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O ensino do handebol através do método parcial


Heloisa Helena Baldy dos Reis1

Todos os conteúdos de qualquer área do conhecimento pode ser


transmitido de diversas maneiras que são denominadas em educação como
métodos de ensino.
Este texto trata o handebol como um conteúdo clássico da cultura
corporal, portanto um conteúdo tradicional principalmente da Educação Física
escolar. Entendemos também que o ensino dos esportes coletivos não se
restringem ao âmbito escolar, pois há várias instituições de educação não
formal ou mesmo instituições de outra natureza que se dedicam ao ensino de
esportes. O texto tratará especificamente do ensino do handebol utilizando-se
do método parcial e em qualquer ambiente, pois no que tange ao método de
ensino este pode ser aplicado em qualquer instituição que se proponha a
ensinar o handebol.
Os professores e os autores que optam pelo ensino através do método
parcial acreditam que os conteúdos esportivos da Educação Física devem ser
ensinados por etapas a partir do ensino fragmentado dos fundamentos dos
esportes – através da seriação de exercícios que seguem o princípio da
complexidade por níveis, para após o domínio dos gestos técnicos específicos
de cada fundamento o jogo propriamente dito ser vivenciado (praticado).
A literatura específica da área2 até meados da década de 1990 não fazia
menção a uma continuidade no processo de ensino-aprendizagem do método
parcial em direção a aquisição de conhecimentos sobre as táticas individual,
grupal e coletiva. Normalmente a produção da área apresentava o ensino do

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Profa. Dra. Da Unicamp – Faculdade de Educação Física.
2
Sobre o tema consultar Reis (1994).
2

esporte específico mencionando os seus fundamentos e exemplificando com


exercícios de como ensiná-lo, além de apresentarem justificativas limitadas e
questionáveis para os dias atuais, referente às restrições orgânicas da pratica
de determinadas atividades físicas para crianças e adolescentes do sexo
feminino, o que servia apenas para a criação de mitos e preconceitos3.
A intenção desse texto é apresentar o método parcial, situar alguns
conceitos e diferenciar a nossa opção metodológica no ensino do handebol,
porque ainda hoje, a opção pelo método parcial no ensino do handebol é
predominante na maioria dos cursos de licenciatura em Educação Física, o que
nos permite deduzir que possivelmente muitos profissionais continuam tendo
apenas este modelo de ensino para os esportes coletivos e especificamente
para o handebol. Todos os métodos de ensino tem vantagens e desvantagens
em adotá-los, o importante é ter consciência dos objetivos a atingir e
conhecermos as necessidades e características de cada faixa etária, e optarmos
por um método de ensino que leve nossos alunos a atingir os objetivos
almejados de forma eficiente e respeitando as características bio-psico-social
de cada grupo social. O fundamental para a boa docência é a consciência
através do conhecimento de qual método adotarmos em função dos objetivos
que temos. Porém, a opção de ensino de qualquer conteúdo através de um
determinado método está embuída de uma determinada visão de educação e de
sociedade a qual nos dará elementos para a construção do projeto de ensino
que será sempre um projeto político-pedagógico.
Particularmente, apoiada nos estudos da pedagogia do esporte que são
baseados no novo conceito de treinamento esportivo aderimos o ensino de
handebol através de outro método de ensino-aprendizagem-treinamento

3
Sobre o tema dos mitos e preconceitos em relação a pratica esportiva feminina ver Reis (1996) e Lessa
(2003).
3

diferente do método parcial, porém este trabalho irá abordar apenas o método
parcial, pois nosso objetivo é contextualizá-lo na produção da área e
apresentar meios didáticos para a utilização do mesmo, delineando os limites e
as vantagens deste método ainda hegemônico na área de Educação Física.
Alertamos os nossos leitores para a necessidade de se ensinar os
esportes coletivos em geral e especificamente o handebol visando a
aprendizagem do jogo propriamente dito para que os indivíduos caso não
optem por uma carreira de atleta possam ter os conhecimentos necessários
para a vivência dos jogos coletivos esportivizados como possibilidades de suas
atividades de lazer, tanto no âmbito da vivência como da fruição (assistência),
porém que nesta última forma eles tenham conhecimentos específicos para
que os alunos tornem-se espectadores ativos4.

1. Conteúdos do handebol

Os conteúdos específicos do handebol podem ser classificados em:


progressões, fundamentos, táticas individuais ofensivas, táticas individuais
defensivas, táticas coletivas ofensivas, táticas coletivas defensivas, os postos
específicos ofensivos e os postos específicos defensivos. Porém as propostas
didáticas do método parcial apresentam apenas os fundamentos e as
progressões, como conteúdos do handebol.
Progressões – são quase todos os deslocamentos feitos com ou sem a
posse da bola. Com a posse da bola ele pode ser realizado através de um, dois
ou no máximo três passos em qualquer direção ou mesmo sem deslocamento.
Lembramos que um passo no handebol é dado toda vez que levanta-se um dos
pés do chão e se torna a colocá-lo (apoiá-lo).

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Conceito de Dumazedier.
4

2. Os fundamentos do handebol

São movimentos fundamentais dos jogo coletivo esportivizado,


denominado handebol, que são executados segundo um determinado gesto
técnico que é a forma “correta” de execução de um movimento específico,
descrito biomecanicamente. Por exemplo: O gesto técnico do passe de ombro
no handebol – é a execução desse tipo de passe com o menor desperdício de
energia, com a maior rapidez e velocidade, portanto com maior eficácia.
A seguir descreveremos os diversos fundamentos do handebol.
Empunhadura – é a forma de segurar a bola de handebol com uma das
mãos. A mesma deve ser segurada com as falanges distais dos cinco dedos
abertos e com a palma da mão em uma posição ligeiramente côncava.
Observações: os dedos devem abarcar a maior superfície possível da bola, os
dedos devem exercer uma certa força (pressão) na bola para que ela esteja
bem segura. Sendo que a pressão exercida pelos dedos polegar e mínimo é
muito importante para o êxito da empunhadura.
Recepção – Deve ser feita sempre com as duas mãos paralelas e
ligeiramente côncavas voltadas para frente. Recentemente os atletas utilizam-
se comumente também da recepção com uma das mãos. Então, apesar da
literatura específica sobre o método parcial haver considerado esse uso
habitual recente como um erro, a prática atual e sua eficiência em diversas
situações tem nos dado os elementos necessários para indicarmos o ensino e
treinamento da recepção com uma das mãos como um elemento necessário
para o jogo de handebol. A recepção pode ser classificada em: alta, média e
baixa dependendo da altura que a bola seja recepcionada.
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Passes – São movimentos que permitem a bola ir de um jogador a


outro, desta forma ele necessita sempre da interdependência de no mínimo
duas pessoas. Os tipos de passes podem ser classificados da seguinte maneira:
Passes acima do ombro: podendo os mesmos serem realizados em função da
trajetória da bola para frente ou oblíquo, ambos podem ser: retificado ou
bombeado.
Passes em pronação: lateral e para trás.
Passes por de trás da cabeça: lateral e diagonal.
Passes por de trás do corpo: lateral e diagonal.
Passe para trás: na altura da cabeça com extensão do pulso.
Passe quicado: quando a bola toca o solo uma vez antes de ser recepcionado
pelo companheiro, nesse tipo de passe a bola é atirada ao solo em trajetória
diagonal.
Greco & Ribas (1998) apresentam o passe em trajetória parabólica, porém
estes autores não fazem parte do grupo de autores que sugerem o ensino do
handebol pelo método parcial.
Nem todos os passes acima descritos foram apresentados pela literatura
específica do método parcial do ensino do handebol. A literatura apresentava
até meados de 1990 apenas os seguintes tipos de passes no handebol: acima do
ombro, por trás da cabeça – sem as classificações em função de trajetórias, por
trás do corpo – também sem as classificações em função de trajetórias e o
passes quicado. A respeito do passe de ombro, a literatura não incluía os
passes retificado e bombeado como uma variação do passe de ombro.
Arremesso – É um fundamento realizado sempre em direção ao gol. A
maioria dos arremessos podem ser denominados “de ombro” e seguem
basicamente a mesma descrição de movimento a seguir – a bola deve ser
empunhada, palma da mão voltada para frente, cotovelo ligeiramente acima da
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linha do ombro, a bola deve ser levada na linha posterior a da cabeça e no


momento do arremesso ser empurrada para frente com um movimento de
rotação do úmero.
Os arrremesos podem ser classificados em função da forma de execução:
Com apoio – significa que um dos pés do arremessador ou ambos esteja(m)
em contato com o solo.
Em suspensão – significa que no momento do arremesso não há apoio de
nenhum tipo do arremessador com o solo.
Com queda – significa que após a bola ter deixado a mão do arremessador, o
mesmo realiza uma queda, normalmente a mesma se dá dentro da área
adversária e de frente – arremesso bastante comum entre os pivôs e
eventualmente entre os pontas.
Com rolamento – significa que após a bola ter deixado a mão do
arremessador, o mesmo realiza um rolamento, na maioria das vezes um
rolamento de ombro. Este tipo de arremesso é mais comum entre os pontas5 e
eventualmente por pivôs.6
Drible – É o movimento de bater na bola contra o solo com uma das
mãos estando o jogador parado ou em movimento.
Ritmo Trifásico – (conhecido entre os atletas como “3 passadas”) é
considerado pela literatura específica do método parcial como um fundamento
onde o jogador dá três passos para a frente e em direção a meta adversária
com a posse da bola.
Duplo Ritmo Trifásico – (conhecido entre os atletas como “dupla
passada”) é considerado pela literatura específica do método parcial como um

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Por alguns profissionais denominados de alas.
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Observamos no Campeonado Mundial Juniores Masculino de 2003, realizado em Foz do Iguaçu, o desuso
deste tipo de arremesso. Em âmbito de campeonatos internacionais houve nas últimas décadas um incremento
nos arremessos com apoio.
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fundamento onde o jogador dá “sete” passos com a posse da bola, sendo


obrigatoriamente realizados para a frente, da seguinte forma: os três primeiros
passos são dados com a posse da bola imediatamente após ter recebido a
mesma e simultaneamente na execução do quarto passo o jogador terá que
quicar a bola no solo uma vez, tornar a empunhá-la e dar mais três passos com
a bola dominada. Ao final do sétimo passo ele terá obrigatoriamente que
passar ou arremessar a bola. A literatura indica que o primeiro passo deverá
ser executado com a perna contrária ao braço que realizará o arremesso.

3. O método parcial na fase inicial do processo de ensino-aprendizagem-


treinamento do handebol
Até meados da década de 1990 a literatura sobre os jogos coletivos
esportivizados (esportes coletivos) era baseada no princípio analítico-sintético
que apresentava como seu principal método de ensino dos esportes coletivos o
método parcial. Este surgiu das experiências positivas dos treinamentos de
esportes individuais como o atletismo e a natação.
Na época foi a principal proposta de ensino dos jogos coletivos
esportivizados, baseando-se no princípio analítico-sintético os autores e
estudiosos da área passaram a descrever como deveria ser o ensino dos
esportes coletivos. A lógica da proposta partiu da fragmentação dos gestos
técnicos do jogo, dividindo-os em partes (fundamentos) e cada uma deles
subdividos em movimentos mais simples, desta forma um passe no handebol
(por exemplo) deve ser ensinado após o domínio da empunhadura e
observando o posicionamento correto de ombro, braço, ante-braço e mãos,
assim como o posicionamento das pernas no momento de execução do
mesmo. Para que o aluno atingisse a performance sugeriu-se um aprendizado
por partes e etapas
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... com exercícios que apresentam uma divisão dos gestos


técnicos, das técnicas, da ação motora em seus mínimos
componentes. O aluno conhece, em primeiro lugar, os
componentes técnicos do jogo através da repetição de
exercícios de cada fundamento técnico, os quais são logo
acoplados a séries de exercícios, cada vez mais complexos e
mais difíceis; à medida que a ajuda e a facilitação diminuem,
gradativamente aumenta a complexidade e a dificuldade das
ações. À medida que o aluno passa a dominar melhor cada
exercício, passa-se a praticar uma nova sequência. Estes
movimentos já dominados passam a ser integrados em um
contexto maior, que logo permitirão o domínio dos
componentes básicos da técnica inerente ao jogo esportivo, na
sua situação do modelo ideal, orientado ao gesto do campeão,
realizando-se, desta forma, o processo de ensino-
aprendizagem-treinamento do esporte (Greco, 1998, p. 41).
As aulas ou treinamentos baseados neste tipo de método sempre
começam com um aquecimento e na sequência é apresentado normalmente
pelo professor o exercício que deve ser feito e repetido até o seu domínio, ao
comando também do professor outras propostas de exercícios vão sendo
apresentadas por ele. A vivência do jogo propriamente dito fica restrita a
alguns minutos finais da aula ou treino, onde são avaliados os gestos técnicos
ensinados até o momento. O jogo pode aparecer também em muitos casos
como um momento de descontração, pois as séries de exercícios muitas vezes
são monótonas e desmotivantes, e nesse caso o jogo livre seria uma forma de
“premiação” aos alunos.
Na fase iniciação do processo de ensino-aprendizagem-treinamento do
handebol não apontamos vantagens (de um modo geral) do uso deste método
porque ele não contribui para a formação do “jogador inteligente” e restringe-
se apenas a aquisição de gestos técnicos específicos por meio da repetição de
movimentos até alcançar-se sua automatização, isso em uma idade em que as
crianças deveriam vivenciar o jogo tanto pelas características da infância
como pela possibilidade na aquisição de conhecimentos táticos do jogo
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coletivo (ainda não específicos de um único esporte) que serão


importantíssimos nas fases subsequentes do processo de ensino-
aprendizagem-treinamento.
O novo conceito de treinamento esportivo prevê o aprimoramento da
técnica específica apenas entre as fases de direção e especialização (Greco,
1998, p. 77). Então, nesta fase, os exercícios sugeridos no método parcial
poderiam ser bons exemplos no aperfeiçoamento da técnica específica do
esporte ensinado.
Porém, é indiscutível que o método parcial: 1. aperfeiçoa a técnica; 2.
facilita a aprendizagem das técnicas por meio da fragmentação dos
movimentos e pelos níveis de dificuldade; 3. facilita o domínio dos
fundamentos pela repetição e automatização dos gestos. No entanto, ele
também cria limites como: 1. inibe a criatividade; 2. favorece a imitação; 3.
determina as ações; 4. não permite o aprendizado tático do jogo; 6. desmotiva
a criança, que é especialista em brincar e fica submetida desde muito cedo a
exercícios mecânicos.

4. Proposta de atividades para o ensino do handebol baseada no método


pacial7
A seguir apresentaremos algumas sugestões de exercícios para o ensino
do handebol (dos fundamentos) na “iniciação” do handebol seguindo o
princípio analítico-sintético do método parcial. Neste método a principal
referência para os exercícios é o aumento do nível de dificuldade e
complexidade dos exercícios subsequentes. Além de que as formas defensivas
e ofensivas do jogo são vivenciadas apenas depois de os alunos dominarem
todos os fundamentos. Às vezes, alguns jogos são propostos ao final da aula
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combinando mais de um fundamento. Porém, a literatura sugere que o ensino


do handebol seja feito por etapas e cabe aos professores ensinarem “na
iniciação” apenas os fundamentos para depois nas fases subsequentes que
seriam a “especialização e o treinamento” ensinarem as outras formas do jogo
que na literatura atual seria os elementos técnico-táticos do handebol. Esta
forma de ver o ensino de um esporte coletivo já foi superada pela produção
científica da área que compreende atualmente o ensino dos jogos coletivos
esportivizados como um processo de ensino-aprendizagem-treinamento.
Para iniciar o ensino de qualquer fundamento com os alunos a literatura
diz que é necessário que o professor ou técnico inicialmente explique o que é
cada um deles e demonstre qual é a forma correta para realizá-lo.

EMPUNHADURA

Exercício 1: Empunhadura Individual


Descrição:
Posição Inicial: Todos os jogadores, livres pela quadra, com bola na mão.
Tarefa: Segurar a bola de forma correta, onde a superfície de contato é
realizada pela superfície dos dedos e pela face palmar média da mão.
Variações:
9 Para elevar o nível de complexidade, o aluno deve passar a bola de uma
mão para a outra, sem que esta bola escape.
9 Utilizar duas bolas, uma em cada mão.

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Os exercícios foram elaborados por Vanessa Quintana Gomes sob orientação de Heloisa H. B. dos Reis.
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Exercício 2: Empunhadura em Duplas


Descrição:
Posição Inicial: Em duplas, os jogadores posicionados um frente para o outro,
com os braços estendidos a frente do ombro, a uma distância de no máximo 1
metro. Os dois jogadores segurando a mesma bola, utilizando o exercício da
empunhadura.
Tarefa: Cada jogador deve utilizar a força na realização da empunhadura para
conseguir puxar a bola. Caso algum jogador consiga puxar, retornar ao início
do exercício para realizá-lo novamente.
Variações:
9 Utilizar o braço estendidos a frente do abdômen.
9 Criar novas posições para o braço que irá realizar a empunhadura.

PASSE/RECEPÇÃO

Exercício 1: Passe acima do ombro na parede


Descrição:
Posição Inicial: O exercício será realizado individualmente, ficando o jogador
de frente para a parede, a qual realizará o passe.
Tarefa: Lançar a bola contra a parede e recebê-la novamente. Neste momento
o professor deve individualmente realizar correções, principalmente sobre a
posição do cotovelo, que deve estar ligeiramente acima da linha do ombro.
Variações:
9 Realizar o passe com ambas as mãos, notando a diferença entre as duas.
9 Realizar neste mesmo exercício o passe picado, onde a bola deve bater no
solo, depois na parede e retornando à mão do jogador logo em seguida.
9 Determinar alvos na parede (círculos desenhados) para treinar a precisão do
passe.

Exercício 2: Passe acima do ombro em duplas


Descrição:
Posição Inicial: O exercício será realizado em duplas. Os jogadores devem se
posicionar de frente, um para o outro, à uma distância de aproximadamente
quatro metros.
Tarefa: Realizar o passe para o outro jogador e recebê-la novamente. Neste
momento o professor deve individualmente realizar correções, principalmente
sobre a posição do cotovelo, que deve estar ligeiramente acima da linha do
ombro. Como o passe ainda não estará sendo realizado com perfeição, é
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interessante abordar as formas de recepção, para que o aluno a realize,


independente da posição em que ela for recebida (alta, média e baixa).
Variações:
9 Realizar uma série de passes com a mão direita e outra série com a mão
esquerda, notando a diferença entre as duas.
9 Realizar neste mesmo exercício o passe quicado, onde a bola deve bater no
solo.
9 Aumentar a distância entre a dupla.
9 Determinar o local onde a bola deve ser recepcionada.

ARREMESSO

Exercício 1: Arremesso com apoio parado


Descrição:
Posição Inicial: Todos os jogadores parados e espalhados atrás da linha de seis
metros, de frente para o gol, sem goleiro.
Tarefa: Um aluno de cada vez deve arremessar a bola para o gol.
Variações:
9 Determinar o local para a realização do arremesso (exemplo: ângulo
superior esquerdo).
9 Cinco alunos com uma bola distribuídos atrás da linha de seis metros (nos
postos específicos ofensivos de pontas e armadores), ao sinal do professor ou
técnico, todos devem arremessar a bola ao mesmo tempo.
9 Utilizar uma seqüência, onde cada jogador arremessa por vez, utilizando
assim o goleiro.
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Exercício 2: Arremesso com apoio com deslocamento


Descrição:
Posição Inicial: Uma coluna de jogadores nas posições do armador central,
cada jogador com uma bola.
Tarefa: Realizar o arremesso, de forma livre, sem cobrar o ritmo trifásico. O
arremesso pode ser realizado entre os nove e seis metros. Neste momento o
professor pode corrigir a posição do cotovelo, bem como do pé de apoio no
chão, que deve ser contrário ao braço de arremesso.
Variações:
9 Realizar arremessos alternando os braços.
9 Determinar o local que a bola deve atingir o gol (determinado pela divisão
do gol em partes)
9 Aumentar a distância do arremesso, em relação ao gol.

Exercício 3: Arremesso em suspensão


Descrição:
Posição Inicial: Três filas nas posições de armador central, armador esquerdo
e armador direito.
Tarefa: Cada jogador deve realizar o arremesso em suspensão. Neste momento
o professor não deve interferir na forma de deslocamento do jogador (drible,
ritmo trifásico). Ele apenas deve realizar as correções no apoio do pé que irá
impulsionar o jogador para o arremesso em suspensão.
Variações:
9 Utilizar um cone (deitado) para o jogador pular durante a fase aérea do
arremesso em suspensão.
9 Aumentar a distância do arremesso para o gol.
9 Variar as posições de arremesso, de acordo com a posição inicial.

DRIBLE

Exercício 1: Drible Individual


Descrição:
Posição Inicial: Cada jogador com uma bola, espalhados pela quadra.
Tarefa: Realizar o drible numa seqüência que será descrita pelo professor, ao
mesmo tempo em que ele realiza as correções necessárias sobre a posição da
mão e do braço em relação a bola.
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Variações:
9 A seqüência das variações fará o nível de complexidade crescer da seguinte
forma: driblar parado em pé, driblar abaixando-se até sentar, driblar deitado
até erguer-se novamente, deslocar-se andando, deslocar-se correndo, realizar
paradas bruscas, realizar mudanças de direção e realizar tudo isso com ambas
as mãos.

Exercício 2: Drible utilizando cones


Descrição:
Posição Inicial: Uma coluna no final da quadra de frente para uma coluna de
cones colocados a diferentes distâncias um do outro.
Tarefa: O jogador deve driblar inicialmente andando e depois correndo, assim
como com uma mão e depois com a outra, realizando o deslocamento em
zigue-zague entre os cones.
Variações:
9 Diminuir o espaço entre os cones.
9 Fazer o retorno nestes mesmos cones, de costas.
9 Utilizar o contorno (giro em volta do cone) para alguns cones.

PROGRESSÃO

Exercício: Progressão com 3 passos


Descrição:
Posição Inicial: Vários tipos de materiais posicionados entre a linha de seis
metros e a linha de nove metros, entre eles: 3 cordas esticadas, 3 arcos, 3 pés
(formato) desenhado no chão, etc.
Tarefa: Os atletas devem realizar uma progressão com três passos para frente
utilizando a posição correta dos pés de acordo com os materiais e/ou as
sinalizações feitas no chão.
Variações:
9 Realizar três passos andando.
9 Realizar três passos correndo.
9 Estimular um aumento progressivo da velocidade de execução;
9 Aumentar a amplitude das passadas.
9 Incluir um salto no final da realização da progressão.
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RITMO TRIFÁSICO

Exercício 1: Ritmo trifásico


Descrição:
Posição Inicial: Idem ao exercício anterior, só que com a bola empunhada.
Tarefa: Idem ao anterior, utilizando a bola e uma das mãos.
Variações:
9 Idênticas às do exercício anterior.

Exercício 2: Ritmo trifásico com finalização


Descrição:
Posição Inicial: Idem ao exercício anterior, porém cada jogador com a bola
empunhada de frente para o gol, próximo da linha de 9 metros, para realizar o
arremesso.
Tarefa: Idem ao anterior e arremessar para o gol.
Variações:
9 Aumentar a velocidade de execução.
9 Aumentar a distância do gol.

Referências Bibliográficas

Greco, Pablo Juan. In: Greco, P.J. & Benda, Iniciação Esportiva Universal:
da aprendizagem motora ao treinamento técnico, v.1, 1998, pp.
Greco, Pablo Juan. Revisão da metodologia aplicada ao ensino-aprendizagem
dos jogos esportivos coletivos. In: Greco, P.J. Iniciação Esportiva Universal:
metodologia da iniciação esportiva na escola e no clube, v.2, 1998, pp. 39-56.
Reis, Heloisa Helena Baldy dos. O ensino dos jogos coletivos esportivizados.
Santa Maria: 1994 (Mestrado em Ciência do Movimento Humano) – Centro
de Educação Física e Desportos, UFSM.
________. Fútbol feminino en el país del fútbol: mitos, preconceptos y
desafíos: un abordaje cultural. Nexosport, n. 164, nov. 1996.

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