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PIC – Pedagogia

Alun@: Edilene Negreiros da Silva


RGM: 22927441
Polo: Lorena
Tutor: Daniela Gonçalves de Oliveira

Título da sua atividade/unidade


Atividade 1: Dona Jacira está muito contente porque hoje é o dia de sua formatura na turma de
alfabetização do Centro Comunitário. Finalmente aprendeu a ler e escrever. Quando tinha 7
anos, o pai não a deixou ir à escola, disse que isso só servia pra escrever cartinhas para
namorados. Ela precisava ajudar a mãe na cozinha da fazenda onde trabalhavam e em 1950, o
pai dizia que pretos e pobres não precisam de escola. Porém, as coisas mudaram e dona Jacira
precisou morar na cidade, onde leitura e escrita eram muito importantes e ela dependia de outras
pessoas para fazer coisas muito simples, como tomar um ônibus. Agora, mesmo idosa, seria
mais independente do que nunca.
Analisando as mudanças que ocorreram na sociedade brasileira a partir da década de 1950,
explique as razões pelas quais crianças abandonavam a escola em décadas anteriores e por que
questões que envolvem as desigualdades de gênero e étnico-raciais, como o fato de dona Jacira
ser mulher, negra e pobre, podem ter sido motivações para a sua saída da escola.

Por volta de 1920 cerca de 74,2% das crianças do estado de São Paulo eram analfabetas,
dentre as principais razões se destaca: a proibição de frequentarem o ambiente escolar. Muitas
crianças e adolescentes eram impedidas de irem a escola devido a ignorância dos pais que
muitas vezes não sabiam o quanto a educação poderiam mudar a vida dos filhos. As meninas
tinham que ajudar nos afazeres domésticos, pois antigamente se tinha uma ideia de que as
meninas precisavam aprender as tarefas de casa e cuidar dos irmãos mais novos, e os meninos
por sua vez precisavam ajudar os pais na lida com o trabalho no campo. .
Em 1930 Getúlio Vargas surge prometendo grandes mudanças para o Brasil, visando
uma educação pública e de qualidade para todos, criou o Ministério da educação. Porém mesmo
com esses esforços a grande massa da população trabalhista continuava não tendo acesso a uma
educação de qualidade, que se diferenciava e muito da educação elitista.
Em meados de 1950 em uma sociedade com grandes diferenças econômicas e regionais,
os índices de analfabetos eram muito maiores no Norte e Nordeste, e na zona rural onde viviam
cerca de 60% das pessoas. No final dos anos 50 metade das crianças já estavam fora do sistema
escolar. Ainda que a função do ensino primário fosse a simples alfabetização, ele não cumpria
o seu objetivo.
Cerca de 10 milhões de jovens brasileiros com idade de 14 a 29 anos abandonaram a
escola antes de se formarem na educação básica, cerca de 71% desses jovens são pretos ou
pardos. A grande maioria relata terem abandonado os estudos para trabalharem.
Ao longo das décadas sabemos que a educação tem sido tratada sempre como um fator
secundário no Brasil. No Anuário de Competitividade Mundial 2020, o Brasil ocupou o último
lugar no fator educação. Essa queda se dá pelo pouco investimento nos estudantes, professores
incapacitados e uma evasão escolar absurdamente grande. De acordo com pesquisas do IBGE
(Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia) cerca de 4 a cada 10 jovens não concluíram o
ensino médio, seja porque evadiram ou porque nunca chegaram a frequentar a escola. O que
mais se espanta é que esta é uma situação recorrente de várias décadas.
Diante de tal cenário faz-se necessário identificar os fatores políticos, sociais e culturais
que acabam promovendo a exclusão escolar, contribuindo para ser estabelecido possibilidades
de combate a falta dessas crianças e adolescentes na escola. Considerando a possibilidade da
violação dos direitos da criança e do adolescente dentro e fora do ambiente escolar denunciando
assim o não cumprimento do que está previsto na Constituição Brasileira de 1988 e na
declaração Universal dos Direitos Humanos.

Referências

GOLDEMBERG, José. O Repensar da Educação no Brasil. www.scielo.br. Disponível em:


<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141993000200004>.
Acesso em 06 de abril de 2021.

OLIVEIRA, Eliada. Quase 4 a cada 10 jovens não concluíram o ensino médio apontam
levantamento. Folha de S. Paulo, São Paulo, 17 de dezembro de 2018. Disponível em:
<https://g1.globo.com/educacao/noticia/2018/12/18/quase-4-em-cada-10-jovens-de-19-anos-
nao-concluiram-o-ensino-medio-aponta-levantamento.ghtml>. Acesso em: 26 de abril de 2021

Mulheres brasileiras, educação e trabalho. Disponível em:


http://www.fcc.org.br/bdmulheres/serie3.php?area=series. Acesso em: 22/02/2015.

XAVIER, LIBÂNIA. “História da História não ensinada na Escola: História da Educação". In:
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ALAMINOS, C. Evasão escolar na adolescência: necessidade ou ideologia? I Simpósio
Internacional do Adolescente. Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Maio,
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BARRETO, A. R.; CODES, A. L. e DUARTE, B. Alcançar os excluídos da educação básica:


crianças e jovens fora da escola no Brasil. Série Debates ED, n. 3. UNESCO, 2012. Disponível
em:. Acesso em: 20/05/2015

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:


Senado Federal. BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nº
9394/96. Brasília: 1996.

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