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Material Docente

Governador do Estado de Goiás


Ronaldo Ramos Caiado
Vice - Governador
Lincoln Graziani Pereira da Rocha

Secretária de Educação do Estado de Goiás


Aparecida de Fátima Gavioli Soares Pereira

Superintendente de Ensino Médio


Osvany da Costa Gundim Cardoso

Gerente de Ensino Médio


Itatiara Teles de Oliveira

Coordenadora de Currículo do Ensino Médio


Telma Antônia Rodrigues Alves

Coordenadora de Projeto de Vida


Letícia Ferreira Guedes Cezario

Equipe de Produção de Material

Elaene Lopes Carvalho Luiz Cláudio Ribeiro Borges


Fábio Dias Tavares Luzia Mara Marcelino
Gleice Kelen Dornelles Costa Marinalva Nunes Barroso
Henrique Carvalho Rodrigues Núbia Pontes Pereira
Ione Apolinário Pinto Pedro Ivo Jorge de Faria
Leandro Breseghelo Rosane Dias de Alencar
Letícia Ferreira Guedes Cezario Rosimeire Silva de Carvalho

Revisão ortográfica
Elaene Lopes Carvalho

Diagramação
Henrique Carvalho Rodrigues

COORDENAÇÃO DE CURRÍCULO DO ENSINO MÉDIO


TELEFONE: 3243-6756 / 3243-6751
E-MAIL: bnccemgoias@gmail.com, bncc@seduc.go.gov.br
SITE: bncc.educacao.go.gov.br
2ª Edição | 2021

© Copyright 2021 – Coordenação de Currículo do Ensino Médio


BNCC ETAPA Ensino Médio Goiás - “Todos os direitos reservados”
Cara/o Educador/a,
A juventude é um momento em que escolhas são feitas e projetos
começam a ser construídos, neles estão contidos a visão que o/a jovem tem de
si mesmo, das suas aptidões e do lugar que ele/a deseja ocupar no mundo. A
visão de futuro conecta-se com suas vivências e experiências anteriores e as
relações que ele/a consegue estabelecer com sua história.
Consideramos o Projeto de Vida como um componente curricular
essencial para desenvolvimento do Protagonismo Juvenil. Ao pensar a ideia de
projeto é determinante considerar que a construção de uma história, ou narrativa
sobre algo, possui diversas dimensões que se sobrepõem e se modificam
conforme a contextualização que fazemos delas.
Para impulsionar qualquer mudança em busca de uma educação
transformadora é imprescindível a atuação do/a professor/a. Para tanto, é
importante que esse/a profissional analise constantemente sua postura no
processo educacional em que está inserido/a. Particularmente, para o/a
professor/a que irá orientar, incentivar e apoiar os/as estudantes com seus
Projetos de Vida é necessário assumir uma postura reflexiva, a começar por
revisar a trajetória de construção do seu próprio Projeto de Vida. Além disso, o/a
docente que pretenda lograr êxito na
condução dessa disciplina, não pode
ter receio de se aproximar dos/as
estudantes de modo diferenciado,
uma vez que, a relação interpessoal
entre esses dois sujeitos pode
permitir o estabelecimento de um
canal de diálogo franco que irá
beneficiar todo o processo.
O aspecto temporal
(englobando passado, presente e
futuro) do tornar-se pessoa está
conectado com a capacidade de
antecipar ações, planejar futuro,
compreender suas identidades e
lugares que ocupa no mundo ao
constantemente revisitar os
elementos da sua vida que permitem
tomar posse e (res)significar esses
espaços.
A tarefa de orientar os/as
estudantes em seus objetivos não é
simples, mas é um trabalho possível
de se construir dentro das escolas desde que o/a professor/a se disponha a
acolhê-los/as em sala de aula de modo a propiciar as condições necessárias que
deverão ser criadas para a construção de um espaço em que todos/as possam
declarar seus sonhos, seus anseios e suas metas. Dessa forma, orientamos que
os/as professores/as articulem sua prática com outros atores educativos (pais,
responsáveis, psicólogos/as, orientadores/as educacionais etc.), assim abre-se
espaço para inovação que pode surgir quando temos pessoas com
especializações e experiências diferentes.
As aulas deste material foram elaboradas com base na educação para
a vida e valores humanos, com o objetivo de ensinar o/a jovem a ler o mundo a
partir da construção de sua própria identidade, ajudando-o/a a redescobrir o
sentido de sua vida e que a importância de estudar pode ser um dos meios para
realização dos seus sonhos.
Elaborar um Projeto de Vida é
como traçar uma rota do caminho a ser
percorrido ao longo da vida partindo de
onde se está para o lugar onde se quer
chegar. Projetá-lo indica uma
preparação, mas não uma determinação
única, solitária e imutável de como atingir
o que se quer. O caminho é revelador de
uma expressão das nossas autoimagens
e identidades (individuais e coletivas)
constantemente modificando-as e sendo modificado por elas.
A proposta dessa apostila ao pensar especialmente sobre as juventudes
goianas visa apresentar tanto ao/a educador/a quanto ao/a estudante a potência
do Projeto de Vida, cuidadosamente desenhado para não conter apenas
esforços e méritos individuais que reproduzem as marcas de um sistema social
excludente. As reflexões possibilitadas pelas habilidades permitem tanto aos/às
jovens, quanto aos/às educadores/as, reconhecer os espaços e limites
estabelecidos por seu contexto sócio histórico, identificando e oferecendo
recursos para que autonomamente possam vislumbrar outras possibilidades
sociais mais justas e igualitárias.
Ao tornar possível a assimilação do ideal de sujeitos ativos e atuantes
no mundo, o conceito de Projeto de Vida auxilia nosso/a estudante a ser capaz
de tomar decisões e fazer escolhas fundamentadas na reflexão, no
conhecimento e na consideração sobre o coletivo e sobre de si mesmo/a.
O Projeto de Vida, como proposta pedagógica e como um componente
curricular, é estruturado na concepção de educação integral passando pelos
conceitos (i) dos quatro pilares da educação; (ii) desenvolvimento
socioemocional; (iii) protagonismo juvenil. Colocar o/a jovem na centralidade da
sua formação escolar busca ampliar o seu acervo de valores, conhecimentos e
experiências fazendo-o/a notar que este acúmulo de valores é importante para
a tomada de decisões e escolhas que devem acompanhá-lo/la durante sua
jornada seja na dimensão: pessoal, social e/ou profissional.
Essa formação depende de uma ação pedagógica constante e conta
com o/a educador/a como elemento vital para que essa autonomia seja
estabelecida: a metodologia das aulas implica sempre em momentos e didáticas
em que os/as estudantes sejam desafiados/as a refletir, a elaborar hipóteses, a
buscar soluções e validar com argumentação as respostas encontradas.

Estrutura da apostila do Projeto de Vida

A Base Nacional Comem Curricular (BNCC) indica que a educação


integral tem como propósito a formação e o desenvolvimento global dos/as
estudantes com o avanço de suas dimensões: física, emocional, cultural e
intelectual. A BNCC nos diz que as aprendizagens essenciais devem assegurar
aos/às estudantes o desenvolvimento de dez competências gerais, que
permitem, no âmbito pedagógico, os direitos de aprendizagem e
desenvolvimento.
É importante focarmos que as competências gerais da Educação Básica,
se conectam e se desdobram no tratamento metodológico e didático proposto
para todas as etapas da Educação Básica. Há articulação na construção de
conhecimentos, no desenvolvimento de habilidades e na formação de atitudes,
valores e consequentemente do Projeto de Vida. Desse modo, a progressão das
dez competências gerais está ligada ao desenvolvimento de competências
cognitivas, operacionais, socioemocionais, comportamentais e atitudinais.
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobres o mundo
físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar
aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e
inclusiva.

2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências,


incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade,
para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e
criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes
áreas.

3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às


mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-
cultural.

4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e


escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das
linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar
informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir
sentidos que levem ao entendimento mútuo.

5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de


forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo
as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir
conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida
pessoal e coletiva.

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de


conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do
mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu
projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular,


negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e
promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo
responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em
relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

8.Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional,


compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos
outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-


se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com
acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus
saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer
natureza.

10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade,


resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos,
democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
Os Objetivos de Aprendizagem apresentados orientam (i) a habilidade
cognitiva a ser desenvolvida durante o percurso formativo do/a estudante, (ii) a
metodologia ou procedimento didático em que o/a professor/a estrutura e
organiza o percurso formativo da aula e, (iii) a finalidade da aprendizagem da
habilidade cognitiva. Como ilustrado abaixo:

Observe na estrutura dos Objetivos de Aprendizagem (OA) que a


habilidade cognitiva é evidenciada pelo verbo AVALIAR apresentado no início
do período. Este verbo será usado sempre no infinitivo e terá uma
complementação que orientará a ação a ser desenvolvida pelo/a estudante.
Entendemos na construção do Projeto de Vida como componente curricular, que
a junção do verbo com sua complementação é a habilidade cognitiva a ser
desenvolvida pelo/a estudante.
Ainda no Objetivos de Aprendizagem a metodologia/procedimento
didático em que o/a professor/a estrutura e organiza o percurso formativo da aula
é evidenciado pela forma verbal ELABORANDO apresentado, imediatamente,
após a habilidade cognitiva. A conjugação dessa forma verbal é no gerúndio e
terá uma complementação que orientará a ação a ser desenvolvida pelo/a
professor/a.
Finalmente, observe que no Objetivos de Aprendizagem há um terceiro
verbo, IDENTIFICAR cuja conjugação, também no infinitivo, determina a
finalidade da aprendizagem da habilidade cognitiva pelo/a estudante. Este
terceiro verbo é precedido pela preposição PARA.
É importante ressaltar: (i) que as habilidades cognitivas que compõem os
Objetivos de Aprendizagem foram elaboradas a partir das habilidades sugeridas
pela BNCC; (ii) as metodologias ou procedimentos didáticos foram selecionados
principalmente, nas competências específicas do Projeto de Vida da BNCC; (iii)
as finalidades foram definidas com foco nas competências da educação
socioemocionais também estabelecidas pela BNCC.
As competências socioemocionais estão presentes em todas as dez
competências gerais e se estruturam em quatro pilares da educação propostos
pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura
(Unesco) como a educação necessária ao século XXI. Os quatro pilares são
estruturas que estabelecem as ações desenvolvidas na escola. Equivalem a
quatro saberes:
O desenvolvimento socioemocional é parte indispensável para se
alcançar o desenvolvimento integral dos/as estudantes em suas diversas
dimensões: intelectual, física, afetiva, social, ética, moral e simbólica. Existem
diferentes modelos científicos que visam organizar as mais diversas
competências socioemocionais identificadas na literatura acadêmica, nosso
estado optou pela nomenclatura da CASEL (Collaborative for Academic, Social
and Emotional Learning) por compreender que ela é a que mais e alinha com a
almejada pela BNCC.
Segundo a CASEL, a educação socioemocional refere-se ao processo de
entendimento e manejo das emoções com empatia e pela tomada de decisão
responsável. Para que isso ocorra, é fundamental a promoção da educação
socioemocional nas mais diferentes situações, dentro e fora da escola, pelo
desenvolvimento das cinco competências apresentadas a seguir:

Tomada de decisão responsável: Aponta as escolhas pessoais e as interações


sociais de acordo com as normas, os cuidados com a segurança e os padrões
éticos de uma sociedade.

Habilidades de relacionamento: Indica as habilidades de ouvir com empatia,


falar com objetividade, cooperar com o coletivo, resistir à pressão social
inadequada e solucionar conflitos de modo construtivo e respeitoso.

Consciência social: A capacidade de assumir a perspectiva e ter empatia por


outras pessoas de origens e culturas diversas, de compreender as normas
sociais e éticas de comportamento e de reconhecer os recursos e apoios da
família, da escola e da comunidade.

Autoconsciência: A habilidade de reconhecer com precisão as emoções e


pensamentos de alguém e sua influência no comportamento. Isso inclui avaliar
com precisão os pontos fortes e as limitações de uma pessoa e possuir um senso
de confiança bem fundamentado.

Autogerenciamento: A habilidade de regular as emoções, pensamentos e


comportamentos de uma pessoa de forma eficaz em diferentes situações. Isso
inclui controlar o estresse, controlar os impulsos, motivar-se, definir e trabalhar
para alcançar objetivos pessoais e acadêmicos.

A participação e a presença do/a docente são requisitos fundamentais


para o desenvolvimento socioemocional dos/as nossos/as jovens e um princípio
importante dentro da concepção de educação integral que deve orientar as
ações dos/as profissionais da escola.
A presença educativa não deve ser pensada apenas como uma
mediação pedagógica, mas transparecer uma presença intencional e deliberada
que intencionalmente exerce no outro uma influência construtiva que não oprime
nem inibe, que no momento que se fizer necessário, também se afasta, encoraja
e permite o crescimento com liberdade e responsabilidade.
Assim, o convite ao/a docente é também a uma nova postura e
aprendizagem: o/a professor/a precisa aprender a se fazer presente na vida do/a
estudante, com base na compreensão e aceitação plena, mas não permissiva.
Para tanto, é necessário um contínuo conhecimento dos processos e os
significados do “ser jovem” para a sua comunidade escolar.
Durante a jornada com o/a estudante é necessário evitar:
Nosso Documento Curricular para Goiás - etapa Ensino Médio (DC-
GOEM) indica que esses elementos possibilitam uma proposta pedagógica
estruturada na matriz curricular para atividades que tenham o/a estudante à
frente, por meio de situações de
aprendizagem intencionais e
qualificadas. O protagonismo é a
participação que gera autonomia,
autoconfiança e autodeterminação
no/a estudante, apoiando-o/a na
construção de sua identidade e, por
consequência, do seu projeto de vida.
No entanto, existem formas de
participação que são a negação do
protagonismo, como a participação
manipulada, a participação simbólica e a participação decorativa. Para que os/as
estudantes participem de forma efetiva eles/as precisam ser envolvidos/as em
discussões que tratem da concepção educacional da escola, da ocupação dos
espaços e das atividades que participam. Caso a contribuição das/dos jovens
seja apenas na tomada de decisão como músicas que podem ouvir em
determinado espaço escolar, podemos dizer que eles/as não atuaram da
maneira protagonista como poderiam. Mas cada um desses elementos se
desenvolve com o tempo e empenho de toda a comunidade escolar! A
maturidade para escolher e desenvolver essa autonomia e protagonismo
também faz parte das habilidades e competências propostas pelo componente
curricular Projeto de Vida!
É preciso também que o/a adulto/a, como facilitador/a e mediador/a das
aprendizagens, torne sua escuta ativa aprimorando cotidianamente a
compreensão sobre a realidade dos seus/suas estudantes. Lembrando-os/as
que o Projeto de Vida nunca termina, ele vai além da sala de aula e da escola e
é para toda a vida.
Avaliação
Levando em consideração a
conceituação do componente Projeto de Vida a
avaliação deste componente curricular será
composta pela combinação de avaliação:
Diagnóstica, Formativa e Somativa.
No Documento Curricular há no
transcorrer do quadro de habilidades
processos que estimulam o/a jovem a
perceberem a importância da autoavaliação e
autorregulação dos processos de
aprendizagem, a sugestão para o/a educador/a
é que no decorrer do bimestre o processo
avaliativo dos objetivos de aprendizagem seja
sistematizado dentro de rubricas que devem
seguir metodologia a seguir:

• Comprometimento Mínimo
• Comprometimento Parcial
• Comprometimento Satisfatório
• Comprometimento Total
• Comprometimento Acima das
expectativas

Ou seja, o foco não deverá ser avaliação numérica.


Os conceitos elaborados devem ser adaptados à realidade de cada
escola bem como às demandas das regionais e do tempo disponível para
realizá-las. Para que a proposta de conceitos faça sentido no processo de ensino
aprendizagem, o/a estudante deve entender que o desenvolvimento é
processual e contínuo.
Sugere-se:

Desse modo, faz-se necessário que o/a educador/a desenvolva a


devolutiva contínua com o/a estudante e mantenha registro igualmente contínuo
do desenvolvimento deles/as.
As aulas para a 2ª série:
Estão agrupadas de acordo com 04 (quatro) grandes módulos já iniciados no
ano anterior:

Os módulos buscam:
• Conhecer: Estabelecer a relação do/a estudante consigo mesmo/a, na
busca pela construção e entendimento das suas identidades, dos seus
sonhos, aspirações, expectativas, desejos e potencialidades.
• Entre nós: Identificar a importância das relações do/a estudante com o
mundo e a potencialidade transformadora do relacionar com o outro
(amigos/as, família e comunidade) na elaboração das suas escolhas.
• Arquitetar: Superar as limitações e desafios enquanto planeja e escolhe
suas trilhas de aprendizagem que auxiliam na concretização dos seus
projetos.
• Movimentar: Explorar, ainda que de modo inicial, as formas como os
projetos são impulsionados logo em seguida ao colocá-los sob a ótica da
responsabilidade social.

Resultando na elaboração do Projeto de Vida que na terceira série retomará,


aprofundará e explorará as competências do século XXI e das possibilidades de
carreiras.
Cada aula, tanto do material do/a estudante quanto deste do/a educador/a
apresentará Objetos de Aprendizagem associados com:
As competências gerais da BNCC:
As competências socioemocionais:

E os quatro pilares da educação:

O percurso metodológico para lidar com as dimensões sociais, pessoais ou


profissionais se entrelaçam. Contudo, pode-se distinguir dentro dos objetivos de
aprendizagem características que remetem de modo específico a:
• valores • problemas contemporâneos • critérios de escolha profissional
• interesses • demandas sociais • carreiras profissionais, mercado de
• biografia • objetivos do desenvolvimento trabalho
• habilidades e dificuldades sustentável • competências do mundo do trabalho
• identidade • vida estudantil (entre outros)
• personalidade • modos de inserção social
• autoestima • família
• autoconceito • relacionamentos (entre outros)
• desempenho acadêmico (entre
outros)

Dimensão Dimensão Dimensão


Pessoal Social Profissional

Igualmente, as metodologias também são pensadas sob esses critérios:

• evidenciamento de valores • discussão de dilemas (hipotéticos, • resolução de conflitos (hipotéticos,


(perguntas elucidativas, frases reais, autobiográficos) reais, autobiográficos)
inacabadas, exercícios expressivos) • interpretação de papéis (debate • formação de grupos de trabalho
• exercícios autobiográficos (narrativa simulado e encenação de conflito) (hipotéticos e reais)
de vida) • compreensão crítica • enfoques socioafetivos
• modelos de comportamento • aprendizagem baseada em
(pessoas ou situações) problemas e por projetos (criação
• aprendizagem por projetos sociais de protótipos)
(com parcerias ou sem parcerias) • estudos de caso
• análise de dados etc.

Dimensão Dimensão Dimensão


Pessoal Social Profissional

Ressalta-se que o/a professor/a de Projeto de Vida tem total autonomia


para desenvolver outras habilidades cognitivas, utilizando as metodologias e
procedimentos didáticos que entender importantes, podendo definir, planejar e
organizar novas finalidades para os conhecimentos, saberes e capacidades
relacionadas com o objeto de conhecimento e os temas trabalhados.
Sumário
O lugar dos meus sonhos

Por onde começar?

O valor dos meus afetos

Não me define!
AULA 01: O lugar dos meus Sonhos
Objetivos de Aprendizagem Nesta Aula:

Promover espaço para revisitar seus


sonhos utilizando modelos de organização
pessoal para retomar a importância de
estabelecer sonhos e relacionar suas ações
no presente com suas escolhas de trilhas
formativas.

⏩Objetivos Gerais
● Proporcionar aos/às estudantes a oportunidade de verbalizar seus sonhos, para
que tomem consciência do processo de organização pessoal como
indispensável para a realização do Projeto de Vida.

📚 Material Necessário 💾✂📷

❏ Datashow e Computador.
❏ Quadro/lousa.
❏ Giz/pincel.

📑Roteiro
Previsão de
Atividades Descrição Duração
Previstas

Momento Inicial Resgate de memórias. 5 min

Atividade 1 Re(Visitar) Sonhos é preciso! 20 min


Atividade 2 A realização dos sonhos começa em mim! 20 min
Avaliação Avaliação do processo. 5 min
📣 Orientação para as atividades
📍 Momento Inicial

Neste momento é interessante o/a professor/a apresentar aos/às estudantes os


objetivos de aprendizagem da disciplina de Projeto de Vida para o ano que se inicia
resgatando memórias das construções do ano anterior.

⏩ Objetivos

• Apresentar a proposta da disciplina para o ano que se inicia.


• Retomar a importância de recobrar sonhos.

📊 Desenvolvimento
Atividade 1 - Re(Visitar) Sonhos é preciso!

🎯 Objetivos

● Deixar os sonhos sempre vivos na mente.


● Permanecer com foco.
● Saber lidar com as adversidades.
● Desenvolver postura resiliente.

💬 Desenvolvimento

Com os/as estudantes sentados/as em forma de círculo, apresente a imagem


(Anexo I) no datashow e reflita sobre os sonhos/projetos de vida, com base nas
seguintes perguntas:
- O que está impedindo a realização de meus sonhos/projetos de vida?
- Por que, mesmo sabendo o que quero, não entro em ação?
E, finalmente:
- Por que, mesmo tendo começado algo que tenho a intenção de realizar,
não importa como, acabo desistindo?

Peça para três ou mais estudantes, espontaneamente, para comentarem sobre


suas respostas. Ao final, diga a eles/as que não é possível empreender um
sonho/projeto de vida sem conhecer bem a si mesmo/a; que isso também só será
possível com dedicação, com o apoio de muitas pessoas, com conhecimento adquirido,
com organização pessoal e, sobretudo, sem esquecer que “OS SONHOS SE
REALIZAM PARA QUEM NÃO DESISTE E CONTINUA LUTANDO ATÉ OS
ALCANÇAR”.
📝 Avaliação

A avaliação é diagnóstica, uma vez que, por meio das respostas, torna-se possível
mapear os pontos fortes e os pontos de melhoria já adquiridos pelos/as estudantes.

Atividade 2 - A realização dos sonhos começa em mim!

🎯 Objetivos

● Apresentar a importância da organização pessoal para concretizar os sonhos;


● Relacionar ações do presente com escolhas de trilhas formativas.

💬Desenvolvimento

Nessa atividade o/a professor/a fará uma explanação sobre a importância da


organização pessoal para realização dos sonhos/projetos de vida, levando os/as
estudantes a relacionarem suas ações presentes com suas escolhas, baseado nos
textos que estão nos anexos, abaixo. Em seguida pedir para que cada estudante
análise e responda aos questionamentos abaixo - presente no material do estudante:

Desde criança, imaginamos aquilo que queremos ser quando crescermos, como
será o nosso futuro, enfim, temos muitos sonhos e vontades. Todos nós temos algum
desejo ou sonho que nos motiva a estudar, a trabalhar, a planejar nossa vida, a ter um
objetivo na vida. E você? Quais são os seus sonhos? Escreva-os abaixo, listando
também o que você já está fazendo hoje e o que ainda precisa ser feito para que você
os torne uma realidade.

1. Meus sonhos:
2. O que já estou fazendo para concretizar estes sonhos?
3. O que ainda preciso fazer para concretizar estes sonhos?

📝 Avaliação

A avaliação será formativa, levando-se em conta as respostas e o feedback do/a


professor/a, a fim de reorientar os/as estudantes.

✅ Avaliação da aula
Forme uma roda de conversa para partilhar a vivência do encontro com os/as
estudantes e para saber o que eles/as acharam do tema da aula. Em seguida, retome
os objetivos de aprendizagem e reflita com a turma se foram ou não alcançados.
📦 Anexo I

🚩 Referências
1 - SÃO PAULO, Educação em Projeto de Vida. Disponível em: is.gd/n5GD99 Acesso
em: 21 de dez de 2020.

2 - S/N. A importância da Organização Pessoal. Disponível em: t.ly/ljJA. Acesso em: 21


de dez de 2020.

3 - Queiroz, Eugênio. A importância da organização pessoal para o sucesso. Disponível


em: t.ly/McMQ. Acesso em: 19 de dez de 2020.
AULA 02: Por onde começar?
Objetivos de Aprendizagem Nesta Aula:

Refletir sobre facetas da personalidade


como autoconfiança, tolerância ao estresse
e tolerância à frustração utilizando narrativa
autobiográfica escrita para reconhecer os
próprios pontos de atenção e habilidades na
construção do Projeto de Vida.

⏩Objetivos Gerais
● Compreender o que é a autoconfiança e a importância do
autoconhecimento.
● Perceber que existem maneiras diversas de resolver situações que nos
frustram.
● Reconhecer a importância da troca de experiências inclusive para ajudar
na resolução de problemas.

📚 Material Necessário 🎬💻 💾 ✂ 📖

❏ Caneta e papel ❏ Projetor.


❏ Vídeo ❏ Computador com
❏ Caixa pequena. internet.

📑Roteiro
Previsão de
Atividades Previstas Descrição Duração
Momento Inicial Sondagem inicial. 5 min
Atividade 1 Não desistir. 20 min
Atividade 2 Expectativas frustradas, e agora? 20 min
Avaliação Avaliação do processo. 5 min
📣 Orientação para as atividades
📍 Momento Inicial

Para dar início a atividade sugerimos organizar a turma em um formato circular.


Pergunte aos/às estudantes como eles/elas definem a autoconfiança, e se poderiam dar
exemplos de momentos que foram autoconfiantes? Incentive os/as estudantes a
pesquisarem sobre a definição de autoconfiança tanto no dicionário quanto na internet.

⏩ Objetivos

Perceber que a autoconfiança é melhor desenvolvida quando se tem o


autoconhecimento, ou seja, quando buscamos conhecer nossa personalidade, a forma como
agimos e sentimos frente às diversas situações da vida.

📊 Desenvolvimento
Atividade 1 - Não desistir.

🎯 Objetivos

● Perceber a importância da autoconfiança frente aos obstáculos.


● Compreender que cada indivíduo precisa reconhecer os pontos que precisam ser
trabalhados para melhorar a autoconfiança.

💬Desenvolvimento

Professor/a, mencione com os estudantes: A autoconfiança é resultado de um


autoconhecimento, ou ainda, saber sobre as nossas emoções, identificá-las e, como
expressá-las. Reconhecer que somos bons/boas e o que precisamos desenvolver,
entendendo que não somos incapazes, mas que precisamos trabalhar coisas diferentes em
nós mesmos/as. Apresente para turma o curta metragem O Sapinho - Dublado em
Português. Após a exibição pergunte aos/às estudantes sobre a autoconfiança apresentada
pelo sapinho persistente, e o fator que não o fez desistir.

• O que isso significa na nossa realidade?


• O outro sapinho era incapaz ou se percebia incapaz?
• O/A educador/a poderá ampliar a discussão com os questionamentos a seguir,
incentivando os/as estudantes a compartilharem experiências e percepções sobre si.
• Como você se vê frente a uma situação de estresse ou de uma frustração?
• Desiste? Ou persiste pensando em novas estratégias?

📝 Avaliação
Proponha aos/às estudantes uma autoavaliação, em que pensem se existem aspectos
da sua autoconfiança que precisam melhorar? Qual(is) estaria(m) influenciando no
desenvolvimento do seu Projeto de Vida?

Atividade 2 - Expectativas frustradas, e agora?

🎯 Objetivos

● Perceber que situações que nos frustram podem ser resolvidas se percebidas por
outra perspectiva.
● Perceber a importância de conhecermos e refletirmos sobre nossos sentimentos,
questionando a causa de sua origem.

💬Desenvolvimento

Divida a turma em dois grupos. Entre os/as integrantes de um dos grupos sugira que
discutam/relatem situações do seu cotidiano que os/as deixam frustrados/as, anotando em
papéis individuais. Em seguida, coloque todos os papéis em uma caixa pequena e misture.
O segundo grupo deve pegar um papel por vez e dar possíveis soluções para cada situação.
Conduza os/as estudantes a perceberem que muitas situações podem nos deixar
frustrados/as, contudo, existem soluções (em geral) possíveis.
O choro é uma das reações à frustração, porém é uma reação primitiva, que
aprendemos enquanto bebês. Se o/a bebê tem fome, chora e a mãe aparece para solucionar
o problema. À medida que o tempo passa a criança cresce e aprende a se comunicar, então
o choro, embora possa acontecer, não deve ser visto como um possível recurso para
solucionar a frustração. Assim como a manipulação, o grito, a agressão etc. não devem ser
usados como recursos.
Direcione a atenção dos/as estudantes para perceberem a importância de refletir
sobre si, seu comportamento, suas emoções e suas expectativas.
A medida que nos conhecemos conseguimos aprender a lidar melhor com os desafios
que a vida nos apresentará, o que não significa que nunca ficaremos frustrados, contudo, a
reação ao sentimento de frustração adquire outro sentido, não vinculado a uma autopunição,
que pode ocorrer quando colocamos expectativas muito elevadas e que não são atingidas,
mas podem nos ensinar a ser mais resiliente e criar novas estratégias para vencer os
obstáculos nos mais variados âmbitos da vida.

📝 Avaliação

Discuta com os/as estudantes se eles/as conseguem perceber que a frustração pode
nos impulsionar a crescer, em especial a criar estratégias de superação. Estimule-os a
escrever sobre o tema. Relembre a importância de iniciar mais um ano letivo elaborando
expectativas sobre seu Projeto de Vida.
✅ Avaliação da aula
Para o encerramento das atividades questione a turma se eles/as compreenderam a
importância do autoconhecimento, pois assim, poderemos de forma mais inteligente e
eficiente enfrentar as situações que a vida nos proporciona, principalmente traçando
estratégias para alcançar nossos objetivos de vida.

📦 Anexo
Filme: O SAPINHO - Dublado em Português: disponível na plataforma do YOUTUBE, no
canal: Sozo Produções. Endereço eletrônico: t.ly/f3lC

🚩 Referências
1 - Aprenda a lidar com a frustração na vida profissional e pessoal. Disponível em: t.ly/nPCC
Acesso em: 09 de nov. de 2020.

2 - BROTTO, Thaiana F. Como lidar com as frustrações. Disponível em: t.ly/9rWp. Acesso
em: 09 de nov. de 2020.
AULA 03: O valor dos meus afetos
Objetivos de Aprendizagem Nesta Aula:

Refletir sobre o valor da afetividade e da


expressão dos sentimentos interpretando papéis
(debate simulado e/ou encenação de conflito)
para analisar a importância de expressar o sentir
na concretização do Projeto de Vida.

⏩Objetivos Gerais
● Refletir como o afeto desenvolve adultos/as seguros/as e confiantes.
● Compreender como o afeto contribui para o desenvolvimento moral e cognitivo das
pessoas.
● Vivenciar relações afetivas em seus projetos de vida.

📚 Material Necessário 🎬📃💻 💾 ✂

❏ Texto impresso ❏ Vídeo


❏ Projetor/ Computador ❏ Internet

📑Roteiro
Previsão de Duração
Atividades Previstas Descrição

Momento Inicial Sondagem inicial. 5 min

Atividade 1 Compreendendo a afetividade. 10 min

Atividade 2 Como eu quero afetar as pessoas? 30 min

Avaliação Avaliação do processo. 5 min


📣 Orientação para as atividades
📍 Momento Inicial

No primeiro momento o/a professor/a deve apresentar à turma a temática da aula,


questionar se os/as estudantes já conhecem e quais são suas expectativas.

⏩ Objetivos

Desenvolver a afetividade e expressar o sentir em seus projetos de vida.

📊 Desenvolvimento
Atividade 1 - Afetividade.

🎯 Objetivos

● Analisar sobre a importância do relacionamento afetivo nas relações.


● Compreender como o afeto promove leveza e bem estar.
● Identificar os exemplos de afetividade no dia a dia.

💬Desenvolvimento

Professor/a, distribua para cada estudante uma cópia do texto (em anexo) que aponta
o conceito e exemplos de afetividade. Em seguida, peça aos/às estudantes que façam a
leitura individual. Em um segundo momento, projete o texto no quadro/lousa e faça a leitura
coletiva, durante a leitura o/a professor/a deverá explicar sobre o conceito e os exemplos de
afetividade. Encoraje a participação de todos/as da sala.
Após a leitura do texto estimular o debate crítico, convidar os/as estudantes a
comentarem sobre o que é afetividade para eles/as e como eles/as percebem a importância
da afetividade em seu projeto de vida.

📝 Avaliação

Convidar os/as estudantes ao processo de autoavaliação. Como eles/as lidam com a


afetividade. Avaliar se todos os/as estudantes se envolveram na produção da atividade.

Atividade 2 - Pratique empatia.

🎯 Objetivos

● Exercitar a empatia.
● Vivenciar a demonstração de afeto em grupo.
💬 Desenvolvimento

Com os/as estudantes dispostos/as em círculo, convide-os/as a assistirem o vídeo


(link anexo) : “O QUE É O AFETO? UMA VISÃO A PARTIR DE SPINOZA | LUÍS MAURO
SÁ MARTINO”.
Após a apresentação do vídeo, divida a turma em quatro grupos, que serão
organizados/as em grupos pares (ex: 2x2 e 3x4). Oriente-os/as a elaborar uma peça (teatral)
trabalhando a demonstração de afetividade, usando os exemplos mencionados na atividade
1 para produção da apresentação. Serão distribuídos, dez minutos de preparação para todos
os grupos e três minutos para cada grupo apresentar a demonstração de afetividade e vice
e versa para seus respectivos pares.
Após cada exibição comece o questionamento sobre o que o grupo que recebeu a
demonstração sentiu e como foi para o grupo apresentador desenvolver a concepção.

📝 Avaliação

Sugere-se uma auto avaliação de seus sentimentos. Das formas de expressar esses
sentimentos e como os/as estudantes lidam com a afetividade.
Perceba a participação dos/as estudantes e envolvimento deles/as com a atividade.

✅ Avaliação da aula
Formar um grande círculo para partilhar a vivência das atividades com os/as
estudantes, convidá-los a autoavaliação, e análise das atividades propostas, refletindo se os
objetivos de aprendizagem foram garantidos. Questionar aos alunos sobre a importância de
saber expressar os sentimentos e suas afetividades, relacionando com o bem estar e seus
projetos de vida.

🚩 Referências
1 - DICIONARIO. Significado dos nomes: Disponível: t.ly/wvmq. Acesso em: 06 de nov. de
2020

2 - S/N. Valores afetivos: características e exemplos Disponível: t.ly/AJOP Acesso em: 05


de nov. de 2020

3 - CABRAL, Gabriela. Afetividade - Mundo Educação. Disponível: t.ly/avHO. Acesso em:


09 de nov. de 2020

4 - BERNARDO, Nairim - Afetividade na Educação Infantil: a importância do afeto para o


processo de aprendizagem. Disponível: t.ly/gdKi Acesso em: 10 de nov. de 2020

5 - MARTINO, Luís Mauro. O que é o afeto? Uma Visão a partir de Spinoza. Disponível:
t.ly/QHEx. Acesso em: 12 de nov. de 2020.
📦 Anexo
O QUE É AFETIVIDADE.

Afetividade é um termo que deriva da palavra afetivo e afeto. Designa a qualidade que
abrange todos os fenômenos afetivos.
No âmbito da psicologia a afetividade é a capacidade individual de experimentar o
conjunto de fenômenos afetivos (tendências, emoções, paixões, sentimentos). A afetividade
consiste na força exercida por esses fenômenos no caráter de um indivíduo. A afetividade
tem um papel crucial no processo de aprendizagem do ser humano, porque está presente
em todas as áreas da vida, influenciando profundamente o crescimento cognitivo.
A afetividade potencializa o ser humano a revelar os seus sentimentos em relação a
outros seres e objetos. Graças à afetividade, as pessoas conseguem criar laços de amizade
entre elas e até mesmo com animais irracionais, isto porque os animais também são capazes
de demonstrar afetividade uns com os outros e com os seres humanos.
As relações e laços criados pela afetividade não são baseados somente em
sentimentos, mas também em atitudes. Isso significa que em um relacionamento, existem
várias atitudes que precisam ser cultivadas, para que o relacionamento prospere.
Um dos grandes pensadores que abordou o conceito de afetividade foi o psicólogo
francês Henri Wallon. Segundo Wallon, a inteligência não é o elemento mais importante do
desenvolvimento humano, mas esse desenvolvimento depende de três vertentes: a motora,
a afetiva e a cognitiva.
Assim, a dimensão biológica e social eram indissociáveis, porque se complementam
mutuamente. A evolução de um indivíduo não depende somente da capacidade intelectual
garantida pelo caráter biológico, mas também do meio ambiente que também vai condicionar
a evolução, permitindo ou impedindo que determinadas potencialidades sejam
desenvolvidas. A afetividade surge nesse meio e tem uma grande importância na educação.

Valores afetivos: características e exemplos

Os valores afetivos são os princípios que regem o comportamento das pessoas no


reino de sentimentos e emoções. Esse tipo de valores busca satisfazer necessidades
básicas do ser humano, como amar e sentir-se amado.
Esses valores são os princípios que nos permitem escolher algumas coisas em
detrimento de outras. A disciplina que estuda os valores afetivos é a psicologia e seu estudo
é considerado de grande importância, pois a maioria de nossas reações ao ambiente
circundante responde ao nosso estado afetivo.
Além disso, as decisões que tomamos ao longo da vida em termos de trabalho,
casamento e família são guiadas pela afetividade. Da mesma forma, esse tipo de valores
compete com outros valores que contribuem para governar o comportamento humano, como
valores físicos, religiosos, sociais, econômicos, morais, estéticos e intelectuais.
As pessoas que alcançam um grande desenvolvimento de valores emocionais, ou que
governam suas vidas dando grande importância a elas, são chamadas de pessoas sensíveis.
Os valores afetivos são diversos e respondem a diferentes necessidades do plano
afetivo da pessoa. Alguns desses valores são os seguintes:
Amor: O amor amplamente compreendido (em relação às pessoas e às coisas) é um
dos valores mais importantes. A coragem nos induz a agir bem com as pessoas que
amamos. Esse valor está altamente relacionado a outros valores afetivos, como lealdade e
incondicionalidade, entre outros, e governa os vínculos que estabelecemos nos campos de
casais, amigos, família etc.
Amizade: A amizade é o valor que nos leva a ter sentimentos de afeto pelas pessoas,
simplesmente compartilhando alguma afinidade ou característica comum. Responde à
necessidade de se sentir amado além do círculo familiar e do parceiro.
Gratidão: Esse valor é o que nos permite reconhecer aqueles que nos ajudaram,
voluntária ou involuntariamente. É expressa através de ações concretas ou palavras de
agradecimento e está intimamente ligada a valores como lealdade e amor, entre outros.
Alegria: A alegria é o valor que nos permite manter uma atitude positiva em relação
à vida, mesmo em situações negativas. Está associado a atitudes otimistas ou pessimistas
em relação à vida.
Respeito: Esse valor governa nossa conduta quando nos relacionamos com as
atitudes e pensamentos de outras pessoas e quando defendemos nossas próprias
convicções. Com base no respeito, os relacionamentos com as pessoas ao nosso redor e
consigo mesmos são definidos de maneira responsável e honesta. Este valor está fortemente
ligado ao valor da paz.
Empatia: É a capacidade de entender os pensamentos e sentimentos dos outros.
Esse valor nos dá a capacidade de entender outras pessoas, mesmo que sua situação seja
completamente diferente da nossa.
Cortesia: A cortesia é o valor que nos induz a criar bons relacionamentos com as
pessoas que nos cercam e nos agradam. Sua função final é satisfazer o desejo da pessoa
de ser aceita.
Responsabilidade: É o valor que nos induz a cumprir os compromissos pessoais
assumidos e os estabelecidos com outras pessoas. Esse valor busca satisfação pessoal e
durabilidade das relações de afeto estabelecidas.
Lealdade: A lealdade está intimamente relacionada à responsabilidade. É o valor que
nos faz agir com responsabilidade antes e com as pessoas que amamos ou com os grupos
aos quais pertencemos.
Confiança: É um dos valores mais importantes que temos. Uma grande parte dos
relacionamentos que mantemos – não apenas aqueles que pertencem ao plano emocional,
mas também ao trabalho ou ao social – depende desse valor. Confiança é a crença positiva
de que podemos obter o que queremos e que os outros se comportarão de uma certa
maneira.
Paciência: Paciência é o valor que governa nossa capacidade de esperar e entender
as fraquezas, tanto estrangeiras quanto próprias. Esse valor está presente em todos os
contextos do ser humano, pois é na mesma base da reflexão que norteiam nosso
comportamento.
AULA 04: Não me define!
Objetivos de Aprendizagem Nesta Aula:

Promover uma reflexão sobre a qualidade


da relação que temos com o nosso corpo
utilizando modelos de comportamento (pessoas
e/ou situações) para estimular o fortalecimento
da autoestima e da autoimagem.

⏩ Objetivos Gerais
● Refletir sobre autoimagem.
● Compreender a imagem que criamos de nós mesmos/as.
● Analisar como a mídia é influenciadora nos padrões de beleza.

📚 Material Necessário 🎬 🎵 📷📃💻 📖 📊 💾 ✂

❏ Revistas. ❏ Projetor.
❏ Jornais. ❏ Computador.
❏ Tesoura. ❏ Internet.
❏ Cola.

📑Roteiro
Previsão de
Atividades Descrição Duração
Previstas
Momento Sondagem inicial. 5 min
Inicial
Atividade 1 Ctrl C - Ctrl V 20 min
Atividade 2 Leitura crítica 20 min
Avaliação Avaliação do processo. 5 min
📣 Orientação para as atividades
📍 Momento Inicial

Apresentar a temática “relação com o próprio corpo” e conduzir ao questionamento:


Quem se sente feliz com o corpo no dia de hoje?

⏩ Objetivos

Refletir sobre a autoestima e a autoimagem.

📊 Desenvolvimento
Atividade 1 - Ctrl C - Ctrl V.

🎯 Objetivos

● Representar os padrões de beleza impostos/idealizados pela sociedade.


● Criticar o padrão de beleza no qual somos submetidos/as.

💬Desenvolvimento

Divida a turma em cinco grupos. Leve para a sala de aula diversas revistas e jornais.
Oriente para que os/as estudantes criem dois retratos, ironizando através do recorte e da
colagem de imagens retiradas das revistas e jornais usando partes do corpo humano,
fazendo então uma representação própria dos processos cirúrgicos a que muitas pessoas
se submetem para alcançar um ideal de beleza surreal.
Após a finalização da construção dos retratos, pedir para que cada grupo apresente
para os/as demais colegas como foi o processo de concepção de cada retrato, que
expliquem o porquê da escolha de cada recorte e a mensagem que o retrato quer passar.

O/A educador/a poderá fazer o questionamento com a turma:


- Até que ponto nos sujeitamos a realizar intervenções em nosso corpo em busca
de uma beleza estereotipada?
- É possível alcançarmos um ideal de beleza?

Estimule a reflexão sobre a construção da atividade.

📝 Avaliação

Avaliar se todos/as os/as estudantes se envolveram na produção da atividade.


Atividade 2 - Leitura crítica

🎯 Objetivos

● Reforçar positivamente a valorização pessoal e autoestima através da leitura.


● Perceber o poder da valorização individual.

💬Desenvolvimento

Professor/a, organize a turma em formato circular. Em seguida, peça para que os/as
estudantes leiam o texto (em anexo) alternadamente projetado na lousa/ tela.
Após a leitura, sugira que os/as estudantes compartilhem/relatem os seus pontos de vista
em relação a autora do texto.

📝 Avaliação

Avaliar se todos os/as estudantes se envolveram no debate do texto.

✅ Avaliação da aula
Professor/a, forme um grande círculo para partilhar a vivência das atividades com
os/as estudantes e saber o que eles/as acharam da aula. Questione a turma se a forma que
eles enxergam e vislumbram a autoimagem sofreu alguma alteração. Avalie se os/as
estudantes percebem como são e como está a autoestima de cada um/a.

🚩 Referências
1 - BRINA, Gabriel. Série de Fotomontagens questiona os ideais de beleza. Disponível em:
t.ly/7BGl. Acesso em: 11 de nov. de 2020.

2 - S/N. Um mundo feito de padrões. Disponível em: t.ly/JWIs. Acesso em: 11 de nov. de
2020.
📦 Anexo

UM MUNDO FEITO DE PADRÕES.

Neste final de semana, estava folheando uma edição da revista Mente e Cérebro, que trazia uma matéria sobre
as mudanças cerebrais que ocorrem nas mamães e papais quando o bebê nasce. Junto a esta matéria, havia uma sessão
intitulada Curiosidades, na qual encontrei a informação mostrada na figura abaixo:
Confesso que um arrepio frio seguiu pela minha espinha e fiquei alguns vários segundos olhando pra essa
informação. É realmente algo que nos faz pensar, não é mesmo?
Fiquei refletindo sobre as discrepantes diferenças socioeconômicas que existem entre os países, sobre a
dificuldade que é ter acesso a necessidades básicas como comida em muitos países, sobre as várias privações que muitas
pessoas têm sofrido.
É irônico como temos tentado nos privar de comida por questões de padrões de beleza, enquanto há pessoas que
são privadas por questões de não a terem mesmo.
E isso me fez refletir sobre toda a estrutura, perspicácia e dinâmica que há por trás dos padrões de beleza.
Pois é! Você já parou para pensar que os padrões de beleza sempre refletem a minoria da população?
Em locais e épocas, como, por exemplo, países mais pobres ou épocas de fome, em que há escassez de
alimentos, são considerados bonitos (ou bonitas, porque geralmente o impacto é maior nas mulheres) aqueles que possuem
maior reserva adiposa, ou seja, mais gordinhos.
Em locais e épocas em que há abundância de comida: Pá! As mais bonitas são aquelas mais magras, que
conseguem se privar de tanta fartura.
Interessantemente assustador, né? Quando construímos esse cenário, percebemos que os padrões de beleza
não existem à toa. Eles estão apoiados em questões econômicas e até mesmo políticas.
Desde crianças, recebemos informações e imagens de que existe um padrão a ser seguido (não só em relação à
beleza, mas à instrução acadêmica, carreira, produtividade...). Estamos expostos à imagens, vídeos e informações que
nos mostram como devemos parecer, as quais são apoiadas por elogios em relação àquilo que temos de "bonito" e críticas
severas daquilo que temos "de feio".
Aquilo que temos de único, de diferente, passa a ser feio, e precisa ser mudado. E ninguém quer ser diferente,
porque ser diferente traz uma sensação de não se encaixar. Quem é diferente, é visto como sem valor. Quanto mais
uniforme uma sociedade for, mais conforto psicológico ela trará.
E nesta constante busca de parecermos com um padrão, acabamos vivendo em meio a uma constante
insatisfação. Sempre há algo a ser melhorado, a ser mudado, a ser consertado. Nunca somos suficientes. E estamos
sempre insatisfeitos.
A insatisfação é um sentimento que incomoda, que mina nossa alegria de viver. E, assim, buscamos vários
métodos para eliminá-la, e o mais rápido possível, de preferência: novas dietas, novos alimentos, novos produtos, novos
cremes, novos tratamentos, novas cirurgias...
Alguns autores trazem: "Se tivéssemos uma população muito satisfeita consigo mesma, com seus corpos e
aparência, já imaginaram quantas indústrias de cosméticos, de produtos alimentícios, de emagrecimento iriam falir?"
Pois é... a constante insatisfação corporal gerada pelos padrões de beleza entrega bastante dinheiro e poder em
muitas mãos.
Os autores também apontam a importância política desses padrões de beleza. Segundo a autora Naomi Wolf, a
dieta é o sedativo político mais poderoso na história das mulheres. O foco no corpo feminino, na beleza e em manter-se
dentro dos padrões aceitos pela sociedade são formas de manter as mulheres sob controle.
Uma população insatisfeita consigo mesma e que investe muito tempo, dinheiro, esforços em formas de contornar
esta insatisfação, não tem muito tempo para pensar em assuntos importantes da sociedade, certo? E muitas vezes, nem
parar seguir seus sonhos e ser feliz.
"A perfeição é a doença da nação. A beleza machuca. Mas você não pode reparar o que não consegue ver. É a alma que
precisa de cirurgia"
'Pretty Hurts', Beyoncé
Então, fica a reflexão: O que realmente é beleza? O que realmente é ser belo? Será que não estamos enxergando
o mundo e nós mesmos através dos óculos dos padrões de beleza? Quanta beleza e cor estamos deixando de ver dessa
forma?
Nathália Petry

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