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ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DE FAFE

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL, DOMÍNIO COGNITIVO-


MOTOR

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UNIDADE CURRICULAR:
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E COMUNICAÇÃO
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Trabalho elaborado por:

Cândida do Sameiro de Magalhães Borges Azevedo Alves, Nº 29036

ANO LETIVO 2013/2014


CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL, DOMÍNIO COGNITIVO-MOTOR

Unidade Curricular: Dificuldades de Aprendizagem e Comunicação

Discalculia

Este é um distúrbio que encontra a sua incidência no domínio da matemática, manifestando-se


na capacidade aritmética (cálculo) e na simbolização numérica.
Romagnoli (2008 como citado em Coelho, 2013) faz uma correspondência entre o grau de
maturidade neurológica e o grau de discalculia, referindo que os mesmos se podem associar.
Assim, aponta como grau leve, os casos em que a criança discalcúlica reage de forma
favorável à intervenção terapêutica; como grau médio, situações correspondentes ao quadro
da maioria daqueles que evidenciam dificuldades específicas na área da matemática e como
grau limite, quando é detetada uma lesão neurológica, provocada por traumatismos que
originam um défice intelectual.
Serra, Nunes e Santos (2007, p.16), baseando-se em alguns referenciais da psicologia clínica,
descrevem diferentes níveis e tipos de discalculia: a primária, que, geralmente, tem origem
numa lesão cerebral, resultando em problemas específicos e exclusivos de cálculo; a
secundária, que estando associada a outros transtornos (linguagem, orientação espácio-
temporal e baixo raciocínio), caracteriza-se por um distúrbio que conduz a comprometimentos
na resolução de operações e na utilização da simbologia numérica; a disaritmética, que se
traduz em graves dificuldades na compreensão dos mecanismos da numeração, na realização
de cálculos mentais e operações básicas, na retenção da linguagem matemática e na resolução
de problemas; e a espacial, cujas dificuldades se espelham na sequencialização e ordenação
dos números.
Na intervenção junto do aluno com discalculia, é fundamental, em primeiro lugar, a
sensibilização do mesmo para a importância que o uso da matemática possui no dia a dia
(funcional), de forma a que se sinta motivado para novas aprendizagens.
A qualidade da relação que se cria entre o aluno e quem o orienta é também imprescindível
para que o processo se torne mais eficaz. Neste sentido, Coelho (2013), refere que ao
educador compete programar atividades que possibilitem o sucesso e que promovam a sua
autoestima. Aconselha ainda o recurso a jogos que permitam a observação e a manipulação de
materiais concretos (ex. sólidos geométricos), com o intuito de que a criança apreenda
determinadas noções. A mesma autora (2013), defende o uso da máquina de calcular e a
consulta da tabuada, dado que os discalcúlicos normalmente apresentam défices de
memorização.
Antunes (2009) acrescenta que o ensino individualizado poderá ser favorável e necessário em
determinadas situações, deixando algumas sugestões passiveis para a intervenção: ler em voz

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Unidade Curricular: Dificuldades de Aprendizagem e Comunicação

alta os enunciados dos problemas; permitir a utilização dos dedos para contar; utilizar
material visual (ex. desenhos, gráficos) para melhor compreender a natureza dos problemas; e
exemplificar com problemas colhidos do quotidiano.

Antunes, N. L. (2009). Mal-entendidos – Da hiperatividade à síndrome de asperger, da


dislexia às perturbações do sono. As respostas que procura. Lisboa: Verso de Kapa.

Coelho, D. T. (2013). Dificuldades de aprendizagem específicas – dislexia, disgrafia,


disortografia e discalculia. Porto: Areal Editores.

Serra, H., Nunes, G. & Santos, C. (2007). Avaliação e diagnóstico em dificuldades específicas
de aprendizagem. Porto: Edições Asa.

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