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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO


FAVENI

OS DESAFIOS DA PRÁTICA DO ENFERMEIRO INSERIDO NO


PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA

DIZABETE

Gioerê – Paraná
2020
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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU


NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO
FAVENI

OS DESAFIOS DA PRÁTICA DO ENFERMEIRO INSERIDO NO


PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA

PAULA ABRANTE LIMA DA SILVA

Artigo científico apresentado a FAVENI como


requisito parcial para obtenção do título de
Especialista em Saúde Pública e PSF para
Enfermeiros.

Goioerê – Paraná
2017
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OS DESAFIOS DA PRÁTICA DO ENFERMEIRO INSERIDO NO


PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA

Paula Abrante Lima da Silva

RESUMO

O presente artigo tem como objetivo promover o debate em torno das contribuições da ludicidade e
da psicomotricidade no desenvolvimento e processo de ensino e aprendizagem de crianças da
Educação Infantil, para tanto, traz uma breve exposição sobre a Educação Infantil e as suas
peculiaridades para, em seguida trazer a importância e a relação entre o lúdico e o movimento nesse
contexto. Trata-se esta produção de uma pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo, construída a
partir de artigos, livros demais documentos disponibilizados na internet. A Educação das crianças de
até seis anos no Brasil, por muitos anos, recebeu por parte de governantes e educadores pouca
importância. No contexto atual, esta vem ocorrendo em ambientes dinâmicos de aprendizagem, onde
a ludopedagogia e a psicomotricidade se tornam poderosos recursos pedagógicos, que oferecem
subsídio não apenas para o desenvolvimento e a aprendizagem infantil mas, ainda, para o
estabelecimento de um espaço afetivo, descontraído, agradável e funcional à fase em que esses
educandos se encontram.

Palavras-chave: Histórias. Criança. Educação Infantil.

1 – INTRODUÇÃO

O presente trabalho de Conclusão de Curso tem como tema a Ludopedagogia


e a Psicomotricidade e parte da importância do emprego de ambos recursos
pedagógicos para a formação da criança que se encontra matriculada na Educação
Infantil uma vez que o jogo, a brincadeira e o movimento são a essência da infância
e utilizá-los como instrumento, nesse contexto poder tonar o ensino e a
aprendizagem mais prazeroso, funcional e permanente (FONTANA, 2012; LOPES,
2013).
Há cada dia maiores evidencias da necessidade da valorização do lúdico e do
desenvolvimento psicomotor nos processos que envolvem o aprendizado das
crianças, em especial, aquelas que se encontram na faixa de zero a seis anos.
Considerando que o educador deve se apropriar dos meios mais eficazes para
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garantir o aprendizado, o desenvolvimento e a permanência mais alegre dos seus


alunos no ambiente educacional, a presente produção pretende responder à
seguinte questão problema: qual a importância do emprego da ludopedagogia e da
psicomotricidade na Educação Infantil?
Justifica-se a importância do estudo do tema pelo fato de que o trabalho
lúdico e psicomotor prevê a construção de uma base indispensável para o
desenvolvimento motor, psicológico, cognitivo e afetivo da criança, o que exige dos
educadores atuantes na Educação Infantil conhecimento científico sobre o tema
para atender as necessidades do educando dessa fase.
O objetivo geral desse trabalho é promover o debate em torno das
contribuições da ludicidade e da psicomotricidade no desenvolvimento e processo
de ensino e aprendizagem de crianças da Educação Infantil. Os objetivos
específicos consistem em, primeiramente, trazer uma breve exposição sobre a
Educação Infantil e as suas peculiaridades para, em seguida, tratar sobre a
ludopedagogia e a psicomotricidade nessa modalidade de ensino.
Trata-se esta produção de uma pesquisa bibliográfica que, para Gil (1991,
p.48), é aquela “ [...] desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos”. No caso da construção do presente
trabalho, foram utilizados artigos, monografias, livros demais documentos
disponibilizados na internet. Consiste esta em uma pesquisa qualitativa a qual,
segundo Chizzotti (2000), supre à necessidade dos profissionais, inclusive da
educação, em buscarem respostas para as questões que envolvem a sua prática.
Em busca de torna-lo mais compreensível, o desenvolvimento deste trabalho
foi organizado em três seções. Na primeira, será evidenciado que a Educação
Infantil, que por muitos anos foi negligenciada pelo Estado Brasileiro, hoje é parte da
Educação Básica e reconhecida em sua relevância para o desenvolvimento e a
formação do educando, sendo que nessa etapa do ensino brincar é o eixo norteador
da prática pedagógica e a relação entre ludicidade, psiquismo e motricidade é
priorizada.
Na segunda seção, a ludopedagogia será apresentada como um método
pedagógico essencial à Educação infantil, que busca tornar o processo de ensino
criativo, descontraído e prazeroso, tornando possível que este ocorra por meio de
ferramentas lúdicas, ou seja, de jogos, brincadeiras e dinâmicas. Na terceira seção a
psicomotricidade será tratada como um recurso educacional tão importante ao
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educando da Educação quanto a ludopedagogia, visto que diversos estudos


comprovam que quanto mais rápido for estimulada motricidade da criança, melhor
será o seu desenvolvimento e desempenho na aprendizagem. Por fim, na
conclusão, serão apresentadas as percepções e conhecimentos proporcionados
pela realização da presente pesquisa, respondendo o porquê do emprego da
ludopedagogia e da psicomotricidade na Educação Infantil

2 - DESENVOLVIMENTO

2.1 Breves considerações sobre o Programa Saúde da Família (PSF)

Trata-se o Programa Saúde da Família (PSF) de um programa implantado


pelo Ministério da Saúde, no ano de 1994, durante o Governo de Itamar Franco,
com a finalidade de proporcionar à população maior acesso ao SUS (Sistema Único
de Saúde), bem como aprimorar as ações de prevenção e promoção da saúde,
ocorridas nesse contexto reorientando, dessa forma, o modelo assistencial a partir
da atenção básica, em atendimento aos princípios do SUS.
A criação desse programa se deu em meio a um contexto histórico e social de
busca por superação do tradicional modelo tecnicista/hospitalocêntrico, focado
apenas no atendimento emergencial ao paciente, geralmente em hospitais, o qual
não atendia mais às necessidades e aspirações da sociedade, que clamava pelo
início de um processo de desospitalização e humanização da saúde pública.
Nas palavras de Rosa e Labate (2005, p. 1028):

[...] o PSF se apresentou como uma nova maneira de trabalhar a


saúde, tendo a família como centro de atenção e não somente
o indivíduo doente, introduzindo nova visão no processo de
intervenção em saúde na medida em que não espera a
população chegar para ser atendida, pois age preventivamente
sobre ela a partir de um novo modelo de atenção.

Sendo assim, com a instituição do PSF, o foco passou a ser o atendimento


preventivo às famílias em seus lares, as quais passaram a ser percebidas em
entendias a partir do seu ambiente físico, social e cultural, caminhando os
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profissionais da saúde, dessa forma, para a superação das técnicas de medicina


curativa, em direção da integralidade da assistência.
Embora esse programa tenha sido formulado no ano de 1994, só teve
condições de ser efetivado no ano de 1998, durante a gestão de Fernando Henrique
Cardoso quando, de acordo com Teixeira (2002), o governo esclareceu que não se
tratava este de mais um programa a ser instalado na rede pública de serviços,
voltado para a prestação de assistência precária à população pobre, mas de um
investimento na atenção primária, a abertura de uma nova porta de entrada no
Sistema Único de Saúde.
No ano de 2006, por meio da portaria nº 648, de 28 de março, o PSF, em
razão da sua expansão por todo o território brasileiro, passou a ser reconhecido,
para além de um programa, como um estratégia de ampliação da atenção primária à
saúde e de incorporação de práticas preventivas, educativas e curativas mais
próximas da realidade e cotidiano da população, em especial, dos grupos mais
vulneráveis, passando a ser denominado como Estratégia de Saúde da Família.
Para Magalhães (2010, p.3):

A Estratégia Saúde da Família no Brasil apresenta-se fundamentada


em uma nova ética setorial que deixa de lado um atual sistema de
prestação de serviços excludente para adotar um modelo assistencial
mais voltado ao benefício de toda a população, atendendo desde
seus problemas mais simples até o encaminhamento dos mais
complexos.

O atual modelo de PSF, focado em uma atenção básica resolutiva e no


integral atendimento aos princípios do SUS, propõe a criação de equipes
multiprofissionais, compostas por, no mínimo, um médico da família generalista, um
enfermeiro, um auxiliar ou técnico de enfermagem e cinco a seis agentes
comunitários de saúde, as quais serão responsáveis pela atenção primária da
população de determinado território, por meio do desenvolvimento de atividades
promoção, proteção e recuperação da saúde. Menciona Brasil (1997) que essa
equipe poderá, ainda, contar com outros profissionais da área da saúde, os quais
poderão incorporá-la de acordo com as demandas e características da população
atendida.
Para Brasil (1997, p.14) as equipes do PSF devem ser capacitadas para:
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conhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis, com


ênfase nas suas características sociais, demográficas e
epidemiológicas-identificar os problemas de saúde prevalentes e
situações de risco aos quais a população está exposta-elaborar, com
a participação da comunidade, um plano local para o enfrentamento
dos determinantes do processo saúde/doença-prestar assistência
integral, respondendo de forma contínua e racionalizada à demanda
organizada ou espontânea, com ênfase nas ações de promoção à
saúde-resolver, através da adequada utilização do sistema de
referência e contra-referência, os principais problemas detectados-
desenvolver processos educativos para a saúde, voltados à melhoria
do autocuidado dos indivíduos-promover ações intersetoriais para o
enfrentamento dos problemas identificados.

A base de atuação dessas equipes são as unidades básicas de saúde porém, a


visita domiciliar, a internação domiciliar e a participa

Com certeza, um desses desafios relaciona-se à necessidade


de se definir o perfil de competências necessário aos profissionais
inseridos no PSF, bem como aos seus processos de formação de
educação continuada e permanente (BOAS etal.,
2008).Otrabalhador vem assumindonovasformas de trabalharem
equipe, com área adscrita e responsabilidade sobre o cuidado e a
vigilância de um número fixo de famílias, bem como metas de
produção fixadas segundo critérios quantitativos (SANTOS,2007).

O enfermeiro no PSF

endo a atenção prestada muito antes da doença ou comorbidade instalada,


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Antes de adentrar ao tema proposto para esta seção, cumpre mencionar que se trata a enfermagem
de uma ciência que se dedica à promoção, manutenção e restabelecimento da saúde do ser
humano. Os profissionais que prestam os serviços de enfermagem se subdividem em três categorias,
a mencionar, o auxiliar de enfermagem, o técnico de enfermagem e o enfermeiro (DELATORRE, 2013;
(TEIXEIRA, 2015; GENTIL, WHITAKER, 2012).

As competências da atuação desses profissionais (auxiliar, técnico e enfermeiro), estão


definidas no Decreto N° 94.406/87, que regulamenta a Lei N° 7.498/86, sobre o exercício profissional
da Enfermagem. De acordo com o artigo 8°, deste dispositivo legal, cabe privativamente ao
enfermeiro, entre outras funções, a prestação de cuidados diretos de Enfermagem a pacientes
graves com risco de vida, a prestação de cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e
que exijam conhecimentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas, o que
inclui os serviços de APH (GENTIL, WHITAKER, 2012).

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BECKERT, E. A.; TRENHAGO, J. Psicomotricidade Infantil: a arte de brincar e


aprender através do lúdico. Psicologado, fev. 2016. Disponível em: <
https://psicologado.com/atuacao/psicologia-escolar/psicomotricidade-infantil-a-arte-
de-brincar-e-aprender-atraves-do-ludico>. Acesso em 01 fev 2017.

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Dispõe sobre as
Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, DF: MEC, 1996.

CHIZZOTTI, A. Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais. São Paulo: Cortez,


2000.

FREITAS, G. Brincar: a linguagem das crianças. Brasilescola. Disponível em: <


http://educador.brasilescola.uol.com.br/orientacoes/brincar-linguagem-das-
criancas.htm>. Acesso em: 01 fev 2017.

FONSECA, V. DA. Da filogênese à ontogênese da motricidade. Porto Alegre:


Artes Médicas, 1988.
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FONTANA, L. M. A importância da psicomotricidade na Educação Infantil.


Monografia. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Medianeira, 2012.

GALVÃO, I. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil.


Petrópolis: Vozes, 1995.

GIL, A. C. Como elaborar projetos da pesquisa-ação. 2ed.São Paulo: Atlas,


2008.

LE BOULCH, J. A Educação Psicomotora: A psicocinética na idade escolar. Porto


Alegre: Artes Médicas, 1983.

LOPES, C. P. A. A ludopedagogia e a manutenção da atenção do aluno.


Monogragia. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Medianeira, 2013.

MARIANO, E.P. DE S. A importância do brincar na visão ludopedagógica no


desenvolvimento infantil. Monografia. Universidade Tecnológica Federal do
Paraná. Medianeira, 2012.

SANTOS, S. M. P. dOS. O brincar na escola: Metodologia Lúdicovivencial,


coletâneas de jogos, brinquedos e dinâmicas. 2 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

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