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Língua Portuguesa

e Literatura

Aluno

Caderno de Atividades
Pedagógicas de
Aprendizagem
Autorregulada – 01
9º Ano | 1° Bimestre

Disciplina Curso Bimestre Ano


Português Ensino Fundamental 1° 9º

Habilidades Associadas
1. Identificar a tese de um texto.
2. Estabelecer relações entre a tese e os argumentos utilizados para sustentá-la.
3. Distinguir um fato e uma opinião relativa ao fato.
4. Identificar a argumentação na carta do leitor.
5. Reconhecer os níveis de formalidade empregados nos textos e utilizar adequadamente os
pronomes de tratamento.
6. Reconhecer e utilizar adequadamente as regras de regência nominal e verbal.
Apresentação

A Secretaria de Estado de Educação elaborou o presente material com o intuito de estimular o


envolvimento do estudante com situações concretas e contextualizadas de pesquisa, aprendizagem
colaborativa e construções coletivas entre os próprios estudantes e respectivos tutores – docentes
preparados para incentivar o desenvolvimento da autonomia do alunado.
A proposta de desenvolver atividades pedagógicas de aprendizagem autorregulada é mais uma
estratégia pedagógica para contribuir para a formação de cidadãos do século XXI, capazes de explorar
suas competências cognitivas e não cognitivas. Assim, estimula-se a busca do conhecimento de forma
autônoma, por meio dos diversos recursos bibliográficos e tecnológicos, de modo a encontrar soluções
para desafios da contemporaneidade, na vida pessoal e profissional.
Estas atividades pedagógicas autorreguladas propiciam aos alunos o desenvolvimento das
habilidades e competências nucleares previstas no currículo mínimo, por meio de atividades
roteirizadas. Nesse contexto, o tutor será visto enquanto um mediador, um auxiliar. A aprendizagem é
efetivada na medida em que cada aluno autorregula sua aprendizagem.
Destarte, as atividades pedagógicas pautadas no princípio da autorregulação objetivam,
também, equipar os alunos, ajudá-los a desenvolver o seu conjunto de ferramentas mentais, ajudando-o
a tomar consciência dos processos e procedimentos de aprendizagem que ele pode colocar em prática.
Ao desenvolver as suas capacidades de auto-observação e autoanálise, ele passa ater maior
domínio daquilo que faz. Desse modo, partindo do que o aluno já domina, será possível contribuir para
o desenvolvimento de suas potencialidades originais e, assim, dominar plenamente todas as
ferramentas da autorregulação.
Por meio desse processo de aprendizagem pautada no princípio da autorregulação, contribui-se
para o desenvolvimento de habilidades e competências fundamentais para o aprender-a-aprender, o
aprender-a-conhecer, o aprender-a-fazer, o aprender-a-conviver e o aprender-a-ser.
A elaboração destas atividades foi conduzida pela Diretoria de Articulação Curricular, da
Superintendência Pedagógica desta SEEDUC, em conjunto com uma equipe de professores da rede
estadual. Este documento encontra-se disponível em nosso site www.conexaoprofessor.rj.gov.br, a fim
de que os professores de nossa rede também possam utilizá-lo como contribuição e complementação às
suas aulas.
Estamos à disposição através do e-mail curriculominimo@educacao.rj.gov.br para quaisquer
esclarecimentos necessários e críticas construtivas que contribuam com a elaboração deste material.

Secretaria de Estado de Educação

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Caro(a) aluno(a),
Neste caderno, você encontrará atividades diretamente relacionadas a algumas
habilidades e competências do 1° Bimestre do Currículo Mínimo de Português do 9º Ano
do Ensino Fundamental. Estas atividades correspondem aos estudos durante o período
de um mês.
A nossa proposta é que você, Aluno, desenvolva estas Atividades de forma
autônoma, com o suporte pedagógico eventual de um professor, que mediará as trocas
de conhecimentos, reflexões, dúvidas e questionamentos que venham a surgir no
percurso. Esta é uma ótima oportunidade para você desenvolver a disciplina e
independência indispensáveis ao sucesso na vida pessoal e profissional no mundo do
conhecimento do século XXI.
Neste Caderno de Atividades, inicialmente, vamos entender o que é
argumentação. Em seguida, vamos aprender a identificar a tese e estabelecer a relação
entre a tese e os argumentos utilizados para sustentá-la. Após, iremos aprender a
distinguir um fato de uma opinião relativa ao fato, para, posteriormente, estudarmos a
argumentação na carta do leitor. Também aprenderemos a reconhecer os níveis de
formalidade empregados nos textos e também a utilizar adequadamente os pronomes
de tratamento. Por fim, vamos aprender a utilizar adequadamente as regras de
regência verbal e nominal!
Este documento apresenta 08 (oito) Aulas. As aulas podem ser compostas por
uma explicação base, para que você seja capaz de compreender as principais ideias
relacionadas às habilidades e competências principais do bimestre em questão, e
atividades respectivas. Leia o texto e, em seguida, resolva as Atividades propostas. As
Atividades são referentes a dois tempos de aulas. Para reforçar a aprendizagem,
propõe-se, ainda, uma pesquisa e uma avaliação sobre o assunto.
Um abraço e bom trabalho!
Equipe de Elaboração

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Sumário

Introdução .......................................................................................................... 3
Aula 1: Entendendo melhor a argumentação .................................................... 5
Aula 2: Estabelecendo relações entre a tese e seus argumentos ...................... 12
Aula 3: Distinguindo fato e opinião .................................................................... 18
Aula 4: Identificando a argumentação na carta do leitor .................................. 25
Aula 5: Reconhecendo os níveis de formalidade e utilizando adequadamente os
pronomes de tratamento ................................................................................... 33
Aula 6: Utilizando adequadamente as regras de regência verbal e nominal..... 42
Avaliação ............................................................................................................. 48
Pesquisa .............................................................................................................. 51
Referências ......................................................................................................... 55

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Aula 1: Entendendo melhor a argumentação

Caro(a) aluno(a),
Nesta aula estudaremos um assunto de extrema importância para na sua vida,
dentro e fora da escola: a capacidade de argumentar. Argumentar é convencer alguém
de alguma coisa. Essa habilidade é tão importante que há estudiosos que chegam a
afirmar que a linguagem é eminentemente argumentativa, ou seja, por meio do nosso
discurso tentamos convencer o outro a respeito das nossas intenções, dos nossos
pontos de vista, das nossas “verdades”. Todos nós somos dotados de ideologias, de
razão, de vontade e, por conta disso, tentamos influenciar o comportamento do outro,
de modo a conseguir sua adesão às nossas convicções.
Argumentar, entretanto, não é uma tarefa tão simples quanto possa parecer.
Conseguir fazer com que alguém aceite nossas ideias a ponto de fazer aquilo que
desejamos é uma tarefa que demanda domínio, por parte do produtor do texto, de
uma série de informações como, por exemplo, conhecer a fundo a pessoa que
tentamos influenciar, suas ideias, preferências, convicções e ter conhecimento sobre o
assunto para mostrar que sabemos muito bem aquilo que estamos falando. Além
disso, é preciso saber articular as idéias a favor do nosso ponto de vista, usar uma
linguagem adequada ao interlocutor e à situação de comunicação.
Talvez seja a primeira vez que você estuda de forma mais sistematizada a
argumentação. Porém, ela não é novidade na sua vida. Desde crianças, quando
aprendemos a falar, também começamos o exercício da argumentação. Lembra-se de
quantas vezes sua mãe mandou você tomar banho, escovar os dentes, estudar para as
provas e você tentou convencê-la de que não era necessário? Lembra-se das vezes em
que seu amiguinho não queria te emprestar um brinquedo e você tentou convencê-lo
a emprestar? Viu como argumentar faz parte da vida de todo mundo desde muito
cedo?
Como dissemos, estamos familiarizados com uma forma de argumentação
natural da linguagem. Por outro lado, há outra espécie de argumentação mais formal,

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presente em muitos textos escritos e que nem sempre é tão simples de identificar e
utilizar em nossos próprios textos.
Desta forma, o objetivo desta aula é torná-lo capaz de interagir com textos
argumentativos próprios da cultura letrada, aqueles veiculados em jornais, rádios,
revistas, internet, livros e que discutem temas de natureza muitas vezes polêmica e,
por isso, de interesse coletivo. A habilidade de interagir com textos de natureza
argumentativa – e de produzi-los – é necessária em diversos momentos da sua vida
como cidadão atuante na sociedade, para requerer seus direitos e entender seus
deveres, contribuindo com suas ideias para a construção do mundo. Ouvir, ver e ler o
mundo; refletir e reorganizar seu pensamento, para, então, contribuir com novas
ideias é um caminho que se consegue apenas com a argumentação.
Vamos, então, às atividades práticas?

Atividade 1

1) Vamos começar a estudar a argumentação por meio de um gênero de texto que faz
parte do seu dia-a-dia, a propaganda. Você já deve ter percebido que um dos
principais objetivos da propaganda é convencer. E ela faz isso não só por meio da
linguagem verbal, mas também da linguagem visual. Veja a propaganda a seguir:

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Disponível em: http://entrecruzandodiscursos.blogspot.com.br/2010/12/rapida-analise-da-propaganda-
dove-anti.html Acesso em 25 jul. 2013.

Inicialmente, para você compreender a idéia que o anúncio pretende veicular, é


necessário dispor de algumas informações que não estão escritas na propaganda, mas
que se pressupõe que o interlocutor conheça. Agora, responda:

a) Que personagem ilustra propaganda?


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b) Que produto está sendo anunciado e qual a sua utilidade?


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c) Qual a relação do produto anunciado com a personagem da propaganda?


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d) Que ideia a propaganda pretende transmitir para o interlocutor?
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e) Agora, conclua: esse texto pode ser considerado de natureza argumentativa? Por
quê?
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2) Agora você vai ler uma fábula muito conhecida: “O lobo e o cordeiro”.

O lobo e o cordeiro

Estava o cordeiro a beber num córrego, quando apareceu um lobo esfaimado,


de horrendo aspecto.
– Que desaforo é esse de turvar a água que venho beber? — disse o monstro
arreganhando os dentes. Espere, que vou castigar tamanha má-criação!…
O cordeirinho, trêmulo de medo, respondeu com inocência:
– Como posso turvar a água que o senhor vai beber se ela corre do senhor para
mim?
Era verdade aquilo e o lobo atrapalhou-se com a resposta. Mas não deu o rabo
a torcer.
– Além disso — inventou ele — sei que você andou falando mal de mim o ano
passado.
– Como poderia falar mal do senhor o ano passado, se nasci este ano?
Novamente confundido pela voz da inocência, o lobo insistiu:
– Se não foi você, foi seu irmão mais velho, o que dá no mesmo.
– Como poderia ser meu irmão mais velho, se sou filho único?
O lobo furioso, vendo que com razões claras não vencia o pobrezinho, veio com
uma razão de lobo faminto:
– Pois se não foi seu irmão, foi seu pai ou seu avô!

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E — nhoc! — sangrou-o no pescoço.
Moral: Contra a força não há argumentos.

Disponível em: http://peregrinacultural.wordpress.com/2012/04/05/fabula-o-lobo-e-o-


cordeiro-texto-de-monteiro-lobato/. Acesso em 25 jul. 2013.

Ao ler o texto, você percebeu que há um jogo de argumentação entre o lobo e o


cordeiro.

1) Por que o lobo se irritou com o cordeiro e o devorou?


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2) As justificativas apresentadas pelo lobo para devorar o cordeiro eram válidas? Por
quê?
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3) Explique a relação entre o desfecho da narrativa e a moral “contra a força não há


argumentos”.
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3) A partir de agora, vamos estudar a argumentação mais formal, aquela que é


construída para defender um ponto de vista e que, geralmente, é publicada nos
grandes suportes como jornal, revista e internet.
Leia o texto a seguir, para responder as questões propostas:

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O perigo que a internet pode oferecer às famílias

A internet é uma ótima ferramenta para a informação e para a educação, mas


se usada de maneira inadequada, pode trazer problemas sérios para a sua família.
Com a violência instituída nos centros urbanos, é até coerente pensar que
dentro de casa os filhos estão mais seguros e protegidos. A conexão com o mundo lá
fora passa então a se dar por meio da tevê e da internet. E é nesta segunda que reside
um grande perigo.
Despreocupadamente, muitos jovens navegam pela web sem se dar conta que
podem estar se envolvendo com os chamados predadores virtuais: pedófilos,
sequestradores e até traficantes de drogas. Os jovens são movidos pela curiosidade e
com a internet eles têm acesso a todo tipo de coisa.
Desde sites de pornografia, contato com pessoas mal intencionadas, sites que
ensinam até a construir bombas e grupos que incentivam adolescentes ao suicídio,
alerta Adelize Generini de Oliveira, especialista na área e autora do livro Navegando
com Segurança Guia para Proteger seu Filho na Internet.
E os números comprovam que há motivo para preocupação. Cerca de 90% das
denúncias de pedofilia registradas no Brasil no ano passado tinham relação com o
conteúdo do Orkut, um dos mais populares sites de relacionamentos utilizados pelos
jovens.
Para evitar problemas, é preciso estar atento. De acordo com a pedagoga e
consultora em tecnologia, Danielle Lourenço, o melhor caminho é a orientação dos
pais. Você até pode proibir que seus filhos acessem a internet, não se cadastrem no
Orkut ou usem o MSN. Mas só dentro da sua casa.
Ele pode ir na esquina em uma lan house e fazer tudo isso. Hoje é possível
entrar em qualquer site pelo celular. Então, a conversa franca, com as devidas
orientações do uso seguro da internet é o melhor caminho. Outra coisa importante é
entrar neste meio online e ficar mais próximo dessa realidade, sugere a consultora.
Mas se o diálogo não funcionar, existem outras maneiras de evitar que seu filho
se meta em encrencas. A coisa mais simples a fazer, principalmente para crianças

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menores, é colocar um filtro proibindo certos conteúdos. Uma outra medida possível é
verificar o histórico no Internet Explorer e ver o que o jovem anda acessando. (...)

Disponível em: http://www.portaldecanoinhas.com.br/noticias/5250 Acesso em 26 jul. 2013.

1) Qual o assunto do texto que você acabou de ler?


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2) Que ideia é defendida no texto?


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3) De acordo com o texto, proibir que os filhos acessem a internet de casa é suficiente
para afastá-los dos perigos? Por quê?
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4) No 5º parágrafo, o autor apresenta um dado estatístico. Qual a importância dessa


informação para o objetivo do autor do texto? Explique.
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5) O texto apresenta a opinião de duas especialistas no assunto: Adenlse Generini e
Danielle Lourenço. Por que essas duas pessoas foram escolhidas para darem suas
opiniões no texto? Explique.
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Aula 2: Estabelecendo relações entre a tese e seus argumentos

Caro(a) aluno(a),
Agora que você já está mais familiarizado com a argumentação em textos mais
formais, vamos estudar dois tipos de informações que sempre aparecem nos textos
argumentativos: a tese e os argumentos.
A tese diz respeito a um posicionamento do autor em relação a uma ideia, uma
concepção ou fato. A apresentação de uma tese é muito importante porque se trata
de uma estratégia discursiva do autor, para mostrar a importância de sua posição
frente à questão discutida e, com isso, conquistar a adesão do leitor para que este
aceite seus pontos de vista.
Mas, para expor uma tese, é necessário apresentar argumentos que a
justifiquem, ou seja, os argumentos devem funcionar como razões, como provas de
que a ideia defendida tem sentido e consistência.
Desta forma, você precisa ser capaz de reconhecer nos textos a ideia que está
sendo defendida (tese) e as justificativas utilizadas para fundamentá-la (argumentos).
Há várias formas de defender um ponto de vista. Para tanto, existem vários tipos de
argumento. Dois dos mais utilizados pelo efeito de verdade que conferem aos textos é
o argumento com provas concretas e o argumento de autoridade.
O argumento com provas concretas é aquele em que o autor utiliza dados
estatísticos, resultados de pesquisas, cifras, valores, índices. Isso provoca no leitor uma
sensação de que o autor tem razão em relação àquilo que diz, porque foi comprovado

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por meio de pesquisas. Já o segundo tipo de argumento, o argumento de autoridade,
refere-se à contribuição de especialistas no assunto em discussão no texto. Essa
estratégia sugere para o leitor que a tese defendida no texto tem coerência, uma vez
que, autoridades no assunto, também apresentam pontos de vista convergentes com
os do autor.
É bom que você saiba que, mesmo utilizando argumentos dessa importância,
um argumento não é uma prova de verdade. É tão somente uma estratégia linguística
utilizada pelo autor, para conquistar a adesão do leitor. Mas, para se conseguir isso,
não basta apenas lançar mão de um bom argumento. O que convence o interlocutor é
qualidade dos argumentos expostos, somada à maneira como esses argumentos são
articulados em favor da tese defendida. Vamos, então, estudar mais sobre a
argumentação?

Atividade 2

Agora, você vai ler um texto bem divertido. Embora seja estruturado em forma de
narração, você vai perceber que há um jogo de argumentação e contra-argumentação
entre as personagens pai e filho.
Hora de dormir

- Por que não posso ficar vendo televisão?


- Porque você tem de dormir.
- Por quê?
- Porque está na hora, ora essa.
- Hora essa?
- Além do mais, isso não é programa para menino.
- Por quê?
- Porque é assunto de gente grande, que você não entende.
- Estou entendendo tudo.
- Mas não serve para você. É impróprio.
- Vai ter mulher pelada?
- Que bobagem é essa? Ande, vá dormir que você tem colégio amanhã cedo.
- Todo dia eu tenho.
- Está bem, todo dia você tem. Agora desligue isso e vá dormir.
- Espera um pouquinho.
- Não espero não.

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- Você vai ficar aí vendo e eu não vou.
- Fico vendo não, pode desligar. Tenho horror de televisão. Vamos obedeça a seu
pai.
- Os outros meninos todos dormem tarde, só eu que durmo cedo.
- Não tenho nada que ver com os outros meninos; tenho que ver com o meu filho.
Já para a cama.
- Também eu vou para a cama e não durmo, pronto. Fico acordado a noite toda.
- Não comece com coisa não, que eu perco a paciência.
- Pode perder.
- Deixe de ser malcriado.
- Você mesmo que me criou.
- O quê? Isso é maneira de falar com seu pai?
- Falo como quiser, pronto.
- Não fique respondendo não: cale essa boca.
- Não calo. A boca é minha.
- Olha que eu ponho de castigo.
- Pode pôr.
- Venha cá! Se der mais um pio, vai levar umas palmadas.
- ...
- Quem é que anda lhe ensinando esses modos? Você está ficando é muito
insolente.
- Ficando o quê?
- Atrevido, malcriado. Eu com sua idade já sabia obedecer. Quando é que eu teria
coragem de responder a meu pai como você faz. Ele me descia o braço, não tinha
conversa. Eu porque sou muito mole, você fica abusando... Quando ele falava está na
hora de dormir, estava na hora de dormir.
- Naquele tempo não tinha televisão.
- Mas tinha outras coisas.
- Que outras coisas?
- Ora, deixe de conversa. Vamos desligar esse negócio. Pronto, acabou-se. Agora
é tratar de dormir.
- Chato.
- Como? Repete, para você ver o que acontece.
- Chato.
- Tome para você aprender. E amanhã fica de castigo, está ouvindo? Para
aprender a ter respeito a seu pai.
- ...
- E não adianta ficar aí chorando feito bobo. Venha cá.
- Amanhã eu não vou ao colégio.
- Vai sim senhor. E não adianta ficar fazendo essa carinha, não pense que me
comove. Anda, venha cá.
- Você me bateu ...
- Bati porque você mereceu. Já acabou, pare de chorar. Foi de leve, não doeu nem
nada. Peça perdão a seu pai e vá dormir.
- ...
- Por que você é assim, meu filho? Só para me aborrecer. Sou tão bom para você,
você não reconhece. Faço tudo que você me pede, os maiores sacrifícios. Todo dia

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trago para você uma coisa da rua. Trabalho o dia todo por sua causa mesmo, e quando
chego em casa para descansar um pouco, você vem com essas coisas. Então é assim
que se faz?
- ...
- Então você não tem pena de seu pai? Vamos! Tome a benção e vá dormir.
- Papai.
- Que é?
- Me desculpe.
- Está desculpado. Deus o abençoe. Agora vai.
- Por que não posso ficar vendo televisão?

Fernando Sabino

Disponível em: http://blogauladeportugues.blogspot.com.br/2008/07/hora-de-dormir.html Acesso em


26 jul. 2013.

1) Faça um resumo da história contada pelo texto.


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2) Que fato desencadeia todo enredo da história?


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3) Por que o pai proíbe o filho de ver televisão? Que argumentos o pai utiliza para
convencer o filho de que deve desligar a televisão?
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4) Que argumentos o filho utiliza para convencer o pai a deixá-lo assistir televisão?
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5) Por que o texto tem início e termina com o mesmo questionamento do filho para o
pai?
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Agora vamos analisar um texto argumentativo de tema mais complexo, para


responder as questões de 1 a 4.
Sem limites

Não há limites para o imaginário humano. Mesmo em condições adversas, o


homem é capaz de criar representações da realidade, seja com a intenção de mudar
uma situação vigente, seja pra sair da rotina monótona do cotidiano ou fugir de uma
realidade hostil à vida. Essas imagens exercem um importante papel na alma humana
e vão muito além da conotação recreativa, elas formam a esperança e, em alguns
casos, podem determinar a sobrevivência do indivíduo.
No filme “A vida é bela”, cujo contexto é o da Segunda Guerra Mundial, um
homem, prisioneiro em um campo de concentração, tece uma gama de imagens
positivas e divertidas para que seu filho, uma criança, pense estar em meio a uma
brincadeira. Nesse caso, a fuga da realidade por meio da inventividade humana,
significou o alheamento do indivíduo, mas isso lhe garantiu a sobrevivência, pois o
garoto resiste até o fim para que possa receber sua recompensa.
No filme “O naufrago”, o personagem interpretado por Tom Hanks imagina
uma bola falante dotada de pensamento, a qual foi dada o nome de Wilson. Essa
criação do náufrago evitou que a solidão o levasse à loucura e ao suicídio até ser
resgatado. Ambos os exemplos dados são substituições da realidade por imagens,
visando o “eu”, assim como ocorre na sociedade atual, em que o individuo cresce, a
competição acirra-se e cria-se uma realidade hostil; a fuga torna-se uma questão de
sobrevivência.
Luther King, ao proferir a frase “I have a dream”, referia-se à imagem criada por
ele de um mundo melhor, em que o convívio entre brancos e negos fosse pacífico. A
realidade, entretanto, era marcada por um verdadeiro apartheid, ataques de
organizações como a ku klux klan, numa espécie de caça à bruxas. Após King, muito da
intolerância diminuiu. A imagem criada por um homem salvou o coletivo.
Dessa forma, nem somente para fugir da realidade servem as imagens. Elas
exercem papel fundamental na transformação do mundo, o qual de hostil pode tornar-
se melhor, como o conseguido por King.
Disponível em: http://letrasmundosaber.blogspot.com.br/2008/12/texto-dissertativo-argumentativo.html. Acesso
em 26 jul. 2013.

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6) Qual o tema do texto que você acabou de ler?
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7) Qual a relação entre a temática e o título “Sem limites”?


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8) Aponte a tese defendida pelo autor do texto.


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9) Identifique três argumentos que o autor utiliza para defender seu ponto de vista.
Argumento 1: ___________________________________________________________
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Argumento 2: ___________________________________________________________
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Argumento 3: ___________________________________________________________
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10) Esta atividade é um desafio! A seguir, sugerimos 06 opções de temática. Reflita em


torno delas e pense sobre qual você gostaria de opinar. Escolha a temática que mais
lhe interessar e/ou sobre a qual você possui maiores informações e formule uma tese,
ou seja, seu ponto de vista a respeito do assunto. Em seguida, aponte, pelo menos,
dois argumentos que justifiquem sua opinião a respeito do tema escolhido. Lembre-se:
você produzirá um texto, portanto, suas partes devem apresentar coerência (lógica) e
coesão (articulação de ideias). Vamos lá? Bom trabalho!
Temática 1: Deve-se reduzir a maioridade penal no Brasil?
Temática 2: Qual a relação entre o estudo e uma carreira profissional de sucesso?
Temática 3: Deve ou não haver maior controle sobre o consumo do álcool?

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Temática 4: Como solucionar o problema do bullying na escola e na internet?
Temática 5: Cotas nas universidades. Você é a favor ou contra?
Temática 6: Gravidez fora de hora: adolescência em crise.
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Aula 3: Distinguindo fato e opinião

Caro(a) aluno(a),
Nesta aula, vamos aprender a distinguir o que é um fato e o que é uma opinião
relativa a um fato, considerando que, ao lermos um texto, buscamos informações
sobre os mais variados assuntos, mas não é só isso. Também procuramos tirar nossas
próprias conclusões sobre essas informações, considerando a interpretação que
fazemos dos textos. Ao procedermos dessa maneira, estamos levantando hipóteses
sobre as razões pelas quais o autor selecionou essa ou aquelas informações e também
sobre sua opinião em relação à temática discutida. É muito comum que, após a leitura
de um texto, tenhamos formado nossa opinião sobre o assunto.
Mas, qual é a diferença entre uma opinião e um fato?
Fato é aquilo que realmente aconteceu; já a opinião é uma interpretação
subjetiva dos fatos, é aquilo que alguém pensa sobre o que aconteceu (fato). Por
exemplo, se dissermos: “Está chovendo”, estaremos enunciando um acontecimento

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constatado por nós e se trata de um fato, por ser facilmente percebido pela
observação de um fenômeno físico.
Se, porém, falarmos: “A chuva é bela”, “A chuva é boa” ou “A chuva é ruim”,
estaremos interpretando e avaliando o acontecimento. Nesse caso, proferimos uma
opinião, um juízo de valor. Reiterando: fatos são aqueles que dizem o que as coisas
são, como são e por que são. Já as opiniões avaliam coisas, pessoas, ações,
experiências, acontecimentos, sentimentos, estados de espírito, intenções e decisões
como bons ou maus, desejáveis ou indesejáveis.
Há alguns elementos lingüísticos que funcionam como “pistas”, ou seja,
sinalizam a exposição de opiniões, como, por exemplo, os adjetivos, que é uma classe
de palavra que tem por objetivo caracterizar os seres. Desta forma, ao emitirmos
opiniões a respeito de determinados fatos, utilizamos os adjetivos para qualificá-los:
“A chuva é bela, é boa, é ruim”. Também é muito comum aparecerem nos textos
expressões cristalizadas do tipo: no meu ponto de vista, na minha opinião, eu acho, eu
acredito, eu penso. Outros termos também são indicadores de avaliação: talvez,
possivelmente, (in)felizmente, provavelmente, entre outros.
É muito frequente, em textos argumentativos, que opiniões sejam emitidas em
relação a determinados fatos. Portanto, ser capaz de distinguir fato e opinião é uma
habilidade importante para uma leitura eficiente.

Atividade 3

1) Vamos começar esta atividade de forma bem direcionada: você vai apontar nos
textos abaixo quais apresentam fato (F) e quais apresentam opinião (O).

( ) A educação brasileira patina no atraso e na defasagem, em relação à dos países


desenvolvidos.
( ) Equacionar a problemática da educação no país é inadiável.

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( ) Como em todo tema polêmico, discutir a maioridade penal requer, pela gama de
aspectos envolvidos, sensatez e muita responsabilidade dos legisladores.
( ) Novamente, a discussão acerca da redução da maioridade penal ocupa lugar de
destaque no congresso.
( ) A liberação da maconha, no Brasil, não pode ser levada a cabo antes de se
promover um amplo, objetivo e transparente debate com toda a sociedade brasileira.
( ) Volta à pauta de discussões da câmara a possibilidade de se liberar a maconha.
( ) O progresso célere e a qualquer custo tem levado à exaustão dos recursos naturais
do planeta.
( ) O homem moderno deve rever sua postura no tocante à maneira como lida com os
recursos naturais ainda disponíveis no planeta, sob pena de colocar em xeque o
próprio futuro da humanidade.
( ) As pessoas são levadas a acreditar que só poderão ser plenamente felizes se
consumirem cada vez mais. Não percebem que a felicidade e a realização pessoal nada
têm a ver com a posse material e o ter mais e mais.
( ) Vive-se um momento de um crescendo e irrefreável consumismo.
( ) O MEC aprova um livro que diz que em português nada é errado. O que existe é o
inadequado.
( ) Se fosse apenas uma questão linguística, tudo bem. Acontece que o que está em
jogo é o currículo de quase meio milhão de alunos. Na moda do politicamente correto,
defende-se o endosso ao erro e ao falar errado para se evitar o preconceito linguístico.

Disponível em: http://lingua-agem.blogspot.com.br/2011/06/fato-algo-cuja-existencia-independe-


de.html Acesso em 28 jul. 2013.

Agora, leia o texto abaixo para responder às questões de 2 a 6:

Namoro pela internet, que loucura é essa?

Camila sai com as amigas, mas, para surpresa de seus pais, chega antes da
meia-noite. Ela diz um “oi” rápido e dirige-se ao espelho para arrumar o cabelo e
renovar a maquiagem. Sua mãe pergunta: “Ué, você vai sair de novo?”. E a garota
responde tranquilamente: “Não, mãe, só vou encontrar meu namorado pela
internet!”. Com algumas variações no enredo, esta cena está se tornando cada vez
mais frequente.

20
Não é novidade para mais ninguém que o modo de relacionamento mais
comum entre adolescentes e jovens é o ficar. [...] Há poucos anos, no entanto, a
internet possibilitou outra forma de se relacionar afetivamente: à distância, sem
contato físico, mas com muita troca de carinho através de chats, messenger, sites de
relacionamento, ou softwares que permitem o uso de microfones e câmeras para ouvir
e ver a outra pessoa. [...]
Existem dois tipos de namoro pela internet. Um é aquele em que internautas se
conhecem em algum ambiente virtual e decidem se aproximar. O outro ocorre quando
pessoas se encontram fora da internet, mas, por morarem longe ou pela necessidade
de mudança de um dos dois, utilizam a web como recurso para manter contato. Em
qualquer deles há fatores positivos e negativos que precisam ser levados em conta, se
existe a vontade de levar adiante isso que é considerado loucura pelos que estão de
fora.
Uma das coisas boas de um namoro à distância é o estímulo ao diálogo. Sabe-se
que a presença física muitas vezes inibe a expressão de sentimentos íntimos de amor,
ou mesmo de contrariedade. Estando longe, escrevendo um email ou uma carta, o(a)
apaixonado(a) pode sentir-se mais à vontade para dizer o que pensa. O próprio ato de
escrever também ajuda a dar mais clareza sobre o que se sente, de fato, pelo (a)
outro(a).
Nem tudo são flores, no entanto; a internet é um meio em que se encontra
muita gente disposta a passar a perna nos outros, iludindo-os para seu próprio
proveito. Quando nos comunicamos pela internet com desconhecidos, é preciso ter
cuidado e não passar informações particulares. [...]
A internet é um excelente meio para namorar, porém ela não substitui e nunca
será tão rica quanto uma relação convencional.

Disponível em: http://bionarede.com.br/wp-content/uploads/2011/05/POR90211.PDF Acesso em 28 jul. 2013.

2) Qual o tema do texto que você acabou de ler?


_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

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3) Que opinião do autor aparece no título do artigo?
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

4) Qual o papel da Internet nos dois tipos de namoro à distância a que o autor faz
referência?
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

5) Transcreva duas passagens do texto em que o autor expressa sua opinião frente à
temática em discussão.
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

6) Aponte os aspectos positivos e negativos das possibilidades de relacionamento a


distância citadas no texto.

Aspectos positivos Aspectos negativos

Relacionamentos
a
distância

22
7) Leia novamente o texto “Namoro pela internet, que loucura é essa?”. Retiramos dois
fatos apresentados pelo autor. Reflita sobre eles e escreva a sua opinião a respeito.

a) “Há poucos anos (...) a internet possibilitou outra forma de se relacionar


afetivamente: à distância...”
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

b) “...a internet é um meio em que se encontra muita gente disposta a passar a perna
nos outros, iludindo-os para seu próprio proveito.”

_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

8) A seguir, são apresentados três textos, cada um com uma questão objetiva. Leia-os
com atenção, para realizar as atividades:
Texto 1

Etíopes se assustam com chuva de peixes

Etiópia (AE) - trabalhadores rurais flagelados pela seca no sul da Etiópia foram
surpreendidos por uma inusitada chuva de peixes, disse um jornal local ontem. A rara
chuva fez com que milhões de peixes despencassem do céu, alguns mortos e outros
ainda se debatendo, criando pânico entre os agricultores mais religiosos.
Saloto Sadoro, especialista em peixes na região, atribuiu o fenômeno ás fortes
tempestades formadas no oceano índico que “sugaram” os peixes antes de derrubá-los
sobre os incautos fazendeiros. O sul da Etiópia enfrenta há dois anos uma seca que,
segundo equipes humanitárias, ameaça a vida de oito milhões de pessoas.

23
9) O trecho que expressa uma opinião sobre o fato narrado é:

a) “A rara chuva fez com que milhões de peixes despencassem do céu...”


b) “...ameaça a vida de oito milhões de pessoas.”
c) “...criando pânico entre os agricultores mais religiosos.”
d) “...surpreendidos por uma inusitada chuva de peixes.”

Disponível em:
http://www.saerjinho.caedufjf.net/diagnostica/paginas/protegidas/prova/configurarProva.fac
es Acesso em 28 jul. 2013.

Texto 2

Não se perca na rede


A Internet é o maior arquivo público do mundo. De futebol a física nuclear, de
cinema a biologia, de religião a sexo, sempre há centenas de sites sobre qualquer
assunto. Mas essa avalanche de informações pode atrapalhar. Como chegar ao que se
quer sem perder tempo? É para isso que foram criados os sistemas de busca. Porta de
entrada na rede para boa parte dos usuários, eles são um filão tão bom que já existem
às centenas também. Qual deles é o melhor? Depende do seu objetivo de busca.
Há vários tipos. Alguns são genéricos, feitos para uso no mundo todo (Google, por
exemplo). Use esse site para pesquisar temas universais. Outros são nacionais ou
estrangeiros com versões específicas para o Brasil (Cadê, Yahoo e Altavista). São ideais
para achar páginas “com.br”. (Paulo D’Amaro)

10) O artigo foi escrito por Paulo D’Amaro. Ele misturou informações e análises do
fato. O período que apresenta uma opinião do autor é:
a) “foram criados sistemas de busca.”
b) “essa avalanche de informações pode atrapalhar.”
c) “sempre há centenas de sites sobre qualquer assunto.”
d) “A Internet é o maior arquivo público do mundo.”
e) “Há vários tipos.”

24
Texto 3
A raposa e as uvas
Num dia quente de verão, a raposa passeava por um pomar. Com sede e calor,
sua atenção foi capturada por um cacho de uvas.
“Que delícia”, pensou a raposa, “era disso que eu precisava para adoçar a
minha boca”. E, de um salto, a raposa tentou, sem sucesso, alcançar as uvas.
Exausta e frustrada, a raposa afastou-se da videira, dizendo: “Aposto que estas
uvas estão verdes.”
Esta fábula ensina que algumas pessoas quando não conseguem o que querem,
culpam as circunstâncias.

11) A frase que expressa uma opinião é:

a) “a raposa passeava por um pomar.”


b) “sua atenção foi capturada por um cacho de uvas.”
c) “a raposa afastou-se da videira”.
d) “aposto que estas uvas estão verdes”.

Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/saeb_matriz2.pdf Acesso em 28 jul.


2013.

Aula 4: Identificando a argumentação na carta do leitor

Caro(a) aluno(a),
Você já escreveu uma carta? Há alguns anos, quando a internet e o telefone
celular ainda não eram tecnologias tão acessíveis como atualmente, as pessoas se
comunicavam por meio de cartas. Quando alguém queria mandar ou receber notícias
dos familiares ou amigos, enviava uma carta, através dos correios. Dependendo de
para onde era endereçada, a carta demorava alguns dias ou semanas para chegar ao
destino.

25
Hoje, ao contrário, temos a tecnologia do e-mail, SMS e facebook que
promovem uma comunicação instantânea entre as pessoas, tudo ao alcance de um
clique. Com isso, as cartas foram ficando cada vez mais de lado e são pouco utilizadas
para a comunicação pessoal. Mas elas ainda continuam sendo bastante utilizadas por
empresas para fazerem anúncio de seus serviços e produtos e para fazerem cobranças
aos clientes.
As cartas pessoais possuem uma estrutura padronizada: são constituídas de
local, data, vocativo (a quem ela é dirigida), corpo do texto, assinatura e despedida. A
linguagem nas cartas pessoais costuma ser mais informal, uma vez que o interlocutor é
uma pessoa próxima.
É importante você saber como se escreve uma carta, pois haverá momentos
em sua vida, nos quais esse conhecimento lhe será requerido. As empresas, por
exemplo, geralmente, exigem dos candidatos que pleiteiam uma vaga, a redação de
cartas formais, de apresentação, em que a pessoa apresenta de maneira mais formal
sua formação escolar e sua experiência pessoal. As cartas de apresentação têm,
portanto, objetivos diferentes das cartas pessoais.
Outro tipo de carta muito comum é a carta do leitor. A carta do leitor é um
gênero textual em que o leitor escreve para uma revista ou jornal para comentar,
criticar ou elogiar uma matéria ou carta publicada em edições anteriores. Boa parte
dos jornais e revistas possui uma seção destinada às cartas do leitor, conhecida como
"Cartas à Redação", "Painel do Leitor", “Leitor”, entre outros títulos.
Essa seção oferece um espaço para que o leitor faça elogios ou críticas a uma
matéria publicada, ou mesmo sugestões. Os comentários podem referir-se às ideias de
um texto, com as quais o leitor pode concordar ou não; à maneira como o assunto foi
abordado, ou à qualidade do texto em si. A linguagem da carta do leitor costuma variar
conforme o perfil dos leitores da publicação. Pode ser mais descontraída, se o público
é jovem ou ter um aspecto mais formal.
Esse tipo de carta apresenta formato parecido com o das cartas pessoais: data,
vocativo, mensagem no corpo do texto, despedida e assinatura. Porém, quando
necessário, a equipe de redação do jornal ou revista adapta as cartas do leitor a seu
estilo e as reduz para encaixá-las na seção reservada a elas, mantendo apenas uma
parte do corpo.

26
Quando publicadas, as cartas costumam ser agrupadas por assunto. Assim,
reúnem-se as que se refiram à mesma notícia ou reportagem em um mesmo bloco,
que recebe um título.
Vamos, agora, estudar cada um dos tipos de cartas que mencionamos: a
pessoal, a formal e a do leitor.

Atividade 4

Leia a carta, a seguir, para responder às questões de 1 a 5.

Porto Alegre, 28 de dezembro de 2012.


Amado filho Raul,

Há duas semanas você viajou para fazer o tão sonhado intercâmbio em


Londres, e já sinto imensas saudades.
Como foi a viagem? Estranhou o clima e a alimentação britânicos? Você vai
ficar aí dois anos, por isso, trate de escrever mais, já que nem sempre será
possível telefonar. O que você está achando da cidade e dos londrinos?
Seu pai e seus irmãos enviam fortes abraços, e Breno pede que você entre em
contato com ele pela internet. Na próxima semana será o aniversário de sua irmã
Ana; não se esqueça de telefonar.
Aqui em Porto Alegre tem chovido bastante, e o calor continua intenso. Nas
férias de janeiro, vamos pra Camboriú. Vai ser tudo tão estranho sem você!
Cuide-se bem, proteja-se do frio que é terrível nessa época e veja bem com
quem vai andar. Seu irmão pretende passar o mês de julho com você, se tudo
correr bem. Se precisar de qualquer coisa, ligue para nós imediatamente.
Responda logo e envie fotos.
Mil beijos.
Sônia.
Disponível em: http://dc335.4shared.com/doc/VFOP5nWv/preview.html Acesso em 27 jul. 2013. Com adaptações.

27
1) Qual é o assunto da carta que você acabou de ler?
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
2) Esse é um exemplo de carta pessoal, formal, de apresentação ou do leitor?
Justifique sua resposta.
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
3) A carta pessoal costuma apresentar uma estrutura padrão, composta de local e
data, vocativo (nome da pessoa a quem se dirige a carta), texto e assinatura. Na carta
em estudo, identifique todos esses elementos e transcreva-os para o quadro a seguir.

LOCAL

DATA

VOCATIVO

DESPEDIDA

ASSINATURA

4) Na carta, depois da assinatura, há um P.S., abreviatura da expressão latina post


scriptum, que significa “depois de escrito”.

a) Qual é a finalidade do P.S.?


_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

b) Qual foi o objetivo da mãe de Raul ao incluir um P.S. na carta?


_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

5) Quanto à variedade de linguagem empregada na carta, responda:

28
a) A linguagem é formal ou informal? Por que foi utilizado esse tipo de linguagem?
Explique.
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

6) Nesta atividade, propomos que você leia duas cartas do leitor que apresentam
posicionamentos diferentes a respeito dos “Limites ao fumo", em algumas situações.
Os dois leitores expõem argumentos que sustentam o que afirmam.

Limites ao fumo

Carta 1:

“Países desenvolvidos estão tentando limitar o fumo até no meio da rua, pois isso afeta
os não fumantes. Mas no Rio de Janeiro nem as leis que proíbem o fumo em shopping
centers e supermercados (até nas seções de hortifruti) são respeitadas, obrigando quem
não fuma ao convívio com essa poluição. Parte da desobediência deve ser creditada aos
donos dos estabelecimentos, que não orientam clientes e funcionários”.

Marcos de Luca Rothen (por e-mail, 13/11), Niterói/RJ

Carta 2:

“A proposta de incluir no Código de trânsito a proibição de dirigir fumando só pode ser


mais uma tentativa de obter mais dinheiro com multas. Dirijo há quase 30 anos e nunca
fui responsável por uma batida. Muitas vezes o cigarro é que mantém o motorista
desperto, principalmente quando dirigindo em estrada. Em vez de propor tal absurdo
digno de colégio interno, por que não se cuida de meios ou de soluções para desenvolver
o país?”

Carlos Rocque da Motta (por e-mail, 14/11), Rio

Disponível em: http://duvidasredacao.blogspot.com.br/2009/11/clique-sobre-imagem-para-


aumentar.html Acesso em 27 jul. 2013.

As cartas 1 e 2 comentam uma mesma reportagem publicada em uma revista sobre os


limites impostos aos fumantes. Analise as duas cartas e responda:

29
a) A carta 1 se apresenta a favor ou contra os limites impostos aos fumantes? Que
argumentos o leitor apresenta para fundamentar este posicionamento?
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

b) A carta 2 se apresenta a favor ou contra os limites impostos aos fumantes? Que


argumentos o leitor apresenta para fundamentar este posicionamento?
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

Agora você vai ler um artigo publicado na Revista Superinteressante sobre o


tema “ansiedade”.

Descubra por que a ansiedade atrapalha a sua vida e aprenda o que fazer para
conviver com ela.
por Texto Karin Hueck

Quando todas as coisas boas da vida – amor, dinheiro, sexo e diversão – se


tornam motivo de preocupação, é sinal de que algo está errado. Entenda o que é a
ansiedade e aprenda a conviver com esse sentimento, que é mais comum e antigo do
que você imagina.
Vamos começar pelo final. Quando você terminar de ler esta reportagem, terá
descoberto que ansiedade é o sentimento típico de quem vive no futuro, se
preocupando com as coisas que ainda vão acontecer. E que, se estamos vivos hoje, é a
ela que devemos agradecer, porque nos fez ser mais cautelosos durante séculos e
séculos de evolução. Você também vai aprender que todos os tipos de ansiedade
podem ser tratados com remédios ou terapia, mas que, por mais que eles atrapalhem
o trabalho, o namoro, as coisas boas da vida e acabem com a sua paciência no trânsito,

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nem sempre é bom se livrar deles. Dá para conviver com a ansiedade pacificamente –
e é isso que vai fazer a diferença na hora de reconhecer que nem tudo precisa ser
motivo de preocupação o tempo todo.
Pronto, se, como bom ansioso, você queria saber como esta matéria vai acabar,
não precisa mais correr para a última página. Pode seguir aqui, com calma, para
entender de onde surgiu esse problema e para aprender por que falar de ansiedade
está na moda. Há mais de 300 mil livros e 100 mil artigos médicos sobre o assunto, e o
número aumenta todos os dias. Oito em cada 10 trabalhadores apresentam algum
sintoma de ansiedade ao longo da carreira, segundo pesquisa de uma associação
internacional voltada ao estudo do estresse. Em algum momento da vida, você vai
sentir a sensação de que não vai dar conta das coisas. Não existe quem nunca tenha
sofrido com a ansiedade. E, acredite se quiser, isso pode ser bom. Mas, afinal, o que é
essa sensação? (...)

Disponível em: http://super.abril.com.br/saude/ansiedade-447836.shtml. Acesso em 28 jul. 2013.

Agora leia as cartas que os leitores enviaram à revista, comentando a


publicação da matéria:

Carta 1

A matéria sobre a ansiedade foi a mais elucidativa e completa que já li. Controlei a
minha ansiedade e li devagar, com atenção. Saber controlar esse sentimento é mais
do que essencial no momento em que vivemos: é vital. O contrário resulta em
colapso físico e mental. A ânsia de estar bem informado pode ser controlada se
pensarmos que é menos grave que doenças, desemprego e violência. Afastar os
pensamentos catastróficos é sem dúvida uma boa solução para fugir da ansiedade.

Maria das Graças P. Monteiro, Feira de Santana, Ba.

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Carta 2

Como falar de ansiedade numa fila de banco? Não sei o que responder. Só sei que é
justamente onde eu estava ao ler essa matéria. Aí juntou tudo: a ânsia de ser atendido
logo, a dúvida se iria ter tempo de me encontrar com a minha namorada e a espera da
prova do vestibular, que está marcada para o fim deste mês. E, pior, ficar ansioso não
me ajudou. Passei 6 horas socado naquela agência.
Marco Manoel, João Pessoa, PB.

Carta 3

Quando vi a capa desse mês, já me identifiquei com o assunto. Vivo achando que o
dia deveria ter 30 horas. Como sou professora, tenho necessidade de saber de tudo
que há de novo em tecnologia e informação. A presença da revista em cima da mesa,
sem ter tempo para lê-la, me deixou angustiada a semana inteira. Sempre achei que
as pessoas ansiosas, como eu, aproveitam mais o que há no mundo. E qual o mal de
ter sede de informação?
Cristiane Magnani, Curitiba, PR.

Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=41403 Acesso em 26


jul. 2013.

As cartas lidas foram publicadas na Superinteressante, revista que divulga informações


científicas para o público em geral. Após a leitura da reportagem e das cartas dos
leitores 1 e 2, responda:

7) É possível deduzir, pelo conteúdo das cartas, que os leitores dessa revista têm
algum conhecimento científico? Comente.
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

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8) Qual das cartas lidas apresenta opiniões a respeito do artigo? É uma opinião
positiva ou negativa? Explique.
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

9) A Carta do leitor apresenta algumas características da carta pessoal. Quais são elas?
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

Aula 5: Reconhecendo os níveis de formalidade e utilizando


adequadamente os pronomes de tratamento

Caro(a) aluno(a),
Nesta aula vamos aprender a reconhecer o nível de formalidade empregado
nos textos. Essa é outra habilidade extremamente importante que você vai precisar
utilizar em diversos momentos de sua vida, dentro e fora da escola.
Você já parou para pensar como as pessoas são diferentes umas das outras em
relação ao modo como se expressam, seja falando ou escrevendo? Dependendo da
idade, escolaridade, profissão, nível sociocultural e lugar de origem, as pessoas se
expressam de modo muito particular.
Embora quase todos os brasileiros utilizem o português nas situações de
comunicação e interação social, a maneira como utilizamos a língua varia bastante em
função de diversos fatores que já mencionamos: o sexo, a idade, a escolaridade, a
profissão, o nível sociocultural, os papéis sociais, o lugar de origem, entre outros.
Para ser um competente usuário da língua, o falante deve necessariamente
saber utilizar as diversas possibilidades que a língua oferece. Pense, por exemplo, na
seguinte situação: suponhamos que você precise de algum favor. Você pediria isso da
mesma forma para seu colega de sala de aula, para sua mãe, para o diretor da sua
escola e para o prefeito de sua cidade? Claro que não! E por que não? Por que cada
uma dessas pessoas, por mais que você conheça e conviva com elas, tem um papel

33
social diferente e, por isso, o tipo de linguagem que você vai usar para se reportar a
cada uma delas também deverá ser diferente. E imagine se você utilizar com o prefeito
a mesma linguagem que você utiliza com seu colega, você conseguiria o que você
tanto deseja? É provável que não!
Esta mesma situação acontece também nos textos escritos. Para cada texto há
uma linguagem própria. Pense: uma piada, um bilhete, um SMS, uma reportagem e um
artigo de divulgação científica terão a mesma linguagem? O mesmo vocabulário?
Evidente que não! E por que não? Por que são gêneros textuais diferentes, com
estruturas e finalidades bem distintas. Se uma revista publica uma descoberta
científica, como, por exemplo, uma nova vacina contra alguma doença, esse texto teria
credibilidade se utilizasse, por exemplo, a linguagem que você utiliza no facebook com
seus amigos?
Para algumas pessoas, esse texto da revista seria até incompreensível! Por isso
existe uma linguagem padronizada para os textos falados e escritos que damos o nome
de linguagem formal ou norma culta. Dependendo do objetivo e da sua formalidade,
precisamos ter a preocupação em selecionar e empregar palavras adequadas ao
contexto de produção dos textos. É claro que as outras formas de falar também são
válidas, mas precisamos ter bom senso e saber em que situação usá-las ou não.
Desta forma, para nos dirigirmos às pessoas do nosso convívio cotidiano,
utilizamos uma linguagem mais informal, mais íntima. Mas, se precisarmos nos
reportar a uma pessoa que possui um papel social de prestígio (prefeitos, juízes,
reitores, presidente, ministros...) precisamos utilizar uma linguagem mais formal, tanto
na linguagem escrita quanto falada.
Quando precisamos nos dirigir diretamente a uma autoridade, devemos utilizar
palavras próprias a que damos o nome de pronomes de tratamento. Esses pronomes
costumam ter relação com a profissão ou com o cargo exercido pela pessoa a quem
nos dirigimos. Confira, a seguir, os principais pronomes de tratamento e seus
respectivos referentes:

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Pronomes de Abreviatura Abreviatura
Usados para:
tratamento Singular Plural
Você V. VV. Usado para um tratamento íntimo, familiar.
Pessoas com as quais mantemos um certo
Senhor, Senhora Sr., Sr.ª Srs., Srª.s
distanciamento mais respeitoso.
Pessoas com um grau de prestígio maior.
Usualmente, os empregamos em textos escritos,
Vossa Senhoria V. S.ª V. Sª.s
como: correspondências, ofícios, requerimentos,
etc.
Usados para pessoas com alta autoridade, como:
Vossa Excelência V. Ex.ª V. Ex.ªs Presidente da República, Senadores, Deputados,
Embaixadores, etc.
Vossa Alteza V. A. V V. A A. Príncipes e duques.
Vossa Santidade V.S. - Para o Papa.
Vossa
V. Mag.ª V. Mag.ªs Reitores de Universidades
Magnificência
Vossa Majestade V. M. V V. M M. Reis e Rainhas.

Disponível em: http://www.brasilescola.com/gramatica/pronomes-tratamento.htm Acesso em 27 jul. 2013.

Essa tabela é apenas para você consultar, se tiver alguma dúvida quanto ao
emprego adequado dos pronomes de tratamento. Reconhecer e saber utilizá-los com
propriedade é uma importante habilidade para você se comunicar satisfatoriamente
através, por exemplo, do gênero carta.
Assim, saber adequar a linguagem, tanto falada quanto escrita, ao contexto de
produção e de circulação dos textos é uma condição fundamental para se tornar um
proficiente usuário da língua, nas mais diversas situações sociais de interação
comunicativa.
A partir de agora você já tem condições de identificar os níveis de formalidade
empregados nos textos. Vamos às tarefas?

Atividade 5

Inicialmente, você vai ler dois gêneros de textos muito comuns em seu dia-a-
dia.

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Texto 1:

Disponível em: http://suefb.blog.uol.com.br/arch2008-05-01_2008-05-31.html Acesso em 27 jul. 2013.

1) O texto que você acabou de ler pertence a que gênero textual?


_______________________________________________________________________

2) Com que finalidade esse texto foi escrito?


_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

3) Quem é o destinatário da mensagem?


_______________________________________________________________________

4) Você acha que o nível de linguagem empregado nesse texto é adequado à situação
de comunicação? Explique.
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

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Texto 2:

Disponível em: http://suefb.blog.uol.com.br/arch2008-05-01_2008-05-31.html Acesso em 27 jul. 2013.

5) O texto desta atividade pertence a que gênero textual?


_______________________________________________________________________

6) Você deve ter percebido que entre o texto 1 e o texto 2 há semelhanças e


diferenças. Aponte-as na tabela a seguir.

SEMELHANÇAS DIFERENÇAS

TEXTO 1

TEXTO 2

7) Qual desses dois gêneros você utiliza mais em seu dia a dia. Por quê?
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

Leia a carta pessoal a seguir, para responder as questões 1 e 2.

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Texto 3

Araraquara, 9 de janeiro de 2010.

Cara amiga Landinha,

E aí, tá curtindo as férias? Como foi de férias? Por aqui as coisas estão
meio tumultuadas. Enquanto a cidade tá meio vazia, sem o habitual
movimento dos estudantes e do comércio, minha casa tá com a lotação
esgotada de tantos tios e tias, primos, primas e amigos. É um entra e sai de
gente, de estende colchão aqui e lá, de conversas e risos, de bolos e cafezinhos,
de gritaria de criança, que, confesso, tô com saudades daquela preguiça
cotidiana de férias, de ficar horas na frente da televisão e não fazer outra
coisa a não ser dormir e dormir... Brincadeirinha, você sabe que adoro agito,
que não desgrudo dos primos e amigos, que a gente não perde uma balada por
nada desse mundo.
Advinha quem tá por aqui? Já adivinhou, claro. Sabe o que ele
perguntou assim que me viu? Cadê a Yolanda? Ela não vem para cá este ano?
Aí criei um suspense desinteressado, fiz cara de sonsa, inventei que você
talvez viesse só no feriado de carnaval... Ele ficou meio desapontado, fiquei
com uma pena danada do pobre e disse pra ele não ficar triste não, que você
estava a caminho. Então, amiga, pega as malas e vem já pra cá. O coração do
Beto, pelo jeito, tá aos pedaços. Só seus beijinhos podem tirá-lo do baixo-
astral.
Bem, vou ficando por aqui, porque minha mãe tá me chamando pro
almoço e como você logo estará por aqui... botaremos as fofocas em dia.

Beijo saudoso,

Bebete.

P.S. Não esquece de trazer “O mundo de Sofia”. Tô louca pra ler.

CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e interação. São Paulo: Atual, 2009. p.
59.

8) Qual o assunto da carta que você acabou de ler?


_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

9) Quanto à linguagem empregada na carta, responda:

a) A linguagem é formal ou informal? Por que foi utilizado esse tipo de linguagem?
Explique.
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

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b) Retire do texto três passagens que ilustrem o tipo de linguagem predominante na
carta.

Exemplo 1

Exemplo 2

Exemplo 3

Agora vamos estudar a carta formal. A carta a seguir foi escrita por um grupo de alunos
do 9º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública estadual de Minas Gerais.
Leia-a com atenção para responder às questões.

Muriaé , 14 de março de 2012.

Prezado Senhor diretor,

Nós, alunos do 9° ano A, estamos escrevendo essa carta porque gostaríamos de


fazer algumas reivindicações que atendessem às nossas necessidades.
Em primeiro lugar, gostaríamos de pedir a volta do horário vago porque todas
as outras turmas têm, menos a nossa.
Em segundo lugar, pedimos que nossas aulas de Educação Física sejam na parte
da manhã e que meninas e meninos façam as aulas separadamente, uma vez que
poderão ocorrer acidentes, já que os meninos geralmente são mais “brutos” e as
meninas mais sensíveis, mais frágeis. Além disso, há, por parte das meninas, certo
constrangimento em relação ao tipo de roupa utilizado nas aulas por causa da
presença dos meninos.
Terceiro: em virtude do calor intenso, um único bebedouro no primeiro
pavimento é muito pouco para atender a todos os alunos. Além disso, esse bebedouro
costuma dar choques.
Quarto: já que a biblioteca dispõe de vários computadores que não são usados,
gostaríamos de poder usá-los para pesquisas ou para termos aulas de informática.
Quinto: como não são todas as pessoas que gostam de suco, pedimos que
voltassem a ser vendidos refrigerantes.
Sexto: seria muito proveitoso para nós que o acervo da biblioteca fosse
ampliado.

39
Sétimo: gostaríamos de pedir à direção que organizasse neste ano um passeio
na Universidade Federal de Viçosa.
Oitavo: não seria possível trocar as cortinas da nossa sala por outras que
bloqueassem melhor a luz?
Nono: pedimos que o senhor pensasse na possibilidade de abrir uma turma de
1° ano do Ensino Médio em 2013 porque muitos de nós pretendemos fazer cursos no
SENAI à tarde.
E, por último, gostaríamos de pedir que o vestiário da quadra seja liberado para
uso dos alunos após as aulas de Educação Física.

Atenciosamente,
Alunos do 9° A.

10) Qual é o assunto dessa carta?


_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

11) Para se dirigir ao diretor da escola, os alunos fizeram uso do vocativo “Prezado
senhor diretor”. De acordo com o destinatário da carta formal, um vocativo adequado
deve ser utilizado. Com base nesta informação, observe as opções a seguir e marque a
alternativa que apresenta um vocativo adequado ao destinatário indicado.
a) Destinatário: empresa de telefonia celular – Vocativo: Excelentíssimos senhores.
b) Destinatário: comandante do batalhão de polícia – Vocativo: Caro comandante.
c) Destinatário: prefeito da cidade – Vocativo: Vossa Majestade Sr. Prefeito.
d) Destinatário: secretária municipal de saúde – Vocativo: Prezada Senhora Secretária
de Saúde.

12) Ao terminar a carta, os alunos se despedem com a expressão “Atenciosamente”,


por ser uma carta que exige certa formalidade entre emissor e receptor. Pensando
nisso, assinale a alternativa que apresenta uma despedida inadequada ao teor uma
carta formal:
a) Cordialmente.
b) Grato.
c) Valeu!
d) Desde já, obrigado(a).

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13) Agora, comparando as cartas pessoal e formal que estudamos, explique:

a) O que ambas apresentam em comum?


_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

b) O que as diferencia?
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

14) Relacione adequadamente o vocativo com a despedida, de acordo com o grau de


formalidade que expressam.

VOCATIVO DESPEDIDA
( 1 ) Prezado Senhor Secretário de Educação, ( ) Abraços!
( 2 ) Querida prima Sônia, ( ) Valeu!
( 3 ) Meu velho amigo Eduardo, ( ) Beijos!
( 5 ) E, aí, mano, beleza?! ( ) Grato.

15) Agora você vai relacionar adequadamente o pronome de tratamento de acordo


com o cargo que a pessoa citada exerce. Um dos pronomes poderá se referir a duas
pessoas ao mesmo tempo.

PRONOME DE TRATAMENTO CARGO


( 1 ) Vossa Santidade ( ) Juiz do STF Joaquim Barbosa
( 2 ) Vossa Magnificência ( ) Princesa Kate
( 3 ) Vossa Majestade ( ) Rainha Elisabeth
( 4 ) Vossa Excelência ( ) Papa Francisco
( 5 ) Vossa Alteza ( ) Reitor da UFF Roberto Salles
( ) Presidenta Dilma Rouseff

41
Aula 6: Utilizando adequadamente as regras de regência
verbal e nominal

Caro(a) aluno(a),
Nesta aula vamos estudar o emprego adequado da regência verbal e nominal.
Você já ouviu falar de regência? Certamente, você já ouviu algo a respeito nas aulas de
História, pois a palavra “regência” tem origem em uma expressão ligada à figura do rei,
na época das monarquias. O rei regia e os vassalos obedeciam.
Esta ideia, aplicada ao estudo da língua, exprime, em sentido geral, a relação de
dependência entre dois elementos: um que rege ou comanda, e outro que obedece. O
termo que comanda (rege) a relação chama-se regente. O termo que é comandado
(obedece) chama-se regido, que pode ser ou não precedido por uma preposição.

Vamos observar o seguinte exemplo:

A professora ensinou a equação do 2º grau às alunas

Neste exemplo, percebemos que o verbo “ensinar” apresenta duas


informações que complementam seu sentido, ou seja, o verbo “ensinar” apresenta
dois complementos: “a equação do 2º grau” e “às alunas”. Dessa forma, o verbo
“ensinar” é o termo regente da frase e os complementos “a equação do 2º grau” e “às
alunas” são dependentes deste verbo e, por isso, os termos regidos. O verbo “ensinar”
apresenta um complemento sem preposição (“a equação do 2º grau”) e outro com
preposição (“às alunas”). Por isso, na expressão “às alunas”, ocorreu a crase, já que
houve a junção da preposição “a” (exigida pelo verbo) e do artigo definido “a” (que
precedia a palavra feminina “alunas”).
Assim, verificamos que quando a relação de dependência é estabelecida entre
os verbos e seus complementos, temos a chamada regência verbal.
É importante que você saiba que nem sempre a regência que utilizamos na
linguagem falada e informal é a mesma que se utiliza nos textos formais escritos. Por

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exemplo: os verbos “chegar” e “ir”, de acordo com a norma culta, são regidos pela
preposição “a”: Nós vamos/chegamos à escola e não pela preposição “em”, como
costumamos usar, Nós vamos/chegamos na escola.
O verbo “namorar” também ilustra esse caso. Geralmente dizemos “O rapaz
namora com a moça”. Mas, se formos considerar a regência padrão, não devemos
utilizar a preposição “com”: O rapaz namora com a moça.
Já os verbos “obedecer” e “desobedecer”, de acordo com a norma culta,
exigem a preposição “a”, mas nós frequentemente não os utilizamos com a preposição
a. O verbo “preferir” exige dois complementos; um é regido por preposição e o outro
não: Prefiro suco a refrigerante. Essa é a construção característica da linguagem
padrão.
Há também os verbos “simpatizar” e “antipatizar”, que não são pronominais,
como costumamos utilizar, ou seja, o pronome não acompanha o verbo. Assim, de
acordo com a linguagem formal, devemos utilizar Não simpatizo com essa idéia e
devemos evitar construções do tipo Não me simpatizo com essa idéia.
Outro detalhe importante é que alguns verbos, dependo da preposição que os
regem, podem apresentar significados diferentes. Por exemplo, dizer “Aspiro o ar puro
nas grandes cidades” e “Aspiro a um ar puro nas grandes cidades”, são significados
completamente diferentes. Aspirar a, significa “desejar, querer, almejar” algo.
“Aspirar”, sem preposição, significa “sorver, inspirar o ar”. O mesmo princípio vale
para o verbo “assistir”. Os bombeiros assistiram os acidentados significa que os
bombeiros ajudaram, socorreram, prestaram assistência aos acidentados. Por outro
lado, em “Os bombeiros assistiram aos acidentados”, significa dizer que os bombeiros
apenas olharam para os acidentados, mas não fizeram nada. Assim, a norma culta
prescreve que utilizemos a seguinte construção: “Assistimos ao filme, ao jogo, à peça
de teatro”, e não “Assistimos o filme, o jogo, a peça de teatro”.

Agora, vamos analisar outro exemplo.

As alunas têm necessidade de mais exercícios de matemática.

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Repare que a palavra “necessidade” é um substantivo e, na frase, precisa de um
complemento, pois quem tem necessidade, tem necessidade de alguma coisa. Nesse
caso, “de mais exercícios de matemática” é o termo que completa o sentido de
“necessidade”. Assim, “necessidade” é o termo que rege “de mais exercícios de
matemática” e este é o termo regido.
Percebe, agora, como o estudo da regência verbal e nominal é importante para
que possamos nos comunicar com eficiência? Com o uso adequado da regência
nominal e verbal, evitamos a criação de frases ambíguas (frases que apresentam mais
de um sentido) e, com isso, expressamos efetivamente o sentido que desejamos.
Desta forma, a relação entre verbos e nomes pode ser um fator de coesão textual, isto
é, de articulação entre as partes do texto, uma vez que a má organização desse tipo de
relação pode provocar mais do que simples problemas de correção gramatical, pode
comprometer a própria coerência ou sentido do texto.
Agora que você já sabe o que é regência verbal e nominal e a forma adequada
de utilizá-la, vamos solidificar esse conhecimento através das atividades práticas?

Atividade 6

Leia o texto, a seguir, para responder às questões de 1 a 3.

Mais de 40 milhões de brasileiros são obesos

A obesidade, que já atinge mais de 40 milhões de brasileiros, segundo


pesquisas do Ministério da Saúde, acarreta problemas de saúde de difícil solução,
como pressão alta. Para quem já passou por várias dietas e não conseguiu perder peso,
existe hoje a opção de se submeter a intervenções cirúrgicas para redução do
estômago.
Os candidatos a esse tipo de cirurgia, no entanto, precisam estar muito acima do peso,
na faixa já considerada como "obesidade mórbida" (30 quilos acima do peso normal).

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A cirurgia não é recomendada para quem estiver fora dessa faixa. Nesses casos, a
solução é voltar correndo para as academias.
"Uma intervenção cirúrgica no estômago só é indicada para os obesos que
sofrem com problemas respiratórios, nas articulações, de diabetes e complicações no
coração por causa do excesso de gordura no corpo", explica o médico e cirurgião
bariátrico Jaldo Barbosa, do Hospital Santa Lúcia.
Porém, até mesmo para quem sofre com a obesidade, o médico dá um alerta:
"o obeso tem que passar por uma série de exames e manter um tratamento rigoroso,
pois o próprio estágio da obesidade pode trazer riscos para a cirurgia", diz Jaldo.
Ele recomenda que, antes, o paciente procure a ajuda de endocrinologistas,
nutricionistas e até mesmo psicólogos para tratar o problema.
(...)
Para o médico gastroenterologista Flávio Ejima, as cirurgias de
estrangulamento, intervenções (corte e diminuição) e introdução de balões no
estômago, "só são indicadas quando a pessoa não tem mais condições de fazer uma
dieta".
A maior preocupação dos médicos em relação à aplicação dessas técnicas está
no pós-operatório e na capacidade do paciente de manter as dietas e o rígido
tratamento que deve ser seguido. "Não adianta nada fazer essas cirurgias e continuar
comendo muito e em excesso", afirmou Ejima.

Disponível em: http://www.folhadaregiao.com.br/Materia.php?Canal=regiao&id=5851. Acesso


em 29 jul. 2013.

1) Qual é o assunto do texto que você acabou de ler?


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_______________________________________________________________________

2) Qual é a tese defendida no texto?


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3) Transcreva o argumento utilizado para justificar as intervenções cirúrgicas para
redução do estômago.
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_______________________________________________________________________

4) Observe o trecho:

“A cirurgia não é recomendada para quem estiver fora dessa faixa. Nesses casos, a
solução é voltar correndo para as academias.” (1º parágrafo)

Explique a diferença de sentido entre “voltar correndo para a academia” e “voltar


correndo da academia”.

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_______________________________________________________________________

5) Atente para a passagem a seguir:

“Porém, até mesmo para quem sofre com a obesidade, o médico dá um alerta...” (3º
parágrafo).
O verbo “dar” exige dois complementos, um com e outro sem preposição. Aponte-os
no fragmento em destaque.
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_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

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6) Analise as frases a seguir:
I - Assisti várias operações.

II - Assisti a várias operações.

Estas frases fazem parte dos relatórios de dois estagiários de medicina: Marcos e
André. Marcos escreveu a primeira; André, a segunda. Pelas frases, é possível avaliar
qual deles teve um estágio mais significativo, mais rico em experiências profissionais?
Comente a diferença de sentido entre as duas frases com base em seus conhecimentos
sobre regência verbal.
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_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

7) Complete o texto a seguir com a preposição adequada à regência exigida


pelos verbos e pelos nomes, conforme a variedade padrão da língua.

Como são feitas as vacinas?

A maioria das vacinas é feita _______ os vírus e as bactérias que causam


doenças. Primeiro eles são enfraquecidos ______ laboratórios e depois diluídos _____
substâncias químicas. As vacinas fazem _____ que o corpo aprenda _____ se defender
criando anticorpos, células especializadas _____ proteger o organismo _____ doenças.
Assim, se depois ________ vacinado você tiver contato _______ vírus ou bactéria, os
anticorpos entrarão _________ ação ________ defendê-lo.

Disponível em: http://www.ceticpeterpan.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=140:trabalho-de-


portugues&catid=58:informativos&Itemid=156 Acesso em 29 jul. 2013.

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Avaliação

Caro(a) aluno(a),
Agora que você estudou as seis aulas, está preparado para testar os
conhecimentos adquiridos ao longo destas quatro semanas! A seguir, você deverá
responder às questões propostas. Elas foram formuladas, de acordo com as
habilidades trabalhadas neste caderno. Bom trabalho e boa prova!

Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 6.

OS ZOOLÓGICOS VALEM A PENA?

Texto 1

A morte de animais em São Paulo desperta uma discussão entre defensores da


natureza

O envenenamento de dezenas de animais no Zoológico de São Paulo, a partir de


janeiro, provocou uma discussão que divide aqueles que se dedicam a preservar a vida
selvagem. É válido retirar um animal da natureza para expô-lo em áreas urbanas, longe

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de seus habitats? A questão é mais controversa ainda levando-se em conta os
contrastes notados diariamente entre instituições desse tipo mundo a fora e também
no Brasil – algumas sem recursos, outras com trabalho exemplar. Confira a opinião de
uma especialista no assunto.

Texto 2

Miriane de Almeida Fernandes, presidente da Associação dos Amigos dos Animais de


Campinas (AAAC), entidade que mantém 2.500 animais.

“O simples fato de ver qualquer animal enjaulado já me causa arrepios.


Mas os zoológicos são especialmente degradantes, porque sua função nada mais é do
que saciar, à custa dos bichos, a satisfação humana. É verdade que, no passado,
existiam argumentos duvidosos, mas talvez justificáveis. Com a ausência da televisão,
da internet e de outros meios de comunicação, para que as pessoas pudessem
conhecer um leão ou um elefante, por exemplo, poderiam fazê-lo apenas visitando um
zoológico ou o seu hábitat. Hoje, isso não é mais necessário, pois os meios de
comunicação têm fartas matérias que propiciam conhecimento. Por isso, entendo que
os zoológicos deveriam ter outras finalidades. Deveriam, por exemplo, preocupar-se
em ensinar as pessoas a conhecer os animais dentro do seu próprio hábitat. Deveriam
contribuir com a fiscalização da nossa fauna, auxiliando na proteção dos animais que
estiverem em risco de extinção. Deveriam também atuar como hospital veterinário
para animais de grande porte, resgatados de circos ou ainda de traficantes de animais.
Não é mais aceitável mantê-los em cativeiro para entretenimento dos seres humanos.
É um ato de crueldade, cuja proporção somente pode ser avaliada se nos imaginarmos
no lugar desses animais, presos em um espaço limitado e longe dos nossos amigos e
familiares, por tempo indefinido e, principalmente, contra a nossa vontade”.

Disponível em http://soniamsilveira.blogspot.com.br/2013/05/sugestoes-de-atividades-leitura.html
Acesso em 29 jul. 2013.

1) Qual a tese defendida por Miriane sobre a validade dos zoológicos?

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_______________________________________________________________________

2) De acordo com o texto 1, que fato que gerou a polêmica sobre a validade dos
zoológicos?
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_______________________________________________________________________

3) Aponte três argumentos que justificam a tese definida por Miriane.

Argumento 1

Argumento 2

Argumento 3

4) O tipo de linguagem utilizada no texto é adequada à sua finalidade comunicativa?


Explique.
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_______________________________________________________________________

5) Transcreva do texto 2 uma passagem que expresse a opinião de Miriane sobre a


temática em discussão.
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

6) Observe a passagem a seguir:

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“Deveriam, por exemplo, preocupar-se em ensinar as pessoas a conhecer os animais
dentro do seu próprio hábitat.” (texto 2)

O verbo “ensinar” exige dois complementos, um com e outro sem preposição. Aponte
quais são os complementos do verbo “ensinar” no fragmento em destaque.

Complemento 1 Complemento 2

ENSINAR

Pesquisa

Caro(a) aluno(a),

Agora que já estudamos os principais assuntos relativos ao 1° bimestre, é hora


colocar em prática as habilidades que vimos neste caderno. Vamos lá?
Leia atentamente o texto a seguir, que fala sobre os prejuízos trazidos pelo uso
do celular durante as aulas, para realizar esta atividade.

Celular em sala de aula atrapalha concentração de alunos


Aparelho, que é mania entre crianças e adolescentes, deve ter limites em sua
utilização no ambiente escolar

Sofia Dias Fabre, de 13 anos, é uma das 159.613.507 pessoas que têm acesso ao
serviço de telefonia móvel no Brasil. A adolescente ganhou o primeiro aparelho da avó
há cerca de quatro anos, quando tinha 9 anos de idade. Desde então, ela leva o objeto

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para onde quer que vá, inclusive para a escola. O local é considerado inadequado para
a utilização do aparelho. [...]
A pedagoga e docente do departamento de Educação da Universidade Estadual
de Londrina (UEL), Gilmara Lupion Moreno, considera a tecnologia do celular positiva
para a comunicação entre pais e filhos, principalmente em alguma emergência.
Entretanto, dentro da sala de aula, o aparelho pode prejudicar o processo de
aprendizado. “A escola não é um espaço para isso. Vejo como um instrumento
desnecessário da lista de materiais”, apontou.
Gilmara reconheceu que não há como proibir que crianças e adolescentes levem
o aparelho para a escola, mas afirmou ser necessário estipular limites para o uso no
ambiente escolar. “Não adianta proibir. O celular está no mercado e tem a sua função,
mas é preciso ter limites para não atrapalhar o desempenho do aluno”, afirmou. De
acordo com ela, o aparelho provoca ansiedade e expectativa nas crianças e
adolescentes, principalmente quando ficam esperando algum tipo de mensagem ou
ligação de amigos.
É preciso tomar cuidado, de acordo com ela, para que o telefone não toque
dentro da sala de aula. “Isso não deve acontecer. Tocar dentro da aula é como tocar
em um show ou uma apresentação artística. Isso tira a atenção. Os aparelhos devem
ser desligados.” Ela considerou esse aspecto como uma “falta de educação”. “É uma
falta de respeito ao professor que está falando. Desvia a atenção do grupo e
compromete o rendimento do aluno, porque o professor pode se perder na aula. Ele
pode estar em algum momento crucial da explicação, mas ter de começar tudo de
novo.”
Foi o que ocorreu com Sofia durante uma aula no início deste ano. “Tocou alto
uma vez na aula de Ciência, enquanto a professora estava explicando. Ela não
percebeu que era o meu. Eu desliguei rapidinho. A gente perdeu o rumo da aula”,
contou a adolescente, que passou a levar o celular para a escola numa época em que o
aparelho virou mania onde ela estudava. “No começo eu não levava, mas todo mundo
tinha. Meu pai também queria falar comigo às vezes”, justificou Sofia.
Para ela, a própria escola deve estabelecer os limites da utilização do
equipamento no ambiente escolar. “O celular pode até funcionar como instrumento de
cola nas provas. Tanto que em muitos concursos você é obrigado a desligar o aparelho

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e deixá-lo embaixo da carteira.” Segundo a pedagoga, é preciso trabalhar esse tipo de
valor. “Infelizmente é uma arma tecnológica para ajudar a colar, mas é preciso
trabalhar esses valores de que aquele conhecimento não é da pessoa.”
No Colégio Universitário em Londrina, a utilização do aparelho em sala de aula
é proibida, pelo menos até a 7ª série do ensino fundamental. A orientadora
educacional da escola, Marta Inês Rossi Freitas, reconheceu que essa é uma situação
nova e que não existia até há alguns anos. “Nós proibimos de usar dentro da sala de
aula, mas não de levar no colégio. Temos telefone público e um telefone à disposição
deles na coordenação, mas mesmo assim as crianças não deixam de levar o celular.”
Ela afirmou que quando o telefone de algum aluno toca durante uma aula, ele é
recolhido pelo professor. “Na primeira vez nós entregamos para o aluno. A partir da
segunda ocorrência, devolvemos somente para os pais ou responsáveis”, disse. Marta
disse que, em casos quando o celular toca, a aula vira um “tumulto”. “Todos acabam
prestando atenção ao celular e deixam de focar na aula e no conteúdo.”
Disponível em: http://www.jornaldelondrina.com.br/online/conteudo.phtml?id=908149 Acesso
em 28 jul. 2013.

Este texto foi publicado no Jornal de Londrina. Suponhamos que você se


interessou muito pelo artigo e gostaria de expressar sua opinião a respeito desse
assunto, que faz parte do seu dia-a-dia, já que você também estuda e certamente
possui celular.
Escreva uma carta, que será publicada na seção “Carta do Leitor” do Jornal de
Londrina, para dizer se você concorda ou discorda totalmente; concorda ou discorda
parcialmente da opinião do autor do texto, a respeito dos prejuízos acarretados pelo
uso do celular durante as aulas. Não se esqueça de formular sua tese e defendê-la por
meio de bons argumentos.
Bom trabalho!

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Orientações:
1) Seu texto deve ter, no mínimo de 10 e máximo de 15 linhas.
2) Faça um rascunho antes de passar o texto a limpo para a folha definitiva.
3) Use caneta azul ou preta.
4) Evite rasuras e não use corretivo.
5) Escreva com letra legível.

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Referências

Ministério da Educação. PDE: Plano de Desenvolvimento da educação: SAEB: ensino


médio: matrizes de referência, tópicos e descritores. Brasília: MEC, SAEB; Inep, 2008.

CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e interação. São Paulo:
Atual, 2009.
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_9A_1.pdf Acesso em
22 jul. 2013
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_15_9_9A_1.pdf Acesso em
23 jul. 2013.
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_16_9_9A_1.pdf Acesso em
24. jul. 2013.
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/cm_materia_periodo.asp?M=9&P=9A Acesso
em 25 jul.2013.
ILARI, Rodolfo. Introdução à semântica: brincando com a gramática. 5 ed. São Paulo:
Contexto, 2004.
INFANTE, Ulisses. Curso de gramática aplicada aos textos. São Paulo: Scipione, 1997.
KOCH, Ingedore. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006.
Secretaria de Estado de Educação. Orientações Pedagógicas para o 9º ano do Ensino
Fundamental – 1º bimestre. Rio de Janeiro, 2012.

55
NETO, Pasquale Cipro; INFATE, Ulisses. Gramática da língua portuguesa. São Paulo:
Scipione, 2003.

56
Equipe de Elaboração

COORDENADORES DO PROJETO

Diretoria de Articulação Curricular

Adriana Tavares Maurício Lessa

Coordenação de Áreas do Conhecimento

Bianca Neuberger Leda


Raquel Costa da Silva Nascimento
Fabiano Farias de Souza
Peterson Soares da Silva
Ivete Silva de Oliveira
Marília Silva

PROFESSORES ELABORADORES

Andréia Alves Monteiro de Castro


Aline Barcellos Lopes Plácido
Flávia dos Santos Silva
Gisele Heffner
Lívia Cristina Pereira de Souza
Leandro Nascimento Cristiano
Rosa Maria Ferreira Correa
Tatiana Jardim Gonçalves

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