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9°ano LP Aluno 1°bi
9°ano LP Aluno 1°bi
e Literatura
Aluno
Caderno de Atividades
Pedagógicas de
Aprendizagem
Autorregulada – 01
9º Ano | 1° Bimestre
Habilidades Associadas
1. Identificar a tese de um texto.
2. Estabelecer relações entre a tese e os argumentos utilizados para sustentá-la.
3. Distinguir um fato e uma opinião relativa ao fato.
4. Identificar a argumentação na carta do leitor.
5. Reconhecer os níveis de formalidade empregados nos textos e utilizar adequadamente os
pronomes de tratamento.
6. Reconhecer e utilizar adequadamente as regras de regência nominal e verbal.
Apresentação
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Caro(a) aluno(a),
Neste caderno, você encontrará atividades diretamente relacionadas a algumas
habilidades e competências do 1° Bimestre do Currículo Mínimo de Português do 9º Ano
do Ensino Fundamental. Estas atividades correspondem aos estudos durante o período
de um mês.
A nossa proposta é que você, Aluno, desenvolva estas Atividades de forma
autônoma, com o suporte pedagógico eventual de um professor, que mediará as trocas
de conhecimentos, reflexões, dúvidas e questionamentos que venham a surgir no
percurso. Esta é uma ótima oportunidade para você desenvolver a disciplina e
independência indispensáveis ao sucesso na vida pessoal e profissional no mundo do
conhecimento do século XXI.
Neste Caderno de Atividades, inicialmente, vamos entender o que é
argumentação. Em seguida, vamos aprender a identificar a tese e estabelecer a relação
entre a tese e os argumentos utilizados para sustentá-la. Após, iremos aprender a
distinguir um fato de uma opinião relativa ao fato, para, posteriormente, estudarmos a
argumentação na carta do leitor. Também aprenderemos a reconhecer os níveis de
formalidade empregados nos textos e também a utilizar adequadamente os pronomes
de tratamento. Por fim, vamos aprender a utilizar adequadamente as regras de
regência verbal e nominal!
Este documento apresenta 08 (oito) Aulas. As aulas podem ser compostas por
uma explicação base, para que você seja capaz de compreender as principais ideias
relacionadas às habilidades e competências principais do bimestre em questão, e
atividades respectivas. Leia o texto e, em seguida, resolva as Atividades propostas. As
Atividades são referentes a dois tempos de aulas. Para reforçar a aprendizagem,
propõe-se, ainda, uma pesquisa e uma avaliação sobre o assunto.
Um abraço e bom trabalho!
Equipe de Elaboração
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Sumário
Introdução .......................................................................................................... 3
Aula 1: Entendendo melhor a argumentação .................................................... 5
Aula 2: Estabelecendo relações entre a tese e seus argumentos ...................... 12
Aula 3: Distinguindo fato e opinião .................................................................... 18
Aula 4: Identificando a argumentação na carta do leitor .................................. 25
Aula 5: Reconhecendo os níveis de formalidade e utilizando adequadamente os
pronomes de tratamento ................................................................................... 33
Aula 6: Utilizando adequadamente as regras de regência verbal e nominal..... 42
Avaliação ............................................................................................................. 48
Pesquisa .............................................................................................................. 51
Referências ......................................................................................................... 55
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Aula 1: Entendendo melhor a argumentação
Caro(a) aluno(a),
Nesta aula estudaremos um assunto de extrema importância para na sua vida,
dentro e fora da escola: a capacidade de argumentar. Argumentar é convencer alguém
de alguma coisa. Essa habilidade é tão importante que há estudiosos que chegam a
afirmar que a linguagem é eminentemente argumentativa, ou seja, por meio do nosso
discurso tentamos convencer o outro a respeito das nossas intenções, dos nossos
pontos de vista, das nossas “verdades”. Todos nós somos dotados de ideologias, de
razão, de vontade e, por conta disso, tentamos influenciar o comportamento do outro,
de modo a conseguir sua adesão às nossas convicções.
Argumentar, entretanto, não é uma tarefa tão simples quanto possa parecer.
Conseguir fazer com que alguém aceite nossas ideias a ponto de fazer aquilo que
desejamos é uma tarefa que demanda domínio, por parte do produtor do texto, de
uma série de informações como, por exemplo, conhecer a fundo a pessoa que
tentamos influenciar, suas ideias, preferências, convicções e ter conhecimento sobre o
assunto para mostrar que sabemos muito bem aquilo que estamos falando. Além
disso, é preciso saber articular as idéias a favor do nosso ponto de vista, usar uma
linguagem adequada ao interlocutor e à situação de comunicação.
Talvez seja a primeira vez que você estuda de forma mais sistematizada a
argumentação. Porém, ela não é novidade na sua vida. Desde crianças, quando
aprendemos a falar, também começamos o exercício da argumentação. Lembra-se de
quantas vezes sua mãe mandou você tomar banho, escovar os dentes, estudar para as
provas e você tentou convencê-la de que não era necessário? Lembra-se das vezes em
que seu amiguinho não queria te emprestar um brinquedo e você tentou convencê-lo
a emprestar? Viu como argumentar faz parte da vida de todo mundo desde muito
cedo?
Como dissemos, estamos familiarizados com uma forma de argumentação
natural da linguagem. Por outro lado, há outra espécie de argumentação mais formal,
5
presente em muitos textos escritos e que nem sempre é tão simples de identificar e
utilizar em nossos próprios textos.
Desta forma, o objetivo desta aula é torná-lo capaz de interagir com textos
argumentativos próprios da cultura letrada, aqueles veiculados em jornais, rádios,
revistas, internet, livros e que discutem temas de natureza muitas vezes polêmica e,
por isso, de interesse coletivo. A habilidade de interagir com textos de natureza
argumentativa – e de produzi-los – é necessária em diversos momentos da sua vida
como cidadão atuante na sociedade, para requerer seus direitos e entender seus
deveres, contribuindo com suas ideias para a construção do mundo. Ouvir, ver e ler o
mundo; refletir e reorganizar seu pensamento, para, então, contribuir com novas
ideias é um caminho que se consegue apenas com a argumentação.
Vamos, então, às atividades práticas?
Atividade 1
1) Vamos começar a estudar a argumentação por meio de um gênero de texto que faz
parte do seu dia-a-dia, a propaganda. Você já deve ter percebido que um dos
principais objetivos da propaganda é convencer. E ela faz isso não só por meio da
linguagem verbal, mas também da linguagem visual. Veja a propaganda a seguir:
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Disponível em: http://entrecruzandodiscursos.blogspot.com.br/2010/12/rapida-analise-da-propaganda-
dove-anti.html Acesso em 25 jul. 2013.
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d) Que ideia a propaganda pretende transmitir para o interlocutor?
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e) Agora, conclua: esse texto pode ser considerado de natureza argumentativa? Por
quê?
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2) Agora você vai ler uma fábula muito conhecida: “O lobo e o cordeiro”.
O lobo e o cordeiro
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E — nhoc! — sangrou-o no pescoço.
Moral: Contra a força não há argumentos.
2) As justificativas apresentadas pelo lobo para devorar o cordeiro eram válidas? Por
quê?
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O perigo que a internet pode oferecer às famílias
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menores, é colocar um filtro proibindo certos conteúdos. Uma outra medida possível é
verificar o histórico no Internet Explorer e ver o que o jovem anda acessando. (...)
3) De acordo com o texto, proibir que os filhos acessem a internet de casa é suficiente
para afastá-los dos perigos? Por quê?
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5) O texto apresenta a opinião de duas especialistas no assunto: Adenlse Generini e
Danielle Lourenço. Por que essas duas pessoas foram escolhidas para darem suas
opiniões no texto? Explique.
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Caro(a) aluno(a),
Agora que você já está mais familiarizado com a argumentação em textos mais
formais, vamos estudar dois tipos de informações que sempre aparecem nos textos
argumentativos: a tese e os argumentos.
A tese diz respeito a um posicionamento do autor em relação a uma ideia, uma
concepção ou fato. A apresentação de uma tese é muito importante porque se trata
de uma estratégia discursiva do autor, para mostrar a importância de sua posição
frente à questão discutida e, com isso, conquistar a adesão do leitor para que este
aceite seus pontos de vista.
Mas, para expor uma tese, é necessário apresentar argumentos que a
justifiquem, ou seja, os argumentos devem funcionar como razões, como provas de
que a ideia defendida tem sentido e consistência.
Desta forma, você precisa ser capaz de reconhecer nos textos a ideia que está
sendo defendida (tese) e as justificativas utilizadas para fundamentá-la (argumentos).
Há várias formas de defender um ponto de vista. Para tanto, existem vários tipos de
argumento. Dois dos mais utilizados pelo efeito de verdade que conferem aos textos é
o argumento com provas concretas e o argumento de autoridade.
O argumento com provas concretas é aquele em que o autor utiliza dados
estatísticos, resultados de pesquisas, cifras, valores, índices. Isso provoca no leitor uma
sensação de que o autor tem razão em relação àquilo que diz, porque foi comprovado
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por meio de pesquisas. Já o segundo tipo de argumento, o argumento de autoridade,
refere-se à contribuição de especialistas no assunto em discussão no texto. Essa
estratégia sugere para o leitor que a tese defendida no texto tem coerência, uma vez
que, autoridades no assunto, também apresentam pontos de vista convergentes com
os do autor.
É bom que você saiba que, mesmo utilizando argumentos dessa importância,
um argumento não é uma prova de verdade. É tão somente uma estratégia linguística
utilizada pelo autor, para conquistar a adesão do leitor. Mas, para se conseguir isso,
não basta apenas lançar mão de um bom argumento. O que convence o interlocutor é
qualidade dos argumentos expostos, somada à maneira como esses argumentos são
articulados em favor da tese defendida. Vamos, então, estudar mais sobre a
argumentação?
Atividade 2
Agora, você vai ler um texto bem divertido. Embora seja estruturado em forma de
narração, você vai perceber que há um jogo de argumentação e contra-argumentação
entre as personagens pai e filho.
Hora de dormir
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- Você vai ficar aí vendo e eu não vou.
- Fico vendo não, pode desligar. Tenho horror de televisão. Vamos obedeça a seu
pai.
- Os outros meninos todos dormem tarde, só eu que durmo cedo.
- Não tenho nada que ver com os outros meninos; tenho que ver com o meu filho.
Já para a cama.
- Também eu vou para a cama e não durmo, pronto. Fico acordado a noite toda.
- Não comece com coisa não, que eu perco a paciência.
- Pode perder.
- Deixe de ser malcriado.
- Você mesmo que me criou.
- O quê? Isso é maneira de falar com seu pai?
- Falo como quiser, pronto.
- Não fique respondendo não: cale essa boca.
- Não calo. A boca é minha.
- Olha que eu ponho de castigo.
- Pode pôr.
- Venha cá! Se der mais um pio, vai levar umas palmadas.
- ...
- Quem é que anda lhe ensinando esses modos? Você está ficando é muito
insolente.
- Ficando o quê?
- Atrevido, malcriado. Eu com sua idade já sabia obedecer. Quando é que eu teria
coragem de responder a meu pai como você faz. Ele me descia o braço, não tinha
conversa. Eu porque sou muito mole, você fica abusando... Quando ele falava está na
hora de dormir, estava na hora de dormir.
- Naquele tempo não tinha televisão.
- Mas tinha outras coisas.
- Que outras coisas?
- Ora, deixe de conversa. Vamos desligar esse negócio. Pronto, acabou-se. Agora
é tratar de dormir.
- Chato.
- Como? Repete, para você ver o que acontece.
- Chato.
- Tome para você aprender. E amanhã fica de castigo, está ouvindo? Para
aprender a ter respeito a seu pai.
- ...
- E não adianta ficar aí chorando feito bobo. Venha cá.
- Amanhã eu não vou ao colégio.
- Vai sim senhor. E não adianta ficar fazendo essa carinha, não pense que me
comove. Anda, venha cá.
- Você me bateu ...
- Bati porque você mereceu. Já acabou, pare de chorar. Foi de leve, não doeu nem
nada. Peça perdão a seu pai e vá dormir.
- ...
- Por que você é assim, meu filho? Só para me aborrecer. Sou tão bom para você,
você não reconhece. Faço tudo que você me pede, os maiores sacrifícios. Todo dia
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trago para você uma coisa da rua. Trabalho o dia todo por sua causa mesmo, e quando
chego em casa para descansar um pouco, você vem com essas coisas. Então é assim
que se faz?
- ...
- Então você não tem pena de seu pai? Vamos! Tome a benção e vá dormir.
- Papai.
- Que é?
- Me desculpe.
- Está desculpado. Deus o abençoe. Agora vai.
- Por que não posso ficar vendo televisão?
Fernando Sabino
3) Por que o pai proíbe o filho de ver televisão? Que argumentos o pai utiliza para
convencer o filho de que deve desligar a televisão?
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4) Que argumentos o filho utiliza para convencer o pai a deixá-lo assistir televisão?
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5) Por que o texto tem início e termina com o mesmo questionamento do filho para o
pai?
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6) Qual o tema do texto que você acabou de ler?
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9) Identifique três argumentos que o autor utiliza para defender seu ponto de vista.
Argumento 1: ___________________________________________________________
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Argumento 2: ___________________________________________________________
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Argumento 3: ___________________________________________________________
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Temática 4: Como solucionar o problema do bullying na escola e na internet?
Temática 5: Cotas nas universidades. Você é a favor ou contra?
Temática 6: Gravidez fora de hora: adolescência em crise.
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Caro(a) aluno(a),
Nesta aula, vamos aprender a distinguir o que é um fato e o que é uma opinião
relativa a um fato, considerando que, ao lermos um texto, buscamos informações
sobre os mais variados assuntos, mas não é só isso. Também procuramos tirar nossas
próprias conclusões sobre essas informações, considerando a interpretação que
fazemos dos textos. Ao procedermos dessa maneira, estamos levantando hipóteses
sobre as razões pelas quais o autor selecionou essa ou aquelas informações e também
sobre sua opinião em relação à temática discutida. É muito comum que, após a leitura
de um texto, tenhamos formado nossa opinião sobre o assunto.
Mas, qual é a diferença entre uma opinião e um fato?
Fato é aquilo que realmente aconteceu; já a opinião é uma interpretação
subjetiva dos fatos, é aquilo que alguém pensa sobre o que aconteceu (fato). Por
exemplo, se dissermos: “Está chovendo”, estaremos enunciando um acontecimento
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constatado por nós e se trata de um fato, por ser facilmente percebido pela
observação de um fenômeno físico.
Se, porém, falarmos: “A chuva é bela”, “A chuva é boa” ou “A chuva é ruim”,
estaremos interpretando e avaliando o acontecimento. Nesse caso, proferimos uma
opinião, um juízo de valor. Reiterando: fatos são aqueles que dizem o que as coisas
são, como são e por que são. Já as opiniões avaliam coisas, pessoas, ações,
experiências, acontecimentos, sentimentos, estados de espírito, intenções e decisões
como bons ou maus, desejáveis ou indesejáveis.
Há alguns elementos lingüísticos que funcionam como “pistas”, ou seja,
sinalizam a exposição de opiniões, como, por exemplo, os adjetivos, que é uma classe
de palavra que tem por objetivo caracterizar os seres. Desta forma, ao emitirmos
opiniões a respeito de determinados fatos, utilizamos os adjetivos para qualificá-los:
“A chuva é bela, é boa, é ruim”. Também é muito comum aparecerem nos textos
expressões cristalizadas do tipo: no meu ponto de vista, na minha opinião, eu acho, eu
acredito, eu penso. Outros termos também são indicadores de avaliação: talvez,
possivelmente, (in)felizmente, provavelmente, entre outros.
É muito frequente, em textos argumentativos, que opiniões sejam emitidas em
relação a determinados fatos. Portanto, ser capaz de distinguir fato e opinião é uma
habilidade importante para uma leitura eficiente.
Atividade 3
1) Vamos começar esta atividade de forma bem direcionada: você vai apontar nos
textos abaixo quais apresentam fato (F) e quais apresentam opinião (O).
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( ) Como em todo tema polêmico, discutir a maioridade penal requer, pela gama de
aspectos envolvidos, sensatez e muita responsabilidade dos legisladores.
( ) Novamente, a discussão acerca da redução da maioridade penal ocupa lugar de
destaque no congresso.
( ) A liberação da maconha, no Brasil, não pode ser levada a cabo antes de se
promover um amplo, objetivo e transparente debate com toda a sociedade brasileira.
( ) Volta à pauta de discussões da câmara a possibilidade de se liberar a maconha.
( ) O progresso célere e a qualquer custo tem levado à exaustão dos recursos naturais
do planeta.
( ) O homem moderno deve rever sua postura no tocante à maneira como lida com os
recursos naturais ainda disponíveis no planeta, sob pena de colocar em xeque o
próprio futuro da humanidade.
( ) As pessoas são levadas a acreditar que só poderão ser plenamente felizes se
consumirem cada vez mais. Não percebem que a felicidade e a realização pessoal nada
têm a ver com a posse material e o ter mais e mais.
( ) Vive-se um momento de um crescendo e irrefreável consumismo.
( ) O MEC aprova um livro que diz que em português nada é errado. O que existe é o
inadequado.
( ) Se fosse apenas uma questão linguística, tudo bem. Acontece que o que está em
jogo é o currículo de quase meio milhão de alunos. Na moda do politicamente correto,
defende-se o endosso ao erro e ao falar errado para se evitar o preconceito linguístico.
Camila sai com as amigas, mas, para surpresa de seus pais, chega antes da
meia-noite. Ela diz um “oi” rápido e dirige-se ao espelho para arrumar o cabelo e
renovar a maquiagem. Sua mãe pergunta: “Ué, você vai sair de novo?”. E a garota
responde tranquilamente: “Não, mãe, só vou encontrar meu namorado pela
internet!”. Com algumas variações no enredo, esta cena está se tornando cada vez
mais frequente.
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Não é novidade para mais ninguém que o modo de relacionamento mais
comum entre adolescentes e jovens é o ficar. [...] Há poucos anos, no entanto, a
internet possibilitou outra forma de se relacionar afetivamente: à distância, sem
contato físico, mas com muita troca de carinho através de chats, messenger, sites de
relacionamento, ou softwares que permitem o uso de microfones e câmeras para ouvir
e ver a outra pessoa. [...]
Existem dois tipos de namoro pela internet. Um é aquele em que internautas se
conhecem em algum ambiente virtual e decidem se aproximar. O outro ocorre quando
pessoas se encontram fora da internet, mas, por morarem longe ou pela necessidade
de mudança de um dos dois, utilizam a web como recurso para manter contato. Em
qualquer deles há fatores positivos e negativos que precisam ser levados em conta, se
existe a vontade de levar adiante isso que é considerado loucura pelos que estão de
fora.
Uma das coisas boas de um namoro à distância é o estímulo ao diálogo. Sabe-se
que a presença física muitas vezes inibe a expressão de sentimentos íntimos de amor,
ou mesmo de contrariedade. Estando longe, escrevendo um email ou uma carta, o(a)
apaixonado(a) pode sentir-se mais à vontade para dizer o que pensa. O próprio ato de
escrever também ajuda a dar mais clareza sobre o que se sente, de fato, pelo (a)
outro(a).
Nem tudo são flores, no entanto; a internet é um meio em que se encontra
muita gente disposta a passar a perna nos outros, iludindo-os para seu próprio
proveito. Quando nos comunicamos pela internet com desconhecidos, é preciso ter
cuidado e não passar informações particulares. [...]
A internet é um excelente meio para namorar, porém ela não substitui e nunca
será tão rica quanto uma relação convencional.
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3) Que opinião do autor aparece no título do artigo?
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4) Qual o papel da Internet nos dois tipos de namoro à distância a que o autor faz
referência?
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5) Transcreva duas passagens do texto em que o autor expressa sua opinião frente à
temática em discussão.
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Relacionamentos
a
distância
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7) Leia novamente o texto “Namoro pela internet, que loucura é essa?”. Retiramos dois
fatos apresentados pelo autor. Reflita sobre eles e escreva a sua opinião a respeito.
b) “...a internet é um meio em que se encontra muita gente disposta a passar a perna
nos outros, iludindo-os para seu próprio proveito.”
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8) A seguir, são apresentados três textos, cada um com uma questão objetiva. Leia-os
com atenção, para realizar as atividades:
Texto 1
Etiópia (AE) - trabalhadores rurais flagelados pela seca no sul da Etiópia foram
surpreendidos por uma inusitada chuva de peixes, disse um jornal local ontem. A rara
chuva fez com que milhões de peixes despencassem do céu, alguns mortos e outros
ainda se debatendo, criando pânico entre os agricultores mais religiosos.
Saloto Sadoro, especialista em peixes na região, atribuiu o fenômeno ás fortes
tempestades formadas no oceano índico que “sugaram” os peixes antes de derrubá-los
sobre os incautos fazendeiros. O sul da Etiópia enfrenta há dois anos uma seca que,
segundo equipes humanitárias, ameaça a vida de oito milhões de pessoas.
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9) O trecho que expressa uma opinião sobre o fato narrado é:
Disponível em:
http://www.saerjinho.caedufjf.net/diagnostica/paginas/protegidas/prova/configurarProva.fac
es Acesso em 28 jul. 2013.
Texto 2
10) O artigo foi escrito por Paulo D’Amaro. Ele misturou informações e análises do
fato. O período que apresenta uma opinião do autor é:
a) “foram criados sistemas de busca.”
b) “essa avalanche de informações pode atrapalhar.”
c) “sempre há centenas de sites sobre qualquer assunto.”
d) “A Internet é o maior arquivo público do mundo.”
e) “Há vários tipos.”
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Texto 3
A raposa e as uvas
Num dia quente de verão, a raposa passeava por um pomar. Com sede e calor,
sua atenção foi capturada por um cacho de uvas.
“Que delícia”, pensou a raposa, “era disso que eu precisava para adoçar a
minha boca”. E, de um salto, a raposa tentou, sem sucesso, alcançar as uvas.
Exausta e frustrada, a raposa afastou-se da videira, dizendo: “Aposto que estas
uvas estão verdes.”
Esta fábula ensina que algumas pessoas quando não conseguem o que querem,
culpam as circunstâncias.
Caro(a) aluno(a),
Você já escreveu uma carta? Há alguns anos, quando a internet e o telefone
celular ainda não eram tecnologias tão acessíveis como atualmente, as pessoas se
comunicavam por meio de cartas. Quando alguém queria mandar ou receber notícias
dos familiares ou amigos, enviava uma carta, através dos correios. Dependendo de
para onde era endereçada, a carta demorava alguns dias ou semanas para chegar ao
destino.
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Hoje, ao contrário, temos a tecnologia do e-mail, SMS e facebook que
promovem uma comunicação instantânea entre as pessoas, tudo ao alcance de um
clique. Com isso, as cartas foram ficando cada vez mais de lado e são pouco utilizadas
para a comunicação pessoal. Mas elas ainda continuam sendo bastante utilizadas por
empresas para fazerem anúncio de seus serviços e produtos e para fazerem cobranças
aos clientes.
As cartas pessoais possuem uma estrutura padronizada: são constituídas de
local, data, vocativo (a quem ela é dirigida), corpo do texto, assinatura e despedida. A
linguagem nas cartas pessoais costuma ser mais informal, uma vez que o interlocutor é
uma pessoa próxima.
É importante você saber como se escreve uma carta, pois haverá momentos
em sua vida, nos quais esse conhecimento lhe será requerido. As empresas, por
exemplo, geralmente, exigem dos candidatos que pleiteiam uma vaga, a redação de
cartas formais, de apresentação, em que a pessoa apresenta de maneira mais formal
sua formação escolar e sua experiência pessoal. As cartas de apresentação têm,
portanto, objetivos diferentes das cartas pessoais.
Outro tipo de carta muito comum é a carta do leitor. A carta do leitor é um
gênero textual em que o leitor escreve para uma revista ou jornal para comentar,
criticar ou elogiar uma matéria ou carta publicada em edições anteriores. Boa parte
dos jornais e revistas possui uma seção destinada às cartas do leitor, conhecida como
"Cartas à Redação", "Painel do Leitor", “Leitor”, entre outros títulos.
Essa seção oferece um espaço para que o leitor faça elogios ou críticas a uma
matéria publicada, ou mesmo sugestões. Os comentários podem referir-se às ideias de
um texto, com as quais o leitor pode concordar ou não; à maneira como o assunto foi
abordado, ou à qualidade do texto em si. A linguagem da carta do leitor costuma variar
conforme o perfil dos leitores da publicação. Pode ser mais descontraída, se o público
é jovem ou ter um aspecto mais formal.
Esse tipo de carta apresenta formato parecido com o das cartas pessoais: data,
vocativo, mensagem no corpo do texto, despedida e assinatura. Porém, quando
necessário, a equipe de redação do jornal ou revista adapta as cartas do leitor a seu
estilo e as reduz para encaixá-las na seção reservada a elas, mantendo apenas uma
parte do corpo.
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Quando publicadas, as cartas costumam ser agrupadas por assunto. Assim,
reúnem-se as que se refiram à mesma notícia ou reportagem em um mesmo bloco,
que recebe um título.
Vamos, agora, estudar cada um dos tipos de cartas que mencionamos: a
pessoal, a formal e a do leitor.
Atividade 4
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1) Qual é o assunto da carta que você acabou de ler?
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2) Esse é um exemplo de carta pessoal, formal, de apresentação ou do leitor?
Justifique sua resposta.
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3) A carta pessoal costuma apresentar uma estrutura padrão, composta de local e
data, vocativo (nome da pessoa a quem se dirige a carta), texto e assinatura. Na carta
em estudo, identifique todos esses elementos e transcreva-os para o quadro a seguir.
LOCAL
DATA
VOCATIVO
DESPEDIDA
ASSINATURA
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a) A linguagem é formal ou informal? Por que foi utilizado esse tipo de linguagem?
Explique.
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6) Nesta atividade, propomos que você leia duas cartas do leitor que apresentam
posicionamentos diferentes a respeito dos “Limites ao fumo", em algumas situações.
Os dois leitores expõem argumentos que sustentam o que afirmam.
Limites ao fumo
Carta 1:
“Países desenvolvidos estão tentando limitar o fumo até no meio da rua, pois isso afeta
os não fumantes. Mas no Rio de Janeiro nem as leis que proíbem o fumo em shopping
centers e supermercados (até nas seções de hortifruti) são respeitadas, obrigando quem
não fuma ao convívio com essa poluição. Parte da desobediência deve ser creditada aos
donos dos estabelecimentos, que não orientam clientes e funcionários”.
Carta 2:
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a) A carta 1 se apresenta a favor ou contra os limites impostos aos fumantes? Que
argumentos o leitor apresenta para fundamentar este posicionamento?
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Descubra por que a ansiedade atrapalha a sua vida e aprenda o que fazer para
conviver com ela.
por Texto Karin Hueck
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nem sempre é bom se livrar deles. Dá para conviver com a ansiedade pacificamente –
e é isso que vai fazer a diferença na hora de reconhecer que nem tudo precisa ser
motivo de preocupação o tempo todo.
Pronto, se, como bom ansioso, você queria saber como esta matéria vai acabar,
não precisa mais correr para a última página. Pode seguir aqui, com calma, para
entender de onde surgiu esse problema e para aprender por que falar de ansiedade
está na moda. Há mais de 300 mil livros e 100 mil artigos médicos sobre o assunto, e o
número aumenta todos os dias. Oito em cada 10 trabalhadores apresentam algum
sintoma de ansiedade ao longo da carreira, segundo pesquisa de uma associação
internacional voltada ao estudo do estresse. Em algum momento da vida, você vai
sentir a sensação de que não vai dar conta das coisas. Não existe quem nunca tenha
sofrido com a ansiedade. E, acredite se quiser, isso pode ser bom. Mas, afinal, o que é
essa sensação? (...)
Carta 1
A matéria sobre a ansiedade foi a mais elucidativa e completa que já li. Controlei a
minha ansiedade e li devagar, com atenção. Saber controlar esse sentimento é mais
do que essencial no momento em que vivemos: é vital. O contrário resulta em
colapso físico e mental. A ânsia de estar bem informado pode ser controlada se
pensarmos que é menos grave que doenças, desemprego e violência. Afastar os
pensamentos catastróficos é sem dúvida uma boa solução para fugir da ansiedade.
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Carta 2
Como falar de ansiedade numa fila de banco? Não sei o que responder. Só sei que é
justamente onde eu estava ao ler essa matéria. Aí juntou tudo: a ânsia de ser atendido
logo, a dúvida se iria ter tempo de me encontrar com a minha namorada e a espera da
prova do vestibular, que está marcada para o fim deste mês. E, pior, ficar ansioso não
me ajudou. Passei 6 horas socado naquela agência.
Marco Manoel, João Pessoa, PB.
Carta 3
Quando vi a capa desse mês, já me identifiquei com o assunto. Vivo achando que o
dia deveria ter 30 horas. Como sou professora, tenho necessidade de saber de tudo
que há de novo em tecnologia e informação. A presença da revista em cima da mesa,
sem ter tempo para lê-la, me deixou angustiada a semana inteira. Sempre achei que
as pessoas ansiosas, como eu, aproveitam mais o que há no mundo. E qual o mal de
ter sede de informação?
Cristiane Magnani, Curitiba, PR.
7) É possível deduzir, pelo conteúdo das cartas, que os leitores dessa revista têm
algum conhecimento científico? Comente.
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8) Qual das cartas lidas apresenta opiniões a respeito do artigo? É uma opinião
positiva ou negativa? Explique.
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9) A Carta do leitor apresenta algumas características da carta pessoal. Quais são elas?
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Caro(a) aluno(a),
Nesta aula vamos aprender a reconhecer o nível de formalidade empregado
nos textos. Essa é outra habilidade extremamente importante que você vai precisar
utilizar em diversos momentos de sua vida, dentro e fora da escola.
Você já parou para pensar como as pessoas são diferentes umas das outras em
relação ao modo como se expressam, seja falando ou escrevendo? Dependendo da
idade, escolaridade, profissão, nível sociocultural e lugar de origem, as pessoas se
expressam de modo muito particular.
Embora quase todos os brasileiros utilizem o português nas situações de
comunicação e interação social, a maneira como utilizamos a língua varia bastante em
função de diversos fatores que já mencionamos: o sexo, a idade, a escolaridade, a
profissão, o nível sociocultural, os papéis sociais, o lugar de origem, entre outros.
Para ser um competente usuário da língua, o falante deve necessariamente
saber utilizar as diversas possibilidades que a língua oferece. Pense, por exemplo, na
seguinte situação: suponhamos que você precise de algum favor. Você pediria isso da
mesma forma para seu colega de sala de aula, para sua mãe, para o diretor da sua
escola e para o prefeito de sua cidade? Claro que não! E por que não? Por que cada
uma dessas pessoas, por mais que você conheça e conviva com elas, tem um papel
33
social diferente e, por isso, o tipo de linguagem que você vai usar para se reportar a
cada uma delas também deverá ser diferente. E imagine se você utilizar com o prefeito
a mesma linguagem que você utiliza com seu colega, você conseguiria o que você
tanto deseja? É provável que não!
Esta mesma situação acontece também nos textos escritos. Para cada texto há
uma linguagem própria. Pense: uma piada, um bilhete, um SMS, uma reportagem e um
artigo de divulgação científica terão a mesma linguagem? O mesmo vocabulário?
Evidente que não! E por que não? Por que são gêneros textuais diferentes, com
estruturas e finalidades bem distintas. Se uma revista publica uma descoberta
científica, como, por exemplo, uma nova vacina contra alguma doença, esse texto teria
credibilidade se utilizasse, por exemplo, a linguagem que você utiliza no facebook com
seus amigos?
Para algumas pessoas, esse texto da revista seria até incompreensível! Por isso
existe uma linguagem padronizada para os textos falados e escritos que damos o nome
de linguagem formal ou norma culta. Dependendo do objetivo e da sua formalidade,
precisamos ter a preocupação em selecionar e empregar palavras adequadas ao
contexto de produção dos textos. É claro que as outras formas de falar também são
válidas, mas precisamos ter bom senso e saber em que situação usá-las ou não.
Desta forma, para nos dirigirmos às pessoas do nosso convívio cotidiano,
utilizamos uma linguagem mais informal, mais íntima. Mas, se precisarmos nos
reportar a uma pessoa que possui um papel social de prestígio (prefeitos, juízes,
reitores, presidente, ministros...) precisamos utilizar uma linguagem mais formal, tanto
na linguagem escrita quanto falada.
Quando precisamos nos dirigir diretamente a uma autoridade, devemos utilizar
palavras próprias a que damos o nome de pronomes de tratamento. Esses pronomes
costumam ter relação com a profissão ou com o cargo exercido pela pessoa a quem
nos dirigimos. Confira, a seguir, os principais pronomes de tratamento e seus
respectivos referentes:
34
Pronomes de Abreviatura Abreviatura
Usados para:
tratamento Singular Plural
Você V. VV. Usado para um tratamento íntimo, familiar.
Pessoas com as quais mantemos um certo
Senhor, Senhora Sr., Sr.ª Srs., Srª.s
distanciamento mais respeitoso.
Pessoas com um grau de prestígio maior.
Usualmente, os empregamos em textos escritos,
Vossa Senhoria V. S.ª V. Sª.s
como: correspondências, ofícios, requerimentos,
etc.
Usados para pessoas com alta autoridade, como:
Vossa Excelência V. Ex.ª V. Ex.ªs Presidente da República, Senadores, Deputados,
Embaixadores, etc.
Vossa Alteza V. A. V V. A A. Príncipes e duques.
Vossa Santidade V.S. - Para o Papa.
Vossa
V. Mag.ª V. Mag.ªs Reitores de Universidades
Magnificência
Vossa Majestade V. M. V V. M M. Reis e Rainhas.
Essa tabela é apenas para você consultar, se tiver alguma dúvida quanto ao
emprego adequado dos pronomes de tratamento. Reconhecer e saber utilizá-los com
propriedade é uma importante habilidade para você se comunicar satisfatoriamente
através, por exemplo, do gênero carta.
Assim, saber adequar a linguagem, tanto falada quanto escrita, ao contexto de
produção e de circulação dos textos é uma condição fundamental para se tornar um
proficiente usuário da língua, nas mais diversas situações sociais de interação
comunicativa.
A partir de agora você já tem condições de identificar os níveis de formalidade
empregados nos textos. Vamos às tarefas?
Atividade 5
Inicialmente, você vai ler dois gêneros de textos muito comuns em seu dia-a-
dia.
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Texto 1:
4) Você acha que o nível de linguagem empregado nesse texto é adequado à situação
de comunicação? Explique.
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Texto 2:
SEMELHANÇAS DIFERENÇAS
TEXTO 1
TEXTO 2
7) Qual desses dois gêneros você utiliza mais em seu dia a dia. Por quê?
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Texto 3
E aí, tá curtindo as férias? Como foi de férias? Por aqui as coisas estão
meio tumultuadas. Enquanto a cidade tá meio vazia, sem o habitual
movimento dos estudantes e do comércio, minha casa tá com a lotação
esgotada de tantos tios e tias, primos, primas e amigos. É um entra e sai de
gente, de estende colchão aqui e lá, de conversas e risos, de bolos e cafezinhos,
de gritaria de criança, que, confesso, tô com saudades daquela preguiça
cotidiana de férias, de ficar horas na frente da televisão e não fazer outra
coisa a não ser dormir e dormir... Brincadeirinha, você sabe que adoro agito,
que não desgrudo dos primos e amigos, que a gente não perde uma balada por
nada desse mundo.
Advinha quem tá por aqui? Já adivinhou, claro. Sabe o que ele
perguntou assim que me viu? Cadê a Yolanda? Ela não vem para cá este ano?
Aí criei um suspense desinteressado, fiz cara de sonsa, inventei que você
talvez viesse só no feriado de carnaval... Ele ficou meio desapontado, fiquei
com uma pena danada do pobre e disse pra ele não ficar triste não, que você
estava a caminho. Então, amiga, pega as malas e vem já pra cá. O coração do
Beto, pelo jeito, tá aos pedaços. Só seus beijinhos podem tirá-lo do baixo-
astral.
Bem, vou ficando por aqui, porque minha mãe tá me chamando pro
almoço e como você logo estará por aqui... botaremos as fofocas em dia.
Beijo saudoso,
Bebete.
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e interação. São Paulo: Atual, 2009. p.
59.
a) A linguagem é formal ou informal? Por que foi utilizado esse tipo de linguagem?
Explique.
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b) Retire do texto três passagens que ilustrem o tipo de linguagem predominante na
carta.
Exemplo 1
Exemplo 2
Exemplo 3
Agora vamos estudar a carta formal. A carta a seguir foi escrita por um grupo de alunos
do 9º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública estadual de Minas Gerais.
Leia-a com atenção para responder às questões.
39
Sétimo: gostaríamos de pedir à direção que organizasse neste ano um passeio
na Universidade Federal de Viçosa.
Oitavo: não seria possível trocar as cortinas da nossa sala por outras que
bloqueassem melhor a luz?
Nono: pedimos que o senhor pensasse na possibilidade de abrir uma turma de
1° ano do Ensino Médio em 2013 porque muitos de nós pretendemos fazer cursos no
SENAI à tarde.
E, por último, gostaríamos de pedir que o vestiário da quadra seja liberado para
uso dos alunos após as aulas de Educação Física.
Atenciosamente,
Alunos do 9° A.
11) Para se dirigir ao diretor da escola, os alunos fizeram uso do vocativo “Prezado
senhor diretor”. De acordo com o destinatário da carta formal, um vocativo adequado
deve ser utilizado. Com base nesta informação, observe as opções a seguir e marque a
alternativa que apresenta um vocativo adequado ao destinatário indicado.
a) Destinatário: empresa de telefonia celular – Vocativo: Excelentíssimos senhores.
b) Destinatário: comandante do batalhão de polícia – Vocativo: Caro comandante.
c) Destinatário: prefeito da cidade – Vocativo: Vossa Majestade Sr. Prefeito.
d) Destinatário: secretária municipal de saúde – Vocativo: Prezada Senhora Secretária
de Saúde.
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13) Agora, comparando as cartas pessoal e formal que estudamos, explique:
b) O que as diferencia?
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VOCATIVO DESPEDIDA
( 1 ) Prezado Senhor Secretário de Educação, ( ) Abraços!
( 2 ) Querida prima Sônia, ( ) Valeu!
( 3 ) Meu velho amigo Eduardo, ( ) Beijos!
( 5 ) E, aí, mano, beleza?! ( ) Grato.
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Aula 6: Utilizando adequadamente as regras de regência
verbal e nominal
Caro(a) aluno(a),
Nesta aula vamos estudar o emprego adequado da regência verbal e nominal.
Você já ouviu falar de regência? Certamente, você já ouviu algo a respeito nas aulas de
História, pois a palavra “regência” tem origem em uma expressão ligada à figura do rei,
na época das monarquias. O rei regia e os vassalos obedeciam.
Esta ideia, aplicada ao estudo da língua, exprime, em sentido geral, a relação de
dependência entre dois elementos: um que rege ou comanda, e outro que obedece. O
termo que comanda (rege) a relação chama-se regente. O termo que é comandado
(obedece) chama-se regido, que pode ser ou não precedido por uma preposição.
42
exemplo: os verbos “chegar” e “ir”, de acordo com a norma culta, são regidos pela
preposição “a”: Nós vamos/chegamos à escola e não pela preposição “em”, como
costumamos usar, Nós vamos/chegamos na escola.
O verbo “namorar” também ilustra esse caso. Geralmente dizemos “O rapaz
namora com a moça”. Mas, se formos considerar a regência padrão, não devemos
utilizar a preposição “com”: O rapaz namora com a moça.
Já os verbos “obedecer” e “desobedecer”, de acordo com a norma culta,
exigem a preposição “a”, mas nós frequentemente não os utilizamos com a preposição
a. O verbo “preferir” exige dois complementos; um é regido por preposição e o outro
não: Prefiro suco a refrigerante. Essa é a construção característica da linguagem
padrão.
Há também os verbos “simpatizar” e “antipatizar”, que não são pronominais,
como costumamos utilizar, ou seja, o pronome não acompanha o verbo. Assim, de
acordo com a linguagem formal, devemos utilizar Não simpatizo com essa idéia e
devemos evitar construções do tipo Não me simpatizo com essa idéia.
Outro detalhe importante é que alguns verbos, dependo da preposição que os
regem, podem apresentar significados diferentes. Por exemplo, dizer “Aspiro o ar puro
nas grandes cidades” e “Aspiro a um ar puro nas grandes cidades”, são significados
completamente diferentes. Aspirar a, significa “desejar, querer, almejar” algo.
“Aspirar”, sem preposição, significa “sorver, inspirar o ar”. O mesmo princípio vale
para o verbo “assistir”. Os bombeiros assistiram os acidentados significa que os
bombeiros ajudaram, socorreram, prestaram assistência aos acidentados. Por outro
lado, em “Os bombeiros assistiram aos acidentados”, significa dizer que os bombeiros
apenas olharam para os acidentados, mas não fizeram nada. Assim, a norma culta
prescreve que utilizemos a seguinte construção: “Assistimos ao filme, ao jogo, à peça
de teatro”, e não “Assistimos o filme, o jogo, a peça de teatro”.
43
Repare que a palavra “necessidade” é um substantivo e, na frase, precisa de um
complemento, pois quem tem necessidade, tem necessidade de alguma coisa. Nesse
caso, “de mais exercícios de matemática” é o termo que completa o sentido de
“necessidade”. Assim, “necessidade” é o termo que rege “de mais exercícios de
matemática” e este é o termo regido.
Percebe, agora, como o estudo da regência verbal e nominal é importante para
que possamos nos comunicar com eficiência? Com o uso adequado da regência
nominal e verbal, evitamos a criação de frases ambíguas (frases que apresentam mais
de um sentido) e, com isso, expressamos efetivamente o sentido que desejamos.
Desta forma, a relação entre verbos e nomes pode ser um fator de coesão textual, isto
é, de articulação entre as partes do texto, uma vez que a má organização desse tipo de
relação pode provocar mais do que simples problemas de correção gramatical, pode
comprometer a própria coerência ou sentido do texto.
Agora que você já sabe o que é regência verbal e nominal e a forma adequada
de utilizá-la, vamos solidificar esse conhecimento através das atividades práticas?
Atividade 6
44
A cirurgia não é recomendada para quem estiver fora dessa faixa. Nesses casos, a
solução é voltar correndo para as academias.
"Uma intervenção cirúrgica no estômago só é indicada para os obesos que
sofrem com problemas respiratórios, nas articulações, de diabetes e complicações no
coração por causa do excesso de gordura no corpo", explica o médico e cirurgião
bariátrico Jaldo Barbosa, do Hospital Santa Lúcia.
Porém, até mesmo para quem sofre com a obesidade, o médico dá um alerta:
"o obeso tem que passar por uma série de exames e manter um tratamento rigoroso,
pois o próprio estágio da obesidade pode trazer riscos para a cirurgia", diz Jaldo.
Ele recomenda que, antes, o paciente procure a ajuda de endocrinologistas,
nutricionistas e até mesmo psicólogos para tratar o problema.
(...)
Para o médico gastroenterologista Flávio Ejima, as cirurgias de
estrangulamento, intervenções (corte e diminuição) e introdução de balões no
estômago, "só são indicadas quando a pessoa não tem mais condições de fazer uma
dieta".
A maior preocupação dos médicos em relação à aplicação dessas técnicas está
no pós-operatório e na capacidade do paciente de manter as dietas e o rígido
tratamento que deve ser seguido. "Não adianta nada fazer essas cirurgias e continuar
comendo muito e em excesso", afirmou Ejima.
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3) Transcreva o argumento utilizado para justificar as intervenções cirúrgicas para
redução do estômago.
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4) Observe o trecho:
“A cirurgia não é recomendada para quem estiver fora dessa faixa. Nesses casos, a
solução é voltar correndo para as academias.” (1º parágrafo)
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“Porém, até mesmo para quem sofre com a obesidade, o médico dá um alerta...” (3º
parágrafo).
O verbo “dar” exige dois complementos, um com e outro sem preposição. Aponte-os
no fragmento em destaque.
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6) Analise as frases a seguir:
I - Assisti várias operações.
Estas frases fazem parte dos relatórios de dois estagiários de medicina: Marcos e
André. Marcos escreveu a primeira; André, a segunda. Pelas frases, é possível avaliar
qual deles teve um estágio mais significativo, mais rico em experiências profissionais?
Comente a diferença de sentido entre as duas frases com base em seus conhecimentos
sobre regência verbal.
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Avaliação
Caro(a) aluno(a),
Agora que você estudou as seis aulas, está preparado para testar os
conhecimentos adquiridos ao longo destas quatro semanas! A seguir, você deverá
responder às questões propostas. Elas foram formuladas, de acordo com as
habilidades trabalhadas neste caderno. Bom trabalho e boa prova!
Texto 1
48
de seus habitats? A questão é mais controversa ainda levando-se em conta os
contrastes notados diariamente entre instituições desse tipo mundo a fora e também
no Brasil – algumas sem recursos, outras com trabalho exemplar. Confira a opinião de
uma especialista no assunto.
Texto 2
Disponível em http://soniamsilveira.blogspot.com.br/2013/05/sugestoes-de-atividades-leitura.html
Acesso em 29 jul. 2013.
49
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2) De acordo com o texto 1, que fato que gerou a polêmica sobre a validade dos
zoológicos?
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Argumento 1
Argumento 2
Argumento 3
50
“Deveriam, por exemplo, preocupar-se em ensinar as pessoas a conhecer os animais
dentro do seu próprio hábitat.” (texto 2)
O verbo “ensinar” exige dois complementos, um com e outro sem preposição. Aponte
quais são os complementos do verbo “ensinar” no fragmento em destaque.
Complemento 1 Complemento 2
ENSINAR
Pesquisa
Caro(a) aluno(a),
Sofia Dias Fabre, de 13 anos, é uma das 159.613.507 pessoas que têm acesso ao
serviço de telefonia móvel no Brasil. A adolescente ganhou o primeiro aparelho da avó
há cerca de quatro anos, quando tinha 9 anos de idade. Desde então, ela leva o objeto
51
para onde quer que vá, inclusive para a escola. O local é considerado inadequado para
a utilização do aparelho. [...]
A pedagoga e docente do departamento de Educação da Universidade Estadual
de Londrina (UEL), Gilmara Lupion Moreno, considera a tecnologia do celular positiva
para a comunicação entre pais e filhos, principalmente em alguma emergência.
Entretanto, dentro da sala de aula, o aparelho pode prejudicar o processo de
aprendizado. “A escola não é um espaço para isso. Vejo como um instrumento
desnecessário da lista de materiais”, apontou.
Gilmara reconheceu que não há como proibir que crianças e adolescentes levem
o aparelho para a escola, mas afirmou ser necessário estipular limites para o uso no
ambiente escolar. “Não adianta proibir. O celular está no mercado e tem a sua função,
mas é preciso ter limites para não atrapalhar o desempenho do aluno”, afirmou. De
acordo com ela, o aparelho provoca ansiedade e expectativa nas crianças e
adolescentes, principalmente quando ficam esperando algum tipo de mensagem ou
ligação de amigos.
É preciso tomar cuidado, de acordo com ela, para que o telefone não toque
dentro da sala de aula. “Isso não deve acontecer. Tocar dentro da aula é como tocar
em um show ou uma apresentação artística. Isso tira a atenção. Os aparelhos devem
ser desligados.” Ela considerou esse aspecto como uma “falta de educação”. “É uma
falta de respeito ao professor que está falando. Desvia a atenção do grupo e
compromete o rendimento do aluno, porque o professor pode se perder na aula. Ele
pode estar em algum momento crucial da explicação, mas ter de começar tudo de
novo.”
Foi o que ocorreu com Sofia durante uma aula no início deste ano. “Tocou alto
uma vez na aula de Ciência, enquanto a professora estava explicando. Ela não
percebeu que era o meu. Eu desliguei rapidinho. A gente perdeu o rumo da aula”,
contou a adolescente, que passou a levar o celular para a escola numa época em que o
aparelho virou mania onde ela estudava. “No começo eu não levava, mas todo mundo
tinha. Meu pai também queria falar comigo às vezes”, justificou Sofia.
Para ela, a própria escola deve estabelecer os limites da utilização do
equipamento no ambiente escolar. “O celular pode até funcionar como instrumento de
cola nas provas. Tanto que em muitos concursos você é obrigado a desligar o aparelho
52
e deixá-lo embaixo da carteira.” Segundo a pedagoga, é preciso trabalhar esse tipo de
valor. “Infelizmente é uma arma tecnológica para ajudar a colar, mas é preciso
trabalhar esses valores de que aquele conhecimento não é da pessoa.”
No Colégio Universitário em Londrina, a utilização do aparelho em sala de aula
é proibida, pelo menos até a 7ª série do ensino fundamental. A orientadora
educacional da escola, Marta Inês Rossi Freitas, reconheceu que essa é uma situação
nova e que não existia até há alguns anos. “Nós proibimos de usar dentro da sala de
aula, mas não de levar no colégio. Temos telefone público e um telefone à disposição
deles na coordenação, mas mesmo assim as crianças não deixam de levar o celular.”
Ela afirmou que quando o telefone de algum aluno toca durante uma aula, ele é
recolhido pelo professor. “Na primeira vez nós entregamos para o aluno. A partir da
segunda ocorrência, devolvemos somente para os pais ou responsáveis”, disse. Marta
disse que, em casos quando o celular toca, a aula vira um “tumulto”. “Todos acabam
prestando atenção ao celular e deixam de focar na aula e no conteúdo.”
Disponível em: http://www.jornaldelondrina.com.br/online/conteudo.phtml?id=908149 Acesso
em 28 jul. 2013.
53
Orientações:
1) Seu texto deve ter, no mínimo de 10 e máximo de 15 linhas.
2) Faça um rascunho antes de passar o texto a limpo para a folha definitiva.
3) Use caneta azul ou preta.
4) Evite rasuras e não use corretivo.
5) Escreva com letra legível.
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Referências
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e interação. São Paulo:
Atual, 2009.
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_9A_1.pdf Acesso em
22 jul. 2013
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_15_9_9A_1.pdf Acesso em
23 jul. 2013.
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_16_9_9A_1.pdf Acesso em
24. jul. 2013.
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/cm_materia_periodo.asp?M=9&P=9A Acesso
em 25 jul.2013.
ILARI, Rodolfo. Introdução à semântica: brincando com a gramática. 5 ed. São Paulo:
Contexto, 2004.
INFANTE, Ulisses. Curso de gramática aplicada aos textos. São Paulo: Scipione, 1997.
KOCH, Ingedore. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006.
Secretaria de Estado de Educação. Orientações Pedagógicas para o 9º ano do Ensino
Fundamental – 1º bimestre. Rio de Janeiro, 2012.
55
NETO, Pasquale Cipro; INFATE, Ulisses. Gramática da língua portuguesa. São Paulo:
Scipione, 2003.
56
Equipe de Elaboração
COORDENADORES DO PROJETO
PROFESSORES ELABORADORES
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