de
movimento na direção x:
 2u g
   l   v 
y 2
l
• Integrando-se duas vezes e aplicando-se as
seguintes condições de contorno:
u
u ( 0)  0 0
y y 

53
Condensação em filme laminar sobre
uma placa vertical
• Tem-se que o perfil de velocidades no filme se
torna:
g l   v  y 1  y  

2 2

u y       
l   2    
• A vazão mássica de condensado por unidade
de largura Γ(x) é dada por
g  l   l   v  3
 x  
3l
54
Condensação em filme laminar sobre
uma placa vertical
• A variação específica de δ pode ser obtida a
partir da conservação de energia em um
elemento diferencial na porção da interface
líquido-vapor e tomando-se algumas
considerações e manipulações subsequentes,
originando:
1/ 4
 4 k l  l Tsat  Ts  x 
( x )   
 g  l  l   v  h fg 
55
Condensação em filme laminar sobre
uma placa vertical
• Uma melhora do resultado anterior para δ(x)
foi feita por Nusselt e Rohsenow, que
mostraram que, com a inclusão dos efeitos de
advecção térmica, um termo é adicionado ao
calor latente de vaporização. Rohsenow
recomendou o uso de um calor latente
modificado:
hfg  h fg  0,68 c p ,l Tsat  Ts 

56
Condensação em filme laminar sobre
uma placa vertical
• O coeficiente convectivo local pode ser
avaliado por
 g l l  v  k hfg 
3 1/ 4
l
hx   
 4 l Tsat  Ts  x 
• Enquanto o coeficiente médio para toda a
extensão da placa é
 g l l  v  k hfg 
3 1/ 4
l
hL  0,943  
 l Tsat  Ts L 
57
Condensação em filme laminar sobre
uma placa vertical
• O número de Nusselt médio possui então a
forma
  l g  l   v  hfg L
1/ 4
hL L
3

Nu L   0,943  
kl  l kl Tsat  Ts  

– Todas as propriedades do líquido são avaliadas à


temperatura de filme, enquanto ρv e hfg são
estimadas à Tsat.

58
Condensação em filme laminar sobre
uma placa vertical
• Os erros associados à relação anterior são
inferiores a 3% para Ja ≤ 0,1 e 1 ≤ Pr ≤ 100.
• O número de Jakob é dado por:
c p ,l Tsat  Ts 
Ja 
h fg
• Dhir e Lienhard mostraram que a expressão
também pode ser utilizada para placas
inclinadas com um ângulo θ com a vertical.
59
Condensação em filme laminar sobre
uma placa vertical
• Para tanto, é necessário que g seja substituído
por gꞏcos(θ), para valores de θ pequenos ou
moderados.
• A expressão também pode ser utilizada para a
superfície interna ou externa de um tubo
vertical de raio R, desde que R >> δ.
• A taxa de transferência de calor total pode ser
avaliada por
q  hL A Tsat  Ts 
60
Condensação em filme laminar sobre
uma placa vertical
• A taxa de condensação total pode então ser
determinada pela relação
q hL A Tsat  Ts 
m  
hfg hfg

61
Condensação em filme turbulento
• Todos os fenômenos convectivos discutidos
anteriormente podem estar presentes na
condensação em filme com escoamento
turbulento.

62
Condensação em filme turbulento
• Número de Reynolds:
4 m 4 l um 
Re  
l b l
– Sendo um a velocidade média do filme e δ a
espessura do filme.
– Para Reδ ≤ 30, o filme é laminar e isento de
ondulações.
– Para 30 ≤ Reδ ≤ 1800, tem-se a formação de
ondulações na superfície do filme de condensado.
63
Condensação em filme turbulento
– Para Reδ ≈ 1800, a transição do escoamento
laminar para o turbulento está completo.
– Para a região laminar isenta de ondulações, tem-se
hL  / g 
2 1/ 3
l
 1,47 Re1/ 3 ; Re  30
kl
– Para a região laminar com ondulações, Kutaleladze
recomenda uma correlação com a forma

hL  / g
l
2
1/ 3


Re
; 30  Re  1800
kl 1,08 Re  5,2
1, 22

64
Condensação em filme turbulento
– Para a região turbulenta, Labuntsov recomenda

hL  / g
l
2

1/ 3


Re 
; Re   1800
kl 8750  58 Prl 
0,5

Re   253
0 , 75

65
Condensação em filme turbulento
– Coeficiente convectivo médio:
Re l hfg
hL 
4 LTsat  Ts 

– O número de Reynolds, por sua vez, pode ser


avaliado pelas seguintes expressões:
• Escoamento laminar, livre de ondulações:
3/ 4
 k L T  T  
Re   3,78  l sat s
 ; Re   30
 1
  l h fg  l2 / g 
 
/ 3

66
Condensação em filme turbulento
• Escoamento laminar, com ondulações:
0 ,82
 3,70 k L T  T  
Re    l sat s
 4,8 ; 30  Re   1800

  l h fg  l2 / g
 1 / 3

• Escoamento turbulento:
4/3
 0,069 k L T  T  
Re    l sat s
Prl  151 Prl  253
0 , 5 0 , 5
; Re   1800
 
  l hfg  l / g
2

1/ 3

67
Condensação em filme sobre
sistemas radiais
• A análise de Nusselt pode ser estendida para a
condensação em filme laminar sobre a
superfície externa de uma esfera e de um tubo
horizontal e o coeficiente convectivo médio
pode ser representado por

 g  l  l   v  k hfg 
3 1/ 4
l
hD  C  
 l Tsat  Ts  D 

– Sendo C = 0,826 para esfera e C = 0,729 para tubo.


68
Condensação em filme sobre
sistemas radiais
• Para uma fileira com N tubos horizontais, tem-
se que o coeficiente convectivo médio (nos N
tubos) pode ser avaliado por

 g  l  l   v  k hfg 
3 1/ 4
l
hD  0,729  
 N l Tsat  Ts  D 

– A redução do coeficiente convectivo com o


aumento de N pode ser atribuída a um aumento na
espessura média do filme em cada tubo seguinte.
69
Condensação em filme sobre
sistemas radiais
– Se a razão comprimento/diâmetro for superior a
1,8∙tan(θ), as equações anteriores podem ser
utilizadas para tubos inclinados, substituindo-se g
por gꞏcos(θ).

70
Condensação em filme no interior de
tubos horizontais
• Para baixas velocidades do escoamento do
vapor como
  v u m ,v D 
Re v ,ent     35.000
 v  ent
– Em que ent se refere à entrada do tubo, Chato
recomenda uma expressão na forma

 g l l   v  k hfg 
3 1/ 4
l
hD  0,555  
 l Tsat  Ts  D 
71
Condensação em filme no interior de
tubos horizontais
– Com o calor latente modificado dado por
3
hfg  h fg  c p ,l Tsat  Ts 
8
– Condensação em filme no interior de tubo
horizontal: (a) baixas velocidades do vapor; (b)
altas velocidades do vapor.

72
Condensação em filme no interior de
tubos horizontais
– Para altas velocidades de escoamento, Dobson e
Chato propõem o uso da seguinte correlação para
avaliar o número de Nusselt local:
hD 0, 4  2,22 
Nu D   0,023 Re D ,l Prl 1  0,89 
0 ,8

kl  X tt 

• Sendo o número de Reynolds avaliado por


4m 1  X 
Re D , l 
 D l

73
Condensação em filme no interior de
tubos horizontais
• A fração mássica de vapor no fluido é dada por
m v
X 
m

• E o parâmetro de Martinelli, correspondente à existência


de escoamento turbulento em ambas as fases líquida e
de vapor:
0,9 0,5 0 ,1
 1  X    v   l 
 
X tt     
 X   l   v 

74
Condensação em gotas
• Tipicamente, os coeficientes de transferência
de calor na condensação em gotas são uma
ordem de grandeza maiores do que os da
condensação em filme.
• Para sistemas de condensação de vapor de
água sobre superfícies de cobre preparadas,
tem-se:
hcg  51.104  2.044 Tsat º C; 22º C  Tsat  100º C

75
Condensação em gotas
– Bem como
hcg  255.510; Tsat  100º C

– As taxas de transferência de calor e de


condensação podem ser avaliadas pelas mesmas
expressões obtidas para condensação em filme
laminar sobre placa vertical.

76

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