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~
fletrofisiologia da
Célula Cardíaca
Gerson P. Goldwasser
INTRODUÇÃO Energia
--+
Energia
--+
Energia
--+
Contração
química elétrica mecânica muscular
A função primária do coraçã o é mecânica .
Quando o íon flui de uma solução de maior
Atua como uma bomba hidráulica que envia
concentração para uma de menor concentra-
o sangue oxigenado aos tecidos, para sa tisfa-
ção, a movimentação iônica entre os meios
zer as necessidades metabólicas, e recolhe o
intra e extracelular, através da membrana
sangue insaturado com os produtos do me-
celu lar, produz e libera certa quantidade de
tabolismo celular, para que sejam eli minados
energia elétri ca . É a teoria iônica da bioele-
do organismo.
trogênese de Berstei n, formulada no início do
Essa atividade de bomba card íaca reflete a
século XX.
contração isolada de cada célu la miocárdica.
Eletrocardiograma é o regist ro gráfico,
É o conj unto, sincronizado, das contrações
por meio de um traçado, dos fenômenos elé-
celulares que resu lta na contração cardíaca
tricos que result am da atividade do múscu-
eficaz.
lo cardíaco. Para a melhor compreensão da
É necessária uma fonte de energia para
eletrocardiografia, torna -se necessário iniciar
executar est a atividade contrátil. Sabe-se que seu estudo por uma revisão das propriedades
essa força motriz é uma energia elétrica . Cada eletrofisiológicas da célu la cardíaca.
fibra cardíaca comporta-se como um gerador
elétrico, pois transforma a energia química,
gerada pelas trocas de íons que se processam
ELETROFISIOlOGIA DA CÉlUlA CARDÍACA
através da membrana celu lar, em energia elé- Sarcolema é a membrana que envolve a célula
trica, que é transformada em energia mecâni- cardíaca. É constituída de duas camadas de
ca, utilizada na contração celular. fosfolipídios e uma de proteínas. Apresenta
Em 1887, é descrita, por Waller, a capta- a propriedade da permeabilidade seletiva, ou
ção de corrente elétrica na superfície corporal, seja, permite a passagem de íons através de
produzida pelo músculo cardíaco. suas ca madas na dependência de alguns fa-
4 fletrocardiograma Orientado para o Clinico
tores. um dos q uais é a relação entre o tama- • Carga elétrica: a positiva registrada na
nho do íon versus o diâmetro do canal iônico face externa da membrana deve-se aos cá-
específico. t ions Na· e Ca+·, e a negativa na face inter-
O canal iônico é um componente do sar- na da m embrana deve-se ao ânion (A).
colema que permite a movimentação de íons
O transporte dos íons através da membrana
através da membrana . É específico para cada
se faz por dois processos: o passivo e o ativo
íon : existe canal próprio para o sódio, o potás-
O transporte passivo ocorre sem gasto de
sio e o cá lcio. O canal iônico apresenta meca-
energia e é representado por duas forças: a
nismos intrínsecos, dependentes da voltagem
difusional e a elétrica.
e do tempo, denominados de "portões" que,
• Força difusional : é a força impulsora
em determinadas condições, abrem-se e fe-
que movimenta os íons do meio de maior
cham-se, permitindo ou não a passagem dos
concentração para o de menor concentra-
respectivos fons.
ção (gradiente químico), com a finalidade
A célula cardíaca está em repouso ou em
de rest abelecer o equilíbrio iônico.
diástole ou polarizada, quando ocorrem os
• Força elétrica : é a força impulsora que
equilíbrios iônico e elétrico nos meios intra e
movimenta os íons em conform idade com
extracelular, configurando a seguinte disposi-
a propriedade q ue estabelece que os íons
ção (Figura 1. 1):
com a mesma carga elétrica se repelem,
• Meio intracelular: grande concentra-
e íons com cargas elétricas d iferentes se
ção de íons K- (1 SSmEq/L) e de proteínas
atraem (gradiente elétrico), com a fina li-
(A-); pequena concentração de íons Na+
dade de restabelecer o equilíbrio elétrico.
(1 SmEq/L). A concentração intracelular de
K+ é 30 vezes maior que a extracelu lar. O transporte ativo se processa com gasto
• Meio extracelular: grande concentração de energia eé representado pelo mecanismo
de íons Na- (1 40mEq/L), Ca+· (1 OmEq/L) e conhecido como bomba de Na-;K+. Mediante
Cl (1 20mEq/L); pequena concentração de ativação da enzima Na+f K+-ATPase, ocorre a
íons K+ (4,5mEq/L). A concentração extra- hidrólise do ATP. A célula cardíaca elimina 3
celular de Na+ é 1O vezes maior q ue a in- íons Na· e retorna 2 íons K+ para cada molé-
tracelular. cula de ATP hidrolisada .
+ + + + + + + +
- - - - - - - -
K+ Na+A-
- - - - - - - -
+ + + + + + + +
Ca++
Figura 1.1 Célula cardfaca em repouso ou polarizada
Hetrofisiologia da Célula Cardíaca 5
Apesar de a força impulsora que age sobre duzido diâmetro, podem ser introduzidos no
os íons Na •, resultante dos gradientes químico interior da célula sem lhe causar danos.
e elétrico, direcionar o fluxo para o interior da Na célula cardíaca em repouso, o meio
cél ula em repouso, tal fenômeno não ocorre, intracelular encontra-se de modo uniforme
pois os "portões" dos canais específicos para eletricamente negativo, e o meio extracelu-
o sódio estão fechados, abrindo-se somente lar, eletricamente positivo, como mencionado
em condições especiais. anteriormente. Assim, em cada um desses
Com relação aos íons K-. a força impulso- meios, qua ndo examinados isoladamente,
ra resu ltante do gradiente químico maior que não se observa diferença de potencial. Portan-
o elétrico direciona o fluxo para o exterior da to, ao se posicionarem os dois microeletrodos
célula. Observa-se, portanto, a saída do po- simultaneamente, ou no interior ou no exterior
tássio da célula em repouso, até se estabele- da célula, o aparelho registra zero de voltagem.
cer o equilíbrio dinâmico. Todavia, ao se introduzir um dos microele-
Pode-se aferir a voltag em gerada pela trodos no interior da célula. permanecendo o
movimentação iônica através da membrana segundo no seu exterior, será então observada
celular com instrumentos especializados que uma diferença de potencial aí existente, denomi-
medem com precisão a intensidade da cor- nada de potencial transmembrana (Figura 1.2).
rente elétrica: o galvanômetro e o osciloscó- • Potencial (transmembrana) de re-
pio catódico. pouso da célula cardíaca (Vm) : é a
Esses aparelhos registram diferença de car- diferença de voltagem entre as superfícies
gas elétricas ou diferença de potencial entre interna e externa da membrana, cujo va-
seus dois terminais ligados a microeletrodos lor é de - 90mV (milivolts). Este potencial
com ponta de vidro, que, em razão de seu re- é mantido predominantemente à custa da
~
mV
o
+o +
+ +
A + I I+
+ + + +
mV
o
B + I I+
+ +
Figura 1.2A e B (A) Os dois microeletrod os estão posicionados dentro ou fora da célula. Po tencial zero. (B) Um
microeletrodo está posicionado dentro e outro fora da célula. Potencial de - 90mV
6 Hetrocard1ograma Orientado para oClln1co
movimentação dos íons potássio. Nessa ção à externa, em + 30mV. Esta fase acima
situação, a célu la encontra-se em repouso do OmV chama-se overshoot, e neste pon-
e polarizada. to a célula está com a sua polaridade in-
vertida. Os fenômenos elétricos desta fase
A ativação da célula cardíaca promove
O interferem na velocidade de condução
uma série de modificações nas propriedades
do estímu lo cardíaco.
eletrofisiológicas da membrana; ocorrem
• Fase 1 ou repolarização precoce:
aberturas e fechamentos nos "portões" dos corresponde à queda inicial da curva que
canais iônicos, alterando a permeabilidade da
se aproxima do OmV. Deve-se ao fecha-
membrana aos diversos íons. mento dos canais rápidos do Na- e, por
Ao conjunto dos fenômenos elét ricos que conseguinte, à interru pção do influxo des-
ocorrem na ativação da célula cardíaca, de- se íon. Ainda nesta fase, ocorre o influxo
nomina-se de potencial (transmembrana) de de ânions cloro, o que contribui para a re-
ação da célula cardíaca (PA), cuja representa- dução da voltagem de + 30mV para OmV.
ção gráfica é subdividida em cinco fases, que • Fase 2 ou repolarização lenta ou
vão de O a 4 (Figura 1.3). platô: corresponde à fase da curva que
• Fase O ou despolarização: corres- permanece estabilizada próximo ao OmV.
pende à fase de ascensão rápida. Inicia- Deve-se à saída lenta e em pequena quanti-
se em -90mV, ultrapassa o zero e alcança dade do íon K+ e ao influxo do íon cálcio. O
+ 30mV. a uma velocidade muito rápida, potássio e o cálcio são cátions, portanto a
aproximadamente de 800V/s. Deve-se à voltagem da célula não se modifica, perma-
abertura dos canais rápidos do Na· , que necendo em OmV. Esta fase é a mais longa
permanecem abertos por apenas 1 a 2ms, do PA. com duração entre 100 e 200ms.
o que resulta no grande influxo do cátion • Fase 3 ou repolarização rápida: cor-
sódio, mobilizado pelos gradientes quími- responde à queda rápida da curva . Deve-se
co e elétrico. ao aumento da permeabilidade da mem-
Momentaneamente, a superfície interna brana ao íon potássio, à custa da abertura
da membrana torna -se positiva com rela- dos canais iônicos específicos. Ocorre a
mV
+30 ---------
o ----- ----
-60 -- -------
4
·90 +----~
a b c Tempo
Figura 1.3 Potencial de ação de célula cardíaca de resposta rápida : (a) período refratário absoluto; (b) período
refratário relativo; (c) período supernormal
flelrofiSIOlogia da Célula [ardlaca 7
mV
+30
-45
-65
-90
Tempo
• É abolido com o uso de fármacos an- O automatismo cardíaco tem sua origem
tiarrítmicos da classe IV. no nódulo sinusal, a região do marca-passo
• Despolarização diastólica ou es- cardíaco. A fase de despolarização diastólica
pontânea : É a propriedade da elevação das célu las sinusais apresenta-se com inclina-
gradual e espontânea do potencial de ção mais íngreme e velocidade mais acelera-
repouso (instabilidade da fase 4) que, ao da, alcançando o potencial limiar mais rapida-
atingir o potencial limiar, deflagra o po- ment e que as demais células especializadas,
tencial de ação. Esse fenômeno independe dominando-as e impedindo-as de deflagrar
da estimulação externa e deve-se, primor-
impulsos elétricos.
dialmente, à diminuição da permeabilida-
Na circunstância de ocorrer a inibição do
de da membrana ao fon K-, resultando
nódulo sinusal, os demais tecidos especializa -
no acúmulo desse cátion no interior da
dos passam a exercer a função de marca-pas-
célula, tornando-a gradualmente menos
so cardíaco, na seguinte ordem hierárquica:
negativa.
junção atrioventricular, feixe de His e fibras de
O fenômeno da despolarização diastólica
determina o automatismo celular. Purkinje.
Automatismo é a propriedade da autoes- Em determinadas con dições anormais,
timulação. Em condições normais, o automatis- como, por exemplo, anoxia celular e ação tó-
mo está restrito a determinados grupamentos xica de certos fármacos, as célu las da mus-
celu lares especializados, localizados nas regiões culatura atrial ou ventricular, que originaria-
do nódulo sinusal, da junção atrioventricular, mente apresentam o PA tipo rápido, podem
dos anéis das válvulas mitral e tricúspide e do apresentar o fenômeno da despola rização
sistema de His-Purkinje. diast ólica e exercer atividade automática.
CAPÍTULO 2
~
Dipolos de Despolarização e
Repolar1zação
~erson P. ~oldwasser
Sentido
c=:::±) + +• + +
+ + + + •~~
,,, ,,
\'\~
Direção
Região Região
despola rizada pola rizada
e separadas entre si. O dipolo tem intensida- mais próximo o dipolo estiver do eletrodo,
de (força), direção (eixo do dipolo) e sentido maior será a deflexão e vice-versa.
(representad o por um vetor orientado sempre
para a carga p9sitiva) . DIPOLO DE REPOLARIZAÇÃO
O dipolo de cfespolarização apresenta as
seguintes características (Figura 2.2): A repolarização ou recuperação da fibra car-
• Caminha com a carga positiva à frente e a díaca começa pela mesma extremidade em
negat iva atrás. que se deflagrou a ativação, e caminha por
• O sentido do dipolo coincide com a direção. toda a fibra at é complet á-la.
• Na fibra cardíaca, o eletrodo colocado A "onda de repolarização" pode ser re-
em uma extremidade à f rente do dipolo presentada, em determinado momento, pelo
capta a carga positiva, produzindo uma dipolo de repolarização ou de recuperação
deflexão positiva; o eletrodo colocado em (Fi gura 2.3).
uma extremidade atrás do dipolo capta a O dipolo de repolarização apresenta as se-
carga negativa, produzindo uma deflexão guintes características (Figura 2.4):
negativa; e o eletrodo colocado no meio • Caminha com a carga negativa à frente e a
da fibra capta primeiro a carga positiva e positiva atrás.
logo a seguir a carga negativa do dipolo, • O sentido do dipolo não coincide com a di-
produzindo uma deflexão difásica, tipo reção . Apontam em direções opostas, por
posit iva/ negativa. isso diz-se que o vetor que representa a re-
• A amplitude da deflexão obtida va ria inver- polarização caminha em " marcha à ré" .
samente com o quadrado da distância en- • Na fibra cardíaca, o eletrodo colocado em
tre o dipolo e o eletrodo. Portanto, quanto uma extremidade à frente do dipolo cap-
A B C
~~
A
2\la ~
A B c
Figura 2.2 Despolarização da célula card íaca : d eflexões resultantes registradas nos eletrodos A, B e C
D1polos de Despolar1zaçdo e Repolamaçdo II
Sentido
4
+ + ++~-
+ + + +
Direção
Região Região
repolarizada despolarizada
A
\
.
,. B
I
~
c
I
.__
aBBBB
h -.}
v
o
8
7
9
A B c
Figura 2.4 Repolarização da célula card íaca: deflexões resultantes registradas nos eletrodos A, B e C
ta a carga negativa, produzindo uma de- • A amplitude da deflexão obtida varia inver-
flexão negativa; o eletrodo colocado em samen te com o quadrado da distância en-
uma extremidade atrás do dipolo capta a tre o dipolo e o eletrodo. Portanto, quanto
carga positiva, produzindo uma deflexão mais próximo o dipolo est iver do eletrodo,
positiva; e o eletrodo colocado no meio maior será a deflexão e vice-versa .
Registrados por um mesmo eletrodo, po- deflexão int rinsecoide. Corresponde ao t empo
demos observar (Figura 2.5): de ativação da fibra cardíaca (Figura 2.6).
• As deflexões da ativação e recuperação
têm polaridades opostas. VARIÁVEIS QUE INFLUENCIAM AAMPLITUDE
• A deflexão da ativação é mais estreita que EA FORMA DA DEFLEXÃO
a da recuperação, pois o processo da des-
polarização é mais rápido que o da repo- Distância entre o dipolo e o eletrodo
larização. (Figura 2.7)
• As áreas de ambas as deflexões são iguais.
A amplitude da deflexão, tradução da inten-
sidade do dipolo, varia de modo inverso com
DEFLEXÃO INTRINSECOIDE o quadrado da distância entre o dipolo e o
A deflexão intrinsecoide marca a queda eletrodo.
abrupta da deflexão após o cume da sua fase
l = ix1/d 2
positiva. Corresponde ao instante em que o
dipolo passa sob o eletrodo explorador. I = intensidade da curva
Tempo da def lexão intrinsecoide é o in- i = intensidade do dipolo
tervalo decorrido entre o início da curva e a d 2 = quadrado da distância
B c
Figura 2.5 Deflexões resultan tes da despolarização e da repola rização da célu la cardíaca, registradas nos elet rod os
A, B e C. D = Deflexão da despolarização; R = deflexão da repo larização
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
...__....
I I
a b
Figura 2.6 Deflexão intrinsecoide e tempo da deflexão intrinsecoide. (a) Início da deflexão ; (b) = deflexão int rin-
secoide; (a-b) = tempo da deflexão intrinsecoide
01polos de Oespolamaçdo e Repolamaçáo 13
i i i A
• • •
A B C A B c
Figura 2.7 Amplitude da deflexão relacionada com a distância entre o dipolo eo eletrodo
Cosseno do ângulo entre o eixo do dipolo • Sempre que o ângulo localizar-se entre oo
e a linha de derivação (Figura 2.8) e 90°, a deflexão será positiva.
• Sempre que o ângulo localizar-se entre
A amplitude da deflexão va ria diretamente
90° e 180°, a deflexão será negativa.
com o cosseno do ângulo (cos. 9) formado
• Sempre que o ângulo for 90°, a deflexão
entre os eixos do dipolo e do eletrodo, o últi-
será zero, que se t raduz por uma linha isoe-
mo denominado de lin ha de derivação .
létrica ou isodifásica.
I= i X 1/ d 2 X cos. 9 • A deflexão posit iva será mais ampla quan-
to mais próximo de 0°, e a negativa mais
cos. e= cosseno do ângulo entre o eixo do
profunda quanto mais próximo de 180°
dipolo e a linha de derivação.
localiza r-se esse ângulo (Figura 2.9) .
Três valores numéricos são importantes:
1. cos. oo = + 1 (forma-se uma deflexão Oipolos simultâneos
positiva) .
2. cos. 90° = O (forma-se uma deflexão Se, em vez de apenas um, têm-se dois dipolos
zero). simultâneos, a serem captados pelo mesmo
3. cos. 180° = -1 (forma-se uma deflexão eletrodo, a deflexão obtida relaciona-se com
negativa). a resultante da soma dos vetores que repre-
Eixo do dipolo
c
I
' I /
' ----.-,..-
' _____u,_
/
/
----~---- ..
A B c D E
(J
sentam cada um dos dipolos, utilizando-se a de pressão e temperatura entre as duas cama -
regra do paralelograma. das, inicia-se no epicárdio e dirige-se perpen-
dicularmente à parede para o endocárdio .
Endocárdio Epicárdio
D R
Figura 2.11 Despolarização e repolarização vent ricular. D = deflexão da despolarização; R = deflexão da repo-
larização
Figura 2.12 Onda mo nofásica da célula endocá rdica (a), da célula epicárdica (b) e a curva resultante
CAPÍTULO 3
~
Uetores Cardíacos
Gerson P. Goldwasser
3
2
2
--------~~-------~
I
I
' ~
c
I
I
I ''
I
I ''
I
I ''
;A ~B A B c
Figura 3.2 Deflexões produzidas pelos quatro vetores da despolarização ventricular. reg istradas nos eletrodos
A, 8 eC
Uetores [drdldcos
~---,
,...,.""'"' ',3
,"' I
4 ; I
I
I
I
;
"
~,"~
2
---- ~
Oeriuações fletrocardiográficas e
fixo flétrico
~erson P ~oldwasser
• VS: 5a espaço intercostal esquerdo na li- Utilizam-se letras padronizadas por Ein-
nha axilar anterior. thoven para designar as ondas eletrocardio-
• V6: sa espaço intercostal esquerdo na li- gráficas (Figura 4.3).
nha axilar média.
QRS QR AS
R as ASA '
• Onda T. pequeno).
o, - +
aVR . . - - - - - - - , -- -- - - . . . . , . aVL
<±> <±>
aVF
<±>
Figura 4.5 Derivações no plano frontal : derivações periféricas, em destaque o polo positivo de cada derivação
OerwaçOes Hetrocard1ograf1cas e[lHO Hetmo 25
aVF
-900
02 03
-120° -soo
aVL(+)
-30°
Ângulos
negativos
01 o
180° 01 (+)
Ângulos
positivos
+150° +30°
aVL aVR
+120° +600
0 3(+) 02(+)
+90°
aVF(+)
Figura 4.6 Sistema de eixos hexa-axial. O sinal (+) ao lado da derivação marca o pelo positivo
26 fletrowdiograma Orientado para oClinico
• Se o predomínio for (A) de positividade, sig- Nest e exemplo, o eixo elétrico estará em
nifica que o vetor médio está direcionado +90° na situação (A) e em - 90° na situação
para o poto positivo dessa derivação {aVF), (B).
e se o predomínio for (B) de negatividade A seguir, vá rios exemplos:
significa que o vetor médio está direcionado Se a deflexão (no caso QRS) está isoelétrica
para o polo negativo dessa derivação (aVF). ou isodifásica em:
A
ffiA-A--f-tl +90°
8
JlffiY+ i V -30°
~ t ~t±
c +30°
D +120°
F
i AL-tTJ
4- 1r1r ffi
+60°
o·
Figura 4.7 Determinação do eixo elétrico do QRS no plano frontal. Em d estaque as deflexões isodifásicas
CAP[TULO 5
~
Rotações e
Posições flétr1cas
Gerson P Goldwasser
A 8 c
Figura 5. 1A aC Rotações cardfacas sobre os três eixos elétricos. (A) transversal. (B) longit udinal, (C) ântero-
posterior
28 Hetr0Cdrd1ograma Onentado para oClin1co
Figura 5.2 ECG normal. com ponta para a frente. Notar o padrão 01 -0 2-03
Figura 5.3 ECG normal, com ponta para trás. Notar o padrão 51-52-53
Roldções e Pos1ções flelmds
Figura 5.4 ECG normal, com rotação horária. Notar o padrão S1-03
Figura 5.5 ECG normal, com rotação anti-horária. Notar o padrão 0 1-53
Figura 5 .6 ECG normal, com posição horizontal. Notar a semelhança de QRS entre aVL com V6 e aVF com V1
Figura 5 .7 ECG normal, com posição vertical. Notar a semelhança de QRS entre aVL com V1 e aVF com V6
Figura 5.8 ECG normal, com posição intermediária. Notar a semelhança de QRS entre aVL com aVF, e em 03 o
padrão é polifásico
Oespolarização e
Repolarização Rtrial
Gerson P. Goldwasser
Onda P
Figura 6 .2 Onda P
fletrocardiograma Hormal
GersonP. Goldwasser
Figura 7 .2 Calibração do aparelho. Cada cinco quadrados pequenos representam 200ms na absc1ssa e O,SmV na
ordenada, considerando-se a velocidade de registro de 25mm/s
34 fletrocard10grama Orientado para o Clln1co
A B
t-------- ----
Amplitude I
I
da onda P
·-- I I I
~ ___ f ____ _.._~-~~t
I IPA
~------------ ..I
·-- ----- - A B
Amplitude
doQRS
I
I
I
I Figura 7 .5A e B Onda Q. (A) normal. (B) patológica
----1--- -~
I QRS I SEG
~ - -- - _. ST
Duração do QRS
A B c
Figura :1.6 Ponto J e segmento ST: (A) normal. (B) patológico (supradesnivelado), (C) patológico (infradesnivela·
do) e (D ) variante do normal (repolarização precoce)
Figura 7 .7A a C Onda T: (A ) no rmal. (B) patológica (em tenda), (C) patológica (invertida)
Hetrocard1ograma Hormat 37
I I I I
I I I I
I I
: I
Pt0
l Onda:
I : I I
~Onda P ~SEG~
1
u
QRS J SEG Onda T
• •
I I
PA QT
Sfstole Diástole
elétrica elétrica
O intervalo QT varia com relação à frequên- Tabela 7.1 Relação entre FC e OTe
cia cardíaca . Existem tabelas que o correlacio-
FC OTc (s) FC OTc (s)
nam ou corrigem de acordo com as diversas
40 0.42 45 0,41
frequências, sendo então denominado de in-
tervalo QT corrigido (QTc). Para esse cálculo, 50 0,40 55 0,39
utiliza-se mais frequen temente a fórmula de 60 0,38 65 0,37
Bazett:
70 0,36 75 0,3 5
QTc = iQT (em segundos) I raiz qua- 80 0,34 85 0,33
drada de R-R (em segundos) 0,31
'---- - 90 0,32 95
No entanto, para as finalidades clínicas e 100 0,30 105 0,29
nos limites normais da frequência cardíaca,
11 o 0,28 115 0,27
aceita-se como valor máximo de QTc 400ms
120 0,26 125 0,25
para os homens e 440ms para as mulheres.
De modo prático, utilizamos a Tabela7 .1. 130 0,24
O iQT pode estar prolongado em diver-
sas condições, como idade avançada, vago-
tania, bradicardia, sofrimento miocá rdico, Dispersão do intervalo QT
efeito de certos antiarrít micos, especialmen-
te os do grupo la. Pode es tar diminuído em Indica a existência de tempos de recuperação
simpaticotonia, taquicardia e pelo efeito de distintos do miocárdio ventricular, ou seja, uma
certos medicament os, em especial os digitá- variabilidade temporal na repolarização ventri-
licos. Distúrbios elet rolíticos também o mo- cular. O aumento dessa variabilidade induzido
dificam . por diversas cardiopatias diminui o limiar de
38 Hetrocardiograma Orientado para oClín ico
Figura 7 .9 ECG normal. Notar a presença de todos os elementos, P-QRS-T. em uma sequência de ciclos cons-
tantes
o,
-.J..___J_~
l'::T aVL aVF
Figura 7.13 ECG normal, com repolarização ventricular precoce. Notar o segmento ST com discreto supradesnível,
curvo e de concavidade voltada para cima em D2-V4-V5-V6
flet rocard10gr ama Hormal 41
Figura 7 .14 ECG normal. Observar a presença de todos os elementos: onda P sinusal, duração e amplitude
normais, relação A 1 V = 1:1. intervalo PR de 140ms, QRS estreito de morfologia e duração normais, rotação anti-
horária, segmento ST nivelado na linha de base, onda T de morfologia e polandade norma1s, intervalo QT de 340ms
e frequência cardíaca de 86bpm
Bloqueio do Ramo
Direito- BRD
Gerson P Goldwasser
A 8
Figura 8.2A e B Bloque10 do ramo d1re1to do 3° grau. (A) Morfolog1a em V1-V2 (R-S-R') e em VS-V6 (q-R-S). (B)
Alça vetonal
Figura 8.3 Repolarização ventricula r no bloqueio do ramo d1re1t0 do 3° grau. A onda T é negativa em V1 -V2 e
pos1tiva em VS-V6
120ms. V1-V2 .
48 Hetrocard10grarna Omntado para o Clín1co
• Eixo elétrico do QRS (SâQRS) entre +90° e gia do QRS em V1-V2, tais como: R-R' com
+ 120°, próximo de +90°. R' larga ou Q-R com R larga, consideradas
• Rotação horária da alça vetorial (S 1Q3) . equivalentes ao padrão clássico R-S-R'. Em
• Tempo da deflexão intrinsecoide aumenta- presença de Q- R em V1-V2 , é necessário
do em V1.
que se faça a diferenciação entre BRD iso-
Podem ser observadas, menos frequen- lado e BRD com necrose septal (Figuras 8. 5
temente, pequenas variações na morfolo- a 8.7).
Figura 8 .5 ECG no bloqueio do ramo dtreito do 3• grau. Notar as características principais: em V1 -V2, R-5-R' (R'
larga) e onda T negativa, e em V6, q-R-5 (5 larga) e onda T positiva. A duração do QRS é maior que 120ms
BloQueio do Rdmo D1re1to- ORO
1
aVF
+
Figura 8.11 ECG no bloqueio do ramo direito do 2° grau. Notar em V1-V2, R-S-R' (R' larga) e onda T negativa,
porém com alargamentos menores que no BRD do 3° grau
de frequência cardíaca. Cursa na maioria das direito com bloqueio de ramo esquerdo, no
vezes de modo benigno, não implicando em mesmo traçado. Neste, o distú rbio de con-
pior prognóstico. dução localiza-se em regiões intra ou infra-
O bloqueio de ramo alternante refere-se hissianas evoluindo com mais f requência para
à alternância de padrão de bloqueio de ramo bloqueio atrioventricular total.
Figura 8.13 ECG no bloqueio do ramo dire1to do 1° grau. Notar em Vl a onda S com pequeno entalhe e em V6
a onda Salgo mais profunda que o normal
Figura 8.14 ECG no bloqueio do ramo direito do 1• grau. Notar em Vl : R-s-r' e onda T negativa. Paciente sem
doença estrutural cardíaca
54 HetrocardJograma Onentado para oClfn1co
Significado clinico do bloqueio de ramo direito interatrial e pela drenagem anômala das veias
pulmonares.
No BRD do 311 grau deve-se procurar uma pa - O BRD do 111 grau também pode ser con-
tologia cardíaca. As principais são: doença sequente às patologias supracitadas, porém
aterosclerótica coronariana crônica, isquemia nem sempre indica uma doença cardíaca de
aguda do miocárdio, cardiopatia hipertensiva base. O BRD de 111 grau pode estar presen-
(in frequente), cardiopatia chagásica crônica te, com alguma freq uência, em indivíduos
(em 30% deles), card iopatia reumática, mio- sem evidências de cardiopatia (Figuras 8.15 a
cardite aguda, esclerose do ramo direito (em 8.21 ).
2% dos idosos), hipertrofia do VD (sugerido A ocorrência de BRD incompleto em in-
divíduo sem doença estrutural cardíaca não
pela onda R' maior que 15mm), cor pu/mo-
implica pior prognóstico, sendo o distúrbio
na/e e card iopatias congênitas (p. ex., doença
atribuído a uma possível "frag ilidade aumen-
de Ebstein, estenose pulmonar). Entretanto,
tada" do ramo direito ou à ativação tardia da
há relatos de raros casos de BRD do 3° grau
crista supraventricular.
em indivíduos sem doença cardíaca. Situação inversa ocorre quando o BRD é
O BRD do 211 grau, além das causas citadas. de instalação aguda, consequente à síndrome
pode corresponder ao crescimento diastólico coronariana aguda, significando uma compli-
do VD, como o produzido pela comunicação cação na evolução clínica.
o, v,
I . .----,......_----
~o.l...--"'"-
j~~~---~----~----------~
~-----~·~·-----N~-----v~-----~y-
~-·-------------•w _______
Figura 8 .17 ECG no bloqueto do ramo dtretto do 3• grau
56 Hetrowdtograma Ortentado para o [ltntco
o,
v,
~~~
~~~ aVR aVL aVF
B
Figura 8.20 ECG no bloqueio do ramo direito intermitente. (A) Notar a evolução do BRD de JGgrau para o de 3•
grau. (B) Regressão ao JGgrau. Em geral, as Intermitências estão relacionadas com bloqueiOS de fase 3 do potencial
de ação. dependentes da frequênCia cardíaca. É relativamente comum e não implica mau prognóstico
Figura 8.21 ECG no bloqueio do ramo direito intermitente. Notar a alternância de QRS normais e largos. O BRD
é mais facilmente identificado em Vl
58 Hetrocard10grama Orientado para oClln1co
Tipo lA Tipo 18
Figura 8.23 ECG na slndrome de Brugada. Notar o supradesnível do segmento ST em V1-V2-V3 na presença do
bloque1o do ramo direito
Figura 8.24 ECG na síndrome de Brugada tipo 1. Notar o padrão de BRD incompleto e o supradesnível do seg-
mento ST em V1-V2-V3
60 Hetrocardiograma Orien tado para oClínico
A B
11
111
aVR
aVL
aVF
V1
V2
V3
V4
V5
V6
25mm/s
Figura 8 .25A e B ECG na síndrome de Brugada. (A). Notar o supradesnfvel do segmento ST em V1 ·V2 na
presença de BRD. (B). Após a administração de ajmalina, houve acentuação dessas alterações, tornando-as mais
características
CAP[TULO 9
,A---
Bloqueio do Ramo
fsquerdo- BRf
GersonP. Goldwasser
Vs-Vs
3
_?
Jl ~ ....... _
·::.....,.·
/ "/J.
.......
'1
A
Figura 9 .2A
vetorial
1 as
e B Bloqueio do ramo esquerdo do
As ou as
(B) Alça
Bloqueio do Ramo fsquerdo - BRf 63
Figura 9 .3 Repolarização ventncular no bloque1o do ramo esquerdo do 3• grau. Onda T pos1tiva em V 1-V2 e
' negativa em V5-V6
Figura 9.5 ECG no bloqueio do ramo esquerdo do 3• grau. Notar as características principais: em V1 -V2 , ausência
de onda R (padrão Q-S) e o nda T positiva, e em V6, ausência de o nda Q (padrão R larga) e onda T negativa. A
duração do QRS é de 160ms
BloQueio do Rdmo fsquerdo- 8Rf 65
Figura 9.6 ECG no bloque1o do ramo esquerdo do 3• grau. Notar em V6, ausência da onda Q (pad rão R larga
com duração de 120ms) e onda T negativa e em Vl , r-Se onda T positiva. O QRS de D3 e aVR é semelhante a Vl
e de Dl e aVL a V6
Figura 9. 7 ECG no bloqueio do ramo esquerdo do 3• grau. Notar em D 1-aVL e V6 ausência de Q (padrão R larga
em 140ms) e a ausência de R em V 1-V2. Paciente com cardiopatia aterosclerótica
Figura 9.9 ECG no bloqueio do ramo esquerdo do 2• grau. Notar em Vl : r-S; e em V6: ausênc1a da onda Q, R
(R-larga), porém com alargamentos menores que os encontrados no BRE do 3• grau
Figura 9.11 ECG no bloqueio do ramo esquerdo do 1• grau. Notar em Vl: r-5, e em V6: ausência da onda Q, R
(R pouco espessado). A duração do QRS é de 60ms
Bloqueio do Rdmo [squerdo - BRf
Vs
Figura 9 .16 Bloqueio do ramo esquerdo intermitente. Notar a alternância de QRS estreitos (BRE do 1° grau) e
largos (BRE do 30 grau). As intermitências estão relacionadas com bloqueios da fase 3 do potencial de ação, depen-
dentes da frequência cardíaca. Não implica mau prognóstico
BRE com QRS muito alargado maior que OCLiNICO DIANTE DO BLOQUEIO DO RAMO
150ms pode levar à dissincronia da contração ESQUERDO
dos ventrículos pelo significativo atraso do iní-
• OBRE relaciona-se com diversas cardiopatias:
cio da ativação do ventrículo esquerdo com
hipertrofia do ventrículo esquerdo, estenose
relação ao direito, agravando ainda mais o valvu lar aórtica, miocardiopatias diversas,
funcionamento cardíaco. miocardites, cardiopatia isquêmica e altera-
Em tais casos, observam-se complexos ções degenerativas das vias de condução.
QRS "bi partidos" ou fraturados, mais bem • É raro BRE mesmo incom pleto em indiví-
identificados nas derivações D2-D3 e aVF. O duos sem doença cardíaca.
• BRE agudo associado à síndrome corona-
QRS é iniciado por onda R larga - ativação
riana aguda - ang ina instável ou infarto
do VD seguida por onda S muito larga - ati-
do miocárdio é critério de mau prognós-
vação do VE, quase separadas entre si (Figura tico, geralmente indicando infartos mais
9.17). extensos e com evolução para arritmias
A importância dessas alterações está na cardíacas ou insuficiência cardíaca.
correlação com cardiopatia de base mais • BRE sabidamente "novo" ou presumivel-
grave, como no infarto do miocárdio exten- mente novo durante episódio de dor (an-
so, nas miocardiopatias dilatadas de várias gina de peito) tem a mesma implicação
clínica e procedimentos terapêuticos que
etiologias e outras cardiopatias, e fun ção
no infarto do miocárdio com supradesní-
cardíaca gravemente comprometida com
vel do segmento ST.
fração de ejeção do VE reduzida, em geral • BRE com QRS muito largo maior que 150ms
menor que 35%, denotando um pior prog- pode levar à dissincronia ventricu lar, agra-
nóstico evolutivo. vando a disfunção cardíaca.
Bloqueio do Ramo fsguerdo- BRf 73
Figura 9.17 ECG no bloqueio do ramo esquerdo do 3• grau. Notar o complexo QRS largo em 180ms e "partido"
em D2-D3-aVF. Paciente com miocardiopatia d ilatada e comprometimento grave da função cardíaca. Há dissincro-
nia intraventricular de 80ms. medido pelo Doppler tecidual
·(_y
Bloqueios fasciculares ou
Oiuisionais
Gerson P. Goldwasser
aVL~
avF~
• Apesar de haver algu m retardo na ativa- • Foram descritos por Rosenbaum e cols.
ção da região ântero-superior do VE, a quatro tipos de HBAE (Figura 10.3):
presença de intensa rede anastomótica 1. Tipo 1: é a forma clássica ou standard
de Purkinje faz com que a duração total padrão, cujas alterações eletrocar-
do QRS não ultrapasse o limite máximo diográf icas acabamos de relacionar.
normal. Correlaciona-se com frequência com
Tipo 11
Tipo IV
Figura 10.6 ECG no hemibloqueio anterior esquerdo, tipo 111. Notar o desvio do SâQRS para -45•, QRS de peque-
na amplitude. Paciente portador de enfisema pulmonar
Figura 10.7 ECG no hemibloqueio anterior esquerdo, tipo 11. Notar o SâQRS em -45°
80 flet rocardiograma Orientado para oClinico
aVF~
Figura 10.9 Vetores cardíacos no hem1bloqueio póstero-infenor esquerdo - HBPE
queio é devido à isquemia miocárdica. Para o Éa alteração eletrocard iográfica que mais fre-
diagnóstico, é necessária a complementação quentemente representa a cardiopatia chagá -
com informações vetocardiográficas. sica (em 40%) (Figuras 10.13 a 10.16).
Critérios diagnósticos (Figura 10.12) • Morfologia de BRD (em geral do 311 grau):
em V1 -V2: R-5-R', R' larga ou em meseta
• Morfologia de BRD (em geral do 312 grau) :
e onda T negativa; em V5-V6: onda 5 pro-
em V1-V2: R-5-R' , R' larga ou em meseta
funda e onda T positiva .
e onda T negativa; em V5-V6: onda 5 pro- • Associado ao desvio do eixo elétrico do
funda e onda T positiva . QRS para a direita, próximo de + 120°.
• Associado ao desvio do eixo elétrico do • Geralmente se observa o prolongamento
QR5 para a esquerda, próximo de -60°. do intervalo PR, maior que 200ms.
As causas de BRD + HBAE são as cardio- As causas de BRD + HBPE são, em geral,
patias aterosclerótica (degeneração do siste- as mesmas que determinam o BRD + HBAE,
ma de condução), isquêmica e hipertensiva . descritas anteriormente.
~ -~ -.Jt,
._. -4WiZl
~- -A.l- -AJ.
~ ....,.
"Y ~ . .y "V
t ,_
t-· t t ,..
~
'
Figura 10 . 15 ECG no bloqueio bifascicular: BRD+ HBAE. Notar V1·V2 , R-5-R' (R' larga) com onda T negativa, e
SâQRS em -45° definindo o HBAE associado
8loque1os fasmulms ou Dw1s1onm 85
Figura 10. 16 ECG no bloqueio bifascicular: BRD, HBAE . Notar a morfologia de BRD em V1 e V6, associada ao
desvio do SâQRS para a esquerd a em -60°. Observa-se o infarto do miocárdio da parede ântero-septal (detalhado
no Capítulo 14) como o fator etiológico desse distúrbio de conduçao
o,
aVL ~
aVF +
Figura 10.17 Vetores cardíacos no bloqueio bifascicular: bloqueio do ramo direito + hemibloqueio posterior
esquerdo- BRD + HBPE
86 Hetrocardtograma Orientado para o Wnico
~~+,r+ aVF
++Y-t-++
Figura 10.18 Bloqueio bifascicular: BRD + HBPE
Define o distúrbio de condução do estímulo, O ECG apresenta-se com padrão S1-52 -53
simultâneo e parcial, no ramo direito com os com 5 D2 >5 D1 e D3, e nas precordia is o
fascícu los ântero-superior e póstero-inferior padrão normal. Eixo do QR5 entre - 30° e
esquerdos (Figura 10.21 ). - 60°.
BloQueios fasmulares ou Owlslonm 87
Figura 10.19 Vetores cardíacos no bloqueio bifascicular: bloqueio do ramo esquerdo + hem i bloqueio anterior
esquerdo- BRE + HBAE
Figura 10.21 Vetores cardlacos no bloqueio trifascicular: bloqueio do ramo direito+ hemibloqueio anteriores-
querdo + hemibloqueio posterior esquerdo- BRD + HBAE + HBPE
Bloque1os fasmulms ou Ow1s1ona1s
~T.1t~+r
+-'fr4V~++
v1 v2 v3 v4 v5 v6
Figura 10. 22 Bloqueio trifascicular: BRD + HBAE + HBPE
Figura 10.23 ECG no bloqueio trifascicular: BRD + HBAE + HBPE. Notar a morfologia de BRD em V1 e V6, o desvio
do SâQRS para -60• e o prolongamento do intervalo PR de 240ms
CAPÍTULO 11
Crescimentos Rtriais
Gerson P. Goldwasser
INTRODUÇÃO
correspondentes da onda P.
Significado clínico
02 v1
1/
I
''
"v
I ~ , r
I
~
v
Onda _ Seg
p PA
A B
Figura 11 .3A e B Índices de crescimento atrial esquerdo . (A} Índice de Macruz. (B) Índice de Morris
CresCimentos RtridiS
~~~
Figura 11.6 ECG no crescimento atrial esquerdo e ventricular esquerdo (ver detalhes no Capítulo 12.) Notar a
onda P larga em 120ms em D2-aVF e V1 . Índice d e Morris presente
• Onda P de amplitude aumentada, maior Figura 11.7 Vetores atriais no crescimento atrial di-
que 2, 5mm e de duração normal. reito- CAD
Crescimentos Atriais
c
I M = duração da onda P I duração
do segmento PR < 1
Figura 11.8A a C Crescimento atrial direito. (A) Onda P
normal. (B) Onda P congenitale. (C) Onda P pu/mona/e • Em V1-V2 : onda P maior que 1,5mm
tem-se associado ao CAD
Figura 11 .1O ECG no crescimento atrial direito. Notar a onda P pontiaguda de amplitude aumentada e de aspecto
congenitale
Crescimentos Rtriais gg
Figura 11 .13 Grande aumento do átrio esq uerdo causado por dupla lesão
mitral. Corte a picai. AE = Átrio esquerdo; AD = átrio d ireito; VE = ventrícu-
lo esquerdo; VD = ventrículo direito
Crescimentos Uentriculares
Gerson P. Goldwasser
A B
Figura 12. 1A e 8 Vetores card íacos no crescimento ventricula r esquerdo - CVE. (A ) Vetores cardíacos. (8 ) Alça
vetorial
l~ ~L
+t'
l '
l ~
01
l( 1' v
1 VJ V4 Vs Ve -Fi-g-u-ra_ 1_2-.4- C
ventrícu lo esquerdo
- r-es-c-im-e-
nt_o_s-is-t 6-li-co- do
aVR
Figura 12.6 ECG no crescimento sistólico do ventrículo esquerdo. Notar os critérios de Romhilt e Estes: o nda 5
em V1 de SOmm, CAE, padrão strain e o tempo da deflexão intrinsecoide maior que SOms. A soma t ot al é de 1O
pontos, definindo o CVE
m
Figura 12.7 ECG no crescimento sistólico do ventrículo esquerdo. Os critérios de Romhilt e Estes somam 7 pontos,
definindo o CVE
Erescímentos Uentmulares I07
Figura 12.8 ECG no crescimento sistólico do ventrlculo esquerdo. Notar em VS-V6 a amplitude da onda R e o
padrão strain da repolarização ventricular
Figura 12.9 ECG no crescimento sistólico do ventrículo esquerdo - HVE. Notar os critérios de Romhilt e Estes, que
somam 9 pontos. Paciente com cardiopatia devida à hipertensão arterial
1OB fletrocard10grama Orientado para o Clln1co
Figura 12.1 O ECG no crescimento ventricular esquerdo. Notar os critérios de Romhilt e Estes presentes, que so·
mam 9 pontos. Paciente com cardiopatia hipertensiva
Crescimentos Uentmulms
Figura 12.11 ECG na miocardiopatia hipertrófica. Notar os elementos do CVE. e em destaque a amplitude da
onda R em V1-V2 e da onda Q em VS-V6
Figura 12.12 ECG na hipertrofia septal. Notar a onda Q ampla em D1 -aVL-V5-V6, e onda R ampla em Vl e V2. O
ecocardiograma mostra o septo interventricular em 13mm e a parede posterior do ventrículo esquerdo em 1Omm
(resmentos Uentriculares 111
Vs
01 aVR
Figura 12.14 ECG no crescimento diastólico do ventrículo esquerdo. Notar os elementos do CVE e a ausência do
padrão strain da repolarização ventricular
112 fletrocardiograma Or1entado para o Cl1n1co
A B
'
.. /'
'''
'II
I
I , _- '
Figura 12.15A e B Vetores cardíacos no crescimento ventricular direito - CVD. (A) Vetores cardíacos. (B) Alça
vetorial
CreSCimentos Uentriculares 113
Critérios acessórios que complementam o intracavit ária direita igual ou maior que a es-
diagnóstico querda .
As caract erísticas eletrocardiográficas são
• Em D1 e/ou aVL: morfologia semelhante a
V5-V6. semelhantes às descritas para o CVD, acres-
para a direita, entre +90° e + 120°. relação RIS maior que 1; observam-se tam-
-;rt:t+~+
+~ +tt:
Figura 12.17 Critérios diagnósticos de crescimento sistólico do ventrículo direito
(resctmentos Uentriculares 115
Figura 12.18 ECG no crescimento sistólico do ventrículo direito. Notar em V1-V2 : onda R pura com onda T nega-
tiva (padrão strain); e em V6: onda S profunda e maior que R e desvio do SâQRS em+ 120°
Figura 12.19 ECG no crescimento sistólico do ventrículo direito. Notar em V1-V2 : onda R com onda T negativa e
em VS-V6: onda S profunda e maior q ue R (semelhante em 01) e desvio do SãQRS para a direita em + 120o
116 Hetrocardiograma Orientado para o [linico
• Padrão de baixa voltagem elétrica (QR5 de maior e de mais fácil visualização, em virtude
amplitude dimi nufda), especialmente nas da não interposição do pulmão entre o cora-
derivações periféricas. ção e os eletrodos torácicos.
• Rotação da ponta para trás (51-52-53).
• Habitualmente, o desvio do eixo elétrico CVD nos pacientes com embolia pulmonar
d o QR5 (5âQR5) para a direita, próximo
aguda - Cor pulmonale agudo
de +90°. Todavia, nas pessoas idosas, o
5âQR5 pode desviar-se, paradoxalmente, Caracteriza-se pelos seguintes sinais eletrocar-
para a esquerda . diográficos (Figura 12.2 1):
• Em V1-V2: morfologia r-5, podendo esse • Cresciment o atrial direito, com caracterís-
padrão estender-se até V4-V5. ticas de onda P pu/mona/e.
• Onda T pode ou não estar negativa nas • Padrão 51-03-B : onda 5 profunda em
YT~~-vr--Nr-
01 02 03 aVR aVL aVF
TTTit-+
Figura 12.20 Crescimento ventricular direito, em cor p u/mona/e crônico
++~s~~
~~++++
v1 v2 v3 v4 Vs Vs
r ~ ~:trt
i:tYt+.~
Figura 12.22 Crescimento biventncular
* -t, t' .~ * :f
~ttt.+~
Figura 12.23 Crescimento biventricular
118 Hetrocardtogr ama Orientado par a oCltntco
-
124 fletrocardiograma Orientado para oClinico
Artéria
coronária
esquerda
Ramo
circunflexo
Ramo
interventricular
anterior
I ' :
---
,_ :.r' ~. ,.
~
•
- - :::
--
:.
-
-
-= • -
=
-
-=
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' ' •
\, I 11 ,.
' '
-=- - -
- ··:
._ "
~~
-
-= -
.i'''
\
•
Figura 13.7 ECG na isquemia subepicárdica. Notar a onda T negativa, pontiaguda e simétrica de V1 a V6
Figura 13.8 lsquemia subendocárdica: onda T positi- T, como as descritas anteriormente (Figura
va, pontiaguda, simétrica e ampla 13 .10).
Figura 13.9 ECG na isquemia subendocárdica. Notar a onda T positiva, pontiaguda, si métrica e ampla de V2 a V5
11
Figura 13.11A e B Diagnóstico topográfico da isquemia. (A) Parede anterior extensa. (B) Parede ântero-septal.
(C) Parede inferior
13 o Hetrocardiograma Orientddo para o [línico
TT~_j__j_
aVR aVL aVF
o, v,
~----~~~-"---~-~--- -----~r-,~--~-1,r-'
eVR
~~~.--------~~~·--------~
n
eVL
I\ Figura 13.15 ECG na is-
q uemia subepicárdica da
parede anterior extensa.
eVF Ve Notar a onda T isquêmica.
~4-~'---~~"--~~~-----AA--" Paciente com insuficiência
coronariana aguda
132 Helrocard10grama Onenladopara o Clm1co
v,
Figura 13.16 ECG na onda T cerebral. Notar a onda T gigante. negativa e profunda. Paciente com acidente vas-
cular encefálico hemorrágico
.
T
Figura 13.17 ECG na alteração inespecífica da repolarização ventricular. Notar onda T aplanada e pouco negativa
em diversas derivações. Paciente com sobrepeso e sem doença estrutural do coração
134 flelrocardiograma Omnlado para oClínico
*As condutas sugeridas levam em conta as restrições e as contraindicações próprias e individualizadas de cada
procedimento e medicamento.
lesão ou Injúria
Gerson P. Goldwasser
+ + + +
+ + + +
+ + + + + + + +
----.... - - - -
- - -
Célula
- Célula
Célula Célula
-
sadia lesada
sadia lesada ou
injuriada -
Figura 14.2 Vetor de lesão ou injúria "aponta " para
Figura 14. 1 Densidade iônica da célula sadia e da a área comprometida
célula lesada
meira durante a sístole e a segu nda du rante a ral, o supradesnfvel do ponto J e do segmento
diástole ventricular. ST (Figu ras 14.3 e 14.4).
A corrente de injúria sistólica também "O vetor que representa a corrente de lesão
promove um fluxo de corrente entre as duas ou injúria aponta para a área comprometida ."
áreas eletricamente distintas no miocárdio, a
lesada e a sadia, e exerce um efeito inibitó-
Critérios diagnósticos (figura 14.5)
rio sobre a corrente diastólica. Ao se realizar
o ECG, não é possível discriminar essas duas • Supradesnível do ponto J e do segmen-
correntes de injú ria. to ST maior que 1 mm (mais sensível) ou
O fenômeno de injúria ou lesão pode ser maior que 2mm (mais específico) nas deri-
representado por um vetor que se dirige da vações que exploram a lesão.
área sadia para a lesada (Figura 14 .2). • Segmento ST com convexidade superior.
"O vetor que represen ta a corrente de lesão
• Aumento do tempo da deflexão intrinse-
ou injúria aponta para a área comprometida."
coide.
• Aumento do intervalo QT.
LESÃOOU INJÚRIASUBEPICÁRD ICA * OU
Essas alterações são as classicamente pre-
INFARTOCOM SUPR ADESNÍVEL DO
sentes na fase aguda da lesão; todavia, even-
SEGMENTO ST tualmente pode-se observar o segmento ST com
A lesão do tecido subepicárdico provoca a aspecto de concavidade superior ou retificado
descida da linha de base do traçado, sendo ascendente. O grau do desnível do segmento
então o complexo QRS inscrito sobre a linha ST depende inicialmente da quantidade da área
mais baixa e o segmento ST e a onda T sobre a lesada. Quanto maior a área lesada, maior será
tinha primit iva, mais acima. Desse modo, ob- o desnível de ST. Outro fator é a velocidade de
serva-se, na lesão subepicárdica ou transmu- condução do estímulo, que se torna lenta na
área lesada - bloqueio de lesão - . determinan-
*Optamos por manter a terminologia tradicional de do discretos alargamentos dos complexos QRS.
comprometimento subepicárdico, transmural e su- Nas lesões mais graves, com bloqueio de lesão
bendocárdico, por ser de mais fácil entendimento. mais intenso, os complexos QRS tornam-se
Entretanto, ressaltamos que anatomicamente o in-
mais alargados e os desníveis de ST mais acen-
farto não se l1mita às regiões acima citadas. e por
tuados, alterações que tendem a se normalizar
essa razão, atualmente essas alterações têm sido
classificadas como infarto com supradesnivel do seg- com a recuperação da lesão.
mento ST ou sem supradesnível d o segmento ST e Eletrocardiograma com padrão de blo-
ainda infarto com onda Q ou sem onda Q. queio de ramo esquerdo sa bidamente novo
Lesão ou Injúria 13 7
A------
B ----
Figura 14.3A e B Lesão ou injúria subepicárdica. (A) Linha de base primitiva, antes da lesão. (B) Linha de base após
a lesão
Figura 14.5 ECG na lesão ou injúria subepicárdica . Notar o supradesnfvel do segmento ST. de convexidade superior
ou presumivelmente novo no paciente com o complexo QRS inscrito sobre a linha mais alta
dor de angina de peito tem o mesmo signi- e o segmento ST e a onda T sobre a linha primi-
ficado clínico e segue as mesmas condutas tiva, mais baixa. Desse modo, na lesão suben-
adotadas nos pacientes de infarto agudo do docárdica observa-se o infradesnível do ponto J
miocárdio (IAM) com supradesnível de ST. e do segmento ST (Figuras 14.6 e 14. 7).
Nesses BRE, a indicação do infarto associado
é a presença da alteração primária da repo- Critérios diagnósticos (Figura 14.8)
larização, ou seja, elevação concordante do
segmento ST e onda T positiva nas derivações • lnfradesnível do ponto J e do segmento ST
esquerdas, 01-aVL-VS e V6, ou infradesnível maior que O,Smm nas derivações que ex-
de ST importante > Smm nessas derivações. ploram a lesão.
• Segmento ST com concavidade superior.
• Aumento do tempo da deflexão intrinse-
LESÃO OU INJÚRIA SUBENDOCÁRDICA OU coide.
INFARTO SEM SUPRADESNÍVEL DO • Aumento do intervalo QT.
SEGMENTO ST
Obs. : Pode-se eventualmente observar o
A lesão do tecido subendocárdico provoca a su- segmento ST com aspecto de convexidade
bida da linha de base do traçado, sendo então superior.
138 lletrocardiograma Orientado para o Clln1co
Figura 14.6 Lesão ou injúria subendocárdica: (a) linha de base primitiva, antes da lesão; (b) linha de base após
a lesão
Figura 14.8 ECG na lesão ou injúria subendocárdica. Notar o infradesnível do segmento ST. de concavidade
superior
11
Figura 14.10A e B Diagnóstico topográfico da lesão ou injúria. (A ) Parede anterior extensa . (B) Parede ântero·
septal. (C) Parede inferior
Figura 14.11 ECG no infarto agudo (subepicárdico) de parede anterior extensa . Notar a onda de lesão em
D 1-aVL-Vl a V6
Figura 14.12 ECG no infarto agudo (subepicárdico) d e parede inferior. Notar a onda de lesão em 02-03-aVF
Lesao ou Injuria 141
Figura 14.13 ECG no infarto agudo (subepicárdico) de parede ãntero-septal. Notar a onda de lesão de Vl a V4
Figura 14.15 Imagem recíproca ou em espelho: lesão su bepicárd ica de parede posterior com imagem recíproca
em parede anterior
o, aVR
~~~v
w~~
Figura 14.16 ECG no infa rto agudo (subepicárdico)
de parede ínfero-dorsal. Notar a onda de lesão em
D2-D3-aVF-V7-V8, com imagem reciproca de V 1 a V4
lesao ou ln)um 143
Figura 14.17 ECG no 1nfarto agudo (subepicárdico) de parede ínfero-dorsal. Notar a onda de lesão em 02-03-
aVF. O comprometimento da parede dorsal é definido pela imagem recíproca de VI a V3
Figura 14.18 ECG no infarto agudo (subepicárdico) de parede inferior. Notar a onda de lesão em 02-03-aVF, com
imagem recíproca em 01 -aVL
144 fletrocardiograma Orientado para oClinico
Figura 14. 19 ECG no infarto agudo (subepicárdico) de parede ântero-septal. Notar a onda de lesão de Vl a V4,
e o desvio do SâQRS em -60°, evidenciando o HBAE associado, complicando o infarto
lesão ou InJúria 145
~ --L--l-y'-f
aVR aVF
Figura 14.20 ECG no infarto agudo (subepicárdico) de parede inferior. Notar a onda de lesão em D2-D3-aVF
146 lletrocardiograma Orientado para oClinico
Figura 14.22 ECG no infarto agudo (subendocárdico) de parede ântero-lateral. Notar a onda de lesão subendo-
cárdica de V4 a V6
lesão ou Injúria 141
Figura 14.23 ECG no infarto agudo com supradesnível de ST de parede anterior extensa. Notar a onda de lesão
em D1-aVL-V1 a V6
148 fletrowdiograma Orienta~o para o[linico
Figura 14.25 ECG no infarto agudo de parede anterior extensa. Notar o supradesnível de ST em 01 -aVL-V2 a VS,
com imagem recíproca em 02-03-aVF. O aspect o de ST em V2 denota a fase superaguda do infarto
15o fletrocardiograma Orientado para oClinico
Figura 14.26 ECG no infarto agudo sem supradesnível de ST de parede ântero-lateral. Notar a onda de lesão
subendocá rdica de V3 a V6 com imagem recíproca em aVR
lesão ouInjuria 151
Figura 14. 27 ECG no infarto agudo com supradesnível de ST da parede inferior do ventrículo esquerdo e ventrí-
culo direito. Notar: Onda de lesão em D2-D3-aVF e em V3R a V6R
Figura 14.28A e B ECG no infarto atrial. (A) Supradesnível do segmento PR. (B) Visto com d etalhe
152 [letrocard iograma O r ienta~ o para o Clinico
aVR aVL
Figura 14.29A e B ECG do infarto agudo com supradesnível de ST da parede anterior extensa. Notar: (A ) Onda
de lesão em 01, V1 a V6 (continua)
:-·-~--"·-~
...- - -......A.t__....
__ _ __,~-~~1-.--. ____,.,. ___. . 1'---- ""'11,..
(B) ECG 24 horas após a administração de trombolítico. Notar a redução significativa do desnível de ST com relação
ao primeiro ECG, mostrando critério de reperfusão miocárdica
• Coleta de sangue para identificação das en- farmacológica com agent es f ibrinolí-
zimas marcadoras de necrose miocárdica. t icos, aquela que melhor se adequar
• Iniciar MONA: M = morfina, O = oxigênio, ao paciente em questão, segundo as
N = nitrato ou nitroglicerina. A = ácido normas das diretrizes, e o tratamento
acetilsalicílico. adjunt o quando indicado: betablo-
• Encaminhar o paciente à unidade especia- queador, nitroglicerina EV, heparina EV.
lizada, onde segu irá as condutas ou rotas
2. Infarto sem supradesnível de ST,
previament e determinadas, exemplificadas
IMSSST
no Capítulo 30.
• Referido como rota 2 invasiva. em
1. Infarto com supradesnível de ST, resumo, iniciar o tratamento adj unt o
IMCSST ou com BRE novo quando indicado: betabloqueador, ni-
• Referido como rota 1, em resu mo, ini- troglicerina EV, heparina EV, inibidor
cia r os procedimentos para reperfusão da glicoproteína 118/ II IA , e o catete-
por trombólise mecânica (angioplast ia rismo cardíaco visando à angioplast ia
translumina l coronariana primária) ou transluminal coronariana .
aVR
Figura 14.30A e B ECG do infarto agudo com supradesnfvel de ST das paredes: (A) inferior (D2- D3-VF) e anterio r
(Vl a V6). (continua)
lesãoou lnjúrid 155
..,___
'
(B) ECG 12 horas após a administ ração de trombolítico. Notar a redução significativa do desnível de ST com relação
ao primeiro ECG, mostrando critério de reperfusão miocárd ica
156 flet rocardiograma Or ientadopara oClin ico
\-...! '\--
02 03
--;- -t
Figura 14.31A e B ECG no infarto agudo com su pradesnível de ST de paredes: (A) inferior (D2 · D3·VF) e anterior
(V1 a V6). (B) ECG 12 horas após a administração de trombolít ico. Notar a redução significa t iva do desnível de ST
com relação ao primeiro ECG, mostrando critério de reperfusão miocárdica
• As condutas sugeridas levam em conta as restrições e cont ra indicações próprias e ind ividualizadas de cada proce-
dimento e medicamento.
CAP[TULO 15
Hecrose
~erson P. ~oldwasser
INTRODUÇÃO
A hipoxia tecidual mais prolongada acarreta
- - - lsquemia
danos irreparáveis à estrutura da célula cardía- f----Lesão
ca; provoca a degeneração da membrana e a et---Necrose
perda da integridade dos componentes intra-
celulares, culminando com a morte ou necrose
da célula- alteração histológica irreversível.
O tecido miocárdico infartado exibe três
áreas eletrofisiológicas distintas, dispostas
concentricamente e circundadas por tecido
miocárdico sadio: a região central (área de ne-
crose), a intermediária (área de injúria) e a pe-
Figura 15.1 Áreas do miocárdio comprometidas pela
riférica (área de isquemia) (Figura 15.1 ). Essas hipoxia
regiões exibem um comprometimento isquê-
mico progressivamente mais grave, à medida
que se caminha da periferia para o centro. tions, especialmente do potássio, reduzin-
Os fenômenos eletrofisiológicos e anatô- do importantemente a sua concentração no
micos no infarto agudo progridem de modo meio intracelular. Altera-se de forma signifi-
dinâmico ao longo do tempo, podendo a cativa, a relação K• intra/K• ext racelular, fato
zona de injúria evoluir para necrose (pior evo- que resulta na diminuição do potencial de re-
lução) ou para a isquemia (melhor evolução). pouso para aproximadamente -4SmV. Neste
Quanto menor a área de necrose residual, nível de potencial, a célula está eletricamente
melhor o prognóstico. impossibilitada de gerar potencial de ação,
A necrose altera substancialmente a per- portanto incapacitada de se ativar e repolari-
meabilidade da membrana celular; produz a zar. O tecido necrosado, ao longo do tempo,
perda muito acentuada de ânions e de cá - é progressivamente substituído por tecido de
158 [letrocardiograma Orientado para oClinico
NECROSE SUBEPICÁROICA
Célula Célula
sadia necrosada A necrose acomete uma extensão variável
(sentido em pa ralelo ao epicárdio) da parede
Figura 15.2 Veto r de necrose "foge" da área com- ventricular. Na dependência do tamanho da
prometida área comprometida com relação à área sa -
picárdica residual for significativamente pe- ca . A maioria dos infartos sem onda Q corres-
quena com relação à área sadia, pode não ser pende a essa alteração. Apesar de a necrose
observada a onda Q patológica - infarto sem subendocárdica não alterar o t raçado, é pos-
onda Q. Em tal circunstância, a necrose é re- sível identificar-se o comprometimento agudo
presentada por uma diminuição da amplitude dessa região por meio de informações clínicas
da onda R. O diagnóstico só é possível pela e das alterações eletrocardiográficas que ca-
comparação entre o ECG anterior e o poste- racterizam as ondas de isquemia e lesão (Fi -
rior ao evento. Esse tipo de infarto é observa- gura 15.6).
do mais frequentemente nas pequenas necro- A ausência da onda Q patológica na ne-
ses de parede látero-basal ou no ápice do VE crose subendocárdica pode ser entendida
(Figura 15.5). com o conceito do endocárdio elétrico.
Q-r Q -R
A B
Figu ra 15.5 Necrose de peque-
na área subepicárdica: infarto sem
onda Q patológica
160 fletrocardJograma Omntado para o Clln1co
A+ +. i : ; t t i:;
IÇ,~ T.l: i: 1:-
B
C+t +.+.++ti:
Figura 15.7A a C Diagnóstico topográfico da necrose. (A) Parede inferior. (B) Parede anterior extensa. (C) Parede
posterior com imagem reciproca em parede anterior
• Necrose septal média (ou septal): Aspectos evolutivos do infarto
onda Q patológica em V1-V2. do miocárdio com supradesnível
• Necrose septal baixa (ou anterior do segmento ST e com onda O
estrita): onda Q patológica em V3-V4.
(subepicárdico) (Figura 15.8)
• Necrose ântero-lateral (ou lateral):
onda Q patológica em D1 -aVL-V4-V5-V6. Os aspectos temporais não são absolutamen-
• Necrose lateral alta: onda Q patológi- te deli mitados, porém na maioria das vezes se
ca em 01-aVL. observam as segu intes fases evolutivas:
• Necrose apical: onda Q patológica em
V5-V6. Fase superaguda ou precoce - as primeiras
• Necrose anterior extensa: onda Q 24 horas do IAM
patológica em D1 -aVL-V1 a V6.
• Necrose inferior ou diafragmática: 1. Modificação na onda T característica de
onda Q patológica em D2-D3-aVF. isquemia subendocárdica.
• Necrose dorsal ou posterior: onda Q 2. Manifestação da onda de lesão: desní-
patológica em V7-V8 (imagem recíproca vel de máxima intensidade do segmento
em V 1-V2, com ondas R de grande ampli - ST, constituindo a onda monofásica do
tude). QRS, denominação que se deve à seme-
• Necrose septal profunda: onda Q pa- lhança desse QRS com a onda monofási-
tológica em D2-D3-aVF-V1-V2-V3 . ca do PA.
c ou
o ou
Figura 15.8 Fases evolutivas do infarto. (A) ECG inicial. (B) . Superaguda. (q Aguda ou em evolução. (D) Tardia
162 fletrmrdiograma Orien tado para oCl ínico
Figura 15.9 ECG no infarto (antigo) de parede inferior. Notar a onda de necrose (onda Q patológica) em D2-
D3-aVF
Hecrose 16 3
Figura 15.11 ECG no mfarto (antigo) de parede anterior extensa . Notar a onda de necrose e de 1squemia de
V1 a V6
Figura 15.12 ECG no infarto (antigo) da parede inferior. Notar a onda de necrose (Q patológica) em D2-D3-aVF,
com isquemia ainda presente
164 Helrocardtograma Orienlado para o Clinico
\\.-,---J....---.JA\.-.,__. .J.,-
. . ,.....__._-lt\- _,..._ __ ....,..__ ('-
,_
._.,J'L-----..-.1"-
Figura 15.13 ECG no infarto (antigo) d e parede anterior extensa. Notar a onda de necrose em V3 a VS. Em V6,
onda R de pequena amplitude
esforços devem ser intensos para a pre- venção de DAC, é necessário o controle
venção da ateromatose coronariana e desses fatores de risco associado às medi-
vascular em geral. As diretrizes sobre os das dietéticas apropriadas e ao est fmu lo à
fatores de risco na doença aterosclerótica prática de exercícios f fsicos.
coronariana (DAC) servem de guias para • Ao médico, cabe identificar a síndrome
os procedimentos e condutas preventivas. corona riana aguda o mais precoce pos-
Aos fatores de riscos tradicionais, dislipi- sível, uma vez que, quanto mais rapida-
demia, tabagismo. diabetes metito, hi- mente forem realizados os procedimentos
pertensão arterial. obesidade abdominal, terapêuticos clássicos e os de reperfusão
sfndrome metabólica. estresse emocional, miocárdica com "abertura da artéria cul-
sedentarismo e história fam iliar de DAC. pada" . mais se preserva o miocárdio em
somam-se os fatores de risco emergentes, suas funções. Posteriormente ao evento,
protefna C reativa de alta sensibilidade, deve-se conduzir o paciente à reabilitação
homocistefna, lipoprotefna A. Para a pre- cardiovascular.
• As condutas sugeridas levam em conta as restrições e contraindicações próprias e individualizadas de cada proce-
dimento e medicamento.
fletrocardiograma no
Teste frgométrico
Luiz Carlos Pimenta Godinho
WashingtonBarbosa de Araujo
Sistema de registro
Eletrodos são colocados no tórax do paciente
para a monitoração e o registro eletrocardio-
gráfico. Rotineiramente, se utilizam no míni-
mo três derivações: MC5, V2 e aVF. A MC5
é constituída por um sistema bipolar, seme-
lhante à DI, no qual o eletrodo explorador (do
braço esquerdo) e o negativo (do braço direi-
to) encontram-se, respectivamente, em V5 e
no manúbrio esternal. É a derivação que mais
identifica alterações isquêmicas (Figura 16.1).
Equipamentos mais sofisticados permitem a J y
realização das 12 derivações a cada estágio
Figura 16.2 Pontos de referência para a interpreta·
do exercício, aumentando a sensibilidade do
ção do exame. LB = linha de base
método para a detecção de isquemia miocár-
dica e facilitando a interpretação de arritmias
e distúrbios da condução desencadeados pelo • Ponto J: identificado pela angulação que
BD
Figura 16.1 Posição dos eletrodos para monitoração com três derivações. BD = braço direito; BE = braço esquer·
do; PD = perna direita; PE = perna esquerda
Helrocardiograma no lesle frgomélrico
B
Figura 16.4A e B Teste isquêmico. (A) Reg istro basal. (B) Pico do esforço evidenciando o infradesnível do segmen-
to ST com padrão horizontal em múltiplas derivações, atingindo 3mm de depressão em D1 (MC5) e D2
Figura 16.5A a C Teste isquêmico. (A) Registro basal. (B) Pico do esforço com depressão adicional do ponto Y de
2,5mm, principalmente em 0 1 (MCS), 02 e aVL, com segmento ST ascendente. (C) Pós-esforço imediato, nota-se
o infradesnível ad icional do ponto J de Smm em 01 (MCS) e 02, com segmento ST descend ente
l
Hetrocardiograma no Teste frgométrico 1(3
Figura 16.6A e B Teste isquêmico com padrão de supradesnível do segmento ST. (A) Registro basal com infarto
inferior antigo. (B) Pico do esforço evidenciando o supradesnível do segmento ST em parede inferior (provável
discinesia) e infradesnível de ST em D1, D2, aVL e V4
Tabela 16.5 Condições que podem alterar O acompanhamento por 5 anos de 5.303
o ST em não coronariopatas pacient es (estudo CASS) mostrou que, mesmo
no grupo dos que tinham lesões obstrutivas
• Hipertensão arterial
nos três vasos, havia subgrupos diferenciados
• Bloqueio do ramo esquerdo do feixe que exibiam taxas de mortalidade anual que
de His variavam de 12% para os que eram incapazes
• Miocardiopatias de completar o 1a estágio até 0% para aque-
les que atingiam o 5g estágio do exercício.
• Valvopatias
Consideramos, portanto, que o teste ergo-
• Pericardiopatias
métrico e a coronariografia são exames que se
• Prolapso da valva mitral complementam e que a soma de informações
• Síndromes de pré-excitação obtidas pelos dois métodos fornece valiosos
subsídios para a orientação do clínico.
• Cardiopatias congênitas
• Depressão inespecífica do ST
• Astenia neurocirculatória
AVALIAÇÃO DOS DISTÚRBIOS DO RITMO E
DA CONDUÇÃO PELO TESTE ERGOMÉTRICO
• Anemia
• Hiperventilação Indicações
• Hipoglicemia • Observar o comportamento, frente ao exer-
• Distúrbios eletrolíticos cício, de dist úrbios do ritmo ou da condu-
• Uso de drogas que alteram o ST (digital. ção (DRC) presentes em repouso.
amiodarona etc) • Detectar DRC desencadeados pelo exercício.
• Analisar sinais e sintomas sugestivos de
DRC, associados ao esforço.
Entretanto, é natural que haja discordân- • Avaliar pacientes com card iopatias correla-
cia eventual entre métodos que avaliam fenô- cionadas com o desenvolvimento de DRC
menos diferentes. A coronariografia analisa a de importante significado clínico (p. ex.,
anatomia coronariana em repouso e o teste pacientes com miocardiopatia chagásica,
ergométrico permite uma avaliação funcio- hipertrófica etc.).
nal e metabólica da relação entre a oferta e • Observar a resposta ao tratamento de DRC
o consumo de 0 2, em nível celular, durante o (medicamentoso, cirúrgico, por ablação
exercício. ou com o implante de ma rca-passo).
Um paciente com lesão obstrutiva corona - • Investigar possível etiologia isquêmica
riana importante pode não manifestar isque- para os DRC detectados.
mia durante o exercício, se possuir uma boa • Prescrever exercícios, em nível adequado,
rede de circulação colateral. Já um indivíduo para o paciente com DRC relacionados
com os vasos coronarianos aparentemente com o esforço.
normais no estudo angiográfico pode apre-
sentar isquemia ao esforço por alterações na Distúrbios do ritmo
microcircu lação, por espasmo coronariano ou As extrassístoles supraventriculares são os dis-
mesmo por placas ateroscleróticas com angu- túrbios do ritmo mais observados durante o
lações caprichosas, não detectáveis nas proje- teste ergométrico. São geralmente benignas
ções radiológicas habituais. e sem significado clínico aparente. Quando
Hetrocardiograma no leste frgomélrico ll5
achados comuns durante o TE, com baixa O bloqueio divisional ântero-superior es-
querdo é o distúrbio de condução que sur-
reprodutibilidade em exames subsequentes.
ge mais comumente durante o exercício. Na
Embora, na maioria das vezes, sem significa-
maioria das vezes, parece ser um fenômeno
do patológico, podem ser decorrentes de hi-
dependente da frequência, secundário a va-
peratividade simpática, distúrbios eletrolíticos,
riações na refratariedade das vias de condu-
prolapso valvar mitral, cardiopatia isquêmica e
ção, ocorrendo acima de um ponto crítico de
miocardiopatias, entre outras possibilidades.
estimulação, em pacientes suscetíveis.
As ESV são mais valorizadas ao se manifes-
O bloqueio de ramo esquerdo do 2Qou do
tarem com aspecto polimórfico, de forma pa-
3Q grau, presente em repouso ou desencadea-
reada, em salvas ou com incidência superior a
do pelo exercício, impossibilita o uso de crité-
1O por minuto. A presença dessa complexida-
rios eletrocardiográficos para identificar uma
de em paciente com outros sinais de isquemia
resposta isquêmica do miocárdio. Já no caso
no TE e em baixa carga de trabalho aumenta
do bloqueio de ramo direito (2Qou 3Qgraus)
o valor preditivo do exame para essa patolo-
apenas não podemos utilizar as derivações
gia. Ocorrendo nas mesmas circunstâncias,
precordiais direitas para essa análise, devido
em cardiopatas, estão associadas a maiores às alterações secundárias da repolarização,
morbidade e mortalidade. geralmente presentes de V1 a V4. O signifi-
A taquicardia ventricular, não obstante cado clínico do BRE ou BRD desencadeados
poder ocorrer em indivíduos aparentemente durante o exercício não é claro, podendo ser
hígidos, em geral está associada a doença decorrentes de isquemia miocárdica, secundá-
coronariana importante ou outra cardiopatia rios a outro tipo de cardiopatia não-isquêmica
grave, se presente na sua forma sustentada e ou apenas um fenômeno dependente da fre-
acompanhada de precordialgia ou alterações quência (Figura 16.8).
de ST (Figura 16.7) . O teste ergométrico também pode ana-
lisar o comportamento, durante o exercício,
das síndromes de pré-excitação. Uma via
Distúrbios da condução
anômala oculta pode, eventualmente, ser
O BAV do 1Qgrau e o BAV do 2Qgrau Mobitz I evidenciada durante o esforço, bem como
podem ser observados em repouso ou na fase a condução por uma via anômala aparente
17 6 Hetrocordiogromo Onentodo poro o Clfn1co
n _
J~.,___
o3 __
a
A
Figura 16.7 A e B (A) ECG basal de paciente com relato de angina aos esforços. (B) Ocorrência de taquicardia
ventricular com baixa carga de trabalho e desconforto precordial concomitante, sugerindo grave comprometimen-
to isquêmico
Figura 16.8A e B (A) ECG basal normal em jovem de 26 anos, sem sintomas e com ecocardiograma sem altera-
ções, submetido a avaliação cardiológica por apresentar níveis de PA limítrofes. (B) Desenvolvimento de BRE do 3•
grau durante o exercício, sem sintomas ou repercussão hemodinãmica associada (provável fenômeno dependente
da frequência)
Figura 16.9A e B (A) ECG basal mostrando pré-excitação (WPW) em indivíduo com queixa de palpitações durante
atividade física intensa. (B) Após 15min de esforço, apresenta taquicardia paroxistica supraventricular, revertida
espontaneamente com a interrupção do exerdcio
A rritmias são achados frequentes na in- diomiopatia hipertrófica. ser ocasionada por
suficiência mitral, no prolapso da valva mitral coronariopatia concomitante, evidenciar dis-
(PVM) e, com maior gravidade, nas cardiomio- função do VE. ou ter causas mistas.
patias hipertrófica e dilatada (Figura 16. 1O). Quando o infradesnível do ST ocorre a in-
A depressão do segmento ST pode ter suficiência aórt ica. pode identificar, de forma
origem não-isquêmica como no PVM, ser precoce, disfunção do VE, servindo para indicar
causada por isquemia relativa como na car- o momento cirúrgico ideal. Nos pacientes com
Hetrocard10grama no leste [rgométmo
Figura 16.10A e B (A) ECG basal de paciente com prolapso m itral e referência a arritmias ocasionais. (B) Desen-
volve taquicardia paroxística supraventricular du rante o exercido com depressão de ST, que não pode ser valorizada
como critério de isquemia miocárdica
180 flelrocardtograma Orten lado pm o Eltntco
estenose aórtica, apresenta correlação com e risco mtmmo. Proporciona uma avaliação
a gravidade do quadro, associando-se a um objetiva da reserva coronariana e das respos-
gradiente sistólico VE-AO superior a SOmmHg tas cronotrópica, inotrópica e dromotrópica.
(Figura 16.11 ). Permite, assim, uma orientação racional do
Ao concluir, destacaríamos que o teste er- ponto de vista diagnóstico, terapêutico, evo-
gométrico é um método não invasivo, de fácil lutivo e prognóstico do paciente, tornando-se
execução, baixo custo, boa reprodutibilidade uma ferramenta essencial para o clínico.
Figura 16.11 A e B (A) ECG basal com padrão de sobrecarga ventricular esquerda em paciente com estenose aór-
tica . (B) Exibe boa t olerância ao esforço, havendo redução do infradesnível de ST. Ao eco-Doppler, foi evidenciada
estenose aórtica leve com gradiente sistólico VE-AO médio de 23mmHg e boa função sistólica .
fletrocardiograma no reste frgomélrico 1B1
~
Mecanismos Rrritmogênicos e
Classificação das Arritmias
Gerson P. Goldwasser
Figura 17.1 Reentrada. (I) As fibras A, B, C e D estão íntegras. O impulso elétrico parte da fibra A, propaga-se
simultaneamente pelos feixes B e C, alcança e ativa a fibra D e extingue-se (situação normal). (la) O impulso par-
te da fibra A, é bloqueado no feixe C, prog ride lentamente pelo feixe B, alcança e ativa a fibra D, porém não se
extingue. (lb) O impulso retorna pelo feixe C (cujo bloqueio é unidirecional), alcança e ativa novamente a fibra A.
completando uma ou mais vezes o movimento circular.
Hecan1smos Rrntmogenicos e([ass1f1caçào das Rrr1tm1as 18 7
na direção atrioventricutar (via anterógrada) por Arritmias por distúrbios na formação e/ouna
uma via nodal (alfa ou beta), reentrando aos condução do impulso cardíaco
átrios (via retrógrada) por outra via nodal (alfa
• Por alteração no automat ismo e/ou fenô-
ou beta) contrária à anterior.
meno de reentrada :
Qualquer desses mecanismos eletrofisioló-
• Extrassístole (sinusal, atrial, juncional e
gicos, alterações no automatismo normal, no
ventricular).
automatismo anormal ou reentrada, de forma
• Taquicardia paroxística e não paroxísti-
isolada ou associada, pode produzir arritmias
ca (atrial, juncional e ventricular).
cardíacas.
A taquicardia paroxística juncional é
atualmente denominada de taquicar-
CLASSIFICAÇÃODAS ARRITMIAS QUANTO dia reentrante atrioventricular nodal.
AO MECANISMO ARRITMOGÊNICO FUNDA· • Flutter e fibrilação (at rial e ventricular).
MENTAL • Dissociação atrioventricular.
Rrritmias Sinusais
Gerson P. Goldwasser
t re duas espículas contíg uas de QRS. conf igu ração das ondas P-QRS-T e os interva-
2. Determinação da ritmicidade (RIT): los PR e QT estão normais (ver descrição no
Capítulo 7) (Figura 18.1):
medir os intervalos entre os ciclos cardía -
cos, mais facilmente aferidos entre as es-
pículas dos QRS. O ritmo é regular quan- As cinco etapas da análise
do os intervalos são constantes e irregular 1. FC: variável, nos limites entre 60 e 1OObpm
quando os intervalos são inconstantes. (entre 25 e 15 quadrados pequenos, res-
3. Análise da onda P (OP) : identificar a pectivamente).
onda P em cada ciclo cardíaco, observando 2. RIT: regular; os interva los R-R são cons-
as suas características morfológicas e a sua tantes.
relação com o QRS que a sucede. Registrar, 3. OP: positiva em quase todas as derivações
se for o caso, a ausência da onda P. (exceto aVR, onde é sempre negativa);
4. Medida do intervalo PR (IPR) : medir precede todos os QRS .
todos os IPR do traçado. 4. IPR: variável, nos limites entre 120 e
5. Análise do complexo QRS e da onda 200ms.
T (QRS/T) : observar a morfologia e medir 5. QRS/T : QRS estreito e onda T de morfolo-
a duração do QRS: se estreito (duração de gia normal.
Hetrocardiograma Orientado para o Clinico
Figura 18.1 Ritmo sinusal regular. Notar a repetição uniforme dos complexos elétricos
Figura 18.2A a c Arritmias sinusais. (A) Taquicardia sinusal. (B) Bradicardia si nusal. (C) Arritmia sinusal.
Rrritmias Sinusais
A arrit mia fásica relaciona-se com flutua- 2. RIT: regular na taquicardia e na bradicar-
ções do tônus vagai, podendo ser encontrada dia e irregular na arrit mia sinusal. Nesta.
na criança e no adulto jovem normal. A arrit- os int ervalos RR têm variações iguais ou
mia não fásica geralmente associa-se à doen-
superiores a 120ms ent re si.
ça do nódulo sinusal.
3. OP: presente, antecedendo todos os QRS.
Estas t rês arritmias cardíacas, taquicar-
dia, bradicardia e arritmia sinusal. podem ser 4. IPR: variável, nos limites normais.
consideradas arritmias "não malignas", pois 5. QRS!T: QRS estreito e onda T de morfo-
habitualmente não induzem a deterioração logia normal (na ausência de bloqueio de
hemodinâmica do paciente. ramo preexistente) (Figuras 18.3 a 18.6).
Figura 18.3 ECG na taquicardia sinusal. A frequência card íaca é rápida, de 144bpm
-~ I
fletrocardiograma Orientado para oClinico
Figura 18.5 ECG na bradicardia sinusal. Notar: ritmo sinusal e frequência cardíaca lenta de 4 5bpm. Paciente
ginasta sem doença cardlaca estrutural
Arrilm1as S1nusals I 93
88 87688 91 60 59
892 858 184 1018 01
03
L -A ~ ~ l
-L
aVR
--_,-
r---r---r• -r-v '"1- "*(" -v
aVL
.._..... ~ ~ ~ "4'*Y ., v= y=
aVF
L ..J.. ..J_,J_ j
- ~ ..~
"'i .,;r -y- Jr
v1
1 i i v v2
Vs
Figu ra 18.6 ECG na arritmia sinusal. Notar os intervalos RR variando entre 608ms a 1.0 16ms (FC entre 98 e 59
bpm)
fletrocardiograma Orientado para oClinico
Figura 18.8 ECG na parada sinusal. Notar a pausa prolongada de 3.800ms, correspondendo a três ciclos elétricos
completos, cuja diástole é de 880ms
Figura 18.9 ECG na parada sinusal. Notar os ciclos cardíacos de 840ms (FC d e 7 1bpm), subitamente ap resenta
uma parada p rolongada com ciclo cardíaco de 2.760ms (FC de 22bpm) . Paciente com d oença d o nódulo sinusal
Rrritm Jas SJnusaJs 1gs
*As condutas sugerid as leva m em conta as restrições e as contrai ndicações próprias e individ ualizadas de cada
procedimento e medicamento.
CAPfTULO 19
fHtrassístoles
~erson P. ~oldwasser
além do limite máximo normal e o complexo que estejam submetidos a estresse intenso,
QRS pode tornar-se alargado. a estimulação adrenérgica, que façam uso
• Pausa compensadora ou pausa pós- abusivo de bebidas alcoólicas, café, cigarros
extrassistólica: é a pausa diastólica que ou com distúrbios eletrolíticos; também pode
segue a extrassístole. É mais longa que os ocorrer nos pacientes com hipertireoidismo,
demais intervalos diastólicos e compensa
insuf iciência cardíaca, doença isquêmica mio-
a prematuridade do complexo ectópico.
cárdica e outras.
Pode ser incompleta e completa.
• Pausa compensadora é incompleta:
quando a soma dos intervalos diastólicos, As seis etapas de análise
o que antecede com o que sucede a ex-
1. FC: variável. nos limites normais.
t rassístole, é menor que a soma de dois in-
t ervalos diastólicos do ritmo de base. Isto 2. RIT: irregular, determinado pelo complexo
se deve à interferência da extrassístole no prematuro e pela pausa compensadora.
ciclo sinusal que a sucede (Figu ra 19.2). 3. OP: a OP' é prematura e diferente das
• Pausa compensadora é completa : demais OP do traçado de base. Pode-se
quando a soma dos intervalos diastólicos, apresentar com diversas formas, bífida,
o que antecede com o que sucede a ex- alargada ou negativa .
trassístole, é igual à soma de dois interva- 4 . IPR: va riável, nos limites normais.
los diastólicos do ritmo de base. Deve-se à 5. QRS/T: QRS estreito e onda T de morfo-
não interferência da extrassístole no ciclo logia normal, semelhantes aos complexos
sinusal que a sucede.
do ritmo de base.
Extrassístole atrial pode ser observada em 6. Pausa compensadora : em geral. in-
indivíduos sem doença cardíaca subjacente, completa (Figuras 19.3 e 19.4).
l X
l y
l
Figura 19.2 Extrassístole atrial (EA). A onda P' prematura é seguida de QRS normal. A pausa compensadora (PC)
é incompleta. O intervalo Y é menor que duas vezes o intervalo X
Figura 19.3 ECG na extrassístole atrial (EA). Notar a onda P' premat ura, diferente da onda P si nusal. A PC é in·
completa
[xtrassísto les
Figura 19.4 ECG na extrassístole atrial (EA). O sinal ( • ) marca a EA. Notar o t erceiro complexo, prema turo, prece-
dido de onda T diferente das demais em razão da sobreposição com a onda P' extrassistólica. Pa usa compensadora
incompleta de 1.680ms
Figura 19. 5 Extrassístole atrial bloqueada (EAB). A onda P' prematura não é segu ida de QRS
Figura 19.6 ECG na extrassístole atrial bloqueada (EAB). O sinal ( • ) marca a onda P' prematura, não seguida de
QRS. Após a pausa, os complexos voltam a ser sinusais
200 flet rocardiograma Onenlado para oClinico
Figura 19.7 ECG na extrassístole atrial bloqueada (EAB). O sinal (•) marca a onda P' prematura, não seg uida
de QRS
Figura 19.8 ECG na extrassístole atrial (EA) e a extrassístole atrial bloqueada (EAB). Os sinais marcam ( •) EA e
(*) EAB
das de regiões AN (atrionodal), N (nodal AV) e terceira situação, a onda P' não é visualizada
NH (nodo-hissiana). O automatismo da junção no traçado, estando "oculta ou mascarada"
AV origina-se, essencialmente, na região NH. no complexo QRS. O intervalo P'R ou RP' está
Na extrassístole juncional, o impulso elétri- encurtado e o QRS!T tem morfologia normal.
co desloca-se em duas direções opostas. Para A pausa compensadora é, habitualmente, in-
baixo, via anterógrada, para ativar os ventrí- completa (Figura 19.9).
culos, e para cima, via retrógrada, para ativar A extrassístole juncional tem como causas
os átrios. Na dependência da velocidade de as mesmas condições clínicas observadas na
condução do estímulo, podem ocorrer três extrassístole atrial, vistas anteriormente.
situações, que se traduzem pelos aspectos
descritos a seguir. As seis etapas de análise
1. FC: va riável, nos limites normais.
Critérios diagnósticos
2. RIT: irregular, determinado pelo complexo
• O estímulo alcança o s átrios antes prematuro e pela pausa compensadora.
dos ventrículos: a onda P' antecede o 3. OP: a OP' é prematura e diferente das de-
QRS. mais OP do traçado de base. Está negativa
• O estímulo alcança os ventrículos em D2-D3-aVF, positiva em aVR e achata-
antes dos átrios: a onda P' sucede o da ou aplanada em VS -V6. Pode antece-
der, suceder ou coincidir com o QRS.
QRS.
• O estímulo alcança simultanea- 4. IPR: IP'R geralmente é menor que os IPR dos
complexos de base, menor que 120ms.
mente os átrios e os ventrículos: a
5. QRS/T: QRS estreito e onda T normal,
onda P' coincide com o QRS.
semelhantes aos com plexos do ritmo de
Nas duas primeiras situações, a onda base.
P' está negativa em D2-D3-aVF, positiva em 6. Pausa compensadora: em geral, In-
Figura 19.9 Extrassístole juncional (EJ). A onda P' prematura e negativa antecede. sucede ou coincide com o QRS,
em A, B e C. respectivamente. A derivação é 02
202 tletrocardJograma Orientadopara oClin ico
Figura 19.11 ECG na extrasslstole juncional (EJ). Notar a onda P' prematura, negativa em 02-aVF, sucedendo o QRS
[xtrassistoles 203
X y
Figura 19. 12A e B Extrassfstole ventricular (EV). (A) EV esquerda. (B) EV direita. A pausa compensadora (PC) é
completa. O intervalo Y é semelhante a duas vezes o intervalo X. A denvação é V1
204 Hetrocardiograma Orientado para oClinico
Figura 19.13 ECG na extrassístole ventricular (EV) . O sinal ( • ) marca a EV. Notar o complexo QRS prematu ro e
largo (du ração de 120ms). A morfologia positiva em V1 -V2, tipo BRD, e negativa em V5-V6 define a reentrada (ou
foco ectópico) no ventrículo esquerdo
fx traSSJstoles 205
o,
aVF j l .l
~ l L
• • • - • t
Figura 19.14 ECG na extrassístole ventricular (EV). O sinal ( • ) marca a EV. Notar o complexo QRS prematu ro e
largo (duraç~o de 140ms). a o nda T alterada e ausência da onda P. O padr~o tipo BRE define a reentrada (ou foco
ectópiCO) no ventrículo direito
Figura 19. 16 ECG na extrasslstole ventncular (EV). Notar que os intervalos de acoplamento são constantes em
480ms. O padrão tipo BRD da EV, define sua o rigem no ventrículo esquerdo
fxtr asslstoles 207
Figura 19.17 ECG na ext rassístole ventricular isolada. O sinal ( • ) marca a EV. Pausa com pensadora completa em
2 .160ms. Período de acoplamento constante em 520ms
Figura 19.19 Complexo d e fusão ou soma ( • ). O complexo de fu são apresenta-se de morfologia intermed iária
entre a extrassístole ventricular e os demais complexos normais
Figura 19.20 ECG na extrassíst ole ventricular (EV). O sinal ( • ) marca o complexo de fusão. Notar que o complexo de
fusão tem morfologia intermediária entre o QRS sinusal (que a antecede) e o QRS do ritmo ventricular (que a sucede)
208 Hetrocard1ograma Orientado para oClln1co
Figura 19.21 Condução oculta. Notar o intervalo PR subsequente à ext rassístole ventricular, maior que os demais
Figura 19.22 ECG na extrassistole ventricular (EV). Notar que o impulso atrial, marcado com o sinal ( • ). que
sucede imediatamente a EV. é conduzido com retardo para os ventrículos (intervalo PR de 440ms) com relação aos
demais (intervalos PR d e 160ms), configurando o fenômeno da condução oculta
fxtr assfstoles zog
Figura 19.23 ECG na extrassístole ventricular (EV). O sinal ( • ) marca a EV. Notar o intervalo PR que sucede a EV em
200ms, maior que os demais intervalos PR em 140ms, configurando a condução oculta. A EV é interpolada
Figu ra 19.24 ECG na extrassístole supraventricular (ESV) com condução aberrante. O sinal ( • ) marca a ESV, larga,
de morfologia trifásica (em Vl: R-S-R' e em V6: q -R-S). A pausa compensadora é incompleta
21 o Hetrocardiograma Orientado para oClln1co
• • • •
Figura 19.25 ECG na extrassístole supraventricular (ESV) com condução aberrante. O sinal ( • ) marca a ESV de
morfologia de BRD trifásica em Vl e V2
aVR aVF
Figura 19.26 ECG na extrassístole ventricular (EV). O sinal ( • ) marca o complexo largo de morfologia R pura,
diferente do complexo visto no ECG anterior. O fenômeno da interpolação, visto em Dl e aVF, sugere a origem
ventricular da extrassístole. O ECG de base apresenta BRD do 2° grau
fH irasSIStoles 211
• • •
• • • • •
Figura 19.30 ECG na extrassístole (EV) ventricular bigeminada. O sinal ( • ) marca a EV. Notar os complexos QRS
largos em ciclos repetidos
fHtmmtoles 213
Figura 19.32 ECG nas extrassístoles ventriculares pareadas. Notar os dois complexos largos e sucessivos. O sinal
(• ) marca a EV
• •
Figura 19.33 ECG nas extrassístoles ventriculares (EV) pareadas. O sinal (• ) marca a EV. Notar os dois complexos
(QRS) largos e sucessivos
21 4 fletrowd10gr ama Orientado par a oClm1co
• •
Figura 19.34 ECG na extrassístole ventricular interpolada. O sinal (• ) marca a EV não segu1da de pausa compen-
sadora
c
0J •
Figura 19.37A a C ECG nas extrassfstoles ventriculares (EV). O sinal (• ) marca a EV. (A) EV pareadas, (B e C) Salvas
de três e cinco extrassístoles consecutivas configurando taqu icardia ventricular não sustentada
*As condutas sugeridas levam em conta as restrições e contra indicações próprias e individualizadas de cada proce-
dimento e medicamento.
Taquicardias Suprauentriculares e
Uentriculares
Gerson P. GoldwdSSer
pentina e inesperada. Em geral é de curta du- As ondas P' (P linha) são algo diferentes
ração, variando de segundos a horas. das ondas P sinusais, estão relacionadas e
Taquicardia paroxística : indica a taquiarrit- precedem os complexos QRS. Todavia, nas ta-
mia de início e término repentinos e de cará- quicardias com frequência muito rápida, acima
ter repetitivo. de 200bpm, a onda P' pode não ser facilmente
Taquicardia não-paroxística: indica a ta- identificável, pois ocorre sua somação com a
quiarritmia de início e término progressivos e onda T precedente (P' + D. Usualmente, o in-
caráter não repetitivo. tervalo PR tem duração normal e o complexo
Síndrome pós-taquicardia: corresponde à QRS é de morfologia normal (Figura 20.1 ).
alteração da onda T de padrão isquêmico que As causas mais frequentes de TAP são: in-
perdura, às vezes por dias, após a reversão da suficiência cardíaca, prolapso da valva mitral,
arritmia ao ritmo sinusal. miocardites e cardiopatias isquêmica, hiper-
tensiva ou reumática . Pode ser encontrada
A grande maioria das taquicardias su-
em indivíduos sem doença cardíaca subjacen-
praventriculares é de natureza paroxfstica. A
te acometidos de doença pulmonar obstrutiva
taquicardia atrial paroxística, a taquicardia
crônica, hipertireoidismo, processos infeccio-
reentrante atrioventricular nodal e por via
sos sistêmicos, hipopotassemia ou que fazem
acessória são, genericamente, denominadas
uso abusivo de álcool, café ou cigarro e nos
de taquicardia supraventricular paroxística .
idosos.
Figura 20.1 Taquicardia atrial paroxística (TAP). O sinal ( • ) marca o inicio da taquiarritmia
laqUJCardlas Suprauentmulares e Uentmulares
Figura 20.2A e B ECG na taquicardia atrial paroxíst ica . (A) Ritmo sinusal com frequência d e 93bpm, evolui para a
taquiarritmia regular com frequência de 176bpm. A onda P' marcada com o smal ( • ) precede o QRS. (B) Reversão
ao ritmo s1nusal
Figura 20.3 ECG na taqu1cardia atrial paroxística. Notar a taquiarntmia regular, com frequência de 200bpm e QRS
estre1to. A onda P' está sobreposta à onda T precedente (somação de P' + T)
Figura 20.4 ECG na taquicardia atrial paroxistica não sustentada . Notar a taquiarntmia regular com frequência
cardíaca de 1 36bpm e reversão espontânea ao ritmo sinusal.
220 He1rowd1ograma Onentado para o [l1n1co
• • • • • •
• • • • • • • • • • •
Figura 20.5 Taquicardia atrial paroxística com bloqueio atrioventricular 2:1. O sinal ( • ) marca a onda p· bloqueada
laQUICdfdlaS Suprmntriculms e Uentmulares 221
• • • • • • • •
Figura 20.6A e B ECG na taquicardia atrial paroxística com bloqueio atrioventricular: 1. O sinal ( • ) marca a o nda
P' bloqueada . Frequência atrial de 214bpm e ventricular de 107bpm . (A) Onda P' bem identificável. (B) Onda P'
sobreposta à onda T precedente
Figura 20.7 Taquicardia atrial multifocal (TAM). Notar as ondas P' de morfolog ias variadas
• Reentrada nodal AV: o nódulo AV indivíduo adulto jovem sem cardiopatia sub-
constitui-se de uma complexa estrutura jacente.
anatômica que delimita vias eletrofisioló-
gicas com diferentes velocidades de con-
As cinco etapas de análise
dução do estímulo, as vias alfa e beta, o
que propicia o fenômeno de reentrada. 1. FC: as frequências atrial e ventricular são
Geralmente, o estímulo propaga-se com elevadas, entre 150 e 250bpm, próximas
sentido anterógrado e com velocidade de 180bpm.
lenta pela via alfa e reentra (microrreen- 2. RIT: regu lar.
trada nodal) pela via bet a, de condução 3. OP: ondas P' negativas em D2-D3-aVF e
mais rápida . No ECG, pode-se identificar positiva em aVR e V1 .
esse mecanismo de reentrada nodal, pela 4. IPR: int ervalo R-P' menor que 140ms -
med ida do intervalo P'-R (a tivação lenta reentrada nodal AV; maior ou igual a
atrioventricular) maior que o intervalo R-P' 140ms - reentrada por via acessória .
(ativação rápida ventriculoatrial), ou então 5. QRS/T: QRS estreito e onda T normal, se-
pela ausência de ondas P' no t raçado, em melhante ao ritmo de base (Figuras 20.9 a
razão de estarem ocultas nos QRS. O inter- 20. 13).
valo R-P' , medido do início da onda R ao
nadir da onda P', é menor que 140ms, em TAQUICARDIA JUNCIONAL NÃO
geral entre 80 e 120ms. PAROX ÍSTICA - TJNP
• Reentrad a pela via acessória: o estí-
mulo propaga-se com sentido anterógra- Taquicardia juncional não paroxística difere
do pela via nodal AV. de conduçã o mais da taquicardia reentrante AV pelo mecanis-
lenta , e reentra (macrorreentrada) pela mo elet rofisiológ ico envolvido, pois naquela
via acessória, de condução mais rápida. ocorre o fenômeno do aut omatismo altera-
No ECG, frequentemente observam-se do, em razão de um foco ectópico acelerado
discretas alternâncias na morfologia dos na junção AV. Morfologicamente, ambas as
complexos QRS. O intervalo R-P' é igual ou arritmias são semelhantes, diferindo pela fre-
maior que 140ms. quência cardíaca, mais lenta na TJNP, entre
70 e 130bpm, em geral próximo de 1OObpm.
Os átrios são ativados com sentido retró- O estímulo juncional é conduzido com senti -
grado, assim, quando discerníveis, as ondas do anterógrado aos ventrículos e retrógrado
P' são negativas em D2-D3-aVF e positivas aos átrios, produzindo ondas P' negativas em
em aVR e V1, sugerindo BRD de 111 grau, na D2-D3-aVF. São mais facilmente identificáveis
reentrada nodal. A f requência atrial é rápida, e podem preceder, suceder ou coincidir com
entre 150 e 250bpm, em geral próximo de os QRS, na dependência da velocidade de
180bpm. Os ventrículos respondem ao co- condução do impulso (Figura 20.14).
mando supraventricular, relação A I V = 1:1, A taquicardia juncional não paroxística é
resultando em uma frequência cardíaca tam- de pior prognóstico, pois habitualmente est á
bém elevada. Os complexos QRS usualmente associada a cardiopatias com grave dano
são estreitos (Figura 20.8). miocárdico, tais como: miocardiopatia dilat a-
As causas que produ zem a TR-AV são ge- da com falência cardíaca, miocardite aguda,
ralmente as mesmas descrit as na TAP, entre- infarto agudo do miocárdio e na intoxicação
tanto dest aca-se sua frequente ocorrência no digitálica.
Iagu1card1as Supr auenlr 1culares e Uenlr1culares 223
Figura 20.8 Taquicardia reentrante atrioventricular (TR-AV). A espk ula positiva ao final do QRS corresponde à
onda P' retrógrada. A derivação é VI
aVF
Figura 20.9 ECG na taquicardia reentrante atrioventncular (TR-AV). Taqu1arntm1a regular com frequênoa de
166bpm e QRS estreito. Notar, em V1-V2, onda P' retrógrada a 80ms do inicio do QRS, simulando a onda R',
definindo a microrreentrada nodal AV
224 fletrocardJograma Onentado para oCtln1co
aVF
Figura 20.10 ECG na taquicardia reentrante atrioventricular. Notar, em Vl ·V2, onda P' retrógrada a 100ms do
infcio do QRS sobre o segmento ST, que tem aspecto diferente dos demais segmentos ST do ritmo de base. Define
a m1crorreentrada nodal AV
laguicardJas Suprauentmulms eUentmulares 225
aVR
aVL
aVF
o, v,
Dz Vz
aVL Vs
aVF
Figura 20 .13 ECG na taquicardia supraventricular. (TSV) Notar a taquiarritmia regular de QRS estreito e frequência
cardfaca de 187bpm. Reversão espontânea para ritmo sinusal
(incidente no período vulnerável do complexo mente, as ondas P podem ocorrer após o QRS,
anterior - fenômeno R/T) e em 2% por me- no segmento ST. de polaridade negativa em
camsmo ciclo-longo-curto; desencadeiam-se D2-D3-aVF, em razão da ativação retrógrada
reentradas nas fibras de Purkinje ou nas fibras dos átnos - captura atrial.
musculares ou mesmo macrorreentrada ramo Uma abordagem mais completa das ca-
a ramo, ou seja, entre o ramo direito e o racterísticas morfológicas da taquicardia ven-
ramo esquerdo do feixe de His. tricular foi organizada por Brugada e cols.,
Uma séne consecutiva de três ou mais cujos critérios estão descritos mais adiante,
extrassístoles ventriculares com frequência neste capítulo.
Figura 20.15A e B Taquicardia ventricular. (A) Com plexos com morfologia de BRE (reentrada em VD). (B) Com-
plexos com morfologia de BRD (reentrada em VE). O sinal ( • ) marca o inicio da taquiarritmia após uma EV. A
derivação é V l
228 Hetrocard10grama Onentado para oClinico
Figura 20.16 ECG na taquicardia ventricular (1V) monom6rfica, não sustentada. Notar a série consecutiva de 6
complexos QRS largos (140ms), de morfologias semelhantes e com início e término determinados. A frequência é
de 150bpm
230 Hetrocard1ograma Orientado para oClln1co
Figura 20.17 A e B ECG na taqu1card1a ventncular monom6rf1ca, não sustentada Taquiarntmia de QRS largo
(140ms) e de morfolog1as semelhantes. A duração do epis6d1o paroxístlco é menor que 30s. (A) QRS de polandade
pos1t1va define a ongem noVE (B) QRS de polaridade negativa define a ongem no VD. A derivação é Vl
vvvvvvv~
81 81
B
Figura 20.18A e B ECG na taquicardia ventricular monomórfica não sustentada. Notar a taquiarrit mia de QRS
largos e de morfo logias semelhantes (A) lníc10 da TV. (B) Térmmo espo ntâneo da TV
Taqu1card1as Suprauentmulares e Uentmulares 231
Figura 20.21 ECG na taquicardia ventricular (TV) monomórfica sustentada . Notar a taquiarritmia de QRS largos e
semelhantes; ritmo regular com frequência de 187bpm
Figura 20.22 Taquicardia ventricular bidireciona l. Notar os complexos QRS de polaridades alternadas
Figura 20.23 Taquicardia ventricular em torsades de pointes. As pontas dos QRS parecem girar em torno de uma
linha de base.
Iaqu1Cdfd1as Supr auentmulares e Uentmulares 233
ralmente em adult o jovem, sem doença medicamentoso, a ablação por meio de radio-
estrutural cardíaca identificável por outros frequência de focos arritmogênicos está indi-
métodos de exames complementares, e cada (recomendação classe 1).
que habitualmente não evolui para morte
cardíaca. Apresenta-se ao eletrocardiogra- TAQUICARDIA VENTRICULAR LENTA
ma como TV monomórfica sustentada de (NÃO PAROX[STICA) OU RITMO
QRS não muito alargados, < 150ms, com IDIOVENTRICULAR ACELERADO- RIVA
caract erísticas que permitem localizar o sí-
tio de origem. As mais frequentes são: Ritmo idioventricular acelerado ocorre quan-
• TV/ da via de saída do VD, a mais fre- do um foco ectópico ventricular assume o
quente em 70% dos pacientes; ao comando cardíaco com frequência de dis-
ECG: TV com QRS de morfologia de paro semelhante à do nódulo si nusal. Tal
BRE, positivos em 02-03-aVF e SâQRS determina a alternância de ritmo do marca-
desviado para baixo e à direita, entre passo cardíaco, observando-se períodos do
+60° e+ 120°. Uma forma de apresen- ritmo idioventricular, poucos segundos a
tação dessa arritmia. denominada de alguns minutos. e períodos mais longos do
TV monomórfica repetitiva de Galla- ri t mo sinusal. O mecanismo eletrofisiológi-
vardin, em que observam surtos não co é o do aumento do automatismo ven-
sustentados de TV com t rês a 1 5 com- tricular.
234 fletroCdfdJOgrama Orientado para oClln1co
••••••••••
Figura 20.24 ECG na taquicardia ventricular (TV) em torsades de pointes. Uma extrassistole ventricular (EV) incide
sobre o QRS precedente, cujo intervalo QT est á prolongado em 640ms, desencadeando a TV polimórfica. As pontas
dos QRS, marcadas com sinal (• ), estão voltadas para ci ma ou para baixo
•
Figura 20.25A e B ECG na taquicardia ventricular (TV) em torsades de pointes. (A) Extrassístoles ventricula res
incidem sobre o período vulnerável de complexos QRS cujos intervalos QT estão prolongados, em 560ms. (B) De·
sencadeiam a TV em torsades de pointes
Figura 2 0.26 Ritmo idioventricular acelerado (RIVA) ou taquicardia ventricular não paroxlstica
Figura 20.27 ECG no ntmo idioventricular acelerado (RIVA). Notar a alternãncia de ritmo sinusal com ritmo ventri·
cular. Esta arritmia correspondeu à reperfusão miocárdica, pós-infarto do miocárdio, com o uso de trombolltico
Figura 20.28 ECG no ritmo idioventricular acelerado (RIVA) . Arritmia de reperfusão miocárdica após o uso de
substância trombolítica no tratamento do mfarto agudo do miocárdio
236 Hetrmrd1ograma Omntado para o Cl1n1co
Figura 20.30 Critérios de Brugada . Em Vl o padrão é d e BRD t rifásico e em V6 a onda S é menor que R. O com-
plexo QRS da arritmia é semelhante ao complexo si nusal. Conclusão: taquicardia su pravent ricular com condução
aberrante
laquicardias Supr auentriculares e Uentriculares
aVL
aVF
B
Figura 20.32A e B ECG na taquicardia supraventricular. (A) Taquiarritmia com frequência cardíaca d e 187bpm.
(B) Reversão ao ritmo sinusal após o uso de adenosina EV. O sinal (• ) marca o início da ação do medicamento
240 Hefrowd1ograma Or1enfado para oCl1n1co
sincronizada.
VD 41"
~
1' ~
Na TV em torsades de pointes: interrom-
per os fármacos que prolongam o fQT, admi-
•-
nistração de sulfato de magnésio EV (ação es-
tabilizadora da membrana celular) e, em caso
Figura 20.33 Displasia arritmogênica do VD. com
de refratariedade, proceder à estimulação ápiCe do ventrículo d1re1to apresentando trabecula-
elétrica ventricular com frequência afta, por ções (setas). VE = ventrlculo esquerdo; VD = ventrl-
implante de marca-passo cardíaco temporá - culo direito
• As condutas sugeridas levam em conta as restrições e contra indicações próprias e 1nd1v1dualizadas de cada proce-
dimento e mediCamento.
CAPÍTULO 21
Flutter e fibrllação
Gerson P. GoldwdSSer
• • • • • • • •
Figura 21 .1 Flutter atrial (FA). O sinal ( • ) marca as ondas F, monomórficas, com aspecto de dentes de serra
f/utter e f1brllaçao 243
Figura 21 .2 ECG no flutter atrial (FA). O sinal ( • ) marca as ondas F. monomórficas. com frequência de 272ipm. A
linha de base foi substituída por um serrilhado d e aspecto em dentes de serra
aVR
aVL
aVF
Vs
Figura 21.3 ECG no flutter atrial atípico. Taquiarritmia de QRS estreito. Notar em D2-D3-aVF as ondas F, mono-
mórficas, com frequência de 375ipm, e o aspecto em dentes de serra . A relação A / V varia de 2: 1 a 4 :1
244 Hetrowd10grama Omntado para o Cllntco
Figura 21 .4 ECG no flutter atrial irregular. A relaçllo A I V é variável. Notar as ondas F, monomórficas, com frequência
de 333ipm e o aspecto em dentes de serra. A frequência ventricular é de 45bpm, aproximadamente
03
aVR
aVL
aVF
V1
V2
V3
V4
Figura 21 .6 ECG no
flutter atrial (FA). No-
tar as ondas F iden-
tificadas em 02-03
quando a frequência
cardiaca diminui du-
rante a estimulação
v4 I vagai, tornando a re-
lação A I V 3:1. Ao fi-
...... Ir-' nal do ECG. a frequên-
~ ""'-' I "\.o 1""-' cia cardiaca volta a
ficar aumentada, ocul-
tando as ondas F
Figura 21 .7 ECG no
flutter atrial (FA). O si-
nal ( • ) marca a onda F.
Notar as ondas F, mo-
nomórficas e em den-
te de serra. Relação A /
V em 3:1. Diagnóst ico
acessório: infarto do
miocárdio da parede
ãntero-septal
246 Helrocard10gr ama Orrenlado pdfd oWnrco
eficaz dos átrios, ocorrendo apenas oscila - longo-ciclo diastólico curto. A interferência
• Substituição das ondas P por outras deno- do refratário da fibra cardíaca e, portanto, na
•
c
Figura 21.8A a D Fibrilação atrial (fa). (A) "Grossa". (B) "Fina". O sinal ( • ) marca em (C) aberrância de condução
e em (D) extrassístole ventricular
Figura 21 .9 ECG na fibrilação atrial (fa). Notar as características principais: ausência das ondas P, substituídas
por ondas f, que formam um serrilhado polimórfico e irregularidade do ritmo ventricular. A frequência atrial é de
500ipm e a ventricular é de 90bpm, aproximadamente
•
1
'
' ' , ,., t -
Figura 21 .10 ECG na fibrilação atrial (fa). Notar o serrilhado polimórfico de ondas f, com frequência de 428ipm,
e o ntmo ventricular irregula r com frequência de 65bpm, aproximadamente
Figura 21 .11A e B ECG na fibrilação atrial (fa). Não se identificam as ondas f, porém a irregularidade do ritmo
ventricular e a ausência das ondas P definem a f a "fina". (A) fa com frequência ventricular de 156bpm. (B) f a com
frequência ventricular de 87bpm, aproximadamente
fluller e f1bnlação
B
Figura 21 . 13A e B ECG na fibrilação atrial (fa). Notar o ritmo cardíaco irregular e ausência das ondas P. (A) fa
"fina ", não se identificam as ondas f. (B) Notar o serrilhado polimórfico de ondas f, com frequência aproximada
de 437ipm
~ ~ ___
...
Figura 21.1 4 ECG na flbrilação atrial (fa). Notar a ausência das ondas P, substituídas por ondas f, mais bem iden-
tificadas em V1, de serrilhado pol imórfico e irregularidade do ritmo cardíaco
flulfer e f1brilaçao 251
J. ! Ll
Figura 21 .15 ECG na fibrilação atrial (fa). Notar as ondas f, polimórficas, de frequência elevada (aproximada-
mente S001pm), ma1s bem identificadas em Vl. Paciente com isquemia do miocárdiO de parede anterior do VE
A caract erística elet roca rdiográfica do tia dilatada co m insuficiência cardíaca, miocar-
flutter ventricular traduz-se essencialmente dit e aguda, intoxicação digit álica, estados anó-
na modificação morfológica dos complexos xicos, distúrbios eletrolíticos graves. evolução
QRS/T, que se fundem em uma única onda, maligna do ffuller atrial 1 :1, en tre outras.
larga, de grande amplitude, e que mantém
entre si alguma semelhança, assumindo o As cinco etapas de análise
aspecto de onda sinusoidal. A frequência 1. FC: ventricular elevada, entre 200 e
ventricular é muito rápida, acima de 200ipm, 300ipm, próxima de 300ipm.
habitualmente próxima de 300ipm. As ondas 2. RIT: em geral, regular.
P não são percebidas, por estarem ocultas nos 3. OP : inexiste.
QRS (Figura 21 .16). 4 . IPR: inexiste.
O flutter ventricular está associado a car- 5. QRSIT: fusão em uma única onda larga
diopatias com grave degeneração miocárdica, e monomórfica - onda sinusoidal (Figura
tais como infarto do miocárdio, miocardiopa- 21 .17).
252 fl etrocard1ograma Omntado para o Clfn1co
Figura 21 .16 Flutter ventricular (FV). Os complexos QRS(T são monomórficos e de aspecto si nusoidal
B
Figura 21 .17A e B ECG no flutter ventricular (FV). Notar as ondas sinusoidais. A frequência ventricular, aproxi-
mada. é de 214ipm
sença de vá rios focos ectópicos ventriculares deflexões bizarras, largas, com formatos dife-
com velocidades de disparo muito elevadas. rentes, não guardando qualquer semelhança
Na fibrilação ventricular, o processo de ati- entre si e com frequência muito rápida , próxi -
vação ventricu lar encontra-se completamente mo de SOOipm (Figura 21 .18).
desordenado e caótico, resultando na perda As causas da fibrilação ventricular são as
da cont ração cardíaca eficaz, observando-se mesmas já citadas para o flutter ventricular.
Figura 21.18 Fibrilação ventricular {fv). Os complexos QRS são polimórficos. largos e bizarros
f lu/ler e f1br1laçao 253
Figura 21 .19 ECG na fibrilação ventricular (fv). Notar os complexos QRS polimórficos e bizarros, não sendo iden-
tificado elemento eletrocardiográfico algum
B
Figura 21.20A e B ECG na fibrilação ventricular (fv) . (A) Taquicardia ventncular, degenerando para (B) fibrilação
ventricular
c
Figura 21 .21 A a C ECG na fibrilação ventricular (fv). (A) e (B) Fibnlaç3o ventncular. (C) Ritmo idioventricular, após
a cardiovers3o elétnca
254 fl etrocardJograma Orien tado para oEl1nico
Figura 21 .2 3 Trombo na aunculeta esquerda. Pacien- Figura 21 .24 Fibrilação atrial. M apeamento atrial
t e portador de fibrilação atrial. Ecocardiograma tra nse- identificando focos ectópicos no átrio esquerdo e nas
sofágico (AAE = Auriculeta esquerda; TR = tromba) veias pulmonares
*As condutas sugendas levam em conta as restnções e contraindicações próprias e Individualizadas de cada proce-
dimento e medicamento.
CompleHos e
Ritmos de fscape
Gerson P. Goldwasser
Figura 22.1 Escape JUnCional (EJ). O sinal ( •) marca o EJ, que surge após a pausa prolongada. A derivação é 02
A B
aVF
Figura 22.2A e B Ritmo juncional. O sinal (• ) marca a onda P' negativa, que em (A) antecede o QRS e em (B)
sucede o QRS
Figura 22 .3 ECG no escape junCional (EJ). O sinal ( • ) marca a onda P' . Notar a pausa diastólica prolongada em
1.880ms (FC em 31 bpm), seguida de dois complexos ventriculares semelhantes aos do ritmo de base. A onda P'
sucede o QRS
Figura 22 .4 ECG no ritmo juncional. Notar do 4° ao go complexos a ausência da onda P. configurando um perlodo
d e ritmo juncional. Após, o ritmo cardfaco volta ao sinusal
260 Hetrocard1ograma Orientado para oCl1n1co
• • • •
aVR aVL
• • • •
~~
Figura 22 .5 ECG no ritmo juncional. Notar as ondas P' negativas em D2-03-aVF-VS-V6, situando o marca-passo
cardíaco na junção AV. Frequência cardíaca de 65bpm. O s1nal (•) marca a onda P'
Figura 22.6A a C Escape e ritmo ventricular. (A) Escape de origem ventricular esquerda. (B) Escape de origem
ventricular direita. (C) Ritmo idioventricular. O sinal (•) marca o complexo ectópico. A derivação é V1
(amplexos eRitmos de [scape 261
Ritmo de ventrículo esquerdo - a mor- esquerda para a direita e para cima. A onda
fologia do QRS é semelhante à do BRO. P apresenta-se negativa em 02-03-aVF e em
Ritmo de ventrículo direito- a morfologia 01-V4-V5-V6. Em V1, assume a morfologia
do QRS é semelhante ao BRE (Figuras 22.7 denominada em "cúpula e dardo ou arco e
a 22 .9). flecha", por apresentar-se com aspecto curvo
pontiagudo. O SâP localiza-se próximo a - 90°
(Figura 22.1 O).
COMPLEXO DE ESCAPE ERITMO DE FEIXE
DE HIS- RFH
As cinco etapas de análise
Indica que o marca-passo cardíaco est á sendo
exercido por um foco ectópico localizado no 1. FC: lenta, entre 50 e 60bpm.
feixe de His. As características eletrocardiográ- 2. RIT: regular, intervalos RR regula res.
ficas do ritmo do feixe de His são similares às 3 . OP: negativa em 01 -02-03-aVF-V4-V5-
descritas para o ritmo idioventricular, diferin- V6. Em V1, morfologia em "cúpula e dar-
do delas essencialmente pela morfolog ia do do ou arco e flecha".
QRS, que se apresenta estreito, com onda T 4 . IPR: normal, entre 120 e 200ms.
normal, e pela frequência cardíaca mais ele- 5. QRS/T: QRS estreito com onda T normal.
vada.
Figura 22.7 ECG no ritmo idioventricular. A morfologia do QRS com padrão de BRE situa o foco ectópico no
ventrículo direito. A frequência ventricular é de 25bpm. A derivação é D1
Figura 22.8 ECG no ritmo idioventricular. A morfologia do QRS pouco alterada situa o foco ectópico na região do
alto septo (sistema de condução). A frequência ventricular é de 24bpm. A derivação é D1
262 Hetrocard1ograma Or1entado para oClin1co
aVL
aVF
Figura 22.9 ECG no ritmo ventricular. A morfologia do QRS de bloqueio do ramo esquerdo situa o marca-passo
cardíaco no ventrículo direito. Frequência cardíaca de 46bpm . Paciente com bloq ue10 atrioventricular total
Complexos eR1tmos de [scape 263
Figura 22.1 O Ritmo de átrio esquerdo. Onda P em forma de cúpula e dardo em Vl, e negativa em D2-D3-aVF-
V4 a V6
Figura 22 .11 Ritmo de marca-passo migratório. Ondas P de morfologias diversas, em uma única derivação
264 Hetrowd10grama Omntado para o CliniCO
*As condutas sugeridas levam em conta as restrições e contraindicações próprias e individualizadas de cada proce-
dimento e medicamento.
Bloqueios Sinoatriais e
Bloqueio lntra-Rtrial
GersonP Goldwasser
Figura 23.1 Bloqueio sinoatrial do 2• grau, tipo I. Notar a pausa prolongada, menor que o dobro da diástole dos
complexos sin usais, e os intervalos PP progressivamente mais curtos. até a ocorrência da pausa
• O intervalo da pausa elétrica é menor que pausa ou a parada elétrica. Após a pausa, os
o dobro do intervalo diastólico do ciclo si- impulsos sinusais têm a sua condução nor-
nusal precedent e. malmente restaurada.
Figura 23 .2 Bloqueio sinoatrial do 2• grau, tipo 11. Notar a pausa prolongada, igual ao dob ro d a d iástole dos
complexos sinusais, e os intervalos PP consta ntes. até a ocorrência da pausa
Figura 23.3 ECG no bloqueio sinoatrial d o 2• grau, tipo 11. Notar a ausência d e um ciclo completo. A pausa de
1.760ms é o dobro da d iástole dos complexos sinusais, de 880ms
Bloque1os SJnodtrldlS e Bloqueio lntr d-Atrldl 26 7
Figura 23.4 ECG no bloqueio sinoatrial do 2g grau, tipo 11. Notar a ausência de um ciclo completo. A pausa de
1 .200ms é o dobro da diástole dos complexos sinusais, de 600ms
Figura 23 .5 ECG no bloqueio sinoatrial do 2° grau, tipo 11. Notar a ausênc1a de dois c1clos completos. A pausa de
3.400ms corresponde ao triplo da d iástole dos complexos sinusats, de 1.1 20ms
Figura 23 .6 ECG no bloqueio sinoatrial do 2g grau tipo 11. Notar a pausa cardíaca prolongada em l .OOOms. cor·
respondendo ao triplo da diástole basal
BSA DE 3ll GRAU OU TOTAL tos. Para que não ocorra a assistolia, é neces-
I
sário que se desenvolva um ritmo de escape,
Corresponde ao bloqueio total da condução geralmente o juncional AV.
do impulso sinusal na junção sinoatrial. Ne- Não há como diferenciar no ECG conven-
nhum impulso sinusal consegue emergir do cional o BSA do 3g grau de outros ritmos que
nódulo sinusal e ativar os átrios e os ventrícu- cursam sem a onda P, tais como o ritmo jun-
268 Hetrocardiograma Or1entado para oClln1co
Figura 23.7 Bloqueio sinoatrial do 3° grau. Notar a ausência das ondas P e ritmo cardíaco regular
cional AV, o ritmo sinovent ricular e a fibrilação anormalidade da função do nódulo sinusal
atrial fina com BAVT (Figura 23 .7). ou na condução do impulso para o tecido
atrial adjacente, como nos bloqueios sino-
atriais. Entre as causas, as mesmas citadas
BLOQUEIO INTRA-ATRIAL - BIA
antes, incluem-se também a degeneração
Define o retardo significativo da condução do idiopát ica, comum no paciente idoso. No
impulso dentro dos átrios. A onda P torna- ECG, apresenta-se de várias formas, como
se alargada, com duração maior que 120ms, bradicardias persistentes sem causa defi-
entalhada ou bífida, com a distância entre os nida, paradas e pausas sinusais e BSA. É
ápices da onda P maior que 40ms. O BIA cor- frequente os pacientes apresentarem a
relaciona-se com os grandes aumentos atriais, síndrome taquicardia-bradicardia, ou seja,
como os observados nas lesões mitrais. episódios intermitentes de taquicardia
atrial, especialmente a fibrilação atrial, al-
ternando com bradicardia. Os sintomas e
OCLÍNICO DIANTE DOS BLOQUEIOS
sinais mais comuns são tonteiras ou sínco-
SINOATRIAIS*
pe em razão da parada sinusal prolonga-
• Identificar as causas, já citadas, pnncl- da acima de 3s, fadiga, dispneia, angina e
palmente as exógenas, ou seja, as rela- palpitações.
cionadas com o uso de fármacos cardio- • No paciente sintomático e com instabili-
vasculares, como digital, betabloqueador, dade clínica: hipotensão arterial, tonturas
antagonista do canal do cálcio e antiarrít- ou síncope, e naqueles com medicação
micos das classes I e 111, e interromper sua necessária e insubstituível, deve-se promo-
administração. ver a estabilização hemodinâmica e avaliar
• Identificar a doença ou disfunção do nódu- para o implante de marca-passo temporá-
lo sinusal - DNS. Corresponde a qualquer rio ou definitivo (recomendação classe 1).
* As condutas sugeridas levam em conta as restrições e contraindicações próprias e individualizadas de cada proce-
dimento e medicamento.
Bloqueios
Rtr1ouentr1culares- BRU
Gerson P. Goldwasser
I' I
p~ORS
Figura 24.2 Bloqueio atrioventricular do 10 grau. Todas as ondas P são seguidas de QRS/T, relação A / V= 1:1, com
intervalos PR constantes e prolongados, maiores que 200ms
Bloque1os R t r~ouen tmulares- BRU 271
Figura 24.3 ECG no bloqueio atrioventricular do 1g grau. Relação A 1 V = 1: 1. O intervalo PR é constante e pro-
longado em 260ms
Figura 24.4 ECG no bloqueio atrioventricular do 1o grau. Relação A I V = 1:1. O intervalo PR é constante e pro-
longado em 360ms
Figura 24.5 ECG no bloqueio atrioventricular de Ja do grau. Relação A 1 V = 1:1 O intervalo PRé consta nte e
prolongado em 360ms
Figura 24.6 Bloqueio atrioventricular do 2• grau, Mobitz I. O sinal ( •) marca a onda P não seguida de QRS/T. A
relação A I V não é I : 1. Os intervalos PR nos impulsos conduzidos aos ventrículos são variáveis
Figura 24.7 ECG no bloqueio atrioventricular do 2• grau, Mobitz I. O sinal (• ) marca a onda P bloqueada . A
relação A I V não é 1: 1. Os intervalos PR nos impulsos conduzidos aos ventrículos são variáveis e com durações
crescentes (160-260-320ms) até ocorrer o bloqueio
•
Figura 24.8 ECG no b'oqueio atrioventricular do 2• g rau. Mobitz I. O sinal ( • ) marca a onda P bloqueada. A rela-
ção A 1 V não é 1:1. Os intervalos PR nos impulsos conduzidos aos ventrkulos são variáveis (260 e 360ms). Notar
que o intervalo PR seguinte ao bloqueio está prolongado, configurando a presença de BAV do 1• grau, associado
Bloque1os Rtnouentmulares- BRU 275
Figura 24.9 Bloqueio atrioventricular do 2• grau, Mobitz I, 3:2. O sinal (• ) marca a onda P bloqueada. Existem
3 ondas P para 2 QRS/T. Os intervalos PR, nos impulsos conduzidos aos ventrículos, são variáveis até a ocorrência
do bloqueio
Figura 24 .1 O ECG no bloqueio atrioventricular do 2• grau, Mobitz I. Os intervalos PR nos impulsos conduzidos
aos ventriculos são inconstantes (1 60 a 320 ms) O sinal ( •) marca a onda P bloqueada
I
P._. OAS a---. • •
Figura 24.1 1 Bloqueio atrioventricular do 2• grau, Mobitz 11. O sinal ( •) marca a onda P não seguida de QRS/T. A
relação A 1 V não é 1:1. Os intervalos PR nos impulsos conduzidos aos ventrículos são constantes
276 Helrocard10grama Omnlado para o Wn1co
Figura 24.12 ECG no bloqueio atrioventricular do 2• grau. Mobitz li. O sinal ( • ) marca a onda P não seguida
de QRS/T. A relação A I V não é 1:1. Os intervalos PR nos impulsos conduzidos aos ventrículos são constantes em
180ms
Figura 24.13 ECG no bloqueio atrioventricular do 2• grau, Mobitz li. O sinal ( • ) marca a onda P não seguida
de QRS/T. A relação A 1 V não é 1:1. Os intervalos PR nos impulsos conduzidos aos ventrículos são constantes em
180ms
Bloqueios Rtr10uentmulares- BRU 277
I I
PWORS• • • • • •
Figura 24.14 Bloqueio atrioventricular do 2• grau, 2:1. O sinal ( • ) marca a onda P não seg uida de QRS(T. Ocorre
a alternância entre uma onda P conduzida com out ra não conduzida aos ventrículos
---""""~
B • • •
Figura 24.15A e B ECG no bloqueto atrioventricular do 2° grau, 2: 1. O sinal ( • ) marca a onda P não seguida
de QRS(T. (A) Notar a presença de duas ondas P para um QRS!T. Existem critérios que correlacionam este BAV em
Mobitz 1: os int ervalos PR dos im pulsos conduzidos aos ventrk ulos são pro longados em 280 ms e o QRS é est reito.
(B) Traçado contfnuo. observa-se a evolução com períodos de Wenckebach
278 Hetrocard1ogrdmd Omntddo pdrd o Cl ln1co
Vs
v,~
,_.
• '1 •
-..1111
'r •
,_.
'1 •"'
..,. ,.___
• '1 •
&
P- R Po p ........,. R P • p ........,. R
Figura 24.16 ECG no bloqueio atrioventricular do 2• grau, 2:1. O sinal ( • ) marca a onda P não seguida de QRS/T.
Notar a presença de duas ondas P para um QRS/T. Existem critérios que correlacionam este BAV em Mobitz 11: os inter-
valos PR dos impulsos conduzidos aos ventrículos são constantes e normais em 180ms e o QRS tem padrão de BRE
aVL aVF
:--___....Ã....._ __ _ ----'--...,
• • • •
Figura 24.17 ECG no bloqueio atrioventricular do 2• grau, 2:1. O sinal ( • ) marca a onda P bloqueada. Os Intervalos
PR dos impulsos conduzidos são constantes em 180ms. Bloqueio atrioventricular por degeneração aterosclerótica
BloQueios Atnouentriculares- BAU
..
.......l QRS
pj
....... .. ....... .. ....... .. ....... .. ....... ..
Figura 24.18. Bloqueio atrioventricular do 2° grau, avançado. O sinal ( • ) marca a onda P não segu ida de QRS!T. O
intervalo PR constante, nos impulsos conduzidos aos ventrículos, caracteriza este bloqueio como de 2• grau
•P oP
Figura 24.19 ECG no bloqueio atrioventricular do 2• grau, avançado. O sinal ( •) marca a onda P bloqueada. Notar
três ondas P para um QRS(T. O intervalo PR do impulso conduzido é constante em 180ms, definindo o en lace A/V
Po .ORS • .. ..
Figura 24. 20 Bloqueio atrioventricular do 3• grau. Notar a total independência entre as ondas P e os complexos
QRS. Não existe o enlace A I V
• • • • • • • • • • • •
Figura 24. 21 ECG no bloqueio atrioventricular do 3• grau . O sinal ( • ) marca a onda P bloqueada. Notar as ondas
p em maior número e independentes dos QRS . Não há enlace A / V, produzindo-se falsos intervalos PR. A frequência
atrial é de 93bpm e a ventricular é de 37bpm
Bloque1os Rtr10uentmulares - BRU 28 1
Figura 24. 22 ECG no bloq ueio atrioventricular do 3• grau . O sinal ( • ) marca a onda P bloqueada. Notar as ondas
P independentes dos QRS. Não há enlace A I V, produzindo·se falsos intervalos PR. A frequência atrial é de 78bpm
e a ventricular é de 39bpm
. ,.,. .
---,----r~~
aVR aVL aVF
Figura 24.23 ECG no bloqueio atrioventricular do 3• grau. As ondas P estão independentes dos QRS. Não há
enlace A I V. A frequência atrial é de 1OObpm e a ventricular é de 27 bpm. Nota r a presença de infarto do miocá rdio
da parede inferior, a causa desta arritmia
Figura 24.24 ECG no bloqueio atrioventricular do 3• g rau . O sinal ( • ) marca a onda P bloq ueada. Não há enlace
A 1 V. Frequência atrial de 93bpm e ventricular de 46bpm. BAV por degeneração aterosclerótica
282 Hetrocard1ograma Onentado para oClln1co
• •
Figura 24.25 ECG no bloqueio atrioventricular do 3• grau. O sinal (• ) marca a onda P bloqueada. Não há enlace
A I V. Frequência atrial de 88bpm e ventricular de 40bpm
.. , ..
A
8
Figura 24. 27A e B ECG no bloqueio atrioventricular do 3• grau . (A) BAVT com frequência atrial de 83bpm e ven·
tricular de 23bpm. (B) Após o implante de marca-passo cardíaco, identif1cado pela espkula que antecede o QRS
Fig u ra 24.28 ECG no bloqueio atrioventricular do 3g grau. Após o implante de marca-passo cardíaco, identificado
pela espkula que antecede o QRS
284 Hefrocardiograma Orientado para oClínico
*As condutas sugeridas levam em conta as restrições e contraindicações próprias e individualizadas de cada proce-
dimento e medicamento.
CAPrTULO 25
Parassfstole Uentr1cular e
Dissociação Atriouentricular
Gerson P. Goldwasser
. 1.000ma 3.040ma
- ---- - -----·- --- - ------- ----------- ---- -------- ~
1.9e0ma
.. ----------------------4
Figura 25.1 Parassístole ventricular. Notar os intervalos de acoplamento, variáveis em 440, 320, 560, 340ms, e os
intervalos interectópicos são múltiplos aproximados de um intervalo comum, 1.000, 3.040, 1.960ms
286 fle trocardiograma Orientado para o Cl íni co
é obtido mediante o cálculo do máximo nódulo sinusal, de modo que esse foco
divisor comum de todos os intervalos in- ectópico "usurpa" e assume o comando
terectópicos. cardíaco. A taquicardia juncional não pa-
roxística, o ritmo idioventricular acelerado
As sete etapas de análise (RIVA) e as extrassístoles produzem disso-
ciação AV por usurpação.
1. FC: normal, entre 60 e 1OObpm. • Ruptura completa do enlace AV; o BAVT
2. RIT: irregular, pela presença dos comple- produz dissociação AV completa.
xos ectópicos.
3. OP: P sinusal no ritmo de base e ausente Convém enfatizar que BAVT e dissociação
nos complexos ectópicos. AV não são sinônimos. BAVT implica dissocia-
4. IPR: normal nos complexos conduzidos e ção AV completa, porém dissociação AV pode
ausente nos ectópicos. ocorrer com ou sem BAVT.
5. QRS/T: QRS largos com ondas T alteradas As duas frentes de ondas despolarizantes
nos complexos ectópicos. oriundas de marca-passos distintos com f re-
6. Intervalos de acoplamento: muito va- quência se encontram e interagem em algum
riáveis. ponto do sistema de condução, geralmente
7. Intervalos interectópicos: múltiplos no nódulo AV. Pode ou não ocorrer colisão
de um denominador comum. e mútua extinção das ondas de ativação. Em
tal circunstância, ocorre a interferência de um
DISSOCIAÇÃO ATRIOVENTRICULAR- marca-passo no outro. As duas primeiras con-
DISSOCIAÇÃO AV dições, ao propiciarem tal fenômeno, produ-
zem dissociação AV por interferência.
Nesta arritmia coexistem dois marca-passos, Eventualmente, o estímulo sinusal ul-
simultâneos e independentes, que competem
trapassa o nódulo AV e ativa os vent rículos
entre si, no comando do ritmo cardíaco. O
(controle anterógrado), ou o foco subsidiário
nódulo sinusal determina o comando atrial e
por caminho inverso ativa os átrios (controle
um foco ectópico juncional- o mais frequen-
retrógrado), produzindo complexos de captu-
te, ou ventricular - e o menos frequente de-
ra. O controle intermitente do ritmo cardíaco
termina o comando ventricular.
por um único marca-passo indica que a disso-
Este segundo marca-passo somente se ma-
ciação é incompleta. As duas primeiras cond i-
nifesta quando ocorre uma das seguintes con-
dições: ções produzem dissociação AV incompleta.
• Diminuição do automatismo sinusal ou Dissociação AV isorrítmica refere-se à con-
distúrbios no sistema de condução; tais dição na qual as frequências de disparo dos
alterações, ao produzirem pausas diastó- dois marca-passos estão muito próximas.
licas longas, propiciam o aparecimento de Usualmente, observa-se que as frequências
ritmos ectópicos de escape. A bradicardia atrial e ventricular são similares.
sinusal acentuada, o bloqueio sinoatrial e
o bloqueio AV avançado produzem disso- Critérios diagnósticos (Figura 25.2)
ciação AV por falha ou por bloqueio.
• Aumento do automatismo de focos ec- • Independência dos dois marca-passos;
tópicos; a frequência de disparo do foco ondas P independentes ou dissociadas dos
ectópico torna-se mais rápida que a do QRS.
PdfdsSISiole Uenlmular e 01ssociaçào Rlrrouenlmular 287
• • • • • •
Figura 25.2 Dissociação atrioventricular. Notar a independência entre os dois marca-passos cardíacos. o sinusal e
o ventricular, com frequências similares
Figura 25 .3 ECG na dissociação atrioventricular incompleta isorrftmica. Notar que as ondas P estão dissociadas
dos complexos QRS, parecendo "atravessá-los". O ritmo secundário é o juncional
288 Hetrocard1ograma Onentado para oCl1n1 co
Figura 25 .4 ECG na dissociação atrioventricular incompleta isorrítmica. As ondas P estão dissociadas dos comple-
xos QRS, produzindo-se "pseudointervalos PR"
• As condutas sugeridas levam em conta as restrições e contraindicações próprias e individ ualizadas de cada proce-
dimento e medicamento .
Sindrome de Wolff-Parkinson-
White elown-Ganong-leuine
Gerson P. Goldwasser
A B
iPR
t t
Figura 26. 2 Wolff-Parkinson-Wh1te. Notar a onda delta
• Tipo B, onda delta negativa em V1; QRS zado no sulco AV direito. Entretanto, estudos
Ântero·septal
5%
Póstero-septal
20% a30 %
Figura 26.4 Esquema das regiões das vias acessórias. (1) parasseptal anterior direita; (2) anterior direi ta; (3) la·
teral direita; (4) posterior direita; (5) parasseptal posterior direita; (6) parasseptal posterior esquerda; (7) posterior
esquerda; (8) lateral esquerda; (9) antenor esquerda; (1O) parasseptal antenor esquerda
Hetrocardiograma Orientado para oClin ico
rede livre (ou lateral) do VD com 10% a 20%, Onda delta e ORS positivos em Vl : via
a parede ântero-septal com 5% e em mais de acessória em ventrículo esquerdo
uma região com 7% a 15%.
A localização do feixe acessório pode ser • Com onda delta negativa em 02-03-
mais bem determinada por um conjunto de si- aVF: via acessória em região ínfero-póst e-
nais eletrocardiográficos, esquematizados no ro-septal do VE.
seguinte modelo (Oig in JE, Zipes DP 2001 ). • Com onda delta positiva em 02-03-
aVF ou isoelétrica ou negativa em
01-aVL-V5-V6: via acessória em região
Onda delta e QRS negativos em Vl: via
lateral do VE (Figu ra 26.1 O e 26.11 ).
acessória em ventrículo direito
A presença de onda delta negativa mime-
• Com onda delta negativa em 02-03-
tiza a onda Q patológica, cabendo o diagnós-
aVF: via acessória em região ínfero-póste-
ro-septal do VD. tico diferencial com o infarto do miocárd io,
• Com onda delta positiva em 02- sendo esse aspecto de pseudoinfarto obser-
03-aVF e desvio do eixo elétrico do vado em aproximadamente 70% de WPW; o
QRS para baixo ou para a direita : via QRS largo no WPW dificulta o diagnóstico de
acessória em região ântero-septal do VD. bloqueios de ramos .
• Com onda delta positiva em 02- Wolff-Parkinson-White é geralmente uma
03-aVF e desvio do eixo elétrico do síndrome observada em um a três por 1.000
QRS para a esquerda: via acessória em pacientes; acomete com mais frequ ência indi-
parede livre do VD (Figuras 26.5 a 26.9). víduos do sexo masculino e sem cardiopatia
Figura 26.5 ECG no Wolff-Parkinson-White. Notar a onda delta negativa em V1 e positiva em D2-aVF-V5-V6,
localizando a via acessória na pa rede livre do ventrículo direito
Sfndrome de Wolff·Park1nson·Wh1te e lown·Ganong·leuine 2g]
aVF
V1
V2
V3
V4
V5
V6
Figura 26.8 ECG no Wolff-Parklnson-Wh1te. Notar a onda delta negativa em Vl -03-aVF. localizando o feixe
acessório na região póstero-septal do ventrículo dire1to. Simula a onda de necrose da parede infenor do ventrículo
esquerdo
Sindrome de Wolff·Park1nson·Wh1te eLown · Ganong · Leu~ne
Figura 26 .9 ECG no Wolff-Parldnson-White. Notar a onda delta negativa em V1-D2-D3-aVF, localizando o feixe
acessório na região póstero-septal do ventrículo direito. Simula a onda de necrose da parede inferior do ventrículo
esquerdo
Hetrocard10grama Orientado para o((lnlco
Figura 26.1 o ECG no Wolf-Parkinson-White. Notar a onda delta positiva em V1 e negativa em 02-03-aVF. O feixe
acessório localiza-se na região póstero-septa l do ventrículo esquerdo
Figura 26.11 ECG no Wolff-Parkinson-White. Notar a onda delta positiva em V1, simulando bloqueio do ramo
direito. Feixe acessório localizado na região lateral do ventrículo esquerdo
Sfndrome de IIJolff·Pdfklnson·IIJhite eLown·tanong·Leu1ne
apresentar condução bidirecional. permitin- via de condução nodal AV. com condução
do a passagem do im pulso tanto no senti- acelerada pela via rápida . Acreditava-se que o
o,
Figura 26.12 ECG no Wolff· Parkinson-White em taquiarritmia antidrômica. Notar a frequência cardíaca elevada
de 250bpm, QRS largos e de amplitudes alternantes, e ritmo cardíaco irregular em fibrilação atrial. Paciente com
instabilidade clínica
• As condutas sugeridas levam em conta as restrições e contraindicações próprias e individualizadas de cada proce-
dimento e medicamento.
CAPÍTULO 27
Rlterações fletrocardiográficas
na Pericardite Rguda eno
Derrame Pericárdico
Oan iel ~oldwasser
~erson P. ~oldwasser
Pericárdio é uma serosa formada de duas pa- exceto aVR. As elevações do segmento
redes finas, o pericárdio visceral aderido fir- ST têm o aspecto de concavidade su-
memente ao epicárdio e o pericárdio parietal, perior, são de pequena magnitude, ra-
que formam entre si um espaço contendo de ramente excedendo Smm.
15 a 35ml de fluido ultrafiltrado do plasma, • Alterações no segmento PR: são alte-
que atua como um material lubrificante e nu- rações na onda de repolarização atrial,
triente dessas camadas. traduzindo-se por infradesnivelamento
As f unções do pericárdio consistem em do segmento PR, mais bem evidencia-
proteção do coração do atrito causado pelo do nas derivações V2 a V6.
contato com as estruturas vizinhas, barreira Estas alterações da fase 1, em conjun-
de proteção às infecções e estabilização do to, caracterizam eletrocardiografica-
coração em sua posição anatômica. mente a pericardite aguda.
O pericárdio, composto de tecido coláge- Nos dias subsequentes
no e fibras elásticas, é desprovido de atividade • Fase 2
elétrica detectável, portanto as alterações ele- • Retorno ao normal dessas alterações
trocardiográficas encontradas na pericardite ou surge o desnivelamento do seg-
aguda refletem o comprom etimento inflama- mento PR naqueles pacientes em que
tório das regiões miocárdicas adjacentes aos a alteração não tenha se manifestado
ventrículos ou átrios. na fase 1.
Classicamente, as alterações eletrocardio- • Fase 3
gráficas se processam em quatro fases evolu - • Onda T: torna -se negativa e simétrica
tivas (Figuras 27 .1 a 27 .4): nas derivações voltadas para as regiões
Nas primeiras horas ou dias comprometidas em razão da miocardi-
• Fase 1 te adjacente.
• Alterações no segmento ST: são altera- • Fase 4
ções difusas de padrão injúria subepi- • Retorno ao normal da onda T, norma-
cárdica, com supradesnível do segmen- lizando por completo o eletrocardio-
to ST em quase todas as derivações, grama, em sua grande maioria.
304 Helrocard10grama Onenlado para o Cl inico
Figura 27 .3 ECG na pericardite aguda. Notar o supradesnível do segmento ST. de concavidade superior, e o infra-
desnível do segmento PR, mais bem evidenciados em D2-D3-aVF, V3 a V6
Rltmções fletrocardiográficas na Pemardite Rguda e no Oerrame Pericárdico 305
Figura 27 .4A e B ECG na pericardite aguda. (A) Notar o supradesnível do segmento ST, de concavidade superior
em várias derivações. (continua)
306 Hetrocardiograma ~rientado para oClínico
Figura 27.4 (B) ECG 15 dias após. Notar a inversão da onda Tem D2-D3-aVF-V4 a V6
Alterações Hetrocardiográficas na Pericardite Aguda e no Derrame Pericárdico 307
não revertem imediatamente com a me- sado por um derrame de grande volume,
lhora sintomática da dor ou o uso de ni- é hoje atribuída em grande parte ao efeito
de compressão que o coração sofre, dimi-
troglicerina, ao contrário do observado na
angina de Prinzmetal. nuindo o seu tamanho- efeito Brody.
• Alte rnância elétrica: alternância de
• Repolarização precoce: as semelhan-
amplitude dos complexos QRS a cada ba-
ças são grandes, mas na pericardite ob-
timento, que se evidencia pela sequência
serva-se o infradesnível do segmento PR
de complexo de tamanho normal seguido
devido à inflamação do miocárdio atrial,
de outro de tamanho reduzido, e assim
alteração que não ocorre nos pacientes
sucessivamente. Esse fenômeno reflete as
com repolarização precoce.
oscilações do coração dentro de volumoso
As causas mais comuns de pericardite derrame - "swinging heart" - , determi-
aguda são: infecção viral (herpes, influenza, nando mudanças e desvios do eixo elétrico
308 Hetrowdiograma Orientado para o Clinico
Figura 27 .5 ECG no tamponamento cardíaco. Notar a alternância elétrica : complexos QRS alternam-se em am-
plitude a cada ciclo
Allmçoes !letrowdlograf1cas na Pemard1le Aguda e no Derrame Pemárd1co
Figura 2 7.6 Derrame pericárdico moderado a grave, em paciente com Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES). Corte
subcostal (AE = Átrio esquerdo; AO = átrio d ireito; VE = ventrículo esquerdo; VD = ventrícu lo d ireito; DP = der-
rame pericárdico)
31 o HelrocardJOgrama Orienlado para oWn1co
Figura 27.7 Derrame pericárdico moderado a grave, em paciente com Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES). Corte
apical (AE = Átrio esquerdo; AD = átrio direito; VE = ventrlculo esquerdo; VD = ventrículo direito; DP = derrame
pencárdico)
*As condutas sugeridas levam em conta as restrições e contraindicações próprias e individualizadas de cada proce-
dimento e medicamento.
Rlterações fletrocardiográficas
Produzidas pela Digital
Gerson P. Goldwasser
Figura 28.2 ECG no efeito digitálico. Notar o infradesnível do segmento ST, de concavidade superior, configuran-
do o aspecto em "pá de pedreiro"
RltmçOes fletrowdJOgr af1cas Produzidas pela Digital 313
Figura 28.3A e B ECG na intoxicação digitálica. (A) Notar o bigeminismo ventricular (continua)
314 Hetrocard10grama Or1entado para oClln1co
Figura 28.3 (B) ECG evolutivo após a reversão ao ritmo sinusal. Notar as alterações do segmento ST(f em V5-V6,
compatível com a morfologia em "pá de pedreiro" traduzindo o efeito da digital
nível do K+ sérico. Evitar nas arritmias • Nos pacientes graves com arritmias re-
com BAV. fratárias ao t ratamento convencional,
• Reposição de sulfato de magnésio por pode-se u tilizar o anticorpo antidigo-
infusão venosa, mantendo normal o xina - Digibind ou DigFab - . que age
nível do Mg sérico. ligando-se e inativando a digoxina livre
• Nas arritmias ventriculares: fenitoína no soro.
EV ou lidocaína EV.
• As condutas sugeridas levam em conta as restnções e contraindicações pró prias e individualizadas de cada proce-
dimento e medicamento.
CAP[TULO 29
Alterações fletrocardiográflcas
Produzidas por Distúrbios
fletrolitlcos
~ erson P. ~oldwasser
Figura 29 .2 ECG na hipopotassemia. Notar a onda U, de amplitude aumentada, que mantém a mesma polari-
dade que a onda T
Figura 29.3A e8 Hiperpotassemia . (A) Onda T em tenda. (8 ) Evoluindo com a ausência da onda P (paralisia
atrial) e QRS largo
Figura 29.5 ECG na hiperpotassemia. Notar o ritmo sinoventncular, complexos QRS alargados e ondas T amplas.
Frequência cardíaca aproximada de 65bpm. K· = 7,6mEq/l
320 Eletrocard iograma Omntado para oClínico
Figura 29.6 Hipocalcemia. Ocorre o prolongamento do inteNalo QT. com o segmento ST retificado
Rlterações Hetrocardiográf1cas Produzidas por Distúrbios fletrolíticos 321
Figura 29.7 ECG na hipocalcemia. Notar. em D1 -D2-D3-AVF-V6, o segmento ST retificado e iQTC p rolongado em
400ms para a frequência cardíaca de 68bpm
*As condutas sugeridas levam em conta as restnções e contraindicações próprias e Individualizadas de cada proce-
dimento e medicamento.
CAP(TULO 30
Importância do
fletrocardiograma na
Sala de fmergência
fuandro Tinoco Mesquita
Harcelo Assad
Harcelo Aiuas
INTRODUÇÃO A revolução desencadeada pelo aprimora-
mento dos métodos de cardioimagem (eco-
As patologias do aparelho cardiovascular re- cardiograma, tomografia computadorizada,
presentam a primeira causa mortis no mundo ressonância magnética, cintilografia) e de
ocidental e dentre elas destacamos as síndro- novos marcadores de necrose (CK massa ,
mes coronarianas agudas (SCA). representa- troponinas), inflamação (proteína C reativa
das em sua essência pelo infarto agudo do titulada) e função miocárdica (BNP) ainda re-
miocárdio (IAM) e pela angina instável (AI), presenta um desafio, devido ao seu elevado
como condições de alta prevalência nas quais custo e à indisponibilidade de recursos técni-
intervenções precoces determinam direta- cos e pessoais especializados fora dos grandes
mente seu prognóstico. centros urbanos. Os dados do estudo GUSTO
Estima-se em 1,7 milhão o número de 11 demonstram que 40% dos centros envolvi-
pacientes admitidos com dor torácica anual- dos não dispunham de recursos para a ade-
mente em todo o mundo. Desses, apenas quada avaliação dos marcadores de necrose
cerca de 30% realmente apresentam SCA. No miocárdica.
Brasil, segundo dados do DATASUS de 1999, A interpretação precisa das informações
ocorrem cerca de 500.000 casos de IAM por obtidas com o eletrocardiograma (ECG) na
ano, ocasionando 56.000 óbitos. avaliação das síndromes isquêmicas agudas é
O desafio diagnóstico representado pelas fundamental para a manutenção de sua pre-
SCA vem recebendo o suporte da eletrocar- cisão diagnóstica. O envolvimento do médico
diografia desde os estudos do Dr. Pardee, há emergencista com a apresentação clínica do
mais de 80 anos, primordialmente por seu im- paciente pode servir como elemento de disper-
prescindível papel na avaliação inicial do infar- são, em que alterações inespecíficas tendem
to agudo do miocárdio, e mais recentemente a ser hipervalorizadas em indivíduos com alta
como elemento indispensável à triagem dos probabilidade de doença aterosclerótica co-
pacientes admitidos nas unidades de dor to- ronariana (DAC) e achados patognomônicos
rácica (UDT). podem ser desconsiderados naquelas apre-
326 Hetrocardiograma Orientado para oClln1co
plexos P, QRS, T e ocasionalmente a onda U meiros meses a taxa de mortalidade por IAM
(torna-se invertida) pode apresentar altera ções sem supradesnível é significativamente menor,
em vigência de SCA ou das demais patologias sob o ônus de maiores taxas de reinterna ção e
envolvidas no seu diagnóstico diferencial. recorrência dos sintomas anginosos.
Este espectro envolve desde altera ções A co nsequência fina l do processo isquêmi-
patognomônicas de IAM, tais como supra- co é a necrose. Em ta is condições, o miocá rdio
desnível do segmento ST em duas ou mais envolvido passa a representar uma área eletri-
derivações contíguas, até simples distúrbios camente silenciosa, em que o vetor de explora-
do sistema de condução, como o bloqu eio ção da despolarização ventricular se afasta das
atrioventricular de 1g grau, traduzindo ma- derivações que exploram esse segmento, pro-
nifestações indiretas e precoces de isquemia duzindo ondas negativas (ondas Q) no ECG.
envolvendo o nódulo atrioventricular.
As princi pais alterações do ECG em pa- VALOR DIAGNÓSTICO DO
cientes co m SCA incidem sobre o período da ELETROCARDIOGRAMA NAS
repolarização ventricular representado pelo EMERGÊNCIAS CARDIOLÓGICAS
segmento ST e pela onda T.
Inicialmente, ocorre inversão da onda T A mortalidade dos pacientes com IAM que
devido à modificação de seu eixo elétrico e a são inadvertidamente liberados das unida-
alterações das propriedades físico-químicas da d es de emergência situa-se em 25%, ou seja,
membrana celular dos miócitos, fenômeno que mais que o dobro daquela esperada nos casos
traduz a redução parcial da perfusão miocárdica com internação e submetidos a terapêuticas
nesse segmento e comumente relaciona-se com adequadas. Já a admissão de indivíduos com
lmporfânciado Hefrocardiogramana Sala defmergência 327
baixo risco de IAM sem adequada t riagem das Em nossa unidade de dor torácica , foram
demais causas de dor torácica tem um custo instituídas diferentes estratégias de investi-
financeiro elevado e desnecessário. gação diagnóstica e abordagem terapêutica,
Os casos de perda diagnóst ica ocorrem mais baseadas fundamentalmente nas alterações
comumente quando os sintomas são atípicos. o encontradas no ECG de admissão (supra ou
ECG apresenta poucas anormalidades, não há infradesnível de ST. inversão da onda Te BRE)
Hist ória
Exame flsico
Tn I (0 e 6 h)
ECG (0 e 6h)
Alta/moderada probabilidade Baixa probabilidade
I
ECG ECG Infra ST/Inv T ECG normal/lnesp
Supra ST/BRE ou T n I (-) ou T n I (-)
$ CAT
imediato
CAT
programado
negativa
Tn I
l l'"t'
.-----------------~
Admissão hospitalar
Eco estreaae
ou cintilografia negrva
Alta hospitalar
Cerca de 80% dos pacientes que apresen- • Tratamento adjunto: MONA e, quando
tam dor torácica típica em vigência de supra- indicado, betabloqueador, nitrogliceri-
desnível do segmento ST evoluem para IAM , na EV, heparina EV, lnibidor da glico-
e naqueles com infradesnível do segmento ST proteína IIB/IIIA, principalmente.
apenas 20% têm essa evolução. Na ausência • Rota 2 conservadora: considerar a
de alterações ao ECG, o risco cai para 4% nos estratificação para síndrome coronaria-
indivíduos com corona riopatia prévia e para na aguda com exames complementares,
2% naqueles sem história de DAC. como a ecocardiografia de estresse ou a
Ao encontrarmos supradesnfvel de ST, a cintilografia miocárdica .
sensibilidade (poder de detectar indivíduos • Critério positivo: seguir a rota 2 invasiva.
com a doença) do ECG de admissão de pa- • Critério negativo: autorizada a alta
cientes com suspeita de IAM varia de 45% hospitalar sob supervisão. Considerar
a 60%. Porém, ao considerarmos também o o tratamento adjunto com MONA.
infradesnível do segmento ST e a inversão da • Rota 3: considerar a estratificação para
onda T, a sensibilidade aumenta para 70% a síndrome coronariana aguda com o exa-
90%, havendo entretanto uma queda na es- me de teste ergométrico.
pecificidade e no valor preditivo positivo. • Critério positivo: seguir a rota 2 con-
A exploração eletrocardiográfica da pa- servadora.
rede posterior do VE e do ventrículo direito • Critério negativo: autorizada a alta
depende da adição de seis novas derivações hospitalar sob supervisão.
ao ECG, a saber: V7, V8, V3R, V4R, VSR, V6R.
Existe uma forte correlação entre a topo-
Esta conduta padronizada permite a redução
grafia do IAM, a artéria coronária envolvida
dos ECG fa lsos negativos.
e a contiguidade das derivações afetadas ao
ECG. Esses dados também têm impactos te-
Resumo das condutas do fluxograma de rapêuticos e afetam o prognóstico. O número
atendimento de derivações com supradesnível do segmento
• Rota 1: considerar reperfusão miocárdica ST apresenta correlação direta com a mortali-
sem retardo. dade por IAM, possivelmente por representar
• Cateterismo cardíaco visando à angio- indiretamente a extensão de miocárdio envol-
plastia transluminal coronariana pri- vido (Tabela 30.1 ).
mária ou
• Terapêutica fibrinolítica fa rmacológica VALOR PROGNÓSTICO DO
seguindo-se as diretrizes quanto às ELETROCARDIOGRAMA NAS SÍNDROMES
normas de cada procedimento. CORONARIANAS AGUDAS
• Tratamento adjunto: MONA* e, quan-
do indicado, betabloqueador, nitrogli- Diversas variáveis clínicas afetam o prognós-
cerina EV. heparina EV, principalmente. tico da SCA. A análise da frequência cardía-
• Rota 2 invasiva: considerar o cateteris- ca (FC) à admissão de pacientes com IAM
mo cardíaco visando à angioplastia trans- submetidos à terapia trombolítica no estudo
luminal coronariana. GISSI-2 demonstrou correlação negativa entre
FC e a mortalidade intra-hospitalar, que variou
*MONA: morfina, oxigênio, nitrato, aspirina (ácido de 7,1% (FC menor que 60bpm) e 23,4% (FC
acetilsalicílico). maior que 1OObpm) . Em outro grande estu-
lmportãnm do Hetrocard1oqrama na Sala de fmerqênm 329
do, o GUSTO I, a FC no ECG de admissão foi co de exclusão. Podem ser observadas uma
considerada preditor independen te de morta- ou mais das alterações efetrocardiográficas
lidade no primeiro mês de IAM. descritas a seguir (Figura 30.2).
A dinâmica das alterações eletrocardiográ- • Elevação do segmento ST a partir do
ficas nos pacientes com SCA pode auxi liar o ponto J do com plexo QRS, cerca de 1 a
reconh~c1mento das recana lizações corona- 4mm da linha isoelétrica, com concavi-
rianas ainda na fase aguda de sua apresen- dade su perior do segmento ST;
tação. Seja pela redução da amplitude do s • Onda T simétrica, de grande amplitu-
desvios do segmento ST ou aparecimento das
de e eventualment e invertida;
denominadas arritmias de reperfusão (ritmo
• Onda Q profunda e estreita nas deriva-
idioventricular acelerado, ectopias ventricula-
ções precordiais esquerdas e
res etc.), a eficácia da modalidade terapêutica
• Baixa frequência cardíaca .
inst ituída pode s~r mensurada.
• Acometimento miopericárdico agu-
do : causa alterações na repolarização atrial
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL- e ventricular, muitas vezes simulando o
ELETROCARDIOGRAMA NA SALA DE IAM, uma vez que sua apresentação clíni-
EMERGÊNCIA ca frequentemente envolve dor torácica e
supradesnível do segmento ST. As caracte-
O inquestionável papel do ECG nas emergên-
rísticas que auxiliam essa diferenciação na
cias card iológicas, principalmente nas unida-
des de dor torácica, não se restringe à avalia- fase aguda são:
ção dos pacientes com SCA (Tabela 30.2). • Envolviment o difuso não limitad o a
• Síndrome da repolarização ventricu- apenas uma das paredes do VE (salvo
lar precoce: é um achado benigno e va- raras exceções, em que haja pequenos
riant e do normal, encontrado em até 48% derrames seg ment ados ou restritos às
dos indivíduos atendidos em sala de emer- paredes inferior e posterior)
gência, mais usual em homens jovens e em - infradesnível do segmento PR;
negros. Na presença de dor torácica ou his- - supradesnível do segmento ST com
tória pregressa de DAC, é sempre diagnósti- padrão de concavidade superior.
330 Hetrowd10gr ama Orientado par a oWn1co
aVR
Figura 3 0 .2 ECG na síndrome da repolarização ventricu lar precoce; diagnóstico diferencial com síndrome coro·
naria na aguda, na sala de emergência
332 Hetrocardiograma Orien tado para oClínico
fletrocardiograma no Implante de
Marca-passo Cardíaco
GersonP. Goldwasser
\I\~ (I -
Ventrlculo direito-MP encunhado
- -
Figura 31.2 Modelos de dispositivos cardíacos eletrônicos implant~vei s (DCEI). 1: marca-passo uma câmara, 2:
marca-passo dupla câma ra
Figura 31.4 ECG no marca-passo bicameral. Notar as espículas ( • A e • V) do marca-passo estimulando o átrio e
o ventrículo direito. respectivamente
Figura 31 . 5 ECG no marca-passo bica meral. Notar as d uas espfcu las (• A e • V) do marca-passo estimulando o
átrio e o ventrfculo direito, respectivamente, denotando a captura atrial e ventricular. Paciente com doença do
nódulo sinusal
A
Figura 31 .6A a C Tes-
te de captura ventricu-
B lar. (A) ECG de superfí-
cie; (B) Limiar de 0,75V
apresentando captura;
c (C) limiar de O,SOV com
perda da captura
avRI
aVL
aVF -----lv--
Figura 31.7 ECG do marca-passo unicameral. Notar a espícu la ( • ) do MP. Ocorre falha de sense. O aparelho não
reconhece todos os batimentos cardíacos em frequência baixa e não deflagra o impulso elétrico. Paciente em BAVT
Figura 31 .8 M odelos de
dispositivos cardíacos ele-
t rônicos implantáveis (DCEI).
1: cardioversor desfibri lador
implantável, 2: ressi ncroni-
zador implantável
Helrowdlogrdmd nolmpldnlede HdrCd·pmo [drdlm 341
aVR
• aVL aVF
•
• •
• Vs • • Vs •
Figura 3 1.9 ECG no marca-passo unicameral. Notar as espículas ( • ) do marca-passo precedendo e deflagrando
os QRS. Paciente com infarto do miocárdio e BAVT
frequentes: equipamentos de ressonância mag- ção ventricular menor que 35% e ECG com
nética, sistemas detectores de metais e antifur- BRE de QRS largo maior que 150ms, condi-
to, eletrocautério, terapia com eletrochoque, ções que podem produzir o assincronismo
ablação por meio rad iofrequência e outros. de contração entre os ventrículos, o ajuste
• Ressincronização cardíaca é a utilização do dos intervalos da condução elétrica A-V (sin-
marca-passo multissftio no tratamento da
cronismo AV) e entre os ventrículos (sincro-
insuficiência cardíaca grave e refratária ao
nismo interventricular) através do dispositivo
tratamento otimizado. Em pacientes selecio-
ressincronizador cardíaco tem demonstrado
nados com parâmetros clínicos e eletrocar-
a melhora da condição hemodinâmica e da
diográficos determinados, como por exem-
plo miocardiopatias dilatadas em pacientes qualidade de vida, constituindo-se num pro-
em classe funcionallll ou IV do NYHA (New cedimento terapêutico de boa perspectiva
York Heart Association), com fração de eje- (recomendação classe I) (Figura 31 .1O).
342 Hetrocardiograma Orientado para o Clinico
03
aVR
aVL
aVF
V1
V2
V3
V4
V5
V6
A
Figura 31.1 OA e B ECG no paciente com assincronia interventricular. No tar: (A) BRE de QRS > 150ms, e
"partido" mas bem evidenciado em Dl -03-aVL-aVF; (continua)
Hetrocard1ograma no Implante de Harca-passo Cardlaco 343
03
aVF
V1
V2
V3
______A'"-___A
-
(B) após o dispositivo de ressmcronização, ocorre a normalizaç~o da duração do QRS Cateteres-eletrodos em AO,
VD septal, VE
Sistema Holter
fliane Mendonça Hansur
PauloJosé Garone dos Santos
Relatório de Holter
1 • o.doe do Eume
nfl do Exame Data do Exeme: 1218/200811 :08 Código
200-00380 Protocolo: Hoher de 3 canais com ajus1e de Hora 200.00288
2· Dlldoado :
Nome: PACIENTE N" 01 ldade: 35
Sexo: F Altura: Peso: Fumante:
Modlflcaçio: 70 75
Diagnóstico:
Motivo do Exame:
4 • Resumo Eatlltfatlco
Toblls: Frequincle C.rdlece:
Relatório Tabular
-
20G-oo380 20G-oo288
11:08
12:00
13:00
14:00
PC
fllllnl
75
78
81
94
,.:.,
94
98
98
122
·-1
PC
119
131
112
135
QR8'•
4.878
6.192
5.778
5.300
VIM
200
230
228
297
Ypr Tllq
y
TotY
200
230
228
297
-
8V
1
8V
....!!!!!_ .,
Tllq Toe
8V
1
......
Figura 32.2 Tabela de avaliação geral demonstrando a distribuição horária dos eventos. Observa-se um predomí-
nio de extrassístoles ventriculares no período de vigília, sugerindo influência do sistema simpático
Figura 32.3 Pausa de 8 .277ms em paciente com história de síncope. Durante a monitoração contínua, foram
detectados episódios de flutter e fibrilação atrial paroxíst icos com pausas sinusais prolongadas e assintomáticas
durante reversões espontâneas.
S1stema Holter
Figura 32.4 Traçado de Holter demonstrando taquicardia ventricular sustentada com uma hora de du ração. Con-
comitantemente, houve relato de cansaço pela paciente
]50 Hetrocardiograma Or1entado para oClínico
Figura 32.5A e B Traçado de Holter de um paciente portador de fibrilação atrial permanente em uso de fármacos
para controle da resposta ventricular. Durante atividade (A) observou-se frequência ventricular superior a 1OObpm.
Por outro lado, no período do sono (B) ocorreram longas pausas e reduções acentuadas da frequência cardíaca
352 HetrocardJOgr ama Orientado par a oClín1co
Figura 32.6 Traçado obtido na monitoração ambulatorial de um paciente com doença arterial coronariana conhe-
cida . Durante elevação da frequência cardíaca. nota-se no canal 2 (MCS - traçado inferior) depressão horizontal do
ponto J e do segmento ST na ausência de sintomatologia (isquemia silenciosa)
S1s1ema Holler 353
-v v v v v v v- r v v--
c
...}.
-
A A._ L A L l A... "---- L-
Figu ra 32.7 A a C Exemplo de angina variante de Prinzmetal. (A) Paciente assint omático. (B) Paciente em repouso
referindo dor no braço esquerdo e dificuldad e de digestão. Concomitantemente, no traçado de Holter foi obser-
vado no canal 1 (MCS - traçado superior) acentuado supradesnivelamento do segmento ST com duração de 3
minutos. (C) Após a melhora clínica com a normalização do segmento ST
354 Hetrocardiograma Or ientadopara oClln 1co
Figura 32 .8 Marca-passo artificial de dupla câmara apresentando pausa de 1.855ms, interrompida por um bati-
mento de escape. A seguir, observa-se nova pausa de 1.077ms. A interferência observada na linha de base sugere
que a estimu lação artificial foi inibida pela contração dos músculos esqueléticos, erroneamente interpretada pelo
marca-passo como atividade cardíaca (inibição por mio potenciais)
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S1stema Holter 355
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fletrocardiograma na
Criança eno feto
fduardo Hachado Andréa
JacobAtié
Washington Haciel
Figura 33 .1 ECG em men1no de 1 mês, coração normal. Notar: FC de 160bpm, 1PR de 1OOms. QRS com duração
de 80ms. SâQRS em + 90•. padrão RS em V1 com onda T negativa e padrão R>5 em V6
Figu ra 33 .2 ECG em menina de 8 meses. coração normal. Notar: FC de 1OObpm, iPR de 120ms. QRS com duração
de 80ms. SâQRS entre + 300 e + 60•, padrão Rs em Vl , qR em V6, e onda T negativa de Vl a V3
Dessa forma. o complexo QRS demonstra Uma das formas de diferenciar o predomí-
padrão R. Rs ou RS (RIS >1) em V1-V2 e pa- nio fisiológico do VD e a verdadeira hipertro-
drão rS, qrS em V5-V6 no primeiro ano de vida fia ventricular direita (HVD) no recém-nato é
(Tabela 33.2) 13 (Figuras 33.1 e 33 .2). Já de 4 a o tempo de aparecimento da deflexão intrín-
8 anos, em geral, o padrão fica RS em V1 e Rs seca em V1 . Este tempo normal é menor que
em V5-V6" (Figura 33.3). Entretanto, 15% dos 40ms, ao passo que na HVD é maior ou igual
recém-natos apresentam padrão rS em V1 -V2 . a 40ms (Figura 33.4).
360 Hetrocardiograma Or1entado para oClínico
Figura 33 .3 ECG em menino de 7 anos, coração normal. Notar: iPR de 120ms, QRS com duração de 1OOms,
SâQRS entre + 60° e + 90°, pad rão RS em Vl, Rs em V6, e onda T negativa de V1 a V3
início da onda P (Figura 33.5). Entret anto, na No primeiro dia de vida do recém-nato
a t ermo, a onda T é positiva em V1, como
criança é mais difícil usar est e parâmetro, pois
result ado da repola rização precoce do VE e
a alta freq uência cardíaca da pró pria idade faz
térmi no tardio da despolarização do VD. Esta
com que a onda T superponha-se à P. Neste
onda fica negativa em V l em todos os recém-
caso, o segmento PR (do final da onda P ao
nat os normais após as 72 horas de vida (Tabe-
início do complexo QRS) é ut ilizado como o la 33.3). 14 Onda T positiva após 7 2 horas deve
eixo da linha de base. ser considerada patológica, tipo sobreca rga
Supradesnível máximo ocorre, normal- ventricular direita. 16
mente, na adolescência (0, 11 a 0,37mV) (Fi- A onda T é negativa em V5-V6 em um t er-
gura 33.6). qua nto grandes inf radesníveis na ço dos recém-natos nas primeiras 72 horas,
pré-adolescência (0,04 a 0, 12mV)Y· 15 f icando positiva após o quarto dia de vida. 14
Hetrocardiograma na Criança e no feto 361
Figura 33.4 ECG em menino de 5 anos, portador de transposição dos grandes vasos operado. Notar: iPR de
140ms, QRS com duração de 1OOms, SâQRS entre + 150° e + 180°, padrão R em V1 com deflexão intrínseca da
onda R de 40ms devido a hipertrofia ventricu lar direita. Deflexão intrínseca é a medida do infcio do complexo QRS
ao pico da onda R
362 fletrocardiograma Orientado para o[linico
Figura 33. 5 A linha de base ideal do ECG é dada pela reta q ue passa pelos segmentos PR e ST (po ntilhad os)
Figura 33.6. ECG em menino de 6 anos, coração normal. Notar: iPR de 1 OOms, QRS com duração de 80ms, SâQRS
entre + 60° e + 90°, padrão rS em V1, qR em V6, onda T negativa em V1.V2, su pradesnível normal do seg mento ST
de V3 a V6 devido a repolarização vent ricular precoce
Figura 33.7 ECG em memno de 9 anos, coração normal. Notar: 1PR de 120ms, QRS com duração de 80ms, SãQRS
em + 60°, padrão rS em Vl, qRs em V6, onda T negativa em Vl e b1modal em V2-V3, caracterizando o padrão
JUvenil de repolarização ventricular (em detalhe em V2 e V3 longo)
Figura 33.8A e B ECG com as seis derivações precordiais simultâneas. (A) Apresenta FC de 68bpm e onda U evi-
dente nas derivações de V2 a V6. (B) Demonstra aumento da frequência cardíaca para 78bpm, que leva à somação
de imagens das ondas TeU, que dá uma falsa impressão de aumento do intervalo QT e de uma onda T bimodal
Hetrmrd1ograma na [fldnça e no fe to 365
Figura 33.9 ECG com intervalo QT prolongado e 1ndução espontiinea de torsades de pointes. O iQT é de 920ms
medindo-se em V2, enquanto o intervalo QT corrigido é de 760ms. Na sequência, a derivação V4 demonstra a
indução de torsades de pointes
Figura 33.1O Bradicardia sinusal avaliada pela contração atrial (A) e ventricular (V). Frequência ventricular (FC) em
90bpm; VD = ventrículo d ireito; AO =aorta; AE = átrio esquerdo. Ecocardiograma fetal módulo M .
fletrocard1ograma na [riança e no feto 367
ventricular total pela ecocardiografia fetal e lógico por taquiarritmias apresentavam taqui-
três com diagnóstico de bradicardia sinusal. 31 cardiomiopatia, que reverteu completamente
A taquicardia reentrante por via anômala em uma semana a três meses após a cura da
ocorre mais em fetos e neonatos, enquanto taquiarritmia pela ablação por meio de radio-
a reentrada nodal AV é rara antes dos 2 anos frequência (cauterização endocárdica do foco
de idade, não descrita em fetos, aparecendo arrítmico através de cateter).
tipicamente entre 5 e 1O anos de idade. A ta-
quiarritmia atrial (taquicardia, flutter, fibrita-
AGRADECIMENTOS
ção) concorre com cardiopatia orgânica, po-
dendo levar à insuficiência cardíaca pela alta Agradecemos à equipe da CARPE - Cardiolo-
frequência cardíaca e pelo caráter incessante gia Pediátrica, através do Dr. Francisco Cha-
da taquicardia, denominado taquicardio- mié, do Dr. Astolfo Serra Jr. e, em especial, da
miopatia. Em nossa experiência, 32 7 de 176 Dra. Eliane Lucas, por fornecerem as figura s
crianças (4%) submetidas a estudo eletrofisio- sobre ecocardiografia fetal.
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Coração do Rtleta- Repercussões
fletrocardiográficas e
Alterações Cardíacas
Roberto Hahon
A saúde do atlet a vem ganhando cada vez int errompa a atividade física de indivíduos
mais at enção da medicina. Tal fato se dá por saudáveis por alterações fisiológicas que não
múltiplos fatores ou variáveis, entre eles a trariam risco.
complexidade das alterações f isiológicas nes- Tal situação se deve em muito à expresão
sa população. Tais variáveis são tão comple- "coração do atleta", que desde sua primeira ci-
xas que existe uma especialidade médica - a tação, por H. Henschen, em 1899, foi entendi-
medicina do exercício e do esporte - que tem da como sinônimo de hipertrofia cardíaca pa-
como foco o praticante de atividade física, t ológica em razão de existir verdadeiramente
podendo ele ser ou não um atlet a. 1 uma hipertrofia cardíaca fisiológica, condições
A abordagem ao eletrocardiograma do diferentes que não devem ser conf undidas. 3
atleta pelo médico generalista visa a que, com Adotaremos a t erminologia "coração do
o entendimento e a avaliação do traçado, se atleta" para o coração de um determinado
consiga identificar e diferenciar as alt erações indivíduo que não possui qualquer patologia
fisiológicas que não representam patologia orgânica do coração, e apresenta somente
daquelas alterações que podem colocar em adaptações fisiológicas ao exercício intenso,
risco um paciente em at ividade física, compe- regular e progressivo, alterações essas que são
titiva ou não. reversíveis com a diminu ição do treinament o
A incidência de morte súbita cardíaca em ao longo do tempo.
atletas é especialmente alta, com casuíst ica
est imada de 1 a 1, 5 por 250.000 atletas nos
CORAÇÃO DO ATLETA
EUA. 2
A importância de entendermos o coração Coração do atleta foi a expressão introduzi-
do atleta se dá não somente em sua própria da na medicina no f inal do século XIX, quan-
complexidade, mas no fato de que pequenas do um grupo de esquiadores foi submetido
alterações no ECG podem fazer com que in- a exame físico com percussão e palpação do
divíduos com risco à prática de atividade fí- tórax, comparativo, após uma competição.
sica sejam liberados ou, ao contrário, que se Os dados foram considerados, erroneamente,
372 fle trocardiograma Orientado para oClinico
torna elevado durante as partidas, fato maior que 15mm ou a relação SIV/PPVE maior
importante por se tratar de atividade emi- que 1,5. No ECG, a normalização da alteração
nentemente mental. Esses atletas devem da repolarização ventricular (onda T) durante
ter em seus treinamentos atividades físicas a atividade física, observado também no teste
regulares e métodos de apoio para dimi- eletrocardiográfico do exerdcio, associado à
nuir o nível de estresse durante as partidas ausência de alterações em exames da cinética
e minimizar os riscos decorrentes. cardíaca e de alterações estruturais ao ecocar-
• No tiro ao alvo, seja com arma ou com arco, diograma, nos reporta que as modificações
a frequência cardíaca e os batimentos car- iniciais no ECG correspondem a alterações fi-
díacos fortes são fatores que atrapalham siológicas. Desse modo, o ECG do atleta com
a mira correta, pois o braço é desviado de critérios de hipertrofia ventricular deve servir
forma sutil com as bat idas do coração, mas como sinal para uma avaliação mais criteriosa
significativo para uma competição. (Figura 34.1 ).
374 Hetrowd1ograma Or1entado para o CliniCO
Figura 34.1 ECG de atleta de competição de remo, feminina, 19 anos. Notar nas derivações precordiais os
complexos QRS de amplitudes aumentadas, porém sem critérios para HVE, confirmado por ecoca rdiog rama. ECG
normal
Coração do Atleta- Repercussões Hetrocardiogrãficas e Alterações Cardlacas 375
nas derivações precordiais direitas e confundi- Dentre os esportes em que esse treinamento
é mais importante, e por este mot ivo a bra-
das com isquemia miocárd ica, principalmente
dicardia pode ser facilmente observada, des-
se estiverem associadas a alterações do seg-
tacamos as modalidades de tiro com arco ou
mento ST. Para o diagnóstico diferencial, é
com arma e as modalidades de mergulho em
fundamental o conhecimento da história do
apnéia, seja caça submarina seja mergulho de
paciente, assim como manobras que normal-
profundidade. Por fim, é importante lembrar
mente revertem esse padrão, como as que
que o fato de mergulhar a face em água causa
alteram a frequência cardíaca ou respiratória.
um reflexo que diminui a frequência cardíaca
Se, por fim, a dúvida persistir, devemos proce-
(aumento do intervalo RR) se os atletas forem
der a um teste ecocardiográfico de esforço ou
observados nessas condições.
ergométrico, em que, na ausência de patolo-
Outra característica que pode ser observada
gia, os resultados serão normais.8
no intervalo RR é a variabilidade da f requência
No segmento ST, a alteração mais co-
cardíaca. Esta medida pode ser obtida em um
mumente encontrada em atletas refere-se
eletrocardiograma contínuo de traçado longo.
à elevação com concavidade para cima, a Alguns protocolos são sugeridos, como o teste
qual pode ou não estar acompanhada de
de quatro segundos ou a observação cont ínua
aumento de amplitude da onda T de forma cruzada com respiração normal e manobra de
assimétrica e apiculada . Ela é normalmente Valsafva . Indiferentemente do protocolo utili-
revertida durante a atividade física ou por zado, espera-se que o atleta tenha maior va-
manobras simpaticomiméticas. Essas altera- riabilidade do intervalo RR do que o não atleta
ções estão relacionadas com os fenômenos de mesmo sexo e grupo etário.9· 10
de despolarização/repolarização, de forma
que existe ou uma lentificação da repolari-
INTERVALO OT
zação ou aceleração da despolarização na
população em que percebemos tal alteração. O prolongamento do intervalo QT, caracte-
Tais achados são conhecidos como padrão risticamente com duração maior que 420
de repolarização precoce do atleta (Figuras a 440ms, é citado como tendo relação com
34.2 e 34.3). morte súbita em atletas, mas também pode
376 Hetrocard10grama Orientado para o Clln1co
Figura 34.2 ECG de atleta de competição de maratona, masculino, 28 anos. Notar: ondas Q profundas em
V4-V5-V6, complexos QRS de amplitudes aumentadas e ondas T negativas em V1 -V2-V3, sugerindo hipertrofia
septal e alterações da repolarização ventricular. Teste de esforço: normal. ECG com alterações da repolarização
fisiológicas para atleta
[ordçào do Rtleld- Repercussões fletrowdiográfJCdS e Rltmções [drdlms 377
Figura ~4.3 ECG de atleta de competição de remo. masculino. 24 anos. Notar: com plexos QRS de amplitudes
aumentadas. supradesnivelamento de ST e ondas T negativas e profundas nas paredes inferior e anterio r do VE.
Teste ergoespirométrico: normal. ECG com alterações da repolarização fisiológicas para atleta
aparecer como resposta crônica ao exercício deve ser vista no ECG como sinal de doença,
intenso e repetitivo em atletas. Esse achado desde que a história do atleta não nos repo rte
tem uma relação im portante com o tipo de a alguma patologia w
atividade praticada e com o tempo de treina- Doenças estruturais cardíacas devem ser
mento. É mais comum em atletas de modali- obrigatoriamente pesquisadas no exame cli-
dades como corrida de fundo, maratonistas, nicocardiológico inicial e evolu tivo do atleta,
triatlo ou outras modalidades com várias ho- por aumentar sobremaneira o risco de morte
ras de treinamento e competição que deman- súbita cardíaca durante a atividade f ísi ca com-
dam grande débito cardíaco. Analogamente petitiva . São elas: miocardiopatia hipertrófica,
às outras alterações, também tem uma ca rac- miocardites principalmente de etiologia vi ra!
terística individual e pode não ser observada que podem evoluir para miocardiopatia dilata-
em todos os praticantes de atividade desporti- da, doença aterosclerótica coronariana, pri n-
va . Como essa alteração é resu ltado da adap- cipalmente no atleta com mais de 35 anos de
tação fisiológica ao exercício, também não idade, sfndrome de Marfan, entre outras. 11
378 fletrocardiograma Orientado para o[línico
aVI.
O perfil etário da população humana mundial dos essa idade sobe para 65 anos. No Brasil,
tem experimentado importantes modificações a pessoa considerada idosa é aquela com 60
em consequência do progressivo aumento da anos ou mais, segundo o Estatuto do Idoso
longevidade, representando o mais importante (Lei 10.741, de 1!!-10-2003).
fenômeno demográfico contemporâneo. Essa Durante o processo de envelhecimento,
evolução da expectativa de vida observada nos ocorrem progressivas modif icações estrutu-
países desenvolvidos também vem ocorrendo rais e f uncionais do sistema cardiocirculató-
de maneira relativamente acelerada no Brasil, rio, que resultam em crescente prevalência
onde dobrou o índice de envelhecimento nos de doenças card iovasculares e, com isso, as
últimos 25 anos (1980-2005), e a população alterações eletrocardiográficas crescem para-
acima de 80 anos triplicou, sendo atualmen- lelamente à idade. Portanto, é de fundamen -
te estimada em dois milhões de pessoas. Em tal importância um melhor conhecimento das
contrapartida, a taxa de centenários residentes características, da natureza e da prevalência
no país vem aumentando significativamente, dessas alterações observadas nos gerentes.
tendo sido calculada em 1,4:10.000 no ano Em geral, na idade avançada, o coração
2000, entretanto, ainda inferior à do Japão, tende a aumentar de tamanho, o que é acom-
da Itália, da Grécia, dos Estados Unidos. Esti- panhado de modificações histológicas, nota-
ma-se que em 2020 o Brasil terá a sexta maior damente fibrose, calcificação, infiltração gor-
população idosa do mundo, de forma que a durosa e amiloide, com isso afetando o tecido
especialidade da card iogeriatria e os serviços muscular, o sistema de geração e de condução
de saúde passam a enfrentar mais um formi- da atividade elétrica. A pressão arterial sistê-
dável desafio nas políticas de prevenção e tra- mica aumenta progressivamente, de forma
tamento dessa categoria de pacientes. 1•2•3•4 que a maioria dos gerentes é hipertensa. Nos
A Organização Mundial de Saúde concei- vasos sanguíneos, observa-se a degradação da
tua idoso como todo indivíduo com 60 anos matriz extracelular, especialmente das fibras
ou mais, nos países em desenvolvimento, en- de elast ina, resultando diminu ição da elastici-
quanto para as pessoas de países desenvolvi- dade da parede vascular, conferindo-lhe maior
382 Hetrocardiograma Orientado para o Clínico
rigidez. No miocárdio, ocorre aumento na sua nominado "oldest-old", em geral goza de boa
pigmentação peta deposição de lipofuscina saúde, apresentando-se substancialmente
no sarcoplasma, em sua região paranuclear. "saudáveis", sendo raros os sinais clínicos de
O número de miócitos diminui. ocorrendo alterações cardíacas e, surpreendentemente,
aumento no tamanho dos remanescentes e à necropsia, seus corações evidenciam altera-
maior deposição de células adiposas. ções de menor gravidade.3 ·7 ·8·9 A importância
Em idosos clinicamente normais, entretan- do ECG na gerontologia sobressai ainda mais
to, é difícil assegurar se determinadas altera- ao considerarmos que mais de 50% dos idosos
ções vistas no ECG de repouso são resultantes será submetida a pelo menos uma intervenção
de condições cardíacas subclínicas tão fre- cirúrgica até o fim de suas vidas, sendo que
quentes nessa população ou se simplesmente a frequência de complicações peroperatórias
seriam consequência do processo natural da aumenta paralelamente com o número de al-
senescência. Tais dificuldades de interpreta- terações eletrocardiográficas em idade acima
ção decorrem também do fato de que são de 60 anos 10 (Figuras 35.1 e 35.2).
relativamente recentes os trabalhos em que
foram estabelecidos os valores de referenda
FREQUÊNCIA CARDÍACA (FC)
para pessoas idosas aparentemente saudáveis
(pacientes do estudo de Rotterdam). 5 Em pa- Nos indivíduos idosos saudáveis, em repouso,
cientes superidosos, assim definidos como os a FC é substancialmente estável. No estudo de
que têm 80 anos ou mais, as anormalidades Framingham, demonstrou-se que a frequên-
mais encontradas são: sobrecarga ventricu- cia cardíaca de pacientes com idade acima de
lar esquerda, bloqueio atrioventricular do 111 60 anos era de 74 +/- 12bpm em repouso,
grau, fibrilação atrial, batimentos ectópicos,
avaliada pelo Holter de 20 minutos. Em nos-
bloqueio do ramo direito, hemibloqueio an-
so meio, em estudo feito com 50 pacientes
terior esquerdo e alterações da repolarização
acima de 65 anos, a FC mínima variou de 45
ventricular. 6 Estudo feito com 132 centenários
a 75bpm durante o sono (média de 60,9) ea
norte-americanos clinicamente sadios mos-
máxima de 60 a 150bpm durante as ativida-
trou que apenas 7% deles tinham ECG nor-
des diárias (média de 79,8). 11
mais (nenhum deles homem), identificando-
se 23 diferentes alterações, sendo as mais
comuns: fibrilação atrial (23%), extrassistolia VARIABILIDADE DA FREOUÊNCIA CARDÍACA
(23%), bloqueio atrioventricular do 111 grau (VFC)
(1 7%), desvio do SâQRS para a esquerda
{17%), hipertrofia ventricular esquerda (3%), Seu estudo tem o objetivo de avaliar a função
distúrbios da repolarização ventricular, blo- autonômica. Ela reflete, em última análise, a
queio do ramo esquerdo ou direito, estando ritmicidade intrínseca do nódulo sinusal, sen-
o infarto antigo presente em 10%. 7 do modulada pela atividade vagossimpática e
Não obstante a alta prevalência de altera- influenciada por diversos fatores fisiológicos,
ções eletrocardiográficas, os centenários re- como idade, posição postural e ritmo circa-
presentam uma seleta coorte de sobreviventes diano, sofrendo também interferência de
que se beneficiaram da capacidade de retar- condições mórbidas como insuficiência car-
dar ou escapar ao aparecimento de doenças díaca, neuropatia diabética, doença corona-
que geralmente causam morbimortalidade riana, bem como de distúrbios psicossociais
na população menos idosa. Esse grupo, de- adversos. Em pessoas clinicamente normais,
Hetrocardiograma nos Pamntes Idosos 3B3
Figura 3 5 .1 ECG de mulher de 96 anos, saudável. em pré-operatório de cirurgia de catarata. ECG: ritmo sinusal,
FC: 80bpm; iPR: 140ms. QRS: 1OOms. iQT: 320ms e repolarização normal. ECG com critérios de normalidade
384 Eletrocardiograma Onentado para oCl1n1co
.,
.
n r
Figura 35.2 ECG de mulher de 90 anos com hipertensão arterial sistêmica, leve ou estágio 1, pouco sintomática .
ECG: ritmo sinusal, FC: 62bpm; iPR: 140ms, QRS: l OOms, iQT: 360ms e repolarização normal. ECG com critérios
de normalidade
to com o avançar da idade, sendo maior no 1° grau ocorre em cerca de 2% desses pacien-
sexo masculino. Onda P com duração igual ou tes, porém aumenta para cerca de 10% nos
maior do que 120ms é diagnóstica de anor- cardiopatas. Em centenários, sua prevalência
malidade atrial esquerda, sugerindo distúrbio foi de 17%, com predomínio no sexo mascu-
da condução interatrial e/ou aumento atrial lino. O bloqueio atrioventricular do 2° grau
por dilatação ou hipertrofia. Ambas as con- pode ser reversível (Mobitz 1), porém, quando
dições são frequentemente encontradas na resulta de comprometimento do tronco e de
população idosa (Figura 35.3). ramificações do sistema His-Purkinje (Mobitz
11), pode evoluir para bloq ueio atrioventricular
total. 7 •14
INTERVALO PR
-..I.__....___. . .~~
. --~_..,...__ _ __A . -
- 1r
Figura 35.3 ECG de homem de 115 anos. sem evidências clímcas de doença card1ovascular. Notar: ntmo s1nusal,
FC: 60bpm; d1stúrb1o de condução ~nteratnal, bloqueio de ramo d1re1to incompleto, QRS de voltagem proporcio-
nalmente menor e repolarização normal
386 Hetrocardiograma Orientado para oClinico
mento. A voltagem do complexo QRS tende esquerdo (a causa mais comum), bloqueio de
a diminu ir progressivamente com o avançar ramo esquerdo e mais raramente em pessoas
da idade. Os valores de Sokolow-Lyon e a clinicamente normais.
soma de voltagem e duração são menores na
mulher com menos de 75 anos, a partir dos
INTERVALO OT
quais as tinhas se cruzam, pois tendem a di-
minuir no homem e aumentar nas mutheres5 Representa a sístole elétrica e sua duração é
(Figura 35.4). diretamente proporcional à frequência car-
díaca, sendo mais apropriadamente avaliado
ONDA O pela frequência corrigida (QTc). Observa-se
um pequeno aumento do QTc durante o
A profundidade e a duração da onda Q têm sono, com a idade avançada, maior no sexo
considerável importância clínica, tendo em masculino. O aumento do intervalo QT é uma
vista a possibilidade de representar infarto alteração de considerável importância clínica,
agudo do miocárdio. Ondas Q patológicas pois predispõe a torsade de pointes, que é
representam áreas ventriculares eletricamen- uma arritmia de caráter maligno. O prolon-
te inativas e sua ocorrência aumenta com a gamento do QT pode ser desencadeado por
idade avançada, sendo observadas em 4,3% dim inuição da concentração sanguínea de
a 19% dos idosos card iopatas com 65 a 99 Na, K+ e Mg, bem como pela utilização de
anos de idade.4 certos fármacos muito usados em pacientes
gerontos, tais como psicotrópicos (antide-
EIXO ELÉTRICO DO ORS (SâORS) pressivos tricíclicos, haloperidol, tetracícli-
cos), antiarrítmicos dos grupos IA e 111 (qui-
Na população geral, o eixo elétrico situa-se en-
nidina, amiodarona, sotatol, disopiramida,
tre - 30° e + 100°, havendo uma tendência ao
dofetitida e procainamida) e certos antibiót i-
desvio do SâQRS para a esquerda com a ida-
cos, como eritromicina e pentamidina. Pode
de, independentemente do sexo. Um desvio
ainda ocorrer na síndrome coronária aguda,
para a esquerda ou para a direita não significa
na injúria cerebrovascu lar, na miocardite, na
necessariamente doença cardíaca, porém seu
intoxicação por arsênico e na hipotermia. 15
reconhecimento é fundamental na avaliação
O intervalo QT pode encurtar na taqu icard ia,
clínica do paciente. Os desvios do SâQRS mais
frequentemente estão relacionados com as na hipertermia, na acidose, na hipercalcemia,
Figura 35 .4 ECG d e homem de 74 anos com dupla lesão aórtica e insuficiência mitral por cardiopatia reumática
crônica. Pouco sintomático. Notar os sinais de crescimento atrial e ventricular esquerdos e alterações da repolari-
zação ventncular. Ritmo sinusal, FC: 88bpm; iPR: 160ms; QRS: 1OOms; iQT: 360ms. Crescimento atrioventricular
esquerdo
388 Hetrocardiograma Orien tado para o[[ in ico
BLOQUEIO DA CONDUÇÃO
INTRAVENTRICULAR BLOQUEIOS FASCICULARES
Implica a lentificação da ativação elétrica dos Hemibloqueio anterior esquerdo ou bloqueio
ventrículos e sua ocorrência aumenta com da divisão ântero-superior do ramo esquerdo
Helrocard1ogr dmd nos Pmenles Idosos
é mais comum no sexo masculino, estando importante participação das arritmias, cujas
mais frequentemente associado a doença prevalência e complexidade aumentam acen-
coronariana, hipertensão arterial sistêmica, tuadamente com o avançar da idade.w
cardiomiopatia, doença de Lev e de Lénegre
e estenose subaórtica.' 9 No Brasil, entretanto, Fibrilação atrial (FA)
as causas mais comuns de HBAE em ordem de
frequência são a miocardiopatia chagásica, o É a arritmia sustentada mais frequente, es-
infart o do miocárdio, a miocardioesclerose, a tando usualmente associada a doença cardio-
valvopatia aórtica, a cardiopatia hipertensiva e vascular. Eventualmente ocorre em pessoas
a amiloidose cardíaca 181 9 {Figuras 35.5A e B). clinicamente normais (fone atrial fibrillation).
Hemibloqueio posterior esquerdo ou blo- Tendo em vista a alta porcentagem de car-
queio da divisão póstero-inferior do ramo es- diopatias nos gerentes, é fato a observação
querdo isolado é uma entidade considerada de que a FA aumenta cumulativamente com
bastante rara e seu aparecimento pode estar a idade, o que foi evidenciado no estudo de
associado a sobrecarga ventricular direita, cor Framingham, em que sua incidência foi de
pu/mona/e crônico, infarto do miocárdio de 0,4% na população geral, porém aumenta-
parede ântero-lateral. va para 20% a 40% em pacientes acima dos
Bloqueio bifascicular constitui um achado 90 anos. Nos centenários, é a anormalidade
relativamente frequente em idosos card iopa- mais comum e sua prevalência pode chegar
tas, sendo BRD + HBAE a combinação mais
a 30%. Os homens desenvolvem FA 1,5 vez
encontrada. Suas causas são as mesmas rela-
mais que as mulheres, porém, devido a sua
cionadas com bloqueios unifasciculares, sen -
maior longevidade, estima-se que 53% dos
do que suas combinações pressupõem maior
portadores de FA sejam do sexo feminino. As
gravidade. No Brasil, a combinação de BRD
condições mais f requentemente associadas a
com HBAE está mais frequentemente associa-
FA são: hipertensão arterial sistêmica, doen-
da a doença de Chagas e cardiopatia isquê-
ça arterial coronariana, valvulopatia mitral e
mica.
após ciru rgia cardíaca. No Brasil, a FA foi ve-
rificada em 4,8% de pacientes idosos (66 a
ARRITMIA$ 87 anos) na população ambulatorial e estava
mais frequentemente associada a hipertensão
Não obstante a diminuição da quantidade de
arterial sistêmica, ca rd iopatia reumática, car-
células do nódulo sinusal em idosos, chegan-
diomiopatia, doença coronariana e doença
do essa diminuição a cerca de 10% aos 75
anos, o ritmo cardíaco predominante é o si- de Chagas. Fibrilação atrial isolada foi encon-
nusal. Ectopias supraventriculares e ventricu- trada em 10% dos pacientes. Em indivíduos
lares são comuns em pacientes clinicamente muito idosos, a insuficiência cardíaca e a ti-
sadios, e quando isoladas ou não susten ta- reoidopatia são importantes comorbidades
das, geralmente não causam sintomas nem relacionadas com FA. É a arritmia que aumen-
modificam o prognóstico, não necessitando ta substancialmente o risco de tromboem-
de terapêutica antiarrítmica (Figura 35.6). Nos bolismo, especialmente nos gerontes. Esses
indivíduos idosos cardiopatas, entretanto, as dados denotam a gravidade e a malignida-
doenças cardiovascula res constituem as prin- de desta arritmia, tão frequente e por vezes
cipais causas de morbimortalidade, havendo subestimada.• 6·7 ,. 20·2 '
BO He1rocard1ograma Orientado para oClln1co
Figura 35 .5A e 8 (A) ECG de homem de 86 anos com hipertensão arterial sistêmica. Notar as alterações típicas
de HBAE: SâQRS encontra-se em -45° (os valores de QRS se dirigem para a esquerda e superiormente). onda Q em
Dl e aVL e onda R em D2, 03 e aVF. Alteração secundána da repolarização ventricular. Ritmo sinusal, FC: 60bpm;
iPR: 160ms; QRS: 160ms; iQT:440ms. HBAE tipo IV. (continua)
Hetrocardiograma nos Pacientes Idosos 3g1
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(B) Vetocardiograma do mesmo paciente; o vetorcardiograma de Frank mostra no PF alça larga de ativação do QRS,
com rotação anti-horária, inicialmente para a direita e para baixo, em seguida as forças principais se deslocam para
a esquerda e superiormente. O vetor máximo é de 1,52mV no PH e encontra-se a - 60°. Eixo de T para baixo, para
a esquerda e para a frente. Estas alterações caracterizam HBAE, conforme o encontrado no eletrocardiograma da
Figura 35.5A.
B2 Helrocard10grama Onenlado para o ClfOICo
Figura 35.6 ECG de mulher de 92 anos com hipertensão arterial sistêmica, estágio 1, pouco sintomática . Notar
as extrassístoles ventriculares. Ritmo sinusal. FC: 88 bpm; iPR: 120ms; QRS: 1OOms, iQT:320ms. Doença cardíaca
degenerativa
Hetrocard10grama Onentado para oCllmo
aVR
ECG- 5 Homem, com história de hipertensão arterial e cansaço aos esforços. As derivações precordiais estão em
N 12 (metade da voltagem normal).
402 Hetrocard10grama Omntado para oClJnJco
ECG- 6 Homem, com história de cansaço aos esforços. No exame, apresenta sopro cardfaco, sistólico, em foco
pulmonar.
aVF
If -
t t
aVL aVF
aVR
Vs
o,
ECG-13 Mulher, com dor retroesternal característica de ang1na. História anterior de infarto do miocárdio.
fxerclcios de f[G
407
ECG- 14 Homem, com dor precordial típica de angina de início recente. Realiza ECG ainda sintomático .
DJ
~
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- '""1- -
aVR
,- .- -v--
v4
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aVL Vs
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...
aVF Vs
~~~
~~~
Vs
aVL aVF
aVR
ECG- 19 Homem, 65 anos, com d or retroesternal característica de angina de forma súbita e d e forte intensidade.
410 Hetrocard1ograma Onentado para oClinico
--"-*-=-
aVR aVL
ECG- 20 Mulher. 57 anos, com dor retroesternal característica de angina de inkio recente.
fHerCICIOS de f(G 4I I
aVI.. aVF
aVR
aVI.. aVF
aVR
B
ECG- 21A e B Homem, 61 anos, com dor retroesternal caracteristica de angina d e peit o; realiza ECG (A) sendo
submetido a um procedimento. ECG (B) 24 horas após.
412 Hetrowd10grama Or1entado para oCltn1co
aVR
aVF
A
J
ECG- 22A a C Homem, 47 anos, com dor retroesternal caraderística de angina de peito; realiza ECG (A). sendo
submetid o a um procedimento, evolui com ECG (continua)
fKerCICIOS de fH 4l3
aVR
aVF
B
ECG- 22 (B). ECG (continua)
414 Hetrocard10grama Onenlado para oWn1co
aVR
Vs
1-
r
v4 Vs
~ 11t-----.l\r1-L-LJ
B
ECG- 24A e B Homem. 55 anos. com dor retroesternal característica de angina, é submetido a trombólise farma-
cológica. ECG (A) imediato e ECG (B) oito dias após.
fxerclclos de fCG
417
Vs
o,
--y"-----'\-•_..,.,.... _-+-r-+-
02
~
aVR
aVF
ECG- 31 Homem, com dor precord1al em repouso e palpitações; é realizado o ECG ainda com os sintomas presentes.
c
ECG- 32A a c Homem, é atendido em emergência com síncope, sendo realizado o ECG A. Após um procedimento,
repete os ECG B e C
fKercfCIOS defCG 423
A A v v v v A A v A A
aVL
8
ECG- 38A e B Homem. mon1torado. apresenta essas arritmias.
426 Hetrocard10grama Orientadopara oClln1co
ECG- 39A e B Mulher, 66 anos, com palpitações aos esf orços. Realiza Holter de 24 horas. (A) Durante um esforço.
(B) Após o repouso.
80 80 81 79 80 80 81 80 79 80
aVR
B
ECG-42A e B Paciente submetido a trombólise farmacológica, no monitor nota-se este ECG .
428 fletrocardiograma Orientado para o CllnJco
01
--4---127
72 71
141
'"
p
...
41
12341
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53
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02
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Vs
ECG-43 Homem, 37 anos, com história de vertigem, é submetido à estimu lação do seio carotídeo.
aVR
aVL
aVF
ECG-47 Homem, com tonteira, realiza Holter de 24 horas. O registro ocorre no momento de coleta de sangue
para exames.
• • •
01 ..._ .. _,. A. _,.___
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03
aVR
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v2
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Vs
~ 'v ~ '" A,-
-L .. L-J,_.. L--
Vs
--
ECG- 52 Homem,
com palpitações aos
grandes esforços
[KerciCIOS de [(G 433
o,
ECG- 54 Homem, 53 anos. com dor torácica em pontada que p1ora com a inspiração e a movimentação.
fxerc1c1os de fCG
435
oVR
oVI.
v,
aVI.
aVF
RESPOSTAS DOS EXERC[CIOS DE ECG rada . Notar: em V1-V2, onda R de grande am-
plitude, > 1Smm, e onda T tipo strain, em V5-V6
ECG- 1: 1) ritmo si nu sal regular, 2) FC em onda S profunda, maior do que R. Conclusão:
62bpm, 3) relação A/V= 1:1, 4) iPR em 160ms, hipertrofia do ventrículo direito (em paciente
5) QRS estreito e onda T normal. SâP= +45°, com estenose pulmonar grave). Pág. 114.
SâQRS = + 10°, SâT = +30°. Conclusão: ECG
normal. Pág. 33. ECG- 7: 1) ritmo sinusal regular, 2) FC em
65bpm, 3) relação A I V= 1:1, 4) iPR em
ECG-2: 1) ritmo sinusal regu lar, 2) FC em 160ms, 5) QRS largo em 120ms e onda T al -
54bpm, 3) relação A/V= 1:1, 4) iPR em 160ms, terada. Notar: em V1-V2, QRS com R-S-R' e
5) QRS estreito e onda T normal. Notar: dis- onda T invertida e em VS-V6, onda S larga .
creto supradesnível de ST em 01 -aVL-V4-VS- SâQRS em - 60°. Conclusão: bloqueio bifasci-
V6, de concavidade superior. Conclusão: ECG cular, bloqueio do ramo direito e hem ibloqueio
com bradicardia sinusal (vagotonia) e onda de anterior esquerdo. Este padrão é comum em
repolarização precoce (variante do normal). cardiopatia aterosclerótica degenerativa ou
Pág. 35. cardiopatia chagásica. Pág. 82.
ECG-11 : 1) ritmo sinusal irregular pela pre- evolução eletrocardiográfica mostrou o infar-
sença de extrassístoles, 2) FC em 57bpm, 3) to extenso da parede anterior. Pág. 127.
relação A I V= 1: 1, 4) iPR em 180ms, 5) QRS
largo em 160ms e ondas T alterada s. Notar: ECG-15: 1) ritmo sinusal regular, 2) FC em
bloqueio do ramo direito do 311 grau + he- 60bpm, 3) relação A / V= 1:1, 4) iPR em 160ms,
mibloqueio anterior esquerdo, crescimento 5) QRS estreito e onda T alterada . Notar: em
atrial esq uerdo (índice de Morris) e extrassís- V1 a V4, morfologia QS (ausência da onda R
toles ventriculares. Conclusão: bloqueio bifas- inicial) e onda T invertida. O segmento ST está
cicular e crescimento atrial esquerdo. Paciente nivelado com a linha de base. Conclusão: in-
com ca rdiopatia chagásica. Págs. 82 e 94. farto antigo do miocárdio, com onda Q, na
parede ântero-septal do VE . Pág. 158.
ECG-1 2 : 1) ritmo sinusal regular, 2) FC em
65bpm, 3) relação A/V= 1:1, 4) iPR em 160ms, ECG- 16: 1) ritmo cardíaco irregular, brad icár-
5) QRS e onda T alterados. Notar: em 02-03- dico, 2) FC em 45bpm, 3) QRS e onda T altera-
aVF, supradesnível deSTe, em aVL-V1-V2-V3, dos. Notar: ausência de ondas P discerníveis,
infradesnível de ST. Conclusão: infarto agudo em 02-03-aVF. supradesnfvel deST e em 01-
do miocárdio das paredes inferior e posterior aVL, infradesnível de ST. Nas derivações pre-
do ventrículo esquerdo. O infradesnível cor- cordiais direitas, V3R e V4R, observa-se tam-
responde à imagem em espelho do acometi- bém o supradesnível de ST. Conclusão: infarto
mento da parede posterior. Pág . 136. agudo do miocá rdi o da parede inferior do VE
com extensão para o VO. BAVT complicando
ECG- 13: 1) ritmo sinusal regular, 2) FC em o infarto. ECG em V2 ( • ) após o implante de
78bpm, 3) relação A /V= 1:1, 4) iPR em 140ms, marca-passo cardíaco. Pág. 145.
5) QRS estreito e onda T alterada. Notar: em
V2-V3 -V4, o infradesnível de ST, pronunciado, ECG-17 : 1) rit mo sinusal regu lar, 2) FC em
em 5mm, sem o supradesnível de ST nas de- 115 bpm, 3) relação A I V= 1: 1, 4) iPR em
mais derivações. Onda Q de necrose em 02- 160ms, 5) QRS largo em 120ms e onda T al-
03-aVF-V5-V6. Conclusão: infarto antigo do terada. Notar: em V1 a V5, supradesnível de
miocárdio, com onda Q, nas paredes inferior ST e em 02-03-aVF. infradesnível de ST. Con-
e lateral do ventrículo esquerdo e lesão su- clusão: taquicardia sinusal e infarto agudo do
bendocárd ica atual, ântero-septal. Este qua- miocárdio da parede anterior extenso, com
dro pode corresponder a angina instável ou a imagem em espelho da parede inferior do VE.
infarto não Q dessa região. Pág . 137. Observar em V1 -V2 a morfologia Q-R e em
V5-V6 onda S larga, correspondendo a BRO
ECG- 14: 1) ritmo sinusal regu lar, 2) FC em complicando o infarto. Pág. 136.
68bpm, 3) relação A / V= 1:1, 4) iPR em 140ms,
5) QRS estreito e onda T alterada . Notar: em ECG-18 : 1) ritmo sinusal regula r, 2) FC em
V2-V3-V4, supradesnível do ponto J e seg- 93bpm, 3) relação A / V= 1:1, 4) iPRem 160ms,
mento ST e onda T apiculada e ampla . Con- 5) QRS estreito e onda T alterada . Notar: em
clusão: infarto agudo do miocárdio da parede 01 -aVL-V3 a V6, o infradesn ível de ST. sem o
anterior do VE, em fase superaguda. Este as- supradesnível de ST nas demais derivações,
pecto da onda T, de isquemia subendocárdica, exceto em aVR. Conclusão: onda de lesão
caracterizou a fase superaguda do infarto. A subendocárdica de parede anterior, alteração
fKerciCIOS de fCG 441
ECG-47 : Notar: pausa card íaca prolongada ECG-52: 1) ritmo sinusal regu lar, 2) FC em
reduzindo a FC de 75bpm para 25bpm, co m 93bpm, 3) relação A I V= 1: 1, 4) iPR curto
sintomas. Conclusão: bloqueio sinoatrial do em 80ms, 5) QRS largo co m espessamento
212 grau , tipo 11 , relacionado com hiperativida- em seu ramo inicial e onda T alterada . No-
de do tônus vagai. Pág . 266. ta r: onda delta, mais bem visualizada em 01 -
02-aVL-V5-V6. Conclusão: Wolff-Parkinson-
ECG-48: 1) ritmo cardíaco regular, 2) FC White. Onda delta negativa em V1 e positiva
em 45bpm, 3) relação A I V= 2:1, 4) iPR em em 02-aVF, localiza a via acessória em parede
140ms, nos impulsos conduzidos 5) QRS es- ântero-septal do ventrículo direito. Tais pa-
treitos e ondas T alteradas. Notar: o sinal ( •) cientes são suscetíveis a apresentar episódios
marca as ondas P não seguidas de QRS . Con- de taquiarritmias, beneficiando-se do estudo
clusão: bloqueio atrioventricular do 212 grau, eletrofisiológico e ablação da via acessória .
2:1, relacionado com cardiopatia ateroscleró- Pág . 292 .
tica degenerativa. O iPR normal e constante
nos impulsos conduzidos sugere BAV Mobitz ECG-53: 1) ritmo sinusal regular, 2) FC em
11 . Pág. 276. 65bpm, 3) relação A / V= 1:1, 4) iPR em 140ms,
5) QRS e ondas T normais. Notar: os QRS do
ECG-49: 1) ritmo cardíaco irregular, 2) FC en- quarto ao sexto complexos, a presença de
tre 47 e 50bpm, 3) ausência da relação A I V onda delta, simulando um bloqueio do ramo
e ausência de iPR, 4) QRS estreitos e ondas esquerdo. Conclusão: Wolff-Parkinson-White,
T alteradas. Notar: ondas P dissociadas dos alternando a via de condução atrioventricular.
QRS. Conclusão: bloqueio atrioventricular do Pág . 292 .
3a grau . A morfologia dos QRS estreitos indica
que o foco do comando ventricular situa-se ECG-54: 1) ritmo sinusal regular, 2) FC em
acima da bifurcação do feixe de His. Relacio- 88bpm, 3) relação A / V= 1:1, 4) iPR em 140ms,
nado co m cardiopatia aterosclerótica degene- 5) QRS e ondas T normais. Notar: o suprades-
rativa. Pág . 279. nível do segmento ST de concavidade superior
e o infradesnível do segmento PR, evidencia-
ECG-50: 1) ritmo card íaco regular, 2) FC em dos em 02-03-aVF. Conclusão: pericardite
62bpm, 3) QRS largo. Notar: ausência de on- aguda. Pág. 303.
das P; QRS largo, precedido por uma espícula
fina e ampla, e em V1 simulando BRE. Con- ECG-55: Notar: 1) prolongamento do iPR
clusão: ritmo de marca-passo cardíaco, com em 280ms, e 2) alteração do segmento ST de
estimulação em VO, em paciente que apre- morfologia em "colher de pedreiro" . Conclu -
sentava BAVT. Pág . 334. são: impregnação digitálica. Pág . 312.
paciente que apresentava bloqueio atrioven- em 160ms e onda T alterada . Notar: onda T
ampla, em tenda . Conclusão: rit mo sinoven-
tricular total congênito. Pág . 336.
tricular e hiperpotassemia (K em 7,1 mEq/L).
Pág . 318.
ECG- 58: Notar: duas espículas de marca-pas-
so cardíaco, a primeira atrial e a segunda ven-
ECG- 61 : 1) ritmo cardíaco regular, 2) FC
tricular. Conclusão: ritmo de marca-passo car-
em 88bpm, 3) relação A / V= 1:1, 4) iPR em
díaco dupla câmara ou bicameral. Pág. 336. 160ms, 5) QRS estreito. Notar: onda P nega-
tiva em D1-aVL-V3 a V6; complexos QRS pre-
ECG- 59: Notar: duas espículas de marca- dominantemente negativos em 0 1-aVL, com
passo cardíaco, átrio direito (a primeira) e o padrão de V1 (r-S) estendendo-se até V6.
ventrículo direito (a segunda). Conclusão: rit- Conclusão: A. dextrocard ia. Observar as deri-
mo de marca-passo cardíaco bicameral - DDD vações precordiais direitas (V3R a V6R) em B,
em paciente que apresentava doença do nó- mostrando o aspecto normal do QRS.
Perguntas *
Capítulos 1 a 7 A. fase O
B. fase 2
1. A característica principal do potencial de C. fase 4
ação das células automáticas do nódulo sinu-
O. na bomba Na•;K•
sal e que a diferencia das células de Purkinje é:
A. a rápida ascensão da fase O 5. A velocidad e de condução do impulso elé-
B. a duração aumentada da fa se 2 trico está mais acelerada na(s):
C. a ascensão lenta e gradual da fase 4 A. região nodal sinusal
O. a ausência do período refratário absoluto B. região nodal AV
C. célula miocárd ica
2. A velocidade de condução do impulso ca r-
O. fibras do sistema de Purkinje
díaco depende basicamente da:
A. fase O do PA 6. Com relação ao efeitos do íon K· sobre o
B. fase 2 do PA potencial de ação (PA) da célula cardíaca, são
C. fase 3 do PA corretas as seguintes respostas, EXCETO:
O. fase 4 do PA
A. mantém o potencial de repouso da célula
3. O potencial de repouso transmembrana da de Purkinje em - 90mV
célula de Purkinje encontra-se estabilizado em B. a concentração extracelular elevada mod i-
- 90mV, graças ao equilíbrio do(a): fica a fase O do PA
A. íon Na • C. a concent ração intracelular é 30 vezes
B. íon K' maior que a extracelular
C. íon Ca++ O. ocorre o efluxo de K• na fase 3 do PA
O. proteína (ãnion) intracelular
7 . Com relação ao mecanismo denominado
4. A atividade primária do íon cálcio no po- bomba d e Na•JK• da célu la cardíaca, é correto
tencial de ação da célula cardíaca faz-se na: afirmar-se que:
15. O eixo elétrico médio do QRS (SâQRS), lo- B. onda P negativa em aVR indica anormali-
cal izado em + 30°, define o seguinte padrão: dade na despolarização atrial
A. QRS isodifásico em 03 e negativo em aVR C. SâP normal localiza-se entre +60° e +90°
B. QRS isodifásico em 02 e positivo em aVL O. são normais os limites máximos de 1OOms
C. QRS isod ifásico em 01 e negativo em aVF e 0,25mV para a duração e a amplitude da
O. QRS isodifásico em aVR e positivo em 03 onda P
24. No coração em posição elétrica horizon- 28. O plano elétrico horizontal é determinado
tal, observam-se no ECG complexos QRS de por seis derivações unipola res, V1 a V6. Assi-
morfologias semelhantes entre as seguintes nale a resposta FALSA:
derivações: A. V1 localiza-se no 4ll EICE, na linha paraes-
A. aVL com V6 e aVF com V1 ternal
B. aVL com V 1 e aVF com V6 B. V3 localiza-se entre V2 e V4, à esquerda
C. aVL com AVF e V1 com v6 C. VS localiza-se no 5° EICE, na linha axila r
D. em todas as derivações anteriores anterior
D. V6 localiza-se no 511 EICE, na linha axilar
25. No traçado normal, podem ser observa - média
das t odas as características abaixo, EXCETO :
A. o supradesnível de ST com concavidade su- 29. Assinale a resposta co rreta quanto à pre-
perior, denominado repolarização precoce sença da onda U:
B. a diminuição do intervalo PR nas taquicar- A. onda U positiva e ampla correlaciona-se
dias com derrame pericárdico
C. o infradesnível de ST nos pacientes obesos B. onda U manifesta-se somente nas deriva-
D. ondas T invertidas nas derivações direita s ções V2-V3
em cria nças C. onda U pontiaguda e simétrica ocorre na
hiperpotassemia
26. Com relação às derivações eletrocardio- D. onda U negativa e oposta à onda T pode
gráficas, é verdadeiro af irmar-se que: ind icar doença isquêmica miocárdica
A. D1 mede a diferença de potencial entre o
braço direito (polo positivo) e o braço es- 30. No ECG normal, habitualmente não iden-
querdo (polo negativo) t ificamos a onda de repola rização atrial (Ta),
B. D2 mede a diferença de potencial entre a porqu e:
perna esquerda (polo positivo) e o braço A. Ta coincide com a onda P do mesmo ciclo
direito (polo negativo) elétrico
C. D3 mede a diferença de potencial entre o B. Ta coincid e com o co mplexo QRS do mes-
braço esquerdo (polo positivo) e a perna mo ciclo elét rico
esquerda (polo negativo) C. Ta coincide co m a onda T precedente
D. t odas as respostas acima são verdadeiras. D. Ta coincide com a onda U precedente
27. O papel de reg istro do ECG, à velocidade 31. Onda T positiva, apiculada e simétrica ,
pad rão de 25mm/s, apresenta as seguintes re- pode ser encontrada nas condições a seguir,
ferências, EXCETO: EXCETO :
A. um quadrado pequeno na horizontal refe- A. hiperpotassemia
re-se a 0, 1s B. vagotonia
B. um quadrado pequeno na vertical refere- C. fase aguda da isquemia miocárdica
se a 0,1mV D. alteração secundária da repolarização ven-
C. a frequência cardíaca pode ser calculada tricular
dividindo-se 1.500 pelo número de qua-
drados pequenos entre 2 QRS 32. Marque a resposta correta quanto à aná-
D. a calibração normal é de 1 mV lise do intervalo PR:
Perguntas 451
afirmar-se que é:
47. P pu/mona/e é identif icada no ECG pelos
A. altamente sensível e específico para o
seguintes elementos, EXCETO:
diagnóstico de CVE
A. apiculada e de base estreita em 02-aVF
B. altamente sensível e específico para o
B. desvio do SâP para a direita, próximo de
diagnóstico de CVO
+90°
C. altamente sensível e específico para o
C. grande amplitude com a fase negativa au-
diagnóst ico de crescimento biventricular
mentada em V1
O. nenhuma das respostas está correta O. pequena amplitude ou isoelétrica em 03
43. Na miocardiopatia hipertrófica, ocorre o 48. NÃO faz parte dos critérios morfológicos
aumento de magnitude das ondas que resul- do BRE do 32 grau o seguinte aspecto:
tam do: A. complexo QRS com du ração superior a
A. vet or 1 - septal médio 120ms
B. vetor 2 - septal baixo B. presença de onda Q pequena em 01-aVL-
C. vetor 3 -ventricular esquerdo V5-V6
O. vetor 4 - ventricular alto C. presença de onda R pequena em V1 -V2
O. onda T invertida em oposição ao QRS, em
44. Na miocardiopatia hipertrófica, é critério V5-V6
diagnóstico no ECG a presença do seguinte
elemento:
49. Constitui sinal de dilatação do átrio direi-
to a seguinte alteração:
A. ausência de R em V1 e ausência de Q em
A. complexo QRS de baixa voltagem em V1
V6
B. ondas P de pequena amplitude em 02-
B. R-S-R' em V1 e R-S (profunda) em V6
03-aVF
C. R ampla em V1 e Q profunda em V6
C. ondas P com a sua fase negativa muito
O. T invertida em oposição ao QRS em V6
pronunciada em V1
O. ondas P substituídas por onda f
45. O ECG sugere hemibloqueio póstero-infe-
rior quando apresenta : 50. Nos critérios de Romhilt e Estes, é FALSO
A. desvio do eixo para a esquerda e padrão afirmar-se que:
r-Sem 02-03-aVF A. vale 3 pontos o crescimento atrial esquerdo
B. desvio do eixo para a direita e padrão r-S B. va le 3 pontos as alterações do segment o
em 0 2-03-aVF ST e onda T, definidos como strain
C. desvio do eixo para a esquerda e padrão C. va le 3 pontos o aumento da duração do
q-R em 02-03-aVF QRS
O. desvio do eixo para a direita e padrão q -R O. o CVE é definido quando a soma alcançar
em 02-03-aVF 5 pontos
Pergun tas 453
51 . Podem ser causas determinantes do blo- C. ondas R amplas com T negativa em V5-V6
queio do ramo direito todas as descritas a se- D. onda R-S (S profunda) com T positiva em
guir, EXCETO: V5-V6
A. alongamento do ramo direito em conse-
quência da sobreca rga de volume do VD 56. Na criança portadora da cardiopatia con-
B. trauma incidental durante a cirurgia car- gênita (estenose pulmonar com septo inter-
díaca ventricular fechado), o ECG característico evi-
C. alterações isquêmicas no tronco principal dencia:
do ramo direito A. onda P apiculada e pontiaguda em 01 e
D. interrupção da condução pelo hemifascí- onda R maior que S, com T negativa em
culo póstero-inferior devido à doença de V1
Chagas B. onda P bífida e alargada em 02 e onda R
maior que S, com T negativa em V l
52. O padrão eletroca rdiográfico que melhor C. onda P negativa em Vl e onda R menor
caracteriza o BRD, examinado por V1, é: que S, com T negativa em V6
A . onda QS alargada com T positiva D. nenhuma das respostas está correta
B. onda delta positiva com T negativa
C. onda R-S-R' com T negativa 57. Das possibilidades a seguir, a que melhor
D. onda R-S alargada com T negativa caracteriza a estenose mitral no ECG é:
A. SâP para a direita e SâQRS para a direita
53. O índice de Morris de 0,04mm/s é com- B. SâP para a esquerda e SâQRS para a es-
patível com o diagnóstico d e: querda
A. crescimento atrial direito C. SâP para a direita e SâQRS para a esquerda
B. crescimento atrial esquerdo D. SâP para a esquerda e SâQRS para a direita
C. hipertrofia ventricular direita
D. hipertrofia ventricular esquerda 58. A estenose aórtica pode ser representada
pela seguinte alteração no ECG:
54. As alterações eletrocardiográficas que A. em Vl : R pura e alargada com T invertida
correspondem à cardiopatia hipertensiva são e onda P apiculada em D2
as descritas a seguir, EXCETO: B. em V1 : R-S-R' alargada com T invertida e
A. ritmo sinusal regular com IPR entre 21 O e onda P alargada em 02
390ms C. em V6: R pura e alargada com T invertida
B. ondas P bffidas, com duração superior a e onda P alargada em D2
100ms em 02 D. em V6: q-R-S alargada com T positiva e
C. ondas T negativas em oposição ao QRS onda P apiculada em D2
positivo em V6
D. ausência da onda Q em V5-V6 59. No portador de comunicação interatrial, o
traçado mais característico mostrará em V1 :
55. No ECG com sinais de crescimento de VD, A. R-S-R' com onda T invertida
o diagnóstico de crescimento do VE associado B. R pura com onda T invertida
é possível quando observamos: C. R-S (pequeno) com suprad esnível discreto
A. ondas R amplas com T negativa em V1 -V2 do ST
B. ondas R-S-R' com T negativa em V1 -V2 D. QS alargado com T positiva
454 He1rocard1ograma Orienlado para o WRICo
A. onda T pontiaguda, simétrica e posit iva 73. O diagnóstico do infarto do ventrículo di-
B. supradesnível d e ST com convexidade pa ra reito ca racteriza-se por:
ci ma A. infradesnível de ST em V1 -V2-V3
C. infradesnível de ST com concavidade para B. supradesnível de ST em V3R-V4R-V5R
cima C. supradesnível de ST em V7-V8
D. onda O com mais de 3mm de amplitude D. supradesnível de ST em D2-D3-aVF
A. é um achado normal representando a re- 83. O infarto não onda Q é mais frequente-
polarização atrial mente encontrado no:
B. infarto do miocárdio atrial A. IAM sem complições
C. pericardite aguda B. IAM atrial
D. nenhuma das respostas está correta C. IAM da parede subepicárdica
D. IAM da parede subendocárdica
79. A isquemia subendocárdica, manifesta-
ção precoce da síndrome coronariana agu- 84. Assinale a resposta FALSA com relação ao
da, caracteriza-se pela seguinte alteração no miocárdio isquêmico:
ECG: A. é possível fazer o diagnóstico de infarto
A. onda T pontiaguda, simétrica e negativa agudo não Q pelo ECG
B. onda T pontiaguda, simétrica e positiva B. onda U invertida em oposição à onda T
C. infradesnível do segmento ST de 2mm ou pode significar isquemia miocárdica
mais C. onda Q patológica constitui um bom crité-
D. aumento do intervalo QT rio para o diagnóstico do infarto da parte
inferior
80. Um infarto antigo pode ser diagnosticado D. na vigência de dor precordia l, um ECG nor-
pela persistência da seguinte alteração: mal exclui o diagnóstico de infarto agudo
A. onda T invertida
B. supradesnível do segmento ST 85. Não é possível identificar o infarto pelo
C. onda Q patológica ECG de 12 derivações:
D. onda U positiva A. da parede posterior do VE
B. do ventrículo direito
8 1. Durante um episódio transitório de dor C. atrial
aguda no paciente com história de angina de D. subendocárdico
peito "estável", encontramos mais freqüente-
mente no ECG: 86. A alteração eletrocardiográfica que me-
A. infradesnível transitório do segmento ST lhor caracteriza a discinesia ou o aneurisma
B. supradesnível transitório do segmento ST ventricular consequente ao IAM é:
C. inversão da onda T correlacionada com a A. o aparecimento de novas ondas T isquê-
parede comprometida micas no curso evolutivo do IAM
D. onda Q patológica correlacionada com a B. a persistência a longo prazo da onda Q
parede comprometida patológica
C. a elevação crônica do segmento ST, por
82. Na vigência do infarto agudo do miocár- mais de 2 meses após o IAM
dio da parede inferior, o achado de ondas R D. a persistência do infradesnível do segmen-
proeminentes com depressão do segmento ST to ST. na parede relacionada com o infarto
em V1-V2 correlaciona-se com:
A. extensão do infarto para o VD 87 . Com relação ao teste ergométrico (TE), é
B. extensão do infarto para a parede poste- correto dizer que:
rior do VE A. consiste exclusivamente na avaliação das
C. extensão do infarto para a parede ântero- variações eletrocardiográficas obtidas du-
septal do VE rante o exercício, comparadas com o pa-
D. extensão do infarto para os átrios drão em repouso
Perguntds 4J7
A. depressão de ST superior a 2mm com pa - 97. O BAV do 311 grau se caracteriza por todas
drão horizontal no primeiro estág io do as alterações a seguir, EXCETO:
exercício A. ondas P em menor número e independen-
B. depressão de ST igual a 2mm com frequên- tes dos complexos QRS
cia cardíaca inferior a 120bpm, associada B. os complexos QRS podem estar estreitos
à queda da pressão arterial ou alargados
C. depressão de ST de 1,5mm no ponto Y C. verdadeiramente, não ocorre intervalo PR
com padrão ascendente, ocorrendo no
algum
quinto estágio do protocolo de Bruce em
D. os intervalos PP e RR são constantes. entre si
mulher de 40 anos
D. supradesnível de ST de 1,5mm de V 1 a V4
98. O menor intervalo PR que corresponde ao
associado a extrassístoles ventriculares
BAV do 1g grau é:
A. 120ms
Capítulos 17 a 29
B. 200ms
94. Na arritmia sinusal, observamos os se- C. 21 Oms
guintes elementos, EXCETO: D. 240ms
A. no tipo não fásico, não ocorrem variações
na duração do ciclo cardíaco 99. A observação de um ritmo regular acele-
B. a inspiração profunda acelera a frequência rado com ondas P. sendo algumas não segui-
cardíaca das de complexo QRS-T, é compatível com o
C. a diferença entre a menor e a maior dura- diagnóstico d e:
ção do ciclo cardíaco é superior a 120ms A. extrassístole atrial com condução A-V blo-
D. as morfologias das ondas P e os intervalos
queada
PR são constantes
B. taquicardia atrial com condução A-V blo-
95. Qual das respostas a seguir é FALSA? queada
A. na arritmia sinusal, os intervalos PP são in- C. fibrilação atrial com BAV
constantes D. flutter atrial com BAV
B. na arritmia sinusal os intervalos PP encur-
tam à inspiração profunda 100. Correlaciona -se com batimento de esca-
C. na taquicardia sinusal os intervalos PP são pe ventricula r o complexo QRS alargado que:
maiores que 600ms A. sucede uma pausa prolongada
D. na bradicardia sinusal os intervalos PP são B. anteced e uma pausa prolongada
maiores que 1.000ms C. sucede um intervalo PR prolongado
D. não se relaciona com pausas ou intervalos
96. NÃO é critério eletrocardiográfico d e ex-
PR prolongados
trassístole atrial o seguinte elemento:
A. uma ou mais ondas P prematuras e dife-
rentes das demais 101. Caracterizam o flutter ventricular os
B. o intervalo P'R encontra -se usualmente complexos QRS que se apresentam:
entre 120 e 200ms A. alargados, monomórficos, regulares e fun-
C. o complexo QRS que segue a onda P ex- didos à onda T
trassistólica pode estar aberrante B. alargados, polimórficos, irregulares e fun-
D. a pausa com pensadora é completa didos à onda T
Perguntas
105. O critério que permite a diferenciação 109. Bloqueio atrioventricular do 22 grau , Mo-
entre a extrassístole ventricular (EV) e a paras- bitz I, apresent a as seguintes alterações, EX-
síst ole ventricular (PV) é: CETO:
A. aberrância do QRS na EV e não na PV A. encurtamento dos intervalos RR
B. interva los de acoplamentos f ixos na EV e B. encurtamento dos intervalos PR
não na PV C. ondas atriais ocasionalmente não seguidas
C. presença de batimentos de fusão na EV e de ondas ventricu lares
não na PV D. a maior pausa existente é menor que o do-
D. presença de QRS com padrão em "orelha bro da pausa imediatamente anterior
de coelho" na EV e não na PV
11 O. No flutter atrial 2:1, com freqüência car-
106. O diagnóstico elet rocardiog ráfico do díaca em 150 bpm, observa -se:
bloqueio sinoatrial (BSA) do 12 grau faz-se A. a frequência atrial e a ventricular são se-
pela seguinte observação: melhantes em 150bpm
460 fletrocardiograma Orientado par a oClinico
B. a freq uência atrial em 150bpm é a metade 11 5. O ECG que mostra ondas P ocasional-
da ventricular mente não seguidas de complexos QRS, com
C. a freq uência atrial é o dobro da ventricula r intervalos PR normais e constantes nos impul-
em 150bpm sos conduzidos, corresponde ao:
D. não é possível medir a frequência atrial A. BAV do 111 grau
nesta modalidade de flutter, somente a B. BAV do 211 grau Mobitz I
ventricular em 1 50bpm
C. BAV do 211 grau Mobitz 11
D. BAV do 311 grau
111 . A síndrome de Wolff-Parkinson-White
com via acessória localizada no VE, mostra as
116. Para a extrassístole ventricular, os crité-
seguintes características, EXCETO:
rios abaixo são corretos, EXCETO:
A. onda delta negativa e concordante com
A. o intervalo entre a extrassístole e a onda P
QRS, em V1 -V2
precedente varia entre 120 e 200ms
B. intervalo PR com duração menor que
B. o QRS extrassistólico pode ter o padrão de
120ms
C. pode ser confundida com hipertrofia do VD BRD
D. complexo QRS com duração maior que C. o QRS extrassistólico pode ter o padrão de
100ms BRE
D. a pausa compensadora é completa
112. A observação de ondas P de morfologias
diversas, intervalos PR inconstantes e ciclos elé- 117. No ECG, a alternância elétrica traduz-se
tricos com durações variáveis, em uma mesma pela sequência de:
derivação, é compatível com o diagnóstico de: A. QRS estreito com QRS largo
A. bloqueio AV do 111 grau B. duas ondas P e um QRS com uma onda P
B. bloqu eio AV do 211 grau, Mobitz I e um QRS
C. ritmo de dissociação AV C. QRS de voltagem normal com QRS de vol-
D. ritmo de marca-passo migratório tagem diminuída
D. salvas de extrassístoles de QRS largo com
113. O diagnóstico eletrocardiográfico de hi- ritmo sinusal
pocalcemia baseia -se no seguinte elemento:
A. prolongamento do segmento ST e do in-
118. Correlacionam-se com fi brilação ventri-
tervalo QT
cular os elementos a seguir referidos, EXCETO:
B. onda U proeminente de maior amplitude
A. os complexos QRS mostram-se como ondu-
que a onda T
lações de contornos e amplitudes variados
C. complexos QRS alargados e fundidos às
B. a polaridade dos complexos QRS parecem
ondas T
girar em torno da linha de base
D. onda T pontiaguda, simétrica e em tenda
C. a frequência de disparo dos impulsos elé-
114. A arritmia cardíaca mais frequentemen- tricos é próxima de 500
te encontrada no paciente com WPW é: D. não se observam ondas P
A. taquicard ia ventricular
B. flutter atrial 119. As repercussões eletrocardiográficas do
C. fibrilação atrial distúrbio do magnésio sérico são d escritas a
D. taquicardia supraventricular paroxística seguir. Assinale a FALSA:
Perguntas 461
129. São sinais de impregnação pela digital 134. A taquiarritmia supraventricular paro-
as seguintes modificações, EXCETO: xística no paciente com WPW é determi nada
A. intervalo PR prolongado por macrorreentrada; na condição em que
B. encurtament o do intervalo QT ocorre a ativação anterógrada do miocárdio
C. infradesnível do segmento ST ventricula r e retrógrada dos átrios, por via
O. extrassístoles ventriculares bigeminadas acessória, observamos no ECG os seguintes
aspectos, EXCETO:
130. O diagnóstico de WPW baseia-se nos A. ondas deltas discerníveis
seguintes critérios, EXCETO: B. ondas P retrógradas no segment o ST
A. presença de onda delta C. taquicard ia com QRS estreito
B. intervalo PR com duração superior a O. habitualmente tem o seu início desenca-
120ms deado por uma extrassístole atrial
C. complexos QRS com duração superior a
100ms 135. Pericardit e aguda produz as seguintes
O. podemos observar complexos QRS com alterações no ECG, EXCETO:
padrões de BRO ou BRE A. imagem de injúria subepicárd ica, difusa,
em várias derivações
131. A extrassístole juncional AV apresenta as B. na maioria das vezes, o infradesnível do
seguintes alterações, EXCETO: segmento PR está presente
A. ondas P' são negativas em 02-03-aVF C. ondas Q patológicas resulta ntes da epi-
B. ondas P' podem suceder aos QRS miocardite
C. os intervalos P'R são normais O. ondas T negativas e simétricas como resu l-
O. a duração dos complexos QRS é normal tado da isquemia epicárdica
132. É verdadeira a co rrelação com o ritmo 136. A impregnação por digital NÃO promove:
idioventricular com todas as respostas, EX- A. bradicardia sinusal
CETO: B. encurtamento do intervalo PR
A. é uma arritmia de reperfusão miocárdica, C. encurtamento do intervalo QT
portanto, em princípio, não necessita de D. infradesnível do segmen to ST
tratamento específico
B. a frequência ventricular está lenta, em ge- 137. As alterações eletrocardiográficas p ro-
ra l entre 30 e SObpm duzidas na dissociação AV incluem o seguinte
C. as ondas P. quando presentes, estão disso- aspecto:
ciadas dos com plexos QRS A. relação entre os impulsos atriais e ventri-
O. no ritmo do VE, a morfologia do QRS é culares, tipo 1:1
semelhante ao BRO B. a freq uência atrial encontra-se sempre
maior que a ventricular
133. No BAV do 2ll grau t ipo I, os intervalos C. ondas P antecedem ao QRS na relação 2:1
PR apresentam-se do seguinte modo: O. intervalos PR são variáveis, podendo estar
A. fixos nos impulsos conduzidos normais, aumentados ou diminuídos.
B. va riáveis nos impulsos conduzidos
C. encurtados nos impulsos co nduzidos 138. A morfologia do QRS na extrassístole
O. prolongados de modo constante em t o- supraventricular com aberrância de condução
dos os impulsos apresenta os seguintes aspectos, EXCETO:
Perguntas 463
guir pode ser administrado por via EV para o procedimentos de reanimação: o aparelho
controle dessa arritmia? desfibrilador monofásico, seleção da carga de
A. amiodarona 360 Joules, posicionamento das pás, pediu a
B. adenosina todos que se afastassem do leito e promoveu
c. digoxina o choque elétrico. Onde está a falha?
D. verapamil A. não iniciou o choque com 200 Joules
B. não selecionou o sincronizador do aparelho
157. Um paciente com infarto agudo do mio- C. não aplicou o gel condutor às pás
cárdio de parede inferior clinicamente estável D. não se apoiou sobre as pás
apresenta BAV do 211 grau, Mobitz I. A condu -
ta a ser adotada é: 161 . Você atende um paciente portador de
A. observação clínica, pois normalmente essa Wolff-Parkinson-White em taquicardia . ECG :
arritmia é transitória taquicardia de QRS estreito, ritmo regular e
B. proceder ao implante de marca-passo car- FC em 170bpm. Qual dos fármacos a seguir
díaco temporário, pois essa arritmia evolui pode ser administrado EV?
para BAVT
A. adenosina
C. proceder ao cateterismo cardíaco visando B. amiodarona
à angioplastia coronariana
C. digoxina
D. suprimir essa arritmia com adenosina EV
D. verapamil
~
Respostas Comenta das*
1. Resposta C 4. Resposta B
Apesar das diferenças apresentadas nas fases O componente lento do PA-fase 2 faz com
Oe 2 entre os dois t ipos de potenciais de ação, que a repolarização celu lar não seja, in icial-
o t ipo rápido e o tipo lento, é a ascensão lenta mente, muito rápida, e é devida ao influxo
da fase 4, ou seja, a despolarização diastólica de Ca++; a fase O relaciona-se com o influxo de
lenta, a principal característica eletrofisiológi- Na+; na fase 4, a concentração extracelular do
ca que diferencia as células automáticas das K+ e a bomba de Na+/K+ mobilizam os íons em
demais. Ref.: (A) p. 42. questão. Ref.: (A).
2. Resposta B S. Resposta D
A velocidade de condução do impu lso elétrico A velocidade de condução é lenta (cerca de
depende da fase O do PA. Nas célu las de PA 0,05m/s) nas regiões nodais em virtude do PA
tipo rápido, é dependente do intenso influxo tipo lento, e a velocidade é rápida no mio-
de Na+ e, nas células de PA t ipo lento, o influ- cárdio comum (cerca de 0,8m/s) e nas fibras
xo de Na+ é coadjuvado pela entrada simultâ- de Purkinje (até 4m/s) porque o PA é do tipo
nea de Ca++. Ref.: (A) p. 39. rápido. Ref.: (A) p. 40.
3. Resposta B 6 . Resposta 8
A concentração extracelular do íon K+ é o A fase O do PA é dependente do influxo de Na+
maior determinante do potencial de repouso através dos canais específicos que se encontram
no miocárdio normal. Ref.: (A) p. 37 . permeáveis nesta fase do PA. Ref.: (8) p. 83.
*Na elaboração das respostas foram utilizadas, principalmente, as seguintes referências bibliográficas:
(A) Paes de Carvalho A., Costa A. F. Circulação e Respiração: Fundamentos de Biofísica e Fisiologia. 2• ed. Rio de
Janeiro, Fename, 1976.
(B) Hurst's - The Heart. 12• ed, McGraw Hill, New York, 2008.
(C) Braunwald E. Heart Disease: A Textbook of Cardiovascular Medicine. 8• ed, Saunders-Eisevier, Philadelphia,
2008.
(D) Barbara Aehlert: ACLS - Advanced Cardiac Life Support. 3• ed. Elsevier Editora Ltda. Rio de Janeiro, 2007.
(E) Topol EJ . Tratado de Card iologia. 2• ed, Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2005.
468 flet rocard1ograma Omntado para oCl1n1co
1 O. Resposta C
16. Resposta A
O dipolo é representado por duas cargas elé-
Na alternativa A o SâQRS situa-se entre O e
tricas diferentes cujo sentido é representado
+90° (normal); na B, entre O e - 90° (desvio
por um vetor que se orienta do negativo para
para a esquerda entre -30° e -90°); na C, entre
o positivo; a intensidade depende da distância - 90° e 180° (indeterminado); na D entre +90°
entre o dipolo e o ponto de observação e do e 180° (desvio para a direita). Ref.: (B) p. 295.
cosseno do ângulo entre o eixo do dipolo e a
linha de derivação. Ref.: (A) p. 54 . 17. Resposta B
A morfologia em V3-V4 (derivações septais ou
11 . Resposta D transacionais) é R (grande)-S (grande); em V5-
O ponto que marca o início da inscrição da V6 pode ou não ocorrer o s (pequeno) termi-
onda T nem sempre é bem definido, razão nal. Ref .: (C) p. 158.
pela qual habitualmente não se mede a dura-
ção da onda T. Alguns autores definem a du- 18. Resposta C
ração máxima da onda P em 120ms, todavia Os indivíduos com aumento do volume do
em geral é aceit o como limite máximo a de abdome (obesos e gestantes) tendem a mos-
1OOms Ref.: (C) p. 159. t rar a posição elétrica horizontal com rotação
anti-horária (0 1-53) e não a rotação horária ;
12. Resposta B padrão juvenil mostra a inversão da onda T
Cosseno de 0° é + 1, portanto a deflexão pro- nas derivações precordiais direitas; Q1 -Q2-Q3
duzida é amplamente posit iva. Ref. : (A) p. marca a rotação ponta para a frente. Ref .: (E)
55. p. 1.143.
Respostds Comentddds
61. Resposta D
É bastante sugestivo de DPOC o desvio do SâP 68. Resposta C
A injúria subendocárdica produ z a depressão
para a direita, no adulto; ondas R (pequeno)-S
até V4 indicam rotação horária no plano ho- do segmento ST nas derivações voltadas para
infarto agudo do miocá rdio e não à DPOC. proca em aVR. Ref. : (C) p. 173.
Ref.: (C) p. 166.
69. Resposta D
62. Resposta B As alterações que evidenciam o 1nfarto atrial
Estenose mitral grave produz crescimento do são: desníveis no segmento PR, modificações
átrio esquerdo (onda P bífida e alargada) e, na morfologia da onda P e aparecimento de
em razão da hipertensão pulmonar, o cresci - arritmias atriais; onda delta no WPW; o supra-
mento sistólico do VD (onda R maior que S ou desnível de ST no 1nfarto ventricular; desapa-
mesmo R pura em V1). Ref.: (B) p. 1.761. recimento da onda P ocorre na fibrilação atria l
Respostas Comenta das 473
sem onda O; onda O patológica pode ser en- ST em várias derivações, exceto em aVR, onde
este segmento encontra-se supradesnivelado,
contrada em doença cardíaca não coronaria-
correspondendo à imagem recíproca; essas
na, como miocardiopatia hipertrófica e fibro-
alterações persistem por vários dias, diferen-
se cardíaca. Ref.: (B) p. 300.
ciando-se, assim, da insuficiência coronariana
sem o infarto, quando são mais transitórias.
72. Resposta D
Ref .: (C) p. 173.
Imagens recíprocas são alterações produzidas
em paredes "espacialmente" opostas nomes-
77. Resposta D
mo plano; as derivações V1 -V2 estão situa-
Angina de Prinzmetal deve-se a vasoespasmo
das perpendicularmente à parede inferior e
coronariano e o diagnóstico eletrocardiográ -
opostas à parede posterior; injúria epicárdica
fico baseia-se na elevação do segmento ST
ântero-septal promove supradesnível de ST de
durante a dor. Ref.: (B) p. 1.370.
V1 a V4; VD é explorada pelas derivações V3R-
V4R. Ref.: (B) p. 299.
78. Resposta A
Em condições normais, a repolarização atrial
73. Resposta B
não é evidenciada no traçado, pois além de
Infarto de VD reflete-se nas derivações direi- ter pequena amplitude, ela se inscreve sobre
tas: V3 R-V4R, com altas sensibilidade (82% o complexo ORS. Ref.: (C) p. 157 .
a 100%) e especificidade (68% a 77%); as
alternativas A e C refletem o infarto da parede 79. Resposta B
post erior; a D infarto da parede inferior. Ref.: A isquemia subendocárdica não modifica a dire-
(C) p. 1.271 . ção da onda de repolarização ventricular; desse
modo, a polaridade da onda T não se inverte,
74. Resposta A permanecendo positiva; o aumento do interva-
A inversão da onda U de polaridade oposta lo OT ocorre tanto na isquemia subendocárdica
à onda T tem sido considerada um marcador quanto na subepicárdica. Ref.: (E) p. 1.151.
da doença isquêmica miocárdica. É encontra-
da em 10% a 60% dos infartos do miocárdio, 80. Resposta C
podendo preceder os sinais clássicos do infar- O diagnóstico de infarto antigo baseia -se pela
to. Ref. : (C) p. 176. persistência da onda O patológica. Entretan-
47 4 fletrocard1ograma Orientadopara oClínico
to, numa referida porcentagem, após o pri- de-se encontrar um ECG inicialmente normal.
meiro ano de evolução, a onda Q pode ter Ref.: (B) p. 1.355.
sua amplitude reduzida ou até mesmo desa-
parecer, dificultando o diagnóstico do infarto 85. Resposta B
prévio. Ref.: (E) p. 1.154. Elevações do segmento ST + /-1 mm em V3R-
V4R-V5R (derivações extras) têm altas sensib i-
81 . Resposta A lidade e especificidade para o diagnóstico de
O infradesnível transitório do segmento ST de infarto do ventrículo direito. Ref. : (B) p. 301.
0,5mm ou mais pode ser registrado durante
o episódio de dor em alguns pacientes, com 86. Resposta C
mais f requência a angina estável; a alternativa Aneurisma ventricular é diagnosticado pela
B correlaciona-se com a angina vasoespástica persistência do supradesnível do segmento ST
de Prinzmetal; a C, com isquemia subepicár- por longo prazo. O momento em que se deve
dica; a D, com necrose miocárdica. Ref.: (B) considerar a irreversibilidade desse supradesní-
p. 1.355. vel ainda não está estabelecido, se dois ou seis
meses; novas ondas T isquêmicas indicam ex-
82. Resposta B tensão da área isq uemiada; onda Q patológica
Ondas R amplas, com duração superior a caracteriza infarto antigo. Ref.: (C) p. 175.
40ms e depressão do segmento ST. em V1-V2
correspondem à imagem recíproca de uma 87. Resposta C
verdadeira injúria da parede posterior do VE.
O infarto de VD manifesta-se em V3R-V4R; da 88. Resposta D
parede ântero-septal do VE, como suprades-
nível de ST; e dos átrios, como desníveis do 89. Resposta B
segmento PR. Ref.: (C) p. 176.
90. Resposta C
83. Resposta D
Apesar de o infarto subendocárdico poder 91. Resposta B
ocasionalmente cursar com onda Q patoló-
gica, seu padrão clássico se caracteriza pelo 92. Resposta A
infradesnível do segmento ST e sem a onda
Q patológica. Existem evidências de que no 93. Resposta C
IAM não Q pode ocorrer reperfusão espontâ-
nea precoce, o que limitaria a área de necrose 94. Resposta A
miocárdica. Ref.: (E) p. 1 .1 55. Arritmia sinusal é o ritmo sinusal que cursa
com flutuações > 120ms na duração do ciclo
84. Resposta D cardíaco; no tipo não fásico, essas flutuações
Um ECG inicialmente normal não deve excluir independem do ciclo respiratório. Ref.: (D) p.
a presença de IAM, uma vez que as alterações 146.
mais características podem demorar horas ou
mesmo dias para tornar-se evidentes. Em até 95. Resposta C
21% dos casos de infarto agudo confirmado Um quadrado pequeno tem duração de 40ms
para marcadores de necrose miocárdica, po- e a taquicardia corresponde a menos de 15
Respostas Comentadas 475
97. Resposta A
103. Resposta A
Ondas P em menor número e independentes
Não é habitualmente descrito flutter atrial
dos complexos QRS caracterizam uma das
como arritmia produzida pela hipopotasse-
formas de dissociação AV; os demais sinais
mia . Ref.: (D) p. 166.
correspondem ao BAV do 311 grau. Na depen-
dência do sítio do bloqueio, se proximal ou
104. Resposta D
distai ao feixe de His, os complexos QRS po-
Reentrada é o mecanismo eletrofisiológico
dem estar estreitos ou alargados, respectiva-
em que o estímulo reentra no seu ponto de
mente. Ref.: (C) p. 917.
origem . Para que isso ocorra, é necessário
que apresente vias anatômicas de condução
98. Resposta C
propícias, uma com bloqueio unidirecional e
BAV do 111 grau caracteriza-se por intervalos
PR > 200ms num ritmo atrial de condução AV outra com a velocidade de condução lenta.
1:1. Habitualmente, o IPR varia entre 21 O e Ref.: (B) p. 921 .
350ms, no entanto é descrito IPR de duração
tão longa quanto 1.000ms. Ref.: (B) p. 1.029. 1 05. Resposta B
Tanto na EV quanto na PV. os complexos QRS
99. Resposta B encontram-se aberrantes, podendo inclusive
No Flutter e na fibrilação atrial não se obser- assumir o aspecto em "orelha de coelho"; os
vam ondas P; extrassístole a frequencia car- complexos de fusão também são comuns a
díaca está normal e onda P antecipada. Ref.: ambas as arritmias. A diferenciação faz-se pe-
(E) p. 1.233. los intervalos de acoplamentos. constantes na
EV e muito variados na PV. Ref.: (C) p. 895 .
1 00. Resposta A
Batimento de escape é aquele de aparecimento 106. Resposta D
tardio, portanto sucede uma pausa diastólica No BSA do 111 grau, ocorre o alentecimento
prolongada; a alternativa B, corresponde à ex- da condução do impulso sinusal até o múscu-
trassístole ventricular e a C ao BAV do 111 grau lo atrial, fenômeno que não é passível de ser
com condução AV alterada. Ref.: (E) p. 1.170. identificado no ECG convencional. A alterna-
476 Hetrocard 10grama Orientado para o[lw1co
tiva A corresponde ao BAV do 1° grau, a B, ao bitz I, observa-se uma ou mais ondas P não
BSA do 2° grau e a C é observada nos ritmos seguidas de QRS e na dissociação AV não
sinoventricular, juncional e na fibrilação atrial. ocorrem intervalos PR; em cada uma dessas
Ref.: (B) p. 1.022. três arritmias, as ondas P mantêm a mesma
morfologia .
1 07. Resposta C
No BSA do 3° grau, o impulso elétrico que 1 13. Resposta A
não emerge do nódulo sinusat não despola- A característica eletrocardiográfica básica de
riza os átrios nem os ventrículos, sobrevindo hipocalcemia é o prolongamento e a retifica-
um ritmo de escape, geralmente o juncional
ção do segmento ST e, por conseguinte, o au-
AV. Ondas P em maior número e não seguidas
mento do intervalo QT. Ref.: (B) p. 316.
de QRS caracterizam o BAV do 3° grau. Ref.:
(B) p. 1.022.
1 14. Resposta O
A taquicardia supraventricular paroxfstica é
1 08. Resposta C
encontrada em até 36%; o flutter e a fibrila-
Na fibrilação atrial, os impulsos atriais apre-
sentam-se com frequência extremamente ele- ção atrial, apesar de serem menos frequen-
vada, entre 350 e 600 impulsos por minuto; tes, apresentam um risco potencial de evoluir
não ocorrendo contrações atriais coordena- para taquiarritmias com degeneração hemo-
das, não se observam ondas P, substituídas dinâmica. As taquicardias com QRS largo são,
por ondas f. O ritmo ventricular apresenta-se na maioria das vezes, devidas a formas anti-
de modo mu ito irregular, traduzindo-se por drômicas das taquicard1as supraventriculares.
intervalos RR variados. Ref.: (C) p. 869. Ref.: (C) p. 884.
1 1 O. Resposta C
1 1 6 . Resposta A
Flutter atrial 2:1 mostra a relação entre duas
Onda P precedente e conectada ao QRS com
ondas F com um QRS, portanto neste caso a
IPR normal revela que a origem do impulso
frequência atrial é o dobro da frequência ven-
card íaco é supraventricular. A onda P observa-
tricular. Ref.: (C) p. 873 .
da na extrassíst ole ventricular ocorre graças à
condução retrógrada , sendo portanto inscrita
1 1 1. Resposta A
A onda delta positiva e concordante com QRS sobre o segmento ST do complexo extrassistó-
em V1-V2 localiza a via acessória no ventrícu- lico. Ref.: (O) p. 190.
lo esquerdo. Ref.: (C) p. 886.
1 1 7. Resposta C
1 1 2. Resposta O Alternância elétrica refere-se à mudança na
No BAV do 1° grau, os intervalos PR prolon- amplitude dos complexos elétricos, mais facil-
gados têm duração constante; no BAV Mo- mente observado no QRS, e em conjunto com
Respo stas Comentadas 47l
baixa voltagem e taqu icardia, é altamente toxicose; nos indivíduos sem uma aparente
sensível para o derrame pericárdico com tam- card iopatia, deve-se investigar uma provável
ponamento cardíaco. Ref.: (C) p . 186. "t ireotoxicose oculta". Ref.: (E) p. 1.203 .
121 . Resposta A
128. Resposta D
Hiperpotassemia grave provoca alargamento
A hiperpotassemia prolonga a duração do
do complexo QRS e desaparecimento das on-
IPR. Ref.: (8) p. 311 .
das P. Estas se tornam irreconhecíveis no t ra-
çado, caracterizando o ritmo sinoventricular.
Ref.: (8) p. 311. 129. Resposta D
As extrassístoles ventriculares, em particular
122. Resposta A as bigeminadas, já indicam a ocorrência de
Morfologia sinusoidal dos complexos QRS ca- intoxicação e não somente a impregnação por
racteriza o flutter ventricular. Ref.: (C) p . 873. digital. Ref.: (C) p. 183.
163. Resposta C
169. Resposta C
Na taquicardia supraventricular paroxística as
A ablação está indicada no tratamento de via
manobras vagais têm reais possibilidades de
acessória, em que a lesão dessa via por meio
conversão ao ritmo sinusal. Não ocorrendo a
de radiofrequência normaliza a condução
normalização do ritmo cardíaco, adenosina é
a primeira medicação. Ref. : (D) p. 155. atrioventricula r; nas outras condições citadas,
não se indica o tratamento por ablação. Ref.
164. Resposta B (C) p. 805.
No paciente clinicamente instável, devem-se
iniciar os procedimentos para cardioversão 170. Resposta A
elétrica sincronizada. Ref. : (D) p. 155. Ref (C) p. 884.
RneHo
Este anexo destina-se a orientar os procedi- • Classe 111: evidências d e que o procedi-
mentos iniciais terapêuticoS/farmacológicos mento o u o tratamento não é benéfi-
citados nos capítu los. Com base nas diretri- co, útil ou eficaz, podendo em algu ns
zes da Sociedade de Ca rdiologia e em livros- casos ser prejudicial; não deve ser re-
textos citados, em absoluto não substitu i as comendado.
complet as orientações de tratamento d e cada • Evidências
situação clín ica nem se propõe a esgotar to- • Nível A: presença de múltiplos estudos
ta lmente o assunto. Como já referido em cada clínicos randomizados.
capít ulo, as condutas sugeridas a serem apli- • Nível B: presença de um único estudo
cadas devem levar em conta as restrições e as clínico randomizado ou de estudos
cont raind icações próprias e individual izadas não randomizados (observacionais).
de cada procedimento e medicamento. • Nível C: consenso de especialistas sem
Definições das recomendações e evidên- referência a estudos anteriores.
cias para realização de métodos diagnósticos
Fonte: Arq Bras Cardiol. 2007; 89(4):e89-13 1
e p rocediment os terapêuticos:
• Recomendações • Siglas
• Classe 1: evidências conclusivas de q ue • VO = via ora l
o procedimento ou o t ratamento é be- • EV = via endovenosa
néfico, útil e eficaz; deve ser recomen- • se = via subcutânea
dado. • DMx = dose máxima
• INR = razão normalizada internacional
• Classe liA: evidências fortes a favor de
que o procedimento ou o trata mento
é útil e eficaz; a maioria aprova a reco-
Capítulos 13, 14 e 15 - Parte IV Síndromes
mendação. lsquêmicas
• Classe IIB: evidências menos est abele-
MONA
cidas de que procedimento ou o trata-
mento é útil e eficaz; não há predomí- • Morfina (sulfato) (1 ampola de 1Omg em
nio de recomendações a favor. 1 Oml de solução, 1m l = 1mg). Dose de
482 fletrocard1ograma Orientado para o Clln1co
Classe 111: interferência nos canais de potássio Cuidado com: hipotensão arterial, diminuição
(prolongam a repolarização) da contratilidade do VE.
• Esmolol: dose de ataque de 0,5mg/kg EV,
• Amiodarona, sotalol (bretílio, dofetilida, seguida de infusão de 0,05mg/kg/ min,
ibutilida) em DMx de 0,3mg/kg/min.
Cuidado com: broncoespasmo, diminu ição da
Classe IV: bloqueadores (antagonistas) dos canais contratilidade do VE.
de cálcio • Lidocafna a 2%: (1 ampola = 5ml =
1OOmg). Dose: 1 a 1,5mg/kg EV. Pode re-
• Verapamil, diltiazem.
petir em cinco minutos em DMx de 3mg/
Principais indicações: taquicardia supraven-
kg. Dose de manutenção: infusão EV de 1 a
tricular, taquicardia ventricula r, extrassístoles
4mg/min.
ventriculares sintomáticas, prevenção da fibri-
Cuidado com: depressão do sistema nervoso
lação atrial e ventricular.
central.
Dosagens • Procainamida: (1 ampola = 5ml =
500mg). Dose: 1 a 1,5mg/kg EV em 30 mi-
• Adenosina: (1 ampola = 6mg). Dose: nutos, em DMx de 17mg/kg. Dose de ma-
6mg EV bolus rápido. Pode repetir 12mg
nutenção: infusão EV de 1 a 4mg/min.
EV bolus por mais duas vezes. Após cada
Cuidado com: hipotensão arterial, diminuição
dose, injetar 20m L de soro fisiológico.
da contratilidade do VE.
Cuidado com: asma/DPOC, assistolias prolon-
• Propafenona: dose de 1 a 2mg/kg/EV em
gadas autolimitadas.
20 minutos. Manutenção: 150 a 300mg
• Amiodarona : (1 amp= 150mg). Dose de
VO de 8/ 8h .
ataque: 5 a 7mg/Kg/EV, (dose de 150 a
Cuidado com: depressão do sistema nervoso
300mg), infusão por 15 a 30 minutos.
central, diminuição da contratilidade do VE .
Manutenção: 900mg/EV/24h . DMx de
• Quinidina : (1 comprimido = 200mg).
2,2g/EV/24h.
Dose de ataque: 400mg VO, seguida de
Cuidado com: efeitos na tireoide, córnea e pul-
mão, aumento do nível da digoxina plasmática. 200mg VO de 6/6 horas em DMX de 1,2g.
• Atropina: (1 ampola = 0,5mg). Dose de Cuidado com: aumento do nível da digoxina
0,5 a 1,0mg/bo/us/ EV. Pode repetir a cada plasmática, efeito pró-a rrítmico.
três a cinco minutos. DMx de 0,04mg/kg • Sotalol: (1 comprimido = 120 ou 160mg).
ou até 3mg. Dose de 80 a 160mg VO de 12/ 12 horas.
• Digital: lanatosídeo C (1 ampola = 0.4mg). Cuidado com: broncoespasmo, diminuição da
Dose: 0.4mg 12/ 12 horas EV. diluído, em contratilidade do VE.
30 minutos. DMx de 1,2g. Digoxina (1 • Verapamil: (1 ampola = 5mg). Dose de 2,5
comprimido = 0,25mg). Dose de 0,1 25 a a 5mg EV em 5 a 20 minutos. Pode repetir
0,25mg/dia/VO. em 15 minutos. DMx de 20mg.
Cuidado com: estreita faixa entre a dose tera- Cuidado com: hipotensão arterial, diminuição
pêutica e a tóxica. da contratilidade do VE.
Rnexo 485
traqueal: 2mg diluídos em 1Oml de soro elétrico com os profissionais envolvidos, evo-
fisiológico . lução para assistolia cardíaca e/ou f ibrilação
• Bicarbonato de sódio a 8.4%. Dose de ventricu lar.
1mEq/kg EV em três minutos. Pode repetir
metade da dose orientado pela gasome- Desfibrilação
tria arterial.
Os procedimentos são os mesmos anterior-
• Varfarina ou coumadina (1 comprimido =
mente descritos, apenas não é necessário sin-
5mg). Dose adequada pelo controle da INR.
cronizar o aparelho.
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;
lndice Remissiuo
J o
Ponto. 35, 168 Onda(s)
Janela elétrica de Wilson, 158 - delta, 289
lnd1ce Rem1sswo 501
ORIGEM DO UVRO
compra: Ramalivros Dist.
Nota fiscal n.25.690
31/08/2011 - R$ 95,08
Sumário
- ,, ;'],!
38 Respostas comentadas,
,. 467
Anexo,481
Bibliografia, 487
Índice Remissivo, 497
e r s o n P. Go l d w a s s e r