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“Estética e anestética: uma

reconsideração de A Obra de Arte,


de Walter Benjamin” – Texto de
Susan Buck-Morss.
“A estetização da política culmina na guerra”
(W. Benjamin)

Fascismo: política estetizada


X
Comunismo: estetização da arte

Gozo da auto-destruição (e da auto-alienação)


O Fascismo
produz/explora/“maneja”
certas condições sensoriais da modernidade:
a alienação e a política estetizada.

(Tais condições sensoriais “sobrevivem” ao


Fascismo)
Como responder à estetização da política
implementada pelo Fascismo?

Como ela opera? Quais suas bases?

Deve-se buscar uma resposta “política”? Ou


uma resposta “artística”?

Deve-se rever as noções de Arte e Política.


Estética como “discurso do corpo”.

O campo original da estética não é a Arte. É a


realidade.

A estética se refere a algo que tem a ver com a


educação e a deseducação dos sentidos.

Estética e “animalidade”
Houve uma alteração histórica do sentido de
“estético”.

A ideologia estética

Uma estética romântica e racionalizada

O homo autotelos, o homem imaginário e o


mito da auto-geração
“O tema do sujeito autônomo e autotélico
como indiferente aos sentidos e, por esta razão,
um criador viril, um iniciador de si mesmo,
sublimemente autossuficiente, aparece ao longo
de todo o séc. XX, assim como a associação da
“estética” desse criador com o guerreiro e, por
conseguinte, com a guerra” (Buck-Morss,
2012, p. 162).
Importa entender o funcionamento do “sensório
humano”. Fala-se num “novo sensorium”.


Como os sentidos são produzidos
tecnologicamente?

O aparelho cognitivo como uma função de um


aparelhamento tecno-cultural.
Sistema sinestésico:

Ambiente +
Percepção sensorial +
Reação motora +
Significado psíquico
Sistema sinestésico:
importam as
relações entre o corpo, a mente e o
ambiente

O campo da “experiência”
Entender a conformação do sistema
sinestésico é entender a “instauração
neurológica da modernidade”

“Excesso de sentimentos”,
hiperestímulos e “mímese sensorial”
Produz-se racionalização,
distanciamento e o caráter blasé.

É a condição da integridade
psíquica diante da “cultura do
choque”
Produz-se racionalização,
distanciamento e o caráter blasé.

A consciência presente e a memória


passada são “isoladas”.

Um tempo fragmentado
Anestesia:

simultaneidade entre
estimulação excessiva
e
torpor
(como “extorsão da experiência”).
Sistema Anestésico:

A anestesia, os narcóticos, as
“distrações” e as fantasmagorias

A fábrica como contra-fantasmagoria


Sistema Anestésico:

Produção social do entorpecimento


Inundação dos sentidos
Realidade compensatória
Sonho coletivo
Sistema Anestésico:

Segunda consciência
“Situar-se fora da zona de dor”
Divisão da perspectiva perceptual
O corpo, o corpo social e a memória
como fragmentados, sem unidade
Tecnologia
🡽🡽

Função fantasmática × Poder instrumental

🡽🡽
“Inervações”
Um “eu” reconstruído, reencontrado,
reunificado por uma consciência
“secundária”, vivida como mímese
reativa, desprovida de “autorreflexão
sensível”, individual e singularizada.

Experiência narcísica e narcótica de si


como um super-outro, complementar e
supra-sensível.

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