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FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DE SINOP (FACISAS)

CURSO DE ENFERMAGEM

O MELHOR MOMENTO PARA O BANHO DO RECÉM-NASCIDO

LEDINÉIA GIOVANA DA SILVA

SINOP, MT
2016
LEDINÉIA GIOVANA DA SILVA

O MELHOR MOMENTO PARA O BANHO DO RECÉM-NASCIDO

Trabalho apresentado à disciplina de


Assistência de Enfermagem em Neonatologia,
curso de Enfermagem, 8ª semestre noturno da
Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de
Sinop (FACISAS) para obtenção de nota
parcial 1.
Docente: Claudia Zangrande

SINOP, MT
2016
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.......................................................................................................................2

“EFEITOS DO BANHO LOGO APÓS O NASCIMENTO SOBRE AS ADAPTAÇÕES


TÉRMICA E CARDIORRESPIRATÓRIA DO RECÉM-NASCIDO A TERMO”........3

RESUMO.........................................................................................................................3

ANÁLISE CRÍTICA.........................................................................................................4

CONCLUSÃO........................................................................................................................6

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................7
INTRODUÇÃO

Dentre as manipulações realizadas na rotina hospitalar, o banho é uma atividade da


vida diária que visa a higiene e a proteção do revestimento externo do corpo, estimulando a
circulação geral da pele, proporcionando sensação de conforto e bem-estar (CONCEIÇÃO,
2002).
É de extrema importância para a equipe de enfermagem o conhecimento sobre o
momento ideal para a primeira higienização do Recém-Nascido (RN) visando sua integridade.
Devido a isso, objetiva-se através deste trabalho, conhecer qual o melhor momento para o
banho do RN através da análise crítica do conteúdo de um artigo científico que aborde a
temática.
O artigo escolhido para essa análise intitula-se “Efeitos do banho logo após o
nascimento sobre as adaptações térmica e cardiorrespiratória do recém-nascido a termo” e
obedece aos critérios quanto a menção do banho do RN em seu conteúdo. Primeiramente será
realizado um breve resumo do conteúdo e posteriormente será realizado a análise crítica
comparando com as recomendações do Ministério da Saúde.

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“EFEITOS DO BANHO LOGO APÓS O NASCIMENTO SOBRE AS ADAPTAÇÕES
TÉRMICA E CARDIORRESPIRATÓRIA DO RECÉM-NASCIDO A TERMO”

RESUMO

O artigo escolhido tem como objetivo determinar se o banho dado ao recém-nascido


(RN) logo após o nascimento interfere na transição para a vida extrauterina, especialmente
nas adaptações cardiorrespiratória e na termorregulação através de um estudo retrospectivo
realizado por meio de levantamento de prontuários de RN admitidos na maternidade do
Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) de São Paulo, entre janeiro e março de 2006. Foram
incluídos RN com boletim de Apgar ≥8 no quinto minuto de vida: peso de nascimento
≥2500g; idade gestacional ≥37 semanas e sem malformações congênitas, divididos em dois
grupos: ‘banho’, banhados na sala de parto, e ‘controle’, banhados após a terceira hora de
vida.
As autoras solicitaram aos pais a permissão para realização do banho no RN logo após
o nascimento, ainda na sala de parto, além disso, o RN deveria ser a termo e adequado para a
idade gestacional. A temperatura da sala de parto foi mantida ao redor de 26°C e a da água
entre 36-37°C (aferida por termômetro antes da imersão do RN).
No grupo banho, o banho foi realizado entre 15 e 30 minutos após o nascimento, sem
sabão, de forma que os resíduos de sangue, mecônio e secreções fossem removidos e o vernix
mantido, teve duração média entre cinco e dez minutos, e foi realizado pelo pai e auxiliado
pela enfermeira, em berço de acrílico com água suficiente para imersão do recém-nascido até
o pescoço, de forma a permitir que todo abdome e a parte superior do tórax fossem cobertos
pela água. A seguir, o RN foi secado completamente, envolto em toalhas e mantido ao lado da
mãe em berço aquecido até o término do parto. Após a transferência do bebê para o seu local
de destino, foi mantido em observação sob calor radiante até a terceira hora de vida.
No grupo controle, o recém-nascido recebeu o mesmo atendimento em sala de parto,
com exceção do banho. Após a transferência do bebê para o seu local de destino, o RN
também permaneceu em observação sob calor radiante até a terceira hora de vida, quando foi
realizado o banho pela enfermeira com a mesma técnica e equipamentos descritos acima.

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ANÁLISE CRÍTICA

Ao analisar o conteúdo do artigo que discorre sobre o banho do RN, constata-se que a
preparação do momento do banho para o RN foi adequado de acordo com sua necessidade, e
o não uso de sabão ou sabonete visou a proteção da integridade da pele do RN e a não retirada
do vernix caseoso que serve como proteção e hidratação para a pele do RN. Observa-se
também que a preparação do ambiente realizada pelas autoras quanto a temperatura da sala e
da água facilitou a não perca excessiva de calor do RN durante o banho. Entende-se que
foram seguidas as recomendações do Ministério da Saúde (MS) quanto ao cuidado com a
temperatura e calor, conforme corrobora o trecho “A temperatura do RN está em constante
interação com a do ambiente e, portanto, em constante mudança, por esse motivo, precisa ser
avaliada com frequência e preferencialmente de forma contínua. A perda de calor do RN
depende da temperatura, umidade e velocidade do ar, portando é necessário a secagem
imediata do bebê ao nascer. (BRASIL, 2011).”
Por mais que a realização do banho tenha sido realizada com cuidados com a
temperatura ambiente e a secagem imediata após o banho e não tenha interferido na adaptação
cardiorrespiratória e na temperatura do RN, as autoras não seguiram o tempo ideal
recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que diz que o banho deve ser dado
apenas após 6 horas do nascimento, devido ao risco de hipotermia durante e após o banho.
Procianoy [2012?] diz que o primeiro banho do RN deve ser retardado até ocorrer a
estabilização dos sinais vitais. Não há necessidade de banho imediato após o nascimento e o
vernix caseoso não deve ser totalmente removido. Recomenda-se que a remoção do vernix,
não reabsorvido pelo organismo, seja realizada 24 horas após o nascimento.
As autoras são cientes das recomendações do MS e da OMS, mas tiveram por objetivo
provar que a realização do banho nos primeiros momentos não interfere na saúde e
termorregulação do RN. Diante disso pode-se citar outra recomendação citada por outros
pesquisadores e também aceitas pelo MS que diz que o primeiro banho também pode ser dado
quando a temperatura do neonato estiver estabilizada, em vez de considerar apenas o numero
de horas após o parto como o momento ideal para isso, porém desde que o RN esteja em boas
condições.
As autoras mencionam que o banho nas primeiras horas de vida é prática padrão em
muitas instituições no Brasil devido à preocupação com a possibilidade de transmissão de

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infecções para os profissionais de saúde e familiares através do contato com sangue e
secreções presentes na pele do RN, incluindo, entre outros, os vírus HIV e hepatites B e C.
Nesse caso o Ministério da Saúde recomenda que o primeiro banho deve ser realizado
imediatamente após o nascimento, quando o recém nascido for filho de mãe portadora de
HIV, com o objetivo de remover resíduos maternos e diminuir a exposição do recém-nascido
a estes agentes etiológicos. Deve-se Limpar com compressas macias todo sangue e secreções
visíveis na superfície corporal do RN, logo após o nascimento, e encaminhá-lo imediatamente
para banho em água corrente independentemente da temperatura corporal do RN, sendo
contraindicado o primeiro banho em banheiras pediátricas.

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CONCLUSÃO

Diante dessa análise, conclui-se que observar a estabilidade do RN para realização do


primeiro banho é mais importante do que se atentar apenas ao número de horas determinado.
Um RN estabilizado, em boas condições de vida, pode ser submetido tranquilamente ao banho
de imersão sem que esse procedimento interfira em sua termorregulação. Salvo se, esse
procedimento for realizado de maneira adequada.
Essa análise propiciou maior conhecimento acerca do tema, e reflete nos cuidados que
a enfermagem deve ter com um RN, como a atenção à avaliação da condição da pele, quanto a
sua integridade, estabilidade dos sinais vitais e verificação do ambiente e da água utilizada
para evitar perda de calor.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações


Programáticas e Estratégicas. Atenção à saúde do recém-nascido pré-termo: guia para os
profissionais de saúde. Brasília : Ministério da Saúde, v.4, 2011.
CONCEIÇÃO, J.A.N.; et al. Pediatria básica: pediatria geral e neonatal. 9 ed. São Paulo:
Sarvier. p. 113-117, 2002.
PROCIANOY, R.S. Cuidados de higiene com a pele do recém-nascido a termo (0 a 30 dias)
1ª Painel Latino Americano. Cuidados com a Pele Infantil. São Paulo: Limay editora. v.1,
n.2, p. 4-8, [2012?].
PUGLIESI, V.E.M.; et al. Efeitos do banho logo após o nascimento sobre as adaptações
térmica e cardiorrespiratória do recém-nascido a termo. Revista Paulista de Pediatria. v.27,
n.4, p.410-415, 2009.

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