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Apostila Direito Tributário2
Apostila Direito Tributário2
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
1.1.1. Leis
Leis são atos normativos aprovados pelo Poder Legislativo através de quorum, seja
qualificado ou por maioria simples.
"Nem se diga, neste ponto, que os tratados internacionais firmados pela União Federal,
porque veiculadores de exoneração tributária, em matéria de ICMS, seriam
inconstitucionais, em face do que prescreve, em cláusula vedatória, o art. 151, III, da
Constituição da República, que proíbe, à União Federal, ‘instituir isenções de tributos da
competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios'.
A vedação constitucional em causa incide sobre a União Federal, enquanto pessoa jurídica
de direito público interno, responsável nessa específica condição, pela instauração de uma
ordem normativa autônoma meramente parcial, inconfundível com a posição institucional
de soberania do Estado Federal brasileiro, que ostenta a qualidade de sujeito de direito
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internacional público e que constitui, no plano de nossa organização política, a expressão
mesma de uma comunidade jurídica global, investida de poder de gerar uma ordem
normativa de dimensão nacional, essencialmente diversa, em autoridade, eficácia e
aplicabilidade, daquela que se consubstancia nas leis e atos de caráter meramente federal.
Sob tal perspectiva, nada impede que o Estado Federal brasileiro celebre tratados
internacionais que veiculem cláusulas de exoneração tributária, em matéria de ICMS, pois
a República Federativa do Brasil, ao exercer o seu treaty-making power, estará praticando
ato legítimo que se inclui na esfera de suas prerrogativas como pessoa jurídica de direito
internacional público, que detém - em face das unidades meramente federadas - o
monopólio da soberania e da personalidade internacional" (Adin 1.600-8-DIj Rei. M.
Sydney Sanches; Rel. para acórdão Min. Nelson Jobim; Trib. Pleno, decisão por maioria de
votos, vencidos os Ministros Sydney Sanches, Carlos Velloso e Marco Aurélio; DJ de 20-6-
2003, Ata no. 19/2003).
1.1.3 Decretos
O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em razão das quais sejam
expedidos (art. 99 do CTN). Não há em nosso sistema jurídico decreto como categoria
normativa autônoma.
Contudo, a lei pode delegar ao Executivo o estabelecimento de obrigações tributárias
acessórias, como, por exemplo, o prazo de escrituração dos livros fiscais, a definição dos
modelos desses livros, a entrega de informações cadastrais etc. Pode, também, a lei
dispor que o prazo de recolhimento de determinado imposto será estabelecido por decreto.
Disso resulta que a multa pecuniária, por exemplo, pode originar-se de descumprimento de
obrigação instituída por decreto.
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A observância pelos particulares dessas normas complementares exclui a imposição de
penalidades, a cobrança de juros e a atualização monetária da base de cálculo do tributo,
nos termos do parágrafo único do art. 100 citado.
O FATO GERADOR
O fato gerador ou "fato imponível", nas palavras de Geraldo Ataliba é a materialização da
hipótese
de incidência, que se opõe à abstraçao do paradigma legal : que o antecede.
Caracteriza-se pela concretização do arquétipo legal (abstrato), compondo, dessa forma, o
conceito de "fato".
• Assim, com a realização da hipótese de incidência, teremos o fato gerador ou fato
jurígeno. É importante enaltecer que da perfeita adaptação do fato ao modelo ou
paradigma legal despontará o fenômeno da subsuncão.
• A partir dela, nascerá o liame jurídico obrigacional, que dará lastro à relação
intersubjetíva tributária.
Obs : Segundo leciona Ricardo Lobo Torres, o tributo deve incidir sobre as atividades
lícitas e, de igual modo, sobre aquelas consideradas ilícitas ou imorais.
Para Luiz Emygdio F. da Rosa Jr., quando a norma jurídica tributária define um dado
paradigma como hipótese de incidência - fato econômico ao qual o direito atribui relevância
jurídica, já está sopesando a situação em si e a capacidade contributiva da pessoa que a
deflagra.
• Nesse passo, o Direito Tributário preocupa-se em saber tão somente sobre a relação
econômica relativa a um determinado negócio jurídico, o que se nota na dicção do art. 118
do CTN.
• Trata-se de dispositivo que abarca um princípio, criado por Albert Hensel e Otmar Bühler,
segundo o qual o tributo non olet, ou seja, o tributo "não tem cheiro" , significando que
toda atividade ilícita deveria ser tributada.
Note-o:
Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:
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I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis,
ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.
• De acordo com o art. 118 do CTN, são irrelevantes, para a ocorrência do fato gerador,
a natureza do objeto dos atos praticados e os efeitos desses atos.
Fato Gerador Pendente: É aquele que indica, o fato cuja conclusão ou consumação pressupõe
uma sequência concatenada de atos, sequência essa que já se iniciou, mas ainda não se
completou, no momento em que uma dada lei aparece, entrando em vigor. Daí se afirmar que,
em seu contexto, uma primeira parte de atos é praticada sob a égide da lei velha, e uma segunda
parte ocorre já sob a égide da lei nova.
• No plano doutrinário, há férteis debates.
Paulo de Barros Carvalho, defende a existência do "fato gerador pendente".
Hugo de Brito Machado, associa tal fenômeno ao IR, mostrando que, se antes do final do
ano-base, quando o fato gerador deste gravame se completa, surgir uma lei não prejudicial
ao contribuinte, esta será aplicada imediatamente, o que configurará o típico caso de
aplicação imediata a fatos geradores pendentes, pois o fato gerador já teria sido iniciado,
mas não estaria ainda consumado, e, sim, pendente.
Em visão oposta, segue Sacha Calmon Coelho, para quem não existe o intitulado "fato
gerador pendente".
O que estará "pendente" é o negócio jurídico ou a situação fática, na qual se traduz
o fato gerador, e não ele próprio.
Este pode ocorrer ou não.
Assim, "ou se tem o fato gerador consumado ou não se o tem".
Na trilha da crítica ao dispositivo, segue Luciano Amaro, para quem o art. 105 teria
vindo endossar a tese de que o fato gerador do IR – para ele, imposto de fato gerador
periódico - enquadrar-se-ia convenientemente na forma típica de um fato gerador
"pendente". Sendo assim, a norma do IR, sendo editada até o final do período anual, em
geral, seria aplicável à renda que se estava formando desde o primeiro dia do período, em
nítida aplicação retro-operante.
• Obs O fato gerador continuado considera-se ocorrido, tal qual o fato gerador instantâneo,
num determinado dia, sem indagar se as características da situação se alteraram ao longo
do tempo, importam as características presentes no dia em que o fato se considera
ocorrido.
Logo, a lei tributária em vigor tem eficácia imediata sobre as relações fáticas nela
previstas., que se concretizem a contar de sua vigência, abarcando as presentes e futuras,
consumadas ou iniciadas.
Com relação aos fatos geradores pendentes, isto é, aqueles que se iniciam na vigência de
uma legislação e se consumam na de outra, o art. 116 do CTN estabelece as condições,
cuja verificação permite considerar ocorridos esses fatos geradores.
Estabelecendo regras especiais de retroatividade das leis tributárias, dispõe o art. 106 do
CTN:
"A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de
penalidade à infração dos dispositivos interpretados;
O inciso I cuida da aplicação retroativa da chamada lei interpretativa que, como o próprio
nome está dizendo, é aquela editada pelo órgão legislativo para proceder a uma
interpretação dita autêntica com o fito de espancar as ambiguidades e as obscuridades.
O inciso II regula as três hipóteses de retroatividade benigna, desde que se trate de ato
não definitivamente julgado, tendo como fonte inspiradora o preceituado no art. 5 o, inciso
XL, da CF e art. 2o e parágrafo único do CP.
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Obs : Embora o CTN. não o diga expressamente, deve-se entender que a expressão ato
não definitivamente julgado compreende o julgamento em ambas as esferas, a
administrativa e a judicial.
3.TRIBUTOS
Definição de Tributo : (art. 3º CTN)
O Tributo possui a natureza jurídica, de uma relação obrigacional, em que o Poder Público
exige do contribuinte o recolhimento de determinado valor, em decorrência de norma jurídica.
b) Tributo Não Vinculado : A hipótese normativa é fato alheio a qualquer atuação do poder
público. ex.: impostos
3.3. Espécies Tributárias : (arts. 145, 148, 149 da CF. c/c. art. 5º e art. 217 CTN)
a) IMPOSTOS : (art. 16 CTN) Tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica. Por isso, costuma-se afirmar que o
imposto é uma exigência, não vinculada, uma exigência cujo fato gerador não se liga a uma
atividade estatal específica relativa ao contribuinte ou por ele provocada.
Características :
- Cobrança geral (fato gerador do tributo é não vinculado)
- Não é contraprestacional ( o imposto não depende de qualquer atuação estatal
específica relativa ao contribuinte)
a) TAXA : (art. 145, II CF c/c art. 77 CTN) Tributo caracterizado por apresentar na hipótese da
norma, uma atividade estatal, direta e especificadamente dirigida ao contribuinte.
Características :
- Cobrança específica fato gerador vinculado a uma atividade estatal específica, relativa
ao contribuinte)
- Vinculado ao serviço público ou ao poder de polícia do Estado.
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b) CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA (art. 145, III CF c/c arts. 81 e 82 CTN.) Arrecadado dos
proprietários de imóveis beneficiados por obras públicas. Tributo que leva em consideração a
realização de obra pública que após sua concretização determine a valorização do imóvel.
c) CONTRIBUIÇÃO SOCIAL : (arts. 149 e 195 CF. c/c art. 217 CTN)
É espécie tributária vinculada à atuação indireta do Estado. Tem como fato gerador uma
atuação indireta do Poder Público mediatamente referida ao sujeito passivo da obrigação
tributária. Tem seu fundamento na maior despesa provocada pelo contribuinte e na particular
vantagem a ele proporcionada pelo Estado. Ex. contribuição previdenciária, contribuição
sindical, FGTS, etc.
- TARIFA : É o preço público pela utilização de serviços facultativos (não compulsórios) que a
administração pública coloca à disposição da população. Ex. telefone (Súmula 545 STF)
- PEDÁGIO : Modalidade de preço público cobrado pela utilização de obras viárias com
características especiais que facilitem o trânsito e o tráfego de veículos e de pedestres, art. 175,
III CF.
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Sem autonomia de vontade Com autonomia de vontade
4. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA :
É o vinculo jurídico em virtude do qual o Estado (sujeito ativo), pode exigir do particular
(sujeito passivo) uma prestação pecuniária (objeto), nas condições previstas em Lei (causa).
- Sujeito Ativo : No pólo ativo da relação, está uma pessoa jurídica de Direito Público,
revestido de capacidade tributária para instituir e cobrar os tributos discriminados na
CF.
- Sujeito Passivo : No pólo passivo da relação jurídica está uma pessoa física ou
jurídica, cuja atuação ou situação, descrita na norma jurídica faz desencadear o
processo de tributação.
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3.1. Obrigação Tributária Principal e Acessória (art. 113 CTN)
Obrigação acessória: é a prestação positiva ou negativa, que denota atos "de fazer" ou
"não fazer", despidos do timbre de patrimonialidade. Assim, o agir ou o não agir, dissociados do
ato de pagar, podem representar obrigações tributárias acessórias ou "deveres instrumentais do
contribuinte". Exemplos:emitir notas fiscais, escriturar livros fiscais,entregar declarações, não
trafegar com mercadoria desacompanhada de nota fiscal, não obstar o livre acesso da
fiscalização à empresa (art. 200 doCTN). Estas últimas, aliás, são exemplos de obrigações
tributárias acessórias negativas ou obrigações de não fazer.
Obs2: O legislador deverá sempre indicar as pessoas que serão responsáveis pelo cumprimento
das obrigações acessórias, conforme os interesses da arrecadação ou da fiscalização dos
tributos.
Obs3: Mesmo nos casos em que o contribuinte ou o responsável não estejam obrigados em
relação à obrigação principal, a acessória subsiste.
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Obs5: Por fim, o descumprimento de uma obrigação acessória faz nascer uma obrigação principal,
com relação à multa. Tal entendimento pode ser extraído da dicção do art. 113, § 3°, do CTN.
c) Aspecto Espacial : Indica explícita ou implicitamente o lugar em que terá de ocorrer o fato
gerador, que deverá situar-se dentro dos limites territoriais a que a pessoa pública tem
competência.
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- Alíquota : É o percentual que incide sobre a base de cálculo para definir o montante do
tributo.
Obs. : Se todos os cinco aspectos estiverem presente em um fato concreto, dizemos que
aquele fato deu origem a uma obrigação tributária.
Alcança todas as pessoas situadas no campo de incidência tributária. Não existe restrições
decorrentes de incapacidade civil ou comercial. (art. 126 CTN)
Obs : Responsabilidade de terceiros, art. 134 CTN.
Em regra, o sujeito passivo pode eleger, a seu critério, o próprio domicílio, onde
responderá pelas obrigações tributárias, art. 127 CTN.
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• § 1°. Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste
artigo, considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da
situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.
• § 2°. A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite ou
dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo,aplicando-se então a regra do parágrafo
anterior.
Segundo o artigo transcrito, é possível assimilar suas regras conforme o esquema abaixo:
1. Regra geral e dotada de precedência: aplica-se o "domicílio de eleição”.
2. Na ausência de eleição: aplica-se o art. 127, I, II e III, do CTN.
3. Na impossibilidade de aplicação dos artigos citados ou na recusa fundada da
Administração quanto ao domicílio de eleição, quando impossibilite ou dificulte a
fiscalização: aplica-se o art. 127§ 1° do CTN., ou seja, o lugar de situação dos bens ou da
ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.
Obs : Para o caso de pluralidade de domicílios nas situações das pessoas jurídicas, salutar
é a lição de Hugo de Brito Machado:
Se a pessoa jurídica tem um único estabelecimento não há dificuldade, pois o local deste é
o domicílio tributativo.
Se tem vários, pode escolher o domicílio, observando o seguinte:
1) A escolha não pode recair em local fora do território da entidade tributante,por
motivos óbvios;
2) No que se refere aos tributos cujo fato gerador se verifica em relação a cada
estabelecimento, como acontece, por exemplo, com o ICMS, a legislação específica
geralmente exclui essa liberdade de escolha, determinando que o domicílio tributário é o
local da sede de cada estabelecimento,que considera, para aquele efeito, contribuinte
isolado;
3) Quanto aos tributos dos quais, como no imposto de renda, o fato gerador é
apurado em relação à empresa, em sua totalidade, prevalece a liberdade de escolha,
limitada, porém, pela regra do § 2° do art. 127 do CTN.
Obs : Para os casos do IPI e do ICMS, havendo matriz e filiais, o princípio da autonomia
do estabelecimento faz de cada filial uma unidade independente.
• Finalmente, com fulcro no inciso III do art. 127 do CTN, "na falta de eleição, pelo
contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma da legislação aplicável,
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considera-se como tal, quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas
repartições no território da entidade tributante".
• Obs : O inciso III do art. 127 afirma, que, inexistindo escolha do sujeito passivo, em sendo
ele pessoa jurídica de Direito Público, será considerado seu domicílio qualquer de suas
repartições no território da entidade tributante.
A disposição pode parecer estranha, mas é possível que pessoas jurídicas de Direito
Público, sejam contribuintes de tributos, cobrados por outras ?
Se uma pessoa jurídica de Direito Público for contribuinte de alguma delas (como as
contribuições previdenciárias, relativamente aos seus empregados, com vínculo regido
pela legislação trabalhista, por exemplo), como seu domicílio tributário, inexistindo escolha
prévia de sua parte, será considerada qualquer de suas repartições, no território da
entidade tributante.
• Obs : Se a eleição não for feita, aplicar-se-ão as regras previstas nos incisos I, II e III do
art. 127 CTN.
• Obs : Não tem guarida o frágil argumento de que "a inviolabilidade do domicílio (CF, art.
5°, XI) traria óbices à fiscalização dos tributos, o que justificaria a recusa fiscal da
residência do contribuinte como seu domicílio fiscal". Trata-se de absurdez, já repudiada
no STJ.
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
Em princípio, o Tributo deve ser cobrado da pessoa que pratica o fato gerador. Nessas
condições surge
o sujeito passivo direto – contribuinte.
Em certos casos, no entanto, o Estado pode ter necessidade de cobrar o tributo de uma
terceira pessoa, que não o contribuinte, que será
o sujeito passivo indireto – responsável tributário.
O responsável (sujeito passivo indireto), vinculo indireto com o fato gerador, por imposição
de lei, obrigado a responder pelo tributo e/ou pela penalidade pecuniária, art. 128 CTN.
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ex. É o caso da fonte pagadora, a quem se atribui a responsabilidade pelo
recolhimento do imposto de renda - o sujeito passivo da obrigação tributária, neste
exemplo, é o empregador. É a denominada responsabilidade colateral ou indireta.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
É o direito subjetivo de que é portador o sujeito ativo de uma obrigação tributária e que lhe
permite exigir o objeto prestacional, representado por uma importância em dinheiro.
Obs : As mudanças experimentadas pelo crédito tributário, do seu nascimento à extinção, não
afetam o vínculo que lhe deu origem, ou seja, não abalam o laço obrigacional, a obrigação
tributária encontra-se inalterada ainda que ocorram modificações no crédito, art. 140 CTN.
Obs : Seguindo a linha do STJ : “O Crédito Tributário não surge com o fato gerador. Ele é
constituído com o lançamento (art. 142 CTN.)”. (REsp. 250.306/DF, 1a. T. rel. Min. Garcia Vieira,
j.06-06-2000).
LANÇAMENTO:
O lançamento está detalhado no art. 142 do CTN, havendo igual menção na parte final do art. 3°
do CTN :
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário
pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a
ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável,
calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a
aplicação da penalidade cabível.
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob
pena de responsabilidade funcional.
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Art.3°. Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
• O art. 142, avoca estudo minuciosa de seu teor. Nele é possível verificar as funções do
lançamento:
Obs :
- O Lançamento tributário é procedimento administrativo (art. 142 CTN);
- O Lançamento é ao mesmo tempo ato constitutivo e ato declaratório, porque ao se formar -
constitui o crédito tributário, dando prerrogativa ao Estado de cobrar, ao mesmo tempo em que
declara formalmente a obrigação tributária do contribuinte.
- O Lançamento é atividade administrativa plenamente vinculada, art. 142, parágrafo único CTN.
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REVISÃO DO LANÇAMENTO : arts. 145 a 146 c/c. art. 149 CTN.
a) Lançamento Direto ou de Ofício : (art. 149, I CTN) É aquele em que existe apenas a atuação
unilateral da autoridade administrativa sem qualquer intervenção do contribuinte, ex. IPTU.
b) Lançamento por Declaração : (art. 147 CTN.) Exige o concurso do sujeito passivo, que
deve por meio de declaração, prestar à autoridade administrativa, todas as informações
necessárias para que a Administração proceda o lançamento, ex. ITR.
c) Lançamento por Homologação : (art. 150 CTN.) Ocorre quando o sujeito passivo ou
terceiro obrigado, calcula e recolhe o tributo devido, antes de qualquer providência do fisco.
Entretanto, este só se completa com a homologação expressa ou tácita da Administração Pública,
ex. ICMS, IPI
Técnica do arbitramento :
O art. 148 CTN, trata da hipótese de arbitramento - ou fiscalização indireta, significando a
adoção, por parte da autoridade lançadora, de sistemática determinante do tributo (ou de sua
base de cálculo), que dependa da aferição do valor ou preço de bens, de serviços, de direitos ou
de certos atos jurídicos.
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Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tem em consideração, o valor ou apreço
de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular,
arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações
ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo
terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória,
administrativa ou judicial.
Obs : Entende a doutrina, que o arbitramento não é uma quarta espécie de lançamento, mas um
critério substitutivo ou uma técnica de tributação indiciária. Sua utilização, adequa-se a
circunstâncias extremadas e excepcionais, baseando-se em indícios tendentes à consecução do
preciso valor da base de cálculo do gravame.
Jurisprudência do STF:
EMENTA: IMPOSTO DE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS. CÁLCULO DE TRIBUTO COM
BASE EM VALOR OU PREÇO DE BENS, DIREITOS, SERVIÇOS OU ATOS JURÍDICOS. O
arbitramento feito pela autoridade lançadora só poderá ser feito mediante"processo
regular"(art.148 CTN),e não por Portaria de efeito normativo, sem exame de cada caso em
particular. Recurso extraordinário conhecido e provido. (RE 72.400/RN, 1 a T., rel. Min.Barras
Monteiro,j. 29-10-1971)
3) No âmbito do IR: Corriqueiro caso de arbitramento tem ocorrido quando a escrituração contábil
não se prestar à verificação, ex: do lucro real.
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Jurisprudência no STJ:
EMENTA:PROCESSUAL CIVIL - IMPOSTO DE RENDA. OMISSÃO DE RECEITA. PRÁTICA
EVASIVA. LEGISLAÇÃO. LUCRO ARBITRADO. DIVERGÊNCIA INTERPRETATIVA. (...) 0 Fisco
está legalmente autorizado a realizar o arbitramento do lucro quando a escrituração contábil não
se presta à verificação do lucro real. (...) (REsp 331.163/PB, 2aT., rel. Min. Francisco Peçanha
Martins, j. 1°-06-2004).
A suspensão do crédito tributário é ato ou fato jurídico que a lei atribui o efeito de sustar,
temporariamente, a eficácia de outro fato ou ato jurídico revestido de executoriedade
(lançamento), não podendo o sujeito ativo exigi-lo ou prosseguir na exigência, enquanto vigorar a
causa suspensiva. Vale dizer que a suspensão atinge apenas a obrigação principal.
Moratória (arts.151 I, e 152 CTN.) : é a concessão, por lei da pessoa jurídica competente para
criar o tributo, de dilatação do prazo estipulado originariamente para o pagamento do tributo.
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A moratória está regulada nos arts. 152 a 155 CTN.
A moratória é uma dilatação legal de pagamento de tributos, submetendo-se ao princípio
da estrita legalidade – art. 97 VI CTN.
Obs. : A lei que cria a moratória pode circunscrever sua aplicabilidade a determinada região do
território da pessoa política que a expedir, ou a certa classe ou categoria de sujeitos passivos.
Obs. : Requisitos Obrigatórios, art. 152 CTN.
Parcelamento : (art. 151, VI CTN) : A Lei Complementar n,104/2001, inseriu o inciso VI no artigo
151 do CTN e assim incluiu o parcelamento dentre as hipóteses de suspensão da exigibilidade do
crédito tributário.
De acordo com o art. 155-A CTN (LC.104/2001), o parcelamento será concedido na forma
e sob as condições estabelecidas em lei especificamente, aplicando-se subsidiariamente as
regras pertinentes à moratória.
Obs. : Salvo disposição de lei em sentido contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui
a incidência de juros e multas.
Obs.: Lei específica disporá sobre o parcelamento dos débitos tributários do devedor em
recuperação judicial. Enquanto não houver lei específica, aplicam-se as regras gerais de
parcelamento de cada ente credor da federação (art. 155-A §§3º e 4º do CTN c/c. art. 68 Lei
11.101/2005 – Lei de Recuperação Judicial e Falência).
Obs. Súmula 112 STJ : “ O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for
integral e em dinheiro”
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São as impugnações e recursos interpostos pelo sujeito passivo em esfera administrativa.
Enquanto perdurar a discussão administrativa, quer em grau de impugnação ou de recurso, o
crédito tributário manter-se-á suspenso, permitindo ao contribuinte a obtenção de certidão positiva
com efeitos de negativa, art. 206 CTN. De igual modo a situação obstará a cobrança judicial do
tributo, por meio da ação de execução fiscal.
1. Pagamento : (arts.157 a 163 e 165 a 169 CTN) É a prestação que o devedor, ou alguém por
ele, faz ao sujeito pretensor da importância correspondente ao débito do tributo.
Obs. : Omitindo-se o legislador ordinário quanto ao prazo de vencimento das obrigações
tributárias, o termo final dar-se-á 30 dias depois de o sujeito passivo receber a notificação do
lançamento, art. 160 CTN.
- Pagamento Indevido : Quem tenha pago tributo indevidamente, dispõe do prazo de 5 anos
para requerer a devolução. (art. 168 CTN.)
a) Do momento em que se deu o pagamento espontâneo;
b) Da data do recolhimento, quando houver erro na identificação do sujeito passivo, da
determinação da alíquota, do cálculo;
c) Da data que se torna definitiva a decisão administrativa ou passada em julgado a
decisão judicial;
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Obs; O contribuinte pode optar pela restituição do valor indevido ou pela compensação, desde
que esta esteja autorizada por lei, art. 170 CTN.
3. Prescrição e Decadência :
A decadência faz caducar o Direito. O prazo decadencial não se interrompe. Em matéria
tributária, decadência é o desaparecimento do direito de lançar, art. 173 CTN.
Prazo decadencial = 5 anos
DECADÊNCIA : O prazo de decadência existe para que o sujeito ativo constitua o crédito
tributário com presteza, não sendo fulminado pela perda do direito de Lançar. A constituição do
crédito tributário ocorre por meio do lançamento, art. 142 CTN, que deve se dar no espaço de 05
anos.
Obs :
a) A decadência atinge o direito subjetivo do sujeito ativo, constante numa relação jurídica
de direito material.
b) a decadência decorre sempre de lei, sendo tratada, com exclusividade, em lei de
normas gerais, ou seja, a lei complementar do CTN, em seu art. 173. Tal entendimento deflui da
leitura do art. 146, III, "b", da CF, tendo sido ratificado pelo teor da Súmula Vinculante n. 8, em
junho de 2008.
c) à decadência, aplicam-se os princípios da legalidade e da segurança jurídica;
d) antes do lançamento somente ocorre a decadência;
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e) ocorrendo a decadência, não se opera a prescrição. Com efeito, "constituído o crédito
tributário pelo lançamento, cessa a cogitação de decadência para iniciar-se a cogitação de
prescrição. Onde termina a primeira, começa imediatamente a segunda, sem qualquer hiato“
Harada.
PRESCRIÇÃO :
Segundo o art. 156, V do CTN, a prescrição é causa extintiva do crédito tributário. Define-
se como fato jurídico que determina a perda do direito subjetivo de ajuizamento da ação de
execução (fiscal) do valor do tributo. Vale dizer que a prescrição, veiculando a perda do direito à
ação, atribuída à proteção de um direito subjetivo e, por isso mesmo, desfazendo a força
executória do credor em razão de sua inoperância, apresenta-se como figura de direito
processual.
Se há prescrição, desaparece o direito de pleitear a intervenção do Judiciário, diante da
falta da capacidade defensiva, que lhe foi retirada em consequência do não uso dela durante
certo interregno, atingido pela força destrutiva da prescrição. Portanto, havendo a prescrição, nula
será a ação executiva (art. 618, I CPC) e extinto estará o crédito tributário (art. 156, V, CTN).
Sabe-se que tal inciso associa a extinção do crédito tributário, concomitantemente,
prescrição e à decadência.
A prescrição, de modo induvidoso, extingue crédito tributário, surgido com o lançamento.O
termo a quo para a contagem do quinquênio prescrional se dá na constituição definitiva do crédito
tributário, art. 174 CTN.
4. Conversão do Depósito em Renda (art. 156, VI CTN). Caso o contribuinte perca a ação
na qual se deu o depósito, o valor é convertido a favor da Fazenda Pública, independentemente
da execução fiscal, art. 2º do Decreto nº. 2.850/98.
5. Transação : Mediante previsão legal, é ato jurídico pelo qual o sujeito ativo e o sujeito
passivo acordam, mediante concessões recíprocas, colocar fim ao litígio.
9.Decisão Administrativa Irreformável : São as decisões administrativas, que não podem mais
ser objeto de ação anulatória, contrárias à Fazenda Pública. O próprio órgão julgador da
Administração, decide que a Fazenda não faz jus ao crédito.
10.Decisão Judicial Transitada em Julgado : Obtida pelo sujeito passivo no judiciário, que não
existe mais possibilidade de recurso pela Fazenda Pública.
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As causas de exclusão do Crédito Tributário são a anistia e a isenção. A exclusão impede
o nascimento do Crédito Tributário (isenção) ou da multa (anistia), mas normalmente não
dispensa o cumprimento das obrigações acessórias.
Obs. : A isenção concedida por prazo certo e em função de determinadas condições não pode ser
revogada nem reduzida, sendo que lei nesse sentido somente produzirá efeitos após o prazo
fixado ou a superação das condições estabelecidas.
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