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CAMPUS GARANHUNS

FILHO, Nelson da silva. Licenciando em História pela Universidade de Pernambuco (UPE)


<Campus Garanhuns>. Analise indicativa produzida para a disciplina de História da América
III, entregue/apresentado ao Profº. Dr. Bruno Augusto Dornelas Câmara.

É certo que em toda nação, em algum momento de sua formação/construção social


existiu algum conflito interno, relações de atrito e impasses políticos e com os EUA não seria
diferente. O conflito entre o Norte e o Sul do país entrou para história como a guerra civil que
quase dividiu o país, mas, antes da chegada da guerra, havia-se maneiras pacificas de resolver
a situação, a princípio. Contudo, a longo prazo esses meios demonstraram não ser suficientes.
A tarifa sobre importações foi um dos motivos, de um lado, o Norte queria elevar o
valor dos impostos, do outro lado, o Sul queria que sempre fosse baixo. Ambas as decisões
(elevar o imposto ou não) prejudicaria um dos lados. Por um momento a taxa foi elevada, isso
fez com que o Sul protestasse, Andrew Jackson e os protecionistas ao verem a reação
concordaram em diminuir. “O imposto sobre as manufaturas importadas ficou gradativamente
reduzido até chegar aos 20% do valor em 1842, para depois flutuar entre 20% e 30% até a
Guerra Civil. (pág: 40)”. Um outro ponto de atrito entre o Sul e o Norte, que também envolveria
o Oeste, era a questão que envolveria o “acesso às terras novas conquistadas ou compradas aos
índios, ao Mexico e à França” o Norte queria a venda dessas terras mais caras e o Sul apoiava
a venda dessas terras de forma mais barata. Um terceiro ponto de atrito entre o Sul e Norte
visava à natureza de bancos e dinheiro, o Norte queria um banco nacional com direitos
exclusivos de emitir dinheiro “queriam o fim das múltiplas variedades de dinheiro emitido por
bancos particulares licenciados pelos governos estaduais, variedades que circulavam conforme
a forma de cada banco e seu Estado. (pág: 43)”. Já o Sul e o Oeste eram contra, pelo fato de em
sua maior parte serem devedores dos centros de finanças do Norte. Esses grupos do Sul e Oeste
apoiavam medidas inflacionarias pois facilitaria o pagamento de suas dívidas, além de que, se
eles continuassem ganhando em libras e francos por conta do seu envolvimento com o comercio
exterior “na hora cambiar esta moeda estrangeira eles recebiam mais dinheiro nacional se este
estivesse desvalorizando-se. (pág: 43). O quarto ponto de atrito era em relação ao melhoramento
interno, estradas, canais e portos financiados pelo Governo Federal. O Norte e o Oeste
favoreciam os programas federais de melhoramento interno por que iriam sair ganhando com
novos mercados e lucrar com a extensão de redes de transporte. Já o Sul via isso com um olhar
desconfiado, por achar que teriam que pagar uma grande parte do custo desses melhoramentos,
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sem receber um retorno, visto que o sistema fluvial tornou tais melhoramentos no transporte
terrestre menos importante no Sul.
Entretanto, os atritos citados não foram responsáveis pela Guerra Civil. Todos os
atritos citados até, então, obtiveram resoluções parciais, negociadas entre os representantes de
cada região, Norte, Sul e Oeste. Contudo, a escravidão sim, provocou conflitos muito mais
profundos e acentuados. A sociedade escravista do Sul era demasiadamente diferente da do
Norte. A crueldade que o Sul tinha com os escravos “excitaram as paixões morais no Norte”.
Isso levou os Estados do Sul e Norte a terem opiniões divergentes quanto a escravidão.
Contudo, vale ressaltar que “ambas as classes guardavam fortes preconceitos raciais contra os
negros. (pág: 52).
O crescimento demográfico das populações fez com que acordos a nível nacional
esgotasse. Isso por que a população do Norte teve um grande aumento populacional, e a câmara
dos representantes, onde a representação era diretamente proporcional à população, tende-se
para o Norte, já que era maior. Após tantos embates e resoluções ao longo de alguns anos, o
Norte sofreu um grande golpe o Pânico Financeiro, isso fez com que o Norte entrasse em uma
depressão de vários anos, enquanto o Sul, em geral “gozava de preços altos e exportações de
algodão cada ano maiores”. O momento econômico favorecia o Sul, mas, outras forças
prometiam o Norte. Os territórios de Minnesota e Oregon entraram para a união com Estados
Livres em 1858 e 1859, sem novos Estados escravistas. “Nas eleições para o Congresso em
1858, os Republicanos recapturaram na câmara a maioria, que tinham perdido em 1856. (pág:
61)”.
“Nas eleições presidenciais de 1860, a tensão politica entre Norte e Sul chegou ao
ponto máximo”. O partido Democratas possuía 2 candidatos, já os Republicanos escolheram
Abraham Lincoln. Com os Democratas divididos, Lincoln ganhou as eleições presidenciais em
1860. O Sul enxergou a vitória de Lincoln como a sentença de morte para a escravidão. Antes
mesmo da posse de Lincoln a Assembleia Estadual da Carolina do Sul junto com as
Assembleias de outros Estados do baixo Sul, votou para cortar relações com o Governo Federal.
Representantes dessas assembleias estaduais do Sul formaram uma constituinte em
Montgomery, Alabama, onde criaram a nova nação, os Estados Confederados da América
(ECA). “Esta constituinte elaborou uma constituição moldada na dos EUA, mas, com plenas
garantias para escravidão e proibições de subsídios para melhoramentos internos e de impostos
de importação. (pág: 63)”. Os Republicanos se mantiveram incomplacentes contra a extensão
de escravidão ao Oeste, Lincoln ao assumir a presidência mandou 2400 homens e 285 peças de
artilharia para o Forte Sumter. Contudo, antes que estes reforços chegassem, os Carolinianos
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bombardearam e destruíram completamente o Forte. “A guerra começou com este bombardeio,


para o Norte, a guerra inicialmente não visava a acabar com a escravidão, senão manter a união
da nação e evitar a secessão do Sul. Para o Sul, a guerra visava a defender a secessão, a sua
independência do Norte, e foi único meio que restou para preservar a escravidão [...]. (pág:64)”.

EISENBERG, Peter Louis. Guerra Civil Americana. In. As Causas da Guerra. São Paulo:
Brasiliense (Coleção tudo é história), 2006, pp. 39-65.

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