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9ºANO
Nome: __________________________________________________
Data: __________________ Professor (a) _____________________
Pedaços de ternura
SAIO DE CASA CEDO. Entro na leitaria da esquina, peço a meia de leite e a empada. É
sábado, o dia veste de azul e oiro, gente passa de calção e toalha, na gula da praia que
se despede. Mas ainda cheira a Verão: há que aproveitá-lo.
No primeiro instante, a gente olha, lê e sorri para dentro. "Meu Deus! Que piroseira!".
Mas não será tanto. No fundo, a ânsia natural e quase comovente de quem sabe que
não vai ficar na História e tem necessidade de, pelo menos enquanto vivo, sentir que
todos, muitos, alguns, lhe repetem o nome(zinho). Ou a necessidade de se gritar ao
vento aquele sentimento terno, e doce que nos vai no coração, numa homenagem
amorosa ao neto, à companheira de toda uma vida, ao mais-que-tudo, à filha que só
agora aprendeu a ler. «Estás a ver? O papá pôs o teu nome à entrada. Lê lá, para a
mamã ouvir...» E o monstrozinho, gordo de sopa, a soletrar, com um esforço, uma
concentração que toda a família à volta segue com unção: «Ca... ca... café…Dó... dori...
Café Dórinha...»
GUILHERME DE MELO
Diário de Notícias
I
Interpretação de Texto
II
Funcionamento da Língua
2. Substitui a expressão "naquela linha" (2º parágrafo) e as palavras "ânsia" e "unção"(3º parágrafo) por uma
expressão e palavras sinónimas.
4. Explica a utilização das reticências na última frase do 3º parágrafo ( " Ca... ca... café Dó... dori... Café
Dórinha..." ).
III
Produção Escrita
Nota: A frase contida no título da notícia por ti redigida deverá estar na forma passiva.